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20
20
Orientação
I
AGRADECIMENTOS
Sei que não teria sido possível chegar até aqui sem o contributo de
algumas pessoas a quem quero deixar algumas palavras de agradecimento:
à professora Ana Cristina Macedo, orientadora deste relatório de estágio,
por tudo o que me ensinou e por nunca ter desistido de mim;
aos professores supervisores pela disponibilidade, pelo incentivo e pela
forma comprometida como conduziram esta percurso de aprendizagem;
aos restantes professores da ESE, em especial ao professor José António
Gomes pela integridade com que se conduz na profissão e na vida;
aos Orientadores Cooperantes pela abertura e compromisso com que nos
receberam e pela partilha de experiências e de conhecimento;
ao Movimento da Escola Moderna por ser um exemplo de resistência
mesmo nos tempos mais difíceis;
aos meus alunos, a cada um deles com as suas características únicas, por
me terem ensinado tanto sobre o que é ser professora;
à minha mãe por partilhar e sofrer comigo as alegrias e as angústias deste
caminho; ao meu pai pela exigência, pela confiança e pelo apoio
incondicional; à minha outra mãe pela disponibilidade e pelas palavras de
incentivo – aos três por acreditarem sempre em mim;
ao Ricardo por ser pai e mãe na minha ausência e por ter embarcado
comigo nesta aventura que virou a nossa vida de pernas para o ar;
à Lia pelo carinho e alegria com que sempre me recebeu;
à Conceição pela amizade, pela partilha, por ser muito da professora que
eu quero ser e me mostrar que, dentro da sala de aula, tudo é possível;
à Ana, amiga e companheira, por tudo o que partilhamos e por ter feito
de mim uma pessoa e uma professora melhor;
ao Francisco por ser a criança mais incrível do mundo e por me lembrar
todos os dias a razão pela qual decidi ser professora.
II
III
RESUMO
O Relatório de Estágio, elaborado no âmbito do Mestrado em Ensino do 1.º
e 2.º Ciclo do Ensino Básico, pretende ser um reflexo da prática educativa
realizada e um contributo para a formação pessoal e profissional da
mestranda, caracterizando-se por uma atitude crítica, reflexiva e investigativa.
A revisitação e a análise refletida da ação, e das opções didático-pedagógicas
que a orientaram, permitiram traçar um percurso para a melhoria das práticas
educativas, determinante para o desenvolvimento da identidade docente.
Desta experiência, salienta-se, por um lado, o trabalho realizado em par
pedagógico, em todos os momentos do ciclo da supervisão, que potenciou
momentos de debate e de reflexão – e, consequentemente, uma prática
informada, criativa e rigorosa, fundamentada em princípios e valores
partilhados. Por outro lado, destaca-se também a influência da filosofia do
Movimento da Escola Moderna na conceção e implementação da Prática
Educativa Supervisionada (PES), o que contribuiu ainda para a valorização da
colaboração entre todos os atores envolvidos neste palco que é a ação
educativa.
Ao longo da PES, o par pedagógico privilegiou situações de ensino e de
aprendizagem que favorecessem a cooperação e a comunicação bem como
atividades que adequadas às necessidades do contexto educativo e aos
interesses das crianças, baseada numa relação horizontal entre professores e
alunos.
Deste modo, a PES, sustentada num exercício de constante articulação
entre teoria e prática, constituiu uma oportunidade de experienciar os
desafios da docência e de compreender como é que esta pode concorrer para
uma sociedade mais justa, livre e democrática.
Palavras-chave: Prática Educativa Supervisionada; formação pessoal e pro-
fissional, cooperação; Movimento da Escola Moderna.
IV
ABSTRACT
The Training Report prepared under the Masters in Teaching in Basic
Education - Primary and Lower Secondary Education, aims to be a reflect on
the conducted educational practice and a contribution to the personal and
professional development of this graduate student, being characterized by a
critical, reflective and investigative attitude. The revisitation and reflected
analysis on the action and on the didactic and pedagogical options that guided
it, allowed tracing a path to improve educational practices, crucial for the
development of teaching identity.
From this experience, one is to stress, on the one hand, the work done in
the form of teaching couple, at all times of the supervision cycle, which
potentiated moments of debate and reflection - and thus an informed,
creative and accurate practice, based on shared principles and values. On the
other hand, one also highlights the influence of the Modern School
Movement philosophy in the design and implementation of the Supervised
Educational Practice (SEP), which also contributed to the enhancement of
cooperation among all players involved in the stage that is the educational
act.
Along SEP, the teaching couple favoured teaching and learning situations
that would promote cooperation and communication as well as appropriate
activities to attend the needs of the educational context and the best
interests of the children, based on an horizontal relationship between
teachers and students.
Thus, founded on an exercise of constant articulation between theory and
practice, provided an opportunity to experience the challenges of teaching
and to understand how this can contribute to a truly free, fair and democratic
society.
Keywords: Supervised Educational Practice; personal and vocational
training; cooperation; Modern School Movement.
V
LISTA DE ACRÓNIMOS E SIGLAS
AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular
CEB – Ciclo(s) do Ensino Básico
EE – Encarregados de Educação
ESEIPP – Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto
HGP – História e Geografia de Portugal
MEM – Movimento da Escola Moderna
OC – Orientador(a) Cooperante
OC1 – OC do 1.º CEB
OC2 – OC do 2.º CEB da disciplina da Português
OC3 – OC do 2.º CEB da disciplina de Matemática
OC4 – OC do 2.º CEB da disciplina de História e Geografia de Portugal
OC5 – OC do 2.º CEB da disciplina de Ciências Naturais
OTD – Organização e Tratamento de Dados
PAA – Plano Anual de Atividades
PEA – Projeto Educativo de Agrupamento
PES – Prática Educativa Supervisionada
RE – Relatório de Estágio
SASE – Serviços de Ação Social Escolar
VI
VII
ÍNDICE
Agradecimentos I
Resumo III
Abstract IV
Introdução 1
1. Finalidades e objetivos 3
2. Enquadramento académico e profissional 5
2.1. Dimensão académica 5
2.2. Dimensão profissional 11
2.2.1. O Movimento da Escola Moderna: formação e cooperação 13
3. Intervenção em contexto educativo da PES 15
3.1. Caracterização do contexto educativos da PES 15
3.1.1. O Agrupamento de Escolas 17
3.1.2. A EB1/JI e a turma do 3.º C 20
3.1.3. A EB2/3 e a turma do 5.º A 25
3.2. Prática Educativa Supervisionada 31
3.2.1. Articulação de saberes 33
3.2.2. Português 45
3.2.3. Matemática 67
3.2.4. Ciências Sociais e Humanas 85
3.2.5. Ciências Naturais 105
3.2.6. Intervenção em projetos educativos e envolvimento nas dinâmicas de
turma 119
4. Componente investigativa 127
VIII
4.1. Questão-problema 127
4.2. Justificativa 128
4.3. Objetivos 129
4.4. Revisão da literatura 130
4.4.1. O Jornal Escolar: potencialidades pedagógicas 130
4.4.2. Matemática e Comunicação 131
4.4.3. Fatores que influenciam a aprendizagem da matemática 133
4.5. Caracterização do contexto educativo 134
4.6. Metodologia de investigação 134
4.7. Implementação do projeto 135
4.8. Análise dos dados 136
4.9. Conclusões 143
4.9.1. Limitações à realização do estudo 145
4.9.2. Reflexões finais 145
Conclusões e reflexões finais 147
Referências Bibliográficas 151
Anexos 173
IX
ÍNDICE DE ANEXOS
Anexos de tipo A
Anexo 1 – Planificação da aula de articulação de saberes 175
Anexo 1. 1 – Sessão de cinema 180
Anexo 1. 2 – As árvores e os livros – Texto distribuído pelos alunos 181
Anexo 1. 3 – Desenho da folha realizado por uma aluna 182
Anexo 1. 4 – Classificação das folhas 183
Anexo 1. 5 – Impressões realizadas pelos alunos 184
Anexo 1. 6 – Imagem utilizada na motivação 185
Anexo 1. 7 – Preparação da escrita do poema visual de turma 185
Anexo 1. 8 – Poema visual da turma do 3.º C 186
Anexo 1. 9 – Exemplo de ficha de escrita realizada por um dos pares 187
Anexo 1. 10 – Exemplos de poemas visuais realizados pelos alunos 188
Anexo 1. 11 – Bilhete de Identidade da planta 189
Anexo 1. 12 – Pesquisa sobre as plantas 189
Aenxo 1. 13 – Registo fotográfico da transplantação 190
Anexo 1. 14 – Jardim de palavras do 3.º C 194
Anexo 2 – Planificação da aula de Português do 1.º CEB 195
Anexo 2. 1 – Confusão das Línguas (1965), de Gustave Doré 200
Anexo 2. 2 – Inventário de Palavras 201
Anexo 2. 3 – Registo fotográfico da atividade Os vendedores de palavras 203
Anexo 2. 4 – Registo no quadro preto da votação do nome para a loja de
palavras 203
Anexo 2. 5 – Registo fotográfico da dobragem da borboleta em origami 204
Anexo 2. 6 – Palavras para limpar 204
Anexo 2. 7 – Exemplo de esquema desenvolvido por um aluno 205
X
Anexo 2. 8 – Grelha de registo de palavras selecionadas pelos alunos 206
Anexo 2. 9 – Imagem do Wordle 207
Anexo 2. 10 – Exemplos de cartões preenchidos pelos alunos 207
Anexo 2. 11 – Registo fotográfico do corredor da escola 208
Anexo 3 – Planificações da aula de Português do 2.º CEB 210
Anexo 3. 1 – Folha de registo sobre texto Manuel António Pina 219
Anexo 3. 2 – Texto «O pássaro da cabeça», de Manuel António Pina,
fornecido aos alunos 220
Anexo 3. 3 – Texto «O aviador interior», de Manuel António Pina,
fornecido aos alunos 221
Anexo 3. 4 – Texto reescrito pelos alunos 222
Anexo 3. 5 – Exemplo de texto escrito por um aluno 223
Anexo 3. 6 – Texto «Versos à Ana no dia do aniversário», de Manuel
António Pina, fornecido aos alunos 224
Anexo 3. 7 – Reescrita de O Tesouro, de Manuel António Pina, pelos
alunos 225
Anexo 3. 8 – Poema escrito por uma aluna 227
Anexo 4 – Planificação da aula de matemática do 1.º CEB 228
Anexo 4. 1 – Medidor de pés 235
Anexo 4. 2 – Medidor de pés: relação entre comprimento do pé e
tamanho do sapato 235
Anexo 4. 3 – Registo fotográfico da medição do tamanho do pé 236
Anexo 4. 4 – Registo dos dados 237
Anexo 4. 5 – Estratégias utilizadas pelos alunos 238
Anexo 4. 6 – Caule-e-folhas construída pelos alunos 239
Anexo 5 – Planificação da aula de matemática do 2.º CEB 240
Anexo 5. 1 – Exploração da banda desenhada 247
Anexo 5. 2 – Atividade com o tangram 248
XI
Anexo 5. 3 – Atividade sobre a altura dos triângulos 250
Anexo 5. 4 – Tarefa de avaliação 251
Anexo 6 – Planificação da aula de Estudo do Meio (Ciências Sociais e
Humanas) 252
Anexo 6. 1 – Banda desenhada sobre os meios de comunicação 257
Anexo 6. 2 – Cartazes elaborados pelos alunos 258
Anexo 6. 3 – Crucigrama utilizado no momento de consolidação 259
Anexo 6. 4 – Grelha de registo sobra a evolução dos meios de
comunicação 260
Anexo 6. 5 – Friso cronológico construído pelos alunos 260
Anexo 7 – Planificação da aula de História e Geografia de Portugal 261
Anexo 7. 1 – Excerto do Tratado da Defensão da Carta de Marear (séc.
XVI), de Pedro Nunes 265
Anexo 7. 2 – Exercício de correspondência sobre os instrumentos
náuticos 265
Anexo 7. 3 – Mini-glossário ilustrado utilizado no momento de
consolidação 266
Anexo 8 – Planificação da aula de Estudo do Meio (Ciências Naturais) 267
Anexo 8. 1 – Registo fotográfico da actividade com o estetoscópio 271
Anexo 8. 2 – Exemplos de representações do coração realizadas pelos
alunos 272
Anexo 8. 3 – Registo fotográfico da atividade exploratória do coração de
porco 273
Anexo 8. 4 – Registo fotográfico da atividade com plasticina 274
Anexo 9 – Planificação da aula de Ciências Naturais 275
Anexo 9. 1 – Grelha de registo das actividades práticas sobre as
propriedades do ar 281
Anexo 10 – Proposta de atividade apresentada para inclusão no PAA 282
XII
Anexo 11 – Cronograma de implementação do projeto O 25 de Abril
contado pelas crianças e pelos outros 284
Anexo 12 – Registo fotográfico da leitura de O Tesouro, de Manuel
António Pina 286
Anexo 13 – Registo fotográfico da construção das Mantas da Liberdade 286
Anexo 14 – Registo fotográfico da leitura do Romance do 25 de Abril de
João Pedro Mésseder, realizada pela professora Ana Cristina Macedo
(ESEIPP) 288
Anexo 15 - Registo fotográfico da exposição realizada no âmbito do
projeto 289
Anexo 16 - Registo fotográfico da apresentação do projeto à comunidade294
Anexo 17 – Cronograma de implementação do projeto de investigação 296
Anexo 17. 1 – Grelha de implementação do projeto 297
Anexo 17. 2 – Multiplicando Conhecimentos, jornal matemático 301
Anexo 17. 3 - Entrevista pós-ação realizada aos alunos 309
Anexos de tipo B (CD)
Anexo B1 – Planificação de Articulação de saberes (2.ª aula)
Anexo B2 – Planificação de Articulação de saberes (3.ª aula)
Anexo B3 – Apresentação (.ppt) – Poesia Visual
Anexo B4 – Planificação de Português, 1.º CEB (2.ª aula)
Anexo B5 – Planificação de Português, 1.º CEB (3.ª aula)
Anexo B6 – Planificação de Português, 2.º CEB (2.ª aula)
Anexo B7 – Planificação de Português, 2.º CEB (3.ª aula)
Anexo B8 – Gravação – Manuel António Pina (voz de J. A. Gomes)
Anexo B9 – Apresentação (.ppt) – Diagrama de caule-e-folhas
Anexo B10 – Anexo B4 – Apresentação (.ppt) – Jardim da liberdade
Anexo B11 – Apresentação (.ppt) – Meios do comunicação
Anexo B12 – Apresentação (.ppt) – Evolução dos meios do comunicação
Anexo B13 – Vídeo – Excerto do documentário Cabo do Sonho
Anexo B14 – Apresentação (.ppt) – A Caravela
1
INTRODUÇÃO
A redação deste relatório de estágio surge no âmbito da unidade curricular
de Integração Curricular: Prática Educativa e Relatório de Estágio, do segundo
ano do Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico, tendo como
principal finalidade tornar visível, através de um registo escrito, a prática
educativa realizada.
Este trabalho encontra-se organizado em quatro capítulos para além desta
introdução e das considerações finais, de acordo com as indicações das
Orientações para a elaboração, entrega e defesa do trabalho final de mestra-
do (ESEIPP, s./d., p. 5). Assim, no primeiro capítulo, intitulado Objetivos e
Finalidades, apresentam-se, de forma breve, as metas que se pretendem
atingir com a elaboração deste trabalho, espelhando o contributo destes para
a formação da mestranda, tendo em conta que a escrita do relatório constitui
mais uma etapa no percurso académico de todos os professores em
formação.
No Enquadramento académico e profissional – segundo capítulo deste
relatório –, a mestranda pretende apresentar o quadro teórico que sustenta a
formação académica e a habilitação para a docência bem como fundamentar
teórica e pedagogicamente aspetos centrais da prática educativa. Neste
capítulo serão aprofundados alguns temas no âmbito da dimensão
profissional, nomeadamente no que diz respeito à construção da identidade
docente e ao modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna que
guiou e fundamentou a prática educativa do par pedagógico quer no 1.º quer
no 2.º ciclo do Ensino Básico.
Já o terceiro capítulo, inscrito numa lógica reflexiva, relata o caminho
percorrido pela mestranda e pelo par pedagógico na Prática Educativa
Supervisionada assim como a caracterização do contexto educativo onde foi
desenvolvida a PES, seguindo-se um breve enquadramento teórico e legal que
2
visa refletir sobre a sua importância enquanto estratégia de formação
cooperada. Esta secção termina com a descrição e análise, refletida e
teoricamente fundamentada, da intervenção da mestranda e do par
pedagógico em todas as áreas – Articulação de saberes, Português,
Matemática, Ciências Sociais e Humanas e Ciências Naturais –, procedendo à
devida distinção entre a PES no 1.º CEB e no 2.º CEB. Neste capítulo, inclui-se
ainda o relato da participação do par pedagógico nas dinâmicas escolares e do
desenvolvimento de projetos próprios, como é o caso do projeto O 25 de Abril
contado pelas crianças e pelos outros, dinamizado pelo grupo de estágio.
O quarto capítulo centra-se na Componente investigativa, constituindo um
relato breve sobre o projeto de investigação desenvolvido no âmbito da
unidade curricular de Projeto: Planificação, Desenvolvimento e Avaliação. É de
referir que esta investigação foi realizada na área da Matemática, ainda que
em articulação com outras áreas do saber como o Português, a História e a
Expressão Plástica, tendo consistido na construção de um jornal matemático
de turma. A participação da comunidade escolar e da família na construção
deste jornal contribui em boa parte para a dinamização da ideia.
Por fim, já nas Conclusões e reflexões finais, pretende-se refletir sobre as
competências desenvolvidas para a ação docente possibilitadas pela frequên-
cia do Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico e, mais especifi-
camente, pelo trabalho desenvolvido na Prática Educativa Supervisionada,
apontando alguns constrangimentos e desafios deste percurso.
Na secção destinada aos anexos, encontram-se exemplos de planificações
de aulas de todas as áreas bem como materiais elaborados pelo par
pedagógico, produções dos alunos e registos fotográficos das atividades
realizadas ao longo da PES. Os anexos de tipo B – anexos em formato digital –
poderão ser encontrados no CD que se encontra apenso a este trabalho.
3
1. FINALIDADES E OBJETIVOS
O relatório da PES constitui, como se pode ler no artigo 6.º do CREC, “a
evidência do percurso individual de formação, em suporte escrito, com
opções fundamentadas e contextualizadas, perspetivando a articulação entre
os saberes teóricos e os saberes práticos construídos e aplicados no contexto
[...] da formação de cada estudante” (ESEIPP, 2011a, p. 5). Para além disso,
impõe-se como requisito para a obtenção do grau de mestre, após
“aprovação em todas as unidades curriculares que integram o plano de
estudos do curso de mestrado” e da “aprovação no acto público de defesa”
(artigos 17.º do Decreto-Lei n.º 43/2007, p. 1325 e 20.º do Decreto-Lei n.º
79/2014).
Considerando a escrita do relatório uma oportunidade de analisar, de
compreender as potencialidades e as limitações das práticas educativas e,
concludentemente, de melhorá-las, este documento alicerça-se nas compe-
tências definidas na FUC de Integração Curricular: Prática Educativa e
Relatório de Estágio, que determina a mestria de 1) aplicar saberes científicos,
pedagógicos, didáticos e culturais na conceção, desenvolvimento e avaliação
de projetos educativos e curriculares; 2) utilizar instrumentos de teorização e
de questionamento crítico da realidade educativa através de uma abordagem
sistémica e autónoma em contexto profissional; de construir uma atitude
profissional crítico-reflexiva e investigativa potenciadora de tomada de
decisões em contextos de incerteza e de complexidade da prática docente,
pelo exercício sistemático de reflexão sobre, na e para ação; 3) disseminar
saberes profissionais adquiridos na e pela investigação junto da comunidade
educativa e outros públicos, tendo em vista a renovação de práticas
educacionais inclusivas (Fernandes, 2015. p. 1).
Ao evidenciar o percurso da prática educativa realizada ao longo do
presente ano letivo, a redação deste relatório tem como principal finalidade
4
ser um exercício reflexivo que demonstre a evolução da mestranda nos vários
domínios da PES e o contributo desta para a formação da identidade pessoal e
profissional. Atendendo ao exposto, este relatório foi elaborado com o intuito
de relatar a prática educativa da mestranda, e do par pedagógico, eviden-
ciando a fundamentação teórica que a enformou e os princípios e valores
orientadores da ação; promover a reflexão e a visão autocrítica, evidenciando
as fragilidades e as incertezas enquanto mecanismos de melhoria das práticas
e de crescimento pessoal e profissional; compreender a aplicabilidade dos
referenciais teóricos estudados ao longo da formação académica com base
nos resultados observados na prática educativa supervisionada; desenvolver a
identidade profissional baseada numa atitude reflexiva, investigativa e em
permanente atualização.
Deste modo, as várias dimensões deste Relatório de Estágio foram orien-
tadas pelos objetivos anteriormente enunciados, indo ao encontro do perfil
profissional que esta formação pretende conferir.
Contudo, a professora em formação pretendeu, com o registo dos momen-
tos vividos nos dois semestres de PES, mais do que descrever modelos e pa-
radigmas que suportam as práticas didático-pedagógicas, espelhar convicções
próprias sobre o(s) sentido(s) e o(s) desafio(s) de ser professor(a) no século
XXI. Assim, para além de a mestranda ter selecionado, de entre muitos, os
registos-testemunhos desta prática que retratam uma experiência educativa
construída e confirmada a partir de um discurso crítico e de uma visão
socioconstrutivista da relação bidirecional do ensino/aprendizagem, tentou
imprimir, nestas páginas, o entusiasmo com que esses momentos foram
pensados e praticados.
Por fim, e porque o espaço se esgota, resta dizer que a autora deste rela-
tório acredita que quanto maior for o grau de literacia de um indivíduo, maior
será a sua capacidade de equacionar o mundo e, por conseguinte, de alcançar
a liberdade. Sim, “basta imaginar, basta imaginar”, como se lê no poema de
Manuel António Pina, mas, para imaginar, é também preciso aprender a
pensar.
5
2. ENQUADRAMENTO ACADÉMICO E PROFISSIONAL
O enquadramento académico e profissional constitui-se como o momento
que antecede a descrição e a análise da intervenção no contexto educativo.
Serão apresentados, nesta secção, os grandes princípios orientadores da
prática docente, tanto a nível legal como a nível teórico. Assim sendo, este
capítulo encontra-se dividido em duas partes, obedecendo a duas dimensões
fundamentais – a dimensão académica e a dimensão profissional.
No âmbito da dimensão académica, proceder-se-á a uma contextualização
referente ao percurso realizado, incluindo-se, aqui, a formação inicial (a
Licenciatura em Educação Básica) e o segundo ciclo de estudos (o Mestrado
em Ensino dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico) e respetivo enquadramento
legal. Com esta contextualização pretende-se compreender a resposta do
sistema educativo português – e respetiva adequação – às necessidades
específicas da habilitação para a docência. Num segundo momento, que diz
respeito à dimensão profissional, será apresentado o quadro teórico que
sustenta a prática pedagógica. Serão também mobilizadas algumas
referências fundamentais para a construção da identidade profissional numa
perspetiva integradora das aprendizagens promovidas pela articulação entre
teoria e prática exigida pelos contextos educativos.
2.1. DIMENSÃO ACADÉMICA
O enquadramento legal do percurso académico exige a realização de um
levantamento da legislação relevante em vigor, analisado à luz do que se
considera ser uma resposta adequada do sistema educativo ao desafio da
formação de professores. Esta análise privilegia uma sequência cronológica,
6
possibilitando, assim, uma compreensão histórica das opções tomadas em
matéria de política educativa em Portugal, sobretudo no que diz respeito à
habilitação para a docência.
É na Lei de Bases do Sistema Educativo – Lei n.º 46/86, de 14 de Outubro –,
decorrente da Constituição da República Portuguesa, que se define sistema
educativo como “o conjunto de meios pelo qual se concretiza o direito à
educação, que se exprime pela garantia de uma permanente ação formativa
orientada para favorecer o desenvolvimento global da personalidade, o
progresso social e a democratização da sociedade” (DR n.º 237, p. 3067). No
capítulo IV da Lei de Bases do Sistema Educativo são ainda definidos os
princípios segundo os quais deve assentar a formação de educadores e de
professores. Pode-se ler no n.º1 do artigo 30.º que a formação inicial deverá
proporcionar “a informação, os métodos e as técnicas científicos e
pedagógicos de base”, perspetivando uma “formação integrada quer no plano
da preparação científico-pedagógica quer no da articulação teórico-prática” e
que “estimule uma atitude simultaneamente crítica e actuante” (DR n.º 237,
p. 3075).
Considerando que a implementação do Processo de Bolonha em Portugal
constituiu uma grande mudança na conceção do Ensino Superior, torna-se
relevante uma breve reflexão sobre as suas implicações no percurso
académico dos futuros professores, ainda que a formação de professores
tivesse vindo já a sofrer profundas alterações no que diz respeito ao grau
académico necessário e às exigências relativas ao currículo dos cursos
superiores que conferiam a habilitação para a docência. É pela aprovação e
consequente publicação do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, que se
inicia a transformação do Ensino Superior. Segundo o mesmo decreto,
“questão central no Processo de Bolonha é o da mudança do paradigma de
ensino de um modelo passivo, baseado na aquisição de conhecimentos, para
um modelo baseado no desenvolvimento de competências” (DR n.º 60, p.
2243). É de salientar que a visão construtivista inerente ao Processo de
Bolonha não foi materializada no âmbito da legislação que conduziu o
7
processo, uma vez que não permite aos alunos a construção de um currículo
que responda aos seus desejos e necessidades, quer a nível formativo quer a
nível cultural. Em Portugal, o Ensino Superior tem como grande objetivo
alimentar o mercado de trabalho de mão-de-obra qualificada, não
considerando a educação como uma necessidade humana de realização
pessoal e social. Nesta lógica, não é conveniente permitir a construção de
curricula baseados nos interesses e motivações pessoais de cada estudante,
pois constituiriam uma possibilidade de currículo por indivíduo e
determinariam, consequentemente, a inaptidão de resposta do mercado de
trabalho. A situação aqui descrita constitui uma violação do ponto n.º 3
referente aos meios de aplicação dos princípios fundamentais elencados na
Magna Charta Universitatum de Bologna, onde podemos ler que “cada
Universidade deve garantir aos seus estudantes, respeitando a especificidade
das situações, a salvaguarda das liberdades e as condições necessárias para
atingirem os seus objetivos em matéria de cultura e formação” (Magna
Charta Universitatum de Bologna, 1988). Aliás, numa análise da
implementação do Processo de Bolonha, João Teixeira Lopes (2005, p. 77)
identifica três graves erros na implementação do Processo de Bolonha: por
um lado, a “falta de cumprimento de normas essenciais de participação
democrática (…) afastando completamente a implicação dos estudantes,
expressamente prevista na Declaração”; por outro, a “submissão dos critérios
propriamente académicos aos critérios do mercado de trabalho”; e ainda a
“estratificação dos cursos, dos estudantes e das universidades, consoante a
formação concedida”.
Seria até contraditória esta liberdade dada ao aluno, tendo em conta que o
acesso ao Ensino Superior, e o consequente ingresso no(s) curso(s)
desejado(s), se encontra repleto de obstáculos. Para além dos numerus
clausus e outros entraves, convém relembrar que o Governo optou por
reduzir cegamente as vagas no curso de Licenciatura em Educação Básica, a
partir do ano letivo de 2012/2013, apesar de o curso apresentar taxas de
procura e de empregabilidade (muito) superiores aos mínimos estabelecidos
8
nos despachos orientadores para a fixação de vagas. Conforme o disposto no
artigo 8.º do despacho de 2012, “as vagas para o ciclo de estudos de
licenciatura em Educação Básica, em cada instituição de ensino superior,
devem ser objeto de uma redução não inferior a 20%” (Queiró, 2012, p. 6). Já
no despacho de 2013, pode ler-se no artigo 14.º que “as vagas para o ciclo de
estudos de licenciatura em Educação Básica, em cada instituição de ensino
superior que pretenda manter a abertura das mesmas, devem ser objeto de
uma redução não inferior a 20%” (Queiró, 2013, p. 11), perfazendo uma
redução total de aproximadamente 36% em dois anos consecutivos (37,6% na
ESEIPP1). A redução das vagas foi ainda reforçada pelo obrigatoriedade de
manter o número de vagas fixado no ano anterior nos dois anos letivos
seguintes. De acordo com os despachos referentes à fixação de vagas para os
anos letivos de 2014/2015 e de 2015/2016, “as vagas para o ciclo de estudos
de licenciatura em Educação Básica, em cada instituição de ensino superior
que pretenda manter a abertura das mesmas, não podem ser superiores às
fixadas para o ano letivo” anterior (Gomes, 2014, p. 8; DR n.º 76, p. 9509).
Esta redução de vagas revela uma política de ataque à formação de
professores, alegando o excesso de oferta formativa na área da Educação
Básica, num país onde, em 2011, a taxa de analfabetismo rondava os 5,2%
(PORDATA, 2015). Esta situação revela que as medidas aplicadas em matéria
de política educativa têm sido insuficientes, apesar de, recentemente, se ter
procedido ao alargamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano,
através da Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto, e da universalidade da educação
pré-escolar para crianças a partir dos 4 anos de idade, através da Lei n.º
65/2015, de 3 de julho.
Para além do Decreto-Lei n.º 74/2006, a formação de professores
encontra-se presentemente regulamentada por documentos legais – o
1 Cálculos efetuados com base nos dados disponibilizados pela DGES, disponíveis em
http://www.dges.mec.pt/guias/detcursopi.asp?codc=9853&code=3131.
9
Decreto-Lei n.º 43/2007, de 22 de Fevereiro, e o Decreto-Lei n.º 79/2014, de
14 de Maio, e documentos reguladores próprios das Instituições de Ensino
Superior que ministram os cursos, como o Complemento Regulamentar
Específico de Curso (CREC) que completa o Regulamento Geral dos Cursos da
Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto e onde está
prevista a elaboração do presente relatório, conforme o artigo 6.º.
É no âmbito do regime jurídico da habilitação profissional para a docência
na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário, estabelecido pelo
Decreto-Lei n.º 43/2007 “que se promove o alargamento dos domínios de
habilitação do docente generalista que passam a incluir a habilitação conjunta
(…) para os 1.º e 2.º ciclos do ensino básico”, privilegiando “uma maior
abrangência de níveis e ciclos de ensino” que permita o “acompanhamento
dos alunos pelos mesmos professores por um período de tempo mais
alargado” (DR n.º 38, p. 1320). Respondendo às exigências do Processo de
Bolonha e elevando o nível de qualificação do corpo docente, “a titularidade
da habilitação profissional para a docência generalista (…) é conferida a quem
obtiver tal qualificação através de uma licenciatura em Educação Básica (…) e
de um subsequente mestrado em Ensino” (DR n.º 38, p. 1320). É de referir
que no anexo deste Decreto-Lei é apresentada uma tabela com informação
referente aos domínios da habilitação para a docência onde é introduzida a
habilitação de “Professor do 1.º e 2.º ciclo do ensino básico”, qualificando
para lecionar, no 2º ciclo, nas áreas de Língua Portuguesa, Matemática,
História e Geografia de Portugal e Ciências da Natureza sem, no entanto,
especificar a criação de um novo grupo de recrutamento que responda a esta
formação. Deste modo, mantêm-se os grupos de recrutamento definidos no
Decreto-Lei n.º 27/2006, de 10 de fevereiro, obrigando os professores de
formação generalista a optar pelo grupo 200 (Português e Estudos
Sociais/História) ou 230 (Matemática e Ciências da Natureza) e
impossibilitando-os de acompanhar os alunos nas quatro disciplinas em
simultâneo, de acordo com o disposto no Decreto-Lei n.º 43/2007.
10
O Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico foi criado para
responder, por um lado, às exigências do Processo de Bolonha que prevê um
ensino focado no desenvolvimento de competências e, por outro lado, ao
aumento da qualidade do ensino, tendo em atenção que no 2.º CEB as
aprendizagens ainda são altamente condicionadas pela dimensão emocional
dos alunos, o que se traduz na necessidade de o professor conhecer em
profundidade a realidade de cada aluno por forma a conseguir responder às
necessidades educativas individuais. Com as alterações introduzidas pelo
Decreto-Lei n.º 79/2014, de 14 de maio, o Governo desencadeia um profundo
retrocesso na organização do sistema educativo. Ao assumir que procede ao
desdobramento do presente mestrado, “separando a formação de docentes
(…) de Português e História e Geografia de Portugal da formação de docentes
(…) de Matemática e Ciências Naturais”, ajustando a formação aos grupos de
recrutamento existentes e levando “à eliminação de mestrados sem
correspondência”, o Governo esquiva-se ao compromisso de reorganizar os
referidos grupos e, ao mesmo tempo, reconhece a sua incapacidade de criar
soluções que considerem os verdadeiros interesses do sistema educativo.
Acresce a isto o facto de, ao valorizar “a profundidade do conhecimento dos
professores sobre as matérias específicas que lecionam”, retrocedermos para
a lógica da valorização da aquisição do conhecimento em detrimento da lógica
do desenvolvimento de competências (DR n.º 92, p. 2820).
Na atualidade, mais do que aceder ao conhecimento, importa oferecer às
crianças ferramentas que lhes permitam resolver problemas e selecionar e
usar a informação disponível de forma a contribuir para a evolução da
sociedade. Os conteúdos, em consequência do progresso científico e
tecnológico, estarão em constante atualização e o que é aprendido na escola
hoje rapidamente se torna obsoleto. O desenvolvimento de competências,
por seu lado, permite à criança atualizar-se e transformar-se num adulto
capaz de desempenhar o seu papel de cidadão de forma consciente,
participativa e democrática.
11
2.2. DIMENSÃO PROFISSIONAL
Virar o mundo de dentro para fora
e ver se o mundo assim melhora
e se nem assim o mundo melhorar
voltá-lo a virar, a virar, a virar.
(Manuel António Pina, 2004, p. 14)
Nos termos do n.º 2 do artigo 31.º da Lei n.º 115/972, de 19 de setembro,
compete ao Governo a definição dos “perfis de competência e de formação
de educadores e professores para ingresso na carreira docente” (DR n.º 217,
p. 5083), sendo que daqui decorre a publicação do Decreto-Lei n.º 240/2001 e
do Decreto-Lei n.º 241/2001, de 30 de agosto. O Decreto-Lei n.º 240/2001
decreta o perfil geral de desempenho profissional do educador de infância e
dos professores do ensino básico e secundário assente em dimensões
distintas e das quais sobressai a ideia de que o professor “perspetiva a escola
e a comunidade como espaços de educação inclusiva e de intervenção social,
no quadro de uma formação integral dos alunos para a cidadania
democrática” (DR n.º 201, p. 5571). Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 241/2001
precisa os perfis específicos de desempenho profissional do educador de
infância e do professor do 1.º ciclo do Ensino Básico e determina a
responsabilidade do professor desenvolver o currículo “mobilizando e
integrando os conhecimentos científicos das áreas que o fundamentam e as
competências necessárias à promoção das aprendizagens dos alunos” bem
como as responsabilidades ao nível das várias áreas que integram o currículo
(DR n.º 201, p. 5574-5575).
2 A Lei nº 115/97 procede à primeira alteração à Lei nº 46/86, de 14 de Outubro – Lei de Bases
do Sistema Educativo.
12
Destas ideias, salienta-se a urgência de pensar a identidade docente com
base nas dimensões definidas no Decreto-Lei n.º 240/2001, das quais se
destacam aqui a dimensão profissional, social e ética e a dimensão de
participação na escola e de relação com a comunidade. De acordo com este
documento, relativamente à dimensão profissional, social e ética, “o professor
promove aprendizagens curriculares, fundamentando a sua prática
profissional num saber específico resultante da produção e uso de diversos
saberes integrados em função das ações concretas da mesma prática, social e
eticamente situada” (DR n.º 201, p. 5570). Isto é, o professor sustenta a sua
prática profissional nos saberes científicos e pedagógicos decorrentes da sua
formação, inicial e contínua, da investigação e da reflexão partilhada da
prática educativa. É da necessidade de realizar esta reflexão partilhada que
surge a vontade de integrar grupos que potenciem a cooperação entre
profissionais da educação no caminho para a melhoria das práticas
educativas. Neste âmbito, destaca-se o interesse da mestranda pelo
Movimento da Escola Moderna (MEM), ao qual se destina uma secção neste
relatório (cf. 2.2.1).
Relativamente à dimensão de participação na escola e de relação com a
comunidade, “o professor exerce a sua atividade profissional, de uma forma
integrada, no âmbito das diferentes dimensões da escola como instituição
educativa e no contexto da comunidade em que esta se insere”, ou seja, o
professor valoriza e integra na sua prática educativa características culturais
da comunidade de forma a conferir-lhes relevância educativa e coopera com a
família e outras instituições da comunidade com o intuito de favorecer o
desenvolvimento social e cultural dos alunos e da comunidade (DR n.º 201, p.
5571). A adequação das práticas ao contexto educativo e a valorização das
realidades sociais e culturais que o envolvem têm sido uma preocupação dos
investigadores desta área uma vez que, como refere Roldão (1999, p. 15), “o
universo social em que a escola vive e actua mudou radicalmente, mas a
escola não alterou significativamente a sua estrutura e o seu padrão de
funcionamento”.
13
2.2.1.O Movimento da Escola Moderna: formação e cooperação
O Movimento da Escola Moderna (MEM), que “surge a partir da atividade
de seis professores que se constituíram, em fevereiro de 1965, num Grupo de
Trabalho de Promoção Pedagógica”, oficializa-se em 1966, quando Rosalina
Gomes de Almeida e Sérgio Niza “assumem, estrategicamente, no congresso
francês da Escola Moderna, em Perpignan, a responsabilidade de integrar,
com a discrição requerida pela vida sob ditadura, a Federação Internacional
dos Movimentos de Escola Moderna (FIMEM)”, adotando os objetivos de
formação e de construção da profissão do Grupo anteriormente formado e
que incluíam a análise refletida das suas práticas de ensino “a partir de relatos
apoiados nos trabalhos dos alunos”, a produção de “instrumentos auxiliares
do trabalho pedagógico” e a leitura e debate de “textos promotores do seu
desenvolvimento teórico”3.
Atendendo aos objetivos anteriormente enunciados, o MEM “assume-se
como uma comunidade de práticas, construindo um discurso sobre a
profissão, num diálogo permanente entre os seus associados, nas múltiplas
situações formais, não formais e informais vivenciadas” (Santana, 2014, pp.
87-88). A este propósito, Niza (1992, p. 32) afirma:
Tinha experimentado o valor da cooperação e sabia já que um professor isolado não pode
desenvolver um percurso profissional e pedagógico, tem de contar com os outros para
multiplicar as suas energias, para aprender mais, para chegar onde sozinho jamais poderá
chegar.
O modelo Pedagógico do MEM, que convoca grandes pensadores da
Educação como Vygotsky, Bruner, Dewey, Freinet, Oury, entre outros, valoriza
3 Informação retirada de http://www.movimentoescolamoderna.pt/associacao/referencias-
historicas/.
14
a intervenção escolar, numa perspetiva cultural e comunicativa, assente na
organização e gestão cooperadas do trabalho curricular.
Aprender não é uma ação passiva e requer, por isso, um ensino que
também não o seja. No ato de aprender, a criança tem de desempenhar um
papel ativo na formulação de questões, na procura de respostas e na
formulação de novas hipóteses para resolver novos problemas. É essencial
que a criança adquira as competências necessárias para desenvolver este
trabalho intelectual de forma a que seja capaz de investigar autonomamente
e se torne autora de cultura, o que somente será possível num ambiente
verdadeiramente democrático e ligado ao quotidiano das crianças.
As normas que regulam a vida e o trabalho das crianças constroem-se neste modelo, no
interior do grupo, em Conselho de Cooperação, a partir das necessidades mais fundas e
das ocorrências registadas no Diário de Turma. Daí que os empurrões, os pontapés e os
murros depois de discutidos, tomados como meio de reflexão em Conselho se tornem em
motivo de construção de normas colectivas – a lei comum. É a partir de coisas do
quotidiano, que parecem quase sem importância, que o grupo vai criando as suas próprias
regras de socialização (Serralha, 1999, p. 6).
Para além disso, o trabalho em projeto, utilizado pelo MEM desde a
educação pré-escolar, isto é, desde os três anos de idade, apresenta-se como
a metodologia mais completa e eficaz para desenvolver na criança o conjunto
de competências que lhe permitirão avançar e resolver problemas cada vez
mais complexos e exigentes. Esta metodologia, completa do ponto de vista
dos processos cognitivos e sociais, apresenta ainda como uma grande
vantagem a sua ludicidade, ou seja, o desafio da descoberta que é colocado à
criança é visto por ela como um jogo, envolvendo-a emocionalmente. Sérgio
Niza (2005, p. 3) defende que “o trabalho cultural na escola pode e deve ter
sempre uma dimensão lúdica como no esforçado trabalho do escritor, do
pintor, ou do investigador” e que a natureza criadora desse trabalho assegura-
lhe um estatuto desalienador enquanto expressão humana de emancipação e
desenvolvimento.
15
3. INTERVENÇÃO EM CONTEXTO EDUCATIVO DA PES
A Prática Educativa Supervisionada constitui o maior desafio da formação
inicial de professores, sendo o momento para colocar em prática os
conhecimentos daí decorrentes. Foi na prática educativa que o par
pedagógico se confrontou com a necessidade de articular teoria e prática,
fundamentando as opções didático-pedagógicas da ação num quadro teórico
alargado e flexível, e começou a moldar a sua identidade docente.
Assim, este capítulo divide-se em três subcapítulos: um primeiro que
caracteriza o contexto educativo onde foi realizada a PES; um segundo que
incidirá na descrição e análise reflexiva da Prática Educativa Supervisionada
do par pedagógico e da mestranda; e um terceiro sobre a intervenção em
projetos educativos das escolas e do Agrupamento, onde se inclui também o
projeto concebido e dinamizado pelo grupo de estágio, constituído nos
termos do CREC (ESEIPP, 2011, Anexo I, p. 8).
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO EDUCATIVOS DA PES
De acordo com o Regulamento Geral de Estágios (ESEIPP, 2011b, pp. 3-4),
os locais de estágio são determinados pelos protocolos de cooperação
celebrados entre a ESEIPP e as Instituições Cooperantes. No caso do
Agrupamento onde foi realizada a PES, é de referir que este protocolo foi
celebrado, no âmbito deste mestrado, pela primeira vez no presente ano
letivo e que o mesmo decorreu do facto de o par pedagógico ter realizado os
Observatórios Livres de Prática Pedagógica (OLPP), no ano letivo anterior, na
turma da Orientadora Cooperante do 1.º CEB. Assim, quando foi proposto aos
estudantes que procurassem um contexto educativo para a realização dos
16
OLPP, o par pedagógico contactou o núcleo do Porto do MEM com o intuito
de encontrar um professor que se identificasse com este modelo pedagógico
e que pudesse receber o par na sua turma. No seguimento desse contacto, o
par foi convidado para participar num Sábado pedagógico – atividade mensal
realizada pelos núcleos regionais do MEM onde, durante uma manhã de
sábado, se discutem e refletem várias dimensões da prática educativa dos
professores associados com base nas experiências partilhadas pelos mesmos –
momento em que a Coordenação do núcleo recomendou a professora titular
do, então, 2.º C. A atividade desenvolvida nos OLPP e a partilha dessas
experiências no âmbito das unidades curriculares de Álgebra e conexões
matemáticas e Didática da Matemática II, lecionadas pela Coordenadora
deste mestrado, suscitaram o interesse da mesma pela prática educativa da
professora em questão, o que levou à celebração do protocolo de cooperação
entre a ESEIPP e o Agrupamento a que estava afeta esta professora. Esta
contextualização é pertinente na medida em que revela, por uma lado, que o
par pedagógico realizou a PES, no âmbito do 1.º CEB, num contexto em que se
identificava com a ação educativa da Orientadora Cooperante e, por outro
lado, um conhecimento mais profundo desta turma e desta Orientadora
Cooperante.
O conhecimento do contexto educativo permite determinar as
potencialidades e as limitações do meio e, por isso, torna-se uma ferramenta
essencial para enquadrar a ação docente que se pretende pertinente e
potenciadora de aprendizagens significativas e duradouras. A sensibilidade do
professor às especificidades da realidade é fundamental para adequar as suas
opções metodológicas às necessidades e aos interesses dos alunos já que,
para Dewey (2002, p. 161), “a criança é o ponto de partida, o centro e o fim”.
Neste sentido, é relevante proceder à caracterização do contexto
educativo em que foi realizada a PES, uma vez que, reitere-se, são as
características do contexto e as especificidades de cada turma que sustentam
as opções tomadas pelo par pedagógico e pela mestranda. Para isso,
recorreu-se à análise dos documentos orientadores – Projeto Educativo de
17
Agrupamento, Relatório da Avaliação Externa do Agrupamento, Plano de
Melhoria, Plano Anual de Atividades e Relatórios de Turma – e à observação
direta e intencional da realidade educativa, que foi complementada pelas
informações obtidas junto dos Orientadores Cooperantes e da Direção do
Agrupamento. Segundo Estrela e Estrela (1978, p. 57), “a observação do
professor é o seu principal meio de conhecimento do aluno, meio esse que
deverá ser a principal fonte de regulação da actividade do professor e dos
alunos”.
Nesta secção, caracteriza-se, em primeiro lugar, o Agrupamento de Escolas
onde foi realizada a PES e a comunidade onde este se insere4, em seguida a
EB1/JI e a turma do 3.º C por ter sido o contexto onde o par pedagógico
iniciou a PES e, por último, a EB2/3 e a turma do 5.º A.
3.1.1. O Agrupamento de Escolas
O Agrupamento de Escolas onde o par pedagógico realizou a PES,
constituído em 2003, inclui seis estabelecimentos de educação e ensino – um
Jardim de Infância, uma Escola Básica do 1.º CEB, três Escolas Básicas do 1.º
CEB com Jardim de Infância e uma Escola Básica com 2.º e 3.º CEB (escola-
-sede). A sua população escolar é composta por cerca de 1500 crianças, das
quais um terço frequenta o 1.º CEB, aproximadamente 128 elementos do
corpo docente e quase 70 profissionais do corpo não docente, onde se
incluem uma psicóloga, uma técnica de serviço social, uma animadora
4 Para proteger a identificação do contexto educativo, a mestranda irá referir-se ao mesmo
utilizando termos genéricos como Agrupamento de Escolas, EB1/JI e EB2/3.
18
sociocultural, uma chefe de serviços de administração escolar, sete
assistentes técnicos e 57 assistentes operacionais5.
Localizado no concelho de Gondomar, distrito do Porto, o Agrupamento
integra o Programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária de
Terceira Geração (doravante TEIP3). De acordo com o constante no artigo 3.º
do Despacho normativo n.º 20/2012 (p. 33345):
As escolas do Agrupamento (…) integrantes de um TEIP3 definem e implementam um
plano de melhoria que, no âmbito do projeto educativo e da autonomia da escola,
integram um conjunto diversificado de medidas e ações de intervenção na escola e na
comunidade, explicitamente orientadas para:
a) A qualidade da aprendizagem e dos resultados escolares dos alunos;
b) A redução do abandono, absentismo e indisciplina dos alunos;
c) A transição da escola para a vida ativa;
d) Intervenção da escola como agente educativo e cultural central na vida das
comunidades em que se insere.
É ainda de referir que o Agrupamento celebrou, em setembro de 2012, um
contrato de autonomia com o Ministério da Educação e Ciência que tem em
vista, de acordo com o referido no Despacho normativo n.º 20/2012, “apoiar
projetos educativos que visem ampliar a autonomia pedagógica, curricular,
administrativa e financeira” e “proporcionar apoios e condições específicas às
escolas e enquadrar essa concessão através da avaliação dos custos e dos
resultados” (p. 33345). Os contratos de autonomia são celebrados “nas
situações em que existem evidências de resultados e boas práticas
consolidadas que favoreçam a concessão de apoios orientados para um maior
grau de autonomia da escola” (Despacho normativo n.º 20/2012, p. 33345).
Segundo os Censos 2011, a população residente na freguesia onde se
insere este Agrupamento, caracterizado por um tecido social e cultural
5 Dados retirados do Relatório de Avaliação Externa do Agrupamento.
19
fragilizado, sendo que esta debilidade se tem refletido na comunidade
escolar, dedica-se maioritariamente a atividades económicas como a indústria
metalúrgica, a metalomecânica, a ourivesaria e a marcenaria, mantendo o
concelho num lugar de destaque no que diz respeito às artes do ouro. São, no
entanto, preocupações da escola a elevada taxa de desemprego – cerca de
16,94% – e a baixa escolaridade da população cuja a taxa de analfabetismo
ronda os 2,9%, sendo que 7,49% da população não tem qualquer nível de
escolaridade6.
Já no que concerne à situação dos encarregados de educação, estima-se
que cerca de 3,2% não possua qualquer nível de escolaridade, 4% possua
formação superior e 23% possua formação secundária e superior. São
conhecidas as profissões de 45,4% dos pais e encarregados de educação dos
alunos e, destes, 9% são profissionais de nível superior e intermédio. A taxa
de desemprego, neste grupo, situa-se nos 24,1%, sendo que cerca de 59,7%
das famílias recorre aos apoios dos serviços sociais escolares7.
Tratando-se de um contexto social desfavorecido, justifica-se que o Projeto
Educativo de Agrupamento (PEA), em vigor desde 2013, evidencie
preocupações sociais e tente responder às necessidades mais básicas da
comunidade, sendo que a escola é, ou devia ser, um lugar privilegiado para o
diálogo e para a promoção da autonomia.
No PEA emergem preocupações sobre as consequências “decorrentes da
falta de investimento escolar” de que são exemplo “problemas do foro
educativo e disciplinar, falta de hábitos de leitura, deficiente domínio da
língua materna e de um baixo nível de frequência de espaços e eventos
culturais”8. Revela-se, da parte da comunidade educativa, empenho em
desenvolver atividades que promovam competências pessoais e sociais nos
6 Informação retirada do PEA.
7 Dados retirados do PEA e do Relatório de Avaliação Externa do Agrupamento.
8 Informação retirada do PEA.
20
alunos e nas famílias, bem como em gerir e ultrapassar as adversidades que o
contexto social apresenta. Para responder a algumas preocupações expressas
no PEA, o Agrupamento promove atividades, como clubes e oficinas, que
pretendem “responder a gostos e motivações diversificados, mobilizando
competências de âmbito curricular, em particular as relacionadas com a
formação de cidadãos integrados socialmente, ativos e responsáveis”9.
Por fim, é de mencionar que o Agrupamento implementa, desde 2014, um
Plano de melhoria assente, fundamentalmente, “nos relatórios produzidos
pela equipa de avaliação externa, pela equipa de autoavaliação, equipa de
coordenação TEIP e nos diversos documentos elaborados no Agrupamento”10.
No que diz respeito à avaliação externa, o Agrupamento foi avaliado quanto
aos resultados, à prestação do serviço educativo e à liderança e gestão, tendo
obtido, em todos os campos, a classificação de Bom, que traduz que a “ação
da escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na
melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos
percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos
campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes”, como
se pode ler no Relatório de Avaliação Externa do Agrupamento.
3.1.2. A EB1/JI e a turma do 3.º C
A EB1/JI é uma escola relativamente moderna, de construção recente e
com boas infraestruturas. A escola é composta por dois edifícios – um para o
pré-escolar e um para o 1.º ciclo – e um espaço exterior de grandes
9 Informação retirada do PEA.
10 Informação retirada do Plano de melhoria do Agrupamento.
21
dimensões com um campo de futebol, um campo de basquetebol, um parque
infantil e várias áreas livres, incluindo uma área coberta.
A escola integra dois grupos da Educação Pré-escolar e nove turmas do 1.º
CEB. O corpo docente é constituído por onze professores, incluindo a
Coordenadora Pedagógica e uma professora que se encontrava a usufruir do
artigo 79.º11, e conta com o apoio de cerca de oito assistentes operacionais.
No edifício do 1.º CEB, composto por dois pisos, existe uma cantina, um
ginásio com dois balneários, uma biblioteca/auditório, um laboratório de
ciências, uma sala de expressão musical e várias salas de apoio educativo,
para além das salas de aula. A escola possui igualmente boa luminosidade e
ventilação, salas amplas, corredores largos e casas de banho estrategicamente
localizadas e devidamente higienizadas.
Ao nível do material tecnológico, existem dois quadros interativos – um
fixo na biblioteca e um móvel que serve todas as salas – que funcionam como
projetores, uma vez que, apesar de todas as salas estarem equipadas com um
computador, os computadores da escola estão desatualizados e não
permitem a instalação do software necessário para o funcionamento dos
quadros.
Tendo em conta o contexto socioeconómico das famílias, quase todos os
alunos estão abrangidos pela Ação Social Escolar, o que garante o acesso a
todos os materiais necessários à atividade escolar, havendo ainda um reforço
no abastecimento de material disponível na escola. Por ser um Território
Educativo de Intervenção Prioritária (TEIP), os alunos têm ainda diversas
oportunidades de participar frequentemente em projetos, visitas de estudo e
outras atividades adequadas às dificuldades económicas das famílias.
11 Ao abrigo do n.º 3 do artigo 79.º do Estatuto da Carreira Docente, “os docentes da
educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico que atinjam 25 e 33 anos de serviço letivo efetivo em regime de monodocência podem ainda requerer a concessão de dispensa total da componente letiva, pelo período de um ano escolar”.
22
A turma do 3º C é constituída por 26 crianças, 9 do sexo feminino e 17 do
sexo masculino, com idades compreendidas entre os 7 e os 10 anos12. Das 26
crianças, 21 frequentam as atividades de enriquecimento curricular (AEC) e 10
frequentam atividades desportivas e artísticas fora da escola.
À semelhança do que acontece no Agrupamento, a maior parte dos
agregados familiares possui baixos rendimentos económicos e tem baixa
escolaridade, sendo que apenas dois pais e uma mãe obtiveram formação
superior. Pelo menos 10 crianças apresentam situações económicas
particularmente vulneráveis, integrando famílias monoparentais em situação
de desemprego ou emprego precário e baixa escolaridade, ou famílias com os
dois progenitores em situação de desemprego e baixa escolaridade. Uma
parte significativa das crianças beneficia de apoios dos Serviços de Ação Social
Escolar (SASE). Na sua maioria, as famílias acompanham o percurso escolar
das crianças, monitorizando o desenvolvimento das aprendizagens e
colaboram com a escola. Contudo, há crianças que “pelas suas circunstâncias
pessoais, não têm na família o estimulo que precisavam. O seu contexto social
é muito desfavorecido, o que contribui para que as aprendizagens não se
desenvolvam da melhor forma”13.
O aproveitamento geral da turma é «Bom», mas heterogéneo, com
notações desde o «Muito Bom» ao «Insuficiente». O aproveitamento
específico relativo a cada área curricular é «Bom», registando-se a média mais
alta na área de Matemática e a mais baixa na área de Português.
Em geral, os alunos revelam-se motivados para a aprendizagem,
demonstram boa aquisição de competências e compreensão dos conteúdos
que são trabalhados de forma integrada, promovendo um ensino
interdisciplinar. A par destas características, são trabalhadores, responsáveis e
ávidos de novos conhecimentos e realizam as tarefas pedidas,
12 Dados referentes ao 1.º dia de PES. Um dos alunos foi transferido no final do 1.º período.
13 Informações retiradas do relatório de turma, fornecido pela Orientadora Cooperante.
23
frequentemente com sucesso e com bom ritmo de trabalho. Da mesma
forma, participam ativa e coletivamente, contribuindo para a construção do
conhecimento através da partilha de experiências.
Alguns alunos desenvolveram já uma grande autonomia, recorrendo ao
que a Orientadora Cooperante identifica como “processos autónomos de
consolidação dos saberes” e disponibilizando-se para “colaborar com os
colegas com ritmos de trabalho diferenciados”. Os alunos, na sua maioria,
assumem autonomamente responsabilidades nas tarefas de gestão, de
organização da sala de aula e respetivos materiais bem como nas de
organização de apresentações autopropostas, o que desenvolve
significativamente a competência comunicativa. Atentos e críticos, revelam
espírito de entreajuda e solidariedade para com os pares, o que resulta numa
dinâmica cooperante onde não há lugar para o medo de errar nem de pedir
ajuda.
Por um conjunto de fatores de ordem económica, familiar e social, pelo
menos três crianças revelam fragilidades particulares nas aprendizagens
desenvolvidas. Estas crianças mereceram, ao longo do ano, “especial cuidado
e atenção e usufruíram de apoio pedagógico individual, sempre que os
recursos humanos mobilizados pela escola o permitiram”14. Acresce a isto o
facto de a turma ter integrado três repetentes no presente ano letivo, sendo
que dois deles revelam progressos significativos ao nível do aproveitamento.
Em geral, a turma cumpre as regras da sala de aula, sendo um grupo
assíduo, pontual e que revela interesse pelas atividades escolares. É, no
entanto, uma turma muito agitada, havendo momentos em que se torna
difícil mantê-la concentrada na realização das tarefas. Note-se que estas
situações são maioritariamente provocadas pelas carências familiares das
crianças, tendo em conta que muitas delas não dormem as horas necessárias,
14 Informações retiradas do relatório de turma, fornecido pela Orientadora Cooperante.
24
não tomam pequeno-almoço antes da entrada na escola e não realizam
rotinas de higiene com a frequência necessária e desejável. Estas situações,
recorrentes nesta turma, afetam profundamente o desempenho escolar das
crianças.
No que diz respeito aos Encarregados de Educação (EE), é percetível que
nem todos participam ativamente na vida escolar dos seus educandos. É de
referir, no entanto, a importância do envolvimento de alguns EE que
participam oportunamente em atividades da sala de aula, tais como leitura de
textos ou partilha de conhecimentos culturais ou profissionais variados.
Como referido, a Orientadora Cooperante do 1.º CEB integra a Movimento
da Escola Moderna, o que implica que a dinâmica da turma e a organização do
espaço reflitam os princípios do modelo pedagógico do MEM. Para além
disso, este facto permite compreender algumas características pessoais e
profissionais da Orientadora Cooperante, como o compromisso com uma
escola democrática e para todos, a valorização do trabalho cooperativo e a
atitude reflexiva e investigativa que contribui para a melhoria da sua ação
docente. Neste contexto, o par pedagógico foi incluído em todas as
dimensões da orientação educativa da turma bem como no processo de
tomada de decisões relativas à planificação e implementação de atividades, à
avaliação dos alunos e à resolução de problemas e conflitos com as famílias.
Quanto à sala de aula, apresenta-se como um espaço amplo, apesar de a
turma ser muito numerosa e de haver muitos materiais na sala, com espaço
suficiente para os alunos circularem livremente, facilitando momentos de
partilha e de troca de informação. A disposição das mesas mudou várias vezes
ao longo do ano letivo, indo ao encontro da dinâmica da turma, sendo que as
disposições mais recorrentes são em grupos e em U, o que revela um
ambiente participativo e cooperativo. A sala tem uma porta de correr na
parede lateral esquerda e duas janelas grandes na parede oposta. O quadro,
de ardósia, encontra-se no centro da parede frontal. No fundo da sala há
armários ao longo de toda a parede e uma bancada comprida com um
lavatório. A organização social da sala apresenta, no que diz respeito às áreas
25
de apoio geral, vários armários de materiais coletivos de acesso livre; coleções
de ficheiros de português e de matemática, organizados por domínios, e os
respetivos mapas de registo; o mapa de presenças dos alunos e o Diário de
Turma; os planos de projeto referentes aos projetos de estudo e o Plano
Anual/lista de verificação da área de Estudo do Meio. No que diz respeito às
áreas de apoio específico ao programa, a sala tem um armário que substitui,
por falta de espaço, o atelier de expressão plástica, sendo que os trabalho são
expostos maioritariamente no corredor; uma biblioteca de turma autogerida
que consiste num conjunto de estantes e expositores que ocupam parte da
bancada da sala; a oficina de escrita que contém um computador de
secretária e um computador portátil, sendo que não existe impressora na sala
por questões de gestão de recursos impostas pela Coordenação da Escola; e
um laboratório de ciências e de matemática, localizado na bancada, no
extremo oposto à biblioteca de turma.
3.1.3. A EB2/3 e a turma do 5.º A
A EB2/3 é uma escola de grandes dimensões que não foi alvo de
intervenção nos espaços interiores nos últimos anos, apresentando bastantes
espaços frios e pouco luminosos, com materiais desgastados e esteticamente
pouco agradáveis. Contudo, há que destacar a Biblioteca escolar que se
apresenta como o espaço mais prazeroso da escola. Do ponto de vista físico,
para além de ser ampla e luminosa, comporta áreas destinadas à leitura
individual, uma área de estudo com mesas individuais e de grupo, uma área
de acesso a computadores e uma área de jogos. A Biblioteca, que serve todas
as escolas do Agrupamento, está equipada com várias estantes de livros, em
que mais de metade do acervo é constituído por obras de literatura infantil e
juvenil, exibindo uma apreciável diversidade de autores.
26
Apesar de esta Biblioteca ir cumprindo parcialmente a primeira e a terceira
leis de Ranganathan15, ou seja, – (1931, pp.
70-73) e todo o leitor tem o seu livro16 (pp. 299-335), falha, no entanto em
relação às restantes leis enunciadas pelo pensador e matemático indiano,
como, de resto, falha a maior parte das bibliotecas independentemente de
serem epecializadas ou municipais. A título de exemplo, nem todos os livros
recomendados pelas Metas Curriculares de Português se encontram
disponíveis no espaço da biblioteca, o que, desde logo, inviabiliza o princípio
de que a Biblioteca é um organismo vivo e dinâmico (5.ª lei). O par
pedagógico é da opinião que a inexistência dessas obras recomendadas
dificulta o desenvolvimento das atividades letivas, ao mesmo tempo que
contraria os objetivos enunciados Decreto‐Lei n.º 139/2012, de 5 de julho. A
este propósito, refira-se que, como se pode ler na secção introdutória das
Metas Curriculares (2015, p. 3),
15 Shiyali Ramamrita Ranganathan (1892-1972) foi um importante pensador e matemático
indiano que se especializou em Bibliotecnomia. A atividade docente na Universidade de
Madras, levou-o a olhar criticamente para as bibliotecas universitárias do seu país e a
perceber que eram deficitárias quer no que respeita à qualidade e quantidade de informação
quer no funcionamento e disponibilização dos livros aos leitores. Parte, assim, para Londres,
onde se especializa (College University) e regressa à Índia disposto a democratizar as
Bibliotecas, deixando de ser os leitores de Inglaterra e dos Estados Unidos a serem os únicos
privilegiados. As cinco leis, como são conhecidas, estabelecidas por Ranganathan em The five
laws of Library Science, em 1931) continuam atuais e a serem a base da atividade
bibliotecária. 16
Apesar de estas leis parecerem evidentes, não o eram, contudo, à data da sua enunciação
(1931). Ainda hoje, alguns bibliotecários não avaliam os acervos e as coleções de acordo com
um método estatístico/quantitativo que permita avaliar as carências e os interesses dos
leitores (1.ª lei), ou seja, não entendem a Biblioteca como um espaço de cultura e de
liberdade e que, por isso, não devem limitar-se a colecionar livros especializados, mas
disponibilizar informação diversificada. Relativamente à terceira lei, que impõe a necessidade
de a Biblioteca construir um acervo de livros que vá ao encontro das preferências e
necessidades dos leitores, verifica-se que, na Biblioteca em apreço, existe uma coleção
razoável de literatura para a infância e a juventude.
27
com o objetivo de harmonizar o presente Programa [de Português], homologado em 2015,
com as Metas Curriculares de Português, homologadas em 2012 [...]. Houve, ainda,
preocupação com o reforço da exequibilidade deste Programa, pelo que se enfa zam, nos
domínios da Leitura e Escrita, géneros e textos considerados essenciais, passando alguns
outros, constantes das Metas Curriculares, a opcionais17
.
Relativamente ao exterior, é de referir que o campo de jogos, localizado na
zona traseira da escola, sofreu uma intervenção profunda, concluída no
presente ano letivo. Os espaços exteriores são amplos e agradáveis, contando
com uma área coberta situada no meio dos quatro pavilhões principais e
várias áreas descobertas com inúmeros espaços verdes.
Quanto ao funcionamento, a escola divide-se, então, em quatro pavilhões
principais: no pavilhão A encontra-se o PBX, o bar dos professores, a sala dos
professores, a sala dos Diretores de turma, gabinetes para os profissionais da
assistência social, psicologia e mediação escolar. No segundo piso, encontra-
-se a biblioteca, a papelaria, os serviços administrativos e a Direção. Os
pavilhões B, C e D são constituídos, sobretudo, por salas de aula, sendo que
no pavilhão B está situada a sala da Educação Especial e no pavilhão D o bar
dos alunos e a cantina.
Pela dimensão da escola e organização dos horários, as turmas têm uma
sala-base onde cumprem a maioria do seu horário, deslocando-se apenas para
aulas cujas salas necessitam de condições específicas (Educação Física,
Educação Visual, etc.) e, excecionalmente, fora do seu horário preferencial
(visto que o horário do 5.º A era maioritariamente de manhã, a turma mudava
de sala numa das aulas de Ciências da Natureza, uma vez que esta se realizava
da parte da tarde).
17 Sublinhado da autora do Relatório.
28
Ao nível do material tecnológico, todas as salas estão equipadas com um
computador e um projetor, havendo dois laboratórios de multimédia onde
existem quadros interativos e outros materiais atuais.
A turma do 5.º A é constituída por 22 alunos, 11 do sexo masculino e 11 do
sexo feminino, com idades compreendidas entre os 10 e os 12 anos de idade.
Dois dos alunos beneficiam de um Percurso de Aprendizagem Adaptado
(PAC), previsto pelo artigo 5.º do Decreto-Lei 139/2012 (p. 3478), de forma a
“assegurar uma formação geral (…), proporcionando a aquisição dos
conhecimentos basilares”. Por este motivo, não frequentaram as aulas
observadas pelo par pedagógico, à exceção das aulas de direção de turma.
Integrados na turma estão ainda três alunos sinalizados pela Educação
Especial que beneficiam de apoio de profissionais especializados no sentido
de responder às necessidades de alunos que apresentam “limitações
significativas ao nível da atividade e da participação (…) decorrentes de
alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em
dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, (…) da
autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social”
(Decreto-Lei n.º 3/2008, p. 155).
Destes alunos18, um foi diagnosticado com Perturbação do Espectro do
Autismo – comprometimento das suas funções psicossociais globais, ao nível
das funções do temperamento e da personalidade (b122.1)19; outra apresenta
18 Informação fornecida pela Diretora de Turma.
19 OMS (2004) – Segundo a CIF (b) é referente a funções do corpo; (b122) é referente a
funções psicossociais globais integradas nas funções mentais globais; (b117) é referente a
funções intelectuais integradas nas funções mentais globais; (b1400) é referente à
manutenção da atenção, nomeadamente às funções mentais que permitem a concentração
pelo período de tempo necessário; (b1440) é referente a memória de curto prazo
nomeadamente funções mentais responsáveis pelo armazenamento temporário e disruptível
da memória por cerca de 30 segundos após os quais as informações são perdidas se não
consolidadas na memória de longo prazo; (xxx.1) determina uma deficiência ligeira; (xxx.2)
determina uma deficiência moderada; (xxx.3) determina uma deficiência grave.
29
défices nas funções intelectuais (b117.3) e ao nível da manutenção da atenção
(b1400.2); e outra apresenta limitações significativas nas funções intelectuais
(b117.3), na manutenção da atenção (b1400.2) e ao nível das funções da
memória (b1440.2). É de referir ainda que uma das alunas tem problemas
graves de visão, o que levou o par pedagógico a adotar estratégias e conceber
materiais adaptados de forma a minimizar as dificuldades daí decorrentes.
Os alunos do 5.º A são, no geral, empenhados e participativos, revelam
motivação pela aprendizagem e gosto pela escola. Ao longo da observação
realizada pelo par pedagógico foi possível concluir que esta turma apresenta
um nível muito elevado de envolvimento nas tarefas escolares, apresentando,
todavia, dificuldades em trabalhar em grupo. Note-se que esta turma
apresenta características particulares, uma vez que a maior parte dos alunos
provém de um contexto socioeconómico mais favorecido do que a maioria
dos alunos do Agrupamento. Para além disso, esses alunos revelam um bom
acompanhamento familiar e expectativas face à escola.
No que diz respeito aos Orientadores Cooperantes, é de mencionar que o
par pedagógico teve oportunidade de contactar com quatro professores
muito diferentes, o que favoreceu a experiência de aprendizagem. Ao
observar e cooperar com os OC, o par pedagógico criou modelos de boas
práticas quer por identificação quer por confrontação, verificando a
recetividade dos alunos às estratégias utilizadas.
Relativamente à OC de Português (OC2), refira-se que foi com quem a
mestranda se identificou mais quer do ponto de vista profissional quer
pessoal, dada a permanente postura crítica e o seu entusiasmo pelo ensino.
Some-se a estes aspetos, o facto de esta OC revelar um conhecimento
científico e pedagógico sólido, investigando constantemente sobre dúvidas
que vão surgindo na realidade educativa, dentro e fora da sala de aula. Em
suma, a OC de Português promove um ambiente de trabalho ativo, conhece
bem as dificuldades de cada aluno e utiliza estratégias diversificadas para
envolver cada uma das crianças.
30
O OC de Matemática (OC3) caracteriza-se pela eficiência e pela boa relação
que estabelece com os alunos. É apaixonado pela sua área, o que o leva a ser
capaz de utilizar inúmeras estratégias para trabalhar o mesmo conteúdo,
fazendo com que todos os alunos consigam aceder ao conhecimento e
superem as dificuldades.
A OC de História e Geografia de Portugal (OC4), que conta já muitos anos
de experiência, revela uma grande capacidade para captar a atenção dos
alunos apesar de raramente utilizar recursos que saiam fora da dinâmica do
manual escolar. No entanto, o vasto conhecimento na área da História e o
recurso à petite histoire – ou pequenas narrativas, como também lhes
chamou José Mattoso – mantêm os alunos interessados e com uma atitude de
curiosidade.
Já o OC de Ciências Naturais (OC5) patenteia uma atitude questionadora,
reflexiva e investigativa, o que lhe permite estar sempre atualizado ao nível
dos conteúdos científicos e dos aspetos legais. Contudo, é um professor que,
na opinião da mestranda, valoriza demasiado as Metas Curriculares, focando-
-se mais nos resultados e não tanto no processo de aprendizagem.
É ainda de referir que o par pedagógico manteve uma relação de
proximidade com a Diretora de Turma, professora de Inglês, determinada em
boa parte pela disponibilidade em ceder aulas de direção de turma (ADT) para
o desenvolvimento das sessões do projeto O 25 de Abril contado pelas
crianças e pelos outros, o que permitiu também aprofundar o conhecimento
sobre a dinâmica da turma.
31
3.2. PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA
De acordo com o Decreto-Lei n.º 43/2007 (p. 1321), a PES constitui “o
momento privilegiado, e insubstituível, de aprendizagem da mobilização dos
conhecimentos, capacidades, competências e atitudes, adquiridas nas outras
áreas, na produção, em contexto real, de práticas profissionais adequadas a
situações concretas na sala de aula, na escola e na articulação desta com a
comunidade” cuja avaliação “assume um lugar especial na verificação da
aptidão do futuro professor para satisfazer o conjunto das exigências que lhe
são colocadas pelo desempenho docente no início do seu exercício”.
Segundo o estipulado no CREC (ESEIPP, 2011, p. 7), a PES é a parte prática
da unidade curricular de Integração Curricular: Prática Educativa e Relatório
de Estágio e desenvolve-se nas escolas do Agrupamento respondendo a três
dimensões fundamentais: 1) programação e planificação; 2) implementação e
avaliação dos processos e resultados; 3) intervenção nos projetos educativos
da escola e na orientação educativa da turma. A prática educativa
compreende momentos de observação, colaboração/cooperação e regência e
ainda intervenção nos projetos e atividades educativas da escola e do
Agrupamento (ESEIPP, 2011, p. 8). As atividades integradas na componente da
PES, e realizadas de acordo com o previsto no Decreto-Lei n.º 43/2007 (p.
1324), “incluem a observação e colaboração em situações de educação e
ensino e a prática de ensino supervisionada na sala de aula e na escola,
correspondendo esta última ao estágio de natureza profissional objecto de
relatório final”20, devendo ser realizadas em turmas dos dois ciclos de ensino
para os quais este mestrado habilita e proporcionando, nestes contextos,
“experiências de planificação, ensino e avaliação, de acordo com as
20 Estipulado pela alínea b) do n.º 1 do artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de
Março.
32
competências e funções cometidas ao docente, dentro e fora da sala de aula”
que possibilitem o desenvolvimento profissional dos formandos numa
perspetiva crítica e reflexiva.
Segundo Alarcão e Tavares (2003, p. 80), o processo de supervisão
pedagógica consiste numa “acção multifacetada, faseada, continuada e
cíclica” e caracteriza-se pela repetição de um ciclo com três fases principais –
pré-observação, observação e pós-observação (Vieira & Moreira, 2011, p. 29).
A primeira fase tem como principal objetivo analisar e discutir o percurso de
aprendizagem planificado e decidir sobre aspetos a serem observados
(ESEIPP, 2011, p. 7). Nesta fase, o supervisor deve adotar um estilo
colaborativo, pois este “ajuda a criar uma relação que se aproxime tanto
quanto possível da relação que se estabelece entre colegas e a criar o tal
espírito de comprometimento, de contrato, de experimentação conjunta”
(Alarcão & Tavares, 2003, p. 83), contribuindo para o desenvolvimento
pessoal e profissional de ambos.
A segunda fase, que se realiza sempre na presença do Orientador
Cooperante e do par pedagógico e, em momentos previamente estabelecidos,
do Supervisor Institucional (ESEIPP, 2011, p. 8), traduz-se na observação da
aula e na recolha de informação sobre a prática educativa de acordo com os
objetivos estabelecidos (Vieira & Moreira, 2011, p. 29). Para Alarcão e Tavares
(2003, p. 86), esta deve ser entendida como o “conjunto de actividades
destinadas a obter dados e informações sobre o que se passa no processo de
ensino/aprendizagem com a finalidade de, mais tarde, proceder a uma análise
do processo”, abrangendo vários elementos inerentes à prática letiva.
A terceira e última fase deste ciclo, consiste no diálogo entre o professor e
o supervisor de forma a “reconstruir teorias e práticas” no qual o supervisor
fornece um “feedback informativo” e encoraja uma “atitude indagatória face
à prática” (Vieira & Moreira, 2011, p. 29). No final do ciclo da supervisão, o
professor deverá refletir sobre a sua ação, integrando o conhecimento
decorrente da experiência na sua ação futura.
33
3.2.1. Articulação de saberes
A articulação de saberes, não sendo uma área curricular é, definitivamente,
uma área do conhecimento que merece muita atenção por parte dos
profissionais da educação em todos os ciclos de ensino, sendo, contudo,
fundamental no 1.º CEB. Gusdorf (2006, p. 19) afirma que “a exigência da
interdisciplinaridade (…) põe em curso uma tarefa compensadora” já que “em
oposição àqueles que tomam a tangente para se enterrarem nos desertos da
especialização, a nossa época tem necessidade de investigadores da
inteligibilidade”, isto é, investigadores generalistas que dominem
simultaneamente várias áreas do saber e que promovam, assim, um
conhecimento integrado e unificador.
Ao longo de todo o século XX, vários autores (Dewey, 2007; Piaget, 1981;
Pombo, 2004; Roldão, 1999) defenderam a necessidade de se
proporcionarem, na escola, experiências de aprendizagem integradoras, pois
“considera-se que esta abordagem reduz as hipóteses de o aluno perder
qualquer das inter-relações existentes entre as disciplinas componentes e que
é útil porque facilita o contacto com um grande número de campos
especializados do conhecimento” (Brown, 2006, pp. 135-136). Contudo,
apesar de todos os documentos reguladores atuais promoverem o ideal de
conhecimento integrado, ainda hoje os professores se revelam empenhados
na especialização em determinada área científica, desvalorizando práticas
educativas que promovam relações dialógicas entre diferentes áreas do saber.
Sobre este assunto, Roldão (1999, p. 47) reitera a urgência de alterar a cultura
escolar:
Criar uma cultura interdisciplinar na escola não passa por opô-la às disciplinas, mas por
organizar as disciplinas e todos os campos curriculares de outro modo. Estruturar (…) a
prática curricular e organizativa com base na concretização de lógicas de trabalho
colaborativo (…) parece indispensável para romper uma lógica fragmentária instituída que
não facilita a formação dos cidadãos para a sociedade do conhecimento, onde a
34
alfabetização científica é uma necessidade crescente para a compreensão da
complexidade do real.
É importante reconhecer que “na integração curricular, os professores
trabalham primeiramente como generalistas sobre temas integradores e em
segundo lugar como especialistas de conteúdos” (Beane, 2002, p. 53). Isto é,
nada impede que um professor habilitado para a docência no 1.º CEB se
especialize numa ou noutra área, não deixando, contudo, de ser especializado
na não-especialidade referida por Gusdorf (2006).
Assim, “a interdisciplinaridade curricular visa, antes de mais, a criação de
espaços de trabalho conjunto e articulado em torno de metas educativas”
(Roldão, 1999, p. 47). E será, provavelmente, no campo da colaboração que
surgirão as maiores dificuldades, pois “a organização escolar resiste a isso,
porque está estruturada e pensada de outro modo” (Roldão, 1999, p. 47).
Neste âmbito, Beane (2002, p. 78) afirma que “os professores que usam esta
abordagem, mesmo aqueles que possuem uma grande experiência,
confrontam-se com desafios pedagógicos e pessoais consideráveis,
independentemente do entusiasmo e do empenho que demonstrem”.
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA
No âmbito da PES, foram planificadas três aulas pelo par pedagógico nas
quais foram trabalhados conteúdos de todas as áreas curriculares,
enfatizando as áreas de Português e Estudo do Meio na vertente das Ciências
Naturais. As opções do par pedagógico refletem, neste aspeto, uma
preocupação com as necessidades da turma e uma tentativa de superar as
suas dificuldades atendendo a que, segundo Diogo e Vilar (1999, p. 23) “a
Escola e o Professor, para o bem o para o mal, não são meros reprodutores de
um currículo que lhes é oficialmente imposto, antes o reelaboram e
35
transformam”. As aulas constituíram uma unidade didática, intitulada «As
duas folhas ou a polissemia das palavras», em que o par se propôs a
desenvolver um conjunto de atividades que promovessem uma reflexão sobre
o significado das palavras e potenciassem o seu uso em contextos
diversificados. A unidade didática foi inspirada na animação Duas folhas21
(2015), de Francisca Cardoso Lima, que retrata dois significados atribuídos à
palavra «folha» – folha de árvore e folha de papel – e sugere ainda uma
possível relação entre as duas na exata medida em que o papel provém das
árvores. Deste modo, as atividades planificadas tinham como objetivo
fundamental promover situações de aprendizagem significativas para as
crianças através da valorização dos processos criativos.
Na primeira aula (cf. anexo 1)22, o par pedagógico optou por simular uma
ida ao cinema – atividade que alguns dos alunos nunca tiveram a
oportunidade de experienciar –, criando um ambiente descontraído através
da audição de um música de Charlie Chaplin23 e distribuindo bilhetes à
entrada da sala (cf. anexo 1. 1). Na sala, preparada previamente, foi atribuída
uma letra a cada fila e um número a cada cadeira para que os alunos, de
acordo com a informação expressa no seu bilhete, encontrassem o seu lugar,
consolidando os seus conhecimentos no âmbito da Localização e orientação
no espaço (GM3), nomeadamente no que diz respeito às coordenadas em
grelha quadriculada – conteúdo da matemática trabalhado ao longo do 1.º
período – possibilitando uma transposição desses conhecimentos para um
cenário tridimensional e “permitindo aos alunos a construção de um
conhecimento mais relevante e articulado e o desenvolvimento de
21 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=kAiu5tMwCl0.
22 Por questões de gestão de espaço, e apesar de se tratar de uma unidade didática, anexa-se
apenas uma planificação, a título de exemplo, sendo que as restantes poderão ser consultadas no CD que se encontra no fim deste trabalho (cf. anexo B1 e B2). 23
Je cherche après Titine, de Léo Daniderff, do filme Modern Times (1936).
36
competências diversificadas, num contexto global de aprendizagem e
desenvolvimento” (Alonso, 2002, p. 62).
Recorrendo ao quadro interativo, projetou-se a animação Duas folhas, o
que motivou um diálogo sobre o significado do título, convocando o conceito
de polissemia, anteriormente trabalhado nas aulas de português. O momento
inicial da aula, a motivação, cumpre uma função essencial para a dinâmica da
aula, uma vez que “não escapa aos professores a importância da motivação
na aprendizagem, já que uma das preocupações mais generalizada entre os
docentes é a de como interessar os alunos pelos diferentes temas do
programa escolar” (Santos, 1977, p. 16).
Para dar continuidade à problematização do conceito de polissemia, o par
pedagógico optou por utilizar a obra Herbário, de Jorge Sousa Braga, no qual o
autor evidencia a diversidade de significados atribuídos a algumas palavras ou
ideias. Após apresentar aos alunos o site24 criado pelas professoras
estagiárias, com o objetivo de aproximar os alunos do uso das tecnologias e
promover, ao mesmo tempo, a comunicação com a família, a professora
estagiária leu o poema «As árvores e os livros», de Jorge Sousa Braga, que se
encontrava já no site. Procedeu-se então à análise da estrutura externa do
poema (cf. anexo 1. 2), relembrando alguns conceitos particulares do texto
lírico, já trabalhado nas aulas de português, e enfatizando as questões
relativas à rima.
A compreensão do texto incidiu sobretudo na segunda estrofe do poema,
atendendo a que nessa estância se colocava em relevo a atribuição de
características das folhas das plantas às folhas do livros e que, através dela, foi
possível introduzir vocabulário específico da Botânica, permitindo a utilização
de uma linguagem científica rigorosa. Deste modo, evidenciou-se a articulação
com os conteúdos de Estudo do Meio que iriam ser lecionados em março. A
24 Disponível em http://marilia5273.wixsite.com/duasfolhas.
37
atenção dada às palavras novas, que surgiram penduradas no quadro,
promoveu a utilização do dicionário. É de referir que no site estava já uma
hiperligação ao priberam através da qual os alunos puderam aceder não só ao
significado da palavra mas também a um imagem ilustrativa. Para além disso,
as professoras estagiárias forneceram aos alunos folhas diversas para que
estes identificassem o limbo, o pecíolo e as nervuras. A articulação entre
conteúdos de diversas áreas do saber desempenhou um papel fundamental
na capacidade de compreensão e de ação dos alunos, “dando lugar a um
modo de conhecimento capaz de apreender os objectos nos seus contextos,
nas suas complexidades, nos seus conjuntos” (Morin, 1999, p. 17).
O momento seguinte, que potenciou a articulação da atividade com a
Expressão Plástica, consistiu em desenhar a folha da árvore numa folha de
papel fornecida pelas professoras estagiárias. Para além da representação
visual, os alunos identificaram as partes constituintes da folha (limbo, pecíolo,
nervuras) e registaram as respetivas definições apresentadas no dicionário (cf.
anexo 1. 3). Era ainda objetivo do par pedagógico estabelecer um diálogo
sobre a função das folhas dos livros, partindo da segunda estrofe do poema, e
sobre as possíveis funções das folhas das plantas, com base nas conceções
prévias dos alunos. Desta forma, poderiam refletir sobre a alimentação, a
respiração e a transpiração das plantas por analogia ao ser humano, mas esta
atividade não se realizou por falta de tempo.
Na segunda parte da aula, a professora projetou o poema «O meu caderno
de folhas», do autor em estudo, no quadro interativo. Neste momento,
atendendo à agitação da turma, a Professora Supervisora sugeriu que se
solicitasse a leitura a um aluno. Apesar disso, a mestranda optou por se
responsabilizar pela leitura em voz alta, conforme estipulado no plano de
aula, pois, de acordo com Jean (2000, p. 158), “a leitura em voz alta feita pelos
alunos deve ser precedida de uma leitura oralizada de qualidade” já que,
segundo Barrios (1991, citado por Belo & Sá, 2005, p. 23), “na leitura
expressiva, devido à sua vertente de linguagem oral, a imitação assume um
papel decisivo”. Para promover uma boa leitura em voz alta, o professor deve
38
fazer antes uma leitura de qualidade que sirva de modelo aos alunos. Acresce
a esta ideia o facto de que, para poder ler em voz alta, o aluno tem que ter
compreendido o texto previamente, pois só assim poderá fazer uma leitura
correta e agradável. Segundo Solé (1992, cit. por Belo & Sá, 2005, p. 44),
quando o aluno lê um texto em voz alta tem mais dificuldades em assimilar o
sentido do mesmo do que se o lesse em silêncio, sobretudo quando o texto
comporta palavras desconhecidas e difíceis de pronunciar.
Após a leitura, no momento de compreensão do texto, os alunos
identificaram as características das folhas de papel e das folhas das plantas,
de forma a estabelecer relações de semelhança e de contraste entre ambas. A
partir da caracterização das folhas das plantas, propôs-se uma atividade em
que, a pares, os alunos teriam de explorar um conjunto de folhas de plantas
diversas, recolhidas previamente pelas professoras estagiárias. O objetivo da
atividade era que os alunos conseguissem, partindo da informação expressa
nas grelhas de classificação das folhas (cf. anexo 1. 4), estabelecer uma
correspondência entre as folhas reais e as folhas representadas. Esta
atividade sensibilizou os alunos para a existência de uma grande diversidade
de folhas e para os critérios de classificação das mesmas, tendo sido
explorados em aula os referentes à forma do limbo e ao recorte das margens.
Devido à extensão do plano de aula e ao desassossego da turma, não foi
possível concluir a aula planificada, tendo algumas atividades sido realizadas
na aula seguinte, como se poderá verificar mais adiante.
Na segunda aula da unidade didática, para retomar o assunto da aula
anterior e dar continuidade às atividades, foi realizado um jogo intitulado
passa-a-folha, cujo objetivo consistia na ativação dos conhecimentos
construídos pelos alunos na aula anterior. Para isso, aproveitando a
disposição da sala utilizada na aula anterior, foi entregue uma folha de papel
ao primeiro aluno de cada fila, sendo que cada fila constituía um grupo.
Percorrendo todos os alunos do grupo, cada um teve cinco segundos para
desenhar uma planta partindo dos conhecimentos que já tinha sobre a sua
constituição. Findo o tempo, tinha de passar a folha ao colega do lado para
39
este continuar o trabalho iniciado. A partilha dos resultados com a turma
auxiliou a atividade de revisão, possibilitada pela troca de ideias entre os
alunos. Com a concretização desta atividade de criação artística é possível
afirmar que os alunos desenvolveram diversas competências expressivas e
criativas, pois a Educação Artística permite “avaliar criticamente o mundo que
os rodeia e participar activamente nos vários aspectos da existência humana”
(Comissão Nacional da UNESCO, 2006, p.7).
Desta aula destaca-se a atividade de impressão de folhas, que promoveu
mais uma vez a articulação com a Expressão Plástica, com recurso à técnica de
decalque (cf. anexo 1. 5). Para além de desenvolver o sentido estético, esta
atividade permitiu aos alunos observarem com detalhe cada parte
constituinte da folha – o limbo, o pecíolo, as nervuras, a bainha – à medida
que estas se iam revelando pela passagem do lápis.
É de mencionar ainda a exploração do processo de produção do papel,
motivada pela exploração do poema «As árvores e os livros», de Jorge Sousa
Braga, lido, desta vez, em voz alta pelos alunos. Constituindo o mote para
conversar sobre a relação existente entre as folhas – das árvores e dos livros –
levou também à visualização do vídeo informativo Da floresta ao papel
(2009)25 e à posterior exploração da relação entre as árvores e o papel através
da análise e compreensão do processo do produção do papel. Saliente-se aqui
que, mesmo antes da visualização do vídeo, os alunos possuíam já algumas
conceções sobre a proveniência e produção do papel, como se poderá
verificar pelo diálogo a seguir transcrito:
Professora estagiária: De onde vem o papel?
Aluno A: Vem das árvores.
Professora estagiária: E como é que retiramos o papel das árvores?
25 Uma produção de Painel Florestal Vídeos, disponibilizado no youtube a partir de
https://www.youtube.com/watch?v=WRqoHNvruBQ.
40
Aluno B: Eu acho que é quando se fazem aqueles cortes nas árvores, sai de lá uma coisa
que dá para fazer papel.
Apesar das conceções alternativas, as crianças facilmente compreenderam
o processo de produção do papel e, a partir das suas respostas, foram
explorados, de forma breve, outros materiais produzidos a partir de matérias-
-primas vindas das árvores, como a borracha ou a cola.
Já a terceira aula teve como propósito a construção de um jardim de
palavras, dando continuidade às atividades de articulação de saberes entre
conteúdos de Português e de Estudo do Meio. Para isso, a aula iniciou-se com
a exploração de uma imagem (cf. anexo 1. 6) que representava uma árvore
desenhada com palavras. A imagem despoletou um diálogo sobre a relação
entre as árvores e os livros e deu lugar a um momento reflexivo:
Professora estagiária: Será que podemos plantar palavras?
Alunos: Sim!
Professora estagiária: Como?
Aluno A: Podemos escrever as palavras plantá-las lá fora no jardim.
Professora estagiária: O que acontece às palavras que plantamos? Será que crescem como
as árvores? E será que dão frutos?
Aluno B: Se plantarmos as palavras, todos os meninos da escola as podem ver e assim elas
crescem.
A visualização do vídeo Poemas concretos26, no qual se podia ver uma
animação do poema «Pêndulo» (1962), de E. M. de Melo e Castro, em que o
movimento das letras e da palavras se associava ao movimento de um
pêndulo, foi o ponto de partida para a exploração de uma apresentação, em
PowerPoint, elaborada pelas professoras estagiárias, sobre poesia visual.
Através da visualização do vídeo, a turma consultou o dicionário visto que a
maioria dos alunos desconhecia a palavra pêndulo. Depois de conhecida a
26 Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=yC3e7rmSYM4.
41
definição, a professora estagiária exemplificou o movimento do pêndulo
recorrendo a um colar que estava a usar nesse dia. O confronto entre o vídeo
e o poema levou a turma a constatar que, apesar de o poema não se
movimentar, era a disposição das letras na folha que sugeria o movimento
efetuado pelo pêndulo.
A leitura/visualização e exploração de outros poemas visuais (cf. anexo B3),
como «Tontura» (1962), de E. M. de Melo e Castro, «Quadrado» (s.d.) e
«Escada» (s.d.), de Jaime Salazar Sampaio, possibilitou um diálogo sobre as
característica da poesia visual, o que levou à construção de uma definição
coletiva que os alunos registaram no caderno, ressalvando-se que essa
definição parte das conceções criadas pelas crianças de acordo com as
informações fornecidas pelo professor pois “por detrás de qualquer opção
acerca de conteúdos culturais a trabalhar, pré-existem ideias e valores que,
uma vez assumidos, se reflectirão nesses conteúdos” (Vilar, 1994, p. 18).
Após terem adquirido os conhecimentos teóricos necessários para a
compreensão da poesia visual, as professoras estagiárias propuseram um
exercício de escrita, iniciando pela escrita de uma exemplo coletivo e
partindo, posteriormente, para a escrita de poemas a pares.
A escrita do poema coletivo sobre o 3.º C, respeitando as fases da escrita,
iniciou-se com um momento de preparação da escrita em que foi feito o
levantamento do vocabulário que caracterizasse a turma e de possíveis
formas para o poema (cf. anexo 1. 7). A textualização, realizada em grande
grupo, e atendendo às propostas dos alunos, deu origem ao poema visual que
se encontra no anexo 1. 8. Apesar de ter sido planificado um momento de
revisão de texto, este não foi realizado atendendo ao conteúdo do poema. A
escrita a pares, orientada pela ficha de escrita fornecida pelas professoras
estagiárias (cf. anexo 1. 9), obedeceu ao tema “Plantas”, uma vez que o
objetivo era plantar os poemas no Jardim das Palavras. Uma parte
significativa dos alunos revelou dificuldades na escrita autónoma, o que se
justifica pela falta de experiências diversificadas de produção de textos. Note-
-se que, em contexto escolar, a maioria dos textos produzidos pelos alunos
42
são do género narrativo, ou seja, que obedecem a uma estrutura pré-definida.
Apesar disso, no final da atividade, os poemas visuais construídos pelos pares
revelaram criatividade e empenho (cf. anexo 1. 10). Neste sentido, “é
necessário ultrapassar a dispersão do conhecimento fragmentado cujos
produtos são peças que não encaixam umas nas outras e (…) tentar articulá-
-las, encontrar um espaço plural mas comum” (Pombo, Guimarães & Levy,
1993, p. 26).
O objetivo da segunda parte da aula prendia-se com a construção
propriamente dita do jardim. Para isso, foi atribuída a cada grupo uma planta
diferente e um modelo de bilhete de identidade (cf. anexo 1. 11) que deveria
ser preenchido com base nos resultados da pesquisa realizada pelos grupos
sobre as características da planta que lhes coube. Para a pesquisa (cf. anexo 1.
12), foram fornecidos computadores ao grupos e o nome científico da planta
– que constava na etiqueta colocada no horto onde as mesmas tinham sido
adquiridas. Desta atividade destaca-se a atenção dada aos nomes científicos
das plantas e à atribuição e utilização dos nomes comuns bem como as
possíveis utilizações medicinais e gastronómicas, entre outras.
Após o preenchimento dos bilhetes de identidade, os grupo procederam a
transplantação das plantas (cf. anexo 1. 13) para os vasos construídos pelos
alunos a partir de garrafas de plástico, o que contribuiu também para o
desenvolvimento da consciência ecológica, pela reutilização de materiais, e
concorreu para a redução de lixo doméstico. A integração das preocupações
ambientais evidenciadas pela turma na experiência de aprendizagem torna-a
mais suscetível de possuir um significado real na vida das crianças por emergir
das preocupações pessoais e sociais do contexto. Neste sentido, torna-se
evidente que a integração curricular tem o poder de evocar “as ideias mais
importantes e poderosas das disciplinas do conhecimento” (Beane, 2002, p.
54) dando origem a novas formas de conhecer o mundo.
Assim, esta atividade possibilitou o contacto com a terra, com os materiais
de jardinagem e os conceitos que estão subjacentes, a observação de raízes,
de caules, de folhas e de flores, a compreensão da função da terra, da água e
43
da luz solar no desenvolvimento da planta, o desenvolvimento de
preocupações ambientais de ordem pessoal e social e, não menos importante,
a sensibilização para a vertente estética da natureza pois, tal como refere
Morin (2007, p. 23), “para compreender a complexidade humana, ou seja,
todos os diferentes aspectos da realidade humana, não devemos apenas
colocá-los lado a lado como peças isoladas de um «quebra-cabeças», mas
precisamos saber juntá-los”. Finalmente, os alunos construíram o Jardim das
palavras, recorrendo ao parapeito da janela do corredor, e plantaram os seus
poemas nos vasos, para que estes pudessem contagiar a comunidade escolar
(cf. anexo 1. 14).
Na área de articulação de saberes é ainda de referir que, transversalmente
a toda a unidade didática, foi utilizado o site Duas folhas, onde os alunos
publicaram fotografias dos seus trabalhos e cujo endereço foi enviado para
casa para dar a conhecer às famílias o trabalho realizado. A utilização do site
constituiu sobretudo um momento de aprendizagem e de desenvolvimento
de competências pela possibilidade de contacto com as novas tecnologias,
contacto este de que são privados muitos alunos devido à situação de
fragilidade económica em que vivem. Neste sentido, “a utilização das TIC será
mais uma ferramenta ao dispor dos professores, quer como forma de
motivação para os alunos nos conteúdos escolares, quer como auxílio na
aquisição de diversas competências transversais ao currículo do 1º CEB”
(Mota & Coutinho, 2011, p. 443).
APRECIAÇÃO GLOBAL
A unidade didática planificada e desenvolvida na turma do 3.º C foi
reveladora das imensas potencialidades da articulação de saberes, uma vez
que se integraram conhecimentos de todas as áreas curriculares, e outras não
curriculares, para promover uma experiência de aprendizagem – formal e não
44
formal – que auxiliasse a progressão dos alunos no que respeita ao
conhecimento do mundo. Na escola, como na vida, os alunos devem ser
capazes de cruzar vários saberes para resolverem problemas complexos de
forma eficiente. Deste modo, a gestão do currículo e as estratégias utilizadas
na prática educativa do professor do 1.º CEB influenciam a estruturação do
pensamento dos alunos, pois “quando entendemos o conhecimento como
integrado, somos livres de definir os problemas tão amplamente quanto o são
na vida real e de usar uma grande variedade de conhecimentos para lidar com
eles” (Beane, 2002, p. 19).
Nesta apreciação global das virtualidades da articulação de saberes, a
professora em formação optou pela modalidade da interdisciplinaridade27 por
esta implicar a articulação entre disciplinas de áreas científicas diferentes, por
permitir uma concepção teórica e metodológica abrangente, sem, com isso,
desvirtuar os objetivos específicos de cada uma das disciplinas articuladas e,
por fim, por possibilitar a apropriação de resultados e a resolução de
problemas através do seu questionamento.
27 Ciente, porém, de outras possibilidades, nomeadamente a da transdiciplinaridade – que se
define pela recusa ou anulação do conceito de disciplina, colocando-se num nível superior ao da interdisciplinaridade, em que se procura o chamado “sentido da vida” através da relação entre saberes díspares –, a mestranda considera que, numa sociedade em que os indivíduos são invadidos pela informação (muitas vezes deformada, acrítica e/ou tendenciosa) e no estádio de formação em que se encontram, torna-se mais produtiva a interdisciplinaridade. Melhor dito, a interdisciplinaridade, neste ciclo de escolaridade, permite um relacionamento ou diálogo disciplinar organizado e coordenado, sendo que, só depois de atingido este nível de articulação se poderá passar ao da transdisciplinaridade, sob pena de se instaurar o caos cognitivo nos alunos. De resto, e tal como Fazenda (2002), a mestranda entende a transdisciplinaridade, definida por Piaget (1972) como a interação global das ciências num sistema que se quer total, uma utopia.
45
3.2.2. Português
Noite de tempestade,
a casa abana
mas resiste.
Como é bom
poder contar
com alguém que nunca desiste.
(João Pedro Mésseder, 2015, p. 20)
Nas escolas, o ensino do Português ocupa um lugar privilegiado, pois é,
simultaneamente, uma disciplina e um veículo de ensino e de aprendizagem
de outras áreas. O conhecimento sobre a língua materna afeta e condiciona
todo o processo de ensino e de aprendizagem, na medida em que é através
dela que os alunos acedem a novos conhecimentos (Reis & Adragão, 1992, p.
27).
Ao utilizar a língua para ensinar, todo o professor é um modelo de
produção linguística e, “sendo a língua materna o lugar por excelência do
cruzamento e da partilha dos conhecimentos de todas as disciplinas, parece
competir ao docente responsável o papel de estimulador da
interdisciplinaridade possível na escola” (Reis & Adragão, 1992, p. 27). Sobre
esta matéria, Emília Amor (2001, p. 9) refere que “ainda que nas diversas
frentes curriculares se não promova, em consciência, a aprendizagem da
língua materna, em todas elas, inevitavelmente, se avaliam – em paralelo com
outros saberes (…) – os conhecimentos e as aptidões linguísticas dos alunos”.
Em contexto, o par pedagógico teve a oportunidade de verificar que, de
facto, como defendem alguns autores desde os anos 90, as crianças que
revelam mais dificuldade em desenvolver conhecimentos linguísticos são
aquelas que não têm hábitos de leitura e, por isso, não se apropriam de
estruturas novas e progressivamente mais complexas. José António Gomes
(1996, p. 11) acredita que, na atualidade, os leitores se formam “desde o
46
berço” e afirma que “qualquer criança tem condições mais favoráveis para
reconhecer a importância da leitura e adquirir o gosto de ler, se vive num
ambiente onde o recurso ao livro entrou, com naturalidade, no conjunto dos
hábitos quotidianos”.
Na PES, atendendo às características do contexto e às privações do meio
familiar reveladas pelas crianças, sobretudo na turma do 3.º ano, o par
decidiu investir na implementação de atividades que incidissem sobretudo no
domínio da Educação Literária com o objetivo de promover o gosto pela
leitura enquanto motor para o desenvolvimento de competências em outros
domínios. Neste âmbito, o professor desempenha um papel insubstituível “no
desenvolvimento das competências de leitura e no incentivo ao gosto de ler,
sobretudo nos casos em que as crianças foram, por esta ou aquela razão,
subtraídas a um convívio regular e feliz com os livros, no meio familiar”
(Gomes, 1996, p. 31). No que diz respeito às competência de leitura, das
listadas por Inês Sim-Sim (2006, p. 85) foram valorizadas a compreensão
inferencial, “referente à capacidade para extrair informação não
explicitamente expressa no texto, através da procura de novas relações ou
generalizações para além da informação dada”, e a reflexão sobre o conteúdo
do texto, “que requer a associação de informação encontrada no texto com
conhecimento de outras fontes”.
Deste modo, o par pedagógico planificou e desenvolveu duas unidades
didáticas, isto é, um continuum de atividades com objetivos e finalidades
comuns, nas quais foram abordados autores e temas relacionados com a
temática do projeto O 25 de Abril contado pelas crianças e pelos outros,
articulando este trabalho com as planificações e objetivos delineados pelos
Orientadores Cooperantes e pelo Agrupamento. Foram objetivos transversais
às duas unidades didáticas a exploração das intertextualidades e das relações
entre as temáticas dos textos e os valores de Abril, a análise dos contextos
políticos, sociais e económicos retratados e a sua relação com a realidade
passada e presente, o desenvolvimento da argumentação e, sobretudo, do
pensamento crítico já que “o acto de ler é (…) uma actividade que permite
47
aceder ao sentido do texto escrito, mas também (…) um acto de pensamento
e julgamento pessoal” (Viana & Teixeira, 2002, p. 12).
Na seleção das obras e na forma de as abordar, foram tidos em
consideração os objetivos da leitura do texto literário, definidos por Daniela
Bertochi (2006, pp. 102-105), tentando conjugar nas atividades: 1) os
objetivos afetivos – que se materializam na aquisição de uma atitude positiva
para com os textos e a criação de um gosto autónomo pela leitura; 2) os
objetivos cognitivos – que favorecem a aquisição de capacidades de
formulação de inferências, comparação, estruturação espácio-temporal,
generalização ou formulação de juízos de valor; 3) os objetivos linguísticos ou
metalinguísticos – que integram capacidades relativas à estrutura do texto e
capacidades relativas aos recursos literários. As obras escolhidas, umas mais
explicitamente do que outras, fazem parte do conjunto de textos nos quais,
segundo Sara Reis da Silva (2011, p. 73-74), “se perscrutam nexos textuais
recorrentes entre a História e a Ficção, constituindo-se, a partir desta relação
permeável, objetos artisticamente dimensionados”. Foi através dos cenários
criados nos textos que os alunos acederam à História, ou às marcas que esta
deixou nos autores, considerando que os textos literários são “uma realização
de cultura e uma das formas de representação do imaginário antropológico e
cultural” (Silva, 2011, p. 73).
Sobre o contributo da literatura para a formação individual de cada um,
Antoine Compagnon (2010, pp. 27-28) dizia:
Lemos porque, mesmo se ler não é imprescindível para se viver, a vida se torna mais livre,
mais clara, mais vasta para aqueles que lêm do que para aqueles que não lêm. Para já,
num sentido muito simples: a vida torna-se mas fácil (…) para aqueles que sabem ler, não
só as informações, as instruções, as receitas médicas, os jornais e os boletins de voto, mas
também a literatura. Depois, foi-se supondo durante muito tempo que a cultura tornava
as pessoas melhores e que proporcionava uma vida melhor.
Para se cumprirem os objetivos enunciados por Compagnon, é necessário
que as escolas criem condições, quando não vontade, para promover a
competência literária da criança, definida por Bierwisch (1965, citado por
48
Lomas, 2006, p. 81) como “uma capacidade específica que possibilita tanto a
produção de estruturas poéticas como a compreensão dos seus efeitos”. Para
além de fazer com que esta reconheça a função utilitária da linguagem verbal,
é necessário que se vá “enraizando no espírito da criança a ideia de que é
possível (…) produzir coisas com as palavras (…), utilizando-as assim na
construção de mundos possíveis, imaginados, alternativos ao aqui e agora das
relações quotidianas” (Gomes & Macedo, 2013, p. 76).
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 1.º CEB
A unidade didática implementada na turma do 3.º C, constituída por três
aulas, teve como principal objetivo sensibilizar as crianças para o valor da
palavra, através do trabalho com textos variados onde as palavras e sua
polissemia desempenham um papel especialmente relevante. Foi ainda
intenção do par pedagógico dar a conhecer aos alunos alguns aspetos formais
do álbum narrativo, uma vez que a obra com que se iniciou a unidade didática
apresentava esse conjunto de características definidoras do género. As
atividades planificadas e desenvolvidas, à semelhança do que aconteceu no
2.º CEB, e como se poderá verificar na secção seguinte, tiveram também
como objetivo a exploração das relações entre os diferentes textos e entre
estes e a realidade, reconhecendo também referências históricas implícitas,
pois “a literatura é uma arte misteriosa e profunda; talvez a mais eficaz,
influente e universal de todas as manifestações artísticas, na medida em que
permite ultrapassar as fronteiras espaciais e temporais” (García Sobrino,
1994, p. 10). Transversalmente a estes objetivos, a sensibilização para a
questão da ilustração constituiu, também, uma preocupação do par,
“funcionando como uma espécie de mapa para a descoberta do tesouro – que
é o sentido – a ilustração fornece pistas de leitura” (Ramos, 2010, p. 13).
Ainda sobre a ilustração, Ana Margarida Ramos (2010, p. 11) afirma que:
49
No âmbito da literatura para a infância, a união de elementos pictóricos à matéria verbal
tem vindo a intensificar-se à medida que as técnicas de edição e de reprodução evoluem,
permitindo inovação e experimentação. Assim, neste universo específico, a ilustração
parece funcionar, em certa medida, como uma lente através da qual é percecionado o
texto e a(s) mensagem(ns) que ele contém.
Atendendo às características da turma e à planificação da Orientadora
Cooperante, o par usufruiu de uma grande margem de liberdade na escolha
das obras e dos conteúdos a lecionar, o que motivou as professoras
estagiárias. Tendo em conta que a turma revelava grande prazer no contacto
com a literatura, apesar de a maior parte dos alunos não ter, em contexto
familiar, acesso a livros nem hábitos de leitura, o par optou por desenvolver
atividades que se focassem na compreensão e interpretação global dos
textos, permitindo, assim, desenvolver a competência comunicativa dos
alunos bem como a análise da realidade social e cultural e o posicionamento
crítico. Nesta âmbito, José António Gomes e Ana Cristina Macedo (2013, p.
78) afirmam que:
O convívio com a literatura (…) pode contribuir de modo relevante para a formação
integral do indivíduo, um indivíduo que se pretende culto, sensível aos valores estéticos,
dotado de espírito crítico, de capacidade de pensar um mundo caracterizado pela
diversidade geográfica e social, cultural e étnica, e apto a problematizar a sua relação,
enquanto ser humano, com aqueles que o rodeiam.
Deste modo, o par optou por iniciar a unidade didática (cf. anexo 2)28 com
o obra A Grande Fábrica de Palavras, de Agnès de Lestrade e Valeria
Docampo29, um livro em formato de álbum narrativo que conta a história de
28 Por questões de gestão de espaço, anexa-se a planificação da primeira aula a título de
exemplo, sendo que as outras poderão ser consultadas nos anexos de tipo B, no CD que se encontra no fim deste RE (cf. anexos B4 e B5). 29
Lestrade, A. & [texto] Docampo, V. [ilustração] (2012). A Grande Fábrica de Palavras. Braga: Paleta de Letras.
50
um país onde as pessoas tinham de comprar e comer as palavras para as
poderem pronunciar e de Filipe, um menino pobre que queria declarar o seu
amor a Sara. Na primeira aula, como atividade de pré-leitura, os alunos
visualizaram o booktrailer30 da obra com informações sobre as características
do país da Grande Fábrica e sobre a procura de Filipe pelas palavras certas. A
exploração do booktrailer constituiu, também, uma boa estratégia de
antecipação do conteúdo, uma vez que, através dele, os alunos ficaram a
conhecer o título da obra e puderam observar algumas das ilustrações.
Antes de se proceder à leitura, o par considerou importante dar a conhecer
aos alunos as características do álbum narrativo, destacando a questão da
ilustração. Para exemplificar a relação de interdependência entre texto e
ilustração na construção do sentido que se verifica no álbum ou nos livros em
formato de álbum, as professoras estagiárias recorreram à obra O pai mais
horrível do mundo31, de João Miguel Tavares e João Fazenda, como um
exemplo claro dessa relação e levando os alunos a compreender a distinção
entre álbum e livro ilustrado. De acordo com Ana Margarida Ramos (2010, p.
30), “o álbum distingue-se do livro ilustrado pela incapacidade que, no
primeiro, o texto revela de, isoladamente, conseguir contar uma história e
afirmar-se como uma narração”. Através da leitura projetada de O pai mais
horrível do mundo, recorrendo ao quadro interativo, os alunos concluíram que
o sentido da narrativa seria totalmente alterado se considerassem o texto ou
a ilustração de forma independente e não, como é suposto, num diálogo
constante.
30 Disponível no youtube, em https://www.youtube.com/watch?v=aOqYxh6TMEI. Atendendo
a que as salas desta escola não estão equipadas com projetores ou quadros interativos, as professoras estagiárias utilizaram, sempre que consideraram conveniente, o quadro interativo móvel que servia toda a escola. 31
Tavares, J. M. [texto] & Fazenda, J. [ilustração] (2013). O pai mais horrível do mundo. Lisboa: A Esfera dos Livros.
51
Após a leitura de A Grande Fábrica de Palavras pela professora estagiária a
par da projeção das ilustrações, procedeu-se à compreensão do texto em
diálogo com a turma, já que, para além da aquisição de hábitos de leitura, são
objetivos da educação literária o desenvolvimento de “capacidades de análise
dos textos, o conhecimento das obras e dos autores (…) e, inclusivamente, o
estímulo à escrita de intenção literária” (Lomas, 2006, p. 73). Ao longo do
momento de compreensão, enfatizou-se a caracterização de Filipe já que “ao
ativar processos de projeção e identificação com o outro, a leitura do texto
literário configura uma lição de cidadania, onde (…) se aprende a relativizar o
eu, escutando a voz do outro em situações geralmente problemáticas e de
conflito” (Gomes & Macedo, 2013, p. 79).
Realizou-se, também, a análise cuidada da ilustração, enfatizando as cores
utilizadas pela ilustradora para diferenciar ricos e pobres e a presença e
significado das borboletas. No que diz respeito à relevância atribuída à
ilustração – nesta e noutras obras, sejam álbuns narrativos ou livros ilustrados
– Teresa Colomer (2005, p. 19) afirma que, mesmo quando elas já são capazes
de acompanhar uma história completa e em que os livros já possuem um
texto que exige ser lido, para as crianças continua a existir, desde logo, uma
história composta apenas por imagens32.
Outro aspeto relevante da ilustração, e que mereceu um papel de
destaque na análise, foi a própria fábrica de palavras. As professoras
estagiárias apresentaram a pintura Confusão das línguas (1965), de Gustave
Doré (cf. anexo 2. 1), para que os alunos estabelecessem uma relação entre a
forma da fábrica e a forma da Torre de Babel representada na pintura. Com
base no título da pintura de Doré, a professora estagiária leu o mito da Torre
de Babel, dando a conhecer aos alunos o texto e o contexto que motivou a
produção de tantas outras obras – da literatura, da pintura e não só. Através
32 Tradução livre.
52
do diálogo sobre este texto, os alunos estabeleceram com facilidade a relação
com A Grande Fábrica de Palavras, reconhecendo as dificuldades
comunicativas como o motor principal do desenvolvimento das narrativas. A
análise de vários aspetos dos textos e dos intertextos em simultâneo é
enriquecedora do processo de compreensão pois, segundo Lomas (2006, p.
81), “a literatura é uma forma de expressão capaz de alargar o leque da
experiência de quem lê através da indagação sobre alguns aspectos do mundo
que, às vezes, permanecem invisíveis a um olhar convencional”.
Passando para o momento de produção das crianças, as professoras
estagiárias propuseram a realização de uma atividade intitulada Os
vendedores de palavras que consistia no preenchimento de um inventário de
palavras disponíveis de acordo com categorias previamente definidas (cf.
anexo 2. 2): palavras doces, coloridas, que aquecem, secretas, amargas e por
inventar. Cada aluno explicou à turma a razão pela qual tinha colocado cada
palavra na respetiva categoria, o que ajudou a sensibilizar as crianças para a
polissemia das palavras e a relação entre o significado atribuído e quem o
atribui, concluindo que palavras de que alguns alunos gostavam muito eram,
ao mesmo tempo, palavras que outros não gostavam nada. Com as palavras
selecionadas pelos alunos, foram construídas as montras da loja, que foram
colocadas na parede da sala e, posteriormente, juntamente com uma fábrica
de palavras construída em cartão, no corredor da escola para dar a conhecer
à comunidade escolar o trabalho realizado pela turma (cf. anexo 2. 3).
De forma a personalizar a loja de palavras, e a proporcionar aos alunos
mais uma oportunidade para fazerem uso da sua criatividade, foi solicitado às
crianças que propusessem um nome para a loja de palavras. Tendo havido
seis sugestões diferentes, as professoras estagiárias decidiram que esta seria
uma boa oportunidade para fazer uma votação (cf. anexo 2. 4). A maioria das
crianças optou pelo nome «Palavras, palavrinhas e palavrões» e o aluno que a
sugeriu foi convidado a registá-lo na cartolina exposta no corredor, junto com
os restantes trabalhos. Esta atividade, articulada com a Educação para a
Cidadania, constituiu uma abordagem fundamental aos princípios da vida
53
numa sociedade democrática, pois ensinar a democracia aos alunos é fazê-los
experiênciá-la no seu quotidiano.
Ainda a partir de A Grande Fábrica de Palavras, foi desenvolvida uma
atividade de articulação com a Expressão Plástica que consistia na dobragem
de uma borboleta em origami (cf. anexo 2. 5), o que consolidou a exploração
do simbolismo da mesma, efectuada durante a compreensão do texto.
Saliente-se que ao ter-lhe sido atribuído o significado de mudança e de
transformação, pelos alunos, as professoras aproveitaram para associar estes
sentidos ao conceito de metamorfose, articulando o texto com conteúdos de
Estudo do Meio – a área curricular preferida de muitos dos alunos.
Na segunda aula, foi trabalhado «O limpa-palavras»33, um poema de Álvaro
de Magalhães. Esta foi a aula em que se exploraram de forma mais explícita
conteúdos linguísticos, atendendo às particularidades do texto poético e às
possibilidades que o texto oferecia para explorar conteúdos da gramática,
como sinónimos e antónimos e a polissemia das palavras.
É de destacar a realização de uma atividade de leitura em voz alta, em que
as professoras estagiárias gravaram as leituras dos alunos para serem ouvidas
posteriormente. Ao longo da gravação, a professora estagiária ia orientado a
leitura, indicando quando deviam ler em coro ou que tipo de emoções deviam
tentar transmitir. A utilização desta estratégia prendeu-se com o facto de,
com o recurso à gravação, os alunos se sentirem mais comprometidos e
motivados para a leitura. Para além disso, a audição ajudou a turma a
identificar aspetos positivos e negativos na leitura, promovendo a sua
melhoria.
Ainda nesta aula, foi proposta a realização de mais uma montra para a Loja
das palavras, inspirada no texto de Álvaro de Magalhães, intitulada Palavras
para limpar. Para isso, cada aluno escolheu uma palavra que considerava que
33 Gomes, J. A. (Coord.) (2000). Conto estrelas em ti. Porto: Campo das Letras.
54
precisava de ser limpa por causa do mau uso e registou-a numa tira de papel
fornecida pela professora estagiária. As tiras de papel foram colocadas numa
caixa, para que ninguém identificasse o seu autor, e redistribuídas pelos
alunos para que estes apresentassem à turma a razão pela qual, na sua
opinião, aquela palavra precisava de ser limpa. Para além do desenvolvimento
da expressão oral, com esta atividade pretendia-se que os alunos fossem
capazes de se colocar no lugar do outro e tentassem compreender o seu
ponto de vista. Com as palavras escolhidas pelos alunos foi construída uma
nova montra para a Loja das palavras, que se juntou às restantes (cf. anexo 2.
6).
A obra explorada na terceira e última aula da unidade didática foi O Ladrão
de palavras34, de Francisco Duarte Mangas, cuja obra é caracterizada por José
António Gomes (2006, p. 121) como uma “escrita criativa elaborada, que sabe
apreender o oral”. Atendendo à dimensão misteriosa da obra, as professoras
estagiárias decidiram iniciar a aula com uma pergunta e, para isso, colaram à
entrada da sala uma faixa de papel autocolante onde se podia ler: “Quem é o
n , g ?” – frase retirada do texto da
contracapa do livro. Quando entraram na sala, os alunos depararam-se com
um ambiente misterioso, onde se ouvia uma música alusiva aos filmes de
Sherlock Holmes, e, em cima de cada mesa, encontraram uma lupa e um
objeto com a forma de ponto de interrogação. Escondidas nesses pontos de
interrogação estavam perguntas que os alunos, recorrendo à lupa, tiveram de
encontrar e que eram questões orientadoras para a audição de O ladrão de
palavras, uma vez que o par pedagógico optou, devido à extensão do texto,
por recorrer ao Cata Livros no momento de leitura.
A compreensão do texto, realizada através do diálogo e com o auxílio de
um esquema previamente estruturado para ser preenchido em conjunto a
34 Mangas, F. D. (2006). O ladrão de palavras. Lisboa: Editorial Caminho.
55
partir das informações fornecidas pelos alunos (cf. anexo 2. 7), permitiu que
estes relacionassem o texto com as outras obras trabalhadas ao longo da
unidade didática e com o contexto sociopolítico vivido na época da ditadura.
Do diálogo estabelecido com a turma destaca-se a reflexão sobre o valor das
palavras, sobre os sentimentos despoletados pela privação do uso das
mesmas, também vivida no país da grande fábrica, e sobre os sentidos da
linguagem figurada no caso, por exemplo, de O ladrão de palavras. A
discussão, em grande grupo, das ideias e dos “modelos culturais implicados
nos textos literários possibilitam o confronto” entre “diferentes visões do
mundo – a[s] do[s] leitor[es] e a do escritor – concorrendo para uma leitura
mais completa, para o (re)conhecimento de uma identidade e de uma
pluralidade tão necessárias à formação de cidadãos socioculturalmente
ativos” (Gomes & Macedo, 2013, p. 78).
Para concluir a unidade didática as professoras estagiárias propuseram à
turma a realização de uma atividade sobre as palavras que não podem ser
roubadas, iniciada com um momento coletivo em que cada pessoa presente
na sala indicou a palavra que, na sua opinião, não podia ser roubada (cf.
anexo 2. 8). Atendendo a que esta atividade pretendia incentivar os alunos
para a escrita autónoma a realizar num segundo momento, a professora
estagiária registou as palavras selecionadas recorrendo ao Wordle, cuja
imagem final foi projetada até ao fim da atividade de escrita (cf. anexo 2. 9). A
realização de exemplos coletivos e discutidos pela turma é essencial, pois
“quanto mais clara for a concepção da função simbólica da escrita, melhor
será a compreensão dos processos de descodificação e codificação que
relacionam a linguagem escrita com a linguagem falada” (Viana & Teixeira,
2002, p. 86). No final, as professoras estagiárias distribuíram cartões pelos
alunos onde estes escreveram as palavras que não podiam deixar roubar e a
razão que motivou a sua escolha (cf. anexo 2. 10). Posteriormente, as
produções dos alunos foram expostas no corredor da escola (cf. anexo 2. 11).
Em suma, ao longo da unidade didática as crianças foram sensibilizadas
para os valores veiculados pelos textos estudados, como a liberdade, a
56
democracia e a justiça social, refletindo sobre a necessidade de recorrer ao
texto para os difundir e desenvolvendo um dos objetivos centrais da educação
literária que é “a formação de leitores capazes de interagir de forma eficaz e
produtiva com o texto literário, ativando eficientemente as múltiplas
possibilidade de leitura que o enformam” (Ramos, 2013, p. 53). Com efeito, a
própria natureza polissémica do signo literário gera capacidades de
observação do mundo e, consequentemente, desenvolver o pensamento
divergente tão necessário nos tempos de caça aos Pokémons.
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 2.º CEB
A unidade didática implementada na turma do 5.º ano visou o estudo do
texto poético com base na obra O pássaro da cabeça35, de Manuel António
Pina, de forma a promover a exploração da intertextualidade e a articulação
com as atividades desenvolvidas no âmbito do projeto O 25 de Abril contado
pelas crianças e pelos outros. Ao longo desta unidade, composta por três
aulas, foram explorados conteúdos de todos os domínios descritos no
programa em vigor, recorrendo-se, frequentemente, à articulação com a
Música e a Educação para a Cidadania.
De forma a integrar as atividades da PES na planificação da Orientadora
Cooperante, o par pedagógico privilegiou o uso do texto poético que, de
acordo com Alice Gomes (1979, p. 36), “tem uma grande valor na formação
do indivíduo, tem uma influência profunda na sua sensibilidade”, indo ao
encontro dos objetivos do ensino da poesia, definidos por Teresa Guedes
35 Pina, M. A. (2005). O pássaro da cabeça. Vila Nova de Famalicão: Edições Quasi.
57
(1995, p. 34), ou seja, “favorecer o poder criador da criança”, “desenvolver a
imaginação e sensibilidade” e “formar o sentido estético da criança”.
Apesar de o texto poético estar presente nos primeiros anos de vida da
criança, através das rimas infantis que compõem os jogos e brincadeiras, ou,
como refere Alice Gomes (1979, p. 36), “através da música, nas canções que
se cantam às crianças ou que elas ouvem”, quando chegam ao 2.º CEB parece
ter-se dado um grande afastamento entre elas e a poesia. Esta realidade foi
ainda mais visível nesta turma que, demonstrando particular tendência para
as Ciências Exatas, revelou muitas dificuldades em transpor a barreira da
interpretação literal, o que se verificou na aula da OC2 que, introduzindo as
noções básicas para o estudo da poesia, propôs aos alunos que escrevessem
sobre o que haveria para além do arco-íris. Este desafio provocou respostas
como “o arco-íris não existe” ou “não existe nada porque o arco-íris é uma
ilusão de ótica”. Para contrariar este afastamento do ato de imaginar é, como
refere Franco (1999, p. 86), “fundamental desenvolver iniciativas que
confrontem as crianças com a linguagem poética, partindo (...) da relação
sensorial com a realidade e do manuseio de textos que provoquem e
alimentem a criatividade” e, para o conseguirem, os professores devem “criar
condições de descoberta da plasticidade das palavras, experimentando novos
sentidos e personalizando ideias e contextos, e desenvolver as raízes do
pensamento divergente”. Ainda sobre este assunto, Ana Margarida Ramos
(2010, p. 59) atesta que:
A leitura literária, pelas suas características, exige, para além da descodificação de signos e
da compreensão literal, uma leitura profunda, às vezes realizada nas entrelinhas do texto,
nos seus espaços vazios ou nos não ditos, pelo que são exigíveis e expectáveis capacidades
complexas e elaboradas ao nível da antecipação, da formulação de hipóteses e da criação
de expectativas e inferências que conduzirão à compreensão e interpretação global do
texto.
A escolha do autor partiu de um conjunto de fatores e felizes coincidências
– o gosto pessoal das mestrandas, a possibilidade de trabalhar a temática da
liberdade a partir da obra de Manuel António Pina, articulada com o projeto O
58
25 de Abril contado pelas crianças e pelos outros, e o facto de O pássaro da
cabeça constar da lista de obras e textos para a Educação Literária no 5.º ano.
Já a seleção dos textos, influenciada pelos objetivos do projeto, foi feita em
função das dificuldades de interpretação que suscitam e “tendo em conta a
diversidade de gostos, expectativas e competências de leitura de cada aluno”
(Lomas, 2006, p. 83).
Sara Reis da Silva (2011, p. 109) caracteriza a obra de Manuel António Pina,
figura relevante da literatura para a infância e a juventude, como
“simultaneamente plural e una, composta a partir de um discurso com
características singulares e arquitetada sobre uma complexa, mas
estimulante, rede intertextual, um espaço estético privilegiado de promoção
de uma competência literária”. Exemplo desta rede intertextual é a obra O
pássaro da cabeça que dialoga com obras literárias variadas – desde a
intertextualidade homoautoral à heteroautoral.
Partindo do entendimento de que o fenómeno de intertextualidade se
formula, segundo Aguiar e Silva (1988, p. 625), a partir da “interacção
semiótica de um texto com outro(s) texto(s), definir-se-á intertexto como o
texto ou corpus de textos com os quais um determinado texto mantém aquele
tipo de interacção”. Desse corpus textual, foram selecionados textos do
mesmo e de outros autores que evidenciassem “um intercâmbio discursivo,
uma tessitura polifónica na qual confluem, se entrecruzam, se
metamorfoseiam, se corroboram ou se contestam outros textos, outras vozes
e outras consciências” (Aguiar e Silva, 1988, p. 625). Deste modo, as
atividades propostas nesta unidade didática têm como objetivo explorar tanto
a intertextualidade heteroautoral, em que o dialogismo se opera entre textos
de diferentes autores, como a homoautoral, isto é, quando textos de um
autor se relacionam com outros textos do mesmo autor.
Atendendo à dimensão da unidade didática implementada nesta turma e
ao encadeamento lógico e de interdependência das atividades, descreve-se
aqui, de forma sintética, o percurso de aprendizagem desenhado e
percorrido, destacando-se apenas alguns exemplos de atividades, de
59
estratégias e de recursos por constituírem momentos particularmente
relevantes para a formação das professoras estagiárias.
Assim, de forma a dar a conhecer aos alunos o autor em estudo, o par
pedagógico planificou uma atividade na biblioteca da escola por considerar
que, nesse local, seria possível criar um ambiente mais propício ao diálogo
sobre o escritor e a sua obra, sendo também uma estratégia de promoção da
leitura, pois, para Bastos (1999, p. 295), “a biblioteca escolar pode constituir-
-se como o grande motor no fomento da leitura e de actividades com ela
relacionadas”. Para o efeito, a aula começou com uma atividade semelhante a
uma “caça ao tesouro” com o intuito encaminhar os alunos para a biblioteca
de forma criativa e divertida.
Deste modo, na primeira parte da aula (cf. anexo 3)36, uma das professoras
estagiárias recebeu os alunos na sala, explicando-lhes que teriam de
encontrar o local onde seria desenvolvida a aula através da procura e
interpretação de pistas. A primeira pista deixada pelas professoras estagiárias
foi o poema «Basta imaginar», previamente escrito no quadro, cuja leitura
suscitou um momento de diálogo entre os alunos que rapidamente
descobriram, colada na porta, uma imagem de um pássaro onde se podia ler
“sigam os pássaros”. Não tendo encontrado nenhum pássaro dentro da sala,
os alunos abriram a porta e procuraram os pássaros no exterior que,
estrategicamente colados pelas professoras estagiárias antes do início da aula,
os encaminharam até à secção da biblioteca dedicada à literatura infantil e
juvenil. Esta atividade teve como principal objetivo motivar e predispor as
crianças para a leitura e a aprendizagem.
Já na biblioteca, foi explicado aos alunos que iriam ouvir uma gravação
sobre um escritor e a sua obra (cf. anexo B8) da qual teriam de retirar as
36 Por questões de gestão de espaço, anexa-se a planificação da primeira aula a título de
exemplo, sendo que as outras poderão ser consultadas nos anexos de tipo B, no CD que se encontra no fim deste RE (cf. anexos B6 e B7).
60
informações mais relevantes com o auxílio da folha de registo construída pelo
par pedagógico (cf. anexo 3. 1). O facto de o par ter optado por usar uma
gravação do professor José António Gomes constituiu um reforço na
motivação dos alunos e uma forma de ancorar a aula na realidade destes,
atendendo a que, no período anterior, os alunos já tinham estudado e
estabelecido contacto com o escritor João Pedro Mésseder e estavam
sensibilizados para a utilização do nome literário.
Através da correção da grelha de registo, em grande grupo, partilharam-se
as informações biobibliográficas recolhidas pelos alunos e exploraram-se
brevemente os elementos paratextuais de alguns livros da obra de Manuel
António Pina levados pelas professoras estagiárias, indicando os que estavam
disponíveis na biblioteca e dando tempo aos alunos para que os pudessem
manusear, observar as ilustrações e ler pequenos excertos. Segundo Poslaniec
(2005, p. 33), as atividades com paratextos têm como objetivo “fazer com que
as crianças antecipem o conteúdo de um livro, utilizando todas as indicações
possíveis”. Guiadas pela curiosidade e atentas aos detalhes, “as crianças têm
pressa em comparar aquilo que supõem ser o conteúdo do livro com a
verdadeira história” (Poslaniec, 2005, p. 33).
Depois de conhecido o autor, a professora estagiária apresentou a obra a
estudar. Em diálogo, foram explorados os elementos paratextuais do livro O
pássaro da cabeça, com maior incidência no título e na ilustração da capa,
estabelecendo a relação com os pássaros utilizados, no momento inicial da
aula, para conduzir os alunos à biblioteca. O estudo da obra O pássaro da
cabeça iniciou-se com a leitura e exploração do poema homónimo (cf. anexo
3. 2). A leitura, realizada pela professora estagiária, proporcionou um
momento de diálogo e de análise do poema, incidindo nas noções básicas
sobre a estrutura externa, trabalhadas pela OC2 na aula anterior, e na
temática. Esta exploração, orientada por um guião flexível de questões
previamente organizadas, permitiu que os alunos explorassem os sentidos do
texto e começassem a estabelecer relações ora com outros textos do autor
ora com as realidades que conheciam da vida ou das histórias.
61
Na segunda parte da aula, já realizada na sala, os alunos ouviram a «Pedra
Filosofal», de Manuel Freire com poema de António Gedeão, o que ajudou a
materializar o conceito de musicalidade da poesia e a explorar as relações
temáticas existentes em ambos os textos. Também na segunda aula,
recorrendo ao poema «O aviador interior» (cf. anexo 3. 3), do autor em
estudo, e à música «Livre», de Manuel Freire com poema de Carlos de
Oliveira, foram exploradas relações semelhantes entre os textos em que os
alunos identificaram eixos temáticos como a imaginação, o sonho e a
liberdade, o que, em articulação com o projeto sobre o 25 de Abril,
possibilitou uma compreensão mais profunda dos contornos da resistência ao
fascismo e da Revolução.
A música de intervenção, que ocupou um espaço muito relevante no
desenvolvimento das aulas e do projeto, permitiu trabalhar algumas
características do texto poético na forma mais familiar às crianças bem como
transpor para os alunos uma atitude crítica e inconformada de análise da
realidade e sua potencial transformação. Neste sentido, é essencial salientar a
ideia defendida por Lomas (2006, pp. 81-82) de que a educação literária
contribui para a educação ética “na medida em que nos textos literários não
encontramos apenas artifícios linguísticos, mas igualmente, estereótipos,
ideologias, estilos de vida e formas de compreender (e de fazer) o mundo”.
Da segunda aula destacam-se ainda dois momentos essenciais que
privilegiaram a dimensão criativa dos alunos. Em primeiro lugar, realizou-se
uma atividade inserida no domínio da gramática que consistia em identificar a
classes de palavras dominante no poema, o que exigia que os alunos
dominassem esse conteúdo, e substituir as palavras, neste caso os nomes, por
outras da mesma classe, tentando manter o esquema rimático original
quando se tratava de palavras em final de verso. Esta atividade, uma forma
lúdica e contextualizada de trabalhar gramática, foi muito entusiasmante para
a turma, pois permitiu brincar com as palavras e com os seus significados e,
consequentemente, aproximar as crianças da poesia (cf. anexo 3. 4). Em
segundo lugar, salienta-se a proposta de produção de texto poético sobre a
62
liberdade a partir dos versos de José Jorge Letria, retirados do livro A
Liberdade o que é?37 (cf. anexo 3. 5). Com esta atividade pretendia-se
trabalhar a expressão escrita dos alunos, ajudando-os a desenvolver a sua
competência comunicativa, e fazendo-os refletir sobre o valor da liberdade,
que adquire um significado diferente na voz de cada um.
A terceira e última aula foi dedicada ao estudo do poema «Versos à Ana no
dia do anaversário», de Manuel António Pina (cf. anexo 3. 6). Nesta aula, a
estratégia utilizada para promover a identificação da intertextualidade foi
diferente da usada nas aulas anteriores, na medida em que não foi levado
para a aula um segundo texto. Em vez disso, durante a compreensão do texto,
os alunos foram questionados sobre outros textos que conheciam e que se
pudessem relacionar com este. Possivelmente influenciados pelo ambiente
criado ao longo das aulas e das sessões de projeto, os alunos relacionaram a
flor de que fala o sujeito poético com o cravo vermelho, símbolo da
Revolução, e estabeleceram a relação entre o poema e O Tesouro, obra do
mesmo autor e uma das mais belas caracterizações de Portugal no Estado
Novo.
Na segunda parte da aula, foi feita uma análise aprofundada, em grande
grupo, das ilustrações da 1.ª edição de O Tesouro38, da autoria de Manuela
Bacelar, às quais foram atribuídas palavras que simbolizassem cada momento
representado. A concretização deste momento da aula foi beneficiado pelo
facto de as professoras estagiárias terem encontrado, na Biblioteca da escola,
cerca de trinta exemplares da obra, que requisitaram paraa aula. Assim, foi
distribuído um exemplar por cada aluno para que pudessem observar e
analisar as ilustrações a partir do livro, proporcionando, ao mesmo tempo, um
momento de contacto com o material físico, o que constitui uma importante
atividade de promoção da leitura.
37 Letria, J. J. (2007). A Liberdade o que é? Porto: AMBAR.
38 Pina, M. A. (1994). O Tesouro. Porto: APRIL / Associação 25 de Abril.
63
Para concluir a unidade didática, e como expressão máxima dos objetivos
traçados para a mesma, as professoras estagiárias desafiaram a turma a
reescrever o 25 de Abril, partindo do momento anterior. Para isso, os alunos,
em pares, teriam de escrever um terceto sobre o momento representado pela
ilustração que lhes tinha sido atribuída. Após todos os pares terem escrito e
lido os seus tercetos para turma, estes foram compilados e procedeu-se ao
melhoramento do texto para que ficasse coeso e coerente. Esta atividade deu
origem a um livro que foi exposto na apresentação do projeto à comunidade
escolar (cf. anexo 3. 7).
Ainda relativamente a esta aula, é de salientar uma vez mais o papel
criador atribuído às crianças na exploração da palavra “anaversário”, que as
levou a criar nomes para os seus aniversários baseados na lógica subjacente à
composição do autor.
Finalmente, ainda nesta área, destaque-se o momento inicial da aula como
fundamental para cativar e motivar os alunos mas também como reflexo das
expectativas das professoras estagiárias relativamente aos objetivos
específicos de cada aula. Assim, na primeira aula, a “caça ao Tesouro39”, para
além de encaminhar os alunos para a biblioteca da escola, teve como objetivo
criar um ambiente de procura, de questionamento e de descoberta. Aliada à
imagem do pássaro, da ilustração de Joana Quental, que representa o voo, a
imaginação, a liberdade, com esta atividade pretendia-se também apelar à
imaginação dos alunos.
A utilização de um balão de ar quente de onde pendia um cartão com os
versos “E quando se sobe/ sem sair do chão?/ Quando a cabeça se move/ e o
resto do corpo não?”, na segunda aula, foi o mote para conversar com os
39 A opção de fazer uma caça ao tesouro adveio de uma referência implícita à obra O Tesouro,
de Manuel António Pina, que, para além de ter estado presente nas aulas de Português, foi uma das principais obras trabalhadas no âmbito do projeto O 25 de Abril contado pelas crianças e pelos outros.
64
alunos sobre as contradições, característica da obra do autor, e fazê-los usar a
imaginação e a expressão oral para viajar sem sair do lugar.
Já o recurso aos pequenos baús, descobertos pelos alunos no momento de
entrada na sala, contribuiu para incentivar um olhar atento e curioso, o que
teve um grande impacto na dinâmica da aula. Inspirado na experiência do
gato de Schrödinger, o momento em que o baú se manteve fechado
constituiu uma infinidade de possíveis respostas certas para definir o seu
conteúdo, mesmo que estas se afigurassem como paradoxais. Com base neste
cenário, foi proposto aos alunos que partilhassem com a turma o que
gostariam de guardar no baú. Os tesouros selecionados pelos alunos como “o
sonho”, “a liberdade” ou “a infância” revelaram a capacidade de atribuir
existência às realidades designadas pelas palavras. Ao abrir o baú, os alunos
depararam-se com um cravo vermelho feito em papel, símbolo máximo da
Revolução, que facilmente relacionaram com O Tesouro, obra do mesmo
autor e já explorada numa sessão dedicada ao projeto O 25 de Abril contado
pelas crianças e pelos outros.
APRECIAÇÃO GLOBAL
A Prática Educativa Supervisionada constituiu, para o par pedagógico, uma
oportunidade para experimentar estratégias e recursos na abordagem de
conteúdos diversificados, com uma incidência acentuada nos objetivos
propostos nos domínios da Educação Literária e da Leitura e Escrita,
confirmando-se a necessidade de investir no “ensino explícito de estratégias
que façam da leitura um ato de compreensão, com atividades de mediação
que ajudem a criança a compreender, a atribuir sentido(s), aos textos”
(Gomes & Macedo, 2013, p. 74).
É de referir que, desde o momento da conceção até ao momento da
avaliação, as aulas realizadas pelo par pedagógico se inscreveram numa lógica
65
dinâmica, participativa e democrática, considerando o aluno e as suas
necessidades intrínsecas como motor da conceção e planificação da prática.
Neste processo, para além do texto, unidade “fundamental e fundamentante”
da aula de língua (Sousa, 1993, p. 14), os materiais e recursos concebidos pelo
par pedagógico desempenharam um papel imprescindível na motivação e
interesse dos alunos o que permitiu a construção de aprendizagens
relevantes.
Ainda relativamente aos materiais, é de realçar a preocupação do par
pedagógico com a estética dos materiais produzidos para as aulas de ambas
as unidades didáticas, atendendo a que uma das principais finalidades do
ensino da poesia é promover a criatividade, a imaginação e o sentido estético.
Os materiais foram concebidos de forma a constituir um bom ponto de
partida para a produção de textos orais e escritos, sobretudo na turma do 5.º
ano, que revelava mais dificuldades na interpretação inferencial dos textos.
Para além disso, os materiais utilizados nos momentos iniciais das três aulas
do 2.º CEB foram o ponto de partida para a construção do espaço dedicado a
Manuel António Pina, na exposição, como se verá na secção dedicada a
projetos.
Por fim, é ainda de destacar o efeito das atividades implementadas em
alguns alunos, em particular, que, motivados pelo ambiente recetivo e
participativo, desenvolveram as suas potencialidades criadoras, como é o caso
do poema escrito por uma aluna da turma do 5.º A a partir dos títulos
sugeridos pelos alunos para «O aviador interior» (cf. anexo 3. 8).
Em suma, o texto literário, neste caso o texto poético ou lírico, possibilitou
uma experiência criativa às crianças através do que Umberto Eco designou
por dilatação semântica viabilizada por um «poética da sugestão», presente
neste modo discursivo, ou seja, «a obra que “sugere” realiza-se de cada vez
carregando-se das contribuições emotivas e imaginativas do intérprete»
(1991, p. 46).
Com efeito, mais do que «escrever à maneira de…», apropriando-se de
estruturas gramaticais e literárias, esta atividade lúdico-didática ativa na
66
criança uma cumplicidade com o texto e o autor que a liberta, por um lado,
das tensões provocadas pelo quotidiano ou, parafraseando Sánchez Corral, do
tempo convencional e inexorável do relógio, instaurando uma temporalidade
nova e subjetiva (1991, p. 148).
Para além das propriedades salutares da leitura, em geral, e de uma
educação literária em particular, cumpre dizer, na esteira de vários autores,
que um dos poderes da literatura é o de corrigir “os defeitos da linguagem”
(Compagnon, 2010, p. 34) e combater o servilismo e a alienação num mundo
utilitário e violento – não deixemos esquecer as vagas de refugiados sírios que
morrem por tentarem chegar a um Europa, fugidos de uma guerra inominável
–, contribuindo para a edificação de “uma personalidade independente capaz
de ir ao encontro do outro” (Compagnon, 2010, p. 47).
Tendo sido trabalhado especialmente o texto lírico, encerra-se esta
reflexão sobre a prática educativa de Português, com a resposta dada por
Jean-Claude Pinson à pergunta que muitos, neste jovem século XXI, fazem –
para que serve ou em que consiste a poesia?: serve e consiste “em esticar os
quatro fios que fazem o nó rítmico e semântico da existência: o fio dos lugares
e circunstâncias, o fio da morte, o fio do desconhecido e o fio da relação com
os outros” (2011, p. 37), ou seja, serve para facilitar “uma habitação do
mundo, se não «poética», pelo menos «autêntica»”.
67
3.2.3. Matemática
O que ouço, esqueço. O que vejo, fixo. O que descubro, compreendo.
Confúcio
A aprendizagem da matemática nos primeiros anos deve promover o
desenvolvimento do raciocínio, da comunicação e da resolução de problemas
e não limitar-se à aquisição de estratégias de cálculo, constituindo, desta
forma, um desafio acrescido para os professores de matemática da atualidade
(APM, 2005, p. 1). Assim, tem-se assistido a uma crescente valorização de um
ensino mais centrado em atividades exploratórias e investigativas que
envolvam a manipulação de materiais, o diálogo e o trabalho cooperativo, a
formulação de hipóteses e de conjeturas e, transversalmente, a descoberta da
matemática de forma significativa, contextualizada e prazerosa. No âmbito da
educação em Matemática, ao professor compete 1) promover nos alunos o
gosto pela matemática, propiciando a articulação entre esta área e a vida – na
sua totalidade; 2) incentivá-los a resolver problemas e a explicitar os
processos de raciocínio; 3) implicar os alunos na construção do próprio
conhecimento matemático, mobilizando conteúdos e aprendizagens relativos
quer ao modo como as crianças aprendem matemática quer aos contextos em
que ocorrem essas aprendizagens (DL n.º 241/2001, Anexo II, p. 5575).
O conhecimento matemático constitui uma das mais importantes
ferramentas para a formação da criança, em todas as suas dimensões, para o
processo de socialização e para a sua plena inclusão numa sociedade justa e
democrática. Nesta ordem de ideias, Bento Jesus Caraça (2003, p. 62) defende
que “quanto mais alto for o grau de compreensão dos fenómenos naturais e
sociais, tanto melhor o homem se poderá defender dos perigos que o
rodeiam, (…) tanto maior será, enfim, a sua liberdade”.
Dito de outra forma, Serrazina (2007, p. 7) vai ao encontro do filósofo e
matemático referido no parágrafo anterior, defendendo que “o sucesso das
aprendizagens depende da qualidade das experiências proporcionadas” e
68
estas devem ser feitas “com compreensão e a partir dos conhecimentos que
os alunos já têm”. No processo de ensino e de aprendizagem da matemática
deve, pois, operacionalizar-se uma abordagem em espiral, isto é, uma
abordagem dos vários temas de modo interligado, retomando, em cada ciclo,
os conceitos fundamentais de forma progressivamente mais aprofundada
(Ponte et al., 2007, p. 10).
Ao longo da PES, o par pedagógico acompanhou e cumpriu os conteúdos
curriculares descritos nos documentos reguladores em vigor. No entanto,
privilegiou amplamente o recurso ao PMEB de 2007 por considerar que este
promove um ensino direcionado para o desenvolvimento de competências e
capacidades transversais, destacando a resolução de problemas já que esta
deve ser “tanto um ponto de partida para novas aprendizagens, em que os
alunos desenvolvem o seu conhecimento matemático, como uma ocasião de
aplicação de aprendizagens precedentes, na qual os alunos mobilizam e põem
em acção o seu conhecimento” (Ponte et al., 2007, p. 45). Este programa, que
revela preocupações científicas, pedagógico-didáticas, sociais e culturais,
incentiva o professor a desenvolver nos alunos “atitudes positivas face à
Matemática” (Ponte et al., 2007, p. 3), dando resposta aos desafios
educativos atuais.
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 1.º CEB
A Organização e Tratamento de Dados, especialidade relativamente
recente na Matemática, é um domínio profundamente ligado à realidade e ao
desenvolvimento da criança enquanto ser social e parte de uma comunidade,
na medida em que “constitui um importante instrumento de interpretação do
meio físico e social (…) indispensável para a compreensão de muitos
problemas e para um efectivo exercício da cidadania” (Ponte & Serrazina,
2000, p. 209). Ponte e Martins (2010, p. 7) afirmam que “o objectivo do
69
ensino da Estatística, a nível elementar, é, antes de mais, promover a literacia
estatística, ensinando os alunos a ler e a interpretar dados” já que estes
contactam com informação representada em tabelas e gráficos no seu
quotidiano. Os autores referem ainda que é importante que os alunos
aprendam a construir representações para um determinado conjunto de
dados, entre elas gráficos e tabelas (Ponte & Martins, 2010, p. 43). Desde
cedo, as crianças devem começar a lidar com representações e termos
estatísticos e ser estimuladas a “a pensar de forma clara e a testar novas
ideias, baseando-se nos conhecimentos já adquiridos, de modo a
desenvolverem os conceitos necessários a uma tomada de decisões
informada” (NCTM, 2007, p. 127). Tendo em conta que “a estatística é
frequentemente utilizada de forma perversa para influenciar a opinião
pública”, os alunos devem desenvolver as “aptidões necessárias para que se
tornem cidadãos informados e consumidores inteligentes” (NCTM. 2007, p.
52).
É no Programa de Matemática de 2007 que se destaca o domínio de OTD
tendo em conta que este “vai mais longe que o [programa] anterior na
complexidade dos conjuntos de dados a analisar, nas medidas de tendência
central e de dispersão a usar, nas formas de representação de dados a
aprender e no trabalho de planeamento, concretização e análise de
resultados de estudos estatísticos” e passa a ser “explicitamente referido nos
três ciclos, incluindo as duas etapas do 1.º ciclo” (Ponte et al., 2007, p. 7).
A natureza exploratória e investigativa do trabalho em OTD no 1.º CEB
possibilita o desenvolvimento das capacidades transversais da matemática e
de competências sociais fundamentais para preparar as crianças para a vida
em sociedade, o que pressupõe uma visão holística da Matemática como um
todo articulado e coerente. Além disso, e de forma a adequar as atividades às
características da turma, este domínio possibilita que os alunos percorram
todas as etapas fundamentais da organização e do tratamento de dados,
utilizando informações referentes à sua realidade, o que torna as
aprendizagens significativas para as crianças. Fernandes (2006, p. 5) refere
70
que “ao nível do 1º ciclo podemos definir quatro etapas fundamentais no
processamento de informação: a) a recolha dos dados; b) a organização dos
dados; c) a representação dos dados; d) a interpretação dos dados.
Qualquer actividade desenvolvida no âmbito da estatística deve permitir
aos estudantes a consciencialização explícita destas quatro etapas.”
De forma a responder a todas elas e às necessidades do contexto, o par
pedagógico planificou duas aulas de 90 minutos sobre o Diagrama de caule-e-
-folhas atendendo ao facto de este ser alvo de avaliação nas Provas
Trimestrais de Matemática do Agrupamento. É de referir que o interesse pelo
conteúdo em questão se prendia, também, com o facto de um dos elementos
do par pedagógico estar a desenvolver o seu projeto de investigação sobre o
trabalho de projeto no domínio de OTD. Tal como afirmam Ponte, Brocardo e
Oliveira (2003, p. 91), “a Estatística constitui uma importante ferramenta para
a realização de projectos e investigações”.
As aulas planificadas incidiram, então, na exploração do Diagrama de
caule-e-folhas e permitiram, consequentemente, abordar outros conteúdos
como frequência absoluta, moda, mínimo e máximo, elencados no atual
Programa de Matemática para o Ensino Básico. Estes conteúdos, lecionados
no 3.º ano do 1.º CEB, inserem-se no domínio Organização e Tratamento de
Dados (OTD3) e no subdomínio Representação e tratamento de dados onde “é
dada ênfase a diversos processos que permitem repertoriar e interpretar
informação recolhida em contextos variados, aproveitando-se para fornecer
algum vocabulário básico da Teoria dos Conjuntos, necessário à compreensão
dos procedimentos efectuados” (Damião et al., 2013, p. 6). O principal
objetivo das aulas planificadas foi, conforme o descrito nas Metas Curriculares
de Matemática, “representar conjuntos de dados expressos na forma de
números inteiros não negativos em diagramas de caule-e-folhas (Damião et
al., 2013, p. 21).
O Diagrama de caule-e-folhas, anteriormente lecionado no 2.º CEB, é,
segundo Ponte e Martins (2010, pp. 95-96), um tipo de representação de
dados que se situa entre o gráfico e a tabela e que, através da escolha de um
71
par de dígitos, permite dividir cada dado em duas partes – o caule e as folhas
– que se dispõem para um e outro lado de um traço vertical. Sobre este
conteúdo, Martins, Loura e Mendes (2007, p. 61) referem que:
Tomando por base a ordem de grandeza dos valores da amostra escolhe-se o dígito(s)
dominante(s) que se coloca(m) ao longo de um eixo vertical do lado esquerdo. Os dígitos
dominantes constituem os caules. Para cada valor da amostra toma-se o dígito que se
segue imediatamente ao(s) dígito(s) dominante(s) e coloca-se do lado direito do eixo do
respetivo caule. Colocam-se assim as folhas. Após colocadas todas as folhas, é usual
ordená-las por ordem crescente, dentro de cada caule. Se os dados são constituídos por
dois dígitos, então é natural escolher o algarismo das dezenas para caule e das unidades
para folha.
Apesar de todas as atividades terem contribuído para a aprendizagem do
conteúdo anteriormente referido, é de salientar a atividade investigativa
realizada na aula de iniciação ao conteúdo (cf. anexo 4) por constituir uma
atividade que reflete as potencialidades da aprendizagem cooperativa e
contextualizada da matemática. Com efeito, “o conhecimento matemático
não é independente do mundo e da realidade do aluno que o constrói em
ligação com essa realidade e sobre a sua própria experiência e os seus
conhecimentos anteriores” (Leino, 1992, citado por Abrantes, 1995, p. 113).
Como motivação, e para aludir ao tema do Natal – tema agregador das
várias atividades, visto a implementação das mesmas ter decorrido em
dezembro –, o par optou pela leitura do texto introdutório da Lenda de São
Nicolau, de Ann Pilling40, pois “a matemática e a expressão verbal encontram-
-se indissociavelmente unidas, quer a nível das relações que entretecem
enquanto fontes primordiais do conhecimento, quer a nível da importância
que lhes é reconhecida no sistema de ensino-aprendizagem escolar” (Vergani,
40 Adeney et al. (2005). O grande livro do Natal. Porto: Edições ASA.
72
2002, p. 7). A seleção deste texto prendeu-se com o objetivo de dar a
conhecer aos alunos uma tradição de Natal típica do norte da Europa que
funcionasse como cenário pedagógico para a situação problemática
imaginária a resolver na aula. Posteriormente, o par considerou que a opção
de mobilizar a temática do Natal foi relevante atendendo à motivação
revelada pelos alunos, o que contribuiu também para a dimensão lúdica do
percurso de aprendizagem. A partir da leitura do texto, os alunos foram
desafiados a imaginar uma situação em que teriam de construir uma bota de
Natal do tamanho do seu pé, relacionando as etapas da aula com as etapas da
OTD anteriormente referidas:
Professora estagiária: Imaginem que queríamos fazer uma bota de Natal com o tamanho
do vosso pé. De que dados precisávamos?
Aluno D: Do tamanho do sapato.
Aluno B: De saber quanto é que calçamos.
Professora estagiária: E como podemos recolher esses dados?
Aluno A: Perguntando a todos o número que calçam.
Aluno G: Mas eu não sei quanto calço.
Professora estagiária: Então como poderíamos descobrir o tamanho do sapato dos
meninos que não sabem quanto calçam?
Aluno C: Medindo com a régua.
A utilização de uma característica das crianças na problematização,
evidenciada no diálogo acima transcrito, potenciou o seu envolvimento na
atividade. De acordo com Ponte et al. (2007, p. 26):
Há muitas situações do dia-a-dia e da vida familiar ou escolar dos alunos que podem
suscitar questões interessantes para serem trabalhadas neste nível de ensino no âmbito
da organização e tratamento de dados. A abordagem de vários conceitos deste tema pode
ser feita a partir de investigações tendo por base características dos alunos da turma, por
exemplo: cor dos olhos, gostos, número de irmãos, altura, peso.
Para iniciar a fase da recolha de dados, apresentou-se à turma um Medidor
de pés (cf. anexo 4. 1) construído pela professora estagiária, que suscitou o
interesse de todos os alunos e, a partir do qual, puderam também conhecer e
73
compreender a relação existente entre a medida do pé em centímetros e o
número do sapato (cf. anexo 4. 2). A utilização deste recurso constituiu um
momento significativo para as crianças, o que se verifica pelo vontade
revelada por todos os alunos de medir o seu pé, mesmo sabendo previamente
o número do seu sapato. A este respeito, Ausubel (2003, p. 1) afirma que “a
aprendizagem por recepção significativa envolve, principalmente, a aquisição
de novos significados a partir de material de aprendizagem apresentado”.
Assim, pode-se afirmar que a utilização do medidor de pés, que possibilitou a
recolha de dados de uma forma lúdica e motivadora e a utilização de dados
relativos a características pessoais das crianças, aumentou o grau de
envolvimento dos alunos nas atividades desenvolvidas. Após a fase de recolha
de dados, através da medição do tamanho dos pés (cf. anexo 4. 3) e das
informações fornecidas pelos alunos, procedeu-se à anotação na folha de
registo fornecida pela professora estagiária (cf. anexo 4. 4).
A ativação dos conhecimentos prévios dos alunos relativos aos conteúdos
aprendidos anteriormente no domínio de OTD permitiu concluir que estes se
recordavam de ter representado dados através do gráfico de barras e do
Diagrama de Venn, ainda que o programa contemple o trabalho com diversas
formas de organizar e representar dados ao longo do 1.º CEB. Tal como refere
Fernandes (2006, p. 4):
Tabelas e gráficos são ferramentas básicas de organização, análise e interpretação de
dados, que vão servir os estudantes ao longo e muito para além da escolaridade. Importa
que a apropriação destas ferramentas seja feita de forma rigorosa, com a máxima
correcção conceptual exigível em cada contexto e em articulação com as aprendizagens a
desenvolver futuramente.
Para a representação dos dados, o par optou por fornecer um esquema
que apresentava uma planta constituída por um caule e duas folhas,
elaborado com base na diversidade de tamanhos de sapatos esperada. A
professora estagiária sugeriu aos alunos que representassem os dados
recolhidos no caule e nas folhas do esquema para posterior apresentação à
74
turma, refletindo sobre a função de cada parte constituinte do esquema. O
momento de exploração das produções dos alunos, em grande grupo,
permitiu compreender as diversas estratégias utilizadas para representar os
dados (cf. anexo 4. 5), ainda que nenhuma delas tenha coincidido com a
forma correta de representar os dados num Diagrama de caule-e-folhas.
Contudo, este momento da aula foi crucial para a aprendizagem, na medida
em que, e segundo Fernandes et al. (2015, p. 265), “quando a criança
participa ativamente na construção do seu conhecimento, num ambiente
favorável à pesquisa e ao questionamento, produz-se uma aprendizagem
significativa e integradora, necessária à aquisição e mobilização perene do
conhecimento”.
Segundo Morin (1999, pp. 23-24), “a educação deve demonstrar que não
há conhecimento que não esteja, em qualquer grau, ameaçado pelo erro e
pela ilusão”. Ao analisarem várias propostas de representação dos dados, os
alunos compreendem a lógica subjacente a eles, distinguindo com facilidade o
que poderá estar correto e incorreto, já que, em coletivo, o choque entre as
representações obriga cada um a explicitar o seu raciocínio e a considerar o
dos outros. Neste sentido, a aprendizagem implica a reestruturação da
compreensão do mundo e o restabelecimento de um equilíbrio rompido
(Perrenoud, 2000, p. 30). Apoiado no pensamento de Morin, Cardoso (2013,
pp. 363-363) defende que o professor deve preparar os alunos para lidarem
com as incertezas de forma a garantir que “as crianças desenvolvem um
pensamento otimista e alternativo, que serão capazes de encontrar soluções
perante imprevistos, estimulando a sua intuição, imaginação e criatividade”.
Compete também ao professor, de acordo com o previsto no Decreto-Lei
241/2001 (Anexo II, p. 5574), “desenvolver o currículo, no contexto de uma
escola inclusiva”, bem como “utilizar os conhecimentos prévios dos alunos, tal
como os obstáculos e erros, para a construção de situações de aprendizagem
escolar”.
O diálogo desempenhou, neste momento, um papel fundamental para que
os alunos refletissem sobre a função de cada uma das partes do esquema e a
75
relação entre esta representação e o sistema de numeração decimal
posicional, já que, como sugere Ponte et al. (2007, p. 26), “em todas estas
situações cabe ao professor estimular o questionamento, a tomada de
decisões, o uso de linguagem apropriada e o sentido de rigor, de acordo com
o nível de desenvolvimento dos alunos”. Deste modo, a professora estagiária
incentivou os alunos a encontrarem uma relação entre a posição do caule e
das folhas e o valor da posição de cada algarismo nos números que
constituíam o conjunto de dados, pois Ponte, Matos e Abrantes (1998, p. 321)
defendem que “aprender inclui a construção de novos conceitos e relações
entre conceitos. Para que haja aprendizagem efectiva é preciso que quem
aprende atribua significado às ideias, ligando-as entre si e com outras ideias
do mesmo ou de outros domínios”.
Esta tarefa constituiu o momento mais importante e significativo da
atividade desenvolvida, pois possibilitou a utilização dos conhecimentos
matemáticos anteriores das crianças para tentar resolver uma situação
problemática. Cumprindo o seu objetivo, este momento fomentou uma
atitude curiosa e de procura de respostas e que permitiu a integração de
novos conhecimentos de forma mais significativa e contextualizada.
Após terem chegado à forma correta de representar os dados, os alunos
construíram um diagrama de caule-e-folhas, no momento de sistematização
(cf. anexo 4. 6), partindo dos dados previamente recolhidos. Ao terem a
oportunidade de experimentar várias formas de representar os dados e de
descobrir, através do diálogo e da exploração dos trabalhos dos colegas, a
forma correta de representar os dados, os alunos constroem conhecimentos
sólidos e duradouros. Ainda segundo Ausubel (2003, p. 5), “na aprendizagem
pela descoberta, o aprendiz deve em primeiro lugar descobrir este conteúdo,
criando proposições que representem soluções para os problemas suscitados,
ou passos sucessivos para a resolução dos mesmos”.
A partir da interpretação, em grande grupo, do diagrama construído pelos
alunos, exploraram-se os conceitos de mínimo, máximo e moda, de forma a
tirar conclusões sobre a informação representada, já que “ é o momento de
76
interpretar os dados e tirar conclusões que é o mais importante mas também
o mais difícil para os estudantes. É esta actividade que dá sentido a todo o
trabalho de organização e análise dos dados” (Ponte & Serrazina, 2000, p.
218).
De modo a exercitar e consolidar os conhecimentos construídos, a aula
seguinte consistiu na resolução de problemas relacionados com o conteúdo
que envolveram várias atividades, como a interpretação de dados a partir de
uma banda desenhada, a interpretação de tabelas de frequências, a
construção e interpretação de diagramas de caule-e-folhas, a construção de
uma narrativa matemática através do preenchimento de lacunas num texto
previamente estruturado e a correspondência entre conceitos matemáticos e
as suas definições a partir de exemplos concretos (cf. anexo B9).
Em suma, como sugerem Ponte, Brocardo e Oliveira (2003, p. 107), existe
uma generalização da ideia de que em Matemática se investigam,
principalmente, as propriedades dos objetos, as relações e as representações
matemáticas que fornecem pistas para questões, de cunho mais matemático
a estudar no âmbito desse tema. Mas, estes autores sublinham, no entanto,
que é no âmbito do estudo de problemas e situações reais, através de uma
abordagem investigativa contextualizada, que a Estatística contribui para a
educação matemática.
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 2.º CEB
Na turma do 5.º A, a PES incidiu maioritariamente no domínio Geometria e
Medida, atendendo à planificação do professor cooperante, ao interesse do
par pedagógico pelos conteúdos a lecionar e a que “o raciocínio geométrico e
a visualização espacial são capacidades a aprofundar neste ciclo que,
conjuntamente com o pensamento numérico, permitem desenvolver novas
estratégias na resolução de problemas” (Ponte et al., 2007, p. 36).
77
Nesse sentido, o par planificou e desenvolveu duas aulas sobre áreas de
figuras planas, sendo que a primeira se centrou na revisão dos conteúdos
trabalhados anteriormente, recorrendo à resolução de problemas como uma
estratégia integradora e que estimula o desenvolvimento e consolidação de
várias competências em simultâneo. É de salientar a exploração e resolução
da situação problemática inicial (cf. anexo B10) que consistia em descobrir
qual de três espaços da escola era o mais indicado para a construção de um
jardim alusivo à liberdade. Neste problema, para além de se mobilizarem
características do contexto real através de uma representação dos espaços do
jardim da escola com o auxílio do google maps, foi possível articular a
temática com o projeto O 25 de Abril contado pelas crianças e pelos outros,
um projeto de âmbito cultural desenvolvido pelas três professoras estagiárias
do Agrupamento, como se poderá verificar em 3.2.6. Através desta
articulação, o par pedagógico criou momentos significativos de aprendizagem,
indo ao encontro dos interesses da turma e das características específicas do
contexto, uma vez que “as experiências matemáticas deverão incluir (…)
oportunidades de aprender matemática através da resolução de problemas
emergentes de contextos exteriores à própria matemática. Essas conexões
poderão estender-se a outras áreas temáticas e disciplinas, bem como à vida
quotidiano dos alunos” (NCTM, 2007, p. 73).
Após a aula de revisões, o par pedagógico optou por introduzir as
“fórmulas para a área de paralelogramos e triângulos” (Damião et al., 2013, p.
16), assegurando que os alunos possuíam todos os conhecimentos
necessários para avançarem no currículo. Na fase de planificação da aula,
debateu-se sobre a ordem pela qual os conteúdos iriam ser trabalhados, uma
vez que o triângulo e o paralelogramo estão relacionados entre si, sendo fácil
deduzir a fórmula de cálculo da área de um a partir do outro. A pesquisa e
seleção de recursos contribuíram para a decisão de iniciar pelo paralelogramo
pelo facto de os alunos não estarem familiarizados com o conceito de
“altura”, visto que nas fórmulas de cálculo da área que os alunos já conheciam
78
– quadrado e retângulo – se utilizam as medidas do comprimento dos lados
das figuras.
A aula planificada e desenvolvida pelo par pedagógico (cf. anexo 5) dividiu-
-se em duas partes, a primeira dedicada ao paralelogramo e a segunda ao
triângulo, articulando as estratégias, os materiais e os recursos de forma a
que os alunos conseguissem estabelecer relações entre os conteúdos. Como
fio condutor para as atividades, selecionou-se o tangram, um jogo de origem
chinesa, que, segundo Alsina (2004, p. 82), “é um recurso lúdico-manipulativo
muito útil na preparação das noções de superfície e área”. Sendo um recurso
de presença constante nas salas de aula do 1.º ciclo e, por isso, familiar aos
alunos, revela-se fundamental para a aprendizagem matemática atendendo a
que a finalidade do ensino da Geometria e Medida no 2.º CEB é “desenvolver
nos alunos o sentido espacial, com ênfase na visualização e na compreensão
das propriedades de figuras geométricas” e “a compreensão de grandezas
geométricas e respectivos processos de medida, bem como a utilização destes
conhecimentos e capacidades na resolução de problemas em contextos
diversos” (Ponte et al., 2007, p. 36).
Na primeira parte da aula, orientada pelo par pedagógico da mestranda,
optou-se, como motivação, pela visualização de um vídeo da Escola Virtual
sobre a lenda do tangram, “dado que a Geometria e a Medida estão
directamente relacionadas com as actividades matemáticas mais antigas em
que o ser humano se envolveu” e “o seu estudo possibilita a exploração de
aspectos históricos” (Ponte et al., 2007, p. 36). Após um momento de diálogo
em que os alunos partilharam com a turma o que sabiam sobre o tangram e
as figuras geométricas representadas nas suas peças, foi apresentada uma
banda desenhada criada pelo par pedagógico em que o Imperador Tan
questionava os alunos sobre uma das peças que representava uma figura
geométrica que ele não conhecia. A questão levantada pela banda desenhada
foi importante para a realização de um momento de ativação de
conhecimentos prévios dos alunos, visto que a figura geométrica já tinha sido
abordada no tema relativo aos ângulos.
79
Deste modo, os alunos identificaram o quadrilátero como sendo um
paralelogramo, assinalaram as suas propriedades em grande grupo e
registaram-nas no caderno com a ajuda de uma síntese projetada no quadro
pela professora estagiária, uma vez que conhecer as propriedades do
paralelogramo era fundamental para o desenvolvimento da aula.
Partindo da afirmação do Imperador Tan sobre a área do paralelogramo,
foram distribuídas pelos alunos duas figuras geométricas em papel para que,
em trabalho de pares, criassem estratégias para calcular a área do
paralelogramo, sabendo a área do retângulo. Para descobrir a área do
paralelogramo e estabelecerem relações entre as figuras geométricas, os
alunos sobrepuseram, dobraram e cortaram as figuras, concluindo, através da
decomposição, que ambas tinham a mesma área. De acordo com Abrantes,
Serrazina e Oliveira (1999, p. 71), “a composição e decomposição de figuras,
acompanhadas de sua descrição, da representação e do raciocínio sobre o
que acontece, permite aos alunos desenvolver o pensamento visual”, crucial
para a compreensão dos conteúdos geométricos nos primeiros anos de
escolaridade.
Neste sentido, a comparação entre o retângulo e o paralelogramo permitiu
problematizar a relação entre as medidas de comprimento utilizadas para
calcular a área de ambas as figuras geométricas, introduzindo o conceito de
altura. Apelando às experiências da vida real dos alunos, a professora
estagiária introduziu o conceito de altura do paralelogramo por analogia à
altura dos alunos, levando-os a refletir sobre a medição das suas alturas para
o cartão de cidadão, em que a altura é o comprimento de um segmento de
reta perpendicular a um plano, no caso concreto do cartão de cidadão, o
chão. Os alunos rapidamente deduziram as condições para medir a altura do
paralelogramo, o que revelou conhecimentos sólidos por parte dos alunos
sobre os conteúdos referentes aos ângulos, trabalhados anteriormente. As
suas conclusões foram confirmadas através da exploração de um vídeo da
Escola Virtual, através do qual os alunos puderam visualizar as alturas de
80
vários paralelogramos, esclarecendo as dúvidas que pudessem ter resistido ao
diálogo estabelecido com a turma.
No percurso de aprendizagem descrito, os alunos concluíram que: a) as
duas figuras apresentavam a mesma área; b) a medida do comprimento do
retângulo coincidia com a medida da base do paralelogramo; d) a medida da
largura do retângulo coincida com a medida da altura do paralelogramo.
Este caminho foi absolutamente necessário para o sucesso da tarefa que se
seguiu, que refletia o objetivo principal da aula e que consistiu na descoberta
da fórmula do cálculo da área do paralelogramo por analogia à fórmula do
cálculo da área do retângulo. Com base nas suas conclusões, os alunos
modificaram a fórmula do cálculo da área do retângulo, integrando os seus
novos conhecimentos e dando origem à fórmula de cálculo da área do
paralelogramo: se então .
Na segunda parte da aula, orientada pela mestranda, a problematização da
área do triângulo partiu da exploração de uma banda desenhada criada pelo
par pedagógico (cf. anexo 5. 1), na qual o Imperador Tan afirmava ter
descoberto a área do triângulo do tangram a partir da área do paralelogramo.
Forneceu-se a cada aluno um tangram em papel (cf. anexo 5. 2), previamente
recortado, para que estes pudessem manipular e visualizar as várias peças,
tentando descobrir a relação existente entre o triângulo (peça A) e o
paralelogramo (peça B), pois, como refere Ponte et al. (2007, p. 36), “o estudo
da Geometria deve ter como base tarefas que proporcionem oportunidades
para observar, analisar, relacionar e construir figuras geométricas e de operar
com elas”.
Segundo Abrantes, Serrazina e Oliveira (1999, p. 68), “a manipulação (…) de
objectos geométricos permite a exploração de conjecturas e a investigação de
relações que precedem o uso do raciocínio formal”. Assim, a manipulação do
tangram pelos alunos, em trabalho de pares, permitiu-lhes visualizarem
algumas propriedades das figuras e relacionarem as medidas dos lados de
ambas as figuras, constatando que se podia afirmar que as duas figuras
tinham a mesma base e a mesma altura. À semelhança do que acontece no
81
1.º CEB e nas restantes áreas, o par optou pelo trabalho em pares ou em
pequenos grupos sempre que possível por acreditar que “a discussão dos
problemas (…) é uma via importante para promover a reflexão dos alunos,
conduzir à sistematização de ideias e processos matemáticos e estabelecer
relações com outros problemas ou com variantes e extensões do mesmo
problema” (Ponte et al., 2007, pp. 45-46).
As estratégias apresentadas à turma pelos alunos, que envolveram
dobragem, sobreposição e corte de figuras, permitiram que chegassem a
conclusões corretas e pertinentes em diálogo uns com os outros:
Aluno A: A área do triângulo é metade da área do paralelogramo.
Aluno B: Se dobrarmos o paralelogramo, ficamos com um triângulo.
Aluno C: Se a área do paralelogramo é 18 cm2, então a área do triângulo é 9 cm
2.
Aluno D: Sim, metade de 18 é 9.
É de salientar que a diversidade de estratégias apresentadas pelos alunos,
possibilitada pelo trabalho autónomo dos pares, ajuda a confirmar as
conclusões dos alunos e a promover a sua auto-confiança.
A descoberta da fórmula para o cálculo da área do triângulo revelou-se
muito intuitiva para os alunos. Como afirma Fernandes (1994, p. 27), “existe
quase sempre uma etapa intuitiva, manipulativa, de ensaios (…), na
construção de proposições e teorias, à qual se segue (…) uma outra de
dedução formal”, ideia reiterada por Irving Adler (1968, citado por Fernandes,
1994, p. 27) que refere que “o pesquisador matemático que abre caminho em
direcção a novos teoremas é guiado pela analogia, por pressentimentos, por
tentativa e erro e por lampejos de intuição”:
Professora estagiária: Se a área do triângulo é metade da do paralelogramo, como será a
fórmula para calcular a área do triângulo?
Aluno A: É igual à fórmula do paralelogramo, mas metade.
Aluno B: É igual mas a dividir por 2.
Sabendo a fórmula de cálculo da área de um paralelogramo e sabendo que
, rapidamente concluíram que:
logo
82
. De acordo com Abrantes, Serrazina & Oliveira (1999, p. 77),
“as fórmulas e os procedimentos para determinar medidas devem surgir da
explosão de situações concretas” o que potencia o efeito da descoberta na
capacidade de compreensão das crianças, como já aqui foi afirmado
anteriormente.
A descoberta da fórmula para calcular a área do triângulo levantava, no
entanto, um outro problema que foi previsto e incluído na planificação pelo
par pedagógico: a identificação da altura do triângulo, uma vez que a altura
do triângulo analisado coincidia com a altura do paralelogramo. A partir da
apresentação de um diapositivo com três triângulos diferentes (cf. anexo 5.
3), os alunos propuseram diversas estratégias para identificar a altura dos
mesmos, o que levou à visualização de um vídeo da Escola Virtual sobre o
assunto. Após a visualização do vídeo, e o registo no caderno da síntese da
peça, a turma voltou a ser confrontada com o diapositivo para avaliar a
compreensão do conceito de altura através de um exercício oral de
“verdadeiro e falso”.
Para consolidar os conhecimentos construídos ao longo da aula, foram
fornecidas pelas professoras estagiárias, no final de cada uma das partes da
aula, tarefas de avaliação (cf. anexo 5. 4). Estas tarefas consistiam na
resolução de um problema que exigia a mobilização dos conteúdos
aprendidos e no preenchimento da autoavaliação pelos alunos. Através desta
tarefa, foi possível verificar a eficácia das atividades realizadas e o
envolvimento dos alunos, pois “resolver problemas é fundamental para a (…)
consolidação e mobilização de conhecimentos matemáticos” (Ponte et al.,
2007, p. 62). Sendo uma capacidade transversal à aprendizagem matemática,
a resolução de problemas é a estratégia mais complexa e, consequentemente,
mais profícua para desenvolver os conhecimentos dos alunos já que este “é o
objectivo prioritário do ensino da matemática e uma parte integral de toda a
actividade matemática” (NCTM, 2001, p. 29). Acresce a isto o facto de a
autoavaliação ser fundamental para o professor, na medida em que ajuda na
83
identificação de problemas e na melhoria da sua prática educativa, e para os
alunos, uma vez que “quando os alunos participam na apreciação da
qualidade do seu trabalho (…) isso contribui para reforçar a mudança do
ensino que visa ajudar os alunos a aumentar a sua capacidade de análise”
(NCTM, 1999, p. 44).
APRECIAÇÃO GLOBAL
De uma forma geral, considera-se que os objetivos a que o par pedagógico
se propôs na área da matemática foram amplamente alcançados, tendo o
envolvimento dos alunos superado as expectativas em muitos momentos.
No que diz respeito à planificação, é notório o cuidado que foi tido pelo par
pedagógico na adequação das estratégias e dos recursos selecionados para
cada um dos contextos. Tratando-se de duas turmas tão distintas, não deixa
de ser curiosa a semelhança entre as intervenções nos dois ciclos, que
primaram pelo papel de relevância atribuído às capacidades transversais da
aprendizagem da matemática, mais comummente esquecidas pelos
professores, nomeadamente o raciocínio matemático, a comunicação
matemática e a resolução de problemas, bem como uma profunda ligação à
realidade das crianças. Em todas as planificações, o par tentou desenhar
percursos de aprendizagem que se iniciassem com exemplos concretos de
situações do quotidiano das crianças, caminhando progressivamente para
exemplos mais formais e abstratos e para a resolução de problemas em
contextos intramatemáticos. Já no que diz respeito ao recursos, é de salientar
que a opção de utilizar materiais manipuláveis no 2.º CEB prendeu-se,
sobretudo, com a tentativa de contrariar um ensino da matemática
excessivamente formal e abstrato.
Os percursos de aprendizagem, planificados de forma cuidada e rigorosa,
foram sustentados num quadro teórico pertinente e atual que fundamenta as
84
opções pedagógico-didáticas tomadas, resultando em atividades capazes de
promover a construção de aprendizagens significativas e contextualizadas.
Nestes percursos, o par tentou dar resposta às exigências curriculares e
programáticas, evidenciando, contudo, uma visão ideologicamente muito
marcada da educação. O permanente diálogo, que caracteriza todo este
percurso, entre o par pedagógico, o par pedagógico e os orientadores
cooperantes e o par pedagógico e as supervisoras institucionais, permitiu a
construção de aulas refletidas que evidenciavam a intencionalidade
pedagógica de cada momento.
A atitude dos alunos foi a confirmação da boa seleção de recursos e
estratégias, uma vez que estes revelaram um nível muito alto de implicação
na realização das tarefas bem como uma grande capacidade de mobilizar os
conhecimentos construídos nestas aulas para a resolução de novas situações-
-problema, dentro e fora do espaço da matemática. É de salientar, neste
ponto, a valorização dos conhecimentos prévios e do papel ativo dos alunos
em todas as tarefas propostas como um reflexo da dinâmica que o par
pretendia imprimir – e imprimiu – ao trabalho de sala de aula.
Importa ainda referir que o êxito do processo de ensino-aprendizagem foi
também resultado de um profundo envolvimento por parte do par
pedagógico nas dinâmicas escolares, da relação de proximidade e colaboração
desenvolvida com os orientadores cooperantes e, mais importante, da
qualidade do trabalho comparticipado do par pedagógico, que partilha
princípios e valores nos campos profissional e pessoal. Uma das evidências de
que as atividades foram significativas para as crianças, especificamente no
contexto do 1.º CEB, foi o facto de alguns alunos terem optado por escrever
sobre o percurso de aprendizagem desenvolvido no Multiplicando
Conhecimentos, o jornal matemático de turma elaborado no âmbito do
projeto de investigação da mestranda, construindo artigos de opinião, textos
instrucionais e desafios para os pais.
85
3.2.4. Ciências Sociais e Humanas
Tudo o que é humano se passa no tempo e no espaço e tem
actores e responsáveis. Nada melhor do que narrar, de tudo o
que se passou no Universo, aquilo que nos diz respeito, por
ter condicionado directa ou indirectamente a comunidade em
que vivemos, para adquirir a noção do lugar da pessoa no
mundo. Sem a História, porém, não se pode ter a noção de
tempo e de sociedade.
(José Mattoso, 1998)
As Ciências Sociais e Humanas (CSH) têm como objeto de estudo o social
que Prats (2006, p. 193) define como “uma totalidade objectiva que pode ser
analisada e explicada unitariamente a partir do contributo de várias
disciplinas”, como é o caso concreto da História e da Geografia. Atualmente, é
reconhecido o papel fundamental que desempenham as CSH no
conhecimento do mundo, apesar de, durante séculos, se ter recusado o
reconhecimento das Ciências Sociais e Humanas enquanto Ciência, por não
apresentarem a mesma objetividade do método científico que caracteriza as
Ciências Naturais. Desde Marx e Engels que “adaptaram o evolucionismo à
interpretação da História e das sociedades”, passando por Max Webber que
“acreditava que as sociedades deviam ser interpretadas a partir da cultura e
da religião das principais civilizações e de comparações históricas”, chegando
a Émile Durkheim que, no século XIX, “inaugurou a Sociologia como Ciência
Social à maneira das Ciências Naturais, ao defender que era preciso olhar os
factos sociais como se fossem coisas e fazer uso das estatísticas para verificar
as relações entre diferentes fenómenos sociais”, a aceitação das Ciências
Sociais e Humanas como Ciência passou pela distinção de Dilthey que,
defendendo a autonomia metodológica das CSH, considerava que “o método
86
científico físico-matemático corresponderia a um conhecimento explicativo,
enquanto o método científico histórico estaria vinculado a um conhecimento
compreensivo”41.
Ao longo do currículo da escolaridade básica, as CSH ocupam um lugar
central, concretizando-se, nomeadamente, pela presença no Estudo do Meio,
no que diz respeito ao 1.º CEB, e na História e Geografia de Portugal, no que
diz respeito ao 2.º CEB.
A área curricular de Estudo do Meio, apresentada como uma área
multidisciplinar que integra conceitos e métodos de várias disciplinas
científicas como a História, a Geografia, as Ciências da Natureza, a Etnografia,
e outras, procura “contribuir para a compreensão progressiva das inter-rela-
ções entre a Natureza e a Sociedade” permitindo que as crianças se
apercebam da realidade como um todo globalizado (ME, 2004, p. 111). Neste
sentido, também Manique e Proença (1994, p. 26) afirmam que o Estudo do
Meio é “uma área para que convergem os contributos de várias disciplinas,
pois trata-se de um espaço vital onde se interligam diversas variantes e se
estabelece uma série de relações entre os diferentes fenómenos que
caracterizam as sociedades humanas”.
Já a disciplina da História e Geografia de Portugal deve permitir ampliar os
conhecimentos e competências desenvolvidos ao longo do 1.º CEB, na área de
Estudo do Meio, e proporcionar um primeiro estudo de noções históricas
essenciais cujo estudo será retomado e aprofundado no 3.º CEB nas
disciplinas de História e de Geografia. No programa, são descritos como
contributos essenciais da disciplina “o alargamento da compreensão do
espaço e do tempo, de modo a proporcionar a progressiva conceptualização
da realidade” e o desenvolvimento de “atitudes que favoreçam o seu
conhecimento do presente e do passado” (ME, 1991a, p. 77).
41 Informação retirada de http://www.proficiencia.org.br/article.php3?id_article=490.
87
Na atualidade, a História enfrenta grandes desafios devido à difusão da
informação pelos meios de comunicação de massa e pela informatização.
Segundo Barca, Bastos e Carvalho (1998, p. 4), os dois desafios maiores da
História neste contexto são: 1) formar para a cidadania, numa sociedade
dinâmica, pluralista e complexa; 2) motivar para uma abordagem mais
racional e sistemática do real, em competição com múltiplos focos de
informação/desinformação. Deste modo, a conceção do ensino da História
sofreu uma profunda transformação já que ao professor compete muito mais
do que dar a conhecer factos e datas marcantes. Assim “o papel formativo da
História, operacionalizado neste contexto, terá como um dos principais
vectores formar opinião fundamentada, através do desenvolvimento
progressivo da argumentação sobre fontes com pontos de vista
diversificados” (Barca, Bastos & Carvalho, 1998, p. 5).
Segundo Mattoso (1999, p. 17), “a História oferece, quando abre os seus
horizontes às dimensões do mundo e da Humanidade, uma visão ampla e
diversificada (…) do ponto de vista temporal e dinâmico” e “habitua a
descobrir a relatividade das coisas, das ideias, das crenças e das doutrinas, e a
detectar por que razão, sob aparências diferentes, se voltam a repetir
situações análogas”. Neste sentido, o ensino da História “prepara para
considerar questões complexas, isto é, que têm em conta uma grande
quantidade de factores, pelo simples facto de se basearem em condições
históricas, com tudo o que elas têm de determinante ou de condicionante”
(Mattoso, 1999, p. 12). Deste modo, torna-se impossível ignorar o papel
fulcral da História na construção da identidade social de cada um tendo em
conta que “é o conhecimento do passado que garante o sucesso do exercício
da cidadania” e que, permitindo reviver o passado, possibilita o encontro de
“pontos de referência que diminuam a angústia e a incerteza do presente”
(Alves, 2003, p. 30).
Relativamente à PES, é de referir que o par pedagógico planificou uma
unidade didática para o 1.º CEB e um conjunto de aulas para o 2.º CEB,
adequando as estratégias e os recursos a cada um dos contextos educativos.
88
Para além das características das turmas e das escolas, foi relevante tentar
compreender a influência do desenvolvimento cognitivo dos alunos no
processo de aprendizagem. Assim, o par tentou, ao longo da prática educativa
no 1.º CEB, estabelecer relações entre o presente e o passado, recorrendo a
situações análogas familiares aos alunos uma vez que, segundo Donaldson
(1978, citado por Barca, Bastos & Carvalho, 1998, p. 5), “mesmo as crianças de
8-9 anos são capazes de entender e relacionar diferentes pontos de vista,
desde que apresentados numa situação que lhes seja familiar”. Já no 2.º CEB,
o par teve em atenção, de forma mais acentuada, a qualidade e diversidade
dos recursos e materiais considerando que “os adolescentes são capazes de
raciocinar sobre pontos de vista diferenciados desde que os materiais sejam
adequados, inteligíveis e algo motivadores” (Barca, Bastos & Carvalho, 1998,
p. 6).
Segundo Proença (s./d.), o ensino desta disciplina deve compreender
métodos ativos e sobejamente eficazes, valorizando a pedagogia da
descoberta e envolvendo o aluno na própria construção de conhecimentos. A
autora defende também que, de acordo com os novos valores
psicopedagógicos, o ensino da História deve ser adaptado aos interesses dos
alunos e, simultaneamente, favorecer o desenvolvimento das suas
capacidades, onde é dada a primazia à postura crítica. “Uma tal posição
conduz-nos ao ensino de uma História inteligível (…) em que o aluno manipula
dados (…) formula hipóteses e procura conclusões” (Proença, s./d.).
Nas duas turmas, o par implementou atividades que potenciassem “a
reflexão crítica sobre o vivido, através de tempos e circunstâncias diferentes,
a identificação e apreciação da diversidade de dinâmicas socioculturais e dos
seus efeitos nas vidas e decisões dos indivíduos, que, por sua vez, lhes
imprimiram uma direcção própria” atendendo a que, segundo Roldão (1994,
pp. 421-422), estas “parecem ser as verdadeiras dimensões formativas da
História”.
89
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 1.º CEB
As aulas de Estudo do Meio, no âmbito das Ciências Sociais e Humanas,
foram planificadas e desenvolvidas, pelo par pedagógico, em unidade
didática, abordando o conteúdo 6. Meios de comunicação, inserido no Bloco 4
– À procura das inter-relações entre espaços do programa de Estudo do Meio
em vigor. Num total de seis tempos letivos, o par desenvolveu um percurso de
ensino e de aprendizagem com o objetivo geral de ajudar os alunos a
“desenvolver e estruturar noções de espaço e de tempo” e a “utilizar alguns
processos simples de conhecimento da realidade envolvente, assumindo uma
atitude de permanente pesquisa e experimentação” (ME, 2004, p. 103).
As aulas foram planificadas de forma a evidenciar uma sequência lógica no
percurso de aprendizagem, respeitando os três momentos fundamentais da
aula – motivação, desenvolvimento e consolidação – e adequando-se às
perceções pessoais do par pedagógico sobre o contexto, pois, como refere
Proença (1989a, p. 122), “a planificação de estratégias de ensino é uma
actividade pessoal e única porque é determinada por condições específicas
como: as características próprias de cada professor, as características da
turma e da comunidade escolar; os recursos; (…) e, ainda, cada situação
concreta de ensino/aprendizagem”. É de referir, neste ponto, que, apesar de
nem sempre ser explícito no plano de aula, o par pedagógico optou por
reservar sempre os minutos iniciais da aula para fazer um momento de
ativação de conhecimentos prévios, trazendo para o espaço da aula as
experiências e perceções individuais dos alunos sobre o tema em estudo. Os
conhecimentos prévios dos alunos são relevantes para o processo de ensino-
-aprendizagem e constituem o ponto de partida do mesmo já que, segundo
Barros & Pessanha (2010, p. 193), “de acordo com as teorias construtivistas,
os indivíduos constroem o significado da informação, processando-a através
das estruturas cognitivas preexistentes”, o que condiciona a aprendizagem da
criança, pois “a retenção de aprendizagens novas depende da capacidade de
activação das estruturas cognitivas existentes”. Também Perrenoud (2000, p.
90
29) defende que o professor deve “trabalhar a partir das concepções dos
alunos, dialogar com eles, fazer com que sejam avaliadas para aproximá-las
dos conhecimentos científicos a serem ensinados”.
Ao longo da unidade didática é possível distinguir dois núcleos de
conteúdos, um referente aos meios de comunicação, com a duração de
quatro aulas, e outro referente aos meios de transporte, com a duração de
duas aulas, sendo que ambos se incluem no mesmo conteúdo designado no
programa de Estudo do Meio.
A primeira aula (cf. anexo 6), que coincidiu com a aula supervisionada da
mestranda e cujo objetivo principal era explorar o conceito de meios de
comunicação a partir de exemplos concretos do quotidiano das crianças,
iniciou-se com a exploração de uma banda desenhada (cf. anexo 6. 1) criada
pelo par pedagógico, utilizando uma ferramenta digital para o efeito. Granja
(1989, p. 310) refere que “a descodificação de uma imagem, se for bem
orientada, pode ser tanto ou mais rica que dezenas de páginas escritas”.
Note-se que a seleção dos recursos é um aspeto fundamental da preparação
de uma aula e que esta deve ser feita de forma crítica quanto ao rigor
científico e quanto à adequação ao contexto, não devendo, portanto, o
professor inibir-se de criar um novo recurso quando os existentes não
satisfazem as necessidades pedagógicas do contexto.
Como afirma Proença (1989a, pp. 440-441), a motivação, ou o momento de
predisposição para a tarefa de aprendizagem, tem como finalidade despertar
o interesse dos conteúdos a abordar, permitindo que o aluno relacione o que
se lhe propõe com a sua experiência. Este momento possibilita antecipar o
significado preliminar do tema ou tarefa que se pretende iniciar mediante
elementos concretos que se fornecem. A utilização da banda desenhada
enquanto estratégia de motivação potenciou esta relação entre os
conhecimentos prévios dos alunos e o conteúdo a ser ensinado, o que se
torna evidente no seguinte diálogo:
91
Professora estagiária: O que identificam nestas imagens?
Alunos: Meios de comunicação!
Esta introdução antecipada do conceito por parte dos alunos,
relativamente ao planificado pelo par pedagógico, fez com que a professora
estagiária tivesse que reestruturar a sua ação, ajustando a planificação à
realidade da aula. Deste modo, podemos concordar com as constatações
formuladas por Granja (1989, p. 321) acerca da utilização pedagógica da
banda desenhada: a primeira é o facto de o aluno ser todo ele visão – aquilo
que vê atinge-o mais do que aquilo que entende; a segunda é a constatação
de que, para determinadas fases da aprendizagem em que os alunos
apresentam dificuldades na conceptualização, a imagem pode facilitar o
acesso a conceito.
O registo na folha dos nomes dos meios de comunicação, posteriormente
distribuída à turma, fez a ligação ao momento seguinte da aula ao mesmo
tempo que serviu de elemento destabilizador das representações prévias dos
alunos pois alguns dos exemplos não correspondiam às suas representações
de meios de comunicação – como a rádio, a televisão e, em alguns casos, o
jornal. Este momento é crucial para o professor, na medida em que, como
refere Perrenoud (2000, p. 29), “ajuda-o a fundamentar-se nas
representações prévias dos alunos, (…) a encontrar um ponto de entrada (…),
uma maneira de destabilizá-lo apenas o suficiente para levá-los a
restabelecerem o equilíbrio, incorporando novos elementos às
representações existentes, reorganizando-as se necessário”.
O desenvolvimento da aula consistiu maioritariamente na exploração de
imagens de meios de comunicação (cf. anexo B11) e no diálogo com os alunos
sobre os mesmos, promovendo assim um momento de partilha de
experiências pessoais e de saberes individuais dos alunos com o intuito de
construir um saber coletivo e partilhado. De acordo com Serrão & Barros
(2010, p. 244), “as interações entre o professor e os alunos, e os alunos entre
si, exigem a construção de sistemas de significados partilhados e são
92
resultado de dois processos de construção intimamente relacionados”; a
aprendizagem é, então, influenciada por “um processo guiado de construção
do conhecimento baseado na interação entre professor e estudantes” e por
“um processo colaborativo de construção do conhecimento, baseado na
interação entre alunos”, promovendo e facilitando a construção do
conhecimento “quando ambos os processos se apoiam e reforçam
mutuamente”.
É também de referir que o par optou por privilegiar momentos de
interação entre os alunos, nesta e noutras áreas, de forma a ir ao encontro do
modelo interativo de transmissão social do conhecimento de Vygotsky, o que
se coaduna com a visão de que a rede de conhecimentos formada pela
partilha das diferentes experiências dos alunos funciona como um andaime
que os ajuda a atingir um conhecimento mais aprofundado sobre os
conteúdos.
O registo das experiências nos balões de fala distribuídos pela professora
estagiária, para além de desenvolver a expressão escrita, tinha o intuito de
ajudar as crianças na apropriação dos conteúdos, aproximando-as da
realidade estudada. Posteriormente, os alunos construíram cartazes alusivos a
cada um dos meios de comunicação (cf. anexo 6. 2) onde integraram os
relatos das suas experiências, para colocar na sala, incorporando
características do modelo pedagógico da OC1 na prática educativa do par
pedagógico. Neste sentido, é relevante afirmar que “a participação dos alunos
na elaboração de cartazes sobre determinados temas é uma actividade
extremamente motivadora e com imensas aplicações no ensino da História,
desde que o professor faça preceder essa elaboração da necessária pesquisa
sobre o tema do cartaz” (Proença, 1989b, p. 296).
No seguimento das tarefas já descritas, a professora estagiária propôs aos
alunos que construíssem, com os contributos de toda a turma, uma definição
para meios de comunicação. A construção de definições coletivas é uma
estratégia, particularmente interessante na área das CSH, pois, ao
construírem as suas próprias definições, os alunos estruturam mentalmente
93
todos os conceitos abordados ao longo da aula, integrando os conhecimentos
prévios e formando uma unidade com significado. O recurso à chuva de ideias
prendeu-se, sobretudo, com a intenção de a professora estagiária criar
momentos de aula que potenciem o desenvolvimento da expressão oral dos
alunos.
A estratégia de consolidação utilizada nesta aula foi a resolução de um
crucigrama relativo aos conteúdos abordados (cf. anexo 6. 3). Desde os inícios
da sociedade ocidental que o jogo tem desempenhado um papel fundamental
na formação pessoal e social do indivíduo, sendo especialmente valorizado na
área da educação pelas potencialidades que apresenta ao nível do
desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança ao mesmo tempo
que imprime ludicidade na atividade escolar. Desde que começou a crescer o
interesse pela criança e pela forma como esta aprende, vários autores têm
defendido o jogo como um instrumento crucial para o processo de
aprendizagem da criança, favorecendo ao mesmo tempo o processo de
socialização. Rousseau (1966) considerou que o desejo de aprender revelado
pela criança se pode satisfazer através do jogo, uma vez que este é uma forma
livre e espontânea de aprender. Também Piaget (1976), Vygotsky (2008) e
Decroly (2010) defenderam que o jogo seria estruturante do desenvolvimento
cognitivo e social da criança e, portanto, benéfico ao processo educativo. Na
atualidade, a utilização do jogo enquanto estratégia de ensino e
aprendizagem tem-se revelado cada vez mais vantajosa para os alunos. De
acordo com Gomes (2012, p. 12), o jogo revela-se muito útil como “estratégia
de revisão e consolidação dos conteúdos letivos aprendidos e, por sua vez,
como instrumento de avaliação formativa, a usar no final de cada unidade
didática estudada”. Destaque-se, relativamente a este momento, a adequação
da estratégia planificada à dinâmica da turma atendendo a que, apesar de ser
uma tarefa individual, os alunos que acabaram em primeiro lugar
rapidamente se disponibilizaram para ajudar os colegas com mais dificuldades
e, posteriormente, para orientar autonomamente a correção do crucigrama
em grande grupo.
94
Ao longo das três aulas seguintes, iniciando com a aula supervisionada do
par pedagógico da mestranda, foi explorada a evolução dos meios de
comunicação recorrendo à exploração de documentos diversos, recolhidos
pelas professoras estagiárias e coletados numa apresentação em PowerPoint
(cf. anexo B12). O trabalho com fontes históricas desempenhou um papel
central nas aulas e promoveu competências de seleção e tratamento da
informação pela utilização de uma grelha de registo elaborada pelo par
pedagógico (cf. anexo 6. 4) onde os alunos apontaram, a partir do diálogo
suscitado pela análise dos documentos, as informações que consideraram
mais relevantes sobre cada meio de comunicação. A utilização da grelha de
registo que acompanhou o trabalho de análise de imagens e textos foi crucial
para a organização e sistematização dos conhecimentos. Importa referir que
este trabalho de análise e de registo, para além de os levar a contactar com o
passado, oferece aos alunos preciosas ferramentas para a interpretação do
mundo atual. Sobre a análise dos documentos, Pacheco (1989, p. 328)
defende que “a análise ideal de qualquer documento, em qualquer disciplina,
passa sempre pela objectivação (…) numa síntese que traduza (…) uma
motivação para a consciencialização do mundo contemporâneo, indissociável
de todo um passado cujo historial procuramos fabricar na disciplina de
História”. Para além disso, de acordo com Proença (1991, s./p.), “o valor
formativo do trabalho com as fontes históricas não se extingue no aspecto do
conjunto de capacidades que esta actividade pode desenvolver”, este contri-
bui também para o “incremento do respeito pelo património histórico-cultural
resultante do seu manuseamento pelo aluno que assim se apercebe da sua
importância”.
Como resultado da exploração dos documentos, os alunos construíram um
friso cronológico referente ao tema (cf. anexo 6. 5), responsabilizando-se, em
pequenos grupos, pela escrita e ilustração da informação referente a cada
meio de comunicação. De acordo com a Teoria das Inteligências Múltiplas,
que Gardner desenvolveu na década de 80, o contacto dos alunos com
recursos e materiais diversificados aumenta significativamente as suas
95
possibilidades de sucesso no âmbito da História. Isto porque, segundo
Antunes (2002, p. 17), os alunos apresentam sensibilidades muito variadas e
nem todas as estratégias motivam os alunos da mesma forma. Envolver os
alunos na construção dos recursos é também uma forma de ajudá-los a
superar as dificuldades relativas aos conceitos abstratos que a História
mobiliza. Rodrigues (1989, p. 342) defende que “levar o aluno a motivar-se
pela História é ajudá-lo a aprender a construir a História. Muitos dos exemplos
abstractos com que lidamos podem ser materializados, na aula, com materiais
variados que os nossos alunos podem construir”. Para que os alunos possam
construir recursos e, consequentemente, conhecimento “é preciso criar um
espaço onde o aluno possa pesquisar, descobrir, analisar, viver e reconstruir o
momento histórico que está a estudar” (Quintas, 1989, p. 416). Note-se que a
utilização desta estratégia vai, também, ao encontro de outra das grandes
competências que o par pedagógico considera fundamental: trabalhar em
grupo. O trabalho de grupo, para além de desenvolver nos alunos a
autonomia, a regulação de comportamentos sociais, a capacidade de
argumentação e de defesa do próprio ponto de vista, é uma das primeiras
experiências da criança sobre a vida em sociedade democrática e participada.
Atendendo às dificuldades que as crianças desta faixa etária apresentam na
compreensão da noção de tempo histórico, o recurso a cronologias e linhas
do tempo desempenha um papel fulcral no processo de ensino e de
aprendizagem pela sua dimensão visual e sequencial. Neste sentido, Graça
(1994, p. 358) refere que “é tido como ponto consensual por todos os
elementos responsáveis pelo ensino da História (…) que, em especial nos
níveis iniciais, a cronologia é a espinha dorsal de onde emanam outros
conceitos e noções históricas”. A esta ideia Oliveira Marques (1993, p. 5)
acrescenta que “a cronologia foi o género primeiro da historiografia. No
assentamento das principais efemérides viam os homens do passado uma
necessidade imprescindível para a sua identidade e a sua cultura”. Deste
ponto de visto, é de referir que ao longo do 1.º CEB, e mesmo ainda na
educação pré-escolar, os professores constroem com os alunos diversos
96
materiais, como calendários de feriados e celebrações várias, agendas
semanais, mapas de aniversários, do tempo (meteorológico), de presenças, da
cantina, do leite escolar, etc., que os ajudam a, progressivamente,
compreender a noção de tempo.
As duas últimas aulas da unidade didática centraram-se na evolução dos
meios de transporte, sendo que, na primeira aula, o objetivo do par
pedagógico foi rever o conceito de meios de transporte, compreendendo as
diferenças entre meios terrestres, aéreos e aquáticos. É de salientar, nesta
aula, a atividade de motivação – que, em articulação com a Expressão
Musical, consistiu numa adaptação do jogo do Bingo e cujo objetivo era, como
forma de introduzir o tema da aula, identificar nas imagens dos cartões o
emissor de cada um dos sons reproduzidos – e a realização de uma ficha de
trabalho. Nesta ficha, os alunos tinham um conjunto de mapas com percursos
assinalados e cabia-lhes selecionar o meio de transporte mais adequado para
cada percurso, justificando sempre a sua escolha. Esta atividade, para além de
promover a leitura e a interpretação de informação expressa em mapas,
revelou-se suficientemente aberta e complexa para impulsionar uma
discussão entre os alunos sobre o meio de transporte mais adequado para
cada percurso, considerando tempo, preço e comodidade, desenvolvendo,
assim, o espírito crítico e a capacidade argumentativa.
Na segunda aula, discutiu-se a evolução dos meios de transporte focando
as invenções e inovações científicas e tecnológicas, como a invenção da roda,
a utilização de combustíveis ou da eletricidade, que impulsionaram
transformações e melhorias nesse setor. Destaque-se, nesta aula, a atividade
de motivação – que consistiu na exploração do site do Museu dos Transportes
para ativação de conhecimentos prévios, visto que, no ano anterior, a turma
tinha realizado uma visita de estudo a este Museu – e a atividade de
consolidação em que os alunos, partindo dos conhecimentos que tinham
sobre a evolução dos meios de transporte, desenharam um meio de
transporte que consideraram ser característico do ano 2116. Com esta última
97
atividade pretendia-se que os alunos compreendessem que pensar o passado
nos permite prever, com menos incerteza, questões do futuro próximo.
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 2.º CEB
As aulas de História e Geografia de Portugal (HGP), no 2.º CEB, centraram-
-se, sobretudo, na temática da Expansão Portuguesa, integrada no domínio
Portugal do século XIII ao século XVII e no subdomínio Portugal nos séculos XV
e XVI (Ribeiro et al., 2013, p. 10).
Atendendo ao horário da turma, e pelo facto de haver uma aula de HGP
em que o par pedagógico não estava presente, não foi possível planificar uma
unidade didática por não se conseguir assegurar a continuidade dos
conteúdos. Deste modo, nesta secção a mestranda irá centrar-se na aula
supervisionada, refletindo mais profundamente sobre cada um dos momentos
em que esta se desenvolveu.
No que diz respeito à aula supervisionada da mestranda (cf. anexo 7), o par
pedagógico planificou um percurso de aprendizagem que permitiu aprofundar
os conhecimentos dos alunos sobre a vida na época dos Descobrimentos a
partir da análise de documentos e do diálogo sobre os mesmos. Deste modo,
os alunos puderam conhecer os instrumentos e as técnicas de navegação
utilizados pelos marinheiros, na altura, e compreender alguns aspetos da vida
a bordo das caravelas, nomeadamente no que diz respeito a hábitos de
higiene e de alimentação, acomodações e armazenamento de produtos.
Para iniciar a aula, e como motivação, os alunos visualizaram um excerto
de um documentário42 sobre a importância do Cabo de Sagres na altura dos
42 Retirado do Portal dos Descobrimentos – http://www.portaldescobrimentos.pt.
98
Descobrimentos, onde foram salientadas as cartas náuticas e as caravelas (cf.
anexo B13). Através do diálogo, a professora estagiária direcionou a atenção
dos alunos para os elementos característicos dos Descobrimentos visíveis no
vídeo, o que levou os alunos a identificarem as caravelas e “os mapas”.
Segundo Proença, o documento, neste caso o documentário, “tem um forte
valor afectivo ajudando a desenvolver no aluno a imaginação empática e
permitindo, enfim, «fazer reviver a História»” (Proença, 1989a, p. 128) já que
“a imaginação, capacidade de formar imagens mentais do que não está
presente ou que nunca se experimentou, está muito implicada nestes
processos, e o seu desenvolvimento conhece hoje um forte impulso como
recurso didáctico” (Egan, 1994, citado por Félix, 1998, p. 35).
O desenvolvimento da aula iniciou-se com a projeção43 de um documento
do manual (cf. anexo 7. 1) sobre os conhecimentos dos portugueses na época
dos Descobrimentos, com o intuito de introduzir os instrumentos e técnicas
de navegação e considerando a importância de realizar atividades que
envolvam a manipulação e organização de informações. A escolha do excerto
do Tratado da Defensão da Carta de Marear (séc. XVI), de Pedro Nunes,
prendeu-se, também, com o facto de se reconhecer que “as fontes oficiais e o
testemunho dos cronistas permitiram acompanhar os movimentos da
expansão” (Serrão, 1989, p. 15). Neste âmbito, Monteiro (1988, p. 13) refere
que as crónicas, apesar de levantarem dúvidas quanto à objetividade
histórica, são uma fonte decisiva para o conhecimento e o estudo da história.
É importante referir que “sem fontes histórica não é possível fazer História.
Sem fontes históricas também não é possível ensinar História, se
pretendemos efectuar um ensino activo, inteligível e capaz de desenvolver
capacidades e competências” (Proença, 1989a, p. 126). Para além disso, o
43 Optou-se pela projeção dos materiais do manual uma vez que havia dois manuais em
utilização na turma e nem todos os documentos se encontravam nas duas edições ou, encontrando-se, estavam em páginas diferentes.
99
recurso ao documento escrito promove o desenvolvimento de competências
de interpretação de textos e a familiarização dos alunos com os usos da língua
em diferentes épocas da História. É de salientar o valor primordial dos textos
históricos e a análise dos mesmos, uma vez que estes ajudam “a captar a
mentalidade da época estudada. (…) O saber decifrar o conteúdo de um texto
(…) é algo que resultará útil não só para o estudo da História mas também
para a compreensão da sociedade actual” (Fabregat & Fabregat, 1991, p. 50).
Note-se que foi uma preocupação do par pedagógico trabalhar a
competência comunicativa dos alunos em todas as disciplinas, o que é ainda
mais visível na disciplina de História, como atesta Guedes (1989, p. 235):
Porque se relaciona intimamente a linguagem com a aprendizagem ou o estudo da
História? Porque a História não acontece quando os factos se dão, mas quando os
historiadores reflectem e escrevem sobre eles. (…) Falhar (…) na capacidade de
comunicação é, efectivamente, um problema particularmente grave no domínio da
História. É, por isso, indispensável a promoção desta competência linguística no aluno. (…)
Esta tarefa não é exclusiva dos professores de Português, mas deve ser uma
responsabilidade partilhada por todos os professores.
A partir da leitura e exploração do documento, os alunos compreenderam
de que forma os conhecimentos científicos nos campos da Astronomia e da
Geometria, juntamente com outras inovações, possibilitaram aos
navegadores portugueses a realização de viagens mais longas e para locais
mais distantes. No entanto, o aspeto mais interessante deste documento
centra-se na referência às cartas de marear, ou cartas náuticas, o que
permitiu aos alunos compreender como era construído o conhecimento
geográfico do mundo. Neste sentido, foi intenção do par pedagógico, na
iniciação ao tema, sensibilizar os alunos para os aspetos mais positivos da
Expansão, pois “essa obra grandiosa que foram as viagens marítimas e
terrestres dos exploradores portugueses não só amplificou enormemente, e
em certos aspectos revolucionou, os conhecimentos da geografia, física e
humana, como iniciou a expansão para todo o mundo da cultura europeia”
lançando “as bases do método científico moderno” (Nogueira, 1990, p. 19).
100
Para dar continuidade ao tema dos instrumentos de navegação, a
professora estagiária questionou os alunos sobre os instrumentos de
navegação utilizados na atualidade, estabelecendo um paralelo entre o
passado e o futuro e levando os alunos a reconhecer que as inovações da
época dos Descobrimentos foram determinantes para a náutica atual. De
seguida, os alunos realizaram um exercício de correspondência através da
projeção de uma grelha (cf. anexo 7. 2), associando as definições dadas às
imagens dos instrumentos e, posteriormente, as imagens aos nomes dos
mesmos. Os recursos desempenham um papel fundamental na aula de
História e, por isso, a sua seleção deve ser cuidada e crítica. Note-se que “a
imagem é fundamental para reproduzir com fidelidade todos os pormenores
do real (…). A imagem mostra, reconstitui e reproduz, de uma maneira global”
(Ribeiro & Ribeiro, 1990, p. 130). Acresce a isso o facto de a utilização da
imagem estimular a memória visual em atividades de associação ou
correspondência entre imagens e conceitos ou definições, como já foi referido
em outros momentos deste RE. Por outro lado, este tipo de atividades
também ajuda a desenvolver a competência comunicativa que é essencial
para a compreensão histórica. Guedes (1989, p. 237) sugere que o professor
pode recorrer a várias estratégias para promover o desenvolvimento do
vocabulário como a associação entre conceitos e imagens, clarificando assim o
conceito em causa, ou o relacionamento de palavras-chave ou de conceitos
com definições dadas.
Para abordar as inovações feitas nas embarcações e as técnicas de
navegação, a professora estagiária recorreu a uma apresentação em
PowerPoint (cf. anexo B14), elaborada pelo par pedagógico. Fernandes (2013,
pp. 21-22) refere que “a utilização de audiovisuais na sala de aula é uma
forma de o docente captar a atenção e o interesse dos alunos pelos
conteúdos programáticos” já que “o mero papel passivo leva à indiferença
pelos conteúdos letivos”. Partindo da exploração de imagens de uma barca,
um barinel e uma caravela, os alunos concluíram que a caravela possuía um
conjunto de características determinantes para o sucesso das viagens como o
101
tamanho e a resistência das embarcações, o que lhes permitia navegar em
mar alto, e a utilização de velas móveis e triangulares, que facilitavam a
navegação com ventos desfavoráveis e a manobra das embarcações em
menor espaço. Foi também explorada a técnica de navegação à bolina, que
consistia em navegar em ziguezague, obliquamente em relação à linha do
vento, de modo a que a embarcação progredisse no rumo pretendido, mesmo
com ventos contrários. Para levar a turma a “conhecer e compreender os
desafios, as motivações e as condições para o pioneirismo português na
expansão” (Ribeiro et al., 2013, p. 10) tornou-se importante fazê-los ver que
os navegadores portugueses foram “os primeiros a navegar, planeadamente,
no oceano, longe das costas - «no alto mar», graças aos progressos que
alcançaram nas tecnologias da navegação e no conhecimento do próprio
oceano, das suas correntes e dos seus ventos” (Nogueira, 1990, p. 19).
A partir da apresentação, a professora estagiária questionou os alunos
sobre como seria a vida a bordo de uma caravela. Como já aqui foi referido, os
alunos desta faixa etária, apesar de manifestarem dificuldades na
manipulação da noção de tempo, conseguem compreender questões
históricas complexas se os recursos utilizados forem motivadores e
inteligíveis. Para Roldão (1994, p. 421), “o reconhecimento desta
especificidade do pensamento do jovem aluno implica um aproveitamento
das potencialidades da História enquanto discurso narrativo e recriação
fascinante de mundos e vivências de um passado revisitado”.
Neste sentido, o par pedagógico tinha planificado, para este momento da
aula, a exploração de uma página da internet com uma caravela interativa44,
sendo possível visualizar o interior da caravela e aceder a várias informações,
como os nomes atribuídos a cada espaço e a respetiva função já que “quanto
mais o aluno observa directamente, melhor capta a realidade que o rodeia e
44 Disponível em http://www.educopedia.com.br/educopedia/objetosEducacionais/historia/
swf/GrandesNavegacoes.swf.
102
melhor compreenderá a realidade histórica” (Fabregat & Fabregat, 1991, p.
55). Ainda sobre a necessidade de dar a conhecer aos alunos as realidades
históricas, Quintas (1989, p. 416) refere que “compete, pois, ao professor
investigar sobre a vida da época, (…) reconstruir e levar, se possível, os alunos
a viverem tais situações como se viajassem no tempo”.
No entanto, por falta de tempo45, o diálogo sobre a vida a bordo das
caravelas foi realizado com base nas conceções prévias dos alunos, o que se
revelou interessante pois muitos dos alunos possuíam já conhecimentos sobre
o assunto, colocando questões pertinentes e contribuindo de forma positiva
para o processo de ensino e de aprendizagem.
Como consolidação, a professora estagiária propôs a construção de um
mini-glossário ilustrado de aula (cf. anexo 7. 3) relativo aos conteúdos
abordados: caravela e suas características, técnica de navegação à bolina,
instrumentos de navegação, como a ampulheta, o astrolábio, o quadrante, a
bússola e a carta náutica, e aspetos da vida a bordo das caravelas, como a má
alimentação e, consequentemente, o escorbuto. A seleção desta atividade
para o momento de consolidação prendeu-se com o que a mestranda tem
vindo a defender sobre a necessidade de desenvolver hábitos de leitura e de
escrita nos alunos para potenciar o aperfeiçoamento da competência
comunicativa. Para além disso, Felgueiras (1989, p. 255) afirma que para
construir os conceitos os alunos necessitam de desenvolver atividades
intelectuais que resultem na organização de uma rede de significação. Para
isso, o professor pode fornecer algumas palavras-chave que associadas a
imagens ajudam o aluno a clarificar esses conceitos e a alcançar o âmago da
narrativa ou da história (Guedes, 1989, p. 237). Tomando como certas as
palavras de Proença (1989a, p. 96) – “ao pretendermos desenvolver
capacidades nos alunos devemos optar pela utilização de métodos activos
45 No início da aula, a professora estagiária deparou-se com um problema no computador e a
sua resolução levou a que se perdessem alguns minutos de aula.
103
que, colocando o aluno no centro da acção didática, contribuam para a
construção, progressiva e durável, de conceitos gerais e atitudes próprias da
inteligência activa” –, é de referir que o par optou por privilegiar estratégias
em que os alunos desempenhassem um papel ativo.
APRECIAÇÃO GLOBAL
Estudo do Meio e História e Geografia de Portugal, ramos que pertencem
às CSH, apresentam um objetivo cujas diferenças se esbatem. Com efeito,
ambas procuram compreender as malhas tecidas pelo homem e o seu
comportamento no enredamento social e cultural por si criado a partir de
discursos específicos.
Num 1.º CEB, a existência de uma área como o Estudo do Meio prepara a
aprendizagem de História e Geografia de Portugal no 2.º CEB, uma vez que
por Estudo do Meio se deve entender a observação e análise dos fenómenos
humanos e sociais, motivados por fatores concretos – mais ou menos
explícitos –, que evoluem a par das sociedades. Nesta ordem de ideias, o
Estudo do Meio, na PES, permitiu à professora em formação desenvolver
estratégias de observação, indagação e análise de temas que, apesar de
pertencentes a um programa curricular, foram tratados numa perspetiva que
visa dotar os alunos de ferramentas que lhes permitam resolver problemas
cimentados em realidades físicas e humanas.
Nas aulas de HGP, a mestranda pretendeu romper com modelos que
considera ultrapassados e que em nada motivam os alunos para a
aprendizagem, ou seja, certa tendência para se entender a História como uma
sequência baseada em causas e efeitos e/ou forma de identificar heróis e
malfeitores. Importa também lembrar que o ensino da História poderá
transformar-se numa zona perigosa, na medida em que o professor leva para
a sala de aula as suas representações dos eventos históricos, marcadas por
104
idiossincrasias e balizadas ideologicamente, pelo que o ensino da história
deve, na opinião da professora em formação, fornecer aos alunos os
instrumentos necessários para que possam extrair significados das pequenas
narrativas do passado, formando o seu juizo de valores.
O ensino da História deve também ser visto como meio para organizar
conhecimentos que desenvolvem na criança uma memória histórica. Como
afirma Maria Isabel João (s./d., s./p.),
os fatores ideológicos e afetivos têm um peso decisivo nas memórias coletivas e são fonte
de muitos preconceitos, estereótipos e interpretações unilaterais dos factos históricos. O
olhar centra-se, naturalmente, em nós e subalterniza os outros. O passado é visto em
função do presente e das expectativas em relação ao futuro. Os anacronismos são comuns
e o tempo aparece como uma categoria vaga, imprecisa, fluída, como um eterno presente.
As noções fatalistas sobre o destino e a tendência para recordar somente o que conforta e
suscita uma identificação positiva dominam as representações vulgares da história. As
memórias coletivas são construídas de muitos esquecimentos.
Não esquecendo as palavras de José Mattoso, que serviram de epígrafe a
esta secção, a mestranda optou por estratégias em que os alunos se
tornassem dinamizadores das aprendizagens e dos seus conhecimentos e
representações prévias. Para isso, partiu sempre de uma visão humanista que
não desconsidera nem a realidade local, nem a nacional e tão pouco a
europeia, visto só assim poder formar a consciência da diversidade cultural e
ativar sentidos de pertença num mundo que tende a todo o custo e de forma
veloz apagar origens e valores comuns.
Assim, a utilização de fontes históricas exerceu um papel importante nas
aulas, permitindo aos alunos o acesso a informação fidedigna e,
simultaneamente, a poderem interpretar esses registos, questionando-os. Se
o professor for capaz de relacionar as representações prévias dos alunos com
os conteúdos, amplia o conhecimento do passado e aperfeiçoa o pensamento
crítico, contribuindo para um melhor conhecimento do mundo.
105
3.2.5.Ciências Naturais
Se o conhecimento pode criar problemas, não é através da
ignorância que podemos solucioná-los.
(Asimov, 1972, p. 15)
Num mundo em constante evolução, em que a Ciência e a Tecnologia
invadem o quotidiano dos indivíduos, a educação em ciências deve assegurar
a “formação de cidadãos cientificamente cultos, capazes de participar
activamente e responsavelmente em sociedades que se querem abertas e
democráticas” (Cachapuz, Praia & Jorge, 2004, p. 366).
A implementação de um abordagem Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS)
responde às necessidades de articular a ciência, a tecnologia e a cultura,
possibilitando aos alunos atribuir-lhes sentido (Paixão, Santos & Praia, 2008,
p. 190). Ao promover todas as dimensões da literacia científica, esta
abordagem possibilita um ensino contextualizado, desenvolvendo nos alunos
competências ao nível da reflexão, do espírito crítico, do diálogo e da partilha
de responsabilidades. Neste sentido, a integração de contextos CTS nas aulas
“promove a construção de conhecimento científico útil e com significado
social, o que permite às crianças e aos jovens melhorar a qualidade da
interacção com a realidade natural” (Martins et al., 2007, p. 17), ou seja,
ajuda o aluno a identificar as relações entre os conceitos científicos abordados
em contexto escolar e os fenómenos reais com que lida no quotidiano.
Ao longo das aulas concebidas pelo par pedagógico, procurou-se, para
além da mobilização de contextos CTS, integrar atividades que envolvessem o
trabalho prático, isto é, que fosse realizado pelos alunos, laboratorial,
portanto, que implicassem a interação dos alunos com materiais de
laboratório, e experimental, que pressuponham controlo e alteração de
variáveis (Miguéns, 1999). Com estas atividades objetiva-se “proporcionar à
criança o desenvolvimento da compreensão de procedimentos próprios do
questionamento, e, através da sua aplicação, resolver problemas de índole
106
mais teórico ou mais prático, emergentes de contextos que lhe são familiares”
(Martins et al., 2007, p. 40).
Varela (2010, p. 90) defende que, idealmente – sublinhe-se –, no ensino
das Ciências, “as crianças são estimuladas e envolvidas numa permanente
reflexão sobre aquilo que dizem e fazem, de modo a tomarem consciência das
suas próprias ideias, dos procedimentos realizados e das estratégias
implementadas (…), potenciando-se, desta forma, o desenvolvimento de
competências metacognitivas”. Com base nesta afirmação conclui-se que tão
importante como o trabalho é a qualidade da discussão e da reflexão
realizada sobre ele, pois é a partir destas que se constrói o conhecimento e,
consequentemente, a consciência sobre ele.
Note-se que “o exame atento das propostas de Vygostky sobre a
interacção entre conhecimento do senso comum e conhecimento científico
[lançou] novas luzes sobre a fundamentação psicológica das designadas
concepções alternativas dos alunos” (Cachapuz, Praia & Jorge, 2004, p. 378),
que são, fundamentalmente, ideias que os alunos já possuem sobre alguns
conceitos/ conteúdos e que se desenvolvem devido à necessidade de criar
explicações para os fenómenos com que as crianças se daparam no
quotidiano. Para este autor, o conhecimento dos alunos é produto de um
conjunto de situações em que se destacam a interação com os outros e a
mediação do professor, paralelamente ao uso da linguagem, fazendo com que
“as suas experiências e o seu conhecimento contextualizado se integrem num
sistema mais amplo” (Cachapuz, Praia & Jorge, 2004, p. 378).
É de salientar a importância da mediação do professor para envolver
produtivamente os alunos na disciplina, uma vez que esta “começa quando
está a preparar as tarefas e continua na sala de aula quando garante acesso a
recursos, reconhece autonomia e responsabilidade aos alunos e quando
monitoriza e corrige o envolvimento dos mesmos” (Lopes et al., 2012, p. 140).
Se, “ao refletir sobre as suas ações na sala de aula, cada professor pode traçar
o caminho da sua autoformação, observando-se, refletindo, refazendo a sua
prática e procurando aperfeiçoar-se” (Lopes et al., 2012, p. 128), a análise dos
107
percursos de aprendizagem aqui descritos tem como objetivo potenciar o
desenvolvimento profissional da mestranda através do processo reflexivo que
lhe subjaz.
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 1.º CEB
As aulas de Estudo do Meio, no âmbito das Ciências Naturais, centraram-se
no estudo do sistema circulatório, atendendo à planificação do Agrupamento.
Assim, o par pedagógico planificou e desenvolveu uma atividade cujos
objetivos eram “identificar fenómenos relacionados com algumas das funções
vitais (pulsação)” e “conhecer alguns órgãos dos aparelhos correspondentes
(coração)”, integrada no tema 2. O seu corpo do Bloco 1 – À descoberta de si
mesmo (ME, 2004, p. 108). Encontrando-se a turma já no final do estudo das
funções vitais, foi estruturada uma aula, em conjunto com o professor
supervisor, com o intuito de alimentar a curiosidade da turma e, ao mesmo
tempo, promover o contacto com a realidade, a problematização das
representações do corpo humano e o desenvolvimento do pensamento
científico.
Para dar início à primeira parte da aula (cf. anexo 8), orientada pela
mestranda, procedeu-se à audição de uma gravação de sons do coração.
Alguns dos alunos identificaram de imediato os batimentos cardíacos
enquanto outros sugeriram que era o som de um comboio. Através do diálogo
estabelecido com a turma, os alunos questionaram a professora estagiária
sobre alguns sons percetíveis na gravação que não correspondiam aos
batimentos cardíacos. Essa problematização foi importante para o momento
seguinte da aula, fazendo a ligação entre o momento de motivação e o início
do desenvolvimento da aula. A professora estagiária questionou os alunos
sobre uma situação do quotidiano em que se costume ouvir o coração. Os
alunos relacionaram imediatamente com as consultas médicas, atendendo a
108
que, no ensino das Ciências, se torna particularmente importante “a
valorização do quotidiano e de temas de relevância pessoal e social” (Martins
et al., 2007, p. 24).
Apesar de não saberem o nome, todos os alunos identificaram o
estetoscópio como o instrumento utilizado pelos médicos para ouvir o
coração e referiram ainda que, se encostassem o ouvido ao peito de alguém,
também conseguiam ouvir os batimentos cardíacos.
A partir do diálogo estabelecido com a turma, a professora estagiária
sugeriu-lhes que fizessem de conta que eram médicos e que iam auscultar os
seus pacientes. Para isso, foi distribuído um estetoscópio por cada par e, com
a ajuda de um cronómetro, cada “médico” ouviu o coração do seu paciente
durante um minuto, ao fim do qual inverteram os papéis (cf. anexo 8. 1). Após
esse momento, foram discutidos os resultados em grande grupo. Os alunos
identificaram o batimento cardíaco dos colegas, reproduzindo-o através de
onomatopeias, bem como outros sons do coração que os alunos associaram à
circulação do sangue e à passagem do mesmo pelas válvulas.
Seguidamente, foi-lhes solicitado que representassem individualmente um
coração aberto numa folha de papel A5, utilizando apenas um marcador preto
(cf. anexo 8. 2), considerando a importância “de mobilizar os saberes dos
alunos, a partir dos quais são gerados os problemas e as tarefas” (Lopes,
2004, p. 166). A realização deste atividade foi importante para o par
pedagógico compreender os conhecimentos efetivos que cada um dos alunos
tinha sobre a morfologia do coração, direcionando assim o momento de
observação do coração para as dúvidas mais recorrentes dos alunos. Por falta
de tempo, o par não realizou a exploração das produções dos alunos, em
grande grupo, com auxílio da microcâmara, tendo decidido retomar essa
atividade na aula seguinte.
Na segunda parte da aula, orientada pelo par pedagógico da mestranda, os
alunos tiveram a oportunidade de realizar uma atividade exploratória com um
coração de porco, já que, segundo Mendes, Rebelo e Pinheiro (2002, p. 25)
“actividades práticas como o estudo anatómico de coração de porco (….)
109
permitirão abordar [por exemplo] os seguintes aspectos: relação entre
morfologia e fisiologia do coração”. Para isso, em diálogo com a turma, foram
formuladas algumas questões que representassem curiosidades dos alunos
sobre o coração humano e, ao mesmo tempo, contribuíssem para o
aprofundamento do seu conhecimento científico, como, por exemplo, “Que
dimensões tem um coração?” ou “Existem ligações entre as cavidades?”.
Respeitando a divisão da turma em grupos, a professora estagiária
forneceu a cada grupo um tabuleiro com um coração de porco e material de
laboratório como pinças, aventais e luvas. Os grupos exploraram os corações
autonomamente (cf. anexo 8. 3), tentando responder às questões que lhes
tinham sido atribuídas no início da atividade, já que “a investigação directa da
realidade é importante para a formação do futuro cidadão consciente que
saiba observar o que o rodeia” (ME, 1991b, p. 186). Note-se que, por
exemplo, nas representações que costumam surgir nos manuais, a diferença
entre a musculatura dos dois ventrículos, neste nível de ensino e nesta faixa
etária, passa frequentemente despercebida. Contudo, na exploração do
coração de porco essa diferença foi mais evidente. Apesar de os alunos serem
capazes de distinguir a pequena circulação da grande circulação e de saberem
que é do ventrículo esquerdo que é bombeado o sangue para todo o corpo –
o que exige evidentemente mais esforço do que bombear o sangue apenas
para os pulmões –, estes nem sempre estabelecem a relação entre os seus
conhecimentos e a espessura do tecido muscular do ventrículo esquerdo.
Assim, pode-se afirmar que a experiência manipulatória e tridimensional
contribuiu para o sucesso do processo de aprendizagem relativo à morfologia
do coração, aproximando os alunos da realidade e promovendo uma atitude
científica e investigativa.
Após esta aula, o par sentiu a necessidade de dar continuidade ao trabalho
iniciado, recorrendo, mais uma vez, à expressão plástica para materializar o
percurso de aprendizagem. Assim, a segunda aula iniciou-se com a projeção e
exploração das representações do coração humano elaboradas pelos alunos
na aula anterior. O objetivo desta tarefa era fazer com que, a partir dos
110
conhecimentos decorrentes da atividade exploratória do coração de porco, os
alunos fossem capazes de analisar criticamente as representações feitas,
atendendo ao rigor científico. Os alunos conduziram a tarefa com muita
seriedade, apoiando-se nas representações disponíveis na sala – manual,
caderno e cartazes – e no seu próprio conhecimento para identificar os
elementos em falta ou mal representados, estabelecendo um diálogo
produtivo e promotor de novos conhecimentos.
A opção de partir das representações dos alunos para a discussão, em
turma, sobre a morfologia do coração prende-se com a importância que
assumem as suas conceções prévias no processo de aprendizagem pois, numa
perspetiva sócio-construtivista, o aluno está implicado na construção do seu
próprio conhecimento e é através do diálogo e da partilha com o outro que
avança na aprendizagem. Segundo Menino e Correia (2001, p. 98), a primeira
preocupação do ensino deve ser “conhecer e valorizar as concepções
alternativas que os alunos já possuem quando estes chegam às aulas de
Ciências”, uma vez que estas “devem ser encaradas como construções
pessoais, que o professor tem o dever de conhecer” para enformar a sua
prática educativa e encaminhar os alunos para a mudança concetual.
No momento seguinte, de forma a esclarecer algumas dúvidas que
pudessem persistir, os alunos exploraram várias representações do coração
humano, como fotografias, esquemas diversos e modelos tridimensionais.
Saliente-se que algumas das imagens exploradas apresentavam legendas em
inglês e em norma português do Brasil, o que chamou a atenção das crianças
que não reconheciam os termos utilizados, não causando, no entanto,
distrações. Seguiu-se a exploração de outra representação do coração
humano através do site Bio Digital46, onde é possível isolar as veias, as
artérias, cada uma das cavidades e das válvulas bem como visualizar e ouvir
46 Disponível em https://www.biodigital.com.
111
os batimentos cardíacos. Os alunos revelaram-se muito recetivos a este
recurso, tendo prescindido de algum tempo do seu intervalo para explorá-lo
de forma autónoma, visualizando outros sistemas e, o que mais os
entusiasmou, o esqueleto.
Após a exploração do Bio Digital, foi proposto aos alunos que elaborassem
uma nova representação do coração, desta vez em 3D e recorrendo a barras
de plasticina fornecidas pelas professoras estagiárias. Embora esta estratégia
tenha parecido uma boa opção, uma vez que exigia que fossem feitas as
devidas correções nas primeiras representações, os alunos revelaram muitas
dificuldades em transpor a representação bidimensional para tridimensional,
ignorando a profundidade – como se pode verificar através do registo
fotográfico (cf. anexo 8. 4). Este é um dado interessante já que, vivendo num
mundo tridimensional, as crianças costumam apresentar dificuldade em
passar do tridimensional para o bidimensional e não o contrário.
No geral, as duas aulas constituíram uma experiência única, em que, mais
do que os conteúdos do programa, foram trabalhados aspetos do
conhecimento científico que ajudaram as crianças a evoluir e a reconhecer a
importância das Ciências para o processo de conhecimento do mundo.
PRÁTICA EDUCATIVA SUPERVISIONADA NO 2.º CEB
No 5.º A, as atividades implementadas focaram temas relativos à água e ao
ar, de forma a corresponder à planificação do Orientador Cooperante e ao
estipulado nas Metas Curriculares de Ciências Naturais. Nesta secção, a
mestranda irá focar a aula supervisionada atendendo a que a conceção desta
resultou de um longo processo reflexivo e de pesquisa sobre os conceitos
científicos e que, sendo uma atividade prática, exigiu que a mestranda
superasse as suas dificuldades nesta área.
112
A aula foi planificada (cf. anexo 9)47 com o intuito de levar a turma a
“identificar as propriedades do ar e de alguns dos seus constituintes, com
base em atividades práticas”, integrando-se, nas Metas Curriculares, no
objetivo “compreender a importância da atmosfera para os seres vivos”, no
subdomínio “A importância do ar para os seres vivos” e no domínio “A água, o
ar, as rochas e o solo – Materiais terrestres”. Neste sentido, as atividades
foram concebidas com vista a dar resposta à questão-problema num processo
de ensino por descoberta (Bonito et al., 2013, p. 4).
Para dar início à aula, a professora estagiária estabeleceu um diálogo com
os alunos baseado na premissa de que o ar é essencial à vida, questionando-
-os sobre as propriedades que o caracterizam. Partindo do contributo de uma
aluna, que afirmou que o ar não tinha peso, iniciou-se, então, o percurso de
descoberta das propriedades do ar através de atividades práticas simples,
recorrendo a objetos do quotidiano e a alguns materiais de laboratório. Antes
de iniciar as atividades práticas, distribuíram-se pelos alunos grelhas de
registo semi-estruturadas para que fossem registando as conclusões a que
chegavam (cf. anexo 9. 1), pois a promoção de hábitos de escrita é uma
dimensão imprescindível no ensino das Ciências, já que esta desempenha uma
função importante no desenvolvimento do pensamento. Segundo Vygotsky
(2008, p. 54), “o desenvolvimento do pensamento é determinado pela
linguagem, ou seja, pelos instrumentos linguísticos do pensamento e pela
experiência sociocultural da criança. (…) O crescimento intelectual da criança
depende do seu domínio dos meios sociais de pensamento, ou seja, da
linguagem”. Neste caso, a proposta era a de preenchimento da grelha na qual
47 Tal como nas outras aulas, a planificação desempenhou aqui o papel de instrumento de
apoio à decisão, sendo flexível e passível de alterações. Atendendo ao caráter aberto da aula, os alunos conduziram a ordem pela qual se realizaram as atividades à medida que iam colocando as questões e ia surgindo a necessidade de descobrir a resposta.
113
os alunos tinham de organizar as ideias, estabelecendo relações entre elas
afim de chegarem a conclusões.
Seguidamente, a professora estagiária perguntou aos alunos se
concordavam ou não com a afirmação da colega e as opiniões dividiram-se:
Professora estagiária: Como podemos saber se o ar tem peso ou não?
Aluna A: Podemos pesar o ar.
Professora estagiária: Como é que pesamos o ar?
Aluno B: Se pesarmos um balão vazio e depois o enchermos com ar e voltarmos a pesar
podemos ver se o peso é diferente.
Partindo da sugestão do alunos, a professora estagiária apresentou duas48
bolas à turma – uma sem ar e uma com ar – e uma balança digital de
laboratório que os alunos poderiam usar para responder à questão,
realizando uma atividade laboratorial. Segundo Martins et al. (2007, p. 36),
entende-se por trabalho laboratorial “um conjunto de actividades que
decorrem no laboratório, com equipamentos próprios ou com estes mesmos
equipamentos em outro local (…). O trabalho laboratorial só será trabalho
prático para o aluno se este for o executante da atividade”. É de salientar,
neste ponto, a importância de utilizar material adequado às atividades uma
vez que, para realizar a pesagem das bolas, não era possível utilizar, por
exemplo, uma balança de cozinha, uma vez que a diferença de peso entre
estas não chegava a 1g. Para chegar a esta conclusão, foi importante o
trabalho rigoroso de preparação da aula, realizado pela professora estagiária,
pois, ao não ser visível a diferença entre o peso da bola cheio e o peso da bola
vazia, a atividade poderia ficar comprometida. É também de salientar que as
duas bolas foram adquiridas vazias e pesadas nas mesmas condições, de
48 Apesar de a planificação sugerir a utilização de três bolas, a pesagem que a mestranda
realizou antes da aula indicou que a bola com mais ar pesava menos do que a bola meia cheia, provavelmente devido a características do material de que era feita a bola, o que levou a que fossem utilizadas apenas duas bolas.
114
forma a garantir que a diferença de peso entre as duas se devia à existência
de ar dentro de uma delas e não a características prórpias da bola e/ou da
matéria-prima:
Professora estagiária: Após a pesagem das bolas o que verificamos?
Aluno A: Que a bola com ar pesa mais do que a bola sem ar.
Professora estagiária: Então, o que podemos concluir sobre o ar?
Alunos: Que o ar tem peso!
Após um momento para registo das conclusões na grelha, a professora
estagiária solicitou aos alunos que observassem novamente as duas bolas e
referissem as diferenças observáveis entre elas. Os alunos afirmaram que uma
bola estava cheia e a outra estava vazia e que uma tinha ar e a outra não, uma
vez que uma estava redonda e a outra não:
Professora estagiária: Então o que podemos concluir sobre o ar?
Aluno A: Que o ar enche a bola.
Professora estagiária: Quem consegue explicar por outras palavras o que é encher a bola?
Professora estagiária: É ocupar o espaço que existe dentro da bola.
Neste momento, a professora estagiária sensibilizou os alunos para as
diferentes propriedades físicas dos materiais, tendo em conta que materiais
flexíveis como as bolas de borracha ou os balões nos permitem perceber
quanto estão cheios de ar, enquanto materiais rígidos como garrafas de vidro,
mantêm a sua forma independentemente de terem ou não ar.
Para descobrir outra propriedade do ar, solicitou-se a uma aluna que
testasse duas situações e explicasse a diferença sentida entre ambas:
Professora estagiária: O que acontece à bola quando fazemos força como dedo?
Aluna: A bola vai para dentro.
Professora estagiária: E se pousarmos a bola numa mesa, a pressionarmos com a mão e
voltarmos a exercer a mesma força?
Aluna: A bola já não vai para dentro.
Professora estagiária: A resistência da bola foi diferente nas duas situações? Porquê?
Aluna: Sim, porque na segunda situação o ar estava comprimido e já não conseguia fugir.
115
Professora estagiária: Então o que podemos concluir sobre o ar?
Na continuação do diálogo, os alunos concluíram, com a ajuda de outros
exemplos, que o ar exerce pressão e que, por vezes, é possível sentir essa
pressão quanto mais comprimido estiver o ar, como foi o caso da bola
utilizada neste atividade.
As conclusões a que as crianças chegaram foram significativas para elas, na
medida em que estavam dependentes da sua capacidade de envolvimento
com o mundo que as rodeia, o que se revela crucial sobretudo para as
crianças mais novas. Contudo, para construir conhecimentos é necessário,
para além da manipulação de objetos e instrumentos, “questionar, reflectir,
interagir com outras crianças e com o professor, responder a perguntas,
planear maneiras de testar ideias prévias, confrontar opiniões, (…)
compreender fenómenos, relacionar situações, desenvolver interpretações,
elaborar previsões” (Martins et al., 2007, p. 38).
Para descobrir as propriedades de alguns constituintes do ar, foi realizada
uma atividade laboratorial sobre a combustão com o intuito de identificar
uma propriedade do oxigénio e uma propriedade do dióxido de carbono – os
constituintes do ar selecionados pela professora estagiária para a realização
da atividade. Atendendo ao quadro didático fundamentado em práticas
construtivistas, o trabalho laboratorial deve surgir como uma procura de
respostas para um dado problema e não como um trabalho que se limita a
seguir um protocolo previamente estabelecido com um caráter meramente
confirmatório. Neste sentido, as situações apresentadas aos alunos deverão
constituir desafios estimulantes e abrangidos pela zona de desenvolvimento
próximo, sugerida por Vygotsky (1991, p. 58), que nos “permite delinear o
futuro imediato da criança e o seu estado dinâmico de desenvolvimento,
propiciando o acesso não só ao que já foi atingido através do
desenvolvimento, como também ao que está em processo de maturação”.
De forma a introduzir a atividade, estabeleceu-se um diálogo com a turma
sobre a combustão, identificando a necessidade de ter sempre um
116
combustível e um comburente. Apesar de ter sido simples para os alunos a
identificação de combustíveis, a identificação de um comburente não foi tão
imediata. Atendendo a que um dos objetivos da educação em ciências é
desenvolver a linguagem científica e, paralelamente, a competência
comunicativa, na realização de atividades investigativas num ambiente
construtivista “a comunicação deve caracterizar-se por um diálogo horizontal,
estabelecido nos dois sentidos, permitindo que os alunos se desenvolvam
socialmente, em liberdade e responsabilidade”, permitindo ainda que sejam
“capazes de expressar as suas opiniões, de revelarem as suas concepções e de
reflectirem sobre elas, proporcionando-lhes maneiras de se desenvolverem
intelectual, social e emocionalmente” (Gouveia & Valadares, 2004, p. 203).
Assim, a professora estagiária apresentou aos alunos os materiais que
iriam ser utilizados ao longo da atividade, identificando-os e explicando para
que serviam. Para a realização da primeira atividade, solicitou-se um
voluntário para ajudar a preparar a experiência. O aluno selecionado,
atendendo às orientações dadas, juntou num tubo de ensaio um pouco de
água oxigenada e de dióxido de manganês, cuja reação química liberta
oxigénio. Junto ao tubo de ensaio colocou-se um palito em brasa49, expondo-o
ao oxigénio libertado pela reação química. A professora estagiária colocou o
palito em brasa várias vezes em contacto com o oxigénio para que os alunos
pudessem observar o resultado. Deste modo, os alunos verificaram que a
chama reacendia sempre que o palito em brasa era exposto ao oxigénio,
concluindo que o oxigénio é um comburente.
No momento seguinte – e já mesmo no final da aula, o que levou a
professora estagiária a combinar com os alunos que observavam a experiência
antes de irem almoçar e discutiam os resultados na parte da tarde –, outro
aluno, que se voluntariou para ajudar, juntou vinagre e bicarbonato de sódio
49 Nesta atividade e na seguinte, o fogo foi manipulado pela professora estagiária por
questões de segurança.
117
num gobelé, produzindo dióxido de carbono através da reação química.
Colocou-se, junto ao gobelé, uma vela acesa, expondo-a ao dióxido de
carbono libertado pela reação química. Mais uma vez, a professora estagiária
colocou a vela acesa várias vezes em contacto com o gás libertado, facilitando
aos alunos a observação dos resultados. Assim, os alunos verificaram que a
chama se apagava sempre que se expunha a vela acesa ao dióxido de
carbono, o que possibilitou concluir, posteriormente, que o dióxido de
carbono é um gás inerte, isto é, não alimenta a combustão.
No momento de consolidação, que se realizou na aula seguinte, propunha-
-se a construção de um esquema que sintetizasse os conceitos trabalhados ao
longo da aula, semelhante ao do seguinte exemplo:
Em reflexão pós-ação, a mestranda considerou que, apesar de alguns
momentos não terem corrido conforme o previsto, o desenvolvimento desta
aula, de caráter mais horizontal e participativo, foi importante para os alunos,
promovendo a literacia científica que, para Miguéns, Serra, Simões e Roldão
(1996, p. 25), “inclui as capacidades de observar e reflectir sobre
acontecimentos ou problemas, compreender o que está em causa e usar
esses conhecimentos e capacidades de forma racional para uma tomada de
decisão informada e consistente”, ou seja, prepara os alunos para lidarem
com situações problemáticas do quotidiano e participarem ativamente na
construção da sociedade.
Propriedades do ar e de alguns dos seus
constituintes
Ar
- tem peso
- ocupa espaço
- exerce pressão
Oxigénio - é comburante -
alimenta/favorece a combustão
Dióxido de carbono
- é inerte - não favorece/alimenta a combustão, podendo ser
utilizado para extinguir o fogo (extintores)
Figura 1. Propriedades do ar e de alguns dos seus constituintes.
118
APRECIAÇÃO GLOBAL
Ao longo das aulas dedicadas às Ciências Naturais, o par pedagógico
procurou desenvolver experiências de aprendizagem que promovessem a
evolução concetual, que potenciassem a literacia científica, que
proporcionassem oportunidades de realizar trabalho prático e que
privilegiassem contextos CTS. Na planificação e na implementação das
atividades estiveram também presentes algumas ferramentas de ajuda à
mediação do professor, tornando os momentos de aprendizagem mais
significativos e cientificamente mais rigorosos para as crianças.
As dificuldades sentidas pela mestranda, nesta área, e o profundo desejo
de as superar, conduziram à idealização de aulas exigentes para as
professoras estagiárias e para os alunos quer ao nível dos conceitos e dos
conteúdos quer dos cenários pedagógicos criados.
Nas duas turmas, a experiência foi gratificante e contribuiu para
ultrapassar alguns obstáculos sentidos em relação ao ensino das Ciências. A
utilização de estratégias e de recursos variados e a utilização das TIC, de que
foi exemplo o Bio Digital no 1.º CEB, constituiu um fator de motivação para as
crianças e para a mestranda que se encontrava também num processo de
aprendizagem e de (re)descoberta das Ciências. Contudo, é de referir que a
experiência com o Orientador Cooperante do 2.º CEB foi um exemplo de
como a utilização acrítica das TIC pode ser prejudicial para o processo de
ensino e de aprendizagem, ao substituir materiais manipuláveis e do
quotidiano dos alunos por representações que não facilitam a compreensão
de realidades abstratas.
Neste sentido, um dos objetivos da mestranda foi aproximar as aulas da
realidade e dos interesses das crianças já que “os propósitos da educação em
ciências devem ser dirigidos para a educação científica dos cidadãos. Importa
que os jovens fiquem preparados para enfrentar com confiança as questões
científico-tecnológicas que a sociedade lhes coloca” (Mendes, Rebelo &
Pinheiro, 2002, p. 3).
119
3.2.6. Intervenção em projetos educativos e envolvimento nas dinâmicas
de turma
O objetivo de educação é o conhecimento, não de factos, mas
devalores.
William S. Boroughs
Ao longo da PES, o par pedagógico envolveu-se profundamente na
dinâmica das turmas e do Agrupamento e colaborou na organização e na
implementação das atividades desenvolvidas no âmbito do PAA.
No que diz respeito à orientação educativa das turmas, o par
desempenhou um papel ativo e relevante, nomeadamente na resolução de
problemas e no processo de avaliação, sendo o envolvimento mais profundo e
evidente no 1.º CEB pelas características estruturais deste ciclo de
escolarização.
Relativamente aos projetos, o par disponibilizou-se para colaborar em
todos os projetos em que as turmas estivessem envolvidas. Assim, no 1.º CEB,
os projetos focaram temas como a promoção da leitura, a alimentação, a
higiene oral, a reciclagem, a dádiva de sangue, a família, a música e as artes
plásticas. Neste aspeto, o par desempenhou um papel fundamental no
desenvolvimento das atividades e no que respeita à apropriação dos
conhecimentos resultantes dessas experiências e à organização e exposição
das produções das crianças O trabalho foi, posteriormente, dado a conhecer à
comunidade. É ainda de referir a colaboração do par pedagógico no projeto
de escola, cujo mote era a obra O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry,
e que deu corpo à apresentação realizada pelos alunos na festa de
encerramento do ano letivo.
Já no 2.º CEB, o par auxiliou os cooperantes na dinamização de diversas
atividades e na preparação da turma para as mesmas. No âmbito da disciplina
de Português, destaca-se o Concurso Literário sobre a obra O rebanho perdeu
120
as asas, de António Mota, que envolveu três turmas do 5.º ano e no qual
participaram dois alunos do 5.º A, um na categoria da leitura e outro na
categoria da interpretação. No que diz respeito à disciplina de História e
Geografia de Portugal, o par colaborou com o departamento de História nas
atividades comemorativas Ceuta – 600 anos de encontro de culturas,
acompanhando e orientando a turma numa atividade realizada na biblioteca
da escola. Relativamente à disciplina de Matemática, o par coadjuvou o
departamento de Matemática na realização das provas do Canguru
Matemático sem Fronteiras, que envolveu alunos de diversas turmas de todos
os anos de escolaridade (2.º e 3.º CEB). Ainda no âmbito da Matemática, o par
organizou, com o apoio do orientador cooperante, uma secção de desafios
matemáticos no placard da Matemática, intitulado Desafia a tua mente, e que
consistia na publicação mensal de um desafio matemático e cujo objetivo era
promover o interesse e a autonomia dos alunos. No que concerne à disciplina
de Ciências Naturais, é de referir que o orientador cooperante era um dos
responsáveis pelo CSI – Clube Sob(re) Investigação, um clube de ciências que
realizava atividades práticas e experiências semanalmente e no qual
participavam alguns alunos do 5.º A. Lamentavelmente, o par pedagógico,
que se encontrava a desenvolver os projetos de investigação na turma do 1.º
CEB, não encontrou horários compatíveis para participar no CSI.
Para além dos projetos e atividades propostos pelo Agrupamento, destaca-
-se, neste ponto, o projeto O 25 de Abril contado pelas crianças e pelos outros
– título inspirado na obra de José Jorge Letria50 –, incluído no PAA (cf. anexo
10) e desenvolvido pelo grupo de estágio51 a realizar a PES no Agrupamento.
Este projeto, cujo principal objetivo foi desenvolver o espírito crítico e
50 Letria, J. J. [texto] & Manta, J. A. [ilustração] (2009). O 25 Ab c nt à c nç …
aos outros. (6.ª ed.). Lisboa: Terramar 51
O grupo de estágio era, excecionalmente, constituído por três elementos, atendendo à desistência de um dos elementos do outro par pedagógico no fim do 1.º semestre.
121
democrático dos alunos, envolveu as crianças das duas turmas onde o duplo
par pedagógico realizou a PES bem como a comunidade envolvente. Com este
projeto, para além da profunda valorização da história local e do contacto
com as instituições do concelho, pretendeu-se levar os alunos a pensar e a
debater sobre a liberdade e a democracia bem como sensibilizar a
comunidade para a importância da preservação da memória coletiva
enquanto alavanca para a defesa das conquistas de Abril. Para além disso, foi
intenção do par pedagógico dinamizar atividades que potenciassem o
envolvimento da família, sendo esta uma fragilidade detetada no contexto.
Assim, as professoras estagiárias planificaram um conjunto de atividades52
que, por um lado, dessem a conhecer aos alunos a realidade política, social e
económica do país antes da Revolução de 1974 e, por outro, constituíssem
oportunidades de expandir o seu capital cultural através do contacto com
obras literárias e artísticas. Destas atividades, a mestranda gostaria de
destacar algumas que foram particularmente relevantes no desenvolvimento
deste projeto, tendo em consideração que este tema foi escolhido por
motivação pessoal, partilhada pelo par pedagógico, e que a realização deste
projeto, idealizado desde os Observatórios Livres de Prática Pedagógica (no
1.º ano do Mestrado), se tornou a concretização de um sonho.
Uma das atividades que merece ser destacada é a leitura de O Tesouro, de
Manuel António Pina, realizada pela mestranda em ambas as turmas (cf.
anexo 12). A seleção deste texto prendeu-se com o impacto que a obra teve
na vida da mestranda, desde a primeira vez que o leu, no 3.º ano de
escolaridade, por descrever de forma simples a vida em Portugal antes da
Revolução. O par pedagógico considerou que esta obra seria a escolha ideal
para iniciar o projeto, possibilitando o conhecimento da obra e do autor e,
52 Cf. anexo 11 – Cronograma de implementação do projeto O 25 de Abril contado pelas
crianças e pelos outros.
122
simultaneamente, servindo de ponto de partida para o diálogo sobre as
condições sociais e políticas em que se deu o 25 de Abril.
Outra atividade que partiu de motivações pessoais do par pedagógico, e
que constituiu um momento criativo e livre, foi a pintura das mantas da
liberdade (cf. anexo 13). Com base nas atividades realizadas anteriormente,
foi solicitado aos alunos que pintassem um quadrado de tecido, aludindo à
temática da liberdade. De forma a incluir a comunidade escolar, foi atribuído
também um quadrado de tecido a cada um dos OC bem como à Diretora de
Turma do 5.º A, a todas as turmas e à Coordenação da EB1/JI, e à Direção do
Agrupamento. No final, os quadrados de tecido foram todos cozidos,
formando duas mantas – uma relativa ao 1.º CEB e outra ao 2.º CEB.
Considerando as características da turma, outra atividade especialmente
marcante foi a leitura do Romance do 25 de Abril53, de João Pedro Mésseder,
na turma do 3.º C (cf. anexo 14), realizada pela professora Ana Cristina
Macedo (ESEIPP), a convite do grupo. Nessa atividade, para além da leitura da
obra, houve espaço para uma breve análise de alguns detalhes das ilustrações
e para uma conversa com a turma sobre o contexto sociopolítico que serve de
cenário à narrativa. Os alunos revelaram-se atentos e participativos ao longo
de toda a atividade, o que foi confirmado pelo conteúdo dos textos de opinião
sobre a mesma, escritos pelos alunos com o objetivo de integrarem a
exposição. Note-se ainda que, no dia da apresentação do projeto, e apesar de
ter decorrido precisamente um mês entre as duas atividades, os alunos
receberam a professora Ana Cristina Macedo com carinho e entusiasmo, o
que revela que a sua presença os marcou de uma forma muito particular.
Destaca-se, ainda, o trabalho realizado com as famílias cujo objetivo, para
além da aproximação à escola, consistia em reavivar e valorizar as memórias
dos pais e dos avós e com elas ajudar a construir a memória coletiva das
53 Mésseder, J. P. [texto] & Gozblau, A. [ilustração] (2007). Romance do 25 de Abril. Lisboa:
Editorial Caminho.
123
crianças sobre a sua História e a sua identidade. Inspirado pelo texto de João
Pedro Mésseder, Lembro-me54, cuja leitura foi realizada pelo par pedagógico
da mestranda, na turma do 5.º A, e apenas um breve excerto na turma do 3.º
C, foram distribuídos pelos alunos cartões para levarem para casa. Nesses
cartões, as famílias teriam de escrever uma memória do tempo da ditadura.
Saliente-se que a participação das famílias superou as expectativas,
comparativamente a solicitações anteriores, o que contribuiu para a
dimensão comunitária da exposição construída para apresentação pública do
projeto. Contudo, é de salientar que, ao contrário do esperado e como se
pode verificar nos exemplares que se encontram em anexo, há ainda uma
parte significativa de famílias que se reveem na sociedade do Estado Novo.
Esta constatação, porém, só vem intensificar a necessidade de trazer para o
cenário educativo as questões políticas e sociais da atualidade e provar que,
estando ou não nos programas, o 25 de Abril deve ser um tema constante na
Escola, já que “os professores não podem mudar tudo, mas podem mudar
alguma coisa” (Nóvoa, 1991, p. 17).
No que diz respeito à exposição (cf. anexo 15), decidiu-se que seriam
criados pequenos cenários, nos espaços da escola, que fossem
representativos do trabalho realizado com os alunos no âmbito do tema do
projeto. Para além da promoção da sensibilidade estética, a construção da
exposição desenvolveu nos alunos competências de organização e de seleção
de informação, de gestão do espaço e dos materiais e a consciência de
trabalho de grupo. Assim, no início e no fim da exposição, encontravam-se as
duas mantas da liberdade – à entrada a do 1.º CEB e, no fim da exposição, a
do 2.º CEB – estrategicamente colocadas nos espaços de definiam os limites
da exposição. Na Biblioteca, a dar início ao percurso da exposição – indicado
por setas vermelhas coladas no chão –, encontrava-se transcrito O Tesouro,
54 Mésseder, J. P. (2013). Lembro-me. Porto: Edições Afrontamento.
124
de Manuel António Pina, de forma a contextualizar historicamente o objeto
da exposição. O teto da biblioteca encontrava-se coberto de cravos vermelhos
naturais de onde pendiam os cartazes realizados pelos alunos sobre figuras
relevantes da História ao nível político e artístico – incluindo governantes,
soldados, músicos, escritores e artistas plásticos –, dando especial enfoque às
figuras da resistência antifascista e relacionando, ao mesmo tempo, as figuras
trabalhadas nas aulas e nas sessões de projeto.
Atendendo às opções do grupo de estágio relativamente aos autores e aos
textos trabalhados na PES, na área de Português, optou-se por criar um
espaço dedicado a Manuel António Pina onde se encontravam, num cenário
que privilegiava o sonho e a imaginação, alguns poemas trabalhados nas
aulas, como «O aviador interior», «O pássaro do cabeça» e «Versos à Ana no
dia do anaversário55, textos escritos pelos alunos e outros trabalhos realizados
pelas turmas. No centro deste espaço, foi colocada a devida homenagem ao
autor: um baú cheio de cravos de papel que representava o tesouro da
liberdade. A outra área foi dedicada a João Pedro Mésseder, onde se
encontravam informações biográficas sobre o autor, alguns textos retirados
de obras como Pequeno livro das coisas56, Tudo é sempre outra coisa57 e O
aquário58, e textos produzidos pelos alunos. Nesta área foi também incluído o
registo fotográfico da leitura do Romance do 25 de Abril, realizada pela
professora Ana Cristina Macedo, juntamente com pequenos textos de opinião
escritos pelos alunos sobre essa atividade.
Por fim, destacou-se uma área da exposição para trabalhos realizados ao
longo do ano onde se podiam encontrar cartazes, textos, origamis, pinturas,
55 Pina, M. A. (2005). O pássaro da cabeça. Vila Nova de Famalicão: Edições Quasi.
56 Mésseder, J. P. [texto] & Caiano, R. [ilustração] (2012). Pequeno livro das coisas. Lisboa:
Editorial Caminho. 57
Mésseder, J. P. [texto] & Caiano, R. [ilustração] (2014). Tudo é sempre outra coisa. Lisboa: Editorial Caminho. 58
Mésseder, J. P. [texto] & Luís, G. [ilustração] (2004). O aquário. Porto: Deriva Editores.
125
desenhos, entre outras produções dos alunos. Para além disso, foram
colocados cestos de cravos na entrada que foram distribuídos a todos os
participantes por um grupo de alunos de ambas as turmas.
Relativamente à apresentação do projeto à comunidade, ou seja, o
momento em que se deu a conhecer o trabalho realizado pelos alunos,
realizada no dia 6 de maio na EB1/JI, foi objetivo das mestrandas proporcionar
aos participantes um momento de partilha de experiências num ambiente
política e culturalmente situado (cf. anexo 16). Para isso, foi preparada pelos
alunos a leitura de um texto construído pelas mestrandas que compilava
excertos de textos de vários autores, como Sidónio Muralha, Álvaro
Magalhães, Sophia de Mello Breyner, entre outros, usando sempre como
texto-base o Romance do 25 de Abril, de João Pedro Mésseder.
Atendendo a que, no início, o grupo tinha a ideia de organizar um encontro
com o escritor, optou-se por convidar João Pedro Mésseder a ler um dos seus
textos para as crianças e para as famílias, o que resultou num grande
entusiasmo e envolvimento por parte dos alunos. Para além do escritor, foi
convidado o Coro Vox Populi para acompanhar musicalmente a apresentação,
que primou na seleção das músicas e presenteou o público com cantares
ligados à História local e à Revolução, de que são exemplo as Heróicas de
Fernando Lopes-Graça, o «Hino de Caxias» e «Era a mina», de João Lóio/José
Mário Branco. No que diz respeito à performance musical, destacam-se as
interpretações dos alunos de ambas as turmas em «Grândola, Vila Morena»,
de José Afonso, e do 3.º C em «Quando eu for grande», de José Mário Branco.
Saliente-se também as parcerias estabelecidas com instituições locais
como a Junta de Freguesia, cujo Presidente, que por razões de força maior
não pôde estar presente, deixou uma mensagem em vídeo para os alunos e
para as famílias, partilhando a sua experiência na luta pela justiça social.
126
Saliente-se igualmente as parcerias estabelecidas entre o museu59 da
localidade e o grupo de estágio.
A apresentação terminou com um momento de convívio organizado pelo
grupo e com o apoio do Agrupamento e dos próprios participantes. Este
momento final foi importante para as mestrandas no sentido de terem
oportunidade de receber o feedback das famílias sobre o trabalho realizado,
não só no âmbito do projeto mas também ao longo de todo o ano letivo. A
mestranda acredita que este foi um pequeno passo no sentido de aproximar a
escola da comunidade, dando-lhe voz e valorizando a sua participação.
Em suma, o desenvolvimento deste projeto, que constituiu uma
experiência única e irrepetível, revela que a dimensão profissional do
professor é indissociável da dimensão pessoal – e isto porque o
desenvolvimento de um projeto em parceria com os alunos e todos os
intervenientes no contexto educativo exige a articulação de diferentes
conhecimentos que ultrapassam os consignados nos programas escolares
bem como a ressignificação de toda uma prática educativa. Esta revisitação
permanentemente ativada por cada projeto específico exige um trabalho
integrado e adequado à realidade de cada turma.
59 O museu não é identificado para proteger a identidade do Agrupamento.
127
4. COMPONENTE INVESTIGATIVA
O presente estudo teve como principal objetivo compreender as
potencialidades da construção de um jornal matemático de turma
relativamente à aprendizagem e à motivação das crianças, bem como à
melhoria da relação escola-família. Os objetivos desta investigação decorrem
da identificação de problemas do contexto, como as dificuldades no domínio
da língua materna e suas consequências na aprendizagem da matemática e a
fragilidade das relações na comunidade. Com a implementação deste projeto,
é possível concluir que a construção do jornal matemático potencia
aprendizagens significativas, promove a aproximação das famílias à escola e,
consequentemente, contribui para a motivação das crianças.
4.1. QUESTÃO-PROBLEMA
Segundo Tuckman (2012, p. 48), a investigação parte da identificação do
problema, examinando e selecionando as variáveis a partir da revisão da
literatura, recolhendo e analisando os dados apropriados para extrair deles as
conclusões. A identificação do problema constitui, então, a primeira e mais
importante fase na conceção do projeto de investigação, sendo que é esta
que possibilita todas as fases seguintes, orientando o rumo que a investigação
deverá tomar. Fortin (2003, p. 39) refere que “a etapa inicial do processo da
investigação consiste em encontrar um domínio de investigação que interesse
ou preocupe o investigador e se revista de importância para a disciplina”.
Tuckman (2012, pp. 111-115), por sua vez, sugere alguns critérios a aplicar
na escolha do problema: a praticabilidade, isto é, se será possível realizar a
investigação tendo em conta o tempo e os recursos disponíveis bem como a
128
possibilidade de responder à questão definida; a amplitude crítica, ou seja, se
o problema será suficientemente amplo para realizar uma investigação em
torno dele e se a sua resolução justifica a exigência da investigação; o
interesse que este desperta no investigador tendo em conta o seu passado e
as suas perspetivas pessoais e profissionais; o valor teórico, isto é, se a
investigação acrescenta algo às investigações anteriores e se contribuirá para
o avanço científico do seu campo teórico; e o valor prático, ou seja, se, e de
que forma, a investigação melhorará as práticas educativas dos professores e
educadores que procurem resposta para o mesmo problema.
É da relação entre o conhecimento dos problemas do contexto e a reflexão
sobre estes critérios que surge a seguinte questão-problema: De que modo a
construção de um jornal matemático com as famílias interfere na motivação e
nas aprendizagens significativas matemáticas das crianças do 1.º CEB?.
Apresentam-se, na secção referente à Justificativa, as razões que levaram à
escolha da presente questão-problema.
4.2. JUSTIFICATIVA
A escolha da área da Matemática deveu-se, por um lado, às inclinações
pessoais da mestranda e, por outro, ao gosto revelado pela turma por esta
área, tendo em conta que o conhecimento profundo da língua materna e da
linguagem matemática são requisitos essenciais para o desenvolvimento da
vida em sociedade. As características do contexto educativo revelaram-se
absolutamente determinantes para a identificação e seleção da temática e do
problema a investigar.
Tendo em conta que a participação das famílias no processo educativo e a
relação da escola com a comunidade é uma fragilidade, revelou-se interessan-
te desenvolver um projeto de investigação que as envolvesse, utilizando a
129
Matemática como um meio para tantar aproximar as famílias do trabalho
realizado na escola e, assim, melhorar a experiência educativa das crianças.
A opção de criar um jornal prendeu-se, sobretudo, com a tentativa de
combater as dificuldades no domínio da língua materna. Subscrevendo a visão
funcional da escrita como motivação para aprender a ler e a escrever, isto é,
“uma escrita que decorre dos interesses e necessidades daquele que a
escreve” (Niza, 1989, p. 107), é necessário utilizar estratégias que valorizem as
produções livres das crianças. Acresce a isso o facto de se possibilitar o
desenvolvimento de competências transversais e de resultar num produto
cultural da autoria das crianças, aspeto valorizado pelo MEM, cuja
metodologia fundamenta várias dimensões da prática educativa da
orientadora cooperante. O MEM, descrito como um conjunto de “homens e
mulheres dedicados de uma forma militante ao ideal educativo”, teve em
Freinet “sempre um motivo de grande exemplo de dedicação, de coragem, de
determinação e de rara sensibilidade para os problemas da escola e da
sociedade” (Nunes, 2002, p. 129). Freinet utilizava o jornal escolar “como um
forte aglutinador de diversas práticas pedagógicas” (Nunes, 2002, p. 90).
4.3. OBJETIVOS
Os objetivos da investigação constituem os pilares que orientaram todo o
trabalho desenvolvido e são reflexo das motivações do investigador na
escolha do problema a investigar, uma vez que, segundo Fortin (2003, p. 40),
“o objetivo é um enunciado que indica claramente o que o investigador tem
intenção de fazer no decurso do estudo”. Atendendo a esse facto, foram
definidos três objetivos principais para este projeto de investigação:
1. Analisar as potencialidades da construção de um jornal matemático nas
aprendizagens significativas das crianças;
130
2. Averiguar a importância da construção de um jornal matemático no
desenvolvimento da comunicação matemática;
3. Reconhecer o papel das famílias no desenvolvimento da motivação de
aprendizagens matemáticas das crianças.
Em suma, com este projeto pretende-se refletir sobre as potencialidades
da construção do jornal matemático na criação de situações significativas de
aprendizagem para as crianças, através da valorização da sua participação e
do respeito pelo seu poder de decisão num ambiente democrático e da
responsabilização das crianças pela construção e gestão do mesmo. Pretende-
-se, também, averiguar se a construção do jornal matemático poderá
potenciar o desenvolvimento da comunicação matemática, recorrendo à
expressão oral e escrita em situações de aprendizagem cooperativa, através
da produção de conteúdos para publicação. Finalmente, pretende-se
demonstrar que as famílias e o seu grau de envolvimento no processo educa-
tivo influenciam a motivação dos alunos e a forma como estes aprendem e,
por fim, que a motivação é determinante para o sucesso escolar das crianças,
nomeadamente no que diz respeito às aprendizagens matemáticas.
4.4. REVISÃO DA LITERATURA
4.4.1. O Jornal Escolar: potencialidades pedagógicas
Desde o tempo de Freinet, “com significativos contributos de Ovide
Decroly, John Dewey e Janus Korczack”, que o jornal escolar desempenha um
papel importante e identitário da comunidade, fazendo “parte do quotidiano
das escolas” (Gonçalves, 2008, p. 1953). A utilização deste meio comunicativo,
131
que trouxe para a comunidade escolar uma “nova visão social da escola”, era
“para Freinet o motor de todas as aprendizagens” (Nunes, 2002, p. 91).
Segundo Michel Barré (1996, citado por Gonçalves, 2008, p. 1956), “Freinet
pretendia romper com a pedagogia dogmática (…), criando uma forma de
trabalho ligada à vida das crianças, à da sua família e à do meio em que estão
inseridas”.
Apesar de ser, como refere Gonçalves (2008, p. 1954), uma realidade
pouco estudada, o jornal escolar tem uma dimensão pedagógica inegável,
servindo de agente agregador dos vários saberes, podendo ser utilizado como
“motivação para a aprendizagem da leitura e da escrita” e como “veículo de
promoção da escola, levando até à comunidade o trabalho [dos] alunos,
ajudando os pais a acompanharem mais de perto as actividades escolares dos
seus educandos, utilizando técnicas pedagógicas que alteraram
significativamente o trabalho na sala de aula” (Gonçalves, 2008, p. 1955). Para
além disso, o jornal escolar favorece a relação escola-casa ao ser “um
encontro entre o imaginário e a realidade do quotidiano, um espaço não
apenas aceite pela escola mas um traço de união com o espaço privado da
família” (Gonnet, 1995, citado por Gonçalves, 2008, p. 1954). Na atualidade, o
jornal escolar pode ser um meio para “transformar a escola, assumindo um
papel central na vida da organização, onde é possível formar cidadãos capazes
e preparados para a transformar e fazer evoluir” (Gonçalves, 2008, p. 1957).
4.4.2. Matemática e Comunicação
Vários autores têm vindo a reconhecer a importância da comunicação no
ensino da matemática, afirmando que “as interacções aluno–aluno numa aula
de investigação, de trabalho de projecto ou de resolução de problemas em
grupo, são potencialmente mais ricas do que numa aula organizada de uma
forma tradicional”, uma vez que estas “provocam discussões estimulando-os a
132
novas descobertas e permitindo que construam um conhecimento mais
sólido” (Martinho & Ponte, 2005, p. 2).
Na construção de um jornal de turma matemático, estas interações entre
os alunos são a base primordial do trabalho dos grupos. De acordo com o
National Council of Teachers of Mathematics, NCTM, (1994, citado por
Martinho & Ponte, 2005, p. 4), “o recurso a tarefas e materiais variados ajuda
a promover o discurso centrado nas ideias matemáticas e não em cálculos e
procedimentos”, levando as crianças a organizar o seu pensamento de forma
a poder argumentar com o outro e a defender o seu ponto de vista. Segundo
Stein (2001, citado por Martinho & Ponte, 2005, p. 4), para valorizar uma
dinâmica comunicativa na sala de aula “é necessário que o professor estimule
nt n ” e permita que estes se questionem. A comunicação
matemática foi uma capacidade transversal valorizada no Programa de
Matemática do Ensino Básico de 2007 (PMEB), realçando que “os alunos
devem ser capazes de comunicar as suas ideias e interpretar as ideias dos
outros, organizando e clarificando o seu pensamento matemático.” (Ponte et
al., 2007, p. 5). Segundo o PMEB, a “criação de oportunidades de
comunicação adequadas é assumida como uma vertente essencial no trabalho
que se realiza na sala de aula” (Ponte et al., 2007, p. 8).
A elaboração do jornal e dos conteúdos constitui, portanto, um importante
momento de promoção da comunicação matemática, que o NCTM identifica
como parte essencial da educação matemática e destaca a importância de
“organizar e consolidar o pensamento matemático através da comunicação,
comunicar o pensamento matemático de forma coerente e clara; analisar e
avaliar as estratégias e o pensamento matemático usados por outros; usar a
linguagem matemática para expressar ideias matemáticas” (Sousa et al.,
2009). Embora, na aula, predomine a comunicação oral, o NCTM (2007, p. 67)
enfatiza a importância da comunicação escrita como forma de “ajudar os
alunos a consolidar o seu pensamento, uma vez que os obriga a reflectir sobre
o seu trabalho e a clarificar as suas ideias acerca das noções desenvolvidas”, o
que se verificava, também, no PMEB de 2007.
133
4.4.3. Fatores que influenciam a aprendizagem da matemática
Atualmente reconhece-se que a aprendizagem é influenciada “pelos
contextos e situações pedagógicas (…), pelas expectativas sociais e pela
cultura familiar” (Ponte, Matos & Abrantes, 1998, p. 324). Assim, a atividade
pedagógica deve ser alicerçada “no mundo da criança, valorizando a
experiência de vida do aluno” (Fernandes & Mariz, 2002, p. 39).
A influência da motivação das crianças no sucesso escolar tem vindo a
interessar muitos investigadores. Segundo Cosme e Trindade (2001, p. 16),
“aquilo que leva o aluno a desejar aprender e a persistir nas aprendizagens
escolares tem a ver, sobretudo, com o modo como se criam e organizam os
ambientes educativos e as actividades que aí se desenvolvem”. Neste campo,
o professor deverá criar um ambiente pedagógico estimulante que possibilite
a participação da criança na construção da aprendizagem do grupo, pois “não
há melhor garantia para motivar alguém a aprender que proporcionar-lhe a
possibilidade de vivenciar aprendizagens significativas” (Cosme & Trindade,
2001, p. 16).
Segundo Marques (1991, citado por Rocha, 2006, p. 88), “estudos sobre a
influência da família no aproveitamento escolar mostram que há enormes
vantagens para os alunos quando os pais apoiam e encorajam as actividades
escolares”. Apesar disso, o facto de a escola valorizar e veicular a cultura
dominante contribui para que as famílias de menores recursos desenvolvam
disposições negativas face à escolarização (Vieira, 1992, citado por Pinto,
2006, p. 75). Assim, a escola deve valorizar e reforçar o envolvimento da
comunidade para promover a sua aproximação.
Inspirado no modelo interativo de transmissão social do conhecimento de
Vygotsky, Niza (1997, p. 30) afirma que “desde a infância, todas as
capacidades se manifestam num primeiro tempo em situação interactiva”. A
aprendizagem cooperativa pressupõe a ativação do que Vygotsky (1991)
chamava de zona de desenvolvimento próximo, fazendo com que as crianças
construam conhecimento através do contributo apenas necessário do outro.
134
4.5. CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO EDUCATIVO
A turma do 1.º CEB em que foi realizado o estudo pertence a um
Agrupamento de escolas da zona periférica do Porto, que se caracteriza por
um tecido social e cultural fragilizado. Constituída por crianças cujas famílias
possuem baixos rendimentos económicos e reduzida escolaridade, a turma
apresenta um bom aproveitamento geral, destacando-se na área da
Matemática. Em geral, os alunos revelam-se motivados para a aprendizagem
e alguns desenvolveram já uma grande autonomia, procurando consolidar os
saberes e ajudar os colegas com dificuldades. As famílias acompanham o
percurso escolar das crianças, encontrando-se, no entanto, distantes da
realidade da escola e pouco envolvidas nas atividades.
4.6. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
Com a realização deste trabalho pretende-se fazer um estudo com
características de investigação-ação e que possibilite a reflexão sobre práticas
docentes. Pela sua duração, não se espera conseguir transformar a realidade,
pois é necessário compreender que “a investigação-acção consiste na recolha
de informações sistemáticas com o objectivo de promover mudanças sociais”
(Bogdan & Biklen, 1994, p. 292). Apesar disso, seria muito positivo se o jornal
transformasse algum aspeto da realidade deste contexto.
Segundo Tuckman (2012, p. 469), “a população (…) é o grupo sobre o qual
o investigador tem interesse em recolher informação e extrair conclusões”,
neste caso, a turma. Para definir a amostra, Tuckman (2012, p. 471) refere
que “o investigador (…) escolhe as características que devem estar incluídas e
as que devem estar excluídas da população-alvo”. Assim, a amostra foi
definida por um processo de exclusão, respondendo aos seguintes critérios: 1)
135
o aluno deve ter participado em todas as sessões de trabalho de grupo; 2) a
família deve ter respondido aos questionários pré e pós-ação. Atendendo a
estes critérios, foi definida uma amostra constituída por 21 crianças, 8 do sexo
feminino e 13 do sexo masculino, com idades entre os 8 e os 11 anos.
Para proceder à recolha de dados, optou-se, para além da observação
direta e da análise de conteúdo, pela aplicação de inquéritos, uma vez que “os
inquéritos constituem uma forma rápida (…) de recolher um determinado tipo
de informação” (Bell, 2002, p. 100), e pela realização de entrevistas, uma vez
que a entrevista é um instrumento adaptável e permite “explorar
determinadas ideias” já que “a forma como determinada resposta é dada (…)
pode fornecer informações que uma resposta escrita nunca revelaria” (Bell,
2002, p. 118).
4.7. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
A implementação do projeto de investigação respeitou três fases
fundamentais, conforme se pode verificar pelo cronograma de
implementação (cf. anexo 17): a recolha de dados pré-ação; a dinamização de
sessões de trabalho; e a recolha de dados pós-ação. Relativamente à
construção do jornal, é importante referir que um jornal tem uma dinâmica
própria e que, por isso, foram organizados grupos de trabalho com
responsabilidades previamente definidas, dando, contudo, liberdade às
crianças para escolherem os grupos que queriam integrar. Atendendo à
dimensão de projeto do trabalho, as sessões planificadas tinham objetivos
genéricos, pois o trabalho desenvolvido pelos grupos dependia das decisões
tomadas pelos mesmos. Assim, o rumo do projeto e a necessidade de
dinamizar sessões de grupo estavam inteiramente dependentes das opções
dos alunos. Na tabela 1 pode-se consultar a organização dos grupos que se
encontra descrita de forma mais profunda no anexo 17. 1:
136
Tabela 1. Responsabilidades e constituição dos grupos do jornal matemático de turma.
Grupo Responsabilidades
Reportagem Recolha de informação para produção de conteúdos.
Redação Produção de textos a partir de informação recolhida previamente.
Crítica Produção colaborativa de textos de opinião sobre conteúdos matemáticos.
Revisão Revisão e melhoramento dos textos produzidos pelos grupos.
Fotografia Recolha de imagens para ilustrar os conteúdos criados pelos grupos.
Diagramação Organização dos conteúdos e apresentação estética do jornal.
Impressão Impressão, dobragem e distribuição do jornal.
4.8. ANÁLISE DOS DADOS
Neste tópico, pretende-se fazer uma análise dos dados recolhidos ao longo
da investigação de forma a ser possível organizá-los e, assim, poder retirar
conclusões. Os dados a analisar foram selecionados de entre os dados
recolhidos, optando por aqueles que poderão mais claramente dar indicações
sobre possíveis respostas à questão-problema. Uma forma estratégica de
chegar a novos significados é “através da agregação de circunstâncias até que
se possa dizer algo sobre eles como uma classe” (Stake, 2012, p. 89). Deste
modo, foram constituídas três grandes categorias de análise, que se
apresentam nos subcapítulos seguintes.
APRENDIZAGENS
Se, como refere Niza (1998, p. 167), “o conteúdo do jornal é o reflexo da
vida da turma”, podemos identificar dois grandes focos de interesse dos
alunos a partir da análise dos conteúdos produzidos para o jornal matemático:
137
a produção e compreensão de textos escritos e a produção e compreensão de
problemas, jogos e desafios matemáticos.
Ao nível dos textos escritos, verifica-se que os alunos dominam uma
grande variedade de tipologias textuais, tendo sido capazes de as mobilizar
para comunicar matematicamente. Segundo o NCTM (2007, p. 66), a
comunicação é essencial na educação matemática uma vez que “o processo
de comunicação também contribui para a construção de significado e para a
consolidação das ideias”. Ao nível dos problemas, jogos e desafios
matemáticos revelam grande capacidade de pesquisa, seleção e interpretação
de informação, utilizando os conhecimentos matemáticos para compreender
situações desconhecidas e desafiantes. Ainda sobre os jogos é relevante
referir que os alunos não ficaram satisfeitos com a recolha dos jogos e
criaram, a partir de um exemplo, um novo jogo que podia consistir em alterar
os números, como foi o caso dos muros numéricos em que os alunos
mantiveram a estrutura do jogo e alteraram apenas os valores, ou
reinterpretar o jogo como foi o caso da sopa de números em que a aluna, a
partir de uma sopa de letras, criou uma sopa de números, dando um novo
sentido ao jogo ou inventando um novo jogo, como referia um dos alunos
quando questionado sobre o que tinha aprendido com o projeto:
Ms: A n (…) j g n , c q Tn n nt .
Deste modo, a partir da análise dos conteúdos presentes no jornal (cf.
anexo 17. 2), verifica-se que os alunos 1) reconhecem e mobilizam termos e
conteúdos matemáticos na escrita dos textos e na (re)interpretação de
situações da realidade; 2) revelam facilidade ou evolução significativa na
comunicação matemática e na expressão escrita, apropriando-se da
linguagem própria da matemática; 3) revelam capacidade de cooperar com os
colegas na produção de conteúdos para o jornal; 4) demonstram autonomia
na realização das tarefas; 5) apresentam aprendizagens significativas e sólidas
que permitem a produção de conteúdos mais complexos e criativos. O jornal
constitui um momento privilegiado de aprendizagem, pois “quando os alunos
138
são desafiados a pensar e a raciocinar sobre a matemática, e a comunicar as
ideias daí resultantes oralmente ou por escrito, aprendem a ser claros e
convincentes. Ouvir [ou ler] as explicações de outros permite que os alunos
desenvolvam a sua própria compreensão matemática” (NCTM, 2007, p. 66).
Ainda relativamente às aprendizagens, verificam-se, pelas respostas das
crianças à entrevista pós-ação (cf. anexo 17. 3), três subcategorias referentes
às aprendizagens: ao nível dos conhecimentos/capacidades matemáticos –
destacam-se a comunicação matemática, a resolução de problemas, o
raciocínio lógico, o cálculo mental, as atividades de investigação, a
multiplicação e o algoritmo de Euclides (NO), as figuras geométricas, a
geometria euclidiana, o teorema de Pitágoras e o volume (GM), o diagrama de
Venn, o Diagrama de caule-e-folhas e tabelas (OTD); ao nível da competência
de escrita – onde se evidenciam a produção e interpretação de textos
narrativos, informativos, argumentativos, instrucionais, humorísticos e
poéticos; ao nível do desenvolvimento pessoal e social, ressalta-se o
desenvolvimento da autonomia e da cooperação (cf. anexo 17. 3):
Db: [Aprendi] várias coisas. Aprendi sobre o cálculo mental. A fazer as contas mais rápido,
de cabeça.
Dv: O Português é importante para aprender matemática porque nós temos de saber ler
para interpretar os enunciados.
Cs: Aprendi (…) que podemos aprender mais em conjunto.
Rc: Aprendi a trabalhar em grupo e a fazer um jornal de matemática.
MOTIVAÇÃO
Avaliar a motivação das crianças é uma atividade complexa e assaz
subjetiva, contudo, é certo que as crianças motivadas se envolvem nas
atividades. Neste ponto, serão analisadas algumas das produções e
manifestações das crianças para tentar compreender o seu nível de
139
mplicação60. Segundo Portugal & Laevers (2010, p. 25), “o nível de implicação,
por definição, é uma declaração sobre o que é que as condições ambientais
provocam na criança”. A avaliação da implicação da criança constitui um
importante momento de reflexão para o professor sobre as potencialidades e
limitações das atividades desenvolvidas pois “o nível de implicação
representa, essencialmente, um sinal para o educador (…), um indicador de
qualidade que ajuda o educador a tomar consciência das possíveis limitações
da organização e dinâmica educativa” e que “aponta direções aos educadores
para fazerem melhor” (Portugal & Laevers, 2010, p. 25-26). Relativamente à
implicação, optou-se por avaliar, fundamentalmente, quatro indicadores de
implicação: 1) complexidade e criatividade; 2) persistência; 3) tempo de
reação; 4) satisfação. A avaliação traduz-se na atribuição de um nível a cada
aluno para cada indicador, numa escala de 1 a 5 em que o nível 1 corresponde
a um nível de implicação muito baixo e o nível 5 a um nível de implicação
muito alto, como se representa no seguinte quadro:
60 Com base na LIS-YC de Leuven, os conceitos de implicação/envolvimento são sinónimos.
Complexidade e criatividade – observáveis quando a criança mobiliza as suas capacidades
para se dedicar a uma atividade mais complexa e desafiadora do que uma mera rotina. A
criança altamente implicada está a dar o seu melhor, encontra-se no limite das suas
capacidades. Criatividade significa que a criança introduz um toque pessoal na forma como
realiza a atividade, introduzindo novos elementos ou mostrando algo inesperado.
Persistência – quando concentradas, as crianças dirigem a sua atenção e energia para um
ponto, que é o da sua atividade. Não abandonam facilmente o que estão a fazer. A
persistência refere-se ao tempo de concentração. Procuram a sensação de satisfação que a
realização da atividade lhes traz, resistindo a estímulos distratores e atraentes que possam
surgir.
140
Tempo de reação – as crianças que estão implicadas estão atentas e reagem com rapidez a
estímulos interessantes. Correm para atividade e evidenciam grande motivação para
passar à ação. Também respondem com vivacidade a estímulos relevantes no decurso da
tarefa.
Satisfação – elevada implicação associa-se, normalmente, a prazer. Se este prazer está,
muitas vezes, implicitamente presente, também é possível percebê-lo quando a criança
aprecia o seu trabalho, ou realização, com satisfação.
Adaptado de Portugal & Leavers (2010, p. 27-28)
A avaliação feita ao nível da implicação revelou que as crianças
apresentaram patamares de implicação entre o nível 2 e o nível 5, sendo que
o conjunto dos alunos obteve, em média, uma avaliação de 4,3 relativamente
aos indicadores avaliados, conforme se pode ver na tabela 2. Note-se que de
salientar que a implicação das crianças está diretamente relacionada com o
seu gosto pela área em questão, neste caso a matemática:
É, então, importante referir que 90% dos alunos afirmaram gostar de
matemática e apenas 10% afirmam não gostar de matemática. Para além
disso, a realização de trabalhos autopropostos é um dado interessante e que
merece reflexão por parte do investigador. O facto de as crianças terem tido
liberdade para escolherem os grupos que queriam integrar e as respetivas
responsabilidades e, ainda assim, proporem-se para realização de mais
tarefas, e mais complexas, é um indicador positivo sobre o seu envolvimento
na aprendizagem.
Tabela 2. Avaliação da implicação das crianças
Complexidade e criatividade
Persistência Tempo de
reação Satisfação
Média parcial 4,1 4,0 4,3 4,7
Média total 4,3
141
ENVOLVIMENTO DAS FAMÍLIAS
Relativamente ao envolvimento das famílias, pretende-se analisar a
predisposição das famílias para participar na construção do jornal matemático
de turma, a partir dos dados recolhidos através do inquérito pré-ação. Através
das questões colocadas, foram recolhidos os dados organizados e
representados nos gráficos circulares:
A partir do gráfico 1, podemos constatar que todas as famílias reconhecem
que a construção de um jornal matemático de turma pode contribuir para a
melhoria das aprendizagens das crianças. Já a partir dos gráficos 2 e 3
podemos verificar que, apesar de 100% das famílias concordarem que a
construção do jornal matemático de turma pode aproximar as famílias da
escola, apenas 57% das famílias se mostraram disponíveis para participar
nesse processo. Em retrospetiva, considero que teria sido interessante
questionar as famílias sobre as razões que as levaram a responder “não”.
Outro dado relevante que é possível retirar dos inquéritos pré-ação
aplicados às famílias é a importância que estas atribuem à matemática.
100%
O jornal matemático de turma pode melhorar as aprendizagens das crianças?
Sim
Não 100%
O jornal matemático de turma pode aproximar as famílias da escola?
Sim
Não
43%
57%
Gostaria de participar na construção do jornal?
Sim
Não
Gráfico 2. Aproximação das famílias à escola.
Gráfico 3. Participação no jornal matemático.
Gráfico 1. Melhoria das aprendizagens.
142
Quando questionadas sobre a importância da matemática, 100% das famílias
afirmaram que a matemática é importante.
Quanto ao envolvimento efetivo das famílias, foram consideradas todas as
participações quer por iniciativa própria, como a resolução de desafios, jogos
e problemas matemáticos, quer por solicitações da turma, como a resolução
do problema do pastor, do lobo, da ovelha e da couve e outras participações
na produção de conteúdos para o jornal.
Através do gráfico 4, veri-
ficamos que, no total, 90%
das famílias participaram de
alguma forma no projeto e
que apenas 10% das famí-
lias, apesar das solicitações
das crianças, não contribuí-
ram em momento nenhum
para o jornal.
Segundo os dados forne-
cidos pelas famílias nos questionários pós-ação, representados no gráfico 5,
foi também possível verificar
que 82% das famílias concor-
dam que o projeto as aproxi-
mou da escola, enquanto
18% discordam. É também
relevante observar que as
famílias que afirmam que o
projeto não as aproximou da
escola reconhecem que não
participaram ativamente no
projeto.
É de salientar também que todas as famílias manifestaram interesse em
que a turma continuasse a desenvolver o projeto. Ainda relativamente ao en-
Gráfico 4. Participação das famílias
90%
10%
Participação das famílias
Participaram
Não participaram
Gráfico 4. Participação das famílias
82%
18%
Este projeto aproximou-me da escola.
Concordo
Discordo
Gráfico 5. Aproximação das famílias
143
volvimento da família, é possível ter uma visão mais profunda sobre a questão
a partir das respostas dos alunos à entrevista pós-ação (cf. anexo 17. 3).
4.9. CONCLUSÕES
Após a análise dos dados recolhidos é possível afirmar que a construção do
jornal matemático interfere, de facto, nas aprendizagens pois, para além dos
aspetos reconhecidos pelas crianças, a OC refere que “o jornal serviu (…) para
que os alunos sentissem que a matemática (…) tinha significado, não só para
eles mas para a família”, sendo este um meio ao qual “reconhecemos valor –
valor pedagógico, valor quanto à socialização das aprendizagens, valor quanto
à forma como podemos valorizar as aprendizagens e os saberes, tornando-os
públicos, dando-os a conhecer”, acrescentando ainda que “se queremos a tal
escola com sentido e com significação para as famílias e para os alunos temos
que dar valor às aprendizagens”.
Relativamente à motivação, foi determinante, na medida em que é uma
ferramenta comunicativa que responde aos interesses e expectativas das
crianças, conferindo-lhes poder e autonomia no processo de aprendizagem. O
jornal, como refere a Orientadora Cooperante, “confirmou a motivação deles
para a matemática e reforçou-a. (…) Conseguiram sentir-se familiarizados com
as questões matemáticas e lidam com a matemática de forma natural. Isso é
uma conquista imensa”.
Quanto ao envolvimento das famílias, as conclusões são menos positivas
uma vez que, como já foi referido, o envolvimento das famílias não foi o
desejado, o que a OC justifica afirmando que “alguns [pais] apercebem-se e
estão implicados, mas, numa escola que é TEIP, as famílias não têm a escola
como um bem em si mesmo, como um fator de mobilidade social”. Contudo,
a partilha do jornal com as famílias motivou as crianças e tornou as
144
aprendizagens desenvolvidas neste âmbito mais consistentes e significativas,
conforme se sintetiza na tabela 2:
Tabela 2. Conclusões
Categoria Subcategoria Conclusões
Ap
ren
diz
agen
s
Ao nível de conhecimentos matemáticos
Os alunos desenvolveram conhecimentos relativos a to-dos os domínios do programa bem como a todas as capa-cidades transversais. 90% dos alunos referiram que ti-nham desenvolvido conhecimentos ao nível da matemáti-ca.
Ao nível da competência de escrita
Os alunos desenvolveram competências relativas à produ-ção e interpretação de textos diversos. 48% dos alunos re-feriram a importância do domínio da língua materna nas aprendizagens matemáticas.
Ao nível do desenvolvimento pessoal e social
Os alunos desenvolveram competências ao nível da au-tonomia e da cooperação. 24% dos alunos reconhecerem ter desenvolvido competências pessoais e sociais.
Mo
tiva
ção
Complexidade e criatividade
Os alunos desafiaram-se e optaram por tarefas complexas que realizaram com empenho e criatividade, apresentan-do um nível alto (4,1) de implicação.
Persistência
As crianças com mais dificuldades têm níveis de persistên-cia baixos, desistindo frequentemente das tarefas. Ainda assim, neste parâmetro, os alunos apresentam um nível alto (4,0) de implicação.
Tempo de reação A partir da análise das gravações das sessões de trabalho de grupo, regista-se um nível alto (4,3) de implicação.
Satisfação
A avaliação da satisfação dos alunos traduziu-se num nível muito alto (4,7) de implicação e foi feita com base na autoavaliação que as crianças fizeram da sua participação no projeto.
Geral Os alunos revelaram-se num nível alto de implicação (4,3), o que confirma a qualidade das tarefas propostas e a sua adequação à turma.
Envo
lvim
ento
das
fam
ílias
Predisposição para participar no projeto
Apesar de reconhecerem as potencialidades do jornal, a maioria das famílias (57%) mostrou-se indisponível para participar no projeto.
Participação efetiva no projeto
90% das famílias participaram no jornal, o que autoriza concluir que quando solicitadas diretamente, sobretudo pelas crianças, as famílias participam nas atividades. To-das as famílias manifestaram interesse na continuidade do projeto.
145
4.9.1. Limitações à realização do estudo
Terminado o projeto de investigação, foram identificadas duas limitações à
realização do estudo que merecem uma breve reflexão, uma vez que
condicionaram as conclusões retiradas.
Em primeiro lugar, o envolvimento das famílias na construção do jornal foi
fraco, apesar da participação de 90% das famílias. Esta participação ocorreu
sempre em consequência de solicitações das crianças, não tendo havido
participações por iniciativa própria, o que se revelou numa falta de interesse
pelo trabalho que estava a ser desenvolvido. Para além disso, poucos foram
os alunos que trouxeram de volta para a sala os jornais com a secção dos
problemas e jogos resolvida e os que trouxeram apresentavam,
frequentemente, resoluções de irmãos mais velhos, primos e avós. Em
segundo lugar, o tempo efetivo de implementação do projeto foi muito
reduzido uma vez que a turma era constantemente solicitada para participar
em atividades, para além de ser o objeto de estudo de três projetos de
investigação em simultâneo por parte das professoras estagiárias.
4.9.2. Reflexões finais
Considerando que a “escola é o lugar privilegiado para o exercício de uma
cidadania democrática” (Giolitto, 2000, citado por Gonçalves, 2008, p. 1954),
a participação ativa do aluno no seu processo de aprendizagem é uma
realidade que merece ser (re)pensada por forma a transformar a escola no
espaço de emancipação social que se pretende que seja.
Na possibilidade de dar continuidade a este projeto, seria importante
desenhar outras estratégias de envolvimento das famílias. Apesar de ser
verdade que a família não correspondeu à solicitação da escola, é também
146
verdade que, muitas vezes, as famílias encaram com estranheza as tentativas
de aproximação, como se pode verificar pela seguinte intervenção de uma
aluna, quando questionada sobre a reação da família ao projeto:
Sp: A minha mãe (…) achou estranho eu levar trabalho para ela. Não está habituada a
participar em coisas da escola mas gostou.
Atendendo aos dados recolhidos sobre as famílias, seria interessante
compreender que motivos levaram 57% das famílias a afirmar que não
queriam participar no projeto (cf. gráfico 3) e 18% das famílias a afirmar que o
projeto não as aproximou da escola (cf. gráfico 5), podendo assim redirecionar
a intervenção de modo a ir ao encontro dos seus interesses e expectativas.
Apesar de breves, as participações das famílias foram significativas para as
crianças e para a sua aprendizagem já que dotaram o jornal de algum sentido
real do mundo, ajudando as crianças a compreender a utilidade da
matemática no quotidiano. As tarefas realizadas pelos alunos exigiram que
estes relacionassem o que sabiam, com o que estavam a aprender e com a
sua realidade cultural e familiar, integrando os conhecimentos e promovendo
uma aprendizagem que, como refere Ausubel (2003, p. 72), “exige que os
aprendizes manifestem um mecanismo de aprendizagem significativa (…) e
que o material que apreendem seja potencialmente significativo para os
mesmos”.
Por fim, é relevante compreender como o ensino da matemática concebido
nos atuais documentos reguladores não prevê espaço para atividades
exploratórias e descura a visão interativa da aprendizagem, caracterizando-se
pelo excessivo formalismo e incumbindo à comunicação matemática apenas o
papel de ferramenta para “compreender os enunciados dos problemas
matemáticos” e “redigir convenientemente as respostas” (Damião et al.,
2013, p. 4). A valorização da comunicação matemática é essencial pois, como
refere Fernandes (1994, p. 81), “o descurar das fases da comunicação tornaria
a Matemática numa linguagem árida (…). Para tal não acontecer é necessário
que o professor, como dizia Rousseau (séc. XVIII), saiba perder tempo”,
entenda-se dedicar-se.
147
CONCLUSÕES E REFLEXÕES FINAIS
Há sempre alguém que resiste.
Há sempre alguém que diz não.
(Manuel Alegre, 2009, p. 75)
Na reta final da escrita do Relatório de Estágio, que coincide com a
conclusão da formação inicial da mestanda, é pertinente refletir sobre as
aprendizagens construídas ao longo deste percurso, salientado a PES como o
momento privilegiado de aprendizagem através da articulação entre teoria e
prática presente numa ação educativa refletida. Torna-se também relevante
compreender se, e de que forma, os objetivos defindos no primeiro capítulo
foram alcançados e qual o contributo destes para a definição do perfil
profissional da professora em formação.
No que diz respeito ao primeiro objetivo – relatar a prática educativa da
mestranda, e do par pedagógico, evidenciando a fundamentação teórica que
a enformou e os princípios e valores orientadores da ação – considera-se que,
apesar de o RE não conseguir evidenciar todos os momentos com a
profundidade desejada, espelha os momentos mais significativos da PES, isto
é, aqueles que mais contribuíram para a formação da mestranda. A par disso,
este relato demontra também o quadro teórico que fundamentou a ação bem
como o conjunto de princípios e valores que atravessaram todas as dimensões
da prática e que se materializaram, por exemplo, na importância dada à
Educação para a Cidadania como área transversal a todas as áreas e
disciplinas do currículo.
Quanto ao segundo objetivo – promover a reflexão e a visão autocrítica,
evidenciando as fragilidades e as incertezas enquanto mecanismos de
melhoria das práticas e de crescimento pessoal e profissional – a menstranda
verificou que, apesar de ter desenvolvido competências para avaliar
148
criticamente a própria ação, é na discussão e partilha de experiências com os
pares que se atinge verdadeiramente a melhoria das práticas educativas e se
evolui pessoal e profissionalmente. Reconhecendo a importância da
autonomia profissional, a professora em formação considera que o caminho
que se percorre sozinho pode ser enganador e, nesse sentido, perigoso. Ao
longo da PES, o par pedagógico desempenhou, neste campo, um papel
fundamental. Os momentos de reflexão sobre a conceção e implementação
das atividades bem como sobre a postura de cada um dos elementos do par
permitiram identificar as fragilidades sentidas na ação, contribuindo, assim,
para a sua melhoria. Este diálogo constante possibilitou uma prática educativa
refletida e a superação dos desafios que se apresentavam, progressivamente,
mais complexos.
Relativamente ao terceiro objetivo – compreender a aplicabilidade dos
referenciais teóricos estudados ao longo da formação académica com base
nos resultados observados na prática educativa supervisionada –, pode
afirmar-se que não seria possível desenvolver a PES sem o quadro teórico
construído ao longo da formação inicial. Note-se, contudo, que cada contexto
educativo tem as suas particularidades, o que, aliado ao perfil docente de
cada um dos Orientadores Cooperantes, dota a tomada de decisões de um
grau de complexidade para o qual os referenciais teóricos não possuem uma
resposta imediata. Nesse sentido, foram identificadas algumas questões que
merecem uma breve referência.
Por uma lado, as leituras complementares, realizadas ao longo de toda a
formação académica e, sobretudo, ao longo deste ano letivo, foram
determinantes para a conceção de uma ação verdadeiramente informada e
capaz de responder às necessidades dos alunos e dos contextos. Apesar de
reconhecer que o quadro teórico privilegiado nesta formação abrange quase
todas as dimensões da formação de professores, a mestranda sentiu a
necessidade de procurar outros autores e outras visões da Educação com as
quais se identificasse mais profundamente e que se coadunassem com a
realidade do contexto educativo em que foi realizada a PES. Por outro lado,
149
constatou-se que, em alguns casos, existem contradições entre as orientações
dadas ao nível da supervisão e a teoria, atendendo a que estas orientações se
traduziriam numa prática de ensino enquadrada no paradigma da escola
tradicional quando o que se pretende é formar professores que implementem
práticas inovadoras e fundamentadas em modelos construtivistas.
No que concerne o último objetivo definido – desenvolver a identidade
profissional baseada numa atitude reflexiva, investigativa e em permanente
atualização –, a mestranda considera que a análise reflexiva da prática
educativa foi crucial para o desenvolvimento da identidade docente na
medida em que, juntamente com o par pedagógico, os Orientadores
Cooperantes e os supervisores institucionais, foi possível identificar
características e motivações pessoais na prática implementada. Tanto as
leituras complementares como a participação em congressos e formações, de
que são exemplo os Sábados pedagógicos organizados pelo Núcleo Regional
do Porto do MEM, foram o meio encontrado para contactar com novas
práticas que contribuiram para o desenvolvimento da atitude reflexiva e para
a permanente atualização exigida aos profissionais de Educação.
Sendo este documento o reflexo de um percurso de aprendizagem alicer-
çado numa atitude (auto)crítica e reflexiva e de articulação entre teoria e prá-
tica, constituiu-se, também, como a ferramenta mais importante para a cons-
ciencialização da mestranda sobre a própria identidade profissional.
A experiência da PES, sobretudo no contexto educativo do 1.º CEB, foi uma
resposta à inquietação sentida ao longo da frequência do Ensino Básico – que,
por sua vez, constituiu uma das motivações para a escolha deste rumo
profissional. Acreditando que o professor tem uma papel determinante na
vida presente e futura dos alunos, a mestranda verifica que a Escola tem
vindo a falhar nas suas dimensões primordiais, descurando a sua função
social, cultural, ética e política. Assim, a opção de abraçar esta profissão
prendeu-se, sobretudo, com a vontade de ajudar a transformar a Educação e
responder, por sua vez, às inquietações de outras crianças para que estas
tenham na Escola uma resposta adequada às suas necessidades intelectuais.
150
O papel do professor é condicionado por variadíssimos fatores externos. É
preciso também dizer que todas as mudanças que se observam na sociedade
recaem também sobre o corpo docente – precariedade laboral, alta taxa de
desemprego na carreira docente, a desagregação de famílias devido à nova lei
que preside aos concursos nacionais e que impôs o alargamentos dos quadro
de zona, enfim, todo um conjunto de situações violentas que concorrem para
tornar a Escola do século XXI um desafio que exige esforço acrescido e
coragem. Para além disso, esta experiências permitiu compreender como se
operacionaliza o sistema de ensino e como, nos contextos educativos, se
cortam, ou tentam cortar, aos professores as réstias de liberdade que a lei
ainda lhes concede.
Neste âmbito, a própria ação da tutela tem sido, até à tomada de posse
deste último governo, frequente e inevitavelmente questionável. O reconhe-
cimento das diretivas e das imposições das instituições e do governo nem
sempre implica a sua operacionalização e não inclui, de certeza, a sua
aceitação.
Na Escola e na sala de aula, cabe ao professor analisar e decidir o caminho
a percorrer com os alunos com vista ao seu desenvolvimento pleno. Se o
Ministério tem o poder para decretar programas e metas curriculares, o
mesmo não podemos aceitar quanto à ação do docente, às suas opções
metodológicas e/ou ideológicas (se é que estas se distinguem). Formar
professores críticos e reflexivos, como é referido em vários documentos legais
e orientadores, é uma arma poderosa contra o próprio sistema – e ainda bem.
E é precisamente por este motivo que o professor que queira dar o salto
qualitativo não deve e não pode cingir-se cegamente a todos os imperativos
legais, como se de mandamentos divinos se tratasse. A convicção do que aqui
é afirmado levou a autora a tomar de empréstimo a frase de José Afonso – “O
que é preciso é criar desassossego” (1972) – para intitular a redação desta
experiência de ensino na Prática Educativa Supervisionada, pese embora certa
hesitação entre a escolha da frase que dá título à obra discográfica de 2004,
de José Mário Branco, – “Resistir é vencer”.
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prestar na educação pré-escolar e nos ensinos básico e secundário dos
sectores público, particular e cooperativo, visando a criação de condições
para a adequação do processo educativo às necessidades educativas
especiais dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e
da participação num ou vários domínios de vida, decorrentes de
alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando
em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem,
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Anexo 1. 1 – Sessão de cinema
Figura 1. Organização da sala em filas (letras) e colunas (números).
Figura 2. Exemplos de bilhetes de cinema distribuídos pelos alunos.
180
Anexo 1. 2 – As árvores e os livros – Texto distribuído pelos alunos
1. Lê o poema e sublinha as palavras que rimam.
As árvores e os livros
1 As árvores como os livros têm folhas
2 e margens lisas ou recortadas,
3 e capas (isto é copas) e capítulos
4 de flores e letras de oiro nas lombadas.
5 E são histórias de reis, histórias de fadas,
6 as mais fantásticas aventuras,
7 que se podem ler nas suas páginas,
8 no pecíolo, no limbo, nas nervuras.
9 As florestas são imensas bibliotecas,
10 e até há florestas especializadas,
11 com faias, bétulas e um letreiro
12 a dizer: «Floresta das zonas temperadas».
13 É evidente que não podes plantar
14 no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
15 Para começar a construir uma biblioteca,
16 basta um vaso de sardinheira.
Jorge Sousa Braga in Herbário (1999), Assírio & Alvim
Número de versos
Número de estrofes
Nome: _______________________________ Data: ___/___/_____
181
Anexo 1. 3 – Desenho da folha realizado por uma aluna
182
Anexo 1. 4 – Classificação das folhas
Figura 4. Folhas fornecidas aos alunos para classificarem.
Figura 3. Exemplo de grelhapreenchida pelos alunos.
183
Anexo 1. 5 – Impressões realizadas pelos alunos
Figura 5. Impressão realizada por um aluno (I).
Figura 6. Impressão realizada por um aluno (II).
184
Anexo 1. 6 – Imagem utilizada na motivação
Fonte: https://cafecolorido.wordpress.com/2014/08/05/eu-vi-uma-arvore-
formalizando-palavras/
Anexo 1. 7 – Preparação da escrita do poema visual de turma
Figura 7. Levantamento de formas possíveis para o poema.
Figura 8. Levantamento de vocabulário para o poema.
185
Anexo 1. 8 – Poema visual da turma do 3.º C
Figura 9. Poema visual construído no quadro.
Figura 10. Poema visual construído no caderno de um aluno.
186
Anexo 1. 9 – Exemplo de ficha de escrita realizada por um dos pares
187
Anexo 1. 10 – Exemplos de poemas visuais realizados pelos alunos
Figura 11. Poema visual construído pelos alunos I
Figura 12. Poema visual construído pelos alunos II
188
Anexo 1. 11 – Bilhete de Identidade da planta
Anexo 1. 12 – Pesquisa sobre as plantas
189
Aenxo 1. 13 – Registo fotográfico da transplantação
Figura 13. O primeiro contacto dos alunos com a terra: textura e cheiro.
Figura 14. Utilização de utensílios de jardinagem.
190
Figura 15. Transplantação (I).
Figura 16. Transplantação (II).
191
Figura 18. Rega da plantas.
Figura 17. Transplantação (III).
192
Figura 19. Colocação dos Bilhetes de Identidade.
Figura 20. Plantação dos poemas visuais.
193
Anexo 1. 14 – Jardim de palavras do 3.º C
Figura 21. Construção do jardim pelos alunos.
Figura 22. O jardim das palavras do 3.º C.
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Anexo 2. 1 – Confusão das Línguas (1965), de Gustave Doré
200
Anexo 2. 2 – Inventário de Palavras
201
202
Anexo 2. 3 – Registo fotográfico da atividade Os vendedores de
palavras
Anexo 2. 4 – Registo no quadro preto da votação do nome para a loja
de palavras
203
Anexo 2. 5 – Registo fotográfico da dobragem da borboleta em
origami
Anexo 2. 6 – Palavras para limpar
204
Anexo 2. 7 – Exemplo de esquema desenvolvido por um aluno
205
Anexo 2. 8 – Grelha de registo de palavras selecionadas pelos alunos
206
Anexo 2. 9 – Imagem do Wordle
Anexo 2. 10 – Exemplos de cartões preenchidos pelos alunos
Figura 23. Produções dos alunos (I)
Figura 24. Produções dos alunos (II)
207
Anexo 2. 11 – Registo fotográfico do corredor da escola
Figura 26. A Grande Fábrica de Palavras exposta no corredor.
Figura 25. Trabalhos dos alunos pendurados no corredor.
208
Figura 28. Exemplo de montra da Loja de palavras.
Figura 27. Montras da Loja de palavras expostas no corredor.
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Anexo 3. 1 – Folha de registo sobre texto Manuel António Pina
219
Anexo 3. 2 – Texto «O pássaro da cabeça», de Manuel António Pina,
fornecido aos alunos
220
Anexo 3. 3 – Texto «O aviador interior», de Manuel António Pina,
fornecido aos alunos
221
Anexo 3. 4 – Texto reescrito pelos alunos
222
Anexo 3. 5 – Exemplo de texto escrito por um aluno
223
Anexo 3. 6 – Texto «Versos à Ana no dia do aniversário», de Manuel
António Pina, fornecido aos alunos
224
Anexo 3. 7 – Reescrita de O Tesouro, de Manuel António Pina, pelos
alunos
Figura 29. Capa do livro.
Figura 30. Tercetos produzidos pelos alunos (I)
Figura 31. Tercetos produzidos pelos alunos (II)
225
Figura 32. Tercetos produzidos pelos alunos (III)
Figura 33. Tercetos produzidos pelos alunos (IV)
Figura 34. Tercetos produzidos pelos alunos (V)
226
Anexo 3. 8 – Poema escrito por uma aluna
Figura 35. Títulos sugeridos pelos alunos.
Figura 36. Poema escrito por uma aluna.
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234
Anexo 4. 1 – Medidor de pés
Anexo 4. 2 – Medidor de pés: relação entre comprimento do pé e
tamanho do sapato
235
Anexo 4. 3 – Registo fotográfico da medição do tamanho do pé
Figura 37. Medição dos pés das crianças (I)
Figura 38. Medição dos pés das crianças (IV)
236
Anexo 4. 4 – Registo dos dados
Figura 39. Registo dos dados (I)
Figura 40. Explicação da tarefa de representação dos dados
237
Anexo 4. 5 – Estratégias utilizadas pelos alunos
Figura 41. Folha de registo do aluno A.
Figura 42. Folha de registo do aluno B.
238
Anexo 4. 6 – Caule-e-folhas construída pelos alunos
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Anexo 5. 1 – Exploração da banda desenhada
Figura 43. Banda desenhada sobre o triângulo.
Figura 44. Exploração da banda desenhada.
247
Anexo 5. 2 – Atividade com o tangram
Figura 45. Tangram fornecido aos alunos.
Figura 46. Manipulação do tangram pelos alunos.
248
Figura 47. Descoberta da área do triângulo.
Peça A
Peça B
Figura 48. Molde do tangram fornecido aos alunos.
249
Anexo 5. 3 – Atividade sobre a altura dos triângulos
250
Anexo 5. 4 – Tarefa de avaliação
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Anexo 6. 1 – Banda desenhada sobre os meios de comunicação
257
Anexo 6. 2 – Cartazes elaborados pelos alunos
Figura 49. Cartazes construídos pelos alunos.
Figura 50. Cartaz construído pelos alunos sobre o jornal.
258
Anexo 6. 3 – Crucigrama utilizado no momento de consolidação
1. Instrumentos ou órgãos utilizados para a realização do processo
comunicativo.
2. Rede informática que possibilita o acesso a todo o tipo de informação.
3. Aparelho que permite efetuar ou receber ligações telefónicas.
4. O que é transmitido pelos meios de comunicação.
5. Publicação periódica, geralmente em papel.
6. Transmissão de imagem à distância.
7. Transmissão da voz e de outros sons utilizando as propriedades das
ondas radioeléctricas.
8. Documento escrito fechado que se dirige a alguém.
9. Principal objetivo dos meios de comunicação.
259
Anexo 6. 4 – Grelha de registo sobra a evolução dos meios de
comunicação
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Anexo 7. 1 – Excerto do Tratado da Defensão da Carta de Marear
(séc. XVI), de Pedro Nunes
Anexo 7. 2 – Exercício de correspondência sobre os instrumentos
náuticos
Doc. 1 Os conhecimentos dos
portugueses no século XVI
Os Descobrimentos não se fizeram ao acaso; os nossos navegadores partiam ensinados e equipados com instrumentos, regras de Astronomia e de Geometria e cartas de marear* marcadas com rumos ou direções.
Pedro Nunes, Tratado da Defensão da Carta de Marear, século XVI * cartas náuticas
Alves, E., Silva, A. I. & Mendes. Saber em ação: História e Geografia de Portugal 5.º ano. Porto:
Porto Editora
265
Anexo 7. 3 – Mini-glossário ilustrado utilizado no momento de
consolidação
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Anexo 8. 1 – Registo fotográfico da actividade com o estetoscópio
Figura 51. Atividade com o estetoscópio (I).
Figura 52. Atividade com o estetoscópio (II).
271
Anexo 8. 2 – Exemplos de representações do coração realizadas pelos
alunos
Figura 53. Exemplo A. Figura 54. Exemplo B.
Figura 55. Exemplo C. Figura 56. Exemplo D.
272
Anexo 8. 3 – Registo fotográfico da atividade exploratória do coração
de porco
Figura 57. Atividade exploratória do coração de porco (I).
Figura 58. Atividade exploratória do coração de porco (II).
273
Anexo 8. 4 – Registo fotográfico da atividade com plasticina
Figura 59. Modelação do coração em plasticina.
Figura 60. Representações 2D e 3D do coração.
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280
Anexo 9. 1 – Grelha de registo das actividades práticas sobre as
propriedades do ar
Vamos conhecer o ar!
O que tínhamos O que fizemos O que verificamos Conclusões
Situação 1
Situação 2
Situação 3
Situação 4
Situação 5
Situação 6
Nome:
281
Anexo 10 – Proposta de atividade apresentada para inclusão no PAA
COMUNICAÇÃO AO CONSELHO PEDAGÓGICO
Agrupamento – EB1/JI e EB2/3
Designação da atividade: O 25 de Abril contado pelas crianças e pelos outros
Âmbito:
Departamento Ciências Sociais e Humanas
P T ___________________________________
Outros (P D E, NAE…) ___________________________________
Objetivos
- Cooperar num projeto de trabalho comum. - Compreender os valores da nossa sociedade. - Desenvolver a perspicácia, baseada na informação, para obter uma valorização do passado. - Desenvolver interesse pelo passado e conhecer situações e acontecimentos importantes de Portugal. - Compreender que os acontecimentos têm uma multiplicidade de causas e procurar explicações para a mudança. - Distinguir situações de vivência em Ditadura e em Democracia. - Identificar as razões que conduziram à Revolução de 25 de Abril de 1974. - Conhecer e valorizar a ação das principais figuras da revolução. - Desenvolver atitudes e comportamentos de respeito, tolerância e de defesa da liberdade, em consonância com os ideais de Abril.
Aprendizagens/ resultados esperados
- Formação da consciência histórica. - Compreensão da natureza social e individual do ser humano. - Valorização e respeito do património histórico. - Compreensão da realidade em que vive. - Desenvolvimento de atitudes tolerantes tanto intelectual como socialmente. - Desenvolvimento de estratégias de tratamento de informação.
Motivo da Proposta
No âmbito do Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico, da Escola Superior de Educação do Porto, foi-nos solicitado o desenvolvimento de um projeto com uma dimensão colaborativa, abrangendo, preferencialmente, os dois ciclos de ensino. O tema escolhido foi o 25 de Abril, apesar de não ser um conteúdo programático dos anos de escolaridade em questão, dada a sua importância histórica.
Descrição da atividade
A atividade consistirá em sensibilizar os alunos e a comunidade para a temática da liberdade, mobilizando obras literárias, músicas de intervenção, vídeos, entre outros. O trabalho desenvolvido pelos alunos culminará numa apresentação à comunidade em forma de exposição e espetáculo, no qual participarão também o professor/escritor José António Gomes/João Pedro Mésseder, o Presidente da Junta e o Coro Vox Populi.
282
Disciplinas/Áreas envolvidas
Português; História e Geografia de Portugal/Estudo do Meio; Educação/Expressão Musical; Educação Visual/Expressão Plástica; ADT
Data: 6/05/2016 às 20h30 na EB1/JI – Apresentação à comunidade (Desenvolvimento do projeto: 1/03/2016 – 6/05/2016)
Identificação de Professores Dinamizadores/Colaboradores
OC2 (2.º CEB)
DT (2.º CEB)
OC1 (1.º CEB)
Ana Raquel Almeida Silva (professora estagiária)
Marília Silva Fernandes (professora estagiária)
Rita Teixeira Abreu (professora estagiária)
Ano (s) e Turma (s): 5.ºA (2.ºCEB) e 3.ºC (1.ºCEB)
A avaliação da Atividade será feita:
x Pelos professores envolvidos x Pelos alunos envolvidos
Pelo Conselho de Turma Pela área Disciplinar
x Pelas professoras estagiárias e pelos professores supervisores da ESE/IPP
Documentos anexos (assinalar):
OBSERVAÇÕES
As propostas devem ser entregues ao Coordenador do Plano de Atividades com um mínimo de uma semana de antecedência em relação ao Conselho Pedagógico em que serão analisadas.
Professor organizador Conselho Pedagógico
Professoras Estagiárias do Mestrado em Ensino do 1.º e 2.º Ciclo do Ensino Básico, da Escola Superior de Educação do Porto
Data 10/03/2016 Data ____ / ____ / ____
283
Anexo 11 – Cronograma de implementação do projeto O 25 de Abril
contado pelas crianças e pelos outros
Data Atividades/ Estratégias Turma
19/11
Exploração da obra A grande fábrica de palavras, de Agnès De Lestrade e Valeria DoCampo. Realização da atividade Os vendedores de palavras. Atividade de escrita: construção de cartazes com o inventário de palavras selecionadas pelos alunos (palavras coloridas, secretas, doces, amargas, que aquecem e por inventar). Atividade de expessão plástica: realização de borboletas em origami
3.ºC
25/11 Exploração do poema O limpa-palavras, de Álvaro Magalhães. Construção do cartaz: palavras para limpar.
3.ºC
1/12
Exploração da obra O Ladrão de palavras, de Francisco Duarte Mangas. Atividade de escrita: realização de cartões, pelos alunos, com palavras que não podem ser roubadas. Exposição dos cartazes e cartões no corredor da escola.
3.ºC
6/01 Aula de Português – Exploração da obra Tudo é sempre outra coisa, de João Pedro Mésseder. Troca de emails com o escritor.
5.ºA
13/01 Aula de Português – Continuação da exploração da obra Tudo é sempre outra coisa, de João Pedro Mésseder. Exploração da obra O pequeno livro das coisas, de João Pedro Mésseder.
5.ºA
19/01 Aula de Português – Construção de uma entrevista, pela turma, para realizar ao escritor João Pedro Mésseder. Escrita sobre a família.
5.ºA
26/02 Contacto com o Presidente da Junta e do Coro Vox Populi para participação no projeto.
1/03 Reunião com o Presidente da Junta.
3/03
Leitura e breve exploração da obra O Tesouro, de Manuel António Pina. Apresentação às turmas do site construído pelas professoras estagiárias referente ao projeto.
Escrita de frases sobre a liberdade e ilustração das mesmas.
3.ºC e
5.ºA
3.ºC
10/03 Leitura da obra Lembro-me, de João Pedro Mésseder. 5.ºA
4/04 Construção de um cartaz biográfico sobre José António Gomes/João Pedro Mésseder.
3.ºC
5/04 Aula de Português – Exploração de O Aquário, de J. P. Mésseder. 3.ºC
284
6/04
Construção do texto para a apresentação pelas professoras estagiárias, com apoio da Professora Ana Cristina Macedo.
Aula de Português – O pássaro da cabeça, de Manuel António Pina e «Pedra Filosofal», música de Manuel Freire e poema de António Gedeão
5.ºA
7/04 Realização de audições para a leitura do texto na apresentação à comunidade.
3.ºC e
5.ºA
12/04 Leitura da obra O Romance do 25 de Abril, de João Pedro Mésseder, pela professora Ana Cristina Macedo (ESEIPP).
3.ºC
13/04
Aula de Português – «O aviador interior», de Manuel António Pina e «Livre», música de Manuel Freire e poema de Carlos de Oliveira. Produção de texto sobre a liberdade com base na obra A Liberdade o que é?, de José Jorge Letria.
5.ºA
14/04 Ensaio – realizado na aula de ADT com o apoio da DT.
Ensaio – realizado com o apoio da Orientadora Cooperante.
5.ºA
3.ºC
18/04 «Versos à Ana no dia do anaversário» e O Tesouro, de Manuel António Pina. Eescrita de texto poético a partir das ilustrações de O Tesouro – 1.ª edição com ilustraçõesde Manuela Bacelar.
5.º A
21/04 Ensaio – realizado na aula de ADT com o apoio da DT.
Construção da Manta da Liberdade.
5.ºA
3.ºC
26/04 Exploração dos cartazes do Estado Novo. 3.ºC
28/04 Construção da Manta da Liberdade. 5.ºA
29/04 Construção de cartazes biográficos sobre personalidades importantes relacionadas com o 25 de Abril.
3.ºC
2/05 Ensaio – realizado na aula de Português, com apoio da Orientadora Cooperante.
5.ºA
3/05 Reunião com o Presidente da Junta e gravação de uma mensagem para a apresentação do projeto.
4/05 Ensaio – realizado com o apoio da Orientadora Cooperante. 3.ºC
5/05 Continuação da construção dos Cartazes sobre as personalidades do 25 de Abril. Ensaio Geral.
3.ºC e
5.ºA
2-6/05 Montagem da exposição pelas professoras estagiárias.
6/05 Apresentação do projeto à comunidade.
285
Anexo 12 – Registo fotográfico da leitura de O Tesouro, de Manuel
António Pina
Anexo 13 – Registo fotográfico da construção das Mantas da
Liberdade
Figura 61. Pintura da Manta da Liberdade do 1.º CEB.
286
Figura 62. Exemplos de pinturas da Manta da Liberdade do 1.º CEB.
Figura 63. Pintura da Manta da Liberdade no 2.º CEB.
287
Anexo 14 – Registo fotográfico da leitura do Romance do 25 de Abril
de João Pedro Mésseder, realizada pela professora Ana Cristina
Macedo (ESEIPP)
Figura 64. Leitura de Romance do 25 de Abril, de João Pedro Mésseder, pela professora Ana Cristina Macedo (ESEIPP) (I).
Figura 65. Leitura de Romance do 25 de Abril, de João Pedro Mésseder, pela professora Ana Cristina Macedo (ESEIPP) (II).
288
Anexo 15 - Registo fotográfico da exposição realizada no âmbito do
projeto
Figura 66. Exposição. Programa e Manta da Liberdade do 1.º CEB.
Figura 67. Placard com trabalhos das famílias, baseados na obra Lembro-me, de João Pedro Mésseder.
289
Figura 68. Exemplo de um trabalho realizado por um familiar, baseado na obra Lembro-me, de João Pedro Mésseder (I).
Figura 69. Exemplo de um trabalho realizado por um familiar, baseado na obra Lembro-me, de João Pedro Mésseder (II).
290
Figura 70. Cartaz elaborado pelos alunos
do 3.º C.
Figura 71. Exemplo de cartaz elaborado pelos alunos do 3.ºC e do 5.ºA.
Figura 72. Exposição dos cartazes elaborados pelos alunos do 3.ºC e do 5.ºA sobre personalidades históricas.
291
Figura 73. Espaço dedicado a Manuel António Pina.
Figura 74. Espaço dedicado a João Pedro Mésseder.
292
Figura 75. Exemplo de texto sobre a liberdade escrito por um aluno do 5.ºA.
Figura 76. Exposição dos trabalhos dos alunos.
293
Anexo 16 - Registo fotográfico da apresentação do projeto à
comunidade
Figura 77. Manta da Liberdade do 2.º CEB.
Figura 78. 3.º C canta Quando for grande, de José Mário Branco.
294
Figura 79. 3.ºC e 5.ºA cantam Grândola, Vila Morena, de José Afonso, acompanhados pelo Coro Vox Populi.
Figura 80. Leitura da obra Lembro-me, de João Pedro Mésseder, pelo autor.
295
Anexo 17 – Cronograma de implementação do projeto de
investigação
Data Atividade Objetivo Realização
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26/10/2015 Apresentação do projeto à turma.
Dar a conhecer o projeto e respetivos objetivos à turma.
Realizado na data prevista
30/11/2015
Aplicação de um inquérito aos alunos da turma.
Conhecer a realidade familiar dos alunos e as suas expectativas em relação ao projeto.
Realizado na data prevista
15/12/2015
Realização de uma entrevista à professora titular de turma.
Conhecer as perceções da professora sobre a participação das famílias na escola.
Realizado na data prevista
04/01/2015 Aplicação de um inquérito às famílias.
Conhecer as expectativas das famílias em relação à sua participação na escola.
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Realização de sessões de trabalho de grupo.
Discussão e desenvolvimento dos conteúdos para o jornal propostos pelos alunos.
Realizado de 19/01/2016 a 17/03/2016
27/01/2015 Publicação do nº 1 Distribuição dos jornais pelas famílias.
17/03/2016
08/02/2016 a 23/02/2016
Realização de sessões de trabalho de grupo.
Discussão e desenvolvimento dos conteúdos para o jornal propostos pelos alunos.
Realizado a partir de 18/04/2016
24/02/2015 Publicação do nº 2 Distribuição dos jornais pelas famílias.
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Aplicação de um inquérito aos alunos da turma.
Conhecer a opinião dos alunos sobre o projeto e compreender o seu impacto.
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07/03/2015 Aplicação de um inquérito às famílias.
Conhecer a opinião das famílias sobre o projeto e compreender o seu impacto.
Realizado a 16/05/2016
17/03/2015
Realização de uma entrevista à professora titular da turma.
Conhecer a opinião da professora titular de turma sobre o projeto e compreender o seu impacto.
Realizado a 21/05/2016
A partir de 19/03/2015
Análise das participações das famílias no jornal.
Compreender o impacto do projeto na participação das famílias.
Realizado a partir de 18/04/2016
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Anexo 17. 2 – Multiplicando Conhecimentos, jornal matemático
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mai
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qu
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não
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ica.
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pen
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5
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“Go
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“Go
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” “A
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nd
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ha
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rnal
, res
olv
eu
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jogo
s e
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5
Gn
“Pro
cure
i um
jogo
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ham
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se
Gra
nd
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equ
eno
. G
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“Eu
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“Não
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eles
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rava
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ades
mas
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uilo
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5
310
Gv
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co
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rast
a. N
ão s
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tive
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ou
no
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be
um
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rob
lem
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4
Js
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faz
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qu
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ós
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ara
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s ta
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ova
s. A
pre
nd
i m
atem
átic
a, d
esen
volv
i mel
ho
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cál
culo
men
tal,
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i um
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trat
égia
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mel
ho
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mel
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pen
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“A f
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bem
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rab
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par
abén
s. E
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s fi
cara
m m
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org
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oso
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311
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rob
lem
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.”
“Nad
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“Eu
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pia
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ruir
tam
bém
…
Está
vam
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gru
po
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cad
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eren
tes
tare
fas.
Sin
to q
ue
tam
bém
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olu
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atem
átic
a, c
om
ecei
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ora
r as
n
ota
s a
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tir
daí
, e n
ão c
on
segu
i evo
luir
m
ais
po
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m n
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l q
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va a
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bo
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un
a. É
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ort
ante
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ita
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ver
pro
ble
mas
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tas.
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“A f
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ília
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s co
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luir
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“Não
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“A
pre
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xto
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tes.
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“G
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“G
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.”
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312
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“Go
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313
Est
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20