1.2 Uma Cultura Aberta à Cidade

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AULAS DE HISTÓRIA A - 10º ANO Módulo 1 / Unidade 1. O Modelo Ateniense 1.2 Uma cultura aberta à cidade Prof. Joaquim António Fernandes dos Santos

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AULAS DE HISTÓRIA A -10º ANO

Módulo 1 / Unidade 1. O Modelo Ateniense1.2 Uma cultura aberta à cidade

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1.2 Uma cultura aberta à cidade

1.2.1 As grandes manifestações civico-religiosas

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Uma cultura aberta à cidade• A cultura assegurava a unidade entre os gregos, que viviam

fragmentados em pólis dispersas;• A consciência dessa unidade espiritual levava os gregos a considerarem-

se helenos, distinguindo-se de todos os outros povos a que chamavam bárbaros, independentemente de provirem de um povo civilizado ou de uma tribo selvagem;

• A identidade cultural grega resistia aos próprios conflitos entre as cidades-estados e reforçava-se com os contactos culturais que resultavam das viagens entre cidades, feitas por poetas, pensadores, artistas e peregrinos;

• Atenas era um centro cultural que, graças à sua riqueza, atraía os mais sumptuosos espetáculos e cultivava a filosofia e o teatro;

• A religião deu um contributo fundamental para o reforço da identidade cultural dos gregos;

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As grandes manifestações cívico-religiosas-1

• O CULTO CÍVICO• Em toda a Grécia eram adoradas as mesmas

divindades mas, cada cidade tinha os seus cultos próprios venerando os deuses que eram considerados os protetores da sua cidade.

• Era aos cidadãos que era dada a função da organização do culto: realizar oferendas, velar pela manutenção dos templos e custear as festas religiosas. Este dever cívico tinha tanta importância como participar na política ou servir no exército.

• Em Atenas as festas em honra da deusa Atena Polias, a deusa da cidade, e de Dioniso, o deus do vinho, eram celebrações muito dispendiosas. Nesta Pólis eram os arcontes e outros magistrados que tinham as funções religiosas e os cidadãos mais ricos ajudavam a suportar as despesas.

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ATENA

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As grandes manifestações cívico-religiosas-2

• AS PANATENEIAS• No mês de Julho realizavam-se as Panateneias, festividades em

honra de Atena. As festividades tinham um cunho marcadamente cívico porque “ao glorificarem a deusa, valorizavam também a cidade que ela protegia, alimentando o sentimento de orgulho e de união do povo ateniense”.

• As grandes Panateneias eram realizadas de quatro em quatro anos com um luxo extraordinário. Para estas festividades chegavam participantes de toda a Grécia.

• Durante duas semanas havia concursos lírico-musicais, danças e provas desportivas. Terminavam com uma grande procissão em que tomavam parte todos os corpos cívicos, os sacerdotes e até os metecos, em cortejo ladeado por efebos a cavalo. Em Atenas saiam do Bairro Cerâmico, passavam pelo centro da cidade para levar à deusa sacrifícios e oferendas. À deusa Atena era oferecida a oferenda mais significativa um novo peplo que tinha sido bordado pelas donzelas das melhores famílias para vestir a deusa. O peplo era uma “peça de vestuário feminino misto de túnica e manto. O peplo que se ofertava à deusa Atena era tingido de açafrão e bordado com o tema do combate entre os deuses e os gigantes” . Este tema, da procissão está esculpido no friso do Parténon, de Fídias.

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Friso do Pártenon (pormenor)

peplos

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As grandes manifestações cívico-religiosas-3

• AS GRANDES DIONISÍACAS• Celebrações dramáticas ocorriam em Março, quando a

vinha despontava, em honra de Dioniso, o deus do vinho e da fertilidade. Depois de uma procissão, no primeiro dia, seguiam-se as representações preparadas pelos mais altos magistrados. Estas festividades duravam seis dias e os seus rituais deram origem ao teatro.

• De manhã à noite, sucediam-se as representações: no segundo dia, um cortejo solene levava a estátua de Dioniso para o recinto das representações, a seguir os ditirambos, declamações líricas apresentadas por um coro, no terceiro, as comédias e nos restantes as tragédias. Nos últimos três dias das festividades, no século VI a. C. coros e danças eram já verdadeiras representações dramáticas.

• Todos os atenienses podiam assistir às representações, feitas por homens dado que os papéis femininos eram também eles, representados por si. Os Atores usavam máscaras com expressões faciais exageradas. Calçavam igualmente umas botas de couro, com uns grandes saltos, apertadas nos joelhos por cordões.

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As grandes manifestações cívico-religiosas-4• Os teatros eram localizados nos flancos das colinas e podiam

levar até 14 mil espectadores. Na primeira fila sentavam-se os sacerdotes e magistrados. Paralelamente ao culto sagrado havia competitividade. Os autores (poetas) que desejavam competir tinham que submeter primeiro as suas obras à autoridade, Archon, que escolhia uma das três peças (trilogia), apresentadas a concurso. Era assim, escolhida uma trilogia por cada autor para ser representada. A cada poeta era atribuído um ator principal e um patrono, o Coregos, um homem abastado que tinha como dever cívico pagar a produção. Os atores eram pagos pelo Estado. Um júri nomeava um vencedor que recebia algum dinheiro e uma coroa de hera. O seu nome era também distinguido no livro de honra da cidade com a respetiva inscrição.

• O teatro é dos edifícios que teve maior evolução. Inicialmente era formado por grades de madeira que se instalavam na encosta de uma colina para acolher rituais religiosos. A mudança de significado das representações artísticas fez com que passassem a ter bancadas de pedra escavadas nas encostas levando ao melhoramento das condições acústicas e de visibilidade, entre outras.

• Já na Grécia Antiga havia benefícios fiscais: o Corego que financiasse uma das produções não pagava impostos nesse ano. Ainda hoje são representadas as peças trágicas nas grandes companhias de teatro, de autores da tragédia antiga: Ésquilo (525-456 a. C.), Sófocles(c.496-406 a. C.) e Eurípides(c.480-406 a. C.). Estes autores eram naturais de Atenas e considerados os mais importantes da tragédia antiga.

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Teatro de Dioniso (Atenas)

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• Por estarem enquadradas em festividades religiosas as peças representadas tinham um pendor de moral realçando “a sujeição do Homem aos deuses e aos seus desígnios. Mas, se se mostra incapaz de contrariar o destino que os deuses lhe traçaram, o herói das peças trágicas luta e sofre dignamente, revelando toda a grandeza da alma humana” (3).

• A comédia integrou mais tarde estas festividades, ocupam-se da sátira social (hábitos, modas vícios, etc.). Incitavam ao riso e à boa disposição mas sempre com um fim moralizante. Destaca-se como um dos maiores autores cómicos: Aristófanes (450-386 a. C.).

• O teatro é considerado “uma das mais originais criações do génio grego”, rapidamente se espalhou a todo o mundo helénico e continua na actualidade a ser um símbolo de grande manifestação cívica e religiosa.

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Máscaras do teatro grego

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OS JOGOS PAN-HELÉNICOS• Os grandes concursos pan-helénicos são os que

oferecem melhores condições para que a colaboração entre as várias cidades aconteça. Constituíram um elemento de congregação que ultrapassava as barreiras políticas e exigia a paz temporária entre as cidades. Os jogos aparecem como um fator de união entre todos os gregos e revelam a importância que era concedida ao desenvolvimento do corpo e do espírito. Os jogos apresentam-se com um aspeto simultaneamente cívico e religioso.

• Eram numerosos os santuários, sendo os mais famosos o de Delfos, o de Olímpia, o de Nemeia e o de Corinto. Realizavam-se em todos eles com regularidade competições artístico-desportivas de carácter religioso: os jogos.

• Os jogos mais importantes eram os olímpicos, mas também eram importantes os píticos, celebrados em honra de Apolo, em Delfos, também de quatro em quatro anos, não coincidentes com os Olímpicos, caracterizavam-se por terem como origem concursos musicais e, só mais tarde, acumularem festas desportivas. Os vencedores eram premiados com uma simples coroa de louros. Havia ainda os Jogos Nemeus, em Nemeia e os Ístmicos, em Corinto. A realização dos Jogos permitiu aos Gregos a tomada de consciência da sua cultura comum.

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OS JOGOS OLÍMPICOS-1

• Estes jogos, realizados de quatro em quatro anos eram celebrados em honra do deus Zeus, no santuário de Olimpo. Eram os mais antigos de todos, datando de 776 a.c . Na altura da sua realização proclamavam-se tréguas sagradas que interrompiam os conflitos locais em toda a Grécia. Tinham a duração de cinco dias, concentrando-se, nos dois primeiros dias, atos religiosos e, nos outros, provas desportivas. Competia-se: a corrida de velocidade, a luta, o salto, o lançamento do disco e do dardo- Pentatlo. No hipódromo realizava-se a corrida de quadrigas. Podiam competir homens e adolescentes livres, de pura ascendência grega, pois era exigida aos atletas a comunhão dos mesmos valores cívicos e religiosos. Podiam assistir bárbaros, escravos ou raparigas solteiras, mas as casadas nem podiam entrar no recinto das festas.

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Estátua de zeus olímpico (reconstituição)

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OS JOGOS OLÍMPICOS -2

• No fim, realizava-se uma procissão e um banquete onde os vencedores eram proclamados. O prémio recebido era uma coroa de ramos de oliveira brava. Era considerada “uma coroa de Glória, já que as respetivas vitória eram perpetuadas na poesia, na pintura e na escultura, o que os fazia ascender à categoria de heróis e usufruir de honras múltiplas, aquando do regresso à sua cidade” .

• A importância das Olimpíadas foi tal que vieram a ser usadas como calendário pan-helénico. A partir do cálculo do seu início em 776 a. C., contavam-se de quatro em quatro anos, correspondendo às grandes festividades.

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1.2.2 A educação para o exercício público do poder

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A EDUCAÇÃO PARA O EXERCÍCIO PÚBLICO DO PODER -1

• O conceito de cidadania tem raízes no modelo ateniense que apresenta a cultura como meio de assegurar a unidade. Atenas aparece como um centro cultural permitindo manifestações cívico-religiosas e a educação para o exercício da cidadania.

• Na Grécia clássica o termo Cidadania designava os direitos relativos ao cidadão, ao indivíduo que vivia na cidade e participava ativamente nos assuntos desta. Parece que Cidadania se referia a todo um conjunto de implicações que decorriam na vida em sociedade. Hoje Cidadania não se refere somente a este conceito mas também a um conjunto de valores sociais associados a deveres e direitos do cidadão.

• Numa sociedade aberta, para ensinar os jovens, e para uma boa educação, era necessário que estes se convertessem em homens cultos, corajosos, sensíveis ao belo e, sobretudo, empenhados na vida política da cidade.

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A EDUCAÇÃO PARA O EXERCÍCIO PÚBLICO DO PODER -2

• As crianças eram educadas pela mãe, no gineceu até aos sete anos. A partir dessa idade eram orientadas para os papéis e para as tarefas que mais tarde iriam assumir na sociedade. As raparigas ficavam em casa, onde aprendiam todos os deveres que competiam à mulher e os rapazes iam à escola e preparavam-se para ser cidadãos.

• O estado não interferia na educação dos jovens, deixando-a ao critério dos pais. Recomendava, apenas, que aprendessem a nadar, a ler, a escrever e a praticar exercício físico. Os mais pobres contentavam-se com estes conhecimentos, mas todos os que podiam fazer, seguiam um programa de estudos bastante mais alargado.

• O currículo era constituído basicamente pela aprendizagem da leitura, da escrita e da aritmética. Logo que dominavam estes conhecimentos, o mestre, iniciava os seus alunos nos poemas de Homero e de Hesíodo, que deveriam recitar de cor. A recitação tinha a finalidade de tornar as façanhas dos heróis, um exemplo para os jovens, ensinando-lhes a coragem e a honra e fazer com que a harmonia e o ritmo penetrassem na alma do aluno, tornando-o num apreciador de coisas belas. A poesia era sempre acompanhada de música.

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A EDUCAÇÃO PARA O EXERCÍCIO PÚBLICO DO PODER -3

• Os jovens mais abastados eram seguidos por um pedagogo, normalmente um escravo culto que os acompanhava nos trabalhos escolares. A educação intelectual era sempre complementada com a preparação física que estava ao cargo do pedotriba. Exercitar o corpo e a alma era considerado tão necessário como desenvolver a mente, pois o cidadão tinha um serviço militar a cumprir e deveria estar pronto para defender a sua pólis sempre que necessário. O desenvolvimento integral do indivíduo não pode desprezar nenhuma destas duas componentes. A preparação física continuava a partir dos quinze anos, em escolas próprias, os ginásios.

• Nos ginásios ensinavam-se também a Matemática e a Filosofia, isto é, a “procura da sabedoria” e domínios como a ciência, a moral, a religião e a governação política.

• A educação do cidadão completava-se no exercício da vida cívica, através da participação nas assembleias, do exercício das magistraturas ou de discussões na ágora. Caso pretendessem aprofundar os seus conhecimentos, os atenienses podiam fazê-lo junto de um mestre conceituado pela sua sabedoria.

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A EDUCAÇÃO PARA O EXERCÍCIO PÚBLICO DO PODER -4

• Ao longo do século V a.C., surgiram os sofistas, professores que andavam de cidade em cidade, fazendo conferências e dando aulas, das quais se faziam pagar. Os sofistas deslumbravam os jovens com as suas lições, defendiam um saber enciclopédico e empenhavam-se no desenvolvimento do espírito crítico e da facilidade de expressão. Estes eram poucos escrupulosos, preocupavam-se mais em ensinar a “arte de convencer”, do que com a formação moral dos jovens. Por isso, durante muito tempo, os sofistas eram vistos como pessoas pouco retas, arrogantes e superficiais.

• Hoje, reconhecemos o quanto importante foram para a criação de uma nova ordem de estudos e para o conhecimento do ser humano, como indivíduo e como ser social.

• Pode-se concluir que a democracia ateniense limitava o direito à cidadania pois apenas os rapazes eram preparados para serem cidadãos e estavam excluídos as mulheres, os metecos e os escravos.

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1.2.3 A arquitetura e a escultura, expressão do culto público e da procura da harmonia

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A arquitetura 1• Foi na arquitetura religiosa que os

gregos investiram, na antiguidade, os projetos mais minuciosos e os materiais mais ricos (geralmente o mármore);

• Segundo o espírito clássico, proporção e harmonia distinguiam as coisas belas;

• A base construtiva que utilizavam era de uma grande simplicidade, mas extremamente racional: partia de um sistema trilito (três pedras) organizado em dois suportes verticais (colunas) ligados por uma laje horizontal (a arquitrave)

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A arquitetura 2• Para os gregos, a perfeição era

garantida por regras matemáticas;

• Esta ideia levou à criação de ordens arquitetónicas que definiam as medidas exatas de cada um dos elementos do edifício;

• Distinguem –se três ordens: dórica , mais antiga e mais sóbria, a jónica , mais leve e graciosa e a coríntia , pouco utilizada pelos gregos, era uma variante da ordem jónica .

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A arquitetura 3• As três ordens diferenciam-se

rapidamente pelas colunas:• A coluna dórica é mais robusta e

sólida, não tem base, o fuste tem caneluras de aresta viva e termina num capitel com moldura simples;

• A coluna jónica é mais elegante e leve, tem base, as estrias do fuste são arredondadas e o capitel desenvolve-se em volutas;

• A coluna coríntia , utilizada sobretudo no período helenístico e depois da conquista romana, tem como principal característica um capitel decorado com folhas de acanto.

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A arquitetura 4• As ordens arquitetónicas também

se distinguem no tratamento dado à arquitrave e ao friso:– No friso dórico alternam

tríglifos e métopas;– O friso jónico desenvolve-se

de forma contínua.• A cobertura dos templos fazia-se

com um telhado de duas águas, o que criava, nos lados mais pequenos, um triângulo de suporte, o frontão, que, juntamente com o friso, era valorizado com magníficas esculturas.

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A arquitetura 5• A planta dos templos era muito

simples, uma vez que eles eram concebidos para guardar a estátua da divindade, deixando as cerimónias religiosas para um altar exterior;

• Eram normalmente retangulares, com uma antecâmara (pronaos), uma sala grande onde era colocada a estátua (naos ou cella) e outra mais pequena, onde se guardavam as oferendas (opistodomo);

• As construções circulares (tholos) também existiam, mas eram raras e constituíam uma exceção.

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A arquitetura 6

• As entasis eram correções óticas introduzidas pelos arquitetos nas linhas direitas dos templos, por forma a conferirem-lhes uma perfeita simetria.

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A arquitetura 7

• Depois das guerras com os persas, a acrópole de Atenas foi reconstruida , daí resultando um conjunto monumental único pela sua beleza:– O Pártenon, dedicado a

Atena; – O Erectéion, consagrado a

Atena e Posidon;– O santuário de Atena Niké.

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A escultura 1

• Os deuses, que os gregos imaginavam semelhantes ao homem, para além de honrados com as mais belas construções, eram-no também com as mais belas estátuas;

• Os escultores procuravam representá-los através de corpos perfeitos, obtidos pela conjugação de elementos tirados de vários modelos;

• A valorização do corpo humano e a procura de uma beleza física ideal estava presente em praticamente todas as obras escultóricas, representassem deuses, jovens atletas ou personalidades da política ou da cultura;

• A escultura grega era idealista, pois raramente respeitava os traços fisionómicos do retratado. Contudo, mesmo quando o tentava fazer, procurava retocar-lhe as imperfeições e dar ao rosto uma expressão serena e contemplativa;

• À semelhança do que aconteceu na arquitetura com o rigor das proporções, também o idealismo escultórico levou os artistas a procurar a fórmula exata da beleza. O escultor Policleto definiu as proporções que se tornaram cânone (modelo) nas suas obras, nomeadamente no Dorifero (portador de lança), Dorífero (c. 450 a.c)

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A escultura 2

• A escultura evoluiu desde os Kuroi (rapazes), ainda muito influenciados pela rigidez da arte egípcia, evoluíram para obras-primas de naturalidade e movimento, como o discóbolo de Míron (490-430 a.C)

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Escultura egípcia Kouros e Koré

Discóbolo de Míron

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A escultura 3

• Fídias é o escultor que mais se identifica com o apogeu da arte grega;

• Concebeu toda a decoração escultórica do Partenon

• Realizou também a estátua criselefantina de Atena

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A escultura 4

• O exemplo de Fídias foi muito seguido por muitos outros escultores, como foi o caso de Calímaco (séc. V a.C)e Praxíteles (séc. IV ac, seguiram diretamente os seus modelos

• Ambos fizeram evoluir a figura feminina, que Praxíteles representou, pela primeira vez, nua, numa famosa estátua de afrodite.

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A Pintura• Parece que a escultura grega era

avivada com pintura de cores variadas, destinada a realçar o desenho ou a dar mais realismo às figuras (vestuário, olhos, lábios, músculos), cobrindo com cores a brancura do mármore.

• Embora não tenham chegado até nós as grandes obras da pintura grega, é pelos vasos de cerâmica de uso diário que a conhecemos. Para os gregos, mesmo as coisas úteis , tinham de ser belas.

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