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IV EDIPE – Encontro Estadual de Didática e Prática de Ensino 2011 1 AS CONTRIBUIÇÕES DE VYGOTSKY: NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA FINANCEIRA 1 Jhonny Afonso Cunha 2 RESUMO Este trabalho tem como objetivo verificar as contribuições de Vygotsky no processo de ensino-aprendizagem, que trabalha com os conceitos de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e a Mediação do professor – conteúdo – aluno, onde se identifica que o processo de ensino-aprendizagem sai do conhecimento empírico para o conhecimento científico, através da mediação do professor. O que se percebe que os acadêmicos que ingressa no ensino superior, muitos deles tiveram dificuldades na matemática durante as fases iniciais que antecede a universidade, acabam optando por não fazer cursos que se utiliza muito dela, como exemplo o curso de administração que aparece em vários momentos o ensino de matemática como pré-requisito para cursar as disciplinas de matemática aplicada, matemática financeira, estatística aplicada, análise de balanço, administração financeira I e II e outras como as de economia e contabilidade. Foram relatados os conceitos teóricos de ZDP, Mediação e Ensino de Matemática Financeira, com isso através destas propôs aos docentes uma concepção de plano de ensino de matemática financeira aos acadêmicos do curso de administração, com a preocupação de que se inicia verificando os conhecimentos cognitivos que os alunos trás para confrontar com o conhecimento científico, que eles possam visualizar a prática no seu cotidiano através da mediação professor – conteúdo – aluno e da descoberta de uma zona de desenvolvimento proximal, que proporcionará a melhoria do processo de ensino – aprendizagem, levando o aluno do senso comum para o conhecimento científico e deste para o pensamento teórico, que provocará a redução da discriminação da matemática no curso, pois com a aplicação do conhecimento teórico da matemática financeira no seu cotidiano através da utilização de casos reais e da busca pelo discente em interiorizar o nuclear do conteúdo. PALAVRAS-CHAVE – Zona de Desenvolvimento Proximal, Ensino–Aprendizagem, Mediação e Matemática Financeira. 1 Artigo apresentado como processo de avaliação da disciplina Teoria da Educação e Processos Pedagógicos do Programa de Mestrado de Educação da PUC – GO 2 Mestrando em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC – GO. Professor e Coordenador do Curso de Administração da Faculdade do Norte Goiano – FNG em Porangatu – GO [email protected]

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    AS CONTRIBUIES DE VYGOTSKY: NO PROCESSO DE ENSINO

    APRENDIZAGEM DA MATEMTICA FINANCEIRA1

    Jhonny Afonso Cunha2

    RESUMO

    Este trabalho tem como objetivo verificar as contribuies de Vygotsky no processo de ensino-aprendizagem, que trabalha com os conceitos de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e a Mediao do professor contedo aluno, onde se identifica que o processo de ensino-aprendizagem sai do conhecimento emprico para o conhecimento cientfico, atravs da mediao do professor. O que se percebe que os acadmicos que ingressa no ensino superior, muitos deles tiveram dificuldades na matemtica durante as fases iniciais que antecede a universidade, acabam optando por no fazer cursos que se utiliza muito dela, como exemplo o curso de administrao que aparece em vrios momentos o ensino de matemtica como pr-requisito para cursar as disciplinas de matemtica aplicada, matemtica financeira, estatstica aplicada, anlise de balano, administrao financeira I e II e outras como as de economia e contabilidade. Foram relatados os conceitos tericos de ZDP, Mediao e Ensino de Matemtica Financeira, com isso atravs destas props aos docentes uma concepo de plano de ensino de matemtica financeira aos acadmicos do curso de administrao, com a preocupao de que se inicia verificando os conhecimentos cognitivos que os alunos trs para confrontar com o conhecimento cientfico, que eles possam visualizar a prtica no seu cotidiano atravs da mediao professor contedo aluno e da descoberta de uma zona de desenvolvimento proximal, que proporcionar a melhoria do processo de ensino aprendizagem, levando o aluno do senso comum para o conhecimento cientfico e deste para o pensamento terico, que provocar a reduo da discriminao da matemtica no curso, pois com a aplicao do conhecimento terico da matemtica financeira no seu cotidiano atravs da utilizao de casos reais e da busca pelo discente em interiorizar o nuclear do contedo. PALAVRAS-CHAVE Zona de Desenvolvimento Proximal, EnsinoAprendizagem,

    Mediao e Matemtica Financeira.

    1 Artigo apresentado como processo de avaliao da disciplina Teoria da Educao e Processos Pedaggicos do Programa de Mestrado de Educao da PUC GO 2 Mestrando em Educao pela Pontifcia Universidade Catlica de Gois PUC GO. Professor e Coordenador do Curso de Administrao da Faculdade do Norte Goiano FNG em Porangatu GO [email protected]

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    1 INTRODUO

    O ensino da matemtica desde as fases iniciais so de grande dificuldade para o professor e o

    aluno no processo de ensino aprendizagem do contedo, pois os motivos so vastos. No

    ensino superior onde a matemtica vista com maior especificidade nas suas utilizaes

    prtica de cada profisso.

    Os acadmicos muitos que tiveram dificuldades na matemtica, nas fases iniciais que

    antecede a universidade, acabam optando por no fazer cursos que se utiliza muito dela, como

    exemplo o curso de administrao que aparece em vrios momentos o ensino com base na

    matemtica, como matemtica aplicada, matemtica financeira, estatstica aplicada, anlise de

    balano, administrao financeira I e II e outras como as de economia e contabilidade.

    Neste estudo o objetivo geral levantar as contribuies de Vygotsky para o ensino da

    matemtica financeira, mesmo no curso de administrao tm-se dificuldades para o ensino da

    matemtica em geral, porm o trabalho estar focado somente na disciplina de matemtica

    financeira.

    Das teorias de Vygotsky o trabalho focar na Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e a

    Mediao como instrumentos da melhoria do processo de ensino-aprendizagem, onde a

    prpria ZDP se utiliza da mediao em seu processo, onde o professor sai o papel de somente

    transmissor de contedo para um patamar de mediador onde trar para o aluno

    ferramentas e instrumentos para a busca do conhecimento.

    Neste momento o aluno ser despertado em seus motivos, necessidades e objetivos, em ter o

    conhecimento cientfico da matemtica financeira e no ficar somente com senso comum,

    pois ele perceber que com a descoberta deste conhecimento, facilitar o entendimento da

    interdisciplinaridade da matemtica financeira com as demais disciplinas do curso de

    administrao e com o cotidiano do futuro administrador.

    O trabalho aqui proposto divide-se no estudo terico da Zona de Desenvolvimento Proximal

    (ZDP), Mediao e o Ensino da Matemtica Financeira e depois descrever as concluses que

    levar o professor de matemtica financeira do curso de administrao a refletir a utilizao

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    das teorias de Vygotsky na sua prtica pedaggica ou na didtica especifica que proporcionar

    a mudana qualitativa em suas aulas e no processo de ensino aprendizagem dos alunos.

    2 ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL (ZDP)

    A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) de Vygotsky conecta uma perspectiva

    psicolgica geral sobre o desenvolvimento da criana com uma perspectiva pedaggica sobre

    o ensino o pressuposto que subjaz ao conceito o desenvolvimento psicolgico e o ensino so

    socialmente enquadrados; para entend-los, preciso analisar a sociedade e suas relaes

    sociais (HEDEGAARD, 2002).

    A ZDP segundo Vygotsky: A criana capaz de imitar uma srie de aes que ultrapassam suas prprias competncias, mas somente dentro de limites. Por meio da imitao, a criana capaz de desempenhar muito melhor quando acompanhada e guiada por adultos do que quando deixada sozinha, e pode fazer isso com entendimento e independncia. A diferena entre o nvel de tarefas resolvidas que podem ser desempenhadas com orientao e auxlio de adultos e o nvel de tarefas resolvidas de modo independente a ZDP (1982: 117).

    Na viso de Vygotsky (2007) coloca que a ZDP so aquelas funes que ainda no

    amadureceram, mas que esto em processo de maturao, funes que amadurecero, mas que

    esto presentemente em estado embrionria. Sendo um instrumento que os psiclogos e

    educadores atravs do qual se pode entender o curso interno do desenvolvimento.

    A noo de ZDP capacita-nos a propor uma nova frmula, a de que o bom aprendizado

    somente aquele que se adianta ao desenvolvimento (VYGOTSKY 2007, p. 102). Com a

    criao da ZDP, ou seja, o aprendizado desperta vrios processos internos de

    desenvolvimento, que so capazes de operar somente quando em cooperao com seus

    companheiros. Uma vez internalizados, esses processos tornam-se parte das aquisies do

    desenvolvimento independente do aluno.

    Como o grande idealizador desta teoria Vygotsky sublinhou que a principal caracterstica do

    ensino que ele cria a ZDP, estimulando uma srie de processos internos de

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    desenvolvimento. Assim a ZDP uma ferramenta analtica necessria para planejar o ensino e

    explicar seus resultados.

    tambm coloca com grande propriedade que o desenvolvimento humano caracterizado

    pela habilidade de adquirir ferramentas psquicas. Assim ele no nega o desenvolvimento

    biolgico humano formado e concretizado atravs do desenvolvimento social e histrico.

    Segundo Vygotsky o aprendizado pode ser defino como: um aspecto necessrio e universal do processo de desenvolvimento das funes psicolgicas culturalmente organizadas e especificamente humanas. O aspecto mais essencial de nossa hiptese a noo de que os processos de desenvolvimento no coincidem com os processos de aprendizado. Ou melhor, o processo de desenvolvimento progride de forma mais lenta e atrs do processo de aprendizado; desta sequenciao resultam, ento, as ZDP (2007, p.103).

    A Zona de Desenvolvimento Proximal pode ser visto conforme a figura 01, como sendo a

    interao entre o conhecimento cientfico que se utiliza de conhecimentos orientados e

    desenvolvidos e comprovados metodologicamente e o conhecimento corriqueiro do senso

    comum, do cotidiano e das percepes do ambiente com a mediao do ensino com o

    professor, est interface e colocado como a ZDP.

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    A ZDP pode tambm ser vista na perspectiva da ao dentro de uma certa atividade. Para o

    aluno na escola, a ao relacionada com a atividade de ensino/aprendizagem. O papel do

    professor dirigir a ao dentro da escola de uma maneira apropriada ao nvel atual do

    desenvolvimento do aluno, ao contexto cultural e social, e s teorias do professor sobre o que

    o assunto central.

    Por exemplo, as teorias do professor sobre o que matemtica financeira, e sobre o que

    caracteriza a lgica da matemtica financeira, influenciaro as aes de ensino e de

    aprendizagem na didtica da matemtica financeira.

    3 MEDIAO

    Como pode ser vista na Zona de Desenvolvimento Proximal, a grande funo do professor

    mediar o conhecimento cientfico com o conhecimento corriqueiro, principalmente buscar

    no aluno o conhecimento cognitivo para despertar a vontade de conhecer o conhecimento

    cientfico.

    O papel do professor como mediador entre o aluno e o conhecimento socialmente construdo.

    A mediao se transformou na sntese do trabalho do professor, ressaltada como contraponto

    nas crticas escola tradicional, em que o papel do professor se embasava na transmisso do

    conhecimento (GONALVES, 2005).

    A tarefa do professor no par dialtico ensino aprendizagem e como: Um processo que facilita a transformao permanente do pensamento, das atitudes e dos comportamentos dos alunos/as, provocando a comparao de suas aquisies mais ou menos espontneas em sua vida cotidiana com as proposies das disciplinas cientificas, artsticas e especulativas, e tambm estimulando sua experimentao na realidade (GMEZ, 1998, p. 70 citado por GONALVES, 2005, p. 64).

    As teorias no campo histrico-cultural atribuem ao professor, na ao de ensinar, o papel do

    mediador, em contraposio ao facilitador coadjuvante da escola nova e ao transmissor da

    escola tradicional.

    Segundo Vygotsky a mediao pode ser explicada da seguinte forma:

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    a noo de que o signo instrumento psicolgico por excelncia estaria mediatizando no s o seu pensamento, como o prprio processo social humano. Inclui dentre os signos, a linguagem, os vrios sistemas de contagem, as tcnicas de mnemnicas, os sistemas simblicos algbricos, os esquemas, diagramas, mapas, desenhos, e todo tipo de signos convencionais. Sua ideia bsica a de que, ao us-lo, o homem modifica as suas prprias funes psquicas superiores (Vygotsky 1981a, p. 137, citado por Moyss, 2006, p. 23).

    A mediao funciona como um elemento auxiliar externo, que articula as funes psquicas

    internas aos estmulos do mundo exterior. A linguagem o sistema mais importante para o

    homem, segundo Vygotsky um sistema de signos. Por ela, o homem entra em contato com

    o mundo e suas representaes. Isso implica que o desenvolvimento da criana est

    mediatizado pelas determinaes culturais. Para Vygotsky, citado por Moyss (2006, p. 27),

    o verdadeiro curso do processo de desenvolvimento do pensamento infantil assume uma

    direo que vai do social para o individual.

    Segundo Gonalves (2005, p. 66) a possibilidade do conhecimento : mediada por instrumentos e signos, ambos construdos e significados pelos homens no seu processo histrico. E sob essa premissa que o papel do professor volta a ganhar relevncia, agora como mediador na relao do sujeito com o objeto no processo de aquisio e construo do conhecimento.

    A mediao vai se realizar entre o conhecimento que o educando j possui e o conhecimento

    socialmente acumulado e novo para ele. Nessa relao, o conhecimento adquire sentido para o

    educando, passa a ser dele e no do outro. Na atividade pedaggica necessrio, ento, que se

    revele o conhecido e o desconhecido, com isto o papel do professor que se utiliza da

    mediao como prtica pedaggica em suas aulas, dever se preocupar em conhecer o que os

    alunos j sabem do seu contedo, potencializando juntamente com eles o ensino-

    aprendizagem de novos contedos ainda desconhecidos para eles.

    Segundo Moyss (1997, p. 22-23) citado por Gonalves (2005, p. 69), diz: A tarefa de ser mediador entre o objeto e o sujeito do conhecimento exige do professor o desenvolvimento de certas atitudes. Destacam-se, dentre essas, a de descobrir o que o aluno j sabe; a organizar de forma coerente e articulada o contedo a ser transmitido; a de criar condies para que ele possa passar do particular para o geral deste para aquele, de tal forma que ele prprio reconstrua o conhecimento. Nisto reside provavelmente um dos aspectos mais importantes do processo de aprendizagem escolar.

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    De acordo com estudos do professor Libneo (2008, p. 03) o tringulo didtico demonstrado

    na figura 02, diz: recorrente na historia da pedagogia a meno ao tringulo didtico onde se identifica aquele que ensina, um contedo que se ensina e algum a quem ensina. (...) aos quais se agregam outras perguntas: para qu ensinar, em que condies se ensina, como se ensina, como se avalia o que se ensina, etc. convenciona-se que no tringulo didtico a relao entre professor e contedo como sendo o ensino, a relao entre aluno e saber como aprendizagem, e a relao entre aluno e professor como formao. bastante plausvel concluir que toda situao didtica tem como resultado a aprendizagem de algo, ou seja, o objetivo do professor no apenas apresentar a matria, mas fazer com que seu saber se converta em saber do aluno, seja ele um transmissor, um facilitador, um mediador.

    O aluno tambm possui a sua contribuio para este processo de mediao, pois na

    triangulao do ensino-aprendizagem, atravs da mediao possui trs elementos como o

    professor contedo aluno (conforme a figura 02). Onde o aluno possui a funo de obter a

    apropriao e reconstruo do conhecimento depende de sua ativa participao no processo

    pedaggico.

    Conforme os estudos de Gonalves (2005), por isso, no h chance de a mediao se

    confundir com a transmisso de saberes. O educador atua favorecendo a construo, porque o

    conhecimento aquilo que ficou para o aluno e no o que o professor lhe disse. Construir

    conhecimento dar significado prtica humana e a natureza. Com isso o professor no

    processo de mediao a de recuperar a totalidade do conhecimento, resgatando seus

    fragmentos e estabelecendo conexes entre suas partes.

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    4 ENSINO DE MATEMTICA FINANCEIRA

    O ensino de matemtica financeira no curso de administrao vem a se entregar as demais

    disciplinas que fazem partes de uma matriz curricular proposta de acordo com as diretrizes

    colocadas pelo Ministrio de Educao (MEC), onde a sua necessidade neste curso no

    simplesmente um contedo atpico das necessidades dos futuros administradores de empresas.

    O conhecimento de matemtica financeira, parte da necessidade de se conhecer alguns

    contedos bsicos ou pr-requisito de outras disciplinas como Administrao Financeira I e

    II, Economia Geral, Gesto de Projeto, Anlise de Viabilidade Econmica Financeira de

    Projeto entre outras. Mas neste momento o que seria nuclear no conhecimento de matemtica

    financeira, que iria suprir a necessidade dos alunos ao enfrentar o mercado de trabalho e as

    demais disciplinas que ainda viro no curso de administrao?

    Ao analisar o que seria nuclear da disciplina de matemtica financeira, verifica-se que o

    valor do dinheiro no tempo e o nuclear da disciplina, onde necessitar obter alguns

    conceitos bsicos para o embasamento, aplicao e utilizao como: financiamento e

    emprstimos, montante, capital, taxa de juros, prazos e juros.

    Como matemtica financeira no curso de Administrao sempre vem nos primeiros semestres,

    com isto os alunos possui um forte conhecimento do senso comum em relao a est

    disciplina, muitos deles somente conhecem sobre juros e parcelas, pois utiliza no cotidiano,

    porm no se sabe o processo investigativo de descobrir o juro e as parcelas. E ao aprofundar

    nos conceitos de matemtica financeira fica mais difcil, pois a compreenso da maioria dos

    alunos e muito pouco.

    As experincias obtidas em sala de aula com a disciplina de matemtica financeira, na sua

    maioria e que os alunos no gosta de estud-la, pois possui dificuldades desde nas fases

    anteriores do ensino e imagina que na graduao ela seja algo muito difcil.

    Neste trabalho foi introduzido a ZDP e a Mediao que so teorias oriundas de Vygotsky,

    para melhor compreenso do estudo da matemtica financeira para os futuros

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    administradores, com isso ela dever obter uma abordagem dentro destas duas teorias com

    isto facilitando o ensino-aprendizagem dos acadmicos, principalmente por necessitar deste

    conhecimento para outras disciplinas dentro da matriz curricular do curso.

    Mas o ensino de matemtica financeira utilizando da ZDP e da Mediao dever se preocupar,

    de despertar a vontade do aluno pela disciplina, pois somente com a ponte ou elo entre o

    conhecimento cognitivo e o cientfico que o aluno ter no decorre das aulas levar a verificar

    que a matemtica financeira e algo muito fcil e de grande utilidade no cotidiano das pessoas

    e principalmente dos administradores.

    5 CONCLUSO

    Na Teoria de Vygotsky, onde utilizamos de duas teorias conceituadas dele que so a Zona de

    Desenvolvimento Proximal (ZDP) e a Mediao do professor contedo aluno, percebemos

    a grande necessidade de se pensar no plano de ensino.

    Uma proposta de plano de ensino, segundo Libneo (2008 p. 11), dever passar por cinco

    passos: 1. Identificar, o nuclear conceitual da matria (essncia, principio geral bsico) e as relaes gerais bsicas que a definem e lhe do unidade. Este ncleo conceitual contm a generalizao esperada para que o aluno a interiorize, de modo a poder deduzir relaes particulares da relao bsica identificada; 2. Construir a rede de conceitos bsicos que do suporte a esse ncleo conceitual, com as devidas relaes e articulaes; 3. Estudo da gnese e dos processos investigativos do contedo, de modo a identificar aes mentais, habilidades cognitivas gerais a formar no estudo da matria; 4. Formulao de tarefas de aprendizagem, com base em situaes-problemas, que possibilitem a formao de habilidades cognitivas gerais e especificas em relao matria; e 5. Prever formas de avaliao para verificar se o aluno desenvolveu ou esto desenvolvendo a capacidade de utilizar os conceitos como ferramentas mentais.

    Pode concluir que o plano de ensino para disciplina de Matemtica Financeira, baseado nos

    conceitos de ZDP e Mediao de Vygotsky, dever partir das seguintes premissas:

    1. Ao identificar o nucelar conceitual da matria de matemtica financeira, descobrimos

    que a essncia da disciplina o valor do dinheiro no tempo, onde estar ligado atravs de

    conceitos bsicos para este entendimento, so os conceitos de juros, capital, montante,

    emprstimos e financiamentos;

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    2. Construir a rede de conceitos bsicos, onde devero ser verificados quais so os

    saberes j adquiridos do senso comum, do que j ouviram falar do que imaginam ser verdade

    dentro da matemtica financeira que cada aluno trar individualmente para compartilhar com

    o grupo. E assim disponibilizar os conceitos bsicos de acordo com o nuclear da disciplina e

    fazendo ligaes destes com a realidade vivida pelos alunos;

    3. Neste momento buscar juntamente com os alunos, quais foram os caminhos

    percorridos pelos cientistas ou pesquisador para descobrir os processos investigativos do

    conceito estudado, e o professor se preocupar com transformar estes processos em aes

    mentais para o desenvolvimento da atividade critica reflexiva do aluno com o contedo.

    Onde o professor far atravs da ZDP o confronto do conhecimento corriqueiro do aluno com

    o conhecimento cientifico do pesquisador, lgico com o processo de mediao do professor,

    com isto buscando obter a interiorizao dos conceitos bsicos da matemtica financeira;

    4. Na formulao das tarefas ou atividade de aprendizagem, buscar na realidade relatar

    questes problemas, que condizem com a realidade, os motivos e as necessidades dos alunos,

    como exemplos nestas tarefas podem ser feitos, pesquisas in loc, estudos de caso, exemplos

    do prprio aluno vivenciou no seu cotidiano, como emprstimos e financiamentos realizados

    e verificar quais so os juros, taxas, prazos e principalmente se est sendo lesado ou no na

    aquisio de algum destes emprstimos, e

    5. Ao constituir uma avaliao para obter feedback dos alunos em relao ao contedo

    ministrado, conforme as teorias de Vygotsky preocupar em formular questionamento que faa

    do avaliado saber criticar, refletir e concluir questes atravs dos conceitos estudados e no

    uma simples definio do conceito.

    A teoria de Vygotsky nos coloca num patamar de que o aluno dever descobrir o

    conhecimento, por isso utiliza-se a viso do professor no um mero transmissor de

    conhecimento e sim um mediador, colocando aos alunos a disposio vrias ferramentas e

    instrumentos para aquisio deste conhecimento. Pois o professor dever verificar quais so

    as reais necessidades, motivos e objetivos que o aluno procure conhecer na disciplina de

    matemtica financeira.

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    Com a utilizao destas teorias devemos fazer o aluno se deslocar saber somente fazer os

    clculos do conhecimento corriqueiro (cotidiano), para um conhecimento cientfico, onde

    saber calcular com base em parmetros econmicos e financeiros e saber interpretar o

    resultado deles, mas o professor baseado nas teorias de Vygotsky dever ultrapassar este

    conhecimento cientifico, para o pensamento terico, que seria o aluno saber fazer as conexes

    dos resultados da matemtica financeira com a lgica do sistema financeira, do modelo

    econmico de hoje o neoliberalismo e o sistema de reestruturao do capital, com isto

    possibilidade uma viso mais ampla ao aluno e tornando-se um cidado crtico reflexivo.

    7 REFERNCIA BIBLIOGRAFICA

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