2011 - Proposta de Jogos Reduzidos Para o Desenvolvimento Das Transições Ofensivas e Defensivas No...
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ANEXO 3 (CAPA)
1
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3
Alexandre Pereira Lemos
PROPOSTA DE JOGOS REDUZIDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
TRANSIÇÕES OFENSIVAS E DEFENSIVAS NO FUTEBOL
VIÇOSA – MG
Junho - 2011
ANEXO 3 (CAPA)
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Alexandre Pereira Lemos
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PROPOSTA DE JOGOS REDUZIDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
TRANSIÇÕES OFENSIVAS E DEFENSIVAS NO FUTEBOL
Trabalho apresentado à UniversidadeFederal de Viçosa, Departamento de Educação Física, como requisito para Aprovação na disciplina EFI - 497Trabalho de conclusão de curso.
VIÇOSA – MG
Junho - 2011
ii
FOLHA DE APROVAÇÃO (Passar para branco)
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Alexandre Pereira Lemos
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PROPOSTA DE JOGOS REDUZIDOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS
TRANSIÇÕES OFENSIVAS E DEFENSIVAS NO FUTEBOL
1
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5
Trabalho apresentado à UniversidadeFederal de Viçosa, Departamento de Educação Física, como requisito para Aprovação na disciplina EFI - 497Trabalho de conclusão de curso.
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APROVAÇÃO: ____ /____ /____
1
2
____________________________ ________________________________ Prof.Próspero Brum Paoli Prof. Mário Alino Barduni Borges
Orientador Avaliador
____________________________________
Prof. José Elias RigueiraCoordenador da disciplina
iii
DEDICATÓRIA (Passa pra branco)
Dedico a todos que de alguma forma contribuíram para esse
estudo.
iv
ANEXO 7 (Passar para branco)
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AGRADECIMENTOS
1
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Agradeço a Deus por tudo, ao meu avô que sempre esteve
presente, mesmo nos momentos mais difíceis e, que junto com meus pais formam os
pilares da minha vida, eles são os principais responsáveis e incentivadores deste
processo. Aos meus irmãos Felipe, Mateus e Rafael que são amigos para toda vida. Aos
meus amigos do CEU companheiros para a vida toda. A todos do Cruzeiro Esporte
Clube que abriram as portas para mim e principalmente ao meu primo Quintiliano que
teve paciência e sempre ensinou e incentivou o estagiário. Aos familiares Avós, Tios e
principalmente Jane, Henrique, Paulo e Josselma, pessoas que mesmo sem nenhum
parentesco participaram de forma significativa de minha criação ajudando-me a crescer
como ser humano e sempre terão um espaço no meu coração. Ao professor Mário Alino
que mesmo o pouco contato foi de grande aprendizado. Em especial ao Professor
Próspero Paoli por me orientar, perceber, acreditar, confiar e tentar transformar uma
pedra bruta em diamante. Na realidade gostaria de agradecer por ser um pai.
v
ANEXO 8 Passa para branco no final do trabalho
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SUMÁRIO
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Página
RESUMO .......................................................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
1.1 Objetivo ................................................................................................. 3
1.2 Justificativa ........................................................................................... 3
2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 5
2.1 Conceito de Tática ................................................................................ 5
2.2 Tipos de Tática....................................................................................... 8
2.3 Capacidades Táticas .............................................................................. 9
2.4 Princípios da Tática ............................................................................... 11
2.4.1 Princípios da Tática Ofensiva............................................................. 11
2.4.2 Princípios da Tática Defensiva .......................................................... 14
2.5 Fases do Jogo ........................................................................................ 15
2.5.1 Fase Ofensiva ..................................................................................... 15
2.5.2 Fase Defensiva ................................................................................... 16
2.5.3 Transição Ofensiva ............................................................................ 17
2.5.4 Transição Defensiva .......................................................................... 17
2.6 Treinamento em Forma de Jogo ............................................................ 18
3. METODOLOGIA ......................................................................................... 23
4. PROPOSTA DE SEQUENCIA PEDÁGOGIA ATRAVÉS DE ATIVI-
vi
DADES EM FORMA DE JOGO PARA O DESENVOLVIMENTO DA
TRANSIÇÃO .............................................................................................. 24
4.1 Mudança Comportamental .................................................................... 26
4.2 Percepção .............................................................................................. 27
4.3 Tomada de Decisão ............................................................................... 28
4.4 Execução ............................................................................................... 29
4.5 Mudança Comportamental .................................................................... 30
4.6 Percepção .............................................................................................. 31
4.7 Tomada Decisão .................................................................................... 32
4.8 Execução ............................................................................................... 33
5. CONCLUSAO ............................................................................................ 34
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 36
RESUMO
vii
(passa para branco)
1
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5
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RESUMO
Este estudo tem como objetivo propor atividades em forma de jogo para o desenvolvimento tático das transições ofensivas e defensivas do futebol. Para elaborar essas atividades foi necessária uma revisão de literatura aprofundada em conjunto com a experiência prática do autor fomentando esse estudo tanto no campo prático, quanto no teórico. O jogo de futebol é cíclico, as fases se alternam continuamente durante uma partida de futebol, por isso torna importante preparar a equipe para defender, atacar e transitar de uma fase para a outra com maior eficiência possível. Nota-se que essa fase transitória dentre as fases do jogo é a que menos é trabalhada, sendo que as principais ações táticas que levam perigo são decorrentes de falhas na fase de transição. Desta maneira, esse estudo mostra que o desenvolvimento tático da transição através do método em forma de jogo é motivante e extremamente enriquecedor ao arsenal motor do atleta acelerando os processos cognitivos ligados à transição, com isso aumenta-se a velocidade e a eficácia dessa importante fase do jogo.
1
Palavras-chave: Futebol. Tática. Transição. Jogo. Fase.
viii
ANEXO 2 (passar para branco)1
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3
4
5
6
7
1. INTRODUÇÃO
9
10
11
O futebol é uma modalidade esportiva coletiva, contando com diversas
variáveis, como comportamento do jogador com e sem a bola, o adversário, entre
outros. Assim, a obtenção de um bom desempenho está relacionada ao desenvolvimento
de forma integrada e sistematizada dos seis componentes do treinamento esportivo:
físico, técnico, psicológico, tático, clinico e o administrativo, sendo que nesse estudo
será focado o componente tático.
A tática segundo Castelo (1996) não é apenas uma organização em
função de um espaço de jogo. As tarefas específicas dos jogadores exige uma
consciência unitária para o desenrolar do jogo ou, por outras palavras, um conjunto de
linhas orientadoras dos comportamentos de jogadores que lhe permite estabelecer uma
linguagem coletiva comum.
Para melhor compreensão do jogo de futebol e as ações táticas
envolvidas no mesmo, devemos dividir o jogo em fases; sendo elas a ofensiva,
defensiva e a transição quando a equipe perde ou ganha a bola. Durante uma partida de
futebol as trocas de fases são cíclicas, ou seja, ataca-perde a bola - realiza a transição
defensiva – defende – ganha a posse de bola – realiza a transição ofensiva – ataca.
Apesar da importância das transições ofensivas e defensivas, para Leal
(2003) treinam-se muito as ações de ataque e de defesa, mas muitas vezes não se
treinam as transições.
Para o desenvolvimento de um comportamento tático de uma equipe
PAOLI (2006) preconiza quatro métodos básicos: O posicional – trata-se da disposição
1
dos atletas em campo de forma equilibrada em zonas, setores e lados do campo levando-
se em consideração os sistemas de jogo utilizados; ações táticas especificas – refere-se
a divisão do todo do jogo em partes, como as saídas de bola pelo alto e por baixo, as
manobras a partir do meio campo, as viradas de bola, as ultrapassagens e triangulações,
as jogadas oriundas de bola parada. A partir dessa divisão realizam-se os treinamentos
com repetições de uma situação de forma isolada buscando um padrão a partir da
situação trabalhada. O coletivo – é o treinamento utilizando os 11x11, trabalhando o
jogo como um todo, estabelecendo algumas modificações, como número de toques na
bola, equipe com jogadores em superioridade ou inferioridade, diminuindo o tamanho
do campo, etc.. O método em forma de jogo – onde se trabalha com o campo reduzido,
por meio de jogos adaptados e situacionais com variáveis provenientes do jogo com
grande variabilidade e repetição municiando assim a memória motora com inúmeras e
variadas informações. Este presente estudo não tem o objetivo de discutir qual o melhor
método, no entanto foi escolhido para o desenvolvimento tático da transição o
treinamento em forma de jogo, pois o mesmo está relacionado ao desenvolvimento
cognitivo o que para o atleta é muito benéfico taticamente.
Baseado em Paoli e Grasseli (2006) entende-se que o treinamento em
forma de jogo possibilita variações e objetivos ilimitados e que as capacidades
cognitivas e motoras são amplamente desenvolvidas. Através desta forma de ensino-
treinamento-apredizagem, acredita-se que a tática, ou seus princípios, podem ser
trabalhados de forma prática e integrada à realidade do jogo, não criando facilidades,
mas impondo desafios e dificuldades, algumas vezes de difícil resolução, mas sempre
na intenção de reproduzir aspectos e situações reais do jogo a que os atletas/alunos
deverão enfrentar nas diferentes posições e circunstâncias.
Ao trabalharmos a tática e as suas fases torna-se então importante a
construção de uma base por meio dos princípios fundamentais da tática, que de acordo
com Paoli (2008) são seis ofensivos (Apoio, profundidade, abertura, mobilidade,
infiltração e criatividade, improvisação e habilidade) e cinco defensivos.
retardamento/pressão, recuperação, cobertura, equilíbrio e compactação.
Buscamos nesses princípios táticos ofensivos e defensivos que a equipe
agregue comportamentos e idéias, fomentando com isso um desenvolvimento tático da
equipe e suas fases. Para que ocorra a transição de maneira eficaz a equipe deve estar
2
preparada para quando perder a bola não ser surpreendida, estando preparada para
realizar a fase de transição defensiva. Já na fase de transição ofensiva, defesa-ataque a
equipe deve estar preparada para obter a posse de bola.
1.1 Objetivo
Propor jogos reduzidos para o desenvolvimento tático na fase do jogo de
transição ofensiva e defensiva através do treinamento em forma de jogo.
1.2 Justificativa
Através da sistematização de um programa de treinamento tático que
utiliza do método em forma de jogo, podemos oferecer uma maior diversidade e
desafios aos praticantes, aumentando de forma significativa suas experiências diante das
situações reais o que contribui para a melhoria da dinâmica do jogo, fazendo com que se
desenvolvam de forma completa e específica as mais diferentes esferas inerentes a
preparação de uma equipe competitiva.
Através da observação de partidas de futebol e da busca de
embasamentos teóricos, pode-se afirmar que os atletas se deparam com desafios de
complicada resolução em consequência das tarefas cognitivas e motoras múltiplas com
relação aos seus companheiros e adversários, sendo várias situações que se apresentam
a cada minuto de jogo, fazendo necessário um número sem fim de tomadas de decisões,
criando uma gama incontável de memórias prontas para serem acessadas a qualquer
momento para a resolução de uma determinada situação.
Este estudo se dedica ao desenvolvimento da tática na fase de transição
por meio do treinamento em forma de jogo baseados nos princípios da tática ofensiva e
defensiva. O desenvolvimento de tais princípios é importante por serem parâmetros
úteis para a análise por parte dos jogadores e treinadores da performance de sua equipe.
Após considerarmos tudo isso, justificamos a necessidade deste estudo à
medida que a transição é uma importante fase do jogo e é em muitos casos relegada ao
segundo plano. Nos esportes coletivos como o futsal, o handebol e o basquetebol essa
fase do jogo tem grande volume e importância no planejamento tático, com isso
3
buscamos inserir essa metodologia para o futebol de campo. Segundo Valdano (2001),
“as equipes devem saber atacar e defender. Mas também, fazer as transições. Isso
reforça que um dos momentos mais críticos do jogo é exatamente quando a equipe
perde ou ganha a posse de bola, exigindo por parte do treinador uma atenção redobrada
com essa reorganização tática durante os treinamentos. É uma problemática que merece
ser tratada cuidadosamente, mas que ainda no contexto do treinamento do futebol, passa
em muitos casos despercebida pelos profissionais.
4
ANEXO 2 (passar para branco no final do trabalho)1 ANEXO 2
1
2
3
4 (sete espaços de 1,5 )
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2. REVISÃO DE LITERATURA
9
10
11
2.1 Conceito de Tática
A tática pode ser entendida como procedimentos e ações tanto ofensivos
quanto defensivos, através dela, pode-se utilizar de modo mais eficiente os fundamentos
técnicos, com o objetivo de um melhor rendimento individual e coletivo, frente ao
adversário dentro da partida. Partindo desse pensamento pode-se conceituar e analisar
de forma acertada a tática desportiva.
Para Tubino (1979) a tática é a totalidade de ações individuais e coletivas
dos atletas de uma equipe, organizada racionalmente dentro do regulamento e das regras
específicas da modalidade, buscando a vitória, considerando as qualidades e
singularidades dos atletas, e também as potencialidades do adversário, assim como suas
fraquezas.
A tática para Greco (1992) é a capacidade senso-cognitiva, baseada em
processos psico-filosóficos de recepção, transmissão, análise de informações,
elaboração de uma resposta até a execução da ação motora, concretizada com o
emprego de uma técnica específica. A tática é resultado de uma tomada de decisão que é
resultado do nível de capacidade tática do atleta. A esse aspecto também podemos
acrescentar a maturidade do atleta em relação ao jogo.
5
Um atleta bem experimentado possui uma maior memória de ações
motoras, com isso terá mais opções para a resolução das situações que aparecem durante
a partida, tendendo a fazer escolhas mais acertadas do que jogadores pouco
experimentados.
Dias (1980) defende que a tática é a utilização prática e produtiva dos
elementos qualificados para as funções defensivas e ofensivas, com implicações nas
variações do jogo.
Acrescenta-se aqui a colocação de Silva (1988) que define a tática como
a utilização, da melhor maneira possível, das peças de um determinado esporte no
sentido de impor ao adversário a própria iniciativa.
Szmuchrowschi (1990) entende que a tática é um conjunto de normas e
comportamentos individuais que servem para utilizar, de modo ótimo, os próprios
pressupostos condicionantes, motores e psíquicos com competência, tendo em conta as
linhas de condutas das capacidades de prestação, o modo de jogar dos adversários, as
condições externas, as regras do jogo e as condições da partida.
Zacharov (1992) coloca a tática como uma conduta especial orientada e
os métodos de utilização das ações técnicas que visam à obtenção dos objetivos
competitivos e que são aplicados de conformidade com as regras da modalidade
desportiva concreta.
Para um melhor entendimento é preciso conhecer os conceitos de sistema
de jogo e estratégia, são duas variáveis ligadas diretamente ao jogo e a tática, porém,
são termos muito diferentes na prática em relação ao treinamento e ao que acontece nas
partidas.
O sistema de jogo de uma equipe tem a ver com a distribuição dos
jogadores de forma organizada no campo, tem relação direta com o posicionamento dos
mesmos. Através do sistema de jogo é possível uma mais fácil aplicação de esquemas,
manobras ou simplesmente jogadas realizadas ofensiva ou defensivamente. Objetiva
ainda criar dúvidas no adversário, fazendo que não obtenha sucesso em suas ações,
conferindo assim vantagens sobre este no decorrer do jogo. Isso significa que os
sistemas e esquemas de jogo buscam aumentar a eficiência da equipe, diminuindo a
possibilidade de erros, facilitando a resolução de problemas ocorridos durante a partida.
Sistemas e esquemas são preestabelecidos (SANTANA, 1996).
6
Greco (1992) vê a estratégia como algo mais abrangente e de longo
alcance, deixando a tática orientada para situações pontuais dentro de um planejamento
maior visando à competição como um todo. Matveiv (1977) defende que a tática se
orienta a uma situação em particular, por exemplo, marcar pressão a equipe inferior
tecnicamente, e a estratégia relaciona-se com a globalidade da competição, tentar o
maior numero de vitórias possível no início da competição.
Através das impressões destes autores, infere-se que a tática está
intimamente ligada a aspectos cognitivos, devendo não ser estática, é preciso que possa
ser alterada durante as partidas de acordo com as situações apresentadas, e também
respeitar as características dos atletas presentes dentro de campo, além é claro das
características do oponente, para assim ser aproveitada de forma adequada. Aliados a
tática estão os sistemas de jogo, estes vêm para organizar e distribuir de forma racional
os jogadores dentro de campo.
A estratégia, aspecto que também se relaciona à tática e ao sistema de
jogo é global e menos variável. Pode ser considerada como um princípio norteador e de
definição da atuação de uma equipe durante uma competição, mostrando mais algumas
características do que outras, por exemplo, uma equipe que faça o seu jogo baseado na
defesa forte e agressiva e contra-ataques rápidos, ou ainda uma equipe que possua um
jogo mais sustentado em passes, valorizando assim a posse de bola esperando o melhor
momento para buscar a jogada mais aguda. A estratégia varia de treinador para
treinador, porém, esta também deve observar as características dos atletas da equipe. A
situação da equipe dentro da competição também influencia diretamente na escolha da
melhor estratégia para as partidas.
Desta forma, o componente tático se torna cada vez mais importante
dentro do jogo, é parte fundamental na obtenção de resultados positivos para a equipe.
A tática é um fator amplo e rico que pode ser manipulado de várias formas de acordo
com as mais diversas situações dentro do jogo e da competição. Para um melhor
rendimento é preciso que a equipe domine várias formas de jogar, tanto defensivamente,
quanto ofensivamente. Portanto, a tática é um fator perfeitamente treinável e, mais
eficaz quando se considera o aspecto cognitivo como parte integrante do treinamento e
não apenas como fator contundente. Visto isso, devemos avaliar o atleta de acordo com
o plano tático e treiná-lo de forma coerente, racional e que o convença, acima de tudo,
7
fazendo assim que o mesmo possua condições de acerto elevadas nas mais variadas
situações. É fator determinante para a consolidação e eficácia das ações táticas, com
relação ao atleta ou a equipe.
2.2 Tipos de Tática
Segundo Greco (1992), a tática divide-se em princípios individuais e
coletivos, aspectos de extrema importância para o treinamento de uma equipe. Sendo
assim, torna-se necessário avaliar a ação de uma equipe individual e coletivamente, a
fim de ordenar as decisões, orientar e controlar de maneira produtiva o comportamento
do jogador durante a partida. Esses princípios táticos enunciados por Greco (1992)
podem ser classificados como:
a) Princípios da tática individual
Segurança: princípio que irá proporcionar ao atleta o domínio técnico dos fundamentos
específicos do jogo, tais como o passe, o drible, o chute e etc.;
Variação do ritmo de deslocamentos: importante tanto no ataque quanto na defesa,
em função da posse de bola, posição dos companheiros e dos adversários e a
participação na ação;
Domínio dos espaços: cada jogador deve ocupar os espaços no ataque e na defesa com
segurança, adaptando-se com eficácia às variações do jogo, movimentações dos
companheiros e adversários;
Reação/Adaptação: o jogador deve antecipar-se à situação de jogo, integrando-se
velozmente ao decorrer temporal da situação/movimento de jogo.
b) Princípios da tática coletiva
Criação de superioridade: modificar a situação de igualdade em favor do ataque ou
conforme a situação de jogo;
Ajuda Recíproca: através da colaboração permanente ao colega. O ataque, por
exemplo, caracteriza-se pelo desmarque ou pelo cruzamento, e a defesa pelas
coberturas;
8
Ocupação dos postos: para evitar desequilíbrios ou deslocamentos, tanto no ataque
quanto na defesa;
Ação resposta: as ações do protagonista e as de intervenções de ajuda devem ser
realizadas simultaneamente, no momento taticamente adequado;
Variabilidade: exigência dada para poder alcançar o objetivo final do jogo.
A partir do conhecimento destes princípios táticos por parte dos atletas o
trabalho pode ser aperfeiçoado, maximizando o rendimento da equipe durante as
partidas e competições. É importante destacar que os princípios coletivos e individuais
se relacionam diretamente e são interdependentes dentro da situação real do jogo de
futebol.
2.3 Capacidades Táticas
Durante o jogo de futebol, o jogador é submetido a várias situações em
que precisa fazer a leitura correta da situação (percepção) e /ou ainda antecipar-se a tais
situações, sempre com a intenção de facilitar as tomadas de decisão dos seus
companheiros de equipe e tornar as ações adversárias mais fáceis de serem previstas,
por meio de ações coordenadas e também previamente treinadas ou ainda orientadas
durante o treinamento. Para tal comportamento o aspecto cognitivo de cada jogador
deve ser estimulado e desafiado nas seções de treino, fazendo com que ele tenha de
pensar para agir, e não apenas reproduzir uma ação motora previamente estabelecida. É
de grande importância que se saiba o quê, o porquê, quando e como fazer. Tais aspectos
têm grande influência no comportamento e na efetividade tática da equipe.
De acordo com Greco (1992) as capacidades táticas gerais estão em
direta relação com as capacidades cognitivas devendo ser consideradas básicas para o
processo ensino-aprendizagem-treinamento do ato tático no jogo, pois o
desenvolvimento das capacidades táticas está vinculado ao desenvolvimento paralelo
das capacidades cognitivas.
Ainda segundo Greco (1992) o desenvolvimento das capacidades táticas
permite oferecer ao atleta subsídios na busca de soluções às tarefas/problema que a
situação de jogo competitivo ou não impõe.
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A movimentação dos companheiros e adversários e a localização da bola
no campo de jogo devem ser constantemente levadas em conta. A partir desta afirmativa
entende-se que a capacidade de percepção, antecipação, as tomadas de decisões
corretas, são capacidades cognitivas que devem ser incrementadas durante todo o
processo de ensino-aprendizagem-treinamento.
Para Greco (1992) os processos cognitivos do comportamento táticos nos
esportes coletivos são:
a) Percepção: entrada em consciência de uma impressão sensorial, transmitida pelos
centros nervosos. Geralmente as impressões sensoriais não são vivenciadas como
qualidades isoladas, mas sim em conjunto o tempo todo;
b) Antecipação: prefiguração mental. No esporte define-se a antecipação como a
avaliação prévia de uma situação que ainda não se produziu, constando de três fatores:
experiência de antecipação, relacionada ao número de acontecimentos de um fenômeno;
programa de antecipação, que consiste em planejar antecipadamente a sua ação ou
prever a ação do adversário; percepção antecipada através da observação frequente,
antecipando-se à atitude do adversário. A antecipação das ações é um dos fatores que
tem uma grande influência na tomada de decisão, pois os fatores tempo e espaço estão
presentes em quase todos os esportes e decidem o resultado das disputas. A capacidade
de antecipação depende da habilidade de perceber e analisar os estímulos principais do
meio ambiente e antecipar-se na resposta a ser apresentada;
c) Tomada de decisão: escolha de uma possibilidade de ação ou de reação em uma
situação na qual apresentam várias opções. A teoria da decisão oferece um modelo
matemático de uma decisão levando-se em conta o valor e a probabilidade dos
resultados possíveis. A tomada de decisão envolve mecanismos cognitivos em todas as
suas fases e mais especificamente os mecanismos de memória, de atenção e de
inteligência.
d) Imaginação do movimento: elaboração consciente da sequência de movimentos a
ser executada, e que já foi anteriormente treinada mediante determinada situação;
e) Memória motora: conjunto de experiências motoras vividas a curto, médio e longo
prazo, poderá contribuir para a escolha do comportamento tático adequado a
determinado momento do jogo.
10
f) Velocidade de reação: capacidade de responder a um determinado estímulo (sonoro
visual etc.) em determinado intervalo de tempo;
g) Emoções: conjunto dos aspectos afetivos e sociais presentes no momento do jogo,
podendo ser reflexo da atitude da torcida, dos companheiros da equipe e dos
adversários.
h) Sentido de formação tática: conhecimento teórico e prático de tática e das possíveis
variações dela em sua equipe e na equipe adversária; capacidade de abstração em
relação ao problema apresentado;
i) Regulação do movimento: capacidade de dosar corretamente a intensidade de
utilização de cada um dos elementos necessários à realização de um volume.
O desenvolvimento dos componentes supracitados, por meio de uma
sistematização do treinamento, pode colaborar na formação de uma identidade tática dos
praticantes de futebol, que de acordo com Paoli (2008) devem apresentar características
táticas como: capacidade de realizar coberturas; sentido de formação e disciplina tática;
jogador com características de marcação, armação e finalização; capacidade de
percepção, antecipação e tomada de decisão diante das diversas situações do jogo em
função do adversário e dos companheiros; versatilidade para executar funções ofensivas
e defensivas; capacidade de jogar em espaços reduzidos; capacidade de ocupar com
inteligência e disposição os espaços livres; capacidade de alterar e adaptar seu
posicionamento e sua função independente dos sistemas de jogo utilizados; capacidade
de marcar e desmarcar-se; e capacidade de organizar sua equipe em campo.
Assim, o componente tático torna-se fator de grande importância na
obtenção de resultados positivos, sendo considerado um dos fatores mais ricos e
variáveis dentro de uma partida de futebol. Fica claro que a chamada “inteligência
tática” é um processo em longo prazo, que deve ser trabalhado durante vários anos de
treinamento buscando a evolução constante dos princípios táticos individuais e
coletivos. A identidade tática é o resultado de um processo de preparação que busca
alcançar os melhores índices de performance da maneira mais eficaz.
2.4 Princípios da Tática
2.4.1 Princípios da Tática Ofensiva
11
De maneira geral, no futebol, o objetivo de uma equipe é fazer gols. Para
conseguir marcar gols uma equipe não pode se valer apenas da simples posse de bola. A
obtenção de gols é fruto das oportunidades criadas pelos jogadores através de
movimentações individuais e coletivas coordenadas, com e sem bola, passes e
finalizações. Os espaços deixados pela defesa, à frente, dentro e atrás da suas linhas
devem ser explorados, além disso, a equipe no ataque deve criar espaços para a
progressão da bola e dos seus jogadores. Os princípios de ataque devem ser utilizados
para tal tarefa.
Este estudo trata dos princípios da tática defensiva, mas serão citados e
descritos os princípios da tática ofensiva para um melhor entendimento do assunto.
Segundo Paoli (2008) os princípios da tática ofensiva são:
a) Apoio:
É fundamental na posse de bola, sendo que o jogador em posse da bola
deve ter companheiros em posição ideal para receberem o passe (posição de apoio). E,
sempre que possível o maior número de alternativas devem ser apresentadas ao jogador
que está em posse de bola, tendo companheiros atrás, à frente e aos lados em condições
favoráveis para o recebimento do passe devendo o jogador com a bola procurar de
preferência o melhor ângulo para o passe.
Deve-se também procurar a superioridade numérica – ter mais
companheiros que adversários próximos à bola. Caberá ainda a quem for receber o
passe, procurar sempre a melhor colocação, o melhor ângulo, ou seja, estar desmarcado.
b) Profundidade:
No ataque, para se conseguir a penetração, é importante que a equipe
tenha pelo menos um jogador mais adiantado possível. Este atacante deve sempre
procurar ir para cima do último defensor e tentar levar ou empurrar para trás a defesa,
criando assim mais espaço no meio do campo e facilitando a penetração.
c) Abertura:
12
Quando os jogadores se posicionam bem abertos e bem distribuídos no
espaço de jogo, eles criam espaços e condições para a penetração, além de obrigarem a
se abrirem também.
d) Mobilidade:
Ataques bens sucedidos exigem movimentações inteligentes,
coordenação e “timing”. De um modo geral, o jogador que não se movimenta é
facilmente marcado; já aquele que se movimenta causa sempre enormes dificuldades à
defesa adversária e ainda mais para o seu marcador direto, que é obrigado a se
preocupar em manter sob controle o atacante e a bola. O jogador que se movimenta
durante toda ação ofensiva sempre traz benefícios à equipe, pois se for acompanhado, o
atacante abre espaços para os seus companheiros e caso não seja acompanhado, pode
receber livre a bola. Assim, todo tipo de movimento é válido, seja a corrida em
diagonal, as ultrapassagens por trás da defesa, os dribles ou outros. O objetivo é
desorganizar a defesa adversária.
e) Infiltração:
O objetivo é passar a bola para frente, verticalmente, e também receber a
bola nas costas do oponente, isto é, atacar os espaços atrás dos defensores. É importante
para que se concretize a penetração, que os jogadores saibam usar os espaços criados.
Pode ser conseguida através de uma jogada individual ou de uma combinação de passes
curtos e longos.
f) Criatividade:
Nos desportos coletivos de alto nível nota-se claramente que as equipes
vencedoras encontram um equilíbrio entre as jogadas treinadas e as de criatividade.
Quando se tem jogadores criativos e habilidosos – e que tomam decisões – os gols
acontecem com mais frequência.
Os sistemas defensivos são treinados para enfrentar o previsível, nenhum
deles é desenvolvido para lidar com o inesperado (criatividade), especialmente se vier
junto com a habilidade, velocidade de raciocínio (decisões rápidas). No campo são os
13
jogadores que tomam as decisões e os princípios de ataque ferramentas que eles devem
aprender como e quando usá-las.
Este princípio resume-se basicamente numa mudança de atitude e ação
buscando o inesperado e o incomum, usando todos os recursos técnicos.
Após a descrição dos princípios da tática ofensiva chega-se ao foco deste estudo; os
princípios da tática defensiva e sua descrição e em seguida o treinamento em forma de
jogo.
2.4.2 Princípios da Tática Defensiva
Partindo da idéia de que uma das situações mais complicadas para uma
equipe durante a partida de futebol é não ter a posse de bola e, portanto, terá que
proteger seu gol e buscar o grande objetivo de uma equipe nesta situação, o desarme.
Para estas ações serem bem sucedidas são treinadas várias situações entre formas de
retorno defensivo, coberturas, balanços defensivos, escolha de jogadores para a pressão
do homem da bola, indução do adversário para determinada região do campo de jogo
etc.
Cientes de todas as características do jogo defensivo no futebol, os
treinadores buscam trabalhar com seus atletas de forma que não exista um sistema único
de defesa, como já foi dito uma boa equipe deve saber se defender de várias maneiras,
mas uma equipe consciente se adapta a cada situação independente de uma orientação
ou não do comando técnico. Esta consciência vem através dos princípios defensivos que
serão descritos abaixo.
a) Retardamento/Pressão
É um dos princípios mais importantes para uma boa defesa. Aproximação
rápida do adversário para evitar que aconteça uma jogada aguda ou que a bola seja
passada a outro jogador, fazendo com que este se preocupe com a bola e não com
jogada que pretende fazer, ganhando-se tempo para a reorganização da equipe.
A idéia básica é diminuir o tempo e o espaço dos adversários, impedindo-
os de jogar. Ela começa assim que a bola é perdida, e o objetivo é recuperar a posse de
14
bola, impedindo assim que o adversário jogue, faça um passe para frente ou organize
um contra-ataque. A pressão tem que continuar até que a bola seja recuperada.
Uma pressão bem feita exige coordenação, determinação, preparo físico
e, sobretudo, disposição mental, que induza os oponentes ao erro ou pelo menos retarde
as jogadas, obrigando-os a jogar para os lados ou para trás.
b) Recuperação
Assim que se perde a posse de bola e um jogador sai para dar o combate
(fazer a abordagem) ao adversário que está com a bola, os companheiros devem recuar,
procurando se posicionar atrás da linha da bola e do oponente, aproximando-se para
fazer a linha de cobertura.
O objetivo é ter toda a equipe posicionada entre a bola e a linha do gol,
cobrindo os espaços atrás dos companheiros envolvidos nas jogadas.
c) Cobertura
É a ajuda que se dá a um companheiro envolvido numa jogada
(pressionando), posicionando-se por trás entre a bola e o oponente.
d) Equilíbrio
Enquanto a pressão e a cobertura estão focadas na área do campo onde a
bola se encontra o equilíbrio cobre o resto do campo de jogo, procurando manter a
equipe bem distribuída em áreas longe da bola.
Dentro de outro conceito temos: equilíbrio é procurar sempre ter
vantagem numérica em todas as zonas da área de jogo. Se todos apertam efetivamente a
marcação, fica mais fácil efetuar a cobertura e, por consequência, manter o equilíbrio.
e) Compactação
É a formação que visa manter a equipe compactada em suas linhas
defendendo ou atacando, jogando como um bloco e não deixando espaços para o
adversário.
2.5 Fases do Jogo
15
2.5.1 Fase Ofensiva
De maneira geral o jogo de futebol é cíclico apresentando três fases: a
fase ofensiva, defensiva e a fase de transição.
Segundo Quinha (2001), no jogo de futebol coexistem, em relação
dialética, dois processos (fases) fundamentais perfeitamente distintos: o processo
ofensivo e o processo defensivo – que refletem conceitos, objetivo, princípios e
comportamentos técnico-tácticos diferentes (figura 5). Os processos ofensivos e
defensivos são determinados pela condição – posse ou não da bola: a equipe que tem a
posse da bola ataca – está em processo ofensivo; a equipa que não tem a posse da bola
defende – está em processo defensivo. Neste contexto, todo o jogador, seja qual for a
sua função dentro do sistema de jogo da equipe, terá sempre um potencial ofensivo
quando a sua equipe tem a posse da bola e um potencial defensivo quando a sua equipe
não tem a posse da bola.
Todavia, há que ter consciência que os comportamentos técnico-tácticos
dos jogadores devem refletir constante e simultaneamente uma intenção ofensiva e uma
intenção defensiva independentemente da equipe a que pertencem ter ou não a posse de
bola.
Esta dualidade de intenções e objetivos deve estar presente em todos os
comportamentos técnico-tácticos de todos os jogadores.
O processo ofensivo é objetivamente determinado pela posse da bola.
Começa quando uma equipe ganha a posse da bola ou mesmo antes e termina quando
perde a posse da mesma. Contém um fim positivo, pois é só através dele que o jogo de
futebol pode ter uma conclusão lógica – o gol que conduz à vitória. É para este objetivo
que todos os jogadores das duas equipes em confronto, quando de posse da bola, devem
direcionar as suas intenções e ações.
2.5.2 Fase Defensiva
Teodorescu (1984) citado por Quinha (2001) defende que o processo
defensivo representa a fase do jogo durante a qual uma equipe luta para entrar de posse
da bola tendo em vista a realização das ações ofensivas. Objetivamente, começa com a
16
perda de posse da bola e termina com a sua recuperação. O processo defensivo,
contrariamente ao processo ofensivo, encerra em si uma intenção negativa uma vez que,
enquanto dura, a equipe não poderá concretizar o objetivo do jogo – o gol. Por isso, este
processo deverá ser encarado sempre como uma forma de recurso, pelo que deve ser
abandonado o mais depressa possível. A equipe que defende não deve esperar que
adversário na sua fase ofensiva cometa erros perdendo a posse de bola. Ela deve
retrucar sempre e em qualquer zona do campo, de forma a obrigar a equipe que ataca a
cometer erros e a preocupar-se, não apenas com a construção das ações ofensivas, mas
também com a conservação da bola e com a proteção do seu gol (Teodorescu, 1984).
2.5.3 Transição Ofensiva
A fase de transição se constitui em dois momentos do jogo: a transição
ataque-defesa ou transição defensiva que acontece a partir do momento em que a equipe
perde a posse de bola, já a transição ofensiva defesa-ataque ou transição ofensiva se
caracteriza quando há a recuperação da mesma. As transições decorrem em períodos de
tempo muito curtos, porém, segundo Garganta, (1997) “constata-se um maior volume
de jogo de transição (mais de 95%) em detrimento da finalização”.
Sendo o futebol, uma modalidade com muitos anos, tendo atingido um
nível de rendimento, em que os detalhes diferenciam o poder das equipes, denota-se
importante, para as mesmas, a preparação detalhada destes momentos de transição.
Deste modo, o conceito de transição no futebol, começa a despertar interesse em
estudos recentes. Segundo Castelo (2003), a transição defesa – ataque encontra-se
dependente de dois aspectos fundamentais. O primeiro está relacionado com as atitudes
e os comportamentos dos jogadores no momento logo após a recuperação da posse de
bola, no que respeita a quatro questões fundamentais: Primeira quem (todos os
jogadores da equipe); Segundo quando (momento imediato após a recuperação à posse
de bola); Terceiro onde (em qualquer espaço do jogo); e Quarto como (ocupando
espaços apropriados, estabelecer linhas de passe, utilizar mudanças rápidas de ritmo e
direção e executando procedimentos técnico-tácticos individuais e coletivos). Por outro
lado, o segundo aspecto, está dependente da rápida transição do centro de jogo, desde a
zona de recuperação da posse de bola em direção a espaços dominantes de finalização.
17
2.5.4 Transição Defensiva
Para Guilherme Oliveira (2004) o momento de transição ataque-defesa é
caracterizado pelos comportamentos que a equipe deve assumir durante os segundos
após se perder a posse de bola. Estes segundos revelam-se de particular importância
uma vez que ambas as equipes se encontram momentaneamente desorganizadas para as
novas funções que têm que assumir, e, como tal, ambas tentam aproveitar as
desorganizações adversárias.
2.6 Treinamento em Forma de Jogo
A tática deve ser treinada em todos os níveis de aprendizagem, assim
como os outros componentes inerentes ao jogo de futebol, condição física, técnica,
motivação entre outros. Desta forma, o treinador conseguirá resultados mais
satisfatórios de seus atletas e assim, um maior rendimento da equipe com um todo.
Nesse sentido, Greco (1992) define dois momentos importantes no
processo ensino-aprendizagem-treinamento:
– executar e aprender um repertório bem diversificado de opções de comportamento,
que deverá ser ordenado em diferentes campos de ação e de resultados. A repetição do
plano de ação, conservando as características da situação básica, facilitará a
estabilização do conhecimento e acelerará a sua recordação em um complexo de
situações semelhantes;
– exercício das tarefas de jogo em forma isolada em diferentes tipos de ação.
Sobre os objetivos do treinamento da tática, Barbanti (1994) preconiza
que o treinamento tático deve objetivar:
– estimular pensamentos táticos em situações padronizadas de decisão através de
observações;
– melhorar a capacidade de fintar o oponente;
– fortalecer a vontade tática para suceder através de sobrecargas de treino planejada;
– desenvolver a capacidade de avaliar os riscos em relação ao sucesso que depende da
tática;
– desenvolver uma alta tolerância para a frustração.
18
Após ser compreendida a importância da tática bem desenvolvida e
apreendida, existem as atividades em forma de jogo que auxiliam de forma contundente
na compreensão por parte dos atletas, desenvolvendo assim sua consciência tática. Além
disso, o processo de ensino-treinamento-aprendizagem pode ser facilitado, fazendo os
treinamentos menos maçantes, proporcionando aos atletas atividades mais dinâmicas,
interessantes e impactando de sobremaneira na melhora individual e coletiva dos
treinados.
Um dos métodos mais eficientes na motivação dos alunos/atletas são os
jogos adaptados que quando trabalhados de forma simultânea com os conteúdos
ministrados, contribuem para a melhoria da aprendizagem (GUERRA, 1996 e
GARGANTA, 2002). O ensino e treinamento dos fundamentos técnicos e das
movimentações táticas defensivas e ofensivas tornam-se mais atraentes, assim como a
aprendizagem mais dinâmica. Os alunos resolvem problemas, encontrando diversas
soluções e desenvolvendo seu raciocínio através de estímulos e desafios. Contudo, o
jogo deve desenvolver-se num programa integral, devendo ser praticado de uma forma
construtiva e não como uma série de atividades sem sentido, tendo como objetivos o
desenvolvimento de capacidades físicas, coordenativas e intelectuais. É necessário
promover condições para que o aluno possa se apropriar destes em momentos de lazer,
dando vazão as sua necessidades de movimento e expressão (COSTA et al, 2008).
Os jogos permitem a repetição de determinados momentos e de uma
partida, para que cada aluno tenha maior contato com a bola e se envolva mais vezes na
resolução de um desafio técnico ou tático. Consequentemente aumenta a intensidade da
aula/treino tornando-a mais interessante. Através da variação do número de alunos, um
exercício de passe pode ser simplificado. Ao mesmo tempo, a desproporção numérica
intensifica o trabalho de defesa (COSTA et al, 2008).
Partindo deste posicionamento chega-se a importância dos jogos
adaptados como método de treinamento no processo de ensino-aprendizagem-
treinamento dos esportes, pois o entusiasmo de aprendizagem e a prontidão de entrada e
de rendimento geralmente são grandes (GARGANTA, 2002).
Os jogos adaptados têm um papel fundamental, na medida em que
proporcionam uma formação multilateral e contribuem para a assimilação dos
19
fundamentos técnicos e das movimentações táticas básicas do futebol (COSTA et al,
2008).
As movimentações executadas com ou sem a posse de bola são fatores
que incidem sobre o desempenho de um atleta. Ao jogador não basta apenas uma
capacidade técnica e tática individual é importante que este também esteja integrado ao
jogo de forma coletiva. Os jogos condicionados de acordo com Leães (2003)
contribuem no desenvolvimento tático de jogador, pois o mesmo tem uma participação
constante nas situações que ocorrem durante o jogo. Os jogos condicionados exercitam
as situações que acontecem várias vezes durante as partidas, contribuindo para a
formação tática do atleta, sendo um ótimo estímulo para o processo de ensino-
aprendizagem.
Durante a fase de formação básica de atletas de futebol tanto o
condicionamento como os elementos técnico-táticos podem ser estimulados a partir de
exercícios em forma de jogo. No entanto, deve-se estar atento para que não seja
promovida uma especialização precoce durante o período em que os alunos devem
experimentar o maior número de experiências possível, a fim de se desenvolver técnica
e taticamente de forma completa. Tiegel (1994) estabelece que é preciso atenção com os
iniciantes na inserção de exercícios para o aperfeiçoamento dos movimentos
paralelamente, para que o atleta, mesmo diante da velocidade do jogo, possa jogar
corretamente. Atletas iniciantes precisam, portanto, de um treinamento que lhes garanta
uma boa base técnica, de modo que a sua velocidade de ação não seja composta apenas
pela velocidade e capacidade de reação, mas, principalmente pela perspicácia em
reconhecer a situação presente e a resolução mais adequada.
Segundo Tiegel (1994), pode-se considerar que, além dos aspectos
táticos, o jogador precisa, através do jogo e do treinamento, aprender e dominar as
estratégias táticas. Estas noções complementam os conhecimentos de jogo do jogador e
devem entrar na elaboração de plano de treinamento e competição, porém, o treinador
deve também introduzir no treino e em suas análises de jogo, situações de “táticas de
jogo”, para que o jogador as solucione. Desta forma, alguns pontos devem ser
destacados no que é referente aos exercícios em forma de jogo e sua aplicabilidade em
relação ao atleta. O fato de compreender o significado do comportamento tático do jogo,
além de reconhecer o comportamento individual, de equipe e dos adversários através de
20
conhecimentos teóricos de jogo, possibilita aos jogadores pontos básicos de seu
desenvolvimento alcançando padrões mais eficientes. Criar resoluções táticas variadas e
verbalizá-las numa discussão com a equipe e o treinador, também se aplica à realidade
do treinamento de exercícios em forma de jogo. Tanto na formação de jogadores de alto
rendimento no futebol como na aprendizagem é de grande importância a utilização de
exercícios em forma de jogo, como forma de treinamento pela aproximação da
realidade.
O treinamento em forma de jogo possibilita que o jogador seja
confrontado diversas vezes com as situações que encontrará no jogo, desta forma os
estímulos são mais frequentes fazendo com que ele raciocine mais vezes sobre o
problema, levando assim a criação de várias formas de resolução diferentes para
situações semelhantes. Além disso, o maior contato com a bola durante o exercício
trabalha também a componente técnica, fazendo que esta seja treinada de forma
integrada à situação de jogo. Com tudo isso o treino torna-se mais intenso e
interessante.
Os exercícios em formas de jogo podem ser classificados segundo suas
características, como; número de jogadores envolvidos (superioridade e inferioridade
numérica), materiais utilizados, a fim de criar variações na estrutura das regras, como a
dimensão do gol, do campo de jogo através de áreas delimitadas.
Atento a isso Tiegel (1994) preconiza os seguintes tipos de jogos:
– Jogos com zonas delimitadas e sem gols;
– Exercícios em forma de jogo com um gol;
– Exercícios em forma de jogo com dois gols;
– Jogos com atacantes em superioridade numérica;
– Jogos com defensores em superioridade numérica;
– Jogos com vários jogadores neutros;
– Jogos com zonas divididas e zonas de descanso;
– Jogos com alternativas de comportamento (ação, atitude)
– Jogos em condições modificadas no que ser refere à organização (dimensões das
traves, regras);
– Jogos com dois gols alternando três equipes;
– Exercícios visando particularmente alguns aspectos técnicos.
21
Tiegel (1994) ainda preconiza que os processos cognitivos nos esportes
coletivos estão na percepção, internalização, decisão, ação e no controle das jogadas.
Percepção significa reconhecer e selecionar as informações relevantes, e decidir,
considerando a relação entre essas informações e os elementos colhidos através da
experiência de jogo. A velocidade, exatidão e variabilidade do desempenho, como o
controle motor, dependem daquilo que vulgarmente é chamado de “intimidade com a
bola”, “ginga”, “arte” e “antecipação”. Com isso é importante para a o atleta de futebol
vivenciar o máximo de experiências possível, sejam cognitivas e/ou motoras, quer seja
nos treinamentos ou durante os jogos. Porém, existem formas de aperfeiçoar esta
vivência do atleta, no que diz respeito aos aspectos cognitivos e motores. Trata-se de
um controle, sistematização e organização prévia planejada de determinadas ações.
Sendo assim, o treinamento em forma de jogo promove ao jogador toda a gama de
experiências necessárias ao seu desenvolvimento, considerando principalmente os
aspectos técnicos e táticos.
Através do treinamento em forma de jogo é possível treinar de várias
maneiras, porém, é preciso que a base técnica do atleta tenha sido trabalhada de maneira
correta. Diferente disto o treinamento da tática fica prejudicado. A tática está
intimamente ligada ao domínio e a automatização da técnica, pois ao dominar a técnica
de jogo o atleta não mais se preocupa com ela durante uma ação tática ficando assim
focado apenas na bola, nos seus companheiros e adversários podendo assim criar
situações para a marcação do gol e/ou a recuperação de posse de bola. Durante os
exercícios em forma de jogo observa-se o jogo de futebol como ele realmente acontece,
obedecendo aos objetivos dos exercícios, portanto, para níveis mais elevados os
treinamentos técnicos analíticos podem ser descartados por não representarem a real
situação enfrentada pelo atleta durante a partida. Treinos de finalização sem marcação
não servem para dar o real estímulo haja vista que no futebol de hoje dificilmente o
jogador finaliza sem marcação.
A grande vantagem da utilização do treinamento em forma de jogo no
futebol é que este trabalha o jogo como um todo. Através de tal método as várias
nuances do jogo podem ser trabalhadas, pois haverá sempre a bola, companheiros e
adversários como numa partida real. Assim, consegue-se sempre manter o limiar de
22
motivação garantindo assim a disposição dos atletas para o treinamento e conseguindo a
extração de melhores desempenhos por parte do treinador.
23
ANEXO 2 (passar para branco no final do trabalho)1
2
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4
5
6
7
3. METODOLOGIA
9
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11
No plano empírico, o estudo se caracteriza como uma pesquisa
qualitativa, de natureza exploratória, buscando maiores informações sobre o
treinamento em forma de jogo visando o desenvolvimento tático de uma equipe na fase
de transição. O trabalho teve as seguintes fases: primeira fase – Análise crítica da
literatura referente ao treinamento tático do futebol, juntamente com a experiência
prática do autor; segunda fase – Construção de jogos reduzidos para o desenvolvimento
da no treinamento tático da transição ofensiva e defensiva; terceira fase – Aplicação dos
jogos nos treinamentos das equipes de futebol masculino do Ubaense Futebol Clube,
procurando identificar a viabilidade da aplicação dos mesmos nas sessões de
treinamento, comissão técnica e os atletas foram consultados a respeito da viabilidade
ou não da aplicação dos exercícios. As atividades foram filmadas e analisadas, o que
proporcionou a correção e uma nova aplicação, para que se pudesse alcançar o objetivo
de propor a metodologia de treinamento.
Após a aplicação dos jogos, foi possível perceber que a metodologia
proposta é viável para utilização nos treinamentos, com o objetivo de despertar nos
mesmos, funções táticas a serem realizadas durante os treinos e jogos.
Ressalta-se que o objetivo do estudo é propor jogos para o
desenvolvimento tático da equipe na fase de transição, e não analisar se esses jogos
oferecem um incremento no aperfeiçoamento do conhecimento tático, pois essa pode ser
uma etapa subsequente do presente estudo.
24
ANEXO 21
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3
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6
7
4. PROPOSTA DE ATIVIDADES EM FORMA DE JOGO PARA O DESENVOLVIMENTO DA TRANSIÇÃO
9
10
11
A elaboração de uma sequência pedagógica é uma tentativa de
operacionalização do desenvolvimento tático da transição. Segundo Mourinho (2003)
no futebol de hoje, os dois momentos mais importantes do jogo são; o momento em que
se perde a bola e o momento em que se ganha à bola. O mesmo treinador classifica o
momento de perda da posse de bola como o momento chave para se defender bem
argumentando que independentemente de como se defenda (homem-a-homem,
individualmente ou à zona) são poucas as equipas que sofrem golos quando estão bem
posicionadas defensivamente. Assim, para este treinador, o momento de perda da posse
de bola é o momento crítico na organização defensiva uma vez que, em sua opinião, a
maior parte dos gols e das situações de risco acontece em momentos de transição. Visto
isso, reconhecendo a importância desse conteúdo no planejamento tático de uma equipe
de alto rendimento, esse estudo visa estimular os treinadores a trabalhar a partir de uma
sequência pedagógica fundamentada na literatura e na experiência prática do autor.
Após a revisão de literatura foi proposto que na fase transição há em
quatro momentos sendo eles: O primeiro é Mudança Comportamental trata-se do
processo no qual o atleta muda de atitude de acordo com a fase do jogo. Segundo
Carvalhal(2010) passar de um momento de ataque para um momento defensivo e vice-
versa trata-se de uma mudança brutal no nosso organismo. O nosso lado cognitivo sofre
uma alteração profunda neste momento, de ter a bola e pretender fazer gol, para não a
ter e evitar um gol adversário. Voltamos a insistir, este é um momento muito particular,
25
porque o momento de transição defensiva depende muito da velocidade (pensamento e
ação) com que o jogador reage à perda da bola. Ou seja, é um momento individual que
deve estar subordinado a uma idéia coletiva. Para desenvolver essa seqüência
pedagógica foi escolhido o método em forma de jogo visto que há uma otimização do
processo já que os momentos subseqüentes; o segundo de percepção e o terceiro de
tomada de decisão estão completamente ligados ao aspecto cognitivo do atleta e a
utilização desse método segundo Paoli e Grasseli (2006) o treinamento em forma de
jogo possibilita variações e objetivos ilimitados e que as capacidades cognitivas e
motoras são amplamente desenvolvidas. E o ultimo momento, a execução é o mais
complexo, pois ele é dependente de uma passagem eficiente de todos os momentos
anteriores para que ele seja realizado com sucesso, logo é importante não queimar
etapas passando por cada momento a fim de, obter um desempenho tático de alto nível.
Figura 1: Os processos da transição.
As atividades para o desenvolvimento da transição foram elaboradas
primeiramente para com o mínimo de variações possíveis entre fases respeitando as
etapas e a complexidade de cada momento.
26
Jogos de Transição Ofensiva
4.1 Mudança Comportamental
Figura 2: Diagrama do Jogo de Mudança comportamental.
OBJETIVO: Acelerar o atleta a mudar do comportamento ofensivo ao defensivo.
MATERIAIS UTILIZADOS: 5 bolas, 1 cone.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 15 atletas de linha e 2 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: Uma situação de 1 x 1 na qual um atleta ataca e outro defende
o gol, a partir do momento que a definição da jogada seja por finalização ou por tomada
de bola o atleta que participava do momento ofensivo.
VARIAÇÕES: Aumento do numero de atletas para 2 X 2, 3X3 4X4.
27
4.2 Percepção
Figura 3: Diagrama do Jogo de Percepção.
OBJETIVO: Estimular a percepção e a visão do jogo do atleta buscando o feedback do
mesmo.
MATERIAIS UTILIZADOS: 4 bolas, 3 gols móveis.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 18 atletas de linha e 2 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: Um jogo de 8 x 8 na qual, a equipe azul tem que buscar o gol
já a vermelha tenta defender o gol e ultrassar a linha de fundo criada, enquanto isso os 2
atletas do azul que estão fora do jogo observam e após 1 minuto o jogo é paralisado para
que eles sejam questionados a respeito da forma como a equipe está realizando a
transição e como o adversário está postado como a equipe dele está posicionada e
posteriormente 2 atletas do azul trocam com os 2 que estavam observando.
VARIAÇÕES: Aumento ou diminuição dos atletas em jogo e observando.
28
4.3 Tomada de Decisão
Figura 4: Diagrama do Jogo de Tomada de decisão.
OBJETIVO: Estimular tomada de decisão do atleta a partir da situação de jogo .
MATERIAIS UTILIZADOS: 1 gol móvel, 6 bolas.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 20 atletas de linha e 3 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: São 2 jogos ocorrendo simultaneamente Um jogo de 2 x 2 na
qual azul para o jogo jogando contra a vermelha, .
VARIAÇÕES: Aumento ou diminuição dos atletas em jogo e de atletas observando.
29
4.4 Execução
Figura 5: Diagrama do Jogo de Execução.
OBJETIVO: Estimular a percepção e a visão do jogo do atleta buscando o Feedback do
mesmo.
MATERIAIS UTILIZADOS: 4 bolas, 5 cones.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 18 atletas de linha e 2 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: Um jogo de 8 x 8 na qual, a equipe azul tem que buscar o gol
já a vermelha tenta defender o gol e ultrassar a linha de fundo criada, enquanto isso os 2
atletas do azul que estão fora do jogo observam e após 1 minuto para-se o jogo, para
que eles sejam questiandos a respeito da forma como a equipe está realizando a
transição e como o adversário está postado, posteriormente 2 atletas do azul trocam com
os 2 que estavam observando.
VARIAÇÕES: Aumento ou diminuição dos atletas em jogo e de atletas observando.
30
Jogos de Transição Defensiva
4.5 Mudança Comportamental
Figura 6: Diagrama do Jogo de tomada de decisão.
OBJETIVO: Estimular a percepção e a visão do jogo do atleta buscando o Feedback do
mesmo.
MATERIAIS UTILIZADOS: 4 bolas, 5 cones.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 18 atletas de linha e 2 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: Um jogo de 8 x 8 na qual, a equipe azul tem que buscar o gol
já a vermelha tenta defender o gol e ultrapassar a linha de fundo criada, enquanto isso os
2 atletas do azul que estão fora do jogo observam e após 1 minuto para-se o jogo, para
que eles sejam questionados a respeito da forma como a equipe está realizando a
transição e como o adversário está postado, posteriormente 2 atletas do azul trocam com
os 2 que estavam observando.
31
VARIAÇÕES: Aumento ou diminuição dos atletas em jogo e de atletas observando.
4.6 Percepção
Figura 7: Diagrama do Jogo de tomada de decisão.
OBJETIVO:Estimular a percepção e a visão do jogo do atleta buscando o Feedback do
mesmo.
MATERIAIS UTILIZADOS: 4 bolas, 3 gols móveis.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 18 atletas de linha e 2 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: Um jogo de 8 x 8 na qual, a equipe azul tem que buscar o gol
já a vermelha tenta defender o gol e ultrapassar a linha de fundo criada, enquanto isso os
2 atletas do azul que estão fora do jogo observam e após 1 minuto para-se o jogo, para
que eles sejam questionados a respeito da forma como a equipe está realizando a
transição e como o adversário está postado, posteriormente 2 atletas do azul trocam com
os 2 que estavam observando.
VARIAÇÕES: Aumento ou diminuição dos atletas em jogo e observando.
32
4.7 Tomada Decisão
Figura 8: Diagrama do Jogo de tomada de decisão.
OBJETIVO: Estimular a percepção e a visão do jogo do atleta buscando o Feedback do
mesmo.
MATERIAIS UTILIZADOS: 4 bolas, 5 cones.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 18 atletas de linha e 2 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: Um jogo de 8 x 8 na qual, a equipe azul tem que buscar o gol
já a vermelha tenta defender o gol e ultrapassar a linha de fundo criada, enquanto isso os
2 atletas do azul que estão fora do jogo observam e após 1 minuto para-se o jogo, para
que eles sejam questionados a respeito da forma como a equipe está realizando a
transição e como o adversário está postado, posteriormente 2 atletas do azul trocam com
os 2 que estavam observando.
VARIAÇÕES: Aumento ou diminuição dos atletas em jogo e de atletas observando.
33
4.8 Execução
Figura 9: Diagrama do Jogo de Execução.
OBJETIVO: Estimular os atletas de forma coletiva trabalhar todos os processos da
transição de na sua forma de complexidade.
MATERIAIS UTILIZADOS: 10 bolas.
NÚMERO DE PARTICIPANTES: 20 atletas de linha e 2 goleiros.
DESENVOLVIMENTO: Um jogo de 11 x 11 na qual, a equipe azul tem como objetivo
atacar quando tiver a posse de bola e a após o estimulo do treinador a equipe deve
realizar a transição defensiva de forma rápida e eficiente, já a equipe vermelha defende
e imediatamente após o estimulo ela passa a atacar da forma mais adequada possível.
VARIAÇÕES: Aumento ou diminuição do numero de bolas.
34
ANEXO 2 (passar para branco)1
2
3
4
5
6
7
5. CONCLUSÃO
9
10
11
O desenvolvimento de um determinado comportamento tático ideal em
atletas de uma equipe exige por parte de toda comissão técnica; muito estudo e
observação além do conhecimento prático e teórico. Os fatores técnico, físico e
principalmente a capacidade cognitiva dos atletas são essenciais para uma nova
implementação tática a partir de uma idéia de jogo fomentada pelo treinador e por toda
comissão.
Através da proposta apresentada neste estudo, foi possível perceber que o
treinamento tático da transição em forma de jogo se apresenta como uma alternativa
eficiente e motivadora na preparação e formação de atletas, pois apresenta desafios que
possuem a complexidade encontrada nas partidas, estimulando-o físico, técnico, tática e
cognitivamente além de colocá-lo frente a tais situações com maior frequência nutrindo
a memória motora dos atletas com vários estímulos alternados.
A transição é uma importante fase do jogo, seu treinamento não só é
possível como essencial para o aperfeiçoamento tático da equipe. Entender e estimular o
treinamento desse conteúdo tático é promover ao atleta o maior entendimento do jogo
de futebol. Uma equipe bem treinada é capaz de tornar ações individuais em ações
grupais e coletivas com grande eficácia. Quanto melhor treinada a equipe menor o
tempo de transição aumentando a possibilidade de bons resultados.
Com o treinamento em forma de jogo foi possível o desenvolvimento das
capacidades táticas relativas à transição de forma otimizada, acelerando e adequando as
35
tomadas de decisões para as diversas situações com as quais será defrontado durante
essa fase no jogo de futebol. Percepções do comportamento tático da sua equipe e do
adversário, consciência da importância coletiva e individual durante os jogos,
antecipação das ações que serão tomadas pelos adversários e planejamento prévio de
suas ações, dessa forma será possível perceber rapidamente soluções táticas adequadas e
inadequadas.
Desta maneira, este trabalho pretende mostrar aos profissionais e
estudantes da área de esportes coletivos, com destaque para o futebol, uma proposta
para desenvolver a transição ofensiva e defensiva a partir do método em forma de jogo,
para assim alcançar o melhor desenvolvimento dos componentes táticos individuais e
coletivos. Este método, além disso, proporcionará ao atleta um desenvolvimento global
e sistematizado nas diversas categorias do futebol dando ainda ao treinamento muita
dinamicidade, causando nos atletas um maior interesse e aumento do repertório motor.
36
ANEXO 2 (Passar para branco)1
2
3
4
5
6
7
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
9
10
11
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