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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA
LICENCIATURA EM HISTÓRIA
CAROLINA SANTOS PEDROSO
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA I
JUSSARA-GO
2015
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CAROLINA SANTOS PEDROSO
DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO DE HISTÓRIA I
Trabalho realizado para fins de avaliação parcial da disciplina de Didática e Metodologia do Ensino de História I, do 3º ano do curso de Licenciatura em História, da Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária de Jussara, sob orientação da professora Sônia Nogueira Leandra.
JUSSARA-GO
2015
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Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma
oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência
libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer
pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho
pertencer.
Albert Einstein
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Dedico este trabalho a minha pessoa, pois é fruto de um grande esforço pessoal.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que sempre me deu forças para que eu continuasse
em minha caminhada.
Agradeço a toda minha família, que sempre me deu incentivos para que eu me
dedicasse aos estudos.
Agradeço também a Professora Sônia Nogueira, por ter demonstrado grande paciência
e compreensão nos momentos em que eu mais precisei.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................................07
I CAPÍTULO– DIAGNÓSTICO ESCOLAR................................................................10
II CAPÍTULO- DOCÊNCIA PARTICIPATIVA..............................................................20
IIICAPÍTULO- REGÊNCIA............................................................................................30
IV CAPÍTULO - OFICINA DIDÁTICA ............................................................................39
CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS..............................................................................49
ANEXOS.........................................................................................................................51
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INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como objetivo expor todas as experiências e reflexões
referentes ao Estágio Supervisionado realizado no 3º ano do curso de História. O mesmo
conta com quatro capítulos que apresentam o relato reflexivo de todas as experiências
realizadas no período do presente ano letivo (2015), acompanhando a sequência lógica dos
acontecimentos. Após a exposição das atividades realizadas no decorrer do Estágio
Supervisionado, seguem as considerações finais e do registro das obras utilizadas, além de
apresentar em anexo vários documentos que visam ressaltar e comprovar a realização das
atividades estagiárias.
A grade curricular do 3º ano do curso de Licenciatura em História apresenta como
uma das suas disciplinas “Didática e Metodologia do Ensino de História I”; do Estágio
Supervisionado, e tem como função possibilitar ao aluno o aprofundamento dos
conhecimentos de licenciatura, assim como a prática docente. O estágio é uma preparação que
o acadêmico recebe para lecionar em sala de aula. Como ressalta Fonseca (2003), a formação
do professor se dá ao longo de sua vida, na interação com tudo que o cerca e em sala de aula,
através da prática como professor:
Como sabemos, a formação se dá ao longo da história de vida dos sujeitos, nos diversos tempos e espaços e, sobretudo, na ação, na experiência do trabalho docente. É na ação que os saberes do professor são mobilizados, reconstruídos e assumem diferentes significados. Isso requer sensibilidade, postura crítica, reflexão permanente sobre nossas ações, sobre o cotidiano escolar, no sentido de rever nossos saberes e nossas práticas (FONSECA, 2003, p. 244-245).
Em contato como estágio, aos poucos o acadêmico percebe a relação de tudo que
aprendeu durante o curso com o que lhe é exigido em sala de aula, incluindo trabalhos e
pesquisas realizados, avaliações e obras lidas. No decorrer do ano letivo foram analisadas
obras de Holien Bezerra, Selva Guimarães Fonseca, Maria Auxiliadora Schmidt, Simone
Selbach, Ilma Passos Veiga, Ana Maria Monteiro, dentre outros. Também analisamos os
Parâmetros Curriculares Nacionais, as 20 Metas do Plano Nacional da Educação, Currículo
em Debate da Secretaria de Estado da Educação, e o Projeto Político Pedagógico da escola
campo (Colégio da Polícia Militar de Jussara- CPMJ- Unidade Maria Tereza Garcia Neta
Bento) onde foi realizada parte das atividades do estágio.
Através da realização do estágio, o acadêmico pode unir as teorias estudadas na
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faculdade com a prática de observação e atuação em sala de aula, pois como aborda Schmidt
(2003), a sala de aula é um espaço para a interação entre teoria, prática, ensino e pesquisa:
A sala de aula não é apenas um espaço onde se transmite informações, mas onde uma relação de interlocutores constroem sentidos. Trata-se de um espetáculo impregnado de tensões em que se torna inseparável o significado da relação teoria e prática, ensino e pesquisa (SCHMIDT, 2003, p.57).
O estágio é de suma importância, pois para ser um bom professor é necessário que o
mesmo passe por uma boa formação, que lhe garanta condições de assumir uma sala de aula
de maneira adequada. Nesse processo, teoria e prática são aliadas em benefício de todos, pois
assim como prática é essencial para o processo de ensino-aprendizagem, a teoria também é de
extrema importância para iluminar o conhecimento. O estágio envolve diversas atividades que
devem ser realizadas em sua ordem lógica, por se complementarem, sendo que todas as
atividades possuem uma carga horária estipulada, somando um total de 200 horas:
[...] elaboração coletiva do projeto de prática pelo professor formador e a turma; formação de grupos; escolha e visitas aos campos de estágio; observação da realidade escolar; elaboração do diagnóstico da realidade escolar; acompanhamento, participação e colaboração com o trabalho dos professores em sala de aula; seminários de discussão das vivências; elaboração de um projeto de ação docente; oficinas de elaboração de materiais didáticos; seminários de apresentação e discussão dos projetos de ensino; implementação dos projetos no campo; seminários, mostras e debates sobre as ações desenvolvidas; sistematização dos relatórios e dos textos com os resultados dos trabalhos realizados; avaliação das atividades. Os resultados, as análises e as reflexões das atividades podem ser apresentados em forma de memorial, relatórios ou mesmo monografias (FONSECA, 2003, p.248-249).
A maioria dessas atividades é realizada individualmente, e parte delas em grupo.
Assim é possível que o acadêmico tenha um maior contato com a realidade do ensino, onde
por vários momentos professores e coordenadores devemtrabalhar em conjunto para o bem
estar de toda a escola.
A primeira etapa do estágio, consiste no Diagnóstico Escolar 20 h, que se compõe
com a apresentação do acadêmico à unidade de ensino em que será realizado o estágio para a
familiarização do mesmo com o ambiente escolar.e o estudo do processo de ensino-
aprendizagem da disciplina de História. Como aborda Fonseca (2010), o aprendizado da
prática docente não se encerra nas paredes da faculdade, ele se estende para outros ambientes,
como o que acontece durante o estágio:
Partilhamos as concepções de formação docente, amplamente defendidas nos
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cenários nacional e internacional, como processo educativo que se desenvolve ao longo da vida dos sujeitos e transcende os limites da escolaridade formal – logo, não se inicia nem termina na educação superior [...] Processual, permanente, como o processo de aprender e ensinar, desenvolve-se na experiência cotidiana, em diferentes tempos e espaços educativos. (FONSECA, 2010, p.393).
De acordo com a próxima fase do estágio, que corresponde ao segundo capítulo deste
relatório, descrevemos as micro aulas e as docências participativas (60h) realizadas. Nesta
fase foi possível um contato maior com a prática docente. Dessa forma, espera-se que o
conhecimento a respeito continue se desenvolvendo em diferentes lugares e períodos. Mas é
importante atentar-se para os saberes oferecidos pela universidade, em especial o estágio, pois
ele oferece ao educadoruma base segura, com conhecimentos destinados à sua futura
profissão. Com os saberes e práticas aprendidos em sala de aula, o estagiário possui maior
capacidade para buscar e aprimorar seu conhecimento além do curso de licenciatura; “(...) em
diferentes tempos e espaços educativos [...] e nos espaços e atividades formais e informais”
(FONSECA, 2010, p.393).
Na sequência, foram realizadas as regências(10h), momento, no qual os acadêmicos
tiveram a oportunidade de praticar a docência em sala de aula, o que resultou de um processo
de grande preparação. Houve a preparação da aula, com a elaboração do plano de aula e as
orientações. Em seguida as aulas planejadas foram colocadas em prática, intensificando a
experiência em sala de aula.
Por fim, a Oficina Didática (50h), correspondente ao quarto e último capítulo teve
como objetivos: o cumprimento da carga horária estabelecida para tal; reforçar o contato do
estagiário com a sala de aula, assumindo o papel de educador; realizar através do trabalho
coletivo uma atividade de aproveitamento escolar para a turma em que for aplicada; adquirir
experiência em sala de aula; avaliar o desenvolvimento do acadêmico no estágio; promover
desafios ao estagiário, afim de aproximá-lo com a realidade da sala de aula; dentre outros.
Diante dos objetivos da Oficina didática, é inegável sua importância e contribuição para o
processo de aprendizado do estagiário.
Percebe-se que todas as atividades do estágio se relacionam, eo que nos é cobrado
pela orientadora serviu e ainda serve como um aperfeiçoamento são exigências necessárias
para que saibamos como agir na realidade da sala de aula. Portanto, é uma etapa fundamental
do curso de Licenciatura em História, pois é o momento de colocarmos em prática tudo que
foi aprendido nos anos anteriores de ensino, podendo aplicar os conhecimentos e ter novas
experiências.
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CAPÍTULO I- DIAGNÓSTICO ESCOLAR
O presente capítulo do Relatório Final, narra acontecimentos ocorridos no primeiro
bimestre do ano letivo de 2015. Na realização do Estágio Supervisionado I, foi escolhida
como unidade de ensino o Colégio da Polícia Militar de Jussara- CPMJ- Unidade Maria
Tereza Garcia Neta Bento. Depois de solicitada, a escola se colocou à disposição para a
realização do estágio, contribuindo para sua concretização. A coordenação pedagógica da
escola e os professores colaboraram no necessário servindo de norteadores na realização das
atividades.
Para que conhecêssemos a realidade da escola-campo onde irá ocorrer a docência e
da regência, fez-se necessário a estruturação de um diagnóstico tendo como participantes toda
turma do 3º ano do curso de História da Universidade Estadual de Goiás, Unidade
Universitária de Jussara, juntamente com a orientadora de estágio Sônia Nogueira Leandra. O
Diagnóstico Escolar se realizou no dia 13 de abril de 2015, iniciando-se às 13:30.
O Colégio da Polícia Militar de Jussara- Unidade Maria Tereza Garcia Neto Bento,
localiza-se na Rua Josias Teixeira Lobo, Setor Morada Nova, na cidade de Jussara, em Goiás.
O mesmo foi fundado pela Lei Nº 18.324, de 30 de dezembro de 2013.
O objetivo do Diagnóstico é discutir o cumprimento das metas curriculares da
disciplina didática e metodológica da disciplina de História I como análise de pesquisa de
estágio. É importante aplicarmos nossos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso,
desenvolvendo-os. O contato prévio com a escola-campo por meio do diagnóstico é visto
como uma maneira dos acadêmicos terem maior confiança e conhecimento das características
do local. O Diagnóstico é a introdução, ou seja, o início do estágio; uma fase fundamental do
mesmo que complementa as fases seguintes, sem a qual não é possível obter um resultado
satisfatório.
A elaboração do Diagnóstico Escolar foi realizada através de questionários
direcionados ao corpo docente, sendo representado pelas Coordenadoras Pedagógicas Regina
Caixeta de Oliveira Silva e Ana Paula Silva Lima, a Vice Diretora Alzira Vieira Pinto, o
Capitão Ismael José dos Santos e o Sargento César. A partir dos questionamentos aplicados
foi possível estabelecer uma análise da realidade do ensino de História no Ensino
Fundamental do Colégio da Polícia Militar de Jussara.
O Colégio da Polícia Militar de Jussara é mantido pelo Governo do Estado de Goiás,
sendo fruto de uma grande parceria entre a prefeitura de Jussara, o Major Fausto, o
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Governador Marconi Perillo, do Deputado Cláudio Meirelles e o Secretário de Segurança
Pública Dr. Fausto Mesquita. A instalação do CPMJ iniciou-se em 2007, através da
transformação da Escola Estadual Gercina Borges Teixeira em uma instituição com melhor
qualidade de ensino e infraestrutura. Inicialmente foi projetada uma escola Padrão Século
XXI1, com estrutura física necessária para atender as necessidades do ensino na atualidade.
Em janeiro de 2009 o Subsecretário Regional de Jussara- Professor Luiz Mário Lopes
Cardoso e o Presidente da AGM2- Joaquim Alves de Castro Neto, oficializaram e autorizaram
a construção de um Colégio da Polícia Militar. Com o auxílio da doação de uma área pela
prefeitura de Jussara, a instituição foi construída, sendo que o começo das obras deu-se no
início de 2010 e sua conclusão ocorreu em novembro de 2013. A obra foi calculada em cerca
de 4 milhões de reais em investimento. O nome da escola é uma homenagem a uma ex-
professora, que também fora secretária, diretora e coordenadora da rede estadual de ensino em
Jussara.
Atualmente, a instituição oferece no Ensino Fundamental – II fase turmas do 6º ao 9º
ano, e no Ensino Médio, o 1º ano. O Colégio funciona nos turnos matutino e vespertino,
atendendo as turmas 6º A, B, C e D; 7º A, B, C e D; 8º A, B, C e D; 9º A, B, C e D; 1º A, B, C
e D. Cada turma possui em média de 30 a 34 alunos, sendo que o colégio atende
aproximadamente 570 alunos. A escola conta com 22 funcionários no corpo docente e 24
funcionários no corpo administrativo.
De acordo com a entrevista realizada e com dados doProjeto Político Pedagógico da
escola, a mesma possui recursos necessários que auxiliam o trabalho do professor. Ao se falar
de recursos pedagógicos percebemos que de acordo com a Coordenadora Pedagógica, a
instituição de ensino oferece vários recursos, o que possibilita um ensino flexível, inovador e
chamativo, possibilitando aos alunos receber o conteúdo através de diferentes meios e
metodologias. O acervo bibliográfico da escola merece destaque, pois conta com uma
quantidade satisfatória de livros, o que favorece a utilização da pesquisa bibliográfica como
forma de ensino:
A biblioteca desta Unidade de Ensino abrange um amplo acervo que possibilita o atendimento dos alunos do Ensino Fundamental em sua totalidade, facilitando a pesquisa, a busca do conhecimento específico, o entendimento e a descoberta de conhecimentos pelo prazer da leitura (PPP, 2015, p.29).
1 Escola com estrutura de 1º mundo. 2 Associação Goiana de Municípios.
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A falta de recursos pedagógicos pode prejudicar o processo de ensino-aprendizagem,
tornando as aulas monótonas e sem estímulo ao aluno. No CPMJ- Unidade Maria Tereza
Garcia Neta Bento, há recursos que podem ser considerados suficientes para que sejam
ministradas aulas de qualidade. Na instituição pode-se encontrar: 12 salas de aula, 01 sala de
Línguas, 01 sala de Ciências, 01 sala de Informática, 01 sala dos professores, 01 biblioteca,
01 auditório, 01 pátio coberto, 01 quadra coberta.
Os alunos atendidos pela escola são de diferentes classes sociais, sexo e cor,
compondo uma clientela heterogênea em todas as salas. A escola atende a alunos de outros
municípios, das zonas rurais e urbanas: “... tem-se alunos de outros municípios, alargando
assim o contexto geográfico de atuação desta instituição de ensino” (PPP, 2015, p.15).
A família sempre é convidada a participar da vida escolar dos filhos. A escola conta
com um programa denominado Portal GR8 que é o portal dos pais, um site no qual eles têm
acesso a toda vida disciplinar e pedagógica dos filhos. O CPMJ oferece também a Associação
de Pais e Mestres. A cada bimestre são feitas reuniões com os pais, nas quais são discutidos
vários temas, como o comportamento do aluno, a disciplina, o desenvolvimento, e outros
assuntos necessários ao processo de ensino-aprendizagem do aluno.
O CPMJ desenvolve vários projetospara envolver a participação da sociedade nas
atividades escolares, como a Banda CPMJ, o Coral, o projeto de Combate à Dengue, Mostra
Cultural, os projetos esportivos que envolvem campeonatos, dentre outros. Além disso,
através do portal GR8, os pais são convidados a participar de eventos que irão acontecer na
escola.
A escola possui um processo disciplinar próprio, e conta com um departamento
disciplinar (cessão de mediação). Todos os conflitos dos alunos são levados até a sala
pedagógica para que seja feita uma triagem, em seguida são levados para a cessão de
mediação. O aluno tem que cumprir as normas da escola, que oferece aulas sobre cidadania
para melhor combater os atos de indisciplina.
O CPMJ encontra várias dificuldades, como qualquer instituição de ensino. As
principais envolvem a leitura, a escrita e a matemática. Como estratégia de ensino para vencer
as dificuldades, os professores utilizam o Plano de Ação do PPP, desenvolvendo oficinas de
leituras, concursos de redação, produção de livros de receitas, dentre outras
atividadesenvolvendo a leitura e a escrita, a matemática, e ações que visam colaborar para a
aprendizagem do aluno.
Em relação ao Projeto Político Pedagógico, o modo como é elaborado, executado e
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avaliado, é algo completamente ligado à qualidade de ensino:
O projeto político pedagógico, ao dar uma nova identidade à escola, contempla em suas reflexões a questão da educação de qualidade, entendida aqui nas suas dimensões indissociáveis: a forma ou técnica, a social e a política. Uma não está subordinada à outra; cada uma delas tem perspectivas próprias (VEIGA, 2009, p.167).
Uma gestão democrática envolve a todos os que estão ligados à educação; isso quer
dizer que o poder e a participação na escola não deve estar limitado somente a alguns, a um
pequeno grupo que decide por todos, mas deve estar aberto à toda a comunidade escolar, por
meio de conselhos, reuniões e outros. A construção do PPP da escola deve ser coletiva,
democrática, assim como sua execução e avaliação. Contando com a participação de todos em
um ideal comum- a educação de qualidade- é possível que se alcance esse objetivo. Para que
se tenha um ensino de qualidade, é necessário que ocorram constantes transformações na
escola, acompanhando as transformações da sociedade e contando com a opinião de todos que
fazem parte de seu contexto.
Segundo Veiga (2009) o artigo 14 da LDB trata da participação da comunidade escolar
na elaboração do PPP da escola: “I- participação dos profissionais da educação na elaboração
do projeto pedagógico da escola; II- participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares equivalentes” (VEIGA, 2009, p.166). As legislações também ressaltam a
criações de conselhos escolares e outras organizações que favorecem a participação de toda a
comunidade na gestão da escola, reforçando a democracia na educação e objetivando um
ensino de qualidade.
Como Veiga (2009) afirma, o PPP envolve todas as atividades que serão realizadas na
escola em um determinado período, na escola em questão, o documento refere-se a todo ano
letivo de 2015. A elaboração do Projeto Político-Pedagógico da escola deve considerar uma
série de fatores, como as características da escola, estrutura física, recursos humanos
existentes, recursos materiais, participação da comunidade na gestão escolar, o próprio
Conselho Gestor, seus objetivos, principais problemas, dentre outros itens. Considerando as
constantes modificações que ocorrem no meio escolar, tanto em aspectos físicos quanto em
aspectos humanos, para que o PPP possa conduzir o ensino na escola deve estar sempre
atualizado de acordo com a realidade da mesma, passando por constantes avaliações e
modificado quando necessário. Assim, o PPP da escola é como um retrato da mesma, pois
além de direcionar o ensino apresenta em conjunto suas características, renovando-as sempre.
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De acordo com os profissionais entrevistados durante o diagnóstico da escola, o
Projeto Político Pedagógico do CPMJ foi criado a partir da coleta de dados de um
questionário, além de contar com suporte do PPP do ano anterior (2014). Destaca-se que o
PPP do CPMJ visa o futuro, apresenta características próprias da escola, acrescentando
noções de ética, cidadania e música. Ao analisar o PPP da escola, foi possível constatar que o
mesmo foi construído de forma coletiva e participativa, envolvendo a todos os segmentos da
comunidade escolar. A coleta dos dados necessários para a construção do PPP foi realizada
através de reuniões gerais, pedagógicas, aplicação de questionários, e análises de dados
referentes às metas das Secretarias de Estado da Educação, Secretaria de Segurança Pública e
Ministério daEducação, como aponta o PPP da escola.
Utilizado como suporte para o PPP da escola, oPlano Nacional da Educação- PNE, é
um documento que estabelece metas a serem alcançadas por todo o sistema de ensino do país,
oferecendo um direcionamento para a gestão escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
apresenta várias lacunas, o que pouco contribuía para a administração escolar. Mas a partir da
Emenda Constitucional nº 59/2009 o PNE passa a ser uma exigência através de um
documento que apresenta 20 metas a serem alcançadas. No Colégio da Polícia Militar de
Jussara, todo corpo docente possui conhecimento sobre o PNE. Os profissionais da educação
que responderam ao questionário disseram que trabalhar sem ter conhecimento do PNE é
impossível, sendo que toda a escola está engajada com as 20 metas propostas pelo Ministério
da Educação. Segundo os entrevistados, a escola não trabalha em tempo integral como propõe
uma das metas, mas oferece aulas de reforço no contra turno.
O questionário realizado durante o Diagnóstico traz uma indagação sobre a evasão
escolar. Em relação a isso a escola não tem esse problema, quando um aluno falta a aula a
escola se preocupa, e a coordenação o procura para verificar o motivo da falta e o incentivar a
retornar às aulas. Caso o aluno falte frequentemente é preenchido um documento e
encaminhado ao Conselho Tutelar, que toma as medidas cabíveis. Destaca-se que em seu PPP,
a escola exprime que realiza uma segunda chamada de qualquer processo de verificação de
aprendizagem desde que esta seja justificada e requerida durante as 24 horas após a aplicação
da atividade. A escola reprova alunos que não atingirem a frequência mínima exigida de 75%.
Quando questionados sobre as metodologias utilizadas na escola, os entrevistados
disseram que o CPMJ não utiliza de nenhuma metodologia diferenciada, seguindo a mesma
metodologia de ensino das outras escolas públicas.
A inclusão é trabalhada na escola constantemente. A instituição conta com o auxílio
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de dois professores intérpretes. O PPP apresenta em um dos Objetivos Específicos da escola:
Transpor barreiras abrindo a escola para a comunidade, objetivando amenizar as diferenças e propiciar a igualdade de oportunidades para todas as pessoas, assim como abordar e desenvolver ações que enfrentem as exclusões, os preconceitos e as discriminações geradas pelas diversas formas de deficiência e pelas diferenças sociais, econômicas, psíquicas, físicas, culturais, religiosas, raciais e ideológicas (PPP, 2015, p.21).
Visto que nessas perspectivas todos os alunos serão inseridos no processo
educacional, desta forma irão aperfeiçoar seus conhecimentos tornando-se cidadãos críticos e
atuantes na sociedade. Este é um dos principais objetivos da educação, primeiramente a
socialização do aluno, e depois sua formação contínua como cidadão crítico.
A Reorientação Curricular do Estado de Goiás tem sido trabalhada na escola através
de projetos e oficinas. Os livros didáticos utilizados pela escola são do Plano Nacional do
Livro Didático, e atendem às propostas da Reorientação Curricular. Essas propostas recentes
abordam a necessidade de um novo olhar sobre a História, realizando uma conexão entre os
fatos ocorridos e o presente em que vivemos, e relacionando os fatos entre si:
É importante que o ensino de História propicie aos alunos meios que o conduzam a estabelecer a relação do seu tempo com outros tempos e espaços e com as experiências sociais vividas direta ou indiretamente [...] (SEE, 2009, p.87).
Destaca-se que mesmo após a Reorientação Curricular o livro didático ainda é o
material mais acessível, e ao mesmo tempo pode prejudicar o trabalho do professor; “Vale
ressaltar que há profissionais cujo trabalho não se restringe apenas ao uso do livro didático em
sala de aula, graças ao seu empenho e a sua formação profissional” (SEE, 2009, p.86). A
Reorientação Curricular propõe à escola trabalhar com a transversalidade, realizando projetos
pedagógicos em cada área, cuidando de uma proposta que interage com outras, o que já
acontece na instituição CPMJ.
A escola conta com três professores de História, sendo dois com graduação e um
cursando o curso de Licenciatura em História. Segundo os entrevistados, os professores
seguem o Currículo da escola, e seu desempenho é satisfatório diante das metas da escola.
Os livros didáticos de História são escolhidos de acordo com os propostos pelo PNLD.
Os professores levam a proposta do livro didático para casa, analisam e escolhem o que
melhor acompanha o currículo da escola. A responsabilidade da escolha do livro didático é
toda do professor, pois é o mais capacitado para essa tarefa. Mas, nota-se o problema exposto
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pelo Currículo Referência na Rede Estadual de Educação de Goiás: “sobrea História de Goiás,
compreendemos e compartilhamos a preocupação sobre a dificuldade de se trabalhar tal
conteúdo diante da escassez de Livros Didáticos de História de Goiás” (SEE, 2004, p.224). O
Currículo Referência orienta os professores da área de humanas que procurem de forma
interdisciplinar realizar a função de professor-pesquisador, incentivando os alunos a buscarem
a história de sua cidade para a construção da historiografia local. Não foi constatado no PPP
do CPMJ nenhuma proposta com esse objetivo. O documento menciona a valorização
regional, mas não define propostas.
No CPMJ os alunos se relacionam bem com os livros de História. Não há aquele que
domine todo conhecimento, mas existem muitos com extrema participação e dedicação. Nas
aulas de História são trabalhadas questões que levam à reflexão. Nas atividades os professores
estimulam seus alunos a responderem com suas próprias palavras, suas próprias reflexões. Os
professores de História prezam por questões discursivas, utilizando muita tecnologia para a
exposição dos conteúdos, contextualizando a História. Nas aulas de História não acontecem
interferências do Colégio Militar, de modo que o professor é livre para lecionar suas aulas,
desde que acompanhe o currículo e os objetivos da escola.
A disciplina de História em nosso país passou por grandes mudanças. Tempos atrás, se
baseava na memorização de datas, na individualização dos acontecimentos, na descrição de
fatos passados. Na modernidade, a História rompe essas barreiras. O professor de História
deve ensinar que a disciplina trata da construção e da reconstrução de sociedades,
possibilitando-nos refletir sobre as situações que vivenciamos no presente. Cabe ao professor
motivar os alunos, instigando sua curiosidade. Os alunos devem ser conduzidos a analisar os
fatos, fazer suas interpretações, refletir, tornando-se cidadãos conscientes das mudanças que
ocorrem na sociedade, e atuantes nesse processo contínuo de modificações, como aponta
Selbach (2010, p.11).
O professor de História precisa ter uma boa postura diante dos alunos, e quando for
introduzir a História em sala de aula, deve preparar os alunos antes, para que eles tenham
consciência da importância de se estudar a disciplina. O professor devetambém provocar nos
alunos o interesse pela disciplina. Muitos alunos ainda tem o conceito de que História é
somente decorar datas e fatos do passado. É preciso modificar tal conceito, mostrando aos
alunos que estudar História é compreender o passado e o presente, e através disso contribuir
para o futuro. Em relação à postura do professor de História diante do conteúdo, podemos
encontrar nos Parâmetros Curriculares Nacionais a importância de o educador saiba
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interpretar os fatos, envolvendo-os na realidade e nas mudanças da sociedade:
Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente adquirir uma atitude de permanente aprendizado (BRASIL, 2006, p. 9).
Para que haja uma boa relação entre professor e aluno, e para que o aprendizado de
História aconteça, os professores de História do CPMJ utilizam estratégias simples, mas
efetivas. O planejamento, sem dúvida é o principal, o professor deve pensar e planejar como
serão suas aulas, o que contribui para que o aluno tenha maior confiança na disciplina. Os
professores permitem que os alunos participem das aulas com sugestões, dúvidas, críticas,
exposição de objetos, livros, experiências vivenciadas por eles, e várias outras manifestações.
É importante que os professores acompanhem o rendimento escolar do aluno, isso faz
parte de uma avaliação do aprendizado do aluno e também de uma avaliação das
metodologias utilizadas pelo professor. Através de um diagnóstico, ou uma avaliação sobre o
rendimento do aluno, o professor pode se nortear de como realizar sua aula podendo atender
às dificuldades dos alunos. Tratando-se de História, é fundamental que o professor
acompanhe o nível de aprendizado dos alunos, tentando colocá-los em um nível em comum,
para que assim seja possível que todos possam acompanhar o conteúdo.
De acordo com o PPP da escola, a mesma realiza a verificação do rendimento escolar
por meio de: trabalhos de pesquisa, com apresentação de resultado final; avaliações de cunho
subjetivas e objetivas; observação direta pelo docente quanto ao desempenho e auto-avaliação
do discente.
Através da verificação do rendimento escolar o professor pode detectar falhas em
seu processo de ensino, metodologias que devem ser modificadas. Vale ressaltar que as
escolas e as salas de aulas, são diferentes umas das outras, são formadas por alunos
diversificadosque vem de comunidades diferentes. O primeiro passo que o professor deve dar
ao assumir uma sala de aula é analisar sua turma, estudá-la para conhecer suas principais
necessidades e dificuldades. Após isso ele deve buscar maneiras diferentes de realizar a
verificação do rendimento escolar, adaptando-as às necessidades dos alunos. Em sequência,
deve-se realizar a avaliação, o professor pode auto avaliar-se, buscando os erros e os acertos
em seu ensino, para se preciso mudar sua forma de ensinar ou reforçar uma metodologia que
ofereceu resultados positivos, contribuindo com o processo de ensino-aprendizagem. Esta
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tarefa também pode e deve ser feita com o professor estagiário de História.
Os estudos sobre a África estão sempre presentes nas aulas História, em projetos e
oficinas. São discutidos os direitos dos negros, o preconceito e a discriminação, e a
necessidade de uma sociedade sem preconceitos raciais e culturais. No PPP do CPMJ, dentre
as Habilidades e Competências do Currículo da disciplina de História temos à respeito da
África: “Trabalhar a temática ‘História e Cultura Afro Brasileira e Indígena’, buscando
resgatar a valorização e a contribuição do povo africano e indígena na construção do nosso
país” (PPP, 2015, p. 57).
A experiência de ir até o CPMJ- Unidade Maria Tereza Garcia Neto Bento foi
enriquecedora, porém, após estudo do PPP foi possível constatar que o documento
complementou as informações colhidas através do questionário, proporcionando maior
consciência da dimensão que o PPP tem na esfera educacional.
Por meio deste Diagnóstico Escolar, foi possível atingir os objetivos do mesmo,
conhecendo a escola em sua estrutura física e seus recursos humanos, na preparação do
acadêmico para realizar sua regência, além de conhecer a realidade do processo de ensino-
aprendizagem da disciplina de História na instituição. Os aspectos negativos encontrados na
unidade de ensino através deste Diagnóstico Escolar foram poucos, mas merecem ser
mencionados.
O fato de uma acadêmica de História estar lecionando chama a atenção, pois a cada
ano do curso de Licenciatura em História é possível perceber a importância do preparo do
professor para trabalhar em sala de aula. Sabe-se que problemas como falta de profissionais
qualificados são comuns em nossa região, o que obriga a escola a buscar uma alternativa.
Outro aspecto negativo são as dificuldades encontradas pelos professores em lecionar
para vários alunos que, embora já estejam no Ensino Fundamental ou Médio, ainda
apresentam defasagem na leitura e na escrita. Isso prejudica o processo de ensino-
aprendizagem de História, pois para que o aluno tenha compreensão da História, deve
trabalhar por meio da linguagem, dentre outras habilidades. Mas, a escola tenta auxiliar esses
alunos através de reforço escolar. Outro desafio é fazer com que os alunos compreendam que
a História não é morta, não está apenas no passado, mas se faz presente do nosso dia a dia.
Esta dificuldade apresentada pelos professores do CPMJ é comum em muitas instituições,
como aponta Caimi: “Os professores [...] denunciam também, o excesso e a complexidade dos
conteúdos a ministrar nas aulas de História, os quais são abstratos e distantes do universo de
significação das crianças e dos adolescentes” (2007, p.18).
19
Segundo Selbach (2010), o ensino de História apresenta dificuldades para todos os
professores. A primeira grande barreira do ensino de História é a tendência de isolar
acontecimentos históricos. Cabe ao professor auxiliar o aluno a realizar a conexão entre os
acontecimentos. A segunda dificuldade apresentada por Selbach (2010) é propor aos alunos
uma visão histórica impregnada de ideologia. E a terceira acontece quando o professor afeta a
qualidade de seu ensino por preferir mais um tema que outro, prejudicando a abordagem de
temas que não lhe agradam.
Ao final do Ensino Fundamental o aluno deve estabelecer relações históricas com o
passado e o presente, para que possa compreender o conteúdo, tornar-se um cidadão crítico
sabendo utilizar a História em sua vida social. Como aponta Caimi (2007), no ensino
tradicional a História possuía caráter cumulativo, informações sobre o passado a serem
memorizadas, nada mais. Hoje tem-se a noção do quanto o ensino da História tem
importância para o presente e para o futuro da sociedade, cabe ao professor auxiliar o aluno a
compreender essa importância.
Foi possível constatar que o Colégio da Polícia Militar de Jussara oferece ao aluno muitas
oportunidades para que ele se desenvolva, com a rigidez característica dos Colégios Militares,
e com um ensino bem administrado pela gestão da escola. A realização deste Diagnóstico
Escolar foi fundamental para que a unidade de ensino fosse conhecida de forma mais
profunda.
20
CAPÍTULO II- DOCÊNCIA PARTICIPATIVA
O presente capítulo relata fatos ocorridos no segundo bimestre de 2015. Neste capítulo
são apresentados dados e reflexões acerca das microaulas apresentadas na Universidade
Estadual de Goiás- Unidade de Jussara, e sobre a docência participativa realizada no Colégio
da Polícia Militar de Goiás- Unidade Maria Garcia Neto Bento. Destaca-se que ambas as
atividades foram desenvolvidas com direcionamento para o ensino de História no Ensino
Fundamental. Esta etapa do estágio denominada Docência Participativa, é composta por 60
horas, sendo distribuídas da seguinte maneira: 10 horas são destinadas ao Acompanhamento
do Professor Titular e 50 horas são destinadas às Microaulas.
As microaulas
As microaulas fazem parte das nossas atividades que estão relacionadas à disciplina de
Didática e Metodologia do Ensino de História I, tendo como objetivo principal moldar para a
prática de ensino, ou seja, nos preparar para sermos futuros professores. Exercendo a função
de professor, o estagiário amplia sua capacidade de ensino:
No exercício da profissão, na prática, na experiência da sala de aula, o professor também aprende e se forma. A formação é permanente e complexa. A identidade profissional docente é definida social e historicamente. Como é bastante óbvio, não se nasce professor; torna-se professor (FONSECA, 2010, p.393).
A partir do conhecimento exposto acima, percebe-se que a formação do professor é
contínua, e que ele sempre deve estar disposto a aprender. A sociedade muda seus costumes e
valores constantemente. Devido a essa inconstância, o professor deve acompanhar as
mudanças, adaptar suas aulas de acordo com a necessidade de sua turma e estar atento para a
realidade da sociedade, principalmente da comunidade escolar da qual faz parte. Um método
de ensino utilizado com sucesso hoje pode não ser tão eficaz em outra época, ou uma
metodologia aplicada em uma escola com bons resultados pode ser insuficiente em outra.
As microaulas foram realizadas no decorrer do 2º bimestre do presente ano letivo
(2015). As mesmas foram planejadas com antecedência por todos os acadêmicos da turma de
forma individual, ressaltando que a professora Sônia organizou com os alunos as datas em que
cada estagiário ficaria responsável pela execução de sua microaula. Em reunião com os
21
acadêmicos, foi abordado uma diversidade de temas que poderia ser trabalhado, sendo que
cada um poderia trabalhar com um tema à sua escolha, desde que fizesse partedo Currículo
Mínimo de Referência do Estado de Goiás estipulada pela série escolhida, que no meu caso
foram conteúdos do 6º ano do Ensino Fundamental.
Este foi um momento de muitas emoções. O medo de errar foi muito grande, e busquei
a professora orientadora para me auxiliar nessa tarefa. Juntamente com o medo, senti muita
alegria diante da oportunidade de demonstrar meus conhecimentos, e dar continuidade a
formação de minha identidade profissional:
... o curso superior de licenciatura – ainda que seja considerado o “início” da formação profissional – constitui um espaço e um tempo privilegiado para a problematização, produção e aprendizagem de conhecimentos básicos para a constituição do saber docente, da identidade profissional (FONSECA, 2010, p. 399).
Durante alguns dias me dediquei a analisar os conteúdos possíveis, e optei pela
“Civilização fenícia”. Achei interessante a escolha desse tema por se tratar de uma civilização
da Antiguidade, que se destacou por apresentar um grande comércio marítimo e a fabricação
de grandes embarcações. Além disso, o alfabeto fenício criado para fins comerciais, foi
utilizado e modificado por diversas civilizações, sendo um ancestral do alfabeto que
utilizamos hoje.
Para a elaboração de minha micro aula fiz uma pesquisa sobre várias obras que
abordavam o tema, como: “Saber e fazer História” de Gilberto Cotrin e Jaime Rodrigues
(2012); “História Geral: para uma geração consciente, da Antiguidade aos Tempos Atuais”
também escrita por Gilberto Cotrin (1992); “História” de Cláudio Vicentino (2005); dentre
outras obras. Os fundamentos teóricos e metodológicos para a realização da microaula são
necessários, pois contribuem no direcionamento de todo o processo de ensino-aprendizagem.
A professora de Didática e Metodologia do Ensino de História I nos orientou dando-
nos dicas e sugestões para que nossa microaula fosse apresentada com êxito, apesar disso,
devido ao nervosismo, dentre outros empecilhos, alguns dos alunos não conseguiram se
apresentar com êxito em sua primeira microaula e receberam outra oportunidade.
No meu caso, preparei uma aula com o conteúdo em slides, uma síntese do conteúdo
para os alunos e atividades. Porém, antes mesmo de começar fui tomada pelo nervosismo, e
não consegui realizar minha microaula. Em uma segunda oportunidade escolhi outro tema a
ser trabalhado: Sociedades da Mesopotâmia. Utilizei para pesquisa as mesmas obras utilizadas
para minha microaula anterior, dentre outras. Realizei pesquisas na internet sobre imagens
22
relacionadas à Mesopotâmia e preparei uma aula expositiva com riqueza de informações.
Optei por esse tema por se tratar da História do início das civilizações, o que é de extrema
importância para a compreensão do surgimento das sociedades antigas.
Nessa segunda microaula abordei a localização da Mesopotâmia, a importância dos
grandes rios para a formação das civilizações, como se organizavam, suas principais cidades,
técnicas agrícolas, leis que surgiram no primeiro Império Babilônico denominadas “Código
de Hamurabi”, assim como outros aspectos importantes das sociedades da Mesopotâmia.
Porém, não alcancei êxito em minha microaula, pois segundo a professora, não tive segurança
em relação ao conteúdo, além de ter sido auxiliada ou interrompida várias vezes por uma
colega de classe. Foi difícil aceitar a reprovação, mas compreendi que o estágio é um espaço
de formação do acadêmico, uma preparação para um futuro docente que deve ser realizada da
maneira mais satisfatória possível. A respeito da importância dessa preparação, Fonseca
(2010) diz que:
Ao nosso ver, os processos e as relações estabelecidas no interior da universidade, como analisados anteriormente, se expressam, de algum modo, no interior da sala de aula, no trabalho do professor, formado em nível superior, em determinados contextos e condições (FONSECA, 2010, p. 399).
Já na terceira oportunidade, com o mesmo tema anterior,consegui realizar minha
microaula de maneira positiva. Utilizei slides contendo imagens e a síntese do conteúdo.
Iniciei realizando perguntas aos alunos sobre imagens de construções da civilização
trabalhada, convidando-os para participar de minha aula. Em seguida falei sobre a localização
da Mesopotâmia, assim como os principais povos que ocuparam a região. Reforcei a
localização com o auxílio de um mapa e em seguida tratei da ocupação da área, das técnicas
agrícolas desenvolvidas pelas sociedades mesopotâmicas, das aldeias com seu trabalho e
produção econômica, das cidades, dos impérios, das grandes famílias, do Código de
Hamurabi, e outros aspectos envolvendo o tema em questão. De acordo com a professora fui
muito bem, mostrei segurança em relação ao conteúdo e o expliquei sem deixar dúvidas para
os meus colegas.
Com relação a todos os acontecimentos durante o transcorrer das microaulas, observei
que cada um desses momentos serviu para todos os estagiários como uma forma de
aprendizado contínuo que foi de fundamental importância para nossa prática em sala de aula,
assim como para a aquisição de experiências através da prática como docentes e da
observação da prática dos colegas. No meu caso, não consegui apresentar minha microaula na
primeira oportunidade, porém na segunda consegui apresentar bem, mas admito que a
23
professora foi totalmente correta ao me reprovar devido a interferência da minha colega. A
microaula é uma avaliação individual, e com a intervenção de terceiros é impossível que a
avaliação consiga alcançar seu objetivo principal, que é constatar o conhecimento e a
capacidade pessoal de cada aluno. Minha terceira oportunidade de apresentação foi uma
grande conquista, aprendi muito com essa experiência.
Foi possível observar que de uma forma geral, as microaulas foram fundamentais, pois
seu principal objetivo é nos preparar para a prática de ensino-aprendizagem, nos norteando
para que possamos ser profissionais capacitados, e dessa forma desenvolver nossos trabalhos
de forma correta, tendo segurança diante de nossos alunos, e estando preparados para
enfrentar novos desafios que ainda virão.
As microaulas começaram a ser apresentadas no dia 12 de maio de 2015. A primeira
estagiária deveria ser Maria Helena, mas ela não apresentou por estar doente. Na mesma data,
Géssica Queiroz apresentou com o tema “África antes dos Europeus”, mas não se
desenvolveu bem o bastante, e foi reprovada, tendo uma segunda oportunidade em outra data.
No dia 19 de maio de 2015, eu seria a primeira a apresentar, mas não consegui, meu
tema seria “A civilização fenícia”. Em seguida o estagiário Guilherme Augusto apresentou o
conteúdo “Transferência da capital de Goiás para Goiânia”, mas foi reprovado, tendo que
apresentar sua microaula em outra oportunidade, buscando um melhor desempenho.
MaxyWelvis apresentou o conteúdo “As bombas de Nagasaki e Hiroshima”, mas não
conseguiu passar na avaliação da professora, teve de refazer posteriormente, fato ocorrido em
26 de maio de 2015. Na mesma data Juliana Balduino apresentou sua microaula com ótimo
domínio do conteúdo, explicou bem, sem deixar dúvidas aos alunos com o tema “O Império
Bizantino”, foi aprovada.
Naiara Eduarda apresentou sua microaula no dia 02 de junho de 2015, tendo segurança
no conteúdo “Nazismo”, conseguiu passar na avaliação. Porém, teve interferência de um
colega que a ajudou por algumas vezes.
No dia 8 de junho de 2015 foi minha segunda oportunidade de apresentação. Como
comentei anteriormente, consegui realizar minha microaula, porém, devido a interferência de
uma colega de sala a professora preferiu me reprovar, dando-me outra oportunidade. No
mesmo dia Géssica Queiroz apresentou-se pela segunda vez e conseguiu ser aprovada.
Em 9 de junho de 2015 Mayra apresentou o conteúdo “Feudalismo”. Com segurança e
bom desempenho, Mayra foi muito bem em sua microaula e passou na avaliação da
professora. Valéria também teve bom desempenho e conseguiu passar com o conteúdo
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“Período Regencial”.
No dia 15 de junho realizei minha microaula com o tema “Sociedades da
Mesopotâmia”. Consegui me expressar bem, explicar de maneira satisfatória e transmitir a
mensagem do conteúdo aos alunos; passei pela avaliação. Na mesma data o estagiário
Guilherme reapresentou sua microaula com o tema “Transferência da Capital de Goiás” mas
não foi aprovado e teria de refazê-la. Valdirene apresentou em sua microaula o conteúdo
“Colonização da América Espanhola”. Com ótimo desempenho e domínio do conteúdo,
realizou questionamentos compreensíveis durante a aula. Foi aprovada.
A estagiária Sônia Araújo apresentou sua microaula no dia 16 de junho de 2015,
apresentando segurança em relação ao conteúdo, Sônia apresentou vários exemplos durante a
microaula de forma a favorecer a aprendizagem dos alunos. Com o conteúdo “História,
Cultura e Tempo”, a estagiária passou na avaliação. O estagiário MaxyWelvis apresentou
nessa mesma data, com o mesmo conteúdo de sua primeira microaula: “Bombas de Nagasaki
e Hiroshima”. Teve bom desempenho, mas não administrou bem seu tempo, por isso foi
reprovado, tendo de refazer sua microaula.
No dia 22 de junho de 2015, MaxyWelvis fez a reapresentação de sua microaula.
Apresentou um melhor desempenho e segurança, se expôs de maneira clara e concisa, e
passou na avaliação. Liliane apresentou-se na mesma data, com calma e domínio do conteúdo
explicou-o muito bem, utilizando exemplos para facilitar a compreensão do conteúdo “Joana
Darck”. A estagiária Liliane foi aprovada em sua microaula. O estagiário João Pedro
apresentou sua microaula com o tema “A Balaiada”, mas ficou muito nervoso e não conseguiu
se expressar com clareza. Foi reprovado, tendo que refazer sua apresentação.
Em 23 de junho de 2015 o estagiário Guilherme Augusto reapresentou sua microaula
de forma satisfatória, de maneira confiante, tranquilamente o estagiário aplicou o conteúdo,
usou de perguntas, exemplos, gestos, de modo a favorecer a aprendizagem dos alunos. Desta
vez ele utilizou como tema “Reformas Religiosas” e passou na avaliação. A estagiária Maria
Helena apresentou sua microaula nesta data, com o tema “Cultura Grega”, teve ótima
desenvoltura, porém, não administrou o tempo de maneira correta e foi reprovada. Os
estagiários João Pedro e Maria Helena farão a refacção de suas microaulas no mês de agosto.
A criatividade do professor é um ponto muito considerado pelos alunos, embora
usando o livro didático ele não pode ser restringir apenas ao mesmo, podendo usar o máximo
de flexibilidades possíveis, ou seja, usar documentos ou outras formas de recursos, realizando
um paralelo com os acontecimentos atuais. Nas microaulas apresentadas houve utilização de
25
poucos recursos, e falta de preparo de muitos estagiários, devido a esse fato muitos
reprovaram em sua primeira oportunidade.
Ao se preparar uma microaula, o primeiro passo é a escolha do conteúdo. Logo em
seguida é preciso que o estagiário estude o conteúdo, o compreenda e analise a melhor
maneira de aplicá-lo em sala de aula:
O conhecimento da matéria do conteúdo refere-se à quantidade e organização do conhecimento por si mesmo na mente do professor. Para ele, nas diferentes áreas de conhecimento, os modos de discutir a estrutura de conhecimento são diferentes (MONTEIRO, 2001, p.135).
Como aponta Monteiro (2001), a maneira como os conhecimentos podem ser expostos
podem ser diferentes. Assim, o professor estagiário possui liberdade para trabalhar um
conteúdo em sala de aula, cabe a ele decidir pela melhor maneira de fazer isso, o que seria o
conhecimento pedagógico dos conteúdos, sendo este um conhecimento que:
Inclui as formas mais comuns de representação das ideias, as analogias mais poderosas, as ilustrações, os exemplos, explicações e demonstrações, ou seja, os modos de representar e formular o assunto de forma a torná-lo compreensível para os outros. Inclui também aquilo que faz a aprendizagem de um determinado assunto fácil ou difícil (MONTEIRO, 2001, p.135).
Conclui-se que através dos erros e acertos, pode-se chegar ao tão almejado objetivo, o
de ser um profissional com o máximo de qualificação que necessita um bom professor. É
preciso desenvolver os conhecimentos apontados por Monteiro (2001), para que estejamos
preparados para assumir uma sala de aula.
A docência participativa
A docência participativa é um processo no qual o acadêmico do curso de licenciatura
observa aulas de um professor da disciplina referente à área na qual o acadêmico está se
preparando para atuar. Durante a docência, o estagiário tem a oportunidade de observar a
realidade em sala de aula, o comportamento dos alunos em sala, a forma como eles recebem o
conteúdo e o compartilham, assim como se pode observar como o professor trabalha suas
técnicas e métodos. Além de assistir, o estagiário também participa das aulas auxiliando o
professor regente como ele determinar, o que resulta em um contato mais profundo do
estagiário com a sala de aula, com a realidade do professor e com os alunos. Vale lembrar, que
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na docência participativa, assim como na regência, o estagiário faz parte provisoriamente do
corpo de ensino da escola, tendo assim, a missão de contribuir com o aprendizado dos alunos,
que é a missão do professor.
A docência participativa, ocorreu no Colégio da Polícia Militar de Jussara- Unidade
Maria Tereza Garcia Neta Bento. Foi necessária a observação de dez horas de aulas que se
realizaram em diferentes turmas: 6º “A”, 6º “B”, 7º “A”, 7º “B”, e 8º “B”. Como parte do
estágio, a docência participativa possibilita o acadêmico de acompanhar a realidade do
professor que já trabalha em sala de aula, podendo o auxiliar em diversas maneiras. Como
apresenta Monteiro: “Os saberes da experiência são os constituídos no exercício da prática
cotidiana da profissão, fundados no trabalho e no conhecimento do meio” (MONTEIRO,
2001, p.130). Acompanhar o professor regente em seu trabalho possibilita o conhecimento da
profissão de educador em sua realidade, ou seja, na sala de aula e acrescenta conhecimentos
para as fases seguintes do estágio.
No dia 12 de maio de 2015 presenciei cinco aulas no período matutino com a
professora Jorça Lourenço Moraes. Nesse dia, a primeira aula que assisti foi no 6º “B”, no
qual a professora introduziu o conteúdo “Egito Antigo”, abordando com maior intensidade o
“Rio Nilo”.
A professora utilizou o livro didático, realizando uma leitura em conjunto com seus
alunos, com explicação do texto lido. Jorça fez desenhos no quadro para complementar a
explicação, e realizava pausas durante a explicação para questionar aos alunos se estavam
compreendendo o conteúdo. Percebi que os alunos se interessaram muito pelo tema. A
professora realizou sua aula com o apoio do livro didático, através da leitura do texto e a
explicação em seguida.
Nesta aula, além do livro didático, a professora Jorça utilizou o quadro. Me chamou a
atenção uma explicação sobre a linha do tempo. Perguntei à professora se os alunos ainda não
tinham aprendido sobre isso, ela disse que sim, mas que gostava de reforçar esse aprendizado
devido a sua importância para a leitura e compreensão de datas.
Nessa atitude da professora pode-se observar que ela realiza as suas aulas segundo as
necessidades da turma. Sabe-se que o estudo da linha do tempo geralmente é um conteúdo
apresentado anteriormente, em outro período do ensino e não fazia parte do conteúdo exposto
no livro didático. Esse conteúdo já havia sido trabalhado, mas a professora faz questão de
retornar a esse conhecimento para auxiliar os alunos em seu aprendizado.
Na segunda aula, no 7º “B” ano a professora passou exercícios sobre temas que
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estavam sendo trabalhados durante o bimestre. Ela pediu aos alunos que se organizassem em
duplas para responderem aos exercícios com o apoio do dicionário e do livro didático. Eu
auxiliei os alunos a responderem suas atividades, como me pediu a professora.
Achei muito importante a inserção do dicionário na aula de História, pois qualquer
conhecimento depende da linguagem para sua absorção, e a atividade realizada em sala
auxilia o aluno a se familiarizar cada vez mais com o dicionário, tendo-o como um livro de
apoio para o aprendizado de qualquer disciplina.
A aula seguinte, no terceiro horário estive na turma 6º “A”. A aula foi iniciada com a
correção de exercícios do livro didático sobre a “Mesopotâmia”. A professora finalizou a
correção e prosseguiu com um novo conteúdo para a turma: “Egito Antigo”.
Percebi que a professora usou de uma metodologia um pouco diferente da aplicada no
6º “B” à respeito do mesmo conteúdo. Ao iniciar o tema, a professora chamou a atenção dos
alunos para a atualidade da região, destacando que a religião islâmica predomina o Egito, e
explicou que isso se deve a escravidão dos hebreus pelos egípcios na Antiguidade. Em
seguida a professora começou a leitura do conteúdo no livro e explicou o início do texto. Os
alunos se interessaram muito pelo tema, e lamentaram não terem mais tempo para prosseguir
naquele dia.
Percebe-se que o interesse dos alunos está relacionado diretamente com a forma de
como o professor aplica o conteúdo, o que muitas vezes não corresponde com as expectativas
dos alunos, promovendo desinteresse. Se o aluno é convidado a participar da aula de forma
atraente, chamativa, ele contribui consigo mesmo para seu aprendizado, tendo no professor
apenas um orientador.
A próxima aula que acompanhei ocorreu no 7º “A”. A aula ocorreu da mesma maneira
da realizada no 7º “B”, com a aplicação de uma atividade avaliativa contendo dois exercícios,
um sobre a “As Cruzadas”, “Doenças” e “Peste Negra” e outro que pedia a consulta de várias
palavras no dicionário. É importante observar que as turmas seguem o mesmo conteúdo e
realizam as mesmas atividades, porém há algumas diferenças na forma como a professora
explica.
Na aula ocorrida no 8º “B”, a professora iniciou convidando os alunos para irem à sala
de informática, explicando que os alunos iriam assistir a continuação do filme que começaram
a assistir na última aula: “O Patriota”. Ao final da aula a professora pediu aos alunos que se
preparassem para escrever um relatório sobre o filme.
No dia 17 de junho de 2015 acompanhei uma aula no 7º “B”, na qual a professora
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Jorça aplicou uma prova sobre o conteúdo. A professora me pediu que elaborasse duas
atividades a serem aplicadas nas turmas do 6º ano, com os temas “Egito Antigo” e “Os
Hebreus”. As atividades foram realizadas e entregues à professora, que as aplicou em aulas
que acompanhei nos dias 19 e 23 de junho de 2015, colaborando com o trabalho da professora
prestando auxílio em classe. Nas duas datas, as tarefas foram aplicadas em turmas distintas do
6º ano. A professora entregou as atividades aos alunos, informando-os que seriam atividades
avaliativas. Durante toda a aula os alunos se dedicaram a responder suas atividades.
A realidade da sala de aula retrata vários dos conhecimentos transmitidos pela
universidade. Bezerra (2004) aborda alguns conceitos básicos que devem ser adotados para o
ensino de História. Primeiramente temos a seleção dos conteúdos, que no caso da instituição
em que foi realizada a docência, seguem os Parâmetros Curriculares Nacionais. A diversidade
na apresentação dos conteúdos também é fundamental para o ensino de História,
caracterizando-se pelo estudo que segue a dimensão cronológica do tempo, mas que cabe ao
professor administrar:
Por fim, a organização dos conteúdos, em muitos casos, é assumida de forma responsável pelos professores, tendo como referência suas experiências docentes ou as orientações dos órgãos responsáveis pelas políticas educacionais dos estados e dos municípios (BEZERRA, 2004, p.40).
Destaca-se ainda que o professor deve agir de maneira reflexiva, avaliando-se a cada
dia e verificando o aprendizado de seus alunos de forma compreensiva, na busca por soluções
para resolver os problemas que aparecem diariamente. Os alunos são seres vivos, e em fase de
desenvolvimento moral e ético, suas dúvidas, seu comportamento, sua maneira de receber o
conteúdo e de compartilhar o mesmo pode se modificar a cada dia, as necessidades da
sociedade se modificam a cada dia.
É necessário que o profissional da educação seja um professor reflexivo, que considere
toda sua experiência para saber lidar com essas possíveis variações de comportamento e
aceitação, sabendo quando modificar a maneira de aplicar sua aula e como fazer isso. Bezerra
destaca o que é mais importante na realização do ensino básico de História: “O que importa é
que a organização dos conteúdos e a articulação das estratégias para trabalhar com eles leve
em conta esses procedimentos para a produção do conhecimento histórico” (BEZERRA,
2004, p.43).
Diante dessas observações e das experiências vividas até o momento, considero-me
preparada para realizar a regência e expor tudo que foi aprendido, de forma a contribuir no
aprendizado dos alunos e em meu próprio aprendizado, adquirindo maior conhecimento.
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Ao concluir este relatório é possível considerar a dimensão do saber acadêmico, que se
realiza através de erros e acertos importantes para a constituição da experiência. A cada etapa
do estágio o acadêmico tem a oportunidade de progredir como futuro profissional da
educação, contando com o suporte de seu orientador, o conhecimento já adquirido na
universidade e o conhecimento que traz consigo de situações vividas antes do início de sua
formação como professor. É necessário que o acadêmico perceba que o saber docente não se
finda, pelo contrário, ele renasce a cada dia através de novas experiências.
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CAPÍTULO III- REGÊNCIA
A Regência foi realizada no terceiro bimestre de 2015. Antes de narrar os
acontecimentos da Regência, é necessário relembrar as fases do Estágio Supervisionado já
realizadas. No início do ano letivo, a turma do 3º ano de Licenciatura em História realizou um
diagnóstico escolar na escola-campo Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás, unidade
Maria Tereza Garcia Neto Bento. Através do diagnóstico foi possível conhecer melhor a
escola e seu trabalho, suas metas, o ensino de História no Ensino Fundamental, e outras
características da instituição.
Na sequência realizamos as microaulas, praticando na universidade os conhecimentos
já adquiridos sobre a prática docente. Em seguida, foram feitas as observações das aulas de
História na escola-campo, acompanhando o professor regente e o auxiliando, através da
docência participativa.
Tais atividades realizadas anteriormente contribuíram com o preparo para a próxima
fase: a Regência. A Regência acontece quando o acadêmico estagiário realiza a função para a
qual está sendo preparado. Dessa forma o acadêmico é orientado para realizar um bom
trabalho e é avaliado de maneira rigorosa para garantir a formação de professores
competentes, preparados para a realidade da sala de aula.
O trabalho em sala de aula exige um grande preparo por parte do professor estagiário.
A escola é um espaço destinado a preparar o aluno para que ele seja inserido na sociedade,
oferecendo-lhe suporte para isso. A educação no Brasil passou por várias modificações,
inclusive no que se refere ao ensino de História. Bittencourt (2004) nos aponta essas
mudanças no ensino primário e secundário. Em relação à disciplina de História no ensino
primário, no final do século XIX, com fim da escravidão muitos educadores descordavam da
escolarização das classes populares, mas haviam aqueles que viam na educação uma maneira
de combater a marginalização e prestar auxílio às classes sociais desfavorecidas. Porém, a
História era usada como ferramenta de controle do Estado, como aponta Bittencourt:
... a História a ser ensinada, desde o primeiro ano escolar, aos trabalhadores livres que emergiam em substituição aos escravos deveria inculcar determinados valores para a preservação da ordem, da obediência à hierarquia, de modo que a Nação pudesse chegar ao progresso, modernizando-se segundo o modelo dos países europeus (BITTENCOURT, 2004, p. 64).
31
O patriotismo era o foco principal dos conteúdos escolares de História. Os fatos
patrióticos da História do Brasil eram ensinados aos alunos sob uma perspectiva europeia.
Negros e índios tiveram sua cultura e identidade ocultada diante da História da nação. Muitos
educadores e historiadores se opuseram a esse fato, e tempos depois foram realizadas
tentativas de mostrar a verdadeira identidade da História do Brasil, apresentando traços da
mestiçagem da sociedade: “Entre elas, a de intelectuais como Manuel Bonfim, que procurou,
por exemplo, introduzir nos cursos das escolas normais para a formação de professores
primários o ensino da História da América” (BITTENCOURT, 2004, p. 65).
No século XX, haviam várias discussões no meio educacional sobre quais conteúdos
deveriam ser ensinados nas escolas. Com a criação do Ministério da Educação na década de
30, o sistema escolar foi organizando-se aos poucos, e os conteúdos foram melhor definidos.
Nesse período, a prioridade da História no ensino era a memorização e as festividades civis.
A Igreja Católica influenciava diretamente nos conteúdos de História que faziam parte
da aprendizagem. Histórias da vida de santos, de partes da Bíblia, e outras relacionadas ao
catolicismo, eram obrigatórias no ensino. No ensino primário o sistema avaliativo era
associado à castigos físicos, como a palmatória e outros. A avaliação era feita pelo método de
“decoração”, destacando-se a memorização do aluno: “Tal concepção de aprendizado,
fundamentada no desenvolvimento da capacidade do aluno em memorizar, criava uma série
de atividades para o ‘exercício da memória’, constituindo os chamados métodos mnemônicos”
(BITTENCOURT, 2004, p. 69).
De 1950 a 1960, o estudo da História voltou-se ao aos espaços americanos, o que
influenciou na substituição de História e Geografia por Estudos Sociais, atitude que
prejudicou os conteúdos das disciplinas substituídas.
O princípio básico dos Estudos Sociais, inspirado em escolas norte-americanas, visava à integração o indivíduo na sociedade, devendo os conteúdos dessa área auxiliar a inserção do aluno, da forma mais adequada possível, em sua comunidade. Os programas de Estudos Sociais fundamentaram-se nos estudos da psicologia cognitiva, que se desenvolveu sobretudo a partir dos anos 30 e aperfeiçoou-se nos anos 50, pelos estudos pedagógicos (BITTENCOURT, 2004, p. 73).
A História no ensino secundário, também passou por diversas modificações.
Inicialmente era ensinada através de memorização, e aos poucos assumiu métodos inspirados
na psicologia cognitiva. O método “Zaba” foi introduzido em escolas do Rio de Janeiro e da
Bahia em 1870 para aperfeiçoar o ensino da História cronológica: “Esse método, criado para o
estudo da História Universal, utilizava mapas e uma linha cronológica para auxiliar os alunos
32
na resposta às perguntas sobre os principais acontecimentos” (BITTENCOURT, 2004, p. 85).
Na década de 30 do século XX, o domínio enciclopédico do conteúdo continuou sendo
essencial para a aprendizagem de História. Haviam grandes contradições entre os métodos
tradicionais de memorização e propostas de mudanças na metodologia de ensino. Bittencourt
(2004) ressalta que no período o ensino secundário tornou-se obrigatório, e a disciplina de
História estava presente em vários exames vestibulares, que possuíam um caráter
enciclopédico.
Nos anos 50, com a influência norte-americana, ocorreram modificações
metodológicas no ensino de História. No período militar, apesar do acesso à escola ter
aumentado, ao mesmo tempo ocorria a deterioração do ensino. Nos anos 70, as associações de
historiadores e geógrafos lutaram pela volta de História e Geografia aos currículos escolares.
Nos anos 80 essa luta foi vencida pelos professores, e a História e a Geografia voltaram a
fazer parte do ensino.
Nessa época, o país passava pelo processo de redemocratização, o que ocasionou vez e
voz aos professores. Surgiu então, a necessidade de organização dos conteúdos, para um
melhor aproveitamento das aulas. Em 1995, a Secretaria da Educação Fundamental divulgou
os primeiros Parâmetros Curriculares Nacionais- PCNs, que tinham como objetivo melhorar a
qualidade do ensino brasileiro. Os PCNs, criados por vários professores especialistas das
diferentes áreas e representantes das principais associações científicas ligadas à educação,
continham orientações e sugestões para o ensino fundamental, visando contribuir para o
aperfeiçoamento da prática pedagógica, a melhoria do ensino fundamental e o
desenvolvimento profissional do professor. Conhecer a trajetória do ensino de História no
Brasil é fundamental para o estagiário, para que ele compreenda seu papel na educação como
futuro professor.
A História é uma ciência que se ocupa da existência humana na sua relação com a
natureza, com a sociedade e com outros homens, e que o ensino da História no Brasil passou
por vários caminhos até a elaboração dos PCNs, que possibilitam os alunos a usufruírem da
História para construir uma sociedade mais crítica.
É necessário que o acadêmico estagiário reconheça que o saber histórico na escola é
diferente do acadêmico. Na escola é preciso o uso de documentos legais, professores
graduados na disciplina em que atuam, materiais didáticos, e outros componentes do contexto
escolar. O saber acadêmico é a estrutura do saber escolar.
Sabe-se que a educação em História deve estar em constante transformação, sendo que
33
o professor deve ser mediador entre a academia e a escola, e estar sempre atualizado, estando
aberto a novas ideologias, aceitando o surgimento de novos conceitos e pontos de vista, e
nisso a História Cultural pode colaborar em muito.
Através da utilização da História Cultural em sala de aula, o aluno se sente mais
íntimo da História, se sentindo parte dela e se interessando mais pelos estudos. O ensino de
História deve contribuir para que os alunos compreendam o outro, o mundo ao seu redor,
independente de suas culturas e etnias, num processo de globalização.
Os livros didáticos não devem ser a base da aula; devem ser apenas material de apoio
para o professor. O professor deveria introduzir diferentes conhecimentos em sala, buscando
apoio também na História Cultural, analisando a realidade de sua comunidade e a forma com
que o aluno se sentiria mais próximo do conhecimento.
O processo de ensino-aprendizagem precisa ser investigativo e criativo. Quando
investigativo sobre problematização de documentos ou de crítica historiográfica, o aluno deve
perceber que o saber em História é algo em constante construção, e ele pode fazer parte da
construção desse saber.
Vale ressaltar que todas as escolas e as salas de aulas, são diferentes umas das outras,
são formadas por alunos diferentes que vem de comunidades diferentes. O primeiro passo que
o professor estagiário deve dar ao assumir uma sala de aula é analisar sua turma, estudá-la
para conhecer suas principais necessidades e dificuldades. Essa análise tem sido feita pelos
acadêmicos estagiários do 3º ano do curso de Licenciatura em História desde o início do ano
letivo, com a realização do diagnóstico da escola-campo e da docência participativa. Após a
análise, o professor deve buscar maneiras diferentes de realizar seu planejamento, atendendo
às necessidades dos alunos. Após a aplicação de suas aulas, o professor pode se auto avaliar,
buscando os erros e os acertos em seu ensino, para se preciso, mudar sua forma de ensinar ou
reforçar uma metodologia que ofereceu resultados positivos, contribuindo assim com o
processo de ensino-aprendizagem. Outro fator importante além da avaliação da aprendizagem
e desempenho dos educandos e professores, e também avaliar o trabalho desenvolvido pela
escola.
A primeira atividade realizada em relação à docência, foi a distribuição das turmas e
dos conteúdos entre os acadêmicos. Ao contrário das microaulas, os conteúdos da regência
não puderam ser escolhidos. As regências seriam realizadas durante o período letivo, de modo
a colaborar para o segmento das aulas e para a aprendizagem dos alunos, portanto deveriam
estar inseridas do curso normal de aulas. Feita a distribuição de turmas e dos dias da regência,
34
os acadêmicos buscaram informações sobre o conteúdo que estava sendo trabalhado no
momento.
No meu caso, fiquei com a turma do 6º ano B, e os conteúdos seriam “Antiguidade:
Atenas e Esparta”, para serem abordados em duas aulas. O próximo passo seria o
planejamento das aulas.
O planejamento escolar é fundamental para o ensino. É uma tarefa docente que inclui
tanto a previsão de atividades didáticas em termos de sua organização e coordenação em face
dos objetivos propostos, quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino.
Uma classe toda nunca aprende da mesma maneira, é preciso buscar um plano que atenda a
maioria da classe, e se o restante não aprender, é necessário rever a metodologia. O
planejamento deve se adequar a possibilidade de recursos humanos e financeiros, deve ter
flexibilidade para que se adapte a diversas situações.
Os itens fundamentais na elaboração de um planejamento são: tema ou conteúdo,
objetivos, metodologia e avaliação. Nossa orientadora de estágio, professora Sônia Nogueira
nos orientou a seguirmos o Currículo Referencial do Estado de Goiás na elaboração do plano
de aula. O Currículo em questão, é uma ferramenta de orientação do trabalho do professor da
rede estadual de ensino, e segue os Parâmetros Curriculares Nacionais.
A metodologia que se usa para transmitir um conteúdo é decisiva no alcance dos
objetivos. Nunca devemos nos esquecer de adequar essa metodologia à realidade do aluno e
às suas necessidades.
A avaliação, além de servir para verificar a aprendizagem, serve também para
direcionar esta e desenvolvê-la. Existem os conteúdos factuais, que são aqueles exatos, que
não permitem equívocos, conteúdos conceituais que necessitam da compreensão individual e
coletiva do aluno, temos também conteúdos procedimentais e atitudinais: “Para cada uma
dessas categorias, há orientações específicas para se planejar, executar as aulas e para se
avaliar o processo ensino-aprendizagem” (ASSIS, 2008, p. 1).
Os conteúdos factuais são de caráter descritivo, como conhecimentos relativo a fatos,
acontecimentos, fenômenos socialmente construídos e diretamente observáveis (ASSIS,
2008). A avaliação dos conteúdos factuais deve ser feita de forma clara e objetiva, através de
provas objetivas, testes, exercícios de fixação.
Sobre os conteúdos conceituais, são aqueles que formam um conjunto de conceitos e
definições relacionados aos sabres socialmente construídos. A avaliação de conteúdos
conceituais deve ser feita de forma objetiva e subjetiva, através de atividades ou exercícios
35
que possibilitem o uso dos conceitos, observando a compreensão e a generalização do
conceito por parte do aluno. Assis (2008) afirma que é comum a confusão entre conceito e
definição entre os professores, e aponta que:
Um conceito é uma representação mais ou menos ampla, com relativo grau de precisão, sobre um determinado objeto de conhecimento [...] Uma definição é uma sentença declarativa sobre um objeto de conhecimento, que é “fechada”, isto é, não necessita de outros elementos além dos pertencentes à definição para sua compreensão (ASSIS, 2008, p. 3).
Os conteúdos procedimentais compreendem as regras, as técnicas, os métodos, as
destrezas ou habilidades, os procedimentos, etc. Tais conteúdos devem ser avaliados por meio
de atividades em que o aluno desenvolva procedimentos em sala de aula, através de
observação.
Os conteúdos atitudinais referem-se a formação para os valores, como respeito,
solidariedade, responsabilidade, e outros. A avaliação dos conteúdos atitudinais pode ser
realizada através de atividades grupais como debates, assembleias, manifestações dentro e
fora de sala, dentre outros;
A fonte de informação para conhecer os avanços nas aprendizagens de conteúdos atitudinais será a observação sistemática de opiniões e das atuações nas atividades grupais, nos debates das assembleias, nas manifestações dentro e fora da sala de aula, nas visitas, passeios e excursões, na distribuição de tarefas e responsabilidades, durante os intervalos das aulas, nas atividades esportivas, etc. (ASSIS, 2008, p. 4).
A avaliação não deve ser vista como o fim de um processo escolar, mas sim como um
começo, uma reorientação. Mesmo com a realização do plano de aula, vários imprevistos
podem ocorrer durante a aula, então o professor deve ser flexível e buscar uma melhor forma
de solucionar os problemas que os imprevistos podem trazer a aula. Nossa professora
orientadora nos ensinou a planejarmos um “Plano B” para as aulas da Regência, uma
atividade a ser executada caso houvesse problemas com o tempo ou comportamento dos
alunos.
Além da importância do planejamento, vimos também a importância do uso de uma
metodologia adequada, pois a maneira que se usa para transmitir um conteúdo é decisiva no
alcance dos objetivos. Nunca devemos nos esquecer de adequar essa forma de ensino à
realidade do aluno e às suas necessidades.
Um plano de aula deve ter coerência e variedade. A coerência se refere ao padrão
lógico que os procedimentos da aula devem seguir. Quanto a variedade em sala de aula, trata-
36
se do uso de diferentes metodologias para garantir a participação dos alunos.
O planejamento deve conter o número de alunos que há na classe, como são os alunos
no que se refere à comunidade a qual pertencem, os conteúdos, a forma como serão aplicados,
os recursos utilizados, o tempo gasto, e como será verificada a aprendizagem dos alunos em
relação ao conteúdo trabalhado. Muitas das informações importantes para a realização das
aulas podem ser coletadas de maneira simples, por meio de pequenas anotações durante a aula
anterior, contribuindo para o plano. A estrutura do nosso plano de aula compõe-se de
Identificação; Tema; Conteúdo; Conceitos; Expectativas de Aprendizagem; Habilidades;
Estratégias; Recursos; Avaliação; Referências Bibliográficas. O plano de aula foi realizado
seguindo as orientações do “Referencial Curricular do Estado de Goiás”, documento que
expõe os conteúdos a serem trabalhados na grade curricular do ensino, assim como as
expectativas de aprendizagem a serem alcançadas com o ensino de tais conteúdos.
Os professores sempre devem se fazer algumas perguntas antes de desenvolver seus
planos de aula: como são os alunos para os quais o professor irá lecionar; por que trabalhar
determinado conteúdo com a classe; quais objetivos serão alcançados; quanto tempo seria
necessário para as atividades previstas; os problemas que poderiam ocorrer; os recursos
necessários; e os procedimentos da aula.
A orientação que recebemos foi de organizar uma atividade de verificação de
conhecimento para ser aplicada ao final da Regência. Tal atividade deveria ser simples e
objetiva, com poucas questões e abrangendo todo o conteúdo da aula. A explicação do
conteúdo poderia ter como material didático imagens em slides. Após duas orientações,
realizei minhas Regências.
A minha primeira aula foi realizada no dia 01 de Setembro de 2015 no primeiro
horário. O tema da aula foi “Antiguidade Ocidental”, e o conteúdo foi a cidade-Estado Atenas.
De início, apresentei aos alunos um desenho da deusa Atena em cartaz. Contei aos alunos o
mito da deusa Atena e de como ela se tornou protetora da cidade de Atenas, o que chamou
bastante a atenção dos alunos. Em seguida, apresentei o conteúdo aos alunos através de
exposição em slides. Abordei conteúdos como localização de Atenas, a cidade-Estado grega, a
Acrópole, a democracia ateniense, a política em Atenas, a Eclésia, os atos lesivos à
coletividade, a sociedade ateniense, os limites da democracia ateniense, os legisladores de
Atenas Drácon e Sólon, economia, educação e Atenas na atualidade.
Realizei uma atividade de revisão do conteúdo por meio de cartazes, e em seguida
apliquei as atividades impressas. Tive problemas com má administração do tempo, o que
37
prejudicou meu planejamento. Considero que foi uma experiência positiva, apesar de alguns
erros que foram apontados pela orientadora, enriqueceu minha formação acadêmica.
A segunda aula foi realizada no dia 03 de Setembro de 2015 no terceiro horário, com a
mesma turma. O tema foi o mesmo; “Antiguidade Ocidental” e o conteúdo foi a cidade-
Estado de Esparta. No início da aula foi feita uma breve recapitulação da aula anterior. Em
seguida, realizei exposição do conteúdo através de slides, mostrando as principais
características da vida e sociedade espartana. Entre os conteúdos apresentados estavam a
localização espartana, a invasão dos dórios, a formação da sociedade, as leis espartanas, o
deus Apolo, a política espartana, a economia, a educação, a vida militar do espartano, a
educação das meninas, as mulheres espartanas, o vestuário de Esparta e a cidade na
atualidade.
Em seguida, exibi um documentário de cerca de 8 minutos mostrando o treinamento
militar do espartano. Considero importante trabalhar com vídeo em sala de aula, por ser uma
mídia que oferece diferentes possibilidades: “Trata-se de uma opção metodológica que amplia
o olhar do historiador, o campo de estudo, tornando o processo de transmissão e produção de
conhecimentos interdisciplinar, dinâmico e flexível” (FONSECA, 2003, p. 163). Eu já havia
explicado sobre o treinamento militar do espartano, mas através do documentário esse
conhecimento se tornou mais evidente.
Por razões de falta de domínio do tempo, tive de recorrer ao “plano B”, realizando
uma atividade de revisão através de palavras-chave por meio de cartaz. Por fim, entreguei a
atividade impressa de verificação de conteúdo. Os alunos se comportaram bem, se mostraram
interessados pelo conteúdo e atentos à explicação. Porém, devido ao meu nervosismo, ao ler
as questões com os alunos eu lhes indiquei a resposta. A atividade impressa era um
instrumento avaliativo a ser aplicado ao final da aula, mas como eu me precipitei e li as
respostas, não permiti que os alunos demonstrassem seu aprendizado. Este e outros erros
fizeram com que eu fosse reprovada. Segundo a Professora Orientadora, eu demonstrei
nervosismo, não soube administrar o tempo, transmiti insegurança aos alunos, e li o conteúdo
que deveria ser explicado de forma mais espontânea.
Felizmente, tive outra oportunidade para realizar minha Regência e demonstrar minha
capacidade de assumir uma sala de aula. Após conversar com a professora orientadora e com
a professora regente da escola-campo, resolvi realizar a Regência em outra turma, o 6º “A”. O
tema seria referente ao início do 4º bimestre; “Roma Antiga”.
A aula foi agendada para o mês de Outubro de 2015, no 3º horário do período
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matutino. Até a segunda quinzena do mês de Setembro, foi feito o planejamento da aula, a
organização do material a ser utilizado, e meu preparo pessoal em relação ao conteúdo.
39
CAPÍTULO IV- OFICINA DIDÁTICA
No quarto e último capítulo, são relatadas atividades realizadas no quarto bimestre do
ano letivo de 2015. Vale destacar que no bimestre anterior, não conclui minha regência, porém
no quarto bimestre foi possível realizá-la. Portanto, neste capítulo primeiramente faço um
breve relato dos acontecimentos referentes à regência, e em seguida, da oficina.
Regência
Para o preparo da Regência, inicialmente realizei meu plano de aula composto pelos
itens: Identificação; Tema; Conteúdo; Conceitos; Expectativas de Aprendizagem; Habilidades;
Estratégias; Recursos; Avaliação; Referências Bibliográficas. O plano de aula foi realizado
seguindo as orientações do “Referencial Curricular do Estado de Goiás”, e contou com
orientação da Professora Orientadora.
A regência foi realizada no dia 06 de Outubro de 2015. O tema da minha regência foi
“Antiguidade Ocidental”, com foco em “Roma”. Os conceitos trabalhados foram a divisão
social, a política e o Estado. Minhas expectativas de aprendizagem em relação à aula eram de
que os alunos compreendessem a relação de gênero no tempo e no espaço: entendendo e
distinguindo a ação dos sujeitos históricos, homens, mulheres e crianças, ao longo da história
da humanidade. Além disso, era esperado que os alunos compreendessem os processos
históricos e sociais de formação das instituições políticas e sociais, e reconhecessem nos dias
atuais o legado cultural deixado pelas civilizações antigas.
No início da aula, apresentei uma imagem em cartaz de uma loba amamentando dois
bebês. A imagem se referia à lenda da fundação de Roma, que em seguida, contei para os
alunos. Fiz apresentação em slides com o conteúdo da aula. Trabalhei a localização geográfica
de Roma, sua fundação no século VIII a. C., os períodos da História de Roma, a Monarquia,
os Reis de Roma, o crescimento de Roma, a sociedade na Monarquia, a política, a economia,
o entretenimento, o modo de vida do cidadão, a educação, o vestuário, os calçados, os deuses
em Roma, o fim do período imperial e as principais influências da Roma Antiga no mundo
moderno.
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Após a explicação, realizei uma dinâmica com um caça-palavras contendo alguns
termos trabalhados durante a aula. Pedi aos alunos que se levantassem e procurassem as
palavras, e depois conversamos sobre o significado dos termos encontrados no contexto da
explicação da aula. Em seguida entreguei aos alunos uma atividade impressa de verificação de
aprendizagem, contendo quatro questões de múltipla escolha para finalizar a aula.
Fui aprovada com sucesso. A Professora Orientadora me parabenizou pela aula, disse
que demonstrei domínio do conteúdo, realizei a dinâmica de maneira satisfatória, e meu
material estava bom.
Oficina Didática
A proposta da Oficina Didática nos foi apresentada pela Professora Orientadora logo
no início do quarto bimestre do corrente ano letivo. Conhecemos antes a importância de tal
atividade, e depois foi discutido o tema que seria explorado na mesma. Era necessário definir
o tema a ser tratado, deveria ser um tema de importância para os alunos para os quais seria
aplicada a Oficina Didática.
Além disso, o assunto a ser tratado na realização da Oficina Didática deveria ser de
enriquecimento histórico e favorecer uma análise crítica da realidade, pois é necessário que o
indivíduo conheça fatos passados conseguindo as ferramentas necessárias para analisar seu
presente, compreendendo os passos da sociedade com um olhar crítico e seguro,
estabelecendo relações com sociedades de outras épocas, como aponta um dos objetivos do
ensino de História no Ensino Fundamental: “identificar o próprio grupo de convívio e as
relações que estabelecem com outros tempos e espaços” (BRASIL, 1998, p.33).
O tema escolhido foi “Negritude”, abrangendo os negrosna História do Brasil e as
relações humanas. Em relação à formação do professor de História, Schmidt (2003) aborda
que: “A sua formação não se restringe a um curso de História, engloba ainda áreas das
Ciências Humanas, como Filosofia, Ciências Sociais etc.” (SCHMIDT, 2003, p. 55).
De início, a Professora Orientadora solicitou que os acadêmicos reunissem material
sobre o tema do projeto. Reunimos em pasta imagens, artigos, livros dentre outros
documentos que abordam a História dos negros na sociedade, desde quando foram trazidos da
África até os dias atuais. A turma foi dividida em dois grupos, sendo que um deles trabalharia
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com alunos do 9º ano do turno matutino, turmas “A” e “B”, e outro grupo ficaria com os
alunos do 9º ano do turno vespertino, turmas “C” e “D”.
Fui integrante do grupo que aplicou a Oficina Didática no turno matutino. Meu grupo
foi composto por cinco pessoas, sendo elas: Géssica Geralda, Sônia Araújo, Mayra Oliveira,
Naiara Eduardo e por mim, Carolina Pedroso. O conteúdo a ser exposto foi dividido entre os
integrantes do grupo, que realizaram pesquisas e produziram material para a oficina. Tudo foi
preparado com muito empenho e dedicação; fizemos slides, cartazes, selecionamos um vídeo
e nos organizamos para a apresentação.
Meu grupo ficou responsável pela Oficina Didática nas turmas 9º “A” e “B”, que se
realizou no dia 26 de Outubro de 2015. O tempo utilizado para a oficina foram as seis aulas
do dia, ou seja, do início ao fim do período matutino.
Atrasamos um pouco devido a organização do material em sala. No início, com os
cartazes fixados no quadro, apresentamos cada um, falando de seus temas. Os cartazes que
ficaram sobre minha responsabilidade, tiveram como tema “Racismo” e “Discriminação
Racial”. Em seguida, a acadêmica uma das integrantes do grupo explanou a Lei 10.639/03,
que obriga a escola a inserir em seu currículo, a História e Cultura Afro-Brasileira. Em
seguida, ela explanou sobre a importância do Dia Nacional da Consciência Negra, e dos
movimentos que lutam pela igualdade racial, como a Marcha de Zumbi dos Palmares. Nesse
contexto, foi explicado aos alunos a gravidade do erro que uma pessoa comete ao discriminar
outra devido a sua raça ou cor. Foram abordadas as manifestações Afro-Brasileiras que temos
no país, como a Capoeira e o Maracatu.
Para explicar essa grande influência da cultura africana no Brasil, nosso grupo falou
sobre o continente africano e os países de onde vieram os africanos escravizados. Foram
abordados os principais problemas dos países africanos na atualidade, como fome, miséria e
analfabetismo. Destacamos que existem no continente africano diferentes etnias. Falamos
sobre o tráfico negreiro, como os negros eram escravizados em seu próprio continente e
vendidos para outros povos como os portugueses, que compravam escravos na África e os
traziam para a colônia brasileira. Na sequência exibimos o filme Amistad, que mostra a triste
realidade dos negros escravizados. Sobre as fontes de saber histórico utilizadas em sala de
aula, Fonseca (2003) afirma que:
Isso implica a necessidade de nós, professores, incorporarmos no processo de ensino outras fontes de saber histórico, tais como o cinema, a TV, os quadrinhos, a literatura, a imprensa, as múltiplas vozes dos cidadãos e os acontecimentos cotidianos (FONSECA, 2003, p.244).
42
Após o filme, nosso grupo explanou sobre as causas da escravidão negreira no Brasil,
como a expansão marítima européia do século XV e a necessidade de mão de obra barata,
abordamos a consequência da duração da viagem longa para os negros, sendo que muitos
morriam nos navios antes de chegar ao Brasil. Explicamos todo o processo que acontecia com
os negros assim que chegavam no Brasil: o desembarque, a venda, e a inserção em um novo
ambiente de trabalho escravo. Procuramos evidenciar que o negro não veio para o Brasil, mas
foi trazido contra a sua vontade:
O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas, procurando transformar, em cada aula de História, temas em problemáticas (SCHMIDT, 2003, p. 57).
Apresentando aos alunos a escravidão negreira e a violência pela qual os escravos
passaram, estamos auxiliando o aluno a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Dessa
forma é possível oferecer condições para que o aluno participe do processo de construção da
História (SCHMIDT, 2003). Seguindo com a Oficina Didática, abordamos como era a vida do
escravo no Brasil. O escravo era um dos bens mais preciosos que o senhor tinha, pois
representava uma força de trabalho gratuita. Discutimos sobre a vida das mulheres negras.
Exibimos outro vídeo sobre a vida do escravo no Brasil. Na sequência abordamos sobre a
jornada de trabalho dos escravos, mostrando como eles eram explorados até o ponto máximo,
sem ter um período necessário de descanso após do dia de trabalho.
Em seguida, mostramos aos alunos como eram os domingos e feriados cristãos nas
fazendas, lugares em que havia um grande número de escravos. A maioria das fazendas
respeitava os domingos e feriados, principalmente os dias que eram feriados cristãos. Muitos
fazendeiros não respeitavam essas datas, e mandavam o escravo executar pequenos serviços
na fazenda como derrubar formigueiros, arrumar a cerca e outros. Quando tinham um tempo
livre, os escravos cuidavam de suas pequenas plantações, e se reuniam para cantar e dançar ao
som de seus tambores.
Mostramos aos alunos que para o trabalho extra, os fazendeiros pagavam uma quantia
mínima para o escravo. Abordamos a influência do catolicismo na escravidão. Os padres
ensinavam para os negros que a situação deles era necessária para o seu próprio bem, para a
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salvação de sua alma. Aos escravos era ensinado que todos os homens são iguais perante
Deus, o que acalmava os sentimentos de revolta. E Jesus era colocado como um exemplo a ser
seguido pelos escravos, pois todos eram influenciados a ser “mansos como Jesus”. As
crianças negras assim que nasciam eram batizadas pelos padres. Os escravos adultos também
eram batizados assim que chegavam à fazenda, sendo que todos os escravos deviam ser
católicos aos olhos dos fazendeiros e de toda a sociedade.
Abordamos sobre como eram os instrumentos de tortura utilizados para reprimir os
escravos, e foi possível perceber que os alunos se interessaram muito pelo tema, uns até se
espantaram com os abusos cometidos contra os negros escravizados. Um dos castigos mais
comuns da escravidão eram os açoites, que aconteciam quando o escravo era chicoteado. O
pelourinho era um tronco de madeira ou uma coluna grande de pedra própria para os açoites.
As roupas dos escravos castigados eram arrancadas no momento do castigo, para que o
chicote o ferisse mais, e diante dessa vida sofrida, muitos tentavam fugir. Se fossem pegos
tentando escapar do cativeiro, os escravos eram duramente castigados. Quando conseguiam
fugir, o senhor enviava seus funcionários mata adentro para recapturá-los, então alguns eram
recapturados, e quando isso acontecia eram castigados. Mas, outros eram assassinados pelos
feitores, como punição por terem fugido.
Muitos escravos fugitivos conseguiam chegar nos quilombos. Esses locais eram
moradias feitas pelos escravos fugitivos, que se uniam em um local afastado das fazendas dos
senhores, lá viviam e se defendiam de possíveis ataques dos brancos. Muitos quilombos eram
destruídos por capitães-do-mato. O capitão do mato era um negro cuja função era a caça e a
captura do escravo fugitivo, ele era bem remunerado para isso. Alguns resistiram por séculos
e existem até hoje.
Muitos negros escravizados expressavam sua revolta de diversas maneiras. Além das
fugas, também aconteciam assassinato de senhores. Os brancos não saíam sozinhos em
regiões onde tinham negros fugidos em pequenos grupos ou em quilombos. Aconteceu, em
muitos casos, do escravo assassinar seu senhor. Às vezes, o alvo principal era a mulher do
senhor. Quando eram pegos, os assassinos eram julgados e condenados à morte, como afirma
Pinsky (1993).
Muitos escravos se suicidaram. Para eles, esse era o único jeito de conseguir a tão
sonhada liberdade. Ao mesmo tempo, seu suicídio causava prejuízo financeiro ao senhor, pois
um escravo valia muito. O suicídio do escravo não era apenas um ato de fraqueza, mas
principalmente um gesto de revolta. E a união de negros contrariados com o sistema injusto
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do qual faziam parte, ganhava força nas revoltas. Destaco que durante todo o processo da
Oficina Didática, refleti sobre a importância de apresentar essa parte da História para alunos
do Ensino Fundamental, pois durante muitos séculos, apenas a visão eurocêntrica era
considerada pelas escolas. Aqui vale reforçar a idéia de Schmidt (2003), que defende que o
professor deve apresentar a História sob diferentes perspectivas.
Meu grupo explicou aos alunos que com o fim da escravidão ocorreram algumas
mudanças no país. Foram realizadas mudanças que abrangeram a todos, tanto aos escravos
quanto aos senhores. Segundo a nova lei, Os senhores tiveram que pagar pela mão de obra, o
que abriu espaço para estrangeiros em busca de trabalho, e deu oportunidade aos negros de
ganhar seu sustento. Mas ao mesmo tempo, a situação do negro continuou sendo de
inferioridade em relação aos brancos, pois para muitos negros o fim da escravidão não lhes
deu dignidade. O negro continuou sendo vítima de preconceito e discriminação. Libertos, não
tinham para onde ir, fizeram seus barracos em morros. O que ganhavam com o trabalho, era
bem menos do que o branco ganhava.
Após o intervalo, iniciamos falando sobre as consequências da escravidão na
sociedade atual; o racismo, a discriminação e o preconceito. Segundo Schmidt (2003), o
passado não pode ser resgatado da maneira como ocorreu, isso seria algo impossível; mas é
possível reconstruí-lo usando para isto questões do presente: “Existe um consenso entre a
maioria dos historiadores de que o passado não pode ser resgatado tal qual aconteceu, ele só
pode ser reconstruído em função das questões colocadas pelo presente” (SCHMIDT, 2003,
p.61).
Nosso grupo falou sobre o “Racismo”. O racismo é uma maneira de pensar. A pessoa
racista acha que uma raça é superior à outras. Mas nem sempre o racista acredita que a sua
própria raça é superior, pelo contrário, ele pode achar que a raça do outro é superior à dele, e
com esse pensamento racista ele se julga inferior às pessoas de outra raça, o que prejudica sua
auto-estima. O racismo pode ir além da raça da pessoa, abrangendo suas manifestações
culturais, e foi explicado para os alunos que não existem estudos científicos que provem que
uma raça é superior às outras, pelo contrário, a ciência nos mostra que somos todos iguais.
Diante de tantas diferenças no mundo inteiro inclusive no Brasil, há os que se
denominam superiores, ou são assim considerados pelos demais, e há os que têm suas
características pessoais pré-definidas pela sociedade devido a sua nacionalidade, raça,
religião, condição social, sexo, escolaridade, modo de falar, dentre outros aspectos. Várias
características físicas e culturais podem levar ao racismo. Todos os povos possuem suas
45
particularidades, sejam físicas ou morais, e tais particularidades vão se modificando ao longo
do tempo ou tentam se manter fixas conservando as características dos antepassados. O povo
brasileiro é o resultado da mistura de diferentes raças, que trouxeram consigo não só aspectos
físicos que distinguem uma raça de outra, mas também suas crenças, costumes, ideais, enfim;
sua cultura.
Decidimos que seria fundamental abordar o racismo na escola, já que esse é um
ambiente de encontro de várias culturas e crenças. Portanto, foi explicado aos alunos que a
primeira convivência social que nós temos é com a nossa família. Depois, frequentamos a
escola, onde conhecemos pessoas diferentes, com comportamentos diferentes, culturas
diferentes, e características físicas diferentes das nossas. No convívio em sociedade, seja na
família, na escola ou e qualquer outro ambiente, a criança pode aprender a ser racista, o que
prejudica seu convívio com outras pessoas. Até mesmo os meios de comunicação como a
televisão e a internet podem influenciar atitudes racistas. Falamos da importância do direito
da igualdade em qualquer ambiente.
Finalizando o tema “Racismo”, falamos de duas pessoas que se tornaram símbolo da
luta contra o racismo, como Martin Luther King e Nelson Mandela. Explicamos aos alunos
que quem é racista, não nasceu racista, ele aprendeu a ser racista. E da mesma forma que
aprendeu a julgar pelas diferenças físicas, pode aprender que isso é errado e que somos todos
iguais.
Apresentando o tema “Discriminação Racial” expliquei aos alunos que discriminar é
diferenciar. Quando falamos de discriminação racial, a diferenciação se refere à raça do
indivíduo. Os brancos submetiam os negros a uma situação de inferioridade, comportamento
que perpetua até a atualidade. Quando isolamos uma pessoa por causa de sua cor, estamos
discriminando essa pessoa. Na escola a discriminação pode acontecer de diversas maneiras,
como quando os colegas isolam um aluno, sem o conhecerem o julgam, não querem que ele
participe dos trabalhos em grupo, das brincadeiras dos jogos, e quando esse aluno é isolado
devido a sua cor, isso é discriminação racial. As outras formas de discriminação que
acontecem na sociedade, como a discriminação social, e atitudes de discriminação racial são
inaceitáveis, vão contra os Direitos Humanos, também contrariam a Constituição Federal, e há
punição para esse tipo de atitude.
Foi importante conversar com os alunos sobre como deveriam agir caso fossem
vítimas de discriminação racial. Caso estivessem praticando atos de discriminação racial
contra outras pessoas, aconselhando-os a rever seus conceitos, destacando que somos todos
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iguais, temos os mesmos direitos e os mesmos deveres:
Nessa perspectiva, a escola é concebida como uma instituição social que concretiza as relações entre educação, sociedade e cidadania, sendo uma das principais agências responsáveis pela formação das novas gerações (FONSECA, 2003, p. 246).
Em seguida, abordamos o tema “Preconceito racial”. Vale destacar que os temas
apresentados tem profunda ligação. Dessa forma, pode-se dizer que a escola é um importante
agente transformador da sociedade, e a Oficina Didática realizada ofereceu meios para que os
alunos presentes se voltassem para a questão da discriminação e do preconceito racial, dois
grandes problemas que afligem nossa sociedade.
Ao final da oficina, fizemos um momento de confraternização com os alunos,
distribuímos sorvete para todos. Foi uma experiência muito boa, tudo foi planejado e
organizado com antecedência. Na avaliação da Professora Orientadora nossa Oficina Didática
foi concluída com sucesso. Vale ressaltar que tivemos algumas conturbações no preparo da
oficina, o que se deve a falta de participação de uma das integrantes, mas na execução da
oficina, todo o grupo participou, colaborando para o resultado final. Em minha avaliação
pessoal, acredito que poderia ter explicado mais meu conteúdo, ter me aprofundado melhor no
tema.
Através da produção deste relatório foi possível resgatar os momentos da Oficina
Didática, desde o início de sua produção até o fim de sua aplicação na sala de aula. Constata-
se que a elaboração da mesma foi fundamental para que atingíssemos os resultados, e que sem
o trabalho em grupo isso não seria possível. Das primeiras ideias à respeito da Oficina
Didática até seu produto final, foram realizadas diversas modificações orientadas pela
Professora Orientadora de estágio. As diversas correções que foram feitas no projeto da
Oficina Didática foram de suma importância para atingir o ideal.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da reflexão sobre todas as atividades realizadas ao longo do Estágio
Supervisionado, foi possível constatar sua importância no curso de Licenciatura em História.
Seria impossível a formação de um educador baseada somente na teoria do ensino; a prática é
algo que deve ser feita.
O processo de estágio iniciou-se com a realização do diagnóstico escolar, tendo como
suporte a visita na escola-campo, observação da mesma, entrevista com alguns de seus
funcionários e análise do documento que apresenta toda a realidade da escola.Com o Projeto
Político Pedagógico, foi possível perceber a grande estrutura de organização em que se baseia
uma escola. O ensino escolar não se limita à sala de aula, alunos e professor. Ele engloba
todos os fatores da escola, que temligação com a sala de aula, seus funcionários e a
comunidade escolar. A forma como é elaborado, executado e avaliado o Projeto Político-
Pedagógico da escola, é algo completamente ligado à organização e à qualidade do ensino.
Através da realização do Diagnóstico Escolar foi possível perceber que no Colégio da
Polícia Militar de Jussara- Unidade Maria Tereza Garcia Neta Bento ocorre uma gestão
democrática, que não se limita somente aos coordenadores e professores, mas envolve toda a
comunidade escolar. Contando com a participação de todos com um ideal em comum- a
educação de qualidade- é possível que se alcance esse objetivo.
Para que se tenha um ensino de qualidade, é necessário que ocorram constantes
transformações na escola, acompanhando as da sociedade e contando com a opinião de todos
que fazemparte de seu contexto. Essa reflexão acerca da organização do ensino na escola
proporcionou-me uma visão ampla do PPP, que não se restringe a dados como a estrutura do
prédio da escola, ou a quantidade de professores presentes na mesma; tal documento
apresenta muito mais que isso nele é inseridos fatores ativos para a direção da educação na
escola.
O auxílio ao professor em sala de aula foi de grande valorpara o aprofundamento da
relação entre acadêmico e escola-campo. Conhecendo os alunos, vivenciando o dia a dia da
sala de aula, observando o modo como a professora titular realiza seu trabalho, e colaborando
nesse processo, teve-se uma preparação maior sobre a prática docente. Isso foi aplicado em
sala de aula através das microaulas na universidade, porém com estrutura e preparo como se
tivessem sido realizadas na escola-campo, obedecendo os limites do Ensino Fundamental.
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A Regência foi um processo cheio de dificuldades, mas também de aprendizado,
oferecendo-me uma experiência de grande esforço e preparo. Embora tenho falhado na
primeira tentativa, sinto-me capaz de assumir uma sala de aula do Ensino Fundamental, pois
com a segunda oportunidade evolui, cresci como acadêmica e como futura professora.
Na Oficina Didática reforçando as atividades estagiárias anteriores, um dos fatores que
mais chamou a atenção foi a importância do planejamento, pois um processo organizado com
cuidado e bem planejado tem possiblidades de sucesso. Seguindo esse processo, a avaliação é
de grande importância, pois a partir dela é possível observar o planejamento, as mudanças
necessárias, as metodologias que devem ser mantidas, o aprendizado do aluno bem como o
trabalho do professor. Assim, planejamento e avaliação se complementam como num ciclo,
sendo que um começa onde o outro termina.
Ao concluir o Relatório Final de Estágio Supervisionado em História I, pude recordar
cada momento do estágio; a surpresa diante de uma disciplina nova, os questionamentos
relacionados à necessidade de tal disciplina, as teorias estudadas, as práticas, as dificuldades
encontradas no início que logo depois foramsuperadas. Todas as atividades feitas durante o
estágio contribuíram na minha formação acadêmica. Sou grata à disciplina de Didática e
Metodologia do Ensino de História I por todo o conhecimento que me proporcionou. O
Estágio Supervisionado I foi muito importante em minha formação docente, pois me preparou
para assumir uma sala de aula.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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KARNAL, Leandro (Org.) História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 2. ed.
São Paulo: Contexto, 2004.
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Secretaria da Educação Fundamental/SEF. Brasília: MEC/SEF, 1998.
____________. Planejando a próxima década: conhecendo as 20 Metas do Plano
Nacional de Educação. 2010.
CAIMI, Flávia Eloisa. Por que os alunos (não) aprendem História? Reflexões sobre ensino,
aprendizagem e formação dos professores de História. Revista Tempo. v.11, n.21 a 03. 2007.
p.17-32.
COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR DE JUSSARA. Unidade Maria Tereza Garcia Neta
Bento. Projeto Político Pedagógico. Jussara, GO, 2015.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática no ensino de história: experiências,
reflexões e aprendizados. 4.ed. Campinas, SP: Papirus, 2003.
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saberes e práticas. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Brasília, v.91, n. 228,
maio/agosto 2010. p.390-407.
MONTEIRO, Ana Maria F. C. Professores: entre saberes e práticas. Educação & Sociedade,
ano XXII, nº 74, Abril/2001. p. 121-142.
PINSKY, Jaime, Escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto , 1993.
SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de
50
aula. In.: BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 8. ed. São Paulo:
Contexto, 2003.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Currículo em debate: reorientação
curricular do 6º ao 9º ano. Goiânia, 2009.
SELBACH, Simone (Org.). História e didática. Petrópolis: Vozes, 2010.
VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político Pedagógico e gestão democrática: Novos marcos para a
educação de qualidade. Revista Retratos da Escola. Brasília, v.3, n.4. Janeiro a Junho de
2009. p.163-171.
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ANEXOS
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CÂMPUS JUSSARA
CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO
DIAGNÓSTICO ESCOLAR 1 – Dados Gerais 1.1 – Nome do estabelecimento: Colégio da Polícia Militar de Goiás – Unidade Maria Tereza Garcia Neta Bento. Endereço: Rua Josias Teixeira Lobo. Setor: Morada Nova, Jussara – Go. 1.2 – A entidade mantenedora é: Municipal ( ) Estadual ( X ) Fundação ( ) Convênio ( ). 1.3 – As séries oferecidas no Ensino Fundamental - II fase e Ensino Médio são: Do ensino fundamental as series são do 6º ano ao 9º ano e ensino médio só o primeiro ano. Atendendo aproximadamente por série o número de aluno: 30 a 34 alunos. Sendo o período de funcionamento: matutino ( X ) vespertino ( X ) noturno ( ). 1.4 – Relate o histórico de fundação da Escola: Começou a se pensar no ano de 2007 em transforma a Escola Estadual Gercina Borges em uma de renome com outra infraestrutura e um ensino de qualidade. O primeiro passo foi a construção de uma escola Padrão Século XXI com estrutura de 1º mundo. No dia 23 de janeiro de 2009 o oficio nº 037/2009 assinado pelo subsecretario da educação regional de Jussara Luiz Mario e por Joaquim Alves oficializando a construção pela Secretaria do Estado da Educação Milca e o prefeito então no poder Paulo Carvalhaes tinha que aprovar e doar o terreno e assim foi feito. Começou a construir em 2010 e concluiu no ano de 2013 e teve inicio seu ano letivo no ano de 2014 e assim estão de pé. 1.5 – A escola possui recursos/salas que auxiliem no trabalho do Professor? Com que frequência estes equipamentos são utilizados? A escola acredita que favorecem a aprendizagem?
Sim, a unidade possui laboratórios que auxilia nas aulas dos professores. São usadas com frequência pelos professores principalmente a parte de multimídias que ajuda a expor os conteúdos ministrados como data show. Tem laboratório de informática.
1.6 – Comente sobre as características dos alunos atendidos pela escola? Há participação das famílias na vida escolar dos alunos? Como são as reuniões de pais? São salas heterogêneas tem aluno que estão coerentes com a serie e tem outros que tem uma dificuldade com isso a escola oferece aulas de reforço para que esses aluno a desenvolva e alcance os outros colegas, com ensino no contra turno com duas professoras uma de português e uma de matemática. Existe um numero relevante
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de pais que vem nas reuniões só que como todo colégio tem uma dificuldade com alguns, mais sempre estamos convidado, mandando convites para ele estarem presentes. 1.7 - Quais são as medidas empregadas na escola para envolver a participação da sociedade nas atividadesescolares? O colégio tem um sistema chamado GR8 que e onde fica a vida do aluno, ex: se o aluno não fez a tarefa de casa o professor joga no sistema GR8 para que o pai saiba tudo que esta acontecendo com o filho, o sistema tem senha que e fornecida somente para o pai para o monitoramento. O colégio é aberto para a comunidade, ou seja, a sociedade é parceira ativa do colégio em realizações dos projetos. Existe também a Associações de Pais e Mestre que envolve a comunidade que é organizada pelos e professores que administra, tem o coral que é aberto a sociedade. A associação de Pais e Mestre administra esse arrecadamento e tudo que foi empregada deve ser contabilizado inclusive quando existem alunos que não tem condições de adquirir o uniforme a associação dar o uniforme a eles. A contribuição é mensal e não é obrigatório quem tiver condições de contribuir pode, a contribuição serve também para adquirir materiais, fazer a manutenção do colégio, pois ele é muito amplo. 1.8 – Comente sobre o processo disciplinar da escola?
A disciplina esta escrita no regimento do colégio. A disciplina e cargo responsável do capitão Cesar que
fiscaliza o uso da farda nos dias específicos, o corte de cabelo dos meninos e unhas tem que serem curtos, as meninas seus cabelos tem que serem amarrados de coque ou rabo de cavalo sempre não se pode deixar o cabelo solto. Todos tem a disciplina de entra na instituição, na sala de aula e na hora de receber a professora na sala. Se tiver alguma indisciplina no colégio a observação vai para o caderno e para o sistema GR8 para que o pai tenha conhecimento pelo que o filho faz no colégio. Exemplo de transgressão leve é esquecer o material ou alguma peca da farda no colégio, transgressão média e induzir o colega a fazer alguma maldade com o outro, ele da uma tapa no colega por que o outro pediu agora transgressão grave é entra em contato físico, briga dentro da instituição.
Quando acontece alguma transgressão que seja necessário uma conversa primeira ele vai para o departamento pedagógico para fazer uma triagem do que aconteceu depois e levado para a seção disciplinar para ouvir as partes, tem mais de 80 transgressões disciplinarem que o aluno pode chegar a fazer. O aluno vem para o colégio com meia 8 em comportamento cada indisciplina ele vai perdendo ponto ate fica com pontuação negativa.
1.9 – Quais as principais dificuldades encontradas quanto a aprendizagem? E quais estratégias e, ou projetos
adotados para a recuperação dos alunos com dificuldades de aprendizagem?
Leitura, escrita e matemática tem uma dificuldade na aprendizagem aqui como qualquer outro colégio. As estratégias para melhorar na aprendizagem como o plano de ação que ajuda nessa parte da dificuldade em aprender determinado assunto. O plano de ação foi feito com diagnostico do ano de 2014 com a avaliação diagnostico. Para ajudar com a aprendizagem desenvolver oficinas, seminários, concursos de redação, musicas especificas, receitas, produção de livros espanhol e inglês, leitura e interpretação de letras de musicas. A escola busca realizar projetos que esteja voltado para a escrita que é o escasso do colégio.
Para o ensino de História usa o projeto cine-historia para ajudar na metodologia do ensino. A montagem do feno, oficina de cultura Afro-indígena no 3º bimestre ira acontecer, trabalhar com documentos históricos.
2.0 – Como foi pensado e realizado o P.P.P? E quais foram as dificuldades encontradas e os benefícios na montagem do mesmo?
O P.P.P é um documento colaborativo nós temos questionários que são distribuídos para todos e respondendo os pontos positivos para realizar o projeto do Plano Politico Pedagógico. O P.P.P só funciona de ele tiver características da escola, ou seja características do colégio militas, o colégio trabalha com o mesmo currículo de outras escolas o que diferencia e só a parte diversificada o resto e como acordo em tudo entra ética e moral. As
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dificuldades e trazer a comunidade à família para a escola que a sociedade abrace a ecola para melhor acompanhar com uma educação continua.
2 .1 Os professores tem conhecimento sobre o Plano Nacional de Educação? Trabalha com algumas metas para garantir ao alunado ensino de qualidade?
O conhecimento do Plano Nacional da Educação tanto que esse ano terá mudança no da prefeitura para
alcançar metas para elevar as escolas para tempo integral, existe programas como a Mais Educação para escolas de tempo integral.
2.2 Qual a posição do Colégio em relação a evasão escolar e quais são as medidas tomadas para o alunato que as
comete? Com quase dois anos a evasão no colégio é zero, pois existe um acompanhamento tanto
familiar, escolar e se necessário utilizar o conselho tutelar. A evasão é mínima, pois o colégio busca em primeiro plano o resgate do aluno para que ele volte para o colégio e siga o seu estudo para um futuro. 2.3 O Colégio usa metodologias diferenciadas das outras escolas que fazem com que os alunatos sejam
disciplinados e consigam um grande número de discente na escola? O colégio militar não possui metodologias pedagógicas diferenciadas das outras escolas. Usa o quadro, os livros
didáticos e literários a tecnologia. O que diferencia é o conhecimento do professor e a pratica junto com os coordenadores pedagógicos.
2.4 O Colégio trabalha com a inclusão? E como se organiza para ensinar esses alunos?
Trabalhamos sim com a inclusão de uma manha com 3 alunos 1 professor de apoio é um interprete, a
tarde nos temos 1 professora de apoio e com mais 3 alunos, o laudo dos alunos muita das vezes não diz que necessita de professor de apoio só que o colégio acha necessário do apoio não se pode tratar o desiguais de forma iguais já que uns precisam de um cuidado a mais.
2.5 – Quais as metas constantes no PDE da escola para a disciplina de História?
Temos os pontos de atenção e as metas para o ano letivo. O P.D.E é o pai que financia, a mãe gera o
Filho, pois entre também a área financeira, pois precisa de dinheiro para financiar os projetos para a escola. 2.6 – De que maneira a Reorientação Curricular do Estado de GO têm sido trabalhada? Como as questões propostas dialogam ou não com o livro didático escolhido? Ainda, como a proposta de História nesta escola, atende ao que o PCN, Currículo de Referência, Diretrizes Curriculares propõem?
Atualmente a escola trabalha com o currículo mesmo por que ele e baseado nas diretrizes, nos PCNs
como se fosse o documento enxuto, pois baseia neles. O currículo é usado como documento fidedigno do que é a ser trabalhado no decorrer do ano. 2.7 - Você, professor de História, como avalia seu desempenho profissional diante seus alunos, e como avalia o desempenho de seus alunos perante ao seu trabalho.
A escola é muito heterogênea, existem alunos que são muitos dinâmicos que indaga, investiga que gosta muito do assunto, trabalha com documentos, existem alunos que ainda acha a disciplina de história chata. A professora Nayrhainne trabalha o instigar o aluno suas aulas são dinâmicas, ela não trabalha com resumos e nem respostas coladas do texto do livro didático e suas provas são discursivas o alunos entende o enunciado e as respostas são satisfatórias e o uso do data show na aula dela e indispensável, com documentos também. E tem tido
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muito resultado.
2.8 – Quais os critérios para a escolha dos livros didáticos de História? Os livros didáticos selecionados atendem as expectativas pedagógicas?
Os livros didáticos foram escolhidos para o colégio no ano de 2013 para trabalhar no próximo ano, recebemos livros de varias editoras para os professores levarem para casa e lerem e ver qual o melhor livro para trabalhar e o que mais dialoga com o currículo apesar de sabermos que o livro didático não corresponde inteiramente ao currículo, muitos não tem o conteúdo propostos cada unidade escolher o seu livro que mais associa ao plano. Quando o livro não tem o conteúdo do currículo sempre busca apoio em outro livro de metodologia para o ensino. E não atendem de forma integra as expectativas pedagógicas.
2.9 - Existe alguma interferência do Colégio Militar nas aulas de História.
Não existe interferência da policia militar em abordar o tema ditadura militar, os temas são abordados como deveria ser abordado e problematizado, o colégio e igual a todos o que muda e a policia militar que esta presente para ajudar a disciplina e não para dizer o que deve ou não dizer nas salas de aulas. 3.0 – Quais são as estratégias empregadas durante as aulas de História para que haja uma boa relação professor-aluno e o aprendizado aconteça? Ouvir o aluno, ver a necessidade do aluno consiga alcanca os outros, o dialogo, as dinâmicas, o jeiro da fala com os alunos, as formas de linguagem para que o aluno acompanhar seu raciocínio. A Nayrhainne usa os conceitos históricos para ter melhor entendimento sobre o assunto abordado e fazer uma avaliação discursiva. 3.1 – Como os estudos sobre a África tem sido efetivados? A partir de que material? No plano o tema de África é abordado no terceiro bimestre com oficinas, os alunos do estagio ajudam a organiza as oficinas. O conteúdo já vem sendo abordado nos 8º ano, fala sobre que não existe só pobreza, fome olhando a escravidão como se sucedeu a história dos negros sendo traficado para o Brasil. 3.2 - Quais os principais desafios no ensino de História? E mostra que a História não e copiar do livro, que não se problematiza com uma frase só precisa que os alunos vejam que ela esta viva, relacionando o passado com coisas que esta acontecendo no presente.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA
PROJETO OFICINA “NEGRITUDE”
JUSSARA-GO
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CAROLINA SANTOS PEDROSO
GÉSSICA GERALDA DE QUEIROZ
LILIANE RODRIGUES DE ARAÚJO
MAYRA SOUZA DE OLIVEIRA
NAIARA EDUARDO DA SILVA
SÔNIA ARAÚJO RODRIGUES
PROJETO OFICINA “NEGRITUDE”
Trabalho apresentado para fins de avaliação parcial
da disciplina Estágio Supervisionado I 3º ano do
Curso de Licenciatura Plena em História da
Universidade Estadual de Goiás, Unidade
Universitária de Jussara, sob a orientação da
professora. Sonia Nogueira Leandra.
JUSSARA-GO
NOVEMBRO/2015
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Projeto Negritude
Justificativa:
Ao tentarmos estudar a cultura africana no Brasil devemos em primeiro momento
conhecer a origem de tudo. Quando começou? Como começou? Os europeus por não
poderem escravizar os índios foram em busca de mão de obra barata e que fosse fácil de
adquirir, encontraram os africano. Eles eram forte, saudáveis e aguentaria a jornada de
trabalho para os homens brancos, os europeus acreditavam que os negros serviriam para
qualquer trabalho em qualquer condição. Só que os negros escravizados eram iguais a todo
mundo, tinha suas limitações e lutaram contra a forma de trabalho proposto pelos seus
senhores, tanto a ponto de fugirem e alguns acabavam tirando a própria vida.
O nosso conhecimento sobre os negros esta relacionado à sua forma de viver aqui no
Brasil na época da colonização, sua mão de obra. Mas não se tem conhecimento de como eles
vieram, como era capturado, o tratamento deles nos navios, é pouco o conhecimento sobre o
tráfico de escravos. Quando se fala sobre discriminação, preconceito e racismo pensam logo
no negro, pois e somente a ele que essas formas de agressão são praticadas, e muitos devido a
essa herança cultura que eles tem com os escravos. A lei 10.639/2003 seu ponto principal e
abordar os conteúdos e estudarmos a influencia que os negros contribuiu de forma positiva
para a História do Brasil.
É importante que os alunos consigam entender a influencia positiva dos negros
africanos para nossa cultura brasileira. A partir do século XX tais expressões da cultura afro-
brasileiras passaram a ser ‘aceitas’ pelas classes da elite, tanto homens e mulheres negras
durante o processo histórico brasileiro lutaram e tentaram resistir as formas de opressão da
sociedade no Brasil. E é consideração a luta e aos esforços dos negros para ganharem espaço e
um mínimo de respeito aqui no Brasil e que desenvolvemos esses projetos escolares na função
de ouvir as opiniões dos alunos e ao mesmo tempo abrir os olhos deles para agirem com
igualdade.
Objetivos:
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Identificar com os alunos a História do negro desde seu habitar natural, sua vida
cotidiana, apresentar para eles o continente africano com a proposta de mostra que não é
somente um continente que exportou escravos para serem utilizados para o trabalho mais que
também tem suas belezas que merecem ser lembradas.
Esclarecer que eles foram obrigados a trabalhar e eram castigados, entender o motivo
das fugas realizadas e foi devido a elas que formaram os quilombos em todo o território
brasileiro. A influência de sua cultura trazida por eles e que permanece até hoje na nossa
comunidade, e valorizar os seus feitos para que não ocorra a discriminação desses povos e de
seus descendentes.
Conteúdos:
África
Lei 10.639/2003
Escravidão
Trafico
Abolição
Pós Abolição
Preconceito
Discriminação
Racismo
Cronograma:
Géssica: Negritude, Lei 10.639/2003, continente africano, trafico de escravos; (1hr)
Sônia: Escravidão no Brasil; (20 min)
Carolina: Os castigos e repressão; (20 min)
Mayra: Abolição da escravatura; (20 min)
Naiara: Negros pós-abolição; (20 min)
Géssica: Racismo; (20 min)
Caroline: Preconceito; (20 min)
Sônia: Discriminação Racial. (20 min)
Metodologia:
O trabalho apresentado na oficina Negritude visa abordar a discursão sobre a
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influência dos africanos na cultura brasileira e sua valorização. A importância da criação da lei
10.639/2003 que introduz o ensino da cultura africana e afro-brasileira nas escolas de ensino
fundamental e médio. Fazer com que todas as crianças tenha conhecimento da história do
Brasil, e que os negros que vieram obrigados sejam retratados nos livros didáticos que eles
estudam.
Apresentamos o continente africano de forma que eles não fiquem com a ideia de ser
um continente pobre e ligado somente às doenças que, além disso, tem suas riquezas que
devem ser valorizadas e conhecidas, abordamos como eles eram capturados as formas de
trabalho, onde e como viviam os castigos e sua tão sonhada liberdade.
Planejamos o trabalho em dois momentos, primeiro eu (Géssica) abordei o que era
Negritude para entender o significado do projeto, falei da Lei 10.639/2003 que implantou o
estudo da História da África e sua cultura afro-brasileira. Apresentei para os alunos o
continente africano para sabermos de onde os negros vieram, sua localização, e como era feito
o transporte de escravos conhecido como tráfico de escravos. Trabalhei com os alunos o filme
Amistad e analisamos algumas imagens do filme para melhor entender esse processo.
Logo demos continuidade com a Sônia que abordou a escravidão no Brasil, o que os
negros faziam, onde trabalhavam, as mulheres qual era a sua função na casa dos seus
senhores, e trabalhou a musica do Dorival Caymi vida de negro é difícil. Em seguida a
Caroline falou dos castigos que os negros sofria os utensílios usados, as repressões dos
negros, as fugas e a formação dos quilombos. Para fechar nosso primeiro momento realizamos
uma atividade baseado em toda a discursão, os alunos tinha que desenhar uma charge
relatando sobre a escravidão eles tiveram um prazo de 15 minutos para essa atividade, com
isso deu o horário do intervalo e encerramos a primeira parte.
Após o intervalo voltamos com o segundo momento, a Mayra falou sobre a Abolição
da Escravatura o processo de como foi feito a princesa Isabel assinar a lei áurea e libertar os
escravos. Foi utilizado um vídeo retratando esse momento, após veio a Naiara falando da vida
dos negros pós-abolição como eles vivia na sociedade, para concluir passamos uma charge e
ele deveria analisar e descrever o que ela dizia.
Passamos para o ponto crucial do nosso trabalho chegamos ao negro na atualidade,
antes abordamos os conceitos de racismo, preconceito e discriminação, porém como o tempo
foi curto não deu para falar sobre o negro na atualidade, fechamos o conteúdo com os
conceitos. E como tínhamos planejado darmos um lanche para os alunos, servimos sorvete no
tempo restante até dar o horário pra podermos concluir.
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Para que todo esse trabalho fosse realizado contamos com o apoio da tecnologia,
usamos o datashow, imagens e textos baixados da internet, musicas, vídeos, filme que ajudou
na compreensão de todo o trabalho elaborado sempre deixando aberto o espaço para que os
alunos possam estar também comentando, perguntando sobre o tema.
Recursos:
Para o trabalho usamos Data Show com palavras chaves, imagens, charges, mapas,
cartazes, musicas, atividades entre um tema e outro para que os alunos possam refletir e
pensar sobre o tema.
Publico alvo:
Foram alunos do 9º A e 9º B do ensino fundamental juntamente com seus professores
do Colégio da Policia Militar de Goiás - Unidade Maria Tereza Garcia Neta Benta.
Conclusão:
A elaboração do projeto foi de grande importância por estar voltada a Negritude, ao
negro que foi pedra fundamental para a construção do nosso país e que hoje o mesmo sofre
muito discriminação dentro da nossa sociedade. Século depois da abolição os negros sofreram
desvantagens e desigualdades que se encontra na atualidade e que ainda são transmitidas e
que foram geradas do regime escravista, o qual estabeleceu no Brasil diferentes formas
socioeconômicas entre brancos e negros e que resulta na discriminação racial que vem sendo
velada durante anos.
Na educação brasileira, a existência do racismo, preconceito e da discriminação racial
vem provocando nas pessoas negras uma forma de auto rejeição, acabam os mesmo
desenvolvendo autoestima baixa, timidez entre outros aspectos, porem o homem branco cria
um sentimento de superioridade que acaba aumentando a discriminação no espaço escolar e
em outros espaços públicos.
Podemos observar que os negros encontraram dificuldades no campo social, nas escolas
públicas ou privadas, ate hoje não se apresenta adequadamente nos currículos os fatos da luta
do povo negro no Brasil, esta instituição não conseguem envolver a identidade das crianças
negras particularizando os aspectos da construção da sua historia e isso acaba construindo é
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para que a criança branca venha a desenvolver a auto-estima superior a da negra, a pobreza
também gera esta evasão escolar.
Antes de julgamos devemos conhecer primeiro o individuo, e alguns sofrem por
carregar consigo essa marca da história. Quando planejamos o que seria trabalhado em
primeiro momento mostrar que hoje e obrigatório devido a lei 10.639/2003 “[...]que
determina a obrigatoriedade do ensino da História e da Cultura africana e afro-brasileira na
educação básica e incluir no calendário escolar o dia 20 de novembro como o Dia da
Consciência Negra” (CONCEIÇÃO, 136).
Segunda a autora a lei não surgiu de uma hora para outra:
Um dos aspectos mais importantes a ser ressaltado quando tratamos da Lei 10.639/2003 e que ela não surgiu de uma hora para outra em nossas escolas. Ela é sim, fruto de um conjunto de demandas sociais, apresentadas, sobretudo pelos movimentos negros existentes no Brasil desde o século XIX. Entre eles, os movimentos abolicionistas, as irmandades religiosas, os terreiros de candomblé e umbanda, as revoltas sociais etc. todos eles se inscreveram nesse legado e, portanto na gênese da elaboração histórica das demandas contempladas na lei (CONCEIÇÃO, 136).
Foi devido a lutas de interesse desse povo que fez com que implantasse a lei, para que
nossa sociedade tivesse conhecimento da sociedade africana, suas culturas, sua religião, a
forma de vida que influencia os negros que foram trazidos para o Brasil. Essa sociedade
influencia a que hoje se vive em tudo, o Brasil e um país diversificado existem povos de todos
os lugares e são bem recebidos, por que não tratar igual os que contribuíram para a construção
do país.
Referencias Bibliográficas:
CONCEIÇÃO, Maria Telvira. História: ensino fundamental. Brasília-Ministério da Educação,
Secretaria de Educação Básica, 2010, p. 131 a 158.
Filme Amistad: http://www.cubodown.info/amistad
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