16/07/2013 - DIA DO COMERCIANTE: Entre a casa é sua

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Jornal do empreendedor São Paulo, terça-feira, 16 de julho de 2013 DIA DO COMERCIANTE ENTRE, A CASA É SUA. O comércio é um dos principais geradores de emprego e do desenvolvimento do País. O cenário atual é de cautela, as vendas caíram, o consumidor está endividado e a inflação está alta. Ao longo do tempo, o comerciante brasileiro tem enfrentado situações adversas e certamente saberá se adaptar e responder aos novos desafios. Luiz Prado/Luz

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O comércio é um dos principais geradores de emprego e do desenvolvimento do País. O cenário atual é de cautela, as vendas caíram, o consumidor está endividado e a inflação está alta. Ao longo do tempo, o comerciante brasileiro tem enfrentado situações adversas e certamente saberá se adaptar e responder aos novos desafios.

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DIA DO COMERCIANTE

ENTRE,A CASAÉ SUA.O comércio é um dos principaisgeradores de emprego e dodesenvolvimento do País. O cenárioatual é de cautela, as vendas caíram, oconsumidor está endividado e ainflação está alta. Ao longo do tempo,o comerciante brasileiro temenfrentado situações adversas ecertamente saberá se adaptar eresponder aos novos desafios.

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terça-feira, 16 de julho de 20132 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

CARTA DO PRESIDENTE

Comerciantes:promotores do desenvolvimento

José da Silva Lisboa, oVisconde de Cayru

L.C. Leite/Luz

Crescimento zerono varejo

OIBGE (InstitutoBrasileiro deGeografia e

Estatística) anunciou osresultados de sua PesquisaMensal de Comércio, comdados referentes a maiodeste ano. Pelo estudo, oComércio Varejista do Paísapresentou estabilidade(0,0%) para o volume devendas e taxa de crescimentode 0,7% para a receitanominal, variações estas emrelação ao mês anterior,ajustadas sazonalmente.Quanto à média móvel, ovolume de vendas obteve

variação de 0,2%, enquanto areceita apresentou taxa decrescimento de 0,8%. Emrelação a maio de 2012, asvariações foram de 4,5% parao volume de vendas e de13,4% na receita nominal.Nos acumulados dos cincoprimeiros meses do ano e dosúltimos 12 meses, as taxas seestabeleceram em 3,3% e6,1% para o volume devendas, e em 11,6% e 12,1%para a receita nominal,respectivamente.

Nesse quinto mês do ano,quatro das dez atividadespesquisadas obtiveramvariações positivas para ovolume de vendas, comajuste sazonal (Indicadormês/mês). Em ordem demagnitude das taxas, osresultados foram osseguintes: Hipermercados,supermercados, produtosalimentícios, bebidas e fumo(1,9%); Combustíveis elubrificantes (0,6%); Móveis eeletrodomésticos (0,4%);Veículos e motos, partes epeças (0,4%); Outros artigosde uso pessoal e doméstico (-0,9%); Material deconstrução (-1,9%);Equipamentos e materialpara escritório, informática ecomunicação (-2,0%); Livros,jornais, revistas e papelaria(-2,2%); Tecidos, vestuário ecalçados (-2,6%); e Artigosfarmacêuticos, médicos,ortopédicos, de perfumaria ecosméticos, com -2,6%.

OComemora-se em 16 de julho o Diado Comerciante, instituído pela Lei2.048 de 1953 para homenagearuma das atividades mais importan-

tes da economia – o comércio. Essa data foi es-colhida por ser o aniversário de José da Silva Lis-boa, o Visconde de Cayru, declarado patronodo comércio por sua contribuição para a "aber-tura dos portos às nações amigas", feita porDom João VI, o que acabou com o monopólio dametrópole nas transações com o mercado ex-terno, início da independência econômica doBrasil. O comércio entre as nações é não ape-nas fator de desenvolvimento, ao permitir a es-pecialização e o aumento de produtividade de-corrente das trocas, mas, sobretudo, por con-

tribuir para o entendi-mento entre os povose propiciar o inter-câmbio de conheci-mentos entre diferen-tes culturas.

No mercado inter-no, a atividade comer-cial é fator de integra-ção entre as diversasregiões do País, sen-do, muitas vezes, empontos mais distantese isolados, a única for-ma de contato com asáreas mais desenvol-vidas, e de atendi-mento das necessida-des básicas da popu-

lação. O comércio estimula o desenvolvimentodas demais atividades, ao captar os desejos enecessidades do consumidor, permitir maiorestabilidade à produção com a formação de es-toques, expandir o mercado com publicidade epromoções, possibilitar a antecipação do con-sumo com a venda a crédito. O setor comercialocupa bastante mão de obra, representando,em muitos casos, a oportunidade do primeiroemprego para muitos trabalhadores, e se ca-racteriza pela grande participação das micro epequenas empresas.

O mercado brasileiro apresentou grande ex-pansão nos últimos anos, com a incorporaçãode mais de 40 milhões de consumidores, gra-ças à combinação de aumento do emprego e darenda, de um lado, e maior oferta de crédito, ajuros menores e prazos mais longos de finan-ciamento, de outro. O comércio respondeu aoaumento da demanda, com a abertura de no-vas lojas, expansão das formas mais modernasde comercialização, como os shopping cen-ters, as franquias e o comércio eletrônico, doque resultou maior concentração do setor. As

taxas elevadas de crescimento das vendas, noentanto, permitiram que as empresas meno-res também se beneficiassem do aumento domercado, mesmo em um ambiente mais com-petitivo.

Nos últimos meses, no entanto, constata-sedesaceleração da taxa de crescimento do con-sumo, devido a vários fatores, como o aumentoda inflação, especialmente de alimentos, me-nor aumento do crédito e alta dos juros, maiorendividamento das famílias, oferta de empre-go mais enfraquecida, embora ainda em ex-pansão, e queda da confiança do consumidor.

O mercado vem sofrendo profundas trans-formações nos últimos anos, não apenas peloacesso de milhões de cidadãos que tiveramseu padrão de consumo elevado, mas tam-bém devido à evolução da informática e dascomunicações, que tornaram os cidadãosmais informados e exigentes, amparados poruma atuação mais ampla dos órgãos de defe-sa dos consumidores.

Embora as manifestações das ruas tenhamse dirigido mais à classe política e aos servi-ços públicos, pode-se considerar que elas re-velam implicitamente uma postura mais crí-tica da população em relação a seus direitos,o que seguramente deve se estender às rela-ções de consumo.

Assim, considerando que o crescimento dasvendas deve ser mais lento no curto e, prova-velmente, no médio prazo, o comércio precisase preparar para essa nova realidade, que vaiexigir, além da criatividade, capacidade de tra-balho e coragem de assumir riscos, manter-se"antenado" para entender e atender ao "novoconsumidor", procurando ao mesmo tempopreservar sua clientela tradicional. O comérciobrasileiro tem respondido positivamente àsmudanças que enfrentou ao longo do tempo ecertamente saberá se adaptar para responderaos novos desafios.

Ao comemorar o Dia do Comerciante comeste Suplemento, a Associação Comercial deSão Paulo e o Diário do Comércio estendem ahomenagem aos empresários em geral, quecom seu trabalho promovem o desenvolvi-mento do Brasil.

Rogério AmatoPresidente da Associação Comercial

de São Paulo e da Federação das AssociaçõesComerciais do Estado de São Paulo

O setor comercial ocupabastante mão de obra,representando, em muitoscasos, a oportunidade doprimeiro emprego

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terça-feira, 16 de julho de 20134 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

CONJUNTURA

O segundo semestre começa com aumento nataxa de juros, inflação persistente e

endividamento do consumidor, levando a umadesaceleração da economia

Newton Santos/Hype

SXC

Para Marcel Solimeo,economista-chefe daAssociação Comer-cial de São Paulo, o

momento é de cautela. Em suaopinião, por uma questão sa-zonal, o segundo semestre ésempre mais forte do que osseis primeiros meses do ano,pois a economia vem embala-da e há a injeção de dinheiro do13º salário e as vendas de Na-tal. Mas tudo leva a crer que ocrescimento do comércio cai-rá pela metade, em compara-ção ao mesmo período do anopassado. Nesta entrevista,Solimeo traça um panoramada economia e as perspecti-vas para 2014.

Diário do Comércio - Como osenhor analisa o atual cenárioeconômico e as expectativas parao segundo semestre?

Marcel Solimeo - Se analisar-mos os fatores que permiti-ram a forte expansão do co-mércio nos últimos anos nomercado interno, temos: cré-dito abundante, juros em que-da, prazos mais longos de fi-nanciamentos – que é impor-tante, pois permite parcelasmenores das prestações. Deoutro lado, alavancado pelocomércio exterior, o cresci-mento do emprego e da rendapermitiu um aumento da mas-sa salarial. Essa combinaçãode valor menor da prestação ecrescimento da renda é quepermitiu a entrada de mais de40 milhões de consumidoresno mercado – consumidoresestes com muitas carências,mas praticamente sem endi-vidamento. Este quadro semanteve até metade do anopassado, quando começou adar sinais de desaceleração.

Quais fatores levaram a essadesaceleração?

Um deles foi a inflação, es-pecialmente de alimentos,que passou a consumir a ren-da mais rapidamente do que areposição dos salários. Outrofator foi que o ritmo de cresci-mento do emprego diminuiu –continua crescendo, mas emum ritmo mais lento. A própriareposição salarial está cres-cendo mais lentamente. Dooutro lado, devido ao aumentoda inadimplência, houve umrigor maior na concessão decrédito, principalmente aque-les sem garantia. A expansãocontinuou no crédito consig-nado e no hipotecário/imobi-liário. Agora, mais recente-mente, começou a subir os ju-ros, embora este impacto ain-d a n ã o t e n h a s i d o t o d otransferido ao consumidor.

Pesquisas apontam que aconfiança do consumidor vemcaindo. Como o senhor analisa estefato?

O que mais mexe com a con-fiança do consumidor é infla-ção e emprego. A inflação con-tinua alta, por mais que o Ban-co Central tenha tomado me-d i d a s e o g o v e r n o d a d oisenções. A tendência ainda éde alta, ainda mais com o dólarsubindo. E o emprego já nãotem aquele ritmo de expan-são. Tudo isso mexe com a ex-pectativa do consumidor. Eessas manifestações popula-res que estão ocorrendo, tam-bém geram mais incertezas eacabam tendo impacto naconfiança do consumidor.

Qual a expectativa para o segundosemestre?

Considerando tudo isso, ocenário para o segundo se-mestre é melhor do que vemsendo, pelo fato de que o pe-ríodo é, naturalmente, maisforte, pois a economia está em

um ritmo mais dinâmico, etem o Natal e a injeção do 13ºsalário. Mas tirando o fator sa-zonal, o ritmo deve ser maisfraco, bem abaixo do que seesperava de 7% a 8%. Talvez ocomércio vá crescer 3% a 4%.Esperava-se um PIB crescen-do a 4% e hoje se fala em 2% a2,5%. O comércio é afetadopor todo conjunto das ativida-des. Se o PIB cresce menos, is-so também deve ocorrer nocomércio. Ele estava meiodescolado do PIB e de outrasatividades, porque se foi in-corporando consumidoresnum ritmo muito forte. Agora,esta incorporação é mais len-

ta, o crédito está mais contidoe os bancos estão mais exi-gentes na concessão. Assim,estamos trabalhando comuma expectativa para o se-gundo semestre de cresci-mento na casa dos 3% a 4%,praticamente metade do quefoi ano passado. Consideran-do um PIB de 2% a 2,5%, aindaé favorável. Com o dólar maisalto, a inflação vai continuarforte, pressionando a renda.

O governo não deve mais estimularo consumo?

Alguns produtos estavamcom redução de impostos, queestão voltando gradativa-

mente. Também se tem o fatode que houve muita antecipa-ção de consumo de bens durá-veis por causa dos incentivos.Ninguém compra geladeira,carro, televisor toda hora. Osprodutos eletrônicos, comTVs, celulares, se beneficiamda chegada de novos modelose novas tecnologias, mas issoé para um segmento de mer-cado mais restrito. Os incenti-vos fizeram com que houves-se essa antecipação de com-pras – em geral, esse incenti-vos de redução de IPI de bensduráveis não aumenta o con-sumo, ele antecipa a compra.Já houve muita antecipaçãode compras de bens duráveise a tendência agora é de umcrescimento mais vegetativo,mais de acordo com o cresci-mento da população e o ciclode reposição.

O consumidor está endividado?Sim, o consumidor está en-

dividado, mas a expansão docrédito hoje acompanha maisou menos o crescimento damassa salarial. Então, o cres-cimento do consumo vai de-pender mais do crescimentoda massa salarial, que é em-prego x renda. Não é o endivi-damento que vai desaceleraro consumo, mas a desacelera-ção da massa salarial. Em umprimeiro momento houve umcrescimento maior do créditodo que da massa salarial, por-que se estava distribuindo ocrédito para mais gente.Aquele contingente que en-trou no mercado de consumonão tinha endividamento,mas hoje já está endividado.Agora, ele compra quando arenda cresce, e este cresci-

mento é mais lento agora.

Mesmo com a desaceleração daeconomia, o desemprego nãoaumentou, pois o empresariadoaguardava uma retomada. Issopode mudar agora?

O emprego vinha crescendomuito pela expansão do setorde serviços, a indústria vempatinando há mais de doisanos. Na indústria, é muitoverdadeira esta questão desegurar o trabalhador, porqueo custo de demissão é alto.Mesmo com a atividade eco-nômica baixa, os empresáriospreferem segurar o trabalha-dor, esperando uma retoma-da. A indústria já fez os ajustesque precisava e não deve ge-rar um grande desemprego,mas também não deve contra-tar muito. Quem vinha puxan-do o emprego era o setor deserviços, mas o seu ritmo decrescimento também vem di-minuindo. Mas não acreditoque haverá um aumento dedesemprego ainda, a não serlocalizado. Por enquanto, va-mos ter um menor crescimen-to do emprego.

A situação, então, não é tão gravequanto parece.

Mais para frente, depen-dendo de como evoluir a eco-nomia para 2014, o panoramapode mudar. O que tem nosajudado muito é o bônus de-mográfico. A população doPaís está crescendo pouco, osjovens estão ficando maistempo no estudo. Mesmo quea oferta de emprego caia, issonão sinaliza uma alta taxa dedesemprego. Mas se o ritmode geração de emprego conti-nuar desacelerando, chegaráa um ponto de aumento no de-semprego. Vai depender mui-to da expectativa da econo-mia para 2014.

Qual a sua mensagem para osempresários do comércio?

Estamos em um período demuitas incertezas. Em condi-ções normais, o empresárioprocura maximizar o lucro, eem condições de incertezas,ele busca minimizar os riscos.Tem que ter muita cautela,mas também não se deve dei-xar o medo impedir a ativida-de. É preciso saber acompa-nhar a conjuntura. O mercadonão está igual para todos ossegmentos. Tem alguns comgrandes oportunidades. ( C . O. )

Com o péno freio

Com o dólar mais alto, a inflação vaicontinuar forte, pressionando arenda do trabalhador.

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terça-feira, 16 de julho de 2013 ESPECIAL - 5DIÁRIO DO COMÉRCIO

Queda noíndice deconfiança

Oconsumidor paulistanoestá menos confiante,segundo o Índice de

Confiança do Consumidor(ICC) apurado pela Federaçãodo Comércio de Bens, Serviçose Turismo do Estado de SãoPaulo (FecomercioSP) emjunho. O indicador, que écomposto pelo Índice deCondições Econômicas Atuais(ICEA) e pelo Índice deExpectativa do Consumidor(IEC), apresentou queda de0,6%, passando de 146 pontosem maio para 145 em junho(em uma escala que varia de 0a 200 e denota otimismoquando acima dos 100pontos). Essa é a quarta quedamensal consecutiva no ICC.

Segundo a entidade, o quetem feito o indicador cair mêsapós mês é a alta constantenos preços, que prejudica arenda real do consumidor.Porém, a federação observaque a avaliação da situaçãoatual do consumidor é melhordo que as suas perspectivasfuturas. O ICEA teve alta de1,6% em junho, passando de145,1 em maio para 147,5pontos no mês. Já o IECregistrou queda de 2,1%, aodiminuir de 146,5 para 143,4pontos, no mesmo período.Isso pode indicar que oconsumidor está percebendoas medidas de contenção dainflação e dos estímulos aoconsumo por meio dasdesonerações comopassageiras, com expectativade um cenário maispreocupante no futuro.

Existe uma percepçãodistinta entre os consumidoresdas diferentes faixas de renda.No ICEA, enquanto as pessoascom renda superior a dezsalários mínimos mostrarammais otimismo, com 150,1pontos, os consumidores comrenda inferior demonstraram-se mais negativos, com 146,2pontos.

CONJUNTURA

Sinal de alerta no consumoPesquisa do PROVAR/FIA feita em junho mostra um consumidor mais cauteloso na hora de comprar

SXC

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Tradicionalmente, osegundo semestrecostuma ser um pe-ríodo melhor para as

vendas, mas pelo andar dacarruagem, é bom o empresa-riado ficar atento. A inflaçãopersistente no começo do anofez com que o Banco Centralsubisse a taxa básica de juros(Selic) para 8,5% ao ano, en-carecendo o crédito. Segundouma pesquisa realizada peloPROVAR (Programa de Admi-nistração do Varejo), da FIA(Fundação Instituto de Admi-nistração), em parceria com aFelisoni Consultores Associa-dos, o consumidor agora estámuito cauteloso na hora decomprar. Este comportamen-to resulta no menor nível de in-tenção de compras desde2002, segundo o estudo. Comisso, 50,4% dos paulistanospretendem adquirir um bemdurável entre os meses de ju-lho e setembro deste ano, índi-ce 8,8 p.p menor ao registradono segundo trimestre, em quese verificou 59,2%. Já na com-paração com o mesmo trimes-tre do ano passado, o índice te-ve queda de 3,4 p.p., pois noperíodo foi registrado 53,8%.

A amostra, feita com 500consumidores da cidade deSão Paulo, analisou a intençãode compra e de gasto em rela-ção a diversas categorias deprodutos: Eletroeletrônicos,Informática, Cama, mesa e ba-nho, Cine e Foto, Móveis, Tele-fonia e Celulares, Material deConstrução, Linha branca,Vestuário e Calçados, Auto-móveis e Motos, Imóveis, Ele-troportáteis e Viagens e Turis-mo. Também foi avaliado a uti-

lização de crédito nas com-pras de bens duráveis.

Dentre as categorias anali-sadas, o item Vestuário e Cal-çados desponta como o demaior intenção de compra,com 19,8%, seguido por LinhaBranca, com 9,6% e Informáti-ca, com 9%.

Segundo Claudio Felisoni deAngelo, presidente do Conse-lho do PROVAR/FIA, diversassão as condições que afetam acompra do consumidor. "Amassa real de salários, o volu-me de crédito no mercado, ataxa de juros, o prazo médio depagamento, o comprometi-mento de renda e a inadim-plência têm afetado muito oânimo de compra e a tendên-cia é de forte desaceleraçãodo consumo até o final de2013", observa o professor.

Outro fator ressaltado noestudo é que somente quatrocategorias apresentaram altana intenção de compras emrelação ao terceiro trimestrede 2012. São elas: Eletroele-trônicos (200%), Eletroportá-teis (72,7%), Informática(9,8%) e Linha Branca (9,1%).Todas as outras categorias lis-tadas na pesquisa apresenta-ram índice zero ou quedas quevariam de 13,2% a 53,3%.

Sinal de alerta

Ainda de acordo com a pes-quisa, a expectativa de ina-dimplência se mantém em umpatamar de 7,6% durante osmeses de julho, agosto e se-tembro. Já na análise de com-prometimento de renda dasfamílias, verificou-se que ca-da vez mais está sobrando

menos no bolso do paulistanopara novas despesas: somen-te 8,3% disseram que pos-suem renda para novos gas-tos, 1,7 p.p menor que na últi-ma pesquisa, quando esse nú-mero era de 10%.

Dentre os fatores que maiscontribuem para este resulta-do estão as despesas com Ali-mentação (21%), Educação(20,4%) e Crediário (19,7%),este último com um gasto 3,3p.p maior que o registrado noúltimo estudo.

O que aconteceu?

O IDV (Instituto para Desen-volvimento do Varejo) desen-volve, desde 2007, um estudochamado IAV-IDV (Índice Ante-cedente de Vendas), que con-solida a evolução das vendasefetivamente realizadas pelosassociados do IDV, com o intui-to de projetar expectativas pa-ra os próximos meses e servirde base para a tomada de deci-são dos executivos do varejo.

Os últimos dados dispo-níveis são de maio e ha-via certo otimismo: osassoc iados do IDVapontaram alta de 4,4%nas vendas. O relatóriofalava em recuperaçãodo setor de bens não du-ráveis e as projeçõeseram de altas de 6,4% a8,3% entre junho eagosto, influenciadaspela expansão da redede lojas.

Além das festivida-des da Páscoa desteano terem caído emmarço (ao con-trário de 2012,quando ocor-r e r a m e mabril), a in-f lação dea l i m e n-tos, muitoac ima do

índice médiodos preços, tam-bém havia afetado osegmento dos não du-ráveis, de maior pesonas aferições do setor.

No entanto, após es-tes impactos, o setorde bens não duráveis,

que corresponde pelas ven-das de alimentos, entre ou-tros, apontava recuperação apartir de maio e fecharam comalta de 5,7%, em comparaçãocom o mesmo período do anoanterior. Para junho, os asso-ciados estimavam crescimen-to de 5,6%.

De acordo com o presidentedo IDV, Flávio Rocha, o indica-dor de maio do IAV-IDV mos-trou retomada do crescimen-to do varejo em comparação

ao primeiro quadrimestre doano. Por outro lado, os desdo-bramentos econômicos e so-ciais das duas últimas sema-nas exigem uma análise emrelação aos próximos meses."O momento econômico e so-cial exige foco e atenção parauma boa compreensão deseus desdobramentos, seuimpacto sobre nosso setor eas medidas necessárias paramelhor enfrentá-lo. São vá-rias variáveis em jogo: câm-bio, inflação, juros, renda,confiança, que, juntas, deter-

minarão o compor-tamento do consu-mo e das vendas do

varejo no segundo se-mestre", disse o exe-cutivo.

O consumidorestá cauteloso e atendência é defortedesaceleração doconsumo até ofinal de 2013

CL AUDIO F. DE AN G E LO

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terça-feira, 16 de julho de 20136 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Difícil é segurar os funcionáriosO comércio sofre

com a altarotatividade dosprofissionais, os

salários são baixos emuitos trabalham

nos fins de semana eferiados

Nelson Kheirallah,coordenador do

Conselho do Varejo daACSP e Alvaro Furtado,

do Sincovaga.

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Para Nelson Kheiral-lah, coordenador doConselho do Varejoda Associação Co-

mercial de São Paulo (ACSP), agrande rotatividade de funcio-nários é um dos grandes pro-blemas do comércio de qual-quer porte ou segmento. Deum modo geral, o funcionárionão enxerga o emprego comouma carreira a ser seguida,mas como algo transitório, atéele encontrar algo melhor, se-ja com maior remuneração oumesmo uma atividade em quenão se trabalhe aos fins de se-mana e feriados. "Hoje, o queacontece é um círculo vicioso:não vão bons profissionais pa-ra trabalhar no varejo porqueganham mal, e ganham malporque não são bons profissio-nais", comenta.

Segundo o coordenador, ovarejo trabalha com margensapertadas, há os custos traba-

lhistas e a carga tributária, im-pedindo pagar melhores salá-rios. "Com o piso em torno deR$ 1 mil, um bom vendedor co-missionado consegue tirar en-tre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil, maseste é o caso de uma minoria",observa. Para ele, falta treina-mento para qualificar essesfuncionários e ninguém querpagar os custos disso. "O em-presário não dá esse treina-mento porque ao se qualificar,o funcionário recebe outraproposta um pouco melhor esai do emprego, sem falar na-queles que, passado poucotempo já fazem 'corpo mole'para serem dispensados e pe-garem o FGTS e todos os bene-fícios previstos em lei", afirmaKheirallah. "O FGTS nasceupara substituir a antiga estabi-lidade para quem tinha maisde dez anos de casa, seria umfundo para garantir o futuro dotrabalhador na aposentado-

ria, mas com o tempo a legisla-ção foi se afrouxando".

Na questão do treinamento,Kheirallah tem uma proposta:"É comum um escritório de ad-vocacia bancar uma pós-gra-duação ou MBA no exterior deum funcionário. Quando elevolta, tem um contrato que oobriga a trabalhar por um tem-po, pois ele precisa amortizaraquele investimento. Por queisso não é possível com o co-merciário? É uma questão queprecisa ser analisada e discu-tida. Isso poderia incentivar acriação de escolas com inves-timento dos varejistas", diz.

Segundo Kheirallah, não ésomente o varejo brasileiroque vem sofrendo com a altarotatividade e qualificaçãodos funcionários. Todos osanos, a ACSP e a Facesp levamvarejistas brasileiros para oevento da NRF (National RetailFederation). "Este ano, assisti

uma palestra que abordavajustamente este tema, quevem preocupando os varejis-tas americanos. Mas lá, não hátodos esses encargos sociaisque temos aqui, lá não tem,por exemplo, o aviso prévio.No Brasil, a legislação é muitopaternalista", afirma.

Comércio de alimentos

Um estudo realizado peloSincovaga (Sindicato do Co-mércio Varejista de GênerosAlimentícios do Estado de SãoPaulo) levantou, entre outrostemas, a questão da rotativi-dade de pessoal no setor. Para72% dos empresários entre-vistados, o número de desliga-mentos sobre o total do núme-ro de pessoas empregadas va-ria de 0% a 10% em seus esta-b e l e c i m e n t o s , 1 3 %afirmaram que varia de 20% a30%, e 11% dos entrevistados

disseram que a rotatividade fi-ca entre 10% e 20%. Do total,4% dos empresários afirma-ram que o turn over de suas lo-jas está entre 30% e 50%.

Para Alvaro Furtado, presi-dente da entidade, a rotativi-dade de funcionários é umdos grandes problemas hojedo varejo de produtos ali-mentícios, principalmentesupermercados. "É um traba-lho pesado, se trabalha aossábados, domingos e feria-dos, e o piso salarial está emtorno de R$ 1 mil. Com isso, fi-ca difícil reter funcionários, jáque hoje há uma maior ofertade empregos e as pessoaspreferem trabalhar somentenos dias úteis e descansar nofim de semana, mesmo ga-nhando um pouco menos",diz o presidente.

Segundo ele, a estratégiamais utilizada pelos empresá-rios do setor para tentar man-ter os funcionários e reduzir arotatividade de pessoal é oplano de carreira, indicado por19% dos empresários pesqui-sados. Entre as demais ferra-mentas citadas na questão demúltipla escolha estão: planode saúde (10%), bônus, cestabásica ou auxílio-creche (7%);salário acima da média domercado (5%); refeitório, ali-mentação na empresa, treina-mento, seguro de vida ou Par-ticipação nos Lucros e Resul-

tados (3%). Do total, 58% afir-maram não ter nenhumaestratégia para reter seus ta-lentos. "A partir de 350 funcio-nários, a convenção coletivadetermina que a empresa ofe-reça plano de saúde, alimen-tação de acordo com o PAT eseguro de vida. Quem mais so-fre com esta questão de rota-tividade e falta de políticas debenefícios são as pequenasempresas, como os mercadi-nhos e sacolões", diz Furtado.

O açougue é a seção em queé mais difícil preencher as va-gas, segundo 65% dos empre-sários, seguida pela área depanificação, com 10% das res-postas. As seções mais cita-das foram: reposição e balcão,com 5% das respostas cada,frios e FLV (frutas, legumes everduras), 3% cada. ( C . O. )

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terça-feira, 16 de julho de 2013 ESPECIAL - 7DIÁRIO DO COMÉRCIO

Destaquena internet

OsiteMagazineLuiza.comfoi eleito a 'Loja

Destaque em Inovação' no10º Prêmio Excelência emQualidade ComércioEletrônico B2C e tambémcomemora a conquista de seudécimo troféu Diamanteconsecutivo, resultado dapesquisa de satisfação comos clientes, realizada pormeio da consultoria e-bit .Presente desde a primeiraedição, o site da redevarejista sempre esteveentre as melhores lojas docomércio eletrônico no Brasile já ganhou outros prêmios,como a de "loja mais queridado e-commerce brasileiro".

"O Magazine Luiza foipioneiro no comércioeletrônico nacional e anovidade está em nosso DNA,o que ficou demonstradoagora com o prêmio de'Destaque em Inovação'. Émuito gratificante ver quetemos ganhado cada vezmais espaço e conseguimosmanter o alto nível desatisfação dosconsumidores", avalia DecioSonohara, diretor de e-commerce do MagazineLuiza.

Segundo a e-bit, entidadeque atua como referência nofornecimento de informaçõessobre o e-commercenacional, o critério deelegibilidade para as lojasDiamantes é ter mantido apontuação necessária napesquisa de satisfação porpelo menos 184 dias, noperíodo entre 1º de janeiro a31 de dezembro de 2012.

A escolha doMagazineLuiza.com como a'Loja Destaque em Inovação'foi realizada por uma equipede especialistas do setor queconsideraram,principalmente, o pioneirismoem social commerce comouma das maiores inovaçõesdo varejo online brasileiro.

INTERNET

Como entrarno comércio

eletrônico

Palestrasgratuitas doCiclo MPE.netensinam oempresário ater sucesso nomundo virtual

SXC

Desde 2003, a Câ-mara Brasileira deComércio Eletrôni-co (Camara-e.net)

promove o Ciclo MPE.net. Tra-ta-se de um programa de se-minários gratuitos, que tem oobjetivo de preparar o peque-no e o médio empreendedorpara investir no comércio ele-trônico, segmento que temgerado novas oportunidadesde negócios e alcançado índi-ces de crescimento significati-vos nos últimos anos. O even-to tem como patrocinadoresos Correios, PagSeguro, Se-brae, BNDES, Certisign, UOLHost, MercadoLivre, Microsofte Goomark.

Até o momento já participa-ram dos seminários do CicloMPE.net mais de 50 mil peque-nos e médios empreendedo-res. Somente neste ano já fo-ram mais de 2 mil participan-tes. O próximo seminário serárealizado no dia 25 de julho emManaus (AM).

Durante o evento, os partici-pantes recebem informaçõessobre como construir uma lojavirtual, logística do comércioeletrônico, segurança e agili-dade nas operações de venda,oportunidades oferecidas pe-la plataforma de negócios on-line do cartão BNDES, benefí-cios da certificação digital,vendas via marketplace, ven-das em redes sociais e inova-

ção para pequenas e médiasempresas por meio de múlti-plos dispositivos.

Segundo Gerson Rolim, di-retor de comunicação da Ca-mara-e.net, há alguns pilarespara atuar no comércio vir-tual. "Como o consumidor nãopassa em frente da loja paraver a vitrine, é importante o in-vestimento em marketing di-gital, a loja precisa estar pre-sente nos motores de busca ede comparação de preços",comenta o executivo, acres-centando que a logística e osmeios de pagamentos são ou-tros pilares. Como a compra évirtual, o lojista terá de entre-gar a mercadoria. Na maioriadas vezes, é usado o serviçodos Correios. "A maior partedos pagamentos é feita porcartão de crédito. Os peque-nos empreendedores podem

usar os serviços dosfacilitadores, que fa-zem a intermediaçãocom as operadoras de car-tões", diz Rolim

Com os facilitares de paga-mentos, as pequenas empre-sas não precisam investir eminfraestrutura ou contrataroutros serviços. Eles ofere-cem um sistema de pagamen-tos em que o estabelecimentonão precisa se afiliar às opera-doras de cartões e aos bancos.Neste caso, quem recebe o pa-gamento é o facilitador, res-ponsável pela aprovação davenda e pelo repasse do valorà loja virtual conforme suas re-gras, que em geral é uma por-centagem na transação maisum valor fixo. O lojista não cor-re riscos na operação: se o fa-cilitador aprovou a compra, olojista receberá o valor, mes-

mo que seja uma fraude. Entreas empresas mais conhecidasneste segmento estão o Pag-Seguro, MoIP e Paypal.

Novas regras

Em maio, entrou em vigor oDecreto Federal 7.962/13,que estabelece regras para ocomércio eletrônico. Caso asempresas do e-commerce nãocumpram as novas regras, es-tão sujeitas a multas, apreen-são dos produtos, cassação doregistro e da licença do esta-

belecimento, interdição totalou parcial da atividade, entreoutras sanções. Segundo Ro-lim, não houve novidade, poisessas regras já estavam pre-vistas no Código de Defesa doConsumidor. "Já estava pre-visto o arrependimento dacompra em sete dias, a descri-ção das mercadorias, a infor-mação de CNPJ e telefone paracontato. Quem deseja ter umaloja virtual precisa seguir es-sas regras", diz Rolim.

Pela lei, os sites precisam in-formar, em local de fácil visua-lização o nome da empresa,endereço, CNPJ ou CPF, quan-do for o caso de a venda ser fei-ta por pessoa física. Devemestar claras as condições doserviço, a forma de pagamen-to, prazo para entrega e a dis-ponibilidade do produto. Alémdisso, os sites têm de especifi-

car se a compra é válida so-mente pela internet ou tam-bém em lojas físicas.

Os sites também devem in-formar como o consumidor po-de exercer o direito de arre-pendimento de compra, de-volver o produto e receber o di-nheiro de vol ta. O lo j istadeverá cancelar a transaçãojunto á operadora antes que ovalor seja lançada na fatura,mas caso o valor já tenha sidodescontado do consumidor, oestorno deve ser realizado.

Números do mercado

O ano de 2012 se encerroucom números positivos para oe-commerce B2C (vendas pa-ra o consumidor) brasileiro. Os e t o r f e c h o u o a n o c o mR$ 22,5 bilhões de faturamen-to, um crescimento nominalde 20% em relação a 2011,quando havia registradoR$ 18,7 bilhões em vendas debens de consumo.

De acordo com Pedro Guas-ti, diretor geral da e-bit, a evo-lução foi possível principal-mente pelas ações promocio-nais promovidas pelas lojasvirtuais e incremento de ven-das de produtos de maior va-lor agregado no 2º semestrede 2012, como smartphones,tablets e notebooks. Com isso,o tíquete médio em 2012 fe-chou em R$ 342. ( C . O. )

É importante oinvestimento emmarketing digital, aloja precisa estarpresente nos sites debusca e comparaçãode preços

GERSON ROLIM

Henrique Manreza/e-Sim

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terça-feira, 16 de julho de 20138 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

DISTRITAL CENTRO

No coraçãode São Paulo

Projeto quer incentivar o turismo de compras no Centro da cidade para a Copa de 2014N

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ADistrital Centro daACSP, juntamentecom as entidadesque representam os

lojistas das regiões do Brás,Bom Retiro, ruas 25 de Março eSanta Ifigênia, estão desen-volvendo um projeto de turis-mo de compras para a Copa de2014. Segundo conta o supe-rintendente da Distrital, LuizAlberto Pereira da Silva, aideia é que o turista possa sairdo hotel em vans e circular nosprincipais roteiros de comprase restaurantes do Centro da ci-dade. "O turista compraria umtíquete, que valeria para o diatodo, podendo pegar as vansquantas vezes quisesse. Elepoderia começar o roteiro narua 25 de Março, fazer suascompras, pegar outra van, irpara o Bom Retiro e depois pa-ra a Santa Ifigênia", explica osuperintendente. "Vamos le-var a propostas para a Prefei-tura e demais órgãos, deta-lhando o projeto, que poderáestar funcionando já para oNatal, ou no mais tardar, no co-meço de 2014", diz.

Apesar de diversos shop-ping centers abertos em vá-rios bairros da cidade, o Cen-tro continua sendo o destinopreferido para compras. Noperíodo do Natal, por exem-plo, a rua 25 de Março costumareceber mais de 1 milhão deconsumidores por dia. As re-giões do Brás e Bom Retiro nãoficam atrás e costumam rece-ber milhares de compradoresem datas especiais. A rua San-

ta Ifigênia também recebe mi-lhares de compradores diaria-mente, interessados em pro-dutos eletroeletrônicos. "O tu-r i s t a , p r i n c i p a l m e n t eestrangeiro, não quer saber

de shopping center, isso eletem em seu país. A cidade nas-ceu no Centro, temos lugareshistóricos, cultura e lazer e énisso que estamos apostandopara trazer o turista para cá",

diz Silva.Além das ruas de compras, o

Centro tem um cartão postalobrigatório para todo turista,nacional ou estrangeiro: oMercado Municipal Paulista-

no, ou Mercadão, como é maisconhecido. Como todo merca-do, é possível encontrar fru-tas, verduras, peixes, carne,massas, especiarias etc., maso que atrai o turista é o espaço

gastronômico, que oferece aoportunidade de degustar sa-borosos pratos ali mesmo, en-quanto se aprecia a beleza ar-quitetônica do Mercadão. Pro-jetado pelo escritório do arqui-teto Franc isco Ramos deAzevedo em 1926, o Merca-dão foi inaugurado em 25 dejaneiro de 1933. A execuçãodos vitrais foi entregue ao ar-tista russo Conrado Sorgeni-cht Filho, famoso pelo traba-lho realizado na Catedral da Sée em outras 300 igrejas brasi-leiras. Ao todo, são 32 painéis,subdivididos em 72 vitrais.

Outro ponto bastante co-nhecido e visitado no Centro éa Galeria do Rock, localizadaentre a rua 24 de Maio e o Lar-go do Paissandu. Trata-se deum grande centro comercialcomposto por 450 lojas, quevendem CDs, disco de vinil,camisetas, acessórios, pôste-res etc., de diversos estilos ebandas. Bastante frequenta-do por jovens, o edifício foiconstruído em 1963 e recebeuo nome de Shopping CenterGrandes Galerias, abrigandosalões de beleza, lojas de seri-grafia e assistências técnicasde aparelhos eletroeletrôni-cos. Somente no final da déca-da de 70, lojas de disco come-çaram a se instalar no local.Com o passar do tempo e pelogrande número de estabeleci-mentos voltados para o públi-co que gostava de rock, oShopping Center Grandes Ga-lerias recebeu então o apelidode Galeria do Rock. ( C . O. )

No sentidohorário,começando nafoto acima, obairro do Brás,a rua SantaIfigênia, BomRetiro e a rua25 de Março:endereçostradicionais decompras noCentro dacidade de SãoPaulo.

Paulo Liebert/AE

Eduardo Anizelli/Folhapress

Patricia Cruz/Luz

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terça-feira, 16 de julho de 2013 ESPECIAL - 9DIÁRIO DO COMÉRCIO

DISTRITAL NORTE

Comércio de ruae shopping centers

Processo de verticalização, com a construção de condomínios residenciais, valorizou a região e fortaleceu o comércio local

No sentido horário, começando com a fotoacima, Santana Parque Shopping, ruaVoluntários da Pátria, Shopping Center

Norte e Shopping Metrô Tucuruvi.

Patricia Cruz/LuzObairro de Santanac o m e m o r a 2 3 1anos de fundação nopróximo dia 26. A

Distrital Norte da ACSP estarápromovendo uma missa na pa-róquia Nossa Senhora da Salet-te (rua Dr. Zuquim, 1.746). Se-gundo conta o superintendenteGeorge Abraham Ayoub, na zo-na Norte da cidade, os bairros deSantana e Tucuruvi são as quepossuem o comércio mais forte."Em Santana, temos a rua Vo-luntários da Pátria, com grandeconcentração comercial, princi-palmente nas proximidades daEstação Santana do Metrô. Nes-sa rua também temos a GaleriaSantana, muito conhecida nobairro", diz Ayoub. "Já no Tuvu-ruvi, o comércio de rua mais for-te está na avenida Tu-curuvi. São lojas quepassaram de pai para fi-lho e os comerciantessão conhecidos na re-gião", comenta.

A zona Norte tam-bém é bem abastecidade shopping center. Oprimeiro a ser inaugu-rado na região fo i oShopping Center Norte,em abril de 1984, naMarginal Tietê. O últi-mo empreendimentofoi o Shopping MetrôTucuruvi, em abril des-te ano, que é integradoà Estação Tucuruvi doMetrô e ao terminal deônibus local. O SantanaParque shopping (ruaConselheiro Moreira deBarros, 2.780), foi inau-gurado em 2007. "A zo-na Norte vem sofrendo,já há alguns anos, umforte processo de verti-calização, com a construção deprédios residenciais, mas semum planejamento adequado. Sepor um lado houve uma valori-zação da região, por outro, asvias não comportam o tráfegode veículos, prejudicando aqualidade de vida dos morado-res", diz Ayoub. ( C . O. )

Gabo Morales/Folhapress

Victor Moriyama/Folhapress

Rahel Patrassos

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terça-feira, 16 de julho de 201310 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

São Miguel, destaque da zona Leste

DISTRITAL PINHEIROS

Obras sem fimprejudicam os negócios

O superintendente Michel Augusto Zakka afirma que comerciantes estão passando dificuldades com a queda no movimento

No sentidohorário,

começando nafoto acima,

obras no Largoda Batata, a

rua OscarFreire, e loja de

instrumentosmusicais darua Teodoro

Sampaio

Danilo Verpa/FolhapressPinheiros é um distritoda zona Oeste comum comércio forte evariado, englobando

a rua Oscar Freire, conhecidapelos produtos luxuosos, e arua Teodoro Sampaio, comsuas lojas de móveis e instru-mentos musicais. Na regiãotambém está o Shopping Igua-temi, o primeiro shopping cen-ter do Brasil, inaugurado em1966. "A rua Teodoro Sampaioé uma das mais conhecidas danossa região, concentrandona parte baixa um comérciopopular e mais para cima, nadireção da avenida Dr. Arnal-do, quarteirões com diversaslojas de móveis, seguidas porvárias lojas de instrumentosmusicais", diz Michel AugustoZakka, superintendente daDistrital Pinheiros da ACSP.

Na região ainda está a VilaMadalena, com seus restau-rantes e bares charmosos,que acabaram por atrair a pre-sença de artistas e intelec-tuais, que elegeram o bairroum ponto de encontro. A feirada Praça Benedito Calixto, quefaz parte do circuito turístico

da cidade, acontece todos ossábados, das 9h às 19h e contacom mais de 300 expositores,entre artistas plásticos, arte-sanatos, antiguidades e praçade alimentação.

Segundo o superintendenteda Distrital Pinheiros, o co-mércio da região vem sofren-do muito com as constantesobras na região. "O comércioda já não aguenta mais tantasobras que nunca terminam,travando o trânsito local e im-pedindo a circulação de pe-destres. Muitos comerciantesestão passando dificuldadecom a queda no movimento declientes", diz.

A principal responsável poressa situação é a operação ur-bana que vem sendo executa-da no Largo da Batata, que de-ve remodelar todo o bairro,com a construção de uma novapraça. Segundo a SP Obras,desde 2007 o Largo da Batatavem recebendo seu segundoconjunto de obras. Antigas ruasde paralelepípedos e cortiçosderam espaço para um sistemaviário mais moderno, com novorecapeamento. ( C . O. )

Localizada no extremoleste da capital, a áreade jurisdição da

Subprefeitura de São MiguelPaulista tem 24,30 km² deextensão. É composta pelosdistritos de São MiguelPaulista, Vila Jacuí e JardimHelena. De acordo comFernando José Velucci,superintendente da DistritalSão Miguel, o bairro contacom um dos maiores centrosde compras da cidade. É oterceiro maior de São Paulo,depois da Rua 25 de Março e oBrás. As principais ruascomerciais do bairro são: RuaSerra Dourada, Rua ArlindoColaço, Rua Miguel ÂngeloLapenna e Avenida Marechal

Tito, onde se concentrammuitas lojas de carros.

"Aqui se encontra de tudo,de roupas e calçados ainstrumentos musicais. Não

temos shopping centers enem há planos de ter embreve. As lojas são de rua emuitas lojas passam de paipara filho, são de moradores

que vivem na região há muitotempo", explica Velucci. Paraele, o destaque é o MercadoMunicipal Dr. Américo Sugai,que foi inaugurado em 6 de

julho de 1967. Está localizadona Avenida Marechal Tito,567, no coração de SãoMiguel. Foi construído comtrês pavilhões, com ampla

estrutura para atender apopulação local.

Atualmente, no pavilhão"A" podem-se encontrarprodutos dos mais variadosgêneros, dentre eles doces,massas, laticínios, peixes,carnes, miudos de origemanimal e aves. O pavilhão "B"oferece frutas e verduras,avícola, peixaria, laticínios,etc. E no pavilhão "C" podeser encontrado toda a linhade produtos paralanchonetes, temperos,choperia, também doçaria,uma unidade do Banco doPovo, restaurantes.

O horário defuncionamento é de 2° feira asábado, das 8h às 19h.

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O bairro conta com um dos maiores centros de compras da cidade, sendo o terceiro maior de São Paulo, depois da Rua 25 de Março e o Brás.

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terça-feira, 16 de julho de 2013 ESPECIAL - 11DIÁRIO DO COMÉRCIO

DISTRITAL SANTO AMARO

Da nobreza à pobreza,uma região de contrastes

O comércio na região é variado, com grandes shopping centers e pequenos comércios de rua

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Estátua do bandeiranteBorba Gato

ADistrital Santo Amaro, fun-dada em 1953, está com-pletando 60 anos e atuaem uma região extensa e

de contrastes: de um lado, o bairronobre do Morumbi, e de outro, as ca-rências do Jardim Ângela, o vai-e-vem das pessoas no Largo 13 deMaio e o distrito rural de Parelheiros,com sua área de preservação am-biental. Segundo conta o superin-tendente Leonardo Ugolini, são 4,5milhões de pessoas e a distrital se re-laciona com cinco subprefeituras:Santo Amaro, Campo Limpo, Capelado Socorro, M'Boi Mirime Parelheiros. "O co-mércio da região é mui-to variado e pujante. OShopping Interlagos é osegundo maior em fa-turamento, com lojasdos melhores shop-pings da cidade, e te-mos o comércio popu-lar do Largo 13 e do Gra-jaú, além das pequenaslojas da Rua AméricoBraziliense", conta osuperintendente.

Ele conta que esteano deve ser inaugura-do mais um shoppingcenter, o Nova 25 deMarço, na Marginal doRio Pinheiros, em SantoAmaro, que vai fazercoro com o Mais Shop-ping Largo Treze, o BoaVista Shopping e o SPMaket, levando maisopções e lazer e comér-cio para a região. "Apósa s c o n c l u s õ e s d a sobras de extensão, a Li-

nha Lilás do Metrô trará, além de de-senvolvimento para a região, maispessoas e o fortalecimento do nossocomércio. A região da Chácara San-to Antônio, próximo às ruas Alexan-dre Dumas e Verbo Divino, tambémconcentram grandes empresas e co-mércio variado", diz Ugolini.

Em execução desde maio de2011, essa extensão ligará o LargoTreze à Chácara Klabin, na Vila Ma-riana. O trecho terá 11,5 km de ex-tensão. A estação Adolfo Pinheiroestá prevista para ser entregue em2014. Já o trecho Adolfo Pinheiro -

Chácara Klabin deveráser concluído em 2016.Este trecho se integra-rá com a Linha 1-Azul,na Estação Santa Cruz,e com a Linha 2-Verdena Estação ChácaraKlabin e com a futura Li-nha 17-Ouro na Esta-ção Campo Belo. A li-nha quando concluídatotalizará 19,9 km deextensão, 17 estações,2 pátios de estaciona-mento e manutenção.

Sempre em contatocom as cinco subpre-feituras da região, aDistrital Santo Amarotem apoiando e defen-dendo os interessesdos comerciantes eempreendedores. "Es-tamos sempre junto dacomunidade e dos ór-gãos responsáveis,buscando trazer o de-senvolvimento para anossa região", finalizaUrgolini. ( C . O. )

Acima, rua Tiago Luz, em Santo Amaro; no alto àdireita, o comércio popular do Largo Treze; e aolado, fachada do Mais Shopping Largo Treze. A

região concentra mais de 4,5 milhões de pessoas.

Patricia Cruz/Luz

Divulgação

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terça-feira, 16 de julho de 201312 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Protestos fizerammal ao setor

MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO

Classe baixa,vendas em alta

Estudo do Data Popular mostra como a classe emergente lida com aquestão da reforma e compra de materiais de construção

Wagner Sarnelli, do Data Popular

Chico Ferreira/Luz

Oinstituto de pes-quisas Data Popu-lar, especializadaem mercado de

baixa renda, realizou no fim doano passado um amplo estudopara conhecer como a classeemergente se relaciona com ouniverso da reforma e da cons-trução. Na metodologia quali-tativa, foram realizados emsetembro quatro grupos dediscussão, sendo dois em SãoPaulo e dois em Recife, comhomens e mulheres das clas-ses C2 (renda familiar entreR$ 399,01 e R$ 900,00) e D(R$ 82,01 a R$ 399,00). Nametodologia quantitativa, fo-ram realizadas 988 entrevis-tas domiciliares em 54 cida-des e 2.981 pesquisas onlineem todo o País. As conclusõespodem ajudar fabricantes ecomerciantes a vender paraeste consumidor.

Para Wagner Sarnelli, sóciodiretor do instituto, "este pú-blico experimentou e tomougosto pelo consumo. Hoje, eleescolhe o que deseja consu-mir, e nós temos de descobrirquais são esses desejos e paraonde ele está indo". Para tan-to, foi preciso investigar comoé a relação desse público coma reforma e a construção. Se-gundo o estudo, 75% dos pes-quisados moram em casa pró-pria, sendo que 70% já paga e5% ainda em processo de pa-gamento; 17% moram de alu-guel; e 8% responderam outraforma.

Segundo a pesquisa, estaclasse social compra, prefe-rencialmente, nas pequenaslojas de bairro. Muitas vezeseles conhecem o dono do esta-belecimento, ganham des-conto por isso, não é cobradofrete e é possível agendar adata de entrega. Para o diretordo Data Popular, este setorainda carece de bom atendi-mento. "Trata-se de uma ven-da acompanhada, todo consu-

midor, seja de que classe for,entra na loja com uma interro-gação na testa. Se não tiver dooutro lado do balcão alguémque inspire confiança, que se-ja um consultor, ele ficará commedo de comprar", diz. Sar-nelli conta que na loja do bairronão há tanta variedade comonos home centers, o consumi-dor tem poucas opções, masmuitas vezes ele conhece odono e confia nele. Nas gran-des redes, ele encontra essavariedade, mas se não houverbom atendimento, ele passa anão ter confiança. "O dinheiroé curto, ele não pode errarna compra, a sensaçãode frustração é maior,ele vai se sentir en-ganado", diz. "Épreciso passara conf iança ,que ainda neste seg-mento está longe. Esteconsumidor, quandotem um bom atendi-mento e fica satisfeito, éfiel à marca", afirmaSarnelli.

Sempre reformando

De acordo com o estudo,28% dos pesquisados afirma-ram que pretendem realizaralgum tipo de reforma nos pró-ximos 12 meses. O gasto mé-

dio que ele está dispostoa pagar pela reforma é deR$ 4.445,00, sendo que amulher é a mais disposta agastar (R$ 5.250,00) que o ho-mem (R$ 3.603,00). Dos quepretendem fazer a reforma,46% pretendem fazê-la noquarto, seguido por banheiroe cozinha, ambos com 35%das intenções. Um dado inte-ressante dessa classe é que59% preferem pagar à vista e41% com cartão de crédito."Este público se programamais, elas guardam dinheiropara um objetivo. Preferempoupar mensalmente para co-meçar uma construção e pa-gar à vista para obter melho-res vantagens. Quando nãopode fazer isso, entra o cartãode crédito".

O estudo revelou que estepúblico faz reformas constan-tes. Há um desejoc o n s t a n t e d epromover me-lhor ias nacasa.

AAnamaco (AssociaçãoNacional dosComerciantes de

Material de Construção)divulgou os resultados de suapesquisa mensal, que indicouque as vendas do varejo dematerial de construçãoretraíram 8% no mês de junhoem relação a maio. Nacomparação entre junho de2013 e junho de 2012, aretração é de 4%. "Tivemosqueda de vendas em todo oPaís em praticamente todosos segmentos, exceto metaissanitários. As regiões Sul eSudeste foram as que maissofreram com a redução devendas e os dados vêm deencontro aoatualmomentopelo qual oPaís estápassando. Aonda deprotestosqueacontecerampelo Brasilfez com que ocomérciofechasse asportas porvários dias eacabou assustando oconsumidor, que optou poradiar as compras,principalmente nos grandescentros urbanos", explicaCláudio Conz, presidente daAnamaco.

No entanto, o executivoacredita que o comércio vaise recuperar dos índicesnegativos já no mês de julho."Acreditamos que essaretração das vendas criou oque chamamos de 'efeitobarriga'. O consumidor adiouas compras, que devem serefetivadas ao longo do mêsde julho. Quem estáconstruindo ou reformandogeralmente tem urgência emfinalizar o que já começou.Então é questão de tempo".

Com os resultados obtidosem maio, o setor de materialde construção aindaapresenta um crescimentopositivo de 1% no acumuladodos últimos 12 meses, porémna comparação 2013 sobre

2012, desempenho foiestável. "Continuamosprojetando um crescimentode 6,5% para este ano, pois arenda e o emprego aindaestão crescendo e a inflaçãode materiais de construção,medida pelo INCC até maio,apresentou uma variaçãopositiva de 3,08% no ano", diz.

Para Conz, o setor jácomeça a se preocupar com apossibilidade de o GovernoFederal não prorrogar aredução do IPI incidentesobre os produtos do setor eque, atualmente, temvalidade até dezembro de2013. "Levando em conta oque aconteceu com a linha

Vendas de materiais de construção caíram 8%

Zé Carlos Barretta/Hype

branca e, recentemente, comchuveiros e luminárias, háuma tendência de o governonão prorrogar a redução deIPI para além de dezembro, oque vai acarretarconsequentes ajustes depreço ao consumidor final",explica o presidente daAnamaco. "Desde o iníciodefendemos que a reduçãofosse permantente,principalmente porque onosso setor ainda estábastante fragilizado. Estamosbuscando o diálogo,apresentando inclusivepesquisas que comprovamque a redução da cargatributária acarretou maiorarrecadação por parte doGoverno. O nosso esforço épela prorrogação", afirmou.

O varejo de material deconstrução registrou recordede faturamento em 2012,com cerca de 55 bilhões dereais, um crescimento de3,5% em relação a 2011.

SXC

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terça-feira, 16 de julho de 2013 ESPECIAL - 13DIÁRIO DO COMÉRCIO

SHOPPING CENTER

Templo de consumoe também de lazer

Atualmente, estão em operação 463 shopping centers no País, comprevisão este ano de inaugurar mais 35 empreendimentos

SXC

Opaulistano adoraum shopping cen-ter, faça chuva, fa-ça sol, seja em dias

úteis, fins de semana ou feria-do, lá estão eles fazendo o quemais gostam: comprar. Asvantagens em relação ao co-mércio de rua são conhecidas,como ambiente climatizado,maior segurança, comodida-de de encontrar diversas lojasetc. Além disso, o shoppingcenter hoje não é apenas umcentro de compras, mas umcentro de lazer, onde as pes-soas vão para comprar, mastambém para se divertir, ir aocinema, se alimentar.

E este mercado navega devento em popa. Segundo da-dos da Abrasce (AssociaçãoBrasileira de Shopping Cen-ters), no ano passado foraminaugurados 27 empreendi-mentos e a média de visitan-tes mensais foi de 398 milhõesde pessoas. Os shopping cen-ters brasileiros registraram,em 2012, alta de 10,65% nasvendas em relação ao ano an-terior, atingindo um total deR$ 119,5 bilhões. A expectati-va para 2013 é de 12% no au-mento das vendas. O mercadode shopping centers é respon-sável por 19% do varejo nacio-nal e por 2,7% do PIB.

A região Sudeste foi a que re-cebeu maior quantidade denovos empreendimentos, 16,seguida pelas regiões Sul, Nor-deste, Centro-Oeste e Norte.Este número fica ainda mais expressivo se comparado ao

total de novos empreendimen-tos fora das capitais. Dos 27shoppings inaugurados, ape-nas 8 foram nas capitais.

Apesar de perfis variados, amaior parte desses malls fo-ram construídas em municí-pios que possuem entre 100mil e 500 mil habitantes, e o ta-manho médio desses empre-endimentos é de 31 mil m² deABL (Área Bruta Locável).

Atualmente, estão em ope-ração 463 shopping centers.Este ano, está prevista a inau-guração de 35 empreendi-mentos. O setor gera 877 milempregos diretos. A regiãoSudeste é a que concentramaior número de malls: são257 ou 55,5% do total. Em se-guida vem a região Sul, com83 (17,9%); Nordeste, com 62(13,4%); Centro-Oeste, 42(9 ,1%) . E No r te , com 19(4,1%). São Paulo é, de longe,

o Estado com maior númerode shopping centers: 154 emoperação, número este quedeverá crescer para 164 até ofim do ano. Em seguida vem oRio de janeiro, com 58 shop-pings, com previsão de 5 em-preendimentos serem inau-gurados ainda este ano.

Shopping e franquia

Shopping centers e redes defranquias caminham lado a la-do. Para o consultor MarceloCherto, enquanto o franquea-dor busca um ponto de vendacom grande concentração deseu público-alvo, o shoppingcenter busca marcas queatraiam clientes. Eis a fórmuladessa parceria de sucesso. "Oshopping dá pr ior idade agrandes redes de varejo efranquias de marcas consoli-dadas, que além de atraíremconsumidores, possuem his-

tóricos de vendas, uma marcajá conhecida, possuem umaestrutura e são mais fáceis deprever o desempenho", expli-ca Cherto. "A última coisa queo shopping quer é ver lojas fe-chando", diz.

Segundo o consultor, comos altos custos de ocupaçãocobrados pelos shoppings, afranquia pode ser uma boa al-ternativa para o pequeno em-preendedor ter uma loja nestetipo de empreendimento. Co-mo é de interesse da adminis-tração do shopping ter marcasconsolidadas para atrair con-sumidores, isso pode servir deargumento na hora da nego-ciação. "Antes, os shoppingsfaziam o planejamento do mixde lojas por atividade, agora,eles fazem por marca. O queleva os consumidores aosshoppings são as marcas queeles desejam consumir", co-menta Cherto. Em sua opi-

nião, isso também ocorre nosempreendimentos mais po-pulares, construídos paraatender a nova classe média."O consumidor quer frequen-tar um shopping em sua re-gião e deseja consumir aquelamarca que antes ele não podiaadquirir", diz.

Quiosques

Outro fato que vem ocorren-do nos shoppings é o aumentodo número de quiosques, mui-tas delas franquias. Para aconsultora Filomena Garcia,sócia-diretora da FanchiseStore, esse crescimento se de-ve à falta de pontos comer-ciais disponíveis. "Tem muitomais demanda do que oferta eà medida que você pode ofere-cer um modelo que não neces-site apenas de loja e pode serapresentado como quiosque,se amplia a oportunidade de

estar presente em determina-do shopping", diz Filomena.

Segundo a consultora, prin-cipalmente na área de franchi-sing, novas marcas estão en-trando no mercado e experi-mentando novos formatos delojas. O quiosque vem se fir-mando como um formato im-portante na estratégia damarca. "Normalmente, oquiosque trabalha com ummix mais enxuto, mas é o maisimportante, que representa aprincipal venda da loja. Em ge-ral, se fica limitado em termosde exposição e estoque, já queos quiosques tem entre 6 e 15metros quadrados, mas issovai depender da estratégia damarca e o quanto ela conse-gue adequar o seu modelo aoquiosque", diz Filomena.

É comum ver nos quiosqueprodutos de beleza, como per-fumarias e cosméticos, aces-sórios, bijuterias, além de ali-mentação, com cafés, sorve-tes, chocolates e doces. "É umformato ideal quando não seprecisa de uma vitrine diferen-ciada. Produto como roupa,por exemplo, é muito difícilvender em quiosque, pois hálimitações de espaço para vi-trine e provador", comenta Fi-lomena. Por outro lado, é idealpara produtos que se vendepor impulso. Por essa razão, osshoppings estão preferindoprodutos de maior giro ou ne-gócios novos, algum produtoou marca que seja novidadeno mercado. ( C . O. )

O quiosque é umformato idealquando não seprecisa de umavitrinediferenciada

FI LO M E N A GAR CIA

O shopping dáprioridade agrandes redesde varejo efranquias demarcasconsolidadas

MAR CELO CHER TO

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Page 14: 16/07/2013 - DIA DO COMERCIANTE: Entre a casa é sua

terça-feira, 16 de julho de 201314 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

Setor otimista,mas com cautela

Dados de maioindicam crescimento

de 5,43% em relação aabril. Setor representa

5,5% do PIB brasileiroSX

C

Os últimos númerosdivulgados pelaAbras (AssociaçãoBrasileira de Su-

permercados), referente aoÍndice Nacional de Vendas,mostram que em maio as ven-das do setor supermercadistaem valores reais – deflaciona-das pelo IPCA/IBGE –, apresen-taram alta de 5,43% na com-paração com o mês anterior ede 4,28% em relação ao mes-mo mês do ano passado. Noacumulado do ano, as vendasapresentaram crescimentode 2,17%, na comparaçãocom o mesmo período do anoanterior. Em valores nomi-nais, as vendas do setor apre-sentaram alta de 5,82% em re-lação ao mês anterior e, quan-do comparadas a maio do anoanterior, alta de 11,04%. Noacumulado do ano, as vendascresceram 8,76%.

Em 2012, o setor supermer-cadista brasileiro cresceu pelonono ano seguido, apesar dofraco desempenho da econo-mia. Levantamento feito pelaNielsen mostraram que os su-permercados elevaram suasvendas nominais em 8,3% e asreais em 2,3%. Em termos ab-solutos, em 2012, o setor fatu-rou R$ 243 bilhões contraR$ 224,3 bilhões em 2011.

"O mercado de consumobrasileiro, em razão da criseexperimentada em alguns dosprincipais mercados globais, éo principal canal para o cresci-mento do País. Naturalmente,os setores que lidam direta-mente com os consumidores,colhem os frutos e têm desem-penho acima da média nummomento economicamenteconturbado, como foram osdois últimos anos", diz FlávioTayra, gerente do Departa-mento de Economia e Pesqui-sa da Abras. "Para 2013, comas ações tomadas pelo gover-no para estimular também osetor produtivo do País e com amelhoria, mesmo que tímida,do mercado internacional, épossível dizer que o setor, nomínimo, continuará a crescerde forma sólida e acima doPIB", acrescenta.

Crescimento menor

De acordo com a pesquisa,apesar de as vendas do seg-mento terem expandido abai-xo da média dos últimos noveanos, a participação dos su-permercados no PIB chegou a

5,5%, contra 5,4% de 2011. Onúmero revela que o cresci-mento dos supermercados foimaior tanto em termos reais (oque poderia ser fruto do uso dediferentes índices deflatorespara o cálculo de cada um dosnúmeros), quanto nominal-mente. Em 2012, a variaçãoreal do PIB do País foi de 0,9% ea nominal de 6,3%. "Nosso ob-jetivo é que em 2014 sejamosresponsáveis por 6% do PIBbrasileiro. Estamos traba-lhando para aumentar a im-portância do setor na econo-mia e para ajudar o Brasil acrescer ainda mais do que temcrescido", diz o presidente daAbras, Fernando Teruó Yama-da, cuja gestão estabeleceuum plano de metas para o se-tor intitulado Abras Maior, quese ajusta ao plano Brasil Maiordo governo federal.

Quando se analisa o cresci-mento no número de che-ckouts, área de vendas, lojas efuncionários em 2012, perce-be-se que houve desempenholinear e coerente entre os indi-cadores. O número de che-ckouts cresceu um pouco me-

nos do que os demais quesitos(1,8%), mesmo assim tratou-se de variação bem próximadas demais. Isso porque a áreade vendas total teve expansãode 2%, o número de lojas cres-ceu 1,9% e o de funcionários

também 1,9%.Em números absolutos, es-

sas variações representaram3,6 mil checkouts a mais naslojas do setor em 2012, acres-centaram às empresas de su-permercados de todo o País

400 mil m² de área de vendas,aumentaram o número de lo-jas em 1,6 mil e empregaram18,4 mil pessoas a mais queem 2011.

Dentro dos dois grandesgrupos de lojas que compõem

o estudo da Nielsen, o varejotradicional, formato caracteri-zado por um checkout, e os su-permercados, com dois oumais checkouts, destaque pa-ra o segundo grupo, que cres-ceu 8 ,3% nomina lmente(2,5% deflacionado), contra7,9% do tradicional (1,9%).

No atacado

A Abad - Asso-ciação Brasileirade Atacadistas eD i s t r i bu i d o r e sde Produtos In-dust rializ adosdivulgou o Ran-

king ABAD/Nielsen, estudorealizado anualmente desde1995, com o objetivo de forne-cer uma radiografia do seg-mento atacadista distribui-dor. Ele é resultado de umaparceria da entidade com aconsultoria Nielsen e a FIA(Fundação Instituto de Admi-nistração). Os dados obtidospermitem visualizar a evolu-ção do segmento e dos negó-cios realizados pelas empre-sas no período, bem comosuas relações com a economiacomo um todo.

O levantamento mostra queo segmento atacadista distri-buidor cresceu 2,5% (8,5% no-minais) em 2012 sobre 2011 eatingiu faturamento total deR$ 178,5 bilhões. Em um mer-cado de consumo que repre-sentou uma receita de R$344,1 bilhões no ano passado,os agentes de distribuição res-ponderam por 51,9% da movi-mentação dos itens de consu-mo básico das famílias. Comisso, a participação dos agen-tes de distribuição no merca-do mercearil permanece aci-ma dos 50% pelo oitavo anoconsecutivo. Assim, é possívelafirmar que o canal atacadistacresce de forma consistente,acima da inflação, e acompa-nhando a movimentação domercado consumidor.

Segundo a consultoria Niel-sen, 95% dos supermercadospequenos (de um a quatrocheckouts) e 40% dos super-mercados médios (de cinco a19 checkouts) são abasteci-dos por empresas atacadistasdistribuidoras. O pequeno e omédio varejo são os que maisatendem os consumidoresdas classes C, D e E, cujo cres-cimento no poder de compraestá mudando o perfil do con-sumo no País.

SUPERMERCADOS

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terça-feira, 16 de julho de 2013 ESPECIAL - 15DIÁRIO DO COMÉRCIO

MEMÓRIA

Conheça osfatos que

marcaram ogrupo, desde a

chegada deseu fundadorao Brasil, até arivalidade entreAbílio Diniz e ofrancês Jean

Charles Naouri

À esquerda, o fundador do grupo, Valentimdos Santos Diniz, que em 1948 abriu a Doceira Pão

de Açúcar. O primeiro supermercado foi abertoem 1959, bem ao lado da doceira.

Oprimeiro super-mercado a entrarem operação noBrasil foi o Sirva-

se, na Rua da Consolação, em1952. Mas a história de suces-so neste setor é do Grupo Pãode Açúcar, que teve origemem uma doceira e se transfor-mou na maior empresa super-mercadista do País, após abriro seu primeiro supermercadoem 1959 ao lado da doceira,na Avenida Brigadeiro Luiz An-tônio. Posteriormente, o Pãode Açúcar adquiriu o super-mercado Sirva-se.

A história de sucesso come-ça com o português Valentimdos Santos Diniz, que em no-vembro de 1929, com apenas16 anos, deixou a terra natalpara tentar a sorte no Brasil. Asua primeira visão do País foijustamente o Pão de Açúcar,no Rio de Janeiro, imagem queficou gravada em sua mente.

Dias depois, Diniz desem-barcou no Porto de Santos eseguiu para o bairro da Mooca,Zona Leste de São Paulo, paraa casa do tio José Tenreiro. Emdezembro do mesmo ano, Va-lentim Diniz começou a traba-lhar como entregador e caixei-ro no empório Real Barateiro,do também português Januá-rio Mascarenhas Miranda.Com um salário de 80 mil réis,passou a dividir com um cole-ga um quarto nos fundos doestabelecimento, na esquinada avenida Brigadeiro Luiz An-tônio com a rua Tutoia.

Em fevereiro de 1936, ca-sou-se com Floripes Pires e fo-ram morar em uma pequenacasa próxima ao trabalho, naprópria avenida Brigadeiro,em frente à rua Estados Uni-dos. No mesmo ano, dona Flo-ripes ganhou na loteria e com odinheiro Valentim Diniz deixouo emprego e abriu uma mer-cearia na rua Vergueiro, emfrente ao Colégio Santo Agosti-nho (próximo hoje do CentroCultural São Paulo). Neste ano,nasce o seu primogênito, Abíliodos Santos Diniz.

No ano seguinte, em 1937, oseu antigo patrão o convidou,juntamente com o amigo DaviRodrigues, a ser sócio da Pada-ria Nice, que se tornaria umadas mais famosas da cidade.Apesar de a padaria estar indobem, o seu sonho era ter o pró-prio negócio. Em 1946, vendeua sua parte na Padaria Nice e

comprou duas casas na aveni-da Brigadeiro Luiz Antônio. Pa-ra não concorrer com os anti-gos sócios, construiu um pré-dio de apartamentos de doisandares, com um salão comer-cial no térreo.

No dia 7 de setembro de1948, Valentim inaugurou aprimeira loja do que se trans-formaria num dos maioresgrupos empresariais do País, aDoceira Pão de Açúcar Doces eSalgados Finos. A doceira pos-suía um carro de entregas, umfurgão Chevrolet modelo1948, que em pouco tempopassou a dividir o serviço comum automóvel Packard, trans-formado em caminhão.

Em 1956, o filho Abílio, comapenas 19 anos e ainda fre-quentando o curso de Admi-nistração de Empresas naFGV, passou a trabalhar com opai. Na época, o País tinha ape-nas 50 milhões de habitantese um conceito novo ganhavaforça no varejo: o autoatendi-mento. Assim, Valentim e Abí-l io decidiram, em abril de1959, abrir o supermercadoPão de Açúcar no prédio ao la-do da doceira.

Em 1963, em São Paulo ha-via em torno de 20 supermer-cados. O autosserviço foi cain-do no gosto da população. Porisso, em agosto os Diniz inau-guraram lojas nos bairros deHigienópolis, Lapa e Pompéia.Esta última, arrematada emleilão de falência de um grupode coreanos, que possuía qua-tro supermercados Tip Top.

Em agosto de 1965 foi com-

prada a rede pioneira de au-tosserviço, o Sirva-se, comsuas três lojas. Esta expansãofoi planejada por Abílio Diniz,com assessoria de consulto-res da Fundação Getúlio Var-gas e de Luiz Carlos BresserPereira (que depois se tornouministro da Fazenda do gover-no Fernando Henrique Cardo-so), que ocupava o cargo de di-retor-administrativo. O objeti-vo era crescer rapidamente aoconstruir lojas próprias ou poraquisições. Em 1965, a rede ti-nha nove lojas e 485 funcioná-rios, passando para 22 lojas e886 funcionários em 1967.

Em 1968, Valentim dos San-tos Diniz tornou-se diretor da

AssociaçãoComercial deS ã o P a u l o(ACSP) e foieleito presi-dente da Câ-mara Portu-guesa de Co-mércio, car-g o e m q u epe rm an ec euaté 1980. Em1972, ele re-cebeu o títulod e " O H o-mem do Co-m é r c i o d o

Ano" pela ACSP.Em 1981 as empresas da Di-

visão de Varejo do Grupo – Pãode Açúcar, Eletroradiobraz,Peg Pag, Minibox, Sandiz, AN-SA, CompreBem – fundem-sena Companhia Brasileira deDistribuição (CBD). Em 1985tornou-se o maior grupo priva-do brasileiro, com 626 lojas equase 54,5 mil funcionários.

Mas, com a hiperinflação eos planos econômicos, em1990 ele perdeu a posição pa-ra o grupo francês Carrefour, epior, com prejuízos de US$ 32milhões. Essa situação eraprevisível, tanto que em 1988a empresa iniciou um proces-so de reestruturação dos car-

gos executivos. Alcides dosSantos Diniz, irmão de Abílio,vendeu suas ações e se afas-tou da empresa. Abílio passoude diretor-superintendente avice-presidente.

Esta foi a primeira parte dacrise sucessória. A segundaenvolveu toda a família e sóterminou em 1993, quandofoi assinado um acordo de re-definição da composição so-cietária da empresa, peloqual Abilio Diniz assumiu aposição majoritária, Valen-tim, sua esposa dona Floripese a filha mais nova Lucília per-manecem na sociedade. Osoutros filhos, Arnaldo, VeraLúcia e Sônia Maria deixamde fazer parte do quadro deacionistas.

Em agosto de 1999 o grupoanunciou a aliança estratégi-ca com o grupo Casino, 3ºmaior varejista da França,com faturamento de US$ 15,1bilhões nesse ano e presençaem oito países, que passa a terparticipação minoritária emseu capital social.

Em maio de 2005, Abílio Di-niz vende controle do Pão deAçúcar para o grupo francêsCasino, que assumiria a dire-ção só em 2012. Pelo acordo,Diniz teria uma posição vitalí-

cia no conselho administrati-vo do grupo. Em 2009 o Pão deAçúcar compra a rede PontoFrio e no ano seguinte funde oPonto Frio e as Casa Bahia,criando a Via Varejo.

A partir de junho de 2011,acirra-se a disputa entre AbílioDiniz e o grupo Casino. Abilioobtém apoio do BNDES e pro-põe fusão do Pão de Açúcarcom o Carrefour no Brasil, ne-gócio em que o Casino perde-ria o controle. Com forte rea-ção dos franceses, Abílio Dinizdesiste da fusão com o Carre-four em julho do mesmo ano.Em junho de 2012, o Casino as-sume o controle do varejista,como previa o contrato.

Em janeiro deste ano, Abiliocompra ações da BRF (fusãoentre Sadia e Perdigão e maiorfornecedor do Pão de açúcar)e obtém apoio para virar presi-dente do conselho. Desde fe-vereiro, o Casino pede a re-núncia de Abilio da presidên-cia do conselho por conflito deinteresses. No início de junho,em entrevista à revista Veja,Abílio Diniz disse que deixariaa presidência do conselho, jáque não é mais possível sus-tentar a relação desagradávelque tem com o presidente doCasino, Jean Charles Naouri.

Pão de Açúcar:a história de um império

Reprodução

Paul

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mpo

lin/D

igna

Imag

em

Abílio Diniz:em entrevista,o executivodisse quedeixaria apresidência doconselho pordesavençascom JeanCharlesNaouri, doCasino

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Page 16: 16/07/2013 - DIA DO COMERCIANTE: Entre a casa é sua

terça-feira, 16 de julho de 201316 -.ESPECIAL DIÁRIO DO COMÉRCIO

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MEMÓRIA

Nascimentoe morte de um ícone

Se estivessefuncionando, oMappin faria emnovembro 100

anos. Foi aprimeira loja dedepartamentos

do Brasil

No dia 29 denovembro de1913, a primeiraloja da filialbritânica Mappin& Webb foiinaugurada naRua 15 deNovembro, noCentro.

Os leitores com 30,40 anos ou maisdevem se lembrardo jingle "Mappin,

venha correndo, Mappin, che-gou a hora Mappin, é a liquida-ção". Em novembro, se aindaestivesse aberta, a primeiraloja de departamentos do Bra-sil, e a mais famosa de todos ostempos, iria completar 100anos. Com o nome de MappinStores, a primeira loja foi fun-dada na Rua 15 de Novembrono dia 29 de novembro de1913. Foi anunciado como a fi-l ial da britânica Mappin &Webb – a história do Mappincomeçou na Inglaterra em1774, quando as famílias decomerciantes Mappin e Webbinauguraram na cidade deSheffield uma sofisticada lojade prataria e artigos finos.

O Mappin Store tinha comopúblico-alvo a elite paulistana,em particular, a aristocraciaque floresceu com a riqueza docafé. Foi a primeira loja a teruma vitrine de vidro, ricamen-te decorada com porcelanasinglesas, joias e objetos de de-coração. Naquela época, oCentro era o polo cultural da ci-dade e concentrava as melho-res casas de comércio.

O negócio prosperou rapi-damente e o Mappin se mudoupara um prédio de três anda-res na Praça dos Patriarcas,que foi reformado e ganhoudecorações comparáveis àsdas melhores lojas de Londrese Paris. Havia até um porteirouniformizado e com guarda-sol, que recebia o cliente endi-nheirado, abria a porta do car-ro e o conduzia ao interior daloja. Uma recepcionista rece-bia o ilustre cliente, que seriaatendido por um primeiro ven-dedor. O produto pedido eratrazido por outro vendedor su-balterno e enquanto aguarda-va, um garçom servia chá, ca-fé e petiscos.

Em 1922, um grande incên-dio atingiu o prédio e destruiuparte das instalações. Apesarda tragédia, o Mappin viu nissouma oportunidade e lançou a"Liquidação de Incêndio",ofertando produtos a preçosbem abaixo do usual.

Em 1929, a quebra da Bolsade Nova York e a crise do caféabalaram a economia de SãoPaulo, baseada principalmen-te na exportação de café. Noinício da década de 30, o Map-pin decidiu se voltar para con-sumidores menos elitistas ecolocou etiquetas com preçosnos produtos em suas vitrines.

Com o fim do contrato de lo-cação do prédio na Praça do Pa-triarca, o Mappin se mudou pa-ra um novo prédio, que perten-cia à Santa Casa de Misericór-d i a , n a P r a ç a R a m o s d eAzevedo, em frente ao TeatroMunicipal, que foi o seu ende-reço mais conhecido e que ocu-pou até a falência em 1999.

A partir da década de 40, oMappin passou a sofrer forteconcorrência e o faturamentoda empresa começou a des-pencar. Os ingleses, então, re-solveram vender o negóciopara a família Alves, de MinasGerais. Em junho de 1950, oempresário e antigo comer-ciante de café Alberto Alves Fi-lho passou a dirigir os negó-cios. A primeira atitude da no-va direção foi se desfazer doestoque de artigos finos e no-vamente o Mappin fez umagrande liquidação. A intimida-tória porta giratória e os tape-tes do piso térreo foram subs-tituídos. Em 1952, a loja pas-sou a oferecer crediário aosclientes, uma novidade naépoca, mas que demorou umpouco a pegar por conta da bu-rocracia – era preciso apresen-tar comprovante de salário ediversos outros documentos.O crediário só foi deslanchar apartir de 1972, com o crédito

automático, sem com-plicações.

Em 1982, aloja passou a sercomandada porCosette Alves,viúva de Alberto edetentora do con-trole acionário. Em1996, o empresá-rio Ricardo Mansurassumiu o coman-do, que na épocacontava com 12 lo-jas. Houve uma ten-tativa de fusão com aMesbla, que havia fali-do por má administra-ção. Em 1999 o Mappinpediu falência. Aindaem 1999, o Grupo Pão deAçúcar, por meio do Ex-tra, assumiu a loja e ten-tou uma nova operação

com a bandeira Extra Mappin,abandonada em 2003 por terbaixa rentabilidade. Em no-vembro de 2010, houve um lei-lão e a marca Mappin foi arre-matada pelas Lojas Marabraz,que prometeu ressuscitá-la.

Reprodução

Da Praça dos

Patriarcas, o

Mappin se mudou

para a Pça Ramos

de Azevedo.

Decoração de Natal da loja dedepartamentos Mappin na PraçaRamos de Azevedo, em 1954.

O negócio prosperourapidamente e o Mappin semudou para um prédio de três

andares na Praça dos Patriarcas.

Em 1996, o

empresário

Ricardo Mansur

assumiu o

comando do

negócio; em

1999, o Mappin

pediu falência; em

2010 a Marabraz

comprou a marca.