2 MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO · 2ª e 5ª 12h00 - 17h00 2ª, 4ª e 6ª 13h00 ... Marina...
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MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS
SUMÁRIO
Capa _____________________________________________________________01
Sumário___________________________________________________________02
1. Identificação da Unidade Escolar ____________________________________04
1.1 Quadro de identificação dos funcionários________________________ 05
1.2 Quadro de organização das modalidades_________________________08
2. Avaliação e metas para o ano de 2017________________________________09
2.1 Introdução_________________________________________________09
2.2 Empenho da Equipe em colaborar ______________________________11
2.3 Avaliação e Metas __________________________________________14
3. Caracterização e plano de ação para os segmentos de atuação da escola
3.1 Atribuições dos diferentes cargos e funções da Equipe Escolar_______18
3.2 Comunidade Escolar________________________________________29
3.2 Professores________________________________________________33
3.4Auxiliares em Educação______________________________________42
3.5 Funcionários_______________________________________________44
4. Conselho de escola e APM_________________________________________46
5. Organização e desenvolvimento do trabalho pedagógico.
5.1 Objetivos _________________________________________________50
5.2 Levantamento de objetivos gerais e específicos ___________________51
5.3 Concepção Pedagógica ______________________________________52
5.4 Qualidade da Educação ______________________________________55
5.5 Autonomia_________________________________________________56
5.6 Valorização do profissional da educação_________________________56
3
6. Levantamento dos objetivos e conteúdos por área de conhecimento________57
6.1 Língua Portuguesa__________________________________________57
6.1.1 Linguagem Oral_______________________________________57
6.1.2 Escrita______________________________________________66
6.1.3 Leitura______________________________________________77
6.1.4 Objetivos e conteudos da Língua por faixa etária ____________ 87
6.2 Matemática_______________________________________________94
6.2.1 Medidas e Grandezas__________________________________110
6.2.2 Espaço e Forma______________________________________114
6.3 Corpo e Movimento________________________________________120
6.4 Ciências e Educação Ambiental______________________________127
6.5 Artes Visuais e Música______________________________________136
6.5.1 Artes cênicas_______________________________________151
6.5.2 Música___________________________________________153
6.6 Brincar__________________________________________________166
7. Organização da Rotina do tempo/espaço_____________________________170
7.1 Adaptação________________________________________________192
8. Avaliação das aprendizagens das crianças ___________________________194
8.1 Educação Infantil __________________________________________194
9. Acompanhamento dos Instrumentos Metodológicos_____________________197
10. Ações Suplementares ____________________________________________199
10.1 AEE (Atendimento Educacional Especializado) __________________199
11. Referências ___________________________________________________200
12. Anexos _______________________________________________________201
12.1 Histórico da escola_______________________________________201
12.2 Retrospectiva histórica do Trabalho Pedagógico _______________203
12.3 Descrição da estrutura física da escola_______________________208
12.4 Materiais Pedagógicos e Equipamentos______________________209
12.5 Calendário Escolar Homologado____________________________210
12.6 Programa Saúde na Escola _______________________________ 211
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1. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR
ESCOLA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA – E.M.E.B. “MOYSÉS CHEID”
TELEFONE: (11) 4392 2389
Endereço: Rua João XXIII, 660 - Jardim Nazareth – São Bernardo do Campo - SP
CEP: 09851- 707
E - mail: [email protected]
CIE: 0099338
Equipe gestora:
Professora respondendo pela direção - PRD: Andréia Aparecida Viana Araújo
Professora de Apoio à Direção – PAD: Marlene Donizete Pelegrino Martins Lima
Coordenadora Pedagógica - CP: Viviane Sampaio de Souza
Orientadora Pedagógica referência - OP Denise Duarte
Equipe de Orientação Técnica (EOT):
Psicóloga: Fátima Neves da Silva
Fonoaudióloga: Renata Cristina B. Gramani
Fisioterapeuta: Flávia Alves Leite
Terapeuta Ocupacional: Ana Maria Diniz Canet
Assistente Social: de acordo com a demanda será definida pela SE11 – Região 3
Modalidade de ensino oferecida pela escola: Educação Infantil
Horário de funcionamento da escola: 7h às 18h
Períodos: Manhã: 8h às 12h
Tarde: 13h às 17h
Horário de atendimento da secretaria: 7h às 18h
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1.1 Quadro de identificação dos funcionários:
Nome
Matrícula
Cargo/Função
Horário de trabalho Período
de férias
Adriana Tiago da Silva 18.418-8 Professor 13h00-18h00 Janeiro
Andreia Aparecida Viana Araújo
37.248-8 Diretora
2ª e 5 -9h00-18h00 3ª 7h00-16h00-18h40-
21h40 4ª 7h00-12h00 6ª 8h00-17h00
Janeiro
Bruna Radichi
39.285
Professora
12h às 17h Janeiro
Célia Antonio Inácio 26.355-4 Professora 2ª e 5ª 12h00 - 17h00
2ª, 4ª e 6ª 13h00 – 18h00
Janeiro
Cristiane Euclides Brito 79.393-5 Estagiária 13h00-17h00 -----
Daniele Luiz Diniz
37.994-5
Professora
2ªe 4ª e 5ª -12h00-
17h00 3ª 7h20--18h00 6ª 7h00-17h00
Janeiro
Danilo Oliveira
32.688-7
Professora
8h00-17h00 Janeiro
Edmiro Gonçalves
Skill
Vigilante
6h00-18h00 Fevereir
o
Elisabete Barbosa Oliveira
26.745-1
Professora
7h00-12h00
Janeiro
Elisabete Barbosa Oliveira
28.694-8
Professora
13h00-18h00
Janeiro
Elisabete Pereira de Paiva Almeida
30.429-5
Professora
13h00-18h00
Janeiro
Estela Mari Jacobsen Martins
61.930-9
Aux. de Limpeza
6h35 às 15h30
Fevereiro
Ester Sales Gabriel
33.971-5
Professora
7h00 às 12h00
Janeiro
Gercilândia Rodrigues de Lima
Aux. De Cozinha
7h00-16h48
Janeiro
Gilvane Simões Sampaio
27.696-1
Professora
7h00-12h00
Janeiro
6
Gisleine de Oliveira Wolhffen
12.360-7
Aux. Em Educ.
readaptada
08h00 as 17h00
Janeiro
Gláucia Elaine Gomes Silva
79.231-1
Estagiária
12h00-18h00
Janeiro
Iara Da Silva Oliveira
42.996-8
Professora
12h às 17h
Janeiro
Izenilda de Souza Brito Lima
62.2596
Aux.de limpeza
8h30-17h30
janeiro
Janaina de Souza Nakamura
36.483-7
Professora
07h00-12h00
Janeiro
Juliana Premozelli da Silva
43.019-5
Professora
7h00-12h00
Janeiro
Leni Alves Meirellis
60.918-6
Aux. de Limpeza
09h00 às 18h00
Abril
Lucileide da Paz e silva 38.013-0 Professora 2ª e 4ª- 6ª 12h00-17h00
3ª- 7h00-18h00 5ª 7h20-17h00
Janeiro
Lucimar da Silva Vicente
34.456-4
Oficial de escola
7h30 às 16h30
Março
Márcia Martins de Souza 38.018-0 Professora
2ª- 7h00-17h00 3ª 7h20-17h00
4ª, e 6ª12h00-17h00 5ª 7h20-17h00
Janeiro
Maria Ap. da Silva 60.601-5 Auxiliar de
Limpeza 9h00-18h00
Janeiro
Marina Beijo de Godói
Merendeira
06h00 às 15h48
Janeiro
Marlene Donizete P. Martins Lima
23.750-9
PAD
2ª -8h00-16h00 3ª8h40-21h40 4ª 9h00-18h00 5ª 8h00-17h00 6ª- 7h00-12h00
Janeiro
Micleane Pereira Crispim Viana
41.991-5 Professora 7h00-12h00 Janeiro
Nayara G.O.Nascimento
37.579-7
Professora
07h00 às 12h00
Janeiro
Patricia Carenzio Costa
42.632-6
Aux. Educação
8h00-17h00
Janeiro
Patricia Farias
36.541-9
Professora
13h00-18h00
Janeiro
7
Rita de Cássia Xavier Martins
42.245-3
Professora
7h00-12h00
Janeiro
Rosangela da Conceição Guerra
37.830-5 Professora
7h00-12h00
Janeiro
Sandra Regina Mambre Alves
40.722-9
Oficial Adm.
( Bei)
7h25-16h25
Sebastião Belarmino da Costa
Skil
Vigilante
6h00-18h00 Fevereir
o
Valeria Fiuza Bispo 36.027-3 Professora
07h00 às 12h00 Janeiro
Vanessa Lucia da Silva Alves
37.409-2
Professora
7h00-12h00 Janeiro
Vera Lúcia de Souza Omena
60.968-1
Aux. Limpeza
6h45-15h45 Janeiro
Viviane Sampaio de Souza
23.764-8 Coordenadora Pedagógica
2ª- 7h00-17h00 3ª13h40-17h40-
18h40-21h40 4ª 8h00-17h00 5ª 7h00-16h00 6ª 9h00-18h00
Janeiro
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1.2 Quadro de organização das modalidades
Período
Agrupamento
Turma
Professora
Sala
Total de alunos
por turma
Total de alunos
por período
MANHÃ
Infantil III
Turma A
Micleane
1
22
198
Infantil III
Turma B
Janaina
4
26
Infantil IV
Turma A
Rosangela
2
26
Infantil IV
Turma B
Gilvane
3
25
Infantil IV
Turma C
Rita
6
24
Infantil V
Turma A
Bete B.
7
23
Infantil V
Turma B
Valéria
5
21
Infantil V
Turma C
Ester
8
23
TARDE
Infantil II
Turma A
Lucileide
4
22
174
Infantil II
Turma B
Márcia
1
25
Infantil III
Turma C
Bete P
3
24
Infantil III
Turma D
Bruna
2
23
Infantil IV
Turma D
Bete B
7
26
Infantil IV
Turma E
Daniele
5
27
Infantil V
Turma D
Patricia
8
27
Infantil V
Turma E
Célia
6
27
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2. AVALIAÇÃO
2.1 Introdução
Este documento é denominado “Projeto Político Pedagógico” – “PPP” e tem
como embasamento teórico A Proposta Curricular de São Bernardo do Campo, Lei de
Diretrizes e Base da Educação Nacional 9394/96, Constituição Federal, Estatuto da
Criança e do Adolescente, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e
Parecer CNE/CEB (2009), entre outras fontes que norteiam o trabalho pedagógico
realizado na escola.
É projeto porque reúne propostas de ação concreta a executar durante
determinado período de tempo.
É político por considerar como “tarefa primordial da educação a de proporcionar
as crianças condições para o exercício da sua cidadania – participação efetiva na
criação e socialização da cultura e da história, em que atuarão individual e
coletivamente na sociedade. Logo, a escola tem o desafio de organizar seu trabalho no
sentido de torná-lo cada vez mais atingível por aqueles que a constituem.
É pedagógico porque define e organiza práticas e atividades voltadas ao
processo de ensino e aprendizagem das crianças.
Ao juntar as três dimensões, o PPP, ganha a força de um mapa “de navegação”,
norteador de nosso trabalho, ele é a certeza de que existe o lugar (onde queremos
chegar).
A construção deste projeto se dá com a participação da equipe escolar e da
comunidade, buscando a corresponsabilidade e constituição do pertencimento, visando
o desenvolvimento integral e a cidadania de nossas crianças.
O ponto de partida do nosso trabalho se baseia nos Princípios de:
inclusão;
justiça
igualdade.
Nas Diretrizes de:
Acesso, permanência e Sucesso Escolar;
Gestão Democrática;
Qualidade Social da Educação (práticas pedagógicas);
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No Conceito de:
Escola Pública.
O PPP se configura numa flexível ferramenta de planejamento e avaliação, vem
sendo reestruturado pela equipe escolar e comunidade, podendo ser alterado e
acrescido, mediante análise e parecer para homologação durante o ano. Está disponível
para consulta, apropriação e conhecimento do trabalho realizado por todos os atores do
processo.
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2.2 Empenho da Equipe em colaborar
De acordo com Terezinha Azeredo Rios, “O trabalho é efetivamente
coletivo quando as pessoas se empenham em colaborar com ele”. Partindo
desse pressuposto, a equipe escolar da EMEB. Moysés Cheid, na Reunião
Pedagógica realizada no dia 01 de fevereiro de 2017, assumiu o seu empenho em
colaborar...
“Ouvir e ver o outro sem
julgamentos, levar comigo o melhor dele e deixar com ele o melhor de mim. Afetar o outro e
ser afetada”.
Micleane
“Com todos os profissionais, com a limpeza, com a aprendizagem das crianças, com as atividades coletivas, sempre colaborar com
o outro.”
Rita
“Empenhar - me a ver, ouvir e aprender. Colaborar com
as minhas habilidades e conhecimentos”.
Elisabete P.
“Que o espaço das crianças esteja sempre em condições de uso, pode contar comigo”.
Cida
“Vou colaborar com a limpeza dos espaços e me colocar no lugar do
outro que é muito difícil”
Estela
“Eu acredito que que o empenho precisa permear todas as ações. Em 2017, quero ser melhor professora, melhor parceira. Estudar mais, escutar mais as crianças.
Estar sempre aberta às mudanças, colaborar com o que precisar”
Elisabete B. “Colaborar com a equipe,
inclusive nos desafios, ter a compreensão e colaboração de todos para poder fazer um ano
de excelência.”
Patrícia
“Limpar os espaços das crianças, ajudar
o possível com tudo.”
Izenilda
Elisabete B.
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Daniele Gil
Vera
Sandra
Gláucia
Valéria
Márcia
Vanessa Lúcia
“As parceiras da mesma fase
proporcionar uma amizade verdadeira, fazer o trabalho fluir
com leveza e prazer.”
“Continuarei a me empenhar na colaboração de ideias e práticas para um trabalho
prazeroso com as crianças e ajudar meus colegas em tudo
o que for possível.”
“Quero contribuir no que for possível para que as
crianças possam ser bem tratadas, e quero cada vez
mais me colocar no lugar do outro: não fazer aos outros o que eu não quero pra mim”.
“Ajudar o próximo em tudo que precisar.”
“Respeito pelas opiniões, colaborar com trabalho
em equipe, com a vontade de aprender também.
Tendo sempre a iniciativa do aprendizado.”
“Com tudo o que seja para o bom
andamento dos dias de trabalho na nossa escola.”
“Minhas parceiras de trabalho no
crescimento da equipe com as
crianças.”
“O trabalho em equipe (coletivo) em nossa escola criando assim um ambiente em harmonia, prazeroso e
alegre em estar aqui na escola.”
“O meu trabalho, dando o melhor de mim,
oferecendo conhecimento e estando
aberta a novos aprendizados.”
Rosangela
“Tudo o que for preiso para o bem estar de todos.”
Patrícia Farias
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2.3 Avaliação e metas para 2017
De um modo geral, a Equipe Escolar, se reporta ao ano de 2016, como um
ano marcante e de muitos desafios... Alguns desafios foram superados, principalmente por manter a escola em movimento, tanto no que se refere as aprendizagens das crianças quanto a alguns aspectos formativos, contemplando formação sobre o Brincar, reflexões sobre intervenções didáticas, participação no Seminário de práticas e realização dos sábados letivos.
Para 2017, o grupo se mostra disposto em colaborar com a reconstrução de uma equipe mais colaborativa e corresponsável pelas ações que almejam a qualificação do trabalho.
A partir dessas considerações, foi necessário, avaliar a escola que temos e projetar ações para construir a escola que queremos. Este trabalho foi realizado no dia 01 de março, em Reunião Pedagógica, possibilitando a participação de toda a equipe escolar. Inicialmente, discutiu-se a importância da avaliação como norteadora das futuras ações e o PPP como um documento de identidade da escola.
Aspectos do PPP que foram avaliados positivamente:
Período de adaptação: houve a colaboração de toda a equipe escolar; Entrada das crianças: há sempre um funcionário para acolher e conduzir as
crianças; Rotina: organização do tempo e espaço; Parceria entre professores; Parceria entre UBS’s (apresentações);
PROJETO POLITICO
PEDAGÓGICO
Deve ser a identidade da
escola
Norteador do trabalho
Toda a Equipe precisa
participar da construção e ter
acesso
Precisa ser verdadeiro
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Aspectos do PPP que precisa melhorar: GT 1:
O que precisa melhorar
Curto, médio ou longo prazo? Em
que momento tais ações
devem ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo Validação da equipe
- Comunicação: dos eventos; entre funcionários e gestão; - Acesso ao PPP; - Limpeza periódica do parque e tanque de areia; -Orientação e formação sobre registro e relatório;
- Curto prazo: sempre que houver evento ou informações novas; - Médio prazo - Curto Prazo - Médio prazo: HTP e HTPC
- Gestão e parceria; - Articulação da Gestão; - Antes da entrada das crianças; - Gestão e apoio; - Coordenação.
-Mostra cultural; - Parte do impresso para cada sala, mala itinerante de parte do PPP para as famílias e um PPP impresso na íntegra para consulta na BEI; - Ter um funcionário responsável por este trabalho; -Formação e troca de experiências.
Validado pela equipe
GT 2:
O que precisa melhorar
Curto, médio ou longo prazo? Em
que momento tais ações
devem ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo
Validação da equipe
- Acolhimento e formação de novos funcionários
Curto prazo Toda a Equipe -Acolher o funcionário novo, apresentando o grupo, escola e a rotina de sua função; -Trazer informações e formações do HTPC e indicações de cursos na rede e fora dela.
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GT 3:
O que precisa melhorar
Curto, médio ou longo prazo?
Em que momento tais ações devem
ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo Validação da equipe
- Plano de formação de funcionários; - Organização e desenvolvimento do trabalho pedagógico;
- Longo prazo; - Através das reuniões diversas.
Trio gestor - Socializar todas as decisões: combinados, eventos, passeios e visitas.
Validado pela equipe
GT 4:
O que precisa melhorar
Curto, médio ou longo prazo?
Em que momento tais ações devem
ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo
Validação da equipe
- Organizar os objetivos e conteúdos por faixa etária.
- Curto prazo, até a entrega do PPP. - Nos HTP’s e HTPC’s. - Uma vez por semana.
Gestão e corpo docente.
-Separar os professores por faixa etária -Fazer a leitura das diretrizes e do PPP para escrever de acordo com a proposta do ano.
- Compartilhar com as professora do grupo da manhã; - O trabalho irá ocorrer ao longo do ano; - Estudar a BNCC; - Consultar a O.P.
GT 5:
O que precisa melhorar
Curto, médio ou longo prazo? Em
que momento tais ações
devem ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo
Validação da equipe
Visão de grupo para a constituição de uma equipe
Curto prazo e em todos os momentos da rotina.
Coordenação da gestão, mas todos deverão ser corresponsáveis
-Formação por segmento; -Dinâmica que trazem a questão de grupo; -Saídas culturais; -Incluir todos os segmentos nas diversas ações da escola (calendário mensal); Ouvir todos os funcionários
Validado pela equipe
16
GT 6:
O que precisa melhorar?
Curto, médio ou longo prazo? Em
que momento tais ações
devem ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo Validação da equipe (coletivo)
A organização do espaço da Brinquedoteca (voltar a ter os cantos para as brincadeiras simbólicas).
- Médio prazo; - Deverão ocorrer em horário de HTPC e HTP
Equipe Escolar
- Iniciar em HTPC o planejamento de organização; - Em HTP executar o que foi planejado coletivamente; - O apoio fica responsável pela limpeza antes de iniciar a organização e depois semanalmente para manter o espaço limpo; - As professoras sem sala e de 40 horas, quando não estiverem substituindo, deverão ajudar na organização do espaço; - Antes de iniciar a utilização do espaço da brinquedoteca com as crianças, o grupo deve estabelecer combinados para manter a organização; - Fazer um levantamento dos brinquedos que precisam ser comprados em parceria com a gestão; - Levantar o que existe de brinquedo; - Definir os cantos simbólicos; - Regras de utilização com o grupo e com as crianças;
Validado pela equipe
GT 7:
O que precisa melhorar
Curto, médio ou longo prazo? Em
que momento tais ações
devem ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo
Validação da equipe
Formação para todos os segmentos
No decorrer do ano
Coordenação da Gestão e todos os funcionários como corresponsáveis
- Participação dos representantes do conselho, prestação de contas para a comunidade; - Divulgação dos eventos para todos os segmentos; - Participação nas entradas coletivas; -Encontros formativos; - Limpeza do pátio antes das entradas coletivas;
Validado pela equipe
17
GT 8: O que precisa
melhorar Curto, médio ou
longo prazo? Em que
momento tais ações devem
ocorrer?
Quem será responsável?
Ações pensadas pelo grupo
Validação da equipe
- Conservação dos espaços externos;
- Médio prazo, porém permanente
Gestão, professores, apoio, APM e conselho.
- Conscientizar os pais/família de que as crianças precisam brincar nos espaços externos da escola; - Organização de mutirões com a comunidade; - Combinar com as crianças uma vistoria antes de utilizar o espaço; - Cartazes produzidos pelas crianças; - Sensibilizar toda a equipe de que o ambiente escolar tem as marcas das experiências das crianças.
Validado pela equipe
18
3. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO PARA OS SEGMENTOS DE ATUAÇÃO DA ESCOLA
3.1 Atribuições dos diferentes cargos e funções da Equipe Escolar
Através do diálogo, da mediação e intervenções pontuais busca-se a
coparticipação entre os componentes desta equipe para o desenvolvimento de um
trabalho pedagógico e administrativo de qualidade.
As atribuições de cada um são conhecidas através do Regimento Escolar
Único para as escolas de educação infantil e fundamental.
Os direitos e deveres de todos os funcionários estão estabelecidos em
disposições legais e vigentes no Estatuto do Funcionário Público do Município de
São Bernardo do Campo e dos Professores e Especialistas da Educação no
Estatuto do Magistério.
Professor de apoio à direção - PAD
Substituir o Diretor Escolar, em sua ausência e impedimentos, respondendo pela
direção da Unidade Escolar;
Assessorar o Diretor Escolar no desempenho das atribuições que lhe são
próprias;
Participar da elaboração do Projeto Político Pedagógico da unidade escolar;
Acompanhar e controlar a execução de programações relativas às atividades de
apoio administrativo e apoio técnico-pedagógico;
Coordenar as atividades relativas à manutenção e conservação do prédio
escolar, mobiliário e equipamentos da Unidade Escolar;
Acompanhar e garantir a aplicação de medidas necessárias às observações das
normas de segurança e higiene das oficinas, laboratórios ou outros locais de
trabalho;
Desenvolver estratégias que contribuam para o desenvolvimento do educando,
em conjunto com a equipe multidisciplinar;
Atuar no atendimento e orientações às famílias sempre que necessário, pautadas
nos princípios e diretrizes estabelecidos pela Secretaria de Educação;
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Atuar em equipe multidisciplinar, desenvolvendo estratégias que contribuam para
a participação e envolvimento da comunidade com o Projeto Político Pedagógico
da unidade escolar;
Acompanhar e atuar em planos de trabalho estabelecidos pela Equipe Escolar,
que visam à garantia da frequência dos educandos;
Manter a Equipe Escolar ciente de todas as demandas e ações que envolvam a
unidade escolar;
Articular e garantir o fluxo de comunicação dentre os vários segmentos da
unidade escolar;
Promover canais de comunicação para garantir o fluxo de informações entre a
Secretaria de Educação e a Unidade Escolar, visando à qualidade e o sucesso
do processo pedagógico e administrativo;
Promover a valorização do ambiente escolar como espaço social de convivência
ética, em conjunto com a Equipe Gestora para a integração da equipe escolar,
educandos e seus familiares, bem como a população usuária, para a ampliação
de seus conhecimentos e de sua consciência cidadã;
Contribuir com os órgãos colegiados, com indicações para a aquisição de
equipamentos e materiais pedagógicos, assim como reformas e reorganização
dos espaços escolares, para melhorar a qualidade do atendimento aos
educandos;
Atualizar-se profissionalmente, participando de Congressos, Simpósios,
Encontros, Seminários e Grupos de Estudo relativos à Educação;
Contribuir com indicações de diretrizes para a Secretaria de Educação, em prol
do acesso e da qualidade do ensino público municipal;
Desenvolver outras atividades correlatas ao cargo.
Coordenador Pedagógico - CP:
Propiciar em conjunto com a Equipe Gestora a articulação entre Propostas
Curriculares, metas da Secretaria de Educação, Regimento Escolar e o Projeto
Político Pedagógico da Unidade Escolar, com base nos princípios e diretrizes
para a Educação, exarados na Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da
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Educação e pela Secretaria de Educação, objetivando constantes avanços da
qualidade da Educação Municipal e o sucesso da aprendizagem;
Promover a valorização do ambiente escolar como espaço social de convivência
ética, em conjunto com a Equipe Gestora para a integração da equipe escolar,
educandos e seus familiares, bem como a população usuária, para a ampliação
de seus conhecimentos e de sua consciência cidadã;
Elaborar estratégias formativas destinadas aos professores, que considerem a
Educação como processo e campo dinâmico e heterogêneo, onde os paradigmas
teóricos precisam sempre ser repensados, de forma a manter o vínculo efetivo
com a realidade social e com a evolução científica do pensamento humano;
Compor com o Diretor Escolar a Equipe Gestora, com vistas ao planejamento e a
organização das ações pedagógicas, subsidiando os professores na execução
dos programas e projetos de ensino, objetivando o melhor desempenho das
atividades docentes e discentes;
Coordenar junto com a Equipe Escolar a elaboração e implementação do Projeto
Político Pedagógico da Unidade Escolar onde atua;
Organizar ações pedagógicas e demandas de trabalho, de acordo com as
especificidades estabelecidas pelo currículo da unidade escolar onde atua,
objetivando a transposição para a prática docente dos objetivos, diretrizes e
metas definidas pela Secretaria de Educação e pelo Projeto Político Pedagógico;
Planejar, organizar e coordenar em conjunto com os demais membros da Equipe
Gestora, reuniões pedagógicas, horário de trabalho pedagógico coletivo,
utilizando estratégias formativas que promovam reflexões e transposições
teóricas para a prática docente;
Acompanhar a ação docente, a execução dos projetos pedagógicos e os índices
ou indicadores das aprendizagens dos educandos, com vistas à ampliação de
saberes e competências, e propor aos professores estratégias avaliativas e re-
planejamento das ações pedagógicas;
Desenvolver estratégias e produzir subsídios pedagógicos para qualificar a ação
docente, identificando necessidades de aperfeiçoamento teórico, didático e
metodológico do professor;
Realizar leitura devolutiva e acompanhamento dos instrumentos metodológicos
dos professores orientando-os individualmente, sempre que necessário;
21
Discutir juntamente com a Equipe Gestora eventuais dificuldades decorrentes da
coordenação pedagógica da Unidade Escolar na busca de superação das
mesmas;
Coordenar a equipe escolar na reflexão e organização de espaços e materiais
coletivos visando a melhoria do trabalho pedagógico e autonomia dos
educandos;
Apoiar o professor no atendimento e orientação às famílias quanto às questões
relativas ao trabalho pedagógico da unidade escolar;
Contribuir com os órgãos colegiados, com indicações para a aquisição de
equipamentos e materiais pedagógicos, assim como reformas e reorganização
dos espaços escolares, para melhorar a qualidade do atendimento aos
educandos;
Participar de reuniões com os diversos setores e equipes da Secretaria de
Educação para planejar e avaliar ações pedagógicas;
Participar de cursos, seminários, encontros, ciclos de estudos, congressos e
outros eventos relacionados à educação, como parte de sua formação
profissional;
Contribuir com indicações de diretrizes para a Secretaria de Educação, em prol
do acesso e da qualidade do ensino público municipal;
Desenvolver outras atividades correlatas ao cargo.
Diretor escolar
Garantir em conjunto com a Equipe Gestora a articulação entre Propostas
Curriculares, metas da Secretaria de Educação, Regimento Escolar e o Projeto
Político Pedagógico da Unidade Escolar, com base nos princípios e diretrizes
para a Educação, exarados na Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação e pela Secretaria de Educação, objetivando constantes avanços da
qualidade da Educação Municipal e o sucesso da aprendizagem;
Gerenciar a Unidade Escolar em acordo com os princípios e diretrizes para a
Educação, exarados na Constituição Federal e Leis de Diretrizes e Bases da
Educação, e pela Secretaria de Educação;
22
Planejar, organizar e coordenar a execução dos programas e projetos de ensino
e os serviços administrativos, viabilizando o melhor desempenho das atividades
docentes e discentes;
Promover a valorização do ambiente escolar como espaço social de convivência
ética, integrar equipe escolar, com educandos e seus familiares, bem como
população usuária, para a ampliação de seus conhecimentos e de sua
consciência cidadã;
Garantir, no âmbito escolar, os princípios democráticos e participativos, para
envolver toda a equipe e comunidade escolar na proposição de objetivos e ações
para o Projeto Político Pedagógico da Unidade Escolar;
Desenvolver ações junto a Equipe Gestora, de forma articulada com o Orientador
Pedagógico;
Organizar ações pedagógicas e administrativas, definir horários e distribuir
tarefas e demandas de trabalho, de acordo com as especificidades de cada
integrante da equipe escolar que gerencia;
Contribuir na elaboração de estratégias formativas destinadas aos professores,
que considerem a Educação como processo e campo dinâmico e heterogêneo,
onde os paradigmas teóricos precisam sempre ser repensados, de forma a
manter o vínculo efetivo com a realidade social e com a evolução científica do
pensamento humano;
Articular e garantir o fluxo de comunicação dentre os vários segmentos da
unidade escolar;
Promover canais de comunicação para garantir o fluxo de informações entre a
Secretaria de Educação e a Unidade Escolar, visando à qualidade e o sucesso
do processo pedagógico e administrativo;
Responsabilizar-se pela alimentação de dados dos programas sistêmicos,
tratando-os com precisão nas informações, principalmente nos processos de
matricula, lista de espera de educandos, Censo Escolar, etc.;
Planejar, organizar e coordenar, em conjunto com os demais membros da Equipe
Gestora, reuniões pedagógicas, horários de trabalho pedagógico coletivo,
utilizando estratégias formativas que promovam reflexões e transposições
teóricas para a prática docente, e também aquelas que favoreçam a melhor
atuação da equipe multiprofissional que gerencia;
23
Acompanhar a ação docente, a execução dos projetos pedagógicos e os índices
ou indicadores das aprendizagens dos educandos para a ampliação de saberes
e competências, propondo aos professores estratégias avaliativas e re-
planejamento das ações pedagógicas;
Responsabilizar-se pelo cumprimento do Calendário Escolar e pelo horário de
funcionamento da Unidade Escolar, garantindo a carga horária e os dias letivos
exigidos por lei, com a divulgação de tais informações às famílias;
Coordenar, acompanhar e garantir a organização pedagógica e administrativa da
Unidade Escolar, a fim de manter ordenada e atualizada a documentação e os
registros necessários definidos pela Secretaria de Educação;
Atender as solicitações da Secretaria, através de seus vários setores,
responsabilizando-se pelo cumprimento dos prazos definidos para entrega de
documentos, relatórios, avaliações e outros;
Participar de reuniões e atividades definidas pela Secretaria de Educação;
Zelar pela integridade física e mental dos educandos, durante a permanência na
escola, e tomar as providências cabíveis nos casos de emergência e urgência;
Integrar os órgãos colegiados existentes na Unidade Escolar, e incentivar a
participação da comunidade;
Participar e acompanhar o funcionamento e as ações dos órgãos colegiados
complementares e auxiliares do ensino no âmbito escolar, considerando os
princípios da gestão democrática;
Zelar pelo prédio público, seus equipamentos e materiais, com utilização e
manutenção adequadas e tomar as providências, junto aos órgãos competentes,
sempre que necessário, solicitando serviços de manutenção, readequação,
reformas, ampliações, aquisições e reabastecimento;
Apurar e providenciar encaminhamentos necessários relativos a quaisquer falhas
ou irregularidades da atuação profissional daqueles que compõem a equipe
escolar;
Contribuir com os órgãos colegiados, com indicações para a aquisição de
equipamentos e materiais pedagógicos, assim como reformas e reorganização
dos espaços escolares, para melhorar a qualidade do atendimento aos
educandos;
24
Manter-se atualizado em relação às legislações específicas que regulamentam a
educação nas diferentes esferas: municipal, estadual e federal, bem como,
desenvolver ações no sentido de garantir a implementação destas;
Realizar outras demandas que se vinculam à gestão escolar, resultantes de
avanços e aprimoramentos dos objetivos, diretrizes e metas definidas pela
Secretaria de Educação, bem como de legislação que regulamenta a Educação,
nos níveis federal, estadual e municipal;
Participar de cursos, seminários, encontros, ciclos de estudos, congressos e
outros eventos relacionados à educação, como parte de sua formação
profissional;
Contribuir com indicações de diretrizes para a Secretaria de Educação, em prol
do acesso e da qualidade do ensino público municipal; e
Desenvolver outras atividades correlatas ao cargo.
Oficial de Escola:
Organizar e manter atualizados prontuários de documentos de educandos,
procedendo ao registro e escrituração relativos à vida escolar, especialmente no
que se refere a matrícula, frequência e histórico escolar;
Manter registros relativos a resultados anuais dos processos de avaliação e
promoção, incineração de documentos, reuniões administrativas, termos de visita
de supervisores pedagógicos e outras autoridades da administração do ensino;
Manter registros de levantamentos de dados estatísticos e de informações
educacionais;
Responsabilizar-se pela alimentação de dados dos programas sistêmicos,
tratando-os com precisão nas informações, principalmente nos processos de
matricula e lista de espera de alunos, de remoção de funcionários, etc;
Receber, registrar, distribuir e expedir correspondências, processos e papéis em
geral que tramitam na Unidade, organizando e mantendo o protocolo e arquivo;
Organizar e manter atualizados assentamentos dos servidores em exercício na
Unidade;
Requisitar, receber e controlar o material de consumo;
Manter registros do material permanente recebido pela Unidade e do que lhe for
dado ou cedido e elaborar inventário anual dos bens patrimoniais;
25
Organizar e manter atualizado o documentário de leis, decretos, regulamentos,
resoluções, portarias e comunicados de interesse para a Unidade;
Atender os servidores da escola e os educandos, prestando-lhes
esclarecimentos relativos à escrituração e legislação;
Atender o público;
Redigir memorandos, cartas, relatórios e ou mensagens, cotas em processo,
termos de juntada de documentos;
Participar do funcionamento de instituições complementares e auxiliares de
ensino;
Coordenar os serviços rotineiros;
Desenvolver outras atividades correlatas ao cargo.
Auxiliar em Educação:
Receber e entregar os educandos matriculados na unidade de ensino;
Cuidar, supervisionar e orientar os educandos quanto à sua higiene corporal;
Orientar e auxiliar os educandos sobre hábitos alimentares;
Colaborar no desenvolvimento de atividades recreativas e psicopedagógicas
previamente estabelecidas;
Participar e colaborar com a equipe no plano de trabalho da unidade de ensino;
Contribuir para a criação e desenvolvimento de condições que propiciem a
construção do conhecimento do educando;
Informar o grupo familiar sobre as ações educativas realizadas na unidade de
ensino;
Atualizar-se profissionalmente, participando de Palestras, Cursos, Seminários,
Encontros, Grupos de Estudos e outros eventos relativos à Educação;
Colaborar e participar do preparo de execução de programas de festividades,
comemorações e outras atividades desenvolvidas na unidade de ensino;
Estabelecer com o educando, regras de convivência, responsabilidade e
assiduidade;
Participar do funcionamento de instituições complementares e auxiliares de
ensino;
Outros serviços correlatos ao cargo.
26
Auxiliar de Limpeza:
Promover a limpeza geral das dependências e instalações da Unidade Escolar;
Auxiliar na limpeza, zelar e manter em ordem o interior da Unidade Escolar, bem
como suas fachadas, jardins e passeios;
Limpar e conservar limpos os banheiros e outras áreas de serviço, inclusive
escadas, terraços, varandas e parapeitos;
Abastecer banheiros, lavatórios e locais semelhantes com materiais higiênico;
Providenciar junto ao diretor e/ou responsável pela Direção da unidade Escolar o
abastecimento dos materiais de limpeza necessários ao serviço;
Controlar o uso e gastos dos materiais de limpeza, solicitando, quando
necessário, a requisição dos mesmos;
Responsabilizar-se pelo manuseio de objetos, utensílio e/ou equipamentos,
quando da limpeza dos móveis existentes na Unidade Escolar;
Comunicar ao diretor e/ou responsável pela Direção da Unidade Escolar toda e
qualquer irregularidade constatada em seu horário de serviço;
Executar outras atividades correlatas à função.
Professores
Integra o corpo docente todos os professores da escola em que exercem suas
funções incumbindo-se de:
Ministrar aulas de acordo com a modalidade de ensino em que atua, garantindo
no planejamento destas a articulação entre Propostas Curriculares, metas da
Secretaria, Regimento Escolar e o Projeto Pedagógico Educacional da unidade
escolar, com base nos princípios e diretrizes para a Educação, exarados na:
Constituição Federal, Lei de Diretrizes e Bases da Educação e da Secretaria,
objetivando constantes avanços da qualidade da Educação Municipal e o
sucesso da aprendizagem;
Assumir seu papel profissional como integrante da equipe escolar, articulando
paradigmas teóricos à prática docente, resultando em projetos pedagógicos, em
conteúdos programáticos, assumidos como projeto coletivo da escola;
Estimular seu espírito investigador, adotando uma postura reflexiva quanto à sua
prática, buscando novos aportes teóricos e metodológicos;
27
Identificar e atender às necessidades de seus alunos, articulando seu
planejamento às atividades pedagógicas para tal finalidade;Efetivar a ação
docente, reconhecendo que o processo de aprendizagem transcorre de forma
dialógica, intimamente ligada às estratégias didáticas e metodológicas, onde
cada pessoa envolvida no processo educacional se encontre em processo de
humanização, como seres históricos que modificam suas heranças no dinamismo
das relações interpessoais e na construção do conhecimento;
Participar de cursos, seminários, encontros, ciclos de estudos, congressos e
outros eventos relacionados à educação, como parte da sua formação
profissional;
Constituir ação docente que considere as peculiaridades de seus alunos/as e da
comunidade da escola onde atua, com o objetivo de integrar construção de
conhecimento e necessidades da vida prática;
Participar da elaboração do Projeto Pedagógico Educacional da escola onde
atua, propondo alterações ou inclusões para a execução dos programas e
projetos de ensino, objetivando o melhor desempenho das atividades docentes e
discentes;
Ter atitudes colaborativas como membro da equipe escolar, desenvolvendo
pensamento autônomo fundamentado pela ética profissional;
Incentivar os educandos, através de estratégias pedagógicas que favoreçam o
desenvolvimento de seus saberes e competências, da curiosidade, da
descoberta e do espírito investigador;
Planejar e executar sua ação docente, considerando as diferenças no
desenvolvimento e no ritmo de aprendizagem dos educandos, alterando suas
estratégias, seu plano de aula e atividades pedagógicas que atendam às
necessidades identificadas;
Desenvolver atendimento educacional especializado;
Atuar no processo de formação dos Professores na rede regular de ensino,
visando melhor compreender as necessidades educacionais especiais, de forma
a buscar alternativas junto à equipe escolar, garantindo o desenvolvimento
integral do aluno;
Participar, ministrar, coordenar cursos, palestras e reuniões com a equipe da
rede regular de ensino, tendo como enfoque o educando com necessidades
educacionais especiais;
28
Participar de programas de prevenção à deficiência com outras instituições,
contribuindo para pesquisa, divulgação e viabilização de seus objetivos;
Acompanhar e orientar os educandos nos procedimentos de sua higiene pessoal;
Planejar e avaliar os objetivos e atividades concernentes ao desenvolvimento do
educando, garantindo a continuidade do processo educativo, mediante registros
diários e relatórios com periodicidade estabelecida pela equipe de gestão e pela
Secretaria;
Encaminhar os dados resultantes dos processos avaliativos e da apuração de
assiduidade, referentes aos educandos regularmente matriculados, conforme
normas estabelecidas pela Secretaria;
Elaborar e aplicar instrumentos de avaliação da aprendizagem que lhe indiquem
índices ou indicadores das aprendizagens dos alunos, com vistas à ampliação de
saberes e competências, replanejando ações pedagógicas que potencializem
bons resultados;
Organizar e realizar reunião de pais ou responsáveis, mantendo permanente
contato com os mesmos, informando-os sobre os objetivos do Projeto Pedagógico
Educacional, o seu plano de aula e a aprendizagem dos educandos;
Zelar pela frequência a aulas, informando pais ou responsáveis e equipe de
gestão, sempre que identificar baixo índice de assiduidade dos educandos,
efetuando diariamente os devidos registros em seu diário de classe;
Atuar como membro do Conselho de Escola e/ou da Associação de Pais e
Mestres;
Conhecer o Regimento Escolar, cumprindo com o que ele estabelece;
Responsabilizar-se pelo bom uso e conservação de mobiliário, equipamentos,
materiais pedagógicos individuais e coletivos, bem como ter atitude colaborativa
na organização dos espaços coletivos onde ocorre a ação docente e discente;
Participar das atividades pedagógicas coletivas de acordo com cronograma
estabelecido na unidade escolar;
Desenvolver, quando designado, atividades educacionais complementares;
Realizar outras demandas que se vinculam à docência, resultantes de avanços e
aprimoramentos dos objetivos, diretrizes e metas definidas pela Secretaria;
Desenvolver outras atividades correlatas ao cargo
29
3.2 Comunidade Escolar
Caracterização
O bairro vem sofrendo modificações constantes e significativas com a vinda
de famílias de diferentes localidades. Vem apresentando melhorias nas condições
econômicas.
A Unidade Básica de Saúde - UBS Jardim Nazareth próxima a escola foi
reformada e o horário de atendimento foi ampliado até às 19h.
Com relação ao transporte coletivo os moradores contam com apenas uma
linha de ônibus até o centro da cidade.
A quadra da escola é utilizada diariamente pela comunidade ao final do
período de aula e aos finais de semana. A escola conta com seguranças da
Empresa Skill diariamente, dia e noite.
O bairro conta com algumas indústrias de porte médio: Müller (metalúrgica),
Art Fest (artigos para festa) e Ortobom (fábrica de colchões).
O comércio está em constante expansão, com mercados, bares, bazar,
papelaria, doceria, padaria, farmácia etc. Observa-se que há um comércio informal
bastante significativo. O impeditivo da APM em realizar parcerias para eventuais
compras/prestação de serviços é a falta de notas fiscais dos comerciantes da região.
Temos a Escola Estadual João Batista Bernardes (Fundamental II e o Ensino
Médio) e a EMEB Professor Salvador Gori (Fundamental I e Educação para Jovens
e Adultos).
Realizamos em parceria, algumas ações com as escolas vizinhas, inclusive a
transição para o Ensino Fundamental. Com a UBS realizamos, além do Programa
Saúde na Escola, atividades com os agentes de saúde sobre saúde preventiva e
atividades com o grupo da Terceira Idade.
De modo geral, a comunidade é participativa e interessada na vida escolar
das crianças.
Assim como em demais localizações da cidade, temos um grande número de
mães/pais que trabalham fora, ficando as crianças aos cuidados de avós ou outros
responsáveis. A maioria das famílias comparece e participa das reuniões com
pais/responsáveis, sábados letivos e eventos proporcionados pela escola. O
Conselho de Escola e a APM conta com a participação de seus membros nas
30
diversas reuniões realizadas durante o ano nas quais são tomadas decisões em
conjunto. Nas atividades de Estudo do Meio participam auxiliando no bom
andamento da atividade.
Roda de Capoeira realizada pelo grupo de Capoeira do Bairro
31
Plano de ação para a comunidade escolar
Justificativa Objetivos gerais e específicos
Ações Propostas (Metodologia)
Responsáveis Prazo/ Periodi cidade
-Fortalecimento da relação entre escola e família
- Construir vínculos de confiança entre escola e família; - Propiciar momentos de reflexão com a família sobre a importância do trabalho pedagógico realizado na Educação Infantil, bem como o papel da família na formação da criança; - Reconhecer e acolher a diversidade como parte integrante de nosso cotidiano e buscar a integração entre toda a comunidade escolar -Oportunizar as crianças a expressão dos conhecimentos que adquiriram no decorrer do processo de aprendizagem.
Reuniões com as famílias Reuniões com APM e Conselho de Escola; Realização do Projeto Coletivo com participação das famílias em etapas do projeto Sábados letivos Evento de encerramento do Projeto Coletivo e Exposição de trabalhos realizados durante o ano pelas crianças
Equipe escolar
Todo o ano
Parceria EMEB Salvador Gori
Ampliar vínculo com o entorno da escola Favorecer a transição das crianças da Creche para a Educação Infantil e desta para o Ensino Fundamental
Levar as nossas crianças para conhecer o espaço escolar do Ensino Fundamental Encontro das equipes gestoras das U.E. para discussão de encaminhamentos específicos em 2016
Equipe Gestorada UE
Final do ano letivo
Favorecimento de Ações Intersetoriais estabelecendo parceria com a Saúde Necessidade de medidas preven tivas de casos de dengue e pediculose
Favorecer a parceria entre a escola e a UBS do bairro Reconhecer a importância da atividade física e de uma boa alimentação para o favorecimento da saúde Identificar causas e medidas de combate à dengue e pediculose
Programa Saúde na Escola Trabalho em sala de aula com o objetivo de combate à dengue Teatro para as crianças com o tema prevenção da dengue
Professoras, trio gestor e oficial da BEI Trio gestor
1º semestre
32
Avaliação
A avaliação ocorrerá durante o ano letivo ao término de cada atividade
proposta, visando análise e replanejamento. A equipe escolar observará o aumento
da participação da comunidade nas atividades realizadas na escola, os registros de
cada reunião e avaliação feita pelos pais/ comunidade.
33
3.3 Plano de formação para os professores – HTPC (Horário de Trabalho
Pedagógico Coletivo) e HTP (Horário de Trabalho Pedagógico)
Professores:
Nome
Situação funcional
Carga horária
Escolaridade
Tempo na
PMSBC
Tempo na
escola
Observação
Adriana Tiago da Silva
Celetista
30h
Magistério,Pedagogia, Pós Arte de contar histórias
13 anos
2015
Trabalha no CEU Milton Santos PMSP
Bruna Radichi
Estatutária 30h
Pedagogia, Pós Psicopedagogia e Ludopedagogia
2013 2013 -
Célia Antônio Inácio
Estatutária
30h
Magistério, Pedago gia, Prática Educati- va na Educ Inclusiva, PROFA
17 anos
12 anos
Trabalha em outra Rede (Diadema)
Daniele Luiz Diniz
Estatutária 40h
Pedagogia 4 anos 2015 -
Elisabete Barbosa Oliveira
Estatutária
30h
Magistério,Pedagogia Psicopedagogia, Supervisão Escolar, Ludopedagogia
17 anos
6 anos
* Possui outra mat. nesta UE.
Elisabete Pereira de Paiva Almeida
Estatutária 30h Pedagogia 2003 2017 -
Ester Araujo Sales
Estatutária
30h
Magistéio, Pedago gia,Pós Neuropsico pedagogia e Ludoped
9 anos
7anos
-
Gilvane Simões Sampaio
Estatutária 30 h
16 anos 2001 000000
Iara da Silva Oliveira
Estatutária 30 h
Estatutário 2017 23/02/17
Janaína de Souza Vieira Nakamura
Estatutária 30h
Pedagogia, Pós Educação Infantil e Gestão Pedagógica
8 anos 2015 (já trabalhou na UE)
-
Juliana Premozelli da Silva
Estatutária 30 h
Pedagogia 2017 23/02//17
Lucileide da Paz e Silva
Estatutária 40 h
Pedagogia 6 anos 2015 -
Marcia Mar-tins de Souza
Estatutária
40h
Pedagogia Pós Neu ropsicopedagogia
6 anos 2015 -
Micleane Pereira Crispim Viana
Estatutária 30 h Pedagogia 01 ano 2016
Trabalha em escola particular (Diadema)
Nayara G.o. Nascimento
Estatutária 30h Pedagogia 2012 2017 -
Patricia Estatutária 30h 2011 2017
34
Farias Rita de Cássia Xavier
Estatutária 30h Pedagogia 2017
Rosângela da Conceição Guerra
Estatutária 30 h Pedagogia. Pós Psicopedagogia
5anos 2016 Trabalha em outra Rede (São Paulo).
Valéria Fiuza Bispo
Estatuária
30h
Magistério
10 anos
4 anos
* Trabalha na EMEB Thales de Andrade SBC
Vanessa Lucia da Silva Alvez
Estatutária
30h
Pedagogia Pós: Psicopedagogia, Arte e Educação, cursando Educação Ambiental e Ludopedagogia
7 anos 2015
-
HTPC 07 de março – Grandes mulheres, muitas histórias: histórias que fazem rir, que ensinam,
que emocionam, que afetam o outro...
A formação permanente de professores na escola conta com o HTPC, HTP e
as reuniões pedagógicas. O HTPC é um espaço formativo onde é garantido tempo
para as discussões e planejamentos coletivos e para a formação com foco em um
plano específico de acordo com as necessidades formativas do grupo. Em nossa
escola o HTPC é realizado semanalmente às terças-feiras das 18h40min às
21h40min.
A Secretaria da Educação através dos cursos e palestras oferecidos dentro e
fora do horário de trabalho contribui também para nossa formação permanente. Em
35
HTPC as formações são socializadas, sobretudo aquelas em que a Coordenadora
Pedagógica participa.
O HTP caracteriza-se por um espaço formativo onde é garantido tempo para
planejamento individual, devolutivas junto a Coordenação Pedagógica, Orientadora
Pedagógica e Equipe de Orientação Técnica, elaboração de relatórios, atendimento
à comunidade, estudos, preparação de materiais pedagógicos entre outras
atividades pertinentes ao processo de ensino e de aprendizagem.
As reuniões pedagógicas oportunizam o encontro com toda a equipe escolar
favorecendo a formação de todos os atores envolvidos na formação da criança.
Justificativa:
A partir das necessidades formativas indicadas pela equipe docente, o plano
de formação irá enfatizar o estudo sobre Campos de Experiências, com o objetivo de
reconceitualizar as áreas de conhecimento que norteiam o atual PPP. Assim sendo,
será preciso ressignificar conceitos estruturantes para que os Campos de
Experiências dialoguem com a prática e garanta a transposição didática, como:
protagonismo infantil, experiência, organização do espaço, mediação, intervenção e
documentação pedagógica.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
(DCNEI) e Práticas Cotidianas para a Educação Infantil, a escola deve comunicar a
concepção de infância que norteia as ações pedagógicas por meio da organização
do espaço, dos materiais pedagógicos oferecidos aos pequenos, do que as paredes
falam sobre as experiências das crianças e principalmente, um fazer pedagógico
que dialogue com o protagonismo infantil.
Para tanto, ao longo do ano, a equipe docente irá atuar como agente de
mudança do espaço escolar, por meio de estudo, reflexão sobre a ação e ações
concretas que qualifique o espaço.
Objetivos:
Reorganizar e qualificar o uso dos espaços;
Ressignificar conceitos estruturantes: protagonismo infantil, experiência,
organização do espaço, mediação, intervenção e documentação pedagógica.
36
Instrumentalizar os professores para que qualifiquem o planejamento, mediações
e intervenções junto às crianças;
Reconceitualizar a concepção de projeto investigativo para a Infância;
Diferenciar Campos de Experiências de áreas de conhecimento;
Fazer (a longo prazo) a transposição das áreas de conhecimento para Campos
de experiências;
Responsavel:
Coordenação da Coordenadora Pedagógica em parceria com os demais membros
da Equipe Gestora;
Ações propostas:
Levantamento das expectativas de aprendizagens e saberes dos professores;
Socialização do plano de formação, estabelecendo contrato didático entre a
equipe docente;
Discussões em agrupamentos produtivos e socialização;
Acompanhamento de registro e planejamento;
Troca de experiências;
Tematização da prática;
Revisão conceitual do PPP;
Avaliação semestral do Plano de formação;
Estudo dirigido;
Apreciação de imagens e fotografias;
Análise de documentários e filmes que estejam relacionados a concepção de
Educação;
37
HTPC 04 de abril – Experiência com materiais não estruturados: realizado por mãos que tocam
o outro, que planejam, que transformam, que criam...
Avaliação do Plano de Formação:
Observar se há envolvimento nas propostas: participação nas discussões,
realização das leituras indicadas, contribuição com materiais para troca de
experiências, tematização da prática e registros com foco no conteúdo abordado;
Observação da prática e de possíveis mudanças nas ações educativas da
professora;
Análise dos projetos e sequencias a fim de avaliar se houve apropriação dos
conceitos ressignificados no decorrer do processo formativo;
Ao final de cada semestre será proposta uma avaliação e autoavaliação a ser
realizada pelos professores, considerando diferentes aspectos: Os objetivos foram
atingidos? A Coordenação Pedagógica contribuiu com a formação proposta no plano
de formação? Quais foram as suas aprendizagens e dificuldades?
Observação: Todas as avaliações, tarefas e outros instrumentos irão compor o
portfólio da professora.
38
Cronograma:
Mês HTPC Data Reunião Pedagógica Data
Fevereiro
Contrato de trabalho Discussão/revisão do PPP: Adaptação, entrada coletiva e circuito. Levantamento das necessidades formativas Documentação Pedagógica
07,14,21,28
Acolhimento CENFORPE Planejamento da
Reunião com Pais Planejamento do
Período de adaptação
Março
Discussão do PPP: Avaliação do Período de adaptação, entrada coletiva, circuito Planejamento Coletivo Plano de acompanhamento da EOT e discussão de caso Palestra Zoonoses sobre a Dengue; Discussão sobre o Brincar
07,14,21,28 Avaliação e metas para 2017
01
Abril
Planejamento coletivo Discussão e planejamento de Reunião com pais Planejamento do sábado letivo Discussão sobre o Brincar Reorganização do acervo de brinquedos das salas e brinquedoteca Discussão sobre datas comemorativas
04,11,18,25
Maio
Planejamento coletivo Discussão sobre Concepção de projetos Tematização sobre relatórios Conceituando experiência, mediação e protagonismo na infância Socialização de experiência com a professora Micleane “Experiências com a luz” (09/05)
02,09,16,23,30 Apresentação do PPP 2017 e organização para o sábado letivo
12
Junho
Planejamento coletivo Escrita de Relatórios Diferença entre áreas de conhecimento e Campos de Experiências
06,13,20,27
Julho Avaliação do semestre Planejamento coletivo Devolutiva da avaliação
04 e 25 Avaliação do semestre e Saída Cultural com a Equipe Escolar
07 e 29
Agosto
Planejamento coletivo Planejamento para Reunião com pais Estudo BNCC / Campos de Experiências
01,08,15,22,29
Setembro Planejamento coletivo Estudo BCNC / Campos de Experiências
05,12,19,26 22
39
Outubro
Planejamento do sábado letivo Planejamento coletivo
Tematização de relatório individuais de aprendizagem
Escrita de relatório Estudo BNCC/ Campos de Experiências
03,10,17,24,31 Organização para o
sábado letivo 20
Novembro
Planejamento coletivo Organização do sábado letivo
Discussão de casos e montagem das turmas para 2018
Avaliação do sábado letivo Organização para Reunião
com pais
07,14,21,28
Dezembro Planejamento para o
período de adaptação 2017 Avaliação
05,12,19 Avaliação 01
40
Horário de trabalho pedagógico (HTP) Justificativa:
O HTP é o espaço formativo destinado ao planejamento individual, devolutivas junto a Coordenação Pedagógica, reunião com a Equipe de Orientação Técnica e/ou Orientadora Pedagógica, elaboração de relatórios, atendimento à comunidade, estudos, preparação de materiais pedagógicos entre outras atividades pertinentes ao processo de ensino e de aprendizagem Objetivo:
Qualificar a documentação pedagógica; Otimizar o HTP como aliado ao fazer pedagógico; Trocar experiências e estabelecer parcerias com demais professores; Pesquisar, estudar, selecionar subsidios teóricos e materias que favoreçam a
ação pedagógica; Conhecer e selecionar livros, recursos audiovisuais e materiais existentes no
acervo da escola;
Açoes propostas:
Planejamento da rotina de HTP para otimização e organização do tempo; Elaboração da Documentação Pedagógica (relatórios, registros, palnejamento,
tratamento de filmagens e fotografias etc.); Atendimento a família quando houver agendamento; Organização de espaço; Preparação de materiais; Seleção de livros, recursos audiovisuais e outros materiais; Estudo e pesquisa; Atendimento individualizado com a CP; Encontro com a EOT; Ações relacionadas à preparação para o acolhimento e a adaptação das famílias
e dos alunos (confecção de agendas, crachás, placas de nomes, listas com nomes dos alunos;
planejamento e preparação dos ambientes para receber as familias nas
Reuniões com Pais;
Leitura de relatórios do ano anterior e entrevistas com os pais.
Preparação para a reunião com os pais/ responsáveis, como pauta, acolhimento,
preparação de materiais que serão utilizados, informes, lista de assinatura, e
outros;
Preenchimento dos diários de classe;
41
Planejamento e organização de espaços e materiais para os sábados letivos com
a comunidade;
Responsável:
Equipe gestora
Acompanhamento e organização dos registros pelo membro da gestão que estiver
realizando o acompanhamento do HTP
Professor responsável pelo próprio registro individual de HTP
Cronograma:
Diariamente
Avaliação:
Observação da atuação docente nos momentos de HTP e autoavaliação, tendo
como referencia o PPP.
42
3.4 Auxiliar de Educação
Caracterização
Nome Situação Funcional
Escolaridade Tempo na PMSBC
Tempo na Escola
Patrícia Carenzio Costa Estatutário Superior completo-Marketing
09/2016 09/2016
Danilo Oliveira Estatutário Superior- Pedagogia
04/2007 2017
Justificativa:
Partindo do princípio de que “todos os adultos que participam da escola são
educadores”, o auxiliar em educação tem um papel fundamental que engloba o
cuidar e o educar. Para tanto, faz-se necessário a formação em serviço, visto que
não possui exigência acadêmica como pré-requisito e também não possui em sua
jornada, hora de trabalho pedagógico.
Consideramos que alguns conteúdos da formação com as professoras serão
abordados pontualmente com os auxiliares em educação, justamente para
instrumentalizá-los a atuar de acordo com os princípios e diretrizes que embasam o
nosso PPP.
Objetivo:
Aprofundar o conhecimento sobre a concepção de criança, educador para
qualificar as ações educativas.
Ações Propostas:
Levantamento das expectativas de aprendizagens e saberes dos professores;
Socialização do plano de formação, estabelecendo contrato didático entre a
equipe de auxiliares;
Participação nas Reuniões Pedagógicas;
Pesquisa sobre Autismo;
Atendimento considerando as especificidades das crianças
acompanhadas/turma, mensalmente;
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Estudo sobre o desenvolvimento das regularidades das crianças de 3 a 6 anos;
Paticipação de encontros com a EOT para estudo de caso e ou orientação
quanto ao acompanhamento das crianças com NEE;
Avaliação:
Observar se há envolvimento nas propostas: participação nas discussões e
entrega de registros;
Observação da prática e de possíveis mudanças nas ações educativas do
auxiliar em educação;
Ao final de cada semestre será proposta uma avaliação e autoavaiação a ser
realizada pelos auxiliares, considerando os diferentes aspectos: Os objetivos foram
atingidos? A Coordenação pedagógica contribuiu com a formação proposta no plano
de formação? Quais foram as suas aprendizagens e dificuldades?
Observação: Todas as avaliações, tarefas e outros instrumentos irão compor o
portfólio do auxiliar.
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3.5 Funcionários
Caracterização
Os funcionários desta Unidade Escolar consistem em 05 auxiliares de limpeza,
2 oficiais de escola, 2 cozinheiras (Convida) e uma auxiliar em educação
readaptada.
Plano de Formação dos Funcionários:
Justificativa:
Com o objetivo de qualificar o trabalho dos funcionários de acordo com a
função que cada um exerce nos diferentes segmentos e tendo a necessidade de
constituir o seu papel atrelado à função educativa no ambiente escolar, pretendemos
ao longo do ano, realizar encontros mensais com cada segmento, para reorganizar a
rotina, levantar as especificidades, enfatizando a relevância de cada um, como
corresponsáveis pelo trabalho realizado na escola.
Objetivos:
Reorganizar a rotina de acordo com as necessidades das crianças;
Construção do papel dos funcionários dentro do contexto escolar com foco na
ação educativa;
Oportunizar momentos de discussão e tematização de prática;
Eleger um funcionário para participar diretamente das reuniões de Conselho de
Escola e APM, com o objetivo de multiplicar as informações com o segmento e
ou levar demandas para as reuniões;
Discutir possíveis intervenções e procedimentos na relação com as crianças,
tendo como principio, o respeito a diversidade e as características das diferentes
faixas etárias atendidas. Exemplo: Quando uma criança da turma do Infantil III
vai ao banheiro sozinha e precisa de ajuda ou quando uma criança está
transitando sozinha pela escola, sem a presença da professora, como proceder?
Ações propostas:
Participação em Reuniões Pedagógicas;
Reuniões mensais com cada segmento;
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Entrega do calendário mensal com os agendamentos das atividades relevantes
que irão ocorrer ao longo do mês;
Participação de um funcionário, como representante, nas Reuniões de APM e
Conselho de Escola;
Responsável:
Trio Gestor
Cronograma:
Reuniões Pedagógicas e encontros mensais
Avaliação do Plano de Formação
Ocorrerá no decorrer do ano letivo através da observação da relação
funcionário/criança, da auto avaliação sobre a postura profissional e desempenho de
suas funções.
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4. CONSELHO DE ESCOLA E ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES -
APM
Gestão Democrática
A Gestão democrática é um princípio constitucional previsto e contemplado
na Lei de Diretrizes e Bases 9394/96. Entende-se que em uma escola democrática
a participação da comunidade escolar (crianças, pais/responsáveis professores e
funcionários) é indispensável, pois as decisões e tarefas são compartilhadas. A
participação é um processo de aprendizagem, demanda espaço, tempo, esforço e
deve ser desenvolvida de modo coletivo.
A representatividade dos órgãos colegiados, APM e Conselho de Escola
se faz necessária na construção de uma escola verdadeiramente democrática e no
desenvolvimento de uma cidadania ativa, capaz de tornar os diversos segmentos da
escola sujeitos políticos coletivos, autores e atores da pratica educativa escolar.
Caracterização
O Conselho é uma das instâncias da gestão democrática. Composto por
representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar considera o critério
de paridade e proporcionalidade. Tem como atribuição discutir e deliberar sobre
questões político-pedagógicas, administrativas e financeiras no âmbito da escola.
Representa assim, um lugar de participação e decisão, um espaço de discussão,
negociação e encaminhamento das demandas educacionais, garantindo a
elaboração de normas internas sobre a organização e o funcionamento geral da
escola, contribuindo decisivamente para o processo de construção da cidadania. É
responsável pelo estabelecimento de diretrizes e metas, além de outras ações
relativas ao Projeto Político Pedagógico. O Conselho deve assegurar, junto ao Poder
Público, condições necessárias para um bom desempenho da Unidade Escolar,
professores e funcionários qualificados, propondo ações:
a) Consultivas: quando tem um caráter de assessoramento analisando as
questões encaminhadas pelos diversos segmentos e apresentando sugestões.
b) Fiscais: avaliam as ações pedagógicas, administrativas e financeiras.
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c) Mobilizadores: quando promovem a participação, de forma integrada dos
segmentos representativos da escola.
Fazem parte do Conselho:
A direção da escola, os pais, professores, funcionários, comunidade local;
As decisões têm validade apenas quando tomadas coletivamente e não apenas
por um membro;
O Diretor (membro nato do Conselho) pode atuar como Coordenador na
execução das deliberações do Conselho Escolar e também como articulador nas
diversas questões;
Os suplentes podem estar presentes em todas as reuniões, mas apenas com
direito a voz, se o membro efetivo estiver presente.
APM (Associação de Pais e Mestres)
A APM é um órgão jurídico, de direito privado, criado para ser um instrumento
facilitador da gestão democrática, viabilizando maior participação da comunidade e
consequentemente na tomada de decisões que dizem respeito ao funcionamento da
escola nas áreas administrativas, Pedagógica e Financeira. A APM é constituída por
pais, professores e diretor.
Composição do Conselho de Escola -2017/2018
Nome Segmento Função Mandato Andréia Aparecida Viana Araújo Diretora Membro Nato 01/04/17 a 31/03/18 Viviane Sampaio de Souza C.P Coordenador 01/04/17 a 31/03/18 Valeria Fiuza Bispo Professora 1ª Secretária 01/04/17 a 31/03/18 Leni Alves Meirellis Funcionária Membro 01/04/17 a 31/03/18 Iracema Ap. da Silva Mãe Membro 01/04/17a 31/03/18 Nilza Januário Barros Ferreira Mãe Membro 01/04/17 a 31/03/18 Jucineide Lustosa da Silva dos Reis Mãe Membro 01/04/17 a 31/03/18 Ludimila Pucci Gomes Pereira Mãe Membro 01/04/17 a 31/03/18 Marlene Pelegrino M. Lima PAD Suplente 01/04/17 a 31/03/18 Patricia Carenzio Costa Funcionária Suplente 01/04/17 a 31/03/18 Patricia Farias Professora Suplente 01/04/17 a 31/03/18 Vanderley Viana Santos Pai Suplente 01/04/17 a 31/03/18 Clarice Souza Santos Mãe Suplente 01/04/17 a 31/03/18 Larissa Rocha Monteiro Mãe Suplente 01/04/17 a 31/03/18
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Composição da APM -2017/2018
CONSELHO DELIBERATIVO
NOME CARGO CATEGORIA
Lucimara Aparecida Kaufmann arabe Presidente Pai ou mãe de aluno
Micleane Pereira Crispin Viana 1º Secretário(a) Professor
Larissa Rocha Monteiro 2º Secretário(a) Pai ou mãe de aluno
Viviane Cristina Clemnetino da Silva Membro Pai ou mãe de aluno
Andréia Aparecida Viana Araujo Membro Diretor da escola
DIRETORIA EXECUTIVA
NOME CARGO CATEGORIA
Francisca da Silva Bezerra Diretor(a) Executivo(a) Pai ou mãe de aluno
Patricia Huttenlocher Cardoso Vice-Diretor(a) Executivo(a)
Pai ou mãe de aluno
Luana Cristina Marques Alves de Lira 1º Tesoureiro(a) Pai ou mãe de aluno
Vanderley Viana Santos 2º Tesoureira(a) Pai ou mãe de
aluno
Rosangela da Conceição Guerra 1º Secretário(a) Professor
Vanessa Lucia da Silva Alves 2º Secretário(a) Professor
CONSELHO FISCAL
NOME CARGO CATEGORIA
Clarice Souza Santos Presidente Pai ou mãe de aluno
Elisabete Barbosa Oliveira Membro Professor
Nilza Januário de Barros Ferreira Membro Pai ou mãe de aluno
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Plano de Ação do Conselho de Escola e APM
Avaliação
Ocorrerá durante as reuniões mensais, através da observação da participação
dos membros nas tomadas de decisões, dos relatos trazidos pelos mesmos sobre a
rotina escolar (sugestões, críticas e opiniões).
Objetivos Gerais e específicos
Ações propostas (metodológica)
Respon sáveis
Crono grama
Objetivos Gerais: a) Fortalecer a gestão democrática e participativa na
unidade escolar, representando as aspirações da comunidade;
b) Estimular a participação corresponsável de funcionários, professores e comunidade;
c) Estabelecer parcerias com a comunidade; d) Buscar a integração dos diferentes segmentos que
compõem os órgãos colegiados: APM e Conselho de Escola;
e) Sensibilizar a comunidade quanto ao uso responsável do espaço escolar fora do horário normal de aula.
f) Participar conjuntamente à equipe escolar na consecução de seus objetivos educacionais;
g) Representar, junto à direção do estabelecimento, as aspirações da comunidade, constituída de pais, educandos e professores;
h) Acompanhar, observar e colaborar nas atividades escolares respeitadas os regulamentos da Unidade de Ensino/Secretaria de Educação. Objetivos específicos:
a) Discutir a importância dos órgãos colegiados numa gestão democrática e participativa;
b) Fortalecer-se como instancia de discussões e busca de alternativas;
c) Embasar as relações nos âmbitos escolar/comunidade dentro dos princípios democráticos;
d) Buscar a conscientização da comunidade quanto à importância de sua participação nas tomadas de decisão;
e) Gerir e administrar os recursos financeiros de Acordo com as prioridades elencadas; f) Atuar em projetos da escola buscando a articulação
com a SE; g) Zelar pelo espaço público.
Reuniões mensais ou de acordo com as necessidades da escola; Sábados letivos Discussões dos projetos; Formação: - Reflexão dos Parâmetros Norteadores da Rede Municipal de São Bernardo do Campo. -Conselho Mirim - 1º Encontro dos Membros da APM e Conselho de Escola de anos anteriores.
Direção e represen tantes do Conselho de Escola e APM.
1º e 2º Semestre de 2017
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5. ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
PEDAGÓGICO
5.1 Objetivos
Lei 9.394, de 20/12/96 – Lei de Diretrizes e Bases.
Lei 11.274 de 06/02/2006 que altera a LDB com os artigos:
Art. 3° que altera a redação do art. 32 as Seção lll do ensino Fundamental;
Art. 5° que estabelece: “Os municípios, Os Estados e o Distrito Federal, terão prazo
até 2010 para implementar a obrigatoriedade para o Ensino Fundamental disposto
no art. 3° desta lei e a abrangência da pré- escola de que trata o art. 2° desta lei.”.
Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009
Objetivo da Educação Básica
- LDB: Título V – Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino
Capitulo ll
Seção l
Das Disposições Gerais
“Art. 22°. A Educação básica tem por finalidades desenvolver o educando,
assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.”
Seção ll
Da Educação Infantil
“Art. 29°”. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como
finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade ( ou zero a
cinco, na medida em que as crianças de seis anos ingressem no Ensino
Fundamental ), em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social,
complementando a ação da família e da comunidade.”
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5.2. Levantamento de objetivos gerais e específicos
Formar cidadãos críticos e éticos, priorizando uma educação de qualidade,
educando para a igualdade social, a justiça e a autonomia, respeitando a
diversidade e possibilitando que toda a equipe aprenda a buscar os
conhecimentos acumulados pela humanidade, reconstruindo-os, reelaborando-os
e, consequentemente, transformando-os, produzindo novos conhecimentos;
Valorizar as experiências pessoais e a partir delas, ampliar conhecimentos,
desenvolvendo a autonomia intelectual nessa construção (em todos os
segmentos: professores, pessoal de apoio, alunos, famílias);
Contribuir para a formação de cidadãos críticos, solidários, participativos,
criativos, autônomos, dinâmicos, expressivos na manifestação de suas ideias,
sentimentos e afetos. Buscando que este se perceba como agente no processo
de construção do conhecimento e de transformador das relações entre homem,
sociedade e meio (todos os segmentos);
Subsidiar o trabalho dos professores, buscando atender as necessidades
formativas dos mesmos, com vista na melhoria do processo educativo;
Estimular o pensamento reflexivo sobre valores e normas que regem as condutas
humanas com base na seguinte pergunta: como devo agir perante o outro?
Trata-se de uma pergunta fácil de ser formulada mais difícil de ser respondida.
Todo o grupo escola estará envolvido buscando sempre uma mudança de
comportamento na convivência com o outro, consigo mesmo e com a natureza.
A escola se organizará de forma que os educandos construam as
seguintes capacidades (proposta curricular):
Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas, reelaborando
significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações entre os seres
humanos;
Ampliar os conhecimentos sobre o seu próprio corpo, suas possibilidades de
atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado com a
saúde e bem estar;
Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas capacidades,
atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações cotidianas;
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Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de valores e
princípios, demonstrando respeito e valorizando a diversidade;
Construir e ampliar relações sociais, aprendendo a articular seus interesses e
pontos de vista com os demais, respeitando as diferenças e desenvolvendo
atitudes cooperativas;
Valorizar e desenvolver atitudes de preservação do meio ambiente,
reconhecendo-se como integrante, dependente e agente transformador do
mesmo;
Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas diferentes
linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita), utilizando-as para
expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e desejos, ampliando sua
rede de significações;
Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando sua
curiosidade frente ao objeto de conhecimento.
5.3 Concepção pedagógica
A concepção pedagógica que embasa o trabalho realizado na escola é
sócio-construtivista-interacionista, tem como base as teorias da construção do
conhecimento desenvolvidas pelos teóricos: Piaget, Vygotsky e Wallon.
Wallon: Henri Wallon nasceu na França formado em Filosofia e Medicina.
Atuou como médico, atendendo crianças com distúrbios neurológicos. Tornou-se
professor e desenvolveu diversas teorias, sempre enfocando a origem do caráter
infantil. Em sua busca para compreender o desenvolvimento infantil Wallon recorreu
a dados provenientes de vários campos de conhecimento: Neurologia,
Psicopatologia, Antropologia e a Psicologia. Apoiado no materialismo histórico
dialético, o autor construiu uma teoria sobre o desenvolvimento humano integrando
e entrelaçando o desenvolvimento motor, afetivo e intelectual. Wallon afirma que a
criança reage de forma diferente a cada um dos contextos em que está inserida,
constituindo- como um ser social. Quanto maior a troca a diversidade de trocas com
o ambiente , maior a possibilidade de aprendizagem e desenvolvimento. Pela
perspectiva walloniana, o desenvolvimento infantil é um processo pontuado de
conflitos, tanto de origem externa quanto de origem interna. Há uma sucessão de
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fases com predominância alternadamente afetiva e cognitiva. Sendo
respectivamente ênfase para a construção do “eu” e para o conhecimento do mundo
físico. O movimento é a base de sustentação da atividade mental, pois por meio dele
a criança expressa sua compreensão do mundo.
Piaget: Jean Piaget: nasceu na Suiça, biólogo de formação, estudou Filosofia e
doutorou-se em Ciências Naturais. Sua teoria denominada Epistemologia Genética
foi elaborada a partir de seus estudos sobre o desenvolvimento da inteligência e
construção do pensamento. Suas pesquisas basearam-se na observação de muitas
crianças através do método clinico, que incluía também diálogos e entrevistas com
as crianças. Piaget aborda a inteligência como algo dinâmico, que decorre da
construção de estruturas de pensamento. Para ele, o desenvolvimento da
inteligência é explicado pela relação entre sujeito e objeto. O desenvolvimento da
inteligência se dá, então num processo em que fatores biológicos, sociais e
ambientais interagem entre si. Na medida em que se desenvolve, a criança vai
construindo esquemas de ação, no inicio motoras e depois simbólicas e logico-
formais, o que vai ampliando e complexificando a natureza do contato que pode
estabelecer com o meio, com os objetos, com as pessoas, com o conhecimento.
Aqui a criança é concebida como um ser dinâmico que, a todo momento, interage
com a realidade, operando ativamente com os objetos e pessoas, constituindo-se
desta forma, como construtora de conhecimentos. Atuar em consonância às
contribuições de Piaget significa assumir uma prática reflexiva, que reconheça a
criança como ser ativo, ou seja, que constrói conhecimento a partir das interações
que estabelece com os objetos, o meio, e, principalmente, com as pessoas, adultos
e crianças.
Vygotsky: Lev Semenovich Vygotsky russo, graduou-se em Direito, dedicando-
se posteriormente, ao magistério, aprofundando suas pesquisas no campo da
Psicologia, enveredando também, para o campo da educação de pessoas com
necessidades especiais. O foco de suas pesquisas, (com referencias no
materialismo histórico dialético) foi o desenvolvimento do individuo e da espécie
humana como resultado do processo sócio histórico.Vygotsky afirma que tanto a
historia da espécie humana quanto a vida de cada individuo são marcadas por saltos
qualitativos que conduzem as transformações nos sistemas sociais e psíquicos do
homem, ou seja, que existe uma relação de interdependência entre as necessidades
sociais que levam a novas formas de atividade e organização social e a produção de
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novas estruturas psíquicas. Isso levou a espécie humana a ser regida, por meio da
produção de objetos sócio-culturais e da linguagem, a libertar-se das determinações
orgânicas e a ser regida pelas leis sócio-históricas. O homem, por sua vez, pode
superar as limitações biológicas ampliando a capacidade de significação do mundo
por meio do uso de linguagens e dos sistemas simbólicos. Sua teoria dá grande
ênfase à cultura do desenvolvimento humano, assim como no desenvolvimento de
cada individuo; e pode-se afirmar que diferentes culturas produzem modos
diferentes de funcionamento psicológico. A partir dessa perspectiva, deve-se
compreender uma das ideias centrais de seus estudos: o conceito da mediação.
Enquanto sujeito de conhecimento, o homem não tem acesso direto aos objetos,
mas sim por meio de recortes do real, operados pelos sistemas simbólicos de que
dispõe. Há dois sistemas básicos de mediação: os instrumentos e os signos. Os
instrumentos são objetos construídos pelo homem com vistas a ampliar suas
possibilidades de transformação da natureza, e que diferentemente do que podem
fazer os animais, os guardam para uso futuro e os transmitem à outras gerações. O
instrumento “ carrega consigo, portanto, a função para a qual foi criado e o modo de
utilização desenvolvido durante a história do trabalho coletivo” ( Oliveira, 1997,p.29).
Signo, exclusivamente humano, refere-se as representações mentais que
substituem os objetos do mundo real. Age como um instrumento da atividade
psicológica de maneira análoga, semelhante ao papel de um instrumento. Utilizar um
barbante no dedo para não esquecer um encontro, anotar na agenda para não
esquecer uma reunião, consultar um atlas para localizar um país são exemplos da
utilização dos signos que ampliam a capacidade de memória, de atenção, tornando
as formas de pensamento mais complexas. ( Rego,1994,p.52 ).
A linguagem é um signo fundamental por ser uma importante via de
transmissão de conhecimento às novas gerações. Por meio dela cada individuo
pode apropriar-se do conhecimento acumulado pela humanidade, partindo da cultura
já construída. A brincadeira funciona como grande fonte de aprendizagem, pois nela
a criança desempenha aquilo que não pode desempenhar em termos reais. Sua
teoria aponta a necessidade de historicizar os fenômenos que se deseja
compreender, assim pensar a escola é considerar como ela tem se constituído e
qual rumo tem tomado.
Importante lembrar que a Educação ocorre em diferentes lugares (educação
informal): família, igrejas, clubes, etc. Mas, é na escola que lidamos com a educação
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formal, sistemática e intencional (conhecimentos acumulados pela humanidade),
cujo objetivo básico é desenvolvimento de sujeitos críticos e autônomos, capazes de
decidir, opinar, refletir e conviver. A criança é um ser único que vive determinado
período histórico, tem uma história de vida e uma série de conhecimentos já
construídos, levanta suas hipóteses a respeito do mundo e dos assuntos que a
cerca. Faz história, reelabora o conhecimento, a partir das relações que faz com o
que já sabe. É um ser por natureza lúdico, e muitas vezes, é brincando que
consegue elaborar os conhecimentos de uma forma significativa. Dentro dessa
concepção buscamos um profissional pesquisador, reflexivo, aberto à colaboração
dos formadores e colegas, que saiba conviver, cooperar, acolher e trabalhar em
equipe.
São norteadores de nosso trabalho:
A busca da construção da afetividade no grupo, promovendo a socialização e a
construção de vínculo entre as crianças, o educador e demais adultos da escola;
Conscientização da comunidade, orientando os pais e responsáveis para a
educação baseada no atendimento à diversidade;
Conscientização da importância do apoio de toda equipe, pois o aluno é
responsabilidade de todos os envolvidos nesse processo;
Articulação do trabalho com diferentes profissionais (Fonoaudióloga, Psicóloga,
Pisioterapeuta, Professora do AEE, Orientadora Pedagógica, Terapeuta
Ocupacional e Assistente Social) e acolhimento de todas as crianças, numa
atitude de respeito e com clareza de que todas são capazes de aprender,
considerando as suas possibilidades;
Potencialização dos saberes das crianças.
5.4 Qualidade da Educação
Busca-se uma educação que considere a criança como sujeito de direitos e
que se desenvolve nas múltiplas interações que vai experimentando socialmente.
Um ser histórico que deve ser respeitado como único e capaz de avançar nos
seus conhecimentos. “Educar é construir a humanidade. Ninguém nasce humano,
torna-se humano por um processo educativo”.
Pensar na qualidade da educação traz a necessidade de considerar as
condições objetivas para que isso se dê: verbas suficientes, instalações adequadas,
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salários dignos, condições materiais e estruturais de trabalho, além da formação e
instrumentalização do professor.
Melhorar a qualidade da educação implica melhorar os processos de ensino e
aprendizagem que ocorrem nos espaços escolares e também as relações existentes
dentro da escola.
5.5 Autonomia
Buscamos autonomia nas seguintes dimensões:
Autonomia do educando: que a criança aprenda a buscar e construir
conhecimento e consiga tomar decisões, fazer escolhas e argumentar acerca de
seus interesses.
Autonomia pedagógica: participação do professor na construção e execução do
PPP da escola e na adequação deste à realidade concreta onde está inserido.
Autonomia administrativa: administração de recursos materiais, humanos e
financeiros.
Valorização do profissional da educação
Garantir a formação continuada dos profissionais da educação.
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6. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS E CONTEÚDOS POR ÁREA
DE CONHECIMENTO
6.1 Língua Portuguesa
6.1.1 Linguagem Oral
Infantil IV – Professora Valéria: Roda de conversa
A linguagem oral ocupa um importantíssimo papel no desenvolvimento da
criança, pois possibilita comunicar ideias, pensamentos e intenções de diversas
naturezas. Sendo a comunicação um produto funcional da necessidade humana
de expressão, serve para transformação dos interlocutores e da realidade que os
rodeia.
Pensar o trabalho com oralidade na educação infantil pressupõe olhar toda rotina
planejada e reconhecer os ricos momentos onde ela é desenvolvida. Conversar com as
crianças e propiciar conversas entre elas, é a tônica deste trabalho. Todos os momentos
podem ser aproveitados para que as crianças falem, expressem seus desejos,
sentimentos, contem experiências, argumentem suas razões, interagindo com o outro.
Porém, além das situações espontâneas, devem também haver situações
intencionalmente planejadas, com o objetivo que a criança organize o seu pensamento,
falando de forma cada vez mais elaborada.
(Proposta Curricular da Educação Infantil – vol. II).
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A fala evolui de uma fala exterior (discurso socializado) que tem a função
emocional e comunicativa, para uma fala egocêntrica (acompanha a ação e é dirigida ao
próprio sujeito) e desta para o discurso interior, no qual a fala passa a ter a função
planejadora. Precede a ação. Esta “visão do futuro” permite que a criança realize
operações psicológicas bem mais complexas. Passa a poder prever, comparar, deduzir,
etc.
(Relação entre pensamento e Linguagem - Vygotsky ).
Segundo Claire Blanche-Benviniste, em seu texto “Língua oral, gêneros e
Paródias”, há duas categorias do trabalho com a comunicação oral: situações
espontâneas (conversas cotidianas) e as situações planejadas (situações
formais; requer uma organização do pensamento, uma preparação prévia).
A avaliação das competências lingüísticas do aluno só é possível nas
situações planejadas, pois são estas que permitem o acesso às formas de
competências mais amplas, mais diversificadas e normativas da língua. Esta
avaliação pode se dar em diversas situações: reconto de histórias, entrevistas,
imitação de características de certos “gêneros de discurso” (como se fala em
determinada situação), situações de paródia (falar como o outro: jornalista,
locutor, apresentador, médico, professor, personagens de histórias,
etc.),discursos públicos, narrativos, argumentativos, ou seja, é indispensável criar
situações-problema nas quais o professor possa observar como as crianças se
apropriam das particularidades da língua. As situações espontâneas só permitem
avaliação de aspectos psicológicos do aluno e a facilidade com que tomam a
palavra espontaneamente.
As situações planejadas podem ser: situações pouco rentáveis, nas quais
não há intencionalidade educativa, nem precisão dos resultados que se deseja
alcançar (o adulto acaba falando muito mais que a criança para motivar, orientar
ou organizar a fala da mesma. Normalmente a criança produz cerca de três
frases com tempos verbais pouco construídos); e as situações rentáveis, nas
quais há objetivos definidos, clara intencionalidade educativa: preparação para
que os educandos dquiram informações necessárias sobre o assunto. As
crianças que têm mais dificuldade em se colocar recebem tarefas muito definidas,
apoio e um tempo maior para se prepararem e o professor observa se os alunos
conseguiram se apropriar dos modelos propostos e a fluidez do discurso. Os dois
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momentos são importantes e podem ser intercalados neste trabalho com a
oralidade.
A preparação do discurso e a familiaridade com o registro em gravador
podem influir muito sobre a facilidade de palavra do aluno.
Nas situações de paródias as crianças podem assumir papéis sociais que
“pedem” diferentes gêneros discursivos, ou seja, diferentes jeitos de falar. Não só
falar como, mas também se portar como... Buscam palavras adequadas, usam
vocabulários diferentes e reproduzem detalhes de expressões gramaticais.
Portanto, eleger a linguagem oral como conteúdo exige o planejamento de
ações pedagógicas com objetivos definidos. As crianças precisam vivenciar
experiências diversificadas e ricas envolvendo os diversos usos possíveis da
linguagem oral, situações de comunicação que exijam diferentes graus de
formalidades (RCN).
Objetivos:
Utilizar a linguagem como instrumento para ter acesso à informações;
Desenvolver suas possibilidades de organização de ideias e comunicação;
Ampliar as possibilidades de argumentação, narração e interlocução de fatos;
Expor suas ideias e impressões em relação a um tema proposto;
Utilizar a linguagem oral para expressar seus sentimentos, experiências,
necessidades, desejos, ideias e impressões;
Descrever lugares, pessoas e objetos;
Reproduzir e recontar textos narrativos e de tradição oral, tais como: trava-
línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas, canções, contos, notícias;
Produzir oralmente textos sabendo adequar as intenções e situações
comunicativas;
Fazer exposições orais com ajuda do educador ou outra criança;
Conteúdos:
Participação em situações que envolvem a necessidade de explicar e
argumentar suas ideias, pontos de vista, impressões, etc.;
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Adequação do discurso oral de acordo com as várias situações
comunicativas;
Reconto de histórias conhecidas, com aproximação às características do
gênero;
Reprodução de textos de tradição oral e jogos verbais como: trava-língua
(desafios vocais), adivinhas, parlendas, canções, poesias, etc.;
Relato de experiências vividas e narração de fatos em seqüência temporal e
causal;
Respeito diante da colocação de outras pessoas tanto no que se refere às
idéias quanto ao modo de falar;
Descrição de lugares, pessoas e objetos;
Utilização da linguagem como instrumento para ter acesso a informações
Elaboração de perguntas e respostas.
Orientações didáticas:
Escutar atentamente o que a criança fala, significando as diferentes formas de
expressão, ajudando a criança a organizar o seu pensamento;
O professor deve fazer perguntas abertas que possibilitem diferentes
respostas e ajudar com perguntas com duas ou mais alternativas,
favorecendo a expressão da criança e a possibilidade de continuidade do
diálogo, para que haja uma situação real de interlocução;
Respeitar as variantes linguísticas, procurar entendê-las e dar o modelo de
fala utilizada no contexto social, para que o aluno amplie seus recursos
expressivos;
Acompanhar os processos singulares da construção da linguagem de cada
criança. Nesse aspecto o registro é um grande aliado do professor, e é essa
observação e registro que vai nortear as futuras intervenções;
Elaborar juntamente com a sala roteiro de perguntas quando no trabalho com
entrevistas;
Tematização de temas sociais, notícias, casos que as sensibilize, propor
debates possibilitando espaço para as crianças exponham suas opiniões;
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Propor discussões entre as próprias crianças com temas polêmicos ou
conflitos que apareçam no grupo, deixando a decisão para o mesmo. O
professor vai mediando a troca de informação e qualificando a comunicação,
deixando que a criança fale o seu ponto de vista, ouça o colega e busquem
juntos uma solução;
Ir construindo, gradativamente, com os alunos, regras de convívio de acordo
com as necessidades que aparecerem no dia a dia;
Aproveitar situações emergenciais (problemas que surjam em sala de aula, na
comunidade, na cidade, no país ou no mundo) e propor soluções em grupo;
Respeitar as opiniões das crianças gerando autoconfiança para que se sintam
valorizadas;
Possibilitar espaços para que as crianças recontem histórias de diferentes
tipos com suporte visual ou não para que ampliem seu repertório lingüístico e
organizem o pensamento;
Utilizar diferentes materiais tais como: gravador, filmadora, vídeo cassete,
para analisar diferentes formas de contar histórias;
Utilizar diferentes instrumentos de apoio para o conto de histórias (fantoche,
varetas, livros, etc.), e também dispor estes instrumentos para o manuseio
das próprias crianças;
Propor atividades de dramatização, brincadeira simbólica, fantoche, nas quais
as crianças se expressam oralmente;
Propor situações de paródias, nas quais o aluno tem que se portar como outra
pessoa (jornalista, personagem de histórias, vendedor, etc.), em uma
determinada situação, produzindo assim, discursos que não produziria
normalmente em intercâmbio comum e modificando a atitude enunciativa, a
pronúncia e o vocabulário de acordo com cada situação, ampliando as
possibilidades de comunicação;
Planejar atividades que possibilitem os alunos refletirem sobre como se
expressar dentro de cada situação comunicativa;
Promover jogos orais como parlendas, adivinhas, trava-línguas, etc.;
Propor situações de participação às quais as crianças possam levar recados,
pedir informações, buscar material, etc.;
62
Propor situações de apresentação oral ao público, respeitando o gênero do
discurso;
Na roda de conversa o professor deve ter claro o objetivo que se quer
alcançar (ampliar capacidade de formulação de perguntas e respostas,
organização do pensamento, argumentação, etc.). Este momento tanto pode
ser utilizado para desenvolver jogos orais, discussão de vários assuntos ou
também, podem ser livre (deixar assunto fluir de acordo com o interesse das
crianças). É interessante que esses momentos sejam intercalados, garantindo
o interesse dos alunos.
Quanto menor a criança, maior a necessidade de atenção e intervenção do
professor para a construção do diálogo. O professor deve considerar o
pensamento sincrético da criança pequena e procurar entender o que ela quer
dizer e contextualizar sua fala para fazer ligação com o que está sendo
discutido;
Sugestões de Atividades de jogos orais:
Jogo da Berlinda - é uma atividade onde uma das crianças da sala é
escolhida e entrevistada pelas demais. Algumas regras fazem parte deste
jogo: não se deve falar ao mesmo tempo, as perguntas não podem ser
repetidas, para tanto todos precisam estar atentos;
Planejamento da rotina – é um momento importante de organização do
trabalho, distribuição de tarefas, explicitação de regras, etc.
Utilizar gravador, fitas de vídeo, filmadora para analisar junto com crianças
diferentes formas de produção oral (noticiário gravado, entrevistas, contos,
descrições, conversas ao telefone tentando descobrir o que o outro falou,
situações de compra e venda etc.);
“Se eu fosse” – é um jogo onde as crianças devem se transportar para um
mundo imaginário e criativamente falar das características do personagem
que assumiu;
“Eu gosto, eu não gosto”, Por quê? – jogo onde as crianças deverão emitir
opiniões próprias e argumentá-las;
63
Dia da Notícia - o professor ou aluno neste dia trazem uma notícia escrita ou
gravada para a roda e o grupo comentará sobre ela;
Caixa Surpresa – o professor esconde algum objeto em uma caixa e as
crianças deverão fazer perguntas que as leve a descobrir o seu conteúdo.
Entrevistas diversas – sequência do jogo da berlinda, mas as pessoas
entrevistadas não fazem parte do grupo, são profissionais, parentes das
crianças, funcionários da escola, etc. As perguntas devem ser previamente
elaboradas pelo grupo;
Temas Sociais: o professor pode provocar uma reflexão através de notícias,
comentários e levar as crianças a emitirem opiniões criando assim um debate;
Relato de Acontecimentos: muitas vezes as crianças chegam ansiosas para
contar algo para o professor. É importante possibilitar esse momento ao
grupo.
Adivinhe quem é? – Uma criança deve descrever um personagem, um amigo
da sala, etc. e os demais colegas descobrir de quem ele está falando;
Você decide – é uma interessante atividade para trabalharmos com questões
polêmicas onde os alunos deverão decidir qual caminho determinado
personagem deverá tomar sempre dentro de princípios éticos e morais.
Exemplo: o professor conta uma história- “Havia uma mulher idosa muito
doente, no hospital foi medicada e o médico receitou um remédio caríssimo
que ela deveria tomar por um longo tempo”. Seu filho não tinha o dinheiro
para comprar o remédio, mas ao adentrar na farmácia encontra o remédio
sobre o balcão e o atendente não estava por ali. O que deve fazer o rapaz?
Pegar o remédio ou não? As crianças deverão decidir pelo rapaz
argumentando suas idéias ou arranjando outras soluções;
Painel de fotos – uma criança deverá trazer uma foto sua e relatar o que
estava acontecendo no momento da foto e porque escolheu aquela fotografia;
Rádio, análise de diferentes programas de rádio, comparando com a
televisão, observando semelhanças e diferenças;
Retrato falado – do pai, da mãe, de uma pessoa que gosta muito
(características);
Ursinho de pelúcia – (ou fantoche) - cada criança que vai recebendo o
ursinho falará com ele ao invés de falar com a classe, facilitando para aqueles
que têm vergonha de se colocar;
64
Objeto de estimação - trazer um objeto querido e explicar para classe porque
escolheu;
Telefone - conversar com as crianças por meio de um aparelho de telefone
(facilitar a comunicação);
Música – apresentar uma música preferida para os alunos e dizer por que
gosta dela; possibilitar que as crianças também tragam;
Situação problema – o professor traz para um problema e cada um se coloca
na situação e busca uma forma de solucionar o problema (exemplo: você foi
fazer compra com a sua mãe e se perdeu no mercado. O que faria?);
Gravador - gravar a conversa na roda e depois escutar e discutir com o grupo
(inclusive sobre os procedimentos – falar um de cada vez...);
Figura ou obra disparadora de conversa - mostrar uma figura para sala e
discutir sobre a mesma;
Fui à lua e levei... - falar o nome do amigo e acrescentar o seu, o próximo
deve falar os dois nomes e acrescentar o dele e assim por diante. Os últimos
acabam por falar o nome de quase todos ou todos os amigos (tipo jogo da
memória);
Fui viajar e levei - cada criança deve escolher alguma coisa para levar, mas
só poderá embarcar aqueles que escolherem os objetos de acordo com um
critério pré determinado. Quem conseguir descobrir qual é o critério é que vai
optar pelo objeto certo e consequentemente viajará;
Jogo da memória oral – é uma atividade muito interessante de associação
de ideias. Inicia-se o jogo com o professor falando uma palavra qualquer, o
aluno seguinte deverá falar outra palavra que tenha ou esteja associada a
aquela dita, assim consecutivamente. Quando chegar ao último aluno deve-se
fazer o caminho inverso lembrando as palavras que foram ditas. Exemplo:
Arroz, feijão, comida, fome, miséria, pobre, dinheiro, banco, cadeia, justiça. –
Falei justiça porque ele falou cadeia, eu falei cadeia porque ele falou ladrão,
eu ladrão porque ele falou dinheiro... Até chegar à primeira palavra;
65
O QUE OBSERVAR: (oralidade)
A criança participa, expõe suas ideias com clareza e confiança?
Respeita os procedimentos da roda: ouvir, esperar a sua vez de falar?
Participa das tomadas de decisão do grupo?
Argumenta?
Demonstra atitudes solidárias, positivas e de respeito para com o grupo?
Elabora perguntas e respostas?
Participa de situações de paródias, de reconto, exposições?
66
6.1.2 Escrita
Considerando a aprendizagem da escrita e da leitura em uma concepção
construtivista, utilizamos o termo alfabetização em um conceito mais amplo, por
acreditar que aprendizagem do sistema alfabético e o seu uso são simultâneos
(não havendo assim, separação entre alfabetização e letramento). Salientamos
que serão vivenciadas com às crianças práticas de comunicação e expressão
em sua língua nas diferentes situações sociais dentro de contextos reais e
significativos para elas. O trabalho para o desenvolvimento da escrita será
ofertado de acordo com o processo de aprendizagem da criança.
Hipóteses de escrita:
O que sabe uma criança com hipótese de escrita pré-silábica?
Diferencia a escrita do desenho, entendendo que esta é ordenada de forma linear
(normalmente a criança imita a escrita cursiva do adulto) e que as letras não
reproduzem a forma do objeto (as formas são arbitrárias: a palavra macaco, por
exemplo, em nada lembra a figura do macaco). Um entendimento que para a
criança é um grande passo.
Encaminhamentos para que avancem:
Aprender a escrever o próprio nome;
Conhecimento das letras;
Leituras diversas tanto feitas pelo professor como pelas próprias crianças;
Presenciar o professor escrevendo: agenda do dia, produção oral da turma,
bilhetes, recados, convites, etc.;
Leitura não convencional de textos memorizados;
Que se usam letras para escrever. Inicialmente elas se utilizam das letras do
próprio nome e a partir daí vai ampliando o seu repertório (por isso a
importância da aprendizagem da escrita do nome próprio e dos colegas nesse
processo de construção);
Estabelece quantidade mínima de letras: algo para estar escrito e poder ser
lido necessita de um mínimo de letras (normalmente de três a cinco). Esta
67
hipótese é um avanço, pois a criança começa a se preocupar com a
quantidade de letras de uma palavra, porém, quando avança para a hipótese
silábica, essa forma de pensar entra em conflito com essa nova hipótese. Por
isso é tão difícil para a criança que pensa dessa forma escrever monossílabo
ou se estabeleceu quantidade mínima de quatro letras, por exemplo, e precisa
escrever um trissílabo, mesmo estando com a hipótese silábica se recusa a
escrever com apenas três letras e acaba por acrescentar outra letra no final. O
professor percebe isso na leitura do aluno;
Preocupa-se com a variedade: não repetem na palavra letras iguais juntas,
mesmo tendo um repertório de letras muito pequeno, a criança consegue ter
esse cuidado;
Preocupa-se com o arranjo: além de pensar na estrutura da palavra, pensa
também em diferenciar uma palavra da outra: coisas diferentes devem ser
escritas de forma diferente;
Preocupa-se com a conservação: coisas iguais devem ser escritas de uma
mesma forma.
Encaminhamentos para que avancem:
A criança precisa perceber que a escrita representa a fala. Como?
Presenciar o professor escrevendo: agenda do dia, produção oral da turma,
bilhetes, recados, convites, etc.;
Leitura não convencional de textos memorizados: a criança precisa ajustar o
falado ao escrito e para isso o professor deve escolher textos que lhe “dêem
pistas” para este ajuste, para quando se perder na leitura, ter como se
encontrar com autonomia. Pode-se trabalhar também com a formação de
parcerias produtivas para realização desta leitura, para que os alunos que já
ajustam a leitura ajudar os que ainda não o fazem;
Leitura após a escrita.
O que sabe uma criança com hipóteses de escrita silábica?
Sem Valor Sonoro: descobriu a relação entre a escrita e a fala e passa a se
preocupar com a quantidade de letras da palavra. Inicialmente, essa
68
preocupação vai aparecer no momento da leitura (a criança vai ajustando a
quantidade e acaba sobrando letras que normalmente elas optam por apagar).
Encaminhamento para que avancem:
Saber o nome das letras do alfabeto vai ajudar a criança a pensar na
sonoridade da mesma na hora de escrever ou quando questionada na leitura.
Esse saber, vai ajudar muito o professor a fazer intervenções mais pontuais;
Ler imediatamente o que escreveu;
Observações sobre as regularidades da língua;
Agrupamentos produtivos;
Socialização de escritas.
Com Valor Sonoro: começa a preocupa-se com a qualidade das letras
escolhidas para escrever, buscando uma letra que tenha relação com a
sonoridade da sílaba.
Encaminhamentos para que avancem:
Intervenções planejadas e pontuais: o professor deve procurar intervenções
que provoquem novos conflitos, que causem desequilíbrios, pois nessa fase
as crianças costumam ficar muito seguras e convictas de seus saberes,
muitas vezes permanecendo nesta hipótese por muito tempo;
Agrupamentos produtivos;
Socialização de escritas.
Sugestão de intervenções:
Atividades que tragam o conflito de variedade à tona: como a criança que se
preocupa com a variedade não aceita escrever letras iguais juntas, estando
silábica com valor na vogal, vai entrar em conflito quando tiver que escrever
palavras como: arara, macaca, etc., sendo obrigada a pensar em nova
estratégia. Porém, se a criança ainda não estiver segura nas hipóteses este
desafio pode causar um bloqueio na sua aprendizagem. O professor deve
perceber o momento ideal para provocar o conflito;
69
Atividades que tragam o conflito de arranjos: já que coisas diferentes devem
ser escritas de forma diferente, e estando a criança silábica com valor na
vogal, vai entrar em conflito ao escrever, cavalo, macaco ou rato, gato, pato,
galo;
Planejar intervir em letras que dão indícios para a escrita, as chamadas
consoantes mágicas: B, D, G, P, Q, T, V, e Z. Estas letras acrescidas da vogal
“E” têm o som do nome da própria letra, facilitando assim, a intervenção do
professor. Exemplo: uma criança que escreve peteca assim: EEA, ao ser
questionada com que letra começa a palavra, pode mudar sua escrita ou
acrescentando o P ou mesmo substituindo o E pelo P (desde que conheça o
nome das letras). Depois de algumas intervenções como esta, a criança
começa a pensar também nas consoantes em suas escritas;
Para crianças com valor sonoro na consoante, a intervenção pode se dar
nas palavras que iniciam com vogal ou que tenham vogal intercalada
(exemplo: abelha- para questionar o início da palavra/ sanduíche- para
questionar o I intercalado);
Cruzadinha com e sem banco de dados;
Escrita com letras móveis, com a quantidade certa de letras para cada
palavra;
Fazer a criança refletir sobre a escrita do próprio nome;
Forca;
Boas parcerias: silábico com valor/silábico sem valor; silábico com valor na
vogal/silábico com valor na consoante; silábico como mais experiente com
pré-silábico; silábicos com valor/silábico-alfabético;
Socialização das resoluções dos conflitos (nas parcerias);
Escrita coletiva: de listas, histórias, parlendas, etc.
O que sabe uma criança com escrita silábico-alfabética?
Que para escrever uma única letra não é suficiente para formar uma sílaba.
70
Encaminhamentos para que avancem:
A criança precisa aprender a pesquisar, buscando a informação que precisa
nas várias fontes (palavras estáveis) que deve ter acesso. Esta autonomia é
muito importante para a criança no seu processo de construção e também
para o professor que não vai precisar ficar ajudando o aluno passo a passo, o
que o torna até dependente dele para escrever;
A criança precisa também aprender a deduzir: se para escreve PA uso o P e o
A, para escrever PO... Lembrando que esta dedução não tem relação com
família silábica, e sim, com mais uma construção do aluno que pode ser
significada e socializada pelo professor;
Parcerias e agrupamentos produtivos;
Atividades: cruzadinhas, diretinhas, escrita com quantidade certa de letras
para cada palavra, etc.
O que sabe uma criança com hipóteses de escrita alfabética?
Compreende o funcionamento do sistema alfabético.
O que fazer para que avancem?
Trabalho com questões ortográficas;
Segmentação de texto.
Produção de Texto (oral)
A conquista da escrita alfabética não garante a possibilidade de produzir e
compreender textos em linguagem escrita. Isto requer um trabalho mais
sofisticado e complexo do ponto de vista da Língua. Estudo este voltado para a
aprendizagem da linguagem que se usa para escrever.
Mesmo crianças bem pequenas devem ser desafiadas a produzirem textos.
Pois produtor é quem cria o discurso, independente de grafá-lo ou não.
71
Para estruturar um trabalho nesse sentido devemos considerar:
Relação do texto escolhido com a realidade: levar em conta na escolha os
textos que mais circulam no meio social da comunidade e o interesse do
aluno;
O propósito da atividade: deve estar claro para o aluno. Para quê e para quem
estão produzindo o texto. É esse propósito que vai significar a atividade para
o aluno, despertando e mantendo seu interesse;
Organização da tarefa didática: ter claro os objetivos que se quer atingir,
organizar a sequência, os pontos principais que serão aprofundados com a
turma;
Características dos textos: o tipo de texto escolhido já é por si um organizador
das situações didáticas: cada um tem uma linguagem peculiar, uso de
palavras específicas, tempos verbais determinados ( exemplo: nos contos os
verbos aparecem sempre no passado, nas receitas, no imperativo, etc.); a
relação com a realidade: uma notícia deve trazer a realidade tal qual ela é,
com a máxima veracidade possível, já os contos, qualquer semelhança com a
realidade é mera coincidência.
Relação título e conteúdo: o título serve para despertar o interesse e a
curiosidade e também para propiciar a antecipação do conteúdo. E também
variam muito de acordo com o tipo de texto (exemplo: os contos trazem como
título o nome do protagonista da história ou pelo menos tem relação com o
mesmo; já as manchetes não precisam ter ligação direta com o texto, etc.); o
autor: a aproximação do autor como pessoa comum (com família, costumes,
vontades, frustrações, etc., deixam claro para o aluno que qualquer pessoa
pode produzir textos).
Revisão de texto:
O objetivo da revisão é a reflexão sobre a linguagem que se escreve. Ela
pode acontecer durante o processo, no qual o professor, juntamente com a
turma, já vai eliminando os “erros” mais corriqueiros como os vícios de
linguagem, os de concordância verbal, etc., e depois priorizar um aspecto de
cada vez para aprofundar a revisão.
72
Possibilidades para se trabalhar com a revisão:
Coerência: desde a sequência lógica, até pensar em que recursos usar para
surpreender, persuadir ou emocionar; pensar sobre estratégias e planos para
armar ou solucionar conflitos. Podem-se apreciar frases, expressões e
estratégias de alguns escritores nesse sentido;
Coesão: apreciar textos bem escritos que mostre como o autor faz para iniciar
outro parágrafo (então, portanto, embora, horas depois, passado algum
tempo, etc.) e mesmo estratégias para não repetir o nome das personagens (o
saci, negrinho de uma perna só, aquele travesso, ele, dele, etc.);
Diálogos: transformar o discurso indireto (a mãe da Chapeuzinho pediu que
ela fosse na casa da vovó) em discurso direto (a mãe de Chapeuzinho disse:
_ Chapeuzinho vá até...);
Descrição de personagens e lugares: também partindo de boas apreciações;
Na revisão dois procedimentos são essenciais para o desenvolvimento do
trabalho: o professor como modelo de revisor de texto e o procedimento de ler
o que já foi escrito (isto também é aprendido);
Atividades:
De várias versões para uma criação;
Bilhetes do cotidiano.
Transformar histórias: história em quadrinhos em conto, uma notícia em
história em quadrinhos, etc. Esta atividade é bem rica desde que a criança
conheça bem as características dos textos envolvidos;
Comparar vários aspectos de diferentes textos: personagens de gibi, de
conto, de notícia; diálogos de gibi, de conto; lugares em conto, em notícias
dentre outros aspectos (imagem/ilustração, estrutura, etc.);
Gravar contos de causo e depois transcrevê-los. Podem ser contribuição de
pessoas da comunidade ou funcionários da escola. Esse tipo de atividade
deixa claro para a criança a diferença entre a linguagem oral e a linguagem
escrita, uma vez que vai refletir exatamente sobre isso nessa transformação;
Fazer uma receita e depois produzir a escrita;
Aprender um jogo e depois escrever as regras do mesmo (texto instrucional);
73
Inventar outro final, começo ou trama, etc. Focando apenas parte do texto a
ser trabalhado;
Criar e escrever títulos para textos;
Desenhar a história por partes, trabalhando com galeria de personagens;
Montar um livro com a equipe ou em parceria com algumas colegas;
Dramatização;
Objetivos:
Compreender a função social da escrita;
Conhecer o funcionamento do sistema de escrita (sistema alfabético);
Avançar nas hipóteses de escrita;
Escrever o próprio nome e de colegas;
Familiarizar-se com a escrita por meio de manuseio de diversos portadores
Compreender que o que se escreve é para ser lido;
Produzir e revisar textos escritos atendendo a estrutura do gênero escolhido,
tendo o professor como escriba;
Conteúdos:
Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da
escrita;
Escrita do próprio nome (sobrenome) e de colegas;
Prática da escrita de próprio punho, utilizando os conhecimentos que dispõe no
momento, sobre o sistema de escrita;
Participação em situações de escrita de diferentes tipos de textos a partir da sua
intencionalidade comunicativa;
Reescrita/produção de textos tendo o professor como escriba;
Revisão de textos;
Reconhecimento do alfabeto;
Respeito pela produção própria e alheia;
74
Orientações Didáticas
Apresentar modelo (nome da criança) através do crachá ou fichas para
identificar seus pertences;
Propor jogos onde as crianças consigam escrever seus nomes e de seus
colegas;
Considerar os conhecimentos prévios das crianças para a partir deles propor
novos desafios;
Trabalhar a complexidade e natureza dos conteúdos da linguagem escrita,
sem descaracterizá-los, ou seja, inseridos numa prática social, em que
tenham verdadeiro sentido;
Planejar situações em que as crianças aprendam sobre comportamento
escritor, tendo o professor como modelo;
Propor situações que levem as crianças a refletirem sobre o sistema pelo qual
a língua é grafada ( o sistema alfabético);
O professor deve conhecer as hipóteses das crianças sobre a escrita, a fim de
subsidiar o planejamento de intervenções, que promovam reflexões sobre o
sistema, objetivando avanços;
Planejar as atividades respeitando a diversidade da sala. Como cada criança
está em uma fase diferente da construção da escrita, as atividades devem
procurar atender as necessidades de cada um. Mesmo que seja a mesma para
todos os desafios devem ser diferenciados, para que todos ponham em jogo
tudo que sabem. Os agrupamentos produtivos facilitam este planejamento;
Incentivar cada criança a aprender fazendo perguntas que os desafiem,
provocando conflitos cognitivos;
Propor situações em que as crianças tenham que escrever espontaneamente
de acordo com suas hipóteses (músicas, poesias, parlendas, desde que
estejam memorizados). Mesmo as crianças pequenas devem ser desafiadas a
escrever textos e não só palavras;
Nas atividades de escrita, lembrar a importância de formar parcerias
produtivas. Isso requer um planejamento cuidadoso do professor, que deve
considerar o nível da aprendizagem dos alunos (diferente, porém, próximo), e
suas características afetivas e sociais, além do objetivo da atividade, para que
75
de fato um contribua com o avanço do outro, trocando ideias, comparando
opiniões, confrontando pontos de vista, etc.;
Refletir em grupo sobre a função dos portadores;
Oferecer referências para a escrita das crianças, através de listas de palavras
que se tornaram estáveis como os nomes das crianças da classe, listas das
histórias contadas, lista de personagens mais queridos das crianças, poesias,
músicas, etc. Ensinando-as a se reportarem com autonomia a esse “banco de
dados”. Assim, elas aprendem a utilizar o que já sabem para escrever o que
ainda não sabem;
Possibilitar a socialização das diferentes hipóteses de escrita convidando as
crianças a escreverem na lousa suas hipóteses e construir a palavra refletindo
em grupo com base nas hipóteses que apareceram. Provocando assim, a
máxima circulação de informações;
É importante que o professor tenha definido, antecipadamente, o que
pretende alcançar quando solicita que as crianças escrevam, pois, se for para
que reflitam sobre o sistema de escrita alguns gêneros são facilitadores,
como: listas, poesias, parlendas, músicas. Tendo o texto de memória, a
preocupação da criança será apenas com o “como” escrever;
Propor situações em que as crianças produzam e revisem textos
coletivamente, tendo o professor como escriba/mediador. Mesmo as crianças
pequenas devem ser desafiadas. Neste caso a preocupação da criança é
apenas com “o que” escrever, refletindo sobre a linguagem que se escreve.
Mostrar para as crianças que é sempre possível melhorar o texto. É a revisão
que permite um olhar mais minucioso sobre o texto. O professor deve
privilegiar um aspecto de cada vez para as crianças pensarem sobre o
mesmo: características das personagens e dos lugares, ocorrência de
repetições, ordem dos fatos, etc.;
O professor deve deixar materiais como cartazes, textos memorizados, listas
de nomes, livros infantis, jornais, revistas, ao acesso dos alunos para serem
manipulados, apreciados, investigados,, servindo como fonte de informação,
entretenimento, etc., a utilização destes materiais devem ser mediados pelo
professor, para que haja interação, aprendizagem e autonomia da criança;
76
Oferecer condições para as crianças produzirem seus próprios textos;
(professor escriba ou não);
Criar na classe um clima propício para que as crianças ousem escrever,
sintam-se seguras de que suas produções serão aceitas;
O que o professor deve observar:
Na criança com hipótese de escrita:
Pré-silábica:
Diferencia escrita de desenhos?
Escrita formada por garatujas que parecem imitar a escrita cursiva?
Faz tentativas de letras?
Usa muitas letras para escrever uma palavra?
Utiliza as letras do nome?
Estabeleceu quantidade mínima de letras?
Exige variedade mínima de letras (que as letras não sejam repetidas)?
Garante uma ordem diferente de letras para a escrita de cada palavra?
Escreve uma mesma palavra sempre da mesma forma (conservação)?
Sugestão de pauta de observação e acompanhamento da criança com
hipótese de escrita pré-silábica:
Não possui valor sonoro;
Permanência, estabilidade, conservação (sempre que a palavra se repete,
escreve da mesma forma)?
Hipótese de escrita silábica
Possui valor sonoro na vogal?
Possui valor sonoro nas consoantes?
Varia o valor sonoro ora na vogal ora na consoante?
77
Na criança com hipótese de escrita silábico-alfabética e alfabética:
Escreve palavras convencionalmente (mesmo que com erros ortográficos);
Que questões ortográficas apresentam?
Segmenta o texto?
6.1.3 Leitura
Ler é construir sentido. O significado não está no texto, mas sim no esforço
de interpretação realizado pelo leitor.
Desde o nascimento, a criança vivencia momentos de leitura, lendo o
mundo (pessoas, reações, imagens, símbolos, textos e desenhos), interpretando
o que ouve, pensando e refletindo a partir do que já conhece desta forma, a
leitura está presente desde sempre na vida da criança. Mesmo que não leia
convencionalmente, faz leitura de imagens, ler através dos olhos do professor,
fazendo uma interpretação pessoal acerca do que está ouvindo. Sendo assim,
não há uma única interpretação possível, pois, esta vai depender de cada um.
Na perspectiva de formar leitores competentes e não apenas
decodificadores, é essencial, aprender a ler lendo. Ou seja, devem ser oferecidas
as crianças inúmeras oportunidades de desenvolver os procedimentos e
estratégias de leitura (seleção, antecipação, verificação, decodificação e
inferência), para que coloque em jogo o que sabem, antecipando o conteúdo do
texto, fazendo inferências a partir do contexto, buscando indícios para verificar
suposições feitas tanto em relação à forma escrita quanto ao significado,
validando ou descartando as mesmas.
Ao ler para as crianças ensina-se que a leitura é motivada por uma
finalidade, uma intenção, ler para lembrar, para ter prazer, para aprender, para se
informar, para se comunicar, para fazer... Ensina-se sobre o conteúdo do que
está sendo lido, sobre a linguagem escrita e as características de cada gênero,
ensina-se que para cada tipo de leitura há procedimentos diferentes, ensina-se
assim, como e porque escolher um texto e não outro.
78
Objetivo Geral
Ler com diferentes intenções e finalidades.
Objetivos específicos:
Desenvolver a apreciação e o interesse pelas leituras valorizando-as como
fonte de informação e entretenimento;
Relacionar o que foi lido ao que foi escrito;
Reconhecer o próprio nome e de outras crianças da sala
Ouvir e interessar-se por diferentes tipos de textos atribuindo-lhes significado.
Conteúdos:
Relação entre a fala e a escrita;
Participação em situações de leituras de diferentes gêneros, inseridos no
próprio portador, a partir de uma intencionalidade;
Reconhecimento do próprio nome e dos colegas;
Busca de informações e consulta a diferentes fontes.
Orientações Didáticas:
Promover situações em que as crianças estejam engajadas e interessadas no
processo de leitura;
Propiciar aos alunos leitura diária, de diferentes tipos de textos,
preferencialmente no próprio portador, selecionando previamente os textos a
serem lido, priorizando a qualidade dos mesmos;
Contar histórias de forma envolvente adequando à tonalidade da voz, criando
um clima mágico no ambiente;
Realizar várias leituras do mesmo gênero, permitindo que as crianças
conheçam características próprias do mesmo;
Fazer várias leituras da mesma história para que a interpretação não se
reduza a uma única análise;
Colocar à disposição das crianças os livros já lidos para que descubram o
prazer de reler aqueles que mais gostaram;
79
Garantir situações de empréstimo de livros da BEI, organizando momentos
periódicos, e incentivando a autonomia da escolha das crianças;
Dispor materiais de leitura de forma que as crianças possam escolhê-los
livremente, respeitando assim o seu interesse, e garantindo que eles tenham
acesso a uma variedade de textos, podendo utilizá-los como fonte de
pesquisa (lista de nomes, poesias, músicas, parlendas e outros textos
trabalhados);
Planejar situações em que as crianças utilizem as estratégias de leitura,
pondo em jogo tudo que sabem (descobrir o tema da história a partir do título,
antecipar o sentido do texto a partir do contexto, etc.); planejar intervenções
para que avancem e socializar as estratégias utilizadas pelos alunos;
Aproveitar textos já memorizados como parlendas e músicas para que se
estabeleça relação entre o que foi falado e escrito;
Trabalhar a complexidade e natureza dos conteúdos de leitura sem
descaracterizá-los, ou seja, inseridos numa prática social, em que tenham
verdadeiro sentido (contexto de uso real);
Garantir a máxima circulação de informações, promovendo socialização de
respostas;
Propor situações em que as crianças aprendam sobre o comportamento leitor;
Organizar agrupamentos produtivos, levando em conta aspectos cognitivos,
afetivos e sociais e considerando o que os alunos devem realizar;
Ajustar o nível de desafios às possibilidades das crianças para que tenham
bons problemas a resolver, respeitando a diversidade da sala;
Encorajar cada uma das crianças a aprender, fazendo perguntas que as
desafiem, provocando conflitos cognitivos (fazendo-as refletir sobre a letra
inicial, a final, ao meio das palavras, procurando, sempre que possível, fazer
relações com o nome deles ou dos colegas, reportá-los aos indícios
quantitativos ou ao ajuste de leitura);
Conhecer os indícios de leitura utilizados pelos alunos quando desafiados a
ler (se utiliza como indício a letra inicial da palavra, o final, o meio, a
quantidade de letras ou palavras, etc.,) para a partir deles propor outros
desafios;
80
A criança que se utiliza somente da decodificação, perdendo até mesmo o
sentido do texto, deve ser incentivada a utilizar-se de outras estratégias de
leitura;
O professor deve incentivar a criança a pesquisar em palavras estáveis para
utilizando o que já sabe ler, para ler o que ainda não consegue;
Incentivar a criança a utilizar a dedução.
O que o professor pode observar:
A criança se interessa por leituras?
Escolhe com autonomia o que deseja ler? Quais suas preferências?
Faz leitura de imagens?
Considera o tamanho: figuras grandes nomes grandes?
Relaciona o que foi lido ao que está escrito (leitura não convencional)?
Faz uso das estratégias de leitura? Quais?
Compreende a ideia do texto?
A Importância do Trabalho com o Nome Próprio:
Nome da gente
Eu não gosto do meu nome Não fui eu quem escolheu. Eu não sei por que se metem Com um nome que é só meu. O nenê vai nascer Vai chamar como o padrinho. Vai chamar como o vovô Mas ninguém vai perguntar O que pensa o coitadinho. Foi meu pai quem decidiu Que o meu nome fosse aquele Isso só seria justo Se eu escolhesse o nome dele. Quando eu tiver um filho Não vou por nome nenhum Quando ele for bem grande Ele que procure um.
(Pedro Bandeira)
81
O trabalho com o nome dos alunos reporta diretamente a identidade de
cada um. O nome é um objeto único, pessoal, significativo, que traz consigo uma
existência, uma vida...
É uma escrita voltada para o uso social real, por isso é livre de contexto;
Proporciona o uso como modelo estável, na construção de outras palavras;
É uma forma significativa de se trabalhar com estratégias de leitura, sendo
peça chave para alfabetização;
Auxilia a criança a checar suas próprias hipóteses;
É um saber compartilhado por emissor e receptor.
Informa o educando sobre:
A forma e o valor sonoro convencional das letras;
Quantidade de letras necessárias para escrever os nomes;
A ordem não aleatória dentro de um conjunto de letras;
A posição das letras em uma escrita convencional.
Reconhecimento do nome próprio e dos colegas:
As crianças precisam sentir a necessidade de reconhecer o próprio nome,
sendo assim, deve ser desafiada de várias maneiras, tanto em situações do
cotidiano como saber encontrar seus materiais, como em situações planejadas
para este fim (brincadeiras e atividades);
O reconhecimento do nome dos colegas é de extrema importância, pois
aumenta o repertório de letras e de palavras estáveis. Por meio deste trabalho é
possível atrelar o conhecimento do alfabeto, fazendo uma relação deste com o
nome dos colegas;
Aprendendo o nome dos colegas, juntamente com o procedimento de
pesquisa, a criança se torna muito mais autônoma na construção do processo de
escrita;
Para trabalhar com estratégias de leitura, nada melhor do que utilizar os
nomes das crianças. Tomando cuidado em adequar os desafios de acordo com o
desenvolvimento de cada agrupamento de alunos (as crianças que já usam)
como indício a primeira letra dos nomes para “descobrir” de quem é, deve ser
82
desafiada a utilizar o final e até o meio dos mesmos, assim como também, outros
indícios como: quantitativos, quantidade de letras ou palavras, ajuste de leitura,
etc.
Escrita do nome:
A criança que não escreve o próprio nome deve ser observada (qual a
razão), para que o professor planeje intervenções pontuais sobre cada
dificuldade.
Dificuldades e intervenções:
Uso de letras móveis propiciando a reflexão sobre o sistema de escrita.
Faltam letras: a criança deve observar e refletir sobre o seu próprio nome,
levantando observáveis como: quantas letras têm? Quais são as letras que
aparecem? Qual costuma esquecer? (Relacionar as letras que costuma
esquecer com o nome de outros colegas ou mesmo familiares para que se
tornem mais significativas);
Falta ordem nas letras: a criança precisa saber que essa ordem existe e se for
mudada não estará escrito a mesma coisa. É interessante ler para ela como
ficou a escrita do seu nome em desordem e até brincar com o nome de alguns
colegas se trocarem à ordem;
Posição das letras diferente: informar, mostrar ou pesquisar qual a forma
convencional da escrita das letras. Muitas vezes a criança só precisa de
informação e algumas dicas;
Escrita espelhada: observar que toda escrita e leitura começam da esquerda
para direita. Dar algumas dicas.
Trabalho para o ano todo:
O nome proporciona trabalho significativo e desafiador durante todo o ano,
pois os desafios que podem ser oferecidos são muitos e proporcionam uma
organização crescente dos mesmos.
83
Jogos Com Nomes:
(Cada atividade deve ter propostas diferentes, com desafios pensados para cada
agrupamento produtivo).
Forca com nomes;
Bingo com o próprio nome: Cada criança recebe uma cartela com a escrita do
seu nome. A professora retira uma letra e diz o nome da letra e depois mostra;
quem tiver no seu nome a letra sorteada marca; (pode-se fazer também com o
sobrenome)
Bingo com o nome dos colegas: dobrar um papel em quatro partes e em cada
uma delas escolher e escrever o nome de um colega. A professora vai
sorteando os nomes até que alguém complete a “cartela”; (aumentar a
quantidade de nomes conforme o desenvolvimento da sala);
Jogo: “Salve seu nome da bruxa” (ou lobo, etc.): utilizando as placas de
nomes: com poucos nomes sem desafio (letras iniciais diferentes); poucos
nomes com desafios (iniciando com a mesma letra, com o mesmo final); com
muitos nomes; com a lista da sala;
Jogo de dado com vogais: Cartela com nomes das crianças da classe sem as
vogais. Dados com vogais. Cada componente do grupo tem a sua frente a
cartela com a escrita do seu nome sem as vogais. Ao centro da mesa, coloca-
se uma bandeja contendo as letras e as vogais. O primeiro jogador rola o
dado o observa se a letra que caiu faz parte do seu nome. Caso afirmativo
compra a referida letra da bandeja, ao contrário passa a jogada para outro
colega. Ganha quem completar a cartela primeiro;
Adivinhações: Ex. “Tenho um cartão com um nome com 6 letras que começa
com o F. Qual é?
Jogo da memória relacionando fotos e nomes: ir aumentando o grau de
desafio conforme o desenvolvimento da sala ou grupos (fotos e nomes dos
colegas da própria mesa, dos melhores amigos, até chegar ao ponto de
relacionar todos da sala)
Atividades com fotos: relacionar, pintar recortar e colar, etc. (foco só no início
do nome, depois ir aumentando os desafios: no final, no meio da palavra).
Aqui também entra cruzadinha com os nomes com ou sem banco;
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A professora coloca na mesa as letras dos nomes de quatro alunos: cada um
deve encontrar as que pertencem ao seu próprio nome e depois com o grupo,
procurar quais são coincidentes com as dos outros nomes;
Descoberta dos nomes que vão sendo escritos na lousa pela professora a
partir de orientações que ela oferece. “Primeira letra é S, depois vem o A, de
quem será este nome?”;
Utilização de cartões com os nomes dos personagens das histórias lidas,
misturados a outros com os nomes das crianças para classificar e analisar.
Ex. Quais os nomes que começam com o B de Branca de Neve Quais os que
têm mais letras que o nome do Pinóquio? Quais tem menos letras que o da
Cinderela?
Pesquisa e montagem do nome com letras encontradas em revistas;
Classificação alfabética do nome de acordo com a primeira letra; montar
painel e deixar para consulta na sala;
Construir uma lista com os nomes das crianças; deixar exposto na sala para
que as crianças leiam e pesquisem; cada um deve ter também a lista de
nomes no caderno ou pasta de texto para ajustar leitura, pesquisar, brincar de
stop, etc;
Cada criança recebe uma ficha com seu nome, mas faltando algumas letras,
que deverão ser pesquisadas em revistas e coladas no respectivo lugar;
Nome escondido: a professora vai mostrando as letras aos poucos para que
as crianças “descubram” de quem é (foco no início, no final e no meio do
nome);
Trabalhar com letras móveis: com placa procurar as letras entre as do colega;
sem a placa com as letras separadas (preocupação com a ordem), sem placa
com letras misturadas (quais letras?);
Desenhe o colega cujo nome está na atividade: a criança precisa descobrir de
quem é nome para depois desenhar. Cada um recebe um nome diferente;
Trenzinho de nome: colocar aleatoriamente uma placa com nome de alguém
da classe atrás de todas as crianças e estas deverão formar um trem,
encontrando com quem está o seu nome e se posicionando atrás.
Trabalhar com rimas e depois propor que inventem rimas com o nome dos
colegas (pode-se fazer um livrinho com as mesmas);
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Brincadeiras para reconhecimento do nome:
Dança das cadeiras: quando parar a música cada criança deverá sentar na
cadeira em que estiver sua placa;
Pesca nomes: fazer uma pescaria com os nomes das crianças: um bom
pescador tem que saber o nome do peixe. Se não souber devolve o peixe ao
mar. Ganha quem conseguir mais placas com os nomes;
Se eu fosse um peixinho: brincadeira tradicional, porém, ao invés da criança
ficar no meio da roda fica as placas com o nome; (da mesma forma posso
brincar com outras cantigas de roda: tango, tango, tango morena; a canoa
virou etc.);
Dominó com nomes;
Jogo da memória foto/nome;
Cruzadinha;
Stop;
Nomes estranhos ou letras estranhas: consiste em acrescentar letras
diferentes no nome da criança para que descubram quais estão “sobrando” ou
nomes diferentes ao da classe para que descubram quais são.
A criança já sabe o seu nome e dos colegas, que trabalho poderá ser
desenvolvido a partir daí?
Mesmo antes de saber o nome de todos os colegas já pode ser iniciado um
trabalho de pesquisa com a lista de nomes. As crianças precisam construir
procedimentos de pesquisa não só na lista de nomes como também em outras
palavras estáveis. Esta pesquisa consiste em utilizar as palavras conhecidas
como referência para escrever novas palavras. Exemplo: A criança quer escrever
tamanduá: poderá recorrer ao nome da Tamires, da Amanda e da Maria Eduarda.
Claro que este procedimento não é espontâneo e necessita de várias
intervenções do professor ou de colegas mais experientes. Porém, vale apena
investir, pois, quando a criança consegue fazer esta pesquisa com autonomia,
não só utilizando as iniciais dos nomes dos amigos, mas também o meio
(tamanduá, man de Amanda), o seu repertório de referências amplia de forma
86
muito significativa e ela recorrerá ao professor somente quando não encontrar
nenhuma referência. Passa a ser mais autônoma em suas construções.
O que o professor deve observar na escrita do nome:
Reconhece o próprio nome?
Reconhece o nome dos colegas? Quais?
Utiliza o nome próprio e dos colegas, como palavras estáveis, na construção
de outras escritas?
Escreve o primeiro nome: Com o auxílio do crachá?
Com letras móveis?
Com letras fora de ordem?
Faltando letras?
Letras em posições diferentes?
Corretamente sem o auxílio de placas?
Mesmas questões para a construção do sobrenome.
Lê o nome e/ou sobrenome ajustando o falado ao escrito?
Reconhece as letras do nome e/ou sobrenome?
87
6.1.4 Objetivos e conteúdos por faixa etária – Língua Portuguesa
Infantil II
Objetivo geral:
Proporcionar o uso da linguagem, visando o alcance de uma maior
participação nas práticas sociais de oralidade, leitura e escrita.
Objetivos Linguagem Oral: - Participar de variadas situações de comunicação oral para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas vivências -Desenvolver suas possibilidades de organização de ideias e comunicação; - Descrever lugares, pessoas e objetos; - Reproduzir e recontar textos narrativos e de tradição oral, tais como: trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas, canções, contos; Leitura - Interessar-se pela leitura de histórias - Ler em diferentes situações, mesmo que não convencionalmente;
- Utilizar diferentes procedimentos de leitura Linguagem escrita - Familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação em
Conteúdos Linguagem Oral: - Uso da linguagem oral para conversar, comunicar-se, relatar suas vivências e expressar desejos, vontades, necessidades e sentimentos, nas diversas situações de interação presentes no cotidiano. - Reprodução oral de textos de tradição oral e jogos verbais como: parlendas, canções, poesias com ajuda do professor - Relato de experiências vividas e narração de fatos - Respeito diante da colocação de outras pessoas - Descrição de lugares, pessoas e objetos; Leitura - Participação em situações de leitura de diferentes gêneros feita pelo professor ou outros adultos, como contos, poemas, parlendas, trava-línguas e outros. - Exploração de livros e outros portadores de texto
-Reconto de histórias conhecidas, com aproximação a alguma característica do gênero;
Linguagem escrita - Participação em situações
Que no decorrer do ano criança aprenda: Linguagem Oral: - perceber a possibilidade de se manifestar através da fala e não apenas do corpo diminuindo assim as manifestações corporais vigorosas - com a ajuda do professor organizar a sua fala de maneira que se torne cada vez mais clara - perceber quais são os momentos apropriados para falar e ouvir e participar desses momentos - Esperar sua vez para falar Leitura - Interessar-se por livros e pela leitura de histórias - adquirir algum comportamento leitor como, a preocupação em não deixar o livro de cabeça para baixo no momento da leitura, dar uma olhada na capa e outros - fazer antecipação de leitura (significado) apoiando-se na imagem. - cuidar bem dos livros Linguagem escrita - Reconhecer o próprio o nome. - Recontar histórias conhecidas, com alguma
88
situações nas quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos, etc. - Familiarizar-se com o próprio nome
- Familiarizar-se com o nome dos colegas
- Familiarizar-se com a função social da escrita
- Participar de produções coletivas de textos tendo o professor como escriba e autor experiente
cotidianas nas quais se faz necessário o uso da leitura e da escrita - Observação e manuseio de materiais impressos, como livros, revistas, histórias em quadrinhos e outros previamente apresentados ao grupo.
aproximação da história original;
Infantil III
Objetivo geral:
Proporcionar o uso da linguagem, visando o alcance de uma maior participação nas
práticas sociais de oralidade, leitura e escrita.
Objetivos Linguagem Oral: - Participar de variadas situações de comunicação oral para interagir e expressar desejos, necessidades e sentimentos por meio da linguagem oral, contando suas vivências -Ampliar as possibilidades de narração de fatos e interlocução; - Desenvolver e ampliar suas possibilidades de organização de ideias e comunicação; - Descrever lugares, pessoas e objetos; - Reproduzir e recontar textos narrativos e de tradição oral, tais como: trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas, canções, contos; Leitura - Interessar-se pela leitura de histórias
Conteúdos Linguagem Oral: - Uso da linguagem oral para conversar, comunicar-se, relatar suas vivências e expressar desejos, vontades, necessidades e sentimentos, nas diversas situações de interação presentes no cotidiano. - Reconto de histórias conhecidas, com aproximação às características do gênero; - Reprodução de textos de tradição oral e jogos verbais como: parlendas, canções, contos, poesias com ajuda do professor - Relato de experiências vividas e narração de fatos - Respeito diante da colocação de outras pessoas - Descrição de lugares, pessoas e objetos;
Leitura
- Participação em situações de
Que no decorrer do ano criança aprenda a: Linguagem Oral: - com a ajuda do professor organizar a sua fala de maneira que se torne cada vez mais clara - perceber quais são os momentos apropriados para falar e ouvir e participar desses momentos - Esperar sua vez para falar -expressar seus desejos e necessidades, por meio da oralidade. - Ampliar seu repertório de músicas, parlendas e histórias. Leitura - Interessar-se por livros e pela
89
- Ler em diferentes situações, mesmo que não convencionalmente; - Utilizar diferentes procedimentos de leitura Linguagem escrita
- Familiarizar-se aos poucos com a escrita por meio da participação em situações nas quais ela se faz necessária e do contato cotidiano com livros, revistas, histórias em quadrinhos, etc. - Familiarizar-se com a função social da escrita - Participar de produções coletivas de textos tendo o professor como escriba e autor experiente - Reconhecer o próprio nome e outros que lhe sejam significativos - Familiarizar-se com o nome dos colegas
leitura de diferentes gêneros feita pelo professor ou outros adultos, como contos, poemas parlendas, trava-línguas.
- Exploração de livros e outros portadores de texto
-Reconto de histórias conhecidas, com aproximação a alguma característica do gênero;
Linguagem escrita - Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da leitura e da escrita - Observação e manuseio de materiais impressos, como livros, revistas, histórias em quadrinhos e outros previamente apresentados ao grupo.
- Reconhecimento do próprio nome dentro do conjunto de outros nomes significativos nas situações em que isso se fizer necessário
- Participação em situações em que as crianças leiam
- Procedimentos de leitura e de escrita
leitura de histórias - adquirir comportamento leitor - fazer antecipação de leitura (significado) apoiando-se na imagem. - cuidar bem dos livros - Ampliar seu repertório de diferentes gêneros textuais.
Linguagem escrita
- Reconhecer o próprio nome e de alguns amigos. - Escrever o próprio nome com o apoio da plaquinha. - Recontar histórias conhecidas, com alguma aproximação da história original;
Infantil IV
Objetivo geral:
Proporcionar o uso da linguagem, visando o alcance de uma maior participação nas
práticas sociais de oralidade, leitura e escrita.
Objetivos Linguagem Oral - Ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão participando de variadas situações de comunicação oral e intercâmbio social nas quais possa interagir, expressar desejos, necessidades e sentimentos, contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, elaborar e responder perguntas; - Organizar seqüência de ideias;
Conteúdos Linguagem Oral: - Uso da linguagem oral nas diversas situações de interação presentes no cotidiano - Participação em jogos de linguagem como rodas, canções e brincadeiras -Participação em brincadeiras simbólicas
Que no decorrer do ano criança aprenda a: Linguagem Oral: - Com a ajuda do professor organizar a sua fala de maneira que se torne cada vez mais clara - perceber quais são os momentos apropriados para falar e ouvir e participar desses momentos - Esperar sua vez para falar
90
- Desenvolver a capacidade de argumentação - Ampliar a capacidade de narração de fatos e de diálogo; - Expor seu ponto de vista; -Descrever lugares, pessoas e objetos; -Reproduzir e recontar textos narrativos e de tradição oral, tais como: trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas, canções, contos, notícias; Leitura - Interessar-se pela leitura de histórias - Escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor - Escolher os livros para ler e apreciar - Ler em diferentes situações, mesmo que não convencionalmente Linguagem Escrita - Familiarizar-se com a escrita por meio de manuseio de diversos portadores textuais e da vivência de diversas situações nas quais seu uso de faça necessário - Interessar-se por escrever palavras e textos ainda que maneira não convencional
- - Reconhecer seu nome escrito, saber identificá-lo nas diversas situações do cotidiano;
- Respeito diante da colocação de outras pessoas tanto no que se refere às ideias quanto ao modo de falar; - Participação em situações que envolvem a necessidade de explicar suas ideias e pontos de vista e argumentar sobre eles; - Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos de que participa - Reconto de histórias conhecidas com aproximação às características da história original no que se refere à descrição de personagens, cenários e objetos com ou sem a ajuda do professor; - Relato de experiências vividas e narração de fatos em sequência temporal e causal - Reprodução de textos de tradição oral e jogos verbais como: trava-língua (desafios vocais), adivinhas, parlendas, canções, poesias, etc.; Leitura - Participação em situações de leitura de diferentes gêneros feita pelo professor ou outros adultos, como contos, poemas parlendas, trava-línguas, notícias de jornal, informativos - Participação em situações que as crianças leiam ainda que não o façam de maneira convencional. - Valorização da leitura como fonte de prazer e entretenimento Linguagem Escrita: - Procedimentos de leitura e escrita - Reconhecimento do próprio nome dentro do conjunto de outros nomes significativos nas situações em que isso se fizer necessário - Observação e manuseio de materiais impressos, como livros,
-expressar seus desejos, suas necessidades e ideias, por meio da oralidade. -Ampliar seu repertório de músicas, parlendas, histórias, - Relatar fatos do cotidiano preocupando-se com a ordem dos fatos - Recontar histórias conhecidas respeitando a sequência dos fatos Leitura - Interessar-se por livros e pela leitura de histórias - adquirir comportamento leitor -Adquirir a postura de ouvinte. - fazer antecipação de leitura (significado) apoiando-se na imagem. - cuidar bem dos livros - Ampliar seu repertório de diferentes gêneros textuais. - Apreciar a leitura de diferentes portadores. Linguagem Escrita: -Reconhecer o próprio nome e de alguns amigos - Escrever o próprio nome com o apoio da plaquinha.
91
- - Participar de situações em que haja a função social da escrita;
revistas, histórias em quadrinhos e outros previamente apresentados ao grupo. - Participação em situações cotidianas nas quais se faz necessário o uso da escrita
- Recontar histórias conhecidas, com alguma aproximação da história original; - Produzir textos atendendo a estrutura do gênero trabalhado tendo o professor como escriba
92
Infantil V
Objetivo geral:
Proporcionar condições para que os alunos ampliem sua competência em relação à
oralidade, escrita e leitura, podendo assim comunicar-se, solucionar problemas da
vida cotidiana e ter acesso aos bens culturais.
Objetivos Linguagem Oral - Ampliar gradativamente suas possibilidades de comunicação e expressão participando de variadas situações de comunicação oral e intercâmbio social nas quais possa interagir, expressar desejos, necessidades e sentimentos, contar suas vivências, ouvir as de outras pessoas, elaborar e responder perguntas; - Estruturar a seqüência de idéias; - Ampliar a capacidade de argumentação, narração de fatos e de diálogo; - Descrever lugares, pessoas e objetos; -Falar com clareza, fazendo-se entender; - Ampliar o vocabulário; -Utilizar a linguagem como instrumento para acesso à informação, compreendê-la e fazer uso dela. - Reproduzir e recontar textos narrativos e de tradição oral, tais como: trava-línguas, parlendas, adivinhas, quadrinhas, poemas, canções, contos, notícias; - Fazer exposições orais com ajuda do educador ou outra criança; Leitura Interessar-se pela leitura de histórias
Conteúdos Linguagem Oral: - Uso da linguagem oral nas diversas situações de interação presentes no cotidiano - Participação em jogos de linguagem como rodas, canções e brincadeiras -Participação em brincadeiras simbólicas - Respeito diante da colocação de outras pessoas tanto no que se refere às ideias quanto ao modo de falar; - Participação em situações que envolvem a necessidade de explicar suas ideias e pontos de vista e argumentar sobre eles; - Elaboração de perguntas e respostas de acordo com os diversos contextos de que participa - Relato de experiências vividas e narração de fatos em sequência temporal e causal - Reprodução de jogos verbais como: trava-língua (desafios vocais), adivinhas, parlendas, canções, poesias.
-Planejamento coletivo e oral das atividades/rotina do dia; - Descrição de imagens, relatos, leituras, objetos e pessoas; - Reconhecimento da necessidade da linguagem oral para realizar ações cotidianas (Individual ou coletivamente)
Que no decorrer do ano criança aprenda a: Linguagem Oral: - Expressar seus desejos, necessidades, ideias e sentimentos por meio da linguagem verbal de maneira que seja possível entendê-la - Relatar com coerência suas vivências ou fatos que tenha tomado conhecimento - Ouvir com atenção o relato de outras pessoas - Esperar sua vez de falar - Questionar o assunto abordado em rodas de conversa - fazer descrições de lugares, pessoas e objetos com a aproximação da descrição original -Ampliar o seu vocabulário.
- reproduzir de memória parlendas, canções e quadrinhas -Ampliar seu repertório de músicas, parlendas e histórias Leitura - Interessar-se por livros
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Escutar textos lidos, apreciando a leitura feita pelo professor Escolher os livros para ler e apreciar - Ler em diferentes situações, mesmo que não convencionalmente; - Ler com diferentes intenções e finalidades; Linguagem Escrita - Avançar nas hipóteses de escrita; - Escrever o próprio nome. - Participar de situações onde haja a função social da escrita; - Produzir oralmente textos sabendo adequar as intenções e situações comunicativas, tendo o professor como escriba;
Leitura Reconto de textos literários conhecidos, buscando aproximação com as características do texto fonte, descrevendo personagens, cenários com ou sem a ajuda do professor -Valorização da leitura e da escrita como fonte de entretenimento, informação e de comunicação; Linguagem Escrita: - Reconhecimento e escrita do próprio nome em situações que se fizer necessário; - Reconto de histórias conhecidas com a aproximação com as características do gênero - Participação em situações de leitura e escrita de diferentes tipos de textos, a partir de sua intencionalidade comunicativa - Produção de texto, ainda que de forma não convencional individual ou coletiva a partir de sua intencionalidade comunicativa, considerando o destinatário, a finalidade do texto e as características do gênero - Reconhecimento da necessidade da linguagem escrita para realizar ações cotidianas ( individual ou coletivamente)
revistas, gibis, jornais, cadernos infantis e pela leitura de histórias - adquirir comportamento leitor - fazer antecipação de leitura (significado) apoiando-se na imagem. - cuidar bem dos livros -Ampliar seu repertório de diferentes gêneros textuais. - Ouvir com atenção textos lidos pelo professor ou outro leitor competente - ler (de maneira não convencional) para outro ouvir - Distinguir diferentes gêneros textuais Linguagem Escrita - Recontar textos e histórias ouvidas e analisadas com frequência apresentando características da historia original -Reconhecer o Próprio nome - Escrever o próprio nome e de alguns amigos. - Perceber a função social da escrita - Perceber que o que se escreve é para ser lido - Produzir textos atendendo a estrutura do gênero trabalhado tendo o professor como escriba
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6.2 Matemática O ensino da matemática deve ter uma conexão direta com a vida, enquanto
parte da mesma. Não é possível viver sem a matemática pois ela está em tudo: na
tecnologia, nos impostos, na televisão, na arte, nas dívidas, nos pagamentos, nas
compras etc.
Segundo Constance Kamii a matemática na Educação Infantil pode ser
trabalhada por meio de situações da vida diária e jogos.
Nas situações da vida diária é importante a criança perceber o quanto a
matemática é utilizada fora da escola: os pais utilizam muito a matemática, ela
está presente na música, nas brincadeiras, no futebol, na comida, nas profissões,
etc. Com isso, a criança reconhece a importância e o significado em aprender
matemática. As atividades (seqüenciadas, projetos) que possibilitam que ela
estabeleça relações com o seu cotidiano são mais concisas e significativas.
Propor aos alunos estudar uma situação do cotidiano da escola, da cidade ou
mesmo do país, é um enfoque adequado para um trabalho interdisciplinar, sem
artificialismos e que poderá contribuir para o desenvolvimento da cidadania
(exemplo: eleições, copa, pesquisas sociais, etc.).
Nas situações de jogos a criança aprende de forma lúdica e prazerosa. A
primeira vez em que a criança se depara com um jogo, a sensação pode ser de
impotência. É a experiência com o mesmo que auxilia no desenvolvimento das
estratégias e também do prazer de jogar. Quando a criança começa a pensar em
formas de resolver o jogo e a considerar a própria jogada em função da jogada
do (s) adversário(s), está realmente envolvida na situação de jogo.
A importância da interação social:
As crianças aprendem muitas coisas umas com as outras. As ideias dos
colegas são importantes porque elas promovem situações que levam a criança a
pensar criticamente sobre suas próprias ideias em relação às deles. O conhecimento
lógico matemático é construído pelo pensamento autônomo da criança. Quando a
criança se convence que a ideia do outro é mais sensata que a sua própria elas
mudam a sua forma de pensar corrigindo-se de dentro para fora.
95
O confronto de ponto de vista é fundamental desde a infância para elaboração
do pensamento lógico. Nesta interação com o outro a criança:
Explica sua forma de pensar, o que auxilia na organização do próprio
pensamento;
Argumenta com o grupo: para convencer o outro da sua ideia a criança tem que
buscar formas de explicação, está seguro daquilo que fez e acreditar na sua
capacidade de resolver problemas;
Ouve a explicação dos demais e estabelece relação com suas próprias
estratégias (compara os procedimentos);
Escolhe o melhor procedimento/estratégia para resolver determinada questão;
Percebe que o erro faz parte do seu processo de construção de conhecimento;
A socialização das estratégias, dos procedimentos de resolução
utilizados é primordial para que os alunos avancem e aprendam tanto a elaborar
cada vez mais o pensamento como também a ouvir e respeitar formas diferentes
de raciocínio. Para tanto, é importante que a aula seja dividida em dois
momentos: um para que as crianças desenvolvam suas estratégias e outro para
que as socializem e discutam, estimulando a troca de ideias, a reflexão sobre as
regularidades observadas e descobertas feitas e suscitem comparação entre
diferentes possibilidades de solução. Segundo Vygotsky, para as crianças falar é
tão importante como atuar quando se propõe uma meta e, quanto mais complexa
a experiência e menos direta a sua solução, mais importante resulta a linguagem
na sua operação.
Tanto nos jogos como nas resoluções de problemas é imprescindível uma
atitude de reflexão: primeiro voltado para si próprio: como e por que resolvi desta
forma? E depois, relacionar com as outras estratégias: como pode ser resolvida
de forma diferente? E como eu poderia melhorar a solução?
O professor deve sempre focar a reflexão, seja qual for a atividade. Ter
claro que pensar sobre o assunto é sempre mais proveitoso que qualquer
atividade gráfica, que muitas vezes a criança realiza sem precisar desenvolver
nenhum tipo de estratégia.
Muitos autores, dentre eles Polya estudaram uma seqüência interessante a
ser considerada na resolução de problemas: compreender o problema, conceber
um plano para resolvê-lo, executar o plano e examinar a solução. Cada problema
96
deve contar com um elemento novo para impedir que a criança desenvolva
estereótipos. Por outro lado sabemos que o que é problema para uma pessoa
pode não ser para outra e também que, uma vez encontrada a solução, deixará
de ser um problema.
A construção do conhecimento lógico matemático:
A criança aprende a partir de ações que produz para resolução de uma
situação e quando atribui sentido aos conhecimentos matemáticos veiculados
socialmente. Essas ações investigativas geram na criança o desejo de responder a
uma pergunta interessante, ajustarem-se às regras de um jogo, seguir as estratégias
socializadas por um colega, entre outros procedimentos. É importante também
relacionar as novas informações com os conhecimentos já construídos
anteriormente. Em outras palavras, a criança aprende quando tem que pensar
decidir, argumentar, explicar, discutir, comparar e trocar informações.
O Erro e a Matemática
Em geral, os erros na matemática são pouco tolerados, talvez pelo fato de
ser definida como uma ciência exata. Pensar nas estimativas, nos cálculos
aproximados que fazemos diariamente, nos problemas que aceitam múltiplas
respostas ou que não têm solução e naqueles que são resolvidos por tentativa e
erro, nos faz repensar esta afirmação. O processo de aquisição do conhecimento
matemático prevê experimentação por parte do sujeito que aprende, reflexões e
reformulações através de sucessivas aproximações.
A História da Matemática
Compreender um conhecimento elaborado, tal qual como se apresenta
hoje, pressupõe um conhecimento anterior e ainda, considerar que este
conhecimento está em permanente evolução e avança de forma cada vez mais
elaborada, pode contribuir com o processo de ensino e aprendizagem nesta área.
“O contexto histórico possibilita ver a matemática em sua prática filosófica,
científica e social e contribuiu para a compreensão do lugar que ela tem no
97
mundo” (PCN). Quando os conceitos matemáticos são abordados no contexto
histórico, podem esclarecer idéias matemáticas que estão sendo construídas pelo
aluno, contribuindo para a construção de um olhar mais crítico sobre o objeto de
conhecimento.
Objetivos Gerais:
1. Utilizar o conhecimento matemático para resolver problemas do seu cotidiano
ou nas situações de aprendizagem relacionadas a quantificação e exploração
do espaço;
2. Desenvolver estratégias para resolver problemas, experimentando formas de
raciocínio como ensaio e erro, relações e estimativa;
3. Utilizar a linguagem oral para comunicar hipóteses, processos e resultados
desenvolvidos em contexto matemático;
4. Desenvolver a capacidade de orientar-se espacial e temporalmente;
5. Identificar as funções sociais do número (medir, quantificar, ordenar e
codificar).
Conteúdos
São três grandes blocos:
Sistema de numeração
Medida e grandezas
Espaço e forma
1. Número e Sistema de Numeração
Número? Para que serve? Como são organizados? Como são usados?
Os signos numéricos e a base dez são convenções sociais que para
aprender a criança precisa de informações de outra pessoa. A relação de ordem
e a inclusão hierárquica do sistema de unidades e dezenas são construções
internas realizadas pelas crianças (o número como ideia abstrata de
representação de quantidade). Seis doces são observáveis, mas o conceito seis
98
não é. Conceitos numéricos são relações construídas pela criança através de
abstrações construtivas.
Recitação:
A recitação é a pura memorização da sequência numérica. É base para o
trabalho com a matemática, pois é ela que junto com a correspondência
biunívoca, vai dar autonomia para criança contar, consultar a tabela numérica,
etc. Pode ser trabalhada por meio de recursos de memorização (músicas infantis,
parlendas e brincadeiras) e atividades permanentes como contagem das
crianças, trabalho com calendário, distribuição de material, etc.
Alguns desafios que ajudam na construção da regularidade:
Contar a partir de... (sobrecontagem);
Contagem decrescente;
Contar de 2 em 2, 5 em 5, 10 em 10, de 100 em 100, de 1000 em 1000: é o
conhecimento dos marcos das escritas convencionais (10, 100, 1000....) que
vai proporcionar que a criança construa outras escritas numéricas;
Superação da zona de irregularidade: os números de 11 a 15;
Superação dos nós (quando muda? Porque muda?) (19...29...39...);
Uso da tabela numérica: auxilia muito na observação das regularidades
existentes no nosso sistema de numeração.
Contagem:
Já a contagem envolve uma relação de ordem. Quando a criança não faz
essa relação de ordem, ela conta duas vezes um mesmo objeto ou esquece-se
de contar outro. Quando estabelece esta relação, que não precisa ser
necessariamente espacial consegue contar quantidades maiores sem se perder.
Contudo, isto não quer dizer que entenda a relação de número e quantidade.
Muitas vezes para a criança, o número é o seu nome, da mesma forma que
segunda-feira é o nome do dia da semana. Quando perguntamos para ela
99
quantos tem, pensa que queremos saber o último número da seqüência (para
registrar 3, por exemplo, precisa do 1,2 e 3).
A criança está contando quando: estabelece a correspondência um a um,
mantém a ordem da seqüência numérica, relaciona cada objeto sem omitir nem
repetir nenhum e considera que o último número representa o total do conjunto.
Reconhecimento numérico:
É interessante possibilitar a construção de um repertório de números das
crianças, partindo daqueles que são mais significativos para elas (Nº. da roupa,
do sapato, do telefone, peso, medida, idade, data de nascimento, endereço, etc.)
e depois avançar com esse repertório (agenda, álbum de figurinha, pesquisa de
portadores numéricos, consulta à tabela (descobrir regularidades – o que é igual?
O que muda? Quando muda? O que vem antes? O que vem depois?)
Registro numérico:
Dois pontos são importantes nesse trabalho: primeiro é deixar que as
crianças sintam a necessidade de registrar (para descobrir quem ganhou
quem fez mais pontos ou mesmo para saber quantos pontos ele mesmo fez). O
segundo ponto é trabalhar com seqüência de atividades respeitando
inicialmente as estratégias de registro de cada um e investindo para que
avancem cada vez mais, até chegar à sistematização de um registro para
determinado jogo, por exemplo.
Comparação de quantidade:
Desafiar a criança a descobrir quem ganhou o jogo é a melhor forma de
trabalhar com a comparação de quantidade;
O jogo “batalha” também é específico para esse conteúdo;
Comparação e ordenação de escritas numéricas (exemplo ordenar números
de casas);
100
Cálculo mental:
Estimular a construção de procedimentos e estratégias em qualquer jogo ou
situação problema e socializar e comparar as resoluções obtidas.
Orientações Didáticas
O professor deverá:
Compreender como a criança constrói o conhecimento lógico matemático;
Planejar sempre pensando “para quê” realizar determinada atividade;
Explorar situações cotidianas;
Propor situações desafiadoras, considerando as experiências que as crianças já
trazem de suas vivências;
Formular boas perguntas e planejar boas intervenções;
Estimular as crianças a desenvolverem seus próprios procedimentos, propor
soluções, explorar possibilidades, levantar hipóteses, etc.;
Garantir a máxima circulação de informações, por meio das socializações das
estratégias desenvolvidas, encorajando a explicar sua forma de raciocínio,
questionar, argumentar, validar suas próprias conclusões, formando uma rede de
interações e permitindo que diferentes inteligências se mobilizem durante a
discussão;
Incentivar as trocas de pontos de vista entre as crianças e abster-se de reforçar
respostas corretas e corrigir as erradas;
Diversificar os desafios para que todas as crianças tenham questões para
resolver, ou seja, considerar a Zona de Desenvolvimento Proximal das crianças
para mediar o processo de aprendizagem a partir das necessidades de cada
agrupamento produtivo, e, desta forma, estruturar seu trabalho prevendo níveis
de ajuda que possibilitem os avanços de todas as crianças;
Propor situações nas quais os conhecimentos prévios imediatos das crianças
não sejam suficientes e que a coloque diante de desafios que exija busca de
procedimentos, construções de estratégias e novos saberes;
Provocar situações que estimulem a necessidade de contagem oral;
101
Estudar atentamente os “erros” das crianças - eles nos mostram como elas estão
pensando naquele momento;
Tornar a aprendizagem matemática prazerosa e significativa é tarefa
importante para o professor, portanto, trabalhar com pesquisas de forma que
as crianças desenvolvam o espírito investigativo e busque as informações de
que necessita é instrumento norteador do trabalho pedagógico;
Nos jogos: levantar hipóteses de como se joga, aproveitar os conhecimentos
que a criança já tem sobre o jogo, observar o conhecimento de base que a
criança necessita para jogar (adaptação de desafios), socializar estratégias
que as crianças utilizam para ganhar e incentivar o aluno a considerar a
própria jogada em função da jogada do outro(s);
Propor atividades que envolvam cálculo por estimativa;
Propor situações problema onde as crianças possam refletir sobre nosso
sistema de numeração e investigá-los;
Registrar os avanços das crianças para que, além do professor, ela mesma
possa acompanhar seu desempenho e buscar sempre superá-lo.
Sugestões de atividades:
Propor pesquisa de onde os números se encontram e investigar para que
serve;
Propor atividades para que as crianças distribuam materiais para os colegas
fazendo relações materiais/ crianças, utilizando-se da nomenclatura correta
(sobrou, faltou, mais, menos, ...);
Organizar o quadro de aniversariantes visando à análise do gráfico de barras;
Utilização do calendário refletindo sua função social e problematizar o mesmo
(controle dos ajudantes, marcação de passeios, quantos dias ficarão em casa,
quantos dias faltam para festa, etc.);
Tabulação de dados em diferentes gráficos (gráfico de aniversariantes, de
número de sapatos, tamanho das crianças, etc.);
Criar situações de compra e venda para que as crianças pensem sobre nosso
sistema monetário;
102
Utilizar calculadora, pois é um portador presente no convívio das crianças que
não pode ficar fora da escola;
Propor situações de utilização da tabela numérica para consulta, comparando
e observando sua regularidade;
No momento da chamada trabalhar com a matemática problematizando
situações reais de crianças faltantes e presentes, quantidade de meninos e
meninas;
Criar necessidades reais de registro de quantidades tanto com a pontuação
de jogos, contagem semanal de coleções, etc;
Álbum de figurinha;
Paginar livro construído por eles;
Pesquisar números de casas;
Seqüência de atividade com lista telefônica e/ ou nº de telefone, placa de
carros, canal de televisão, etc.;
Sugestões de Músicas para desenvolver a contagem oral
Mariana conta um...
Quando o relógio bate a uma...
Dez formiguinhas...
Um, dois, três indiozinhos.
A galinha do vizinho
Um dois feijão com arroz.
JOGOS DE MESA: Que Desenvolvem o Cálculo Mental
Feche a caixa
Apresentação do jogo para a classe toda com sulfite numeradas de 1 a 9 e
dois dados. Dividir as crianças em dois grupos e a cada jogada discutir as
possibilidades de fechar as caixas escolhendo assim as mais interessantes.
Ao final, nesta primeira apresentação registrar só o número de caixas
abertas, lembrando que vencerá aquele grupo que fechar o maior número de
caixas.
103
Outra possibilidade de trabalhar as regras deste jogo é utilizando cartas de
As a 9 do baralho com duplas de jogadores (dois contra dois) para possibilitar
discussão entre as duplas na escolha da melhor possibilidade de jogada. O
registro será ainda da quantidade de caixas abertas, ganhando aquele que
ganhar mais caixas.
Jogo com tabuleiro em duplas é outra possibilidade, cada jogador deverá
pensar nas melhores possibilidades para se fechar o maior número de caixas
possíveis. O registro no primeiro momento poderá ser o número de caixas
abertas, mas o professor deverá acrescentar o desafio de registrar a soma das
caixas abertas.
O professor deverá propor também, após a assimilação das regras do jogo,
diferentes situações problema para que as crianças em dupla ou individualmente
resolvam.
Jogo da tartaruga
Este jogo é composto por um tabuleiro com numerais de 1 a 6 para se jogar
com um dado. O objetivo é reconhecer o numeral onde colocar uma ficha sobre
aquele que sair no dado. Ganhará o jogo, aquele que cobrir primeiro todo o casco
da tartaruga. Existem outros tabuleiros de 2 a 12 para jogarmos com dois dados
e de 3 a 18 para jogarmos com três dados. Nos jogos com 2 e 3 dados, o objetivo
é que as crianças sejam capazes de realizar o cálculo mental.
Poderemos apresentar este jogo para a classe toda, desenhando uma
grande tartaruga no chão e dividindo a turma em dois grandes grupos. A idéia de
trabalhar este jogo com um único dado é para que as crianças reconheçam o
numeral. Quando o professor perceber que seu objetivo foi alcançado, deverá
apresentar outros desafios com dois dados e mais tarde com três para que as
crianças operem mentalmente.
Quando o jogo estiver aprendido por todos, o professor poderá apresentar a
subtração para que as crianças decidam qual a melhor possibilidade de cobrir os
numerais, somando ou subtraindo.
104
Descubra
É um jogo de tabuleiro com numerais de 2 a 12 onde as crianças jogam com
dois dados. Elas deverão descobrir na seqüência numérica os numerais cuja
soma saiu no seu dado. Ganhará aquele que descobrir o maior número de casas.
Sugerimos começar em grupo no chão já utilizando os dois dados. Outra forma
de trabalhar com este jogo é fazer um bingo com a classe toda. O resultado da
soma dos dados vale para todos, ganhará aquele que preencher a cartela
primeiro. O professor poderá escolher se as crianças marcarão em duplas,
mesinhas de quatro ou individualmente.
Varetas
Para apresentarmos este jogo, propomos trabalhá-lo em grupos de quatro
crianças utilizando somente a contagem de palitos comparando quantidades para
descobrir o vencedor. Quando a regra tiver sido aprendida por todos, poderemos
acrescentar o desafio apresentando uma legenda onde cada cor de palito tem um
valor. O registro então será feito por cores e mais tarde com o valor para
descobrirmos o vencedor.
Batalha
Este jogo é composto por um baralho de mais ou menos 30 cartas
numeradas de 0 a 9. O professor poderá trabalhá-lo para provocar discussões
sobre nosso sistema de numeração, pois em dupla as crianças deverão pegar
duas cartas e posicionar os números descobrindo qual é o maior. Aquela que
estiver com o maior pegará as quatro cartas para si. Vencerá o jogo aquele que
tiver o maior número de cartas.
Sugerimos apresentar este jogo em pequenos grupos com cada criança
pegando uma carta (unidade). Um segundo passo será trabalhar com duas cartas
(dezena) provocando discussões sobre o valor posicional e mais tarde com três
cartas (centena).
Quando apresentamos o jogo, poderemos deixar que as crianças mudem a
posição das cartas e discutam, mas conforme se apropriam das regras do jogo,
105
não poderão mais mudar a posição das cartas o valor posicional deverá ser feito
mentalmente.
Jogos que Ajudam a Desenvolver a Relação Biunívoca:
Boliche
É um jogo simples. Composto por garrafas e bolas (variando a quantidade
de acordo com o objetivo). O objetivo do jogo é derrubar a maior quantidade
possível de garrafas e fazer a contagem e o registro.
Polvo
É um jogo de percurso simples cujo tabuleiro é composto por um polvo com
quatro tentáculos, cada tentáculo de uma cor. Cada criança deverá jogar o seu
dado e caminhar pelo tentáculo, aquele que chegar até a cabeça primeiro será o
vencedor.
Este jogo poderá ser apresentado na quadra com bambolês, em pequenos
grupos na diversificada ou nas aulas de matemática em grupos para todas as
mesas.
Centopéia
É um jogo de percurso simples como o do polvo que pode ser jogado em
duplas ou trios.
Jogo da corrida maluca
É um jogo de percurso com obstáculos com as cores do semáforo. O
vermelho Pare – ficará uma rodada sem jogar. O amarelo: Atenção – avançará
uma casa. O verde: Siga – avançar duas casas.
106
Jogo da pizza
É um jogo de regra simples cujo tabuleiro é circular, como uma pizza,
dividido em quatro partes; cada parte é composta por círculos de cores
diferentes. As crianças jogarão em grupos de 4 escolherão quem iniciará o jogo e
jogarão o dado e marcarão na pizza as rodelas de sua cor com botões
representando a quantidade que tiraram no dado. Ganhará o jogo aquele que
cobrir primeiro todas as rodelas da mesma cor.
Em roda, expor o jogo da pizza para as crianças, explicar as regras e jogar
com três alunos na frente de todo o grupo. Distribuir uma pizza para cada mesa
onde as crianças deverão jogar. Neste momento o professor deverá percorrer a
sala, observar como estão jogando e fazer intervenções pontuais com base nos
seus objetivos.
Jogo da árvore
É um jogo com regras simples idênticas ao jogo da pizza, a única diferença
está no tabuleiro que é individual.
Dado de cores
É um jogo interessante para trabalharmos com nossos alunos a questão do
registro. Ele é composto por três dados coloridos, mas a criança só marcará
ponto quando cair o azul.
Sugerimos que este jogo seja apresentado para todas as crianças dispostas
em roda. Explicar as regras dizendo que quando cair o azul, é para marcar um
ponto, em seguida, deveremos jogar com algumas crianças para que as outras
observem os procedimentos.
O professor deverá trabalhar com este jogo quando as crianças já fizerem
relação biunívoca, pois a intervenção será no registro.
Poderemos propor o jogo para todas as mesas onde das quatro crianças, 3
jogarão e 1 registrará os pontos. Nesse período o professor deverá percorrer a
classe observando com as crianças estão jogando e deverá fazer as intervenções
107
que achar necessário, observando também como os registros estão sendo feitos
quais os procedimentos das crianças, organização, etc.
Socializar os registros é fundamental, pois cada registrador deverá contar
como registrou (estratégia), se conseguimos saber quem ganhou, quantos pontos
fizeram etc. Sugerimos que o mesmo registrador fique por um tempo para que se
aproprie e avance no ato de registrar.
Uma interessante possibilidade é desenvolver com as crianças um
campeonato entre mesas e porque não entre classes de forma a tornar
significativa a atividade onde prazerosamente as crianças estarão registrando e
calculando.
Indicadores para Avaliação
(1-) Contagem:
Utiliza a recitação numérica nos jogos, nas brincadeiras, nas músicas e em
situações que reconheça sua necessidade?
Organiza objetos para contar ou conta duas vezes o mesmo e esquece
outros?
Faz contagem estabelecendo relação um a um?
Sincroniza o gesto de contar com a seqüência recitada?
Designa uma quantidade a partir da contagem?
Tem noção de antecessor e sucessor ou precisa contar tudo de novo?
Conta até que número?
Quais são os erros recorrentes na contagem?
Param ou confundem as dezenas ( os nós )? No caso de pararem, seguem
quando dizemos o seguinte?
Faz contagem por agrupamento (2em 2. 5 em 5, 10 em 10, 100 em 100, 1000
em 1000)?
2-) Reconhecimento Numérico:
Faz leitura de números em diferentes contextos (fora da seqüência
numérica)?
Lê os números separadamente (23 são o dois e o três)?
108
Fala diretamente o número ou necessita contar desde o um para chegar ao
nome do mesmo?
Registra com o numeral?
Reporta-se a série ordenada dos números para consulta/pesquisa (tabela,
calendário ou outros portadores)?
Observa regularidade na tabela numérica?
3-) Antecessor / Sucessor:
Fala diretamente o número anterior/seguinte ou faz uso da tabela para chegar
ao mesmo?
Ordena números?
Faz sobrecontagem (contar a partir de determinado número)? Ou seja,
conserva quantidade?
4-) Comparação de Quantidades:
Compara um a um os objetos de cada coleção?
Compara aleatoriamente?
Conta os objetos de uma coleção e posteriormente da outra?
Compara e ordena escritas numéricas?
5-) Registro (A criança registra por meio de):
Desenhos alinhados?
Marcas? Quais?
Algarismos, porém, mantendo a correspondência termo a termo (exemplo:
para registrar 4 a criança coloca 1234 ou 4444)?
Com numerais convencionalmente?
6-) Cálculo Mental:
Soma de memória dois algarismo cuja soma seja dez ( 1+9 / 6+4 )?
Soma de memória dois algarismos cuja soma seja maior que dez?
109
Agrega dobros, dezenas?
Conta a partir de determinada quantidade?
7-) Resolve Situações Problema por meio de:
Explicitação oral? Desenhos? Números?
8-) Quanto à utilização da Tabela Numérica:
Aluno percebe e/ou utiliza a regularidade da mesma?
Faz consulta com autonomia ou necessita de ajuda?
Em que situação recorre á tabela?
9-) Hipótese dos alunos em relação a qual é o número maior:
1ª Hipótese – quanto maior a quantidade de algarismo maior é o número;
2ª Hipótese – o primeiro número é o que manda (para números com a
mesma quantidade de algarismos);
3ª Hipótese – o segundo número é o que manda (quando o primeiro é igual).
10-) Escrita do Número:
Faz a escrita à imagem e semelhança da numeração falada (289 a criança
escreve 200 80 9)?
Compõe o numeral?
Decompõe o numeral?
110
6.2.1 Grandezas e Medidas
“A aranha realiza operações que lembram o tecelão, as abelhas envergonham o
trabalho de muitos arquitetos. Mas mesmo o pior dos arquitetos difere de início, da
mais hábil abelha pelo fato de que, antes de fazer uma caixa de madeira, ele já o
construiu mentalmente”.
Karl Marx – O capital
Convenções necessárias para nos entendermos
Para chegarmos a instrumentos convencionais de medida a humanidade
percorreu um longo caminho. De acordo com as necessidades que foram surgindo,
foram sendo criados diferentes padrões de medidas: pé, polegada, passo, punhado,
etc. Porém, com a inexatidão destas medidas vieram os conflitos e também as
soluções. A primeira unidade convencional de medida foi a jarda, baseada nas
características de um personagem reconhecido do lugar (entre o nariz de Henrique I
e a ponta de seus dedos, uma vez estendido o braço). Como não se podia levar o rei
para lá e para cá, foi estabelecido o uso de varas. O rei ficou tranqüilo em seu reino.
As varas por sua vez foram divididas em partes menores e pouco a pouco fomos
chegando à régua, ao metro.
O Ensino de Medidas Hoje
Temos duas linhas de pensamento: a Piagetiana, diz que as noções de
medidas constituem-se somente a partir de haver alcançado a compreensão do
número, e, a Vygotskiana, da escola russa, que defende que as noções de medidas
constituem-se a partir de “processos próprios da medição”, e assim, apoia-se na
didática que reproduza o caminho que a humanidade percorreu.
Segundo pesquisas, as crianças trabalhadas de acordo com os preceitos de
Vygotsky atingiram um nível superior de desenvolvimento em seus conceitos
referentes à medida.
Entende-se por medir o processo pelo qual averiguamos quantas vezes uma
quantidade, escolhida como padrão ou unidade de medida, está contida em outra da
111
mesma magnitude. O número obtido a partir deste processo é, precisamente, a
medida.
A repetição de uma unidade de medida requer certa noção de divisão e de
subdivisão e que deve recobrir todo o intervalo, sem lacunas nem justaposições.
Quando usamos unidades menores obtemos medidas maiores e quando
usamos unidades maiores, obtêm-se medidas menores (proporcionalidade inversa).
Por isso, somos obrigados a expressar a unidade utilizada para medir: 1 km, 100 m,
10 quadras, 3 cm, etc.
Quando se trabalha com unidade de medida não convencional deixa claro
para a criança que medir é verificar quantas vezes a unidade cabe dentro do todo.
Para nós parece simples, mas para a criança é uma construção complexa. Por
exemplo: um cinto mede 25 cm. A criança precisa entender que 25 é quantas vezes
o 1 cm aparece no cinto medido. Portanto, o medir com palmos, passos, etc., torna
este processo de entendimento mais fácil, uma vez que a criança familiariza-se com
a ação de medir, passa a utilizar as unidades de medida convencional, com
propriedade. O uso precoce de instrumentos de medida poderia obstaculizar este
processo.
Outro aspecto importante é não “arredondar” resultados, pois o “resto” vai
ajudar a criança a construir as pequenas medidas como metro e centímetro, por
exemplo. Então, usar termos como: três copos e um pouquinho a mais, três copos e
meio, cinco passos e três pés, etc.
Objetivos Específicos:
Identificação da função social das diversas formas de medidas (peso,
comprimento, tempo e temperatura);
Comparar medidas;
Conhecer e ter noção de como utilizar os instrumentos de medida.
Conteúdos:
Comparação de tamanhos;
Conhecimento da função dos instrumentos de medidas;
112
Utilização dos instrumentos de medida;
Orientações Didáticas para o Trabalho com Medidas:
Trazer para a sala diferentes instrumentos de medidas tais como: fita métrica,
termômetro, trena, metro, balança, ampulheta, relógio, etc.;
Fazer tabela ou gráfico de peso e altura das crianças procurando sempre
problematizar através de análises e comparações.
Propiciar diferentes jogos de estimativa para provocar conflito;
Propor atividades culinárias criando uma relação necessidade de medida com
diferentes instrumentos ( colher, xícara, copo, pitada, tempo de cozimento, ...);
Comparar o tamanho dos pés com os sapatos observando o que ocorre;
Propor a utilização do relógio em sala de aula.
Atividades culinárias: tempo de cozimento, e quantidades de medidas (litro,
gramas, colher, pitada, etc.);
Trabalho com medidas não convencionais: passos, palmas, punhados,
polegadas, palitos, barbantes, cordas, tira de papel, etc. (propor desafios para os
quais as crianças terão que recorrer a essas medidas);
Debates sobre as diferenças ocorridas com uso das unidades não convencionais
de medida (este conflito que levará a necessidade de se usar as convencionais);
Trabalho com unidades de medida convencional: régua, fita métrica, trena,
metro, etc.
Elaboração e confecção de jogos (com medidas específicas);
Proporções corporais: equivalências (2 vezes a medida do pescoço = a cintura;
medida do pé = antebraço, as duas primeiras falanges do indicador = nariz, etc.;
Medida de tempo: relógio, calendário (diferença entre dia, semana, mês, ano),
tempo histórico na família e na comunidade (pode ser observada por meio de
fotos antigas e recentes – linha do tempo);
Tomar medidas de uma boneca para fazer-lhe uma roupa;
Produtos: normalmente as embalagens trazem informações sobre peso,
metragem, capacidade;
Capacidade: verter, transbordar, encaixar são ações que aproximam o
descobrimento da capacidade de diferentes recipientes. Exemplo: quantos copos
podem ser servidos com 2 litros de refrigerante?
113
Confecção de balança de equilíbrio: as primeiras noções são fornecidas pela
“sensação” de peso. “É pesado”, “é mais leve”. Com a utilização da balança,
podem ser realizados vários desafios de comparação;
O professor deve aproveitar situações de sala de aula para empregar o
vocabulário relativo às medidas: longo, curto, grande, pequeno, espesso, fino,
alto, estreito etc;
Jogos
Quilles com bola grande na quadra
Material: corda, bola e garrafas de refrigerante.
Propor a primeira jogada com garrafas vazias, girar a bola tentando
derrubar o maior número possível de garrafas. Registrar os pontos. O objetivo
será descobrir a medida de força e o movimento para derrubar o maior número
de garrafas.
Jogar também com garrafas cheias será uma interessante experiência de
comparação de medida de força. Poderemos também trabalhar com garrafas de
pesos diferentes tendo assim que modificar a estratégia de jogada.
Jogos de arremesso
Salto em distância: medir as distâncias dos saltos .
Aumenta-aumenta (salto em altura): com uma corda o professor poderá
modificar alturas, com desafios crescentes.
Indicadores para avaliação:
Faz medidas diretas e indiretas de grandezas;
Compara tamanhos de objetos colocando-os lado a lado;
Mede com instrumentos;
Marca o tempo por meio do calendário ou relógio.
114
6.2.2 Espaço e Forma
Não há espaço que se configure sem o desenvolvimento do esquema
corporal. Corpo é espaço. Ocupa espaço. Divide espaço. Faz análise do espaço
primeiro com seu corpo, antes de fazê-la com os olhos, para acabar por fazê-la com
a mente. Todos os outros objetos ao seu redor são vistos em função da posição
atual do próprio corpo. Esta é a primeira estabilização perceptiva e o trampolim
indispensável para estruturação do espaço.
Atividades de corpo e movimento, principalmente a dança, os jogos em grupo
e parcerias, proporcionam bons desafios: corpo X espaço.
Objetivos Específicos
Explorar relações espaciais;
Construir objeto a partir de modelo ou livremente;
Representar graficamente objetos e lugares;
Analisar gráficos e itinerários;
Elaborar e/ou interpretar gráficos de barra;
Conteúdos:
Exploração de relações espaciais;
Construção de objetos;
Representação gráfica de objetos;
Representação gráfica de lugares;
Análise de itinerários;
Elaboração e interpretação de gráficos.
Orientações didáticas:
Propor jogos e brincadeiras que trabalhem as questões de espaço e forma
(amarelinha jogo do caracol, quadrados no chão...);
115
Observação de mapas e itinerários refletindo sobre sua função (mapa do
caminho de casa até a escola, mapa de ruas, do zoológico, etc.); representação
de caminhos (com pontos de referências), representação de parte da escola
(parque, sala de aula, etc.), apreciação e representação da planta da escola,
desenho de circuito, maquetes de espaço, mapa do tesouro, etc.;
Propor situações de observação e representação de espaços conhecidos
através de maquete, desenhos e plantas (maquete da escola, planta da
escola, da sua casa, etc.);
Utilização de blocos de madeira, e brinquedos de encaixe, buscando a
representação no plano;
Trabalhar com as equivalências do Tangran;
Observação das formas geométricas que se apresentam na natureza;
Representar graficamente objetos em diferentes ângulos de visão (desenho
de observação);
Representações tridimensionais como maquetes, construções de argila, Lego
dacta, etc.;
Construir diferentes estratégias em jogos de formas diversas como: Ta Te Ti,
Dama, Xadrez, Dominó de cores, etc.;
Socialização de estratégias ampliando conhecimento;
Propor jogos de montar como lego data, Tangran, quebra cabeça...
Tangran
É um tipo de quebra cabeça de sete peças (1 quadrado, 2 triângulos
pequenos, 2 triângulos grandes , 1 triângulo médio e 1 paralelogramo).
Sugerimos:
1-) Iniciar este trabalho contando a Lenda do Tangran (história do chinês) onde
as crianças se tornam dispostas a ajudar o chinês com a montagem do espelho
utilizando as sete peças. – Socializar descobertas;
2-) Deixar que as crianças montem figuras livremente utilizando as 7 peças do
tangran;
3-) Montar figuras sobrepondo as peças a modelos;
4-) Sobreposição faltando algumas linhas;
5-) Montar figuras onde aparece apenas a silhueta ou sombra;
116
6-) Montar figuras observando modelos;
7-) Montar figuras seguindo instruções.
Outras ideias:
As atividades podem ser trabalhadas em duplas para enriquecer as
discussões.
Registrar figuras para compor novas cartelas é outra tarefa bastante
interessante e desafiadora;
Ditar uma figura e aquela que se aproximar mais do modelo será a vencedora.
Quando as crianças estiverem dominando muito bem o jogo, o professor
poderá propor atividade de dobradura e recorte das peças do tangran
coletivamente;
Nomeação correta das peças
Equivalências no Tangran:
Trabalhar com equivalências neste jogo é muito importante, onde o professor
poderá propor vários desafios. Com estas brincadeiras as crianças estarão
pensando e descobrindo coisas neste jogo.
Alguns desafios:
Observar e comparar as peças, verificar quais peças têm o mesmo tamanho, a
mesma forma, quantas vezes uma “cabe” dentro da outra.
Compor um quadrado usando 2 peças do tangran;
Compor um paralelogramo utilizando dois triângulos pequenos;
Um quadrado utilizando dois triângulos grandes;
Um triângulo médio utilizando dois pequenos;
Compor um triângulo usando 2, 3 e 4 peças do tangran;
Compor um quadrado, com 3 e 4 peças do tangran;
Compor um retângulo, usando 3 e 4 peças do tangran;
Obs.: Desenhar as respostas e verificar quantas possibilidades existem.
Outras situações com o Tangran:
117
Jogo dos comprimentos das peças: cada jogador tem um jogo do Tangran
completo. O primeiro jogador coloca uma peça e os demais vão colocando as peças
de tal maneira que um dos seus lados toque em um lado da mesma. Se não tiver
passa a vez. Vence o primeiro que colocar todas as peças (tipo dominó).
Compor figuras livremente com as 7 peças e inventar uma história para sua
figura. Criar uma história coletiva na classe tendo como personagens as figuras
que cada um criou.
Jogo da velha
A apresentação deste jogo poderá ser feita para todo o grupo desenhando-o
no chão. Perguntaremos _ Quem sabe jogar? E jogaremos com esta criança. Em
seguida proporemos o jogo em duplas combinando a quantidade de jogadas.
Combinar o registro para sabermos quem será o vencedor e propor até um
campeonato na sala.
Apresentar uma situação de jogo congelada e pedir para que as crianças
levantem possibilidades para se ganhar o jogo. Socializar possibilidades.
Elaborar cartaz com as possibilidades elaboradas pelo grupo e constatar
estas possibilidades.
Ta Te Ti
Apresentar este jogo após o jogo da velha apontando as diferenças;
Propor novos campeonatos;
Propor atividades em quadra onde as crianças sejam os pinos humanos.
Dominó das quatro cores
Propor às crianças que em grupos de quatro, montem um quadrado com as
quatro cores. Em seguida pedir para que montem o quadrado com as quatro
cores sem encostar as laterais da mesma cor. Fazer registro com lápis de cor e
papel, trocar os registros entre os grupos e fazer a solução encontrada pelos
outros colegas.
118
O novo desafio será que as crianças montem o quadrado sem unir laterais e
vértices das mesmas cores. Fazer registro e trocar com outros grupos.
Atividades como: fazer desenhos livremente sem tirar o lápis do papel e
pintar o próprio desenho utilizando o teorema das quatro cores é uma atividade
que poderá ocorrer antes do desafio com o dominó de cores. Os desenhos
poderão ser trocados entre as crianças onde cada um pintará o que o amigo fez.
Outros Jogos: trilha, batalha naval, amarelinha, boliche (traz questões de
direção – mais para direita, mais para a esquerda, mais perto, e também de força
– mais forte, mais fraco, etc.).
Trabalho com o tridimensional: passar do bi para o tridimensional. O Lego
Dacta traz fichas que ajudam bastante nesta passagem do espaço
representativo para o perceptivo e vice e versa. Esculturas de sucata, blocos de
madeira ou de montar, massinha ou argila também podem ser utilizadas nestas
representações;
Relação com Outras Áreas de Conhecimento
Corpo e movimento:
Brincadeiras que se medem: arremesso de peso, salto à distância, salto em
alturas;
Pedir para que a criança desenhe a brincadeira é uma ótima atividade de espaço
e forma (roda, amarelinha, pula corda, etc.). Quando faz isso à criança passa o
espaço perceptivo para o representativo.
Arte:
O trabalho realizado com mosaicos, vitrais, formas geométricas (artistas como
Mondrian e Volpi exploram bem esses temas), malhas, simetrias, esculturas, etc.
A observação e exploração das regularidades da natureza: teia de aranha,
estrela do mar, flores, frutas, folhas, etc.
Observação e representação de um objeto visto por vários ângulos
(principalmente visão aérea)
119
Outras situações:
Elaboração e confecção de jogos: trabalhar com seqüenciadas de atividades
para este fim, podendo no final montar uma “jogoteca”, para que as crianças
possam levar jogos para brincar em casa com os familiares e amigos.
Indicadores para Avaliação
Explora relações espaciais (quebra-cabeça)?
Constrói um objeto utilizando-se de modelo (passa do espaço representativo
para o perceptivo - Lego Dacta)?
Constrói objetos livremente a partir de outros?
Representa graficamente objetos (passar do espaço perceptivo para o
representativo)?
Descreve percursos observando pontos de referência?
Representa espaços (itinerários, lugares, brincadeiras)?
120
6.3 CORPO E MOVIMENTO
“Corpo e mente devem ser entendidos como componentes que integram um
único organismo. Ambos devem ter assento na escola, não um (mente) para
aprender e o outro (corpo) para transportar, mas ambos para se emancipar. Caso
contrário o corpo fica reduzido a um estorvo que, quanto mais quieto estiver
menos atrapalhará”.
“Fica difícil falar em educação concreta na escola quando o corpo é considerado
um intruso. A concretude do ensino depende, a meu ver, de ações práticas,
corporais, conhecimentos significativos, formação para a autonomia e assim por
diante”. “Sugiro que, a cada ano letivo, por ocasião das matrículas, também o
corpo de cada criança seja matriculado”.
(João Batista Freire, Educação de Corpo Inteiro)
Esta área de conhecimento não trabalha apenas o movimento, mas
também o autocontrole, a emoção e a auto-estima das crianças. Quando estas
vencem desafios com o corpo e movimento, isso naturalmente se reflete no
trabalho com as outras áreas. No entanto, a importância da área se justifica por
ela mesma, ou seja, ela é tão importante quanto às outras áreas do currículo.
O corpo é o primeiro objeto de interação do sujeito com o mundo. O
conhecimento do próprio corpo se dá através das vivências pessoais. Dentro
dessas vivências, os jogos e brincadeiras, as rodas cantadas, as danças, os
circuitos, as estações de movimentos e as explorações de materiais oferecem
situações de aprendizagem interessantes e dentro de um contexto rico e
significativo para as crianças. A escola é um dos lugares onde acontece a
construção dessa cultura lúdica e quem assume esse papel é o educador, que ao
socializar o conhecimento de todos, ajuda o grupo a construir um repertório de
brincadeiras em comum. Já que o brincar é fruto da relação social do sujeito e é
algo que se aprende, é fundamental para as crianças ter adultos que lhe ensinem
os jogos e as brincadeiras. (Proposta Curricular da Educação Infantil, vol.II)
121
Objetivos:
Explorar e controlar os próprios movimentos, conhecendo limites e
potencialidades, buscando superá-los;
Apropriar-se progressivamente da imagem global de si mesmo;
Explorar possibilidades de movimentos através de diferentes materiais;
Criar uma auto-imagem positiva, em relação ao próprio corpo e possibilidades
de movimento;
Desenvolver a noção de equipe, cooperação e respeito.
Conteúdos:
Participação em diferentes atividades corporais, com solidariedade,
cooperação, principalmente, utilizando os jogos cooperativos;
Valorização das suas conquistas corporais e as dos outros;
Resgate de brincadeiras, cantigas, que envolvam corpo e movimento;
Conhecimento e respeito às regras;
Manuseio de objetos como corda, bola, arco, bastão, etc.;
Aperfeiçoamento dos gestos (desafios corporais envolvendo equilíbrio,
flexibilidade, coordenação, lateralidade, ampliação do movimento, etc.);
Aperfeiçoamento de possibilidades de locomoção (andar, correr, saltar,
desviar, engatinhar, rolar, escalar, pedalar, sentar, dançar, girar, escorregar,
etc.);
Aperfeiçoamento de possibilidades de manipulação de materiais (bater,
rebater, pular, chutar, arremessar, encaixar, lançar, etc.)
Aperfeiçoamento de possibilidades de equilíbrio (rolar, pendurar-se, girar,
andar sobre uma linha (reta, curva), pular em um pé só, etc.)
Orientações Didáticas
Organizar tempo e espaço para que a atividade se desenvolva da melhor
maneira, de modo a propiciar estímulo, interesse e participação, evitando
tempo de espera;
122
Estimular a participação de todos para superar possíveis causas (medo,
vergonha...);
Organizar o ambiente com materiais que propiciem descobertas e explorações
de movimentos (circuito, estações);
Promover diversidade de desafios, levando em conta os conhecimentos
prévios;
Propor jogos e brincadeiras envolvendo imitação, interação, e reconhecimento
do corpo;
Desenvolver atividades nas quais as crianças possam saltar obstáculos,
escalar, coordenar habilidades motoras, velocidade, flexibilidade e força;
Desenvolver trabalho em parceria com outra(s) sala(s);
Possibilitar momentos de interação/discussão entre as crianças permitindo o
confronto de percepções e esquemas, comparações, troca de informações e
pontos de vistas, ajudando-as a fazerem relações entre o que já sabem com
novos conhecimentos;
Fazer um resgate cultural de jogos e brincadeiras (com os alunos, professores
ou pais);
Respeitar a diversidade e garantir a participação de todos os alunos
Planejar as atividades previamente tendo claro o objetivo que pretende
alcançar e os desafios corporais que irão favorecer a ampliação das
aprendizagens das crianças em seus repertórios de movimentos;
Avaliar e registrar os avanços e dificuldades dos alunos para elaboração de
novos desafios e intervenções;
Ficar atento quanto às crianças que apresentam questões de saúde, buscar
sempre orientações médicas para respaldar a sua prática;
Repetir a atividade para garantir a apropriação das crianças;
Valorizar o esforço e as conquistas pessoais.
Sugestão de organização semanal das aulas:
2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Jogos e brincadeiras
Atividade com materiais:corda, bola, pneu, bambolê, etc.
Circuito /dança e roda cantada
Jogo simbólico
Atividade escolhida pela turma
123
O que o professor deve observar:
Como a criança se porta frente aos desafios corporais?
Participa com prazer das atividades propostas?
Qual sua evolução em relação ao desenvolvimento de suas habilidades
motoras (pular corda equilibrar-se, etc.);
Como é sua integração com o grupo?
Coopera? Tem respeito pelo outro?
Tem noção do trabalho em equipe?
Como se relaciona com as regras dos jogos? Contribui para construção das
mesmas?
Como se apropria das brincadeiras apresentadas?
Possui ritmo? Cria movimento nas danças? Tem lateralidade? Equilíbrio?
Contenção do movimento?
Tem noção de espaço, tempo e força?
Possui atenção/concentração nos jogos e brincadeiras?
Participa de dramatizações/jogos simbólico? Tem expressão corporal?
Lista de brincadeiras:
Corre cotia;
Rodas cantadas (Ciranda-cirandinha, Nesta rua, Terezinha de Jesus, Onde
está a Margarida, Fui ao Tororó, Para dentro e para fora, Caranguejo não é
peixe, Jacaré poiô, Rabo da serpente, Roda pião, Roda, roda, roda, Marre-
marré, Se eu fosse um peixinho, A canoa virou etc.);
Pega-pega;
Pega-pega diferente: todas as crianças posicionam-se sentadas no chão com
as pernas esticadas, ocupando todo o espaço da quadra e elegem-se dois
elementos um para ser o pegador e o outro para ser o fugitivo. O fugitivo
quando quiser poderá escolher alguém, pular a sua perna e sentar-se em
seguida. A criança que foi “pulada” passa a ser o pegador e quem era o
pegador passa a ser o fugitivo;
124
Pega- pega corrente: quem for sendo pego vai formando uma corrente e
quem estiver nas extremidades são os pegadores (pode-se combinar quem
irão pegar);
Pega-pega de boné: sempre que pega alguém passa o boné. Quem estiver
com o boné é o pegador
Pega-pega vira estátua: quem for pego vira estátua e quem ainda não foi
pego pode salvar as estátuas
Meleca: desenhar várias formas no chão. Dentro de cada meleca fica uma
criança que será pegadora. As outras crianças devem fugir e se forem
tocadas pela meleca viram melecas também
Coelhinho sai da toca
Quatro cantos: cada equipe em um canto, a um sinal trocar de canto sem
deixar-se pegar pelo pegador que fica no meio;
Morto vivo enterrado
Estátua
Batata quente
Mãe da rua
Queremos passar pelo rio vermelho
Balança caixão
Passa, passa três vezes
Boca de forno
Rabo da serpente
Camaleão
Passa anel
Somos três mocinhos da Europa
Queimada
Beijo, abraço e aperto de mão
Corda: Salada saladinha/ Com quem será que o fulano vai se casar? / Um
homem bateu em minha porta e eu abri/ Aumenta-aumenta/ Cobrinha, etc.
Jogo das pedrinhas
Dança das cadeiras
Gato e rato
Basquetinho (jogo das bolinhas de papel)
Peteca de jornal
125
Escravos de Jó
Pula sela
Barra manteiga
Vivo ou morto
Duro ou mole
Cabra cega
Corrida do saco
Túnel humano
Cabo de guerra
O mestre mandou
Elefantinho colorido
Polícia e ladrão
Atividades com bexiga
Cada macaco no seu galho
Dramatização ou mímica
Amarelinha
Esconde-esconde
Estátua
Mamãe polenta
Colchão humano
Pipa
Seu lobo
Jogos cooperativos
Patinho feio
Seu rei mandou
Brincadeira do espelho
Fadas e robôs
Pato, pato, ganso
Vassourobol
Acorda seu urso
Carneirinho, carneirão
126
Algumas ideias para desenvolver sequência de atividades corporais:
Corda:
Cobrinha
Aumenta-aumenta
Desafio de aprender a pular corda
Pular em dupla
Entrar
Sair
Músicas que trazem desafios:
“Com quem será que fulano vai se casar?
Loiro, moreno, careca, cabeludo
Rei, ladrão, polícia, capitão?
Com a, com b, com c...”
“Salada, Saladinha
Bem temperadinha, com sal
Pimenta, pimentinha, pimentão (ir acelerando)”
“Um homem bateu em minha porta
E eu abri
Senhoras e senhores põem a mão no chão
Senhoras e senhores pulam num pé só
Senhoras e senhores dão uma rodadinha
E vão pro olho da rua... (sai uma criança e entra outra)
Basquete:
Aprender a bater a bola;
Bater a bola em movimento (andando);
Arremesso à cesta;
Passar a bola para os amigos;
Trabalhar em equipe;
Com equipe adversária;
Jogo com regras simples
127
6.4 Ciências e Educação Ambiental
Turma do Infantil V – Professora Elisabete Barboza – Observação da metamorfose
Os conhecimentos científicos valorizados historicamente apresentam uma
estreita vinculação com o contexto sócio-político e econômico de cada momento, o
que acaba mobilizando a mudança de postura das pessoas. Não há, portanto, uma
neutralidade nas produções e formas de organização do conhecimento, estando a
ciência a serviço de certos interesses de determinada época. Tentar separar a
ciência do corpo da história é distanciá-la de sua compreensão como processo de
construção social, produto do esforço da humanidade. Assim, quando ensinamos e
aprendemos Ciências e Educação Ambiental na escola, estamos mais que
ensinando e aprendendo conceitos, atitudes ou procedimentos, estamos ensinando e
aprendendo formas de olhar, pensar e conceber o mundo.
Refletir e discutir sobre questões do cotidiano como: a mídia, a ideologia de
consumo, o desperdício, a violência, o egoísmo e o preconceito é um ponto de
partida para construção de culturas que constroem valores.
Dentro deste contexto, consideramos que a proposta para esta área deva
orientar a ações de todos (alunos, profissionais da Educação e a comunidade) para
um novo paradigma, comprometido com uma nova relação ética, estética e política
compreendida de uma maneira sistêmica. Propomos educar sob a égide:
Da ética: que respeita a vida em toda a sua processualidade, localizando o ser
humano como um elo na biodiversidade, desenvolvendo a consciência que
valorize todas as formas de vida com as quais compartilhamos este planeta,
respeitando seus ciclos vitais e impondo limites à exploração predatória das
mesmas;
128
Da estética: que recria, assim como a arte, novos campos de beleza desfocando
a ideologia do consumo;
Da política: capaz de quebrar o invólucro do ser humano alienado e hipnotizado
pelo seu “eu onipotente” de modo à resignificar valores como a: convivência com
o outro, a solidariedade, a igualdade e o respeito aos direitos humanos, a
cooperação, o diálogo entre indivíduos, a interação entre as culturas com a
finalidade de criar novos modos de vida, sem distinções éticas, físicas, de gênero,
idade, religião ou classe.
Estes princípios precisam ser compreendidos de uma maneira integrada,
promovendo à transformação e a construção da sociedade que envolve uma
perspectiva holística, enfocando a relação entre o ser humano, a natureza e o
universo de forma interdisciplinar, integrando conhecimentos, aptidões, valores,
atitudes e ações, convertendo cada oportunidade em experiências educativas de
sociedades sustentáveis.
Vale lembrar que, sobretudo na Educação Infantil, devem-se orientar os
planejamentos para o trabalho com a formação de valores e procedimentos, mais do
que a ansiedade de se garantir informações e conceitos vazios, descontextualizados
e pouco significativos.
Objetivando um trabalho pedagógico mais sistematizado e intencional, no que
se refere à Educação Ambiental, consideramos a proposta apresentada pelo prof.
Zysman Neiman (“Educação Ambiental –EA- Conceitos e definições”.) abordando; a
sensibilização como forma de cultivar uma atitude de reverência para com a vida; a
informação como elemento que favorece a reflexão sobre as conseqüências de
nossas atitudes a respeito do entorno ecológico e assim, assumir decisões
consciente; a mobilização como a ação que orienta as pessoas, instituições e
comunidades para cooperarem, transformarem e construírem situações desejáveis,
estando todos abertos para diferentes pontos de vista e a ação que assegurará a
execução prática dos projetos ambientais que se deseja concretizar.
Proposta Curricular – vol.II
Objetivos:
Conhecer e valorizar os acontecimentos culturais de sua comunidade;
Conhecer e respeitar modos de vida de diversos grupos sociais;
129
Sensibilizar para a necessidade da construção de uma sociedade justa, de
respeito às diferenças, ao pluralismo de idéias e concepções, solidariedade,
cooperação e sensibilizar o olhar para as injustiças e discriminações,
compreendendo o conceito de justiça baseado na idéia de equidade;
Valorizar e empregar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar
decisões coletivas e individuais; assumindo posições segundo seu próprio
juízo de valor, considerando diferentes pontos de vista e aspectos de cada
situação;
Valorizar a vida, sob suas mais diversas formas, identificando, apreciando e
reconhecendo a diversidade natural e sócia cultural, adotando postura de
respeito e convívio aos diferentes aspectos e formas do patrimônio natural,
ético e cultural;
Desenvolver o procedimento de pesquisa, utilizando a BEI (livros, internet,
vídeos, jornais, revistas, CD-ROOM) e outros meios (pesquisa de campo, na
família, entrevistas com pessoas que conheçam a situação pesquisada);
Ampliar o conhecimento sobre o uso consciente da água;
Envolver a família no processo educativo.
Conteúdos
Pesquisa de diferentes fontes para buscar informações;
Percepção e cuidados necessários à preservação da vida e meio ambientes;
Fenômenos da natureza – Ciclo d’água: a importância, características,
estados físicos e áreas mananciais;
Organização do espaço da horta e acompanhamento sistemático dos vegetais
ali plantados;
Seres vivos (Relação no Ecossistema);
Conhecimentos e cuidados básicos de vegetais por meio do cultivo;
Conhecimento de algumas espécies de faunas brasileiras;
Organização dos grupos e seu modo de vida ;
Poluição;
Enchentes;
Desperdício (foco na água: bem não renovável;
Consumismo;
130
Lixo – Reciclar – Reduzir – Reutilização;
Atuação sobre o meio ambiente de forma a preservá-lo;
Conhecimento das influências dos fenômenos da Natureza;
Extinção: um perigo que nos cerca;
Ética de bem viver na sociedade, na escola, em casa e com o meio ambiente.
Orientações Didáticas
Fazer boas perguntas;
Partir de um problema, uma situação real;
Valorizar os questionamentos e dúvidas considerando os conhecimentos
prévios;
Considerar as hipóteses que as crianças formulam, buscando entender a
lógica do seu pensamento;
Incentivar as crianças a buscarem respostas, comprovarem ou não a
veracidade das suas hipóteses;
Organizar atividades para as crianças trabalharem em grupo, propiciando a
troca de ideias;
Observar e registrar as hipóteses que aparecem para comparar com a
informação pesquisada;
Procurar ampliar seus próprios conhecimentos sobre os temas trabalhados
com as crianças, estar atento às necessidades do seu grupo, a fim de nortear
o trabalho,
Ter clareza dos objetivos a serem atingidos;
Selecionar previamente os materiais necessários para determinada atividade;
Ter a coerência entre sua ação e seu discurso, fazendo valer a proposta
desenvolvida;
Utilizar diferentes estratégias para a busca de informações coletando dados
por meio de pesquisa, entrevista, histórias de vida, experiência direta, vídeos,
músicas, histórias, etc;
Propor diferentes formas de sistematização (registros) dos conhecimentos
(exposições, textos, desenhos, fotos, vídeos, etc.);
131
Propor experiência direta, estudo do meio ambiente, por meio de visitas a
Museus, parques e jardins, observação direta de plantas e animais;
Propor a utilização de registros de observação do processo de transformações
das experiências;
Orientar a observação das crianças, o que observar e como;
Trabalhar por meio de projetos privilegiando a utilização do espaço da BEI,
como espaço pensado para o desenvolvimento da pesquisa e a construção da
autonomia na busca da informação;
Abordar assuntos que despertem a curiosidade das crianças e manter o olhar
mais voltado para o processo do que para o produto ou tema, valorizando as
apropriações procedimentais e/ou atitudinais dos alunos.
Pesquisa na Educação Infantil
Tema: Como trabalhar um projeto de pesquisa com crianças de 3 a 5 anos.
Objetivo: Leitura
Ler para divertir-se – Conhecer outros mundos possíveis e refletir sobre o
próprio.
Ler para informar-se – Jornais, revistas, bulas, etc.
Ler para fazer – Manual etc.
Ler para aprender – Conjunto de situações para aprender – aprender a
aprender.
Para que o aluno construa e se aproprie dos procedimentos de pesquisa é
necessário que haja um trabalho direcionado e sistematizado para isto.
Da mesma forma, para que o professor construa estratégias de mediação para
este trabalho com o aluno, a sistematização se faz necessária. Somente com a
prática, sentindo o que deu certo para manter, reformulando o que não deu,
socializando com o grupo é que este objetivo vai sendo atingido. Não é de um dia
para o outro, nem mesmo de um ano para o outro.
Para a sistematização deste trabalho, nada melhor do que trabalhar com
projetos.
132
Mas, como pesquisar com crianças de 3 a 5 anos?
A pesquisa deve cumprir algumas etapas;
O professor vai construindo procedimentos de mediação frente à pesquisa;
O objetivo da pesquisa é aprender a aprender.
Etapa 1: Escolha do Tema
Deve-se levar em consideração alguns aspectos, tais como:
É um assunto que desperta o interesse das crianças?
O tema traz em si questões problematizadoras que as crianças se sintam
instigadas a procurar por respostas?
As crianças possuem algum tipo de conhecimento prévio?
Existe a possibilidade de ter material de consulta suficiente para que o
trabalho seja conduzido até o final?
Há continuidade educativa? Encadeamento significativo de suas etapas –
complexidade crescente.
Etapa 2: como apresentar o projeto?
Introdução da pesquisa
Seleção de materiais para apresentar às crianças (livros, fotos, ilustrações,
cantos temáticos)
Levantar com o grupo questões problematizadoras para instigar a curiosidade
dos alunos a buscar as respostas;
Produto final – compartilhar com o grupo qual será o resultado final do
trabalho desenvolvido, pois para a criança o produto final é o objetivo a ser
atingido, é o que torna o projeto significativo.
Etapa 3: Pesquisa Coletiva
Pesquisar sobre um sub-tema coletivamente, tendo o professor como
modelo, pois é a primeira vez que os procedimentos de leitura para buscar
informações que serão colocadas em jogo;
133
Formulação de perguntas: as crianças pequenas (3-4) devem trabalhar com
uma, no máximo duas perguntas (Ex. estudo sobre animais/ sub-tema: leão/
Questões: o que o leão come? onde ele vive?)
Explicitação de todos os procedimentos utilizados: em roda o professor vai
retomando tudo o que foi feito desde a escolha de portador até a localização
da informação desejada (Ex: A informação foi encontrada em livro, Como
encontramos este livro? Usamos índice? Número da página?, etc)
Registro das informações: é importante haver o registro tanto antes (o que já
sabemos e o que desejamos saber), como depois (o que aprendemos?) Sem
o registro a informação se perde e não tem como o professor retomar o que
foi apreendido, acompanhar o desenvolvimento do grupo, assim como,
também não é possível o aluno acompanhar o desenvolvimento de sua
própria aprendizagem.
Etapa 4: Pesquisa em Pequenos Grupos
Cada grupo vai formular a questão a ser buscada; o professor deve ajudá-los
a organizar as perguntas levantadas, pois estas serão o material organizador
do trabalho, em todos os momentos da pesquisa.
Como organizar os grupos?
Agrupamento pensado pelo professor, levando em conta as características de
cada um;
Dividir o grupo de acordo com as fontes a serem pesquisadas: vídeo, jornal,
revista, livros, etc
O trabalho coletivo pode continuar a acontecer junto com o trabalho em grupo
( o professor não precisa parar com um, para dar início ao outro)
3 e 4 anos – Pesquisas coletivas
5 anos – A pesquisa termina nos agrupamentos
Orientações Importantes
134
Socialização das informações encontradas: importante para o crescimento do
grupo.
Socialização dos procedimentos: importante para o professor. Exemplo: O que
o leão come? – importa para o aluno. Como encontrar a informação: é o que
importa para o professor.
Aproximar os alunos de textos informativos: ler o texto na íntegra para os
alunos.
Entender que: procurar a informação e se apropriar da mesma, são processos
completamente diferentes;
Combinar como o registro será feito com a classe;
A autonomia é construída gradativamente: nem mesmo no final da educação
infantil as crianças irão aprender todos os procedimentos;
Monitoramento do professor: quanto menor a criança, maior esse
monitoramento;
Importância em se trabalhar a estrutura do livro para facilitar o procedimento
da pesquisa ( índice, páginas, editora, autor, título, etc)
3 anos: trabalhar mais com leitura de imagem;
4 anos: além da leitura de imagem, já pode começar a utilizar estratégias de
leitura.
Conclusões
Num trabalho voltado para aprender a pesquisar o que mais vai importar é a
apropriação dos procedimentos.
O educando aprendeu aonde e como buscar uma informação,
principalmente numa biblioteca com vários recursos? Sabe o que fazer com a
informação?
O que o professor deve observar:
A criança formula hipótese (utiliza os conhecimentos prévios) depois checa as
mesmas por meio de pesquisa e estudo, reformulando suas respostas?
Qual seu desenvolvimento frente aos procedimentos de pesquisa?
Estabelece relação de respeito e preservação em relação ao meio ambiente,
a outras culturas, raças, etc.?
135
Apresenta cooperação, integração e solidariedade na convivência social?
Consegue trabalhar em grupo?
Que mudanças de atitude podem ser observadas?
136
6.5 Artes Visuais e Música
O ensino das Artes na escola deve considerar o pensamento, a
sensibilidade, a imaginação, a percepção, a interação e a cognição da criança em
cada fase de desenvolvimento, num trabalho integrado que favoreça o
desenvolvimento de suas capacidades criativas e expressivas.
“No processo de aprendizagem em Artes, a criança traça um percurso de
criação e construção individual que envolve escolhas, experiências pessoais,
aprendizagens, relações com a natureza, motivação interna e/ou externa.”
(RCNEI, 1998:91)
Os saberes e fazeres das crianças se transformam ao longo de seus
processos, pois, são saberes provisórios. Assim, as crianças avançam
progressivamente em seus percursos enquanto produtores e apreciadores de
Arte.
A Arte infantil – desenhos, pinturas, colagens, modelagem, construções,
esculturas e fotografia – tanto em seu processo quanto no resultado, deve
dialogar com o que acontece e existe de arte para além dos muros escolares. O
assunto destes diálogos faz com que uma rede de relações seja construída,
possibilitando que a criança conheça mais sobre si e seu processo artístico,
sobre a sua cultura, sobre a cultura de diferentes povos e épocas.
Alimentar as descobertas e a criação com diversidade de materiais,
propostas e imagens é condição fundamental para o desenvolvimento da
experiência pessoal da criança, criando e recriando individualmente formas
expressivas de ser e de estar no mundo. O objetivo é que cada criança
desenvolva e trabalhe segundo sua marca pessoal, fruto de estímulos internos e
externos. A Arte, desta forma, é linguagem, é meio de comunicação de ideias e
sentidos.
As crianças desde pequenas podem e devem OLHAR, FAZER e PENSAR
arte. Assim, estes são os eixos que, articulados, determinam a prática do ensino
das artes visuais na escola:
a-) Fazer Arte:
O fazer compreende o processo e também o produto. O processo de fazer
arte é individual, cada aluno o faz a partir das suas experiências. Mas este
137
processo se dá também nas diferentes interações com outras crianças, imagens
e propostas feitas pelo professor.
No entanto, com diferentes modalidades artísticas, as crianças conhecem,
pesquisam e exploram possibilidades, assimilam procedimentos e se apropriam
dos saberes de acordo com as características de seu percurso criador.
Pode-se fazer arte também em duplas, em grupo e coletivamente.
b-) Olhar Arte:
É muito importante olhar a própria produção. Quando falamos em processos
de produção, estamos falando sobre a articulação entre fazer, olhar e pensar.
Olhar novamente para o que fez, transforma o ato criador em um fato
potencialmente mais significativo. Permite recuperar todo o caminho, numa
ação que conecta passado, presente e futuro: olhar o resultado, desfrutar da
ação de olhar e projetar idéias para trabalhos futuros;
Olhar a produção dos colegas também é rica fonte de conhecimento e
informações sobre arte. Isto significa olhar não apenas o produto, mas
também para o processo de produção. Este olhar faz pensar na arte como
fruto de buscas e de trabalhos e que a partir de uma mesma proposta cada
criança apresenta uma solução diferente, contribuindo para a compreensão
da marca pessoal.
Olhar a produção artística de diferentes povos e épocas, além de
conhecer sobre o trabalho de artistas permite entrar em contato com uma
diversidade de referências. Olhar para diferentes produções artísticas
favorece o pensamento e a consideração de diferentes pontos de vistas, de
diferentes linguagens. Olhar para a diversidade favorece descobrir entre
tantas possibilidades qual é a linguagem de cada um. Possibilita olhar e
interpretar o mundo por meio da arte. O olhar não pode ficar restrito aos
momentos que estamos trabalhando com artes visuais. Despertar a inquietude
de investigar e revelar os estímulos visuais do entorno e do mundo fará com
que as crianças possam olhar e interpretar para compreender cada vez
melhor todo tipo de imagem, seja por observação direta ou indireta do meio,
138
seja por imagens representadas na fotografia, na pintura, no desenho na
televisão, no cinema, no vídeo, entre outras fontes.
c-) Pensar Arte: quando falamos em pensar sobre arte, estamos
considerando que não existem distinções entre o fazer e o pensar, nem que
um é hierarquicamente mais importante do que o outro. Ao contrário a criança
faz e pensa simultaneamente. Quanto mais conhecimento a criança tiver
sobre o que está apreciando ou produzindo mais elaborado será o seu
pensamento, sua reflexão sobre a obra. Portanto, é importante contextualizar
e significar todo trabalho relacionado à arte, auxiliando assim, o
desenvolvimento da elaboração do pensamento artístico.
Objetivos gerais em artes visuais:
Conhecer e ampliar o repertório de imagens e o conhecimento de mundo por
meio da linguagem do desenho, pintura, escultura, etc.;
Aprender a escolher e utilizar diferentes materiais plásticos (suporte, tintas,
argila, massinha, sucata, etc.) e modalidades (pintura, colagem, desenho,
escultura) como instrumentos e recursos próprios da linguagem artística e
explorá-los por meio dos sentidos, experimentando combinações na utilização
nos planos bidimensionais e tridimensionais;
Representar graficamente o próprio corpo, o espaço e a realidade;
Desenvolver a leitura de imagens a partir das observações das obras de arte
da cultura humana e produções infantis;
Construir o conhecimento artístico desenvolvendo o gosto pelo fazer e
apreciar artes visuais, tanto na escola, como em visitas a museus, galerias,
ateliês, artes publicas, etc.;
Desenvolver a autoconfiança na produção dos trabalhos visuais bem como as
atitudes de cooperação e solidariedade;
Desenvolver o valor estético sem preconceito;
Participar de situações coletivas de organização do espaço (sala de aula,
ateliê, espaços expositivo dentro e fora da escola);
Refletir e discutir sobre as obras de Arte, percurso criador do artista, dela
própria e de outras crianças;
139
CONTEÚDOS
Reconhecimento da importância e significado das Obras de Artes para a
humanidade;
Desenvolvimento de tema;
Desenvolvimento gráfico;
Apreciação e valorização de boas atividades artísticas das próprias crianças,
de artistas renomados ou não, de diferentes culturas e épocas, imagens do
cotidiano, ampliando o repertório visual;
Narração, descrição e interpretação de imagens;
Desenvolvimento do espírito de pesquisa tanto de diferentes materiais e seus
efeitos como também, investigação sobre temas propostos (fundo, proporção,
estampa, movimento, expressão facial, estereótipos, etc.) e sobre os
elementos da linguagem visual (composição, forma, luz, cor, textura, volume,
linha, ponto);
Conhecimento das diferentes modalidades da linguagem das Artes Visuais:
Pintura – aquarela, nanquim, xilogravura, óleo sobre tela, tintas orgânicos,
etc.;
Desenho – grafite, carvão, giz de cera, crayon, lápis de cor, etc.;
Colagem – papéis, tecidos, objetos, palitos, etc.
Escultura – modelada, esculpida, montada, etc.;
Instalação – obra interativa, onde o observador sente com o próprio corpo a
idéia do artista que envolve o ambiente;
Fotografia;
Ready-Made: transformação de qualquer objeto em obra de arte, realizando
uma crítica radical ao sistema da arte;
Assemblage: obra juntada, agregada ou montada na forma bidimensional ou
de escultura. Utiliza-se de material já pronto, natural ou manufaturado.
Orientações Didáticas
Planejar o trabalho com artes visuais, sabendo o que quer ensinar,
oferecendo crescentes desafios e alimentando o fazer artístico das crianças;
140
Estabelecer uma rotina que contemple as diversas formas de organizar o
trabalho de artes visuais (atividades independentes, seqüenciadas,
permanentes e projetos).
Planejar atividades que possibilitem respostas abertas, valorizando, desta
forma, a marca pessoal de cada um, seu jeito e sua singularidade;
Propor situações que necessitem de soluções investigadoras e criativas por
parte das crianças, ou seja, que as motivem para a pesquisa, para busca da
informação, reflexão sobre o tema proposto e criação de formas para
desenvolvê-lo;
Explicar para as crianças qual o objetivo para as suas produções, pois quando
a criança sabe o que se espera dela, o trabalho flui e o resultado é mais
gratificante;
É importante que o professor seja investigador, conheça sobre o ensino de
arte para localizar e contextualizar sua prática pedagógica;
Conhecer e entender o desenvolvimento gráfico (evolução do desenho) para
compreender e valorizar as produções dos alunos, com vista ao planejamento
de intervenções que provoquem avanços;
Selecionar e organizar materiais, meios, suportes, instrumentos adequados a
cada estratégia que irá utilizar, considerando as possibilidades de trabalhar
com cada faixa etária;
Valorizar a produção das crianças, expondo-as para que componham o
ambiente escolar entre outros;
Propiciar troca de experiências socializando observações e comentários;
Encarar a arte como linguagem de idéias, expressões e sentimentos,
considerando a criança produtora da mesma;
Propiciar momentos de prazer no trabalho individual ou em grupo
desenvolvendo a autoconfiança;
Garantir oficinas de percurso como atividade permanente para que sejam
realizados projetos pessoais, alimentando o percurso criador e garantindo a
possibilidade de avanço das produções das crianças;
Possibilitar o acesso à diversidade de produções artísticas, por meio de
observações diretas e imagens de diferentes procedências, a fim de
enriquecer o conhecimento dos alunos em relação ao saber e fazer arte,
proporcionando às crianças o contato sistemático com atividades de
141
apreciação de diferentes imagens seja elas: das próprias crianças, de artistas
renomados ou não, artesãos de diferentes culturas e épocas, propiciando
visitas a espaços de exposições convencionais (museus, galerias, ateliê de
artistas, etc.) e não convencionais (bancos, praças, etc.);
Veicular informação através de exposições das crianças, convidando outras
classes, pais e comunidade para prestigiá-las;
Trabalhar com atividades permanente, sequenciadas e/ou com projetos,
garantindo uma apropriação dos conteúdos de forma significativa;
Registrar e documentar o processo de desenvolvimento dos alunos para
poder recuperá-lo quando necessário e para planejar novas propostas de
intervenções, garantindo ações que valorizem e ampliem a criação, a
experiência e as produções artísticas das crianças; também é importante que
criança acompanhe o seu desenvolvimento
O Desenho das Crianças
“As crianças pensam e pesquisam muito, quando têm oportunidade de desenhar
freqüentemente. Alimentam a imaginação e o pensamento, apreciam, elaboram
idéias, projetos e pesquisas, aprendem a fazer escolhas, formam gostos,
desenvolvem preferências e muitas competências. Mas, ao contrário do que
muitos pensam não é espontânea nem original, é fruto de muito trabalho” (Valéria
Pimentel).
Para compreendermos como a criança pensa, constrói e avança no seu
grafismo é importante conhecermos os processos pelos quais ela passa. A
Rhoda Kellogg tem uma contribuição muito importante nesse sentido,
mostrando-nos o desenvolvimento plástico da criança pequena: vinte rabiscos
básicos, produzidos em dezessete padrões diferentes de colocação no papel.
Para ela, os primeiros trabalhos figurativos estão muito influenciados pelas
garatujas que a criança fez anteriormente.
A criança avança a partir da percepção de suas próprias garatujas, de
forma que os desenhos de figuras humanas, animais, casas, plantas e
transportes refletem os diagramas, combinações, agregados, mandalas, sois e
radiais que traçou antes.
142
Rosa Lavelberg utiliza todo o estudo realizado pela Rhoda Kellogg e
outros pesquisadores e acrescenta a importância das intervenções do professor e
colegas mais avançados na construção do percurso artístico da criança. Ela traz
quatro momentos conceituais pelos quais as crianças passam:
1-) Desenho de ação: é ação sobre a superfície que implica em algo a ser visto.
São formas pré-simbólicas.
A criança aprende por ação e observação nos próprios desenhos e, por contágio
com desenho de outras crianças e adultos (a imitação do próprio gesto e do gesto
do outro). Gostam de mostrar os resultados de seus gestos gráficos.
2-) Desenho de imaginação: o desenho continua a ser desenho de ação sobre a
superfície que produz algo para ser visto e torna visível algumas coisas que podem
ser desenhadas: objetos do mundo imaginário da natureza e da cultura.
A criança pensa que o que pode aparecer no seu desenho corresponde à sua
experiência de poder fazer símbolos gráficos. Essas formas simples,
progressivamente, vão se articulando formando construções mais complexas.
O desenho de imaginação opera em dois tempos sucessivos:
a-) Simbolismo desarticulado: quando símbolos se apresentam isolados: uma bola,
um menino, um carro.
b-) Simbolismo articulado: quando os símbolos estão relacionados e cresce a
enumeração do que pode ser desenhado. Tudo pode ser desenhado, o que o
desenhista quiser e tiver habilidade de realizar.
3-) Desenho de apropriação: a criança pensa o desenho com ênfase na apropriação
das regularidades presentes nas formas da “cultura desenhada”. Nesse momento da
aprendizagem não ocorre um empobrecimento do plano expressivo, apenas intensifica-
se o plano construtivo. Tal intensidade do momento do desenho de apropriação revela
um aprendiz interessado nos modelos da cultura, copiando-os ativamente para “saber
como se faz”, incorporando seus segredos à própria prática desenhista.
4-) Momento de Proposição: no qual o desenhista tem consciência de que desenho é
uma linguagem, que expressa sentimentos, desejos e estados de espíritos de quem o
faz e consegue se colocar no papel com estilo e marca pessoal.
Orientações específicas: o que observar no desenho das crianças:
143
Identificar o processo de construção da criança (estágios da Rhoda ou os
momentos conceituais da Rosa Iavelberg) não para classificar as crianças, mas
para melhor intervir.
Como a criança utiliza o espaço do papel? Existe equilíbrio?
Como as linhas são executadas (vigorosas, leves, imprecisas, contínuas)?
Utiliza cores variadas?
Existe representação gráfica?
De que forma estrutura a figura humana?
Há linha de base ou as figuras voam?
Há transparência dos corpos?
Preocupa-se com a composição de fundo?
Tem movimento em suas produções?
LEITURAS E RELEITURAS DE OBRAS
A Música – Henri Matisse Futebol – Cândido Portinari
O que se entende por leitura de obras de arte? O que está implicado no ato
de ler uma imagem, em especial uma obra de arte?
Poderíamos dizer que a leitura de uma imagem seria a leitura de um texto, de
uma trama, de algo tecido com formas, cores, texturas, volumes. Ao ler, estamos
entrelaçando informações do objeto, suas características formais, cromáticas,
topológicas e informações do leitor, seu conhecimento acerca do objeto, suas
inferências e sua imaginação.
144
Considerando que ler é atribuir significado, como atribuir significado a uma
obra de arte?
Uma leitura se torna significativa quando estabelecemos relações entre o
objeto de leitura e nossas experiências de leitor. O olhar artístico não é um olhar
passivo que recebe e registra impressão das coisas. É um olhar construtivo. Nesse
sentido não há uma leitura, mas leituras, onde cada um precisa encontrar modos
múltiplos de melhor saborear a imagem.
Já a releitura, como o próprio nome diz, trabalha sobre a idéia de um artista,
reinterpretando temas e até técnicas presentes na obra de outro.
Há quem diga que criança não faz releitura, pois para fazê-lo é preciso ter um
estilo próprio, uma marca pessoal definida. A criança ainda não possui, muito
embora, algumas crianças estejam num processo de construção bem avançado
nesse sentido. Vendo por esse ângulo, realmente a criança não tem como fazê-lo.
Como propor releitura na Educação Infantil?
Vendo a releitura por outro ângulo, no qual o aluno vai se utilizar da idéia ou
da técnica de outro para estruturar sua própria representação, a criança faz releitura.
E como um dos objetivos do nosso trabalho com a arte é ajudar a criança a construir
seu estilo, valorizando e incentivando sua marca pessoal, a releitura torna-se uma
atividade muito interessante para esse fim.
Vendo a arte como um meio de expressão e comunicação, é importante
garantir espaço para a criança se expressar, colocar no papel o que pensa sobre a
vida, as pessoas, o meio em que vive, o amor, a alegria, a paz, a violência, etc.,
tendo como referência a obra de artistas que retrataram tais temas. Exemplo:
“Romero Britto retratou o amor dessa forma. Como você representaria o amor? O
que é o amor para você?” E dessa maneira, oportunizar que a criança expresse o
que pensa e o que sente.
Cabe ao educador saber quais as possibilidades de releitura de seus alunos,
quais são seus referenciais e quais seus pontos de partida. Para conhecê-los, basta
prestar atenção à sua leitura, pois existe uma relação imprescindível entre releitura e
leitura.
145
Oficina de Percurso
Entender a importância da Oficina de Percurso implica uma concepção de
educação que acredita na autonomia, na intervenção e no desafio.
Percurso criador: é o processo individual de desenvolvimento artístico.
Somente ele revela o que os alunos já construíram e, consequentemente, deixa
claro para o professor as necessidades de investimentos futuros, ampliando a
qualidade de suas intervenções.
Duas estratégias básicas permeiam a construção do percurso criador: a Oficina
de Percurso e as Atividades de Propostas.
É de suma importância alimentar o percurso criador de nossos alunos,
transitando entre essas duas possibilidades: por um lado, possibilita a resolução de
questões externas (atividades propostas pelo professor) e por outro, resoluções de
questões internas (desafios que o próprio aluno se propõe). Isso torna o aprendizado
da arte mais sólido, já que é possível lançar mão de um mesmo conhecimento em
contextos diferentes.
Como temos esses dois caminhos, fica claro que a atividade proposta pelo
professor alimenta o fazer da criança na Oficina de Percurso e vice e versa. São
esses dois momentos que vão garantir o avanço do percurso dos alunos.
No início dos estudos, acreditava-se que o momento da Oficina deveria ser
totalmente livre para as crianças, sem nenhum tipo de intervenção por parte do
professor. Hoje, sabemos que é um rico momento de intervenção, pois, o professor
tem a possibilidade de alimentar o percurso de cada criança ou grupo de acordo
com seus interesses. Por exemplo, se um pequeno grupo está pesquisando o
desenho sobre “casas”, o professor pode oferecer obras com esse tema para
apreciação, tanto na própria Oficina como também em outros momentos, como
atividade diversificada, roda de conversa ou mesmo atividade de proposta. Pode
também incentivar que a partir do desenho explorem outras modalidades da arte: a
pintura, recorte e colagem, escultura, construções, fotografia, instalações. São
muitas as possibilidades de alimentar o percurso das crianças. Mesmo que seja um
tema de interesse de apenas uma criança, o professor pode desafiá-lo a buscar
novos caminhos e avançar no seu processo de construção. Afinal, para que
trabalhamos com arte, se não para que o aluno se expresse cada vez mais e melhor
dentro das suas possibilidades?
146
Em que momento da nossa rotina possibilitamos que a criança se expresse e
ponha em jogo tudo que sabe sobre arte?
Momentos como a Oficina de Percurso garante a criança ao aluno manusear e
escolher todos os materiais que conhece, utilizando-os de acordo com seu interesse
pessoal. Ou seja, é o momento que garante a criança se ver como produtora de arte,
produzindo objetos artísticos que comunicam suas ideias e sentimentos. É o
momento em que utiliza seus conhecimentos já construídos, deixando claro se
houve apropriação das atividades proposta realizadas em aula. Isso dá indício ao
professor dos investimentos necessários para a turma.
As aprendizagens que se dão durante as Oficinas de Percurso são realmente
conquistas que acontecem única e exclusivamente em uma situação complexa como
desse tipo de atividade, tornando-a insubstituível.
Marca Pessoal
É muito interessante observar a marca pessoal das crianças. O professor e os
colegas “bate o olho” na atividade e já sabe que é de “Fulano”ou de “Beltrano”. A
criança tem estilo e o demonstra seja pelo grafismo, linhas, pela forma que desenha
cabelo, boca, mãos, olhos, nariz, seja pela predominância de cores, formas ou
traços.
Objetivos para a Oficina de Percurso:
Valorizar a marca pessoal (estilo);
Expressar ideias e sentimentos por meio de suas produções;
Colocar em jogo tudo que sabe;
Aprimorar seus procedimentos;
Escolher meios e suportes com autonomia;
Pesquisar diferentes materiais;
Criar diversas possibilidades nas modalidades da arte (pintura, colagem,
desenho, etc.);
Desenvolver um tema de sua preferência;
Escolher como, com quem e o que quer trabalhar.
147
Papel do professor:
Organizar a sala e os materiais;
Fazer intervenções individuais ou grupais;
Apreciar com respeito as produções das crianças;
Expor os trabalhos dando destino a eles;
Socializar os trabalhos por meio de exposições;
Oferecer apoio técnico para que haja continuidade e perseverança frente ao
trabalho, possibilitando uma aproximação da ideia do que se quer realizar
com o produto final, apontar caminhos e sugerir procedimentos, ou seja,
ajudar a criança a romper obstáculos e conquistar organização e autonomia
na sua criação;
Mostrar para as crianças procedimentos de outros produtores de arte, adultos
ou crianças, colabora e ajuda na solução de problemas em suas produções;
Dar a oportunidade de a criança escolher parcerias para trabalhar em grupo,
desde que todos participem e atuem. Para isso, é necessário que a criança já
saiba trabalhar em grupo, dividir tarefas, etc.
Intervenções:
Cada criança, ou mesmo alguns grupos desenvolvem temas específicos de
acordo com seu desejo, curiosidades ou necessidade. Para que as
habilidades e competências se desenvolvam e se ampliem sempre e para
que seus interesses e necessidades sejam supridos, estes percursos
precisam ser alimentados (com propostas ou intervenções individuais);
O professor deve incentivar a ideia de um ajudar o outro;
O professor deve planejar e se organizar para acompanhar todos da turma
mais de perto, observando como cada um trabalha, qual seu estilo, a
modalidade que mais procura, em que precisa de apoio, a construção de
seus percursos, etc. Isso, no decorrer de várias Oficinas, pois não tem como
atender a todos com qualidade em uma mesma aula;
Quanto mais o professor conhece o percurso e a marca pessoal das crianças,
mais intervenções podem fazer (indicar caminhos, dar sugestões, indicar
colega mais experiente que pode ajudar, etc.);
148
O professor não deve se omitir durante a Oficina com receio de bloquear a
produção da criança. Pode dialogar com ela, perguntar suas intenções, como
pensou nesse ou naquele aspecto, colocar novos desafios, etc.
O professor deve comparar e relacionar atentamente as diversas produções
de um mesmo aluno, observando e registrando seus avanços; é importante
que o aluno também acompanhe esses avanços. Isso o deixará mais
motivado para continuar avançando;
Tempo:
O bom senso do professor deve nortear seu planejamento, pois é ele que
conhece as características da sala que esta trabalhando (a faixa etária deve
ser levada em consideração). Porém, deve-se manter sempre o mesmo tempo
de duração, para que a criança construa a noção de quanto tempo dispõe
para realizar sua produção, aproveitando todo o tempo da Oficina; quanto
maior a criança, maior pode ser o tempo;
É preciso garantir regularidade e frequência para a realização de Oficinas de
Percurso. Ter um dia da semana específico para esta atividade favorece a
organização temporal por parte da criança. O professor pode ajudar nessa
construção, chamando a atenção para o dia da semana, quantos dias faltam...
O professor pode sugerir que as crianças pensem e comecem a ter ideias
sobre o que pretende fazer;
Deve ser previsto o tempo da organização, da atividade, da arrumação e da
apreciação, todos esses momentos são importantes na construção da
autonomia da criança;
O momento para apreciação pode ser antes ou depois da Oficina. Antes:
ajuda a criança a elaborar ideias. Depois: ajuda a acompanhar o processo de
construção de algumas crianças. Pode-se também, apreciar produções de
crianças de outras turmas ou artistas;
Variar a forma de apreciação é interessante para que a criança tenha
maneiras diferentes de se relacionar com as produções próprias e dos outros.
O professor deve planejar encaminhamentos diferentes propondo recortes
que considera necessário de ser partilhados com o grupo;
O trabalho pode ser continuado na próxima oficina;
149
Espaço Físico:
Organizar o espaço de modo a permitir fácil acesso aos materiais e a
possibilitar a livre circulação das crianças;
Colocar os materiais em bancadas (duas ou três mesas juntas) para facilitar o
acesso (bancada de tintas, de materiais secos, de suportes);
A atividade pode ser acompanhada com um fundo musical, de preferência
música clássica para favorecer um ambiente mais tranqüilo.
É importante que a configuração seja a mais estável possível (estrutura
espacial, mobiliário e material). Isso é primordial para que a criança se
aproprie desse espaço e haja com autonomia. Se algo for mudado deve ser
comunicado ao grupo;
O espaço deve atender todas as necessidades individuais e coletivas, ou seja,
que todos estejam bem acomodados, conheçam todas as possibilidades de
trabalho, atuem e se movimentem com autonomia.
Materiais:
Atentar para que os materiais fiquem sempre no mesmo lugar, assim as
crianças não precisam ficar procurando;
Classificar os materiais por tipo, cor, tamanho, forma, como o professor
preferir, para facilitar a localização e acesso;
Apresentar às crianças como estão organizados antes de começar a oficina;
É necessário que os materiais oferecidos sejam conhecidos;
Esses podem ser oferecidos aos poucos de acordo com a turma, porém, uma
vez que passa a fazer parte da Oficina de Percurso, é fundamental que seja
mantido sempre. Isso garante que as crianças possam dar continuidade a
trabalhos já iniciados, prosseguir com pesquisas anteriores, planejar o que vai
fazer com antecedência e assim, aprofundar seus conhecimentos relativos
aos materiais, procedimentos e possibilidades de cada modalidade;
Adequar meio e suporte e intervir quando os materiais não forem compatíveis;
Destino das produções (sugestões):
150
Troca dos trabalhos entre classes:
Troca dos trabalhos entre escolas;
Exposição de Artes;
Decoração para o refeitório e pátio (móbiles, esculturas, quadros);
Presentear alguém;
Cartão Postal para outra escola;
Ilustração de livros, cartazes, folhetos, encartes;
O que Observar na Oficina de Percurso:
A marca pessoal do aluno (estilo);
Desenvolve pesquisa sobre algum tema? (próprio ou por influência);
Possui intencionalidade ao selecionar os materiais?
Pesquisa diferentes materiais?
Demonstra apropriações das atividades realizadas com propostas?
Apropria-se das socializações realizadas?
Organiza os materiais antes, durante e depois da oficina?
É possível observar avanços nas suas produções.
6.5.1 ARTES CÊNICAS
"A arte alimenta-se de ingenuidades, de imaginações infantis que ultrapassam os
limites do conhecimento; é ai que se encontra o seu reino. Toda a ciência do mundo
não seria capaz de penetrá-lo."
(Loinello Venturi)
Objetivos:
Reconhecer o teatro e a dança como linguagem expressiva e conhecimento
de mundo;
Ter noção do espaço que o cerca;
Conhecer o próprio corpo e as diversas possibilidades de movimento
(equilíbrio e consciência corporal);
Desenvolver a improvisação e criatividade;
151
Aprimorar a capacidade de observação, atenção e concentração;
Criar uma autoimagem positiva (autoestima);
Desenvolver a expressão oral (teatro);
Expressar emoções, sentimentos e pensamentos por meio da linguagem do
corpo;
Respeitar as diferenças individuais;
Perceber o trabalho coletivo (noção de grupo);
Propiciar a integração e a cooperação entre os membros do grupo
Conteúdos:
Reconhecimento de características básicas de algumas modalidades de
dança:
Conhecimento do corpo e das possibilidades de movimentação deste no
espaço;
Expressão corporal;
Expressão oral;
Integração e cooperação;
Flexibilidade e coordenação
Orientações didáticas:
Ter claro os objetivos que deseja alcançar;
Favorecer um ambiente físico e social onde os alunos se sintam seguros para
arriscar e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for o ambiente mais
possibilitará a ampliação de conhecimentos a cerca de si, dos outros e do
meio em que interage;
Deve considerar o medo, a vergonha e o preconceito apresentado pelos
alunos, para ajudá-los a lidar com isso de forma positiva;
Respeitar o conhecimento prévio do aluno, pois é a partir dele que vamos
caminhar, não impondo uma linguagem estranha, mas sim, procurando
facilitar as conexões do que já sabem com os novos conhecimentos;
Oferecer um trabalho sistemático;
152
Trabalhar com sentimentos como o medo, a raiva, a tristeza, o amor, etc.,
liberando impulsos e repressões, sejam de dor, alegria ou agressividade;
Compreender o caráter lúdico e expressivo das manifestações da motricidade
infantil, para melhor organizar sua prática;
Trabalhar sobre situações problema: dada uma situação, os alunos
desenvolvem soluções e as representam;
Criar uma história para representação de algum acontecimento real ou fictício
(exemplo o primeiro dia de uma criança na escola: chorando para ficar com a
mãe, para não se separar da mochila, etc.);
Contar uma história e no decorrer da mesma as personagens vão sendo
escolhidas na hora (teatro interativo);
Para trabalhar com a dança:
Apresentar diversas modalidades de dança (clássico, moderno,
contemporâneo, jazz, etc.) utilizando vídeo (separar parte de filmes ou vídeo
específico) e/ou convidar grupos de dança para apresentar-se para os alunos;
Propiciar contato sistemático com uma ou mais modalidade de dança
preferida dos alunos para que estes se apropriem desse repertório e possam
criar seus próprios passos;
Além desse contato, é necessário fazer um trabalho sistematizado para que o
aluno possa desenvolver movimentos cada vez mais bem coordenados. Um
movimento apresentado em certo nível pode servir de base para outras
aquisições mais complexas;
Ampliar o repertório dos alunos para que não fiquem somente a mercê
daqueles oferecidos pela mídia. Caso contrário, o aluno fica sem opção de
comparação e escolha (não é necessário dar ênfase ao conhecimento que já
está na mente e no corpo dos alunos);
Possibilitar a movimentação livre dos alunos acompanhando vários ritmos;
Motivar os alunos a se movimentarem oferecendo diversos materiais como:
bambolês, fitas, bastões, papel crepom, chumaços de papel, tecidos leves,
etc;
153
Trabalhar com histórias coreografadas: consiste em contar uma história e ir
representando alguns movimentos das personagens dançando (exemplo: a
Branca de Neve limpando a casa dos anões, fazendo
movimentos de lavar, varrer, tirar pó, etc; Os anões trabalhando nas minas; a
bruxa fazendo feitiço...);
O que o professor pode observar Artes Cênicas e Dança
A criança participa das atividades propostas?
Possui segurança nos movimentos?
Cria movimentos nas danças?
Que modalidade mais aprecia?
Possui ritmo?
Tem noção do espaço, do trabalho em grupo?
Como é sua integração com os demais?
3.6.2 Música
Música resgata épocas, períodos, momentos, sentimentos... Nos leva a uma
viagem no tempo. Tem música que toca no fundo de nossa alma, nos faz sorrir,
dançar, chorar... Não importa como, mas “mexe com a gente”. Deixa marcas
registradas em nossa memória...
Desde sempre ela está presente na nossa vida, quer seja em momentos
alegres ou tristes, importantes ou de descontração.
O trabalho com a música na Educação Infantil, não tem por objetivo formar
músicos ou ensinar a tocar instrumentos musicais... A proposta é trabalhar a
musicalização, ou seja, permitir que a criança tenha contato com as mais variadas
formas de produzir sons, com jogos, canções e brincadeiras, partindo do repertório
que conhece, ampliando suas experiências no contato com outros gêneros, estilos e
culturas diferentes.
Ela é uma importante forma de expressão humana, que integra os aspectos
sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, bem como promove a interação e a
comunicação social.
154
“Atualmente a música é reconhecida como um importante meio de educação, tanto que deixou
de permanecer restrita às escolas de música ou conservatórios passando a fazer parte indispensável
dos currículos de ensino das escolas regulares. Podemos afirmar, sem receio de excessos, que a
música desenvolve as melhores virtudes do ser humano, dentre elas destacando-se a sensibilidade e
a imaginação criadora”.
(Yassuda, L.Y. Winther – O bê-a-ba do do –ré-mi: jogos e brincadeiras musicais.)
Ela é um importante instrumento para a criança desenvolver faculdades como:
percepção sensorial, auditiva e rítmica, concentração, socialização, disciplina,
extroversão, autoconfiança, criatividade, sensibilidade, raciocínio e reflexão.
Objetivos:
Reconhecer e utilizar a música como linguagem expressiva e forma de
conhecimento;
Expressar-se musicalmente por meio da voz, do corpo, instrumentos musicais
e materiais sonoros diversos;
Conhecer músicas de diferentes gêneros, ritmos e estilos conhecendo um
pouco sobre a história, assim com alguns de seus criadores;
Desenvolver o senso rítmico e a acuidade auditiva;
Aprender a apreciar, compor e executar música;
Pesquisar fontes sonoras diferentes, explorando possibilidades de produção
de som;
Reconhecer e identificar fontes sonoras e elementos da música utilizando
seus conhecimentos em produções musicais;
Participar de jogos de improvisação com materiais diversos, desenvolvendo a
memória musical;
Conteúdos:
Pesquisa, contato e exploração do som;
Compreensão da música como produto cultural do ser humano;
Contextualização histórico-social de músicas e da vida dos seus criadores,
valorizando compositores brasileiros;
155
Utilização de sonoplastia como recurso enriquecedor da mensagem;
Pesquisa sobre instrumentos musicais;
Contato sistemático com repertório de musicas infantis;
Execução, apreciação e produção musical;
Participação em brincadeiras e jogos cantados rítmicos;
Produção de objetos sonoros
Teca de Alencar destaca alguns pontos no trabalho com a música:
Ela compara os trabalhos desenvolvidos em música e em artes plásticas: ambos
estão voltados para a apreciação, reflexão e o fazer, embora na área da música isso
não esteja ainda tão claro;
Defende o direito fundamental de a criança apreciar, pensar e produzir sua
própria música;
Ressalta a importância de se trabalhar música dentro de uma pedagogia
construtivista: buscando apresentar para as crianças algo que tenha significado
para ela, se dedicando a perceber como ela pensa o mundo, o que ela já sabe
que hipótese cria sobre aquilo que observa. Música é uma linguagem cujo
conhecimento a criança deveria construir e que os adultos não deixam porque já
lhes dão tudo pronto, “tolhendo” o tempo do exercício, da exploração do gesto,
da pesquisa, que é o caminho para ela chegar a um conhecimento mais
convencional e estruturado;
Música é música com valor em si. É legítima como linguagem, como conteúdo;
As atividades musicais devem ser integradas com a reflexão, devem estar
sintonizadas com a consciência que a criança tem em relação ao fazer musical.
Música não é reprodução. É preciso abrir um espaço para observar o que a
criança faz.
Modelo tecla:
O inglês Keith Swanwich (pesquisador e educador musical) elaborou um
conjunto de parâmetros que permeiam a experiência musical, denominado “Modelo
Tecla”. Esses parâmetros muito utilizados na Inglaterra têm sido usados no Brasil
em pesquisas e práticas curriculares.
156
T (Técnica)
E (Execução)
C (Composição)
L (Literatura)
A (Apreciação)
Três dessas atividades proporcionam um envolvimento direto com a música:
Execução, Composição e Apreciação. As outras: Técnica e Literatura servem para
apoiar as primeiras. Na verdade é importante trabalhar todas de forma integrada.
Execução Musical: nada mais é do que tocar ou cantar algo. Podem-se utilizar
vozes, sons corporais, objetos sonoros, instrumentos simples de percussão, etc. É
importante que os alunos executem obras compostas por eles próprios e por outras
pessoas;
Composição Musical: refere a todo tipo de criação musical: fazer uma composição
rítmica, um arranjo para determinada música, uma improvisação, uma paródia, a
criação de uma música inédita...;
Apreciação Musical: implica em uma escuta ativa. É preciso aprender a ouvir.
Assim, antes de explicarmos a uma criança a forma de uma música, é interessante
que ela escute primeiro, com muita atenção, e depois conte o que ouviu. A partir daí,
cada característica percebida pelo aluno pode ser trabalhada pelo professor.
Técnica: se refere aos elementos necessários para se adquirir habilidades, tanto
instrumentais como de escrita e leitura musical. O manuseio de instrumentos, os
parâmetros do som, a execução em grupo, atividades de escrita e leitura musical,
etc. possibilitam um desenvolvimento da técnica;
Literatura: está relacionada à pesquisa e inclui a literatura das músicas trabalhadas
(compositores, período histórico, característica dos instrumentos, etc.)
Os Parâmetros Do Som:
Altura: grave e agudo
Intensidade: forte e fraco
Timbre: som característico de cada voz, objeto ou instrumento;
157
Ritmo: pulso e acento
Duração Sonora: tempo do som
Orientações Didáticas:
Propor jogos que estimulam a percepção auditiva (exemplo: de olhos
fechados, observarem diversos tipos de sons: os que nos rodeiam, de
animais, de florestas, de cachoeira, etc.). Mostrar como podemos direcionar
nossa escuta de acordo com a concentração;
Propor que os alunos apreciem músicas de boa qualidade;
Trabalhar com gestos e movimentos corporais ligados à música;
Promover situações para fazer e escutar música (fazer marcação com
instrumentos, com os sons do próprio corpo);
Propiciar momentos de jogos com uso de linguagem musical;
Oferecer produções significativas e de boa qualidade;
Discutir com as crianças sobre a importância e o efeito da sonoplastia (trilha
sonora) de filmes e peças teatrais;
Propor sonorização de histórias;
Propor jogos de improvisação;
Trabalhar com rodas cantadas;
Trabalhar com atividades sequenciadas ou projetos, dando continuidade
educativa, de forma significativa;
Trabalhar também com a comunidade fazendo apresentações para mesma,
de profissionais da área, das próprias crianças, de alguém da comunidade;
Em reuniões com as famílias trabalhar com nutrição musical, sensibilizando-os
para o trabalho com a música e propiciando que ampliem seu repertório;
As primeiras atividades devem ser realizadas com um mesmo instrumento para
todos (chocalhos, bastões, toquinhos de madeira, coco, etc.) e depois ir
apresentando os demais instrumentos aos poucos, cuidando para que cada
criança tenha a oportunidade de conhecer, aprender a forma correta de segurar e
tocar o mesmo. É necessário que tenham um tempo para explorar as
possibilidades de produzir sons;
158
Algumas ideias para trabalhar com a apreciação musical:
O que o compositor quis comunicar (cada música conta uma história que a
criança pode ser motivada a escutar com atenção, mesmo as instrumentais);
Que tipo de sentimento a música desperta (alegria, tristeza, vontade de dançar,
raiva, medo, etc.);
O que cada um lembra quando escuta (momentos reais ou fictícios);
Como imaginam que a música foi construída (o que será que foi criado primeiro,
a música ou a letra? Será que foi a mesma pessoa ou pessoas diferentes?);
Que tipo de instrumentos foram utilizados;
Conseguem identificar sons graves e agudos, fortes e fracos, momentos de som
e silêncio;
Conseguem localizar e acompanhar a pulsação da música;
Identificam timbres de cantores estudados;
Pode-se também fazer apreciações comparativas (cantores/ estilos);
Perceber de quantas partes a música é composta.
Apreciação de sons:
De animais (CD);
Do corpo: explorar todos os sons possíveis de ser extraído do próprio corpo.
Pode-se especificar uma parte, por exemplo, boca, e propor que a criança
produza sons diferente com a mesma, até esgotar as possibilidades;
Da natureza (CD);
Do cotidiano: todos fecham os olhos e tentam identificar os sons que estão
presentes naquele momento, depois um aluno por vez relata o que conseguiu
observar, tentando não repetir o que já foi dito pelos colegas;
De instrumentos musicais: trazer instrumentos para a sala, tomando o cuidado
para que no início sejam todos iguais e deixar que as crianças explorem à
vontade, apreciando o som produzido pelo mesmo.
Produção Musical
159
Para que a criança seja capaz de criar, é necessário investir muito na
ampliação de seu repertório de sons, levá-la a pesquisar bastante e exercitar a
criação. Para trabalhar com a invenção o professor precisa ousar, acreditar na
capacidade da criança e possibilitar a criação.
Para trabalhar a produção musical:
Propor para as crianças criarem pequenos arranjos musicais (com instrumentos
ou com percussão corporal), utilizando os conteúdos trabalhados (pois para criar
é necessário que a criança tenha um repertório: forte/fraco, grave/agudo,
som/silêncio);
Construção de estruturas rítmicas com diversos sons (do corpo, da bandinha ou
qualquer outro tipo de material). Cada criança ou grupo cria uma estrutura rítmica
e os demais repetem algumas vezes, para sentir, apreciar e vivenciar a criação
do(s) colega(s);
Trabalhar com a improvisação, partindo do que as crianças já sabem (repertório
pessoal e do grupo). Uma Educação Musical sem a improvisação não é
completa. No ato de improvisar, a criança manipula elementos musicais, adquire
experiências e conhecimentos. Se estimulada ela passará a confiar na sua
capacidade de criar (aspecto importante na formação da sua personalidade) e,
na medida em que for sentindo-se mais livre, soltando-se para se expressar, sua
capacidade para improvisar também irá progredindo. Como não se cria do nada,
pois criatividade é a capacidade que o ser humano tem de reformular o
conhecimento, não podemos esperar improvisações muito aprimoradas no início
do trabalho, esses resultados vão melhorando à medida que as crianças irão
assimilando os conteúdos das outra atividades musicais;
O professor toca uma frase rítmica (pergunta) e cada criança cria outra (como
resposta);
O grupo trabalha um ritmo de oito tempos e cada aluno improvisa dentro de
outros oito tempos. Os demais ficam em silêncio, prestando atenção à hora de
recomeçar;
Memória rítmica: em roda uma criança passeia do lado de fora e todos cantam:
“hoje eu vou sair, uma visita vou fazer. Preste bem atenção que na porta eu vou
160
bater.” Essa criança para atrás de uma que está na roda e improvisa um ritmo de
quatro tempos que pode ser com palmas, com instrumento ou qualquer outro
objeto. A criança deverá imitar o ritmo e depois trocar de lugar com a que estava
fora da roda;
Explorar o Tutti (todos acompanhando um som coletivamente) e o Solo
(participação de cada um – criação e improvisação);
Criar história para uma música instrumental;
Musicar uma história conhecida;
Sonorizar uma música conhecida;
Criar música para personagem (história em quadrinhos e outros);
Criar uma música a partir de uma história;
Criar música a partir de um tema;
Fazer paródia;
Brincadeira qual é a música: semelhante a brincadeira de mímica. O grupo é
dividido em duas equipes. Uma criança “toca” ou sonoriza com a boca (sons
vocais) determinada melodia e ao final sua equipe tenta descobrir qual é a
música;
Orquestra de papel (jornal, revista, papelão): pesquisa sonora, exploração dos
sons do papel (no caso do jornal, amassar, esticar, girar, bater, etc.),
improvisação (cada um cria um som com o jornal), regência (a princípio o
professor pode “reger” os sons criados, separando as crianças em grupos de
acordo com suas criações e, depois, propor que as próprias crianças façam isso,
convidando-as uma a uma);
Fazer sonoplastia ou musicar uma poesia;
Sequência minima: em grupos de até 10 crianças, um cria um som (mínimo) e o
próximo cria um outro som que “encaixe” naquele já criado e assim por diante,
sempre procurando o espaço mais livre entre um som e outro, para que o seu
som contribua com a composição coletiva e não se esconda na mesma. O
professor (ou aluno) então, pode “reger” esses diversos sons, produzindo
diferentes arranjos (é necessário alguns combinados como: sinal para parar, para
voltar a produzir o som, para todos e para nenhum tocar);
Gravar as produções e deixar que as crianças escutem;
Criar sons com bexiga: depois de explorarem os sons possíveis, pode-se sentar
em roda cada criança apresenta um som diferente até esgotar as possibilidades.
161
Trabalhar primeiramente com a bexiga cheia e depois, em uma outra atividade,
com ela vazia;
Apresentação de Instrumentos Musicais
Uma maneira interessante de apresentar novos instrumentos é a “sacola
surpresa”, que consiste em colocar o instrumento dentro de uma sacola ou caixa, de
modo que não se consiga ver. Passe por todas as crianças para que uma a uma
apalpe e descrevam o que estão sentindo (é duro, mole, leve, grosso...). Por fim
retirar o instrumento da sacola e deixar que todos explorem. Sugestão de música
para exploração:
“Tum tum tum tum tum
Toca o tamborzinho
E agora é a vez
Do meu amiguinho”
Dividindo os instrumentos por partes das músicas: esta divisão pode ser feita
utilizando os elementos da música (mais grave/mais agudo, andamento – rápido e
lento, etc.).
Para trabalhar com timbre:
Cada som tem uma característica própria, tem sua “personalidade”, seu timbre.
Colocar músicas de cantores conhecidos para as crianças identificá-los;
Brincadeira do gatinho: uma criança fica vendada no centro de uma roda, se
aproxima e toca um dos colegas, este mia e a criança vendada têm que
descobrir quem é o gato (timbre de voz);
Identificar a voz das pessoas que estão falando fora da sala, os sons que se
ouve (carro, ônibus, palma, etc.);
162
Pegar quatro potinhos e colocar um objeto em cada um (papel. Clips, areia,
feijão, arroz, pedrinhas, borrachas). Mostrar para as crianças e fechar. As
crianças deverão, através do som, descobrir o que tem dentro de cada potinho;
Jogo da memória com som: pegar dez potinhos e separar por pares. Cada par
terá o mesmo conteúdo. Os educandos deverão descobrir os pares de acordo
com o som que produzem (mesmo timbre);
Trazer várias músicas tocadas com instrumentos diferentes para que as crianças
possam conhecer o timbre característico de cada instrumento. Um bom exemplo
para esse uso é a vinheta “Que som é esse?” do CD “Meu pé, Meu Querido pé”;
“Postes Sonoros”: uma criança ficará com os olhos vendados e outras serão
“postes” que ficarão parados e terão em suas mãos, instrumentos musicais. O
professor vai percorrer junto com o aluno vendado determinado caminho.
Sempre que passar por um “poste”, este deve tocar o instrumento. Depois tira a
venda da criança e esta deverá percorrer o mesmo caminho;
Para trabalhar com o pulso:
O relógio, o pisca pisca de carro, pingo de uma torneira, são exemplos de
pulsação, sem correr, parar ou atrasar, ela mantém sempre a mesma freqüência, no
mesmo tempo. O mesmo deve acontecer, quando estivermos cantando ou tocando
uma estrutura rítmica. Devemos manter a mesma pulsação.
Algumas atividades:
Explicar que como nós, a música também tem um coração, com suas pulsações,
que são sempre iguais e não podem parar. Podem-se observar as batidas do
coração com estetoscópio (mangueira com funil na ponta);
Acompanhar o pulso de variadas músicas com sons do corpo, instrumentos
musicais ou objetos;
Para trabalhar com o Acento
O trabalho com o acento deve começar quando a turma já tiver se apropriado do
pulso.
163
Os acentos marcam os tempos mais fortes da música. Começar com músicas que
têm dois tempo (ritmo binário: 1º forte e o 2º fraco).
Algumas atividades:
Andar contando: 1, 2 ou falando: esquerda, direita;
Bater as mãos nas pernas no um e palma no 2;
Em roda passar a bola no 1 e segurá-la no 2;
Ensinar o ritmo ternário (três tempos: 1º forte, 2º e 3º fracos);
Bater palma no 1 e estalar os dedos no 2 e 3;
Bater uma bola no chão 1 e nos demais tempos (2,3 e 4) brincar com ela de uma
mão para a outra;
Música “A bola levada” (pág. 14 da apostila do curso Música na Ed. Infantil);
Ritmo da Melodia (Desenho Rítmico)
Para entender melhor o que é ritmo da melodia, experimente cantar uma
música com uma única sílaba. Cada sílaba corresponde a uma batida de mão ou
instrumento.
É importante usar canções já conhecidas para facilitar a compreensão;
Colocar uma canção já trabalhada para que os alunos batam no ritmo da melodia
com instrumentos de percussão;
Dividir o grupo em dois: um toca instrumentos mais graves, batendo o pulso (ou
os acentos) e o outro o ritmo da melodia.
Andamento (rápido e devagar)
É a velocidade da música. Os andamentos variam desde o bem lentos até os
muito rápidos.
Algumas atividades:
Marcar o andamento com um instrumento de percussão (tambor, por exemplo).
As crianças andam pela sala livremente, variando a velocidade dos passos de
acordo com o andamento do som do instrumento (do andar ao correr);
164
Em círculo passar objetos variados, de acordo com o andamento da música.
Para esta atividade podem ser usadas bolas, pedras, saquinhos, caixinhas, bolas
de meia e outros objetos pequenos;
Apresentar uma gravação com melodias de andamentos diferentes e pedir que
as crianças dancem de acordo com o andamento da música (pode-se também
desenhar, passar bola em roda, tocar instrumentos, e deixar que os alunos criem
outras maneiras de trabalhar com o andamento);
Cantar músicas variando o andamento, acompanhando com instrumentos de
percussão;
Manter o andamento: fingir que abaixa o rádio e a música continua no
pensamento, quando aumenta o rádio, devem continuar a cantar no mesmo
tempo.
Para trabalhar com Altura (Grave e Agudo)
Com o auxílio de um apito de êmbolo, agachar quando o som ficar grave e
levantar quando ficar agudo (ou fazer movimentos ascendentes e descendentes
com os braços);
Música “Senhor caçador” (pág. 11 da apostila do curso Música na Educação
Infantil);
Para trabalhar com a Intensidade
Esconder uma caixinha de música. A criança tem o tempo de música para
encontrá-la;
Esconder um objeto – procurá-lo seguindo as dicas dos colegas, por meio de
palmas (ou outro som combinado): fracas/frio, fortes/quente;
Ao acompanhar uma música com instrumento, combinar com eles momentos de
tocar forte e momentos para tocar forte;
Para trabalhar com a Duração
Associar o som longo ao voar da borboleta e o som curto ao pular do grilo;
Fazer cobrinhas (sons longos) e bolinhas (sons curtos) com massinha de
modelar e ler o tamanho da duração do som;
165
Desenhar traços curtos e longos e pedir que os alunos leiam (com apito, com a
voz, com instrumentos de percussão, com língua de sogra);
Fazer ditado para que as crianças repitam e “escrevam” o que ouviram com
traços longos e curtos;
Com apitos, o professor faz um som longo ou curto para os alunos repetirem.
Criar uma seqüência de sons (começar com três e acrescentar aos poucos),
variando longos e curtos;
Música: “Abelhinha Zum”
166
6.6 Brincar
HTPCs: 28 de março e 04 de abril – Resgate das brincadeiras da infância e construção com
materiais não estruturados. A inteireza dos corações refletidos na interação, na criação, nos
sorrisos, na imaginação e nas brincadeiras de infância...
“A criança que não brinca não é feliz, ao adulto que quando criança não
brincou, falta-lhe um pedaço no coração”.
(Ivan Cruz)
Sabemos que as crianças gostam de brincar de faz-de-conta. Se ela não
está doente, com fome ou irritada, brincar é a sua forma de ser e estar no mundo.
É nas brincadeiras que ela encontra sentido para sua vida, é nela que as coisas
se tornam, são construídas de muitos modos e repetidas tantas vezes quantas a
criança quiser (Lino de Macedo).
O faz-de-conta refere-se ao “mundo do imaginário, da fantasia” (Houaiss).
Fantasia é “criar pela imaginação”.
Para Piaget, essas atividades indicam que as crianças já podem
representar, isto é, já possuem função simbólica. Representar significa poder
tratar A como se fosse B, ou seja, substituir um objeto, pessoa ou acontecimento
por seus equivalentes funcionais. Representar é uma nova forma de assimilação
que expressa a qualidade simbólica de nossa inteligência. O símbolo é qualquer
palavra, gesto, objeto ou índice que tem a propriedade de reunir, de recuperar
167
aquilo que partiu, que não é ou está presente. Para a criança consiste em
incorporar ao seu mundo objetos, pessoas ou acontecimentos significativos.
Graças ao faz-de-conta, a criança pode imaginar, imitar, criar ou jogar
simbolicamente e, assim, pouco a pouco, vai reconstituindo em esquemas
verbais ou simbólicos todas as suas vivências. Com isso, pode ampliar seu
mundo, estendendo ou aprofundando seus conhecimentos para além do seu
próprio corpo. Pode encurtar tempos, alargar espaços, substituir objetos, criar
acontecimentos. Além disso, pode entrar no universo de sua cultura ou sociedade
aprendendo os costumes, regras e limites.
O faz-de-conta permite o desenvolvimento da evocação e da simbolização.
Assim, pela palavra podemos dar nomes aos objetos, pessoas e aos
acontecimentos, um nome que sintetiza, classifica, ordena, identifica, que nos
remete a algo impossível, como totalidade, não fosse a linguagem, o pensamento
ou a imagem. Dessa forma, o faz-de-conta possibilita-nos desfrutar, gozar uma
presença, e concede-nos a ilusão da permanência de alguma coisa, por si
mesma sempre passageira, eventual, incompleta.
Com a tecnologia da informação, dos transportes, da comunicação, por
exemplo, o mundo virou um grande faz-de-conta e o espaço e o tempo de nossas
vidas estão podendo ser encurtados, estendidos, aproximados de muitos modos.
Nesse mundo, ler, escrever, calcular, experimentar, explicar e criar são
expressões de formas de descentração.
Como a escola - com seus faz-de-conta – pode emancipar as crianças,
favorecendo seus processos de desenvolvimento? Como pode recorrer aos
jogos e brincadeiras para incluir de fato as crianças, em ações que façam sentido
para elas e que lhes possibilitem, quem sabe, um mundo melhor? (Lino de
Macedo).
Espaço para Brincar:
É de suma importância que o brincar tenha um espaço garantido na rotina.
É importante também que seja organizado para que as crianças interajam tanto
com os brinquedos como com os colegas, possibilitando que o professor deixe de
ser o centro das atenções. Quanto mais organizado o espaço, menos as crianças
solicitam o professor.
168
Diferentes arranjos espaciais permitem diferentes atividades lúdicas a
partir de diversas modalidades de interação.
Didatização ou abandono do brincar?
O equilíbrio é norte para planejar esse momento. A brincadeira não deve
ser nem tão à vontade que dispense o educador, dando margem a práticas
espontaneístas que sacralizam o ato de brincar, nem tão dirigida que deixa de ser
brincadeira. Brincar é uma atividade paradoxal: livre, imprevisível e espontânea,
porém, ao mesmo tempo, regulamentada; meio da superação da infância;
maneira de apropriação do mundo de forma ativa e direta, mas também através
da representação, ou seja, da fantasia e da linguagem. Brincando o indivíduo age
como se fosse outra coisa e estivesse em outro tempo e lugar, embora esteja
absolutamente ligada com a realidade.
O Papel do Professor
Em nenhum momento da rotina, o professor deve estar tão inteiro e tão
rigoroso – no sentido de atento às crianças e aos seus próprios
conhecimentos e sentimentos – quanto nessa hora. A observação das
crianças brincando é uma ocasião para o professor reelaborar novas
propostas de trabalho.
O professor deve perceber que o melhor jogo é aquele que dá espaço para a
ação de quem brinca, além de instigar e conter mistérios.
Sua intervenção no brincar não deve ser para apartar brigas, decidir quem fica
com o quê, quem começa ou quando termina, e sim para estimular a atividade
mental, social e psicomotora dos alunos com questionamentos e sugestões
de encaminhamentos.
Identificar situações potencialmente lúdicas, fomentando-as, de modo a fazer
a criança avançar do ponto em que está na sua aprendizagem e no seu
desenvolvimento.
É necessário que o educador insira o brincar em um projeto educativo, o que
supõe intencionalidade, ou seja, ter objetivos e consciência da importância da
sua ação em relação ao desenvolvimento e a aprendizagem infantil.
169
Brinquedoteca:
Este ano a equipe optou por utilizar esse espaço para guardar os diversos
brinquedos da escola organizando-os em Kits os quais a professora e/ou sua
turma leva para sala de aula ou outro espaço para utilizar com as crianças
guardando-os no mesmo local após a utilização. Paralelamente ao espaço onde
ficarão guardados os Kits pensa-se em organizar uma espécie de ateliê de artes
onde as crianças possam realizar pinturas, desenhos, colagens, oficinas de
percurso, releituras de obras e demais atividades artísticas. No decorrer do ano
serão implementadas tais mudanças bem como serão avaliadas e adequadas
conforme o resultado das avaliações.
170
7. ORGANIZAÇÃO DA ROTINA DO TEMPO/ESPAÇO
A partir dos conteúdos discutidos na formação sobre Educação Infantil com a
formadora Mônica Pinazza trazidos pela Coordenadora Pedagógica e discutidos
com o grupo docente, esclarecemos que o objetivo da grade de horários é garantir
uma organização do uso dos espaços uma vez que a escola e o número de
crianças são muito grandes. Porém, não é o espaço que determinará a rotina e sim
o planejamento da professora com suas crianças, podendo e devendo realizar
alterações nos horários dependendo da atividade planejada.
Entrada das crianças
No momento da entrada, observa-se o envolvimento da equipe gestora
(sempre tem um ou mais representantes) e demais funcionários da equipe de apoio,
desde a abertura do portão, em receber as crianças de modo que as mesmas se
sintam acolhidas, cuidadas e seguras. Por vezes, após o final de semana, recesso
ou emendas de feriado, algumas crianças se ressentem e choram ao se afastar da
família, porém, existe toda uma preocupação em oferecer bem estar, conforto físico
e emocional a estas crianças, que são aguardadas pelas professoras no pátio,
diminuindo sua ansiedade. Desta forma, dá-se continuidade ao processo de
adaptação que se estende o ano todo. Como muitas funcionárias moram no bairro
e conhecem as famílias auxiliam de maneira significativa neste momento.
Horário de Entrada com acompanhamento dos funcionários: Cida, Leni, Marlene e Sebastião
171
Self Service
O que está implícito quando todas as crianças são servidas por determinada
pessoa, com a mesma quantidade e a mesma opção para todos? Não há
diferenciação entre as crianças;
Não há respeito pela sua individualidade: seu gosto... o tamanho da sua fome;
A criança não tem competência para servir-se.
Com o Self - Service a mensagem é exatamente o contrário de tudo isso:
“Você é capaz de escolher o que deseja comer, a quantidade necessária, o local
para sentar-se e os amigos mais queridos”. Ou seja, deixamos claro para a
criança que acreditamos nela.
Este deve ser um momento especial na rotina, prazeroso e com
possibilidade de conversa entre as crianças.
Essa autonomia é construída gradativamente. E, principalmente as
crianças que estão iniciando sua vida escolar, precisam de muito apoio nessa
construção. Juntamente com a autonomia, vem a responsabilidade, que também
é construída e necessita de mediações constantes.
Como lidar com o desperdício de alimentos?
E com a manutenção/organização do refeitório?
Rheta Devries em seu livro “A Ética na Educação Infantil” (Cap. Sobre
Arrumação), traz a discussão sobre que crianças queremos formar quando
buscamos dar a elas autonomia atrelada à responsabilidade:
Desejamos que as crianças pensem sobre o cuidado com os espaços e
principalmente com o outro, em termos de consideração e justiça para com
todos. Isso envolve a capacidade de descentrar-se para pensar sobre como
os outros se sentem em relação à determinada situação. Para isso, os
conflitos são ótimas oportunidades para construção de uma atmosfera sócio-
moral construtivista;
Esperamos que as crianças sintam a necessidade de ordem não como
heterônoma, ditada de cima para baixo, mas como necessidade moral,
emergindo de uma sensação de pertencer ao grupo;
Para o professor evitar a obediência por insistência, salientar necessidade
práticas:
172
As crianças precisam saber o porquê de fazer isto ou aquilo (colocar pouca
comida, não desperdiçar, deixar o refeitório organizado);
O professor deve ser específico em sua explicação e nos seus
questionamentos (as crianças não se prendem a divagações);
Procurar fazer com que as crianças se coloquem no lugar do outro (como
você se sentiria se fosse sentar e a mesa estivesse toda suja? Alguém
derrubou suco na cadeira e você sentou... Alguém mordeu o pão e jogou de
volta no cesto... você pegou... Se você fosse da última turma e não fosse
possível repetir porque as primeiras turmas desperdiçaram muita comida?)
Ou seja, levantar questões que façam as crianças se colocarem no lugar
do outro e falar desses sentimentos. Depois questionar: o que podemos fazer
para que isso não ocorra?
Questões morais são mais difíceis de serem entendidas pelas crianças.
Entretanto, a maior parte delas, tem pelo menos um entendimento rudimentar do
significado de justo e injusto. O professor pode partir daí...
Reduzir a autoridade adulta e entregá-la às próprias crianças (que fazem sua
parte e questionam quem não o faz, entendendo que a autoridade moral da
turma vem, não do professor, mas de si mesmos);
Este senso de responsabilidade apresenta benefícios a longo prazo, no
sentido de que as crianças que cuidam de seus ambientes imediatos e das
pessoas a sua volta, podem, eventualmente, vir a cuidar de ambientes mais
amplos, desde o próprio bairro, até o planeta (da escola – um microcosmo _
para uma sociedade maior).
Levando em conta todos esses aspectos, nos momentos de lanche,
nossas crianças e servem sozinhos. São responsáveis por deixar o refeitório
organizado para a próxima turma. É feito um trabalho com a equipe de apoio
(serventes e merendeiras) para que nosso objetivo pedagógico seja
alcançado.
Atividades de Higiene
Ocorrem também diariamente antes das refeições (higiene das mãos) e
depois (escovação de dentes); Outros hábitos de higiene também são
incentivados como: lavar as mãos após o uso do banheiro, dar descarga, etc.
173
Higiene e organização de todos os ambientes utilizados pela turma,
segundo os mesmos critérios citados acima no cuidado com o refeitório: a
sensação de pertencer ao grupo (escola), a questão de se colocar no lugar do
outro, etc.
Hora da Leitura
Ocorre diariamente onde os professores procuram estimular e desenvolver
prazerosamente o hábito da leitura, aproximando nossos alunos de textos de
qualidade e diversos portadores. (vide Leitura – Língua Portuguesa). Fica a
critério de cada professor o local e momento para a realização das leituras.
Roda de Conversa
A roda de conversa tem como objetivo principal que as crianças
desenvolvam a oralidade e a organização do pensamento, por meio da
interlocução com o outro. Não podemos esquecer também que, ao falar sobre
experiências que vivenciou, potencializa a aprendizagem, portanto é importante
organizar rodas de conversa para socializar e expor produções das crianças nas
mais diversas atividades.
Para uma conversa acontecer é necessário que haja troca, um interesse do
outro em querer saber. Quando o assunto desperta o interesse do grupo, todos
querem falar. Isso pode gerar dificuldade de organização na roda de conversa, mas
não quer dizer que as crianças estão dispersas. Elas querem falar ao mesmo tempo.
Porém, são justamente as crianças que estão ouvindo que interrompem quem está
falando. Isso significa que a fala do amigo mexeu com suas ideias e suscitou o
desejo de falar.
Para Bakhtin a linguagem só pode ser definida na interação. É vista como
interlocução, como acontecimento, ou seja, é viva porque é o encontro de sujeitos
históricos construindo o discurso no aqui e no agora. Procede de alguém e se dirige
para alguém.
Considerado Isso, destacamos alguns pontos importantes para embasar as
nossas ações:
174
Compreender as práticas orais como algo vivo, sincrético, histórico e
circunstancial;
Entender a natureza do pensamento sincrético e interagir com os alunos de
modo a apoiá-los, aceitando suas respostas e oferecendo-lhes uma estrutura
discursiva nova que favoreça a elaboração de conceitos mais complexos;
Trazer para roda questões significativas que valorizem a ampliação do discurso
e a organização das ideias das crianças;
Não ter a preocupação de que todas as crianças, necessariamente, falem de
determinado assunto. O professor poderá mediar diálogos e incentivar
participações, mas sem essa pretensão. Caso queira garantir que todas as
crianças falem, a roda passa a ser por revezamento de falas (cada um tem a sua
vez de falar) tornando-se cansativa e muitas vezes repetitiva.
A conversa não precisa ter um único foco (o que é muito difícil para a criança que
tem o pensamento sincrético). O assunto trazido pelo professor serve como
disparador da conversa, podendo ser mudado mediante a necessidade das
crianças.
Trazer perguntas, assuntos, gravuras, acontecimentos, notícias, fotos, objetos,
etc. que suscitem na criança o desejo de falar, discutir, defender opinião;
Ajudar a criança pequena a concluir o que deseja falar, para que se aproprie do
processo de organização do pensamento;
A professora renuncia, estrategicamente, da sua definição do conceito e contribui
para que o diálogo se mantenha, procurando despertar uma atitude responsiva
das crianças e abrir possibilidades de criação de algo novo;
Abrir a possibilidade das crianças trazerem dados da sua experiência social;
Algumas estratégias:
Brincadeiras, jogos, fantoches, ajudam na contextualização da fala da criança
perante o grupo;
É interessante trabalhar com jogos que envolvam o contar relatos, causos e
histórias;
Aproveitar toda oportunidade de estender o diálogo;
Aproveitar tópicos trazidos pelas crianças;
175
Mostrar interesse pelo que é dito;
Encorajar a criança a dizer o que pensa, pois, se queremos auxiliá-la a organizar
o pensamento, precisamos dar oportunidade para que se expresse;
Coordenar pontos de vista;
Ajudar a criança a ampliar ideias e organizar melhor suas verbalizações;
É de suma importância estabelecer a diferença entre falar para as crianças e
falar com as crianças.
Atividades Diversificadas
Em relação às Atividades Diversificadas faz-se necessário uma
consideração:
Em 2015 a formação dos coordenadores pedagógicos realizada por
Mônica Pinazza trouxe como um dos temas as chamadas Atividades
Diversificadas. Vários questionamentos foram levantados gerando grande
reflexão sobre esta ação, principalmente referente a forma como ela é planejada
e realizada pela grande maioria dos professores das Unidades Escolares da rede
municipal de ensino de São Bernardo do Campo. Cabe lembrar que na época em
que as Atividades Diversificadas foram instituídas, houve várias formações a
respeito resultando inclusive num texto explicativo publicado em um dos
Cadernos de Validação. Pois bem, questionar uma prática tão sólida e
fundamentada e por tratar-se de uma prática que há muito tempo é realizada na
rede de ensino de São Bernardo com este formato, gerou muitas dúvidas e é
natural que levará um tempo para nos apropriarmos das considerações trazidas
pela formadora. Em nossa escola a coordenadora pedagógica socializou nos
HTPC todos os encontros realizados com este tema, trazendo a discussão para o
grupo. Vale lembrar que a formação trouxe elementos conclusivos e não regras a
serem seguidas. Daí que qualquer mudança na execução desta atividade virá da
reflexão e entendimento de cada professor, sendo o coordenador o mediador das
reflexões e novas propostas de ação. Pretende-se com esse esclarecimento,
colocar que alguns professores realizam as Atividades Diversificadas tal como
constava nos PPP anteriores, outros a utilizam como Acolhimento e outros estão
procurando colocar em prática alguns pontos discutidos. A seguir encontram-se
os elementos conclusivos da formação realizada por Mônica Pinazza e a forma
176
como as Atividades Diversificadas constavam nos PPP anteriores de nossa
Unidade Escolar com algumas ressalvas levantadas durante as discussões:
Atividades diversificadas que constavam nos PPP anteriores:
Objetivos da atividade:
Desenvolver autonomia de escolha;
Atender as diferenças individuais (preferências e necessidades pessoais);
O que possibilita?
Construção e apropriação de conteúdos já trabalhados (dispor atividades ou
materiais utilizados em atividades propostas para garantir um maior contato da
criança com os mesmos. Exemplos: tesoura cola, tintas, pincéis, rolinhos de
pintura, etc.).
Disponibilizar materiais que requeiram um manuseio mais individualizado;
Auxiliar na aquisição de procedimentos como: uso de tesoura, tinta, cola,
podendo esses ser introduzidos em pequenos grupos.
Orientações didáticas
As propostas devem:
Privilegiar sempre a oportunidade de escolha, evitando direcionar decisões, e, se
isso acontecer, que seja na forma de sugestão;
Ao explicar a proposta pela primeira vez, ressaltar a dinâmica de
desenvolvimento do trabalho e a possibilidade de escolha de cada um;
Cada vez que acontecerem mudanças de cantos, as crianças precisam ser
informadas; Obs: as crianças deverão participar do planejamento da ação o que
inclui a escolha dos materiais
Em sua maioria, devem considerar a curiosidade e o interesse das crianças;
Ser auto- estruturante, ou seja, devem ser organizadas de tal forma que
possibilitem a autonomia das crianças, para isso, elas precisam conhecer a
atividade e/ou material;
177
Possibilitar a pesquisa, a investigação, a exploração, etc. Quanto mais
possibilidades de respostas pessoais, mais rica é a proposta;
Pode ser oferecida proposta para realização em grupo.
As intervenções:
Devem acontecer por meio da organização dos materiais, do espaço, do tempo e
dos desafios propostos;
O professor pode incentivar as crianças a se proporem desafios e buscar superá-
los, indo nos cantos mais desafiantes, pois a nossa tendência é buscarmos o que
temos mais facilidade;
O professor poderá incentivar algumas crianças a diversificarem as escolhas
para que se autorizem a enfrentar novos desafios e outras a repetir determinadas
propostas;
A socialização de algumas produções pode ajudar a incentivar as crianças a
procurar novos cantos. A socialização das produções é na verdade, fundamental.
A organização dos cantos:
Trazer cantos que encantem as crianças: espaços embaixo das mesas, cabanas,
mesas de pernas para cima, pistas de carros, cavaletes para pintura, ou seja,
mudar o ambiente proporcionando surpresa e interesse. Trazer as propostas e
planejar junto com as crianças, ouvindo-as e acolhendo suas falas para montar
os cantos.
Os materiais que estão em uso, devem ser selecionados previamente e podem
ser guardados em caixas ou deixados em um determinado local, acessível às
crianças, facilitando assim, que a organização (de montagem e desmontagem
dos cantos) seja realizada por elas próprias;
As crianças devem ser orientadas a manter a organização dos materiais;
Os cantos mais disputados, podem ser oferecidos em maior número, fazer
inscrições prévias para diminuir a ansiedade dos alunos e pode ser mantido por
mais tempo, para que as crianças tenham segurança de que permanecerão pelo
tempo suficiente e equivalente ao interesse do grupo;
178
Os cantos mantidos por mais tempo podem ir sendo incrementados com novos
desafios. Exemplos:
Canto do desenho: desenho livre, variando o suporte e os materiais
(canetinha, carvão, giz de cera, giz de lousa, cola colorida, tinta
nanquim,etc.), depois esse canto pode ser incrementado com novos desafios
como: contorno com canetinha de desenhos já realizados anteriormente,
fundo de obras, desenho de observação (do colega, da professora, de objetos
como carro, boneca, ou qualquer outra natureza morta, obras de artistas ou
das próprias crianças, etc;
Canto de recorte e colagem: colagem de figuras e/ou formas geométricas
em diferentes fundos e suportes, recortes de tiras para montar uma obra,
recorte de figuras de revistas, recorte e colagem a partir de observação de
obras.
Canto do Lego Dacta: exploração livre, montagem com as fichas, desenhar
as montagens, criar e montar objetos para solucionar situações problema
(exemplo: um guindaste para desencalhar uma baleia, uma caravela para
descobrir novas terras, carrinhos para disputa de fórmula um, etc.;
Já os cantos que não despertam o interesse, devem ser substituídos, porém,
é necessário fazer uma reflexão sobre a causa do desinteresse (desafio além
ou aquém das possibilidades da turma, falta de conhecimento do material,
etc). As próprias crianças deverão ser convidadas a fazer uma avaliação.
O tempo:
É importante estabelecer um tempo e respeitá-lo, para que as crianças possam
construir a noção desse tempo e aprender a utilizá-lo (de forma a não sobrar ou
faltar tempo); Levar em consideração o interesse das crianças e não interromper
a atividade caso as crianças estejam envolvidas.
Pode ser dividido em: organização da sala, desenvolvimento da proposta,
arrumação e socialização/apreciação de algumas produções das crianças; Incluir
como primeira etapa o planejamento realizado juntamente com as crianças.
Neste momento a leitura e a escrita podem e devem estar presentes.
A constância da atividade na rotina proporciona segurança, diminui a ansiedade
e possibilita o planejamento de escolhas por parte das crianças.
179
O que o professor pode observar?
Se os materiais escolhidos e atividades propostas instigam o interesse e a busca
de estratégia individual ou grupal para solução de problemas e exploração de
materiais;
Preferências individuais e do grupo;
A existência ou não de planejamento para as escolhas;
Lideranças, tomadas de decisão;
As estratégias utilizadas para solucionar problemas;
As pesquisas, as explorações, os levantamentos de hipóteses;
Relação com o grupo: faz escolhas próprias ou fica na dependência de
parceiros? Tem facilidade de relacionar-se com os colegas? Há atitudes de
cooperação/competição? Consegue trabalhar em grupo?
Se a criança rodizia nos cantos ou permanece no mesmo;
Se o grupo tem autonomia na organização e arrumação dos cantos.
Atividades Diversificadas - Elementos levantados e discutidos na formação de
Coordenadores Pedagógicos com Mônica Pinazza socializados com o grupo
de professoras em 2015
O objetivo da discussão é que cada profissional seja coordenador ou
professor reflita sobre a sua concepção de “atividade diversificada” e avalie a
necessidade e possibilidades de mudanças para que tal atividade atenda às
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil.
Numa retrospectiva histórica, na educação infantil no Brasil as Atividades
Diversificadas surgiram como proposta à superação de problemáticas como:
Propostas de atividades uniformizadas para todas as crianças em tempo
concomitante;
Longos tempos de espera a que se submetiam as crianças, especialmente, no
momento da entrada;
180
As Atividades Diversificadas chegam, sob a forma de um argumento em favor de
uma educação infantil de melhor qualidade, especialmente, para banir a prática de
uniformização das ações das crianças.
Porém, observamos que outros sentidos foram sendo dados às atividades
diversificadas:
Sedimentou-se a noção de “atividade diversificada” identificando-a com um
“momento ou tempo da rotina” (“Agora é o momento das atividades
diversificadas, depois vamos para o parque, depois vamos para o ateliê; depois
vamos desenvolver projetos, etc, etc”).
O que era para ser uma diversificação de situações e de materiais passa a
ganhar uma expressão rotineira, repetindo-se as propostas de atividades e de
materiais.
Em dado momento as atividades diversificadas que foram adotadas para
corresponder a uma condição de acolhimento das crianças, distanciaram-se
dessa condição porque há uma arquitetura de ações que faz com que os
professores não se aproximem efetivamente das crianças do grupo: ou eles
dedicam a atenção a um subgrupo particular, ou eles aproveitam o tempo para
realizar ações relacionadas ao seu próprio trabalho, como por exemplo,
conferência e leitura das agendas, organização de registros e assim por diante.
Os próprios PPPs das Unidades Escolares apontam para que os professores
aproveitem de fato este momento para darem atenção a grupos menores.
Ao propor as atividades diversificadas o foco recai sobre os materiais a serem
destacados para cada subgrupo, não sendo o foco dos professores as
experiências das crianças.
As atividades diversificadas não guardam elos com as ações antecedentes e/ou
subsequentes e, nem tampouco, são consideradas as produções e
manifestações das crianças resultantes desses momentos das atividades
diversificadas;
Na condição das atividades diversificadas há a primazia das ações dos
professores, que planejam, organizam os espaços, elegem os materiais,
subdividem as crianças em pequenos grupos e estabelecem tempos para as
realizações e finalização das atividades. Tal como em outras condições, as
crianças têm participação bastante restrita.
181
Disso conclui-se que houve uma apropriação estreita do conceito de “atividade
diversificada”. Além disso, elas não favoreceram uma pedagogia participativa,
centrada nas potencialidades, nas manifestações e expressões próprias das
crianças.
Elementos conclusivos
As chamadas “atividades diversificadas” correspondem a uma forma de
organização do grupo, que pode ser melhor definida como uma condição de
trabalho em “pequenos grupos”, em que as crianças experimentam, em um dado
momento, com um grupo menor de parceiros, possibilidades variadas de
brincadeiras e de produções de trabalhos, ligados ou não a projetos, que elas
estejam desenvolvendo no agrupamento.
Pode-se ter a condição de crianças desenvolvendo ações diferenciadas em
subgrupos, visando a propósitos educativos distintos. A organização em pequenos
grupos pode abrigar uma proposta do(a) professor(a), com vistas em algo que está
sendo trabalhado com a turma (por exemplo, atividades relacionadas a uma história)
ou pode abrigar propostas das crianças, mediante planejamentos dos quais elas
participam ativamente e têm total iniciativa de escolha.
A potência educativa das chamadas “atividades diversificadas” não está,
necessariamente, na diversificação de materiais e de atividades envolvidas, mas sim
(e principalmente) no quanto ela promove experiências enriquecidas e
enriquecedoras. Dentro do que se tem definido atualmente como “atividades
diversificadas”, pode-se ter condições que potencializam experiências interessantes
e expressivas às crianças, mas também, ao invés disso, pode-se ter “atividades
diversificadas” desinteressantes que condenam as crianças a ações rotineiras,
repetitivas ou meramente exploratórias.
Portanto, “atividade diversificada” é uma condição e não um tipo de atividade.
Ademais, as “atividades diversificadas” implicam diversificação de propostas de
atividades e materiais, mas com vistas à diversificação de experiências.
Quando se fala em promover atividades livres às crianças, é preciso ter em
mente o quanto essas atividades promovem realmente experiências expressivas. Se
as experiências que suscitam não superam o estatuto de mera exploração e de
182
reprodução prolongada, pode-se dizer que tais propostas de atividades ficam muito
pouco potentes.
Atividades Permanentes
São aquelas que respondem às necessidades básicas de cuidados,
aprendizagem e de prazer para as crianças, cujos conteúdos necessitam de
constância. A regularidade da atividade permanente pode variar dependendo da
sua natureza e dos objetivos do professor.
Temos como atividades permanentes na nossa escola: estabelecimento da
rotina do dia com as crianças no início da aula, acompanhamento da data no
calendário, contagem dos alunos presentes, brincadeiras no espaço interno e
externo, roda de história, roda de conversa, atividades na Biblioteca, cuidados
com o corpo, alimentação, entrada coletiva, inter salas e outras.
Atividades Sequenciadas
São planejadas e orientadas com o objetivo de promover uma
aprendizagem específica e definida. São sequenciadas com intenção de oferecer
desafios com graus diferentes de complexidade para que as crianças possam ir
paulatinamente resolvendo problemas a partir de diferentes proposições. A partir
dos interesses manifestados pelas crianças no decorrer do ano, o professor
poderá organizar sequências didáticas planejando experiências para as crianças
vivenciarem sobre o tema.
Projetos de Trabalho
São conjuntos de atividades que trabalham com conhecimentos específicos
construídos a partir de um eixo de trabalho que se organizam ao redor de um
problema para resolver ou de um produto final que se quer obter. Possui uma
duração que pode variar conforme o objetivo, o desenrolar das várias etapas, o
desejo e o interesse das crianças pelo assunto tratado.
183
Projeto em parceria com a Equipe do Expresso Lazer
184
Atividades Especiais (Estudo do meio e outras)
Além da grade apresentada acima e das atividades realizadas diariamente,
existem também alguns momentos que ocorrem com uma periodicidade
diferenciada, são eles:
Entrada Coletiva
Entrada coletiva 31 de março: Contação de história “O caso do Bolinho”, com recursos
que encantaram e seduziram o outro a cantar, ao som do violão e narração com teatro de
sombras.
A partir das discussões realizadas no HTPC do dia 07 de março de 2017, a
equipe docente avaliou que em 2016, as entradas coletivas semanais, foram pouco
produtivas para as crianças e professoras. Devido à falta de tempo hábil para
realizar planejamento prévio, sobrecarga de demandas e a não divisão de tarefas
entre a equipe docente. Assim sendo, ficou definido que em 2017, as entradas
coletivas serão mensais, realizadas por duplas de professoras, com envolvimento da
Gestão, equipe do apoio e auxiliares em educação.
185
Encaminhamentos:
A CP irá providenciar cronograma com as datas mensais e escala das duplas
responsáveis do mês;
O planejamento irá ocorrer no último HTPC do mês e a preparação e
organização de materiais deverão ocorrer nos HTPs;
Hino Nacional e do Município: a partir da avaliação de que não fazia sentido para
as crianças pequenas tocar o Hino nos dias de entrada coletiva, por não
compreenderem o porquê de se manter uma postura mais contida durante a
execução do Hino, a temática será abordada em rodas de conversa, com a
apreciação do Hino e da bandeira, clipes que ilustrem diferentes contextos sobre
a execução do Hino Nacional, pesquisa sobre o significado das cores da
bandeira, pesquisa para saber se pode ou não bater palmas e outras ações (de
acordo com a faixa etária). E posteriormente, será incorporado nas entradas
coletivas.
Algumas ideias:
Contação de histórias com diferentes materiais (fantoche, objetos não
convencionais...);
Dança;
Gincanas;
Apresentação das crianças;
Músicas com gestos;
Atividades de sensibilização musical;
Relaxamento, alongamento;
Apresentação de peça teatral feita por um grupo de professoras ou pela própria
turma ou funcionários da escola;
Abordagem de um tema atual ou data histórica cuidando bem da forma como
abordar com crianças pequenas o tema escolhido;
Alguma outra atividade que considerar interessante, etc.
Proporciona:
186
Momento que reúne todas as crianças para uma mesma atividade;
Contato da criança com atividades variadas;
A criança conhece os demais professores;
Encontro com colegas, primos, irmãos que frequentam outra turma;
Aprendizagem de conteúdos atitudinais, tais como a postura respeitosa na
apresentação de espetáculos, no momento de cantarmos o Hino Nacional, etc.
Assistir a um espetáculo;
Apresentar um espetáculo para um público;
Orientações Didáticas para a Entrada Coletiva
Ao elaborar as atividades levar em conta a quantidade de crianças, as diversas
faixas etárias e o tempo de concentração que são capazes de permanecer;
Planejar as atividades e separar os materiais necessários com antecedência;
As crianças poderão compartilhar suas experiências;
Selecionar recursos atrativos que favoreçam as contações de histórias;
Intersalas:
Diz respeito a um momento privilegiado de interação entre crianças com
idades diferentes. Momento este pensado e organizado para propiciar essa
interação. O papel do professor se faz importantíssimo tanto na organização do
espaço como na mediação das relações, incentivando a interação entre as
idades.
O professor será responsável em organizar a proposta que será
desenvolvida.
Objetivos:
Integrar crianças de idade diferentes;
Conhecer e explorar outros espaços e materiais da escola;
Desenvolver iniciativa, responsabilidade, respeito, cooperação e autonomia.
187
Valorizar as diferenças entre as pessoas;
Ampliar contato com outras pessoas, ou seja, relacionar-se com outros grupos
diferentes do seu;
Ampliar a confiança em si mesma;
Aprender e ensinar na relação com o outro.
Ações que antecedem a atividade:
Fazer uma roda com as crianças, explicando como funciona, e retomando
combinados como:
Lembrar quais são os cantos e
Cuidado na locomoção, ir andando, pois correr pode gerar acidentes como
trombadas e quedas;
O cuidado no contato com o outro: os menores, incentivados a perguntar,
brincar, se relacionar com as crianças maiores e, essas por sua vez,
incentivadas a ajudar e ensinar os menores, sempre um cuidando do outro;
A organização da sala que deve ser feita por quem utilizou o material, dando
ênfase à importância de todos ajudarem.
Organizar o ambiente e os materiais previamente (esses servirão como
mediadores das interações entre as crianças), buscando espaços convidativos
e um clima de segurança e confiança;
3. Ações durante a atividade:
O professor deve mediar e incentivar as relações, as interlocuções entre as
crianças, ou seja, motivar as crianças para integração e interação com o
outro;
Interagir com o grupo, por meio do material escolhido;
Mediar situações de conflito pessoal ou grupal, quando necessário, sempre
buscando que a solução parta das próprias crianças;
188
4. Ações após a atividade:
Registrar as observações realizadas;
Conversar com os alunos sobre o desenvolvimento da atividade: o que
fizeram o que mais gostaram etc., socializando os acontecimentos das
atividades;
Trocar com a equipe docente os principais acontecimentos, os avanços e
dificuldades com relação à atividade.
O que o professor pode observar:
Houve interação entre as crianças? Como elas brincam? Como interagem?
As crianças agem com autonomia?
Há lideranças/ dependências?
Houve trocas de informações significativas?
Houve intervenções funcionais?
Circuito
O circuito irá ocorrer às segundas-feiras, com planejamento mensal e por
faixa etária, a fim de garantir desafios adequedos para a faixa etária. Serão
organizadas atividades diversas com materiais que proponham desafios corporais
para que as crianças tenham uma maior consciência corporal e ampliem, dia a
dia, seus limites. Os desafios devem ser crescentes, respeitando as
possibilidades de cada faixa etária. Um mesmo desafio pode ser realizado de
formas diferentes, por exemplo, em um banco pode-se arrastar de barriga, de
costas, passar por baixo, pode-se andar sobre o mesmo tanto de frente como de
costas, de lado, de olhos vendados, em parceria, etc. É o professor que vai
aumentando o grau do desafio à proposta apresentada, para que a criança
sempre se sinta desafiada. Deverá ser pensada numa forma de organização das
atividades de forma que as crianças não tenham que permanecer em fila
esperando a sua vez de brincar, ou seja, que seja possibilitado que as crianças
brinquem todas de uma vez, variando os desafios propostos.
189
Sugestão de Materiais:
Cordas, bambolês, bancos, mesas, lençóis, tecidos, plinto, colchões,
pneus, túnel, pé de pau, pé de lata, amarelinha (borracha), caixas de tamanhos
variados, bastões, cabos de vassouras, tapetes, cavaletes, cones, etc.
É importante também que as crianças participem do planejamento e da
elaboração de materiais para o circuito.
Por questão de organização, cada turma deverá ir ao circuito no horário
reservado para quadra. Em dias chuvosos, será organizado no pátio interno.
Aniversários
190
Fica livre para os professores, combinar com os pais/ responsáveis se
cantarão ou não os parabéns ao aniversariante levando em consideração a religião.
Estudo do Meio
Relacionar os temas estudados na escola com o que ocorre fora dela é
fundamental para que a criança compreenda significativamente os conteúdos
abordados. Um estudo do meio além de empolgar as crianças, expande a
aprendizagem. Seja num museu, num parque, num zoológico, num teatro, nas
ruas, é nesses lugares que as crianças observarão pessoalmente o que viram em
vídeo, imagens e discussões na escola. No local visitado, previamente escolhido
pela professora para complementar um tema estudado em sala, a criança
experimentará, vivenciará e dará significado in loco aos fatos estudados em sala
e desenvolverá assim a sua visão própria do mundo.
A equipe escolar conhece ou conhecerá previamente os locais a serem
explorados certificando-se de que todos ofereçam segurança às crianças e
possuam espaços para lanche. No dia da ida aos locais para a realização de
Estudos do Meio será disponibilizado número de adultos suficiente para garantir o
acompanhamento seguro das crianças nos espaços, bem como nos trajetos.
Algumas mães de crianças se disponibilizaram no inicio do ano letivo para este
acompanhamento e havendo necessidade a escola conta com essa parceria.
Dia da Família
O objetivo principal do Dia da Família, além da valorização das relações
familiares, é resgatar os laços de afetividade entre a família e a escola.
A cada ano a equipe discute e planeja coletivamente quais atividades realizar.
13 de maio/ sábado letivo: Será realizado o “Dia da família na escola – Era uma
vez...muitas histórias, jogos e brincadeiras na EMEB. “Moysés Cheid”
21 de outubro de 2017: Para o sábado letivo do dia 21 de outubro de 2017, o
trabalho será pautado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil, com o tema “Brincadeiras e Interações”, cujo planejamento será
cuidadosamente realizado no início do segundo semestre.
191
A equipe docente, juntamente com o trio gestor, realizou a leitura da
retrospectiva do trabalho coletivo descrito no PPP, justamente para fomentar a
discussão acerca da temática que será abordada para o próximo sábado letivo (21
de outubro de 2017). Observou-se que desde 1994, as diferentes equipes
constituídas em cada período/ano, passaram por muitas discussões, atreladas a
concepção e ao trabalho da Unidade Escolar. A proposta de projeto coletivo norteou
as ações educativas em vários anos, mas não foi predominante, justamente por ter
sido considerado o percurso de trabalho de cada turma e as necessidades da
comunidade escolar. Questão essa, que provocou a equipe a refletir sobre as
próprias experiências de anos anteriores e sobre a concepção de infância a qual
buscamos transpor para a prática pedagógica, embasada na Concepção histórico
cultural, respaldada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil
e fundamentada mais recentemente, pela Base Nacional Comum Curricular. Sendo
um documento que organiza o Currículo por Campos de Experiências, o qual será o
nosso objeto de estudo e pesquisa, previsto no plano de formação da equipe
docente.
Reportando-se ao Projeto Coletivo de 2016, as professoras avaliaram que:
O projeto coletivo propiciou aprendizagens significativas, no entanto, as etapas
foram elaboradas pelas professoras;
Parte das crianças não reconheciam suas próprias produções, pois haviam sido
realizadas ao longo do ano, ficando muito distante da Mostra Cultural,
Houve um investimento de alto custo para organizar a Mostra, pois foi necessário
adquirir materiais diversos;
No dia da Mostra Cultural que compartilhou o produto final do projeto coletivo, a
frequência foi baixa (cerca de 6 crianças por turma).
A partir de toda discussão analítica, reflexiva e avaliativa, a equipe definiu que
para o ano de 2017, a divulgação das experiências das crianças irão ocorrer ao
longo do ano, por meio de exposição das produções, documentação pedagógica,
dando mais vida as paredes e espaço escolar, as famílias serão implicadas no
processo e em alguns momentos, convidadas a participar da divulgação das
pesquisas e descobertas das crianças, pois o que desejamos...
Crianças protagonistas;
Crianças pesquisadoras;
192
Crianças brincantes;
Crianças falantes;
Crianças com experiências significativas e diversas.
Semana das crianças
Na semana das crianças organizamos para que em cada dia aconteça algum
evento diferente como: brinquedos infláveis, piquenique proporcionado através da
merenda escolar bem como lanche diferenciado, peça de teatro, brincadeiras,
gincanas, cinema com pipoca, entre outras atividades e brincadeiras. Neste
documento encontra-se em anexo um projeto específico para esta semana.
193
7.1 Adaptação
(Trecho do Registro Reflexivo da professora Gilvanea sobre o período de adaptação)
Novo ano, permanência da maioria dos funcionários que compõem a equipe
escolar e a necessidade de se readaptar...
Readaptar-se as mudanças de espaço, organização e ao outro...
O outro que mudou de escola, que já fazia parte desta ou que acabou de
iniciar...
E para iniciar o ano, não poderia ser diferente: discutir, refletir e planejar o
período inicial de adaptação;
Discussão que provocou reflexões, como: a diferença entre acolher e adaptar,
planejar ações intencionais e envolventes para minimizar a insegurança dos
pequenos, criar vínculo com as famílias, plajenar de acordo com as especificidades
de cada faixa etária e se empenhar em colaborar para vencer o desafio da
adaptação inicial.
Após o período inicial de adaptação, a equipe docente, gestão e auxiliares em
educação, realizaram a revisão do PPP e avaliação, sendo indicadas alterações na
escrita do texto. Além da experiência do perído de adaptação, o trabalho teve como
inspiração para reflexão, a citação de Juliana Davini:
“... O que queremos deve estar sempre bem claro: fazer um vínculo de confiança com pais,
para que a estadia da criança na escola seja prazerosa e produza crescimento intelectual, social,
sensível e afetivo (isto para todos nós!). Queremos que estes pais sejam parceiros, cúmplices de
nossos objetivos e que possamos nos entender nos momentos de divergência ou conflito que com
certeza passaremos. Desejamos que os pais possam nos ajudar com participação e interesse e que
adaptação seja mais humana e tranquila para ambos. Enfim, não queremos pouco... por isso
trabalhamos”.
“Este período é caracterizado pelo grande desafio que nós professores, demais
funcionários, pais e crianças vivenciamos ao iniciar um ano letivo. É justamente nele
que estreitamos os laços de convivência, acolhimento, criamos vínculos e
estabelecemos a autoconfiança de todos os envolvidos...”
194
Avaliação:
O que foi bom em 2017? O que precisa melhorar para o próximo ano?
Que cuidados precisamos ter em 2018?
- Boa frequencia no periodo de adaptação;
- Compreensão da família quanto à importância
do período inicial de adaptação;
- Participação dos funcionários de apoio;
- A divisão da turma quando as famílias
participaram do primeiro dia;
- Envolvimento da equipe escolar;
- Grande número de crianças presentes na primeira
Reunião, dificultando o diálogo com as famílias;
- Planejar coletivamente, dinâmica de acolhimento;
- Quando houver a junção dos agrupamentos, deverá
ser iniciado as 13h e não as 15h;
- Quando a criança vier em horário diferenciado do
que foi definido previamente, a criança deverá ficar
com a professora;
- Cuidar para que os irmãos fiquem no memso
horário;
-Menos informes na primeira Reunião;
- Fazer reunião com as famílias de crianças novas,
após o período de matrícula (Gestão);
195
8. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS
8.1 Educação Infantil
“A observação é uma ação estudiosa da realidade. Estudo quando eu tenho uma
pauta, quando eu direciono o meu olhar. Quando observo eu ordeno, seleciono
diagnostico significados, classifico questões. É uma ação altamente reflexiva,
diferente de registrar mecanicamente tudo que vê ou estar ali olhando.”
(Madalena freire, 1989)
A partir de estudos e discussões sobre avaliação proporcionados pela
rede de ensino de São Bernardo do Campo e desenvolvidos no interior da escola,
temos como suporte teórico as ideias de Jussara Hoffmann sobre avaliação e
utilizamos os instrumentos metodológicos sistematizados por Madalena Freire:
observação, registro, reflexão, planejamento e avaliação. Ao final da cada
semestre as professoras produzem um relatório das aprendizagens da cada
criança a partir das intervenções realizadas. Além do relatório cada professora
organiza um portfolio para cada aluno com atividades selecionadas pelo
professor e pela criança que revelarão o desenvolvimento dos nossos alunos no
processo de ensino e aprendizagem. Estas atividades selecionadas serão
analisadas pelo professor que escreverá registros pontuais sobre o que tem
observado sobre a criança em suas produções.
Este portfólio deverá trazer informações de todo processo da criança
(social, afetivo e cognitivo) com enfoque na aprendizagem.
Deve conter:
Informações tanto sobre o processo de aprendizagem da criança como os
conteúdos e estratégias desenvolvidos pelo professor;
As atividades devem ser datadas;
As atividades de escrita devem conter indicações da leitura realizada pelo
aluno e trazer detalhes significativos do processo de construção da criança e
não só termos técnicos (hipóteses de escrita);
Não é necessário elaborar atividades matemáticas para comprovar os
avanços das crianças. Se o professor está trabalhando com um jogo, por
exemplo da pizza, com o objetivo que os alunos contem e façam
196
correspondência biunívoca, é isso que vai avaliar e relatar no relatório
individual. Não é necessário pensar em uma atividade gráfica para esse fim.
Relatar sobre procedimentos adquiridos como consultar a tabela numérica, o
alfabeto, pesquisar na lista de nomes, etc.
A avaliação deve se dar com base nos objetivos pedagógicos que estão
sendo trabalhados. Não se trata somente de constatar avanços e dificuldades
dos alunos, mas sim, refletir sobre as competências construídas por eles com
vista a dar encaminhamentos necessários para a continuidade do processo de
ensino e aprendizagem.
O registro das observações deve ser contínuo e sistemático. Levar em
conta as diferenças individuais dos alunos o que exige do professor formas
diferenciadas de atuação e intervenção para provocar a aprendizagem em cada
um e no grupo.
Avaliação de todos os envolvidos no processo educativo:
Semestral
Professores (relatórios da turma e avaliação sobre o trabalho geral da escola);
Comunidade (avaliação sobre vários itens relacionados ao andamento da
escola).
Todos acompanharão seus próprios desempenhos se auto avaliando e
contribuindo também com os demais, avaliando, criticando e dando sugestões
para o trabalho realizado pelos diferentes atores do processo educacional, com o
objetivo de replanejar nossas ações.
Vai acontecendo de acordo com o processo de aprendizagem de cada
aluno. Sendo assim, cada portfólio vai ter a “cara” do aluno, pois terá registro de
seus avanços, dificuldades e encaminhamentos, conforme esses forem
acontecendo.
Registros dos avanços das crianças – Portfólio individual, com relatórios
semestrais;
Registros dos professores – onde o professor escreve as situações de
aprendizagem importantes que ocorreram na sala, suas reflexões e
encaminhamentos;
197
Relatórios feitos por todas as professoras onde são registrados os avanços, as
conquistas e dificuldades da criança; Os relatórios devem conter:
Brasão e dados da escola
MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO - DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS
E.M.E.B “MOYSÉS CHEID”
Rua João XXIII, 660, Jardim Nazareth, Cep 09851-707 - São Bernardo do Campo- São Paulo
Tel. Fax: 4392.2389
Nome completo da criança; data do nascimento; turma; período
Nome completo do professor;
Número de dias letivos e número de faltas
Processo de aprendizagem – saberes da criança;
Registro das suas interações,
Intervenções/ ações efetuadas pelo professor em relação a criança
Encaminhamentos e investimentos necessários
Considerar os diferentes destinatários (pais/ responsáveis, equipe escolar,
equipe gestora, secretaria da educação, psicólogos, fonoaudiólogos, enfim,
todos que possam a vir fazer uso do relatório como forma de conhecer a
criança, ou de atuar junto à mesma, ou para fins legais, etc).
Cuidar do vocabulário.
Contemplar conteúdos atitudinais, conceituais e procedimentais
Garantir a explicitação dos objetivos do semestre para a turma e para a
criança em específico.
198
9. ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS
Utilizamo-nos de alguns instrumentos que tem auxiliado o acompanhamento do
trabalho do professor. São eles:
Planejamento onde os encaminhamentos didáticos são previamente pensados;
É olhando para o próprio fazer que o (re) organizamos, é olhando para o fazer
do outro que ampliamos o nosso, enfim trabalharemos para que os professores
consigam fazer transposições didáticas, identifiquem e reflitam sobre suas
concepções de ensino, que consolidem e valorizem sua identidade profissional,
ampliando horizontes e alcançando metas de forma apaixonante e significativa. Que
nossos espaços de formação possam oxigenar as práticas docentes e desenvolvam
nos professores o espírito da investigação científica frente às aprendizagens
próprias e dos alunos.
Nossa busca é de um profissional competente, reflexivo, aberto à colaboração
dos formadores e colegas, portador de conhecimentos baseados na própria história
de vida e profissional, com suas crenças, teorias e estratégias de lidar com a
aprendizagem.
Ações permanentes:
Garantir nos espaços formativos a máxima circulação de informações, através de
trocas de experiências, estudos específicos, planejamento em parcerias, reflexão
e tematização sobre a prática, construindo um “coletivo escolar” e
conscientizando o professor da necessidade de investir na sua auto formação,
sendo um investigador em sala de aula e refletindo constantemente sobre o seu
fazer pedagógico;
Portfólio dos alunos: Acompanhar o desenvolvimento dos alunos, fazendo
leituras e intervenções (quando necessárias) nesses instrumentos.
Estudo e uso do PPP: propiciar momentos para este estudo, uma vez que o
PPP vem sendo modificado gradativamente pelo grupo, com várias
contribuições. O objetivo principal é que o PPP seja realmente um norte no
trabalho de cada um, fazendo parte integrante dos planejamentos;
199
Estruturação anual do trabalho: com base nas Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil e nos objetivos proposto no PPP, refletir e
estruturar o trabalho a ser desenvolvido no decorrer do ano. Com isso, o
professor tem clareza de onde partir e aonde chegar e quais conteúdos priorizar.
Aquisição de novos conhecimentos: o professor precisa de formação teórica
permanente e consistente, que alimente sua prática e a sua autonomia. Porém,
esses pressupostos teóricos devem ser relacionados com a realidade do
cotidiano escolar, com a prática dos professores. Para isso, buscaremos
Incentivar a transposição da teoria para a prática, e analisar essas situações
práticas em sala de aula, buscando adequações.
Trocas de experiências: propiciar momentos para os professores, socializarem e
tematizarem suas práticas; buscar a participação de todos na socialização de
boas práticas. Acreditamos que é por meio da troca e da reflexão que o grupo
avança em seus conhecimentos e na sua prática em sala de aula.
Acompanhamento da atuação dos professores: acompanhar o uso dos
instrumentos metodológicos (planejamento, registro, relatório, avaliação/portfólio
do aluno), sua atuação em sala de aula (análise de situações práticas), sua
contribuição para com o grupo escola (cooperação, integração, troca), suas
parcerias e lideranças. Buscar o avanço de cada um, procurando conscientizá-
los da importância da formação para o crescimento pessoal/profissional.
Registrar este desenvolvimento e procurar dar devolutivas pontuais, pensando
sempre em instrumentalizá-los para que tenham intencionalidade educativa, para
que sistematize seu trabalho por meio de projetos, atividades sequenciadas,
permanentes, etc.
200
10. AÇÕES SUPLEMENTARES
10.1 AEE (Atendimento Educacional Especializado)
Está previsto que os acompanhamentos ocorram semanalmente pela professora
do AEE no período em que a criança está matriculado. O atendimento se dá através
da chamada ação colaborativa no qual a professora do AEE atua ora diretamente
com a criança, ora com a professora e ora com a coordenação pedagógica. Além
disso, a professora do AEE é corresponsável na elaboração de atividades e
materiais para o trabalho com a criança em sala de aula. Periodicamente realizamos
encontros entre a coordenadora pedagógica, professora da sala regular, professora
do AEE, Equipe de Orientação Técnica e Equipe de Orientação Pedagógica quando
necessário para discutir, planejar, avaliar e replanejar ações e traçar
encaminhamentos para as crianças que estão inseridas no AEE.
.
201
11. REFERÊNCIAS
Antunes, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis:
Vozes, 2000
Regina Scarpa Leite, Baseada em Vygotsky, Wallon e Bakhtin
Rheta Drevies – Ética na educação infantil.
Referencial Curricular nacional para a educação infantil.
Kichimoto, Tizuki Morchida – Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São
Paulo: Cortez, 1999.
Campelo, Carmute. Bertazzo, Ivaldo. Tenso equilíbrio na dança da sociedade.
São paulo: SESC.
Bertazzo, Ivaldo. Espaço e corpo: Guia de reeducação do movimento.
R.C.N.E.I, 1998
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, 2010
Proposta Curricular – vol. Ll
Encontros iniciais com a matemática. Editora Artes médicas – cap. 4
Brincadeiras infantis nas aulas de Matemática – Artmed
Proposta Curricular – vol. l
A educação do olhar no ensino das artes – Analice Dutra Pillar
(Capítulos 1 e 2 ).
Revista Avisa la nº 15 de Julho de 2003, o livro Explorando o Universo da música
de Nicole Jeandot, apostila do curso “ Música na Educação Infantil”, ministrando
por Helenice Scapol Villar Rosa, Proposta Curricular, Vol. II.
O ensino da língua Escrita – Myrian Nemirivsky:
Revista Avisa lá: Linhas e Entrlinhas de uma história;
Livro: E – mails Pedagógicos.
Pinazza, Mônica formação para Coordenadores da Educação Infantil da rede de
São Bernardo do Campo
202
12. ANEXOS
12.1 Histórico da escola
Antigamente as crianças de nossa região para estudar tinham que se
deslocar até a EMEB “Thales de Andrade” ou “Padre José Maurício” escolas
pertencentes a bairros vizinhos. Esta dificuldade fez com que a Sociedade Amigos
do Bairro, na pessoa do Sr. Edson Matias Santos, então presidente da Sociedade e
Sra. Marlene Alonso, moradora do bairro, buscassem vereadores de nossa
cidade para expor a necessidade de uma escola de educação infantil para atender a
demanda da região. Assim sendo, em abril de 1984, instala-se as duas primeiras
salas de cinco e seis anos, anexa a EMEB “Padre José Maurício” cuja Diretora era a
Sra. Lindalva Ramalho de Araujo.
Com a crescente demanda, em 1986 a escola começa a funcionar em três
períodos deixando de ser escola anexa à EMEI “Padre José Maurício” e tornando-se
CMEI Jardim Uenoyama sob a direção da Sra. Maria Terezinha Rodrigues (Polota).
Ainda com as reivindicações da Sociedade Amigos do bairro e da
comunidade a Prefeitura se propõe a construir a nova EMEI, pois a CMEI já não
mais atendia a demanda.
O antigo proprietário do terreno era o Sr. Fernando Antônio Castione e, a
construtora responsável pelo prédio foi a Planova.
As obras tiveram início no dia 23/09/1987 e terminaram no dia 10/11/1988. No
dia 08/06/1988, sob o decreto de lei nº 3087, nossa escola passa a chamar EMEI
“Moysés Cheid”.
A escola ficou então constituída por seis salas de aulas, pátio, palco,
secretaria, sala dos professores, almoxarifado de materiais pedagógicos,
almoxarifado de materiais de limpeza, sala de vídeo, sala de biblioteca, quadra,
parque e enorme área gramada para deleite das crianças.
203
Biografia do patrono:
O Sr Moysés Cheid, nasceu na cidade de Monte Aprazível, neste Estado no dia
06/10/1929 e faleceu no dia 19/03/1988 em São Bernardo do Campo. Radicou-se
em São Bernardo em 1949 iniciando suas atividades profissionais no setor bancário
como estagiário no Banco Auxiliar de São Paulo, foi gerente de vários bancos,
diretor da empresa de economia mista Procap – Casas Populares de São Bernardo
do Campo S/A e assessor técnico da PROSBC- Progresso de São Bernardo do
Campo.
O Sr. Moysés Cheid foi sempre personalidade de destaque neste município,
sendo durante muito tempo, conselheiro do Esporte Clube São Bernardo e sempre
colaborador de casas assistenciais e filantrópicas. Para homenagear tal
personalidade o Prefeito Aron Galante denominou esta escola de EMEI “Moysés
Cheid”.
No dia 03/09/1988 nossa escola é inaugurada e passa a dar conta da demanda
escolar deste bairro.
Histórico da biblioteca escolar interativa Rubem Alves
A Biblioteca Escolar Interativa “Rubem Alves” foi inaugurada em
18/05/2004. Concorreu para a sua implantação o empenho da comunidade, que
apesar de saber que a prioridade da Secretaria de Educação e Cultura era a
204
implantação em U.E. da Educação Fundamental e Especial e adequação de
espaço para linguagem REBI para a U.E. de Educação Infantil, a comunidade fez
solicitações enfáticas justificando a necessidade da implantação da BEI em
nossa unidade escolar.
A escolha do nome foi do grupo de professores por reconhecerem sua
importância na Educação e na Literatura, portanto elaboramos um conjunto de
atividades para que os alunos o conhecessem, bem como suas obras. No
término do Projeto “Rubem Alves”, cada classe confeccionou um livro de recontos
baseados nos livros do autor. Estes livros fazem parte do acervo da BEI e estão
expostos na estante temática.
Neste ano contamos com a presença da oficial designada para o trabalho
na BEI que contribui fortemente para o bom andamento das atividades.
12.2 Retrospectiva Histórica do Trabalho pedagógico – Produto do Nosso
Trabalho
Desde 1993 nossa escola vem tentando trabalhar de forma diferenciada
arriscando com novas práticas tornar a educação mais significativa tanto para as
crianças quanto para os professores. Iniciamos o trabalho com projetos nesta época,
sem muito embasamento teórico, mas na tentativa de acertar resolvemos arriscar.
Nosso primeiro trabalho foi denominado “Projeto Arte”, era feito por toda a equipe ao
mesmo tempo e a duração foi de três meses, o plano era igual para todos os níveis
e as atividades adaptadas a cada classe. Teve como produto final uma Exposição
de Arte com a visita de um artista plástico e arquiteto (Reynaldo Calles) que após
falar sobre o seu trabalho, acompanhou a criação das crianças em uma oficina de
esculturas, onde cada um teve a oportunidade de construir a sua. No final do
período as mães foram convidadas a visitar a exposição de todos os trabalhos
produzidos nas diferentes etapas do projeto. É importante frisar, que nessa época
nosso currículo havia acabado de ser elaborado e norteou nosso trabalho até aqui. A
equipe estava muito motivada ao trabalho e atribuímos isto ao espaço que tínhamos
para estudar o currículo e discutir nossa prática, quando este espaço de estudo
acabou, nossa equipe passou a utilizar as meias horas diária, mas não era mais a
mesma coisa, o tempo era escasso.
205
Em 1995, nosso projeto era de Ciências e nossa prática modificou-se um
pouco, o tema central Ciência, era trabalhado por todas as professoras, mas os
conteúdos eram diversificados e cada participante da equipe realizava projetos que
“engordariam” o tema central. Como produto final realizamos uma Feira de Ciências
onde as classes puderam apresentar à comunidade os diferentes estudos que foram
realizados naquele período, (funcionou exatamente com funciona uma Feira de
Ciências).
“Em 1996, com o sucesso dos trabalhos anteriores, resolvemos elaborar o
Projeto Caminhando através da História” que foi dividido em: Pré História, Idade
Antiga, Idade Média e Renascimento. Ainda neste ano, o plano pedagógico era igual
para todas as turmas. Cada turma realizou projetos com temas que interessavam as
crianças com dinossauros, os egípcios, castelos reis rainhas, a Arte Renascentista,
etc. As revistas “Por um Triz” nos ajudaram muito na elaboração destes projetos
onde nas nossas reuniões semanais eram estudadas pela nossa equipe. Como
produto final, realizamos nossa Feira de História onde os alunos contavam para os
pais e comunidade o que aprenderam. Foi um momento rico e interativo entre a
escola e comunidade. Ainda em 1996, tivemos como marco em nossa proposta
pedagógica o jornal “Nossa História” elaborada pelos nossos alunos e professores
onde todas as classes puderam contribuir.
Em 1997 iniciamos o ano com a proposta de continuar com o Projeto
“Caminhando através da História” cujo enfoque principal era o Brasil. Entretanto
percebemos que a unidade de nosso grupo estava se perdendo, a equipe não
estava conseguindo trabalhar de forma motivadora e, consequentemente, as
crianças não estavam envolvidas. Algo estava acontecendo, será que era momento
de revermos nossa prática? Depois de muito refletirmos, analisamos e estudamos,
com o apoio das assessorias resolvemos modificar nossa prática e começamos a
trabalhar com projetos diversificados aos pares que passaram a ser elaborados de
forma mais sistemática e para a apresentação dos produtos finais realizamos uma
Mostra Educacional onde todos os produtos finais dos projetos puderam ser
apresentados.
Até então, todas as áreas eram trabalhadas dentro dos projetos de forma
interdisciplinar. Após as assessorias nossa prática passou a modificar-se e
começamos a trabalhar as áreas separadamente, cada uma com suas
peculiaridades e organizando o tempo didático através de atividades permanentes,
206
seqüenciadas e os projetos. Houve uma modificação sistemática nas atividades de
rotina como um todo.
Em 1998 continuamos a trabalhar neste mesmo esquema organizando o
tempo didático e trabalhando com diferentes projetos que foram sempre nossa
marca. No final de outubro, fizemos II Mostra Educacional com a apresentação dos
projetos: “Contos de fadas” (trabalho com portadores de texto), “As lendas e o
jornal”, “Copa do Mundo”, “O fundo do mar”, “Músicas Clássicas”, “Picasso, Tarsila e
a pintura”. Momento este que todas as etapas dos projetos foram apresentadas aos
pais e comunidade.
A partir daí, passamos a trabalhar com um projeto único para a escola, envolvendo
também os pais e culminando sempre na Mostra Educacional no final do ano:
1999. Projeto “Em tempos de Guerra, em busca de Paz”
2000. Projeto de Artes “Pintando os Sete”
2001. Projeto de Artes “Fases de Mulher”
2002. Projeto de Artes “Em busca de paz”
2003. Projeto de Artes “A arte sempre fez parte”
2004. “O Futuro em nossas mãos, quem ama cuida”
2005. Projeto de Teatro “Educação pela Arte”: a Mostra Cultural mudou de cara, foi
realizada por meio de apresentações de peças teatrais, coral e danças para a
comunidade, refletindo o nosso projeto coletivo que foi “Teatro na Escola”.
2006. Resgate cultural: “Brasil Mostre a sua Cara”: Mostra cultural baseada em
apresentações para comunidade por meio de peça teatral, dança e música de
acordo com a cultura da região brasileira estuda no projeto coletivo.
2007. Projeto “Raízes” – A formação do povo brasileiro (índios, brancos e negros).
Foram apresentadas à comunidade aspectos das culturas: indígena, portuguesa,
espanhola, italiana e negra, mostrando as contribuições de cada povo na formação
da nossa cultura, por meio de dança, música e do teatro.
2008. Projeto “Moysés Cheid, vinte anos de história” – resgate da história da escola:
entrevista com antigos funcionários, painel de foto das diversas turmas que por aqui
passaram, pintura de telas para afixar nos alambrados (retratando a história),
criação e eleição de mascotes para a escola. Foi um projeto bem significativo para
os alunos e para a comunidade, tendo sua finalização com a mostra cultural e um
jornal sobre o resgate da história.
207
2009. Projeto “Sítio do Pica-Pau Amarelo” – Comemoração do 5º aniversário da
Biblioteca Escolar Interativa “Rubem Alves”, decidiu-se enfocar a obra de um autor
brasileiro muito conhecido por suas histórias e personagens: “Monteiro Lobato”. 2010. Projeto: “Contos de fadas” – A intenção desse projeto foi por meio da magia
dos contos de fadas envolver nossos alunos, despertando a curiosidade pela
pesquisa e o gosto pela leitura.
2011. Projeto: “Meio ambiente”-Pensando na atual sociedade com seus recursos
naturais cada vez mais raros e escassos, propomos a sensibilização das crianças
e comunidade quanto ao equilíbrio entre o crescimento econômico e a utilização
responsável dos recursos naturais.
2012. Projeto: O trabalho com música oportuniza momentos em que a criança
reconheça e utilize a música como linguagem expressiva e forma de
conhecimento.
2013: Projeto Brincar: Em linhas gerais o objetivo central do projeto foi a
valorização do lúdico e proporcionar momentos prazerosos de interação e
aprendizagens. Brincando a criança adquire e forma conceitos, conhece o mundo
que a rodeia, interage e socializa-se. Os sábados letivos foram voltados ao
Projeto e proporcionaram momentos de brincadeira e diversão com as crianças e
suas famílias e apresentação de produções das crianças realizadas durante o
projeto, bem como apresentação de danças pertinentes ao Projeto.
2014: Projeto Viajando pelas Nações
Em 2014 um dos eventos esportivos de maior destaque no planeta, a Copa
do Mundo, aconteceu aqui no Brasil. Em ocasiões como essa aparecem na mídia
muitas informações não apenas sobre o esporte e os times, mas também sobre os
países envolvidos: características, regime governamental, comidas típicas, lugares
turísticos com imagens maravilhosas e outros. Considerando que estas informações
chegaram às crianças com facilidade via televisão, por exemplo, usamos como
ponto de partida para proporcionar um aprendizado sobre os diferentes países
inclusive o Brasil.
2015: Projeto Meio Ambiente
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil colocam a
necessidade de garantir às crianças experiências que “promovam a interação, o
cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade
da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais” e também
208
“incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a
indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao
tempo e à natureza”. Pretendemos despertar nas crianças e em todos os envolvidos
no projeto o encantamento com a natureza a fim de preservá-la. Pretendemos ainda
encontrar formas de produzir menos lixo e dar o destino correto ao lixo produzido.
Contaremos com a parceria com o programa Ação Saudável e com o Projeto
Ecoviver o que sem dúvida favorecerá o andamento do projeto.
2016: Projeto Regiões do Brasil
“Uma ação educativa comprometida com a cidadania e com a formação de uma sociedade
democrática e não excludente deve, necessariamente, promover o convívio com a diversidade, que é
marca da vida social brasileira. Essa diversidade inclui não somente as diversas culturas, os hábitos,
os costumes, mas também as competências, as particularidades de cada um. Aprender a conviver e
relacionar-se com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes, que possuem
expressões culturais e marcas sociais próprias, é condição necessária para o desenvolvimento de
valores éticos, como a dignidade do ser humano, o respeito ao outro, a igualdade e a equidade e a
solidariedade. (RCN, 1998, v.1, p.35)”
É com este pensamento e procurando atender também as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (ìtem 06 referente as Práticas
Pedagógicas da Educação Infantil) que o corpo docente optou em realizar este ano
o Projeto Coletivo Regiões do Brasil. Além disso nosso país tem uma grande
diversidade de culturas e é importante que a criança, desde os primeiros anos,
possa compreender as diferenças e aprender a respeitá-las, notando que cada
região brasileira tem suas próprias características, advindas de suas influências e
história. Estudar as regiões é conhecer mais o país e conhecer mais o país é
aprender mais sobre a própria história! Pretende-se também: aprimorar habilidades
e competências do trabalho em equipe e de pesquisa; desenvolver a compreensão
de que cada região tem suas próprias características e história; desenvolver
competências e habilidades próprias ao aluno leitor e escritor; desenvolver a
compreensão da divisão do Brasil em regiões; notar a importância de respeitar a
diversidade e as diferenças culturais do país; identificar regiões do Brasil pelos
nomes; proporcionar o contato e a exploração dos costumes, comidas, danças,
músicas, brincadeiras, lendas, entre outras manifestações específicas de cada
região bem como de outros elementos da tradição cultural das diversas regiões;
209
ampliar o envolvimento da comunidade no processo educativo; possibilitar vivências
e experiências éticas e estéticas de diferentes grupos regionais brasileiros.
2017: Para o sábado letivo do dia 21 de outubro de 2017, o trabalho será pautado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil, com o tema “Brincadeiras e Interações”, cujo planejamento será cuidadosamente realizado no início do segundo semestre.
210
12.3 DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA
Acesso de Pais Entrada dos alunos
Estacionamento
12.4 Materiais pedagógicos e equipamentos
Brinquedoteca
Sala 7
wc
wc
Sala 8
Quadra
Sala 3
Sala 6
Pátio Interno
Tanque de areia
Sala 2
Sala 5
Sala 1
Sala 4
Entrada dos alunos
Cozinha
Coordenação
Direção
wc
wc
wc
Parque
wc A L M O X A R I F A D O
Acesso Func.
wc
Sala dos Professores
Secretaria
BEI
Casa do Caseiro
Horta
211
De modo geral contamos com uma grande variedade de materiais pedagógicos
que subsidiam o trabalho das professoras em sala de aula como brinquedos, jogos,
letras móveis, material dourado, quebra-cabeça e outros. Na sala da Coordenadora
também temos um acervo de materiais da mesma natureza.
. Ao final de 2015 em avaliação o corpo docente optamos por nova
organização dos brinquedos. As professoras reuniram no pátio todos os brinquedos
da escola que deverão ser organizados em Kits por categorias, que ficarão
guardados no espaço da Brinquedoteca. De acordo com o planejamento da
professora, a mesma retirará os brinquedos ou kits que for utilizar, devolvendo-os
após o uso. Acordou-se também que será organizado uma espécie de ateliê no
espaço restante. Essa organização será experimental e será avaliada sua
funcionalidade podendo ser rediscutido o uso do espaço quando o grupo considerar
importante. Para a organização do espaço será necessário adquirir caixas
organizadoras e afins. À medida que o grupo sentir necessidade de ficar com alguns
brinquedos em sala de aula, havendo em grande quantidade, serão disponibilizados.
Temos uma TV, um DVD e um aparelho de som em sistema de carrinho, a
disposição das professoras para atividades no pátio ou nas salas de aula.
Possuímos também um computador na sala da coordenação e uma impressora que
podem ser usados pelo grupo de professores para a confecção e impressão de
atividades. Quando necessário também é utilizado o computador e a impressora da
sala da direção de modo a facilitar e agilizar o trabalho pedagógico.
Na BEI existem dois computadores, uma TV, um DVD e um Vídeo- Cassete
que são utilizados constantemente durante as aulas neste espaço.
Existem também aparelhos como: filmadora, máquina fotográfica, retro projetor,
projetor, piscina de bolinhas a disposição de todos quando necessário.
12.5 Calendário Escolar
212
213
12.6 Programa saúde na escola
O Programa Saúde na Escola visa estabelecer uma parceria entre as escolas
e os postos de saúde a fim de atingir todas as crianças do município em termos de
saúde. Acredita-se que as crianças que por ventura estejam com o
acompanhamento da saúde em defasagem, sejam vacinas ou consultas rotineiras
ao pediatra para avaliação do crescimento e desenvolvimento, sejam localizadas via
escola. O posto de saúde fará encaminhamentos aos responsáveis para retomada
do acompanhamento à saúde.
Para 2016 serão agendados dias para a ação dos profissionais da saúde da
UBS na escola relativa à pesagem, medição e avaliação bucal de cada criança. A
escola solicita às famílias o envio de cópia da carteira de vacinação da criança. As
crianças do Infantil IV e V passarão também por avaliação oftalmológica. Além disso,
de acordo com as possibilidades a escola receberá os agentes de saúde para
apresentação de teatro às crianças sobre a prevenção da dengue. Neste ano já
estiveram na escola alguns estagiários em saúde para conversar com as crianças
sobre pediculose no período da manhã. No período da tarde a conversa foi realizada
pela enfermeira da UBS, cumprindo assim, o objetivo da ação. Ficou acordado que a
mesma enfermeira voltará à escola em 29 de abril para uma breve conversa na
reunião com os pais. Planeja-se também recebermos o grupo da terceira idade De
Bem com A Vida que tradicionalmente na Semana da Criança realiza uma
apresentação de dança as crianças.