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Rev. Bras. Ciên. e Mov. Brasília v. 11 n. 1 p. 13-22 janeiro 2003 13 Diferentes tipos de hidratação durante o exercício prolongado e sua influência sobre o sódio plasmático Different types of hydration during a lenghened exercise and their influence on plasmatic sodium 1 Universidade Federal de Viçosa – Departamento de Ed. Física - LAPEH 2 Universidade Castelo Branco – RJ 3 Universidad de Murcia – Departamento de Fisiologia e Farmacologia - Espanha João Carlos Bouzas Marins (1) Estélio Henrique Martin Dantas (2) Salvador Zamora Navarro (3) Resumo O objetivo deste estudo foi identificar as alterações do sódio plasmático com relação a quatro procedimentos de hidratação: água ad libitum, água programada, solução carboidratada eletrolítica tipo 1(SC-T1), solução carboidratada tipo 2 (SC-T2), por meio de uma análise intragrupo (intra-análise) e intergrupo (interanálise) sobre os procedimentos de hidratação, durante um trabalho físico com 120 minutos de duração a uma intensidade de 65% VO 2max. . A amostra foi composta por 15 ciclistas com idade média de 20,8 + 2,7 anos e 65,5 + 5 ml(Kg.min) -1 VO 2max. O procedimento empregado para a coleta seriada da amostra sangüínea foi de 90 – 105 μl de sangue na polpa digital em repouso e nas parciais de 60, 90 e 120 minutos, durante o exercício. O tratamento estatístico empregado foi ANOVA One Way para medidas repetidas associado ao teste de Tukey com um nível de confiança de P < 0,05. Os resultados indicaram não haver diferenças significativas entre os quatro tipos de bebidas consumidas (interanálises). Entretanto, no estudo do efeito temporal foram identificadas diferenças significativas ( P < 0,05) em todos os procedimentos de hidratação nas parciais de 60 e 90 minutos. Já na parcial de 120 minutos, só foram considerados significativos, quando do consumo de SC. Conclui-se que os quatro procedimentos de hidratação adotados não alteram a resposta do sódio plasmático; um período de duas horas de exercício não altera a faixa de normalidade do sódio plasmático. PALAVRAS-CHAVE: hidratação, desidratação, sódio plasmático, bebidas carboidratadas. Abstract This study aims at identifying alterations in plasmatic sodium concentration, concerning four hydration procedures: a) water ad libitum; b) scheduled water; c) sport drink of type1 (SD-T1); d) and sport drink of type 2 (SD-T2). An intragroup (intranalysis) and an intergroup (interanalysis) were performed on hydration procedures during a physical work with a duration of 120 minutes and an intensity of 65% VO 2max . The sample was composed by 15 cyclists aged 20.8 ± 2.7 years on the average, and 65.5 ± 5 ml (Kg.min) -1 VO 2max . For the serial collection, some blood samples of 90 - 105 μl blood were taken from the digital pulp of the resting finger, while for partial collections the same samples were taken at 60, 90 and 120 minutes during the exercise. The statistical treatment consisted of the ANOVA “ One Way “ for the repeated measures, which was associated to the “ Tukey “ test at a confidence level of P <0.05. According to the obtained results, no significant differences occurred among those four types of consumed beverages (interanalysis). In studying the time effect, however, significant differences (P <0.05) were verified in all hydration procedures followed for the partial collections at 60 and 90 minutes. For the 120- min partial collections, however, the differences were considered significant just upon sport drink consumption. It may be concluded that: a) the four adopted hydration procedures do not affect the answer of the plasmatic sodium; b) the exercise over a 2-hour period does not affect the normality range of the plasmatic sodium. KEYWORDS: hydration, dehydration, plasmatic sodium, sport drink of type 1 (SD-T1) and 2 (SD-T2). AKNOWLEDMENTS: our thanks to CAPES for the financial support.

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    Diferentes tipos de hidratao durante o exerccioprolongado e sua influncia sobre o sdio plasmtico

    Different types of hydration during a lenghened exerciseand their influence on plasmatic sodium

    1 Universidade Federal de Viosa Departamento de Ed. Fsica -LAPEH

    2 Universidade Castelo Branco RJ3 Universidad de Murcia Departamento de Fisiologia e

    Farmacologia - Espanha

    Joo Carlos Bouzas Marins(1)Estlio Henrique Martin Dantas(2)

    Salvador Zamora Navarro(3)

    ResumoO objetivo deste estudo foi identificar as alteraes dosdio plasmtico com relao a quatro procedimentos dehidratao: gua ad libitum, gua programada, soluocarboidratada eletroltica tipo 1(SC-T1), soluocarboidratada tipo 2 (SC-T2), por meio de uma anliseintragrupo (intra-anlise) e intergrupo (interanlise) sobreos procedimentos de hidratao, durante um trabalho fsicocom 120 minutos de durao a uma intensidade de 65%VO2max.. A amostra foi composta por 15 ciclistas com idademdia de 20,8 + 2,7 anos e 65,5 + 5 ml(Kg.min)-1 VO2max. Oprocedimento empregado para a coleta seriada da amostrasangnea foi de 90 105 l de sangue na polpa digital emrepouso e nas parciais de 60, 90 e 120 minutos, durante oexerccio. O tratamento estatstico empregado foi ANOVAOne Way para medidas repetidas associado ao teste deTukey com um nvel de confiana de P < 0,05. Os resultadosindicaram no haver diferenas significativas entre osquatro tipos de bebidas consumidas (interanlises).Entretanto, no estudo do efeito temporal foram identificadasdiferenas significativas (P < 0,05) em todos osprocedimentos de hidratao nas parciais de 60 e 90minutos. J na parcial de 120 minutos, s foramconsiderados significativos, quando do consumo de SC.Conclui-se que os quatro procedimentos de hidrataoadotados no alteram a resposta do sdio plasmtico; umperodo de duas horas de exerccio no altera a faixa denormalidade do sdio plasmtico.

    PALAVRAS-CHAVE: hidratao, desidratao, sdioplasmtico, bebidas carboidratadas.

    AbstractThis study aims at identifying alterations in plasmatic sodiumconcentration, concerning four hydration procedures: a)water ad libitum; b) scheduled water; c) sport drink of type1(SD-T1); d) and sport drink of type 2 (SD-T2). An intragroup(intranalysis) and an intergroup (interanalysis) wereperformed on hydration procedures during a physical workwith a duration of 120 minutes and an intensity of 65%VO2max. The sample was composed by 15 cyclists aged 20.8 2.7 years on the average, and 65.5 5 ml (Kg.min)-1VO2max. For the serial collection, some blood samples of 90- 105 l blood were taken from the digital pulp of the restingfinger, while for partial collections the same samples weretaken at 60, 90 and 120 minutes during the exercise. Thestatistical treatment consisted of the ANOVA One Way for the repeated measures, which was associated to the Tukey test at a confidence level of P

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    IntroduoO esporte de alto rendimento impe a necessidade

    de um estudo minucioso sobre a influncia do exerccio nasrespostas fisiolgicas. So pequenos detalhes que poderoestabelecer a diferena de um campeo entre seusadversrios. Neste contexto, tem-se conhecimento de que oexerccio de longa durao pode provocar um quadro dedesidratao, produzindo ainda alteraes no equilbrioeletroltico. Uma elevada produo de suor de forma crnicaou aguda poder desencadear um desequilbrio nos eletrlitos,causando um prejuzo na qualidade do treinamento ou dorendimento em competio (Marins et al., 2000

    a)(21).

    O suor uma soluo hipotnica, porm pode serresponsvel por alteraes eletrolticas importantes. Emrelao ao sdio plasmtico existem informes de respostasantagnicas como um quadro de hipernatremia ouhiponatremia, sendo ainda possvel encontrar relatos deeunatremia (Marins et al, 2000b)(22).

    Os trabalhos de Pastene et al. (1996)(35), Deusteret al. (1992)(9), Mateo et al. (1993)(24), Mena et al. (1988)(26)e Rcker et al. (1989)(38) so exemplos em que foramobservados quadros de hipernatremia. Entretanto, outrostrabalhos realizados tanto em condies de laboratriocomo estudos de campo registraram um comportamento dosdio, mantendo-se na faixa de normalidade (Tzintzas et al.,1996

    a(43); Burstein et al., 1994(6); Criswell et al., 1992(8); Zamora

    et al., 1992(47); Strme et al, 1976(41)). Uma anlise simplesdos dados anteriores poder dar base para no indicar apresena de sdio nas bebidas, porm em cada um dosestudos, necessrio observar atentamente as condiesmetodolgicas empregadas.

    menos freqente identificar registros dehiponatremia, caracterizado por valores inferiores a 135 mmol/L (Pardo e Vazquez, 1995)(34), entretanto com a multiplicaode provas de ultra-resistncia, tem-se observado com maiorfreqncia relatos sobre esta condio extrema (Montain etal., 2001)(29). Os estudos de Rivera-Brown et al (1999)(37);Gastmann et al. (1998)(14); Hiller et al. (1987)(17) e Noakes etal. (1985)(33) so exemplos que identificaram hiponatremia comexerccio fsico. Sob estas condies, a presena de sdionas bebidas oferecidas durante o exerccio, poderia ser umfator preventivo para evitar esta condio.

    Quando existe uma grande produo de suorrecomenda-se, em geral, o consumo de lqidos quecontenham eletrlitos, em particular o sdio, entretantoainda se discute qual a quantidade e sobre que condiesde exerccio a reposio deste eletrlito ser necessria.Sendo assim, importante estabelecer o grau de influnciado contedo de sdio das bebidas hidratantes relacionadascom o tempo de exerccio e o grau de desidratao.

    ObjetivosIdentificar as alteraes do sdio plasmtico, em

    relao a quatro procedimentos de hidratao: gua adlibitum, gua programada, soluo carboidratada eletrolticacom 6,3 g/100 ml de glicose tipo 1 (SC-T1), soluocarboidratada com 4,9 g/ 100 ml de frutose e maltodextrina

    tipo 2 (SC-T2), por meio de uma anlise intragrupo(intra-anl ise) e intergrupo (interanlise) sobre osprocedimentos de hidratao, durante um trabalho fsico com120 minutos de durao a uma intensidade de 65% VO2max.

    Material e MtodoDesenho Experimental

    Todos os indivduos que participaram do estudoforam submetidos a cinco testes padronizados em suascondies de execuo, sendo diferenciados apenas nascondies de hidratao, durante um perodo de tempomximo de 1 ms de avaliao, dividido em cinco etapas:

    1 Etapa (Dia 1): teste mximo com anlise degases respiratrios;

    2 Etapa (Dia 2): exerccio fsico contnuo com umadurao mxima de 2 horas e hidratao livre comgua mineral Viladrau com consumo ad libitum;

    3 Etapa: exerccio fsico contnuo com umadurao mxima de 2 horas e hidrataoestimulada com gua mineral Viladrau,denominada neste estudo gua programada;

    4 Etapa: exerccio fsico contnuo com umadurao mxima de 2 horas e hidrataoestimulada com bebida carboidratada (6,3 g/100ml de glicose), denominada neste estudo soluocarboidratada Tipo 1 (SC-T1);

    5 Etapa: exerccio fsico contnuo com umadurao mxima de 2 horas e hidrataoestimulada com bebida carboidratada (4,9 g/ 100ml de frutose e maltodextrina) denominada nesteestudo soluo carboidratada Tipo 2 (SC-T2).

    Visando a uniformizar as condies de hidrataodos atletas nas trs ltimas etapas, optou-se pela hidrataodurante intervalos regulares de 15 minutos, com umaquantidade de lqidos correspondendo a 3ml/kg de pesocorporal.

    As cinco avaliaes foram realizadas no Centrode Investigacin, Control e Evaluacin del Derportista(CICED) do Centro de Alto Rendimento (CAR) InfantaCristina Los Narejos Murcia - Espanha, contando com asuperviso da equipe mdica do citado centro.

    A ordem adotada na realizao dos procedimentosda hidratao na primeira prova correspondeu sempre aoconsumo de gua ad libitum, em que o avaliado bebialivremente, sem nenhuma interferncia por parte doinvestigador.

    O planejamento deste desenho experimental tevecomo principal objetivo comparar as condies entre assituaes de hidratao propostas. Para isto, foi adotadoum desenho cruzado e balanceado (cross-over), de maneiraque cada grupo de 5 avaliados, nas trs ltimas etapas,iniciavam o segundo procedimento de hidratao com umproduto distinto, caracterizando assim um desenhoexperimental denominado de quadrado latino (Bravo,1996)(4). Esta ao reproduz os procedimentosmetodolgicos adotados por Sugiura e Kobayashi (1998)(42).

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    Cabe destacar que o estudo imps quatroprocedimentos de hidratao adotando um desenhointra-sujeitos, em que os mesmos indivduos foramconsiderados como sujeito de controle e experimentais. Entreos quatro procedimentos de hidratao adotados,considerou-se o consumo gua ad libitum como elementocontrole do estudo. Optou-se por este procedimento porreproduzir as condies de hidratao habituais dos atletasem treinamento e competio.

    AmostraOs atletas que participaram desta investigao

    pertenciam a um grupo de 15 ciclistas que competiamregularmente nas categorias profissionais, amadores, elite,sub 23 e juvenil, considerados de alto nvel por suacapacidade fsica. Nenhum dos atletas avaliadosapresentava antecedentes de hipertenso, doenascardacas ou diabete mellitus, alm de no serem fumantesou consumidores de bebidas alcolicas ou diurticos.

    Todos os atletas avaliados pertenciam ao sexomasculino. A faixa etria dos avaliados esteve compreendidaentre 17 e 28 anos, com uma idade mdia de 29,86 + 2,75anos. A capacidade aerbia dos ciclistas foi avaliadamediante uma prova de esforo progressivo, registrando-se um VO2max mdio de 65,5 + 5,1 ml.Kg-1.min-1, indicandoum grupo com elevada resistncia aerbia. A Tabela 1apresenta os principais resultados mdios e desvio-padrodos dados obtidos na prova de esforo, assim como o perfilantropomtrico .

    Tabela 1 - Caractersticas da amostra (n = 15)

    Para o acompanhamento do sdio plasmtico, foinecessrio o emprego de tcnica invasiva com extrao desangue. Desta forma, foram adotados procedimentos ticos,de acordo com as orientaes do ACSM (2000)(2) sobreexperimentos em humanos, que inclui a aprovao do comitde tica da Universidad de Murcia (Espanha), assim comoa concordncia por escrito dos atletas para participarem dainvestigao.

    Desenvolvimento do experimentoProva de esforo

    Os avaliados realizavam um teste mximo paradeterminar o VO2max empregando um cicloergmetro de freioeletromagntico (Enrich Jaeger GMBH & CO.KG ER 900 Alemanha). No teste utilizavam-se cargas progressivas emperodos de 1 minuto at a exausto do avaliado ou de algumasituao que indicasse o trmino da prova, como as

    propostas pelo ACSM (1999)(1). Analisavam-se,simultaneamente por via direta, os gases respiratrios,aumentando assim a confiabilidade do resultado obtido. Oanalisador de gases que se utilizou foi de Erich Jarger GMBH& CO.KG modelo Oxycon Champion (Alemanha).

    Ao trmino desta etapa, tomando como base ovalor do VO2max estabelecia-se a carga de resistncia previstapara os demais dias de trabalho contnuo, correspondendoa 65% do VO2max. A seleo desta intensidade garante umtrabalho em que se predomina o metabolismo aerbio, almde reproduzir uma intensidade de trabalho fsico que osciclistas realizam normalmente em seu treinamento de longadurao ou em competies (Fernadez-Garcia et al. 2000)(10).Um segundo fator que contribuiu na seleo de umaintensidade de 65% foi o fato de que um grande nmero deestudos relacionados com o tema adotaram umaporcentagem na faixa entre 60 e 70% do VO2max, sendoalguns exemplos os trabalhos de Murray et al. (1991)(30),Mason et al. (1993)(23), Marins (1997)(20), Wilmore et al.(1998)(46), Fritzsche et al. (2000)(12).

    Procedimentos de hidratao diferenciados

    Na seguinte etapa deste trabalho experimental,todos os atletas foram submetidos a um trabalho contnuo,em quatro dias diferentes, com durao mxima de 2 horas,no mesmo cicloergmetro em que se realizou a prova deesforo, empregando em cada dia de trabalho um dos quatroprocedimentos de hidratao diferenciados, sendo eles:gua ad libitum ou gua livre, gua programada, soluocomercial carboidratada do tipo 1 e soluo comercialcarboidratada do tipo 2. Tanto no procedimento com guaad libitum quanto com gua programada foi consumido omesmo tipo de marca comercial de gua mineral Viladrau.A Tabela 2 apresenta as principais caractersticas dasbebidas utilizadas no presente estudo.

    Aps um perodo de aquecimento inicial de 10minutos no prprio cicloergmetro, introduzia-se umtrabalho contnuo em steady state a 65% do VO2max.

    Tabela 2 - Caractersticas bsicas das solues lqidasempregadas no estudo (100 ml)

    Procedimento para coleta de sangue

    A coleta das amostras sangneas para a mediodo sdio realizou-se em estado de repouso, imediatamenteantes de comear o trabalho fsico e nas parciais de 60, 90 e120 minutos durante os exerccios.

    A coleta de sangue realizou-se utilizando um capilarde vidro com as seguintes caractersticas: capacidade de

    Parmetro Mdia DP Limites Idade (anos) 20,9 2,7 17 28 Peso (Kg) 65.8 4.1 58.7 74.2

    Estatura (cm) 173.99 6.7 165.1 189.5 % de gordura corporal 10.7 1.2 9.5 14.6 VO2max ml(kg.min)-1 65.53 5.10 58.8 74.6

    METmax 18.7 1.14 16.8 21.31 QR 1.17 0.06 1.07 1.34

    Solues Lqidas Empregadas Caractersticas gua Mineral SC Tipo 1 SC Tipo 2 Carboidrato (g) 0 6,3 4,9

    Tipo de carboidrato ------- Glicose Frutose e Maltodextrina Gordura (g) 0 0 0.1 Protenas (g) 0 0 0.1

    Energia total (Kcal) 0 25 22 Sdio (mg) 0.96 22 4

    Potssio (mg) 2.2 Cloro (mg) 0,49 24 Clcio (mg) 2.48 0.8 14

    Magnsio (mg) 0,44 6

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    armazenamento entre 125 150 ml, heparizinado com anti-coagulante litium/sdio (50 u.i. por ml) e tratado com cloretode clcio igual a 1,25 mmol Ca2 por litro, fabricado porRadiometer, tipo D 957 7,5 125 (Dinamarca).

    Para a coleta da amostra de sangue, adotaram-seos seguintes procedimentos: escolha de um dos dedos damo, aplicao de um antissptico no lugar da coleta daamostra de sangue, realizao de uma puno na polpadigital, enchimento do capilar com o sangue no centro dagota, introduo da amostra de forma imediata no aparelhoanalisador por meio de suco direta.

    Anlise da amostra sangnea

    A anlise do parmetro sangneo sdio foirealizada por um aparelho de marca RadiometerCopenhagen tipo System ABL 615 (Dinamarca). A tcnicaanaltica empregada realiza-se por meio de eletrodosassociados a um mdulo mecnico, e, por ltimo, a ummdulo eletrnico. O sistema de avaliao emprega um gsmisto de referncia administrada diretamente ao aparelho.Todos os clculos dos parmetros levam em consideraoos dados de hemoglobina total, temperatura corporal efrao de oxignio no meio ambiente. A tcnica de medidasempregadas pelo sistema Radiometer Copenhagen SystemABL 615 (Dinamarca) so por eletrodos de ons seletivospara o on de sdio, possuindo uma capacidade de leituracom uma faixa de variao entre 7 350 mmol/L.

    Controle dos fatores que podem interferir no sdioplasmtico

    Durante o transcurso das provas, vrios fatorespoderiam interferir de maneira indireta ou direta, provocandoalteraes dos resultados. Para minimizar ao mximo ainterferncia destes elementos externos da investigao,foram adotadas precaues especiais, como por exemplo,freqncia de hidratao, quantidade de lqido oferecido,o horrio de realizao das provas, tipo de vestimenta dosatletas, nvel de hidratao ou condies climticas mdiasque variaram entre 20,8 a 21,4C e umidade relativa do arentre 56 e 62%.

    Bebidas experimentais

    Para a realizao desta investigao foramempregadas trs solues lqidas, que so comercializadasno mercado espanhol, sendo elas: gua mineral Viladraupara as situaes de gua ad libitum e gua programada(0,96 mg/100ml Na+); SC-T1, como soluo carboidratadatipo 1 (22 mg/100ml Na+); SC-T2 como soluo carboidratadatipo 2 (40 mg/100ml Na+).

    Tratamento EstatsticoO tratamento estatstico empregado correspondeu

    inicialmente a uma estatstica descritiva, com apresentaodos valores mdios, desvio-padro e valor mximo e mnimoobtidos na coleta de dados. Na etapa seguinte, utilizou-se a

    estatstica inferencial com o teste ANOVA One Way commedidas repetidas para identificar as diferenas entre osprocedimentos de hidratao versus tempo, correspondendoassim a uma anlise denominada intergrupo.

    No caso de identificao de diferenas entre asvariveis em que as distribuies foram significativamentealteradas por condies experimentais identificadaspreviamente na anlise de variana, aplicou-se o teste Tukeypara as medidas observadas nos parmetros de naturezacontnua. Em todos os tratamentos estatsticos empregadospara uma anlise intragrupo e intergrupo considerou-se umnvel significativo de P

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    Tabela 4 - Resumo de trabalhos sobre hidratao em que se compara gua versus SC e os resultados de valores mdios desdio sangneo (mmol/L).

    T.E. = Teste estatstico entre os tipos de hidratao; n.s. = no significativa a diferena; * Apresentaram diferenassignificativas em relao ao tempo P < 0,05; = .

    em todas as provas. O tratamento estatstico no mostroudiferenas significativas nos valores obtidos em condiesde repouso (P = 0,8367). Isto significa que os atletas iniciarama pesquisa com o mesmo nvel de sdio sangneo.

    Influncia dos tipos de hidratao

    Na anlise estatstica no se observaram diferenassignificativas devido ao efeito do tipo de hidratao durantetodo o perodo de exerccio (Quadro 2). Isto indica que aconcentrao de Na+ nas bebidas SC-T1 (22mg/100ml) e

    Rivera-Brown et al. (1999)(37) estudaram um grupode meninos (13,4 + 0,4 anos) no observando diferenassignificativas ao comparar dois tipos de hidratao (guaversus SC com 18 mmol/L de Na+), bem como o fator tempode exerccio. Tsintzas et al. (1996

    a)(43) tambm no

    encontraram diferenas nos dois tipos de hidrataoadotados. Um tempo de exerccio de 60 minutos de atividadetambm no foi suficiente para produzir alteraessignificativas no Na+ sangneo.

    Em uma investigao de campo, em que se estudouo efeito de dois tipos de hidratao (gua versus SC 7,2%com 9,2 mmol/L Na+) em militares durante 4 dias de marcharealizado por Burstein et al. (1994)(6), no foram identificadasdiferenas no Na+ sangneo entre os procedimentos dehidratao. Entretanto, pode-se comprovar que existemdiferenas significativas em funo do tempo de exerccio(P

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    hidratao, a durao do exerccio costuma sermenor que 3 horas, quando para Hiller et al.(1987)(17) o quadro de hiponatremia maiscaracterstico aps quatro horas de exerccios.

    Existem estudos, entretanto, em que h registro dediferenas na concentrao do sdio plasmtico, tendocomo fator responsvel o tipo de bebida utilizada, com ousem eletrlitos. So exemplos os trabalhos de Carter e Gisolfi(1989)(7) ; Vrijens e Rehrer (1999)(44). No primeiro trabalho abebida continha 9,2 mmol/L de Na+, sendo a segunda com18 mmol/L Na+.

    A tendncia dos resultados anteriormenteapresentados, assim como os obtidos nesta investigao,parece indicar que, com valores de normalidade do sdio noplasma, ao comear um exerccio de at trs horas de durao,a presena do sdio na bebida no necessria, visto quedificilmente sero observados quadros de hiponatremia.

    Por outro lado, a presena do sdio nas bebidas paraatletas seria indicada para aumentar a palatabilidade da soluocarboidratada (Gisolfi, 1994)(15), aumentar a velocidade deesvaziamento gstrico (Lamb e Brodowicz,1986)(19), aumentara absoro dos fludos em nvel intestinal (Lamb eBrodowicz,1986)(19), aumentar a velocidade de absoro damolcula de glicose em nvel intestinal (Gisolfi, 1994)(15), mantera osmolaridade do plasma (Maughan et al., 1996

    a)(25), ajudar a

    manter o volume plasmtico (Wilk e Bar-Or, 1996)(45), atuar demaneira preventiva para evitar um quadro de hiponatremia(A.C.S.M., 1996)(3).

    Por ltimo, cabe destacar que para uma corretaformulao da bebida hidratante deve-se levar em conta ascaractersticas individuais do atleta. Para as pessoas querealizam exerccios de forma recreativa, ou de forma nocompetitiva com menos de uma hora de durao, a respostado sdio sangneo provavelmente no ser afetada, tendoem vista que uma dieta equilibrada provavelmente sersuficiente para manter o equilbrio dirio deste mineral.

    Influncia da durao do exerccio

    A anlise estatstica realizada para determinar oefeito do tempo de exerccio (intra-anlise) identificoudiferenas significativas (P < 0,05) com valores obtidos emestado de repouso. Estas diferenas foram observadas nasparciais de 60 e 90 minutos durante a hidratao com guaad libitum e gua programada. Durante a hidratao comSC-T1 e SC-T2, as diferenas significativas ocorreram nasparciais de 60, 90 e 120 minutos.

    Foi possvel observar nos quatro procedimentosde hidratao um aumento da concentrao de sdioplasmtico aps 120 minutos de exerccio, quandocomparado ao estado de repouso. Estes aumentos foramde 0,36% ou 0,5 mmol/L (gua ad libitum); 0,7% ou 1 mmol/L (gua programada); 0,8% ou 1,2 mmol/L (SC-T1) e 1% ou1,4 mmol/L (SC- T2). Esta resposta fisiolgica do sdioplasmtico tendendo ao aumento foi documentada emdiversos trabalhos, sendo alguns exemplos os trabalhos deDeuster et al. (1992)(9) e Murray et al. (1987)(32). Deve-sedestacar que este aumento no foi suficiente para produzircasos de hipernatremia, inclusive com a presena do sdionas SC-T1 (22 mg/100ml) e SCT2 (40 mg/100ml).

    As diferenas significativas (P < 0,05) deconcentrao de sdio plasmtico registradas nas parciais60 e 90 minutos em todos os experimentos, com valoresmais elevados em relao ao estado de repouso, coincidemcom os resultados obtidos por Deuster et al. (1992)(9). Aos120 minutos, entretanto, os tipos de hidratao em que seempregava gua no registrou um aumento, mas umareduo da concentrao em relao aos dados anterioresem 60 e 90 minutos. Isto pode ser conseqncia de umconsumo de gua sem Na+ . Este ponto poder ser o inciopara a diluio do plasma, iniciando-se assim uma moderadatendncia para a hiponatremia. Durante a hidrataoempregando SC T1 e T2, que continha sdio em suacomposio, foi possvel observar um quadro mais estvelno nvel plasmtico deste eletrlito.

    O comportamento do Na+ plasmtico durante oexerccio, muito varivel. Alm dos trabalhos realizadosem laboratrio, j apresentados anteriormente, em que seobservou que o efeito do tempo de exerccio altera o sdioplasmtico significativamente, deve-se adicionar ostrabalhos em campo de Mateo et al. (1993)(24), Millard-Stafford et al. (1992)(27), Zamora et al. (1992)(47) e Rocker etal. (1989)(38) indicando resultados semelhantes. Existemoutros trabalhos que tambm registraram uma tendncia aoaumento, porm sem considerar como significativa adiferena, sendo exemplo os trabalhos de Pastene et al.(1996)(35) e Criswell et al. (1992)(8).

    Por outro lado, existem publicaes indicando adiminuio do sdio sangneo, mesmo sem chegar a umquadro de hiponatremia. So alguns exemplos os trabalhosde Rivera-Brown et al. (1999)(37); Vrijens e Rehrer (1999)(44);Burstein et al. (1994)(6); Mena et al. (1988)(26) e Strmme etal. (1976)(41). Por ltimo, foram encontrados resultados comdiferenas significativas com hiponatremia, como o casodos resultados de Gastmann et al. (1998)(14).

    A Tabela 5 apresenta valores do sdio plasmticode alguns trabalhos citados anteriormente em que se realizouo controle do Na+ aps provas de longa durao comomaratonas, triatlons, provas ciclsticas e outras provas deultra-resistncia. Destaca-se, neste caso, que algumasvariveis no puderam ser controladas, como por exemplo,o meio ambiente.

    Tabela 5 - Concentrao de sdio no sangue antes e depoisde competies de longa durao (mmol/L)

    * P < 0,05 diferena significativa em relao ao valor de repouso

    Pastene et al. (1996)(35) reproduziram uma provade maratona em laboratrio em esteira rolante para investigaro equilbrio hdrico mineral corporal. Coletaram-se amostrassangnea em repouso e seriadas nos Km 10, 30 e 42. Ahidratao durante a prova realizou-se de maneira ad libitumat o mximo de 200 ml em intervalos de 5 km, com uma SC

    Referncia n Prova Incio Final Gastmann et al. (1998)(14) 9 Ultra triatlon 138 + 3,7 133 + 3,6* Pastene et al. (1996)(35) 6 Maratona em esteira 144 + 3 147 + 2 Mateo et al. (1993)(24) 9 Maratona 145,4 + 1,2 151 + 2.3* Zamora et al. (1992)(47) Maratona 139 145* Mena et al. (1988)(26) 15 Volta ciclstica 158 151* Rcker et al. (1989)(38) 16 Maratona 144 149,8* Strmme et al. (1976)(41) 41 Corrida de campo

    com esquis 90 Km 141,5

    (138 147) 140,8

    (135 147)

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    a 5%. A resposta do sdio sangneo foi de 144 + 3 mmol/L(repouso), 146 + 2 mmol/L (10 Km), 147 + 3 mmol/L (30 Km)e 147 + 3 mmol/L (40 Km). Isto indicou que o aumento levariaa um ligeiro quadro de hipernatremia.

    Mateo et al. (1993)(24) ao acompanharem a respostade um conjunto de parmetros hematolgicos e mineraisdurante uma prova de maratona em nove sujeitos, puderamobservar uma forte tendncia do sdio plasmtico aaumentar, que foi considerado significativo (Tabela 5). importante observar que os valores mdios ao final da provademostravam um quadro tpico de hipernatremia.

    Rcker et al. (1989)(38) estudaram a resposta doseletrlitos sangneos antes e ao final de uma maratona (n = 16).A idade mdia dos avaliados era de 31,8 anos, apresentandouma desidratao mdia ao final da prova de 4,9% do pesocorporal. O consumo de fludos e comida durante a provarealizou-se de maneira ad libitum. O sdio sangneo teveum aumento significativo de (P

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    Na bibliografia os casos de hiponatremia so muitofreqentes, principalmente em provas de longa durao,com mais de quatro horas (Frizzel et al 1986(13); Hiller et al.1987(17); Gastmannn et al. 1998(14)). A resposta observadaneste dois casos (atletas 4 e 11) indica que este fenmenopoder acontecer inclusive com uma desidratao moderadacomo ocorreu com estes dois casos de 0,5% (atleta 4) e0,7% (atleta 11).

    Casos de hiponatremia relacionados a comexerccio fsico comearam a ser observados nos anos80, ao multiplicar-se as provas de ultra-resistncia (Noakeset al., 1985)(33). O trabalho de Irving et al. (1991)(18) mostraque existe uma relao da hiponatremia com a manutenoou ganho de peso corporal, devido ao fenmeno dasuper-hidratao.

    ConclusesPode-se concluir que durante um exerccio de at

    duas horas o consumo de bebidas SC T-1 e T-2 no foisuficiente para alterar a resposta sangnea do Na+ aocompararmos com o consumo de gua ad libitum ouprogramada. Com uma moderada desidratao inferior a 2%h uma tendncia que os valores de sdio plasmticoaumentem, sem risco de um quadro de hipernatremia. possvel que se dem casos de hiponatremia, porm deforma muito rara.

    Tomando por base os resultados do Na+ no plasmaobtidos nesta investigao, assim como os resultadosobtidos em outros estudos anteriormente citados, pode-seconsiderar que a hiponatremia ser mais freqente quandofor produzido um elevado consumo de lqidos, podendoinclusive produzir um aumento do peso corporal ao final daprova, tomando como fator responsvel exclusivamente oconsumo excessivo de gua.

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