09.Artrites Infecciosas e Osteomielites
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Artrites infecciosas
UCPel2008
Causas de febre e dor articular
Artrite infecciosa Gôta e pseudogôta Artrites reativas DDTC –”colagenoses”: LES, d. de Still,
vasculites... Reiter, artropatias enteropáticas Sarcoidose aguda Leucemias agudas Endocardite bacteriana
Artrites e agentes infecciososClassificação
Agressão direta:Artrites sépticas (bacterianas)
- não gonocócicas - gonocócicas
Artrites viraisArtrites fúngicas
Mecanismo imunológico:Artrites reativas (indiferenciadas, Reiter...)
Artrite infecciosa
Bacterianas agudas:
-Gonocócicas-Não gonocócicas
Virais:Hepatite BRubéola
HIVParvovirus...
Fúngicas
Bacterianas crônicas
Tuberculoseoutras.
Artrites bacterianas não gonocócicas- etiologia
> 75 % - cocos gram positivos: estafilococos aureus (mais freqüente), estreptococos (incluindo o pneumococo), Staph. epidermidis (próteses)
Haemophilus influenzae – principalmente em crianças < 5 anos
Pseudomonas aeruginosa – em usuários de drogas injetáveis
Artrites infecciosas – vias de disseminação
Hematogênica – mais comum
Inoculação direta – acidentes, punções
Contigüidade – foco infeccioso adjacentes
Artrite bacteriana - fatores predisponentes
Imunossupressores Diabetes sacarino Neoplasias Hepatopatias crônicas Insuficiência renal Doenças reumáticas prévias (AR) Alcoolismo
Artrites infecciosas agudas
Acúmulo de exsudato intraarticular provoca aumento de pressão, que determina isquemia, comprometendo a nutrição da cartilagem articular. Ocorre formação de tecido de granulação e liberação de substâncias condrolíticas, que provocam maior lesão da cartilagem articular, osso subcondral e capsula articular.
Artrites bacterianas não gonocócicas Quadro clínico:
Monoarticular em 90 % dos casos Articulações acometidas: joelho,
coxofemoral, outras (ombro, cotovelo, punho, tornozelo, esternoclavicular, sacroilíaca...)
Febre, calafrios, dor intensa. Presença de foco infeccioso extraarticular
(pneumonia, abscesso...) sugere o diagnóstico, assim como a etiologia.
Artrite bacteriana não gonocócicaExames complementares
Leucocitose Hemocultura pode ser positiva RX – alterações só surgem após 10-15
dias. Antes apenas edema de partes moles.
Líquido sinovial infeccioso, com presença de bactérias ao gram e cultural positivo na maioria das vezes.
Artrite bacteriana não gonocócicaTratamento
Repouso articular Punções articulares com lavagem da
cavidade articular para retirar material purulento.
Artrotomia nas articulações inacessíveis à punções repetidas.
Antibioticoterapia
Artrite bacteriana não gonocócica Antibioticoterapia
Guiado pelo gram: Presença de cocos gram positivos:
Oxacilina, cefalosporina de primeira geraçào, vancomicina – visa atacar o estafilococo.
Presença de cocos gram negativos: Ver artrite gonocócia (eventualmente
pode ser por meningococo).
Artrite bacteriana não gonocócica Antibioticoterapia
Presença de bacilos gram negativos:- aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina)
+ cefalosporina de terceira geração. Utilizar a ceftazidima ou outra cefalosporina com atividade antipseudomonas se suspeitar essa etiologia.
Esfregaço corado não identifica bactérias: Utilizar oxacilina (ou cefalosporina de
primeira geração) + aminoglicosídeo (ou outro antimicrobiano contra gram negativos, como o ciprofloxacino)
Artrite bacteriana não gonocócica Antibioticoterapia
NÃO UTILIZAR ANTIMICROBIANO NÃO UTILIZAR ANTIMICROBIANO
INTRAARTICULARINTRAARTICULAR
Artrite bacteriana aguda não gonocócica
Presença de cocos gram positivos
Presença de bacilos gram
negativos
Não realizado ou não
esclarecedor
EstafilococosEstreptococos
HemophilusPseudomonasSalmonelas
- Oxacilina
- Cefalosporina 1ª
- Vancomicina
Cefalosporina 3ª +
(Aminoglicosídeo ou
Quinolona)
Cobertura atb para as duas situações
Artrite bacteriana não gonocócica Antibioticoterapia
Duração do tratamento: No mínimo duas semanas se for
por pneumococo ou outro estreptococo
Se for estafilococo ou gram negativo ou houver sinais de osteomielite: 4 – 6 semanas.
Artrite gonocócica
É a mais comum artrite infecciosa em jovens atualmente
Mais comum em mulheres, durante período menstrual / gestação
Manifestações de gonococcia uretral é incomum
Artrite gonocócica – quadro clínico
Mais típico é um quadro de manifestações bifásico: 1ª fase: febre, mal estar, artralgias,
tenossinovite, vesículas / pústulas pequenas em pequeno número (<20) nas extremidades
2ª fase: artrite, geralmente monoarticular mas pode apresentar quadro de oligo / poliartrite
Art gonocócica – lesão palmar
Art gonocócica – lesão petequial
Artrite gonocócica - tratamento
Penicilina G cristalina - 6 a 10 milhões de unidades/dia, EV; após melhora, continuar com amoxicilina + clavulanato ou cefixima ou ciprofloxacino oral;
Ceftriaxona 1 g/dia / 7-10 dias - em áreas em que seja comum gonococo resistente a penicilina
NÃO É NECESSÁRIO LAVAGEM ARTICULAR
Artrites infecciosas crônicas
Tuberculosa Brucelose Espiroquetas
Sífilis Doença de Lyme
Fungos
Artrite tuberculosa - Acometimento do disco intervertebral e
corpos vertebrais adjacentes (mal de Pott), determinando deformidade em cunha da vertebra, com cifose, geralmente torácica;
- Outras articulações acometidas: joelhos, punhos, coxofemoral...MONOARTICULAR em > 90 %
Podem ocorrer: abscessos frios, fistulizações
Artrites virais
Hepatite B - na fase pré ictérica, acompanhada de urticária, artrite simétrica
Rubéola - rara em crianças. Poliartrite simétrica. Pode ocorrer após vacinação
HIV - oligoartrite, Reiter Outros: parvovirus, caxumba
Osteomielites
Escola de Medicina Universidade Católica de
Pelotas
Osteomielite
Aguda Crônica: duração maior que um
mês, geralmente decorrentes de osteomielites agudas não curadas, com freqüente formação de fístulas
Osteomielite
Hematogênicas: Monobacterianas (estafilococos é o
mais comum); ossos longos em crianças e coluna vertebral em idosos
Não hematogênicas ou por contiguidade: Mais comum que a hematogênica.
Geralmente polimicrobiana.
Osteomielite hematogênica
Crianças < 16 anos 85 % dos casos
Adultos: Geralte > 50 anos
Ossos longos. Pioartrite as vezes
Vértebras
Agudas: estafilococos, estreptococos, H.influenzae*, salmonelas **; Crônica: tuberculose, brucelose
Aguda: estafilococos, estrepcocos, bacilos gram negativos (E.coli, Klebsiela, Pseudomonas...); Crônica: tuberculose, brucelose...
* - Crianças < 5 anos ** - Anemia falciforme
Osteomielite por contiguidade
Sem insuficiência vascular Com insuficiência vascular
Qualquer idade Idosos, diabéticos...
Qualquer osso: longos, crânio, mandíbula...
Ossos de extremidades ( principalte. inferiores )
Polimicrobianas: Estafilococos, estreptococos, gram negativos, anaeróbios
Osteomielite aguda - Manifestações
Dor, febre, calafrios, edema, eritema local. As manifestações podem ser discretas no
início Leucocitose neutrofílica, desvio para a
esquerda, VHS elevada RX - alterações só após 10-15 dias. Tomografia e ressonância - mais precoces
que Rx
Osteomielite aguda da coluna vertebral (espondilite bacteriana) Mais comum em idosos e/ou diabéticos Originária do trato urinário, atingindo
coluna vertebral através do plexo venoso de Batson.
Acometimento principalmente da coluna lombar.
Pode, e costuma, estender-se ao disco intervertebral (Espondilodiscite).
Osteomielite aguda da coluna vertebral (espondilite bacteriana) Diagnóstico inicial difícil, pois as
manifestações de dor abdominal / torácica / lombar, febre, podem ser atribuídas a outros problemas
Leucocitose: em menos da metade dos casos.
Rx - alterações evidentes só após 6 semanas
Osteomielite aguda - diagnóstico bacteriológico
Hemoculturas podem ser positivas
Punção com estudos bacteriológicos geralmente necessários e dão o diagnóstico
Osteomielite hematogênica aguda - tratamento empírico
Até esclarecimento bacteriológico: Oxacilina ou Cefalosporina de 1ª
ger ou Vancomicina (suspeita de MRSA)
isoladamente ou associado com Aminoglicosídeo ou Cefalosporina
de 3ª geração ou fluorquinolonaDuração: 4 a 6 semanas
Osteomielite por contiguidade - tratamento empírico
Droga com ação anaerobicida : Metronidazol ou Clindamicina... +Fluorquinolona
Duração: 4 a 6 semanas
Osteomielite - tratamento cirúrgico
Necessário em boa parte das osteomielites por contiguidade e osteomielites crônicas.
Retirada de restos necróticos (sequestros) e drenagem de coleções purulentas.
Drenagem em osteomielite de CV para evitar compressão medular.
Amputações indicadas em casos de osteomielites com insuficiência vascular.
Antimicrobianos na osteomielite
Ação sobre estafilococos / estreptococos - Cefalosporinas (1ª geração), Vancomicina, Clindamicina.
Quinolonas - agem sobre estafilococos, mas a ação sobre estreptococos é menor que outras drogas.
H. influenzae (< 5 anos) e Salmonelas (Drepanocitose) - Ampicilina, Cefalosporinas de terceira geração, Cloranfenicol
Antimicrobianos na osteomielite Bacilos gram negativos: Aminoglicosídeos,
Cefalosporinas de terceira geração, Fluorquinolonas
Pseudomonas aeruginosa: Cefoperazona, Ceftazidina
Anaeróbios: Metronidazol, Clindamicina, Cloranfenicol, Cefoxitina
Clindamicina - penetração óssea muito boa Fluorquinolonas - bons resultados na
osteomielite crônica