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CAPÍTULO 3 Pesquisa científica: o planejamento André Luís Teixeira Fernandes Fábio Rocha Santos Valeska Guimarães Rezende da Cunha INTRODUÇÃO Para que uma pesquisa possa ser caracterizada como científica, é preciso que ela siga um processo minucioso e sistemático, subsidiado por procedimentos metodológicos. Nesse sentido, iniciamos propondo discussões acerca desses procedimentos. Em seguida, prosseguiremos as orientações sobre a elaboração do projeto de pesquisa – documento essencial no planejamento, na execução e na documentação das pesquisas científicas. Por fim, concluiremos as nossas orientações propondo reflexões sobre as questões éticas que necessitam permear o nosso dia a dia, não apenas como pesquisadores, acadêmicos e profissionais, mas também, como sujeitos sociais. OBJETIVOS Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você esteja apto (a) a: conhecer a organização de uma pesquisa científica em todas as suas etapas; perceber que a realização de pesquisas é um auxílio para compreensão dos assuntos investigados; elaborar projetos de pesquisa; realizar apresentações em eventos científicos; compreender os aspectos éticos aplicados à pesquisa.

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CAPÍTULO 3

Pesquisa científica: o planejamento

André Luís Teixeira Fernandes Fábio Rocha Santos

Valeska Guimarães Rezende da Cunha

INTRODUÇÃO

Para que uma pesquisa possa ser caracterizada como científica, é preciso que ela

siga um processo minucioso e sistemático, subsidiado por procedimentos

metodológicos.

Nesse sentido, iniciamos propondo discussões acerca desses procedimentos. Em

seguida, prosseguiremos as orientações sobre a elaboração do projeto de pesquisa

– documento essencial no planejamento, na execução e na documentação das

pesquisas científicas. Por fim, concluiremos as nossas orientações propondo

reflexões sobre as questões éticas que necessitam permear o nosso dia a dia, não

apenas como pesquisadores, acadêmicos e profissionais, mas também, como

sujeitos sociais.

OBJETIVOS

Ao término dos estudos propostos neste capítulo, esperamos que você esteja apto (a)

a:

• conhecer a organização de uma pesquisa científica em todas as suas etapas;

• perceber que a realização de pesquisas é um auxílio para compreensão dos

assuntos investigados;

• elaborar projetos de pesquisa;

• realizar apresentações em eventos científicos;

• compreender os aspectos éticos aplicados à pesquisa.

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ESQUEMA

Escolha do tema

Revisão de literatura

Elaboração da justificativa

Formulação do problema

Determinação dos objetivos

Elaboração da metodologia

Redação e apresentação do trabalho científico

Publicação do trabalho científico

Planejamento

Documentação e publicação

Etapas de uma pesquisa científica

O projeto de pesquisa

Leituras indicadas e atividades propostas

Ética em pesquisa

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1 Etapas de uma pesquisa científica

A pesquisa científica parte de um problema que deverá ser submetido a um conjunto de

procedimentos para que possamos obter respostas e, em alguns casos, soluções.

Estes procedimentos são comumente chamados de etapas ou fases. São várias as

etapas de uma pesquisa, mas nem todas estarão presentes em todos os tipos de

pesquisa. Em determinadas pesquisas, algumas etapas são apresentadas e, em

outras, não.

As pesquisas experimentais, por exemplo, são realizadas predominantemente em

laboratórios. Já as pesquisas documentais se baseiam em aspectos de documentos

originais que ainda não passaram por nenhum processo analítico para a publicação. Ou

seja, na pesquisa experimental, temos uma etapa em laboratório que não

necessariamente fará parte das etapas de uma pesquisa documental.

Temos, na literatura, autores que defenderiam a ideia de que tanto o

experimento (a pesquisa experimental), quanto a manipulação dos

documentos (em uma pesquisa documental) poderiam ser procedimentos

ou etapas com finalidades afins, por isso não se distinguiriam. Mas, o mais importante

aqui, é perceber que entre as etapas que estudaremos a seguir, algumas são

exploradas em determinadas situações e outras etapas são exploradas em outras

situações e o fator que determinará a sua presença no processo poderá ser

justamente o tipo de pesquisa que se está realizando.

Em virtude dessa distinção entre os tipos de pesquisa, seja pelos seus objetivos,

seja pelos procedimentos que farão parte da rotina da pesquisa, é­nos difícil

apresentar um esquema padrão de etapas de pesquisa. Não obstante,

apresentaremos uma sequência de etapas que, independente das variáveis que

possam interferir na definição do uso ou não uso delas, essa sequência pode ser

utilizada em qualquer tipo de pesquisa que você for realizar.

Sugerimos que, sempre, ao realizar uma pesquisa, relembre as etapas estudadas

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aqui e faça um estudo mais aprofundado sobre o tipo de pesquisa que for desenvolver

para verificar se não haveria outra etapa – aqui não mencionada– que seria de suma

importância para o sucesso da sua pesquisa.

As etapas da pesquisa e suas importantes relações

Podemos compreender que as etapas são intimamente relacionadas e que, para fins

didáticos, podemos separá­las ou agrupá­las em categorias, como as que

apresentaremos, a seguir.

1. Planejamento – refere­se às etapas responsáveis pelo “pensar como

será”;

2. Execução – esta categoria se caracteriza pelo conjunto de etapas que

“fazem”;

3. Documentação /d ivulgação – esta categoria assume o papel cartorial da

pesquisa, ou seja, da função de reunir num documento de caráter científico

toda a trajetória e, também, os resultados obtidos e interpretados da

pesquisa.

Cada uma dessas categorias pode ser dividida em etapas, conforme vamos ver no

esquema a seguir:

Vamos às três categorias:

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ETAPAS DE PLANEJAMENTO (Pensar “como será “)

• Escolha do tema • Revisão da literatura • Elaboração da justificativa • Formulação do problema • Determinação de objetivos • Planejamento da metodologia ­ das

ações/das atividades

ETAPAS DE EXECUÇÃO (Etapas “que fazem”)

• Coleta e tabulação de dados • Análise e discussão dos resultados

ETAPAS DE DOCUMENTAÇÃO / PUBLICAÇÃO

• Redação e apresentação do trabalho científico • Publicação dos resultados

Muitas dificuldades poderão ser encontradas no caminho daquele que se propõe a

realizar um trabalho investigativo de natureza científica. O primeiro deles que pode ser

observado é quanto à escrita. Sobre isso, Fazenda (1997, p.14) explica que é comum

esse tipo de problema, mediante o fato de que, em muitas circunstâncias, o

pesquisador, por não possuir ainda um discurso escrito próprio, utiliza­se ou apropria­

se do discurso alheio e, ao somar textos, não percebe que muitas vezes essa soma

apresenta­se desconexa ou conflitante, tornando o texto resultado dessa investigação,

uma “colcha de retalhos”.

O estilo da redação utilizada em trabalhos científicos é chamado técnico­científico,

“diferindo do utilizado em outros tipos de composição, como a literária, a jornalística, a

publicitária” (UFPR, 2000, p.1). Com características e normas específicas, o estilo da

redação científica possui certos princípios básicos, universais, apresentados em

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diversas obras, principalmente em textos de metodologia científica, que colaboram

para o desempenho eficiente da redação científica. Nos Quadros 1, 2 e 3, serão

apresentadas as principais informações e princípios básicos sobre o estilo da redação

técnico­científica, baseando­se em três trabalhos que tratam do tema.

Bastos et al. (2000) estruturam os princípios básicos da uniformização redacional em

quatro itens indispensáveis: clareza, precisão, comunicabilidade e consistência,

conforme Quadro 1.

Quadro 1 ­ Descrição dos princípios básicos da redação técnico­científica Característica Descrição

Clareza • não deixa margem a interpretações diversas; • não utiliza linguagem rebuscada, termos desnecessários ou ambíguos; • evita falta de ordem na apresentação das ideias.

Precisão • cada palavra traduz exatamente o que o autor transmite.

Comunicabil idade

• abordagem direta e simples dos assuntos; • lógica e continuidade no desenvolvimento das ideias; • uso correto do pronome relativo “que”; • uso criterioso da pontuação.

Consistência

• de expressão gramatical – é violada quando, por ex., numa enumeração de 3 itens, o 1° é um substantivo, o 2º, uma frase e o 3º, um período completo;

• de categoria – equilíbrio existente nas seções de um capítulo ou subseções de uma seção;

• de sequência – ordem na apresentação de capítulos, seções e subseções do trabalho.

Fonte: Bastos et al. (2000)

No Quadro 2, constam as características da redação técnico­científica em diversos

princípios básicos, segundo a UFPR (2000).

Quadro 2 – Descrição dos princípios básicos da redação técnico­científica Característica Descrição

Objetividade e coerência

• abordagem simples e direta do tema; • sequência lógica e ordenada de ideias; • coerência e progressão na apresentação do tema, conforme objetivo

proposto; • conteúdo apoiado em dados e provas, não opinativo;

Clareza e precisão • evita comentários irrelevantes e redundantes; • vocabulário preciso (evita linguagem rebuscada e prolixa); • nomenclatura aceita no meio científico;

Imparcial idade • evita ideias pré­concebidas; • não faz prevalecer seu ponto de vista;

Uniformidade • uniformidade ao longo de todo texto (tratamento, pessoa gramatical,

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números, abreviaturas, siglas, títulos de seções); Conjugação • uso preferencial da forma impessoal dos verbos;

Fonte: UFPR (2000)

Santos (2000) estabelece o estilo e as propriedades da redação científica, enumerando

várias características importantes para cada tipo, sendo os principais apresentados no

Quadro 3.

Quadro 3 – Descrição dos princípios básicos da redação técnico­científica.

Tipo Característica Descrição

Estilo da redação

• Brevidade • Concretude • Consistência • Impessoalidade • Precisão • Simplicidade

• afirmativas compactas e claras; • evita substantivos abstratos e sentenças vagas; • usa termos correntes e aceitos; • visão objetiva dos fatos, sem envolvimento pessoal; • usa linguagem precisa (correspondência entre a

linguagem e o fato comunicado); • texto sem complicações e explicações longas.

Propriedades do texto

• Clareza • Coerência • Direção • Objetividade • Seletividade

• redação clara, compreendida na 1ª leitura; • as partes do texto são interligadas; • indica o caminho que vai seguir (unidade de pensamento); • imparcialidade na redação; • prioriza conteúdos importantes.

Fonte: Santos (2000)

Por mais que esse não seja um problema que conseguimos resolver de um dia para

outro, é importante se atentar a ele, assim como para os exercícios de compreensão

e interpretação dos textos, que servirão de fonte primária no processo investigativo,

de maneira que possa prosseguir com o andamento da nossa pesquisa, uma vez

que a criação, a compreensão e a interpretação de textos se tornam imprescindíveis

e podem determinar não só o rumo da pesquisa como, principalmente, a qualidade e

a contribuição dela.

2 Pl anejamento

2.1 Etapa 01: Escolha do tema

Podemos começar esta etapa a partir de algumas perguntas:

Vamos discutir, agora, cada uma das etapas do

planejamento de forma mais detalhada.

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­ o que vou pesquisar?

­ como procurar um assunto?

­ onde encontrar informações relevantes e como organizá­las?

Obter essas respostas não é uma tarefa rápida, mas ao obtê­las, você estará bem

encaminhado.

O objetivo delas é fazer com que o pesquisador saiba exatamente o que ele vai

pesquisar, mesmo que, no decorrer da pesquisa, ele mude de ideia. Ao escolher o

tema, precisamos considerar aspectos, tais como:

• clareza quanto ao conhecimento da área de interesse do assunto: para se

pesquisar sobre determinado assunto, é recomendável o pesquisador tenha domínio

sobre o assunto.

Conforme Pádua (2003, p. 37),

No geral, a área de especialização do pesquisador é o primeiro critério de seleção do tema, pela sua familiaridade em relação aos problemas da sua área, quer no sentido da necessidade de maior fundamentação teórico­prática, quer no sentido da falta de explicações científicas para determinados fatos ou circunstâncias. Uma lacuna em nossa formação profissional também pode se constituir num critério para a escolha do tema. O desafio de superar uma “falha” em nosso conhecimento de um determinado assunto pode ser motivo para a seleção de um tema para a pesquisa.

• afetividade em relação a um tema ou alto grau de interesse pessoal: ter prazer ao

discutir o assunto pretendido é necessário para que o pesquisador tenha sucesso

durante a elaboração e a condução de um projeto de pesquisa. Trabalhar um

assunto que não seja do seu agrado, tornará a pesquisa um exercício de tortura e

sofrimento. Porém, não podemos confundir motivação com interesse pessoal

exagerado, pois isso pode levar a uma possível distorção ou manipulação dos

resultados da pesquisa;

• tempo disponível para a realização do trabalho de pesquisa: toda a equipe

envolvida no projeto, especialmente o seu coordenador, deve definir,

preliminarmente, quanto tempo cada envolvido terá para elaborar o projeto e

conduzi­lo;

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• capacidade do pesquisador em relação ao tema pretendido: é preciso que o

aluno­pesquisador tenha consciência de sua limitação de conhecimentos para não

se aventurar em assuntos fora de sua área;

• o significado do tema escolhido, seus valores acadêmicos e sociais e as

oportunidades que o tema poderá trazer à equipe: ao escolher um tema, deve­se

tomar cuidado para definir um assunto que seja de interesse do grupo ou da

comunidade;

• material de consulta e dados necessários ao pesquisador: deve­se levar em

conta a quantidade de informações disponíveis sobre o assunto a ser pesquisado.

Às vezes, um assunto pode ser de grande interesse para uma pesquisa, mas a

inexistência de fontes bibliográficas sobre tal assunto pode inviabilizar o projeto.

Por outro lado, escolher temas com poucos trabalhos afins pode significar

produção de conhecimento inédito, que pode trazer grandes benefícios à equipe do

projeto, como veremos posteriormente.

• disponibilidade de capital: ao se definir um tema, deve­se ter em mente que há

sempre um custo financeiro para a condução de qualquer projeto de pesquisa.

Vamos ver adiante este item com mais detalhes, mas por mais simples que possa

ser um projeto de pesquisa, sempre há necessidade de capital, por exemplo, para

despesas, às vezes, consideradas irrisórias, como passagem de ônibus, xerox, etc.

Antes de definir o tema, consulte o assunto em fontes diversas, a partir de vivências

diárias, reflexões, leituras, conversações, debates, eventos científicos e discussões com

pessoas que possam incentivar a realização da pesquisa.

Algumas vezes, o tema escolhido é pouco trabalhado por outros autores e não existem fontes suficientes para consulta. A escassez de fontes obriga o pesquisador a buscar outras. Para isso, ele necessita de um tempo maior para a realização do trabalho (por exemplo, trabalhos em outros idiomas). Este problema não impede a realização da pesquisa, mas deve ser levado em consideração para que o tempo previsto não seja ultrapassado.

Importante!

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O pesquisador deve levar em conta também seus limites pessoais para a realização da

pesquisa – formação intelectual e os limites institucionais – condições que a instituição

oferece e garante para que o projeto possa ser realizado.

Ainda sobre a questão do tema, numa investigação científica, a professora Inani

Fazenda registra que:

Temas pouco explorados também geram dificuldades na pesquisa. Neles o pesquisador age como um garimpeiro que, de repente, no meio do cascalho, encontra uma pedra valiosa. Pedras valiosas são raras, tanto nos temas muito explorados como nos pouco explorados, pois algo se torna valioso, na medida do interesse específico do indivíduo que pesquisa (FAZENDA, 1997, p.18).

Dessa forma, caso você se depare com uma pesquisa sobre um tema ainda pouco

explorado, sugerimos que repense sobre o assunto, analisando se terá

disponibilidade de tempo e disposição suficientes para “desbravar” o novo tema, pois

pode fazer dessa dificuldade um diferencial para sua pesquisa. Nesse sentido, ela

pode ser uma precursora num assunto que, até então, tenha sido pouco explorado

no campo da investigação científica.

Há ainda alguns autores que fazem distinção entre os termos ­ escolha do tema e delimitação do assunto ­ enfatizando a escolha:

Selecionar um tema equivale a eliminar aqueles que, por uma razão plausível, devem ser evitados e fixar­se naquele que merece prioridade. Não pode haver seleção sem critério de seleção: convém, portanto, definir os critérios que o estudante levará em consideração quando tiver que proceder à escolha de um assunto. Tais critérios desempenham a função de guia metodológico, orientando o estudante em direção ao assunto prioritário (CERVO, 2002, p.81­83).

Nessa distinção entre a escolha e a delimitação, Cervo (2002, p.82) explica que a

delimitação equivale a uma decomposição melhor, a um desdobramento do tema em

partes, enquanto que a definição do tema implica na enumeração dos elementos

constitutivos ou explicativos de uma pesquisa. O estudioso afirma ainda que nem

todos os temas podem ser delimitados com o auxílio dessa técnica de

desdobramento, também chamada de decomposição e que, de acordo com a

natureza do tema proposto para a pesquisa, pode ser necessária uma outra técnica

para a sua delimitação.

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Fachin (2006) sugere algumas perguntas que poderão auxiliar na escolha do

assunto:

• o assunto pode ser tratado em forma de pesquisa?

• trará contribuições para a sociedade atual e para a ciência?

• despertará interesse na área científica?

• tem coisas novas para oferecer?

• traz segurança para o pesquisador?

• pode ser direcionado para uma pesquisa científica?

Para finalizar este item, podemos dizer que o bom senso e a atitude crítica do

pesquisador devem levar à escolha de um tema exequível para o seu projeto, tanto

no que diz respeito ao acesso dos dados que permitam realizá­la quanto ao real

interesse de seus resultados para a comunidade científica ou acadêmica.

2.2 Etapa 02: Revisão de l i t eratura

Esta etapa da pesquisa, também mencionada em algumas obras como levantamento

de dados, consiste em realizar um estudo que possibilite conhecer pesquisas

semelhantes e o quanto já se pesquisou sobre o assunto. Para isso, é bom realizar

uma busca de trabalhos semelhantes a partir das fontes de pesquisa: nas bibliotecas

convencionais e virtuais.

Uma boa alternativa é consultar artigos recomendados pelo(a) orientador(a), de

preferência utilizando palavras­chave ou unitermos (keywords). Se achar um texto de

interesse, é aconselhável consultar as referências contidas nesse texto. Essas

referências, por sua vez, vão proporcionar novas referências.

Essa busca viabilizará a realização de pesquisas sobre as produções

acadêmico­científicas na área e nos ajudará a concluir sobre a viabilidade, a relevância

e a pertinência da pesquisa. Conhecer o que se tem produzido na área da pesquisa a

ser realizada pode auxiliar bastante. Por isso, a revisão de literatura é uma etapa

imprescindível à continuidade do estudo.

A revisão bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos,

textos legais, mapas, fotos, manuscritos, documentos, etc. Todo material recolhido é

submetido a uma triagem, a partir da qual é possível estabelecer um plano de leitura.

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Trata­se de uma leitura atenta e sistemática que se faz acompanhar de anotações e

fichamentos que, eventualmente, poderão servir à fundamentação teórica do estudo.

Este trabalho tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas

disponíveis sobre determinado tema.

Essa revisão dá suporte a todas as fases de qualquer tipo de pesquisa, uma vez que

auxilia na definição do problema, na determinação dos objetivos, na construção de

hipóteses, na fundamentação da justificativa da escolha do tema e na elaboração do

relatório final. Sua elaboração é baseada em citações (diretas, indiretas e de citação),

conforme já vimos no capítulo 1.

Sugestão:

“Não reinvente a roda!”

A originalidade de um assunto não é pré­requisito para a

realização de uma pesquisa. Você pode abordar um assunto

que já esteja em discussão na sociedade ou até mesmo em

pesquisa. Preocupe­se apenas se o seu enfoque é diferente do

que já está em estudo.

Conforme Pádua (2000), o levantamento bibliográfico tem os seguintes objetivos:

a) evitar pesquisas com a mesma abordagem (a não ser em casos de verificação ou

confirmação);

b) pesquisar se existem outras abordagens do problema levantado e verificar como foi

pesquisado, quais os instrumentos (técnicas) utilizadas e se há possibilidade de

aperfeiçoar técnicas já existentes;

c) estabelecer uma visão global e crítica a respeito do problema e das hipóteses

levantadas para sua solução;

d) fazer uma pré­seleção bibliográfica, indicando a possível bibliografia básica e a

complementar para o estudo da temática proposta.

Não basta procurar livros e revistas nem basta ler tudo. É preciso fazer uma revisão da literatura. Para isso, é necessário resumir e comentar o que se leu. Não é recomendável “juntar o material”, para depois começar a redigir. É interessante que se façam várias leituras antes de se elaborar o resumo.

Importante!

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Segundo Cervo; Bervian; Da Silva (2006), quanto à natureza, os documentos a serem

consultados podem ser:

• primários – coletados em primeira mão, como pesquisa de campo, testemunho

oral, depoimentos, entrevistas, questionários;

• secundários – quando colhidos em relatórios, livros, revistas, jornais e outras

fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas;

• terciários – quando citados por outra pessoa.

No Quadro 4, podemos visualizar os principais tipos de instrumentos de trabalho

utilizados (documentos secundários) para elaboração de uma boa revisão bibliográfica.

Quadro 4 – Exemplos e definições dos principais instrumentos de trabalho.

Instrumento Definição

Livros e capítulos de

livros

Constituem­se no principal instrumento da formação acadêmica, sendo a base do estudo e da pesquisa. É importante verificar se o livro consultado tem o ISBN, pois apesar de não ter relação com a qualidade da publicação, pelo menos indica que o livro é cadastrado na Biblioteca Nacional. Outro cuidado que pode ser tomado na escolha do livro a ser publicado é se o livro foi publicado por editora com conselho editorial, o que confere confiabilidade à publicação.

Segundo a Fundação Biblioteca Nacional (2010), O ISBN ­ International Standard Book Number ­ é um sistema internacional padronizado que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país, a editora, individualizando­ os inclusive por edição. É utilizado também para identificar software, sendo seu sistema numérico convertido em código de barras, o que elimina barreiras linguísticas e facilita a sua circulação e comercialização.

Resumos

É a apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento. Antes de ler a publicação na íntegra, você pode ler o resumo e, se realmente interessar, pode trabalhar com o texto integral. Segundo a ABNT (2003), o resumo pode ser:

• crítico: redigido por especialistas com análise crítica de um documento, também chamado de resenha;

• indicativo: indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos, etc. De maneira geral, não dispensa a consulta ao texto original;

• informativo: informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões de um documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original.

Publicações seriadas ­ magazines,

jornais, revistas técnicas.

São publicações em fascículos ou volumes, em geral, numeradas cronológica e/ou sequencialmente, sem data prevista de término, podendo ser editada sob a forma impressa ou não. Têm papel muito importante para o aluno universitário, permitindo que o mesmo fique atualizado nas mais variadas áreas do saber, fornecendo também informações bibliográficas importantes.

Para identificar uma publicação seriada, utilizamos o ISSN (International Standard Serial Number), que é uma sigla adotada internacionalmente para indicar o número padronizado desta publicação (ABNT, 2005).

Como exemplos, podemos citar jornais como Folha de São Paulo, Estadão, Revista Veja, Revista Época, Revista Globo Rural, etc. É importante notar a diferença

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existente entre este tipo de publicação periódica e as publicações em revistas indexadas, que é o nosso próximo item.

Publicações seriadas – revistas

indexadas.

Também é uma publicação seriada, porém, destinada à publicação de artigos científicos sujeitos à avaliação. Uma revista de prestígio pode ser definida como aquela que publica as melhores pesquisas pelos melhores pesquisadores. Para tanto, a revista deve ter reputação consolidada na comunidade científica pertinente. Quanto mais prestígio tiver o periódico, mais provável será o interesse dos investigadores de querer usar seu conteúdo.

Tanto os leitores quanto os autores são atraídos pelas revistas mais importantes de modo que, ao publicar nestas revistas, os autores têm maior probabilidade de atingir o público desejado.

Segundo Mota (2006), o grau de relevância de uma revista é evidenciado por: a) originalidade, qualidade e cientificidade dos artigos publicados; b) critérios de arbitragem para avaliar os trabalhos a serem publicados; c) representatividade científica dos membros do conselho editorial; d) número de bases de dados onde está indexada.

Outro fator a ser considerado em artigos de periódicos científicos é o fator de impacto na comunidade científica, que reflete o uso que os pesquisadores fazem de cada revista e, indiretamente, influi na avaliação das pesquisas publicadas. Em geral, autores são altamente influenciados pelo fator de impacto das revistas onde publicam seus trabalhos.

Outro mecanismo utilizado para a classificação dos periódicos é o QUALIS, da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Segundo a CAPES (2010), Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção intelectual dos programas de pós­ graduação. Disponibiliza uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos programas de pós­graduação para a divulgação da sua produção.

A Capes considera como “periódicos” apenas os veículos de divulgação com corpo editorial reconhecido, com avaliação pelos pares (pareceristas ad hoc) e dotados de ISSN. Além disso, no caso das áreas que apresentam critérios de indexação bem estabelecidos, suas bases de dados podem, para esse fim, ser utilizadas como referência.

A classificação de periódicos é realizada pelas áreas de avaliação e passa por processo anual de atualização. Esses veículos são enquadrados em estratos indicativos da qualidade ­ A1, o mais elevado; A2; B1; B2; B3; B4; B5; C ­ com peso zero.

Publicações seriadas – revistas indexadas eletrônicas

Muitas revistas cientificas, hoje, são publicadas tanto em formato impresso como em digital. A publicação eletrônica também é publicação, porém, exige algumas considerações especiais, como: a) os sites devem indicar o nome dos editores, autores e das pessoas que contribuíram e suas afiliações, credenciais relevantes e conflitos de interesses relevantes; b) documentação e indicação de referências e fontes para todos os conteúdos; informação sobre direitos autorais; c) declaração de propriedade do site e declaração de patrocínios, anunciantes e financiamento por empresas comerciais.

Sites de internet

Além de artigos científicos, de revistas técnicas e jornais, a internet também pode ser utilizada para consulta de textos para compor uma revisão bibliográfica. Recomenda­ se apenas o cuidado de consultar sites idôneos, confiáveis, evitando que informações não comprovadas, equivocadas, componham o texto final.

É importante observar que as informações eletrônicas não são duradouras, ou seja, não ficam disponíveis, na sua maioria, por muito tempo. Esta questão deve ser analisada com cautela pelo pesquisador, principalmente quando se tratar de um trabalho científico.

Dicionários O dicionário é um livro que possui a explicação dos significados das palavras,

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apresentadas em ordem alfabética. Existem também os dicionários de tradução de línguas, destinados a mostrar os significados ou sinônimos das palavras em outra língua. Podem também ser utilizados os dicionários de termos técnicos, usados em áreas específicas do conhecimento. O uso de dicionário é muito importante para os estudantes e profissionais de todas as áreas.

Depois de ler e resumir, deve­se ordenar o material de que se dispõe, por tópicos. É

preciso reler, para saber se serão necessárias mais informações. Se sim, é preciso

complementar. Uma estratégia interessante de sistematização do processo de

levantamento bibliográfico é a utilização de instrumentos de estudos como o

fichamento, por exemplo.

2.3 Etapa 03: Elaboração da justificativa

Esta é a etapa da pesquisa em que reunimos os “porquês” de se pesquisar

determinado tema. É o momento em que reunimos os argumentos que justificarão a

realização da pesquisa para que sejamos convincentes quanto à sua importância.

Segundo Fachin (2006, p.110­111),

[...] faz­se uma narração sucinta, porém completa, dos aspectos de ordem teórica e prática necessários para a realização da pesquisa. Devem ficar claras as raízes da preferência pela escolha do assunto e a importância deste em relação a outros. Quando as etapas antecedentes forem bem focalizadas e logicamente ordenadas, a justificativa torna­se uma atividade simples.

Podemos enumerar as vantagens e os benefícios que a pesquisa irá proporcionar, a

importância pessoal ou cultural, de maneira que os outros reconheçam que é necessário

dar continuidade do trabalho. Essa etapa depende bastante da anterior ­ revisão da

literatura ­, pois precisamos encontrar, na literatura, argumentos que possam justificar o

nosso trabalho. Por isso, o sucesso da revisão da literatura incidirá diretamente na

elaboração de uma boa justificativa.

Uma estratégia interessante que também podemos utilizar ao construirmos a nossa

No capítulo 1 você já viu várias formas de fichamento. É interessante rever e treinar este tipo de organização de material.

Relembrando

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justificativa é o uso de citações diretas e indiretas, a partir dos resultados de

nossas buscas na literatura. Esse recurso consolida os argumentos apresentados

na justificativa. Dependendo do assunto, é comum e recomendável a inclusão de

estatísticas nesta etapa, para dar maior confiabilidade às informações. Apenas

devemos ter o cuidado de incluir números corretos, de fontes confiáveis, sempre

citando as fontes.

Barral (2003, p. 88­89) oferece alguns itens importantes que podem fazer parte de uma

boa justificativa. São eles:

a) atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual;

b) ineditismo do trabalho: proporcionará maior importância ao assunto;

c) interesse do autor: vínculo do autor com o tema;

d) relevância do tema: importância social, jurídica, política, entre outras;

e) pertinência do tema: contribuição do tema para o debate na área de

conhecimento.

2.4 Etapa 04: Formulação do problema

Sabemos que a pesquisa surge a partir da caracterização de um problema. Saber

defini­lo e delimitá­lo claramente em termos de tempo e de espaço é um dos

principais objetivos dessa etapa. Para que ela seja bem sucedida, você pode

começar buscando “pistas” que irão norteá­lo(la), na delimitação do seu problema

de pesquisa.

O que espero responder com minha pesquisa?

Para responder o que desejo, qual deve ser o melhor recorte?

Ao responder a essas indagações, você terá uma visão da abrangência de sua

pesquisa, ou seja, até onde irá com ela. Isso se faz necessário porque em alguns

assuntos, as pesquisas podem se estender por períodos incomensuráveis,

tornando­as inviáveis. Daí a importância da clareza na delimitação do problema.

Abordar o tema de forma a identificar a situação ou o contexto no qual o problema está

inserido assegura a agilização do processo de pesquisa. A formulação do problema é

também considerada como a continuidade da delimitação da pesquisa, só que bem

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mais específica, pois indica exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver ou

responder, de maneira que possamos apresentar, de forma clara, a ideia central do

trabalho.

O pesquisador deve contextualizar, de forma sucinta, o tema de sua pesquisa. Essa é

uma forma de introduzir o leitor no tema em que se encontra o problema, permitindo

uma visualização situacional da questão (OLIVEIRA, 2002, p. 169).

O que isso significa?

Na formulação do problema, o pesquisador, após escolher o seu tema de pesquisa,

deverá delimitá­lo, a partir da situação problema, no sentido de encaminhar

operacionalmente o desenvolvimento da sua pesquisa. Em geral, o tema tem uma

amplitude que comporta vários estudos e interpretações, cabendo ao pesquisador a

tarefa de decompô­lo e selecionar com precisão o seu campo de atuação, sem

descontextualizar o tema ou perder a referência do todo (PÁDUA, 2000).

Cervo (2002, p. 84­86) reforça ainda que nunca devemos passar diretamente da

escolha do tema à coleta de dados. Segundo o estudioso, as vantagens da formulação

do problema são inegáveis, pois:

a) delimita, com exatidão, qual tipo de resposta deve ser procurado;

b) leva o pesquisador a uma reflexão benéfica e proveitosa sobre o assunto;

c) fixa, frequentemente, roteiros para o início do levantamento bibliográfico e da

coleta de dados;

d) auxilia, na prática, a escolha de cabeçalhos para o sistema de tomada de

apontamentos;

e) discrimina, com precisão, os apontamentos que serão tomados, isto é,

todos e, tão somente aqueles que respondem às perguntas formuladas

(SALVADOR, 1970, p. 30 apud CERVO, 2002, p. 85).

Ao escolher um problema, Minayo (1999), coloca algumas questões:

• trata­se de um problema original e relevante?

• ainda que seja “interessante”, é adequado para mim?

• tenho hoje possibilidades reais para executar tal estudo?

• existem recursos financeiros para o estudo?

Page 18: 17217

• há tempo suficiente para investigar tal questão?

Veja como podemos encontrar um problema, mas, antes, perceba que os exemplos

apresentados, a seguir, são criados a partir de pergunta(s), de maneira que a própria

pesquisa viabilize a construção das possíveis respostas. Por outro lado, é

interessante preocupar­se em limitar também o número de perguntas para não

cometer o erro de serem apresentadas respostas inadequadas.

Após definido o problema, são formuladas as hipóteses científicas, de grande

importância num projeto de pesquisa.

Segundo Pádua (2003, p. 42), a função da hipótese é fixar a diretriz da pesquisa, tanto

no sentido prático, orientando a coleta de dados, quanto no sentido teórico,

coordenando os resultados em relação a um sistema explicativo ou em relação a uma

teoria.

Ainda segundo este mesmo autor, no plano da ciência, a característica operacional de

uma hipótese é ser passível de verificação, que pode ser realizada de duas maneiras:

1. pela observação sistemática: estudo dos fenômenos tais como se apresentam;

2. pela experimentação: estudo dos fenômenos em condições controladas pelo

pesquisador.

Questões como essas podem auxiliar muito na escolha do problema e na viabilidade da

realização da pesquisa, por isso, sempre que for iniciar um trabalho científico, faça

essas perguntas antes de definir o problema a ser estudado.

Importante!

• a desnutrição determina o rebaixamento intelectual? (GIL, 1999, p. 50). • técnicas de dinâmica de grupo facilitam a interação entre os alunos? (GIL,1999,

p. 50).

Exemplificando!

Page 19: 17217

Segundo Cervo; Bervian; Da Silva (2006), algumas características acerca da natureza

da hipótese são:

a) não deve contradizer nenhuma verdade já aceita ou explicada;

b) deve ser simples;

c) deve ser sugerida e verificável pelos fatos.

A hipótese científica também pode ser considerada como a afirmação positiva,

negativa ou condicional (ainda não testada) sobre determinado problema ou

fenômeno, podendo ser classificada em:

a) Hipótese afirmativa – positiva

O resultado da pesquisa deve comprovar a afirmação.

Por exemplo:

“A Educação a Distância permite que o aluno tenha a mesma compreensão do

conteúdo obtida nas aulas presenciais”.

b) Hipótese afirmativa – negativa

O resultado da pesquisa deve comprovar a afirmação.

Por exemplo:

“Não se consegue na Educação a Distância rendimento dos alunos superior à forma

presencial”.

c) Hipótese condicional

O resultado da pesquisa é condicionado aos resultados do experimento.

Por exemplo:

“Se for assegurada qualidade do ensino não presencial, o rendimento dos alunos

pode ser similar ao obtido nos estudos presenciais”.

Page 20: 17217

2.5 Etapa 05: determinação de objetivos

Nesta etapa, devemos ter como meta a obtenção de respostas para um

questionamento: o que pretendemos alcançar com a pesquisa?

Para facilitar o entendimento do que almejamos, podemos dividir os objetivos em dois

grupos:

a) objetivo geral – nesse tipo de objetivo, temos que especificar o propósito da

pesquisa e o que se pretende conseguir com a investigação;

b) objetivos específicos – abertura do objetivo geral em outros menores.

Podem ser caracterizados também como um conjunto de objetivos que

viabilizem alcançar o objetivo geral.

Na exposição do objetivo geral, segundo Filho e Santos (2000), o pesquisador não

deve se preocupar com a delimitação do tema, que será devidamente especificado

nos objetivos específicos. É importante que o pesquisador utilize uma linguagem clara

e precisa.

Conforme Barreto; Honorato (1998), os objetivos [...]

São ações individuais ou coletivas que se materializam através de verbos. Por isso, é importante uma grande precisão na escolha do verbo, escolhendo aquele que rigorosamente exprime a ação que o pesquisador pretende executar (BARRETO; HONORATO, 1998).

O objetivo é expresso por verbos fortes, no infinitivo, constituindo­se em um

conteúdo resumido, porém, expressivo, que indique uma atividade intelectual e

mensurável.

Hipótese científica É um conjunto estruturado de argumentos e explicações que possivelmente justificam dados e informações, porém, que ainda não foi confirmado ou rejeitado por observação ou experimentação.

Sintetizando...

Page 21: 17217

Veja alguns verbos que podem ser utilizados na elaboração dos objetivos: identificar,

levantar, descobrir, caracterizar, descrever, traçar, analisar , explicar, classificar,

aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar e selecionar.

Sobre a construção de um objetivo de uma pesquisa, sobretudo no que se refere aos

verbos utilizados neles, Santos (2004) registra a informação de que é sabido que o

cérebro humano é capaz de estágios ou estados cognitivos diversos, com diversos

níveis de complexidade de raciocínio, sendo eles: conhecimento, compreensão,

aplicação, análise, síntese e avaliação.

O autor afirma ainda que cada um desses estágios cognitivos possibilita atividades

ou ações intelectuais, expressos por verbos específicos e que constituem os

objetivos de uma investigação científica, conforme detalhado a seguir:

• O estágio de conhecimento se expressa em verbos como: apontar, citar,

conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, relatar.

• O estágio de compreensão, em verbos como: compreender, concluir, deduzir,

demonstrar, determinar, diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar.

• O estágio de aplicação, em verbos como: aplicar, desenvolver, empregar,

estruturar, operar, organizar , praticar, selecionar, traçar.

• O estágio de análise, em verbos como: analisar, comparar, criticar, debater,

diferenciar, discriminar, examinar, investigar, provar.

• O estágio de síntese, em verbos como: compor, construir, documentar,

especificar, esquematizar, formular, produzir, propor, reunir, sintetizar.

• O estágio de avaliação, em verbos como: argumentar, avaliar, contrastar, decidir,

escolher, estimar, julgar, medir, selecionar.

Quais seriam outras ações que poderiam ser executadas em nossa pesquisa, de

Vamos a um exemplo de objetivo geral: “Identificar os aspectos que influenciam no assoreamento do Rio Uberaba.”

Vamos pensar?

Exemplificando!

Page 22: 17217

maneira que fosse viabilizado o alcance do objetivo geral?

Veja algumas alternativas de objetivos específicos:

2.6 Etapa 06: Elaboração da metodologia

O método se constitui num instrumento do conhecimento que proporciona aos

pesquisadores uma orientação geral que facilite planejar sua pesquisa, formular

hipóteses, coordenar investigações, realizar experiências e interpretar os resultados.

Trata­se da escolha de procedimentos sistemáticos para descrição e explicação de

um estudo.

Conforme a natureza específica de cada problema investigado, estabelece­se a

escolha dos métodos apropriados para se atingir um objetivo. Essa escolha não

pode ser casual; um método é valido quando terminam os seus procedimentos,

quando a escolha se baseia, principalmente, em dois motivos (FACHIN, 2006):

a) natureza do objeto a que se aplica;

b) objetivo que se tem em vista.

A metodologia de um projeto deve responder, de forma detalhada, “como” o projeto

será realizado. Assim, o projeto deve apresentar as etapas ou fases, dispostas,

preferencialmente, em ordem cronológica, numeradas e nominalmente definidas,

subdivididas, quando necessário, contendo uma descrição dos procedimentos a

serem seguidos. Note que a descrição detalhada das etapas e subetapas permitirá

ao proponente quantificar os recursos humanos e materiais, bem como estabelecer

Page 23: 17217

o tempo necessário para a sua realização. O conjunto de etapas dispostas

organizadamente em uma tabela, em função do tempo, dá origem a um resumo do

cronograma de execução do trabalho.

O método científico confere ao pesquisador inúmeras vantagens, oferecendo­ lhe um conjunto de atividades sistemáticas e racionais, mostrando­lhe o caminho a ser seguido e permitindo­lhe detectar erros e auxiliando nas decisões. Sua aplicação correta proporciona segurança e economia, e permite obter conhecimentos eficazes, com qualidades essenciais à sua natureza (FACHIN, 2006, p.31).

Na metodologia da pesquisa é que definimos como ela será realizada, observando,

detalhadamente, cada etapa/subetapa a ser seguida. Por exemplo:

Subetapa 1 ­ Qual ou quais tipo(s) de pesquisa é(serão) necessário(s)?

Subetapa 2 ­ Qual será a população e a amostra da pesquisa?

Subetapa 3 ­ Quais serão os instrumentos (formulários, questionários, gravadores) e

técnicas de coletas de dados (entrevista, observação)?

Subetapa 4 ­ Quais as abordagens metodológicas serão utilizadas ­ quantitativa,

qualitativa ou de triangulação?

Subetapa 5 ­ Quantos e quais serão os pesquisadores participantes?

Realizando uma espécie de check­up, após defin ida a metodologia da pesquisa, verifique se estão claras as respostas para cada uma das perguntas a seguir. Se

isso ocorrer, seu trabalho, no que se refere ao planejamento metodológico, estará

atingindo o objetivo:

a) os caminhos para se chegar aos objetivos propostos estão bem delimitados e

claros?

b) qual ou quais os tipos de pesquisa que serão explorados?

c) quais métodos? (quantitativo, qualitativo, triangulação)

d) qual o universo/população da pesquisa?

e) será utilizada a amostragem?

f) quais são os instrumentos de coleta de dados?

Page 24: 17217

g) como foram construídos os instrumentos de pesquisa?

h) quais as técnicas de coletas de dados serão utilizadas?

i) qual a forma que será usada para a tabulação de dados?

j) como serão analisados e interpretados os dados e informações?

k) houve a realização de uma pesquisa bibliográfica, a partir de leituras em

materiais primordiais?

l) como pretende acessar suas fontes de consulta, fichá­las, lê­las e resumi­las,

para a construção de seu texto?

Barreto; Honorato (1998) reforçam que a metodologia da pesquisa, num planejamento,

deve ser entendida como o conjunto detalhado e sequencial de métodos e técnicas

científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga

atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, atender aos critérios

de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação.

3 Documentação e Publicação

3.1 Etapa 01: Redação e apresentação do trabalho científico

População

Totalidade de pessoas, animais, objetos, situações etc. que possuem um conjunto de

características comuns, que os define. Podemos fixar como população todos os indivíduos

de determinada nacionalidade ou que residam em certa cidade ou mesmo que possuam

uma série de características definidoras simultâneas específicas. (APPOLINÁRIO, 2006,

p. 125).

Amostra

Subconjunto de sujeitos extraídos de uma população por meio de alguma técnica de

amostragem. Quando essa amostra é representativa dessa população, supõe­se que tudo

que concluímos acerca dessa amostra será válido também para a população como um

todo (APPOLINÁRIO, 2006, p. 125).

Comparando

Page 25: 17217

Esta é a etapa em que a equipe pesquisadora deve redigir o documento que registra

todos os passos da pesquisa. Em caráter de planejamento, estaríamos falando do

projeto de pesquisa. Já em caráter documental, ou seja, acerca dos resultados

registrados na pesquisa, podemos nos referir a vários documentos científicos, como:

relatórios de pesquisa, artigos científicos ou papers, dissertações de mestrado, teses de doutorado, monografias, entre outros.

Independente do tipo de documento científico escolhido pela equipe pesquisadora

para o registro dos resultados da pesquisa, ele deve apresentar uma redação clara,

objetiva, simples, concisa e precisa (APPOLINÁRIO, 2006, p. 95), embasada nas

normas de documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Várias são as formas de divulgação das pesquisas, sendo as mais comuns nas

universidades:

Artigos científicos ou papers São textos menores que asmonografias, cuja finalidade é sua publicação em

periódicos científicos.

Monografia

É um dos tipos de trabalhos científicos que versa sobre um único tema;

estudo minucioso sobre um tema restrito.

Trabalho de conclusão de curso – TCC

Corresponde a trabalhos acadêmico­científicos, elaborados e

apresentados pelos alunos, ao final dos seus cursos superiores, sempre

sob a orientação de um ou mais professores da área de conhecimento do

tema do TCC.

Para informações mais detalhadas, acesse: www.abnt.org.br//www.iso.org

Para pesquisar

Page 26: 17217

Teses e dissertações

Tese: é o documento essencial para a obtenção do grau de doutor. Deve

revelar a capacidade de seu autor em incrementar a área de estudo que foi

alvo de suas investigações, constituindo­se em real contribuição para a

especialidade em questão. Em geral, apresenta o resultado de investigação

complexa e aprofundada sobre tema mais ou menos amplo, com abordagem

teórica definida.

Dissertação: é um trabalho acadêmico baseado em estudo teórico de

natureza reflexiva, que consiste na ordenação de ideias sobre um determinado

tema. A característica básica da dissertação é o cunho reflexivo­teórico.

Geralmente, é feita em final de curso de pós­graduação stricto sensu (mestrado), com a finalidade de treinar os estudantes no domínio do assunto

abordado e como forma de iniciação a pesquisa mais ampla.

Os TCCs são os mais utilizados em cursos de graduação. Podem ser considerados

como exemplos de TCC: monografias, projetos, artigos e relatórios.

Cada curso superior apresenta, em sua proposta pedagógica, quais as

possibilidades que o(a) aluno(a) tem para elaborar o seu TCC.

Além das dificuldades relacionadas à escrita, a dificuldade de expressão oral. Segundo

Fazenda (1997, p. 15), geralmente, “uma escrita truncada decorre de bloqueios no falar”

e “uma das formas que considero mais eficiente para vencer essa dificuldade é a

formação de grupos de estudo”.

Tal como a escrita, a expressão oral também requer contínuo exercício. Somos produto

da “escola do silêncio” em que um grande número de alunos apaticamente fica sentado

diante do professor esperando receber dele todo o conhecimento. Classes numerosas e

conteúdos extensos completam o quadro desta escola. Isso se complica muito quando o

aluno já é introvertido (FAZENDA, 1997, p. 15).

3.2 Etapa 02: Publicação do trabalho científico

Page 27: 17217

Quem investiga, experimenta e produz constantemente conhecimentos em suas áreas

de conhecimento, proporcionando relações, comparações, refutações entre conceitos

e teorias, colaborando com o avanço da ciência, necessita divulgar estes

conhecimentos. Entre os procedimentos mais eficazes e rápidos para a divulgação dos

resultados de uma pesquisa, ou mesmo para o debate acerca de uma teoria ou ideia

científica, a academia utiliza principalmente o artigo científico, o paper, o review, a comunicação científica, o resumo. São veiculados em publicações especializadas

como revistas e jornais científicos, periódicos, anais etc., impressos ou eletrônicos no

mundo todo.

Atualmente, esse formato de publicação científica é maciçamente utilizado pela maioria

dos pesquisadores e grupos de pesquisa no mundo, para divulgação de novos

conhecimentos e como meio para adquirir notoriedade e respeito dentro da

comunidade científica. Convém salientar que a apresentação de resumos, resumos

expandidos e trabalhos completos em eventos é de grande importância para a equipe

pesquisadora e para a instituição, mas a publicação de trabalhos científicos em

periódicos especializados tem valor ainda maior para ambos.

Porém, o pesquisador iniciante tem certa dificuldade na organização e redação dos

primeiros artigos técnico­científicos, principalmente em relação à estrutura e

organização do texto, das ideias, utilização de certos termos, subdivisão dos assuntos,

inserção de citações durante a elaboração do texto, entre outros.

Estas dificuldades podem ser minimizadas se o autor se organizar e estiver convencido

de que o trabalho deve possuir rigor científico. Segundo Ramos et al. (2003, p.15),

Executar uma pesquisa com rigor científico pressupõe que você escolha um tema e defina um problema para ser investigado. A definição dependerá dos objetivos que se pretende alcançar. Nesta etapa, você elabora um plano de trabalho e, logo após, deverá explicitar se os objetivos foram alcançados, [...].

Para relembrar as características da linguagem que deve ser usada em um artigo publicado em revistas científicas, você pode reler o Quadro 1, deste capítulo.

Parada para reflexão

Page 28: 17217

O artigo científico não é extenso, totalizando normalmente entre 5 a 10 páginas,

podendo alcançar, dependendo de vários fatores, até 20 páginas, garantindo­se, em

todos os casos, que a abordagem temática seja a mais completa possível, com a

exposição dos procedimentos metodológicos e discussão dos resultados nas

pesquisas de campo, caso seja necessário a repetição da mesma por outros

pesquisadores (LAKATOS e MARCONI, 1991; MEDEIROS, 1997; SANTOS, 2000).

Normalmente, entrega­se um trabalho científico para publicação de uma revista

científica indexada, de nível, vários meses antes de o trabalho ser publicado, para que

o mesmo seja aprovado para publicação. Esta demora é devido ao trâmite de cada

revista, que envolve o envio a vários revisores, retorno aos autores, nova leitura dos

revisores, correção textual e ortográfica, diagramação, etc.

Além disso, recomenda­se uma determinada normatização para essas publicações,

tanto na estrutura básica, quanto na uniformização gráfica, como também na redação e

organização do conteúdo, diferenciando­se em vários aspectos das monografias,

dissertações e teses, que constituem os principais trabalhos acadêmicos.

A veiculação do conhecimento construído, a partir das pesquisas científicas, realiza­

se das mais variadas formas. Hoje, predominantemente, acontece por meio de livros

e periódicos, tanto na forma impressa como na digital – via Web.

4 O Projeto de pesquisa

Toda e qualquer ação metodologicamente desenvolvida, com o objetivo de contribuir,

de forma inovadora, para o avanço científico das diferentes áreas do conhecimento,

constitui um projeto de pesquisa.

Na verdade, o projeto é um texto que define, com detalhes, o planejamento do

caminho a ser seguido na construção de um trabalho científico. É um planejamento

que impõe ao autor ordem e disciplina para execução do trabalho de acordo com os

prazos estabelecidos. Ele pode ser utilizado para que o seu autor:

• discuta suas ideias com colegas e professores em reuniões apropriadas;

• inicie contatos com possíveis orientadores;

• participe de seminários, congressos, simpósios e outros encontros científicos;

Page 29: 17217

• apresente trabalho acadêmico às disciplinas de Metodologia da Pesquisa,

Metodologia do Trabalho Científico ou outras semelhantes;

• solicite bolsa de estudos ou financiamento para o desenvolvimento da pesquisa;

• participe de concurso para ingresso em Programas de Pós­graduação;

• seja arguído por membros de bancas de qualificação ao mestrado ou

doutorado.

A elaboração de um projeto de pesquisa visa registrar a ideia do proponente,

permitindo a terceiros uma análise técnica e de mérito do seu conteúdo. Por essa

razão, o projeto deve ser elaborado de forma completa e organizada, contemplando os

conteúdos e ações de forma clara e cronologicamente dispostos. Para que isso ocorra,

o projeto deve conter, preferencialmente:

I. Capa

II. Folha de rosto

III.Resumo

IV. Sumário

V. Objetivo(s) – geral e específicos

VI. Justificativa

VII. Introdução

VIII.Revisão de literatura

IX. Metodologia (Material e Métodos)

X. Orçamento detalhado

XI. Pessoal envolvido

XII. Resultados esperados

XIII.Referências

Vejamos, agora, detalhadamente cada um dos tópicos:

I) Capa

Segundo a ABNT (2005), capa é a “proteção externa do trabalho e sobre a qual se

imprimem as informações indispensáveis à sua identificação”. Os elementos utilizados

na capa são os seguintes (devendo­se respeitar a ordem):

• Nome da instituição (opcional)

• Nome(s) do(s) autor(es)

Page 30: 17217

• Título

• Subtítulo, se houver

• Local

• Ano da entrega

O título deve expressar, da maneira mais clara possível, o tema do projeto, sendo

apresentado de forma concisa. Devemos lembrar que o título do trabalho (projeto)

será lido por muitas pessoas. O trabalho final (artigo científico, tese, dissertação, etc.),

será sempre referenciado pelo seu título.

Um bom título deve ser:

• curto

• específico

• sem fórmulas de qualquer espécie.

II) Folha de rosto

É na folha de rosto que são dispostos os elementos essenciais à identificação do

trabalho e é também nela que se esclarece qual é o tipo do documento, se é uma

monografia, uma tese, um projeto de pesquisa, dentre outros.

Os elementos que devem compor uma folha de rosto, nesta ordem, são:

• Nome do autor.

• Título.

• Subtítulo, se houver.

• Natureza do trabalho (tese, dissertação, projeto de pesquisa) e objetivo

(aprovação em disciplina, grau pretendido, atendimento a um edital de órgão de

fomento, etc.) nome da instituição a que é submetido; área de concentração.

• Local.

Atenção! Não se recomendam: títulos­frases, títulos­perguntas.

Importante!

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• Ano da entrega.

III) Resumo

É um texto de dimensões reduzidas em relação ao tamanho do projeto, com a

finalidade de traduzir, em menos palavras, o pensamento do(s) autor(es),

preservando suas intenções e realçando os pontos para os quais se dispensou

maior atenção.

IV) Sumário

Representa uma relação das principais divisões, seções e outras partes do projeto de

pesquisa, que devem ser dispostas na mesma ordem em que aparecem no texto,

com indicação do número da página.

V) Objetivo

O objetivo de um projeto, juntamente com o título, deve dizer de forma simplificada “o

que” se pretende fazer. Normalmente, o objetivo é descrito por verbos fortes, no

infinitivo, constituindo­se um conteúdo resumido, porém expressivo. Reveja mais

detalhes no início deste capítulo.

VI) Justificativa

A justificativa de um projeto deve apresentar, de forma convincente, o “porquê” de sua

realização. Em outras palavras, a justificativa deve esclarecer ou convencer,

principalmente as pessoas ligadas à área do projeto, sobre a importância de sua

realização. Reveja mais detalhes no início deste capítulo.

Algumas propostas de projeto substituem os três itens apresentados acima por

Introdução e Revisão bibliográfica, sem mencionar o tópico sugerido como

Justificativa.

VII) Introdução

Deve dar ao leitor a informação necessária para entender de que assunto trata o seu

trabalho, sem precisar recorrer a outras fontes. Para auxiliar na elaboração da

introdução, algumas perguntas podem ser respondidas:

Page 32: 17217

• De que assunto trata o seu trabalho (projeto)?

• Por que é importante tratar esse assunto?

• Como você tratou o assunto?

• Qual é o seu objetivo?

VIII) Revisão de literatura

Para qualquer trabalho que se faça, é necessário ler. Nunca se deve considerar a

leitura como perda de tempo, mas como investimento na sua formação como

pesquisador.

IX) Metodologia (Material e Métodos)

Esta é uma das partes mais importantes do projeto, pois é por meio de sua perfeita

elaboração que se definem as necessidade relativas ao pessoal, material e tempo de

realização.

Em geral, a última etapa da metodologia é o Cronograma. Como a pesquisa se

desenvolve em várias etapas, é necessário fazer a previsão do tempo necessário

para se passar de uma etapa a outra. Para isso, a definição de um cronograma é

fundamental para o sucesso de um projeto de pesquisa. No Quadro 5, é possível

visualizar um exemplo de um cronograma.

Quadro 5 – Cronograma das atividades.

Período 1ºano 2º ano Etapas 1ºbim 2ºbim 3ºbim 4ºbim 5ºbim 6ºbim 1ºbim 2ºbim 3ºbim 4ºbim 5ºbim 6ºbim 1. Complementação da revisão bibliográfica X X X X X 2. Operacionalização dos conceitos X X 3. Elaboração dos questionários X X 4. Validação dos questionários X X 5. Seleção da amostra X X 6. Impressão dos questionários X 7. Seleção dos pesquisadores (entrevistadores) X X 8. Coleta de dados X X X X 9. Análise e interpretação dos dados X X X 10. Redação do relatório final do projeto X X 11. Apresentação dos resultados em eventos científicos X X 12. Envio de trabalho para publicação em revista especializada

X X

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X) Orçamento detalhado

Mesmo que a pesquisa não exija financiamento externo, é necessário que o projeto

envolva considerações do orçamento da pesquisa, respeitando­se um cronograma

pré­estabelecido. Sem esse planejamento, o pesquisador corre o risco de perder o

controle do projeto.

A origem do orçamento do projeto tem sua fundamentação nos itens (necessidades)

identificados na metodologia, especificamente nas etapas e subetapas. Tratam­se

dos recursos humanos e materiais disponíveis na instituição, bem como daqueles a

serem contratados/adquiridos. No primeiro caso, enquadram­se o pessoal, as

instalações físicas e, eventualmente, alguns materiais, devendo ser considerados

como contrapartida da instituição proponente. Os itens Pessoal Permanente e

Instalações físicas são dificilmente financiados por órgãos de fomento.

É importante lembrar que os itens solicitados para financiamento necessitam de

justificativa própria, relacionando­se sua utilização com uma ou mais etapas definidas na

metodologia do projeto. Um resumo das despesas (Custeio, Capital, Bolsas) deve ser

apresentado separadamente, em quadros ou tabelas, contendo os respectivos

elementos de despesa, assim como uma tabela/resumo das despesas totais do projeto.

Para as solicitações de bens de capital com valores expressivos, é recomendada a

inclusão, no projeto, de cotações de um ou mais fornecedores.

Importante!

A rubrica Custeio contém as diárias, materiais de consumo (nacionais e importados),

remuneração de serviços pessoais, outros serviços e encargos (passagens etc.).

A rubrica Capital contém os materiais permanentes (nacionais e importados), inclusive

material bibliográfico, e os equipamentos (nacionais e importados). No tocante às

Bolsas, estas podem ser de diferentes modalidades, sendo concedidas por um

período igual ao da vigência do projeto, que deve ter duração entre um e dois anos.

Comparando

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Mater ial permanente

São aqueles materiais que têm uma durabilidade prolongada. Normalmente, é definido

como bens duráveis que não são consumidos durante a realização da pesquisa.

Podem ser: geladeiras, refrigerador de ar, computadores, impressoras, itens de

laboratório, dentre outros. (Tabela 1).

Tabela 1 – Exemplo de orçamento para Material permanente.

Descrição Quantidade Custo unitário (R$)

Custo total (R$) Justificativa

Computador 1 1.700,00 1.700,00 Montagem de estrutura física para a coleta dos dados do projeto.

Impressora 1 500,00 500,00 Scanner 1 400,00 400,00

Mesa para o computador

1 300,00 300,00

TOTAL (R$): 2.900,00

Material de consumo

São aqueles materiais que não têm uma durabilidade prolongada. Normalmente, são

definidos como bens que são consumidos durante a realização da pesquisa.

Podem ser: papel, tinta para impressora, gasolina, material de limpeza, caneta,

fertilizantes, defensivos, etc. Veja um exemplo na Tabela 2.

Tabela 2 – Exemplo de orçamento para material de consumo.

Descrição Quantidade Custo unitário (R$)

Custo total (R$) Justificativa

Caixas de cd´s 10 10,00 100,00 Impressão dos questionários e relatório do projeto de pesquisa

Resmas de papel tipo A4 10 15,00 150,00

Cartuchos de tinta para impressora 02 150,00 300,00

TOTAL (R$): 550,00

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XI) Pessoal envolvido

Em uma proposta de projeto, é extremamente importante ressaltar que ele será

desenvolvido por um grupo ou equipe de trabalho. Um dos participantes deve

aparecer como coordenador responsável pelo projeto, podendo haver um

subcoordenador e que tenham titulação mínima de mestrado.

O comprometimento do pessoal envolvido deve ser feito através de termo de

concordância ou de participação, podendo­se até citar em quais etapas do projeto se

dará sua contribuição. Para todos os participantes de nível superior, é importante a

inclusão do seu Curriculum Vitae, principalmente do coordenador, não sendo

necessários os currículos do pessoal técnico e de alunos, eventualmente participantes

do projeto.

Para apresentar a equipe, sugerimos a elaboração de uma tabela contendo as

informações descritas a seguir (Exemplo no Quadro 6):

• pessoais (nome completo, e­mail, cpf);

• acadêmicas (título, especialização);

• projeto (nome do projeto, instituição/unidade).

Quadro 6 – Modelo para apresentação da equipe do projeto

Nome completo

Título (Bs, MsC,

Dr.)

Especiali­ zação

CPF Inst./Uni­ dade

e­mail Funções no projeto

João da Silva Doutor Estatística 150.021.265­00 UNIUBE [email protected] Análise dos dados

XII) Resultados esperados

Neste tópico, os autores devem discorrer de forma resumida o que esperam do projeto,

Page 36: 17217

quais os resultados que pretendem alcançar depois dele finalizado.

XIII) Referências

As referências devem constar necessariamente, no final do projeto, dentro dos padrões

definidos por normas. Para trabalhos no Brasil, a recomendação é para a utilização da

NBR 6023 (ABNT 2002). Como o número de materiais disponíveis sobre o tema

geralmente não é completo na fase de proposição do projeto, deve­se prever, no início

da metodologia, uma etapa específica para Revisão bibliográfica, com o objetivo de

ampliar o conhecimento sobre o assunto.

5 Ética em pesquisa

Vivenciamos diariamente situações em que não refletimos e nem buscamos os

“porquês” de nossos comportamentos ou dos hábitos e dos costumes que nos

cercam. No nosso dia a dia, geralmente, não fazemos distinção entre valor, ética e

moral.

Vejamos, a seguir, a distinção entre esses termos:

MORAL É definida como o conjunto de normas, princípios, costumes e valores que norteiam o comportamento do indivíduo no seu grupo social. Segundo Chauí (2006), é um juízo que enuncia obrigação, avalia intenções e ações, segundo o critério do correto e incorreto.

Do Latim valere – “que tem valor, custo”. Segundo Cohen e Segre (2006), o valor expressa o sentimento e o propósito de nossas vidas, sendo a base de nossas escolhas.

VALOR Exemplificando... Tomemos como valor cultural, o fato de ser o dinheiro o maior valor para os americanos em relação aos orientais; como valor universal temos: a religião, o crime e outros; como valor individual temos: a escolha profissional, a opção por uma conduta.

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Do grego ethos – “modo de ser” A ética é um comportamento moral que explica, compreende, justifica e critica a moral da sociedade. Podemos afirmar que é construída histórica e socialmente a partir das relações dos seres humanos na sociedade.

ÉTICA

É nessa convivência com o outro que o indivíduo se descobre enquanto um ser moral e ético. Por sermos seres históricos e culturais, cujas ações se desenvolvem no tempo, reconhecemos que a ética se transforma para atender às exigências da sociedade e da cultura.

A ética exprime a maneira como a cultura e a sociedade definem para si mesmas o que julgam ser a violência e o crime, o mal e o vício e, como contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude. Por realizar­se como relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às condições históricas e políticas, econômicas e culturais da ação moral (CHAUÍ, 2000).

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Como evidenciamos atitudes éticas? Quando denominamos que certa

conduta é ética? Como se manifesta a conduta moral?

Veremos, a seguir, os constituintes do campo ético, a importância da ética na

pesquisa e os principais enfoques da maioria dos códigos de éticas.

Constituintes do campo ético

A conduta ética se manifesta quando o indivíduo exprime uma consciência moral,

sendo capaz de avaliar as suas motivações pessoais, as exigências feitas por

determinadas situações, as consequências de seus atos para si próprio e para os

outros, a conformidade entre meios e fins (não empregar meios imorais para

alcançar fins morais), a obrigação de respeitar o estabelecido e a obrigação de

transgredir determinadas regras quando o estabelecido for imoral.

O indivíduo é um ser, uma pessoa moral que é instaurada pela vida intersubjetiva e

social, que necessita ser educado para os valores morais e para as virtudes. Para

Chauí (2000), o indivíduo ético ou moral precisa de:

a) ser consciente da existência de si mesmo e dos outros;

b) ser capaz de controlar e orientar seus desejos, sentimentos e tendências;

c) ser responsável pelos efeitos e consequências de suas ações sobre si mesmo

e sobre os outros;

d) ser capaz de autodeterminar­se, aplicando a si mesmo as regras de conduta.

Em que situações podemos afirmar que o indivíduo é ético?

Que condições ou situações evidenciam que o indivíduo é ético?

Parada para reflexão

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Nesse sentido,

a ética precisa contar com a capacidade de os indivíduos encontrarem saídas plausíveis e racionais para seu agir, pois nasce amparada no ideal da busca do agenciamento do agir humano de tal forma que o mesmo seja bom para todos (PAIVA, 2005, p.25).

Atualmente, a nomenclatura corrente é “participantes da pesquisa”, em vez de

“sujeitos de pesquisa”. A justificativa para tal mudança está no reconhecimento do

papel dessas pessoas nas pesquisas: de sujeitos passivos passaram à condição de

agentes ativos (SCUKLENK, 2006, p. 61). Segundo Paiva (2006. p.10), “se a

pesquisa envolve pesquisadores e pesquisados é importante que a ética conduza as

ações de pesquisa, de modo que as investigações não tragam prejuízos para

nenhuma das partes envolvidas”.

Portanto, onde se situa os fundamentos conceituais da Ética na

pesquisa?

O conceito de ética “é bastante abstrato fora da perspectiva teórica e dissociada de

sua aplicação às situações reais da vida cotidiana” (SCUKLENK, 2006, p. 64). É

fundamental reconhecer que a ética na pesquisa deve se preocupar com a

imprevisibilidade das consequências de uma investigação, considerando sempre os

aspectos legais, morais e éticos que norteiam a pesquisa.

Achamos oportuno enfatizar os aspectos morais, segundo Francisconi; Gondim

(2006). Asseveram eles que, além de os pesquisadores terem de se preocupar em

não causar riscos aos participantes envolvidos, em não violar as normas do

consentimento, em não converter recursos públicos em benefícios pessoais,

precisam estar conscientes dos deveres:

• institucionais ­ honestidade, sinceridade, competência, aplicação, lealdade

e a discrição.

• sociais ­ veracidade, não maleficência e justiça.

• profissionais ­ pesquisar adequada e independentemente, buscar aprimorar

e promover o respeito à sua profissão.

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Em relação aos aspectos éticos aplicados à pesquisa, apontamos quatro diferentes

perspectivas relacionadas ao envolvimento com seres humanos, com animais, com

outros pesquisadores e com a sociedade.

a) O envolvimento de seres humanos ­ devemos preservar os princípios bioéticos

dos seres humanos, fundamentais do respeito ao indivíduo, beneficência e justiça.

Para Paiva (2006), ao assegurarmos o tratamento ético à pesquisa humana é

fundamental:

• privacidade, ou seja, proteção aos indivíduos que devem ser mantidos no

anonimato;

• consciência de que a pesquisa não pode ser intrusiva, ou seja, o

pesquisador não pode alterar o contexto pesquisado;

• segurança em relação às consequências futuras dos participantes, que, ao

omitirem opiniões contrárias aos sistemas, podem sofrer represálias caso

sejam identificados;

• integridade da pesquisa, garantindo equidade entre todos os

interessados, não beneficiando quem a financia;

• metodologia que leve à recusa a tratamentos experimentais/inovadores

para grupos de controle, tendo em vista a falta de consenso (em

pesquisas experimentais não se pode negar ao grupo de controle

tratamentos inovadores e benéficos ao grupo);

Equidade reconhecimento do direito de cada um.

b) Pesquisa em animais ­ devemos prever um tratamento humanitário, evitando dor e

sofrimentos.

c) Relação com outros pesquisadores ­ devemos enfocar na pesquisa as questões

de autoria, considerando a lealdade, honestidade, justiça e autonomia, evitando

dessa forma a fraude.

d) Relação com a sociedade ­ devemos nos preocupar com a proteção aos indivíduos,

a divulgação dos resultados e a avaliação do retorno social da pesquisa, ou seja,

quais os benefícios e/ou contribuições que a pesquisa irá gerar.

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Para avaliar os aspectos éticos da pesquisa, principalmente ao envolvimento com

seres humanos, foi criado o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP).

Os CEPs avaliam a ética na pesquisa através de análises que se sustentam em referenciais teóricos, metodológicos e, principalmente, éticos relacionados às diversas comunidades profissionais.

Segundo Palácios; Rego; Schramm (2006), a função dos CEPs é:

• ajudar os pesquisadores a perceberem situações que aparecem já no projeto da

pesquisa, para proteger os direitos e interesses de todos os participantes;

• garantir os benefícios aos participantes da pesquisa, individual e coletivamente;

• apurar as denúncias dos participantes da pesquisa sobre eventuais

irregularidades;

• refletir junto com o pesquisador sobre como garantir a autonomia dos

participantes da pesquisa ­ o que fazer para melhor informá­los, o que fazer

para melhor garantir sua liberdade de decisão, como identificar e determinar

riscos e benefícios para cada grupo de interesse relacionado à pesquisa;

• assumir perante cada participante da pesquisa, a responsabilidade de que o

projeto está sendo eticamente conduzido.

Finalizando, precisamos estar conscientes de que somente a existência de normas

não é suficiente para o sucesso de uma pesquisa. É fundamental que os envolvidos ­

pesquisador e participantes da pesquisa ­ mobilizem­se para impedir que abusos

sejam cometidos, garantindo que nenhuma pesquisa seja realizada sem que a

questão ética seja bem considerada.

Ao término dessas orientações, esperamos que você, além de estar apto(a) a

desenvolver os objetivos propostos tanto neste capítulo, quanto no anterior, esteja

consciente da relevância desse estudo e que ele tenha agregado valores

substanciais não só à sua formação acadêmica, mas também, como sujeito social

ativo, ético e crítico, de um mercado de trabalho que espera dos seus profissionais

habilidades e competências empreendedoras, que subsidiem a formulação e a tomada

de decisões estratégicas nas instituições e projetos em que atuará.

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Neste sentido, para reforçarmos a importância do seu empenho na investigação

científica, recorremos às orientações da professora Ivani Fazenda:

Pesquisar em educação exige, além de uma formação acadêmica restrita, (relativa ao tema que será desenvolvido), uma sólida e profunda formação acadêmica geral, pois a dificuldade em interpretar e compreender textos somente será vencida se, ao lado de um trabalho com o texto básico, proceder­se à leitura de vários textos complementares (FAZENDA, 1997, p. 16).

Para tanto, desejamos a você uma leitura proveitosa e significativa não apenas

deste capítulo, mas também, dos textos indicados, a seguir.

Além dos capítulos anteriores sobre a Metodologia da Pesquisa Científica, você

será orientado(a) a elaborar o seu trabalho de conclusão de curso no próximo

capítulo, que se propõe a apresentar as partes de um artigo científico e de que

maneira cada uma dessas partes pode, adequadamente, ser construída.

ATIVIDADES

ATIVIDADE 1

Associe a coluna A com a coluna B acerca dos elementos que compõem o Projeto de pesquisa.

COLUNA A COLUNA B

1. Anexos ( ) proteção externa do trabalho e sobre o qual se imprimem as informações indispensáveis à sua identificação;

2. Justificativa ( ) relação de documentos, nem sempre do próprio autor, que servem de fundamentação, comprovação ou ilustração.

3. Metodologia ( ) espaço em que especificamos o porquê, ou seja, os motivos que nos levaram a desenvolver a pesquisa.

4. Capa ( ) espaço em que detalhamos os procedimentos da pesquisa, ou seja, como ela acontecerá.

5. Objetivos ( ) espaço em que especificamos o para quê, ou seja, quais as finalidades da pesquisa.

6. Cronograma ( ) apresenta as etapas da pesquisa e os períodos em que serão realizadas

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ATIVIDADE 2 No que se refere aos nossos estudos sobre as fases de uma pesquisa, assinale F nas alternativas Falsas e V nas alternativas Verdadeiras.

a) ( ) o momento de uma pesquisa em que definimos que não será pesquisada toda a população, é caracterizado como uma etapa em que especificamos se usaremos amostragem ou não;

b) ( ) o processo de entrevistar os pesquisados, utilizando um instrumento de recolhimento de dados, corresponde a um dos procedimentos que caracteriza a etapa responsável pela coleta dos dados.

c) ( ) as etapas análise e interpretação de dados não decorrem da coleta e tabulação dos dados de uma pesquisa.

d) ( ) a escolha do tema compreende numa das etapas da pesquisa, responsável pela definição do que desejaremos estudar e pesquisar. Uma vez definido o tema de uma pesquisa, não há mais a necessidade de se rever ou de redefini­lo adequadamente;

e) ( ) a etapa em que estruturamos a metodologia da pesquisa, corresponde ao momento em que definimos vários aspectos, entre eles: os tipos e as abordagens/métodos utilizadas na pesquisa.

f) ( ) a etapa levantamento de dados corresponde ao mesmo conjunto de características da etapa coleta de dados.

g) ( ) no momento em que detalhamos mais sobre o tema da pesquisa, podemos afirmar que estamos nos referindo a um procedimento que faz parte da etapa em que o tema da nossa pesquisa é delimitado.

ATIVIDADE 3

Escolha duas das alternativas falsas da questão anterior e reescreva­as, de maneira que possam ser consideradas corretas.

3.1 ­ Informe as letras das questões FALSAS a serem reescritas.

3.2 ­ Reescreva as alternativas.

ATIVIDADE 4

1. Sabemos que a pesquisa não se restringe mais aos grandes e isolados centros especializados de pesquisa e que ela está por toda parte em nosso dia a dia. Cite e comente duas situações, serviços ou produtos do seu cotidiano que surgiram ou

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foram aprimorados em virtude de resultados bem sucedidos de pesquisas científicas:

REFERÊNCIAS

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