2014 02 fevereiro

40
Ano XIII | 224 | Fevereiro 2014 ISSN 2178-5781 Seca histórica Prejuízos em Goiás chegam a 100% em algumas lavouras e ultrapassa 2 bilhões de reais Equoterapia Projeto do Senar Goiás começa a ser nacionalizado Integração Lavoura-pecuária Satisfeitos, produtores goianos apostam na associação de plantio e criação de animais

description

http://sistemafaeg.com.br/images/revista-campo/pdfs/2014-02-fevereiro.pdf

Transcript of 2014 02 fevereiro

Page 1: 2014 02 fevereiro

Ano XIII | 224 | Fevereiro 2014

ISSN

217

8-57

81

Seca históricaPrejuízos em Goiás chegam a 100% em algumas lavouras

e ultrapassa 2 bilhões de reais

EquoterapiaEquoterapiaProjeto do Senar

Goiás começa a ser nacionalizado

Integração Lavoura-pecuária

Equoterapia

Lavoura-pecuária Satisfeitos, produtores goianos

apostam na associação de plantio e criação de animais

Page 2: 2014 02 fevereiro

Quem tem seu próprio negócio é um especialista. Mas para começar ou melhorar a sua empresa, até um especialista precisa de especialistas em pequenos negócios. Vai empreender? Vai ampliar? Vai inovar? Conte com o Sebrae.

Educação Empreendedora Consultoria Gestão Inovação Resultados

Como vai? Somos o Sebrae.Especialistas em pequenos negócios.

> Baixe o aplicativo do Sebrae na App Storeou na Play Store.

Page 3: 2014 02 fevereiro

PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo.

Editora: Catherine Moraes (0002885/GO)

Reportagem: Catherine Moraes, Gilmara Roberto e

Michelle Rabelo

Fotografia: Larissa Melo, Mendel Cortizo

e Fredox Carvalho

Revisão: Catherine Moraes

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Amazonas Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro, Antônio Flávio Camilo

de Lima.

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira,

Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da

Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo,

Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira

dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da

Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta

Filho, Henrique Marques de Almeida.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio

Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar

Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo

Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e

Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio

do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander,

Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia

Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa

FAEG - SENAR

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

Site: www.sistemafaeg.com.br

E-mail: [email protected]

Fone: (62) 3412-2700 e Fax: (62) 3412-2702

Site: www.senargo.org.br

E-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2114 – (62) 3096-2115 – (62) 3096-2226.

Quem tem seu próprio negócio é um especialista. Mas para começar ou melhorar a sua empresa, até um especialista precisa de especialistas em pequenos negócios. Vai empreender? Vai ampliar? Vai inovar? Conte com o Sebrae.

Educação Empreendedora Consultoria Gestão Inovação Resultados

Como vai? Somos o Sebrae.Especialistas em pequenos negócios.

> Baixe o aplicativo do Sebrae na App Storeou na Play Store.

O início do ano de 2014 foi marcado por grandes preo-cupações que assolaram os produtores do Estado de Goiás. Os índices de chuva, que se mantiveram abai-

xo das médias esperadas para o período, ocasionaram perdas significativas na produção. Nossas estimativas indicam que os prejuízos reduzirão o total da produção em cerca de 25%, o que resulta em aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de soja a menos. Os prejuízos financeiros estimados são de cerca de R$ 2 bilhões. E se os impactos são extravagantes para a economia do Estado, da porteira para dentro os problemas são ainda mais desoladores.

Produtores em todo o Estado estão amargando enormes prejuízos e, em muitos casos, tendo que recorrer à renegocia-ção de contratos e dívidas. Os que contrataram o seguro rural, sofrem com problemas nos serviços prestados pelas segura-doras, com atrasos nas vistorias de técnicos e as modalidades que só cobrem os prejuízos sobre o dinheiro investido, e não sobre a renda esperada. O modelo de seguro rural brasileiro precisa evoluir de modo a atender o produtor que, obviamen-te, tem um custo pelo seu trabalho e espera poder trabalhar com mais segurança financeira.

Enquanto esperamos os resultados consolidados da maior seca entre os meses de dezembro e fevereiro dos últimos dez anos, colocamos nossas esperanças na safrinha. Nossa pers-pectiva é que, mesmo atrasada por causa da seca e o excesso de chuva nos últimas dias, a segunda safra renda mais de 5 milhões de toneladas de grãos e colabore na consolidação de nosso estado com um gigante na produção brasileira.

Avanços tecnológicos não

suprem apagão

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

Page 4: 2014 02 fevereiro

PAINEL CENTRAL

Integração Lavoura-pecuáriaProjeto otimiza resultados e reduz impactos no solo

20Balde Cheio de bons resultados

O que muda quando o produtor rural busca orientação jurídica

Dia de Campo em Piranhas apresenta fazenda do produtor José Moreira, que conseguiu aperfeiçoar a produção do leite

Contra a Mosca Branca Datas do vazio sanitário do feijão são defi nidas em Goiás e municípios terão que fi car sem plantar o grão durante 30 dias

18

Cristi

ano

Bor

ges

Seba

sti ã

o Ar

aújo

(Em

brap

a Ar

roz e

Fei

jão)

Laris

sa M

elo

Prosa

O advogado Leandro Marmo comenta a importância da legislação no âmbito do agronegócio e de um produtor cada vez mais inteirado

8

Caso de Sucesso

Depois que mãe realizou um curso de Produção Caseira de Alimentos, Alex Praxedes sustenta a família vendendo lácteos

34

14

4 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Capt

ure

Stud

ios

Page 5: 2014 02 fevereiro

Todo o Estado foi impactado pela falta de chuva que comprometeu 100% de algumas lavourasFoto: Larissa Melo

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

Soja, milho e sorgo: mesmo com a volta das chuvas, produtores sofrem consequências da seca e prejuízo estimado está na casa dos 2 bilhões

Falta de chuva 22

Laris

sa M

elo

Men

del C

ortiz

o

Projeto nacionalizado Técnicos do Senar Minas conhecem Centros de Equoterapia em Goiás

28

Fevereiro / 2014 CAMPO | 5www.senargo.org.br

Page 6: 2014 02 fevereiro

AGENDA RURAL

18/02 a 28/03 22/02

Capacitação Agrinho 2014

Local: Vivence Hotel - Goiânia

Informações: (62) 3412-2733 – Senar Goiás

Dia de Campo – Fazenda de Precisão

Hora: 8h30

Local: Fazenda Maringá – Cristalina

Informações: (61) 3612- 3477 – Brava Produtos Agrícolas

Data: 24 de fevereiroHora: 8h

Local: Bruxelas, BélgicaInformações: (61) 2109-1400 - CNA

6 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 7: 2014 02 fevereiro

FIQUE SABENDO

Presidente da Faeg é patrono de turma de Medicina Veterinária

REGISTRO

José Mario Schreiner, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), participou, como patrono, da formatura da turma 2013/2 de Me-dicina Veterinária da Faculdade Anhan-guera, em Anápolis. A graduação foi oficializada no dia 11 de fevereiro para cerca de 150 novos profissionais.

José Mário parabenizou os for-mandos e reiterou a importância da capacitação profissional para os jovens. “Fiquei muito honrado em receber o convite e espero que cada

um destes formandos se torne um grande profissional, com força para atuar na profissão e alçar voos ainda maiores. Meus agradecimentos tam-bém à Faculdade Anhanguera. Sai-bam que este é apenas o início de um novo ciclo”, incentivou o presidente.

O evento foi realizado no Stillus Hall, em Anápolis, e contou ainda com a presença do presidente do Conselho Regional de Medicina Ve-terinária do Estado de Goiás, Bene-dito Dias de Oliveira Filho.

Laris

sa M

elo

ARMAZÉM

A Associação Brasileira de Produtores de Algodão lançou o livro “A Cadeia do Algodão Brasi-leiro: Safra 2012/2013 – Desafios e Estratégias” com o objetivo de apresentar os números da produ-ção da cotonicultura nos últimos dois anos. A publicação apresenta um mapeamento e quantificação da cadeia produtiva, além das perspectivas para a produção de algodão no país. O livro traz ain-da inúmeros gráficos, tabelas e imagens para ilustrar os resulta-dos da cotonicultura brasileira.

Men

del C

orti z

o

Algodão em números

PESQUISA

Contaminação de peixes por herbicidasO Instituto Biológico da Agência

Paulista de Tecnologia do Agronegó-cio (IB/APTA) realiza pesquisas para investigar os impactos da aplicação dos herbicidas ametrina e diuron em peixes. A mistura dos herbicidas é lar-gamente utilizada para eliminar plan-tas daninhas de culturas como a cana--de-açucar, mesmo sendo proibida por lei. Pulverizados juntos, os herbicidas podem atingir os cursos d’água e pe-netrar o solo até os lençóis freáticos e, por consequência, contaminar peixes.

O estudo avaliou os efeitos da mistura nos peixes tilápia e paulisti-nha, também conhecido como peixe-

-zebra. Os resultados apontam que, juntos, os herbicidas chegam a ser quatro vezes mais tóxicos para os peixes do que quando expostos aos componentes de forma isolada. A avaliação de toxidade foi observada a partir dos níveis de mortalidade, mas também dificuldade de natação, alimentação, reprodução e fuga à pre-dação, que podem comprometer a sobrevivência das espécies.

Para evitar prejuízos ambientais, os pesqui-sadores alertam aos produtores a seguir as especificações

de aplicação dos produtores, incluindo dosagem e mistura, e as orientações de especialistas da área.

A próxima etapa da pesquisa será verificar se os herbicidas são absorvidos pela musculatura do pei-xe e, consequentemente, se a inges-tão da carne representa risco à saú-de humana.

Shutt

er

dação, que podem comprometer a sobrevivência das espécies.

Para evitar prejuízos ambientais, os pesqui-sadores alertam aos

Shutt

er

Fevereiro / 2014 CAMPO | 7www.senargo.org.br

Page 8: 2014 02 fevereiro

PROSA RURAL

Cristi

ano

Borg

es

A falta de chuva

pegou muitos

produtores de

surpresa e deixou outros em

situação financeira delicada.

A conjuntura trouxe à

tona uma questão muito

discutida entre juristas:

a importância de um

produtor – independente

do porte – ser inteirado

das leis que têm relação

com o agronegócio e estar

disposto a fazer valer seus

direitos com a ajuda de um

especialista na área. Para o

advogado Leandro Marmo

Carneiro, uma orientação

jurídica adequada faz

toda a diferença na hora

de colher os frutos e

resolver impasses rurais.

Em entrevista à Revista

Campo, Marmo ratificou

o valor da participação

ativa por parte do produtor

e falou sobre questões

como o seguro e o crédito

rural, a relação patrão/

empregado no campo e

as constantes quedas de

energia que prejudicam o

setor agropecuário.

Revista Campo: Você acredita que o

número de produtores que está por

dentro dos projetos, políticas públicas

e legislação rural ainda é pequeno?

Leandro Marmo Carneiro : Sim. Te-

mos atualmente excelentes projetos e

leis que visam beneficiar e fortalecer

os produtores rurais, como o Programa

Nacional de Fortalecimento da Agricul-

tura Familiar, o Programa Nacional de

Crédito Fundiário e resoluções do Con-

selho Monetário Nacional. Contudo,

quanto menor a capacidade econômica

do produtor, menor é seu nível de co-

nhecimento em relação aos programas

existentes e aos seus direitos.

Revista Campo: Um dos principais

problemas enfrentados atualmente

foi a seca, que atingiu Goiás desde

o dia 15 de dezembro e prejudicou

plantações e criações, devastou mui-

tas lavouras. O que o produtor segu-

rado precisa fazer para ser ressarci-

do e diminuir a perda?

Leandro Marmo Carneiro : O pro-

dutor que contratou o seguro agrícola,

antes do plantio, deve avisar a segu-

radora até 15 dias antes do início da

colheita para que ela possa enviar um

técnico à lavoura e elaborar um lau-

do dizendo se está havendo prejuízo,

mensurá-lo e dizer o que está causan-

do-o. Se o produtor não informar a

seguradora antes da colheita, ela não

poderá fazer a análise e poderá se

negar a indenizar o produtor. Atual-

mente, devido a grande quantidade de

pedidos em Goiás, as seguradoras não

estão conseguindo atender a todos an-

tes da colheita, portanto, o ideal é que

o produtor realize o aviso por escrito.

Revista Campo: A estiagem serviu

de lição para produtores goianos que

optaram por não fazer o seguro ru-

ral. Quais medidas devem ser toma-

das na hora de contratar um seguro?

O seguro no país é eficiente?

Leandro Marmo Carneiro : O ide-

al é que o produtor consulte seu ad-

vogado e agrônomo. O primeiro para

8 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 9: 2014 02 fevereiro

LEANDRO MARMO CARNEIRO

é advogado

O valor da orientação jurídica para quem investe

no agronegócioMichelle Rabelo | [email protected]

lhe esclarecer de forma clara quais são

os direitos e obrigações em relação ao

seguro e o segundo para lhe auxiliar

a identificar o seguro que melhor se

adeque a sua realidade. O seguro rural

no Brasil necessita evoluir muito, eis

que se encontra ainda em fase embrio-

nária quando comparado, por exem-

plo, aos Estados Unidos, onde quase

100% das lavouras são seguradas.

Revista Campo: Outro ponto que

causa sempre prejuízo grande a produ-

tores goianos são as constantes quedas

de energia, cada vez mais comum não

só na cidade, mas também na zona

rural. Quais são os direitos dos pro-

dutores prejudicados pelos chamados

apagões e como solicitar indenização?

Leandro Marmo Carneiro : Nestes

casos, os produtores rurais têm direi-

to a serem indenizados pelos prejuízos

decorrentes da queda de energia, que

podem provocar a perda de produtos

armazenados em resfriadores, morte

de animais, queima de aparelhos, entre

outros. Deve ser feito um pedido admi-

nistrativo à CELG e, a partir desta data,

ela tem 10 dias para realizar a vistoria

e mais 15 dias para informar o resulta-

do ao produtor. Caso a solicitação seja

aprovada, a CELG tem o prazo de 20

dias para ressarcir o prejuízo ou provi-

denciar o conserto, ou ainda substituir

o aparelho danificado caso necessário.

Revista Campo: Diante dos preju-

ízos – causados ainda por pragas e

doenças - alguns produtores não con-

seguiram pagar os empréstimos fei-

tos para impulsionar os negócios. As

instituições financeiras podem pror-

rogar os prazos dos pagamentos?

Como o produtor deve proceder?

Leandro Marmo Carneiro : Se-

gundo o Manual do Crédito Rural,

editado pelo Conselho Monetário

Nacional, todas as instituições finan-

ceiras que liberam financiamentos

para operações de crédito rural são

obrigadas a prorrogar as datas de pa-

gamentos desses empréstimos se o

produtor realizar pedido administra-

tivo ao Banco, através da sua agência,

e comprovar que teve perdas expres-

sivas em sua produtividade. Sendo

autorizada a prorrogação, deverão ser

mantidos os mesmos encargos finan-

ceiros, como as taxas de juros.

Revista Campo: Como funciona a libe-

ração de garantias reais, quando exces-

sivas, nas operações de crédito rural?

Leandro Marmo Carneiro : É direito

dos produtores rurais com empréstimos

em instituições financeiras pedir a revi-

são de garantias e a redução quando ex-

cessivas. O caso mais comum que temos

é de produtores rurais com dívidas alon-

gadas pelo PESA e securitizadas, em

que grande parte da dívida já foi paga,

o imóvel dado em hipoteca valorizou e

possui valor muito maior que a dívida,

mas o produtor não consegue o cance-

lamento ou redução da hipoteca porque

existem inúmeras parcelas da dívida a

serem pagas, que levaram ainda anos

para serem quitadas.

Fevereiro / 2014 CAMPO | 9www.senargo.org.br

Page 10: 2014 02 fevereiro

MERCADO E PRODUTO

Ao longo de 2013, o mercado interno do milho apresentou uma grande instabilidade de preços. Fatores

como o baixo nível inicial dos estoques pressionaram os preços para cima, que vol-taram a cair expressivamente com o início da colheita da grande safra do segundo plantio. Já no segundo semestre, os preços voltam a subir diante dos riscos de perda da safra nos Estados Unidos.

No Brasil e em Goiás, o início da colheita da segunda safra de milho apresentou uma produção aproximadamente 21% maior que a primeira. Isso provocou um recuo nos preços a níveis abaixo do mínimo de garantia do Governo, que é de R$ 17,43 o saco de 60 kg, no final de junho e início de julho. Nesse momento, por solicitação da Faeg, tiveram início leilões de bonificação de preço pelo Governo. Foram realizados três leilões, sendo que os dois primeiros apresentaram baixo nível de interesse. A partir daí, os preços foram recuperados im-pulsionados por três fatores: as perdas na safra de milho dos Estados Unidos, que não foram muito acentuadas, mas influíram nos preços externos; o nível de capitalização do produtor rural brasileiro, que não pressio-nou o mercado com muita oferta; e o volu-me de exportação do país.

O mercado contabilizava uma exporta-ção em torno de 17 milhões de toneladas, o que resultaria num estoque de passagem de aproximadamente 16 milhões de toneladas no final da safra e pressão baixista de pre-ços. Porém, o milho alcançou a sétima posi-ção no valor total das exportações brasileiras graças às mudanças no câmbio, ao apoio do

governo com os leilões de bônus, à melhora na demanda externa (tanto que, só no mês de novembro, foram embarcadas 3,9 milhões de toneladas de milho), e ao acumulado no ano, que chegou a 26,6 milhões de toneladas, batendo um novo recorde de exportação.

Apesar de um pequeno acréscimo no valor final da safra, que atingiu 81 milhões de toneladas, a expressiva exportação levou o estoque final a cair para 9,2 milhões de toneladas, que representa cerca de 16% do consumo, volume baste equilibrado para não pressionar os preços para abaixo da média histórica.

Embora Goiás tenha diminuído o volu-me exportado em comparação ao ano an-terior, o Estado não vem sofrendo pressão de oferta de MT, que foi o campeão de exportação, tanto pelo apoio do Governo Federal, com os leilões de bônus, como por compra direta das trades.

Diante destas condições, desde o mês de agosto, o mercado de milho em Goiás apresentou condições positivas de preços – embora não muito acentuados –, saindo do mínimo de garantia do Governo, como na primeira quinzena de julho, para uma mé-dia, no mês de janeiro, de R$21,00 o saco de 60kg. A partir de então, os preços apresen-taram uma tendência de estabilidade, mes-mo considerando que o primeiro mês do ano é o de menor nível de consumo interno. Este nível de preço é estimulador para o plantio da segunda safra, que já se tornou a prin-cipal safra de milho do país. Vale observar que neste inicio de fevereiro as condições climáticas não estão favorecendo o plantio da segunda safra.

Estabilidade dos preços do milho estimula plantio

da segunda safraPedro Arantes | [email protected]

Pedro Arantesé consultor técnico do Senar Goiás

Laris

sa M

elo

10 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 11: 2014 02 fevereiro
Page 12: 2014 02 fevereiro

AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

ITUMBIARA

CABECEIRAS

LUZIÂNIA

A cada 15 dias, o Sindicato Rural de Itumbiara realiza o “Café com o Presidente”. O projeto foi implantado pela nova diretoria, empossada em 5 de novembro e presidida por Rogério Santana de Araújo. O objetivo dos encontros é aproximar o produtor rural do sindicato. “Queremos que o sindicato seja a extensão da casa do produtor, um local em que ele se sinta à vontade para discutir suas necessidades, trocar experiências e opinar sobre as futuras ações da diretoria”. O encontro conta com o apoio de empresas parceiras do sindicato.

O presidente do Sindicato Rural de Cabeceiras, Arno Weis, e o diretor tesoureiro da entidade, Joaquim Cardoso, participaram da inauguração da nova sede da agência dos Correios do município no dia 11 de fevereiro. O evento também contou com a presença do diretor regional dos Correios, Antônio Tomas, o gerente do Banco do Brasil de Formosa, José de Oliveira Beltrão, e o vice-prefeito de Cabeceiras, Joaquim Machado, entre outras autoridades municipais.

No dia 17 de janeiro, o Sindicato Rural de Luziânia realizou a entrega de certificados de cursos do Senar Goiás realizado em Cidade Ocidental. Na ocasião, Jorge Meireles, vice-presidente da Central de Associações de Pequenos Produtores Rurais de Luziânia, foi homenageado pelo sindicato. Participaram da cerimônia a prefeita de Cidade Ocidental, Gisele Araújo e outras autoridades municipais. Foram realizados os Cursos de Administração Rural, Artesanato/Tramas, Trançados, Olericultura Básica e Orgânica, Manejo Racional de Bovinos de Corte para cerca de 100 participantes.

Café com o Presidente

Nova sede dos Correios

Certificação

CRISTALINA

Entre os dias 5 e 7 de fevereiro, o Sindicato Rural de Cristalina realizou o Treinamento de Produção Caseira de Alimentos/Leite no Assentamento Buriti das Gamelas, em parceira com o Senar Goiás. O curso foi realizado com número máximo de participantes e já há pré-inscritos em fila de espera para uma próxima turma. O diretor do sindicato, Daniel Sabino, compareceu ao encerramento da ação e destacou a importância da qualificação profissional para o produtor rural.

Leite: produção caseira de alimentos

Sind

icat

o Ru

ral d

e Cr

istal

ina

Sind

icat

o Ru

ral d

e Itu

mbi

ara

Sind

icat

o Ru

ral d

e Ca

bece

iras

Sind

icat

o Ru

ral d

e Lu

ziâni

a

12 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 13: 2014 02 fevereiro

ANÁPOLIS

No dia 11 de fevereiro, o Sindicato Rural de Anápolis realizou um café da manhã para parceiros e praticantes do Programa Equoterapia Carolina Ribeiro. O evento, realizado no parque de exposições da cidade, marcou o início dos trabalhos do programa no ano de 2014. Na ocasião, foram realizadas demonstrações práticas da equoterapia a autoridades do sindicato e do município.

Equoterapia

A Federação de Agricultura e Pecuária (Faeg) comunica com pesar o falecimento do diretor financeiro do Sindicato Rural de Piranhas, Wilmar Justino Duarte. Ele faleceu, aos 60 anos, na tarde do último dia 27 de fevereiro. Muito estimado pelos que o conheciam, Wilmar foi velado em casa e enterrado no cemitério da cidade. Antes, comunidades sindical, agropecuária e comerciária, além de amigos e familiares, participaram de uma missa na Matriz Santo Antônio.

NOTA DE FALECIMENTO

SERRANÓPOLIS

APORÉ

Em janeiro, José Alves de Carvalho Neto (Netinho) tomou posse da presidência do Sindicato Rural de Serranópolis ao lado na nova diretoria, que ficará à frente da entidade até janeiro de 2017. Antelmo Teixeira Alves representou o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, na cerimônia que reuniu ainda o prefeito da cidade, Sidney Pinheiro, o presidente dos sindicatos rurais de Caçu, Elson Feitas, entre outras autoridades. Entre os projetos da nova diretoria para esta administração estão a conclusão das obras do Parque de Exposições Agropecuárias e a realização de programas especiais da Faeg e do Senar Goiás.

Desde o início de janeiro, o Sindicato Rural de Aporé conta com nova diretoria presidida por Edil Yuiti Morissugui. A cerimônia de posse reuniu cerca de 60 pessoas no Auditório da Câmara Municipal de Vereadores do município. O gerente sindical da Faeg, Antelmo Teixeira Alves, compareceu ao evento representando o presidente da federação, José Mário Schreiner. Na ocasião, Morissugui, que foi reeleito, apresentou o relatório de atividades da última gestão. Entre os projetos desenvolvidos estão 90 cursos em parceria com o Senar Goiás e uma ação do Programa Campo Saúde, onde foram realizados cerca de 5.500 mil atendimentos de saúde e cidadania.

Posse

Nova diretoria

Sind

icat

o Ru

ral d

e Se

rran

ópol

is

Sind

icat

o Ru

ral d

e An

ápol

isSi

ndic

ato

Rura

l de

Apor

é

Sind

icat

o Ru

ral d

e An

ápol

is

Fevereiro / 2014 CAMPO | 13www.senargo.org.br

Page 14: 2014 02 fevereiro

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

Produtores associam produção de grãos à produção de carne e leite, otimizam resultados e reduzem impactos no solo

Gilmara Roberto | [email protected]

Mais para o produtor, mais para o Meio Ambiente

Integração regenera o solo, reduz a pressão pelo desmatamento e os riscos de contaminação da água. Di

vulg

ação

/Irr

ipla

n

Inicialmente utilizada como alter-nativa para a rotação de culturas, a Integração Lavoura-Pecuária (ILP)

vem figurado como importante técni-ca de produção sustentável do campo. No Centro-Oeste, o sistema substitui o cultivo de espécies como milho, soja, milheto e sorgo, pelas pastagens para criação de gado para recuperar áreas de produção de grãos. A integração tem se apresentado como um sistema que não só otimiza a produção, como melhora as condições do solo, reduz a pressão pelo desmatamento e os riscos de contaminação da água.

O modelo é utilizado por produ-

tores individuais ou em associação entre pecuaristas e agricultores. A utilização do sistema ILP começou a ser implantada no Centro-Oeste na década de 1990, quando produtores buscaram no manejo de gado uma opção rentável e segura para a rotação de culturas. No sistema ILP, se a pro-dução de grãos sofresse algum tipo de baixa, a produção do gado poder garantir uma condição mais confortá-vel ao produtor, e vice-versa.

Para o caso de, por exemplo, um produtor de soja optar por inserir o gado em área recém utilizada pela cultura, ela aproveita os resíduos de

adubações da lavoura no plantio da braquiária. Além disso, a forragem abundante melhora a qualidade da pastagem, o que acarreta na acelera-ção do ganho de peso do gado – que é bom mesmo em época de seca. Es-sas técnicas reduzem os custos da im-plantação da nova pastagem e aumen-tam a lucratividade da carne.

Enquanto ocupa a área no período da entressafra, o gado elimina ervas daninhas do solo e deposita matéria orgânica na terra. Isso gera benefícios químicos e físicos para fertilidade e estrutura do solo e reduz a necessida-de da aplicação de insumos ou agro-

14 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 15: 2014 02 fevereiro

Unidade demonstrativa usou a soja para recuperar área degradada por pastagem e triplicou capacidade de produção

Divu

lgaç

ão/I

rrip

lan

mos a 2,4 animais no mesmo espaço. Além disso, o gado apresentou ganho médio de 600 gramas por cabeça ao dia”, explica ao diretor comercial e técnico da Irriplan, Marcelo Braoios.

Ganhos ambientaisO plantio direto de grãos na palha é

uma das técnicas mais indicadas para implantação de lavoura após a retirada do gado ou da colheita da primeira sa-fra, que ocupou o solo na entressafra no sistema de Integração Lavoura-Pe-cuária. Após a secagem do capim, tem início o plantio do grão. O método con-trola a erosão, uma vez que diminui os impactos do escorrimento superficial de água e favorece a infiltração. Isso, por sua vez, reduz o assoreamento de córregos e rios e aumenta o volume de água dos lençóis freáticos.

Entre outros benefícios causados ao meio ambiente pela ILP, está ainda a diminuição dos risco de contamina-ção das águas por causa da redução

do uso de agrotóxicos. Num contexto socioambiental, a integração reduz a pressão pelo desmatamento na medi-da em que aumenta a produtividade agrícola e pecuária por território.

TecnologiasEspecialistas alertam que é im-

prescindível orientação técnica e uso da tecnologia adequada para implan-tação do sistema. “Não há restrição de tamanho de propriedade para im-plantação da IPL, mas é preciso que os produtores busquem orientações, especialmente se não possuir experi-ência numa das atividades”, alerta Jor-dana Sara, consultora técnica do Senar Goiás para a área de Meio Ambiente.

Sara esclarece que, por ser um sis-tema novo, é preciso ser implantado com o acompanhamento de um pro-fissional que irá orientar o produtor quanto ao preparo do solo e à época do manejo do gado e do plantio da cultura, por exemplo.

tóxicos o que, consequentemente, re-duz custos. Além disso, as pastagens reciclam os nutrientes e produzem palhas que podem ser utilizadas no plantio direto de grãos.

Em São Miguel do Araguaia, a Irriplan Comércio de Produtos Agro-pecuários realiza o segundo ciclo da integração da soja com o gado de cor-te em unidade demonstrativa do sis-tema. Na Fazenda São Dimas, onde a área estava degradada pela pastagem e uma cabeça de gado necessitava de dois hectares para criação, a produ-ção triplicou. “Do equivalente a meia cabeça de gado por hectare, passa-

Antes

Depois

Fevereiro / 2014 CAMPO | 15www.senargo.org.br

Page 16: 2014 02 fevereiro

PLANTIODIRETO

2

3

4

1

Vantagens da Integração Lavoura-Pecuária

Benefícios Ambientais:• Redução da incidência de erosões• Melhora da permeabilidade do solo, o que reduz o assoreamento de cursos d’água• Diminuição da pressão pelo desmatamento• Redução da aplicação de defensivos, o que diminui os riscos de contaminação de águas e solo• Aproveitamento do solo o ano todo, sem riscos de degradação

Esquema de representação do Sistema de Integração Lavoura e Pecuária que utiliza o plantio da safra de soja e safrinha de milho

2. Colheita de soja e Plantio de milho

4. Pastagem do gado

1. Plantio da soja na palha da pastagem

3. Colheita de milho e Plantio de braquiária

Benefícios para a produção:• Aumento do ganho de peso do gado, mesmo em época de seca• Eliminação de plantas daninhas para a lavoura, pelo gado• Deposição de matéria orgânica no solo• Aumento da oferta de grãos, carne e leite a custos menores

Benefícios para o produtor:• Diminuição dos custos de implantação da pastagem• Redução dos gastos com insumos• Estabilidade da renda

16 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 17: 2014 02 fevereiro

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta aumenta ganhos em até 10x

Plano ABC

Além de integrar a produção da lavoura com a pecuária, al-guns produtores têm associado a produção florestal às outras duas atividades. Na Integra-ção Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), é possível associar sis-temas produtivos de grãos, fi-bras, leite, carne a agroenergia.

De acordo com estudo da Fundação Banco do Brasil e Fun-dação Casa do Cerrado, enquan-to é possível manter, no máximo, uma cabeça de gado por hectare na criação extensiva, é possível manter de duas a três cabeças de gado por hectare no sistema ILPF. Enquanto o produtor ganha de R$ 150 a R$ 250 por hectare ao ano na criação do gado solto, no sistema de integração, o ga-nho pode ser de R$ 1.500 a R$ 2.500 por hectare ao ano.

Abílio Pacheco implantou o

sistema em sua propriedade no município de Cachoeira Doura-da. Ele explica que plantou soja e eucalipto simultaneamente numa área degradada. No ano seguinte, colheu os grãos e plan-tou milho e capim, para poste-rior pastagem de gado de corte. “A lavoura custeou quase inte-gralmente os gastos com a im-plantação do sistema. Agora, já consigo produzir mais arrobas por hectare”, comemora.

Além de oferecer vantagens à criação de gado, os sistema ILPF tem atendido à crescente demanda por energia sustentá-vel por meio do plantio e comer-cialização de madeira para fins de carvão e lenha. “A madeira é o que tem viabilizado a pecuária de corte, porque há muito mer-cado para o eucalipto”, ilustra Abílio Pacheco.

A sistema de Integração La-voura-Pecuária-Floresta é um dos componentes do Plano de Agri-cultura de Baixa Emissão de Car-bono (Plano ABC) desenvolvido pelo Governo Federal para redu-zir os índices de emissão de gases de efeito estufa (GEE). O projeto é uma política pública que detalha as ações do setor agropecuário em resposta às mudanças no cli-ma mundial. O Plano ABC indica ainda como o país pretende cum-prir o compromisso de redução da emissão de GEE assumidos na 15ª Conferência das Partes, reali-zada em Copenhague, na Dina-marca, no ano de 2009.

O plano foi estruturado em sete programas: Recuperação de Pastagens Degradadas; Integra-ção Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs); Sistema Plantio Direto (SPD); Fixação Biológica do Ni-trogênio (FBN); Florestas Planta-das; Tratamento de Dejetos Ani-mais; e Adaptação às Mudanças Climáticas. O projeto foi criado em 2011 e estima a redução en-tre 36,1% e 38,9% das emissões de gases projetadas para 2020, o que representa o equivalente a 1 bilhão de toneladas de gás carbô-nico a menos na atmosfera.

Esquema de representação do Sistema de Integração Lavoura e Pecuária que utiliza o plantio da safra de soja e safrinha de milho

Laris

sa M

elo

Page 18: 2014 02 fevereiro

FITOSSANIDADE

Proposta deve ser regulamentada já para próxima safra de verão

Michelle Rabelo | [email protected]

Produtores defi nem proposta de datas para o vazio sanitário do feijão em Goiás

Lavouras de feijão foram prejudicadas com a praga Mosca Branca (Bemisia tabaci), vetor do vírus do Mosaico Dourado

Seba

sti ã

o Ar

aújo

/Em

brap

a Ar

roz e

Fei

jão

18 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 19: 2014 02 fevereiro

Men

del C

orti z

o

Entre 5 e 20 de outubro, produ-tores de feijão terão que se in-tercalar na plantação do grão

em Goiás. A decisão, que ainda pre-cisa de uma martelada final, foi to-mada, em conjunto, por agricultores e técnicos da Federação da Agricul-tura e Pecuária de Goiás (Faeg) e diz respeito ao chamado Vazio Sanitário da variedade no estado, necessário diante dos prejuízos causados pela praga Mosca Branca (Bemisia taba-ci), transmissora do Vírus do Mosai-co Dourado na cultura do feijão.

O período do Vazio foi definido depois de muitos encontros, durante os quais produtores tentaram entrar em acordo quanto ao melhor interva-lo, no qual nenhuma planta viva de feijão pode ser localizada na proprie-dade. Foram ouvidos agricultores, técnicos, pesquisadores da Embrapa e representantes das principais regi-ões produtoras do grão em Goiás.

O próximo passo é enviar as datas, juntamente com um laudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para os órgãos responsá-veis, para que as datas sejam instituí-das por uma Instrução Normativa.

Pensando nas diferentes realida-des de produção dentro do estado e para que o cultivo não fosse comple-tamente paralisado por 30 dias – o que comprometeria a saúde financei-ra estatal - Goiás foi regionalizado, sendo que os produtores do Norte e Nordeste, além daqueles cujas pro-priedades ficam nos municípios da Estrada de Ferro, Entorno do Distrito Federal e Vale do Araguaia, terão que respeitar o vazio de 20 de setembro a 20 de outubro. Já os produtores do Sudoeste, Sul e Sudeste de Goiás não poderão plantar feijão entre 5 de se-tembro e 5 de outubro.

Vazio sanitárioA necessidade da instituição do

Vazio Sanitário em Goiás – ele já existe em Minas Gerais e no Dis-trito Federal – surgiu depois que muitos produtores, mesmo fazendo uso de defensivos agrícolas, tiveram problemas com o Vírus do Mosaico Dourado. Segundo o consultor téc-nico do Senar Goiás para área de ce-reais, fibras e oleaginosas, Cristiano Palavro, o cenário tem se agravado muito nas últimas safras, sendo que os métodos de controle do vetor não têm conseguido segurar o problema.

“Como temos três safras de fei-jão em todo o estado, a safra de ve-rão, a safrinha e a safra irrigada, não temos um intervalo nos cultivos, o que garante inóculo da doença du-rante todo o ano, o que aumenta a incidência dos problemas com o ví-rus”, explica Palavro.

Prejuízos A praga vem inviabilizando mui-

tas lavouras de feijão no estado. Em uma plantação infestada pelo inseto contaminado pelo vírus, as perdas podem chegar a 100%, evidencian-do o alto potencial de dano que a praga pode causar.

O produtor de Paraúna, Flávio Augusto, confirma este quadro. No ano passado a sua lavoura de feijão plantada entre junho e outubro – uma área de 100 hectares – foi 100% comprometida e este ano o produtor decidiu não plantar o grão. Para ele, a instituição do Vazio é necessária já que trabalhar com a cultura de feijão estava inviável. A propriedade de Flávio tem 260 hectares de área irrigada, espaço que agora será to-talmente destinado para o cultivo de soja, milho e sorgo.

Flávio conta que os grandes em-bates foram entre os produtores de feijão irrigado e sequeiro, e todos precisaram ceder um pouco. Para a região de Paraúna – que excepcio-

nalmente ficará sem plantar o grão entre 20 de setembro a 20 de outu-bro – não haverá grande impacto, já que os produtores não costumam ter feijão no campo nesta época.

Dentro desse cenário, ele destaca que o mais importante é que reuniões entre produtores, Sindicatos Rurais, Faeg, Embrapa e outros órgãos res-ponsáveis, sejam realizadas após o Vazio para que se mensure o impacto e se aponte os ajustes necessários.

Flavio teve sua plantação de feijão 100% comprometida

Men

del C

orti z

o

Fevereiro / 2014 CAMPO | 19www.senargo.org.br

Page 20: 2014 02 fevereiro

Produtor, José Moreira, integra Programa Balde Cheio desde 2012

Michelle Rabelo | [email protected]

Dia de Campo visita fazenda leiteira em Piranhas

AVANÇO COM QUALIFICAÇÃO

O destino do 4º Dia de Cam-po – Goiás Mais Leite, que acontece no próximo dia 22

de março, será a cidade de Piranhas. A equipe de técnicos e instrutores do Senar Goiás chega ao município goiano, a partir das 8 horas, para apresentar o trabalho do produtor José Moreira, integrante do Progra-ma Balde Cheio desde 2012. Ele é proprietário de uma unidade de-monstrativa do programa e conta que hoje produz 30 litros a mais em dez hectares a menos.

Segundo ele, a principal estra-tégia apresentada pelos instruto-res e colocada em prática por ele foi modificar a alimentação dos animais. Antes, as vacas do produ-tor comiam apenas ração, que foi substituída por pasto e resultou em economia para José. Ele responsa-biliza o Balde Cheio pelo cresci-mento de seu negócio e explica que a capacitação oferecida pelo pro-grama fez com que ele otimizasse a produção do leite, além de ganhar ânimo para planejar novos voos.

José Moreira, integrante do Programa Balde Cheio, comemora bons resultados

Laris

sa M

elo

ProgramaçãoA 4ª edição do Dia de Cam-po – Goiás Mais Leite será

dividida entre a visita a propriedade de José e pa-lestras, abertas para todos os produtores presentes. Durante as apresentações será exibido um balanço com o antes e o depois do programa, os índices zootécnicos, econômicos e financeiros da unidade demonstrativa e a estraté-gia de alimentação utiliza-da na propriedade de José

Moreira. Atualmente o programa

Balde Cheio tem 40 grupos em andamento, sendo 500 produtores assistidos por

40 técnicos. Para participar, o produtor deve procurar o Sindicato Rural do seu

município.

PROGRAMASÓLIDOS NO LEITE

0800 011 6262 | www.tortuga.com.br

Minerais orgânicos Tortuga + serviços = melhor qualidade do leite, portanto, maior lucro!

Efeito do zinco, cobre e selênio na contagem de células somáticas

Parâmetros de saúde da glândula mamária

Fontes de zinco, cobre e selênio P**

Orgânico InorgânicoNovos casos de infecção - Mastite subclínica 1 8 0,01

Vacas com mais de 200.000 células/ml 1 3 0,01

Casos clínicos 2 4 -

CCS* média (x1000)/ml 55,58 237,7 0,056

CCS* - Contagem de Células Somáticas ** Análise estatística realizada pelo teste do qui-quadrado.

Fonte: Cortinhas (2009).

Qualidade do leiteO uso de minerais orgânicos é uma ferramenta para controle da contagem de cé-lulas somáticas. A literatura cientí� ca relata efeito de minerais como o selênio na redução da contagem de células somáticas. Nesse sentido, foi realizado na USP – Pirassununga um trabalho para demonstrar os benefícios dos minerais orgânicos.

ServiçosAlém da tecnologia Tortuga, a empresa conta com corpo técnico de pro� ssio-nais altamente quali� cados e treinados, equipados com instrumentos de apoio para avaliação do teor de � bra da dieta, avaliação de matéria seca, avaliação de subprodutos e formulação de dietas a partir da composição dos alimentos. Além do monitoramento da qualidade do leite e contagem de células somáticas. Os pro� ssionais da Tortuga estão capacitados para treinamento técnico da equipe da fazenda e de prestadores de serviço.

E o resultado é o maior lucro para a sua produção.

20 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 21: 2014 02 fevereiro

PROGRAMASÓLIDOS NO LEITE

0800 011 6262 | www.tortuga.com.br

Minerais orgânicos Tortuga + serviços = melhor qualidade do leite, portanto, maior lucro!

Efeito do zinco, cobre e selênio na contagem de células somáticas

Parâmetros de saúde da glândula mamária

Fontes de zinco, cobre e selênio P**

Orgânico InorgânicoNovos casos de infecção - Mastite subclínica 1 8 0,01

Vacas com mais de 200.000 células/ml 1 3 0,01

Casos clínicos 2 4 -

CCS* média (x1000)/ml 55,58 237,7 0,056

CCS* - Contagem de Células Somáticas ** Análise estatística realizada pelo teste do qui-quadrado.

Fonte: Cortinhas (2009).

Qualidade do leiteO uso de minerais orgânicos é uma ferramenta para controle da contagem de cé-lulas somáticas. A literatura cientí� ca relata efeito de minerais como o selênio na redução da contagem de células somáticas. Nesse sentido, foi realizado na USP – Pirassununga um trabalho para demonstrar os benefícios dos minerais orgânicos.

ServiçosAlém da tecnologia Tortuga, a empresa conta com corpo técnico de pro� ssio-nais altamente quali� cados e treinados, equipados com instrumentos de apoio para avaliação do teor de � bra da dieta, avaliação de matéria seca, avaliação de subprodutos e formulação de dietas a partir da composição dos alimentos. Além do monitoramento da qualidade do leite e contagem de células somáticas. Os pro� ssionais da Tortuga estão capacitados para treinamento técnico da equipe da fazenda e de prestadores de serviço.

E o resultado é o maior lucro para a sua produção.

Page 22: 2014 02 fevereiro

FALTA DE CHUVA

Com menor índice pluviométrico dos últimos 13 anos, mês de janeiro deixou prejuízo estimado em 2 bilhões

Karina Ribeiro Especial para Revista campo | [email protected]

Seca histórica causa perda bilionária

Produtor Ricardo possui área segurada, mas afirma que perda chega a 25% da área

22 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 23: 2014 02 fevereiro

Seca histórica causa perda bilionária

Men

del C

ortiz

o

Laris

sa M

elo

Há exatamente uma década, São Pedro não pregava uma peça tão desastrosa aos produtores

rurais do Estado de Goiás. O veranico que assolou algumas áreas produtoras em dezembro e janeiro, somado ao longo período de seca que atingiu pra-ticamente todo o Estado em fevereiro, promete ficar marcado na memória. Há quem afirma não se lembrar de tama-nho prejuízo causado, exclusivamente, pelo fenômeno climático. Os números demonstram que a quebra da safra pode atingir 25%, o que corresponde a R$ 2 bilhões. Destes, estima-se que somente R$ 400 mil estejam segurado.

Como se não bastassem esses tor-mentos pontuais, os produtores estão precisando articular para que as segura-doras realizem atendimentos dentro de um prazo considerado ideal, para que os danos não aumentem ainda mais.

Embora somente 27% da área de soja seja segurada, produtores reclamam que as seguradoras não conseguem atender as chamadas ao telefone (especialmente do Banco do Brasil) e ainda faltam pe-ritos para avaliar os danos no Estado de Goiás. A reportagem da Revista Campo entrou em contato com a assessoria de

imprensa do Banco do Brasil e até o pra-zo máximo para fechamento da revista, não obteve resposta.

“Os produtores estão sofrendo por diversos motivos: seguradoras não conseguem atender nossas chamadas por telefone, faltam peritos para ava-liar os danos e, em Goiás apenas 27% da soja é segurada. A renegociação de dívidas junto ao banco, por exemplo, impacta diretamente no limite de cré-dito e os produtores não podem ter esse limite agravado. Precisamos ana-lisar caso a caso e a Faeg fará isso jun-to ao Banco do Brasil. Nossa sugestão é que os municípios que tenham maior perda como Quirinópolis decretem es-tado de emergência”, pontuou o pre-sidente da Faeg, José Mário Schreiner.

A orientação do vice-presidente institucional da Federação da Agri-cultura e Pecuária do Estado de Goi-ás (Faeg), Bartolomeu Braz é para que produtores busquem apoio nos sindi-catos que atendem cada região já que a quantidade de pedidos de sinistro é considerada histórica.

Isso porque afirma que os técni-cos das seguradoras estão demoran-do a comparecer ao local do sinistro,

Presidente José Mário Schreiner afirma que Faeg irá auxiliar produtores em negociações

Fevereiro / 2014 CAMPO | 23www.senargo.org.br

Page 24: 2014 02 fevereiro

o que pode prejudicar ainda mais a situação. “Tem áreas que estão sen-do deixadas de lado, porque o técni-co demora a ir. Estamos observando ineficiência e despreparo das segura-doras”, afirma.

Ele orienta aos produtores faze-rem contato com as seguradoras por meio de mensagens e e-mails com o intuito de deixar tudo documentado e, assim, o produtor possa se res-guardar juridicamente.

Bartolomeu explica anda que, caso o técnico não visite a proprie-dade dentro do prazo de 15 dias, o ideal é que o produtor contrate três consultorias que façam uma avaliação técnica do local. Fotos e filmagens também podem ser utilizadas como ferramentas de precaução. “Ele deve fazer tudo o que possa resguardá-lo futuramente”, diz Bartolomeu.

Seguro necessárioO produtor de soja de Quirinópolis,

Ricardo Valdivino Azevedo, conheci-do como Guaiaca, calcula que perdeu aproximadamente 25% da produção em função da falta de chuvas. Entre-tanto, acredita que terá a conta fechada somente quando acabar de colher os 270 hectares destinados à oleaginosa.

Ele afirma que a área é segurada e explica que a metodologia empregada daqui para frente será sempre essa. “O tempo está muito complicado. Não tem como mais o produtor não ter mais essa medida preventiva”, explica. Pro-va disso, diz, é que nunca tinha assisti-do parte da lavoura de cana-de-açúcar perder em função de altas temperatu-ras e sol escaldante. Quirinópolis, um dos principais produtores de cana de Goiás, foi uma das regiões mais atingi-das com a seca deste ano e solicitou,

inclusive, Estado de Emergência. Ricardo conta que, em função das

altas temperaturas, a pouca chuva que caia não fixava no solo. Como a área foi utilizada pela primeira vez para a produção de soja, conta que a estimativa inicial de colheita era de 45 sacas por hectare. “Tudo indica que vamos colher 10 sacas a menos que o esperado”, ressalta.

Ele afirma que havia vendido mui-to pouco da produção e que toda a sua área está segurada. “Alivia um pouco, porque se não fosse o seguro ficaria inadimplente, venderia algum patrimônio ou teria que buscar recur-sos na instituição bancária”, comple-ta. Em fevereiro, participou de uma espécie de treinamento na região para aprender lidar com futuras renegocia-ções de dívidas, seguro de lavoura e acionamento do sinistro.

O vice-presidente da Faeg explica que é essencial contratar seguro agrícola, mas critica o modelo atual disponível no mer-cado. “Hoje precisamos de um seguro da produção”, afirma. Ele explica que o se-guro atende 80% do custeio, sem falar em investimentos e adversidades, por exemplo. “Desse percentual só pode ser financiado de 50% a 70%, isso é menos de 40% do total do custeio. É lógico que o produtor é obrigado a fazer, mas é insuficiente, só vai amenizar o problema da seca”, explica.

Embora o Governo Federal faça a sub-venção de 50% do seguro agrícola, ele lem-bra que governos dos Estados do Paraná e de São Paulo entenderam a necessidade de segurar o produtor e estão subsidiando ou-tros 25% do seguro. “Isso é um investimen-to do próprio Estado e é um exemplo a ser seguido. Vamos trabalhar para isso”, diz.

Outro problema observado diz respeito à possível limitação do crédito ao produ-tor rural. Com perdas consideráveis, a ten-dência é de que muitos produtores rurais busquem renegociação das dívidas junto às instituições financeiras. Na prática, isso re-sulta em diminuição de limite de crédito.

Seguro de produção seria o ideal

Fred

ox C

arva

lho

Seguro de produção seria o ideal

24 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 25: 2014 02 fevereiro

Quebra de safra não foi uniformeA quebra da safra de grãos no Estado de Goiás está longe de ser uniforme. Enquanto existem regiões em que a perda foi de apenas 5%, há produtores que sofrem com a perda de quase totalidade da lavoura. Para entender, basta imaginar as regiões produtoras como uma colcha de re-talhos – considerando cada pedaço de tecido da colcha uma gleba de terra, atingida mais ou menos pelo fenômeno climático.

Segundo o analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, isso ocor-reu porque existiram dois períodos críticos. A primeira foi um veranico que começou no fim de dezembro, alongando até a primeira quinzena de janeiro. Fenômeno natural nessa época do ano, ele possui caracterís-ticas melindrosas: chove em alguns pontos de uma região, enquanto outras, muito próximas, não são agraciadas com as precipi-tações. Isso foi confeccionando espécies de ‘manchas’ nos so-los, especialmente na Região Su-

doeste do Estado, maior produtora de Goiás. “Existe produtor que vai colher 60 sacas enquanto outros, na mesma região, vão colher 40 sacas”, exemplifica. Neste primeiro verani-co, a estimativa inicial era de que a produção iria cair até 10%.

Depois dessa crise, o clima deu uma guinada, com chuvas caindo de forma satisfatória durante a segunda quinzena de janeiro. Mas fevereiro demonstrou que o fenômeno pode-ria ser ainda pior. Algumas regiões ficaram até 25 dias sem que uma

única gota de chuva caísse sobre o solo. Há produtores que afirmam que nunca tinham visto nada pare-cido, já que, em fevereiro, tradicio-nalmente, é um dos meses que mais chove no Centro-Oeste.

Arantes argumenta que as regi-ões que foram atingidas tanto pelo primeiro veranico quanto pelo se-gundo veranico, foram as que apre-sentaram maior perda. “Produtor que estava esperando colher 50 sa-cas por hectare, está colhendo ape-nas 30%”, diz.

O produtor Thyago Henrique Ne-ves da Silva, explica que, em 18 anos de atividade, nunca viu tanta seca. Ele diz que a previsão inicial era fe-char a produtividade em 55 sacas

em cada um dos 2,3 mil hectares. “Agora estamos torcendo para fe-

char em 42 hectares”, diz. Particularmente, diz, não terá que

renegociar dívidas em função de uma outra renda extraída da propriedade. Mas sabe que essa não é a realidade da maioria dos produtores.

Fred

ox C

arva

lho

Thyago Neves afirma que, em 18 anos de atividade, nunca viu tanta seca

Fevereiro / 2014 CAMPO | 25www.senargo.org.br

Page 26: 2014 02 fevereiro

O presidente do Sindicato Rural de Quirinópolis, Cacildo Alves, afirma que a situação das lavouras do municí-pio é degradante. A seca que assolou a região foi responsável pela perda de 30% da produção de cana-de-açúcar, 50% de soja e a mesma quantidade da produção de milho. Em função disso, o município decretou situação de emergência. Itumbiara a perda foi da produção de soja foi de até 40% e 30% cana-de-açúcar. Em Santa He-lena de Goiás, Sudoeste do Estado, a perda gira em torno de 25%.

Cacildo explica que a seca atingiu também o gado de corte. “Não engordou com a falta de chuva. O capim madu-rou”, afirma. Em sua propriedade, diz, foi obrigado a tomar uma medida emer-gencial. Ele ‘abriu’ os pastos e misturou os animais. “Fêmea, macho, bezerro, fi-cou tudo junto. Eu não tinha condições de puxar água”, afirma. Ele afirma que essa medida é uma alternativa para gas-tar menos e que só vai conseguir equili-brar o manejo em torno de 90 dias.

Janeiro atípico Uma sucessão de imprevisibilida-

de explica tamanho prejuízo. Em reu-nião ocorrida em fevereiro na Faeg, a superintendente de Políticas e Progra-mas de Pesquisa e Desenvolvimento (Sectec), Rosidalva Lopes, explicou que em 13 anos de monitoramento do clima em Goiás, nunca houve um mês de janeiro tão atípico. As precipi-tações ficaram 50% abaixo da previ-são. A preocupação se estendeu para fevereiro. No segundo mês do ano a previsão é de chover 250 mm, mas a previsão foi de variação de 10mm a 70mm. “A situação em março não deve melhorar muito”, disse, na oca-sião, Rosidalva Lopes.

Safrinha Ela é a esperança de muitos pro-

dutores rurais. Mesmo com a janela um pouco mais curta, em função da seca, a segunda safra, onde predomi-na o milho nas lavouras, pode levantar recursos para os produtores que so-freram perdas significativas. A expec-tativa é de que sejam plantadas 820 mil hectares este ano, o que equivale a 5,2 milhões de toneladas de grãos.

Mas, para isso, é necessário que chova regularmente nos meses de março e abril, embora a previsão é de que as chuvas continuem abaixo da média.

Situação é degradante inclusive para gado de corte

GOIATUBAA perda variou de 30 a 40% dos 55 mil hectares plantados

ITUMBIARAPerda de 40% da safra de soja, 30% da cana de açucar, 50% da pastagem

MORRINHOSPrejuízo de 15% na safra de grãos

PIRACANJUBAMédia de perda de 20%, principalmente de pasto para criação da pecuária leiteira

BELA VISTAPrejuízo de 25% na produção de grãos

CRISTALINAPlantio antecipado diminuiu a gravidade da situação. Quem deixou para plantar mais tarde, as perdas chegaram a 10% e 15%

EDÉIAPrejuízo de 30% na produção de grãos

VALE DO ARAGUAIAPrejuízo de 10% na produção de grãos

RIO VERDEMédia de 30% de prejuízo, acentuado

por conta das pragas como a lagarta, a acnose e a ferrugem asiática

QUIRINÓPOLISPerda de 50% da safra de grãos. O

município decretou Estado de Emergência

CAIAPÔNIAPrejuízo de 10% na safra de grãos

JATAÍPerda de 20% na safra de grãos

SANTA HELENAPerda de 25% na safra de grãos

PARAÚNAPerda de 25% da produção de grãos

Presidente do Sindicato de Quirinópolis mostra relatório de índice pluviométrico, bem abaixo da média

Laris

sa M

elo

26 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 27: 2014 02 fevereiro
Page 28: 2014 02 fevereiro

EQUOTERAPIA

Instituído há três anos, o Programa Equoterapia do Senar Goiás inicia 2014 como modelo para outros estados brasileiros

Gilmara Roberto | [email protected]

Os passos da reabilitação

Geovana Meira pratica a equoterapia desde os três anos

Men

del C

orti z

o

Quando a altura do cavalo já não provoca o medo da queda, é porque o cuidado do bicho já

levou o cavaleiro ou cavaleira a galo-pes não imaginados. Pelas pistas dos primeiros passos e movimentos livres, a equoterapia conduz crianças e adultos ao pódio da autonomia e da inclusão. De tempo em tempo, o passo e trote do ca-valo ensinam pessoas com necessidades especiais ou com deficiência a recuperar movimentos e a descobrir, de forma in-terdisciplinar, um novo modo de se rela-cionar com o mundo.

O medo de altura da jovem Geovana de Meira, de 5 anos, foi o cavalo Pão de Queijo que espantou. A menina sofreu problemas no parto, que levaram à falta de oxigenação no cérebro. Com encefa-lopatia crônica, grupo de sintomas que

refletem danos em áreas do cérebros responsáveis pelo controle motor, Geo-vana parou de cair desde que começou a praticar equoterapia. A menina, que hoje caminha e se comunica com mais acerto graças ao tratamento, se sustenta melhor ao trocar as passadas. “Antes ela caia muito e era mais calada. Hoje já tem o corpo mais firme para caminhar e a fala também melhorou”, ilustra a mãe de Geovana, Suzana Natal de Meira.

Geovana realiza o tratamento com cavalos por meio do Programa Equo-tetaria, do Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural (Senar) Goiás, desen-volvido em parceria com o Sindicato Rural (SR) de Rio Verde. Na unidade, a menina e outras 120 pessoas recebem o atendimento fruto do trabalho de dez cavalos e dez profissionais, entre fisio-terapeutas, fonoaudiólogas, psicóloga e educadores físicos, além de equitado-res e montadores. Associados a esses especialistas, 36 equipes profissionais

espalhadas em 34 municípios goianos, tornaram o Programa Equoterapia do Senar Goiás exemplo a ser levados para outros estados do país. Em 2014, o pro-grama passou a integrar a cartilha de programas da Administração Central do Senar e, desde então, o Senar Goiás vem transferido a técnicos de todo o país as experiências com o Programa.

Para o presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, José Mário Schreiner, o reconhecimento do Senar Central e a visita de técnicos de outros estados é resultado dos es-forços das equipes que se empenham pela melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. “Firmamos parcerias em todo o estado para ofere-cer inclusão e reabilitação para quem já enfrenta muitas dificuldades na vida. Também é nosso papel, como repre-sentantes dos produtores rurais, fazer com que as atividades do campo pro-movam saúde e bem estar”, declara.

28 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 29: 2014 02 fevereiro

Rio VerdeA equipe do SR de Rio Verde,

que já atendeu mais de 800 pesso-as na equoterapia, foi a primeira a receber, em 2014, uma comitiva de outro estado para apresentar os re-sultados do Programa Equoterapia. Em fevereiro, técnicos e parceiros do Senar Minas Gerais estiveram na unidade e puderam aprender desde trâmites burocráticos até práticas sobre o cavalo realizadas em Rio Verde. “Em Minas, esse trabalho é realizado apenas em clínicas par-ticulares. Pretendemos aprender com a experiência de Goiás e ca-pacitar profissionais para atuar em pelo menos 10% dos municípios do estado, o que representa 85 ci-dades”, informou o coordenador de formação profissional rural do Senar Minas, Luiz Ronilson Araú-jo Paiva. O grupo visitou ainda os municípios Hidrolândia, Piracanju-ba, Anápolis e Bela Vista.

HidrolândiaAlém de Luiz Romilson, a co-

mitiva de técnicos mineiros con-tou ainda com a participação do coordenador de promoção social do Senar Minas, José Belas, da presidente da Associação Desper-tar Vidas, de Betim/MG, Elaine Martins, e das fisioterapeutas da associação Karla Azevedo Costa e Engridy Lemos, profissionais que buscam parcerias para executar o projeto de equoterapia em Minas.

O grupo visitou também a Vila Igor Pancoti Equoterapia (Ipê), em Hidrolândia, onde os esforços de uma família pela inclusão do filho portador de Síndrome de Down rendem, atualmente, atendimen-tos em equoterapia para outros 15 praticantes.

Ao conhecer a equoterapia, a mãe de Igor Pancoti, Mara Sueli

Pancoti, viu na prática uma forma de melhorar a socialização do filho, além de suas habilidades motoras e suas técnicas de equitação. Um cen-tro de equoterapia foi montado na área onde já funcionava um viveiro da família para atender ao jovem. Depois do aprendizado, Igor se tornou instrutor do centro e auxilia na reabilitação de outros jovens e crianças. “Montei pela primeira vez aos cinco anos”, comenta Igor.

A Vila Ipê conta com três fisio-terapeutas, além de tratadores e equitadores. Em fevereiro, o Senar Goiás capacitou 13 novos profissio-nais, que devem ampliar a capaci-dade de atendimento do centro para cerca de 50 pessoas. “É encorajador ver a união de pessoas que viveram em casa as dificuldades da inclu-são das pessoas com Síndrome de Down e que realizam esse trabalho com tanta alegria”, declarou Elaine Martins, presidente da associação mineira e mãe do jovem Arthur Ga-briel Martins, de 14 anos, também portador da síndrome.

Equipe técnica do Senar Minas Gerais visitou centros de equoterapia nos municípios de Rio Verde, Piracanjuba, Hidrolândia, Bela Vista e Anápolis

Igor Pancoti foi praticante de equoterapia e hoje trabalha como monitor do programa

Programa Equoterapia do Senar Goiás

O Senar Goiás desenvolve, desde 2011, o Programa Equoterapia, que já levou atendimento gratuito a 400 praticantes em 34 municípios do estado. Em 2014, o programa passou a integrar a cartilha de projetos da Administração Central do Se-nar e, a partir daí, serve de modelo de implantação para outros estados brasileiros.

O Programa Equoterapia é realizado em parceria com os sindicatos rurais e outros parceiros municipais. Podem participar deficientes físicos, pessoas com ne-cessidades especiais, além de vítimas de traumas físicos e de acidentes vasculares cerebrais (AVCs) indicados por um médico.

Men

del C

ortiz

o

Men

del C

ortiz

o

Page 30: 2014 02 fevereiro

PiracanjubaPara a realização de trabalhos

que envolvem atividades pedagó-gicas e exercícios motores para o desenvolvimento biopsicossocial da pessoa com deficiência, a equo-terapia precisa de profissionais preparados e em constante atu-alização sobre as técnicas dessa prática relativamente nova. Além da dedicação dos especialistas, o Senar Goiás conta com inúmeros parceiros espalhados pelo o estado que tornam possível levar o Pro-grama Equoterapia a mais de 400 praticantes.

No SR de Piracanjuba, onde é realizado o Projeto Cavalo do Bem, a comitiva mineira pode observar como a entidade, que fundou a As-sociação de Equoterapia para exe-cutar o programa, conseguiu seus maiores parceiros. “A associação surgiu para facilitar a doação de verbas de comerciantes e coope-rativas ao programa. Além disso, solicitamos à câmara de vereadores a criação de um projeto de lei que permitiu ao município ceder uma psicóloga e um fisioterapeuta para as atividades”, explicou o presiden-te do SR de Piracanjuba, Eduardo de Sousa Iwasse.

A coordenadora do Programa de Equoterapia do Senar Goiás, Fátima Araújo, que acompanhou todas as visitas da comitiva mineira, desta-cou ainda a importância do cuidado postural dos profissionais que traba-lham com o tratamento. “A montaria compartilhada pode ser melhor para o profissional e também para o pra-ticante, mas muitas vezes não é ade-quada ao animal, já que o peso fica mal distribuído”, alerta. Rotinas de atendimento adequadas às capacida-des físicas dos equitadores, psicólo-gos e fisioterapeutas, que realizam atividades do programa durante até mais de quatro horas, foram outras orientações discutidas pela coorde-nadora no SR de Piracanjuba.

AnápolisO envolvimento de uma família em

busca de transformar a realidade de uma criança também foi determinante para a implantação do Programa Equo-terapia pelo Sindicato Rural de Anápo-lis. Em 2012, a mobilizadora do sindi-cato, Nerci Ribeiro, recebeu na família a sobrinha Caroline Ribeiro, portadora de Síndrome de Down. Por conhecer a equoterapia, ela acreditou que a prática ajudaria a criança no desenvolvimento das habilidades de coordenação moto-ra, fala e socialização, e iniciou a mobi-lização pelo projeto no sindicato.

Dois anos depois de o bebê, que sofreu complicações cardíacas, deixar a família, o Programa Equoterapia do SR de Anápolis já transforma a vida de outros pais e crianças no município. Ana Laura Chagas, de 9 anos, iniciou os atendimentos em dezembro de 2013. A mãe da menina, Soraya Andrade Chagas, contou que ela já mostra afeti-vidade pelo cavalo, o que é um grande ganho para o autista. “Ela não apresen-tou nenhuma resistência ao animal. O tratamento ainda é recente, mas já ob-servamos que ela tem vontade de tocar o cavalo e até o abraça”, comentou.

Principais benefícios da Equoterapia da Equoterapia

2

3 4

1

Exercita o equilíbrio

Exercita a musculatura

Trabalha a coordenação motora

Corrige a postura

Além disso, a equoterapia:

• Estimula a fala

• Trabalha a autoconfiança e a autoestima

• Proporciona a desenvolvimento de novas formas de socialização

Laris

sa M

elo

Soraya e Ana Laura Chagas: “Ela já mostra afetividade pelo animal, o que é um grande ganho para o autista”, comenta a mãe.

30 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 31: 2014 02 fevereiro

Bela VistaDurante a visita a Goiás, os téc-

nicos de Minas Gerais puderam observar ainda a importância do planejamento para que o Programa Equoterapia se instituia de maneira estruturada. Em Bela Vista de Goiás, onde o programa ainda está em fase de implantação, a equipe multidisci-plinar de técnicos do Sindicato Rural e outras instituições parceiras apre-sentou o planejamento orçamentário e de recursos humanos e materiais para a execução do projeto nas fases iniciais. “Ao oferecer a equoterapia,

Parceria com Casa de Eurípedes promove inclusão

O Senar Goiás estuda firmar parceria com a Casa de Eurípedes, instituição hospitalar e edu-cacional filantrópica, para a realização do Progra-ma Equoterapia no tratamento de pacientes com transtornos mentais e na inclusão de dependen-tes químicos em tratamento.

Na instituição, a terapia atende 45 pessoas e é desenvolvida com dois objetivos: profissio-nalizar dependentes químicos em reabilitação e promover a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Pacientes da instituição com trans-tornos mentais participam da equoterapia como praticantes. Já os pacientes em tratamento contra o consumo de drogas contribuem com a prática como equitadores ou guia de cavalos.

Com a parceria com o Senar Goiás, o objetivo é aumentar o número de profissionais capacitado e, consequentemente, o número de atendimentos, que deve ser estendido à comunidade.

Fred

ox C

arva

lho

O que é a Equoterapia?

É um tipo de terapia onde o cavalo promove ganhos físicos e psíquicos de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais. Por meio de uma abor-dagem interdisciplinar em saúde, educação e equitação, as atividades promovem o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, consciência corporal e aper-feiçoamento do equilíbrio e da coordenação motora.

A equoterapia é desenvolvida por equipe profissional qualificada composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos e equitadores. As sessões duram, em média, 30 minutos e são realizadas individual-mente. O tempo de tratamento varia de acordo com as necessidades de cada paciente.

muitas vezes oferecemos um sonho às pessoas. Para não destruir esse sonho posteriormente, precisamos estruturar bem o programa, que de-pende de pessoas e não só de recur-sos financeiros”, declarou Reinaldo Gomes de Araújo, idealizador e coor-denador do Programa de Equoterapia em Bela Vista e presidente da Asso-ciação Pestalozzi do município.

O coordenador de promoção so-cial do Senar Minas, José Belas, ava-liou positivamente a dedicação da equipe de Bela Vista à estruturação

do projeto de equoterapia, antes de ser iniciado. “A forma como eles se dedicaram ao planejamento é mui-to interessante. O modelo de Bela Vista serve de exemplo para que possamos enxergar a importância de planejar bem as ações para evitar problemas e correções”, destacou o coordenador, que elogiou ainda: “Nossa avaliação da experiência de Goiás é extremamente positiva. Le-varemos muito do que vimos aqui para avaliar a implantação do proje-to em Minas”.

Fevereiro / 2014 CAMPO | 31www.senargo.org.br

Page 32: 2014 02 fevereiro
Page 33: 2014 02 fevereiro

DELÍCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES:500 gramas de pimenta malagueta, cumari ou da preferência1 litro de água350 gramas de sal

CONSERVA:750 ml de vinagre de álcool (com grau de acidez de, no mínimo, 4%)200 ml de água fervida2 colheres de sopa de sal

MODO DE PREPARO:

1. Prepare uma salmoura misturando 1 litro de água a 350 gramas de sal.

2. Deposite as pimentas numa tigela grande juntamente com a salmoura. Coloque um prato dentro da tigela, sobre os frutos, para evitar que flutuem e deixe as pi-mentas de molho na salmoura por oito horas.

3. Retire as pimentas da salmoura e enxague-as em água corrente. Seque-as levemente e retire o excesso de água em torno dos frutos com um pano de algodão bem limpo.

4. Com o auxílio de um palito ou um garfo, faça pequenas perfurações ou fendas em torno das pimentas. Se pre-ferir, é possível fatiá-las ou cortá-las ao meio.

5. Prepare a conserva: Misture os 200 ml de água quen-te às 2 colheres de sopa de sal. Acrescente o vinagre quando a mistura esfriar para evitar que o calor remova ou reduza a acidez do produto. Podem sem adicionados temperos da preferência, como folhas de louro, semen-tes de mostarda, etc.

6. Distribua as pimentas em um ou mais frascos de vidro esterilizados. Coloque as pimentas até que fiquem a aproximadamente 2 centímetros do topo do frasco.

7. Preencha os frasco com a mistura de vinagre, enchen-do até a 1 centímetro do topo do frasco. Aguarde por alguns minutos para que as bolhas de ar, que normal-mente se formam no interior do recipiente, vazem. Fe-che o recipiente muito bem e conserve em local fresco e protegido da luz.

Conserva de pimenta

Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

Receita elaborada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar, Cristiano Ferreira da Silveira.

4. Com o auxílio de um palito ou um garfo, faça pequenas perfurações ou fendas em torno das pimentas. Se pre-ferir, é possível fatiá-las ou cortá-las ao meio.

5. Prepare a conserva: Misture os 200 ml de água quen-te às 2 colheres de sopa de sal. Acrescente o vinagre quando a mistura esfriar para evitar que o calor remova ou reduza a acidez do produto. Podem sem adicionados temperos da preferência, como folhas de louro, semen-tes de mostarda, etc.

6. Distribua as pimentas em um ou mais frascos de vidro esterilizados. Coloque as pimentas até que fiquem a aproximadamente 2 centímetros do topo do frasco.

7. Preencha os frasco com a mistura de vinagre, enchen-

Laris

sa M

elo

Shutt

er

Fevereiro / 2014 CAMPO | 33www.senargo.org.br

Page 34: 2014 02 fevereiro

Laris

sa M

elo

Para ter acesso ao treinamento no município de Inhumas, procure o Sindicato Rural pelo número: (62) 3511-1143.

Gercídia fez um curso no Senar Goiás e passou o aprendizado ao filho, que hoje sustenta a família

com o negócio

Michelle Rabelo | [email protected]

Vivendo dos lácteos, pequeno

produtor desenha novos caminhos

CASO DE SUCESSO

Alex Praxedes apostou nos lácteos e mudou de vida depois que a mãe fez o curso de Produção Caseira de Alimentos/Leite

Nada de vender o leite, direto do campo, por um baixo valor e comprar seus derivados na cida-

de gastando muito. Depois de participar de um curso promovido pelo Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural Goiás (Se-nar Goiás), Gercídia Gomes dos Santos aprendeu como e o que fazer para ter a mesa repleta de lácteos caseiros e ainda complementar a renda familiar. Atual-mente é ainda mais que isso, deixou de ser complemento e se tornou sustento da família do filho de Gercídia, Alex Praxe-des dos Santos.

34 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 35: 2014 02 fevereiro

Laris

sa M

elo

Mãe e filho são mais um caso de sucesso do Senar Goiás. Primeiro Gercídia fez o curso de Produção Ca-seira de Alimentos/Leite, promovido em parceria com o Sindicato Rural de Inhumas. A intenção era produzir em casa o que ela comprava na cidade. Mas da conclusão do curso à mudan-ça de vida foi um passo. A dona de casa começou a utilizar a sobra do leite que o marido retirava da criação de gado leiteiro para produzir e ven-der queijo tipo mussarela.

Em seguida foi a vez de o filho Alex ajudar a mãe. Recém-casado na época, Alex diz ter entrado de cabeça no ne-gócio e conta, emocionado, que tudo o que possui hoje é fruto da iniciativa da mãe. O que era uma ideia para eco-nomizar nas compras do mês se trans-formou em um negócio e mãe e filho montaram a empresa IDL Alimentos.

Caminhada longaAlex conta que no princípio ele e a

mãe fabricavam o queijo, embalavam o produto de maneira improvisada e vendiam na cidade de Inhumas. Como a procura cresceu, eles se es-pecializaram. Segundo ele, a mãe não conseguiu se adaptar às normas da Vigilância Sanitária, que passou a fis-calizar os produtos de maneira cada vez mais rígida. Hoje em dia o negó-cio é tocado apenas pelo filho, que explica que o curso do Senar Goiás foi uma espécie de semente que Gercídia plantou e que hoje colhe os frutos.

“O produtor que quiser evoluir tem que buscar aprendizado. Isso vale para qualquer ramo de atividade. Eu falo em especial sobre o mercado dos lácteos que têm altos e baixos. A gente tem que estar preparado para enfrentar o que vier, porém com mui-to conhecimento”, pontua.

Atualmente a empresa fabrica quei-jos tipo mussarela – em pedaço e ralado - e minas, além de iogurte, bebida láctea e o próprio leite. Alex utiliza 13 mil litros

de leite por dia para produzir os lácteos. Tudo graças ao curso do Senar Goiás.

CursoSegundo a zootecnista e instrutora

do Senar Goiás no curso de Produção Caseira de Alimentos/Leite, Fernanda Paula Parreira, o curso tem duração de três dias durante os quais são en-sinadas aos participantes 16 receitas que incluem as tradicionais e algumas alternativas como o reaproveitamento do soro do leite, por exemplo.

“Os cursos geralmente acontecem nas próprias fazendas que já possuem um local específico para a produção dos lácteos”, pontua Fernanda. Ela acrescente ainda que cada turma é composta por cerca de 14 pessoas.

Para participar, a pessoa tem que ter algum vínculo com um produtor rural, mais de 18 anos e ser alfabe-tizado. A procura é grande e só em 2013 foram ministrados cerca de 37 cursos em Inhumas e região.

Alex e Gercídia são mais um dos casos de sucesso do Senar Goiás

Fevereiro / 2014 CAMPO | 35www.senargo.org.br

Page 36: 2014 02 fevereiro

EM NOVEMBRO, O SENAR PROMOVEU

95 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 18 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

1.030PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

11 47 2 0 0 29 0 6 6 1 0 2 9 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área

de

pecuária

Na área de

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

CURSOS E TREINAMENTOS

Bordando a vida e cultura goiana

Shutt

er

Fátima Araújo | [email protected]

36 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 37: 2014 02 fevereiro

Para mais informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiásentre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site www.senargo.org.br

Fátima Araújo é pedagoga, artista plástica e coordenadores de ações e projetos do Senar Goiás

Bordado. Da pré-história aos tem-pos atuais, esta arte está pre-sente na vida das sociedades do

planeta Terra. Nas cavernas, ao emendar cada pedaço de pele de animais para con-fecção de suas roupas, o homem primitivo já ensaiava os pontos que muito mais tar-de seriam chamados de bordados.

De lá para cá, alguns pontos foram alterados e outros foram criados, mas a ideia inicial permanece: compor vesti-mentas, indumentárias, ornamentos, ade-reços e peças de cama, mesa e banho, dentre outras tantas possibilidades.

Entre seus 140 cursos, o Senar Goiás disponibiliza também os da área de bor-dados. São eles Bordados e Flores de Te-cido, Bordado Aplicação de Tecido, Falso Crivo e Ponto Reto, Bordado de Fita e Bor-dado Ponto Cruz e Vagonite.

Em 2014, o Senar inova ao desenvolver

um curso de bordados com pe-drarias nas capas e vestimentas de cavalos e cavaleiros das cavalhadas goianas. O curso piloto será realizado em Corumbá de Goiás, município referência na manifestação folclórica no Estado. O treinamento busca proporcionar uma nova experiência a partir do conhecimen-to da cultura local. Com isto, efetiva-se a contribuição do Senar Goiás em manter viva a tradição milenar das cavalhadas e dos bordados.

Fátima Araújo | [email protected]

EM NOVEMBRO, O SENAR PROMOVEU

95 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 18 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

1.030PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

11 47 2 0 0 29 0 6 6 1 0 2 9 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área

de

pecuária

Na área de

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

*Cursos promovidos entre os dias 26 de dezembro a 25 de janeiro

ordado. Da pré-história aos tem-pos atuais, esta arte está pre-sente na vida das sociedades do

planeta Terra. Nas cavernas, ao emendar cada pedaço de pele de animais para con-fecção de suas roupas, o homem primitivo já ensaiava os pontos que muito mais tar-de seriam chamados de bordados.

De lá para cá, alguns pontos foram alterados e outros foram criados, mas a ideia inicial permanece: compor vesti-

um curso de bordados com pe-drarias nas capas e vestimentas de cavalos

Fátima Araújo | [email protected]

Fevereiro / 2014 CAMPO | 37www.senargo.org.br

Page 38: 2014 02 fevereiro

CAMPO ABERTO

Criado como instrumento no Novo Código Florestal Federal e Estadual, o Cadastro Ambiental Rural (CAR)

já está em funcionamento. Ainda em modo off-line, o cadastro já está disponibilizado ao produtor rural e garante benefícios como segurança jurídica, suspensão de sanções e multas (conforme época que as mesmas fo-ram aplicadas) e apoio técnico.

Tendo em vista a grande importância do cadastramento como um primeiro passo para as regularizações ambientais das propriedades com passivos, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) estão alertando e cobrando que o governo imple-mente, de forma ágil o CAR em modo on-line.

Obrigatório para todos os 5,2 milhões de imóveis rurais existentes hoje no Brasil, o CAR é um documento declaratório sobre a situação ambiental da área, semelhante à declaração de imposto de renda. As informa-ções prestadas são de responsabilidade do declarante. O registro eletrônico é de abran-gência nacional e obrigatório para todas as propriedades rurais.

O objetivo é formar um banco de dados para controlar, monitorar, auxiliar no planeja-mento ambiental e econômico e principalmen-te combater o desmatamento ilegal. Todas as áreas de preservação permanente (APP) e re-

serva legal (RL) deverão ser registradas e uma vez feita a inscrição da reserva legal no CAR, o proprietário ou possuidor rural fica desobri-gado de qualquer averbação no Cartório de Re-gistro de Imóveis.

A partir de 2017, por exemplo, o instru-mento irá garantir acesso ao crédito. Isto porque, será cobrado o cadastro para que a verba seja liberada. O principal benefício, en-tretanto, não só aos produtores, mas ao país, é a regularização ambiental. As propriedades rurais que apresentam passivo ambiental po-derão aderir ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), assim que inscritos.

Com o módulo “off-line”, é possível ca-dastrar os dados, mas não é permitido im-primir o recibo de entrega, documento que comprova a adesão. Apesar disso, esse pro-cedimento inicial gera um arquivo que depois pode ser migrado para o módulo “on-line”. Não existindo passivo ambiental o produtor já imprime a certidão. Caso exista passivo, as propriedades rurais dependerão da poste-rior avaliação por parte da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).

É importante ressaltar que a omissão, a apresentação de informações total ou par-cialmente falsas, enganosas ou incompletas sujeitam o declarante às sanções penais e administrativas, sem prejuízo de outras pre-vistas na legislação.

Jordana Sara

é engenheira agrônoma

e consultora técnica do

Senar Goiás para a área

de Meio Ambiente

Men

del C

orti z

o

Jordana Sara | jordana.sara@faeg

Cadastro Ambiental Rural: segurança jurídica aos produtores

Sistema Certificado

AF_0380_anuncio_revistaCampo_21x29cm_130920.indd 1 20/09/13 11:06

38 | CAMPO Fevereiro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Page 39: 2014 02 fevereiro

Cadastro Ambiental Rural: segurança jurídica aos produtores

Sistema Certificado

AF_0380_anuncio_revistaCampo_21x29cm_130920.indd 1 20/09/13 11:06

Page 40: 2014 02 fevereiro

Instituições �nanceiras Emissora O�cial

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anuncio_globo_rural.pdf 1 24/01/14 08:59