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3 Jornada Cientfica e Tecnolgica da FATEC de Botucatu

22 a 24 de Outubro de 2014, Botucatu So Paulo, Brasil

UTILIZAO DO DIRIGVEL PARA TRANSPORTE DE CARGAS

Daniel Ferrer Palmas1, Gabriel Ferrer Palmas

2, Gilmerson Incio Gonalves

3

1Graduando em Logstica FATEC JAHU, [email protected]

2 Graduando em Logstica FATEC JAHU

3Prof.Mestre FATEC JAHU

1 INTRODUO

Atualmente os diversos meios de transporte vm enfrentando vrios problemas

devido falta de infraestrutura adequada proporcionada aos mesmos, principalmente

quando se trata do transporte de cargas.

Os modais mais utilizados para o transporte de cargas sejam eles ferrovirios,

rodovirios, hidrovirios e aerovirios, apresentam grandes problemas em relao s

condies que so necessrias para um transporte eficiente e de qualidade. Todas essas

dificuldades enfrentadas inicialmente geram aos consumidores finais um aumento nos

custos. Com isso, um dos meios para solucionar esses problemas seria por meio do

transporte areo, atravs do uso de dirigveis para o transporte de cargas.

Conforme Alves (2012) o General Conde Ferdinand Von Zeppelin, no ano de

1890, se dedicou inteiramente no desenvolvimento do primeiro balo rgido dirigvel

com motor, concludo em 1900, o grande Zeppelin, como ficou conhecido, serviu de

prottipos para muitos modelos.

Os dirigveis conquistaram fama, devido ao sucesso de suas operaes e foi

utilizado, em 1917, na Primeira Guerra Mundial. Em seguida, de acordo com Alves

(2012), no ano de 1939, foi utilizado na Segunda Guerra Mundial e logo aps o seu

termino os dirigveis foram desativados, por serem aeronaves frgeis para o emprego

militar. No ano de 1937, o mais famoso dirigvel Hinderburg foi destrudo em segundos

por um incndio, quando pousava em New Jersey.

Com o uso da tecnologia foi possvel o desenvolvimento de novos prottipos de

dirigveis, com o emprego de novos gases, no inflamveis, novas estruturas e

composies. Um exemplo disso a empresa AirShip do Brasil, que est

desenvolvendo um dirigvel moderno para o transporte de cargas.

Por tanto, o objetivo geral desse trabalho mostrar que o uso do dirigvel para o

transporte de cargas vivel, graas aos novos estudos, pesquisas e tecnologias

empregadas para que esse meio de transporte volte a proporcionar economia,



sustentabilidade e rapidez para as distribuies de cargas, seja elas de pequeno, mdio e

grande porte.

Atravs dos estudos o dirigvel ser usado para cargas de grande porte, j que os

mesmo apresentam dificuldades quanto ao seu deslocamento por via terrestre, em

funo das limitaes das ferrovias, rodovias, viadutos, pontes, tneis, etc. Os

resultados obtidos nas pesquisas mostram que haver probabilidade das aeronaves que

esto sendo projetada no Brasil, como o ADB-3-30, se transformarem em um novo

modal logstico, alm de fazer o Brasil se destacar frente aos pases que tambm esto

com projetos semelhantes, como a Alemanha, Estados Unidos, Inglaterra e Rssia.

Assim, o objetivo desta pesquisa mostrar argumentos que indicam um potencial de

emprego dos dirigveis no mercado especifico do transporte de cargas.

2 MATERIAL E MTODOS

Quanto ao desenvolvimento, trata-se de uma pesquisa exploratria e descritiva.

Exploratria na medida em que o tema pouco debatido e a bibliografia

atualizada escassa, portanto, h pouco conhecimento acumulado disponvel para

estudo. Descritiva por pretender expor as caractersticas tcnicas e operacionais dos

dirigveis como meio de transporte, bem como a opinio do autor.

3 RESULTADOS E DISCUSSES

O balo dirigvel pode ser controlado por um condutor e sustenta-se atravs do

uso de uma grande cavidade que preenchida com um gs menos denso que o ar, como

o gs hlio ou mesmo o inflamvel gs hidrognio.

Segundo Alves (2012) o histrico dos bales dirigveis comea no ano de 1662

quando Boyle enunciou a Lei dos gases. Em 1782 os irmos Montgolfier criaram o

primeiro balo destinado a voos, construdo de um artefato que constitua um grande

invlucro de seda que possua uma abertura em sua cavidade inferior, preenchida com

ar quente que menos denso, que possibilitava o levantamento lento do balo.

Foi construdo em 1852 o primeiro dirigvel motorizado pelo Henri Giffard, no

qual apresentava um formato de charuto com 44 metros de comprimento, com bolsa

preenchida com gs e hlice motorizada por um motor a vapor de trs cavalos de fora.



No ano de 1890 o General Conde Ferdinand Von Zeppelin abandonou o exercito

para dar inicio ao desenvolvimento ao primeiro balo rgido dirigvel com motor, que se

tornaria conhecido como Zeppelin. De acordo com Alves (2012) em julho de 1900 foi

realizado o primeiro teste com o dirigvel que possua 128 metros de comprimento e 12

metros de dimetro, transportando cinco pessoas e alcanando uma altura de 396 metros

e percorreu a distancia de 16 quilmetros, no perodo de 17 minutos.

Zeppelin em 1909 criou uma companhia de transporte areo com uma frota de

dirigveis. Assim em novembro de 1917 durante a Primeira Guerra Mundial mais de

cem dirigveis foram empregados pelo exercito e a marinha da Alemanha, com a funo

de enviar suprimentos blicos e medicamentos para manter a posio. Para isso o

dirigvel LZ 59 foi empregado para transportar aproximadamente quatorze toneladas de

carga desses fins e uma tripulao de 22 homens, em uma viagem de quatro dias a uma

velocidade mdia de 65 km/h, e possua ainda capacidade para voar em media mais 60

horas afirma White (1978), o que comprovava a grande capacidade dos dirigveis para

viagens intercontinentais.

Os dirigveis retornaram a levantar vo em diversos pases como um meio

alternativo de transporte seguro e rpido para cargas e passageiros logo aps o fim da

Primeira Guerra Mundial.

Conforme Alves (2012) no ano de 1937, o dirigvel deixou de ser um meio de

transporte quando ocorreu um grande incndio com o balo LZ 129 Hindenburg, as suas

cmeras cheias de gs hidrognio explodiu.

Os dirigveis apresentam em suas caractersticas gndolas slidas, hlices

impulsionadas por motores e aletas traseiras slidas e podem ser divididos em trs tipos

conforme o formato de seus bales (estrutura):

Rgido - geralmente longo (maior que 120 m) e em forma de charuto,

com estrutura interna de metal e bolsas preenchidas com gs. Exemplo: Hindenburg.

Semirrgido - balo com gs pressurizado (envelope) anexado a uma

quilha inferior de metal. Exemplos: Norge, Itlia.

No-rgido (dirigvel) - envelopes grandes preenchidos com gs.

Exemplos: Goodyear, MetLife, Fuji.

Atualmente j surgiram alguns modelos de prottipo para esta utilizao. Para

tal, a construo dessas novas aeronaves ser composta por materiais resistentes,

basicamente por um grande esqueleto e cobertos por um material leve, que oferea uma

quantidade menor de resistncia ao ar.



Quando se trata de vantagens sobre o dirigvel em comparao ao avio que o

mesmo no precisa de energia para flutuar. Alm de suportar uma quantidade alta de

peso, o que, por exemplo, pode ser til para o transporte de carregamento variado.

Como tecnologia do futuro para o transporte areo, a empresa AirShip do Brasil

est desenvolvendo um prottipo de um dirigvel no modelo ADB-3-30 que ser

utilizado para o transporte de cargas com a finalidade de transportar cargas em

diferentes estados brasileiros e tambm ao interior da regio amaznica.

A AirShip do Brasil Indstria Aeronutica Ltda (ADB) uma empresa

aeronutica que nasceu para pesquisar, desenvolver, construir e comercializar solues

utilizando aeronaves e tecnologias mais leves que o ar (lighterthanair- LTA). A empresa

formada pela associao do Grupo Engevix e Transportes Bertolini, e esta localizada

na cidade de So Carlos em So Paulo.

O dirigvel ADB-3-30 ser movido a leo diesel e no seu interior haver gs

hlio. O mesmo ser composto por quatro motores a diesel e um motor eltrico. O

mesmo ter capacidade para transportar de 30 a 54 toneladas e poder atingir uma

velocidade de ate 125 km/h a cerca de 1.200 ps, o equivalente a 400 metros. A figura 1

ilustra o modelo do dirigvel ADB-3-30.

Figura 1 modelo do dirigvel ADB-3-30

Fonte: Foster (2014).

O emprego de dirigveis para o transporte de cargas

plenamente vivel. O que se denota, em estudos especficos

sobre a viabilidade econmica, que quanto maior o dirigvel,

mais rentvel se torna, pois a queda dos custos exponencial.

(Felippes, 2013).

O Brasil, em termos de utilizao comercial para o transporte de cargas, est

sendo o pioneiro na utilizao do dirigvel, estando s experincias internacionais

relacionadas ao transporte de passageiros e utilizaes militares de aeronaves mais leves

que o ar.



Atualmente a taxa de crescimento do Brasil bastante precria, apesar do

incremento da economia nacional ser ate mesmo considervel. Segundo Marcelo

Felippes (2013), isso vem ocorrendo devido o dficit que o pas possui com uma

infraestrutura moderna e competitiva. Como resultado, o setor da logstica brasileira

opera com preos elevados, ocasionando a perda de competitividade em vrias

mercadorias, sejam elas commodities ou bens de maior valor agregado.

De acordo com Felippes (2013), verifica-se que o encarecimento da logstica

onera tanto a itens de maior valor agregado, que em principio seria mais imunes a

variaes de custo, o seu transporte entre municpios prximos do estado de So Paulo,

onde se encontra a melhor infraestrutura do pas, eleva substancialmente o preo do

produto final para o comprador.

Logo, em um cenrio como o do Brasil onde a associao de grande extenso

territorial e de crescente descentralizao da produo, principalmente agrcola, para

regies mais distantes dos grandes centros consumidores e/ou exportadores,

estabelecem condies favorveis ao desenvolvimento de modais de transporte que

utilizem pouco uso de infraestrutura, como os dirigveis.

Se houver redues de custos, o interesse dos produtores ser maior em utilizar o

novo modal que est sendo projetado.

4 CONCLUSES

Atualmente, os clientes de empresas prestadoras de servios, at mesmo a

prpria empresa necessita de uma logstica adequada, ou seja, precisa receber seus

produtos e servios em tempo, lugar certo ao menor custo possvel. Para isso de

extrema importncia estudos e pesquisas que mostram alternativas para um melhor

atendimento e que satisfaa as necessidades prprias e dos clientes.

Observa-se que todos os meios de transporte apresentam problemas de

infraestrutura e que o governo no est investindo nos mesmos, no buscam meios de

melhorar as estradas, os portos, as ferrovias, etc. Ou seja, todos esses problemas geram

para as empresas, que utilizam esse meios de transporte, gastos maiores ocasionando

aos consumidores um custo elevado no valor do frete do produto e tambm na

mercadoria final, gerando possivelmente a diminuio da compra de produtos.

Analisa-se que o transporte areo esta se destacando cada vez mais no mercado,

e atravs desse crescimento especialistas e empresas esto aprofundando estudos e



desenvolvendo novos meios para transportar suas cargas de modo que agreguem valores

para os clientes e ao mesmo tempo para si mesmo.

A nova modalidade para esse meio a volta dos dirigveis, pois eles esto sendo

desenvolvidos com uma tecnologia e manuseio de alta capacidade proporcionando para

o transporte de carga um agradvel meio de se transportar cargas com qualidade,

rapidez, e segurana. Esse modal no precisara de um grande investimento em estaes

de pouso e decolagens, pois poder ser feitos em reas livres e at mesmo sobre gua.

Com o estudo em questo foi concludo que a utilizao dos dirigveis ser de

grande importncia para um contexto em geral, possibilitando a execuo desse tipo de

servio uma relao de custo/ benefcio superior aos meios tradicionais de transporte.

No futuro, acredita-se que com modelos ainda maiores, os dirigveis podero at

mesmo substituir os caminhes no transporte de soja. O equipamento poder voar em

segurana do campo diretamente para os navios, aliviando estradas e portos.

5 REFERNCIAS

AIRSHIP DO BRASIL. Disponvel em:.

Acesso em: 30 jul. 2014.

ALVES, Lvia. Bales Dirigveis. Brasil Escola, Goinia, mar. 2012. Disponvel

em:. Acesso em: 30 jul.2014.

CRAIG, C. Freudenrich. Historia do Dirigvel. Como tudo funciona. Disponvel

em:. Acesso em: 31 jul.2014.

FELIPPE, Marcelo. AirShip do Brasil projeta dirigvel para o transporte de cargas. Informativo

Bertolini, Manaus. Ano XVII. 176 ed. Nov.2013. Disponvel

em:. Acessoem:02 ago. 2014.

FOSTER, Gustavo. Empresa avalia uso de dirigvel para transporte de cargas pelo pas. Zero

Hora Notcias, Porto Alegre, fev. 2014. Disponvel

em:. Acesso em: 03 ago. 2014.

PEREIRA, Ana Paula. Avies- dirigveis: um voo mais seguro e moderno. TECMundo, So

Paulo, jul. 2011. Disponvel em:. Acesso em: 02 ago. 2014.

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