2. Módulo I1 - Introdução à gestãoexperiências. Esse conhecimento pode ser adquirido a partir...
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2.1. Lição 1: O que é gestão
“A palavra estratégia assusta. Parece estar ligada a assuntos como
guerra restrita a poucas cabeças pensantes. Isso é errado. A empresa inteira
precisa saber em que direção está indo. Os melhores presidentes que
conheço são aqueles que repetem a estratégia, no mínimo duas vezes ao
dia, a funcionários de diversos departamentos.”
Michel Porter
Toda empresa possui objetivos. No módulo anterior, você conheceu o
planejamento estratégico e a necessidade de determinar de forma clara esses
objetivos. Agora, chegou a hora de aprender a alcançá-los. Para isso, você vai
conhecer o papel de um gestor.
Mas quem é esse tal de gestor? O que ele faz?
O gestor é justamente a pessoa que organiza os
recursos de que dispõe para atingir os objetivos da
empresa. Seu trabalho é muito importante, pois é
exatamente o que vai diferenciar sua empresa das
demais. Ou seja: o sucesso de seu telecentro depende
muito da gestão, que pode ajudá-lo a crescer e, também,
a conseguir um lugar de destaque em relação aos
concorrentes. O mesmo acontece na empresa,
independente de seu tamanho – micro, pequena, média
ou grande.
2. Módulo I1 - Introdução à gestão
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos38
Frase do momento
Características do gestor
Assim como existem características específicas de empreendedores,
existem também as de gestores. De modo geral, o gestor é a pessoa que:
• se preocupa com os concorrentes;
• compreende o funcionamento de seu negócio;
• define preços adequadamente;
• estabelece um relacionamento equilibrado com os fornecedores;
• aplica processos eficientes de controle administrativo e financeiro;
• estabelece boas parcerias;
• faz o planejamento estratégico da empresa;
• conhece a legislação que influencia seu negócio.
A gestão de qualquer empreendimento
apresenta alguns riscos. Afinal, são muitos os
aspectos envolvidos. O gestor, então, deve aprender a
administrar esses riscos. Ele deve aprender a gerar e
a aproveitar oportunidades de negócio. Desse modo,
a gestão de seu telecentro será eficiente. Podemos
dizer, então, que você, gestor, deve saber avaliar os
riscos que seu telecentro ou seu negócio pode correr.
Outra questão importante e já lembrada pelo orientador é o conhecimento.
Quando falamos de conhecimento, falamos de informações, de saberes e de
experiências. Esse conhecimento pode ser adquirido a partir de estudos, como, por
exemplo, neste livro, ou, então, na prática. Este último tipo é o conhecimento que o
gestor adquire com o tempo, com o gerenciamento diário do empreendimento. Os
dois tipos de conhecimento são importantes e somam-se para garantir a boa
gestão de um empreendimento.
A gestão de uma empresa, na prática, ocorre com os seguintes elementos:
É sempre bom lembrar: o conhecimento é uma
ferramenta valiosa que permitirá calcular riscos e
tomar decisões.
Módulo II - O que é gestão 39
• liderança;
• planejamento;
• foco no mercado.
É importante que você, gestor, conheça suas atividades fundamentais. A
primeira delas – planejar – você já aprendeu. O planejamento envolve a análise
do negócio, ou seja, a definição dos objetivos e das ações. As outras atividades
são:
• Controlar – significa acompanhar de perto as ações de todos em sua
empresa para ter certeza de que seus objetivos serão atingidos.
• Organizar – corresponde a juntar todos os recursos, equipamentos e
pessoas necessárias para realizar uma tarefa.
• Liderar – este fator refere-se diretamente a pessoas. Como gestor,
você deve tentar garantir que seus funcionários consigam fazer suas tarefas de
forma satisfatória. Para isso, esteja atento ao ambiente de trabalho e sempre
dê todas as orientações necessárias.
Gerir um telecentro ou negócio significa, na prática, tomar decisões. Ao
deparar com um problema em seu empreendimento, você deve tomar algumas
atitudes. São elas:
• identificar o problema e todos os seus detalhes;
• pensar em todas as soluções possíveis;
• avaliar cada solução com cuidado e escolher a melhor;
• adotar a solução escolhida;
• fazer o controle das tarefas que surgirão com a adoção da solução
escolhida.
O gestor não pode limitar-se a fazer
unicamente seu trabalho. Ele precisa
apoiar e dar condições para que as
outras pessoas também consigam
realizar suas tarefas.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos40
Tomando decisões...
Tomar decisões faz parte da rotina de todo gestor. Até agora, você aprendeu
alguns métodos que podem ajudá-lo a fazer isso de forma mais segura. Agora, você
conhecerá algumas dicas para que suas decisões sejam sempre as melhores e
mais adequadas para sua empresa.
Na hora de tomar decisões, muito cuidado com os “achismos”. Suas decisões
devem sempre basear-se em informações armazenadas, comprovadas e
tabuladas em sistemas integrados que compreendem a gestão de negócios, ainda
que sejam anotações em uma folha de papel ou em um caderno. Anote sempre os
principais fatos! Confira aqui seis instrumentos que vão auxiliá-lo na tomada de
decisões.
1) Administração e controle da logística empresarial
Atualmente, não apenas o controle de estoques da empresa é vital para a
organização, mas todo o processo de logística, desde a compra (que deve atender
às necessidades comerciais e aos limites financeiros impostos pelo fluxo de caixa),
passando pela administração interna de produtos (que precisa atender às
expectativas do negócio como um todo), até a entrega com qualidade e segurança
para o cliente, se possível, surpreendendo o consumidor em todos os requisitos de
eficiência e atendimento personalizado.
Vale lembrar que a entrega do produto e/ou serviço pode encerrar
definitivamente um relacionamento comercial ou estabelecer um vínculo de
credibilidade duradouro entre as partes, criando a fidelidade e a primeira
lembrança para seus produtos e/ou serviços. Assim, a venda não está encerrada
na definição de compra do produto por parte do cliente, mas no recebimento da
mercadoria escolhida.
Conhecendo um pouco mais!
Módulo II - O que é gestão 41
2) Análise e atualização dos cadastros de produtos e/ou serviços,
fornecedores e clientes
Nada mais desastroso do que, no momento da venda, o produto que está
no balcão, nas mãos do cliente, não aparecer na relação do computador ou
ainda pior: ninguém saber ao certo o preço. A culpa normalmente é do
“sistema”, que apresentou algum problema.
O “sistema”, na verdade, é o processo organizacional como um todo, que
precisa ser avaliado e obedecer a certos princípios de evolução e atualização,
desde a participação dos funcionários, dos gerentes e dos sócios até a
integração com o aplicativo (software específico) utilizado na empresa.
Se seu sistema é seu caderno, atualize-o diariamente com os novos
dados. Você se lembra quando os bancos não usavam computadores para
gerenciar as operações e os saldos do cliente? Cada cliente possuía uma ficha
na qual eram lançados à mão pelo caixa a cada depósito ou retirada feita. E isso
era feito na hora. Imagine a confusão se o caixa deixasse para anotar depois?
Na grande maioria das empresas, aqueles clientes que compram à vista
não são cadastrados, o que demonstra a preocupação com apenas uma parte
do processo (neste caso, o de cobrança, e não o de formar um cadastro de
clientes evolutivo em função dos interesses do negócio).
Administrar o que comprar é uma virtude que pode estar escorada em um
aplicativo no qual, no banco de dados, estarão suas últimas compras, prazos e
preços pagos, além das necessidades futuras de compra. Assim, evita-se que o
vendedor simplesmente venda o que ele deseja, em vez de a empresa comprar
o que realmente interessa a seus clientes. Portanto, administrar o cadastro é
um dos pontos vitais para o sucesso evolutivo de qualquer empresa.
3) Adequação da elaboração dos custos e da formação do preço de
venda
O preço de venda deve ser justo para o consumidor, mas também
adequado à sobrevivência da empresa, na qual o custo do produto e/ou
serviço, os custos fixos, os impostos, as comissões e a margem de lucro devem
formar o valor final, ou seja, deve mostrar no resultado final o lucro líquido
almejado pela empresa em seu plano estratégico.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos42
4) Análise do demonstrativo de resultados
Neste demonstrativo retrata os valores de competência de determinado mês,
ou seja, o faturamento real (não os recebimentos), o custo da mercadoria vendida
(CMV) em relação ao faturamento do mês, os custos fixos do mês, os impostos
relativos ao faturamento, as comissões relativas e os resultados mensais obtidos:
o lucro operacional e o lucro líquido. Este último considera as despesas financeiras
e com investimento.
Neste demonstrativo, outro parâmetro importante é o ponto de equilíbrio.
Trata-se do valor referente ao faturamento mínimo para cobrir os custos fixos e as
variáveis da empresa.
5) Análise e adequação do fluxo de caixa
De posse do demonstrativo de resultados, valores da competência de
determinado mês, o fluxo de caixa (que retrata o movimento real do caixa no mês) é
necessário para complementar a análise financeira da empresa (entradas e saídas
de dinheiro).
O fluxo de caixa deve ser planejado para no mínimo seis meses, evitando
sustos durante a gestão empresarial ou mesmo a necessidade de adequação de
caixa por meio de alimentação financeira externa, comumente chamada de
empréstimos de terceiros, que, se realizada às pressas, sempre acaba saindo
muito caro para a empresa.
Mais um lembrete: cuidado com o resultado positivo do fluxo de caixa e
negativo do demonstrativo de resultado. Essa desigualdade é o sinal de que a
empresa está afundando em um mar perigoso de dívidas.
6) Elaboração do plano estratégico para o negócio
O plano de negócios é um meio de manter a estratégia empresarial da
empresa em dia e pronta para alterações administradas de rotas de segurança.
Portanto, realize periodicamente a adequação da estrutura organizacional à
realidade do mercado em que sua empresa atua para evitar o aparecimento de
fatores que possam comprometer a sobrevivência do seu negócio.
Fonte: www.sebrae.com.br
Módulo II - O que é gestão 43
“Saiba ceder.”
Laércio Cosentino – presidente e fundador da Microsiga
“O erro mais comum que um empreendedor comete é não ceder o
controle de algum aspecto do negócio quando não tem competência para
desenvolvê-lo. Os estrategistas e os visionários nem sempre são os melhores
no dia-a-dia da operação.
É uma das coisas mais difíceis de fazer, mas é preciso reconhecer as
próprias fraquezas.
É importante deixar que a visão de outras pessoas entre no negócio ou
mesmo mudar a própria visão no meio do caminho. E fazer isso rápido. Um
negócio, para dar certo, tem de funcionar no ritmo do vamos-em-frente-que-
atrás-vem-gente.”
O paulista Laércio Cosentino fundou a Microsiga, a maior fabricante
brasileira de software, em 1983.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos44
Palavra de quem já fez!
1) Você avaliou no módulo anterior seu perfil como empreendedor. Agora, você deve avaliar se tem também o perfil de um gestor. Para isso, leia cada uma das características apresentadas na primeira coluna, reflita sobre como você é em relação a cada uma delas e preencha o quadro que melhor se aplica a você.
Preocupa-se com os
concorrentes
Características do
gestor Sou assim
Às vezes ajo assim, mas
posso melhorar. Como?
O que preciso fazer
para desenvolver esta
característica?
Compreende o
funcionamento do
negócio
Define preços
adequadamente
Estabelece um
relacionamento
equilibrado com os
fornecedores
Aplica processos
eficientes de controle
administrativo e
financeiro
Faz o planejamento
estratégico da empresa
Conhece a legislação que
influencia no negócio
Apóia e cobra atitudes
empreendedoras de seus
colaboradores
Estabelece boas parcerias
Módulo II - O que é gestão 45
Hora de praticar!
2) Escreva agora sua opinião sobre a afirmação que aparece no texto: “A gestão de uma empresa, na prática, ocorre com os seguintes elementos: liderança, planejamento, foco no mercado.”
3) Em qual dessas áreas você acha que tem melhor desempenho? Por quê?
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos46
Suas anotações
Empreendedorismo – a viagem do sonhoFernando Dolabela
Desenhando para ser o caminho mais curto entre a
preparação do empreendedor e sua entrada em ação na vida
real, este usa como guia de trabalho o “mapa do sonho”.
Trata-se de um passo a passo pelo qual o leitor se
compromete com seu próprio caminho, encarregando-se de
formular seu sonho, transformá-lo em plano de ação (ou
visão), depois em plano de negócio e, no curso da realização
do sonho, construir os saberes necessários sobre si mesmo,
sobre o ambiente, o mercado, a concorrência e tudo o que é
necessário para bem gerenciar um empreendimento e
garantir sua sobrevivência.
Mensagem pra você
Neste filme, a dona de uma pequena livraria tradicional em
sua cidade é obrigada a fechar seu negócio em função da
chegada de uma grande rede de livrarias. É um excelente
exemplo de como a chegada de um concorrente pode reduzir
ou até mesmo eliminar o espaço que antes era ocupado por
uma empresa tradicional.
Aprofundando seus conhecimentos
Sugestão de leitura
Sugestão de vídeo
Módulo II - O que é gestão 47
2.2. Lição 2: Fatores endógenos
“Somos continuamente confrontados com grandes oportunidades,
brilhantemente disfarçadas de problemas insolúveis.”
Lee Iacocca
Para falar da gestão de uma empresa, é fundamental tratar dos fatores
que exercem influência sobre ela. Não é raro o empreendedor colocar a culpa
por suas dificuldades nos fatores externos: a economia local, nacional,
mundial, os desmandos dos governos, as alterações climáticas e por aí vai.
Quando se trata de encontrar responsáveis pelos maus resultados, até a chuva
vai para o banco dos réus.
A verdade é que um empreendimento está sujeito às influências que vêm
de fora, como as mudanças do mercado, mas também pode sofrer muito mais
com problemas internos, como as conseqüências de uma gestão ineficiente.
Existem, basicamente, dois tipos de fatores: fatores endógenos e fatores
exógenos.
Até este momento, este livro tratou do primeiro, especialmente os
diversos fatores relacionados ao gestor, aqueles relacionados às competências
e às habilidades, às aptidões e aos requisitos. Em outras palavras, já
discutimos um bocado sobre tudo aquilo que forma, aos poucos, uma
personalidade empreendedora. Você aprendeu, inclusive, que muito do
conhecimento necessário ao desempenho de sua atividade passa longe do
aprendizado formal dos livros, dos cursos, das salas de aula. A vida ensina
muito sobre empreendedorismo.
A formação complementa essa experiência e é também valiosíssima.
Enfim, são os fatores que determinam o perfil do gestor.
A partir de agora, iremos tratar de outros aspectos: os endógenos e os
exógenos. Cada um deles, por sua importância e especificidade, ganhou uma
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos48
Frase do momento
lição própria. Nesta lição, trataremos dos fatores endógenos, que têm influência
direta no funcionamento do telecentro ou de um pequeno negócio formal ou
informal.
A seguir, você conhecerá em detalhes cada um dos fatores e aprenderá a
melhor forma de lidar com eles em sua gestão.
Os fatores endógenos de uma empresa são:
• processos de produção;
• gestão de pessoas;
• definição de preços;
• marketing.
Os processos de produção
O gestor é o responsável pela coordenação das ações do telecentro. Por isso,
ele deve conseguir os recursos necessários para produzir. Deve superar seus
concorrentes e nunca pode esquecer seus clientes.
Os processos de produção de uma empresa estão intimamente ligados aos
seus objetivos e às metas. Vamos, agora, entender o que significa processo de
produção.
Os fatores endógenos são internos à organização e
podem ser modificados pelo gestor!
Definindo...
Processo de produção
Conjunto de atividades relacionadas com o
desenvolvimento dos objetivos e com a realização de
metas de sua empresa.
Módulo II - Fatores endógenos 49
Os processos de produção do telecentro devem estar sempre focados nos
clientes, que podem ser externos ou internos. Os clientes externos são
justamente aqueles que compram seus produtos. Ou seja: é para eles que
produz.
Cliente interno? Isso é novidade!!
Os clientes internos, por sua vez, são as pessoas que
desenvolvem seus produtos. Em um empreendimento,
ninguém trabalha sozinho. Todos dependem uns dos
outros para que, no final, a empresa consiga produzir.
Quando uma área do empreendimento depende
diretamente de outra para fazer seu trabalho, ela se torna
cliente dessa área. Numa confecção, por exemplo, o setor
de vendas é cliente interno da área de fabricação das peças. Sem peças para
vender, não há vendas! Esse relacionamento entre as áreas e os setores de um
negócio é que constitui os processos de produção.
Os processos de produção de um empreendimento geralmente são os
seguintes:
• compras e gestão de fornecedores;
• criação de produtos e serviços;
• venda e suporte ao cliente.
O gestor deve ter certeza de que os processos de produção de seu negócio
estão funcionando bem. Essa é uma forma de valorizar o trabalho de quem
também atua no telecentro e de satisfazer aquelas que adquirem seus
produtos – as micro e pequenas empresas. Na maioria dos casos, os processos
de uma empresa interagem entre si. Isso complica a tarefa de gerir processos.
Para reverter essa dificuldade, é fundamental que:
• todos os processos da empresa sejam bem definidos e claros;
• todos os envolvidos na empresa tenham compromisso e
comprometimento com a execução das metas;
• a comunicação entre todos os envolvidos nos processos seja clara e
eficiente.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos50
Envolvimento, compromisso e comunicação: essas são as palavras a ser
inseridas pelo gestor no processo de produção.
A boa gestão de processos evita desperdícios, elimina a ineficiência, diminui
custos, reduz o tempo necessário para produzir e melhora a eficiência interna e a
qualidade dos produtos. Assim, você, gestor, contribui para o aumento da
satisfação dos clientes e dos colaboradores.
A gestão de pessoas
O sucesso do empreendimento depende de conhecimentos, habilidades,
criatividade e motivação das pessoas que nele trabalham. Independentemente do
número de empregados de uma empresa, é fundamental que eles estejam em
sintonia com os objetivos desta. É muito importante que essas pessoas tenham
sucesso em suas atividades e se sintam satisfeitas.
O sucesso das pessoas, por sua vez, depende de oportunidades para
aprender e de um ambiente que permita a elas desenvolver suas habilidades e
seus potenciais. Muitas vezes, indivíduos possuidores de habilidades muito
diferentes são excelentes para formar um mesmo grupo de trabalho. A seguir, você
conhecerá algumas dicas para a boa gestão de pessoas:
• Os funcionários devem saber a razão de fazer parte da equipe. Assim, eles
conhecerão o próprio potencial e o potencial dos colegas.
• Todos devem conhecer e compartilhar a missão da empresa, seus
objetivos e metas.
• Os funcionários devem compartilhar objetivos, mas também devem ter
seus objetivos pessoais.
• Os funcionários precisam se comunicar bem para conseguir sucesso.
• Muitas vezes, as pessoas se conhecem melhor em encontros fora da
empresa. Por isso, esteja atento. Esses encontros podem ser boas oportunidades
O gestor deve lembrar que também faz parte da equipe.
Por isso, ele deve estar próximo dos funcionários!
Alerta
Módulo II - Fatores endógenos 51
de desenvolver sua equipe de funcionários.
• Sempre elogie os bons trabalhos de seus funcionários. Com certeza,
todos preferem trabalhar sabendo que você reconhece seu empenho.
Ao gerenciar seu telecentro, você pode encontrar dificuldades para
estabelecer o limite entre a autoridade e o companheirismo. Isso acontece
especialmente nas pequenas empresas. Para resolver essa questão, a grande
dica é estar atento à comunicação. Seja claro em suas orientações e escute
seus funcionários.
Ética e respeito: esses são valores fundamentais na gestão de
pessoas.
Definição de preços
Existem muitos fatores que influenciam o preço de um produto. Muitas
vezes, eles estão claros e é simples identificá-los. Em outros momentos, podem
ser deixados de lado se o gestor não estiver atento.
O preço é, afinal, o principal elemento de contato entre a empresa e seu
público-alvo. O preço de um produto não define apenas se ele será muito
vendido ou não. Define se a empresa conseguirá obter sucesso ou não em seu
processo produtivo.
Definir preços?
Mas eu sempre fiz isso!
Por que fazer diferente agora?
Ao definir o preço de um produto, é necessário
pensar nos seguintes fatores:
• custo de operações da empresa;
• custo dos insumos;
• custo do processo de produção;
• custo do processo de comercialização.
Alerta
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos52
O gestor deve estar atento ao que acontece dentro e fora do seu telecentro
quando for definir o preço de um produto. Assim, ele precisa pensar em processos,
funcionários, concorrentes e clientes.
Ao pensar no preço de um produto, não é suficiente definí-lo apenas pelo
somatório de seu custo acrescido de uma margem de lucro. O gestor deve levar em
conta a percepção que o cliente tem do produto e de seu valor. Assim, o preço está
relacionado ao benefício percebido pelo cliente, que pode decidir comprar de
maneira consciente ou inconsciente. De qualquer forma, ele faz uma análise de
valor entre qualidade e preço.
Marketing
Este é um elemento que pode ser controlado pelo gestor de acordo com seu
planejamento estratégico. O marketing é o elemento de contato entre a empresa e
um dos fatores mais relevantes: seus clientes. Assim, para adquirir clientes, é
necessário que as pessoas conheçam o produto e saibam que ele existe. Ao pensar
em ações de marketing, o gestor deve avaliar:
• o mercado;
• a empresa;
• a concorrência.
Analisar o mercado significa entender seu funcionamento. Nessa análise,
deve-se definir:
• Qual a parcela de mercado que o produto atingirá?
• Quem são os consumidores?
• Onde, quanto e como eles consomem?
• Qual é a renda de seu consumidor?
• Por que seus clientes compram seu produto?
• Quais são os canais de distribuição de seu produto?
Analisar a concorrência, por sua vez, implica conhecer a fundo alguns
aspectos específicos de seus concorrentes. Esses aspectos são:
• Quais concorrentes possuem como alvo o mesmo público que sua
empresa? Qual a capacidade de seus produtos entrarem no mercado?
• A última análise a ser feita é referente à própria empresa. Assim, este é o
Módulo II - Fatores endógenos 53
último ponto do diagnóstico de marketing e refere-se aos custos de produção.
As três análises indicadas permitirão que o gestor utilize uma ferramenta
muito importante: o plano de marketing. Este é um componente do
planejamento estratégico para o telecentro. É muito importante que você
dispense especial atenção a essa ferramenta. Afinal, ao parar para pensar nas
respostas exigidas, você provavelmente começará a perceber algumas
questões que antes não estavam tão claras.
O marketing possui quatro instrumentos básicos de ação:
• eficiência nos processos de produção. Isso garantirá que o produto
atenda aos clientes;
• boa definição de preços;
• boa disponibilização de produtos;
• boa comunicação com o público.
O plano de marketing
Há uma ferramenta muito importante para que o telecentro conheça seu
mercado de atuação e consiga determinar boas estratégias de ação. Trata-se
do plano de marketing, que permite o melhor conhecimento de seus clientes.
Esse plano permite que o telecentro faça um estudo sobre seus produtos, seu
preço, a divulgação de seus produtos e seus pontos de venda.
Ao final deste material, você encontrará um modelo de plano de
marketing que pode ser utilizado no telecentro, bem como nos Kits de
E s p e c i a l i d a d e s , d i s p o n í v e i s n o p o r t a l d o s t e l e c e n t r o s
(www.telecentros.desenvolvimento.gov.br).
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos54
“Não concorra por preço. Faça melhor.”
Abilio Diniz – presidente do grupo Pão de Açúcar
“É um princípio que vale para a vida: buscar sempre ser melhor hoje do que
você era ontem. Se você consegue aplicá-lo ao seu negócio, suas chances de
sucesso se multiplicam. Porque se você não é o melhor, terá de competir por preço
– um argumento de vendas efêmero. Hoje você é quem cobra menos. Amanhã,
será seu concorrente. Mas o melhor não se forma da noite para o dia.
E quem faz tudo isso acontecer é a gente. Por isso é preciso escolher muito
bem quem vai cuidar do seu negócio. Aprendi que é um erro, por exemplo, misturar
empresa com família. Isso pode funcionar em pequenos negócios. A rede varejista
francesa Casino, que tem parte das ações do grupo Pão de Açúcar, mantém 4,5 mil
franquias tocadas por famílias – que normalmente moram no segundo andar da
loja. Mas essa equação não funciona quando o negócio começa a crescer.”
Abilio Diniz fez do Pão de Açúcar, uma empresa criada por seu pai na década
de 1950, a maior rede de supermercados do Brasil.
Módulo II - Fatores endógenos 55
Palavra de quem já fez!
1) Vamos agora avaliar como andam os fatores endógenos em sua empresa? Então responda às questões a seguir:
a) Como os processos produtivos acontecem em sua empresa? Você está satisfeito com eles? Se não está, o que mudaria?
b) A expressão “vestir a camisa” da empresa significa estar articulado com a empresa, com seus objetivos e com seu modo de funcionamento.
2) Você sabe como fazer seus empregados vestirem a camisa da empresa? Que estratégias você emprega ou poderia empregar para isso acontecer?
3) Você sabe como os preços de seu produto são percebidos por seus clientes? Uma boa maneira de saber isso é fazendo uma pesquisa de opinião. Essa é a proposta deste exercício.
Hora de praticar!
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos56
4) Elabore quatro perguntas sobre este tema e submeta-as a seus clientes em um formulário impresso. Peça que eles respondam sem a necessidade de identificação. Observe, a seguir, alguns exemplos de questões:
a) Você acha que o preço do(s) produto(s) que você adquiriu é (são) alto, justo ou baixo?
b) O preço do produto é um fator determinante para a compra?
c) Há equilíbrio entre a qualidade e o preço do produto?
d) Você conhece produtos similares com preço inferior?
Módulo II - Fatores endógenos 57
5) Agora, você vai analisar como faz para que sua empresa seja conhecida. Relacione as estratégias que você utiliza em sua empresa. Avalie a efetividade de cada uma e indique se você a considera adequada, isto é, se está obtendo os resultados que deseja ou se você poderia modificá-la.
Suas anotações
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos58
Gestão de pessoas
Este livro tem por objetivo mostrar as novas características e o
novo perfil da área de gestão de pessoas. Ele mostra as pessoas
em empresas como verdadeiros agentes proativos e
empreendedores.
Este livro pode ser obtido no site www.submarino.com.br.
Marketing para pequenas empresas
Este livro traz uma abordagem geral do marketing. O
interessante, no entanto, é que esta é feita em pequenas e
médias empresas.
Este livro pode ser obtido no site www.submarino.com.br.
Marketing para pequenas empresas
Este vídeo mostra o marketing como o conjunto de ações que
você deve implantar em sua empresa para estimular o
consumidor a adquirir seu produto ou serviço.
Vo c ê p o d e o b t e r m a i s i n f o r m a ç õ e s n o s i t e
http://www.cpt.com.br/catalogo/065_0423.php.
Aprofundando seus conhecimentos
Sugestão de leitura
Sugestão de vídeo
Sugestão de vídeo
Módulo II - Fatores endógenos 59
2.3. Lição 3: Fatores exógenos
“Existem três tipos de empresas: aquelas que fazem as coisas
acontecerem, aquelas que assistem às coisas acontecerem e aquelas que
imaginam o que aconteceu.”
Anônimo
Os fatores exógenos não podem ser encontrados no interior do telecentro
ou empreendimento, ou seja, são exatamente o oposto dos fatores endógenos.
Estes são fatores ligados ao próprio ambiente em que a empresa se encontra.
Eles possuem grande influência sobre o negócio e, basicamente, referem-se a:
• legislação;
• público-alvo – quantidade, localização;
• matéria-prima;
• fornecedores;
• demanda;
• concorrência;
• tecnologia;
• cultura.
Por serem externos à empresa, os fatores exógenos não podem ser
modificados pelo gestor. Isso não significa que eles não precisem ser
observados com muita atenção. Ao contrário, a atenção deve ser redobrada!
Se eu não posso modificar esses fatores,
então como lidar com eles?
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos60
Frase do momento
O ambiente de negócios (no qual se encontram os fatores exógenos) é
complexo e possui muitos obstáculos a serem vencidos. A cada mudança do
ambiente, a empresa é obrigada a mudar para se adaptar. Quando falamos de
ambiente, falamos dos fatores envolvidos. Neste curso, trataremos de três fatores
principais:
• competitividade;
• saturação de mercado;
• dinâmica de fornecedores.
Competitividade
A competitividade também é chamada de livre concorrência. A palavra
concorrência refere-se a uma ação dinâmica, ou seja, que está em constante
mudança. Afinal, nada garante que o empreendimento líder de mercado hoje
continuará a manter sua liderança no próximo ano.
Seu telecentro ou empreendimento pode se tornar competitivo quando seu
gestor conhece o ambiente de negócios em que ele se encontra. Com esse
conhecimento, o gestor é capaz de traçar estratégias para fazer com que seu
negócio consiga uma boa posição no mercado. Isso significa que o gestor deve ser
criativo e agressivo ao mesmo tempo, ou seja, deve planejar ações que garantam o
melhor desempenho de sua empresa e colocá-las em prática.
Existem sete fatores básicos que possibilitam que uma empresa e seus
produtos sejam competitivos. São eles:
• Ter produtos de qualidade e garantir que os preços desses produtos
correspondam a seu valor.
• Oferecer os melhores serviços de seu ramo.
• Ter preços adequados para seus produtos. Isso depende, é claro, de uma
comparação entre seus preços e os preços da concorrência.
• Garantir que a empresa seja conhecida em seu ambiente de negócios.
• Buscar diferenciais para seus produtos. Assim, eles serão mais
interessantes para o consumidor.
• Garantir que a qualidade de seus produtos nunca diminua e seus
processos de produção sejam sempre melhorados.
• Fazer com que seus produtos sejam inovadores no mercado.
Módulo II - Fatores exógenos 61
O que significa ser competitivo?
Suponha que numa mesma rua existam duas empresas, A e B, que
exploram o mesmo segmento de mercado e se dedicam ao comércio de
eletrodomésticos. Ambas têm lucros, mas a empresa A registra uma média de
faturamento mensal de R$ 300 mil, enquanto a empresa B fatura R$ 180 mil
por mês. Isso significa, portanto, que a empresa A apresenta índices de
desempenho e lucratividade muito melhores que sua concorrente. Essa é a
conclusão mais evidente, mas não está necessariamente correta.
Outros indicadores e índices da empresa B podem muito bem ser mais
favoráveis do que os da A. Por exemplo: a empresa B possui apenas cinco
vendedores, contra onze da A, e está instalada numa loja com área melhor. Ou
seja, seus custos fixos e variáveis são mais reduzidos, sua estrutura é mais
enxuta, as decisões ocorrem com maior agilidade e a tendência de expansão
mostra-se mais clara quando comparada com as possibilidades da
concorrente.
Pode-se concluir, portanto – e agora com mais segurança –, que a
empresa B parece ter um perfil mais competitivo e está mais aparelhada para
enfrentar os desafios dos novos mercados do que a empresa A, apesar da
discrepância em termos de faturamento.
O exemplo dessas duas empresas hipotéticas não é definitivo, já que a
avaliação se baseou em um número restrito de indicadores de desempenho. O
faturamento bruto também é um indicador importante, mas a lucratividade só
será apurada depois de considerados outros indicadores, como a dedução das
despesas que envolvem as etapas de comercialização.
Supondo que a empresa A fature R$ 300 mil por mês, com 11
vendedores, conclui-se que seu faturamento por vendedor é de R$ 27,2 mil,
enquanto a relação da empresa B seria de R$ 36 mil por vendedor. Se a
primeira empresa ocupa uma área de 150 metros quadrados, seu faturamento
por metro quadrado será de R$ 2 mil, contra R$ 2.571 por metro quadrado da
segunda, que ocupa uma loja com 70 metros quadrados. Esses dois
indicadores da empresa B são seguramente mais positivos, mas não bastam
Conhecendo um pouco mais!
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos62
para garantir que ela seja de fato competitiva.
Existe um número imenso de indicadores de produtividade e
competitividade, como faturamento bruto, relação faturamento/número de
empregados e relação faturamento/área ocupada. São indicadores
financeiros, não financeiros, setoriais, regionais, entre vários outros. Porém,
é necessário identificar os que mais se apliquem ao seu negócio, como
ferramentas de análise e avaliação.
Alta qualidade, bom serviço, inovação e preço são certamente os
fatores-chave para o sucesso num ambiente competitivo. No entanto, esses
atributos são quase commodities. Sem eles, a empresa está fadada ao
fracasso. Com eles, a empresa entra no caminho do sucesso.
As companhias precisam aprender novas formas de concorrer que
incluam capacidade para desenvolver produtos e fornecê-los mais
rapidamente, para ter um produto com melhor projeto e estilo, para
aumentar a oferta de mais vantagens, para construir um relacionamento
mutuamente vantajoso com o cliente no longo prazo e assim por diante.
Cabe, porém, a cada empresa encontrar o seu mix de estratégias e
definir os melhores caminhos para o sucesso. Segundo Philip Kotler, o
empreendedor deverá perseguir um conjunto de ferramentas ou estratégias
visando a obter sucesso num ambiente competitivo.
Fonte: www.sebrae.com.br
Saturação do mercado
A saturação do mercado acontece quando existem empresas demais
atuando no mesmo espaço e concorrendo. Quando isso acontece, a ação de
todas as empresas fica mais difícil. Por isso, é importante que o gestor avalie
se o mercado de sua empresa está saturado ou não. Assim, ele garantirá
que seu produto seja viável e tenha clientes.
Módulo II - Fatores exógenos 63
Para fazer essa análise, o gestor deve avaliar
sua concorrência, ou seja, identificar quantas
empresas possuem produtos parecidos ou iguais
ao seu. Isso mostrará quantas empresas
concorrem pelos mesmos clientes.
Nem sempre a concorrência é um inimigo do
empresário. Em alguns casos, ela pode ser um elemento que contribui para seu
negócio. Isso ocorre nos chamados Arranjos Produtivos Locais (APLs), que
correspondem a aglomerações de empresas que estão em um mesmo
território e atuam no mesmo setor. Um APL pode ser formado para trazer novas
perspectivas de desenvolvimento para o território. Isso permite buscar novos
investimentos conjuntos e, assim, proporcionar o desenvolvimento das
empresas e do local onde elas se encontram.
Parece difícil de acreditar às vezes, não é mesmo? Então veja o exemplo
da cidade mineira Piranguinho, que sempre foi grande produtora de pé-de-
moleque. O doce é famoso e sempre atraiu visitantes. Nos últimos anos, a
cidade assumiu o título de “Melhor pé-de-moleque do Brasil”, e, hoje, vários
moradores produzem e comercializam o produto. Essa atividade trouxe para a
cidade um novo modo de desenvolvimento e de sustento. Essa é uma forma de
transformar a concorrência em uma força. Por isso, antes de se preocupar com
a presença de um concorrente, é importante você pensar nas possíveis
parcerias que vocês podem desenvolver. Quem sabe seu concorrente não se
torna seu aliado?
Num mundo de negócios cada vez mais competitivo, cooperação é tudo!
Dinâmica de fornecedores
Uma empresa depende de muitos fatores para funcionar: clientes,
funcionários, matéria-prima etc.
Um concorrente nem sempre é um obstáculo.
Muitas vezes, ele pode ser uma força a mais
para sua empresa. Isso acontece em arranjos
produtivos locais, os chamados APLs.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos64
Este último elemento relaciona-se a um outro muito importante: os
fornecedores. Eles são responsáveis por garantir que a empresa consiga todos os
produtos necessários para produzir e, assim, vender aos clientes.
São os fornecedores os responsáveis por garantir que a empresa tenha não
apenas matéria-prima, mas também equipamentos, máquinas, mercadorias e os
demais materiais necessários para seu funcionamento. Ao selecionar os
fornecedores de uma empresa, o gestor deve ter atenção especial, pois deve
considerar:
• a distância física entre sua empresa e o fornecedor;
• o custo do frete para entrega de produtos;
• a capacidade de fornecer todos os produtos de que a empresa precisa;
• o preço dos produtos fornecidos;
• a qualidade dos produtos fornecidos.
“Esteja pronto para o fracasso.”
Linda Rottenberg – presidente mundial e fundadora da Endeavor
É um fato que se contrapõe à euforia de quem está começando um negócio,
mas é bom saber logo no início: a história de um empreendedor é invariavelmente
cheia de fracassos. O que faz o sucesso é como você lida com os contratempos. A
jornada é normalmente tão longa e difícil que, se você não levantar da cama todos
os dias com paixão pelo que faz, nada vai dar certo. É bom saber também que o
fracasso é uma lição valiosíssima. Quem erra uma vez aprende como não errar a
segunda.”
Linda Rottenberg já ajudou a desenvolver cerca de cinqüenta novos negócios
pela Endeavor, uma organização sem fins lucrativos que, desde 1997, promove o
empreendedorismo na América Latina.
Ao escolher seus fornecedores, a empresa passa a ser cliente. Por
isso, ela pode e deve negociar as melhores condições. O melhor
fornecedor deve ser aquele que melhor atende sua empresa.
Módulo II - Fatores exógenos 65
Palavra de quem já fez!
1) Descreva como sua empresa funciona em relação a cada um dos fatores de competitividade:
1) Ter produtos de qualidade e garantir que os
preços desses produtos correspondam a seu
valor.
3) Ter preços adequados para seus produtos.
Isso depende, é claro, de uma comparação
entre seus preços e os preços da concorrência.
2) Oferecer os melhores serviços de seu ramo.
4) Garantir que a empresa seja conhecida em
seu ambiente de negócios.
5) Buscar diferenciais para seus produtos.
Assim, eles serão mais interessantes para o
consumidor.
6) Garantir que a qualidade de seus produtos
nunca diminua e que seus processos de
produção sejam sempre melhorados.
7) Fazer com que seus produtos sejam
inovadores no mercado.
Hora de praticar!
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos66
2) Neste exercício, convidamos você a analisar seus fornecedores. Para isso, responda às questões que se seguem:
a) Quem são seus fornecedores e qual a qualidade dos produtos que eles oferecem a você?
b) É possível encontrar outros fornecedores com melhores preços e condições de pagamento?
Suas anotações
Módulo II - Fatores exógenos 67
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos68
Telecurso “Cooperatividade sistêmica construindo arranjos produtivos locais”
É um curso de capacitação de lideranças empresariais, governamentais e da sociedade civil, que apresenta os passos para a constituição de APLs, pautados na criação de vínculos consistentes de cooperação e aprendizagem coletiva.
Dirigido especialmente às comunidades onde estejam
ocorrendo processos de Desenvolvimento Local Integrado
e Sustentável (DLIS), o telecurso também pode ser
realizado em localidades envolvidas em outras propostas
de desenvolvimento local.
O curso é prático e envolvente e começa a ser aplicado por
pessoas e instituições comprometidas com o
desenvolvimento local.
Mais informações podem ser obtidas no site
www.capitalsocial.org.br/v2/livraria/conteudo.php?id=6
59_0_134_0_M.
–
Tornando a pequena e média empresa competitivas
Este livro traz idéias que podem ser aplicadas nas
empresas de maneira simples. Ele mostra formas de
inovação para a pequena empresa.
Você pode obter mais informações sobre este livro no site
http://www.f ia.com.br/si te/l ivros/1996/l iv96-
PMECompetitiva.htm.
Aprofundando seus conhecimentos
Sugestão de leitura
Sugestão de vídeo
Módulo II - Fatores exógenos 69
2.4. Leituras complementares
Os textos apresentados nesta seção são relacionados a seguir:
2.4.1. Plano de marketing no seu plano de negócios
2.4.2. O que é um APL?
2.4.3. Gestão de pessoas
2.4.4. Competitividade
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos70
2.4.1. Plano de marketing no seu plano de negócios
Como fazer o plano de marketing do seu plano de negócios – estratégia de
marketing
A estratégia pode ser definida como a ciência de planejar e dirigir operações
em grande escala, especificamente no sentido de manobrar as forças para as mais
vantajosas posições antes de agir. Em marketing, a estratégia também é muito
importante, pois uma estratégia de marketing errada pode destruir uma
empresa/produto antes mesmo de ser implementada, independentemente da
qualidade do produto/serviço da empresa ser ou não de alta qualidade. Quando se
falar em estratégia de marketing, deve-se ter em mente os chamados 4Ps do
marketing: Produto (posicionamento), Preço, Praça (canais de distribuição) e
Propaganda e Promoção. A estratégia de vendas está relacionada diretamente
com a estratégia de marketing da empresa e procura estabelecer a maneira como
irá vender o produto/serviço com a finalidade de converter em ações as
estratégias estabelecidas.
Para isso, leva-se em conta os 4Ps mencionados:
1. Produto (posicionamento)
O posicionamento refere-se à maneira como os consumidores percebem sua
empresa e seu produto em relação à concorrência. Os negócios encontram-se
agrupados demograficamente da mesma maneira que os indivíduos. Os grupos
podem incluir localização geográfica, vendas anuais, número de empregados,
número de anos no ramo, setor ao qual pertence o negócio etc. O esforço de
posicionamento deve ser realizado no sentido de manter a imagem do
produto/serviço no mercado, segundo as políticas de posicionamento
previamente estabelecidas.
2. Preço
O preço é uma ferramenta efetiva de marketing, pois afeta a demanda,
influencia a imagem do produto e pode ajudar a atingir seu mercado-alvo. Ao
considerar o preço a ser praticado, é importante saber que este não deve ser
baseado na produção mais alguma margem, como geralmente se faz. O preço
depende tanto do valor do seu produto do ponto de vista do consumidor quanto do
benefício percebido por ele, o consumidor.
Leituras complemetares 71
Faça as seguintes perguntas:
• De que maneira são estabelecidos os preços?
• Existe política de preços?
• Existe concorrência em preços?
• Existe valor percebido pelo consumidor?
• Os preços são baseados nos custos mais margem?
• Por que eles são diferentes dos da concorrência?
• Há elasticidade de preços (efeito do preço sobre a quantidade
demandada) para seu produto?
Existem estratégias de preços categorizadas em três áreas: margem de
lucro, vendas e metas de status quo. As estratégias que visam à margem de
lucro incluem uma determinada porcentagem na sua maximização e podem
ser estabelecidas como porcentagem sobre vendas ou como valor em moeda.
As estratégias que visam às metas de vendas, incluem o estabelecimento de
metas de volumes de venda, geralmente são utilizadas para introduzir um novo
produto em um novo mercado. As estratégias que visam a objetivos de status
quo são utilizadas para lidar com a concorrência em mercados amadurecidos,
nos quais o preço é um fator concorrencial determinante.
Outras estratégias de preço são utilizadas para atrair o consumidor
mediante promoções especiais de preço. Algumas delas são:
• Descontos.
• Cupons de desconto: os cupons podem ser enviados diretamente aos
consumidores, por meio de jornais ou oferecidos nos pontos de visita.
• Os cupons são utilizados para obter informações específicas dos
consumidores mediante seu preenchimento.
• Descontos em vendas a prazo: são utilizados para as vendas a crédito,
mediante a opção de pagamento em um período menor que o oferecido no
crédito. Por exemplo: um típico desconto pode ser 5/10;30, o que significa que
o consumidor pode obter 5% de desconto se o pagamento for feito dentro de 10
dias, mas normalmente o pagamento for para ser feito em 30 dias.
Existem outros métodos de vendas baseados na estratégia de
segmentação. Geralmente se pratica:
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos72
• Marketing diferenciado: significa adequar o produto de modo que se
venda para dois ou mais segmentos de mercado previamente estabelecidos. Com
um mesmo produto, atender-se-ia a vários segmentos de maneira diferenciada.
• Marketing concentrado: é a escolha de somente um segmento como
mercado-alvo.
3. Praça (canais de distribuição)
Os canais de distribuição representam as diferentes maneiras pelas quais o
produto é colocado à disposição do consumidor. O propósito do processo de
distribuição é levar ao consumidor o que ele precisa. Existem duas maneiras de
vender o produto: vendas diretas e vendas indiretas: Venda direta é a maneira
mais usada de distribuição. Uma empresa vende diretamente seus produtos por
meio da sua equipe de vendas e adicionalmente pode ou não controlar o processo
de distribuição. Existem empresas integradas verticalmente que gerenciam toda a
cadeia produtiva, desde a produção de matéria-prima, passando pela produção
até a distribuição. Outras empresas são integradas até a produção, deixando os
canais de distribuição em mãos de terceiros mediante vendas indiretas. Existem
vantagens e desvantagens em controlar os canais de distribuição e estas estão
relacionadas ao grau de eficiência de cada empresa. Para algumas empresas pode
ser vantajoso controlar a distribuição; para outras pode ser vantajoso terceirizá-la.
A venda indireta é realizada usando a estratégia de canais de distribuição. A
empresa pode vender sua produção ao atacadista, que por sua vez vende ao
varejista, e ele, ao consumidor final. A empresa também pode vender
simultaneamente ao atacadista, ao varejista, ao distribuidor e ao representante,
usando diferentes preços, a depender da estratégia de canal utilizada.
4. Propaganda e promoção
Fazer propaganda significa enviar diferentes mensagens a uma audiência
selecionada com o propósito de informar os consumidores mediante a utilização
de diferentes veículos de comunicação, como rádio, TV, mala direta, outdoors,
internet, displays em pontos de venda etc. A vantagem da propaganda é a
possibilidade de a mensagem chegar ao mercado-alvo em grande escala. O custo
da propaganda é bastante elevado, portanto avalie se existe o propósito de fazer
chegar a mensagem a um grande público.
A promoção é um estímulo ao marketing utilizada para gerar demanda do
Leituras complemetares 73
produto ou serviço. O propósito da promoção é poder dizer ao público que você
tem aquele produto ou serviço que satisfaz a demanda do consumidor.
Os objetivos da promoção são:
• informar;
• persuadir;
• lembrar.
Alguns resultados que podem ser obtidos da promoção incluem:
• crescimento das vendas;
• ampliação na participação de mercado;
• melhora da imagem da marca;
• aumento do conhecimento do seu negócio;
• identificação de vantagens competitivas;
• preparação do terreno para vendas futuras.
Venda pessoal
É conhecida como venda pessoa a pessoa. A principal vantagem da venda
pessoal é permitir uma comunicação em duas vias entre o representante de
vendas e o cliente.
Promoção de vendas
É a técnica de vendas que inclui outros tipos de promoção, como
apresentação de videoteipes, demonstrações, brindes, etc. O sucesso não
depende somente da maneira como se promove o negócio, mas também da
mensagem promocional.
Publicidade
É a informação sobre seu produto, ou serviço e sobre a empresa. Não
necessariamente corresponde a uma mensagem direta para o consumidor
potencial. Geralmente a publicidade não é um serviço pago diretamente pela
aparição indireta de diferentes meios publicitários ou eventos a um público que
não necessariamente faz parte do mercado-alvo, mas pode de alguma maneira
ficar informado sobre a existência dos seus produtos.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos74
Projeção de vendas
As vendas devem ser projetadas tendo como base a análise de mercado e a
estratégia de marketing da empresa. Dessa forma, essa projeção será mais
realista e terá maior probabilidade de ocorrer conforme o planejado. Deve-se
atentar para a sazonalidade quando esta influi nas vendas, como, por exemplo,
empresas que vendem enfeites natalinos. Portanto, uma boa forma de projetar
vendas é por meio de projeções mensais em termos do volume de vendas e dos
preços praticados.
Prof. José Dornelas ([email protected])
http://www.planodenegocios.com.br/ – Portal Plano de Negócios
2.4.2. O que é um APL?
Arranjos produtivos são aglomerações de empresas localizadas em um
mesmo território que atuam em torno de uma atividade produtiva especializada e
mantêm algum vínculo de articulação, interação, cooperação e aprendizagem
entre si e com outros atores locais, tais como governo, associações empresariais,
instituições de crédito, ensino e pesquisa.
A noção de território é fundamental para a atuação em Arranjos Produtivos
Locais (APLs). No entanto, a idéia de território não se resume apenas à sua
dimensão material ou concreta. Território é um campo de forças, uma teia ou rede
de relações sociais que se projetam em um determinado espaço. Nesse sentido, o
Arranjo Produtivo Local também é um território no qual a dimensão constitutiva é
econômica por definição, apesar de não se restringir a ela.
Portanto, o Arranjo Produtivo Local compreende um recorte do espaço
geográfico (parte de um município, conjunto de municípios, bacias hidrográficas,
vales, serras etc.) que possua sinais de identidade coletiva (sociais, culturais,
econômicos, políticos, ambientais ou históricos). Além disso, ele deve manter ou
ter a capacidade de promover uma convergência em termos de expectativas de
desenvolvimento, estabelecer parcerias e compromissos para manter e
especializar os investimentos de cada um dos atores no próprio território, além de
promover ou ser passível de uma integração econômica e social no âmbito local.
Leituras complemetares 75
Por que apoiar APLs?
A visão que sustenta as ações é a de que desenvolvimento não é sinônimo
de crescimento econômico. O Brasil precisa responder ao seu maior desafio,
que é o de aprofundar a democracia e erradicar a pobreza, combinando
crescimento econômico com redução da desigualdade.
A manutenção da estabilidade macroeconômica é condição necessária,
mas não suficiente, para que essas transformações ocorram. É preciso ir além,
evitando reeditar modelos do passado, nos quais o desenvolvimento se reduziu
ao crescimento da acumulação e concentração do capital – em detrimento do
bem-estar do conjunto da população, do equilíbrio das contas externas, do
poder de compra da moeda, do meio ambiente e da própria democracia. Não
adianta, pois, investir no desenvolvimento de iniciativas empresariais sem levar
em conta outros pressupostos do desenvolvimento, tais como:
• capital humano (os conhecimentos, as habilidades e as competências
da população local, as condições e a qualidade de vida);
• capital social (os níveis de confiança, cooperação, reciprocidade,
organização social e empoderamento da população local);
• governança (a capacidade gerencial do governo e os níveis de
participação e controle social);
• uso sustentável do capital natural.
Empresas dinâmicas e eficientes terão mais chances de florescer
sustentavelmente quando as condições sociais, culturais, ambientais, físico-
territoriais e político-institucionais forem adequadas.
Fonte: www.sebrae.com.br
2.4.3. Gestão estratégica de pessoas e o alcance dos
objetivos
As pessoas que participam do processo de gestão estratégica de uma
organização devem ser consultadas sobre as mudanças que poderiam ser
promovidas, pois essas pessoas são consideradas o coração da organização.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos76
São elas que conhecem realmente os problemas que começam na parte
operacional de uma empresa. Além disso, elas têm cérebro, coração e
sentimentos, o que tem de ser respeitado, pois só serão alcançados objetivos
estratégicos por meio de uma ponte que una as metas da organização aos
objetivos pessoais de cada uma das pessoas envolvidas no processo. Na
implantação de ações estratégicas, é importante levar as pessoas a colaborarem
com esse processo (caso contrário, elas resistirão) e procurar também perceber o
impacto que essa mudança ocasionará na vida de cada uma delas, citando
exemplos a respeito.
“Na era da informação, as organizações viverão ou morrerão, dependendo
das habilidades que tiverem para processar dados, transformá-los em
informações, distribuí-las adequadamente e usá-las com rapidez para tomar
decisões hoje e mudá-las amanhã, quando chegarem novas informações”,
segundo Fernando Bartolomé.
A correta leitura e interpretação dos dados disponíveis é fundamental no
cenário altamente dinâmico de hoje, o que requer uma flexibilidade permanente
para que possa ser acompanhado. Um dos grandes problemas das empresas são
as falhas na comunicação da estratégia. A pirâmide que sempre existe numa
organização não permite um acompanhamento melhor do processo. Quebrar o
iceberg da ignorância organizacional, outro problema que existe na empresa, é
também fundamental, comentando alguns elementos necessários para
transformar as estratégias em ações, devendo o primeiro deles tratar do
entendimento da cultura organizacional. Podem ocorrer nesse processo alguns
conflitos de origem substancial ligados ao trabalho bem como conflitos
emocionais, e o gap acontece entre a estratégia planejada e a implementada, em
razão da ausência de um diagnóstico sobre as possíveis barreiras para essa
implementação, tais como desmotivação, pouca capacidade da liderança de
entender o processo e comunicação truncada entre gestores e seus
colaboradores. Um exemplo a ser citado é o da Universidade Del Mar, no Chile, que
passou por esses problemas, felizmente os superando, o que muito contribuiu para
a colocação surpreendente da Universidade no mercado.
A importância de ser dada maior atenção ao coração e à emoção, e não só à
mente, é o que faz realmente a diferença na gestão estratégica de pessoas.
Leituras complemetares 77
Passos de implantação – check list
Caudron (1997), em um estudo feito em várias organizações americanas,
na fase de pós-reengenharia, identificou que os colaboradores ficaram
desmotivados após perderem aquilo que mais gostavam de fazer nas
organizações em que trabalhavam. E após discutir amplamente com os
dirigentes das organizações estudadas e com especialistas no assunto, propõe
uma lista de vinte técnicas que podem ser aplicadas para resgatar e/ou manter
a equipe motivada:
1) Dar aos colaboradores as informações necessárias para a realização
de um bom trabalho.
2) Dar feedback regular aos funcionários.
3) Solicitar idéias aos colaboradores e envolvê-los em decisões sobre
suas funções.
4) Criar canais de comunicação fáceis de usar.
5) Aprender com os próprios funcionários sobre aquilo que os motiva.
6) Aprender quais são as atividades desenvolvidas pelos colaboradores
quando eles dispõem de algum tempo livre.
7) Cumprimentar pessoalmente o funcionário por um trabalho bem-feito.
8) Reconhecer o poder de sua presença física em sua posição de
gerente.
9) Enviar uma mensagem escrita ao empregado elogiando seu
desempenho.
10) Reconhecer publicamente um trabalho bem-feito.
11) Promover reuniões destinadas a comemorar o sucesso do grupo.
12) Dar ao empregado uma tarefa interessante para executar.
13) Verificar se o empregado dispõe das ferramentas para realizar o
melhor trabalho.
14) Reconhecer as necessidades pessoais dos funcionários.
15) Usar o desempenho como base para a promoção.
16) Adotar uma política abrangente de promoção dos funcionários.
17) Enfatizar o compromisso da empresa com a manutenção do
empregado a longo prazo.
18) Estimular o sentido de comunidade.
19) Remunerar as pessoas de forma competitiva, em função do que elas
valem.
20) Dar aos funcionários uma razão financeira para serem excelentes.
Isso pode incluir a participação nos lucros.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos78
A lista anterior é grande e abrange vinte itens que o administrador poderá
trilhar para conseguir uma equipe motivada. Entretanto, a cultura da empresa deve
ser considerada, levando-se em conta que o que motiva uma pessoa não é o
mesmo que motiva outra e que não há uma fórmula única para conquistar o ânimo
do funcionário.
Fonte: http://www.firjan.org.br / Sistema Firjan – Federação das Indústrias
do Rio de Janeiro.
2.4.4. Competitividade: mais que um objetivo, uma necessidade
Capacidade de competir em meio às freqüentes variações do mercado é
fundamental às empresas.
Na década de 1990, empresas paranaenses passaram por profundas
transformações: algumas foram vendidas ou incorporadas por grupos
estrangeiros, outras se uniram ou adquiriram concorrentes para se fortalecer.
Empresas de capital estrangeiro ou nacional vieram para o Paraná e instalaram
novas fábricas, enquanto outras fecharam as portas. Essas mudanças são
intrínsecas ao sistema capitalista e resultam de estratégias adotadas pelas
empresas para aumentar sua competitividade e obter maior lucratividade.
Apesar de as empresas se preocuparem com a competitividade, muitas não
compreendem os fatores que a determinam, o que pode resultar em estratégias
equivocadas ou precipitadas. A história mostra-nos estratégias que não tiveram
sucesso, empresas que não conseguiram acompanhar seus concorrentes, que se
posicionaram erroneamente no mercado, assim como outras que cresceram, que
se estabilizaram e continuam aumentando seu patrimônio. Algumas pararam no
tempo e pensaram que o sucesso do passado iria direcionar seu futuro, porém
esqueceram que o mercado, as necessidades e os desejos mudam.
O fato de uma empresa ser hoje líder de mercado não significa,
necessariamente, que ela continuará sendo competitiva no futuro. Da mesma
forma, a empresa que não possui, hoje, um bom posicionamento no mercado
poderá situar-se melhor no futuro se fizer uma leitura adequada do ambiente,
corrigir rumos e tomar decisões acertadas. A competitividade é um conceito
dinâmico. Para acompanhar o complexo processo concorrencial, as empresas
Leituras complemetares 79
devem ter um olho no passado – para fortalecer os acertos e não repetir os
erros; os pés firmes no presente – para posicionar-se com segurança diante da
instabilidade do mercado; e um olhar atento para o futuro – para promover os
ajustes necessários.
O futuro depende da interação dos agentes participantes da configuração
do sistema econômico: as empresas, o Estado, os consumidores e as
instituições em geral. A interação entre eles torna o ambiente complexo, pois
suas demandas são diferentes e mudam no tempo e no espaço.
O Estado visa a atender às necessidades do cidadão; os consumidores
desejam produtos e serviços com qualidade e baixo custo; as empresas
buscam crescimento e lucro.
Embora todos queiram alcançar seus objetivos, nem sempre conseguem
identificar com clareza como fazê-lo, uma vez que estão sujeitos a variáveis
dificilmente controláveis.
Como se determina a competitividade?
No que se refere às empresas, os fatores que determinam a
competitividade são classificados em três grandes grupos:
1) Fatores sistêmicos
Estão relacionados ao ambiente macroeconômico, político, social, legal,
internacional e à infra-estrutura, sobre os quais a empresa pode apenas
exercer influência. Compõem os fatores sistêmicos, dentre outros:
• a tendência do crescimento do PIB brasileiro e mundial;
• a taxa de câmbio prevista;
• as tendências de mudanças da taxa de juros;
• o nível de emprego e seu impacto nas pressões salariais e no aumento
do consumo;
• os direcionamentos econômicos, sociais e políticos do Brasil e dos
países com quem temos parcerias comerciais.
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos80
2) Fatores estruturais
Dizem respeito ao mercado, ou seja, à formação e à estruturação da oferta e
da demanda, bem como às suas formas regulatórias específicas. São fatores
externos à empresa, relacionados especificamente ao mercado em que esta atua,
nos quais ela pode apenas interferir. As seguintes questões devem ser
respondidas pela empresa quanto aos fatores estruturais:
• Quais são os fatores de sucesso do seu mercado?
• Como se estrutura a cadeia produtiva da qual participa?
• Quais são seus concorrentes e a estratégia dominante no mercado, enfim,
quais os caminhos que os outros estão seguindo?
• Quais os fatores determinantes da sua demanda?
• Como se agrega valor ao produto que comercializa?
• Quais são os gargalos para crescimento nesse processo de agregação de
valor?
• Quais as possibilidades de cooperações na sua rede de relacionamentos?
• Quais os bens e os serviços substitutos e complementares ao seu
produto?
3) Fatores internos
São aqueles que determinam diretamente a ação da empresa e definem seu
potencial para permanecer e concorrer no mercado. Os fatores internos estão
efetivamente sob o controle da empresa e dizem respeito à sua capacidade de
gerenciar o negócio, a inovação, os processos, a informação, as pessoas e o
relacionamento com o cliente.
Competitividade e mudanças na economia
Mudanças ocorrem continuamente, exigindo das empresas freqüentes
reavaliações das tendências do mercado e de seu posicionamento nesse mercado.
As alternativas são inúmeras e imprecisas diante do futuro incerto. Quanto mais
conhecimento a empresa tiver dos fatores determinantes da competitividade,
maior será a possibilidade de acerto.
É necessário interpretar esses fatores para participar do ambiente
concorrencial em condições favoráveis, o que significa filtrar todas essas
informações, detendo-se naquilo que realmente impacta seu negócio.
Leituras complemetares 81
A empresa será capaz de fazer esse filtro somente se estiverem claros
para ela especialmente os fatores estruturais e internos discutidos
anteriormente.
A falta de reconhecimento por parte da empresa dos rumos do seu
mercado e da influência do ambiente, aliada à indefinição quanto às
capacitações necessárias para atuar, é a base para explicar por que algumas
sobrevivem e outras morrem ou se fundem com outras. A capacidade de
competir está relacionada à compreensão sobre onde, por que e como se está
competindo. Não se permanece em um mercado dinâmico e altamente
competitivo dependendo apenas da sorte.
Os motivos que levaram algumas empresas paranaenses à derrocada na
década de 1990 ou à reestruturação estão vinculados à incapacidade de
competir, decorrente de leituras pouco precisas dos fatores sistêmicos e
estruturais. As estratégias traçadas não foram adequadas, limitando sua
capacidade de investimento e expansão, fundamentais em um ambiente
concorrencial.
A punição para as empresas que não são competitivas pode ser a morte.
Conhecer a si mesma (fatores internos), identificar as armas e as regras do jogo
(fatores estruturais) e refletir sobre o macroambiente (fatores sistêmicos) não
garantem necessariamente sucesso eterno para a organização; asseguram-
lhe, porém, ótimas condições para concorrer e permanecer atuante no
mercado.
Christian Luiz da Silva é economista, mestre e doutorando em Engenharia
de Produção pela UFSC e professor da FAE Business School.
E-mail: [email protected]
Fonte: FAE BUSINESS www.fae.edu
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos82
Leituras complemetares 83
Caro gestor,
Você acaba de concluir o aprendizado do livro A Gestão empreendedora –
planejar e gerenciar oportunidades e conflitos. Isso significa que você acredita
na importância de investir na sua formação como forma de melhorar seu
negócio.
Sabemos que para acompanhar todas as lições deste livro você teve de
conseguir algumas pausas na sua rotina, o que não é muito fácil! Obrigada por
sua disposição e confiança neste trabalho.
Esperamos que os conteúdos e as sugestões do livro possam ajudá-lo a
tomar futuras decisões de forma mais tranqüila.
Sucesso e até uma próxima oportunidade!
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos84
Caro gestor 85
Este gabarito é a única parte “descartável” do seu curso. Isso ocorre
porque o jogo Memória Empreendedora é uma atividade riquíssima de
possibilidades, não se prendendo a respostas prontas e decoradas. A realidade
de seu empreendimento pode sugerir novas combinações de soluções, bem
diferentes – e melhores! – do que as apresentadas neste gabarito.
Então, por que um gabarito? Para que você se familiarize com a dinâmica
do jogo, com as possibilidades de combinações. A partir daí, nossa sugestão é
que você deixe o gabarito de lado ou enriqueça-o com suas próprias
combinações. Afinal, quem conhece a realidade de sua empresa é você!
Q – questões (exógenas – cartelas vermelhas; endógenas – cartelas amarelas)
S – soluçõe
FATORES ENDÓGENOS
Q1: O preço de seus produtos não está competitivo.
S1a – Diminuir o preço de seus produtos, reduzindo custos de produção.
S1b – Buscar novas técnicas para aumentar a competitividade e a
produtividade.
Q2: Seu público-alvo não conhece a qualidade de seus produto.
S2a – Estabelecer parceria com seus fornecedores para divulgar a qualidade
de seus produtos.
S2b – Participar de feiras para demonstração dos produtos.
Q3: A empresa está perdendo receita com pagamentos de taxas bancárias
incidentes sobre empréstimos ou para custeio da produção.
S3a – Fazer o planejamento de compras de insumos de acordo com os
recebimentos dos clientes.
S3b – Renegociar taxas com o banco.
S3c – Trabalhar com outros bancos que ofereçam melhores taxas e serviços.
Q4: Mudanças no processo de produção deixaram sua equipe defasada, o
que ocasionou perda de produtividade.
S4a – Enriquecer a equipe com pessoal qualificado de acordo com as novas
tendências.
S4b – Implementar um processo de formação continuada na empresa.
s (cartelas verdes)
3. Gabarito do jogo da memória empreendedora
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos86
Q5: Uma determinada linha de seus produtos não tem a saída desejada.
S5a – Vender produtos em promoção para cobrir custos.
S5b – Investir em marketing e promoção dos produtos.
FATORES EXÓGENOS
Q6: Alteração das normas tributárias inviabiliza o preço praticado.
S6a – Refazer as previsões de receitas e despesas a curto, médio e longo prazos.
S6b – Revisar o enquadramento e o regime de tributação da empresa para melhor
compensação dos encargos e dos tributos.
S6c – Aumentar o preço de venda dos produtos.
Q7: Novas empresas do mesmo ramo estão entrando no mercado, atuando junto
a seus clientes.
S7a – Promover campanha de marketing para prospectar novos clientes.
S7b – Associar-se a cooperativas para alcançar novos mercados.
S7c – Fornecer melhores condições de pagamento.
S7d – Aumentar o prazo de garantia.
Q8: Existem muitos empreendedores concorrentes atuando no mesmo
mercado.
S8a – Adotar uma estratégia de marketing para aumentar as vendas.
S8b – Investir na inovação de seus produtos para aumentar suas vantagens
competitivas.
S8c – Investir em pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores.
Q9: O mercado está em crescimento e sua empresa não consegue atender a
todos os pedidos.
S9a – Fomentar a produtividade com a distribuição de lucros aos funcionários.
S9b – Adotar novas técnicas para manuseio e utilização dos insumos para
aumentar a produtividade.
Q10: Ocorreu aumento significativo no valor da matéria-prima.
S10a – Fazer controle de estoque de matéria-prima de acordo com o ingresso de
novos pedidos ou vendas de produtos.
S10b – Substituir fornecedores.
S10c – Aumentar o preço de venda dos produtos.
S10d – Buscar novos fornecedores.
S10e – Renegociar com fornecedores.
Gabarito do jogo da memória empreendedora 87
O Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da
Universidade de Brasília–CDT/UnB é a unidade da
Universidade de Brasília responsável por promover a
transferência de tecnologia, a prestação de serviços
especializados e a interação da universidade com os empresários, os
empreendedores e a sociedade em geral. Essa interação reforça sua missão de
apoio e promoção do desenvolvimento tecnológico e do empreendedorismo,
em âmbito nacional, colaborando com o crescimento econômico e social. Os
objetivos principais do CDT/UnB são:
• Promover e apoiar a transferência de tecnologia e de conhecimentos
da universidade para as instituições públicas e privadas.
• Incentivar e apoiar mecanismos de geração de emprego e renda.
• Contribuir com o aumento da competitividade das instituições
públicas e privadas.
• Apoiar o desenvolvimento e a comercialização de serviços e produtos
inovadores.
• Promover a cooperação institucional.
• Desenvolver competências empreendedoras.
• Estimular a consciência social no meio empresarial.
Os produtos e os serviços do CDT/UnB são poderosas ferramentas para
aqueles que procuram montar um novo negócio ou desenvolver projetos de
pesquisa. Dentre os programas, podemos apresentar:
• SBRT – Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas
• NACLI – Credenciamento de Laboratórios
• Disque Tecnologia
• Programa Empresa Júnior
• Empreend – Escola de Empreendedores
• Hotel de Projetos
• Multincubadora – Incubadora de Empresas de Base Tecnológica e
Incubadora Social e Solidária
• Núcleo de Inteligência Competitiva
• Programa Jovem Empreendedor
• Parque Tecnológico
• Nupitec – Núcleo de Propriedade Intelectual
Realização e Coordenação Técnica
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos88
Repasse de conhecimento e tecnologia
para inovação de produto, processo e
serviços para empresas de todo porte
Elaboração de projetos para obtenção de
recursos dos fundos setoriais
Investimentos da Lei de Informática
Realização de cursos e seminários e
capacitação
Acompanhamento e avaliação de programas e
projetos
Estudos de viabilidade técnico-econômica
Acompanhamento e avaliação de empresas
Publicações sobre empreendedorismo e
gestão de negócios
Projetos de Desenvolvimento Tecnológico
Consultorias de Planos de Negócios
Gestão de projetos cooperativos
Negociação e gestão da propriedade
industrial
Identificação e difusão de linhas de
fomento e financiamento de inovação
Veja abaixo os serviços especializados que o CDT/UnB oferece e que se encontram à disposição da comunidade, dos empresários e do governo:
Realização e Coordenação Técnica 89
Gilberto Lacerda dos Santos – autor da metodologia
Matemático de formação, especialista em análise de sistemas, mestre
em tecnologias na educação e Ph.D. em educação, com foco no uso do
computador na educação, realizado na Universidade Laval, no Canadá. Como
engenheiro de sistemas e especialista em desenvolvimento de jogos,
desenvolveu diversos softwares lúdico-educativos, recebendo prêmios
diversos no Brasil e no exterior. É doutor em sociologia pela Universidade de
Brasília e autor de vários artigos, livros e capítulos de livros publicados em todo
o Brasil e no exterior. Atua em ensino, pesquisa e consultoria na área de
educação escolar e corporativa. Desenvolveu pesquisa de pós-doutorado na
Espanha na área de mídias educativas. É professor da Faculdade de Educação
da Universidade de Brasília, onde dirige o programa de pós-graduação em
educação.
Ednalva Fernandes Costa de Morais – coordenação geral do projeto
Administradora, com mestrado em sociologia pela Universidade de
Brasília. Especialista em desenvolvimento regional, formulação de estratégias
para inovação na micro e pequena empresa, estudos e pesquisas sobre
incubadoras de empresas, parques tecnológicos e gestão tecnológica.
Pesquisas em inteligência competitiva e gestão do conhecimento.
É vice-diretora do CDT e atua na área de inovação tecnológica com foco
nas micro e pequenas empresas há mais de vinte anos.
Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico CDT/UnB
Campus Universitário Darcy Ribeiro, Edifício CDT
Caixa Postal: 04397 CEP 70.919-970
Telefone: (61) 3347-0617 Fax: (61) 3274-5918
Home page: www.cdt.unb.br
E-mail: [email protected]
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– Brasília-DF –
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Ficha Técnica
GESTÃO EMPREENDEDORA - Planejar e gerenciar oportunidades e conflitos90
Ficha Técnica 91