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1 Seminário “Gestão Energética e Valorização de Resíduos” - Valorização de Resíduos de Curtumes - Nuno Silva 16-10-2014 Apresentação 1. Os Subprodutos e os Resíduos da Indústria de Curtumes Indústria de Curtumes 2. Soluções atuais e possibilidades de valorização

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Seminário “Gestão Energética e Valorização de Resíduos”- Valorização de Resíduos de Curtumes -

Nuno Silva 16-10-2014

Apresentação

1. Os Subprodutos e os Resíduos da Indústria de CurtumesIndústria de Curtumes

2. Soluções atuais e possibilidades 

de valorização

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• Subproduto da indústria da carne e dos produtos

O couro como um Subproduto

p p

lácteos;

• 20 - 25% do couro em bruto chega a produto final;

• As “raspas, pêlo, aparas, fragmentos, lamas e outros”

podem ser Subprodutos ou ser classificados comopodem ser Subprodutos ou ser classificados como

RIB’s ou RIP’s.

Subprodutos vs. Resíduos

SUBSTÂNCIAS OU OBJETOS CUJO PRINCIPAL OBJETIVO NÃO SEJA A SUA PRODUÇÃOÇ

Resíduos Subproduto

Operador de Gestão de Resíduos

Matéria-primaProcesso Industrial

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Por um lado … os Regulamentos Europeus

• Regulamento (CE) n.º 1069/2009 - Regras sanitárias

l ti b d t i i d t d i d ãrelativas a subprodutos animais e produtos derivados não

destinados ao consumo humano;

• Regulamento (UE) n.º 142/2011 - Requisitos para

fornecimento de matérias para a produção de gelatina

destinada ao consumo humano ou para fertilizantes

orgânicos e corretivos orgânicos do solo.

Por outro - a LER - Portaria n.º 209/2004

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Entendimento do setor

• As Raspas em Tripa após descarna, devido às suascaracterísticas devem ser consideradas como resíduo -características devem ser consideradas como resíduoLER 040101;

• As Unidades de Curtumes são reconhecidas pela DGAVcomo «Unidades Técnicas», sendo que as matérias queforam tratadas pela cal não devem estar mais sujeitas àsexigências da Regulamentação dos Subprodutos Animais;

• A DGAV não tem o mesmo entendimento;

• Esclarecimento da DGSANCO – Comissão Europeia.

Tipologia dos resíduos

• Resíduos não curtidos

Elevadas concentrações de gorduras, proteínas, saisElevadas concentrações de gorduras, proteínas, saisminerais, sulfuretos e água;Caráter biodegradável e elevado potencial de valorização.

- Aparas de pele em bruto- Pêlo e Lã- Carnaças em tripa- Aparas de pele em tripa- Crutes em tripa

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Parâmetro  Unidade Raspas em bruto Raspas em tripaMatéria seca (MS) % 44 ‐ 53 21 ‐ 34pH ‐‐‐ ‐‐‐ 11,7 – 12,9Gordura extraível % 25,6 6,5 – 23

Resíduos não curtidos

Matéria Volátil (1) % 98 ‐ 99 65 ‐ 86

Fósforo (P) (1)

Potássio (K) (1)

Azoto (N) (1)

Cálcio (Ca) (1)

Magnésio (Mg) (1)

Enxofre (S) (1)

%

%

%

%

%

%

0,06

0,08

0,13

0,02

4,2

0,2 – 0,7

0,03 – 0,05

1,8

2,5 – 7,5

0,06 – 0,14

1,5 – 1,7Enxofre (S)

Sódio (Na) (1)

Poder Calorífico Superior (1)

Poder Calorífico Inferior (1)

%

g/kg

MJ/kg

MJ/kg

4,2 1,5  1,7

0,2 – 77,3

25.600 – 26.500

24.700

Tipologia dos resíduos

• Resíduos curtidos

Contêm água, proteínas e substâncias curtientes;g , p ;Podem ter ou não caráter biodegradável;É possível inverter o processo (ex: hidrólise).

- Resíduos de curtimenta vegetal ou alternativa aocrómio (raspas wet-white, recortes, pó da lixagem);

- Resíduos curtidos com crómio (raspas azuis,recortes, pó da lixagem);

- Resíduos de acabamento- Resíduos de acabamento.

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Resíduos curtidos

Parâmetro UnidadeRaspas e Aparas com 

crómioResíduos de pele 

acabada

Matéria Volátil (1) % 85 ‐ 95 90 ‐ 95

Matéria seca (MS) % 30 – 60

Carbono Orgânico Total % 30 ‐ 40

pH % 3,5 – 4,0

Gordura extraível % 1,5 – 3,0

Poder Calorífico Superior MJ/kg 11 ‐ 20

Crómio Total (Cr) (1) mg/kg 10.000 – 35.000 20.000 – 35.000

Outros metais (1) mg/kg Varia com acabamento

Sistema de Alcanena

• Água Tratada:     4 ‐ 5.500 m3/dia

• Lamas:                   30 ‐ 40 t/dia

• Resíduos Não Curtidos:                  40 ‐ 50 t/dia

• Resíduos Curtidos: 30 ‐ 35 t/dia

• Crómio Recuperado:  30 ‐ 35 t/dia

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Potencial de valorização dos resíduos

Resíduos Aproveitamento / Destinos possíveis

PêlosMaterial de enchimento / Pincéis / Fertilizantes(em uso, mas não em Portugal)

Aparas frescas, salgadas, caleadas,Gelatina e/ou cola

após caleiro, camadas retiradas dadivisão (raspas) e carnaças.

Gelatina e/ou cola(em uso, mas não em Portugal)

Camadas retiradas da divisão,após caleiro (raspas)

Revestimento de enchidos / salsichas(em uso, mas não em Portugal)

Aparas frescas e carnaçasRecuperação de gordura (em uso, em Portugal)Recuperação energética (em uso, mas não em Portugal)

Pêlos, aparas frescas e caleadas,carnaças, camadas retiradas dadivisão (raspas) e material curtido(aparas curtidas e pós derebaixamento).

Proteína hidrolisada (uso por terceiros ou para reciclagem interna –“enchimento” da pele curtida, no recurtume – dependendo doresíduo e do processo de obtenção)(em uso, mas não em Portugal)

Aparas e camadas retiradas dadivisão (raspas), após caleiro

Colagénio / “Dog‐toys” / Alimentos para animais de estimação(em uso, mas não em Portugal)

Carnaças (pré‐descarna edescarna), raspas (verdes,caleadas), gorduras e óleos,material de gradeamento dosefluentes

Compostagem ou digestão anaeróbia(em uso, em Portugal)

GordurasTratamento térmico (aproveitamento energético de resíduos)(em uso, em Portugal)

Potencial de valorização dos resíduos

Resíduos Aproveitamento / Destinos possíveisCamada retirada na divisão, apóscaleiro/depilação ou após curtimenta

Produção de pele acabada de segunda linha – croute(em uso, em Portugal)

Resíduos curtidos em geral – pós deProdução de aglomerados ou prensados (paredes

Resíduos curtidos em geral pós derebaixamento e lixagem, aparas, etc.

divisórias, isolante térmico e acústico)(em uso, mas não em Portugal)

Pó e farelo do rebaixamentoSolas e palmilhas para calçados(em uso, mas não em Portugal)

Aparas / pedaços de pele curtida, pós derebaixamento e lixagem prensada

Pequenos artigos de pele curtida(em uso, em Portugal)

Pó de lixagemFabrico de cartão / Carga para indústria de cimento(em uso, mas não em Portugal)

Lamas / precipitados / filtrados com altoteor de crómio, pó de rebaixamento,aparas curtidas

Crómio para curtume / recurtume(em uso, mas não em Portugal)

Resíduos curtidosTratamento térmico (aproveitamento energético deresíduos)(em uso, mas não em Portugal)

Sobras de tintas e solventesNovas formulações de tintas para acabamento(em uso, em Portugal)

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Gelatinas e Colagénio

• As peles e couros que lhe derem origem:o Não ter qualquer processo de curtimenta;o Devem provir de animais abatidos num matadouro e cujas carcaças

foram consideradas próprias para consumo humano;o Devem provir de estabelecimentos registados ou aprovados ao

abrigo do Regulamento n.º 852/2004 ou do Regulamento n.º853/2004;

• As matérias‐primas devem ser acompanhadas de documentação queindique o estabelecimento de origem e o destinatário;

• A empresa deve dispor de câmaras de armazenagem fáceis de limpar edesinfetar (HACCP) e preferencialmente refrigeradas;

é• As matérias‐primas devem ser transportadas e armazenadasrefrigeradas, exceto no caso de serem transformadas nas 24 horas que seseguem ao início do seu transporte.

Fertilizantes

• Produção de adubos a partirde resíduos curtidos e não curtidos;de resíduos curtidos e não curtidos;

• Compostagem de resíduos nãocurtidos.

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Valorização energética

Valorização como combustível:

• Gordura – Tratamento, separação e valorização para queima;Gordura Tratamento, separação e valorização para queima;• Biogás ‐ A partir dos resíduos não curtidos, lamas da ETAR deAlcanena e outros resíduos agroindustriais, utilizando a tecnologiade codigestão anaeróbia;• Biodiesel – A partir da raspa tripa;• Gaseificação e Pirólise ‐ Aplicação direta e indireta dos resíduos(lamas das ETAR’s, resíduos curtidos e não curtidos).

Desafios da Indústria de Curtumes

Nova Regulamentação de Descarga de Águas 

Residuais, nomeadamente em Alcanena;  , ;

Boas Práticas Ambientais 

‐ Plano de Sensibilização 2014 ‐

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Boas Práticas Ambientais Plano de Sensibilização 2014

ObjetivosObjetivos::

• Resposta às necessidades das empresas

associadas da AUSTRA;

• Atualização de competências e conhecimentos

técnicos e económicos associados à utilização das

MTD’s;

• Cumprimento do Regulamento de Descarga de

Águas Residuais.

Boas Práticas Ambientais Plano de Sensibilização 2014

MetodologiaMetodologia::

M i d B P áti A bi t i• Manuais de Boas Práticas Ambientais

a. Empresas de curtumes e armazenistas de produtos químicos;

b. Armazenistas/comerciantes de peles

c. Prestadores de serviços de transporte e tratamento de resíduos e outros associados da AUSTRAresíduos e outros associados da AUSTRA.

• Ações de sensibilização, de informação e de demonstração

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Boas Práticas Ambientais Plano de Sensibilização 2014

TemasTemas aa abordarabordar::

• Conservação da pele;

• Processo de produção;

• Uso racional da água (economia e reutilização);

• Gestão de energia;

• Reciclagem de materiais e valorização de resíduos;

• Tratamento de efluentes industriais;

• Minimização de odores;

• Armazenamento de produtos químicos.

C t T ló i d I d t i d C

Contactos

Centro Tecnológico das Industrias do Couro

São Pedro2384-909 AlcanenaTel. 249 889 190Fax. 249 889 199

[email protected]