1288885418 Estudo de Caso de Enfermagem - Pediatria
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Daniela Tavares Estudo de Caso
O lactente com Bronquiolite e Pneumonia
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INTRODUO
O presente documento reporta-se ao estudo de caso de um lactente com o diagnstico
mdico de bronquiolite e pneumonia, internado no Servio de Pediatria. Assim, este estudo visa
a criana como um ser biopsicossocial em crescimento e desenvolvimento e, como tal, deve ser
atendida em toda a sua individualidade, nas suas necessidades bsicas de nutrio, educao,
socializao, afectividade e no somente em relao patologia actual.
Os principais objectivos deste trabalho so: aprofundar os conhecimentos acerca do
lactente e respectiva patologia, atravs da explorao, descrio e explicao da situao em
anlise, assim como o desenvolver de um processo de enfermagem, que compreende a aplicao
das cinco etapas inerentes ao mesmo. Desta forma, este mtodo de ensino permite que os
conhecimentos e as aptides adquiridas sejam passveis de serem aplicados em situaes
futuras.
De facto, este estudo tem ainda como finalidade promover a integrao na vida
profissional, contribuindo para a sistematizao e organizao dos diferentes cuidados de
enfermagem, assim como o incentivo a uma reflexo acerca do desempenho na globalidade do
estgio, e em particular, em relao ao estudo de caso elaborado.
A estrutura do presente documento compreende: a descrio e fundamentao terica do
caso em estudo (definio das patologias, fisiopatologia, etiologia, sintomatologia, diagnstico,
tratamento e preveno), seguida do processo de Enfermagem (resumo do caso clnico, colheita
de dados, anamnese, plano de cuidados, e por ltimo uma reavaliao e anlise do plano e do
conjunto de cuidados prestados), por fim uma concluso que inclui uma reflexo crtica acerca
do desempenho presente neste trabalho.
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1. ESTUDO DE CASO
1.1 DESCRIO E FUNDAMENTAO DA ESCOLHA DO ESTUDO DE CASO
O presente trabalho relata o estudo de um caso real, de um lactente de 9 meses de idade,
com o diagnstico mdico de bronquiolite e pneumonia.
A opo deste caso para anlise resulta da curiosidade acerca das patologias diagnosticadas,
uma vez que so de elevada prevalncia no seio da sociedade peditrica actual, com as quais
somos constantemente confrontados, sendo por isso importante aprofundar os conhecimentos
acerca das mesmas, para uma melhor e maior eficcia na prestao de cuidados de enfermagem.
No entanto, importante referir que os aspectos abordados ao longo de todo o documento
so adaptados e especficos para o caso em estudo.
1.2 INFECES RESPIRATRIAS
As infeces do tracto respiratrio so descritas de diversas formas, de acordo com as
reas gerais de envolvimento nas infeces mais comuns. O tracto respiratrio superior consiste
principalmente do nariz e da faringe. O tracto respiratrio inferior consiste dos brnquios, dos
bronquolos e dos alvolos. As infeces tendem a disseminar-se de uma estrutura para a outra,
em virtude da natureza contgua da mucosa que reveste todo o tracto. (WONG: 2003)
Segundo BAG (2007) as infeces respiratrias agudas (IRA) representam uma das
principais causas de morbi-mortalidade na infncia, principalmente, nos pases em
desenvolvimento. As IRA so um dos principais problemas de sade pblica em pediatria,
constituindo a principal causa de doena em menores de 5 anos, tanto em pases desenvolvidos,quanto nos pases em desenvolvimento.
Conquanto o nmero de episdios de IRA na infncia seja semelhante para crianas dos
pases desenvolvidos ou em desenvolvimento, as infeces das vias areas inferiores (IVAI) so
mais frequentes e mais graves nos pases em desenvolvimento, particularmente as pneumonias
que podem ser responsveis por 70 a 90% dos bitos por IRA na infncia. A maior frequncia
de formas graves e mortalidade por IRA, nomeadamente por pneumonia, nos pases pobres, est
relacionada com factores socioeconmicos e culturais: maior dificuldade de acesso aos servios
de sade, baixa cobertura vacinal, baixo peso ao nascer, desmame precoce, desnutrio, baixo
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nvel de instruo materna, prematuridade, tabagismo passivo, poluio ambiental, ms
condies habitacionais e colonizao precoce da orofaringe por bactrias patognicas.
A experincia de diversos trabalhos realizados em vrios pases permite concluir que a
deteco precoce dos casos, o tratamento com antibiticos, a educao das famlias,
especialmente das mes, para gerncia das IRA e outras medidas de acompanhamento pode
reduzir em at 50% a mortalidade por estas doenas e racionalizar o tratamento. (BAG: 2007)
Assim, relacionando com o caso em estudo, a abordagem terica deste trabalho centrar-
se- nas patologias diagnosticadas, nomeadamente, na bronquiolite e pneumonia viral.
1.3 BRONQUIOLITE
Segundo WONG (2003) a bronquiolite uma infeco viral aguda, com efeito mximo
ao nvel bronquiolar. A infeco ocorre principalmente nos meses de outono-inverno e, por
vezes, na primavera, sendo rara em crianas com mais de 2 anos de idade. De acordo com
VERGANI (2009) factores genticos e ambientais, como o fumo do tabaco, contribuem para a
gravidade da doena. Alguns estudos sugerem que existe uma predisposio gentica
bronquiolite.
A mortalidade relativamente baixa, entre 1 e 2% dos casos internados, mas nas crianas
com doenas prvias como cardiopatias congnitas, displasia broncopulmonar e
imunodeficincias a letalidade pode chegar a 37%. (MARCONDES: 2004)
MEISSNER (2003) afirma que os factores de risco para gravidade e complicaes da
bronquiolite so: baixo peso ao nascer, gemelaridade, prematuridade (idade gestacional
inferior a 37 semanas), doena pulmonar crnica (displasia broncopulmonar, fibrose cstica,
anomalia congnita), cardiopatia congnita, imunodeficincia, doena neurolgica, alterao
anatmica de vias areas, exposio ao fumo do tabaco, frequentar infantrios ou escolas.
1.3.1 Fisiopatologia
A mucosa dos bronquolos encontra-se, geralmente, edemaciada e com o lmen repleto
de muco e exsudado; as paredes dos brnquios e bronquolos esto infiltradas por clulas
inflamatrias; e a pneumonite intersticial peribronquiolar est usualmente presente. Os graus
variveis de obstruo produzidos nas pequenas passagens areas, por todas estas alteraes,
levam a hiperinsuflao, enfisema obstrutivo, resultado da obstruo parcial, e areas de
atelectasia em placa. A dilatao das passagens brnquicas na inspirao permite espao
suficiente para a entrada de ar, mas o estreitamento das passagens na expirao impede que o ar
saia dos pulmes. Assim, o ar represado distalmente obstruo e causa hiperinsuflaoprogressiva (enfisema). (WONG: 2003)
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1.3.2 Etiologia
Segundo BAG (2007), o agente etiolgico mais frequente da bronquiolite no lactente o
vrus sincicial respiratrio (VSR). Desta forma, a bronquiolite viral uma doena sazonal,
seguindo a distribuio sazonal do VSR. Em pases de clima frio, a estao do VSR o inverno.
Outros agentes, menos frequentes, so o adenovrus, o vrus parainfluenza, o vrus
influenza A, o enterovrus, o citomegalovrus e bactrias atpicas (Mycoplasma pneumoniae,
Chlamydia trachomatis e Chlamydia pneumoniae, Ureaplasma urealyticum).
Os agentes etiolgicos citados so intracelulares e iniciam a infeco pelas vias areas
superiores, e, se no forem restritos pelos mecanismos imunolgicos do utente, progridem em
direco s vias areas inferiores, atravs de transmisso por contiguidade, de clula a clula,
causando um processo inflamatrio em toda a via area condutora.
O mtodo de transmisso ocorre por via area, por meio de gotculas de saliva ou por
contacto com secrees contaminadas.
1.3.3 Sintomatologia
Os sinais e sintomas iniciais da bronquiolite so de infeco da via area superior como
rinorreia copiosa, obstruo nasal e tosse. Em 2/3 dos casos ocorre febre que pode ser mais alta
(> 39C), mais comum na vigncia de adenovrus. A criana apresenta anorexia e irritabilidade,
mas com bom estado geral, o que diferencia das infeces bacterianas. Aps 3 a 7 dias do incio
do quadro so observados sintomas como taquipneia, sibilncia, expirao prolongada e
estridor, indicando um quadro obstrutivo da via area inferior.
Pode ocorrer apneia em algumas crianas, particularmente os prematuros e os menores de
2 meses de idade.
Ao exame fsico, observa-se taquipneia, retraco subcostal e intercostal, supraclavicular,
adejo nasal e gemido expiratrio. inspeco, o trax apresenta-se hiperexpandido e comaumento do dimetro ntero-posterior. O hipertimpanismo aparece percusso pulmonar e,
auscultao, roncos, sibilos e estridor podem estar presentes. Nos casos mais graves, os sibilos
podem no ser auscultados se a passagem de ar pela via area estiver muito diminuda.
Conjuntivite, rinite e otite mdia aguda podem frequentemente acompanhar os quadros de
bronquiolite. (VERGANI: 2009)
1.3.4 Diagnstico
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Segundo WONG (2003) o diagnstico da bronquiolite feito com base nas manifestaes
clnicas, na idade da criana, na estao do ano e na epidemiologia da comunidade. A
bronquiolite comea com uma infeco respiratria simples, com secreo nasal serosa, a qual
pode estar acompanhada por febre branda. A criana desenvolve, gradativamente, angstia
respiratria crescente, com taquipneia, tosse paroxstica e irritabilidade. Pode haver sibilncia.
As radiografias do trax mostram hiperaereao e reas de consolidao, as quais so difceis de
diferenciar da pneumonia bacteriana. As crianas podem apresentar dispneia considervel, mas
no exibem o aspecto txico das crianas com infeces bacterianas.
A apneia pode ser o primeiro indicador reconhecido da infeco por VSR em lactentes
muito jovens. A doena grave pode ser seguida por um aumento da presso arterial de dixido
de carbono (PaCO2) (hipercpnia), levando acidose respiratria e hipoxmia. A identificao
positiva do VSR realizada por ensaio imunoabsorvente ligado enzima (ELISA) ou por
anticorpo imunofluorescente rpido (IFA) a partir da aspirao directa das secrees nasais ou
de lavados nasofarngeos.
Diagnstico Diferencial
A bronquiolitepode ser confundida com uma variedade de afeces agudas e crnicas. A
infeco das vias areas superiores um diagnstico diferencial que pode ser rejeitado
auscultao, uma vez que no se encontra expirao prolongada, sibilos e estridor nessa
condio. Pneumonia, aspirao de corpo estranho, doena cardaca congnita, anel vascular e
sndromes aspirativas, como na doena do refluxo gastroesofgico, tambm devem ser
rejeitados.
A asma deve ter uma grande importncia no diagnstico diferencial da bronquiolite.
Histria recorrente de episdios de sibilncia, reversveis com uso de broncodilatadores, e
histria pessoal ou familiar de atopia e alergia ajudam a realizar o diagnstico de asma.
Entretanto, durante o primeiro episdio de sibilncia, difcil distinguirbronquiolite de asma.
(LANDAU: 1994)
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Quadro 1Fluxograma de atendimento criana com bronquiolite
1.3.5 Tratamento
A bronquiolite tratada, a nvel sintomtico, com oxigenoterapia, ingesto hdrica
adequada e repouso. A maior parte das crianas com esta patologia podem ser controladas em
casa. A hospitalizao , normalmente, considerada para crianas com condies complicadas,
como pneumopatia ou cardiopatia subjacente, estados debilitados associados ou adequao
questionvel da pessoa que oferece cuidados. Tambm deve ser internada a criana que estiver
taquipneica, que exibir retraces acentuadas, que parea inquieta ou que apresente uma histria
de ingesto hdrica insuficiente. (WONG: 2003)
1.3.6 Preveno
Medidas gerais:
Aleitamento materno: o incentivo do aleitamento materno uma medida eficaz napreveno de infeco pelo VSR e diminui 1/3 o risco de hospitalizao por
infeco do trato respiratrio inferior.
Tabagismo passivo: utentes que convivem com tabagistas tm maior risco dedesenvolver bronquiolite.
Lavagem das mos: uma medida eficaz na preveno da disseminao da doena.O lcool gel a medida mais eficaz.
Para utentes hospitalizados, recomenda-se quarto privativo, com precaues decontacto e para gotculas, ou seja, mscara, aventais e luvas descartveis, bem
como lavagem vigorosa das mos antes e aps o contacto com o utente.
Uma vez isolado o agente adoptar as medidas recomendadas para cada vrus.
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Condutas especficas:
Vacinao contra o vrus influenza, indicada para crianas a partir dos 6 meses. uma medida eficaz na proteco contra o vrus influenza, embora este seja
responsvel por apenas uma pequena parcela dos casos de bronquiolite.
O uso profiltico de oseltamivir recomendado na estao de maior circulao dovrus em determinadas situaes, tais como: proteco de crianas de alto risco,
crianas vacinadas que no tiveram tempo de desenvolver a resposta imune;
proteco de crianas de alto risco em quem a vacinao contra indicada; proteco
dos portadores de imunodeficincia em quem a resposta imune vacina pode ser
inadequada e controle de surtos de influenza em instituies fechadas.
Imunoglobulina contra VSR h evidncias que justifiquem o seu uso napreveno de bronquiolite por VSR em grupos de alto risco, porm no h
indicaes precisas na literatura.
Palivizumab: imunoglobulina hiperimune contra o VSR - anticorpo monoclonalmurino contra o VSR. O seu uso no previne a infeco pelo vrus, mas evita as
formas graves na populao de alto risco, para quem h indicao da sua utilizao.
(SANTOS:2008)
1.4 PNEUMONIA
Segundo WONG (2003:68) a pneumonia, inflamao do parnquima pulmonar,
comum durante toda a infncia, mas ocorre com maior frequncia no perodo de lactncia e no
incio da infncia. Clinicamente a pneumonia pode acontecer como uma doena primria ou
como uma complicao de alguma outra doena.
A nvel morfolgico, as pneumonias so reconhecidas da seguinte forma:
pneumonia lobar - a totalidade ou grande parte de um ou mais doslobos pulmonares atingida. Quando ambos os pulmes so afectados, isto ,
conhecido como pneumonia bilateral ou dupla. broncopneumonia (pneumonia lobular) - comea nos bronquolos
terminais, que se tornam obstrudos por exsudado mucopurulento, de modo a
formar placas consolidadas nos lbulos prximos.
pneumonia intersticialo processo inflamatrio fica mais ou menosconsolidado dentro das paredes alveolares (interstcio) e dos tecidos
peribrnquicos e interlobulares.
Contudo, para alm da morfologia, as pneumonias so tambm classificadas de acordo
com a forma clnica e o agente etiolgico: viral, atpica (por micoplasma), bacteriana ou poraspirao de substncias estranhas. O agente causal identificado, em grande parte, a partir da
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histria clnica, da idade da criana, da histria geral de sade, do exame fsico, da radiografia e
do exame laboratorial. (WONG, 2003)
Pneumonia Viral
As pneumonias virais ocorrem mais comummente do que as pneumonias bacterianas e
so observadas em crianas dos vrios grupos etrios. Estas esto frequentemente associadas s
IRA virais, e o VSR contribui com a maior percentagem em lactentes. A distino entre os
microrganismos responsveis torna-se particularmente difcil, uma vez que existem poucos
sintomas clnicos indicativos, da que as diferenciaes entre os vrus s possam ser feitas
atravs do exame laboratorial.
O prognstico geralmente bom, embora as infeces virais do tracto respiratrio
tornem a criana afectada mais susceptvel invaso bacteriana secundria, especialmente
quando h mucosa brnquica desnutrida. Em geral o tratamento sintomtico e inclui medidas
de promover a oxigenao e o conforto, como a administrao de oxignio, fisioterapia torcica
e drenagem postural, antipirticos para o controlo da febre, ingesto de lquidos e suporte
familiar. (WONG: 2003)
1.4.1 Fisiopatologia
Numa infeco pulmonar verifica-se, frequentemente, a existncia de um quadro de
hipersecreo, o qual provoca diminuio da capacidade de expansibilidade do pulmo,
aumento da resistncia das vias areas, aumento do trabalho respiratrio, efeito shunt
(capacidade de troca alterado), hipxia e hipercpnia, uma vez que o utente tende a hipoventilar.
Porm, importante referir que numa fase inicial da pneumonia o utente fica taquipneico pela
hipxia e com o decorrer da patologia tende a hipoventilar (hipercpnia), evoluindo para
insuficincia respiratria caso a pneumonia seja grave. (BAG: 2007)
1.4.2 Etiologia
De uma forma geral so diversos os agentes responsveis pela pneumonia, desde
microrganismos (vrus, bactrias, fungos, protozorios, larvas, helmintos) at agentes qumicos
e fsicos. Acredita-se que os vrus e as bactrias sejam os agentes etiolgicos em mais de 80%
das pneumonias. A determinao etiolgica desta patologia torna-se particularmente difcil, uma
vez que o curso clnico muito semelhante para os diversos agentes e as tcnicas diagnsticas
so, em geral, de baixa sensibilidade ou custo elevado e de difcil acesso maioria dos servios.
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No entanto, so vrios os estudos que apontam os vrus como os principais agentes de
pneumonia em menores de 5 anos, nos pases desenvolvidos. Quanto mais jovem a criana,
excluindo-se os primeiros 2 meses de vida, maior a probabilidade de ocorrncia de doena de
etiologia viral. Entre os vrus, o VSR o mais frequentemente encontrado, seguido dos vrus
influenza, parainfluenza, adenovrus e rinovrus.
Nos pases em desenvolvimento, os principiais agentes bacterianos da pneumonia, que
so responsveis pela maior gravidade e mortalidade por pneumonia na infncia, so os
seguintes: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus infuenzae e Staphylococcus aureus.
(BAG: 2007)
Quadro 2Principais agentes etiolgicos de pneumonia, de acordo com a faixa etria.
1.4.3 Sintomatologia
Segundo BAG (2007), o quadro clnico varia de acordo com a idade da criana, o estado
nutricional, a presena de doena de base e do agente etiolgico, podendo ser mais grave nas
crianas mais jovens, desnutridas ou que apresentem co-morbidades.
Os principais sinais e sintomas encontrados na criana com pneumonia so: febre, tosse,
taquipneia e dispneia, de intensidade varivel. Poder haver ou no alterao da auscultao
respiratria (reduo ou abolio do murmrio vesicular, ocorrncia de sopro tubrio, presena
de estridor e/ou sibilos), assim como poder ocorrer reduo do frmito traco-vocal. Nas
crianas pequenas, dificilmente encontraremos alteraes localizadas da auscultaorespiratria.
Relativamente pneumonia viral, diagnosticada no caso em estudo, os sintomas so
variveis desde leves (febre baixa, tosse discreta, indisposio) a graves (febre alta, tosse intensa
e prostrao). A tosse normalmente improdutiva no incio da doena, e alguns sibilos e
estridores so percebidos na auscultao. (WONG: 2003)
1.4.4 Diagnstico
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Como j foi referido anteriormente, o diagnstico etiolgico da pneumonia
particularmente difcil. Porm, estudos dirigidos pela Organizao Mundial de Sade (OMS) em
diversos pases apontaram a taquipneia como o sinal mais sensvel e especfico para o
diagnstico de pneumonia na criana. Assim, a frequncia respiratria (FR) dever ser sempre
avaliada na criana com infeco respiratria. Segundo BAG (2007) a abordagem diagnstica
pode ser realizada em trs nveis:
Primrio: Utiliza-se apenas os sinais clnicos preditivos da pneumonia. De acordo com a
Estratgia de Ateno Integral s Doenas Prevalentes na Infncia (AIDPI), nas crianas com
tosse ou dificuldade em respirar deve-se avaliar a frequncia respiratria. Esta abordagem
preconizada apenas para as crianas menores de 5 anos, enquanto as maiores devem ter uma
ateno individualizada. fundamental que a avaliao seja feita durante um minuto, com a
criana tranquila. As crianas com taquipneia so classificadas como tendo pneumonia, de
acordo com os seguintes parmetros: 60 rpm (respiraes por minuto); 2-11
meses: FR> 50 rpm; 1-4 anos: FR> 40 rpm. O passo seguinte definir a gravidade. Se a criana
apresenta tiragem subcostal, classificada como pneumonia grave e aquelas que apresentam
sinais de gravidade (recusa de lquidos, convulses, sonolncia excessiva, estridor em repouso,
desnutrio grave, adejo nasal e cianose) so classificadas como pneumonia muito grave.
Secundrio: neste nvel procura-se definir os agentes etiolgicos envolvidos e
direccionar o tratamento, quando possvel. Os seguintes exames podem ser realizados como
auxiliares ao diagnstico das pneumonias:
1. Marcadores da Inflamao: leucograma, protena C reactiva e pr-calcitonina.
2. Radiologias - existem diversas dificuldades na interpretao dos achados
radiolgicos. De um modo geral, os achados de consolidao alveolar, derrames pleurais
e abcessos sugerem etiologia bacteriana, enquanto imagens intersticiais esto mais
frequentemente associadas a vrus e Mycoplasma ou Chlamydia. Porm, importante que
se tenha prudncia nesta interpretao, uma vez que o achado radiolgico no define o
agente da pneumonia e infeces bacterianas podem estar associadas a envolvimento
intersticial.3. Mtodos Microbiolgicos: hemocultura (mtodo muito til, embora com baixa
positividade); lquido pleural (a positividade do lquido pleural pode alcanar at 70%,
antes do incio da antibioticoterapia); cultura do escarro (tem pouca utilidade prtica, por
no diferenciar infeco de colonizao).
4. Mtodos Imunolgicos: serologias, deteco de antignios e de cido
desoxirribonucleico (ADN).
Tercirio: utentes com co-morbidades como o sndrome da imunodeficincia adquirida
(SIDA), imunodeficincias primrias, imunodeprimidos, pneumonias nosocomiais graves e,aqueles com quadro grave que no estejam a responder ao tratamento antimicrobiano tm
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indicao para realizao de exames mais invasivos, que apresentem maior possibilidade de
diagnstico etiolgico. Os mais utilizados so a broncoscopia com lavado broncoalveolar e a
biopsia pulmonar.
1.4.5 Tratamento
Segundo BAG (2007) apesar de a pneumonia ser uma doena potencialmente grave, a
maioria dos casos pode ser tratada a nvel ambulatorial, evitando-se assim, internamentos
desnecessrios. O tratamento dever ser hospitalar nas seguintes situaes: menores de 2 meses,
presena de tiragem subcostal, ocorrncia de convulses, sonolncia excessiva, estridor em
repouso, desnutrio grave, ausncia de ingesto de lquidos, sinais de hipoxmia, presena de
co-morbidades (anemia, cardiopatias, pneumopatias); complicaes radiolgicas (derrame
pleural, pneumatocele, abcesso pulmonar), problema social e falha na teraputica ambulatorial.
Como, na grande maioria das vezes, o diagnstico etiolgico no estabelecido, o
tratamento da pneumonia emprico. Desta forma, importante que haja uma normalizao da
conduta teraputica, com base nos dados clnicos, epidemiolgicos e, se disponveis,
laboratoriais e radiolgicos.
1.4.6 Preveno
A preveno da desnutrio, do baixo peso ao nascer e do desmame precoce ocupam
um papel de destaque entre as medidas preventivas da pneumonia.
As evidncias apontam que o tabagismo passivo acarreta um maior agravamento da
doena do tracto respiratrio inferior, particularmente nos primeiros anos de vida.
O uso de oligoelementos e a suplementao da vitamina A no evidenciaram a reduo da
mortalidade nem do tempo de hospitalizao das crianas.
As vacinas tm um papel inquestionvel como medida de preveno em sade. A
imunizao bsica deve ser realizada para todas as crianas e adolescentes, seguindo asrecomendaes do Programa Nacional de Vacinao (PNV). Para crianas saudveis, o PNV
recomenda a vacinao contra o vrus Haemophilus influenzae (Hib) e as vacinas
pneumoccicas (por exemplo (ex.) prevenar). (BAG:2007)
2. PROCESSO DE ENFERMAGEM
O presente Processo de Enfermagem, elaborado de acordo com o caso em estudo,
consta do resumo do caso clnico, seguida da colheita de dados, anamnese, necessidades
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humanas fundamentais alteradas, plano de cuidados, reavaliao e reajuste do plano de aco e
por fim uma anlise dos resultados, nomeadamente, da eficcia do plano institudo. Porm, a
folha farmacolgica e a folha de registo/controlo administrao de medicamentos encontra-se
em anexo, assim como alguns protocolos tipo utilizados para a elaborao do presente processo
(como por ex. a avaliao inicial de enfermagem/ doente peditrico).
2.1 RESUMO DO CASO CLINICO
Lactente do sexo masculino, 9 meses de idade, deu entrada no servio de internamento
de Pediatria no dia 4/04/2010, com o diagnstico mdico de bronquiolite e pneumonia direita.
Previamente, recorreu ao servio de urgncia, na companhia da me, por histria de
febre (> 39C) e tosse seca com 24 H de evoluo, com consequente agravamento do quadro
clnico apresentando tosse emetizante e secrees respiratrias abundantes. Ao exame fsico
apresentava-se febril com 39,3C de temperatura timpnica, com Saturaes de Oxignio (Sat.
O2) a 87% em ar ambiente (aa) e com taquipneia (FR - 55 rpm). auscultao no se verificou
a existncia de sinais de obstruo respiratria, mas retraco supra-esternal, sibilncia e
tiragem subcostal. Nos restantes sistemas orgnicos no se verificaram alteraes significativas,
embora manifeste ligeira recusa alimentar e irritabilidade, as quais derivam da sua condio
clnica actual. Contudo, importante referir que tem como antecedente sndrome do desconforto
respiratrio (SDR), o que pode contribuir para o agravamento do quadro clnico, da a
necessidade de hospitalizao e de uma vigilncia adequada.
Aquando da admisso no servio de internamento o H. apresentava-se sub-febril com
37,8 C de temperatura timpnica, Sat.O2 a 98% com Oxignio (O2) a 1 L/min por ventimask,
que foi trocada por cnula nasal para retirar a mscara, ficando com Sat.O2 a 98-100% e O2 a 1L/min. Tem monitorizao de frequncia cardaca (FC) e Sat.O2; cabeceira elevada a 30; soro
210 a 20 ml/h; aspirao de secrees em SOS; dieta da idade. entrada apresentava tiragem
subcostal, calmo e sem agravamento do SDR.
O internamento decorreu sem intercorrncias. Houve remisso da sintomatologia
apresentando-se normocrdico, normotenso, apirtico, com Sat.O2 a 98-100% em aa e sem
sinais de agravamento do quadro respiratrio.
Teve alta clnica a 09/04/2010 com teraputica de domiclio e consultas de ambulatrio.
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2.2 COLHEITA DE DADOS /AVALIAO INICIAL
1. IdentificaoNome: HROM Sexo: masculino Data de nascimento: 24/06/2009 Idade: 9 meses Morada: C - OA Data de Hospitalizao: 04/04/2010 Servio: Pediatria Cama n: X
2. Informaes Prvias ImportantesNome pelo qual gosta de ser chamado: H Motivo de internamento: bronquiolite e pneumonia. Provenincia: urgncia Acompanhante: MFOM Grau de parentesco: Me Pessoa a contactar: FFOM Grau de Parentesco: Pai Telefone: xx xxxxxxx Limitao informao sobre internamento: no
3. Avaliao SocialAgregado familiar: 7N de irmos: 4Criana ao cuidado de: pais
4. Higiene e confortoDependente totalApreciao geral do estado de higiene: bom
5. AlimentaoOraldieta da idadeDependente totalSem alteraes
6. EliminaoVesical:
Controlo de esfncteres: no Dependente total Sem alteraes
Intestinal:
Controlo de esfncteres: no Dependente total
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Sem alteraes7.Respirao
Frequncia respiratria: 50 rpmSaturaes de O2: 98% com O2 a 1L/ min.Tiragem: sim, sub-costalAdejo nasalO2 por ventimask, que se trocou por cnula nasal a 1L/minTosse no produtivaSecrees: mucosa (aspiradas secrees esbranquiadas, semi-fluidas e emmoderada quantidade).
8.Circulao
TA: 90/45 mmHgPulso: 118 bpm (batimentos por minuto) caractersticas: simtrico, regular, normal.Sem alteraesColorao de pele/ mucosas/ extremidades: sem alteraes
9. Controlo da temperatura corporalTemperatura timpnica: 37,3C
10.MobilidadeDependente totalSegura a cabea; senta-se; gatinhaSem alteraesActividade espontnea: moderada
11.Sono e repousoSono: Sem alteraesN de horas de sono/dia: 10h A que horas se deita: --- Com quem dorme: me Objecto de estima: peluche
Repouso: Sem alteraes
12.Ambiente seguroEscala de Glasgow: 20 pontosRamsay: 2 pontos
Dfices sensoriais Auditivos: sem alteraes
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Visuais: sem alteraes Sensibilidade sem alteraes
Dor: ausente13.Comunicao
Sem alteraes14.Aprendizagem/ recreao
Actividades ldicas preferidas: brincar com os brinquedosFrequenta: infantriono
15.Crenas e valoresDeseja assistncia espiritual: no
16.Integridade cutneaCateter venoso perifrico no dorso do p direito
17.Avaliao risco de lcera de pressoEscala de Risco de Norton: 20 pontos (baixo risco)
18.Avaliao necessidades de ensinoFoi identificada necessidade de ensino e alguma rea? No.
2.3 ANAMNESE
O H. nasceu dia 24 de Junho de 2009 por parto eutcico normal e sem intercorrncias.
Nasceu com 2630 kg de peso, 47 cm de comprimento e 32 cm de permetro ceflico. Me de 37
anos, saudvel. Gravidez de 38 semanas, vigiada, Gesta V Para V, sem antecedentes pessoais ou
familiares patolgicos. Pai de 43 anos e saudvel.
Relativamente ao seu desenvolvimento geral no apresenta qualquer tipo de alterao,
todos os parmetros se encontram dentro dos padres normais, como se pode constatar na
avaliao inicial anteriormente realizada. Quanto ao seu crescimento fsico: peso actual de 7850
kg, comprimento de 67 cm, permetro ceflico de 47 cm. Calendrio vacinal cumprido, deacordo com o Plano Nacional de Vacinao.
Actualmente foi internado com o diagnstico mdico de bronquiolite e pneumonia.
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2.4 NECESSIDADES HUMANAS FUNDAMENTAIS ALTERADAS
NHF ALTERADAS MANIFESTAES CLNICAS
Respirar
Taquipneia;
Secrees em abundante quantidade;
Tosse seca;
Sibilos;
Tiragem sub-costal;
Saturaes de O2 instveis;Adejo nasal.
Comer e Beber Recusa alimentar
Manter a temperatura do corpo dentro
dos limites normaisHipertermia
Estar limpo, cuidado e proteger os
tegumentos
Dependente nos cuidados de higiene.
Vestir-se/despir-se Dependente.
Evitar os perigosDeficiente estado imunitrio: infeco viral por VSR.Ansiedade.
Medo.
Quadro 3 Necessidades Humanas Fundamentais Alteradas do lactente em estudo.
2.5 PLANO DE CUIDADOS
O quadro 4 descreve o plano de cuidados prestados ao H. at data da alta clnica.
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Quadro 4- Plano de Cuidados de Enfermagem
INICIO DIAGNSTICO DEENFERMAGEM
OBJECTIVOS JUSTIFICAO
Data: 04.04.2010Hora: 23h45
Padro respiratrio ineficazrelacionado com a presena desecrees (obstruo).
Padro respiratrio eficaz;Reduo de secrees.
Obstculo libertao e expectoraodas secrees e, por consequncia,limitao na inspirao e/ou expiraoimediatas do funcionamento normal dospulmes, da a pertinncia destediagnstico.
INTERVEN ES DE ENFERMAGEM JUSTIFICA OAVALIAO
TERMO/ASSINATURA
[04.04.10] Vigiar ventilao [09.04.10]
[04.04.10] Monitorizar Sat.O2. [09.04.10][04.04.10] Monitorizar FC. [09.04.10][04.04.10] Monitorizar frequncia respiratria (SOS).[09.04.10][04.04.10] Gerir oxigenoterapia. [07.04.10]
[04.04.10] Optimizar ventilao atravs de tcnica deposicionamento [09.04.10]
[04.04.10] Instilar soluo salina na cavidade nasal em
SOS. [09.04.10][04.04.10] Aspirar secrees em SOS. [09.04.10][04.04.10] Vigiar caractersticas das secrees. [09.04.10]
[04.04.10] Vigiar reflexo de tosse [09.04.10]
Observar e analisar as caractersticas da ventilao: tiragem,polipneia, adejo nasal, pieira, cianose.
Observar e analisar os parmetros vitais do lactente em ocasiesregulares e repetidas.
Adequar os nveis de O2 conforme as necessidades do lactente, ouseja, consoantes as Sat.O2 apresentadas pelo mesmo.
Obter o melhor resultado da ventilao atravs da posio no leito -cabeceira elevada a 30.
Para fluidificar as secrees, para melhor excreo das mesmas.
Aspirar aquando da presena de secrees que dificultam oprocesso respiratrio e avaliar as suas caractersticas.
Observar e analisar os acessos de tosse (frequncia ecaractersticas).
Reduosignificativa dassecrees e melhorado padrorespiratrio [boasSat. O2 (95-100%)].
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INICIO DIAGNSTICO DEENFERMAGEM
OBJECTIVOS JUSTIFICAO
Data: 04.04.2010Hora: 23h45
Recusa relativa alimentaorelacionada com o processopatolgico.
Ausncia de recusa alimentar. Face condio actual de sade o lactenteapresenta irritabilidade e ausncia deapetite, da a importncia destediagnstico para vigilncia.
INTERVENES DE ENFERMAGEM JUSTIFICAO AVALIAOTERMO/
ASSINATURA
[04.04.10] Negociar a ingesto de alimentos. [09.04.10]
[04.04.10] Vigiar a alimentao. [09.04.10]
[04.04.10] Gerir ambiente fsico. [09.04.10]
Fornecer ao lactente os alimentos de que mais gosta e da forma quemais gosta.
Observar e analisar os alimentos ingeridos (quantidade e qualidade).
Proporcionar um ambiente calmo e tranquilo durante a refeio.
Alimenta-se bem etolera.
09/04/10Daniela Tavares
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INICIO DIAGNSTICO DEENFERMAGEM
OBJECTIVOS JUSTIFICAO
Data: 04.04.2010Hora: 23h45
Dfice de volume de lquidosrelacionado com ingestoinadequada de lquidos.
Ingesto adequada de lquidos;ausncia de desidratao.
O lactente tem dificuldade em manter umahidratao adequada, por aumento dasperdas (febre) ou por diminuio da dietalquida (inapetncia e dificuldade de
ingesto).
INTERVENES DE ENFERMAGEM JUSTIFICAO AVALIAOTERMO/
ASSINATURA
[04.04.10] Vigiar sinais de desidratao. [07.04.10]
[04.04.10] Incentivar a ingesto de lquidos. [07.04.10][04.04.10] Gerir a ingesto de lquidos. [07.04.10]
Observar e analisar a presena: de diminuio do dbito urinrio;urina concentrada; pele vermelha e seca, acinzentada e fria; mucosassecas; lngua saburrosa; aumento da temperatura corporal, pressosangunea, frequncia respiratria; pulso perifrico rpido e fraco;globos oculares afundados e moles, afundamento das fontanelas,irritabilidade entre outros.
Proporcionar lquidos ao lactente.
Sinais dedesidrataoausentes: ingestoadequada delquidos.
07/04/10Daniela Tavares
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INICIO DIAGNSTICO DEENFERMAGEM
OBJECTIVOS JUSTIFICAO
Data: 04.04.2010Hora: 23h45
Hipertermia relacionada comprocesso infeccioso.
Temperatura corporal dentro dosparmetros normais.
Este diagnstico surge devido hipertermia apresentada pelo lactente,para alm de ser um dos sintomas comunsdas patologias diagnosticadas, e querequer vigilncia.
INTERVENES DE ENFERMAGEM JUSTIFICAO AVALIAOTERMO/
ASSINATURA
[04.04.10] Monitorizar temperatura corporal. [09.04.10][04.04.10] Gerir ambiente fsico. [09.04.10]
[04.04.10] Executar tcnica de arrefecimento natural(SOS). [09.04.10]
[04.04.10] Gerir antipirticos. [09.04.10]
Observar e analisar os valores da temperatura corporal.
Proporcionar ambiente trmico na enfermaria.
Retirar algumas peas de roupa, colocar compressas de gua tpida.
Administrar antipirticos prescritos em SOS consoante os valores datemperatura corporal.
Encontra-senormotrmico.
09/04/10Daniela Tavares
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INICIO DIAGNSTICO DEENFERMAGEM
OBJECTIVOS JUSTIFICAO
Data: 04.04.2010Hora: 23h45
Medo relacionado com o processo detratamento.
Reduo e/ou ausncia de medo. O lactente apresentava-se apreensivo, umavez que muitos dos exames e tratamentosproduzem stress e desconforto, da arelevncia deste diagnstico.
INTERVENES DE ENFERMAGEM JUSTIFICAO AVALIAOTERMO/
ASSINATURA
[04.04.10] Estabelecer relao com a criana.[09.04.10]
[04.04.10] Facilitar suporte familiar. [09.04.10][04.04.10] Incentivar a participao dos pais,quando possvel. [09.04.10]
[04.04.10] Facilitar a presena de objecto deestima. [09.04.10]
Falar, acalmar e distrair a criana para que o profissional se torne numelemento mais significativo, isto , mais conhecido para a criana.
Proporcionar a presena constante de uma pessoa significativa para olactente (por ex. a me) e incentivar a participar em alguns procedimentos,quando tal possvel, uma vez que pode facilitar a colaborao do lactente.
Permitir a presena de um brinquedo, por exemplo, uma vez que podeajudar a tranquilizar o lactente.
Reduosignificativa daansiedade e medo.
09/04/10Daniela Tavares
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INICIO DIAGN STICO DEENFERMAGEM
OBJECTIVOS JUSTIFICA O
Data: 05.04.2010Hora: 14h00
Dfice de conhecimento relacionadocom o regime teraputico.
Desenvolver conhecimentos sobreo regime teraputico.
Os pais do lactente demonstraram dficesde conhecimento nesta temtica, da anecessidade em levantar este diagnsticopara intervir junto dos mesmos.
INTERVEN ES DE ENFERMAGEM JUSTIFICA OAVALIAO
TERMO/ASSINATURA
[05.04.10] Ensinar os pais sobre regime
teraputico. [09.04.10]
Dar informao aos pais acerca do regime teraputico, nomeadamente,
sobre a medicao, assim como ao nvel da preveno da doena epromoo da sade.
Conhecimento
sobre regimeteraputico dolactentedemonstrado.
09/04/10
Daniela Tavares
INICIO DIAGN STICO DEENFERMAGEM
OBJECTIVOS JUSTIFICA O
Data: 05.04.2010Hora: 14h00
Risco para controlo ineficaz doregime teraputico relacionado comadministrao de medicamentos.
Reduzir e/ou eliminar o risco decontrolo ineficaz do regimeteraputico.
O presente diagnstico surge devido dificuldade demonstrada pelos pais dolactente em relao ao regimeteraputico.
INTERVEN ES DE ENFERMAGEM JUSTIFICA OAVALIAO
TERMO/ASSINATURA
[05.04.10] Instruir os pais sobre regime teraputico.
[09.04.10][05.04.10] Treinar os pais sobre regime teraputico.[09.04.10]
Dar informao aos pais acerca da medicao actual do lactente como a
descrio do tipo de frmaco, a frequncia, horrios, cuidados a ter, efeitossecundrios e vigilncia. Basicamente, uma pr-preparao para a alta.
Aprendizagem de
habilidadesdemonstrada.
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Daniela Tavares
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2.6 REAVALIAO E REAJUSTE DO PLANO DE CUIDADOS
Segundo NUNES ET AL (2005:35): o enfermeiro deve analisar regularmente o
trabalho efectuado e reconhecer eventuais falhas que meream mudana de atitude. Este dever
pode decompor-se em duas vertentes: anlise do trabalho realizado, cuja caracterstica ser
regular, contnua e, por outro lado, o reconhecimento de eventuais falhas, tendo em conta uma
mudana de atitude.
Ao longo do internamento foi necessrio reajustar o plano de cuidados, consoante as
necessidades do lactente. Relativamente ao diagnstico padro respiratrio ineficaz relacionado
com presena de secrees, a interveno de gesto da oxigenoterapia foi suspensa trs dias
aps a admisso do lactente, perante uma reduo gradual dos nveis de O2 administrados,
ficando em ar ambiente com Sat.O2 entre 95 a 98%. Porm, as restantes intervenes
seleccionadas mantm-se.
Quanto ao diagnstico de dfice de volume de lquidos relacionado com ingesto
inadequada de lquidos foi suspenso ao 3 dia de internamento, por no se evidenciarem sinais
de desidratao e por se verificar uma ingesto adequada de lquidos.
No decorrer do internamento, o H. apresentou apenas um pico febril no dia 05.04.2010
com 38,7C de temperatura timpnica, situao perante a qual se administrou paracetamol
rectal, de acordo com prescrio mdica, e que surtiu efeito. Apesar deste nico episdio febril,
o diagnstico de hipertermia relacionada com processo infeccioso mantm-se, uma vez que se
trata de um lactente de 9 meses, com patologia potencialmente infecciosa e com necessidade de
vigilncia.
No entanto, aps o contacto profissional com os pais do lactente julgou-se pertinente o
levantamento de dois diagnsticos de enfermagem, tais como: dfice de conhecimento
relacionado com o regime teraputico e risco para controlo ineficaz do regime teraputico
relacionado com administrao de medicamentos, uma vez que os pais do lactente
demonstraram ter dvidas e insegurana a este nvel, para alm de serem focos de enfermagem
imprescindveis de preparao para a alta.
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2.7 ANLISE DA EFICCIA DO PLANO
Segundo SIMES (2007:22) o enfermeiro s pode ter uma actuao fundamentada
cientificamente e no rotineira se tiver por base dados exactos, concretos, organizados e
registados. Ao indicar os problemas da pessoa, a actuao tida em relao a eles e os
resultados obtidos nessa actuao, pretendemos dar continuidade s intervenes de
Enfermagem e possibilitar que os cuidados sejam adequados, atempados e o mais eficazes
possveis, assim como contribuir para a produo de conhecimento cientfico em enfermagem.
Nesta fase do Processo de Enfermagem, que consiste na avaliao dos resultados
obtidos perante o conjunto de cuidados prestados, o enfermeiro deve-se focar nas alteraes
comportamentais e do estado de sade apresentadas pelo lactente, comparando com os
objectivos e metas anteriormente definidas. Porm, para alm da avaliao propriamente dita,
tambm se deve reflectir acerca da qualidade da assistncia de enfermagem prestada ao lactente
e seus respectivos conviventes significativos.
Relacionando, ento, com o plano de cuidados, no contexto do padro respiratrio
podemos afirmar que houve uma oscilao da sintomatologia durante o internamento, at
estabilizao para alta. De facto, num determinado momento, o lactente apresentou nveis
adequados de Sat.O2 (95-100%) com O2 a 1 L/min, seguida de tentativa de desmame de
oxignio, mas foi uma situao temporria, uma vez que reverteu (Sat.O2
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da refeio. Facto este que podia derivar do tipo de alimentos fornecidos, do sabor que podia ser
diferente, assim como do contexto em que se encontrava inserido. Desta forma, tentou-se
negociar e fornecer os vrios tipos de alimentos disponveis e adequados para a idade
recorrendo, tambm, aos habitualmente consumidos pelo lactente, o que surtiu algum efeito.
Quanto ao meio hospitalar envolvente tentaram-se atenuar os efeitos negativos do local, mas
sempre com alguma dificuldade, uma vez que particularmente difcil reduzir as caractersticas
tpicas do contexto hospitalar.
Em relao desidratao e, simultaneamente, ao dfice de volume de lquidos o
lactente apresentou-se colaborante a este nvel, ingerindo lquidos em quantidades adequadas,
para alm do cumprimento da prescrio mdica, o que contribuiu para a preveno da
desidratao.
Ao longo de todo o internamento, o lactente apresentou um nico pico febril no dia
05.04.2010 com 38,7C de temperatura timpnica, perante o qual se administrou paracetamol
rectal de acordo com prescrio mdica, mantendo-se apirtico no restante perodo de
hospitalizao.
Com o prolongamento da hospitalizao, o lactente desenvolveu uma postura de medo
perante os profissionais de sade devido aos procedimentos por eles efectuados, nomeadamente,
pela dor e desconforto provocado. Porm, com a remisso da sintomatologia e, consequente,
reduo das intervenes teraputicas verificou-se uma diminuio relativa dessa mesma
postura.
No mbito do papel do prestador de cuidados, neste caso os pais, verificou-se a
necessidade de ensinar e instruir os mesmos acerca do regime teraputico. Estes mostraram-se
receptivos e colaborantes, demonstrando alguns dos conhecimentos adquiridos.
Por fim, aps esta anlise e reflexo, classifica-se o plano de cuidados como
parcialmente eficaz, uma vez que nem todos os objectivos estipulados foram atingidos na sua
globalidade, assim como as intervenes planeadas nem sempre foi as melhores seleccionadas e
adaptadas, sobretudo no contexto da alimentao, pelos motivos anteriormente referidos e
perante o conjunto de cuidados prestados.Todavia, estes problemas poderiam ser atenuados se fosse possvel acompanhar o
lactente no domiclio, saber de que forma prosseguiu o tratamento e conhecer a sua vivncia no
contexto familiar.
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3. CONCLUSO
Na introduo deste estudo de caso foram seleccionados objectivos que se consideraram
relevantes atingir, de forma a resumir e a reflectir sobre anlise do processo de sade de um
lactente, ao qual se prestaram cuidados no estgio de Pediatria. Com a consecuo do presente
trabalho, considerou-se terem sido atingidos de forma satisfatria.
O desenvolvimento deste documento consta de uma fundamentao terica sobre as
patologias diagnosticadas, Bronquiolite e Pneumonia, assim como todos os aspectos inerentes
que se relacionam directa ou indirectamente com o lactente e respectivo estado de sade. O
presente trabalho inclui, tambm, o processo de enfermagem, do qual se destaca a elaborao de
um plano de cuidados com respectiva reavaliao e anlise da sua eficcia, reflectindo assim
sobre os cuidados prestados ao lactente e respectivos conviventes significativos, de forma a
contribuir para a melhoria da prtica de enfermagem.
Um dos aspectos positivos deste estudo foi a possibilidade de desenvolver e aplicar os
diferentes conhecimentos tericos e prticos no contexto da pediatria, destacando a importncia
do acto de cuidar em enfermagem, que supera a relevncia da tcnica em si, e como afirma
BENNER (2005) H concluses mais gerais a tirar destes exemplos de cuidados de
enfermagem de qualidade excelente, que colocam a tnica no papel central do cuidar genuno,
como um compromisso e um envolvimento inerente prtica de enfermagem. Descrevendo
diferentes tipos de cuidados nos diferentes contextos comea-se a compreender o papel do
cuidar no processo da recuperao, da cura e da promoo da sade.
A execuo deste trabalho permitiu, ainda, reflectir sobre o desempenho enquanto
profissional de sade, pelo que se conclui que o trabalho junto do lactente e respectiva famlia
devia ter sido aprimorado, para aquisio de um melhor e maior conhecimento acerca dos
mesmos. Porm, tal facto deveu-se ao curto tempo de internamento, assim como breve
passagem por este servio, reduzindo assim o tempo disponvel para avaliar a dinmica familiar
existente. Desta forma, a seleco do caso para anlise constituiu uma outra dificuldade,
optando-se pelo presente estudo, uma vez que no momento da seleco foi dos casos que maisinteresse suscitou, que detinha maior nmero de cuidados e maior probabilidade de permanncia
no servio.
Em suma, segundo BOCCHI (1996) a realizao de um estudo de caso surge como uma
estratgia de ensino humanista e problematizadora que contribui, de forma muito positiva, para
a formao do aluno, pois aumenta o conhecimento terico-prtico referente assistncia,
estimula a autonomia do aluno na tomada de decises, na soluo de problemas e no
conhecimento referente metodologia cientfica.
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http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1487/bronquiolite_em_pediatria.htm
WONG, DONNA L. Enfermagem Peditrica: Elementos essenciais Interveno Efectiva. 5Edio. Rio de Janeiro: Edies Elsevier, 2003.
http://medicalsuite.einstein.br/diretrizes/pediatria/Bronquiolite.pdfhttp://medicalsuite.einstein.br/diretrizes/pediatria/Bronquiolite.pdfhttp://medicalsuite.einstein.br/diretrizes/pediatria/Bronquiolite.pdfhttp://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1487/bronquiolite_em_pediatria.htmhttp://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1487/bronquiolite_em_pediatria.htmhttp://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1487/bronquiolite_em_pediatria.htmhttp://medicalsuite.einstein.br/diretrizes/pediatria/Bronquiolite.pdf -
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