2006 Forjaz - Hipertensão - Risco e Benefícios Exercício

download 2006 Forjaz - Hipertensão - Risco e Benefícios Exercício

of 9

Transcript of 2006 Forjaz - Hipertensão - Risco e Benefícios Exercício

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    1/9

    104 Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    AVALIAO DA PRESSO ARTERIAL

    Physical Exercise and Hypertension: risks and benefits

    Cludia Lcia de Moraes Forjaz*

    Crivaldo Gomes Cardoso Junior

    Ellen Aparecida de Arajo

    Luiz Augusto Riani Costa

    Luiz Teixeira

    Ricardo Saraceni Gomides

    Laboratrio de Hemodinmica da Atividade Motora da

    Escola de Educao Fsica e Esporte da Universidadede So Paulo (LAHAM-EEFEUSP)

    Palavras-chave:exerccio aerbio, exerccio resistido,presso arterial, hipertenso, resposta hiperreativa.Key words:aerobic exercise, resistance exercise, bloodpressure, hypertension, hypertensive response.

    Autores:

    *Endereo para correspondncia:

    Av. Prof. Mello Moraes, 65 Butant05508-900 So Paulo SPTel.: (11) 3091-3136Fax: (11) 3813-5921E-mail: [email protected]

    Financiado pela FAPESP, CNPq e CAPESRecebido em 29/11/2005. Aceito em 21/03/2006.

    Resumo

    O exerccio fsico tem sido recomendado para a preven-o e tratamento no medicamentoso da hipertenso arterial.Entretanto, importante diferenciar as respostas dos exercci-os aerbios e resistidos e ponderar seus riscos e benefcios. Osexerccios resistidos no apresentam, cronicamente, efeito hi-potensor em hipertensos e, durante sua execuo, observa-seum pico de presso arterial muito acentuado, que no pode

    ser controlado, pois a medida indireta da presso arterial nes-ta situao no vlida. Por outro lado, os exerccios aerbi-os reduzem a presso arterial de repouso, 24 horas e exercciode hipertensos, e durante sua execuo, apenas a presso ar-terial sistlica aumenta. Esse aumento pode ser controlado peloajuste da intensidade e pela medida auscultatria durante suaexecuo. interessante observar ainda que a resposta exa-cerbada da presso arterial durante o exerccio aerbio pro-gressivo utilizada para avaliar o risco futuro de normotensosse tornarem hipertensos e de hipertensos terem complicaesclnicas. Essa medida tambm permite identificar indivduoscuja presso arterial precisa ser monitorada durante o treina-mento fsico. Concluindo, o treinamento aerbio o recomen-dado para hipertensos devido a seus benefcios comprovados e

    baixo risco. Ele pode ser complementado pelo treinamento re-sistido que trs benefcios msculoesquelticos, mas deve serexecutado com cuidado.

    Abstract

    Physical exercise is recommended as part of the non-pharmacological treatment of hypertension. Nevertheless, itis important to differentiate between aerobic and resistanceexercises effects, and to balance exercise benefits and risks.Resistance exercise does not have chronic hypotensive effectsin hypertensives, and during its execution, there is anexpressive increase in blood pressure that cannot be controlled,

    because indirectly blood pressure measurement techniques arenot valid in this situation. On the other hand, aerobic exercisereduces resting, 24-hour and exercise blood pressures inhypertensive subjects, and during its execution, only systolicblood pressure increases expressively. This increase can becontrolled by exercise intensity adjustment, and theauscultatory measurement of blood pressure. It is alsointeresting to observe that exacerbated blood pressure increaseduring progressive aerobic exercise is useful to identifynormotensives with probability of becoming hypertensives, and

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35104

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    2/9

    105Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    hypertensives with greater morbidity. Moreover, this bloodpressure response to exercise helps to identify subjects, whoseblood pressure levels should be monitored during exercisetraining. In conclusion, aerobic exercise is the type of trainingrecommended to hypertensives because of its proved benefitsand low risks. It might be complemented by resistance training,

    which results in muscle benefits, but should be performed withcaution.

    Introduo

    A inatividade fsica est relacionada ao maior risco dedesenvolvimento de hipertenso arterial. De fato, at mesmoo engajamento em atividades fsicas no programadas podepromover ganho substancial no controle da presso arterial.No entanto, vale ressaltar, que essa relao fica mais bem evi-denciada com atividades de lazer e mais vigorosas1. Alm dis-so, a prtica de atividades fsicas tem efeitos hipotensores bas-tante conhecidos e comprovados em indivduos hipertensos,

    auxiliando no controle da presso arterial destes pacientes2.Por esses motivos, o exerccio fsico regular tem sido reco-mendado como parte integrante e importante na preveno ereabilitao da hipertenso arterial, conforme explcito nas VDiretrizes Brasileiras de Hipertenso Arterial3.

    Entretanto, quando o assunto versa sobre o exerccio fsi-co, torna-se importante separar os efeitos dos exerccios aer-bios dos resistidos. Os primeiros dizem respeito a exercciosrealizados de forma cclica, envolvendo grandes grupos mus-culares, com intensidade leve a moderada e longa durao,sendo exemplos tpicos: andar, correr, nadar, danar, etc. Poroutro lado, os exerccios resistidos, tambm conhecidos comoexerccios de fora ou musculao, caracterizam-se pela con-

    trao de um determinado seguimento corporal contra umaresistncia que se ope ao movimento4. Esses exerccios po-dem ser realizados em intensidades leves, moderadas ou in-tensas. As caractersticas mecnicas diferenciadas dos exerc-cios aerbios e resistidos fazem com que eles desencadeiemefeitos cardiovasculares distintos e, principalmente, produzamalteraes diferentes na presso arterial.

    Dessa forma, ao se discutir os efeitos do exerccio emhipertensos importante diferenciar os efeitos destes dois ti-pos de exerccio, ponderando seus possveis benefcios e ris-cos. Os benefcios dizem respeito capacidade da prtica re-gular do exerccio em reduzir a presso arterial dos pacientes(efeito crnico do exerccio). Por outro lado, os riscos se rela-cionam ao pico de presso ar terial atingido durante a execu-

    o do exerccio, que pode levar ruptura de aneurismas cere-brais pr-existentes5. Neste sentido, importante ressaltar quea presena de aneurismas cerebrais mais comum em hiper-tensos que em normotensos6. Uma forma de controlar o riscoenvolvido no exerccio medir a presso arterial durante suaexecuo, porm a aplicabilidade e validade desta medida tam-bm diferem entre os exerccios aerbios e resistidos. Cabeainda lembrar que a medida da presso arterial durante o exer-ccio tambm tem sua utilidade na triagem de risco de indiv-duos normo e hipertensos.

    Baseado nas consideraes anteriores, este ar tigo versa-r sobre os benefcios e riscos dos exerccios resistidos e aer-bios nos pacientes hipertensos, discutindo a aplicabilidade evalidade da medida da presso ar terial durante o exerccio.

    Efeito crnico do treinamento fsico

    resistido na presso arterial

    Classicamente, o treinamento fsico aerbio o que pro-move importante resposta hipotensora em pacientes hiperten-sos. Entretanto, nos ltimos 10 anos, o interesse cientfico sobreos efeitos do treinamento resistido sobre o sistema cardiovas-cular tem crescido sobremaneira. Contudo, os dados cientfi-cos existentes ainda so escassos e controversos.

    Uma metanlise recente, realizada por Cornelissen eFagard 7, concluiu que o treinamento resistido reduz a pressoarterial sistlica e diastlica de repouso em 3,2 e 3,5 mmHg,respectivamente (Tabela 1). No entanto, essa metanlise in-cluiu apenas nove estudos, que englobaram diferentes popula-

    es (normotensos e hipertensos, com ou sem a terapia medi-camentosa) e tambm diferentes protocolos de treinamento(intensidades variando de 30 a 90% de uma repetio mxima- 1RM). Dessa forma, os resultados obtidos no podem serextrapolados para nenhuma populao ou situao especfica.De fato, quando separamos os estudos de acordo com a popu-lao estudada, observa-se que vrios estudos com normoten-sos 8,9verificaram queda da presso arterial aps o treinamen-to resistido, enquanto que dos quatro estudos realizados comhipertensos, em trs deles 10-12a presso arterial no se modi-ficou com o treinamento (Tabela 2). Vale ressaltar que nessesestudos foram utilizados exerccios de alta intensidade, o quepode ter influenciado nos resultados, visto que no estudo13re-

    alizado com treinamento de baixa intensidade (40% de 1RM)houve uma pequena reduo da presso arterial diastlica.Desta forma, fica claro que os dados com hipertensos

    ainda so muito escassos para que qualquer concluso possaser tirada. Com os dados disponveis, no h embasamentopara se afirmar que o treinamento resistido tenha efeito hipo-tensor em longo prazo em indivduos hipertensos.

    Efeito agudo dos exerccios resistidos na

    presso arterial

    Apesar do efeito hipotensor crnico do treinamento re-sistido no estar demonstrado na populao hipertensa, esse

    exerccio recomendado nesta populao, em complementoao exerccio aerbio, em funo de seus importantes benefci-os msculoesquelticos14, que so primordiais para a manu-teno da sade, sobretudo em mulheres e nos idosos2. Dessaforma, torna-se importante discutir a segurana deste tipo deexerccio fsico para indivduos hipertensos.

    As respostas cardiovasculares aos exerccios resistidosforam pouco estudadas. No entanto, os estudos existentes re-latam aumentos expressivos das presses arteriais sistlica, ediastlica durante a sua execuo15, e os valores mximos

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35105

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    3/9

    106 Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    TABELA1CARACTERSTICAS DA POPULAO, CARACTERSTICAS DO TREINAMENTO RESISTIDO

    (INTENSIDADE, DURAO E FREQUNCIA SEMANAL) E A MUDANA DAPRESSO ARTERIAL DOS ESTUDOS INCLUDOS NA METANLISE DE CORNELISEN E FAGARD7.

    Autor Populao Intensidade Durao Freqncia Resultado da PA (mmHg)% de 1RM semanal semanal (95% dos limites de confiana)

    Harris e Holly HT Circuito 40% 9 3 PAS = +0,9 (-8,7 a 10,5)1987 PAD = -2,5 (-10,0 a 5,0)

    Cononie et al. HT Dinmico 26 3 PAS = -3,0 (-16,2 a 10,2)1991 72-79% PAD = 0,0 (-14,7 a 14,7)

    Blumenthal et al. HT No relata 16 2 PAS = +2,0 (-4,1 a 8,1)1991 PAD = -1,0 (-4,4 a 2,4)

    Cononie et al. NT Dinmico 26 3 PAS = -3,0 (-11,9 a 5,9)1991 72-79% PAD = -4,0 (-12,5 a 4,5)

    Katz e Wilson NT Circuito 30% 6 3 PAS = -7,1 (-15,7 a 1,5)1992 PAD = -5,1 (-10,9 a 0,7)

    Wiley et al. NT Esttico 30% 8 3 PAS = -15,3 (-22,5 a 8,1)1992 PAD = -16,5 (-24,6 a 8,4)

    Van Hoof et al. NT Dinmico 22 2 PAS = 0,0 (-10,6 a 10,6)1996 70-90% PAD = -3,0 (-14,1 a 8,1)

    Tsutsumi et al. NT Dinmico 12 3 PAS = -16,8 (-28,4 a 5,2)1997 55-65% PAD = -8,7 (-16,1 a 1,3)

    Dinmico PAS = -9,5 (+22,4 a 3,4)75-85% PAD = -6,3 (-14,1 a 1,5)

    Wood et al. NT Dinmico 12 3 PAS = -1,2 (-24,2 a 21,8)2001 72-79% PAD = -4,5 (-15,8 a 6,8)

    Vincent et al. NT Dinmico 50% 24 3 PAS = +2,0 (-9,3 a 13,3)2003 PAD = +1,4 (-4,8 a 7,6)

    Dinmico 80% PAS = -2,3 (-11,2 a 6,6)PAD = -4,0 (-10,6 a 2,6)

    Efeitos da meta-anlise:

    Ponderada pelo n PAS=- 3.2 (-7,1 a +0,7) p = 0,10PAD=- 3,5 (-6,1 a 0,9) p < 0,01

    Ponderada por 1/2 PAS=-6,0(-10,4 a 1,6) p < 0,01PAD=-4,7 (-8,1 a 1,4) p < 0,01

    HT hipertensos; NT normotensos; PA presso arterial; PAS presso arterial sistlica; PAD presso arterial diastlica

    TABELA2EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO NA PRESSO ARTERIAL SISTLICA (PAS) E

    PRESSO ARTERIAL DIASTLICA (PAD) DE INDIVDUOS HIPERTENSOS7.

    Autor PAS PAD

    Blumenthal et al. 1991 Sem diferena significante Sem diferena significante

    Cononie et al., 1991 Sem diferena significante Sem diferena significante

    Harris e Holly, 1987 Sem diferena significante Diminuio de 4 mmHg

    Van Hoof et al., 1996 Sem diferena significante Sem diferena significante

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35106

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    4/9

    107Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    variam muito como se observa na Tabela 3. Vrios fatores po-dem explicar essa grande variao de resultados, sendo os prin-cipais: a intensidade do exerccio; o nmero de repeties, atin-gir ou no a fadiga concntrica e, principalmente, a tcnica damedida de presso arterial.

    Em relao intensidade, alguns autores16tm demons-trado que, para o mesmo nmero de repeties, quanto maiorfor a intensidade, maior o aumento da presso arterial. Damesma forma, ao longo de uma srie de exerccios, mesmoque a intensidade seja mantida, medida que as repetiesvo sendo realizadas, a presso arterial vai se elevando, e

    os maiores picos de presso arterial so atingidos prximo fadiga concntrica17,18. Assim, se exerccios de diferentesintensidades forem realizados at a fadiga concntrica , va-lores mximos semelhantes de presso arterial sero atingi-dos18.

    Em relao forma da medida da presso arterial, Wieceket al.17demonstraram que a medida indireta auscultatria dapresso arterial, realizada imediatamente aps a f inalizaodo exerccio resistido, subestima em mais de 30% os valoresreais obtidos durante o exerccio e, mesmo quando a medida

    realizada durante a execuo do exerccio em um membropassivo, os valores so subestimados em mais de 15%.

    Esses so resultados bastante relevantes do ponto de vis-ta clnico, visto que alguns podem pensar que para controlar oaumento da presso arterial durante o exerccio resistido, bas-ta medir essa presso e interromper o exerccio caso ela au-mente muito. Porm, os resultados anteriores demonstram queisso no pode ser feito, pois no existem mtodos no invasi-vos de medida da presso arterial validados para esse exerc-cio.

    Diante do exposto, os exerccios resistidos podem repre-

    sentar uma situao de risco para hipertensos, devido ao fatode promoverem grandes aumentos da presso arterial. Esserisco pode ser minimizado com a realizao de exercciosde baixa intensidade e interrompendo-se o exerccio antesda fadiga concntrica, ou seja, quando a velocidade domovimento comea a diminuir e nota-se, no executante, atendncia realizao da manobra de Valsalva. Porm, esserisco no pode ser evitado ou controlado, pois no possvelmedir, com tcnicas no-invasivas, a presso arterial duranteo exerccio.

    TABELA3RESPOSTA MXIMA DA PRESSO ARTERIAL SISTLICA (PAS) E PRESSO ARTERIAL DIASTLICA (PAD) NOS ESTUDOS

    QUE MEDIRAM A PRESSO ARTERIAL DURANTE O EXERCCIO RESISTIDO. MODIFICADO DE FORJAZ ET AL.15

    Autor Casustica Exerccio Medida da Presso Resposta MximaArterial (mmHg)

    Harris & Holly, 1987 Hipertensos 40% de 1RM Auscultatria PAS: 155 12

    Wescott&Howes, 1983 Jovens Idosos 10RM, 10RM2 kg, Auscultatria PAS: 165 510RM4,5kg

    Lamotte et al., 2005 Cardiopatas 40 e 70% de 1RM Plestimogrfica PAS: 213 25

    Fleck & Dean, 1987 Atletas Novatos 50, 70, 80 e Intra-arterial PAS: 190Controles 90% de 1RM

    Haslam et al., 1988 Cardiopatas 20, 40, 60 e Intra-arterial PAS: 215 780% de 1RM

    MacDougall et al., 1985 Atletas 80, 90, 95 e Intra-arterial PAS: 320100% de 1RM

    MacDougall et al., 1992 Jovens Saudveis 50, 70 e Intra-arterial PAS: 263 8Atletas 87,5% de 1RM

    McCartney et al., 1993 Saudveis 60 e 80% de 1RM Intra-arterial PAS: 260 9

    Nery, 2005 Saudveis 40, 80 e Intra-arterial PAS: 231 16Hipertensos 100% de 1RM

    Oliver et al., 2001 Cardiopatas 50% de 1RM Intra-arterial PAS: 180 14

    Palatini et al., 1989 Hipertensos 90% de 1RM Intra-arterial PAS: 345Normotensos

    Sale et al., 1994 Saudveis 50, 70, 80, 85 e Intra-arterial PAS: 36087,5% de 1RM

    Wiecek et al., 1990 Cardiopatas 40 e 60% de 1RM Intra-arterial PAS: 249 16

    Lentini et al., 1993 Atletas 95% de 1RM Intra-arterial PAS: 270 21

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35107

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    5/9

    108 Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    Efeito crnico do treinamento aerbio na

    presso arterial

    Em relao aos exerccios aerbios, eles so os classica-mente recomendados quando o objetivo obter benefcios car-

    diovasculares e, em especial, reduo da presso arterial. Vri-os estudos observaram diminuio da presso arterial aps otreinamento aerbio em pacientes hipertensos. A metanlisemais recente sobre esse assunto19observou quedas mdias de3,0 e 2,4 mmHg para as presses arteriais sistlica e diastlica,respectivamente, aps o treinamento aerbio. Cabe ressaltarque a reduo foi maior nos hipertensos (-6,9 e 4,9 mmHg)que nos normotensos (-1,9 e -1,6 mmHg). De fato, num estudoanterior de nosso laboratrio20verificamos que quatro meses

    de treinamento aerbio realizado em cicloergmetro, trs ve-zes na semana, com intensidade entre 50% e 70% do consumopico de oxignio (VO2pico), promoveu queda da presso arte-rial clnica em indivduos normotensos, hipertensos do aventalbranco e hipertensos sustentados (Figura 1, painis A e B).

    Embora a reduo da presso arterial clnica pelo treina-

    mento fsico aerbio j esteja bem demonstrada, o efeito des-se treinamento sobre a presso arterial de 24 horas, avaliadapela monitorizao ambulatorial da presso arterial (MAPA),ainda no est totalmente determinado. Alguns autores2124

    verificaram reduo da presso arterial de 24 horas, enquantooutros10,2527no observaram nenhuma influncia. Em nossoestudo20, no observamos modificao da presso de 24 horas(Figura 1, painis C e D), porm o tempo de durao do trei-namento pode ter sido um fator importante, visto que Seals &

    Reiling23no observaram queda dapresso arterial de 24 horas apsseis meses de treinamento fsico,mas verificaram queda aps umano. Assim, possvel que seja

    necessrio um perodo maior detreinamento fsico para que se ob-serve efeito hipotensor na pressoarterial de 24 horas.

    importante ressaltar tam-bm que o treinamento aerbio re-duz ainda a presso arterial duran-te o prprio exerccio. Assim, apresso arterial medida duranteum exerccio de mesma intensi-dade absoluta menor aps umperodo de treinamento aerbio28

    (Figura 2). Alm disso, nos hiper-

    tensos, a presso arterial medida namesma intensidade relativa de es-foro tambm menor aps o trei-namento.

    Outro aspecto relevante dizrespeito ao uso de tratamento anti-hipertensivo. Neste sentido, Cadeet al.29demonstraram que o trei-namento fsico pode resultar nadiminuio ou mesmo na suspen-so dos medicamentos.

    Apesar dos resultados na li-teratura convergirem no sentido deque o treinamento fsico reduz a

    presso arterial, cabe ressaltar queaproximadamente 25% dos paci-entes no apresentam essa respos-ta com o treinamento aerbio. Al-guns autores30sugerem que a res-posta diferenciada influenciadapor caractersticas genticas e, po-limorfismos ligados ao sistema re-nina-angiotensina parecem exercerum papel importante.

    FIGURA1

    Efeito de quatro meses de treinamento fsico aerbio sobre a presso arterial sistlica (painis A e C) e diastlica(painis B e D) clnicas (painis A e B) e de 24 horas (painis C e D) de indivduos hipertensos sustentados (HT),hipertensos do avental branco (AB) e normotensos (NT) treinados (barras escuras) e sedentrios (barras claras).

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35108

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    6/9

    109Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    Alm das caractersticas da populao, as caractersticasdo treinamento tambm podem influenciar maximizando aqueda da presso arterial, porm a influncia destes fatoresainda precisa ser mais bem estudada. Estudos isolados suge-rem que programas de treinamento com intensidade menosvigorosa31e com maior volume32tm maior efeito hipotensor,porm as metanlises que tentaram analisar essas influnciasno chegaram a resultados conclusivos2,19. Apesar da contro-vrsia, sabido que o programa proposto pelas V DiretrizesBrasileiras de Hipertenso Arterial3, que recomendam que otreinamento fsico aerbio seja conduzido de 3 a 5 vezes nasemana, com baixa a moderada intensidade (50 a 70% doVO2pico) e longa durao (30 a 60 minutos) trs efeitos rele-vantes.

    Em suma, o treinamento fsico aerbio reduz a pressoarterial de repouso, ambulatorial e de exerccio de indivduoshipertensos. Entretanto, as caractersticas do treinamento fsi-co que trazem melhores resultados ainda precisam ser maisbem investigadas. Alm disso, parece claro que existem deter-

    minaes genticas individuais que estabelecema responsividade ao treinamento aerbio. Todasessas consideraes justificam a recomendaodo treinamento aerbio como parte do tratamen-to no medicamentoso para os hiper tensos.

    Efeito agudo dos exercciosaerbios na presso arterial

    Visto que os exerccios aerbios trazembenefcios comprovados ao hipertenso, impor-tante estabelecer os riscos envolvidos em suaexecuo.

    A funo cardiovascular intensificadadurante a execuo do exerccio aerbio com ointuito de manter o aporte sanguneo necess-rio para o msculo em atividade. Assim, a fre-qncia cardaca, o volume sistlico e, conse-qentemente, o dbito cardaco aumentam du-

    rante sua realizao, mas ocorre concomitantemente diminui-o da resistncia vascular perifrica. Esses ajustes resultamno aumento da presso arterial sistlica e na manuteno oumesmo reduo da diastlica33(Figura 3).

    Dessa forma, para se avaliar o risco desta execuo importante medir a presso arterial durante o exerccio. Noentanto, algumas consideraes tcnicas precisam ser discuti-das. A medida da presso arterial durante o exerccio aerbiotem sido utilizada em avaliaes clnicas e cientficas34. Po-rm, todos os mtodos empregados para essa medida apresen-tam limitaes e erros considerveis. De fato, nesta situao,at mesmo o mtodo direto intra-arterial pode apresentar li-mitaes, por exemplo, o valor da presso arterial sistlicaobtido com esse mtodo pode ser superestimado quando o lo-cal da medio movido distalmente35, o que mais provvelde ocorrer durante o exerccio. Dessa forma, a medida indire-ta manual pelo mtodo auscultatrio considerada a mais apro-priada para estimar os valores da presso arterial durante oexerccio, apesar de tambm apresentar algumas limitaes35,36.

    FIGURA2

    Presso arterial sistlica (PAS linhas com tringulos) e diastlica (PAD linhas com crculos)medidas durante um exerccio progressivo at a exausto em cicloergmetro em um indivduohipertenso, antes (linhas pontilhadas) e aps (linhas cheias) 4 meses de treinamento fsico aerbio.

    FIGURA3

    Presso arterial sistlica (PAS, painel A) e diastlica (PAD, painel B) medidas aos 15, 30 e 45 minutos de exerccio aerbio realizado no cicloergmetro em 50% doVO

    2mx em um indivduo hipertenso.

    A B

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35109

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    7/9

    110 Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    De fato, com esse mtodo, a medida da presso arterial sist-lica considerada vlida. Porm, os valores diastlicos apre-sentam grande variabilidade, sendo aceitos do ponto de vistaclnico, mas no cientfico.

    Diversos fatores inerentes ao exerccio aerbio podeminfluenciar nas respostas da presso arterial durante sua exe-

    cuo, tais como: a intensidade e a durao do exerccio. Des-sa forma, quanto maior for a intensidade, maior ser a neces-sidade de aporte sanguneo para a musculatura exercitada e,portanto, maior o aumento do dbito cardaco e, conseqente-mente, da presso arterial sistlica37,38(Figura 2). Esse aumentona intensidade do exerccio tambm acompanhado por umaumento da vasodilatao perifrica, de maneira que a pres-so arterial diastlica no se modifica ou diminui ainda mais37

    (Figura 2). Por outro lado, a durao do exerccio no altera asrespostas das presses arteriais nem sistlica e nem diastlicadurante o exerccio, ou seja, elas se mantm ao longo de todaa execuo39(Figura 3).

    Em vista do exposto, possvel concluir que o exerccioaerbio tambm promove aumento da presso arterial durante

    sua execuo. Porm, esse aumento ocorre exclusivamente napresso arterial sistlica e pode ser controlado pelo ajuste daintensidade de exerccio e pela medida da presso arterial du-rante o exerccio com a tcnica auscultatria.

    Resposta excessiva da presso arterial ao

    exerccio

    A medida da presso arterial durante o exerccio aerbiopossui outras aplicaes clnicas relevantes alm de avaliar asegurana do exerccio para o hipertenso. Neste sentido, des-taca-se a resposta hiperreativa ao exerccio.

    Como a hipertenso arterial um importante fator de ris-co para a morbidade e mortalidade cardiovasculares40, deextrema importncia se identificar as pessoas com maior pro-babilidade de desenvolver hipertenso3. Nesse sentido, acre-dita-se que o quadro clnico da hipertenso seja precedido porum estado pr-hipertensivo, caracterizado por anormalidadesda reatividade cardiovascular a estmulos ambientais e com-portamentais, como o exerccio aerbio41.

    Assim, a avaliao da resposta da presso arterial duran-te um exerccio dinmico progressivo (teste de esforo) pare-ce ter um importante papel no prognstico das pessoas. Umnmero crescente de trabalhos demonstra que o aumento exa-cerbado da presso arterial no exerccio est relacionado a umrisco elevado de desenvolver hipertenso arterial no futuro42.

    Singh et al.43, estudando a populao de Framingham, avalia-ram mais de 2000 indivduos com seguimento de 8 anos edemonstraram uma correlao positiva entre o aumento dapresso ar terial diastlica no exerccio aerbio e a incidnciafutura de hipertenso. De modo geral, acredita-se que indiv-duos com resposta hiperreativa ao esforo apresentam proba-bilidade futura de desenvolver hipertenso 4 a 5 vezes maiorque aqueles com curva normal de presso arterial44,45.

    De fato, a elevao acentuada da presso arterial ao es-foro se associa a uma srie de outros marcadores de risco

    para hipertenso, como histria familiar de hipertenso, me-nor capacidade vasodilatadora muscular46, disfuno endote-lial47, maiores nveis de presso arterial na MAPA, maior ati-vao simptica, anormalidades ecocardiogrficas48, maiorincidncia de doena aterosclertica da cartida49e alteraescaractersticas da sndrome metablica50.

    Nos pacientes hipertensos, o aumento exacerbado da pres-so arterial durante o esforo est relacionado a pior evoluoclnica, com evidncias de leso em rgos alvo 51,52e maiorincidncia de complicaes cardiovasculares, incluindo mai-or mortalidade51,53. Assim, tambm nos hipertensos, a presen-a de resposta hipertensiva ao esforo identifica um grupo depacientes no qual o controle dos nveis de presso arterial pre-cisa ser mais bem ajustado, evitando as complicaes que po-dem surgir se as medidas adequadas no forem adotadas.

    Diante das evidncias descritas anteriormente, a Socie-dade Brasileira de Cardiologia44,45recomenda a realizao deteste de esforo para a identificao precoce de hipertensosem populaes com fatores de risco, bem como para a triagemde risco em hipertensos. Os testes devem ser limitados por

    sintomas, com protocolos convencionais, sendo recomendadaa interrupo do teste se a presso arterial sistlica ultrapas-sar 260 mmHg ou a diastlica subir alm dos 120 mmHg emnormotensos ou 140 mmHg em hipertensos. A resposta hiper-reativa considerada presente quando os valores da pressosistlica ultrapassam 220 mmHg e/ou os valores da pressoarterial diastlica aumentam 15 mmHg ou mais. interessan-te observar que a elevao paradoxal da presso arterial noperodo ps-esforo, embora esteja classicamente relaciona-da doena isqumica coronariana, tambm se mostra comoum fator preditor de hipertenso arterial54.

    Dessa forma, a medida da resposta da presso arterialdurante o esforo tem uma importncia clnica em normoten-

    sos, principalmente em termos prognsticos. Em hipertensos,essa medida adquire outras funes, evidenciando possveiscomplicaes clnicas, auxiliando no controle da resposta teraputica instituda e avaliando a necessidade de monitora-o da presso durante o treinamento.

    Concluses

    Diante das consideraes apresentadas, torna-se claro queo exerccio fsico capaz de prevenir e auxiliar no tratamentoda hiper tenso arterial. Os exerccios aerbios apresentam, cro-nicamente, comprovado efeito hipotensor e tm riscos de picosde presso arterial durante sua execuo, que podem ser facil-

    mente controlados, limitando-se a intensidade do exerccio emedindo-se a presso arterial com a tcnica auscultatria durantea execuo. Por outro lado, o treinamento resistido no apresentaefeito hipotensor comprovado, embora contribua de forma ex-pressiva para o aprimoramento osteomuscular. Alm disso, essetipo de exerccio apresenta um risco importante durante suaexecuo em hipertensos, visto que ele eleva sobremaneira osnveis da presso arterial, o que pode ser minimizado pelaexecuo de exerccios de baixa intensidade que no se pro-longuem at a fadiga concntrica, mas no pode ser controla-

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35110

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    8/9

    111Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    do, pois a medida da presso arterial durante sua execuono vlida. Alm das observaes acima, a medida da pres-so arterial durante o exerccio aerbio progressivo permite aidentificao de normotensos hiperreativos, que possuemmaiores chances de se tornarem hipertensos no futuro e hiper-tensos com resposta hiperreativa, que tm maiores chances de

    apresentar complicaes associadas hipertenso. Nesses in-divduos a necessidade de controle da presso arterial duranteas sesses de treinamento maior e espera-se que a respostahiperreativa seja minimizada com o treinamento aerbio.

    Dessa forma, para indivduos hipertensos, o treinamentoaerbio o de escolha para ajudar a controlar a presso arteri-al, devido a seus benefcios e pequenos riscos. Porm, consi-derando-se a necessidade de melhora global do organismo,este treinamento deve ser complementado pelo treinamentoresistido, que deve ser executado com precaues para que a

    presso arterial no se eleve muito durante o exerccio. Essescuidados so especialmente importantes nos hipertensos comresposta hiperreativa ao exerccio, nos quais os riscos so au-mentados.

    Referncias bibliogrficas

    1. FAGARD, R. H. Physical activity, physical fitness and the incidence of hypertension.J. Hypertens., v. 23, p. 265267, 2005.

    2. PESCATELLO, L. S.; FRANKLIN, B. A.; FAGARD, R.; FARQUHAR, W. B.;KELLEY, G. A.; RAY, C. A. American College of Sports Medicine position stand.Exercise and hypertension. Med. Sci. Sports Exerc., v. 36, p. 533553, 2004.

    3. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, SOCIEDADE BRASILEIRADE HIPERTENSO, SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. V Dire-trizes brasileiras de hipertenso arterial. So Paulo: 2006.

    4. FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de fora muscu-lar.2 ed: Artmed; 1999.

    5. HAYKOWSKY, M. J.; FINDLAY, J. M.; IGNASZEWSKI, A.P. Aneurysmalsubarachnoid hemorrhage associated with weight training: three case reports. Clin.J. Sport Med., p. 5255, 1996.

    6. ISAKSEN, J.; EGGE, A.; WATERLOO, K.; ROMNER, B.; INGEBRIGTSEN, T.Risk factors for aneurysmal subarachnoid haemorrhage: the Tromso study.J. Neurol.Neurosurg. Psychiatry, v. 73, p. 185187, 2002.

    7. CORNELISSEN, V. A.; FAGARD, R. H. Effect of resistance training on restingblood pressure: a meta-analysis of r andomized controlled t rials. J. Hypertens., v.23, p. 251259, 2005.

    8. MAIORANA, A.; ODRISCOLL, G.; DEMBO, L.; GOODMAN, C.; TAYLOR, R.GREEN, D. Exercise training, vascular function, and functional capacity in middle-aged subjects. Med. Sci. Sports Exerc., v. 33, p. 20222028, 2001.

    9. MARTEL, G. F.; HURLBUT, D. E.; LOTT, M. E.; LEMMER, J.T.; IVEY, F. M.;ROTH, S. M.; ROGERS, M. A.; FLEG, J. L.; HURLEY, B. F. Strength trainingnormalizes resting blood pressure in 65- to 73-year-old men and women with highnormal blood pressure. J. Am. Geriatr. Soc., v. 47, p. 12151221, 1999.

    10. BLUMENTHAL, J. A.; SIEGEL, W. C.; APPELBAUM, M. Failure of exercise toreduce blood pressure in patients with mild hypertension. Results of a randomizedcontrolled trial. JAMA, v. 266, p. 20982104, 1991.

    11. CONONIE, C. C.; GRAVES, J.E.; POLLOCK, M. L.; PHILLIPS, M. I.; SUMNERS,C.; HAGBERG, J. M. Effect of exercise training on blood pressure in 70- to 79-yr-old men and women. Med. Sci. Sports Exerc., v. 23, p. 505511, 1991.

    12. VAN HOOF, R.; MACOR, F.; LIJNEN, P.; STAESSEN, J.; THIJS, L.; VANHEES,L.; FAGARD, R. Effect of strength training on blood pressure measured in variousconditions in sedentary men. Int. J. Sports Med., v. 17, p. 415422, 1996.

    13. HARRIS, K. A.; HOLLY, R. G. Physiological response to circuit weight training inborderline hypertensive subjec ts. Med. Sci. Sports Exerc., v. 19, p. 246252, 1987.

    14. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSMs guidelines for exercisetesting and prescription. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2000.

    15. FORJAZ, C. L. M.; REZK, C. C.; CARDOSO JR., C. G.; TINUCCI, T. Exercciosresistidos e sistema cardiovascular. In: NEGRO, C. E.; BARRETTO, A. C. P. (Ed).Cardiologia do exerccio: do atleta ao cardiopata.So Paulo: Manole, 2006. p.272285.

    16. HASLAM, D. R. S.; MCCARTNEY, N.; MCKELVIE, R. S.; MACDOUGALL, J.D. Direct Measurements of Arterial Blood Pressure During Formal Weightlifting inCardiac Patients. J. Cardiop. Rehabil., v. 8, p. 213225, 1988.

    17. WIECEK, E. M.; MCCARTNEY, N.; MCKELVIE, R. S. Comparison of direct and

    indirect measures of systemic arterial pressure during weightlifting in coronaryartery disease. Am. J. Cardiol., v. 66, p. 10651069, 1990.18. NERY, S. S. Presso arterial de hipertensos estgio I durante diferentes inten-

    sidades de exerccio resistido.65 f. Dissertao (Mestrado em Nefrologia) - Fa-culdade de Medicina, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2005.

    19. CORNELISSEN, V. A.; FAGARD, R.H. Effects of endurance training on bloodpressure , blood pressure-regula ting mechanisms, and cardiovascular risk factors.Hypertension, v. 46, p. 667675, 2005.

    20. SOUZA, M. Efeito do treinamento fsico aerbio nos nveis pressricos clnicos e de24 horas de indivduos hipertensos.99 f. Dissertao (Mestrado em Educao Fsica) -Escola de Educao Fsica e Esporte, Universidade de So Paulo, So Paulo, 2003.

    21. MARCEAU, M.; KOUAME, N.; LACOURCIERE, Y.; CLEROUX, J. Effects ofdifferent training intensities on 24-hour blood pressure in hypertensive subjects.Circulation, v. 88, p. 28032811, 1993.

    22. NAMI, R.; MONDILLO, S.; AGRICOLA, E.; LENTI, S.; FERRO, G.; NAMI, N.;TARANTINO, M.; GLAUCO, G.; SPANO, E.; GENNARI, C. Aerobic exercisetraining fails to reduce blood pressure in nondipper-type hypertension. Am. J.Hypertens., v. 13, p. 593600, 2000.

    23. SEALS, D. R.; REILING, M. J. Effect of regular exercise on 24-hour arterial pressurein older hypertensive humans. Hypertension, v. 18, p. 583592, 1991.

    24. ZANETTINI, R.; BETTEGA, D.; AGOSTONI, O.; BALLESTRA, B.; DEL ROSSO,G.; DI MICHELE, R.; MANNUCCI, P. M. Exercise t raining in mild hypertension:

    effects on blood pressure, left ventricular mass and coagulation factor VII andfibrinogen. Cardiology, v. 88, p. 468473, 1997.

    25. BURSZTYN, M.; BEN-ISHAY, D.; SHOCHINA, M.; MEKLER, J.; RAZ, I. Dis-parate effects of exerc ise t raining on glucose tolerance and insulin levels and onambulatory blood pressure in hypertensive patients. J. Hypertens., v. 11, p. 11211125, 1993.

    26. GILDERS, R. M.; VONER, C.; DUDLEY, G. A. Endurance training and bloodpressure in normotensive and hypertensive adult s. Med. Sci. Sports Exerc., v. 21,p. 629636 , 1989.

    27. RADAELLI, A.; PIEPOLI, M.; ADAMOPOULOS, S.; PIPILIS, A.; CLARK, S. J.;CASADEI, B.; MEYER, T. E.; COATS, A. J. Effects of mild physical activity,atenolol and the combination on ambulatory blood pressure in hypertensive subjects.J. Hypertens., v. 10, p. 12791282, 1992.

    28. VAN HOOF, R.; HESPEL, P.; FAGARD, R.; LIJNEN, P.; STAESSEN, J.; AMERY,A. Effect of endurance training on blood pressure at rest, during exercise and during24 hours in sedentary men. Am. J. Cardiol., v. 63, p. 945949, 1989.

    29. CADE, R.; MARS, D.; WAGEMAKER, H.; ZAUNER, C.; PACKER, D.;PRIVETTE, M.; CADE, M.; PETERSON, J.; HOOD-LEWIS, D. Effect of aerobicexercise training on patients with systemic arterial hypertension. Am. J. Med., v.77, p. 785790, 1984.

    30. HAGBERG, J. M.; FERRELL, R. E.; DENGEL, D. R.; WILUND, K. R. Exercisetraining-induced blood pressure and plasma lipid improvements in hypertensivesmay be genotype dependent. Hypertension, v. 34, p. 1823, 1999.

    31. ROGERS, M. W.; PROBST, M. M.; GRUBER, J.J.; BERGER, R.; BOONE JR, J.B. Differential effects of exercise training intensity on blood pressure and cardio-vascular responses to stress in borderline hypertensive humans. J. Hypertens., v.14, p. 13691375, 1996.

    32. JENNINGS, G. L.; DEAKIN, G.; KORNER, P.; MEREDITH, I.; KINGWELL, B.;NELSON, L. What is the dose-response relationsh ip between exercis e training andblood pressure? Ann. Med., v. 23, p. 313318, 1991.

    33. PALATINI, P. Exercise haemodynamics in the normotensive and the hypertensivesubject. Clin. Sci. (Lond)., v. 87, p. 275287, 1994.

    34. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Guidelines for exercise testingand prescription.6 ed. Baltimore: American College of Sports Medicine, 2000.

    35. GRIFFIN, S. E.; ROBERGS, R. A.; HEYWARD, V. H. Blood pressure measurementduring exercise: a review. Med. Sci. Sports Exerc., v. 29, p. 149159, 1997.

    36. LIGHTFOOT, J. T. Can blood pressure be measured during exercise? A review.Sports Med., v. 12, p. 290301, 1991.

    37. BEZUCHA, G. R.; LENSER, M. C.; HANSON, P. G.; NAGLE, F. J. Compari son

    of hemodynamic responses to static and dynamic exercise. J. Appl. Physiol., v. 53,p. 15891593, 1982.

    38. SALTIN, B.; RADEGRAN, G.; KOSKOLOU, M. D.; ROACH, R. C. Skeletal muscleblood flow in humans and its regulation during exercise . Acta Physiol. Scand., v.162, p. 421436, 1998.

    39. RAY, C. A. Muscle sympathetic nerve responses to prolonged one-legged exercise.J. Appl. Physiol., v. 74, p. 17191722, 1993.

    40. ODONNELL, C. J.; RIDKER, P. M.; GLYNN, R. J.; BERGER, K.; AJANI, U.;MANSON, J. E.; HENNEKENS, C. H. Hypertension and borderline isolated systolichypertension increase risks of cardiovascular disease and mortality in malephysicians. Circulation, v. 95, p. 1132-1137 , 1997.

    41. MIYAI, N.; ARITA, M.; MIYASHITA, K.; MORIOKA, I.; SHIRAISHI, T.; NISHIO,I. Blood pressure response to heart rate during exercise test and risk of futurehypertension. Hypertension, v. 39, p. 761766, 2002.

    06 - MAPA Exercicio e Hipertenso.pm6 06/07/06, 16:35111

  • 7/24/2019 2006 Forjaz - Hipertenso - Risco e Benefcios Exerccio

    9/9

    112 Hipertenso 2006; 9(3): 104112

    42. DLIN, R. A.; HANNE, N.; SILVERBERG, D. S.; BAR-OR, O. Follow-up ofnormotensive men with exaggerated blood pressure response to exercise. Am. HeartJ., v. 106, p. 316320, 1983.

    43. SINGH, J. P.; LARSON, M. G.; MANOLIO, T. A.; ODONNELL, C. J.; LAUER, M.; EVANS,J. C.; LEVY, D. Blood pressure response during treadmill testing as a risk factor for new-onset hypertension. The Framingham heart study.Circulation, v. 99, p. 18311836, 1999.

    44. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA.II Guidelines on ErgometricTests of the Brazilian Society of Cardiology. Arq. Bras. Cardiol., v. 78, p. 117,2002. Suplemento 2.

    45. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. National Consensus onErgometry. Department of Ergometry and Cardiovascular Rehabilitation of theBrazilian Cardiology Society. Arq. Bras. Cardiol., v. 65, p. 189211, 1995.

    46. BOND JR, V.; FRANKS, B. D.; TEARNEY, R. J.; WOOD, B.; MELENDEZ, M.A.; JOHNSON, L.; IYRIBOZ, Y.; BASSETT JR, D. R. Exercise blood pressureresponse and skeletal muscle vasodilator capacity in normotensives with positiveand negative family history of hypertension.J. Hypertens., v. 12, p.285290, 1994.

    47. CHANG, H. J.; CHUNG, J. H.; CHOI, B. J.; CHOI, T. Y.; CHOI, S. Y.; YOON, M.H.; HWANG, G. S.; SHIN, J. H.; TAHK, S. J.; CHOI, B. I. Endothelial dysfunctionand alteration of nitric oxide/ cyclic GMP pathway in patients with exercise-inducedhypertension. Yonsei Med. J., v. 44, p. 10141020, 2003.

    48. MIYAI, N.; ARITA, M.; MORIOKA, I.; TAKEDA, S.; MIYASHITA, K. Ambulatoryblood pres sure, sympatheti c activi ty, and left ven tricular struc ture and function inmiddle-aged normotensive men with exaggerated blood pressure response toexercise. Med. Sci. Monit., v. 11, p. CR478CR484, 2005.

    49. JAE, S. Y.; FERNHALL, B.; HEFFERNAN, K. S.; KANG, M.; LEE, M. K.; CHOI,Y. H.; HONG, K. P.; AHN, E. S.; PARK, W. H. Exaggerated blood pressure responseto exercise is associated with carotid atherosclerosis in apparently healthy men. J.Hypertens., v. 24, p. 881887, 2006.

    50. NAZAR, K.; KACIUBA-USCILKO, H.; ZIEMBA, W.; KRYSZTOFIAK, H.;WOJCIK-ZIOLKOWSKA, E.; NIEWIADOMSKI, W.; CHWALBINSKA-MONETA, J.; BICZ, B.; STUPNICKA, E.; OKINCZYC, A. Physiologicalcharacteristics and hormonal profile of young normotensive men withexaggerated blood pressure response to exercise. Clin. Physiol., v. 17, p. 118,

    1997.51. FILIPOVSKY, J.; DUCIMETIERE, P.; SAFAR, M. E. Prognostic significance of

    exercise blood pressure and heart rate in middle-aged men. Hypertension, v. 20, p.333339, 1992.

    52. REN, J. F.; HAKKI, A. H.; KOTLER, M. N.; ISKANDRIAN, A. S. Exercisesystolic blood pressure: a powerful determinant of increased left ventricularmass in patients with hypertension. J. Am. Coll. Cardiol., v. 5, p. 12241231,1985.

    53. MUNDAL, R.; KJELDSEN, S. E.; SANDVIK, L.; ERIKSSEN, G.; THAULOW,E.; ERIKSSEN, J. Exercise blood pressure predicts mortality from myocardialinfarction. Hypertension, v. 27, p. 324329, 1996.

    54. TANJI, J. L.; CHAMPLIN, J. J.; WONG, G. Y.; LEW, E. Y.; BROWN, T.C.;AMSTERDAM, E. A. Blood pressure recovery curves after submaximal exercise.A predictor of hypertension at ten-year follow-up. Am. J. Hypertens., v. 2, p. 135138, 1989.

    06 MAPA E ercicio e Hipertenso pm6 06/07/06 16 35112