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1. IDENTIFICAÇÃO

Professor: Paulo Lumikoski

Área: Ciências

Escola de Lotação: Colégio Estadual José de Anchieta – Ensino Fundamental e

Médio

Município: União da Vitória

NRE: União da Vitória

Público alvo do projeto: Alunos da 5ª série do Ensino Fundamental

Orientador: Prof. MSc. Clovis Roberto Gurski

2. APRESENTAÇÃO

Este material didático pedagógico, intitulado caderno temático, foi

elaborado no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), com o

objetivo de auxiliar o Professor no processo de Ensino na área de Ciências,

com o tema Ambiente, cujo título trata das possibilidades de aproveitamento de

água de chuva, bem como levar os alunos da 5ª série do Colégio Estadual

José de Anchieta da cidade de União da Vitória – PR, a reflexões sobre

medidas afirmativas na área da Educação Ambiental.

Propõe-se uma intervenção pedagógica, partindo da realidade dos

alunos, possibilitando-os uma leitura científica do mundo e do seu cotidiano.

Embora os problemas ambientais sejam bastante discutidos, considera-se

importante levar aos alunos, uma abordagem mais abrangente, para que

possam entender que estes ocorrem por vários motivos, principalmente os

econômicos.

É importante salientar que o homem conviveu e convive com a natureza,

e dela depende para sua existência, bem como para a das futuras gerações.

Mas, para que isso ocorra deve se conscientizar e desenvolver atitudes

ecológicas efetivas, visando à busca de melhores condições de sobrevivência.

Isso vem ocorrendo em espaço e tempo diferentes, mas ainda não é o

suficiente para que a maioria das pessoas tenha este pensamento. Portanto, é

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de suma importância que todos nós, educadores, comecemos pela base, que

são e serão as futuras gerações a habitarem esse planeta.

No decorrer dos estudos e pesquisas, pretende-se estimular os alunos a

refletir sobre os problemas que atingem nosso planeta, levando-os a perceber

que não basta somente ter uma consciência ecológica, mas sim atitudes

afirmativas quanto às questões ambientais.

3. TEXTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS

3.1 A importância da água em nossa vida

A importância da água no nosso planeta é inigualável e significado de

vida, daí a frase “água fonte de vida”, sendo também fundamental para o nosso

organismo, a água tem um papel importante na nossa saúde (SERENO,

2011).

Segundo a autora, a água tem diversas funções como:

I. A água transporta pelo nosso organismo os nutrientes e os detritos

celulares resultantes dos processos metabólicos. A água transporta

também outras substâncias, como hormônios, enzimas e células

sanguíneas;

II. A água é um excelente solvente e meio de suspensão, muita

substâncias dissolvem-se ou chegam mesmo a estar suspensas,

permitindo que existam reações químicas para formar novos compostos.

Estas propriedades facilitam também a eliminação das toxinas

acumuladas no nosso organismo através da urina;

III. Outro dos benefícios da água tem a ver com o seu efeito lubrificante nas

nossas articulações. A desidratação nas cartilagens provoca

movimentos abrasivos quando existe qualquer movimento ósseo

resultante de uma deficiente hidratação das extremidades ósseas;

IV. A água é um dos reguladores de temperatura do nosso organismo,

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V. A água é essencial para todos os processos fisiológicos de digestão,

absorção, assimilação e de excreção.

Segundo Casca (2002), o nosso corpo é composto essencialmente de

água, por isso esta substância é tão importante e necessária à manutenção de

uma vida saudável. Podemos passar bastante tempo sem nos alimentar, mas

sem água morreríamos em poucos dias. A água constitui de 40 a 60% do peso

corporal de um indivíduo.

É importante lembrar que precisamos ingerir uma quantidade mínima de

água para a manutenção das funções hemodinâmicas, e esta quantidade em

que já está entrando em desidratação, ou seja, precisamos ter uma

preocupação constante com o ato de beber água (CASCA, 2002).

A quantidade de água que existe no nosso corpo varia com a idade,

sexo, massa muscular e com a percentagem de tecido adiposo. Em pessoas

saudáveis as variações da quantidade de água no corpo surgem no

crescimento, aumento ou perda de peso, durante a gravidez e lactação

(SERENO, 2011).

Ainda a autora coloca que o total de água corporal varia de pessoa para

pessoa, como se observa na figura 01, sendo esse valor afetado por diversos

fatores, como:

A. Massa muscular: de 70% a 75% do peso corporal nos adultos é

constituído por massa muscular, sendo esta constituída por 73% de

água;

B. Tecido adiposo: a percentagem de tecido adiposo no nosso organismo

vai dos 10% aos 40% ou mais, contendo apenas 30% de água;

C. Cérebro: este será o maior choque para todos, pois o nosso cérebro é

constituído por 85% de água e é por este motivo que existem muitas

dores de cabeça que deixariam de existir com um pouco mais de água,

principalmente nas mulheres. Não existindo água suficiente para o seu

funcionamento, o cérebro recorre ao intestino para repor a quantidade

em falta, fantástica a forma de funcionamento do nosso organismo;

D. Pulmões: 80% constituídos de água;

E. Rins: 80%;

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F. Sangue: 79%,

G. Coração: 77%.

A água é um recurso estratégico para a humanidade, pois mantém a

vida no planeta Terra, sustenta a biodiversidade e a produção de alimentos e

suporta todos os ciclos naturais, tendo importância ecológica, econômica e

social (TUNDISI e TUNDISI, 2009).

Para os autores, as grandes civilizações já dependem e vão depender

cada vez mais da água para sua sobrevivência econômica e biológica, além do

desenvolvimento econômico e cultural. Embora dependam deste recurso

natural, as sociedades humanas poluem e degradam tanto as águas

superficiais como as subterrâneas.

Acreditava-se que este recurso era infinito, assim como a capacidade de

depuração do sistema. Pensava-se que a tecnologia desenvolvida pelo homem

poderia tratar qualquer tipo de água contaminada e recuperá-la. Na verdade, o

recurso é finito, pois a quantidade de água líquida depende de demanda, e a

capacidade de autodepuração dos sistemas tem limite; é bom ter em mente,

também, que os custos para transformar água de qualquer qualidade em água

potável estão se tornando proibitivos (TUNDISI e TUNDISI, 2009).

Para Nogueira (2008), a conservação dos recursos hídricos é muito

importante, mas não porque há (ou haverá) falta de água, ela é o recurso mais

renovável que existe, como qualquer outro recurso o problema é levá-la para

aqueles que necessitam.

E você já bebeu água hoje? Sabendo da grande importância da água

em nossa vida e que ela é responsável pelo nosso bem-estar, BEBA

BASTANTE ÁGUA!

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Figura 01: Água corporal Fonte: http://www.not1.com.br/wp-content/uploads/2010/07/corpo_humano-70agua. jpgl; data de acesso: 27/07/2011.

3.2 A falta de água em nosso planeta

A água pode ser encontrada na natureza em todas as fases de

agregação: sólida, líquida e vapor (gasosa) e seus pontos de fusão e ebulição

são relativamente elevados, o que explica como fator das fortes interações

intermoleculares existentes (SAGAN, 2009).

De acordo com o autor, poucos sabem, mas de toda a água do globo

terrestre apenas 1% serve para abastecer a população que, por milhares de

anos, essa minúscula quantidade atendeu às necessidades humanas, porém, o

consumo de água vem aumentando rapidamente, e hoje milhões de pessoas

do mundo inteiro já enfrentam a escassez e racionamento, e o problema tende

a aumentar, pois parece inacreditável, mas o mundo atual está prestes a

enfrentar uma grande crise no abastecimento de água.

Não, há muita água, mas o problema é que a vasta maioria da água da

Terra está nos oceanos na forma de água salgada e deve ser dessalinizada

antes de ser utilizado para consumo ou irrigação, processo esse que em larga

escala é possível, mas é cara (NOGUEIRA, 2008).

Segundo a autora, o mundo também não está ficando sem água doce.

Há muita água doce em nosso globo azul e não está chovendo menos do que

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costumava chover em mil anos atrás, mas é claro que com em qualquer outro

recurso, existe a escassez local, e estas sim estão piorando.

Porém, atualmente 29 países já têm problemas com a falta de água,

entre eles, pode-se citar o Oriente Médio; Índia e o Norte da África, e até 2050,

as previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que mais de

cinqüenta países enfrentarão crise no abastecimento de água (SAGAN, 2009).

Segundo as projeções mais recentes das Organizações das Nações

Unidas (ONU), no ritmo de uso e do crescimento populacional, nos próximos 30

anos, a quantidade de água disponível por pessoa estará reduzida a 20% do

que temos hoje e cerca de 480 milhões de pessoas são hoje alimentadas com

grãos produzidos com extração excessiva dos aqüíferos (SOUSA, 2008).

Segundo Sagan (2009), o Brasil é um país privilegiado, possui 20% de

toda a água doce da superfície da Terra, porém, também enfrenta grandes

problemas de abastecimento, pois 80% dessa água estão localizadas na

Amazônia, região mais desabitada do país.

Para Sousa (2008), como entender a escassez de água no Brasil,

quando se aprende na escola que o país tem a maior bacia hidrográfica do

planeta e foi abençoado com chuvas tropicais abundantes.

E você, acredita que pode faltar água no nosso planeta, algum dia?

Pense e reflita! Observe na figura 02.

Figura 02: Falta de água no planeta Fonte: http://questaoderaciocinio.blogspot.com/2010/04/falta-de-agua-no-planeta.html; data de acesso: 27/07/2011.

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3.3 O que se pode fazer, para que a água não acabe?

É a água, e não o aquecimento global, que será o grande desafio

ambiental que o mundo enfrentará nas próximas décadas e séculos

(NOGUEIRA, 2008).

Para a autora, para encontrar soluções é muito importante entender o

problema. A água nunca é “desperdiçada”, mas simplesmente se move de um

local para outro. Se você deixa a sua torneira pingando o dia todo, isso é água

limpa que estará indo novamente para o sistema, a água nunca é “perdida”, o

que perde é o dinheiro e energia, pois é necessário energia para purificar e

distribuir a água.

Precisamos começar a agir agora para não termos problemas no

futuro, a primeira ação é usar a água de forma eficiente e adotar tecnologias

mais eficazes (SOUSA, 2008).

A SANEPAR- Companhia de Saneamento do Paraná (2010) nos

confere algumas dicas de como economizar água:

a) Um banho de 15 minutos exige 105 litros de água. Reduza o tempo para

10 minutos, e o consumo cai para 70 litros;

b) Cada vez que você lava as mãos com a torneira aberta o tempo todo,

são gastos 7 litros de água;

c) Enquanto faz a barba, com a torneira aberta, um homem gasta 65 litros

de água. Feche a torneira enquanto faz a barba, e só volte a usar água

para enxaguar. Com a torneira fechada o consumo será inferior a um

litro;

d) Para escovar os dentes é necessário apenas um copo de água, mas as

pessoas que não fecham a torneira durante a escovação gastam 10

litros;

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e) A válvula de descarga é um grande vilão no consumo de água. Sozinho

o vaso sanitário pode ser responsável por 50% do que se gasta em uma

residência;

f) Nunca jogue cigarros, absorventes ou papéis no vaso, porque haverá

maior consumo de água para mandar esse lixo embora;

g) Deixar a mangueira aberta enquanto se lava o carro, nem pensar! Se

você fizer isso vai gastar 360 litros. Não lave o carro. Se for

imprescindível, use apenas a água de um balde pequeno;

h) Lavar a louça da família também exige mudança de hábito. Se continuar

lavando com a torneira aberta o tempo todo, serão gastos 112 litros por

pessoa. Mude o hábito. Feche a cuba da pia, encha de água. Ensaboe

toda a louça e enxágüe com água limpa. Se fizer assim, você vai

consumir menos de 10 litros para lavar a louça,

i) Procure usar a capacidade máxima da máquina de lavar roupas. Não

lave roupas todos os dias. Espere acumular. Você vai economizar água

e energia. A água que fez o último enxágüe das roupas, no tanque ou na

máquina pode perfeitamente ser usada para ensaboar tapetes, tênis e

cobertores. Também serve para molhar plantas, lavar carro, pisos e

calçadas.

Além destas dicas, usando sua criatividade você vai aprender como

fazer economia de água, usando-a sem desperdício (SANEPAR, 2010).

Mobilize sua família, amigos e vizinhos, se você mora em apartamento,

estimule seus vizinhos a economizar água e cobre vistorias do condomínio.

Assim você gasta menos e ainda ajuda ao meio ambiente. Você pode começar

repassando estas informações para eles como se pode observar na figura 03.

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Figura 03: Economizar água Fonte: http://pedagogas2004-webquestblogspotcom.blogspot.com/2008_01_01_archive.html; data de acesso: 27/07/2011.

3.4 Aproveitamentos de água de chuva

A água é um elemento essencial para o desenvolvimento econômico e

a manutenção da vida no planeta. Por ser tão vital, torna-se necessário buscar

mecanismos capazes de preservá-la ou reutilizá-la. Neste contexto, o

aproveitamento de água pluvial, ou de chuva, para fins não potáveis surge

como uma boa alternativa para estabelecimentos industriais, comerciais ou

mesmo residencial (MARTINETTI, 2011).

Segundo a autora, a principal vantagem em utilizar a água pluvial é a

redução da demanda por água potável, dessa forma se contribui para a

redução das enchentes nas cidades, haja vista que se utilizada em larga escala

é capaz de reter grandes quantidades de água das chuvas, evitando o

transbordamento dos rios.

Para Mallmann (2007), a água que cai do céu pode ser uma importante

fonte de economia, mas ela só deve ser aproveitada em situações em que não

é preciso usar água potável, aquela que é tratada pelas companhias de

saneamento.

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O aproveitamento da água da chuva é feito desde a antiguidade. O

primeiro registro que se tem do uso da água de chuva é verificado na pedra

Mohabita, data de 830 aC, que foi achada na antiga região de Moab, perto de

Israel (TOMAZ, 2007).

Para Ouriques (2005), o aproveitamento da água de chuva é de vital

importância, podendo representar uma redução de gastos expressiva com a

utilização deste recurso, ainda sem valor comercial.

Atualmente o aproveitamento de água da chuva é praticado em países

como Estados Unidos, Alemanha, Japão, entre outros (MAY, 2004).

Segundo a autora, no Brasil o sistema é utilizado em algumas cidades

do Nordeste como fonte de suprimento de água.

O que diz a legislação brasileira? É legal aproveitar a água de chuva?

Segundo Mierswa (2007) apud Mallmann (2007):

“Não tem nenhuma legislação que diga que não se possa fazer o

aproveitamento da água da chuva. O único inconveniente que existe

em relação a esse aproveitamento é em relação ao esgoto gerado.

As companhias de saneamento, por exemplo. Se a pessoa faz o

aproveitamento da água de chuva, ele vai deixar de comprar água de

abastecimento, mas por outro lado ele vai gerar esgotos, e esses

esgotos vão usar a infra-estrutura da companhia. Então ela se sente

de certa forma, prejudicada, porque vai ter que tratar aquele esgoto

adicional”.

Segundo Martinetti (2011), a norma brasileira NBR 15527/2007

estabelece os requisitos necessários para aproveitamento de água pluvial,

como descargas de bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas

ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de

pátios, espelhos d’água e usos industriais.

Ainda segundo a autora, já para um uso potável dessa água é

necessário um rigoroso processo de tratamento para atender aos padrões da

Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, que estabelece os procedimentos e

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responsabilidades relativos ao controle e vigilância de sua qualidade para

consumo humano.

Para May (2004), a viabilidade do uso de água da chuva é

caracterizada pela diminuição na demanda de água fornecida pelas

companhias de saneamento, tendo como conseqüências a diminuição dos

custos com a água potável e a redução do risco de enchentes em caso de

chuvas fortes.

Não existe nenhuma outra fonte de maior qualidade da água disponível

para nós do que a água da chuva, ao contrário da água captada nas barragens,

que exige um processo de tratamento para lhe assegurar uma qualidade

adequada para consumo humano, a água da chuva que é coletada em

telhados e armazenadas adequadamente representa uma fonte sustentável de

água ideal para uso dentro e fora da casa (MARIA, 2011).

O sistema de captação é muito simples, como ode ser observado na

figura 04. A água é coletada do telhado pelas calhas e transportadas por

condutores até o dispositivo de filtragem para então entrar e acumular na

cisterna, que é um reservatório de armazenamento de água pluvial, abastece

um reservatório superior que, por sistema de bombeamento, proverá o

abastecimento na habitação (MARTINETTI, 2011).

De acordo com a autora, alguns estudos de casos mostram que a

opção é ecologicamente correta e economicamente viável, contribuindo para a

preservação da água e diminuição das enchentes, as cisternas reduzem

significativamente os gastos com a conta de água e, devido a esse fato, o

sistema se paga num período de 10 a 20 anos, dependendo da tecnologia

adotada e sem dúvida, vale a pena apostar nessa idéia.

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Figura 04: Modelo de cisterna Fonte: http://www.sempresustentavel.com.br/cursos.htm; data de acesso: 27/07/2011.

3.5 A Educação Ambiental

A Educação Ambiental não se trata de um tipo especial de educação,

mas, de um processo contínuo e longo de aprendizagem, de uma filosofia de

trabalho, de um estado de espírito em que todos: família, escola e sociedade,

devem estar envolvidas (AURINO, 2008).

Não podemos perder de vista que as mudanças da realidade

socioambiental e das posturas dos indivíduos dependem da Educação

Ambiental; sem ela não se faz essa transformação, porém, é preciso

compreender que a Educação Ambiental não faz “milagre”; para mudar

algumas coisas, são necessários investimentos, políticas públicas,

envolvimento das instituições, comprometimento das pessoas, etc. Por outro

lado, só os investimentos, sem o devido acompanhamento de processos

educativos, têm pouca eficiência em termos de melhoria da qualidade

ambiental (LEME, 2010 apud GUIMARÃES, 2010).

Segundo Aurino (2008), o objetivo da Educação Ambiental não entra

em conflito com os objetivos do sistema escolar, pelo contrário, ambos se

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direcionam para a formação integral do indivíduo, enquanto cidadão inserido na

sociedade e no meio ambiente. Em síntese o processo educativo, de uma

maneira geral, não é complexo se as pessoas estão conscientes mas, não

habituadas a externalizarem suas consciências.

Ainda o autor coloca que também são objetivos da Educação

Ambiental:

I. Consciência: ajudar os indivíduos e grupos sociais a sensibilizarem-se a

adquirirem consciência do meio ambiente global e suas questões;

II. Conhecimentos: a adquirirem diversidade de experiências e

compreensão fundamental sobre e meio ambiente e seus problemas;

III. Comportamento: a comprometerem-se com uma série de valores, e a

sentirem interesse pelo meio ambiente, participando da proteção e

melhoria do mesmo;

IV. Habilidades: adquirir as habilidades necessárias para identificar e

resolver os problemas ambientais,

V. Participação: proporcionar a possibilidade de participarem ativamente

das tarefas que tem por objetivo resolver os problemas ambientais.

Nas últimas décadas, vêm se intensificando as preocupações inerentes

à temática ambiental e, concomitantemente, as iniciativas dos variados setores

da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no

intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões

ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a

apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental (RUY, 2004).

Segundo Vasconcellos (1997), a presença em todas as práticas

educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano

com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição

imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Dentro desse contexto,

sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação de

atividades que propiciem essa reflexão, pois isso necessita de atividades de

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sala de aula e atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em

processos de participação que levem à autoconfiança, às atitudes positivas e

ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de

modo interdisciplinar (DIAS, 1992).

Em 2004, 42,34% (64.333) das escolas brasileiras reconheceram que

desenvolviam projetos de Educação Ambiental; outras 5.481 escolas (3,61%)

afirmaram possuir em seus currículos disciplinas especiais para a questão

ambiental, conforme se observa na figura 05, e mais de 72% (109.863)

revelaram incluir a temática ambiental nas disciplinas (MEC, 2004).

Um número grande? Um número ainda pequeno para nossas ambições

de educadores? Muitos questionariam que mais do que números é preciso

refletir sobre que tipo de Educação Ambiental está se desenvolvendo na escola

(LEME, 2010 apud GUIMARÃES, 2010).

Ainda a autora coloca que se fôssemos avaliar a qualidade da

Educação Ambiental nas escolas, provavelmente identificaríamos que muitas

das práticas desenvolvidas não estão condizentes com os princípios de uma

Educação Ambiental crítica.

O momento é grave. Precisamos ser realistas sem pessimismo;

utópicos, com os pés no chão. Queremos uma Educação Ambiental que, crítica

por princípio, nos mobilize diante dos problemas e nos ajude na ação coletiva

transformadora (LOUREIRO, 2010 apud GUIMARÃES, 2010).

A Educação Ambiental (EA) já é uma realidade. Suas ações estão hoje

presentes em todos os segmentos da sociedade. Assim, faz-se necessário,

cada vez mais, buscar caminhos que nos forneçam subsídios para que essas

práticas sejam reflexos de nosso movimento de ação e reflexão como

educadores ambientais (GUIMARÂES, 2010).

E na sua escola, os professores, equipe pedagógica, direção e demais

instâncias, desenvolvem algum tipo de projeto dentro da área da Educação

Ambiental?

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Figura 05: Educação Ambiental nas escolas Fonte: http://caminhosparaasustentabilidade.blogspot.com/2010/02/educacao-ambiental-escola-construindo_09.html; data de acesso: 27/07/2011.

3.6 Os maiores problemas ambientais da atualidade

Os problemas ambientais da atualidade, como o aquecimento global,

desmatamento, desertificação, extinção de espécies, descartes inadequados

de resíduos industriais (altamente contaminante) e lixo urbano, entre muitos

outros, são objetos de estudos constantes dos especialistas. São diversos os

questionamentos sobre a própria continuidade e sobrevivência do planeta

principalmente pela possibilidade da escassez de água pura em um futuro

próximo (PAULINO, 2010).

Segundo o autor, o crescimento econômico mundial, a constante

degradação do meio ambiente e a possibilidade de exaustão dos recursos

naturais colocam em risco a sociedade mundial, com o desequilíbrio da

proteção do meio ambiente e nos trará um horizonte de profundas mudanças

climáticas causando provável escassez de alimentos e água potável.

Nunca se falou tanto em preservação ambiental como nos dias de hoje.

A preocupação com o meio ambiente tomou conta dos meios de comunicação,

das escolas e até mesmo das indústrias. Mas apesar de todo o embate, a

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natureza ainda está sofrendo grandes desgastes por causa da ação do

homem, e os efeitos desse desgaste já podem ser sentidos no nosso dia a dia

(BUENO, 2008).

Para o autor, inundações, secas, catástrofes naturais, falta de

alimentos e de combustível são apenas algumas das conseqüências que já

começam a ser sentidas - e a previsão de cientistas e pesquisadores é que

este cenário piore.

Para Paulino (2010), a sociedade deve se organizar e cobrar esforços

mais eficazes dos líderes mundiais para alterar esse quadro de previsões

sombrias.

Para Bueno (2008), para inverter este quadro, é preciso uma ação

coletiva intensa e imediata e, para que isso ocorra, é preciso compreender

quais são os maiores problemas ambientais da atualidade e como eles afetam

nosso cotidiano.

Portanto, para que esses e tantos outros problemas ambientais

possam ser resolvidos, todos nós devemos cada qual fazer a nossa parte pelo

meio ambiente, pois é dele que dependerá a continuidade da nossa vida e do

planeta, conforme se observa na figura 06. Pense nisso! Vamos cuidar do

meio ambiente.

Figura 06: Continuidade de vida do planeta Terra Fonte: http://ongilhaverde.blogspot.com/2011_02_01_archive.html; data de acesso: 27/07/2011.

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4 REFERÊNCIAS

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http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=27173&action=reportage

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