1208 reconfigurando a sala de aula em ambientes virtuais

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Reconfigurando a sala de aula em ambientes virtuais de aprendizagem Vera Menezes (UFMG / CNPq / FAPEMIG)

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Reconfigurando a sala de aula em ambientes virtuais de

aprendizagem

Vera Menezes (UFMG / CNPq / FAPEMIG)

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Reconfigurando a sala de aula em ambientes virtuais de aprendizagem

Aluna: Carolina Chaves

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Introdução

A falta de autonomia do aprendiz é alvo de reclamações . Confunde-se autonomia como realizar tarefas designadas pelo professor e não como uma busca por oportunidades de aprendizagem além da sala de aula.

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• Os padrões de ensino, que oferecem pouca atenção às experiências individuais fora da sala de aula , se repetem no mundo virtual com o advento do ensino online.

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• A literatura sobre ensino online sempre ressalta a interação e a colaboração (aprender com o outro) como características positivas.

• As teorias de aprendizagem que dão suporte aos cursos online, também privilegiam a interação e, dentre elas duas ganham destaque nesse trabalho: a teoria da atividade e a teoria construtivista.

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Teoria da Aprendizagem e Teoria Construtivista

• Ambientes de aprendizagem baseados nessas teorias auxiliam no desenvolvimento da autonomia do aprendiz, uma vez que, o aprendiz constrói significado de forma ativa e determina como prosseguir com base em suas necessidades individuais.

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• Benson (2005) ao discutir a questão da autonomia no contexto da aprendizagem por tecnologia da informação, propõe duas perguntas:

1. Que oportunidades a tecnologia da informação oferece aos alunos em termos de escolha e controle?

2. De que forma a tecnologia da informação ajuda os aprendizes a tirar vantagem dessas oportunidades.

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IngRede: uma disciplina de leitura em inglês

• Essa disciplina online de leitura instrumental nasceu de uma vocação coletiva, de diversas universidades, para a colaboração.

• A professora Kátia Tavares foi a responsável pelo desenho pedagógico da disciplina .

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• Todo material elaborado foi reunido em um CD-ROM com aulas e atividades voltadas para o desenvolvimento de estratégias de leitura.

• Júnia Braga observou a necessidade de planejar um segundo nível envolvendo a consolidação de estratégias de leitura e, compreensão de aspectos linguísticos e discursivos.

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Experiências individuais e colaborativas com o uso do

IngRede

• Âmbito individual: CD-ROM com atividades de leitura de textos de interesse geral e conteúdo específico das áreas de interesse.

• Âmbito colaborativo: biblioteca virtual, glossário de termos técnicos e fórum de discussão.

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Autonomia no IngRede

• O IngRede proporciona um aumento no grau de autonomia do aprendiz, pois ele tem total liberdade e controle para trabalhar sozinho com o material do CD-ROM ou com o material da internet. O aluno escolhe diferentes percursos para atingir os objetivos do curso.

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Retomando as perguntas de Benson: IngRede

• O IngRede (curso assíncrono) oferece ao aprendiz dois tipos de tecnologia: o CD-ROM e o material na web. O aluno pode optar por trabalhar com uma delas ou ambas.

• Os alunos constroem uma biblioteca virtual e um glossário colaborativo e assumem o controle de suas rotas de aprendizagem.

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Grupo Fractalizado

• Mandelbrot (1982) desenvolveu o conceito de fractal:

“Formas compostas de estruturas similares em escalas diferentes. O processo fractal abarca toda a estrutura em termos das ramificações que a produzem.”

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Formato do Grupo Fractalizado

•Para ministrar a disciplina Dimensões Comunicativas (prática de ensino) optou-se por uma formato fractalizado da sala de aula. Dessa forma, as aulas foram ministradas na língua de habilitação do aluno.•O que diferenciava os alunos era a língua, a qual, cada um utilizava para executar as tarefas.

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• Um grupo composto por 50 alunos foi dividido de acordo com suas habilitações (Inglês, Espanhol e Português) em pequenos grupos de 3 a 5 participantes.

• Os participantes interagiam num ambiente online onde desenvolviam tarefas colaborativas sem a intervenção direta do professor.

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• Os alunos utilizaram uma lista de discussão de seu grupo para:

1. Postar contribuição individual; 2. Discutir as contribuições; 3. Postar contribuições coletivas para

um forúm (essa contribuição recebia feedback dos professores e de outros membros).

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Retomando as perguntas de Benson: Grupo Fractalizado

• O design de grupos fractalizados permite que:

A. Os alunos possam escolher textos e materiais na língua de sua habilitação;

B. Exercem total controle sobre o gerenciamento do tempo e da tarefa;

C. Desenvolvimento de relações de colaboração, interdependência e reciprocidade.

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Complexidade e Aprendizagem

• Tanto o IngRede como o Grupo Fractalizado inseriu os alunos em ambientes de ensino bastante diferentes dos que eles estavam habituados, produzindo perturbações e instabilidades.Todavia, os alunos se auto- organizam e se adaptam a essas novas condições.

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Sistema complexo adaptativo dinâmico

• É um sistema aberto que envolve elementos ou agentes que interagem entre si, em constante adaptação com o ambiente e otimizam possíveis benefícios que assegurem sua sobrevivência.

• O sistema é suscetível a mudanças que resultam de feedback, adaptando-se, assim, ao novo ambiente e aprendendo através da experiência.

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• Características como diversidade e dispersão do controle se configuram como condições que favorecem a emergência de novos padrões nos grupos observados.

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Sistema complexo adaptativo dinâmico no contexto educacional

• A distribuição do controle pode influenciar positivamente a experiência educacional online, uma vez que ela prioriza a comunicação entre os pares, bem como a construção coletiva de significado.

• Novos padrões emergem nesses novos ambientes.

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Complexidade adaptativa dinâmica nos grupos fractalizados

• A interação em pequenos grupos promoveu oportunidades de negociação dentre os membros de cada grupo e, consequentemente, maior igualdade de participação.

• Os alunos conseguiram propor e aderir regras de gerenciamento como veremos no exemplo a seguir:

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• “Sinto que estamos precisando conversar um pouquinho mais sobre nosso grupo. O que vocês acham de fazermos um rodízio de liderança no grupo, de modo que cada semana um fique responsável por consolidar e enviar a tarefa?”

(Exemplo 1)

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• A distribuição do controle possibilitou a emergência de uma liderança e o reconhecimento da diversidade interna do grupo, ou seja, um processo dinâmico presente nos sistemas complexos adaptativos.

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• A diversidade esteve presente nas ferramentas tecnológica oferecidas como a lista de discussão.

• A liderança descentralizada e a diversidade de idéias favoreceram também a mobilização de competências: negociações de significado, convergência e divergência de idéias bem como o engajamento mútuo entre os aprendizes.

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“ E aí, Anne? Você não gostou? Para que possamos fazer um trabalho maduro e transparente, precisamos comunicar umas com as outras e nunca deixarmos passar nada.”

(Exemplo 8 – manifestando divergência com o colega.)

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Complexidade adaptativa dinâmica no IngRede

• O curso de leitura online possibilitou uma customização, característica essa, que permitiu aos alunos tirarem o maior proveito das oportunidades de escolha e controle oferecidos pelo uso da tecnologia.

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“Fiquei mais atraída pelo conteúdo do CD e resolvi aprender mais com ele, a bússola e o alto mar. Acho que me sinto melhor estudando sozinha e verificando os links disponíveis da internet do que discutindo no fórum.”

(Exemplo 10 – autonomia.)

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• A interatividade possibilitou que os alunos usufruíssem de constante feedback automático das atividades. Os sistemas são sensíveis a feedback e sua evolução emerge das múltiplas ralações com seus componentes e da constante retroalimentação que essas relações propiciam.

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“ Nas unidades iniciais eu não apresentei grandes dificuldades em geral, os exercícios ajudam você fixar melhor o que foi lido, e a vantagem é que logo tem a resposta, e assim você já vê se está correto, ou se precisa mais atenção a certos pontos lidos.”

(Exemplo 13)

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• Em ambas as experiências educacionais online , aos alunos foi disponibilizado a escolha em um contínuo que ia da não-interação à alta colaboração.

• A diversidade promoveu para alunos de diferentes estilos de aprendizagem e graus de autonomia.

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• A assincronia dos cursos permitiu que o sistema de aprendizagem se auto-organizasse sem restrições de tempo e espaço.

• Nos dois cursos, os alunos puderam fazer escolhas e controlar o próprio percurso de aprendizagem.

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Conclusão

• A aprendizagem pode acontecer em ambientes com e sem a interação, mas ela não acontecerá se não houver ação por parte do aprendiz.

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• Retomando a primeira pergunta de Benson:

a disperção do controle propiciado pelas novas configurações da sala de aula no ambiente virtual, configura-se como uma condição que favorece a aprendizagem individual e/ou coletiva.

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• Retomando a segunda pergunta de Benson:

1. A aprendizagem online valoriza a cooperação, a colaboração;

2. A diversidade de oportunidades na rede pode favorecer estilos diferentes de aprendizagem (alunos que preferem trabalhar individualmente).

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• As autoras concluem que devem concordar com Benson, já que o mais importante não é as características da tecnologia, mas as característica das atividade nas quais a tecnologia tem um papel.

• Quanto mais diversificadas forem as opções, melhor será o ambiente de aprendizagem.