1. INTRODUÇÃO · pessoas ao flúor em suas diversas formas de ... para a redução das perdas...

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1 1. INTRODUÇÃO A melhoria da Saúde Bucal é verificada no declínio da prevalência e severidade das doenças cárie e periodontal, bem como na integridade dos tecidos bucais. Tal situação está diretamente relacionada com o aumento da exposição das pessoas ao flúor em suas diversas formas de aplicação, tais como: água de abastecimento, dentifrícios, enxaguatórios bucais, géis e biomucoadesivos fluoretados.3,10,11, 14, 33, 38 A implementação de programas preventivos em higiene bucal e a atuação efetiva do odontólogo contribuindo, inclusive, para a redução das perdas dentárias e adequação dos produtos de uso na cavidade bucal, corroboram para o atual quadro da Saúde Bucal.18, 28, 29 Esta mudança de paradigma converge uma atuação profissional voltada para a prevenção e promoção da saúde, além da melhoria nos indicadores sócio- econômicos dos países em geral. Ainda assim, a cárie continua ocupando lugar de destaque no âmbito das moléstias infecto-contagiosas que preocupam as pessoas, sejam pacientes ou profissionais, comprometidas com a Saúde Pública.17, 32 A postura dogmática de que as doenças bucais limitam-se à cavidade bucal, obstruiu a compreensão sobre o dinâmico quadro da atuação sistêmica, envolvendo a saúde como um todo.27 Conhecimentos acumulados nas últimas décadas permitiram a estruturação de uma nova filosofia para a promoção da saúde bucal: a descoberta da natureza infecciosa, multifatorial, dinâmica dos processos saúde-doença cárie e periodontal; compreensão dos fenômenos de des-remineralização que ocorrem permanentemente na boca; comprovação da eficácia dos compostos fluoretados preventiva e curativamente; diagnóstico precoce da atividade cariogênica; trabalho do odontólogo não centralizado na lesão e sim na doença e, finalmente, comprovação de que as doenças infecciosas bucais podem levar a patologias sistêmicas.24

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1. INTRODUÇÃO A melhoria da Saúde Bucal é verificada no declínio da prevalência e

severidade das doenças cárie e periodontal, bem como na integridade dos tecidos

bucais. Tal situação está diretamente relacionada com o aumento da exposição das

pessoas ao flúor em suas diversas formas de aplicação, tais como: água de

abastecimento, dentifrícios, enxaguatórios bucais, géis e biomucoadesivos

fluoretados.3,10,11, 14, 33, 38

A implementação de programas preventivos em higiene bucal e a atuação

efetiva do odontólogo contribuindo, inclusive, para a redução das perdas dentárias e

adequação dos produtos de uso na cavidade bucal, corroboram para o atual quadro

da Saúde Bucal.18, 28, 29

Esta mudança de paradigma converge uma atuação profissional voltada para

a prevenção e promoção da saúde, além da melhoria nos indicadores sócio-

econômicos dos países em geral. Ainda assim, a cárie continua ocupando lugar de

destaque no âmbito das moléstias infecto-contagiosas que preocupam as pessoas,

sejam pacientes ou profissionais, comprometidas com a Saúde Pública.17, 32

A postura dogmática de que as doenças bucais limitam-se à cavidade bucal,

obstruiu a compreensão sobre o dinâmico quadro da atuação sistêmica, envolvendo

a saúde como um todo.27

Conhecimentos acumulados nas últimas décadas permitiram a

estruturação de uma nova filosofia para a promoção da saúde bucal: a descoberta

da natureza infecciosa, multifatorial, dinâmica dos processos saúde-doença cárie e

periodontal; compreensão dos fenômenos de des-remineralização que ocorrem

permanentemente na boca; comprovação da eficácia dos compostos fluoretados

preventiva e curativamente; diagnóstico precoce da atividade cariogênica; trabalho

do odontólogo não centralizado na lesão e sim na doença e, finalmente,

comprovação de que as doenças infecciosas bucais podem levar a patologias

sistêmicas.24

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Para este estudo convém analisar-se comparativamente, a remineralização

de amostras dentárias com dois tipos de fontes de flúor como agente

remineralizante, em relação à variação nas concentrações dos mesmos, permitidas

pela legislação vigente, valores de pH que se alternam do ácido para o básico e

posologias distintas como forma de fornecer a melhor resposta remineralizante, na

forma de enxaguatório bucal fluoretado.

Em relação à Saúde Bucal, o futuro proporcionará a conversão de fatos

cientificamente comprovados, em procedimentos para serem usados na prática

diária. Isso ocorrerá em um contexto de alta efetividade do mercado de produtos

preventivos e de uma população promotora da saúde bucal e autocontroladora das

doenças cárie e periodontal. 24

3

2. REVISÃO DA LITERATURA A lesão cariosa é a manifestação clínica de uma infecção bacteriana onde a

atividade metabólica das bactérias que colonizam o dente causa flutuações no pH

do biofilme dental, o que irá resultar numa constante perda e ganho de mineral do

tecido dentário subjacente. 12

Para compreender-se a dinâmica do processo carioso deve-se, igualmente

conhecer o biofilme dental, pois pode interferir no processo de des-remineralização.

Verifica-se que o biofilme corresponde a uma massa bacteriana mole e aderente que

se deposita continuamente sobre a superfície dos dentes, não sendo eliminada

através de bochechos com água, jatos fortes de ar nem através da mastigação de

alimentos duros ou fibrosos. 24

O caráter multifatorial da doença cárie nos permite atuar sob diversos pontos,

de modo a prevenir ou retardar a velocidade do processo carioso. Além dos fatores

condicionantes tais como sócio-econômicos e culturais, têm-se os fatores

moduladores, a saber: composição salivar, nível de higiene bucal, espessura do

biofilme e presença ou ausência do flúor no ecossistema deste biofilme, que se

somam à presença de microrganismos cariogênicos e dieta rica em carboidratos

fermentáveis. 24

O consumo indiscriminado de carboidratos favorece a alta incidência de

lesões cariosas em indivíduos susceptíveis, além de influenciar na qualidade e

quantidade de saliva e no metabolismo bacteriano para a produção de ácidos.37

A nutrição tem pouca influência no processo cariogênico, sendo que as

características físicas e químicas dos alimentos, aliadas à fisiologia salivar é que

apresentam importância para a instalação desta patologia. Portanto, a dieta pode

influenciar no processo carioso, constituindo-se em um, dentre os vários fatores

etiológicos desta patologia.37

4

Os carboidratos formados durante o processamento dos alimentos,

apresentam baixo peso molecular, solubilizando-se na saliva e/ou no biofilme,

podendo disponibilizarem-se para o metabolismo bacteriano. Além disso, a presença

do carboidrato na dieta provoca um decréscimo no pH do biofilme, o que aumenta a

cariogenicidade, principalmente da sacarose, seguida da galactose, lactose, glicose

e maltose.15

A cariogenicidade da sacarose é elucidada por diversas reações químicas,

que explicam tanto a adesão bacteriana com a formação da placa, quanto à

produção de ácidos, sendo o ácido lático o produto quantitativamente mais

significativo.36

Demonstrou-se que o pH salivar cai a níveis considerados críticos ou

mínimos, quando em presença de carboidratos fermentáveis, de modo que facilitam

o processo cariogênico. O tempo e a concentração em que os carboidratos

permanecem na boca após uma refeição são de grande importância, assim como a

secreção salivar adequada. Para diminuir o tempo de permanência dos açucares

dentro da boca, recomenda-se a escovação logo após as refeições.35, 16, 48

Uma higiene bucal adequada, dieta com menor concentração de

carboidratos e ingestão de alimentos com baixa cariogenicidade, além de secreção

salivar mantida dentro de valores fisiológicos, contribuem para uma baixa adesão da

placa bacteriana sobre a superfície dentária e, conseqüentemente, redução da

patologia cárie.48

A Odontologia se preocupa com recomendações dietéticas seguras à

Saúde Bucal, além de programas particularizados ou coletivos para a prevenção da

cárie.24

Com o conhecimento etiológico multifatorial do processo carioso e avanços

nos métodos diagnósticos, obteve-se um entendimento mais profundo sobre o início,

desenvolvimento e interrupção deste processo, em seus níveis subclínico e clínico.

O tratamento é considerado, atualmente, biologicamente orientado.50, 40

O conceito de prevenção da doença cariosa tem sido amplamente

discutido devido à compreensão do mecanismo de ação das medidas utilizadas.

5

Sabe-se que tais medidas interferem no processo de des-remineralização do tecido

dentário ocasionando um equilíbrio ou diminuição da velocidade de progressão da

doença, mantendo os sinais desta patologia em estado subclínico. Tal afirmação é

assinalada nos estudos realizados, em países que apresentaram marcante redução

na prevalência e progressão da doença, por implementação do uso regular de

flúor.33, 47

O tratamento odontologicamente aceito é personalizado, baseando- se na

avaliação de cada caso e atividade da doença que, por sua vez, determinará a

escolha do material restaurador; tipo de tratamento com flúor; aconselhamento

dietético e tratamento antimicrobiano . 21, 31

A profilaxia básica para o controle da doença consta de: informação teórica,

instrução sobre autocuidado bucal, uso de agente fluoretado, orientação dietética e

controle profissional. 24, 25

Um estudo clínico de três anos comprovou que o incremento de cárie estaria

reduzido, significativamente, com a utilização de agente fluoretado, resultando desse

modo, em estímulo ao uso regular deste agente profilático, que neste caso foi

orientado o dentifrício fluoretado. 22, 24

O dentifrício fluoretado é recomendado como única fonte de aplicação tópica

de flúor para indivíduos que não apresentam lesões de cárie clínica ou

radiograficamente identificáveis, especialmente aqueles que são beneficiados com

água fluoretada. Essa recomendação é baseada nas seguintes observações: o

principal produto resultante da reação entre o fluoreto e o esmalte dental é o fluoreto

de cálcio que precipita e, através de uma dissolução lenta, prolongada e dependente

do pH, age como um reservatório de onde o fluoreto é liberado para o meio

ambiente líquido que envolve os dentes; apenas uma modesta quantidade de

fluoreto de cálcio é formada sobre o esmalte clinicamente hígido e pode ser perdido

dentro de um curto período de tempo, devido uma contínua exposição às forças

mecânicas orais presentes, incluindo a escovação; por último, o potencial

cariostático das aplicações tópicas está relacionado com a habilidade dos produtos

em precipitar fluoreto de cálcio, bem como da sua retenção a longo prazo sobre a

superfície dentária.49

6

O dentifrício fluoretado é a fluorterapia mais simples, econômica e racional

realizada pelo indivíduo e está associada a uma melhor remoção da placa.49

Para pacientes com atividade cariosa ativa, recomendam-se outras formas

farmacêuticas para aplicação tópica de flúor, como por exemplo, as de uso

profissional e demais formas de auto-aplicação. Os produtos de uso profissional são

de alta concentração de flúor e baixa freqüência de aplicação, ao contrário dos

produtos de auto-aplicação. Investigações clínicas sobre o efeito dos diferentes

produtos de uso profissional, para a redução da cárie, mostraram resultados

semelhantes quanto à atividade cariostática, sendo indicadas uma ou duas vezes

por ano, embora o paciente com lesão cariosa ativa, deva ter esta aplicação mais

freqüente. 4

No tratamento da doença com manifestações clínicas, isto é, presença

de lesões cariosas ativas, outras medidas complementares de controle do biofilme e

dos fatores determinantes, além das descritas para indivíduos com superfície

dentária hígida, devem ser implementadas: remoção mecânica da placa;

aconselhamento dietético; uso de substâncias químico-terapêuticas; medidas para

estimular a secreção salivar e uso de outras formas farmacêuticas tópicas de flúor

conforme à legislação em vigor. 24

Dentre os produtos de auto-aplicação, tem-se a solução neutra de fluoreto de

sódio a 0,025%; 0,05%; e 0,2% na forma de enxaguatório bucal. A concentração

de 0,05% é recomendada para bochechos diários, enquanto que a solução de

fluoreto de sódio a 0,2% para bochechos quinzenais. A concentração de 0,025% é

recomendada para crianças acima de 6 anos de idade. Foi demonstrado que no

regime de auto-aplicação, o bochecho diário confere maior benefício que o

bochecho semanal ou quinzenal.34

As auto-aplicações de flúor em crianças podem ser realizadas utilizando-se

uma dose de 5 mL da solução enxaguatória, supervisionadas pelos pais e

indicadas para crianças com idade superior a 6 anos, conforme Portaria 108 de 26

de setembro de 1.994, publicada no D.O.U. em 28 de setembro de 1.994.

7

A regulamentação para o uso de substâncias à base de flúor, em dentifrícios

e enxaguatórios bucais, reaparece na Resolução ANVISA nº 79 de 28 de agosto de

2.000 (D.O.U. 31 de agosto de 2.000), anexo VII, item D e subitem f, com os

seguintes dizeres: dentifrícios e enxaguatórios bucais têm o seguinte regulamento

técnico quanto à sua rotulagem - não usar em crianças menores de 6 anos

(somente para os enxaguatórios).

Vários estudos demonstraram que diferentes agentes fluoretados, aplicados

topicamente no esmalte dentário, conhecidos por conferir benefícios cariostáticos,

induzem à formação e deposição de material semelhante ao fluoreto de cálcio em

sua superfície.1, 5, 8, 45

O fluoreto de cálcio é, provavelmente, o único produto formado depois de

breves exposições do esmalte a soluções altamente concentradas de flúor e tem

sido responsabilizado como o fator mais importante da ação tópica fluoretada na

prevenção da cárie.42,44

O fluoreto de cálcio tem solubilidade limitada na saliva, permanecendo no

esmalte e biofilme dental, durante semanas, depois de uma única aplicação tópica

de solução contendo o íon flúor. 5,8, 38 Seu baixo grau de dissolução é atribuído à

adsorção de fosfatos e proteínas salivares, quando o pH está neutro. 19

Durante a ação cariogênica, com a queda do pH, a inibição proporcionada

pelo fosfato e pelas proteínas desaparece e o grau de dissolução do fluoreto de

cálcio aumenta. 42, 44, 45

Sendo considerado um reservatório de flúor, o fluoreto de cálcio libera o

halogênio toda vez que o pH cai para níveis críticos. Conseqüentemente, é

depositado na superfície do esmalte na forma de fluoridroxiapatita , com os íons

cálcio e fosfato, sendo liberados do esmalte dental durante o ataque cariogênico. 1,26,30,42

Estudos realizados evidenciaram a aquisição de fluoreto pelo esmalte depois

do tratamento tópico. Examinaram os efeitos da concentração das soluções

fluoretadas, tempo de exposição, pH das soluções e disponibilidade de cálcio para a

formação de fluoretos ligados ao esmalte. Encontraram quantidades significantes de

8

fluoreto solúvel depositado no esmalte hígido ou desmineralizado, com o aumento

do tempo de aplicação, da concentração e com a diminuição do pH das soluções

estudadas. 45

Segundo CASLAVSKA 1982, todos os produtos aplicados topicamente no

esmalte dentário, tanto “in vivo” quanto “in vitro” induzem à deposição de fluoreto de

cálcio.5

Soluções fluoretadas aciduladas, analisadas segundo seus efeitos

terapêuticos, apresentaram variação em relação ao tempo de aplicação e pH das

soluções. Foi demonstrado que o pH baixo pode aumentar a quantidade de fluoreto

de cálcio depositado no esmalte, durante a aplicação tópica, quando o tempo de

exposição for de cinco minutos. Quanto ao efeito do tempo de tratamento para

soluções com pH entre 5,5 e 3,5 observou-se deposição de quantidades maiores de

fluoreto de cálcio, em relação ao tratamento com solução em pH neutro. 45

Os resultados indicam que o tratamento tópico com curto período de aplicação

(30 segundos)de uma solução em pH baixo, pode ser um procedimento clínico

favorável, posto que a quantidade de fluoreto depositado sobre os dentes é

aumentada por um fator 10 quando comparada com as soluções fluoretadas neutras.

24

Testes de captação de fluoreto pelo esmalte (biópsia e fotomicrografias),

demonstraram superioridade de ação do Aminofluoreto em razão da presença de

seu radical amino de cadeia longa. 23

A posição do íon flúor no fluoreto aminado é baseada na estrutura molecular

espacial, pois este íon é ligado em um fragmento orgânico grande do aminoácido, o

que não ocorre com o flúor inorgânico no fluoreto de sódio. O fluoreto aminado tem

uma molécula hidrofóbica – a cauda apolar – com um componente hidrofílico – a

cabeça amino polar – e, por esta razão, ele age superficialmente, reduzindo a

tensão superficial em relação à saliva, formando um filme homogêneo em toda a

superfície bucal. Devido sua atividade de superfície, o fluoreto aminado rapidamente

se dispersa na cavidade bucal e umidifica todas as áreas cobrindo a superfície dos

dentes com uma camada molecular homogênea, e esse contínuo filme promove a

9

rápida neutralização da saliva, sendo por isso avaliado como um agente ativo por

longo período, diminuindo as condições cariogênicas e estimulando a

remineralização do esmalte dental, além de prevenir ataques ácidos. 25

Em contraste, no caso do flúor inorgânico, o captador de íon (em geral,

sódio) não tem função transportadora, portanto o flúor é estaticamente distribuído na

cavidade bucal. O mecanismo de ação do flúor na profilaxia e tratamento da cárie

ainda não está completamente elucidado,mas sabe-se que o flúor reduz a

solubilidade ácida do esmalte dos dentes, estimulando a remineralização e

reduzindo a produção ácida no biofilme. O efeito anticariogênico é atribuído a este

possível mecanismo: se íons fluoreto estiverem disponíveis próximos ao esmalte

dental durante um ataque ácido, forma-se a fluorapatita que se incorpora ao esmalte

durante a fase de remineralização. A extensão da remineralização do esmalte dental

é, deste modo, dependente dos íons flúor presentes e a desmineralização,

conseqüentemente, torna-se reduzida. Em elevadas concentrações, o flúor reduz a

produção bacteriana de ácidos, reduzindo assim o risco de cáries.24

O fluoreto aminado apresenta várias características que contribuem para sua

atividade cariostática, sendo: forte poder adesivo capaz de formar um reservatório

de fluoretos que reveste superficialmente o dente, fornecendo uma barreira para

prevenir o acúmulo de microrganismos e formação do biofilme dental; inibe algumas

das reações enzimáticas da glicólise, reduzindo a quantidade de ácido produzido

pela placa bacteriana tendo, assim, um efeito protetor com captação de fluoreto pelo

esmalte; tem efeito protetor direto reduzindo a solubilidade ácida no esmalte a partir

do aumento de fluoreto captado, apresentando maior eficácia em relação aos

fluoretos inorgânicos; sua propriedade bactericida está relacionada ao grupo amônio

quaternário. Finalmente, estimula a elevação do fluxo salivar devido ao estímulo

gustatório que o grupo amino quaternário proporciona.2, 6, 9,20

A composição básica de um enxaguatório bucal compreende a harmonização

do veículo (água, álcool, glicerina) com flavorizante (mentol, eucaliptol, óleo de

hortelã, etc), além de um tensoativo e corante. Acrescer um fluoreto nesta

formulação significa transformar um produto de higiene bucal em um medicamento

com finalidade terapêutica preventiva ou curativa.41

10

A evolução da ciência, como um todo, trazendo à indústria e à pesquisa

novos princípios ativos para a formulação de novos produtos com atributos que

admitem novas tendências e expectativas quanto à possibilidade de prevenir a cárie,

nos conduziram a estruturar esse trabalho. Suas intenções são claras quanto às

possibilidades de atuação, uma vez que a abertura em termos de outras fontes de

flúor, proporcionada pela legislação em vigor, nos permite ampliar os estudos e

propor novos produtos que contemplem de forma abrangente o processo da des-

remineralização.

11

3.OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO DE CARÁTER GERAL:

•••• Avaliação da adsorção de fluoreto pelo dente, a partir da formulação de

enxaguatórios bucais com diferentes fontes de flúor, concentrações mínima e

máxima permitidas pela legislação vigente, variados valores de pH e adequações

posológicas; através da remineralização como forma de prevenção e tratamento da

doença cariosa, seja estacionando ou reduzindo a velocidade de progressão desta

patologia.

3.2 OBJETIVOS DE CARÁTER ESPECÍFICO:

•Avaliação comparativa da eficácia dos enxaguatórios bucais fluoretados na

remineralização dentária.

• Avaliação da estabilidade do produto sob condições de envelhecimento acelerado

preconizadas pela ISO 7.405:1.997 e ISO 10.993:1.998.

12

4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1 MATERIAIS E EQUIPAMENTOS • Agitador Magnético, EVLAB EV:016

• Agulhas Metálicas para Injeção

• Aparato mimetizador da Cavidade Bucal

• Aquecedor com termostato, FANEM BM-100

• Balança Eletrônica, GEHAKA BG 4000

• Bombas Submersas BETA

• Condutivímetro, QUIMIS Q 405 P

• Dentes inclusos hígidos (3º Molares)

• Eletrodo de Referência, QUIMIS

• Eletrodo Seletivo para Fluoretos Chapter V., ORION 720-A

• Hardness Testers, SHIMADZU MICRO, HMV-2

• Lixa Norton Champagne Magnum, P grade B-WT, A275, 800

• Lixa Waterproof paper CC-silicon carbide, T-467, 1000

• Manguitos de Borracha

• Microscópio Eletrônico de Varredura JEOL 5200 - JSM

• Osmose Reversa, QUIMIS Q-342-24

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• Peagômetro, MICRONAL B 375

• Vidrarias em Geral

• Ácido Lático HENRIFARMA

• Água obtida por Osmose Reversa

• Carboximetilcelulose HENRIFARMA

• Cloreto de Cálcio Anidro P.A. MERCK

• Cocoaminopropilbetaína HENRIFARMA

• Corante Verde 75810 SYNTH (máximo de 0,1% em produtos para a cavidade oral)

• Etanol Absoluto P.A. MERCK

• Fluoreto de Hexadecilamônio P.A.MERCK

• Fluoreto de Sódio P.A. MERCK

• Fosfato Bibásico de Potássio P.A. MERCK

• Glicerol P.A. MERCK

• Hidroxietilcelulose 4400 HENRIFARMA

• Lauril Sulfato de Sódio DEG

• Metilparabeno HENRIFARMA

• Polietilenoglicol 400 HENRIFARMA

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• Propilenoglicol ELY MARTINS

• Propilparabeno HENRIFARMA

• Sacarina Sódica VALDEQUÍMICA

• Sorbitol 70% ELY MARTINS

• Tampão Citrato 0,5 M (pH = 5,5) P.A. MERCK

• Tampão Citrato pH = 7,8 P.A. MERCK

4.2. MÉTODOS 4.2.1. COLETA E PREPARO DAS AMOSTRAS CLÍNICAS ENDEREÇO PROFISSIONAL Prof. Dr. Amadeu R. da Silva Jr. Rua Thomaz Nogueira Gaia, 359 Prof. Dr. Amadeu Rodrigues da (16) 623- 1349 Silva Júnior Ribeirão Preto – S.P. RIBERDENT Rua Luiz da Cunha, 736 Drª Fátima Aparecida C. de (16) 625- 8278 Oliveira Ribeirão Preto _ S.P. Clínica Drª Helena Y. N. Mello Rua Antonieta Pucci Pippa,196 Drª Helena Yuri Nishinari Mello (16) 672-1366 Bonfim Paulista _ S.P. Clínica de Periodontia e Implantologia Rua Visconde de Inhaúma,580 Prof. Dr. Sérgio N.M. Lima 1º andar, cj. 106 (16) 610-8030 Ribeirão Preto _ S.P. Clínica Dr. Sylvestre Grandini Rua Olavo Bilac, 935 Dr. Sylvestre Arnaldo Grandini (16) 625- 8767 Ribeirão Preto _ S.P. Clínica Dr. Antonio Ferreira Jr. Rua Campos Salles, 756 Dr. Antonio Ferreira Júnior (16) 635-2300 Ribeirão Preto _ S.P. Núcleo de Assistência Odontológica Avenida Portugal, 1740 Dr. Newton Souza 3º andar, sala 33 (16) 620-3940 Ribeirão Preto _ S.P.

As clínicas relacionadas coletaram 73 amostras de dentes terceiros molares

inclusos, que foram acondicionados em embalagens plásticas com proteção contra a

luz e imersos em água obtida por osmose reversa. As amostras eram coletadas e

15

levadas ao laboratório para proceder-se a limpeza e preparo das mesmas. Tais

amostras dentárias foram descartadas pelos pacientes que optaram em deixá-las

nas próprias clínicas, precedendo-se da devida indicação odontológica para a

extração.

Fragmentou-se cada amostra respeitando-se a face dentária, em quadrados

de 0,5cm cada. O fragmento foi fixado em massa protética delimitada por círculo de

PVC, conforme figura 1.

As amostras assim preparadas foram lixadas de modo a corrigir maiores

irregularidades, para não dificultarem o deslizamento do penetrador do aparelho que

nos forneceu a leitura da microdureza, além de estarem prontas para receberem o

tratamento desmineralizante e, subseqüentemente o tratamento com as soluções

fluoretadas remineralizantes. Neste estágio, as amostras dentárias e suas

correspondentes leituras de microdureza, foi o que se padronizou como análise

mineralográfica quantitativa do dente hígido.

4.2.2 APARATO MIMETIZADOR DA CAVIDADE BUCAL

Conforme Figuras 2, 3 e 4 pode-se verificar que o aparato dispõe de uma

base metálica, esmaltada, capaz de garantir firmeza e fácil higienização quando de

seu manuseio, não tendo contato com qualquer das soluções, servindo

exclusivamente de suporte ao aparato propriamente dito.

Todo o aparato foi confeccionado em acrílico transparente, com soldagem em

dobradiças ou cola à base de silicone inerte às soluções.

Por aspersão facilitada, através de bombas Beta, as soluções são aspergidas

através de manguitos de borracha inertes que as levam até a base da amostra

dentária, sendo que, no tempo determinado, borrifam as amostras, mimetizando o

efeito mecânico do bochecho. A quantidade borrifada é de 5,0 mL / amostra

dentária, num intervalo de tempo igual a 5 minutos.

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19

20

Para que as soluções em estudo mantenham contato com as amostras

dentárias somente pelo tempo previsto do experimento, fixou-se a placa acrílica,

onde estão dispostas as amostras, formando um ângulo de 45º, favorecendo o

escoamento líquido.

O experimento foi realizado em duplicata de modo a preservar, com garantia,

a reprodutibilidade do experimento. Sendo assim, o aparato foi idealizado de modo a

permitir a réplica procedimental.

4.2.3. MICRODUREZA DOS DENTES HÍGIDOS

O aparelho para medir microdureza de superfície é um instrumento utilizado

para análise mineralográfica quantitativa por ser útil no controle de qualidade de

produtos, avaliando a microdureza dos mesmos. Nesta pesquisa foi utilizado o

equipamento Hardness Testers, Shimadzu Micro HMV-2.

O equipamento deve estar apoiado sobre superfície que não vibre, mantido

sob temperatura controlada, de modo a não ultrapassar os limites de 5º e 40ºC. A

umidade relativa do ar deve ser mantida baixa para impedir que quaisquer

condensações se formem no equipamento.

O teste de microdureza por penetração é prático por utilizar material com

dureza similar à do diamante, capaz de criar uma deformidade permanente na

superfície a ser testada, determinando a dureza a partir da carga necessária capaz

de provocar a referida deformação, cujas dimensões serão mensuradas

O aparelho para medir microdureza de superfície HMV-2 pode ser utilizado

para a medição de dureza Vickers usando-se o penetrador de mesmo nome, cujo

diamante tem angulação de 136º entre as faces opostas. A dureza Vickers é

calculada a partir da seguinte fórmula: HV = 0,1891 . F/d² sendo HV o valor da

dureza Vickers, F a carga do teste (N), “d” a medida do comprimento diagonal de

penetração.

21

O HMV-2 calcula automaticamente a dureza após a penetração, eliminando-

se a necessidade do uso de tabela de conversão, facilitando qualquer cálculo

estatístico.

Para este teste, a superfície da amostra deve ser plana, embora sejam

possíveis correções para superfícies curvas. Além disso, a amostra deve ser segura

em resina com apoio lateral e, por isso, preparou-se cada amostra dentária,

conforme esta especificação. O alisamento das amostras foi obtido por lixamento,

utilizando-se primeiramente a lixa do tipo Norton Champagne Magnum, P grade B-

WT, A275, 800 e , em seguida, lixa Waterproof paper CC-silicon carbide, T-467,

1000 para o polimento final.

A carga de penetração (F) empregada nos testes foi de 50 gf, sendo feita a

média aritmética entre cinco leituras realizadas em cada amostra dentária.

4.2.4 PREPARO DA SOLUÇÃO DESMINERALIZANTE

Segundo literatura consultada preparou-se a solução desmineralizante a partir

da seguinte formulação: 46

Ácido Lático ................................................................. 0,1 mol/L

Carboximetilcelulose .................................................... 1 %

Cloreto de Cálcio .......................................................... 3 mmol/L

Fosfato Monobásico de Potássio................................. 1,8 mmol/L

O pH desta solução foi estabelecido em 4,0 e as amostras ficaram submersas

por 30 minutos, além de serem mantidas a 37º C.

22

4.2.5 PREPARO DAS SOLUÇÕES REMINERALIZANTES

4.2.5.1 ENXAGUATÓRIOS BUCAIS À BASE DE FLUORETO DE SÓDIO

Foram preparadas duas soluções de enxaguatório bucal à base de Fluoreto

de Sódio que apresentaram como única diferença a concentração de íons flúor

Fluoreto de Sódio ......................... ... 202,5 ppm de Flúor............. 247,5 ppm de Flúor

Óleo de Menta .......................................0,1% ..................... ........... 0,1%

Óleo de Eucalipto ...................... ...........0,02% .................... ............0,02%

Óleo de Cravo da Índia ..........................0,05%...................................0,05%

Corante Verde 75.810................. ...........0,1 % .................... .............0,1%

Sacarina sódica ......................................0,1% ....................................0,1%

Lauril Sulfato de Sódio ............................1,0%.....................................1,0%

Metilparabeno..........................................0,18%...................................0,18%

Propilparabeno.........................................0,02%...................................0,02%

Água Purificada...........qsp.......................1,0 L...............qsp. ...............1,0 L

4.2.5.2 ENXAGUATÓRIOS BUCAIS À BASE DE AMINOFLUORET O

Foram preparadas duas soluções de enxaguatório bucal à base de

Aminofluoreto

Fluoreto hexadecilamônio ................... 202,5ppm de Flúor........... 247,5ppm de Flúor

Etanol Absoluto.......................................10,0%.................................10,0 %

Glicerol....................................................10,0%.................................10,0%

Polietilenoglicol 400..................................2,5% ..................................2,5%

Corante Verde 75.810...............................0,1%...................................0,1%

Sacarina Sódica........................................0,1%...................................0,1%

Cocoaminopropilbetaína...........................1,0%....................................1,0%

Água Purificada...............qsp....................1,0L..............qsp.................1,0L

Cada uma das soluções foi avaliada em 3 valores diferentes de pH, a saber

5,5; 6,5 e 7,5 com soluções de ácido cítrico a 10% para acidificar e de hidróxido de

sódio a 10% para basificar.

Considerando-se que bochechos diários garantem maior eficácia que os

semanais, estão sendo propostas aplicações uma ou três vezes ao dia.

23

4.2.6 PROTOCOLO EXPERIMENTAL

O protocolo estabelecido para os experimentos com dois sais de flúor é

apresentado no quadro 1.

PROTOCOLO de tratamento com sais de flúor

Sal de Flúor Concentração pH Posologia Avaliação

5.º dia 1x/dia 10.º dia

15.º dia

5,5

3x/dia 20.º dia

5.º dia 1x/dia

10.º dia

15.º dia

6,5

3x/dia 20.º dia

5.º dia 1x/dia

10.º dia

15.º dia

202,5ppm

7,5

3x/dia

20.º dia

5.º dia

1x/dia

10.º dia

15.º dia

5,5

3x/dia

20.º dia

5.º dia

1x/dia 10.º dia

15.º dia

6,5

3x/dia 20.º dia

5.º dia

1x/dia

10.º dia

15.º dia

Fluoreto Hexadecilamônio Fluoreto de Sódio

247,5ppm

7,5

3x/dia

20.º dia

Quadro 1 – Protocolo a ser seguido no tratamento com os dois sais de flúor

24

4.2.7. MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA

Na Microscopia Eletrônica de Varredura verifica-se a utilização de elétrons

pelo comportamento dual que apresentam (onda/partícula), ou seja, o comprimento

de onda associado ao movimento de um elétron fica na faixa de 10 e 10-¹ºm sendo

que isto equivale a um aumento de 300.000 vezes para a técnica de Microscopia

Eletrônica de Varredura e de 1.000.000 vezes para a técnica de Microscopia de

Força Atômica.25

Além da melhoria na resolução a Microscopia Eletrônica de Varredura

permite que se obtenham imagens similares às que poderiam ser vistas pelo olho

humano, caso ele fosse capaz de ver com grandes ampliações. Outra vantagem

consiste em fornecer imagens topográficas com profundidade de foco.

Os elétrons utilizados pela técnica são gerados convencionalmente por um

filamento de tungstênio, sob um potencial de 20-30KV. Tais elétrons, forçados a

passar por uma coluna, são colimados por lentes eletromagnéticas em um feixe com

diâmetro final de aproximadamente 2nm. O feixe eletrônico ao atingir um ponto na

superfície também interage com os átomos da amostra, o que resulta na emissão de

elétrons e/ou de fótons. Parte dos elétrons emitidos é coletada por detectores, cujos

impulsos, com maior ou menor intensidade, são visualizados com maior ou menor

brilho em um tubo de raios catódicos (tela de visualização da imagem). Os impulsos

de entrada no tubo estão sincronizados com o sinal emitido, de modo que cada

ponto que o feixe atinge na superfície tem o seu correspondente na tela, produzindo

uma imagem da superfície da amostra. Como o feixe incidente modula em x e em y

de modo a cobrir uma área retangular, o aumento que o aparelho atribui é

simplesmente a relação entre a área do monitor e a área varrida na superfície da

amostra. Assim, quanto menor a área varrida maior o aumento.

Podemos dividir um Microscópio Eletrônico de Varredura em quatro partes

básicas:coluna eletrônica; câmara de amostra; sistema de vácuo; sistema de

controle eletrônico e de formação de imagens. A coluna eletrônica é composta pelo

canhão de elétrons e pelas lentes eletromagnéticas para focagem do feixe

eletrônico.O canhão é usado para produzir os elétrons. Estes elétrons são gerados

em um cátodo (filamento) e acelerados por uma diferença de potencial da ordem de

25

20 a 40KV na direção de um ânodo. Os elétrons gerados são focados em primeira

instância pelo cilindro de “Whenelt”, que é carregado negativamente para esta

finalidade. O diâmetro inicial do “spot”, ao passar por este cilindro, tem

aproximadamente 60µm e, pela ação das lentes eletromagnéticas, poderá ser

reduzido à aproximadamente 2nm quando atinge a amostra.

As lentes eletromagnéticas têm a função de concentrar o feixe, reduzindo o

seu diâmetro e corrente, fenômeno denominado demagnificação ou fração de

redução. Cada lente tem uma determinada abertura com a função de eliminar a

divergência do feixe. Na coluna eletrônica são posicionadas as bobinas de

varredura. Elas atuam aos pares, sendo que uma delas reflete na direção x e a outra

na direção y. Podem ocorrer aberrações no sistema de lentes e, por tal mecanismo,

entende-se, qualquer comportamento que foge do ideal devido a fatores físicos

inerentes ao próprio sistema. Pode-se enumerar dois tipos principais de aberrações:

esférica e cromática.A aberração esférica surge porque os elétrons, cujas trajetórias

se distanciam mais do eixo óptico, são desviados com mais intensidade pelo campo

magnético da lente, em relação àqueles mais próximos ao eixo. Para as objetivas

cônicas, comuns na Microscopia Eletrônica de Varredura, o coeficiente de aberração

tem valores em torno de 2cm. Dessa forma, somente a diminuição do ângulo de

convergência, através de aberturas pequenas nas lentes, pode reduzir esse tipo de

aberração.Na aberração cromática verifica-se a ocorrência de que qualquer variação

na energia do feixe de elétrons, promove a mudança do ponto onde a imagem irá se

formar.

Assim, para que se possa obter uma imagem com boa resolução, faz-se

necessário, que o diâmetro do feixe seja menor que o detalhe microestrutural que

se deseja observar. Quando o feixe é varrido pela amostra, torna possível a

distinção das reentrâncias e relevos da superfície dessa amostra.

Outros fatores influenciam na resolução, tais como sinais e ruídos. Os sinais

correspondem ao comportamento emitido pela amostra, quando o feixe passa pelos

detalhes topográficos existentes e o ruído corresponde a uma característica inerente

do sistema em observação. A análise da topografia da amostra depende da variação

dos sinais serem superiores à variação dos ruídos.

26

As imagens formadas por Microscopia Eletrônica de Varredura são formadas

ponto a ponto, a partir de uma varredura e, devido ao fato deste tipo de imagem ter

profundidade de foco 300 vezes superior à Microscopia Óptica, é utilizada em

amostras com relevo irregular ou falho. Tais imagens são de caráter topográfico,

obtidas a partir de elétrons de menor energia (elétrons secundários) que colidem

com a superfície da amostra e por choques inelásticos “refletidos”. As imagens

geradas a partir de elétrons retroespalhados (“back scattered electrons”) informam

sobre a composição química superficial, ou seja, por contraste de peso atômico e

não mais por contraste topográfico. Assim, maior o número atômico maior a

intensidade de elétrons retroespalhados.

As amostras dentárias para ilustrarem este trabalho foram escolhidas em

função do melhor resultado remineralizante entre todos os obtidos. Tais fotografias

estão sendo efetivadas.

4.2.8. ANÁLISE DA ESTABILIDADE DAS SOLUÇÕES DE FLU ORETO DE SÓDIO

O primeiro teste de estabilidade para as soluções de fluoreto de sódio

seguiram as determinações preconizadas para genéricos, em condições aceleradas:

amostras das soluções foram mantidas em geladeira (t = 5º C), estufa (t = 40º C e

URar = 75 %) e temperatura ambiente.

Para a determinação do teor de fluoretos utilizou-se o método desenvolvido

por FRANT e ROSS JR. (1966), baseado na medida de diferença de potencial entre

o eletrodo indicador e um eletrodo combinado (de referência) . Mediu-se o potencial

da amostra, transformando-se em concentração de íon fluoreto, através de uma

curva padrão (reta de calibração) onde se relaciona o potencial (mV) e o log da

concentração de íon flúor (ppm). O doseamento foi procedido em 0, 15, 30, 60, 90,

120, 150, 180 dias.13

Um segundo teste de estabilidade está sendo realizado conforme determina a

Norma ISO 7.405:1.997 e ISO 10.993:1.998 sobre Produtos para Higiene Bucal,

que define como envelhecimento acelerado o armazenamento do enxaguatório

27

bucal à 40ºC por três meses à 75% ± 5% de URar com posterior doseamento do

teor de flúor.

As amostras foram submetidas a esta análise em 30 de julho de 2003 de onde

se deduz que os resultados estão em andamento.

4.2.9 ANÁLISE DA ESTABILIDADE DAS SOLUÇÕES DE AMINO FLUORETO

Como a aquisição deste princípio ativo ocorreu em fase posterior à do

fluoreto de sódio, a análise de estabilidade está em andamento, não estando

concluída até o presente momento.

28

5. RESULTADOS

5.1 RESULTADOS DA ANÁLISE DA MICRODUREZA

Os resultados obtidos das análises de microdureza de superfície para as

duas concentrações de flúor, com os três valores de pH, duas opções posológicas,

estão apresentados nas tabelas que se seguem de modo a fornecerem dados

quanto à dureza prévia do dente hígido; após desmineralização e subseqüente

remineralização em 5, 10, 15 e 20 dias de uso da solução proposta como

enxaguatório bucal à base de Fluoreto de Sódio e Aminofluoreto. Com estes dados

pode-se verificar a propriedade desmineralizante da solução utilizada; avaliar-se a

influência da concentração de flúor, variação de pH e adequação posológica na

capacidade remineralizante dos enxaguatórios propostos.

5.1.1 ANÁLISE DA MICRODUREZA DAS AMOSTRAS TEST ADAS COM

SOLUÇÕES À BASE DE FLUORETO DE SÓDIO

TABELA 1- ANÁLISE DA DES-REMINERALIZAÇÃO COM ENXAGU ATÓRIOS BUCAIS À

BASE DE FLUORETO DE SÓDIO (EXPERIMENTO 1)

AMOSTRAS CONCENTRAÇÃO pH POSOLOGIA HIGIDO DESM. REM.5ºDIA REM.10ºDIA REM.15ºDIA

1 202,5ppm 5,5 1xdia 339,22 37,10 98,60 133,60 63,20

2 202,5ppm 5,5 3xdia 335,50 30,00 74,80 106,90 73,20

3 202,5ppm 6,5 1xdia 352,32 29,70 87,60 114,90 69,50

4 202,5ppm 6,5 3xdia 357,10 17,40 87,70 103,50 87,70

5 202,5ppm 7,5 1xdia 375,18 37,90 94,20 131,70 67,30

6 202,5ppm 7,5 3xdia 369,86 28,80 98,20 123,80 86,90

7 247,5ppm 5,5 1xdia 360,84 21,20 89,30 108,80 72,00

8 247,5ppm 5,5 3xdia 333,08 37,30 87,50 122,40 74,30

9 247,5ppm 6,5 1xdia 335,74 82,80 100,90 108,80 84,10

10 247,5ppm 6,5 3xdia 289,30 29,70 108,70 136,00 0,00

11 247,5ppm 7,5 1xdia 355,26 121,90 129,90 185,60 73,50

12 247,5ppm 7,5 3xdia 347,82 98,40 128,30 224,90 69,00

Leitura de dureza Vickers (HV) média para carga 50gf

MICRODUREZA

29

Contrário às expectativas do experimento ocorreu desmineralização das

amostras dentárias no 15º dia de uso da solução remineralizante, o que, antes de

qualquer conclusão, motivou refazer todo o experimento, além de observar-se

atentamente cada etapa do protocolo proposto. Seguem-se os resultados do

segundo experimento realizado com os mesmos critérios do primeiro,

acrescentando-se apenas o 20º dia que não pode ser realizado no primeiro.

TABELA 2 - ANÁLISE DA DES-REMINERALIZAÇÃO COM ENXAG UATÓRIOS BUCAIS À

BASE DE FLUORETO DE SÓDIO (EXPERIMENTO 2)

AMOSTRAS CONCENTRAÇÃO pH POSOLOGIA HIGIDO DESM. REM.5ºDIA REM.10ºDIA REM.15ºDIA REM.20ºDIA

1 202,5ppm 5,5 1xdia 321,0 0,0 47,9 95,4 138,0 169,0

2 202,5ppm 5,5 3xdia 303,0 0,0 120,0 131,0 137,0 143,0

3 202,5ppm 6,5 1xdia 299,0 0,0 96,7 126,0 115,0 140,0

4 202,5ppm 6,5 3xdia 268,0 0,0 82,0 116,0 124,0 219,0

5 202,5ppm 7,5 1xdia 296,0 64,5 169,0 247,0 136,0 178,0

6 202,5ppm 7,5 3xdia 279,0 0,0 105,0 153,0 107,0 170,0

7 247,5ppm 5,5 1xdia 320,0 40,1 106,0 210,0 109,0 154,0

8 247,5ppm 5,5 3xdia 298,0 85,6 155,0 199,0 147,0 217,0

9 247,5ppm 6,5 1xdia 309,0 90,6 69,4 227,0 166,0 261,0

10 247,5ppm 6,5 3xdia 313,0 42,0 119,0 204,0 174,0 188,0

11 247,5ppm 7,5 1xdia 276,0 21,6 166,0 207,0 195,0 217,0

12 247,5ppm 7,5 3xdia 294,0 79,5 178,0 201,0 176,0 254,0

Leitura de dureza Vickers (HV) média para carga 50gf

Observa-se, novamente, a ocorrência de desmineralização no 15º dia de uso

da solução remineralizante com posterior remineralização no 20º dia.

Seguem-se os resultados da análise com as soluções à base de

aminofluoreto, seguindo o mesmo protocolo experimental:

MICRODUREZA

30

5.1.2 ANÁLISE DA MICRODUREZA DAS AMOSTRAS TESTADAS COM

SOLUÇÕES À BASE DE AMINOFLUORETOS

TABELA 3 - ANÁLISE DA DES-REMINERALIZAÇÃO COM ENXAG UATÓRIOS BUCAIS À BASE DE AMINOFLUORETO

AMOSTRAS CONCENTRAÇÃO pH POSOLOGIA HIGIDO DESM. REM.5ºDIA REM.10ºDIA REM.15ºDIA

1 202,5ppm 5,5 1xdia 212,0 92,5 74,1 144,0 173,0

2 202,5ppm 5,5 3xdia 250,0 194,0 52,4 105,0 118,0

3 202,5ppm 6,5 1xdia 280,0 62,1 46,6 99,3 142,0

4 202,5ppm 6,5 3xdia 237,0 187,0 0,0 117,0 147,0

5 202,5ppm 7,5 1xdia 174,0 82,1 0,0 125,0 145,0

6 202,5ppm 7,5 3xdia 209,0 85,1 55,8 90,5 127,0

7 247,5ppm 5,5 1xdia 252,0 45,4 30,4 97,5 155,0

8 247,5ppm 5,5 3xdia 261,0 84,9 0,0 192,0 164,0

9 247,5ppm 6,5 1xdia 215,0 60,2 28,6 86,2 153,0

10 247,5ppm 6,5 3xdia 127,0 45,2 0,0 106,0 158,0

11 247,5ppm 7,5 1xdia 153,0 46,1 119,0 183,0 156,0

12 247,5ppm 7,5 3xdia 295,0 78,4 29,9 72,7 173,0

Leitura de dureza Vickers (HV) média para carga 50gf

5.2 RELAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÃO DE FLÚOR E MICRODURE ZA PARA O

ENXAGÜATÓRIO À BASE DE FLUORETO DE SÓDIO .

2

2.05

2.1

2.15

2.2

2.25

2.3

2.35

2.4

2.45

1 e 7 2 e 8 3 e 9 4 e 10 5 e 11 6 e 12

202,5ppm

247,5ppm

As leituras da microdureza foram transformadas em l ogaritmos e no eixo das abscissas estão referenciadas as amostras.

MICRODUREZA

31

5.3 RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES pH E MICRODUREZAS DAS AMOSTRAS

TESTADAS COM SOLUÇÃO DE FLUORETO DE SÓDIO.

5.4 RELAÇÃO ENTRE POSOLOGIA E MICRODUREZA DAS AMOST RAS TESTADAS COM SOLUÇÃO À BASE DE FLUORETO DE SÓDIO

2

2.05

2.1

2.15

2.2

2.25

2.3

2.35

2.4

2.45

1 e 2 3 e 4 5 e 6 7 e 8 9 e 10 11 e 12

1xdia

3xdia

2

2.05

2.1

2.15

2.2

2.25

2.3

2.35

2.4

2.45

1, 3 e 5 2, 4 e 6 7, 9 e 11 8, 10 e 12

pH 5,5

pH 6,5

pH 7,5

As leituras da microdureza foram transformadas em l ogaritmos e no eixo das abscissas estão referenciadas as amostras.

32

As leituras da microdureza foram transformadas em l ogaritmos e no eixo das abscissas estão referenciadas as amostras.

33

5.5 GRÁFICO COMPARATIVO DAS AMOSTRAS TRATADAS COM F LUORETO DE SÓDIO.

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

HIGIDO DESM. REM.5ºDIA REM.10ºDIA REM.15ºDIA REM.20ºDIA

1 202,5ppm 5,5 1xdia 2 202,5ppm 5,5 3xdia 3 202,5ppm 6,5 1xdia 4 202,5ppm 6,5 3xdia

5 202,5ppm 7,5 1xdia 6 202,5ppm 7,5 3xdia 7 247,5ppm 5,5 1xdia 8 247,5ppm 5,5 3xdia

9 247,5ppm 6,5 1xdia 10 247,5ppm 6,5 3xdia 11 247,5ppm 7,5 1xdia 12 247,5ppm 7,5 3xdia

34

5.6 RELAÇÃO ENTRE CONCENTRAÇÃO DE FLÚOR E MICRODURE ZA PARA O

ENXAGÜATÓRIO À BASE DE AMINOFLUORETO.

5.7 RELAÇÃO ENTRE DIFERENTES pH E MICRODUREZAS DAS AMOSTRAS TESTADAS COM SOLUÇÃO DE AMINOFLUORETO.

1.95

2

2.05

2.1

2.15

2.2

2.25

2.3

1, 3 e 5 2, 4 e 6 7, 9 e 11 8, 10 e 12

5,5

6,5

7,5

1.95

2

2.05

2.1

2.15

2.2

2.25

2.3

1 e 7 2 e 8 3 e 9 4 e 10 5 e 11 6 e 12

202,5ppm 247,5ppm

As leituras da microdureza foram transformadas em l ogaritmos e no eixo das abscissas estão referenciadas as amostras.

As leituras da microdureza foram transformadas em l ogaritmos e no eixo das abscissas estão referenciadas as amostras.

35

5.8 RELAÇÃO ENTRE POSOLOGIA E MICRODUREZA DAS AMOST RAS TESTADAS COM SOLUÇÃO À BASE DE AMINOFLUORETO

1.95

2.00

2.05

2.10

2.15

2.20

2.25

2.30

1 e 2 3 e 4 5 e 6 7 e 8 9 e 10 11 e 12

1xdia

3xdia

As leituras da microdureza foram transformadas em l ogaritmos e no eixo das abscissas estão referenciadas as amostras.

36

5. 9 GRÁFICO COMPARATIVO DAS AMOSTRAS TRATADAS COM AMINOFLUORETO

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

HIGIDO DESM. REM.5ºDIA REM.10ºDIA REM.15ºDIA

1 202,5ppm 5,5 1xdia 2 202,5ppm 5,5 3xdia 3 202,5ppm 6,5 1xdia 4 202,5ppm 6,5 3xdia

5 202,5ppm 7,5 1xdia 6 202,5ppm 7,5 3xdia 7 247,5ppm 5,5 1xdia 8 247,5ppm 5,5 3xdia

9 247,5ppm 6,5 1xdia 10 247,5ppm 6,5 3xdia 11 247,5ppm 7,5 1xdia 12 247,5ppm 7,5 3xdia

37

5.10 - RESULTADO DOS TESTES DE ESTABILIDADE DAS SOL UÇÕES DE

FLUORETO DE SÓDIO

As soluções de Fluoreto de Sódio apresentaram os seguintes resultados

quanto ao teor de princípio ativo em condições ambientais e adversas (geladeira e

estufa), permitindo sua avaliação quanto à estabilidade:

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -17.9 50 1.69897 -0.1 10 1 41.6

5 0.69897 59.5 1 0 99.7

Valor que multiplica X -58.932

Valor que soma 100.18

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente – Inicial

Nome do Produto Teste Realizado mV da

Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 2/25/2002 84.1 187.438

pH 5,5 - 247,5 ppm 2/25/2002 79.1 227.877

pH 6,5 - 202,5 ppm 2/25/2002 82.7 197.976

pH 6,5 - 247,5 ppm 2/25/2002 78.3 235.112

pH 7,5 - 202,5 ppm 2/25/2002 82.3 201.095

pH 7,5 - 247,5 ppm 2/25/2002 77.5 242.577

38

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.8 50 1.69897 -3.5 10 1 44.5

5 0.69897 63.4 1 0 99.8

Valor que multiplica X -58.993

Valor que soma 101.77

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente - 15 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 82.0 216.334

pH 5,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 81.2 223.196

pH 6,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 84.6 195.457

pH 6,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 80.4 230.275

pH 7,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 84.9 193.182

pH 7,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 80.4 230.275

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -4.9 50 1.69897 12.2

1 0 100.4

Valor que multiplica X -52.399

Valor que soma 100.51

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente - 30 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F

pH 5,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 87.2 179.479

pH 5,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 85.5 193.400

pH 6,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 89.0 165.829

pH 6,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 85.0 197.696

39

pH 7,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 89.9 159.399

pH 7,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 85.7 191.707

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.9 50 1.69897 3.8 10 1 44.1

5 0.69897 62.1 1 0 100.1

Valor que multiplica X -57.175

Valor que soma 100.97

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente - 60 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 85.2 188.721

pH 5,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 80.2 230.819

pH 6,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 84.7 192.559

pH 6,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 79.6 236.464

pH 7,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 84.8 191.786

pH 7,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 80.0 232.685

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.0 50 1.69897 4.6 10 1 45.2

5 0.69897 63.2 1 0 103.0

Valor que multiplica X -58.083

Valor que soma 103.31

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente - 90 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 86.3 196.271

pH 5,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 81.0 242.162

pH 6,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 84.6 209.955

pH 6,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 80.9 243.124

pH 7,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 85.1 205.834

40

pH 7,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 83.2 221.936

4 Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.9 50 1.69897 3.8 10 1 44.3

5 0.69897 62.5 1 0 101.5

Valor que multiplica X -57.843

Valor que soma 102.08

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente - 120 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 85.8 191.184

pH 5,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 80.5 236.091

pH 6,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 84.6 200.538

pH 6,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 79.5 245.678

pH 7,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 84.4 202.141

pH 7,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 79.1 249.622

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -14.9 50 1.69897 2.8 10 1 43.8

5 0.69897 61.1 1 0 101.1

Valor que multiplica X -58.044

Valor que soma 101.44

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente - 150 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 85.1 191.210

pH 5,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 79.0 243.558

pH 6,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 83.6 202.933

pH 6,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 79.2 241.634

pH 7,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 83.3 205.363

41

pH 7,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 78.7 246.474

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -15.4 50 1.69897 1.7 10 1 42.1

5 0.69897 60.0 1 0 98.7

Valor que multiplica X -57.258

Valor que soma 99.235

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Ambiente - 180 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 83.1 191.335

pH 5,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 87.2 162.252

pH 6,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 84.5 180.861

pH 6,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 79.0 225.632

pH 7,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 77.7 237.741

pH 7,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 77.5 239.661

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.8 50 1.69897 -3.5 10 1 44.5

5 0.69897 63.4 1 0 99.8

Valor que multiplica X -58.993

Valor que soma 101.77

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Estufa - 15 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 85.2 190.933

pH 5,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 80.7 227.594

pH 6,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 85.4 189.448

pH 6,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 80.2 232.079

42

pH 7,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 86.0 185.063

pH 7,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 80.8 226.708

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -4.9 50 1.69897 12.2

1 0 100.4

Valor que multiplica X -52.399

Valor que soma 100.51

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Estufa - 30 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 91.1 151.211

pH 5,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 86.3 186.719

pH 6,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 90.4 155.935

pH 6,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 86.1 188.367

pH 7,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 90.8 153.218

pH 7,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 86.6 184.274

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.9 50 1.69897 3.8 10 1 44.1

5 0.69897 62.1 1 0 100.1

Valor que multiplica X -57.175

Valor que soma 100.97

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Bu cal - Estufa - 60 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 85.0 190.247

pH 5,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 80.1 231.750

pH6,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 84.6 193.337

43

pH 6,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 79.7 235.513

pH7,5 -202,5 ppm 4/29/2002 84.6 193.337

pH 7,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 79.0 242.247

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.0 50 1.69897 4.6 10 1 45.2

5 0.69897 63.2 1 0 103.0

Valor que multiplica X -58.083

Valor que soma 103.31

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Estufa - 90 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 86.8 192.419

pH 5,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 81.3 239.299

pH 6,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 85.7 200.996

pH 6,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 80.8 244.089

pH 7,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 86.0 198.619

pH 7,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 80.9 243.124

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.9 50 1.69897 3.8 10 1 44.3

5 0.69897 62.5 1 0 101.5

Valor que multiplica X -57.843

Valor que soma 102.08

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Estufa - 120 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 86.3 187.416

44

pH 5,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 80.8 233.288

pH 6,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 85.4 194.253

pH 6,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 80.5 236.091

pH 7,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 87.1 181.542

pH 7,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 80.4 237.032

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -14.9 50 1.69897 2.8 10 1 43.8

5 0.69897 61.1 1 0 101.1

Valor que multiplica X -58.044

Valor que soma 101.44

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Estufa - 150 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 84.9 192.733

pH 5,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 79.8 235.950

pH 6,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 83.2 206.179

pH 6,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 78.8 245.499

pH 7,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 83.6 202.933

pH 7,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 78.8 245.499

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -15.4 50 1.69897 1.7 10 1 42.1

5 0.69897 60.0 1 0 98.7

Valor que multiplica X -57.258

Valor que soma 99.235

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Estufa - 180 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

45

pH 5,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 83.6 187.526

pH 5,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 82.2 198.387

pH 6,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 82.2 198.387

pH 6,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 78.2 233.009

pH 7,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 77.9 235.837

pH 7,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 77.5 239.661

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.8 50 1.69897 -3.5 10 1 44.5

5 0.69897 63.4 1 0 99.8

Valor que multiplica X -58.993

Valor que soma 101.77

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Geladeira - 15 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 84.3 197.759

pH 5,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 79.9 234.813

pH 6,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 85.1 191.680

pH 6,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 80.5 229.378

pH 7,5 - 202,5 ppm 3/12/2002 85.5 188.710

pH 7,5 - 247,5 ppm 3/12/2002 79.1 242.261

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -4.9 50 1.69897 12.2

1 0 100.4

Valor que multiplica X -52.399

Valor que soma 100.51

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Geladeira - 30 dias

46

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 91.2 150.548

pH 5,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 87.0 181.063

pH 6,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 91.0 151.877

pH 6,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 86.5 185.085

pH 7,5 - 202,5 ppm 3/28/2002 90.8 153.218

pH 7,5 - 247,5 ppm 3/28/2002 86.7 183.466

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.9 50 1.69897 3.8 10 1 44.1

5 0.69897 62.1 1 0 100.1

Valor que multiplica X -57.175

Valor que soma 100.97

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Geladeira - 60 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 85.9 183.475

pH 5,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 80.4 228.967

pH 6,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 84.5 194.117

pH 6,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 79.5 237.418

pH 7,5 - 202,5 ppm 4/29/2002 84.9 191.015

pH 7,5 - 247,5 ppm 4/29/2002 80.5 228.047

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.0 50 1.69897 4.6 10 1 45.2

5 0.69897 63.2 1 0 103.0

Valor que multiplica X -58.083

Valor que soma 103.31

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Geladeira - 90 dias

47

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F

pH 5,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 87.4 187.896

pH 5,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 81.6 236.470

pH 6,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 85.7 200.996

pH 6,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 81.0 242.162

pH 7,5 - 202,5 ppm 6/3/2002 86.2 197.051

pH 7,5 - 247,5 ppm 6/3/2002 81.2 240.249

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -13.9 50 1.69897 3.8 10 1 44.3

5 0.69897 62.5 1 0 101.5

Valor que multiplica X -57.843

Valor que soma 102.08

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Geladeira - 120 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 86.2 188.164

pH 5,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 80.7 234.219

pH 6,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 84.7 199.742

pH 6,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 80.3 237.978

pH 7,5 - 202,5 ppm 6/28/2002 84.7 199.742

pH 7,5 - 247,5 ppm 6/28/2002 80.1 239.880

Valor de ppm

Log de ppm

Valores de mV

100 2 -14.9 50 1.69897 2.8 10 1 43.8

5 0.69897 61.1 1 0 101.1

Valor que multiplica X -58.044

Valor que soma 101.44

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Geladeira - 150 dias

48

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F

pH 5,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 84.4 196.594

pH 5,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 79.4 239.724

pH 6,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 83.7 202.130

pH 6,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 78.7 246.474

pH 7,5 - 202,5 ppm 7/26/2002 83.8 201.329

pH 7,5 - 247,5 ppm 7/26/2002 78.7 246.474

Valor de ppm

Log de ppm Valores de mV

100 2 -15.4 50 1.69897 1.7 10 1 42.1

5 0.69897 60.0 1 0 98.7

Valor que multiplica X -57.258

Valor que soma 99.235

Fator de Diluição 100

Dosagem de Flúor (F-) - Solução para Enxaguatório Buc al - Geladeira - 180 dias

Nome do Produto Teste Realizado mV da Amostra Resultado (ppm de F -)

pH 5,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 83.5 188.282

pH 5,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 82.6 195.221

pH 6,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 83.5 188.282

pH 6,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 78.5 230.215

pH 7,5 - 202,5 ppm 9/4/2002 78.2 233.009

pH 7,5 - 247,5 ppm 9/4/2002 77.3 241.596

49

6.DISCUSSÃO

Para o estudo realizado foram escolhidas amostras dentárias inclusas que

não tivessem sofrido qualquer interferência do ambiente bucal no intuito de evitar-se

a presença de outras variáveis, tais como ação salivar, contato com alimentos que

pudessem influenciar o processo de des-remineralização, que ocorre naturalmente

na superfície dentária.

Sabe-se que a saliva apresenta capacidade remineralizante por fornecer

elementos tais como cálcio e fosfatos que facilitam a deposição de fluoreto de cálcio

na superfície dentária, já que o cálcio pode ser fornecido pelo próprio esmalte dental

e isto significaria remineralização, interferindo desse modo nos resultados obtidos.

Outra forma de interferência da saliva sobre os dentes decorre de sua

composição e intensidade, fatores estes que são capazes tanto de desmineralizar

quanto de remineralizar. Assim, quando a saliva for rica em fosfatos e cálcio e

apresentar fluxo fisiológico regular, favorecerá a remineralização; o contrário

promoveria a desmineralização.

Os alimentos têm influência direta sobre o processo de des-remineralização

já que o teor de carboidratos fermentáveis varia nos alimentos de modo a permitir o

ataque bacteriano sobre a superfície dentária. A elevada viscosidade de alguns

alimentos propicia a permanência, por tempo prolongado, do alimento sobre a

superfície do dente, fornecendo substrato para o metabolismo bacteriano nocivo aos

dentes.

Evidentemente não há padronização quanto ao conteúdo mineral dos dentes

empregados no trabalho e isso se apresenta como condição importante que merece

ser discutida e avaliada, pois as diferenças do conteúdo mineral dos dentes

50

utilizados decorre de parâmetros inerentes aos dentes: idade do paciente, sexo,

idade do dente e condições de mineralização deles.

Assim é possível prever-se que também a condição de des-remineralização

não possa ser igual para todos os dentes. Outro fator a ser analisado é que a parte

orgânica que recobre o dente, biofilme dental, pode não estar presente, pelo fato de

serem inclusos, e conseqüentemente não podendo servir de barreira ao ataque da

solução desmineralizante, nem mesmo servir de suporte aos íons de depósito para o

tratamento remineralizante.

O aparato mimetizador da cavidade bucal atendeu ao protocolo proposto

permitindo o contato contínuo da soluções em estudo com as amostras dentárias

preparadas para o experimento. Inicialmente, tal proposição não ocorria devido ao

fato de que o aparato mostrava-se na posição horizontal, no ponto de fixação dos

dentes, deixando com que as amostras ficassem por mais tempo do que o

determinado, em contato com as soluções desmineralizante e remineralizante.

As amostras dentárias foram mantidas em água purificada quando não

estavam recebendo o tratamento des-remineralizante devido ao fato de que, em

condições fisiológicas, os dentes ficam banhados pelo suco salivar e, neste estudo,

manteve-se a umidade sobre a superfície dentária sem, contudo, ter ação

interferente da saliva. Além disso, uma superfície mineral seca pode fragmentar-se

com mais facilidade, alterando-se a leitura de microdureza de sua superfície.

A desmineralização com a solução de ácido lático foi efetiva, mostrando que

o ataque ácido dos tecidos dentários faz com que estes sofram considerável perda

mineral e, conseqüente redução da dureza. Observa-se que em alguns casos não se

obteve sequer leitura de microdureza das amostras, decorrente do tipo de solução

desmineralizante utilizada, tempo de contato entre as amostras dentárias e a

solução desmineralizante, natureza mineralográfica de dentes inclusos e/ou a

somatória de todos estes fatores.

Observa-se a existência de uma ação desmineralizante residual, mesmo em

presença do contato com solução remineralizadora. O fluoreto de cálcio que se

forma sobre o esmalte dentário tem sua origem a partir do cálcio cedido pelo líquido

51

salivar e torna-se um precursor para aumentar a resistência, inibir a

desmineralização e potencializar a remineralização.Tal fato não se observa neste

experimento, exatamente pela ausência do cálcio e pela verificação de leituras de

dureza oscilantes.

A avaliação da dureza pelo método Vickers mostrou ser uma metodologia

bastante eficaz para a quantificação dos processos de des-remineralização, já que a

variação nas leituras mostrou-se significativamente presente.

Os resultados mostram que as diferentes soluções de fluoreto de sódio

apresentaram capacidade remineralizadora similares, considerando-se os valores de

dureza obtidos, com razoável melhora no ganho mineral, pelo tecido dentário, para

as soluções de fluoreto de sódio contendo 247 ppm, pH = 6,5 aplicada 3x/dia

(amostra de nº 10) e para a solução de fluoreto de sódio contendo 247 ppm, pH =

7,5 aplicada 3x/dia (amostra de nº 12) do segundo experimento.

As soluções de fluoreto de sódio apresentaram-se estáveis até 180 dias após

o seu preparo frente ao envelhecimento acelerado e o segundo teste de estabilidade

está em andamento.

As soluções à base de aminofluoreto apresentaram dificuldades

farmacotécnicas para a preparação mostrando-se opacas e perolizadas, exigindo a

necessária correção, solubilização prévia do aminofluoreto em 10% de álcool

absoluto a 37ºC, de modo a estabilizar a preparação. Observou-se que ao baixar o

pH para 5,5, obteve-se uma solução estável e límpida; porém, quando se eleva o pH

para 7,5, de modo a obedecer ao protocolo proposto para o experimento, a solução

volta a instabilizar-se e, portanto, somente poder-se-á avaliar quanto à eficácia

remineralizante da mesma.

A remineralização apresentada pelas soluções de aminofluoreto mostrou-se

mais eficaz e estável quando comparada às soluções de fluoreto de sódio devido,

provavelmente, ao comportamento e estrutura química da molécula de

aminofluoreto, principalmente pela sua característica de aderência à superfície

52

dentária, garantindo maior tempo de ação remineralizante, com maior probabilidade

de cedência do íon.

O potencial cariostático das aplicações tópicas de flúor está relacionado com

a habilidade dos produtos em precipitar fluoreto de cálcio, bem como da sua

retenção a longo prazo sobre a superfície dentária. Assim, verifica-se que nos

dentifrícios, devido à possibilidade de apresentarem, conforme legislação, uma

quantidade significativamente superior de flúor terá um comportamento

remineralizante consideravelmente superior ao apresentado pelo enxaguatório bucal

O modo de aplicação de um produto fluoretado pode disponibilizar o íon

em maior ou menor quantidade, intensificando a ação remineralizante do produto.

Assim, o dentifrício ao ser aplicado, age mecanicamente sobre a superfície dentária

de modo a arrastar impurezas promovendo, além de limpeza, a facilidade de

interação da superfície dentária com o íon fluoreto. O enxaguatório, por sua vez,

pode apresentar em sua formulação, uma concentração bastante inferior de íons

fluoreto, além de sua aplicação ser em forma de enxágüe, o que pode, muitas vezes,

limitar-se por substâncias que recobrem os dentes de modo a dificultar o contato da

solução com a superfície dos mesmos.

É de esperar-se, portanto, que a ação remineralizante dos enxaguatórios

estudados deve ser menor que aquela promovida por um dentifrício. No entanto, sua

ação não deve ser desprezada e sim, otimizado seu uso.

Enquanto na formulação de um dentifrício aparecem agentes de fixação,

formadores de filme, favorecendo a ação terapêutica, no enxaguatório a saliva pode,

rapidamente, molhar o dente e dificultar o contato da solução e, evidentemente, de

seus componentes. O mesmo pode ser pensado com relação ao usuário que dilui,

por vezes de modo errôneo, a solução enxaguatória, reduzindo ainda mais sua

eficácia. E ainda, pode haver também, um estímulo à salivação, principalmente por

se tratar da presença de flavorizantes à base de menta na formulação, o que,

segundo PADER (1.989), estimula as glândulas salivares.

53

Sugere-se que futuros estudos “in vitro” somem os demais íons que

participam do processo de remineralização, a saber cálcio e fosfato, de modo que

garanta maior proximidade do que ocorre “in vivo”.

7. CONCLUSÕES PRELIMINARES

• O aparelho mimetizador da cavidade bucal apresentou bom desempenho

para as necessidades experimentais propostas.

• As formulações de fluoreto de sódio mostraram-se estáveis, de

farmacotécnica simplificada e eficazes no que se refere ao processo

remineralizante.

• A estabilidade das soluções de fluoreto de sódio foi estimada como superior r

a dois anos.

• As formulações de aminofluoreto quanto à eficácia na ação remineralizante,

mostraram-se superiores em relação ao fluoreto de sódio.

• As formulações de aminofluoreto são estáveis em valores de pH mais baixos,

instabilizando em valores superiores a 6,5 mostrando a necessidade de

futuros estudos farmacotécnicos quanto à estabilidade.

• A análise dos resultados dessa pesquisa conduzem aos seguintes

raciocínios:

§ talvez a melhor condição e objetivo deveria ser uma comparação de

atividade entre o dentifrício contendo aminofluoreto com o enxaguatório

contendo o mesmo princípio ativo, ou seja, a mesma fonte de flúor;

54

§ a aplicação da metodologia para a verificação do processo da des-

remineralização é ideal para a forma farmacêutica dentifrício, porém muito

drástica para a forma enxaguatório bucal;

§ há necessidade de adequação de metodologia em função da menor

quantidade de íon flúor permitida pela legislação para enxaguatório bucal.

§ há a necessidade de redefinir-se o tipo de solução desmineralizante ou seu

tempo de ação sobre a superfície dentária, assim como o tempo de exposição

para a solução remineralizante.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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