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ECONOMIA INTERNACIONAL
Ciro Alves Pinto
PANORAMA CONJUNTURAL INTERNACIONAL
A economia mundial continua em recuperação, após os eventos de 2008, com gradual retomada do ritmo de crescimento e de comércio internacional (Gráfico 1.1) aos níveis pré-crise, acompanhada pela recuperação dos mercados financeiros.
A localização das tensões se deslocou dos temores de uma recessão do tipo double dip para os efeitos causados pela recuperação que se processa em velocidades diferentes para os diferentes países.
Tal disparidade entre os ritmos agrava os desequilíbrios macroeconômicos, os quais já vinham ampliando sua magnitude antes mesmo da crise do subprime em 2008. Os países emergentes avançam com velocidade acima do esperado, apoiados em um boom dos preços das commodities - dado que estas representam grande parte da pauta de exportações deles - frente à recuperação mais lenta que se processa nos países avançados. (Gráfico 1.2)
-1500000.00%
-1000000.00%
-500000.00%
0.00%
500000.00%
1000000.00%
1500000.00%
1.1 - Variação percentual do PIB mundial e do Volume de Comércio Internacional - 2000-2011
PIB mundial
Volume de Comércio In-ternacional
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2011
-600000.00%
-400000.00%
-200000.00%
0.00%
200000.00%
400000.00%
600000.00%
800000.00%
1000000.00%
1.2 - Taxa de Crescimento do PIB (%) - Economias Emergentes e em Desenvolvimento e G7 - 2000-2011
G7
Economias Emergentes e em Desenvolvi-mento
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2011
As commodities alimentares, metálicas e energéticas se destacam nesse contexto, com grandes valorizações acumuladas, atingindo em 2011 um nível (Gráfico 1.3) que se espera temporário, seguido nos próximos anos pela gradual queda dos preços até patamares mais próximos dos históricos. Principalmente no caso dos alimentos e do petróleo, a valorização representa um pesado fardo aos consumidores dos países emergentes, onde esses produtos são componentes muito relevantes da cesta de consumo média. Há expectativa, no caso dos alimentos, de os sucessivos aumentos de preços serem amenizados pelas safras que se iniciam na metade do ano; no caso do petróleo, espera-se que os elevados preços recentemente praticados não se mantenham devido à normalização das crises políticas do início deste ano no norte da África e no Oriente Médio, e à retomada da exploração da reserva de petróleo do Iraque.
O desemprego segue como tema da pauta européia (Gráfico 1.4), pois mesmo com o arrefecimento dos efeitos da crise de 2008, continua seguindo elevado em grande parcela dos países. O tão necessário ajuste fiscal, tornado extremamente relevante após a crise dos PIIGS, parece seguir seu curso na maioria dos membros da zona do Euro.
0
50
100
150
200
250
300
350
1.3 - Índice de preços de commodities - mensal - jan2005-mar2011 (jan2005 = 100)
Índice Geral Alimentos e bebidas Matérias-primas industriais PetróleoFonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2011
2005 2006 2007 2008 2009 2010 20110.00%
200000.00%
400000.00%
600000.00%
800000.00%
1000000.00%
1200000.00%
1400000.00%
1600000.00%
1800000.00%
2000000.00%1.4 - Taxas de Desemprego (%) - Zona do Euro - 2005-2011
Áustria
França
Alemanha
Grécia
Irlanda
Itália
Holanda
Portugal
Espanha
Fonte: FMI- World Economic Outlook Database - April 2011
Os demais países avançados seguem com políticas fiscais e monetárias expansivas, postergando o ajuste e a neutralização dos incentivos adotados frente à crise com receio de liquidarem a tímida recuperação. Dessa forma, ainda é esperada para 2011 a continuidade dos pacotes fiscais e monetários, o que contribui para a instabilidade dos fluxos comerciais e de capitais internacionais.
As economias emergentes ditam os rumos da recuperação, com expressivas taxas de crescimento, que em alguns países inclusive já superam as tendências de alta pré-crise. (Gráfico 1.5) Porém, como tal recuperação se processa em ritmo muito diferente daquele das economias avançadas, ocorre o risco de instabilidades causadas pelo sobreaquecimento econômico, evidenciado sobretudo pelas baixas taxas de desemprego frente à
média histórica, pela elevação da inflação e pelos grandes fluxos de entrada de capitais. O sobreaquecimento dessas economias pode ainda piorar conforme avançar a recuperação do consumo e do investimento dos países desenvolvidos (Gráfico 1.7), o que pressiona os preços das exportações para cima.
2006 2007 2008 2009 2010 2011
-1000.00%
-500.00%
0.00%
500.00%
1000.00%
1500.00%
1.5 - Taxa de Crescimento do PIB real (%) - países emergentes (2006-2011)
Brasil
China
Índia
México
Rússia
África do Sul
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2011
Vale ressaltar que além da grande clivagem entre economias avançadas de recuperação lenta e emergentes de recuperação rápida, existe também a clivagem dentro do próprio grupo dos emergentes, com destaque para o grupo dos BRICS na dianteira e para países com economias muito
atreladas aos países desenvolvidos – como o México – como retardatários. O destaque para os BRICS parte do fato do crescente apoio dessas economias em seus nascentes – e grandes – mercados internos, responsáveis pela absorção dos choques da crise e, com a elevação da demanda interna, promovida também pela expansão da renda real média, responsáveis pela forte recuperação.
A inflação brasileira, ainda que seja um reflexo da valorização das commodities¸ e esteja acompanhando as tendências de alta da maioria dos países emergentes (Gráfico 1.6), não tem essa mesma valorização como causa isolada. Os países do G20 vêm dando preferência a medidas macroprudenciais para conter a entrada excessiva de capitais, como elevações de reservas bancárias exigidas, medidas destinadas a proteger o consumo de variações monetárias bruscas e distinção de remuneração entre capital de residentes e não-residentes, por meio de tributação do capital estrangeiro.
2006 2007 2008 2009 2010 2011-200.00%
0.00%200.00%400.00%600.00%800.00%
1000.00%1200.00%1400.00%1600.00%
1.6 - Taxa de Inflação (IPC médio) - Emergentes (2006-2011)
Brasil
China
Índia
México
Rússia
África do Sul
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2011
2006 2007 2008 2009 2010 2011
-800.00%
-600.00%
-400.00%
-200.00%
0.00%
200.00%
400.00%
600.00%1.7 - Taxa de crescimento do PIB real (%) - G7 (2006-2011)
Canadá
França
Alemanha
Itália
Japão
Reino Unido
Estados Unidos
Fonte: FMI - World Economic Outlook Database - April 2011
NÍVEL DE ATIVIDADE
João Guilherme de Carvalho
Setor externo
No setor externo vimos que o saldo em transações correntes apresenta uma redução do déficit em relação ao ano de 2010. Em março este valor atingiu R$ 5,67 bilhões, valor superior ao mês de abril que apresentou R$ 3,49 bilhões, como mostra os dados do Boletim do Banco Central (BCB boletim/BP). Este saldo deficitário é financiado pelo investimento estrangeiro direto líquido (IED), que apresenta no momento um bom comportamento devido ao reflexo da liquidez internacional e as boas perspectivas de se investir na economia brasileira.
Ao analisarmos em relação ao percentual do PIB, o déficit em transações correntes foi de 2,25% no mês de abril, valor inferior ao mês de fevereiro em 2,31% como demonstrado no ultimo boletim. Valor este ainda muito alto se comparado ao seu
passado aonde chegou a 0,15% em janeiro de 2008. A deterioração dessa conta é, portanto, um sintoma necessário do crescimento econômico do nosso
país. Recorrer à poupança externa, origem do déficit em transações correntes, em decorrência da baixa poupança doméstica brasileira (das famílias e do governo) para financiar os investimentos realizados é um reflexo do crescimento econômico pelo qual o país passa.
O volume de comércio acumulado no primeiro trimestre de 2011 foi de R$ 3.169
bilhões, devido a exportações de R$ 51.232 bilhões e importações de R$ 48.063 bilhões. O resultado é 259% maior que o verificado no mesmo período de 2010, porém em relação ao montante comercializado de 2009 para 2011 este variação foi de um crescimento de apenas 6% , o que nos mostra que o 1 trimestre de 2010 foi atípico e recorrente de um momento pós crise.
O saldo da balança comercial dos meses de abril e maio, últimos dados divulgados pelo Banco Central, registram também um superávit comercial em relação ao ano anterior das exportações em 33,1% e 31,1%, respectivamente. As importações cresceram 31,9% e 38,1% nestes dois meses, comparadas ao mesmo período do ano anterior. Esse resultado demonstra o crescimento econômico do país, onde houve um aumento relativo das exportações e importações.
Quanto ao destino de nossos produtos segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da Secretaria de Comércio Exterior (MDIC/ SECEX) ate abril deste ano destacam-se China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos (Holanda) e Alemanha com a participação de 15,46%, 9,51%, 9,15%, 5,76% e 4,01%, respectivamente. Estes cinco países englobam 43,89% das exportações brasileiras o que comprova uma maior ramificação dos destinatários dos nossos produtos facilitando algum entrave que estes países possam vir a ter no futuro como crises e embargos políticos, o que afetaria o Brasil com menor intensidade.
Vale analisar que se compararmos os cinco maiores compradores nestes quatro primeiros meses aos maiores clientes do ano de 2009 e 2010 eles são os mesmos o que confirma a relação sólida de comércio que o país possui.
Em relação aos nossos parceiros comerciais fornecedores de produtos, Estados Unidos, China, Argentina, Alemanha e Coréia do Sul são os principais exportadores com 14,75%, 14,16%, 7,84%, 6,78% e 4,74%, respectivamente, somando juntos 48,27% das importações. A Coréia do Sul vem se firmando no mercado brasileiro, em relação ao mesmo período do ano passado suas vendas para o Brasil cresceram 34,77% e isto demonstra que ela pode vir a afirmar a sua permanência entre os cinco maiores fornecedores do país, fato ocorrido em 2010 e discutido pelo ultimo boletim.
Os produtos predominantes na pauta de exportações até então são minério de ferro (15,81%), óleos brutos de petróleo (7,77%), soja (5,63%), café (3,34%), açúcar
(3,26%) e carne de frango (3,06%). Já na pauta de importações destacam-se combustíveis (10,53%), equipamentos mecânicos (8,15%), automóveis (10,11%), químicos (9,69%) e equipamentos eletrônicos (6,47%).
Atividade Nacional
A economia nacional segue crescendo neste primeiro trimestre de 2011, em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado no primeiro trimestre de
2011 alcançou R$ 939,6 bilhões. O PIB a preços de mercado apresentou um crescimento de 1,3% comparado ao quarto trimestre de 2010, levando-se em consideração o ajuste sazonal. Já em relação ao primeiro trimestre de 2010 houve um crescimento de 4,2% neste primeiro trimestre do ano. Embora o resultado ainda possa ser expressivo, vemos uma tendência à desaceleração.
Contribuíram para a desaceleração do crescimento econômico: a retirada, ao longo do segundo semestre do ano passado, dos estímulos fiscais para o fortalecimento da demanda agregada; as medidas de restrição ao crédito bancário dos últimos meses de 2010; a contínua elevação da taxa básica de juros pelo Banco Central; o resfriamento do ânimo de formação de capital das empresas.
Considerando o Valor Adicionado das atividades no ano, a Agropecuária registrou R$ 45,7 bilhões, a Indústria R$ 208,6 bilhões e os Serviços R$ 541,5 bilhões. Entre os componentes da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias totalizou R$ 595,4 bilhões, a Despesa de Consumo da Administração Pública R$ 178,9 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo R$ 173,2 bilhões. A Balança de Bens e Serviços ficou deficitária em R$ 11,5 bilhões e a Variação de Estoque foi positiva em R$ 3,5 bilhões.
O mercado de trabalho tem se apresentado estável desde o ultimo boletim. De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) realizada pelo IBGE, a taxa de desocupação do mês de abril, situado em 6,4%, é a mesma apresentada no ultimo boletim. No mês de março houve um pequeno aumento desta taxa chegando a 6,5%, mas retornando a 6,4% no mês de abril. A taxa de desemprego do mês de abril comparada ao mesmo mês dos anos anteriores
apresenta a menor taxa desde 2002, fato este estritamente interligado ao momento pelo qual o país passa, com uma inflação elevada é natural que a taxa de desemprego caia, relação esta explicitada pela Curva de Philips onde ele demonstra o trade-off entre inflação e desemprego, isto é, no curto prazo quanto maior a inflação no país menor será o desemprego, e vice-versa.
O rendimento médio real habitual do trabalhador brasileiro em abril de 2011 apurou-se em R$ 1.540,00 segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/PME) recuando 1,8% em comparação com o mês de março. Ênfase para Belo Horizonte que apresentou uma queda de 0,6% a menor das regiões metropolitanas analisadas pela pesquisa, cidades como Recife e Rio de Janeiro obtiveram um déficit de 4,1% e 3,3%, respectivamente. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o poder de compra dos trabalhadores cresceu 1,8%.
Atividade regional
O crescimento econômico de Minas Gerais acompanha o crescimento do restante do país, que passa por um ritmo mais lento de expansão.
Na comparação com o igual trimestre anterior, segundo dados da Fundação João Pinheiro (CEI), a taxa de crescimento reduziu de 6,9% para 5,1%, valor este maior que o verificado no âmbito nacional que passa por um crescimento de 4,2%, mas que nos mostra que Minas caminha junto ao Brasil em seu processo de desaceleração. No setor industrial o crescimento segue diminuindo seu ritmo com uma redução da taxa de expansão de 8,6% ao final de 2010 para 5,9% neste primeiro trimestre do ano, consolidando a desaceleração deste setor que já vinha diminuindo seu ritmo como visto no ultimo boletim.
Já no setor de serviços a taxa de crescimento trimestral reduziu de 6,2% ao final do ano passado para 4,1% neste primeiro trimestre de 2011. E o desempenho do setor agropecuário reflete uma forte influência dos fatores sazonais, o valor adicionado da agropecuária mineira cresceu 3,5% no primeiro trimestre de 2011 em relação ao primeiro trimestre de 2010.Quanto à taxa de desocupação de Minas Gerais, analisado em relação à população da Região metropolitana de Belo Horizonte, segundo dados do IBGE (PME), abril deste ano segue o cenário nacional, situada em 5,3% apresenta a menor taxa para um mês de abril, e minas supera o baixo desemprego no país sendo 1,1% menor que o índice nacional.
Ainda segundo dados da mesma pesquisa, o rendimento médio real do trabalhador
mineiro apresentou uma pequena diminuição ao longo destes primeiros quatro meses do ano de 2011, em janeiro o rendimento médio era de R$ 1.458,74 e neste ultimo mês de abril alcançou R$ 1.451,90. Em relação ao poder de compra o mineiro segue junto ao restante da população brasileira, em comparação ao mês de abril de 2010 o poder de compra dos trabalhadores mineiros cresceu 1,9% neste mês.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Política Monetária
Lélio de Lima Prado
O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) atingiu R$247.968.915
bilhoes em abril, elevando-se 18,8% em doze meses, enquanto a base monetária totalizou
R$172.725.439 bilhoes, apresentando crescimentos de 19,8% nas mesmas bases de comparação.
Os meios de pagamento, no
conceito M2 (corresponde ao M1 e às
demais emissões de alta liquidez
realizadas primariamente no mercado
interno por instituições depositárias - as
que realizam multiplicação de crédito),
aumentaram 13,3% em doze meses,
totalizando R$1,3 trilhão; o M3
(composto pelo M2 e captações internas
por intermédio dos fundos de renda fixa e
das carteiras de títulos registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic).)
atingiu R$2,5 trilhões, elevando-se 15,6%, nas mesmas bases de comparação, enquanto o
agregado M4 (engloba o M3 e os títulos públicos de alta liquidez.) somou R$3 trilhões, com
expansão de 17,5% em doze meses.
Nos remetendo para um outro ângulo da economia brasileira iremos destacar a
conjuntura referente a taxa de juros e inflação, dois indicadores intimamente ligados e nesta
presente carta temas de destaque devido a atual situaçao de pressao inflacionaria e alta nos juros
como politica monetario de resposta.
Os riscos para um cenário benigno de inflação diminuiram e a manutenção da taxa
basica de juros no patamar de nossa ultima carta supostamente era o adequado para que o indice
oficial pemanessesse dentro da trajetória de metas, porém no ultimo trimestre foi possivel
Jan/11 Feb/11 Mar/11 Apr/11240,000,000
245,000,000
250,000,000
255,000,000
260,000,000
Grafico 3.1Meios de Pagamento - M1
analisar que a taxa de juros vigente referente a 10,75% a.a não foi capaz de conter as pressões
nos mostrando assim neste início de ano em um novo patamar agora com índices que alertam
um aumento da inflação. Deixando clara a falha a qual incorre uma inflação acima da meta
exigindo assim uma nova resposta da taxa de juros após esta ter se mostrado eficiente na ultima
reunião do COPOM do ano passado. No decorrer dos meses de fevereiro, março e abril vimos
uma economia marcada pela constante pressao inflacionario e consecutivas elevaçoes na taxa de
juros com o intuito de frear tal pressao. No grafico 3.2 podemos ver as altas nos juros e o
presente estado da taxa selic no valor de 12,25% a.a..
A taxa de juros não mais
se mantem, o que significa que ter
se mantido constante por decisão
do COPOM não foi o bastante
para conter as novas pressões
gerando assim um cenário de
inflação de demanda. A inflação
efetiva como veremos na tabela
3.1 foi maior que a meta de 4,5%
a.a., mostrando-se assim
necessário uma resposta sobre a
taxa de juros para conter novas possiveis pressões inflacionárias no ano de 2011.
Mesmo ainda não tendo ultrapassado o limite superior estipulado (6,5% a.a.) a inflaçao
alcança já o nivel aproximado de 6,2% a.a e mesmo com a resposta positiva de freio da inflaçao
frente a alta taxa de juros e pouco provavel que no ano de 2011 a inflaçao não ultrapasse o
limite superior. Os orgaos responsaveis com receio sobre a inflaçao inercial, dizem que a
inflaçao encontra-se perfeitamente em controle e não incorrera e maiores prejuizos para a
economia.
Podemos notar a
significativa diminuição da
surpresa inflacionária no
Brasil a partir de 2005,
ajudando a consolidar a
queda dos juros nos ultimos
anos, ou seja, o poder da
política monetária no
controle da inflação
evidencia o estágio avançado de amadurecimento do regime de metas de inflação. Pode-se notar
isto na tabela abaixo ao analisarmos que cada vez mais a inflação projetada se aproxima da
oficialmente registrada. Pode-se notar tambem acompanhando o gráfico 3.3 que pela primeira
vez desde 2005 a inflaçao efetiva deixa de oscilar em torno da meta e começa a tomar uma
tragetoria ascendente, uma tragetoria propria não mais atraida pela meta. E importante analisar
tambem que a inflaçao efetiva apesar da alta ainda não foi capaz de romper o limite superior
evidenciando a falha da politica monetaria.
TABELA 3.1 - Histórico para metas de inflação do Brasil.
Ano Meta (%) Limite Inferior e Superior (%) Inflação Efetiva IPCa % a.a.
1999 8 6..10 8,94
2000 6 4..8 5,97
2001 4 2..6 7,67
2002 3,5 1,5..5,5 12,53
2003 4 1,5..6,5 9,3
2004 5,5 3..8 7,6
2005 4,5 2..7 5,69
2006 4,5 2,5..6,5 3,14
2007 4,5 2,5..6,5 4,46
2008 4,5 2,5..6,5 5,9
2009 4,5 2,5..6,5 4,31
2010 4,5 2,5..6,5 5,91
2011 4,5 2,5..6,5 6,20
2012 4,5 2,5..6,5 **
Fonte: Banco Central de Brasil
Política Fiscal
Lélio de Lima Prado
O Poder Executivo adotou medidas para viabilizar a redução de R$50,1 bilhões nos
gastos aprovados pelo Congresso Nacional para 2011, decisão estimulada, em parte, pela
redução de R$19,1 bilhões na estimativa para a receita primária total, em relação à previsão
contida na Lei Orçamentária Anual (LOA) 2011. Ressalte-se que a projeção relativa às receitas
administradas pela receita federal, exceto as contribuições previdenciárias, recuou R$22,3
bilhões e referente às receitas não administradas, aumentou R$3,2 bilhões.
A redução das despesas prevista no âmbito dos gastos de natureza obrigatória alcança
R$15,8 bilhões e dos discricionários, R$32,7 bilhões, registrando-se, ainda, elevação de R$3,5
bilhões nos créditos extraordinários e redução de R$1,6 bilhão em outros gastos. Em relação às
despesas obrigatórias, ressaltem-se as contenções nas rubricas subsídios e subvenções
econômicas, R$8,9 bilhões; pessoal e encargos sociais, R$3,5 bilhões; e abono e seguro
desemprego, R$3 bilhões. Quanto às despesas discricionárias, os ajustes mais acentuados
ocorreram no Ministério das Cidades, R$8,6 bilhões; Ministério da Defesa, R$4,4 bilhões;
Ministério do Turismo, R$3,1 bilhões; Ministério da Educação, R$3,1 bilhões; Ministério dos
Transportes, R$2,4 bilhões; e no Ministério da Integração Nacional, R$1,8 bilhão. E importante
evidenciar que tal corte nos gastos da maquina do governo e de grande importância para os
consecutivos aumentos no superávit primário do setor publico e para o cumprimento da meta de
117,9 bilhoes de reias deste superávit para o ano de 2011.
Também para estudarmos os balanços das contas publicas e a necessidade de
financiamento do setor publico é interessante e relevante lembrarmos que o Congresso Nacional
aprovou, em fevereiro, as regras para correção do salário mínimo até 2015. O impacto, nas
contas da União em 2011, do aumento anual de 6,9% no salário mínimo, deve totalizar R$9,95
bilhões, incluída a correção vigente em janeiro e fevereiro. O que há de novo nesta discussão e a
atual e proveniente inflação que pode acabar por consumir estes aumentos nos salários criando
pressões por salários maiores.
O estoque da dívida pública federal interna chegou a R$ 1.468.317 trilhão em abril de 2011,
depois de ficar em R$1.435.240 trilhão em fevereiro de 2011.
O superávit primário do setor publico totalizou R$18,1 bilhões, no acumulado, 49% da
meta estipulada para todo o ano de 2011.
As despesas do Tesouro Nacional totalizaram R$368,1 bilhões, aumentando 34,5% em
ralação a 2009. Tal crescimento reflete a capitalização da Petrobras em setembro. Excluindo
essa faixa os gastos com pessoal e encargos aumentaram 9,4%, e os relativos a custeio e capital,
excluindo a capitalização, 26,5% com ênfase no aumento de 51% dos investimentos.
As operações primarias do Tesouro Nacional com títulos públicos federais resultaram
em um impacto contracionista de R$7,2 bilhões, refletindo a colocação de R$129,4bilhões e o
resgate de R$122,2 bilhões.
A Dívida Liquida do setor
publico (DLSP) totalizou R$1.037.957
bilhões, 27,24 % do PIB em abril, esse
recuo refletiu as contribuições do
superávit primário, 2,5 p.p. do PIB; do
crescimento do PIB corrente, 4,2 p.p.;
e das privatizações e do
reconhecimento de dívidas. Porem na
comparação com fevereiro deste ano a
divida liquida em % do PIP aumentou
em 0,13%, nível não significativo
mais compreensível se olharmos para
o encarecimento do credito e aumento nos níveis de inflação e taxa de juros que freiam o
crescimento da economia e logo o crescimento do PIB. Note no gráfico 3.4 a evolução:
A composição da DLSP registrou, em especial,crescimento nas parcelas credoras
vinculadas à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), decorrente do aumento dos ativos da União
junto ao BNDES, mediante emissão de títulos federais, e à taxa Selic, devido aos últimos e
consecutivos aumentos, na intençao de conter a pressão inflacionaria. Analisando o gráfico 3.5
poderemos ver a composição da dívida:
O setor público
brasileiro apresentou
superávit primário de R$
101,7 bilhões no ano
consolidado de 2010,
referente a 2,03% do PIB.
Em igual período em 2011 o
saldo devera corresponder a
R$ 117,9 bilhões. Tal
número refere-se ao desempenho das contas da União, estados, municípios e estatais. O
conceito primário leva em conta o movimento de caixa do setor público, desconsiderando
despesas com juros. Esse desempenho refletiu o aumento dos superávits do Governo Central e
das empresas estatais. A meta de superávit de 2,5% do PIB, descontados os inventimentos do
PAC, foi cumprida e a nova meta para 2011 em abril já alcançou quase metade de todo o valor
estipulado para o ano todo, mostrando o provável sucesso do SP em alcançar a meta ainda antes
do previsto.
A conta juros somou R$ 19,642 bilhões que, subtraído deste superávit, gerou um
resultado nominal deficitário em R$ 1,588 bilhões, mostrando a maturidade do planejamento
financeiro do Estado de forma que o dinheiro arrecadado com impostos e com a economia da
maquina do governo esta cada vez mais próximo de apresentar um superávit primário e também
nominal.
Do lado dos juros, o BC informa que o aumento da inflação no ano impactou,
negativamente, à dívida atrelada a índices de preços. Do lado do Governo Federal foi registrado
um aumento nas receitas de 15,3% referente ao mesmo período de 2009.
Analisando o déficit nominal do setor público, em fevereiro era de R$ 11,200 bilhões.
Vemos que houve substancial diminuição deste resultado deficitário passando por R$ 6,94
bilhoes em março e R$ 1,588 bilhao em abril.
A dívida líquida total, referente á soma das dívidas externa e interna, correspondeu em
fevereiro a R$ 1.014.687, referente a 27,15% do PIB. Já em abril esta alcançou o valor de
R$1.037.957, referente a 27,24% do PIB
Em contra partida a este cenário deficitario esta o Governo Central o qual continua a
bater recordes de superávit. O Governo Central compreende resultados de caixa do Tesouro
Nacional, Previdência Social e Banco Central. Tal superávit pode ser em parte explicado pelo
aumento da divida bruta já que o Tesouro Nacional Ampliou sua participação no controle da
estatal.
É relevante mencionar que o atual cenário de consolidação de um novo ciclo de
crescimento econômico vem
favorecendo a arrecadação do
governo, com ênfase no
desempenho dos tributos
associados mais diretamente ao
comportamento do setor
produtivo, ao tempo em que se
observa desaceleração das despesas, de modo que se mantem relativamente estável a relação
DLSP/PIB.
Para discutirmos a posição do Brasil no que se refere ao mercado financeiro
internacional primeiro devemos lembrar que reservas internacionais ou cambiais é o volume de
dólares que o pais tem em caixa. O governo acumula dólar de duas maneiras. Ou comprando
dólar no mercado ou emitindo títulos da divida publica, que são comprados por investidores e
cujo pagamento é depositado nas reservas. Há um porém importante a ser lembrado neste ponto,
cada vez que o governo compra divisas, ele paga com real, aumentando a divida interna, tal
relação ficara ainda mais clara no gráfico 3.6 a seguir, aonde podemos observar a evolução do
nosso acumulo de dólares os quais são esterelizados e juntamente com a segurança de um bom
nível de reservas traz o ônus do pagamento das nossas altas taxas de premio (juros) frente aos
tomadores dos nossos títulos, lembrando que sobre estas transações temos de pagar mais juros,
criando um déficit uma vez que as taxas oferecidas no mercado interno são maiores que no
exterior. Isto é chamado “custo de carregamento” das reservas.
É interessante ressaltar um
olhar um pouco mais detalhado
sobre o aumento das reservas em
dólar pelo setor público analisando
com mais cuidado o custo do
carregamento destas reservas. O
grande aumento das reservas de
dólar pelo Brasil seria mais
interessante se pudéssemos nos
manter em um nivel de taxa de juro
inferior, pois o acumulo destes
dólares graças a uma das maiores taxas de juros do mundo traz consigo pesado ônus com os
detentores de titulos e maiores ainda são os ônus para a esterilização dos dólares os quais não
foram monetizados e introduzidos
na economia interna o que traz
consigo mais um problema, a
possivel pressão inflacionária no
caso de uma alta monetização.
Referindo-se agora a
nossa divida externa, a qual subiu
de US$ 271,39 bilhões em
fevereiro para US$ 282,46 bilhoes em abril conforme estimativas lançadas pelo BC. Em outubro
de 2010 o BC estimava o déficit brasileiro com o exterior em US$ 255,39 bilhões. Em conta
partida as reservas internacionais cresceram e chegaram a US$ 333,65 bilhões, o que nos coloca
em um patamar de crédito no mercado financeiro internacional mesmo após a liquidação
completa da dívida, veja no gráfico 3.7 tal comparação. Nos dando liberdade cambial e maior
segurança com tal reserva, porém como já vimos tal segurança traz um alto custo de
carregamento com a monetização. Note também no gráfico 3.8 a dívida externa após
considerarmos nossas reservas cambiais, de modo que a analise do texto e do grafico deixa clara
que não possuimos uma divida externa negativa, o grafico apenas transcende que após a
liquidaçao da divida com nossas reservas em dolar ainda asseguramos um credito de
aproximadamente 11,5% do PIB.