13 - L12-A Lei Do Karma

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  • LIO n 12 TEMA: A Lei do Karma INTRODUO Antes de mais necessrio que entendamos o que a palavra snscrita "Karma". No demais asseverar que tal palavra em si mesma, significa Lei de Aco e Consequncia. Obviamente, no existe causa sem efeito, nem efeito sem causa; qualquer acto na vida, bom ou mau, tem as suas causas e as suas consequncias. A Lei da Balana, a Lei terrvel do Karma governa todo o criado. Devemos compreender o que a Lei da Compensao. Tudo o que se faz, h que pag-lo. Foi-nos dada liberdade, livre arbtrio e podemos fazer o que quisermos, porm claro que temos que responder ante Deus por todos os nossos actos. A Lei de Aco e Consequncia governa o curso das nossas variadas existncias e cada vida o resultado da anterior. Se reflectssemos na desgraa do nosso mundo, quo felizes seramos se nunca tivssemos tido isso que se chama Ego, Eu, mim mesmo, si mesmo. indubitvel que o Ego comete inmeros erros cujo resultado a dor. Compreender integralmente as bases do "modus operandi" da Lei do Karma indispensvel para orientar o navio da nossa vida de forma positiva e edificante atravs das diversas escalas da vida.

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    A Lei do Karma Karma Lei de compensao, no uma Lei de vingana. H quem confunda esta lei csmica com o determinismo e tambm com o fatalismo, ao crer que tudo o que ocorre ao homem na vida est de antemo inexoravelmente determinado. verdade que os actos do homem so determinados pela herana, a educao e o meio no qual se desenvolve. Porm tambm verdade que o homem tem livre arbtrio e pode modificar os seus actos, educar o seu carcter, formar hbitos superiores, combater debilidades, fortalecer virtudes, etc. O Karma uma medicina que se nos aplica para nosso prprio bem; desgraadamente as pessoas em vez de se inclinarem reverentemente ante o Eterno Deus Vivente, protestam, blasfemam, justificam-se a si mesmas, desculpam-se nesciamente e lavam as mos como Pilatos. Com tais protestos no se modifica o Karma, pelo contrrio, torna-se mais duro e severo. Quando vimos a este mundo trazemos o nosso prprio destino; uns nascem em colcho de plumas e outros na desgraa. Se na nossa passada existncia matmos, agora matam-nos; se ferimos, agora ferem-nos; se roubmos, agora roubam-nos e com a vara com que a outros medimos, seremos medidos ". Reclamamos fidelidade do cnjuge quando ns mesmos fomos adlteros nesta ou em vidas precedentes. Pedimos amor quando fomos desapiedados e cruis. Solicitamos compreenso quando nunca soubemos compreender ningum; quando jamais aprendemos a ver o ponto de vista alheio. Anelamos ditas imensas quando fomos sempre a origem de muitas desditas. Teramos podido nascer num lar muito formoso e com muitas comodidades, se tivssemos sabido, em passadas existncias, proporcionar aos nossos filhos lar e beleza. Protestamos contra os insultadores quando sempre temos insultado a todos os que nos rodeiam.

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    Queremos que os nossos filhos nos obedeam quando jamais soubemos obedecer aos nossos pais. Incomoda-nos terrivelmente a calnia quando ns sempre fomos caluniadores e enchemos o mundo de dor. Aborrecemos a maledicncia, no queremos que murmurem acerca de ns, no entanto sempre participmos em maledicncias e murmuraes, falando mal do prximo, mortificando a vida aos demais. Quer dizer, sempre reclamamos para ns aquilo que no temos dado; em todas as nossas vidas anteriores fomos malvados e merecemos o pior, porm ns supomos que se nos deve dar o melhor. Afortunadamente a Justia e a Misericrdia so as duas colunas fundamentais da Fraternidade Universal Branca. A Justia sem Misericrdia tirania; a Misericrdia sem justia tolerncia, complacncia com o delito. O Karma negocivel e isto algo que pode surpreender muitssimo os sequazes de diversas escolas ortodoxas. Indubitavelmente alguns pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas tornaram-se demasiado pessimistas em relao Lei de Aco e Consequncia. Supem equivocadamente que esta se desenvolve de forma mecnica, automtica e cruel. Os eruditos crem que no possvel alterar tal Lei; lamentamos muito sinceramente ter que dissentir com essa forma de pensar. Se a Lei de Aco e Consequncia, se o Nmesis da existncia no fosse negocivel, ento, onde restaria a Misericrdia Divina? Francamente no se pode aceitar crueldade na Divindade. O Real, aquilo que todo perfeio, isso que tem diversos nomes como: Tao, Aum, Inri, Al, Brahama, Deus, ou melhor diramos, Deuses, etc., de modo algum poderia ser algo sem Misericrdia, cruel e tirnico. Por tudo isso repetimos de forma enftica que o Karma negocivel.

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    possvel modificar o nosso prprio destino, porque "quando uma Lei inferior transcendida por uma Lei superior, a Lei superior lava a Lei inferior". Modificando a causa, modifica-se o efeito. "O leo da Lei combate-se com a Balana". Se num prato da

    balana pomos as nossas boas obras e no outro pomos as ms, ambos os pratos pesaro o mesmo, ou haver algum desequilbrio. Se o prato das ms aces pesa mais, devemos pr boas obras no prato das boas aces com o propsito de inclinar a balana a nosso favor, assim cancelamos Karma. Devemos fazer boas aces para pagar as nossas dvidas, recordar que no s se paga com dor, tambm se pode pagar fazendo o bem. Agora compreenderemos o maravilhoso que fazer o bem; no h dvida de que o recto pensar, o recto sentir e o recto actuar, so o melhor dos negcios. Nunca devemos protestar contra o Karma, o importante sab-lo negociar. Desgraadamente, s pessoas, o nico que se lhes ocorre, numa grande amargura, lavarem as mos como Pilatos, dizer que no fizeram nada de mal, que no so culpveis, que so Almas justas, etc. Pode dizer-se-lhes, aos que esto na misria, que revejam a sua conduta, que se julguem a si mesmos, que se sintam, ainda que seja por um instante, no banco dos rus, que depois de uma sucinta anlise de si mesmos modifiquem a sua conduta. Se esses que se encontram sem trabalho se tornassem castos, infinitamente caritativos, pacficos, prestveis em cem por cento, obvio que

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    alterariam radicalmente a causa da sua desgraa, modificando-se em consequncia o efeito. No possvel alterar um efeito se antes no se modificou radicalmente a causa que o produziu, pois como j dissemos, no existe efeito sem causa nem causa sem efeito. Deve-se trabalhar sempre desinteressadamente com infinito amor pela humanidade; assim alteramos aquelas ms causas que originaram os maus efeitos. No h dvida de que a misria tem as suas causas nas bebedeiras, na repugnante luxria, na violncia, nos adultrios, no desperdcio e na avareza, etc. Queremos curar-nos? Devemos ajudar a curar outros. Alguns dos nossos parentes esto na priso? O que h a fazer trabalhar pela liberdade de outros. Se temos fome, necessitamos ento de partilhar o po com os que esto em pior situao, etc. Muitas pessoas que sofrem s se lembram das suas amarguras, desejando remedi-las, mas no se lembram dos sofrimentos alheios, nem remotamente pensam em remediar as necessidades do prximo. Este estado egosta de existncia no serve para nada; assim, o nico que conseguem realmente agravar os seus sofrimentos. Se essas pessoas pensassem nos demais, em servir os seus semelhantes, em dar de comer ao faminto, em dar de beber ao sedento, em vestir o desnudo, em ensinar o que no sabe, etc., claro que poriam boas aces no prato da Balana Csmica para inclin-la a seu favor; assim alterariam o seu destino. Quer dizer, ficariam remediadas todas as suas necessidades. Mas as pessoas so

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    muito egostas e por isso que sofrem, ningum se lembra de Deus nem dos seus semelhantes, seno quando esto no desespero e isto algo que todo o mundo pde comprovar por si mesmo, assim a humanidade. Desgraadamente esse Ego que cada qual leva dentro, faz exactamente o contrrio do que aqui estamos a dizer; por tal motivo urgente, indispensvel, inadivel, reduzir o "mim mesmo" a poeira csmica. Pensemos por um momento nas multides de humanides que povoam a superfcie da Terra. Sofrem o indizvel, vtimas dos seus prprios erros; sem o Ego no teriam esses erros, nem tampouco sofreriam as consequncias dos mesmos. O nico que se requer para se ter direito verdadeira felicidade , antes de mais, no ter Ego. Certamente quando no existem dentro de ns os agregados psquicos, os elementos inumanos que nos tornam to horrveis e malvados, no h Karma por pagar e o resultado a Felicidade. bom saber tambm que quando eliminamos radicalmente o Ego, a possibilidade de delinquir fica aniquilada e em consequncia o Karma pode ser perdoado. Os mltiplos elementos subjectivos que constituem o Ego tm razes causais. Os Eus Causa esto vinculados s leis de Causa e Efeito. Obviamente no pode existir causa sem efeito nem efeito sem causa; isto inquestionvel. Seria inconcebvel a eliminao dos diversos "elementos inumanos" que em nosso interior carregamos, se no eliminssemos radicalmente as causas intrnsecas dos nossos defeitos psicolgicos. Obviamente os Eus Causa encontram-se intimamente associados a determinadas dvidas krmicas. S o arrependimento mais profundo e os respectivos negcios com os Senhores da Lei, podem dar-nos a dita de conseguir a desintegrao de todos esses elementos causais que de uma ou outra forma podem conduzir-nos eliminao definitiva dos elementos indesejveis.

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    As causas intrnsecas dos nossos erros indubitavelmente podem ser erradicadas do mim mesmo graas aos eficientes trabalhos dessa parte do Ser que o Cristo ntimo. Obviamente os Eus Causa costumam ter complexidades espantosamente difceis. Por exemplo: um estudante esoterista poderia ser defraudado pelo seu instrutor e em consequncia, tal nefito se tornaria cptico. Neste caso concreto o Eu Causa que originou tal erro, s poderia desintegrar-se mediante o supremo arrependimento ntimo e com negociaes esotricas muito especiais. Este mundo em si mesmo o produto da Lei de Origem. Este mundo sustem-se com as leis de causa e efeito, as leis de Karma e Dharma. Este um mundo bastante complexo, um mundo de associaes, combinaes mltiplas, dualismo incessante, luta entre opostos, etc. Nestas circunstncias no possvel que exista neste mundo a felicidade. Cada um de ns tem que pagar o seu Karma, estamos cheios de dvidas. Esse Karma obviamente traz-nos muita dor, muitas amarguras, no somos ditosos. Necessitamos libertar-nos da Lei do Karma. Necessitamos libertar-nos desse movimento mecnico da Natureza. Necessitamos tornar-nos livres e isso no ser mediante a evoluo mecnica. Qualquer evoluo mecnica processa-se de acordo com as leis de causa e efeito, as leis

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    das associaes, das combinaes mtuas, etc. O que mecnico, mecnico. A Lei do Karma, a Lei da Balana Csmica no uma lei cega; tambm se pode solicitar crdito aos Mestres do Karma, e isto algo que muitos ignoram. No entanto urgente saber que todo o crdito, h que pag-lo com boas obras e se no se paga, ento a Lei cobra-o com suprema dor. Necessitamos tornar-nos conscientes do nosso prprio Karma e isso s possvel mediante o estado de Alerta Novidade. Todo o efeito da vida, todo o acontecimento, tem a sua causa numa vida anterior, mas necessitamos tornar-nos conscientes disso. Todo o momento de alegria ou de dor deve ser continuado em meditao, com a mente quieta e em profundo silncio. O resultado vem a ser a experimentao do mesmo acontecimento numa vida anterior. Ento tornamo-nos conscientes da causa do facto, quer seja este agradvel ou desagradvel. Quem desperta Conscincia pode viajar com os seus corpos internos fora do corpo fsico, em plena vontade consciente e estudar no Templo de Anbis e dos seus quarenta e dois juzes (Templo da Justia Csmica), o seu prprio Livro do Destino. O chefe dos sacerdotes do Tribunal do Karma o Grande Mestre Anbis. O Templo de Anbis, o supremo regente do Karma, encontra-se no mundo molecular, denominado por muita gente como Mundo Astral. Nesse Tribunal somente reina o terror de Amor e Justia.

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    Nele existe um livro com o respectivo dever e haver, para cada homem, no qual se anota minuciosamente e diariamente as suas boas e ms aces. As boas so representadas por raras moedas, que os Mestres acumulam em benefcio dos homens e mulheres que as executam. Nesse Tribunal tambm se encontram advogados defensores. Porm tudo se paga. Nada se consegue dado. O que tem boas obras paga e sai liberto dos negcios. Os crditos solicitados pagam-se com trabalhos desinteressados e inspirados em amor para com os que sofrem.

    Os Mestres do Karma so Juzes de Conscincia que vivem na quinta dimenso. Temos que fazer constantemente boas obras para que tenhamos com que pagar as nossas dvidas

    desta vida e de vidas passadas. Todos os actos do homem esto regidos por leis, umas superiores, outras inferiores. No amor, resumem-se todas as leis superiores. Um acto de amor anula actos pretritos inspirados em leis inferiores, por isso, falando do amor, diz o Mestre Paulo: "O amor sofrido, bom; no inveja, no se engrandece; no injuria, no busca o seu; no se irrita, no se apraz da injustia, mas apraz-se da verdade; tudo compreende, tudo espera, tudo suporta".

    Relato do V. M. Samael Vem-me memria uma certa instruo recebida em noites passadas. Ali no Mundo Astral, tocou-me viver uma cena muito interessante; fizeram-me sentir como se fosse perseguido, ainda que estivesse consciente, porm uns Venerveis provocaram uma cena

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    de perseguio: subitamente, encerrado numa certa casa, fui visitado e todos eles, os Venerveis e a Fraternidade Oculta, cantando me instruram de forma deliciosa. Disseram-me que a perseguio da Lei (no referindo-se s leis terrenas, mas sim s leis do Karma) s acontece quando no se anda bem vestido e num rico veculo, pois quando se anda bem vestido, com um magnfico veculo e com bastante dinheiro no bolso, acabam-se as perseguies. Estou a falar numa linguagem que devem saber entender. A que veculo se referem os Venerveis? Ao veculo composto pelos quatro corpos: Fsico, Astral, Mental e Causal, este o veculo.

    Quando na Kabala ouvirem falar do Carro de Melkabah, referem-se aos quatro corpos. Bem vestido? Que se entende, na Kabala, por um personagem bem vestido, com um rico carro? Aquele que fabricou os Corpos Existenciais Superiores do Ser e que, alm disso, os Cristificou, esse o sujeito bem vestido e quando se tem dinheiro no bolso est-se afirmando que se tem Capital Csmico; tal capital consegue-se fazendo

    boas obras, trabalhando pela humanidade, bvio. A um Mestre como o Conde de San Germain, ningum o vai perseguir, a Jesus de Nazar, como o iriam perseguir os Senhores do Karma? Quem iria perseguir Jesus de Nazar? Perseguem o infeliz que anda mal vestido e sem dinheiro. Quem o infeliz, o indigente mal vestido, o mendigo? Quem ser? Aquele que no fabricou os Corpos Existenciais Superiores do Ser, Vicente e toda a gente, dom Raimundo e todo o mundo, esses so vtimas da Lei. Vo de aqui

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    para ali, sempre na desgraa, nascem sem saber como e morrem sem saber porqu, sempre com uma venda nos olhos, desde o bero at ao sepulcro. Casam-se, enchem-se de filhos, vivem na pobreza mais desgraada, sempre infelizes, sempre perseguidos. Quando algum se veste bem e tem um bonito carro e bom dinheiro no bolso, acaba-se a perseguio. Quem perseguir o Conde Cagliostro? Nem sequer podem contar com ele. O famoso Lus XV encerrou-o na Bastilha, porm crem vocs que o Conde Cagliostro ia permanecer ali, na Bastilha, um homem que manejava os estados Jinas? Num dado instante estaria ali e no instante seguinte estaria em Paris, em Londres, em Roma, em qualquer parte menos na Bastilha. Quando saiu da Bastilha, dois meses depois, saiu regiamente, esplendidamente vestido, cheio de ouro e de diamantes, sorrindo alegre entre as multides. Dez mil pessoas transportaram-no aos ombros, como um triunfador. Um senhor bem vestido e com um magnfico carro, bem vestido com os Corpos Existenciais do Ser, com as vestimentas sagradas e com uma carruagem preciosa, j no vtima das circunstncias, deixa de ser perseguido pela Lei do Karma, converte-se em Senhor, no sentido mais completo da palavra. Quando os Mestres do Karma oficiam como juzes, usam a mscara sagrada, em forma de cabea de chacal ou lobo emplumado, e com ela se apresentam aos iniciados nos Mundos Internos. Essa a severidade da Lei do Amor. Quem queira luz deve dar luz para que receba o seu pago. O Chacal dos Chacais conduz a Luz por todos os limites do firmamento e chega at s fronteiras da ave Neveh, um dos 42 juzes de Maat no Juzo. Esse grande juiz Logos do Sistema Solar. O Chacal dos Chacais trabalha sob as ordens desse grande juiz.

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    Aqueles que aprendam a manejar o seu KA (o Corpo Astral) podem visitar o Templo do Chacal dos Chacais, para consultar o seu livro e fazer os seus negcios. Ningum se escapa da Justia, j que no fundo da nossa Conscincia, existe o Kaom (parte do nosso Ser), o polcia do Karma, que toma forma cada vez que regista uma aco positiva ou negativa. Tipos de Karma Existem muitas variedades ou tipos de Karma: Karma individual: o sofrimento ou castigo que corresponde

    a cada um de ns pelas nossas ms aces pessoais; so como letras que devem cancelar-se. Isto deve pagar-se com sacrifcio ou com dor. Aquele que sabe negociar sai bem perante os Senhores da Lei. Devemos aprender a sacrificar tudo por nada; todo o bem humanidade um abono na conta.

    Karma familiar: quando ao seio de uma famlia pertencem

    pessoas que no seu conjunto tm dvidas pendentes com a Lei do Karma, de maneira que todos sofrem e entre eles mesmos se fazem sofrer; a a Justia actua em toda a famlia para fazer o cobro.

    Karma colectivo: o castigo em massa. Exemplo: muito

    comum ver bairros muito pobres situados beira dos rios, cerros, etc. De repente acontecem inundaes e deslizamentos, e perecem todos ou a maioria das pessoas. Vivem na misria. Isto constitui um Karma colectivo.

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    Karma mundial: castigo e dor a nvel mundial. As guerras mundiais so exemplo claro desta classe de Karma; pases inteiros, em grande nmero, vem-se afectados pela misria, a amargura e a dor. No tempo actual a Balana da Justia est desequilibrada e espera-se muita dor.

    Karmasaya: so as "marcas astrais" devido ao coito de um

    homem com vrias mulheres ou de vrios homens com uma mulher; o contacto sexual e a correspondente energia une-os em Astral de uma forma fludica; o Karma une-se aos homens e mulheres que copularam; estas marcas astrais s se apagam com a Alquimia (Tantrismo sexual).

    Karmayoga: com o sbio uso das correntes sexuais vamo-

    nos unindo Divindade (Yoga = Unio com Deus). A "Luz dica" aquela que rodeia o casal, o qual permanece, durante o tempo que dura a prtica, num crculo protector.

    Karma duro: quando o Karma que devemos no foi

    reduzido porque nunca pagvel, pela imensa gravidade dos factos, um Karma de aco e nunca se detm. Por exemplo, o resultado de uma extremada degenerao sexual o Karma em forma de cncer; os "cancros" (vrus patognicos que se desenvolvem no Corpo Vital) so enviados para aniquilar-nos com o cncer.

    Katncia: o Karma superior; est acima dos Senhores da

    Grande Lei. a que chama ordem os Deuses e os prprios Senhores da Grande Lei.

    Negociar com os Senhores da Lei possvel atravs da meditao: orai, meditai e concentrai-vos em Anbis, o regente mais exaltado da Lei. Para o indigno todas as portas esto fechadas, menos uma: a do arrependimento. Pedi e se vos dar, batei e abrir-se-vos-.

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    O Karma infalvel e ajusta-se ao efeito e causa nos planos fsicos, mentais e espirituais do Ser. O Karma aquela lei invisvel e desconhecida que ajusta sbia e inteligente e equitativamente, cada efeito sua causa, fazendo-a repercutir-se em quem o produz. Paga-se Karma no mundo fsico e paga-se tambm nos Mundos Internos, porm o Karma no mundo fsico, por grave que seja muitssimo mais suave que o correspondente ao Astral. Enquanto houver uma lgrima para enxugar, os adeptos que alcanaram a "Mestria" renunciam dita inefvel de "O Absoluto" que conquistaram, e retornam Terra a servir, consolar , ajudar . . . Muitos deles, como o Divino Jesus o Cristo, carregam sobre os seus ombros o Karma dos homens e voluntariamente aceitam o martrio ou aparentemente morrem nas masmorras da inquisio, como o Mestre Cagliostro. A Justia est mais alm do bem e do mal. Quando se chegue Luz saber-se- o que o Amor, saber-se- amar e compreender-se- que Amor Consciente Lei. No vale apenas fazer o bem, mas sim saber faz-lo. O verdugo que executa uma ordem injusta, cheio de magnficas intenes, assassina o seu semelhante. Milhes de cabeas caram na guilhotina durante a Revoluo Francesa e os verdugos trabalharam com magnficas intenes, porque queriam o

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    triunfo do povo. Robespierre cheio de magnficas intenes, levou muitos inocentes ao cadafalso. No devemos esquecer o que foi a Santa Inquisio: ento os inquisidores, com magnficas intenes, condenaram muitos infelizes fogueira, ao potro, ao martrio. necessrio compreender que o importante so as boas obras e no as boas intenes, estas podem ser mais ou menos equivocadas. Os Senhores do Karma, nos Tribunais da Justia Objectiva, julgam as Almas pelas obras, pelos factos concretos, claros e definitivos e no pelas boas intenes. Os resultados so sempre os que falam; de nada serve ter boas intenes se os factos so desastrosos. Segundo relato do V. M. Samael Vem-me memria neste momento, cenas de uma passada reencarnao minha na Idade Mdia. Recordo que vivia segundo os costumes da poca; no posso negar que era membro de uma ilustre famlia de ranosa aristocracia. Naquela poca as pessoas, a minha estirpe, presumiam demasiado com a questo do sangue azul, os inacessveis ascendentes e notvel estirpe. At pena d confess-lo, e isto o grave, eu tambm estava metido nessa garrafa de preconceitos sociais. Coisas da poca! Um dia qualquer, no importa qual, uma irm minha enamorou-se de um homem muito pobre e claro, isto foi o escndalo do sculo; as damas da nobreza e os seus nscios cavalheiros, presumidos, desfizeram viva a minha irm, fizeram escrnio da infeliz. Diziam dela que tinha manchado a honra da famlia, que teria podido casar-se melhor, etc. No tardou em ficar viva, a pobre, e como resultado do seu amor, claro, ficou uma criana. E se tivesse querido regressar ao

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    seio da famlia? No entanto isso no era possvel, ela conhecia demasiado a lngua viperina das damas elegantes, as suas fastidiosas oposies, o seu desprezo e preferiu a vida independente. Que eu ajudei a viva? Seria absurdo neg-lo. Que me apiedei do meu sobrinho? Isso foi verdade. Desafortunadamente h vezes em que para no faltarmos piedade podemos tornar-nos desapiedados. Esse foi o meu caso. Compadecido do rapaz, internei-o num colgio (com a desculpa de que receberia uma robusta, firme e vigorosa educao) sem importar-me no mais mnimo com os sentimentos da sua me e at cometi o erro de proibir a sofrida mulher de visitar o seu filho; pensava que assim o meu sobrinho no sofreria preconceitos de qualquer espcie e poderia ser algum mais tarde, chegar a ser um grande senhor, etc. O caminho que conduz ao abismo est empedrado de boas intenes. Quantas vezes querendo fazer-se o bem, se faz o mal! As minhas intenes eram boas, porm o procedimento, equivocado; sem dvida, eu acreditava firmemente que estava a fazer o correcto. A minha irm sofria demasiado pela ausncia do seu filho, no podia v-lo no colgio, era-lhe proibido. Claramente ressalta que houve da minha parte, amor para com o meu sobrinho e crueldade para com a minha irm; no entanto eu acreditava que ajudando o filho, ajudava tambm a me. Afortunadamente dentro de cada um de ns, nessas regies ntimas onde falta amor, surge como por encanto o polcia do Karma, o Kaom. No possvel fugir dos agentes do Karma; dentro de cada um de ns est o polcia que inevitavelmente nos conduz ante os tribunais. Passaram muitos sculos desde aquela poca; todos ns, os personagens daquele drama, envelhecemos e morremos. Mas a Lei de Recorrncia terrvel e tudo se repete tal como sucedeu,

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    acrescido das suas consequncias. Sculo XX, todos os actores dessa cena nos encontrmos. Tudo se repetiu, de certa forma, porm, claro, com as suas consequncias. Desta vez tive de ser eu o repudiado pela famlia, assim a Lei. A minha irm encontrou-se de novo com o seu marido; a mim no me pesa ter voltado a unir-me com a minha esposa sacerdotisa, conhecida com o nome de Litelantes. Aquele sobrinho to amado e discutido renasceu desta vez em corpo feminino; uma menina preciosa por certo, o seu rosto parece uma noite deliciosa e nos seus olhos resplandecem as estrelas. Numa altura qualquer, no importa a data, vivamos perto do mar; a menina (o antigo sobrinho) no podia brincar, estava gravemente enferma, tinha uma infeco intestinal. O caso era muito delicado, vrias crianas da sua idade morreram naquela poca pela mesma causa. Porque haveria de ser a minha filha uma excepo? Os numerosos remdios que se lhe aplicaram foram francamente inteis, no seu rosto infantil j comeava a esboar-se com horror esse perfil inconfundvel da morte. Claramente ressaltava o fracasso, o caso estava perdido e no me restava mais remdio que visitar o Drago da Lei, esse Gnio terrvel do Karma cujo nome Anbis. Afortunadamente, graas a Deus, Litelantes e eu sabemos viajar consciente e positivamente em Corpo Astral. Assim pois, apresentarmo-nos juntos no grande palcio do Grande Arconte, no universo paralelo da quinta dimenso, no era para ns um problema. Aquele Templo do Karma impressionante, majestoso, grandioso.

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    Ali estava o Ierarca sentado no seu trono, imponente, terrivelmente Divino; qualquer um se espantaria de v-lo oficiar com essa sagrada mscara de chacal, tal como aparece em muitos baixos-relevos do antigo Egipto faranico. Por fim foi-me dada a oportunidade de lhe falar e claro que no a deixei passar to facilmente. -Tu tens uma dvida para comigo - disse-lhe. - Qual? replicou-me assombrado. Ento, plenamente satisfeito, apresentei-lhe um homem que noutra poca fora um perverso demnio; refiro-me a Astaroth, o grande duque. -Este era um filho perdido para o Pai - continuei e no entanto,

    salvei-o, mostrei-lhe a senda da luz, retirei-o da Loja Negra e agora discpulo da Branca Irmandade: tu no me pagaste essa dvida. A questo era que aquela menina devia morrer de acordo com a Lei e a sua Alma devia penetrar no ventre da minha irm, para formar-se um novo corpo fsico. Assim o entendia e por isso acrescentei: -Peo que v Astaroth ao ventre da minha irm, em vez da Alma da minha filha. A resposta solene do Hierarca foi definitiva: -Concedido, que v Astaroth ao ventre da tua irm e que a tua filha seja curada.

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    Sobra dizer que aquela menina (meu antigo sobrinho) foi curada milagrosamente e que a minha irm concebeu ento um filho varo. Tinha com que pagar essa dvida, contava com Capital Csmico. A Lei do Karma no uma mecnica cega, como supem muitos pseudo-esoteristas e pseudo-ocultistas. Como estavam as coisas, resulta evidente e fcil de compreender que com a morte possvel da minha filha, teria que sentir a mesma dor do desprendimento, aquela amargura que em pocas antigas sentiu a minha irm com a perda do seu filho. Assim, mediante a Grande Lei, ficaria compensado o dano, repetir-se-iam cenas semelhantes, porm desta vez a vtima seria eu mesmo. Afortunadamente o Karma negocivel, no essa mecnica cega dos astrlogos e quiromnticos de feira. Tive Capital Csmico e paguei essa velha dvida; assim graas a Deus, foi-me possvel evitar a amargura que me aguardava. A vida um tabuleiro de xadrez, no qual cada acto uma jogada. Se as nossas jogadas so boas, inteligentes e oportunas, o resultado ser o xito, a sade e a longevidade. Se pelo contrrio, as nossas jogadas so feitos de m f, egostas e inoportunas, o resultado ser: fracasso, doena e morte. "Que ningum se engane a si mesmo, o que o homem semear, colher e as suas obras o seguiro". Ao ser levado ao Santurio Secreto da Dupla Casa da Vida para pesar o seu corao, onde sem se colocarem em ordem de estatura ao redor da "Grande Sala da Verdade" sentados de ccoras, o esperam o Grande Sacerdote Anbis e os seus quarenta e dois Sacerdotes assessores, todos com mscaras em forma de cabea de chacais ou lobos emplumados, emblema da verdade, vestido todo de branco e cheio de terror, o iniciado declara:

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    "Eu no fiz chorar ningum. Eu no realizei feitos reprovveis. Eu no pratiquei o mal. Eu no fiz os homens trabalhar mais do que devido. Eu no fiz temer. Eu no afligi as vivas. Eu no oprimi os rfos. Eu no fiz com que o amo maltratasse o criado. Eu no matei; eu no roubei Templos. Eu no roubei objectos dos cadveres. Eu no dormi com mulher alheia. Eu no encareci os comestveis. Eu no alterei o fiel das balanas. Eu no apartei o leite da boca da criana. Eu no privei o gado dos seus pastos. Eu no aprisionei pssaros. Eu no detive a gua quando devia correr. Eu no apaguei a luz quando devia alumiar. Eu no coloquei obstculos no caminho dos homens. Eu no forniquei. Eu sou puro, sou puro, sou puro.

    Lei Lei, e a Lei cumpre-se!