1888 Re-examinado - Robert J. Wieland

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A HISTÓRIA DA RECUSA PELA LIDERANÇA ADVENTISTA DA DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ DE JONES E WAGGONER (http://www.adventistas.com/biz/1888_reexaminado/page5.htm) "Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado". (I Coríntios 10:11) APRESENTAÇÃO A despretensiosa reunião de delegados à assembléia de 1888 da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia em Mineápolis tornou-se o ponto crucial de intenso interesse na Igreja Adventista do Sétimo Dia em amplitude mundial. O que realmente aconteceu em 1888? Quais eram as questões doutrinárias envolvidas? Quem eram as personalidades envolvidas? Quais foram os resultados que se seguiram? Este livro aborda essas e outras indagações vitais. Foi escrito originalmente como um documento confidencial para a Associação Geral. Agora está atualizado e divulgado em resposta a numerosos pedidos por todo o mundo. Em muitas declarações anteriormente não publicadas de Ellen G. White esta obtém permissão de falar livre e francamente quanto aos temas de 1888 que são de soberano interesse. O cerne dessas declarações era desconhecido à maioria de seus contemporâneos. O que ela diz se tornará uma surpresa a muitos nesta geração. Donald K. Short e Robert J. Wieland (foto) são ministros ordenados com um total conjugado de quase 100 anos de serviço à Igreja Adventista do Sétimo Dia, 62 como missionários na África. A publicação deste livro foi iniciada pela Comissão de Estudo da Mensagem de 1888, composta de leigos e ministros que desejam reviver aquela "preciosíssima mensagem". O ministério pastoral de Robert J. Wieland inclui 25 anos na obra Adventista na África, como departamental, fundador da Voz da Esperança na África Oriental, bem como autor e editor da "Africa Herald Publishing House", e consultor d a "Adventist All Africa Editorial". Serve à igreja por mais de 55 anos, vinte deles no Quênia e Uganda. É o fundador da Comissão para o Estudo da Mensagem de 1888. PREFÁCIO Os autores mantêm a firme convicção de que Deus confiou aos adventistas do sétimo dia Sua última mensagem de graça mais abundante para a humanidade. Esta mensagem deve suprir uma cura final para o problema do pecado, demonstrar justiça na humanidade crente, e vindicar o sacrifício de Cristo. Não pode entrar no reino do céu "coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira". Os autores também crêem que o Salvador tem um imensurável anseio de que Seu povo prepare o caminho para o Seu retorno. A mensagem que o Senhor enviou a este povo em 1888 teve o intento de completar Sua obra de graça nos corações humanos de modo a que o grande conflito pudesse ser trazido a um fim. Mas algo saiu errado um século atrás. O plano do Senhor foi frustrado e retardado. O que aconteceu? Por que esta longa demora?

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1888 Re-examinado - Robert J. Wieland

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  • A HISTRIA DA RECUSA PELA LIDERANA ADVENTISTA DA DOUTRINA DA JUSTIFICAO PELA F DE JONES E WAGGONER (http://www.adventistas.com/biz/1888_reexaminado/page5.htm)

    "Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos, e foram escritas para advertncia nossa, de ns outros sobre quem os fins dos sculos tm chegado". (I Corntios 10:11)

    APRESENTAO

    A despretensiosa reunio de delegados assemblia de 1888 da Associao Geral dos Adventistas do Stimo Dia em Minepolis tornou-se o ponto crucial de intenso interesse na Igreja Adventista do Stimo Dia em amplitude mundial.

    O que realmente aconteceu em 1888?

    Quais eram as questes doutrinrias envolvidas?

    Quem eram as personalidades envolvidas?

    Quais foram os resultados que se seguiram?

    Este livro aborda essas e outras indagaes vitais. Foi escrito originalmente como um documento confidencial para a Associao Geral. Agora est atualizado e divulgado em resposta a numerosos pedidos por todo o mundo. Em muitas declaraes anteriormente no publicadas de Ellen G. White esta obtm permisso de falar livre e francamente quanto aos temas de 1888 que so de soberano interesse. O cerne dessas declaraes era desconhecido maioria de seus contemporneos. O que ela diz se tornar uma surpresa a muitos nesta gerao.

    Donald K. Short e Robert J. Wieland (foto) so ministros ordenados com um total conjugado de quase 100 anos de servio Igreja Adventista do Stimo Dia, 62 como missionrios na frica. A publicao deste livro foi iniciada pela Comisso de Estudo da Mensagem de 1888, composta de leigos e ministros

    que desejam reviver aquela "preciosssima mensagem".

    O ministrio pastoral de Robert J. Wieland inclui 25 anos na obra Adventista na frica, como departamental, fundador da Voz da Esperana na frica Oriental, bem como autor e editor da "Africa Herald Publishing House", e consultor d a "Adventist All Africa Editorial". Serve igreja por mais de 55 anos, vinte deles no Qunia e Uganda. o fundador da Comisso para o Estudo da Mensagem de 1888.

    PREFCIO

    Os autores mantm a firme convico de que Deus confiou aos adventistas do stimo dia Sua ltima mensagem de graa mais abundante para a humanidade. Esta mensagem deve suprir uma cura final para o problema do pecado, demonstrar justia na humanidade crente, e vindicar o sacrifcio de Cristo. No pode entrar no reino do cu "coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominao e mentira".

    Os autores tambm crem que o Salvador tem um imensurvel anseio de que Seu povo prepare o caminho para o Seu retorno. A mensagem que o Senhor enviou a este povo em 1888 teve o intento de completar Sua obra de graa nos coraes humanos de modo a que o grande conflito pudesse ser trazido a um fim. Mas algo saiu errado um sculo atrs. O plano do Senhor foi frustrado e retardado. O que aconteceu? Por que esta longa demora?

  • As luzes do farol de um sculo atrs diminuram de intensidade e em muitos casos se extinguiram e desapareceram. Os pilares do adventismo se tornaram maculados. Nosso povo no abandonou verbalmente a confiana na segunda vinda de Cristo, mas a expectao de Seu prximo retorno se abateu. Muitos esto desorientados e confusos. O mundo presente atrai para as modas, divertimentos, e conforto egocntrico.

    Mesmo em iluminadas comunidades adventistas do stimo dia com uma rica herana histrica, o divrcio tem-se tornado quase epidmico. O beber socialmente um problema em nossos colgios e universidades e em muitos de nossos lares. A maioria dos adventistas na Amrica do Norte no tem uma clara concepo de um Dia da Expiao celestial ou de nossa singular obrigao com respeito a temperana e domnio prprio em relao com isso. impressionante como numa poca de conhecimento humano explosivo, ns como um povo geralmente ainda temos somente um vago conceito do que Cristo est fazendo como Sumo Sacerdote neste Dia da Expiao final, e escassa simpatia com os Seus objetivos. E aquilo que no compreendemos no podemos comunicar ao mundo.

    bem sabido que uma grande proporo de nossos jovens se ressente de claras convices da identidade adventista do stimo dia. Uma srie de artigos na Adventist Review de junho de 1986 reconhece um novo fenmeno: jovens adventistas esto se unindo a igrejas observadoras do domingo (ver captulo 13 deste livro).

    Ministrios independentes e grupos divididos proliferam. Escndalos financeiros e heresias fornecem material para os moinhos dos crticos. Srias indagaes so suscitadas quanto a se a Igreja Adventista do Stimo Dia est destinada a se tornar outro segmento de Babilnia.

    A "mais preciosa mensagem" que o Senhor enviou a Seu povo quase um sculo atrs contm o "incio" da soluo de todos esses problemas. Foi uma mensagem de graa muito mais abundante. Nossas crescentes perplexidades so resultado direto, a colheita certa, de uma descrena, passada e atual, daquela mensagem de 1888. Quando a verdade recusada, o erro sempre se precipita para preencher o vcuo. Mas nenhum problema demasiado grande para ser retificado mediante o arrependimento.

    Sem maior delonga a igreja mundial deve conhecer a histria completa de nossa confrontao de um sculo com Cristo. Ellen White freqentemente comparava nossa falta quanto a 1888 com a rejeio Dele dois milnios atrs. Este livro reexaminar suas cartas e manuscritos, bem como declaraes publicadas. Deve-se-lhe permitir que fale francamente, sem inibio. Quando a verdade plena for compreendida, declarem-na estes autores de modo suficientemente claro, ou outros autores a ainda surgirem tendo nisso maior xito, o arrependimento e reforma tero lugar e um povo estar preparado para a vinda do Senhor. A mensagem laodiceana no falhar, mas resultar em cura e restaurao.

    A confiana de Ellen White objetivamente sumariada numa breve mensagem escrita por seu filho pouco antes de seu falecimento: "Contei Sra. Lida Scott como mame considerava a experincia da igreja remanescente, e de seu ensino positivo de que Deus no permitiria que esta denominao apostatasse to completamente ao ponto de levantar-se outra igreja" (Carta, 23 de maio de 1915). Esta declarao deixa implcito que haveria na verdade apostasia bastante sria--mas o Senhor no permitiria que se tornasse total. At sua morte ela abrigou a convico de que o arrependimento denominacional por fim se daria.

    O que Dizia a Mensagem de 1888

    Este livro no tem o objetivo de reproduzir a prpria mensagem em si. Vrios outros trabalhos

    preparados pelos autores tentam faz-lo 1

    . Mas para aqueles que no tm acesso a tais publicaes ou s fontes originais, alistamos em forma bastante breve um resumo dos elementos singulares, essenciais daquela mensagem. Os leitores reconhecero que esses conceitos esto em contraste com as idias geralmente (ou oficialmente) tidas pelo nosso povo hoje (a documentao est disponvel nos livros citados na nota de rodap):

  • (1) O sacrifcio de Cristo no meramente provisional mas eficaz para o mundo inteiro, de modo que a nica razo pela qual algum pode perder-se preferir resistir graa salvadora de Deus. Para aqueles que por fim se salvaro, Deus foi quem tomou a iniciativa; no caso dos que se perderem, eles que tomaram a iniciativa. A salvao pela f; a condenao por descrena.

    (2) Assim, o sacrifcio de Cristo legalmente justificou "todo homem", e literalmente salvou o mundo da destruio prematura. Todos os homens devem-Lhe mesmo a sua vida fsica, crendo Nele ou no. Cada fatia de po est assinalada com Sua cruz. Quando o pecador ouve e cr no puro evangelho, justificado pela f. Os perdidos deliberadamente negam a justificao que Cristo j efetuou por eles.

    (3) A justificao pela f , portanto, muito mais do que uma declarao legal de absolvio; ela trans-forma o corao. O pecador agora recebeu a expiao, que reconciliao com Deus. Uma vez que impossvel ser verdadeiramente reconciliado com Ele e no ser tambm reconciliado com a Sua santa lei, segue-se que a verdadeira justificao pela f torna o crente obediente a todos os mandamentos de Deus.

    (4) Essa maravilhosa obra cumprida mediante o ministrio do novo concerto no qual o Senhor realmente escreve a Sua lei no corao do crente. A obedincia amada, e a nova motivao transcende o temor de estar perdido ou de espera de recompensa por estar salvo (qualquer dessas motivaes o que Paulo quer dizer com a frase "debaixo da lei"). O velho e novo concertos no so questes de tempo, mas de condio. A f de Abrao capacitou-o a viver sob o novo concerto, enquanto multides de cristos hoje vivem debaixo do velho concerto devido a que a preocupao centralizada no eu a sua motivao. O velho concerto era a promessa do povo para ser fiel; sob o novo concerto a salvao vem de crer nas promessas de Deus para ns, no de fazermos promessas a Ele.

    (5) O amor de Deus ativo, no meramente passivo. Como o Bom Pastor, Cristo est ativamente em busca da ovelha perdida. Nossa salvao no depende de buscarmos o Salvador, mas de crermos que Ele est nossa procura. Aqueles que esto perdidos finalmente continuam a resistir e desprezar a atrao de Seu amor. Esta a essncia da descrena.

    (6) Assim, difcil estar perdido e fcil ser salvo se se compreende e cr quo boas so as boas novas. O pecado um constante resistir a Sua graa. Uma vez que Cristo j pagou a penalidade do pecado de todo homem, a nica razo por que algum pode ser condenado no final a persistente descrena, uma recusa em apreciar a redeno provida por Cristo sobre a cruz e por ele ministrada como Sumo Sacerdote. O verdadeiro evangelho traz lume essa descrena e conduz a um arrependimento efetivo que prepara o crente para o retorno de Cristo. O orgulho humano e o louvor e lisonja a seres humanos incompatvel com a verdadeira f em Cristo, mas um sinal seguro da persistente descrena, mesmo dentro da igreja.

    (7) Ao buscar a humanidade perdida, Cristo seguiu o caminho completo, tomando sobre Si a natureza cada e pecaminosa do homem aps a queda. Isso Ele fez para que pudesse ser tentado em todos os pontos como ns, e, contudo, demonstrar perfeita justia " semelhana de carne pecaminosa". A mensagem de 1888 aceita o termo "semelhana" como tendo o seu sentido bvio, no o de dessemelhana. Justia uma palavra nunca aplicada a Ado em seu estado no cado, nem aos anjos sem pecado. Somente pode traduzir uma santidade que entrou em conflito com o pecado na decada carne humana, e sobre ele triunfou.

    Assim, "a mensagem da justia de Cristo" que Ellen White endossou to entusiasticamente na poca de 1888 est enraizada nessa nica viso da natureza de Cristo. Se Ele tivesse assumido a natureza sem pecado de Ado antes da queda, o termo "justia de Cristo" seria uma abstrao sem sentido. Os mensageiros de 1888 reconheceram o ensino de que Cristo tomou somente a natureza sem pecado de Ado antes da queda como um legado do romanismo, a insgnia do mistrio da iniqidade que O mantm "afastado" e no "ao alcance da mo".

    (8) Assim, nosso Salvador "condenou o pecado na carne" da decada humanidade. Isso significa que Ele superou o pecado pela lei; o pecado tornou-se desnecessrio luz de Seu ministrio. impossvel ter a

  • verdadeira f neotestamentria em Cristo e continuar em pecado. No podemos escusar o contnuo pecar declarando que "somos apenas humanos" ou que "o diabo me levou a faz-lo". luz da cruz, o diabo no pode forar ningum a pecar. Ser verdadeiramente humano ser semelhante a Cristo em carter, pois Ele era e plenamente humano, tanto quanto divino.

    (9) Segue-se que o nico elemento de que precisa o povo de Deus a fim de preparar-se para o retorno de Cristo aquela genuna f do Novo Testamento. Mas isto precisamente o elemento de que carece a igreja. Ela se imagina doutrinria e experimentalmente "rica", de nada tendo falta, quando na verdade o seu pecado bsico uma pattica descrena. A justificao pela f; impossvel ter f e no demonstrar justia na vida, porque a verdadeira f opera pelo amor. As falhas morais e espirituais so o fruto de perpetuar o antigo pecado de Israel de descrena hoje, mediante a confuso de uma falsa justificao pela f.

    (10) A justificao pela f desde 1844 "a terceira mensagem anglica em verdade". Assim ela maior do que aquilo que os reformadores ensinavam e as igrejas populares hoje entendem. uma mensagem de graa abundante compatvel com a verdade adventista singular da purificao do santurio celestial, uma obra contingente com a plena purificao dos coraes do povo de Deus sobre a terra.

    H outros aspectos da mensagem de 1888 tais como reformas nos mtodos de sade e educao, mas nossa principal preocupao neste livro o corao, como reconhecido por Ellen White--justificao pela f. No verdade que a mensagem de 1888 era oposta organizao eclesistica (ver captulo 10).

    Significao da Mensagem Hoje

    A histria e mensagem de 1888 propicia uma chave para reconciliao com o Senhor Jesus. A grande "expiao final" se tornar realidade. "Haver uma fonte aberta casa de Davi [a liderana da igreja] e aos habitantes de Jerusalm [a igreja organizada] para pecado e para a impureza". Alguns, talvez muitos, desprezaro e rejeitaro essa fonte de que fala Zacarias, mas cremos que o cerne do corao do povo de Deus honesto. Quando conhecerem a verdade plena, respondero. "O teu povo estar disposto no dia do Teu poder", declara o salmista. O gnio latente do adventismo ainda perceber e receber verdades agora percebidas palidamente. A despeito de oposio dentro da estrutura eclesistica, a conscincia adventista ainda reconhecer o testemunho de Ellen White sobre 1888 como sendo uma genuna manifestao do esprito de profecia, "o testemunho de Jesus". Em seu impacto sobre coraes honestos, a verdade invencvel.

    O mundo e o universo aguardam aquele outro anjo que desce do cu "com grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glria". Se era plano do Senhor que a mensagem de 1888 fosse o "comeo" da obra daquele anjo e o "comeo" da chuva serdia, poderia algo ser mais importante do que buscar a verdade plena a seu respeito?

    Que este livro possa ser lido com uma orao por discernimento e um esprito de f e arrependimento.

    Os Autores.

    3 de junho de 1987.

    1. The 1888 Message--An Introduction [A Mensagem de 1888 -- Uma Introduo], Review and Herald,

    1980; Gold Tried in the Fire [Ouro provado no fogo], Pacific Press, 1983; The Good News is Better Than You Think [As boas novas so melhores do que voc pensa], Pacific Press 1985; A Summary of the History and Content of the 1888 Message [Um sumrio da histria e contedo da mensagem de 1888], 1977, The 1888 Message Study Committee [Comisso de Estudo da Mensagem de 1888].

  • 1. POR QUE EXAMINAR NOSSO PASSADO ADVENTISTA?

    O Movimento Adventista at aqui no fez progresso compatvel com sua misso proftica. Tem havido progresso, mas no do modo como a Escritura declara que deve ocorrer. Os trs anjos de Apocalipse 14 ainda no agitaram o mundo. Bilhes ainda conhecem pouco ou nada sobre esta mensagem de vida ou morte.

    No podemos negar que o quarto anjo de Apocalipse 18 ainda no iluminou a terra com a glria de sua mensagem. O programa de Deus de amorosa preocupao por este planeta tem sido impedido de certo modo. O longo atraso aprofunda a perplexidade na igreja e assume propores vexatrias.

    Dizer que fracassamos em cumprir nosso dever meramente declarar o problema em termos diferentes: Por que no cumprimos o nosso dever, e quando o cumpriremos? E dizer que Deus em breve agir e far algo declar-lo doutro modo ainda: Por que Ele j no fez aquilo que por fim far?

    No ousaramos acusar a Deus de negligncia no cumprimento de Sua palavra. Sabemos que Ele tanto ama o mundo que deu o Seu Filho para a sua redeno, e que tem estado pronto para conduzir o plano de salvao a seu triunfo final h muito tempo. A cruz demonstra Sua total dedicao ao problema humano. Tal amor nega qualquer possibilidade de indiferena divina. Contudo, bilhes quase nada sabem a respeito de Sua mensagem de graa. Devem eles ficar sem jamais saber, jamais ter oportunidade de apreciar o preo da redeno que Ele pagou e de Seu ministrio sumo-sacerdotal em andamento? As perguntas demandam respostas: Qual a razo para o atraso, e como pode a dificuldade ser retificada?

    Na maior parte de um sculo temos buscado respostas em cada programa sucessivo, resolues, praxes e estratgias evangelsticas. Se somente algum poder sobrenatural levasse a efeito a propagao da mensagem universalmente, de modo fenomenal, de modo que a populao mundial pudesse ao menos entender do que se trata, ento o movimento seria vindicado, e seu longamente esperado triunfo se concretizaria. No haveria ento necessidade de reexaminar nossa histria.

    Mas Deus no pode vindicar um povo morno. Isso anularia Sua insistncia de um sculo para que siga princpios retos comunicados mediante uma mensageira inspirada. Tal renncia corresponderia a Sua admisso de derrota, englobando todo o plano da redeno, porque seu verdadeiro sucesso depende desse momento final.

    A Razo Evidente

    A esperana do povo de Deus em todas as eras tem sido a primeira ressurreio. Por razes bblicas, os adventistas do stimo dia no podem concordar com seus irmos de outras comunhes que crem que os salvos vo imediatamente para sua recompensa por ocasio da morte. As Escrituras indicam que "dormem em Jesus" at que retornem na primeira ressurreio. Mas essa esperana v a menos que Cristo volte pela segunda vez, porque a Sua presena pessoal somente pode tornar possvel a ressurreio. "Esse mesmo Jesus" deve retornar literal e pessoalmente. Nenhum esprito etreo substituto pode levantar os mortos.

    Mas essa crena adventista apresenta um srio problema que se confronta com teorias populares de justificao pela f. Se a alma humana por natureza imortal e os salvos vo para o cu quando da morte, nenhuma preparao especial de carter para a segunda vinda se faz necessria. No h qualquer obra adicional que o "evangelho eterno" possa cumprir alm do que cumprido por milhares de anos por aqueles que morreram. Assim, as concepes populares de justificao pela f no do lugar a qualquer preparao especial para uma segunda vinda.

    Essa a razo por que a maioria dos protestantes no-adventistas concebem a justificao pela f como limitada a uma justificao legal. Segundo o seu ponto de vista, a obedincia perfeita santa lei de Deus

  • no necessria nem possvel. Uma preparao especial para a segunda vinda de Cristo simplesmente est excluda de seu pensamento.

    Mas a verdade bblica da natureza do homem requer que uma comunidade de crentes vivos esteja pronta para a segunda vinda de Cristo de modo que uma ressurreio dos mortos tenha lugar. Ele um Fazendeiro que no pode vir para a Sua colheita at que esteja madura (Marcos 4:26-29). Mas suponha que o povo de Deus nunca se apronte, seja porque no possa, seja porque no queira.

    Cristo diz a Seu prprio respeito: "Eu venci. . ." (Apocalipse 3:21), e Ele declara ao "anjo da igreja em Laodicia" que seus membros devem vencer "assim como tambm" Ele venceu. Evidentemente uma preparao especial se faz necessria. Mas se essa preparao especial nunca tiver lugar, deve Ele admitir por fim que o Seu povo no pode ou no vencer, que o Seu padro para ele tem sido por demais elevado, que Ele nunca esperou seriamente que pudesse ser alcanado? Entendemos errado a Cristo por mais de um sculo, presumindo que Ele requer obedincia a Sua lei quando a obedincia impossvel? Pode dar-se que nenhuma preparao especial necessria para o Seu povo?

    H srias indagaes. Um considervel segmento da igreja e seu ministrio se inclina na direo de concepes populares de que no possvel vencer o pecado per se. Tais idias foram adaptadas para o adventismo, segundo o ponto de vista calvinista de que enquanto algum possuir uma natureza pecaminosa, a persistncia em pecar inevitvel e, portanto, escusvel. (Isso logicamente nega a significao da idia adventista exclusiva do Dia de Expiao antitpico).

    Rebaixar a expectativa de Deus a fim de vindicar um povo descuidado e morno seria um insulto divina justia. Significaria estabelecer a Velha Jerusalm na nova terra, continuamente se desviando, sem arrependimento e desobediente, em lugar da espiritualmente triunfante e plenamente arrependida Nova Jerusalm. Isso desapontaria as esperanas de Abrao que "aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus o arquiteto e edificador". Essa "cidade" seria uma comunidade finalmente vitoriosa de seus descendentes espirituais, no meramente uns poucos indivduos espalhados, sem coordenao (cf. Hebreus 11:10). A f de Abrao no ousaria ser em vo! Deve haver um povo que atinja essa maturidade de experincia crist e f da qual ele foi o verdadeiro ancestral espiritual. Este o clmax em cuja direo a histria tem marchado.

    E no somente Abrao exerceu tal f. Lemos que o prprio Cristo exerceu f em Seu povo, a despeito do fato de que no passado eles "no creram". Ele deu o Seu sangue pelos seres humanos e para a completa redeno da raa humana. Esse um investimento caro se o retorno se revelar insatisfatrio! No final, "a fidelidade de Deus" no se ir "desfazer" (Romanos 3:3). Doutro modo, o evangelho eterno ser deixado em descrdito e Ele estar eternamente embaraado por ter exercido uma f ingnua na humanidade.

    Fracasso: Um Impensvel Desenlace para o Programa de Deus

    Conquanto Cristo haja morrido por ns e tenha pago o preo de todos os nossos pecados como nosso divino Substituto, deve haver alguma resposta de f de nossa parte. Sem um povo verdadeiramente pronto para a segunda vinda de Cristo, e sem uma compreenso de sua misso mundial, o Senhor no pode retornar. Ele no pode tomar a Sua poderosa foice at que "a seara" esteja madura (Apocalipse 14:15, 16). O adventismo est profundamente enraizado nessa bvia verdade. No h meio pelo qual podemos afastar-nos disso e ainda permanecer adventistas.

    Antes que o Senhor possa vindicar Sua igreja remanescente, a gerao presente deve de algum modo em princpio retificar todo fracasso do povo de Deus em seguir a luz. Isso deve ser cumprido no por um programa de obras, mas por sua f desenvolvida amadurecidamente. Como Juiz, Deus no pode aprovar o impenitente, sejam indivduos ou seja um movimento.

    As descobertas deste estudo sugerem que tem havido algumas srias incompreenses da histria vital dos adventistas do stimo dia. H evidncia de que a verdade concernente chuva serdia do Esprito Santo e o alto clamor de Apocalipse 18 tem sido distorcida e mesmo acobertada. Isso tem acarretado

  • trgicas conseqncias a nvel mundial. A incompreenso de nosso passado tambm tira de foco o nosso entendimento do presente e enfraquece a confiana em nossa misso exclusiva. E isso pode nos tornar presas do desastre. impossvel para qualquer pessoa em qualquer parte entender os acontecimentos atuais corretamente se tem os fatos de seu passado distorcidos.

    A verdade nada perde por reexame detalhado. Seja uma doutrina teolgica ou uma assero vital da histria eclesistica, Ellen White indica que a isso tem-se que aferrar:

    "Nenhuma verdadeira doutrina perder algo por rigorosa investigao. Estamos vivendo em tempos pe-rigosos, e no nos convm aceitar tudo que se reivindica ser verdade sem detido exame, nem podemos dar-nos ao luxo de rejeitar algo que produza os frutos do Esprito de Deus; mas devemos ser susceptveis instruo, mansos e humildes de corao. . . . O Senhor determina que nossas opinies sejam postas a teste." (RH, 20 de dezembro de 1892).

    "Se ns prprios no submetermos "a teste" nossas opinies concernentes a doutrinas e interpretaes histricas, mentes perspicazes entre nossos oponentes finalmente faro o servio por ns.

    "Se Deus tem falado por meu intermdio, chegar o tempo em que seremos levados perante conselhos e perante milhares por causa do Seu nome, e cada um de ns ter que dar as razes de sua f. Ento chegar a mais severa crtica sobre cada posio que tem sido assumida pela verdade." (RH, 18 de dezembro de 1888).

    Quando as palavras acima foram escritas, estavam em andamento importantes fatos da histria denominacional. Hoje, certas interpretaes dela entre ns tm assumido quase a forma e autoridade de "doutrina". Da a necessidade de cuidadosa investigao, de modo que a verdadeira histria possa ser distinguida da "tradio dos ancios". Por razes a serem mais tarde explicitadas, envolvemos o episdio 1888 de nossa histria nas neblinas dessa tradio. Os fatos devem ser separados da fantasia.

    Arrependimento e o Dia da Expiao

    A purificao do santurio nunca pode completar-se at o incidente histrico de 1888 tornar-se plenamente entendido e o problema espiritual subjacente resolvido. Esse segmento particular de nossa histria especialmente significativo. Isso est implcito numa declarao escrita por Ellen White ao presidente da Associao Geral, O. A. Olsen, quatro anos aps a assemblia de Minepolis:

    "O pecado cometido no que teve lugar em Minepolis permanece nos livros de registro do cu, assinalados contra os nomes daqueles que resistiram luz, e permanecer nos registros at que se faa plena confisso, e os transgressores se apresentem em total humildade perante Deus." (Carta 019, 01.09.1892).

    Escritos seus posteriores indicam que "plena confisso" nunca foi feita e que a experincia de "total humildade perante Deus" no se fez sentir na maioria deles. Aqueles irmos morreram todos, mas isso no significa que os "livros de registro do cu" estejam automaticamente apagados. Eles registram o pecado coletivo, bem como o pecado pessoal. A verdade fundamental que tem tornado os adventistas do stimo dia um povo nico o de que a morte no purifica os livros de registro celestiais. A purificao deve ocorrer no "juzo investigativo", um Dia de Expiao coletivo e final.

    A questo em debate no a salvao das almas daqueles queridos lderes de um sculo atrs que resistiram mensagem. Eles descansam no Senhor, em paz, enquanto permanecem prisioneiros em suas tumbas. A questo agora a finalizao da obra de Deus sobre a terra, desenvolvendo uma empatia h muito necessria com o Senhor de modo a que possamos verdadeiramente dar-Lhe "glria, porque vinda a hora do Seu juzo". Precisamos recobrar nesta gerao a bno valiosssima que nossos irmos de um sculo atrs "sonegaram ao mundo" e "ao nosso povo, em grande medida" (1SM, 234, 235). Somos "um corpo" em Cristo, "uma cidade" ou uma comunidade espiritual coletivamente

  • envolvida com aqueles irmos do passado. O pecados deles o nosso pecado, parte de arrependimento especfico, inteligente.

    O "corpo" est morno, afetado com enfermidade espiritual que pode ter origens identificadas que remontam a 1888. Uma nova gerao deve agora interpretar corretamente o que ocorreu numa gerao passada devido a suas profundas implicaes para nossa condio espiritual hoje. A mensagem de Cristo para a Sua igreja dos ltimos dias requer implicitamente um reexame de nossa histria que subjaza nosso complexo de "rico estou, de nada tenho falta" (Apocalipse 3:14-21).

    Uma falha em assim fazer acarreta sobre ns a culpa de geraes passadas. Estamos sendo provados to verdadeiramente quanto eles o foram. A semelhana do Calvrio, 1888 mais do que um mero evento histrico. A providncia de Deus no permitir que seja coberto pelo p no sto do adventismo, esquecido por uma nova gerao. Aquilo representa o desenvolvimento de princpios que se aplicam novamente a cada gerao at a vitria final da verdade.

    Num certo sentido real, hoje estamos cada qual junto ao Calvrio; tambm somos "delegados" da Assemblia de 1888. Seremos chamados a cumprir o que uma gerao passada falhou em fazer. Uma profecia inspirada nos fala de como 1888 deve ser reexaminado:

    "Deveramos ser o ltimo povo sobre a terra a abrigar no grau mais nfimo o esprito de perseguio contra aqueles que esto levando a mensagem de Deus ao mundo. Esse o mais terrvel aspecto da falta de esprito cristo que j se manifestou entre ns desde a reunio de Minepolis. Algum tempo ser visto em seu verdadeiro carter, com todo o peso dos ais que dele resultou. (GCB 1893, p.184; nfase adicionada).

    Um ex-presidente da Associao Geral tambm reconheceu que esta questo de 1888 deve permanecer um contnuo teste entre ns at que finalmente venamos de fato:

    "Alguns podem sentir-se melindrados ante a idia de que Minepolis seja citado [nestas reunies, 1893]. Sei que alguns sentiram-se ofendidos e melindrados ante qualquer aluso quela assemblia, e situao ali. Mas tenhamos em mente que a razo porque algum deva sentir-se assim um esprito insubmisso de sua parte. To logo nos submetamos inteiramente, e humilhemos nosso corao perante Deus, a dificuldade se esvair completamente. A prpria idia de que algum se melindra revela imediatamente a semente da rebelio no corao. . .

    "Se falhamos numa ocasio, o Senhor nos lanar ao cho novamente; e se ns falhamos pela segunda vez, Ele novamente nos arrojar abaixo; e se falharmos uma terceira vez, o Senhor nos por por terra uma vez mais. . . . Em lugar de nos sentirmos incomodados com a idia de que o Senhor nos est arrojando ao mesmo cho, sejamos-Lhe gratos, e louvemo-Lhe incessantemente, pois essa a misericrdia e compaixo de Deus. Qualquer outra coisa alm disso nossa runa e destruio." (O. A. Olsen, Ibid., p. 188).

    Hoje pode haver alguns que tambm se sentem "ofendidos e melindrados" de que se proceda uma tal investigao da nossa histria. Por que prestar tanta ateno ao passado trgico? Por que no esquec-lo e ir "adiante" de onde agora estamos?

    Segundo esse presidente da Associao Geral de 1893, sensveis sentimentos de ressentimento a respeito de 1888 indicam uma atitude de corao em guerra com o Esprito Santo de Deus. Talvez o Senhor o impressionou a dizer o que disse. E Ellen White tambm nos lembra que h terrvel perigo de esquecer o passado (VE 196). Uma predio feita por A. T. Jones na mesma sesso de 1893 parece propositalmente assestada sobre esse alvo:

    "Haver coisas vindouras que sero mais surpreendentes do que foi para aqueles que estavam em Minepolis,--mais surpreendentes do que qualquer coisa que j tenhamos contemplado. E, irmos, nos ser requerido receber e pregar essa verdade. Mas a menos que voc e eu tenhamos toda fibra desses

  • esprito enraizado em nossos coraes, trataremos essa mensagem e o mensageiro pela qual for enviada, como Deus tem declarado que temos tratado esta outra mensagem [de 1888]." (GCB 1893, p. 185).

    "Em 1888 na Conferncia Geral realizada em Minneapolis, Minnesota, o anjo de Apocalipse 18 desceu para fazer sua obra, e foi ridicularizado, criticado e rejeitado, e quando a mensagem que ele trouxer novamente, alargar-se num alto clamor, ser novamente ridicularizada, criticada e rejeitada pela maioria." E.G.White in Taking Up a Reproach. Tambm encontrado em Some History, Some Experience, Some Facts, p. 1, por A.T.Jones.

    "Vi que Jones e Waggoner tiveram sua contrapartida em Josu e Calebe. Como os filhos de Israel apedrejaram os espias com pedras literais, vs apedrejastes esses irmos com pedras de sarcarmo e ridculo. Vi que vs voluntariamente rejeitastes o que sabeis ser a verdade. Apenas porque ela era por demais humilhante para a vossa dignidade. Vi alguns de vs em vossas tendas arremedando e fazendo toda a sorte de galhofas desses dois irmos. Vi tambm que se tivssemos aceito a mensagem deles teramos estado no reino aps dois anos daquela data, mas agora temos de retornar ao deserto e ficar 40 anos." E.G.White, Escrito de Melbourne, Austrlia, 09.05.1892.

    Necessidade de Percepo, Mais do Que de Mais Palavras

    Defrontar a verdade plena no ser "crtico". A verdade a respeito do passado no somente ilumina o misterioso presente; transmite esperana pelo futuro desconhecido. A verdade plena sempre boas novas. Quando a reconhecemos, nossas tentativas de assegurar a prometida chuva serdia e efetuar a colheita final ter xito. O caminho mais longo ao redor provar-se- o mais curto para chegar ao lar. A experincia de f pressupe um pleno reconhecimento da verdade. Mas at que estejamos dispostos a defrontar a verdade, todo o nosso catlogo de obras deve fracassar porque sero necessariamente destitudas daquela f salvadora.

    Sob a direo de Deus, a histria deve nos levar a um confronto com a realidade:

    (1) O amor de Deus requer que Sua mensagem de "boas novas eternas" v a todo o mundo, proclamada com poder. Mas Ele tem declarado que no pode acrescentar Suas bnos confuso em nossos arraiais.

    (2) O falso "Cristo" do mundo moderno impotente para segurar a igreja remanescente permanentemente em suas mos. Ele no pode conceder um poder sobrenatural sobre ela como um todo, como por fim far com outras corporaes religiosas, por causa da presena em seu interior de muitos milhares que insistiro na plena aceitao da verdade. So adventistas do stimo dia conscienciosos devido a profundas convices baseadas na Escritura. No dobraro seus joelhos a Baal. E no permitiro que Baal tenha xito em silenci-los porque esto conscientes de serem membros do corpo de Cristo. Permanecero firmes como o fez Aquele solitrio no templo, que insistia: "No faais da casa de meu Pai casa de negcio" (Joo 2:16).

    (3) Assim, a Igreja Adventista do Stimo Dia no falhar, na crise final porque h um resduo de fora dos honestos de corao que ainda constituem uma grande proporo de sua comunho. Essa fora torna impotente a tentativa final de Baal de subjugar o Israel de Deus. Mesmo Baal no pode adicionar suas falsas bnos a um povo dividido, hesitante entre duas opinies! O fator decisivo que assegura a vitria pela verdade a pureza do santurio celestial, um ministrio sumo-sacerdotal do Salvador do mundo que nunca teve lugar na histria antes de 1844.

    O prximo passo ser para aqueles que reivindicam acalentar "a bendita esperana" de decidir seguir, no sentido de plena dedicao, um Senhor ou outro. As implicaes de tal deciso so tremendas para se contemplar.

  • 2. O PECADO DE DEIXARMOS NOSSO PRIMEIRO AMOR

    Ningum pode questionar a genuinidade da experincia espiritual daqueles que passaram pelo movimento de 1844. Jesus era "precioso" aos crentes que esperavam a Sua breve vinda, e seus coraes estavam unidos em sincera e profunda devoo. Reconheciam o Esprito Santo como inegavelmente presente naquele movimento.

    Foi essa convico que transcendia a mero apego a correo teolgica, que sustentou a confiana do "pequeno rebanho" em meio ao Grande Desapontamento. A Igreja Adventista do Stimo Dia foi concebida numa experincia de genuno amor e nasceu como trabalho de parto da alma daqueles poucos que arriscaram tudo em seu reconhecimento de uma obra genuna do Esprito Santo. Assim, ela foi bem nascida, concebida na verdadeira f e no no legalismo.

    Em seus primeiros anos ela amou o Senhor com um corao sincero, e apreciava a presena do Esprito Santo. Suas dificuldades posteriores derivam de um trgico abandono desse "primeiro amor", e uma falha conseqente em reconhecer o verdadeiro Esprito Santo.

    J em 1850, esse calor de dedicao por Jesus comeou a ser gradualmente substitudo nos coraes de muitos por uma condio "insensata e dormente" e "meio-desperta", segundo a jovem mensageira do Senhor. Um insidioso amor do eu comeou a tomar o lugar do verdadeiro amor pelo Salvador, produzindo a mornido. Orgulho e complacncia em possuir um sistema de verdade gradualmente sufocaram muito da f simples em Jesus, de corao, que levou a sua aceitao originalmente.

    Desse modo, logo aps o Grande Desapontamento de 1844 e a reunio do "pequeno rebanho" que manteve sua f, desenvolveu-se uma deficincia em seu entendimento da importncia das trs mensagens anglicas. A deficincia no era teolgica, mas espiritual. A igreja assemelhava-se a um adolescente que cresce fisicamente, mas, por outro lado, permanece uma criana.

    A "verdade" logrou progresso fenomenal e era tida por invencvel em debate, mas "os servos do Senhor confiaram demasiadamente na fora do argumento", declarou Ellen White em 1855 (1T 113). Isso tornou difcil que resistissem tentao inconsciente e sutil de acolher um orgulho espiritual--no encontraram e aceitaram a verdade, e por ela se sacrificaram? Parecia haver mrito em tal sacrifcio. Ministros e evangelistas ergueriam suas tendas numa nova comunidade, agitando outros ministros e igrejas populares, vencendo os argumentos e debates, arrebanhando seus "melhores" membros, batizando-os e erguendo uma nova igreja, partindo da para novas vitrias quase em toda parte. Desfrutavam uma euforia de sucesso.

    A oposio levou-os a acariciar a esperana de vindicao pessoal e coletiva quando do segundo advento mais do que a antecipao amorvel de encontrar o Amado, inclusse esse encontro vindicao ou no. A f deles tornou-se-lhes mais um ato de crena na verdade doutrinria e obedincia a ela, motivada pelo preocupao auto-orientada por renovao, antes que uma apreciao genuna da graa de Cristo. Em lugar de caminhar humildemente em total dependncia do Senhor, "ns" comeamos a caminhar orgulhosamente com nossa indisputvel evidncia doutrinria da "verdade".

    O resultado foi inevitavelmente uma forma de legalismo. A mesma experincia tem-se repetido freqentemente nas vidas individuais dos novos conversos adventistas. Devidamente entendida, a histria do movimento adventista a histria de nossos prprios coraes individuais. Cada um de ns um microcosmo do todo, como cada gota dgua incorpora a essncia da chuva. Em tudo quanto dizemos a respeito da experincia dos anos passados, lembramo-nos que no somos melhores do que nossos antepassados. Como Paulo informou aos crentes de Roma, "ns" fazemos as mesmas coisas (Romanos 2:1). Somente atravs de uma percepo que reconhece a culpa coletiva podem as falhas de nossa histria denominacional ser resolvidas com valor positivo e encorajador.

    Como Nossa Mornido Comeou

  • Ellen White cedo reconheceu que nosso problema era deixar o nosso "primeiro amor", um perda de inti-midade com Cristo por no apreciarmos o Seu amor sacrificial. Ela prpria aparentemente nunca perdeu esse primeiro amor, pois estava sempre pronta e disposta a reconhecer as manifestaes do verdadeiro Esprito Santo. Mas "ns" no estivemos to prontamente perceptivos.

    Poderamos cantar alegremente com W. H. Hyde: "Ouvimos da brilhante e santa ptria, ouvimos e nossos coraes se alegram", contudo houve uma constante tenso entre reconhecer e apreciar o dom de profecia vivo, e nosso ressentimento humano natural contra sua reprovao ou correo. Conquanto o poder do Esprito de Deus que caracterizava o ministrio de Ellen White muitas vezes forava a liderana da igreja a reconhecer a divina autoridade de sua mensagem, eles raramente como um todo tinham uma verdadeira e sincera apreciao de seu profundo desafio espiritual. Tal ressentimento ntimo no nos surpreende como humanos. Era evidente por toda a antiga histria israelita.

    Esse quase contnuo desprezo pelos apelos de Ellen White para nos volvermos a um contrito "primeiro amor" resultou nos mais escuros momentos de nossa histria. Um crescente mas inconsciente amor prprio de ministros e crentes sufocou a f genuna, e, como conseqncia, a habilidade de discernir a operao do Esprito Santo se extinguiu. Um episdio to horrvel, nunca imaginado pelos pioneiros (e quase assim para ns hoje) finalmente veio a se passar. Chegaria o tempo em 1888 em que aquela poderosa Terceira Pessoa da Divindade seria de fato "insultada" pelos delegados responsveis junto Sesso da Associao Geral (cf. Ms 24, 1892, Special Testimonies, Serie A, n 7, p. 54; ver captulo seis). Como poderiam os adventistas do stimo dia fazer isso?

    No fosse pelo contnuo ministrio de Ellen White, de duvidar que o movimento pudesse ter sobrevivido de modo diferente de uma seita legalista, semelhana das "testemunhas de Jeov" ou da Igreja de Deus Mundial. Isso por si s -- geralmente reconhecido como verdade -- um comentrio impressionantemente claro da natureza de nossa arraigada descrena. Estvamos repetindo em poucas dcadas da histria o que o antigo Israel levou sculos para cumprir. Nenhum adventista do stimo dia negaria que a igreja era "Jerusalm". Mas ela era ainda a velha cidade, no a Nova.

    Falhamos em perceber as trs mensagens anglicas como o "evangelho eterno". As doutrinas eram verdadeiras. Mas os ministros e membros estavam cegados quanto a um apropriado discernimento da terceira mensagem anglica em verdade, como a cegueira dos judeus os impediu de discernir a verdadeira mensagem do Velho Testamento. Aquela verdade que os judeus no podiam discernir era o lugar da cruz em seus rituais do santurio e no ministrio de seu longamente esperado Messias. Semelhantemente, o lugar da cruz na terceira mensagem anglica deixou de ser percebido pelos nossos irmos do final do sculo dezenove.

    J em 1867, Ellen White falava do princpio da cruz (em lugar de reforma do vesturio) como o motivo fundamental a inspirar todo o nosso compromisso e estilo de vida adventista do stimo dia:

    "Temos estado to ligados ao mundo que perdemos de vista a cruz, e no sofremos pela causa de Cristo. . .

    "Na aceitao da cruz somos distinguidos do mundo." (1T 525)

    "H demasiada agitao e movimentao quanto a nossa religio, enquanto o Calvrio e a cruz so esquecidos." (5T 133)

    Crescimento Vs. Progresso

    O que tornou a nossa condio espiritual ainda mais difcil de entender foi o fato de que a igreja desfrutava um prspero crescimento do ponto de vista numrico, financeiro e em termos de prestgio. Isso se refletiu num firme aumento da fora institucional, financeira e organizacional. O movimento que nascera de menos do que nada em face da zombaria mundana ps-1844, havia assumido a forma de uma denominao permanentemente estabelecida e bem respeitada. Tnhamos o que se reconhecia

  • amplamente como a melhor instituio de sade do mundo, e uma das mais avanadas editoras eclesisticas no "ocidente".

    Logicamente, nada havia de errado com tal progresso material. A maior parte dos avanos conquistados ocorriam sob insistncia do agente do dom de profecia. Era certo e apropriado que instituies fossem estabelecidas, que a obra penetrasse novas regies e igrejas fossem levantadas por toda parte. Mas ministros e leigos igualmente tomaram esse crescimento em lugar do verdadeiro fim e propsito do movimento adventista -- uma preparao espiritual para o retorno de Cristo. Disso resultou confuso, e a auto-estima e complacncia comearam a vir tona nos relatrios semanais do "progresso da causa" como publicado na Review.

    O esprito evidente nesses relatrios de "progresso" contrasta-se com as fervorosas mensagens de conselho que Ellen White enviava ao mesmo tempo. Muitos dos irmos expressavam quase incessante otimismo a respeito dos resultados de seu trabalho. verdade que Deus estava dirigindo, e o movimento Lhe pertencia. Mas a inspirao e a histria do conta de que o aspecto mais impressionante da "obra" no era o seu progresso material, mas sua falta de maturidade espiritual.

    O propsito primrio do movimento adventista tem sempre sido desenvolver o carter semelhante ao de Cristo de um remanescente que reivindica o Seu sacrifcio. Nenhuma outra comunidade de santos em toda a histria acolheu tal maturidade de experincia, simbolizada na Escritura como a Noiva que "se ataviou" (Apocalipse 19:7). Este ltimo remanescente se tornar a populao de uma "Nova Jerusalm", tendo vencido a apostasia de todas as geraes prvias. Em seu carter sero vistos os resultados prticos da purificao do santurio celestial. O plano da salvao deve alcanar sua culminao, e as dvidas e objees de Satans e suas hostes devem ser para sempre respondidas. O prprio universo no-cado deve reassegurar-se ao contemplar uma grandiosa demonstrao do completo xito do plano de salvao em sua hora final. O evangelho deve demonstrar-se "o poder de Deus para a salvao" (Romanos 1:16).

    Relacionado com o alcance desse objetivo primrio est o reconhecimento de outro secundrio: a terminao do programa evanglico de misso mundial. O alcanar da meta secundria representado na Escritura como virtualmente assegurado, uma vez a primria seja realizada (Marcos 4:26-29; Apocalipse 14:15; Joo 13:35).

    No tivssemos "ns" sido cegados pelo amor prprio, uma verdadeira compreenso da verdade das trs mensagens anglicas teria h muito tempo garantido o genuno progresso no rumo de alcanar essa meta primria de semelhana de carter com Cristo. Em lugar disso, tem havido um imaginado progresso no cumprimento da meta secundria.

    Mas um srio problema se torna imediatamente evidente. Outras denominaes esto logrando o mesmo tipo de "progresso" institucional e numrico, em at maior escala, o que sugere que tal crescimento significa pouco no que tange s reais bnos celestiais sobre nossa obra. No processo temos perdido de vista em grande medida a meta primria nesse ilusrio cumprimento da meta secundria. Relatrios oficiais atingem errneas concluses com base em progresso estatstico e financeiro. Segue-se um exemplo, a ponta de um iceberg de orgulho e complacncia:

    "O xito financeiro deste vasto empreendimento denominacional no pode ser maior do que a f e zelo que animam o povo escolhido de Deus. Esses recursos combinados, sob o comando do Capito das hostes do Senhor, conduziro ao triunfo precoce do grande Movimento do Segundo Advento em todo o mundo." (Thirty-seventh Financial Report, General Conference [Trigsimo Stimo Relatrio Financeiro da Associao Geral], 31 de dezembro de 1948, p. 9).

    Em outras palavras, a f espiritual e zelo do povo escolhido de Deus so medidos por seus registros estatsticos! Pode-se alegar que este um exemplo extremo e ultrapassado. Mas ilustra a mentalidade predominante da poca, que se pode reconhecer quase que por toda parte hoje. A linguagem de nossos

  • coraes reivindica que somos "ricos e de nada temos falta". O Autor e Consumador de nossa f, contudo, diz o oposto.

    Essa era a condio espiritual da igreja na dcada que precedeu a Sesso da Associao Geral de 1888. A mensageira do Senhor havia freqentemente deplorado o amor ao eu que se tornou to penosamente evidente em toda a sua difundida mornido. Em desesperados esforos para ajudar, ela enviou mensagens ardentes de admoestao a "ns" nos anos que precediam a Assemblia de 1888, mensagens para motivar ministros e povo a recobrarem o profundo e sincero amor por Jesus que se havia quase tornado perdido. Ela trabalhou duro, mas por alguma razo os apelos caram maiormente em ouvidos moucos e no tiveram xito.

    O Remdio Simples de Deus Para Um Srio Problema Denominacional

    Poderia alguma mensagem dinmica, alguma simples "palavra", penetrar o corao de Laodicia e cumprir pela igreja num curto perodo o que dcadas de zeloso ministrio espiritual de Ellen White no conseguiram fazer?

    A resposta sim, segundo o plano do Senhor. Ele quis enviar tal "palavra" mediante humildes instrumentos em 1888, uma mensagem para ser o "incio" da chuva serdia e do alto clamor. As circunstncias de sua vinda seriam to humildes como o "verme" que provocou o secamento da vinha de Jonas, e to humilde como o nascimento no celeiro de Belm. Deus enviou dois jovens e obscuros agentes com uma novel apresentao da verdade pura. Ellen White sentiu-se deleitada com a mensagem deles. Viu como propiciava o elo que faltava no adventismo, a motivao que transformava os pesados "deveres" do legalismo em alegres imperativos de devoo apostlica.

    Mas ela revelava-se com justia indignada com irmos da liderana que no podiam ver o que estava acontecendo e que reagiram negativamente. Assim se referiu ela aos dois mensageiros:

    "O sacerdote tomou [o beb Jesus] em seus braos, mas nada pde ali divisar. Deus no lhe falou e disse: "Esta a consolao de Israel". Mas to cedo Simeo entrou, . . . ali viu o pequeno Beb nos braos da me, . . . Deus lhe diz, . . . "Este a consolao de Israel". . . Ali estava algum que O reconheceu porque se achava onde podia discernir as coisas espirituais.

    "No temos dvida de que o Senhor estava com o Irmo Waggoner enquanto falava ontem. . . A questo , tem Deus enviado a verdade? Tem Deus levantado estes homens para proclamar a verdade? Digo, sim, Deus enviou homens para trazer-nos a verdade que no deveramos ter tido a menos que Deus houvesse enviado algum para no-la trazer. . . Eu a aceito, e no mais ouso erguer minha mo contra estas pessoas [do que] contra Jesus Cristo, que deve ser reconhecido em Seus mensageiros. . .Temos estado em perplexidade, e temos estado em dvida, e as igrejas esto prontas para morrer. Mas agora aqui lemos [citao de Apocalipse 18:1]." (Ms. 2, 1890).

    Nosso Problema Hoje

    Um sculo depois, com uma maquinaria organizacional a nvel mundial mais pesada, a dificuldade de retificar a mesma condio de mornido "pronta para morrer" parece ainda mais perturbadora do que foi em 1890. O orgulho e a mornido denominacionais em muitas naes e culturas representam um problema enorme. No mais se pode esperar que a mera passagem do tempo propicie um remdio. At mesmo a pacincia de Deus pode em breve esgotar-se. Os efeitos de nossa mornido no sero, no podero ser tolerados pelo Senhor mesmo para sempre. Ele quem diz que O tornamos to doentes que sente como que a ponto de vomitar-nos ( isso o que a linguagem original deixa implcito em Apocalipse 3:16, 17).

    A chave para entender nossa atual situao vexatria jaz numa verdadeira apreciao do que ocorreu na Sesso de 1888 e seus efeitos. Temos de reconhecer a realidade de seus efeitos espirituais em nosso carter denominacional por todo o mundo hoje. A chuva serdia e o alto clamor comearam entre ns

  • como uma mensagem simples, nada espetacular, de poder miraculoso, mas essas bnos de incalculvel valor foram impedidas porque o Esprito Santo foi "insultado".

    Como isso pde ocorrer devemos considerar em nosso prximo captulo.

    3. O ALTO CLAMOR QUE VIR DE MODO SURPREENDENTE

    Por dcadas, antes de 1888, a igreja e sua liderana antecipavam ansiosamente os "tempos de refrigrio", quando a longamente esperada chuva serdia viria. Essa era uma expectao acariciada entre ns um sculo atrs, assim como a longamente esperada vinda do Messias se dava entre os judeus ao tempo de Joo Batista.

    Contudo, poucos pareciam reconhecer que a chuva serdia e o alto clamor seriam primariamente uma compreenso mais clara do evangelho [ou seja, viriam com uma mensagem]. Esperava-se que o alto clamor fosse um barulho maior. Tomou-nos de surpresa o fato de ser iluminao maior.

    Espervamos um trovejante abalo da terra com uma mensagem de "Aprontai-vos, seno. . .!" No estvamos preparados para a pequena e suave voz de uma revelao de graa como a verdadeira motivao da terceira mensagem anglica. O poder sobrenatural que espervamos deve ser conseqncia de nossa aceitao daquela luz maior do evangelho. Essa deve iluminar a terra com glria.

    Houve um terrvel perigo de que os lderes judeus pudessem rejeitar seu Messias quando viesse "subitamente". E houve igual perigo de que os lderes responsveis de nossa igreja desprezassem o alto clamor quando comeasse. J em 1882 Ellen White havia advertido de que poderiam algum dia ser incapazes de reconhecer o verdadeiro Esprito Santo:

    "Muitos no podeis discernir a obra e presena de Deus... H homens entre ns em postos de responsabilidade que sustentam que . . . uma f tal como a de Paulo, Pedro, ou Joo, est . . . fora de moda, sendo impraticvel em nossos dias. considerada absurda, mstica, e indigna de uma mente inteligente." (5T 74, 79).

    Um falso otimismo prevalecia ("sei que muitos pensam bastante favoravelmente do tempo atual"), e "no poderoso peneiramento a ter lugar em breve", esses obreiros da liderana poderiam ser achados incompatveis com a liderana de um tempo crtico.

    "Aqueles que se tm fiado no intelecto, gnio ou talento, no podero ento permanecer cabea do rebanho. Eles no se adequaram luz. Os que se tm provado infiis no tero, ento, a responsabilidade das ovelhas sob seus cuidados. Na ltima e solene obra, poucos grandes homens estaro engajados." (5T 80).

    Ellen White havia antecipado o tempo em que o Senhor assumiria a liderana e suscitaria instrumentalidades humanas em que pudesse confiar:

    "Quando tivermos homens to dedicados como Elias, e possuindo a f que ele possua, veremos que Deus Se revelar a ns como o fez aos homens santos do passado. Quando tivermos homens que, conquanto reconhecendo suas deficincias, pleiteiem com Deus em f ardorosa, como fez Jac, veremos os mesmos resultados." (4T 402).

    Especificamente, o presidente da Associao Geral em 1885 foi advertido de que a menos que ele e alguns outros

    "...se despertassem para um senso de seu dever, no reconhecero a obra de Deus quando o alto clamor do terceiro anjo for ouvido. Quando luz sair para iluminar a terra, em vez de virem em auxlio do Senhor, desejaro amarrar Sua obra a fim de ajustar-se a suas idias limitadas. Permitam-me dizer-vos que o Senhor operar nesta ltima obra de um modo bastante fora do comum e de maneira que ser contrria

  • a qualquer planejamento humano. . . . Os obreiros se surpreendero com os meios simples que Ele empregar para pr em andamento e aperfeioar a Sua obra de justia." (1 de outubro de 1885; TM 300).

    Essa carta foi dirigida tanto a G. I. Butler quanto a S. N. Haskell. Haskell atendeu advertncia e foi um dos poucos que tiveram o discernimento de reconhecer a coisa misteriosa que estava acontecendo perante os seus olhos trs anos depois. Mas no Butler e muitos outros. O Senhor seria forado em 1888 a passar por alto ministros experientes a fim de empregar agentes mais jovens ou mais obscuros:

    "O Senhor freqentemente age onde menos esperamos; Ele nos surpreende por revelar o Seu poder mediante instrumentos de Sua prpria escolha, enquanto passa por alto homens a quem temos considerado aqueles mediante os quais advir a luz. . . .

    "Muitos rejeitaro as prprias mensagens que Deus envia a Seu povo, se esses irmos da liderana no as aceitarem. . . . Mesmo que todos os nossos homens de liderana recusarem a luz e a verdade, essa porta permanecer aberta ainda. O Senhor suscitar homens que daro ao povo a mensagem para este tempo." (OE, antiga edio, 126).

    Novamente, em 1882 foi-nos dito:

    "Pode dar-se que sob um exterior rude e pouco atrativo que o brilho puro de um carter cristo genuno se revelar. . . .

    "Elias tomou a Eliseu do arado, e lanou sobre ele o manto de consagrao. O chamado para essa grande e solene obra foi apresentado aos homens de saber e posio; houvessem esses homens sido pequenos a seus prprios olhos, e confiado inteiramente no Senhor, Ele os teria honrado com o porte de Seu estandarte em triunfo para a vitria. . . .

    "Deus empreender uma obra em nossos dias que somente poucos podem antecipar. Ele suscitar e exaltar entre ns aqueles que so ensinados antes pela uno de Seu Esprito, do que pela instruo externa de instituies cientficas." (5T 81, 82).

    Aqueles testemunhos de 1882 revelam uma inspirada previso. Era como se a pequena senhora escrevesse a histria de 1888 antecipadamente!

    A Divina Escolha de Mensageiros

    Naquele mesmo ano, 1882, E. J. Waggoner iniciou um curso de treinamento que estava evidentemente sob a guia especial do Esprito Santo. Ele estava sendo preparado para ser o agente de uma obra especial. Mais tarde descreveu sua experincia:

    "Iniciei realmente meu estudo da Bblia trinta anos atrs [1882]. Naquele tempo Cristo foi apresentado diante de meus olhos "evidentemente crucificado" para mim. Eu estava assentado um pouco parte do corpo da congregao numa grande tenda durante uma reunio campal em Healdsburg [Califrnia], em um sombrio sbado tarde. No tenho idia de qual era o tema do discurso. No tinha conhecimento de nenhuma palavra nem texto. Tudo quanto permanece comigo foi o que eu vi. Subitamente uma luz brilhou ao meu redor, e a tenda estava-me muito mais brilhantemente iluminada do que se o sol do meio-dia estivesse a brilhar, e vi a Cristo dependurado na cruz, crucificado por mim. Naquele momento tive meu primeiro conhecimento positivo, que me veio como um dilvio avassalador, de que Deus me amava, e que Cristo morrera por mim. Deus e eu ramos os nicos seres de que tinha conscincia no universo. Sabia, ento, por ver de modo real, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo; eu era o mundo inteiro com todos os seus pecados. Estou certo de que a experincia de Paulo no caminho de Damasco no foi mais real do que a minha. . . .

  • "Resolvi imediatamente que estudaria a Bblia luz daquela revelao, a fim de que pudesse ajudar outros a verem a mesma verdade. Sempre cri que toda parte da Bblia precisa estabelecer, com maior ou menor nitidez, essa gloriosa revelao [Cristo crucificado]." (Carta, 16 de maio de 1916, escrita pouco antes de sua sbita morte).

    Naqueles mesmos anos anteriores a 1888 o Senhor estava preparando o seu colega. A mensagem da verdade encontrou A. T. Jones como um soldado do Exrcito dos Estados Unidos. Conquanto no fosse produto de escolas, ele estudava noite e dia, reunindo um grande cabedal de conhecimento bblico e histrico. J. S. Washburn, que o conheceu pessoalmente, nos disse que ele era uma pessoa humilde, zelosa e de profundos sentimentos, cujas oraes eficazes davam testemunho de que conhecia ao Senhor (entrevista de 4 de junho de 1950).

    O agudo intelecto do jovem Jones equilibrava-se com uma f clida, simples e infantil. Nos tempos em que foi usado por Deus, ele era poderoso na pregao e no ministrio pessoal. Nos anos imediatamente seguintes a 1888, houve significativas demonstraes do Esprito de Deus operando por seu intermdio, inclusive um ministrio especial em Washington no Senado dos Estados Unidos para derrotar a lei dominical de Blair. De fato, esse quase um sculo de liberdade religiosa que os americanos desfrutam um legado dos esforos eficazes de Jones e Waggoner, no reconhecidos e no honrados, ao oporem-se eles intolerncia religiosa em seus dias.

    O Esprito de Deus estava verdadeiramente preparando esses dois jovens para serem os arautos igreja remanescente e ao prprio mundo do "comeo" do longamente esperado alto clamor:

    "O Senhor em Sua grande misericrdia enviou uma mensagem muito preciosa a Seu povo mediante os Pastores Jones e Waggoner. Essa mensagem devia trazer mais destacadamente perante o mundo o Salvador elevado, o sacrifcio pelos pecados do mundo inteiro... Deus deu a Seus mensageiros exatamente aquilo de que carecia o povo." (1895; TM 91, 95).

    Por oito anos aps 1888, Ellen White freqentemente referia-se a esses dois jovens cavalheiros como "os mensageiros do Senhor", endossando-os em palavras nunca proferidas quanto a mais ningum. H entre 200 e 300 declaraes entusisticas da parte dela. Em 1890 declarou:

    "Suponde que elimineis o testemunho que tem sido apresentado durante esses ltimos dois anos, proclamando a justia de Cristo, a quem podereis apontar como trazendo luz especial para o povo?" (RH, 18 de maro de 1890).

    Em 1888 ela tinha dito:

    "Deus est apresentando s mentes de homens divinamente designados gemas preciosas de verdade, apropriada para o nosso tempo." (MS. 8a, 1888, A. V. Olson, Through Crisis to Victory, p. 279; doravante Olson).

    "A mensagem que nos dada por A. T. Jones e E. J. Waggoner a mensagem de Deus igreja laodiceana." (Carta S24, 1892).

    Quando ela primeiro ouviu a mensagem de Waggoner, imediatamente percebeu o seu verdadeiro significado. Era uma revelao especial para a igreja e para o mundo:

    "Tem-me sido dirigida a indagao sobre o que eu penso dessa luz que esses homens esto apresentando. Ora, tenho-a apresentado a vs pelos ltimos quarenta e cinco anos -- as incomparveis belezas de Cristo. isto que tenho estado tentando apresentar perante vossas mentes. Quando o irmo Waggoner apresentou essas idias em Minepolis, foi o primeiro ensino claro sobre esse assunto de quaisquer lbios humanos que ouvi, exceto as conversas entre mim e meu esposo. Disse a mim mesma que porque Deus tem-na apresentado a mim em viso que eu a vejo to distintamente, e eles no

  • podem v-la porque no a tiveram apresentada a eles como a mim tem sido, e quando outro a apresentou, toda fibra de meu corao disse amm." (Ms. 5, 1889).

    Em nossa moderna terminologia, ela percebeu que a mensagem era uma transmisso que aplicaria poder do motor para as rodas. Por "quarenta e cinco anos" ela tinha estado girando o motor, mas o poder para completar a comisso evanglica no estava passando adiante. Agora percebia como a nova mensagem suplementando a velha realmente prepararia o povo daquela gerao para a vinda do Senhor. No admira que estivesse to feliz!

    Como o Alto Clamor No Foi Reconhecido

    J em abril de 1890, Ellen White, tendo maior entendimento, aplicou a linguagem de Apocalipse 18 para a mensagem de 1888:

    "Vrios tm-me escrito perguntando se a mensagem [de 1888] de justificao pela f a terceira mensagem anglica, e tenho respondido: ' a terceira mensagem anglica em verdade'. O profeta declara: 'Depois destas coisas vi descer do cu outro anjo que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glria' [Apoc. 18:1]." (RH, 1 de abril de 1890).

    Em 1892, ela estava pronta para declarar inequivocamente que a mensagem era realmente o incio do longamente aguardado alto clamor:

    "O alto clamor do terceiro anjo j se iniciou na revelao da justia de Cristo, o Redentor que perdoa o pecado. Este o comeo da luz do anjo cuja glria encher a terra toda." (RH, 22 de novembro de 1892).

    Observem que o "incio" da obra desse anjo foi a mensagem, no sua presumvel aceitao pela liderana ou o povo. Veremos mais tarde como essa realidade engloba um poderoso significado num tempo de crise.

    O Pastor Butler, o oficial mais responsvel da igreja, destacou-se em sua oposio preciosa luz do alto clamor. Poucos outros eram espiritualmente capazes de transcender sua influncia negativa. Em sua cega oposio ao alto clamor podemos ver o trgico cumprimento da advertncia inspirada que lhe foi enviada em 1 de outubro de 1885 (cf. TM 300):

    "H alguns que tm um desejo de tomar uma deciso de imediato sobre qual a posio correta no ponto sob discusso. Como seria do gosto do Pastor Butler, recomendvel que esta questo deva ser resolvida imediatamente. Mas esto as mentes preparadas para tal deciso? Eu no poderia sancionar tal curso... Eles no esto preparados para tomar decises seguras. . .

    "No vejo razo para os sentimentos agitados que se criaram nesta reunio [Minepolis, 1888]. . . . As mensagens procedentes de seu presidente em Battle Creek so calculadas para agitar-vos a tomar uma decidida posio; mas eu vos advirto contra o faz-lo. . . . Sentimentos excitados conduziro a ms decises." (Ms 15, 1888; Olson, p. 295).

    "Nunca me esquecerei da experincia que tivemos em Minepolis, ou das coisas que foram-me ento reveladas com respeito ao esprito que controlava homens, as palavras proferidas, as aes praticadas em obedincia aos poderes do maligno... Eles eram movidos na reunio por outro esprito, e ignoravam que Deus havia enviado esses jovens homens... para apresentarem-lhes uma mensagem especial que trataram com ridicularia e desprezo, deixando de reconhecer que inteligncias celestiais estavam velando por elas... Eu sei que naquele tempo o Esprito de Deus foi insultado." (Ct. 24, 1892).

    Assim a liderana desta igreja, ansiosamente esperando ser vindicada perante o mundo no longamente esperado alto clamor, na verdade desdenhou o Esprito de graa e desprezou as riquezas de Sua bondade.

  • Tornemos claro que esse pecado de insultar o Esprito Santo no prendeu o corpo da igreja coletivamente no pecado imperdovel. O pecado dos antigos judeus contra o Esprito Santo consistiu em atribuir a Sua obra a Satans (Marcos 3:22-30). No queremos dizer que os nossos irmos em geral da era de 1888 foram a esse ponto, conquanto alguns indivduos possam t-lo feito. (Insult-Lo j foi suficientemente mau!). Ellen White continuou a ministrar a esta igreja at sua morte em 1915, assim indicando sua crena de que o perdo possvel, e de que a soluo ao nosso problema no a desintegrao ou abandono denominacional, mas o arrependimento denominacional e a reconciliao com o Esprito Santo.

    As Chamadas "Falhas" dos Mensageiros No Desculpam a Rejeio da Mensagem Deles

    A rejeio da luz por aqueles que tm responsabilidade diante de Deus inescusvel. No nossa funo neste tempo final encontrar falhas; apenas podemos anotar os fatos. Os irmos que se opuseram luz pensavam sinceramente que estavam fazendo o certo porque os agentes a quem o Senhor empregou pareciam falhos. O Senhor operou num modo fora do ordinrio e surpreendeu os irmos. Ellen White descreveu o que estava ocorrendo, empregando o tempo futuro para referir-se a eventos presentes.

    "Na manifestao do poder que ilumina a terra com sua glria, eles vero somente algo que em sua cegueira julgam ser perigoso, algo que despertar seus temores e se postaro na oposio. Em vista de que o Senhor no age segundo suas expectaes e idias, eles se oporo obra." (RH Extra, 23 de dezembro de 1890).

    Anteriormente, ela havia assinalado a dificuldade que os irmos estavam tendo em suas prprias almas. Podemos simpatizar com eles, pois a prova era bastante severa:

    "Agora desejo que sejais todos cautelosos com respeito a que posio tomais, se vos envolverdes nas nuvens da descrena por notar imperfeies; vedes uma palavra ou um pequeno ponto, talvez, que possa vir a ter lugar, e julgai-os [Jones e Waggoner] por isso... Deveis observar se Deus est operando com eles, e ento reconhecer o Esprito de Deus que revelado neles. E se escolherdes resistir, estareis agindo da mesma maneira como os judeus agiam." (Sermo, 9 de maro de 1890; MS. 2, 1890).

    Irmos mais velhos e experientes estavam melindrados ante a perspectiva de Ellen White to decididamente apoiar dois homens comparativamente jovens e obscuros contra praticamente o conjunto todo de obreiros. O Pastor A. G. Daniells mais tarde declarou que ela teve que tomar posio "quase sozinha" contra quase toda a Associao Geral (The Abiding Gift of Prophecy, p. 369). Robert W. Olson relatou ao Conclio Anual no Rio de Janeiro em 1986 que ela fora "publicamente desafiada" na assemblia de 1888 (Adventist Review, 30 de outubro de 1986). Se estivesse certa, parecia que Deus havia passado por alto os irmos da liderana, e isso era desconcertante:

    "Aqueles a quem Deus tem enviado com uma mensagem so to-somente homens, mas qual o carter da mensagem que levam? Ousareis dar as costas ou depreciar, as advertncias, em vista de que Deus no vos consultou quanto ao que seria prefervel?" (RH, 27 de maio de 1890).

    "Deus... deu oportunidade de apresentar-vos armados e equipados para o auxlio do Senhor... Mas acaso vos aprontastes?... Sentaste-vos quietos, e nada fizestes. Deixastes que a palavra do Senhor casse ao cho sem ser ouvida; e agora o Senhor tomou homens que eram meninos quando vos postveis na frente da batalha, e deu-lhes a mensagem e a obra que no quisestes assumir. . . Criticareis? Direis, "Eles esto saindo de seu lugar?" Contudo no ocupastes o lugar que eles agora so chamados a ocupar." (TM 413).

    Sendo como a natureza humana, os opositores buscariam alguns ganchos sobre os quais dependurar as dvidas. O fato de que os mensageiros do Senhor era "to-somente" homens parecia suprir a necessidade:

  • "Aqueles a quem Deus enviou com uma mensagem so to-somente homens... Alguns tm-se desviado da mensagem da justia de Cristo para criticar os homens." (RH, 27 de dezembro de 1890).

    Falando "queles em posies de responsabilidade", Ellen White perguntou: "Por quanto tempo odiareis e desprezareis os mensageiros da justia de Deus?" (TM 96).

    Um de nossos apreciados autores denominacionais tenta demonstrar que a oposio de 1888 foi justificvel. Observem como ele reala as "faltas" de Jones e Waggoner e os culpa por terem causado a rejeio de sua mensagem. Assim, de fato perpetua o preconceito contra 1888 e atrasa o nosso relgio por cem anos:

    "No s era ele [Jones] grosseiro por natureza, mas cultivava a singularidade de oratria e maneiras,... era s vezes irritadio, e propiciava motivos para ressentimento. . .

    "[Jones e Waggoner] ao gritarem, "Cristo tudo" ... davam evidncia de que no eram inteiramente santificados... [Incorretamente cita a Sra. White como apoiando a idia de que Jones e Waggoner contriburam com um esprito de contenda para a "terrvel experincia durante a Assemblia de Minepolis"].

    "Eles se apegavam quase exclusivamente f como o fator na salvao, . . . no revelavam disposio para considerar o outro lado calmamente. . . No estavam inteiramente isentos de faltas em seu prprio conceito e arrogncia. . .

    "Falhavam em revelar a humildade e amor que a justificao pela f transmitem. . . O ensinamento extremado de Jones e Waggoner ainda perceptvel nas declaraes msticas daqueles que tornam a f tudo, e a as obras nada.

    "... [Eles eram] canais imperfeitos... Ao recapitularmos a controvrsia, percebemos que foram os rancores suscitados pelas personalidades [de Jones e Waggoner], muito mais do que as diferenas em crena, que provocaram a dificuldade." (A. W. Spalding, Captains of the Host, pp. 591-602).

    Essa uma anlise negativa dos homens a quem a inspirao atribuiu o papel de "mensageiros do Senhor". Conquanto eles fossem "to-somente homens", difcil entender por que o Senhor deveria escolher para uma obra to especial homens que eram notavelmente "canais imperfeitos", no-santificados (em comparao com outros), despertando "ressentimento" e "rancores", grosseiros e "msticos". O Senhor aborrece um esprito de justia prpria e contenda. Mas Jones e Waggoner no tinham tal esprito na poca de 1888.

    Embora seja verdade que Ellen White repreendia A. T. Jones por ser em algumas ocasies "demasiado duro" sobre Urias Smith na controvrsia anterior sesso sobre os dez chifres, no obstante, defende os dois irmos como "cristos" e "cavalheiros". E ela mais do que sugeriu que um nmero considervel dos irmos da oposio no evidenciavam tais "credenciais celestiais".

    Dispomos de autores modernos que pintam a Jones e Waggoner em semelhantes termos de descoberta de falhas, a exemplo de seus oponentes em 1888. Mas os dois "mensageiros" desfrutavam do solidrio endosso de Ellen White. verdade que aps a era de 1888 ter-se findado, eles falharam e perderam o rumo. Essa provavelmente a razo por que os escritores modernos desejam culp-los pela tragdia de 1888. Mas julgam mal os fatos.

    Ellen White predisse que essa trgica conseqncia se daria caso a oposio mensagem deles prosseguisse. Contudo, acrescentou, a falha posterior da parte deles de modo algum invalidaria a sua mensagem e ministrio de 1888-1896, o perodo de seu endosso (ver captulo 10). Criticar esses "mensageiros" durante aquela poca do "incio" do alto clamor significa endossar as objees de seus oponentes contemporneos. Logicamente, isso justifica a rejeio da bno especial que procedeu do

  • cu. impressionante como aps cem anos ainda nos sentimos compelidos a culpar os mensageiros especiais do Senhor pelas conseqncias de nossa prpria descrena.

    Ellen White notavelmente considerou Jones e Waggoner como revelando um genuno esprito cristo durante e aps a Assemblia de Minepolis (testemunhas oculares substanciam o seu julgamento):

    "O doutor Waggoner tem-nos falado de maneira bem direta. . . De uma coisa estou certa, como cristos no tendes o direito de abrigar sentimentos de inimizade, falta de cortesia e preconceito para com o Dr. Waggoner, que tem apresentado seus pontos de vista de modo claro e de maneira objetiva e direta, como deve agir um cristo. . . Creio ser ele perfeitamente honesto em suas posies, e respeitaria os seus sentimentos e nele confiaria como um irmo cristo, na medida em que no haja evidncia de que indigno. O fato de que ele honestamente sustenta alguns pontos de vista escritursticos que diferem dos vossos e meus no razo por que devamos trat-lo como um ofensor, como um homem perigoso, e torn-lo objeto de crtica injusta." (Ms 15, 1888; Olson, p. 294).

    Um jovem pastor que veio assemblia de Minepolis com uma mente preconceituosa contra ele deixou em registro suas impresses do esprito que Waggoner demonstrava:

    "Tendo decididamente inclinao em favor do Pastor Butler, e contra E. J. Waggoner, fui reunio com uma mente predisposta. . . .

    "Com lpis e caderno de anotaes na mo eu ouvia em busca de heresias e estava pronto a encontrar falhas e achar defeitos no que quer que fosse apresentado. Na medida em que o Pastor Waggoner comeou, parecia muito diferente daquilo que eu estava procura. Pelo fim de sua segunda lio eu estava pronto a reconhecer que ele ia ser preciso e sua metodologia no revelava qualquer esprito de controvrsia, nem mencionou qualquer oposio que eu estava antecipando. Muito em breve sua maneira, e o puro evangelho que estava propondo muaram materialmente minha mente e atitude, e passei a ser um atento ouvinte em busca da Verdade. . . Ao final da quarta ou quinta lio do Pastor Waggoner eu era um pecador arrependido e submisso. . .

    "... Aps o Pastor Waggoner ter concludo seus onze estudos, a influncia deles havia em grande medida eliminado de muitos o esprito de debate. . ." (C. McReynolds, "Experiences While at the General Conference in Minneapolis, Minn., in 1888" [Experincia Enquanto na Assemblia da Associao Geral de Minepolis, Minn., em 1888]. E. G. White Estate, D File, 189).

    Ellen White at defendeu a metodologia ousada e esprito aparentemente iconoclasta dos jovens mensageiros:

    "Homens sairo no esprito e poder de Elias para preparar o caminho para o segundo advento do Senhor Jesus Cristo. sua obra tornar coisas tortuosas retas. Algumas coisas precisam ser derribadas; algumas coisas devem ser edificadas." (Ms. 15, 1888; Olson, p. 300).

    "Que nenhuma alma se queixe dos servos de Deus que a eles foram com uma mensagem enviada pelo cu. No mais busqueis falhas neles, dizendo: "Eles so demasiado positivos; eles falam de modo muito vigoroso". Eles podem falar com vigor; mas no seria necessrio? Deus far com que os ouvidos dos ouvintes reverberem se no derem ateno a Sua voz ou a Sua mensagem. . . .

    "Pastores, no desonreis a vosso Deus e agraveis o Seu Santo Esprito lanando reflexos sobre os caminhos e maneiras dos homens que Ele escolheria. Deus sabe que ningum, a no ser homens ardorosos, firmes, determinados, de fortes sentimentos consideraro esta obra como sendo de importncia vital, e aplicaro tal firmeza e deciso a seus testemunhos que despedaaro as barreiras de Satans." (TM 410, 412, 413).

  • Um historiador moderno descreve o grosseiro e supostamente inculto A. T. Jones como "um homem alto e magro, com um jeito saltitante e posturas e gestos rudes" (Spalding, op. cit., p. 591). Ellen White tinha uma opinio muito diferente dele:

    "H obreiros cristos que no receberam uma educao superior porque foi-lhes impossvel obter tal vantagem; mas Deus tem oferecido evidncia de que os tem escolhido. . . Ele os tem tornado co-obreiros eficientes consigo prprio. Eles tm um esprito pronto a aprender; sentem sua dependncia de Deus, e o Esprito Santo est com eles para ajudar em suas fraquezas... Ouve-se em sua voz o eco da voz de Cristo.

    " evidente que ele caminha com Deus, que tem estado com Jesus e aprendido Dele. Tem trazido a verdade ao santurio interior da alma; para ele uma realidade viva, e apresenta a verdade na demonstrao do Esprito e de poder. As pessoas ouvem o alegre som. Deus fala a seus coraes mediante o homem consagrado a Seu servio. . . Ele se torna realmente eloqente. fervoroso e sincero, e amado por aqueles por quem trabalha... Seus defeitos sero perdoados e esquecidos. Seus ouvintes no se faro cansados e desgostosos, mas agradecero a Deus pela mensagem de graa a eles enviada por meio de Seu servo.

    "Eles [os oponentes] podem sustentar o tomo objetvel sob lentes de aumento de sua imaginao at que o tomo se torne como um mundo, e apague de sua vista a preciosa luz do cu. . . Por que levar tanto em conta aquilo que possa parecer-vos to objetvel no mensageiro, e descartar todas as evidncias que Deus tem oferecido para equilibrar a mente com respeito verdade?" ("Cristian Education". 1893, citado em FE 242, 243; RH, 18 de abril de 1893).

    A prpria Ellen White, com toda sua respeitvel experincia e idade, e consciente de sua exaltada posio como mensageira especial do Senhor, julgou uma honra apoiar a obra de Jones e Waggoner:

    "Tenho viajado de um lugar a outro, assistindo a reunies onde a mensagem da justia de Cristo foi pregada. Considerei um privilgio permanecer ao lado de meus irmos, e dar o meu testemunho com a mensagem para o tempo." (RH, 18 de maro de 1890).

    A Verdadeira Razo Por Que a Mensagem Foi Rejeitada

    Ao relermos hoje as inspiradas mensagens enviadas por anos aps 1888, instando pela aceitao da mensagem, no podemos compreender -- lendo sobre a superfcie -- por que poderia haver qualquer falha em faz-lo. Temos, portanto, cometido o erro de assumir que nossos irmos realmente chegaram a aceit-la de corao.

    No devemos passar por alto um fato importante. Como poderia algum aceitar a mensagem que Deus enviou e "odiar e desprezar" os mensageiros que empregou? Eles eram "to-somente homens", muito positivos e ousados, e desafortunadamente para o prestgio e paz dos irmos, estavam certos. Isso fez com que as agncias escolhidas pelo Senhor de libertao se tornassem objeto de tropeo e uma pedra de ofensa devido prevalecente descrena. Aquilo que o Senhor tencionou como um aroma de vida para vida tornou-se um aroma de morte para morte. Aquilo que Ele enviou para a terminao de Sua obra tornou-se o incio de um longo atraso.

    Aceitar a mensagem era demasiada humilhao. As implicaes eram de que Deus estava de algum modo descontente com a condio espiritual daqueles que eram os "canais apropriados" para a luz especial do cu. Observem a anlise de Ellen White quanto ao cerne do problema:

    "Se os raios de luz que brilharam em Minepolis tivessem podido exercer o seu poder convincente sobre aqueles que tomaram posio contra a luz, se todos tivessem renunciado a seus caminhos e submetido sua vontade ao Esprito de Deus naquele tempo, teriam recebido as mais ricas bnos, desapontado o inimigo, e permanecido como homens fiis, verdadeiros a suas convices. Eles teriam tido uma rica experincia; mas o eu declarou: "No". O eu no estava disposto a ser afetado; o eu lutou pelo

  • predomnio, e todas aquelas almas sero novamente provadas nos pontos em que falharam ento. . . O eu e a paixo desenvolveram caractersticas odiosas." (Carta 19, 1892).

    "Alguns tm estado cultivando dio contra os homens a quem Deus tem comissionado para levarem uma mensagem especial ao mundo. Eles comearam essa obra satnica em Minepolis. Posteriormente, quando viram e sentiram demonstrao do Esprito Santo testificando que a mensagem era de Deus, odiaram-na ainda mais, porque era um testemunho contra eles." (TM 78, 80; 1895).

    "O Esprito Santo, de tempos em tempos, revelar a verdade mediante seus prprios agentes; e nenhum homem, nem mesmo um sacerdote ou governante, tem o direito de dizer, no ds publicidade a vossas opinies, porque no creio nelas. Esse maravilhoso "eu" pode tentar rebaixar o ensinamento do Esprito Santo." (TM 70; 1896).

    "Eles [os oponentes] no ouviam, nem queriam entender. Por que?-- Para no se converterem e terem de reconhecer que todas as suas idias no estavam corretas. Isso eles eram demasiadamente orgulhosos para fazer, e assim persistiram em rejeitar o conselho de Deus e a luz e evidncia que haviam sido dadas. . . . Esse o terreno sobre que alguns de nossos irmos da liderana esto agora percorrendo." (Ms. 25, 1890).

    "Vi que Jones e Waggoner tiveram sua contrapartida em Josu e Calebe. Como os filhos de Israel apedrejaram os espias com pedras literais, vs apedrejastes esses irmos com pedras de sarcasmo e ridculo. Vi que vs voluntariamente rejeitastes o que sabeis ser a verdade. Apenas porque ela era por demais humilhante para a vossa dignidade. Vi alguns de vs em vossas tendas arremedando e fazendo toda a sorte de galhofas desses dois irmos. Vi tambm que se tivssemos aceito a mensagem deles teramos estado no reino aps dois anos daquela data, mas agora temos de retornar ao deserto e ficar 40 anos." E.G.White, Escrito de Melbourne, Austrlia, 09.05.1892.

    Como em todas as eras passadas, uma anlise da verdade de um profeta foi desonrada e desacatada. Mas para ns hoje, h boas novas em defrontar a realidade.

    Podemos firmar nossos ps sobre a rocha slida somente se estivermos dispostos a defrontar a verdade plena. chegado o tempo para fazer isso e ningum poder retardar o relgio.

    Onde Estavam os "Alguns"?

    Observem a expresso, "alguns de nossos irmos da liderana" rejeitaram "o conselho de Deus". possvel conhecer a verdade de qual a proporo implcita desses "alguns"?

    Seis anos depois Ellen White identificou aqueles que rejeitaram a mensagem com uma designao genrica. Os "alguns" constituam o corpo principal de nossos irmos da liderana e mais influentes: "A luz que deve iluminar a terra inteira com sua glria foi resistida, e pela ao de nossos irmos tem sido em grande medida mantida afastada do mundo." (Carta 96, 1896; 1 SM 235; nfase acrescentada). Sem exceo ela consistentemente identifica aqueles dentre "nossos prprios irmos" que rejeitaram como "muitos" e os que aceitaram como "poucos" (ver captulo 4).

    A parbola de 1888 lana luz sobre nossa posio hoje:

    "Os judeus recusaram receber a Cristo porque Ele no veio segundo as suas expectaes. . . .

    "Esse o perigo a que a igreja agora se expe--que as invenes dos homens assinalem o caminho preciso para o Esprito Santo vir. Conquanto no se preocupem em reconhec-lo, alguns j tm feito isto. E devido a que o Esprito deve vir, no para o louvor de homens ou para estabelecer suas errneas teorias, mas para reprovar o mundo do pecado, e da justia, e do juzo, muitos se volvem Dele." (TM 64, 65; 1896).

  • Obviamente, a mensagem de 1888 foi muito mais do que uma mera reiterao de uma doutrina negligenciada. Os delegados Assemblia chegaram inesperadamente a defrontar a Cristo face a face quando depararam face a face a Sua mensagem. "O que justificao pela f? a obra de Deus em lanar a glria do homem no p" (COR 104). O confronto envolvia a humilhao de suas almas at esse p, e no estavam preparados para tanto. Eles se ressentiam de contrio, e lgrimas descendo-lhes a face.

    Em suma, podemos ver como o amor de Cristo que derrete coraes e o orgulho do clero profissional so incompatveis. Eles estavam montados sobre o xito, e a humildade de corao tornou-se-lhes uma pedra de tropeo.

    Poderia este ser ainda nosso problema hoje?

    4. ACEITAO OU REJEIO: EM BUSCA DE UM ENFOQUE MAIS NTIDO

    Ter sido aceita ou rejeitada a mensagem de 1888 mais do que uma controvrsia acadmica trivial. Assim como no possvel separar o evangelho do relato da cruz, impossvel apreciar a mensagem de 1888 parte de ver a verdade de sua histria. No podemos compreender corretamente nosso relacionamento coletivo atual com Cristo a menos que entendamos essa realidade. A confuso perigosa, pois bem sabido que um povo que no conhece a sua histria est fadado a repeti-la, e pode j estar vivendo tal processo.

    A abordagem da histria por Ellen White clara e impossvel de ser incompreendida. No obstante, um autor representa a evidncia histrica como sendo ambgua:

    "A questo tem sido freqentemente debatida: O que aconteceu aps a Assemblia da Associao Geral de 1888? A igreja aceitou ou rejeitou a nova nfase sobre o evangelho de salvao? Se uma pessoa estuda os registros daqueles anos procura de evidncia de rejeio pode tambm encontrar aquilo de que precisa." (N. F. Pease, The Faith That Saves [A f que salva], p.43).

    Contudo, a questo importante no se a Igreja aceitou a mensagem. Ellen White declara que "Satans teve xito em elimin-la de nosso povo, em grande medida" (cf. 1SM 234, 235, 1896). A igreja nunca tivera oportunidade devida de consider-la sem distores ou oposio. A questo se a liderana a aceitou. Ellen White fala francamente sobre isso. O seu testemunho a verdade presente, relevante nossa condio espiritual hoje.

    A Igreja Adventista do Stimo Dia a nvel mundial tem sido ensinada mediante publicaes autorizadas de que a mensagem de 1888 foi aceita naquela gerao pela liderana predominante, e tem sido a segura posse doutrinria da igreja desde ento. Aqui est uma presuno de "rica estou, de nada tendo falta". De modo resumido, a posio oficial como segue:

    "Os obreiros e leigos adventistas do stimo dia em geral aceitaram as apresentaes [de 1888] em Minepolis e foram abenoados. Certos homens de liderana ali resistiram ao ensino." (A Further Appraisal of the Manuscript "1888 Re-examined" [Avaliao adicional do manuscrito "1888 Reavaliado"] , Associao Geral, setembro de 1958, p. 11).

    Uma obra de carter oficial que em sua publicao inicial levava o endosso de dois presidentes da Associao Geral "foi lida criticamente por cerca de sessenta de nossos mais hbeis eruditos. . . Sem dvida nenhum volume em nossa histria obteve to magnfico em sua pre-publicao" (p.8). Esse livro nos informa que oposio mensagem foi insignificante porque, por fim, menos de dez delegados sesso de 1888 rejeitaram de fato a mensagem ou foram a ela hostis. Essa impressionante opinio merece cuidadosa ateno, pois se for verdadeira, temos de nela crer:

    "A acusao . . . de que o ensino de Justificao Pela F foi rejeitado em 1888 pela denominao, ou pelo menos por sua liderana, . . . refutada pelos participantes pessoais da Assemblia, e um pressuposto

  • no comprovado e infundado. Isto simplesmente no historicamente verdadeiro. . . . "Alguns" irmos de liderana postaram-se no caminho da luz e bno. Mas os . . . lderes como um grupo, nunca rejeitaram a doutrina bblica da Justificao pela F." (L. E. Froom, Movement of Destiny [Movimento predestinado], p. 266; 1971).

    "Dos aproximadamente noventa delegados registrados na Assemblia da Associao Geral de Minepolis de 1888, havia menos do que duas dezenas -- e conseqentemente nem mesmo um quarto do nmero total de participantes -- que realmente combateram a mensagem...

    "A maioria dos que primeiro apresentaram objees fizeram confisses. . . e da em diante cessaram sua oposio. . . Somente um pequeno grupo de "radicais" prosseguiu rejeitando-a.

    "Os "alguns" que rejeitaram revelaram-se menos que um quarto. E, segundo Olson, a maioria desses vinte fizeram confisses, da deixando de ser "rejeitadores" e, desse modo, tornando-se aceitadores." (ibid., pp. 367-369; nfases do original).

    Este livro informa ainda que a mensagem foi inicialmente aceita em 1888 pela liderana da Igreja:

    "A denominao como um todo, e sua liderana em particular, no rejeitou a mensagem e as provises da Justificao Pela F em 1888 e anos seguintes. . . O novo presidente . . . de corao aceitou e manteve o ensino da justificao pela f. . . " (ibid., pp. 370, 371; nfases do original).

    Tanto um vice-presidente da Associao Geral quanto o presidente em declaraes separadas concordam:

    "Durante meus cinqenta e cinco anos no ministrio adventista . . . nunca ouvi um obreiro ou membro leigo . . . expressar oposio mensagem da justificao pela f. Nem sei de qualquer oposio dessas sendo expressa por publicaes adventistas do stimo dia." (A. V. Olson, Through Crisis to Victory [Da Crise para a Vitria], p. 232; 1966).

    " certo dizer que a mensagem [de 1888] foi anunciada tanto do plpito quanto da imprensa, e pela vida de milhares aps milhares de dedicados filhos de Deus. . . . Pastores e evangelistas adventistas tm anunciado essa mensagem vital de plpitos de igrejas e plataformas pblicas, com coraes inflamados em amor por Cristo." (ibid, pp. 233, 237).

    "Tem . . . sido sugerido por alguns poucos -- de modo inteiramente errneo -- que a Igreja Adventista do Stimo Dia perdeu o rumo ao falhar em assimilar esse ensino cristo fundamental [a mensagem de 1888]." (R. R. Figuhr, Presidente da Associao Geral, no Prefcio de By Faith Alone [Pela F Somente], de N. F. Pease; 1962).

    O Secretrio do Patrimnio de Ellen G. White por longo tempo nos assegura que a mensagem foi geralmente aceita:

    "A concepo de que a Associao Geral, e com isso a denominao, rejeitou a mensagem de justificao pela f em 1888 carece de fundamento... Registros contemporneos no confirmam qualquer sugesto de rejeio denominacional. No existe declarao de E. G. White em parte alguma que diga que assim se deu... O registro histrico do recebimento no campo seguindo-se sesso apia a noo de que atitudes favorveis eram bem generalizadas. . . Pareceria que nfase desproporcional chegou a ser dada experincia da Assemblia da Associao Geral de Minepolis." (A. L. White, The Lonely Years [Os Anos Solitrios], p. 396; 1984).

    Seguindo os passos de outros eruditos, um outro autor assinala:

    "Significa isso que a igreja como um todo, ou mesmo sua liderana, rejeitou a mensagem de 1888? De modo algum. Alguns a rejeitaram -- uma minoria barulhenta... A nova liderana endossou de todo o

  • corao a nova nfase." (Marjorie Lewis Lloyd, To Slow Getting Off [Muito devagar para a de