10 Passos Para Um Diagnóstico Bem Sucedido

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 DEZ PASSOS PARA UM DIAGNÓSTICO BEM FEITO  Freqüentemente, temos sido questionados pelos técnicos reparadores durante a consultoria, e mesmo em nossos cursos, sobre qual a razão de tantos retornos de um veiculo com transmissão automática e o por que de uma transmissão reparada geralmente não durar a mesma quilometragem de uma nova se uma grande parte das peças são substituídas.  Podemos dizer que vários fatores influem na vida til de uma transmissão reparada, tais como a limpeza, quantidade de informação utilizada no reparo !manuais técnicos", ferramental adequado, treinamento do técnico reparador, etc., mas um dos fatores que mais contribuem para o sucesso de um reparo, e não estamos nos referindo somente # transmissão automática em si, é o diagn$stico bem feito.  % palavra DIAGNÓSTICO nos traz a idéia de ENCONTRAR A CAUSA  de um problema, o que significa dizer que, quando o técnico começa a analisar um veículo em sua oficina, ele está se preocupando em encontrar o P&'()* de um defeito, e não somente qual o defeito em si. +omo eemplo, poderíamos citar o caso de uma transmissão que apresenta patinação em segunda marc-a. & técnico, ap$s analisar o veículo, decide abrir e reparar a transmissão, e encontra o conunto do freio da segunda marc-a danificado. *le não deve se contentar somente em trocar os componentes danificados, mas em analisar mais a fundo qual a +%)/% da queima do freio de 01 marc-a, o P&'()* os discos queimaram. /erá que a queima do conunto ocorreu devido a danos no vedador do pistão, no conunto das molas de retorno, por ecesso de esforço, no corpo de válvulas, etc.  /e a verdadeira CAUSA  do problema não for descoberta, corre2 se o risco de retorno do veiculo ap$s um curto espaço de tempo, ocasionando preuízos ao técnico, descontentamento por parte do cliente e o que é pior, danos # imagem da oficina que realizou o serviço.  3aí, concluímos que não basta apenas corrigir o problema reclamado pelo cliente, mas o P&' ()* este problema ocorreu, para evitar que o reparo sea de curta duração. *m reparos de transmiss4es automáticas, ainda temos a agravante da compleidade e grande interdepend5ncia que seus componentes

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10 Passos Para Um Diagnóstico Bem Sucedido

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DEZ PASSOS PARA UM

DEZ PASSOS PARA UMDIAGNSTICO BEM FEITO

Freqentemente, temos sido questionados pelos tcnicos reparadores durante a consultoria, e mesmo em nossos cursos, sobre qual a razo de tantos retornos de um veiculo com transmisso automtica e o por que de uma transmisso reparada geralmente no durar a mesma quilometragem de uma nova se uma grande parte das peas so substitudas.

Podemos dizer que vrios fatores influem na vida til de uma transmisso reparada, tais como a limpeza, quantidade de informao utilizada no reparo (manuais tcnicos), ferramental adequado, treinamento do tcnico reparador, etc., mas um dos fatores que mais contribuem para o sucesso de um reparo, e no estamos nos referindo somente transmisso automtica em si, o diagnstico bem feito.

A palavra DIAGNSTICO nos traz a idia de ENCONTRAR A CAUSA de um problema, o que significa dizer que, quando o tcnico comea a analisar um veculo em sua oficina, ele est se preocupando em encontrar o PORQUE de um defeito, e no somente qual o defeito em si. Como exemplo, poderamos citar o caso de uma transmisso que apresenta patinao em segunda marcha. O tcnico, aps analisar o veculo, decide abrir e reparar a transmisso, e encontra o conjunto do freio da segunda marcha danificado. Ele no deve se contentar somente em trocar os componentes danificados, mas em analisar mais a fundo qual a CAUSA da queima do freio de 2 marcha, o PORQUE os discos queimaram.

Ser que a queima do conjunto ocorreu devido a danos no vedador do pisto, no conjunto das molas de retorno, por excesso de esforo, no corpo de vlvulas, etc.

Se a verdadeira CAUSA do problema no for descoberta, corre-se o risco de retorno do veiculo aps um curto espao de tempo, ocasionando prejuzos ao tcnico, descontentamento por parte do cliente e o que pior, danos imagem da oficina que realizou o servio.

Da, conclumos que no basta apenas corrigir o problema reclamado pelo cliente, mas o POR QUE este problema ocorreu, para evitar que o reparo seja de curta durao. Em reparos de transmisses automticas, ainda temos a agravante da complexidade e grande interdependncia que seus componentes tem entre si, o que causa destruio total da transmisso caso o reparo no seja bem feito logo da primeira vez.

Com o aumento das transmisses automticas com controle eletrnico, presentes no mercado brasileiro hoje, este diagnstico estende-se ainda mais, exigindo a interveno de tcnicos bem preparados para atender a demanda sempre crescente dos usurios.

Para auxiliar o tcnico reparador a realizar um diagnstico bem feito, enumeramos abaixo alguns passos que devem ser seguidos para encontrar a verdadeira CAUSA do defeito, sem os quais se torna difcil realizar um reparo que dure. Entendemos tambm que os procedimentos de diagnstico se destinam a evitar que o tcnico reparador pule etapas que quase sempre escondem problemas, estendendo a permanncia do veiculo na oficina.

10 PASSOS PARA UM DIAGNSTICO BEM FEITO1. Converse com o cliente em primeiro lugar.Procure saber do cliente quando e como o defeito comeou, quando ocorre, em que situaes, se com o veiculo quente ou frio, em acelerao, desacelerao, piso irregular, se aps abastecimento do motor ou da transmisso, etc.2. Constate se a falha reclamada condiz com a falha real.Aps ouvir o cliente, ande com o veiculo e observe se a falha reclamada realmente ocorre. s vezes, como o cliente nem sempre tcnico, pode ser que a reclamao seja uma e a falha outra, ou uma caracterstica do veiculo. De qualquer maneira, se a falha reclamada pelo cliente no ocorrer com voc ao volante, pea ao cliente para mostrar o problema, com ele dirigindo, enquanto voc observa o que acontece. Em hiptese alguma inicie um reparo sem ter certeza do que est acontecendo e qual o sistema responsvel pelo problema. 3. Veja se o sistema eletrnico do veiculo possui cdigos de falha armazenados em sua memria de servio.Os cmbios automticos modernos so gerenciados eletronicamente na maioria das vezes, e quando um sistema no est funcionando adequadamente, o computador aplica uma estratgia de segurana transmisso, travando a transmisso em uma marcha fixa e armazenando um cdigo de falha que pode auxiliar o tcnico em sua anlise do porque ocorreu o problema. 4. Verifique o fluido da transmisso quanto condio e nvel.Como o fluido ATF realiza vrias funes vitais, tais como a gerao de presso, limpeza, eliminao do atrito, transferncia de calor, vedao, etc. dentro de uma transmisso automtica, a anlise dele pode dar ao tcnico vrias pistas sobre como anda a sade do cmbio. importante analisar o nvel e corrigi-lo se necessrio, bem como verificar se o fluido est limpo, embora com sua cor alterada, ou cheio de partculas slidas em suspenso, acompanhado de um cheiro muito acentuado de queimado. Esta anlise por si s pode indicar se um reparo mais radical necessrio na transmisso ou no. Salientamos aqui a necessidade de se tomar uma deciso baseada em fatos, e no simplesmente remover o cambio como primeiro passo, pois nem sempre a causa do problema est dentro dele.5. Faa uma anlise visual da parte inferior do veiculo.Busque indcios que indiquem uma falha em andamento, como por exemplo, vazamentos, mangueiras desconectadas ou cortadas, chicotes danificados, tubos de vcuo desconectados ou cortados, conectores parcialmente conectados ou fios estirados e afastados de seus conectores, oxidaes de terminais, etc.6. Proceda a uma verificao das regulagens solicitadas pelo manual de servio do veculo. freqente, na conversa com o proprietrio do veiculo, descobrir que um defeito na transmisso comeou depois que o motor foi retirado para remover vazamentos, ou durante um reparo de carroceria, etc. O comportamento estranho da transmisso pode ser decorrente de regulagem incorreta de um cabo de reduo, por exemplo, ou nas transmisses com controle eletrnico, uma regulagem incorreta do TPS (Sensor de posio da abertura do acelerador). Oriente-se pelas informaes tcnicas fornecidas pela montadora, para ter certeza que esta causa no a origem do problema.7. Faa uma verificao completa do sistema de alimentao do veiculo, antes de interferir na transmisso.Vrias vezes, tcnicos reparadores j nos procuraram buscando orientao sobre um reparo de transmisso, quando a causa real do problema era deficincia no sistema de alimentao do motor do veiculo. Quando o motor no corretamente alimentado, isto causa um comportamento totalmente alterado da transmisso, com mudanas de marcha na hora errada, ou mesmo sem mudanas, trancos nas mudanas, patinaes, etc. Como os dois sistemas (alimentao e transmisso) operam com troca de informaes, isto causa falhas no comportamento da transmisso, nem sempre detectadas com facilidade pelo tcnico menos preparado, com decorrente prejuzo e descontentamento do cliente.8. Repare a transmisso.Caso algum dos passos descritos mais acima indique que a falha est DENTRO da transmisso, proceda ao reparo da mesma, agindo de maneira profissional e seguindo os passos relacionados no manual de servio da mesma, evitando desvios para ganhar tempo. Lembre-se: O melhor servio que voc poder prestar ao seu cliente fazer o servio bem feito e dentro dos padres de qualidade e segurana descritos pela montadora.9. Devemos saber separar as coisas:1-O dever do tcnico reparar perfeitamente o veiculo.2-O dever do cliente pagar o preo justo por isto.No tente economizar no servio, salvando peas que deveriam estar a muito tempo na lata de lixo. Isto somente causar retorno do cliente oficina mais cedo ou mais tarde, gerando custos adicionais e descontentamento geral. Este custo geralmente fica a cargo do reparador que quis ajudar o cliente. Ele com certeza exigir a garantia do servio prestado e voc no poder repassar os custos ele por isto.

10. Teste o veiculo antes da entrega.Antes de entregar o veiculo de volta ao cliente, faa um TESTE completo do veiculo, procurando reproduzir todas as situaes reclamadas por ele. Se o veculo for muito caro, e a situao do transito ou pessoas no aconselharem um percurso muito longo com ele, convide o prprio cliente, responsvel pelo veiculo, a fazer este teste final.

D seguimento ao servio.Aps a entrega, depois de alguns dias, contate o cliente para saber se ele est satisfeito com o servio realizado. Convide-o a comparecer oficina para uma reviso rpida.Isto demonstrar seu profissionalismo e interesse pelo cliente, e ajudar a evitar um problema, se houver algum item que no est ainda funcionando adequadamente.

Esperamos que, com estes simples passos, o tcnico reparador seja auxiliado a prestar um excelente servio ao seu cliente, aumentando a satisfao de todos e seu senso de realizao profissional.

Pedropower