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idéias para curtir com seu filho (antes de ele completar 10 anos) 101 Paula Perim

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idéias para curtir com seu filho

(antes de ele completar 10 anos)101

Paula Perim

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Capítulo 1

Porque se sujar é uma delícia 13

Capítulo 2

Porque de vez em quando pode 25

Capítulo 3

Porque vai ser muito útil 33

Capítulo 4

Para dias de chuva 43

Capítulo 5

Para sair de casa 55

Capítulo 6

Para não esquecer jamais 63

Capítulo 7

Porque ele vai adorar conseguir fazer 73

Capítulo 8

Porque ele vai lhe agradecer depois 83

Capítulo 9

Porque vocês merecem 89

Sumário

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Prefáciopor Denise Fraga

Estive com Paula em alguns almoços profi ssionais que extrapolaram seus minutos profi ssionais e viraram horas de conversa íntima e deliciosa a respeito de nossos fi lhos. Ou melhor, de nós, mães. Sim, porque as mulheres que são mães, quando se juntam, não falam exatamente dos fi lhos, mas despejam-se em um eloqüente discurso na tentativa de entender e buscar cúmplices para essa tremenda aventura pela qual passam diariamente: ser mãe. E Paula me pareceu uma excelente cúmplice.

Quando li seu livro, me identifi quei ainda mais. Como eu e, creio, a maioria das mães, Paula sofre do famoso “aproveita, que passa rápido”. Ouvimos isso desde quando nossa barriga crescente começa a estourar o botão da calça jeans. Daquela senhora simpática que vinha olhar na praça meu pequeno tesouro no carrinho à voz do meu próprio pensamento, quando deixava o bebê por alguns minutos em troca de algumas abdominais tentando perder o resto da tal barriga, só uma coisa era ouvida: aproveita, que passa rápido.

É verdade, passa rápido. Mas é verdade também que dá para aproveitar. Paula, a autora deste livro, jornalista, mulher mil e uma utilidades, mãe que trabalha e é louca pelas fi lhas, aproveitou. E bem. E, satisfeita em saber ter aproveitado (e aproveitar) a infância das fi lhas, ela resolveu escrever um terno manual para ajudar outros pais a aproveitar também.

Lendo o livro de Paula, fi quei feliz com os xis que marquei nas brincadeiras que também fi zemos por

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aqui e aliviada por ainda ter tempo de aproveitar outras que ela me ensina. Diga-se de passagem, o “até ele completar dez anos”, sugerido por ela no título, pode, em muitos casos, ser esticado, graças a Deus, para todo o sempre. Porque o que Paula escreveu é um delicioso manual para ensinar a gente a se divertir em família. É só abrir numa página que dá vontade de que chegue logo o fi m de semana. Muitas vezes, nem precisamos dele, porque, estando atentos, podemos enfeitar nossas rotineiras quartas-feiras com alguns toques de férias. Um sorvete na padaria depois da escola, uma noite dormida no chão da sala, um jantar feito a quatro mãos... Coisas que até podem dar um pouquinho mais de “trabalho”, tirando o trem da rotina dos trilhos, mas que serão inesquecíveis e farão você ter a deliciosa sensação de “estar aproveitando”.

Meu mais velho vai fazer dez anos e ainda ontem eu estava grávida. Passou muito, muito rápido. A gente fez um monte de coisas, mas o livro de Paula nos faz ver o tanto de coisa boa que ainda temos por fazer nesta vida. Com cinco, dez, trinta ou cinqüenta anos.

Nossos fi lhos nos fazem olhar o mundo com olhos novos, ávidos por tudo o que temos a lhes mostrar, e assim voltamos a perceber, como um bebê, de olhos e bocas abertos, o prazer das pequenas coisas que estão a nossa volta. Mais que qualquer coisa, é esse prazer que a me-nina Paula, resgatada por suas pequenas Júlia e Bia, nos convida a experimentar neste livro. Este doce manual não vai para a nossa estante. Vamos deixá-lo jogado, circulando pela mesinha da sala, fazendo-nos lembrar que custa pouco se divertir. E vale muito. Aproveite!

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Quando nasce um bebê, nasce uma mãe, não é o que você já ouviu por aí? A mais pura verdade. Mas podemos mudar a frase para outra também bem precisa: quando nasce um bebê, renasce uma criança. Depois de anos se preparando para virar “gente grande”, é bem provável que você já tenha se surpreendido cantarolando as melodias de quando era pequena. Se bobear, até comprou Ds para ajudar na tarefa ou ligou para sua mãe, como fez uma amiga, para perguntar como era “aquela” música da hora de dormir. Você já deve ter dançado na sala com o bebê no colo para ele pegar no sono. Já foi resgatar o trenzinho de ferro ou a boneca Mãezinha que estavam guardados lá no fundo do armário. Depois de anos longe de uma bola, tentou dar uma manchete para mostrar à fi lha seus dotes (ou ex-dotes) como jogadora de vôlei do time da escola. Pode também ter ligado para sua tia ou avó para pedir a receita do bolo de chocolate delicioso, diferente de qualquer outro, que você comia nas férias. Após vinte anos longe de uma caixa de lápis de cor, você sentou-se no chão e tentou fazer os desenhos mais incríveis que sabia, basicamente os mesmos que conseguia aos dez anos de idade e que não tiveram oportunidade de evoluir muito depois disso, mas que servem muito bem agora que aquele pequeno ser admira tudo o que você faz. Ele luta para falar direito e você luta contra a tentação de imitar sua fala, lindamente errada. É assim, agora é seu fi lho que se esforça para crescer, enquanto você descobre o enorme prazer de retomar um pouco de sua infância.

Apresentação

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Quando Júlia, minha primeira fi lha, nasceu, eu tinha 27 anos e Edu 29. Foi em março de 1997. Uma gravidez planejada, desejadíssima. Assim como foi a de Beatriz, que chegou em setembro de 1998, um ano e meio depois. Nossas meninas não são gêmeas, mas são criadas quase como se fossem. Hoje elas estão com dez e nove anos. Sinto uma alegria imensa de vê-las grandes, saudáveis, cheias de histórias para contar e planos para o futuro. Mas, ao mesmo tempo, não tenho como evitar a nostalgia das lembranças de quando elas eram pequenas, especialmente quando tinham três e dois anos e descobriam uma novidade sobre o mundo a cada dia. Hoje isso ainda acontece, em outro nível, mais complexo, mas igualmente maravilhoso. Essa nostalgia, confesso, sempre senti. Muitas vezes, enquanto brincava com elas, fi cava emocionada de imaginar que aquele tempo iria passar. Eu teria outros momentos incríveis com elas, mas seriam outros. Aqueles que eu estava vivendo ali, aqueles eram só ali. A carinha de surpresa na primeira vez que Ju pisou descalça na areia, o rostinho de Bia, mais as mãos, os pés e as pernas cheios de tinta correndo atrás de mim no jardim, o frio na barriga na hora de descer do “enorme” escorregador do parquinho, a primeira vez que elas se seguraram na balança sozinhas e eu arrisquei a dar um empurrão, e outro, e mais outro, até elas fi carem lá no alto, lindas, voando...

Sempre pensei que um dia eu teria uma saudade gigante de tudo isso. E pensava que essa saudade não poderia vir acompanhada de um tipo de arrependi-mento por não ter aproveitado a infância delas ao máxi-mo, da maneira mais bacana que eu poderia, sempre

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propondo brincadeiras e passeios novos, mostrando possibilidades e sensações. Além das lembranças, de alguma maneira eu sabia por intuição (coisa de mãe, todas temos…) aquilo de que os entendidos em educação já têm certeza: é brincando que a criança aprende tudo – de português e matemática a se relacionar bem com os outros, a compartilhar, a defender seus pontos de vista. É assim, também, que aumentamos a intimidade que temos com ela, investindo naquilo de que ela mais gosta, o que é naturalmente impulsionada a fazer: brincar, brincar, brincar. Com o tempo que você tiver – não use isso como desculpa! Ler um livro por 15 minutos antes que ela durma, acordar meia hora mais cedo para fazer uma pintura, levar à escola de vez em quando, comer no sofá da sala vendo um D D especial – coisas que você consegue colocar em sua rotina, por mais apertada que seja. E tem os fi ns de semana!

Hoje, que a Ju já completou dez anos e a Bia logo mais vai ter seus dez também, sinto saudade, sim. Mas sei que aproveitei e continuo me divertindo muito com elas. Mesmo trabalhando, mesmo correndo de um lado para outro. Logo mais vamos entrar em uma nova fase, que, confesso, me assusta um pouco: a adolescência. Pelo que me lembro da minha própria, não é um período muito fácil. Mas quero aproveitar cada minuto. Quero escrever, quando elas tiverem vinte anos, que vivi, de verdade, a adolescência das minhas fi lhas. Como sinto que vivo a infância delas.

É com esta experiência de mãe, mais os sete anos que trabalho na revista Crescer – o que signifi ca ler, estudar, conversar e escrever sobre pais e fi lhos diariamente –, que decidi escrever este livro. Uma lista

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• Seu fi lho vai se divertir muito mais se você entrar na

“dança” junto com ele. Coloque sua mão na tinta,

faça seus experimentos, cante, divirta-se.

Vai fazer toda a diferença.

• Quando você e seu fi lho decidirem fazer um projeto, muito cuidado para não exagerar em sua expectativa. O importante é o momento que vocês passam juntos, quanto se divertem e o envolvimento dos dois no trabalho, não o resultado fi nal. Querer fazer tudo “perfeito” pode atrapalhar a brincadeira.

de coisas para você fazer com seus fi lhos desde muito pequenos. Idéias, dicas e receitas de várias delícias para você aproveitar todo o tempo que tiver, não importa quanto você conseguir encontrar. As recordações não são medidas em minutos, mas em emoções, guardadas na mente e no coração.

Algumas dicas que valem para várias das brinca-deiras:

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• Tenha sempre em casa um rolo grande de papel kraft, de 50 cm de largura. Você pode usá-lo para tudo: cortar pedaços para seu fi lho pintar, forrar o chão e até embrulhar presente. É bastante resistente e não é caro.

• Separe algumas roupas para as crianças brincarem

com tinta, argila, terra e até para cozinhar. Deixe

uma gaveta reservada para “roupas para brincar”,

o que signifi ca roupas que podem manchar sem

problemas. As atividades vão ser mais divertidas

se eles não precisarem de avental ou algo assim.

E lembre-se: tinta, terra e farinha não são sujeira!

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Capítulo 1

PORQUE SE SUJAR É UMA DELÍCIAPORQUE SE SUJAR É UMA DELÍCIA

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1. Carimbo da mãozinha

O primeiro contato do seu fi lho com a tinta certamente não será com o pincel – e esse nem deve ser seu objetivo. Prepare pratinhos com guache diluído em um pouco de água. Vale pegar pratos descartáveis e reaproveitá-los sempre que for brincar com tinta. Separe um papel grande, no mínimo tamanho A3 (o dobro do tradicional papel sulfi te – criança pequena precisa de espaço até para desenhar!), e coloque-o sobre a mesa (ou no chão). Você pode comprar uma toalha de plástico, dessas que são vendidas por metro, para forrar o local sempre que vocês forem fazer brincadeiras com tinta, ou usar o rolo de papel kraft. Para as primeiras experiências – ideal para quando seu fi lho completar um ano –, prenda o papel com fi ta adesiva nessa toalha, para ele não escorregar. É hora de começar: ajude seu fi lho a molhar a mãozinha no pratinho e “carimbe” o papel. Na primeira vez, ele vai achar bem estranho, mas logo vai querer tentar sozinho. E vale todo tipo de experimentação: misturar duas cores, molhar cada dedinho em uma cor, carimbar duas vezes

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no mesmo lugar com cores diferentes. Outra opção é comprar rolinhos de espuma para tinta, daqueles bem pequenos, e passar na mãozinha da criança para ela carimbar, uma variação que vai fazer sucesso. Além de você guardar de recordação, fazer quadrinhos e deixá-lo mostrar para todo mundo, os papéis carimbados também rendem ótimas embalagens para presente.

2. Banho no cachorro

Se você não tem um, vale se convidar para a hora do banho do cachorro da tia ou da vizinha. Desde que seja bonzinho e a criança tenha intimidade com ele, será muito divertido. Especialmente na hora em que o cachorro resolver se chacoalhar todo para se secar – e todos fazem isso! As crianças vão adorar. Melhor ainda se o banho for com esguicho, no jardim... Cena de fi lme? Exatamente. Não deixe de levar a câmera!

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