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Revista de Imprensa

28-05-2012

1. (PT) - Público, 28/05/2012, Sobreviventes de cancro já são 250 mil em Portugal. E depois da cura ? 1

2. (PT) - Correio da Manhã, 27/05/2012, Equipamento trata tumores inoperáveis 3

3. (PT) - Diário de Notícias, 28/05/2012, OMS quer reduzir cancro em 25% 4

4. (PT) - Público - Público - Porto, 27/05/2012, Duas enfermeiras criaram laços e um emprego numa

freguesia de Miranda

5

5. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Urgências e cuidados intensivos sem pessoal 6

6. (PT) - i, 26/05/2012, Cirurgias caem cinco vezes mais que a média em alguns hospitais 7

7. (PT) - Expresso, 26/05/2012, Desempenho do sistema de saúde português: evidência ou ruído? 9

8. (PT) - Jornal de Notícias, 27/05/2012, Ministério da Saúde irredutível 10

9. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Liga contra o cancro quer mais rastreios 11

10. (PT) - Jornal de Notícias, 27/05/2012, Utentes estão a pagar mais apesar da baixa de preços 12

11. (PT) - Jornal de Notícias, 26/05/2012, Infarmed nega perda de comparticipação 14

12. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Tafamidis vai custar 33 milhões 15

13. (PT) - Notícias Magazine, 27/05/2012, Fazer faz toda a diferença 16

14. (PT) - Expresso - Economia, 26/05/2012, Medicamentos baratos ´fogem´ de Portugal 17

15. (PT) - Diário do Minho, 26/05/2012, Seminário divulga novos dados sobre consumo de tabaco 19

16. (PT) - Público, 26/05/2012, Deputada do PSD propõe fundo para a infância com dinheiros do aborto 20

17. (PT) - i, 26/05/2012, Desculpem-me, mas sou contra e não quero pagar! 21

18. (PT) - Diário de Notícias, 26/05/2012, Primeira pílula para homens no mercado dentro de dez anos 22

19. (PT) - Jornal de Notícias, 26/05/2012, Curso de dentária devia ser de 6 anos 23

20. (PT) - Público, 28/05/2012, Há mais mulheres do que homens na medicina. E então? 24

21. (PT) - Expresso - Emprego, 26/05/2012, Holanda quer enfermeiros e fisioterapeutas lusos 27

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FERNANDO VELUDO

Sobreviventes de cancro já são 250 mil em Portugal. E depois da “cura”?

Já correspondem a uma multidão.

Em Portugal há hoje cerca de 250 mil

sobreviventes de cancro. São milha-

res e milhares de pessoas (os cálcu-

los foram efectuados pelo presidente

da Liga Portuguesa contra o Cancro)

que, depois de consideradas livres da

doença, se confrontam com novos

e complexos problemas – no acesso

aos serviços de saúde, no emprego

– e com difi culdades acrescidas pa-

ra obter empréstimos bancários ou

fazer seguros.

Cinco anos após o diagnóstico,

caso não tenham tumor evolutivo,

depois de avaliados por uma junta

médica passam de doentes a cida-

dãos normais, perdem as regalias

de que usufruíam, mas continuam

a ser vítimas do estigma e do ónus

associados à doença. É para debater

esta realidade e esmiuçar os proble-

mas com que estes cidadãos se depa-

ram que a Liga Portuguesa contra o

Cancro organiza hoje na Fundação

Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a

Conferência sobre Sobreviventes de

Cancro, em colaboração com o Cen-

tro de Direito Biomédico da Univer-

sidade de Coimbra.

“Ao fi m de cinco anos, dizem: está

curado. Tiram-lhe os 60% de incapa-

cidade [nas juntas médicas, que dão

acesso a benefícios fi scais]. A partir

daí, surgem vários problemas. Se qui-

ser fazer um seguro, a maior parte

das companhias não faz ou então faz

mas por um valor altíssimo, excluin-

do as patologias inerentes ao cancro;

os empréstimos, que deveriam ser

bonifi cados, são pelo contrário one-

rados; no próprio emprego são olha-

dos de lado. É perverso”, sintetiza

Vítor Veloso, presidente do Núcleo

Regional do Norte da Liga Portugue-

sa contra o Cancro.

Ultrapassado este período, se ti-

verem vencido a doença, “perdem”

grande parte da percentagem da

invalidez e as condições especiais

de que beneficiavam. “E é nesta

altura que surge a dualidade: por

um lado, o ex-doente quer ser um

cidadão normal; mas, para garan-

tir o controlo da patologia, tem de

realizar exames específi cos, só que

entretanto deixa de estar isento do

pagamento de taxas moderadoras.

Será que isto faz sentido?”, pergun-

dos problemas centrais dos sobrevi-

ventes prende-se com as difi culdades

que passa a ter no acesso aos serviços

de saúde. “Ao fi m de cinco anos, há

instituições que dão alta ao doente.

Não contesto essa opção, mas depois

não existem mecanismos adequados

para que as pessoas continuem a ser

seguidas pelos médicos de família

mas com ligação à equipa que as

tratou”, constata. O que muitas ve-

zes deixa os sobreviventes perdidos

numa espécie de labirinto.

Mas há outras barreiras a enfren-

tar. Guilherme Oliveira, que dirige

o Centro de Direito Biomédico da

Universidade de Coimbra, não tem

dúvidas de que os problemas des-

tes sobreviventes acabam por ser

jurídicos, porque “são problemas

de discriminação”. Por isso, um dos

objectivos do encontro de hoje passa

por “perceber como é que o direito

se há-de meter neste assunto e ver se

será possível introduzir correcções

de índole legal”.

Em concreto, Guilherme Oliveira

estudou a questão da infertilidade

que frequentemente decorre dos tra-

tamentos oncológicos e vai abordá-la

na conferência. “Será que os onco-

logistas têm a obrigação de discu-

tir este problema com os doentes?

E será que devem remetê-los para

especialistas em medicina da repro-

dução?”, pergunta.

Apesar de só agora arrancar em

Portugal, o debate sobre os sobre-

viventes de cancro não é novo. Co-

meçou há mais de uma década nos

EUA, onde, de acordo com os últimos

dados do CDC (Centers for Disease

Control and Prevention) relativos

a 2007, havia então no país 11,7 mi-

lhões de sobreviventes (ou seja, 4%

da população). As previsões apon-

tam, aliás, para um agravamento do

fenómeno no futuro. Até 2030 está

previsto um aumento de cerca de

25% da incidência global da doen-

ça por causa do envelhecimento e,

simultaneamente, uma diminuição

dos números da mortalidade, subli-

nha Carlos Oliveira. Actualmente, os

cancros com maior incidência em

Portugal são os da mama na mulher

e o da próstata no homem.

ta Carlos Oliveira, presidente da

Liga Portuguesa contra o Cancro.

Ex-doentes num labirintoPor ano, surgem actualmente cerca

de 43 mil casos de cancro em Portu-

gal. A boa notícia é que, graças aos

avanços no diagnóstico e nas terapêu-

ticas, cresce o número dos que conse-

guem escapar à patologia até há pou-

co tempo encarada como uma quase

certa sentença de morte. Dentro de

cinco anos, espera-se que “entre 55%

e 60%” destes novos casos estejam vi-

vos, explica Jorge Espírito Santo, pre-

sidente do colégio da especialidade

de oncologia da Ordem dos Médicos

(OM) e ele próprio um sobrevivente

de longa data de um cancro.

O médico sabe, assim, muito bem

do que fala. Vítima de um tumor ós-

seo diagnosticado há duas décadas e

que lhe deixou sequelas permanentes

(a paralisia num pé condena-o a an-

dar de bengala), também ele continua

a enfrentar problemas vários, tanto

tempo depois de ter sido considerado

“curado”. Há três anos, por exemplo,

quando decidiu mudar de casa, foi

com grandes difi culdades que con-

seguiu fazer um seguro de vida. “Só

uma companhia aceitou”, lamenta.

Para o oncologista, que é um dos

oradores no encontro de hoje, outro

Após os tratamentos e a “cura”, começam a surgir outros problemas

Conferência sobre sobreviventes de cancro vai debater hoje em Lisboa problemas que enfrentam todos aqueles que, ao fi m de cinco anos, são considerados “curados”

SaúdeAlexandra Campos

Alertas sem alarme sobre cinco cancros

Prevenção nos cancros de mama, pele, colo do útero, colo-rectal e estômago

O PÚBLICO associou-se à Semana Europeia do Cancro com a divulgação de cinco documentários

elaborados pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular (Ipatimup) da Universidade do Porto (UP), um dos principais centros de investigação na área do cancro. A colecção In Vivo, focada na prevenção dos cancros mais frequentes em Portugal – mama, pele, colo do útero, colo-rectal e estômago –, tem sido apresentada em várias escolas do país e foi adaptada para o Público Online. “O que se procura aqui é uma tomada de consciência entrando pela porta do alerta e não do alarme”, resume Luís Filipe Silva, coordenador desta iniciativa do Ipatimup e professor da Faculdade de Medicina da UP. Mais do que os excepcionais

avanços feitos na área das terapias que atacam os mais diversos cancros, Sobrinho Simões, director do Ipatimup, remata que “o problema do cancro, de todos os cancros, só será atenuado com prevenção e diagnóstico precoce”. Assim, a escolha dos cinco cancros desta série foi feita a pensar na importância que têm em Portugal mas também na possibilidade que todos temos de os prevenir com medidas simples. A.C.F.

Ver em www.publico.ptos vídeos da série Cinco Dias, Cinco Cancros, Cinco Vídeos

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Em Portugal já há 250 mil pessoas que sobreviveram ao cancro Taxa de sobrevivência está a aumentar e em cinco anos estima-se que entre 55 e 60% dos novos casos sejam curados. Vencida a doença, sobreviventes confrontam-se com problemas no acesso à saúde ou ao emprego Portugal, 12

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FOTOS: NELSON GARRIDO

Duas enfermeiras criaram laços e um emprego numa freguesia de Miranda

Cansadas de oito meses sem em-

prego, duas enfermeiras recém-li-

cenciadas fi zeram-se à estrada e só

pararam em Atenor, uma freguesia

do concelho de Miranda do Douro

conhecida pelo associativismo em

torno da preservação dos burros,

mas onde faltam meios para cuidar

da população envelhecida. Traziam

na bagagem um projecto de volun-

tariado: oferecem à comunidade os

seus serviços, a troco de alojamen-

to, carro para as deslocações e um

pequeno subsídio para a alimenta-

ção e outras pequenas despesas. E

criaram laços que agora ninguém

quer desfazer.

Isabel Moreira, de 39 anos, natu-

ral da Meda (Guarda), que 22 anos

e quatro fi lhos depois tinha trocado

uma carreira como gerente hoteleira

pelo sonho da enfermagem, desa-

fi ou a colega de curso Tânia Dias,

de 22 anos, de Seia (Guarda) e com

o mesmo sonho, a embrenharem-

se no Planalto Mirandês e darem a

conhecer o Laços, um projecto de

apoio à comunidade. Realizado em

regime de voluntariado, para já,

com a esperança de lançar a semen-

te que no Verão lhes possa trazer o

ordenado.

Contam com o apoio da Junta de

Freguesia de Atenor, que há muito

dava voltas à cabeça para uma so-

lução que, pelo menos, amenizasse

o envelhecimento da população e o

despovoamento do seu território.

Depois de uma conversa casual, no

início do ano, com o presidente Moi-

sés Pêra Esteves, desde 17 de Março

que o projecto trouxe outra alegria

aos quase 200 habitantes desta fre-

guesia.

“Propusemo-nos fi car três meses

à experiência, de forma a darmo-

nos a conhecer e ao nosso trabalho

às pessoas”, explica Isabel Morei-

ra durante uma manhã de rondas

pelo lugar de Teixeira, da mesma

freguesia de Atenor. A somar a es-

se apoio da junta, somam-se ainda

as ofertas das pessoas, que, como

bons transmontanos, partilham o

que a terra lhes dá. “Desde alfaces,

cenouras, couves, batatas, azeite,

as pessoas dão-nos de tudo o que

produzem. No início, até estranhá-

mos, mas fi cam ofendidas se não

Mas, mais do que cuidados de

saúde, as enfermeiras trazem com-

panhia a esta gente. “Contam-nos

tudo. As queixas dos fi lhos, as coi-

sas que acontecem por aqui, tudo”,

garante Isabel, que, nestes meses,

se vai revezando com Tânia para

assegurarem uma disponibilidade

de 24 horas diárias e poderem ir a

casa de vez em quando. Se no caso

de Tânia isso é mais simples, a lo-

gística de Isabel foi mais complexa.

“O que me vale é o apoio da minha

mãe, que dá de comer à malta toda

lá de casa”, assume.

Noventa por cento dos utentes

do projecto Laços tem idade acima

dos 65 anos, mas, segundo as duas

enfermeiras, “a média de idades su-

pera os 70 anos”. “Eu dizia mal da

minha zona, na Meda, mas aqui é

muito pior”, confessa Isabel, entre

duas visitas. Vêm da casa de Fernan-

do Marcos, de 66 anos e vários pro-

blemas de saúde. “Até foi uma boa

ideia. Andamos mais acompanha-

dos, mais vigiados e ajudam a pas-

sar o tempo”, explica, sob o olhar

atento de Isabel, a esposa, que lá vai

sussurrando que o serviço “dá muito

jeito por causa da medicação”.

Para além disso, as duas enfer-

meiras também os acompanham

ao médico, de carro, e ajudam a in-

terpretar e pôr em prática os conse-

lhos médicos. “Não tínhamos aqui

ninguém que se preocupasse con-

nosco. Para levarmos uma injecção

tínhamos de ir a Sendim”, a uns dez

quilómetros, diz Domingos Marcos.

Um pouco mais à frente, do outro

lado da rua empedrada de Teixei-

ra, mora o senhor Gregório, que na

véspera sofrera uma queda. “Ir ao

médico? Nem pensar. Fui uma vez

à urgência e quase me matavam”,

recorda, sob o olhar reprovador da

mulher, Natividade da Purifi cação,

Mudado o penso e dada a medica-

ção, é hora de partir rumo a outra

“cliente”. “Espere lá, então hoje não

me medem a tensão?”, atira ainda

a tempo o senhor Gregório, que

tem direito a mais uns minutinhos

de mimo. No fi nal, ainda pergunta

“quanto é”. “Nada? E não querem

uma pinga?”, insiste. Não, que já se

faz tarde e à espera está já a sr.ª Fe-

licidade. Ao todo, são cerca de 50 as

pessoas que já esperam, ansiosas, à

porta de casa, a chegada das duas

enfermeiras. Os laços, está visto, já

estão criados.

aceitamos”, explica Isabel Moreira.

Para evitar surpresas e suspeições,

o presidente da junta fez questão de

as apresentar a todos os habitantes

da freguesia. “Durante três dias fo-

mos a casa das pessoas e explicámos

o que vínhamos fazer”, recorda Isa-

bel Moreira. Até porque “quando a

esmola é de mais, o santo desconfi a

e nós estamos a fornecer serviços

gratuitos a que estas pessoas não

estão habituadas. Podiam pensar

que das duas uma: ou era burla,

objectivo de agregar os excedentes

da produção agrícola da freguesia,

sobretudo azeite, para os vender e

investir os lucros no pagamento dos

salários das duas enfermeiras, que

já estão a tratar de parcerias com

outros profi ssionais de saúde, como

dentistas, psicólogos, terapeutas da

fala ou terapeutas ocupacionais. Tu-

do valências que existiam nos cen-

tros de saúde da região e foram sen-

do retirados nos últimos tempos, em

nome da contenção de custos.

Isabel Moreira e Tânia Dias vão a casa dos habitantes. Brevemente, outros profissionais poderão juntar-se ao projecto

Em Atenor, no concelho de Miranda do Douro, a população idosa recebeu de braços abertos o projecto de voluntariado de duas recém-licenciadas. E vai mobilizar-se para lhes garantir o salário

VoluntariadoAntónio G. Rodrigues

“Não tínhamos aqui ninguém que se preocupasse connosco. Para levar uma injecção tínhamos de ir a Sendim, a uns dez quilómetros”Domingos MarcosHabitante do lugar de Teixeira, freguesia de Atenor

ou seriam caríssimos”, explicam.

Quebrado o gelo, a iniciativa está

a “superar as expectativas”, assu-

mem. A própria junta de freguesia

está satisfeita com a dinâmica e me-

lhoria da qualidade de vida dos seus

habitantes. Por isso, Moisés Esteves

revela que estão a ser “criadas as

condições para o projecto continu-

ar”. Por um lado, as várias associa-

ções da terra estão a ser convidadas

a contribuir. Por outro lado, vai ser

criada uma outra associação, com o

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Tiragem: 99127

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País: Portugal

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Tiragem: 40358

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Tiragem: 8500

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 8

Cores: Preto e Branco

Área: 19,32 x 23,61 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41988578 26-05-2012

Iniciativa decorre a 31 de maio, em Braga

Seminário divulga novos dadossobre consumo de tabaco

As Universidades do Mi-nho e da Beira Interior promovem a 31 de maio, no Instituto de Educação, no Campus de Gualtar, em Braga, um seminário sobre prevenção do tabagismo e proteção das crianças ao fumo passivo.

Divulgar e analisar no-vos dados sobre a preva-lência do consumo de ta-baco entre os jovens e a prevalência da exposição de crianças ao Fumo Am-biental de Tabaco (FAT) é um dos objetivos do en-contro.

A organização nota que o maior risco que os adoles-centes correm quando co-meçam a fumar é «ficarem dependentes do tabaco e vir mais tarde a sofrer de inúme-ras patologias causadas pelo tabagismo».

Para a or-ganização da iniciativa tor-na-se neces-sário que professores e educadores, profissionais de saúde (médicos, en-fermeiros, psicólogos, en-

tre outros) tenham forma-ção sobre a prevenção do consumo de tabaco e so-bre as vias para proteger as crianças da exposição

ao fumo passivo e fiquem com-petentes a apli-car os progra-mas preventivos existentes.

O seminário co-meça às 09h30 com a intervenção

de Manuel Macedo subor-dinada ao tema “Conse-quências do fumo ativo”. A prevalência do consu-

mo de tabaco nos jovens será abordada por Catari-na Samorinha. Às 10h30, José Precioso apresenta o programa “Não fumar é o que está a dar”, enquan-to Paulo Vitória apresen-ta o programa “Querer é poder”.

À tarde, Ângela Gaspar e Carolina Araújo falam sobre as consequências e prevalência do FAT nas crianças, respetivamente. O seminário termina com o programa de prevenção “Domicílios 100% Livres do Fumo”.

O seminário é organizado pelas Universidades do Minho e da Beira Interior

DM

Encontro avalia prevalência

da exposiçãode crianças ao fumo ambiental

do tabaco

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Tiragem: 47321

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

Cores: Cor

Área: 27,28 x 31,46 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41988380 26-05-2012

Deputada do PSD propõe fundo para a infância com dinheiros do aborto

As unidades privadas onde se reali-

zam interrupções voluntárias da gra-

videz por opção da mulher deveriam

dar entre 2% a 5% da facturação por

acto para um fundo dedicado à in-

fância, defende a deputada social-de-

mocrata Conceição Ruão no relatório

fi nal elaborado a propósito de uma

petição apresentada pela Federa-

ção Portuguesa pela Vida (FPV). Por

causa desta iniciativa de cidadãos,

o tema deverá voltar à discussão no

Parlamento no próximo mês.

Há cerca de um ano, esta organi-

zação não governamental antiabor-

to apresentou no Parlamento uma

petição, que reuniu 5601 assinatu-

ras, pedindo que a lei que em 2007

descriminalizou o aborto por op-

ção da mulher até às dez semanas

seja revista. Entendem também os

peticionários que as mulheres que

recorrem ao aborto devem deixar de

ser benefi ciadas, em contraste com

a falta de recursos de instituições

no terreno que ajudam mulheres e

crianças em risco.

Tendo sido reunidas mais de qua-

tro mil assinaturas de cidadãos, a lei

obriga a que o Parlamento discuta a

petição em plenário, assim como o

relatório que dela resultou, algo que

deverá acontecer no próximo mês,

refere Nuno Reis, deputado e coor-

denador do grupo parlamentar do

PSD para a área da saúde. A petição é

encabeçada pela advogada Isilda Pe-

gado, da FPV. Coube à deputada Con-

ceição Ruão analisar as contribuições

recolhidas junto de 13 instituições e

tirar as suas conclusões.

PSD: taxas sim, mas...A Interrupção Voluntária da Gravi-

dez (IVG) até às dez semanas por op-

ção da mulher voltou à ordem do dia

depois de a deputada do CDS Teresa

Caeiro ter anunciado, na semana pas-

sada, que vai propor no Parlamen-

to que as mulheres que fazem IVG

por sua opção passem a pagar taxas

moderadoras. Teresa Caeiro disse na

altura que a ideia é dar “equidade e

justiça” ao sistema de pagamento de

taxas moderadoras.

“Este acto médico é sempre isento

do pagamento de taxa moderadora,

ao contrário do que acontece com

o tratamento de outras doenças e a

realização de outras cirurgias, como

tirar um apêndice ou um tumor, uma

hérnia discal ou uma intervenção ao

coração”, explicou. A deputada su-

blinhou que o projecto — que deverá

ser apresentado ainda antes do fi nal

da sessão legislativa — “não pretende

prejudicar o acesso” à IVG.

Mais moderado, o grupo parla-

mentar do PSD veio mostrar-se favo-

rável à cobrança de taxas moderado-

ras apenas no caso de reincidências.

Entre as 20.290 interrupções de gra-

videz realizadas em 2011, 5130 dizem

respeito a mulheres que já tinham

realizado pelo menos um aborto em

anos anteriores.

No relatório fi nal da petição, Con-

ceição Ruão vai mais longe do que o

seu grupo parlamentar e subscreve

o fi m da isenção do pagamento de

taxas para estas mulheres. Na sua

opinião, a isenção “é desprovida do

sentido de justiça relativa, colocando

a situação de IVG numa situação de

discriminação positiva”. Do mesmo

modo, manifesta-se contra a atribui-

ção de baixas a 100% a estas mulhe-

res, tal como acontece por motivo de

maternidade, paternidade e adop-

ção. “É tratar de igual modo situa-

ções antagónicas e confl ituantes em

matéria de interesses a proteger.”

Custos de 33 milhõesDos dados recolhidos pela deputada

não foi possível chegar ao custo real

dos abortos por opção da mulher,

mas constatou-se que o total factu-

rado das IVG em Portugal continen-

tal ascendeu, entre 2007 e 2010, a

cerca de 33 milhões de euros — um

valor muito longe do apurado pelos

peticionários, que num comunicado

divulgado em 2011 estimaram que as

IVG por opção da mulher custavam

ao Sistema Nacional de Saúde 100

milhões de euros.

Conceição Ruão defende que “na

exacta medida dos custos, em cada

ano, com a interrupção voluntária

da gravidez”, o Estado deve assumir

a obrigação de proteger e apoiar a

maternidade e as famílias com fi lhos,

instando o Ministério da Solidarie-

dade e Segurança Social a gastar o

mesmo que o Ministério da Saúde

gasta em abortos por opção da mu-

lher “em favor de medidas de apoio

à maternidade e à família”.

A parlamentar propõe mesmo que

as entidades privadas que praticam

IVG contribuam com uma taxa que

vá de 2% a 5% por acto, a ser entre-

gue a um fundo da segurança social

que distribuiria depois essas verbas

por instituições de solidariedade

social que se dedicam ao apoio da

infância.

Nuno Reis ressalva que as opiniões

incluídas no relatório vinculam ape-

nas a deputada relatora. Já o PSD está

a ponderar apresentar um projecto

de resolução propondo a introdução

de taxas moderadoras apenas para

as mulheres que fazem abortos re-

petidos, admitindo que “numa per-

centagem signifi cativa de mulheres o

aborto está a ser usado como método

contraceptivo”.

De acordo com dados fornecidos

à deputada pela Direcção-Geral da

Saúde, haverá cerca de 5% de mulhe-

res que voltam atrás na sua decisão

após consulta prévia e decidem não

abortar.

Relatório parlamentar defende que as mulheres que abortem passem a pagar taxas moderadoras, em linha com uma proposta do CDS. Tema voltará a ser discutido no próximo mês na Assembleia da República

Saúde Catarina Gomes

Oposição nos EUA em máximos históricos

Maioria considera IVG “moralmente errada”

Apercentagem de norte-americanos favoráveis ao aborto atingiu um mínimo histórico, segundo a última

sondagem feita pela consultora Gallup. Actualmente, só cerca de 41% dos norte-americanos dizem estar a favor de que a mãe decida se quer interromper ou não a gravidez, uma descida de 15% face a 1995. Este número resulta do facto de cada vez mais eleitores norte-americanos — incluindo democratas e independentes — se considerarem antiaborto. Desde

que a Gallup começou a fazer inquéritos sobre o tema, em 1995, apenas em duas ocasiões — em 2009 e 2012 — o número de opositores à prática superou os que lhe são favoráveis. Desde 2011 que a percentagem de democratas favoráveis à legalização do aborto caiu de 68 para 58%. Os analistas da Gallup consideram que esta continua a ser uma nação dividida entre as duas opções, mas que uma maioria de 51% considera agora o aborto como sendo “moralmente errado”. C.G.

Em 2011 realizaram-se 20.290 interrupções de gravidez em Portugal

RUI GAUDÊNCIO

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Tiragem: 27259

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Há mais mulheres do que homens na medicina. E então?

Chegou a hora de as crianças pararem com a brincadeira dos “médicos e enfermeiras”. A realidade exige que o jogo se faça apenas no feminino: as mulheres ultrapassaram os homens no exercício da medicina. Mas, afi nal, o que mudou ou pode mudar por causa disso?

As mulheres é que

andam a tratar da

saúde dos portu-

gueses. Mulheres

como Isabel ou

Olga, duas médi-

cas que trabalham

num dos maiores

hospitais do país e

que representam

duas gerações separadas por mais

de 30 anos. As estatísticas mostram

que esses 30 anos fi zeram toda a

diferença nos números de profi s-

sionais a exercer medicina. Hoje

há mais mulheres do que homens

na medicina. E que diferença é que

isso faz? Para já, pouca.

“Bem-vindas as mulheres”, re-

age José Manuel Silva, bastonário

da Ordem dos Médicos. Pelos nú-

meros do Instituto Nacional de

Estatística (INE) havia, em 2010,

mais de 20.779 destinatárias des-

ta mensagem. As estatísticas do

INE mostram que foi nesse ano

que as mulheres ultrapassaram

os homens, que somavam um total

de 20.652 profi ssionais. Porém, os

dados da OM sobre os seus inscri-

tos — que incluem profi ssionais na

reforma e também casos de “duplas

inscrições” de médicos que têm mais

do que uma especialidade — ainda

mostram um cenário dividido em

2012, com 23.980 homens e 23.581

mulheres — uma diferença de 399.

Se somarmos todos os médicos das

várias gerações, chegamos a uma

partilha da medicina entre os dois

géneros. Mas, se olharmos para os

valores por faixas etárias, encontra-

mos as mulheres em clara maioria.

Uma das razões históricas que po-

dem explicar a mudança da medici-

na para o feminino estará ligada ao

pós-25 de Abril, com a prevalência

das mulheres a começar a fazer-se

sentir a partir da faixa etária dos

51-55 anos e a ganhar cada vez mais

força nas camadas mais jovens. Os

dados da OM de 2012 mostram que,

entre os médicos com menos de 31

anos, as mulheres são o dobro, com

4479 “contra” 2245 homens. Nos cur-

sos de Medicina, elas representam

entre 60 e 70 por cento dos alunos.

partilharem o espaço da medicina

com os homens — estão (ainda) longe

de ocupar cargos de chefi a na mes-

ma proporção. Há ainda as preferên-

cias das mulheres no momento da

escolha das especialidades. A partir

daqui, está o caminho aberto para

explicações e especulações.

O facto de a mulher médica (ou de

qualquer outra profi ssão) dedicar

mais horas aos fi lhos e à casa do que

os homens será difícil de negar e po-

de ser conferido em qualquer estudo

ou inquérito que trate a matéria. No

caso particular da medicina, as exi-

gências familiares podem ser impor-

tantes no momento da escolha da

especialidade. Elas estão sobretudo

em Medicina Geral e Familiar, Anes-

tesiologia, Ginecologia, Obstetrícia,

Imuno-hemoterapia, Radioterapia,

Pediatria, Patologia Clínica, Psiquia-

tria da Infância e Adolescência e Me-

dicina Materno-Fetal.

“A escolha não se faz por acaso

e nem sempre se faz por afecto. Se

olharmos para as especialidades on-

de elas estão em maior número, é

fácil perceber que as mulheres pre-

ferem especialidades ligadas à famí-

lia, que não exijam horas de bancos

[serviços de urgência, noites, fi m-de-

semana] e que permitem uma me-

lhor gestão do tempo”, afi rma An-

tónio Manuel Marques, especialista

em questões de género associado às

profi ssões e subdirector da Escola

Superior de Saúde do Instituto Poli-

técnico de Setúbal.

O autor de Profi ssões Masculinas:

Discursos e Resistências, editado em

2011, resultado da tese de doutora-

mento, escolheu a especialidade de

Cirurgia Geral (onde as mulheres es-

tão em minoria (1197 homens e 343

mulheres, em 2012, segundo a OM)

para estudar o tema, com entrevistas

a médicos e médicas de vários hospi-

tais da zona de Lisboa. “A predomi-

nância de mulheres na medicina não

é um fenómeno português, é euro-

peu”, diz, apontando, em primeiro

lugar, para o insucesso escolar dos

rapazes no ensino secundário para

explicar a medicina no feminino.

Há estudos que confi rmam que as

raparigas conseguem melhores no-

tas do que os rapazes e, desta forma,

acedem mais facilmente aos cursos

com médias elevadas. “Não é porque

Andrea Cunha FreitasConclusão: o que ainda não mudou

pode vir a mudar em breve.

O assunto é delicado, sobretudo

pelo risco de interpretações machis-

tas ou feministas. Exemplo disso foi

o que aconteceu em 2004, quando

já se sentia a chegada em força das

mulheres aos cursos de Medicina.

O então bastonário, Germano de

Sousa, considerou “indiscutível”

a necessidade de “um maior equi-

líbrio entre os sexos”. Instalou-se

a polémica, com vozes a defender

quotas para homens. Germano de

Sousa ainda defendeu que homens

e mulheres têm formas diferentes

de trabalhar e que “a maternidade

afasta as mulheres do serviço e tira-

lhes alguma capacidade de doação

à profi ssão”.

As diferençasDizer que as mulheres e/ou mães são

diferentes dos homens na medicina

é perigoso. É dizer pouco. Diferentes

como? Menos competentes? Menos

dedicadas? Não, é a resposta unâ-

nime. Mas não é possível ignorar o

papel social que a mulher representa

ou, por exemplo, que — apesar de

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são mais inteligentes”, diz o espe-

cialista, argumentando que estamos

perante o resultado de “uma maturi-

dade que se dá mais cedo”.

‘Nem pensem em engravidar’Chamamos ainda duas médicas e o

actual bastonário da OM para a dis-

cussão. Olga Ferreira é docente da

Faculdade de Medicina da Univer-

sidade do Porto (FMUP), médica in-

terna de Dermatologia (último ano)

no Hospital de S. João (HSJ) e tem

30 anos. Isabel Ramos é médica es-

pecializada em radiologia, directora

de serviço, professora catedrática

na FMUP, ex-administradora do HSJ

e tem 63 anos. Olga é casada e tem

uma fi lha de nove meses, Isabel não

casou nem teve fi lhos.

Sobre a escolha da especialidade,

Olga Ferreira assegura que a Derma-

tologia “era uma das paixões”, mas,

admite, não era a única. A questão

“das noites e fi ns-de-semana” pesou

na decisão. Já Isabel Ramos revela

que a Radiologia foi uma escolha

gradual e natural. Mais do que ou-

tros motivos, a queda para a pintu-

ra terá ajudado a escolher uma área

ligada à interpretação de imagens.

Quando surge a questão da conci-

liação da vida familiar e profi ssional,

Olga Ferreira confessa que “é mui-

to difícil”, mas diz ter tido “muita

sorte”. E justifi ca: tem um marido

que “ajuda muito” e, por outro lado,

está integrada num “serviço maio-

ritariamente composto por mulhe-

res e que foram um grande apoio”.

Contrariando a tendência de muitas

colegas, Olga engravidou durante o

internato.

Sobre isto, António Manuel Mar-

ques atira uma polémica acha para

a fogueira: “Nas entrevistas que fi z

a médicas que estavam a fazer o in-

ternato em Cirurgia Geral, houve vá-

rias que me disseram que, quando

começaram esta fase da carreira, o

director de serviço desse hospital foi

claro e disse: ‘Minhas queridas, po-

dem casar e fazer o que quiserem,

mas nem pensem em engravidar’.

“Acho isso uma sugestão horrível,

impensável e inaceitável”, reage o

bastonário José Manuel Silva. Já Olga

Ferreira não parece chocada. “Isso

pode até ser dito, mas a maior parte

das vezes nem precisa de ser dito.

cos portugueses nunca tiveram uma

bastonária, apesar de já terem exis-

tido candidatas. No site da OM po-

demos facilmente verifi car que, até

meados deste mês, dos 47 colégios

de especialidade apenas nove têm

uma mulher como presidente. Por

fi m, apesar de as mulheres começa-

rem a ganhar terreno, a maior parte

dos directores ou chefes de serviço

são homens.

“Não tenho uma explicação para

isso. Sobre nunca termos tido nenhu-

ma bastonária acho que é circuns-

tancial e será inevitável no futuro,

acabará por acontecer em breve”,

responde o bastonário, que adian-

ta ainda que não encontra “qual-

quer condicionamento à ocupação

de cargos de poder” na medicina.

Isabel Ramos concorda. Se elas não

estão nesses lugares, é porque não

querem. Fala a voz da experiência

de alguém que, entre outros cargos

que assumiu e ainda assume, esteve

à frente do conselho de administra-

ção de um hospital (São João).

“Foi algo que não me trouxe nada

de útil. São lugares muito ligados a

jogos de poder e política e isso não

nos interessa, somos mais práticas.

Eles é que gostam de se entreter

com essas coisas”, conclui. Olga

Ferreira também acredita que “se

as mulheres quisessem, chegavam

a esses cargos”.

António Manuel Marques avança

com outras possíveis explicações.

“Na gestão, o que fi ca bem e o que

os chefes valorizam é fi car a traba-

lhar até às 21h00 ou 22h00, mesmo

que não tenham feito nada durante

o resto do dia”, diz, reafi rmando

que os homens — pelo papel social

— têm mais disponibilidade para

isso. Por outro lado, António Ma-

nuel Marques considera que os ho-

mens estão também mais direccio-

nados para participar em “lobbies

e outros fóruns onde são tomadas

decisões” relacionadas com o po-

der. “Estas coisas não se decidem

durante o dia, mas nas jantaradas

e fora de horas. É preciso estar no

lugar certo, à hora certa e conhe-

cer as pessoas certas. As mulheres

afastam-se destes meios”, diz.

O futuroTudo o que se possa dizer sobre o

futuro não passa de especulação.

António Manuel Marques refere

que já muitos rapazes estarão a

emigrar para países de Leste, por

exemplo, para conseguirem entrar

nos cursos de Medicina com notas

mais baixas. Sobre as mudanças so-

ciais e da “cultura das ocupações”

avisa ainda que a vida das médicas

tem de fi car um pouco mais fácil.

“Se isto continuar assim, poderá

ser uma violência para estas mulhe-

res porque não estamos prepara-

dos do ponto de vista social. Quem

lhes vai buscar os fi lhos à escola?

Quem vai tomar conta dos pais?”,

refere. Admite, porém, que “há

cada vez mais homens dispostos a

dedicar mais tempo à família, que

não são desprendidos dos fi lhos”

e que essa mudança “vai-se espa-

lhando no plano social”.

O especialista reclama uma refl e-

xão séria sobre o futuro: “Vamos

pensar nisso. Pensar no insucesso

escolar dos rapazes, nas mudanças

sociais que podem ocorrer com os

homens a cuidar mais dos fi lhos.

Uma coisa não poderá mudar: são

as mulheres que fi cam grávidas.”

Já José Manuel Silva acredita que

em breve haverá uma bastonária e

até arrisca afi rmar que a predomi-

nância da mulher pode “humani-

zar mais a medicina”. Olga Ferreira

é menos optimista e teme o futuro

mais imediato. “Estamos, homens e

mulheres, com muitas incertezas e

vamos viver períodos difíceis. Não

sabemos se vamos ter lugar num

hospital público. É nesses obstácu-

los que pensamos”. Isabel Ramos

vê nos próximos anos um panora-

ma com “excesso de médicos”. A

questão a colocar daqui a poucos

anos na medicina em Portugal se-

rá: quem está a emigrar mais, os

homens ou as mulheres?

ENRIC VIVES-RUBIO

Todos sabemos que perder um ano

de internato por causa de uma gravi-

dez em especialidades como Cirurgia

pode ser muito prejudicial.”

Isabel Ramos considera que o fac-

to de não ter fi lhos nem ser casada

“facilita” a carreira de uma mulher.

Esta ou qualquer outra. “Não tenho

de dar satisfações a ninguém, não te-

nho obrigações sociais e tenho uma

liberdade que as mulheres casadas

com fi lhos não têm, por muito que

os maridos ajudem”, diz.

A directora do Serviço de Radio-

logia confessa, no entanto, que tem

muitas difi culdades em conciliar a

gestão do serviço com as “eternas

licenças de maternidade”. Princi-

palmente quando estamos numa

especialidade que tem de afastar as

médicas das tarefas que impliquem

exposição à radiação durante o tem-

po de gravidez e amamentação.

O poderAs diferenças entre homens e mu-

lheres são visíveis também nos car-

gos de poder. Eles estão lá, elas nem

tanto. Porquê? Não querem ou não

as deixam? Alguns factos: os médi-

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SAÚDEJÁ HÁ MAIS MÉDICASDO QUE MÉDICOSEM PORTUGAL.QUAL É OPROBLEMA? Portugal, 14/15

ugal,

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Period.: Semanal

Âmbito: Informação Geral

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