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Ano XIII | 214 | Abril 2013 ISSN 2178-5781 Seguro no campo Apólices deixam propriedades à prova de fogo, assalto e problemas climáticos Cristalina Peixes Município se torna o maior PIB do agronegócio do País Ainda com pouca produção, pescado tem espaço para crescer

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Ano XIII | 214 | Abril 2013

ISSN

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Seguro no campoApólices deixam propriedades à prova de fogo, assalto e problemas climáticos

Cristalina

Peixes

Município se torna o maior PIB do agronegócio do País

Ainda com pouca produção, pescado tem espaço para crescer

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;

Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins

editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e

Leydiane Alves

Fotografia: Jana Tomazelli Techio,

Gutiérisson Azidon

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

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diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu

Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes

Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-

hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,

Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,

Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo

Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da

Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva

Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:

Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-

gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo

Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu

Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,

Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:

Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson

Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos

Fernandes.

suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

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José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

A necessidade de resguardar a propriedade rural com as várias modalidades de seguro agrícola visa dar um suporte único a investimentos, muitas vezes, considerados arrisca-dos. Os benefícios com a contratação do seguro agrícola são diversos: liberdade para comercialização da safra, esta-bilidade na renda esperada, facilidade no acesso ao crédi-to, diminuição de riscos de inadimplência, manutenção do produtor no campo para a safra seguinte e aumento das possibilidades de investimentos em tecnologia.

O seguro é muito importante para questões como uma eventual perda na lavoura, problemas com máquinas e equi-pamentos, entre outros fatores. Embora os riscos das la-vouras de grãos, em Goiás, sejam considerados baixos, a cada safra, o seguro rural é uma alternativa eficaz para que produtores rurais não oscilem entre anos lucrativos e outros deficitários.

Em 2012, foram liberados R$ 318 milhões em recursos do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural, um crescimento de 25,7% em relação a 2011. Foram emitidas mais de 63 mil apólices, alta de 9,4%, em comparação com o ano anterior. Mas esperamos que o governo aumente os recursos para o seguro rural. As contratações vêm apresen-tando alta nos últimos anos, mas ainda estão longe do ideal. Apenas 7% da área de agricultura do Brasil é segurada.

safra segurada

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PAINEL CENTRAL

Recorde de negócios

Produtores se reúnem com governador

Palco de cobrança por respostas às demandas do setor agropecuário, Tecnoshow Comigo 2013 atrai produtores e autoridades.

Governo de Goiás e produtores rurais discutem criação de um projeto estruturante na Faeg.

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Correção do soloPara o produtor, Rodolfo Chavaglia, de Rio Verde, o primeiro passo para começar a usar o calcário nas culturas é contratar um bom profissional para fazer a análise do solo.

Segurança para a produçãoO produtor de soja em Goiatuba, Luiz Walber, contratou seguro para maquinários e implementos agrícolas. Para ele, é tranquilidade para trabalhar.

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O produtor em Rio Verde, José Rubens, protege suas lavouras com seguro. Rede de transmissão de energia elétrica passa pela propriedade. Foto elaborada por Jana Tomazelli.

Os irmãos, Audacir Minetto e Luiz Walmor Minetto são alguns dos inúmeros produtores que ajudaram a fazer de Cristalina o maior PIB agropecuário do País.

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Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 28

Campo Aberto 34

Treinamentos e cursos do Senar 32

Atividade ainda pouco exploradaMaria Luíza Custódio, do frigorífico Kipeixe, considera baixa produção de peixes em Goiás. Com uma produção anual estimada de 18 mil toneladas de pescado, Estado pretende expandir atividade.

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Gigantes do agronegócio 14

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AGENDA RURAL

10 /05 13 a 17/05 14/05Palestra Código Florestal para técnicos

da SemarhHora: A partir das 14hLocal: Senar, Goiânia

Informações: (62) 3545-2600

Pronatec - Repasse Metodológico Hora: A partir das 8hLocal: Senar, Goiânia

Informações: (62) 3545-2600

Reunião da Câmara Setorial do Leite e Derivados

Hora: A partir das 14hLocal: Mapa, Brasília

Informações: 0800 704 1995

10 de MaioEncontro Regional de Pecuária de Corte

Hora: A partir das 19h

Local: Sindicato Rural de Porangatu

Informações: (62) 3362-4246

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FIQUE SABENDO

ArmAzém

Agricultura para jovensA área de educação da Asso-

ciação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) lançou o livro “Pequenas histórias de plantar e de colher”, da autora Ruth Bellingini. A obra traz conceitos e retrata a história da agricultura. O livro pode ser usado entre o 5º e 9º ano do En-sino Fundamental. Dentro dele há um encarte chamado de Guia do Professor para auxiliar os docen-tes. A distribuição é gratuita e tem sido feita pela própria Andef. A as-sociação procura apoio do governo e entidades afins para ampliar o envio dos livros. “Queremos que os livros cheguem para todas as escolas, porém não temos acesso a todas elas. Se tivermos uma co-laboração de prefeituras ou órgãos estaduais, poderemos alcançar mais alunos”, finaliza.

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Cadastro Ambiental obrigatório rEGISTrO

O Cadastro Ambiental Rural (CAR) está valendo em Goiás. Os proprietários de terras já podem fa-zer sua inscrição pelo novo sistema. O CAR utiliza imagens de satélite atualizadas como referência para declaração das Reservas Legais, Áreas de Preservação Permanentes (APPs) e das áreas de uso alterna-tivo do solo. Os maiores benefícios são a redução do tempo de análise dos processos em até 90% e a aqui-sição de informações mais precisas e atuais captadas pelo satélite.

Em Goiás, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) é responsável por

implantar o CAR. A princípio, o CAR vale para doze municípios-piloto. São eles: Jataí, Rio Verde, Mineiros, Alto Paraíso, Bela Vista de Goiás, Caldas Novas, Goianésia, Ipameri, Itumbiara, Minaçu, Trindade e Itapaci. A escolha dos municípios foi feita com base em suas características, que vão servir como termômetros para o funcio-namento do Cadastro. A previsão é que o novo sistema passe a valer para todo o território estadual no início de junho, após a instituição oficial do SICAR previsto para 25 de maio des-te ano. O CAR foi criado dentro do Novo Código. (Colaborou: Assessoria de Comunicação – Semarh)

pESquISA

Já está no mercado a banana pla-tina, uma variedade diferente da ba-nana prata. A fruta é resultado de dez anos de pesquisas da Embrapa. Além de ser derivada da banana pra-ta, uma das preferidas pelos brasilei-ros, a nova fruta promete trazer van-tagens para o produtor, já que é mais resistente a uma série de doenças. Assim, a expectativa é que a banana platina seja mais barata para o consu-midor, uma vez que reduz os custos de produção e deve ser consumida

mais verde. A produção da banana platina

ainda está na fase inicial em di-ferentes regiões do país. Por en-quanto, mais de 120 mil mudas foram plantadas. Para que os bananicultores tenham acesso à nova variedade de banana prata, é preciso aumentar a produção de mudas. A nova fruta deve ganhar mercado no ano que vem.

nova variedade de banana

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PROSA RURAL

Custo de produção dificulta crescimento Leydiane Alves | [email protected]

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MArCos FAvA,é engenheiro agrônomo e professor doutor da USP

O professor doutor

da Universidade

de São Paulo

(USP) e professor visitante

da Universidade de

Purdue, em Idiana (EUA),

Marcos Fava Neves,

esteve em Goiânia no

mês de abril, ministrando

palestra sobre O desafio

da competitividade e a

atuação das lideranças no

desenvolvimento local.

O doutor falou sobre o

crescimento do Brasil,

razão pela qual o país

teve um PIB menor que

o esperado e que o Custo

Brasil. De acordo com ele,

o país terá uma grande

gestão quando acabar

com esse custo e deixar

liberar todo o potencial

de crescimento, que,

hoje, está amarrado por

estruturas duplicadas.

revista Campo: Para você, qual é

o principal motivo do baixo cresci-

mento do PIB brasileiro?

Marcos Fava: O PIB brasileiro está

crescendo menos do que era espe-

rado, principalmente, devido aos

custos de produção das empresas no

Brasil que cresceram muito. Sendo

assim, perdendo capacidade compe-

titiva de atração de novas empresas

e com isso reduzindo número de

produção e de empregos gerados no

nosso país. Para o PIB crescer preci-

samos olhar em como aliviar a carga

tributária, melhorar as condições de

trabalho e transporte. Porque dessa

forma as empresas ficam mais com-

petitivas, crescem e exportam mais

e com isso conseguimos recuperar o

PIB, que é um crescimento por meio

da produtividade. Cabe ao governo

federal trabalhar para remoção de

alguns dos obstáculos. Só é preciso

fazer isso de forma mais intensa para

que as empresas fora do agronegó-

cio, que é o setor mais competitivo

do Brasil, possam também competir

mundialmente.

revista Campo: Porque o Brasil

cresce menos que os países em

desenvolvimento, principalmente,

países do Brics (Brasil, Rússia, Índia,

China e África do Sul)?

Marcos Fava: É porque o Brasil

não vem sendo gerenciado com a

mesma qualidade dos outros países.

Recentemente, um grande empre-

sário mundial disse que não investe

nenhum recurso no Brasil por causa

da complexidade que é o país. Então,

o Brasil precisa passar por uma

simplificação, além de investir em

educação, ciência e tecnologia e uma

série de outras áreas. Porém, o go-

verno não está atuando na simplifi-

cação do nosso país, na remoção de

estruturas duplicadas que dificultam

os negócios aqui. Os indicadores do

Brasil são melhores que alguns dos

outros países do Brics, mas o nosso

crescimento é baixo. São países de

dimensões diferentes. A Rússia e

a África do Sul são bem menores

que o Brasil, e a China e Índia são

maiores. Todos estão crescendo mais

É necessário que

o país melhore a

qualidade da gestão

pública para que

os investidores

internacionais olhem

o Brasil como um

porto absolutamente

seguro.

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rápido que o Brasil, mas nosso país

tem indicadores de desenvolvimento

historicamente superiores que esses

países.

revista Campo: Você acredita que

o Custo Brasil tem colaborado para

tais resultados?

Marcos Fava: O Custo Brasil é

o principal responsável por esses

resultados abaixo do esperado.

O custo de transporte, impostos,

legislação tributária e trabalhista,

chamado Custo Brasil, mais uma vez,

deve vir naquela ideia de simplifica-

ção. Outro fator que contribui para

que o país não consiga desenvolver

é o custo pessoal, que faz com que

o país perca a produtividade. A mão

de obra está cada vez mais cara, são

muitas regras que beneficiam o tra-

balhador e não a produtividade. To-

dos esses fatores compõem o custo

de se operar no Brasil. Nós teremos

uma grande gestão quando acabar

com esse custo e deixar liberar todo

o potencial de crescimento, que,

hoje, está amarrado por estruturas

duplicadas.

revista Campo: Como o setor

agropecuário pode colaborar para

tirar o Brasil desta situação?

Marcos Fava: Ele já vem colaboran-

do. Nossa exportação pulou de U$

20 bilhões em 2000, para mais de U$

100 bilhões nesse ano. É o setor que

está salvando a economia brasilei-

ra. Para colaborar mais, temos que

baixar o custo de produção, permitir

boas margens aos produtores ru-

rais para que com isso eles possam

investir mais em tecnologia e ficarem

mais competitivos. O que preocupa a

agricultura brasileira é que o custo de

produção subiu muito. Agora, é o mo-

mento de refletir em cima do custo e

ver onde estão os problemas privados

e públicos.

revista Campo: E Goiás. Como

você vê o Estado nesta conjuntura?

Marcos Fava: Goiás tem um papel

muito relevante. É um estado tipi-

camente agroindustrial com grande

capacidade de expansão. Tenho estu-

dado alguns municípios de Goiás, e

é impressionante como a chegada de

usinas, a força das cooperativas, tudo

isso tem dinamizado a economia.

revista Campo: Você acredita

que Goiás pode ser um dos princi-

pais Estados brasileiros em pouco

tempo?

Marcos Fava: Já é. Goiás tem uma

vantagem muito grande, que é a pe-

quena população. Para melhorar os

indicadores, comparado a São Paulo,

é mais fácil. Por exemplo, se vai me-

lhorar a renda per capita é mais fácil,

porque vai dividir para menos gente

a renda que foi gerada. Os estados

do Centro-Oeste têm condições

de sair à frente, proporcionando a

inclusão, renda per capita e desen-

volvimento.

revista Campo: A questão da ele-

vação dos preços dos alimentos é o

principal assunto debatido mundial-

mente. Qual é sua visão frente este

tema?

Marcos Fava: Essa é uma situação

que beneficia o Brasil, porque o país

é o grande produtor de alimentos.

Aumentando a demanda e os preços

mundiais, significa trazer mais

renda ao País. Temos que torcer pelo

crescimento populacional no mundo,

pela distribuição de renda, urbani-

zação, entre outros fatores. Cada

aumento desses é favorável ao Brasil,

que produz alimento de maneira

muito competitiva e em excedente

em relação ao que a população bra-

sileira necessita. O Brasil e sua so-

ciedade serão colocados na primeira

divisão mundial pelo agronegócio.

revista Campo: Muito se fala da

questão do Brasil ser um exporta-

dor apenas de commodities, deixan-

do de exportar produtos industriais.

Você vê isso como um problema?

Marcos Fava: Não é um problema.

Temos que ocupar todos os merca-

dos que estão à disposição no Brasil.

Se tem mercado comprador de

commodities, vamos ganhar dinhei-

ro com isso. Mas também não vamos

esquecer que tem mercado cres-

cendo para produtos processados,

franquias de café e restaurantes. O

agro brasileiro deve olhar para todos

esses mercados, ocupar as commo-

dities e buscar também os produtos

diferenciados.

O Brasil não

vem sendo

gerenciado

com a mesma

qualidade dos

outros países

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MERCADO E PRODUTO

O Brasil dever produzir na safra 2012/13 mais de 74 milhões de toneladas de milho e superar 83 milhões de tonela-

das de soja. O país é, hoje, o maior produtor de soja do mundo e ocupa a segunda posição no ranking mundial dos maiores produtores de milho, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês).

Mais que isso, ainda segundo o USDA, o Brasil deve se consolidar como o maior exportador de soja e o segundo maior expor-tador de milho do globo, exportando 36,75 e 19,5 milhões de toneladas, respectivamente. Todo este cenário reflete em uma balança comercial positiva.

Apesar de tais dados serem otimistas e apresentarem um panorama de crescimento, eles escondem um sério problema de competi-tividade do mercado brasileiro, o elevado Cus-to Brasil. O nosso país é o que apresenta um dos maiores custos de exportações do mundo, quando somamos frete e despesas portuárias.

Para exemplificar, podemos comparar o custo portuário em alguns dos mais impor-tantes portos no mundo. Para se exportar uma tonelada de produtos no porto de Roter-dã, na Holanda, o segundo maior do mundo, o custo portuário é de US$ 4,8; no porto de Valparaíso, no Chile, é de US$ 4,7. No nosso porto de Santos, o custo chega a US$ 15 a tonelada.

Os altos custos não significam melhor prestação de serviços nos portos brasileiros. Em comparação aos diferentes portos no mundo, os nacionais são bem menos compe-titivos. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o Brasil está em 130º lugar na quali-dade dos portos.

Os desembaraços aduaneiros são um dos principais problemas de nossos portos. En-quanto em, praticamente, todos os portos do mundo, o funcionamento dos principais órgãos

anuentes é de 24 horas, nos portos brasileiros o período de trabalho não alcança 8 horas.

De acordo com pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) a média de dias para o desembaraço aduaneiro em Santos é de 5,5 dias, enquanto a média mundial é de três dias. Na China este período é de 0,6 dias.

Um dos principais reflexos de todos estes problemas é a redução da atratividade do Brasil no mercado mundial. Há algum tempo atrás, umas das principais trades chinesas, cancelaram uma compra de mais de dois milhões de toneladas de soja do Brasil, pas-sando a compra da Argentina. De acordo com a empresa chinesa, deveria se entregue 12 na-vios entre janeiro e fevereiro, porém apenas duas embarcações chegaram até o momento.

O principal prejudicado com esta situação caótica é o produtor brasileiro, que perde em rentabilidade. Para a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) os produto-res terão pelo menos US$ 4 bilhões de preju-ízos neste ano com a caótica logística para a exportação de soja e de milho. Isso porque, segundo a entidade, o custo para levar cada tonelada aos portos de Santos ou Paranaguá passou de US$ 81 para US$ 98 por tonelada, cerca de US$ 70 a mais do que pagam os concorrentes da Argentina e dos EUA.

Na busca de aprimorar todo este cenário, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) lançou o programa Zarpa Brasil. Este programa reuniu o setor produtivo em-presarial em defesa da aprovação da Medida Provisória (MP) 595, que abre o sistema portuário ao capital privado.

A aprovação desta medida deve ampliar a capacidade operacional dos portos e reduzir, significativamente, os custos nas exportações. Certamente, a aprovação desta medida deve ti-rar o país do apagão portuário que vive, trazen-do maior competitividade à nossa economia.

Custo Brasil e os prejuízos ao agronegócio

José Mário schreiner

é presidente da Faeg,

do Senar Goiás e vice-

presidente de finanças

da CNA.

José Mário schreiner | [email protected]

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICALCABECEIrAS

mArA rOSA

ApOré

DOVErLÂNDIA

O Sindicato Rural de Cabeceiras realizou Assembleia para prestação de contas do ano de 2012, no dia 23 de março, e aprovou reforma estatuária sugerida pela Faeg. O Presidente do Sindicato, Arno Weis relatou todas as principais ações de 2012, dentre elas a realização de vários treinamentos em parceria com o Senar Goiás. Arno também apresentou as atividades realizadas junto com a Polícia Militar, na Segurança Rural, em um Comitê que é coordenado pelo Sindicato. Arno aproveitou o momento para solicitar dos produtores colaboração para finalizar a obra de construção da nova Sede do Sindicato Rural.

O Sindicato Rural de Mara Rosa realizou, no dia 28 de abril, eleição de uma junta governativa. Na ocasião, Pedro Henrique Medeiros da Costa foi eleito, por aclamação, presidente, e tomou posse no dia 13 de abril. Com o novo cargo, Pedro Henrique, coordenará a comissão eleitoral que irá preparar o processo de eleição de uma nova diretoria. Segundo o ex-presidente do Sindicato, Romildo Resende, o prazo legal para que o Sindicato Rural de Mara Rosa realizasse uma nova eleição havia vencido. “Quando isso acontece existe a necessidade de se constituir uma junta governativa, para que haja o tempo hábil para que o processo eleitoral decorra no prazo.”

Sindicato Rural de Aporé realizou Assembleia de aprovação da prestação de contas e apresentou relatório de atividades para a sociedade local. O Presidente do Sindicato, Edil Yuiti Morissugui, relatou todas as principais ações de 2012, dentre elas a realização de 46 treinamentos em parceria com o Senar Goiás. Foram entregues certificados de participação nos treinamentos. Edil aproveitou o momento para falar das dificuldades na condução do Sindicato Rural, que ainda está com processo de Registro junto ao Ministério de Trabalho e Emprego.

O Sindicato Rural de Doverlândia realizou, no dia 25 de fevereiro um treinamento do programa Com Licença Vou a Luta na região, no Assentamento P.A. Lebre, a cerca de 60 quilômetros da cidade. Ao todo, 14 alunas participaram do treinamento sobre liderança e empreendedorismo. (Colaborou: Hactos Carneiro)

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sindicato faz prestação de contas

sindicato tem nova junta governativa

relatório de atividades

empreendedoras rurais

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BrITÂNIA

CrISTALINA

BANCO DO BrASIL

rIO VErDE

Foi realizada, no dia 05 de março, a primeira formatura do curso de inseminação artificial do Pronatec, em Britânia. A formatura foi realizada no auditório do Colégio Estadual Alfredo Nasser, participaram da capacitação 22 alunos, cada um recebeu uma medalha de honra. O evento contou com a presença do presidente do Sindicato Rural de Britânia e Aruanã, Wagner Marchesi, da Diretora do Colégio Estadual, Maria Divina, dos vereadores Gilmar Pimenta, Gildo Assunção e Francisco Dionísio de Araújo, esteve presente também o secretário municipal de transporte, Luiz Carlos de Lima.

O setor de Café da Fazenda Capão Grande, em Cristalina, recebeu, no último dia 18 de março, reconhecimento pelo café expresso de melhor qualidade da região Centro-Oeste, durante o 22º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Expresso, em São Paulo. O Prêmio regional foi uma novidade, com objetivo de proporcionar maior participação de produtores por toda a região onde se produz café de qualidade. (Colaborou: Malva Lúcia Caixeta)

O presidente do Sindicato Rural de Cabeceiras, Arno Weis, participou, no último dia 03 de abril, de uma reunião entre a entidade, a prefeitura do município e o Banco do Brasil para tratar da instalação de uma agência do Banco em Cabeceiras. Segundo Arno, a reunião, Cabeceiras já necessita há muito tempo dessa agência e a instalação do Banco na cidade irá proporcionar um maior crescimento do município.

O Senar Goiás realizou o primeiro treinamento de agricultura de precisão do Centro-Oeste, em Rio Verde, com uma parceria com o Sindicato Rural daquele município. O treinamento conta ainda com quatro módulos, em um total de 120 horas. A certificação dos alunos foi realizada no estande do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Rio Verde durante a Tecnoshow Comigo 2013.

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inseminação artificial

Melhor café expresso

Agência em Cabeceiras

Agricultura de precisão

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A cidade desbancou os concorrentes e se destaca como o município brasileiro com maior PIB na atividade agropecuária

rhudy Crysthian | [email protected]

A riqueza que vem do agro

CRISTALINA

Os irmãos Minetto comemoram os bons resultados da agricultura irrigada Ja

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Há 30 anos, quando os irmãos, Audacir Augusto Minetto e Luiz Walmor Minetto, radica-

dos no Sul do País, decidiram iniciar suas atividades em Cristalina, Entorno do Distrito Federal, talvez nem imagi-nassem que o município se tornaria, hoje, o maior Produto Interno Bruto (PIB) agrícola do País. Com R$ 624,1 milhões, Cristalina desbancou os con-correntes e pode ser considerado o maior celeiro rural entre os municípios brasileiros.

Os investimentos em tecnologia, assistência técnica e o destaque do município na área de irrigação, con-tribuíram para o município se tornar o mais rico na atividade agropecuária do País em 2010. Esses fatores impul-sionaram a produção local e fizeram o município sair da 11ª colocação, em 2009, para o topo da lista no ano se-guinte.

A conclusão está no PIB dos Muni-cípios Goianos em 2010, divulgado, re-centemente, pela Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan) e ela-borado em parceria como Instituto Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Produtora de um leque de culturas como café, feijão, alho, soja, milho, sorgo, trigo, cebola, batata, entre ou-tros, a região de Cristalina tem aposta-do em tecnologia para aumentar a pro-dutividade da terra. A cidade também aproveitou a alta dos preços das com-modities para crescer nos últimos anos.

Mas o que atraiu os irmãos Minet-to foram as condições topográficas locais, as chuvas consideradas ade-quadas para diversas culturas e, prin-cipalmente, o preço das terras. Fatores esses que pouco importam hoje dada a excelência tecnológica da região e o destaque do município na área de irri-gação. Motivos que deixaram o preço das terras hoje em segundo plano, na avaliação dos produtores.

Para Audacir Minetto, que produz feijão, cebola, trigo entre outros, o fato de Cristalina ser o maior PIB agrícola pode impulsionar a atração de novas indústrias de transformação para a re-gião, o que daria ao produtor mais op-ção para comercializar seus produtos.

Para o prefeito de Cristalina, Luiz Carlos Attié, o legado do município é deixar o desenvolvimento trazer fato-res que impulsionam o crescimento da região. “Precisamos colocar Cristalina à altura das riquezas que produz. Te-mos que investir em educação, segu-rança, incentivos industriais e em um parque de exposições adequado para sustentarmos esse título de maior PIB do agronegócio do Brasil”, ressaltou.

O prefeito se mostrou preocupado em manter esse título na cidade. “Não podemos deixar que seja uma onda passageira, mas também precisamos aproveitar para transformar essa ri-queza do agronegócio em benefícios para a população como um todo. So-mente assim poderemos desfrutar dos benefícios”, disse.

Rio Verde

A flutuação do câmbio iniciada em

2008 fez com que aquelas culturas

ligadas ao mercado de commodities,

como milho e soja, sofressem retração

de investimentos e perdessem merca-

do. Rio Verde, um dos maiores produ-

tores de desses grãos no País, sentiu

na pele essa retração.

Já Cristalina, produtora de uma va-

riedade de 34 tipos de culturas, mais

independente do mercado interna-

cional, conseguiu se despontar nesse

cenário tanto pela independência da

flutuação cambial quanto pela varie-

dade de culturas cultivadas na região.

Um dos motivos que fizeram a cidade

desbancar o município do Sudoeste

goiano.

Abril / 2013 CAMPO | 15www.senargo.org.br

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Município se destaca em irrigação

A agricultura irrigável faz com que o município plante e colha o ano intei-ro. O que incrementa a renda do pro-dutor e possibilita uma maior diversi-ficação de culturas na mesma área. O superintende de Irrigação do Estado de Goiás e presidente do Sindicato Rural de Cristalina, Alécio Marósti-ca, destaca que a utilização de pivôs começou em 1986, para plantar fei-jão. Hoje, já são 635 pivôs irrigando plantações de alho, batata, cebola, cenoura, beterraba, trigo, café, milho e tomate industrial. “É o município com a maior área irrigada da América Latina, com 53 mil hectares.”

Cristalina possui uma área de 616 mil hectares, desses, 350 mil hectares são agricultáveis. “Com 53 mil hecta-res de área irrigada produzimos o que seria equivalente ao que é produzido em 350 mil hectares de sequeiro”, calcula. Por conta da irrigação, a pro-dutividade também alcança índices altos. O município produz até 82 sa-cos de soja por hectare irrigado, ante 42 sacos em área sequeira.

De acordo com Alécio, ainda há 100 mil hectares que podem ser ir-rigados no município, mas é preci-so mais investimento em tecnologia para desenvolver novas variedades próprias para irrigação. Segundo ele,

muitos órgãos e até mesmo produto-res não entendem a importância da ir-rigação para o futuro da agricultura e questionam o uso da água. “Algumas pessoas veem a água como um pro-duto ‘beatificado’ que deve ser usado apenas para beber, mas sendo bem utilizada temos colheita em diferen-tes culturas o ano todo”, argumenta. Ele afirma que nos últimos anos, os investimentos em novas tecnologias reduziram pela metade o uso da água na irrigação.

Para o Presidente da Associação de Irrigantes de Goiás (Irrigo), Vi-tor Simão, dois problemas históricos dificultam o processo de produção Cristalina, a demanda reprimida na área de cargas para investimentos em irrigação e a qualidade da energia oferecida. “Para irrigar sua plantação, o produtor poderia ligar um pivô e desligá-lo em 21 horas. Hoje, para re-alizar esse processo, o produtor tem que ligar e desligar os motores de três a cinco vezes, o que aumenta o uso da energia e o custo da produção.”

Vitor conta que os produtores es-tão há dois anos aguardando um re-forço na subestação de Cristalina. “A carga hoje é de 62 megawatts, sendo que a demanda reprimida é de 54 me-gawatts.” Ele explica que para suprir

a necessidade da atividade na região,

seria necessário quase dobrar a quan-

tidade de energia disponível. “Com

esse total, poderíamos gerar oito mil

novos empregos e aumentar ainda

mais o PIB do município.” Isso não

acontece porque não ocorre um in-

vestimento da Celg de R$ 25 milhões.

O produtor rural da região, Auda-

cir Minetto, cultiva seis culturas no

município de Cristalina. A maior par-

te de sua área é irrigada. Ele comenta

que essa diversificação da atividade

e a adoção de irrigação possibilitam

diversificação de culturas e colheita

praticamente o ano todo. “O que pro-

porciona uma maior rotatividade das

culturas gerando mais oportunidades

de trabalho e dinheiro no caixa do

produtor todo mês”, comemora.

O crescimento econômico veri-

ficado em Cristalina modificou as

bases produtivas e potencializou as

oportunidades de desenvolvimen-

to da região. O avanço da renda, do

consumo e da geração de empregos

ampliou o PIB e as possibilidades

de negócios para os diversos setores

da economia local, sobretudo para

o agronegócio. É da terra que sai as

maiores riquezas de Cristalina.

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Luiz Carlos Attié – Prefeito de Cristalina: “Precisamos colocar Cristalina à altura das riquezas que produz. Temos que investir em educação, segurança, incentivos industriais e em um parque de exposições adequado para sustentarmos esse título de maio PIB do agronegócio do Brasil.”

Vitor Simões – Presidente da Irrigo: “Para suprir as necessidades da irrigação na região, seria necessário quase dobrar a quantidade de energia disponível, passando de 62 megawatt para 116. Com esse total, poderíamos gerar oito mil novos empregos e aumentar ainda mais o PIB do município”

Alécio Maróstica – Presidente do Sindicato Rural de Cristalina: “Ainda há 100 mil hectares que podem ser irrigados no município, mas é preciso mais investimento em tecnologia para desenvolver novas variedades próprias para irrigação.”

Daniel Sabino Vaz – Vereador Daniel do Sindicato: “O crescimento de Cristalina é notável, e isso se deve à irrigação, que é a melhor do país. Hoje, nós plantamos alho, batata, cenoura, cebola, milho doce, tomate irrigados, que, juntamente com a safra de sequeiros nos deu o título de maior PIB agrícola.”

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SECRETARIA DE AGRICULTURA,PECUÁRIA E IRRIGAÇÃO

Ministério daAgricultura, Pecuária

e AbastecimentoEMATER

AGÊNCIA GOIANA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA,EXTENSÃO RURAL E PESQUISA AGROPECUÁRIA

Importante:A declaração presencial continua, para quem preferir.E mais: Goiânia conta agora com um balcão exclusivo para recebimento das declarações.

Sua declaração pode ser feita online. É só ter a nota fiscal eletrônica da vacina em mãos e acessar:www.agrodefesa.go.gov.br

livre de aftosa, Goiás abre as portas

para o crescimento.

Com o gado

IVRE

DE AFTOSA

De 1ºa 31 de maio.1ª etapa da vacinação: Vacine todo o rebanho

de bovinos e bubalinos.

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Durante abertura da Feira produtores reclamaram de falta de investimento em logística e armazenamento.

Francila Calica | [email protected]

Produtores cobram infraestrutura

TECNOSHOW

Estande do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Rio Verde na Tecnoshow Comigo 2013

A situação da infraestrutura de armazéns, estradas, ferro-vias e portos brasileiros foi

a principal reclamação de produtores e líderes rurais durante a Tecnoshow Comigo no início de abril. O recente cancelamento da compra de carrega-mentos de soja brasileira por parte da China, por atrasos no embarque do produto, embasou as queixas. O Siste-ma Faeg/Senar marcou presença com um estande na feira em parceria com o Sindicato Rural de Rio Verde.

O presidente do Sistema Faeg/Se-nar, José Mário Schreiner, explicou que além dos inúmeros problemas com os modais brasileiros, que prejudicam a competividade do país, o produtor acumula prejuízos com a insuficiente capacidade armazenadora do Brasil.

O município de Rio Verde, por exemplo, produz a cada safra cerca de 2,3 milhões de toneladas de grãos,

mas a capacidade armazenadora da região é de apenas 1,5 milhão de to-nelada. “Dessa capacidade de arma-zenagem, apenas 8,5% são utilizados para grãos produzidos pelos próprios produtores. Percentual muito aquém da necessidade do setor”, explicou.

Em tom de indignação, o presiden-te da Comigo, cooperativa realizadora da feira, Antônio Chavaglia, considerou como descaso dos governos Federal e Estadual a lentidão com que os proble-mas estruturais caminham rumo à so-lução. No mesmo embalo de críticas, o deputado estadual Ronaldo Caiado (DEM-GO) questionou os critérios de prioridade estabelecidos pelo governo federal na resolução de problemas em áreas estratégicas do país.

Dúvida permanece Sem resposta claras às cobran-

ças, o representante do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), secretário de política agríco-la, Neri Gueller, reconheceu os graves gargalos em infraestrutura e logísti-ca que deixam o país à beira de um apagão. Insistiu em reiterar o compro-misso do Ministério com o produtor brasileiro e sinalizou que muitas das soluções não são rápidas na medida do necessário e demandam investimen-tos.

Por outro lado, saiu em defesa do trabalho desenvolvido pelo Ministério e citou o exemplo da elaboração do Plano Safra 2013/14, que está sendo feito conjuntamente com as entidades representantes dos produtores em to-dos os estados do país. Em Goiás, as reuniões com a Faeg foram no mês de março. Já o governador em exercício, José Eliton Figueiredo Junior, falou dos programas de reconstrução e re-cuperação das rodovias estaduais um

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dos principais alvos de queixas dos produtores, sobretudo, nesse momen-to de colheita de safra.

A feira bateu recorde de público e negócios. Nos cinco dias do evento 82 mil pessoas passaram pelo Cen-tro Tecnológico Comigo (CTC), em Rio Verde - foram 78 mil, em 2012. O volume de negócio alcançou R$ 900 milhões, 16% a mais que ano passa-do (R$ 780 milhões). “Os números são positivos, uma vez que a feira teve aumento de expositores. O volume de negócios representa a realidade da fei-

ra, que é referência no Centro-Oeste”, afirmou Antônio Chavaglia, presiden-te da Comigo.

Agricultura de precisão Os alunos que concluíram e foram

aprovados na primeira turma do trei-namento de Agricultura de Precisão do Serviço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Senar Goiás) receberam seus certificados, no estande do Sis-tema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Rio Verde, na Tecnoshow Comigo, na abertura da feira, dia 8 de abril.

O presidente da Faeg e Senar Goi-ás, José Mário Schreiner explicou que essa é a primeira turma do Centro--Oeste a se formar nesse novo trei-namento. A agricultura de precisão é uma atividade em franca expansão nas regiões agrícolas do país, que de-manda profissionais qualificados e remunera bem. Segundo o assessor técnico do Sindicato Rural de Rio Ver-de, Alexandre Câmara, a remuneração média de um operador de máquina qualificado na região chega a R$ 3,5 mil por mês.

senar Goiás faz demonstrações de cursos Em um processo completamen-

te manual e criativo, 12 jovens estu-dantes de ciências agrárias cortam, colam, costuram e decoram peças de couro curtido. O treinamento de sela-ria, oferecido pelo Senar Goiás, dentro do estande do Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural de Rio Verde, na Tec-noshow Comigo, se tornou uma das principais atrações para quem passou pelo local, durante a semana da Feira.

O trabalho minucioso e artesanal é um resgate da tradição da selaria, do trançado e do curtimento do cou-ro. Segundo o instrutor de selaria do Senar Goiás, Luiz Rodrigues de Morais, há muita procura por produ-tos da área. Ele conta que uma sela de boa qualidade chega a valer R$ 360 e diz que são inúmeros os casos de alunos que participaram do trei-namento do Senar e, hoje, vivem da confecção e venda de selas.

Para o estudante de medicina veterinária, Luiz Augusto Vilela, 21, o treinamento é mais uma forma de economia, uma vez que ele passará a confeccionar as selas da proprieda-de da família. O instrutor Luiz Ro-drigues explica que para participar do treinamento o interessado deve ter mais de 18 anos e é recomendá-vel que ele também passe pelos trei-namentos de curtimento de couro e de trançado de couro.

Plantas medicinaisUm treinamento de Identificação

e Processamento Caseiro de Plantas Medicinais também foi ministrado, durante a feira Tecnoshow 2013. Os 13 participantes receberam da instrutora Miranildes Garcia Teixeira informa-ções sobre a importância e benefícios da fitoterapia. Utilização, dosagem e

toxidade. Há visita ao campo, identi-

ficação e secagem das plantas e a ins-

trutora aborda também a preservação

das plantas, exposição dos métodos

de propagação, colheita, beneficia-

mento, acondicionamento, armazena-

gem e preparação de produtos fitote-

rápicos.

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Alunos do treinamento de selaria do Senar Goiás aprendem na prática a trabalhar o couro

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SEGURO RURAL

o seguro agrícola traz tranquilidade para o produtor. setor oferece um leque de opções para o homem do campo

Karina ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

Produção segurada

Como todo bom empresário, o produtor rural visa operar a di-nâmica de seus negócios a fim de

diminuir os riscos. A propriedade rural cada vez mais é tratada como uma em-presa. Prova disso é que as tomadas de decisões são feitas com antecedência, como compra de insumos e travamento de preços. Já as oscilações e outras in-formações gerais sobre o mercado fazem parte da rotina do setor. Ao encontro dessas atribuições, a necessidade de se resguardar com as várias modalidades de seguro rural visa dar um suporte único a investimentos muitas vezes considerados arriscados, tanto para o pequeno quanto para o grande produtor rural.

Embora de forma geral, os riscos das lavouras de grãos, em Goiás, se-jam considerados baixos, o analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, ressalta que, a cada safra, isoladamen-te, alguns produtores sofram perdas que os levam a desajustes nas contas. “Ninguém contrata um seguro pen-sando que vai utilizá-lo, mas o seguro é uma ferramenta importante para não ter de correr riscos imprevisíveis”, diz.

Gutié

risso

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idon

De máquinas a problemas climáticos, seguro agrícola blinda propriedades e oferece tranquilidade para produtor trabalhar

20 | CAMPO Abril / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Page 21: 2013 04 abril

O seguro rural é uma alternativa eficaz

para que produtores não oscilem entre

anos lucrativos e outros deficitários.

Ele explica que o produtor rural

ainda está reticente quanto à contrata-

ção de seguro agrícola, mas lembra que

há duas safras alguns produtores per-

deram receitas em função do excesso

de chuvas. Pedro ressalta que os pro-

dutores devem ficar atentos ao seguro

de receita. “Por uma quebra de pro-

dutividade ou de preços ele pode ter

prejuízos. O preço desse seguro pode

compensar em relação ao valor do ágio

que ele paga para travar os preços an-

tecipadamente. Dessa forma, ele pode

ter mais tranquilidade para vender o

produto quando quiser, ou seja, quan-

do os preços estiverem melhores”, cal-

cula.

O consultor de mercado diz ainda

que o produtor tem poder de barganha

nas mãos. Uma possibilidade para dimi-

nuir o valor do seguro é firmar contratos

com fornecedores a fim de que eles as-

sumam parte do custo do serviço.

Seguro Receita AgrícolaEssa modalidade de seguro visa

cobrir a perda da receita do produtor

rural, seja em decorrência de eventos

climáticos ou devido à variação de

preços da commodity.

De forma geral, perdas de produti-

vidade provocadas por granizo, seca,

geada, vendaval, tromba d´agua, chu-

vas excessivas , inundação, alagamento,

raio, incêndio e/ou variação de preços

podem ser cobertas entre 50% e 70%.

O cálculo é feito com base na di-

ferença do valor da receita esperada

(produtividade de referência multi-

plicada pelo preço da soja no plantio

e pela unidade segurada) e a receita

obtida (produtividade obtida multi-

plicada pelo preço da soja na colheita

e pela unidade segurada). A indeni-

zação ocorre quando a receita obtida

for menor que a receita esperada. Já o

preço da saca para indenização é ba-

seada na média de preço da commo-

dity no mercado na época da colheita.

O diretor comercial da Leauto Cor-

retora, parceira da Faeg Seguros, Le-

opoldo Marques, lembra que pragas,

doenças e plantio em solos do tipo

1, com menos de 15% de argila, es-

tão excluídos da cobertura. “Primeiro

ano de plantio de pastagens e canavial

também estão excluídos”, reitera. O

custo médio do seguro gira em uma

saca a uma saca e meia por hectare.

Um dos maiores desafios para o

diretor comercial é conseguir ade-

são de pequenos produtores rurais.

“Eles correm um risco maior e estão

se conscientizando da viabilização do

negócio”, afirma. Vale lembrar que o

limite mínimo de área para contrata-

ção de seguro agrícola é de 25 hec-

tares.

Vantagens

Os benefícios com a contratação do

seguro agrícola são diversos: liberdade

para comercialização da safra, cober-

tura de produtividade e preço, isenção

do IOF, benefício da subvenção federal

de 50% (subsídio pago pelo governo

sobre o valor do seguro), estabilidade

na renda esperada, facilidade no aces-

so ao crédito, diminuição de riscos de

inadimplência, manutenção do produ-

tor no campo para a safra seguinte e

aumento das possibilidades de investi-

mentos em tecnologia.

Abril / 2013 CAMPO | 21www.senargo.org.br

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Cana salva de queimadas

Essa modalidade de seguro já caiu nas graças do setor sucroalcooleiro. Segundo Leopoldo, 93% da área dos produtores fornecedores de cana-de--açúcar do Estado, atualmente, estão segurados. Com um período de seca, o risco de incêndio em canaviais goia-nos é grande. A apólice exclusiva para incêndio oferece cobertura todos os dias do ano e o valor está atrelado ao corte e à região. Quanto mais novo o corte, maior o custo e também a co-bertura.

O produtor fornecedor de Quirinó-polis, região Sudoeste do Estado, José Rubens de Carvalho, adquiriu há qua-tro anos apólice de seguro contra in-cêndio para cobrir os 850 hectares da cultura. Ele informa que possui, atual-mente, áreas que vão do primeiro cor-te ao sexto corte. “O maior risco que temos hoje é de fogo, e é muito grande.Ou criminoso, ou natural, raios, cabo de energia elétrica”, diz.

Ele conta que é produtor fornece-dor desde 2006. Exceto em um ano que um hectare de seu canavial pegou

fogo e não alastrou para o restante graças ao trabalho de contenção, nun-ca teve qualquer tipo de dano causado por incêndio. “Contratei como forma de prevenção. O custo benefício é mui-to vantajoso”, diz.

A seguradora só dá cobertura até o quinto corte. “O sexto e o sétimo ainda não está liberado”, ressalta Leopoldo. Ele lembra que a tranquilidade do pro-dutor está vinculada à transferência do risco para a seguradora mesmo quando a usina está fechada. “O risco de ocor-rer um incêndio é grande e não tem muito o que o produtor fazer”, salienta.

José Rubens explica que a colheita com máquinas deixa uma espécie de colchão de palha no solo. Sendo as-sim, o risco do fogo alastrar é alto. “Quando a cana já foi colhida qualquer faísca pode queimar tudo. É muito di-fícil de conter”, diz.

CustosPara se ter ideia, o custo varia de

R$ 27 a R$ 10,80 por hectare, sendo o primeiro de implantação e o último de

quinto corte. Já a cobertura é, respec-

tivamente, de R$ 1,2 mil por hectare a

R$ 3 mil por hectare.

Para tanto, são colhidas informa-

ções pessoais do proprietário, carac-

terísticas da propriedade, além de um

mapa de acesso à propriedade. São le-

vantadas também informações sobre a

variedade da cana-de-açúcar, data do

próximo corte . “Quando ocorre algum

sinistro, podemos, em média, fazer a

vistoria em 10 dias”, diz Leopoldo.

Há também o seguro de riscos no-

meados para o canavial. O seguro ga-

rante a indenização em função de riscos

climáticos, como granizo, seca, geada,

vendaval, tromba d´agua, chuva exces-

siva, inundação, raio e incêndio em um

período de cobertura de 365 dias.

Em ambas as modalidades não se

aplica cobertura securitária em even-

tos decorrentes de queda de preço da

cultura, ataque de pragas e insetos,

doenças e má formações em geral e

demais eventos que não estejam rela-

cionados nos riscos cobertos.

O produtor José Rubens contratou seguro contra queimadas, ao fundo, uma rede de transmissão de energia elétrica passa pela propriedade

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Frota protegida

Seguro para máquinas agrícolas também é outra modalidade já bas-tante difundida entre os produtores rurais. O serviço garante cobertura para riscos como proximidades de águas, despesas de salvamento, rou-bo qualificado, sendo máquinas rurais móveis ou estacionárias. “Temos re-giões em que os casos de furtos são mais frequentes e o produtor está se precavendo segurando seu maquiná-rio”, diz.

O fator de vulnerabilidade é res-ponsável pela flutuação de preços des-se tipo de seguro, assim como marca, ano e nível de emprego de tecnologia do maquinário. “Por isso, é difícil cal-cular um preço médio”, ressalta Leo-poldo.

Mas ele lembra que o seguro é fundamental para a tranquilidade do produtor. Há colheitadeiras, diz, que atingem o custo de R$ 1,5 milhão. O seguro cobre implementos com até 25 anos de uso. O produtor de soja de Goiatuba, Luiz Walber Oliveira Costa conta que voltou a contratar, há dois anos, uma apólice de seguros de ma-quinários e implementos agrícolas. Ele explica que o contrato proporcio-na segurança e tranquilidade, porém, não deixa de tomar todas as medidas necessárias para evitar quaisquer tipos de transtornos com seus tratores e a colheitadeiras.

A bomba d´água, diz, está sempre próxima ao maquinário e, além disso,

os equipamentos são guardados todos os dias no barracão da fazenda. “O se-guro é uma segurança que eu tenho, mas faço o que posso para não ter de utilizá-lo”, explica. Já o pecuarista, Jair dos Santos, cuja propriedade está localizada em Alto Horizonte, afirma que pensa também na segurança dos funcionários.

“Essa é uma segurança que eu te-nho, mas que também chega a eles. O custo-benefício é muito grande”, diz. Durante quase 30 anos, ele afirma que mantém apólices de seguro de seus bens. Como máxima, lembra de um ditado norte-americano. “Se seu negócio não consegue pagar um bom seguro, então seu negócio não é segu-ro”, ressalta.

Gado de elite, confinamento e gado de pasto

Conforme Leopoldo, essa modali-dade de seguro é considerada barata, porém, exige um controle preciso do pecuarista. Embora cubra contra raios, eletrocussão, ataque e mordedura, submersão, insolação e transporte. O preço do seguro de um animal de confinamento gira, em média, R$ 20 anuais. “Mas há exigências como con-trole de um veterinário, vacinação, en-tre outras”, diz.

Leopoldo afirma que, além dessas espécies de seguro, o produtor rural pode contratar também serviços para diminuir riscos de perda em sua pro-priedade, patrimonial, vida e automó-veis.

Luiz Walber blindou sua frota de tratores e implementos com devido seguro

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PSICULTURA

Com bacias hidrográficas abundantes, a produção de pescado ainda é tímida no Estado. A falta de assistência

técnica e políticas públicas emperram a atividade

Karina ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

Mercado rentável e pouco explorado

“Se hoje eu tivesse o dobro da produção conseguiria ven-der tudo”. Esse é o diag-

nóstico do produtor de pescado e pro-prietário do frigorífico Kipeixe, Adejair Santos Ribeiro localizado no município de Quirinópolis, na Região Sudoeste.

O mercado de pescado, conside-rado rentável, mas pouco explorado em um Estado cujas bacias hidro-gráficas são abundantes, tem expli-cações. A falta de infraestrutura, de políticas públicas voltadas para o se-tor, assistência técnica e, por fim, o encarecimento do quilo da ração são considerados fatores que emperram o desenvolvimento da atividade.

Com mais de 20 anos de experi-ência na produção de pescado e há três anos como proprietário do frigo-rífico, Adejair consegue visualizar os dois lados da atividade. Ele explica que a tilápia é o carro-chefe da pro-dução de pescado em Goiás, porém, existem em menor escala, produção de pintado, caranha e piauçu.

Diante de todas as dificuldades assinaladas, Adejair ressalta que a elevação do preço do quilo da ração foi o que pegou o produtor no contra-pé. Com o encarecimento do farelo de soja e do milho, principais matérias--primas do produto, o custo de pro-

Números não são oficiais, mas estima-se que são produzidos 18 mil toneladas de peixe por ano em Goiás

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dução deu um salto. Ele afirma que, em abril do ano passado, a alimenta-ção correspondia a 58% do custo de produção. “Hoje chega a 70%”, diz.

A alternativa encontrada pelo pro-dutor, produzir a própria ração, está se tornando inviável. O sonho é re-tardado a cada tentativa frustrada de conseguir energia trifásica na proprie-dade. “Já tentei na Celg diversas vezes e, o pior, a energia trifásica está a nove quilômetros daqui. O problema é que a gente tem pouca força”, lamenta.

Com a fabricação própria de ração, acredita que poderia diminuir o custo do produto em até 30%. Para se ter ideia, o custo de produção de um qui-lo de tilápia é de R$ 3, cujo produto é comercializado a R$ 3,80. Adejair produz, mensalmente, 40 toneladas da espécie. “Para as outras espécies o custo de produção é menor, porém, a produção também é de menor escala. Acaba ficando uma coisa por outra”, ressalta.

Políticas públicasA produção aquícola em Goiás é

uma realidade, pois além do grande

potencial de desenvolvimento sus-tentável, devido à bacia hidrográfica favorável, a aquicultura também é um potencial econômico. Mas, para alavancar a produção, na visão do Ministério da Pesca e Aquicultura, a legislação para a criação de pescado em grandes e pequenos reservatórios deve ser simplificada.

Os recursos estão disponíveis, por meio do Plano Safra, mas a burocra-cia das licenças ambientais acabam dificultando os financiamentos. “Po-rém, a perspectiva é de posicionar Goiás entre os maiores produtores do País, respeitando os limites do meio ambiente”, afirma o superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura em Goiás, Paulo Roberto Pereira.

Considerada o calcanhar de Aqui-les para os aquicultores do Estado de Goiás, a dificuldade e a demora da re-tirada da licença ambiental resulta em produção informal. Existem cadastra-dos na superintendência somente três produtores de pescado no Estado. En-tretanto, estima-se que este universo atinja quase 1,5 mil propriedades.

Outro dado extraoficial diz respeito

à quantidade de produção no Estado. Embora não haja nenhum levantamen-to oficial, a estimativa é de produção de 18 mil toneladas por ano, número considerado reduzido por profissionais do ramo. Nos bastidores estão ocor-rendo reuniões internas entre represen-tantes do governo estadual e do Minis-tério da Pesca com o intuito de acelerar essa documentação para fomentar a produção de pescado no Estado.

Jovem AquicultorLançado há mais de três meses no

município de Itauçu, o Projeto Jovem Empreendedor Aquicultor, criado em parceria com os governos municipal, estadual e federal ainda engatinha. A proposta é fomentar emprego e ren-da por meio de assistência técnica, linhas de crédito para investimentos destinados à implantação e produção e serviços aquícolas para os produto-res rurais que prevê linhas de crédito.

O objetivo é atrair 200 jovens e beneficiar 300 propriedades rurais de cerca de 20 municípios cravados nas Regiões do Vale do Araguaia, Meia--Ponte e do São Patrício.

Adejair Ribeiro com sua esposa Maria Luíza Custódio do frigorífico Kipeixe reclamam da baixa produção de pescado em Goiás

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Segundo o gerente geral do Fri-goind Frigorífico Goiás Industrial, localizado em Itauçu, Carlos Almei-da, o mercado goiano está aquecido e falta produto para o consumo, es-pecialmente de tilápia. Ele conta que possui estrutura para processar duas mil tilápias por dia, mas há baixa oferta. Ele calcula que 22 produto-res da região fornecem, constante-mente, pescado para o frigorífico de peixe. “Falta produto. Este é um nú-mero baixo considerando o universo de possibilidades que Goiás possui”, diz.

Ele afirma municípios em regiões com bacias hidrográficas como a da Serra da Mesa, São Simão e Itum-biara, subaproveitam as condições ambientais. Entretanto, o presidente da comissão de aquicultura da Faeg, Luiz Humberto Ribeiro, lembra que são lentas as liberações de licenças ambientais necessárias para a explo-

ração da atividade. “Temos também entraves no transporte, regulamenta-ção sanitária estadual, preço garan-tido no mercado e o uso das águas públicas para tanques de rede”, diz.

Embora os números de produ-tores e da produção em Goiás não sejam precisos, Luiz Humberto ar-gumenta que mais de 40 municípios participam das reuniões articuladas pela comissão de aquicultura da Faeg. O produtor rural de Gouve-

lândia, Luiz Gonzaga Vieira, alugou uma área para a implantação de 500 tanques no município. Ele destaca que a causa dos principais proble-mas da pouca produção na região está diretamente relacionada à lo-gística deficitária para o transporte de pescado e falta de mão de obra qualificada. Em Gouvelândia existe cerca de mil tanques para pescados. Destes, quase a totalidade é destina-da para a produção de tilápia.

Mercado aquecido, mas falta produto

Carlos Almeida, acompanha de perto o trabalho de sua equipe. Ele reclama da falta de produto

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Com altos índices de acidez, território goiano exige

investimento em correção do solo

Leydiane Alves | [email protected]

Suplemento para as lavouras

CALCÁRIO

De Rio Verde, o produtor, Rodolfo Chavaglia, defende a utilização do calcário para corrigir acidez do solo

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Os solos do estado de Goiás são predominantemente áci-dos, o que limita o rendimen-

to da maioria das lavouras cultivadas. Essas terras possuem altos teores de elementos tóxicos às plantas, prin-cipalmente, alumínio e manganês, e baixos teores de nutrientes, especial-mente fósforo, potássio, cálcio e mag-nésio. Nesta condição, a utilização de calcário para corrigir a acidez do solo é fundamental para a produção agrí-cola.

Segundo o engenheiro agrônomo, André Luis Zorzi, quanto menor for o pH do solo, ou seja, quanto maior a acidez, menor será o aproveita-mento dos principais nutrientes das plantas, que são aplicados pelo pro-dutor quando aduba a sua lavoura. Daí a necessidade de se realizar a calagem, ou correção do solo, para garantir uma produtividade e o lucro esperado. “Quando um produtor se dispõe a usar o calcário, ele aumenta a mineralização da matéria orgânica, aumenta a atividade microbiana e a liberação de nutrientes. Além de me-lhorar a eficiência dos fertilizantes e cooperar para a fixação biológica do nitrogênio no caso da soja”, explica.

André destaca que a adubação só deve ser feita a partir da análise de solo. “Esse é o primeiro passo, de-pois continua com a calagem, que é finalizada com a aplicação do adu-bo adequado.” O engenheiro explica que o calcário deve ser espalhado o mais uniformemente possível, com adequada regulagem da distribuido-ra, que permita aplicação correta da dose necessária. “Outra informação é a incorporação do produto, que deve ser aplicado à maior profundi-

dade possível, de modo que permita o melhor contato do corretivo com as partículas do solo”, diz André.

Ele lembra que no caso de culturas anuais, recomenda-se aplicar meta-de da dose antes da aração e a outra metade após a aração, antes da grada-gem. “A frequência da aplicação vária conforme a extração das culturas, ao tipo de solo, a precipitação pluviomé-trica e o terreno deverá ser monitora-do por meio de análise de solo.”

O assessor técnico da CNA para a área de cereais, fibras e oleagino-sas, Leonardo Machado, ressalta que o calcário deve ser aplicado, prefe-rencialmente, até seis meses antes da semeadura ou plantio da cultura mais exigente, como as leguminosas, que são menos tolerantes à acidez, ou até três meses antes do plantio das demais culturas, para obter os efeitos benéficos da calagem no primeiro cultivo. “A calagem apresenta efei-to residual prolongado, sendo efeti-va por um período de três a quatro anos. A duração desse efeito depen-de, principalmente, da dose, tipo e manejo do solo, sistema de cultivo, culturas e condições climáticas.”

André lembra que o gesso agrícola também vem sendo utilizado no cer-rado como ferramenta de elevação de produtividade. “O gesso agrícola é um sal neutro, solúvel em água, que pene-tra no subsolo e reduz o efeito tóxico que o alumínio tem sobre as raízes, além de fornecer cálcio em profundi-dade, propiciando o maior crescimen-to radicular, e fornecer enxofre.”

Mas ele ressalta que a gessagem não substitui a calagem e sim a com-plementa. “Podemos afirmar que a construção de uma fertilidade de solo

para atingir altas produtividades de-pende do equilíbrio entre calagem, gessagem e uma posterior adubação equilibrada, em recomendações de acordo com a pesquisa desenvolvi-da.”

Análise Para o produtor, Rodolfo Chavaglia,

do município de Rio Verde, o primeiro

passo para começar a usar o calcário

nas culturas é contratar um bom pro-

fissional para fazer a análise do solo. E

para garantir uma boa resposta do es-

tudo, o produtor aconselha que além

da análise de solo, é preciso aplicar

também as técnicas da agricultura de

precisão na área plantada.

Rodolfo explica que após o estu-

do o produtor tem a ideia do que é

necessário fazer para a correção do

solo. “O calcário entra para corrigir

o alumínio tóxico no solo e ofere-

cer à planta o cálcio e o magnésio,

nutrientes essenciais para o desen-

volvimento da planta”, salienta. De

acordo com ele, em sua propriedade

a análise é feita uma vez ao ano em

determinadas culturas. Mas no caso

da cana-de-açúcar, por exemplo, essa

análise é feita a cada cinco anos ou

na renovação do canavieiro.

O produtor lembra que, em Goiás,

o uso do calcário é feito há 40 anos,

mas que, ultimamente, parte dos pro-

dutores tem deixado de usar o cor-

retivo. “Em determinadas áreas, os

produtores estão descuidando com

o uso da calagem no plantio direto.

É importante destacar que a falta do

cálcio e magnésio, e a presença do

alumínio tóxico, compromete drasti-

camente a produtividade.”

Fique sabendo: Os corretivos mais usados são de rochas calcárias moídas, compostas principalmente por

misturas dos minerais calcita, dolomita e magnesita, os quais são constituídos por carbonatos de cálcio e de

magnésio (calcário agrícola). Existe em alguns estados a disponibilidade de resíduos industriais de siderurgia, as

escórias de alto forno, cuja base é silicato de cálcio e de magnésio.

Abril / 2013 CAMPO | 29www.senargo.org.br

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os calcários podemser classificadosquanto à:

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Concentração de Óxido de Magnésio (MgO)

Calcítico - menos de 5%

Magnesiano - menos de 12?

Dolomítico - acima de 12%

Poder Relativo de Neutralização Tota

Entre 45,0% a 60,0%

Entre 60,1% a 75,0%

Entre 75,1% a 90,0%

Superior a 90,0%

Aumento da produtividade

Quando se fala em correção de solo, é possível associar a ação somen-te à lavoura. Mas, ao longo dos anos, alguns produtores vêm mostrando que essa não é a única opção. Como no caso de Gustavo Viana, pecuarista da área de corte, do município de In-diara. Ele conta que a propriedade que atualmente administra, faz o uso do calcário desde a década de 1980. “O calcário é um componente essencial a qualquer projeto pecuário que vise o aumento da produtividade. De fato, a aplicação de calcário com base em análises de solo, antecede todos os processos para se elevar a fertilidade do solo”, diz.

Ele defende que, ao longo dos anos, os produtores passaram a notar quedas na produtividade de suas pas-tagens, o que fica ainda mais evidente com o aumento de pragas, justamente devido ao enfraquecimento das pas-tagens. “Por meio da análise de solo, o produtor, com o auxílio de um pro-fissional, identifica a queda de fertili-dade, queda do pH e da saturação de bases. Para a renovação dessa área é necessária a reconstrução da fertili-dade, que é feita com a correção do solo”, analisa.

Viana acrescenta que o calcário não deve ser considerado apenas uma opção, e sim um fator essencial para que se alcance resultados positivos no processo de renovação ou intensifica-ção de pastagens. “Todas as áreas nas quais trabalhamos com lotações mais elevadas, ou seja, acima de três Unida-des Animal (UA) por hectare, fazemos o monitoramento anual por meio de análises de solo para aplicação de cal-cário e posterior adubação com nitro-gênio, fósforo e potássio”, conta.

O pecuarista orienta que o produ-tor deve sempre trabalhar sob a orien-tação de um profissional competente, seja ele um agrônomo ou zootecnista, pois a variação de textura e fertilida-de de diferentes solos é quase infini-ta. “Muitas vezes o profissional pode sugerir que as aplicações sejam em quantidade menor, mas em um perí-odo maior, ou vice versa. Onde uma quantidade elevada deverá ser aplica-da em uma única vez. Isto tudo depen-derá do planejamento com base nas características do solo e nos objetivos almejados”.

Sandro José Henkes, do muníci-pio de Rio Verde, também defende a análise de solo como ferramenta ideal

para uma boa correção. Para ele, as análises de solo são feitas por profis-sionais capacitados e respeitando a metodologia da Embrapa Cerrado. “A análise mostra quais as dosagens cer-tas que serão utilizadas.”

Segundo Sandro, a época da apli-cação do calcário é após a colheita da safrinha, nos meses de julho e agosto. Mas ele acredita que o uso do calcário no período da seca não convém, por conta da ventania que faz com a me-lhor parte do insumo seja levada pelo vento. Para ele, o ideal seria utilizar o calcário após a colheita dos grãos e antes do plantio da safrinha. “Mas a dificuldade que enfrentaríamos é a alta umidade do solo, além da falta de mão de obra. O que resultaria em perda de tempo para o plantio da sa-frinha.”

O produtor de Rio Verde, Sandro Henkes, defende análise do solo para um melhor aproveitamento da correção do terreno

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Projeto estruturante começa a ser desenhando

Leydiane Alves | [email protected]

Parceria com governo

Criação de um projeto estru-turante, com foco no seguro rural, assistência técnica e

extensão rural, formação profissional e acesso a mercados e promoção de produtos agropecuários foram os tó-picos de um acordo firmado entre o governo Estado e a Faeg, no último dia 12.

A intenção da entidade é criar um fundo que possa gerir ações voltadas à agropecuária e sanar os gargalos do se-tor. “Apoiamos a criação desse projeto. Sem dúvidas a Faeg soube apresentar uma proposta ampla, que atende de for-ma correta às necessidades dos produ-tores. Queremos sim que essa parceria dê certo”, disse o governador do Esta-do Marconi Perillo. Ele acrescentou que esse fundo deve ser gerido aos moldes do Fundepec.

O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, relatou quais os motivos que fizera com que a Federação obser-vasse a necessidade da criação desse projeto estruturante. Para José Mário,

o Estado está à beira de um apagão de mão de obra para o campo e é preciso ampliar e intensificar a formação de mão de obra qualificada.

EstudoA Faeg apresentou um estudo em

três temas, infraestrutura e logística; segurança e política agrícola. O presi-dente do Sindicato Rural de Chapadão do Céu, Antônio Roque, apresentou os gargalos na área da infraestrutura. Se-gundo ele é necessário acelerar a exe-cução do Programa Rodovida, planejar as próximas ações para solucionar os gargalos da logística com base no es-tudo da macrologística e criar um pro-grama de recuperação e manutenção das estradas vicinais, com patrulhas para apoio às prefeituras, via consór-cios intermunicipais, cogeridas pelos sindicatos rurais.

Rogério de Oliveira, presidente do Sindicato Rural de Itumbiara, falou do segundo tópico. De acordo com Rogé-rio, a sociedade vive com sentimento

de insegurança, devido à deficiência

de estrutura, pessoal e equipamentos

das polícias militar e civil.

Pensando na melhoria da política

agrícola, o presidente do Sindicato

Rural de Leopoldo de Bulhões, Carlos

Antônio Borges, destacou que é pre-

ciso, imediatamente, a aprovação do

Código Florestal Estadual. Ele acres-

centa viável a criação de um grupo

permanente para discutir as questões

fiscais, tributárias e ambientais que

envolvem o setor, a isenção de ICMS e

redução das taxas sobre produtos, in-

sumos equipamentos agropecuários.

“Achamos válido também a divulga-

ção do potencial produtivo e marke-

ting com apoio às exposições e festas

agropecuárias e estimular e incentivar

a interiorização da agroindustrializa-

ção aproveitando o potencial de cada

região”, diz. Presidentes de 53 Sindi-

catos Rurais participaram da audiên-

cia, além dos prefeitos de municípios

goianos.

INFRAESTRUTURA

Gutié

risso

n Az

idon

Governador de Goiás recebe das mãos dos produtores rurais ofícios e reivindicações relacionadas a gargalos no setor

Abril / 2013 CAMPO | 31www.senargo.org.br

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DELÍCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES500 gramas de filé de merluza ou outro peixe sem espinho;04 tomates sem de pele e sementes;02 batatas cortadas em cubos e pré-cozidas;01 xícara de azeitonas fatiadas;01 cebola média ralada;02 dentes de alho amassados;03 pimentas Bodes fatiadas bem miúdas;01 colher (café) de pimenta do reino moída;01 xícara (chá) de cheiro verde;01 lata de ervilha (pequena);02 colheres (sopa) de extrato de tomate;03 colheres (sopa) de leite de coco (opcional);02 colheres (sopa) de óleo.

MODO DE PREPAROCozinhe as batatas em cubos junto com os filés de merluza, por oito minutos. Escorra o caldo e reserve. Separe as bata-tas e desfie os filés.Feito isso, coloque o óleo em uma panela e leve ao fogo, junte o alho, a cebola e refogue bem. Coloque o peixe e và acrescentado os demais ingredientes, Coloque o caldo, acer-te o sal. Reserve o molho.

MASSA DA EMPADA:INGREDIENTES03 ovos;½ xícara de óleo;03 xícaras de leite;02 xícaras de farinha de trigo;04 colheres (sopa) de queijo ralado01 colher (café) de sal;01 colher (sopa rasa) de açúcar;01 colher (sopa) de fermento em pó.

MODO DE PREPAROBata todos os ingredientes no liquidificador, colo-que uma colher da massa na forminha de empada, coloque o recheio e outra colher de massa, leve ao forno para assar.

Leila

Del

fina

Mac

hado

Receita elaborada pela educadora de Cozinha Rural do Senar Goiás, Leila Delfina Machado

empadas de peixe

Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

32 | CAMPO Abril / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Page 33: 2013 04 abril

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Page 34: 2013 04 abril

Renda que vem do doce

CASO DE SUCESSOLa

rissa

Mel

lo

Aos 49 anos, a produtora de doces de Paraúna, Itanídia Lemes, conseguiu montar o próprio negócio

34 | CAMPO Janeiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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Produtora conseguiu se tornar dona do próprio negócio e dobrar seus lucros

Leydiane Alves | [email protected]

Laris

sa M

ello

Basta dar uma volta nas ruas do munícipio de Paraúna e per-guntar aos vizinhos e comer-

ciantes, todos sabem quem é Itanídia Lemes Nogueira, ou, simplesmente ,conhecida como a famosa tia do doce. Todo esse reconhecimento é recente, há dois anos. Porém, muito gratifican-te para a produtora. Ela, que trabalhou a vida inteira como doméstica, conta que hoje é dona do próprio negócio.

Para Itanídia conseguir tamanha fama foi preciso se especializar na pro-dução artesanal de doces. O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) e o Sindicato Rural de Paraúna foram peças responsáveis pela conquis-ta, mais, precisamente, o curso de pro-dução caseira de alimentos, vegetais e doces, Itanídia, que tem 49 anos, sem-pre teve o sonho de ter o próprio negó-cio. Mas foi o apoio da filha, Gleicimar Lemes Carlos, de 29 anos, que fez com que a vontade se tornasse real.

Ela lembra que fez o curso do Se-nar em 2009, mas somente dois anos depois, em 2011, começou a produzir os próprios doces. “Minha filha sem-pre falava para eu me arriscar e tentar levar o sonho adiante. Pensei muito e decidi que estava na hora de começar a dar os primeiros passos, ela foi fun-damental nessa decisão.”

No início, Itanídia percebeu que essa era a melhor escolha a ser feita. O negócio começou a fluir e ela, que ven-dia somente na porta de casa, passou a comercializar os produtos na princi-pal feira do município. “Quando vi o lucro das vendas, mal podia acreditar que o negócio daria tão certo.” Tra-balhando na casa do outros, Itanídia conta que ganhava por mês R$ 350. Com os doces ela ganha até mais de R$ 600. “Quando eu vendo pouco na

feirinha, eu consigo tirar R$ 100 por semana, sem falar do que eu consigo vendendo em casa diariamente.”

Itanídia acrescenta que, sem dúvi-das, trabalhar por conta própria é mui-to gratificante. “Eu trabalho menos do que quando era doméstica, não tenho patrão, tiro mais dinheiro e faço uma coisa que eu gosto”, destaca. Mas ela lembra que o começo não foi fácil. “No início eu não tinha nada, até as panelas eram emprestadas”, conta. Hoje, com o lucro obtido, a doceira investiu no negócio e além dos tachos de cobre, ela também tem um fogão industrial, presente da sua filha e sócia Gleicimar.

Ela produz doces de frutas em geral, entre os mais pedidos estão o de mamão, abóbora, figo e abacaxi, e até doces diets entram na lista. A conquista da clientela foi tão grande, que, atualmente, os doces de Itanídia fazem sucesso até no exterior. “Tenho

clientes aqui de Paraúna que sempre levam os doces para a Espanha e Es-tados Unidos.” Ao todo, ela produz de oito a dez quilos de doces por semana.

Com tamanha fama, a tia do doce conta que recebeu diversos convites de clientes de munícipios próximos a Paraú-na que insistem que a doceira leve suas iguarias para suas terras. “As pessoas sempre me procuram para que eu reven-da meu produto em outras cidades. O que me impede de dar esse grande pas-so, e a falta de um meio de transporte.”

Empecilho que ela considera tem-porário. “Meus próximos planos é con-seguir atender esses clientes de fora. Vamos trabalhar duro para conseguir mais essa conquista.” Ela acrescenta que é preciso traçar um objetivo e ir em busca dele. “Eu mostrei para mui-tas pessoas que temos que ter fé em nossas metas, dessa maneira, conse-guimos realizar nossos sonhos”, diz.

Doceira contabiliza os lucros após treinamento do Senar Goiás

Janeiro / 2013 CAMPO | 35www.senargo.org.br

Page 36: 2013 04 abril

CURSOS E TREINAMENTOS

Abacaxi em Goiásrhudy Crysthian | [email protected]

eM MArÇO, O senAr PrOMOVeU

398 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 101 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

5.845PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

46 164 11 9 8 114 46 36 5 2 12 42 4

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação

para

consumo

Shutt

er

36 | CAMPO Janeiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

Page 37: 2013 04 abril

Segundo dados do IBGE, Goiás colheu no ano passado 102 milhões de frutos do abacaxi. No Estado, a maior região produtora está em Ja-

raguá, Centro goiano, que cultiva 1,8 mil hectar do fruto. A média de produtividade gira em torno de 25 mil frutos por hectare. O abacaxi pérola, o mais cultivado em Goiás, é também o mais vendido. A fruta maior é vendida de R$ 2 a R$ 2,50 a peça. Já o médio sai por R$ 1,60.

Em Goiás, a colheita terminou em fevereiro, mas para quem tem pivôs de irrigação, a colheita dura o ano todo. A mão de obra é quase toda familiar. Para auxiliar essas famílias, o Senar Goiás oferece um treinamento de aperfeiçoamento para desenvolver a padronização e classificação do abacaxi. O treina-mento oferece ainda medidas de preparo do solo, plantio de mudas, tratos culturais e comercialização.

A carga horária é de 24 horas com turmas de 16 pessoas por grupo.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município

eM MArÇO, O senAr PrOMOVeU

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TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

46 164 11 9 8 114 46 36 5 2 12 42 4

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

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Na área de

aquicultura

Na área de

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Em atividades

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prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação

para

consumo

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CAMPO ABERTO

O preço do leite pode so-frer variações durante o ano devido a diversos fatores, tais como: políticas econômicas (câmbio, juros, crédito, polí-tica comercial), sazonalidade da produção leiteira, qualidade do leite, hábitos de consumo e demanda do consumidor, aspectos sanitários, balança comercial do produto e seus derivados, relação entre com-pradores e vendedores, con-corrência entre as indústrias. A interferência de um ou outro fator, ou mesmo, a conjunção de vários desses aspectos pode afetar para cima ou para baixo os preços do leite.

Neste momento, a oferta restrita, os preços internos de derivados no atacado e no va-rejo estáveis, importações os preços internacionais e o mer-cado consumidor em alta sina-lizam recuperação de preços aos produtores goianos. Esse é o cenário atual da atividade lei-teira em Goiás e em toda região Centro-Sudeste.

Segundo análise do com-portamento da produção de

leite, tendo como base o levan-tamento realizado pela FAEG em 22 cooperativas de leite, em Goiás, no primeiro bimes-tre deste ano, a produção de leite recuou 4,3% em relação ao mesmo período do ano pas-sado. Se considerarmos que há uma tendência de aumento do consumo em função da eleva-ção da renda, fica evidente que o mercado está ajustado entre oferta e demanda de leite.

A restrição de oferta neste início de ano, não foi causada, especificamente, por questões climáticas, mas em função da queda de rentabilidade do pro-dutor provocada por custos elevados e por preços que não acompanharam essa realidade no ano passado. Essa receita menor em 2012 fez com que os produtores reduzissem os investimentos na atividade, o que resulta agora em menor produção.

Cenários internacionais também influenciam no mer-cado aqui no Brasil. A redução da produção nos principais pa-íses exportadores ocasionados

por fatores climáticos, fez com que os preços internacionais se elevassem. É o caso do leite em pó integral que alcançou a mar-ca de US$ 5.200/tonelada em abril/2013, contra US$ 2.700/to-nelada em outubro/2012. Toda essa conjugação de fatores está contribuindo para a recupera-ção dos preços aos produtores goianos. Hoje, o litro do leite varia de R$ 0,75 a mais de R$ 1,05 levando-se em considera-ção produtores individuais.

Qual o cenário pra frente? Dada a situação atual, ainda há espaços para recuperação de preços ao produtor. No en-tanto, mesmo diante de cenário tão favorável é necessário que o produtor continue fazendo a sua parte. Para aproveitar o bom momento da atividade, com preços em recuperação e custos em queda, é preciso atenção ao gerenciamento do negócio, investir no aumento da eficiência e da produtivida-de, racionalizar custos de pro-dução e ficar sempre atendo ao comportamento das variáveis de mercado.

Oferta restrita recupera preços do leite ao produtor

edson Alves novaes

é economista e

Gerente de Estudos

Técnicos e Econô-

micos da Federação

da Agricultura e

Pecuária de Goiás

(FAEG).

Carlo

s Cos

ta

Pedro Arantes | [email protected]

38 | CAMPO Abril / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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