Filos. Neste trabalho, abordaremos três tipos de filos encontrados no Museu de Zoologia.
2019 Extensivo ENEM · 2019. 9. 6. · 7 Biologia 10. Relacione as descrições dos Sistemas...
Transcript of 2019 Extensivo ENEM · 2019. 9. 6. · 7 Biologia 10. Relacione as descrições dos Sistemas...
2019 Semana 31 09 a 13 de Set
Extensivo ENEM
1
Biologia
Circulação comparada
Resumo
O sistema circulatório tem como função a distribuição de nutrientes e oxigênio para o organismo, bem como
manter o equilíbrio hídrico do corpo e transportar excretas. Seu órgão central é o coração, bombeando o
fluido sanguíneo ao longo de vasos. Este líquido que circula pode ser a hemolinfa, incolor, como no caso dos
insetos, ou o sangue pigmentado, como é o caso dos vertebrados, cujas células apresentam um pigmento
transportador conhecido como hemoglobina.
O sistema circulatório pode ser:
• Aberto: O sangue abandona os vasos, sendo derramado em lacunas corporais (hemocele). O sangue retorna ao coração, de onde será novamente bombeado aos tecidos.
• Fechado: O sangue corre sempre em vasos sanguíneos, sem abandoná-los para banhar os tecidos.
A circulação pode ser:
• Simples: O sangue passa uma única vez pelo coração.
• Dupla: O sangue passa duas vezes pelo coração para cumprir todas as suas funções.
O trajeto do sangue é sair do coração, ir em direção dos órgãos respiratórios (brânquias ou pulmões), receber
oxigênio através da hematose, seguir ao corpo (no caso da circulação simples) ou ao coração novamente
(no caso da circulação dupla), seguir ao corpo e então retornar ao coração.
E ainda pode ser dividida em:
• Incompleta: Há mistura de sangue venoso (pobre em O2) e sangue arterial (rico em O2, em comparação ao venoso) nas cavidades do coração.
• Completa: O sangue venoso não se mistura ao sangue arterial nas cavidades do coração.
O sistema circulatório surge primeiramente nos anelídeos. Entre os animais, a circulação é classificada:
Anelídeos: Circulação fechada, se dá pelo bombeamento de sangue por corações laterais.
Moluscos: Circulação aberta, com exceção dos cefalópodes (polvos, lulas e nautilus), cuja circulação é
fechada.
2
Biologia
Artrópodes: Aberta (embora alguns crustáceos apresentem circulação semi-fechada), sem conexão com o
sistema respiratório no caso dos insetos, sua hemolinfa não apresenta pigmentos respiratórios!
Disponível em: http://pedropimpaocn.blogspot.com.br/
A evolução da circulação fechada está relacionada com as cavidades encontradas no coração, onde o sangue sempre entrará pelos átrios e sairá pelos ventrículos. Vamos entender como se deu a evolução deles:
• Peixes: circulação é simples e venosa, pois o coração com apenas um átrio e um ventrículo bombeia apenas o sangue venoso.
• Anfíbio: possui circulação dupla, pois possui dois átrios e um ventrículo. Cada átrio receberá um tipo de sangue (arterial ou venoso) e ocorrerá a mistura no ventrículo
• Réptil: possuem circulação dupla, pois possui dois átrios e um ventrículo. Cada átrio receberá um tipo de sangue (arterial ou venoso) e ocorrerá a mistura no ventrículo. A diferença em relação aos Anfíbios é que o ventrículo já possui uma estrutura que permite que ocorra menos mistura, chamada Septo de Sabatier
3
Biologia
• Crocodilianos: eles já possuem o coração com 4 cavidades, tendo uma maior separação do sangue arterial com o venoso, porém ainda ocorre uma pequena mistura de sangue arterial com venoso no Forâmen de Panizza
• Aves e Mamíferos: Possuem circulação dupla e completa, com o coração dividido em dois átrios e dois ventrículos os quais não ocorre mistura do sangue arterial com o sangue venoso. Acredita-se que a circulação completa favoreceu a endotermia.
4
Biologia
Exercícios
1. Para quem tem preocupação com a preservação do meio ambiente e com a fauna em extinção, no site
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – podemos encontrar informações sobre
animais brasileiros em extermínio. Dentre alguns, podemos citar o pica-pau de cara amarela
(Dryocopus galeatus), a onça pintada (Pantera onca palustris) e a tartaruga de couro (Dermochelys
coriacea).
Disponível em: http://www.ibge.com.br/home/geociencias/recursosnaturais/levantamento/default.shtmc=2
Nas três espécies citadas acima, quais características são verdadeiras com relação à sua circulação
sanguínea, na sequência em que foram mencionadas no texto?
a) Fechada, dupla e completa; fechada, dupla e completa; fechada, dupla e incompleta.
b) Fechada, simples e completa; fechada, dupla e completa; aberta, dupla e incompleta.
c) Fechada, dupla e incompleta; fechada, dupla e completa; aberta, dupla e completa.
d) Aberta, dupla e completa; fechada, simples e completa; fechada, simples e incompleta.
e) Aberta, dupla e incompleta; fechada, dupla e incompleta; fechada, dupla e completa.
2. O sistema circulatório dos vertebrados mostra uma evolução ocorrida entre os grandes grupos. Na
maioria das espécies de cada grupo, há um padrão na divisão das cavidades do coração. Isto pode
ser confirmado na frase:
a) O coração dos peixes tem dois átrios e um ventrículo, ocorrendo a mistura do sangue venoso com
o sangue arterial nos primeiros.
b) O coração dos anfíbios tem dois átrios e um ventrículo, ocorrendo a mistura de sangue venoso
com o sangue arterial neste último.
c) O coração dos répteis tem dois átrios e um ventrículo, não ocorrendo mistura do sangue venoso
com o sangue arterial.
d) O coração dos répteis é igual ao das aves, ocorrendo em ambos mistura do sangue venoso com
sangue arterial.
e) O coração dos mamíferos apresenta dois átrios e dois ventrículos, parcialmente separados,
ocorrendo mistura do sangue venoso com o sangue arterial em pequena escala.
5
Biologia
3. As figuras 1 e 2 a seguir representam, esquematicamente, os dois tipos de sistemas circulatórios
apresentados pelos vertebrados. As setas indicam o trajeto percorrido pelo sangue em cada tipo de
circulação.
Com base nas informações anteriores, assinale a alternativa que apresenta, pela ordem, um exemplo
de um grupo de vertebrados com o tipo de circulação representado na figura 1 e outro com o tipo de
circulação representado na figura 2.
a) Anfíbios – aves.
b) Répteis- mamíferos.
c) Anfíbios – mamíferos.
d) Peixes – répteis.
e) Mamíferos – peixes.
4. Comparando-se a estrutura e a fisiologia dos corações dos vertebrados, podemos considerar válida
a seguinte afirmativa:
a) no coração dos peixes passa apenas sangue venoso.
b) o coração dos anfíbios é dotado de quatro câmaras, duas aurículas (ou átrios) e dois ventrículos.
c) no coração das aves passa apenas sangue arterial.
d) o coração dos répteis apresenta-se com três câmaras, uma aurícula (ou átrio) e dois ventrículos.
e) no coração dos mamíferos, as duas aurículas (ou átrios) recebem sangue venoso e os dois
ventrículos recebem sangue arterial.
5. A taxa de consumo de oxigênio em relação à massa corpórea é muito mais alta no mamífero pequeno
que no grande. Por exemplo, 1g de tecido de um camundongo consome oxigênio numa taxa até 100
vezes maior que 1g de tecido de um elefante. Esse elevado consumo de oxigênio do animal pequeno
requer um maior suprimento desse elemento para os tecidos. Assim sendo, espera-se que mamíferos
menores apresentem:
a) Maior frequência cardíaca e menor frequência respiratória que mamíferos maiores.
b) Menor frequência cardíaca e maior frequência respiratória que mamíferos maiores.
c) Menor frequência cardíaca e menor frequência respiratória que mamíferos maiores.
d) Maior frequência cardíaca e maior frequência respiratória que mamíferos maiores.
e) Frequência cardíaca e respiratória igual à dos mamíferos maiores.
6
Biologia
6. O que diferencia, basicamente, a circulação das aves da circulação dos mamíferos é:
a) a circulação das aves é aberta e a dos mamíferos é fechada.
b) nas aves, o sangue flui dos pulmões para o ventrículo direito.
c) o coração das aves não possui septo interventricular.
d) nas aves, a curvatura da aorta é para a direita, e nos mamíferos, para a esquerda.
e) na circulação das aves, o sangue bem oxigenado circula somente nas artérias.
7. As respirações traqueal e pulmonar são mais adaptadas à vida em ambiente terrestre porque:
a) apresentam maior superfície de absorção do que as brânquias.
b) a hematose ocorre diretamente com os tecidos do corpo.
c) a hematose ocorre por simples difusão e não por transporte ativo, como no caso das brânquias.
d) não dependem de existência de pigmentos respiratórios.
e) ocorrem no interior do corpo, permitindo que a pele do animal seja impermeável.
8. Assinale a alternativa correta a respeito do processo respiratório
a) Nos indivíduos terrestres, a troca de gases com o meio ocorre por difusão simples, enquanto nos
animais aquáticos essa troca é feita por transporte ativo.
b) Os pigmentos respiratórios são proteínas exclusivas de animais vertebrados, capazes de
aumentar a eficiência do transporte de gases e permitir que esses animais sejam homotermos.
c) A respiração cutânea ocorre em animais aquáticos e em alguns animais terrestres como os
aracnídeos.
d) Em insetos, não há um órgão específico que realize as trocas gasosas. Sendo assim, o O2 é levado
diretamente a cada célula do corpo.
e) A superfície de troca de uma brânquia é pequena, sendo pouco eficiente na absorção de O2.
9. A figura a seguir representa diferentes padrões de coração de vertebrados. Qual a seqüência indica a
ordem crescente da eficiência circulatória, com relação ao transporte de gases, conferida pelos três
corações?
a) 1, 2, 3
b) 1, 3, 2
c) 3, 2, l
d) 2, 1, 3
e) 3, 1, 2
7
Biologia
10. Relacione as descrições dos Sistemas Circulatórios com seus respectivos Filos animais:
I. Ausente. O alimento é distribuído diretamente da cavidade gastrovascular.
II. Ausente. O alimento é distribuído pelo intestino muito ramificado.
III. Ausente. O alimento é distribuído pelo fluido da cavidade pseudocelomática.
IV. Presente. Do tipo fechado, com vasos pulsáteis e sangue dotado de pigmentos respiratórios.
V. Presente. Do tipo aberto, com coração e vasos sangüíneos , onde circula o fluido celômico.
P = Artrópodes
S = Nematelmintos
Q = Anelídeos
T = Platelmintos
R = Moluscos
U = Cnidários
Assinale a opção que contém as associações corretas:
a) I-U ; II-T ; III-S ; IV-Q ; V-P
b) I-P ; II-Q ; III-R ; IV-S ; V-T
c) I-P ; II-Q ; III-R ; IV-U ; V-T
d) I-P ; II-Q ; III-R ; IV-T ; V-U
e) I-U ; II-T ; III-R ; IV-Q ; V-S
8
Biologia
Gabarito
1. A
A circulação de aves e mamíferos é fechada, dupla e completa, enquanto em répteis é fechada, dupla e
incompleta, já que há mistura de sangue venoso e arterial.
2. B
O coração dos anfíbios não apresenta divisão ventricular, sendo um ventrículo único, no qual há mistura
de sangue venoso e arterial.
3. D
Peixes têm circulação simples, com o sangue passando apenas uma vez pelo coração para realizar suas
funções. Répteis possuem circulação dupla, com o sangue passando duas vezes pelo coração para
realizar suas funções.
4. A
A circulação dos peixes ocorre em um coração com apenas duas cavidades, por onde passam apenas
sangue venoso, do sentido do corpo para as branquias.
5. D
Espera-se que sua frequência cardíaca e respiratória seja maior que a do mamífero maior, tendo em vista
que o aporte de oxigênio deverá ser maior no mamífero menor.
6. D
A diferença entre as circulações de mamíferos e aves está em pequenos detalhes, como a curvatura das
aortas, já que ambos apresentam coração tetracavitário, circulação dupla, fechada e completa.
7. E
As traquéias e os pulmões são mais protegidos do que brânquias ou mesmo do que a própria pele, por
estarem localizados internamente no corpo.
8. D
Os insetos não apresentam um órgãos para trocas gasosas, mas sim um sistema traqueal que leva o ar
diretamente para os tecidos do corpo.
9. E
O coração 3 possui apenas 3 cavidades (equivalente aos anfíbios) e há mistura completa do sangue no
ventrículo. O coração 1 apresenta o início da separação do ventrículo (como alguns répteis), sendo a
mistura de sangue mais reduzida. Por fim, o coração 2 possui cavidades completamente separadas
(como aves e mamíferos).
10. A
Cnidários (água viva) não apresentam sistema circulatório, havendo apenas difusão simples.
Platelmintos e Nematelmintos também não possuem este sistema, que aparece apenas em anelídeos
(fechado) e artrópodes (aberto).
1
Biologia
Criptógamas: briófitas e pteridófitas
Resumo
As briófitas e pteridófitas fazem parte das plantas criptógamas. Esse nome é dado por não terem seus órgãos sexuais aparentes.
Briófitas
Disponível em: <http://www.mundovestibular.com.br/content_images/1/Biologia/01/briofitas01.jpg>
Conhecidas como “musgos” ou “hepáticas“, são pequenas plantas de ambiente úmido, totalmente
dependentes da água inclusive para a sua reprodução (deslocamento do anterozoide flagelado até a
oosfera).
As briófitas não possuem vasos de condução, assim, são transportados célula a célula, limitando o seu
tamanho.
As briófitas não possuem órgãos verdadeiros. Fixam-se ao solo por meio de rizoides, que absorvem a água
e os sais minerais. Além disso, possuem uma haste denominada cauloide que sustenta o vegetal, sem vasos
condutores. Por fim, suas "folhas" denominam-se filoides
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/e/image/musgo.jpg>
2
Biologia
Reprodução A reprodução se divide em uma fase assexuada e outra sexuada, conhecido como ciclo haplodiplobionte
com metagênese, sendo que a fase predominante é a gametofítica.
Os gametas masculinos são conhecidos como Anterozoides, enquanto que o feminino é chamado de
oosfera.
Segue abaixo o ciclo das briófitas.
Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos4/reprodumusgos2.jpg>
Pteridófitas São os primeiros vegetais a apresentarem vasos de condução. Portanto, conseguem atingir um tamanho
maior e já possuem órgãos verdadeiros - raiz, caule e folhas. No entanto, ainda dependem de água para a
reprodução. Os maiores exemplos desse grupo são as samambaias e as avencas.
Apresentando também o ciclo haplodiplobionte com metagênese, a fase predominante nas pteridófitas é a
esporofítica, sendo o esporófito a forma clássica das samambaias.
Disponível em: <http://escolaeducacao.com.br/wp-content/uploads/2015/08/ciclo-de-vida-das-pteridofitas.jpg>
3
Biologia
Na época da produção de esporos, são observados pontos escuros abaixo das folhas das pteridófitas, os
quais são denominados soros.
Após o amadurecimento dos esporos, se soltam e caem em solo úmido. A partir deles, formam os prótalos,
produtores de gametas (anterozoides e as oosferas). Essa é a fase gametofítica. A água é fundamental para
o alcance da oosfera pelos anterozoides. Essa fusão originará um novo esporófito.
4
Biologia
Exercícios
1. Alguns mutantes de tomate ajudam a entender como as plantas resistem à seca e percebem a luz.
Quando há sol, é preciso avisar ao organismo que é hora de produzir clorofila para a fotossíntese. Os
responsáveis por essa visão vegetal são pigmentos chamados fitocromos. Um mutante com
deficiência de fitocromo percebe mal a luz, e mesmo que esteja em pleno sol fica amarelado e com
ramos compridos, como se faltasse luminosidade. (Adaptado de Pesquisa FAPESP. Maio 2007. n. 135. p. 53-54)
Num terreno úmido situado ao lado de uma plantação de tomate cresceram musgos e samambaias.
Considerando-se os ciclos de vida desses dois tipos de vegetais, pode-se afirmar corretamente que
a) os esporos do musgo e da samambaia são transportados por correntes de ar, germinando
somente se caírem no solo seco.
b) o esporófito do musgo, bem como o da samambaia, é capaz de realizar fotossíntese e de absorver
nutrientes do solo.
c) o gametófito do musgo e o da samambaia têm tamanho muito pequeno e dão origem a um
esporófito grande e rico em clorofila.
d) a fecundação do musgo necessita de água para o encontro dos gametas, ao passo que na
samambaia o encontro entre os gametas ocorre por meio de correntes de ar.
e) o esporófito do musgo é nutrido pelo gametófito, enquanto que, na samambaia, o esporófito
realiza fotossíntese e absorve nutrientes do solo.
2. Considerando as características, indique, corretamente, a opção identificadora do grupo de vegetais
que contém todas essas características. • São os primeiros vegetais vasculares.
• São traqueófitas, pois seu tecido condutor é representado pelas traqueias ou vasos lenhosos e
pelos vasos liberianos.
• No ciclo reprodutivo, a fase mais desenvolvida e duradoura é o esporófito, ficando o gametófito
reduzido ao pequeno prótalo.
• A água é importante para a fecundação, pois os anterozoides têm de nadar até a oosfera. O zigoto
formado cresce e origina uma nova selaginela (esporófito).
a) fanerógamas.
b) gimnospermas.
c) pteridófitas.
d) briófitas.
e) angiospermas.
5
Biologia
3. Em uma região de mata, um dos efeitos causados pela redução da quantidade de chuva é o prejuízo à
reprodução dos vegetais. O grupo vegetal cuja reprodução é mais prejudicada pela redução da
quantidade de chuva é o das
a) fanerógamas.
b) angiospermas.
c) monocotiledôneas.
d) briófitas.
4. Este trabalho diz respeito ao primeiro registro de fósseis na Bacia de São Paulo, bem como à primeira ocorrência de restos bem preservados do grupo no Brasil. Isotachis simonesii é uma nova espécie, que, proposta com base em gametófitos carbonificados, vivia em um paleoambiente úmido.
Revista do Instituto Geológico, v. 23, 2002, p. 19-22. Adaptado.
Se a espécie referida no fragmento anterior apresenta, ainda, como característica o protalo como fase
duradoura, infere-se que ela pertence à categoria taxonômica denominada
a) briófita.
b) pteridófita.
c) gimnosperma.
d) angiosperma.
5. Um organismo multicelular, fotossintetizante, que possui sistema vascular e não possui frutos ou sementes é uma
a) alga.
b) briófita.
c) pteridófita.
d) gimnosperma.
e) angiosperma.
6
Biologia
6. Pesquisadores da Unemat e da UnB têm investigado a diversidade das briófitas do cerrado mato-
grossense. Algumas espécies ainda desconhecidas pela comunidade científica estão em processo de
descrição.
Sobre as briófitas, marque a alternativa correta:
a) Se os pesquisadores fizessem o cariótipo das briófitas coletadas, as células seriam diploides (2n)
na parte superior (esporófitos) e haploides (n) na parte inferior (gametófitos) e nos esporos.
b) Os pesquisadores encontraram muitas briófitas no cerrado desmatado, já que briófitas são
organismos pioneiros comuns na sucessão ecológica, graças à sua tolerância a ambientes secos
e ensolarados.
c) Os pesquisadores precisaram usar técnicas de escalada para subir nas briófitas e coletá-las,
porque esse grupo de vegetais alcança alturas consideráveis por possuírem xilema, floema e
tecido de sustentação com lignina.
d) Os pesquisadores sempre coletaram as flores das briófitas, já que a forma e a composição dessa
estrutura são importantes para identificar e diferenciar as espécies de briófitas entre si.
e) Os pesquisadores diriam, com razão, que a maior biomassa vegetal do cerrado é composta por
briófitas, ou seja, se retirássemos a vegetação do cerrado e pesássemos cada grupo, o grupo com
o maior peso seria o das briófitas.
7. No ciclo de vida de uma samambaia ocorre meiose na produção de esporos e mitose na produção de
gametas. Suponha que a célula-mãe dos esporos, presente na geração duradoura do ciclo de vida
dessa planta, seja heterozigota para dois pares de genes, AaBb, que se segregam independentemente.
Considerando que um esporo formado pela planta apresenta constituição genética AB e que a partir
desse esporo se completará o ciclo de vida, espera-se encontrar constituição genética
a) ab nas células da geração esporofítica.
b) AB nas células da geração gametofítica.
c) ab em um anterozoide (gameta masculino).
d) AB em um zigoto.
e) ab em uma oosfera (gameta feminino).
8. São plantas que se caracterizam por apresentar grandes folhas, geralmente pinadas, chamadas
frondes. O esporófito é a geração dominante, mas o gametófito é independente. O anterozoide é
flagelado e os esporângios formam-se, caracteristicamente, na face inferior das folhas. Assinale a
alternativa que contém os vegetais aos quais o texto se refere.
a) Cavalinhas
b) Briófitas
c) Samambaias
d) Selaginelas
7
Biologia
9. São vegetais que apresentam estruturas chamadas rizoides, as quais, servindo à fixação, também se
relacionam à condução de água e dos sais mineiras para o corpo da planta. Apresentam sempre
pequeno porte, em decorrência da falta de um sistema vascular. Nenhum dos seus representantes é
encontrado no meio marinho.
O texto acima se aplica a um estudo:
a) das pteridpófitas.
b) dos mixofitos.
c) das briófitas.
d) das clorofitas.
e) das gimnospermas.
10. Atualmente, encontram-se catalogadas mais de 320 mil espécies de plantas, algumas de estruturas
relativamente simples, como os musgos, e outras de organizações corporais complexas, como as
árvores. Assim sendo, a alternativa que melhor explica a classificação dos vegetais é:
a) Gimnospermas: plantas avasculares, com raízes, caule, folhas, flores e frutos, cujas sementes
estão protegidas dentro desses frutos. Ex.: arroz.
b) Briófitas: plantas de pequeno porte, vasculares, sem corpo vegetativo. Ex.: algas cianofíceas.
c) Angiospermas: plantas cujas sementes não se encontram no interior dos frutos. Ex.: pinheiros.
d) Gimnospermas: plantas avasculares; possuem somente raízes, caule, plantas de pequeno porte.
Ex.: musgo.
e) Pteridófitas: plantas vasculares, sem flores; apresentam raízes, caule e folhas; possuem maior
porte do que as briófitas. Ex.: samambaias.
8
Biologia
Gabarito
1. E Nas briófitas, o esporófito é dependente do gametófito, enquanto nas pteridófitas, o esporófito é
independente do gametófito, sendo a fase dominante.
2. C Pteirófitas são traqueófitas (dotadas de xilema e floema), sua fase predominante é o esporófito, e a
água é fundamental para sua fecundação, já que deve ocorrer a “natação” dos anterozoides (gametas
masculinos) até a oosfera (gameta feminino).
3. D Briófitas são o grupo vegetal cuja reprodução é mais prejudicada pela falta de água, já que são os
vegetais mais dependentes.
4. A Protalo é sinônimo de gametófito, e a planta cujo protalo é a fase duradoura, a questão refere-se a briófitas.
5. C As pteridófitas são vasculares (traqueófitas), porém não possuem sementes e frutos.
6. A
O esporófito é 2n, e sofre meiose para originar os esporos (n), que dão origem aos gametófitos, também n.
7. B O gametófito é originado diretamente do esporo. Se a carga genética do esporo é AB, a carga genética da geração gametofítica também será AB.
8. C Formação de esporófitos na parte inferior da folha e anterozoide flagelado indicam que é uma
pteridófita, como samambaias.
9. C Briófitas são plantas avasculares e sem órgaõs verdadeiros, apresentando rizoides, ao invés de raízes,
por exemplo.
10. E As Pteridófitas são plantas vasculares (traqueófitas) com órgãos verdadeiros (raízes, caule e folhas), permitindo assim maior porte do que as briófitas.
1
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
Freud e o ego
Resumo
Sigmund Freud: Id, ego e superego
Sigmund Freud (1856 – 1939) foi um médico neurologista e filósofo responsável pela criação da
psicanálise, conjunto de conhecimentos novos sobre a realidade psíquica do ser humano, sobretudo o
conceito de inconsciente, que transformou a forma do ser humano enxergar a si próprio e os limites da sua
própria consciência. Aplicou o método investigativo, através do qual seria possível interpretar aquilo que
dizemos, assim como nossos sonhos, imaginações, pensamentos vagos, no sentido de tornar conscientes
aquelas ideias e desejos que habitam o nosso inconsciente e que, exatamente por isso, temos o hábito de
recalcar. Essas novas ideias deram origem a novas formas de tratamento psíquico: Torna-se possível,
através da psicanálise, o tratamento de enfermidades, como a neurose, através da fala e da interpretação
daquilo que é dito pelo paciente.
O nosso inconsciente é habitado por aquelas coisas que nos causam uma dor tão profunda e que, por
isso mesmo, reprimimos e delas não tomamos consciência. No entanto, esse recalcamento reaparece na
forma de sintomas, os quais serão analisados pelo psicanalista. A estrutura do aparelho psíquico é formada
por três sistemas: O inconsciente, o pré-consciente e o consciente. O inconsciente é onde se encontram os
conteúdos mentais que nós reprimimos, lá estão todos os nossos desejos censurados, nossas pulsões e
instintos. O consciente é uma pequena parte de nossa mente que inclui tudo aquilo de que estamos cientes,
num dado momento do tempo. Nossa consciência sempre foi a parte mais explorada pelos filósofos ao
longo de toda a história do pensamento filosófico, até o surgimento da psicanálise. A partir do surgimento
desta, passa-se a dar maior atenção às duas outras partes de nossa mente que haviam sido pouco
exploradas até então: O inconsciente e o pré-consciente.
O pré-consciente é uma parte do inconsciente que pode ser facilmente acessada pela consciência
através da memória: São as nossas lembranças do dia anterior, a lembrança de todas as ruas que rodeiam
a nossa casa, e de tudo aquilo que não temos dificuldade para recordar, caso essa seja a nossa
vontade. Essa primeira teoria sobre o aparelho psíquico é, na sequência da obra de Freud, enriquecida por
uma segunda teoria do aparelho psíquico, no qual constam as noções fundamentais de Id, ego e superego.
Temos aqui uma teoria da personalidade, na qual o Id, o ego e o superego são instâncias diferentes que
formam a psique humana.
O Id consiste nos nossos desejos e instintos primitivos, é aquilo que, portanto, nasce conosco, a parte
psíquica responsável pelas nossas pulsões. É a partir do Id que surgem os outros dois aspectos de nossa
psique. Já o Ego é a instância psíquica responsável pela adequação do Id à realidade, ou seja, que regula os
nossos instintos básicos, buscando certo equilíbrio. Assim, desde os nossos primeiros anos de idade,
2
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
vamos formando o nosso Ego, o que nos ajuda a tentar satisfazer os nossos impulsos de maneira menos
imediatista e a nos equilibrar psicologicamente dentro do mundo no qual vivemos.
Por fim, o superego refere-se à representação de ideais e de valores morais por parte dos indivíduos,
fazendo com que o Ego perceba aquilo que é ou não, por exemplo, moralmente aceito dentro daquela
sociedade da qual o indivíduo faz parte. Segundo Freud, é a partir dos 5 anos de idade que começamos a
desenvolver o nosso Superego, justamente por causa do contato da criança com a sociedade. O Superego
funciona como uma alerta para o Ego, recalcando para o inconsciente aquelas pulsões que não podem ser
expressas no âmbito daquela cultura.
3
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
Exercícios
1. Para Freud, algumas das formas de analisar o inconsciente humano são:
a) traumas e Ego.
b) recalques e anomalias.
c) Sonhos e imaginação.
d) Ego e consciência.
e) atos falhos e sonhos.
2. (Unicentro 2010) “A modernidade pós-kantiana procura ‘dialetizar’ a certeza moral. Procurou-se
contextualizar a realização moral no momento dialético do progresso da humanidade. Procurou-se
encontrar uma medida para avaliar os diferentes graus de realização moral ao alcance do homem.
Reconheceu-se que a civilização melhorou a qualidade moral do homem, cujos instintos animalescos
foram sendo progressivamente domesticados. / Os principais representantes desse modelo relativista
são os alemães Karl Marx e Sigmund Freud”. (CUNHA, J. A. Filosofia – Iniciação à investigação filosófica. São Paulo: Atual, 1992).
Caracterize, a partir da leitura do texto acima, a concepção filosófica da ética contemporânea,
assinalando a resposta correta.
a) Parece mesmo que a civilização ocidental, ao tentar manter equidistância entre os dois princípios
de transcendência que inspiraram suas primeiras conquistas culturais – o princípio de
transcendência moral e o princípio de transcendência estética –, viu-se compelida a sustentar a
própria ideia de crise como ideal civilizatório unificador. Por traz dessa ideia, está o homem
concreto da ação moral, os valores da vida e a valorização do corpo e das paixões.
b) A consciência, crescente nas décadas que se sucederam a Segunda Guerra Mundial, de que o
“princípio da realidade” ou o “movimento dialético da história”, libertaram o homem da
necessidade de realização moral, é a base de sustentação da ética contemporânea. A busca da
felicidade não passa pela moral, mas sim pela realização econômico-social de caráter
individualizante.
c) A moralidade, sob a ótica contemporânea, figura no campo das compensações: ela retira o
comportamento humano da determinação da realidade e o coloca sob orientação do princípio de
prazer. A ética constitui, nesses termos, um conjunto preceitos que orientam os homens na busca
pela satisfação responsável e consciente de seus apetites e desejos.
d) O principal paradigma da moralidade, hoje, possui critérios de valoração regidos pelo seguinte
princípio determinante: ou tudo ou nada. Ou o agente moral é obediente, e está moralmente
justificado, ou é desobediente e está em falta. Nesses termos, qualquer falta põe em evidência a
condição de que tal agente não é bom, pois não é absolutamente bom.
e) Combater as superstições e o arbítrio de poder, defender o pluralismo e a tolerância das ideias,
eis o paradigma da moralidade contemporânea. Com efeito, a tradição religiosa não lhe basta, os
ideais morais devem ser filiados à moralidade de uma classe social, buscando o máximo de
universalidade e socialização. A validade das normas deve estar filiada ao ideal universal de bem,
sendo que a virtude resulta do trabalho reflexivo, isto é, do controle racional dos desejos e paixões.
4
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
3. O sujeito do Direito é aquele que age consciente de seus direitos e deveres e que segue leis
estabelecidas em um dado ordenamento jurídico. Já, para a Psicanálise, o sujeito está assujeitado às
leis:
a) definidas pelos juízes dos tribunais. b) definidas pelos códigos jurídicos. c) regidas pelo ego e superego. d) regidas pelo inconsciente. e) regidas pelos direitos humanos.
4. Conceitos centrais no pensamento freudiano para entender como funciona a psique humana são:
a) imaginação, superação de si e traumas.
b) consciência e traumas reais.
c) consciência e realidade latente.
d) Sonhos, traumas e anomalias.
e) Ego, Id e Super ego.
5. Freud ( 1856-1939 ), médico austríaco, teve como principal novidade a descoberta do inconsciente e a compreensão da natureza sexual da conduta, que foram golpes fortes na noção de liberdade racional da sociedade ocidental. Sobre as teorias de Freud, marque a alternativa incorreta.
a) A teoria de Freud é duramente criticada pela psicologia de linha naturalista, pois não usa a experiência no sentido tradicional do método científico.
b) Freud trabalha com uma realidade hipotética, considerada inverificável nos moldes tradicionais: o inconsciente.
c) A vida inconsciente, segundo Freud, é apenas a ponta do iceberg, e a montanha submersa é o consciente.
d) A vida consciente, segundo Freud, é apenas a ponta do iceberg, e a montanha submersa é o inconsciente.
e) a vida inconsciente é manifestação do ser enquanto ser.
6. Freud acredita que as doenças psíquicas seriam tratadas a partir:
a) da psicanálise, que encontra no ser humano apenas doenças físicas.
b) da psicanálise, que seria a cura pela fala.
c) da psicanálise, que seria a solução dos males do corpo.
d) da psiquiatria, que se manifesta para solucionar os males do espírito.
e) da psiquiatria, que seria a cura pela fala.
5
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
7. Sigmund Freud fez observações a respeito de seus pacientes, focalizando uma série de conflitos e
acordos psíquicos, o que o conduziu a tentar ordenar este caos aparente propondo três componentes básicos estruturais da psique: o id, o ego e o superego. O ego tem, dentre suas tarefas, a de
a) ser o reservatório de energia de toda a personalidade.
b) autopreservação
c) conter tudo o que é herdado
d) funcionar como juiz ou censor.
e) exercer a consciência, a auto-observação e a formação de ideais.
8. Freud comparava o inconsciente a um grande salão de entrada no qual um grande número de pessoas,
cheias de energia e consideradas de má reputação, movem-se desordenadamente, agrupam-se e
lutam incansavelmente para escapar até um pequeno salão contíguo. No entanto, um guarda atento
protege o limiar entre o grande salão de entrada e a pequena sala de recepção. O guarda possui dois
métodos para prevenir que elementos indesejáveis escapem do salão de entrada: ou os recusa na
porta de entrada ou expulsa aqueles que haviam ingressado clandestinamente na sala de recepção. O
efeito nos dois casos é o mesmo: os indivíduos ameaçadores e desordeiros são impedidos de entrar
no campo de visão de um hóspede importante que está sentado no fundo da sala de recepção, atrás
de uma tela. O significado da analogia é óbvio. As pessoas no salão de entrada representam as
imagens inconscientes.
A pequena sala de recepção é
a) a representação de um mecanismo de defesa consciente.
b) a consciência
c) a pré-consciência
d) o superego.
e) o ego.
9. Na abordagem freudiana, a energia psíquica que direciona o indivíduo na busca de pensamentos e comportamentos prazerosos é denominada
a) instinto sexual.
b) inconsciente.
c) id.
d) energia transpessoal.
e) libido
6
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
10. Para Sigmund Freud, a personalidade forma-se ao redor de três estruturas: o id, o ego e o superego. O
id a) funciona às vezes pelo princípio do prazer e às vezes pelo princípio de realidade, sendo pré-
consciente.
b) controla as atividades de pensamento e raciocínio, sendo parte consciente e parte inconsciente.
c) age consciente, pré-consciente e inconscientemente e é responsável pela consciência dos
padrões morais.
d) funciona pelo princípio de realidade e o seu conteúdo pode ser facilmente recuperado.
e) é completamente inconsciente e consiste de desejos e impulsos que buscam expressar-se
permanente- mente.
7
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
Gabarito
1. E
Uma forma de acessarmos o inconsciente - estrutura da psique em que depositamos informações,
lembranças que não queremos mais lidar - é atraves de atos falhos e sonhos.
.
2. A
A alternativa [A] é a mais correta. A questão faz referência não só aos trabalhos de Freud e de Marx, mas
também aos de Nietzsche. Esses pensadores, ainda que possuam uma abordagem bastante diferente
entre si, possuem em comum o fato de desprezarem a transcendência e o ideal kantiano. Nesse sentido,
o homem a qual se referem não é um indivíduo abstrato (no modelo kantiano), mas um indivíduo
concreto. Esse indivíduo concreto é um sujeito ético não somente racional, mas também dotado de
paixões e submetido ao meio social em que vive. A ética contemporânea, portanto, baseia-se nessa
crise da moral kantiana e na constatação da impossibilidade de adoção de valores universais
unicamente racionais.
3. D Apesar de recalcarmos muitas coisas para o inconsciente, de acordo com a psicanálise essas
lembranças, dores, medes, continuam definindo e alimentando os comportamentos humanos.
4. E
Para Freud entender os problemas da psique humana é entender esses três conceitos – Id (paixões,
vontades primitivas) ego (adequação desses desejos à realidade) e Superego (Valores morais, leis).
5. C
Esta alternativa está errada, pois, na verdade, usando a metáfora de forma correta não é o consciente
que se encontra submerso e sim o inconsciente.
6. B
A psicanálise, “teoria da alma”, foi criada For Freud no século XIX como uma forma alternativa aos
tratamentos psiquiátricos tradicionais. Seu principal métódo era diagnosticar o paciente através da fala,
da análise de seus problemas.
7. B
Para Freud o ego possui o paple de adequar à realidade os instintos e desejos mais selvagens e
animalescos do homem. Garantindo assim sua preservação no espaço social.
8. C
Segundo Freud, de acordo com essa metáfora estabelecida na questão a sala de recepção é o
equivalente ao pré-consciente, estrutura da psique humana em que algo não está presente na
consciência, mas pode ser lembrado sem resistência ou repressão internas.
9. E
Para Freud o libido é uma energia que está na base das transformações da pulsão sexual; energia vital.
8
Filosofia / Sociologia
Filosofia / Sociologia
10. E
Para o criador da Psicanálise, Sigmund Freud, o ID é completamente inconsciente e consiste de desejos
e impulsos que buscam expressar-se permanente- mente.
1
Física
Espelhos Planos
Resumo
Propriedade do espelho plano Espelhos planos são materiais que possuem uma superfície de reflexão totalmente plana. Normalmente
esses espelhos são apresentados conforme a figura abaixo, em que a parte lisa (esquerda) é a parte refletora
e a parte com alguns traços (direita) é a parte não refletora. Assim como o espelho de banheiros, por exemplo.
Quando um raio luminoso é direcionado para essa superfície refletora, esse raio é refletido conforme a figura
abaixo.
O Raio que é direcionado (A) chamaremos de Raio Incidente enquanto que o raio que é refletido chamaremos
de Raio Refletido (C). Se traçarmos uma reta normal a superfície do espelho, podemos chamar essa reta de
Reta Normal ao espelho (logo, o angulo entre ela e o espelho é um angulo de 90°). O angulo entre o Raio
Incidente e a Normal (𝑖̂) será o angulo de incidencia. Enquanto que o angulo formado entre o Raio Refletido
e a Normal (�̂�) será o angulo de reflexão.
A primeira propriedade do espelho plano relaciona esses ângulos, já que a Normal serve como bissetriz, diz
que:
• O angulo de incidência é igual ao angulo de reflexão. (𝑖̂ = �̂�)
Obs: Tome cuidado que algumas questões podem te oferecer o angulo entre os raios e a superfície do
espelho, mas lembre-se que o angulo que nos utilizamos é entre o raio e a normal.
2
Física
Formação de imagens no espelho plano
Ao colocarmos um corpo em frente a um espelho, notamos que ele forma uma imagem que pode ser vista
ao olhar para o espelho, conforme a imagem abaixo. No caso dos espelhos planos, podemos afirmar que a
distância entre o objeto e o espelho (distancia p) é igual a distância entre o espelho e a imagem gerada (p’)
Quando falamos sobre imagem, podemos classificar essa imagem. Uma das classificações que vale a pena
comentar aqui é sobre a imagem ser real ou virtual. Imagens reais são imagens formadas na frente do
espelho, pós estão no plano real. Já as imagens virtuais são imagens formadas atrás do espelho, pós estão
em um plano dentro do espelho. Nos espelhos planos só encontraremos imagens virtuais.
Obs: Não afirme que a imagem existe ou não existe, essa classificação diz onde a imagem é formada. Isso
não tem nada haver com existir ou não existir.
A outra classificação diz respeito a imagem ser direita ou invertida. Imagens direitas são imagens
posicionadas da mesma forma que o objeto esta, logo, se o objeto for uma pessoa, essa pessoa verá a sua
imagem de cabeça para cima. Já as imagens invertidas são imagens posicionadas de forma inversa, logo,
se o objeto for uma pessoa, essa pessoa verá a sua imagem de cabeça para baixo. Nos espelhos planos só
encontraremos imagens direita.
A última classificação é sobre a imagem ser maior, igual ou menor que o objeto. Essas classificações diz
respeito ao tamanho da imagem, como pode ser visto, por exemplo, em zoom de câmeras. Nos espelhos
planos só encontraremos imagens iguais.
Enantiomorfismo nos espelhos planos
O enantiomorfismo é uma característica dos espelhos que consiste na simetria de 2 objetos que não podem
se sobrepor. Isso significa que ao olhar uma imagem no espelho, informações do lado direito do objeto serão
vistos pelo lado esquerdo da imagem. Um exemplo disso é quando uma pessoa balança a mão esquerda,
caso esteja na frente de um espelho, a imagem formada estará balançando a mão direita.
3
Física
Construções de imagens nos espelhos planos
Quando estudamos a formação da imagem, afirmamos que essa imagem é formada graças aos raios
refletidos pelo espelho. Logo, incidiremos diversos raios incidentes que passam pelo objeto e batem no
espelho e através dos raios refletidos (ou seus prolongamentos), teremos nossa imagem. Como mostra a
figura.
Apesar de existir infinitos raios incidentes, para a nossa formação de imagem, só é necessário a utilização
de 2 raios, como mostra a figura.
Obs: Caso o espelho rotacione, lembre-se de que os raios também devem rotacionar de modo que permaneça
com seus ângulos de incidência e reflexão.
Campo visual
Campo visual é o tudo que um objeto consegue ver através do espelho. Esse “tudo” corresponde às diversas
imagens que são formadas. Um exemplo dessa ideia vem no espelho do carro, que o motorista ajusta para
poder ver o máximo de imagens importantes para ele.
Para encontrar o campo visual, basta encontrar onde esta localizada a imagem do observador em questão.
Ao fazer isso, o raio incidente nas bordas do espelho plano compreende uma área. Essa área representa o
campo visual do observador, como é demonstrado na imagem.
Obs: Vale lembrar do princípio da reversibilidade dos raios luminosos, logo, um novo observador no campo
visual do primeiro, obrigatoriamente, consegue enxerga-lo.
Translação de espelhos planos
Quando falamos de translação do espelho, queremos dizer que estamos movimentando o espelho, mudando
ele de lugar. Logo, o objeto ficará fixo em sua posição, enquanto o espelho mudará de posição. Essa
mudança na posição do espelho vai afetar a imagem. Podemos ver na imagem abaixo um objeto P e a sua
4
Física
respectiva imagem P` a uma distância d. Em seguida, o espelho é transladado em um valor x, logo, a nova
distância entre o objeto e imagem ao espelho se torno d+x.
A partir disso, podemos concluir que:
• Inicialmente, a distância entre o objeto e a imagem era de 𝑆𝑜𝑖𝑚 = 2𝑥
• Depois da translação, a nova distância entre o objeto e a imagem é de 𝑆𝑖𝑚 = 2𝑥 + 2𝑑
Podemos dizer que ocorreu uma variação da posição:
∆𝑆𝑖𝑚 = 𝑆𝑖𝑚 − 𝑆𝑜𝑖𝑚
∆𝑆𝑖𝑚 = 2𝑑
Logo, ao deslocar o espelho, a imagem desloca o dobro do que o espelho deslocar. Podemos dizer também,
que se esse deslocamento ocorre ao mesmo tempo, podemos definir uma velocidade dessa imagem.
{∆𝑆𝑖𝑚 = 2𝑑∆𝑆𝑒𝑠𝑝 = 𝑑
∆𝑆𝑖𝑚 = 2∆𝑆𝑒𝑠𝑝
𝑉𝑖𝑚 = 2𝑉𝑒𝑠𝑝
Rotação de espelhos planos
Rotação: espelho gira θ, raio refletido gira 2θ. Não costuma ser um assunto muito cobrado nos vestibulares.
5
Física
Vemos pela geometria que, ao girarmos o espelho de um ângulo θ, o raio refletido subentende um ângulo 2θ
em relação ao raio refletido anterior.
Número de imagens dos espelhos planos
Imagine que foram colocar 2 espelhos 𝐸1e 𝐸2 um do lado do outro, formando um angulo de 90° entre eles,
conforme a figura abaixo. Já que o objeto está na frente de 2 espelhos, teremos imagens formadas por esses
2 espelhos, sendo a imagem 𝐼1a imagem formada pelo espelho 𝐸1 e 𝐼2 a imagem formada pelo espelho 𝐸2.
Porem, vismo em campo visual que nos podemos prolongar esse espelho ao ponto em que a imagem de um
espelho vai se tornar o objeto de outro, ou seja, teremos uma imagem sendo formada por uma imagem. Essa
imagem em questão foi chamada de 𝐼12. É comum ver esse fenômeno em casas de espelhos, onde você pode
ver diversas imagens da mesma pessoa.
Podemos ver então, que o número de imagens está relacionado a uma associação de espelho. Podemos
descrever que o número de imagens formadas é a razão entre a angulação máximo (360°) e o angulo formado
pelos espelhos.
𝑛𝑖𝑚𝑔 =360
𝛼
6
Física
Exercícios
1. A figura abaixo mostra um espelho retrovisor plano na lateral esquerda de um carro. O espelho está disposto verticalmente e a altura do seu centro coincide com a altura dos olhos do motorista. Os pontos da figura pertencem a um plano horizontal que passa pelo centro do espelho. Nesse caso, os pontos que podem ser vistos pelo motorista são:
a) 1, 4, 5 e 9.
b) 4, 7, 8 e 9.
c) 1, 2, 5 e 9.
d) 2, 5, 6 e 9.
2. Na noite do réveillon de 2013, Lucas estava usando uma camisa com o ano estampado na mesma. Ao
visualizá-la através da imagem refletida em um espelho plano, o número do ano em questão
observado por Lucas se apresentava da seguinte forma
a)
b)
c)
d)
7
Física
3. Analise o esquema abaixo referente a um espelho plano.
A imagem do objeto que será vista pelo observador localiza-se no ponto
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
4. Um aluno colocou um objeto “O” entre as superfícies refletoras de dois espelhos planos associados e
que formavam entre si um ângulo ,θ obtendo n imagens. Quando reduziu o ângulo entre os espelhos
para /4,θ passou a obter m imagens. A relação entre m e n é:
a) m = 4n + 3
b) m = 4n – 3
c) m = 4(n + 1)
d) m = 4(n – 1)
e) m = 4n
8
Física
5. O ângulo entre dois espelhos planos é de 20°. Um objeto de dimensões desprezíveis é colocado em
uma posição tal que obterá várias imagens formadas pelo conjunto de espelhos. Das imagens
observadas, assinale na opção abaixo, quantas serão enantiomorfas.
a) 8
b) 9
c) 10
d) 17
e) 18
6. Um objeto extenso de altura h está fixo, disposto frontalmente diante de uma superfície refletora de
um espelho plano, a uma distância de 120,0 cm. Aproximando-se o espelho do objeto de uma
distância de 20,0 cm, a imagem conjugada, nessa condição, encontra-se distante do objeto de
a) 100,0 cm
b) 120,0 cm
c) 200,0 cm
d) 240,0 cm
e) 300,0 cm
7. A figura a seguir representa um dispositivo óptico constituído por um laser, um espelho fixo, um
espelho giratório e um detector. A distância entre o laser e o detector é d = 1,0 m, entre o laser e o
espelho fixo é h 3 m= e entre os espelhos fixo e giratório é D = 2,0 m.
Sabendo-se que 45 ,α = o valor do ângulo β para que o feixe de laser chegue ao detector é:
a) 15°
b) 30°
c) 45°
d) 60°
e) 75°
9
Física
8. Na figura a seguir, o logo do Núcleo de Seleção da UEG é colocado em frente a dois espelhos planos
(E1 e E2) que formam um ângulo de 90º.
Qual alternativa corresponde às três imagens formadas pelos espelhos?
a) c)
b) d)
10
Física
9. Imagine que um raio de luz incida na superfície da janela lateral de um edifício, formando um ângulo
de 30°, conforme mostra a figura a seguir.
Considerando o vidro da janela como uma superfície plana e lisa, o valor do ângulo de reflexão é
a) 15°.
b) 25°.
c) 30°.
d) 45°.
e) 60°.
10. A figura a seguir mostra dois espelhos planos, 1E e 2E , que formam um ângulo de 140 entre eles.
Um raio luminoso 1R incide e é refletido no espelho 1E , de acordo com a figura a seguir.
Nessa situação, para que o raio refletido 2R seja paralelo ao espelho 2E , o ângulo de incidência de
1R no espelho 1E deve ser de:
a) 20
b) 30
c) 40
d) 50
e) 60
11
Física
Gabarito
1. C
Obs:
1ª) pela simbologia adotada, conclui-se tratar-se de um espelho plano.
2ª) Para ver os pontos, o motorista teria que olhar para o lado esquerdo ou para trás.
Corretamente, a última linha do enunciado deveria ser: “Nesse caso, os pontos cujas imagens podem ser
vistas pelo motorista são:”
Assim entendendo, vamos à resolução:
– por simetria, encontra-se o ponto imagem dos olhos do observador;
– a partir desse ponto, passando pelas bordas do espelho, traçamos as linhas que definem o campo
visual do espelho;
– Serão vistas as imagens dos pontos que estiverem nesse campo, ou seja: 1, 2, 5 e 9.
A figura ilustra a solução:
2. B
No espelho plano, objeto e imagem são simétricos em relação ao plano do espelho. Como consequência,
a imagem é revertida em relação ao objeto.
3. D
No espelho plano, objeto e respectiva imagem são sempre simétricos em relação ao plano do espelho.
Portanto, a imagem desse objeto localiza-se no ponto 4.
12
Física
4. A
Utilizando a expressão que dá o número de imagens formadas numa associação de espelhos planos
para as duas situações propostas:
( )
( )( ) ( )
( )
360 360n 1 n 1 I
m 1 II I n 1 360 360 m 1 4m 1 II
44
m 4 n 1 1 m 4n 3.
θ θ
θ θ
= − = +
+ = = + +
= − =
= + − = +
5. B
O número de imagens formadas é:
360 360n 1 n 1 18 1 n 17.
20α
= − = − = − =
Cada reflexão gera uma imagem em cada espelho, sendo a última formada pela superposição de duas
imagens. A primeira reflexão gera duas imagens enantiomorfas, a segunda gera duas imagens diretas,
a terceira, duas imagens enantiomorfas e, assim por diante, até a nona reflexão que gera duas imagens
enantiomorfas superpostas. Chamando de A e B os dois espelhos e ordenando as imagens
enantiomorfas em cada espelho, temos:
1A e 1B; 3A e 3B; 5A e 5B; 7A e 7B; 9AB.
São, portanto, 9 imagens enantiomorfas.
6. C
A distância do objeto à sua imagem em um espelho plano é sempre o dobro da distância entre o objeto
e o espelho, portanto ao mover o espelho 20 cm em direção ao objeto, este fica do espelho 100 cm
distante, logo a sua distância à sua imagem será o dobro deste valor, ou seja, 200 cm.
7. D
A figura simplifica a situação dada.
No triângulo destacado:
3tg 3 60 .
1
2 180 60 2 180 60 .
θ θ
θ β β β
= = =
+ = + = =
13
Física
8. A
Propriedade Fundamental do Espelho Plano: Objeto e imagem são sempre simétricos em ralação ao
plano do espelho. A duas primeiras imagens, nos quadrantes vizinhos ao do objeto, são obtidas girando
de 180° o objeto em torno de um eixo contido no plano de cada espelho. A terceira imagem, no quadrante
oposto ao do objeto, pode ser obtida fazendo o mesmo processo anterior com cada uma das duas
primeiras imagens.
Dica: numa prova, o estudante pode escrever a frase ou desenhar a figura numa folha de papel de forma
que se possa percebê-la quando olha o verso da folha, e fazer a dobradura em cima da linha que
simboliza o espelho.
9. E
Conforme ilustrado na figura a seguir, i = r = 60°.
10. D
A figura abaixo mostra os raios e os ângulos envolvidos. Analisando-a de acordo com as leis da reflexão,
concluímos que i 50 .=
60°
60°
30° normal
1
Física
Óptica geométrica
Resumo
O ser humano sempre foi fascinado pela luz. Espelhos simples são encontrados em sítios arqueológicos
antigos estendendo-se do Egito até a China. Nossos ancestrais aprenderam por volta de 1500 anos A.C. a
fazer fogueiras ao focalizar a luz do Sol usando lentes rudimentares. Daí, é só um pequeno passo até
conseguirmos fazer perfurações com feixes a laser.
Para começarmos a contemplar o conteúdo básico por trás da imensidão que a luz nos
proporciona, precisamos entender os princípios e os fenômenos que envolvem a óptica geométrica.
O Modelo de Raios Luminosos
Um holofote produz um facho de luz que corta a escuridão do céu. Raios de Sol penetram numa sala mal
iluminada através da fresta na janela. Nossa experiência cotidiana de que a luz viaja em linha reta é a base
do modelo de raios luminosos da luz, que, apesar de ser uma simplificação da realidade, é um
pressuposto bem útil em seu domínio de validade, caracterizando a Óptica Geométrica.
Conceitos básicos • Luz: onda eletromagnética que se propaga no vácuo e em alguns meios materiais. Velocidade da luz
no vácuo: c = 300.000km/s.
• Raio de luz: segmento de reta orientado no sentido da propagação.
• Fontes primárias: corpos que emitem luz própria. Ex.: Sol.
2
Física
• Fontes secundárias: corpos que refletem a luz emitida pelas fontes primárias. Ex.: Lua.
Meios de propagação da luz
• Meio transparente: propagação regular da luz; observador vê objeto com nitidez.
• Meio translúcido: propagação irregular da luz; observador vê objeto sem nitidez.
• Meio opaco: não permite a propagação de luz; ex.: a pele humana.
3
Física
Princípios da Óptica Geométrica A luz, durante sua propagação, obedece a uma série de princípios:
• Princípio da Propagação Retilínea dos Raios Luminosos: em meios homogêneos e transparentes, a luz
se propaga em linha reta.
• Princípio da Independência dos Raios Luminosos: quando dois raios de luz ou feixes de luz se cruzam,
continuam suas trajetórias individualmente. Um raio não interfere na trajetória de outro.
• Princípio da Reversibilidade dos Raios Luminosos: o caminho seguido por um raio de luz independe do sentido de propagação.
4
Física
Sombra e Penumbra Quando um obstáculo opaco é colocado entre uma fonte de luz e um anteparo, é possível delimitar regiões
de sombra e penumbra.
Se pensarmos em uma fonte de luz pontual, essas regiões recebem o nome de SOMBRA ou UMBRA.
Agora, se pensarmos em uma fonte extensa ou várias fontes pontuais, teremos duas regiões distintas. A
região que não recebe luz de região alguma é chamada de sombra, mas a região parcialmente iluminada –
que recebe luz da fonte extensa ou de alguma das fontes pontuais – é chamada de PENUMBRA.
5
Física
Câmara Escura com Orifício Uma câmara escura com orifício é constituída por uma caixa de paredes opacas; um pequeno orifício é feito
em uma das faces. Com isso, a luz vinda de um objeto incide pelo orifício e é refletida no fundo da caixa,
gerando uma imagem projetada e invertida em relação ao objeto.
Eclipses
As regiões de sombra e penumbra de corpos e fontes esféricas são conceitos importantes para entender o
fenômeno dos eclipses. Trata-se de um fenômeno natural que acontece com relativa frequência. O último
eclipse total do Sol registrado ocorreu em 1999. Como o Sol, a Lua e a Terra são corpos esféricos, valem as
considerações anteriores sobre sombra e penumbra.
O eclipse do Sol ocorre quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra; o Sol fica eclipsado pela Lua. Já
o eclipse da Lua ocorre quando a Terra se interpõe entre o Sol e a Lua; nesse caso, a Lua entra primeiro no
cone de penumbra da Terra e depois na região de sombra da Terra.
Obs.: Eclipse solar só ocorre em fase de Lua Nova e eclipse lunar só ocorre em fase de Lua Cheia.
6
Física
Fases da Lua
No hemisfério sul, as fases da Lua seguem, em média, os seguintes períodos de visibilidade:
• Lua Cheia: nasce, tem seu ápice e se põe, respectivamente, às 18h – 24h – 06h.
• Lua Nova: nasce, tem seu ápice e se põe, respectivamente, às 06h – 12h – 18h.
• Lua Crescente: nasce, tem seu ápice e se põe, respectivamente, às 12h – 18h – 24h.
• Lua Minguante: nasce, tem seu ápice e se põe, respectivamente, às 24h – 06h – 12h.
Lembre-se que cada fase da Lua dura sete dias, tendo o período lunar, então, uma duração de 28 dias, em
média.
7
Física
A cor de um Corpo Ao realizar experimentos com a luz solar no século XVII, Isaac Newton verificou que ela dava origem a feixes
de luz coloridos quando atravessava um prisma, correspondentes às cores do arco-íris. Dispondo de outro
prisma, verificou também que era capaz de recombinar as luzes, fazendo luz solar emanar do prisma, o que
chamou de luz branca.
Um feixe de luz é chamado de monocromático se for formado por apenas uma das cores do espectro
eletromagnético (vermelho, amarelo, alaranjado, verde, azul, anil e violeta), como acontece em um laser.
Falaremos do espectro eletromagnético e a teoria ondulatória em outro momento. Ao contrário, um feixe de
luz é chamado de policromático quando é formado por várias cores, como é o caso da luz branca.
A cor de um corpo iluminado é determinada pela constituição da luz que ele reflete difusamente. Se, por
exemplo, um corpo iluminado com luz branca refletir a luz verde e absorver as demais, este corpo terá cor
verde; quando iluminado com luz branca, absorvendo-a totalmente, terá cor preta.
Se iluminarmos um corpo de cor verde com luz monocromática vermelha, ele nos parecerá preto, pois
absorve a luz vermelha, não enviando nada aos nossos olhos.
8
Física
Exercícios
1. Considere um observador frente a três anteparos, em um meio homogêneo e transparente, cada um
com um orifício em seu respectivo centro, conforme mostra a figura que se segue. Através desses
orifícios, o observador consegue enxergar a chama de uma vela devido a um princípio da Óptica
Geométrica denominado __________.
a) Princípio da independência dos raios de luz.
b) Princípio da reversibilidade dos raios de luz.
c) Princípio da propagação retilínea da luz.
d) Princípio da reflexão dos raios de luz.
2. A uma certa hora da manhã, a inclinação dos raios solares é tal que um muro de 4,0 m de altura projeta,
no chão horizontal, uma sombra de comprimento 6,0 m.
Uma senhora de 1,6 m de altura, caminhando na direção do muro, é totalmente coberta pela sombra
quando se encontra a quantos metros do muro?
a) 2,0
b) 2,4
c) 1,5
d) 3,6
e) 1,1
9
Física
3. Considere a ilustração da bandeira do estado do Amazonas:
A cor de um objeto iluminado é determinada pela radiação luminosa que ele reflete. Assim, corpo verde
reflete apenas luz verde, corpo branco reflete luz de qualquer cor que nele incide, enquanto corpo negro
não reflete luz alguma. Caso a bandeira do Amazonas venha a ser iluminada apenas por luz
monocromática vermelha, as cores que ela mostrará serão somente
a) vermelha e branca.
b) vermelha, branca e preta.
c) vermelha e verde.
d) vermelha, branca e verde.
e) vermelha e preta.
4. A figura ilustra, fora de escala, a ocorrência de um eclipse do Sol em determinada região do planeta
Terra. Esse evento ocorre quando estiverem alinhados o Sol, a Terra e a Lua, funcionando,
respectivamente, como fonte de luz, anteparo e obstáculo.
Para que possamos presenciar um eclipse solar, é preciso que estejamos numa época em que a Lua
esteja na fase
a) nova ou cheia.
b) minguante ou crescente.
c) cheia, apenas.
d) nova, apenas.
e) minguante, apenas.
10
Física
5. A 1 metro da parte frontal de uma câmara escura de orifício, uma vela de comprimento 20 cm projeta
na parede oposta da câmara uma imagem de 4 cm de altura.
A câmara permite que a parede onde é projetada a imagem seja movida, aproximando-se ou
afastando-se do orifício. Se o mesmo objeto for colocado a 50 cm do orifício, para que a imagem
obtida no fundo da câmara tenha o mesmo tamanho da anterior, 4 cm, a distância que deve ser
deslocado o fundo da câmara, relativamente à sua posição original, em cm, é de
a) 50. b) 40. c) 20. d) 10. e) 5.
6. Em 29 de maio de 1919, em Sobral (CE), a teoria da relatividade de Einstein foi testada medindo-se o
desvio que a luz das estrelas sofre ao passar perto do Sol. Essa medição foi possível porque naquele
dia, naquele local, foi visível um eclipse total do Sol. Assim que o disco lunar ocultou completamente
o Sol foi possível observar a posição aparente das estrelas. Sabendo-se que o diâmetro do Sol é 400
vezes maior do que o da Lua e que durante o eclipse total de 1919 o centro do Sol estava a 151 600
000 km de Sobral, é correto afirmar que a distância do centro da Lua até Sobral era de a) no máximo 379 000 km
b) no máximo 279 000 km
c) no mínimo 379 000 km
d) no mínimo 479 000 km
e) exatamente 379 000 km
11
Física
7. A figura 1 mostra um quadro de Georges Seurat, grande expressão do pontilhismo.
De forma grosseira podemos dizer que a pintura consiste de uma enorme quantidade de pontos de
cores puras, bem próximos uns dos outros, tal que a composição adequada dos pontos causa a
sensação de vibração e efeitos de luz e sombra impressionantes.
Alguns pontos individuais podem ser notados se chegarmos próximo ao quadro. Isso ocorre porque a
resolução angular do olho humano é 4min 3,3 10θ − rad. A figura 2 indica a configuração geométrica
para que uma pessoa perceba a separação d entre dois pontos vizinhos à distância L 30 cm do
quadro.
Considerando que para ângulos 0,17θ rad é válida a aproximação tg θ θ , a distância d
aproximada entre esses dois pontos, representados na figura 2, é, em milímetros, igual a
a) 0,1.
b) 0,2.
c) 0,5.
d) 0,7.
e) 0,9.
12
Física
8. Para que uma substância seja colorida ela deve absorver luz na região do visível. Quando uma amostra
absorve luz visível, a cor que percebemos é a soma das cores restantes que são refletidas ou
transmitidas pelo objeto. A Figura 1 mostra o espectro de absorção para uma substância e é possível
observar que há um comprimento de onda em que a intensidade de absorção é máxima. Um
observador pode prever a cor dessa substância pelo uso da roda de cores (Figura 2): o comprimento
de onda correspondente à cor do objeto é encontrado no lado oposto ao comprimento de onda da
absorção máxima.
Qual a cor da substância que deu origem ao espectro da Figura 1?
a) Azul.
b) Verde.
c) Violeta.
d) Laranja.
e) Vermelho.
13
Física
9. Uma câmara escura de orifício reproduz uma imagem de 10 cm de altura de uma árvore observada.
Se reduzirmos em 15 m a distância horizontal da câmara à árvore, essa imagem passa a ter altura de
15 cm. Qual é a distância horizontal inicial da árvore à câmara?
a) D = 15 cm.
b) D = 30 cm.
c) D = 45 cm.
d) D = 40 cm.
e) D = 50 cm.
10. A figura a seguir (evidentemente fora de escala) mostra o ponto O em que está o olho de um
observador da Terra olhando um eclipse solar total, isto é, aquele no qual a Lua impede toda luz do Sol
de chegar ao observador.
Sabendo que o raio do Sol é 0,70 x 106 km, o da Lua, 1,75 x 103 km, e que a distância entre o centro do
Sol e o observador na Terra é de 150 x 106 km, calcule a distância d entre o observador e o centro da
Lua para a qual ocorre o eclipse total indicado na figura.
a) d = 4,75 105 km.
b) d = 3,90 105 km.
c) d = 3,70 104 km.
d) d = 3,75 105 km.
e) d = 3,75 109 km.
14
Física
Gabarito
1. C
O princípio que explica a situação descrita é o princípio da propagação retilínea dos raios de luz.
2. D
Observe que os triângulos sombreados são semelhantes
Portanto:
4 1,624 4x 9,6 4x 14,4 x 3,6 m.
6 6 x= → − = → = → =
−
3. E
• a faixa vermelha continua refletindo a radiação vermelha, mantendo-se na cor vermelha;
• as duas faixas brancas e o preenchimento branco das estrelinhas passam a refletir apenas a
radiação vermelha, passando, então, a apresentar cor vermelha;
• a faixa azul passa a não refletir radiação alguma, apresentando, então, cor preta.
Concluindo: a bandeira mostrará somente as cores vermelha e preta.
4. D
A figura mostra a Lua em duas posições diferentes. Na situação I, está ilustrado um eclipse solar. A face
escura da Lua está voltada para a Terra, portanto é Lua nova. A situação II mostra um eclipse lunar, que
ocorre na Lua cheia, estando a Lua no cone de sombra da Terra.
15
Física
5. D
Observe a figura abaixo onde se mostra a formação da imagem.
Os triângulos sombreados são semelhantes, portanto:
H h
D d=
Na primeira situação:
20 4d 20cm
100 d= → =
Na segunda situação: 20 4
d' 10cm50 d
= → =
Portanto: d d' d 10 20 10cm = − = − = −
O fundo da câmera deve ser deslocado 10 cm para a esquerda.
6. A
Dados: DS = 400 DL; dS = 151.600.000 km.
A figura ilustra a situação descrita.
Da semelhança de triângulos:
SL LL
L S L L
L
dd d 151.600.000 1.516.000 d
D D D 400 D 4
d 379.000 km.
= = =
=
7. A
4dd .L 3,3x10 x300 0,1mm
Lθ θ −= → = = = .
8. E
O gráfico nos mostra que essa substância apresenta maior absorção para comprimentos de onda em
torno de 500 nm, o que corresponde à cor verde. De acordo com o enunciado: ... “o comprimento de onda
correspondente à cor do objeto é encontrado no lado oposto ao comprimento de onda da absorção
máxima.”
Na roda de cores, notamos que o comprimento de onda oposto ao da cor verde é o da cor vermelha.
16
Física
9. C
Antes:
Depois:
H 10cmH.d 10D
D d
H 15cmH.d 15(D 15)
D 15m d
10D 15(D 15)
10D 15D 225
5D 225
→ =
→
→ = +
− →
= −
= −
=
D 45m =
10. D
Dados: RS = 0,70 106 km; RL = 1,75 103 km, dS = 150 106 km.
Da semelhança de triângulos na figura:
6 6
S
3 6
L S
dd d 150 10 1,75 10 150 d
R R 0,71,75 10 0,7 10
= = =
d = 3,75 105 km.
1
Geografia
Agentes externos: Erosão
Resumo
A erosão consiste no desgaste, transporte e deposição de uma rocha.
Tipos de erosão:
• Pluvial: Causada pela ação das chuvas. Uma consequência deste tipo de erosão é a ocorrência dos
movimentos de massa, principalmente em encostas com pouca ou sem cobertura vegetal, responsável
por infiltrar gradualmente essa carga de água no solo.
• Fluvial: Causada pela ação dos rios. A ação dos rios pode levar à formação de vales e canyons.
• Eólica: Relacionada à ação dos ventos. Esse tipo de erosão pode levar à formação do relevo em taça.
• Marinha: Relacionada à ação das ondas. Esse tipo de erosão pode formar as chamadas falésias, forma
do relevo originada pelo processo de abrasão.
• Glacial ou nival: Relacionada à ação do gelo ou da neve. Conseguem carregar grandes massas devido
ao ar rarefeito. Um exemplo de formação do relevo associada a estes tipo de erosão são os fiordes, vales
rochosos com grandes paredões encontrados principalmente nas regiões de altas latitudes.
2
Geografia
A erosão pode ainda ser agravada pelas ações antrópicas; dentre estas, cabe destacar as seguintes:
• Retirada da cobertura vegetal: em muitos casos, ao ocupar uma área, por exemplo, de encosta, o ser
humano aumenta a possibilidade de erosão. Isso ocorre porque, ao retirar a cobertura vegetal de um
solo, este se torna mais vulnerável à infiltração da água das chuvas, pois as plantas e raízes que antes
a absorveriam não existem mais.
• Atividades mineradoras: a mineração também é um exemplo de causa humana da erosão. Isso porque
uma das etapas desta atividade é a retirada de parte do solo para a descoberta de um minério, o que
ocasiona a perda da estrutura de sustentação do solo, podendo levar à erosão das áreas próximas.
Cabe destacar também que as erosões acarretam alguns aspectos visíveis no solo, como, por exemplo, os
sulcos, as voçorocas e as ravinas. De modo geral, pode-se dizer que as erosões são iniciadas pelo processo
de lavagem superficial dos solos, também chamado de lixiviação ou erosão laminar. Depois, elas são
intensificadas com o processo de ação das chuvas e dos ventos, surgindo buracos sobre a terra; são as
chamadas erosões em sulcos ou sulcos erosivos. Quando os agentes exógenos do relevo continuam a atuar,
pode ocorrer o processo de formação de ravinas e voçorocas.
3
Geografia
Exercícios
1. […] causado pela água das chuvas, tem abrangência em quase toda a superfície terrestre, em especial
nas áreas com clima tropical, cujos totais pluviométricos são bem mais elevados do que em outras
regiões do planeta. O processo tende a se acelerar à medida que mais terras são desmatadas[…] uma
vez que os solos ficam desprotegidos da cobertura vegetal e, consequentemente, as chuvas incidem
direto sobre a superfície do terrenos. GUERRA, A. J. T. Geomorfologia urbana. Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 2011.
O texto descreve um processo que pode ser acelerado com:
a) a manutenção da vegetação.
b) a construção de curvas de nível.
c) o planejamento urbano e ambiental.
d) o aumento da matéria orgânica do solo.
e) a construção nas encostas de morros.
2.
O esquema representa um processo de erosão em encosta. Que prática realizada por um agricultor
pode resultar em aceleração desse processo?
a) Plantio direto.
b) Associação de culturas.
c) Implantação de curvas de nível.
d) Aração do solo, do topo ao vale.
e) Terraceamento na propriedade.
4
Geografia
3. A superfície terrestre encontra-se em permanente evolução. Algumas mudanças que ocorrem são
imperceptíveis de observação na escala temporal humana, enquanto outras podem ser facilmente
verificadas, como a percebida no desenho esquemático a seguir. Observe-o.
Pelas características visualizadas, é CORRETO afirmar que essa encosta está submetida ao seguinte
processo físico-geográfico:
a) Erosão fluvial.
b) Movimento de massa lento.
c) Falhamento normal.
d) Desmoronamento.
e) Deslizamento.
4. Os processos geomorfológicos internos ou exógenos deixam sempre impressas de sua atuação. Eles
desenvolvem, inclusive, um conjunto de feições de relevo característico. Esse fato reveste-se de uma
particular importância, quando o pesquisador de áreas, como Biologia, Geografia, Geologia etc, volta-
se à análise de ambientes pretéritos. Com relação a esse assunto, observe, atentamente a fotografia
reproduzida a seguir e assinale, com base nas evidências morfológicas, o processo responsável pela
elaboração da paisagem visualizada em primeiro plano.
a) Erosão eólica.
b) Erosão glacial.
c) Tectonismo ruptural.
d) Neotectonismo plástico.
e) Sedimentação fluvial.
5
Geografia
5.
Disponível em: http://www.botanic.com.br. Acesso em: 08/12/2013
A imagem mostra um dos maiores problemas da atualidade, a perda de solo devido à ocupação
irregular ou o mau aproveitamento da terra. O processo de destruição do solo mostrado na figura, uma
vez iniciado, não tem retorno, há medidas para conter seu avanço, mas não há garantias de
recuperação da fertilidade perdida. Esses buracos são chamados de
a) deslizamento.
b) voçoroca.
c) afundamento.
d) assoreamento.
e) lixiviação.
6
Geografia
6. A figura representa o processo de evolução de uma forma de relevo associada à água
Assinale a alternativa que contém o tipo de paisagem, o processo geomorfológico atuante e o
resultado final.
a) Paisagem lacustre; sedimentação; desaparecimento do lago.
b) Paisagem marinha; assoreamento; falésia.
c) Paisagem fluvial; abrasão; terraço.
d) Paisagem pluvial; desmatamento; revegetação.
e) Paisagem desértica; pedimentação; dunas.
7.
A imagem representa o resultado da erosão que ocorre em rochas nos leitos dos rios, que decorre do
processo natural de
a) fraturamento geológico, derivado da força dos agentes internos.
b) solapamento de camadas de argilas, transportadas pela correnteza.
c) movimento circular de seixos e areias, arrastados por águas turbilhonares.
d) decomposição das camadas sedimentares, resultante da alteração química.
e) assoreamento no fundo do rio, proporcionado pela chegada de material sedimentar.
7
Geografia
8. Um dos principais objetivos de se dar continuidade às pesquisas em erosão dos solos é o de procurar
resolver os problemas oriundos desse processo, que, em última análise, geram uma série de impactos
ambientais. Além disso, para a adoção de técnicas de conservação dos solos, é preciso conhecer
como a água executa seu trabalho de remoção, transporte e deposição de sedimentos. A erosão causa,
quase sempre, uma série de problemas ambientais, em nível local ou até mesmo em grandes áreas. GUERRA, A. J. T. Processos erosivos nas encostas. In: GUERRA, A. J. T.; CUNHA, S. B. Geomorfologia: uma atualização de
bases e conceitos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007 (adaptado).
A preservação do solo, principalmente em áreas de encostas, pode ser uma solução para evitar
catástrofes em função da intensidade de fluxo hídrico. A prática humana que segue no caminho
contrário a essa solução é
a) a aração.
b) o terraceamento.
c) o pousio.
d) a drenagem.
e) o desmatamento.
9.
LEINZ, V. Geologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989 (adaptado).
A causa da formação do curso-d'água encachoeirado, tal como ilustrado na imagem, é a
a) deposição de fragmentos rochosos.
b) circulação das águas em redemoinho.
c) quantidade de material sólido transportado.
d) escavação de caldeirões pelo turbilhonamento.
e) diferente resistência à erosão oferecida pelas rochas.
8
Geografia
10. O conceito de erosão apresenta definições mais amplas ou mais restritas. A mais abrangente envolve
os processos de denudação da superfície terrestre de forma geral, incluindo desde os processos de
intemperismo de todos os tipos até os de transporte e deposição de material. Outro conceito, mais
restrito, envolve apenas o deslocamento do material intemperizado, seja solo ou rocha, por agentes
de transporte como a água corrente, o vento, o gelo ou a gravidade, produzindo formas erosivas
características. R. Fairbridge. The Encyclopedia of Geomorphology, 1968. Adaptado.
Exemplo de processo ao qual se aplica o conceito mais restrito de erosão é
a) a formação de rochas.
b) a oxidação de rochas.
c) a formação de sulcos no solo.
d) a formação de concreções no solo.
e) o vulcanismo da crosta.
9
Geografia
Gabarito
1. E
A construção nas encostas de morros contribui para a aceleração do processo erosivo visto que exerce
um peso sobre o solo, solo este que em muitos casos já está instável devido à retirada de vegetação e
outras ações antrópicas somadas às condições naturais como incidência de chuvas, ocasionando os
chamados movimentos de massa.
2. D
Caso um agricultor promovesse a aração no solo representado no esquema isto intensificaria o
processo de transporte de sedimentos, isso porque a prática consiste em “soltar” a terra em que as
sementes serão depositadas, tornando ela mais fofa e permeável. Por outro lado, essa técnica contribui
para que o solo fique mais suscetível à erosão, visto que os sedimentos estarão menos agregados.
3. B
Observando-se a pouca vegetação e o grau de declividade do relevo, identifica-se que este solo está
suscetível à erosão pluvial (causada pelas chuvas) que ocasionará um movimento de massa lento. Esta
lentidão está associada à declividade não muito acentuada.
4. A
O relevo apresentado, denominado relevo de taça, é resultado da ação erosiva do vento em que estes
exercem a erosão da parte mais baixa da estrutura, promovendo a retirada de partículas e formando
assim um relevo singular.
5. B
O buraco apresentado pela imagem é chamado de voçoroca, fenômeno geológico que consiste na
formação de grandes buracos a partir da erosão, causados pela chuva principalmente, em solos onde a
vegetação é escassa e não mais protege o solo, que fica cascalhento e suscetível de carregamento por
enxurradas.
6. A
A evolução da paisagem apresentada evidencia uma consequência do processo erosivo em que
incialmente tem-se um lago que ao longo do tempo sofre o processo de sedimentação – acúmulo no
fundo do lago de sedimentos resultantes de processo erosivo – o que culmina no desaparecimento do
lago.
7. C
A forma resultante da ação erosiva – tendo como agente as águas dos rios – aponta que o processo
que a originou foram sucessivos movimentos circulares, com a presença de sedimentos. Sendo assim,
a única opção que faz a descrição destes movimentos é a que fala sobre as águas turbilhonares com a
presença de seixos e areias.
8. E
É necessário conhecer os impactos do desmatamento e o nome de algumas técnicas que ajudam a
conservar o solo, visando não deixa-lo sobrecarregado, como o pousio. A questão é sobre impactos
ambientais porém um conhecimento sobre os impactos da agricultura e algumas soluções auxiliariam
a resolver a questão.
10
Geografia
9. E
Conforme a figura, a formação da cachoeira deve-se a erosão diferencial provocada pela água do rio
nas rochas. A queda d’água ocorre onde a rocha oferece maior resistência à erosão remontante.
10. C
A erosão em seu conceito mais restrito limita-se ao transporte e sedimentação. Nesse sentido, a ação
da chuva pode levar a formação de feições erosivas no solo, como pequenos sulcos, que devido a
remoção de sedimentos, pode evoluir para uma ravina e, posteriormente, uma voçoroca.
1
Geografia
Agentes externos: Intemperismo
Resumo
O processo de intemperismo, também conhecido como meteorização, consiste na transformação das
rochas, alterando o material, transformando-o em outro.
Tipos de intemperismo
• Físico: Transformações que derivam de fenômenos físicos, tais como a temperatura e a pressão.
• Químico: Transformações que derivam de fenômenos químicos, tais como a hidrólise, acidificação e a
oxidação.
• Biológico: Transformações que derivam da ação de seres vivos e que frequentemente aparecem
associadas à um dos outros dois tipos de intemperismo. Alguns exemplos do intemperismo biológico
podem ser destacados, tais como, a ação das minhocas, da decomposição de organismos e de raízes
de árvores.
Cabe destacar que as áreas mais secas têm predomínio do intemperismo físico, a exemplo do sertão
nordestino, e as áreas mais úmidas têm o predomínio do intemperismo químico, a exemplo das áreas
litorâneas e da Amazônia brasileira.
O intemperismo relaciona-se ainda com a pedogênese, processo de formação dos solos, que ocorre com a
decomposição de rochas causada pela ação da água (chuvas) que origina os chamados horizontes do solo.
Efeitos da erosão e do intemperismo
Uma das áreas de risco de deslizamento identificada na capital da Bahia no início de 2015
Podem ser destacadas algumas consequências da erosão e do intemperismo no dia-a-dia, que por vezes
passam despercebidos.
Uma destas consequências é o deslizamento de terra, ou movimentos de massa, que ocorre em áreas de
encostas. Nestas áreas, é comum observar que há a retirada da vegetação natural para a construção de
2
Geografia
moradias de pouca estrutura e o despejo inadequado de lixo, aspectos que, somados a outros, acarretam
desastres com perdas materiais e, em alguns casos, perdas humanas.
Outro exemplo de efeito da erosão é a destruição de infraestruturas, como habitações, localizadas próximas
às praias arenosas. Causados pela erosão marinha, ou seja, pela ação das ondas, os danos podem ser
impedidos ou ao menos serem pouco impactantes com a construção de medidas de proteção, como
construções de defesa costeira ou realimentação das praias.
3
Geografia
Exercícios
1. Durante 2004, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o IME (Instituto Militar de Engenharia) realizaram novas medições, agora com GPS (Sistema de Posicionamento Global), obtendo para os pontos mais altos do Brasil, os valores da tabela abaixo.
As altitudes brasileiras que aparecem na tabela são modestas em relação às maiores altitudes do
planeta, encontradas por exemplo, no Himalaia ou na Cordilheira do Andes. Isso se deve ao fato de:
a) o Brasil possuir em seu território a atuação de movimentos orogênicos, devido ao choque de
placas tectônicas.
b) a maior parte do território brasileiro ser de formação geológica antiga, e sua superfície se
encontrar desgastada pelas forças exógenas.
c) no Brasil predominarem terrenos de estrutura geológica da era cenozóica, do período quaternário;
portanto, bastante antigos.
d) serem de origem muito recente, da era cenozóica, os maiores picos brasileiros, que apresentam
altitudes abaixo de 3.000 metros, já que ainda não houve tempo para o soerguimento e a
formação de montanhas.
e) as forças endógenas ainda predominarem no Brasil e desgastarem o relevo, deixando-o com
predominância de planícies e com altitudes modestas.
4
Geografia
2. Observe o diagrama abaixo. Esse diagrama representa a relação entre o intemperismo físico e químico e o clima.
Sobre o intemperismo físico e químico, podemos afirmar:
a) as regiões localizadas em baixa latitude e que possuem climas úmidos possuem intemperismo
químico menos intenso.
b) nas florestas tropicais úmidas e nos climas de monções, o intemperismo químico é mais
significativo do que o intemperismo físico.
c) nas regiões áridas e frias, onde o intemperismo químico predomina, as rochas tendem a ser mais
pontudas, angulares e recortadas.
d) o intemperismo físico é elevado nos climas úmidos de latitudes medianas, sendo evidenciado
pela profundidade dos solos e formas arredondadas.
e) o intemperismo químico é considerado mais intenso em regiões de baixa temperatura e média
precipitação.
5
Geografia
3. Intemperismo é o nome que se dá ao conjunto de processos que modificam as rochas, fragmentando-
as (intemperismo físico) ou alterando-as (intemperismo químico). O predomínio de um tipo em relação
a outro, nas diversas regiões da Terra, vai depender das temperaturas, combinadas ao volume das
precipitações e do estado físico da água
Observando o mapa, é CORRETO afirmar que nas regiões A, B e C, há predomínio, respectivamente, do
intemperismo
a) químico – físico – químico.
b) físico – químico – químico
c) químico – químico – físico
d) físico – físico – químico.
e) químico – físico – físico.
4. As reações químicas do intemperismo são, em sua grande maioria, controladas pela água. O resultado
dessas reações forma os minerais que estão presentes no regolito e podem ocorrer por
a) reversibilidade e hidrólise.
b) deslocamento e oxidação.
c) dissolução, oxidação e hidrólise.
d) deslocamento, reversibilidade e dissolução.
e) hidrólise e deslocamento
5. Tempo rei – Gilberto Gil “A letra da canção enfoca o tempo e o espaço que transcorrem e transformam tanto a matéria quanto
o pensamento. Os versos da canção de Gilberto Gil, “Pães de Açúcar/ Corcovados/ Fustigados pela
chuva e pelo eterno vento”, podem referir-se a um conceito da geografia física, o qual “constitui o
conjunto de processos operantes na superfície terrestre que ocasionam a decomposição dos minerais
das rochas, graças à ação de agentes atmosféricos e biológicos” Leinz, V. e Amaral, S. Geologia Geral.
O conceito acima referido é o:
a) Intemperismo;
b) Metamorfismo;
c) Magmatismo;
d) Maganicismo;
e) Tectonismo
6
Geografia
6. "O solo não é estável, nem inerte; muito pelo contrário: constitui um meio complexo em perpétua
transformação, submetendo-se a leis próprias que regem sua formação, sua evolução e sua
destruição. Forma-se no ponto de contato da atmosfera, da litosfera e da biosfera; participa
intimamente nesses mundos tão diversos, pois mantém relações constitutivas com o mundo mineral,
assim como com os seres vivos." Extraído de DORST, Jean. Antes que a natureza morra: por uma ecologia política. São Paulo: ED. USP, 1973.
A partir do texto acima, é possível afirmar que:
a) Em áreas desmatadas, a velocidade de escoamento superficial é acelerada, e a água diminui sua
capacidade de transportar partículas sólidas em suspensão.
b) As características do solo não estão relacionadas com as formas de relevo e a drenagem da água
dos terrenos.
c) O tipo de solo predominante no Brasil é o permafrost, próprio das regiões de clima quente e úmido,
devido ao processo intenso de lavagem e dissolução dos sais minerais que o compõem - a
lixiviação.
d) O plantio de espécies leguminosas intercaladas entre os cultivos permanentes, como o café, não
garante o equilíbrio orgânico do solo e o protege da erosão.
e) Os solos se desenvolvem a partir de um processo lento de intemperismo físico e químico sobre
uma determinada rocha e sob a influência de seres vivos.
7
Geografia
7.
De acordo com as figuras, a intensidade de intemperismo de grau muito fraco é característica de qual
tipo climático?
a) Tropical.
b) Litorâneo.
c) Equatorial.
d) Semiárido.
e) Subtropical.
8
Geografia
8. Analise a imagem abaixo.
ECIENCIA-USP. Disponível em: <http://www.eciencia.usp.br/>. Acesso em: 24 de jul. 2013.
Trata-se da Pedra da Tartaruga, situada no Parque Nacional de Sete Cidades-PI, que retrata o
resultado do processo da desagregação de uma rocha. Nela, os minerais constituintes se dilatam
quando aquecidos e se contraem quando resfriados. Seus principais agentes de intemperismos são a
variação de temperatura e a cristalização que ocorrem nas áreas de grande amplitude térmica,
desérticas e semiáridas.
O que caracterizou essa modelagem da Pedra da Tartaruga foi o intemperismo
a) cratônico.
b) biológico.
c) químico.
d) fluvial.
e) físico.
9. As variações de temperatura ao longo dos dias e noites nas diferentes estações do ano causam
expansão e contração térmica nos materiais rochosos, levando à fragmentação dos grãos minerais.
Além disso, os minerais, com diferentes coeficientes de dilatação térmica, comportam-se de forma
diferenciada às variações de temperatura, o que provoca deslocamento relativo entre os cristais,
rompendo a coesão inicial entre os grãos.
Todos os processos que causam desagregação das rochas, com separação dos grãos minerais antes
coesos e com sua fragmentação, transformando a rocha inalterada em material descontínuo e friável,
constituem o processo de
a) intemperismo físico.
b) laterização.
c) lixiviação.
d) formação das voçorocas.
e) ravinamento.
9
Geografia
10. Ao considerar a influência da infiltração da água no solo e o escoamento superficial em topos e encostas, é correto afirmar que
a) a maior infiltração e o menor escoamento superficial retardam o processo de intemperismo físico
e aceleram a erosão.
b) a menor infiltração e o menor escoamento superficial inibem a erosão e favorecem o
intemperismo químico.
c) a menor infiltração e o maior escoamento superficial aceleram o intemperismo fisico e químico e
retardam o processo de erosão.
d) a infiltração e o escoamento superficial aceleram, respectivamente, os processos de
intemperismo químico e de erosão.
e) a menor infiltração e o escoamento superficial inibem o intemperismo físico, favorecendo a
erosão e o intemperismo químico.
10
Geografia
Gabarito
1. B
A verificação da altitude dos pontos mais altos do relevo brasileiro permite afirmar que ele está sujeito
ao processo de intemperismo e de erosão, visto que estas forças exógenas predominam sobre relevos
antigos e estáveis como é o caso do Brasil.
2. B
O intemperismo químico é mais significativo em áreas de clima úmido, como o monçônico e o tropical.
3. D
Analisando a influência da temperatura, da precipitação e do estado físico da água temos a ocorrência,
respectivamente, de intemperismo físico, físico e químico. A variação de temperatura das rochas,
principal fator do intemperismo físico, se deve ao constante aquecimento pelo sol seguido do brusco
resfriamento pelas chuvas. Com isso, as rochas contraem e dilatam continuamente, o que causa sua
fragmentação. Já nas regiões polares ou de grandes altitudes, a água congela nas fissuras das rochas
e as dilata, fragmentando-as em partes menores. A água, agente mais importante do intemperismo
químico, reage quimicamente com os minerais componentes das rochas, produzindo substâncias
ácidas que as corroem, o que favorece a degradação. Em regiões de climas tropicais, em que os índices
de umidade são elevados, o intemperismo químico é mais intenso.
4. C
O intemperismo químico se caracteriza pela ação da água sobre a rocha, o que irá resultar em processos
como dissolução, oxidação e hidrólise. As alternativas seguintes são incorretas porque no
intemperismo químico não ocorre reversibilidade ou deslocamento.
5. A
O referido trecho da canção de Gilberto Gil faz referência ao processo de intemperismo que consiste na
alteração física, química ou biológica das rochas, que promove a degradação e enfraquecimento das
mesmas, tornando-as mais suscetíveis à erosão.
6. E
O processo de pedogênese – formação de solos – se dá a partir do intemperismo que transforma uma
determinada rocha a partir da qual se desenvolve um determinado tipo de solo dotado de características
particulares.
7. D
Ao relacionar o diagrama e o mapa, é possível identificar que a região que apresenta um grau de
intemperismo muito fraco é aquela com baixas médias de precipitação (espaços de clima semiárido),
visto que a maior ocorrência do processo de intemperismo é decorrente das altas taxas de pluviosidade.
Por isso, o gabarito só poderia ser aquele que destaca o sertão nordestino brasileiro.
8. E
A imagem retrata uma área que está sujeita ao intemperismo físico, visto que ocorre a dilatação da
rocha devido à variação de temperatura.
11
Geografia
9. A
O intemperismo físico é a desagregação física das rochas e seus minerais pela variação de temperatura.
Tal tipo de intemperismo predomina em regiões áridas e semiáridas.
10. D
A infiltração de água acelera o processo de intemperismo químico (água principal agente) bem como o
processo de desgaste, conhecido como erosão
1
Guia do Estudo Perfeito
Aprenda a fazer a prova do Enem
Resumo
Quando chega próximo à prova do Enem, é normal surgir a preocupação de querer estudar mais
conteúdo e assistir a mais aulas. Porém, estudar mais não significa que é a melhor forma. Muitas vezes, a
falta de estratégia durante a prova é o que nos impede de obtermos um bom resultado. O Enem é uma prova
cansativa, que você precisa saber fazer, independente se já domina todo o conteúdo do universo, querido
Breniac. Para cada dia é possível usar uma estratégia.
No primeiro dia, a prova tem duração de 5h30m, o que significa que você precisa saber ler textos
densos e profundos sem ficar cansado e desanimado. Treine sua leitura e capacidade de interpretação para
evitar reler o texto e se cansar desnecessariamente. No segundo dia, a prova tem duração de 5h. É necessário
desenvolver velocidade de raciocínio na resolução das questões, ativando os mais diversos atalhos
matemáticos. Por isso, habitue-se a não usar a calculadora, faça as contas na mão, simplificando, quando
possível. Ganhe velocidade!!! Sobre isso, há uma série de vídeos lá no grupo do Descomplica-Vestibulares. O
Thiago Saback reuniu diversas dicas sensacionais para você arrasar nos dois dias de prova.
2
Guia do Estudo Perfeito
Teoria de Resposta ao Item
A TRI é um sistema para avaliar o peso e a nota das questões indo além do certo e do errado. Por
isso, não adianta comparar o número de acertos. As questões mais difíceis valem mais, porém, ao mesmo
tempo, espera-se que um aluno que acertou as questões mais difíceis também acerte as mais fáceis. Quando
isso não acontece, a TRI identifica uma certa incoerência, é como se o aluno estivesse chutando. Por isso, é
preferível você ter domínio básico e médio sobre os temas de todas as disciplinas do que escolher algumas
para se aprofundar e se esquecer de todo o resto. Nunca deixe questão em branco. Ao chutar não significa
que você será penalizado pelo Enem, porém, essa não deve ser sua estratégia principal, uma vez que a TRI
detecta isso e atribui uma nota menor.
A redação não faz parte da TRI
A redação é a única parte da prova na qual o ENEM não faz uso do sistema de TRI. Isso significa que
ela é corrigida por professores e sua nota pode chegar a 1000. Portanto, fazer uma excelente prova de redação
é garantia de sucesso.
Atualidades
A prova do Enem é preparada até o mês de julho. Por isso, fique atento aos assuntos mais
comentados até esse período, lembrando-se dos temas de atualidades dos anos anteriores. Sabe aqueles
assuntos que estão bombando no seu feed de notícias? Eles podem aparecer na prova. Por isso, siga as
páginas dos grandes jornais e mídias independentes e faça do seu Facebook ou Twitter um grande feed de
atualidades.
Peso das notas
É muito importante que você conheça bem o seu curso para montar uma estratégia perfeita de
estudos. Muitas das universidades que irão usar o Enem podem escolher como utilizar sua nota para a
seleção. Nesse sentido, não é incomum você encontrar cursos em que algumas notas, por exemplo, Ciências
da Natureza e Matemática, são mais valorizadas que outras. É o sistema de peso. Nesse sentido, busque no
edital da sua universidade se ela adota o sistema de peso para o seu curso.
Faça provas
anteriores
• Nesse link, você encontra disponíveis para download
provas de 2009 até 2017.
• Selecione um final de semana para simular um dia de
prova do Enem.
• Faça, pelo menos, duas provas do Enem por mês.
No canal do Descomplica, no YouTube, você encontra um vídeo sobre O que fazer até o Enem. Além do vídeo,
há também um E-book com os conteúdos que você precisa estudar mês a mês até a prova. E aí, já assistiu?
3
Guia do Estudo Perfeito
Exercício
Vamos conhecer a prova do Enem?
1. Busque no edital da sua universidade, a partir do curso que você deseja, qual é o peso das notas de
cada disciplina do seu curso.
2. Descubra quais são os temas que mais caem na prova do Enem por disciplina.
3. Identifique, entre os temas que mais caem no Enem, aqueles que você já estudou e tem mais
dificuldade. Assim, você pode revisá-los.
4. Que tal baixar a prova do Enem e fazê-la como simulado no próximo final de semana?
1
História
Os Anos JK (1955 – 1961)
Resumo
O Governo de Juscelino Kubitschek
Juscelino Kubitschek foi eleito nas eleições presidenciais de 1955, após o suicídio de Getúlio Vargas,
tendo João Goulart como vice. Para aqueles que lutavam contra o Governo de Vargas, JK significava a
continuidade do getulismo. A Escola Superior de Guerra, por exemplo, vetou a candidatura de JK e rumores
de um golpe, começaram a circular. Uma vez concluídas as eleições, JK foi vitorioso com 36% dos votos, no
entanto, a oposição tentou impugnar as eleições, sob a justificava de que o novo presidente eleito não havia
obtido maioria absoluta, ou seja, pelo menos 51% dos votos.
Com o crescimento de rumores de um possível golpe, o general Henrique Teixeira Lott precisou intervir
para garantir a posse de JK, em um movimento que ficou conhecido como “golpe preventivo”.
O Plano de Metas
O Governo de JK ficou conhecido como um período de desenvolvimento econômico, cujo principal
instrumento foi o Plano ou Programa de Metas. Sob o slogan “50 anos em 5”, que sintetizava a promessa de
obter cinquenta anos de progresso em cinco anos do governo, esta foi a principal diretriz econômica do
governo de JK. O Programa estabelecia 31 metas distribuídas em cinco grandes grupos: energia, transportes,
alimentação, educação e indústrias de base. A construção de Brasília, nova capital, foi apresentada como a
síntese de todas as metas.
Para atingir tal objetivo, JK buscou reorganizar a distribuição de incentivos fiscais, tecnologias e
financiamentos, através de “grupos de trabalho” ligados diretamente à presidência.
Para ampliar o desenvolvimentismo econômico brasileiro, JK considerava impossível o progresso da
economia sem a participação do capital estrangeiro. Para alcançar os objetivos do Plano de Metas era
necessária uma intervenção maior do Estado na economia, priorizando, então, a entrada de capitais
estrangeiros no país, principalmente pela indústria automobilística. Deste modo, abrindo a economia para o
capital internacional, atraiu o investimento de grandes empresas. Foi no governo JK que entraram no país
grandes montadoras de automóveis como, por exemplo, Ford, Volkswagen, Willys e GM (General Motors).
De 1955 a 1961, o Brasil recebeu mais de 2 bilhões de dólares destinados ao Programa de Metas e o
valor da produção industrial cresceu 80%. Nesse mesmo período, o país cresceu ao timo de 7,9% ao ano, o
que representava uma alta taxa de crescimento. No entanto, com os elevados gastos públicos o Programa
começou a entrar em déficit, promovendo o endividamento do Estado.
1
História
A Construção de Brasília
Um dos grandes objetivos do governo de JK, a construção de Brasília tinha como o objetivo a maior
integração do território nacional e o desenvolvimento de seu interior. Com um projeto de Óscar Niemeyer, a
construção de Brasília se deu a partir da mão de obra de trabalhadores imigrantes vindo sobretudo da região
nordeste, estes ficaram conhecidos como candangos.
Quer assistir um QQD sobre o tema e ainda baixar um mapa mental? Só clicar aqui!
2
História
Exercícios
1. Sob a presidência de Juscelino Kubitschek (1955-1961), a nação brasileira assistiu à criação de
Brasília, – considerada, pela UNESCO, patrimônio cultural da humanidade – e vivenciou:
a) momentos de euforia resultantes, em boa parte, da política desenvolvimentista de incremento à
indústria nacional e aumento do poder aquisitivo da classe média.
b) importante papel político para a aproximação dos países da América Latina com os Estados
Unidos, em vista da estratégica posição do Brasil no Atlântico Sul.
c) época de forte repressão política ao operariado e descaso para com a interiorização do
desenvolvimento econômico.
d) um período predominantemente liberal, em termos econômicos, o que pode ser exemplificado
pelo início da construção da Companhia Siderúrgica Nacional.
e) uma forte recessão econômica em que a indústria nacional não deu sinais de crescimento e o
poder aquisitivo da classe média caiu.
2. Leia o trecho da música abaixo:
“Bossa nova é ser presidente
desta terra descoberta por Cabral.
Para tanto basta ser tão simplesmente:
simpático, risonho, original.
Depois desfrutar da maravilha
de ser o presidente do Brasil,
voar da Velhacap pra Brasília,
ver Alvorada e voar de volta ao Rio.
Voar, voar, voar.[...]”
(Juca Chaves Apud Isabel Lustosa. Histórias de presidentes, 2008.)
A canção Presidente bossa-nova, escrita no final dos anos 1950, brinca com a figura do presidente
Juscelino Kubitschek. Ela pode ser interpretada como a:
a) representação de um Brasil moderno, manifestado na construção da nova capital e na busca de
novos valores e formas de expressão cultural.
b) celebração dos novos meios de transporte, pois Kubitschek foi o primeiro presidente do Brasil a
utilizar aviões nos seus deslocamentos internos.
c) rejeição à transferência da capital para o Planalto Central, pois o Rio de Janeiro continuava a ser
o centro financeiro do país.
d) crítica violenta ao populismo que caracterizou a política brasileira durante todo o período
republicano.
e) recusa da atuação política de Kubitschek, que permitia participação popular direta nas principais
decisões governamentais.
3
História
3. “A ideia da transferência da capital se constituiu num dos problemas mais importantes de nossa
evolução histórica, remontando à própria Inconfidência Mineira. As Constituições de 1891, 1934 e
1946 acolheram, expressamente, as aspirações gerais nesse sentido, estabelecendo de forma taxativa
que a transferência se faria para o planalto central do país, sendo que a constituição em vigor ainda
foi mais explícita do que as anteriores, formulando, inclusive, normas para a localização da futura
capital e estabelecendo o processo para a aprovação do local e início da delimitação da área
correspondente, a ser incorporada ao domínio da União.” BONAVIDES, Paulo, AMARAL, Roberto. Textos políticos da História do Brasil. 3 ed. Brasília: Senado Federal, Conselho
editorial, 2002. v. 7, p. 32.
Na mensagem de JK é claro o histórico interesse do Estado brasileiro em transferir a capital que então
se localizava no Rio de Janeiro. Entre os argumentos favoráveis à transferência da capital, encontrava-
se:
a) a integração nacional, estimulando a ocupação do sertão brasileiro.
b) a saída do Rio de Janeiro, devido à corrupção latente da cidade.
c) a necessidade de deixar a capital longe das ondas modernizantes que chegavam rapidamente às
regiões litorâneas.
d) a necessidade de ocupação do interior do Brasil, já que não houve movimento populacional algum
para essa região durante a história do país.
e) a necessidade de proteger os governantes, na região central do Brasil, era uma estratégia para
em caso de ser deflagrada uma guerra.
4
História
4. Observe a Imagem abaixo:
Uma das características do governo de Juscelino Kubitschek foi o estímulo à produção industrial e ao
aumento de consumo por parte das camadas urbanas de rendimento médio. Tal político obteve
sucesso junto à população, e economicamente não teve como consequência:
a) a consolidação do setor de bens de consumo.
b) o aumento da inflação.
c) o aumento da dívida pública.
d) a intensificação da industrialização.
e) o aumento da qualidade de vida da classe operária.
5
História
5. Marcado como um período de desenvolvimento industrial e da construção de Brasília, é incorreto
afirmar que o governo de Juscelino Kubitschek:
a) ainda teve que enfrentar outros levantes (1956 e 1959) de pouca expressão que demonstravam
o interesse dos militares em reassumir o governo.
b) conseguiu: o crescimento do parque industrial brasileiro em cerca de oitenta por cento; o
aumento das usinas hidrelétricas (Furnas) e da indústria de aço; além da instalação da indústria
de automóveis e da criação de novas rodovias (Belém-Brasília).
c) teve a UDN como aliada principalmente na oposição a uma tentativa de golpe militar ocorrida
depois que o então presidente Café Filho afastou-se do cargo por motivo de saúde.
d) manteve o desenvolvimentismo não homogêneo em todas as regiões do país. A miséria e o atraso
econômico de diversas regiões impulsionaram grandes fluxos migratórios para a região Sudeste
do Brasil.
e) desejava promover obras eleitoreiras para maquiar o fracasso de seu plano de metas e manter o
controle de seu governo evitando um golpe de Estado.
6. “Como nasceu Brasília? A resposta é simples. Como todas as grandes iniciativas, surgiu quase de um
nada. A idéia da interiorização da capital do país era antiga, remontando à época da Inconfidência
Mineira. A partir daí viera rolando através das diferentes fases da nossa História: o fim da era colonial,
os dois reinados e os sessenta e seis anos de República até 1955. […]
Coube a mim levar a efeito a audaciosa tarefa. Não só promovi a interiorização da capital no exíguo
período do meu governo, mas que essa mudança se processasse em bases sólidas, construí, em
pouco mais de três anos, uma metrópole inteira – moderna e urbanisticamente revolucionária – que
é Brasília”. (Juscelino Kubitschek. Por que construí Brasília? Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2000. Coleção Brasil 500 Anos.
p: 7)
A partir da citação acima e de seus conhecimentos sobre o governo de Juscelino Kubitschek (1956-
1960), EXAMINE as afirmativas abaixo:
I. O projeto nacional-desenvolvimentista do governo J.K. caracterizou-se pelo compromisso com
a democracia e pela intensificação do desenvolvimento industrial de tipo capitalista.
II. A construção de Brasília e do cruzeiro rodoviário pretendeu promover uma maior articulação
entre o litoral e o interior do território brasileiro, visando integrar a nação.
III. A política econômica do governo J.K., definida no Plano de Metas, apoiou se no incentivo aos
investimentos privados de capital nacional e estrangeiro, bem como nos investimentos estatais
na infraestrutura nacional.
IV. Kubitschek apoiou-se na aliança dos partidos PSD (Partido Social Democrático) e PTB (Partido
Trabalhista Brasileiro).
ASSINALE a alternativa correta:
a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afirmativas I e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.
6
História
7. O presidente Juscelino Kubitschek visita a fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo (SP),
em novembro de 1959. Nesse período, a indústria brasileira ingressa definitivamente no restrito clube
de países que dominam a tecnologia de fabricação de automóveis.
A foto e o texto indicam a política adotada por JK durante seu governo. Analise as alternativas abaixo
e assinale a que NÃO apresenta relação com as medidas adotadas por esse governo.
a) Em seus discursos, o referido presidente divulga a ideia de um amplo desenvolvimento industrial
e infra estrutural, com o slogan "50 anos em 5".
b) Ao adotar o "Plano de Metas", JK privilegia setores de infraestrutura, como transporte e produção
(ou geração) de energia.
c) Com a política de incentivos governamentais, como a redução de tarifas, várias multinacionais
foram implantadas em nosso território.
d) A criação da Petrobrás e da Eletrobrás, ambas estatais, serviriam como estratégia para a
implantação de indústrias automobilísticas.
e) Promoção do desenvolvimento regional, com destaque para a criação da SUDENE e abertura de
novas estradas no interior do País.
7
História
8. Em um de seus discursos, o presidente Juscelino Kubitschek afirmou: "O puro, o nobre e inteligente
nacionalismo não se confunde com xenofobia. Da mesma maneira que a independência política de
uma nação não significa animosidade contra os estrangeiros, nem a recusa aos intercâmbios
econômicos ou relações financeiras com os países mais ricos ou mais favorecidos em valores
econômicos". (In: CARDOSO, Miriam Limoeiro. "Ideologia do Desenvolvimento". Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. p. 158.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o período JK, é correto afirmar:
a) O discurso nacionalista sob a ótica desenvolvimentista de JK possuía conteúdo semelhante
àquele estabelecido na Era Vargas: ambos minimizaram a importância do capital externo.
b) A ideologia do "desenvolvimentismo" no período JK assumiu a entrada de capitais estrangeiros
no país como um recurso legítimo que expressava o verdadeiro patriotismo.
c) O "desenvolvimentismo" do período JK objetivou a consolidação da vocação agrícola da
economia brasileira, promovendo a "Marcha para Oeste", política que alavancou a agricultura de
exportação.
d) Para a indústria brasileira, que passava por uma fase de retração, o"desenvolvimentismo" de JK
foi pernicioso, pois propunha um nacionalismo xenófobo.
e) O "Plano de Metas", programa de governo do então candidato JK, colocado em prática logo após
sua eleição, visava primordialmente ao desenvolvimento da agricultura de exportação, instituindo,
para esse fim, o "confisco cambial".
8
História
9. Existem dois países, entre os quais é difícil distinguir o verdadeiro; na fazenda do interior, o homem do
campo trabalha de enxada e transporta uma colheita insignificante em carroças rangentes (...); na
cidade de São Paulo, a cada hora termina-se um prédio. (LAMBERT, Jacques. Os dois Brasis. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1984.)
META DE FAMINTO JK - Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em estradas pavimentadas
com asfalto brasileiro, com gasolina brasileira. Que mais quer? JECA - Um prato de feijão brasileiro,
seu doutô! (THÉO, 1960. In: LEMOS, Renato. "Uma história do Brasil através da caricatura". Rio de Janeiro: Bom Texto, Letras e
Expressões, 2001.)
O texto e a charge representam, de formas diferentes, um dos principais dilemas do
desenvolvimentismo no governo Juscelino Kubitschek, durante a metade da década de 1950. A
alternativa que melhor apresenta esse dilema é:
a) os contrastes culturais e educacionais entre as elites paulistas e nortistas
b) a desigualdade política e ideológica entre as oligarquias nordestinas e sulistas
c) a defasagem histórica e tecnológica entre o setor petrolífero e o agroexportador
d) as disparidades econômicas e sociais entre os setores agrário e urbano-industrial
e) o aumento do poder econômico das classes C e D elevou o consumo no país.
9
História
10. Bossa-nova mesmo é ser presidente desta terra descoberta por Cabral. Para tanto basta ser tão
simplesmente simpático... risonho... original. (Juca Chaves)
RETRATO DO VELHO
Bota o retrato do velho outra vez Bota no mesmo lugar O sorriso do velhinho Faz a gente se animar,
oi. (...) O sorriso do velhinho Faz a gente trabalhar. (Marino Pinto e Haroldo Lobo)
Os estilos de governar de Getúlio Vargas e de Juscelino Kubitschek são abordados nas letras de
música acima.
Um elemento comum das políticas econômicas destes dois governos está indicado na seguinte
alternativa:
a) trabalhismo
b) monetarismo
c) industrialismo
d) corporativismo
e) consumismo
10
História
Gabarito
1. A
O desenvolvimentismo, uma das características do governo de JK, proporcionou o crescimento da
produção industrial de bens de consumo, como eletrodomésticos e automóveis. Os principais
beneficiados com essa medida foram as camadas urbanas de rendimento médio e os capitalistas
industriais, que viram suas indústrias crescerem.
2. A
O moderno que é expresso na canção diz respeito tanto à novidade da criação artística do período, com
a bossa-nova, quanto às modernizações que JK se propunha a realizar, como a possibilidade de
encurtar as distâncias, através da utilização de novos meios de transporte.
3. A
Com a construção da nova capital no interior do país, JK pretendia iniciar um projeto histórico de
integração das diversas regiões do país.
4. E
O incentivo ao consumo de bens individuais, como eletrodomésticos e automóveis, beneficiou
principalmente as classes de rendimento mais alto ou médio. O crescimento da inflação aumentava o
custo de vida principalmente para a classe operária, cujo consumo se direcionava a produtos mais
básicos, como alimentação, vestuário e habitação.
5. C
A UDN não apoiou JK, pelo contrário, foi uma das articuladoras da tentativa de golpe que tentou impedir
a posse de JK em 1955.
6. E
Todas as opções apresentavam aspectos do Plano de Metas e das alianças políticas estabelecidas por
JK: o desenvolvimentismo, aliando investimentos estatais, privados nacionais e internacionais, a
construção de Brasília e a aliança PTB/PSD para sua eleição.
7. D
A Eletrobrás e a Petrobrás foram criadas durante o governo de Getúlio Vargas.
8. B
Para JK, os investimentos estrangeiros seriam fundamentais para o desenvolvimento econômico e por
esse motivo expressaria patriotismo.
9. D
A charge e o texto trazem críticas a desigualdade social – especialmente nas zonas agrárias – que o
plano de metas não pôde superar.
11
História
10. C
O investimento no desenvolvimento industrial é um dos aspectos comuns dos governos de JK e Getúlio
Vargas.
Literatura
Pós-Modernismo (Poesia)
Resumo
Em seu estudo Quadro sintético da literatura brasileira (1956), Alceu Amoroso Lima incluiu a expressão
Pós-modernismo, com o significado sobretudo cronológico como diferença em relação ao Modernismo, que
apresentava sinais de desgaste.
Devido a multiplicidade de tendências, a certeza de que o Pós-modernismo representa a ruptura e não
a continuidade do Modernismo é pouco nítida: em razão das especificações culturais e históricas e das
diferenças artísticas no contexto brasileiro, o conceito de Pós-modernismo é difuso e impreciso. A
heterogeneidade das formas artísticas, as expressões pouco comuns, os hibridismos, as tentativas de novas
formas de expressão são inerentes à pós-modernidade. Deste modo, a definição de pós-modernidade é
controversa e polêmica devido à sua complexidade e à pluralidade de elementos que envolve.
O Pós-modernismo não se deu só na literatura. O termo passou a designar as mudanças ocorridas nos
campos das artes, das ciências, da filosofia a partir do final da década de 60. A crítica brasileira elegeu Clarice
Lispector, e Guimarães Rosa, na prosa e João Cabral de Melo Neto, no verso como os precursores do Pós-
modernismo no Brasil.
Características do Pós-modernismo
● Pesquisa da linguagem (instrumentalismo);
● Renovação na estrutura da narrativa;
● Apelo fantástico (realismo mágico), crítica do real através da ilógica, do irreal;
● Identificação com os Modernistas da primeira geração: o caráter renovador e experimental reaparece;
● Valorização de contos e minicontos como forma de espelhar o tempo moderno;
● Popularização da literatura com a documentação da realidade brasileira cotidiana por meio de linguagem antiliterária;
● Caráter vanguardista da poesia: concretismo, poema-processo, poesia-práxis, poesia-social.
João Cabral de Melo Neto
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Autor de “Morte e Vida
Severina”, poema dramático que o consagrou. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Recebeu
o Prêmio da Poesia, do Instituto Nacional do Livro, o Prêmio Jabuti da Academia Brasileira do Livro e o
Prêmio da União Brasileira de Escritores, pelo livro “Crime na Calle Relator”.
Nasceu no Recife, Pernambuco. Filho de Luís Antônio Cabral de Melo e de Carmem Carneiro Leão
Cabral de Melo. Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do Sociólogo
Gilberto freire. Passou sua infância entre os engenhos da família nas cidades de São Loureço da Mata e
Moreno. Estudou no Colégio Marista, no Recife. Amante da leitura lia tudo o que tinha acesso, no colégio e
na casa da avó.
Em 1941, participa do Primeiro Congresso de Poesia do Recife, lendo o opúsculo "Considerações sobre
o Poeta Dormindo". Em 1942 publica sua primeira coletânea de poemas, com o livro "Pedra do Sono", onde
predomina uma atmosfera vaga de surrealismo e absurdo. Depois de se tornar amigo do poeta Joaquim
Cardoso e do pintor Vicente do Rego Monteiro, transfere-se para o Rio de Janeiro.
Durante os anos de 1943 e 1944, trabalhou no Departamento de Arregimentação e Seleção de Pessoal
do Rio de Janeiro. Em 1945 publica seu segundo livro "O Engenheiro", custeado pelo empresário e poeta
Augusto Frederico Schmidt. Realiza seu segundo concurso público, e em 1947 ingressa na carreira
Literatura
diplomática passando a viver em várias cidades do mundo, como Barcelona, Londres, Sevilha, Marselha,
Genebra, Berna, Assunção, Dacar e outras.
Em 1950, publicou o poema "O Cão Sem Plumas", a partir de então começa a escrever sobre temas
sociais. Em 1956 escreve o poema "Morte e Vida Severina", responsável por sua popularidade. Trata-se de
um auto de Natal que persegue a tradição dos autos medievais, fazendo uso da redondilha, do ritmo e da
musicalidade. Foi levado ao palco do Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA), em 1966,
musicada por Chico Buarque de Holanda. O poema narra a trajetória de um retirante, que para livrar-se de
uma vida de privações no interior, ruma para a capital. Na cidade grande o retirante depara-se com uma vida
de dificuldades e miséria.
João Cabral de Melo Neto foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira, com quem teve cinco filhos.
Casou pela segunda vez com a poetisa Marly de Oliveira. Foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras,
para a cadeira nº 37, tomando posse em 6 de maio de 1969. Em 1992, começa a sofrer de cegueira
progressiva, doença que o leva à depressão.
João Cabral de Melo Neto morreu no Rio de Janeiro, no dia 9 de outubro de 1999, vítima de ataque
cardíaco. Fonte: https://www.ebiografia.com/joao_cabral_de_melo_neto/
Ferreira Gullar
Ferreira Gullar, pseudônimo de José de Ribamar Ferreira, foi um poeta, crítico de arte e ensaísta
brasileiro. Abriu caminho para a "Poesia Concreta" com o livro "A Luta Corporal". Organizou e liderou o
movimento literário "Neoconcreto". Recebeu o Prêmio Camões, em 2010. Em 2014, foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras.
Nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 10 de setembro de 1930. Iniciou seus estudos em sua cidade
natal. Com 13 anos passou a se dedicar à poesia. Com 18 anos começou a assinar Ferreira Gullar e publicou
seu primeiro livro de poesias intitulado "Um Pouco Acima do Chão". Mudou-se para o Rio de Janeiro, onde
atuou como jornalista. Participou do Centro Popular de Cultura da extinta União Nacional do Estudante.
Ferreira Gullar iniciou sua obra sob os princípios da poesia concreta, logo deixou os vanguardistas de
São Paulo, numa luta para construir uma expressão própria. Em 1954 escreveu a "A Luta Corporal", livro que
prenunciava a Poesia Concreta. Em 1956, depois de participar da primeira exposição de Poesia Concreta,
realizada em São Paulo, organizou e liderou o grupo "Neoconcreto", no qual participaram Lígia Clark e Hélio
Oiticica. Após romper com os concretistas, aproxima-se da realidade popular e do pensamento progressista
da época, todo ele ligado ao populismo.
Ferreira Gullar presidia o Centro Popular de Cultura da UNE, quando em 1964, veio o golpe militar. Filiado
ao PC e um dos fundadores do grupo Opinião, foi preso e viveu fora do país de 1971 a 1977. Esteve exilado
em Paris e depois em Buenos Aires.
Em 1976, publica o "Poema Sujo", escrito em 1975, no exílio em Buenos Aires, que representa a solução
dos problemas vividos por todos os intelectuais do período, que viram seus ideais populistas serem
sufocados pela revolução de 1964. Em 1977 é absolvido pelo STF e retorna ao Brasil.
Para o teatro, Ferreira Gullar escreveu, em 1966, em parceria com Oduvaldo Vianna Filho, a peça "Se
Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come". Em parceria com Arnaldo Costa e A.C. Fontoura, escreveu, em
1967, "A Saída? Onde Fica a Saída?". Junto com Dias Gomes, em 1968, escreveu "Dr. Getúlio, Sua Vida e Sua
Glória". Para a televisão, colaborou para as novelas Araponga em 1990, Irmãos Coragem, em 1995 e Dona
Flor e Seus Dois Maridos, em 1998.
Ferreira Gullar ganhou diversos prêmios de literatura, entre eles, o Prêmio Jabuti de Melhor Livro de
Ficção de 2007, com "Resmungos". Também teve reconhecimento com Prêmio Camões, em 2010. No mesmo
ano, recebeu o título de Doutor Honoris Causa, da UFRJ. Em 2011, recebeu o Prêmio Jabuti de Poesia.
No dia 9 de outubro de 2014, Ferreira Gullar foi eleito para a cadeira nº 37 da Academia Brasileira de
Letras. Em dezembro desse mesmo ano realizou a exposição "A Revelação do Avesso" onde apresentou 30
quadros feitos a partir de colagens com papel colorido, que foram produzidas como passatempo. A mostra
foi acompanhada por um livro com fotos da coleção completa e também com poemas do autor.
Ferreira Gullar faleceu no Rio de Janeiro, no dia 4 de dezembro de 2016.
Literatura
Fonte: https://www.ebiografia.com/ferreira_gullar/
Movimentos da poesia pós-moderna
Poesia Concreta
Revista Noigrandes, 1958(São Paulo): o manual da Poesia Concreta foi publicado. Assinado pelos
poetas Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos, o manifesto foi batizado - ironicamente
- de Plano Piloto Para Poesia Concreta. As propostas dos idealizadores eram: poesia concreta: produto de
uma evolução crítica de formas dando por encerrado o ciclo histórico do verso (unidade rítmico-formal), a
poesia concreta começa por tomar conhecimento do espaço gráfico como agente estrutura. espaço
qualificado: estrutura espaço-temporal, em vez de desenvolvimento meramente temporístico-linear, daí a
importância da ideia de ideograma, desde o seu sentido geral de sintaxe espacial ou visual, até o seu sentido
específico (fenollosa/pound) de método de compor baseado na justaposição direta – analógica, não lógico-
discursiva – de elementos.
Pós-tudo
Augusto de Campos
Velocidade
Ronaldo Azeredo
Literatura
Textos de apoio
TEXTO I
O Cão Sem Plumas
A cidade é passada pelo rio
como uma rua
é passada por um cachorro;
uma fruta
por uma espada.
O rio ora lembrava
a língua mansa de um cão
ora o ventre triste de um cão,
ora o outro rio
de aquoso pano sujo
dos olhos de um cão.
Aquele rio
era como um cão sem plumas.
Nada sabia da chuva azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.
Sabia dos caranguejos
de lodo e ferrugem.
Sabia da lama
como de uma mucosa.
Devia saber dos povos.
Sabia seguramente
da mulher febril que habita as ostras.
Aquele rio
jamais se abre aos peixes,
ao brilho,
à inquietação de faca
que há nos peixes.
Jamais se abre em peixes.
João Cabral de Melo Neto
Literatura
TEXTO II
Morte e Vida Severina
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados, Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
Literatura
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte Severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
João Cabral de Melo Neto
Literatura
TEXTO III
Poema Sujo
turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
Literatura
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia
Trecho de Poema Sujo, de Ferreira Gullar.
TEXTO IV
Não há vagas
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira.
Ferreira Gullar
Literatura
TEXTO V
Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta:
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
– que é uma questão
de vida ou morte –
será arte?
Ferreira Gullar
Literatura
Exercícios
1. Considere as seguintes afirmações sobre o Concretismo.
I. Buscou na visualidade um dos suportes para atingir rupturas radicais com a ordem discursiva da
língua portuguesa.
II. Teve como integrantes fundamentais Haroldo de Campos, Augusto de Campos e Décio Pignatari.
III. Foi um projeto de renovação formal e estética da poesia brasileira, cuja importância ficou restrita
à década de 1950.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.
2. Sobre as principais características do Concretismo, é incorreto afirmar:
a) Principal corrente de vanguarda da Literatura Brasileira, o Concretismo foi fortemente
influenciado pelas vanguardas europeias do começo do século XX.
b) O Concretismo foi responsável por marcar um avanço na arte multimídia, pois a poesia passou a
ter relação imediata com outras artes.
c) O Concretismo foi marcado pelas experiências estéticas no campo da linguagem, apresentando
poucas inovações em relação à forma.
d) Uma das principais características do Concretismo foi a ruptura com a estrutura discursiva do
verso tradicional.
e) Entre os recursos da poesia concretista estão: experiências sonoras, emprego de caracteres
tipográficos de diferentes formas e tamanhos e criação de neologismos.
Literatura
3. Na obra Quaderna (1960), João Cabral de Melo Neto incluiu um conjunto de textos, intitulado “Poemas
da cabra”, cujo tema é o papel desse animal no universo social e cultural nordestino. Um desses
poemas é reproduzido abaixo
Um núcleo de cabra é visível
por debaixo de muitas coisas.
Com a natureza da cabra
outras aprendem sua crosta.
Um núcleo de cabra é visível
em certos atributos roucos
que têm as coisas obrigadas
a fazer de seu corpo couro.
A fazer de seu couro sola.
a armar-se em couraças, escamas:
como se dá com certas coisas
e muitas condições humanas.
Os jumentos são animais
que muito aprenderam com a cabra.
O nordestino, convivendo-a,
fez-se de sua mesma casta.
Acerca desse poema, NÃO se pode afirmar que
a) o poeta vê a cabra como um animal forte e que influencia outros seres que vivem em condições
adversas.
b) aquilo que a cabra parece ensinar aos demais seres é a resignação e a paciência diante da
adversidade.
c) a cabra oferece uma espécie de modelo comportamental para aqueles que precisam ser fortes
para enfrentar uma vida dura.
d) a cabra é um animal resistente ao meio hostil em que vive, assim como outros animais também o
são, como o jumento.
e) há no poema uma aproximação entre a cabra e o homem nordestino, pois ambos são fortes e
resistentes.
Literatura
4. Cidade, City, Cité atrocaducapacaustiduplielastifeliferofugahisto- riloqualubrimendimultipliorganiperiodiplasti-
publirapareciprorustisagasimplitenaveloveravi-
vaunivoracidade
city
cité
O primeiro dos três “versos” do poema “Cidade/City/Cité”, de Augusto de Campos, se compõe de uma
longa “palavra” em que se pode subentender o termo “cidade” após “atro[cidade]”, “cadu[cidade]”,
“causti[cidade]”, “dupli[cidade]” e assim por diante, até “voracidade”, a que se seguem os versos “city”
e “cité”.
Com base nessa obra, é CORRETO afirmar que
a) Poesia Concreta defendia o êxodo urbano, ou seja, a fuga da cidade para o campo em busca de
condições mais saudáveis de vida.
b) o caráter cosmopolita de Poesia Concreta se pode ilustrar com a presença plurilingue de
vocábulos como “cidade”, “city”e “cité”.
c) o poema de Augusto de Campos busca, a um tempo, a “fero[cidade]” e a “simpli[cidade]” da Bossa-
nova e da Tropicália, respectivamente.
d) os poemas concretistas privilegiaram o trabalho com versos de métrica regular e bastante
extensos (como em “velo[cidade]” e “multipli[cidade]”.
e) o termo “voracidade” (“atributo daquele que devora”) fechando o verso, confirma o caráter
monótono e homogêneo que a cidade possui.
5. Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos: “Falo somente com o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; falo somente do que falo: a vida
seca, áspera e clara do sertão; falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na
adversidade e na míngua. Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a
situação da miséria no Nordeste.”
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para
determinados leitores.
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu
texto seja lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do
leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos
os leitores.
e) linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o
leitor.
Literatura
6. São características da poesia de João Cabral de Melo Neto:
a) Corte profundo entre a poesia romântica e a poesia moderna. O poeta criou um novo conceito de
poesia, que dessacraliza a chamada “poesia profunda”, ou seja, a poesia em que predominam os
versos de sentimentos ou de abordagem introspectiva. Sua poesia é antilírica, presa ao real e
direcionada ao intelecto, não às emoções.
b) Para o poeta, todo o ato de escrever provém da inspiração, fruto de uma investigação íntima que
privilegia os sentimentos e o lirismo.
c) O lirismo de João Cabral de Melo Neto, que tem raízes no neossimbolismo, concilia o humor com
temas do cotidiano, como a infância, a vida, a morte e o amor.
d) Dada sua farta produção poética, a poesia de João Cabral de Melo Neto costuma ser dividida em
quatro fases: a fase gauche; a fase social; a fase do “não” e a fase da memória.
e) João Cabral de Melo Neto integra o grupo de poetas religiosos que se formou no Rio de Janeiro
entre as décadas de 1930 e 40. Sua poesia é dividida em duas fases: a fase transcendental e a
fase material.
7. O trecho abaixo é um fragmento de “Morte e vida severina”, poema escrito por João Cabral de Melo
Neto. O poema conta a história de Severino, um retirante que foge da seca, saindo dos confins da
Paraíba para chegar ao litoral de Pernambuco (Recife). Lá, o retirante acredita que irá encontrar
melhores condições de vida. Este excerto (trecho) conta o momento em que, no final de sua
caminhada, Severino chega ao litoral. Mas, mesmo ali, encontra apenas sinais de morte, como quando
estava no sertão. Completamente desacreditado, sugere a um morador da região que pretende o
suicídio. Então, inicia com ele uma discussão. Acompanhe:
"- Seu José, mestre Carpina
Para cobrir corpo de homem
Não é preciso muita água.
Basta que chegue ao abdômen
Basta que tenha fundura igual a de sua fome.
- Severino retirante,
O mar de nossa conversa
Precisa ser combatido
Sempre, de qualquer maneira.
Porque senão ele alaga e destrói a terra inteira.
- Seu José, mestre Carpina,
Em que nos faz diferença
Que como frieira se alastre,
Ou como rio na cheia
Se acabamos naufragados
num braço do mar da miséria?"
NETO, J. C. de M. Morte vida Severina,1955.
Literatura
O argumento central de Severino para defender sua intenção de suicidar-se é:
a) o de que o rio, tendo fundura suficiente, será o melhor meio, naquela situação, para conseguir seu
intento.
b) o de que não é possível lutar com as mãos, já que as mãos não podem conter a água que se alastra.
c) o de que não é possível conter o mar daquela conversa, dada sua extensão e volume.
d) o de que a miséria, entendida como mar, irá naufragar mesmo a todos, independentemente do que
se faça.
e) o de que abandonando as mãos para trás será mais fácil afogar-se, já que não poderá nadar.
8. O açúcar O branco açúcar que adoçará meu café
nesta manhã de Ipanema
não foi produzido por mim
nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
e afável ao paladar
como beijo de moça, água
na pele, flor
que se dissolve na boca. Mas este açúcar
não foi feito por mim.
Este açúcar veio
da mercearia da esquina e tampouco o fez o Oliveira,
[dono da mercearia.
Este açúcar veio
de uma usina de açúcar em Pernambuco
ou no Estado do Rio
e tampouco o fez o dono da usina.
Este açúcar era cana
e veio dos canaviais extensos
que não nascem por acaso
no regaço do vale.
(…)
Em usinas escuras,
homens de vida amarga
e dura
produziram este açúcar
branco e puro
com que adoço meu café esta manhã em Ipanema.
Ferreira Gullar. Toda Poesia. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980, p. 227-8.
Literatura
A antítese que configura uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa
poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e
a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.
b) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.
d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
9. TEXTO I O meu nome é Severino, não tenho outro de pia. Como há muitos Severinos, que é santo de romaria, deram então de me chamar Severino de Maria; como há muitos Severinos com mães chamadas Maria, fiquei sendo o da Maria do finado Zacarias, mas isso ainda diz pouco: há muitos na freguesia, por causa de um coronel que se chamou Zacarias e que foi o mais antigo senhor desta sesmaria. Como então dizer quem fala ora a Vossas Senhorias?
MELO NETO, J. C. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1994 (fragmento).
TEXTO II João Cabral, que já emprestara sua voz ao rio, transfere-a, aqui, ao retirante Severino, que, como o
Capibaribe, também segue no caminho do Recife. A autoapresentação do personagem, na fala inicial
do texto, nos mostra um Severino que, quanto mais se define, menos se individualiza, pois seus traços
biográficos são sempre partilhados por outros homens. SECCHIN, A. C João Cabral: a poesia do menos. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999 (fragmento).
Com base no trecho de Morte e Vida Severina (Texto I) e na análise crítica (Texto II), observa-se que a
relação entre o texto poético e o contexto social a que ele faz referência aponta para um problema
social expresso literariamente pela pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas Senhorias?“.
A resposta à pergunta expressa no poema é dada por meio da
a) descrição minuciosa dos traços biográficos do personagem-narrador.
b) construção da figura do retirante nordestino como um homem resignado com a sua situação.
c) representação, na figura do personagem-narrador, de outros Severinos que compartilham sua
condição.
d) apresentação do personagem-narrador como uma projeção do próprio poeta, em sua crise
existencial.
e) descrição de Severino, que, apesar de humilde, orgulha-se de ser descendente do coronel
Zacarias.
Literatura
10. Meu povo, meu poema Meu povo e meu poema crescem juntos Como cresce no fruto A árvore nova No povo meu poema vai nascendo Como no canavial Nasce verde o açúcar No povo meu poema está maduro Como o sol Na garganta do futuro Meu povo em meu poema Se reflete Como espiga se funde em terra fértil Ao povo seu poema aqui devolvo Menos como quem canta Do que planta
FERREIRA GULLAR. Toda poesia. José Olympio: Rio de Janeiro, 2000.
O texto Meu povo, meu poema, de Ferreira Gullar, foi escrito na década de 1970. Nele, o diálogo com o
contexto sociopolítico em que se insere expressa uma voz poética que
a) precisa do povo para produzir seu texto, mas se esquiva de enfrentar as desigualdades sociais.
b) dilui a importância das contingências políticas e sociais na construção de seu universo poético.
c) associa o engajamento político à grandeza do fazer poético, fator de superação da alienação do
povo.
d) afirma que a poesia depende do povo, mas esse nem sempre vê a importância daquela nas lutas
de classe.
e) reconhece, na identidade entre o povo e a poesia, uma etapa de seu fortalecimento humano e
social.
Literatura
Gabarito
1. D
O Concretismo surgiu na década de 1950 e perdura até os dias de hoje, influenciando grupos de poetas,
músicos e artistas plásticos.
2. C
O Concretismo apresentou grandes inovações estéticas não só no campo da linguagem, mas também
na estrutura discursiva do poema, valendo-se de materiais gráficos e visuais.
3. B
Nenhum elemento no poema remete a resignação ou paciência. Em contrapartida, a força e a resistência
são características que, segundo o eu lírico, foram aprendidas por jumentos e homens em sua
convivência com a cabra: “Com a natureza da cabra Outras aprendem sua crosta”.
4. B
A poesia concreta, de fato, tem um caráter cosmopolita que é, no poema, ilustrado pela presença
plurilíngue de vocábulos como “cidade”, “city”e “cité”.
5. A
Além de harmonizar forma e conteúdo, a arte literária reflete um fato social; portanto, a única alternativa
possível sobre a função dos textos de João Cabral é a alternativa a.
6. A
A obra de João Cabral de Melo Neto reinventa o conceito de poesia, que dessacraliza a chamada “poesia
profunda”, isto é, a poesia em que predominam os versos de sentimentos ou de abordagem introspectiva.
Sua poesia é antilírica, presa ao real e direcionada ao intelecto, não às emoções.
7. D
“Em que nos faz diferença /Que como frieira se alastre, /Ou como rio na cheia/Se acabamos
naufragados/num braço do mar da miséria?" os versos anteriores deixam clara a desesperança de
Severino, justificando a alternativa “D”
8. A
Como vimos, a antítese trata da aproximação de palavras com sentidos opostos. Observe que a
alternativa (E) traz o adjetivo “amarga”, opondo-se à doçura do açúcar. Já na expressão “usinas escuras”,
temos uma oposição à brancura do açúcar. Logo, é a única alternativa que apresenta, de fato, uma
oposição clara entre as palavras. Observe que nenhuma alternativa traz palavras que se opõem ao que
foi pedido no enunciado, pois falam de situações que se completam.
9. C
A afirmação correta, alternativa C, é resposta à pergunta “Como então dizer quem fala / ora a Vossas
Senhorias?”. Expressa no poema a representação de muitos Severinos que compartilham a mesma
condição, ou seja, da figura do retirante nordestino.
10. E
Nota-se que o povo e o poema são indissociáveis, em todo o texto. Percebe-se que o poema nasce do
povo (1ª estrofe), cresce (2ª estrofe) e amadurece (3ª estrofe) junto com ele e, por fim, nele se reflete (4ª
estrofe). Ferreira Gullar buscava, por meio da arte, lutar contra a injustiça social e contra a opressão.
1
Matemática
Determinantes: Ordem 2 e Ordem 3
Resumo
Definição:
É um número associado a uma matriz quadrada, ou seja, é uma característica da matriz.
Como calcular:
Matriz quadrada de ordem 1: é o valor único da matriz.
A = [a11] → det A = a11
Matriz quadrada de ordem 2: é a diferença entre o produto dos termos das diagonais principal e secundária.
a b
c dA
= → det A =
a b
c dad bc= −
Exemplo:
A=
1 1
3 2
, detA= 2.1-3.1=2-3=-1
Matriz quadrada de ordem 3: usamos a regra de Sarrus.
Det A = aei + bfg + cdh – ceg – afh – bdi
Exemplo:
A=
1 3 4
0 0 1
1 1 2
, Pela regra de Sarrus:
1 3 4 1 3
0 0 1 0 0
1 1 2 1 1
,
det A= (1.0.2)+(3.1.1)+(4.0.1)-(4.0.1)-(1.1.1)-(3.0.2) = 0+3+0-0-1-0=2
2
Matemática
Exercícios
1. É dada a matriz A=
a b
b a
− , onde a e b são números reais. Se
0 1 a 2.
3 5 b 22
=
, então o
determinante de A é igual a:
a) 3b + 4a.
b) 2b² + a².
c) b² + 5.
d) 5a + 2.
e) 5a.
2. Sendo
x 18
1 x=
, o valor positivo de x é:
a) um múltiplo de 4
b) um divisor de 10
c) o mínimo múltiplo comum de 3 e 5
d) o máximo divisor comum de 6 e 9
3. Uma matriz é dita singular quando seu determinante é nulo. Então os valores de c que tornam singular
a matriz
1 1 1
1 9 c
1 c 3
são:
a) 1 e 3.
b) 0 e 9.
c) –2 e 4.
d) –3 e 5.
e) –9 e –3.
3
Matemática
4. O valor do determinante abaixo:
cos x sen x
sen x cos x
− é:
a) 1.
b) cos 2x.
c) sen 2x.
d) tg 2x.
e) cos² x – sen²x
5. Dadas as matrizes A =
x 2
1 1
e B =
1 x
1 2
− a diferença entre os valores de x, tais que det(A · B) =
3x, pode ser igual a:
a) 3.
b) –2.
c) 5.
d) –4.
e) 1.
6. Considerando-se log2 = 0,3, o valor do determinante abaixo é igual a:
2 2 2
1 1 1
log4 log16 log400
(log2) (log4) (log20)
a) 0,36.
b) 0.
c) 3.
d) 0,74.
e) 0,42.
4
Matemática
7. Se o determinante da matriz A =
x 2 1
1 1 1
2x 1 3
− − é nulo, então:
a) x = –3.
b) x =
7
4−
.
c) x = –1.
d) x = 0.
e) x =
7
4 .
8. Calcule o valor de x que resolva a equação:
8 4 16log x log x log x3
1 1 12
1 2 2
= −
a) 128
b) 64
c) 32
d) 16
e) 256
9. Considere a matriz:
-3 0
4 5M
=
Os valores de K que tornam nulo o determinante da matriz M – K.I, sendo I a matriz identidade, são:
a) 0 e 4
b) 4 e 5
c) -3 e 5
d) -3 e 4
e) 0 e 5
5
Matemática
10. Sendo
x y6
1 1=
, o valor de
3x 1 8
3y 1 8
+
+é:
a) 6.
b) 8.
c) 24.
d) 128.
e) 144
6
Matemática
Gabarito
1. E
0 1 a 2.
3 5 b 22
b 2
3a 5b 22
b 2
3a 5.2 22
3a 12
a 4
=
=
+
=
+ =
=
=
a b 4 2A
b a 2 4
DetA 20 5a
= =
− −
= =
2. D
x 18
1 x
x ' 3
x " 3
=
− =
=
=
= −
Como deseja-se o valor positivo, x=3 que é o mdc entre 6 e 9
3. D
Calculando-se o determinante pela regra de sarrus e igualando a 0:
c ' 3
c " 5
+ + − − − =
− + + =
− − =
= −
=
4. A
Calculando o determinante temos cos²x-(-sen²x)=cos²x+sen²x=1 (relação fundamental da
trigonometria)
7
Matemática
5. C
Efetuando o produto de a.b = 0 x 2
− +
+ . Como det (a.b)=3x,
x ' 1
x " 4
x ' x " 4 ( 1) 5
− =
− − =
= −
=
− = − − =
6. E
Usando as propriedades de log, temos
2 2 2
2 2 2
1 1 1
2log2 4log2 log2 2log10
(log2) (2log2) (log2 log10)
1 1 1
2.0,3 4.0,3 0,3 2
(0,3) (2.0,3) (0,3 1)
1 1 1
0,6 1,2 2,3
0,09 0,36 1,69
+ +
+ +
Assim o determinante será:
1 1 1
0,6 1,2 2,3 0,42
0,09 0,36 1,69
=
7. E
Aplicando a regra de sarrus temos
3x 4x 1 2x x 6 0
7x
4
− + − + + − =
=
8
Matemática
8. B
Aplicando a regra de sarrus temos,
8 4 16 16 8 4
4 16
2 2
2
2
6
32log x log x 2log x log x 2log x 2log x
2
3log x log x
2
1 1 3log x log x
2 4 2
log x 6
log x 6
x 2 64
+ + − − − = −
− + = −
− + = −
− = −
=
= =
9. C
Seja i a identidade de ordem 2
1 0 K 0K.I K
0 1 0 K
3 K 0M K.I
4 5 K
= =
− − − =
−
Para det (m-k.i)=0
-3-k=0 ou 5-k=0
Logo k=-3 ou k=5
10. E
x y6 x y 6
1 1
3x 1 824x 8 24y 8 24(x y) 24.6 144
3y 1 8
= → − =
+→ + − − = − = =
+
1
Matemática
Matrizes: Matriz inversa
Resumo
Dada a matriz quadrada A, dizemos que A é invertível (ou não singular), se e somente se existir uma matriz
X, tal que A.X=I, onde I é a matriz identidade. Uma notação comum para a matriz inversa é 1
A−
.
Exemplo:
1 2A
0 1
=
Descobrir a matriz inversa é o mesmo que descobrir valores de x,y,z,w em
1x y
Az w
− = tais que
1 2 x y 1 0.
0 1 z w 0 1
=
Efetuando o produto das matrizes:
x 2z y 2w 1 0
z w 0 1
+ + =
Usando a igualdade das matrizes
x 2z 1 x 1
y 2w 0 y 2
z 0
w 1
+ = → =
+ = → = −
=
=
Substituindo, descobrimos que
11 2
A0 1
−−
= .
Não é sempre que a matriz possui inversa, pois o sistema pode não ter solução. Em aulas posteriores,
aprenderemos um método prático para a existência ou não de inversa.
2
Matemática
Exercícios
1. Determine uma matriz invertível P que satisfaça a equação P-1. A =
5 0
0 2
− , sendo A=
1 2
3 3
−
a) P=
5 10
3 9
2 2
3 9
−
b) P=
2 10
6 15
−
c) P=
2 101
3 310
−
d) P=
2 2
9 3
10 5
9 3
− −
−
e) P=
11
5
3 3
5 2
−
2. Considere a matriz
a 2a 1A
a 1 a 1
+ =
− + em que a é um número real. Sabendo que A admite
inversa 1A−
cuja primeira coluna é
2a 1
1
−
− , a soma dos elementos da diagonal principal de 1A−
é
igual a
a) 5
b) 6
c) 7
d) 8
e) 9
3
Matemática
3. A matriz inversa de
2 0 1
A 2 1 10
0 0 1
−
= − é
a)
2 0 1
A 2 1 10
0 0 1
−
= − − −
b)
1 2 0 1 2
A 1 1 11
0 0 1
−
= − −
c)
2 2 0
A 0 1 0
1 10 1
= − −
d)
2 2 0
A 0 1 0
1 10 1
− −
= − −
4. A matriz inversa da matriz em destaque, mostrada adiante é
1 0
0 1
:
a)
1 0
1 0
b)
1 0
0 1
c)
0 1
0 1
d)
0 1
1 0
e)
1 02
0 2
4
Matemática
5. Sabendo que a inversa de uma matriz A é
1 3 1A ,
5 2
− − =
− e que a matriz X é solução da equação
matricial X A B, = em que B 8 3 ,= podemos afirmar que a soma dos elementos da matriz X é
a) 7
b) 8
c) 9
d) 10
e) 11
6. O elemento da segunda linha e terceira coluna da matriz inversa da matriz
1 0 1
2 1 0
0 1 1
é:
a)
2
3
b)
3
2
c) 0
d) 2−
e)
1
3−
7. Calcular x tal que a matriz
1 2A
0 x
= seja igual a sua inversa:
a) -2
b) 1
c) -1
d) 2
e) 0
5
Matemática
8. Sejam as matrizes
1 2A
2 6
= e
x 1M
1 y
− =
− onde x e y são números reais e M é a matriz inversa de A. Então o produto xy é:
a)
3
2
b)
2
3
c)
1
2
d)
3
4
e)
1
4
9. João comeu uma salada de frutas com a, m e p porções de 100g de abacaxi, manga e pera,
respectivamente, conforme a matriz X. A matriz A representa as quantidades de calorias, vitamina C e
cálcio, em miligramas, e a matriz B indica os preços, em reais, dessas frutas em 3 diferentes
supermercados. A matriz C mostra que João ingeriu 295,6cal, 143,9mg de vitamina C e 93mg de cálcio.
Considerando que as matrizes inversas de A e B são A-1 e B-1, o custo dessa salada de frutas, em cada
supermercado, é determinado pelas seguintes operações:
a) B.A-1.C
b) C.A-1.B
c) A-1.B-1.C
d) B-1.A-1.C
6
Matemática
10. Dada a matriz M=
3K
2
3K
2
−
, se 1 t
M M− = , então K pode ser:
a)
3
4
b)
3
4−
c)
1
4
d)
3
2−
e)
1
2
7
Matemática
Gabarito
1. E
Seja p=
x y
z w
.
2. A
A.A-1 = I2
a 2a 1 2a 1 x 1 0
a 1 a 1 1 y 0 1
a.(2a 1) (2a 1) 1Temos o sistema
(a 1).(2a 1) 1(a 1) 0
+ − =
− + −
− − + =
− − − + =
Resolvendo o sistema temos a = 2,
12 5 3 5A e A
1 3 1 2
− − = =
−
Portanto, a soma dos elementos da diagonal principal é 3 + 2 = 5
8
Matemática
3. B
2 0 1 a b c 1 0 0
2 1 10 . d e f 0 1 0
0 0 1 g h i 0 0 1
12a g 1 a2
2a d 10g 0 d 1
g 0 g 0
2b h 0 b 0
2b e 10h 1 e 1
h 0 h 0
12c i 0 c2
2c f 10i 0 f 11
i 1 i 1
−
= −
− = → =
+ + = → = −− = → =
− = → =
+ + = → =− = → =
− = → = −
+ + = → =− = → = −
1 10
a b c 2 2
d e f 1 1 11
g h i 0 0 1
−
= − −
4. B
A matriz
1 0
0 1
representa a identidade de ordem 2. Sabendo que a matriz inversa (
1A
−) tem a
propriedade que a. 1
A−
=i, onde i é a identidade. Nesse caso a=i, portanto i. 1
A−
=i e usando a propriedade
da multiplicação da matriz identidade temos que 1 1
I.A I A I− −= → =
5. A
Sabendo que 1A A I,− = com I sendo a matriz identidade de ordem 2, temos
1 1
1
X A B X A A B A
X I B A
3 1X 8 3
5 2
X 24 15 8 6
X 9 2 .
− −
−
= =
=
− =
−
= − − +
= −
Portando, a soma pedida é igual a 9 ( 2) 7.+ − =
9
Matemática
6. A
Para descobrir a inversa, calculamos:
1 0 1 a b c 1 0 0
2 1 0 . d e f 0 1 0
0 1 1 g h i 0 0 1
=
como a questão pede apenas o 23a , só precisamos descobrir o elemento 23
a da matriz inversa, nesse
caso o f. Fazendo o produto da matriz pela ultima coluna da matriz inversa temos:
c i 0 c i c 1 f
22c f 0 2( 1 f) f 0 3f 2 f
3
f i 1 i 1 f
+ = → = − → = − +
+ = → − + + = → = → =
+ = → = −
7. C
Como 1
A A−= então a.a=i, ou seja:
1 2 1 2 1 0.
0 x 0 x 0 1
=
Multiplicando a primeira linha da matriz a pela segunda coluna da matriz inversa, temos:
2 2x 0
x 1
+ =
= −
8. A
1 2 x 1 1 0.
2 6 1 y 0 1
x 2 1 x 3
11 2y 0 y
2
1 3xy 3.
2 2
− =
−
− = → =
− + = → =
= =
9. A
O produto de a por x calcula a quantidade de calorias, vitamina c e cálcio consumidos. Igualando esse
produto a c, calculamos os valores de a, m e p. O produto de b por x calcula o gasto em cada
supermercado. Seja g a matriz dos gastos:
( )1 1
1 1
1
A.X C
A .A .X A .C
I.X A C X A .C
G B.X B.A .C
− −
− −
−
=
=
= → =
= →
10
Matemática
10. E
1 t
2 2 2
3K
2M
3K
2
3K
2M M
3K
2
3 3K K 1 02 2.
0 13 3K K2 2
3 1 1K 1 3 4K 4 K K
4 4 2
1 1K ou K
2 2
−
= −
−
= =
−
= −
+ = → + = → = → =
= = −
1
Matemática
Exercícios sobre números complexos
Exercícios
1. Sendo i a unidade imaginária, então ( ) ( )20 20
1 1+ − −i i é igual a
a) -1024
b) -1024i
c) 0
d) 1024
e) 1024i
2. A medida do argumento dos números complexos z = x + yi pertencentes à reta y = x , em radianos, é
a) 5
ou 4 4
b) 3
ou 2 2
c) ou 4 4
−
d) 4
ou 3 3
3. Se y = 2x, sendo 1
1
+=
−
ix
i e 1= −i , o valor de ( )
2+x y é
a) 9i
b) -9 + 1
c) -9
d) 9
e) 9 – i
2
Matemática
4. No conjunto dos números complexos, o número 1 apresenta três raízes cúbicas:
1 3 1 31, e
2 2
− + − −i i. Os pontos que correspondem às representações desses três números no
plano de Argand Gauss são vértices de um triângulo de área
a) 3
4
b) 3
2
c) 3 3
4
d) 3
e) 1
5. No sistema de coordenadas cartesianas usual com origem no ponto O, considere os números
complexos, na forma trigonométrica, dados por z = 2(cos60 + isen60°) e w = 2(cos30 + isen30). Os
pontos do plano que representam estes números e a origem O são vértices de um triângulo cuja
medida da área é
a) 1,0 u.a.
b) 0,5 u.a.
c) 2,0 u.a.
d) 1,5 u.a.
6. O módulo do número complexo 2014 1987= −z i i é igual a
a) 2
b) 0
c) 3
d) 1
7. Se os números complexos z e w estão relacionados pela equação z + wi = i e se 1
1= −zi
, então w é
igual a
a) i
b) 1 – i
c) –i
d) 1 + i
3
Matemática
8. Considere os números complexos 1 = +z a bi , 2 = − +z b ai e 3 3= − +z b i , com a e b número
inteiros.
Sabendo que 1 2 3 0+ + =z z z , o valor de
3
2
1
z
zé igual a
a) 1
b) -1
c) –i
d) I
e) 0
9. Considere um número real qualquer. Sobre os números complexos cos2 = +z isen e
cos 2 = +w isen , pode-se afirmar que
a) | | | | = 1+z w
b) ² ² 0− =z w
c) =z w
d) 0− =z iw
e) 2 2| | | | = 2+z w
10. O número complexo z, tal que 5 12 16+ = +z z i , é igual a:
a) -2 + 2i
b) 2 – 3i
c) 3 + i
d) 2 + 4i
e) 1 + 2i
4
Matemática
Gabarito
1. C
2. A
3. C
5
Matemática
4. C
5. A
6
Matemática
6. A
7. A
8. C
7
Matemática
9. E
10. D
1
Matemática
Polinômios: Definição, grau, identidade
Resumo
Polinômios
Um polinômio é toda expressão do tipo: 1
1 1 0( ) ...−
−= + + + +n n n
n nP x a x a x a x a
Em que
1 1
0
, , ..., , são coeficientes
é variável
é o termo independente
é o grau do polinômio, se 0
−
n n a
n
a a a a
x
a
n a
Grau de um Polinômio
O grau de um polinômio é o valor do maior expoente de x, desde que o coeficiente dessa potência seja
diferente de 0.
Exemplo:
5 4
( ) 2 ³ 7 6 ( ) 3
( ) 3 2 ( ) 5
= − + → =
= − + → =
P x x x Gr P
P x x x Gr P
Identidades Polinomiais Polinômio Identicamente Nulo
Diz-se que um polinômio é identicamente nulo quando seu valor numérico é 0, qualquer que seja o valor de
x. Para tal, todos os seus coeficientes são nulos.
( ) 0 ; ( ) 0= =P x x P x
Polinômios Idênticos
Dois polinômios são idênticos quando seus valores numéricos são iguais, qualquer que seja o valor atribuído
a x. Para tal, os coeficientes dos termos de mesmo grau desses polinômios são iguais.
( ) ( ) ; ( ) ( )= =P x Q x x P x Q x
2
Matemática
Exercícios
1. Qual é o grau do polinômio 6 5 3 2( ) 10 3 5 13 = − + − +P x x x x x ?
a) 0
b) 2
c) 5
d) 6
e) 7
2. Dados os polinômios ( ) ( ) ( )2( ) 1 2p x a x a b x a b c= − − − + − + e 2( ) 4 5 1q x x x= − + , determine a,
b e c para que tenhamos ( ) ( )p x q x= .
a) a = 6, b = 0 e c = –9
b) a = 5, b = 0 e c = –9.
c) a = 5, b = 1 e c = –9
d) a = 5, b = 0 e c = 6
3. Fornecido o polinômio 3 2( ) 2 6p x x x mx n= − + + , se (2) 0p = e ( 1) 6p − = − , determine os valores
de m e n.
a) 1 e 5
b) 3 e 6
c) 2 e 4
d) 9 e 4
4. Determine m para que o polinômio ( ) ( ) ( )3 2 2( ) 4 16 4 4p x m x m x m x= − + − + + + seja do 2º
grau.
a) 4
b) 9
c) 6
d) Não há valor que satisfaça as condições.
3
Matemática
5. Sendo 4 3( )p x ax bx c= + + e
3( )p x ax bx c= − − , determine os coeficientes a, b e c, sabendo que
(0) 0p = , (1) 0p = e (1) 2q = .
a) 3, 6, 0
b) 1, -1, 0
c) 2, 4, 2
d) 1, 2, 3
6. Determine os valores de m, n e p de modo que se tenha
( ) ( ) ( ) ( )4 3 2 3 21 2 2 7 5 2m n p x p x mx n p x n mx p x mx m+ + − + + + − + = + + + + .
a) 2, 7, 3
b) 2, 6, 1
c) -3, 1, 2
d) 4, 2, 1
7. Calcule os valores de a, b e c para que o polinômio ( ) ( ) ( )3
dp x a x c b x= + ++ seja idêntico a
( ) 23 6 15 14p x xx x= + + + .
a) 2, 5, 6
b) 1, 3, 2
c) 4, 5, 6
d) 1, 3, 6
8. Quais são os valores de m, n e l, respectivamente, para os quais o polinômio
( ) ( ) ( ) ( )3 32 1 5 2 3 2p x m x n x l= − − − + − é nulo?
a) 2 3 2
, , 3 4 7
b) 3, 2, 5
c) 1 2 3
, , 2 5 2
d) 2 1 9
, , 6 5 6
4
Matemática
9. Se a expressão algébrica x² + 9 se escreve identicamente como ( ) ( )2
1 1+ + + +a x b x c , em que a, b
e c são números reais, então o valor de − +a b c é
a) 9.
b) 10.
c) 12.
d) 13.
10. Considerando que ( ) 3 2 32 – 2p x x kx x k+= − p(x) = 2x3 – kx2 + 3x – 2k, para que valores de k temos
( )2 4p = ?
a) 6
b) 2
c) 1
d) 3
5
Matemática
Gabarito
1. D
Como sabemos, O grau de um polinômio é o valor do maior expoente de x. Assim, Gr(P) = 6.
2. B
p(x) = q(x) (a – 1)x2 – (a – b)x + (2a – b + c) = 4x2 – 5x + 1
a – 1 = 4 a = 4 + 1 a = 5
– (a – b) = –5 – (5 – b) = – 5 – 5 + b = –5 b = 5 – 5 b = 0
2a – b + c = 1 10 – 0 + c = 1 c = 1 – 10 c = – 9 Portanto, para que os polinômios sejam iguais, os coeficientes devem valer: a = 5, b = 0 e c = –9.
3. C
6
Matemática
4. D
As condições para que o polinômio dado seja do 2º grau são as seguintes:
m – 4 = 0 m = 4
m2 – 16 ≠ 0 m2 ≠ 16 m ≠ 4 e m ≠ – 4
Para m = 4, temos: p(x) = (m – 4)x3 + (m2– 16)x2 + (m + 4)x + 4 p(x) = (4 – 4)x3 + (42 – 16)x2 + (4 + 4)x + 4 p(x) = 0x3 + 0x2 + 8x + 4 p(x) = 8x + 4 Grau 1
Para m = –4, temos: p(x) = (–4 – 4)x3 + ((–4) 2 – 16)x2 + (–4 + 4)x + 4 p(x) = –8x3 + 0x2 + 0x + 4 p(x) = –8x3 + 4 Grau 3
Não existe valor para m de forma que p(x) tenha grau 2.
5. B
7
Matemática
6. C
(m + n + p)x4 – (p + 1)x3 + mx2 + (n –p)x + n = 2mx3 + (2p + 7)x2 + 5mx + 2m.
m + n + p = 0
–(p + 1) = 2m
m = 2p + 7
n – p = 5
n = 2m
–(p + 1) = 2m
–p –1 = 2(2p + 7)
–p –1 = 4p + 14
–p –4p = 14 + 1
–5p = 15
5p = –15
p = –3
m = 2p + 7
m = 2(–3) + 7
m = – 6 +7
m = 1
n = 2m
n = 2.1
n = 2
Portanto, os valores de p, m e n são respectivamente –3, 1 e 2.
7. B
a(x + c) 3 + b(x + d) = x3 + 6x2 + 15x + 14 a(x3 + 3x2c + 3xc2 + c3) + bx + bd = x3 + 6x2 + 15x + 14 ax3 + 3x2ac + 3axc2 + ac3 + bx + bd = x3 + 6x2 + 15x + 14 ax3 + 3x2ac + x(3ac2 + b) + (ac3 + bd) = x3 + 6x2 + 15x + 14
a = 1 3ac = 6 3ac2 + b = 15 ac3 + bd = 14
Dessa forma:
3ac = 6 3 .1.c = 6 3c = 6 c = 2
3ac² + b = 15 3.1.22 + b = 15 12 + b = 15 b = 3
ac³ + bd = 14 1 .23 + 3.d = 14 8 + 3d = 14 3d = 14 – 8
8
Matemática
3d = 6 d = 2 Os números a, b e c são respectivamente 1, 3 e 2.
8. C
2m – 1 = 0 2m = 1 m = 1/2 5n – 2 = 0 5n = 2 n = 2/5 3 – 2l = 0 –2l = –3 2l = 3 l = 3/2
9. D
10. D
p(x) = 2x3 – kx2 + 3x – 2k p(2) = 4 2.23 – k.22 + 3.2 – 2k = 4 16 – 4k + 6 – 2k = 4 – 4k – 2k = – 16 – 6 + 4 – 6k = –18(–1) 6k = 18 k = 3 Temos que o valor de k é igual a 3.
1
Português
Noções básicas de compreensão textual: formas de enunciação, público-alvo, níveis de linguagem e conhecimentos extralinguísticos
Resumo
Público-alvo
Todo texto (verbal ou não verbal) apresenta uma intencionalidade e uma função social. Para isso, seus
autores utilizam diversos mecanismos linguísticos, trabalhando desde a oralidade até a combinações
visuais. O público-alvo se enquadra na intencionalidade e objetivo do texto. É para ele que a mensagem está
ou será direcionada.
Observe, por exemplo, a propaganda:
Texto: Gabriela vivia sonhando com seu príncipe encantado. Mas, depois que ela passou a usar O Boticário,
foram os príncipes que perderam o sono.
Note que, em uma análise superficial, a propaganda se dirige ao público feminino, utiliza de intertextualidade
com os contos de fadas e apresenta seus produtos como impulsionadores e intensificadores de atributos
físicos (beleza) em benefício de seus clientes.
Níveis de linguagem
Podemos entender os níveis de linguagem como os diferentes registros nos quais a linguagem pode ser
utilizada pelos falantes conforme o contexto comunicativo, formalidades, regionalidade, função social.
Existem dois níveis macros da linguagem: O culto (registro formal; utilizado em situações de maior
“seriedade”: trabalhos acadêmicos, situações formais) e o coloquial (linguagem informal e linguagem
popular, é a linguagem falada em situações cotidianas de comunicação).
Algumas classificações para os níveis de linguagem.
2
Português
Linguagem regional
São as variações específicas e particulares de determinadas regiões. O Brasil é um país com território
extenso, por isso há expressões idiomáticas que são características de dialetos próprios de uma
determinada região:
Informal x Formal
Identificamos a formalidade ou informalidade da linguagem como a percepção que o emissor e receptor
possuem para identificar qual linguagem dever ser utilizada no discurso construído e qual está presente no
discurso a ser entendido.
A informalidade acontece em situações comunicativas específicas:
3
Português
Técnica
A linguagem técnica normalmente está presente em textos técnicos, voltados para um grupo específico com
função determinada. Podemos citar os manuais, os artigos científicos, leis.
Informativa/denotativa x poética/conotativa
A linguagem informativa é aquela presente em reportagens, notícias e em todo texto que tem por objetivo
transmitir uma mensagem de forma objetiva e impessoal.
A linguagem poética é aquela que apresenta maior subjetividade e/ou se utiliza de recursos expressivos da
língua para se construir.
É exemplo de linguagem poética sem necessariamente ser subjetiva ou emotiva:
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
João Cabral de Melo Neto – Morte e Vida Severina
É exemplo de linguagem poética subjetiva e emotiva:
4
Português
Cântico XIII
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
Cecília Meireles
5
Português
Exercícios
1.
Os objetivos que motivam os seres humanos a estabelecer comunicação determinam, em uma
situação de interlocução, o predomínio de uma ou de outra função de linguagem. Nesse texto,
predomina a função que se caracteriza por
a) tentar persuadir o leitor acerca da necessidade de se tomarem certas medidas para a elaboração de um livro.
b) enfatizar a percepção subjetiva do autor, que projeta para sua obra seus sonhos e histórias.
c) apontar para o estabelecimento de interlocução de modo superficial e automático, entre o leitor e o livro.
d) fazer um exercício de reflexão a respeito dos princípios que estruturam a forma e o conteúdo de um livro.
e) retratar as etapas do processo de produção de um livro, as quais antecedem o contato entre leitor e obra.
6
Português
2. Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não
pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma
forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes
sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A
importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo? São
seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um pedaço de
índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como seres humanos,
como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós
não queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês. TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado).
Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma padrão da língua portuguesa é
empregada com a finalidade de demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna.
a) situar os dois lados da interlocução em posições simétricas.
b) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos.
c) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa.
d) ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional.
3. O que é possível dizer em 140 caracteres? Sucesso do Twitter no Brasil é oportunidade única de compreender a importância da concisão nos
gêneros de escrita A máxima “menos é mais” nunca fez tanto sentido como no caso do microblog
Twitter, cuja premissa é dizer algo — não importa o quê — em 140 caracteres. Desde que o serviço foi
criado, em 2006, o número de usuários da ferramenta é cada vez maior, assim como a diversidade de
usos que se faz dela. Do estilo “querido diário” à literatura concisa, passando por aforismo, citações,
jornalismo, fofoca, humor etc., tudo ganha o espaço de um tweet (“pio” em inglês), e entender seu
sucesso pode indicar um caminho para o aprimoramento de um recurso vital à escrita: a concisão. Disponível em: http://www.revistalingua.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).
O Twitter se presta a diversas finalidades, entre elas, à comunicação concisa, por isso essa rede social
a) é um recurso elitizado, cujo público precisa dominar a língua padrão.
b) constitui recurso próprio para a aquisição da modalidade escrita da língua.
c) é restrita à divulgação de textos curtos e pouco significativos e, portanto, é pouco útil.
d) interfere negativamente no processo de escrita e acaba por revelar uma cultura pouco reflexiva.
e) estimula a produção de frases com clareza e objetividade, fatores que potencializam a
comunicação interativa.
7
Português
4. O poema abaixo pertence à poesia concreta brasileira. O termo latino de seu título significa
“epitalâmio”, poema ou canto em homenagem aos que se casam.
Considerando que símbolos e sinais são utilizados geralmente para demonstrações objetivas, ao
serem incorporados no poema “Epithalamium - II”,
a) adquirem novo potencial de significação.
b) eliminam a subjetividade do poema.
c) opõem-se ao tema principal do poema.
d) invertem seu sentido original.
e) tornam-se confusos e equivocados.
8
Português
5.
Disponível em: www.separeolixo.gov.br. Acesso em: 4 dez. 2017 (adaptado).
Nessa campanha, a principal estratégia para convencer o leitor a fazer a reciclagem do lixo é a
utilização da linguagem não verbal como argumento para
a) reaproveitamento de material.
b) facilidade na separação do lixo.
c) melhoria da condição do catador.
d) preservação de recursos naturais.
e) geração de renda para o trabalhador.
9
Português
6. A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a
um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera
em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica.
Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter
existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos
quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”,
não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial
com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
CALLOU, D. A propósito de norma, correção e preconceito linguístico: do presente para o passado, In: Cadernos de Letras da UFF, n.° 36, 2008. Disponível em: www.uff.br. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
a) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
b) os estudos clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
c) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
d) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
e) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.
10
Português
7. O léxico e a cultura Potencialmente, todas as línguas de todos os tempos podem candidatar-se a expressar qualquer
conteúdo. A pesquisa linguística do século XX demonstrou que não há diferença qualitativa entre os
idiomas do mundo — ou seja, não há idiomas gramaticalmente mais primitivos ou mais desenvolvidos.
Entretanto, para que possa ser efetivamente utilizada, essa igualdade potencial precisa realizar-se na
prática histórica do idioma, o que nem sempre acontece. Teoricamente, uma língua com pouca
tradição escrita (como as línguas indígenas brasileiras) ou uma língua já extinta (como o latim ou o
grego clássicos) podem ser empregadas para falar sobre qualquer assunto, como, digamos, física
quântica ou biologia molecular. Na prática, contudo, não é possível, de uma hora para outra, expressar
tais conteúdos em camaiurá ou latim, simplesmente porque não haveria vocabulário próprio para
esses conteúdos. É perfeitamente possível desenvolver esse vocabulário específico, seja por meio de
empréstimos de outras línguas, seja por meio da criação de novos termos na língua em questão, mas
tal tarefa não se realizaria em pouco tempo nem com pouco esforço. BEARZOTI FILHO, P. Miniaurélio: o dicionário da língua portuguesa.
Manual do professor. Curitiba: Positivo, 2004 (fragmento).
Estudos contemporâneos mostram que cada língua possui sua própria complexidade e dinâmica de
funcionamento. O texto ressalta essa dinâmica, na medida em que enfatiza
a) a inexistência de conteúdo comum a todas as línguas, pois o léxico contempla visão de mundo
particular específica de uma cultura.
b) a existência de línguas limitadas por não permitirem ao falante nativo se comunicar perfeitamente
a respeito de qualquer conteúdo.
c) a tendência a serem mais restritos o vocabulário e a gramática de línguas indígenas, se
comparados com outras línguas de origem europeia.
d) a existência de diferenças vocabulares entre os idiomas, especificidades relacionadas à própria
cultura dos falantes de uma comunidade.
e) a atribuição de maior importância sociocultural às línguas contemporâneas, pois permitem que
sejam abordadas quaisquer temáticas, sem dificuldades.
11
Português
8. Cabeludinho Quando a Vó me recebeu nas férias, ela me apresentou aos amigos: Este é meu neto. Ele foi estudar
no Rio e voltou de ateu. Ela disse que eu voltei de ateu. Aquela preposição deslocada me fantasiava
de ateu. Como quem dissesse no carnaval: aquele menino está fantasiado de palhaço. Minha avó
entendia de regências verbais. Ela falava de sério. Mas todo-mundo riu. Porque aquela preposição
deslocada podia fazer de uma informação um chiste. E fez. E mais: eu acho que buscar a beleza nas
palavras e uma solenidade de amor. E pode ser instrmento de rir. De outra feita, no meio da pelada um
menino gritou: Disilimina esse, Cabeludinho. Eu não disiliminei ninguém. Mas aquele verbo novo
trouxe um perfume de poesia à nossa quadra. Aprendi nessas férias a brincar de palavras mais do que
trabalhar com elas. Comecei a não gostar de palavra engavetada. Aquela que não pode mudar de lugar.
Aprendi a gostar mais das palavras pelo que elas entoam do que pelo que elas informam. Por depois
ouvir um vaqueiro a cantar com saudade: Ai morena, não me escreve/ que eu não sei a ler. Aquele a
preposto ao verbo ler, ao meu ouvir, ampliava a solidão do vaqueiro. BARROS, M. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta, 2003.
No texto, o autor desenvolve uma reflexão sobre diferentes possibilidades de uso da língua e sobre os
sentidos que esses usos podem produzir, a exemplo das expressões “voltou de ateu”, “disilimina esse”
e “eu não sei a ler”. Com essa reflexão, o autor destaca
a) os desvios linguísticos cometidos pelos personagens do texto.
b) a importância de certos fenômenos gramaticais para o conhecimento da língua portuguesa.
c) a distinção clara entre a norma culta e as outras variedades linguísticas.
d) o relato fiel de episódios vividos por Cabeludinho durante as suas férias.
e) a valorização da dimensão lúdica e poética presente nos usos coloquiais da linguagem.
12
Português
9.
Disponível em: www.sul21.com.br. Acesso em: 1 dez. 2017 (adaptado).
Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associação de
verbos no modo imperativo à
a) indicação de diversos canais de atendimento.
b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher.
c) informação sobre a duração da campanha.
d) apresentação dos diversos apoiadores.
e) utilização da imagem das três mulheres.
13
Português
10.
Disponível em: www.facebook.com/omeusegredinho.Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado)
Essa imagem ilustra a reação dos celíacos (pessoas sensíveis ao glúten) ao ler rótulos de alimentos
sem glúten. Essas reações indicam que, em geral, os rótulos desses produtos
a) trazem informações explícitas sobre a presença do glúten.
b) oferecem várias opções de sabor para esses consumidores.
c) classificam o produto como adequado para o consumidor celíaco.
d) influenciam o consumo de alimentos especiais para esses consumidores.
e) variam na forma de apresentação de informações relevantes para esse público.
14
Português
Gabarito
1. D
A função da linguagem que também pode ser identificada no quadrinho é a metalinguística, pois o
quadrinho utiliza a linguagem para explicar o seu processo de produção, referentes à forma e ao
conteúdo.
2. B
O seguinte excerto expresso pelo texto: “quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês”
denota a posição de respeito por parte do emissor (no caso, o indígena) frente ao código linguístico (no
caso, a língua portuguesa). O emissor demonstra respeito e quer ser respeitado também.
3. E
O twitter é uma plataforma de comunicação concisa. logo, leva à prática de uma produção escrita
objetiva e clara.
4. A
A poesia concreta trabalhava todas as potencialidades da palavra: semântica, fonética e disposição na
página. Assim, o poema da questão é um enigma a ser decifrado a partir da sensibilidade do leitor. As
letras que compõem a as palavras “he” e “she” também relacionam a ideia homem/mulher e até mesmo
sugerem o matrimônio.
5. A
A linguagem verbal presente na questão tem como objetivo mostrar como a reciclagem na garrafa pet
pode se tornar um novo produto, por exemplo, um tecido. Assim, a imagem é utilizada como estratégia
argumentativa para influenciar o comportamento do leitor.
6. E
A autora, ao explicar os usos do “ter” e do “haver” ao longo da história, critica o comportamento purista
ao questionar uma visão hierárquica do uso da língua sobre apenas um dos verbos.
7. D
Segundo o texto, o desenvolvimento de uma língua pode acontecer a partir de empréstimos linguísticos
e a partir da criação de novos temos. Assim, a cultura de uma comunidade é imprescindível na formação
de uma língua.
8. E
O autor ao trazer para o texto expressões que fujam à norma culta, mas que são carregadas de
significado e são compreensíveis dentro da situação comunicativa, desenvolve uma reflexão sobre o uso
da linguagem, enfatizando sua dimensão lúdica e poética.
9. E
As mulheres são o principal público-alvo dessa campanha.
10. E
Tendo em vista que celíacos só podem comer alimentos sem glúten, as informações contidas no rótulo
não são capazes de fazê-los ingerir ou não determinados produtos, e sim aumentar a importância do
15
Português
que pode ser escrito nas embalagens, para validar o fator informativo dos rótulos. Ademais, as múltiplas
possibilidades de reações diante dos rótulos elucidam que eles aparecem de formas distintas.
1
Português
Noções básicas de compreensão textual: textos verbal e não verbal, hipertexto, denotação, conotação, subjetividade, objetividade
Resumo
Textos verbais e não verbais
A leitura é uma atividade de captação de ideias de um autor e para isso, espera-se que o leitor processe,
critique ou avalie a informação que possui para obter um sentido e significado à leitura. De acordo com o
dicionário Michaelis, interpretar é determinar com precisão o sentido de um texto. Logo, o leitor deve não só
ler um texto, mas sim prestar atenção aos detalhes presentes na leitura, por exemplo, os elementos verbais
(palavras) e não-verbais (imagens, símbolos). Para interpretar um texto verbal é necessário, primeiramente, identificar se é um texto literário ou não
literário. Observe a estrutura, se é escrito em prosa ou em verso e parta para a bibliografia para investigar
outras informações, por exemplo, se a fonte é de um periódico ou de um livro de um autor conhecido da
literatura. Dessa forma, pode-se inferir que o texto não literário apresenta uma informação e a importância
é no que se diz, enquanto o texto literário o mais importante é a forma, o como se diz. Além disso, os elementos verbais e não verbais, podem aparecer em um texto de forma integrada ou
independente, apenas compartilhando o mesmo espaço. Logo, deve-se perceber o nível de interação entre
os elementos para melhor interpretar um texto e saber decodificar a interação que os elementos possuem e
que mensagem veiculam ao leitor. Por fim, em um texto verbal deve-se:
● Observar quem fala no texto: eu-lírico (poema), narrador, cronista, articulista (prosa);
● Perceber o ponto de vista do enunciador, ou seja, a utilização da 1ª pessoa pessoa (visão
particular) ou da 3º pessoa (visão coletiva);
● Analisar os aspectos linguísticos (gramaticais), lexicais (escolha vocabular) e estilística (como
se faz o uso da gramática);
● Descobrir o estilo do poema;
● Identificar recursos expressivos (figuras e funções da linguagem);
● Relacionar à época contextual.
Enquanto nos textos não-verbais, deve-se:
● Observar os recursos gráficos;
● Identificar os elementos fora da imagem;
● Relacionar o texto não-verbal com o conhecimento de mundo, de acordo com a coerência externa.
Hipertexto
O termo hipertexto foi criado por Theodore Nelson, na década de 1960, para denominar a forma de
escrita e de leitura não linear na informática. O hipertexto se assemelha à forma como o cérebro humano
processa o conhecimento: fazendo relações, acessando informações diversas, construindo ligações entre
fatos, imagens, sons, enfim, produzindo uma teia de conhecimentos.
É a apresentação de informações escritas, organizada de tal maneira que o leitor tem liberdade de
escolher vários caminhos, a partir de sequências associativas possíveis entre blocos vinculados por
remissões, sem estar preso a um encadeamento linear único.
2
Português
Principais características:
1. Intertextualidade;
2. Velocidade;
3. Precisão;
4. Dinamismo;
5. Interatividade;
6. Acessibilidade;
7. Estrutura em rede;
8. Transitoriedade;
9. Organização multilinear.
Conotação e Denotação
Conotação é o nome dado ao recurso expressivo da linguagem que possibilita uma palavra assumir
sentido figurado, apresentando diferentes significados sujeitos a diferentes interpretações dependentes dos
contextos nos quais se insere. Nesse sentido, temos referências e associações que vão além do significado
original e comum da palavra, ampliando, assim, a sua significação mediante circunstância de uso. É utilizada
principalmente numa linguagem poética e na literatura, mas também ocorre em conversas cotidianas, em
letras de música, em anúncios publicitários, entre outros.
Denotação é o nome dado ao uso comum, próprio e/ou literal da palavra. Quando nos referimos ao
significado mais objetivo e simples do termo, ao qual ele é imediatamente reconhecido e associado. É o
sentido dicionarístico da palavra. É utilizada para expressar mensagens de forma clara e objetiva, assumindo
caráter prático e utilitário. Aparece em textos informativos, como jornais, regulamentos, manuais de
instrução, bulas de medicamentos, textos científicos, entre outros.
Subjetividade e Objetividade
A Subjetividade é tida como característica, particularidade ou domínio do que é subjetivo (particular e
íntimo). Na Filosofia, é o estado psíquico e cognitivo do sujeito cuja manifestação pode ocorrer tanto no
3
Português
âmbito individual quanto no coletivo, fazendo com que esse sujeito tome conhecimento dos objetos externos
a partir de referenciais próprios.
Na linguagem, temos a subjetividade como forma de expressão particular e pessoal manifestada no
texto. Aqui se encontram as figuras de linguagens e todos os recursos expressivos que demonstram
pessoalidade em seus sentidos e usos.
A Objetividade é tida como uma característica ou particularidade daquilo ou daquele que não é
subjetivo. Para a Filosofia, é realidade externa ou que não se assemelha ao sujeito, podendo ser por ele
transformada e conhecida. Na linguagem, podemos entender a objetividade como expressão direta da
mensagem com o intuito de relatar ou informar sem pareceres pessoais.
4
Português
Exercícios
1. O hipertexto refere-se à escritura eletrônica não sequencial e não linear, que se bifurca e permite ao leitor o acesso a um número praticamente ilimitado de outros textos a partir de escolhas locais e sucessivas, em tempo real. Assim, o leitor tem condições de definir interativamente o fluxo de sua leitura a partir de assuntos tratados no texto sem se prender a uma sequência fixa ou a tópicos estabelecidos por um autor. Trata-se de uma forma de estruturação textual que faz do leitor simultaneamente coautor do texto final. O hipertexto se caracteriza, pois, como um processo de escritura/leitura eletrônica multilinearizado, multisequencial e indeterminado, realizado em um novo espaço de escrita. Assim, ao permitir vários níveis de tratamento de um tema, o hipertexto oferece a possibilidade de múltiplos graus de profundidade simultaneamente, já que não tem sequência definida, mas liga textos não necessariamente correlacionados.
MARCUSCHI, L. A. Disponível em: http://www.pucsp.br. Acesso em: 29 jun. 2011.
O computador mudou nossa maneira de ler e escrever, e o hipertexto pode ser considerado como um
novo espaço de escrita e leitura. Definido como um conjunto de blocos autônomos de texto,
apresentado em meio eletrônico computadorizado e no qual há remissões associando entre si
diversos elementos, o hipertexto
a) é uma estratégia que, ao possibilitar caminhos totalmente abertos, desfavorece o leitor, ao
confundir os conceitos cristalizados tradicionalmente.
b) é uma forma artificial de produção da escrita, que, ao desviar o foco da leitura, pode ter como
consequência o menosprezo pela escrita tradicional.
c) exige do leitor um maior grau de conhecimentos prévios, por isso deve ser evitado pelos
estudantes nas suas pesquisas escolares.
d) facilita a pesquisa, pois proporciona uma informação específica, segura e verdadeira, em qualquer
site de busca ou blog oferecidos na internet.
e) possibilita ao leitor escolher seu próprio percurso de leitura, sem seguir sequência
predeterminada, constituindo-se em atividade mais coletiva e colaborativa.
5
Português
2. Aquarela O corpo no cavalete
é um pássaro que agoniza
exausto do próprio grito.
As vísceras vasculhadas
principiam a contagem
regressiva.
No assoalho o sangue
se decompõe em matizes
que a brisa beija e balança:
o verde de nossas matas
o amarelo de nosso ouro
o azul de nosso céu
o branco o negro o negro HOLLANDA, H. B. CACASO, 26 poetas hoje. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2007.
Situado na vigência do Regime Militar que governou o Brasil, na década de 70, o poema de Cacaso
edifica uma forma de resistência e protesto a esse período, metaforizando
a) as artes plásticas, deturpadas pela repressão e censura
b) a natureza brasileira, agonizante como um pássaro enjaulado.
c) o nacionalismo romântico, silenciado pela perplexidade com a Ditadura.
d) o emblema nacional, transfigurado pelas marcas do medo e da violência.
e) as riquezas da terra, espoliadas durante o aparelhamento do poder armado.
3.
Dois ciclistas profissionais chocaram-se em um parque público e culparam a ineficiência da
sinalização local, uma vez que ambos leram e respeitaram a placa dirigida a esse tipo de esportista.
Os fatos relatados e a leitura da referida placa revelam que
a) a obediência às regras de segurança é fundamental na prática de esportes.
b) a prática de esporte dificulta a concentração do ciclista em outras informações.
c) a interpretação dos textos pode ser prejudicada por equívocos em sua elaboração.
d) a capacidade de leitura do ciclista é fundamental para o alcance de um bom rendimento físico.
e) a responsabilidade pelas informações produzidas pelas placas de trânsito é de quem vai usar a
via pública.
6
Português
4.
Essa propaganda visa convencer as mães de que o canal de televisão é adequado aos seus filhos.
Para tanto, o locutor dirige-se ao interlocutor por meio de estratégias argumentativas de
a) manipulação, ao detalhar os programas infantis que compõem a grade da emissora.
b) persuasão, ao evidenciar as características da programação dirigida ao público infantil.
c) intimidação, ao dirigir-se diretamente às mães para chamá-las à reflexão.
d) comoção, ao tranquilizar as mães sobre a qualidade dos programas da emissora.
e) comparação, ao elencar os serviços oferecidos por outras emissoras ao público infantil.
7
Português
5. Textos e hipertextos: procurando o equilíbrio Há um medo por parte dos pais e de alguns professores de as crianças desaprenderem quando
navegam, medo de elas viciarem, de obterem informação não confiável, de elas se isolarem do mundo
real, como se o computador fosse um agente do mal, um vilão. Esse medo é reforçado pela mídia, que
costuma apresentar o computador como um agente negativo na aprendizagem e na socialização dos
usuários. Nós sabemos que ninguém corre o risco de desaprender quando navega, seja em ambientes
digitais ou em materiais impressos, mas é preciso ver o que se está aprendendo e algumas vezes
interferir nesse processo a fim de otimizar ou orientar a aprendizagem, mostrando aos usuários outros
temas, outros caminhos, outras possibilidades diferentes daquelas que eles encontraram sozinhos ou
daquelas que eles costumam usar. É preciso, algumas vezes, negociar o uso para que ele não seja
exclusivo, uma vez que há outros meios de comunicação, outros meios de informação e outras
alternativas de lazer. É uma questão de equilibrar e não de culpar. COSCARELLI, C. V. Linguagem em (Dis)curso, n. 3, set.-dez. 2009.
A autora incentiva o uso da internet pelos estudantes, ponderando sobre a necessidade de orientação
a esse uso, pois essa tecnologia
a) está repleta de informações confiáveis que constituem fonte única para a aprendizagem dos
alunos.
b) exige dos pais e professores que proíbam seu uso abusivo para evitar que se torne um vício.
c) tende a se tomar um agente negativo na aprendizagem e na socialização de crianças e jovens.
d) possibilita maior ampliação do conhecimento de mundo quando a aprendizagem é direcionada.
e) leva ao isolamento do mundo real e ao uso exclusivo do computador se a navegação for desmedida.
6. O hipertexto permite – ou, de certo modo, em alguns casos, até mesmo exige – a participação de
diversos autores na sua construção, a redefinição dos papéis de autor e leitor e a revisão dos modelos
tradicionais de leitura e de escrita. Por seu enorme potencial para se estabelecerem conexões, ele
facilita o desenvolvimento de trabalhos coletivamente, o estabelecimento da comunicação e a
aquisição de informação de maneira cooperativa.
Embora haja quem identifique o hipertexto exclusiva – mente com os textos eletrônicos, produzidos
em determinado tipo de meio ou de tecnologia, ele não deve ser limitado a isso, já que consiste numa
forma organizacional que tanto pode ser concebida para o papel como para os ambientes digitais. É
claro que o texto virtual permite concretizar certos aspectos que, no papel, são praticamente inviáveis:
a conexão imediata, a comparação de trechos de textos na mesma tela, o “mergulho” nos diversos
aprofundamentos de um tema, como se o texto tivesse camadas, dimensões ou planos. RAMAL, A. C. Educação na cibercultura: hipertextualidade, leitura, escrita e aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 2002.
Considerando-se a linguagem específica de cada sistema de comunicação, como rádio, jornal, TV,
internet, segundo o texto, a hipertextualidade configura-se como um(a)
a) elemento originário dos textos eletrônicos.
b) conexão imediata e reduzida ao texto digital.
c) novo modo de leitura e de organização da escrita.
d) estratégia de manutenção do papel do leitor com perfil definido.
e) modelo de leitura baseado nas informações da superfície do texto.
8
Português
7. Em 1588, o engenheiro militar italiano Agostinho Romelli publicou Le Diverse et Artificiose Machine,
no qual descrevia uma máquina de ler livros. Montada para girar verticalmente, como uma roda de
hamster, a invenção permitia que o leitor fosse de um texto ao outro sem se levantar de sua cadeira.
Hoje podemos alternar entre documentos com muito mais facilidade – um clique no mouse é
suficiente para acessarmos imagens, textos, vídeos e sons instantaneamente. Para isso, usamos o
computador, e principalmente a internet – tecnologias que não estavam disponíveis no Renascimento,
época em que Romelli viveu. BERCITTO, D. Revista Língua Portuguesa. Ano II. N°14.
O inventor italiano antecipou, no século XVI, um dos princípios definidores do hipertexto: a quebra de
linearidade na leitura e a possibilidade de acesso ao texto conforme o interesse do leitor. Além de ser
característica essencial da internet, do ponto de vista da produção do texto, a hipertextualidade se
manifesta também em textos impressos, como
a) dicionários, pois a forma do texto dá liberdade de acesso à informação.
b) documentários, pois o autor faz uma seleção dos fatos e das imagens.
c) relatos pessoais, pois o narrador apresenta sua percepção dos fatos.
d) editoriais, pois o editorialista faz uma abordagem detalhada dos fatos.
e) romances românticos, pois os eventos ocorrem em diversos cenários.
8. Em primeiro lugar gostaria de manifestar os meus agradecimentos pela honra de vir outra vez à Galiza
e conversar não só com os antigos colegas, alguns dos quais fazem parte da mesa, mas também com
novos colegas, que pertencem à nova geração, em cujas mãos, com toda certeza, está também o
destino do Galego na Galiza, e principalmente o destino do Galego incorporado à grande família
lusófona.
E, portanto, é com muito prazer que teço algumas considerações sobre o tema apresentado. Escolhi
como tema como os fundadores da Academia Brasileira de Letras viam a língua portuguesa no seu
tempo. Como sabem, a nossa Academia, fundada em 1897, está agora completando 110 anos, foi
organizada por uma reunião de jornalistas, literatos, poetas que se reuniam na secretaria da Revista
Brasileira, dirigida por um crítico literário e por um literato chamado José Veríssimo, natural do Pará,
e desse entusiasmo saiu a ideia de se criar a Academia Brasileira, depois anexada ao seu título:
Academia Brasileira de Letras.
Nesse sentido, Machado de Assis, que foi o primeiro presidente desde a sua inauguração até a data
de sua morte, em 1908, imaginava que a nossa Academia deveria ser uma academia de Letras,
portanto, de literatos. BECHARA, E. Disponível em: www.academiagalega.org. Acesso em: 31 jul. 2012.
No trecho da palestra proferida por Evanildo Bechara, na Academia Galega da Língua Portuguesa,
verifica-se o uso de estruturas gramaticais típicas da norma padrão da língua. Esse uso
a) torna a fala inacessível aos não especialistas no assunto abordado.
b) contribui para a clareza e a organização da fala no nível de formalidade esperado para a situação.
c) atribui à palestra características linguísticas restritas à modalidade escrita da língua portuguesa.
d) dificulta a compreensão do auditório para preservar o caráter rebuscado da fala.
e) evidencia distanciamento entre o palestrante e o auditório para atender os objetivos do gênero
palestra.
9
Português
9.
SILVA, I.; SANTOS, M. E. P.; JUNG, N. M. Domínios de Lingu@gem, n.4, out.-dez. 2016 (adaptado).
A fotografia exibe a fachada de um supermercado em Foz do Iguaçu, cuja localização transfronteiriça
é marcada tanto pelo limite com Argentina e Paraguai quanto pela presença de outros povos. Essa
fachada revela o(a)
a) apagamento da identidade linguística.
b) planejamento linguístico no espaço urbano.
c) presença marcante da tradição oral na cidade.
d) disputa de comunidades linguísticas diferentes.
e) poluição visual promovida pelo multilinguismo.
10
Português
10. Guardar Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.
Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.
Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.
Por isso melhor se guarda o voo de um pássaro
Do que um pássaro sem voos.
Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.
MACHADO, G. In: MORICONI, I. (org.). Os cem melhores poemas brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A memória é um importante recurso do patrimônio cultural de uma nação. Ela está presente nas
lembranças do passado e no acervo cultural de um povo. Ao tratar o fazer poético como uma das
maneiras de se guardar o que se quer, o texto
a) ressalta a importância dos estudos históricos para a construção da memória social de um povo.
b) valoriza as lembranças individuais em detrimento das narrativas populares ou coletivas.
c) reforça a capacidade da literatura em promover a subjetividade e os valores humanos.
d) destaca a importância de reservar o texto literário àqueles que possuem maior repertório cultural.
e) revela a superioridade da escrita poética como forma ideal de preservação da memória cultural.
11
Português
Gabarito
1. E
A publicação de textos em meios eletrônicos, como nas páginas de Internet, por exemplo, permite a
criação de links, recursos que direcionam o leitor a outros textos, relacionados àquele que está sendo
lido. O conjunto desses textos relacionados compõe um todo, um hipertexto. Sua compreensão
prescinde da leitura de todos os links, que serão acessados de acordo apenas com a necessidade ou o
interesse do leitor. Como o acesso aos links é opcional, o leitor pode escolher seu próprio percurso de
leitura, o que torna sua atividade mais coletiva e colaborativa.
2. D
O poema apresenta imagens de dor e sofrimento que são exploradas juntamente com a decomposição
das cores representativas dos símbolos nacionais.
3. C
A disposição dos elementos e sinais da imagem são passíveis de interpretações errôneas.
4. B
A propaganda passa a mensagem de convencimento da importância e qualidade de seu produto.
5. D
No texto, a autora argumenta no sentido da defesa da internet como método de aprendizagem, embora
considere necessário orientar a criança em busca de temas diferentes dos que está habituado a explorar,
além de sensibilizá-la para outros meios de comunicação e lazer quando o tempo de uso do computador
for excessivo.
6. C
O hipertexto é um novo modelo de leitura e de organização textual, pois permite que o leitor faça uma
leitura não-linear, podendo abrir, por exemplo, diversas abas de sites ao mesmo tempo. Além disso, pode
admitir diversos autores na sua construção. Essas características o diferem dos modelos tradicionais.
7. A
O tipo de texto que melhor exemplifica o que é um hipertexto, caracterizado pela quebra de linearidade,
é o dicionário, pois permite ao leitor interagir com outros textos ao deparar-se com as diversas acepções
da palavra para optar depois por aquela que lhe é mais conveniente.
8. B
A objetividade da mensagem explica a alternativa correta. Não havia espaço nem contexto para
subjetividades.
9. B
Devido ao cenário da cidade de Foz do Iguaçu ser marcado pela presença de diferentes povos
linguísticos, houve um planejamento linguístico do espaço, representando a diversidade idiomática de
cada povo.
12
Português
10. C
A intenção comunicativa do texto visa relacionar a literatura à preservação da memória e acervo cultural,
pois os pensamentos de uma determinada época podem ser identificados a partir da análise de um
poema, como também, compreender a capacidade subjetiva e os valores humanos.
1
Química
Funções orgânicas: amina, amida, nitrila, nitrocomposto, haletos e
tiocompostos
Resumo
Amina
Os aminas são caracterizados pela substituição de um ou mais hidrogênios da amônia(NH3) por um radical
orgânico:
onde R é pelo menos um radical orgânico e/ou hidrogênios.
Classificação das aminas
Amina primária
Amina secundária
Amina terciária
onde R é pelo menos um radical orgânico.
2
Química
Nomenclatura Radical orgânico + AMINA
Ex.:
Dimetilamina
Fenilamina
Amida
As amidas são caracterizadas pela presença do grupo funcional:
onde R, R’ e R’’ são radicais orgânicos.
Classificação das amidas
Amida primária
Amida secundária
Amida terciária
3
Química
Nomenclatura
Nome do hidrocarboneto + amida
Exemplo:
Etanamida
N-meetil etanamida
Nitrila
As nitrilas são caracterizadas pelo radical:
, onde R é um radicais orgânico.
Exemplo:
Nomenclatura Nome do hidrocarboneto + nitrila
Exemplo:
etanonitrila
cicloexanonitrila
Propanonitrila
Isonitrila
As isonitrilas são caracterizadas pela presença do radical:
, onde R é um radical orgânico.
Exemplo:
CH3 – CH2 – NC
4
Química
Nomenclatura
Nome do radical + carbilamina
Exemplo:
CH3 – NC metilcarbilamina
CH3 – CH2 – CH2 – NC propilcarbilamina
Nitrocomposto
Os nitrocompostos são caracterizados pela presença do grupo funcional:
, onde R é um radical orgânico.
Exemplo:
Nomenclatura:
Nitro + Nome do hidricarboneto
Exemplo:
2-Nitropropano
Nitrobenzeno
2,4,6 trinitro tolueno (TNT)
Haletos
Os haletos orgânicos são genericamente representados por:
R – X , onde R é um radical orgânico e X é halogênio (F, Cl, Br, I).
Exemplo:
5
Química
Nomenclatura:
Nome do halogênio + nome do hidrocarboneto
Exemplos:
Tricloro metano
Bromo benzeno
Haletos de acila
Os haletos de acila são derivados da substituição da hidroxila de um ácido carboxilico por um halogênio.
, onde R é um radical orgânico e X é halogênio (F, Cl, Br, I).
Exemplo:
Nomenclatura:
Nome do halogênio + eto de nome do hidrocarboneto + ila
Cloreto de etila
Cloreto de propanoíla
Cloreto de benzoíla
6
Química
Tiocompostos
São compostos que possuem os átomos de enxofre (S) como heretoátomo, substituindo o oxigênio.
Exemplo:
Tio-álcool:
R-OH e com enxofre: R-SH
Tio-éter:
R-C-O-C-R' e com enxofre: R-C-S-C-R'
7
Química
Exercícios
1. Tramadol é um opiácio usado como analgésico para o tratamento de dores de intensidade moderada
a severa, atuando sobre células nervosas específicas da medula espinhal e do cérebro. O metronidazol
possui atividade antiprotozoária e antibacteriana contra os bacilos gram-negativos anaeróbios,
contra os bacilos gram-positivos esporulados e os cocos anaeróbios, presentes na cavidade oral.
O tramadol e o metronidazol apresentam em comum as funções orgânicas
a) amina e nitroderivado
b) fenol e nitrila
c) álcool e éter
d) álcool e amina
e) fenol e nitroderivado
8
Química
2. A cor amarela do xixi se deve a uma substância chamada urobilina, formada em nosso organismo a
partir da degradação da hemoglobina. A hemoglobina liberada pelas hemácias, por exemplo, é
quebrada ainda no sangue, formando compostos menores que são absorvidos pelo fígado, passam
pelo intestino e retornam ao fígado, onde são finalmente transformados em urobilina. Em seguida, a
substância de cor amarelada vai para os rins e se transforma em urina, junto com uma parte da água
que bebemos e outros ingredientes. Xixi amarelo demais pode indicar que você não está bebendo água
o suficiente. O ideal é que a urina seja bem clarinha.
Quais são as funções orgânicas representadas na estrutura da urobilina?
a) Aldeído, Ácido Carboxílico e Cetona
b) Amida, Amina, Ácido Carboxílico
c) Cetona, Amina e Hidrocarboneto
d) Ácido Carboxílico, Amida e Fenol
e) Fenol, Amina e Amida
3. A melatonina, composto representado abaixo, é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo
humano e é importante na regulação do ciclo circadiano.
Nessa molécula, estão presentes as funções orgânicas
a) amina e éster.
b) amina e ácido carboxílico.
c) hidrocarboneto aromático e éster.
d) amida e ácido carboxílico.
e) amida e éter.
9
Química
4. A adrenalina é um hormônio neurotransmissor derivado da modificação do aminoácido tirosina. Em
momentos de estresse, as suprarrenais secretam quantidades abundantes deste hormônio que
prepara o organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração, eleva a tensão arterial, relaxa
certos músculos e contrai outros. A adrenalina é muito utilizada como um medicamento para
estimular o coração nos casos de parada cardíaca, para prevenir hemorragias e para dilatar os
bronquíolos dos pulmões quando ocorrem ataques de asma aguda.
A seguir são apresentadas as estruturas moleculares da adrenalina e do aminoácido tirosina.
A partir das informações e das estruturas apresentadas percebe-se que
a) adrenalina e tirosina se constituem como substâncias isômeras entre si.
b) a adrenalina existe como um par de substâncias isômeras ópticas, mas a tirosina não.
c) a adrenalina é uma amina secundária e a tirosina uma amina primária.
d) ambas possuem a classe funcional enol, pois apresentam hidroxila em carbono insaturado.
e) apenas a tirosina apresenta grupo funcional com característica ácida.
5. O ácido hipúrico, cuja fórmula estrutural está representada abaixo, é um bioindicador da exposição
do trabalhador ao tolueno - um solvente aromático muito utilizado em tintas e colas. A biossíntese
do ácido hipúrico no organismo ocorre pela reação do tolueno com o aminoácido glicina e, no
laboratório, ele pode ser obtido pela reação do cloreto de benzoíla com a glicina em meio alcalino.
Na estrutura do ácido hipúrico, além do grupo ácido carboxílico, pode-se identificar a função
oxigenada
a) cetona.
b) amida.
c) amina.
d) aldeído.
e) álcool.
10
Química
6. A substância química representada a seguir é utilizada na fabricação de espumas, por conta de seu
efeito de retardar a propagação de chamas.
Nessa substância, está presente a função orgânica
a) amina
b) aldeído
c) cetona
d) ácido carboxílico
e) haleto orgânico
7. Plantas apresentam substâncias utilizadas para diversos fins. A morfina, por exemplo, extraída da flor
da papoula, é utilizada como medicamento para aliviar dores intensas. Já a coniina é um dos
componentes da cicuta, considerada uma planta venenosa. Suas estruturas moleculares são
apresentadas na figura.
O grupo funcional comum a esses fitoquímicos é o(a)
a) éter.
b) éster.
c) fenol.
d) álcool.
e) amina.
11
Química
8. Em 2016, foi inaugurada a primeira fábrica mundial para a produção de uma nova fonte de metionina
especificamente desenvolvida para alimentação de camarões e outros crustáceos. Esse novo produto,
Met-Met, formado pela reação de duas moléculas de metionina na forma racêmica, tem uma absorção
mais lenta que a DL-metionina, o que otimiza a absorção da metionina e de outros nutrientes no
sistema digestivo dos camarões.
A Metionina e o Met-Met são, respectivamente,
a) um aminoácido e um dipeptídeo.
b) um aminoácido e uma proteína.
c) um sacarídeo e um lipídeo.
d) um monossacarídeo e um dissacarídeo.
e) um monoterpeno e um diterpeno.
12
Química
9. O propano e o butano, que constituem o gás liquefeito do petróleo, são gases inodoros. Contudo, o
cheiro característico do chamado “gás butano” existente em nossas cozinhas deve-se à presença de
várias substâncias, dentre as quais o butilmercaptana, que é adicionado ao gás para alertar-nos
quanto a possíveis vazamentos.
Sobre o butilmercaptana, cuja fórmula estrutural é 3 2 2 2H C CH CH S ,CH H− − −−− é correto afirmar-
se que
a) devido à presença do enxofre, sua cadeia carbônica é heterogênea.
b) a hibridização que ocorre no carbono dos grupos CH2 é do tipo sp2.
c) sua função orgânica é denominada de tiol.
d) pertence à família dos hidrocarbonetos.
e) é um álcool secundário
10. O ácido pícrico originalmente foi usado como corante, especialmente para a seda. Atualmente, na
medicina, é utilizado na produção de fármacos contra queimaduras e para medir a quantidade de
creatinina no sangue. Sua fórmula estrutural é:
Com relação à molécula do ácido pícrico, assinale a alternativa incorreta:
a) Apresenta apenas carbonos secundários.
b) Apresenta carbonos com hibridização sp2.
c) Apresenta um grupo fenólico.
d) É um composto aromático.
e) É um álcool com três grupos nitro.
13
Química
Gabarito
1. D
2. B
A estrutura molecular da urobilina apresenta 2 grupos de ácido caboxílico, 2 grupos amida e 2 grupos
amina, conforme ilustrado a seguir:
3. E
14
Química
4. C
Amina primária: o átomo de nitrogênio do grupo funcional se liga a um átomo de carbono.
Amina secundária: o átomo de nitrogênio do grupo funcional se liga a dois átomos de carbono.
5. B
Na estrutura do ácido hipúrico, além do grupo ácido carboxílico, pode-se identificar a função oxigenada
amida.
6. E
Nessa substância, está presente a função orgânica haleto orgânico, ou seja, identifica-se um halogênio
ligado a carbono ligado a outros carbonos e/ou hidrogênio (R X).−
7. E
8. A
A Metionina e o Met-Met são, respectivamente, um aminoácido e um dipeptídeo.
15
Química
9. C
A butilmercaptana, cuja fórmula estrutural é 3 2 2 2H C CH CH S ,CH H− − −−− é classificada como tiol
devido à presença do átomo de enxofre no grupo SH.
Todos os carbonos deste composto apresentam hibridização do tipo 3sp .
10. E
A molécula do ácido pícrico não apresenta a função álcool, mas apresenta a função fenol, além dos
grupos nitro.
1
Química
Funções orgânicas: éster, sal orgânico, anidrido e éter
Resumo
Éster
Os ésteres são caracterizados pela presença do grupo funcional: , onde R e R’ são radicais
orgânicos.
Os ésteres são produzidos a partir da reação de um ácido carboxílico com um álcool, pela chamada reação
de esterificação.
Ex.:
Nomenclatura: parte derivada do ácido + ATO de parte derivada do álcool + ILA
Ex.: Metanoato de metila
Metanoato de etila
Sal orgânico
Os ácidos carboxílicos como qualquer outro ácido, é capaz de reagir com uma base e produzir um ácido.
Neste caso é gerado um sal orgânico.
Ex.:
Nomenclatura: parte derivada do ácido + ATO de nome do composto/elemento ligado ao O-
2
Química
Ex.: Etanoato de amônio
Etanoato de sódio
Anidrido
O anidrido é uma função orgânica derivada da desidratação intermolecular ou intramolecular dos ácidos
carboxílicos.
Desidratação intermolecular
Ex.:
Desidratação intramolecular
Ex.:
Nomenclatura: Anidrido parte derivada dos ácidos + ÓICO
Ex.:
Anidrido etanóico propanóico
Anidrido propanóico
3
Química
Éter
Os éteres são caracterizados pela presença do grupo funcional: , onde R e R’ são radicais
orgânicos.
Ex.:
Nomenclatura: R menor + OXI - R maior + ANO
Ex.: Etóxi-etano
Metóxi-etano
4
Química
Exercícios
1. Na cultura de produtos orgânicos é proibido o uso de agrotóxicos, como o herbicida metalaxil que,
segundo a Anvisa, já foi banido do Brasil. Faz parte da estrutura desse herbicida a função orgânica
representada por
Essa função orgânica é denominada
a) álcool.
b) cetona.
c) ácido carboxílico.
d) aldeído.
e) éster.
2. O ano de 2016 foi declarado Ano Internacional das Leguminosas (AIL) pela 68ª Assembleia-Geral das
Nações Unidas, tendo a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) sido
nomeado para facilitar a execução das atividades, em colaboração com os governos. Os agrotóxicos
fazem parte do cultivo de muitos alimentos (dentre eles as leguminosas) de muitos países com o
objetivo de eliminar pragas que infestam as plantações. Porém, quando esses compostos são usados
em excesso podem causar sérios problemas de intoxicação no organismo humano.
Na figura são apresentadas as estruturas químicas da Piretrina e da Coronopilina (agrotóxicos muito
utilizados no combate a pragas nas plantações), identifique as funções orgânicas presentes
simultaneamente nas estruturas apresentadas:
a) Éter e Éster
b) Cetona e Éster
c) Aldeído e Cetona
d) Éter e Ácido Carboxílico
e) Álcool e Cetona
5
Química
3. Especiarias, como anis-estrelado, canela e cravo-da-índia, são deliciosas, sendo comumente
utilizadas na gastronomia, devido aos seus deliciosos aromas. Também são utilizadas na fabricação
de doces, como chicletes, balas e bolachas, na perfumaria e na aromatização de ambientes. Abaixo,
temos as fórmulas estruturais de três compostos orgânicos, presentes no aroma dessas especiarias.
Esses compostos apresentam em suas fórmulas estruturais os grupos funcionais
a) álcool, cetona e fenol.
b) aldeído, álcool, éter e fenol.
c) aldeído, álcool, cetona e éter.
d) álcool, ácido carboxílico, éster e fenol.
e) aldeído, álcool, cetona e fenol.
4. A seguir está representada a estrutura de uma substância orgânica de origem natural.
Nessa substância estão presentes as funções orgânicas
a) álcool e éter.
b) álcool e cetona.
c) éter e cetona.
d) éster e aldeído.
e) éster e ácido carboxílico.
6
Química
5. O esquema a seguir representa a reação de um sal orgânico com o oxigênio. Considerando a
estequiometria da reação e as características químicas dos reagentes e produtos, julgue as
afirmações posteriores.
a) O dióxido de carbono é uma molécula polar com ligações polares.
b) 15,2 g de oxigênio consomem 10 gramas do sal orgânico.
c) O sal orgânico pode ser utilizado na fabricação de detergentes biodegradáveis.
d) A reação produz um sal inorgânico que, quando puro e dissolvido em água, formará uma solução
de caráter básico.
e) O oxigênio molecular é uma molécula polar com ligações polares.
6. A síntese da substância 1 (óleo essencial de banana) é obtida através da reação clássica conhecida
com esterificação de Fischer.
Em relação à reação apresentada, podemos afirmar que
a) os reagentes empregados são aldeído e éter.
b) a reação não pode ser conduzida em meio ácido.
c) o produto orgânico obtido é denominado de etanoato de isoamila.
d) o álcool é denominado de acordo com a IUPAC, 2 metil butan 4 ol.− − −
e) os reagentes empregados são cetona e éster.
7. A própolis é um produto natural conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e cicatrizantes.
Esse material contém mais de 200 compostos identificados até o momento. Dentre eles, alguns são
de estrutura simples, como é o caso do C6H5CO2CH2CH3, cuja estrutura está mostrada a seguir.
O ácido carboxílico e o álcool capazes de produzir o éster em apreço por meio da reação de
esterificação são, respectivamente,
a) ácido benzoico e etanol.
b) ácido propanoico e hexanol.
c) ácido fenilacético e metanol.
d) ácido propiônico e cicloexanol.
e) ácido acético e álcool benzílico.
7
Química
8. Algumas substâncias, quando adicionadas à gasolina, aumentam sua resistência à compressão,
sendo, portanto, antidetonantes. Recomendado pelo Conselho Nacional do Petróleo, o metil-t-butil-
éter (MTBE) pode ser utilizado como antidetonante em quantidade controlada. O MTBE pode ser obtido
pela reação – em presença de catalisador – do metanol com o metilpropeno. O MTBE está
CORRETAMENTE representado pela fórmula:
a) c) e)
b) d)
9. A fórmula corresponde à estrutura do antisséptico cloreto de benzetônio.
De acordo com a fórmula apresentada, é correto afirmar que o cloreto de benzetônio é
a) um sal de amônio quaternário, que apresenta a função álcool.
b) um sal de amônio quaternário, que apresenta a função éter.
c) uma amida, que apresenta a função éter.
d) uma amida, que apresenta a função álcool.
e) um sal de amônio quaternário, que apresenta a função éster.
10. Aquecer uma gordura na presença de uma base consiste em um método tradicional de obtenção de sabão (sal de ácido graxo), chamado de saponificação.
Dentre as opções, a estrutura que representa um sabão é
8
Química
Gabarito
1. E
2. B
3. B
9
Química
4. C
Teremos:
5. C
O sal orgânico pode ser utilizado na fabricação de detergentes biodegradáveis.
6. C
a) incorreta. Os reagentes empregados possuem as funções: ácido carboxílico e álcool.
b) incorreta. A reação se processa em meio ácido.
c) correta. O éster formado recebe o nome de acetato de isopentila ou etanoato de isoamila.
d) incorreta. O álcool é denominado de 3-metil butan-1-ol.
e) incorreta. Os reagentes empregados são: ácido carboxílico e álcool.
7. A
Teremos:
10
Química
8. D
Fórmula estrutural do metil-t-butil-éter:
9. B
O cloreto de benzetônio é um sal de amônio quaternário (apresenta átomo de nitrogênio ligado a quatro
átomos de carbono), que apresenta a função éter.
10. C
Um sabão é um sal derivado de um ácido graxo de cadeia longa (maior do que 10 carbonos) e de uma
base forte (NaOH). A fórmula que melhor se encaixa nesta descrição é: .
3 2 16CH (CH ) COO Na− +− −
1
Redação
Uso da vírgula
Resumo
Se você viu, há algumas aulas, nossa análise da banca do ENEM, sabe que a competência 1 analisa a
modalidade escrita culta da língua, né? Em poucas palavras, esse critério vê e corrige erros na sua escrita,
de diferentes naturezas. Se você já sabe tudo isso, então também deve ter noção de que o maior número de
erros nessa competência está relacionado ao uso da vírgula. De fato, o uso correto da pontuação na redação
tem muito a acrescentar às informações apresentadas, uma vez a que as vírgulas podem alterar o significado
do que se fala. Vamos aprender, então, algumas dicas importantes sobre esse uso? Um texto sem erros de
uso da vírgula já tem um pé no 1000!
Principais usos da vírgula
1. Isolar o vocativo
Todo mundo conhece o vocativo, né? Sim, aquele termo utilizado como forma de chamamento no discurso
direto. O vocativo precisa ser isolado por uma vírgula, sempre. Quando estiver no início da frase, por uma;
no meio, por duas. Sabe quando a sua mãe quer te dar uma bronca, esquece logo o apelido fofo e parte para
o nome completo? É neste momento que ela usa a vírgula com vontade: “Joaquim, venha aqui agora! ”
2. Isolar o aposto explicativo
Sabe quando você precisa explicar, tornar mais clara alguma coisa na sua redação? É exatamente nesse
momento, quando você for utilizar um aposto explicativo, que a vírgula deve aparecer. Quando o Rafa for dar
essa aula, podemos anunciá-la assim: “Hoje, Rafael Cunha, o príncipe da Redação, vai te ensinar a nunca
mais esquecer os diferentes usos da vírgula! ”
3. Enumerar mais de dois elementos
Um exemplo já explica bem este uso: “No Descomplica, você encontra aulas ao vivo diárias, correção de
redação, monitorias e muito mais!” Muitas vezes, ao mostrar dados, exemplos, fatos, é necessário enumerar
algumas coisas. A vírgula, aqui, funciona muito bem.
4. Trabalhar a coesão textual
Lembra-se da aula de coesão? Quando citamos a coesão referencial, que trabalha evitando repetições,
sempre citamos a vírgula. Com um bom uso da vírgula evitando a repetição de verbos em uma oração, sua
nota na competência 4 vai lá no alto! Exemplo: "Minha irmã faz faculdade de Direito; eu, de Medicina."
5. Isolar expressões explicativas
Quando você precisa explicar ou exemplificar alguma coisa, a vírgula sempre funciona bem. Expressões
como “ou melhor”, o “ou seja”, o “isto é”, “por exemplo”, etc. precisam ter a vírgula por perto, acompanhando,
para que tenham o destaque merecido. Elas são importantes na retificação de algumas informações,
deixando tudo mais claro. Apesar desse uso interessante, vale uma dica: evite utilizar tais expressões na
redação. Quando, no texto, surge um “ou melhor”, por exemplo, é como se você estivesse admitindo para o
leitor que tudo o que foi dito antes não ficou tão claro, ou seja, é como se estivesse desmerecendo suas
próprias palavras.
2
Redação
6. Anteceder conjunções adversativas, como, mas, porém, contudo, todavia, explicativas, como: pois,
porque, e suceder conectivos conclusivos, como logo e portanto.
"Nós sabemos que o vestibular cansa, mas é só este ano! Depois passa!"
7. Anteceder a conjunção “e”, quando o sujeito das orações for diferente
"Bruna foi ao shopping, e Manoel foi à praia."
3
Redação
Exercícios
1. Atendo-se aos enunciados que seguem, sua tarefa consistirá em analisá-los, levando em
consideração o uso ou não da vírgula. Em seguida, ative seus conhecimentos no sentido de deixar
registradas as impressões obtidas por meio de tal análise.
A mãe da garota eufórica resolveu buscá-la mais cedo no colégio. A mãe da garota, eufórica, resolveu buscá-la mais cedo no colégio.
2. Justifique as vírgulas empregadas nas seguintes frases:
a) “Em 1695, sete mil homens veteranos marcharam sobre Palmares.”
b) “E vive ainda a lembrança do último Zumbi, o rei de Palmares, o guerreiro que viveu na morte o seu
direito de liberdade e de heroísmo...”
3. Assinale a opção em que está corretamente indicada a ordem dos sinais de pontuação que devem
preencher as lacunas da frase ao lado: Quando se trata de trabalho científico ___ duas coisas devem
ser consideradas ___ uma é a contribuição que o trabalho oferece ___ a outra é o valor prático que
possa ter.
a) dois pontos, ponto e vírgula, ponto e vírgula
b) dois pontos, vírgula, ponto e vírgula
c) vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
d) ponto e vírgula, dois pontos, ponto e vírgula
e) ponto e vírgula, vírgula e vírgula
4. Assinale a sequência correta dos sinais de pontuação que devem ser usados nas lacunas da frase
abaixo. Não cabendo qualquer sinal, O indicará essa inexistência.
Aos poucos ____ a necessidade de mão de obra foi aumentando ____ tornando-se necessária a
abertura dos portos ____ para uma outra população de trabalhadores ____ os imigrantes.
a) O - ponto e vírgula - vírgula - vírgula
b) O - O - dois pontos - vírgula
c) vírgula - vírgula - O - dois pontos
d) vírgula - ponto e vírgula - O - dois pontos
e) vírgula - dois pontos - vírgula – vírgula
4
Redação
5. Assinale a alternativa cujo período dispensa o uso de vírgula:
a) Nesse trabalho ficou patente a competência dos jovens frente à nova situação.
b) O autor busca um meio capaz de gerar um conjunto potencialmente infinito de formas com suas
propriedades típicas.
c) Apreensivo ora se voltava para a janela ora examinava o documento.
d) Suas palavras embora gentis continuam um fundo de ironia.
e) Tudo isto é muito válido mas tem seus inconvenientes.
6. Assinale a opção em que o emprego da vírgula está em desacordo com as prescrições das regras
gramaticais da norma culta:
a) Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao vestibular
convencional, baseado, principalmente, na avaliação dos conteúdos. (Folha de S. Paulo,
24/8/1999.)
b) Elevar-se é uma aspiração humana a que música, essa arte próxima do divino, assiste com uma
harmonia quase celestial. (Bravo!, 7/1998.)
c) Estamos começando a mudar, mas ainda pagamos um preço alto por isso. (IstoÉ, 5/11/1997.)
d) Medicamentos de última geração, aliás, são apenas coadjuvantes no tratamento dos males do
sono. (Época, 3/8/1998.)
e) Acho impossível, e mesmo raso, analisar que é o teatro infantil fora de um contexto social. (O
Estado de S. Paulo, 4/7/1999.)
7. Em cada um dos retângulos abaixo, você poderá colocar ou não um sinal de pontuação. Sua decisão não deverá contrariar as regras de pontuação vigentes. Quando decidir utilizar ponto, não é necessário corrigir, com letra maiúscula, a palavra seguinte. Não reescreva o texto.
Quem ensina ou orienta [ ] precisa desenvolver [ ] a habilidade de ser empático [ ] a empatia [ ]
consiste [ ] na capacidade de colocar-se [ ] no lugar do outro [ ] de ver as coisas da perspectiva dele
[ ] por exemplo [ ] uma professora [ ] ao avaliar um novo jogo de palavras cruzadas destinado a
ampliar [ ] o vocabulário de suas crianças [ ] pode achá-lo fascinante [ ] mas deve perguntar-se [ ]
se as crianças lidarão bem com o novo jogo [ ] será que elas vão gostar [ ] será que vão entender as
regras de funcionamento [ ] será que o vocabulário vai realmente ser ampliado [ ]
5
Redação
8. Leia o fragmento abaixo, do conto A Cartomante, de Machado de Assis. Depois, responda às
perguntas.
"Separaram-se contentes, ele ainda mais que ela. Rita estava certa de ser amada; Camilo, não só o
estava, mas via-a estremecer e arriscar-se por ele, correr às cartomantes, e, por mais que a
repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado. A casa do encontro era na antiga Rua
Mangueiras na direção de Botafogo, onde residia; Camilo desceu pela da Guarda Velha, olhando de
passagem para a casa da cartomante."
Justifique o uso da vírgula depois da conjunção e, no seguinte trecho do texto: "... e, por mais que a
repreendesse, não podia deixar de sentir-se lisonjeado...
9.
Na tira de Garfield, a comicidade se dá por uma dupla possibilidade de leitura.
a) Explicite as duas leituras possíveis e explique como se constrói cada uma delas.
b) Use vírgula(s) para discernir uma leitura da outra.
6
Redação
10. E se baratas, ratos, moscas e mosquitos fossem exterminados? O mundo seria bem menos nojento -
essa é a opinião de muita gente. Mas pense bem: as consequências ruins seriam maiores que as boas.
Lembre-se das aulas na escola sobre equilíbrio ecológico. Baratas, ratos, moscas e mosquitos são
elos fundamentais da cadeia alimentar da qual você também faz parte. Por mais estranha que a ideia
possa parecer, sua vida depende dos pernilongos. Odair Correa Bueno dá um exemplo: "Larvas de
mosquitos se alimentam de partículas em suspensão na água e também servem de comida para
peixes. Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios e faltaria alimento para os
peixes." Cláudia de Castro Lima
Assinale o par de frases em que as vírgulas foram empregadas de acordo com a mesma regra.
a) E se baratas, ratos, moscas e mosquitos fossem exterminados?
Por mais estranha que a ideia possa parecer, sua vida depende dos pernilongos.
b) Baratas, ratos, moscas e mosquitos são elos fundamentais da cadeia alimentar…
Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios…
c) Por mais estranha que a ideia possa parecer, sua vida depende dos pernilongos.
Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios…
d) Baratas, ratos, moscas e mosquitos são elos fundamentais da cadeia alimentar…
Por mais estranha que a ideia possa parecer, sua vida depende dos pernilongos.
e) E se baratas, ratos, moscas e mosquitos fossem exterminados?
Sem essas larvas, muita matéria orgânica se acumularia nos rios…
7
Redação
Gabarito
1. Em se tratando do enunciado primeiro, não identificamos o uso da vírgula, fato perfeitamente
compreensível de modo que o adjetivo “eufórica” seja um adjunto adnominal. Nesse sentido, cabe
ressaltar que o termo faz referência à garota, não à mãe.
Já no segundo, deve-se haver o uso da vírgula, pois é o caso de um aposto explicativo que,
necessariamente, deve aparecer precedida desse sinal de pontuação. Nesse caso, o termo traz
referência à mãe da garota.
2.
a) O uso da vírgula está em concordância com o padrão formal da linguagem, por se tratar de um
adjunto adverbial de tempo.
b) Adequado ao padrão formal da linguagem, deve-se haver o uso da vírgula, que se trata de um aposto
explicativo, fazendo referência ao termo anterior, “último Zumbi”.
3. C
A primeira vírgula separa os termos sintáticos de uma mesma caracterização; os dois pontos trazem
uma explicação ao texto (sendo as duas coisas que devem ser consideradas); por fim, o ponto e vírgula
separam termos quando enumerados.
4. C
As duas vírgulas iniciais separam, novamente, termos de uma mesma caracterização sintática, não
tendo necessidade de colocar vírgula no espaço seguinte e, por fim, trazer a explicação de algum termo
por conta dos “dois pontos”.
5. B
Nesse trabalho ficou patente a competência dos jovens, frente à nova situação.
O autor busca um meio capaz de gerar um conjunto potencialmente infinito de formas com suas
propriedades típicas.
Apreensivo, ora se voltava para a janela, ora examinava o documento.
Suas palavras, embora gentis, continuam um fundo de ironia.
Tudo isto é muito válido, mas tem seus inconvenientes.
6. A
Com a vigência da nova lei, as instituições puderam usar processos alternativos ao vestibular
convencional baseado, principalmente, na avaliação dos conteúdos.
7. Quem ensina ou orienta, ou precisa desenvolver a habilidade de ser empático. A empatia consiste na
capacidade de colocar-se no lugar do outro, de ver as coisas na perspectiva dele; (ou , ou .) por exemplo,
uma professora, ao avaliar um novo jogo de palavras cruzadas destinado a ampliar o vocabulário de
suas crianças, pode achá-lo fascinante, (ou ;) mas deve perguntar-se se as crianças lidarão bem com o
novo jogo: (ou .) será que elas vão gostar? Será que vão entender as regras do funcionamento? Será que
o vocabulário vai realmente ser ampliado?
8. Usa-se a vírgula para separar a oração adverbial "por mais que a repreendesse", que aparece intercalada.
8
Redação
9. a) A comida, que é para gatos, tem pouca gordura: nesse caso, "pouca gordura" é característica da
comida para gatos.
A comida é para gatos que tenham pouca gordura: nesse caso, "pouca gordura" está se referindo
aos gatos.
b) 1º - Comida, para gato, com pouca gordura. 2º - Comida, para gato com pouca gordura.
10. C
A vírgula foi empregada com a finalidade de separar os termos deslocados, dessa forma, a alternativa
correta é a letra c.
1
Filosofia / Sociologia
Instituições Sociais
Resumo
Se há uma coisa que qualquer estudante de sociologia rapidamente aprende e passa a perceber é que
todo ser humano é profundamente moldado pela sociedade em que vive. Naturalmente, isto não significa que
não somos livres ou que não fazemos nossas próprias escolhas. Significa apenas que nossa liberdade não é
absoluta e ilimitada, mas sim situada e contextual. Em suma, nós não somos determinados pela sociedade,
mas somos radicalmente influenciados por ela. Em sociologia, dá-se o nome técnico de socialização a esse
processo de integração do indivíduo na vida social, no qual o sujeito é profundamente moldado pelos padrões
de funcionamento da sua sociedade.
Naturalmente, o processo de socialização não se dá rapidamente e de imediato, mas gradualmente e
por etapas. Os principais agentes responsáveis pela socialização são as chamadas instituições sociais, isto
é, aquelas estruturas e organizações básicas que sustentam e organizam o funcionamento da vida coletiva
Tradicionalmente, os sociólogos consideram cinco instituições sociais como as mais importantes. São
elas a família, a língua, a educação, a política e a religião. Tais instituições sociais são consideradas as mais
relevantes por serem universais, isto é, estão presentes em toda e qualquer cultura, não há registro de
sociedade humana sem a sua presença.
A família é a instituição social mais básica e inicial, responsável pela chamada socialização primária,
isto é, pela primeira integração do indivíduo em sociedade, através do ensino da língua, da transmissão de
valores, do ensinamento das normas básicas de convívio social, etc. Sua importância é essencial, uma vez
que ela é quem torna o sujeito apto a viver socialmente. Não à toa, famílias desestruturadas tendem a formar
pessoas desajustadas na sociedade.
Há, nas diversas culturas, os mais diferentes modelos de família: patriarcais, nas quais a liderança
compete ao homem, e matriarcais, nas quais a chefia cabe à mulher; monogâmicas, nas quais os dois
cônjuges são casados apenas entre si, poligâmicas, nas quais um homem é casado com várias mulheres, e
poliândricas, nas quais uma mulher é casada com vários homens; etc. Na sociedade ocidental
contemporânea, o papel desta instituição é cumprido pela família nuclear, ou seja, pai, mãe e filhos. Nas
sociedades tradicionais, por sua vez, a função da instituição familiar era exercida por toda a chamada família
extensa, que inclui avós, tios, primos, etc. Daí a importância das clãs, das tribos, etc.
A língua é a instituição social que tem como papel garantir a comunicação entre os membros da
sociedade. Sua existência é indispensável, uma vez que, sem comunicação, a sociedade não teria como se
organizar e sobreviver. Há, nas variadas culturas humanas, os mais diversos tipos de língua: umas são
ágrafas, isto é, apenas orais, faladas; outras possuem escrita. Nesta última categoria, a variedade também é
grande: há aquelas que usam alfabetos, as que usam hieróglifos, as que se valem de ideogramas, etc. O que
não há é registro de sociedade humana sem linguagem.
2
Filosofia / Sociologia
A educação não é a única, mas é a principal instituição responsável pela chamada socialização
secundária, isto é, por todos aqueles processos de integração social que se dão para além do nível familiar.
De fato, seu papel é precisamente transmitir às gerações mais novas os conhecimentos disponíveis em
sociedade, herdados das gerações passadas através da tradição e que a família não tem condições de
transmitir por si só.
Neste ponto, é importante, para entendermos bem esta instituição social, não confundirmos educação
com escola. De fato, é claro que há sociedades humanas sem escolas, ou seja, sem estabelecimentos de
ensino voltados para a transmissão de um conhecimento intelectual e acadêmico, cujo aprendizado é
verificado através da aplicação de provas. Há, efetivamente, sociedades sem esse tipo de educação formal.
O que não é sociedade sem educação: sem transmissão de valores, tradições e cultura adquirida. Um velho
cacique que ensina os pequenos indiozinhos a caçar os está educando, ainda que sua prática de ensino não
seja escolar.
A política é a instituição social responsável pela organização e regulação da vida coletiva. Seu papel é
administrar os conflitos sociais e zelar pelo bem daqueles que estão sob sua autoridade. Tal como não há
sociedade sem língua, sem família e sem educação, também não há sociedade sem política. Podem existir
talvez (discute-se muito sobre isso), sociedades sem Estado, isto é, sem uma autoridade burocrática,
impessoal e formal. Não há, no entanto, sociedades sem liderança política, sem chefes que guiem a vida em
comum. Com efeito, o próprio bom funcionamento da sociedade exige a existência dessa autoridade.
Existem, na realidade, os mais diversos tipos de regimes políticos, tradicionalmente agrupados em três
gêneros: os democráticos, nos quais a autoridade política pertence a todo o povo, seja exercendo-a
diretamente, seja mediante a eleição periódica de representantes seus; os aristocráticos, nos quais o poder
pertence a uma pequena elite, seja ela intelectual, religiosa, financeira, militar ou o que for; e os monárquicos,
nos quais a autoridade política cabe a apenas um indivíduo isoladamente, homem ou mulher, normalmente
dono de um título especial, como rei, imperador, príncipe, arquiduque, xá, sultão, etc.
Por fim, a religião é a instituição social que tem como propósito central oferecer um sentido e
explicação para a vida humana, fazendo-o através do apelo ao sagrado, isto é, a uma instância superior, divina,
sobrenatural. O vínculo do homem como o sagrado, por sua vez, usualmente se dá através da fé, da oração,
da prática de certas normas morais e do cumprimento de determinados ritos religiosos. Evidentemente, há,
ao longo da história, diversos registros de indivíduos não religiosos e mesmo anti-religiosos. O que não há é
caso conhecido de uma sociedade na qual a religião de maneira geral não exista.
Existem os mais diversos tipos de religiosidade, dentre as quais se destacam o politeísmo, que é a
crença em vários deuses; o monoteísmo, que é a crença em um único Deus; o henoteísmo, que é a crenças
em vários deuses, mas existindo um deus supremo, base de todos demais; o panteísmo, crença de que não
há um deus pessoal, mas sim que Deus é a própria natureza e que, portanto, todas as coisas são parte de
Deus; etc. Cabe lembrar aqui um dado curioso: apesar de ser assim na quase totalidade dos casos, não é
necessário, para uma pessoa ser religiosa, que ela acredite em um Deus ou em deuses. Certos ramos do
3
Filosofia / Sociologia
budismo são ateus, isto, é não creem em qualquer forma de divindade, mas não deixam de ser correntes
religiosas, uma vez que propõem o vínculo do homem com uma instância sagrada.
4
Filosofia / Sociologia
Exercícios
1. A Escola é considerada pela Sociologia uma instituição, pois se trata de um conjunto de relações entre
indivíduos mediadas por normas e procedimentos padronizados de comportamento, aceitos pela
sociedade como importantes para a socialização dos sujeitos e para a transmissão de determinado
conhecimento compartilhado pela cultura.
Assinale a alternativa que NÃO indica uma das funções das instituições escolares.
a) Preparar os sujeitos para os papéis profissionais e ocupacionais.
b) Transmitir a herança cultural do grupo.
c) Promover a mudança social por meio de pesquisas.
d) Estimular a sociabilidade entre os sujeitos.
e) Desenvolver o senso crítico-reflexivo para questionar a autoridade dos adultos e romper com as
regras sociais.
2. O rapaz que pretende se casar não nasceu com esse imperativo. Ele foi insuflado pela sociedade,
reforçado pelas incontáveis pressões de histórias de família, educação, moral, religião, dos meios de
comunicação e da publicidade. Em outras palavras, o casamento não é um instinto, e sim uma
instituição.
BERGER, P. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Petrópolis: Vozes, 1986 (adaptado).
O casamento, conforme é tratado no texto, possui como característica o(a)
a) consolidação da igualdade sexual.
b) ordenamento das relações sociais.
c) conservação dos direitos naturais.
d) superação das tradições culturais.
e) questionamento dos valores cristãos.
5
Filosofia / Sociologia
3. Leia o texto a seguir:
Amor
Menino rejeitado por casais heterossexuais por ser “feio e negro demais” é adotado por casal
homossexual. O garoto de quatro anos havia sido rejeitado por outros três casais heterossexuais
Atualmente, um dos debates mais acirrados da sociedade brasileira diz respeito à capacidade de casais
homossexuais fornecerem estrutura familiar para o desenvolvimento de uma criança. Ao contrapor o
senso comum de que apenas a família constituída por um homem e uma mulher pode oferecer essa
estrutura, ganhou repercussão, nas redes sociais, o caso do garoto de quatro anos que foi adotado por
um casal homossexual após ser rejeitado por três casais heterossexuais com as justificativas de ser
“feio” e “negro demais”. (...)
Disponível em: <http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2015/02/27/> Adaptado. Acesso em: junho 2015
O tema apresentado no texto se refere ao conceito sociológico de
a) Comunidade.
b) Instituição social.
c) Indicadores políticos.
d) Igualdade de gênero.
e) Democratização das classes trabalhadoras.
4. Um dos fenômenos sociais de destaque nos estudos sociológicos são as instituições sociais.
Conceituadas como “toda forma ou estrutura social estabelecida, constituída, sedimentada na
sociedade e com caráter normativo – ou seja, ela define regras e exerce formas de controle social”. Por
isso, mudanças nas instituições sociais geralmente envolvem disputas entre conservadores e
progressistas.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2008.
A situação que tem gerado disputa ideológica na sociedade brasileira tanto no discurso de senso
comum como nas instâncias de poder, em virtude do processo de mudança na formatação da
instituição social denominada de família, é
a) a comemoração ao divórcio.
b) o casamento religioso entre viúvos.
c) a união estável para os casais idosos.
d) a adoção de crianças por casais do mesmo sexo.
e) a perda da guarda dos filhos por abandono de incapaz.
6
Filosofia / Sociologia
5. Instituição social é definida pela Sociologia como um conjunto de relações sociais relativamente
permanentes, que absorve valores e procedimentos comuns e atende as necessidades básicas da
sociedade. A Educação é um exemplo de instituição social, cujo papel é o de socializar os indivíduos
no grupo comunitário.
Nesse contexto, NÃO é função da educação
a) transmitir a herança cultural.
b) promover mudanças por meio do engajamento na pesquisa.
c) familiarizar os indivíduos com os vários papéis da sociedade.
d) prover a preparação para os papéis ocupacionais e profissionais.
e) preparar os indivíduos para os papéis sociais exigidos exclusivamente pela família.
6. O estudo da religião é uma atividade desafiadora, que impõe demandas muito especiais à imaginação
sociológica. Ao analisar práticas religiosas, temos que compreender as muitas crenças e rituais
diferentes encontrados nas diversas culturas humanas.
GIDDENS, A. Sociologia. 6ª edição. Porto Alegre: Penso, 2012, p. 483.
A abordagem sociológica acerca do fenômeno da religião é bastante variada. Karl Marx, ao analisar a
função da religião na sociedade capitalista, faz uma interpretação bem diferente daquele de Durkheim
e de Weber. Que abordagem é essa adotada por Marx?
a) Marx relaciona a religião com a alienação e a ideologia. Segundo ele, a religião conforma os
homens no regime de dominação no qual eles vivem, destituindo-os da sua capacidade de
transformação da realidade e justificando desigualdades e injustiças em nome de deuses que são,
na verdade, fruto da criação humana.
b) Marx faz uma abordagem otimista acerca da religião. Segundo ele, todas as religiões, em um
sistema capitalista mundial, tendem a se sincretizar em um único modelo religioso de valorização
do homem enquanto ser fundamental.
c) Marx considera a religião como elemento fundante do capitalismo moderno. Para ele, a religião
oferece a base sobre a qual a moral burguesa irá se constituir. A essa base ele deu o nome de
espírito do capitalismo.
d) Marx analisa a religião a partir do totemismo australiano. É desse modelo religioso que ele extrai
a importância da religião para a solidariedade orgânica no capitalismo.
e) Marx compreende a religião como um produto da indústria cultural. Tal como os produtos culturais
de massa, a religião tem a característica de inebriar a população, fazendo com que ela não perceba
os problemas sociais. É por isso que ele afirmou que “a religião é o ópio do povo”.
7
Filosofia / Sociologia
7. Leia.
Escola pública do DF começa a testar chip para monitorar alunos
Por meio de um chip fixado no uniforme, uma turma de 42 estudantes do primeiro ano do ensino médio
tem suas entradas e saídas monitoradas no CEM (Centro de Ensino Médio) 414 de Samambaia, cidade-
satélite do Distrito Federal.
O projeto, que começou a funcionar no dia 22 de outubro, manda mensagem por celular aos pais ou
responsáveis pelos alunos, informando o horário de entrada e saída da escola.
Segundo a diretora do CEM, a medida foi tomada para aumentar a permanência dos alunos nas salas
de aula. "Os professores dos últimos horários reclamam que muitos alunos costumam sair antes do
término das aulas. Por mais que a escola tente manter o controle, eles dão um jeito de sair da escola".
Folha on-line. 30 out. 2012. Adaptado. Disponível em: <http://folha.com/no1177555>. Acesso em 30 out. 2012.
O texto apresenta uma forma de controle de estudantes dentro da instituição escolar. Esse tipo de
instrumento está vinculado a qual lógica apresentada pelo filósofo Michel Foucault?
a) Emancipação, que tem como fundamento tornar os estudantes sujeitos autônomos.
b) Panoptismo, que tem intenção de controlar, mas também de tornar mais produtivos os corpos
observados.
c) Regime de verdade, que faz com que a Escola esteja comprometida com a emancipação
humana.
d) Luta de Classes, que torna tensa a relação entre estudantes e professores.
e) Violência simbólica, que agride o sujeito através da linguagem.
8
Filosofia / Sociologia
8. A respeito dos estudos sobre instituições familiares, assinale V nas afirmativas verdadeiras e F, nas
falsas.
( ) O conceito sociológico de “família” é definido como a união entre um homem e uma mulher, ligados
por laços de sangue, de matrimônio ou de adoção.
( ) As relações desiguais de poder dentro da família revelam que certos membros tendem a ter mais
benefícios que outros.
( ) Os casamentos, atualmente, têm caráter voluntário, não sendo mais orientados apenas por
interesses econômicos e familiares, o que ocasionou liberdades, mas também novas coerções.
( ) Os primeiros casos de casamento entre pessoas do mesmo sexo, no Brasil, é amparado pelo
princípio de isonomia, para o qual todos são iguais perante a lei.
A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a
a) F V F V
b) V F F F
c) F V V V
d) V F F V
e) V F V F
9
Filosofia / Sociologia
9. O casamento não é objeto de nenhuma cerimônia, e a acelerada circulação matrimonial dos jovens faz
dele um negócio corriqueiro. No entanto, sempre que uma união se torna pública com a mudança de
domicílio de alguém, produz-se uma sutil comoção na aldeia. O novo casal começa imediatamente a
ser visitado por outros casais, seu pátio é o mais alegre e bulhento à noite; ali se brinca, os homens se
abraçam, as mulheres cochicham e riem. Dentro de alguns dias, nota-se uma associação frequente
entre o recém-casado e um outro homem, bem como entre sua mulher e a mulher deste. Os dois casais
começam a sair juntos à mata, a pintar-se e decorar-se no pátio do casal mais novo. Está criada a
relação de apihi-pihã.
Fonte: Instituto Socioambiental. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/povo/arawete/106> Acesso em 13 dez.
2012.
O texto acima descreve como se constroem as alianças matrimoniais e as relações de amizade entre
os Araweté, grupo indígena que vive atualmente no estado do Pará.
A respeito da instituição do casamento, assinale a alternativa correta sociologicamente.
a) O casamento deve ser sempre constituído por pessoas de sexos opostos.
b) O casamento, por ser uma construção social, pode existir de formas diversas.
c) O casamento existe somente na sociedade ocidental.
d) Todo casamento pressupõe um rito de passagem.
e) O casamento é desejado somente pelas mulheres.
10
Filosofia / Sociologia
10. “A instituição familiar é essencialmente dinâmica, e este dinamismo tornou-se muito visível na
segunda metade do século XX, não só no Brasil, mas em praticamente todo o mundo ocidental. A
família tradicional foi adquirindo contornos nunca antes imaginados. As novas configurações da
família levaram a sociedade, e inclusive os cientistas sociais, a anunciarem a falência desta instituição
social. Mas, não era o fim, e sim a prova da imensa capacidade criativa do ser humano de adequar-se
a novas necessidades e novos valores.”
PARANÁ. Livro didático de Sociologia. Curitiba, 2006, p.110
Segundo o texto é correto afirmar que
a) a instituição familiar se caracteriza por ser, essencialmente, matrilinear, dinâmica e imutável.
b) atualmente, as famílias se configuraram de maneiras distintas.
c) existe uma estrutura familiar que deve ser seguida por toda sociedade tida como correta.
d) não se configura como família onde não há a presença de um pai ou de uma mãe.
e) a família tradicional é imutável e estática.
11
Filosofia / Sociologia
Gabarito
1. E Ainda que a escola tenha como função desenvolver o senso crítico-reflexivo nos estudantes, ela também tem uma função de reprodução da sociedade: a de transmitir o legado cultural através das gerações. Assim sendo, ela não pode ser absolutamente revolucionária, pois isso faria com que ela deixasse de existir.
2. B
As instituições sociais são importantes, entre outras coisas, para que a sociedade tenha uma estabilidade. O casamento, por exemplo, tem importante função social ao criar laços mais ou menos duradouros e que permitem aos indivíduos constituírem famílias e educar os seus filhos de acordo com as regras sociais que compartilham.
3. B
Implicitamente, o texto faz referência à família como instituição social. Podendo variar historicamente e culturalmente, a família pode ter diversas configurações, tal como apresenta o texto da questão.
4. D
A família é uma das instituições sociais fundamentais da sociedade. Por esse motivo, ela corresponde a uma arena de disputa política acerca de sua definição. A demanda por adoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo põe em questão o modelo tradicional de família, baseada em relações heterossexuais.
5. E
A alternativa [E] é claramente incorreta. A educação faz uma mediação entre o ambiente público e privado de socialização. Sendo assim, preparar os indivíduos para os papéis exigidos pela família seria uma função da própria família, e não da educação.
6. A
Somente a alternativa [A] está correta. Marx enxergava a religião como um elemento ideológico e alienante. Entretanto, é importante considerar que isso não significa que, para ele, a religião seja fruto da indústria cultural. Esse próprio conceito de indústria cultural não foi elaborado por Karl Marx, mas por seus sucessores da Teoria Crítica.
7. B
Somente a alternativa [B] está de acordo com a argumentação de Michel Foucault. O controle sobre os corpos não tem intenção somente de vigiar os indivíduos, mas também te torná-los mais úteis e produtivos. É por isso que a instituição escolar se apropria desse instrumento para fazer os alunos ficarem na sala de aula.
8. C
Somente a primeira afirmativa é falsa. O conceito de família varia conforme a sociedade e o período histórico, devido à multiplicidade das formas de relações sociais. O conceito apresentado na afirmativa é, na verdade, a definição popular de família.
9. B
A instituição do casamento é uma construção social. Por isso, pode assumir formas bastante diversas, como, por exemplo, aquela apresentada no texto do enunciado.
12
Filosofia / Sociologia
10. B Afirmações como “a instituição familiar é essencialmente dinâmica” e “a família tradicional foi adquirindo contornos nunca antes imaginados” deixam entrever como a instituição familiar tem-se modificado, assumindo formas várias na sociedade brasileira contemporânea. Sendo assim, somente a alternativa [B] está correta.
Se você chegou até o final desse eBook, é um ótimo candidato para ajudar a gente.
Dá uma olhada aqui e veja como, juntos, podemos melhorar sua forma de aprender. É tranquilinho, chega mais!