1. - diaadiaeducacao.pr.gov.br · Podemos passar bastante tempo sem nos alimentar, mas ... a água...
Transcript of 1. - diaadiaeducacao.pr.gov.br · Podemos passar bastante tempo sem nos alimentar, mas ... a água...
1
1. IDENTIFICAÇÃO
Professor: Paulo Lumikoski
Área: Ciências
Escola de Lotação: Colégio Estadual José de Anchieta – Ensino Fundamental e
Médio
Município: União da Vitória
NRE: União da Vitória
Público alvo do projeto: Alunos da 5ª série do Ensino Fundamental
Orientador: Prof. MSc. Clovis Roberto Gurski
2. APRESENTAÇÃO
Este material didático pedagógico, intitulado caderno temático, foi
elaborado no Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), com o
objetivo de auxiliar o Professor no processo de Ensino na área de Ciências,
com o tema Ambiente, cujo título trata das possibilidades de aproveitamento de
água de chuva, bem como levar os alunos da 5ª série do Colégio Estadual
José de Anchieta da cidade de União da Vitória – PR, a reflexões sobre
medidas afirmativas na área da Educação Ambiental.
Propõe-se uma intervenção pedagógica, partindo da realidade dos
alunos, possibilitando-os uma leitura científica do mundo e do seu cotidiano.
Embora os problemas ambientais sejam bastante discutidos, considera-se
importante levar aos alunos, uma abordagem mais abrangente, para que
possam entender que estes ocorrem por vários motivos, principalmente os
econômicos.
É importante salientar que o homem conviveu e convive com a natureza,
e dela depende para sua existência, bem como para a das futuras gerações.
Mas, para que isso ocorra deve se conscientizar e desenvolver atitudes
ecológicas efetivas, visando à busca de melhores condições de sobrevivência.
Isso vem ocorrendo em espaço e tempo diferentes, mas ainda não é o
suficiente para que a maioria das pessoas tenha este pensamento. Portanto, é
2
de suma importância que todos nós, educadores, comecemos pela base, que
são e serão as futuras gerações a habitarem esse planeta.
No decorrer dos estudos e pesquisas, pretende-se estimular os alunos a
refletir sobre os problemas que atingem nosso planeta, levando-os a perceber
que não basta somente ter uma consciência ecológica, mas sim atitudes
afirmativas quanto às questões ambientais.
3. TEXTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS
3.1 A importância da água em nossa vida
A importância da água no nosso planeta é inigualável e significado de
vida, daí a frase “água fonte de vida”, sendo também fundamental para o nosso
organismo, a água tem um papel importante na nossa saúde (SERENO,
2011).
Segundo a autora, a água tem diversas funções como:
I. A água transporta pelo nosso organismo os nutrientes e os detritos
celulares resultantes dos processos metabólicos. A água transporta
também outras substâncias, como hormônios, enzimas e células
sanguíneas;
II. A água é um excelente solvente e meio de suspensão, muita
substâncias dissolvem-se ou chegam mesmo a estar suspensas,
permitindo que existam reações químicas para formar novos compostos.
Estas propriedades facilitam também a eliminação das toxinas
acumuladas no nosso organismo através da urina;
III. Outro dos benefícios da água tem a ver com o seu efeito lubrificante nas
nossas articulações. A desidratação nas cartilagens provoca
movimentos abrasivos quando existe qualquer movimento ósseo
resultante de uma deficiente hidratação das extremidades ósseas;
IV. A água é um dos reguladores de temperatura do nosso organismo,
3
V. A água é essencial para todos os processos fisiológicos de digestão,
absorção, assimilação e de excreção.
Segundo Casca (2002), o nosso corpo é composto essencialmente de
água, por isso esta substância é tão importante e necessária à manutenção de
uma vida saudável. Podemos passar bastante tempo sem nos alimentar, mas
sem água morreríamos em poucos dias. A água constitui de 40 a 60% do peso
corporal de um indivíduo.
É importante lembrar que precisamos ingerir uma quantidade mínima de
água para a manutenção das funções hemodinâmicas, e esta quantidade em
que já está entrando em desidratação, ou seja, precisamos ter uma
preocupação constante com o ato de beber água (CASCA, 2002).
A quantidade de água que existe no nosso corpo varia com a idade,
sexo, massa muscular e com a percentagem de tecido adiposo. Em pessoas
saudáveis as variações da quantidade de água no corpo surgem no
crescimento, aumento ou perda de peso, durante a gravidez e lactação
(SERENO, 2011).
Ainda a autora coloca que o total de água corporal varia de pessoa para
pessoa, como se observa na figura 01, sendo esse valor afetado por diversos
fatores, como:
A. Massa muscular: de 70% a 75% do peso corporal nos adultos é
constituído por massa muscular, sendo esta constituída por 73% de
água;
B. Tecido adiposo: a percentagem de tecido adiposo no nosso organismo
vai dos 10% aos 40% ou mais, contendo apenas 30% de água;
C. Cérebro: este será o maior choque para todos, pois o nosso cérebro é
constituído por 85% de água e é por este motivo que existem muitas
dores de cabeça que deixariam de existir com um pouco mais de água,
principalmente nas mulheres. Não existindo água suficiente para o seu
funcionamento, o cérebro recorre ao intestino para repor a quantidade
em falta, fantástica a forma de funcionamento do nosso organismo;
D. Pulmões: 80% constituídos de água;
E. Rins: 80%;
4
F. Sangue: 79%,
G. Coração: 77%.
A água é um recurso estratégico para a humanidade, pois mantém a
vida no planeta Terra, sustenta a biodiversidade e a produção de alimentos e
suporta todos os ciclos naturais, tendo importância ecológica, econômica e
social (TUNDISI e TUNDISI, 2009).
Para os autores, as grandes civilizações já dependem e vão depender
cada vez mais da água para sua sobrevivência econômica e biológica, além do
desenvolvimento econômico e cultural. Embora dependam deste recurso
natural, as sociedades humanas poluem e degradam tanto as águas
superficiais como as subterrâneas.
Acreditava-se que este recurso era infinito, assim como a capacidade de
depuração do sistema. Pensava-se que a tecnologia desenvolvida pelo homem
poderia tratar qualquer tipo de água contaminada e recuperá-la. Na verdade, o
recurso é finito, pois a quantidade de água líquida depende de demanda, e a
capacidade de autodepuração dos sistemas tem limite; é bom ter em mente,
também, que os custos para transformar água de qualquer qualidade em água
potável estão se tornando proibitivos (TUNDISI e TUNDISI, 2009).
Para Nogueira (2008), a conservação dos recursos hídricos é muito
importante, mas não porque há (ou haverá) falta de água, ela é o recurso mais
renovável que existe, como qualquer outro recurso o problema é levá-la para
aqueles que necessitam.
E você já bebeu água hoje? Sabendo da grande importância da água
em nossa vida e que ela é responsável pelo nosso bem-estar, BEBA
BASTANTE ÁGUA!
5
Figura 01: Água corporal Fonte: http://www.not1.com.br/wp-content/uploads/2010/07/corpo_humano-70agua. jpgl; data de acesso: 27/07/2011.
3.2 A falta de água em nosso planeta
A água pode ser encontrada na natureza em todas as fases de
agregação: sólida, líquida e vapor (gasosa) e seus pontos de fusão e ebulição
são relativamente elevados, o que explica como fator das fortes interações
intermoleculares existentes (SAGAN, 2009).
De acordo com o autor, poucos sabem, mas de toda a água do globo
terrestre apenas 1% serve para abastecer a população que, por milhares de
anos, essa minúscula quantidade atendeu às necessidades humanas, porém, o
consumo de água vem aumentando rapidamente, e hoje milhões de pessoas
do mundo inteiro já enfrentam a escassez e racionamento, e o problema tende
a aumentar, pois parece inacreditável, mas o mundo atual está prestes a
enfrentar uma grande crise no abastecimento de água.
Não, há muita água, mas o problema é que a vasta maioria da água da
Terra está nos oceanos na forma de água salgada e deve ser dessalinizada
antes de ser utilizado para consumo ou irrigação, processo esse que em larga
escala é possível, mas é cara (NOGUEIRA, 2008).
Segundo a autora, o mundo também não está ficando sem água doce.
Há muita água doce em nosso globo azul e não está chovendo menos do que
6
costumava chover em mil anos atrás, mas é claro que com em qualquer outro
recurso, existe a escassez local, e estas sim estão piorando.
Porém, atualmente 29 países já têm problemas com a falta de água,
entre eles, pode-se citar o Oriente Médio; Índia e o Norte da África, e até 2050,
as previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que mais de
cinqüenta países enfrentarão crise no abastecimento de água (SAGAN, 2009).
Segundo as projeções mais recentes das Organizações das Nações
Unidas (ONU), no ritmo de uso e do crescimento populacional, nos próximos 30
anos, a quantidade de água disponível por pessoa estará reduzida a 20% do
que temos hoje e cerca de 480 milhões de pessoas são hoje alimentadas com
grãos produzidos com extração excessiva dos aqüíferos (SOUSA, 2008).
Segundo Sagan (2009), o Brasil é um país privilegiado, possui 20% de
toda a água doce da superfície da Terra, porém, também enfrenta grandes
problemas de abastecimento, pois 80% dessa água estão localizadas na
Amazônia, região mais desabitada do país.
Para Sousa (2008), como entender a escassez de água no Brasil,
quando se aprende na escola que o país tem a maior bacia hidrográfica do
planeta e foi abençoado com chuvas tropicais abundantes.
E você, acredita que pode faltar água no nosso planeta, algum dia?
Pense e reflita! Observe na figura 02.
Figura 02: Falta de água no planeta Fonte: http://questaoderaciocinio.blogspot.com/2010/04/falta-de-agua-no-planeta.html; data de acesso: 27/07/2011.
7
3.3 O que se pode fazer, para que a água não acabe?
É a água, e não o aquecimento global, que será o grande desafio
ambiental que o mundo enfrentará nas próximas décadas e séculos
(NOGUEIRA, 2008).
Para a autora, para encontrar soluções é muito importante entender o
problema. A água nunca é “desperdiçada”, mas simplesmente se move de um
local para outro. Se você deixa a sua torneira pingando o dia todo, isso é água
limpa que estará indo novamente para o sistema, a água nunca é “perdida”, o
que perde é o dinheiro e energia, pois é necessário energia para purificar e
distribuir a água.
Precisamos começar a agir agora para não termos problemas no
futuro, a primeira ação é usar a água de forma eficiente e adotar tecnologias
mais eficazes (SOUSA, 2008).
A SANEPAR- Companhia de Saneamento do Paraná (2010) nos
confere algumas dicas de como economizar água:
a) Um banho de 15 minutos exige 105 litros de água. Reduza o tempo para
10 minutos, e o consumo cai para 70 litros;
b) Cada vez que você lava as mãos com a torneira aberta o tempo todo,
são gastos 7 litros de água;
c) Enquanto faz a barba, com a torneira aberta, um homem gasta 65 litros
de água. Feche a torneira enquanto faz a barba, e só volte a usar água
para enxaguar. Com a torneira fechada o consumo será inferior a um
litro;
d) Para escovar os dentes é necessário apenas um copo de água, mas as
pessoas que não fecham a torneira durante a escovação gastam 10
litros;
8
e) A válvula de descarga é um grande vilão no consumo de água. Sozinho
o vaso sanitário pode ser responsável por 50% do que se gasta em uma
residência;
f) Nunca jogue cigarros, absorventes ou papéis no vaso, porque haverá
maior consumo de água para mandar esse lixo embora;
g) Deixar a mangueira aberta enquanto se lava o carro, nem pensar! Se
você fizer isso vai gastar 360 litros. Não lave o carro. Se for
imprescindível, use apenas a água de um balde pequeno;
h) Lavar a louça da família também exige mudança de hábito. Se continuar
lavando com a torneira aberta o tempo todo, serão gastos 112 litros por
pessoa. Mude o hábito. Feche a cuba da pia, encha de água. Ensaboe
toda a louça e enxágüe com água limpa. Se fizer assim, você vai
consumir menos de 10 litros para lavar a louça,
i) Procure usar a capacidade máxima da máquina de lavar roupas. Não
lave roupas todos os dias. Espere acumular. Você vai economizar água
e energia. A água que fez o último enxágüe das roupas, no tanque ou na
máquina pode perfeitamente ser usada para ensaboar tapetes, tênis e
cobertores. Também serve para molhar plantas, lavar carro, pisos e
calçadas.
Além destas dicas, usando sua criatividade você vai aprender como
fazer economia de água, usando-a sem desperdício (SANEPAR, 2010).
Mobilize sua família, amigos e vizinhos, se você mora em apartamento,
estimule seus vizinhos a economizar água e cobre vistorias do condomínio.
Assim você gasta menos e ainda ajuda ao meio ambiente. Você pode começar
repassando estas informações para eles como se pode observar na figura 03.
9
Figura 03: Economizar água Fonte: http://pedagogas2004-webquestblogspotcom.blogspot.com/2008_01_01_archive.html; data de acesso: 27/07/2011.
3.4 Aproveitamentos de água de chuva
A água é um elemento essencial para o desenvolvimento econômico e
a manutenção da vida no planeta. Por ser tão vital, torna-se necessário buscar
mecanismos capazes de preservá-la ou reutilizá-la. Neste contexto, o
aproveitamento de água pluvial, ou de chuva, para fins não potáveis surge
como uma boa alternativa para estabelecimentos industriais, comerciais ou
mesmo residencial (MARTINETTI, 2011).
Segundo a autora, a principal vantagem em utilizar a água pluvial é a
redução da demanda por água potável, dessa forma se contribui para a
redução das enchentes nas cidades, haja vista que se utilizada em larga escala
é capaz de reter grandes quantidades de água das chuvas, evitando o
transbordamento dos rios.
Para Mallmann (2007), a água que cai do céu pode ser uma importante
fonte de economia, mas ela só deve ser aproveitada em situações em que não
é preciso usar água potável, aquela que é tratada pelas companhias de
saneamento.
10
O aproveitamento da água da chuva é feito desde a antiguidade. O
primeiro registro que se tem do uso da água de chuva é verificado na pedra
Mohabita, data de 830 aC, que foi achada na antiga região de Moab, perto de
Israel (TOMAZ, 2007).
Para Ouriques (2005), o aproveitamento da água de chuva é de vital
importância, podendo representar uma redução de gastos expressiva com a
utilização deste recurso, ainda sem valor comercial.
Atualmente o aproveitamento de água da chuva é praticado em países
como Estados Unidos, Alemanha, Japão, entre outros (MAY, 2004).
Segundo a autora, no Brasil o sistema é utilizado em algumas cidades
do Nordeste como fonte de suprimento de água.
O que diz a legislação brasileira? É legal aproveitar a água de chuva?
Segundo Mierswa (2007) apud Mallmann (2007):
“Não tem nenhuma legislação que diga que não se possa fazer o
aproveitamento da água da chuva. O único inconveniente que existe
em relação a esse aproveitamento é em relação ao esgoto gerado.
As companhias de saneamento, por exemplo. Se a pessoa faz o
aproveitamento da água de chuva, ele vai deixar de comprar água de
abastecimento, mas por outro lado ele vai gerar esgotos, e esses
esgotos vão usar a infra-estrutura da companhia. Então ela se sente
de certa forma, prejudicada, porque vai ter que tratar aquele esgoto
adicional”.
Segundo Martinetti (2011), a norma brasileira NBR 15527/2007
estabelece os requisitos necessários para aproveitamento de água pluvial,
como descargas de bacias sanitárias, irrigação de gramados e plantas
ornamentais, lavagem de veículos, limpeza de calçadas e ruas, limpeza de
pátios, espelhos d’água e usos industriais.
Ainda segundo a autora, já para um uso potável dessa água é
necessário um rigoroso processo de tratamento para atender aos padrões da
Portaria nº 518 do Ministério da Saúde, que estabelece os procedimentos e
11
responsabilidades relativos ao controle e vigilância de sua qualidade para
consumo humano.
Para May (2004), a viabilidade do uso de água da chuva é
caracterizada pela diminuição na demanda de água fornecida pelas
companhias de saneamento, tendo como conseqüências a diminuição dos
custos com a água potável e a redução do risco de enchentes em caso de
chuvas fortes.
Não existe nenhuma outra fonte de maior qualidade da água disponível
para nós do que a água da chuva, ao contrário da água captada nas barragens,
que exige um processo de tratamento para lhe assegurar uma qualidade
adequada para consumo humano, a água da chuva que é coletada em
telhados e armazenadas adequadamente representa uma fonte sustentável de
água ideal para uso dentro e fora da casa (MARIA, 2011).
O sistema de captação é muito simples, como ode ser observado na
figura 04. A água é coletada do telhado pelas calhas e transportadas por
condutores até o dispositivo de filtragem para então entrar e acumular na
cisterna, que é um reservatório de armazenamento de água pluvial, abastece
um reservatório superior que, por sistema de bombeamento, proverá o
abastecimento na habitação (MARTINETTI, 2011).
De acordo com a autora, alguns estudos de casos mostram que a
opção é ecologicamente correta e economicamente viável, contribuindo para a
preservação da água e diminuição das enchentes, as cisternas reduzem
significativamente os gastos com a conta de água e, devido a esse fato, o
sistema se paga num período de 10 a 20 anos, dependendo da tecnologia
adotada e sem dúvida, vale a pena apostar nessa idéia.
12
Figura 04: Modelo de cisterna Fonte: http://www.sempresustentavel.com.br/cursos.htm; data de acesso: 27/07/2011.
3.5 A Educação Ambiental
A Educação Ambiental não se trata de um tipo especial de educação,
mas, de um processo contínuo e longo de aprendizagem, de uma filosofia de
trabalho, de um estado de espírito em que todos: família, escola e sociedade,
devem estar envolvidas (AURINO, 2008).
Não podemos perder de vista que as mudanças da realidade
socioambiental e das posturas dos indivíduos dependem da Educação
Ambiental; sem ela não se faz essa transformação, porém, é preciso
compreender que a Educação Ambiental não faz “milagre”; para mudar
algumas coisas, são necessários investimentos, políticas públicas,
envolvimento das instituições, comprometimento das pessoas, etc. Por outro
lado, só os investimentos, sem o devido acompanhamento de processos
educativos, têm pouca eficiência em termos de melhoria da qualidade
ambiental (LEME, 2010 apud GUIMARÃES, 2010).
Segundo Aurino (2008), o objetivo da Educação Ambiental não entra
em conflito com os objetivos do sistema escolar, pelo contrário, ambos se
13
direcionam para a formação integral do indivíduo, enquanto cidadão inserido na
sociedade e no meio ambiente. Em síntese o processo educativo, de uma
maneira geral, não é complexo se as pessoas estão conscientes mas, não
habituadas a externalizarem suas consciências.
Ainda o autor coloca que também são objetivos da Educação
Ambiental:
I. Consciência: ajudar os indivíduos e grupos sociais a sensibilizarem-se a
adquirirem consciência do meio ambiente global e suas questões;
II. Conhecimentos: a adquirirem diversidade de experiências e
compreensão fundamental sobre e meio ambiente e seus problemas;
III. Comportamento: a comprometerem-se com uma série de valores, e a
sentirem interesse pelo meio ambiente, participando da proteção e
melhoria do mesmo;
IV. Habilidades: adquirir as habilidades necessárias para identificar e
resolver os problemas ambientais,
V. Participação: proporcionar a possibilidade de participarem ativamente
das tarefas que tem por objetivo resolver os problemas ambientais.
Nas últimas décadas, vêm se intensificando as preocupações inerentes
à temática ambiental e, concomitantemente, as iniciativas dos variados setores
da sociedade para o desenvolvimento de atividades, projetos e congêneres no
intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões
ambientais, e mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a
apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental (RUY, 2004).
Segundo Vasconcellos (1997), a presença em todas as práticas
educativas, da reflexão sobre as relações dos seres entre si, do ser humano
com ele mesmo e do ser humano com seus semelhantes é condição
imprescindível para que a Educação Ambiental ocorra. Dentro desse contexto,
sobressaem-se as escolas, como espaços privilegiados na implementação de
atividades que propiciem essa reflexão, pois isso necessita de atividades de
14
sala de aula e atividades de campo, com ações orientadas em projetos e em
processos de participação que levem à autoconfiança, às atitudes positivas e
ao comprometimento pessoal com a proteção ambiental implementados de
modo interdisciplinar (DIAS, 1992).
Em 2004, 42,34% (64.333) das escolas brasileiras reconheceram que
desenvolviam projetos de Educação Ambiental; outras 5.481 escolas (3,61%)
afirmaram possuir em seus currículos disciplinas especiais para a questão
ambiental, conforme se observa na figura 05, e mais de 72% (109.863)
revelaram incluir a temática ambiental nas disciplinas (MEC, 2004).
Um número grande? Um número ainda pequeno para nossas ambições
de educadores? Muitos questionariam que mais do que números é preciso
refletir sobre que tipo de Educação Ambiental está se desenvolvendo na escola
(LEME, 2010 apud GUIMARÃES, 2010).
Ainda a autora coloca que se fôssemos avaliar a qualidade da
Educação Ambiental nas escolas, provavelmente identificaríamos que muitas
das práticas desenvolvidas não estão condizentes com os princípios de uma
Educação Ambiental crítica.
O momento é grave. Precisamos ser realistas sem pessimismo;
utópicos, com os pés no chão. Queremos uma Educação Ambiental que, crítica
por princípio, nos mobilize diante dos problemas e nos ajude na ação coletiva
transformadora (LOUREIRO, 2010 apud GUIMARÃES, 2010).
A Educação Ambiental (EA) já é uma realidade. Suas ações estão hoje
presentes em todos os segmentos da sociedade. Assim, faz-se necessário,
cada vez mais, buscar caminhos que nos forneçam subsídios para que essas
práticas sejam reflexos de nosso movimento de ação e reflexão como
educadores ambientais (GUIMARÂES, 2010).
E na sua escola, os professores, equipe pedagógica, direção e demais
instâncias, desenvolvem algum tipo de projeto dentro da área da Educação
Ambiental?
15
Figura 05: Educação Ambiental nas escolas Fonte: http://caminhosparaasustentabilidade.blogspot.com/2010/02/educacao-ambiental-escola-construindo_09.html; data de acesso: 27/07/2011.
3.6 Os maiores problemas ambientais da atualidade
Os problemas ambientais da atualidade, como o aquecimento global,
desmatamento, desertificação, extinção de espécies, descartes inadequados
de resíduos industriais (altamente contaminante) e lixo urbano, entre muitos
outros, são objetos de estudos constantes dos especialistas. São diversos os
questionamentos sobre a própria continuidade e sobrevivência do planeta
principalmente pela possibilidade da escassez de água pura em um futuro
próximo (PAULINO, 2010).
Segundo o autor, o crescimento econômico mundial, a constante
degradação do meio ambiente e a possibilidade de exaustão dos recursos
naturais colocam em risco a sociedade mundial, com o desequilíbrio da
proteção do meio ambiente e nos trará um horizonte de profundas mudanças
climáticas causando provável escassez de alimentos e água potável.
Nunca se falou tanto em preservação ambiental como nos dias de hoje.
A preocupação com o meio ambiente tomou conta dos meios de comunicação,
das escolas e até mesmo das indústrias. Mas apesar de todo o embate, a
16
natureza ainda está sofrendo grandes desgastes por causa da ação do
homem, e os efeitos desse desgaste já podem ser sentidos no nosso dia a dia
(BUENO, 2008).
Para o autor, inundações, secas, catástrofes naturais, falta de
alimentos e de combustível são apenas algumas das conseqüências que já
começam a ser sentidas - e a previsão de cientistas e pesquisadores é que
este cenário piore.
Para Paulino (2010), a sociedade deve se organizar e cobrar esforços
mais eficazes dos líderes mundiais para alterar esse quadro de previsões
sombrias.
Para Bueno (2008), para inverter este quadro, é preciso uma ação
coletiva intensa e imediata e, para que isso ocorra, é preciso compreender
quais são os maiores problemas ambientais da atualidade e como eles afetam
nosso cotidiano.
Portanto, para que esses e tantos outros problemas ambientais
possam ser resolvidos, todos nós devemos cada qual fazer a nossa parte pelo
meio ambiente, pois é dele que dependerá a continuidade da nossa vida e do
planeta, conforme se observa na figura 06. Pense nisso! Vamos cuidar do
meio ambiente.
Figura 06: Continuidade de vida do planeta Terra Fonte: http://ongilhaverde.blogspot.com/2011_02_01_archive.html; data de acesso: 27/07/2011.
17
4 REFERÊNCIAS
AURINO, C. O que é Educação Ambiental? 2008. Disponível em:
http://www.artigonal.com/educacao-artigos/o-que-e-educacao-ambiental-
387596.html- acesso em 25 de julho de 2011.
BUENO, C. Os maiores problemas ambientais da atualidade. 2008.
Disponível em:
http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=27173&action=reportage
m- acesso em 27 de julho de 2011.
CASCA, L. A importância da água. 2002. Disponível em:
http://www.fisiculturismo.com.br/artigo.php?id=97- acesso em 25 de julho de
2011.
COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARANÁ. Economia. 2010. Disponível
em: http://site.sanepar.com.br/print/informacoes/economia- acesso em 25 de
julho de 2011.
DIAS, G. F. Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia,
1992.
GUIMARÃES, M. Caminhos da educação ambiental- da forma à ação.
Campinas, Papirus Editora, 2010.
MALLMANN, B. Reutilização da água da chuva. São Paulo, 2007. Disponível
em: http://2bh2o.blogspot.com/- acesso em 25 de julho de 2011.
MARIA, C. Aproveitamento da água da chuva- como fazer e vantagens.
2011. Disponível em: http://www.sempretops.com/casa/aproveitamento-da-
agua-da-chuva/- acesso em 25 de julho de 2011.
MARTINETTI, T. H. Artigo- Como aproveitar a água da chuva para fins não
potáveis. 2011. Disponível em: http://www.informamidia.com.br/2011/02/artigo-
como-aproveitar-agua-da-chuva-para-fins-nao-potaveis/- acesso em 25 de julho
de 2011.
18
MAY, S. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de chuva para
consumo não potável em edificações. São Paulo, 2004. Disponível em:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3146/tde-02082004-122332/pt-
br.php- acesso em 25 de julho de 2011.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Censo escolar. Brasília, 2004. Disponível em:
http://www.prolei.inep,gov.br/pesquisar.do;jsessionid=CE7C6D2D6084ADA94F
665CE7E14337E4?codThesaurus=148587- acesso em 27 de julho de 2011.
NOGUEIRA, A. O mito da falta de água no mundo. 2008. Disponível em:
http://hypescience.com/mito-falta-de-agua/2/- acesso em 25 de julho de 2011.
OURIQUES, R. Z. Aproveitamento da água de chuva em escola municipal
de Santa Maria-RS. Santa Maria, 2005. Disponível em:
http://sites.unifra.br/Portals/36/tecnologicas/2005/Aproveitamento.pdf- acesso
em 15 de maio de 2011.
PAULINO, J. Os problemas ambientais da atualidade- A água. 2010.
Disponível em: http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/os-problemas-
ambientais-da-atualidade-a-agua-2660393.html- acesso em 25 de julho de
2011.
RUY, R. A. V. A Educação Ambiental na Escola. São Carlos, 2004.
Disponível em:
http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_26/eduambiental.html- acesso em 25
de julho de 2011.
SAGAN, C. Água I: escassez de água potável para consumo humano.
2009. Disponível em: http://pt.shvoong.com/exact-sciences/1923016-
%C3%A1gua-escassez-%C3%A1gua-pot%C3%A1vel-para/- acesso em 25 de
julho de 2011.
SERENO, B. A importância da H2O/ The importance of H2O. 2011.
Disponível em: http://belaserena.wordpress.com/2011/02/01/a-importancia-da-
h2o-the-importance-of-h2o/- acesso em 25 de julho de 2011.
19
SOUSA, S. A. Água: falta de água no Brasil. 2008. Disponível em:
http://www.mundovestibular.com.br/articles/2617/1/AGUA---FALTA-DE-AGUA-
NO-BRASIL/Paacutegina1.html- acesso em 26 de julho de 2011.
TOMAZ, P. Aproveitamento de água de chuva de coberturas em áreas
urbanas para fins não potáveis. São Paulo, 2007. Disponível em:
http://www.faeasp.com.br/senag-lins/downloads/aula_agua_dechuva_lins.pdf-
acesso em 11 de maio de 2011.
TUNDISI, J. G.; TUNDISI, T. M. Entenda a importância da água e as
conseqüências do seu mau uso. 2009. Disponível em:
http://gedima.wordpress.com/2009/05/01/entenda-a-importancia-da-agua-e-as-
consequencias-do-seu-mau-uso/- acesso em 25 de julho de 2011.
VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação
Ambiental. In: PEDRINI, A. G. Educação Ambiental: reflexões e práticas
contemporâneas. Petrópolis, Vozes, 1997.