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EDUCAÇÃO EM SAÚDE: CONCEITOS E PROPÓSITOS Marjorie Ester Dias Maciel 1 RESUMO: Com o objetivo de promover reflexão a respeito das mudanças no conceito de educação em saúde e de seus objetivos realizou-se um levantamento de suas práticas ao longo da história da saúde pública no Brasil.Verificou-se que a educação em saúde tradicional, utilizada desde a República Velha não é adequada para melhorar as condições de saúde da população e não está condizente com os propósitos do atual sistema de saúde. Assim, outros modelos e concepções de educação em saúde surgiram. Sendo eles, a educação popular em saúde e a educação dialógica, tendo como base o diálogo e a melhoria das condições de vida da população. PALAVRAS-CHAVE: Educação em saúde; Saúde pública; Prática de saúde pública. EDUCATION IN HEALTH: CONCEPTS AND INTENTIONS ABSTRACT : With the aim to promote a reflection regarding the concept of the education in health and its objectives it was done a survey of its practical through the history of the public health in Brazil. It was verified that the education in traditional health, used since the Old Republic is not adjusted to improve the conditions of health of the population and don´t agrees with the intentions of the current system of health. Thus, other methodologies and conceptions to educate in health appeared. Being them, popular education in health and dialogical education with basis on dialogue and the improvement on population´s life conditions. KEYWORDS: Education in health, Public Health, Practice of Public Health. EDUCACIÓN EN SALUD: CONCEPTOS Y PROPÓSITOS RESUMEN: Con el objetivo de promover reflexión al respecto de las mudanzas en el concepto de la educación en salud y de sus objetivos fue hecho un levantamiento de sus prácticas a lo largo de la historia de la salud pública en el Brasil. Fue verificado que la educación en la salud tradicional, usada desde la República Vieja no es adecuada para mejorar las condiciones de salud de la población y no está condecente con los propósitos del sistema actual de salud. Así, otros modelos y concepciones de educación en salud surgieron. Siendo ellos, la educación popular en la salud e la educación dialógica, teniendo como la base el diálogo y la mejoría de las condiciones de vida de la población. PALABRAS CLAVE: Educación en la Salud, Salud Pública, Práctica de Salud Pública. 1 Enfermeira. Docente do Curso de Graduação em Enfermagem de Fátima do Sul-MS da disciplina Saúde Mental. Autor correspondente: Marjorie Ester Dias Maciel Fátima do Sul Rua Tenente Antonio João, 800 - 79700-000 - Fátima do Sul-MS, Brasil E-mail: [email protected] Recebido: 28/12/08 Aprovado: 20/11/09 773 Cogitare Enferm 2009 Out/Dez; 14(4):773-6

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  • EDUCAO EM SADE: CONCEITOS E PROPSITOS

    Marjorie Ester Dias Maciel1

    RESUMO: Com o objetivo de promover reflexo a respeito das mudanas no conceito de educao em sade e de seusobjetivos realizou-se um levantamento de suas prticas ao longo da histria da sade pblica no Brasil.Verificou-se que aeducao em sade tradicional, utilizada desde a Repblica Velha no adequada para melhorar as condies de sade dapopulao e no est condizente com os propsitos do atual sistema de sade. Assim, outros modelos e concepes deeducao em sade surgiram. Sendo eles, a educao popular em sade e a educao dialgica, tendo como base o dilogoe a melhoria das condies de vida da populao.PALAVRAS-CHAVE: Educao em sade; Sade pblica; Prtica de sade pblica.

    EDUCATION IN HEALTH: CONCEPTS AND INTENTIONS

    ABSTRACT : With the aim to promote a reflection regarding the concept of the education in health and its objectives itwas done a survey of its practical through the history of the public health in Brazil. It was verified that the education intraditional health, used since the Old Republic is not adjusted to improve the conditions of health of the population anddont agrees with the intentions of the current system of health. Thus, other methodologies and conceptions to educatein health appeared. Being them, popular education in health and dialogical education with basis on dialogue and theimprovement on populations life conditions.KEYWORDS: Education in health, Public Health, Practice of Public Health.

    EDUCACIN EN SALUD: CONCEPTOS Y PROPSITOS

    RESUMEN: Con el objetivo de promover reflexin al respecto de las mudanzas en el concepto de la educacin en salud yde sus objetivos fue hecho un levantamiento de sus prcticas a lo largo de la historia de la salud pblica en el Brasil. Fueverificado que la educacin en la salud tradicional, usada desde la Repblica Vieja no es adecuada para mejorar lascondiciones de salud de la poblacin y no est condecente con los propsitos del sistema actual de salud. As, otrosmodelos y concepciones de educacin en salud surgieron. Siendo ellos, la educacin popular en la salud e la educacindialgica, teniendo como la base el dilogo y la mejora de las condiciones de vida de la poblacin.PALABRAS CLAVE: Educacin en la Salud, Salud Pblica, Prctica de Salud Pblica.

    1Enfermeira. Docente do Curso de Graduao em Enfermagem de Ftima do Sul-MS da disciplina Sade Mental.

    Autor correspondente:Marjorie Ester Dias MacielFtima do SulRua Tenente Antonio Joo, 800 - 79700-000 - Ftima do Sul-MS, BrasilE-mail: [email protected]

    Recebido: 28/12/08Aprovado: 20/11/09

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  • INTRODUO

    A educao est presente a todo o momentona vida do ser humano. Ela prev interao entre aspessoas envolvidas dentro do contexto educativo edestas com o mundo que as cerca, visando amodificao de ambas as partes(1). Porm, processocomplexo e no existe uma definio nica .

    No caso especfico da educao em sade pode-se dizer que seus conceitos e propsitos adaptaram-seconforme as mudanas de paradigma que ocorreramno setor sade e foram tambm influenciadas pelastransformaes ocorridas nos processos pedaggicosda educao escolar de maneira geral(2) .

    Para entender como se processaram essasalteraes, convm lembrar que durante sculos omtodo de educao empregado era a mera transmissode conhecimentos sem reflexo crtica, conhecido comoeducao bancria. Tal mtodo ficou assim denominadoporque na viso dos professores a mente do educandoera como um banco no qual o educador depositavaconhecimentos para serem arquivados (decorados) semserem questionados a respeito do seu teor. Assim, ocontedo desse tipo de educao dissociado darealidade do educando servindo apenas para manter adominao sobre a massa(3).

    Ao transportar a educao bancria para o setorsade percebe-se que essa se assemelha com aeducao em sade realizada de forma tradicional. Istoporque na educao em sade tradicional transmite-seaos sujeitos normas (conhecimento) de forma prescritivaatravs de palestras para evitar a doena sem levar emconta a realidade individual. Assim, cabe a estessomente acat-las para que no fiquem doentes equando tais normas no so executadas conforme foramprescritas pelos profissionais de sade, estes sujeitostornam-se os culpados por seus prprios problemas desade, que na verdade so originrios ou influenciadospor fatores sociais, culturais e financeiros. Essefenmeno descrito acima, muito comum denominadode culpabilizao da vtima (4) e acaba por isentar oprofissional quanto a responsabilidade sobre ascondies de sade da populao ao individualizar oprocesso de adoecimento(5).

    Essa viso culpabilizadora do indivduo/vtimacomeou a ser superada somente a partir de mudanasocorridas nas prticas e conceitos de sade. Com essasalteraes, a sade passou a ser entendida comoresultante das condies de vida da populao,influenciadas por fatores de cunho socio-econmicos,

    tendo as suas prticas voltadas prioritariamente paraa preveno de doenas e agravos e no somentepara cura conforme outrora.

    Embasada por essas transformaes deparadigma sanitrio, a educao em sade passa aadquirir nova configurao, a fim de tornar-serealmente capaz de promover mudanas decomportamentos e a melhora na sade da populao.

    Assim, as aes educativas em sade passama ser definidas como um processo que objetivacapacitar indivduos ou grupos para contribuir namelhoria das condies de vida e sade da populao(6)devendo ainda estimular a reflexo crtica das causasdos seus problemas bem como das aes necessriaspara sua resoluo.

    Sendo assim, esse artigo pretende promoverreflexo sobre as modificaes na concepo e nosobjetivos da educao em sade, atravs da descriode fatos histricos que modificaram as prticas de sadepblica, incluindo a educao em sade.

    UM BREVE HISTRICO DA EDUCAO EMSADE TRADICIONAL NO BRASIL

    A educao em sade tradicional, inicialmentechamada de Educao Sanitria, surge no Brasil a partirda necessidade do Estado brasileiro de controlar asepidemias de doenas infecto-contagiosas queameaavam a economia agroexportadora do pasdurante a Repblica Velha, no comeo do sculo XX.Nesse perodo a populao brasileira era atingida pordoenas como a varola, febre amarela, tuberculose esfilis, que estavam relacionadas s pssimas condiessanitrias e socio-econmicas em que o povo vivia(6-7).

    Sem se importar com o componente socio-econmico o governo da poca, de ideologia liberal-oligrquica enfrentava os problemas de sade pblicapor meio de campanhas sanitrias voltadas paracombater as epidemias, ou seja, depois que as doenasj haviam tomado grandes propores. Este modelode interveno ficou conhecido como campanhista efoi concebido dentro de uma viso militar em que osfins justificavam os meios, e no qual o uso da fora eda autoridade eram considerados os instrumentospreferenciais de ao(8).

    Como produto dessa viso, as campanhassanitrias eram compostas por vacina obrigatria, vistorianas casas, internaes foradas, interdio, despejos einformaes sobre higiene e a forma de contgio dasdoenas atravs de uma abordagem biologista e

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    Durante esse momento a populao no erapersuadida ou sensibilizada sobre os benefcios davacina ou sobre higiene, ela tinha que acatar as ordens.Os lares e os corpos eram violados para se fazer avacina obrigatria, sem respeito aos valores de ordemmoral da populao, j que as mulheres e os filhosficavam sozinhos em casa enquanto o marido estavano trabalho e o lar era invadido por estranhos(11).

    Diante desse contexto que muitos autoreschamam de despotismo sanitrio(11-12) e dainsatisfao popular, acabou culminando na Revolta davacina em 1904, como uma manifestao popular contraa vacina obrigatria para a varola, tendo como principalfator desencadeante, o desencontro entre a polticaesclarecida e os valores populares que tinham a vercom a inviolabilidade do lar(11). Essa afirmativa traduz afalta de dilogo e entendimento no discurso da educaoem sade das autoridades sanitrias para com o povo.

    Superada a Repblica Velha, com o incio daEra Vargas, comea em 1930 a criao de Centros deSade para difundir ainda mais as noes de higieneindividual e preveno de doena infecto-parasitria.Porm, a sade da populao continuava a declinar,comeando a haver nesse perodo uma valorizaoda assistncia mdica individual em detrimento dasade pblica(8). Assim, as aes educativas em sadenesse perodo, ficaram restritas aos programas eservios destinados populao de baixa renda(4).

    Com a Revoluo de 1964, em que o governomilitar ascendeu ao poder, inicia-se no pas um perodode represso e a sade da populao piora ainda mais,fato este evidenciado pelo recrudescimento de doenascomo a tuberculose, malria e doena de Chagas epelos altos ndices de mortalidade, morbidade eacidentes de trabalho(6).

    Diante desses fatos, os profissionais de sade,insatisfeitos com essa situao, comearam no incioda dcada de 70, experincias de educao em sadevoltadas para a dinmica e realidade das classespopulares. A essas experincias muitas vezesrealizadas em parcerias com outros segmentos sociais,deu-se o nome de Movimento Popular em Sade ouEducao Popular em Sade(4).

    EDUCAO POPULAR EM SADE

    A Educao Popular em Sade configura-secomo um processo de formao e capacitao que sed dentro de uma perspectiva poltica de classe e quetoma parte ou se vincula ao organizada do povopara alcanar o objetivo de construir uma sociedadenova de acordo com seus interesses. Ela caracterizada como a teoria a partir da prtica e no ateoria sobre a prtica como ocorre na educao emsade tradicional(13).

    Seguindo a ideologia freireana, o objetivo daeducao popular em sade no formar sujeitospolidos, que bebam gua fervida, mas ajudar as classesmais humildes na conquista de sua autonomia e deseus direitos(14). Para tanto, a Educao Popular emSade pautada no dilogo e na troca de saberesentre o educador e educando, em que o saber popular valorizado e o alvo do Movimento Popular em Sadeest nas discusses sobre temas vivenciados pelacomunidade que levem a mobilizao social para umavida melhor(4).

    Convm salientar que a educao popular no o mesmo que educao informal. Enquanto aeducao popular um meio de busca para a melhoriadas condies de vida da populao, a educaoinformal aquela que se processa fora do mbitoescolar, continuando muitas vezes atrelada maneiraconvencional de educao.

    Com a consolidao da Reforma Sanitria,culminando com a criao do Sistema nico de Sade-SUS, em 1988, com a proposta de um novo modelo deateno em sade voltado para a preveno e aintegralidade no atendimento, a educao popular emsade passou a ser mais difundida. Neste cenriotambm propiciou o surgimento de outro modelo deeducao em sade denominado por algunsespecialistas da rea como dialgico ou radical.

    EDUCAO EM SADE DIALGICA OURADICAL

    Esse modelo de educao em sade assimdenominado por caracterizar-se pelo dilogo bi-direcional entre as duas partes envolvidas no processoeducativo, profissional de sade e comunidade(15). radical por que rompe com as prticas educativastradicionais como, por exemplo, as palestras e osgrupos de patologias. Outras caractersticasimportantes desse modelo so a valorizao do saberpopular, o estmulo e respeito autonomia do indivduono cuidado de sua prpria sade e o incentivo sua

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    CONSIDERAES FINAIS

    Verifica-se que a educao em sadetradicional, refletindo a postura e os interesses dasclasses dominantes, tinha como escopo manter o povosobre regras de higiene e comportamentosadequados muitas vezes descontextualizados darealidade comunitria, para controle de doenasinfecto-contagiosas. Estes procedimentos educativoseram feitos atravs do dilogo unidirecional no fluxoprofissional de sade populao, em que oconhecimento popular era totalmente desprezado.

    Todavia, esse mtodo mostrou-se ineficaz paraatingir tais propsitos. Ao invs disto, em algumassituaes, ele contribuiu para agravar ou criar outrosproblemas devido imposio do seu autoritarismo,como no episdio da Revolta da Vacina. Porm, devidoa esses fatos e ao surgimento do SUS, no qual apromoo da sade e a qualidade de vida passam aser tratados como prioridades, houve a necessidadede se adotar novas formas de educao em sade.

    Assim, nessa conjuntura, contata-se que asmetodologias de educao em sade mais adequadaspara poder satisfazer as necessidades de sade dapopulao, preservando a sua autonomia, valorizandoo seu saber e buscando uma melhoria na sua qualidadede vida so a educao popular em sade e a educaodialgica, na qual uma complementa a outra. Isto porque, ambas mantm o dilogo com a populao e trocade saberes e enquanto o movimento popular em sadeprima pela luta de uma sociedade mais justa, aeducao dialgica incentiva a autonomia do cuidadoem sade e a participao do indviduo no controle efiscalizao do servio de sade .

    REFERNCIAS

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