2005 - 05 - Sociologia e Educação.final
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II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADASDA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ
Sociologia e Educação: contribuições dos estudos
sociológicos para entender a escola.
José Geraldo Silveira BuenoProfessor do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História,
Política, SociedadePUC/SP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Luizana Rocha Migueis Ferreira da SilvaProfessora do Curso de Pedagogia
Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá
Mestranda do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História,Política, Sociedade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Resumo:As relações aqui estabelecidas entre a Sociologia e a Educação são
fundamentadas em um estudo de natureza teórica que teve como objetivoprincipal analisar as contribuições de autores clássicos da Sociologia para oentendimento da escola como instituição social. O marco teórico inicial parao trabalho foi a produção de Émile Durkheim e, partindo de suas
considerações sobre a Sociologia e sobre a Educação, apresentamos ascontribuições dos outros autores: Talcott Parsons, Robert Merton, WillardWaller e Norbert Elias. Restringimos-nos apenas a aspectos essenciais dosreferidos autores, uma vez que nossa preocupação não foi a de um estudoexaustivo de cada autor, mas sim a de apontar elos teóricos entre eles. Nodesenvolvimento do trabalho procuramos evidenciar uma perspectiva não-linear do desenvolvimento da Ciência Sociológica e dos estudos realizadossobre a escola. O estudo realizado possibilitou melhor entendimento de comoos estudos sociológicos sobre a escola foram sendo constituídos,incorporados e re-elaborados num esforço pela delimitação tanto do campoda Ciência Sociológica quanto no campo Educacional.Palavras-chave: Educação, Sociologia, Escola.
Seção 1: Curso de Pedagogia – Meio Ambiente CulturalApresentação: oral.
1. Introdução
Este artigo apresenta algumas considerações sobre o estudo daeducação numa perspectiva sociológica. Nosso objetivo foi o de retomaralguns textos de autores clássicos da Sociologia e tentar estabelecer entre
eles uma ligação que possibilitasse melhor entender a escola como umespaço social, como instituição social. Os autores aos quais nos referimos
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são Émile Durkheim, Talcott Parsons, Robert Merton, Willard Waller eNorbert Elias. A principal intenção foi partir dos postulados de Durkheim eanalisar as contribuições dos demais autores para o estudo sociológico daescola, aprofundando o entendimento desta como instituição social. Cabedestacarmos que, ao contrário do que possa parecer, não entendemos o
processo histórico de desenvolvimento da ciência sociológica e o conseqüenteestudo da escola numa perspectiva linear e progressista. Entendemos sim,que tanto os estudos empíricos como a incorporação da teoria existenteimpulsionam novas necessidades e novas hipóteses. Desta forma, nossaperspectiva é a de quem compreende o processo histórico dedesenvolvimento de uma ciência como intrinsecamente relacionado ao seutempo, ou seja, uma teoria nova mesmo quando nega uma teoria anteriornão pode ser considerada como pura , pois incorpora, em sua complexa redede funcionamento, aquela teoria precedente (mesmo que seja para negá-la).Essa nossa explanação se faz necessária, pois nossas análises não partemdo pressuposto do progresso linear dos autores já mencionados, mas sim deuma complexa relação de incorporação e re-elaboração da teoria, a qual nãopode ser entendida isolada do seu tempo.
2. A escola sujeita aos determinantes sociais.
O primeiro autor a lançar as bases para um estudo sociológico daescola foi Durkheim e o fez através da busca por uma atribuição de estatutocientífico para a Sociologia. Poderíamos afirmar, sem engodo, que apreocupação com o estudo sociológico da escola encontra-se arraigada àgênese da Sociologia como ciência. Duas questões são fundamentais para
Durkheim: a primeira delas é a questão de definição (tanto com relação aofato social – objeto de estudo da sociologia -, como com relação à própriadefinição da educação) e a segunda trata do estabelecimento de regras deobservação do fato social. Podemos afirmar que na tentativa de diferenciar aSociologia da Biologia e da Psicologia, Durkheim delimita seu campo deestudo em busca de uma maior objetividade e para isto aponta anecessidade de delimitar-se o objeto de estudo da Sociologia como sendo ofato social, definido por Durkheim (1966, p. 12) como “toda maneira de agirfixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior”.
Percebemos nesta definição as três características básicas do fatosocial: generalidade (ser comum a todos os membros do grupo, afastando-seda biologia), exterioridade (a existência independentemente da vontade doindivíduo) e a coercitividade (impondo-se ao indivíduo, afastando-se dapsicologia). Tais características do fato social demarcam um territórioespecífico, uma área de estudo diferenciada: a Sociologia.
A relação estabelecida por Durkheim entre a Sociologia e a Educaçãofundamenta-se no entendimento desta como o fato social por excelência. Oautor define a educação como:
A ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que nãose encontram ainda preparadas para a vida social; tem por objetivosuscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos,
intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu
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conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, sedestine. (Durkheim, 1965, p. 41).
A sociedade agiria sobre o homem na intenção de torná-lo humano(social) e tal ação se daria por meio da educação – nesse sentido a educação
seria o fato social para Durkheim (1965, p. 52).Entre as virtualidades indecisas que constituem o homem ao nascere a personalidade definida que ele deve tornar-se, para odesempenho na sociedade de um papel útil – a distância é muitogrande. Essa distância é a educação que leva a criança a percorrer.
Parsons não desconsidera os aspectos apresentados por Durkheim, esim acrescenta a perspectiva dos processos de socialização como base deconstituição da personalidade social da criança. Nesse processo participam afamília, a escola e os grupos de pares. Parsons destaca o considerávelaumento de independência da criança ao entrar na escola, o qual ocorre
devido ao sistema de recompensas diferenciado praticado na instituição(diferente do da família) – atribuindo uma posição a ser ocupada peloindivíduo de acordo com o desempenho obtido. O grupo de pares ganhaespecial atenção do autor, fundamentalmente devido à sua configuração eforma de funcionamento: neles a associação dos indivíduos é voluntária eindepende da figura adulta – o processo coercitivo apresenta aspectosdiferentes daqueles vistos na escola e na família, pois não coincide com afigura do adulto.
As três instâncias – família, escola e grupo de pares – atuariamconjuntamente no processo de constituição da identidade do indivíduo,
entretanto podemos inferir que esse processo ocorreria de forma diferente nogrupo de pares. Nestes a criança teria maior flexibilidade de participação,pois se tanto na família quanto na escola a criança nada pode contra o poderinstituído, no grupo de pares o sentimento de pertencimento ao grupo se dápor meio da identificação com o grupo e isso não é imposto como únicapossibilidade – lembremos que nestes grupos a associação é voluntária.Insistimos na questão do grupo de pares, pois este é um dos principaisdiferenciais de Parsons em relação a Durkheim. Se Parsons considera aescola como representante da sociedade adulta e talvez a principal instânciade seleção social ou o fato social como diria Durkheim, traz à tona outrocampo de análise: o grupo de pares onde “a ‘associação voluntária’ contrasta
vivamente com a dependência definida da criança em relação a sua família ea sua classe, contra a qual nada pode” (Parsons, 1959).
Robert Merton considera os aspectos abordados por seus predecessorese realiza um novo recorte de estudo: o comportamento divergente. Ora, se aescola é o fato social, responsável por um mecanismo de seleção social, viapor excelência do processo de socialização da criança, necessário se fazpensar nas possíveis formas de adaptação do indivíduo, pois se fosseminvariáveis não haveria desequilíbrio social – partir-se-ia do pressuposto dainfalibilidade da escola como inculcadora do modelo social e, portanto,deconsiderar-se-ia o papel do sujeito nesse processo. Merton estabelece uma
classificação para os modos de adaptação social dos indivíduos a partir daconsideração da relação existente entre os objetivos culturais (as aspiração
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culturais de determinada sociedade) e os meios legitimados socialmente paraalcançar esses objetivos. Em seu modelo de análise, Merton define acompatibilidade entre os objetivos culturais e os meios para atingi-los comosendo a conformidade que possibilitaria o equilíbrio social.
Analisando estes dois fatores (fins culturais e meios sociais), Merton
classifica os modos de adaptação do indivíduo em cinco tipos possíveis:conformidade, inovação, ritualismo, retraimento e rebelião. Numa sociedadeestável o tipo mais comum de comportamento seria a conformidade, ou seja,a aceitação tanto dos objetivos culturais estabelecidos socialmente quantodos meios institucionalizados para atingir tais objetivos. A conformidadeseria, então, a única forma de comportamento não divergente, todas asoutras formas de adaptação social dos indivíduos seriam geradoras decomportamentos divergentes, com destaque para o que o autor denominoucomo inovação – a aceitação dos objetivos culturais definidos e a rejeição dasnormas regulamentadoras (meios legitimados).
O ritualismo representaria o contrário da inovação, pois nele o que seconsagra são os meios institucionalizados socialmente para atingir osobjetivos culturais, sem, contudo haver uma aceitação destes objetivos – osmeios passam a ter finalidade em si mesmos. O retraimento seria a forma decomportamento menos comum, uma progressiva associalização do indivíduo;este não aceita nem os objetivos culturais nem as normasregulamentadoras, resignando-se e fugindo da sociedade numa tentativa deeliminar o conflito vivido. A rebelião é caracterizada por Merton como sendouma não aceitação tanto dos objetivos culturais quanto das normasregulamentadoras, mais ainda, uma tentativa de substituição destes porobjetivos e regras novas. Como resultado da rebelião ter-se-ia uma estrutura
social bastante modificada com uma preocupação de “maior correspondênciaentre mérito, esforço e recompensa” (Merton, 1971, p. 314).
A hipótese central de Merton (2001, p. 291) seria que “o comportamentodivergente pode ser considerado, sociologicamente, como um sintoma dedissociação entre as aspirações culturalmente prescritas e os canaissocialmente estruturados para a realização dessas aspirações”. O campo deestudo empírico para Merton foi a sociedade americana, entretanto nadaimpede que generalizemos sua teoria para o estudo da escola comoinstituição social por excelência.
Podemos inferir que o principal ponto de inovação de Merton refere-se a não desconsideração do papel do indivíduo na constituição do tecido social.Percebemos um início de preocupação com o papel das partes naconstituição do todo, preocupação que transpassa todo o estudo científicorealizado por Willard Waller. Este passa a considerar a escola como um“mundo social”, sua perspectiva é a de estudar a vida social existente naescola, ou seja, as interações sociais que ocorrem dentro da escola.
3. A escola como organismo social.
Waller apresenta uma proposta de descrever, analisar e isolarmecanismos causais da vida social na escola. Seu estudo considera tanto a
perspectiva da sociologia quanto da psicologia social e, mesmo sendocronologicamente anterior a Merton, os estudos de Waller configuram uma
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nova perspectiva para entender a escola: uma perspectiva de dentro daescola. Considera-se o papel do indivíduo no processo de socialização doqual a educação é a instância por excelência.
O estudo científico da escola consolida-se como principal preocupaçãode Waller e esta passa a ser vista como organismo social na medida em que é
constituída por personalidades em interação. Decorre dessa visão da escolacomo organismo social a idéia da escola como unidade, nutrida pelacomunidade, mas diferenciada do meio social como um todo porqueapresenta algumas características que são específicas de toda instituiçãoescolar: “(...) têm população definida, têm estrutura política claramentedefinida (...), representam o nexo de uma compacta rede de relações sociais,(...) são perpassadas por um sentimento coletivo e, (...) têm uma cultura queé, definitivamente, própria”. (Waller, 1961, p. 08). Nesse sentido a escolaseria responsável pela transformação da criança em aluno e isso ocorregraças à relação desigual existente entre professor e aluno, via de exercícioda autocracia da escola. Se o princípio da autoridade configura-se comoprincipal forma de manutenção da escola é ele mesmo quem ameaça aestabilidade dela. Sendo assim, é preciso que pensemos a manutenção daunidade escolar como algo que supera o princípio da autoridade: por meio doque Waller denominou como sentimento do nós ou espírito de grupo.
Essa interação entre o todo e as partes anunciada por Waller éaprofundada no trabalho de Norbert Elias, que apresenta sua tese e suaargumentação o tempo todo girando em torno do eixo das relaçõesestabelecidas entre indivíduo e sociedade, sem contudo privilegiar este ouaquele na configuração do tecido social.
4. Um quadro mais revelador da sociedade (e da escola).
Elias inicia seu trabalho com uma pergunta central: “que tipo deformação é esse, esta ‘sociedade’ que compomos em conjunto, que não foipretendida ou planejada por nenhum de nós, nem tampouco por todos nós juntos?” (Elias, 1994, p. 13). Partindo dessa inquietação o autor tece críticaàs visões dicotomizadas existentes até então que ou consideram o indivíduocomo preponderante ou consideram a sociedade como tal. Podemos dizerque Elias confirma a crítica de Durkheim, pois afirma o momento como deuma crise de conceitos e Durkheim – apenas para lembrarmos – critica afalta de definição tanto do objeto de estudo da Sociologia como da própriaeducação. Entretanto, o aprofundamento atingido por Elias supera aspossíveis limitações da teoria de Durkheim.
Elias estrutura sua argumentação tendo como base a quebra deparadigmas e a anunciação de novos modelos conceituais. Não desconsiderao indivíduo, mas sim entende o processo de individualização como “processosocial de um ser histórico”, processo tecido na sociedade e não isoladamentecomo algo natural ao sujeito.
O que chamamos de ‘individualidade’ de uma pessoa é, antes demais nada, uma peculiaridade de suas funções psíquicas, umaqualidade estrutural de sua auto-regulação em relação a outras
pessoas e coisas. (Elias, 1994, p. 54).
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Podemos considerar este como um dos principais pontos abordados porElias que, aliado à sua visão da estrutura social como uma complexa rede deligações funcionais constitui o impulso necessário para o que tomamos aliberdade de denominar como sendo o diferencial da sua teoria em relação às“anteriores”. Tal diferencial fundamenta-se no caráter inovador proposto pelo
autor para observar o fluxo histórico do homem. Antes de apresentarmos oque denominados como diferencial, entendemos ser necessário fazer umaretrospectiva geral daquilo que afirmamos estar sendo superado.
Observando as teorias analisadas com o necessário distanciamento – necessário porque se imersos em uma das teorias somos incapazes deestabelecer as conexões entre elas – constatamos que Durkheim, Parsons eMerton tecem suas considerações de uma perspectiva de fora da escola.Nessa perspectiva esta instituição apresenta-se como uma coisa – e aídefendemos mais uma vez a importância de tecer análises não isoladas docontexto no qual tais teorias configuram-se; basta para isso considerarmos ofato de uma preocupação com a objetividade nascida em Durkheim pelabusca de uma cientificidade da Sociologia, isto pode representar umaresposta, ao menos parcial, a essa coisificação da escola. Merton, sendo umprecursor da Sociologia crítica, manifesta a gênese de uma preocupação comas respostas dadas pelos indivíduos às imposições sociais. Entretanto nãopercebemos ainda em sua obra uma preocupação definida de articulaçãoentro o todo e as partes.
Quando analisamos a teoria apresentada por Waller temos um outroponto de vista: a escola passa a ser estudada por uma perspectiva de dentrodela – considera-se a vida social existente dentro da escola...
(...) nossa tese fundamental é a de que, até onde se possa perceber,qualquer mudança nos métodos escolares deve ser baseada nãosomente em reformas curriculares e melhoria das técnicas de ensino,embora não desprezemos nenhuma delas, mas também sobre acompreensão da interação social da sala de aula bem como auxiliarprofessores a fazer inteligentes modificações nesse processo. (Waller,1961, p. 05).
Waller, como já apontamos anteriormente, considera em suas análisesas relações estabelecidas entre o todo e as partes, entretanto ainda nãoconfigura o que Elias apresenta como visão ideal da realidade capaz deestabelecer um panorama revelador da sociedade. Nesse ponto voltamos ao
que outrora apresentamos como diferencial de Elias: a tentativa de umavisão não simplificada da realidade, considerando, ao mesmo tempo, longosperíodos do fluxo histórico do homem e uma visão das particularidades ou avisão do ser inserido no fluxo histórico do homem. Essa vinculação de visãoproposta por Elias pode ser associada a uma nova visão da escola e,conseqüentemente, novas formas de estudá-la como instituição social: parao autor não bastaria uma perspectiva ou “de dentro” ou “de fora” da escolapara compreendê-la em sua complexidade, mas sim uma articulação, oumelhor, uma vinculação das duas perspectivas. Consideramos ser este o seucaráter inovador (um comportamento não conformista, com diria Merton).Graficamente podemos representar o que para Elias seria capaz deconfigurar um panorama revelador da sociedade (e, em nossa generalização,revelador também da escola) como uma intersecção entre as visões
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apresentadas de um lado por Durkheim, Parsons e Merton e de outro ladopor Waller:
A perspectiva anunciada por Elias apresenta-se para nós – comopesquisadores – como um desafio a ser conquistado, um novo território a serdominado (talvez nunca cheguemos a dominá-lo por completo) em busca doque ele mesmo definiu como um quadro mais revelador da sociedade.
Considerações Finais:
Estudar a escola numa perspectiva social implica entendê-la comoinstituição social, como instituição que ocupa determinado espaço naconstituição do tecido social e responsável, consideravelmente, pelo própriotraçado da estrutura reticular da sociedade. Da mesma forma, a escola
apresenta-se como uma instituição definida pela própria sociedade, umainstituição que tem suas ações e intenções desenhadas pelos anseios dasociedade na qual se encontra inserida. Superar uma visão dicotomizada daescola e da própria educação parece ser o ponto de partida necessário paraos novos estudos sobre a escola. Entretanto, para que isso seja possível, faz-se necessário entender como os estudos sociológicos sobre a educação vêmse processando e este foi um dos objetivos deste trabalho.
Se para o pai da Sociologia a educação era o fato social, o estudosociológico da escola representa para as ciências humanas, hoje – especialmente para a Educação e para a Sociologia – um espaço cominúmeras possibilidades de explorações e pesquisas.
Talvez tenhamos que transpor o entendimento de sociedade como umcomplexo reticular de funções, definido por Elias, para o campo da pesquisa – onde nós, pesquisadores, humildemente assumimos nossa função naconstituição do tecido da ciência. Acreditamos ser este o desafio propostoàqueles que fazem a ciência hoje, nas mesmas dimensões que a educaçãoera o fato social para o pai da Sociologia. O que fizemos neste breve artigo foiapenas uma exploração inicial, uma aproximação de estudos clássicos járealizados.
Perspectiva da fala deFora da escola:(Durkheim, Parsons,Merton)Escola sujeita aDeterminantes sociais
Perspectiva da fala deDentro da escola:
WallerEscola como
Organismo social.
Elias:VinculaçãoDas duasers ectivas
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
______. (1966). As Regras do Método Sociológico . São Paulo: Abril Cultural.
DURKHEIM, Émile. (1965). Educação e Sociologia . São Paulo:Melhoramentos.
ELIAS, Norbert. (1994). A Sociedade dos Indivíduos . Rio de Janeiro: JorgeZahar.
MERTON, R. (1971). Estrutura Social e Socialização. In: PEREIRA, L. &FORACCHI, M. A. Educação e Sociedade . São Paulo, Editora Nacional,p. 287-320.
PARSONS, T. (1959). Os Processos de socialização e as escolas paralelas.Harvard Educational Review, v. 28/9, n. 4, p. 297-316.
WALLER, Willard (1961). The Sociology of teaching . New York: Russell &Russell. Tradução por Alda Junqueira Marin.