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    ENSINANDO VALORES HUMANOS A CRIANAS E ADOLESCENTES

    VOL. 02

    Este livro foi adaptado do segundo Mdulo do Programa Cinco Minutos deValores Humanos para a Escola, e representa um curso bsico de valoreshumanos para crianas, jovens e tambm adultos. Nele inserimos ao final dasaulas exerccios de relaxamento com visualizaes de natureza positiva, etambm pequenas preces dirigidas ao Criador, som foco em qualquer religio,mas apenas em contedos de religiosidade.

    Contem 48 aulas com durao aproximada de uma aula normal, para serministrada semanalmente.

    Instrues ao professor

    Todo o contedo das aulas apresentado pronto, bastando ao professor ler

    e atender as orientaes pontuais, que esto em itlico.A leitura deve ser mais lenta, e as palavras bem pronunciadas, para que

    todos possam entender e assimilar bem o seu teor.Nas orientaes pontuais em itlico, quando se diz O professor deve

    socializar o tema, isto significa que ele deve envolver os presentes na conversa,incentivando respostas, comentrios e opinies. Deve, no entanto, respeitar aopinio e o pensamento de cada um e ter cuidado para que as divergnciasentre uns e outros no descambem em discusses que s iriam prejudicar areunio e azedar o seu clima. Em situaes de divergncia, jamais deve criticaralgum, mas respeitar e fazer respeitar o pensamento de todos.

    Na maioria das vezes, quando se pede para incentivar respostas, asrespostas essenciais so apresentadas em seguida para facilitar.

    O professor deve tambm estar atento ao horrio, no permitindoparticipaes longas dos presentes.

    Nos exerccios de relaxamento com visualizaes, a leitura deve ser aindamais lenta e pausada.

    importante que a prece de encerramento seja feita em voz alta por umapessoa e que as outras acompanhem apenas no pensamento. Assim fica maisfcil para todos se concentrarem nas ideias da prece.

    OBSERVAO:

    Os exerccios de visualizaes, representam momentos importantes nosquais os prprios alunos, conduzidas pelo professor, criam imagens amenas,belas e pacificadoras, alm de um ambiente ntimo afetuoso.

    importante lembrar que as atitudes e aes de uma pessoa refletem oque lhe vai no mundo ntimo. Assim, quando o ambiente ntimo de uma pessoa povoado por imagens de violncia, de rostos deformados e de monstros, comoesses que so usuais na mdia, em jogos eletrnicos, revistas em quadrinhos,

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    filmes infantis e at mesmo aparecem estampadas em roupas, tanto de adultosquanto de crianas, natural que se reflitam em seus estados de esprito e,conseqentemente, em suas atitudes e aes. Observe-se que at o linguajardas crianas e jovens reflete essas deformidades, com expresses comosinistro e outras similares.

    Sendo assim, entendemos ser muito importante a prtica constante dosexerccios de relaxamento, seguidos de visualizaes amenas, belas e fraternas,

    como sementinhas de paz que podero brotar e crescer.Tambm algumas preces no contexto do Programa, sem ferir a religio de

    quem quer que seja, abrem espaos para a religiosidade e a f, to importantespara a superao dos momentos difceis que a vida sempre apresenta nacaminhada das pessoas.

    ENSINANDO VALORES HUMANOS A CRIANAS E ADOLESCENTES

    VOL. 02

    1 AULAAs foras que nos comandam Parte 01

    O professor deve observar algum gesto ou movimento da parte dequalquer um dos presentes, como segurar a caneta, passar a mo no cabelo,etc. Digamos que seja a primeira opo... O professor lhe pergunta: Que foi

    que levou voc a segurar a caneta?O professor deve incentivar a resposta.

    Todo gesto nosso, tudo que fazemos, tem por trs um comando... Essecomando pode estar na nossa mente.

    No caso de fulano (a), deve ter sido a sua mente que gerou o comandopara segurar a caneta, por entender que vai precisar dela.

    Se eu apanho caneta e papel para escrever alguma coisa, isso aconteceporque a minha mente est gerando esse comando, est mandando que o faa.

    Vocs entenderam?

    O professor deve incentivar respostas.

    Mas ns temos tambm outros comandos paralelos. Algum sabe quaisso?

    O professor deve incentivar respostas.

    Esses outros comandos so o instinto e a vontade.

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    O instinto necessrio nossa sobrevivncia.Algum sabe dar um exemplo do modo como o instinto atua em nossa

    vida?O professor deve incentivar respostas.

    Digamos que algum apanha um livro e jogue em um de vocs? A reaode quem est no alvo do livro sair da frente para no se machucar, no isso?

    Pois bem, ns temos trs opes para explicar essa reao.Opo 01 - A reao foi gerada pela mente.Opo 02 - A reao foi gerada pelo instinto.Opo 03 - A reao foi gerada pela vontade.

    Quem acha que a reao foi gerada pela mente levante a mo.Quem acha que a reao foi gerada pelo instinto levante a mo.Quem acha que a reao foi gerada pela vontade levante a mo.

    Acertou quem votou no instinto.

    A mente pensa e nos comanda atravs do raciocnio, da razo.O instinto nos comanda de forma direta, no passa pelo raciocnio.Imaginem como seria no caso do livro atirado numa pessoa. Se ela comear

    a refletir sobre o perigo de se machucar, no d tempo de ela se defender.Quando tiver terminado de pensar, o livro j atingiu o alvo.

    Quem de vocs sabe dar um exemplo de comando da mente?O professor deve incentivar respostas.

    O comando da mente nem sempre resultado do raciocnio. Nem sempre preciso que a mente fique pensando para comandar alguma ao. Vejamos um

    exemplo. Quando vocs se levantam pela manh e se aprontam para vir escola, no precisam ficar pensando assim: eu vou levantar e me arrumar parair escola. Isto se d porque a mente j sabe disso e no precisa ficarpensando. Entenderam?

    J em relao ao instinto, no h pensamento. O instinto um comandointeligente, mas sem a participao do pensamento, sem raciocnio.

    Algum sabe dar um exemplo de uma ao instintiva?O professor deve incentivar respostas.

    E qual a terceira fora que nos move? Algum se lembra?

    O professor deve incentivar respostas.

    Essa terceira fora, a vontade, como um cavalo xucro, que a menteprocura controlar.

    Algum sabe dizer por que a mente, ou seja, a razo, deve controlar anossa vontade?

    O professor deve incentivar respostas.

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    Quanto ao animal, o instinto que o controla. Por exemplo, uma gazelapode estar com vontade de comer determinado vegetal que lhe faria mal.Ento, o instinto que a impede de com-lo.

    J com o ser humano diferente porque sabemos pensar, sabemosraciocinar, escolher o que bom para ns e desprezar o que no nos serve.

    Mas ser que todo ser humano sempre obedece ao que a mente lhe diz?

    O professor deve incentivar respostas.

    O ser humano ainda no est muito evoludo, porque muitas vezes obedecemais sua vontade do que ao que a mente lhe diz... e olha que a vontade erramuito!

    Quantas pessoas sabem que deveriam se alimentar de coisas maissaudveis, mas a vontade que domina e elas comem de tudo que querem edepois... engordam, ficam com problemas de sade, at muito graves, mas amente no consegue controlar a vontade?!

    Quem sabe de outras situaes nas quais a vontade no obedece mente

    e a pessoa se d mal?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando aos

    presentes os inmeros vcios que as pessoas cultivam, mesmo sabendo quelhes so altamente prejudiciais.

    Observem como a natureza sbia. No ser humano, que sabe pensar,refletir, que conhece muitas coisas, a inteligncia mais forte que o instinto.Mas, no reino animal, o instinto mais forte, tanto que comanda tudo nessereino. E esse comando to incrvel que nos deixa perplexos.

    Vejamos como exemplo a questo das migraes. Como elas funcionam?

    Imaginem uma tartaruga botando seus ovos numa praia e deixando-os lpara serem chocados pelo prprio calor do ambiente.

    Uns dois meses mais tarde, nascem as tartaruguinhas, que correm logopara o mar. Ali, na imensido do oceano, elas viajam centenas de milhares dequilmetros, crescem e, mais ou menos 30 anos mais tarde, elas voltam aomesmo lugar onde nasceram, para botar seus prprios ovos.

    Como que uma tartaruga, que saiu da sua praia assim que nasceu,consegue voltar ao mesmo lugar depois de tantos anos? E olha que no oceanono existem ruas, estradas nem outras coisas para elas se guiarem. o instintoque as conduz.

    Mas, voltando ao ser humano, existe em ns outra fora, muito grande,trabalhando junto com a mente para nos conduzir. o corao, ou melhor, soos sentimentos.

    Existem muitas situaes nas quais a mente diz uma coisa e o corao dizoutra.

    Quem sabe dar um exemplo de uma situao assim, na qual a cabeamanda fazer uma coisa e o corao manda outra?

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    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Esse fato de a cabea dizer uma coisa e o corao dizer outra cria muitosconflitos em ns. E vocs sabem por que a natureza fez essa ursada conosco?Porque precisamos aprender a lidar com esses conflitos. Precisamos aprender ausar a cabea e tambm o corao de forma equilibrada e sbia.

    Vamos agora fazer uma mentalizao para o nosso planeta.Mentalizar pensar alguma coisa com muita firmeza, procurando no

    desviar o pensamento.Vamos, ento, fechar os olhos para nos concentrarmos melhor e respirar

    fundo algumas vezes para relaxar. (dez segundos)Vamos imaginar que estamos numa nave espacial estacionada grande

    altura e de onde vemos a Terra girando lindamente no espao. (cinco segundos)Pensemos agora, com muito amor, no nosso planeta, como se o

    estivssemos abraando com muito carinho. Afinal, trata-se da nossa casacsmica, no ? (cinco segundos)

    Pensemos nas belezas da natureza, nas matas verdes (trs segundos), nosoceanos azuis (trs segundos), nas cordilheiras geladas (trs segundos), nasterras frteis onde so plantados os alimentos que nutrem os seres humanos emuitos animais. (cinco segundos)

    Vamos envolver a Terra num sentimento de amor e de paz. (dez segundos)Agora vamos abrir os olhos e continuar sentindo esses sentimentos to

    bons que so o amor e a paz.

    2 AULAAs foras que nos comandam Concluso

    Vocs se lembram do nosso ltimo encontro, quando falamos sobre asforas que nos comandam?

    Quem lembra quais so essas foras?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que

    essas foras so a mente, o instinto e a vontade.

    Ocorre que em ns, seres humanos, existe outra fora, muito grande,trabalhando junto com a mente para nos conduzir. o corao, ou melhor, soos sentimentos.

    Existem muitas situaes nas quais a mente diz uma coisa e o corao dizoutra.Foi o caso da Geovana, uma jovem que estava namorando o Tito h mais

    de meio ano quando descobriu que ele era ladro de automveis. A cabea diziaa ela que sasse daquele namoro, que aquilo era uma roubada, mas o coraono deixava.

    Vamos refletir um pouco sobre esse caso da Geovana?

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    A sua mente lhe dizia que acabasse com o namoro, porque um ladro notinha os valores morais necessrios para constituir uma famlia e educar osfilhos. Alm disso, um dia ele seria preso, e ela se tornaria mulher de umpresidirio.

    A cabea de Geovana lhe deu uma orientao segura e certa. Mas elaescolheu obedecer ao sentimento, e a tudo se complicou. A coitada ficou com o

    Tito, casou-se com ele, teve dois filhos. Um dia, Tito foi apanhando pela polcia e

    acabou na priso.Como que devemos fazer, ento, quando existe esse conflito entre a

    cabea e o corao? O que vocs acham?O professor deve incentivar respostas.

    Vamos refletir assim: a cabea fica acima do corao. ela que devemandar em ns porque pode refletir, pode analisar e escolher com mais acerto.Mas importante tambm ouvir o corao.

    Digamos que algum nos pede ajuda. Cabe cabea analisar a situaopara perceber se a pessoa que est pedindo ajuda no apenas uma

    aproveitadora. Se a cabea entender que essa pessoa est realmentenecessitada e que podemos ajud-la sem que isto nos cause dificuldades, entodevemos obedecer ao corao.

    Para tudo necessrio haver equilbrio. preciso ter bom senso e tambmamor.

    O bom senso ajuda a no entrarmos numa fria, e o amor nos leva a serpessoas fraternas e solidrias. Isto fundamental em nossa evoluo, porque oamor a mais importante das leis csmicas.

    Mas existem situaes em que no conseguimos ter certeza do que seria omelhor.

    Muitas vezes estamos nervosos, irritados, com raiva ou ansiosos, e assimfica difcil pensar com equilbrio. Nesses casos importante relaxar edesenvolver um estado de esprito tranquilo. Vocs sabem como queconseguimos isso?

    O professor deve incentivar respostas.

    No final do encontro de hoje, vamos fazer um exerccio de relaxamentocom visualizaes. uma excelente maneira de desenvolver um estado deesprito tranquilo.

    Vimos, ento, que o comando da mente acontece quando a ao pensada

    ou mesmo feita de forma automtica, como quando estamos com sede e vamosbeber gua. Quando agimos ou reagimos de forma instintiva, o instinto quenos comanda. Quanto a essa terceira fora, a vontade, muito importante queela seja controlada pela mente.

    Mas o ser humano ainda no est muito evoludo, porque muitas vezesobedece mais sua vontade do que ao que a mente ou a razo lhe diz.

    Quem sabe dar um exemplo do que acontece quando no conseguimos

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    controlar a nossa vontade?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando aos

    presentes os inmeros vcios que as pessoas cultivam, mesmo sabendo quelhes so altamente prejudiciais; as formas erradas de se alimentarem, astentaes s quais no conseguem resistir, tais como deixar de estudar parafazer alguma outra atividade de que gosta mais, etc.

    Vimos igualmente como importante usar sempre a cabea, numraciocnio equilibrado, mas tambm ouvir o corao. Mas para isso importanteestar relaxado e em harmonia interior, a fim de poder encontrar as melhoresrespostas, ou solues.

    Vamos agora fazer um exerccio de mentalizao, lembrando quementalizar criar mentalmente.

    Vamos ento fechar os olhos e relaxar... (trs segundos).Cada um de vocs vai mentalizar em torno de si um ambiente luminoso,

    cheio de vitalidade e de alegria. (trs segundos)No pense. Use a mente apenas para enviar ondas de bem-estar para todo

    o seu ser. (cinco segundos)Desligue-se completamente do mundo exterior. Volte toda a sua ateno

    apenas para a sua respirao.Inspire calma e profundamente, observando como essa energia luminosa

    vai penetrando por suas narinas e chegando aos pulmes em vibraes deenergia pura, saudvel.

    Observe como essa energia absorvida pelo seu organismo, espalhando-sepor todo o seu corpo. (cinco segundos)

    Relaxe...Repita mentalmente as seguintes frases, procurando sentir plenamente

    aquilo que vai dizer:(OBS. Essa leitura deve ser lenta, serena, tranqila, com as devidas

    pausas)Estou em harmonia com o universo, meu grande lar. (trs segundos)Estou em harmonia com a humanidade, minha grande famlia. (trs

    segundos)Estou em harmonia com meus familiares, porque com eles eu aprendendo

    a conviver. (trs segundos)

    Estou em harmonia com a natureza, pois fao parte dela. (trs segundos)Estou em harmonia com meu corpo, meu instrumento de manifestao.(trs segundos)

    Estou em harmonia com minha conscincia, luz de Deus em mim. (trssegundos)

    Sinto paz e harmonia em todo o meu ser. (cinco segundos)

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    Vamos aproveitar este momento to rico para elevar nosso pensamento aoCriador.

    Eu vou fazer uma prece em voz alta e vocs acompanham, s nopensamento: Senhor Deus, nossos coraes sempre ficam mais leves, quandoelevamos o pensamento a Ti, e por isso Te agradecemos, e pedimos paraabenoar nosso planeta Terra. Ajuda as pessoas a se tornarem mais fraternas,mais pacficas e mais justas; ampara os que esto sofrendo e abenoa a todos

    ns que aqui estamos e tambm os nossos lares. Assim seja.Vamos abrindo os olhos e continuar sentindo esse sentimento to bom que

    conseguimos desenvolver.3 AULANatureza

    Quem de vocs tem se lembrado de cumprimentar as pessoas ao encontr-las, pedir licena ou desculpas quando for o caso?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Joana era uma garotinha que amava intensamente a natureza. Quandonasceu, seus pais, seu Antnio e dona Ins, moravam num stio, no interior deSanta Catarina. Assim, ela viveu os seus primeiros anos de vida correndo peloscampos, andando a cavalo, cuidando das galinhas e das flores que a meplantava na frente da casa.

    Vez por outra, ia com o pai e com os irmos mais velhos explorar a mataque se estendia por muitas lguas na direo do oeste. Era uma mata virgem,com rvores gigantescas, dando um ar de mistrio a tudo. Havia muitospssaros, e, vez por outra, topavam com algum bando de macacos.

    Joaninha ficava encantada com aqueles animais to espertos que viviamnas rvores e com as mes que carregavam os filhotes nas costas, agarradosem sua pelagem. Ela pensava: Quem ser que ensinou os macacos a viveremassim, em famlia, como se fossem pessoas? Que tipo de sentimentos leva umamacaca a conduzir seu beb nas costas, o tempo todo, e a cuidar dele at quefique adulto?

    Vamos conversar um pouco sobre esse primeiro questionamento da Joaninha. O que vocs acham? Quem teria ensinado os macacos a viveremassim, em famlia, como se fossem pessoas?

    O professor deve incentivar respostas.

    Se observarmos a natureza, podemos perceber que ela comandada emtodos os sentidos por uma extraordinria inteligncia. uma inteligncia queconhece tudo e a tudo conduz, de forma sbia e harmoniosa. No seria Deusessa inteligncia? O que vocs acham?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

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    O segundo questionamento da Joaninha era: Que tipo de sentimentos levauma macaca a conduzir seu beb nas costas, o tempo todo, e a cuidar dele atque fique adulto?

    O professor deve incentivar respostas.

    O que leva um animal a cuidar dos filhotes e a proteg-los certamente o

    amor, esse sentimento que est nos coraes das mes e dos pais. Mas, noreino animal, o amor se manifesta numa forma ainda primria, tanto assim queos pais abandonam os filhotes assim que estes j conseguem se cuidarsozinhos. O vnculo, ou seja, o amor dos pais para com os filhotes e dos filhotespara com os pais se acaba, quando eles no mais precisam desse vnculo parasobreviver, e em muitos casos s a me quem cuida dos filhotes.

    J no reino humano, o amor entre pais e filhos nunca se acaba.

    Quando Joaninha completou dez anos de idade, sua famlia mudou-se parauma cidade prxima.

    Certa manh de domingo, ela olhava a rua pela janela de seu quarto,quando viu Alfredo, um colega da escola que morava perto, atirando pedrasnum ninho de passarinhos, numa rvore que havia em frente casa dela.

    Para com isso! gritou, mas a pedra j havia atingido o ninhoderrubando-o ao cho.

    Joaninha foi correndo para a rua, porm Alfredo j tinha fugido, deixando orastro da maldade no cho, um filhote de passarinho todo machucado,arrastando a perninha, como se estivesse quebrada.

    Tentou chegar perto, mas dois pssaros voavam, muito nervosos, em tornodele, fazendo meno de atacar quem se aproximasse.

    Aflita, chamou o pai, seu Antnio, que acorreu e conseguiu pegar obichinho, levando-o para dentro da casa.

    Ser que ele se cria? perguntou Joaninha.O pai examinou melhor o animalzinho que gritava, tentando soltar-se, e

    respondeu: No sei, filha, ele ainda bem novinho e vai precisar dos pais para

    aliment-lo. Ns podemos fazer isso, papai. Podemos no, filha. Nessa idade ele ainda no come sozinho. So seus

    pais que buscam o alimento e colocam em sua boca.

    Mal acabara de falar, os dois pssaros, que certamente eram os pais,entraram voando na sala, fazendo rasantes perto do filhote, como a tentarproteg-lo. Eram muito bonitos, com uma plumagem cinza azulada, quebrilhava luz do sol.

    Era uma cena to extraordinria e comovente que arrancou lgrimas dosolhos de Joaninha e deixou seu Antnio mudo de emoo.

    Decidiram, ento, colocar o filhote numa gaiola, pendurada no galho de

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    uma rvore, no quintal, com uma abertura em cima para os pais poderemcuidar dele.

    Deu certo. O casal de passarinhos passava o dia inteiro buscando alimentoe dando na boca do filhote. Era interessante ver como ele abria a boca, fazia umrudo estranho, enquanto tremelicava as asas, assim que um dos pais seaproximava. Vez por outra, um deles entoava um gorjeio muito bonito, como aagradecer a hospitalidade que estava sendo dada ao filho.

    E quanto a vocs? O que acham de algum que maltrata animaizinhos toinofensivos como os pssaros?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Quando algum aprende a amar e a respeitar a natureza passa tambm aquerer proteg-la.

    Quem de vocs sabe por que a natureza est to repleta de belezas e desituaes que nos tocam a sensibilidade?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando aos

    presentes queas coisas belas e aquelas que nos tocam os sentimentos tm opoder de ir desenvolvendo amorosidade em ns.

    Desenvolver amorosidade nos sentimentos muito importante porque oamor est nos fundamentos das prprias leis universais ou leis divinas. Ento, preciso aprendermos a amar porque s assim possvel haver felicidade paratodos.

    Da mesma forma, importante aprimorar o prprio interior, deix-lo maisbonito, e isto fazemos escolhendo coisas melhores e mais bonitas para ouvir,ver e falar. A presena das pessoas que cuidam assim do prprio interior uma

    presena bem mais agradvel.

    Mas, voltando nossa narrativa, alguns dias depois do ocorrido, Joaninharesolveu procurar o garoto e foi logo dizendo:

    Alfredo, vem comigo que quero lhe mostrar uma coisa.Apesar de desconfiado, Alfredo obedeceu, e logo estavam os dois no

    quintal da casa de Joaninha, junto gaiola onde se encontrava o filhote depssaro com a perninha quebrada. Os pais, ao verem Alfredo, ficaram fazendovoos rasantes em torno dele, como a quererem atac-lo. Joaninha alertou:

    Se voc ficar quieto, eles vo ver que voc no quer machucar o filhote e

    se acalmam.Dito e feito. Em poucos instantes, o casal de pssaros pousou na cumeeirada casa e ficou ali, espreita.

    Alfredo estava envergonhado, e Joaninha, percebendo isso, disse: O que voc fez foi muito ruim. Voc machucou um animalzinho que nunca

    lhe fez algum mal, mas acho que est arrependido.Alfredo ia dizer algo, mas, nesse momento, ouviu-se o gorjeio de um dos

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    pssaros, um gorjeio longo, bonito, alegre... Que coisa linda! exclamou Joaninha. Acho que eles esto querendo

    dizer que te perdoam.O momento era muito emocionante. Os olhos de Alfredo encheram-se de

    lgrimas. Joaninha abriu os braos, e os dois se abraaram, chorando.Passada a emoo, Alfredo perguntou: E agora? Ser que ele vai ficar prejudicado?

    Acho que no respondeu Joaninha. Os pais esto cuidando dele, eacredito que logo mais a perninha dele vai ficar boa.

    Pois, se voc deixar, gostaria de vir todos os dias ver como ele est pediu Alfredo.

    Claro, colega, pode vir. Vamos ficar pastorando ele at que possa voar eir embora.

    O professor deve socializar o tema, lembrando a importncia deprocurarmos conhecer mais sobre a natureza, o quanto ela maravilhosa emtodas as suas dimenses e nuanas; s assim, conhecendo-a, iremos am-la erespeit-la, pois ns mesmos fazemos parte dela.

    Agora vamos fazer um exerccio de visualizao. Vamos fechar os olhos erespirar fundo algumas vezes para relaxar... (dez segundos)

    Vamos imaginar que estamos no campo, junto a um riacho, vendo a guacristalina correndo alegremente por sobre o leito de areia... (cinco segundos)

    Em torno de ns, h o verde da vegetao, e a luz do sol acariciasuavemente a nossa pele. (cinco segundos)

    Respiremos profundamente, sentindo o ar penetrando em nossos pulmes,levando oxignio para o corpo, levando vida para o nosso corpo. (dezsegundos)

    Vamos agora fazer uma prece de gratido ao Criador de todas as coisas,pelas coisas to boas e to belas que criou.

    Eu vou fazer a prece em voz alta, e vocs acompanham s no pensamento:Senhor da Vida, ns te agradecemos pela terra que nos sustenta, pela guaque to importante para nossas vidas... Agradecemos pelo ar que respiramose pelo sol que nos d vida e calor. Agradecemos pelo amor, pela amizade epedimos que nos ajude sempre a ser pessoas do bem, a vivenciar os valoresmais nobres do esprito. Pedimos tambm que nos proteja e a toda a nossafamlia, e que ajude a humanidade a encontrar caminhos para a paz. Assimseja.

    4 AULAtica

    muito importante aprimorar o prprio interior, deix-lo mais bonito, e istofazemos escolhendo coisas melhores e mais bonitas para ouvir, ver e falar. A

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    presena das pessoas que cuidam assim do prprio interior, uma presenabem mais agradvel.

    Quem de vocs tem procurado alimentar o prprio esprito com coisasbonitas?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Quem aqui sabe definir o que tica?O professor deve incentivar respostas.

    A tica um valor que ocorre na nossa conscincia. aquela avaliao quefazemos das nossas aes para definir se esto certas ou erradas, se so justasou injustas.

    Muitas vezes alguma coisa pode at ser permitida, pode ser legal, mas no justa, no correta. Nesse caso, est faltando tica.

    Vejamos o exemplo do que tem acontecido com muitos polticos querecebem salrios muito altos, mas vivem procurando um jeito de aument-los

    ainda mais.Eles conseguem fazer isso legalmente porque a lei permite isso, mas no

    justo. Os salrios dos polticos so pagos com dinheiro pblico. Esse dinheirodeveria ser aplicado em benefcio do povo, para melhorar o sistema de sade,pagar melhores salrios aos funcionrios que ganham pouco, construir maisescolas e mais creches, melhorar as estradas, etc.

    Quem sabe definir o que dinheiro pblico?O professor deve incentivar respostas e explicar que o dinheiro pblico

    vem principalmente dos impostos que todos pagam.

    Vocs acham que esses polticos de que falamos, quando aumentam osprprios salrios de forma abusiva, esto agindo com tica?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    John Nash, um professor norte-americano, Prmio Nobel de Economia,disseque tica fazer o melhor para si e para o grupo em que se est inserido, paraque todos se beneficiem.

    Se todos os membros da famlia esto bem, todos ficam felizes, no verdade?

    Se numa famlia um ou mais membros sofrem, os outros tambm sofrem,no verdade?Mas por que isto acontece assim?Acontece porque o ser humano uma criatura grupal, vive em grupo.

    Quando algum se isola de todos, no feliz.Ento, se somos seres grupais, se precisamos viver em grupo, o que

    devemos fazer para nos sentirmos melhor? Como devemos agir? Algum sabe?

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    O professor deve incentivar respostas.

    Para que uma pessoa se sinta bem, para que possa ser feliz, ela precisacolaborar para gerar felicidade e bem-estar tambm aos outros membros dogrupo.

    Vamos ver agora quais podem ser os nossos grupos.O professor deve incentivar respostas, mostrando aos presentes que o

    grupo mais prximo a famlia, depois vem a escola, o bairro, a cidade, o pas,o planeta, e que todos esses grupos fazem parte da nossa vida, e ns fazemos

    parte deles. Por isso, importante sempre pensarmos no bem-estar de todos,no s no nosso prprio bem-estar.

    Eullia era professora de fisiologia e foi a Belo Horizonte participar de umcongresso.

    O hotel onde se hospedou fica a alguns quarteires do local onde se pega onibus at o aeroporto de Confins, que fica bem longe, em outro municpio.

    Na volta, como estava chovendo, preferiu chamar um txi para lev-la do

    hotel at o local de sada do nibus. O motorista do txi comeou a puxarconversa e perguntou se ela no preferia que ele a levasse at o aeroporto,afirmando que os nibus costumavam atrasar muito e que com isso ela poderiaperder o voo. Disse tambm que faria um preo razovel para ela.

    Como no era a primeira vez que Eullia ia quela cidade, respondeudizendo que sabia que havia nibus saindo de dez em dez minutos e que nuncaatrasam.

    O motorista riu, sem graa, e explicou que fazia assim esperando que opassageiro acreditasse na conversa; com isso ele ganharia uma corrida muitomais longa e... mais dinheiro.

    O que vocs acham da conduta daquele motorista de txi?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Seu Jorge era o tipo de pessoa que est sempre querendo se dar bem.Numa tarde de sbado, saiu junto com o filho Luizinho para comprar um

    sorvete e, como no encontrava um lugar adequado onde pudesse estacionar oveculo, colocou-o em local proibido. Ao voltarem, havia um guarda de trnsitoanotando a placa do seu carro para mult-lo.

    Espera aqui, meu filho disse a Luizinho. Vou ali resolver essa

    pendenga.Seu Jorge aproximou-se do guarda para lhe oferecer uma propina e livrar-seda multa.

    Luizinho, ao perceber o que estava acontecendo, teve vontade de ir at lpara pedir ao pai que no agisse daquela forma desonesta.

    E vocs? Se estivessem no lugar do Luizinho, que fariam?

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    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfatizando aimportncia da honestidade em todas as situaes.

    Luizinho pensou no que seria pior, pedir ao pai para agir com honestidade ese arriscar a levar uma bronca ou ver o pai praticando um ato desonesto.

    Pensou, pensou e resolveu agir conforme sua conscincia. Foi at o pai edisse:

    Papai, no faz isso! No vale a pena manchar sua conscincia. O senhorerrou ao estacionar em lugar proibido e, agora, o mais certo pagar pelo erro.

    Seu Jorge ficou muito envergonhado. Pediu desculpas ao guarda por terquerido suborn-lo, mas, em contrapartida, percebeu o quanto estava orgulhosodo filho que tinha, um garoto to jovem, mas de carter.

    Vamos agora relaxar, fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes paraharmonizar os ritmos internos... (dez segundos)

    Pensem em si mesmos com muito carinho. Imaginem seus corposenvolvidos numa luz branda, cheia de paz. (cinco segundos)

    Pensem agora nas pessoas egostas e ambiciosas, naquelas que no tmtica e que tanto mal fazem a tanta gente... (cinco segundos)

    Eu vou fazer uma prece, e vocs acompanham, s no pensamento: Deusnosso Pai, pedimos tua ajuda para todas as pessoas que so egostas eambiciosas, que no tm tica... Envolve essas pessoas no Teu amor, na tualuz, para que elas possam perceber o mal que esto fazendo aos outros e a simesmos, ao mancharem assim a prpria conscincia. Tambm queremos teagradecer pela vida e por tudo que ela nos d, pois sabemos que ela, a vida, agrande escola do nosso esprito. Abenoa tambm a todos ns e s nossasfamlias. Assim seja.

    Vamos agora voltar calmamente ao nosso ambiente e abrir tranquilamenteos olhos.

    Ento, quem de vocs conseguiu fazer esse exerccio direitinho?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    5 AULA

    Egocentrismo

    Quem de vocs tem se lembrado de agradecer por alguma gentilezarecebida; de cumprimentar as pessoas, pedir desculpas, etc.?

    O professor deve incentivar respostas.

    Frederico se formara em agronomia e conseguira um emprego que davapara sustentar sua pequena famlia, a esposa, Tatiana, que era estudante de

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    Medicina, e Mariana, a filhinha com trs meses de idade.A vida dos dois seria s felicidade, no fosse a me de Tatiana, uma pessoa

    egocntrica, que passava os fins de semana com eles, com a desculpa de queestava com depresso e no queria ficar sozinha.

    Quem de vocs sabe o que significa egocntrico?O professor deve incentivar respostas, lembrando que a pessoa

    egocntrica aquela que s se ocupa consigo mesma.

    Pois bem! A me de Tatiana, dona Genoveva, era uma pessoa assim. S seocupava consigo mesma. Nos fins de semana que passava em casa da filha,gastava o tempo falando mal dos outros ou queixando-se da vida. mesa,durante as refeies, s ela falava e, quando algum conseguia uma brechinhapara dizer alguma coisa, ela interrompia e continuava falando.

    Imaginem, ento, como ficava o clima em casa de Frederico e Tatiana.Durante as refeies, o casal nem podia conversar porque dona Genovevainterrompia para falar de algum dos seus inmeros e imaginrios problemas.Queixava-se de tudo, at mesmo do ex-marido que acabou largando-a, por no

    suportar sua presena que se tornara muito pesada.Vocs conhecem algum assim, que tenha uma presena pesada?O professor deve incentivar respostas.

    As pessoas egocntricas acham que tm todos os direitos e que os outrostm obrigao de apoi-las, de ajud-las e at mesmo de servir de ouvintespara as suas conversas, como se elas fossem o centro de tudo.

    No caso de dona Genoveva, sua presena nos fins de semana estavacriando um clima ruim no lar de Tatiana e Frederico.

    Se vocs estivessem no lugar deles, o que fariam para solucionar esse

    problema?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Depois de conversar sobre a melhor forma de resolver a situao, o casalchamou dona Genoveva para uma conversa, mas, antes que pudessem dizerqualquer coisa, ela j estava falando e falando...

    Foi preciso Tatiana segur-la pelo brao com fora e dizer com firmeza: Mame, a senhora agora vai ficar quietinha, quietinha, e nos ouvir. No

    vai nos interromper uma s vez.Dona Genoveva levou um susto. No esperava uma atitude assim da parte

    da filha. Comeou a falar com voz chorosa: At mesmo voc, minha filha...Tatiana no deixou que a me continuasse e falou com amor, mas com

    firmeza: Me, agora sua vez de ouvir. A senhora est uma pessoa muito

    egocntrica, s pensa em si mesma, e isto muito ruim. Com esse tipo deatitude, a senhora afasta as pessoas. Ningum gosta da companhia de uma

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    pessoa que fala o tempo todo e no escuta o que os outros dizem. Ningumgosta de conviver com quem s sabe falar mal dos outros e se queixar detudo...

    Dona Genoveva estava to surpreendida com a atitude da filha que, pelaprimeira vez em muito tempo, estava prestando ateno ao que ela dizia.

    Tatiana continuou: Quantas vezes, me, eu quis compartilhar com a senhora as minhas

    alegrias, as minhas dvidas e at mesmo os meus problemas, mas, assim queeu comeava a falar, a senhora interrompia e passava a se lamentar? Eramlamentaes sem nenhum fundamento. Se a senhora est com depresso, porque no enxerga o mundo em torno de si, no v quantas pessoas estosofrendo de verdade. Milhares de pessoas perderam a casa e tudo que tinhamcom as enchentes ou terremotos... Milhares de pessoas perderam seusfamiliares e ficaram sozinhas no mundo...

    Tatiana fez pequena pausa e observou que a me estava comeando aperceber a prpria realidade, o seu grau de egosmo e sua insensibilidadequanto ao sofrimento dos outros. Seus olhos se encheram de lgrimas, e

    Tatiana continuou, falando com muito amor: Sabe, me, me di muito ver a senhora se queixar de tudo... a senhora,

    que tem tudo de que precisa. Me di tambm ver como desperdia suasprprias qualidades. A senhora uma mulher inteligente, bem preparada, quepoderia estar ajudando muita gente, ouvindo seus problemas e lhe dando bonsconselhos, boas orientaes, mas, ao invs disso, a senhora se torna antipticapor falar demais, por se queixar demais, por no dar chance aos outros para seexpressarem.

    Frederico, que estivera calado desde o incio da conversa, comentou: Eu entendo que falar um dom que, para se trafegar bem, precisa de

    duas vias, uma de ida e outra de volta.Quem de vocs entendeu o que Frederico quis dizer com o fato de a fala ter

    duas vias?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que,

    quando pessoas esto conversando, se cada uma tem o dever de ouvir,tambm tem igual direito de falar.

    O casal estava satisfeito com os resultados daquela conversa, pois,felizmente, dona Genoveva teve suficiente humildade para reconhecer osprprios erros e comear a se corrigir, e o primeiro passo importante ela deu ao

    se decidir a realizar um trabalho voluntrio numa ONG que oferecia cursosprofissionalizantes a crianas e adolescentes em situao de risco.Depois de pouco tempo, ela parecia outra pessoa, sempre satisfeita,

    sorridente; j estava at mesmo conseguindo deixar os outros falarem.

    As pessoas que fazem alguma coisa de bom pelos outros so mais felizes.Algum sabe dizer por qu?

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    O professor deve incentivar respostas.

    As leis csmicas so todas aliceradas no amor, e, como essas leis estoem nossa prpria conscincia, s conseguimos ser verdadeiramente felizesquando agimos com amor.

    Existem situaes nas quais uma pessoa, mesmo sem viver de acordo comas leis csmicas, sente-se feliz, mas no uma felicidade plena, nem

    duradoura, porque um dia a conscincia desperta e comea a cobrar pelas msaes que essa pessoa fez. A, a felicidade se acaba.

    Mas, voltando nossa narrativa, certo domingo, quando a famlia estavareunida, almoando, dona Genoveva disse:

    Eu no sei como agradecer a vocs pelo bem que me fizeram. Voc,minha filha, foi muito dura comigo, mas me tratou com uma dureza amorosa eabsolutamente necessria. Eu estava me afundando dentro de mim mesma eestava muito infeliz. Hoje eu sinto como se tivesse ganhado asas e pudessevoar... voar para fora de mim mesma, voar para o mundo em busca de ser

    realmente til aos outros.Dona Genoveva, com os olhos brilhando de emoo, concluiu: Hoje, meus filhos, a minha vida est realmente fazendo sentido, est

    valendo a pena. Hoje eu sou feliz.

    Agora vamos fazer um exerccio de relaxamento com visualizaes.Fechem os olhos e permaneam com eles fechados durante todo o

    exerccio. Isto importante para poderem se concentrar melhor.Faam algumas respiraes profundas para relaxar... (dez segundos)Vamos imaginar que estamos no campo, junto a um riacho, vendo a gua

    cristalina correndo alegremente por sobre o leito de areia... (cinco segundos)Em torno de ns, h o verde da vegetao, e a luz do sol acaricia

    suavemente a nossa pele... (cinco segundos)Respiremos profundamente, sentindo o ar penetrar em nossos pulmes,

    levando oxignio para o corpo, levando vida para o nosso corpo... (dezsegundos)

    Vamos aproveitar este contato com a natureza, este momento de calma,para elevar nosso pensamento a Deus e agradecer por tantas coisas boas ebelas que a vida nos oferece.

    Eu vou, ento, fazer uma prece, e vocs acompanham, s no pensamento:

    Senhor do universo, criador de todas as coisas, estamos aqui reunidos, comalegria, para te agradecer por tudo que a vida nos tem dado. Agradecemos peloar que podemos respirar, pela gua, que nos mata a sede e que serve para tudoem nossas vidas. Agradecemos pela terra que nos d alimento, pelospassarinhos que nos do tanta alegria, pelas rvores que so to bonitas e toimportantes para que haja vida na Terra. Agradecemos pela vida, por estarmosvivos, e tambm pelos bons sentimentos como a solidariedade, a amizade e o

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    afeto. Agradecemos finalmente pela escola onde estudamos e pelos professoresque nos ensinam, preparando nosso futuro. Assim seja.

    Vamos agora voltar calmamente ao nosso ambiente e abrir tranquilamenteos olhos.

    Ento, quem de vocs conseguiu fazer esse exerccio direitinho?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    6 AULASuperioridade

    Quem de vocs tem se esforado para ter um bom convvio entre simesmos e entre os demais colegas?

    O professor deve incentivar respostas.

    O que vocs acham que faz uma pessoa ser superior s outras?O professor deve incentivar respostas.

    Existem dois tipos de superioridade: um efmero, porque vem e passa; ooutro duradouro, verdadeiro, porque faz parte da prpria natureza dapessoa.

    Quem sabe dar um exemplo de superioridade efmera?O professor deve incentivar respostas.

    Agora vamos ver quem sabe dar um exemplo de superioridade verdadeira!O professor deve incentivar respostas.

    A superioridade efmera aquela que algum adquire ou conquista,quando, por exemplo, passa a ter uma posio de chefia no trabalho, um cargopoltico, ou mesmo quando passa a ser o cara como vocs gostam de dizer.Mas esse tipo de superioridade no real porque um dia se acaba.

    J a superioridade verdadeira reflete o prprio interior da pessoa, os valoresque ela j conquistou. Vamos dar um exemplo.

    Amadeu e Fernando eram dois amigos que se conheciam desde crianas.Estudaram nas mesmas escolas, formaram-se na mesma universidade. Algunsanos mais tarde, tornaram-se gerentes na mesma empresa.

    No setor que Amadeu gerenciava, todos os seus subordinados o admiravam

    e gostavam muito dele, pela maneira como sabia lidar com eles; era um chefeque exigia dedicao e eficincia por parte dos seus subordinados, mas tratava-os com respeito e com fraternidade. Certa vez um deles, o Tadeu, sofreu umacidente de moto e ficou muito tempo hospitalizado. Amadeu ia sempre visit-loe, um dia, quando o encontrou muito aflito porque o filho mais novo estavadoente, prontificou-se a ajudar. Levou o beb ao mdico e comprou os remdiosque foram receitados, pois sabia que Tadeu estava sem dinheiro.

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    Amadeu era assim, muito rigoroso no trabalho, mas honesto e de bomcorao.

    J Fernando era bem diferente. Para se dar bem, ele era capaz de mentir,enganar e passar por cima de qualquer um. No trabalho, com seussubordinados, era frio e at cruel. Gostava de ser bajulado, e, se algum ocontrariasse, era demitido na hora. Ele prprio vivia bajulando o diretor-geral daempresa, pois achava que, assim, poderia acabar sendo promovido.

    O que vocs acham desses dois exemplos? Qual deles apresentava umasuperioridade verdadeira?

    O professor deve incentivar respostas,lembrando que o Amadeu tinha umasuperioridade verdadeira, pelos valores positivos que possua.

    Vejamos outro caso.Dr. Cipriano havia bebido muito e resolveu levar o casal de filhos ainda

    pequenos para passear, mas, enquanto dirigia, seu carro caiu num canal. Acorrenteza estava forte, e, quando o carro j ia ser arrastado pela gua, seu

    Tonico, um gari que percebera a situao, conseguiu uma corda, amarrou-a

    num poste; arriscando a prpria vida, desceu pela corda e conseguiu salvar Dr.Cipriano e as duas crianas.

    Se formos analisar essas duas pessoas, veremos, de um lado, Dr. Cipriano,homem bem sucedido na vida, e, do outro, seu Tonico, um homem pobre,humilde e de pouca instruo, morador de uma favela.

    Se vocs fossem votar em quem superior ao outro, votariam em quem?No Dr. Cipriano ou no seu Tinoco?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Dr. Cipriano deixou o carro cair no canal porque estava bbado. O quevocs acham de uma pessoa que sai dirigindo um veculo, estando embriagadae sabendo que pode causar acidentes, ferir e at mesmo matar pessoasinocentes?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    O que vocs acham de uma pessoa como seu Tinoco, capaz de arriscar aprpria vida para salvar a de um desconhecido?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Foi possvel perceber que o valor verdadeiro de algum no est em suacondio social, nem em sua inteligncia, muito menos nos bens que possui?O valor verdadeiro est no corao, nos bons sentimentos; est na tica, no

    esforo que algum faz para aprender e para alcanar seus ideais. Ele est emse viver esses valores que so ensinados nestes nossos encontros.

    Mas ser que podemos rotular as pessoas, sem uma anlise mais profunda?Para responder a essa questo, vamos acompanhar durante algum tempo

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    nossos dois personagens, o Dr. Cipriano, aquele homem cujo carro caiu no canalporque ele estava dirigindo embriagado, e seu Tinoco, o gari que salvou a ele ea seus dois filhos.

    Dr. Cipriano era um excelente cirurgio e trabalhava num pronto-socorro.Certa noite ele voltava do planto e percebeu que, na rua sua frente, estavahavendo forte tiroteio. Quis retornar, mas no conseguiu, porque a rua atrsdele estava congestionada. No tinha outro jeito alm de ficar ali, pedindo a

    Deus para no ser atingido por uma bala perdida.De repente, um homem cambaleou e caiu no meio da rua, atingido por um

    tiro. Dr. Cipriano, sem mesmo pensar no perigo, apanhou sua maleta demdico, rasgou o bolso do jaleco e, segurando-o bem alto guisa de bandeirabranca junto maleta de mdico, foi se aproximando do ferido com cuidado,andando sempre pelo meio da rua.

    Esse gesto foi to inusitado, demonstrando tanta coragem eprofissionalismo, que os atiradores pararam de atirar por algum tempo, at queo ferido recebesse os primeiros socorros e fosse retirado do local.

    Muito bem! Num primeiro momento, conhecemos Dr. Cipriano dirigindo o

    carro bbado, arriscando a vida de pessoas inocentes e dos prprios filhos. Numsegundo momento, vimos o mesmo Dr. Cipriano, arriscando a vida para socorrerum ferido.

    Qual, ento, seria a classificao que vocs dariam ao Dr. Cipriano? Em suaopinio, ele uma pessoa inferior ou superior?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, enfocando afragilidade das classificaes que costumamos fazer de forma intempestiva.

    Quanto ao seu Tinoco, ele era um bom pai e bom marido durante asemana, mas, nos fins de semana, sempre bebia e transformava a vida da

    famlia num inferno. Ficava agressivo, batia na mulher, dona Aparecida, eameaava mat-la na frente dos filhos. Dona Aparecida teve de abandonar oemprego, porque no podia sair de casa aos sbados para trabalhar, com medodo que o marido pudesse fazer com as crianas. Por causa disso, a situaoficou muito difcil. Do dinheiro que seu Tinoco recebia como gari, boa parte elegastava nos bares, nos finais de semana, e o que sobrava mal dava para pagaro aluguel do barraco e pr alguma comida dentro de casa.

    Dona Aparecida aguentou o quanto pde, mas acabou indo embora com osfilhos, para morar com a me.

    Vocs se lembram de que, no incio dessa narrativa, seu Tinoco foi

    classificado como superior ao Dr. Cipriano?E agora? Como vocs o classificariam?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Deu para perceber o quanto difcil classificar as pessoas? Por isso nuncadevemos rotular algum. Para dizermos que uma pessoa boa ou m, que superior ou inferior, precisamos conhec-la melhor.

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    verdade que muita gente demonstra desde logo que o seu lado mau muito mais forte que o lado bom. Tambm h muitas pessoas que deixamtransparecer os valores positivos que j conseguiram desenvolver, mostrandoser boas pessoas.

    Como, ento, devemos nos portar ao classificar algum, no que diz respeitoaos seus valores?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, observando que

    o melhor evitar classificar os outros, por causa das injustias que podem sercometidas.

    Vocs j repararam que, em grande parte das narrativas que se ouvem,aparecem situaes nas quais o lcool ou as drogas esto presentes, causandoimensos sofrimentos?

    Quando vocs chegarem quela idade em que muitas pessoas acham quej podem comear a beber, procurem lembrar-se sempre dos estragos e dossofrimentos que esse uso tem causado a milhes de pessoas em todo o mundo.

    Vamos fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar... (dezsegundos)

    Imaginemos agora que estamos no campo, junto a um riacho, vendo agua cristalina correndo alegremente por sobre o leito de areia... (cincosegundos)

    Em torno de ns, est o verde da vegetao, e a luz do sol acariciasuavemente a nossa pele. (cinco segundos)

    Respiremos profundamente, sentindo o ar penetrar em nossos pulmes,levando oxignio para o corpo... levando vida para o nosso corpo. (dezsegundos)

    Vamos agora fazer uma prece de gratido ao Criador. Eu falo, e vocsacompanham no pensamento: Senhor da Vida, ns te agradecemos pela terraque nos sustenta... pela gua que to importante para nossas vidas...Agradecemos pelo ar que respiramos... e pelo Sol que nos d vida e calor.Agradecemos pelo amor, pela amizade e pedimos que nos ajude sempre a serpessoas do bem. Pedimos tambm que nos proteja e a toda a nossa famlia eque ajude a humanidade a encontrar caminhos para a paz. Assim seja.

    Vamos abrindo os olhos e continuar sentindo esse sentimento to bom que a gratido.

    7 AULAO amor Parte 01

    O amor como uma grande rvore, com vrios galhos, que seriam as suasformas de manifestao, gerando folhas, flores e frutos.

    Quais seriam, ento, as mais importantes manifestaes do amor?O professor deve incentivar respostas.

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    Como exemplos das mais importantes manifestaes do amor, nspodemos citar o amor fraterno, o romntico, o universal e o divino.

    Quem sabe definir o que o amor fraterno?O professor deve incentivar respostas, lembrando que esse tipo de amor

    aquele que ocorre entre irmos e/ou entre pessoas que se querem bem.

    Quem sabe definir o que o amor romntico?O professor deve incentivar respostas, lembrando que esse tipo de amor

    aquele que ocorre entre os casais.

    Quem sabe definir o que o amor universal?O professor deve incentivar respostas, lembrando que esse tipo de amor

    aquele que envolve a tudo e a todos, assim como uma fonte que doa suasguas, sem perguntar a quem, sendo, por isso, a mais bela expresso de amor.

    Quem sabe definir o que o amor divino?

    O professor deve incentivar respostas, lembrando que esse tipo de amor aquele sentimento que une algum ao Criador.

    Antigamente as pessoas eram mais ternas e mais romnticas, o que davamais sabor s relaes, principalmente entre os casais.

    A propsito, h uma msica muito bonita de Dolores Duran, intitulada ANoite do meu Bem. Algum de vocs conhece essa msica?

    O professor deve incentivar respostas.

    Procurem perceber a beleza e a ternura com que comea essa msica.

    (OBS.: A leitura deve ser lenta, tranquila.).

    Hoje eu quero a rosa mais linda que houverE a primeira estrela que vierPara enfeitar a noite do meu bem

    Quem de vocs j parou para observar a beleza de uma rosa, sentir seuperfume e a suavidade das suas ptalas?

    O professor deve incentivar respostas, procurando chamar a ateno dospresentes para o lado mais terno e amoroso da vida.

    Vejamos novamente o que diz a msica:

    Hoje eu quero a rosa mais linda que houverE a primeira estrela que vierPara enfeitar a noite do meu bem

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    Algum de vocs j ficou observando o cu ao entardecer para ver onde vaiaparecer a primeira estrela?

    O professor deve incentivar respostas, lembrando que o lusco-fusco, com osurgimento das primeiras estrelas, um momento que induz ternura, afetividade e ao romantismo, sendo tais sentimentos muito benficos ao

    psiquismo humano, afastando-o, ao menos por alguns instantes, das durezas docotidiano.

    Vejam s a terna beleza da segunda parte dessa msica, que diz assim(OBS.: A leitura deve ser lenta, serena.):

    Hoje eu quero a paz de criana dormindoE o abandono de flores se abrindoPara enfeitar a noite do meu bemQuero a alegria de um barco voltandoQuero a ternura de mos se encontrandoPara enfeitar a noite do meu bem

    Ento, o que acharam desse trecho da msica?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, procurando focar

    a ateno das crianas em detalhes como a Paz de criana dormindo, aAlegria de um barco voltando, a Ternura de mos se encontrando...

    A cantora e compositora Dolores Duran morreu jovem, em 1959, com 29anos de idade.

    Ns comeamos este encontro falando sobre as diversas formas de amar, e

    uma delas o voluntariado.Quem aqui sabe o que um voluntrio?O professor deve incentivar respostas.

    Voluntrio aquela pessoa que se oferece para realizar algo, sem terobrigao de faz-lo e sem outros interesses alm da vontade de ser til.

    Vamos ver em que algum pode ser voluntrio.O professor deve incentivar respostas e socializar o tema lembrando que

    h voluntrios para doao de sangue, para ajudar em alguma campanha,numa escola ou creche, etc.

    Um noticirio de tev mostrou um grupo de voluntrios em So Paulo, quedestinam uma parte do seu tempo todo ms para atender gratuitamentepessoas que no podem pagar. So mdicos, dentistas, psiclogos etc., queatendem crianas e adultos em seus prprios consultrios. Foi apresentado,como exemplo, o caso de um garotinho com uma deformidade na cabea e queprecisava de uma cirurgia corretiva com urgncia, para que seu crebro no

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    ficasse prejudicado.Para ser operado pelo Sistema nico de Sade (SUS), ele teria de esperar

    muito tempo. Um dos mdicos do grupo de voluntrios, ento, operou ogarotinho, dando-lhe a possibilidade de uma vida normal, e fez isto sem cobrarnada.

    Algum sabe dizer o que leva uma pessoa a despender o prprio tempo epossibilidades para ajudar um desconhecido, sem receber nada em troca?

    O professor deve incentivar respostas.

    O que leva uma pessoa a ajudar outras pessoas, sem esperar recompensa, o mais belo de todos os sentimentos, o amor universal.

    Agora vamos fazer um exerccio de relaxamento com visualizaes.Vamos, ento, fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para

    relaxar... (dez segundos)Vamos imaginar que estamos numa praia deserta, beira-mar... (cinco

    segundos)

    As ondas vm quebrando suavemente na areia, molhando nossos ps...(cinco segundos)

    Inspiremos calma e profundamente, procurando sentir a energia do marentrando em nossos pulmes e espalhando-se pelo nosso corpo... (cincosegundos)

    nossa frente, h a imensido do mar e, acima de ns, o cu muito azul...(trs segundos)

    Vamos continuar com os olhos fechados e aproveitar este contato com anatureza, este momento de calma e de paz, para cada um de ns elevar opensamento a Deus e, silenciosamente, s no pensamento, agradecer por

    tantas coisas boas e belas que a vida nos oferece. (vinte segundos)

    Muito bem, vamos abrir os olhos...Eu gostaria de saber quem conseguiu relaxar e sentir como se estivesse

    numa praia.O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    8 AULAO amor Concluso

    Quem de vocs tem procurado alimentar o prprio esprito com coisasbonitas?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Em nosso ltimo encontro, estivemos trocando ideias sobre o amor.Dissemos tambm que o que leva uma pessoa a ajudar outras pessoas,

    sem esperar recompensa, o mais belo de todos os sentimentos, o amor

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    universal.

    Algum sabe por que esse tipo de sentimento chamado de amoruniversal?

    O professor deve incentivar respostas.

    A palavra universal significa algo relativo ao universo, ou seja, no se

    refere a algo ou a algum em particular, mas a tudo e a todos. Assim o amoruniversal. Quem tem esse tipo de amor ama seus pais, seus filhos, seus irmose amigos, mas ama tambm a tudo que existe, as pessoas, os animais, anatureza, etc.

    Poucas pessoas so capazes de ter um amor completamente universal.Algum sabe dizer por qu?

    O professor deve incentivar respostas.

    Muitos de ns conseguimos amar com um pouco desse amor universal,mas ainda temos restries. Podemos sentir amor pelas crianas abandonadas,

    pelos animaizinhos... mas no conseguimos amar aqueles que nos maltratam,ou a uma pessoa por quem sentimos antipatia.

    Somos capazes de nos oferecer como voluntrios para ajudar pessoasnecessitadas ou para cuidar da natureza, mas no conseguimos perdoar todasas ofensas que nos tenham feito. Podemos at perdoar algumas ofensas, masno todas.

    Perdoar uma coisa muito difcil, mas um valor muito importante.Quem sabe dizer por que o perdo to importante?O professor deve incentivar respostas.

    Pesquisas cientficas tm comprovado que perdoar faz bem sade. Almdisso, o perdo quebra o crculo vicioso da vingana.

    Digamos que Antnio ofende Vincius, e este, ao invs de perdoar, resolvevingar-se. Ento, Antnio, com raiva, tambm no perdoa e devolve a agressoa Vincius, que volta a se vingar de Antnio e assim por diante. Esse tipo desituaes muitas vezes acaba em sofrimento e desgraa. A vingana NUNCA boa. Bem ao contrrio, ela cria o crculo vicioso de que falamos.

    Quem aqui acha que capaz de perdoar?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Muita gente acha que perdoar covardia.E vocs? Acham que quem perdoa covarde?O professor deve incentivar respostas.

    preciso ter muito mais coragem para perdoar do que para ficar nutrindodio, rancor ou desejos de vingana.

    Quem de vocs seria capaz de ajudar um desconhecido que estivesse

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    precisando de auxlio?O professor deve incentivar respostas.

    Quem de vocs seria capaz de ajudar um inimigo que estivesse precisandode auxlio?

    O professor deve incentivar respostas.

    Algum de vocs j ajudou uma pessoa de quem no gosta?O professor deve incentivar respostas e, caso algum responda

    positivamente, deve parabeniz-lo por ter conseguido superar sentimentosnegativos e ajudar um desafeto.

    Quem ajuda uma pessoa de quem no gosta demonstra nobreza deesprito.

    S as pessoas mesquinhas se recusam a ajudar algum de quem nogostam, mesmo que esse algum esteja realmente precisando de ajuda.

    Outra coisa muito importante: sempre que obedecemos s leis csmicas,

    ou seja, s leis do amor, da paz e da justia, estamos beneficiando a nsmesmos de trs formas. Algum sabe quais so?

    O professor deve incentivar respostas.

    Essas trs formas com que beneficiamos a ns mesmos quandoobedecemos s leis csmicas, so:

    1 - Estamos desenvolvendo esses valores em nosso interior, e isso muitoimportante para o nosso crescimento como seres humanos melhores.

    2 - Estamos beneficiando nossa sade e nossa harmonia interna, j queinmeras pesquisas cientficas tm demonstrado que o perdo, a paz e a

    afetividade so muito benficos sade de quem os vivencia.3 - Com o nosso bom exemplo, estamos influenciando outras pessoas a

    tambm se tornarem melhores. Dessa forma, estamos trabalhando por ummundo melhor.

    Quem de vocs acha que o exemplo de uma criana ou de um adolescentepode influenciar outras pessoas?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que oexemplo sempre a maneira mais poderosa de algum transmitir valores aosoutros.

    Gostaria que cada um de vocs citasse um bom exemplo que costuma dars outras pessoas.

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Qual o tipo de amor que vocs acham o melhor, o mais bonito, aqueleque nos faz mais bem?

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    O professor deve incentivar respostas.

    O melhor tipo de amor o universal, porque no um sentimento egosta. um sentimento que quer o bem, a felicidade para todos, no apenas para simesmo.

    Algum sabe dizer por que o amor universal to importante?O professor deve incentivar respostas.

    O amor universal no apenas importante. Ele necessrio, fundamental, para que uma sociedade possa ser feliz. A principal causa dossofrimentos na Terra est na falta desse tipo de amor.

    De que adianta algum subir na vida, passando por cima dos outros, eviver num mundo cheio de dio e de misria, cheio de violncia e de injustiascomo a Terra?

    Se todos se ocupassem mais em ajudar uns aos outros, em trabalhar porum mundo melhor, TODOS seriam mais felizes. No haveria dio, nem violncia,nem injustias. Os bens da vida seriam repartidos entre todos.

    por isso que falamos tanto na necessidade de desenvolver amor nossentimentos. E a esperana maior est nas crianas. Se as crianas de hoje setornarem pessoas mais fraternas e mais justas, mais honestas e pacficas,estaro dando bons exemplos desde agora e, quando forem adultas, irocolaborar poderosamente para tornar o mundo melhor.

    Ento, quem de vocs gostaria de colaborar para que o mundo sejamelhor?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Ns falamos neste encontro sobre a importncia do perdo. Vamos ento

    encerr-lo fazendo um exerccio que vai nos ajudar a perdoar.Vamos fechar os olhos e respirar fundo algumas vezes para relaxar... (dez

    segundos)Vamos imaginar que estamos no campo... (trs segundos)Em torno de ns, h muitas flores... vermelhas, azuis, branquinhas... que

    exalam suave perfume.Olhamos em torno e percebemos que uma luz diferente comea a clarear a

    paisagem... Por meio das flores, um anjo vem caminhando em nossa direo.Seu passo calmo, e o semblante belo e sereno. Todo o seu ser irradiabondade e amor. (trs segundos)

    Ele para diante de ns, sorri com muita ternura e diz: No vale a penaguardar mgoas nem rancores, porque eles envenenam a alma. O melhor perdoar... porque o perdo acalma, pacifica e deixa a alma leve e bem maisfeliz.

    Assim, diante daquele anjo, envolvidos em seu amor, sentimos nossocorao cheio de paz, de amor e de perdo. (trs segundos)

    Pensemos agora nas pessoas que nos tenham magoado ou maltratado e

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    perdoemos... Perdoemos de todo corao. (cinco segundos)O anjo nos sorri novamente e segue caminho, deixando em nossas almas

    uma sensao maravilhosa de amor e de alegria.Vamos abrir tranquilamente nossos olhos e deixar que essa sensao to

    boa de amor e de perdo permanea em nossos coraes.

    OBSERVAO: No prximo encontro, haver uma pequena teatralizao.

    Para tanto, preciso providenciar quatro pedaos de papel.

    Em dois dos pedaos de papel, deve-se escrever:Cena 01

    Ator A pergunta Por favor, pode me informar onde fica a secretaria?Ator B responde (A resposta dada em tom agressivo.) T cego, ? No

    viu a placa ali na entrada?

    Nos outros dois pedaos, deve-se escrever:Cena 02

    Ator C pergunta Por favor, pode me informar onde fica a secretaria?Ator D responde (A resposta dada em tom amigvel.) logo ali,

    direita. s seguir por esse corredor.

    9 AULAAgressividade e convvio

    OBS.: Usando o material solicitado no encontro anterior de valoreshumanos, o professor deve chamar quatro voluntrios que chamaremos deatores A, B, C e D, para teatralizarem as cenas.

    CENA 01: Ator B fica atrs da mesa do professor, como se estivessefazendo algo. Ator A entra na sala, aproxima-se dele e faz a pergunta: Porfavor, pode me informar onde fica a secretaria? Ator B responde comagressividade: T cego, ? No viu a placa ali na entrada?

    O professor deve indagar de ator A como se sentiu ao receber a respostaagressiva sua pergunta. Em seguida, o professor deve perguntar aos demaisalunos como se sentiriam se estivessem no lugar do ator A.

    CENA 02: Ator D fica atrs da mesa do professor, como se estivessefazendo algo. Ator C entra na sala, aproxima-se dele e faz a pergunta: Porfavor, pode me informar onde fica a secretaria? Ator D responde comgentileza: logo ali, direita. s seguir por esse corredor.

    O professor deve indagar de ator C como se sentiu ao receber a respostagentil sua pergunta. Em seguida, o professor deve perguntar aos demais

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    alunos como se sentiriam se estivessem no lugar de ator C.Finalmente deve o professor socializar o tema, enfatizando a importncia

    da gentileza, lembrando que, se queremos ser tratados gentilmente, devemos,antes de mais nada, aprender a tratar os outros, TODOS OS OUTROS, comgentileza.

    Nos ltimos anos, criou-se uma cultura de agressividade entre as pessoas,

    tanto entre os adultos, quanto entre as crianas. Isto muito ruim. Aagressividade nunca boa.

    O ser humano um ser grupal, ou seja, vive em grupo. Pensem como seriase todas as pessoas vivessem isoladas, sem se comunicar umas com as outras.

    Vamos fazer um exerccio de imaginao. Vamos fechar os olhos eimaginar que a Terra est toda dividida em espaos do tamanho de um campode futebol, cercados por muros altos, e cada um de ns vive isolado num dessesespaos, sem poder sair nem se comunicar com os outros. Nesses nossosespaos, temos um lugar para morar, alguns animais domsticos e alimento.No h computadores, nem telefones; no h aparelhos de rdio ou de tev.

    Ns s podemos nos comunicar com outras pessoas atravs de cartas.Vamos permanecer por alguns segundos assim, de olhos fechados,

    procurando imaginar como seria nossa vida se vivssemos dessa forma,completamente isolados. (dez segundos)

    Ento, vamos conversar sobre essa experincia?O professor deve incentivar os alunos a falarem.

    Viver isolado realmente seria uma coisa horrvel, mas, felizmente, nspodemos viver em sociedade. Por isso, para que a nossa vida em sociedade no

    seja uma coisa ruim, precisamos aprender a conviver bem uns com os outros.

    O que vocs acham que necessrio para haver um bom convvio?O professor deve incentivar respostas.

    Para haver um bom convvio, preciso, antes de tudo, respeitar asdiferenas e aceit-las.

    Quem sabe quais so essas diferenas?O professor deve incentivar respostas, explicando que todos os seres

    humanos so diferentes uns dos outros, todos pensam de forma diferente, tm

    costumes diferentes, etc., e que no existem duas pessoas exatamente iguaisem tudo.

    No primeiro dia de aula, na sala onde Mariazinha estudava, a professoraentrou trazendo pela mo uma garotinha vestida na forma tpica dos indianos eapresentou:

    Esta Indira, a nova coleguinha de vocs. Ela no fala bem o nosso

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    idioma, e, como vocs podem ver, a roupa dela bem diferente da nossa. Adireo da escola permitiu que ela s passe a usar o uniforme escolar depoisque se acostumar melhor com a nossa cultura. Quero que todos sejameducados com ela e no a perturbem por causa dos seus costumes, que sobem diferentes dos nossos.

    Em seguida, a professora levou Indira a sentar-se ao lado de Mariazinha. Agarota aproximou-se e, olhando para Mariazinha, juntou as duas mos altura

    do corao, fez uma leve mesura e disse namast.Mariazinha ficou sem jeito, sem saber o que responder, e acabou dizendo

    simplesmente oi.Ao chegar em casa, depois da aula, foi correndo ao computador para

    descobrir o que significava a palavra namast; e ficou impressionada. Numdos sites, dizia-se: Namast uma afirmao de que Deus est em tudo, emcada um de ns. Ao fazer namast, afirmamos que todos somos iguais; quesomos filhos e partes do Sagrado.

    Nossa, que bonito! exclamou Mariazinha.Mas como no entendera direito, foi procurar o pai, seu Geraldo, e disse:

    Pai, eu vi na Internet que namast significa que somos todos iguais eque somos filhos e partes do Sagrado. Que significa isso?

    Seu Geraldo pensou um pouco e respondeu: Bem, filha, no sei exatamente o que isso significa, mas talvez queira

    dizer que, se fomos todos criados por Deus, com certeza Ele criou a todosiguais. E assim, sendo Seus filhos, somos tambm parte dEle.

    , talvez seja isso concluiu Mariazinha.Mas ela ficou a pensar: Se todas as pessoas, ao olhar para os outros,

    pensassem que eles tambm so filhos do mesmo Criador, com os mesmosdireitos... acho que o mundo seria bem melhor.

    Algum de vocs j olhou para um mendigo, por exemplo, e pensou que eletambm filho do mesmo Criador, com os mesmos direitos de todas as outraspessoas?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Para haver um bom convvio, preciso haver alteridade, que significaaceitar as diferenas, respeit-las e aprender com os que so diferentes de ns,porque sempre temos algo de bom a aprender com os outros.

    O nosso planeta s ser um mundo de paz, um mundo bom para todos,

    quando todos aprenderem a respeitar os direitos dos outros.

    Agora vamos fazer um exerccio de relaxamento.Vamos fechar os olhos e fazer algumas respiraes profundas para relaxar.

    (dez segundos)Continuemos com os olhos fechados, sentindo-nos bem relaxados.Pensemos agora no nosso planeta Terra, to lindo e to maternal... (trs

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    segundos) Pensemos no cu azul (trs segundos), nas matas verdes (trssegundos), no mar com suas ondas afagando a areia da praia... (cincosegundos)

    Sintamos amor pelo nosso planeta... (cinco segundos)Vamos agora pensar na humanidade e enviar para todas as pessoas da

    Terra um pensamento de afeto e de paz... (dez segundos)Vamos enviar um pensamento e um sentimento de alegria para todas as

    pessoas da Terra... (dez segundos)Vamos aproveitar este momento de paz para elevar nosso pensamento ao

    Criador. Eu vou fazer uma prece, e vocs acompanham, s no pensamento:Senhor da Vida, ns te agradecemos pela terra que nos sustenta... pela guaque to importante para nossas vidas... Agradecemos pelo ar querespiramos... e pelo sol que nos d vida e calor. Agradecemos pelo amor, pelaamizade e pedimos que nos ajude sempre a ser pessoas do bem, a vivenciar osvalores mais nobres do esprito. Pedimos tambm que nos proteja e a toda anossa famlia, e que ajude a humanidade a encontrar caminhos para a paz.Amm.

    Muito bem. Podemos abrir os olhos, mas procuremos continuar sentindoessa sensao to boa que a prece proporciona.

    10 AULAEquilbrio Parte 01

    Algum aqui gosta de aparecer?Ento procure faz-lo pelos seus valores, no pelo seu lado feio.

    Algum de vocs gosta de levar vantagens em tudo?O professor deve incentivar respostas

    importante que fiquem sabendo que querer sempre levar vantagens podeser ruim... muito ruim.

    Ded era um garoto que sempre queria levar vantagem em tudo. Seu pai, oseu Jeremias, ficava preocupado com as atitudes do filho e sempre procuravaaconselh-lo, mas sem obter resultado.

    Certa manh de domingo, chamou Ded e lhe perguntou:

    O que voc acha mais importante, se dar bem ou ser feliz? Ora, pai respondeu Ded eu acho que ser feliz o mesmo que a gentese dar bem.

    Seu Jeremias olhou com tristeza para o filho e disse: Voc est enganado. H milhes de pessoas na Terra que se deram bem,

    mas no so felizes. Quantas pessoas passam a vida de olho em tudo com quepossam ter lucro, ter vantagens, mas vivem to assoberbadas que no tm paz

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    interior? Tais pessoas no so capazes de parar junto de uma flor para observara textura macia das ptalas, as suas cores, o seu perfume. Elas no sentemnem enxergam a vida...

    Que que o senhor entende por enxergar a vida? perguntou Ded.Seu Jeremias ficou em silncio por alguns instantes e finalmente

    respondeu: Quando aquietamos o nosso interior, quando estamos tranquilos, serenos,

    sem pressa e sem ambies, podemos observar as mais diversas manifestaesde vida, e isto nos faz bem, nos d momentos de felicidade. Vejamos umexemplo. No caminho por onde voc vai diariamente para a escola, h muitasrvores e muitos pssaros. Quantos gorjeios diferentes voc j ouviu, ao andarpor l?

    Sei no, pai, nunca reparei respondeu Ded.Com leve sorriso nos lbios, seu Jeremias continuou: Voc nunca reparou porque, ao passar por l, est sempre com pressa

    para no chegar atrasado, ou com a cabea muito ocupada com alguma coisa.No est com seu interior tranquilo, sereno.

    E vocs? Algum de vocs j identificou diferentes gorjeios de pssaros?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Algumas semanas mais tarde, Ded, a me, dona Mara, e o pai, seuJeremias, foram passar as frias no interior, na fazenda de tio Duca. A casa eramuito simples, mas estava sempre limpinha e arrumada. Atrs da casa, haviaum pomar com muitas fruteiras, inclusive um parreiral. No alpendre, haviavasos com plantas e, na frente da casa, um jardinzinho com muitas flores quetinham sido plantadas pela falecida esposa de tio Duca. Ele era vivo e tinha

    trs filhos, j adultos, que ajudavam nos cuidados com a fazenda.Ded gostava de andar a cavalo, percorrendo a fazenda ou indo at uma

    cachoeira; gostava de ficar sentado nas pedras escutando o som da guacaindo.

    Certa manh, sem ter o que fazer, foi at o parreiral e ficou por ali,observando os cachos de uva, e perguntou a si mesmo, em voz alta: Como que pode? De uma planta como essa comeam a surgir esses cachos debolinhas verdes, to pequenas, e vo crescendo e se transformando numasfrutas to saborosas?

    Seu Jeremias, que ia se aproximando, perguntou:

    T falando sozinho, meu filho? T, meu pai respondeu Ded. Estou pensando como que umasimples planta pode ter essa competncia to extraordinria de utilizar a gua eos nutrientes que absorve para fabricar uma fruta. E olha que uma fruta comextraordinrio valor nutritivo.

    Seu Jeremias sorriu e disse: Lembra daquela conversa que tivemos sobre enxergar a vida? Acho que

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    voc est comeando a enxerg-la. Aqui, nesta tranquilidade, sem termospressa nem ambies, ns podemos observar as mais diversas manifestaesde vida, e isto nos faz bem, nos d momentos de felicidade.

    verdade, pai. Quando eu comecei a observar o quanto a natureza maravilhosa, eu senti uma sensao muito boa, assim, de paz, de alegria... Serque isso felicidade?

    sim, meu filho. A felicidade uma coisa que nasce no nosso interior,

    mas para isso preciso abrir o corao e dar espao a ela. A ela vai tomandoconta e se instala dentro de ns.

    Algum de vocs j sentiu essa sensao de paz, de alegria, de que falou oDed?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Ali, na fazenda de tio Duca, sem toda aquela movimentao a que estavaacostumado na cidade, Ded estava comeando a descobrir a natureza. Ficavahoras deitado na grama, olhando as formas das nuvens, tentando identificar

    com o que se pareciam, e ouvindo os sons do entorno. Identificou os gorjeiosdiferentes dos mais diversos pssaros, o canto dos grilos e das cigarras, ocoaxar dos sapos e das rs, e ainda o canto dos galos durante a madrugada.

    Certo dia, estava observando as flores do jardim, quando sua me, donaMara, se aproximou e perguntou:

    So lindas, no so? E sinta o perfume. Cada tipo tem a sua prpriafragrncia. Observe como a natureza inteligente. Esses insetos que soatrados para as flores vm sugar o nctar e levam nas patas o plen que vaifertilizar outras flores para darem continuidade s espcies.

    E vocs? Algum de vocs j observou uma abelha, uma borboleta ou umbesouro numa flor, sugando o nctar?

    O professor deve incentivar respostas.

    Dona Mara e Ded continuaram percorrendo o canteiro de flores at umaroseira com duas magnficas rosas abertas e alguns botes.

    Dona Mara abaixou-se para admir-las mais de perto e disse: Sabe, meu filho, eu li em algum lugar que Deus nos sorri atravs das

    flores. E, se voc observar estas rosas, vai perceber que parece que elas estosorrindo para ns... Acho que o sorriso de Deus.

    Vamos agora fazer um exerccio de visualizao.Fechem os olhos e respirem fundo algumas vezes para relaxar. (dez

    segundos)Sempre de olhos fechados, pensem numa flor muito bonita, como se a

    estivessem vendo bem sua frente. Vocs podem escolher a flor que quiserem,e nas cores de que mais gostarem. (cinco segundos)

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    Agora, cada um olhe mentalmente para a sua flor e imagine que Deus estlhe sorrindo atravs dela. (dez segundos)

    Vamos aproveitar este momento to bonito e pedir a Deus, s nopensamento, para abenoar nosso planeta Terra (cinco segundos), ajudar todasas pessoas a se tornarem mais fraternas, mais pacficas e mais justas (cincosegundos), amparar os que esto sofrendo (cinco segundos), e abenoar atodos ns que aqui estamos e tambm os nossos lares, nossos familiares...

    (cinco segundos)Vamos abrir os olhos e continuar sentindo esse sentimento to bom...

    11 AULAEquilbrio Concluso

    Ded estava aprendendo muitas coisas importantes nas frias que estavapassando na fazendo do tio Duca. como se a fora da natureza tivesse varridode dentro dele aquelas ideias de que o importante na vida era se dar bem.

    Seu Jeremias havia notado essas mudanas no filho e estava muito

    satisfeito com isso. Certa tarde, sentado ao lado de Ded beira de um riacho,comentou:

    Sabe, meu filho, para haver felicidade, preciso haver equilbrio. Quandoalgum quer sempre levar vantagem, est gerando desequilbrio.

    Como assim, meu pai? perguntou Ded, curioso.Seu Jeremias pensou um pouco e respondeu: Ns podemos comparar essa questo de querer levar vantagens em tudo

    a uma balana, daquelas que ainda so usadas em algumas mercearias e quetm dois pratos. Digamos que o cliente quer comprar um quilo de feijo. Ento,o merceeiro coloca num dos pratos um peso de ferro de um quilo e no outro vai

    colocando feijo at que os dois pratos fiquem em equilbrio, ou seja, na mesmaaltura. Devido a esse equilbrio, o cliente fica satisfeito porque foi atendidohonestamente, e o merceeiro tambm fica porque vendeu mais um pouco doseu produto.

    Seu Jeremias calou-se por instantes e continuou: Sabe, meu filho, a lei csmica a lei do equilbrio. Ningum leva

    vantagens sem merecer, e mesmo essas pessoas que querem levar vantagensem tudo esto enganando a si mesmas, porque, mais cedo ou mais tarde, avida ir cobrar-lhes as devidas compensaes.

    Quem de vocs sabe o que compensao?O professor deve incentivar respostas.

    Usemos o exemplo da balana, dada por seu Jeremias. Se colocamos umpeso num dos seus pratos, ela vai pender para esse lado. O que necessrio,ento, para que a haste da balana fique equilibrada?

    O professor deve incentivar respostas, lembrando que, para ela

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    permanecer equilibrada, preciso compensar, colocando um peso idntico nooutro prato.

    Desde que somos concebidos, ainda no ventre das nossas mes, jcomeamos a receber benefcios da vida.

    Vamos fazer uma relao das coisas que recebemos j antes de nascer.O professor deve incentivar os alunos a citarem essas coisas, tais como a

    nutrio, a localizao num ambiente lquido, macio, que nos protege, o amorda nossa me, da nossa famlia e das pessoas no entorno.

    Quanto aos benefcios que recebemos durante nossa infncia e ao longo davida, esses so imensos. O simples fato de participarmos da comunidadeplanetria j um benefcio, assim como podermos nos locomover, falar, sentiralegria, brincar, ter uma escola para estudar e professores para nos ensinar;podermos ouvir, sentir o afago que nos fazem, assim como o vento soprandoem nosso corpo. E a viso ento... Imaginem como seria se noenxergssemos... Seramos assim como as minhocas que vivem embaixo da

    terra.D para perceber o quanto recebemos de benefcios durante a nossa

    existncia? Assim, fcil entender o quanto ns devemos vida.Ento, para haver equilbrio, se recebemos muito da vida, tambm

    devemos retribuir, dando a ela o que tivermos de melhor.

    Quem de vocs sabe dar um exemplo sobre o que ns podemos dar debom para a vida?

    O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando quetudo que fizermos de bom para os outros, para a comunidade, para a natureza,

    os bons exemplos que dermos aos outros, o afeto que desenvolvermos, so asnossas boas doaes vida. Dessa forma, alm de estarmos retribuindo vidao que ela nos d, tambm adquirimos paz de conscincia.

    Voltando narrativa que fazamos, no ltimo dia das frias da famlia deDed na fazenda de tio Duca, o dia amanheceu chuvoso.

    Olhando pela janela, Ded reclamou: Coisa chata essa chuva. No vai dar para sair a cavalo. verdade disse tio Duca, que estava tomando caf. Mas a chuva

    necessria para que as plantas cresam.

    Seu Jeremias coou a orelha, como era seu costume quando pensava algo,e comentou: As leis universais que comandam a tudo so leis do equilbrio. Elas nunca

    favorecem a uns ou a outros, sem que haja alguma forma de compensao.Podemos ver isso em tudo, inclusive na natureza.

    Como assim? perguntou Ded.Seu Jeremias pensou um pouco e disse:

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    A terra, para ficar bonita, verdejante e pintada com a beleza das flores,oferece seu seio e as condies necessrias para as plantas germinarem ecrescerem. Pelo seu lado, as plantas do sombra terra e lhe oferecem osresduos das folhas que caem e se transformam em novos recursos para tornara terra frtil.

    E vocs? Deu para entenderem como funciona a questo da compensao?

    O professor deve incentivar respostas.

    Observem que a terra d e recebe, assim como tambm as plantasrecebem e do.

    As rvores oferecem suas folhagens para os pssaros se abrigarem econstrurem seus ninhos; do-lhes as frutas e as sementes que os alimentam.Em compensao, os pssaros conduzem as sementes para outros lugares,onde elas nascem e do continuidade s rvores.

    Essa lei da compensao tambm est presente em nossas vidas.Vejamos alguns exemplos do modo como isto acontece:

    1 - As pessoas trabalham e recebem os salrios com os quais se mantm.2 - Quando queremos comprar alguma coisa, damos dinheiro como

    compensao.3 - O aluno estuda e, como compensao, recebe o aprendizado, to

    importante em seu futuro.4 - Quando somos atenciosos e gentis, os outros nos compensam com sua

    simpatia.Na natureza, a lei da compensao funciona em tudo de forma harmoniosa,

    mas no reino humano muitas vezes ela desvirtuada.

    Vamos ver alguns exemplos. Os pais cuidam dos filhos, dando-lhesalimento, roupa, carinho, levando-os escola para que possam aprender e terum futuro melhor. Os filhos, por sua vez, recompensam os pais com seu carinhoe com as alegrias. Porm essa lei se desvirtua quando os filhos s do desgostoaos pais, e em alguns casos os agridem e at matam. Essa lei tambm sedesvirtua quando damos nossa amizade a algum e esse algum nos prejudicaou nos magoa.

    Mas o mais comum ocorre quando recebemos muitas coisas boas da vida enada lhe damos como compensao.

    Vocs se lembram do que falamos sobre o equilbrio csmico, que funciona

    assim como uma balana? Ento, se recebemos muito da vida, tambmdevemos retribuir, dando a ela os nossos bons sentimentos, as nossas boasaes, e desenvolvendo esses valores de que temos falado nestes encontros.

    A humanidade s ser feliz quando aprender a obedecer a todas as leisnaturais, ou leis csmicas.

    Vamos agora fechar os olhos e respirar calma e profundamente algumas

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    vezes, para relaxar. (dez segundos)Vamos imaginar que estamos no topo de uma alta montanha, na hora do

    amanhecer. (cinco segundos)Ao longe, no horizonte, o sol comea a surgir com todo o seu esplendor,

    iluminando vales e montanhas, despertando a vida... (trs segundos)Vamos agora mentalizar os raios desse sol nascente iluminando a todos

    ns, enchendo nossos coraes com paz e com amor. (cinco segundos)

    Mentalizemos agora essa paz e esse amor se estendendo sobre a Terra,envolvendo toda a humanidade em paz e em sentimentos de amor. (cincosegundos)

    Mentalizemos todas as pessoas que vivem na Terra recebendo agora asnossas vibraes de amor e de paz. (cinco segundos)

    Muito bem, podemos abrir os olhos, mas procuremos continuar sentindoesses sentimentos to bons que so o amor e a paz.

    12 AULA

    Dinheiro x felicidade

    Quem de vocs tem procurado ser uma pessoa afetuosa, fraterna?O professor deve incentivar respostas.

    Honrio era um garoto muito inteligente e tambm ganancioso. Quandoalgum colega lhe pedia ajuda em alguma matria, ele ajudava, mas cobrava. Noincio o preo da ajuda era um bombom ou um pastel, mas, com o passar dotempo, comeou a cobrar em dinheiro mesmo. Certa vez, quando seu amigoLcio demonstrara estranhar o fato de Honrio cobrar por uma ajudinha

    qualquer, respondeu: O mundo, meu caro, dos espertos. Os otrios, como voc, passam a

    vida puxando carroa. Eu no! Eu vou chegar no topo do mundo, voc vai ver...Algum tempo depois, Honrio foi morar em outra cidade, e os dois s

    voltaram a se ver alguns anos mais tarde, quando Honrio foi passar umasfrias em sua cidade natal. Chegou num carro importado, esbanjando luxo. Foi procura de Lcio e, quando o encontrou, foi logo dizendo:

    Eu voltei aqui, para essa cidadezinha fuleira, s pra te convidar a virtrabalhar comigo... pra ganhar muito dinheiro.

    O trabalho seria simples, explicou, j que Lcio era muito inteligente e bem

    preparado, estava fazendo faculdade e poderia fazer provas de vestibular emlugar de outros alunos, cujos pais pagavam muito bem. Deixa ver se entendi direito disse Lcio. Voc quer que eu v fazer

    prova de vestibular, me fazendo passar por algum aluno preguioso que noquis estudar... e ento quem passa o aluno, cujo nome usei para fazer aprova... isso?

    Isso mesmo respondeu Honrio. Os pais desses alunos pagam uma

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    nota preta porque sabem que somos bons e temos toda chance de fazer asmelhores provas. Eu mesmo nunca perdi um vestibular desses.

    Lcio estava to decepcionado com o amigo, que s conseguiu dizer: No conte comigo.Alguns meses mais tarde, todos os noticirios do pas falavam numa

    gangue de fraudadores de vestibular que a polcia tinha prendido, e l apareciao Honrio na tev, sendo apresentado como o chefe da quadrilha. Era possvel

    ver como estava envergonhado, tentando cobrir o rosto com as mos...Lcio sentiu pena. Como algum pode estragar assim a prpria vida, s

    para ganhar dinheiro? Honrio certamente pegaria alguns anos de cadeia e,quando sasse, iria viver de qu? Ningum daria emprego a uma pessoadesonesta.

    E vocs? Acham que vale a pena ganhar dinheiro de forma desonesta?O professor deve incentivar respostas e socializar o tema.

    Vocs acham que ter muito dinheiro o mesmo que ser feliz?

    O professor deve incentivar respostas.

    Quem de vocs sabe dizer o que felicidade?O professor deve incentivar respostas.

    A felicidade diferente para todas as pessoas, como se tivesse vriascaras. Para alguns, ela est em um bom relacionamento amoroso, em um bomconvvio com a famlia, em ter sade, ou, ainda, em estar em paz com a prpriaconscincia. Para outros, ela est em uma roupa nova, em um passeio muitodesejado, em um carro novo, em viver numa casa bela e confortvel, em ir a

    festas, em ter muito dinheiro e por a afora.H gente que diz que o dinheiro no compra felicidade, mas que ajuda a

    conquist-la.O que vocs acham?O professor deve incentivar respostas.

    Certamente o dinheiro importante e necessrio para nossa sobrevivncia,mas h pessoas que vivem em funo do dinheiro. Quanto mais tm, maisquerem, e com isso acabam se tornando suas escravas. muito importante quetenhamos equilbrio em tudo. Podemos usar das coisas que a vida nos oferece,

    mas com prudncia, porque o nosso excesso pode estar fazendo falta a outraspessoas.Vamos ver em quais situaes o que sobra para alguns faz falta para

    outros.O professor deve incentivar respostas e socializar o tema, lembrando que,

    enquanto tantas pessoas esbanjam dinheiro, luxo e ostentao, milhes nemtm um prato de comida para matar a fome, etc.

  • 8/4/2019 1.liv