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B O L E T I M 1/12/2014 149 NÚMERO DO DIA R$ 1,8 bi o Comitê Organizador local das Olimpíadas de 2016 diz já ter obtido com patrocínio OFERECIMENTO São Paulo diz que está em busca de novo fornecedor POR ERICH BETING Rogério Ceni decidiu adiar a aposentadoria, e o São Paulo decidiu sair em busca de um novo fornecedor de material esportivo. As duas decisões deixam ainda mais negativo o saldo de toda a polêmica envolvendo a divulgação de um evento, sem prévio conheci- mento do clube e do atleta, em que seria apresentada a camisa para o último jogo de Ceni no São Paulo, feita pela Penalty. O goleiro entrou com a ca- misa comemorativa na partida contra o Figueirense, a última do clube em seu estádio na temporada. O uso da camisa foi uma forma de não suspender o projeto, já que mais de 20 mil peças foram comercializadas. Mas, também, foi de ter uma camisa em homenagem a Ceni, já que a permanência da Pe- nalty, dada como certa no mês passado, agora é uma incógnita. “Estamos em busca de um novo parceiro e a Penalty foi informada sobre isso”, dis- se à Máquina do Esporte Júlio Casares, vice-presidente de marketing do São Paulo. A busca pelo novo fornece- dor se deu por conta da crise gerada pela divulgação de que Rogério iria se aposentar este ano. A Penalty ainda tenta contornar a situação, mas os dirigentes são-paulinos cor- rem contra o tempo para achar uma marca que consiga aten- der o clube já em fevereiro. O maior problema é, além da falta de orçamento das empresas (os principais gastos para o ano de 2015 já foram definidos), alguma que consiga atender à demanda de ter peças produzidas em apenas dois meses. As marcas pedem ge- ralmente de três meses a meio ano para produzir as peças. A definição sobre quem entra, porém, ainda está distante. E pode terminar sem novidades. Nos próximos dias novas reuni- ões devem agitar os bastidores.

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B O L E T I M

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149 N Ú M E R O D O D I A

R$ 1,8 bio Comitê Organizador local das Olimpíadas de 2016 diz já ter obtido com patrocínio

O F E R E C I M E N T O

São Paulo diz que está em busca de novo fornecedor

POR ERICH BETING

Rogério Ceni decidiu adiar a aposentadoria, e o São Paulo decidiu sair em busca de um novo fornecedor de material esportivo. As duas decisões deixam ainda mais negativo o saldo de toda a polêmica envolvendo a divulgação de um evento, sem prévio conheci-mento do clube e do atleta, em que seria apresentada a camisa para o último jogo de Ceni no São Paulo, feita pela Penalty.

O goleiro entrou com a ca-misa comemorativa na partida contra o Figueirense, a última do clube em seu estádio na temporada. O uso da camisa foi uma forma de não suspender o projeto, já que mais de 20 mil peças foram comercializadas. Mas, também, foi de ter uma camisa em homenagem a Ceni, já que a permanência da Pe-nalty, dada como certa no mês passado, agora é uma incógnita.

“Estamos em busca de um novo parceiro e a Penalty foi informada sobre isso”, dis-

se à Máquina do Esporte Júlio Casares, vice-presidente de marketing do São Paulo.

A busca pelo novo fornece-dor se deu por conta da crise gerada pela divulgação de que Rogério iria se aposentar este ano. A Penalty ainda tenta contornar a situação, mas os dirigentes são-paulinos cor-rem contra o tempo para achar uma marca que consiga aten-der o clube já em fevereiro.

O maior problema é, além

da falta de orçamento das empresas (os principais gastos para o ano de 2015 já foram definidos), alguma que consiga atender à demanda de ter peças produzidas em apenas dois meses. As marcas pedem ge-ralmente de três meses a meio ano para produzir as peças.

A definição sobre quem entra, porém, ainda está distante. E pode terminar sem novidades. Nos próximos dias novas reuni-ões devem agitar os bastidores.

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POR ERICH BETING

Bahia e Penalty fizeram um lançamento-surpresa do novo uniforme do clube. No último jogo do Bahia na temporada dentro da Itaipava Arena Fon-te Nova, o clube apresentou a camisa do novo fornecedor.

A ação foi “escondida” até mesmo dos jogadores do clu-be. Eles souberam que iriam jogar com a nova camisa no vestiário do estádio, onde foram recepcionados pelos familiares usando o novo uniforme. Para o torcedor, a camisa foi apre-sentada de forma diferente.

Após o time aquecer para a partida com o uniforme que era fabricado pela Nike, um ban-deirão foi estendido no campo com o desenho da camisa. O

time entrou em campo vestindo então uma camisa com os dizeres “Novo manto, novas histórias”.

O uniforme ficou disponível à venda já no estádio após a partida em que o Bahia venceu o Grêmio e manteve as chances de permanecer na Série A.

O novo contrato é por quatro anos. A assinatura é o maior legado em termos de marketing da gestão atual, que sairá no final do ano após mandato-tampão.

O Bahia antecipou para 30 de novembro o fim do acordo com a Nike, que iria até esse mesmo dia em 2015. Em agosto, fechou o acordo com a Penalty, que pas-sou a desenvolver os produtos.

O lançamento, mesmo com o time mal na tabela, é para apro-veitar as vendas de fim de ano.

Em ação secreta, Bahia revela Penalty apenas antes do jogo com Grêmio

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Adalberto Leister Filho é diretor de conteúdo da Máquina do Esporte

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Num momento em que o Comi-tê Olímpico Internacional procura fórmulas para diminuir o gigantis-mo da Olimpíada, os EUA acenam com boas perspectivas.

Ao contrário da evasão de candi-datas aos Jogos de Inverno de 2022, quatro cidades do país querem ser sede da Olimpíada de 2024.

Boston, Los Angeles, San Francis-co e Washington disputam no Usoc (Comitê Olímpico dos Estados Uni-dos) a indicação do país para sede dos Jogos de daqui dez anos. Se-

guindo orientação do COI contra gastos perdulários, todas se pronti-ficaram com um orçamento de US$ 5 milhões para a candidatura.

Os EUA não são sede dos Jogos de Verão desde Atlanta-1996, apesar de serem os maiores financiadores do Movimento Olímpico. A prin-cipal potência olímpica do mundo sinaliza que a austeridade financei-ra será uma nova tendência após orçamentos exorbitantes como os de Pequim-2008 (US$ 43 bilhões) e Sochi-2014 (US$ 50 bilhões).

A campanha americana, ainda as-sim, terá novos obstáculos. Thomas Bach, presidente do COI, defendeu compartilhar o evento entre dois países. Outra ideia é realizar pela primeira vez uma edição de Olimpí-ada na África. Os EUA, por sua vez, já sediaram oito vezes os Jogos.

Se a nova tendência é dar fim à me-galomania, o que poderia beneficiar os americanos, é também razoável ponderar que um evento que se pre-tenda mundial ainda não desbravou todos os cantos do planeta.

EUA enxugam orçamento olímpico, mas esbarram em normas do COI

POR DUDA LOPES

A agência brasileira Traffic ajudou o Barcelona a conseguir um novo patrocinador. A empresa levou a Baruel, dona da marca Tenys Pé, para o clube espanhol. Na sexta-feira, o jornal “Marca” publicou que o contrato havia sido fechado pela empresa N&N, de propriedade de Neymar, pai do jogador do Barcelona. Procurada pela reporta-gem, a N&N negou participação no negócio.

“Nós temos olhados o patrocínio local há um tempo e, como o Barcelona era o clube mais po-pular no Brasil, nos aproximamos dele”, afirmou o diretor comercial da Traffic, Ivan Martinho.

No último mês, a agência fez um evento com 40 empresas e o CEO do Barcelona, Antoni Rossich. O plano era apresentar meios de se obter um acordo local com o clube. Uma das marcas pre-sentes era a Baruel, fez negócio via Tenys Pé.

Interessada no mercado de patrocínios locais de clubes europeus com o Brasil, a Traffic se irritou com a informação divulgada na mídia europeia.

“Isso ainda é novo no Brasil e o primeiro contra-to é sempre o mais difícil. Por isso, não queremos que essa mentira se espalhe”, disse Martinho.

O executivo também contestou o valor de € 440 mil (cerca de R$ 1,4 milhão), afirmando não ser verdade, mas não disse, por contrato, qual seria o verdadeiro. O acordo com a Baruel é o primeiro feito pelo Barcelona com exclusividade para o mercado brasileiro. A empresa não gostou de a notícia ter vazado, já que o plano era anunciar o acordo em evento para a imprensa na próxima semana, junto com a Traffic; uma das questões que eram negociadas era a presença de Neymar.

O Barcelona tem acordo que abrange o Brasil com a Gillette, mas válido para a América Latina.

DA REDAÇÃO

Traffic leva patrocínio ao Barcelona e reclama de desencontro de informação

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POR ADALBERTO LEISTER FILHO

O tênis utilizou o modelo da NBA para criar a Liga Internacio-nal de tênis, evento milionário disputado na Ásia nos próximos dias. Inspirado na liga america-na de basquete, o torneio terá quatro franquias, que represen-tam cidades: Manila Mavericks, Cingapura Slammers, Micromax Indian Aces e Royals Dubai.

A iniciativa atraiu os maiores jogadores do mundo e astros já aposentados. Participam da disputa nomes como Novak Djokovic, Roger Federer, Serena Williams, Pete Sampras e An-dre Agassi. Bruno Soares, nas duplas, é o único brasileiro.

O torneio reabriu a disputa entre a ATP, a Associação dos Te-

nistas Profissionais, e os atletas. A cada ano, os jogadores têm pedido maior tempo para folga, alegando precisar descansar. A ATP diz que o pedido é uma desculpa para eles faturarem mais com torneios promocionais, como é a Liga Internacional.

O evento tem a Coca-Cola de patrocinador máster, além de apoios de Qatar Airways, FedEx, Head e Yahoo!, entre outras. Cada cidade investiu US$ 17,4 milhões para recrutar os melho-res jogadores do mundo. Os cachês por noite chegariam a US$ 1 milhão em alguns casos.

A queda de braço entre as partes se torna cada vez maior. Os atletas têm conseguido algumas regalias, e usam lesões

como a de Rafael Nadal, que abriu mão do torneio festivo, para pedir mais tempo de folga.

As equipes irão se enfrentar nas quatro cidades. A primei-ra etapa foi em Manila, neste fim de semana. Os seguintes irão ocorrer em Cingapura (2 a 4 de dezembro), Nova Délhi (6 a 8 de dezembro) e Dubai (11 a 13 de dezembro). A pre-miação será de US$ 1 milhão.

“Será espetacular. Em princí-pio ninguém acreditava nisso, espero que em 2020 possamos contar com mais quatro equi-pes, de China, Hong Kong, Indonésia e Japão”, afirmou o tenista Mahesh Bhupathi, ex-tenista indiano que dese-nhou o projeto do torneio.

Liga milionária de tênis vira novo tormento em relação atletas e ATP