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Conceitos e Elementos de Custos de Sistemas BRT
AGOSTO DE 2010
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
ApresentAção ...........................................................................................................................7
1. ConCeIto De Brt ....................................................................................................................9
1.1 O que é BRT .........................................................................................................................9
1.2 Elementos do BRT ...............................................................................................................10
1.3 Desempenho do BRT ..........................................................................................................27
1.4 BRT como elemento de um sistema de transporte ................................................................33
1.5 BRT e o desenvolvimento urbano .........................................................................................37
2. InfrAestruturA ..................................................................................................................41
2.1 Elementos básicos de infraestrutura do sistema BRT ............................................................41
3. projeto operACIonAl .......................................................................................................48
3.1 Coleta de informações ........................................................................................................48
3.2 Análise de demanda ...........................................................................................................50
3.3 Definição dos Corredores de BRT .........................................................................................53
3.4 Tipos de Serviço ..................................................................................................................56
3.5 Dimensionamento...............................................................................................................62
4. elementos De Custos ........................................................................................................66
4.1 Implantação da infraestrutura de corredores BRT .................................................................66
4.2 Garagens ...........................................................................................................................67
4.3 Estações e terminais ............................................................................................................68
4.4 Bilhetagem Eletrônica .........................................................................................................69
4.5 Centro de Controle Operacional (CCO) e Sistema de Informações aos Usuários (SIU) .............69
4.6 Marketing ..........................................................................................................................69
4.7 Conclusões .........................................................................................................................70
sumárIo
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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fIgurA 1. Faixas dedicadas, embarque em nível, veículos de maior capacidade,
cobrança e validação do bilhete fora do veículo diferenciam um sistema BRT ...................9
fIgurA 2. BRT em operação na cidade de Guangzhou (China) ......................................................11
fIgurA 3: BRT circulando em faixas à esquerda ...........................................................................11
fIgurA 4. Ultrapassagem em estações BRT ..................................................................................12
fIgurA 5. BRT em artérias urbanas ..............................................................................................13
fIgurA 6. BRT em ruas centrais em Bogotá (Colômbia) .................................................................13
fIgurA 7. BRT em ruas centrais em Pereira (Colômbia) .................................................................14
fIgurA 8. Faixas dedicadas em Curitiba .......................................................................................14
fIgurA 9. BRT em ruas centrais em Pereira (Colômbia) .................................................................15
fIgurA 10. BRT em ruas exclusivas para pedestres em Bogotá ......................................................16
fIgurA 11. BRT em ruas exclusivas em Bogotá .............................................................................16
fIgurA 12. Corredor e estação de BRT em Curitiba ......................................................................17
fIgurA 13. As estações múltiplas com faixas para ultrapassagem de Bogotá evitam
a formação de filas de ônibus, que normalmente ocorrem em sistemas
abertos de grande demanda ......................................................................................18
fIgurA 14. Terminal de integração BRT ........................................................................................18
fIgurA 15. Bicicletário na estação BRT em Bogotá (Colômbia) ......................................................19
fIgurA 16. Travessia de pedestres em Guangzhou (China) ............................................................20
fIgurA 17. Estação do BRT em Guadalajara .................................................................................21
fIgurA 18. Embarque em nível em estação do BRT de Guadalajara ..............................................21
fIgurA 19. Estação BRT do MACROBUS com acesso controlado em Guadalajara (México) .............22
fIgurA 20. Veículo BRT híbrido, utilizado em Istambul (Turquia) ....................................................23
fIgurA 21. Veículo BRT utilizado em Los Angeles (EUA) ................................................................23
fIgurA 22. Informações aos usuários no MACROBUS ...................................................................25
fIgurA 23. Cobrança da passagem e validação de bilhetes por catracas
eletrônicas na entrada da estação BRT na África do Sul ...............................................26
fIgurA 24. Avenida Assis Brasil em Porto Alegre com caixa viária (incluindo passeios) de 32 m ......29
fIgurA 25. Eixo Sul em Curitiba com caixa viária (incluindo passeios) de 27 m ..............................29
lIstA De fIgurAs
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
fIgurA 26. Formação de fila em BRT incompleto devido às limitações da estação
e do sistema de cobrança ..........................................................................................30
fIgurA 27. Cenário 2, uma faixa dedicada para a operação de ônibus convencionais ....................31
fIgurA 28. Representação esquemática do deslocamento de um cliente nos Cenários 2 e 3 ..........32
fIgurA 29. Acesso facilitado para os usuários do Macrobus, México .............................................34
fIgurA 30. Pedestres e ônibus compartilham o espaço viário sem conflitos, TransMilênio ..............34
fIgurA 31. Estacionamento para bicicletas em São Paulo .............................................................35
fIgurA 32. Corredor BRT integrado ao Metrô para completar rede de transporte
de alta capacidade no Rio de Janeiro ..........................................................................36
fIgurA 33. As estações de um sistema BRT devem ter corrimãos nas rampas
e travessia de pedestres semaforizada com rampas para cadeirantes ...........................37
fIgurA 34. Configuração típica de um TOD .................................................................................38
fIgurA 35. TOD ao longo de um corredor de transporte coletivo ..................................................38
fIgurA 36. Taxa de Crescimento nos Cenários Tendencial e Radical em Belo Horizonte
entre 2008 e 2020 ....................................................................................................39
fIgurA 37. Exemplo de seção tipo – Corredor BRT .......................................................................42
fIgurA 38. Foto Rea Vaya – Joanesburgo, África do Sul ................................................................43
fIgurA 39. Seção Transversal da estação de BRT ..........................................................................44
fIgurA 40. Estação de BRT – Perspectiva artística .........................................................................44
fIgurA 41. Configuração modular da estação de BRT...................................................................45
fIgurA 42. Configuração das estações de transferência e terminais ..............................................45
fIgurA 43. Esquema funcional da garagem .................................................................................46
fIgurA 44. Exemplo de localização do Terminal e Garagem – Bogotá ............................................46
fIgurA 45. Equipamentos de Bilhetagem Eletrônica .....................................................................47
fIgurA 46. Funções e importância do Centro de Controle Operacional .........................................47
fIgurA 47. Linhas de ônibus convencionais ..................................................................................49
fIgurA 48. Origens e Destinos de viagens na hora pico manhã .....................................................50
fIgurA 49. Viagens hora pico manhã ..........................................................................................51
fIgurA 50. O modelo de alocação permite definir a demanda existente na hora pico ....................52
fIgurA 51. Oferta de transporte coletivo .....................................................................................52
fIgurA 52. Critérios considerados na definição dos corredores de BRT ..........................................53
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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fIgurA 53. Matriz multicritério de avaliação de corredores potenciais ...........................................54
fIgurA 54. Capacidade de atendimento do sistema BRT ...............................................................54
fIgurA 55. Capacidade de atendimento dos sistemas de transporte massivo no mundo ................55
fIgurA 56. Rede futura de corredores troncais .............................................................................55
fIgurA 57. Esquema operacional de um sistema Tronco-Alimentado (BRT) ....................................56
fIgurA 58. Serviço Troncal (Expresso e Parador) – Esquema Operacional .......................................57
fIgurA 59. Serviço Alimentador – Esquema Operacional ..............................................................57
fIgurA 60. Serviço Complementar – Esquema Operacional ...........................................................58
fIgurA 61. Especificação dos veículos por tipo de serviço do sistema BRT .....................................59
fIgurA 62. Estação de Transferência – Perspectiva artística ...........................................................60
fIgurA 63. Integração modal no terminal BRT / Estação do Metrô - Perspectiva artística ...............60
fIgurA 64. Racionalização das linhas (Situação sem BRT versus com BRT) .....................................61
fIgurA 65. Demanda da linha .....................................................................................................62
fIgurA 66. Polígono de carga de uma linha paradora ...................................................................63
fIgurA 67. Perfil da demanda e equivalente em distribuição horária da oferta ..............................63
fIgurA 68. Estação tipo 1 ...........................................................................................................65
fIgurA 69. Estação tipo 2 ...........................................................................................................65
fIgurA 70. Estação tipo 3 ...........................................................................................................65
fIgurA 71. Estação tipo 4 ...........................................................................................................65
fIgurA 72. Infraestrutura viária do BRT de Curitiba ......................................................................67
fIgurA 73. Estações “tubo” – BRT de Curitiba .............................................................................68
tABelA 1. Influência dos elementos do sistema BRT no seu desempenho .......................................27
tABelA 2. Velocidades e tempos de viagem para ônibus convencional e corredor BRT ....................32
tABelA 3. Larguras recomendadas para um corredor segregado ...................................................42
lIstA De tABelAs
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
ApresentAção
o presente trabalho, elaborado pela LOGIT Engenharia Consultiva por solicitação da Associação
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos – NTU, apresenta de forma descritiva e visual
os diversos componentes de um sistema BRT (Bus Rapid Transit), abordando os conceitos bási-
cos, as características da infraestrutura, as fases do projeto operacional e os elementos de custos típicos
desses sistemas.
Esperamos que o estudo contribua para a disseminação do conhecimento entre todos os interessados nos
projetos de BRT, desde as autoridades públicas até os operadores, os fornecedores e a própria sociedade,
visando assegurar no Brasil o sucesso que esses sistemas vêm alcançando em vários países do mundo.
Brasília, agosto de 2010.
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
1. ConCeIto De Brt
1.1 o que é Brt
O BRT (Bus Rapid Transit) é um sistema de transporte coletivo de alto desempenho e qualidade
que utiliza veículos sobre pneus e opera na superfície viária em faixa dedicada. O principal atributo de um
bom BRT reside na letra R (de Rápido) que pressupõe baixos tempos de espera e rapidez no deslocamento
dos usuários. Logo, a rapidez de um sistema BRT requer uma combinação de velocidades operacionais
elevadas com serviços frequentes e constantes. O BRT oferece uma forte identidade à comunidade ao
integrar uma série de elementos físicos e operacionais que antes eram exclusivos de sistemas urbanos
sobre trilhos.
O BRT faz uso de faixas dedicadas que ou são adicionadas ao sistema viário ou são tomadas dos
demais veículos. Uma faixa de avenida em condições típicas de circulação urbana dedicada ao BRT pode
transportar até 10 vezes mais pessoas por hora que uma faixa dedicada ao automóvel. E em situações
onde foram duas as faixas dedicadas ao BRT, a capacidade atinge mais de 40 mil pessoas por hora e sen-
tido, patamares equivalentes aos de sistemas metroviários de grande rendimento.
Foto: Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 1. Faixas dedicadas, embarque em nível, veículos de maior capacidade,
cobrança e validação do bilhete fora do veículo diferenciam um sistema BRT
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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O BRT utiliza veículos sobre pneus com maior capacidade de transporte que ônibus convencio-
nais, resultando em frequências menores para atender uma mesma demanda de usuários. Com menos
veículos circulando, menor é a densidade viária (veic/km) e a intrusão visual gerada pelas longas filas de
ônibus típicas de corredores urbanos saturados, e tanto maior é a possibilidade de se atuar nos semáforos
para reduzir os tempos de parada nas interseções. Também menores são os movimentos de entrada e
saída de ônibus nas áreas mais centrais da cidade, diminuindo a carga ambiental derivada da operação
do sistema ônibus convencional com seus múltiplos pontos terminais.
O sistema de cobrança tarifária externa aos veículos e os embarques em nível diminuem os
tempos de parada nas plataformas. Disso resulta uma maior velocidade operacional que a alcançada
pela operação convencional de ônibus em faixas dedicadas. Tempos de ciclo reduzidos combinados com
veículos de alta capacidade implicam em menores frotas para atender um mesmo patamar de demanda.
Sistemas de controle on-line possibilitam a manutenção dos headways operacionais (intervalo de tempo
entre veículos), o que reduz os tempos de espera dos usuários.
O cliente que antes precisava esperar nas estações por um determinado ônibus agora embarca
no primeiro BRT que o levará na direção desejada. Ao permanecerem menos tempo esperando nas plata-
formas das estações, as pessoas ficam menos expostas às intempéries, à insegurança e à poluição que é
tão nociva à saúde humana. Como resultado dos recentes avanços tecnológicos e no marco regulatório
brasileiro, as perspectivas são de um diesel bem mais limpo e veículos equipados com catalisador a partir
de 2012, resultando em níveis de poluição bem menores que os atuais.
A flexibilidade na oferta de serviços inerente ao conceito do BRT - caracterizada por diferentes
linhas com diferentes destinos dividindo a infraestrutura de corredores, estações e terminais - proporciona
trocas mais rápidas entre linhas do que aquelas tipicamente alcançadas por sistemas metroviários, que
invariavelmente exigem a transferência física entre linhas.
1.2 elementos do Brt
ESPAÇO VIÁRIO DEDICADO
• É um dos principais atributos de um sistema BRT de alto desempenho. O espaço viário pode
ser utilizado para reforçar a identidade visual de um sistema BRT na medida em que, por
exemplo, pavimentos de concreto em diferentes tonalidades são utilizados para distinguir
as faixas utilizadas pelos veículos BRT.
• Deve permitir uma rápida movimentação dos veículos BRT com a menor interferência possível
do restante do fluxo da superfície viária. Isso é alcançado por meio de faixas exclusivas ao
BRT que proporcionam segregação longitudinal dos demais veículos da corrente de tráfego.
• Faixas podem ser simples (uma faixa por sentido) ou duplas (duas faixas por sentido) e pode
haver uma faixa adicional para ultrapassagem só nas estações.
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Foto: Karl Fjellstrom/ITDP – Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 2. BRT em operação na cidade de Guangzhou (China)
Foto: Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 3: BRT circulando em faixas à esquerda
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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Foto: Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 4. Ultrapassagem em estações BRT
• Dependendo da configuração das faixas e da oportunidade de ultrapassagens, pode permi-
tir a operação conjunta de serviços expressos (ligam terminais de forma direta), acelerados
(atendem algumas estações) e paradores (serviços locais).
• Pavimentos devem ser dimensionados para suportar o efeito dinâmico dos veículos BRT ao
longo do tempo. As condições do pavimento influem na velocidade dos veículos, no con-
forto dos usuários e na imagem do sistema. A geometria viária precisa contemplar raios de
curva, meios-fios, e outros elementos que determinam a interface entre a infraestrutura e os
veículos BRT.
• Por ser um modal de alta capacidade, predominam as implantações de sistemas BRT ao longo
de artérias urbanas. Mas, para promover acesso a pontos chaves e respeitar limitações locais,
sistemas BRT também podem fazer uso de vias centrais estreitas e vias compartilhadas com
pedestres.
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Foto: Lloyd Wright
fIgurA 5. BRT em artérias urbanas
Foto: Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 6. BRT em ruas centrais em Bogotá (Colômbia)
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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Foto: http://imageshack.us/
fIgurA 7. BRT em ruas centrais em Pereira (Colômbia)
fIgurA 8. Faixas dedicadas em Curitiba
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Foto: http://imageshack.us/
fIgurA 9. BRT em ruas centrais em Pereira (Colômbia)
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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fIgurA 10. BRT em ruas exclusivas para pedestres em Bogotá
fIgurA 11. BRT em ruas exclusivas em Bogotá
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Fonte: Innovative Solutions for Public Transport; Curitiba, Brazil – SUSTAINABLE DEVELOPMENT INTERNATIONAL
fIgurA 12. Corredor e estação de BRT em Curitiba
ESTAÇõES E TERMINAIS DE BRT
• Estações geralmente representam o principal gargalo dos projetos de BRT. Precisam ser bem
dimensionadas. O correto dimensionamento das estações permite que se evite a formação
de filas de ônibus, que normalmente ocorrem em sistemas abertos de grande demanda. Altas
capacidades de transporte podem ser alcançadas quando as estações são projetadas consi-
derando todos os seus detalhes.
• Estações e terminais proporcionam a interface física entre os usuários e o sistema BRT. Por-
tanto, devem reforçar a identidade visual do sistema por meio da padronização de formas,
materiais e cores.
• Devem respeitar e, na medida do possível, aprimorar a qualidade do espaço urbano lindeiro.
• Precisam ser convenientes, confortáveis, seguros e de fácil acesso a todos os usuários, inclu-
sive às pessoas com necessidades especiais.
• Precisam estar espaçadas criteriosamente, de forma a não reduzirem muito a velocidade
operacional e assim comprometerem a captação de usuários.
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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Foto: Akiris (cortesia)
fIgurA 13. As estações múltiplas com faixas para ultrapassagem de Bogotá evitam a formação
de filas de ônibus, que normalmente ocorrem em sistemas abertos de grande demanda
Foto: Queensland Transport (cortesia)
fIgurA 14. Terminal de integração BRT
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
DEVEM POSSIBILITAR:
• proteção às intempéries
• acessibilidade adequada às pessoas com necessidades especiais
• integração com outras modalidades de transportes incluindo sistemas alimentadores moto-
rizados ou não
• circulação segura de pedestres nas travessias de vias urbanas (caso das estações), no acesso
(incluindo facilidades para pessoas com necessidades especiais) e no deslocamento entre
plataformas (estações e terminais)
Foto: http://travel.webshots.com
fIgurA 15. Bicicletário na estação BRT em Bogotá (Colômbia)
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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Foto: Karl Fjellstrom/ ITDP – Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 16. Travessia de pedestres em Guangzhou (China)
• inserção adequada ao uso do solo adjacente (por exemplo, terminais integrados a áreas co-
merciais e de serviços)
• estocagem de veículos BRT com vistas à regulagem da frequência operacional (caso dos ter-
minais)
• rapidez no acesso ao veículo, por meio da cobrança antecipada da tarifa e embarque/desem-
barque em nível utilizando múltiplos canais de acesso do veículo BRT
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Foto: Logit
fIgurA 17. Estação do BRT em Guadalajara
Foto Logit
fIgurA 18. Embarque em nível em estação do BRT de Guadalajara
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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• controle de acesso às estações para evitar a evasão tarifária utilizando, sempre que necessá-
rio, portas de acesso aos veículos que se abrem somente com a chegada dos veículos (caso
das estações)
Foto Logit
fIgurA 19. Estação BRT do MACROBUS com acesso controlado em Guadalajara (México)
• capacidade operacional, oferecendo uma quantidade de baias para veículos BRT nas plata-
formas compatível com a demanda
• separação física entre fluxos distintos e conflitantes (veículos BRT, pedestres e outros veículos
motorizados ou não)
• sistema de informações ao usuário, padronizado com placas de nome e de direção, mapas da
linha dos corredores e informações operacionais que devem ser preferencialmente on-line.
VEíCULOS
• Assim como o espaço viário, terminais e estações, os veículos respondem por grande parcela
da identidade de um sistema BRT.
• Os veículos BRT devem ser definidos levando em conta sua forte influência sobre a capaci-
dade, tempo de viagem, confiabilidade do serviço e os custos de operação e manutenção.
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
• Também devem ser considerados os impactos ambientais do veículo BRT e a atratividade de
seu design para os usuários, mas é preciso verificar a compatibilidade dos custos mais eleva-
dos com as tarifas.
Foto: http://buswatchnz.blogspot.com/
fIgurA 20. Veículo BRT híbrido, utilizado em Istambul (Turquia)
Foto: http://laist.com/
fIgurA 21. Veículo BRT utilizado em Los Angeles (EUA)
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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DENTRE AS CARACTERíSTICAS DESEJÁVEIS DOS VEíCULOS BRT, PODEM SER CITADAS:
• Várias portas largas e piso do veículo nivelado com o piso das plataformas em estações e
terminais de forma a propiciar muitos canais de acesso em nível, agilizando a operação de
embarque e desembarque;
• Portas em ambos os lados sempre que for necessário atender embarques e desembarques em
plataformas centrais e laterais – isso pode ser necessário quando os veículos BRT também reali-
zam captação de usuários fora dos corredores atendendo paradas convencionais;
• Tamanho do veículo (usualmente articulados, mas também biarticulados) e layout interno
compatíveis com a demanda e o nível de serviço desejado;
• Layout interno também deve ser escolhido tomando em conta o atendimento a idosos,
mulheres grávidas, pessoas com mobilidade reduzida, deficientes visuais ou pessoas com
necessidades especiais. Cadeirantes podem ser prejudicados por veículos de plataforma piso
baixo que disponham de degraus internos;
• Provisão de equipamentos adicionais como janelas panorâmicas, iluminação interna e assen-
tos estofados (para atrair usuários do transporte privado e proporcionar mais conforto), mas
há que se considerar a compatibilidade dos custos (mais elevados) com as tarifas;
• Sistema de propulsão compatível com combustível que minimize a poluição atmosférica (local
e global). Opções incluem: diesel limpo (baixo teor de enxofre), biodiesel, gás natural, etanol,
hidrogênio e híbridos. Novamente vale a ressalva sobre a compatibilidade dos custos (mais
elevados dessas tecnologias) com as tarifas.
PLANO OPERACIONAL, TARIFÁRIO E DE SERVIÇOS
• O sistema BRT deve fazer parte de uma rede multimodal e integrada de transporte coletivo
urbano que contemple linhas troncais e alimentadoras. A operação troncal do BRT deve pos-
sibilitar serviços radiais, diametrais e circulares, bem como combinações destes.
• A estrutura tarifária do sistema BRT é preferencialmente aquela integrada aos sistemas com-
plementares. O pagamento dos serviços deve estar baseado na arrecadação tarifária poden-
do ser complementado por recursos adicionais caso o nível de serviço que se deseje oferecer
seja superior ao que os usuários tenham condições de pagar.
• O sistema de cobrança tarifária deve contribuir para a redução do tempo de permanência dos
veículos BRT nas plataformas, resultando em uma maior capacidade e velocidade operacio-
nal. Cobranças manuais e/ou eletrônicas realizadas em terminais e estações anteriormente ao
embarque nos veículos BRT proporcionam menores tempos de parada. Deve ser incentivado
o uso de cartões recarregáveis por meio de política tarifária (desconto na aquisição de várias
passagens, recarga de cartão com valores múltiplos ou incremento tarifário para pagamento
da passagem unitária ou em dinheiro) para reduzir os custos da venda de passagens, agilizar
o embarque e evitar congestionamentos nas bilheterias das estações.
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ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
• Os serviços ofertados de BRT devem ser adequados às necessidades dos usuários, variando
entre paradores, acelerados e expressos.
• Apesar do maior investimento por veículo, o BRT traz melhores resultados operacionais do
que se pode obter com sistemas convencionais. Os ônibus articulados são mais caros, porém
levam muito mais passageiros com apenas um motorista. Se o corredor for bem planejado
com dados confiáveis de demanda, apresentará altas velocidades comerciais, levando à ne-
cessidade de uma frota bem menor que num sistema convencional, reduzindo a quilometra-
gem rodada, os custos operacionais, de garagens e de todas as instalações, de pessoal, de
administração e assim por diante.
SISTEMA DE INFORMAÇõES E CONTROLE
• O sistema de informações e controle deve contribuir para tornar a operação do sistema BRT
compreendida, rápida, segura e confiável;
• Deve fornecer informações em tempo real aos usuários (antes da viagem, nas plataformas e/
ou dentro do veículo BRT), bem como informações acessíveis a usuários com necessidades
especiais;
Foto Logit
fIgurA 22. Informações aos usuários no MACROBUS
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
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• Deve idealmente proporcionar prioridade aos veículos BRT em interseções controladas por
semáforos, reduzindo atrasos e aumentando a velocidade operacional;
• Por meio de equipamentos específicos (como dispositivos que registram imagens), deve con-
tribuir para aumentar a segurança pessoal dentro dos veículos, nas estações e nos terminais;
• A utilização de tecnologias de controle em tempo real do posicionamento dos veículos deve
possibilitar:
◉ Resposta rápida dos operadores a emergências, atrasos e interrupções no serviço.
◉ Melhoria no controle das frequências de partida.
◉ Regularidade dos headways (intervalo de tempo entre veículos).
• O uso de dispositivos de contagem eletrônica de passageiros nas entradas e também nas
saídas de terminais e estações permite inferir dados de demanda.
Foto: http://www.facebook.com/reqs.php#!/pages/Rea-Vaya-Bus-transit/97180389844
fIgurA 23. Cobrança da passagem e validação de bilhetes por catracas
eletrônicas na entrada da estação BRT na África do Sul
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 27
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
IDENTIDADE E MARKETING
• Os sistemas de BRT precisam formar uma identidade própria independente dos sistemas
convencionais de ônibus, que deem uma ideia de status adequada à sua boa qualidade, pois
a imagem percebida é um fator fundamental na atração de viagens, principalmente dos usu-
ários que ainda não conhecem as vantagens do BRT.
• A imagem que deve ser criada para os sistemas BRT é de uma tecnologia moderna e as es-
tações de embarque ajudam nisso se tiverem um design atraente, assim como os veículos.
• O Sistema BRT deve ter uma logomarca que reforce a boa imagem do serviço e deve ter uma
boa exposição.
1.3 Desempenho do Brt
A literatura técnica tende a relacionar os elementos de um BRT ao seu desempenho de forma
qualitativa por meio de quadros como o apresentado na Tabela 1. Além de seu custo reduzido de im-
plantação e operação (quando confrontado com modalidades sobre trilhos), o sucesso de um sistema
BRT bem projetado e implantado está associado à sua capacidade de transporte, segurança, tempo de
viagem, confiabilidade e à sua identidade e imagem.
tABelA 1. Influência dos elementos do sistema BRT no seu desempenho
Influência no Desempenho do Sistema BRT
Tem
po d
eVi
agem
Confi
abili
dade
Iden
tidad
e e
Imag
em
Segu
ranç
a
Capa
cida
de
ESpaço VIáRIo DEDICaDo
Segregação longitudinal (faixa exclusiva) X X X X X
Prioridade de trânsito X X X X
Condições do pavimento X X
Possibilidade de ultrapassagem X X X
ESTaçõES E TERmInaIS
Quantidade de baias nas plataformas X X X
Acessibilidade universal X
Distância entre estações X X
Cobrança e validação do bilhete na estação X X X X
Integração com outras modalidades X X
Condições de acesso dos usuários X X
Integração com o uso do solo adjacente X X
Estocagem de veículos X
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
28
Influência no Desempenho do Sistema BRT
Tem
po d
eVi
agem
Confi
abili
dade
Iden
tidad
e e
Imag
em
Segu
ranç
a
Capa
cida
de
VEíCuloS
Tamanho do veículo X X
Piso dos veículos nivelado com piso das plataformas X X X X X
Quantidade e largura das portas X X
Layout interno X X X
Equipamentos adicionais X X
Sistema de propulsão X X
plano opERaCIonal, TaRIfáRIo E DE SERVIçoS
Extensão da rede X X X
Oferta de diferentes tipos de serviço BRT X X
Tarifa integrada aos sistemas complementares X
Cobrança da tarifa e validação do bilhete anterior ao embarque no veículo X X X X
SISTEma DE InfoRmaçõES E ConTRolE
Atuação semafórica X X X X
Controle de posicionamento dos veículos X X X X
Informação em tempo real X X X X
Tecnologia de segurança X X
Fonte: CTS-Brasil (baseada em Characteristics of Bus Rapid Transit for Decision-Making. Federal Transit Administration, U.S. Department of Trans-
portation, Washington, DC, USA. 2004)
Neste item desenvolve-se uma análise quantitativa de cenários baseados nas condições existentes
em corredores radiais urbanos brasileiros. Para tanto, em todos os cenários toma-se por base uma caixa
viária com largura em torno de 30 metros, que propicia tráfego nos dois sentidos, como encontrado em
avenidas das nossas cidades, conforme representado na Figura 24 e Figura 25, a seguir:
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 29
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Foto: Google Earth
fIgurA 24. Avenida Assis Brasil em Porto Alegre com caixa viária (incluindo passeios) de 32 m
Foto: Google Earth
fIgurA 25. Eixo Sul em Curitiba com caixa viária (incluindo passeios) de 27 m
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
30
Propõe-se o atendimento de uma demanda ao longo do corredor que resulta em um volume no
trecho crítico da avenida da ordem de 13.000 pessoas/h/sentido mais carregado. O gargalo nessa situa-
ção é a estação, onde se verifica formação de fila de veículos (ver Figura 26) devido à inexistência de faixa
para ultrapassagem, falta do embarque em nível e pagamento da passagem e validação do bilhete dentro
do veículo. Outros dados utilizados nos cálculos desenvolvidos para os distintos cenários incluem uma
ocupação média de 1,5 pessoas/auto, 80 pessoas/ônibus e 150 pessoas/BRT; faixas de 3 m de largura para
autos e passeios, e 3,6 m para ônibus e veículos BRT; e, capacidade de 900 autos/h/faixa. Na estimativa
dessa capacidade veicular considera-se um fluxo de saturação semafórico da ordem de 1.800 autos/h de
verde/faixa e típicos ciclos que precisam acomodar vários movimentos nas interseções incluindo os de
pedestres, dos quais resulta um total de 50% de tempo de verde efetivo para a avenida. Supõe-se, ainda,
que a taxa máxima de ocupação dos ônibus seja de 80%.
Foto Logit
fIgurA 26. Formação de fila em BRT incompleto devido às limitações da estação e do sistema de cobrança
O Cenário 1 é utópico, mas tem por objetivo demonstrar o que aconteceria na situação limite
desse corredor, onde todas as pessoas utilizariam automóveis. Essa suposição decorre de um fenômeno
que vem se acelerando no Brasil ao longo dos últimos anos, o da transferência de usuários do transporte
coletivo para o transporte individual. Na inexistência de transporte coletivo, seriam necessárias 10 faixas/
sentido para proporcionar o atendimento do volume crítico por automóveis. Para acomodar essas 10 fai-
xas seriam necessários 30 m, ou seja, seria preciso dedicar toda a caixa viária para escoar um só sentido de
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 31
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
circulação dos automóveis. Esse resultado reforça a importância de dotar a superfície viária de transporte
coletivo de alta qualidade que seja também atraente para aqueles que dispõem de autos.
O Cenário 2 representa o que ocorre quando uma faixa por sentido é dedicada para a operação
de ônibus convencionais. A Figura 27 apresenta a destinação remanescente do espaço viário por sentido
nesse cenário, qual seja, 3 faixas para automóveis mais o passeio. As 3 faixas para automóveis propor-
cionam uma capacidade de 2.700 autos/h/sentido ou 4.050 pessoas/h/sentido. Ou seja, as demais 8.950
pessoas/h/sentido, que adicionadas às anteriores totalizam as 13.000 pessoas/h/sentido no trecho crítico,
precisam de uma oferta de 140 ônibus/h/sentido. De acordo com informações oriundas do monitoramen-
to da operação de faixas dedicadas para ônibus de Porto Alegre realizado pela EPTC, volumes de ônibus
dessa ordem apresentam velocidade operacional média de 16 km/h.
3,0 a 4,0 m 3,0 m 3,0 m 3,0 m 3,6 m 0,4 m
Total = 16 a 17 metros de caixa viária por sentido3 faixas para tráfego misto, 1 faixa para ônibus e passeio
Com via dedicada
13.000 = 4.050 (2.700 autos/h/sentido) + 8.950 (pessoas/h/sentido)
fIgurA 27. Cenário 2, uma faixa dedicada para a operação de ônibus convencionais
No Cenário 3 substitui-se a operação de ônibus convencionais em faixa dedicada pelo sistema
BRT. A quantidade e alocação das faixas é a mesma do Cenário 2, mas agora as 8.950 pessoas/h/sen-
tido são transportadas por veículos BRT, resultando um volume no trecho crítico de 75 BRT/h/sentido.
Entende-se que a velocidade operacional do BRT nessas condições alcance os 23 km/h. Essa estimativa
decorre de simulações realizadas pelo CTS-Brasil a partir da aplicação do EMBARQ BRT Simulator. As con-
dições simuladas incluem estações a cada 750 m, valor próximo ao utilizado pelo TransMilenio (800 m), o
BRT de Bogotá, e inferior à média do espaçamento entre estações do Metrô de São Paulo (1.100 m); nos
primeiros corredores BRT de Curitiba o espaçamento médio das estações é da ordem de 500 m enquanto
que na recém implantada Linha Verde (sexto corredor de BRT de Curitiba), esse espaçamento é de 1.000
m. Ainda, nas simulações realizadas os semáforos viários distam 250 m e a demanda total é de 15.000
embarques/h/sentido mais carregado.
Para comparar a operação de ônibus convencionais em faixa dedicada (Cenário 2) com a do
sistema BRT (Cenário 3) toma-se por base os valores reportados no anuário da ANTP que caracterizam as
extensões dos deslocamentos realizados nas grandes áreas urbanas brasileiras por usuários do transporte
público e pedestres como, respectivamente, 13 km e 1,2 km. A Figura 28 apresenta um esquema repre-
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
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32
sentativo de uma viagem que tem origem no domicílio e destino no trabalho. Os primeiros 200 m que
separam a residência do ponto de parada são realizados a pé; os 3 km que seguem são percorridos por
ônibus convencional em vias de bairro residencial. Os 10 km do corredor, onde o deslocamento se dá em
faixa dedicada, são realizados ora pelo mesmo ônibus inicial (Cenário 2) ora pelo sistema BRT ocorrendo
nesse caso uma transferência na estação onde o cliente caminha 50 m. No exemplo, ao desembarcar é
necessário caminhar 1 km para chegar até o destino.
fIgurA 28. Representação esquemática do deslocamento de um cliente nos Cenários 2 e 3
Supondo que o cliente caminhe a 4,5 km/h e que o ônibus convencional circule a 16 km/h nas
vias de bairro e na faixa dedicada do corredor, e que o tempo de espera na parada de origem no bairro
seja de 5 minutos, no Cenário 2 o cliente levará 70 minutos para chegar ao destino (ver Tabela 2). Já
no Cenário 3 o cliente utiliza o ônibus convencional como alimentador (serviço mais frequente que o
proporcionado pela operação do ônibus convencional embora ainda circulando a 16 km/h) onde espera
3 minutos para embarcar, e depois de gastar 1 minuto se deslocando entre as plataformas da estação
de transbordo, espera 30 s para embarcar no sistema BRT, onde se desloca a 23 km/h. Assim, o tempo
total de deslocamento passa a ser de 58 minutos, uma redução de 12 minutos com relação ao tempo
requerido no Cenário 2.
tABelA 2. Velocidades e tempos de viagem para ônibus convencional e corredor BRT
CenárioVelocidade de caminhada na
origem
Velocidade ônibus no
bairro
Velocidade ônibus no corredor
Tempo de espera na
origem
Tempo de deslocamento
entre as plataformas da
estação
Tempo de espera para
embarque no BRT
Tempo total da origem ao
destino
C2 4,5km/h 16km/h 16km/h 5 min — — 70 min
C3 4,5km/h 16km/h 23km/h 3 min 1 min 0,5 min 58 min
Fonte: Logit
Considerando uma distribuição direcional na hora pico da ordem de 70/30, ou seja, que o senti-
do mais carregado que atende 15.000 embarques/h pico/sentido represente 70% do fluxo de transporte
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 33
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coletivo no corredor, obtém-se uma demanda total de 21.000 embarques/h pico nos 2 sentidos. Supon-
do que a hora pico do corredor responda por 10% da demanda total diária tem-se um total diário de
210.000 pessoas/dia transportados ou um total anual de 52,5 milhões de pessoas. Tomando o valor do
tempo salvo como R$ 0,06 /minuto e considerando que todos os passageiros ganhem 12 minutos nos
seus percursos, o valor de tempo salvo por ano totaliza 33,7 milhões de reais.
Nessa comparação, a análise ficou centrada no deslocamento de um cliente ao longo de um
corredor e os ganhos proporcionados pelo sistema BRT aos seus usuários em termos de tempo e valor
do tempo. É importante também destacar outras vantagens decorrentes da utilização do sistema BRT,
tais como o potencial de redução nas emissões de gases de efeito estufa, poluentes locais e acidentes,
a menor quantidade de veículos de transporte coletivo entrando nas áreas mais centrais das cidades,
além da eliminação de terminais convencionais de ônibus que hoje ocupam espaços urbanos com ele-
vado valor e que podem ser resgatados para o uso público.
1.4 Brt como elemento de um sistema de transporte
Os deslocamentos realizados pela população para atender suas atividades diárias podem ser re-
alizados por um ou mais modais. Logo, um sistema de transporte urbano deve apresentar conectividade
entre modalidades e entre elementos de uma mesma modalidade.
INTEGRAÇÃO “INTRAMODALIDADE”
Dentre as principais características do sistema BRT está a operação tronco-alimentada. Distintas
linhas de ônibus provenientes de bairros mais afastados alimentam terminais e estações de integração,
onde os usuários podem realizar o transbordo entre o serviço de alimentação e troncal. Esta integração
física traz uma série de benefícios aos usuários, como a diminuição dos tempos de espera, informação
em tempo real e maior segurança. A integração das linhas alimentadoras e troncais também pode ser
tarifária. Por meio da bilhetagem eletrônica, um cartão dedicado pode trazer benefícios econômicos
aos usuários que necessitam pegar mais de um ônibus no seu trajeto. Os esquemas tarifários variam de
acordo com cada sistema, podendo ter restrições temporais ou não.
INTEGRAÇÃO “INTERMODALIDADE”
O sistema BRT pressupõe a utilização de terminais que permitem a integração entre modalidades,
tais como: pedestres, bicicletas, automóveis, metrôs e trens.
BRT E PEDESTRES
A implantação de um sistema BRT de qualidade pode induzir a requalificação do espaço urbano.
Com a implantação de um sistema BRT, as principais vias de acesso às estações e aos terminais passam
a receber alto fluxo de pedestres. Os pedestres se beneficiam de vias com maior espaço de circulação,
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
34
melhores pavimentos, boa iluminação, menor poluição e ruído. Quanto melhor a qualidade de circulação,
maior a atração de usuários.
Foto: Karl Fjelistrom/ ITDP – Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 29. Acesso facilitado para os usuários do Macrobus, México
Foto: Karl Fjelistrom/ ITDP – Institute for Transportation & Development Policy
fIgurA 30. Pedestres e ônibus compartilham o espaço viário sem conflitos, TransMilênio
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BRT E BICICLETAS
O transporte não motorizado por bicicletas ainda representa um percentual baixo na divisão mo-
dal na maioria das grandes cidades brasileiras. Um dos aspectos citados como inibidor do uso da bicicleta
é a falta de infraestrutura, seja para circulação ou para estacionamento. Sistemas BRT de alta qualidade
incorporam, ao projeto de seus terminais, espaços seguros para o estacionamento de bicicletas. Isso, alia-
do a uma política de prover ciclovias e ciclofaixas, torna o uso da bicicleta mais atraente.
Foto de divulgação do Metro de São Paulo
fIgurA 31. Estacionamento para bicicletas em São Paulo
BRT E AUTOMóVEIS
Terminais de um sistema BRT também podem possibilitar a integração com o automóvel por meio
de áreas próximas para estacionamento. Os congestionamentos crescentes enfrentados pelos motoristas
podem tornar atraente um sistema BRT que proporcione acesso ágil às áreas centrais da cidade. A opção
de fazer a parte mais congestionada da viagem por transporte coletivo pode tornar assim o BRT mais
atraente aos usuários do transporte individual.
BRT E TREM OU METRô
O sistema BRT pode complementar os serviços ofertados pelos sistemas ferroviários e metroviá-
rios, especialmente quando esses não apresentam alta capilaridade e se concentram apenas nos grandes
eixos de demanda. Prover a integração entre estes sistemas estimula o uso do transporte coletivo. Obser-
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
36
ve-se que o terminal do BRT deve ter capacidade suficiente para acomodar todos os passageiros que vêm
do trem ou metrô. E o sistema BRT deve ter frequência compatível para o atendimento da demanda nos
pontos de integração com sistemas que utilizam veículos de maior capacidade que o veículo do BRT. No
Rio de Janeiro, que apresenta uma rede de transporte coletivo de grande capacidade nos principais eixos
radiais, estão sendo estudados eixos transversais para completar a rede. O T5 é um corredor de BRT que
fará integração com a linha 2 do Metrô e com outros eixos radiais, onde há ramais de transporte coletivo
de grande capacidade (ver Figura 32).
Fonte: Projeto básico e estudo de viabilidade da exploração do sistema de transportes de passageiros
do corredor exclusivo de ônibus (T5) ligando a Barra da Tijuca à Penha, Logit / Ingérop / JDS
fIgurA 32. Corredor BRT integrado ao Metrô para completar rede de transporte de alta capacidade no Rio de Janeiro
ACESSIBILIDADE UNIVERSAL
A qualidade do acesso a um sistema de transporte contribui para a escolha do cliente. A falta
de acessibilidade universal nas nossas redes de transporte reduz a mobilidade de milhões de brasileiros
idosos, pessoas com necessidades especiais ou com mobilidade reduzida. Um bom sistema BRT oferece
acessibilidade universal nas estações, terminais, veículos e na área de entorno.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 37
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Fonte Logit
fIgurA 33. As estações de um sistema BRT devem ter corrimãos nas rampas
e travessia de pedestres semaforizada com rampas para cadeirantes
1.5 Brt e o desenvolvimento urbano
As redes de BRT, por integrarem à paisagem urbana toda a infraestrutura implantada, carregam
em si a vocação de extrapolar sua função setorial básica para tornarem-se também uma oportunidade
de intervenção integrada que, além de ofertar um meio de transporte democrático, qualifica o espaço
público. Dessa forma, a decisão pela implantação de uma rede BRT nasce, necessariamente, como projeto
transdisciplinar, pois envolve a articulação de diversos profissionais cujas diferentes abordagens dão conta
da complexidade das questões urbanas contemporâneas.
Por conjugar competências legais e capacidades de investimento de diversas instituições, a viabi-
lização da implantação de redes BRT demanda cooperação federativa entre prefeituras e governos esta-
duais no planejamento de uma ação de interesse comum de alta visibilidade e de amplos efeitos positivos
decorrentes da melhoria da qualidade de vida da população, que transita melhor e mais rapidamente em
seus trajetos, e à percepção que os habitantes têm de sua cidade, ao notar uma paisagem cotidiana mais
estruturada, organizada e moderna.
A estruturação urbana trazida pelo aumento da possibilidade física de deslocamentos por modo
coletivo permite adensamento de atividades e de residentes de uma maneira sustentável e condizente
com a capacidade (instalada ou passível de ampliação) dos sistemas implantados, planejado de acordo
com o tipo de desenvolvimento desejado para cada região (com incentivos para o uso residencial, comer-
cial ou de escritórios), preparando a cidade para cenários futuros de crescimento econômico.
Esse tipo de planejamento integrado é chamado de desenvolvimento orientado ao transporte
coletivo (Transit Oriented Development, TOD). Projetos BRT contribuem fortemente para este redesenho
da cidade, assegurando que o transporte coletivo, à medida que a cidade cresce, continue a atender as
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
38
necessidades de mobilidade dos novos residentes. O conceito de Transit Oriented Development (TOD) se
refere a um agrupamento ou densidade de residências, postos de trabalho, lojas e serviços em proximida-
de ao transporte coletivo com um serviço de alta qualidade (ver Figura 34). Tipicamente esse padrão de
desenvolvimento é compacto, com usos mistos do solo, e também oferece uma variedade de amenidades
para pedestres e ciclistas, como parques e ruas projetadas do ponto de vista do pedestre.
Fonte: Logit
fIgurA 34. Configuração típica de um TOD
O planejamento inteligente do TOD possibilita eficiência do transporte e do uso do solo, o que
resulta em benefícios para a qualidade do ar, vantagens para a saúde e um melhor retorno financeiro para
os investimentos de infraestrutura de transporte coletivo.
Fonte: Transit-Oriented Development, Curitiba´s Experience,” ISCS Plusnetwork, Luis Henrique C. Fragomeni
fIgurA 35. TOD ao longo de um corredor de transporte coletivo
Mesmo pessoas que não usam o transporte coletivo se beneficiam de ter o serviço de BRT e o
desenvolvimento orientado ao transporte coletivo em sua cidade. Por conta desses benefícios, os valores
das propriedades tendem a aumentar em áreas com alta qualidade de serviços de transporte.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 39
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
A possibilidade de adensamento de atividades econômicas ou de residentes cria oportunidades
para a utilização de instrumentos urbanísticos previstos pelo Estatuto da Cidade (Lei Federal 10257/2001)
e pelo Plano Diretor da cidade para promover transformações locais. Ao mesmo tempo em que tais instru-
mentos incentivam novas construções nos perímetros impactados pelas novas estruturas de mobilidade (Di-
reito de Superfície; Outorga Onerosa do Direito de Construir e de Alteração de Uso; Transferência do Direito
de Construir; Operações Urbanas Consorciadas), há aqueles também que viabilizam intervenções próprias
do poder público no reordenamento urbano (instituição de Zonas Especiais de Interesse Social; Parcelamen-
to, Edificação ou Utilização Compulsórios; Usucapião Especial de Imóvel Urbano; Direito de Preempção).
A qualificação urbana e a possibilidade de adensamento propiciadas pela implantação de BRT va-
lorizam os bairros impactados e oferecem oportunidade de aproveitamento dos retornos financeiros, com
aumento do potencial construtivo vendável, o que estimula a inclusão do setor imobiliário como parceiro
nos processos de reconversão urbana. Estudos como o Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte
consideram o adensamento decorrente da implantação de corredores BRT (ver Figura 36). Os ganhos imo-
biliários decorrentes de um projeto de BRT podem ser usados para ações públicas futuras de qualificação
urbana, mas a própria expectativa de valorização também contribui para viabilizar o financiamento da
implantação ou expansão de sistemas BRT.
Tendencial (Conservador) Aplicação de TOD (Radical)
Fonte: Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte, Logit e BHTrans
fIgurA 36. Taxa de Crescimento nos Cenários Tendencial e Radical em Belo Horizonte entre 2008 e 2020
A implantação de redes de BRT impacta positivamente também no meio ambiente urbano, sendo
um elemento que contribui para a sustentabilidade das cidades. O Bus Rapid Transit melhora a eficiência
do transporte coletivo, aumentando a velocidade média dos veículos e reduzindo as emissões de po-
luentes, além de ofertar uma opção confortável e confiável de transporte público que pode atrair novos
usuários ao sistema e assim diminuir a participação do transporte individual no total de viagens da região.
Além disso, os projetos urbanos necessários à construção da rede podem incluir plantio de vegetação ao
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
40
longo das vias do BRT, ou até mesmo serem integrados a parques lineares junto a córregos, qualificando
o meio ambiente e o microclima das regiões por que passa.
Do ponto de vista do planejamento estratégico, a implantação de redes de transporte coletivo de
alto desempenho tem papel fundamental, pois, além de estruturar regiões para o crescimento econômi-
co, promove maior organização dos fluxos na cidade e fomenta a eficiência urbana. Dessa forma, novas
infraestruturas de transporte são investimentos que habilitam suas áreas de influência a desempenhar as
funções de centro de decisão, consumo e negócios compatíveis com o nível de competição e dinamismo
da economia contemporânea. Nesse sentido, cidades que desejam se qualificar para o desenvolvimento
encontram nas redes de BRT uma solução com menor custo por quilômetro de linha, com alto padrão de
serviços em vias preparadas para receber projetos modernizadores da paisagem urbana.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 41
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
2. InfrAestruturA
A implantação de um sistema de BRT requer o provisionamento dos elementos básicos de infra-
estrutura além dos mecanismos de arrecadação e controle.
2.1 elementos básicos de infraestrutura do sistema Brt
• Geometria viária
• Estações
• Terminais
• Garagens
• Sistema de Bilhetagem
• Centro de Controle Operacional (CCO)
A infraestrutura viária necessária à operação do sistema BRT requer faixas de ônibus no canteiro
central, segregadas fisicamente do tráfego misto. O sistema ganha capacidade com faixas de ultrapassa-
gem nas estações ou com a adoção de faixas duplas ao longo de todo o corredor.
CONFIGURAÇÃO VIÁRIA DO CORREDOR BRT
• Faixas de ônibus centrais e exclusivas com separação física do tráfego misto
◉ Uma faixa por sentido ao longo do corredor
◉ Uma faixa por sentido ao longo do corredor com faixa de ultrapassagem adicional nas estações
◉ Duas faixas por sentido ao longo do corredor
• Desejável pavimento rígido de concreto ao longo de todo o corredor, especialmente na aproxi-
mação de estações e interseções.
• O desenho geométrico da via deve conter:
◉ Adequação das calçadas
◉ Realocação de equipamentos públicos
◉ Projeto de paisagismo
◉ Projeto de drenagem
◉ Projeto de iluminação
◉ Projeto de sinalização horizontal e vertical
A Tabela 3 a seguir apresenta as larguras recomendadas para os componentes da geometria
viária em um corredor segregado.
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42
tABelA 3. Larguras recomendadas para um corredor segregado
Largura recomendada (m)
Calçadas 3
Ciclovia 2,5
faix
a BR
T no corredor 3,5
na estação 3,0
ultrapassagem na estação 3,5
Tráfego misto 3,5
Esta
ções Bidirecional 5
Unidirecional 3,5
Fonte: Logit
Fonte: Logit
fIgurA 37. Exemplo de seção tipo – Corredor BRT
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Fonte: Departamento de Transportes de Joanesburgo
fIgurA 38. Foto Rea Vaya – Joanesburgo, África do Sul
As estações no corredor do BRT são concebidas para serem construídas em módulos com capa-
cidade de atendimento de até 60 veículos por hora por sentido.
CONFIGURAÇÃO DAS ESTAÇõES DO CORREDOR BRT
• Estações centrais com configuração modular podendo acomodar até dois ônibus articulados
simultaneamente
• Plataformas de embarque elevadas (~85 cm de altura)
• Largura das estações
◉ 5m – estações bidirecionais
◉ 3,5m – unidirecionais
• Estações cobertas e fechadas com iluminação interna e externa
• Acesso por rampas por ambos os lados
• Bilheteria nas estações ou no seu entorno
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44
• Catracas com validador para controle de acesso
• Painéis eletrônicos com informações operacionais
• Câmeras de segurança
Na Figura 39 foi destacada a plataforma avançada para reduzir o vão entre a plataforma da es-
tação e o piso interno do veículo BRT.
Fonte: LOGIT / Maia Melo
fIgurA 39. Seção Transversal da estação de BRT
Fonte: LOGIT / Maia Melo
fIgurA 40. Estação de BRT – Perspectiva artística
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A concepção modular das estações (ver Figura 41) permite a sua implantação gradual de acordo
com o aumento da demanda devido à expansão do sistema, garantindo a manutenção do nível de serviço
aos usuários.
Fonte: Logit
fIgurA 41. Configuração modular da estação de BRT
Os terminais e estações de integração ficam posicionados em pontos estratégicos na rede de
transportes possibilitando a integração física e tarifária entre diferentes serviços, fundamentais para a
operação de um sistema tronco-alimentado (ver Figura 42).
Fonte: Logit
fIgurA 42. Configuração das estações de transferência e terminais
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
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46
Além de desempenhar sua função primordial de guardar os ônibus, as garagens ainda abrigam as
áreas de inspeção, limpeza, manutenção, reabastecimento e as dependências administrativas dos operadores.
Fonte: Logit
fIgurA 43. Esquema funcional da garagem
As garagens devem estar localizadas o mais próximo possível dos terminais a fim de evitar qui-
lometragem morta nos períodos de entre pico e noturnos, reduzindo o custo operacional e o tempo de
reposicionamento dos veículos.
fIgurA 44. Exemplo de localização do Terminal e Garagem – Bogotá
O sistema eletrônico de cobrança de tarifa é um dos elementos mais importantes do sistema de
BRT por possibilitar o embarque e desembarque rápidos e a adoção de políticas de integração tarifária
entre diferentes serviços e modos de transporte.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 47
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Leitor de cartãoValidador Metrô com coleta de cartão
Vending Machine -Recarga automática
Vending Machine com GPRS - Recarga automática
Validador
fIgurA 45. Equipamentos de Bilhetagem Eletrônica
CENTRO DE CONTROLE OPERACIONAL – CCO
Um sistema de alta capacidade como o BRT exige um Centro de Controle Operacional que rea-
lize o monitoramento contínuo da frota para a garantia da segurança e confiabilidade da operação (ver
Figura 46).
• Monitoramento da frota via GPS
• Controle da regularidade e pontualidade na operação
• Registro da velocidade operacional média dos corredores em tempo real
• Controle e Monitoramento visual do sistema por meio de circuito de câmeras ao longo do cor-
redor e nas estações e terminais
• Atuação em situações emergenciais (pane de veículos, acidentes, enchentes, manifestações, en-
tre outras)
• Gerenciamento e processamento das informações operacionais aos usuários nos ônibus, nas
estações e terminais
• Observação do nível de ocupação nas estações e veículos
• Fornecimento de dados para reprogramação e planejamento operacional
fIgurA 46. Funções e importância do Centro de Controle Operacional
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
48
3. projeto operACIonAl
Os objetivos do Plano Operacional de um BRT são:
• Definir o desenho operacional do sistema
◉ Tipos de serviços (troncal, alimentador)
◉ Itinerário das linhas
◉ Frequência das linhas
• Dimensionar a frota
• Definir os parâmetros para a concepção das infraestruturas
◉ Faixas
◉ Estações
◉ Terminais
◉ Gestão de tráfego
3.1 Coleta de informações
O plano operacional requer várias informações relacionadas à oferta e demanda de transporte.
• Oferta de transporte
◉ Física (rede viária)
◉ Operacional (linhas de ônibus)
• Demanda de transporte
◉ Matriz de Origem e Destino de viagens
Para a oferta física é necessário realizar o mapeamento da rede viária incluindo informação de
velocidades, localização de interseções semaforizadas, número de faixas e tipologia da rede (estrada, rua
principal, coletora, local).
A oferta operativa refere-se ao mapeamento das linhas de transporte público incluindo o cadas-
tro e informações operacionais das linhas.
◉ Código da linha
◉ Nome da linha (Denominação)
◉ Tipologia da linha
◉ Tipo de veículo
◉ Extensão da linha
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 49
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◉ Itinerário da linha em arquivo geográfico (SIG)
◉ Frota por tipo de veículo
◉ Capacidade dos veículos
◉ Frequência na hora pico manhã e tarde (Dia Útil, Sáb, Dom)
◉ Viagens dia (Dia Útil, Sáb, Dom)
◉ Tempo de viagem na hora pico Manhã
◉ Tarifa
◉ Operador/Empresa
◉ Terminais (Inicial, Intermediários, Final)
A Figura 47 a seguir mostra o mapeamento das linhas de transporte. As diferentes cores auxiliam
na diferenciação de linhas em caso de sobreposição.
Fonte: Logit
fIgurA 47. Linhas de ônibus convencionais
A demanda de transporte visa à caracterização das viagens dos usuários potenciais do BRT, obti-
das por meio de pesquisas de campo tais como:
◉ Pesquisa Origem-Destino domiciliar, contendo:
▷ Dados de viagens de cada indivíduo entrevistado (horário, modo, motivo)
▷ Dados socioeconômicos
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
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50
▷ Fatores de expansão
▷ Outros
◉ Pesquisa Origem-Destino dentro dos veículos de transporte público
◉ Pesquisa de contagem volumétrica classificada
▷ Automóveis
▷ Transporte Coletivo
▷ Caminhões
◉ Pesquisa de frequência e ocupação visual em transporte coletivo
◉ Pesquisa de sobe e desce em transporte coletivo
3.2 Análise de demanda
A informação anterior permite obter as matrizes origem–destino, organizadas para o período de
análise, normalmente a hora pico da manhã e da tarde. As figuras a seguir ilustram a estrutura da matriz
de viagens.
Na Figura 48, pode-se ver o montante de viagens com origem e destino em cada zona no horário
de pico da manhã.
Fonte: Logit
fIgurA 48. Origens e Destinos de viagens na hora pico manhã
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 51
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
A representação das origens e destinos de cada zona ajuda na identificação das características
de cada região, condicionada pela sua natureza de ocupação e uso do solo, que norteiam a dinâmica de
mobilidade da cidade.
Nesse contexto, as linhas de desejo são utilizadas para representar espacialmente os fluxos de
viagem que ocorrem na cidade, elas demonstram como as zonas interagem entre si, os desejos de viagem
dos habitantes da cidade.
Na Figura 49, as linhas vermelhas mostram linhas de desejo de viagem entre pares de zona onde
a espessura dessas linhas indica a quantidade de viagens entre cada par de zonas.
Fonte: Logit
fIgurA 49. Viagens hora pico manhã
Uma vez obtidas as matrizes origem-destino e caracterizada a oferta física e operacional, é re-
alizado o processo de alocação da demanda. Para isso são usados modelos matemáticos que permitem
representar de uma forma simplificada o comportamento dos usuários na hora de escolher as linhas e
conexões para realizar suas viagens. Nesse processo são usadas ferramentas computacionais. Com essas
ferramentas, podem ser estudados em conjunto todos os modos de transporte disponíveis.
A alocação da demanda define o número de passageiros que usaram cada linha em cada trecho
da rede viária. A concentração de demanda define os eixos viários potenciais para desenvolver um corre-
dor de transporte tipo BRT.
O modelo de alocação permite definir a demanda existente na hora pico de análise (ver Figura 50).
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
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52
Fonte: Logit
fIgurA 50. O modelo de alocação permite definir a demanda existente na hora pico
Da mesma forma é possível observar a oferta operacional de transporte (ver Figura 51).
Fonte: Logit
fIgurA 51. Oferta de transporte coletivo
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 53
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
A linha vermelha da Figura 49 mostra o corredor BRT e a espessura das linhas azuis revela a fre-
quência da oferta de transporte em ônibus por hora.
3.3 Definição dos Corredores de Brt
O processo de tomada de decisão dos corredores de BRT a serem implantados envolve uma aná-
lise de diversos fatores técnicos, políticos e ambientais.
Na Figura 52 a seguir estão representados os critérios mais comumente considerados devido ao
seu impacto no processo decisório. A ponderação de cada variável depende das características e particu-
laridades de cada cidade.
Fonte: Logit
fIgurA 52. Critérios considerados na definição dos corredores de BRT
A matriz a seguir (ver Figura 53) exemplifica uma análise comparativa multicriterial para a avalia-
ção da viabilidade de implantação de um corredor BRT.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
54
Fonte: Logit
fIgurA 53. Matriz multicritério de avaliação de corredores potenciais
No referente ao critério de demanda, os sistemas tipo BRT têm alta capacidade de transporte
com demandas observadas entre 3 mil e 45 mil passageiros por hora, como se ilustra nas figuras a seguir.
Fonte: Logit
fIgurA 54. Capacidade de atendimento do sistema BRT
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 55
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Linha Tipo Número de viagens (passageiro/hora*sentido)
Hong Kong Subway Metrô 80.000São Paulo, Linha 1 Metrô 60.000Mexico City, Linha B Metrô 39.300Santiago, Linha La Moneda Metrô 36.000Londres, Linha Victoria Metrô 25.000Buenos Aires, Linha D Metrô 20.000Bogotá, TransMilenio BRT completo 45.000São Paulo, Corredor Santo Amaro BRT-leve 34.910Porto Alegre, Corredor Assis Brasil BRT-leve 28.000Curitiba, Eixo Sul BRT sem
ultrapassagem10.640
Manila MRT-3 Trem Elevado 26.000Bangkok, SkyTrain Trem Elevado 22.000Kuala Lumpur, Monotrilho Monotrilho 3.000Tunis VLT 13.400
Fonte: Logit
fIgurA 55. Capacidade de atendimento dos sistemas de transporte massivo no mundo
Demandas superiores a 3.000 pas/h/sentido precisam de algum tipo de priorização sobre o trá-
fego geral, já demandas por volta de 5.000 pas/h/sentido configuram o corredor troncal do sistema BRT.
Os corredores troncais devem ser integrados em uma rede (ver Figura 56) que não somente aten-
da as necessidades da demanda atual, mas também os requerimentos da demanda futura.
Fonte: Macrobus
fIgurA 56. Rede futura de corredores troncais
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
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56
DESENHO OPERACIONAL
O desenho operacional de um sistema de BRT segue o conceito inovador de serviço tronco-
alimentado introduzido inicialmente em Curitiba e amplamente difundido em outros sistemas de BRT ao
redor do mundo (ver Figura 57).
Fonte: Logit
fIgurA 57. Esquema operacional de um sistema Tronco-Alimentado (BRT)
3.4 tipos de serviço
LINHAS TRONCAIS
O serviço troncal opera com veículos de alta capacidade, exclusivamente, em corredores segre-
gados com faixas de ultrapassagem nas estações que possibilitam a operação simultânea de serviços
expressos e paradores para o atendimento da demanda de forma mais eficiente.
CARACTERíSTICAS DAS LINHAS TRONCAIS
• Ônibus de alta capacidade, articulados ou biarticulados
• Operação em corredores segregados com faixa de ultrapassagem
• Embarque/Desembarque, em nível, pelo lado esquerdo do veículo
• Estações fechadas com cobrança e controle externo ao veículo (não há cobrança a bordo)
• Serviços expressos e paradores
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 57
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Fonte: Logit
fIgurA 58. Serviço Troncal (Expresso e Parador) – Esquema Operacional
LINHAS ALIMENTADORAS
O serviço alimentador opera exclusivamente em vias locais com veículos de baixa e média capa-
cidades (ônibus padrão de 8 a 12 m) e tem um papel fundamental ao conferir capilaridade ao sistema,
ampliando sua área de cobertura e promovendo maior acessibilidade aos usuários.
CARACTERíSTICAS DAS LINHAS ALIMENTADORAS
• Ônibus padrão ou Minibus
• Operação em tráfego misto
• Embarque/Desembarque pelo lado direito do veículo
• Cobrança a bordo no veículo
• Desempenham a função de serviços locais
• Conferem maior capilaridade ao sistema
Fonte: Logit
fIgurA 59. Serviço Alimentador – Esquema Operacional
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
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58
LINHAS COMPLEMENTARES
O serviço complementar (ou intermediário) opera com ônibus de média e alta capacidades com
portas em ambos os lados do veículo, o que permite uma operação mista tanto dentro como fora do cor-
redor do BRT com a finalidade de evitar transferências indesejadas aos usuários e evitar pontos de grande
movimentação de passageiros em estações intermediárias.
CARACTERíSTICAS DAS LINHAS COMPLEMENTARES
• Ônibus convencionais ou articulados com portas em ambos os lados para operação dentro e
fora do corredor
• Operação mista, no corredor segregado e no tráfego misto
• Embarque/Desembarque por ambos os lados
• Cobrança no veículo
Reduz a necessidade de transferência para as linhas troncais, evitando grande movimentação
de passageiros em pontos indesejados; e quando necessário promove a transferência dentro da própria
estação do BRT (maior conforto, segurança e rapidez) (ver Figura 60).
Fonte: Logit
fIgurA 60. Serviço Complementar – Esquema Operacional
ESPECIFICAÇÃO DOS VEíCULOS
As especificações dos veículos são condicionadas pela característica de operação de cada tipo de
serviço do BRT e pela demanda estimada para cada linha (ver Figura 61).
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 59
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Fonte: Logit
fIgurA 61. Especificação dos veículos por tipo de serviço do sistema BRT
INTEGRAÇÃO MODAL
Dentro do contexto de mobilidade urbana é imprescindível que qualquer sistema de transporte
coletivo se integre com os demais modos de forma a constituir uma rede multimodal de transportes.
A integração modal depende de uma política tarifária integrada bem como de dispositivos que
permitam ao usuário uma transferência rápida, confortável e segura.
As estações de transferência e os terminais são os pontos onde ocorrem as integrações inter-
modais no sistema de BRT. A integração tarifária por sua vez é facilitada pelo sistema de bilhetagem
eletrônica.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
60
Fonte: Logit
fIgurA 62. Estação de Transferência – Perspectiva artística
Fonte: Logit
fIgurA 63. Integração modal no terminal BRT / Estação do Metrô - Perspectiva artística
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 61
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
RACIONALIZAÇÃO DAS LINHAS ATUAIS
Ao se implantar um sistema de transportes de característica tronco-alimentado, com maior ca-
pacidade e eficiência operacional como no caso do BRT, a racionalização das linhas de ônibus vigentes
se torna fundamental para garantir o desempenho e a provisão de todos os benefícios esperados com
o novo sistema. O processo de racionalização deve ser criterioso para não incorrer em desequilíbrios
econômico-financeiros ou desatendimento aos usuários.
A Figura 64 apresenta uma comparação entre as linhas remanescentes após a implantação do
corredor BRT e a situação anterior ao BRT.
Fonte: Logit
fIgurA 64. Racionalização das linhas (Situação sem BRT versus com BRT)
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
62
3.5 Dimensionamento
DESENHO OPERACIONAL DAS LINHAS
a. Frequência
O projeto operacional de um BRT é, basicamente, a determinação das frequências de viagens nos
diferentes períodos típicos do dia, a definição da frota de veículos necessários para o funcionamento e
desenvolvimento dos respectivos diagramas de marcha.
Nos estudos de desenho da oferta de um corredor, assume-se como condição que a ocupação
crítica média não exceda a capacidade do projeto. Na prática, este procedimento representa a determina-
ção do intervalo entre veículos sucessivos, respeitando o limite máximo e mínimo do intervalo.
Esta verificação é feita por meio da relação crítica entre a ocupação e capacidade de projeto do
veículo. Se esta relação for maior que 1 (>1), a linha está subdimensionada, portanto necessitando de mais
veículos. Caso contrário (<1), há um excesso de oferta.
A ocupação crítica é obtida diretamente do processo de alocação da demanda. A Figura 65
ilustra o carregamento e a movimentação de passageiros nas estações para uma linha troncal paradora.
fIgurA 65. Demanda da linha
O polígono de carga permite analisar os trechos de carga crítica ao longo da linha. Neste caso
a demanda crítica atinge cerca de 3.500 passageiros/hora neste sentido de circulação, como mostra a
Figura 66.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 63
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
fIgurA 66. Polígono de carga de uma linha paradora
As frequências são calculadas para os diferentes períodos do dia considerando dias úteis e fins de
semana. As variações típicas da demanda são estabelecidas a partir de pesquisa de campo sobre linhas
existentes nos corredores e áreas de influência do projeto. A Figura 67 ilustra o perfil observado da de-
manda e o equivalente em distribuição horária da oferta.
fIgurA 67. Perfil da demanda e equivalente em distribuição horária da oferta
b. Frota
Para operar um corredor de BRT, exige-se que na situação de solicitação máxima (períodos de
pico) o número de veículos disponíveis (frota efetiva) seja o suficiente para garantir o intervalo calculado
para o respectivo nível de serviço.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T
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64
Além disso, deve haver um número extra de veículos (frota de reserva) para corrigir eventuais
deficiências detectadas no funcionamento (avaria, acidente, etc.) e para permitir a rotação de veículos
em escala para a manutenção preventiva. A frota de reserva é normalmente de 5% da frota operacional.
O cálculo da frota considera como variáveis fundamentais o tempo de ciclo, o intervalo de parti-
das e a duração dos períodos de máxima demanda.
DIMENSIONAMENTO DAS ESTAÇõES
Nas estações, são dimensionados três elementos operacionais, sendo estes:
• Os pontos de parada;
• A plataforma de embarque e
• Os acessos da estação.
A capacidade de um ponto de ônibus pode ser definida como o número máximo de ônibus por
unidade de tempo que pode entrar na área de parada. No entanto, esta capacidade não é meramente o
intervalo médio entre ônibus quando há uma fila tentando entrar na estação.
O número máximo de ônibus que podem entrar na estação está vinculado ao tempo durante o
qual a área de parada é ocupada pela transferência de passageiros.
O tempo de ocupação depende dos seguintes fatores:
• tL = tempo de frenagem e aceleração;
• tP = tempo de transferência de passageiros;
• te = esperas internas por bloqueio na saída; e
• tempo necessário para percorrer a estação.
Em termos gerais pode-se considerar que a capacidade prática de uma estação com um ponto
de parada está entre 30 e 60 ônibus/h, dependendo da quantidade de passageiros que sobem e descem.
Para frequências maiores é necessário acrescentar o número de pontos de parada representados por
módulos para o caso de BRT. As Figuras 68, 69, 70 e 71 a seguir representam os tipos de estação usados
para BRT.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 65
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fIgurA 68. Estação tipo 1
fIgurA 69. Estação tipo 2
fIgurA 70. Estação tipo 3
fIgurA 71. Estação tipo 4
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4. elementos De Custos
Sistemas BRT normalmente apresentam menores custos operacionais, quando comparados com
sistemas de transportes por ônibus comum, pois utilizam veículos de grande capacidade em vias exclusivas
e estações fechadas com área pré-paga, que levam a menores tempos de percurso e menores frotas. No
entanto, esses sistemas apresentam outros custos operacionais relevantes, que devem ser considerados:
• Estações e terminais;
• Bilhetagem eletrônica;
• Centro de Controle Operacional (CCO);
• Sistema de Informações ao Usuário (SIU);
• Marketing.
Os custos de construção/implantação dos corredores, estações, terminais de integração e do
Centro de Controle Operacional, são normalmente de responsabilidade do poder público. Os operadores
são responsáveis pela compra e manutenção da frota, pelos custos operacionais e, dependendo da con-
figuração institucional adotada em cada caso, podem ser responsáveis pelos demais itens de custo, ou
seja: pela operação e manutenção das estações e terminais, bilhetagem eletrônica, operação do CCO,
SIU e Marketing.
Os veículos utilizados em sistemas BRT são diferentes dos ônibus convencionais e se constituem
em elemento determinante dos custos do sistema. Geralmente a frota é composta por veículos conven-
cionais, para os serviços alimentadores, e de veículos articulados, para os serviços troncais.
Os veículos articulados são mais caros e têm maior custo operacional que o ônibus convencio-
nal, devido ao maior consumo de combustível e à manutenção mais complexa, porém essa diferença é
compensada pelas condições de operação do corredor, que permitem menor tempo parado no trânsito,
resultando maior velocidade média, o que induz a uma redução do consumo de combustível e a menor
frota comparativamente ao sistema convencional, devido à maior capacidade dos veículos e devido aos
menores tempos de ciclo.
A seguir são analisados alguns elementos de custo que são próprios dos sistemas BRT e que
podem ser enfrentados de forma distinta, dependendo do modelo de negócios a ser adotado para os
diversos componentes do sistema BRT:
4.1 Implantação da infraestrutura de corredores Brt
Normalmente todo o custo de implantação da infraestrutura de um corredor de BRT é de res-
ponsabilidade do poder público. Verifica-se no entanto que o governo tende a buscar formas criativas de
participação da iniciativa privada no financiamento da implantação de corredores.
C o n c e i t o s e e l e m e n t o s d e c u s t o s d e s i s t e m a s B R T 67
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES URBANOS
Verificam-se no exterior casos onde o poder público busca a formação de parcerias público-
privadas (PPP) para o fina infra-estrutura nciamento da implantação e manutenção de toda ou parte da
infraestrutura de corredores BRT.
fIgurA 72. Infraestrutura viária do BRT de Curitiba
Na Cidade do México, por exemplo, terminais de integração foram construídos e são mantidos e
operados pela iniciativa privada, que cobra uma módica taxa de uso para cada ônibus que o utiliza e ainda
explora o espaço acima do terminal com a construção de uma área comercial que se mostrou muito movi-
mentada e bem sucedida.
No México ainda, o governo de Jalisco é responsável pela implantação do sistema de BRT da área
conurbada de Guadalajara, que será a sede dos Jogos Panamericanos de 2011. O governo já construiu
com seus recursos um corredor BRT que liga as regiões Sul e Norte da cidade, passando pela área central,
tendo financiado toda a construção incluindo corredores, estações, terminais e garagem, pátio de esta-
cionamentos e CCO. Agora, o governo de Jalisco busca um financiamento tipo PPP para a implantação
da Fase 2 do BRT de Guadalajara.
No Brasil, as garagens ou pátios de estacionamento são comumente implantados pelo operador.
Normalmente terminais e estações, além do corredor, são construídos e mantidos/operados pelo governo
ou pelo órgão público de gerência. Existem bons exemplos de participação da iniciativa privada na ope-
ração e manutenção de terminais, onde se garante um bom nível de serviço ao longo de todo o período
de concessão.
4.2 garagens
As melhores práticas de implantação de sistemas BRT indicam que as garagens devem ser cons-
truídas junto ao(s) terminal(is) de integração, na(s) extremidade(s) do corredor localizada(s) junto ao bairro.
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68
Existem no exterior vários exemplos de corredores que ligam bairro a bairro, passando pelo cen-
tro das cidades, como verdadeiros corredores “diagonais”. Nesses casos, existiriam pelo menos dois ter-
minais de integração junto aos bairros, em cada extremidade do corredor. Junto a cada um desses, seriam
construídas as garagens para a empresa operadora. No Brasil, normalmente os custos de implantação,
manutenção e operação das garagens são de responsabilidade dos operadores.
4.3 estações e terminais
Os custos de construção das estações e terminais de BRT são, em princípio, do poder público,
mas sua operação e manutenção podem ficar sob a responsabilidade dos operadores.
As melhores práticas de implantação de Sistemas BRT no mundo indicam que as estações devem
ser de plataforma elevada (90cm) e devem ser fechadas, com instalação de catracas na entrada, apresen-
tando locais para compra/recarga de bilhetes, com área paga de boas dimensões e portas automáticas,
que devem ser operadas pelo condutor do ônibus, por sistema infra-vermelho, após a parada e correto
posicionamento do ônibus na plataforma.
fIgurA 73. Estações “tubo” – BRT de Curitiba
Para se garantir um bom nível de manutenção e de serviço de operação aos usuários nas estações
e terminais, deve-se considerar a possibilidade de envolver a iniciativa privada nesse trabalho.
A operação das estações e terminais poderia ficar a cargo dos operadores do sistema de trans-
porte, que assim utilizariam como bilheteiros ou agentes de apoio operacional, os cobradores que não
seriam mais necessários para a operação dos veículos dos serviços troncais.
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4.4 Bilhetagem eletrônica
Os custos de implantação de toda e tecnologia embarcada ou implantada nos terminais e es-
tações, assim como todos os custos de manutenção e de operação para venda/recarga de créditos em
cartões, venda de bilhetes unitários, validação de bilhetes ou cartões, podem recair sobre o poder público
ou sobre operadores privados, dependendo do plano geral de negócios adotado para o sistema BRT. O
poder público normalmente terceiriza o serviço de bilhetagem, que pode ser operado tanto pelo opera-
dor do sistema de transporte, como por uma empresa específica para arrecadação das tarifas pagas pelos
usuários. No Brasil, em função da legislação sobre o Vale-Transporte, normalmente é o operador que
gerencia o sistema de bilhetagem.
Os custos de um sistema de bilhetagem ficam normalmente no entorno de 5 a 10% do total
arrecadado pelo sistema BRT.
4.5 Centro de Controle operacional (CCo) e sistema de Informações aos usuários (sIu)
As instalações do Centro de Controle Operacional (CCO) em geral são implantadas pelo poder
público, mas sua operação e manutenção podem ficar sob responsabilidade de operadores, que incorrem
com os custos de implantação da tecnologia embarcada nos ônibus, nas estações e no CCO, com os
custos de telecomunicações e com os demais custos de operação e manutenção.
Outra área que exige investimentos elevados em sistemas operacionais é o Sistema de Trânsito
Inteligente (ITS), que pode ser utilizado para dar prioridade ao sistema BRT nas interseções semaforizadas.
Geralmente os custos de implantação, manutenção e operação ficam sob a responsabilidade do poder
público, mais especificamente, no setor responsável pelo trânsito municipal.
A tecnologia embarcada nos veículos pode ficar sob a responsabilidade do operador de transpor-
te, podendo ser financiado junto com o veículo. Assim, os custos de manutenção desses sistemas ficariam
sob a responsabilidade dos operadores.
Os custos de um sistema CCO e SIU ficam normalmente em torno de 2 a 5% do total arrecadado
pelo sistema BRT.
4.6 marketing
O operador ou o órgão gestor deve investir em marketing para maior sucesso de um sistema BRT.
A marca não é apenas um nome que diferencia empresas e serviços, ela possui significados, atributos e
diferenciais que definem o que uma empresa representa e o espaço que ela ocupa na mente das pessoas.
Por isso, um elemento chave de sucesso para um sistema de BRT é o desenvolvimento de uma
marca forte. O objetivo deve ser criar uma marca com a qual as pessoas se identifiquem, tornando o sis-
tema de BRT parte da vida delas e da cidade, de tal forma que resulte em um relacionamento de orgulho
e carinho, tornando os cidadãos usuários e defensores do sistema.
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Para que isso ocorra, é necessário alinhar os objetivos racionais e emocionais da marca, ressaltan-
do os benefícios que o BRT trará. É vital uma visão ampla que considere, além dos diferentes públicos de
interesse, as diferentes etapas, do planejamento até a implementação do sistema, levando em considera-
ção os impactos que a obra terá na vida das pessoas.
Dessa forma, nessa etapa, é imprescindível a criação de ferramentas de comunicação integradas
e interativas como, por exemplo, website, e-mail, eventos, folders educacionais, entre outros.
O lançamento é um marco, onde se concretizam as promessas da marca, tornando o discurso e
as espectativas em realidade.
A gestão de uma marca é um trabalho contínuo e por isso, após o lançamento, é importante
dar continuidade à comunicação da marca e, assim, fortalecer a educação da população, tirar possíveis
dúvidas pós primeiro uso. Assim, os custos de marketing devem ser incorporados no custo de operação
do sistema BRT.
4.7 Conclusões
Para a implantação de um sistema BRT é fundamental o desenvolvimento de diversos projetos,
incluindo:
• Planejamento operacional do novo sistema: indicando como serão reestruturadas as linhas exis-
tentes, indicando a localização do corredor, dos terminais e estações, indicando como serão os
novos serviços alimentadores, troncais e complementares. Um bom planejamento operacional
permitirá obter ganhos operacionais sem aumentos significativos de custos.
• Projeto de engenharia do BRT: contemplando o projeto básico e executivo do corredor, das edi-
ficações (terminais e estações, normalmente modulares e montadas em estrutura metálica), das
obras de arte especial, dos sistemas de bilhetagem, controle e de informação ao usuário, etc.;
• Plano de negócios e modelagem da concessão: indicando como será o novo desenho institu-
cional do sistema, contemplando a modelagem financeira do sistema, indicando como será
realizada a distribuição de responsabilidade sobre os custos de investimento e operacionais,
entre o poder público e os operadores. Nessa etapa normalmente são preparados os editais de
concessão ou realizadas as negociações com os operadores do sistema BRT.
Projetos bem elaborados, detalhando todos os aspectos tratados neste documento, são o cami-
nho para o sucesso e viabilidade econômica dos sistemas BRT: melhor para operador, para o usuário e
para o poder público.
fICHA tÉCnICA
logIt
Responsável
Wagner Colombini Martins
Corpo Técnico
Claus Hidenori Nakata
Diogo Barreto
Fernando Howat Rodrigues
Júlio da Cunha Rodrigues
Maurício Feijó Cruz
Rafael Sanabria Rojas
Yosef Mentzer
Brenda Medeiros Pereira (CTS – Brasil)
Luis Antônio Lindau (CTS – Brasil)
Marta Obelheiro (CTS – Brasil)
ntu
Marcos Bicalho dos Santos
Sandra Cristina Ferreira de Souza
grupo De ACompAnHAmento
Albert Andrade – SETRABH
Lélis Marcos Teixeira – FETRANSPOR
João Carlos Vieira de Souza – SP-URBANUSS
Rodrigo Corleto Hoelzl – SETRANSP/PR
Richele Cabral Gonçalves – FETRANSPOR
Wagner Palma Moreira – SP-URBANUSS
reVIsão
Melissa Brito Spíndola
DIAgrAmAção
Heonir Soares Valentim
CApA
Bárbara Renault
Impressão
Gráfica e Editora Santa Clara
DIRETORIA DA NTU E CONSELHO FISCAL - TRIêNIO 2008/2011
DIREToRIa GERal
Executiva
Presidente Otávio Vieira da Cunha Filho
Vice-Presidente Eurico Divon Galhardi
Vice-Presidente de Administração e Finanças João Antonio Setti Braga
Vice-Presidente para Assuntos Técnicos Roberto José de Carvalho
Vice-Presidente para Assuntos Jurídicos Ilso Pedro Menta
Vice-Presidente para Assuntos Parlamentares David Lopes de Oliveira
Vice-Presidente de Recursos Humanos Maria Silvana Gonzalez Cal
Vice-Presidente de Comunicação Social Lélis Marcos Teixeira
Vice-Presidente de Responsabilidade Socioambiental Rodrigo Corleto Hoelzl
Regional
Diretor do Estado do Amapá Antoninho Catani
Diretor dos Estados do Pará, Amazonas e Roraima Paulo Fernandes Gomes
Diretor do Estado do Acre e Rondônia Eder Augusto Pinheiro
Diretor do Estado do Tocantins José Antônio dos Santos Júnior
Diretor do Estado do Piauí Alberlan Euclides Sousa
Diretor do Estado do Ceará Francisco Feitosa de Albuquerque Lima
Diretor do Estado do Rio Grande do Norte Luis Arnaud Soares Flor
Diretor do Estado da Paraíba Agnelo Cândido do Nascimento
Diretor do Estado de Pernambuco Alfredo Bezerra Leite
Diretor de Alagoas Neusa de Lourdes Simões
Diretor do Estado de Sergipe Adierson Carneiro Monteiro
Diretor do Estado da Bahia Matheus Carvalho de Souza
Diretor do Distrito Federal Wagner Canhedo de Azevedo Filho
Diretor do Estado de Goiás Edmundo de Carvalho Pinheiro
Diretor do Estado do Mato Grosso Ricardo Caixeta Ribeiro
Diretor do Estado do Mato Grosso do Sul Sinval Martins de Araújo
Diretor do Estado do Espírito Santo Jerson Antonio Picoli
Diretor do Estado de Minas Gerais Fábio Couto de Araújo Cançado
Diretor do Município de Belo Horizonte Albert Andrade
Diretor da Região Metropolitana de Belo Horizonte José Marcio de Morais Matos
Diretor do Estado do Rio de Janeiro Francisco José Gavinho Geraldo
Diretor do Município do Rio de Janeiro João Augusto Morais Monteiro
Diretor da Região Metropolitana do Rio de Janeiro Narciso Gonçalves dos Santos
Diretor do Estado de São Paulo Mauro Artur Herszkowicz
Diretor do Município de São Paulo João Carlos Vieira de Souza
Diretor do Estado do Paraná Pedro Constantino
Diretor da Região Metropolitana de Curitiba Lessandro Milani Zem
Diretor do Estado de Santa Catarina João Carlos Scopel
Diretor da Região Metropolitana de Florianópolis Waldir Gomes da Silva
Diretor do Estado do Rio Grande do Sul Victorino Aldo Saccol
Diretor da Região Metropolitana de Porto Alegre João Carlos Piccoli
Suplentes
Suplente de Diretoria (RJ) José dos Santos Cunha
Suplente de Diretoria (MG) Renaldo de Carvalho Moura
Suplente de Diretoria (CE) Frederico Lopes Fernandes Júnior
Suplente de Diretoria (RS) João Paulo Marzotto
ConSElHo fISCal
Presidente do Conselho Fiscal (RJ) José Francisco dos Santos Caetano
Membro do Conselho Fiscal (MA) Ana Carolina Dias Medeiros de Souza
Membro do Conselho Fiscal (SP) Marcelo Ricardo Marques
Suplentes
Suplente do Conselho Fiscal (PR) Marco Antonio Gulin
Suplente do Conselho Fiscal (GO) Odilon Santos Neto
Suplente do Conselho Fiscal (PA) Jacob Barata Filho