Aluno Online - Solicitacao de Inscricao em Disciplinas (Crítica)
2014_MarceloGouveaGomes
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7/26/2019 2014_MarceloGouveaGomes
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UNBUNIVERSIDADE DE BRASLIA
LETRAS TRADUOINGLS
A DAMA E O VAGABUNDO OU A LADY E O MALANDRO:
COMPARANDO E RENOVANDO O TEXTO DE DUBLAGEM DE UM
CLSSICO INFANTIL
MARCELO GOUVA GOMES
BRASLIADF
2014
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MARCELO GOUVA GOMES
A DAMA E O VAGABUNDO OU A LADY E O MALANDRO:
COMPARANDO E RENOVANDO O TEXTO DE DUBLAGEM DE UM
CLSSICO INFANTIL
Trabalho de concluso de curso apresentado
Universidade de Braslia como exigncia parcialpara a obteno de bacharel em Letras-Traduo-Ingls.
Orientao: Alessandra Ramos Harden
BRASLIADF
2014
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MARCELO GOUVA GOMES
A DAMA E O VAGABUNDO OU A LADY E O MALANDRO:
COMPARANDO E RENOVANDO O TEXTO DE DUBLAGEM DE UM CLSSICO
INFANTIL
Trabalho de concluso de curso apresentado Universidade de Braslia como exigncia parcial
para a obteno de bacharel em Letras-Traduo-Ingls.
Data: _________________
Resultado: _____________
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Sabine GorovitzUniversidade de Braslia
___________________________________________________________Soraya Ferreira Alves
Universidade de Braslia
___________________________________________________________Alessandra Ramos HardenUniversidade de Braslia
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RESUMO
Neste projeto analisamos as peculiaridades e desafios por trs do processo da traduo de
filmes com propsito de dublagem. O estudo feito atravs da comparao de duas traduesj existentes do filme de animaoLady and the Trampcom uma terceira traduo proposta
por este trabalho. Tambm so exploradas as concepes de retraduo e utilizao da
linguagem oral, sua necessidade e formas de manifestao no texto traduzido.
Palavras chave:Lady and the Tramp, A Dama e o Vagabundo, Traduo para Dublagem,
Retraduo, Linguagem Oral.
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ABSTRACT
This research studies the singularities and challenges regarding translation produced for film
dubbing by comparing two existing translations of the animated feature Lady and the Tramp
with a third one, proposed by this paper. Also explored are the concepts of retranslation and
the use of oral language: their necessity and how they manifest in the resulting translated
script.
Keywords: Lady and the Tramp, Dubbing Translation, Retranslation, Oral Language.
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SUMRIO
Quando chega a Bella Notte ....................................................................................................... 1E sabe por que isso importa, broto? ........................................................................................ 2
O que queremos mesmo .......................................................................................................... 3
Vamos fazer assim .................................................................................................................. 3
Captulo 1De Cachorros Assobiadores at um Filme ............................................................. 4
1.1 O cnone dos filmes animados Disney ............................................................................. 4
1.2 Uma Lady, um Tramp, uma Histria ................................................................................ 5
1.3 Na Histria do Mundo ...................................................................................................... 51.4 Ele no falar muito bem o nosso idioma....................................................................... 6
Captulo 2Antes do processo .................................................................................................. 7
2.1 Traduo para dublagem ................................................................................................... 7
2.2 Os envolvidos na dublagem ............................................................................................ 10
2.3 Atuando com a voz ......................................................................................................... 11
2.4 Nomenclatura .................................................................................................................. 12
2.5 Msicas ........................................................................................................................... 142.6 Retraduo ...................................................................................................................... 17
2.7 Linguagem Oral .............................................................................................................. 18
Captulo 3Por trs da traduo.............................................................................................. 20
3.1 Nomes prprios ............................................................................................................... 20
3.2 Diferenas culturais ........................................................................................................ 22
3.3 Expresses idiomticas ................................................................................................... 27
3.4 Jogos de palavras ............................................................................................................ 28
3.5 Msicas ........................................................................................................................... 34
3.6 Concluso ........................................................................................................................ 35
Captulo 4E disso tudo, saiu ................................................................................................. 36
Captulo 5Consideraes finais ............................................................................................ 73
Referncias Bibliogrficas ........................................................................................................ 74AnexoLady and the Tramp, script original ........................................................................... 77
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Quando chega a Bella Notte
Produes cinematogrficas de animao destinadas famlia (ou, especificamente, s
crianas) ocupam um espao complexo no mundo da traduo. Adaptaes de filmes infantis
especialmente no que se diz respeito dublagem, o tema deste trabalho raramente so
refeitas, o que significa que a primeira tentativa de criar uma verso em uma lngua de
chegada de determinada obra se torna a verso definitiva para milhes de consumidores. Em
outras palavras, essa primeira tentativa se torna a verso aceita como cannica pela maioria
dos que entram em contato com ela a verso que marca as vidas das pessoas que a
consagram como parte importante de sua juventude.
Lady and the Tramp, lanado nos cinemas norte-americanos em 1955, o dcimo quinto
filme animado do cnone de animaes cinematogrficas do Walt Disney Animation Studios,
o estdio de animaes da gigante transnacional The Walt Disney Company. O longa-
metragem, inspirado pelo conto Happy Dan, The Whistling Dog, de Ward Greene, narra o
conto de romance entre dois ces: Lady, uma cocker spanielpertencente a uma rica famlia
suburbana; e Tramp, um vira-latas bom vivanthabitante das ruas. Foi o filme animado mais
lucrativo da empresa em seu tempo, e desde ento se consagrou como clssico da animao,
com filmes e seriados de todos os gneros lhe oferecendo homenagens at a atualidade.
Apesar de ter sido lanado nos anos 50, a produo do filme se iniciou aproximadamente em
1937, e o filme em si situa-se em 1909. Afetado pelo tempo em mltiplos nveis, uma obra
que apresenta desafios fascinantes para tradutores modernos.
Diferente de quase todos os filmes animados da Walt Disney Company, Lady and theTramp foi adaptado para dublagem no Brasil duas vezes (ambas as vezes tendo o ttulo
adaptado como A Dama e o Vagabundo, tambm usado na adaptao portuguesa). Alguns
outros filmes da empresa chegaram a ter certas partes regravadas, normalmente msicas, ou
trocaram um ou dois dubladores por questes externas mas Lady and the Trampteve dois
elencos de dublagem completamente distintos, que gravaram usando dois scripts bem
diferentes. Os textos oferecem, portanto, duas abordagens bem distintas de adaptao deste
longa-metragem infantil.
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E sabe por que isso importa, broto?
A primeira adaptao para dublagem do filme foi lanada em 1955, para seulanamento em cinemas ao redor do mundo; essa mesma verso foi lanada em VHS em 1991
pela empresa Abril Vdeo e distribuda para mltiplas emissoras de televiso afiliadas Walt
Disney Company, que continuaram a exibi-la indefinidamente (ltima exibio relatada em
2012). Em 1998, houve um relanamento do VHS, tambm pela Abril Vdeo, e este veio com
uma redublagem realizada pelo estdio Double Sound, do Rio de Janeiro; esta verso est
presente em todos os relanamentos em mdia home video feitos desde ento.
Ambas so populares entre crianas e adultos, mas ambas sofrem de limitaes
impostas sobre elas limitaes diferentes, mas igualmente debilitantes. A primeira verso,
da dcada de 50, foi claramente feita sem uma cpia escrita do script do filme, e conta com
vrias adaptaes bem liberaisalgo previsvel, considerando a quantidade alta de sotaques e
idiomas estrangeiros apresentados no decorrer do filme.
J a segunda verso, essa muito provavelmente feita com uma cpia escrita dos
dilogos, em oposio primeira, peca por literalidade. Nenhuma informao se perde na
adaptao, mas muitas vezes a linguagem utilizada excessivamente formal, as frases so
longas ou curtas demais para o espao de fala do dublador ou, pode-se argumentar, no
condizentes com o humor ou personalidade do personagem em dado momento.
Existem tradues do filme para legendagem, naturalmente incontveis, ao somar
tradues feitas para os mltiplos tipos de mdia de home video, exibies de cinema,
exibies em canais de televiso, dentre outras; mas, por ser um filme infantil, a adaptao
para dublagem acaba por ser a mais acessada, a mais conhecidae a mais influente.
Pode parecer irrelevante uma busca por refinar a qualidade da traduo de um filme
de animao infantil produzido h quase 60 anos, mas no . O filme um clssico de seu
meio, considerado at uma das maiores histrias de romance a serem exibidas nas telas de
cinema norte-americanas 1 e, diferente de outros clssicos do meio provavelmente
igualmente merecedores de uma reviso de sua adaptao para dublagem, este teve duas
equipes de traduo que abordaram o texto a seu modo. Isso nos fornece ampla fundao para
analisar a eficcia de escolhas de adaptao, alm das mudanas que ocorreram tanto na
1100 Years...100 Passions List of a 100 Winning Movies. American Film Institute, 2002.
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lngua quanto na prtica da traduo como um todo no decorrer dos anos e produzir uma
terceira verso.
O que queremos mesmo...
O Objetivo Geral deste trabalho ser produzir uma adaptao para dublagem do longa
metragem Lady and the Tramp, com o auxlio de contribuies feitas pelas duas tradues
oficiais (com mesmo propsito) anteriores do filme. Os objetivos especficos a serem
alcanados para tal so: fazer uma anlise comparativa entre as duas tradues para dublagem,
produzidas em 1955 e 1998; analisar a metodologia seguida por cada traduo e absorver
delas tcnicas e escolhas teis para o objetivo final; e produzir uma traduo completa para
dublagem do filme visando maior qualidade possvel como considerada dentro das correntes
tericas seguidas neste projeto de pesquisa.
Vamos fazer assim
Com essa verso em mos, segue um processo de catalogar diferenas, adaptaes,
erros e escolhas notveis entre as duas verses para dublagem, atravs de uma anlise
comparativa, e julgar sua eficcia, relevncia e aplicao para com o pblico-alvo, a cultura-
alvo e o mercado-alvo ao qual direcionado. Vrios fatores externos ao texto sero relevantes
analise comparativa, como fatores polticos, editoriais, culturais e, principalmente, histricos,
considerando a diferena de 40 anos existente entre as duas tradues. importante ressaltar,
entretanto, que a anlise comparativa no tem o objetivo de julgar qual das tradues a
melhor, mas observar cada uma abordou o texto e como suas abordagens direcionaram a
receptividade do produto pelos telespectadores.
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CAPTULO 1De Cachorros Assobiadores at um Filme
Apesar de to presentes em nossas vidas, comum saber pouco sobre as mincias de
todos os elementos aqui analisadoso processo de dublagem, o filme animado da Disney e a
prpria Disney. Por esse motivo, neste captulo sero explorados os conceitos por trs dessas
entidades to presentes.
1.1O cnone dos filmes animados Disney
Fundada em 1923 sob o nome de The Disney Brothers Studio, a Walt Disney
Company uma das mais renomadas corporaes multinacionais de meios de comunicao
de massa. Originalmente dedicada produo de curtas-metragens animados para terceiros,
hoje se encontra subdividida para mltiplos fins: telecomunicaes; parques e resorts;
estdios de produes cinematogrficas, musicais e teatrais; produtos para consumo; e mdias
digitais.2
As fundaes da empresa, entretanto, firmam-se na produo de animaes, funo
que nunca perdeu de focode fato, continuou a aprimorar no decorrer das dcadas. O estdio
original Disney Brothers hoje conhecido como o Walt Disney Animation Studios, e
responsvel pela produo de numerosos curtas e longas-metragens animados premiados e
lucrativos por seus quase 100 anos de existncia. Os longas-metragens, conhecidos como o
cnone de filmes animados da empresa, so lanados em um ritmo (aproximadamente)
anual ao redor do mundode acordo com a contagem oficial da empresa, h 54 deles, com o
55 a ser lanado em 2016.
O estdio, alm de financeiramente bem sucedido, tambm pioneiro no mundo da
animao, e desenvolveu vrias das tcnicas, princpios e conceitos que se tornaram norma naproduo de animao tradicional. Ele tambm revolucionou tanto o mercado de animao
quanto o mercado de cinema como um todo ao desenvolver e popularizar a arte do storyboard
(BARRIER, 1999).
2http://thewaltdisneycompany.com/disney-companies
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1.2Uma Lady, um Tramp, uma Histria
Em 1955, a Disney lanou o dcimo quinto filme de seu cnone de longas-metragens
animados (de acordo com a classificao adotada pela empresa em 2014), Lady and the
Tramp. O filme se passa em 1909 e narra a histria de dois ces Lady, uma cocker spaniel
pertencente a um rico casal suburbano; e Tramp, um vira-latas que vive na parte mais pobre
da mesma cidade. Circunstncias na casa levam Lady a fugir temporariamente, quando ela e
Tramp vivem uma breve e intensa histria de amor. Aps algumas desventuras, ao final do
filme, Tramp adotado pela famlia de Lady e juntos eles tm filhotes.
A produo do filme se iniciou em 1937, quando o roteirista Joe Grant props a Walt
Disney a ideia de uma histria com sua cadela, Lady. Walt sentia que a personagem precisava
de um elemento para equilibr-la, que veio a ele no comeo dos anos 40 quando leu, na
Cosmopolitan Magazine, um conto chamado Happy Dan, the Whistling Dog(Dan Feliz, O
Co Assobiador), escrito por Ward Greene. Tendo comprado os direitos sobre a histria e seu
protagonista, a Disney comeou a produzir o que seria essencialmente uma fuso das duas
ideias: Lady and the Tramp (THOMAS, 1997). A nica interrupo notvel no decorrer do
processo de produo do filme se deveu Segunda Guerra Mundial, que paralisou o trabalho
da animao at o seu trmino.O filme foi o primeiro da empresa a adotar o formato widescreen CinemaScope, um
formato de tela mais amplo que o anteriormente adotado. Isso levou os animadores a tentarem
sempre colocar um grande nmero de personagens (ces) em uma mesma cena, quando
possvel (BARRIER, 1999).
1.3
Na Histria do Mundo...
Lady and the Trampfoi lanado nos cinemas estadunidenses e brasileiros em
junho de 1955. A dcada de 50 marcou um retorno forma para o Walt Disney Animation
Studios,aps uma pausa na produo de longas-metragens devido Segunda Guerra Mundial,
que tirou dele o acesso ao mercado internacional. Seguindo o sucesso de Cinderella, longa-
metragem animado da empresa lanado em 1950, a produo de vrios filmes foi retomada,
incluindoLady and the Tramp.
O filme foi lanado em um perodo em que as residncias dos Estados Unidos estavam
sendo dominadas pela televiso e a estrutura familiar, mudando um resultado
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paradoxalmente positivo da economia de guerra foi o nmero de mulheres que continuaram
ou foram incentivadas a entrar no mercado de trabalho. Eram necessrios filmes que
convencessem esse pblico a voltarem aos cinemas espontaneamenteCinderella,Peter Pan
e Alice in Wonderland, lanados, respectivamente, em 1950, 1951 e 1953, conseguiram, em
nveis diferentes de sucesso, reconquistar o pblico atravs de contos fantsticos e mgicos, e
foi decidido tentar faz-lo dessa vez com um romance simples, sem grandes fugas da
realidade.3
Foi um enorme sucesso de fato, o filme mais lucrativo da empresa at aquele
momento (NEWCOMB, 2000).
1.4 Ele nofalar muito bem o nosso idioma
O filme foi traduzido para dublagem e distribuio pelo Brasil no mesmo ano. A
traduo (e direo de dublagem) ficou a cargo de Aloysio Oliveira, figura chave na
unificao cultural entre o Brasil e os Estados Unidos: o msico, conhecido por ser o porta-
voz ingls-portugus da celebridade Carmen Miranda, trabalhou lado a lado com Walt Disney
na produo de filmes para unificao do continente no perodo da Segunda Guerra Mundial,
como Saludos Amigos (1942). Ele permaneceu nos Estados Unidos trabalhando com WaltDisney at o falecimento de Carmen, em 1955, o ano de lanamento deLady and the Tramp.4
Em 1997, o filme foi lanado em VHS uma segunda vez (tendo a primeira sido em
1991), e para o relanamento uma segunda dublagem foi produzida nos estdios Master
Sound do Rio de Janeiro. A nova dublagem, alm de contar com um elenco completamente
novo, contou com uma traduo inteiramente refeita, apesar de uma mantendo termos e
adaptaes j consagrados pelo consciente do pblico consumidor e pela empresa.
So abordagens diferentes. Enquanto a primeira dublagem visa apagar todas asreferncias culturais cultura norte-americana e substitu-las por outras mais familiares ao
pblico brasileiro, a segunda favorece uma abordagem estrangeirizadora ou talvez
neutralizadora fosse o termo mais adequado, j que, como na primeira, vrias referncias
culturais foram de fato alteradas, mas no substitudas especificamente por supostas
equivalentes brasileiras, deixando o carter estrangeiro do texto visvel, mas no especfico.
3http://www.waltdisney.org/storyboard/recap-lady-and-tramp-technical-triumph4
http://www.dicionariompb.com.br/aloysio-de-oliveira/dados-artisticos
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CAPTULO 2Antes do Processo
2.1 Traduo para dublagem
Assim como a traduo para legendagem, a traduo para dublagem se enquadra
dentro da traduo audiovisualo conjunto de prticas que envolve a traduo oral e escrita
de programas e filmes veiculados atravs de diversos meios tais como filmes, fitas VHS e
DVDs (RAMALHO, 2007).
Ambas apresentam as mesmas limitaessincronismo, volume de texto, os aspectos
tcnicos de produo e o papel dos profissionais envolvidos na traduo (ARAJO, 2003)
mas cada uma a sua maneira. Por exemplo, o sincronismo no mbito da legendagem diz
respeito apenas quantidade de tempo que o texto oral traduzido fica visvel em cena (o que,
por sua vez, dita o quo longo ou curto ele deve, idealmente, ser); j na dublagem, h
simultaneidade entre o tempo, a oralidade e tambm os movimentos labiais do personagem
(fora os casos de narrao).
O volume de texto tambm diferente. Por ser escrito, o volume de texto nalegendagem significantemente menor que na dublagem, em que uma quantidade maior de
texto pode sere frequentemente comprimida no espao de fala pelos encarregados pelo
processo de dublagem. Como resultado, o texto legendado frequentemente reduzido se
comparado ao texto do original, enquanto o texto da dublagem uma reconstruo dos
dilogos (ARAJO, 2003).
Uma dificuldade notvel na traduo para dublagem se encontra na incapacidade de
especificar intencionalidade. A menos que o tradutor divida seu cargo com o diretor dedublagem (mais sobre isso na prxima seo), no h como ele passar aos atores responsveis
pela gravao de voz as mincias do script as pequenas ou grandes variaes de
determinadas falas em determinado contexto. O tradutor precisa depositar sua confiana no
diretor e nos atores para captarem-nas.
O script padro escrito completamente em caixa alta e no permite o uso de negrito
ou sublinhamento. O itlico normalmente usado apenas para marcar quando um personagem
entra em um nmero musical. Notas de traduo so permitidas, mas imprticas e
desencorajadas, normalmente utilizadas apenas para especificar a pronncia de determinado
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termo complexo. Por fim, os diversos sons emitidos pelos personagens suspiros, risos,
alteraes na respirao no podem, normalmente, ser detalhados no script; so marcados
apenas como (R) (reao).
Segue abaixo alguns exemplos do efeito das limitaes da traduo audiovisual sobre
o texto original:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
TrampWELL, HEREWE ARE.
BEM, AQUIESTAMOS.
BOM, AQUI. AQUI, NOZOOLGICO.
Lady THE ZOO? AQUI? NOZOOLGICO?
AQUI?
Aqui temos um tpico caso de uma palavra que possui um equivalente funcional bem
delimitado na lngua-meta (zoolgico)e que bem mais longo que ela (zoo). E com cada
dublagem, vemos os diferentes modos de abordar o caso: a segunda dublagem, produzida pela
Double Sound, optou por literalidade, ignorando a praticidade. No zoolgico apresenta
quatro slabas a mais que The zoo, e isso fica bem claro pela animao em perfil da
personagem proferindo as palavras; aqui, cabe ao dublador ser capaz de ler a traduo rpida
e claramente, sem sacrificar a naturalidade da fala no processo. A primeira dublagem mostrou
mais preocupao com o encaixe labial, mas eliminou a referncia ao zoolgico
completamente o telespectador seria perfeitamente capaz de identificar o local aps os
personagens entrarem no lugar, mas, independentemente, um exemplo de informao
perdida na traduo. Nesta dublagem propomos resumir a informao da fala anterior para
uma s palavra (Aqui) e nela identificar o local, deixando a seguinte livre para
modificaes.
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
TrampITS JUST THEANGLE.
D-SE UMJEITO!
DEPENDE DOPONTO DEVISTA.
S UM PONTODE VISTA.
LadyANGLE? JEITO? PONTO DE
VISTA?O QU?
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Aqui temos outro exemplo do mesmo caso, com as mesmas abordagens. Destaque
para a primeira dublagem que optou por mudar a afirmao (e a informao) completamente,
sem necessariamente mudar o sentido do dilogo.
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
TrampI SAID A LOGPULLER!
EU DISSE UMPUXADOR!
EU DISSEPUXADOR DETRONCOS!
EU DISSE UMPUXADOR!
Tanto na primeira dublagem quanto na dublagem sugerida neste trabalho, o termo
puxador de troncos usado em uma fala que segue esta, logo apenas adiando ofornecimento daquela informao ao invs de omiti-la do texto.
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
BeaverHEY! ITWORKSSWELL!
EI! SAIUCERTO!
PUXA!FUNCIONAMESMO!
OLHA!FUNCIONA SIM!
O personagem do Castor (Beaver) tem como caracterstica principal a nfase que
coloca no som /s/ ao falar (na verso em ingls, foi usado um apito para simular o assovio
labial; na segunda dublagem, o assovio foi real); a fala na lngua-fonte foi feita para dar
nfase ao som que termina a palavra works e inicia a palavra swell, fazendo o
personagem espirrar gua ao invs de assoviar. recomendado, ento, escrever a fala da
dublagem para posicionar o fonema no mesmo lugar. Nenhuma das duas dublagens o fez (e a
primeira, curiosamente, colocou forte nfase no r em certo, no sendo esse caracterstico
do personagem), apesar da fala da segunda dublagem apresentar o som em mesmo
posicionado em bom lugar. Na dublagem proposta por este trabalho, o som seria o que inicia a
palavra sim.
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Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Lady
IT DIDNTHURT,REALLY. BUTDARLINGHAS NEVERSTRUCK ME...BEFORE.
NO ME DOEUNADA. MASQUERIDAJAMAISBATEU-ME.JAMAIS.
NA VERDADE,NOMACHUCOU.MAS AQUERIDA
NUNCATINHA... MEBATIDO.
NO DOEU DEVERDADE. MASQUERIDA
NUNCA MEBATEU, ATAGORA.
A separao da ltima palavra um constante desafio em dublagem. Por exemplo, na
traduo proposta, a palavra final havia primeiramente sido traduzida literalmente como
antes; mas no possua o mesmo som fechado de before(alm da tnica estar presente em
slabas diferentes nas duas). A necessidadee o objetivo de evitar uma pausa pouco natural
fez com que fosse trocado por at agora. A segunda dublagem, por outro lado, abraou a
pausa pouco natural que constantemente resulta da dublagem feita utilizando a traduo
para legendagem como script. A primeira dublagem evitou a pausa ao fragmentar a frase, mas
usou uma palavra de som aberto, em discordncia com a animao.
2.2 Os envolvidos na dublagem
O processo de traduo para dublagem, no diferentemente do processo de traduo
literria, passa por algumas mos antes de chegar s mos dos atores que o interpretaro com
suas vozes isto , os dubladores. As primeiras, opcionais na maioria das dublagens e
reservada apenas para tradues para grandes empresas (ou seja, definitivamente se aplicariana traduo deste filme), seriam as mos de um revisor, encarregado de certificar de que o
script est dentro dos padres e limitaes exigidos pela empresa em questo.
Em seguida, e este mandatrio para qualquer dublagem, o script constantemente
revisado pelo diretor de dublagem no decorrer das gravaes. Como o nome sugere, o diretor
de dublagem o encarregado de escalar e guiar a performance dos dubladores, e tem a
liberdade de fazer quaisquer pequenas alteraes no script que achar que o beneficiaro.
Ocasionalmente o diretor de dublagem e o tradutor so o mesmo individuo.
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Como no script no possvel/aconselhvel usar negrito, itlico, minsculas,
separao silbica especfica etc., cabe ao diretor de dublagem interpretar o modo como o
texto lido. O sarcasmo por trs de uma fala, o sotaque apresentado por certo personagem, a
velocidade da fala, ele(a) o(a) encarregado(a) de captar isso fora do script e transmitir essa
informao aos dubladores.
Durante o processo de gravao comum os dubladores alterarem levemente a
estruturao das falas traduzidas para maior naturalidade ou maior compatibilidade com seus
personagens. Naturalmente, tarefa do diretor de dublagem controlar tais alteraes para que
no se contradigam ou traiam o esprito do texto.
Em seguida as gravaes so passadas aos engenheiros de som que, alm decumprirem sua tarefa de aprimorar, mixar e trabalhar o udio, podem, mais pertinentemente
para este trabalho, eventualmente cortar pedaos de fala, se absolutamente necessrio. No ,
entretanto, uma prtica comum.
Como nota final, importante ressaltar que mltiplas dublagens no se utilizam de um
script traduzido especificamente para a prtica da dublagem, este no sendo exigido. Essas
dublagens simplesmente fornecem aos dubladores o script de traduo utilizado para a trilha
de legendas da obra e fica a cargo delesjuntamente com o diretor de dublagemadequar a
mtrica e fontica dessa traduo ao vdeo.
2.3 Atuando com a voz
A traduo para dublagem uma traduo de limitaes limitaes de espao, de
tamanho, de vocabulrio etc. Ao mesmo tempo, uma traduo que exige ampla criatividade
para caracterizar os personagens propriamente dentro dessas limitaes.
O roteiro da dublagem, tambm chamado de script, diferente do roteiro para
legendagem, separado em blocos de no mximo 20 segundos cada. Esses fragmentos so
os chamados anis ou loopsdo processo de dublagem. Os atores que fornecem as vozes
aos personagens so pagos com base no nmero de anis que gravam (KONECSNI, 2012).
At aqui, simples apenas uma questo de formatao. O verdadeiro desafio se mostra no
texto falado em sitanto em termos de forma quanto de contedo.
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Em termos de forma, cada fala precisa ser traduzida tendo em mente o tempo que
levar para ser pronunciada e os movimentos labiais que sero feitos para pronunci-la. O
profissional responsvel por gravar a voz do personagem poder dar sua contribuio para
adequar o texto, adaptando-o mais ainda no momento da gravao, mas o ideal que ele o
faa se, e somente se, absolutamente necessrio a funo dele, afinal, atuar. esperado
que o tradutor providencie um script com o texto j metricamente adequado para a dublagem.
Em termos de contedo, preciso considerar que o texto da traduo para dublagem
ser lido; logo, precisa se aproximar da lngua falada, e seu foco est na naturalidade da
conversao. O nvel de formalidade precisa se adequar ao personagem que est falandosua
idade, classe social, ou at o perodo da Histria em que ele vive.
O roteiro tambm limitado no que diz respeito a detalhes das falas. No possvel
indicar no roteiro se determinada fala dita sarcasticamente ou falsamente; assim como no
vivel explicar que escolhas intrnsecas de pronome so inalterveis pelo bem do projeto. A
escrita do roteiro feita completamente em caixa alta, sem permitir o uso de negrito ou itlico,
o que limita ainda mais a indicao de variaes de intencionalidade. preciso traduzir tendo
em mente que a traduo precisar ser interpretada pelos profissionais da dublagem
posteriormente, em um curto perodo de tempo. Notas de traduo so, entretanto, permitidas,
quando utilizadas para especificar, por exemplo, a pronncia de determinado termo(KONECSNI, 2012).
2.4 Nomenclatura
Nomes, tais como aqueles empregados pelos personagens deste filme, poderiam ser
explicados como as palavras cuja principal funo identificar um indivduo; isto , uma
pessoa, um animal ou um objeto. Nomes so monorreferenciais referem-se a uma nica
entidade mas no monofuncionais, pois podem servir como portadores de significados
semnticos, semiticos e/ou simblicos em obras de fico (FERNANDES, 2006).
Assim como vrias produes infantis alegricas e contos de fada, mltiplos
personagens de Lady and the Tramp so nomeados e apelidados de acordo com suas
caractersticas fsicas e psicolgicas ou de acordo com as funes que exercem no enredo
(AGUILERA, 2008). Podemos tambm dizer que, em sua maioria, os nomes dos personagens
do filme carregam significados semnticos (FERNANDES, 2006).
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A primeira dublagem um produto de seu tempo; estava inserida no que poderia ser
considerado o primeiro perodo da traduo para o cinema, onde nomes prprios eram
classificados como uma categoria gramatical to digna de traduo quanto qualquer outra
(AGUILERA, 2008). Neste caso, isso significa que a adaptao terminolgica dos
antropnimos foi ampla e, de certa forma, bem arbitrria. um fenmeno observado na
traduo de vrios outros produtos da poca como exemplo, os clssicos Looney Tunes
(Bugs Bunny, Daffy Duck) e produes da Hanna-Barbera (Yogi Bear, Wacky Races) em
que a adaptao de nomes aparentemente era feita no com base em significado, mas
puramente em esttica, frequentemente ignorando por completo quaisquer jogos de palavras
usados no ingls. Assim, vrias personagens do filme possuem nomes na primeira adaptao
que no possuem nenhuma relao aparente com seus nomes na lngua inglesa; e esses nomes,
por uma questo de consistncia dentro da empresa Walt Disney, foram mantidos na segunda
dublagem (com a exceo de alguns, os quais veremos mais adiante).
O primeiro exemplo que o filme nos oferece o personagem Jock o velho terrier
escocs vizinho da protagonista Lady. Seu nomeassim como seu sotaque e escolha peculiar
de vocabulrio um jogo de palavras com sua raa, indicando sua nacionalidade escocesa.
As adaptaes brasileiras ignoraram isso em prol de uma simples romanizao, Joca, que no
sugere nada em particular sobre sua nacionalidade (apagada junto de seu sotaque e
vocabulrio). Da mesma forma, o vizinho desse personagem que sempre o acompanha, o co
de Santo Humberto (bloodhound) Trusty, teve seu nomereferncia a seu passado como co
de caatrocado para o misteriosamente arbitrrio Caco.
Os dois protagonistas do filme tiveram um tratamento diferenciado quanto adaptao
de seus nomes. Lady foi um raro possivelmente nicocaso de um personagem com nome
representativo tendo sido mantido intacto, em ingls, nas duas dublagens, o que resultou emuma perda de resonncia com o ttulo, em que a palavra Lady foi traduzida como Dama
(para contrastar, ocorreu o caso contrrio em Beauty and the Beastem 1991: na verso em
ingls no h tal resonncia uma vez que o nome da protagonista Belle, do francs; na
verso brasileira uma resonncia foi criada, com o ttulo sendo adaptado como A Bela e a
Fera, e o nome da personagem adaptado como Bela).Tramp, por sua vez, foi traduzido de
formas distintas para cada traduo para dublagem na primeira, a curiosa escolha de
adaptao foi Malandro, contrapondo-se com o ttulo que traduz a mesma palavra como
Vagabundo. Tal dissonncia no se repetiu na segunda dublagem, em que o nome do
personagem foi adaptado como Vagabundo.
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H outros casos menores, mas notveis. Os personagens humanos Tony e Joe (este,
por sua vez, tendo seu nome na primeira dublagem trocado por Pepe)apelidam Tramp de
Butch (que, alm de significar forte, sob seus fortes sotaques italianos soa semelhante a
pooch, ou seja, co); as duas tradues adaptaram tal apelido como Paisano. O
personagem que Lady conhece apenas por Jim Dear (pelo modo como sua esposa, cujo
nome o pblico tambm desconhece, o chama no decorrer do filme), tem o Jim apagado na
traduo da primeira dublagem, se tornando apenas Querido.
Como a adaptao proposta por este trabalho no se v limitada pelas exigncias
mercadolgicas da Disney e tem como pblico-alvo crianas teoricamente no familiarizadas
com o filme, os nomes foram readaptados visando maior aproximao aos significados
propostos pela lngua-fonte. O previamente mencionado Trusty foi adaptado como Leal,
uma das possveis tradues diretas do seu nome em ingls, selecionada em oposio a outras
possveis tradues (por exemplo, confivel ou verdadeiro) por sua brevidade e
consequente facilidade em se encaixar nos movimentos labiais dos personagens. Jock, por sua
vez, foi adaptado como Scott um nome que, apesar de no menos estrangeiro que seu
nome na verso em ingls, deixa mais claro para o pblico brasileiro sua conexo com a
nacionalidade de sua raa (e com o idioma falado por aqueles que se identificam com tal
nacionalidade, o scots).
Com o propsito de recriar a resonncia entre o nome da personagem com o ttulo do
filme, Lady foi adaptada como Dama tambm servindo para auxiliar certos jogos de
palavras no decorrer do filme, como o fato de Trusty a aderear pelo pleonasmo MissLady
(Senhorita Dama) e por Jim Dear, em um ponto do filme, lhe abrir a porta, afirmando
alegremente: Ladies first! (Primeiro as damas!).Pelo mesmo motivo Tramp foi adaptado
como Vagabundo, assim como foi feito na traduo da segunda dublagem.
2.5 Msicas
Uma caracterstica marcante de filmes animados da Walt Disney, tambm popular em
filmes animados tradicionais, e at animaes para TV, de outros estdios, a presena de
nmeros musicais no decorrer do enredo, utilizados para desenvolver personagens e/ou ajudar
o desenrolar da trama atravs dos recursos oferecidos pela linguagem musical. As msicas defilmes animados da Disney, especialmente nos dias atuais, so frequentemente tambm
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lanadas em segundas verses gravadas por artistas populares (no perodo de lanamento do
filme).
Ocasionalmente msicas podem ser mantidas em ingls, com ou sem legendas traduzindoseu contedo como exemplo de uma animao que frequentemente manteve msicas em
ingls, temos Hey, Arnold, produzido pela empresa Klasky-Csupo para o canal infantil
Nickelodeon. Filmes da Disney, entretanto, consistentemente adaptam todas as suas msicas
para a lngua-meta (com exceo de casos especficos em que msicas so simplesmente
eliminadas completamente, mas falaremos mais disso no Captulo 3 deste trabalho).
Assim como em musicais teatrais, a adaptao dessas msicas deve levar em considerao
diversos fatoresmtrica (aqui ainda mais que no teatro, pois preciso sincronizar a fala coma animao), rimas, mensagem, movimentos, referncias visuais, silabrio, vocabulrio (a
letra de uma msica ainda reflete o personagem que a canta), altura das notas etc. Os desafios
apresentados traduo literria, no-musical, tambm esto presentes aqui; elementos
culturais que se mostrem dissonantes podem precisar ser retrabalhados. Um tradutor precisa
levar em considerao regras que no so estritamente lingusticas, mas amplamente
culturais(ANDERSON e ULVAEUS, 2009).
Analisemos os fatores separadamente, a comear pelas slabas. Ao contrrio do que se
acredita, possvel na dublagem mascarar o nmero de slabas de fato utilizadas por
exemplo, como j mencionado, na dublagem da Double Sound de 1997, uma cena deste filme
inclui a personagem Lady falando a palavra zoo tendo sida traduzida literalmente como
zoolgico; apesar das quatro slabas extras, a dubladora foi perfeitamente capaz de sobrepor
a traduo ao vdeo de forma bem natural. Em msicas, entretanto, faz-lo bem mais difcil;
o ritmo no qual as slabas so pronunciadas imposto claramente pela melodia da msica, e
dificilmente ela aceita uma slaba a mais ou a menos. Entretanto, acrescentar slabas extras
possvel dentro das circunstncias ideais. Por exemplo, tomemos este verso na msicaHes A
Tramp, cantada pela personagem Peg:
Original Primeiradublagem
Segundadublagem
Dublagemproposta
Verso And I onlywish hed stay
that way
Mas que moraaqui no meu
corao
o co que medesperta
emoes
E assim quegosto de v-lo
agir
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A verso original apresenta nove slabas poticas; todas as adaptaes apresentam dez.
Isso s possvel graas ao modo espontneo da personagem de cantar, e graas ao gnero
musical da msica em si, o jazz.
Definitivamente no o caso para todas as msicas do filme, como por exemplo o
tema principal do longa, Bella Notte:
Original Primeiradublagem
Segundadublagem
Dublagemproposta
Verso In this lovely
Bella Notte
Quando chega a
Bella Notte
Quando chega a
Bella Notte
Sobre esta Bella
Notte
Todos apresentam oito slabas poticas, pois a melodia e os movimentos labiais do
personagem cantando a msica em cena, o cozinheiro Joe, no permitem mais ou menos
que isso.
Os movimentos labiais ditam mais do que apenas o nmero de slabastambm ditam
sua fontica. A animao pode deixar, e frequentemente deixa, bem claro o som com queum personagem termina (ou simplesmente interrompe) um verso musical, e tarefa do
tradutor ter isso em mente ao elaborar a adaptao da msica; afinal, lanar um filme em
que um personagem canta a palavra amar quando o personagem claramente est
formando com a boca o som /o/ pode serprejudicial para os negcios.
um desafio que se apresentou em algumas msicas do filme. Por exemplo, tomemos
outro verso de Bella Notte:
Original Primeiradublagem
Segundadublagem
Dublagemproposta
Verso The night willweave its magicspell/when the oneyou love is near
E o romance deamor/que da noitevai nascer
Pois o romance jnasceu/comoestrelas vai luzir
A noite joga seuencanto/quando oseu amado vir
A animao mostra o personagem a cantar, Joe, com os dentes juntos e mostra, o
movimento usado na animao para representar o som /i/ logo, recomendado que a
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traduo termine o verso com o mesmo fonema. Como podemos observar, a primeira
dublagem, de 1955, optou por terminar com outro fonema, o som /e/. Fica bem claro
pela animao que h uma discordncia entre o que o personagem est dizendo e o que
seu cantor-dublador est dizendo.
Como tradutor, tambm preciso estar preparado para reposicionar determinadas
informaes ou palavras na adaptao da msica, quando necessrio. Como as notas da
msica j esto definidas, preciso utilizar todos os recursos disponveis para ajustar o
novo texto ao ritmo e entonaes da melodia (ANDERSON, 2009).
2.6 Retraduo
O senso comum pode nos levar a crer que a linguagem infantil simples e elementar; uma
impresso marcadamente incorreta. Tomemos por exemplo o vocabulrio utilizado em
tradues de textos direcionados a crianas; acredita-se que ele precisa ser simples para
facilitar a compreenso do jovem pblico consumidor que, assumimos, ainda no tem
familiaridade com vocbulos mais complexos da lngua portuguesa. Ao mesmo tempo,
entretanto, acredita-se ser funo das obras infantis sejam elas literrias, cinematogrficasou outras expandir o vocabulrio e o universo de conhecimento das crianas. tambm
dedutvel o fato de elas perderem interesse por um texto que, independente de ser simples ou
complexo, no seja dinmico.
Tudo isso precisa ser mantido em mente durante o processo de traduo para dublagem.
Somado exigncia de utilizar uma linguagem prxima linguagem oral, tambm preciso
visar manter o texto esteticamente dinmico e, at certo ponto, instrutivo. Por ser o possvel
responsvel pelos primeiros contatos do indivduo com outras partes do planeta, o texto
infanto-juvenil traduzido deve oferecer uma experincia prazerosa, sem deixar, contudo, de
apresentar as diversidades culturais provenientes de outros mundos (SILVA, 2009).
Mas a linguagem no um elemento imutvel, livre dos efeitos do tempo; ela envelhece
e, em se tratando de linguagem oral, bem rapidamente. Junto com ela, tambm envelhecem e
se alteram as noes de dinamismo esttico. Normalmente isso no representa um problema
para o original, mas sim para a traduo (FURLAN, 2013). Logo, tradues de obras literrias
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e cinematogrficas de todos os tipos, especialmente aquelas destinadas ao pblico infanto-
juvenil, exigem retradues que atualizem seu contedo e linguajar.
Eventualmente a atualizao pode ser relacionada mais diretamente com a empresa.Padres mudam, assim como mudam as normas internas da produtora ou publicadora da obra,
ou se torna necessrio alterar a traduo para concili-la com outros produtos brinquedos,
livros, continuaes relacionados obra trabalhada que tenham sido lanados no meio-
tempo.
2.7 A Linguagem Oral
No segredo que h uma diferena perceptvel entre a estrutura textual do que dito
e do que escrito, especialmente ao se tratar de conversao; enquanto o dilogo falado
repleto de pausas, repeties e pleonasmos, conversas escritas geralmente evitam esses
empecilhos para oferecer ao leitor uma experincia mais inteligvel. Ao escrever, utilizamos
estruturas gramaticais e construes textuais diferentes da fala, a qual, por sua vez, assume
um carter mais espontneo, menos rgido do que a escrita (LZIO, 2004).
A traduo para dublagem pode ser vista como um processo de sobrepor uma
linguagem oral (o texto do filme, como lido pelos atores do original) com outra linguagem
oral (quela dos dubladores). Assim sendo, o texto da traduo para dublagem apresenta o
desafio de transcrever a linguagem oral, com todas as marcas da oralidade. O texto da
legendagem tambm possui esse objetivo, naturalmenteassim como o da dublagem, ele est
reproduzindo a linguagem oral do texto da obra sendo traduzida. Entretanto, tanto por sua
natureza expostamente escrita quanto pelo carter espacialmente restrito da legenda, a
legendagem apresenta bem menos liberdade gramatical do que a dublagem, que pode ser mais
volumosa e, mais importantemente, informal (NARVAES, 2011).
A oralidade um fator importante na construo da coerncia do texto traduzido para
dublagem especialmente quando se trata de uma narrativa. Cada personagem tem seu
prprio modo de falar influenciado por sua idade, classe social, nvel de escolarizao,
contexto de cena que precisa ser levado em considerao; as unidades na conversao
devem obedecer a princpios comunicativos para sua demarcao e no a princpios
meramente sintticos (LZIO, 2004). Na dublagem, o texto oral deve ser fluido, consistente e
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100% relacionado ao contexto, caso contrrio, o pblico ficar sem entender (NARVAES,
2011).
Os recursos (marcadores) conversacionais podem ser subdivididos em trs tipos:verbais, no verbais e supra-segmentais. Os verbais formam uma classe de palavras ou
expresses altamente estereotipadas, de grande ocorrncia e recorrncia. Situam-se no
contexto sem contribuir com novas informaes. Os no verbais referem-se expresso facial,
gesticulao, enfim, posturas fsicas que fazem parte de toda e qualquer comunicao. E os
recursos supra-segmentais so de natureza lingstica, mas no de carter verbal, por exemplo,
as pausas e o tom de voz (LZIO, 2004). Como ser visto no decorrer do processo de
traduo de Lady and the Tramp, a traduo para dublagem engloba tanto os marcadores
verbais quanto os supra-segmentais.
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CAPTULO 3Por trs da traduo
Aqui sero expostas trs tradues para dublagem: duas oficiais, lanadas em
1955 e 1997 pela Walt Disney (como detalhado no captulo 1) e uma proposta neste trabalho.
A primeira traduo, produzida por Aloysio Oliveira, provavelmente sob superviso prxima
do prprio Walt Disney, apresentou forte nfase na naturalidade dos dilogos, ou seja,
trabalho sobre a linguagem oral (de 1955) ocasionalmente sacrificando detalhes do texto e
referncias cultura-fonte. J a segunda deu preferncia ao uso de uma traduo literal em
oposio ao uso da linguagem oral, resultando em vrios desconfortos no processo de
dublagem a serem detalhados mais adiante.
A primeira dublagem foi um produto de seu tempo, no que diz respeito a ter
maiores limitaes tcnicas que levaram informaes a serem perdidas no decorrer do
processo de dublagem, como veremos a seguir e utilizar de uma linguagem que foi
naturalmente desgastada pelo tempo. A traduo proposta por este trabalho tem como objetivo
procurar o que seria, essencialmente, um meio-termo ideal.
3.1 Nomes prprios
Os personagens ces (e raros humanos) possuem nomes e apelidos que, alm de
serem nomes credveis para ces, tambm nos dizem algo sobre sua personalidade, carter
fsico ou simplesmente sobre a sua raa (com exceo do humano Joe):
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Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Nome
Tramp Malandro Vagabundo VagabundoLady Lady Lady Dama
Lassie (apelido de Lady) Lady Lady DaminhaPige (apelido de Lady) Broto Princesa PrincesaJock Joca Joca ScottTrusty Caco Caco LealOl Reliable Caco Velho Caco Velho Vi LealButch Paisano Paisano Piero
Nutsy Perneta Palerma LelJoe Pepe Joe JoeJim Dear Querido Jim Querido Jim QueridoDarling Querida Querida Querida
Dachsie Linguia Linguia DachsAl Jaca Jaca Jaca
Atravs da abordagem adotada por este projeto e pelas duas dublagens aqui
analisadaspara a traduo do filme, as nomenclaturas foram adaptadas para o jovem pblico
consumidor, visando permitir a ele desfrutar do estilo narrativo exercido pela empresa ao
produzir o longa-metragem. Adaptar esses antropnimos foi julgado como sendo o mais
adequado para o pblico de pr-leitores (crianas) consumindo o produto(SILVA, 2009).
Adicionalmente, outras opes, como manter os nomes inalterados e adicionar explicaesdiludas (NEWMARK, 1982), seriam inviveis em vista do limite de espao imposto pelos
movimentos labiais dos personagens.
Algumas adaptaes, como Jim Dear para Querido na primeira dublagem e
Lassie para Lady nas primeira e segunda dublagens podem ter sido resultado da
preocupao com o espao de fala fornecido pela animao. O uso de Lassie por Jock,
entretanto, constitui parte do personagem especificamente, ilustra seu status de figura
veterana, possivelmente paterna, ao aderear Lady sempre por um diminutivo; portanto foiadaptado nesta traduo como Daminha.
Esta traduo visou adaptar os nomes prprios de forma a refletir os significados
por eles sugeridos no udio ingls, sempre respeitando o espao de fala e a necessidade de
mant-los dinmicos para o jovem pblico consumidor. Coincidentemente, vrias escolhas se
igualaram quelas feitas pela traduo da segunda dublagem.
Tomemos um exemplo especfico: Butch, o apelido dado pelo cozinheiro Tony
a Vagabundo, foi adaptado como Paisano nas duas primeiras tradues. Butch
provavelmente tanto refere-se a um vago conceito de ser duro, forte, quanto homnimo
graas ao pesado sotaque dos dois personagens que o usam a pooch, ou cachorro.
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Nesta dublagem, foi optado o uso de um apelido italiano,condizente com a nacionalidade
do personagem Tony Piero, que alm de ser um nome italiano usual, tem relao direta
com rocha, assim se assemelhando conotao do nome ingls.
Um exemplo notvel tambm encontrado no apelido dado a Tramp para Lady no
decorrer do filme. Em ingls, esse apelido Pige, abreviao de Pidgeon (pombo), uma
gria j bem antiquada para se referir a jovens mulheres. A primeira dublagem achou o
equivalente perfeito em portugus em broto, palavra com a mesma conotao no portugus;
uma palavra, entretanto, que caiu em desuso nos anos que seguiram o lanamento do filme.
Tanto a traduo para dublagem de 1997 quanto a traduo proposta optaram por atualizar
o termo para um sarcstico princesa, que possui uma conotao extra de status social que,
felizmente, perfeitamente adequada para a personagem.
Por fim, um pequeno personagem chamado Dachsie foi adaptado nas primeiras
duas tradues como Linguia. O nome ingls um diminutivo de dachshund, o nome da
raa do personagem, que a mesma em portugus; com isso em mente, a traduo proposta
optou por adaptar seu nome simplesmente como Dachs.
3.2 Diferenas culturais
Por ser um filme produzido nos Estados Unidos que se passa nos Estados Unidos,
alm de dedicar quantidade significante de suas cenas satirizao de outras culturas, Lady
and the Tramppossui um bom nmero de referncias culturais especficas lngua fonte.
A primeira traduo, como citado, normalmente opta pela naturalizao do texto,
aproximando-o o mximo possvel da cultura de chegada para alcanar essa naturalizao,
enquanto a segunda normalmente opta por um nvel relativo de literalidade. A traduo
proposta opta por uma abordagem de naturalizao semelhante da primeira dublagem, massomente na medida do necessrio.
Um exemplo frequente est no uso do sistema de medidas imperiais adotado pela
lngua inglesa dos Estados Unidos:
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Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Trusty
ABOUT, UH,SIX-FOOT-
TWO. NO, UH,THREE.
DE-DE DOISMETROS. NO,
TRS.
UM METRO EOITENTA E
SETE. NO,NO, NO, UMMETRO E
NOVENTA.
DE UNS... DOISMETROS. NO,
TRS.
BeaverSIX-FOOT-SIXAND SEVEN-SIXTEENTHINCHES.
SEIS PAUS ESETECENTMETROS,ISSO D ESOBRA!
DOIS METROSE DEZESSETE.
DEU DOISMETROS ESESSENTA ECINCOCENTMETROS.
importante notar que no segundo exemplo os nmeros so menos importantes
que o som por eles projetado. O personagem Castor tem como caracterstica principal a nfase
que pe sobre o som /s/, logo parece pertinente tambm us-lo na traduo, mesmo se atravs
de aumento ou reduo do tamanho da rvore sendo discutida na cena em questo.
Certos personagens tm nacionalidades distintamente marcadas por sotaques e
escolhas de vocabulrio no ingls. Nem sempre possvel expressar isso propriamente pelo
texto:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Bulldog
BLIMEY!LOOK, PEG,ITS THETRAMP. (meugrifo)
OLHA! (R)OLHA, PEG, OMALANDRO!
NOSSA! OLHA,PEG, OVAGABUNDO!
CARAMBOLAS!OLHA, PEG! OVAGABUNDO!
Jock
WHAT HESTRYING TOSAY, LASSIE,IS DARLINGISEXPECTING AWEE BAIRN.
O QUE ELEQUER DIZER,LADY, QUEA QUERIDAESTESPERANDOUM BROTO!
O QUE ELEESTTENTANDODIZER, LADY, QUE AQUERIDA ESTESPERANDOUM HERDEIRO.
O QUE ELEESTTENTANDODIZER,DAMINHA, QUE QUERIDAESTESPERANDOUM PIMPOLHO.
HEATHERLAD OF
GLENCAIRNTO YOU!
SEU VIRALATA DUMA
FIGA!
V ANTES QUEEU CHAME A
CARROCINHA!
SIR SCOTT DEGLENCAIRN
PRA VOC!
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As duas dublagens no tentaram lidar com as referncias culturais presentes
nestes dois personagens. No ingls, o uso das expresses blimey e wee bairn provindas
dos dialetos britnico e escocs, respectivamenteindica ao telespectador que os personagenscarregam uma carga cultural diferente dos demais; de fato, no segundo exemplo, a
personagem Lady fica confusa, desconhecendo a expresso utilizada. Na traduo proposta, o
uso das palavras incomuns e antiquadas carambolas e pimpolho foi uma forma de replicar
o estranhamento, indicando pelo vocabulrio que os personagens em questo tm diferenas
lingusticas, talvez at culturais, se comparados aos demais.
As tradues oficiais do terceiro exemplo provavelmente resultaram do mesmo
intuito de ignorar as caractersticas escocesas do personagem Jock. Nesta traduo propostafoi escolhido traduzir a fala diretamente, apenas trocando o ttulo escocs heather lad pelo
mais conhecido, mas ainda suficientemente escocs, sir.
Tendo dito isso, a escolha de broto pela primeira dublagem pode ter dado cena
um subtexto a mais; aps ouvir este dilogo que Tramp conhece Lady, e broto (pige)
o apelido que ele lhe confere. Logo, na primeira dublagem, podemos inferir que o personagem
tomou a inspirao para o apelido a partir desta fala.
O filme faz referncias a certas obras literrias, e as tradues lidam com elas diferentemente:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Trusty
WELL, AS THEYPUT IT, UHBIRDS AND THEBEES?
BEM, COMO SEDIZ, AH ASCEGONHAS,CHAMINS...
BOM, COMOELES DIZEM...OS PSSAROSE ASABELHAS?
BEM, COMOELES DIZEM(R)... PLANTAMA SEMENTINHA?
Tramp WHY? BECAUSE
YOU STILLBELIEVE INTHAT, IN THEFAITHFUL OLDDOG TRAYROUTINE?
O QU? SER
QUE AINDAACREDITA
NAQUELACONVERSA DAVITROLA COMA VOZ DODONO?
POR QU?
VOC AINDAACREDITA
NAQUELAVELHAHISTRIA DEFIDELIDADECANINA?
POR QU?
PORQUE AINDAACREDITA
NAQUELAVELHA LENDADE MELHOR-CO-MELHOR-AMIGO?
Boris ITS LIKE GORKISAYS IN LOWERDEPTHS.
COMO GORKIDIZ EM SEUDITADO.
COMO OGRANDEGORKI SEMPRE
DIZIA.
COMO GORKIDIZ EM "OSUBMUNDO".
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Nota: apesar de no ilustrado acima, a primeira dublagem criou uma repetio no
primeiro exemplo. A fala que imediatamente segue esta mostra Trusty sugerindo a explicao
da cegonha; logo, na primeira verso, ele menciona o pssaro duas vezes em sequncia. A
segunda traduo optou pela literalidade, limitando a compreenso, j que o eufemismo bem
menos conhecido no Brasil do que nos Estados Unidos. Nesta dublagem, optamos por
substitu-lo por um equivalente utilizado no portugus brasileiro para explicar o mesmo que o
original (relaes sexuais para as crianas).
Interessantemente, tanto a primeira quanto a segunda traduo omitiram a meno
especfica pea teatral Lower Depths ( )de Mximo Gorki. Podemos pressupor que,
devido rusticidade das ferramentas de traduo e pesquisa da pocatanto em 1955 quanto
em 1997 os tradutores simplesmente no tiveram tempo de buscar uma informao to
obscura para uma fala to passageira.
Outras referncias culturais que vale a pena observar:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Darling
MM-HMM. OH,AND SOMECHOP SUEYTOO.
, QUERO. E...E UM COZIDOTAMBM.
UHUM. AH, EUM CHOPSUEYTAMBM.
UHUM. AH, ECHOP SUEYTAMBM.
Tramp
Lady
Tramp
NOW OBRIENSHERE IS WHERELITTLE MIKE,SURE, THATSME AGAIN,PIGE, COMESEVREATUESDAY.
EVREATUESDAY?
BEGORRA! ANDTHATS WHENTHEYREAFTER-HAVINTHEIR DARLINCORNED BEEF.
NESTA CASAAQUI ONDEO TUTU, SIM,SOU EUTAMBM,BROTO, COMEDE COLHER!
DE COLHER?
BATATA! E AQUI QUE EUPEGO UMDELICIOSOROSBIFE.
AQUI NA CASADOS PEREIRA ONDEMANOEL,CLARO QUESOU EU DE
NOVO, VEMNAS TERAS.
NAS TERAS?
ENA, P! QUANDO ELESJANTAM UMDELICIOSOBACALHAU AOZ DO PIPO.
AGORA, OSGONZALESAQUI SN ONDEO PEQUEOPACO, SOY YODE NOVO,PRINCESA, VEMPOR LAS
TERAS!
LAS TERAS?
CON GUSTO! QUANDO AFAMLIA TEMUMAS BUENASENCHILADAS!
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O segundo exemplo provavelmente o dilogo cujas tradues mais variam em
cada verso. O original faz referncias a esteretipos (sotaque, comidas tpicas, expresses)
irlandeses, e como tais so virtualmente inexistentes no consciente popular brasileiro,
especialmente entre crianasparece uma escolha lgica troc-los por esteretipos de outras
culturas.
A primeira dublagem, estranhamente, no o fez. possvel que tenham trocado a
famlia da casa em questo por uma brasileira especialmente ao trocarem o falso nome de
Tramp na famlia de Mike para Tutu mas, em uma verso do filme falada
completamente em portugus, no h como ter certeza. Como um todo, parecem
simplesmente ter neutralizado o dilogo de referncias culturais.
A segunda dublagem optou por esteretipos portugueses (no foi transcrito com o
dilogo, mas o dublador de Tramp, Felipe Grinnan, aplicou forte sotaque portugus a estas
falas em particular); j esta escolheu pegar emprestado vocbulos de nossos vizinhos
prximos da Amrica Latina (que tambm tm mais alta probabilidade de estarem morando
em uma vizinhana norte-americana).
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagem
proposta
Bulldog
WE WASONLYHAVIN A BITOF SPORT,WE WAS.
NS S TAVAGOZANDO UMPOUCO ADONA, NSTAVA.
QUAL? AGENTE STAVA SEDIVERTINDOUM POUCO.
NS TAVA SBRINCANDOUMPOUQUINHOCOM ELA.
Este um bom exemplo que ilustra a necessidade da retraduo nas duas frentes.
A primeira traduo reproduziu bem a estrutura gramaticalmente, coloquialmente incorreta do
original, mas apresenta artefatos da linguagem brasileira de dcadas passadas o uso de
gozando e dona como na fala da dublagem simplesmente no aceitvel nos dias atuais.
J a segunda dublagem simplesmente adaptou a fala de forma gramaticalmente correta,
tirando dela sua particularidade. Nesta, portanto, foi atualizada a lngua e mantida a estrutura
propositalmente no padro da frase.
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3.3 Expresses idiomticas
Expresses idiomticas, frases to intrinsecamente ligadas cultura-fonte, so
frequentemente encontradas no decorrer do filme. A estratgia mais comumente utilizada,
tanto pelas trs tradues do longa-metragem quanto por tradues audiovisuais como um
todo, para abord-las a traduo por meio da adoo de um fraseologismo equivalente
expresses, sejam elas semanticamente prximas ou distantes da original, que mantenham a
idiomaticidade das expresses utilizadas na lngua-fonte (FRANCISCO, 2009).
Um dos primeiros exemplos encontrados no filme est no uso de uma expresso
derivada do beisebol:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Joe
BREAKFASTCOMIN UPFROM A-LEFTFIELD! (R)GOODCATCH!
UM OSSO BOMPRUM BOMFREGUS! (R)BELA PEGADA,H?
OLHA OLANAMENTODO CAF DAMANH! (R)BELA PEGADA!
SAINDO CAFDA MANH DEESCANTEIO! (R)BOA PEGADA!
Aqui temos um timo exemplo de cada dublagem adotando uma abordagem
diferente. A primeira escolhendo ignorar completamente a referncia ao esporte; a segunda
mantendo-a, mas tornando-a no especfica. J esta simplesmente a trocou por uma mais
familiar ao pblico brasileiro: o futebol.
Tramp o personagem de fala mais coloquial do filme, e isso se reflete nastradues:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Tramp
IM TELLINGYOU, THEPRESSURESREALLY ON!
QUERO QUESAIBAM, ACANA ESTDURA.
ESTOCAANDO AGENTE!
T FALANDO, ACOISA TPEGANDO!
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(Babies are)JUST A CUTELITTLEBUNDLE. OF
TROUBLE!
MAS PARANS, ELES SDO ... (R) TRABALHO!
(Bebs) SO SUM PACOTE.(R) DEPROBLEMAS!
(Bebs) SO UNSBICHINHOS DEPELCIA (R).COM
ENCHIMENTODE ENCRENCA!
(Im) THEVOICE OFEXPERIENCE,BUSTER.
(Sou) A VOZ DAEXPERINCIA,BASTIO.
(Sou) A VOZ DAEXPERINCIA,MOO.
(Sou) A VOZ DAEXPERINCIA,CHEFE.
So em falas como estas (a cana est dura, bastio) que a idade da primeira
traduo fica mais evidente. Tambm evidente fica a literalidade da adaptao da segunda
dublagem (ao traduzir o segundo exemplo bem literalmente) e sua recusa a ser informal(como visto na neutralizao completa do primeiro exemplo).
Na traduo proposta para o segundo exemplo foi possvel deixar a segunda
metade da fala ligeiramente maior que na lngua-fonte, apesar das limitaes de espao da
dublagem, pois o personagem aqui fala offscreen (fora de cena), seus lbios ocultados do
telespectador.
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Trusty WELLHOLDEM.HOLDEM ATBAY.
NSSALVAREMOS...O NOSSOAMIGO.
VAMOS DET-LOS. LATINDO.
VAMOS PAR-LOS. PAR-LOSDE MEDO.
As duas dublagens parecem ter ignorado a repetio dramtica da fala inglesa e a
reinventaram, particularmente a primeira dublagem. Provavelmente no a julgaram
importante o bastante.
3.4 Jogos de palavras
Em vrios pontos do filme, fazem-se trocadilhos com o nome da personagem
Lady com o substantivo, lady (dama); isso se perde nas primeiras duas dublagens, em que o
nome dela se mantm Lady. Por exemplo:
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Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Jim
Dear
OH, LADIESFIRST.
PRIMEIRO ASSENHORAS.
OPA. PRIMEIROAS DAMAS.
AH, PRIMEIROAS DAMAS.
Tramp
MODELEDBY THELOVELYLITTLELADY
MODELADOPOR ESTALINDACRIATURA
...TEMOS AQUIESTA LADYADORVEL...
...VESTIDOPELAADORVELDAMA...
No segundo exemplo, a segunda dublagem parece ter percebido e alterado
levemente o texto para inserir o nome da personagem, ao custo do trocadilho.
O filme tambm apresenta inmeros jogos de palavra com a palavra coe todas
a ela relacionadas:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Tramp
I WONDERWHAT THE
LEASH ANDCOLLAR SETDOES FOREXCITEMENT.
QUERIASABER COMO
A SOCIEDADEDE COLEIRASE DIVERTEPOR AQUI.
O QUE SERQUE OS
CANINOSFAZEM AQUIPRA SEDIVERTIR?
O QUE SERQUE A
SOCIEDADE DACOLEIRA FAZPRA CURTIRPOR AQUI?
ANYTHINGNEW IN THEKENNEL CLUBSET?
ALGO DENOVO NOCLUBE DOSGR-FINOS?
ALGUMANOVIDADE NATURMA DOKENNEL CLUB?
ALGUMANOVIDADE NOCLUBE-QUATRO-PATAS?
LOOKS LIKEIM THEONE
WHOS IN THEDOGHOUSE.
J VI QUE ACOISA NO
T BEM PROPAPAI.
PARECE QUEEU FIQUEI MAL
PRACACHORRO.
PARECE ATQUE SOU EU
QUEM TACORRENTADO.
Bulldog
PEG USED TOBE IN THE DOGAND PONYFOLLIES.
A PEG JCANTOU EMTEATRO DESUBRBIO.
A PEG JCANTOU EMMUITOSPALCOS.
A PEG A J FOIUMA FERA DOSHOW BIZ.
PegWHAT A DOG! QUE
CACHORRO!MAS QUE CO! QUE
CACHORRO!
As duas primeiras tradues no tentaram adaptar o termo dog and pony folly.
Esta escolheu adapt-lo, relativamente, como fera do showbiz, uma referncia menos
especfica, mas ainda existente, a ces.
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No terceiro exemplo, esta traduo alterou levemente o referencial da cena se
comparado ao original de doghouse para acorrentado mas ambas funcionam no
contexto dela, pois tanto uma casinha de cachorro quanto uma personagem acorrentada esto
presentes.
E no deu para resistir tentao de adicionar alguns jogos de palavra prprios ao
script. Tradues so, afinal, perdas e ganhos:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Toughy
HES GIVEN
THE SLIP TOEVERYDOGCATCHERIN THIS BURG.
ELE J
ESCAPULIU DETODACARROA DECACHORRO.
ELE J
CONSEGUIUESCAPAR DETODAS ASCARROCINHAS.
PASSOU A PATA
EM TODOS OSCARAS DACARROCINHADA CIDADE.
Piadas quanto a nacionalidades e sotaques:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagem proposta
Joe
WELL, A SON
OF A GUN!HES GOT ACOCKERELSPANISH A-GIRL.
EI, QUE
MALANDRO!5
OLHA S QUE
MALANDRO!ELE ARRANJOUUMA COCKERSPANIEL.
HA, MAS QUE
GARANHO! ELEARRANJOU UMACOCKERESPANHOLA.
Tony
Lady
YOU TAKE-ATONYSADVICE ANDA-SETTLEDOWN WITHTHIS-A ONE,EH?
THIS-AONE?
QUE TOMEMEUCONSELHO ESE CASE COMESSARAGAZZA, EH?
RAGAZZA?
SIGA OCONSELHO DOTONY ESOSSEGUE COMESSA DA, H?
ESSA DA?
ESCUTE OCONSELHO DOTONY AQUI --ESSA A UMAPRA 'CASARE'!
CASARE?
5A segunda metade desta fala no est presente nesta dublagem. Como o personagem est offscreen, imperceptvel para o telespectador casual.
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Tramp
THIS-A ONETHIS OH!
TONY, YOUKNOW. HESA-NOT A-SPEAKINGENGLISH A-PRETTYGOOD.
RAGAZZA...RAGAZ... OH!
TONY, VOCSABE, N? ELE
NO PARLA OPORTUGUSDE TROPOBOM.
ESSA DA... ESSADA... QUE, (R)
O TONY, ELENO FALAMUITO BEM O
NOSSO IDIOMA.
'CASARE', CASA...OH, O TONY,
SABE... ELE NOFALAR MUITOBEM A NOSSOIDIOMA.
Boris
Pedro
AH, BUTREMEMBER,MY FRIENDS,EVEN TRAMP
HAS HISACHILLESHEEL.
PARDON ME,AMIGO.WHAT IS THISCHILIHEEL?
AH, MAS NOSE ESQUEAM,AMIGOS. OMALANDRO
TEM SEUPONTO FRACO.
PERDN A MI,AMIGO. QUIENS QUE ESTFLACO?
MAS LEMBREM-SE BEM, MEUSAMIGOS, AT OVAGABUNDO
TEM SEUCALCANHAR DEAQUILES.
DESCULPE,AMIGO, MAS OQUE CALCANHARDE CHILI?
AH, MASLEMBREM-SE,MEUS AMIGOS.AT ELE TEM SEU
CALCANHAR DEAQUILES.
PERDN, AMIGO.O QUE UM"CALCANHAR DEQUILOS"?
No segundo exemplo, a primeira dublagem tomou mais liberdades, adicionando
uma referncia mais direta lngua nativa do personagem (italiano). A segunda dublagem, por
outro lado, alterou completamente o modo como se interpreta a reao de Ladyde confuso
sobre o estranho linguajar de Tony para transtorno pelo modo como foi adereada. Esta se
ateve mais ao que o original fezmisturar a lngua falada no filme (no caso desta traduo, o
portugus) com um esteretipo da lngua italiano (a terminao re).
Como possvel observar, um fragmento inteiro de dilogo se perdeu na primeira
dublagem por motivos desconhecidos. Considerando a rusticidade do processo de dublagem
de 1955, bem provvel que tenha sido uma falha tcnica.
Um dos momentos mais interessantes do filme, linguisticamente, quando uma
palavra dita por Tramp faz Lady se lembrar do nome de um dos antigos romances dele,
levando os dois a uma breve separao
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Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
BulldogTHERESBEEN LULU.
LEMBRO DALULU.
TEVE A LULU. TEVE A LULU.
DogYEAH, ANDTRIXIE.
, E A ROSA. , E A LINDA. , E A TRIXIE.
Dachsie UND FIFI. UND FIFI. E A FIFI. UND FIFI.(...)
Tramp
WHO COULDEVER HARMA CUTELITTLETRICK LIKEYOU?
QUEM QUEVAI ASSUSTARUMAFLORZINHACOMO VOC?
QUEM IRIAFAZER MAL AUMA COISALINDA COMOVOC?
QUEM IAMACHUCARUMA COISINHAFOFA QUE NEMVOC?
Lady
TRICK.TRICK? THATREMINDS ME,WHO ISTRIXIE?
FLORZINHA?POR FALAR
NISSO, QUEM ROSA?
LINDA.LINDA? PORFALAR NISSO,QUEM LINDA?
FOFA. FOFA?ISSO MELEMBRA:QUEM FIFI?
Tramp TRIXIE? ROSA? LINDA? FIFI?
LadyAND LULUAND FIFIAND...
E LULU, E FIFI,E
E LULU, FIFI... E LULU? ETRIXIE? E...
As duas dublagens optaram por trocar Trixie por um nome mais fcil deassociar a uma palavra do portugus; j esta optou por deixar todos intactos e trocar apenas o
nome referido no dilogo (Trixie por Fifi).
Agora, vejamos trocadilhos:
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Tramp
HI, GALS.
HOWSPICKINGS?PRETTY SLIM,EH?
AL,
MENINAS.COMO VO ASCOISAS? VOMAL, H?
OI GAROTAS.
COMO VAI AVIDA? DIFCIL,
N?
E A, MENINAS?
BICANDOMUITO?PARECE QUE
NO.
JimDear
OH, BOY, OH,BOY! ITS ABOY, ITS ABOY, ITS ABOY!
UM MENINO! MENINO, MENINO!
MENINO!PUXA VIDA, MENINO!MENINO,MENINO,MENINO!
SIM, MENINO!RAPAZ, MENINO! AHRAPAZ, MENINO, MENINO!
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O primeiro exemplo exige algo que associe a pergunta com os pssaros (Tramp
est falando com pssaros na cena em questo). Pickings tem uma leve associao
animalstica.
J no segundo, buscou-se um substituto para brincadeira presente entre Oh boy
(Puxa vida, como traduzido pela segunda dublagem) e Its a boy ( menino) no ingls. O
duplo sentido de rapaz foi julgado como prximo o suficiente.
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Tramp
WE BETTER
GO THROUGHTHIS PLACEFROM A TO Z.
VAMOS
VASCULHAR OLUGAR DEPONTA APONTA.
BOM, VAMOS
REVIRAR ISSODE CIMA ABAIXO.
VAMOS
EXPLORARESSE LUGAR DECIMA A BAIXO.
Aqui h uma pequena brincadeira no ingls perdida em todas as tradues. Eles
figurativamente e literalmente vasculham o zoolgico em que esto from A to Z ou esse
seria o plano, mas eles cessam sua busca no B, com Beaver (Castor). Em portugus,
entretanto, as iniciais no coincidem Macaco (Ape), Jacar (Alligator) e Castor (Beaver)
no so visitados em ordem alfabtica. Seria possvel manter o jogo de palavras se a traduo
permitisse notas de rodap ou recursos semelhantes, mas, como j explicado, invivel em
dublagem. Felizmente o filme no chama grande ateno brincadeira, sendo ela, em ingls,
mais um pequeno bnus para os telespectadores prestando ateno; independentemente,
uma perda.
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
JockI MISJUDGEDHIMBADLY.
E EU OJULGUEI...ERRADO.
E EU OJULGUEI...MUITO MAL.
EU O JULGUEIMAL... PSSIMO.
Claramente as duas dublagens tiveram dificuldade em reproduzir a redundncia
proposital da frase inicial, portanto a neutralizaram. Nesta, tentou-se trocar por um tipo de
correo errnea por parte do personagem.
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3.5Msicas
Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Jock
FOUR STEPSA-STRAIGHT,AND THEN TOMY LEFT
QUATROPASSOS,DEPOIS PARA AESQUERDA
DOU QUATROPASSOS E VOUPARA AESQUERDA
QUATRO AFRENTE, E VIRO ESQUERDA
AND RIGHT ATTHE PLACEWHERE I
MARKED IT
PARA O LUGARQUE EU
MARQUEI
PARA O LUGARQUE EU
MARQUEI
E ENTO AOLUGAR QUEMARQUEI, J.
WITH ABONNIE,
BONNIE BONETHAT ILLBURY FOR MEOWN
E O MEU BELO,BELO OSSO,
QUE EU VOUENTERRAR
E O MEU BELO,BELO OSSO,
QUE EU VOUENTERRAR
COM O OSSOCOLOSSO QUE
EU VOUENTERRAR
IN THEBONNIE,BONNIE BANKIN THEBACKYARD
ONDE OUTROSOSSOS EU J
ENTERREI
PORQUE OSOUTROS OSSOS
J ENTERREI
NO BANCO DEOSSOS QUE J
ENTERREI.
H apenas duas msicas no filme cantadas por personagens que so fortementealiadas aos seus visuais, e esta primeira, a Cano de Jock, uma delas. Assim sendo, as
tradues no se diferenciam muito umas das outras, com algumas observaes. Esta verso
achou necessidade em acrescentar um j ao fim do segundo verso, pois a msica em ingls
possui uma pausa visvel na animao entre marked e it; esta segue completamente
ignorada nas duas dublagens, que simplesmente estendem a slaba final de marquei.
A segunda observao est no uso da palavra escocesa bonnie antes de bone,
um jogo de palavras feito sobre a semelhana das palavras. As duas dublagens preferiramignor-lo e adaptaram bonnie como belo, mas esta escolheu colosso para criar
assonncia, semelhante ao que feito na lngua-fonte.
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Original 1 dublagem 2 dublagem Dublagemproposta
Msica
THIS IS THENIGHT, ITS A
BEAUFITULNIGHT
(instrumental,Bella Notte)
LINDO LUAR,SUA LUZ
CHEGA AOMAR...
NOITE DE AMARNA BELEZA QUE
H...
()SILENT ASTHESNOWFLAKE
IN THENIGHT
(instrumental,Silent Night)
BEMSUAVEMENTE A
NEVE CAI...
TAL COMO ANEVE SOBREVS...
As duas msicas iniciaisMain Title (Bella Notte) e Peace on Earth foram
removidas da primeira dublagem, por motivos desconhecidos. uma prtica notavelmente
incomum para a Disney.
3.6 Concluso
A traduo para dublagem uma traduo de limitaes e de tcnicas bem nicas,
que cada entidade analisada neste captulo abordou de seu prprio modo. A traduo proposta
neste trabalho buscou oferecer uma abordagem que, alm de apresentar contribuies
particulares para uma verso brasileira do texto, se aproveitasse dos pontos fortes das
primeiras duas abordagens, descartando quaisquer defeitos.
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CAPTULO 4E disso tudo, saiu...
SCRIPT - A DAMA E O VAGABUNDO
00:21_______________01_______________________________________________________
MSICA NOITE DE AMAR NA BELEZA QUE H, ESTA LINDABELLA NOTTE. LUZES DO CU TECEM FORMOSO VU,
00:42_______________02_______________________________________________________
MSICA SOBRE ESTA BELLA NOTTE. POIS PEGUE AS MOSDE SEU AMADO E ASSIM, VO SE APOIAR,
01:02_______________03_______________________________________________________
MSICA E NO CAIR DO CU EM ESTRELAS AO TENTAR SEELEVAR. OH, NOITE DE AMAR,
01:18_______________04_______________________________________________________
MSICA SOB O C U A NOS DAR ESTA LINDA BELLA NOTTE.
01:34_______________05_______________________________________________________
MSICA ESTA LINDA BELLA NOTTE.
01:45_______________06_______________________________________________________
PLACA NA HISTRIA DO MUNDO, H UMA COISAAPENAS QUE O DINHEIRO NO PODECOMPRAR: O ABANAR DA CAUDA DE UM CO.
JOSH BILLINGS.
PORTANTO, PARA TODOS OS CES, SEJAMELES DAMAS OU VAGABUNDOS, QUE ESTEFILME RESPEITOSAMENTE DEDICADO.
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02:06_______________07_______________________________________________________
MSICA TAL COMO A NEVE SOBRE VS, SACRO OESPRITO EM NS. HOJE O MUNDO EST EM
CALMA, HOJE O MUNDO EST ALEGRE.
02:26_______________08_______________________________________________________
MSICA AURA DE PAZ, FILHOS DO AMAR. INFINITA, NOCESSAR.
02:47_______________09_______________________________________________________
MSICA PAZ, MEUS FILHOS, INTERIOR. AQUIETAI-VOS,
POIS CHEGOU.
03:09_______________10_______________________________________________________
JIM QUERIDO PRA VOC, QUERIDA. FELIZ NATAL.
QUERIDA AH, JIM, QUERIDO. ERA O QUE EU ESTAVAADMIRANDO, NO ? AQUELE ENFEITADO COMLAOS?
JIM QUERIDO BEM, ELA TEM UM LAO.
QUERIDA (R) AH, QUE GRACINHA.JIM QUERIDO VOC GOSTOU, QUERIDA?
03:29_______________11_______________________________________________________
QUERIDA EU ADOREI. ELA TO LINDA E MEIGA, UMAPEQUENA DAMA.
03:48_______________12_______________________________________________________
JIM QUERIDO VEM, DAMA. VEM C. BOA MENINA.PRONTINHO, UMA BOA CAMINHA PRA VOC.
QUERIDA MAS, JIM, QUERIDO. ELA VAI MESMO FICARAQUECIDA?
JIM QUERIDO CLARO QUE VAI, QUERIDA. EST CONFORTVELCOMO UM BEB NO... (R), QUASE IAESQUECENDO!
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04:08_______________13_______________________________________________________
JIM QUERIDO PRONTO. BOA NOITE, DAMA. AH, NO SEPREOCUPE, QUERIDA, ELA J VAI DORMIR. NO,
DAMA. VOC TEM QUE FICAR BEM AQUI.
04:44_______________14_______________________________________________________
QUERIDA AH, OLHA. ELA EST SOLITRIA. NO ACHA QUEPODERAMOS, S HOJE...
JIM QUERIDO QUERIDA. SE QUISERMOS MOSTRAR PRA ELAQUEM MANDA NA CASA, TEMOS QUE SERFIRMES DESDE J.
05:31_______________15_______________________________________________________
JIM QUERIDO DAMA! PARA COM ISSO! AGORA!
05:53_______________16_______________________________________________________
JIM QUERIDO DAMA, QUIETA! OUVIU? J PRA CAMA! AGORA!E NEM MAIS UM PIU! (R)
07:01_______________17_______________________________________________________
QUERIDA (R) JIM, QUERIDO.
JIM QUERIDO (R)
QUERIDA AH, JIM.
JIM QUERIDO (R)
07:21_______________18_______________________________________________________
JIM QUERIDO (R) AH, T BOM. MAS LEMBRE: S HOJE!
07:57_______________19_______________________________________________________
QUERIDA (R)
JIM QUERIDO (R) T BOM, DAMA, T BOM. J ACORDEI,DAMA, J... AH, NO!
08:17_______________20_______________________________________________________
QUERIDA O QUE FOI, JIM? O QUE HOUVE?
JIM QUERIDO PODE EXPLICAR PRA DAMA O QUE SO OSDOMINGOS?
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09:34_______________21_______________________________________________________
JIM QUERIDO QUERIDA, VOC PERCEBEU? DESDE QUE ADAMA CHEGOU, TEMOS VISTO CADA VEZ
MENOS DAQUELAS MANCHETESPERTURBADORAS.
QUERIDA POIS , EU NO SEI COMO CONSEGUAMOSVIVER SEM ELA.
JIM QUERIDO EI, ELA J DEVE TER UNS 6 MESES DE IDADE,NO? TEMOS QUE IR ATRS DE UM REGISTROPRA ELA.
10:06_______________22_______________________________________________________
QUERIDA ESPERO QUE D. UAU, FICOU LINDA. TOMADURA. APOSTO QUE SCOTT E LEAL VOFICAR SURPRESOS.
SCOTT (R)
10:32_______________23_______________________________________________________
SCOTT QUATRO A FRENTE, E VIRO ESQUERDA; EENTO AO LUGAR QUE MARQUEI, J. COM OOSSO COLOSSO QUE EU VOU ENTERRAR, NOBANCO DE OSSOS QUE J ENTERREI.
SCOTT AH, QUE VISTA MAGNFICA!
10:50_______________24_______________________________________________________
DAMA SCOTT! , SCOTT? OL, SCOTT!
SCOTT AH, VOC, DAMINHA (R)
DAMA NOTOU ALGUMA COISA DIFERENTE?
SCOTT (R) VOC TOMOU BANHO?
11:10_______________25_______________________________________________________
DAMA NO, NO FOI ISSO.
SCOTT ENTO CORTOU AS UNHAS, FOI ISSO?
DAMA (R) AINDA NO ACERTOU.
SCOTT BEM, EU NO TERIA COMO SABER. OH,DAMINHA! EST DE COLEIRA NOVA!
DAMA VOC GOSTOU?
11:30_______________26_______________________________________________________
SCOTT MUITO. HM, DEVE TER SIDO CARSSIMA! VOCJ MOSTROU AO LEAL?
DAMA NO.
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SCOTT AH, MELHOR MOSTRARMOS J! (R) SABE COMOELE SENSVEL COM ESSAS COISAS.
11:50_______________27_______________________________________________________
LEAL (R)
DAMA ELE EST SONHANDO.
12:08_______________28_______________________________________________________
SCOTT EST. SONHANDO COM SEUS DIAS DE GLRIADO PASSADO QUANDO ELE E O AV CAAVAMCRIMINOSOS PELO PNTANO.
DAMA MESMO?SCOTT MAS ISSO FOI ANTES DE...
DAMA FOI ANTES DO QU?
12:22_______________29_______________________________________________________
SCOTT J HORA DE VOC SABER, DAMINHA.NENHUM CO DEVIA PASSAR POR ISSO. MAS,BEM... O LEAL PERDEU O SENTIDO DO FARO.
DAMA (R) NO.
12:37 _______________30_______________________________________________________
SCOTT. MAS NO PODEMOS MOSTRAR QUESABEMOS, DAMINHA. ELE FICARIA ARRASADO.
LEAL (R) PRA QUE LADO ELE FOI? PRA QUE LADO ELEFOI?
SCOTT FOI?
12:55 _______________31 _______________________________________________________
LEAL . UM SUJEITO GRANDO. DE UNS... DOISMETROS. NO, TRS! TERNO LISTRADO, SEMCOLARINHO... ORA. SENHORITA DAMA. VOCEST DE COLEIRA.
DAMA (R) E DE REGISTRO.
13:14 _______________32 _______________________________________________________
LEAL PUXA VIDA. MAS COMO O TEMPO VOA.
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SCOTT . PARECE QUE ONTEM MESMO ELA ESTAVAAFIANDO OS DENTES NOS CHINELOS DO JIMQUERIDO E AGORA, A EST ELA, UMA DAMA JTODA CRESCIDA.
LEAL USANDO A MAIOR HONRA QUE O HOMEMPODE CONFERIR.
13:32 _______________33 _______________________________________________________
SCOTT A INSGNIA DE F E RESPEITABILIDADE!
LEAL ISSO MESMO, SENHORITA DAMA. COMO OMEU AV VI LEAL COSTUMAVA DIZER... NOLEMBRO SE J CHEGUEI A MENCIONAR O VILEAL ANTES?
SCOTT J. J SIM, HOMEM.LEAL (R)
13:53 _______________34 _______________________________________________________
DAMA OH, O JIM QUERIDO. SE ME DO LICENA.
JIM QUERIDO OI, DAMA! VAMOS, UMA CORRIDA AT EMCASA!
14:11 _______________35 _______________________________________________________
JIM QUERIDO AH, OC VENCEU DE NOVO! T, PARADINHA.SEGURA... OH, O QUE TEMOS AQUI? AGORA UMA MOCINHA, H? PRONTO. AH, PRIMEIROAS DAMAS.
14:31 _______________36 _______________________________________________________
JIM QUERIDO SABE, QUERIDA, COM A DAMA AQUI EU DIRIAQUE NOSSA VIDA EST COMPLETA.
QUERIDA SIM, QUERIDO. NO VEJO NADA TOMANDO OLUGAR DELA EM NOSSOS CORAES.
15:01 _______________37 _______________________________________________________
VAGABUNDO (R)
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15:21 _______________38 _______________________________________________________
VAGABUNDO (R) MAS QUE DIA! BEM, (R) HORA DE CAAR OCAF DA MANH.
15:41 _______________39 _______________________________________________________
PLACA FILHOTES VENDA.
VAGABUNDO (R) PESTINHAS FOFINHOS. (R) BOM, O CAF DAMANH, VEJAMOS... BERNIE? HM, NO.FRANOIS6!
16:01 _______________40 _______________________________________________________
VAGABUNDO NO, NO, NO, MUITO AMIDO. AH, O TONY!PERFEITO. J FAZ UMA SEMANA QUE NO VOUL.
TONY LINDO DIA NASCEU, UMA PIZZA FAZER, MESMOASSIM BELLA NOTTE...
16:20 _______________41 _______________________________________________________
JOE (R) HAH, BONJOURNO, PIERO (R). QUER O SEUCAF DA MANH, H? (R) CERTO! O CHEFE
GUARDOU UNS OSSOS DE PRIMEIRA PRA VOC!SAINDO CAF DA MANH DE ESCANTEIO! (R)BOA PEGADA!
16:42 _______________42 _______________________________________________________
HOMEM DA CARROCINHA PA.
PLACA CARROCINHA
HOMEM DA CARROCINHA (R)
17:10 _______________43_______________________________________________________
PLACA AVISO. TODOS OS CES SEM REGISTRO SEROIMEDIATAMENTE APREENDIDOS POR ORDEMDO CONSELHO MUNICIPAL.
VAGABUNDO EI! (R)
BULDOGUE (R) CARAMBOLAS! OLHA, PEG! OVAGABUNDO!
VAGABUNDO (R)
6Do francs; pronncia: Franu
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17:29 _______________44_______________________________________________________
PEG E A, BONITO? TAMBM VEIO PRA FESTA?
VAGABUNDO T BOM, T BOM, SEM TEMPO PRA PIADINHAS,
VOU TIRAR VOCS DA. T FALANDO, A COISAT PEGANDO. PLACAS POR TODA A CIDADE!
PEG AH, OBRIGADA.
BULDOGUE VOC UM CHAPA DOS BONS, AMIGO!
VAGABUNDO T, T, VO LOGO!
HOMEM DA CARROCINHA EI, O QUE QUE T ACONTECENDO A?
VAGABUNDO VO! E TOMEM CUIDADO!
17:50 _______________45_______________________________________________________
HOMEM DA CARROCINHA ORA, SEU VIRA-LATA PULGUENTO! LARGA!SOLTA J!
18:14 _______________46_______________________________________________________
VAGABUNDO OPA! VILA DOS RICAOS. E A, MENINAS?BICANDO MUITO? PARECE QUE NO. ...DEVEM TER TAMPAS EM TODAS AS LIXEIRAS.(R) E CERCAS EM TODAS AS RVORES!
18:34 _______________47_______________________________________________________
VAGABUNDO (R) O QUE SER QUE A SOCIEDADE DA COLEIRAFAZ PRA CURTIR POR AQUI?
SCOTT DAMA! DAMA!
18:49 _______________48_______________________________________________________
LEAL SENHORITA DAMA, OI! SENHORITA DAMA!
SCOTT AH, BOM DIA, DAMINHA! EST UM BELO E
ESPLNDIDO DIA... DIA.LEAL AH, SENHORITA DAMA. H ALGUM PROBLEMA?
19:09 _______________49_______________________________________________________
SCOTT ! DIGA, DAMINHA! SE ALGUM ESTIVER LHEMALTRATANDO...
DAMA AH, NO, SCOTT. UMA COISA QUE EU FIZ. EUACHO.
LEAL O QU?
DAMA DEVE SER. O JIM QUERIDO E A QUERIDA ESTOTO...
QUERIDA (R)
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7/26/2019 2014_MarceloGouveaGomes
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19:28 _______________50_______________________________________________________
LEAL O JIM QUERIDO E A QUERIDA...?SCOTT QUIETO, HOMEM! CERTO, DAMINHA. CONTE OSDETALHES.
19:45 _______________51_______________________________________________________
DAM