1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS BRUNO EDUARDO...

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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS BRUNO EDUARDO DO NASCIMENTO E SILVA EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO MILITAR EM INDICADORES DE DESEMPENHO FÍSICO DE ALUNOS DA ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES DO EXÉRCITO Campinas 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

BRUNO EDUARDO DO NASCIMENTO E SILVA

EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO MILITAR EM INDICADORES DE

DESEMPENHO FÍSICO DE ALUNOS DA ESCOLA PREPARATÓRIA DE

CADETES DO EXÉRCITO

Campinas

2019

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BRUNO EDUARDO DO NASCIMENTO E SILVA

EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO MILITAR EM INDICADORES DE

DEEMPENHO FÍSICO DE ALUNOS DA ESCOLA PREPARATÓRIA DE CADETES

DO EXÉRCITO

Dissertação apresentada à Faculdade de Educação

Física da Universidade Estadual de Campinas

como parte dos requisitos exigidos para a obtenção

do título de Mestre em Educação Física,

Área de concentração: Biodinâmica do movimento

e esporte.

Orientador: PROF. DR. JOÃO PAULO BORIN

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À

VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO

DEFENDIDA PELO ALUNO BRUNO

EDUARDO DO NASCIMENTO E SILVA, E

ORIENTADA PELO PROF. Dr. JOÃO

PAULO BORIN

Campinas

2019

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COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. Dr. João Paulo Borin

Presidente da comissão examinadora

Prof. Dr. Orival Andries Júnior

Membro titular

Prof. Dr. Runer Augosto Marson

Membro Titular

A Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria do Programa da Unidade

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DEDICATÓRIA

A Deus, por me proporcionar saúde e forças

para concretizar este projeto

A minha esposa Quéren e minha filha

Helena pelo apoio e compreensão nos

momentos ausentes,

Aos meus pais, eternos incentivadores e

credores do meu potencial.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me guiar e proporcionar o encontro com pessoas maravilhosas, sem as

quais não teria concluído este projeto.

À minha família, verdadeiros alicerces, base de tudo.

A minha querida esposa Quéren, pelo companheirismo inabalável, pelas noites sem dormir,

quer seja tabulando dados, quer seja corrigindo a redação do trabalho. Sem você a caminhada

seria muito mais dura, Te amo!

Ao meu orientador e amigo, Prof. Dr. João Borin, pela paciência com que transmitiu os

conhecimentos, pelo companheirismo nas vídeos-chamadas, pelos apontamentos claros e

sinceros e por acreditar desde o primeiro dia, o fatídico dia de Juramento à Bandeira em 2015,

na EsPCEx. Tenho o senhor como referência de professor e pesquisador. Muito obrigado!

Aos integrantes da banca examinadora, Prof Dr Orival e Prof Dr Runer pelas suas valiosas

contribuições e pelas excepcionais referências na Educação Física.

Ao professor Padovani, pela paciência com que transmitiu os conhecimentos de estatística e

pela maestria na condução dos trabalhos.

À Escola Preparatória de Cadetes do Exército, por meio de seus comandantes, hoje General

de Brigada Marcos de Sá Affonso da Costa e General de Brigada Gustavo Henrique Dutra de

Menezes que autorizaram e proporcionaram a concretização deste trabalho.

Ao Ten Cel Ubaldo, por ter proporcionado meu encontro com o Prof. Dr. João Paulo Borin, o

que levou à realização deste trabalho.

Aos amigos da Seção de Educação Física da EsPCEx, Maj Speck, Cap Cirolini, Cap Felipe

Santos, Cap Dondeo, Ten Telles, Ten Márcio, Sgt Zanardo, Sgt Jackson, Sgt Leonardo Costa,

Sgt Granato, Sgt Rafaela e Cb Henrique, obrigado pela amizade e constante incentivo.

Aos integrantes do grupo de estudo em teoria e metodologia do treinamento desportivo.

E aos demais professores das disciplinas que compõe a Pós-Graduação em Educação Física da

UNICAMP.

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RESUMO

O Exército Brasileiro tem a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) como porta de entrada para a carreira de oficial combatente. Dentre diversas disciplinas curriculares, o treinamento físico militar (TFM) é a responsável por desenvolver a aptidão física dos alunos, além de prepará-los para o combate, bem como elevar os níveis de confiança e motivação. Porém são escassas as informações quanto as respostas dos alunos durante a realização do TFM. Assim, o presente estudo teve por objetivo verificar o efeito do TFM em indicadores de desempenho físico dos alunos durante o ano letivo na EsPCEx. Participaram da presente pesquisa 305 homens com idade entre 18 e 21 anos, regularmente matriculados na EsPCEx e distribuídos em três companhias de alunos. Em todos os dias de TFM foi monitorada a carga interna (Foster et al, 1998), a qualidade da recuperação (Kenta, Hassmén, 1998) e anotado o conteúdo de treinamento. Para avaliar os indicadores de desempenho físico foram realizados testes motores, corrida de 3000 metros, natação de 50 metros, repetição máxima de flexão de braços, repetição máxima de flexão na barra e teste de repetição máxima de abdominal, em três momentos: antes do inicio (M0), após 12 semanas (M1) e na 19ª semana. Após coleta, os dados foram analisados com teste não-paramétrico de Kruskal-wallis para medidas descritivas da carga e conteúdo de treinamento, bem como aplicada a técnica de análise de variância para modelo de medidas repetidas em grupos independentes, complementado com o teste de comparações múltiplas de Bonferroni, para verificar as medidas descritivas dos testes segundo companhia e momento de avaliação (p<0,05). Os principais resultados apontam para: i) quanto ao conteúdo, há o predomínio da resistência aeróbia associado a resistência de força, com 34,04% na 1ª companhia, 39,21% na 2ª companhia e 34,19% na 3ª companhia; ii) nos testes motores, em todas as companhias houve melhora no desempenho (p<0,05) e, por fim, a carga interna apresentou distribuição ondulatória. Conclui-se assim que a organização do conteúdo e carga aplicada tem gerado efeito positivo no desempenho de alunos do exército. Palavras-chave: Carga de treinamento. Militar. Percepção subjetiva de esforço. Qualidade total de recuperação.

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ABSTRACT

The Brazilian Army has the Preparatory School of Army Cadets (EsPCEx) as a gateway to the career of a combatant officer. Among several curricular subjects, military physical training (TFM) is the matter responsible for developing the physical fitness of students, in addition to preparing them for combat, as well as raising the levels of confidence and motivation. However, information about the student`s response during the performance of the TFM is scarce. Thus, the aim of the present study was to verify the effect of TFM on indicators of physical performance of students during the school year of EsPCEx. 305 men aged between 18 and 21 years old, regularly enrolled in EsPCEx and distributed in three companies participated in this study. In all days of TFM as monitored the internal load (Foster et al. 1998), the quality recovery (Kenta, Hassmén, 1998) and annotated the training content. To evaluate the physical performance indicators, motor tests were performed, 3000 meters run, swimming 50 meters, maximum repetition of arm flexion, maximal repetition of flexion in the bar and maximum repetition of abdominal test, in three moments: before de beginning (M0), after 12 weeks (M1) and in the 19th week. After collect, data were analyzed using a non-parametric Kruskal-Wallis test for descriptive measures of load and training content, as well as applied the variance analysis technique for repeated measures model in independent groups, complemented with the Bonferroni multiples comparisons test, to verify the descriptive measurements of the tests according to the company and evaluation moment (p<0.05). The main results point to: i) as to the content, there is the predominance of aerobic resistance associated with strength resistance with 34.04% in the 1st company, 39.21% in the 2nd company and 34.19% in the 3rd company; ii) in the motor tests, in all companies there was improvement in performance (p<0.05) and, finally, the internal load presented wavy distribution. It is concluded that the organization of content and applied load has generated positive effect on the performance of Army students. Keywords: Training load. military. Perception subjective effort. Total quality recovery.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Desenho experimental do trabalho.................................................... 25

Tabela 2 Distribuição dos tempos segundo conteúdo de treinamento nas

semanas da 1ª Companhia de Alunos...............................................

28

Tabela 3 Distribuição dos tempos segundo conteúdo de treinamento nas

semanas da 2ª Companhia de Alunos...............................................

28

Tabela 4 Distribuição dos tempos segundo conteúdo de treinamento nas

semanas da 3ª Companhia de Alunos...............................................

29

Tabela 5 Descrição das características nas semanas de treinamento da 1ª

Companhia de Alunos.......................................................................

29

Tabela 6 Descrição das características nas semanas de treinamento da 2ª

Companhia de Alunos.......................................................................

30

Tabela 7 Descrição das características nas semanas de treinamento da 3ª

Companhia de Alunos.......................................................................

30

Tabela 8 Medidas descritivas dos testes segundo companhia e momento de

avaliação............................................................................................

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EsPCEx Escola Preparatória de Cadetes do Exército

AMAN Academia Militar das Agulhas Negras

TFM Treinamento físico militar

TAF Teste de avaliação física

PSE Percepção subjetiva do esforço

QTR Qualidade total de recuperação

STFM Seção de treinamento físico militar

RES Resistência

EB Exército Brasileiro

EsSA Escola de Sargentos das Armas

PTC Pista de treinamento em circuito

GB Ginástica básica

TIA Treinamento intervalado aeróbio

FC Frequência cardíaca

u.a. Unidades arbitrárias

TCLE Termo de consentimento livre e esclarecido

CTS Carga total semanal

kg Quilograma

cm Centímetro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 15

2.1 Treinamento físico militar.................................................................................. 15

2.2 Percepção subjetiva de esforço e recuperação................................................... 18

3 OBJETIVO ........................................................................................................... 21

3.1 Objetivo Geral.................................................................................................... 21

3.2 Objetivos Específicos......................................................................................... 21

4 METODOLOGIA ................................................................................................. 22

4.1 Amostra ............................................................................................................. 22

4.2 Testes físicos ...................................................................................................... 22

4.3 Desenho experimental ........................................................................................ 24

4.4 Monitoramento da recuperação .......................................................................... 25

4.5 Monitoramento da carga interna de treinamento................................................. 25

4.6 Análise estatística .............................................................................................. 26

5 RESULTADOS .................................................................................................... 27

6 DISCUSSÃO ........................................................................................................ 37

7 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 42

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1 INTRODUÇÃO

O Exército Brasileiro (EB) juntamente com a Marinha e a Aeronáutica constituem as

Forças Armadas, que são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base

na hierarquia e disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se

à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes,

da lei e da ordem (Brasil, 1988).

Para compor seu quadro de oficiais e sargentos, o EB conta com estabelecimentos de

ensino para as respectivas carreiras. Para os sargentos o maior estabelecimento de ensino é a

Escola de Sargentos das Armas (EsSA) e para os oficiais o maior estabelecimento de ensino é

a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) que tem o seu primeiro ano cursado na Escola

Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx).

A EsPCEx é um estabelecimento de Ensino Superior Militar situado na cidade de

Campinas-SP, que tem como objetivo selecionar e preparar o futuro cadete da AMAN. É o

primeiro ano da formação do futuro Oficial de carreira da linha bélica do EB e seu ingresso se

da por meio de um concurso público federal, no qual são oferecidas anualmente 500 vagas. O

concurso de admissão à EsPCEx é constituído de três fases, sendo a primeira composta por um

exame intelectual, a segunda por uma inspeção médica e a última por um exame de aptidão

física. A EsPCEx é organizada em três companhias de alunos, cada uma com aproximadamente

166 alunos, o seu regime de funcionamento é de internato e tem duração de um ano. Todas as

atividades escolares, tais como horários de aula, refeições, instruções militares e atividades

físicas são controladas e reguladas por normas internas, sendo a frequência do aluno a essas

atividades de caráter obrigatório (BRASIL, 2015).

Todos os alunos da EsPCEx são submetidos a um programa de Treinamento Físico

Militar (TFM), que segue orientações contidas no Manual de Campanha do Exército Brasileiro

- Treinamento Físico Militar (EB 20-MC-10.350), que tem o objetivo de proporcionar a

manutenção preventiva da saúde do militar, desenvolver, manter ou recuperar a condição física

total do militar; e cooperar com o desenvolvimento de suas qualidades morais (BRASIL, 2015).

As sessões de TFM são semanais e compostas de atividades diversificadas, tais como: corrida,

natação, ginástica básica (GB) (exercícios calistênicos), pista de treinamento em circuito (PTC)

e atividades desportivas voltadas para a aquisição de capacidades físicas, que serão de

fundamental importância ao longo da carreira militar. A melhoria dessas capacidades físicas

busca contribuir para o aumento da prontidão dos militares para o combate, bem como elevar

os níveis de autoconfiança e motivação (OLIVEIRA, 2005).

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Essas atividades físicas são realizadas de forma gradual e sistematizada, visando

ambientar os alunos às peculiaridades e exigências da vida militar (AVILA et al., 2013). As

melhoras que ocorrem na condição física do aluno podem ser mensuradas ao longo do ano, no

momento que são aplicados os Testes de Avaliação Física (TAF). A facilidade da aplicação e a

confiabilidade dos resultados, aliadas à importância dos dados fornecidos faz com que os TAF

sejam utilizados por exércitos de vários países, dentre os quais, o Brasil (ARMY, 1992;

MATIELLO JÚNIOR, GONÇALVES, 1997; OLIVEIRA, 2005).

De acordo com Matiello Júnior (1997) populações militares assumem particular

interesse para o desenvolvimento de trabalhos na área de Educação Física por apresentar

diversas características como: são constituídas por profissionais regidos por relações estáveis,

tornando-se passíveis de acompanhamento peculiarmente organizado e contínuo; detêm

características e procedimentos convergentes por força da influência institucional; são

submetidos a regimes permanentes de subordinação e; em muitas circunstâncias vivem em zona

residencial exclusivamente militar, facilitando a observação e/ou intervenção do pesquisador.

O controle da carga de treinamento atualmente tem se caracterizado como parte

fundamental do processo de treinamento de um indivíduo. O manual de TFM do EB não propõe

um controle da carga aplicada, aborda dois métodos para o controle fisiológico individual, um

de controle imediato com a aferição da frequência cardíaca e um de controle tardio com a

medição da frequência cardíaca basal (BRASIL, 2015).

Diversos métodos são utilizados no monitoramento da carga diária da sessão e um dos

mais utilizados durante trabalhos físicos como ferramenta que aponte informações gerais de

trabalho muscular, cardiovascular, função respiratória e do sistema nervoso central é a

percepção subjetiva do esforço (PSE) (BORG, 1982). A PSE consiste em um questionário

simples no qual o indivíduo deve responder à pergunta “como foi sua sessão de treino” em um

período de até 30 minutos após o esforço, respondendo de acordo com a tabela CR-10 de Borg.

Essa tabela consiste em uma numeração de 0 a 10, em que zero significa o valor mínimo

(repouso) e o 10 o valor máximo (maior esforço). Proximamente, Foster (1998) propôs que a

intensidade de sessão de treinamento poderia ser avaliada pela percepção subjetiva de esforço

e junto ao volume do treino, em minutos, era possível quantificar a carga de treinamento.

Também formulou o conceito de monotonia e strain do treinamento, que seriam indicadores de

variação da carga na semana e outro índice de esforço semanal relacionado à carga e sua

variação.

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A PSE da sessão tem sido utilizada para monitorar a carga interna do treinamento de

atletas de diversas modalidades esportivas, como futsal (FREITAS; MILOSKI; BARA FILHO,

2012), natação (WALLACE et al., 2008; SEILER; KJERLAND, 2006), basquetebol (MANZI

et al., 2010; BORIN et al., 2007), futebol (ALEXIOU; COUTTS, 2008), corridas (ESTEVE-

LANAO et al., 2007), ginástica rítmica (DEBIEN, 2016) e militares (GOMES et al., 2016;

CURTY; BARA FILHO, 2011).

De forma semelhante, a escala de qualidade total de recuperação (QTR) desenvolvida

por Kentta e Hassmém (1998) torna possível monitorar e acelerar a recuperação dos indivíduos

simplesmente por proporcionar uma compreensão mais completa das ações para alcançar uma

recuperação total.

A aplicabilidade dos métodos da PSE da sessão e da QTR no âmbito militar carece de

maior aprofundamento no que diz respeito para o controle e monitoramento da recuperação e

do esforço em alunos de escolas militares. Assim, o objetivo do presente trabalho foi verificar

o efeito do TFM em indicadores de desempenho físico de alunos da EsPCEx.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Treinamento físico militar

Nos exércitos modernos, busca-se a formação de um soldado de qualidade, que

desenvolva seu trabalho em cenários diversificados e, às vezes em condições extremas. Desta

forma, torna-se necessário buscar métodos de preparação e estímulos para que os militares

cuidem de sua condição física, visando principalmente a melhoria da saúde e melhor aptidão

para o desempenho de suas funções, recorre-se então ao TFM (Brasil, 2015).

O TFM tem por finalidade padronizar os aspectos técnicos, além de fornecer os

conhecimentos desejáveis, estabelecer procedimentos para o planejamento, organização,

coordenação, condução e execução do treinamento físico no âmbito do EB (Brasil, 2015).

Durante o curso de formação os alunos são submetidos a uma rotina de treinamento

físico e estudo de matérias militares. Estudos de matérias universitárias são geralmente

realizadas no período na manhã, e treinamento físico no final da tarde, antes do jantar. Todos

esses conteúdos são avaliados por meio de provas que geram notas e compõe uma classificação,

que tem grande importância no futuro da carreira de cada aluno, levando-o a dedicar-se e

realizar com máximo empenho todas as atividades, buscando o seu melhor resultado.

Todos os alunos da EsPCEx são submetidos a um programa diário de TFM, que segue

orientações contidas no Manual de Campanha do Exército Brasileiro - Treinamento Físico

Militar (EB 20-MC-10.350), e tem o objetivo de proporcionar a manutenção preventiva da

saúde do militar, desenvolver, manter ou recuperar a condição física total do militar, e cooperar

com o desenvolvimento de suas qualidades morais (BRASIL, 2015). As sessões de treinamento

que compõem o TFM são semanais e compostas de atividades diversificadas, tais como:

corrida, natação, ginástica básica (exercícios calistênicos), pista de treinamento em circuito e

atividades desportivas voltadas para a aquisição de competências físicas, que serão de

fundamental importância ao longo da sua carreira militar. Essas atividades físicas são realizadas

de forma gradual e sistematizadas, visando ambientar os alunos às peculiaridades e exigências

da vida militar (AVILA et al., 2013).

Corrida: compondo o desenvolvimento cardiopulmonar no Manual de Campanha do Exército

Brasileiro - Treinamento Físico Militar (EB 20-MC-10.350) a corrida é empregada na

modalidade de corrida contínua, corrida variada e o treinamento intervalado aeróbio,

objetivando os testes em que os alunos tem que correr 3.000 metros no menor tempo possível;

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Natação: também compõe o desenvolvimento cardiopulmonar no Manual de Campanha do

Exército Brasileiro - Treinamento Físico Militar (EB 20-MC-10.350), objetivando o teste em

que os alunos devem nadar 50 metros no menor tempo possível;

Ginástica Básica (GB): compõe o desenvolvimento neuromuscular no Manual de Campanha

do Exército Brasileiro - Treinamento Físico Militar (EB 20-MC-10.350). É composta por

exercícios calistênicos que trabalham a resistência muscular por meio de exercícios localizados

de efeito geral;

Pista de Treinamento em Circuito (PTC): também compõe o desenvolvimento neuromuscular

no Manual de Campanha do Exército Brasileiro - Treinamento Físico Militar (EB 20-MC-

10.350). É um circuito de carga fixa com repouso ativo que busca desenvolver as valências

físicas de coordenação, resistência muscular localizada e resistência de força.

Na EsPCEx os alunos são divididos em três companhias que por sua vez são divididas

em 5 pelotões cada. A distribuição dos alunos nos pelotões é feita de forma aleatória desde a

sua chegada. As atividades de TFM são realizadas dentro das companhias, sempre

acompanhadas de ao menos um oficial instrutor.

Diversos pesquisadores tem estudado o efeito do TFM e seus componentes sobre

variáveis antropométricas, cardiovasculares e de desempenho. Moraes e colaboradores (2008),

verificaram a influência da frequência semanal do treinamento intervalado aeróbico (TIA),

previsto no manual C20-20, sobre a potência aeróbica de militares recém incorporados ao EB,

concluindo que a execução do TIA mostrou melhora significativa na potência aeróbica, em

todas as frequências de realização estudadas, uma, duas e três vezes por semana.

Vieira e colaboradores (2006) estudaram o efeito de oito semanas de TFM sobre o

desempenho físico, variáveis cardiovasculares e somatório de dobras cutâneas de militares da

força de paz do EB, concluindo que o TFM pode ter efeito sobre a redução do somatório de

dobras cutâneas e na performance da corrida, além de causar um efeito positivo na flexão de

braço.

Outro exemplo é Morgado e colaboradores (2016) que estudaram os efeitos do TFM nas

características antropométricas e no desempenho físico de militares, mostrando que o TFM foi

eficiente para preparar fisicamente o militar para o combate.

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Zamai e colaboradores (2019) observaram o efeito do TFM sobre o condicionamento

físico dos recrutas do comando da 11ª Brigada de Infantaria Leve, concluindo que o TFM

orientado possibilita modificações corporais e melhora o desempenho físico.

Cirolini (2018) verificou a influência do TFM na massa gorda e massa isenta de gordura

em jovens militares da EsPCEx, observando que após oito meses foram observados nos alunos

da EsPCEx incrementos significativos no conteúdo mineral ósseo e no tecido mole magro.

Segundo o Manual de Campanha do Exército Brasileiro - Treinamento Físico Militar

(EB 20-MC-10.350) (2015), o teste de avaliação física (TAF) é o conjunto de testes físicos que

tem por finalidade avaliar o desempenho físico individual do militar, segundo critérios

estabelecidos em diretrizes específicas.

Na EsPCEx existem 3 TAF, o primeiro de forma formativa, realizado para conhecer o

nível da aptidão física dos alunos e os próximos dois na forma somativa, os quais valem nota

que compõe o universo de notas que definem a aprovação ou reprovação do aluno.

Alguns autores estudam o TAF como parâmetros de desempenho e para verificar o nível

de capacidade física dos militares. Rocha e colaboradores (2008) estudaram a relação entre o

nível de atividade física e desempenho no TAF de militares, encontrando que não há relação

significativa entre a prática de atividade física e o desempenho no TAF do EB.

Ferreira Júnior e colaboradores (2016) pesquisaram as características antropométricas e

o desempenho físico de soldados integrantes da tropa de choque, na qual o desempenho físico

tem como referência, entre outros testes, o TAF. Os participantes do estudo apresentaram

condicionamento aeróbico e resistência muscular localizada, de acordo com as exigências do

TAF, porém características antropométricas, níveis de força muscular e potência anaeróbica

inferiores aos atletas dos esportes considerados como referência.

Oliveira (2005) buscou verificar a validade do TAF do EB como instrumento para

determinação das valências necessárias ao militar e concluiu que o TAF é válido para a

determinação das valências necessárias ao militar, especialmente quanto à capacidade aeróbica,

à força e à resistência muscular.

Oliveira (2005) também mostrou o TAF em diversos exércitos do mundo, como por

exemplo, EUA, Inglaterra, Holanda, Bélgica, França, Israel, África do Sul, Chile e Argentina,

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todos com algumas peculiaridades e com diferenças claras entre si, como por exemplo a corrida,

que pode variar de um quilômetro no exército de Israel até 10 quilômetros executado em um

dos TAF do exército Holandês. Porém em todos os TAF a capacidade aeróbica, a força

muscular e a resistência muscular foram sempre citadas como sendo componentes da mais alta

importância.

2.2 Percepção subjetiva de esforço e recuperação

A PSE é definida por Nakamura e colaboradores (2010), como a resposta psicofísica

gerada e memorizada no sistema nervoso central, decorrente dos impulsos neurais eferentes

provenientes do córtex motor.

Borg (1982) propôs uma escala que varia de 6, correspondendo a intensidade muito,

muito fraca, até 20, correspondendo a intensidade máxima, para calcular a PSE de uma sessão

de treinamento.

Por ser de fácil aplicação e baixo custo, o método de PSE da sessão é largamente

utilizado em diferentes modalidades, como basquetebol (NUNES et al., 2011; MOREIRA et

al., 2010; ARRUDA et al., 2013; BORIN et al., 2007), futebol (FANCHINI et al., 2014;

IMPELLIZZERI et al., 2004; MOURA; MIGUEL, 2016), futsal (FREITAS; MILOSKI; BARA

FILHO, 2012), caratê (MILANEZ; PEDRO, 2012), natação (AISSA et al., 2018; WALLACE

et al., 2008), tênis (COUTTS et al., 2010) e voleibol (HORTA et al., 2018; HORTA et al., 2017;

FREITAS; MILOSKI; BARA FILHO, 2015).

O controle da carga utilizando a PSE é um método válido de quantificar o treinamento

físico durante uma ampla variedade de exercícios físicos (FOSTER et al., 2001).

A maioria dos treinadores desportivos busca manipular o volume e a intensidade dos

exercícios nos seus programas de treinamento, desta forma a medição independente do volume

e intensidade pode não refletir verdadeiramente o estresse de treinamento imposto ao atleta

(COUTTS et al., 2007).

O sucesso de um treinamento depende do monitoramento preciso da carga interna.

Diversos parâmetros podem ser utilizados para avaliar a sobrecarga interna, como por exemplo,

perfil hormonal (relação testosterona-cortisol), concentração de metabólitos (lactato e amônia),

comportamento da frequência cardíaca (FC) e a PSE (NAKAMURA, et al., 2010).

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19

O objetivo na formação de atletas competitivos é fornecer carga de treinamento eficaz

na melhoria do desempenho, e evitar a sobrecarga excessiva com uma recuperação inadequada

(MEEUSEN, et al., 2006). O monitoramento preciso da carga do treinamento permitirá ao

treinador avaliar se o estímulo de treinamento tem sido aplicado como pretendido e irá fornecer

informações para o planejamento de treinamento futuro (COUTTS et al., 2007).

A carga de treinamento é o produto da PSE, verificada a partir da escala de Borg

adaptada por Foster, pelo tempo de duração da sessão de treinamento em minutos, resultando

na magnitude da carga interna, representado em unidades arbitrárias (u.a.) (NAKAMURA et

al., 2010; FOSTER, 2001). Para isso a resposta do atleta não deve passar 30 minutos do fim da

sessão, visto que segundo McGuigan e colaboradores (2008) é normal que em algum momento

do treino a PSE seja diferente da atribuída 30 minutos após o fim do treinamento, pois apresenta

um estresse agudo e momentâneo de um exercício ou pausa.

O método de monitoramento de carga proposto por Foster (2001) pode ser utilizado para

maximizar os resultados do treinamento, garantindo um controle adequado do treinamento e

monitorando as cargas internas do atleta em comparação com cargas pretendidas pelos

treinadores (COUTTS et al., 2007).

Ainda, segundo Coutts e colaboradores (2007) as cargas de treinamento podem ser

monitoradas de diferentes maneiras; no entanto recomenda o método proposto por Foster por

causa de seu baixo custo, fácil entendimento e relativa simplicidade de implementação.

Segundo Kentta e Hassmém (1998), muitos métodos são utilizados para medir o

processo de treinamento, mas poucos para medir o processo de recuperação do estresse

provocado pelo treino. Uma dessas estruturas é chamada de Qualidade de Recuperação Total

(QRT) que é uma escala baseada na escala de PSE Borg, enfatizando tanto a percepção de

recuperação do atleta, quanto a importância de medidas ativas para a melhora do processo de

recuperação, além da contribuição para o aumento do autoconhecimento do atleta.

A recuperação é definida como o processo de restabelecimento das capacidades

fisiológicas, psicológicas e sociais (KELLMANN, 2010; MAESTU et al., 2006) e devido à

importância dada ao assunto desse processo no desempenho dos atletas, estes e seus treinadores

buscam um sistema de monitoramento da recuperação que possa ser incorporado diariamente

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20

às sessões, permitindo rápido acesso às informações sobre as variações no estado do atleta

(KELLMANN, 2010).

Segundo Meeusen e colaboradores (2006), a associação de elevadas cargas de

treinamento e recuperação inadequada pode resultar no surgimento de lesões, queda no

rendimento, angústia, perturbação psicológica, distúrbios hormonais, overreaching não

funcional e até mesmo overtraining.

O fator mais importante que leva treinos a obterem resultados negativos é a falha em

incluir no treinamento um tempo de recuperação suficiente (KENTTA; HASSMEN, 1998).

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21

3 OBJETIVO

3.1 Objetivo Geral

Verificar o efeito do TFM em indicadores de desempenho físico de alunos da EsPCEx.

3.2 Objetivos Específicos

Comparar a carga de treinamento aplicado entre às companhias;

Verificar a distribuição da carga por conteúdo aplicado no TFM;

Comparar resultado dos testes segundo companhia e momento de avaliação.

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4 METODOLOGIA

4.1. Amostra

Participaram do estudo 305 alunos homens da EsPCEx, com idades entre 18 e 21 anos,

com peso 72,3 ± 9,2 kg e altura 175,5 ± 6,3 cm, distribuídos da seguinte forma: 101 alunos na

primeira companhia, com peso 73,3 ± 9,6 kg e altura 175,1 ± 6,3 cm, 108 alunos na segunda

companhia, com peso 71,7 ± 8,8 kg e altura 175,5 ± 6,2 cm; e 96 alunos na terceira companhia,

com peso 71,9 ± 9,1 kg e altura 176 ± 6,5 cm. Todos os alunos regularmente matriculados nesse

estabelecimento de ensino passaram por uma avaliação médica prevista no edital de convocação

do concurso de admissão, atestando a higidez física e a condição mínima para realizar o curso

de formação de oficiais de carreira combatentes do EB. Foram excluídos os voluntários que

participavam de alguma equipe esportiva representativa da Escola ou que apresentaram

evidências clínicas de alterações cardíacas, pulmonares ou ortopédicas.

Após aprovado pelo Comitê de Ética, pelo parecer número 2.357.116, foi realizada uma

reunião explicativa do projeto aos voluntários, bem como informado que não haveria despesas

pessoais para participação da pesquisa e não haveria compensação financeira. Os participantes

foram informados dos possíveis riscos envolvidos na pesquisa, conforme descrito no Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os procedimentos do estudo respeitaram as

normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde (Res. 466/2012) envolvendo pesquisa

com seres humanos.

4.2. Testes físicos

A condição física do aluno pode ser avaliada no decorrer do ano de instrução, no instante

em que são aplicados os TAF. Exércitos de vários países adotam o TAF como parâmetro de

desempenho para transformar em números o desempenho físico de seus integrantes, devido a

confiabilidade e o grau de importância dos dados fornecidos (ARMY, 1992; MATIELLO

JÚNIOR, GONÇALVES, 1997; OLIVEIRA, 2005).

Antes de iniciar o programa de treinamento, foi realizada uma avaliação diagnóstica

(M0), na qual foi verificado a condição física inicial e como seria o treinamento a partir deste

ponto. Depois de 12 semanas de TFM foi aplicada uma prova que integrava nota para passar de

ano e prosseguir no curso (M1). Por fim, na 19ª, foi aplicado o M2, que também compunha

grau para o prosseguimento ou não no curso de formação. O M0, M1 e M2 foram compostos

pelos mesmos testes: a corrida de 3.000 metros, a natação estilo livre de 50 metros, a máxima

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repetição de flexão de braço, a máxima repetição de flexão de braço na barra fixa e a máxima

repetição de flexão abdominal. Os alunos foram avaliados por uma mesma equipe, previamente

treinada.

Protocolo dos testes:

Corrida de 3.000 metros: os alunos deveriam correr ou andar uma distância de 3.000

metros no menor tempo possível, podendo haver ou não interrupções ou modificações no ritmo

da corrida. A execução da corrida ocorreu em um circuito de 1.000 metros com o piso asfaltado;

Natação 50m: os alunos deveriam nadar 50 metros o mais rápido possível, utilizando o

bloco de partida para o salto e o estilo livre, não podendo se apoiar nas bordas nem impulsionar

o fundo da piscina. A execução da natação foi realizada em piscina olímpica de 50 metros;

Teste de repetição máxima de flexão de braços: com o intuito de realizar o máximo de

flexões, em terreno plano, o aluno deveria se posicionar em decúbito ventral, apoiando o tronco

e as mãos no solo, ficando as mãos ao lado do tronco com os dedos apontados para frente e os

polegares tangenciando os ombros, permitindo assim, que as mãos ficassem com um

afastamento igual à largura dos ombros. Deveria então erguer o tronco até que os braços

ficassem estendidos, mantendo os pés unidos e apoiados no solo. Ao comando de iniciar o aluno

deveria abaixar o tronco, quadril e as pernas ao mesmo tempo, flexionando os braços

paralelamente ao corpo até que o cotovelo ultrapassasse a linha das costas ou o corpo encostasse

no solo. Estenderia então, novamente os braços erguendo simultaneamente o tronco, quadril e

as pernas até que os braços ficassem totalmente estendidos, quando era completada uma

repetição. Não poderia haver interrupção na execução entre uma repetição e outra;

Teste de repetição máxima de flexão na barra: com o intuito de realizar o máximo de

repetições válidas o aluno se posicionava sob a barra e deveria empunhá-la com a pegada em

pronação. As mãos deveriam permanecer com um afastamento entre si correspondente à largura

dos ombros e o corpo deveria estar estático. Após a permissão do avaliador o aluno deveria

executar uma flexão de braços na barra até que seu queixo ultrapassasse completamente a barra,

estando seu pescoço na posição anatômica, sem hiperextensão e, deveria descer o troco até que

os cotovelos ficassem completamente estendidos, quando completaria uma repetição. O ritmo

das flexões de braço na barra era opção do aluno;

Teste de repetição máxima de abdominal: com o intuito de realizar o máximo de

repetições, o aluno deveria tomar a posição deitado em decúbito dorsal, joelhos flexionados,

pés apoiados no solo, calcanhares próximos aos glúteos, braços cruzados sobre o peito, de forma

que as mãos encostassem no ombro oposto (mão esquerda no ombro direito e mão direita no

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ombro esquerdo). O avaliador se posicionava ao lado do aluno, colocando os dedos de sua mão

espalmada, perpendicularmente, sob o tronco do mesmo a uma distância de quatro dedos de sua

axila, tangenciando o limite inferior da escápula. Esta posição era mantida durante toda a

realização do exercício. Após a permissão do avaliador o aluno deveria realizar a flexão

abdominal até que as suas costas perdessem o contato com a mão do avaliador e então retornar

encostando os ombros no solo, quando completaria uma repetição. Não poderia haver

interrupção na execução entre uma repetição e outra.

4.3. Desenho experimental

Conforme demonstrado na tabela 1, ao iniciar o TFM foi realizada uma avaliação

diagnóstica (M0) que teve por objetivo verificar a condição física inicial dos alunos. Na semana

seguinte (semana A) da avaliação diagnóstica foi realizada uma palestra com o intuito de

apresentar a pesquisa com seus objetivos, levantar voluntários e promover sua familiarização

com as tabelas das escalas que foram utilizadas. A próxima semana (semana B), foi utilizada

como treinamento do preenchimento dos questionários e na semana seguinte, foram iniciadas

as coletas, chamando de semana 01.

Cada sessão de TFM foi planejada pelos militares integrantes da Seção de Treinamento

Físico Militar (STFM) da EsPCEx e conduzida pelos oficiais comandantes dos seus respectivos

pelotões e companhias. Não houve interferência em nenhum momento por parte dos

pesquisadores. Antes de iniciar a atividade propriamente dita, os alunos voluntários respondiam

à pergunta: como está a qualidade de sua recuperação? Com base na escala de QTR proposta

por Kentta e Hassmén (1998) que varia de 6 a 19, em que 19 corresponde a muito, muito bem

recuperado e 6 corresponde a muito, muito pouco recuperado. E em até 30 minutos do final da

atividade, ao retornarem aos alojamentos, respondiam à pergunta: como você percebeu o

esforço da atividade física realizada? Com base na escala de PSE de Borg (1982) adaptado por

Foster e colaboradores (2001), que varia de 0 a 10, em que 10 representa o esforço máximo e 0

um esforço muito, muito fraco. As sessões de TFM duravam de 60 minutos.

Após 12 semanas do início do TFM foi realizada a primeira avaliação corrente de TFM

(M1), e na 19ª semana foi realizada a segunda e última avaliação corrente de TFM (M2) que

juntas, por meio de uma média aritmética, compõem a nota de TFM de cada aluno. Essas notas

são de grande importância na classificação final do curso, e por isso, mesmo que os alunos

obtenham um resultado baixo em um dos testes, sempre buscam o máximo do seu desempenho

nos demais. As semanas em que não houve atividade física não foram representadas.

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Tabela 1 – Desenho experimental do trabalho

4.4. Monitoramento da recuperação

Diariamente antes de iniciar a atividade física, seguindo protocolo proposto por Kentta

e Hassmén (1998), por meio da escala QTR os alunos respondiam à pergunta: como está a

qualidade de sua recuperação?

4.5. Monitoramento da carga interna de treinamento

Para calcular a carga interna da sessão de treinamento foi utilizado o método proposto

por Foster e colaboradores (2001), no qual é multiplicado o tempo de duração da sessão de

TFM pelo valor indicado pelo aluno, de 0 a 10, quando respondeu à questão, como você

percebeu o esforço da atividade física realizada? Todos os dias que houve o TFM, em até 30

minutos do fim da atividade física, a pergunta era respondida sempre com a consulta a escala

para que fosse respondido de forma fidedigna.

Com os dados colhidos por meio das respostas dos alunos, foi determinada a carga

média da semana e sua variação (desvio padrão). Essas medidas foram utilizadas para o cálculo

da monotonia (indicador de variação semanal). A monotonia, junto à carga total semanal (soma

das diárias), foi utilizada para o cálculo do strain (índice de estresse aplicado ao aluno na

semana). As seguintes fórmulas foram aplicadas (Foster et al., 2001):

Carga diária = PSE x duração da sessão diária em minutos;

Carga semanal total = ∑ carga diária;

Carga semanal média = ∑ carga diária / ∑ dias de treinamento;

Monotonia = carga semanal média / desvio padrão das cargas diárias;

Strain = Monotonia x carga semanal total.

DESENHO EXPERIMENTAL

SEMANA A SEMANA B SEMANA 1-12 TESTE SEMANA 13-19 TESTE

M0 + Palestra Treinamento Coleta QTR + PSE M1 Coleta QTR + PSE M2

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4.6. Análise estatística

Os dados foram analisados com teste não-paramétrico de Kruskal-wallis (ZAR, 2009)

para medidas descritivas da carga por conteúdo de treinamento. Ainda, foi aplicada a técnica

de análise de variância para modelo de medidas repetidas em grupos independentes,

complementado com o teste de comparações múltiplas de Bonferroni (JOHNSON E

WICHERN, 2007), considerando nível de 5% de significância para verificar as medidas

descritivas dos testes segundo companhia e momento de avaliação.

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5 RESULTADOS

A partir da coleta os dados são apresentados em três momentos: no momento 1

apresenta-se características dos conteúdos segundo companhias (tabelas 2, 3 e 4), no segundo

momento verifica-se o comportamento das cargas de treinamento e da percepção da QTR por

companhia (tabelas 5, 6, e 7) e no terceiro momento observa-se a comparação entre os

momentos de avaliação segundo cada companhia (tabela 8 e gráficos 1, 2, 3, 4 e 5)

As tabelas 2, 3 e 4 apresentam a distribuição, em minutos, dos conteúdos do treinamento

aplicado durante as 19 semanas de TFM disponíveis no ano de instrução.

Nas tabelas 5, 6, e 7 pode-se observar os valores da média e desvio padrão da carga

semanal, da PSE da semana, da QTR da semana, da monotonia e do strain. As semanas foram

numeradas cronologicamente.

Na tabela 2, que se refere à 1ª Companhia, nota-se que o conteúdo de resistência aeróbia

associado ao de resistência de força, apresentou maior volume, em relação aos demais.

Na tabela 3, que se refere à 2ª Companhia, percebe-se que o conteúdo de resistência

aeróbia associado ao de resistência de força, apresentou maior volume, comparado aos demais;

e o conteúdo de resistência aeróbia e resistência de força, tiveram os menores volumes.

Na tabela 4, que se refere a 3ª Companhia, pode-se observar que o conteúdo de

resistência aeróbia associado ao de resistência de força, apresentou maior volume, comparado

aos demais; e o conteúdo de resistência de força apresentou o menor volume.

Na tabela 5, que se refere à 1ª Companhia, a carga semanal total variou de 110,8 u.a. na

semana 7, até 1164,7 u.a. na semana 11. A média da PSE variou de 3,6 até 5,7 nas semanas 7 e

10, respectivamente. A média da QTR variou de 14,0 até 10,9 nas semanas 7 e 16.

Na tabela 6, que se refere à 2ª Companhia, a carga semanal total variou de 258,8 u.a. na

semana 19, até 1.174,3 u.a. na semana 1. A média da PSE variou de 3,6 até 5,5 nas semanas 6

e 1 respectivamente. A média da QTR variou de 11,9 até 14,1 nas semanas 10 e 7.

Na tabela 7, que se refere à 3ª Companhia, a carga semanal total variou de 296,2 u.a. na

semana 3, até 1342,7 u.a. na semana 11. A média da PSE variou de 4,2 até 7,4 nas semanas 1 e

13 respectivamente. A média da QTR variou de 12,0 até 15,1 nas semanas 10 e 13.

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Tabela 2 – Distribuição dos tempos segundo conteúdo de treinamento nas semanas da 1ª Companhia de Alunos.

1ª COMPANHIA SEMANAS CONTEÚDO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 TOTAL RES AERÓBIA (CORRIDA) 60 60 0 0 60 0 0 0 0 0 0 60 0 0 0 60 0 60 0 360

RES ANAERÓBIA (CORRIDA) 0 0 0 0 0 0 0 60 60 60 120 0 0 0 0 0 0 0 60 360

RES ANAERÓBIA (NATAÇÃO) 60 60 0 0 60 60 0 60 60 60 60 60 60 0 60 60 60 60 0 840

RESISTÊNCIA DE FORÇA 60 0 0 0 0 60 0 0 0 0 60 60 0 0 0 60 0 0 0 300

RES AERÓBIA E RES DE FORÇA 60 60 60 60 60 0 60 60 60 60 60 60 0 120 60 0 60 60 0 960

TOTAL (MINUTOS) 240 180 60 60 180 120 60 180 180 180 300 240 60 120 120 180 120 180 60 2820

Tabela 3 - Distribuição dos tempos segundo conteúdo de treinamento nas semanas da 2ª Companhia de Alunos.

2ª COMPANHIA SEMANAS CONTEÚDO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 TOTAL RES AERÓBIA (CORRIDA) 60 60 0 0 60 0 60 0 0 0 0 60 0 0 0 60 0 0 0 360

RES ANAERÓBIA (CORRIDA) 0 0 0 0 0 0 0 60 60 60 120 60 0 0 0 0 0 60 0 420

RES ANAERÓBIA (NATAÇÃO) 60 60 0 60 60 0 0 60 60 60 60 60 0 60 0 60 0 60 0 720

RESISTÊNCIA DE FORÇA 60 0 0 0 0 60 0 0 0 0 60 0 0 0 0 60 0 60 60 360

RES AERÓBIA E RES DE FORÇA 60 60 60 60 120 60 60 60 60 60 60 60 120 60 120 60 0 60 0 1200

TOTAL (MINUTOS) 240 180 60 120 240 120 120 180 180 180 300 240 120 120 120 240 0 240 60 3060

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Tabela 4 - Distribuição dos tempos segundo conteúdo de treinamento nas semanas da 3ª Companhia de Alunos.

3ª COMPANHIA SEMANAS CONTEÚDO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 TOTAL RES AERÓBIA (CORRIDA) 60 0 0 0 60 0 60 0 0 0 0 60 0 0 0 60 0 60 0 360

RES ANAERÓBIA (CORRIDA) 0 0 0 0 0 0 0 0 120 120 120 60 0 0 0 0 0 60 60 540

RES ANAERÓBIA (NATAÇÃO) 60 60 60 60 60 60 0 60 60 0 60 60 0 60 60 60 0 60 0 840

RESISTÊNCIA DE FORÇA 60 0 0 0 0 0 0 0 0 0 60 60 0 0 0 0 0 0 0 180

RES AERÓBIA E RES DE FORÇA 60 120 0 60 120 60 60 60 60 60 60 0 60 120 60 60 0 0 0 1020

TOTAL (MINUTOS) 240 180 60 120 240 120 120 120 240 180 300 240 60 180 120 180 0 180 60 2940 Tabela 5 - Descrição das características nas semanas de treinamento da 1ª Companhia de Alunos

1ª COMPANHIA SEMANAS

CONTEÚDO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

MÉDIA PSE SEMANAL 4,7 ± 1,1

4,5 ± 1,6

5,1 ± 2,3

5,6 ± 3,2

5,2 ± 1,9

4,0 ± 2,2

3,6 ± 2,0

5,2 ± 1,8

4,3 ±2,4

5,7 ± 2,1

5,0 ± 1,9

4,9 ± 1,7

4,8 ± 1,7

3,9 ± 1,9

4,3 ± 1,5

5,3 ± 2,3

5,2 ± 1,9

4,2 ± 1,9

4,8 ± 1,1

MÉDIA CARGA SEMANAL TOTAL

1030,3 ±

379,4

744,5 ±

215,2

305,4 ±

140,4

338,7 ±

191,9

933,1 ±

268,1

480,0 ±

199,4

110,8 ±

61,8

705,5 ±

205,1

596,2 ±

294,0

788,2 ±

334,1

1164,7 ±

325,4

1018,3 ±

267,3

286,9 ±

103,1

464,0 ±

200,9

519,0 ±

173,3

737,8 ±

259,6

625,7 ±

155,6

593,8 ±

175,2

288,0 ±

65,7

MONOTONIA 2,6 ± 1,6

3,4 ± 2,5 0,0 0,0 3,5 ±

2,4 2,7 ± 1,9 0,0 1,8 ±

1,5 1,6 ± 1,2

2,5 ± 2,7

1,6 ± 1,2

2,4 ± 2,3 0,0 2,0 ±

1,9 4,0 ± 2,6

1,4 ± 1,5

3,8 ± 2,7

1,4 ± 1,1 0,0

STRAIN 2784,0

± 1 904,8

2602,7 ±

2231,3 0,0 0,0

3343,5 ±

3153,9

1402,8 ±

1232,4 0,0

1320,7 ±

1370,7

1042,5 ±

993,1

2431,2 ±

3436,7

1966,6 ±

1725,9

2646,6 ±

3102,8 0,0

994,7 ±

1040,8

2197,7 ±

1682,6

1165,5 ±

1514,8

2451,4 ±

1899,8

876,7 ±

839,7 0,0

MÉDIA QTR SEMANAL

13,1 ± 2,5

12,9 ± 2,4

12,7 ± 2,9

12,8 ± 3,0

12,8 ± 2,6

13,6 ± 2,9

14,0 ± 2,9

13,4 ± 3,1

12,4 ± 2,9

11,4 ± 2,8

12,7 ± 2,6

12,9 ± 2,7

13,5 ± 3,0

13,4 ± 2,7

13,4 ± 2,8

10,4 ± 3,0

10,8 ± 3

13/,1 ± 2,7

12,4 ± 3,0

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30

Tabela 6 - Descrição das características nas semanas de treinamento da 2ª Companhia de Alunos 2ª COMPANHIA SEMANAS CONTEÚDO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

MÉDIA PSE SEMANAL 5,5 ±

2,3

4,9 ± 1,8

4,8 ±

2,0

4,9 ± 1,8

4,6 ±

1,5

3,6 ±

1,5

5,1 ±

0,7

4,8 ±

1,8

4,7 ±

1,6

5,1 ±

1,9

4,8 ±

1,6

4,7 ±

1,6

4,2 ±

1,8

5,1 ±

1,8

4,6 ±

1,9

4,2 ±

2,1 0,0

4,7 ± 1,5

4,3 ±

2,5

MÉDIA CARGA SEMANAL TOTAL

1174,3 ±

347,0

781,4 ±

262,8

289,6 ±

119,3

586,9 ±

165,4

900,0 ±

224,2

436,8 ±

144,0

617,1 ±

45,4

752,1 ±

251,4

687,9 ±

213,1

700,7 ±

278,6

1138,3 ±

352,7

953,1 ±

268,0

506,5 ±

185,2

612,4 ±

161,7

557,7 ±

175,8

726,4 ±

268,5 0,0

950,0 ±

203,8

258,8 ±

148,2

MONOTONIA 2,7 ±

2,3

3,4 ±

3,1 0,0

3,2 ±

2,1

1,8 ±

1,2

2,2 ±

1,7

4,5 ±

2,9

3,0 ±

2,9

2,4 ±

2,4

2,1 ±

2,3

2,4 ±

2,1

2,4 ±

2,1

2,8 ±

2,6

2,4 ±

2,3

2,9 ±

2,2

1,4 ±

0,5 0,0

2,2 ±

1,3 0,0

STRAIN 3327,7

± 3397,3

2958,2 ±

3179,4 0,0

1960,3 ±

1507,2

1706,4 ±

1482,2

1028,6 ±

896,9

2808,2 ±

1881,6

2533,8 ±

3007,0

1846,4 ±

2099,9

1846,2 ±

2920,7

2945,7 ±

3128,9

2537,0 ±

2929,2

1490,7 ±

1644,4

1449,3 ±

1501,0

1645,6 ±

1452,6

1012,1 ±

483,9 0,0

2079,3 ±

1327,2 0,0

MÉDIA QTR SEMANAL

13,6 ±

2,2

12,9 ±

2,3

13,8 ±

2,2

13,0 ±

2,7

13,0 ±

2,4

13,5 ±

2,4

14,1 ±

2,3

13,5 ±

2,4

13,0 ±

2,0

11,9 ±

2,5

13,1 ±

2,3

13,1 ±

1,7

13,1 ±

2,5

13,5 ±

2,2

13,3 ±

2,4

11,4 ±

2,3 0,0

12,6 ±

2,3

13,5 ±

3,0 Tabela 7 - Descrição das características nas semanas de treinamento da 3ª Companhia de Alunos

3ª COMPANHIA SEMANAS CONTEÚDO 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

MÉDIA PSE SEMANAL 4,2 ± 1,5

5,3 ± 1,8

4,9 ± 1,9

5,3 ± 1,8

5,2 ± 2,3

5,2 ± 2,0

5,0 ± 1,7

5,5 ± 1,6

6,1 ± 2,0

6,4 ± 1,8

5,4 ± 1,6

5,5 ± 1,6

7,4 ± 2,0

5,4 ± 1,8

4,5 ± 1,5

5,0 ± 1,6 0,0 5,6 ±

0,5 6,2 ± 2,0

MÉDIA CARGA SEMANAL TOTAL

890,0 ±

253,5

891,9 ±

247,8

296,2 ±

116,0

630,7 ±

168,6

1078,6 ±

290,5

620,9 ±

166,6

600,0 ±

173,4

660,0 ±

155,7

1154,3 ±

337,2

925,0 ±

322,4

1342,7 ±

334,6

1096,2 ±

279,2

445,9 ±

122,1

855,4 ±

255,9

540,0 ±

142,6

750,0 ±

262,4 0,0

805,3 ±

235,2

371,1 ±

119,9

MONOTONIA 2,4 ±

1,7

3,1 ±

2,4 0,0

2,8 ±

2,7

1,6 ±

0,9

2,3 ±

1,8

2,1 ± 2,2

3,1 ± 3,0

2,0 ±

1,3

3,5 ± 4,4

2,2 ±

1,4

2,9 ± 2,7

0,0 3,7 ±

2,9

3,2 ±

2,8

2,0 ± 1,8

0,0 2,2 ± 1,7

0,0

STRAIN 2255,2

± 1833,5

2956,9 ±

2848,7 0,0

1928,0 ±

2183,1

1811,2 ±

1319,5

1449,7 ±

1509,4

1116,1 ±

1133,2

2108,6 ±

2451,3

2302,0 ±

1614,8

4118,6 ±

6648,8

3166,9 ±

2376,4

3392,5 ±

3502,7 0,0

3372,1 ±

3027,3

1872,1 ±

2053,7

1668,0 ±

1855,8 0,0

1993,8 ±

1928,8 0,0

MÉDIA QTR SEMANAL 14,0 ± 2,5

13,7 ± 2,5

13,6 ± 2,7

13,6 ± 2,1

12,8 ± 2,8

14,0 ± 2,5

13,3 ± 2,4

13,9 ± 2,1

12,9 ± 2,3

12,0 ± 2,5

13,4 ± 2,1

13,5 ± 2,2

15,1 ± 2,5

13,3 ± 2,5

13,7 ± 1,9

12,3 ± 2,5 0,0 12,6 ±

2,2 13,7 ± 2,3

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A tabela 8 apresenta a média e desvio padrão dos resultados dos testes aplicados, por

companhia segundo momentos de avaliação. Ao observar o teste de corrida segundo

companhias verifica-se a comparação entre M0, M1 e M2 e ao observar os momentos segundo

cada companhia verifica-se a comparação dos respectivos resultados durante cada momento de

avaliação.

No teste corrida os valores de M0, M1 e M2 das três companhias apresentam diferenças

estatisticamente significante (P<0,05), e nos momentos de avaliação entre as companhias não

há diferença estatisticamente significante (P>0,05).

No teste flexão de braço, entre os momentos de avaliação, todas as companhias

apresentaram diferença significante. Ainda M0 e M1 entre as companhias não houve diferença

significante, e em M2 a 2ª companhia apresentou resultado diferente estatisticamente da 1ª

companhia, e a 3ª companhia não apresentou diferença estatística em relação a 1ª e a 2ª

companhias.

No teste barra fixa os valores de M0, M1 e M2 das três companhias apresentam

diferença estatisticamente significante, e nos momentos de avaliação entre as companhias não

há diferença estatisticamente significante.

No teste de abdominal todas as companhias apresentaram diferença significante entre

os momentos; em M1 e M2 entre as companhias não houve diferença significante; em M0 a 1ª

companhia apresentou resultado diferente estatisticamente da 2ª companhia, e a 3ª companhia

não apresentou diferença estatística em relação a 1ª e a 2ª companhias.

No teste natação os valores de M0, M1 e M2 das três companhias apresentam diferença

estatisticamente significante, mas nos momentos de avaliação entre as companhias não há

diferença estatisticamente significante.

31

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Tabela 8 - Medidas descritivas dos testes segundo companhia e momento de avaliação.

TESTE CIA MOMENTOS DE AVALIAÇÃO Resultado do teste

estatístico entre os momentos M0 M1 M2

CORRIDA (segundos)

1ª 796,1 (51,7) a C 729,3 (37,8) a B 722,4 (39,5) a A p<0,05 2ª 792,9 (52,0) a C 728,3 (35,4) a B 718,1 (41,5) a A p<0,05 3ª 800,3 (67,1) a C 728,7 (35,4) a B 726,9 (40,2) a A p<0,05

Resultado do teste estatístico entre as cias p>0,05 p>0,05 p>0,05

FLEXÃO DE BRAÇO (repetição)

1ª 27,2 (5,8) a A 33,6 (4,3) a B 37,1 (3,8) b C p<0,05 2ª 28,6 (5,9) a A 32,4 (5,1) a B 35,6 (4,3) a C p<0,05 3ª 26,9 (6,3) a A 33,5 (4,8) a B 36,4 (4,2) ab C p<0,05

Resultado do teste estatístico entre as cias p>0,05 p>0,05 p<0,05

BARRA FIXA (repetição)

1ª 7,8 (2,9) a A 10,0 (2,2) a B 11,1 (2,5) a C p<0,05 2ª 7,8( 2,7) a A 9,9 (2,3) a B 11,5 (2,1) a C p<0,05 3ª 8,3 (3,1) a A 9,9 (2,1) a B 10,9 (2,5) a C p<0,05

Resultado do teste estatístico entre as cias p>0,05 p>0,05 p>0,05

ABDOMINAL (repetição) 1ª 56,7 (20,5) a A 76,6 (8,7) a B 84,1 (3,8) a C p<0,05 2ª 63,1 (13,9) b A 76,5 (8,0) a B 84,1 (4,2) a C p<0,05 3ª 62,3 (15,8) ab A 76,8 (6,6) a B 83,9 (3,6) a C p<0,05

Resultado do teste estatístico entre as cias p<0,05 p>0,05 p>0,05

NATAÇÃO (segundos)

1ª 47,9 (10,3) a C 43,7 (8,4) a B 41,7 (6,2) a A p<0,05 2ª 46,8 (11,6) a C 43,0 (7,3) a B 40,4 (5,5) a A p<0,05 3ª 49,6 (13,5) a C 42,6 (7,8) a B 40,8 (6,5) a A p<0,05

Resultado do teste estatístico entre as cias p>0,05 p>0,05 p>0,05

a., b., c. - Na comparação entre companhias em cada momento, duas médias seguidas de pelo menos uma mesma letra minúscula não diferem entre si, p<0,05. A., B., C. - Na comparação entre os momentos em uma mesma companhia, duas médias seguidas de pelo menos uma mesma letra maiúscula não diferem entre si, p<0,05.

32

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Os gráficos a seguir mostram a evolução dos alunos nos diferentes momentos avaliados

tendo como referência os valores obtidos em M0 nos percentis (P95, P75, P50, P25 e P5).

Nota-se no gráfico 1 que em M0 5% dos alunos correram menos de 702,8s, em M1 a

porcentagem aumentou para 23,6% e em M2 para 26,1%; 20% dos alunos correu entre 702,8s

e 757,4s, em M1 o valor aumentou para 55,5% e em M2 para 54,7%. Em M0 25% dos alunos

correram de 790,0 a 834,6s, em M1 essa porcentagem diminuiu para 2,8% e em M2 aumentou

para 3,1%. 20% dos alunos correram entre 834,6s e 889,2s em M0, em M1 0,2% e em M2 0,3%.

Em M0 5% dos alunos correram em mais de 889,2s e em M1 e 2 nenhum aluno correu acima

desse tempo.

Gráfico 1 – Distribuição percentual dos alunos segundo resistência aeróbia - corrida

No gráfico 2 observa-se que 5% dos alunos realizaram mais de 37,4 movimentos de

flexão de braço, em M1 esse valor aumentou para 18,40% e em M2 para 40,50%. 20% dos

alunos realizaram entre 31,7 e 37,4 movimentos em M0, em M1 43% e em M2 47%. Em M0

25% dos alunos realizaram de 27,6 a 31,7 movimentos, sendo que em M1 e M2 esses valores

foram de 26,10% e 10,90% respectivamente. Vinte e cinco por cento dos alunos realizou em

M0 de 23,5 a 27,6 movimentos, 10,20% dos alunos em M1 realizaram o mesmo número de

movimentos e 1,50% em M2 realizaram a mesma quantidade de movimentos. Em M0 e em M1

20% e 2,30% dos alunos realizaram de 17,9 a 23,5 flexões. Em M0 5% dos alunos realizaram

menos de 17,9 repetições, e em M1 e M2 nenhum aluno realizou menos de 17,9 repetições.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

M0 M1 M2

5%23,6% 26,1%20%

55,5% 54,7%

25%

17,9% 15,8%

25%

2,8% 3,1%

20%

0,2% 0,3% 5%

Mais que 889,2s

De 834,6s até 889,2s

De 796,0 até 834,6s

De 757,4s até 796,0s

De 702,8s até 757,4s

Até 702,8s

33

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34

Gráfico 2 Distribuição percentual dos alunos segundo resistência de força – flexão de braço

No gráfico 3 nota-se que em M0, M1 e M2: 5%, 9,40% e 25,10% dos alunos

respectivamente realizaram mais que 12,8 repetições de barra fixa. Vinte por cento, 40,6% e

45% dos alunos em M0, M1 e M2 respectivamente realizaram entre 9,9 e 12,8 repetições. Em

M0 25% dos alunos realizaram entre 8,0 e 9,9 movimentos, e em M1 e M2 esses níveis foram

de 30,50% e 20,30% respectivamente. Entre os que fizeram entre 6,0 e 8,0 movimentos

encontram-se 25% em M0, 15,70 em M1 e 7,70% em M2. 20% realizaram de 3,2 a 6,0

movimentos em M0, 3,70% em M1 e 7,70 em M2. Cinco por cento dos alunos em M0

realizaram menos de 3,2 e em M1 e M2 nenhum aluno realizou menos que 3,2 movimentos.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

M0 M1 M2

5%

20%

2,30%

25%

10,20%

1,50%

25%

26,10%

10,90%

20%

43%

47%

5%18,40%

40,50% Mais que 37,4

De 31,7 até 37,4

De 27,6 até 31,7

De 23,5 até 27,6

De 17,9 até 23,5

Até 17,9

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35

Gráfico 3- Distribuição percentual dos alunos segundo resistência de força – barra fixa.

No gráfico 4 pode-se observar que em M0, M1 e M2: 5,0%, 6,2% e 11,9% dos alunos

respectivamente realizaram mais que 88,7 abdominais. Entre os que realizaram 72,3 e 88,7

movimentos, 20,0% foi em M0, 65,0% em M1 e 87,9% em M2. Vinte e cinco por cento em M0

realizaram entre 60,7 e 72,3 movimentos, 26,8% em M1 e 0,2% em M2. Em M0 ainda 25,0%

dos alunos realizaram entre 49,1 e 60,7 abdominais e 5,0% fizeram até 32,7 repetições.

Gráfico 4 - Distribuição percentual dos alunos segundo resistência de força-abdominal

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

M0 M1 M2

5%

20%

3,70%1,50%

25%

15,70%7,70%

25%

30,50%

20,30%

20%

40,6%

45%

5% 9,40%25,10%

Mais que 12,8

De 9,9 até 12,8

De 8,0 até 9,9

De 6,0 até 8,0

De 3,2 até 6,0

Até 3,2

0%

20%

40%

60%

80%

100%

M0 M1 M2

5,0%

20,0%

25,0%

2,0%

25,0%

26,8%

0,2%

20,0%

65,0%

87,9%

5,0% 6,2% 11,9%Mais que 88,7

De 72,3 até 88,7

De 60,7 até 72,3

De 49,1 até 60,7

De 32,7 até 49,1

Até 32,7

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36

No gráfico 5, que representa a distribuição no teste de natação, 5% dos alunos realizaram em

M0 em mais que 67,4s. Em M0, 20% dos alunos realizaram entre 56,0 e 67,4s e em M1 4,80%.

Entre 48,0 e 56,0s em M0 ficaram 25% dos alunos, em M1 21,50% e em M2 11,30%. Em M0

25% dos alunos realizaram entre 40,0 e 48,0s; em M1 42,40% e em M2 44,10%. Em M0 20%

dos alunos realizaram o teste entre 28,6s e 40,0s; em M1 28,8% e em M2 42% dos alunos. Em

M0 5% dos alunos realizaram o teste em até 28,6s; em M1 3,10% e em M2, 2%.

Gráfico 5 - Distribuição percentual dos alunos segundo resistência anaeróbia - natação.

A partir dos resultados obtidos, resumidamente os dados apontam para: i) em relação ao

conteúdo do treinamento houve predomínio da resistência aeróbia associado a resistência de

força, representando 34,04% na 1ª companhia, 39,21% na 2ª companhia e 34,19% na 3ª

companhia; ii) em todas as companhias, todos os testes propostos obtiveram uma melhora no

desempenho, com uma diferença estatística significante e de magnitude semelhante entre si; iii)

a distribuição da carga mostrou-se ondulatória mesclando cargas altas, baixas e moderadas,

semelhante ao encontrado na literatura.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

M0 M1 M2

5% 3,10% 2%

20% 28,10%42%

25%

42,40%

44,10%25%

21,50%11,30%

20%

4,80%5%

Mais que 67,4s

De 56,0s até 67,4s

De 48,0s até 56,0s

De 40,0s até 48,0s

de 28,6s até 40,0s

Até 28,6s

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37

6 DISCUSSÃO

A partir dos dados obtidos e os objetivos propostos a presente discussão se apresenta

em três direções: quanto ao conteúdo aplicado, desempenho nos testes e a distribuição da carga

aplicada.

Particularmente nota-se que o conteúdo resistência aeróbia associado ao conteúdo

resistência de força apresentou o maior volume aplicado em relação às demais capacidades.

Esse dado pode ser justificado pela tentativa de otimização do tempo disponível para o

desenvolvimento das capacidades para uma melhora no desempenho dos indivíduos nos testes

M1 e M2, tendo em vista o tempo limitado de 60 minutos.

Com relação a CST, o presente trabalho encontrou uma dinâmica ondulatória

semelhante nas três companhias estudadas, corroborando com princípios básicos da

periodização do treinamento esportivo, como pode-se observar nas afirmações de Matveev

(1977) Verkhoshanski (1990) e Frankel e Kravitz (2001). Esse comportamento ondulatório

também foi percebido em diversas modalidades como, por exemplo, no futsal (MILOSKI;

FREITAS, BARA FILHO, 2012), triathlon (MUJIKA, 2014), ciclismo (DELATTRE et al.,

2006), voleibol (FREITAS; MILOSKI; BARA FILHO, 2015), basquetebol (MANZI et al.,

2010), ginástica rítmica (DEBIEN, 2016) e futebol feminino (MARA et al., 2015).

A variação encontrada na CST na primeira companhia foi de 110,8 u.a. até 1.164,7 u.a.,

na segunda companhia foi de 258,8 u.a. até 1.174,3 u.a. e na terceira companhia foi de 296,2

u.a. até 1.342,7 u.a., todas com valores próximos mostrando semelhança entre elas. Já Miloski

e colaboradores (2012), no estudo de monitoramento de carga interna de treinamento em

jogadores de futsal, encontraram a variação de 440 u.a. até 3.215 u.a. Manzi e colaboradores

(2010) estudando o perfil da carga de treinamento semanal de atletas de basquetebol de elite,

encontrou uma CST entre 2.791 u.a. e 3.334 u.a. Debien (2016), em sua pesquisa sobre

monitoramento da carga de treinamento na ginástica rítmica encontrou valores de 10.379 u.a.

até 21.012 u.a., maiores valores encontrados na literatura pesquisada. Nogueira e colaboradores

(2015) em seu trabalho, comparou os diferentes parâmetros de controle da carga interna e

externa de treinamento, recuperação e rendimento em atletas de natação, e encontrou valores

que variam de 1.226,9 u.a. até 3.123,3 u.a. Os valores, tanto os mínimos quantos os máximos,

do presente trabalho são menores que os valores dos estudos abordados.

Verifica-se que quando comparados os resultados em cada teste, em cada momento e

entre as companhias, não há diferença estatisticamente significante; apenas no momento M2 na

flexão de braço e no momento M0 no abdominal. Entretanto, todas as companhias tiveram

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diferença significante quando comparados os momentos do teste, evidenciando uma melhora

uniforme independente de grupamento em que pertencia o indivíduo. Desta forma podemos

abordar os alunos como um grupo uniforme, não os diferenciando por companhia.

Com relação a evolução do desempenho na corrida de 3.000 metros, a presente pesquisa

encontrou uma evolução de 796,1s para 722,4s, ou seja, uma melhora de 9,3% pela 1ª

Companhia; de 792,9s para 718,1s denotando uma melhora de 9,5% pela 2ª Companhia; e de

800,3s para 726,9s pela 3ª Companhia, evidenciando uma melhora de 9,2%.

Uma evolução maior foi encontrada por Rodrigues (2017) no estudo “TFM de adultos

jovens: efeitos sobre a composição corporal e aptidão física”. Foi relatada uma diferença de

2.336,12m para 2.719,80m na corrida de doze minutos em oito semanas de treinamento, cerca

de 14,1% de melhora do desempenho.

Evolução semelhante foi encontrada por Moraes e colaboradores (2008) no trabalho

sobre a influência da frequência semanal do treinamento intervalado aeróbico (TIA), previsto

no manual C20-20, sobre a potência aeróbica de militares recém incorporados ao EB. No grupo

que executou três vezes o TIA houve diferença de 2.805m para 3.010m, evolução de 6,9%. No

grupo que executou duas vezes o TIA houve diferença de 2.810m para 3.060m, uma evolução

de 8,2%; e no grupo que executou uma vez o TIA houve diferença de 2.830m para 3.027m,

uma evolução de 6,6%. Os três grupos foram observados durante seis semanas de treinamento.

Evolução inferior foi relatada por Morgado e colaboradores (2016) na pesquisa sobre o

efeito do TFM nas características antropométricas e no desempenho físico de militares. Os

autores encontraram uma melhora de 2.820,3m para 2.918,5m percorridos em 12 minutos em

18 semanas de treinamento, uma evolução de 3,4%. Vieira e colaboradores (2006) no trabalho

sobre o efeito de oito semanas de TFM sobre o desempenho físico, variáveis cardiovasculares

e somatório de dobras cutâneas de militares de forças de paz do EB, encontraram uma variação

de 2.636,7m para 2.703,3m percorridos também em 12 minutos, uma evolução de 2,5%. Santos

e colaboradores (2005) em seu trabalho sobre a influência do treinamento combinado de força

e endurance nas respostas de TAF de militares do 14º GAC, encontraram uma diferença na

distância percorrida em 12 minutos de 2.850m para 2.928m em 8 semanas de treinamento, uma

evolução de 2,7%.

Morelli Junior (2008) aponta sobre a avaliação das alterações dos indicadores de

desempenho de pentatletas da Academia da Força Aérea Brasileira, durante macrociclo de

treinamento em 2007, em que relata um decréscimo no desempenho na corrida em 12 minutos

de 3.204m para 3.184m em 18 semanas, uma diferença de 0,7%.

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Com relação a evolução do desempenho no teste da flexão de braço no solo, a presente

pesquisa encontrou uma evolução de 9,9 flexões na 1ª Companhia, 7 flexões na 2ª Companhia

e de 9,5 flexões na 3ª companhia.

Análogo aos resultados do presente trabalho, Rodrigues (2017) relatou uma evolução de

8,48 flexões em 8 semanas de treinamento.

De forma similar ao presente estudo, entretanto com uma menor evolução, Morgado e

colaboradores (2016) relataram uma melhora de 4,2 flexões em 18 semanas de treinamento.

Vieira e colaboradores (2006) relataram evolução de 3,6 flexões em 8 semanas de treinamento.

Santos e colaboradores (2005) relataram um ganho de 3,3, flexões em 8 semanas de

treinamento.

Com relação a evolução do desempenho no teste da flexão na barra fixa, a presente

investigação observou uma evolução de 3,3 repetições na 1ª Companhia, de 3,7 repetições na

2ª Companhia e 2,6 repetições na 3ª companhia.

Corroborando com o presente trabalho, Morgado e colaboradores (2016) descreveram

uma evolução de 1,5 repetições. Santos e colaboradores (2005) relataram uma melhora de 1,2

repetições após 8 semanas de treinamento. Rodrigues (2017) explanou uma evolução de 2,12

repetições após 8 semanas de treinamento.

Já Vieira e colaboradores (2006), relataram uma manutenção dos resultados pré e pós 8

semanas de treinamento.

Na variável abdominal, a pesquisa encontrou uma evolução de 27,4 repetições na 1ª

Companhia, de 21 repetições na 2ª Companhia e de 21,6 repetições na 3ª companhia.

Aproximando dos achados do presente estudo, Rodrigues (2017) relatou uma evolução de 14,14

repetições.

Com evolução, porém com menor amplitude, Morgado e colaboradores (2016)

relataram uma evolução de 1,8 repetições. Santos e colaboradores (2005) observaram evolução

de 3,4 repetições. Vieira e colaboradores (2006) descreveram uma evolução de 2,4 repetições.

No teste de natação, o presente estudo observou a evolução do desempenho que se

segue: na 1ª Companhia de 47,9s para 41,7s, uma evolução de 12,9%; na 2ª Companhia de

46,8s para 40,4s, evolução de 13,6%; e na 3ª Companhia de 49,6s para 40,8s, uma evolução de

17,7%.

A EsPCEx é um estabelecimento de ensino no qual ingressam alunos com diferentes

habilidades esportivas, portanto, há grande disparidade no conhecimento e desenvolvimento na

natação. Participaram da pesquisa alunos que em M0 não eram capazes de atravessar a piscina

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olímpica de 50m, como também participaram alunos que realizavam essa atividade com

facilidade no tempo menor que 28,6s.

Nos estudos de Costill, Sharp e Troup, (1980); Miyashita e Kanehisa, (1983); Sharp,

Troup e Costill, (1982) foi encontrado melhora no desempenho da natação devido ao treino de

força executado fora da piscina, o que pode ser relacionado à melhora encontrada no presente

estudo, tendo em vista os ganhos de resistência de força observados nos testes de flexão de

braço no solo e flexão de braço na barra fixa. Outro fator responsável pela melhora do

desempenho é o volume do treino específico na piscina que foi de 840 minutos na 1ª e 3ª

Companhias e de 720 minutos na 2ª Companhia. Porém o principal fator para tal

desenvolvimento dos tempos na natação foi a aprendizagem do nado propriamente dito, tendo

em vista que em M0 alguns alunos não conseguiam atravessa a piscina de 50m e em M2 todos

atravessaram.

O fato de que em M2 praticamente a totalidade dos indivíduos estudados cumpriram a

tarefa de nadar a piscina olímpica de 50m em menos de 56s mostra a eficiência do treinamento

aplicado e a aprendizagem por parte daqueles que não atravessavam em piscina no teste inicial.

A magnitude do desenvolvimento verificado em todos os testes aplicados, podem em

partes, se justificar pelo grau de sedentarismo no qual os indivíduos iniciaram este estudo, sendo

uma limitação do atual trabalho, conhecer a diferença de evolução entre indivíduos com

históricos diferentes de pratica esportiva anteriormente ao início do estudo. Uma limitação

também encontrada foi a característica do teste de corrida praticado na EsPCEx, uma corrida

na qual a variação se encontra no tempo de execução dos 3000m, diferentemente do abortado

na portaria que regula a TAF no EB, Portaria 032 – EME, de 31 de março de 2008, na qual o

tempo de 12min é fixo, variando a distância percorrida. Outra limitação foi a falta de dados

sobre o treino de natação, como por exemplo volume nadado e intensidade dos estímulos.

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7 CONCLUSÃO

A partir dos dados da presente dissertação é possível concluir que não houve diferença

entre as cargas dos treinamentos aplicados entre as companhias. O conteúdo de resistência

aeróbia associado ao conteúdo de resistência de força foi o maior conteúdo aplicado nas três

companhias e não houve diferença estatisticamente significante nos resultados dos testes,

independente da companhia.

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APÊNDICE

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Distribuição percentual dos alunos segundo resistência aeróbia – corrida................................................................................................ 31

Gráfico 2 - Distribuição percentual dos alunos segundo resistência de força –

flexão de braço.................................................................................... 32

Gráfico 3 - Distribuição percentual dos alunos segundo resistência de força – barra fixa............................................................................................ 32

Gráfico 4 - Distribuição percentual dos alunos segundo resistência de força –

abdominal........................................................................................... 33

Gráfico 5 - Distribuição percentual dos alunos segundo resistência anaeróbia – natação................................................................................................ 33

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ANEXOS

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Anexo 1 - Tabela TQR desenvolvida por Kentta (1998)

Classificação Descritor

6

7 Muito, muito pouco recuperado

8

9 Muito pouco recuperado

10 -

11 Pouco recuperado

12 -

13 Razoavelmente recuperado

14 -

15 Bem recuperado

16 -

17 Muito bem recuperado

18 -

19 Muito, muito bem recuperado

20 -

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Anexo 2 - Tabela PSE de Borg (1992) adaptada por Foster (2001)

Classificação Descritor

0 Repouso

1 Muito, muito Fácil

2 Fácil

3 Moderado

4 Um pouco difícil

5 Difícil

6 -

7 Muito Difícil

8 -

9 -

10 Máximo