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alguns dos desafios que temos pela fren-te. Em suma: Prevenir, Cuidar, Alargar e Inovar, sempre com humanidade, res-peito e atenção por todos os que a nós recorrem. Têm trabalho na área da saúde com minorias, nomeadamente emigrantes? A SCML está de portas abertas a todos os que precisam; a nossa missão, o nos-so core bussiness é ajudar os mais des-favorecidos, os mais carenciados, os que mais enfrentam dificuldades, sejam por-tugueses, emigrantes ou refugiados. E nesse aspeto, não tenho dúvidas em afir-mar que temos sido bem sucedidos. Este ano têm em marcha diferentes investimentos na área da saúde. Qual destaca e porquê? É verdade, estão em curso muito proje-tos distintos na área da Saúde. Há um que quero destacar, não só pela sua impor-tância (na realidade são todos fundamen-tais), mas igualmente pela sua dimen-são, bem como pelo impacto que acre-dito que terá na Área Metropolitana de Lisboa. Estou a referir-me ao alargamen-to do Hospital de Sant´Ana, na Parede. O que tem de especial? Confesso que tenho por este projeto um especial carinho… Acompanhei-o de perto desde o primeiro minuto, des-de as primeiras reuniões em que mui-to de debateu sobre a necessidade de um novo hospital, as demolições da infraestrutura devoluta que permane-cia naquele local há muitos e muitos anos. Por outro lado é importante não esquecer a importância do Hospital de Sant´Ana, que muitos desconhecem que é propriedade da Santa Casa da Mise-ricórdia de Lisboa. Este hospital é uma referência nacional e internacional na área da Ortopedia mas, precisamente devido à necessidade constante da San-ta Casa em inovar e evoluir, precisava já de algumas mudanças: novas infraes-truturas, melhor equipamento, novas especialidades… Quando abrir as por-tas à população – e estamos já em con-tagem decrescente – os cidadãos pas-sarão a estar mais bem servidos. Acre-dito que esta é uma obra marcante, para a Saúde das pessoas, para a SCML, para a Área Metropolitana de Lisboa, para os próprios profissionais que lá trabalham, enfim, para todos. Têm uma rede de unidades de saúde na cidade, como que centros de saúde.

Sentem muita procura? O que vos parece que leva os utentes a recorrerem aos vossos centros em vez dos centros de saúde do SNS? Antes de mais, é preciso fazer um escla-recimento: os utentes do SNS não pro-curam as Unidades de Saúde da SCML em detrimento do SNS. Os nossos servi-ços não são concorrentes aos do Servi-ço Nacional de Saúde, nem tal poderia ser. São complementares. Relativamen-te à pergunta que me coloca, a resposta é sim, sentimos muita procura por par-te dos utentes Santa Casa, que têm com as nossas Unidades de Saúde uma rela-ção muito próxima e de muita confian-ça. As Unidades de Saúde Santa Casa des-tinam-se, desde há muitas décadas, aos utentes da nossa instituição, às pessoas carenciadas que detêm o cartão Santa Casa e que usufruem dos nossos servi-ços. E já que estamos a abordar esta ques-tão posso avançar que, muito em breve, as nossas Unidades serão abertas à popu-lação que, se desejar, poderá recorrer aos nossos serviços. Estão articulados com os serviços públicos e com hospitais e clínicas privadas? Existe, naturalmente, uma relação de proximidade entre os nossos hospitais e centros – Hospital de Sant´Ana, Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e Unidade de Cuidados Continuados Maria José Nogueira Pinto – com o SNS, através de acordos que são estabeleci-dos ou protocolos. A intenção da SCML não é estar fechada sobre si mesma, pelo contrário. Tem sido sempre intenção do Provedor da Instituição, Dr. Pedro San-tana Lopes, criar uma rede de parcerias com várias entidades, por forma a ser-vir os nossos utentes mais e melhor. E a Saúde não tem sido exceção! Já referiu o apelo que tem havido para maior aposta na prevenção. Esta área hoje já uma prioridade para a Santa Casa? A prevenção é fundamental na Saúde. Nos últimos anos tem-se verificado uma mudança de paradigma: se antes a prio-ridade era a cura, atualmente a OMS também incentiva e aposta na preven-ção. E não tenhamos ilusões: a preven-ção depende da sensibilização, das ações de Educação, que são as apostas do nos-so programa Saúde Mais Próxima. Pos-so-lhe dizer que é verdade que as nos-sas Unidades Móveis circulam pelas ruas de Lisboa a realizar gratuitamente ras-treios à Diabetes, ao Colesterol, à Ane-mia, a todas as pessoas que assim o dese-jarem mas, o que realmente considero importante, é o trabalho menos visível da Saúde Mais Próxima, aquele que é feito nas ações de sensibilização nas escolas, nas Universidades… Quero sobre-tudo destacar o trabalho realizado nas escolas, afinal, ensinar as crianças a ado-tarem melhores hábitos, e mais saudá-veis, é o primeiro passo para mudar comportamentos. Isto, porque as crian-ças chegam a casa, relatam aos pais o que aprenderam nas ações da Saúde Mais Próxima e pressionam os proge-nitores a mudar, dizendo “não fumes, porque faz mal” ou “não se deve comer muito açúcar”. A Saúde passa pela pre-venção, não haja dúvidas.

Quais são as principais preocupações da Santa Casa na área da Saúde? Antes de mais é necessário não esquecer que a génese da Santa Casa da Misericór-dia de Lisboa (SCML) está na Saúde e na Ação Social; estas são as duas áreas-cha-ve nas quais foi construída esta impor-tante instituição, há 519 anos. Nessa altu-ra, a população mais desfavorecida, e até esquecida, da cidade de Lisboa era aju-dada por um grupo de pessoas altruístas e dedicadas, que lhes dava alimento e tra-tamento, numa época em que ainda não haviam médicos ou enfermeiros. Os sécu-los passaram, mas quem trabalha na San-ta Casa tem a noção plena da importân-cia destas duas áreas e aquilo que repre-sentam junto de quem nos procura. Na área da Saúde são várias as preocupa-ções, mas posso resumi-las numa frase: cuidar de quem está doente e prevenir a doença de quem está saudável. No dia a dia, acabam por ter esses dois tipos de intervenção? Como bem sabemos, a Saúde é um bem inestimável que tem de ser cuidado e protegido. Por esse motivo, uma parte substancial do nosso trabalho não se resume unicamente a diagnosticar a doença e a curar, mas igualmente a ensi-nar a população a adotar comportamen-tos mais saudáveis, para que possam ter uma vida mais longa e com qualidade. Mas o nosso trabalho é ainda mais vas-to. Procuramos manter a excelência que nos é reconhecida, tentamos estar aten-tos às novas metodologias e técnicas da Medicina. Mantemos também contacto com especialistas estrangeiros para que possamos aprender e trocar conheci-mentos, enfim, existe um esforço per-manente para não nos acomodarmos e para estarmos sempre em constante evo-lução. Os nossos utentes, quem depen-de de nós, merece isso. Como está a saúde dos lisboetas? Consegue traçar algum cenário? É difícil traçar um cenário único, até por-que existem realidades distintas na cida-de de Lisboa. Mas posso dizer com algu-

ma segurança que os hábitos errados são alguns dos principais problemas dos nossos cidadãos. Beber em excesso, fumar e uma má alimentação – este último mui-tos vezes associado à falta de poder eco-nómico – constituem alguns dos princi-pais problemas. Têm mesmo um programa nesta área? Sim. O programa Saúde Mais Próxima, criado em 2012 e no qual Unidades Móveis de Saúde percorrem as ruas e bairros de Lisboa com ações de sensibilização (e também rastreios a algumas doenças) permite-nos identificar as carências eco-nómicas e o desconhecimento como as principais causas que originam vários problemas clínicos. Existe ainda outra questão que nos preocupa: o isolamen-to dos idosos que recorrem às nossas Unidades de Saúde, as quais estão dis-persas pela cidade. Esses idosos estão muito sozinhos e isso é muito preocu-pante, em termos de saúde física e psi-cológica. Que necessidades da população têm aumentado mais nos últimos anos? Não nos podemos esquecer que vivemos, até há bem pouco tempo, uma crise pro-funda e isso refletiu-se, inevitavelmen-

te, na Saúde. Nesses anos verificou-se um aumento da procura, as pessoas recor-riam ainda mais aos serviços de Saúde da Santa Casa. Mas esse é o papel da SCML: servir e ajudar quem precisa. É isso que nos move. Que estratégias encontraram para responder a essas necessidades? A Saúde Mais Próxima, que já referi, foi uma das estratégias desenvolvidas. Em vez de esperarmos que as pessoas nos procurassem – e algumas não o faziam por vergonha de assumir as dificuldades económicas – decidimos nós procurar a população necessitada. Numa primeira fase começámos por percorrer todos os bairros carenciados de Lisboa, onde incen-tivámos os moradores a realizar rastreios, a ouvir os ensinamentos da nossa equi-pa de profissionais, a incentivar a popu-lação a consultar um médico, onde aler-támos para a importância de reduzirem o consumo de açúcar, só para dar alguns exemplos. Hoje, decorridos precisamen-te cinco anos desde que este programa foi criado, mantemos a nossa ação, mas já demos um passo em frente: os ras-treios já não são o nosso foco de atuação principal, mas sim a Educação Para a Saúde. A Organização Mundial da Saú-de tem alertado que o foco de atuação deverá ser a prevenção e nós concorda-mos: só ensinando é que será possível mudar hábitos errados e nocivos. E se a cura da doença é importante, não nos podemos esquecer que a prevenção é fundamental! Além disso, quais lhe parecem, neste momento, os maiores desafios? Os nossos maiores desafios são aqueles que enfrentamos diariamente: ajudar quem mais precisa, cuidar de quem está doente – e cuidar não é apenas da doen-ça, mas simultaneamente apoiar as pes-soas que, muitas vezes, estão sozinhas, sem familiares por perto. Alargar os nos-sos serviços, manter a qualidade dos nos-sos cuidados, acompanhar a marcha da inovação, manter a excelência, dar res-posta a cada vez mais necessidades, são

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O Hospital Ortopédico de Sant’Ana, uma das unidades mais emblemáticas da San-ta Casa da Misericórdia de Lisboa, prepa-ra-se para reforçar a oferta de cuidados de saúde. As obras de construção de um novo edifício, com capacidade para inter-namento de 60 doentes, estão praticamen-te concluídas, abrindo-se um novo capítu-lo nos mais de cem anos de história des-ta unidade, que começou por ser um sanatório para doentes com tuberculose.

Hoje Sant’Ana é sinónimo de tratamen-tos ortopédicos e de medicina física e de reabilitação e o envelhecimento da popu-lação torna as necessidades nesta área cada vez maiores.

Neste novo edifício, um dos objetivos é reforçar as operações com alta no pró-prio dia, como é o caso de colocação de próteses e tratamento de hérnias. O novo edifício trará ao hospital, localizado na mar-ginal, junto à Parede, mais 6.688 metros quadrados de área bruta.

Ao longo de dois pisos, com uma galeria ampla e transparente – que dá um toque de luz natural e modernidade a esta nova ala de Sant’Ana – serão instaladas consul-tas de especialidades até aqui inexistentes no hospital como oftalmologia, neuroci-rurgia ou otorrinolaringologia, além de novas enfermarias de internamento.

Haverá ainda um novo bloco operató-rio com quatro salas, uma unidade de cui-dados intensivos com seis camas, uma unidade de recobro com 32 lugares e uma central de esterilização e área de gestão de utentes. Ao todo, o projeto representa um investimento de oito milhões e oito-centos mil euros, sendo uma das emprei-tadas de maior monta da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. A intervenção começou com as obras de demolição de uma estrutura existente nos terrenos adjacentes ao edifício principal do hos-pital, anteriormente destinada ao Cen-tro Ortopédico de Desenvolvimento Infantil – CODI, um projeto suspenso em 1986.

Se passar por aqui, não deixe de esprei-tar um dos elementos seculares de Sant’Ana que o novo projeto preservou: um dra-

goeiro plantado em 1905 e classificado como árvore de interesse público em 2007, pelo porte, idade, raridade, valor histórico e paisagístico.

O sanatório de Sant’ana foi inaugura-do em 1904, tendo sido legado em 1911 à por D. Claudina Chamiço. Desde a sua génese que a Santa Casa da Misericór-dia procurou reforçar os cuidados à população de Lisboa, em particular jun-to dos grupos mais carenciados e des-protegidos.

As enfermeiras mais experientes de Sant’Ana eram religiosas, presença caris-mática que a congregação das Irmãs Dominicanas de Stª Catarina de Sena mantém na instituição até hoje.

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“1X2”. A equação faz parte do imaginá-rio dos portugueses, até dos poucos que não seguem atentamente as lides do fute-bol, mas sabia que o jogo Totobola foi lançado pela Santa Casa da Misericór-dia de Lisboa para financiar a reabilita-ção dos cidadãos portugueses com defi-ciência física?

A 2 de julho de 1966, foi oficialmente inaugurada uma unidade de resposta inovadora no país para situações de lesões medulares, com o contributo dos mui-tos apostadores que o jogo conquistara nos cinco anos anteriores. A construção de um centro de reabilitação em Portu-gal veio dar resposta às inúmeras neces-sidades de todos os indivíduos com limi-tações motoras, a quem era reconheci-do o direito a um desenvolvimento harmonioso das suas capacidades indi-viduais e sociais, tendo como principal fim a mais completa integração desses indivíduos na sociedade

Passado meio século, o Centro de Medi-cina de Reabilitação de Alcoitão (CMRA) continua a reinventar-se. Além dos tra-tamentos de reabilitação, que hoje con-tam com ferramentas tecnológicas como um exoesqueleto que ajuda os doentes a recuperar força muscular e postura, há treinos dentro de água e também investigação.

Em 50 anos, houve avanços na medi-cina mas os doentes também mudaram, explicou ao i o fisioterapeuta Tiago Tei-xeira. Quando havia uma menor preo-cupação com a segurança no trabalho e até mais acidentes de viação, as lesões medulares provocadas por desastres. Hoje em dia, 60% dos utentes são inter-

nados devido a AVC, doença associada ao envelhecimento mas também aos esti-los de vida.

O centro dispõe de 150 camas e está dividido em três serviços. O Serviço 1 – Serviço de Reabilitação de Adultos (SRA1) é composto por 66 camas e destina-se ao internamento de utentes com Lesões Vertebro-Medulares (LVM) e outras pato-logias neurológicas; O Serviço 2 – Servi-ço de Reabilitação Pediátrica e de Des-envolvimento (SRPD) apresenta 16 camas para crianças e jovens até aos 18 anos de idade, com patologias neurológicas, osteoarticulares ou medulares e o Ser-viço 3, com 68 camas, recebe utentes com sequelas de Acidente Vascular Cere-bral (AVC) e Traumatismo Crânio-Ence-fálico (TCE), amputados e outras.

Além disso, garantem sessões de fisio-terapia aos doentes externos que pro-curam a instituição. Uma das marcas distintivas do CMRA é colocar o uten-te no centro de todo o processo de rea-bilitação, do diagnóstico à integração social, seja o regresso à escola no caso das crianças ou a adaptação ao traba-lho nos adultos. No ano passado, as Uni-dades Habitacionais Modulares Assis-tidas – onde se promove a recuperação de autonomia – foram o último passa-do na adaptação do centro aos novos tempos.

Os números falam por si. Em 2016, esti-veram internados no Centro de Medici-na de Reabilitação de Alcoitão 773 doen-tes. Houve ainda um total de 8739 con-sultas externas, 285 mil sessões de fisioterapia, 8.155 de hidroterapia ou 264 mil de terapia ocupacional.

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Estava de férias e aproveitou para vir a Lisboa tomar café com um amigo. Quan-do se preparavam para sair do estabele-cimento que tinham escolhido para pôr a conversa em dia, a chaminé do restau-rante vizinho cai de uma altura de seis andares. Se a maioria das pessoas que estava no local conseguiu desviar-se, o instinto de Júlio Pereira foi baixar-se. “É a última coisa de que me lembro. Só sei que tive um acidente porque me conta-ram”, conta.

A partir daí, seguem-se 22 dias em coma induzido, várias cirurgias à cabe-ça, às costelas e às vértebras, interna-mento no S. José e posterior transfe-rência para o Amadora-Sintra. Só qua-se um mês depois do acidente é que Júlio acordou e teve acesso aos relató-rios onde leu, pela primeira vez, a pala-vra paraplegia.

Tudo aconteceu há oito meses, um período complicado na vida de Júlio, que encontramos nas novas residências assistidas do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão. Criadas no ano passado, ajudam a dar autonomia a quem a perdeu e são uma espécie de estágio para o regresso definitivo a casa. É nesta fase que se encontra Júlio, que mostra com o processo de recuperação é duro e os desafios que tem pela fren-te não são menores.

“Os médicos não me explicaram nada, soube o que tinha pelo que li e, pos-teriormente, pelo que me explicaram já em Alcoitão”. Tiago Teixeira, fisio-terapeuta do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão, explica que este procedimento é bastante comum. “Estamos a falar de traumas graves e sobre os quais o prognóstico é mui-to reservado”, diz. Além disso, o téc-nico de fisioterapia garante que as falhas de memória a curto prazo podem trair os doentes nestas alturas. “Até podem ter explicado, mas nessas altu-ras são poucas as informações fixa-das”, acrescenta.

Júlio franze o sobrolho em sinal de dúvida sobre a possibilidade de esque-cer um diagnóstico que lhe mudou a vida. “Saber que estava numa cadeira de rodas foi muito complicado”, admi-te, “é um daqueles momentos em que

passam muitas coisas pela cabeça”. Felizmente, das muitas que passaram pela de Júlio, a que ficou foi a possibi-lidade dada pelos médicos de que um dia poderá voltar a andar.

E, em poucos

meses, Júlio transformou um prognós-tico reservado em passos dados com a ajuda das do andarilho ou das canadia-nas. “Agora estou na cadeira, porque me dava mais jeito para tomar o peque-no-almoço”, explica, enquanto arruma o que falta para ter a mesa novamen-te livre.

Na unidade residencial que ocupa em Alcoitão, a sensação é de casa. Tem o seu quarto, uma cozinha, fruta em cima da mesa e livros empilhados no balcão. É aqui que os utentes com mais mobi-lidade se preparam para o regresso ao dia a dia fora da instituição, numa espé-cie de processo de transição para a rea-lidade. “É importante lembrar que o cen-tro está totalmente adaptado às condi-ções dos utentes, algo que não acontece assim que passam os portões”, refere o fisioterapeuta.

Nas residências assistidas as portas têm largura suficiente para que a cadeira pas-se, não existem tapetes para atrapalhar a passagem, nem mesas de sala que sir-vam de obstáculo. Na cozinha, a mesa

está feita à altura da cadeira e não há armários altos, nem portas nos armá-rios rentes ao chão. A porta da casa de banho é de correr, para evitar maçane-tas difíceis de manusear, a sanita tem a altura acertada para quem se desloca em cadeira de roda e a torneira do lava-tório pode ser aberta com um toque do braço, facilitando o trabalho a quem tem problemas de mobilidade dos membros superiores.

Quando vai a casa, o que acontece todos os fins de semana, Júlio depara-se com uma realidade bem diferente. “Nem preciso de chegar ao prédio, bas-ta ter que andar pelos passeios estrei-tos e ver a falta de acesso do prédio”, salienta. Dentro de quatro paredes aguar-da ainda que a seguradora faça as adap-tações necessárias para que estejam reunidas as condições necessárias para que seja dada alta.

Enquanto espera pela hora da fisiote-rapia e pelo dia que marca o regresso a casa, Júlio conta com o apoio “a 100%” da mulher e dos filhos e do tratamento “que melhor não podia ser” de quem tra-balha em Alcoitão. “Aqui não existe o utente 2 ou 3, existe o Júlio. Este porme-nor faz muita diferença”, acrescenta Tia-go Teixeira. Cá fora, terá novos passos para dar, mas o que importa é estar pre-parado para esse recomeço.

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O Serviço Nacional de Saúde ainda não existia e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa quis melhorar a resposta à população da cidade, sobretudo à mais carenciada que tinha dificuldade em

ter acesso a consultas. Foi assim que surgiu, em 1965, a Unidade de Saúde Dr. José Domingos Barreiro, em Marvi-la. O espírito manteve-se e hoje a SCML gere oito Unidades de Saúde espalha-

das pela capital e ainda três extensões. No ano passado, foram responsáveis por 80.500 consultas de medicina geral e familiar e de outras especialidade.

A Unidade de Saúde Dr. José Domin-

gos Barreiro, em Marvila, o berço deste projeto de saúde comunitária, o mais antigo da cidade, foi inaugurada a 2 de julho de 1965 e o nome lembra a sua his-tória. José Domingos Barreiro morreu num acidente de viação ao 24 anos de idade e o pai, conhecido empresário da zona do Poço do Bispo, doou um dos edi-fícios da família à Santa Casa da Miseri-córdia para que se criasse um local de auxílio médico aos mais necessitados, com a condição de ser sobretudo dire-cionado para a saúde materno-infantil. Este era um dos rostos da Santa Casa desde o início do século XX, já que foi a SCML que criou os primeiros lactários e dispensários materno-infantis da capi-tal assim como, já nos anos 40, o Hospi-tal Infantil de São Roque, com interna-mento em várias especialidades.

A unidade de Marvila acabou por ser bas-tante inovadora para a época, indo além dos cuidados às mães e crianças. Ainda antes da revolução dos cuidados primários pelo SNS, o que só aconteceria nos anos 70, começaram a dar passos nas consultas domiciliárias e promoção da saúde, que passa também por prevenção. Começaram por ser 30 enfermeiros que diariamente saiam à rua para chegar a quem precisa-va e hoje são 134 colaboradores.

Rute Marçal, enfermeira do conselho técnico e Teresa Mendonça, médica coor-denadora da unidade, revelam que, atual-mente, a unidade recebe diariamente cerca de 400 utentes e presta vários tipos de cuidados. Cardiologia, oftalmologia, ginecologia, urologia, neurologia, medi-cina interna, oftalmologia, saúde oral com estomatologia, otorrino, pedopsi-quiatria, terapia da fala, psiquiatria, psi-cologia, nutrição são algumas das espe-cialidades disponíveis, a que vai juntar-se no futuro a dermatologia.

Para ser atendido nesta ou em qual-quer das outras unidades de saúde da Santa Casa, é necessário ter um car-tão de de saúde, concedido após ava-liação dos serviços de ação social da SMCL. Consoante o escalão, os cuida-dos podem ser prestados pro bono ou com um pagamento equivalente ao dos serviços públicos.

Brevemente, algumas das unidades de saúde da Santa Casa vão passar a dispo-nibilizar consultas a toda a população, para diversificar a oferta na cidade. Até porque têm valências ainda de difícil acesso como nutrição ou terapia da fala.

“Fazemos um trabalho de proximida-de. Apostamos no apoio ao domicílio assim como no contacto com o pacien-

te, existindo várias equipas de médicos e enfermeiros que consoante a situação e sempre que é necessário e justificável se deslocam a casa do doente”, explica Rute Marçal, sublinhando que o traba-lho exige diálogo e a construção de uma relação de confiança. “Por vezes as pes-soas não lidam bem com a intrusão nas suas vidas e a última coisa que quere-mos é que os pacientes não se sintam confortáveis com a nossa presença”.

As restantes unidades situam-se no bairro da Boa Vista, Bairro Padre Cruz, Castelo, Vale de Alcântara, Bairro do Armador ou na Avenida da Liberdade. Existe ainda a Unidade W+, na rua Duque de Palmela, centrada numa área sensível e para a qual ainda faltam, por vezes, respostas e alternativas ao tra-tamento apenas com medicamentos. Disponibilizam apoio psicológico e psi-coterapêutico gratuito a pessoas em situação de risco e vulnerabilidade psi-cológica, em ambulatório ou na comu-nidade, investindo na prevenção de comportamentos de risco e na promo-ção de estilos de vida saudáveis. Um dos princípios é ajudar a superar a doença com ajudas inovadoras, como teatro terapêutico, atividades despor-tivas e expressões criativas.

OLIVAIS PARQUEDAS

NAÇÕES

SANTA CLARA

LUMIAR

MARVILA

ALVALADE

SÃO DOMINGOSDE BENFICA

CAMPOLIDEAVENIDAS

NOVASAREEIRO

BEATO

PENHADE

FRANÇA

SÃO VICENTE

BENFICA

AJUDA

BELÉM

ALCÂNTARA

ESTRELA

MISERICÓRDIA

CAMPO DEOURIQUE

SANTA MARIA MAIOR

SANTOANTÓNIO

ARROIOS

CARNIDE

US Dr. J. DomingosBarreiro

US NatáliaCorreia

US CasteloUS Tapada

US Vale de Alcântara

US Bº BoavistaUS Bº Liberdade

US W Mais

US Telheiras

US Bº Padre Cruz

MUNICÍPIO DE LISBOA

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problemas cognitivos de vários níveis, des-de o aprofundar de diagnóstico, ao acom-panhamento em áreas de dia e interna-mento em algumas fases complicadas da doença. Pretende-se que, a Unidade da Estrela, seja uma unidade integrada na rede nacional e com uma forte ligação aos utentes da Santa Casa, constituindo uma nova resposta dos cuidados de saúde. Como é que os doentes poderão ser enca-minhados para esta instituição? A Santa Casa celebrou um protocolo com os Ministérios do Trabalho e segurança Social e o Ministério da Saúde para cui-dados continuados. As unidades que têm contrato com a RNCCI, recebem doen-tes referenciados pela própria rede, coor-denada pela equipa de coordenação Regio-nal e Local, a que todos os cidadãos nacio-nais, utentes do SNS têm direito. Vão ter uma ala para crianças, algo que até ao momento só existe no Norte do país. Sendo a pediatria a sua especiali-dade, sente que é algo que faz falta na capital? As unidades pediátricas são no seu obje-to específico diferente das unidades de adultos, sendo necessárias, principal-mente nos grandes centros como Por-to, onde já existe uma, e agora em Lis-boa. São destinadas a crianças dos 0 aos 18 anos portadoras de doença crónica complexa, com necessidades de saúde, e em que a figura do descanso do cui-dador, de apoio aos pais é muitíssimo relevante. Há casos de crianças que ficam interna-

das nos hospitais por falta deste tipo de respostas? Como disse acima as necessidades de apoio para as crianças e suas famílias é diferente dos adultos. Os casos que ficam retidos nos hospitais por falta destas uni-dades são irrelevantes. Sente-se a neces-sidade em algumas situações em que crianças que precisam de cuidados de saúde prolongados, e em que podem ter esses cuidados em ambiente menos hos-pitalar e ter uma vida mais adequada ao ser criança.Os serviços de pediatria ou hospitais pediátricos têm muita atenção a esta situação, mas a sua preocupação maior terá de ser dirigida para os cuida-dos de intervenção mais aguda. Que contributo gostaria que esta unidade desse à cidade de Lisboa? Esta unidade poderá ser uma unidade com internamento e centro de dia, articulan-do com os hospitais da cidade e da gran-de Lisboa, principalmente, na resposta às crianças e famílias com necessidades espe-ciais em saúde. Permite internamento bre-ve para descanso das famílias, dando uma atenção especial aos irmãos, com centro de dia onde as crianças com cuidados espe-ciais de saúde, que não podem estar nos estabelecimentos de ensino durante algum tempo, podem permanecer durante o dia ou parte do dia, permitindo dessa forma que os pais possam continuar a sua ativi-dade. Espero que constitua um centro de resposta multidisciplinar para a criança com doença crónica complexa, que não existe até agora.

Vai dirigir a nova unidade de cuidados continuados integrados do Hospital da Estrela da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Como surgiu este convite? No final de 2015 o Dr. Pedro Santana Lopes, Provedor da SCML convidou-me para fazer parte de um grupo de traba-lho cujo objetivo seria refletir e dar um contributo para o futuro do hospital da Estrela, sendo certo que seria dedicado a cuidados continuados. Após uma visi-ta às instalações e conhecendo o poten-cial, disponibilizei-me para aceitar o con-vite e estudar o projeto. Acompanha o projeto há um ano. Dá muito trabalho converter um antigo hos-pital militar numa unidade de saúde moderna? O antigo hospital militar da estrela, adquirido pela SCML, é constituído por três espaços diferentes: a torre, antiga casa de saúde da família militar, o edi-fício central onde funcionava o servi-ço de urgência, bloco operatório e outros serviços de internamento, e um outro de dimensões mais reduzidas, conhe-cido como farmácia, mas que nos últi-mos anos de ocupação tinha serviços de internamento. Na torre vão ser ins-talados os cuidados continuados de saú-de para adultos. Aqui ficarão os servi-ços adequados a tratar 78 doentes, que é a capacidade de internamento e os respetivos apoios como as diferentes terapias, salas de estar e de refeições, etc. Ficarão alojados ainda os serviços

básicos transversais às restantes uni-dades, como cozinha, armazéns, far-mácia, refeitório de pessoal, vestiários de pessoal, etc., que darão resposta às outras unidades a instalar. As unida-des de cuidados continuados são estru-turas complexas com um grande grau de exigência de forma a cumprir os objetivos de continuidade de cuidados e com grande ênfase na reabilitação e na reintegração na família e na comu-nidade de origem de cada doente. Sendo médica e tendo sido ministra da Saúde, considera que tem havido sufi-ciente investimento nacional na área dos cuidados continuados? Fala-se muitas vezes ainda de um sistema de saúde dema-siado hospitalocêntrico. O que torna difí-

cil aumentar a resposta nesta área a um ritmo mais rápido? O paradigma da saúde mudou nos últi-mos anos. Como é do conhecimento geral, Portugal tem um dos maiores índices de envelhecimento, atingindo um dos maio-res da Europa. A par da deste envelhe-cimento, temos uma maior esperança de vida média, que é superior a 80 anos, mas não acompanhada por mais anos de vida saudável. A nossa população mais idosa é portadora de muitas doenças cró-nicas e com muitas patologias associa-das, logo muito vulnerável e de risco acrescido perante as adversidades de diversa natureza. É muito frágil e susce-tível a complicações das suas doenças e intercorrências de saúde, com maior difi-culdade na recuperação, necessitando de cuidados mais prolongados, de inter-namentos mais longos e de apoio domi-ciliário por equipas de profissionais de saúde com competência nesta área. A Rede Nacional de Cuidados Continua-dos Integrados (RNCCI) foi constituída em 2005, necessita de ser repensada e redimensionada, quer com base na alte-ração do paradigma da saúde, quer tam-bém na experiência adquirida nestes anos, com reforço das equipas de cuida-dos na comunidade e maior capacidade de intervenção no apoio domiciliário. Neste último ano houve um aumento substancial de capacidade da RNCCI, e estão previstas mais unidades pelo menos na RLVT/Lisboa, onde a carência mais, se faz sentir.

Ainda há muitas pessoas que demoram a encontrar vaga numa unidade de cui-dados continuados. Enquanto médica, sente a necessidade de respostas mais céleres? Que queixas ouve de doentes e famílias? Pelas razões apontadas atrás sabe-se que não tem havido capacidade de resposta imediata quando um doente é sinaliza-do na RNCCI, e obviamente as famílias sentem frequentemente dificuldades em encontrar resposta para o seu familiar em tempo útil. É necessário melhorar a referenciação dos doentes, com uma mais célere e eficaz comunicação entre os dife-rentes tipos de cuidados e um maior acompanhamento por parte das equipas coordenação. As unidades de cuidados continuados da RNCCI são unidades de saúde e os doentes devem permanecer, nestas unidades, enquanto necessitam de cuidados de saúde, beneficiam deles e têm potencial de reabilitação. Findo este tempo é necessário voltar a casa ou ao seu ambiente habitual, sendo neces-sário por vezes encontrar alternativas, quando a situação é só, ou quase, de necessidade de apoio social. A unidade da Estrela será a maior da região. Que impacto acha que vão ter na cidade? A unidade da Estrela será uma grande uni-dade no centro de lisboa, constituída por 78 camas para cuidados de média duração e reabilitação e de longa duração e manu-tenção. Terá ainda uma outra unidade dedi-cada ao acompanhamento de pessoas com

Se o projeto na capital é inovador, desde 2012 que a Santa Casa da Mise-ricórdia de Lisboa acumula capital de experiência na área dos cuidados continuados. A primeira Unidade de Cuidados Continuados e Integrados da SCML surgiu há cinco anos na aldeia de Juzo, no concelho de Cas-cais. Recebeu o nome de Maria José Nogueira Pinto, num gesto de agra-decimento e homenagem à antiga provedora da Santa Casa que desa-pareceu em 2011.

A unidade conta com 72 camas de internamento e resultou de um inves-timento de nove milhões de euros. A principal missão é prestar cuidados de saúde prolongados aos doentes nas dife-rentes fases de evolução da doença, contribuindo também para a recupe-ração em situações de perda transitó-ria de autonomia, potencialmente recu-perável, e em que além de cuidados clí-nicos e de reabilitação é necessário apoio psicossocial.

No ano passado, a 12 de setembro, esta unidade passou a fazer parte da

Rede Nacional de Cuidados Conti-nuados Integrados (RNCCI) na tipo-logia de Média Duração e Reabilita-ção, tendo sido contratualizadas 12 camas com a Administração Regio-nal de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com o Instituto de Segurança Social. Estas vagas passaram a ser a primei-ra resposta de internamento na RNCCI disponível no concelho de Cascais, numa altura em que a região de Lis-boa continua a ter algumas lacunas na resposta.

Já em novembro de 2016 a Santa Casa aliou-se ao IPO de Lisboa, com um protocolo que visa a prestação de cuidados paliativos em regime de internamento a doentes referencia-dos pelo instituto de oncologia.

No ano passado passaram pela Uni-dade de Cuidados Continuados e Palia-tivos Maria José Nogueira Pinto 83 doentes, a maioria com idade supe-rior a 65 anos. Além das sessões de fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional, o serviço de psicologia realizou mais de 6000 intervenções.

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Com mais de cinco décadas de existên-cia, a Escola Superior de Saúde do Alcoi-tão (ESSA) tem como missão promover o aprofundamento e a difusão do conhe-cimento em prol da melhoria do nível de saúde e bem-estar da população. Mui-tos dos fisioterapeutas, terapeutas ocu-pacionais e da fala começaram os seus estudos aqui.

Além de licenciaturas, a ESSA dispo-nibiliza pós-graduações e ações de edu-cação/formação contínua quer nessas áreas de especialidade, quer no âmbi-to do Departamento de Política e Tra-

balho Social. Outras áreas de aposta for-mativa são por exemplo a estimulação sensorial das crianças ou a fisioterapia no período pós natal.

Atenta à atualidade, a ESSA promove ainda conferências. Depois de uma pales-tra realizada esta semana sobre a Euro-pa e os Direitos dos Cidadãos, em junho, no dia 27, acolhem uma sessão sobre envelhecimento e longevidade. Atual-mente a ESSA conta com 500 alunos e um corpo docente de 100 académicos e profissionais de saúde.

Ao longo dos anos, tem mantido uma

forte componente de internacionali-zação, através da filiação nas redes europeias de escolas superiores de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, da Carta Universitária Erasmus e da participação ativa em consórcios no desenvolvimento de projetos acadé-micos-científicos.

O reconhecimento da qualidade ESSA é também traduzido no facto de os seus cursos apresentarem a melhor taxa de empregabilidade comparativamente à média nacional (IES públicos e priva-dos) nas suas áreas de formação.

Para quem vive em Lisboa, as carrinhas da Santa Casa da Misericórdia serão uma presença habitual. Mas além das que indi-cam transporte de doentes, há um outro projeto que percorre diariamente as ruas da cidade sobre quatro rodas. Chama-se “Saúde Mais Próxima” e foi lançado em 2012.

A ideia é chegar à comunidade: sair do gabinete e ir à procura da população, sen-sibilizando para estilos de vida saudáveis e contribuindo, assim, para a prevenção de doenças. Mas o objetivo é também des-pistar precocemente problemas que podem passar despercebidos ou ser desvaloriza-dos pelos seus portadores.

Ao longo de cinco anos, o projeto tem mantido a mesma máxima: seja qual for a mensagem, as carrinhas percorrem as 24 freguesias da cidade para que todos tenham a oportunidade de a ouvir.

A intervenção situa-se principalmente em bairros históricos e municipais da capital. Diariamente, num ponto ou nou-tro da capital – seja à porta de uma esta-ção de metro ou num jardim de bairro – há ações de rastreio e de sensibilização sobre as doenças crónicas que afetam a maioria da população, dos problemas cardiovasculares à deteção de anemia, doenças respiratórios ou rastreios na área da oncologia.

Outra a aposta do projeto tem sido a Edu-cação Para a Saúde, seguindo as orienta-ções da Organização Mundial de Saúde. “Prevenir e Educar” é o mote e a Saúde Mais Próxima pretende, nesta vertente, promover hábitos de vida saudáveis e ensi-nar a população a cuidar da sua saúde, reforçando assim a literacia para a saúde,

um dos desafios da saúde em Portugal, com uma população envelhecida, e que levou o ministério da Saúde a lançar no ano passado o Programa Nacional para a Saúde, Literacia e Autocuidados.

Na Santa Casa, que desde a sua funda-ção procura aliar o lado curativo da medi-cina à prevenção, as duas dimensões estão sempre presentos. E como está tudo liga-

do, sempre que há um contacto com um utente, mesmo que seja para entregar uma brochura, se é detetada alguma alteração fisiológica, a equipa encaminha o cidadão para o médico assistente e acompanha a evolução da situação, para que as portas abertas pela Saúde Mais Próxima tenham continuidade levem de facto a uma maior assistência.

Desde 2012, o projeto já realizou cam-panhas no âmbito das doenças respirató-rias, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, prevenção do can-cro da pele, acidente vascular cerebral, demências e anemia. No ano passado, che-garam a 14 mil lisboetas, com quase 13 mil consultas de enfermagem e 256 ses-sões de Educação Para a Saúde.

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“São prémios como este que permitem pôr o termómetro e medir a temperatu-ra da ciência no país”. Era assim que em 2013, no rescaldo da primeira edição dos Prémios de Neurociências da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, João Lobo Antunes resumia o sentido dos galardões que estavam a dar os primeiros passos. Logo nesta primeira edição, o júri – que o neurocirurgião desaparecido no ano passado presidiu desde a primeira hora – tinha recebido 79 candidaturas e des-de então o número não tem parado de aumentar. “Isto não é um prémio de car-reira, é um prémio para financiar traba-lhos e não queremos deitar dinheiro à rua. Claro que em ciência há muitas sementes que não germinam, mas estes são grupos de ciência sólidos e só isso significa uma vitalidade importante num país da nossa dimensão”.

São dois os prémios científicos que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa atribui, anualmente, desde essa primei-ra edição em 2013. Têm os nomes de dois homens ligados à história da instituição.

O primeiro, o Prémio Melo e Castro, é uma homenagem ao provedor José de Melo e Castro, que em 1966 inaugurou o Centro de Reabilitação de Alcoitão, cen-trado na recuperação de lesões da colu-na. E é precisamente os avanços nesta área que procura distinguir, financian-do novas soluções para o tratamento de lesões vertebro-musculares.

O segundo galardão recebe o nome de Mantero Belard, um dos maiores bene-méritos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, nascido em Lisboa em 1903. Comerciante, não teve descendência e legou parte do seu património à ação social da Santa Casa, incluindo a resi-dência Faria Mantero, destinada a aco-lher “pessoas idosas, cultas, de mérito e necessitadas.” Este prémio destina-se a financiar investigações na área das doen-

ças neurodegenerativas, as chamadas doenças do envelhecimento como Parkin-son e Alzheimer que têm estado a aumen-tar em todo o mundo.

Os prémios, no

valor de 200 mil euros cada, visam finan-ciar projetos científicos desenvolvidos em território nacional mas podem ser atribuídos tanto a investigadores portu-gueses como as estrangeiros que procu-rem Portugal para fazer ciência ou até a parcerias internacionais. Incentivam, assim, um espírito de cooperação que já era assinalado em 2013 por João Lobo Antunes, quando entre as primeiras can-didaturas contaram cientistas de 11 paí-ses. “Não estamos de forma alguma iso-lados. E as pessoas não vêm só pelos ins-trumentos de investigação e aparelhos que temos. Os portugueses que querem voltar e os estrangeiros que nos procu-ram vêm pelo ambiente, pela culturali-dade, porque encontram cá pessoas com quem falar. Os nossos institutos de inves-tigação, e falo a nível nacional, já têm muita gente interessante, que sabe pen-sar, que sabe fazer a pergunta e achar a resposta. Há uma atração intelectual pelo país.”

Desde então, foram distinguidos oito projetos inovadores, da ciência funda-mental à mais aplicada e em diferentes instituições científicas do país. Logo na primeira edição, o prémio Melo e Cas-tro foi atribuído a António Salgado, do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde - Laboratório Associa-do da Universidade do Minho, pelo des-envolvimento de novas estratégias de tratamento de lesões com biomateriais e células estaminais, duas áreas de pon-ta da medicina regenerativa. Já o pré-mio Mantero Belard coube à investiga-dora Ana Cristina Carvalho Rego e à equi-pa do Centro de Neurociências e Biologia

Celular, da Universidade de Coimbra. O objetivo do projeto financiado era per-ceber melhor os processos de stresse oxi-dativo e disfunção mitocondrial dos doen-tes com por detrás da doença de Hun-tington, um distúrbio neurológico e hereditário atualmente sem cura.

Em 2014, o prémio Melo e Castro dis-tinguiu o investigador Moisés Mallo, cien-tista de origem espanhola hoje investi-gador principal no Instituto Gulbenkian da Ciência. Destinou-se a financiar um projeto dedicado ao estudo de novos subs-tratos celulares para terapia de regene-ração espinal. Já na área das doenças neurodegenerativas, o prémio Mantero Belard distinguiu neste ano o investiga-dor Rodrigo da Cunha e a sua equipa, do Centro de Neurociências e Biologia Celu-lar, da Universidade de Coimbra, por um projeto que visava perceber melhor os processos moleculares na base da per-da de memória de doentes com Alzhei-mer, nomeadamente a função de rece-tores A2A da adenosina no hipocampo.

Na terceira edição dos prémios, em 2015, o número de candidaturas ultra-passou pela primeira vez as duas cen-tenas. O prémio Melo e Castro foi entre-gue a Ana Pêgo e à sua equipa do Ins-tituto Nacional de Engenharia Biomédica, pelo projeto “COMBINE - Estratégia regenerativa combinatória para poten-ciar a regeneração axonal e melhorar a recuperação funcional depois de lesão medular”. O prémio Mantero Belard dis-tinguiu António Ambrósio por um pro-jeto na Universidade de Coimbra tam-bém sobre a doença de Alzheimer, des-ta vez centrado num dos primeiros espelhos da doença no organismo: alte-rações na retina.

Já no ano passado, duas novas áreas. O prémio Melo e Castro foi atribuído a Célia da Conceição Duarte Cruz, da Facul-dade de Medicina da Universidade do Porto, por um projeto mais focado num dos efeitos colaterais das lesões verte-bromedulares que comprometem tam-bém a qualidade de vida dos doentes. Em causa disfunções na bexiga e tam-bém no esfíncter que requerem uma melhor identificação e gestão na clínica.

Já o Prémio Mantero Belard foi atribuí-do a um projeto em torno de outras das grandes doenças neurodegenerativas do nosso tempo, a doença de Parkinson. Coordenado pela investigadora Sandra M. Cardoso, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra, o projeto entra por uma nova linha de investigação, que sugere que existe uma componente “infecciosa” na doença de Parkinson relacionada com a nossa flora intestinal, ou seja, que exis-tirão bactérias não patogénicas no nos-so organismo que produzem e libertam neurotoxinas que afetam o funcionamen-to dos neurónios. Esta ligação entre intes-tino e cérebro tem sido cada vez mais estudada.

Este ano será a quinta edição dos pré-mios, lançados já pelo atual provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa Pedro Santana Lopes, que em 2013 jus-tificou a iniciativa com aquilo que é um dos pilares centrais da existência da ins-tituição: promover cuidados de excelên-cia. “Há mais de cinco séculos que a San-ta Casa da Misericórdia de Lisboa assu-miu a missão de apoiar toda a população, de melhorar a qualidade de vida dos que mais precisam, promovendo mais saú-de, mais cultura, mais educação. É, por isso, nosso desafio procurar as respos-tas mais adequadas a cada momento, de maneira muitas vezes pioneira, para cumprir este objetivo”, disse então.

João Lobo Antunes, na entrevista que concedeu em 2013 ao i, lembrava que as respostas da ciência podem demorar, mas são indispensáveis para que se avan-ce para melhores tratamentos. “Não pode-mos ter um pensamento messiânico em relação à ciência. Um dos precursores do método científico distinguia dois tipos: a frutífera e a iluminífera. A frutífera era a ciência que se destinava a fazer bem e a ter impactos na vida das pessoas. Mas a primeira necessidade é conhecer os mecanismos das doenças, se é um pro-cesso inflamatório, genético ou outro. Grande parte da investigação é na ver-tente do conhecimento fundamental. Só conhecendo bem os processos é que pode-mos partir abordagens terapêuticas.”

É uma casa de apoio especializado e afe-tos para doentes com paralisia cerebral e as suas famílias. Desde 2011 que a ges-tão do Centro de Reabilitação de Parali-sia Cerebral Calouste Gulbenkian está nas mãos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que apoiou o projeto desde a sua génese. Uma história de inovação que foi distinguida várias vezes lá fora.

Tudo começa em 1960, quando nasce a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral, graças à vontade de um grupo de pais e técnicos ligados à problemáti-ca da paralisia cerebral. Com a funda-ção desta associação, nasceu o primeiro Centro de Reabilitação de Paralisia Cere-bral do país, com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e dos Minis-térios dos Assuntos Sociais e Educação.

Em 1970, a Associação Portuguesa de Paralisia Cerebral obtém, da Fundação Calouste Gulbenkian, o apoio financei-ro para a construção e apetrechamento das atuais instalações, num terreno cedi-do pela Câmara Municipal de Lisboa. Em janeiro de 2011, a gestão do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian (CRPCCG) passa, temporariamente, para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), situação que se mantém até hoje.

O CRPCCG é constituído por uma equi-pa de médicos especialistas; técnicos de diagnóstico e terapêutica; enfermeiros; psicólogos; assistentes sociais; educado-res; professores; técnicos superiores; assistentes técnicos; e assistentes opera-cionais. Estes profissionais integram duas unidades: a Unidade de Habilitação e Desenvolvimento e a Unidade de Reabi-litação e Integração Sócio-Ocupacional.

Nestas unidades são disponibilizadas diferentes intervenções, da avaliação, diagnóstico e orientação à intervenção precoce. Numa segunda fase, é feito tra-balho de reabilitação e apoio ocupacio-nal e sociocultural, mas também apoio

educativo e terapêutico; desenvolvimen-to de técnicas aumentativas de comuni-cação e orientação técnica às famílias e apoio na comunidade. Há também um trabalho de informação permanente às famílias, com aconselhamento e prescri-ção de produtos de apoio/ajudas técni-cas e oferta de desporto adaptado, nas vertentes de recreação e competição.

O centro desenvolve ainda atividades de formação e investigação, em parceria com entidades públicas e privadas, nacionais e internacionais. Têm projetos na área de revisão, tradução e validação para portu-guês, das Novas Escalas de Desenvolvi-mento Mental Griffiths III, em colabora-ção com a ARICD – Research mas tam-bém no âmbito do Programa Nacional de vigilância da Paralisia Cerebral, nomea-damente na identificação do perfil de com-petências na criança com paralisia cere-bral aos cinco anos de idade. Outro pro-jeto em que participaram foi na validação da Escala de Sinalização Visual, em arti-culação com a University College of Lon-don. Promovem ainda estágios curricu-lares e profissionais na área do neurode-senvolvimento e colaboração em aulas lecionadas em escolas superiores, como a Escola Superior de Saúde de Alcoitão (ESSA), o Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), a Escola Superior de Enfer-magem de Lisboa (ESEL) e Universidade Católica de Lisboa (UCL), entre outras.

1988: O Programa HELIOS II, da União Europeia, atribui ao Centro a Medalha de Ouro – Prémio de Acessibilidade 1989: O Centro é nomeado Centro Nacio-nal de Recolha de Dados e de Informa-ção e Aconselhamento de Ajudas Técni-cas, para a Deficiência Motora, no âmbi-to do Programa Helios/Projeto Handynet 1995: O Centro recebe a Medalha de Pra-ta – Prémio de Reabilitação Funcional, atribuído pela União Europeia

Em 1964, Osório Vaz, Governador Civil de Lisboa, que presidia à União das Fre-guesias do Concelho de Lisboa, identifi-cou necessidades, a nível nacional, no acolhimento de pessoas com deficiência. Requalifica-se, nesse sentido, um edifi-cado na Malveira, concelho de Mafra, cujas instalações eram utilizadas para o tratamento de pessoas com doenças con-tagiosas, como a tuberculose ou a lepra, sendo propriedade do Instituto de Assis-tência Nacional aos Tuberculosos.

Nasce, então, uma instituição designa-da “Pousal”, fundada a 15 de agosto de 1964, que acolhe 54 pessoas com defi-ciência, designadamente com paralisia cerebral, entre outras patologias.

Os utentes do “Pousal” provinham de freguesias de Lisboa e tinham como con-dição, além da deficiência, ter mais de 10 anos de carências socioeconómicas.

Depois de efetuadas diversas amplia-ções, a lotação foi aumentada para 115 residentes. A designação da instituição muda entretanto para “Lar para Defi-cientes e para Idosos”.

Nas décadas de 60 e 70, as Irmãs da Congregação Missionária de Consolata prestavam serviços religiosos e de enfer-magem e eram ajudadas por um médi-co. Trabalhavam na instituição cerca de 30 pessoas, incluindo um caseiro, jardi-neiros, empregadas de cozinha e de lavan-daria. Havia também um capelão priva-tivo para a celebração de liturgias na capela do Pousal.

Em fevereiro de 1983, o Pousal passa a ser tutelado pela Santa Casa da Miseri-córdia de Lisboa e adquire a designação atual de “Obra Social do Pousal “ (OSP).

Em 1984, as Irmãs da Consolata deixa-ram de prestar cuidados na OSP, sendo substituídas pelas Irmãs da Província Portuguesa das Filhas da Caridade de S.

Vicente de Paulo. A primeira fisiotera-peuta foi recrutada em 1983 e a primei-ra terapeuta ocupacional em 1984. Nes-ta década, os residentes são incentiva-dos a desenvolver atividades na área da jardinagem, pintura, trabalhos de cos-tura bem como nas áreas da música, tea-tro, poesia, leitura coletiva, jogos de mesa, dança, cinema/ televisão e atividades des-portivas.

Em 2006, o Despacho Normativo nº 28/2006, de 3 de maio, define a OSP como uma entidade que presta uma resposta social de Lar Residencial. Em 2007, ao abrigo do Decreto-Lei nº 1237/2007 de 29 de novembro, a valência de Lar de Idosos é encerrada, ficando apenas aber-ta a valência de Lar de Deficientes e sen-do alterada a capacidade de 85 para 91 lugares, sendo a idade de admissão os 24 anos.

A equipa cresce e a Obra Social do Pou-sal passa a estar vocacionada, para “a paralisia cerebral e doenças neurológi-cas afins”. Em 2012, a OSP deixa de per-tencer à Direção de Ação Social e passa a integrar a Direção dos Estabelecimen-tos Descentralizados e de Apoio à Defi-ciência (DIEDAD) e em janeiro de 2014, passa para a Unidade de Apoio à Defi-ciência (UAD).

Em 2012 é criada uma Quinta Pedagó-gica para implementar atividades inclu-sivas de forma a complementar a aqui-sição de competências pessoais e sociais dos residentes e, simultaneamente, ren-tabilizar o espaço exterior do estabele-cimento e reconstruido o edificado.

Quatro anos mais tarde, a OSP passa para a Direção da Saúde da Misericór-dia de Lisboa, tendo atualmente capaci-dade para 101 residentes, e contando com a colaboração de cem trabalhadores de diferentes áreas profissionais.

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