1ª série EM -...

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1ª série EM - Lista de Questões para a RECUPERAÇÃO FINAL - PORTUGUÊS Leia o texto abaixo e responda as questões 01 e 02. Internet, o bem e o mal Lya Luft Com suas maravilhas e armadilhas, a internet faz parte de meu cotidiano há muitos anos: fui dos primeiros escritores brasileiros a usar computador. Com ele, a cada manhã começa meu dia de trabalho, buscas e descobertas, pesquisa e comunicação. A internet, que isola os misantropos avessos aos afetos, une os que gostariam de estar juntos ou partilham as mesmas ideias, mas também serve para toda sorte de fins destrutivos, que vão da calúnia política à vingança pessoal. Talvez seja uma falha, mas nem tenho site: gosto da minha privacidade, num mundo que adora holofotes e quer ser filmado, fotografado, estar em youtube e ork ut , visto por webcams ou celulares indiscretos, por vezes perversos. De um lado, o vulgar: ditas celebridades curtem viver e morrer em cena, e fazem questão de mostrar, se possível, as entranhas. (...) Ter um blog me cansaria: leio os de jornalistas cuja opinião vai me interessar no curso do dia e dos acontecimentos mais singulares. (...) Minha alegria está em curtir meus amores, os lugares que me encantam ou abrigam, os livros e a música, e a natureza. Incluo entre meus prazeres as melhores coisas que internet e televisão proporcionam (...). Nos questionamentos sobre crianças e adolescentes que lidam com os meios eletrônicos, tenho uma sugestão: dar- lhes discernimento para que possam entender e escolher. Continua, porém, o drama da involuntária, muitas vezes nem sabida, exposição de pessoas desavisadas à maledicência e à calúnia, à invasão não consentida da privacidade pelas câmeras, às montagens sobre fotos banais, às informações falsas que alguns julgam engraçadas toda sorte de maldade de que as vítimas não podem se defender. (...) Se é ingenuidade ou desinformação mandar via internet textos apócrifos de Clarice, Drummond ou Borges (...), atribuir a Fernando Pessoa versinhos derramados, é cretino e mau denegrir pessoas que nem sabem o que lhes está acontecendo. (...) Dois defeitos são inatos e incorrigíveis no ser humano, e de ambos nos livre o destino: burrice e mau caráter. O uso doentio de um instrumento tão fantástico quanto a internet, quando não é psicopatia, é uma conjunção desses dois melancólicos atributos. (Adaptação do texto da Revista Veja, edição 2109 - ano 42 -n° 16 22 de abril de 2009. p.26). 01. Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) quanto à classificação dos fonemas representados pelas letras em negrito e sublinhadas. (__) Em “A internet, que i s ola os mis antropos avessos aos afetos ...”, as letras destacadas correspondem ao fonema /s/. (__) Em “Minha alegria está em curtir meus amores...”, as letras destacadas correspondem todas a fonemas nasais. (__) Em “Nos questionamen;,tos sobre crianças e adolescentes...”, as letras destacadas correspondem, respectivamente, aos fonemas /k/, /s/, /c/. (__) Em “...leio os de j ornalistas cuj a opinião vai me interessar...”, as letras destacadas correspondem ao fonema /j/. (__) Em “Dois defeitos são i natos e incorrigíveis no ser humano...”, as letras destacadas correspondem ao fonema /n/.

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1ª série EM - Lista de Questões para a RECUPERAÇÃO FINAL - PORTUGUÊS Leia o texto abaixo e responda as questões 01 e 02.

Internet, o bem e o mal

Lya Luft

Com suas maravilhas e armadilhas, a internet faz parte de meu cotidiano há muitos anos: fui dos primeiros escritores

brasileiros a usar computador. Com ele, a cada manhã começa meu dia de trabalho, buscas e descobertas, pesquisa

e comunicação. A internet, que isola os misantropos avessos aos afetos, une os que gostariam de estar juntos ou

partilham as mesmas ideias, mas também serve para toda sorte de fins destrutivos, que vão da calúnia política à

vingança pessoal.

Talvez seja uma falha, mas nem tenho site: gosto da minha privacidade, num mundo que adora holofotes e quer ser

filmado, fotografado, estar em youtube e orkut, visto por webcams ou celulares indiscretos, por vezes perversos. De

um lado, o vulgar: ditas celebridades curtem viver e morrer em cena, e fazem questão de mostrar, se possível, as

entranhas. (...)

Ter um blog me cansaria: leio os de jornalistas cuja opinião vai me interessar no curso do dia e dos acontecimentos

mais singulares. (...) Minha alegria está em curtir meus amores, os lugares que me encantam ou abrigam, os livros

e a música, e a natureza. Incluo entre meus prazeres as melhores coisas que internet e televisão proporcionam (...).

Nos questionamentos sobre crianças e adolescentes que lidam com os meios eletrônicos, tenho uma sugestão: dar-

lhes discernimento para que possam entender e escolher. Continua, porém, o drama da involuntária, muitas vezes

nem sabida, exposição de pessoas desavisadas à maledicência e à calúnia, à invasão não consentida da

privacidade pelas câmeras, às montagens sobre fotos banais, às informações falsas que alguns julgam engraçadas

– toda sorte de maldade de que as vítimas não podem se defender. (...)

Se é ingenuidade ou desinformação mandar via internet textos apócrifos de Clarice, Drummond ou Borges (...),

atribuir a Fernando Pessoa versinhos derramados, é cretino e mau denegrir pessoas que nem sabem o que lhes

está acontecendo. (...)

Dois defeitos são inatos e incorrigíveis no ser humano, e de ambos nos livre o destino: burrice e mau caráter. O uso

doentio de um instrumento tão fantástico quanto a internet, quando não é psicopatia, é uma conjunção desses dois

melancólicos atributos.

(Adaptação do texto da Revista Veja, edição 2109 - ano 42 -n° 16 – 22 de abril de 2009. p.26).

01. Assinale a(s) alternativa(s) correta(s) quanto à classificação dos fonemas representados pelas letras em

negrito e sublinhadas.

(__) Em “A internet, que isola os misantropos avessos aos afetos...”, as letras destacadas correspondem ao

fonema /s/.

(__) Em “Minha alegria está em curtir meus amores...”, as letras destacadas correspondem todas a fonemas

nasais.

(__) Em “Nos questionamen;,tos sobre crianças e adolescentes...”, as letras destacadas correspondem,

respectivamente, aos fonemas /k/, /s/, /c/.

(__) Em “...leio os de jornalistas cuja opinião vai me interessar...”, as letras destacadas correspondem ao fonema

/j/.

(__) Em “Dois defeitos são inatos e incorrigíveis no ser humano...”, as letras destacadas correspondem ao fonema

/n/.

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02. Segundo a autora, a causa do mau uso da internet deve-se (Assinale as alternativas corretas)

(__) à estupidez de alguns usuários.

(__) à divulgação da vida privada de usuários.

(__) à má índole do ser humano.

(__) ao exibicionismo das celebridades.

(__) a distúrbios psíquicos do ser humano.

03. A palavra SANGUESSUGA possui 11 letras, 8 fonemas e 3 dígrafos; DEMOCRACIA tem 10 letras, 1 encontro

consonantal e 1 hiato. Relacione as duas colunas a seguir e complete o espaço com a alternativa

correspondente.

1. república

2. hábito

3. reeleição

4. candidatos

5. corrupção

6. excessivo

( ) 9 fonemas, 1 dígrafo

( ) 7 fonemas, 2 dígrafos

( ) 8 fonemas, 1 dígrafo, 1 encontro consonantal

( ) 9 fonemas, 1 encontro consonantal

( ) 9 fonemas, 2 ditongos, 1 hiato

( ) 5 fonemas

04. Leia o texto.

"Cuidado com as palavras

Uma moça se preparou toda para ir ao ensaio de uma escola de samba.

Chegando lá, um rapaz suado pede para dançar e, para não arrumar confusão, ela aceita.

Mas o rapaz suava tanto que ela já não estava suportando mais. Assim, ela foi se afastando e disse:

-Você sua, hein!!!

Ele puxou-a, lascou um beijo e respondeu:

-Também vô sê seu, princesa!!!"

(www.mundodaspiadas.com/arquivo/2006-2-1.html. Adaptado)

a) Tendo como base a frase da moça, explique o que ela quis dizer e o que o rapaz entendeu.

b) Explique, do ponto de vista fonológico, o que gerou a interpretação do rapaz.

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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES

I - "Minha amiga assobiou distraída uma MELODIA de Beethoven."

II - "Alguma coisa que eu disse distraído... foi despertar MELODIAS esquecidas dentro da alma de alguém."

05. Qual a linguagem usada nos trechos acima, denotativa ou conotativa?

06. A partir da resposta correta dada por você na questão acima, diga:

a) Em qual dos trechos o termo destacado cria uma figura de linguagem.

b) Qual é essa figura de linguagem.

07. Diga qual a figura de linguagem predominante em cada um dos trechos abaixo.

a) Em "As crianças estavam mortas de sede.", temos uma figura de linguagem chamada

b) Em "A Fernanda finalmente conseguiu um teto para morar.", a figura de linguagem chama-se

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES

LITERALMENTE

Desde a divulgação da pesquisa Data-Folha mostrando que 79% não sabem que Fernando Henrique é o novo

ministro da Fazenda, seus adversários no Congresso criaram um novo apelido para ele: "Ilustre desconhecido."

("Folha de S. Paulo", 31.05.93)

08. O termo utilizado para se referir ao ex-presidente brasileiro forma uma figura de linguagem. Qual é esta figura?

09. Pensando-se no que afirma o texto jornalístico de 1993 sobre Fernando Henrique, o título “Literalmente” é

adequado ao sentido proposto? Explique.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Ferida, triunfante, eu respondia em desafio: pode me mandar! Ele não mandava, senão estaria me

obedecendo. Mas eu o exasperava tanto que se tornara doloroso para mim ser objeto do ódio daquele homem que

de certo modo eu amava. Não o amava como a mulher que eu seria um dia, amava-o como uma criança que tenta

desastradamente proteger um adulto, com a cólera de quem ainda não foi covarde e vê um homem forte de ombros

tão curvos. (...)

Clarice Lispector

10. No último período do texto as palavras sublinhadas indicam a figura de linguagem conhecida como:

a) metonímia. B ) ironia. c) pleonasmo. d) antítese. e) comparação.

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TEXTO PARA AS QUESTÕES 11 E 12

A lenda da mandioca (lenda dos índios Tupi)

Nasceu uma indiazinha linda, e a mãe e o pai tupis

espantaram-se:

– Como é branquinha esta criança!

E era mesmo. Perto dos outros curumins da taba,

parecia um raiozinho de lua. Chamaram-na Mani.

Mani era linda, silenciosa e quieta. Comia pouco e

pouco bebia. Os pais preocupavam-se.

– Vá brincar, Mani, dizia o pai.

– Coma um pouco mais, dizia a mãe.

Mas a menina continuava quieta, cheia de sonhos na

cabecinha. Mani parecia esconder um mistério. Uma

bela manhã, não se levantou da rede. O pajé foi

chamado. Deu ervas e bebidas a menina. Mas não

atinava com o que tinha Mani. Toda a tribo andava

triste. Mas, deitada em sua rede, Mani sorria, sem

doença e sem dor.

E sorrindo, Mani morreu. Os pais a enterraram dentro

da própria oca. E regavam sua cova todos os dias,

como era costume entre os índios Tupis. Regavam

com lágrimas de saudade. Um dia perceberam que do

túmulo de Mani rompia uma plantinha verde e viçosa.

– Que planta será esta? Perguntaram, admirados.

Ninguém a conhecia.

– É melhor deixá-la crescer, resolveram os índios.

E continuaram a regar o brotinho mimoso. A planta

desconhecida crescia depressa. Poucas luas se

passaram, e ela estava altinha, com um caule forte,

que até fazia a terra se rachar em torno.

– A terra parece fendida, comentou a mãe de Mani.

– Vamos cavar?

E foi o que fizeram. Cavaram pouco e, à flor da terra,

viram umas raízes grossas e morenas, quase da cor

dos curumins, nome que dão aos meninos índios .

Mas, sob a casquinha marrom, lá estava a polpa

branquinha, quase da cor de Mani. Da oca de terra de

Mani surgia uma nova planta!

– Vamos chamá-la Mani-oca, resolveram os índios.

– E, para não deixar que se perca, vamos transformar

a planta em alimento!

Assim fizeram! Depois, fincando outros ramos no

chão, fizeram a primeira plantação de mandioca. Até

hoje entre os índios do Norte e Centro do Brasil é este

um alimento muito importante.

E, em todo Brasil, quem não gosta da plantinha

misteriosa que surgiu na casa de Mani?

Fonte: GIACOMO, Maria T. C. de. Lendas

brasileiras, n. 7, 2. ed. São Paulo: Edições

Melhoramentos, 1977. (adaptado)

11. Assinale V na(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F na(s) falsa(s).

( ) O texto se estrutura em estágios típicos da narrativa, dentre os quais está a complicação, iniciada no

momento em que Mani não se levantou da rede.

( ) No estágio de orientação da narrativa, a personagem principal é representada por meio de um nome próprio

e adjetivos que descrevem sua aparência, como “linda” e “branquinha”, e seu comportamento, como “silenciosa” e

“quieta”.

( ) Palavras como “brotinho” e “branquinha” contribuem para estabelecer semelhanças entre a planta então

desconhecida e Mani, ao mesmo tempo em que o emprego dos sufixos indicadores de diminutivo corroboram a

representação de delicadeza e sensibilidade.

( ) Ao nomearem a nova planta de “Mani-oca”, os índios formaram a palavra a partir da adição de um prefixo.

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12. Destaque do texto o que se pede:

a) 3 exemplos de palavras formadas com sufixo.

b) 1 palavra formada por prefixo.

c) 5 exemplos de palavras que apresentes desinências verbais.

d) 3 substantivos formados apenas por radical.

13. Observe a tirinha abaixo, de Laerte, e responda:

a) Indique e classifique os elementos mórficos das palavras abaixo:

1. Nascesse

Radical: ..............................................................

Vogal temática: ..................................................

Desinência modo-temporal: ...............................

Desinência número-pessoal: ..............................

2. Existiria

Radical: ..............................................................

Vogal temática: ..................................................

Desinência modo-temporal: ...............................

Desinência número-pessoal: .............................

b) Os elementos mórficos destacados nas palavras: começar, carinho, maravilhosa e sacrifícios classificam-se

respectivamente como:

a) Vogal temática, desinência de gênero, desinência de gênero e desinência de número.

b) Vogal temática, vogal temática, vogal temática e desinência de número. c) Vogal temática, vogal temática, desinência de gênero e desinência de número. d) Vogal de ligação, desinência de gênero, desinência de gênero e desinência de número.

e) Vogal temática, desinência de gênero, desinência de gênero e sufixo.

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14. Examine a tira.

O efeito de humor na situação apresentada decorre do fato de a personagem, no segundo quadrinho, considerar

que “carinho” e “caro” sejam vocábulos. Justifique sua escolha.

a) derivados de um mesmo verbo.

b) híbridos.

c) derivados de vocábulos distintos.

d) cognatos.

e) formados por composição.

15. Diga o nome dos personagens do livro Til a que pertençam as descrições abaixo.

a) Este órfão representa na obra o desequilíbrio social, afinal não consegue aprender os modos ensinados por D.

Ermelinda devido aos seus ataques epiléticos e sua debilidade mental. Odiava a todos com exceção de Berta, a quem

apelidou de Til, que tinha paciência para ensiná-lo o abecedário, por exemplo.

b) Animal que, por vezes, intermedia a relação entre homens (Chico Tingá e Jão Fera) e que sofre uma humanização

enquanto as pessoas passam a ser animalizadas.

16. Observando-se a obra como um todo, percebe-se que Berta é uma personagem abnegada, ou seja, dedica sua

vida à ajuda de outros mais necessitados. Sabendo disso, diga de quais personagens ela, ao final do enredo, passará

a cuidar e com quem, consequentemente, irá viver.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

Tornando da malograda espera do tigre, alcançou o capanga um casal de velhinhos, que seguiam diante dele o

mesmo caminho, e conversavam acerca de seus negócios particulares. Das poucas palavras que apanhara, percebeu

Jão Feraque destinavam eles uns cinquenta mil-réis, tudo quanto possuíam, à compra de mantimentos, a fim de fazer

um moquirão*, com que pretendiam abrir uma boa roça.

- Mas chegará, homem? perguntou a velha.

- Há de se espichar bem, mulher!

Uma voz os interrompeu:

- Por este preço dou eu conta da roça!

- Ah! É nhô Jão!

Conheciam os velhinhos o capanga, a quem tinham por homem de palavra, e de fazer o que prometia.

Aceitaram sem mais hesitação; e foram mostrar o lugar que estava destinado para o roçado.

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Acompanhou-os Jão Fera; porém, mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada, a qual ele

esquecera um momento no afã de ganhar a soma precisa, que sem mais deu costas ao par de velhinhos e foi-se

deixando-os embasbacados.

ALENCAR, José de. Til.

* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).

17. Considerada no contexto histórico-social figurado no romance Til, a brusca reação de Jão Fera, narrada no final

do excerto, explica-se

a) pela ambição ou ganância que, no período, caracterizava os homens livres não proprietários.

b) por sua condição de membro da Guarda Nacional, que lhe interditava o trabalho na lavoura.

c) pela indolência atribuída ao indígena, da qual era herdeiro o “bugre”.

d) pelo estigma que a escravidão fazia recair sobre o trabalho braçal.

e) pela ojeriza ao labor agrícola, inerente a sua condição de homem letrado.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES

– (...) Quando o Bugre sai da furna, é mau sinal: vem ao faro do sangue como a onça. Não foi debalde que lhe deram

o nome que tem. E faz garbo disso!

– Então você cuida que ele anda atrás de alguém?

– Sou capaz de apostar. É uma coisa que toda a gente sabe. Onde se encontra Jão Fera, ou houve morte ou não

tarda.

Estremeceu Inhá com um ligeiro arrepio, e volvendo em torno a vista inquieta, aproximou-se do companheiro para

falar-lhe em voz submissa:

– Mas eu tenho-o encontrado tantas vezes, aqui perto, quando vou à casa de Zana, e não apareceu nenhuma

desgraça.

– É que anda farejando, ou senão deram-lhe no rasto e estão-lhe na cola.

– Coitado! Se o prendem!

– Ora qual. Dançará um bocadinho na corda!

– Você não tem pena?

– De um malvado, Inhá!

– Pois eu tenho! (José de Alencar, Til, em Obra completa, vol. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1958, p. 825.)

18. O trecho do romance Til transcrito acima evidencia a ambivalência que caracteriza a personagem Jão Fera ao

longo de toda a narrativa. Sabendo disso, esclareça quais são as duas faces dessa postura social.

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19. Exemplifique cada face dessa ambivalência/postura social citando um episódio do romance.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

V – O samba

À direita do terreiro, adumbra-se* na escuridão um maciço de construções, ao qual às vezes recortam no azul do céu os

trêmulos vislumbres das labaredas fustigadas pelo vento.

(...)

É aí o quartel ou quadrado da fazenda, nome que tem um grande pátio cercado de senzalas, às vezes com alpendrada

corrida em volta, e um ou dois portões que o fecham como praça d’armas.

Em torno da fogueira, já esbarrondada pelo chão, que ela cobriu de brasido e c inzas, dançam os pretos o samba com um

frenesi que toca o delírio. Não se descreve, nem se imagina esse desesperado saracoteio, no qual todo o corpo estremece,

pula, sacode, gira, bamboleia, como se quisesse desgrudar-se.

Tudo salta, até os crioulinhos que esperneiam no cangote das mães, ou se enrolam nas saias das raparigas. Os mais

taludos viram cambalhotas e pincham à guisa de sapos em roda do terreiro. Um desses corta jaca no espinhaço do pai,

negro fornido, que não sabendo mais como desconjuntar-se, atirou consigo ao chão e começou de rabanar como um peixe

em seco. (...)

José de Alencar, Til.

(*) “adumbra-se” = delineia-se, esboça-se.

20. Considerada no contexto histórico a que se refere Til, a desenvoltura com que os escravos, no excerto, se entregam à

dança é representativa do fato de que

a) a escravidão, no Brasil, tal como ocorreu na América do Norte e no Caribe, foi branda.

b) se permitia a eles, em ocasiões especiais e sob vigilância, que festejassem a seu modo.

c) teve início nas fazendas de café o sincretismo das culturas negra e branca, que viria a caracterizar a cultura brasileira.

d) o narrador entendia que o samba de terreiro era, em realidade, um ritual umbandista disfarçado.

e) foi a generalização, entre eles, do alcoolismo, que tornou antieconômica a exploração da mão de obra escrava nos

cafezais paulistas.

A CIÊNCIA DO PALAVRÃO

Por que diabos “m...” é palavrão? Aliás, por que a palavra “diabos”, indizível décadas atrás, deixou de ser um?

Outra: você já deve ter tropeçado numa pedra e, para revidar, xingou-a de algo como “filha da ...”, mesmo sabendo que a

dita nem mãe tem.

Pois é: há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina. Mas a ciência ajuda a

desvendá-los. Pesquisas recentes mostram que as palavras sujas nascem em um mundo à parte dentro do cérebro.

Enquanto a linguagem comum e o pensamento consciente ficam a cargo da parte mais sofisticada da massa cinzenta, o

neocórtex, os palavrões moram nos porões da cabeça. Mais exatamente no sistema límbico. Nossa parte animal fica lá.

E sai de vez em quando, na forma de palavrões. A medicina ajuda a entender isso. Veja o caso da síndrome de

Tourette. Essa doença acomete pessoas que sofreram danos no gânglio basal, a parte do cérebro cuja função é manter o

sistema límbico comportado. E os palavrões saem como se fossem tiques nervosos na forma de palavras.

Mas você não precisa ter lesão nenhuma para se descontrolar de vez em quando, claro. Justamente por não

pensar, quando essa parte animal do cérebro fala, ela consegue traduzir certas emoções com uma intensidade inigualável.

Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra. Duvida? Então pense em

uma palavra forte. Paixão, por exemplo. Ela tem substância, sim, mas está longe de transmitir toda a carga emocional da

paixão propriamente dita. Mas com um grande e gordo “p.q.p.” a história é outra. Ele vai direto ao ponto, transmite a

emoção do sistema límbico de quem fala diretamente para o de quem ouve. Por isso mesmo, alguns pesquisadores

consideram o palavrão até mais sofisticado que a linguagem comum.

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21. De acordo com o texto, (0.5) a) O palavrão é uma expressão legítima do sentimento, estando associado à parte mais ins tintiva do cérebro. b) O sistema límbico difere da linguagem comum, pois sua força de expressão está associada à parte mais sofisticada do

cérebro. c) A parte animal do cérebro traduz certas emoções com a mesma intensidade que o faz a linguagem comum. d) A linguagem comum, muitas vezes, passa por descontrole, já que é produzida pelo sistema límbico.

e) O palavrão é proferido pelo fato de haver no cérebro humano regiões suscetíveis a lesões.

22. No texto, o substantivo "palavrão", ainda que se mostre flexionado em grau, não reporta a ideia de tamanho. Tal emprego também se verifica em: (0.5)

a) Durante a pesquisa, foi colocada uma "gotícula" do ácido para se definir a reação.

b) Na casa dos sete anões, Branca de Neve encontrou sete minúsculas "caminhas ".

c) Para cortar gastos, resolveu confeccionar "livrinhos" que cabem nos bolsos.

d) Não estava satisfeita com aquele "empreguinho" sem graça e sem perspectivas.

e) Teve um "carrinho" de dois lugares, depois um carro de cinco e, hoje, um de sete.

23. Observe os trechos abaixo retirados do texto:

I. “...há mais mistérios no universo dos palavrões do que o senso comum imagina.” II. “Os palavrões, por esse ponto de vista, são poesia no sentido mais profundo da palavra.”

A expressão “palavrões” age como substantivo nos dois exemplos? Explique.

24. A tira faz alusão a momentos específicos da existência humana. Identifique esses momentos e

explique que classe de palavras foi explorada para levar o leitor a refletir sobre o assunto? De que maneira esta relação estabelece o sentido da tira?

É MENINA

É menina, que coisa mais fofa, parece com o pai, parece com a mãe, parece um joelho, upa, upa, não chora, isso é

choro de fome, isso é choro de sono, isso é choro de chata, choro de menina, igualzinha à mãe, achou, sumiu, achou, não

faz pirraça, coitada, tem que deixar chorar, vocês fazem tudo o que ela quer, 2isso vai crescer mimada, eu queria essa

vida pra mim, dormir e mamar, aproveita enquanto ela ainda não engatinha, 3isso daí quando começa a andar é um inferno,

daqui a pouco começa a falar, daí não para mais, ela precisa é de um irmão, foi só falar, olha só quem vai ganhar um

irmãozinho, tomara que seja menino pra formar um casal, ela tá até mais quieta depois que ele nasceu, parece que ela

cuida dele, esses dois vão ser inseparáveis, ela deve morrer de ciúmes, ele já nasceu falante, menino é outra coisa, desde

que ele nasceu parece que ela cresceu, já tá uma menina, quando é que vai pra creche, ela não larga dessa boneca por

nada, já podia ser mãe, já sabe escrever o nomezinho, quantos dedos têm aqui, qual é a sua princesa da Disney preferida,

quem você prefere, o papai ou a mamãe, quem é o seu namoradinho, quem é o seu príncipe da Disney preferido, já se

maquia nessa idade, é apaixonada pelo pai, cadê o Ken, daqui a pouco vira mocinha, eu te peguei no colo, só falta ficar

mais alta que eu, finalmente largou a boneca, já tava na hora, agora deve tá pensando besteira, soube que virou mocinha,

ganhou corpo, tenho uma dieta boa pra você, a dieta do ovo, a dieta do tipo sanguíneo, a dieta da água gelada, essa

barriga só resolve com cinta, que corpão, essa menina é um perigo, 1vai ter que voltar antes de meia-noite, o seu irmão é

diferente, menino é outra coisa, vai pela sombra, não sorri pro porteiro, não sorri pro pedreiro, quem é esse menino, se o

seu pai descobrir, ele te mata, esse menino é filho de quem, cuidado que homem não presta, não pode dar confiança, não

vai pra casa dele, homem gosta é de mulher difícil, tem que se dar valor, homem é tudo igual, segura esse homem, não

fuxica, não mexe nas coisas dele, tem coisa que é melhor a gente não saber, não pergunta demais que ele te abandona,

o que os olhos não veem o coração não sente, quando é que vão casar, ele tá te enrolando, morar junto é casar, quando

é que vão ter filho, ele tá te enrolando, barriga pontuda deve ser menina, é menina.

DUVIVIER, Gregorio. Folha de São Paulo, 16/09/2013.

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25. isso vai crescer mimada, (ref. 2) isso daí quando começa a andar é um inferno, (ref. 3)

Os trechos acima são exemplos de pontos de vista negativos acerca da menina. Esses pontos de vista são reforçados

pelo uso do pronome isso, porque ele associa a criança a uma ideia de:

a) negação b) coisificação c) deseducação d) individualização

Justifique sua escolha.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO

ADEUS, MEUS SONHOS!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!

Não levo da existência uma saudade!

E tanta vida que meu peito enchia

Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias

À sina doida de um amor sem fruto,

E minh'alma na treva agora dorme

Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus? morra comigo

A estrela de meus cândidos amores,

Já que não levo no meu peito morto

Um punhado sequer de murchas flores!

26. O poema acima trabalha com o par desejo/ realidade. Com base nessa afirmação, demonstre, a partir de elementos

textuais, que tipo de romantismo "Adeus, meus sonhos!" apresenta (Nacionalista, Ultra-romântico ou Condoreirista).

Leia as estrofes seguintes, extraídas do poema "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias e observe a tirinha de Maurício de

Souza para responder às próximas 2 questões.

Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

Não gorjeiam como lá.

[...]

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores

Que não encontro por cá;

Sem qu 'inda' aviste as palmeiras,

Onde canta o Sabiá.

27. Nesta tira de Maurício de Sousa, publicada em 1972, o autor

toma como referência os versos iniciais da "Canção do Exílio" de

Antônio Gonçalves Dias (1823-1864). Ao se apropriar de tais

versos, o cachorro Bidu provoca um processo de ruptura que

desencadeia o elemento central de animação do episódio.

Tomando por base esta informação, aponte os 2 vocábulos

envolvidos nesse processo de ruptura, ou seja, que modificam o

texto original;

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28. Em relação à "Canção do Exílio", diga qual fator histórico brasileiro mais influenciou a existência, no início do

Romantismo, de obras com caráter nacionalista, como o poema acima?

29. Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves demonstram que, no Brasil,

a poesia romântica:

a) pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação sentimental e o anseio

nacionalista dos escritores da época.

b) repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura europeia: a dignidade do homem natural, a

exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias.

c) constituiu um painel de estilos diversificados, cada um dos poetas criando livremente sua linguagem, mas preocupados

todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos.

d) refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-se com temas sociais e

históricos, tidos como prosaicos.

e) cultuou sobretudo o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica das civilizações da Antiguidade

clássica, representadas por suas ruínas.

30. As estrofes apresentadas a seguir foram retiradas de um poema de Castro Alves.

Vozes d'África

Deus! ó Deus, onde estás que não respondes!?

Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes,

Embuçado nos céus?

Há dois mil anos te mandei meu grito,

Que embalde, desde então, corre o infinito ...

Onde estás, Senhor Deus? ...

(...)

Mas eu, Senhor! ... Eu triste, abandonada,

Em meio dos desertos esgarrada,

Perdida marcho em vão!

Se choro ... bebe o pranto a areia ardente!

Talvez ... pra que meu pranto, ó Deus clemente,

Não descubras no chão! ...

Explique, com base na poesia e em seu conhecimento sobre o autor, por que o texto tem o título apresentado.

Texto para as questões 31 e 32.

O grande e o pequeno. Todo caso de amor tem sempre um grande e um pequeno.

[...] O pequeno ama, o grande se deixa amar. O grande fala, o pequeno ouve. O grande discorda, o pequeno concorda. O pequeno teme, o grande ameaça. O grande se atrasa, o pequeno se antecipa. O grande pede, ou nem precisa pedir, e o pequeno já está fazendo.

Não é uma questão de gênero. Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres pequenas. O temperamento e as circunstâncias influem, mas não determinam. O grande pode ser o mais bem-sucedido dos dois ou não. O pequeno pode ser mais sensível, mas nem sempre é assim. Muitas vezes o grande é mais esperto,

mas existem pequenos espertíssimos. Depende do caso. [...]

FALCÃO, Adriana. O doido da garrafa. São Paulo: Planeta, 2003.

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31. As expressões “grande” e “pequeno”, conforme aparecem no título, são usadas para refletir sobre o assunto do

texto. O que cada uma representa no texto e a que classe de palavras elas pertencem?

32. Observe o uso das expressões “grande” e “pequeno” no 3º parágrafo: “Existem homens pequenos e homens grandes, mulheres grandes e mulheres pequenas. ”. Elas foram empregadas com o mesmo sentido destacado na questão anterior? Explique.

Leia alguns trechos do texto “Politicamente correto” o cac... Digo, “uma ova” , de Francine Soninha, e

responda:

Sei que algumas pessoas me consideram “politicamente correta” – algumas, tratando a expressão como elogio;

outras, como desprezo e deboche (...) Tempos atrás, usei a palavra velho em uma coluna do caderno de Esporte da Folha de S. Paulo. Eu dizia que é

um absurdo haver pessoas – no caso, eram torcedores enfurecidos – capazes de agredir um velho (...). Pois bem,

recebi uma bronca de um leitor, para quem eu não devia dizer velho (...). Para mim, velho não é ofensa, tanto quanto novo ou jovem não é elogio – é só uma circunstância! Eu quero ficar velha! Adoro roupa velha, meus livros velhos, casas velhas.

Mas há palavras que realmente prefiro não usar, e recomendo que as pessoas não usem (...). Viciado é uma delas. Vício tem o sentido de defeito moral; é o oposto da virtude...

33. Observe a ocorrência do termo “velho” e suas derivações usados nos seguintes contextos:

I – “Capazes de agredir um velho”

II – “Adoro roupa velha, meus livros velhos, casas velhas” A que classe de palavras pertencem as expressões acima destacadas? Elas foram empregadas com o mesmo sentido

em todo o enunciado? Explique.

Tablets nas escolas

Ou seja, não é suficiente entregar equipamentos tecnológicos cada vez mais modernos sem uma perspectiva

de formação de qualidade e significativa, e sem avaliar os programas anteriores. O risco é de cometer os mesmos

equívocos e não potencializar as boas práticas, pois muda a tecnologia, mas as práticas continuam quase as mesmas.

Com isso, podemos nos perguntar pelos desafios da didática diante da cultura digital: o tablet na sala de aula

modifica a prática dos professores e o cotidiano escolar? Em que medida ele modifica as condições de aprendizagem

dos estudantes? Evidentemente isso pode se desdobrar em inúmeras outras questões sobre a convergência de

tecnologias e linguagens, sobre o acesso às redes na sala de aula e sobre a necessidade de mediações na perspectiva

dos novos letramentos e alfabetismos nas múltiplas linguagens.

Outra questão que é preciso pensar diz respeito aos conteúdos digitais. Os conteúdos que estão sendo

produzidos para os tablets realmente oferecem a potencialidade do meio e sua arquitetura multimídia ou apenas estão

servindo como leitores de textos com os mesmos conteúdos dos livros didáticos? Quem está produzindo tais conteúdos

digitais? De que forma são escolhidos e compartilhados?

Ou seja, pensar na potencialidade que o tablet oferece na escola — acessar e produzir imagens, vídeos, textos

na diversidade de formas e conteúdos digitais — implica em repensar a didática e as possibilidades de experiências e

práticas educativas, midiáticas e culturais na escola ao lado de questões econômicas e sociais mais amplas. E isso

necessariamente envolve a reflexão crítica sobre os saberes e fazeres que estamos produzindo e compartilhando na

cultura digital. (Tablets nas escolas. www.gazetadopovo.com.br.

Adaptado.)

34. No último período do texto, os termos saberes e fazeres são:

a) adjetivos. b) pronomes. c) substantivos. d) advérbios. e) verbos.

35. Sabe-se que a criação do livro Viagens na minha terra deriva de uma expedição, realizada pelo autor Almeida

Garrett, pelo interior português. De posse desta informação, diga quais foram as quatro localidades pelas quais passa

a narração da obra no transcorrer da viagem.

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36. Por vários momentos no transcorrer da obra, o narrador interrompe a história de amor por diversos motivos,

fenômeno conhecido como digressão. De modo geral, o estilo digressivo usado por Garrett se justifica em sua obra,

porque:

a) quer sobrepor a narrativa sobre Joaninha ao estilo individual do livro.

b) Garrett não admite que sua obra seja considerada típica do Romantismo, fragmentando-a para fugir dos padrões

sentimentais.

c) o autor busca expor sua visão sobre o país (Brasil) e suas características culturais.

d) o autor busca expor sua visão sobre o país (Portugal) e suas características culturais.

e) quanto mais reflexões pessoais houver, mais o leitor buscará desvendar os sentidos ocultos do texto.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES

É a ti que escrevo, Joana, minha irmã, minha prima, a ti só.

Com nenhum outro dos meus não posso nem ouso falar.

Nem eu já sei quem são os meus: confunde-se, perde-se-me esta cabeça nos desvarios do coração. Errei com

ele, perdeu-me ele... Oh. bem sei que estou perdido.

Perdido para todos, e para ti também. Não me digas que não; tens generosidade para o dizer, mas não o digas.

Tens generosidade para o pensar, mas não podes evitar de o sentir.

Eu estou perdido.

E sem remédio, Joana, porque a minha natureza é incorrigível. Tenho energia demais, tenho poderes demais,

no coração. Estes excessos dele me mataram... e me matam!

Tu não compreendes isto, Joaninha, não me entendes decerto; e é difícil.

És mulher, e as mulheres não entendem os homens. Sempre o entrevi, hoje sei-o perfeitamente. A mulher não

pode nem deve compreender o homem. Triste da que chega a sabê-lo! ...

E daí... quando se tem de morrer, antes saber a morte de que se morre, do que expirar na ignorância do mal

que nos matou.

Tu és jovem e inexperiente, a tua alma está cheia de ilusões doces; vou dissipar-tas enquanto se não

condensam, que te ofusquem a razão e te deixem para sempre escrava cega do maior inimigo que temos, o coração.

Quero contar-te a minha história: veras nela o que vale um homem.

Sabe que os não há melhores que eu: e tão bons poucos. Olha o que será o resto!

Tu não ignoras já hoje o porquê fugi da casa materna: sabia a manchada de um grande pecado, e imaginei -a

poluída de um enorme crime.

Esse homem que é meu pai, não o podia ver, hoje que sei o que ele me é.... Deus me perdoe, que ainda o

posso ver menos!

Minha avó, julguei-a cúmplice no crime; ela só o era no pecado. Perdoe-lhe Deus; e bem pode e bem deve, já

que a fez tão fraca. Minha pobre mãe sucumbiu por sua culpa, por sua irremissível complacência...

Deus pode e deve, repito..., mas eu, como lhe hei de perdoar eu este rubor que sinto nas faces ao nomear

minha mãe?

Tem padecido e sofrido muito... coitada! A sua penitência é um martírio, a sua velhice uma longa paixão, e

esse homem que a perdeu um verdugo sem piedade. Mas tudo isso é com Deus, não e comigo.

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Viagens na minha terra. Capítulo 44.

37. Ao final da obra, percebe-se que o narrador recebe grande parte das informações sobre a história de amor

envolvendo Joaninha de um personagem marcante na narrativa.

a) Quem é esta pessoa?

b) Qual tipo de texto escrito é usado por Frei Dinis para comprovar como Carlos realmente pensava?

38. A obra Viagens na minha terra é um dos expoentes do Romantismo português. Apesar disso, o próprio autor do

texto, Almeida Garret, não considera sua obra romântica. Sabendo disso:

a) Cite o exato trecho, extraído do capítulo 44 do livro, em que o narrador admite que a emoção domina a razão ao

escrever.

b) A idealização de personagem é traço constante do Romantismo, presente na obra em estudo. Carlos, o narrador do

trecho da obra no capítulo 44, é idealizado ao final da obra? Justifique sua resposta.

39. Em vários momentos da narrativa, faz-se referência à Guerra, um conflito armado que ocorreu no passado

português, momento em que transcorreria a história de Joaninha. Carlos é citado como um dos combatentes. Diga

quem são os grupos oponentes nesta guerra.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

40. Assinale a alternativa em que as palavras estão acentuadas graficamente pelas mesmas regras por que estão

acentuadas, respectivamente, em: "chalé", "céu", "existência".

a) atrás, joia, próprio.

b) três, polo, evidência.

c) Jaú, caráter, máscara.

d) pré-requisitos, ruína, vários.

e) fé, mídia, competência.

Houve um tempo em que a minha janela se abria para um chalé. Na ponta do chalé brilhava um grande ovo

de louça azul. Nesse ovo costumava pousar um pombo branco. Ora, nos dias límpidos, quando o céu ficava da

mesma cor do ovo de louça, o pombo parecia pousado no ar. Eu era criança, achava essa ilusão maravilhosa, e

sentia-me completamente feliz.

Houve um tempo em que minha janela dava para um canal. No canal oscilava um barco. Um barco

carregado de flores. Para onde iam aquelas flores? quem as comprava? em que jarra, em que sala, diante de quem

brilhariam, na sua breve existência? e que mãos as tinham criado? e que pessoas iam sorrir de alegria ao recebê -

las? Eu não era mais criança, porém minha alma ficava completamente feliz. [...]

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas

coisas não existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê -

las assim.

(Cecília Meireles, A arte de ser feliz. Em "Escolha seu sonho", p. 24.)

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Orientações

1. A avaliação de RECUPERAÇÃO FINAL será composta por 10 questões,

retiradas desta lista de 40 questões. Não haverá necessidade de realização

de trabalho complementar.

2. A média necessária para aprovação nas Avaliações de RECUPERAÇÃO

FINAL será 5,0 (cinco) pontos.

3. O aluno que NÃO atingir a média necessária nas Avaliações de RECUPERAÇÃO

FINAL será encaminhado para a realização das Avaliações de EXAME

FINAL.

4. Os resultados da RECUPERAÇÃO FINAL serão divulgados no dia 18 de

dezembro, a partir das 16h; assim como, os dias e horários das avaliações de

EXAME FINAL.

5. O calendário abaixo poderá sofrer alterações por razões técnicas ou

pedagógicas.

Calendário das Avaliações de RECUPERAÇÃO FINAL - 2015

2ª feira 14/dez

3ª feira 15/dez

4ª feira 16/dez

5ª feira 17/dez

6ª feira 18/dez

8h 8h 8h 8h 8h

HISTÓRIA BIOLOGIA

SOCIOLOGIA

PORTUGUÊS REDAÇÃO

INGLÊS

FÍSICA GEOGRAFIA FILOSOFIA

QUÍMICA Fund. QUÍ.

MATEMÁTICA Fund. MATEM.