2 Representação Gráfica na...

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Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 23 2 Representação Gráfica na Aquitetura 2.1 Traços Os traços de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem possuir constraste umas com as outras. Linha auxiliar Pena 0,1mm Linha fina Pena 0,2mm Linha média Pena 0,4mm Linha grossa Pena 0,6mm Linha de eixo Traço-ponto Linha de corte Traço-ponto Linha de projeção Tracejado Normalmente ocorre uma hierarquização das linhas, obtida através do diâmetro da pena (ou do grafite) utilizados para executá-la. Tradicionalmente usam-se quatro espessuras de pena: Linhas complementares - Pena 0,1mm. Usada basicamente para registrar elementos complementares do desenho, como linhas de cota, setas, linhas indicativas, linhas de projeção, etc. Linha fina - Pena 0,2mm (ou 0,3mm). Usada para representar os elementos em vista. Linha média - Pena 0,4mm (ou 0,5mm). Usada para representar os elementos que se encontram imediatamente a frente da linha de corte. Linha grossa - Pena 0,6mm (ou 0,7mm). Usada para representar elementos especiais, como as linhas indicativas de corte (eventualmente é usada para representar também elementos em corte, como a pena anterior). Quanto ao tipo de traços, é possível classificá-los em: Traço contínuo: são as linhas comuns. Traço interrompido: representa um elemento de desenho "invisível" (ou seja, que esteja além do plano de corte).

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2 – Representação Gráfica na Aquitetura

2.1 Traços

Os traços de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e devem

possuir constraste umas com as outras.

Linha auxiliar Pena 0,1mm

Linha fina Pena 0,2mm

Linha média Pena 0,4mm

Linha grossa Pena 0,6mm

Linha de eixo Traço-ponto

Linha de corte Traço-ponto

Linha de projeção Tracejado

Normalmente ocorre uma hierarquização das linhas, obtida através do diâmetro da pena

(ou do grafite) utilizados para executá-la. Tradicionalmente usam-se quatro espessuras de

pena:

• Linhas complementares - Pena 0,1mm. Usada basicamente para registrar elementos

complementares do desenho, como linhas de cota, setas, linhas indicativas, linhas de

projeção, etc.

• Linha fina - Pena 0,2mm (ou 0,3mm). Usada para representar os elementos em vista.

• Linha média - Pena 0,4mm (ou 0,5mm). Usada para representar os elementos que se

encontram imediatamente a frente da linha de corte.

• Linha grossa - Pena 0,6mm (ou 0,7mm). Usada para representar elementos especiais,

como as linhas indicativas de corte (eventualmente é usada para representar também

elementos em corte, como a pena anterior).

Quanto ao tipo de traços, é possível classificá-los em:

• Traço contínuo: são as linhas comuns.

• Traço interrompido: representa um elemento de desenho "invisível" (ou seja, que esteja

além do plano de corte).

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• Traço-ponto: usado para indicar eixos de simetria ou linhas indicativas de planos de

corte.

Os elementos que em um desenho projetivo estão sendo cortados aparecem delimitados

com um traço de espessura maior no desenho. Além do traço mais grosso, esses

elementos podem estar preenchidos por um tracejado ou trama. Cada material é

representado com uma trama diferente.

2.2 Escalas

A NBR 6492 (1994) apresenta uma série de escalas padronizadas para desenho

arquitetônico cujos valores mais usuais são descritos abaixo:

• Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;

• Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros compartimentos;

• Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de plantas, cortes e

fachadas de projetos arquitetônicos;

• Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos de

apresentação que não necessitem ir para a obra.

• Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o uso de 1:50.

Plantas de situação e paisagismo. Também para desenhos de estudos que não

necessitem de muitos detalhes;

• Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra;

• Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes projetos, plantas de

situação, localização, topografia, paisagismo e desenho urbano;

• Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e topografia;

• Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de urbanismo e

zoneamento.

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Cada folha de desenho ou prancha deve ter indicada em seu título as escalas utilizadas

nos desenhos ficando em destaque a escala principal. Cada desenho terá sua respectiva

escala indicada junto dele.

2.3 Cotagem

Cotas são os números que correspondem às medidas reais no desenho e, portanto,

independem da escala usada no projeto.

É a forma pela qual passam-se nos desenhos, as informações referentes as dimensões

de projeto.

Assim, para quem executa a obra, a visualização e aplicação das dimensões se torna

mais clara e direta. Isso não impede que seja utilizada outra unidade. Normalmente, para

desenhos de alguns detalhes, quando a execução requer rigorosa precisão, as dimensões

podem ser dadas em milímetros. Na hora de cotar, deve-se ter o cuidado de não

apresentar num mesmo desenho, duas unidades diferentes, centímetros e metros por

exemplo.

As áreas podem e devem ser dadas em metros. Assim, procurar sempre informar através

de uma "nota de desenho" as unidades utilizadas, como por exemplo: "cotas dadas em

centímetros" e "áreas em metros". As cotas indicadas nos desenhos determinam a

distância entre dois pontos, que pode ser a distância entre duas paredes, a largura de um

vão de porta ou janela, a altura de um degrau de escada, o pé direito de um pavimento,

etc. A ausência das dimensões provocará dúvida para quem executa, e na dificuldade de

saná-las, normalmente o responsável pela obra, extrai do desenho, a informação,

medindo com o metro, a distância desejada.

Portanto, não são indicadas, para os desenhos de projetos executivos, as escalas de

1:25, 1:75, 1:125, difíceis de se transformar com a utilização da trena de obra.

Os desenhos de arquitetura, bem como todo desenho técnico, devem ter as suas medidas

indicadas corretamente.

Indicar a medida da cota errada ou uma má indicação costuma trazer prejuízos e

aborrecimentos.

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A Figura 2.1 ilustra as principais propriedades das cotas.

Figura 2.1 – Utilização de cotas em desenho arquitetônico

MONTENEGRO (2001) aponta alguns erros comuns em cotas ilustrados na Figura 2.2.

Figura 22 – Erros comuns em cotagem (Montenegro, 2001)

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As cotas, sempre que possível devem estar margeando os desenhos, ou seja, fora do

limite das linhas principais de uma planta, corte, ou qualquer outro desenho. Isso não

impede que algumas cotas sejam dadas no interior, mas deve-se evitar, a fim de não

dificultar a leitura das informações.

Assim os princípios gerais podem ser assim resumidos:

• As cotas de um desenho ou projeto devem ser expressas em uma única unidade de

medida;

• As cotas devem ser escritas sem o símbolo da unidade de medida (m, mm ou cm);

• As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota;

• Qualquer que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira grandeza

das dimensões;

• As linhas de cota devem ser contínuas e os algarismos das cotas devem ser colocados

ACIMA da linha de cota;

• Quando a peça for muito grande deve-se interromper a peça e não a linha de cota:

• Uma cota não deve ser cruzada por uma linha do desenho;

• Não traçar linha de cota como continuação de linha da figura;

• Os ângulos serão medidos em graus, exceto nas coberturas e rampas que se indicam

em porcentagem.

2.4 Caligrafia Técnica

A norma NBR 8402 (1994) fixa características de escrita usadas em projetos. Aplica-se a

escrita à mão livre ou por instrumentos. As prescrições encontram-se na Figura 2.3.

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Figura 2.3 – Prescrições normativas para caligrafia técnica

2.5 Representação de Materiais

A norma NBR 6492 (1994) fixa características de representação de alguns materiais

usados na contrução civil segundo indica a Figura 2.4.

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Concreto em vista

Concreto em corte

Mármore/granito em vista

Madeira em vista

Madeira em corte

Aço em corte

Isolamento térmico

Argamassa

Enchimento de piso

Borracha, neoprene ou mastique

Mármore/granito em corte

Figura 2.4 – Representação de materiais em desenho arquitetônico (NBR 6492:1994)

2.6 Elementos Construtivos: Paredes

São representadas de acordo com suas espessuras e com simbologia relacionada ao

material que as constitui. Normalmente desenham-se as paredes internas com 15cm

(meio tijolo) e as externas com 25cm (1 tijolo). A Figura 2.5 apresenta particularidades.

a) parede de tijolos:

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b) parede de concreto:

Figura 2.5 – Particularidades das paredes

2.7 Elementos Construtivos: Portas

São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas

auxiliares, se necessário, procurando especificar o movimento da(s) folha(s) e o espaço

ocupado conforme a Figura 2.6.

de abrir/pivotante pivotante de correr eixo lateral eixo central externa/interna

pantográfica/ camarão sanfonada

Figura 2.6 – Representação das portas

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Todas as portas e portões devem ser cotados, identificando-se sua largura e altura, de

acordo com o seguinte:

a) Sempre na ordem “l x h” (largura por altura);

b) Algarismos padronizados;

c) Posicionamento ao longo das folhas;

A Figura 2.7 ilustra a composição das dimensões.

80

x 2

10

Figura 2.7 – Representação das dimensões físicas das portas

2.8 Elementos Construtivos: Janelas

São desenhados representando-se sempre a(s) folha(s) da esquadria, com linhas.

São representadas através de uma convenção genérica, sem dar margem a uma maior

interpretação quanto ao número de caixilhos ou funcionamento da esquadria.

a) para escalas inferiores a 1:50:

b) para escala 1:50 (mais adotada):

c) convenção alternativa:

d) convenção com detalhamento:

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Todas as janelas devem ser cotadas em Planta Baixa, identificando-se sua largura, altura

e peitoril (Figura 2.8), de acordo com o seguinte:

a) Sempre na ordem “l x h / p” (largura por altura sobre peitoril);

b) Algarismos padronizados;

c) Posicionamento interno ou externo à construção (apenas uma opção em um projeto).

130 x 100

110

Figura 2.8 – Representação das dimensões físicas das janelas

Devem ser usadas no projeto dimensões encontradas em mercado caso as esquadrias

sejam formadas por materiais metálicos (aço, alumínio, cobre) ou PVC.

Procura-se calcular as áreas de janelas com valor mínimo igual a 1/8 da área do cômodo

para cozinhas, banheiros e lavabos; para salas e dormitórios pode-se usar o valor mínimo

de 1/6 da área do cômodo para efeito de iluminação. Em relação à ventilação deve-se

usar um mínimo de 50% da área de iluminação.

2.9 Níveis e Áreas das Dependências

Os níveis são cotas altimétricas dos pisos, sempre em relação a uma determinada

Referência de Nível pré-fixada pelo projetista e igual a 0 (zero). A colocação os níveis

deve atender ao seguinte (Figura 2.9):

a) Colocados dos dois lados de uma diferença de nível;

b) Evitar repetição de níveis próximos em planta;

c) Não marcar sucessão de desníveis iguais (escada);

d) Algarismos padronizados pela NBR;

e) Escrita horizontal;

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f) Colocação do sinal + ou - antes da cota de nível;

g) Indicação sempre em metros;

h) simbologia convencional:

+ 0,3000 - 2,10

Figura 2.9 – Representação dos níveis

As áreas das dependências (dormitórios, garagens, cozinhas, etc.) devem ser indicadas

abaixo do respectivo nome do cômodo em metros quadrados (m2):

SALA DE ESTAR GARAGEM 18,30 m² 15,10 m2

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Projeto 03:

Considerando um terreno com dimensões de 10m x 20m, projete uma residência popular

de até 70m2 de área construída, utilizando-se dos recuos estabelecidos no Projeto 03,

considerando a necessidade dos seguintes cômodos abaixo:

Dois dormitórios;

Uma cozinha;

Uma sala;

Uma área de serviço;

Um banheiro;

Dimensione a cobertura em duas ou quatro águas usando-se telhas francesas com

declividade mínima de 36%. Fornecer a planta da cobertura, da edificação, bem como as

elevações frontais e laterais. Indicar as esquadrias usadas usando-se as medidas

comerciais. Forneça todos os níveis e as dimensões de todas as paredes. Faça a

representação da área de cada cômodo em metros quadrados (m2).

Representação esquemática do terreno (dimensões em “m”)

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Projeto 04:

Considerando o projeto abaixo, já contruído, de uma casa de campo, pede-se propor uma

solução de sua ampliação da seguinte forma:

Inserir 3 dormitórios;

Inserir 1 cozinha e 1 área de serviço;

Informar no projeto a área regularizada e a regularizar usando-se uma legenda;

Desenhar as seguintes vistas: em planta, frontal (fachada) e as laterais direita e

esquerda do projeto alterado cotando-se todas as dimensões;

Indicar as dimensões das esquadrias (usar catálogo de fabricante) considerando os

valores mínimos de área para iluminação e ventilação;

Desenhar a planta de locação considerando o terreno com dimensões 15m x 30m

levando-se em consideração os recuos mínimos frontal e lateral respectivamente

de 4,0m e 1,5m;

Considerar a construção existente alocada com o recuo mínimo frontal e

centralizada no terreno em relação à dimensão lateral;

Perspectivas isométricas sem escala da construção existente e regularizada

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 36

Planta arquitetônica sem escala da construção existente (dimensões em “cm”)

15

15

40

0

88

5

15

15

10

70

12

0

15

01

5

15

15

70

27

5

15

5

15

15

200

20030 170

200 160

160

PROJ. COBERTURA

380

BANHO

70x210

00 16

0

+0.35

120

15

+0.20

5.70 M²

VARANDA21.20 M²

+0.50

12

0x1

00

/90

90

x2

10

30

30

15

15

13.75 M²

SALA

+0.50

340

500

560

60x60/140

60

10

0x6

0/1

40

1530

15

15

+0.48

40

037

0

15

25

15

15

01

5

25

10

01

5

27

5

27

5

15

15

100

15

15

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 37

3 – Medidas, Proporções e Cortes

3.1 Garagens

A Figura 3.1 apresenta algumas dimensões que podem ser usadas para projetos de

garagens. Em geral, para projetos residenciais, podem-se usar as dimensões de um carro

de tamanho grande como o Mercedes 300, 1956.

Figura 3.1 – Medidas usuais em “mm” para automóveis (NEUFERT, 2004)

3.2 Áreas de Serviço

A Figura 3.2 apresenta algumas dimensões de alguns equipamentos e instalações

comuns em áreas de serviço. Podem ser usadas medidas comerciais caso se conheça o

fabricante de determinado equipamento (eletrodomésticos, tanques, etc.).

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Figura 3.2 – Medidas usuais em “m” equipamentos e instalações em áreas de serviço (MONTENEGRO, 2001)

3.3 Peças Sanitárias

A Figura 3.3 apresenta algumas dimensões das principais peças encontradas em lavabos

e banheiros.

Figura 3.3 – Medidas usuais em “m” de peças sanitárias (MONTENEGRO, 2001)

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 39

3.4 Cozinhas

A Figura 3.4 apresenta algumas dimensões usuais para cozinhas.

Figura 3.4 – Medidas usuais em “m” para cozinhas (MONTENEGRO, 2001)

3.5 Móveis

A Figura 3.5 apresenta algumas dimensões usuais de alguns móveis. Outras informações

consultar Neufert, 2004.

Figura 3.5 – Medidas usuais em “m” de alguns tipos de móveis (MONTENEGRO, 2001)

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3.6 Cortes: Princípios Gerais

Os cortes são representações de vistas ortográficas seccionais do tipo “corte”, obtidas

quando passamos por uma construção um plano de corte e projeção VERTICAL,

normalmente paralelo às paredes, e retiramos a parte frontal, mais um conjunto de

informações escritas que o complementam. Assim, neles encontramos o resultado da

interseção do plano vertical com o volume. Os cortes são os desenhos em que são

indicadas as dimensões verticais.

O objetivo dos cortes em um projeto de edificação é ilustrar o maior número de relações

entre espaços interiores e significantes, que se desenvolvem em altura, e que, por

conseqüência, não são devidamente esclarecidos em planta baixa. A sua orientação é

feita na direção dos extremos mais significantes deste espaço.

Normalmente se faz no mínimo dois cortes, um transversal e outro longitudinal ao objeto

cortado, para melhor entendimento. Podem sofrer desvios, sempre dentro do mesmo

compartimento, para possibilitar a apresentação de informações mais pertinentes. Os

cortes podem ser transversais (plano de corte na menor dimensão da edificação) ou

longitudinais (na maior dimensão).

A quantidade de cortes necessários em um projeto, porém, é de exclusiva determinação

do projetista, em função das necessidades do projeto. São fatores que influenciam a

quantidade de cortes:irregularidades das paredes internas;

b) sofisticação de acabamentos internos;

c) formato poligonal da construção;

d) diferenças de níveis nos pisos;

e) existência de detalhamentos internos.

A Figura 3.6 ilustra um esquema, em perspectiva, da composição dos cortes

longitudinais e transversais em projetos arquitetônicos.

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 41

PLANO QUE GERA O CORTE TRANSVERSAL:

PLANO QUE GERA O CORTE LONGITUDINAL:

Figura 3.6 – Representação de cortes transversais e longitudinais

Os planos normalmente são paralelos às paredes, e posicionados pela presença de: pés-

direitos variáveis, esquadrias especiais, barreiras impermeáveis, equipamentos de

construção, escadas, elevadores, dentre outros.

A posição do plano de corte e o sentido de observação depende do interesse de

visualização. Recomenda-se sempre passá-lo pelas áreas molhadas (banheiro e

cozinha), pelas escadas e poço dos elevadores.

Os cortes devem sempre estar indicados nas plantas para possibilitar sua visualização e

interpretação – indicar a sua posição e o sentido de visualização.

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 42

A indicação dos cortes em planta baixa tem uma simbologia específica conforme visto na

Figura 3.7.

Figura 3.7 – Simbologia para os cortes em planta

A orientação dos cortes é feita na direção dos extremos mais significantes do espaço

cortado. O sentido de visualização dos cortes deve ser indicado em planta, bem como a

sua localização (Figuras 3.8 e 3.9).

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CORTE AB SENTIDO INDICADO CORTE AB SENTIDO INDICADO

CORTE CD INDICADO CORTE CD INDICADO

Figura 3.8 – Representação de cortes

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 44

Figura 3.9 – Representação dos cortes A-B e C-D em planta

A01

15

15

400

885

15

15

10

70

120

150

15

15

15

70

275

155

15

15

200

20030 170

200 160

160

C 01

PROJ. COBERTURA

380

BANHO

70x210

00 160

+0.35

120

15

+0.20

5.70 M²

VARANDA21.20 M²

+0.50

120x100

/90

90x210

30

30

15

15

13.75 M²

SALA

+0.50

340

500

560

60x60/140

60

B011

00x60/1

40

1530

15

15

+0.48

4003

70

15

25

15

150

15

25

100

15

275

275

15

15

100

15

15

D 01

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3.7 Cortes: Elementos Construtivos

- Fundações: São desenhadas em função dos materiais utilizados e de sua disposição geral, com

dimensões aproximadas, se houver, pois seu detalhamento é função do projeto estrutural.

A Figura 3.10 ilustra alguns exemplos de fundações mais utilizadas:

VIGA

BALDRAME

BLOCOS DE

CONCRETO

VIGA

BALDRAME

SAPATA

DE

CONCRETO

Figura 3.10 – Representação de elementos de fundação em cortes

- Pisos e Contrapisos: Normalmente identifica-se apenas a espesssura do contrapiso + piso com espessura

aproximada de 10cm, através de duas linhas paralelas, cortadas – espessura de linha

média (0,6mm). O solo ou aterro são indicados através de hachura inclinada. O

contrapiso-piso ocorre alinhado com a viga baldrame das paredes.

Figura 3.11 – Representação de pisos e contra-pisos em cortes

PISO-CONTRAPISO

HACHURA SOLO

VIGA BALDRAME

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- Paredes: Nos cortes, as paredes podem aparecer seccionadas ou em vista. No caso de paredes

seccionadas, a representação é semelhante ao desenho em planta baixa. Existindo

paredes em vista (que não são cortadas pelo plano de corte) a representação é similar

aos pisos em planta conforme a Figura 3.12.

210

70

10

210

70

10

Parede convencional Parede totalmente impermeabilizada

Parede parcialmente impermeabilizada

Figura 3.12 – Representação de paredes em cortes

- Louças Sanitárias: As louças sanitárias podem aparecer em corte ou em vista na representação dos cortes

verticais. Tanto numa situação como em outra, basta representá-los com suas linhas

básicas, que identificam o aparelho ou equipamento. Abaixo, na Figura 3.13, algumas

representações:

Figura 3.13 – Representação de louças sanitárias em cortes

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 47

- Forros e Lajes: Geralmente os forros são constituídos de lajes de concreto, representadas de maneira

similar ao contrapiso, com espessura de 10cm. Sobre as paredes, representa-se as vigas

em concreto. Pode haver forro de madeira ou gesso, por exemplo, abaixo da laje ou sem

a presença desta. Estes forros serão representados por duas linhas finas paralelas com a

espessura do forro conforme a Figura 3.14.

Figura 3.14 – Representação de forros e lajes em cortes

- Esquadrias: Portas: em vista são indicadas apenas pelo seu contorno. Em corte, indica-se apenas o

vão, com a visão da parede do fundo em vista. Janelas: em vista seguem as mesmas

diretrizes das portas. Em corte têm representação similar à planta baixa, marcando-se o

peitoril como parede (traço cheio e grosso) e a altura da janela (quatro linhas em traço

cheio e médio). A Figura 3.15 ilustra essas informações.

PORTA VISTA JANELA VISTA PORTA CORTE JANELA CORTE

Figura 3.15 – Representação de esquadrias em cortes

VIGA

LAJE

FORRO

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- Níveis: São identificados todos os níveis, sempre que se visualize a diferença de nível, evitando a

repetição desnecessária e não fazendo a especificação no caso de uma sucessão de

desníveis iguais (escada). A simbologia para indicação de níveis nos cortes é diferenciada

da simbologia para indicação em planta, porém, os níveis constantes em planta baixa

devem ser os mesmos indicados nos cortes. A simbologia utilizada para indicação dos

níveis em cortes está representada na Figura 3.16.

Figura 3.16 – Representação de níveis em cortes

Os níveis devem ser sempre indicados em metros e acompanhados do sinal, conforme

localizarem-se acima ou abaixo do nível de referência (00).

3.8 Exemplos de Cortes

210 2

10

265

35

35

00

+0,35

45

45

+0,48+0,50

475

60

280

250

267

152

30

70 5

5

10

10

10

30

25

10

10

150

150

150

150

VARANDAWC

CORTE AB SEM ESCALA

Figura 3.17 – Representação do corte A-B

00 +0,30 -0,15

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 49

Figura 3.18 – Esquema de concepção de cortes

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 50

Figura 3.19 – Representação do corte C-D

50 215

150 10 280 35

80 10 60 10 30 250 15 20

00

+0

,20

+0

,35

+0

,50

+0

,50

75 100 90

475

80 10 10 530 200 30 5060

150 10 265 50

CO

RT

E C

D

SE

M E

SC

AL

A

Projeto Arquitetônico Interdisciplinar I data:abr/2014 fl. 51

Projeto 05:

Considerando as plantas e elevações segundo o Projeto 03, construa dois cortes, um

longitudinal e outro transversal, que passem necessariamente pela cozinha e pelo

banheiro. Realizar a humanização “lay-out” da projeção em planta inserindo-se os

elementos especificados nos capítulos 3.1 a 3.5.

Projeto 06:

Tomando-se como base o desenvolvimento do Projeto 04, faça a representação de dois

cortes passando-se pela cozinha e pelo banheiro. Realizar a humanização “lay-out” da

projeção em planta inserindo-se os elementos especificados nos capítulos 3.1 a 3.5.