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Ano X - Edição 112 - Março 2017 Distribuição Gratuita RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site A Globalização valeu à pena? Eu me recordo, lá nos anos 90, como se pregava a Glo- balização como se fosse uma religião. Era tema mui- to batido nos jornais, nas revistas e materiais escolares de História e Geografia. Professores falavam muito sobre o tema. Acreditava-se na época que o mundo hoje seria multipolar Leia mais: Página 5 A REFORMA DO ENSINO MÉDIO FOI APROVADA: E AGORA JOSÉ? A reforma do ensino médio está ai. Confor- me foi amplamente di- vulgado pela mídia, a reforma foi sancionada pelo presidente e deve entrar em vigor. Durante essa curta discus- são, o governo se colocou “à dis- posição para ouvir a população”. Mentira! O projeto já estava pronto. Leia mais: Página 8 Personagens inesquecíveis da Música - III Wolfgang Amadeus MOZART (Salzburg, 27/01/1756 - Viena, 5/12/1791) Esse “menino terrível” foi um dos maiores gênios que a humanidade já teve a honra de receber neste planeta. Chamo de "menino" porque sua permanência foi curta por aqui mas transformou para sempre a música, a arte, a maneira das pessoas pen- sarem. Leia mais: Página 11 CULTURAonline BRASIL - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabili- dade Social Agora também no seu Baixe o aplicativo IOS A única possibilidade de nos eternizamos nessa frágil vida, é plantando boas sementes. É a melhor herança que deixamos! Esta data celebra uma das instituições de maior importância para a formação educacional da população: a escola. É na escola que o indivíduo aprende e põe em prática vários conceitos essenciais para manter uma vida em sociedade. Além disso, também é na escola que as pessoas começam a desenvolver o senso crítico, importante para a construção de uma comunidade politizada e menos alienada. Mensagem para o Dia da Escola A escola é nossa segunda casa! O respeito e o zelo devem ser prioridades para manter este ambiente de conhecimento sempre funcional. Vamos abraçar a nossa escola e cuidar direitinho dela! Feliz Dia da Escola! Hoje é dia de celebrar aquela que tanto nos ensina: a escola! Não há nada mais importante do que o crescimento crítico do indivíduo para ajudar a construir uma sociedade mais igualitária e decente. A es- cola deve desempenhar um papel de destaque para se chegar a este objetivo. Por isso, vamos aprovei- tar o dia de hoje e pensar bem em tudo o que estamos fazendo para cuidar da nossa “casa de conheci- mentos”. Feliz Dia da Escola! Vamos cuidar com carinho e atenção da nossa escola! Lar do conhecimento e espaço de liberdade intelectual que nos ajuda a crescer a cada dia mais como cidadãos críticos. Obrigado por me acompanhar e guiar neste caminho! Feliz Dia da Escola! A Escola no Brasil A Escola é um local de aprendizagem que se tornou a base da educação de todas as nações do mundo. No Brasil, as primeiras escolas eram dirigidas pelos jesuítas vindos de Portugal, ainda durante o chamado Período Colonial. No entanto, naquela época, escravos e mulheres não tinham direito a educação, e os homens brancos acabavam indo estudar nos colégios religi- osos. Os mestiços eram os únicos que procuravam as escolas dos jesuítas, que inicialmente não os queriam aceitar. Em meados do século XVII, os colégios jesuítas começaram a ceder e aceitar mestiços, por causa dos subsídios de "escola pública" que recebi- am. Atualmente, a educação já é um direito de todos os brasileiros, e todas as pessoas - crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos - devem ter a possibilidade de ir para uma escola. Infelizmente, a qualidade no ensino do Brasil ainda é precária e desigual. As melhores instituições de ensino ficam limitadas às pessoas com grande poder econômico, enquanto os mais pobres usufruem de piores condições de aprendizado. CORRUPÇÃO & DESMORALIZAÇÃO O brasileiro sempre foi considerado um povo alegre e feliz, de terra aben- çoada, que esteve com orgulho qua- se ultrapassando a condição de país subdesenvolvido. Hoje caminha para onde? O que era amor, hoje virou dor, as bênçãos di- vinas desse lugar foram destruídas, queimadas, poluídas, roubadas, vendidas e, enquanto a a- legria do povo se espalhava entre futebol, car- navais, sexo cachaça e sorrisos largos de quem tudo pode porque Deus era brasileiro, está assim: Leia mais - Página 2 Que idade mesmo? William Shakespeare disse: “Um dia você aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.” Depois dos 50, ouvir que não parecemos ter a idade que realmente temos pode ser bom ou ruim, dependendo do que for dito. Se nos dão menos depois que passamos dos cinquenta, é tudo de bom, o ego agradece. Se nos dão mais, começamos a achar que tem algo errado. Mas isso é realmente importante? Leia mais: Página 3 O MITO DAS MONARQUIAS DA COMUNIDADE EUROPÉIA Nicholas Hagger (in: A Corporação) afir- ma sobre a Comunidade Européia: "A Europa de Hitler foi idealizada na for- ma de um Reich Alemão expandido do Atlântico aos Urais e com uma moeda corrente. Nesse modelo estavam incluídos uma Co- munidade Econômica Europeia ("Europaische Wirtschaft-gemeinschaft"), um acesso coletivo a commodities básicas, uma economia industrial eu- ropeia, um Princípio Regional Europeu, uma política trabalhista comum, acordos econômicos e comerci- ais, um sistema monetário europeu e um Banco Ce- ntral/Eurobank localizado em Berlim. Leia mais: Página 4 Dez anos a serviço da educação, da cidadania e valorização das culturas e tradições brasileiras

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Ano X - Edição 112 - Março 2017 Distribuição Gratuita

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A Globalização valeu à pena?

Eu me recordo, lá nos anos 90, como se pregava a Glo-balização como se fosse uma religião. Era tema mui-

to batido nos jornais, nas revistas e materiais escolares de História e Geografia.

Professores falavam muito sobre o tema. Acreditava-se na época que o mundo hoje seria multipolar

Leia mais: Página 5

A REFORMA DO ENSINO MÉDIO FOI APROVADA:

E AGORA JOSÉ? A reforma do ensino médio está ai. Confor-me foi amplamente di-vulgado pela mídia, a reforma foi sancionada

pelo presidente e deve entrar em vigor. Durante essa curta discus-são, o governo se colocou “à dis-posição para ouvir a população”. Mentira! O projeto já estava pronto.

Leia mais: Página 8

Personagens inesquecíveis da Música - III

Wolfgang Amadeus MOZART (Salzburg, 27/01/1756 - Viena, 5/12/1791)

Esse “menino terrível” foi um dos maiores gênios que a humanidade já teve a honra de receber neste planeta.

Chamo de "menino" porque sua permanência foi curta por aqui mas transformou para sempre a música, a arte, a maneira das pessoas pen-sarem.

Leia mais: Página 11

CULTURAonline BRASIL - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabili-dade Social

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A única possibilidade de nos eternizamos nessa frágil vida, é plantando boas sementes. É a melhor herança que deixamos!

Esta data celebra uma das instituições de maior importância para a formação educacional da população: a escola.

É na escola que o indivíduo aprende e põe em prática vários conceitos essenciais para manter uma vida em sociedade. Além disso, também é na escola que as pessoas começam a desenvolver o senso crítico, importante para a construção de uma comunidade politizada e menos alienada.

Mensagem para o Dia da Escola

A escola é nossa segunda casa! O respeito e o zelo devem ser prioridades para manter este ambiente de conhecimento sempre funcional. Vamos abraçar a nossa escola e cuidar direitinho dela! Feliz Dia da Escola!

Hoje é dia de celebrar aquela que tanto nos ensina: a escola! Não há nada mais importante do que o crescimento crítico do indivíduo para ajudar a construir uma sociedade mais igualitária e decente. A es-cola deve desempenhar um papel de destaque para se chegar a este objetivo. Por isso, vamos aprovei-tar o dia de hoje e pensar bem em tudo o que estamos fazendo para cuidar da nossa “casa de conheci-mentos”.

Feliz Dia da Escola!

Vamos cuidar com carinho e atenção da nossa escola! Lar do conhecimento e espaço de liberdade intelectual que nos ajuda a crescer a cada dia mais como cidadãos críticos. Obrigado por me acompanhar e guiar neste caminho! Feliz Dia da Escola!

A Escola no Brasil

A Escola é um local de aprendizagem que se tornou a base da educação de todas as nações do mundo.

No Brasil, as primeiras escolas eram dirigidas pelos jesuítas vindos de Portugal, ainda durante o chamado Período Colonial.

No entanto, naquela época, escravos e mulheres não tinham direito a educação, e os homens brancos acabavam indo estudar nos colégios religi-osos. Os mestiços eram os únicos que procuravam as escolas dos jesuítas, que inicialmente não os queriam aceitar.

Em meados do século XVII, os colégios jesuítas começaram a ceder e aceitar mestiços, por causa dos subsídios de "escola pública" que recebi-am.

Atualmente, a educação já é um direito de todos os brasileiros, e todas as pessoas - crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos - devem ter a possibilidade de ir para uma escola.

Infelizmente, a qualidade no ensino do Brasil ainda é precária e desigual. As melhores instituições de ensino ficam limitadas às pessoas com grande poder econômico, enquanto os mais pobres usufruem de piores condições de aprendizado.

CORRUPÇÃO & DESMORALIZAÇÃO

O brasileiro sempre foi considerado um povo alegre e feliz, de terra aben-çoada, que esteve com orgulho qua-se ultrapassando a condição de país subdesenvolvido. Hoje caminha para onde?

O que era amor, hoje virou dor, as bênçãos di-vinas desse lugar foram destruídas, queimadas, poluídas, roubadas, vendidas e, enquanto a a-legria do povo se espalhava entre futebol, car-navais, sexo cachaça e sorrisos largos de quem tudo pode porque Deus era brasileiro, está assim: Leia mais - Página 2

Que idade mesmo? William Shakespeare disse: “Um dia você aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.”

Depois dos 50, ouvir que não parecemos ter a idade que realmente temos pode ser bom ou ruim, dependendo do que for dito. Se nos dão menos depois que passamos dos cinquenta, é tudo de bom, o ego agradece. Se nos dão mais, começamos a achar que tem algo errado. Mas isso é realmente importante?

Leia mais: Página 3

O MITO DAS MONARQUIAS DA COMUNIDADE EUROPÉIA

Nicholas Hagger (in: A Corporação) afir-ma sobre a Comunidade Européia: "A Europa de Hitler foi idealizada na for-ma de um Reich Alemão expandido do Atlântico aos Urais e com uma moeda

corrente. Nesse modelo estavam incluídos uma Co-munidade Econômica Europeia ("Europaische Wirtschaft-gemeinschaft"), um acesso coletivo a commodities básicas, uma economia industrial eu-ropeia, um Princípio Regional Europeu, uma política trabalhista comum, acordos econômicos e comerci-ais, um sistema monetário europeu e um Banco Ce-ntral/Eurobank localizado em Berlim.

Leia mais: Página 4

Dez anos a serviço da educação, da cidadania e valorização das culturas e tradições brasileiras

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 2

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CORRUPÇÃO & DESMORALIZAÇÃO

O brasileiro sempre foi considerado um povo alegre e feliz, de terra abençoada, que esteve com orgulho quase ultrapassando a condição de país subdesenvolvido. Hoje caminha para onde?

O que era amor, hoje virou dor, as bênçãos divinas desse lugar foram destruídas, queimadas, po-luídas, roubadas, vendidas e, enquanto a alegria do povo se espalhava entre futebol, carnavais, sexo cachaça e sorrisos largos de quem tudo pode porque Deus era brasileiro, está assim:

Desengajado de ética e moralmente, permitiu a prática de atos angustiantes e injustificáveis, o que deveria ser condenado hoje é aceitável e até quem se considera “gente do bem”, ao mesmo tempo, é agente da imoralidade.

Fascinante como aqui tudo é amenizado por um “conforto moral”, basta mudar o nome de atitudes reprováveis de maneira que a torne mais suave como se o sentido da ação não fosse o resultado da infração. Exemplo: invasão é ocupação, assassinato é morte de civis e assim por diante.

Nos depoimentos prestados à “Lava Jato”, acompanhamos escandalizados e nos surpreendemos a cada delação e apontamento de novos infratores e corrupção mas, no dia a dia, nós mesmos precisamos ser vigiados por monitores eletrônicos espalhados por cada lugar que pisamos, faz-se necessário lombadas e placas para não ultrapassarmos o limite de velocidade que coloca a vida do outro em risco, dirigimos com celular à mão desviando a atenção da responsabilidade no trân-sito, estacionamos em vagas proibidas, bebemos sem moderação até provocar cenas de crimes, damos um jeitinho de “furar” filas mesmo que isso custe a morte de alguém na sua frente, com-pramos produtos falsificados, colamos na prova, apresentamos atestados falsos, aceitamos troco errado e por aí vai.

Todos justificam seu comportamento para convencer-se dos maus princípios que lhes convém. Nas empresas, objetos de delação, antes desses grandes delitos, certamente houve pequenos processos de corrupção que foram ignorados.

E sempre a desculpa; “Ah! Foi mal hein!”

Lembram-se do episódio no Espírito Santo? “Gente do bem” saqueando o outro que supostamen-te também é “do bem”. Candidata à vereadora também se aproveitando da situação e os dois ci-dadãos que resolveram devolver o que roubaram alegando arrependimento e que agiram por im-pulso, mas, na verdade, decidiram isso depois que viram suas imagens expostas nas redes soci-ais.

O que falta ao povo será só EDUCAÇÃO, ou muito mais?

Não adianta cada um ter uma opinião, levar uma “ferroada” por ser mal interpretado e todos se atacarem como se abrir a boca, ter opinião própria fosse crime.

É preciso refletir e entender que estamos todo o tempo afetando nossas vidas e do outro com nossos atos.

Estamos sendo levados pelos que remam à deriva e sem nenhum escrúpulo. O barco está viran-do e nem sequer sabemos nadar.

Mas, e os que estão remando não se preocupam?

Eles... Serão içados à tempo.

Genha Auga jornalista MTB: 15.320

Viver de graça é mais barato. * * *

Viver é ver as bobagens que até o dia de ontem a gente fez.

* * *

A vida sempre cobra tudo…

* * *

A vida é assim mesmo: um pau de se-bo com uma nota falsa na ponta!

* * *

A vida é uma coisa que quanto mais estica mais curta fica.

* * *

Vida é prazer de quem não tem saber.

* * *

Viver não posso, morrer não quero.

* * *

Quem vive à toa, não tem tempo para nada.

* * *

Quem “véve” assim, não pode dizer que “véve”.

* * *

A vida é ruim, mas ninguém quer mor-rer.

* * *

A vida melhor do mundo é a dos ou-tros.

* * *

A vida é mutirão de todos, por todos remexida e temperada.

* * *

Quem está vivo, sempre aparece.

* * *

Quem está vivo, sempre desaparece (adaptado pelo Pasquim, no tempo da ditadura, quando as pessoas eram pre-

sas e “desapareciam”).

* * *

A vida é um rascunho de saudades.

* * *

Quem vive de esperança, morre de

Fome.

Como você já deve ter reparado, apresentamos um novo espaço no site da Gazeta Valeparaibana.

Um dos objetivos da reformulação é tornar o site ainda mais cola-borativo e, assim, fazer jus ao lema de ser “o ponto de encontro da educação”.

Tendo em mente essa missão, de se tornar uma verdadeira comunidade virtual que une todos os profissio-nais e temas relacionados à educação, cultura e sustentabilidade Social, investiu na plataforma que se propõe a veicular trabalhos científicos da área.

É o ‘GV - Ciência’. Espaço 100% colaborativo e GRATUITO! A proposta surge para ser o meio em que trabalhos científicos sejam veiculados na imprensa, dano a eles o devido destaque.

Todo internauta do Portal Comunique-se pode fazer uso do ‘C-SE Acadêmico’, basta seguir dois passos...

1º - ENVIAR o trabalho para: [email protected] (em Word sem formatação com letra Arial 11). NÃO ESQUECER de enviar todos os seus dados: Nome Completo, Documento de Identidade, Nome do Curso, Faculdade.

2º - Depois de analisado, será publicado no espaço “GV - ciência” do site e na edição do mês subsequen-te no Jornal Digital.

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 3

Crônica do mês Que idade mesmo? William Shakespeare disse: “Um dia você aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou.”

Depois dos 50, ouvir que não parecemos ter a idade que realmente temos pode ser bom ou ruim, dependendo do que for dito. Se nos dão menos de-pois que passamos dos cinquenta, é tudo de bom, o ego agradece. Se nos dão mais, começamos a achar que tem algo errado. Mas isso é realmente

importante? Acredito que para muitos é. Percebo o preconceito por conta da idade, como se não fosse o destino de todos, envelhecer. Assim como morrer. Sei que é custoso para muitos encarar com naturalidade esse processo, e não é fácil mesmo, ver o corpo se modificando, envelhecendo.

Temos a idade daquilo que vivemos, dos sonhos vividos e não vividos, das esperanças aca-lentadas, das certezas que se perderam em algum ponto do caminho. Das ilusões que nos encheram de esperanças um dia. Tenho a idade que quiser, que me permitir ter, que se mol-da ao meu ser, ao que sou, a minha cabeça, minha vida, meu estilo. O que importa na ver-dade? Posso ser maduro ou inconsequente a vida inteira, não é o número que vai me fazer amadurecer e ser mais responsável do que era quando tinha 20 anos. A experiência sim será maior, e isso pode fazer a diferença, vai depender de quanto nós conseguimos absorver e utilizar o que foi aprendido a nosso favor. Que idade temos? Isso não tem nenhuma impor-tância. Basta saber que estou na idade que a opinião do outro faz pouca ou quase nenhuma diferença na minha vida. Estou na idade em que o medo foi substituído pela vontade de ex-perimentar, de ousar, de começar de novo se for preciso. Estou na idade em que me permito mudar o que não está bom. Tenho a idade para querer um amor maduro, calmo, ou uma pai-xão que me tire do sério e me faça ver a vida com outros olhos, porque não?

A maturidade libera o sentimento de não sentir culpa por dizer não, se aprende a pedir des-culpa, a reconhecer os erros, mas a não ficar se torturando para sempre. Persiste a vontade de continuar aprendendo - e isso independe de idade- de continuar crescendo, de descobrir novos mundos. Fazer coisas novas, Reciclar. Buscar soluções.

Nosso entendimento sobre o que nos faz bem é maior, conseguimos evitar o que nos aborre-ce, o que nos deixa mal, tudo isso porque vivenciamos muitas situações durante a nossa vi-da. As nossas experiências nos dizem o que devemos ou não fazer, o que queremos ou não, pelo que vale a pena lutar, experimentar. Aprendemos que não temos controle sobre tudo e que a impermanência faz parte da vida, entendendo isso, coseguimos ser mais tolerantes e pacientes. Podemos dizer que ficamos menos ansiosos e mais livres para sermos apenas nós, sem o peso das muitas escolhas que temos que fazer quando somos mais jovens, e que depois de passados alguns anos, percebemos às vezes não ter sido a escolha certa. A pro-fissão não agrada, o casamento foi precipitado, enfim as dúvidas são muitas.

A idade nos dá uma compreensão de nós mesmos, dos nossos quereres, e na maior parte do tempo nos deixa mais calmos. O medo quando existe já não nos paralisa, ao contrário, nos impulsiona. Aprendemos a ouvir, pois queremos ser ouvidos também, aprendemos a res-peitar o tempo de cada um. É claro que há exceções, como tudo na vida. A maturidade nos dá a segurança do entendimento sobre nós mesmos, e a tranquilidade que só quem se per-cebe consegue ter, nos conecta com a nossa essência trazendo mais entendimento e segu-rança.

Os anos que temos, tem a ver com o que vivemos!

O nosso querido poeta Mário Quintana muito bem falou sobre isso em; O velho do espelho Por acaso, surpreendo-me no espelho: quem é esse Que me olha e é tão mais velho do que eu? Porém, seu rosto…é cada vez menos estranho… Meu Deus, Meu Deus…Parece Meu velho pai – que já morreu! Como pude ficarmos assim? Nosso olhar – duro – interroga: “O que fizeste de mim?!” Eu, Pai?! Tu é que me invadiste, Lentamente, ruga a ruga…Que importa? Eu sou, ainda, Aquele mesmo menino teimoso de sempre E os teus planos enfim lá se foram por terra. Mas sei que vi, um dia – a longa, a inútil guerra!- Vi sorrir, nesses cansados olhos, um orgulho triste… Mariene Hildebrando

Calendário

Algumas datas comemorativas

01 - Aniversário do Rio de Janeiro 02 - Dia Nacional do Turismo 08 - Dia Internacional da Mulher 14 - Dia Nacional dos Animais 15 - Dia da Escola 21 - Dia Universal do Teatro 21 - Dia Mundial da Terra 21 - Dia Internacional da Síndrome de Down 21 - Dia Internacional das Florestas e da Árvore 22 - Dia Mundial da Água 25 - Dia da Constituição 31 - Dia da Integração Nacional

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FRASES DO MÊS

Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser ou-

tra que não eu mesma. Clarice Lispector

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Se a única coisa que de o homem terá certe-za é a morte; a única certeza do brasileiro é

o carnaval no próximo ano. Graciliano Ramos

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 4

Culturas e Identidades O MITO DAS MONARQUIAS DA COMUNIDADE EUROPÉIA

Nicholas Hagger (in: A Corporação) afirma sobre a Comunidade Européia: "A Europa de Hitler foi idealizada na forma de um Reich Alemão expandido do Atlântico aos Urais e com uma moeda corrente. Nesse modelo estavam incluídos uma Comunidade Econômica Europeia ("Europaische Wirtschaft-gemeinschaft"), um acesso coletivo a commodities básicas, uma economia industrial europeia, um Princípio Regional Europeu, uma política trabalhista comum, acordos econômicos e comerciais, um sistema monetário europeu e um Banco Central/Eurobank localizado em Berlim. A nossa Europa pos-sui... quase que palavra por palavra as ideias coletivistas , centralistas, co-mercialmente protecionistas e corporativistas da Alemanha na década de 1930." A Europa de hoje, portanto, seria um réplica atualizada do Reich Alemão, ou seja, uma comunidade nazista. A veracidade da informação é incontorná-vel. No entanto, concerne considerar que o nazismo, ao contrário do que prega matreiramente a historiografia marxista, é um regime socialista. As aproximações teórico-conceituais-ideológicas entre comunismo-nazismo-fascismo são atualmente comprovadas. Por décadas, divulgou-se a falácia de que o comunismo era de “esquerda” e o nazismo-fascismo eram de “direita”. São sim, mas, no sentido de que são a dupla face de uma mesma moeda. Por conseguinte, hoje já estão largamente comprovados que os 3 maiores regimes totalitários e democidas do século XX tem conexões estrei-tas e íntimas, são oriundos da mesma árvore. Quanto a isso, Viktor Suvo-rov esclarece na obra O Grande Culpado, o plano de Stálin para iniciar a Segunda Guerra Mundial. Igualmente concerne desmontar o argumento do repúdio do comunismo-socialismo (da esquerda) internacional ao capitalis-mo. A obra mesma de Hagger dá disso testemunho, bem como, Oswald Spengler (in: A Decadência do Ocidente) que afirma: Não existe nenhum proletário, nem mesmo um único movimento comunista que não tenha tra-balhado a favor dos interesses do dinheiro, na direção indicada pelo dinhei-ro e pelo tempo permitido pelo dinheiro- sem que vários de seus líderes ide-alistas nem sequer suspeitassem desse fato.

A Segunda Guerra Mundial (e para evitar uma provável Terceira Guerra) foi uma das colunas centrais do argumento para criação da Comunidade Euro-péia. Oras, a Primeira Guerra Mundial visou abater todas as Monarquias da Europa (as que restavam depois do Revolução Francesa), além de inten-cionar abrir completamente a Europa ao sistema financeiro internacional. Tal projeto permitiu o surgimento do início de um Governo Mundial do Futu-ro, tendo a ONU como arauto.

A propaganda comunista contra o nazismo foi tão eficiente que o próprio comunismo e seus crimes ficaram "esquecidos" e o nazismo transformou-se no símbolo do grande Mal a ser combatido e proibido no Ocidente. Sob o argumento de combate ao nazismo (suposto iniciador da II Guerra) a Euro-pa se reorganiza em blocos político-financeiro-comercial-legal. Para tanto, as monarquias que haviam sido depostas voltam ao cenário, propagandea-das de ares renovados, saudáveis, eficientíssimas, limpas, cristalinas, etc. No entanto, trata-se de maquiagem pura e simples. A bem da verdade, his-toricamente, dentro da Europa, as monarquias de peso na história da cris-tandade (seja para o Bem ou para o Mal) ficaram centralizadas em Portugal, Alemanha, França, Itália, Áustria. Curiosamente, nestes países a monarquia não "retornou". Espanha e Inglaterra constituem exceções e há uma razão clara e distinta para isso. Todas as monarquias periféricas para a história da cristandade que retornaram ao cenário governamental europeu adotaram o parlamentarismo como forma de governo. Foi no bojo dessas monarquias periféricas em conluio com os países parlamentaristas que a Comunidade Européia foi criada. Foi PRECISAMENTE O MODELO PARLAMENTARIS-

TA com VOTO EM LISTA FECHADA (como quer Ronaldo Caiado e quase 100% do Congresso Nacional) que fez da Europa um palco MULTICULTU-RALISTA entregando-a ao PROJETO DO CALIFADO/ISLAM e ao GRUPO DE BILDERBERG.

O Brasil, sempre ATRASADO em tudo, lixeiro planetário, que recolhe com décadas de atraso todos os modelos e teorias que deram errado no mundo para as implantar aqui, atualmente aventa, com ares de sapiência, o retorno a monarquia parlamentarista no Brasil. Os luminares dessa proposta des-consideram a má qualidade da classe política brasileira acrescido do fato de ser o Brasil dominado pelo comunismo gramsciano. Vê-se que o projeto é uma TERATOLOGIA sem precedentes. O ponto central aqui não é, como se tem vendido, a figura do Imperador como garantidor da Lei, da Ordem, da Moral e da Cristandade. No parlamentarismo o Rei REINA MAS NÃO GO-VERNA. Quem governa é o Parlamento. Ponto Final. E o Parlamento brasi-leiro é composto de criminosos da mais alta periculosidade. O Brasil é co-mandado pelo CRIME ORGANIZADO, um poder paralelo ao Estado. A La-va-Jato constitui provas disso. Para o Brasil voltar a ser uma Monarquia an-tes de se pensar em colocar o Monarca deve-se alterar a Constituição do país e desaparelhar o Estado, caso contrário o Monarca será um mero títere do poder governante. Não será!!! Bradam os otimistas infindáveis. Não? Ve-ja o que aconteceu com a Monarquia de 1822 criada pela maçonaria como ponto de transição para a República. Caiu. Foi mera questão de tempo. Foi planejada para ser um regime de transição e, foi. Por que agora será dife-rente? Os velhacos políticos mudarão o regime. Estão anunciando isso. É bom acreditar. O Parlamentarismo vem aí. Ninguém muda um regime para se auto-excluir do poder. E quem manda no Brasil? É o Estado paralelo do crime organizado.

Oras, se Europa, com toda sua ALTA CULTURA ficou refém de Bruxelas ( cabe lembrar que desde o Renascimento os banqueiros dos Paises Baixos sempre acalentaram o sonho de dominar a Europa. Depois de 500 anos conseguiram) o que leva o Brasil a pensar que a mera figura do Imperador será maior que TODO um esquema de CRIME INSTALADO dentro da Re-pública? O Brasil vive de messianismos em messianismos, sempre em bus-ca do messias FALSO, nunca cultor do MESSIAS VERDADEIRO, que se-gundo nossa tradição Luso-Brasileira é o ENCOBERTO/DOM SEBASTIÃO, Aquele que combaterá o Islam. E segundo essa mesma tradição, ele é um descendente da Casa de Avis e não um Bragança. O JURAMENTO DA I-MACULADA CONCEIÇÃO feito por D. João IV o atesta.

Ou seja, a história do Brasil está do avesso e parece que continuará assim. O que nos aguarda o horizonte? Destruição e ruína. Antes de pensar na monarquia há de se fazer um trabalho de BASE. E é o povo que deve tomar para si essa tarefa fundacional. O Brasil está DESTRUÍDO.

A monarquia passa a ser um mito no sentido de ficção quando tem significa-do atribuído por outro poder. A Monarquia é um símbolo em si mesma quan-do extrai de si mesma seus significados. No Brasil, o primeiro caso é o que está sendo aventado. Seguimos exatamente os rumos da Europa, com dé-cadas de atraso. Os resultados na Europa estão ai como prova: a destrui-ção do Ocidente cristão coroado pelo multiculturalismo.

Loryel Rocha Filósofo, Escritor e Professor

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 5

Cidadania

A Globalização valeu à pena?

Eu me recordo, lá nos anos 90, como se pregava a Globalização como se fosse uma religião. Era tema muito batido nos jornais, nas revistas e materiais escolares de História e Geografia. Professores falavam muito so-bre o tema. Acreditava-se na época que o mundo hoje seria multipolar, com a predomi-nância dos Estados Unidos, Japão e Alema-nha na economia mundial. Imaginava-se, pe-lo ponto de vista consumista, um mundo utó-pico, onde as mercadorias e os serviços cir-culariam como se o planeta Terra fosse um só país.

Mas, o que testemunhamos hoje, na prá-tica? Uma humanidade insatisfeita, que se sente lesada. Um dos principais aspectos ne-gativos da globalização é a forte contamina-ção de vários países em caso de crise eco-nômica em um país ou bloco econômico de grande importância. O exemplo mais claro desta situação é a crise econômica de 2008 ocorrida nos Estados Unidos. Rapidamente ela se espalhou pelos quatro cantos do mun-do, gerando desemprego, falta de crédito nos

mercados, queda em bolsas de valores, fa-lências de empresas, diminuição de investi-mentos e muita desconfiança, austeridade especialmente em países na região do euro no sul da Europa. A globalização favorece a transferência de empresas e empregos. Paí-ses que oferecerem boas condições (mão-de-obra barata e qualificada, baixa carga de im-postos, matéria-prima barata, etc.) costumam atrair empresas que saem de países onde o custo de produção é alto. Sem falar na facili-dade de especulações financeiras, causando problemas para as finanças, principalmente dos países em desenvolvimento. Os econo-mistas simpatizantes e defensores da globali-zação tenderam a não enfatizar o fato de que empregos não têm só a ver com renda. Em-prego é parte da identidade do trabalhador. O emprego estrutura a vida das pessoas. Pes-soas passam anos na faculdade se qualifi-cando para ter uma carreira profissional para o resto da vida adiante. E, essas pessoas costumam constituir família, se casam, têm filhos. E mais, e quanto aos problemas ambi-entais, como poluição e desmatamento? Se a autoridade das empresas se sobrepõe à dos governos, do aparato estatal de cada país, as empresas vão sacrificar os seus próprios in-teresses e anseio por lucro para favorecer preservação do meio ambiente ou dos traba-lhadores assalariados?

E os benefícios que a globalização trou-xe? Trouxe benefícios consideráveis. E co-mo!!! Começando pela diminuição das distân-cias e do tempo graças aos avanços tecnoló-gicos no campo da comunicação e dos meios de transporte, cada vez mais rápidos e efici-entes, frutos de cooperação internacional. Hoje, temos a difusão de notícias e conheci-mentos de forma mais rápida, transpondo barreiras físicas e políticas em todo o mundo. Hoje, por exemplo, se há uma nova desco-berta no campo da medicina realizada em algum país, o restante do mundo passar a ter

conhecimento dessa novidade quase que em tempo real. Informações diversas sobre da-dos econômicos, políticos e sociais também se dispersam rapidamente, contribuindo para o avanço de muitas áreas do saber.

Mas, o que necessitamos considerar é, a Globalização trouxe mais benefícios ou mais malefícios para a maioria da população da Terra? Eu interpreto a História Mundial assim, entendo fenômenos como Marxismo e Fascismo como reações ao Liberalismo Clás-sico. E, considero fenômenos como a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e o Brexit como reações à Globalização neolibe-ral pós-Guerra Fria, apesar de Trump defen-der um tipo de Liberalismo econômico (anti-Estado mas, protecionista). Há um cresci-mento da xenofobia no Ocidente. E lembro que o Reino Unido é o país pioneiro na Revo-lução Industrial e os Estados Unidos são o país símbolo do Capitalismo. Enfim, a Globa-lização valeu à pena? Na minha opinião é, em parte sim e em parte, não. O que eu creio é que a maior parte da humanidade não está preparada para a proposta de globalização neoliberal. Muitos aspectos da Globalização desrespeita os limites da natureza dos seres humanos como indivíduos. O ser humano ne-cessita de estabilidade, não tem estrutura pa-ra constantes mudanças bruscas, principal-mente no que se refere a trabalho e empre-go. Também não concordo que os países de-vam se isolar uns dos outros, o Japão fez is-so no passado e, quando chegou no século XIX, ainda era um país medieval. Teve que recorrer ao Ocidente para poder se desenvol-ver. Acredito que é preferível à humanidade optar pelo caminho do meio-termo. É preferí-vel que as nações se relacionem umas com as outras. Mas o processo de Globalização, no meu modo de ver, devia ter ido mais de-vagar e ser mais inclusiva e, mais ecológica.

João Paulo E. Barros

Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

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O que é Globalização: Globalização é um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial visíveis desde o final do século XX. Trata-se de um fenômeno que criou pontos em comum na vertente econômi-ca, social, cultural e política, e que consequentemente tornou o mun-do interligado, uma Aldeia Global.

O processo de globalização é a forma como os mercados de diferen-tes países interagem e aproximam pessoas e mercadorias. A quebra de fronteiras gerou uma expansão capitalista onde foi possível reali-

zar transações financeiras e expandir os negócios - até então restri-tos ao mercado interno - para mercados distantes e emergentes.

O complexo fenômeno da globalização teve início na Era dos Desco-brimentos e se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. Foi re-sultado da consolidação do capitalismo, dos grandes avanços tecno-lógicos (Revolução Tecnológica) e da necessidade de expansão do fluxo comercial mundial.

As inovações nas áreas das Telecomunicações e da Informática (especialmente com a Internet) foram determinantes para a constru-ção de um mundo globalizado.

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Politizando

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 6

Democracia: Semear no presente e colher no

futuro

A Democracia Representativa concede ao conjunto dos cidadãos o direito de escolher os seus representantes legisladores e os seus governantes, que têm mandato temporário se-gundo o princípio republicano.

Na agricultura natural, não se semeia trigo e colhe milho. Se for semeado trigo, vai-se co-lher trigo. Se for semeado milho, vai se colher milho. Se for plantada laranja, não vai se co-lher uva. Se for plantada laranja, vai se colher laranja. E se for plantada uva, vai se colher uva. É assim que a natureza funciona.

Na política, não há como a maioria dos e-leitores votarem em pessoas inadequadas pa-ra os cargos políticos e terem um resultado satisfatório. Só é possível obter um resultado satisfatório se os eleitores votarem em pesso-as adequadas para os cargos políticos. Não se questiona aqui direita versus esquerda, liberal versus conservador... no que se refere a “adequado”. Não é a orientação ideológica, mas o desempenho e a qualidade do eleito em relação ao eleitor e à sociedade civil. A Demo-cracia e o Estado de Direito são grandes con-

quistas da humanidade enquanto civilização. Uma das intenções do Regime Democrático é proteger os cidadãos de abusos dos governan-tes e outros poderes estatais. E também, con-ter abusos das classes mais favorecidas em prejuízo às classes menos favorecidas, dentro do consenso sobre direitos e deveres dos ci-dadãos. A partir do momento que o eleitor tem o direito de eleger, ele adquire para si a res-ponsabilidade de procurar votar na melhor op-ção possível, o que confere ao eleitor a neces-sidade de se informar bem sobre os candida-tos ao cargo. Uma vez que se votou no candi-dato inadequado, e ele foi eleito, as conse-quências se tornam inevitáveis exceto se o e-leito perder o seu mandato por algum motivo antes de poder causar algum problema ou pre-juízo, algum erro.

O desafio de melhorar a Democracia brasi-leira é, no meu modo de ver, conscientizar o conjunto de eleitores. Quem vota, semeia. U-ma vez semeado, inevitavelmente vai colher o que foi semeado. É necessário senso de res-ponsabilidade ao votar. Não estou insinuando que os males da política brasileira são tudo culpa dos eleitores. A ideia que desejo passar é que o eleitor tem um papel fundamental para o bom funcionamento da Democracia assim como o eleito, e que é necessário tomar cuida-

do em quem se vota. Mesmo que as boas op-ções sejam poucas, o eleitor tem um papel muito importante no processo democrático. Desde a redemocratização pós-regime militar, o Brasil já teve dois processos de impeach-ment contra presidentes da república, e diver-sos escândalos de corrupção no congresso nacional. Será que o problema se restringe só à classe política? Ou os eleitores não devem rever conceitos? Se as coisas em geral não vão bem, é evidente que há alguma coisa fun-cionando de forma errada. O problema é o sis-tema? Então, quem tem a responsabilidade de reivindicar a mudança do sistema?

Neste ano de 2017 não há eleições no Bra-sil, mas no ano de 2018 vão ter novas eleições para deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e presidente. Todos nós brasileiros temos tempo para pensar muito bem, para refletir, antes de Outubro de 2018 chegar. O que a sociedade civil semear coleti-vamente, vai ser forçada a colher coletivamen-te. Todos temos livre-arbítrio. Não seria bom a sociedade civil se unir e reivindicar reforma política-eleitoral-partidária ainda em 2017? Não é um bom momento para pressionar o Congresso Nacional?

João Paulo E. Barros

Golpe de Estado e Golpe Branco

O conceito de Golpe de Estado vem sendo,

muitas vezes, evocado de forma equivocada

ou imprecisa.

Mas, afinal, o que é um Golpe de Estado? A

proposta desse texto é justamente apresen-

tar esse conceito tão presente nos últimos

dias.

É importante destacar que o conceito de Gol-

pe de Estado foi, ao longo da história, sofren-

do mudanças até se apresentar como o co-

nhecemos hoje. A expressão Golpe de Esta-

do (coup d’Etat) provavelmente teve origem

no século XVII, na obra “Considérations poli-

tiques sur le coup-d’état t, 1639”, escrito por

Gabriel Naudé.

Na ocasião o conceito buscava descrever a

ação de Catarina de Médici ao tentar eliminar

os protestantes (Heguenotes) na “noite de

São Bartolomeu”, fato ocorrido em 23 e 24

de agosto de 1572, na cidade de Paris. O re-

ferido autor também usou o conceito para

descrever a ação de Tibério, imperador Ro-

mano, de agir no sentido de impedir que sua

cunhada se casasse e tivesse filhos que vi-

essem disputar o trono com os seus filhos.

Com a queda das monarquias e o desenvol-

vimento de regimes políticos regidos por uma

Constituição (que retira do governante o po-

der irrestrito), o conceito de “Golpe de Esta-

do”, sofreu considerável modificação; passou

a designar toda a derrubada confabulada de

um regime político ou governante do poder

violando a Constituição. Golpe também pas-

sou a ser caracterizado, em muitos casos,

por uma ação confabulada para manter-se

ilegalmente no poder, ferindo a Constituição.

A derrubada de um governo pode ocorrer

sem o uso da violência, apresentando um

falso aspecto de legalidade. Nesses casos,

damos o nome de “Golpe Branco”. O Golpe

Branco trata-se de uma trama que, igualmen-

te, tem por objetivo derrubar um governante

ou manter-se no poder por meio do uso par-

cial da legislação, sendo dado uma aparên-

cia de legalidade e respeito à Constituição.

O golpe de Estado tradicional geralmente é

realizado com apoio das Forças Armadas; às

vezes praticado por estas.

Já o Golpe Branco geralmente é realizado

pelo Senado (no caso de países presidencia-

listas), tendo o apoio da grande mídia; esta

responsável por criar discursos que buscam

transparecer legitimidade na derrubada do

governante.

Nesses casos, não se engane.

Golpe é golpe!

Cristiano das Neves Bodart

O que é uma Constituição?

A constituição é formada por várias partes, mas isso não significa que ela atenda ao interesse do povo.

Ela é uma lei maior, suprema, o que a diferencia das demais leis ordinárias que não podem ser aprovadas se contrariarem a constituição.

Em primeiro lugar, num mundo capitalista, de quem é o poder?

Os providos ou os desprovidos de riqueza?

No ano de 1849 na Prússia, o voto foi tripartido entre as classes, onde quem tinha mais dinheiro, mais valor de voto teria.

Isso acabou com o direito a democracia que havia antes, mais o povo que deveria se interessar em igualar seu voto aos demais, nada fez.

Constituição do Brasil

Os fatores reais do poder são os senadores que nada mais são do que grandes fazendeiros que ao receber alguma proposta do povo na câmara aprova se beneficio lhes trouxer, é constituído também por banqueiros, que podem dar aquela força ao Estado na hora de emprestar dinheiro do exterior, desde que o Estado não lhes prejudique em sua área financeira criando leis que fossem indispostas aos seus interesses.

Outra parte da constituição é a monarquia, que sempre estar do lado dos poderosos, e contra o povo levantará armas se o con-trariar ou criticar quanto à forma de governo, pela aristocracia que mesmo sendo minaria tem o poder que nem mesmo todos os pobres juntos teriam, pelo rei que tem um exército organiza-do que a toda hora estará disposto á atender as ordens do rei, isso forma o poder organizado, o mesmo não acontece com o povo que pode se revoltar também a qualquer momento em defesa de suas idéia mais mesmo sendo a maioria não venceri-a, pois o poder do povo é inorgânico, é mal organizado, onde não há organização não há vitória.

karoline Borges Gasparetto

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 7

Crônicas, Contos e Poesia

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FORÇA DA MULHER GENHA AUGA

Anda a passos largos; o caminho é árduo.

Rastros de melancolia... Pensa no que precisa e não enfraquece,

Quer ser atendida, quer ser ouvida.

Diminui os passos, Sente que deus a empurra.

Não se desespera, entrega se e voa... Essa é a relação de deus e a mulher.

Nas adversidades e aflições,

Quando o medo lhe tira a alma, A mão divina lhe mostra a grandeza.

Acontece o milagre...

Põe à frente seu atributo natural; Guerreira, alicerce da família,

Engrandece a vida do homem e a sua. Sabe lidar com seu fraco para ser forte,

Coloca-se divinamente no universo! Mãe da terra traz ao mundo o amor,

Abraça os filhos, cuida do pai, Vela também pela mãe.

Tem a natureza do aprimorar,

Seu gesto nobre muda o caráter do menino E muda o destino do homem.

Essa é a mulher.

Beleza eterna onde a vida se renova!

VIVER OU SOBREVIVER DEPENDE DE VOCÊ

Sentado confortavelmente na varan-da de seu luxuoso apartamento, com uma bela vista para a praia de Copa-cabana, conversávamos sobre como fora sua vida, antes de vir para o Rio de Janeiro e lutar por tudo que con-quistara.

Hoje dono de uma rede de hotéis e com bons investimentos em patrimônios, singelamente descreve-me seu passado e suas quimeras da juventu-de:

A Vida em Crato – Interior do Ceará:

A ida e a volta da escola eram feitas caminhando; na verdade não era sacrifício. José acordava cedo e fazia o trajeto de ida com algum primo ou colega; iam conver-sando, brincando, fazendo travessuras e nem sentiam o tempo passar.

Mesmo que estivesse sozinho, José ia conversan-do consigo mesmo, sonhando acordado, fabricando ilu-sões como um Dom Quixote enfrentando seu moinho de vento.

Após a aula, o caminho de volta era feito com a mesma criatividade e outros seis quilômetros eram venci-dos também sem sacrifício, apesar de ser sob o sol es-caldante do meio-dia.

Às vezes, na ida, pegavam carona com o senhor que andava pelos sítios pegando leite produzido para re-vender; e na volta, quando davam sorte, voltavam na ca-çamba de algum caminhão; mesmo sendo desconfortá-vel e até mesmo constrangedor para as meninas que iam de saia, era melhor do que a caminhada.

Ao chegar à casa a responsabilidade era ir buscar água no açude; se fosse época de seca e o açude mais próximo tivesse água, eram pelo menos quatro quilôme-tros para ir e voltar. Se ele estivesse seco, eram cinco quilômetros de ida e o mesmo tanto de volta, para ir ao outro açude, e a água era transportada usando um ju-mento que levava dois barris (“ancoretas”), pendurados um em cada lado do lombo, seguros por uma cangalha (armação geralmente de madeira em que o animal leva a carga de ambos os lados).

Hoje, às vezes, José pensa se alguém que o co-nhece sequer imagina que ele teve esse período difícil, e outros tantos que ainda o futuro lhe reservava; pensa se aqueles que não lhe dão valor teriam a mesma coragem e capacidade de luta que sempre o caracterizou, se seri-am capazes dos mesmos esforços, de fazer o que é cer-to e de direito para quem não nasce em “berço de ouro”.

A Vida em São Paulo e os Jovens Atualmente;

Penso eu com meus botões: O que será que um jovem dos dias de hoje, na capital, pensaria se tivesse que caminhar vinte e dois quilômetros por dia só para estudar e beber água?

Talvez fossem analfabetos morrendo de sede.

Com certeza essa necessidade pode forjar pesso-as de fibra, de resistência física e moral, difíceis de en-contrar em gente acostumada com o concreto das gran-des cidades e o ar condicionado dos shoppings...

Mesmo assim, as cadeiras das escolas estão vazi-as e os barzinhos cheios de jovens matando a “sede de cerveja” e tornando-se analfabetos funcionais.

Genha Auga Jornalista MTB: 15.320

SILÊNCIO GENHA AUGA

UM DEDO AOS LÁBIOS...

SILÊNCIO!

NO SILÊNCIO OUÇO A VOZ DE

MINH’ALMA,

O BATER DAS ASAS DOS ANJOS.

COM O SILÊNCIO NÃO FALO

E ELE ME OUVE,

SILÊNCIO DE DEUS,

VOZ QUE NÃO FALA E ESCUTA TUDO

SILÊNCIO DO MUDO,

DA ORAÇÃO, DA MEDITAÇÃO.

DO PÁSSARO QUE RISCA O CÉU,

DAS FOLHAS QUE CAEM

SUAVEMENTE COMO PÉTALAS

DESFALECIDAS.

DA LÁGRIMA QUE ESCORRE NO ROSTO

DAQUELES QUE AMAM,

SEM NUNCA DIZER NADA.

DO PISCAR DAS ESTRELAS AOS ENAMO-

RADOS.

PRESTO ATENÇÃO EM TODOS ELES!

ATÉ QUE ME VENHA

O MAIS PROFUNDO,

O SILÊNCIO ETERNO DA MORTE.

“E AGORA JOSÉ”?

O carnaval é, de verdade, um dos mais importantes eventos e comemoração para os brasileiros. As decisões são adiadas como se tivéssemos o dom de resol-ver e acertar melhor depois as pendências do país reduzindo-as pelo carnaval e sem nenhuma boa explicação para isso a não ser que, de tanto tornarmos tudo mais ou menos carnava-lesco, ele acaba se impondo e impedindo que o país “ande” antes dele.

O carnaval deveria ter como ênfase a fantasia e criatividade como expressão, mas, algumas lantejoulas e tintas pelo corpo é o que se retrata hoje, principalmen-te nas mulheres (herança indígena?) ou permissividade da “democracia”? Enfim, seja lá qual for a fantasia, tudo se acaba na quarta feira de cinzas e aí o Brasil “acorda” para seus problemas como se antes, não existissem. Um atraso para o bem da alegria! Tudo fica para depois do carnaval e o que começa antes, na verdade, só parece que começou... Carnaval é muito bom para São Paulo porque esvazia e podemos viver um pouco mais na calmaria, porém, tem-se a ilusão de que depois iremos arregaçar as man-gas e resolver tudo que não foi resolvido antes. Mera ilusão! Assim como pulamos ondinhas no Ano Novo com a certeza de que tudo será diferente. Bem, o Ano Novo começou e o carnaval acabou... “E agora José”?

Genha Auga

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 8

Subdesenvolvimento

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SUBDESENVOLVIMENTO

GEOGRAFIA

O subdesenvolvimento possui raízes históri-cas e expressa as desigualdades econômicas e sociais internacionais.

O Subdesenvolvimento é um termo utilizado para fazer referência aos países cujo desen-volvimento econômico e social são limitados, apresentando um alto grau de desigualdades sociais e um elevado nível de pobreza e de miséria. Atualmente, a maior parte dos países é considerada subdesenvolvida.

Antigamente, utilizava-se a expressão “terceiro mundo” para se referir ao grupo de países hoje tido como subdesenvolvido, uma vez que o “primeiro mundo” seria os países desenvolvidos capitalistas e o “segundo mun-do” seria os países desenvolvidos socialistas. No entanto, essa divisão não é mais utilizada e é considerada obsoleta.

Quais as origens do subdesenvolvimento?

Não há um total consenso na bibliografia es-pecializada sobre as reais origens do subde-senvolvimento. No entanto, a corrente mais forte é aquela que preconiza que esse proble-ma seja oriundo da exploração estrangeira colonial, em que países “descobridores” (as metrópoles) ocuparam e colonizaram outros povos (as colônias), submetendo-os à sua cultura e explorando intensamente os seus recursos naturais.

Entre as metrópoles, destacaram-se os paí-ses europeus, que colonizaram territórios nas Américas, na África e na Oceania, tendo e-ventualmente invadido e dominado alguns ter-ritórios localizados no continente asiático (a exemplo da dominação da Inglaterra sobre a Índia).

Além do colonialismo, registra-se também a ação do imperialismo, em que algumas na-ções – com destaque para a Inglaterra e os Estados Unidos – dominaram política, militar e economicamente outros países, impondo sobre esses os seus ritmos de produção e suas concepções de desenvolvimento.

Dessa forma, estabeleceu-se uma Divisão Internacional do Trabalho em que as colônias e países economicamente dependentes cen-travam seus esforços em produzir matérias-primas voltadas para o capital estrangeiro. Por outro lado, os países considerados cen-trais ou desenvolvidos transformavam essas matérias-primas em produtos industrializados, fornecendo suas mercadorias tanto para a-bastecer seu mercado interno quanto seu mercado externo.

Com isso, a economia interna e o mercado consumidor dos países subdesenvolvidos e-ram pouco dinâmicos, o que elevou o grau de dependência e acentuou os níveis de endivi-damento desses países para construir suas infraestruturas internas.

Quais são os critérios para definir um país como subdesenvolvido?

Para dizermos se um determinado país é sub-desenvolvido ou não, são considerados al-guns critérios específicos, como o Índice de Desenvolvimento Humano, a dependência econômica e tecnológica, os elevados índices de pobreza e miséria, registros de amplas de-sigualdades sociais, dívida externa e balança comercial desfavorável.

Esses países também são, em sua maioria, dependentes de produtos primários, de forma que seu grau de industrialização é baixo. Na-queles países, como o Brasil, em que se re-gistra uma elevada presença de indústrias, é possível notar que a maioria delas é, na ver-dade, multinacionais estrangeiras, ou seja, as empresas privadas dos países centrais deslo-cam boa parte de seu processo produtivo pa-ra esses países, graças aos baixos salários dos trabalhadores, ao fácil acesso a matérias-primas e à busca por novos mercados consu-midores.

O resultado dessa dinâmica é o agravamento das diferenças internacionais, pois as rique-zas de um território são exploradas e os lu-cros gerados, em sua maior parte, são desti-nados às sedes das grandes corporações que geralmente se encontram em países desen-volvidos.

Qual a diferença entre países subdesen-volvidos e emergentes?

Muitas pessoas costumam entender que paí-ses emergentes não são mais considerados subdesenvolvidos, pois suas economias pas-saram por sucessivas evoluções de modo que esses se diferenciaram das demais na-ções periféricas. Porém, isso é uma falsa rea-lidade.

Países como China e Brasil, que estão entre as maiores economias do mundo, ainda são considerados subdesenvolvidos. Isso porque a expressão “emergente” é utilizada para de-signar o grupo de países periféricos que, e-ventualmente, podem abandonar o seu grau de subdesenvolvimento e apresentar as mes-mas características sociais dos países cen-trais em um futuro relativamente próximo (embora ele pareça cada vez mais distante!).

Portanto, os emergentes seriam uma espécie de “grupo” dentro dos países subdesenvolvi-dos, por apresentarem economias mais dinâ-micas em relação aos demais. A grande questão é que esses países acreditavam que o mais importante era o crescimento econô-mico, de forma que o crescimento social viria como consequência, o que vem se demons-trando como uma concepção falsa.

Entre os países emergentes, podemos citar os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e Áfri-ca do Sul) e o MIST (México, Indonésia, Co-reia do Sul e Turquia).

Rodolfo Alves Pena Graduado em Geografia

Subdesenvolvimento é um conceito que se usa para designar a situação ou o estado de una nação que não dis-põe de um nível de desenvolvimento socioeconômico considerado adequado. Noutros termos: o subdesenvolvi-mento indica que o desenvolvimento de um país se encontra abaixo de um certo nível. É importante destacar que não existe qualquer critério específico para qualificar uma região como subdesenvolvi-da. Em geral, a noção diz respeito a países com economias precárias, pouca capacidade de produção, serviços públicos deficientes e um alto índice de pobreza.

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 9

Escola

A REFORMA DO ENSINO MÉDIO FOI APROVADA: E AGORA JOSÉ?

A reforma do ensino médio está ai. Conforme foi amplamente divulgado pela mídia, a reforma foi sancionada pelo presidente e deve entrar em vigor. Durante essa curta discussão, o governo se colocou “à disposição para ouvir a população”. Mentira! O projeto já estava pronto. No máximo acataram poucas alterações que não muda a es-sência do projeto.

Venho discutindo constantemente neste espaço da Gazeta Va-leparaibana, e em outros, os aspectos positivos e negativos deste pro-jeto (mais negativos do que positivos, diga-se de passagem).

Que o ensino médio precise de uma reformulação urgente, isso já estamos cientes e discutindo há algum tempo (no meu caso, desde 2001). Porém, não é na base da canetada que se muda uma estrutura como essa que está ai.

Atualmente temos 8 milhões de alunos com altas taxas de eva-são escolar e demonstrando um pífio conhecimento (independente de avaliações externas, basta frequentarem uma escola para ver como o carro anda).

Segundo os dados do Censo Escolar (2016), publicadas em fe-vereiro de 2017, temos 2,8 milhões de jovens (de 4 a 17 anos) fora da escola. Os maiores indicadores estão nas pontas. 595.982 de crianças de 4 anos e 898.564 de jovens de 17 anos.

As taxas de aprovação no ensino médio saltaram de 74,9 em 2008 pa-ra 81,7 em 2015. Lembrando que essa taxa de aprovação não reflete a qualidade do ensino, já que muitas vezes (isso não é regra) o nível de exigência é baixo, muitos impõem um sistema de aprovação automáti-ca ou simplesmente aprovam o aluno para bater a famosa meta (e conseguir o bônus, ou “subornus” como costumo dizer). Veja o gráfico:

Fonte: Censo escolar da educação básica 2016

Muitos “especialistas” em educação discutem que as taxas de reprova-ção escolar são altíssimas. Porém, poucos discutem as razões da re-provação. Sobre este assunto, Omar de Camargo e eu, discutimos em setembro de 2013, neste mesmo jornal, as questões da reprovação escolar no Brasil. É preciso entender a escola do portão para dentro. Acompanhar e verificar sistematicamente o que está acontecendo na sala de aula. Não é na base de uma canetada como essa que muda a estrutura da educação, repito.

A reforma do ensino médio vai demandar (necessariamente) a amplia-ção da quantidade de escolas pelo país. O governo diz que não. A ma-temática é simples: se eu possuo uma escola com 10 salas de aula (450 alunos por período), funcionando de manhã e a tarde (no período da tarde, geralmente funciona o ensino fundamental II), como eu vou colocar os 450 alunos no período integral e dar conta dos outros 450 alunos, ocupando as mesmas 10 salas?

Outro ponto interessante da reforma é sobre o currículo escolar. 60% do currículo está definido na lei, os outros restantes vai demandar da Base Nacional Curricular Comum e das “especificidades do lugar”. Na prática, isso significa que a escola vai cumprir apenas os 60% estabe-lecidos no currículo, já que é isso o que será cobrado nas avaliações externas. Neste mesmo segmento, é importante destacar que o siste-ma não é obrigado a oferecer todas as áreas de aprendizagem em to-das as escolas. Sendo assim, se o aluno quiser cursar humanas e não tiver humanas na sua escola, ele que procure em outro lugar. Ainda estou tentando entender essa logística.

No mais, muitas coisas ainda estão obscuras. O governo, para tentar “esclarecer” as ideias, demandou um orçamento de R$ 295 mil para seis youtubers fazerem propagandas pró reforma. Assisti um desses seis vídeos. Minha opinião: nada de mais. Apenas propaganda repeti-da do governo, além de várias colocações senso comum (inclusive de-fendida pelo governo): “Porque, vamo lá, vamo por parte, um cara que já decidiu que quer ser veterinário e, sei lá, uma mina que quer traba-lhar, com geografia, essas duas pessoas não precisam estudar as mesmas coisas” (sic). Realmente, na FACULDADE eles vão estudar matérias diferentes. Mas ai eu pergunto: será que o veterinário real-mente não precisa conhecer geografia? Será que a geógrafa não pre-cisa saber matemática? Química? Física? Será que um chefe de cozi-nha não precisa conhecer história, geografia, matemática, química, lín-gua portuguesa, arte, educação física, etc.?

Não vou entrar neste mérito da questão (por enquanto). Mas isso pre-cisa ser muito bem discutido e compreendido por todos (depois não reclame que o veterinário do seu animal não sabe diferenciar raças de cachorro, remédios e procedimentos por que desconhece a origem ge-ográfica e as necessidades da espécie). Ou, ainda, prescrever a quan-tidade de um remédio para o seu animalzinho, simplesmente porque ele não consegue calcular a quantidade do princípio ativo em função da massa do animal (ou peso como querem alguns), pois ele não gos-tava de matemática e de geografia, então resolveu escapar das aulas. Afinal, para ser veterinário não precisaria saber geografia e nem mate-mática. Será?

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo [email protected]

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 10

Escola de hoje A ESCOLA NO MUNDO

CONTEMPORÂNEO Final

Gema Parenti Araújo Pedagoga Pesquisadora

...José Manuel Zaragoza (1993) faz referência à acelerada transformação no contexto social em que se desempenha a educação, fazendo novas exigências a cada dia. . "O sistema e-ducacional, rapidamente massificado nas últi-mas décadas, ainda não dispõe de uma capa-cidade de reação para atender às novas de-mandas sociais" (1993, p. 13). Por outro lado, os educadores, como profissionais responsá-veis pela mediação do conhecimento, que de-sempenham papéis importantes na transfor-mação dos indivíduos, precisam estar atuali-zados e aptos a enfrentarem as mudanças e, que para não se sentirem inferiorizados, de-veriam buscar novos conhecimentos através de continuas capacitações, a fim de estarem sintonizados com os acontecimentos que o-correm no mundo.

Nesse sentido, Gadotti (2001) faz menção à necessidade do educador de buscar atualizar-se para que consiga acompanhar essas cons-tantes mudanças.

Em sua essência, ser professor hoje, não é nem mais difícil nem mais fácil do que era há algumas décadas atrás. É diferente. Diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre, diante de um mundo em constante mudança, seu papel vem mudando, senão na essencial tarefa de educar, pelo me-nos na tarefa de ensinar,de conduzir a apren-dizagem e na sua própria formação que se tornou permanentemente necessária. (GADOTTI, 2001, p. 7)

Em nossa atividade de formação de professo-res, numa escola pública de ensino funda-mental, por ocasião de nosso estágio do últi-mo semestre do Curso de Pedagogia,durante um debate sobre a necessidade de o educa-dor atualizar-se e participar de cursos para que possa estar sempre bem ciente no que diz respeito ao ensino e aprendizagem, a fim de que não venha sofrer os sintomas que o mal-estar causa, ouvimos de uma professora a seguinte fala: "Mas como fazer tudo isso com o salário que ganhamos? Como dar con-ta de toda essa demanda e ainda ter tempo para nossa vida pessoal, nossa família, nos-sos amigos?".

Isso mostra que o professor é muito cobrado e pouco valorizado, especialmente no que

tange à remuneração e às condições de tra-balho. As pessoas esquecem que um profes-sor também é um ser humano e precisa de cuidados, e que tem direito à vida. Mas quem se preocupa com isso? Zaragoza (1994, p. 25) faz uma alusão a isso, afirmando que "são os efeitos permanentes de caráter nega-tivo que afetam a personalidade do professor como resultado das condições psicológicas e sociais em que se exerce a docência." Esses fatores impedem que o trabalho do professor seja eficaz, gerando o desânimo e a auto-depreciação, distanciando-o do contexto em beneficio da aprendizagem significativa.

Carbonel (2002, p.109), afirma que "nos om-bros do educador são depositadas esperan-ças por uma revolução social e que o cami-nho para o desenvolvimento é a educação". Com todo esse excesso de responsabilidade, e pelo pouco tempo e pelos meios de que dis-põe para cumprir seus deveres como educa-dor, o professor acaba, muitas vezes, reali-zando mal seu próprio trabalho. Com isso é levado a fazer uma avaliação prejudicial de si próprio e do seu trabalho. Isso faz com se sin-ta frágil e se questione até que ponto está sendo útil na aprendizagem do aluno, o que afeta a imagem que tem de si mesmo, colo-cando em dúvida até mesmo seu grau de im-portância na profissão de educador e deixan-do-o com vontade de largar tudo, surgindo, aí, provavelmente, uma importante crise de iden-tidade.

Charles Taylor (1994) avalia essa situação como decorrente da falta de reconhecimento de si próprio e do outro. Se o professor não conseguir fazer-se visível e sustentar seu es-tado de legitimidade não terá como ser reco-nhecido pelo outro. "O não reconhecimento ou o reconhecimento inadequado pode preju-dicar, pode ser uma forma de opressão, apri-sionando uma pessoa em um modo de ser falso, distorcido e limitado" (TAYLOR, 1994, p. 25). Segundo o autor, a construção da i-dentidade tem que passar pelo reconheci-mento da singularidade por parte do outro, sem isso, o indivíduo poderá ficar à margem da cidadania plena.

Taylor (1994) ainda nos aponta que "um indi-víduo ou um grupo de pessoas pode sofrer um verdadeiro dano, uma autêntica deforma-ção se a gente ou a sociedade que os rodei-am lhes mostram como reflexo, uma imagem limitada, degradante, depreciada sobre e-le" (1994, p. 58). Para que isso seja minimiza-do, acredito que uma das maneiras mais a-propriadas, diante das dificuldades apresenta-

das, é pensar com seriedade na formação continuada e contextualizada. Ela pode repre-sentar uma grande possibilidade de inovação coletiva, se desenvolvida de forma crítica e reflexiva e com total envolvimento dos profes-sores e da gestão, no sentido de oferecer mais oportunidades para que os professores se qualifiquem mútua e profissionalmente.

A formação continuada é uma oportunidade para trocar experiências e aprender um com o outro, motivando-se diante das dificuldades que se apresentam no cotidiano. Meirieu (2006) salienta a importância da motivação para um desempenho virtuoso do professor no ensino e aprendizagem. O autor afirma que "todo nosso esforço consiste em desper-tar a motivação no próprio movimento do tra-balho", criando um ambiente de trocas e in-vestigações, pois é partilhando que se cons-trói a motivação, e tendo em mente que a éti-ca, a competência e o reconhecimento são fatores-chave deste esforço (2006, p. 51).

O professor precisa ter uma mente aberta e preparar-se para acompanhar o ritmo acelera-do das mudanças; precisa abrir espaços para as novas tecnologias e buscar novas formas de ensinar, que vão muito além das tradicio-nalmente utilizadas, onde o professor fala e o aluno fica na condição de ouvinte, sem poder opinar, complementar, discutir, discordar ou questionar. O professor tem o dever de edu-car cidadãos para que possam incluir-se na sociedade por uma participação ativa nas de-cisões.

Embora essas colocações possam parecer um pouco utópicas, acredito que vale a pena sonhar e lembrar que na educação todas as utopias são temporárias.Edgar Morin (2000) nos leva a crer que o conhecimento é mutável e que, por isso, se deve buscar sempre atri-buir o conhecimento ao sujeito, buscando en-sinar em todos os aspectos para a melhor qualidade de vida da pessoa.

A escola que desejamos é uma escola signifi-cativa para o aluno, através da qual ele possa formar-se plenamente, sendo capaz de tomar decisões adequadas às exigências do mundo contemporâneo, sem com isso abandonar sua humanidade. Para isso se faz necessário que os padrões escolares se adaptem à nova mentalidade, aos novos tempos. É preciso reformular a escola e acrescentar inovações, quem sabe reinventá-la, a partir do compro-misso de todos com as transformações soci-ais desejadas e tendo em vista o bem-estar de toda a sociedade.

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 11

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Personagens inesquecíveis da Música - III Wolfgang Amadeus MOZART (Salzburg, 27/01/1756 - Viena, 5/12/1791) Esse “menino terrível” foi um dos maiores gênios que a humanidade já teve a honra de receber neste plane-ta.

Chamo de "menino" porque sua permanência foi cur-ta por aqui mas transformou para sempre a música, a

arte, a maneira das pessoas pensarem.

Mozart esteve conosco por apenas 34 anos, quase 35. Apenas isso! Nessa sua “curta" vida ele nos deixou mais de 600 obras, entre elas algumas monumentais.

Sua produção inclui quase todo o gênero de música que se fazia à época, óperas, concertos, música sinfônica, música de câmara, obras para piano, canções, entre outras.

Filho de Leopold Mozart, músico também, nem de longe genial como ele, mas que percebeu no filho sua genialidade. Uma outra sua filha, Maria Anna, a quem Mozart carinhosamente chamava de Nannerl, era também muito talentosa. Assistindo a sua irmã tocando e tendo aulas com o pai, o menino de apenas 3 anos começou a se interessar pelo piano e já aos quatro anos começou a compor. Evidentemente ajudado pelo pai, mas já com ideias próprias. Eu, particularmente, nem me lembro do que fazia com essa idade!

Esse talento para a música, nem sempre vem acompanhado de ta-lento para a vida, e Mozart apesar de ter feito sucesso em vida, teve uma vida cheia de altos muito altos e baixos muito baixos. Sua morte até hoje é alvo de especulações e nunca foi definitivamente revelada.

Em 1979 estreou uma peça de teatro chamada Amadeus do britânico Peter Shaffer, contando a vida do compositor. Nessa peça é sugerida uma rivalidade fatal com o compositor Antonio Salieri, assim como o envolvimento com a maçonaria. Sugerindo que Mozart fora visitado por um ser misterioso que encomendou um Requiem (missa para mortos). Após esse encontro Mozart trabalhou ferrenhamente nessa obra e não a terminou, morrendo de uma doença misteriosa até hoje. Em 1984 Milos Forman levou para o cinema essa peça para o cine-ma. Premiadíssimo o filme vale a pena ser assistido, apesar dessa “rivalidade" com Salieri ser bastante discutível, o filme mostra muita música desse gênio que foi Mozart.

https://youtu.be/i9mIenUXDwA

Legado Mas por que Mozart além de precoce é tão lembrado até hoje?

Mozart além do talento foi muito bem educado pelo pai, falava além do alemão, sua língua nativa, o italiano e o francês. Sua mente não parava nem um minuto. Ele compreendia a linguagem da música de uma maneira rara. Não era só a música em si, mas também a alma do instrumento ou voz para o qual ele escrevia.

Por exemplo. O piano era um instrumento novo. Ele praticamente “criou” o formato de concerto para piano e orquestra como conhece-mos hoje.

Concerto nº 23: https://youtu.be/DXeBFhqViYg?t=11m10s. Esse link inicia o vídeo no segundo movimento, lindíssimo, mas vale a pena assistir desde o começo!

Para a orquestra sinfônica escreveu 41 sinfonias (!). Ele, inspirado e junto com Haydn, desenvolveu o formato que logo depois foi estabe-lecido definitivamente por Beethoven.

Sinfonia nº 40: https://youtu.be/_JAPx7_ra_A

Na música de câmara escreveu trios, quartetos, quintetos nas mais variadas formações. Escreveu uma série de Serenatas, obras escritas para ocasiões especiais e como casamentos e festas mas que são tão geniais que hoje as tocamos em salas de concerto.

Uma Pequena Serenata Noturna: https://youtu.be/nPbxIT9W1AY

Mas foi no terreno da ópera que Mozart parece ter se superado. Ele escreveu nada menos que 22 obras do gênero, de todos os tamanhos e tipos e em duas línguas (!) italiano e alemão. Sua facilidade e intimi-dade com essas duas línguas o fizeram mestre na difícil arte de criar obras líricas. Rossini, um dos mestres do gênero na Itália, costumava reverenciar Mozart como um dos gênios da ópera italiana, irritando um pouco seus conterrâneos. Da imensa lista de óperas podemos destacar algumas:

Em italiano: Don Giovanni (Don Juan), Le Nozze di Figaro (As Bodas de Fígaro), Così fan Tutte (Assim fazem todas), Idomeneo, La Cle-menza di Tito Em alemão: Die Zauberflötte (A Flauta Mágica), Die Entführung aus dem Serail (O Rapto do Harém). Don Giovanni: https://youtu.be/nV1yNgiEvIQ Le Nozze di Figaro : https://youtu.be/uWBzP9Fuzf4 Die Zauberflötte: https://youtu.be/c0cKnC3UvWU Mozart é assunto para muito mais que este espaço mas espero que essa pequena mostra de seu legado incentive a nossos leitores a pro-curar mais sobre essa figurinha que passou tão pouco tempo conosco e que transformou tanto a nossa maneira de ouvir música. Como aperitivo, uma curiosidade e links para alguns ótimos docu-mentários sobre sua vida. A ópera Don Giovanni, foi escrita numa fase de enorme sucesso na vida do compositor e ele tinha todos os recursos possíveis para sua encenação. Mas, claro, o tempo era curto, e naquela época não exis-tiam computadores nem impressoras. Toda a música tinha que ser escrita e copiada para cada um dos músicos. No dia da estreia, Mo-zart ainda não havia composto a Abertura da ópera. Não havia tempo hábil para ele a escrever inteira e depois separar e copiar a parte de cada um dos músicos. Ele então para economizar escreveu direta-mente na parte dos músicos sem ter feito um único rascunho. A ópera foi executada perfeitamente com estrondoso sucesso. Eu estimo que eu apenas para copiar a partitura completa dele (sem a dos músicos) provavelmente demoraria dias! Documentários https://youtu.be/qA1dgBq5qYE

https://youtu.be/b3k0mWUzR4o Saudações musicais Maestro Luís Gustavo Petri

Mto. Luís Gustavo Petri é regente, compositor, arranjador e pianista. Fundador da Orquestra Sinfônica Municipal de San-tos. Diretor musical da Cia. de Ópera Curta criada e dirigida por Cleber Papa e Rosana Caramaschi. É frequente convida-do a reger as mais importantes orquestras brasileiras, e em sua carreira além de concertos importantes, participações em shows, peças de teatro e musicais.

Música e Músicos

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 12

+ Sobre as Datas comemorativas

O Aniversário do Rio de Janeiro é comemorado em1 de março na capital carioca. Em 2017, o Rio de Janeiro celebra 452 anos.

A cidade do Rio de Janeiro é internacionalmente conhecida como u-ma das mais belas do mundo, pelas suas incríveis paisagens naturais e pelo caloroso e divertido povo carioca.

Muitas pessoas confundem o dia do aniversário do Rio de Janeiro (1º de março) com o dia do santo padroeiro da cidade: São Sebastião, que é celebrado em 20 de janeiro pela Igreja Católica. Ao contrário do 1º de março, o Dia de São Sebastião é feriado municipal na capital carioca.

Em 1º de março de 1565, Estácio de Sá fundou oficialmente a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, com o intuito afastar tentativas de invasões deste território por parte de nações estrangeiras, como os franceses e espanhóis.

A prefeitura do Rio de Janeiro promove várias atividades para o públi-co como forma de comemoração do aniversário da cidade. Shows ao vivo, exposições e demais atividades culturais são algumas das atra-ções que os cariocas podem aproveitar durante esta data.

Tradicionalmente, também é servido um bolo gigantesco para que os populares possam “cantar parabéns” para a cidade sob o Cristo Re-dentor, principal símbolo da capital fluminense. Depois, o bolo e re-partido e distribuído entre os presentes.

O Dia Nacional do Turismo é comemorado anualmente em 2 de mar-ço, no Brasil.

A data tem a finalidade de promover e homenagear a pratica do turis-mo entre os brasileiros, conscientizando a população das diversas belezas naturais e culturais que formam o Brasil.

A data ainda lembra a importância de conhecer e respeitar as leis de cada nação e cultura antes de viajar como turista.

De acordo com a OMT - Organização Mundial do Turismo, a viagem é caracterizada como turística quando um ou mais indivíduos viajam para fora de seu ambiente residencial entre um período de 24 horas a 120 dias, sem exercer qualquer tipo de atividade profissional.

Os brasileiros ainda comemoram o Dia Mundial do Turismo, em 27 de setembro, que incentiva a pratica do turismo internacional, com o in-tuito de fazer as pessoas conhecerem novos lugares, culturas e soci-edades.

O Dia Nacional dos Animais é comemorado anualmente em 14 de março no Brasil.

Esta data tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre os cuida-dos que devem ser dados aos animais, sejam domésticos ou selva-gens.

Pensar no posicionamento dos seres humanos perante o meio ambi-ente e a preservação dos diferentes biomas também são questões essenciais debatidas neste dia.

De acordo com a legislação brasileira, maltratar animais é crime. Co-mo maltrato entende-se: bater, deixar sem alimentos, água e abrigo, deixar preso, não tratar das doenças e abandonar os animais domés-ticos.

O Dia Universal do Teatro é comemorado anualmente em 21 de mar-ço.

A data homenageia uma das artes mais antigas da humanidade: a interpretação teatral.

Alguns antropólogos acreditam que as primeiras manifestações de interpretação teatral surgiram ainda nas primeiras sociedades huma-nas primitivas, quando o teatro era associado à rituais e exorcismo de maus espíritos ou para atrair fartura e fertilidade do solo.

Com maior entendimento do homem sobre as forças que regem a na-tureza, o teatro deixou de possuir um caráter ritualístico, passando a ser de cunho didático. Na Grécia Antiga, por exemplo, os gregos fazi-am representações de comédias e tragédias envolvendo os deuses e deusas de sua mitologia.

No Brasil, as representações teatrais surgiram desde o século XVI, com encenações sobre temáticas religiosas com a intenção de cate-quizar a população. No entanto, apenas com a vinda da família real portuguesa para o país, em 1808, que os primeiros teatros começa-ram a surgir no Brasil.

Atualmente, o teatro é uma expressão artística que envolve muito mais do que atores e atrizes. Diretores, escritores, maquiadores, ce-nografistas e muitos outros cargos são de extrema importância para a produção de um espetáculo teatral.

A data foi criada em 1970, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson que resolveu realizar um protesto contra a poluição da Terra, depois de verificar as consequências do desastre petrolífero de Santa Barbara, na Califórnia, ocorrido em 1969.

Inspirado pelos protestos dos jovens norte-americanos que contesta-vam a guerra, Gaylord Nelson, desenvolveu esforços para conseguir colocar o tema da preservação da Terra na agenda política norte-americana.

A população aderiu em força à manifestação e mais de 20 milhões de americanos manifestaram-se a favor da preservação da terra e do ambiente.

O Dia Mundial da Água é comemorado anualmente em 22 de março.

Esta data foi criada com o objetivo de alertar a população internacio-nal sobre a importância da preservação da água para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta.

Para isso, todos os anos o Dia Mundial da Água aborda um tema es-pecífico sobre este mineral de extrema e absoluta importância para a existência da vida.

A conscientização sobre a urgência da economia deste recurso natu-ral e como utilizado com cuidado é uma das principais metas do Dia da Água.

A água limpa e potável é um direito humano garantido por lei desde 2010, de acordo com a Organização das Nações Unidas – ONU.

Mesmo o planeta Terra sendo constituído aproximadamente 70% de água, apenas 0,7% de toda a água do mundo é potável, ou seja, ade-quada para o consumo humano.

Com informações da página: Calendarr

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01 - Aniversário do Rio de Janeiro

02 - Dia Nacional do Turismo

21 - Dia Universal do Teatro

21 - Dia Mundial da Terra

14 - Dia Nacional dos Animais

22 - Dia Mundial da Água

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 13

Educação

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A importância das florestas no ciclo da água

Formação das reservas de água no Subsolo

No caso de uma cobertura florestal que se manteve intacta, a taxa de infiltração de água da chuva no solo é máxima. No interior de u-ma floresta qualquer, a copa das árvores e a camada de matéria orgânica que se encontra depositada sobre o solo, desempenha papel fundamental na manutenção das condições ideais para que ocorra o processo de infiltra-ção da água. Em áreas compactadas, quer seja pelo preparo excessivo do solo, uso de máquinas pesadas, pé de arado ou micro-pulverização das partículas do solo e mesmo pelo pisoteio de animais, a infiltração é bem menor que em áreas florestadas. É por essa razão que a Amazônia é a maior reserva de água do Planeta.

Erosão e escoamento superficial

A presença de uma boa cobertura florestal é de grande importância para o controle do pro-cesso de erosão, que pode resultar em gran-des acúmulos de sedimentos nos cursos d'á-gua, assoreando os mesmos. No Brasil, a ero-são carrega anualmente 500 milhões de tone-ladas de solo. Esse material arrastado pela erosão irá se depositar nas baixadas e nos rios, riachos e lagoas, causando uma eleva-ção de seus leitos e possibilitando grandes enchentes.

A floresta e a água subterrânea

Os solos sob florestas possuem as melhores condições de infiltração de água. Logo, as flo-restas são consideradas como fontes primor-diais para o suprimento de água para os aqüí-feros. A presença da cobertura florestal irá proporcionar uma maior infiltração de água no solo, o que por sua vez irá resultar num maior abastecimento do lençol freático.

As matas ciliares

Essas matas desempenham o papel de filtro, o qual se situa entre as partes mais altas da bacia hidrográfica, desenvolvida para o ho-

mem para a agricultura e urbanização e a re-de de drenagem desta, onde se encontra o recurso mais importante para o suporte da vi-da que é a água.

As florestas à beira dos rios e nascentes, são chamadas de matas ciliares. Assim como nos-sos cílios, as matas ciliares atuam como bar-reiras protegendo os rios, córregos e nascen-tes, impedindo que a terra desbarranque ao proteger de terra e lixo, evitando-se o chama-do “assoreamento” que é a elevação da su-perfície. Se não houver essa proteção, fatal-mente ocorrera o fim da água, pois haverá o aterramento dos rios.

As matas ciliares constituem um conjunto de vegetação que se desenvolvem ao longo das margens dos rios, riachos e córregos e são responsáveis pela proteção da qualidade da água, pois remove material em suspensão, poluentes e substâncias tóxicas como pestici-das e herbicidas que são usados na agricultu-ra para matar pragas.

As nascentes abastecem os riachos, córregos e cursos d’água que por sua vez abastecem os rios. Se não houver a proteção das matas ciliares, não haverá água para os rios, que i-rão secar.

CONCLUSÃO

Fica bem demonstrado e é incontestável que sem as florestas a manutenção dos recursos hídricos para abastecimento das cidades, on-de vive a maioria da população, é impossível. O desmatamento incontrolado e insano está causando a desertificação e levará fatalmente ao desabastecimento de água e à formação de solo improdutivo para a produção de ali-mentos.

A natureza trabalha e produz na forma cíclica, mostrando o caminho para a atuação do ho-mem.

Está bem clara a forma como a natureza tra-balha, quando se observa, por exemplo, o mo-delo como ocorre a ciclagem dos nutrientes que são a fonte básica de produção dos ecos-sistemas.

Através desse processo, as cadeias alimenta-res vão sendo abastecidas em todos os ní-veis, garantindo a vida dos seres vivos em to-dos os ecossistemas.

Para essa produção contínua e permanente que a natureza realiza, a água exerce função importantíssima uma vez que se transforma no meio de transporte único dos nutrientes dentro dos seres vivos em qualquer tipo de ecossistema.

É através das águas que as plantas absorvem os nutrientes da solução do solo e conduzem os mesmos até o alto das copas onde ocorre a transformação pela fotossíntese, sendo no-

vamente distribuídos pela água os elementos, agora elaborados, por todas as partes das plantas. Esta mesma água potável é que ga-rante a vida dos animais e, inclusive, do ho-mem na Terra, pois com sua ausência jamais existiriam condições de sobrevivência de qual-quer ser vivo.

Dessa maneira, pode-se considerar o planeta Terra como um gigantesco organismo vivo que se automantém pela sua capacidade de produzir, elaborar e distribuir esse produto pa-ra suprir todas suas necessidades.

Considerando que o homem é parte integran-te e principal elemento atuante desse organis-mo, pela sua ação se transforma no ser vivo mais perigoso para a manutenção da vida na Terra. Por isso, é importante que se conscien-tize da necessidade de mudar seu comporta-mento sob pena de decretar seu desapareci-mento que pode não estar num futuro muito distante.

Dentro da grande amplitude dos fatores que interagem para manter o equilíbrio ecológico da natureza, a água é um dos elementos vi-tais para que este processo ocorra, pois im-pulsiona os ciclos da produção de alimentos, sem os quais não existiria a vida.

Daí a necessidade da séria consciência de preservação e manutenção de sua potabilida-de.

Na atualidade, é mais evidente o mau uso dos recursos naturais, daí as necessidades bási-cas continuarem não sendo satisfeitas.

Toda essa realidade deve ser meditada e con-duzida para decisões importantes no sentido de defender a manutenção da água, das nas-centes e dos mananciais.

As propriedades rurais têm papel importante no que diz respeito à água, pois é nelas que ainda estão preservados as nascentes, ria-chos, rios e outros reservatórios deste líquido vital.

Ao proprietário rural cabe o direito de defen-der seu potencial hídrico e o dever de preser-var suas nascentes e as vegetações que as protegem. No aspecto da produção de água potável, a floresta e a vegetação ribeirinha e-xercem papéis fundamentais na filtragem dos poluentes que se dirigem para os leitos dos rios e mesmo na retenção do excesso de á-gua que irá resultar em grandes enchentes, caso não exista barreira para conter sua velo-cidade antes de atingir os mananciais.

Diante disso, o plantio de florestas e a preser-vação e correta administração das áreas flo-restadas nas propriedades passam a ser o elemento vital da manutenção das águas.

Fonte: ecolnews.com.br

O Dia Internacional das Florestas e da Árvore é comemorado anualmente em 21 de Março, no hemisfério norte. A data serve para conscientizar as pessoas sobre a importância que os biomas florestais possuem para o sustentamento da vida em todo o planeta. Várias organizações não governamentais, escolas e empresas promovem atividades de arborização e reflorestamento pelas cidades de todo o mundo, criando os chamados "espaços verdes". As florestas são apelidadas de "pulmão do mundo", e não é a toa. As árvores ocupam cerca de 30% da superfície da Terra, sendo responsá-veis pela fotossíntese - processo de produção de oxigênio a partir da absorção de dióxido de carbono (CO2). No Brasil, o Dia da Árvore e Florestas tem um significado ainda mais importante, já que o país acolhe a maior floresta do planeta, na região amazônica.

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 14

Grandes mestres

O Povo Brasileiro - Darci Ribeiro (Continuação da edição anterior)

Trecho do livro O Povo Brasileiro

Houve quem tivesse melhor sorte. É o caso de uma comu-nidade negra situada no litoral fluminense. Ali, todos descen-dem da mesma família. São netos, bisnetos, trinetos e tata-ranetos de três mulheres es-cravas – como o Sr. Valentim.

Ele nasceu na comunidade e casou-se com D. Madalena, com quem teve nove filhos, que também moram nas redonde-zas. Nos dias de festa todos aparecem para dar um abraço no patriarca da família.

Hoje estas terras se valorizaram e a família, ameaçada de perder tudo, tenta provar que tem direito de permanecer onde nasceu. "Eu sempre falo isso: que se desse um lote aqui, de graça, para uma pessoa que morava na cidade, ela não aceitaria porque é um lugar difícil”.

Como é que o cara que nunca fez uma horta no lugar, nunca plantou sequer um pé de flor vai colocar três juízes porque ele é dono da-quela terra? A escritura é muito fácil fazer... “Essa terra é terra hereditária, terra que vem de lá de trás do tempo da escravidão."

Depoimento do Sr. Valentim

"Eu vim pra cá com dezessete anos. O povo era muito bom. Um pessoal escuro, mas eu senti em mim a mais negra, por causa da ma-neira que me acolheram. A minha parte da família não queria mas a parte dele fazia mui-to gosto.

Eu acabei casando com ele e graças a Deus tenho fé em Deus de levar nossa vida pra frente. Deus é que abraça o mundo, tudo é filho dele, não tem gordo, nem magro, não tem cor, não tem raça. Tudo é dele, né?"

Depoimento de d. Madalena

A maior parte dos escravos concentrou-se na periferia das cidades, nos bairros africanos. Ali eles criaram uma cultura própria, feita de retalhos do que o povo africano guardou nos longos anos da escravidão.

O negro guardou sobretudo sua espiritualida-de, sua religiosidade, seu sentido musical. É nessas áreas que ele dá grandes contribui-ções e ajuda o brasileiro a ser um povo singu-lar. Quando chegam na cidade são capazes

de fazer coisas, por exemplo, a cultura do Rio de Janeiro, a beleza do Carnaval carioca, que é uma criação negra, a maior festa da Terra!

A beleza de Iemanjá, uma mãe de Deus que faz o amor. Você não vai lá pedir que o mari-do não bata tanto, que não seja tão filho da-quilo, vai pedir um amante gostoso. Isso é u-ma coisa fantástica! Um povo que é capaz de inventar uma coisa destas! Nunca houve de-pois da Grécia! Isso são os nossos negros, os nossos mulatos desse país.

"O jongo é tradição muito antiga, e naquele tempo, logo que a princesa Isabel libertou os escravos, o preto fundou o jongo, né. Naquele tempo os brancos frequentavam, mas os ne-gros não gostavam muito”.

Gostavam dos pretos, dos morenos, morenos bem pardos, bem tostados, né... Hoje é dife-rente. Hoje tudo dança, dança preto, dança branco, dança moreno, dança qualquer um. Mas naquele tempo não era assim não, se-gundo a escola que tive do meu pai, que foi da escravidão, né?

Então, tem um ponto de jongo que eu canto projongueiro e pergunto pra ele: o que é o jongo? E o jongueiro não sabe responder o que é jongo. Agora, pro jongueiro tirar mesmo o ponto, para dizer tirei o ponto, ele precisa responder pra mim, na cantoria, na hora do jongo: " jongo pra quem sabe, é jongo, pra quem não sabe, não é nada ". É isso ..."

Depoimento do Sr. João

"Eu canto o canto porque eu sei cantar. Não quero que a saudade venha me matar... Enquanto a abóbora amadurece, eu como a

cambuquira... " Trecho cantado do jongo

No final do século XIX, a crise de desemprego que ocorreu na Europa trouxe para o Brasil sete milhões de imigrantes. Eles vinham para trabalhar nas plantações de café, o principal produto de exportação da época. Acabaram ocupando o lugar dos mestiços e escravos libertos, como mão-de-obra assalariada.

Os europeus se fixaram principalmente em São Paulo e no sul do país, onde renovaram a vida local e promoveram o primeiro surto de industrialização do país.

Esse país já feito num certo momento recebe uma invasão branca... Veja a diferença. Os que foram para a Argentina caíram em cima do povo argentino, paraguaio e uruguaio que haviam feito seus países, que eram oitocen-tos mil, e disso saiu um povo europeizado.

Aqui não, essa quantidade de gringos caiu em cima de quatorze milhões de brasileiros. En-tão foram absorvidos por nós. Encontraram um país feito, com um século de história, com cidades importantes. Deram, é claro, uma grande contribuição e continuam dando, mas muitos deles não conhecem nada e acham que deram o automóvel.

Essa influência das matrizes índias, negras e européias foi descrita algumas vezes como uma democracia racial. Aqui não há nenhuma democracia racial. Aqui é muito duro ser ne-gro, O preconceito nosso é por natureza dife-rente do preconceito americano. Aqui há um conceito curioso de branquização, o negro quando vai ficando claro, a mestiçagem facili-ta isso sobretudo quando vai ficando rico, fica branco.

Esse preconceito de branquização é um con-ceito bonito, não é democracia racial. É bran-quização, é uma possibilidade até preconcei-tuosa de que o negro é aceito como alguém que vai deixar de ser negro, que vai transar com todas as brancas que vão clarear os fi-lhos deles.

É um preconceito, de certa forma, melhor do que um apartheid, que quer que o negro fique longe, fique distante para respeitá-lo lá longe, mas não quer proximidade com ele. Nós que-remos é confluir, misturar. Isso é bom, mas não pode ser chamado de democracia racial.

"A distância social mais espantosa do Brasil é a que separa e opõe os pobres aos ricos. A ela se soma a discriminação que pesa sobre índios, mulatos e negros. "

O Povo Brasileiro

Nos anos 90, a separação entre classes ricas e pobres é quase tão grande quanto as que existem entre povos diferentes. E o Brasil destaca-se no mundo por sua péssima distri-buição de renda. Quando o indivíduo conse-gue melhorar de vida, é possível perceber que seus descendentes em uma ou duas ge-rações cresceram em estatura, se refinaram, se educaram.

Muitos estrangeiros que chegaram aqui no começo do século XX encontraram condições de ascensão social mais rápida do que muitos brasileiros gerados aqui. Para Darcy Ribeiro, o país pouco mudou desde 1.500. E dos es-cravos aos assalariados de hoje, o Brasil se fez como um moinho de gastar gente.

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Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais diver-gentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

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Março 2017 Gazeta Valeparaibana Página 15

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EUROPA hoje e ontem (artigo continuado)

Por: Michael Löwy

Sociólogo, é nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e

vive em Paris desde 1969. Diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências Sociais, é autor de Walter Benjamin: aviso de

incêndio (2005), Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (2009), A teoria da revolução no

jovem Marx (2012) e organizador de Revoluções (2009) e Capitalismo como religião (2013), de

Walter Benjamin

Capitalismo e democracia na Europa

PARTE XV

A crescente desintegração da União Europeia propôs duas alternativas: sua dissolução ou sua conversão em um regime de protetorados sob a direção de uma potência dominante ou sob a associação desigual de um par dessas mesmas potências (França e Alemanha). A tendência para a desintegração da UE passou a ocupar um lugar estratégico na crise mundial, pois o bloco parecia operar como uma superação da contradição entre o desenvolvimento internacional das forças produtivas e a sobrevivência das fronteiras nacionais. Na realidade resgatou seus E s t a d o s N a c i o n a i s m e m b r o s d a decomposição provocada pela crise mundial na década de 1970. Nessas condições, a Alemanha anexou a parte oriental do país (a ex RDA), anexação financiada com um c o n f i s c o g e n e r a l i z a d o d o s E s t a d o s capitalistas da Europa. A partir daí partiu para a colonização econômica da Europa Oriental e dos Bálcãs. A desintegração da UE cristalizou a explosão da tendência capitalista em converter a Europa continental em um sistema de protetorados. A oposição de Angela Merkel em financiar o resgate dos bancos rivais da zona do euro buscou proteger a extensão da Alemanha para o Leste.

Não que Alemanha vivesse um momento de glória econômica. O Deutsche Bank, ao lado da indústria automobilística, um dos pontos de referência da “identidade coletiva” alemã, se arrastou na rua da amargura, com perda de lucros. No segundo trimestre de 2012, os lucros da sua carteira de investimentos caíram em 63%, para 357 milhões de euros, um desempenho ridículo para um banco desse tamanho. O boom do automóvel na Alemanha não foi sustentável: suas vendas na Europa caíram. A imposição dos “planos de austeridade”, o surgimento de tendências nacionalistas (que percorrem todas as tendências políticas europeias) demonstrou que a União Europeia é uma construção desigual e precária. A crise mundial tem deixado expostas as enormes rivalidades que se desenvolvem dentro e fora da zona do euro, em torno da partilha dos mercados no interior e no exterior da Europa. A questão do resgate dos bancos tem posto em caminhos

opostos os diversos países. Inglaterra já se lançou no caminho para separar a Grã Bretanha da UE, ante a evidência de que a Alemanha busca converter a zona do euro em uma rival financeira da City de Londres.

Os planos de resgate, por sua vez, não tiveram, até o presente, capacidade de salvar o capital em falência. A bancarrota dos bancos europeus não somente obedeceu a sua exposição às dívidas hipotecárias e comerciais, e às dívidas públicas, como também ao endividamento no interior do sistema bancário e com os bancos norte-americanos. A fuga do euro destruiu o mito de que serviria como parte de um novo padrão monetário internacional junto com o dólar, e questionou o conjunto do sistema monetário capitalista, porque o euro é a moeda de reserva de valor de enormes capitais e patrimônios e unidade de medida de um enorme sistema de pagamentos. A crise do euro expôs o conflito que se abriu entre os Estados com as finanças falidas, de um lado, e a defesa do valor do capital. O outro pilar mundial do capital, o dólar, encontra-se esmagado por uma dívida pública de 20 trilhões de dólares (140% do PIB dos EUA), e por uma dívida internacional incomensurável. Uma retirada do financiamento da China, Japão e Alemanha do mercado da dívida norte americana, converteria o dólar em uma moeda sem valor.

O Turbilhão Grego

Em dezembro de 2008, na Grécia, houvera uma extraordinária onda de revolta provocada pelo assassinato pela polícia de um jovem estudante de 15 anos em Exarcheia, bairro de Atenas. Nessa altura estava ainda no poder o corrupto governo dire i t is ta de Kostas Karamanlis. As mobilizações da juventude visavam o combate à violência policial, ao desemprego, à degradação do ensino, à precariedade, ao “resgate” dos bancos. Uma insurreição civil durou várias semanas e criou um clima de questionamento de todo o regime político grego. As eleições gerais foram antecipadas para o ano seguinte, dando a vitória ao Movimento Socialista Pan-Helênico (PASOK) , encabeçado po r Geo rg ios Papandreou. Assim, no leme de governo g rego , ao sob r inho de Konstan t inos Karamanlis, fundador do part ido Nova Democracia, sucedeu o filho de Andreas Papandreou , f undador do PASOK. A oligarquia política grega não é muito extensa nem diversificada…

Em 2010, realizou-se o “contrato bilateral” de “ajuda” à Grécia, sem dizer o valor do empréstimo e a data de pagamento do reembolso. Dizia que seria feito um aporte de até 80 bilhões de euros, em data que a Comissão Europeia determinasse. Os empréstimos coincidiam com o vencimento de um dado volume de títulos. O dinheiro não ia para a Grécia, mas para uma conta no Banco Central Europeu, destinado a pagar títulos anteriores, que vinham sendo negociados a 16% do valor de face; o contrato garantiu que os bancos recebessem 100% do valor dos títulos, depois de terem lucrado muito dinheiro e m c i m a d e s s e s m e s m o s t í t u l o s

desvalorizados. O “contrato bilateral” serviu para reciclar essas dívidas anteriores. Grécia não recebeu o aporte e foi obrigada a pagar juros e a reembolsar o dinheiro: “Eram dívidas do setor privado, transformadas em dívidas públicas, um déficit inflado por uma série de itens que não faziam parte da dívida grega, como déficits de setores privados”.

Pois, de fato, o que aconteceu foi que “de setembro de 2009 até hoje, praticamente todos os títulos da dívida pública grega (junk bonds) foram extraídos dos balanços do capital privado e comprados pelo setor público. Os capitais mais expostos eram os franceses (79 bilhões de euros), seguidos pelos alemães (45 bilhões), distantes dos holandeses (12 bilhões) e dos italianos (7 bilhões), mas eram todos privados. Em poucos anos, o montante desses títulos [em torno de 150 bilhões de euros, OC] foi redistribuído nos orçamentos públicos dos quatro países com o PIB maior [da Europa], v io len t ando de f ac to as p ropo rçõ es precedentes: os alemães detém atualmente a cota maior (62 bilhões de euros no setor público, 14 bilhões de euros no setor privado), seguidos pela França 47 bilhões de euros só no setor público), Itália (41 bilhões de euros no setor público, Espanha (27 bilhões de euros no setor público). Se confirma a lei da privatização dos lucros e a socialização das perdas, em especial em fases de crise. O fundo de salvamento dos Estados, que está na base dessa manobra, descarregou sobre os dois pigs mais importantes ((Itália e Espanha), sobretudo de seu setor público, o peso maior desses títulos-lixo”.

Todo esse resgate dos buracos financeiros dos bancos europeus e norte-americanos vai parar na conta do contribuinte (setor público) e f o i sendo in ic ia lmente pago pe los trabalhadores e aposentados gregos, mas estes são só os primeiros da fila. O resgate grego começou pelo aumento da idade mínima de aposentadoria; a recessão deixou 24% da população desempregada (53% dos jovens) e mais de um quarto da sua população abaixo da linha de pobreza. Foi reduzida a renda dos trabalhadores em até 50%. Depois de 17 jornadas de paralisação geral, Grécia fez uma greve geral de 48 horas nos dias 28 e 29 de junho de 2011, data da votação no Parlamento do novo plano de austeridade, com as escolas e os museus fechados, os voos cancelados e os hospitais atendendo apenas casos de emergência. O governo grego pretendia reduzir o quadro do funcionalismo público de 750 mil pessoas para 150 mil até 2015, pondo, de imediato, trinta mil deles em paralisação técnica, com uma redução de 40% do salário.

O governo grego deveria cumprir todas as imposições orçamentárias impostas pela troïka como condição para receber novos aportes financeiros, destinados unicamente para a quitação de parcelas da dívida soberana grega.

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Março 2017 - Última página

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa Programa: Noites de Domingo - Todos os Domingos ás 20 horas

REITORIA DA UINERSIDADE DO PORTO - Portugal

A Reitoria da Universidade do Porto é um edifício histórico situado na Praça de Gomes Teixeira, na cidade do Porto, em Portugal.

É um edifício retangular de estilo neoclássico, inicialmente destinado a Aca-demia Real da Marinha e Comércio. O projeto inicial é da autoria de Carlos Amarante e data de 1807. Durante o período das invasões francesas e das guerras liberais as obras do edifício avançariam muito lentamente. A cons-trução inacabada serviu de hospital durante o cerco do Porto (1832-33). Em 1833 o projeto foi remodelado por J. C. Vitória Vila-Nova. As obras continua-ram e o projeto inicial ainda sofreu duas grandes remodelações, em 1862, por Gustavo Gonçalves e Sousa, e em 1898, por António Araújo e Silva.

No edifício funcionaram a Academia Politécnica do Porto, o Colégio dos Ór-fãos, a Academia das Belas-Artes, o Liceu Nacional, o Instituto Industrial (antecessor do ISEP; até 1933), a Faculdade Técnica (hoje Faculdade de Engenharia; até 1937), a Faculdade de Economia (até 1974) e posterior-mente a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.

Atualmente está instalada neste histórico edifício a Reitoria da Universidade do Porto, para além do Museu de Ciência, e dos Museus de Zoologia, Ciên-cias Geológicas e Arqueologia e Pré-História do Instituto de Antropologia. Contudo este edifício ao longo dos anos sofreu alguns incêndios, como por exemplo:

Em 20 de Abril de 1974, um grande incêndio destruiu grande parte do edifí-cio.

“Em 5 de Maio de 2008, um incêndio de grandes proporções deflagrou ao fim da manhã quando se ouviram explosões e se viram chamas a sair do edifício da Reitoria da Universidade do Porto. O incêndio terá começado na cobertura do edifício que estava com obras de restauro. Foi controlado às 12h55 e não registraram feridos. Os danos provocados pelo incêndio numa secção da cobertura do edifício ficaram restringidos a uma ala que se en-contrava praticamente desocupada.

Por palavras do Engenheiro Civil Antonio Silva Cardoso e da Arquiteta Bár-bara Rangel descritas no editorial das SEBENTAS d’ OBRA na sua sétima

edição de 07 de Novembro de 2016 “apresenta-se as estratégias de inter-venção e manutenção definidas nas ultimas décadas de delineadas pela e-quipa composta pela Reitoria e pelos projetistas, os Arquitetos Antonio Por-tugal e Manuel Maria Reis e pelo Engenheiro civil Mateus Gomes da Polie-dro. Pela sua especificidade e importância, torna-se pertinente entender a necessidade de articulação das várias funções do edifício: estrutural, infra-estrutural, térmica, higrotérmica, entre outras. Demonstra-se em concreto como foi desenvolvido o projeto e a obra de reabilitação da cobertura. Para facilitar a manutenção deste órgão vital do edifício montou-se uma galeria técnica no seu interior, permitindo o fácil acesso ao perímetro do telhado. A essa galeria associaram-se crescentes infraestruturas elétricas e outras ne-cessárias para a atual ocupação. Na conferência que foi realizada em No-vembro de 2016 o Arquiteto Manuel Maria Reis e o Engenheiro Mateus Go-mes demonstraram como se tem vindo a desenhar e a concretizar estas no-vas estratégias ao longo dos últimos doze anos. A visita à cobertura foi reali-zada por técnicos, Comunicação Social e publico em geral, para se verificar como é possível compreender a complexidade de sistemas e subsistemas que fazem parte do edifício e entender como é inevitavelmente necessário um plano de manutenção robusto, para que a articulação de todos esses sistemas se mantenha sempre saudável ao longo da vida do edifício.

Lembrando o passado deste edifício da Reitoria da Universidade do Porto, tem várias condicionantes gerais. Assim, a introdução de um programa glo-bal com dois conjuntos de espaços autônomos como a reitoria e serviços centrais e o Museu Museológico da Universidade adequa-se com alguma naturalidade a um edifício que traduz fisicamente uma dupla condição pro-gramática presente desde o início da sua construção e que, entretanto foi perdida. A existência de duas entradas principais, uma a norte e outra a sul, bem como de duas escadarias nobres, permitem considerar a criação de duas entidades a funcionar com a necessária independência em termos de faseamento da obra, infraestruturas e acessos. Também os programas as instalar estão de alguma forma próximos da condição histórica e presente do edifício em que os espaços pedagógicos coabitam com os espaços de serviço, de representação e museológicos da Faculdade de Ciências e da Universidade. Apesar da introdução ao longo dos anos, de inúmeros equipa-mentos e infraestruturas que procuram dotar as áreas pedagógicas e de in-vestigação dos meios adequados que por vezes mesmo inovadores, o edifí-cio como um todo encontrava-se tecnicamente obsoleto ao nível do trata-mento térmico, das redes de águas, esgotos, elétricas e telecomunicações. Fisicamente, também apresentava problemas provocados pelo envelheci-mento geral das estruturas nomeadamente dos pavimentos como também as coberturas.

Diversas intervenções ao longo do século e em particular a reestruturação que se seguiu ao incêndio de 1974, levaram à introdução de várias áreas com estruturas de betão armado que coexistem atualmente com partes im-portantes do edifício em que se mantém a estrutura com pisos de madeira. A localização destas áreas é, portanto, essencialmente arbitrária e corres-ponde a uma lógica episódica de ocupação ou conquista de espaços apa-

rentemente úteis.

Alberto Blanquet CPJ-CO 1585 (Portugal)