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MUNICPIO DA NAZAR Cmara Municipal CLASNZR

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NDICEIntroduo................................................................................................................................... 5 I. A Rede Social no Concelho da Nazar............................................................................... 6 II. Caracterizao Ecolgica e Demogrfica do Concelho da Nazar .............................. 7 II.I. Caracterizao Ecolgica .................................................................................................. 7 II.I.I. Enquadramento Regional.............................................................................................. 8 II.I.II. Apresentao da Sub - Regio do Oeste.................................................................... 9 II.II. Acessibilidades............................................................................................................... 10 II.II.I. Caractersticas Morfolgicas ..................................................................................... 10 II.II.II.O Solo............................................................................................................................ 11 II.II.III. Clima........................................................................................................................... 12 II.III. Fenmeno Urbano ........................................................................................................ 12 II.III.I. Resenha Histrica ...................................................................................................... 13 a) Pederneira ........................................................................................................................ 13 b) Stio da Nazar................................................................................................................ 15 c) Nazar ............................................................................................................................... 16 d) Valado dos Frades .......................................................................................................... 18 e) Famalico.......................................................................................................................... 19 II.III.II. Patrimnio Arquitectnico ..................................................................................... 20 Monumentos ............................................................................................................................ 20 II.IV. Caracterizao Demogrfica ...................................................................................... 23 II.IV.I. Estrutura do Povoamento ......................................................................................... 24 a) Densidade Populacional .............................................................................................. 24 b) Distribuio da Populao no Concelho.................................................................... 24 II.IV.II. Evoluo da Populao (1900 2001) .................................................................... 26 a) Ritmos de Crescimento............................................................................................... 27 II.IV.III. As variveis micro demogrficas: TBN, TBM, TFG e TMI ...................... 29 II.IV.IV. Estrutura de Idades .......................................................................................... 30 II.IV.V. Relaes de Masculinidade .............................................................................. 32 II.IV.VI. Grupos Funcionais e ndices de Resumo ...................................................... 33 III. Caracterizao Scio - Econmica.................................................................................. 36 III.I. O Turismo na Nazar .................................................................................................... 39 IV. Habitao............................................................................................................................ 44 V. Educao............................................................................................................................... 46 V.I. A Educao no Concelho da Nazar............................................................................. 47 V.I.II. Caracterizao da Estrutura da Educao................................................................ 47CLASNZR 2

a) Analfabetismo ................................................................................................................. 48 V.II. A Educao Pr- Escolar ................................................................................................ 48 V.III. Ensino Bsico................................................................................................................. 49 V.III.I. O 1. Ciclo do Ensino Bsico no Concelho da Nazar .................................... 49 V.III.II. O 2. e 3. Ciclo do Ensino Bsico no Concelho da Nazar.......................... 50 V.III.II.I. Escola EB 2,3 Amadeu Gaudncio ................................................................ 50 V.III.II.II. Externato Dom Fuas Roupinho .................................................................... 51 V.IV. O Ensino Secundrio no Concelho da Nazar ........................................................ 53 V.V. EDUCAO RECORRENTE E EXTRA-ESCOLAR ............................................... 54 V.V.I. Ensino Recorrente de Adultos e Educao Extra - Escolar............................... 54 V.VI. Formao Profissional - FORPESCAS ...................................................................... 56 VI. A Sade no Concelho da Nazar ................................................................................... 59 VI.I. O Centro de Sade da Nazar...................................................................................... 59 VI.I.I. Trabalho desenvolvido pelo Centro de Sade da Nazar em 2003................ 63 VI.I.II. Servio de Atendimento Permanente............................................................... 63 VI.I.III. Programas Verticais (Direco Geral de Sade)............................................ 63 VI.I.IV. Vacinao ............................................................................................................ 64 VI.I.V. Tratamentos ......................................................................................................... 65 VI.I.VI. Cuidados de Sade no Domiclio .................................................................... 65 VI.I.VII. Programa de Sade Escolar ............................................................................ 65 VI.I.VIII. Educao para a Sade 2003....................................................................... 66 VI.I.IX. Sade dos Idosos................................................................................................ 66 VI.I.X. Articulao com outras Instituies.................................................................. 67 VI.II. Alcoolismo ..................................................................................................................... 68 VI.III. Deficincia.................................................................................................................... 69 VI.IV. Toxicodependncia ..................................................................................................... 72 VI.IV.I. Caracterizao dos Utentes do Concelho da Nazar atendidos pela Consulta e Tratamento de Toxicodependncia do Concelho da Nazar .................. 73 VII. Emprego ............................................................................................................................ 76 VII.I. Inscritos por Categoria ............................................................................................ 76 VII.II. Inscritos por Idade e Sexo ..................................................................................... 77 VII. III. Inscritos por anos de escolaridade obtida ....................................................... 78 VII.IV. Inscritos por tempo de permanncia em ficheiro ........................................... 78 VII.V. Cursos de Formao realizados no Concelho da Nazar (Promovidos ou tutelados pelo Centro de Emprego) ................................................................................. 79 VII.V.I. Curso de Escolas Oficinas................................................................................. 79 VII.V.II. Insero Emprego.......................................................................................... 79 VII.V.III. EFA B2 .............................................................................................................. 79 VII.V.IV. EFA B3 .............................................................................................................. 79CLASNZR 3

VIII. Aco Social Concelhia................................................................................................. 80 a) Cmara Municipal da Nazar Aco Social........................................................ 81 VIII.I. IPSSs do Concelho da Nazar (de apoio a Idosos e Infncia) ........................... 84 VIII.I.I. Centro Social da Freguesia de Famalico ........................................................ 84 VIII.I.II. Centro Social de Valado dos Frades................................................................ 85 VIII.I.III. CERCINA Cooperativa de Ensino e Reabilitao de Crianas Inadaptadas do Concelho da Nazar............................................................................... 86 VIII.I.IV. Confraria de Nossa Senhora da Nazar ........................................................ 89 VIII.II. Rendimento Social de Insero............................................................................... 91 VIII.II.I. Beneficirios do Rendimento Social de Insero ......................................... 92 VIII.II.II. Beneficirios do Rendimento Social de Insero Tipo de Famlia....... 92 VIII.II.III. Beneficirios do Rendimento Social de InseroEscalo de Rendimento.......................................................................................................................... 93 IX. Justia/Insero Social...................................................................................................... 94 IX.I. Tribunal............................................................................................................................ 94 IX.II. Instituto de Reinsero Social .................................................................................... 94 IX.II.I. Interveno do IRS em relao aos Muncipes do Concelho da Nazar.......... 95 a) Caracterizao dos Adultos Acompanhados pelo Instituto de Reinsero Social ..................................................................................................................................... 95 X. Promoo dos Direitos e Proteco de Crianas e Jovens ........................................... 97 X.I. Comisso de Proteco de Crianas e Jovens da Nazar........................................... 97 XI. Associativismo................................................................................................................... 99 XII. Ponto da Situao .......................................................................................................... 107 Anexos ..................................................................................................................................... 110 Inqurito ................................................................................................................................. 111 Anlise S.O.W.T. ................................................................................................................... 117 Entidades Parceiras ............................................................................................................... 118 Bibliografia............................................................................................................................. 125

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Introduo

Sendo hoje consensual que os fenmenos da pobreza e excluso social so consequncia de vrios factores e que, por isso, tocam todos os sectores da sociedade, torna-se necessrio para os combater eficazmente compatibilizar e articular todas as polticas sectoriais ao nvel local, regional e nacional. Em Portugal tem-se implementado vrias medidas de poltica social e programas nacionais em diversas reas mas, apesar da qualidade e diversidade destas medidas e programas, torna-se premente uma maior e eficaz racionalizao das respostas existentes localmente e uma melhor articulao das diferentes formas de interveno social em cada territrio. A interveno do Programa Rede Social prev uma perspectiva territorializada de interveno, uma vez que no local que os problemas acontecem e nele devero ser encontradas as solues para os resolver. Os trabalhos que sero desenvolvidos por este Programa tm como princpio fundamental conhecer para actuar, utilizando uma metodologia de investigao/aco, fazendo diagnsticos que se querem unidades de anlise das situaes estudadas ou a estudar, da que nunca se possam considerar acabados, tratando-se de instrumentos abertos. Este Pr-Diagnstico uma primeira abordagem realidade social do Concelho da Nazar, feita no mbito do Programa Rede Social, proporcionando a todos os agentes sociais dados e informaes acerca da realidade sobre a qual se vai intervir e se quer ver transformada.

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I. A Rede Social no Concelho da NazarNum contexto em que se afirmavam tendncias de descentralizao e territorializao do combate pobreza e excluso social, surge a Resoluo de Conselho de Ministros n.197/97 que criou, em Novembro de 1997, o Programa Rede Social. Este programa surge com o objectivo de incentivar a criao de redes de apoio social integrado de mbito local, com vista erradicao ou atenuao da pobreza e promoo do desenvolvimento social.. Na sequncia do trabalho desenvolvido localmente na rea social e do programa proposto, foi constitudo o CLASNZR Conselho Local de Aco Social da Nazar com o intuito de encetar um trabalho articulado na sinalizao e resoluo das situaes mais graves de pobreza e de excluso social existentes no concelho. Desta parceria, que se quer inovadora, fazem parte: Municpio da Nazar Cmara Municipal, Juntas de Freguesias do Concelho: Famalico, Nazar e Valado dos Frades, Centro Distrital de Solidariedade e Segurana Social de Leiria, Agrupamento de Escolas da Nazar, Associao dos Dadores Benvolos de Sangue do Concelho da Nazar, Associao dos Bombeiros Voluntrios da Nazar, Capitania do Porto da Nazar, Centro da rea Educativa do Oeste Sector do Ensino Recorrente, Centro de Sade da Nazar, Centro Social da Freguesia de Famalico, Centro Social de Valado dos Frades, CERCINA Cooperativa de Ensino e Reabilitao do Concelho da Nazar, Confraria de Nossa Senhora da Nazar, FORPESCAS Centro de Formao Profissional para o Sector das Pescas, Guarda Nacional Republicana, I.E.F.P./Centro de Emprego de Alcobaa, Instituto de Reinsero de Alcobaa e Polcia de Segurana Pblica. Foi constitudo um Ncleo Executivo do CLAS, do qual fazem parte as seguintes instituies: Cmara Municipal da Nazar, Centro Distrital de Solidariedade e Segurana Social de Leiria, CERCINA Cooperativa de Ensino e Reabilitao de Crianas Inadaptadas do Concelho da Nazar, Centro Social da Freguesia de Famalico, Centro Social de Valado dos Frades e Confraria de Nossa Senhora da Nazar.

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II. Caracterizao Ecolgica e Demogrfica do Concelho da Nazar

A anlise da sociedade e consequentemente dos seus problemas tem configurado formas de a interpretar e de nela intervir bastante diferenciadas. Consoante os espaos, as trajectrias demogrficas vo, como tal, diferindo, pelo que a referncia a uma populao particular, mais do que uma ilustrao concreta de algo que est a acontecer escala mundial, sempre um caso merecedor de uma ateno muito especial. Caracterizar o ordenamento espacial da populao, a alterao das estruturas familiares, a composio da populao activa so alguns dos aspectos que teremos em ateno neste primeiro ponto. A par da caracterizao demogrfica, tentaremos dar conta de alguns condicionalismos fsicos, culturais, econmicos e /ou sociais que, de uma forma ou de outra, podero influenciar a concentrao populacional no concelho em anlise.

II.I. Caracterizao Ecolgica

Entende-se o estudo de uma populao como o estudo de uma aglomerao considerada um organismo vivo, procurando determinar as relaes que se estabeleceram no seu crescimento e adaptao s diferentes condies naturais, sociais e econmicas. Assim, h a considerar toda a sua envolvente ecolgica que deve ter, por mnimo que seja, algumas referncias histricas e, se assim se pode falar, um enquadramento geogrfico regional.

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II.I.I. Enquadramento Regional A Nazar encontra-se situada a Oeste de Portugal Continental, na linha Norte/Sul, a 120 Km de Lisboa e a 220 Km do Porto, a 100 Km de Coimbra e a 35 Km da sede distrital Leiria. Est inserida na provncia da Estremadura, na Comisso de Coordenao da Regio de Lisboa e Vale do Tejo, ficando a Oeste do maior macio calcrio do Pas Serra de Aire e Candeeiros do sistema montanhoso Montejunto/Estrela. Fica encaixado no Concelho de Alcobaa, ladeado a Norte pela freguesia de Pataias e a sul pela Freguesia de S. Martinho do Porto. O Concelho, o mais pequeno do Distrito de Leiria, com uma rea de 95,7 Km2, abrangendo trs freguesias: Nazar, Famalico e Valado dos Frades.

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II.I.II. Apresentao da Sub - Regio do Oeste

Em termos de rea, o Oeste a terceira das cinco NUTS III em que se divide a Regio de Lisboa, Oeste e Vale do Tejo, integrando 12 concelhos, com uma rea de 2.220 Km. Fazendo fronteira com a rea Metropolitana de Lisboa, o Oeste assume-se, contudo, como uma realidade bem distinta. Longe de constituir um territrio homogneo, tem como uma das suas caractersticas mais marcantes as diversidades a nvel econmico, empresarial, demogrfico, urbanstico, cultural, social e patrimonial. A regio tem como principais pontos fortes a qualidade dos recursos naturais, ambientais e patrimoniais; uma vida associativa e tradies scio culturais valiosas; uma estrutura produtiva diversificada; um elevado potencial agrcola e turstico e acessibilidades rodovirias externas em realizao; como pontos fracos conta com a fragmentao social e territorial; debilidades institucionais e organizativas; aspectos ambientais crticos; acentuada

endogeneidade; baixa escolaridade e qualificao da populao; terciarizao insuficiente e fraca internacionalizao da economia.

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II.II. Acessibilidades O Concelho servido pelas estradas nacionais EN242 e EN8/5. Em termos de auto-estradas e vias rpidas tem acesso auto- estrada A1 a 45 Km e A8 a 6 Km, pois, tem acesso directo pela freguesia de Valado dos Frades.

II.II.I. Caractersticas Morfolgicas

O Concelho atravessado por um vale tifnico que se desenvolve desde Alpedriz ao vale de bidos, numa extenso de 40 Km, acompanhado pelo Pinhal de Leiria a Norte, pelas cristas do Facho (200m) a Nascente, e Pescarias (180m) a Poente, a Sul a continuidade do vale. A oeste da Nazar, no Oceano Atlntico, situa-se a falha ou fossa da Nazar que se desenvolve desde o promontrio da Nazar, onde se ergue o forte de S. Miguel, no sentido Sudoeste. Inicia-se a 100m de profundidade

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dentro do promontrio, a escassos 100m da terra, terminando a uma profundidade de 5.000m a largas milhas do paralelo de Sesimbra. As nicas rochas existentes so os calcrios, caracterizam a zona como muito rica em gua e solos de aluvio de grande capacidade agrcola. Quanto aos ecossistemas existentes temos as praias que so de reduzida profundidade, mas de extenso considervel em termos concelhios; as dunas ocorrem na parte Sul do concelho com pouca profundidade, sendo que a Norte, o sistema dunar bastante mais complexo e extenso com uma profundidade mdia de 500 metros; os arribais ou falsias; a barimtrica dos 30 metros; leitos dos cursos de guas e zonas ameaadas pelas cheias, cujo o sistema hidrogrfico mais importante constitudo pelos rios Alcoa, do Meio e da Areia; as lagoas so internas e de pequenas dimenses neste concelho, sendo a sua rea de proteco de 200 metros; Cabeceiras das linhas de gua, a estrutura geomorfolgica no evidncia reas de cabeceiras com significado; zonas declivosas, para alm das arribas litorais, a estrutura geomorfolgica do concelho da Nazar no apresenta zonas declivosas com significado nem reas com riscos de eroso importantes. II.II.II.O Solo No Concelho da Nazar podemos encontrar zonas distintas quanto ocupao dos solos. A Zona dos Aluvies do Campo uma zona agrcola que abrange parte das freguesias de Valado dos Frades e Famalico, est fortemente vocacionada para as culturas intensivas. A Zona de Pinhal abrange parte Norte do concelho (freguesias de Nazar e Valado), possui um importante coberto arbreo de pinhal bravo. A terceira zona a das Culturas Permanentes, que constituda por uma mancha muito pequena localizada a sudoeste da freguesia de Famalico.

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A quarta zona a das culturas arvenses. constituda por uma pequena mancha que envolve a Nazar, e o norte da freguesia de Famalico. Abundam ainda as zonas dos incultos, os afloramentos rochosos calcrios e algum pinhal. II.II.III. Clima O clima temperado atlntico, com 4 estaes definidas, com fraca amplitude trmica. Chuvas predominantes no Inverno e Vero quente e seco. A zona influenciada climaticamente pelo sistema montanhoso

Montejunto/Estrela, pelo Cabo Carvoeiro e pelo Oceano Atlntico. II.III. Fenmeno Urbano Produto da actividade humana e fonte de efeitos de retorno sobre as maneiras de agir e de pensar, o espao uma mediao da vida urbana: mediao da competio entre os diferentes agentes (domsticos,

empresariais...) pela apropriao do solo. Neste sentido, considera-se importante, para estudar as interaces que se desenvolvem em torno de determinadas mediaes, econmicas e sociais, traar uma breve resenha histrica do Concelho, para melhor percebermos o passado, o presente e o futuro deste espao urbano. (...) Para todo o indivduo que opera num sistema social, a identidade o resultado de um confronto contnuo com os outros, que o leva a construir uma representao de si prprio, da sua unidade pessoal, da distino entre o seu eu e o dos outros, do papel desempenhado na sociedade e da posio ocupada nas hierarquias sociais.(...)Os cidados(...) no se limitam a receber passivamente um patrimnio simblico herdado da tradio, modelando nele a sua prpria identidade, mas ao invs, apoderam-se dele activamente, interpretando-o, modificando-o(...)(Mela, 1996:144145-147)

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Toda a sociedade urbana uma realidade em formao, est em permanente desenvolvimento e o resultado duma evoluo histrica com concentrao populacional, afluncia de objectivos e concentrao de poder, transmitindo um sistema de valores, uma cultura que lhe confere alguma especificidade. importante perceber atravs da histria de um local, a construo da identidade na interaco entre o sujeito e os Outros na tentativa de apropriao de um mesmo territrio.

II.III.I. Resenha Histrica O Concelho da Nazar constitudo por trs freguesias: a freguesia da Nazar, a freguesia de Valado dos Frades e a freguesia de Famalico. A freguesia da Nazar inclui, alm da Vila, uma pequena povoao, de 505 habitantes, Fanhais, que se encontra ligada actividade agrcola. A vila formada por um ncleo central, a Praia, que se estende pela enseada limitada a norte por um imponente promontrio, onde fica situado o Santurio de Nossa Senhora da Nazar, e em torno do qual se expandiu o lugar do Stio da Nazar; a sul pela Serra da Pescaria, e a oriente pela serra da Pederneira, sobre o qual se situa o lugar do mesmo nome. a) Pederneira Antiga vila dos Coutos de Alcobaa, foi fundada pelos povos de Paredes quando das grandes invases de areia que inutilizaram o seu porto, obrigandoos a deslocarem-se para um local mais a sul, onde pudessem exercer as suas actividades. A vila de Pederneira fundada em finais do sc. XV, situava-se a dois quilmetros do primitivo porto de Pederneira.

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Lagoa da Pederneira

A grande lagoa, livre dos perigos das mars e da fria dos temporais, constitua inesgotvel fonte da mais rica e variada pescaria, sem a necessidade do recurso a grandes barcos ou a complicados aparelhos. Os planaltos adjacentes, compostos de extensos e frteis terrenos, forneceriam, sem grande trabalho, os produtos agrcolas destinados alimentao, desde os de mais fcil granjeio aos da mais esmerada e complicada cultura (Natividade 1960 :100)

Esta vila e o seu porto foram, durante o sc. XVI, um dos mais activos estaleiros do reino. Daqui partiram algumas das naus que foram engrossar a frota da ndia. No terceiro quartel do sc. XVI os corsrios franceses capturaram mais de vinte navios deste porto, que se destinavam ao comrcio estrangeiro. Comeou aqui a decadncia deste porto, que o assoreamento progressivo viria a confirmar. Depois da extino das ordens religiosas em 1834, a vila de Pederneira foi sede de concelho homnimo at 1855, ano da extino e da sua anexao ao concelho de Alcobaa. O concelho da Pederneira viria a ser restabelecido em 1898. A sua denominao foi alterada, por lei de 1912, para o concelho de14

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Nazar, tendo-se verificado j em 1898 a instalao dos paos concelhios na povoao da praia da Nazar. A Pederneira, de tradio rural, representa um caso especial entre a pertena objectiva Nazar, e uma maior proximidade no modo de vida com as populaes de outras freguesias. Embora tenha sido durante sculos terra de pescadores, a Pederneira acabou por ficar reduzida durante o xodo que a partir do sculo XVII marcou o seu declnio e ascenso da Praia, s famlias que viviam exclusivamente do campo. Hoje em dia, devido expanso urbana, facilidade de deslocao, ao xodo da populao do centro para a periferia devido procura dos espaos centrais pelo comrcio e servios, esta diferena j no se mostra to ntida. b) Stio da Nazar

A histria deste local foi construda em volta da imagem de Nossa Senhora da Nazar e da lenda de D. Fuas Roupinho. A fundao de uma Ermida da Memria (para onde foi levada a imagem de madeira policromada, figurando uma Virgem de Leite) fez-se acompanhar por uma doao territorial. O local onde se ergue a ermida foi denominado Stio de Nossa Senhora da Nazar e desde cedo que atraiu peregrinos de vrios locais. Esta procura levou construo de alojamentos para acolher e servir os peregrinos. Em 1937, foi mandado construir por D. Fernando um novo santurio para onde foi transferida a Imagem. Nos sculos XVII e XVIII, os monges de Alcobaa tentaram obter judicialmente a jurisdio temporal sobre o Stio da Nazar e o territrio doado por D. Fuas Roupinho, mas as tentativas saram goradas. Ambos

permaneceram sob administrao da Confraria de Nossa Senhora da Nazar, constituda, talvez no sculo XV, por homens e mulheres da vila de Pederneira, e colocada sob proteco real, no incio do sculo XVII.15

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Nos sculos XVIII e XIX, foram organizadas grandes romagens, oriundas de vrias localidades, que trouxeram ao Stio um grande nmero de forasteiros de todas as classes sociais, nomeadamente entre Junho e Outubro. Este local pode contar com a visita da Famlia Real por algumas ocasies. Em 1808, houve o saque do Santurio Mariano e da povoao pelas tropas napolenicas. At meados do sculo XX, foi considervel o nmero de peregrinos e romeiros que se deslocavam ao stio para venerar a Senhora da Nazar. Este afluxo ao Stio tem vindo a diminuir devido aos milagres de 1917 e a consequente afluncia ao Santurio de Nossa Senhora de Ftima. Apesar deste enorme afluxo a Ftima, o Stio da Nazar continua a ser um local de referncia e de visita de muitos peregrinos e excursionistas. Atravs da organizao da sua malha urbana: com o altivo santurio, as casas de romeiros, o pao, o teatro e a praa de touros, com vrios e espaosos largos, o Stio da Nazar est vocacionado para receber sazonalmente grande nmero de romeiros e festeiros.

c) Nazar O progressivo assoreamento do porto da vila da Pederneira, ocorrido no sculo XVIII, ps a descoberto as terras que hoje constituem a Nazar. Mas, s no sculo XIX a praia da Nazar vai conhecer o primeiro surto de desenvolvimento. tambm a poca em que os pescadores de lhavo, Buarcos, Quiaios, Aveiro e Lavos procuram a praia da Nazar para pescar e construir embarcaes para a faina. Foi uma poca de franco desenvolvimento, que viria a ser interrompido pelas Invases Francesas que saquearam e incendiaram armazns, instalaes de servios, casas e at residncias dos que vinham a banhos a esta praia.

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Diz-se que as primeiras construes na Praia tero surgido a Norte de forma espontnea, ao abrigo do promontrio. Em 1889, foi inaugurado o ascensor ligando as povoaes da Praia e do Stio. No final do sculo XIX, a Praia da Nazar, acolhendo no Vero uma numerosa populao banhista, era j maior e mais populosa que o Stio e a Pederneira, o que ocasionou a passagem dos paos do concelho da Pederneira para a Praia.

Os hbitos peculiares da comunidade piscatria, vividos no imponente cenrio da beira-mar, fez da praia da Nazar, a partir de meados do sculo XX, um dos destinos tursticos mais procurados de Portugal. A deslocao da actividade piscatria, na sequncia da construo do Porto de Abrigo (1983 - numa fase em que j era evidente o declnio da pesca na Nazar), retirou da orla martima toda a faina que era uma componente turstica muito prpria da Nazar. Os barcos deixaram de encalhar na praia. Cada famlia, e cada empresa passa a organizar a sua vida em funo dos rendimentos do Vero, quer obtidos na pesca, quer obtidos na actividade

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turstica, com o aluguer das casas, das barracas e outras actividades ligadas ao veraneio como a venda de percebes, caranguejos, etc. Os jovens durante as frias de Vero ocupam o seu tempo e, deste modo, contribuem para a ajuda da economia familiar, trabalham para o Instituto de Socorros a Nufragos, como nadadores salvadores, ajudam nos restaurantes como empregados de mesa, vendem gelados ou na praia ou nos quiosques ao longo da marginal. Durante o sc. XX, a vida da Nazar foi marcada pela dicotomia entre o Vero e o Inverno. A Praia da Nazar actualmente o centro da Vila e uma vila de per si onde esto implantados quase todos os servios e onde bem patente o peso da actividade turstica, tanto na urbe como nos hbitos da populao.

d) Valado dos Frades Freguesia do concelho da Nazar, encontra-se situada junto da linha frrea do Oeste e ao n de acesso A8. O povoamento desta freguesia do concelho da Nazar parece ter sido definitivo a partir do sculo XII. Situado no vale tifnico que se estende de bidos at s plancies aluviais do Valado e Maiorga, perto duma povoao romana Rious Molendironum, tem na zona vestgios romanos. Localizada numa regio frtil, a par da margem direita do Rio Alcoa, pertenceu em tempos aos Coutos de Alcobaa. O Paul do Valado localizado numa zona da antiga Lagoa da Pederneira, foi mandado drenar pelos frades de Cister e as terras cobertas de junco deram origem a campos frteis que contriburam para o enriquecimento dos Coutos de Alcobaa. Os Frades Cistercienses efectuaram aqui uma verdadeira colonizao agrcola; exemplo disso a Quinta do Campo, Escola Portuguesa de Engenharia Agrcola fundada pelos monges e que muito contribuiu para o

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desenvolvimento da localidade; est actualmente recuperada e adaptada como unidade de turismo de habitao. Dadas as possibilidades agrcolas das terras da freguesia e dada a existncia de numerosas fbricas, sobretudo de cermica, faiana e porcelana, o Valado pode ser considerado um importante sustentculo econmico do concelho. At aos dias de hoje a freguesia de Valado dos Frades espera pela construo da Zona Industrial. A criao de uma rea de Localizao Empresarial (ALE) vem ao encontro das necessidades de reinstalar algumas empresas existentes no concelho e o interesse manifestado por outras para se instalarem na zona. Considera-se este parque industrial como uma grande oportunidade, no s para a freguesia, como para todo o concelho, pois, proporcionaria o aumento da taxa de empregabilidade, aumento do investimento externo, oportunidade de

competio com outros pases e incremento da produo. e) Famalico Aldeia e freguesia do concelho da Nazar, no sop da Serra da Pescaria, rodeada de frteis campos de cultivo e atravessada pela linha frrea do Oeste. O seu povoamento permanece desconhecido at ao sc. XII, altura em que se julga que os habitantes de Paredes se instalaram em Famalico. Estes novos habitantes trouxeram consigo o culto de N. Sr. da Vitria (orago da freguesia e celebrada todos os anos em Agosto). Famalico foi uma vigararia da apresentao do Mosteiro de Alcobaa, passando depois a Priorado dos Coutos de Alcobaa. As actividades econmicas da freguesia esto intimamente ligadas terra, sendo por isso a agricultura e a fruticultura os principais meios de subsistncia da populao, bem como, a indstria de fibras de madeira que est implantada em Famalico.CLASNZR 19

II.III.II. Patrimnio Arquitectnico Monumentos

Nesta rea o maior e mais importante bem de famlia a Igreja de S. Gio, uma pequena Igreja monstica do sculo VII associada a contos histricos. Decorria o ano de 1857, quando o Frei Bernardo de Brito encontrou esta Igreja e vrias lpides com legendas confusas, na zona que rodeava o templo. Pensava-se que os romanos teriam erguido um templo ou altar dos deuses, em cumprimento de alguma vitria alcanada. Com a chegada dos Visigodos, esse templo foi desmantelado e, sobre ele, foi construda uma Igreja de feio crist. A partir do sculo XVIII, foram os rabes que povoaram aquele territrio. Tm sido encontrados, na Quinta de So Gio, vrios vestgios pertencentes s pocas romana, visigtica e medieval. Actualmente, esses achados esto expostos no Museu Etnogrfico e Arqueolgico Dr. Joaquim Manso. Mesmo em runa, este monumento contnua a ser o mais antigo do gnero, na Pennsula Ibrica. Castro de Euburbriga, situado a 4 Km da vila, a sudoeste, a norte do Casal Mota. Supe-se que tivesse sido uma povoao martima, com o seu castro lusitano do princpio da poca dos metais. Os Celtas a se tero estabelecido por volta do sc. VI a.C., e os Romanos t-la-o tomado. Mais tarde os Visigodos te-lo-am tomado e destrudo, tendo entrado em declnio. Castro de S. Bartolomeu no cimo do monte com o mesmo nome, cota 156, a 2,5 Km da vila da Nazar, existem vestgios de uma antiqussima fortaleza. Ermida da Memria evocativa do milagre da apario da Virgem a D. Fuas Roupinho. Erguida a mando do alcaide em agradecimento Virgem, em 1182. formada pela gruta primitiva e, na parte superior, pela capela. Santurio Nossa Senhora da Memria sucedeu ao templo mandado erigir por D. Fernando em 1377, sendo restaurada em 1680-1691. decorada em azulejos holandeses de finais do sc. XVII. O altar de mrmore italiano, comCLASNZR 20

embutidos. Foi saqueada em 1808 aquando das invases francesas e, presentemente, encontra-se em restauro. Igreja Nossa Senhora das Areias Igreja Matriz de Pederneira. Edificada em finais do sculo XVI com uma arquitectura religiosa. Templo de uma s nave coberta por uma abbada caleada; capela-mor decorada por talha dourada do Sculo XVII com duas telas seiscentistas alusivas a passos da iconografia autoniana; do lado da Epstola, a grande bancada da antiga irmandade, ornada de talha dourada setecentista; azulejaria do sculo XVII; quadros cermicos embutidos com a cruz dos Bulhes, datados de 1637. Ermida Nossa Senhora dos Anjos - templo quinhentista, situado no lugar de Pederneira. Do antigo carcter arquitectural no resta nada. Colunas caneladas jnicas do sc. XVI, em cada uma delas vem-se tbuas de pintura quinhentista e, no corpo da ermida, encontram-se restos de azulejos do sc. XVII. Forte de S. Miguel - fica no promontrio que cai a pique sobre o mar, em frente pedra do Guilhim, a Oeste do Stio da Nazar. Foi mandado erigir pelo rei D. Sebastio, em 1577, para proteco da costa martima que era frequentemente alvo dos piratas. O traado actual corresponde remodelao e ampliao mandada executar por D. Joo IV. Santurio de Nossa Senhora da Nazar localizado no Stio, o Santurio de Nossa Senhora da Nazar um monumento imponente, elevado sobre uma escadaria monumental. Construdo em 1377 por ordem de D. Fernando, este templo tinha por finalidade dar acolhimento ao grande nmero de peregrinos que ali se deslocavam em visita Senhora da Nazar. Durante os reinados de D. Joo I e D. Manuel I foi ampliado e no incio do sculo XVII, D. Filipe II mandou reconstruir a capela-mor. No interior da Igreja pode-se encontrar valiosos azulejos setecentistas, pinturas sobre tela alusivas ao milagre da Nazar e, ainda uma escultura da Virgem segurando o menino, oferecida por D. Joo VI.21

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Fonte Antiga ou Fonte da Vila situada na estrada entre a Nazar e a Pederneira. Imvel de interesse municipal. No se sabe ao certo, mas foi provavelmente construda sobre uma outra fonte mandada edificar pelo Cardeal Rei e reformada em 1716. Outra verso, assenta na ideia de que foi erguida sobre uma outra fonte construda em 1622, trs anos aps a primeira procisso dos Passos, qual se atriburam propriedades milagrosas, associadas Virgem da Nazar. Igreja da Misericrdia da Pederneira a Igreja da Misericrdia da Pederneira era uma antiga Capela que, em 1721, foi remodelada a mando de Joo de Almeida Salazar, passando a ter anexos onde funcionava a Casa do Despacho, a Sala da Irmandade, o Hospital misto e acomodaes para viajantes. De entre os seus inmeros elementos, destacam-se a tribuna da irmandade, com 15 colunas jnicas, e os altares em talha barroca, usuais na poca de construo. Em 1877, a Igreja e o Hospital so anexados Real Casa de Nossa Senhora da Nazar, ficando esta com a obrigao de custear o antigo Hospital, entretanto transferido para o edifcio do Stio por se encontrar em ms condies. Ao lado da Capela Mor, uma porta permite o acesso ao Museu de exvotos e Oferendas. Paos do Concelho e Pelourinho da Pederneira os antigos Paos do Concelho um edifcio de raiz quinhentista, remodelado no sculo XVIII. Serviu de instalaes ao Tribunal do antigo Concelho da Pederneira, Cmara Municipal, Cadeia e ao Aougue. O Pelourinho da Pederneira foi construdo em substituio do antigo Pelourinho manuelino, retirado em 1876. monoltico de slex que assenta sobre uma base octogonal. Teatro Chaby Pinheiro foi inaugurado a 14 de Fevereiro de 1926 na presena de Chaby Pinheiro. um teatro romntico tipo italiano. No interior, possvel admirar as pinturas da boca de cena, pintadas por Frederico Ayres e22

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classificadas pelo IPPAR. O Salo Nobre utilizado frequentemente para exposies. O Teatro Chaby Pinheiro composto por 449 lugares sentados, dispondo de camarotes. Pao Real foi construdo em 1718 junto ao Santurio de Nossa Senhora da Nazar para alojar os monarcas nas suas deslocaes Nazar. Albergou, durante muitos anos, o Jardim de Infncia da Confraria Nossa Senhora da Nazar. Capela de S. Brs localizada no cume do Monte de S. Brs, na freguesia de Nazar, a capela de S. Brs um local de romaria secular cujas festividades se realizam anualmente no dia trs de Fevereiro. Os acessos a esta capela so feitos atravs de uma escadaria rstica, com um elevado grau de eroso, com mais de 100 metros de altitude.

II.IV. Caracterizao Demogrfica

Na caracterizao da estrutura demogrfica do concelho da Nazar optouse por uma anlise no muito remota, assim analisaremos a evoluo da populao a partir de 1960. Sero apresentadas e efectuadas a anlise das pirmides de idade de 1991 e de 2001 com as respectivas relaes de masculinidade, bem como, a anlise dos grupos funcionais e ndices de resumo.

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II.IV.I. Estrutura do Povoamentoa) Densidade Populacional

Quando falamos em densidade populacional temos que ter sempre presente que se trata de um clculo bastante elementar, visto que consiste essencialmente na diviso do total de habitantes existentes numa determinada unidade espacial pela superfcie dessa mesma unidade, no tomando em considerao as caractersticas do espao fsico onde se insere a populao em anlise.Quadro n.1

Populao Residente por freguesia e densidade populacionais Concelho da Nazar 1991 e 2001rea (Km) 21.49 41.94 19.06 82.5 1991 Pop. Residente 1461 10451 3401 15313 Densidade Populacional 68 249 178 185.6 Pop. Residente 1672 10080 3308 15060 2001 Densidade Populacional 78 240 174 182

Freguesia Famalico Nazar Valado dos Frades Total do Concelho da Nazar

INE, XIV Recenseamento Geral da Populao

b) Distribuio da Populao no Concelho

O concelho da Nazar no apresenta grande homogeneidade na distribuio da populao pelas suas freguesias. Em 1991 a populao encontrava-se distribuda de forma no uniforme pela rea concelhia: a freguesia da Nazar tinha 10451 habitantes, Valado dos Frades com 3401 e Famalico com 1461 habitantes. Em 2001 a populao noCLASNZR 24

sofreu grande alterao no que concerne uniformidade, continuando a freguesia da Nazar a agregar mais habitantes. Sendo assim, temos a freguesia da Nazar com 10080 habitantes, o Valado dos Frades com 3308 e Famalico com 1672. Registe-se que apenas Famalico, num espao de 10 anos, aumentou a populao em 211 efectivos populacionais. Relacionando a populao com a rea de cada freguesia, a Nazar tem uma densidade populacional de 240 habitantes por Km , Valado dos Frades conta com 174 habitantes por Km e Famalico, por Km , tem 78 habitantes. Em termos demogrficos o concelho dominado pela populao da Nazar. Neste lugar viviam, em 2001, 10080 habitantes, ou seja, 67 % da populao do concelho. A populao de Valado dos Frades com 3308, constitui, pela sua localizao e dimenso demogrfica, o segundo lugar mais importante do concelho. As freguesias da Nazar e de Valado dos Frades possuem um tipo de povoamento concentrado, enquanto que em Famalico predomina a disperso. Os 1672 habitantes desta freguesia distribuem-se pelos lugares de Quinta Nova, Macarca, Rebolo, Serra da Pescaria, Raposos, Mata da Torre, Famalico, Casal Mota, Salgado, Casais de Baixo e Casais de Cima. No concelho da Nazar a populao concentra-se nas reas em que a actividade agrcola tem menor importncia e tende a dispersar-se onde a sua importncia aumenta. Quanto distribuio da populao segundo a dimenso dos lugares, a maior percentagem verifica-se, tanto em 1991 como em 2001, nos lugares com mais de 5000 habitantes, correspondendo a 63% e 65% respectivamente.

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Grfico n.1Populao Segundo a Dimenso dos Lugares no Concelho da Nazar

1%

15% 0% 14%

Menos de 2000 De 2000 at 4999

2001 65% 63% 1991

21%21%

Mais de 5000 Isolada

Grfico n.2

II.IV.II. Evoluo da Populao (1900 2001)

Concelho da Nazar: Evoluo da Populao Residente 1900 a 2001 18000 16000 14000 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Fonte: INE, Recenseamento Geral da Populao

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No que concerne anlise do crescimento demogrfico do Concelho da Nazar, desde o incio do sculo tnhamos em 1900 um contigente populacional concelhio de 8393 habitantes passando para 11614 em 1940 e em 1960 contava com 13511 habitantes. Entre 1960 e 1970, o contigente populacional sofreu um decrscimo, porm nada de significativo. Foi uma poca de grandes movimentaes populacionais no pas, poca de grandes surtos de imigrao. Entre 1970 e 1980 verificou-se um aumento de 2176 efectivos populacionais. Os resultados da variao concelhia da populao, neste perodo, conjugados com a anlise da distribuio geogrfica dos imigrantes regressados da Europa Ocidental e dos retornados das ex - colnias, retractam, com bastante nitidez, a expresso geogrfica das transformaes da dinmica geogrfica portuguesa. Em Portugal Continental foi a faixa litoral que continuou a ser a rea de maior crescimento demogrfico.

a) Ritmos de Crescimento

Podemos verificar que no perodo compreendido entre 1981/1991 e 1991/2001, verificou-se uma diminuio dos efectivos populacionais. Num perodo de 20 anos este concelho perdeu cerca de 376 efectivos populacionais registando-se Taxas de Crescimento Mdio Anual negativas. Esta diminuio pode explicar-se pela diminuio das taxas de natalidade e, igualmente, pela imigrao. A dcada de oitenta, foi um perodo de grandes mudanas sociais, a pesca comea a entrar em crise e, nem mesmo a construo do Porto de Abrigo, conseguiu reter a populao no Concelho. A populao opta por emigrar, como j o havia feito nos anos 70.

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Populao por Grupos de Idade Concelho da Nazar 1991Quadro n.2

Grupo de Idades 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75+ Total

Hm 840 977 1282 1243 1174 1096 1054 1117 1070 892 882 796 800 745 578 767 15313

H 415 525 663 654 618 546 512 538 519 418 446 357 379 336 248 287 7461

M 425 452 619 589 556 550 542 579 551 474 436 439 421 109 330 480 7852

RM 97,6 116,2 107,1 111 111,2 99,3 94,5 92,9 94,2 88,2 102,3 81,3 90,0 82,2 75,2 59,8 95

H% 2,7 3,4 4,3 4,3 4,0 3,6 3,3 3,5 3,4 2,7 2,9 2,3 2,5 2,2 1,6 1,9 48,7

M% 2,8 3,0 4,0 3,8 3,6 3,6 3,5 3,8 3,6 3,1 2,8 2,9 2,7 2,7 2,2 3,1 51,3

Quadro n.3

Populao por Grupos de Idade Concelho da Nazar 2001Grupos de Idades 0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75+ Total HM 675 776 827 997 1178 1023 1063 1056 1013 1103 1075 911 849 816 660 1038 15060 H 339 416 404 545 605 532 555 511 487 527 535 414 424 344 284 397 7319 M 336 360 423 452 573 491 508 545 526 576 540 497 425 472 376 641 7741 RM 100,9 115,5 95,5 120,6 105,6 108,4 109,6 93,8 92,6 91,5 99,1 83,3 99,8 72,9 75,5 61,9 94,5 H% 2,3 2,8 2,7 3,6 4,0 3,5 3,7 3,4 3,2 3,5 3,6 2,7 2,8 2,3 1,9 2,6 48,6 M% 2,2 2,4 2,8 3,0 3,8 3,3 3,4 3,6 3,5 3,8 3,6 3,3 2,8 3,1 2,5 4,3 51,4CLASNZR 28

II.IV.III. As variveis micro demogrficas: TBN, TBM, TFG e TMI As taxas brutas, apesar de simples e de isolarem os efeitos de estrutura, podem-se tomar em conta como medidas gerais das condies de higiene e de sade. Para uma maior complementaridade, recorreu-se a duas outras variveis micro: a taxa de fecundidade geral e a taxa de mortalidade infantil.Quadro n.4

Evoluo da TBN, TFG, TBM e TMI no Concelho da Nazar(Valores em permilagem)

TBN 1981 1991 2001 17.2 11.23 11.69

TBM 9.4 13.13 11.35

TMI 3.75 29.06 5.6

TFG 71.48 44.78 47.94

A Taxa Bruta de Natalidade que nos d o nmero de nascimentos em cada mil habitantes, no perodo de 1981-1991, houve um recuo na tendncia, passando de 17 nados vivos por cada mil habitantes, em 1981, para 11 nados vivos por cada mil habitantes em 1991. De 1991 para 2001 verifica-se um ligeiro aumento nas taxas mas nada de muito significativo. Recorrendo Taxa de Fecundidade Geral, que relaciona os nascimentos com a populao que realmente procria, por conveno a populao feminina dos 15 aos 49 anos, tambm se verifica um recuo entre os anos de 1981 a 1991, visto que se passou de 71,48 em 1981 para 44,78 em 1991. Como na Taxa anterior, verifica-se de 1991 para 2001 uma alterao na tendncia. Verifica-se uma diminuio de menos 26 nascimentos em cada mil mulheres de 1981 para 1991; j de 1991 para 2001 existe um ligeiro aumento de mais 3 nascimentos em cada mil mulheres.

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Relativamente Taxa Bruta de Mortalidade verificou-se uma oscilao entre os 3 perodos em anlise. Passou-se de um valor de 9,4 em 1981 para 13,13, diminuindo em cerca de 1,78 em 2001. Se tivermos em considerao apenas a Mortalidade Infantil 1, aqui sim, as variaes foram muito significativas. O ano que mais impacto teve foi o de 1991, em que se registou uma Taxa de Mortalidade Infantil de 29,06, valor demasiado elevado se compararmos com o perodo anterior que registou um T.M.I. de 3,75 . Em 2001 parece que os valores regressaram normalidade registando-se uma Taxa de Mortalidade Infantil de 5,6.

II.IV.IV. Estrutura de Idades A melhor forma de se analisar a distribuio de uma populao por sexos e idades atravs dos grficos das pirmides de idades. No caso do Concelho da Nazar estes grficos apresentam algumas diferenas entre os anos de 1991 e 2001.

Estrutura Etria da Populao Residente Concelho da Nazar em 1991H 75 60 45 30 15 0 -6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% M

Estrutura Etria da Populao Residente Concelho da Nazar em 2001 H 90+ 75 60 45 30 15 0 -6,0% -4,0% -2,0% 0,0% 2,0% 4,0% 6,0% M

1

Utilizou-se o clculo da TMI clssica (bitos-1 ano/T. nasci. x 1000) pois o clculo da verdadeira no se justifica, j que a diferena de nascimentos entre os anos em anlise no foi muito grande.

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Em 2001 o concelho da Nazar apresenta uma estrutura etria em urna. A diminuio dos nveis de natalidade, pela reduo correspondente de nascimentos, contribuiu, assim, para a contraco da base da pirmide (diminuio da proporo da parcela da populao em idade jovem) e para o alargamento do topo (aumento da parcela da populao em idade idosa). Fazendo a comparao com o perodo censitrio de 1991, podemos verificar que existe uma diminuio de efectivos populacionais nas classes etrias dos 0 aos 19 anos. Por outro lado, e evidncia do envelhecimento demogrfico, temos um aumento de populao a partir da classe etria dos 50 anos. O envelhecimento da populao deve ser entendido como um processo colectivo, inquestionvel e incontrolvel para as populaes da actualidade. O desenvolvimento das sociedades contemporneas, nomeadamente naquilo que se relaciona com os progressos (de ordem cientfica e tecnolgica, econmica, social, cultural, etc.) sobre a vida e a morte dos indivduos, fez com que este processo se tivesse instalado. Em termos demogrficos, o envelhecimento da populao portuguesa pode ser compreendido em funo do papel desempenhado por cada uma das componentes do sistema demogrfico: mortalidade, natalidade/fecundidade e movimentos migratrios. Por um lado, fruto da reduo dos nveis de mortalidade nas idades mais jovens, aumentaram as hipteses de os indivduos se manterem com vida at s idades mais idosas, sendo cada vez maior a esperana de vida. Por outro lado, fruto dos avanos particularmente significativos nas ltimas dcadas do sculo XX sobre a mortalidade nas idades superiores, aumentaram as hipteses de os idosos viverem mais tempo, o que contribuiu tambm para elevar o nmero dos idosos mais velhos.

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Quanto ao declnio dos nveis de natalidade, ele foi responsvel pela quebra de importncia das propores de jovens e pelo aumento de importncia das propores de pessoas idosas. Embora os reflexos do processo de envelhecimento tenham sido manifestos em ambos os sexos, as mulheres apresentam nveis de envelhecimento superiores aos dos homens. Existe, de facto, uma disparidade entre sexos que so fruto da influncia de dois efeitos de idade: sobremasculinidade dos nascimentos e

sobremortalidade masculina.

II.IV.V. Relaes de Masculinidade A fim de completar a anlise da informao das pirmides de idade, vamos proceder observao das Relaes de Masculinidade, ou seja, anlise dos equilbrios entre sexos nas diversas idades.Grfico n.5R.Masculinidade*10 0 120 100 80 60 40 20 0

Relaes de Masculinidade Concelho da Nazar - 1991

0 5 10 15 20 25 30 G. Idades

35 40 45 50 55 60 65 70 75

Grfico n.6

Relaes de Masculinidade Concelho da Nazar 2001140 120R.Masculinidade*100

100 80 60 40 20 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75G. Idades

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No concelho da Nazar, existem algumas oscilaes nas relaes de masculinidade ao longo dos grupos etrios. Podemos explic-las com o facto de que cada gerao tem a sua histria, marcada por uma sobremortalidade mais ou menos forte, com migraes diferenciais segundo o sexo, o que se traduz em modificaes na curvatura normal dos grficos, a que se chama de efeito de gerao. De referir, no entanto, que actualmente, tambm decisivo para que os efectivos masculinos sobrevivam at mais tarde a melhoria das condies de sade, higiene, alteraes biolgicas, entre outras.

II.IV.VI. Grupos Funcionais e ndices de Resumo Numa anlise final estrutura demogrfica do concelho e, utilizando o critrio de agrupamento 0-14/65+, pode-se constatar que o concelho tem vindo a sofrer uma ligeira alterao do peso relativo dos diferentes grupos funcionais. Evoluo dos Grupos Funcionais e ndices - ResumoQuadro n.5

Concelho da Nazar 1991 - 2001T.Jovens (0-14 anos) T.Pot. Activos (15-64 anos) T. Idosos (65+) Total Populao %Jovens %Pot.Activas % Idosos Total Indice de Jventude (J/I) Indice de Envelhecimento (I/J) Indice de Longevidade (75+/65+) Indice Dep. Jovens (J/PA) Indice Dep. Idosos (I/PA) Indice Dep. Total Indice Juv. P. Activa (15-39/40-64) Indice Ren. P.Activa (20-29/55-64) 1991 3099 10124 2090 15313 20,24 66,11 13,65 100 148,3 67,4 57,97 30,6 20,6 51,2 128 142,2 2001 2278 10268 2514 15060 15,13 68,18 16,69 100 90,6 110,4 70,3 22,2 24,5 46,7 107,4 125,05

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Assim, com uma ligeira mudana da forma da pirmide de idades, o peso dos jovens diminuiu em 5 pontos percentuais (de 20% em 1991 passou para 15% em 2001). No grupo funcional oposto, ou seja, nos idosos a variao sensivelmente menor, mas em sentido inverso. Este grupo funcional v o seu peso aumentar em cerca de 3 pontos percentuais, ocupando uma fatia de 17% da Populao em 2001. Isto conduz, e como j havamos referido anteriormente, ao envelhecimento da populao. Envelhecimento demogrfico na base e no topo.Grfico n.7Os Grandes Grupos Funcionais Concelho Nazar - 1991

Grfico n.8Os Grandes Grupos Funcionais Concelho da Nazar - 2001Idosos 17% Jovens 15%

Idosos 14%

Jovens 20%

Pot. Activos 68%Pot. Activas 66%

Por seu lado, os potencialmente activos aumentaram o seu peso percentual, ocupando, em 2001, 68% da populao. Deste modo, poder-se- dizer que o envelhecimento demogrfico de que o Concelho est a ser alvo deve-se muito mais diminuio do grupo dos jovens, uma vez que este grupo desceu 5 pontos percentuais, do que ao aumento do grupo dos idosos que subiu 3 pontos percentuais.Indces de Juventude e Envelhecimento Concelho da Nazar 1991-2001150 100 50 0 Indce de Inde de Juventude (J/I) Envelhecimento (I/J) 1991 2001

Grfico n.9

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Completando a anlise do envelhecimento demogrfico e, com base no grfico anterior, tambm se verifica que os ndices de juventude e envelhecimento sofreram profundas alteraes. As tendncias nos ltimos 10 anos inverteram-se, sendo assim, o ndice de juventude em 2001 apresenta 90 jovens por cada 100 idosos (quebra de 57 jovens por cada 100 idosos). Quanto ao ndice de envelhecimento, para o mesmo ano, temos para cada 100 jovens 110 idosos (houve um aumento de 43 idosos por cada 100 jovens). Neste processo de envelhecimento, tambm os idosos menos jovens (75+) aumentaram, conforme o indicado pelo ndice de longevidade que aumenta em 12 pontos percentuais de 1991 para 2001.Grfico n.10

Evoluo do Indce de Longevidade Concelho da Nazar 1991 - 2001

2001 Anos 1991 0

10

20

30

40

50

60

70

80

Em relao populao activa e tendo em ateno os encargos potenciais que pesam sobre este grupo, poder-se- dizer que os referidos encargos diminuram em virtude da diminuio relativamente elevada do ndice de dependncia dos jovens (de 30 para 22 jovens por cada 100 potenciais activos) e, do aumento tnue do ndice de dependncia dos idosos.

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Grfico n.11

Evoluo dos ndices de Dependncia no perodo de 1991 - 200160 50 40 30 20 10 0 I. Dep. Jovens I. Dep. Idosos I. Dep. Total 1991 2001

Ainda neste grupo dos potenciais activos, constata-se que o ndice de juventude da populao activa diminuiu em cerca de 20 pontos percentuais. Tambm o ndice de renovao da populao activa sofreu uma reduo de 17 pontos percentuais. Est em causa, com estas diminuies, o rejuvenescimento da populao activa.

III. Caracterizao Scio - Econmica A populao Economicamente Activa e Empregada no concelho da Nazar, segundo o INE em 2001, corresponde a 48,02%, sendo que 26,40% pertencem ao sexo masculino e 21,61% ao sexo feminino. No que concerne Taxa de Actividade, esta de 54,3% para os homens e 42% para as mulheres. Dos valores apresentados verifica-se que as mulheres continuam a ter uma Taxa de Actividade inferior dos homens. Em relao a 1991 a Taxa de Actividade subiu cerca de 3,2 pontos percentuais.

CLASNZR

36

Quadro n.6

Distribuio da Populao por Sectores de ActividadeSectores de Actividade (1991) Sectores de Actividade (2001)Sector Primrio Sector Secundrio Sector Tercirio

Freguesia

Sector Primrio

Sector Secundrio

Sector Tercirio

Famalico Nazar Valado dos Frades Total

58 503 370 931

234 1185 1028 2447

202 2494 446 3122

74 259 259 592

273 1251 937 2461

413 2782 545 3740

Fonte: INE, Recenseamentos Gerais da Populao.

Podemos inferir atravs da observao do quadro referente distribuio da populao das freguesias do concelho da Nazar, pelos sectores, primrio, secundrio e tercirio, que existem diferenas entre 1991 e 2001. O sector primrio apresenta uma perda de 339 indivduos, enquanto que os sectores secundrio e tercirio sofreram um aumento, sendo este aumento mais significativo no sector tercirio. Relativamente aos dados do ltimo Recenseamento da Populao, verificase que em duas freguesias do concelho, Nazar e Famalico a maioria da populao se encontra no sector tercirio, j em relao freguesia do Valado constata-se que no sector secundrio que se regista um maior nmero.

CLASNZR

37

Grfico n.12Populao Residente Economicamente Activa, por Sector de Actividade Feguesia de Famalico

Grfico n.13Populao Residente Economicamente Activa, por Sector de Actividade Freguesia da Nazar

Sector Primrio 10%

Sector Primrio 6%

Sector Tercirio 54%

Sector Secundrio 36%

Sector Secundrio 29%

Sector Tercirio 65%

Grfico n.14Populao Residente Economicamente Activa, por Sector de Actividade Freguesia de Valado dos Frades

Secto r Te rc i rio 3 1%

Secto r P ri mri o 15 %

Secto r S e c und rio 54 %

Nos dias de hoje, a questo do desemprego algo extremamente problemtico e complexo, e isto verifica-se em grande escala na freguesia da Nazar. Tendo por base a anlise dos registos de Atendimento Social, do Gabinete de Aco Social da Cmara Municipal da Nazar, podemos constatar que a maior parte das pessoas so trabalhadores a tempo parcial (trabalho precrio) ou trabalhadores sazonais.

CLASNZR

38

de salientar que algo de comum sobressai em relao a estes tipos de trabalhadores, o facto de exercerem profisses no qualificadas ou pouco qualificadas e auferirem salrios muito baixos que no lhes permite assegurar as condies mnimas de sobrevivncia. Detectou-se ainda, outro tipo de trabalhadores, sobretudo mulheres e jovens, que exercem actividades ligadas ao turismo apenas nos meses de Vero. Trabalham essencialmente em cafs, restaurantes, hotis, balnerios e na limpeza da praia.

III.I. O Turismo na Nazar

O turismo um dos fenmenos que melhor podem caracterizar o mundo de hoje e, por corresponder a uma necessidade social profunda, transformou-se num fenmeno irreversvel. Embora o nmero de consumidores tursticos a nvel mundial, represente ainda uma percentagem pouco relevante, o turismo presentemente uma das actividades com uma maior expressividade do ponto de vista das transaces mundiais. De entre todos os sectores de actividade econmica, o turismo provavelmente o que melhor representa as alteraes de comportamento que a sociedade tem vindo a sofrer. Sendo assim, o turismo actual nada tem a ver com o dos anos 30 at aos anos 70, ou at dos anos 80.

CLASNZR

39

Essas alteraes so bastante ntidas no Concelho da Nazar. A Nazar comeou por ter um turismo religioso. Foram as romarias em honra de Nossa Senhora da Nazar que, com os seus crios, impulsionaram este tipo de turismo.

No entanto, a Nazar viu-se preterida, com o avanar dos anos, pela adorao a Nossa Senhora de Ftima. Mais tarde, por meados do sc. XIX, quando ainda no tinha apropriado os elementos sociais e culturais com que construiu a sua identidade, a Nazar era procurada por gentes de alugueres. Uns vinham por motivos de sade (os banhos de sol, os banhos quentes de gua do mar, os mergulhos programados nas ondas frias da madrugada...), outros por obrigaes e devoes religiosas (muitos vinham com os crios que ainda se realizavam) e, outros haviam que procuravam a Nazar por obrigaes profissionais e intelectuais. Refira-se o interesse que a Nazar suscitou em homens como Manuel de Arriaga, Rafael Bordalo Pinheiro, Tefilo Braga, Alves Redol, Raul Brando, Branquinho da Fonseca. Tambm houve pintores que pintaram a Nazar com grande realidade e paixo, neste campo destacam-se nomes como Lzaro Lozano e Paul Girol.CLASNZR 40

Dos homens das artes que passaram pela Nazar, importa referir o que escreveu Franois Mauriac 2:

A Nazar parece-se com o seu nome, e o mar que a banha, um lago por onde Cristo passou. Este povo de pescadores, vestido de polcronos tecidos de l, impele os seus barcos para as ondas, lana as suas redes, como sob a ordem de um mestre invisvel. Eu no creio que se possa sofrer na Europa, uma impresso de desnorteamento to viva como a que se sente nesta Vila queimada pelo sol. Entre este povo bblico, encontrei-me fora do tempo. H outras maravilhas em Portugal, mas a Nazar a minha mais estranha recordao.

O Concelho da Nazar est integrado na Regio de Turismo de Leiria/Ftima. Esta Regio tem a sua sede na cidade de Leiria, composta por 8 Concelhos: Alcobaa, Batalha, Leiria, Marinha Grande, Nazar, Ourm, Pombal e Porto de Ms. Ocupa uma rea geogrfica de 2700Km, representando 2,9% do territrio nacional, onde vivem 351 mil habitantes. Esta regio comporta uma diversidade de interessantes motivos de visita uma vez que possui quatro Rotas: Rota da Natureza, Rota Sol e Mar, Rota do Patrimnio e a Rota da Religio.

2

Prmio Nobel da Literatura em 1952 Imagem de Lazaro Lozano CLASNZR

41

A Regio de Turismo Leiria/Ftima comparativamente com as restantes Regies de Turismo e ao nvel da capacidade de alojamento, a segunda mais importante de Portugal (com cerca de 12000 camas oficiais), logo a seguir ao Algarve. Comercializando anualmente cerca de 700.000 dormidas oficiais, nas mais de 100 unidades de alojamento, tem no turismo uma das suas importantes fontes de receita. O Concelho da Nazar na Regio de Turismo Leiria/Ftima insere-se na Rota Sol e Mar. Fazendo a anlise das dormidas e dos hspedes entrados no concelho da Nazar, verificamos que de 1997 para 1998 que se registam os valores mais elevados. Registou-se para este ano um aumento de 34489 dormidas para 51968 dormidas, ou seja, um aumento de 17479. Quanto aos hspedes entrados, tambm neste ano que se regista um maior volume de entradas. A este aumento no de todo alheio o facto de no ano de 1998 Portugal ter organizado a Expo98, um grande certame a nvel mundial, que trouxe ao nosso pas um grande nmero de visitantes de todo o mundo. De 1998 a 1999 regista-se, em ambas as variveis em anlise, uma quebra, mas no ano seguinte os valores tornam a aumentar, mantendo-se estveis nos anos seguintes.Grfico n.15Evoluo dos Hspedes Entrados no Concelho da Nazar

Grfico n.16Evoluo das Dormidas no Concelho da Nazar

40000 30000 20000 10000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001

60000 40000 20000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001

CLASNZR

42

Analisando as estatsticas para o Turismo, verificamos que o volume de dormidas e de hspedes entrados poderia ser mais significativo se os nmeros que resultam do aluguer de quartos entrassem para as Estatsticas Oficiais. Tem havido uma tentativa por parte das Entidades Locais de estabelecer algumas regras para que prevalea a qualidade neste servio. Foi aprovado um regulamento (ao abrigo do disposto no artigo 79 do Decreto-Lei n. 167/97, de 4 de Julho, na redaco que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n. 305/99, de 6 de Agosto, e pelo Decreto-Lei n. 55/2002, de 11 de Maro, bem como da Lei n. 169/99, de 18 de Setembro, na redaco da Lei n. 5-A/2002, de 11 de Janeiro) onde so elencados os requisitos mnimos que os diversos tipos de estabelecimentos devem preencher. Atendendo ao articulado 117 do Cdigo do Procedimento Administrativo, foi ouvida e introduzidas sugestes

apresentadas pela Associao de Proprietrios e Inquilinos de Alojamento Particular Turstico da Nazar, que no momento conta com mais de 500 scios. Considera-se importante esta imposio de regras para que, futuramente, os dados do turismo sejam mais fidedignos (considera-se importante que os dados provenientes do aluguer das camas paralelas entrem para as Estatsticas Oficiais) e representativos do volume de populao que, neste caso, o Concelho da Nazar recebe anualmente e, mais intensamente, no perodo de veraneio.

CLASNZR

43

IV. Habitao As condies de habitao constituem indicador privilegiado para a deteco das fraces mais marginalizadas da populao. Os elevados custos da habitao obrigam muitas famlias a recorrer ao subaluguer e aos alojamentos precrios: casas de madeira, alojamentos improvisados, alojamentos mveis, etc. Outro dos indicadores que revela um agravamento das condies de habitao e acesso ao alojamento de vastos sectores da populao o nmero de alojamentos superlotados.Quadro n.7

Famlias Clssicas Residentes Famalico Nazar Valado dos Frades Total do Concelho 647 3683 1180 5510Institucionais

Ncleos Familiares Residentes 541 3054 1006 4601

Alojamentos Familiares Total Clssicos Outros 1004 7613 1420 10037 998 7594 1406 9998 6 19 14 39

Alojamentos Colectivos 1 13 4 18

Edifcios

3 2 5

944 3833 1265 6042

Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da Populao

Quadro n.8Alojamentos Clssicos, segundo a Forma de Ocupao Zona Geogrfica Total GeralTotal

OcupadosResidncia Habitual Uso Sazonal ou Secundrio Total Para Venda

VagosPara Aluguer Para Demolio Outros

Famlias

Pessoas

Clssicas Residentes

Nazar

9998

9280

5423

3857

718

115

177

117

309

5444

14870

Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da Populao

CLASNZR

44

Pela anlise dos quadros anteriores podemos constatar que a maior parte dos alojamentos so alojamentos familiares clssicos, dos quais 5423 esto ocupados e so considerados residncia habitual e, 3857 so de uso sazonal ou secundrio. Este ltimo valor apresentado bastante elevado podendo, no entanto, explicar-se pelo facto de a Nazar ser uma terra de turismo. Verificouse nos ltimos anos que as pessoas preferem comprar casa a alugarem apenas pelo perodo do Vero, outro dos factores que contribui para que seja to elevado o nmero de casas com uso sazonal ou secundrio o facto de, as pessoas na Nazar, quando chega o perodo do Vero sarem de suas casas , para pequenas cabanas, de modo a poderem alugar as suas casas. O elevado nmero de pedidos de Habitao Social fica a dever-se

principalmente ao facto de as rendas serem demasiado elevadas e as casas no terem, frequentemente, as condies mnimas de habitabilidade. Estas casas so muitas vezes habitadas por famlias alargadas , constitudas por vrios elementos e, as infra-estruturas existentes so na sua maioria improvisadas, ou seja, so auto - instalaes, cedncias dos vizinhos, etc.. A Cmara Municipal da Nazar efectuou a 1. fase de realojamento (onde se realojaram 30 famlias), encontrando-se, neste momento, em fase de construo 54 fogos, que faro parte da 2. fase de realojamento. As intervenes efectuadas localmente, nomeadamente com a experincia resultante do realojamento da 1. fase, os atendimentos e acompanhamentos efectuados no Gabinete de Aco Social da Cmara Municipal da Nazar, bem como, o conhecimento obtido na interveno nas medidas e programas em desenvolvimento no Concelho (Comisso de Proteco de Crianas e Jovens, Consulta e Tratamento a Toxicodependentes do Concelho da Nazar, Rendimento Social de Insero, Programa Ser Criana, Rede Social, ANIMART Plano de Preveno Primria, entre outros) permitem-nos identificar, ao nvel da habitao, algumas caractersticas/problemticas. Desta forma identificam-se no Concelho, mas com maior incidncia na freguesia da45

CLASNZR

Nazar, agregados familiares a viverem em barracas/cabanas, partes de casas e casas em alvenaria, com ms condies de habitabilidade, em que: 48 agregados familiares residem em barracas/cabanas; 45 agregados familiares residem em partes de casa e; 54 residem em casas de alvenaria, perfazendo um total global de 147 famlias. Existem famlias que, apesar de viverem em condies de habitabilidade boas ou razoveis, solicitam Habitao Social pois no conseguem fazer face s rendas que so demasiado elevadas para a sua estrutura econmica (167 pedidos). V. Educao O processo da socializao visto como um processo pelo qual ao longo da vida a pessoa humana aprende e interioriza os elementos scio - culturais do seu meio, os integra na estrutura da sua personalidade, sob influncia de experincias de agentes sociais significativos, e se adapta, assim, ao ambiente social em que se deve viver. Neste contexto, a escola desempenha um papel fundamental no processo da socializao do indivduo. A educao escolar um processo formal: existe um currculo definido dos assuntos estudados. No entanto, as escolas so tambm agentes de socializao onde, paralelamente ao currculo formal, existe um currculo escondido. As escolas so supostamente um meio pelo qual as crianas podem escapar aos aspectos restritivos dos meios sociais de onde provm, na medida em que, a educao est no s ao alcance de todos, mas tambm por todos exigida. A educao de massa nas sociedades modernas est ligada a ideias de igualdade de oportunidades os indivduos atingem posies adequadas aos seus talentos e capacidades. Contudo, na prtica, em muitas circunstncias a educao refora as desigualdades existentes em vez de as ultrapassar.CLASNZR 46

Indivduos provenientes de lares pobres podem receber pouco encorajamento dos pais para procurarem o xito escolar, especialmente se os pais forem indiferentes ou hostis em relao aos objectivos da escola. Escolas de meios pequenos podem estar pior equipadas e dotadas de uma proporo inferior de professores, comparativamente com o que se passa nas reas urbanas. Os indivduos podem acabar por ver a escola como um meio hostil, preocupado com objectivos pouco relevantes, na sua perspectiva, para as suas vidas no presente e no futuro.

V.I. A Educao no Concelho da Nazar

V.I.II. Caracterizao da Estrutura da Educao

Populao Residente no Concelho da Nazar, segundo o nvel de ensinoQuadro n.9

atingido e sexo HM 2212 5855 2196 1552 1995 74 1176 % 14.7 38.9 14.6 10.3 13.2 0.5 7.8 H 793 2808 1207 846 1108 39 518 % 5.3 18.6 8 5.6 7.4 0.3 3.4 M 1419 3047 989 706 887 35 658 % 9.4 20.2 6.6 4.7 5.9 0.2 4.4

Nvel de Ensino Nenhum nvel de ensino 1. Ciclo Ens. Bsico 2. Ciclo Ens. Bsico 3. Ciclo Ens. Bsico Ensino Secundrio Ensino Mdio Ensino Superior

INE, XIV Recenseamento Geral da Populao

Como podemos verificar da anlise do quadro, a maior parte das pessoas residentes no concelho (5855), atingiram somente o 1. Ciclo do Ensino Bsico, sendo 2808 do sexo masculino e 3047 do sexo feminino. Existem neste concelho 1176 pessoas com o nvel de Ensino Superior e poucas mais possuem o EnsinoCLASNZR 47

Secundrio (1995). O Ensino Mdio, tem pouca expresso aqui no concelho, verificando-se a existncia de 74 pessoas com este nvel de ensino.

a) AnalfabetismoQuadro n.10

HM Analfabetos (+ de 10 anos) 1379

% 9.2

H 370

% 2.5

M 1009

% 6.7

INE, XIV Recenseamento Geral da Populao

No que concerne ao Analfabetismo podemos verificar que este ainda tem um peso considervel, em 2001 esta Taxa situava-se nos 10,1% menos 2,6 pontos percentuais que em 1991.V.II. A Educao Pr- Escolar

Segundo a Lei de Bases do Sistema Educativo (Lei n.46/86, de 14 de Outubro), so objectivos da educao pr - escolar estimular as capacidades de cada criana e favorecer a sua formao e o desenvolvimento equilibrado de todas as suas potencialidades e, simultaneamente, fomentar a integrao da criana em grupos sociais diversos, complementares da famlia, tendo em vista o desenvolvimento da sua sociabilidade. A rede de educao pr-escolar, no concelho da Nazar, constituda por instituies de solidariedade social e organismos pblicos.

CLASNZR

48

Quadro n.11

Freguesia

Escola/InstituioEscola Pr - Primria da Nazar Escola Pr - Primria do Rio Novo

Estatuto

Capacidade

Lotao

Lista de Espera4

N. Salas1

Oficial

25

25

Oficial

44

44

2

Nazar

Escola Pr - Primria de Fanhais Pr - Primria da Confraria de Nossa Senhora da Nazar Escola Pr - Primria de

Oficial

25

11

1

Privado

120

120

6

Valado dos Frades

Valado dos Frades Pr - Primria do Centro Social de Valado dos Frades Escola Pr - Primria de Famalico

Oficial

46

36

2

Privado

100

85

7

4

Oficial

25

25

11

1

Famalico

Pr - Primria do Centro Social da Freguesia de Famalico Privado 10 7 1

V.III. Ensino Bsico V.III.I. O 1. Ciclo do Ensino Bsico no Concelho da Nazar

O 1. Ciclo, segundo a Lei de Bases do Sistema de Ensino, tem como primordial objectivo o desenvolvimento da linguagem oral e a iniciao e progressivo domnio da leitura oral e da escrita, das noes essenciais da aritmtica e do clculo, do meio fsico e social, das expresses plsticas, dramtica, musical e motora.

CLASNZR

49

Quadro n.12

Nmero de: Freguesia EscolaEscola n.1 Escola n.2 Alunos Professores Aux. Aco Educ./Tarefeiras

125 166 90 71 11 59

11 12 6 5 1 3

2 2 1

Nazar

Escola n.3 Escola n.4 Escola de Fanhais Escola de Famalico Escola da

1 1

Famalico

Quinta Nova Escola dos Raposos Escola de Valado dos Frades

13

2

1

15

1

1

Valado dos Frades

176

12

2

V.III.II. O 2. e 3. Ciclo do Ensino Bsico no Concelho da Nazar

V.III.II.I. Escola EB 2,3 Amadeu Gaudncio Ano Lectivo 2003/2004N. de Localidade N. de Professores Auxiliares Aco Educativa Nazar 63 18

Quadro n.12

N. de Tarefeiras e Outros

N. de Salas

N. de Alunos c/ NEE 2. Ciclo

N. de Alunos c/ NEE 3. Ciclo

8

25

11

19

Fonte: Escola EB 2,3 Amadeu Gaudncio CLASNZR 50

Ano Lectivo 2003/2004Quadro n.13 N. de Alunos c/ N. de Alunos Insucesso Escolar(referente ao Ano Lectivo 2002/2003)

N. de Alunos c/ Abandono Escolar(referente ao Ano Lectivo 2002/2003)

N. de Alunos Abrangidos pela Aco Social Escolar 2. Ciclo 75 3. Ciclo 100

2. Ciclo 141

3. Ciclo 292

2. Ciclo 43

3. Ciclo 61

2. Ciclo 0

3. Ciclo 1

Fonte: Escola EB 2,3 Amadeu Gaudncio

Grfico n.17Alunos Inscritos no 2. Ciclo do Ensino Bsico Escola Bsica EB 2,3 Amadeu Gaudncio 1998 - 2004 300 250 200 150 100 50 0 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04

Grfico n.18Alunos Inscritos no 3. Ciclo do Ensino Bsico Escola EB 2,3 Amadeu Gaudncio 1998 - 2004

400 350 300 250 200 150 100 50 0 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04

V.III.II.II. Externato Dom Fuas RoupinhoQuadro n.13 N. de Localidade N. de Professores Auxiliares Aco Educativa Nazar 62 8 N. de Tarefeiras e Outros N. de N. de Salas Alunos c/ NEE 2. Ciclo 23 9 N. de Alunos c/ NEE 3. Ciclo

10

7

Fonte: Externato Dom Fuas Roupinho

CLASNZR

51

Quadro n.14 N. de Alunos c/ N. de Alunos Insucesso Escolar(referente ao Ano Lectivo 2002/2003)

N. de Alunos c/ Abandono Escolar(referente ao Ano Lectivo 2002/2003)

N. de Alunos Abrangidos pela Aco Social Escolar 2. Ciclo 3 _____ 3. Ciclo 29

2. Ciclo 174

3. Ciclo 252

2. Ciclo 2

3. Ciclo 51

2. Ciclo 1

3. Ciclo 7

Fonte: Externato Dom Fuas Roupinho

Grfico n.19Alunos Inscritos no 2. Ciclo do Ensino Bsico Externato Dom Fuas Roupinho 1998 - 2004 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04

Grfico n.20Alunos Inscritos no 3. Ciclo do Ensino Bsico Externato Dom Fuas Roupinho 1998 - 2004 300 250 200 150 100 50 0 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04

Analisando a evoluo dos alunos inscritos no 2. e 3. Ciclos do Ensino Bsico, na Escola EB 2,3 Amadeu Gaudncio e no Externato Dom Fuas Roupinho, verificamos que foi a Escola EB 2,3 quem mais alunos perdeu. A queda foi mais acentuada ao nvel do 2. Ciclo; j o Externato viu o nmero de alunos, do 2. ciclo, aumentar desde o ano lectivo de 1999/2000 e, em relao ao 3. ciclo, este aumento s se verifica a partir do ano lectivo 2001/2002.

3

No existem alunos abrangidos pela Aco Social Escolar, no 2. Ciclo neste estabelecimento

de

Ensino, porque o 5. e 6. anos so particulares.

CLASNZR

52

V.IV. O Ensino Secundrio no Concelho da NazarQuadro n.15 N. de Localidade N. de Professores Auxiliares Aco Educativa Nazar 62 8 N. de Tarefeiras e Outros N. de Salas N. de Alunos c/ NEE Ensino Secundrio

10

23

5

Fonte: Externato Dom Fuas Roupinho Quadro n.16 N. de Alunos com N. de Alunos Insucesso Escolar(referente ao Ano Lectivo 2002/2003)

N. de Alunos c/ Abandono Escolar(referente ao Ano Lectivo 2002/2003)

N. de Alunos Abrangidos pela Aco Social Escolar

N. de Alunos c/ Bolsa de Mrito

304

46

9

14

13

Fonte: Externato Dom Fuas Roupinho

Grfico n.21

Alunos Inscritos no Ensino Secundrio Externato Dom Fuas Roupinho 1998 - 2004

600 500 400 300 200 100 0 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04

O grfico mostra-nos que desde o ano lectivo 1999/2000 existe uma quebra no nmero de alunos inscritos no ensino secundrio no concelho da Nazar.CLASNZR 53

Sendo esta a nica escola do ensino secundrio no concelho poder haver alunos que, completando o 3. ciclo, tentam encontrar diferentes currculos nas escolas secundrias dos concelhos vizinhos. Os alunos que no querem seguir uma carreira universitria optam, frequentemente, por enveredar por Cursos Tecnico-Profissionais.

V.V. EDUCAO RECORRENTE E EXTRA-ESCOLAR V.V.I. Ensino Recorrente de Adultos e Educao Extra - Escolar

Segundo a Lei de Bases do Sistema Educativo o ensino recorrente organizado para os indivduos que j no se encontram na idade normal de frequncia dos ensinos bsico e secundrio e, destina-se a todos aqueles que no tiveram oportunidade de se enquadrar no sistema de educao escolar na idade normal de formao, tendo em especial ateno a eliminao do analfabetismo. Quanto educao extra escolar, esta permite a cada indivduo aumentar os seus conhecimentos e desenvolver as suas potencialidades, em complemento da formao escolar ou em suprimento da sua carncia. Integra-se numa de educao permanente e visa a globalidade e a continuidade da aco educativa. Eliminar o analfabetismo literal e funcional; contribuir para efectiva igualdade de oportunidades educativas e profissionais dos que no frequentam o sistema regular do ensino ou abandonaram precocemente, designadamente atravs da alfabetizao e da educao de base dos adultos; favorecer atitudes de solidariedade social e de participao na vida da comunidade e, assegurar a ocupao criativa dos tempos livres de jovens e adultos com actividades de natureza cultural, so alguns dos vectores fundamentais da educao extraescolar.

CLASNZR

54

COORDENAO CONCELHIA DE EDUCAO RECORRENTE E EXTRA - ESCOLARDA NAZAR

ANO LECTIVO 2003/2004FREGUESIA DE FAMALICO FREGUESIA DE VALADO DOS FRADES Curso 1. Ciclo EREE

Quadro n.17

FREGUESIA DA NAZAR

Curso 1. Ciclo - EREE

Curso de Iniciao de Ingls Curso de Actualizao de Artes Decorativas

Curso de Desenvolvimento da Condio Fsica Curso de Comunicao Oral e Escrita para Estrangeiros Curso de Iniciao ao Ingls Curso de Actualizao de Ingls Curso de Iniciao s Artes Decorativas Curso de Iniciao s Artes Decorativas Lugar de Fanhais Curso de Educao Fsica Especial

A Coordenao Concelhia pretende com a promoo destes Cursos proporcionar, a todos que os procuram, a aquisio da escolaridade obrigatria; a iniciao e/ou actualizao de conhecimentos em diversas reas de formao, tais como: Ingls, Informtica, Contabilidade, Artes Decorativas, Bordados Mo, etc.; bem como, promover a melhoria da qualidade de trabalho e aumentar e melhorar os conhecimentos. No presente ano lectivo esto inscritos cerca 135 formandos. No que concerne ao ano transacto, esta coordenao certificou 105 formandos dos 117 que estavam inscritos.55

CLASNZR

V.VI. Formao Profissional - FORPESCAS

O FORPESCAS Centro de Formao Profissional para o Sector das Pescas afecto Unidade Operacional de Peniche iniciou a sua actividade em 1988, sendo actualmente o nico em funcionamento no Forpescas, funcionando em instalaes cedidas a ttulo de licena de ocupao, pela Junta Autnoma das Pescas. Nestas instalaes, com cerca de 225m, para alm dos espaos Administrativos, funcionam 3 salas de Formao Polivalente e 1 de Prtica Simulada. O Ncleo iniciou as suas Actividades Formativas, exclusivamente com Aces de Formao destinados a Candidatos que pretendiam iniciar a Actividade Piscatria ou progredir na Carreira, at Arrais de Pesca ou Ajudante de Motorista, Aces de Qualificao. Actualmente ministra e est em condies de ministrar Formao destinada a: -

Formao Inicial/ Aprendizagem; Formao para Desempregados; Formao Contnua para Activos; Formao Interna de Qualificao Inicial/ Candidatos ao 1 Emprego; Qualificao e Reconverso Profissional de Desempregados; Qualificao Profissional c/ Progresso Escolar; Qualificao e Reconverso de Activos Empregados; Formao Contnua de Activos Desempregados Reciclagem; Actualizao e Aperfeioamento; Formao de Activos Empregados/Especializao em reas de Formao.

-

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Na presente data decorrem no Ncleo da Nazar as seguintes Aces de Formao:Quadro n.18

ACO

DESTINATRIOSCandidatos que pretendam

N. FORMANDOS

Aco de Pescador

obter a inscrio Martima com esta categoria Desempregados procura de Novo Emprego, que

12 Formandos

Operador de Transformao simultaneamente pretendam do Pescadoobter qualificao na rea da Aco e equivalncia ao 6. Ano de Escolaridade Desempregados procura de

15 Formandos

Electromecnico de Frio e Climatizao

Novo Emprego, que pretendam Qualificao/Certificao na rea da Aco Jovens candidatos ao 1. Emprego, que pretendam obter uma das seguintes 15 Formandos

Marinheiro/Aprendizagem/ categorias: Marinheiro de 2., Nvel IIIde Trfego Local ou Marinheiro Pescador e Equivalncia ao 12. Ano de Escolaridade

12 Formandos

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ACO

DESTINATRIOSDesempregados Procura de Novo Emprego, que

N. FORMANDOS

Prticas Administrativas

pretendam Certificao/Qualificao na rea da Aco e Equivalncia ao 9. Ano de Escolaridade Desempregados procura de Novo Emprego que

14 Formandos

Marinheiro

pretendam obter a Inscrio Martima com esta categoria e Equivalncia ao 9. Ano de Escolaridade

13 Formandos

O Ncleo tem como objectivos gerais: elevar significativamente os nveis de Qualificao Scio - Profissional dos Activos da fileira das Pescas, Actividades Martimas em geral e naquelas em que possvel ao Ncleo ministrar Formao; garantir uma dinmica de Qualificao Inicial que promova uma adequada renovao da mo-de-obra, que no sector das Pescas j bastante envelhecida nalguns segmentos do Sector e apoiar as Empresas e outros agentes econmicos no esforo de competitividade e no

desenvolvimento de competncias empresariais. No FORPESCAS existe, de h 3 anos a esta parte, uma UNIVA Unidade de Inscrio na Vida Activa

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VI. A Sade no Concelho da NazarO Sistema de Sade visa a efectivao do direito proteco da sade. Lei n.48/90, 24 de Agosto (Lei de Bases)

As condies de sade de uma populao relacionam-se fortemente com o nvel de desenvolvimento scio - econmico pois dependem, por um lado, da capacidade de oferta em quantidade, qualidade e eficincia de servios de sade e da sua acessibilidade e, por outro, das condies gerais de vida, que se reportam alimentao, habitao, ou ao meio ambiente.

VI.I. O Centro de Sade da Nazar

O Centro de Sade da Nazar funciona num edifcio pr fabricado, pertencente Sub - Regio de Leiria, situado na zona sul da vila, em local amplo e de acessos relativamente fceis, embora o asfaltamento de uma parte dos caminhos circundantes e a no existncia de colectores pluviais ponha alguns problemas pontuais aos utentes e pessoal que para l se desloquem a p. O edifcio entrou em funcionamento no incio de Dezembro de 1982, s com as funes de Centro de Sade, tendo sido feita a juno destas funes com as dos Servios Mdico - Socais no incio de Janeiro de 1983. O Servio de Atendimento Permanente (SAP), que funciona num edifcio pertencente Confraria de Nossa Senhora da Nazar, funciona

permanentemente com um mdico e 1 elemento de enfermagem, 1 telefonista e 1 ou 2 auxiliares. No perodo de Julho a Setembro, so escalados 2 mdicos todos os dias, das 8 s 24 horas.

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Quadro n.19

N. de Utentes Sede Famalico Valado dos Frades Fanhais 11747 1729 3649 427

Quadro n.20

N. de Utentes c/ Mdico de Famlia

N. de Utentes s/ Mdico de Famlia

17532

0

Recursos Humanos Mdicos: Carreira de Clnica Geral: 11 Carreira de Sade Pblica: 1

Regime de Trabalho: 35 horas com exclusividade: 1 42 horas com exclusividade: 11

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Local de Trabalho: Sede: 9 Extenses: 3

Enfermeiros: Nmero de apoio Sede: 8 Nmero de Enfermeiros nas extenses: 2 Nmero de Enfermeiros a fazer domiclios: 1

Administrativos: Nmero de Administrativos na Sede: 7 Nmero de Administrativos nas extenses: 3

Auxiliares de Apoio e Vigilncia: Nmero de Auxiliares na Sede: 7 Nmero de Auxiliares nas extenses: 1

Outros Profissionais: Tcnico de Higiene e Sade Ambiental Telefonista Operador de RX

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Quadro n.21

Servios Direco Formao Sade Pblica Consultrios Sade Materna, Planeamento Familiar, Sade Infantil SAP Servio de Atendimento Permanente Secretaria Sala de Espera Sala de Vacinas Sala de Informtica Sala de Radiologia

N. de Salas 1 1 2 9 2 1 1 5 1 1 1

Apreciao Qualitativa das Instalaes Ano de 2003

Quadro n.22

Sede Muito Boas Boas Regulares Ms

Extenso de Famalico x

Extenso de Fanhais

Extenso de Valado dos Frades x

x X

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VI.I.I. Trabalho desenvolvido pelo Centro de Sade da Nazar em 2003 VI.I.II. Servio de Atendimento Permanente

Horrio: 24 horas por dia Composio: - 1 Mdico - 1 Enfermeiro - 2 Auxiliares

N. de Consultas realizadas no ano de 2002: 33834 N. de Consultas no Ambulatrio (Sade de Adultos): 51544VI.I.III. Programas Verticais (Direco Geral de Sade)

-

Sade Materna (SM) Sade Infantil e Juvenil (SIJ) Planeamento Familiar Diabetes Vacinao Cuidados de Sade no Domiclio Promoo da Sade em Meio Escolar

Horrio: Composio: 1 Mdico 1 Enfermeiro

N. de Consultas Efectuadas em 2003 Sade Materna: 864 Sade de Planeamento Infantil e Juvenil: 1995 Planeamento Familiar: 1238 Diabetes - N. de Utentes com guia de diabtico: 68CLASNZR 63

VI.I.IV. Vacinao

Nmero de Crianas /Jovens/ Adultos nascidos em: 1. 2002 e esto Vacinados com: a) BCG: 134 b) DTP III: 135 c) Hib III: 135 d) VAP III : 135 e) VHB III : 135

2. 2001 e esto Vacinados com : a) DTP IV: 151 b) Hib IV: 151 c) VASPR I: 157 3. 1996 e esto Vacinados com: a) DTP V: 157 b) VAP IV: 158 c) VASPR II : 158 4. 1989 e esto vacinados com: a) VASPR II: 174 b) VHB III: 173 c) Td: 174 5. 1978 e esto Vacinados com: a) Td: 142 Total de crianas/ jovens/ adultos nascidas em:CLASNZR

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a) 2002: 135 b) 2001: 160 c) 1996: 158 d) 1989: 175 e) 1978: 263VI.I.V. Tratamentos

Composio: N. de Tratamentos efectuados: 31815 N. de Enfermeiros envolvidos: 9

-

VI.I.VI. Cuidados de Sade no Domiclio

-

N. de visitas domicilirias efectuadas: 3893

VI.I.VII. Programa de Sade EscolarQuadro n.23

Elementos da Equipa

Objectivos

Nmero de Escolas

Educao para a Sade Escolar: - Educao Sexual 2 Enfermeiras - Toxicodependncia - Alimentao - Sade Oral - Higiene 16

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VI.I.VIII. Educao para a Sade 2003Quadro n.24

Elementos da Equipa

Escolas Pr Escolas do Concelho

N. de Sesses 7

Durao das Sesses 1 Hora

Populao Alvo 130

Temas Sade Oral e Higiene

1 Enfermeira e Alunas Estagirias da Escola Superior de Enfermagem de Leiria

Escolas do 1. Ciclo do Ensino Bsico do Concelho Escola EB 2,3 Amadeu Gaudncio 9 1 Hora 270 Educao Sexual Alimentao Toxicodependncia 34 1 Hora 685 Sade Oral e Higiene

VI.I.IX. Sade dos Idosos

1. N. de Utentes inscritos no Centro de Sade com 65 e mais anos em 31/12/2003: 3076 2. N. de 1s consultas a utentes com 65 e mais anos durante o ano de 2003: 2399 3. N. de ut