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1 NOÇÕES DE ECONOMIA DAS ORGANIZAÇÕES E ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL LES 452 - ECONOMIA E GESTÃO DO AGRONEGÓCIO Sílvia Helena Galvão de Miranda LES/ESALQ/USP LES – ESALQ/USP Março/2008

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NOÇÕES DE ECONOMIA DAS ORGANIZAÇÕES E ORGANIZAÇÃO

INDUSTRIAL

LES 452 - ECONOMIA E GESTÃO DO AGRONEGÓCIOSílvia Helena Galvão de Miranda

LES/ESALQ/USP

LES – ESALQ/USP

Março/2008

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ROTEIRO

1) Visão Econômica dos negócios - Análise do ambiente de negócios

2) Organização Industriala. Estruturab. Conduta c. Desempenho

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BIBLIOGRAFIA Cap. 2 e 3: ZYLBERSZTAJN, D. & NEVES, M.F. (Org.) 2000.

Economia e Gestão dos Negócios Agroalimentares. São Paulo: Ed. Pioneira, 428 p.

Cap 5 e 6. FARINA, M.M. Q.; AZEVEDO, P.F.; SAES, M.S.M. Competitividade: mercado, estado e organizações. São Paulo: Editora Singular, 1997.

NELLIS, J. ; PARKER, D. Princípios de Economia para os Negócios. São Paulo: Futura. 2003. 503p.

MORAES, M. Material disciplina LES 560 Comercialização Agrícola. 2001

MARQUES, P.; AGUIAR, D. Comercialização de Produtos Agrícolas. São Paulo: EDUSP, 1993. p. 93-133.

CAVES, R. Estrutura Industrial Americana. Rio de Janeiro: Zahar Editores. 1967

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Modelo de 5 forças de Porter

• Ambiente competitivo e lucratividade das empresas são determinados pelas seguintes forças:– Poder de negociação dos compradores: grau de influência

exercido pelos compradores na definição de preços– Poder de negociação dos fornecedores (insumos):

concorrência entre fornecedores, o que determina o preço de insumos à empresa

– Ameaça de novos participantes potenciais no mercado: grau de disputabilidade do mercado, ou até que ponto as empresas são capazes de entrar no mercado e disputar consumidores

– Ameaça de produtos ou serviços substitutos– Grau de concorrência (rivalidade do mercado)

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Análise do ambiente externo da empresa

• Análise PEST: identificar as principais questões e tendências com impacto sobre os mercados e setores em que a empresa atua (ameaças e oportunidades). – Fatores políticos– Fatores econômicos– Fatores sociais e– Fatores tecnológicos.

• Partindo dessa análise – avaliação interna dos pontos fortes e fracos da firma, indústria, setor, país etc - ANÁLISE SWOT (Pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças)

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Focalizando – Ambiente Competitivo

1- Desenvolvimento de conceitos sobre formação da estrutura de mercado = é o espaço de troca entre compradores e vendedores; também é o espaço de concorrência entre as firmas que disputam os recursos dos consumidores de um determinado conjunto de produtos substitutos entre si.

2 - Mercado relevante

3 - Sistema de preços

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Mercado RelevanteMercado Relevante

Dois critérios para delimitar o mercado relevante:a) conjunto de produtos considerados substitutos

suficientemente próximos - escolha do consumidor influenciada por seus respectivos preços e atributos de qualidade.– Exemplo: os leites pasteurizado e longa vida fazem parte do

mesmo mercado? Se o preço do leite longa vida subir 10%, a demanda por pasteurizado subirá? Se sim, ambos estarão no mesmo mercado embora não sejam substitutos perfeitos.

b) Escopo geográfico: o mercado relevante pode ser de âmbito local, regional, nacional ou global. – Ex: soja = mercado global e leite pasteurizado = local

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Delimitação de mercado pode se Delimitação de mercado pode se alterar com o tempo: alterar com o tempo:

• Mudanças tecnológicas de conservação de alimentos e de transporte – Exemplo: leite UHT trazido do RS para SP. O

mercado relevante de fluidos se amplia se ambos forem considerados substitutos próximos.

• Mudanças de caráter institucional: abertura comercial ou formação de blocos econômicos.

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    Características das transaçõesa) Frequência:– Reputação: Importante para salvaguardas

contratuais. Permite atribuir um valor ao comportamento não-oportunístico dos agentes, permitindo rebaixar os Custos de Transação

b)  Incerteza: associada a efeitos não-previsíveis, (não têm uma função de probabilidade conhecida). – Pode levar ao rompimento contratual não-oportunístico

c) Especificidade de ativos: perda de valor dos ativos envolvidos em determinada transação, no caso da sua não concretização ou do rompimento contratual.

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Características dos agentes• Na teoria econômica neoclássica: agentes

não agem oportunisticamente e são racionais. Diferente na economia dos C.T.– Oportunismo: Williamson define como “a busca do auto

interesse com avidez” = importante para definir a arquitetura dos contratos.

• 3 razões para a continuidade dos contratos: reputação; garantias legais; princípios éticos (código de conduta definido pelo grupo, é um contrato tácito entre os agentes).

– Racionalidade limitada: Williamson considera que os agentes desejam ser racionais (interpretam corretamente o ambiente de decisão), mas só o são parcialmente.

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Atributos dos produtos agrícolas:a)  Perecibilidade: especificidade temporal é conferida aos produtos = determinantes das formas organizações das transações.

b) Baixa relação valor-peso: localização geográfica passa a ser um ativo muito específico. A especificidade temporal agrava a especificidade locacional (Masten, 1991).

a e b explicam a utilização quase generalizada de contratos formais entre os segmentos agrícola e industrial da laranja

c) Dispersão geográfica produção agrícola + disparidades processos produtivos - elevados custos de administração interna: ineficiência da integração

vertical entre os segmentos agrícola e industrial. - Predomínio Contratos L.P. quando especificidade ativos é grande.

d)  especificidades físicas e humanas, complexidade, incerteza e similaridade de processos dependem de características particulares de cada transação

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Eficiência e Organizações

• Williamson: a firma (estrutura de governança das transações) pode definir se tratará o contrato como uma pura relação de mercado; uma forma contratual mista ou se há necessidade de integração vertical (minimização de custos de produção + custos de transação). Formas de governança

• Escolha da forma de governança: – especificidade dos ativos baixa: governança

contratual pode ser fraca - transação efetuada no mercado. Sistema de preços

– Casos intermediários: denominados de formas de governança mista ou contratual. São as formas mais comuns.

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I – ESTRUTURA – CONDUTA-DESEMPENHOI – ESTRUTURA – CONDUTA-DESEMPENHO

•Koch (1980): Estrutura de mercado - elementos estratégicos do meio ambiente que influenciam e são influenciados pela conduta e pelo desempenho da firma no mercado em que ela opera

– estrutura de análise e variáveis para avaliar um mercado –

• Importante para Empresa: conhecer as condições do mercado em que atua

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ESTRUTURA-CONDUTA-ESTRUTURA-CONDUTA-DESEMPENHODESEMPENHO

•Condições básicas da oferta e demanda formam a estrutura de mercado

•Em função da estrutura as firmas adotam determinadas condutas

•A conduta afeta o desempenho daquele mercado

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ESTRUTURAS DE MERCADO AGROINDUSTRIAIS

3 formas básicas de organização de mercados:

a) Competição perfeita

b) Monopólio

c) Oligopólio

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Competição perfeitaCompetição perfeita• Grande número de vendedores e

compradores (cada um com pequena parcela de mercado);

• Informação Perfeita• Produto homogêneo (sem diferenciação na

visão dos compradores)• Perfeita mobilidade dos fatores de

produção entre as alternativas de produtos• Livre entrada e saída do mercado.

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Competição perfeitaCompetição perfeita

Consequência: ausência efetiva de poder de mercado = habilidade de influenciar preços e quantidades do mercado

• Competição Perfeita: lucro > 0 somente no curto-prazo.

• Preço uniforme;• Não existe propaganda porque não existe

diferenciação do produto;

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Competição Perfeita

• Exemplo: commodities agrícolas

• Em mercados competitivos, a concorrência de preços é o principal instrumento, exigindo controle de custos de produção, logística de suprimento e distribuição.

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MonopólioMonopólio• Um único vendedor do produto

• Produto sem substituto próximo; monopolista: restringe a produção abaixo do

ótimo, causa má alocação dos recursos do ponto de vista social

• Existem barreiras à entrada de outras empresas

Poder de monopólio = existe quando um produtor ou grupo de produtores tem capacidade de restringir produto e elevar preços acima do nível de concorrência, sem perder todos seus clientes. Ajuste pela formação e liberação de estoques.

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Monopólio NaturalMonopólio NaturalMonopólio natural = estrutura de mercado onde uma

firma opera com tamanho eficiente, em decorrência de elevadas economias de escala/escopo ou de economias de rede. Concentra-se nos chamados negócios de utilidades públicas

No Brasil (antes da privatização) : monopólios em– Telefonia

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OligopólioOligopólio• Poucas empresas operando no mercado;• Produtos homogêneos ou levemente

diferenciados;• Existência de propaganda (concorrência extra

preço);• Existem barreiras de entrada e/ou à saída;• Determinação de preço: com base na resposta

dos concorrentes e impossibilidade de outras empresas atuarem no mercado

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OligopólioOligopólioFormação de preços: firmas oligopolistas podem

afetar preços de mercado as decisões das firmas não são independentes: suas

ações afetam as demais cada firma tem que estar atenta às decisões das demais vinculação da política de preços com objetivos

dinâmicos; relação entre preços, custos e barreiras à entrada; rigidez de preços verificada em oligopólios

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OligopólioOligopólio• Capacidade de fixar preços por meio do controle

da oferta no oligopólio depende de duas variáveis: existência de barreiras à entrada e capacidade de coordenação entre os oligopolistas.

• Coalizão tácita entre as firmas, seguindo as estratégias das líderes, exige uma excelente condição de coordenação.

• Coordenação expressa – cartel: efeito prático no mercado é o mesmo, mas o cartel tem custos maiores para sua preservação. – Lei nº 8884/94, artigo 21

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OligopólioOligopólioOutros estudos: objetivos das firmas oligopolistas estão +

ligados à aspectos dinâmicos do que à maximização de lucros curto prazo (T. Neoclássica)

Objetivos:– maximização das vendas ou lucros no longo prazo– aumento da parcela de mercado (market-share)– manutenção das barreiras

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OligopólioOligopólioOperacionalmente:

ações coordenadas: formação de cartéis

ação descoordenada: competição extra-preço (“guerra de preços):

– publicidade, –diferenciação do produto, –atendimento ao cliente,– assistência técnica, etc.

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Quadro – Classificação dos mercadosQuadro – Classificação dos mercadosCompetitivos Mercado fragmentado, produto

homogêneo, ou com baixa diferenciação, ausência de barreiras técnicas de entrada (ex: commodities agrícolas).

Oligopólios concentrados

Elevada concentração, produto homogêneo ou de baixa diferenciação, elevadas barreiras técnicas (ex: fertilizantes)

Oligopólios diferenciados

Elevada concentração, produto diferenciado, barreira de diferenciação reforçando barreiras técnicas (ex: tratores)

Oligopólios competitivos

Alta concentração com presença de franja competitiva, produtos diferenciados, barreiras de diferenciação (ex: alimentos industrializados)

Monopólios naturais

Em geral associados a serviços de utilidade pública, como distribuição de água, luz, rede de esgotos.

Fonte: Farina, In: Zylbersztajn & Neves (2000)

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Barreiras à entradaBarreiras à entradaImperfeições de mercadoImperfeições de mercado lucros anormaisSe existem lucros anormais, o que impede

que novas firmas entrem no mercado?

barreiras à entrada e à saída DefiniçãoDefinição: Referem-se aos custos

diferenciais que devem ser incorridos pelos ingressantes potenciais, mas que não afetam os concorrentes já estabelecidos.

A aquisição de uma firma já em operação no mercado não é considerada uma nova entrada, pois não adiciona

capacidade produtiva.

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Barreiras à entrada: fator mais importante manutenção de estrutura imperfeita de mercado

• condições de demanda: diferenciação dos produtos, lealdade dos consumidores

• controle da oferta de insumos• fatores legais e institucionais (licenças de

funcionamento)• economias de escala (ganhos de escala x bem-estar)• requerimento de capital• fatores tecnológicos• acesso aos canais de distribuição

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• Vantagens competitivas das firmas estabelecidas podem, também, operar como impedimentos à entrada: contratos preestabelecidos com fornecedores ou redes de distribuição, licenças e patentes, efeitos de curvas de aprendizado e vantagens de pioneirismo.

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Economias de EscalaDefinição: Existe economia de escala

quando o custo unitário decresce com o aumento da capacidade de produção.

Decorre, em geral, da possibilidade de especialização de funções, indivisibilidades tecnológicas, economias de reserva de massa e vantagens pecuniárias associadas à aquisição de matérias-primas, financiamentos.

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SAG do leite – Economias de Escala

Fonte: Fonte: Leite Brasil, ano XIII, n.7, ago/1998, p. 26. Farina, in: Zylbersztajn & Neves (2000)

Indivisibilidades x Vantagens de custo Custo de tanques de expansão

Capacidade (em l) Preço unitário (R$) Custo por litro 330 2062 6,24 550 3094 5,62 1100 3639 3,31 1600 4584 2,86 2200 5464 2,48

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EUA - Indústria de cervejas – Número total

ANO Nº DE PLANTAS

1947 465

1954 310

1958 252

1963 211

1967 154

1974 108

1978 96

1983 80

Fonte: Fonte: Carlton & Perloff (1990:50) apud Elzinga, 1986, p. 215 (Farina, 2000).

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EUA - Número de plantas na indústria de cervejas, por capacidade

Capacidade anual (milhares de barris)

1959 1971 1979

0-25 11 2 2

26-100 57 19 8

101-250 51 19 6

251-2000 88 67 26

2001-3000 5 9 6

3001-4000 3 3 7

4000+ 2 7 20

Fonte: Fonte: Carlton & Perloff (1990:50) apud Elzinga, 1986, p. 215 (Farina, 2000).

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Economia de Escala da Soja no CerradoEconomia de Escala da Soja no Cerrado100

90

80

70

60

60

4050 100 150 250 400 1000 2600 4000

83

55Índi

ce

Área (ha)

Custo de Produção (50 ha = 100)Custo de Produção (50 ha = 100)

Fonte: UNB Elaboração: RC.W

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• Definição: quando ativos produtivos (físicos ou humanos) são compartilháveis entre diferentes produtos, podem surgir vantagens de custo multiproduto. Existem Economias de Escopo quando Existem Economias de Escopo quando a produção conjunta de dois ou mais produtos a produção conjunta de dois ou mais produtos resulta em custo menor do que a produção resulta em custo menor do que a produção independente de cada um desses produtos.independente de cada um desses produtos.

• Insumos compartilhados• Explica a existência de firmas multiprodutos.

Exemplo: comercialização de leite longa vida e suco de frutas também longa vida.

Economias de Escopo

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Barreiras à mobilidadeBarreiras ou impedimentos à mobilidade: referem-se

aos diferentes grupos estratégicos que compõem uma indústria.

Grupos estratégicos = são definidos como clusters de firmas dentro da indústria que utilizam os mesmos ativos especializados e o mesmo conjunto de variáveis de concorrência. Distinguem-se pelas diferenças de estratégia competitiva.

Efeitos cumulativos de propaganda = efetivas barreiras à entrada no segmento de marcas, mas não afetam a entrada no segmento commodity.

As firmas que operam no segmento commodity = barreiras de mobilidade para o segmento de marcas

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• DEFINIÇÕES• Organização Industrial = trata dos determinantes da organização

dos mercados, da configuração das firmas e suas relações com fornecedores e distribuidores. – Seu objeto: estruturas imperfeitas de mercado, seus padrões de

concorrência e as implicações para a política pública e para as estratégias empresariais

• Economia dos Custos de Transação = parte da Nova Economia Institucional, segundo a qual as instituições fazem diferença e são suscetíveis de análise. O ambiente institucional é o conjunto de regras básicas sociais, legais e políticas que estabelecem as bases para a produção, a troca e a distribuição, tais como: as regras que definem os direitos de propriedade, os direitos de contrato etc (Williamson, 1993).

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• Nova Economia Institucional = é uma extensão da moderna organização industrial, enriquecendo-a com uma especificação mais completa e detalhada do ambiente institucional e das variáveis transacionais, que caracterizam a organização das firmas e dos mercados, além de incorporar os efeitos retro-alimentadores e as interações entre o ambiente institucional e as estruturas, o comportamento e o desempenho das organizações (Joskow, 1995).