RESPOSTA TÉCNICA

Título Tintura e tintura-mãe Resumo Informações sobre as diferenças e o modo de extração de tintura e tintura-mãe. Palavras-chave Extração; produção; tintura; tintura-mãe Assunto Fabricação de preparações farmacêuticas Demanda Qual a diferença entre tintura e tintura-mãe? Qual o método para se obterem as duas? Solução apresentada • Introdução Para alcançar sua ação medicinal, uma planta deve ser tratada de tal forma que se obtenham produtos derivados com ação específica. Com uma mesma planta, ou com a mesma parte da planta, pode-se preparar diversos derivados levando-se em consideração:

• O modo de preparação; • As propriedades físicas; • O aspecto; • As características organolépticas; • A concentração dos princípios ativos; • As propriedades farmacológicas; • Sua finalidade.

As diferentes formas de apresentação dos derivados das plantas medicinais podem classificar-se, além de outros métodos, nas formas de tintura e tintura-mãe. • Tintura

As tinturas são definidas como sendo preparações alcoólicas ou hidroalcoólicas resultantes da extração de drogas vegetais, minerais e animais ou da diluição dos respectivos extratos. Classificam-se em simples e compostas, conforme preparadas com uma ou mais matérias-primas: exceto quando prescrito diferentemente, 10ml de tintura simples corresponde a 1g da droga seca. O nome tintura provém de sua apresentação, pois as soluções extrativas contêm princípios ativos dotados de cor e vários pigmentos. Na preparação de uma tintura deve-se observar o estado do fármaco, a escolha do álcool de graduação e o método de extração empregado. Normalmente, utilizam-se as drogas

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vegetais para preparar tinturas. Raras vezes se escolhe o uso de drogas animais ou minerais. Utilizam-se, essencialmente, três processos para obtenção das tinturas: maceração, lixiviação e dissolução do extrato seco: Maceração: é o processo correntemente utilizado para preparar tinturas de drogas pouco ativas, devendo-se macerar 200g da droga em 1000 g de álcool durante 10 dias. Obtida a substância através da maceração, a solução alcoólica é espremida e filtrada. Lixiviação: é o processo recomendado para obter tinturas de drogas ativas. A droga pulverizada é umedecida com metade do seu peso em álcool, macerada em vaso fechado durante duas horas e, então, passada para o lixiviador, que enche-se de álcool. Nesse último período, deve-se macerar durante 24 ou 48 horas, sendo recomendado que a droga seja muito rica em gordura. A lixiviação conduz até o esgotamento total (ausência de cor ou de resíduo por evaporação) ou até que se obtenha um peso determinado de tintura. Normalmente, partindo-se de 100g de droga, procede-se a lixiviação até obter 1000g de tintura. Dissolução de extrato seco: A preparação de tinturas por dissolução do extrato é relativamente restrita, pois se perde uma das vantagens dessa forma farmacêutica, que consiste em não submeter a droga à ação do calor. As tinturas vegetais são preparadas à temperatura ambiente pela ação do álcool sobre uma erva seca (tintura simples) ou sobre uma mistura de ervas (tintura composta). A tintura simples corresponde a 1/5 do seu peso em erva seca, quer dizer que 200g de erva seca permitem preparar 1.000 g de tintura. Na maioria das vezes se utiliza um álcool a 60º G.L. • Tintura-mãe As tinturas-mãe são definidas como preparações líquidas resultantes da ação dissolvente de um veículo alcoólico sobre drogas de origem vegetal ou animal. São obtidas pela maceração em álcool de diferentes títulos, da planta fresca, da planta fresca estabilizada ou, raramente, da planta seca. Correspondem a 1/10 de seu peso em droga desidratada, com algumas exceções como a calêndula e o mirtilo que correspondem a 1/20. O título alcoólico das tinturas-mãe é geralmente de 45º ± 5 como é o caso da camomila e da aveia, ou de 65º ± 5, como é o caso da calêndula e da noz-vômica. As tinturas-mãe são mais utilizadas como forma galênica (as plantas não são mais usadas na forma de pó e sim em preparações, nas quais são usados solventes como álcool, água ou vinagre, e servem para conservar e concentrar os componentes ativos das plantas, sendo utilizadas para preparar ungüentos, emplastros e outras formas galênicas), na homeopatia. Para a preparação das tinturas-mãe devem ser observados alguns cuidados na hora da colheita, levando-se em consideração a parte da planta a ser utilizada:

• No caso das folhas, deve-se colher após o seu desenvolvimento completo, antes da

floração; • Basta misturar três partes de erva com sete de álcool de cereais (de milho ou de uva)

ou ainda seis partes do veículo (álcool de cereais) e uma de água destilada; • Socar a erva e em seguida, acrescentar o veículo na proporção descrita acima; • Deve-se vedar a solução e colocá-la em local escuro. Filtrar após 20 dias; • Mantê-las em vidro âmbar ou armários escuros.

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Conclusões e recomendações A tintura é uma extração alcoólica da substância, que será diluída e dará origem às dinamizações (seus “filhotes”) chamada de tintura-mãe. Entre as vantagens do uso da tintura podemos salientar a riqueza de princípios ativos, resistências às invasões microbianas e facilidade de medição posológica. A tintura-mãe contém as propriedades das ervas sintetizadas, por isso, duram muitos anos e tem o mesmo princípio das populares “garrafadas”. Fontes consultadas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DO SETOR FITOTERÁPICO, SUPLEMENTO ALIMENTAR E DE PROMOÇÃO DA SAÚDE – ABIFISA. Transformação das plantas medicinais. Disponível em: <http://www.abifisa.org.br/saibamais_historico.asp>. Acesso em: 09 jul. 2008. CÉSAR, Amarilys de Toledo. Preparo dos medicamentos homeopáticos. Homeopatia. Disponível em: <http://homeopatia.bvs.br/docs/callDoc.php?id=115&lang=pt%20...>. Acesso em: 09 jul. 2008. MEDICINA AVANÇADA DRª. SHIRLEY DE CAMPOS. Farmácia, bioquímica, fisiologia: tintura-mãe. Disponível em: <http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/1448>. Acesso em: 09 jul. 2008. SANTOS, Vivianne. Essência garantida: as tinturas mantêm os princípios ativos da substância extraída, resistem às invasões microbianas e facilitam a medição posológica. Hebron Atualidades. Disponível em: <http://www.hebron.com.br/Revista/n18/materia4.htm>. Acesso em: 09 jul. 2008. Elaborado por Luciana Domingues Fernandes Nome da Instituição respondente Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais - CETEC Data de finalização 09 jul. 2008