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15 lições de carreira para Ad– ministra– dores

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15 lições de carreira para Ad–ministra– dores

15 lições de carreira para Ad–ministra– dores

Leandro Vieira — CEOFlávio Augusto — Board member

LIVROEdição: Simão MairinsRevisão: Mayara ChavesCapa e diagramação: Niandson Leocádio

BRASIL — 2014

ficha técnica

sumárioApRESEntAçãO

A SORtE dE nãO COnSEguIR O quE SE quER— Leandro Vieira

O quE FAz dE VOCê VEnCEdOR Ou pERdEdOR— Flávio Augusto

O SuCESSO InSpIRA, mAS Só O FRACASSO EnSInA— Ricardo Bellino

O quE nãO tE COntAm SOBRE AdmInIStRAçãO— Fábio zugman

CInCO pASSOS pARA umA mEtA— Tom Coelho

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sumárioApREndEndO A COmpEtIR— mônica Bastos

AdmInIStRAR pROCESSOS Ou pESSOAS: quAL O SEu mAIOR dESAFIO?— Andréia Costa

A CuLpA é mInhA— Thuani Avelino

quEm quER, dá um jEItO— Leonardo Posich

pROdutIVIdAdE E mOtIVAçãO: COmO ESSA RELAçãO é dEtERmInAntE pARA O SuCESSO dE um EmpREEndImEntO— Rita Luz

5 dICAS IndISpEnSáVEIS pARA quEm pREtEndE EmpREEndER nO BRASIL— Luiz Claudio Machado

8 mAndAmEntOS dO pROFISSIOnAL quE AmA O quE FAz— melissa Faust

ExpECtAtIVAS dE um jOVEm EStAgIáRIO— diego Antas

VOCê já LEu O CódIgO dE étICA dO AdmInIStRAdOR?— Kalinne Callou

EmpLOyER BRAndIng nA pRátICA— Emerson Costa

AutORES

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Caro leitor

É com grande satisfação que apresenta-mos a você este primeiro e-book com o selo Administradores.com. A publicação, que abre uma série de lançamentos programa-dos para 2015, inaugura um novo momento do portal e vem coroar 10 anos de dedica-ção incansável à causa da Administração. A obra reúne artigos que geraram grande repercussão e foram selecionados com base em uma ação de votação popular, entre os leitores do site, e, posteriormente, um processo de curadoria realizado pelos nossos editores. Foram escolhidos 10 arti-gos de membros da rede colaborativa do portal, através dos quais homenageamos e agradecemos a participação de todos que ao longo da última década contribuí-ram com o espaço, compartilhando conhe-cimento. O livro conta ainda com outros cinco textos, de grandes nomes do mer-cado brasileiro, que são colunistas do Ad-ministradores.com e foram convidados especialmente para compor a publicação.

Uma ótima leitura!

— Equipe Administradores

1A sorte de não conseguir o que se quer––– quer um

conselho? Não se lastime tanto pelos planos que não deram certo ou pelas oportunidades que você deixou de agarrar

por Leandro Vieira

lgumas ideias têm uma força estranha. Em um dia qualquer do ano 2000, no meio de uma aula do curso de Administração, tive a ideia de criar um website que servisse de ponto de encontro

para todas as pessoas interessadas em Administração e suas áreas afins. Desse insight nasceu o Administradores.com algum tempo depois.

Aquela simples ideia definiu praticamente tudo o que eu viria a fazer depois em minha vida. Para estar à frente de um portal que pretendia ser a porta de entrada digital para o mundo da Administração, eu precisava, primeiramente, entender a própria Administração. Embora já fosse um ótimo aluno, a partir daquele dia passei a me dedicar muito mais ao curso, passei a ler muito mais, a fazer cursos por fora e – depois de terminada a faculdade – embarquei em um MBA e em um Mestrado, mais na frente.

Durante um bom tempo, acabei me dedicando a várias coi-sas ao mesmo tempo. Por exemplo: durante a graduação em Administração, conciliava ainda outra em Direito. Quan-do cursava o Mestrado, comecei a dar aulas de diversas disciplinas de Administração. E, no meio disso tudo, havia o Administradores.com, que demandava boa parte do meu tempo e me obrigava a estender as horas do dia madru-gada adentro (e aqui cabe um agradecimento formal à minha esposa por sua inestimável ajuda com as centenas de e-mails diários do site. Muito obrigado!).

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Em 2007, depois de ter concluído toda essa jornada, decidi que era hora de me dedicar exclusivamente ao Adminis-tradores. Estava dando aula em uma faculdade e pedi demissão. Totalmente focado, havia decidido que nada no mundo me desviaria desse foco.

Os resultados começaram a aparecer rapidamente. Pri-meiro: saímos do home office para uma sala comercial. Contratamos as primeiras pessoas. A audiência começou a crescer de forma exponencial e também pintaram vários contratos de publicidade. Foco passou a ser não apenas um lema, mas um verdadeiro mantra.

Até que apareceu um professor gringo de uma renomada universidade americana. O sujeito queria desenvolver uma pesquisa sobre empreendedoris-mo comigo. Era o pontapé inicial para um doutorado sob sua orien-tação. E aí comecei a me prepa-rar para Gmat, Toefl e toda aquela papagaiada que exigem para uma pós nos Estados Unidos.

O professor marcou um encontro co-migo em fevereiro de 2008. Para não passar vergonha falando aquele inglês macarrônico, eu e minha esposa deci-dimos fazer um curso intensivo do idio-ma por lá antes do encontro. Agora é que vem a parte boa da história.

Pagamos o curso de inglês, a aco-modação em uma casa de famí-lia e, por fim, fomos tirar o visto no consulado americano. Você já

não se lastime tanto pelos planos que não deram certo ou pelas oportunidades que você deixou de agarrar.

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deve ter visto esse filme antes: um casal jovem, na casa dos vinte e poucos anos, pouco dinheiro no banco, com toda pinta de quem quer tentar a vida no país do Tio Sam. Resultado: visto negado.

Existem vários ditados que explicam o acontecido, como o famoso “Deus escreve o certo por linhas tortas”. Também gosto muito de uma frase do Dalai Lama: “Às vezes, não conseguir o que você quer é uma tremenda sorte.”

E foi realmente uma grande sorte. Devo muito ao cara do consulado que não engoliu a nossa história (embora fosse totalmente verdadeira!). Se tivéssemos ido para os Estados Unidos naquele ano de 2008, as coisas teriam tomado um rumo totalmente diferente por aqui. Prova-velmente, eu teria seguido para o doutorado por lá, 4 ou 5 anos longe do Brasil, e o Administradores certamente teria morrido na casca.

Muitas vezes fazemos escolhas que nos tiram do cami-nho correto. E muitas vezes a própria vida – e não nós mesmos - se encaminha de nos recolocar nos trilhos do nosso verdadeiro destino. Podemos nos frustrar por não atingirmos esse ou aquele objetivo, ficamos chateados, mas mais na frente a aparente derrota se revela como um fator crucial para a nossa vitória.

Quer um conselho? Não se lastime tanto pelos planos que não deram certo ou pelas oportunidades que você deixou de agarrar. Com o tempo, aprendemos que é necessário dizer não para algumas das propostas que nos apare-cem, por mais interessantes que sejam à primeira vista. E, enquanto não aprendemos, as linhas tortas divinas se encaminham de nos mostrar a direção certa. ◼

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2O que faz de você vencedor ou perdedor–––

Campeões sabem do seu valor e não se desencorajam quando a sociedade os vê com desprezo e como parte de uma grande massa desqualificada por não terem um sobrenome

por Flávio Augusto

nde com os campeões.Espelhe-se nos campeões.Pense como os campeões.Comporte-se como os campeões.E, de preferência, seja um campeão.

Mas, afinal, o que é ser um campeão?É cumprir sua missão.

É não mudar de lado por conveniência.É guardar a fé até o fim.

É ter raízes profundas.É jamais desistir.

É cumprir suas metas e propósitos.

Afaste-se dos perdedoresAprenda com seus erros.

Não ceda à filosofia coitadista dos perdedores.Rejeite seus valores.

E, de preferência, não seja um perdedor.

Mas, afinal, o que é ser um perdedor?É não ter um ideal pelo qual lutar, deixando a vida levar.

É alterar seu comportamento e valores por conveniência.

É se sentir vítima em vez de autor de sua história.É ter uma desculpa na ponta da língua para não cumprir seus compromissos.

É sempre desistir pelo calor das primeiras dificuldades.

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Campeões puxam a responsabilidade para si. Perdedo-res acreditam que dependem de terceiros e têm uma frase preferida: “Não é bem assim. Na teoria, é muito fácil falar, mas, na prática...”

Campeões são as melhores companhias da superação. Perdedores param porque está doendo.

Campeões sentem-se estimulados pelos abutres que ten-tam lhes desmotivar. Perdedores sentem-se consolados pe-los abutres, porque encontram argumentos compreensivos para sua fraqueza.

Campeões têm seu foco no troféu e na recompensa. Per-dedores têm seu foco no processo, nas dificuldades e naquilo em que eles não sentem prazer durante sua jorna-da. A frase muito utilizada pelos perdedores para desistir é: “Eu preciso fazer algo que eu amo”. Campeões amam a vitória, ainda que, em alguns momentos, a jornada não seja tão prazerosa quanto eles gostariam.

Campeões fazem a diferença no mundo. Perdedores fazem parte de uma grande massa de descontentes que desfruta dos avanços promovidos pelos campeões.

Temos campeões em missões humanitárias, na área científica, no teatro, nos esportes, em assistência social e em todas os setores da sociedade. Campeões sempre são recompensados, mas não necessariamente com di-nheiro, a depender da missão escolhida por cada um.

Temos perdedores na política, na medicina, no mundo dos negócios, na classe operária, nas universidades. Há muitos perdedores ricos, em especial os incompetentes que desviaram dinheiro público e que, por isso, engros-sam as filas dos consultórios psiquiátricos para consu-mir drogas antidepressivas e, assim, aliviar sua dor de

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consciência quando descobrem que, de fato, o crime não compensa.

Nossa conta bancária não é capaz de nos fazer campe-ões, nem os nossos bens, diplomas ou títulos. Quando cumprimos nossa missão e estamos dispostos a dar a nossa vida por nosso ideal, frequentemente alcançamos os resultados necessários para sermos reconhecidos dentro do seleto grupo dos campeões.

Campeões sabem do seu valor e não se desencorajam quando a sociedade os vê com desprezo e como parte de uma grande massa desqualificada por não terem um sobrenome. Por outro lado, os campeões também não se iludem, mesmo depois de seu sucesso, quando essa mesma sociedade passa a lhe dar tapinhas nas costas e a puxar seu saco, tentando lhe con-vencer, dizendo: “você é o cara”. Os campeões sabem exatamente quem eles são e o que sempre foram. Sabem que já eram campeões mesmo na bai-xa, dentro de um trans-porte coletivo lotado, da mesma maneira que são campeões durante a alta, dentro de um jato executivo.

O reconhecimento da sociedade não altera a identidade de um verdadeiro campeão por uma razão muito simples: os campeões sabem que essa sociedade é hipócrita. ◼

Campeões têm seu foco no troféu e na recompensa.

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3O sucesso inspira, mas só o fracasso ensina–––

por Ricardo Bellino

no momento em que sur-ge uma ideia na sua men-te, você tem que entender que precisa ser seu pró-prio CEO

s forças contrárias na hora de tomar uma de-cisão arriscada são inúmeras e, geralmente, poderosas. Na minha vida, eu aprendi o se-guinte: o “não” eu já tenho. As forças contrá-

rias sempre foram um incentivo para mim, uma grande motivação. E eu tenho uma coisa muito engraçada, que é gostar de lidar com o supostamente impossível. Há duas frases para mim que, nesse sentido, são muito fortes. Uma do Mandela, que diz que “o impossível é tudo aquilo que ainda não foi feito”. E a outra é aquela clássica do Walt Disney, que eu costumo usar no encerramento de minhas palestras: “Eu gosto do impossível porque no impossível tenho menos concorrência”.

Correr contra todas as possibilidades sempre me deu e me dá até hoje muito incentivo. Isso nunca me inibiu e eu sempre fiz com que a força contrária não agisse contra mim, mas como a alavanca do judô, que usa o oponente ao seu favor. Nenhuma das iniciativas com as quais me envolvi foram fáceis. Sempre tive que saltar grandes obs-táculos para atingir meus objetivos. Uns com sucesso e outros com os fracassos.

Eu sempre aprendi muito com os fracassos. Na minha vida, eu aprendi mais com o fracasso do que com o sucesso. O sucesso inspira a gente. Mas o que ensina mesmo na vida é o fracasso.

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As pessoas têm tanto medo de arriscar porque, em sua maioria, são covardes. Elas têm medo de correr riscos e de sair da sua zona de conforto, aquela região em que têm uma suposta sensação de proteção. E as pessoas, com esse medo de fracassar, entram num processo de paralisia completa. Então, na hora em que elas pensam, sonham e ambicionam, se não tiverem autoestima e a motivação correta, essa vontade louca de correr riscos, elas mesmas criam seus próprios limites. E aí vão se con-vencendo de que não podem fazer aquilo. Na verdade, deixem para o mundo nos colocar as dificuldades, não va-mos fazer isso. Acho que a gente tem que assumir uma atitude positiva na vida.

Ser chamado de louco é um elogio para mim e para todo empreendedor que sabe que ter suas ini-ciativas vistas, inicialmen-te, como ideias malucas é um sinal de que um bom negócio está a caminho. Muitas pessoas me per-guntam se dá para ter certeza de que uma ideia que parece maluca para o resto do mundo é um bom negócio. Ninguém pode ter essa certeza, ninguém pode assegurar que essa ideia vai ser um bom negócio. Mas você pode, sim, visualizar e acreditar nessa ideia e

As pessoas têm tanto medo de arriscar porque, em sua maioria, são covardes

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assim encontrar as motivações para seguir e superar todas as dificuldades que vai encontrar.

Mas ninguém pode garantir nada. Pelo contrário. Na verda-de, todas as ideias arrojadas nascem com um percentual de fracasso enorme, a medir pelas inúmeras pequenas em-presas que são criadas. A taxa de mortalidade é enorme. O fato é que você vai para a guerra. E aí vai ter gente que vai voltar num saco de plástico e gente que vai voltar viva. Pode ser que um volte sem uma perna, outro sem um braço. Mas volta vivo. Na guerra do mundo dos negócios, infelizmente, as possibilidades de morte são enormes. Então, você tem que ter uma dose de otimismo, de força de vontade, para poder dar a volta por cima, sobreviver e também prospe-rar, fugindo das estatísticas ou, pelo menos, entrando na estatística da minoria, não da maioria.

Os fatores chave que fazem a diferença entre o sucesso ou o fracasso de um negócio são as pessoas. Não são os instrumentos, os planos de negócios ou o capital. Às vezes, inclusive, capital em excesso é um problema tanto quanto a falta dele. Mas o que faz a diferença é a pessoa. A capacidade de a pessoa visualizar, se comprometer com seu projeto, aceitar que ela vai fracassar e aprender com esse processo ao longo do caminho. E saber que ao longo desse aprendizado ela vai construir sua capacida-de empreendedora, sua musculatura emocional, porque você vai ter que lidar com muitos fatores que vão depri-mi-lo, abalá-lo de alguma maneira. Então você vai ter que encontrar o foco para se colocar para a frente.

No momento em que surge uma ideia na sua mente, você tem que entender que precisa ser seu próprio CEO. E isso significa combinar criatividade, entusiasmo e otimismo. Esses valores são fundamentais. Você tem que acreditar no impossível! ◼

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4O que não te contam sobre adminis-tração–––

por Fábio zugman

muito do que passa por “ciência” em ad-ministração não passa de instruções feitas por quem nunca usou de verdade os seus produtos

Administração é igual a sexo. Você pode ler todos os livros e revistas sobre o assunto, mas se nunca fizer, vai morrer sem saber o que é.” Um famoso coach de executivos certa vez me confidenciou

em um tom meio baixo durante uma conferência.Essa é provavelmente uma das maiores verdades que li ou ouvi sobre o assunto. Não estou dizendo que livros e revistas não importam (levando em conta que escrevi 6 livros e possuo uma biblioteca com uns 700, no mínimo seria uma declaração meio estranha).

Nenhum livro, palestra ou teoria vai lhe mostrar a sensação de lidar com o primeiro cliente, com a primeira vez que você acha que as contas não vão fechar, com uma decisão de contra-tação ou demissão. Você pode ter lido 500 livros sobre como contratar pessoas, mas fazer isso pela primeira vez é algo com-pletamente diferente. É como o adolescente que passou a vida colecionando aquele tipo de revista e navegando escondido na Internet ou as meninas que comentam umas com as outras e sonham com aquele momento. Não importa o quanto você falou ou leu sobre o assunto: na hora em que a situação está

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ali, na sua frente, o modo como você vê as coisas muda para sempre. Completar, participar ou terminar um negócio nos dá uma sensação que nenhum livro (mesmo quando se é o autor) jamais vai nos dar.

Esse é meu maior problema com boa parte dos integran-tes do mundo acadêmico. Basta citar as fontes certas, de preferência um monte delas, e pode-se dizer e ensi-nar qualquer coisa. Muito do que passa por “ciência” em administração não passa de instruções feitas por quem nun-ca usou de verdade os seus produtos. É como se um exército de virgens montas-se um curso e com base em intensivos estudos em revistas e textos, dissesse: “É assim que se satisfaz uma mulher”.

Teimosamente, nunca me afastei do mundo real, ao contrário de não sei quan-tas recomendações de acadêmicos mais respei-tados. As boas experiên-cias me trouxeram apren-dizado, resultados e algo

Sempre que pos-sível, mergulhe no mundo real, aprenda, vol-te para a sala de estudos. não te-nha medo de er-rar, mas procure aprender com os seus erros.

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em que me apoiar. As más renderam boas histórias para contar. A prática enriquece o mundo intelectual, e os es-tudos enriquecem a prática.

De todas as áreas, penso que a Medicina é um exemplo a ser seguido. Impossível se formar médico sem passar pelo período obrigatório vivendo a realidade de um hospital. Por mais que se faça críticas à formação de médicos, é um mundo de distância da maioria dos cursos de Administra-ção, em que os alunos passam o curso todo conhecendo a realidade através de textos e casos.

Há algumas faculdades tomando a dianteira, tentando aproximar mais os alunos da prática nas empresas e outras organizações. Ainda assim, esse movimento ainda está começando e se restringe a algumas ilhas de excelência. Com base em minha experiência no mundo acadêmico, infelizmente não acredito que os virgens abandonarão as salas de aula tão cedo.

Que fazer, então? Estude, leia e se atualize o quanto pu-der. Mas nunca confunda teoria com realidade. Nunca se apaixone por uma ideia ou pelo seu próprio intelecto. Sempre que possível, mergulhe no mundo real, aprenda, volte para a sala de estudos. Não tenha medo de errar, mas procure aprender com os seus erros. Não confunda “segurança” com não se arriscar. Na vida real é preciso assumir riscos.

Afinal, você pode ser um amante melhor com o Kama Sutra, mas se você se prender somente aos livros, nunca saberá o que está perdendo. ◼

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5Cinco passos para uma meta–––

por Tom Coelho

uma meta, qualquer que seja ela, só pode ser as-sim conceituada quando traçada segundo cinco variáveis: especificidade, mensurabilidade, exequi-bilidade, relevância e temporalidade

ocê decide ir ao cinema. Sai de casa e, quan-do percebe, imerso em seus pensamentos, está fazendo o caminho convencional para ir ao trabalho – que, por sinal, é diametralmente

o oposto. Depois de enfrentar um belo trânsito, acerta o passo e chega ao shopping. Vasculha os três pisos de es-tacionamento para obter uma vaga. Logo mais, encontra uma agradável fila para comprar os ingressos. Na boca do caixa descobre que a sessão está esgotada. A próxima, somente em duas horas e quinze minutos.

Impossível? Improvável? Com você não? Pense bem antes de responder. Se você ainda não passou pelo ciclo com-pleto descrito acima, uma boa parte dele já lhe visitou em um final de semana desses. O mal é o mesmo que afeta profissionais e empresas no mundo corporativo: a ausên-cia de metas definidas.

Vamos partir de um pressuposto. Você sabe o que quer, para onde deseja ir. Se estiver em uma companhia que não lhe agrada, buscará outra. Se estiver disponível, sabe qual perfil de vaga lhe interessa”. Se não estiver satisfeito em sua posição atual, almeja alcançar um cargo mais elevado.

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Uma meta, qualquer que seja ela, só pode ser assim con-ceituada quando traçada segundo cinco variáveis. A pri-meira delas é a especificidade. Seu objetivo deve ser muito bem definido. Assim, é inútil declamar aos quatro cantos do mundo: “Quero trabalhar na multinacional ABC Ltda.”. Desculpe-me pela franqueza, mas acho que você não será contratado a menos que pense: “Vou trabalhar como ge-rente comercial, na divisão alfa, da companhia ABC Ltda., atuando na coordenação e desenvolvimento de equipes de vendas para a região sul”. Em outras palavras, quanto mais específica for a definição de seu propósito, mais di-recionado estará seu caminho.

A segunda variável é a mensurabilidade. Sua meta deve ser quantificável, tornando-se objetiva, palpável. Em nos-so exemplo anterior, você teria que definir, por exemplo, a faixa de remuneração desejada. Outra situação bem ilustrativa desta variável é a aquisição de bens materiais. “Pretendo comprar um carro”: isso é um desejo. “Vou com-prar um veículo da marca XYZ, modelo beta, com motor 2.0, dotado dos seguintes opcionais (relacioná-los) e com valor estimado de R$ 30.000,00”: essa é uma quase-meta.

A próxima variável é a exequibilidade. Uma meta tem que ser alcançável, possível, viável. Voltando ao exemplo ini-cial, o objetivo de integrar o quadro da companhia ABC como gerente comercial não será alcançável se você tiver uma formação acadêmica deficiente, experiência profis-sional incompatível com o perfil do cargo e dificuldades de relacionamento interpessoal.

Chegamos à relevância. A meta tem que ser importante, significativa, desafiadora. Você decide como meta anual

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elevar o faturamento de seu departamento em 5% acima da inflação. Entretanto, seu mercado está aquecido e este foi o índice definido – e atingido – nos últimos dois anos. Logo, é preciso ousadia e coragem para determinar um percentual superior a este, capaz de motivar a equipe em busca do resultado. Lembre-se de que o bom não é bom onde o ótimo é esperado.

Finalmente, o aspecto mais negligenciado: o tempo. Mui-tas metas são bem específicas, mensuráveis, possíveis e importantes, po-rém não definidas em um horizonte de tempo. Aquela oportunidade de negócio tem que ser concretizada até uma data limi-te. Determinada reunião deve ocor-rer entre oito e nove horas. Certo filme no cinema sairá de cartaz na sexta-fei-ra próxima.

Por isso, evite procras-tinar, nome feio dado à mania de adiar compro-missos. Este pode ser um golpe fatal em qual-quer meta proposta. ◼

quanto mais específica for a definição de seu propósito, mais direcionado estará seu caminho.

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6Apren-dendo a competir–––

por mônica Bastos

A competitivida-de existe, e só ocorre de manei-ra leal quando tiramos o foco da concorrência e colocamos no nosso alvo

uitos seres humanos passam grande parte da vida trabalhando em prol do sucesso, acordam e, diariamente, participam de uma corrida altamente competitiva para alcan-

çá-lo. Nessa jornada, o crescimento profissional está entre as áreas mais disputadas, mesmo diante de um mercado de trabalho amplo, diversificado e que oferece inúmeras opções.

Antes de ingressarmos nesta corrida, no entanto, há gran-de necessidade de uma preparação prévia. E, quando falamos de preparação, não estamos nos referindo àque-les anos em que passamos na faculdade, ou até mesmo àquelas habilidades profissionais adquiridas em oportu-nidades anteriores, mas de algo bem mais valioso, pois o importante não é correr, mas correr bem.

Muitos competidores, assim como nós, também têm suas qualidades e habilidades, estão aptos para trabalhar, po-rém não estão preparados para a competição. É impor-tante aprender a competir de maneira leal e saudável, mesmo sabendo que nessa corrida encontraremos com-petidores desleais. Nossa preocupação não deve ser a de simplesmente cruzar a linha de chegada, mas a de manter o título, e isso só conseguiremos através de uma competição limpa e justa.

Como competir de forma leal?

1. Corra diariamentePrepare-se. Qualquer pessoa que deseja entrar em uma corrida profissional deve se preparar com antecedência, pois muitas vezes a corrida pode até não ser muito longa,

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mas pode haver um nível de dificuldade altíssimo, porque além dos trechos sinuosos, provavelmente teremos que aprender a lidar com as subidas e descidas da trajetória. Nem sempre estamos preparados para situações como essas. Geralmente, nos preparamos simplesmente para subir, e, por conta disso, cansamos e perdemos rendimen-to. Todo bom competidor sabe que a descida faz parte do processo e faz-se necessária. É o momento que temos para descansar e pegar um fôlego para a próxima subida, que com certeza será mais alta e bem mais exaustiva.

Alguém que inicia uma carreira tem que saber exatamente quais corridas deseja disputar. Não dá para competir de igual para igual com alguém que há anos percorre o mesmo trecho e que possivelmente treina arduamente. Quando permitimos situações como essas, não podemos respon-sabilizar o concorrente, não é o concorrente que está sen-do desleal, nós é que estamos sendo desleais conosco.

2. Treine com auxílio de um profissionalPor mais conhecimentos técnicos que tenhamos, em umacorrida profissional eles não são suficientes. Precisamos da orientação de pessoas experientes que estão acostu-madas com o trecho que desejamos percorrer. Infelizmen-te, fazemos todos os planos, mas não estamos preparados para as adversidades a que muitas vezes somos submeti-dos. A ajuda e orientação de alguém experiente pode nos levar à linha de chegada.

Todos nós precisamos de mestres, de treinadores. Possivel-mente, sempre haverá alguém que sabe mais do que nós. Precisamos respeitar e fazer bom uso disso. Saber a hora de avançar, de parar e saber onde e como correr pode fazer a diferença. É importante estarmos abertos a orientações.

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3. Adeque-se ao caminhoComo todo caminho é incerto, nós devemos agir com pre-caução, e a melhor maneira para fazer isso é percorrê-lo com segurança. Quando entramos em uma competição, entramos para ganhar, e isso implica disposição, tempo, investimento e responsabilidade. Todo maratonista, antes de qualquer corrida, investe em acessórios apropriados à sua corrida. Tênis, meias, óculos escuros e boné são aces-sórios aparentemente dispensáveis. No entanto, em uma maratona, são essenciais e indispensáveis a qualquer cor-redor, pois o uso deles determina a segurança do percurso.

Na corrida rumo ao sucesso profissional, não é diferente. O imprevisível tem que ser previsto. Para que essa corrida seja realizada de maneira prática e segura, precisamos entrar na competição, preparados para situações difíceis e desconfortáveis, afinal de contas, ninguém quer voltar simplesmente porque choveu, o sol está quente, o mar está agitado, os tubarões estão famintos. Ninguém quer recuar por que o trajeto está coberto por areia quente ou até mesmo por um lamaçal. Como em toda corrida, esta-mos sujeitos a todo tipo de adversidade. A melhor forma de vencer todas elas é competir de maneira cautelosa e preventiva. Para chuva e sol quente, um guarda-chuva. Para o mar agitado e tubarões famintos, um barco bastante resistente. Para a areia quente e lamaçal, botas.

A competitividade existe, e ela só ocorre de maneira leal quando tiramos o foco da concorrência e colocamos no nosso alvo. Quando deixamos de investir em estratégias para parar a concorrência e passamos a investir em estra-tégias para cruzar a linha de chegada. Quando deixamos de gastar energia com a competição e passamos a investir energia na nossa preparação. ◼

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7Administrar processos ou pessoas: qual o seu maior desafio?–––

por Andréia Costa

quando pensamos em abrir o próprio negócio, é natural nos preocuparmos com os investimentos que vamos fazer e vários outros fatores

dministrar processos consiste em focar na qualidade do produto ou serviço oferecido, conhecer o mercado em que atua, acompa-nhar a movimentação do fluxo de tudo o que

é ofertado, acompanhar os resultados, buscar novas opor-tunidades para ganhar mais espaço no mercado, investir em tecnologia para que se possa obter um controle maior de toda movimentação.

Logo imaginamos que administrar pessoas será mais sim-ples, pois é “só pagar um bom salário e já resolve tudo”. Mas não é bem assim. Engana-se o gestor que vive na ilu-são de que dinheiro compra tudo. Muito cuidado com isso.

Além do aspecto financeiro, existem outros fatores que vi-sam contribuir com o desenvolvimento do profissional. Todo ser humano sente a necessidade constante de motivação. E um dos seus maiores anseios é o crescimento profissional, a necessidade de mostrar seu trabalho e ser reconhecido.

Muitas organizações estão perdendo seus melhores pro-fissionais por falta de gestão de pessoas, pela falta de mo-tivação de sua equipe, tanto no aspecto financeiro, quanto no aspecto do reconhecimento do trabalho.

Reconhecer consiste em destacar a importância do profis-sional, escutar suas ideias e colocá-las em prática. Sabe a ferramenta feedback? Use-a corretamente.

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Tire um momento de descontração. Sabe o cafezinho da tar-de? Procurem tomar junto com o colaborador. Nessa hora, conversem sobre outros assuntos, conheça o perfil dele. Sabe a palavrinha parabéns? Como ela faz uma diferença na vida de muita gente, os gestores precisam despertar para esses aspectos e valorizar melhor suas equipes.

Líderes, capacitem-se! Procurem soluções inovadoras para sua equipe. Criar programas de incentivo aos fun-cionários é fundamental.

O setor de Recursos Humanos deve acompanhar diariamente a necessidade do funcionário na empresa e deixar transpa-recer para ele a preocupação com o bem estar de cada um. A rotatividade é um perigo, além de ficar mal para sua imagem, os custos sairão bem maiores que um investimento em um profissional que já está há bas-tante tempo na organização, de sua inteira confiança, que já co-nhece toda rotina e que traz os melhores resultados.

Valorize seu funcionário, destaque na frente dos demais a importância dele na empresa, agradeça. Esses princípios não terão custos e trarão um bom resultado. ◼

Reconhecer consiste em destacar a importância do profissional, escutar suas ideias e colocá-las em prática. Sabe a ferramenta feedback? use-a corretamente.

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quantas vezes as pessoas terceirizam a responsabilidade para agentes externos em vez de atribuírem a si próprios as consequências de seus atos?

8A culpa é minha–––

por Thuani Avelino

ocê é capaz de ser feliz e de se responsabi-lizar pelos resultados dos seus atos quando entende que não precisa necessariamente de-pender de alguém ou de alguma coisa e que

a mudança deve ocorrer de dentro para fora. Quantas vezes as pessoas terceirizam a responsabilidade para agentes externos em vez de atribuírem a si próprios as consequências de seus atos?

Chegar atrasado ao trabalho por culpa do trânsito, tirar nota ruim nas provas por culpa do professor, não ter um bom salário por culpa do seu chefe e, no mais extremo dos casos, ser um completo fracasso porque “Deus quis assim”. É claro que aspectos externos interferem na nossa vida, como no caso do trânsito, por exemplo. Porém, esses existem justamente para que possamos provar nossa ca-pacidade de alcançar os objetivos mesmo com obstáculos.

É muito fácil colocar a culpa no professor quando a nota é ruim ou transferir a culpa de um salário baixo para o su-perior. Mas é difícil admitir que não estudou o suficiente para ter como resultado uma nota razoável e sabemos muito bem que o mercado está cheio de oportunidades com boas remunerações para quem é de fato um bom profissional. Então, a quem você quer enganar quando alega que seu salário é ruim por causa do seu chefe?

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De repente, você percebe que quando começa a atribuir a si os resultados consequentes dos seus atos, sejam eles bons ou ruins, automaticamente você passa a errar me-nos, porque não quer chegar atrasado ao trabalho e dizer que ficou quinze minutos a mais na cama sabendo que o trânsito naquele horário é complicado. Não quer chegar no dia do resultado do teste e dizer que assistiu televisão em vez de ter estudado. Não quer admitir que fica jogando conversa fora nos corredores do escritório quando deveria estar prepa-rando seus relatórios. E, quem diria, quer parar de alegar que “se Deus quiser” você vai conseguir isso ou aquilo.

Deixa Deus fora disso, por-que Ele quer. Caso contrá-rio, você não estaria aqui lendo este texto agora. ◼

deixa deus fora disso, porque Ele quer. Caso contrário, você não estaria aqui lendo este texto agora.

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9quem quer, dá um jeito–––

por Leonardo Posich

“quem não quer, arranja uma desculpa” (Roberto Shinyashiki)

verdadeiro vencedor é aquele que sabe ex-trair de suas dores motivos suficientes para não desistir da luta. Já o verdadeiro perdedor é aquele que desiste da luta antes mesmo de

tentar. O perdedor vive a recuar, já o vencedor só volta para trás se for para buscar impulso para ir adiante.

Será que você já engavetou seus sonhos ou quem sabe nem sequer colocou em prática aqueles velhos projetos de vida por medo de não conseguir realizá-los? Ou quem sabe já desistiu de conquistar a pessoa amada por medo de sofrer ou simplesmente levar um fora?

Estamos acostumados a arrumar inúmeras desculpas para aquilo que não queremos de verdade. Quando buscamos dar forma e tornar real aquilo que vivia em nosso imaginário, arrumamos motivos mais que suficientes para irmos à luta, sem medo de perder ou mesmo de sofrer.

Quando realmente queremos algo, somos capazes de mo-ver o mundo. É comum nos depararmos com inúmeros indivíduos reclamando da falta de emprego ou da falta de oportunidades, porém os mesmos não são capazes de levantar do sofá, munir-se de currículos e ir à luta.

E, quer saber, hoje é muito mais fácil buscar um emprego. Existem diversos sites que vivem a ofertar vagas de em-prego. Em vez de arrumar desculpas pela falta de oportu-nidades, busque ter atitudes. Saia da vala comum e rompa a barreira do comodismo.

Há algum tempo, quando ainda levava uma jornada árdua de trabalho, achava comum ficar dentro daquela bolha chamada conforto. Já estava habituado à rotina de trabalho

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e com a convivência de profissionais que lá conheci. Em meio àquele turbilhão de coisas para fazer, sentia que me faltava algo. Vivia reclamando, e meus amigos diziam que eu deveria largar o emprego e procurar algo que realmente me fizesse feliz profissionalmente.

Era normal arrumar desculpas, afinal o meu “eu” amante do comodismo estava super feliz com aquele situação. Depois de muito sofrer com o paradigma entre largar o velho em-prego e empreender um grande sonho que há muito tempo estava empoeirado no fundo de uma gaveta, resolvi fazer algo por mim e pela minha própria felicidade.

Lembre-se de que o passo para trás pode significar dois para a frente. Hoje sou realizado com o que faço. Além de ter maior autonomia de tempo, gero mais resultados, já que as desculpas não me prendem mais. Quem quer, dá um jeito. Quem não quer, arruma uma, senão várias, desculpas!

Vejo inúmeros colaboradores insatisfeitos com seu atual emprego, vivem a reclamar e nada fazem para mudar sua situação. O perdedor vive ancorado em suas lamenta-ções e faz da zona de conforto sua casa. O perdedor acha mais fácil colocar a culpa nas circunstâncias ou na vida alheia, em vez de assumir seus próprios erros e fracassos. O vencedor, por sua vez, toma para si suas responsabilidades. É inconformado e vive a colocar em prática seus projetos. Faz de seus sonhos sua realidade.

nossa maior luta é contra nós mesmos.

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Nossa maior luta é contra nós mesmos. O maior vencedor é aquele que consegue se sobrepor às suas mazelas, que não vive acorrentado a suas próprias desculpas. Se fosse para contar nos dedos quantas pessoas sofrem ou vivem debaixo da síndrome do coitadismo, me faltariam mãos para fechar a contagem.

Transformar suas palavras e promessas em ações é o que vai diferenciar você dos perdedores. Prefiro mil vezes perder uma batalha lutando do que enterrar meus sonhos antes mesmo de tentar realizá-los!

E aí, quem você é? O conformado que vive arrumando desculpas ou o vencedor que visa criar suas próprias oportunidades?

Não adianta estar completo por fora quando se está que-brado por dentro. Os pensamentos, se mal administra-dos, funcionarão como correntes ou limitadores de so-nhos. Se você colocar na sua cabeça que não consegue conquistar um emprego melhor ou, quem sabe, empreen-der algum negócio por falta de tempo, tenho certeza de que você nunca irá dar um jeito de arrumar tempo para concretizar seu objetivo.

Com certeza você já deve ter ouvido falar de Nick Vujicic, palestrante motivacional e diretor da Life Without Limbs. Se você não conhece, sugiro procurar pelo seu nome nos buscadores da internet, tenho certeza que você se emo-cionará com sua história.

Nick nasceu sem braços e sem pernas. Ele poderia ser alguém conformado com sua realidade, poderia ser mais um na multidão e que sofreria aos olhos de muitos “com a síndrome do coitadismo”, não fosse sua vontade de viver e fazer a diferença. ◼

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10por Rita Luz

produtivi-dade e moti-vação: a im-portância dessa relação–––

para administrar pessoas é necessário considerar a complexa natureza do homem

Escola Comportamental da Administração afir-mava que o comportamento das pessoas na organização não era racional, apenas obedecia a um impulso social e era determinado pela in-

fluência de um grupo formado por diversas pessoas.Estudos realizados até a década 1960 concluíram que a motivação e a produtividade dos empregados surgiam a partir de tratamentos positivos. No entanto, a automação e as inovações tecnológicas mudaram o perfil de trabalho das pessoas dentro das empresas. Antes, elas eram im-portantes nas tarefas rotineiras e, agora, o conhecimento as estimula para as atividades racionais.

Contudo, o ambiente atual, baseado na chamada globa-lização ou sociedade do conhecimento, é caracterizado principalmente pela alta competitividade econômica e di-ferencia-se de épocas passadas também pela maneira como as pessoas utilizam as informações e aplicam suas experiências, valores, crenças e percepções na produção de bens e serviços.

O estudo da motivação tenta explicar as forças ou motivos que influenciam o desempenho das pessoas em situações de trabalho. O entendimento desse processo é de suma importância para a administração das organizações, uma vez que o desempenho da empresa depende do desem-penho das pessoas e o desempenho das pessoas está diretamente relacionado à sua motivação.

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motivação: de onde vem, para onde vaiA palavra motivação deriva das expressões latinas motivus e movere, que significam mover. Em seu sentido original, a palavra indica o processo pelo qual o comportamento humano é incentivado, estimulado ou energizado por al-gum tipo de motivo ou razão. Motivo, motor e emoção são outras palavras que têm a mesma raiz. O comportamento humano sempre é motivado, sempre há um motor funcio-nando, que o movimenta.

Motivação para o trabalho é um estado psicológico de disposição favorável ou positiva, interesse ou vontade de perseguir ou realizar alguma tarefa ou meta. Essa motiva-ção é resultante de uma combinação complexa de motivos internos, relacionados às necessidades humanas, e de motivos externos relacionados à situação ou ambiente.

Para administrar pessoas, é necessário considerar a com-plexa natureza do homem, que é influenciado por fatores internos e externos, que se combinam para determinar seu desempenho. Entre eles está a motivação, que se completa com a satisfação ou frustração, ou ainda com a compen-sação de necessidades humanas. Para Buchsbaum mo-tivação “é o estado de espírito que estimula as pessoas a irem para a frente em direção ao que elas querem, com vontade e brilho nos olhos”.

As empresas são constituídas por diversos subsistemas, como: produção, apoio (disposições e relações institu-cionais), manutenção (vincula as pessoas a seus papéis funcionais), adaptativos (dizem respeito às mudanças or-ganizacionais), gerenciais (direção e controle) e sociais, entre outros. O subsistema social compreende todos os aspectos das pessoas que compõem a organização. É considerado um dos mais importantes e complexos, pois

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diz respeito ao elemento humano e todas as variáveis que o cercam, inerentes ao ambiente organizacional, como: as necessidades dos indivíduos, suas criativida-des, seus objetivos individuais, sua motivação, capaci-dade de liderança e outras características relacionadas ao seu desenvolvimento de habilidades.

A gestão do subsistema social é um dos fatores críticos de sucesso empresarial, uma vez que deve administrar vários grupos de pessoas com diferentes crenças e va-lores, objetivos pessoais e profissionais, situações so-cioeconômicas e familiares, faixas etárias, entre outras peculiaridades consideradas elementos chave do com-portamento organizacional. O fator essencial para que as empresas alcancem seus objetivos está no quanto con-seguem harmonizar o funcionamento desse subsistema, de forma que ele atue como um elo sistêmico, uma vez que este influencia na movimentação de todos os demais, que isoladamente não funcionariam.

A motivação tem uma importância inquestionável no pro-cesso administrativo, visto que ele só se realiza com efi-ciência e eficácia se as pessoas estiverem motivadas e forem alocadas adequadamente para que executem suas funções. Não há salário que estimule uma pessoa a realizar uma entrega para a qual ela não se sente incentivada. Por outro lado, uma pessoa motivada realizará entregas que superarão qualquer expectativa da empresa.

Michelangelo não passou dezesseis anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. Napoleão não invadiu a Eu-ropa por salário ou recompensa. Irmã Dulce não realizou as incontáveis ações humanitárias por reconhecimento ou poder. As pessoas são movidas por ideais. São mo-vidas. São motivadas! ◼

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11por Luiz Claudio Machado

5 dicas indispen-sáveis para quem pre-tende em-preender no Brasil–––

A nação precisa do empreendedorismo para se fortalecer

s taxas de crescimento do empreendedo-rismo no Brasil podem ser uma boa notícia para a economia porque podem significar a redução da taxa de desemprego. Mas, a

análise do fenômeno de crescimento deve ser feita com uma certa cautela, visto que podem existir vantagens e desvantagens nesse processo.

Percebe-se que o crescimento da atividade empreendedo-ra pode também se relacionar com um baixo crescimento econômico, caso a maioria das características das ações seja de empreendimentos por necessidade. O empreen-dimento por necessidade é fruto de uma alternativa para o sustento. Por isso, nem sempre sua atividade poderá atingir uma grande escala de crescimento econômico.

Em outro sentido, temos também o empreendedorismo inovador que pode trazer consigo a formatação de um novo negócio que por muitas vezes pode gerar grandes oportunidades de desenvolvimento local. Sendo assim, não é só o crescimento dos empreendimentos que deve ser levado em consideração, avaliando aspectos quanti-tativos, mas também a avaliação e análise de aspectos qualitativos, ou seja, como estes empreendimentos são construídos, qual sua viabilidade, características, objeti-vos, contribuições etc.

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Contudo, deve-se ressaltar que assim como os empreen-dimentos inovadores, os empreendimentos que surgem por necessidade precisam de orientação para que pos-sam ter sucesso frente ao mercado.

Alguns pontos podem ser levantados para que os em-preendimentos e os empreendedores aumentem suas chances de sucesso:

OrientaçãoEm primeiro lugar, um aspecto muito importante é a orien-tação que pode ser dada por órgãos, entidades, organi-zações e parceiros (públicos ou privados) que fomentam, apoiam e estudam o empreendedorismo no país, como o Sebrae, Endeavor, universidades, entre outras instituições.

CapacitaçãoUm segundo ponto importante é a informação, que vai contribuir para a melhor definição do negócio, do pú-blico-alvo a ser atingido, entre outros aspectos. Tudo isso só poderá ser decidido se houver conhecimento, que poderá ser adquirido por meio de capacitações, treinamentos, cursos, pesquisas, muitas vezes disponibili-zados gratuitamente, focando sempre nas informações relativas ao que se quer fazer no seu negócio.

Em primeiro lugar, um aspecto muito importante é a orientação que pode ser dada por órgãos, entidades e organizações ou parceiros públicos ou privados que fomentam, apoiam e estudam o empreendedorismo no país.

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mercadoA terceira dica é que o empreendedor realmente este-ja atento às oportunidades de mercado, criando mode-los de negócio ou negócios inovadores, observando a tendência de produtos ou serviços e o comportamento dos consumidores.

planejamentoA quarta dica é que se construa o Plano de Negócios, o qual deve envolver toda uma análise organizacional pau-tada em avaliações econômico-financeiras, mercadológi-cas, legais e estratégicas de produtos e serviços.

qualidadePor fim, a quinta e última dica é que se mantenha um padrão de qualidade, satisfazendo os desejos e necessi-dades dos clientes, buscando sempre o aprimoramento, avaliando as ações que já foram realizadas anteriormente para a construção de novas parcerias. Além disso, tam-bém é preciso que haja uma atualização de dados e in-formações, obtenção de conhecimentos complementares, revisão de planos e projeções para o futuro.

Enfim, a nação precisa do empreendedorismo para se fortalecer e é a qualidade no crescimento desse empreen-dedorismo que nos tornará um país mais competitivo. ◼

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12por melissa Faust

8 manda-mentos do profissio-nal que ama o que faz––– para ser feliz

no trabalho são necessárias várias atitudes, que fazem com que o profissional tenha bons resultados

rabalhar no que ama e aprender a amar o que faz parecem ser situações opostas. Ou traba-lhamos naquilo que julgamos amar ou, por falta de oportunidade, temos que aprender a gostar

do trabalho que temos?O fato é que todo emprego, trabalho ou empresa vai ter pontos positivos e negativos. Vão existir atividades que nos farão ter certeza de que foi a melhor escolha, e haverá outras que serão desmotivantes, chatas ou estressantes.

Mas, para ser feliz no trabalho são necessárias várias atitu-des, que fazem com que o profissional tenha bons resulta-dos e com isso consiga se identificar, amar seu trabalho e se sentir realizado. Por isso, enumerei os 8 mandamentos do profissional que ama sua profissão:

1. manter a motivação e o entusiasmoQuem gosta do que faz não deixa o estresse dominar sua motivação. Por mais que as dificuldades existam, e vão existir em toda atividade e em toda a empresa, quem ama o que faz é mais bem preparado para enfrentar adversi-dades. O entusiasmo contagia as pessoas e, por isso, é o primeiro passo para ser exemplo e ser líder.

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2. Construir bons relacionamentosA motivação no trabalho também vai depender do clima organizacional, que, por sua vez, é formado pela maneira como as pessoas se tratam, decidem como tudo deve funcionar e, principalmente, se a equipe tem maturidade suficiente para fornecer feedbacks produtivos. Uma boa convivência auxilia a manter a motivação de todos.

Além disso, estamos todos em uma vitrine e através do nosso marketing pessoal fazemos com que nossa rede de contatos nos gere novas oportunidades. Como você é lembrado por colegas de empregos anteriores? Como você mantem suas amizades?

3. Investir em si mesmo para manter-se criativoPesquisas mostram que perdemos a criatividade ao longo da vida pela simples falta de uso. Por isso, manter-se atu-alizado é a melhor maneira de gerar novas ideias.

4. planejar sua carreira e sua vida pessoalMetas sobre “o que fazer, quando, como e por que” não de-vem ficar restritas ao trabalho, mas também devem abran-ger nossa vida pessoal para que possamos distribuir nos-sas prioridades com nossa família, saúde, estudo e lazer.

5. Manter o equilíbrio financeiroInevitavelmente trabalhamos também pelo dinheiro e ele rege quase todas as nossas ações. Por isso, saber admi-nistrar o que recebe é importante para manter a motivação. Pois o que fazemos com nosso dinheiro terá influência direta com a nossa satisfação pessoal e profissional.

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6. Exercer liderançaLiderança é exemplo! Pela arte de influenciar pessoas, o líder precisa conquistar a confiança e desenvolver autori-dade. O quanto você confia nas pessoas da sua equipe? Sua equipe confia em você? Você é exemplo? O quanto as pessoas lhe vêem como uma pessoa disposta a ajudar?

7. manter-se resiliente e com a autoestima elevadaTemos a tendência de julgar nossos próprios defeitos, mas são as nossas qualidades que nos fazem crescer. Temos que aprender a tirar o foco da dificuldade para valorizar nossos pontos fortes e através deles enfrentar as adversidades de forma resiliente, mantendo a moti-vação e a autoestima.

8. Comprometer-se com tudo o que fazFazer mais do que é pedido, não apenas para mostrar competên-cia para os outros, mas também e, principalmente, pelas oportu-nidades de crescimento que o “algo a mais” proporciona. Ser proativo e antecipar-se às mu-danças faz com que nossas es-colhas sejam mais coerentes e a nossa resiliência aumente.

Escolha mudar uma atitude no tra-balho e outra na sua vida pessoal. Não precisamos nos sobrecarregar de metas que nunca sairão do papel. Escolha bem, comprometa-se com a mudança e seja feliz no trabalho! Pense nisso e sucesso! ◼

Ser proativo e antecipar-se às mudanças faz com que nossas escolhas sejam mais coerentes e a nossa resiliência aumente.

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13por diego Antas

Expecta-tivas de um jovem estagiário–––

pode parecer meio fantasioso ou ilusório, mas o que escrevo abaixo é a realidade vivida por muitos estudantes hoje em dia

or esses dias, me peguei pensando qual seria a empresa ideal para se estagiar e cheguei à conclusão de que não há empresa ideal. Parece meio fantasioso ou ilusório, mas é a realidade

vivida por muitos estudantes hoje em dia.A escolha de uma empresa ou o sonho de trabalhar nela podem ser frustados por um não ou pelo fato de a pessoa não estar preparada para atender a alguma exigência da empresa. Por mais que você se prepare, nunca estará pronto o suficiente para as empresas. Sempre há algo a ser melhorado.

Será que vale a pena deixar um sonho de trabalhar em algum lugar ser frustado por não estar preparado?

Transforme o não recebido no sim de amanhã. Você acha que um não vai jogar seus esforços alcançados até aqui no lixo? Transforme-se junto com o não recebido, use-o como inspiração para lutar pelo sim. Achou que o mundo empresarial era fácil? Que seria apenas se formar e chegar aonde sempre sonhou?

Recicle-se sempre. Procure evoluir. Às vezes temos que dar um passo para trás para depois darmos dois para a frente.

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As empresas não querem um profissional decepcionado ou frustrado. Mostre do que é capaz. Muitas das vezes parece inevitável o não, mas a superação está na von-tade de vencer.

Falo isso por experiência própria. Poderia soar demagó-gico falar sobre mim aqui, das minhas dificuldades e su-perações, minhas lutas diárias ou dos não recebidos. To-dos passamos por isso. Cedo ou tarde – ou talvez pela vida toda – ouviremos vários nãos. Você terá que vencê-los, assim como o medo de fracassar e a vergonha.

Acredite que você é capaz. Não existem limites para uma mente incansável ou para uma pessoa determi-nada. Acha que foi fácil para os grandes líderes em que hoje você se espelha? Acha que foi apenas o sim que os levou até seu status atual?

Nossa maior vitória está fora da zona de conforto. Saia dela hoje. Arrisque mais. Tente mais. Entregue-se àquilo em que você acredita.

Será que vale a pena desistir de seus sonhos por causa de um não?

Pense nessa pergunta e mude suas expectativas. ◼

Será que vale a pena deixar um sonho de trabalhar em algum lugar ser frustado por não estar preparado?

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14por Kalinne Callou

Você já leu o código de ética do admi-nistrador?–––

Eis um verdadeiro manual para aqueles que almejam se tornar profissionais respeitados

itado no juramento proferido no ato da Cola-ção de Grau do Bacharel em Administração, que foi oficializado pela Resolução Normati-va do Conselho Federal de Administração Nº

201 de 19/12/1997, o código de ética do administrador nos oferece a dimensão de sua importância. Composto por 20 capítulos e 57 artigos, ele representa qual deve ser o perfil do administrador, considerando o compromis-so que assume com a profissão e, consequentemente, com a sociedade.

Selecionei dois incisos do art. 1°, no capítulo I, do código em questão que, sem desmerecer a importância dos de-mais, me chamam muito a atenção. São eles:

I – Exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo os direitos, bens e interesse de clientes, instituições e sociedades sem abdicar de sua dignidade, prerrogativas e independência profissional, atuando como empregado, funcionário público ou profissional liberal.Atuar de maneira a defender os interesses dos clientes, instituições e sociedades. Esse é um dos deveres do pro-fissional de administração. Mas vale ressaltar que o mes-mo precisa fazer isso, como está bem claro no inciso I, sem abdicar de sua dignidade. Todos os dias iremos nos deparar com situações que testam nosso compromisso moral, ético e que envolvem nossa própria dignidade. É imprescindível que cada administrador seja consciente de suas obrigações, bem como aja com dignidade em todas as suas ações diárias. Não é aceitável que a beleza da profissão fique apenas no papel, nem que deixemos de acreditar que podemos agir de forma íntegra sem com-prometer o nosso desenvolvimento profissional.

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Peter Drucker afirma que “o caráter e a integridade, por si só, nada realizam. Mas sua ausência aniquila tudo o mais”. No mercado, existem pessoas que estão dispostas a fazer de tudo para se sobressaírem, custe o que custar, mas o melhor é manter-se honesto, buscar sempre agir com verdade, pois ela mais cedo ou mais tarde aparece e as consequências podem ser positivas ou negativas, a depender da conduta do profissional. Cumprir de maneira ética o papel que se exerce é essencial para o desenvol-vimento tanto da pessoa, como do negócio.

xII – manter elevados o prestígio e a dignidade da profissão.No XII, o que percebo muito é a “desmotivação” de um grande percentual de profissionais prestes a adentrar no mercado, bem como os já atuantes, que fazem o oposto do que diz o código de ética. Em vez de valorizarem a profissão e darem o melhor de si, preferem se acomo-dar e culpar o “curso” pelo seu insucesso no mercado, o que, como amante da área, me incomoda bastante.

Não é o curso em que você se for-mou ou a área em que resolveu seguir carreira que ditará o salário que vai receber no fim do mês ou o sucesso que terá diante dos demais, mas sim o esforço, a dedicação e a paixão que mantiver durante toda a sua vida naquilo que escolher para fazer.

É sempre bom lermos o código de ética, afinal ele não foi escrito para deixarmos de enfeite em uma das estantes do nosso trabalho e de nossa casa, mas sim para ser executado por cada administrador, de forma a regular sua conduta moral e profissional. ◼

não é o curso em que você se for-mou ou a área em que resolveu seguir carreira

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15Employer branding na prática–––

por Emerson Costa

uma marca bem administrada é aquela que está direcionada aos clientes externos e internos

terreno da Administração é amplo e não para de crescer. Há quem possa pensar que a ges-tão de uma marca é algo totalmente ligado apenas à publicidade ou ao marketing. No

entanto, engana-se quem pensa assim. Afinal, a adminis-tração de uma marca abrange áreas e profissionais que tal-vez nunca imaginaram que poderiam contribuir com isso.

Um cenário econômico favorável faz com que pessoas escolham seus locais de trabalho, e isso tem invertido totalmente o processo de atração de profissionais. Faça uma análise rápida dos últimos dez anos. Basicamente, o profissional ganhou status de consumidor e é ele agora quem escolhe o local em que trabalhará.

O que determina o local de escolha desse profissional, então? Isso dependerá basicamente da resposta que a empresa terá a uma pergunta que se tornou intrínseca nesse tipo de negociação: como o trabalho nessa em-presa pode ser útil para a minha carreira?

Eis, portanto, a possibilidade de se trazer uma boa respos-ta à questão: sua marca pode e deve agregar benefícios à carreira dos colaboradores, tornando útil a passagem desse profissional por sua empresa.

A marca é uma representação simbólica de algo. Assim como no campo da publicidade, em que as marcas agre-gam valores às pessoas que as compram e utilizam, no campo do trabalho a função é basicamente a mesma, ou seja, as pessoas só colaborarão com sua empresa – e en-tenda agora que sua empresa é uma marca, logo empresa e marca já não são duas coisas separadas, mas uma só – se os valores da sua marca se identificarem com o que cada um tem buscado como sentido.

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É aqui que o employer branding (a construção da marca da empresa enquanto empregadora) age, através de um conjunto estratégico de valores, significados e sensações que se associam ao colaborador, de modo que isso repre-sente positivamente e dê um sentido para a carreira que ele tanto deseja construir. Isso é o mercado contemporâneo, que tem competição na venda de produtos/serviços e na captação de mão de obra qualificada.

No Brasil, a visão das marcas como empregadoras come-ça a ganhar muita expressão. A essência dessa técnica está na capacidade de oferecer experiências entre mar-ca (empresa) e colaboradores, transformando o trabalho em uma ponte de crescimento intelectual e pessoal. Isso é produto da Revolução Industrial, que trouxe um novo sentido ao trabalho. Afinal, a busca por sustento não é mais um fim, mas um meio para que as pessoas busquem realização pessoal através do trabalho.

Logo, o dinheiro se tornou apenas um mero detalhe na relação de trabalho, não sendo mais esse quesito o fator de maior importância, ou seja, salários altos não engajarão pessoas. Para fazer a equipe usar a camisa do seu time, será necessário oferecer mais e isso se faz através dos benefícios intangíveis que uma marca pode oferecer.

No Brasil, segundo dados levantados em uma pesquisa re-alizada pelo Linkedin no segundo semestre de 2014, com mais de 18 mil profissionais em 26 países, a marca emprega-dora ganhou uma relevância incontestável: 61% dos entre-vistados brasileiros a elegeram como o fator mais importan-te na avaliação de uma nova oportunidade. Guardadas as devidas porcentagens, o fato de elegerem a marca como o principal fator é opinião unânime para todos os profissionais do mundo, segundo o estudo.

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O tema ganha ainda mais sentido quando entendemos nossa sociedade pós-industrial. Daniel Bell, sociólogo que fazia projeções do cenário profissional na década de 70, previa um novo valor à sociedade do século XXI, o co-nhecimento, diferentemente dos cenários pré-industrial e industrial, em que, basicamente, os valores estavam na propriedade. Agora, ou você contribui para o crescimento intelectual de um colaborador, ou jamais terá os melhores por muito tempo com você.

Isso mostra que o RH, que até então você podia pensar que só executava tarefas burocráticas, tem uma função impor-tante na construção de uma marca, pois é o parceiro chave para que a estratégia se desenvolva até os cam-pos de captação de mão-de-obra.

Então está claro que, com a economia próspera, temos grandes competições. Só que dessa vez a batalha ultrapassa o campo das vendas e entra no campo da atração, retenção e motivação. Só se chega aos melhores resultados com os melhores profissionais. Esses dois fatores – pessoas e resul-tados – caminham juntos e não há o que fazer para mudar.

Portanto, eis a pergunta: o que você tem a oferecer para agregar às carreiras das pessoas que virão trabalhar para você? Experiências através de uma marca bem administrada com significados e valores ou somente dinheiro? ◼

Sua marca pode e deve agregar benefícios à carreira dos colaboradores, tornando útil a passagem desse profissional por sua empresa.

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autores

Leandro Vieira Mestre em Administração pela Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul e certificado em Empreen-dedorismo pela Harvard Business School. Tem MBA em Marketing, pelo Instituto Português de Admi-nistração e Marketing (IPAM). Ad-ministrador de empresas pela UFPB e bacharel em Direito pelo UNIPÊ. Foi professor da Escola de Adminis-tração da UFRGS. Fundador e CEO do Portal Administradores.com.

Flávio AugustoUm dos principais ícones do

empreendedorismo no Brasil. Fundou a Wise Up e, mais tar-

de, o Ometz Group, vendido em 2013 para a Abril Educação. No

mesmo ano, adquiriu o Orlan-do City, clube da principal liga norte-americana de futebol. É

também o idealizador do Gera-ção de Valor, projeto focado em inspirar novos empreendedores.

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Tom Coelho Educador, conferencista e escritor com artigos publicados em 17 paí-ses. É autor de “Somos Maus Aman-tes – Reflexões sobre carreira, lide-rança e comportamento”, “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional” e coautor de outras cinco obras.

Ricardo Bellino Responsável por trazer para o

Brasil a mega agência de mode-los Elite Models, fundada por John

Casablancas, de quem se tornou sócio aos 21 anos. Lançou no país também a famosa campanha das

camisetas do câncer de mama, que engajou milhões de pessoas. Belli-

no é ainda autor dos livros “O Poder das Ideias”, “Sopa de Pedra”, “3

Minutos para o Sucesso”, “Midas e Sadim” e “Escola da Vida”.

Fábio zugmanConsultor de empresas, é autor de diversos livros, entre os quais “Empreendedores esquecidos” e “Administração para profissionais liberais”. Em sua coluna aqui no Adminis-tradores.com, ele fala sobre empreendedorismo, inovação e criatividade, respondendo perguntas dos leitores.

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mônica Bastos Administradora, business and executive coach, coach de car-reira, analista comportamental, coach de liderança e palestrante de liderança.

Thuani Avelino Microempresária com experi-ência na área administrativa em empresa de prestação de serviços. Estudante de Admi-nistração no Centro Universi-tário do Espírito Santo.

Andréia CostaÉ formada em Ciências Contá-beis pela SEUNE, de Maceió/

AL, e atua nas áreas Financeira, Administrativa e Contábil.

Leonardo Posich Formado em Administração pela faculdade Cesusc. Empreendedor digital e ex-sócio do Mundo Cani-bal Games (dos jurássicos da in-ternet Rodrigo e Ricardo Piologo).

Rita LuzGraduada em Gestão de Proces-sos pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA/RS), estudante de Marketing na mesma instituição e mestranda em Diversidade Cultural e Inclusão Social na Feevale/RS. Profissionalmente, atua no setor de Controladoria da Ulbra.

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Luiz Claudio Machado Mestre em Administração, especialis-

ta em Gestão de Materiais e Logística, tem MBA em Administração, Finanças e

Negócios e é bacharel em Administração Mercadológica. Professor Assistente da

UFRPE e palestrante e consultor Ad Hoc.

melissa Faust Formada em Administração pela UTFPR e pós-graduada em Gestão Estratégica de Recursos Humanos pela UNIPAN, consul-tora empresarial e colunista do Jornal de Beltrão.

Emerson Costa Formado em Gestão Empresarial

com ênfase em Marketing e especia-lizado em Branding. Tem um projeto

de capacitação de jovens, traba-lhando temas como ética, vocação

e consumismo, com palestras em escolas públicas e privadas.

diego Antas Estudante no Curso Supe-rior Tecnológico de Logísti-ca na Unigranrio, em Nova Iguaçu/RJ. Atualmente, trabalho como consultor de Logística Junior.

Kalinne Callou Estudante de Administra-ção pela Faculdade Sete de Setembro (FASETE) e amante de uma boa lei-

tura. Atualmente trabalha como auxiliar administrati-

va na mesma empresa.

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15 lições de carreira para Ad–ministra– dores