3. EIA_OUCVS_2007
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Transcript of 3. EIA_OUCVS_2007
Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo
SEMPLA/PMSP
Relatório 3 - Medidas Mitigadoras e Plano de Monitoramento
Vol 1
Fevereiro/2007
Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental EIA RIMA
da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia
CÓDIGO DO DOCUMENTO REVISÃO DATA DA EMISSÃO
4800-REL-02/R2 2 07/02/2007
RESPONSÁVEL PELA VERIFICAÇÃO E APROVAÇÃO
Carlos Alberto Pereira
DATA: 07/02/2007
3
Apresentação
O presente Relatório corresponde ao terceiro Produto do Contrato nO 04/2006/SEMPLA firmado entre a
Secretaria Municipal de Planejamento de São Paulo e a COBRAPE – Cia Brasileira de Projetos e
Empreendimentos, relativo à “Elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto
Ambiental (EIA/RIMA) referente à Operação Urbana Consorciada Vila Sônia”, em desenvolvimento.
Trata-se de Estudo inédito, que envolve impactos de um empreendimento composto por um conjunto de
diretrizes para o desenvolvimento futuro de projetos específicos, que guardam entre si um grau de
probabilidade para sua ocorrência. Isto difere este Estudo de Impacto Ambiental, dos demais correntes,
referentes a impactos provocados por obras.
O presente documento – Relatório 3 – Medidas Mitigadoras e Plano de Monitoramento – Revisão 1 –
demonstra as estratégias para minimizar impactos previstos pela análise dos diversos diagnósticos
efetuados pela equipe de especialistas da COBRAPE na área de abrangência da Operação Urbana
Consorciada Vila Sônia..
Este documento, portanto, é parte integrante do processo de Licenciamento Ambiental Prévio da
Operação Urbana Consorciada Vila Sônia, coordenado pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da
Prefeitura Municipal de São Paulo.
AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS, CENÁRIOS FUTUROS E MEDIDAS MITIGADORAS CONSIDERAÇÕES METODOLÓGICAS
AVALIÇÃO DOS IMPACTOS, CENÁRIOS FUTUROS E MEDIDAS MITIGADORAS ............................... 9
I. IMPACTOS DO MEIO FÍSICO ............................................................................................................... 31
1. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES FÍSICO-CLIMÁTICAS E DA QUALIDADE DO AR ............................... 31
1.1. Previsão de impactos nas condições climáticas ............................................................................ 31
1.2. Medidas Mitigadoras ...................................................................................................................... 31
1.3. Impacto do Projeto: Alteração do Micro-Clima ............................................................................... 31
1.4. Medidas Mitigadoras ...................................................................................................................... 31
1.5. Situação Futura .............................................................................................................................. 32
2. PLANO DE MACRODRENAGEM DA BACIA DO PIRAJUSSARA ..................................................... 32
2.1. Fase de Implantação das Obras .................................................................................................... 32
2.2. Fase de Operação das Obras ........................................................................................................ 33
3. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS E GEOMORFOLÓGICOS .............................................. 34
3.1. Resumo dos principais processos identificados ............................................................................. 34
3.2. Avaliação dos Impactos Ambientais referentes à Operação .......................................................... 36
3.3. Recomendações e Medidas Mitigadoras ....................................................................................... 36
3.4. Avaliação de impactos dos líquidos percolados ............................................................................. 38
3.5. Medidas mitigadoras dos impactos negativos causados pelos líquidos percolados ...................... 39
4. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO RUÍDO NA ÁREA DE ESTUDO...................................................... 39
4.1. Avaliação preliminar do impacto provocado pela Operação Urbana .............................................. 39
4.2. Propagação do Ruído no Meio Ambiente ...................................................................................... 42
4.3. Avaliação do Impacto do Ruído pela implantação da Operação Urbana Vila Sonia ...................... 45
II. IMPACTOS DO MEIO BIÓTICO ........................................................................................................... 52
5. FLORA .................................................................................................................................................. 52
5.1. Considerações sobre as áreas de absorção .................................................................................. 52
5.2. Identificação e avaliação dos impactos dos Impactos .................................................................... 54
5.3. Análise do impacto das áreas adicionais de construção no conjunto dos setores ......................... 55
5.4. Especificação e avaliação dos impactos por setor ......................................................................... 55
5.5. Avaliação dos Impactos por supressão de vegetação gerada por obras pontuais......................... 64
5.6. Medidas mitigadoras: ..................................................................................................................... 66
6. AVIFAUNA ............................................................................................................................................ 67
6.1. Avaliação e classificação dos impactos ......................................................................................... 67
6.2. Medidas Mitigadoras ...................................................................................................................... 68
6.3. Medidas de Compensação Propostas ........................................................................................... 69
6.4. Monitoramento Proposto ................................................................................................................ 70
III. IMPACTOS DO MEIO ANTRÓPICO.................................................................................................... 72
7. ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS....................................................................................................... 72
7.1. Avaliação dos Impactos Sócio-Econômicos na População ............................................................ 72
7.2. Metodologia de Avaliação dos impactos sociais ............................................................................ 73
7.3. Identificação das ações geradoras de impacto na população da área ........................................... 73
7.4. Identificação e Avaliação dos Impactos Sociais ............................................................................. 74
7.5. Proposição de Medidas Mitigadoras .............................................................................................. 83
7.6. Medidas Compensatórias: Programas de Inclusão Social ............................................................. 84
7.7. Cenários Prospectivos com e sem o Empreendimento .................................................................. 85
7.8. A mobilidade como fator de inclusão social ................................................................................... 87
8. SISTEMA DE SANEAMENTO .............................................................................................................. 89
8.1. Análise dos Impactos ..................................................................................................................... 89
8.2. Medidas Mitigadoras ...................................................................................................................... 96
8.3. Acompanhamento e Monitoramento .............................................................................................. 98
9. ASPECTOS URBANÍSTICOS ............................................................................................................ 102
9.1. Medidas mitigadoras .................................................................................................................... 102
10. MOBILIDADE .................................................................................................................................... 115
10.1. Objetivo do estudo para análise dos impactos futuros ............................................................... 115
10.2. Diretrizes para construção dos modelos de simulação de tráfego e de população.................... 115
10.3. A metodologia de análise ........................................................................................................... 117
10.4. Medidas mitigadoras .................................................................................................................. 121
10.5. Medidas Mitigadoras de Gestão de Tráfego .............................................................................. 125
10.6 Incentivo ao uso de modos de transporte individual não motorizados ........................................ 126
11. ESTRUTURA ECONÔMICA E DINÂMICA POPULACIONAL E IMOBILIÁRIA ............................... 127
11.1. Análise da viabilidade de absorção do potencial de adicional de área construída projetado pela
Operação Urbana Vila Sonia............................................................................................................... 127
11.2. Capacidade de Absorção do Adicional de Potencial Construtivo Residencial ........................... 129
11.3. Capacidade de Absorção do Adicional de Potencial Construtivo Residencial ........................... 131
11.4. Capacidade de Absorção do Adicional de Potencial Construtivo Não Habitacional................... 134
11.5. Comparação de Cenários de Incremento de Área Construída................................................... 136
11.6. População Flutuante (ou empregada) ........................................................................................ 136
11.7. Projeções de Incremento de População com a Absorção do Adicional de Potencial Construtivo
Habitacional ........................................................................................................................................ 139
11.8. Crescimento tendencial sem o metrô ......................................................................................... 141
11.9. Crescimento tendencial com o metrô ......................................................................................... 142
11.10. Resumo e quadro comparativo das projeções realizadas: ....................................................... 144
11.11 Classificação dos impactos ....................................................................................................... 145
11.12. Medidas Mitigadoras ................................................................................................................ 150
12. MONITORAMENTO AMBIENTAL .................................................................................................... 151
12.1. Sistema de Gestão Ambiental .................................................................................................... 151
12.2. Plano de Comunicação da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia ...................................... 152
12.3. Monitoramento das Emissões Sonoras ...................................................................................... 153
12.4. Monitoramento da Qualidade do Ar ........................................................................................... 154
12.5. MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS ................................................................. 174
13. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................................................................................................ 175
13.1. Base Legal ................................................................................................................................. 175
13.2. Conceitos de Definições............................................................................................................. 176
13.3. Diagnóstico ................................................................................................................................ 177
13.4. Objetivos .................................................................................................................................... 178
13.5. Atividades Propostas ................................................................................................................. 180
13.6. Programas recomendados ......................................................................................................... 181
13.7. Avaliação sistêmica .................................................................................................................... 182
IV. DOCUMENTOS ANEXOS ................................................................................................................. 185
ANEXO 1 - POPULAÇÃO PROJETADA NA ÁREA CONSTRUÍDA OUCVS POR CLASSE DE RENDA
E POR USOS .......................................................................................................................................... 185
ANEXO II - SISTEMA VIÁRIO, TRANSPORTE E TRÁFEGO NA ÁREA DA OUC VILA SONIA .......... 189
14. EQUIPE TÉCNICA ............................................................................................................................ 217
9
AVALIÇÃO DOS IMPACTOS, CENÁRIOS FUTUROS E MEDIDAS MITIGADORAS
Considerações Metodológicas:
A avaliação dos impactos ambientais decorrentes da implantação do empreendimento da Operação
Urbana Consorciada Vila Sonia foi desenvolvida a partir da metodologia apresentada no Termo de
Referência, referenciada também no Relatório 2 – Desenvolvimento do Estudo de Impacto Ambiental
– rev 1, Consideraçoes Metodológicas, deste Estudo de Impacto Ambiental.
Esta avaliação teve como ponto de partida o cenário atual, onde alguns impactos nas características
da ocupação e no uso do solo existentes na área de estudo, na região oeste da cidade, já se
iniciaram, provocados pela execução parcial dos projetos co-localizados, citados no Relatório 2. Por
exemplo, podem ser citados:
a) A diminuição da ocorrência de enchentes na avenida Eliseu de Almeida e entorno, devido à
execução parcial das obras do projeto de macro-drenagem da Bacia do Córrego Pirajussara,
pois algumas bacias de retenção já estão concluídas, e em operação.
b) A diminuição do tráfego de cargas nas avenidas Francisco Morato e Eliseu de Almeida,
devido à conclusão do trecho oeste do Rodoanel.
c) A valorização imobiliária, ainda que insipiente, de imóveis situados nas proximidades das
Estações da linha 4 do metrô, provocado pelo início das obras da linha 4 (observada por
verificação empírica).
d) A incomodidade resultante das obras do metrô, que, apesar de previstas no licenciamento
ambiental aprovado correspondente, provocam transtornos diversos, alguns reversíveis
(como no tráfego local) outros, irreversíveis (como o fechamento de ruas para viabilizar a
implantação da obra, ou a necessidade de desapropriação).
Dessa forma, as análises aqui apresentadas referem-se em primeira instância à avaliação do
impacto ambiental considerando a hipótese de execução das obras elencadas no perímetro definido
pelo Projeto de Lei, para implantação da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia, que se
caracteriza por ser um empreendimento cujas principais propostas são:
O adensamento da área construída existente na área de estudo.
A implantação de obras de infraestrutura e de equipamentos públicos de apoio,
complementares aos existentes.
Instrumentos para viabilizar economicamente, o empreendimento proposto de forma
autônoma.
Instrumentos para Gestão e continuidade do processo a ser implantado.
Um projeto social, quanto às alternativas a serem oferecidas para inclusão, nesse processo,
da população de baixa renda, que habita as áreas ocupadas irregularmente no perímetro
proposto e proximidades.
Essas diretrizes estão consubstanciadas no Projeto de Lei em análise em um Programa de
Intervenções físicas, que envolve a execução de um conjunto de obras, as quais poderão ser
realizadas parcial ou integralmente, de acordo com a viabilidade de recursos a ser proporcionada
10
pelo maior ou menor grau de adesão dos atores envolvidos (o mercado imobiliário, os empresários,
os comerciantes e demais habitantes da área de estudo) ao Programa de obras proposto.
Impacto das fases de implantação da lei da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia
O processo de implantação dessa Operação Urbana deverá ocorrer em etapas sucessivas às vezes
concomintantes, interdependentes e complementares. Trata-se de implantar um conjunto de ações
de ações público-institucionais, de planejamento e projeto, técnicas e operacionais que envolvem
diversas instâncias administrativas de governo. Tais ações para serem concretizadas dependem do
envolvimento da comunidade (moradores e usuários) e dos diversos agentes privados (investidores
e empresários). A análise foi consubistanciada em 3 fases que podem ser observadas nas matrizes
a seguir aprsentadas.
Fase de Implantação: Planejamento, Obras, Operação e Acompanhamento
A fase inicial do empreendimento em questão foi considerada como Fase 1 de Planejamento, de
implantação das condições para que sejam viabilizadas as intervenções propostas pela Operação
Urbana em si (ver Quadro síntese da Fase 1). Nessa Fase 1 deverão ocorrer predominantemente
impactos de natureza social e econômica, referentes ao meio antrópico, devido ao impacto da
expectativa de realização das obras. Portanto, o impacto mais relevante será junto à comunidade,
moradora e usuária, que deve conhecer e acompanhar o projeto, dirimindo dúvidas que geram
insegurança em relaçõ ao futuro. O impacto imobiliário local será mais ou menos acentuado de
acordo com o interesse do mercado em investimentos, utilizando os incentivos oferecidos pela
Operação Urbana. Portanto, o programa de Comunicação Social deverá ser viabilizado para a
divulgação competente dos planos, programas e projetos, em todas as fases da Operação Urbana.
Nessa Fase 1 serão considerados todos os aspectos inerentes à efetivação do processo de
viabilidade técnico-financeira e socio-ambiental para implantação das diversas frentes de trabalho.
As principais ações são: (i) a contratação de projetos e obras; (ii) a definição, nomeação e
estruturação do trabalho do Grupo Gestor; (iii) a divulgação dos incentivos e programa de obras
junto à iniciativa privada; (iv) a administração do empreendimento; (v) a definição de prioridades; (vi)
o apoio à continuidade de implantação da linha 4 do Metrô; (vii) a regulamentação administrativo-
financeira do estoque de potencial construtivo; (viii) a regulamentação jurídica para comercialização
do estoque de área construída adicional, através de decreto e de portaria de autorização de emissão
de títulos alienáveis – CEPACs – Certificado de Potencial Adicional de Construção; (ix) a
viabilização de leilões de CEPACs junto a Comissão Valores Mobiliários; (x) o estabelecimento de
prioridades de intervenções, regulação e (xi) o controle do Fundo de desenvolvimento da Operação
Urbana Comercialização Vila Sônia.
A Fase 2 corresponde à implantação das obras públicas, com o desenvolvimento das atividades
descritas na tabela a seguir, com seus respectivos impactos. O impacto das obras deverá ser
proporcional à complexidade da obra que for viabilizada. A implantação do Parque Linear, por
exemplo, deverá ter um impacto social relevante, positivo em relação a melhoria da qualidade da
população envolvida, e negativo quanto a incomodidade do processo de relocação de famílias, para
desocupação das áreas para obras. Já a implantação do túnel, sob o Parque da Previdência, deverá
ter um impacto adverso principalmente junto à comunidade que mora nas proximidades do emboque
norte (Vila Gomes e Conjunto Residencial Butantã). Outras obras poderão ser consideradas
prioritárias, e os impactos poderão ser avaliados caso a caso, de acordo com o volume da obra,
sugerindo-se um procedimento de regularização ambiental complementar a este EIA-RIMA.
Nessa segunda fase de implantação foram considerados impactos de natureza física e soc ial, e
suas consequências ambientais, referentes às eventuais alterações dos meios físico, biótico e
antrópico geradas pela implantação das obras propriamente ditas, nas áreas públicas e nas áreas
privadas, conforme programa estabelecido pelo PL, a ser aprovado pelo licenciamento ambiental ora
11
solicitado. Salienta-se que a implantação das obras públicas depende de recursos arrecadados pela
Operação Urbana, que podem ou não ser complementados por recursos de outras fontes, de acordo
com a vontade política de realização das obras propostas.
Deverão ser programados leilões de CEPACs, periódicos, por lotes, aprovados pela Comissão de
Valores Mobiliários, prevendo arrecadação proporcional ao valor da(s) obra(s) a ser(em)
implementada(s). De acordo com o volume de recursos arrecadado, será estabelecido o início da
obra de referencia. Esse processo será repetitivo, para consumo de todo o estoque e realização de
todas as obras até o fim do prazo estimado para implantação da Operaçõ Urbana, de 20 anos. O
cronograma a seguir ilustra uma possibilidade, considerando períodos hipotéticos de 5 anos para
esse ciclo de ações (planejamento, arrecadação de recursos, projeto e execução de obras).
Considerando que os ciclos imobiliários são longos, esse prazo permite refrenciar uma
possibilidade. No entanto os processos de planejamento, implantação e operação, poderão ser
poderão ocorrer simultâneamente.
A Fase 3 corresponde à conclusão das obras públicas e deverá ser acompanhada de Licenciamento
Ambiental de Operação, específica para cada empreendimento. Concomitantemente a essas 3 fases
deverá ocorrer o processo de planejamento e incentivo à implantação de empreendimentos
privados. Exige uma estrutura físico-operacional independente, controlada pelo Grupo Gestor, para
apoiar e orientar as inúmeras intervenções privadas que ocorrerão durante todo o período previsto
para a Operação Urbana, ou, até o consumo total do estoque (o que ocorrer primeiro: ver art.43 da
Minuta do PL da OUCVS).
Cronograma das Fases de Desenvolvimento da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia
Períodos estimados como exemplo 5 anos 10 anos 15 anos 20 anos
Fase 1 – Planejamento das ações da OUCVS X X X X X X X X X X X X
Fase 2 – Implantação de obras públicas X X X X X X X X X X
Fase 3 – Operação de obras públicas X X X X X X X X X X
Acompanham/ de empreendimentos privados X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Programa de Comunicação Social X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Acompanhamento dos projetos sociais X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Controle de estoques x Fundo X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
Programa de Gestão Ambiental (Licenciamento, Arborização, Educação e Monitoramento)
X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
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FASE 1 : PLANEJAMENTO DE AÇÕES DETALHAMENTO DOS PLANOS E PROJETOS ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL
DESENVOLVIMENTO E APROVAÇÃO DE PROJETOS EXECUTIVOS X CEPACs (após a obtenção da LAP - Licença Ambiental Prévia e aprovação do Projeto de Lei)
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AÇÕES DE PLANEJAMENTO
Divulgação à população envolvida e afetada
Oficinas de trabalho e debate público
Divulgação aos empreendedores
Definição diretrizes de projetos x prioridades
Definição das Desapropriações
Outras formas de negociação c/ os proprietários
Avaliação de programas HIS compatíveis
Avaliação: financiamentos complementares para HIS
Seleção das áreas para relocação
Plano de arborização e de compensações ambientais
AÇÕES DE GESTÃO
Regulamentação da lei
Instituição do Grupo Gestor
Contratação Projetos Básicos e executivos
Proj. Concessionárias: remanejam/ interferências
Compatibilização projetos outros órgãos
Aprovação de projetos outros órgãos Instalação de Escritório local
Plano de Comunicação Social: atendimento Trabalho social com as lideranças junto a HABI Seleção famílias p/ Relocação x Reurbanização
Seleção famílias p/ Indenização e outros
Estratégia de implantação das obras
Estratégia para execução do Controle Ambiental Capacitação técnica entre órgãos envolvidos
Plano obras x cronogramas das concessionárias
AÇÕES JUNTO À INICIATIVA PRIVADA
Orientação de oportunidades e incentivos imobiliários Distribuição de cartilha e material de orientação Estimativas de cálculo dos CEPACs Orientação Transferências de Potencial Construtivo Orientação de encaminham/ à aprovação de projetos Regulamentação CEPACs:CVM/ Bancos/Bovespa Leilões de CEPACs: arredacadação de recursos Regulamentação Fundo de Recursos OUCVS
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FASE 2: IMPLANTAÇÃO DAS OBRAS PLANO DE AÇÃO PARA EXECUÇÃO DAS OBRAS PÚBLICAS DO PLANO DE INTERVENÇÕES
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PLANEJAMENTO
Apoio à conclusão das obras da linha 4 do Metrô
Aprovação das Desapropriações
Cadastramento de famílias
Detalhamento de novos projetos
Definição das frentes de obras
Desocupação das áreas (relocação de famílias)
Compatibilização Cronogramas
Contratação de obras
Licenciamento Ambiental de Instalação - LAI
Controle procedimentos recomendados na LAP
Liberação das áreas de compensação ambiental IMPLANTAÇÃO DAS OBRAS PÚBLICAS
Instalação e operação do canteiro de obras
Contratação de mão-de-obra
Liberação da faixa para início de obras
Desocupação x Limpeza da faixa
Desvios de tráfego x Sinalização
Remanejamento de interferências Pqs lineares: escavações de corta rios e de valas Pqs lineares: desvio do curso do(s) córrego(s) Obras: locação / Cravação de estacas Execução das galerias (eventual) Reaterro de corta rios e de valas Escavação do túnel Proteção da área do entorno Operação de áreas de empréstimo e de bota-fora Execução de Pavimento, Paisagismo e outros
Orientação à regularização fundiária das ocupações
Construção de habitações de interesse social
Urbanização de favelas
Instalação de equipamentos urbanos
Urbanização de favelas: implantação de redes
Plantio de árvores nas vias Execução de medidas mitigadoras
Monitoramento Ambiental
Renovação de espaços públicos
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FASE 3 : OPERAÇÃO DAS OBRAS PÚBLICAS DO PLANO DE INTERVENÇÕES ACOMPANHAMENTO DAS OBRAS EMPREENDIMENTOS PRIVADOS E MONITORAMENTO AMBIENTAL
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Programa Atendim/ Social às famílias relocadas
Controle das ocupações existentes x novas HIS
Acompanhamento proc. Regularização Fundiária
Orientação à manutenção dos conjuntos de HIS
Orientação ao pagamento de serviços de concess.
Licenciamento Ambiental de Operação – LAO
Plantio árvores de rua / manutenção x substituição Plano de Comunicação: continuidade
Monitoramento ambiental Definição de Procedimentos por fator ambiental Acompanhamento junto aos órgãos envolvidos
Implementação ações Educação Ambiental Acompanhamento implantação Programa Social
Manutenção das áreas de compensação Avaliação periódica de desempenho da OUCVS Avaliação de resultados obtidos (efeito obras) Revisão da lei: Redefinição de prioridades
Desmobilização do canteiro x remoção equip/apoio Contratação de limpeza /obras concluídas Liberação tráfego e Sinalização definitiva Implantação de Gestão de tráfego Operação da canalização e das redes Manutenção áreas verdes e arborização Manutenção dos espaços/ equipamentos públicos ACOMPANHAMENTO DE EMPREENDIMENTOS PRIVADOS: CONCOMITANTE A TODAS AS FASES
Leilões de CEPACs: arredacadação de recursos Controle do Fundo de Recursos OUCVS Controle revisão dos estoques CEPACs Viabiliz. de Transferências do direito de construir Controle dos estoques e potencial construtivo Revisão dos estoques por setor Revisão periódica da lei da OUCVS Revisão das prioridades de obras Acompanhamento empreendimentos propostos Realização de Leilões CEPACs Periódicos Divulgação de resultados x Revisão de metas Orientação a novos empreendimentos
15
Análise e Classificação dos impactos
Dando continuidade à estrutura de análise já adotada no início deste Estudo, procedeu-se à
avaliação dos impactos de cada fator ambiental considerado, com relação à viabilidade de
implantação do projeto como um todo, no tempo, num prazo de aproximadamente 20 anos, tendo
como eixo de análise as diretrizes urbanísticas estabelecidas pelo Projeto de Intervenção, a partir
das quais, os especialistas ambientais definiram, caso a caso, as recomendações das respectivas
medidas mitigadoras necessárias à proteção ambiental devida, bem como, as prospecções futuras,
sempre que possível, de acordo com os dados disponíveis.
O Quadro Síntese de Classificação dos Impactos, anexo no final deste documento enumera os
resultados estudos reaIizados por fator ambiental, classificando cada impacto. Posteriormente
acrescentou-se um Quadros Síntese dos Impactos e das Medidas Mitigadoras recomendadas, caso
a caso.
As análises dos impactos referentes à implanção de intervenções que alteram as condições da
ocupação local consideraram a continuidade das obras estruturais regionais parcialmente
implantadas para o sistema de macrodrenagem, para o sistema viário e para o transporte coletivo,
com um escopo abrangente, conforme proposição dos projetos regionais em implantação pelos
órgãos municipais, estaduais e metropolitanos correpondentes. Tais projetos, propõem soluções
integradas para o principal fator de suporte, que pode representar um limite de capacidade ao
adensamento proposto, qual seja, o sistema viário existente.
A situação de crescente de carregamento do tráfego na malha viária existente, no perímetro da
Operaçõ Urbana Consorciada Vila Sonia, que já apresenta sinais de esgotamento em alguns pontos,
é avaliada neste estudo frente às propostas de intervenções viárias regionais recomendadas pela
CET, bem como pelas propostas dos sistemas de transporte coletivo e de cargas, recomendadas
pos SMT e STM, que representam formas de ampliação da capacidade do sistema no nível
metropolitano, com reflexos no sistema local aqui enfocado.
O quadro social existente face à reestruturação urbana na área de entorno do Parque Raposo
Tavares, ocupado por diversas favelas, bem das áreas a juzante do Córrego Pirajussara, dadas
principalmente pela mudança da condição de acessibilidade dessa área, foi especialmente
considerado, uma vez que a região apresenta características de deterioração e assentamentos com
qualidade precária, com problemas graves de insalubridade e segurança das edificações. Um dos
eixos principais desta análise é o impacto social a ser provocado na população carente atingida
pelas obras propostas, que, de acordo com o Projeto de Lei desta Operação Urbana, terá direito a
optar pela melhor forma de receber os incentivos a serem oferecidos para sua relocação.
É importante salientar que outras propostas de governo já foram feitas para remoção da população
nas áreas de risco das ocupações em questão. No entanto, tais propostas, mal estruturadas (como a
oferta de valor em dinheiro para desocupação e remoção das unidades habitacionais), causaram um
impacto social negativo. Essa expectativa deverá ser revertida, pela oferta de incentivos à fixação
das população na área da Operação proposta (através de projetos de regularização urbanística e
fundiária), mesmo aquela sujeita a relocação, quando atingida por intervenções diretas previstas
neste Plano de Intervenções. A meta do Plano da Operação Urbana é a inclusão social das famílias
e dos loteamentos correspondentes, na cidade, de forma a proporcionar equidade de uso dos
benefícios ofertados (acessibilidade regional dada pelas linhas de transporte coletivo em
implantação).
Outra situação considerada refere-se ao atual estágio de desenvolvimento dos projetos propostos. O
presente estudo foi elaborado com base em diretrizes de projetos a serem desenvolvidos
posteriormente, conforme orientação da assessoria técnica de SEMPLA, junto aos órgãos
16
competentes, pois estão em discussão alterações regionais e adaptações locais. Citam-se como
exemplos a revisão da lei dos Planos Regionais Estratégicos, em curso, que deverá ser concluída
em 2007, e as decisões de implantação dos Terminais Intermunicipais e Municipais de transporte
coletivo, junto ao Pátio e à Estação Terminal Vila Sônia da linha 4 do metrô, que dependem de
definições a serem assumidas pelo Consórcio de empresas responsáveis pela conclusão e operação
da linha 4 nos próximos 30 anos.
Cenários prospectivos
Para avaliação dos impactos a serem gerados pela execução do empreendimento proposto, aqui
considerado como o conjunto de obras no espaço público e no espaço privado propostas pelo PL em
questão, num horizonte de 20 anos, foi necessário o estabelecimento de algumas hipóteses,
definindo parâmetros para agregar de diferentes modos inúmeras variáveis intervenientes físicas,
sociais e econômicas, no contexto urbano, que caracterizem um determinado modelo de
desenvolvimento.
Isso permite traçar cenários futuros, e estimar as prováveis consequancias das ações
recomendadas pela proposta de lei para viabilzar a aplicação dos instrumentos urbanisticos
recomendados pela Operação Urbana Consorciada Vila Sonia. Foram consideradas as alternativas
de adesamento construtivo no médio e no longo prazo, nos 17 setores propostos pelo projeto objeto
deste estudo, com as tendencias de consumo por determinadas classes de renda, e de outro, as
intervenções propostas pelos projetos de transporte coletivo e de alterações do sistema viário, em
desenvolvimento pelos órgãos competentes, municipais, estaduais e metropolitanos.
O resultado dessa análise contribuiu para a montagem de cenários prospectivos nas áreas de influência
do empreendimento.
Os cenários prospectivos foram feitos para as alternativas de:
Não execução do projeto
Implantação parcial do projeto após 10 anos
Implantação total do projeto para 20 anos
Os critérios estabelecidos pelos diversos profissionais da equipe, para construção dos cenários,
foram balizados em geral pela construção da evolução linear de dados, ou por projeções
simplificadas, por falta de informações mais precisas e detalhadas.
Por exemplo, a simulação de tráfego foi feita a partir de modelagens feitas da Cia. do Metrô e da
CET, conforme bases de estudos existentes que monitoram os estudos da linha 4, e das
adequações viárias projetadas pela Prefeitura. São cenários realizados a partir dos estudos
realizados pelo PITU 2020, Plano Integrado de Transportes Urbanos, atualizados pelos est udos
para integração da linha 4 do metrô ao sistema de transporte sobre rodas pela reacomodação do
percurso das linhas de ônibus, municipais e intermunicipais a serem seccionadas e integradas nas
3 estações de integração existentes na área de estudo. Foi considerado também o papel
reestruturador do tráfego regional, proposto pela execução das intervenções viárias projetadas, ou
seja, da ligação dos eixos de nível 1 e de nível 2 às vias de trânsito rápido representadas, pelas
avenidas Marginais ao rio Pinheiros e pela rodovia Raposo Tavares.
Desse modo a diretriz de análise adotada considerou de um lado a viabilidade de alívio do tráfego
de automóveis no sistema viário local, que deverá ocorrer mesmo sem a implantação da Operação
Urbana, dado pela melhoria da oferta de transporte coletivo, e pela implantação de obras de arte
já recomendadas por planos anteriores. E de outro, o incremento projetado ao tráfego gerado
17
pelos empreendimentos privados propostos, que poderá ser atendido pelo sistema, na
compensação ao alívio citado anteriormente.
Para o mercado imobiliário foi utilizado um modelo de simulação, a partir da hipótese de venda de
todo o estoque de área construída adicional a ser disponibilizada ao mercado. Foi considerado o
estoque por setor, de acordo com as particularidades de cada um, favoráveis ou limitadoras, ou
seja, com maior ou menor liquidez do potencial a ser absorvido caso a caso, dado, por exemplo,
pela estrutura fundiária, pela localização, tendências de mercado, entre outros.
A projeção do estoque adicional de área construída admitido pela lei em análise, foi modelada
pela SEMPLA (conforme Quadro de áreas anexo ao PL) sobre a área construída existente,
considerando também as possibilidades de construção pelo coeficiente básico (variável de 1,0 a
2,0), concedido gratuitamente pela Prefeitura, conforme definições do Plano Regional Estratégico
da Subprefeitura do Butantã. Portanto a área adicional onerosa, foi considerada sobre esse
cenário construtivo.
Tal modelo considera as áreas mais prováveis de adensamento, AMP, de forma a refletir a
situação futura mais próxima à realidade, considerando as limitações da ocupação existente
(estrutura fundiária, áreas a preservar, edificações já verticalizadas, equipamentos institucionais,
entre outros) que representam obstáculos à absorção dos estoques projetados. Também foram
consideradas as possibilidades de remembramento de lotes, as limitações das construções por
cotas de altura máxima, com tetos específicos por setor, as porcentagens admitidas por tipo de
uso, residencial, de comércio e serviço, com variação uma porcentagem máxima admissível
descontada do estoque total; áreas de projeção das construções e áreas mínimas de absorção por
setor.
Segue a listagem das principais melhorias da rede viária consideradas na análise futura:
1. Avaliação das alternativas que poderão aliviar o trânsito das Avenidas marginais ao Rio
Pinheiros:
a) Ponte da Água Espraiada, que deverá aliviar os fluxos da Marginal Pinheiros em direção
a baixada Santista (de apoio à av. dos Bandeirantes e à av. Roque Petroni);
b) Túnel de ligação da avenida Água Espraiada (atual Roberto Marinho) à Rodovia dos
Bandeirantes.
c) Considerar a Nova Ponte Jurubatuba – completamente implantada.
d) Considerar o impacto da implantação Rodoanel trecho sul, aliado ao do trecho oeste, já
implantado.
2. Avaliar a contribuição do novo eixo proposto para apoio à Marginal do Rio Pinheiros ( Marginal
Esquerda), qual seja: continuação da Av. Guido Caloi oriundo do extremo sul – ( Nova Ponte
Jurubatuba) – que, após a Ponte João Dias, deverá seguir pela Rua Itapaiúna – até a avenida
Jorge João Saad com aproximadamente 35 km de extensão, em todo o trecho. No entanto,
existe um ponto crítico, que é o cruzamento da Avenida Jorge João Saad com a Avenida
Professor Francisco Morato, já sobrecarregado , onde encontra-se implantado o corredor do
Sistema Interligado. Verificar como será a situação de carregamento desse ponto decorrente da
implantação desse novo eixo de apoio à marginal.
3. Com o túnel proposto pela Operação Urbana sob o Parque da Previdência, esse percurso
paralelo à marginal, poderá seguir até Osasco. Avaliar o eixo da Rua Itapaiúna com ou sem o
túnel proposto.
4. Inserir na avaliação dos próximos 20 anos, proposta existente de nova Ponte sobre o Rio
Pinheiros, entre a Ponte Eusébio Matoso e a Ponte da Cidade Universitária, na altura da Prof.
18
Frederico Hermman Jr. Essa ponte deverá proporcionar alívio significativo ao sistema atual, no
ponto crítico de convergência dos 3 eixos Francisco Morato/ Eliseu/ Raposo nas vias de acesso
à ponte Eusébio Matoso.
5. Inserir proposta existente de viaduto para melhoria do acesso à Rodovia Raposo sobre a rua
Sapetuba – em continuidade ao eixo da nova ponte proposta (item 3).
6. Avaliar a melhoria do percurso Norte Sul na região:
a) Via túnel: avaliar todo eixo proposto e o impacto na avenida Corifeu de Azevedo
Marques.
b) Alternativas de percurso em nível: verificar implantação da avenida de fundo de vale do
córrego do Itararé. Trata-se proposta do Plano Rodoviário Municipal - PRM de 1947,
através da Rua Desidério Ferreira e rua Caminho do Engenho, que permitem
cruzamento às Avenida Francisco Morato e Eliseu de Almeida, conforme solução já
prevista no PRE Subprefeitura do Butantã. Verificar: (I) conexão ao sul: se esse trajeto
poderia se ligar ao eixo da Itapaiúna, depois do Cemitério Gethsemani; e (II) ao norte: se
esse eixo poderia chegar à Rodovia Raposo Tavares. Existe interesse da iniciativa
privada na conexão da rua Caminho do Engenho com a Rua Sebastião Gonçalves, ao
lado do Shopping Raposo Tavares, devido a empreendimentos locais propostos (ver
item IV).
7. Terminal Vila Sônia: considerar as alternativas adotadas para acessibilidade de ônibus ao
Terminal Integrado da linha 4 do Metrô e das linhas de ônibus Municipais e Intermunicipais.
Para o viário local:
8. Verificar prováveis ligações locais recomendadas pela CET e pela Subprefeitura do Butantã:
complementar a malha local, principalmente no entorno do Parque Raposo Tavares, onde ainda
há áreas passíveis de adensamento.
9. Verificar a viabilidade de implantação de um “anel viário” entorno do Pátio Vila Sonia do Metrô:
se existem estudos para adequação da acessibilidade ao Terminal Vila Sonia e ao cruzamento
do tráfego local aos eixos das Avenidas Francisco Morato e Eliseu de Almeida. Quais os
percursos sugeridos, e as alternativas em estudo junto a equipe de projeto do Metrô dadas
inclusive pelo fechamento da Av. do Imigrante Japonês. Está previsto pela Operação Urbana a
verticalização das construções nesse entorno. Portanto a acessibilidade deverá ser garantida
para estacionamentos em edifícios comerciais.
10. Eventuais outras ligações locais solicitadas pela comunidade (verificar solicitação feita através
do vereador Aurélio Miguel).
11. Proposta de ciclovia integrada: percursos da Av. Eliseu de Almeida, da Av. Corifeu de Azevedo
Marques interligados pelo eixo das Avenidas Lino de Paula Machado - Afrânio Peixoto -
conforme solução em estudo pela CET, que amplia a proposta existente da Operação Urbana.
12. Verificar viabilidade de um percurso de ciclovia que faça a ligação dos Terminais transporte
coletivo da linha 4 à USP, com bicicletários junto às Estações. Por exemplo, um percurso do
Terminal Vila Sônia, Heitor dos Prazeres pela av. Laudo Pereira de Camargo ou paralelas, nos
calçadões laterais, cruzando a Raposo, para acessar a av. Corifeu Azevedo Marques e chegar à
USP.
Paralelamente às intervenções viárias citadas, citam-se:
a) Os documentos técnicos de projeção do adensamento construtivo estimado para os 17
setores da área da Operação Urbana, fornecidos pela SEMPLA e as demais definições do
Projeto de Lei;
19
b) A estimativa de população a ser acrescida na área de estudo conforme tabelas inseridas no
ANEXO I, calculada a partir do estoque de área potencial contruída por setor, de acordo com
as hipóteses de Área Mais Provável a ser verticalizada, nos proximos 20 anos.
c) Os instrumentos de Gestão que permitem autonomia à administração da implantação do
Programa de Intevenções no perímetro do PL proposto pela Operação Urbana Consorciada
Vila Sonia.
d) Os demais instrumentos para viabilização econômica das propostas da Operação Urbana
como um todo, como a introdução dos CEPACs – Certificados Especiais de Potencial
Adicional de Construção para alienação via mercado imobiliário, que permitem captação de
recursos financeiros antes da execução das obras públicas recomendadas.
e) A arrecadação específica dos recursos a serem captados, via conta específica a ser
administratada por instância autônoma de governo (EMURB, conforme PL em análise).
De posse dos resultados do Diagnóstico ambiental, desenvolvido neste Estudo para avaliação dos
fatores do meio físico, biótico e antrópico cada uma das áreas de influência estabelecidas no
Termo de Referência, da análise das diretrizes de projetos existentes, e das ações necessárias
para sua implantação, foi possível identificar aquelas ações geradoras de impactos. A partir daí,
elaboraram-se as Matrizes de Interação.
Estabeleceu-se assim um processo de avaliação pelo cruzamento de dados, pela aproximação
sucessiva dos resultados às avaliações estabelecidas pelas análises específicas realizadas,
através do qual foram identificadas as ações mais relevantes a serem empreendidas, que podem
provocar os impactos ambientais potenciais mais significativos.
Optou-se por apresentar duas Matrizes de Interação, uma referente à primeira fase de
implantação deste empreendimento, que envolve uma série de ações de planejamento e
efetivação do processo de planejamento em si, e outra, referente ao processo de implantação das
obras, quando os projetos estiverem definidos e quando houverem recursos para implantação.
Os impactos identificados, analisados e caracterizados, inseridos nos textos que se seguem à
Matriz de Interação, foram organizados por fator ambiental impactado e classificados pelo meio
ambiental a que pertencem.
Métodos de avaliação dos impactos ambientais
Para esta etapa de avaliação dos impactos ambientais utilizou-se métodos de uso corrente, sendo os
modelos de simulação aqueles que utilizam as técnicas de análise mais avançadas.
Esses modelos são úteis porque podem incorporar todos os instrumentos de análise e quantificação
contidos nos métodos das listagens de controle, superposição de cartas, redes e matrizes de interação.
Apesar do custo e tecnologia empregados no desenvolvimento e na operação dos modelos de
simulação, este, permitem a previsão de impactos resultantes da complexa agregação de inumeras
variáveis, o que possibilita avaliar os benefícios e prejuízos ambientais gerados e justificam sua
aplicação.
Entretanto, na prática verifica-se, com freqüência, a impossibilidade de utilizá-los face a aspectos, tais
como:
insuficiência de dados que permitam sua estruturação, calibração e operação;
complexidade e desconhecimento das relações intervenientes em fenômenos ambientais;
20
a impossibilidade de quantificar valores estéticos, culturais, sociais e outros e
impossibilidade de associar graus de precisão aos resultados obtidos.
Em vista disso, com apoio dos organismos reponsáveis pelo tráfego e pelo transporte individual e
coletivo, foi possível aplicar a simulação para a avaliar a capacidade viária e as ligações propostas
diante do adensamento construtivo proposto.
Imediatamente abaixo do nível de sofisticação dos modelos de simulação encontram-se as matrizes de
interação. Essas matrizes, em geral, são estruturadas a partir de listagem de controle e podem, quando
generalizadas em suas dimensões, englobar as redes de interação.
Por outro lado, as matrizes de interação possibilitam incorporar modelos de simulação setoriais - níveis
de ruído, tráfego, de poluição da água; outros - e analisar efeitos superpostos que provocam impactos
relevantes no meio ambiente.
Nesse caso, a abordagem matricial da questão ambiental representa o limite superior de precisão para a
avaliação dos impactos ambientais, incorporando todos os instrumentos disponíveis de análise e
quantificação viáveis de aplicação.Dessa forma, a metodologia utilizada na avaliação dos impactos
ambientais decorrentes das obras propostas é mista, porém estruturada com ênfase nas matrizes de
interação.
A análise dos impactos previstos compreendeu a identificação, avaliação e interpretação das ações de
projeto sobre os fatores ambientais, nas fases de planejamento, implantação e operação, justificando os
horizontes de tempo considerados. Os impactos foram avaliados nos limites das áreas de influência
definidas para cada um dos fatores estudados, indicados no item - Áreas de Influência.
A partir da identificação dos impactos procedeu-se sua análise quanto aos critérios para avaliação dos
impactos (negativos e positivos):
NATUREZA: quanto ao efeito do impacto considerado
- Positivo: quando o impacto beneficia o aspecto ambiental em questão.
- Negativo: quando o impacto prejudica o aspecto ambiental em questão.
INCIDÊNCIA: quanto à forma de incidência do impacto
- Direto: quando o impacto atua diretamente sobre o aspecto ambiental.
- Indireto: quando o impacto atua de forma indireta no aspecto ambiental.
ALCANCE: quanto ao prazo de ação do impacto no tempo
- Imediato: quando o impacto acontece apenas imediatamente.
- Curto: quando o impacto acontece num curto período de tempo.
- Média: quando o impacto acontece num médio espaço de tempo.
- Longo prazo: quando o impacto acontece num amplo período de tempo.
DURAÇÃO: quanto ao tipo de alcance
- Temporário: após a ocorrência, o impacto tende a regredir ou cessar imediatamente.
21
- Permanente: o impacto tende a permanecer ocorrendo ou se instala definitivamente.
- Cíclico: o impacto tende a ocorrer descontinuamente, em intervalos de tempo.
REVERSIBILIDADE: quanto à possibilidade de reconstituição ambiental
- Reversível: quando o aspecto impactado pode voltar à sua condição anterior.
- Irreversível: quando o aspecto impactado não volta à sua condição anterior.
ÁREA DE INCIDÊNCIA: quanto ao raio de ação do impacto
- Local: quando o impacto atua localmente, ou seja, apenas na Área Diretamente Afetada.
- Regional: quando o impacto atua também nas Áreas Indiretamente Afetadas e nas Áreas de
Influência Indireta.
- Disperso: quando o impacto se dispersa sobre o ambiente e não pode ser delimitado
geograficamente.
INTENSIDADE:
- Baixa: o impacto não tem conseqüências importantes para o meio, por ser de baixa intensidade
ou muito pouco provável de acontecer.
- Média: o impacto tem conseqüências importantes para o meio, por ter intensidade média e de
certeza de ocorrência. Entretanto, não chega a ser irreversível no caso dos impactos negativos.
- Alta: o impacto tem conseqüências muito importantes para o meio, por ocorrer com certeza, ser
de intensidade alta e irreversível.
OCORRÊNCIA
- Certo: quando existe a certeza da ocorrência do impacto na implantação ou operação do
empreendimento.
- Provável: quando não há certeza se o impacto realmente ocorrerá na implantação ou operação
do empreendimento, entretanto existe a possibilidade de ocorrência.
SINERGIA: quanto à ocorrência de ação simultânea se vários fatores
- Presente: quando o impacto em questão ocorre juntamente com outros, que se somam para
resultar num efeito comum.
- Ausente: quando o impacto em questão ocorre isolada e independentemente de outros
impactos.
DISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS:
- Privatizados: quando os benefícios ou prejuízos gerados pelo impacto são distribuídos aos
empreendedores em questão.
- Socializados: quando os benefícios ou prejuízos gerados pelo impacto são distribuídos à
sociedade em geral.
RELEVÂNCIA:
22
- Irrelevante: quando o resultado final da análise de cada fator indica que o impacto possui pouca
importância ou relevância.
- Relevante: quando o resultado final da análise de cada fator indica que o impacto tem
importância ou relevância significante.
- Altamente relevante: quando o resultado final da análise de cada fator indica que o impacto tem
extrema importância ou relevância.
A análise foi desdobrada em duas formas, sendo uma descrição detalhada dos impactos sobre cada
fator ambiental relevante considerado no diagnóstico ambiental (meios fisico, biótico e antrópico) e uma
síntese conclusiva dos impactos relevantes.
Medidas mitigadoras
Identificados e analisados os impactos, partiu-se para a proposição de medidas mitigadoras, com
recomendação de ações que visam minimizar os efeitos e impactos negativos e adversos identificados,
e/ou potencializar aspectos positivos detectados.
As medidas mitigadoras foram classificadas de acordo com os seguintes parâmetros:
- Natureza das medidas: preventivas, corretivas ou compensatórias, acompanhadas de avaliação
em relação aos critérios de qualidade ambiental;
- Fase do empreendimento em que deverão ser adotadas: planejamento, implantação, operação;
- Fator ambiental ao qual está relacionado: físico, biótico, sócio-econômico e sócio-político;
- Prazo de permanência de sua aplicação: curto, médio e longo;
- Responsabilidade por sua implantação: empreendedor, poder público ou outro, e demais
aspectos institucionais requeridos pelas medidas (requerimentos, treinamentos, articulações
institucionais);
- Exeqüibilidade: viabilidade técnico-financeira das medidas que exijam grandes aportes de
recursos.
Foram também levantados os efeitos e impactos ambientais adversos não passíveis de mitigação.
Além disso, foram propostas medidas de acompanhamento e monitoramento da evolução dos efeitos e
impactos relevantes detectados como decorrentes, direta e indiretamente, do empreendimento,
considerando suas fases de planejamento, implantação e operação.
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QUADRO DOS IMPACTOS DE IMPLANTAÇÃO DA OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA VILA SONIA
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X X positivo X X negativo X outros – ver legenda
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ESPECIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO MEIO FÍSICO
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Condições climáticas regionais com o adensamento construtivo proposto (não há) X X X X X X X X X X X
Influência do adensamento na expansão das ilhas de calor nos Pólos Vila Sônia e Butantã X X X X X X X X X X X
Alteração no micro-clima local provocada por alteração de cobertura vegetal X X X X X X X X X X X
Alteração da qualidade do ar provocada pelo aumento de circulação de veículos locais X X X X X X X X X X X
Alteração da qualidade do ar provocada pela reorganização funcional X X X X X X X X X X X
Condições de dispersão com a verticalização das construções X X X X X X X X X X X
2
M A C R O D R E N A G E M
Complementação das bacias de retenção conforme projeto de macro-drenagem da Bacia do Pirajussara (DAEE) conforme projeto existente ( piscinões) X X X X X X X X X X X
Assoreamento nas galerias do Pirajussara, aumento da susceptibilidade a inundações (não exec. das obras de canalização e de ampliação da rede existente)
X X X X X X X X X X X
Aumento da Susceptibilidade a inundações no baixo curso do Pirajussara, devido às obras de canalização a montante (aumento de volume)
X X X X X X X X X X X
Melhoria da estabilidade das encostas pela canalização do trecho superior do Pirajussara (assoreamento) – obra prevista DAEE/SIURB X X X X X X X X X X X
Melhoria das condições de macro-drenagem do trecho superior do Pirajussara (montante), devido à sua canalização
X X X X X X X X X X X
Melhoria do desempenho da drenagem no trecho inferior pela execução das obras de reforço das galerias (SIURB) da Eliseu de Almeida X X X X X X X X X X X
Melhoria da drenagem x estabilização recalque do piso da av Laudo Ferreira Camargo pelo reforço da galeria existente (em colapso) X X X X X X X X X X X
Melhoria da drenagem / estabilização encostas pela implantação de Parques Lineares OUCVS X X X X X X X X X X X
Disciplinamento das águas pluviais e complementação da rede local de drenagem pelos novos empreendimentos
X X X X X X X X X X X
Melhoria da qualidade da água pela execução redes de drenagem x esgoto (DAEE/SABESP) X X X X X X X X X X X
Melhoria das condições de micro-drenagem com retenção (piscininhas) nos novos empreendimentos X X X X X X X X X X X Piora da qualidade das águas do Pirajussara, decorrente do processo de carregamento de esgoto e do chorume do atêrro sanitário
X X X X X X X X X X X Poluição das águas e do solo decorrente da destinação inadequada de óleos lubrificantes, combustíveis e resíduos gerados por obras
X X X X X X X X X X X
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Valoração:
X X positivo X X negativo X outros – ver legenda
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ESPECIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO MEIO FÍSICO
3
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Aumento de áreas verdes de cobertura (parques lineares). X X X X X X X X X X X
Controle dos gases e líquidos percolados produzidos pelo aterro sanitário existente X X X X X X X X X X X
Aumento das taxas de infiltração do Rio Pirajussara X X X X X X X X X X X
Redução da instabilidade das encostas X X X X X X X X X X X
Redução do processo erosivo X X X X X X X X X X X
Diminuição das áreas produtoras de sedimentos da Bacia do rio Pirajussara X X X X X X X X X X X
Redução de áreas com solo exposto no Setor Eliseu de Almeida X X X X X X X X X X X
Possível ocorrência de recalques e subsidências na área acima do túnel X X X X X X X X X X X
4
N Í V E I S
R U Í D O
Redução pela diminuição da circulação de ônibus nos corredores X X X X X X X X X X X
Redução decorrente da diminuição da circulação de caminhões (Rodoanel Trecho Sul) X X X X X X X X X X X
Criação de “barreiras acústicas” pela verticalização dos edifícios, junto aos corredores X X X X X X X X X X X
Aumento do ruído na área do entorno do pátio de manobras do Metrô X X X X X X X X X X X
Aumento do ruído devido à operação de máquinas e equipamentos X X X X X X X X X X X
Aumento do ruído no emboque Sul do túnel X X X X X X X X X X X
Aumento do ruído no desemboque Norte do túnel X X X X X X X X X X X
Aumento da frota veículos circulante X X X X X X X X X X X
Aumento do recuo frontal nos pavimentos superiores, edifícios junto aos corredores- transporte X X X X X X X X X X X
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ESPECIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO MEIO BIÓTICO
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F L O R A
Aumento das áreas verdes, nos fundos de vale e APPs: Parques Lineares X X X X X X X X X X X
Diminuição da área verde/hab, devido ao adensamento construtivo X X X X X X X X X X X
Supressão de áreas verdes, para realização de obras viárias (túnel) X X X X X X X X X X X
Plano de manutenção e ampliação da arborização de rua (educação ambiental) X X X X X X X X X X X
Aumento de áreas verdes nos setores Vila Sônia 2, Vila Sônia 3 e Vital Brasil 2. X X X X X X X X X X X
Recuperação de vegetação de cobertura existente Parques X X X X X X X X X X X
Integração de áreas verdes no Vale Pirajussara X X X X X X X X X X X
Execução de túnel sob área de preservação ambiental (P. Previdência) X X X X X X X X X X X
Potencialização de uso do Parque Raposo Tavares, Previdência e L. C. Prestes X X X X X X X X X X X
Implantação de sistema de áreas verdes e equipamentos no espaço público X X X X X X X X X X X
Manutenção do micro-sistema de permeabilidade dos lotes privados (taxas mínimas) X X X X X X X X X X X
Adensamento construtivo nos setores com cobertura vegetal já impactada X X X X X X X X X X X
Adensamento construtivo nos setores com cobertura vegetal não impactados X X X X X X X X X X X
Execucão de calçadas com passeio drenante ( Programa Passeio Livre) X X X X X X X X X X X
Preservação de elementos arbóreos significativos: espécies / indivídiuos X X X X X X X X X X X
6
A V I F A U N A
Afugentamento de indivíduos da avifauna urbana X X X X X X X X X X X
Mudança na distribuição de espécies da avifauna urbana devido à supressão vegetal X X X X X X X X X X X
Mudança na distribuição de espécies da avifauna urbana devido aos parques lineares X X X X X X X X X X X
Melhoria das condições de abrigo com o aumento da vegetação dos parques X X X X X X X X X X X
Diminuição de espécies pela supressão de áreas verdes X X X X X X X X X X X
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ESPECIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO MEIO ANTRÓPICO
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S Ó C I O E C O N O M I A
Aumento da População Residente e da Densidade Populacional X X X X X X X X X X X
Aumento da população flutuante X X X X X X X X X X X
Deslocamento compulsório da população residente de baixa renda X X X X X X X X X X X
Aumento da oferta de alternativas de moradia à população de baixa renda afetada X X X X X X X X X X X
Construção e apropriação de HIS pela população alvo (mutirão) X X X X X X X X X X X
Mobilização da sociedade local para participação e acompanhamento do projeto X X X X X X X X X X X
Incômodos causados pelas Obras X X X X X X X X X X X
Deslocamento compulsório de moradores em função das obras. X X X X X X X X X X X
Aumento da demanda pos serviços públicos X X X X X X X X X X X
Maior oferta de empregos pela criação de polaridades X X X X X X X X X X X
Mudança de perfil da população local X X X X X X X X X X X
Alterações da acessibilidade a equipamentos urbanos devido às obras X X X X X X X X X X X
Regularização urbanística e fundiária das favelas p/ fixação da população na área OUCVS. X X X X X X X X X X X
Falta de comunicação e informação da comunidade sobre objetivos da OUCVS X X X X X X X X X X X
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S A N E A M E N T O
Complementação dos ramais tronco da rede coletora de esgoto (em implantação) X X X X X X X X X X X
Ampliação e complementação da rede de esgoto local X X X X X X X X X X X
Implantação de sistema separador (drenagem x esgoto) X X X X X X X X X X X
Ampliação da rede de abastecimento de água por implantação de novos empreendimentos X X X X X X X X X X X
Adaptação percursos /freqüência/equipamentos da rede de coleta X X X X X X X X X X X
Ampliação rede de energia e comunicação X X X X X X X X X X X
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ESPECIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO MEIO ANTRÓPICO
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R B A N I S M O
Melhoria urbanística provocada pela organização do espaço público X X X X X X X X X X X
Melhoria urbanística provocada pela organização do espaço privado local X X X X X X X X X X X
Reorganização de pólos de serviços a nível regional (estratégico) X X X X X X X X X X X
Controle do adensamento pelo desenho urbano X X X X X X X X X X X
Alienação de potencial construtivo p/ implantação de programas/ obras publicas locais X X X X X X X X X X X Alienação de potencial construtivo anterior à execução de obras públicas (CEPAC) X X X X X X X X X X X Implantação das obras do programa de intervenções X X X X X X X X X X X
Alteração do padrão de ocupação e uso do solo conforme projeto SEMPLA X X X X X X X X X X X Controle de gabarito das construções: maior recuo entre edifícios proporcional à altura X X X X X X X X X X X
Uso coletivo do térreo das edificações nos corredores em áreas comerciais X X X X X X X X X X X
Alargamento de calçadas pelo maior recuo das construções nos corredores X X X X X X X X X X X
Impacto físico-social da relocação/remoção de famílias e de edifícios X X X X X X X X X X X
Impacto do túnel na área residencial X X X X X X X X X X X
Potencialização do uso das áreas de comercio e serviços X X X X X X X X X X X
Incremento de edificações de uso misto X X X X X X X X X X X
Remembramento de lotes x Substituição de usos e de construções X X X X X X X X X X X
Consolidação de proposta do PRE Butantã X X X X X X X X X X X
Proteção das áreas estritamente residenciais (excluídas da OUCVS) X X X X X X X X X X X
Autonomia de gestão da implantação do plano de obras da OUCVS com recursos próprios X X X X X X X X X X X
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X X positivo X X negativo X outros – ver legenda
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ESPECIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DO MEIO ANTRÓPICO
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M O B I L I D A D E
Melhoria da acessibilidade da área e à área por transporte publico X X X X X X X X X X X
Incremento de volumes de tráfego no sistema viário local X X X X X X X X X X X
Incremento das viagens por transporte coletivo pela ampliação e qualificação da oferta X X X X X X X X X X X
Agravamento dos pontos de conflito de tráfego sem apoio de adequação viária X X X X X X X X X X X Aumento da demanda de tráfego de veículos nos acessos aos terminais V. Sonia e Butantã
X X X X X X X X X X X
Melhoria dos fluxos de passagem nos 3 eixos viários pela execução de obras viárias X X X X X X X X X X X
Melhoria do sistema viário de interligação Norte –Sul X X X X X X X X X X X
Melhoria do sistema viário local (Raposo Tavares) para viabilizar a ocupação X X X X X X X X X X X
Alívio da transposição sobre o rio Pinheiros (ponte Euzébio Matoso e B. Goldfaber) X X X X X X X X X X X
Medidas de gestão de tráfego para melhor desempenho do sistema (sinalização, etc) X X X X X X X X X X X
Estacionamentos controlados nas vias locais X X X X X X X X X X X
Estacionamentos integrados aos terminais /estações transporte coletivo X X X X X X X X X X X
Implantação de ciclovia com integração ao transporte coletivo X X X X X X X X X X X
Aumento do transporte não motorizado (ciclovias e calçadas) X X X X X X X X X X X
Criação de novos eixos de transposição Norte/Sul na área da OUCVS X X X X X X X X X X X
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X X positivo X X negativo X outros – ver legenda
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ESPECIFICAÇÃO DO IMPACTO DO MEIO ANTRÓPICO
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M E R C A D O I M O B I L I A R I O
Criação de pólo de atividade depois do Rio Pinheiros (pólo estratégico metropolitano) X X X X X X X X X X X
Reversão da tendência de perda de população (SP), potencializando a indução dada pela implantação da linha 4 do Metrô X X X X X X X X X X X
Atração de atividades produtivas e aumento de empregos terciários X X X X X X X X X X X
Aumento da acessibilidade e das vantagens locacionais X X X X X X X X X X X
Arrecadação de recursos gerados pela valorização imobiliária para investimentos locais X X X X X X X X X X X
Captação de recursos pela alienação de CEPAC‟s via leilão Bovespa X X X X X X X X X X X
Redução dos custos de infra-estrutura pela potencialização de uso das redes existentes X X X X X X X X X X X
Substituição do papel funcional de algumas localidades (por substituição de usos) X X X X X X X X X X X
Valorização dos imóveis na AID nas fases de planejamento/divulgação, implantação e operação da OUCVS.
X X X X X X X X X X X
Pressão imobiliária para substituição de usos e expulsão da população mais pobre X X X X X X X X X X X
Baixa oferta de área construída não residencial no Setor Vila Sônia 3 (Nº13) X X X X X X X X X X X
Baixa oferta de área construída não residencial no Pólo Vital Brasil (maior vocação) X X X X X X X X X X X
Deslocamento compulsório de atividades econômicas e produtivas em função das obras X X X X X X X X X X X
Prejuízo às atividades econômicas e produtivas em função das obras X X X X X X X X X X X
Aumento dos custos diretos e indiretos ( impostos) de moradia na área X X X X X X X X X X X
31
I. IMPACTOS DO MEIO FÍSICO
1. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES FÍSICO-CLIMÁTICAS E DA QUALIDADE DO AR
1.1. Previsão de impactos nas condições climáticas
O impacto climático não pode ser considerado relevante, pois o volume de intervenção prevista para o
empreendimento não é significativo para provocar uma alteração de clima regional. Entretanto, em uma
escala local, o empreendimento poderá provocará a valorização imobiliária, e mais áreas construídas.
Este fato pode ser responsável pela alteração diminuição da cobertura vegetal existente, sendo possível
prever alguma alteração no micro clima local.
1.2. Medidas Mitigadoras
Alterações climáticas globais normalmente tendem a ocorrer em períodos longos de tempo, e são
fenômenos produzidos por efeitos somativos de uma grande variedade de processos físicos, como a
emissão contínua na atmosfera de materiais que não fazem parte de sua constituição original, ou
alterações de características físicas de larga escala. Já mudanças em condições locais do clima, podem
ocorrer em função de alterações nas suas características em pequena escala. Neste contexto se
enquadram entre outras o desmatamento, a criação de grandes espelhos d´água como no caso das
barragens ou a urbanização.
Sob este ponto de vista, as propostas apresentadas no presente estudo não devem causar alterações
nas condições físico-meteorológicas locais, por se tratar de uma reorganização na ocupação da região e
não de alterações significativas nas características físicas da região.
Neste contexto, não cabe sugerir medidas mitigadoras para manutenção das condições atuais do clima,
tendo em vista o impacto mínimo que o empreendimento poderia causar em termos de clima regional.
Em escala local o incentivo e a manutenção de áreas verdes não ser enfatizar e incentivar a manutenção
e ampliação de áreas-verdes na região seria uma medida mitigadora, pois nos grandes centros urbanos
estas áreas têm um importante papel na manutenção do micro clima local, onde suas principais
propriedades estão na atenuação do calor (sensação térmica) e da manutenção de níveis toleráveis de
umidade do ar.
1.3. Impacto do Projeto: Alteração do Micro-Clima
Negativo, de baixa intensidade:
Com o incremento da área construída proposta (mais prédios) pela Operação Urbana em estudo, poderá
haver uma expansão do efeito "Ilha de calor", principalmente em torno dos Pólos Vila Sonia e Butantã,
com pequenas variações positivas de temperatura, difíceis de serem quantificadas.
1.4. Medidas Mitigadoras
O aumento de áreas verdes, com a canalização do córrego e a diminuição da ocupação existente no
fundo do vale, no Setor Jabaquara, tende a dispersar a mancha de calor existente. Assim o aumento de
área construída nos Setores junto à avenida Francisco Morato, poderá ser compensado pela dispersão
do Setor Raposo Tavares.
A dispersão do calor também poderá ser facilitada pela direção predominante dos ventos, nesse caso,
paralela à direção do fundo do vale (a verificar).
32
1.5. Situação Futura
Em longo prazo com a implantação de todo estoque de área construída proposto nos diversos Setores
deverá haver um aumento leve de temperatura na área de estudo. No entanto a recomendação de
arborização de calçadas e incremento das áreas verdes propostas pelo sistema de áreas verdes
proposto na lei deverá compensar essa variação. De qualquer modo a área está bem protegida pela área
da Cidade Universitária ao Norte e pelas zonas exclusivamente residenciais ao Sul, que são área com
pouca tendência de mudança de uso.
2. PLANO DE MACRODRENAGEM DA BACIA DO PIRAJUSSARA
2.1. Fase de Implantação das Obras
O impacto sobre a drenagem e a qualidade das águas na fase de implantação da Operação Urbana em
si, não será relevante. A fase inicial refere-se a priorização de intervenções, contratação dos projetos
executivos, implantação do sistema de gestão e outras providências junto aos órgãos envolvidos.
Sugere-se algumas medidas de adequação dos projetos de intervenções propostas pela Operação
Urbana Consorciada Vila Sonia conforme será descrito a seguir. Na segunda fase, quando da
implementação das obras, os impactos serão mais relevantes.
Os impactos relativos à execução das obras, públicas e privadas recomendadas pelo Plano de
Intervenções do PL em questão, decorrerão do aumento de material susceptível de carregamento para
o corpo receptor, em decorrência das obras de movimentação de terra, da estocagem de materiais de
construção a céu aberto, e, quando necessário, como por exemplo, para implantação do túnel, do
desvio de cursos d‟água existentes, para o corta rio, caso este não seja revestido.
As obras do túnel, recomendado pelo Programa de Intervenções Vila Sonia, sob o Parque da
Previdência, merecem atenção especial, pois qualquer nova contribuição de material carreado poderá
reforçar o processo e assoreamento já verificado nas galerias do Pirajussara. Essa eventual
contribuição é altamente é perigosa, e deve ser evitada, pois poderá gerar sérios problemas de
enchente nas horas de pico, seja devido ao esgotamento da capacidade das galerias existentes, seja
devido à existência de assoreamento do fundo, e também pela existência de pontos críticos que
necessitam reforço estrutural das 3 células que compõe o sistema nesse trecho.
Como já dito no Diagnóstico a situação de enchentes principalmente no trecho a jusante, da avenida
Eliseu de Almeida, já sofreu melhorias com a implantação dos 5 piscinões a montante, parcialmente
instalados nos Município de Taboão da Serra e do Embu, que estão em Operação. Com as demais
obras previstas pelo Programa de Macrodrenagem da Bacia do Pirajussara, que faz parte do Programa
de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, que prevê a implantação de um total de 16 bacias de
retenção de águas pluviais, essa situação será resolvida.
Portanto considera-se que o impacto da implantação do Programa de Macrodrenagem, é de natureza
positiva, altamente relevante, imprescindível, irreversível e permanente. É um impacto provocado por
projeto co-localizado, mas de influência direta na área de estudo.
Recomenda-se como medida mitigadora, que as obras do empreendimento em análise, a Operação
Urbana Vila Sonia, sejam elas do túnel, dos Parques Lineares, ou dos empreendimentos imobiliários
contíguos junto aos demais córregos da bacia do Córrego do Pirajussara, sejam programadas e
adequadas às exigências dos órgãos responsáveis pelas obras de macrodrenagem, quais sejam: o
DAEE/GESP – pela implementação dos programas de macrodrenagem dessa bacia e pela implantação
dos piscinões a montante; e a SIURB/ PMSP responsável pela implantação das obras de reforço das
galerias do Pirajussara, bem como pela manutenção das galerias de toda a bacia.
33
O carregamento de material provocado por erosão ou por obras para as galerias de drenagem poderá
causar aumento significativo da turbidez da água. Além disso, a quantidade não desprezível de material
orgânico (basicamente lixo e vegetação de várzea, que já representam contribuições significativa),
poderá incrementar as contribuições aos cursos d‟água em razão das obras. Esse é um impacto
negativo, de média relevância, temporário, pontual e reversível. Poderá ser revertido com a aplicação
de medidas de controle e fiscalização das obras.
Produtos como óleos lubrificantes, combustíveis e limpeza poderão ser lançados no corpo receptor pelo
canteiro de obras, caso neste venham a ser realizados trabalhos de lavagem, lubrificação e manutenção
de equipamentos. Esse procedimento deve ser evitado recomendando-se o tratamento dos dejetos
antes de sua destinação final para as galerias. Os impactos ambientais nessas condições são
negativos, localizados e temporários, sendo considerado de média importância.
O reforço das galerias do canal do Pirajussara em contratação por SIURB é altamente relevante, deverá
desobstruir o fundo do canal bem como sanar problemas estruturais. Essa obra é relevante se
considerado o incremento recente das contribuições existentes, provocadas pela implantação das obras
Pátio do Metrô. Essa obra, licenciada e controlada ambientalmente, instalou uma bacia de retenção
local, para evitar aumento da contribuição ao sistema, nas horas de pico.
Finalmente salienta-se que as obras em contratação da canalização do trecho superior do Pirajussara,
pelo DAEE, que deverá ser feita a céu aberto, significa uma melhoria das condições de drenagem de
toda a bacia. Essa medida deverá provocar o reassentamento de famílias instaladas sobre o córrego,
diminuindo as situações de risco na AII. É um impacto provocado por projeto localizado, de natureza
positiva, irreversível, permanente de alta relevância pela melhoria que representa ás condições de vida
de toda a população atingida.
Essa obra permite o aumento da velocidade de escoamento, que, somado ao aumento progressivo das
áreas impermeabilizadas deverá aumentar as contribuições à jusante do Córrego do Pirajussara, ou
seja, a demanda de escoamento na hora pico das galerias sob a avenida Eliseu de Almeida. Isso
deverá gerar uma pressão maior nas galerias existentes, pois esse volume, não encontrando vazão
transbordará podendo causar enchentes.
No entanto, esse problema poderá ser evitado com a implantação de alguns novos piscinões, como
previsto no cronograma de implantação das obras de Programa de Macrodrenagem, salientando-se que
há projetos executivos concluídos, passíveis de implantação, aguardando decisões de desapropriação
da área correspondente, de responsabilidade das Prefeituras envolvidas. Portanto, a implantação da
canalização a montante é uma também positiva para a área sob estudo.
Nessa fase recomenda-se a revisão da solução das galerias projetadas na Av. Eliseu de Almeida, pelo
programa da Operação Urbana Vila Sonia. A abertura do canal não é uma solução recomendada pelos
órgãos envolvidos nos projetos de drenagem em implantação na área de estudo, seja devido ao porte
necessário da seção de escoamento, que inviabilizaria o leito viário da avenida Eliseu de Almeida, seja
devido aos riscos e contaminação a serem provocados por enchentes, pela existência de lançamento
direto de esgoto nas galerias do Pirajussara, devido ao fato do sistema de esgotamento troncal não
estar concluído, existindo trechos implantados, mas não em carga.
Recomenda-se também a revisão do Parque Linear do Córrego da Água Podre de forma a seguir as
orientações do projeto de Macrodrenagem da Bacia, em termos das soluções a serem projetadas para o
canal a céu aberto, bem como para a remoção e relocação das famílias da favela Jaqueline, em
situação de risco sobre o córrego.
2.2. Fase de Operação das Obras
34
Na fase de operação das obras, isto é quando concluídas as obras de reforço da canalização das
galerias existentes, e as obras de empreendimentos principalmente junto aos córregos de contribuição
nas áreas próximas ao parque Raposo Tavares impacto será benéfico, dado que serão eliminados os
pontos de erosão existentes, pela conclusão da ocupação urbana. Deverá ocorrer uma melhoria para a
coleta e controle do destino final de lixo, e serão criadas condições para conclusão da implantação das
redes coletoras e dos coletores - tronco de esgotos.
A qualidade das águas do córrego quanto ao aspecto das cargas orgânicas afluentes não depende das
obras de canalização, mas sim da eficiência do sistema de coleta de esgotos e da condição de limpeza
da área de sua bacia hidrográfica. Com um sistema separador implantado, deverá ocorrer a melhoria da
qualidade das águas do córrego Pirajussara e da contribuição das águas pluviais que se destinam ao rio
Pinheiros.
Outro benefício a ser conseguido com as obras de canalização dos trechos de contribuição das áreas
em estruturação urbana (junto ao Parque Raposo Tavares) consiste na detecção de lançamentos
clandestinos de esgotos e efluentes industriais, que atualmente podem estar sendo lançados nas
margens dos córregos afluentes, em meio a vegetação, dificultando a tarefa de fiscalização e de
controle.
Esse quadro deverá ser acompanhado pela implantação de um Programa de Educação Ambiental que
oriente a população envolvida em toda bacia, desde o início das obras, para que se consiga
efetivamente uma melhoria do sistema de captação, escoamento e da saúde da população local, não só
pela execução de obras, mas pelo uso adequado do sistema implantado.
O impacto ambiental nessas condições é positivo, permanente, imediato e local, sendo considerado de
média importância.
3. ASPECTOS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS E GEOMORFOLÓGICOS
3.1. Resumo dos principais processos identificados
Conforme demonstrado no Diagnóstico dos aspectos geomorfológicos e geotécnicos foram identificados
problemas ambientais relativos a processos característicos do meio físico que ocorrem na área,
influenciados por problemas de uso e ocupação do solo, como por exemplo, a presença de solos
expostos. Esses processos foram analisados qualitativamente quanto ao seu grau de suscetibilidade,
além da sua reversibilidade no âmbito da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia.
Os problemas citados acima estão concentrados no Setor Raposo Tavares, entorno das favelas que
circundam o Parque Raposo Tavares, e nas áreas contíguas junto ao do perímetro da Operação Urbana,
que é bastante recortada. Tais problemas estão também associados a altas declividades e ao material
detrítico transportado e depositado pela rede de drenagem. Tratam-se de áreas em processo de
ocupação, com acessos descontínuos e mal implantados. Nota-se que, nas áreas onde a ocupação já
está consolidada, como é o caso da maior parte das áreas inseridas no perímetro da Operação Urbana,
há uma redução dos pontos de erosão, e pontualmente, a eliminação desse tipo de processo. Esses
pontos ocorrem também, em menor escala, no setor Francisco Morato, junto ao vale do Córrego do
Itararé, bem como nas demais áreas onde há trechos de córregos não canalizados. Também se deve ao
uso e ocupação destes setores, formados basicamente por residências de médio padrão, e vários pontos
com habitação sub-normal.
Na área não contemplada pela Operação, observam-se alguns pontos com solo exposto e/ou com solo
parcialmente exposto, ou seja, com algum tipo de ocupação e/ou cobertura vegetal rasteira. A ocorrência
de erosões também se justifica pela existência de declividades acentuadas, acima de 25°, junto às
nascentes dos contribuintes do Córrego Pirajussara, principalmente no terço superior do perímetro em
35
análise, mais distante das áreas mais planas da várzea do rio Pinheiros. Nas cabeceiras, junto à Rodovia
Raposo Tavares, observam-se algumas torres de médio e alto padrão em condomínios fechados, que,
internamente preservam áreas verdes e boas condições de drenagem, mas que, do lado externo dos
seus muros de divisa, convivem com situações críticas, muitas vezes contribuindo para lançamentos
direto nos córregos existentes.
Nota-se também a presença de grandes áreas ocupadas por habitações sub-normais. Este tipo de uso,
geralmente, provoca grandes modificações no ambiente físico, tanto pelo corte feito nas encostas quanto
pela colocação de aterros de forma irregular, podendo acarretar em processos de movimentos de
massa.
Escorregamentos consistem em movimentos rápidos de massas de solo ou rocha, geralmente bem
definidos quanto ao seu volume, cujo centro de gravidade se desloca para baixo e para fora da encosta
natural, de corte ou aterro1. Alguns trechos foram identificados como mais suscetíveis a estes processos,
devido à associação entre a declividade acentuada e a ocupação desordenada.
A presença de áreas não impermeabilizadas e de áreas verdes contribui para a infiltração da água,
mantendo normal, dentro do possível numa área urbanizada, o ciclo hidrológico. Tal fato ameniza os
processos erosivos, de assoreamento e inundação na medida em que diminui o tempo de chegada da
água nos canais e a quantidade de material carreado. Os problemas são observados naqueles setores
onde a cobertura vegetal foi suprimida e os solos expostos estão compactados.
A compactação do solo exposto prejudica a infiltração das águas pluviais, modificando a dinâmica
hidrológica da encosta (fluxos superficiais e subsuperficiais) e conseqüentemente pode aumentar a
suscetibilidade à erosão da mesma.
Outros processos erosivos, principalmente ravinamentos, podem ocorrer na área, essencialmente nos
locais sem cobertura vegetal, devido ao impacto das chuvas que provoca a desagregação das partículas,
remoção e transporte pelo escoamento superficial, e deposição dos sedimentos produzidos, formando
depósitos de assoreamento. Desta forma, torna-se claro que se devem avaliar tanto as encostas e os
morros quanto os canais, pois a interferência em um acaba alterando o equilíbrio dinâmico do outro.
Em diferentes pontos destes Setores foram identificados pontos de assoreamento. Tal processo consiste
na acumulação de partículas sólidas (sedimentos) em meio aquoso ou aéreo, ocorrendo quando a força
do agente transportador natural (curso d‟água, vento) é sobrepujada pela força da gravidade ou quando
a supersaturação das águas ou ar permite a deposição de partículas sólidas (Infanti Jr e Fornasari Filho,
1998). Segundo tais autores, a intensificação deste processo por atividades antrópicas decorre, em
geral, diretamente do aumento da erosão pluvial, por infra-estrutura precária de urbanização, bem como
a modificação da velocidade de cursos d‟água por barramentos , desvios, etc.
É importante ressaltar que a infiltração das águas pluviais, mesmo que de forma precária, ocorre na
porção superior da bacia do córrego Pirajussara e tem um reflexo no volume de água a jusante nos
demais Setores. Portanto, qualquer alteração na infiltração destas águas pode provocar problemas a
jusante, como, por exemplo o aumento no volume de água do córrego. Tal fato pode ser ainda mais
grave quando se consideram as elevadas declividades destes dois setores que aumentam a velocidade
das águas superficiais.
Os processos acima analisados são essencialmente reversíveis ou contornáveis, na medida em que o
empreendimento prevê uma ordenação da urbanização e das formas de uso e ocupação do solo. Isso
garantirá a reversibilidade desses problemas ambientais observados no meio físico, os quais são
relativos à dinâmica superficial.
1 Segundo Infanti Jr. e Fornasari Filho (1998)
36
3.2. Avaliação dos Impactos Ambientais referentes à Operação
No âmbito dos processos geológico-geotécnicos serão avaliados os impactos ambientais, positivos e
negativos, provocados pela implantação dos empreendimentos da Operação Urbana Consorciada Vila
Sonia, pela obra do Túnel, pelos Parques Lineares, e por outras complementações viárias do sistema
local, que apesar de não fazerem parte do escopo das obras do PL são obras que deverão ocorrer para
implantação dos novos empreendimentos imobiliários incentivados pela Operação Urbana em questão.
3.2.1. Impactos Positivos
1. Com relação aos aspectos geológico-geotécnicos, o principal impacto positivo é o
disciplinamento das águas pluviais, que pode minimizar os problemas erosivos na área.
2. A urbanização proposta poderá proporcionar a estabilização de algumas encostas que,
atualmente, encontram-se sujeitas a processos de erosão e de movimentos de massa devido
aos cortes, aterros e decapeamento das mesmas.
3. A minimização dos processos que provocam o carregamento excessivo de sedimentos para os
canais de drenagem poderá diminuir a possibilidade de assoreamento dos mesmos.
4. Com relação à AII, é esperada a diminuição do volume de sedimentos que chega ao Córrego
Pirajussara, seja pela regulação das contribuições do trecho a montante do Pirajussara, com as
obras de canalização a serem executadas pelo DAEE, seja pela diminuição das contribuições da
bacia do Córrego Poá.
3.2.2. Impactos Negativos
5. Aumento da suscetibilidade a inundações no córrego Pirajussara, principalmente no seu baixo
curso, de topografia suave causada pelo aumento do aporte de água no seu alto curso, devido à
ampliação de áreas impermeabilizadas.
6. Possível ocorrência de recalques e subsidências na área do túnel, devido ao rebaixamento do
lençol freático, de processos de escoamento visco-plástico, carregamento de solo e/ou
convergência radial do solo para a cavidade, o que pode causar danos às obras viárias e
edifícios ali existentes.
7. Após a conclusão das obras podem ocorrer recalques e subsidências nas áreas onde aparecem
os depósitos aluvionares quaternários devido à compressão de camadas de argilas orgânicas
moles que podem estar presentes nessa unidade geológica, o que deve causar danos a
pavimentos, aterros e edificações.
3.3. Recomendações e Medidas Mitigadoras
A suscetibilidade a inundações pode ser minimizada com a construção de reservatórios de
amortecimento. Esse procedimento está recomendado pelo Plano de Macrodrenagem da bacia do
Pirajussara e deverá ser concretizado a médio e longo prazo, como já citado no item 2.
A ocorrência de recalques e subsidências no maciço a ser atravessado pelo túnel pode ser
minimizada e até evitada com o adequado do monitoramento das escavações. Cuidado especial
deverá ser tomado com as galerias existentes: a galeria tronco do Pirajussara, formada por
diversas células, e a galeria de um contribuinte que se conecta o sistema, nas proximidades da
área de emboque do túnel, pela avenida Deputado Jacó Salvador Sveibil.
37
Os solos de alteração dos micaxistos e migmatitos podem apresentar bastante heterogeneidade,
exigindo adaptações nos planos de escavação e reforço estrutural do maciço. É imprescindível
uma caracterização de detalhe ao longo do trecho que será percorrido pelo túnel para detectar
profundidades do nível d‟água e outras propriedades geotécnicas do maciço
A área onde se localizam alguns afluentes da bacia requer um monitoramento. Apesar de estar
fora do limite da Operação, qualquer modificação nessa área poderá afetar o córrego principal no
trecho a jusante, mas deverá ser feita pelo DAEE. Recomenda-se acompanhamento das soluções
e das obras de canalização do córrego Pirajussara, a montante, a serem feitas pelo DAEE.
Recomenda-se o monitoramento da rede de drenagem, principalmente durante o período chuvoso,
dos setores Butantã (entre a Vital Brasil e a Rodovia Raposo Tavares), Caxingui (Av. Eliseu de
Almeida) e Vila Sônia (Parque da Previdência e Av. Eliseu de Almeida). Nesse último recomenda-
se a preservação da cobertura vegetal do Parque e a proteção das cabeceiras de drenagem.
A maioria dos pontos de alagamentos está situada próxima aos cruzamentos viários,
correspondentes à confluência de córregos ou passagem sob avenidas, por isso, recomenda-se o
monitoramento da vazão, juntamente com a batimetria, da rede de drenagem nesses pontos.
Especificamente aqueles os quais serão interceptados pela linha 4 do mêtro: córrego do Caxingui
(av. Francisco Morato e Roberto Corez) onde existe uma tubulação que não comporta o volume de
água pluvial. Córrego do Antonico, entre a Francisco Morato e a João Saad. Outra interceptação
entre a Francisco Morato e a Av. do Imigrante Japonês, canalizado há mais de 15 anos e a
tubulação é insuficiente.
A proteção da área de vegetação existente sobre área do túnel deverá ser observada. A
profundidade da cota inferior do túnel deverá ser tal que permita níveis mínimos de sobrevivência
das espécies vegetais existentes, sem alteração de sua qualidade a longo prazo.
Monitoramento da vazão e batimetria dos córregos Itararé Charque Grande, que serão
parcialmente alterados somente no trecho junto à foz no rio Pirajussara que serão utilizados como
parque linear. A montante, nos trechos médio e alto dos córregos, permanecerá a ocupação
original.
Para as áreas particulares com fortes processos erosivos são recomendados: elaboração de um
sistema de drenagem, reconformação de taludes e revegetação.
Sugere-se a formalização de uma lei voltada aos proprietários particulares visando à realização de
obras de minimização dos impactos relacionados à indução e/ou aceleração de processos
erosivos e conseqüentemente produção e/ou aumento de material de transporte
Recomenda-se que nas áreas suscetíveis ao alagamento e a processos de instabilidade sejam
realizadas obras apenas durante o período seco.
Quanto as áreas produtoras de sedimentos do córrego Pirajussara, referente a área do Butantã,
recomenda-se, baseado em IPT (2004):
a) BT2: Finalizar a obra de canalização. Melhorar as condições de aterramento sobre o canal
de drenagem, onde foram verificados alguns afundamentos.Execução de obras de proteção
das maregns fluviais. Execução da pavimentação das ruas, implantação de obras de
drenagem, incluindo guias e sarjetas.
38
b) BT1: Manter a cobertura vegetal. Evitar obras durante o período chuvoso e verificar a
possibilidade de implantação de um sistema de drenagem superficial
c) BT3: Em relação à vegetação, realizar poda periódica da vegetação rasteira do tipo
gramíneas e capim de grande porte, plantio nas áreas descobertas de espécimes forrageiras
de crescimento rápido e fazer rastelamento das folhas. Em relação aos equipamentos e
dispositivos arquitetônicos realizar reparos nas muretas de entorno, passeios, escadarias e
calçadas.
d) BT5: realização de obras de drenagem a montante. Reconformação e reflorestamento dos
taludes.
e) BT6: Manter a cobertura vegetal do local. Em se tratando de grandes terrenos destinados
às obras de porte, é importante adotar medidas para evitar o carreamento de material
durante a execução de terraplenagem.
f) BT7: Manter a cobertura vegetal e realizar o monitoramento do sistema de drenagem à
montante da cabeceira de drenagem.
g) BT8: Execução do sistema de drenagem. Sugere-se o constante monitoramento das águas
e do solo devido a presença de chorume.
h) BT9: Manter a cobertura vegetal da área e monitorar o sistema de rede de drenagem.
i) BT10: Evitar movimentos de terra durante o período chuvoso. Monitorar o sistema de
drenagem a montante da cabeceira de drenagem e manter a cobertura vegetal
j) BT11: Finalizar a obra de canalização. Execução de obras de proteção das margens fluviais.
Execução da pavimentação da rua, com inclusão do sistema de drenagem de superfície,
composto por guia e sarjeta. Embora B11 não esteja prevista na área da OU (Praça Eurides
Luz Angelini e Rua Jose Luna) essa área se localiza bem próxima a um importante córrego
cuja nascente também está em área crítica.
k) BT12: Execução de obras de proteção das margens fluviais. Execução da pavimentação
da rua, com inclusão do sistema de drenagem de superfície, composto por guia e sarjeta.
l) BT13: Revegetação das áreas com solo exposto. Obras de contenção para evitar
escorregamentos. Prever sistema de drenagem para evitar o lançamento direto das águas
pluviais. Remoção do lixo e do entulho existente. Recomenda-se, também, o monitoramento
da carga de sedimentos do córrego Charque Grande e do córrego da margem oposta ao
ribeirão junto à rua cedrolândia.
m) BT14: Remoção do lixo e do entulho existente. Executar obras do sistema de drenagem
superficial e a revegetação das áreas com solo exposto.
3.4. Avaliação de impactos dos líquidos percolados
Citam-se a seguir alguns impactos relativos ao tratamento de líquidos percolados:
Impacto positivo:
O impacto do tratamento de controle dos gazes e líquidos percolados produzidos pelo aterro sanitário
existente, é altamente positivo, de natureza positiva, de incidência direta, reversível (pois a necessidade
39
desse tratamento deve ser minimizada com o tempo), com abrangência local e regional (porque o
Parque pode ser usado por toda população), de probabilidade certa, e de alta magnitude.
Impacto negativo:
A implantação das edificações projetadas, sem a correta identificação das condições de estabilidade do
solo do aterro sanitário existente, poderá gerar impactos negativos devido aos riscos de compressão do
solo que poderão gerar instabilidade das estruturas construídas. A relação custo x benefício das obras
projetadas deverá ser bem equacionada.
Impacto positivo:
Redução dos riscos de contaminação do lençol freático e dos cursos d‟água.
Execução do sistema de drenagem das águas pluviais e dos líquidos percolados que contemple a
correta captação e destinação do material de alto risco de contaminação coletado, para local capaz de
fazer esse tratamento.
3.5. Medidas mitigadoras dos impactos negativos causados pelos líquidos percolados
Execução de projeto de mitigação de emissão de gás de efeito estufa, G.E.E., em saneamento.
Implantação de Plano de Monitoramento e controle do chorume produzido.
Verificação do correto encaminhamento dos líquidos percolados coletados ao tratamento adequado.
Orientação à proteção das áreas infectadas, evitando o contato humano. Caso ocorra vazamento em
algum ponto do Parque, a área infectada deverá de cercada e sinalizada com avisos de Perigo.
4. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DO RUÍDO NA ÁREA DE ESTUDO
4.1. Avaliação preliminar do impacto provocado pela Operação Urbana
Citam-se alguns impactos positivos e negativos que deverão ocorrer na área da Operação Urbana.
Inicialmente os impactos positivos citados não estão vinculados diretamente às obras propostas pela
Operação Urbana, mas são relevantes, pois geram benefícios importantes à viabilização dos
empreendimentos propostos pela Operação. Podem ser considerados sinérgicos aos benefícios
colimados pelos empreendimentos propostos pela Operação Urbana, que foi traçada a partir das
intervenções de transporte coletivo propostas na área de estudo.
4.1.1. Impacto positivo no ruído: redução da circulação de ônibus nos corredores
A diminuição do número de veículos coletivos nos corredores de transporte deverá proporcionar uma
redução do nível de ruído junto aos corredores. Isto se deve à conclusão da implantação do sistema
troncal em calha exclusiva, no Corredor Rebouças, no trecho da avenida Francisco Morato, e à
integração dos ônibus intermunicipais no Terminal da Estação Metrô Vila Sônia, que deverá seccionar
diversas linhas (ver item 10). Essas soluções operacionais deverão diminuir as fontes de vibração
sonora, dada pela movimentação dos veículos nos corredores. O aumento da velocidade dos mesmos,
também deverá provocar menor congestionamento de tráfego, e, portanto, diminuir os ruídos mais
elevados.
Portanto, quando concluída a implantação projetada para o Sistema Integrado, deverá haver uma
otimização do transporte de passageiros pelo sistema sobre rodas, que poderá aliviar o tráfego de
40
ônibus, seja pela diminuição da frota circulante seja pela aumento da velocidade no sistema, com
material rodante com tecnologia mais moderna. Há previsão de substituição paulatina da frota por
veículos menos poluentes, e que provocam menor ruído. Esse conjunto de medidas quando implantada
deverá reduzir os níveis de ruído no corredor da av. Francisco Morato, na av. Eliseu de Almeida e, em
menor escala, na rodovia Raposo Tavares.
4.1.2. Impacto positivo no ruído: redução da circulação de veículos individuais e de ônibus
provocada pela implantação do metrô
Essa melhoria citada no item anterior deverá ser reforçada pela linha 4 do metrô, que, como transporte
de massa, ou seja, com maior capacidade de transporte de passageiros, deverá atrair um número
significativo de pessoas que tenderão a deixar os veículos individuais, devido à possibilidade de ganhar
tempo para ir à área central de SP, bem como às demais regiões Norte, Leste e Sul através da rede de
transporte integrada, com a conclusão da linha 4.
Portanto a implantação do Metrô, como no caso do Sistema Integrado, poderá auxiliar na diminuição do
ruído de superfície provocado por fontes móveis, que se constituem nas fontes lineares dos corredores
de transporte coletivo. Isso será possível pela diminuição do número de ônibus circulando nos
corredores (sistema troncal), e pela diminuição de automóveis com destino ao centro, no pico da manhã,
devido à integração de estacionamentos com a linha do Metrô. Esses fatores permitirão aliviar o sistema
viário para acomodar a nova demanda gerada pelo incremento da ocupação proposta pela Operação
Urbana Vila Sônia.
Esses fatores permitem concluir que o nível de ruído a ser provocado pelo incremento da circulação de
veículos na área da Operação Urbana não deverá ultrapassar os índices já verificados.
4.1.3. Impacto positivo: redução da circulação de caminhões
Também é positivo o impacto relativo à diminuição do tráfego de cargas, que deverá ocorrer com a
conclusão do trecho Sul do Rodoanel. A tendência já verificada de redução da circulação de caminhões
nos corredores da Vila Sônia, com a operação do trecho Oeste do Rodoanel deverá ser acentuada. É um
impacto sensível à população local, que comenta o benefício gerado pela operação do trecho Oeste:
conforme relatório da AMAPAR2: “... o alívio de tráfego e a redução do trânsito de caminhões pela
Avenida Eliseu de Almeida, propiciados pela implantação do Rodoanel”. O ruído gerado pelos veículos
pesados, de freqüência mais baixa, são os mais elevados (ver tabela 4.1) principalmente na baixa
velocidade. Esse problema deverá ser menor na área de estudo, reduzindo os índices atualmente
verificados.
Nesse caso, recomenda-se incentivar a aplicação de políticas de gestão de demanda de cargas, aliada à
logística de distribuição, em conjunto com a Cia de Engenharia de Tráfego, CET. Por exemplo, medidas
como controle de acesso de caminhões, em horários predeterminados, pontos de descarga, controle do
tamanho do tamanho dos veículos, entre outras medidas, poderão ser implementadas para reduzir o
impacto sonoro dos veículos de porte que deverão adentrar a área urbana de São Paulo, através da área
de estudo.
4.1.4. Impacto positivo: barreiras acústicas junto aos corredores
Pode-se considerar que a verticalização das construções junto aos corredores de transporte poderá
funcionar como um anteparo à propagação do som gerado nos corredores. De certa forma no caso da
2 Relatório da AMAPAR – Associação dos Moradores Amigos do Parque da Previdência - 21 de agosto de 2006 - fornecido por
SVMA à SEMPLA: „Questionamentos da AMAPAR referentes ao impacto da Operação Urbana Vila Sonia : parâmetros locais para o EIARIMA‟.
41
propagação do som, os edifícios lindeiros aos corredores tornam-se obstáculos á ondas sonoras. Apesar
dessa forma de anteparo não ser contínua ou realmente impeditiva, da propagação do som, não se pode
negar que esse tipo de implantação, funciona também como anteparo ao ruído dos corredores,
preservando as condições existentes nas áreas predominantemente residenciais, mais afastadas dos
mesmos.
4.1.5. Impacto negativo: adensamento das construções em áreas já impactadas
Como demonstrado neste relatório os corredores de transporte da área de estudo já são fortemente
impactadas em termos de ruído, devido aos níveis elevados aí registrados, sem a implantação da
Operação Urbana.No entanto outros fatores são considerados relevantes para a implementação de
atividades de comércio e serviços na região, como por exemplo, a redução de viagens à área central,
trazendo o emprego mais próximo às residências. Desse modo recomenda-se a proteção das novas
construções com tecnologia apropriada, como janelas acústicas, que reduzam os prejuízos causados à
saúde humana pela convivência com índices elevados de ruído.
4.1.6. Impacto negativo: aumento dos fluxos de veículos individuais
O aumento da frota de veículos e da circulação de automóveis é uma tendência que hoje é um problema
em todas as grandes cidades de todo o mundo. O preço mais baixo dos veículos e o consumo desse
bem por largas camadas da população (veículos usados), vem provocando um crescimento geométrico
do nível das viagens individuais. Assim, além desse crescimento tendencial, que independe de medidas
de uso do solo, deverá haver um incremento de circulação de veículos na área da Operação Urbana,
principalmente de automóveis, dados pelo incremento de atividades de comércio, serviços e residencial
e pela verticalização das construções proposta.
Considerando que o padrão de consumo local, tendencial, é dado por população de classe de renda
média a média alta (ver itens 7 e 11), o número de veículos deverá aumentar. Porém, o nível de ruído
não deverá ser significativamente maior, seja devido ao incremento da frota por veículos mais modernos,
e, portanto que geram menor nível de ruídos, seja pela maior eficiência esperada do tráfego local.
4.1.7. Impacto negativo: pátio de manobras
A área do entorno do pátio de manobras do metrô é a área que sofrerá os impactos sonoros negativos
mais significativos. Como já explicado o tráfego das composições em nível, a baixa velocidade, com
necessidade de freagem relativamente rápida, numa área de manobras de dimensões relativamente
pequenas, pois esse é o menor pátio entre aqueles das demais linhas existentes, deverá provocar ruídos
significativos.
Fator relevante e fortemente negativo é a proximidade de residências à área do pátio de manobras e de
manutenção da frota de trens. O pátio está inserido numa área predominantemente residencial que
deverá ser afetada, de forma irreversível. Medidas de projeto, que contemplam desde barreiras de
vegetação nas nesgas lindeiras às áreas operacionais, entre as linhas e as áreas ocupadas por
residências estão sendo providenciadas pelas equipes técnicas responsáveis pelo projeto de
implantação da linha 4. A fotografia anexa a seguir mostra a área de saída do túnel dos trens da linha 4,
e as áreas lindeiras que serão afetadas.
No entanto, considera-se que, devido ao ruído, as áreas do entorno do pátio deverão sofrer substituição
de usos, tornando-se comerciais e de serviços, de modo a evitar o uso noturno dessas edificações.
Portanto, o projeto do Setor 8, conforme definido no projeto de lei, que engloba o pátio de manobras,
bem como o do Setor 3 e do Setor 13, nas laterais ao Setor 8, junto ao pátio de manobras, deverá ser
revisto considerando o incremento do impacto sonoro na região.
42
4.2. Propagação do Ruído no Meio Ambiente
As referências teóricas de análise dos efeitos do ruído no ambiente urbano, das considerações sobre as
fontes geradoras e da medição do ruído de fundo, foram realizadas a partir de pesquisa realizada pela
ecóloga Nilza Coradi.
4.2.1. Propagação do Som
Teoricamente o som se propaga em forma de ondas esféricas a partir de uma fonte pontual. Qualquer
processo que provoque flutuações no ar pode gerar ondas sonoras, como, por exemplo, as pás de um
ventilador, e o estrangulamento da passagem de ar numa sirene. Vibrações de superfícies de sólidos
produzem excitações no ar que geram o som. Em todos os casos, a fonte sonora pode ser representada
por uma superfície vibrante.
4.2.2. Nível de Pressão Sonora
O ouvido humano responde a uma larga faixa de pressão sonora, desde o limiar da audição até o limiar
da dor. Por exemplo, na freqüência de 1000hz a pressão sonora capaz de causar a sensação de dor é
1014
vezes maior que aquela que causa a sensação de audição. Devido à dificuldade de se expressar
números de ordem de grandeza tão diferente numa mesma escala linear, utiliza-se a escala logarítmica
para definir a intensidade do som.
A unidade de pressão sonora é o BEL. Como o ouvido humano é capaz de detectar apenas variações de
0,1 Bel utiliza-se, como fundo de escala, o Decibel (dB), ou seja, Bel/10. Uma variação de 3 dB
corresponde a 100,3
= 2, portanto, quando se dobra a intensidade acústica de uma fonte sonora tem-se
um acréscimo de 3dB.
4.2.3. Adição dos Níveis de Ruído
Quando duas fontes de ruído são combinadas, o nível de pressão sonora resultante não é a soma
algébrica dos dois níveis individuais em decibéis e sim sua soma direta em watts. Portanto, é necessário
converter o valor em dB para watts, executar a operação e, novamente, converter os resultados em dB,
como segue:
0
10log*10I
ILdb ;
0
21
12
.....log*10
I
IIII n
; 12
1010
l
nI
Portanto, quando duas fontes sonoras de igual pressão sonora são combinadas, tem-se um aumento de
3 dB em relação à produzida por cada uma delas consideradas separadamente.
No caso de ruas e avenidas, o nível de pressão sonora futuro pode ser previsto através de equações.
Atualmente, as equações mais confiáveis e testadas por vários trabalhos científicos são as propostas
pelo Her Majesty’s Stationery Office (HMSO), do departamento de transportes do Reino Unido. Nesta
equação são considerados o volume de tráfego em veículos/h (q), a velocidade média dos veículos em
km/h (v) e a quantidade de veículos pesados em % (p).
6,26*5
1log10500
40log*33log*1010v
p
vvqL
Esse modelo é válido no caso de a fonte de ruído estar a 0,5m do solo e para vias de 7,0m de largura no
mínimo. O nível de pressão é obtido para uma distância de 10 metros do meio fio.
43
Existem trabalhos publicados em revistas especializadas que atestam a validade do modelo do HMSO.
Segundo essas publicações, as condições dos veículos e do sistema viário nacionais permitem uma
diminuição de 3 dB(A) nos resultados obtidos pela formulação da HMSO. Essa consideração será
utilizada neste trabalho.
4.2.4. Atenuação do Ruído
A energia gerada por fontes sonoras sofre atenuação ao se propagar no ar livre. Os fatores causadores
dessa atenuação são: distância percorrida por ondas sonoras, barreiras, absorção atmosférica,
vegetação, variação da temperatura e efeito do vento.
Dos efeitos citados, alguns são mais importantes para a atenuação do ruído em campos abertos, a
saber: distância percorrida, barreiras naturais ou construídas para este propósito e absorção do ar.
a) Atenuação pelo aumento da distância
No caso do decaimento do nível de pressão sonora com o aumento da distância, existem dois tipos de
fontes de ruído, a saber: fonte pontual e fonte linear. Na presente análise serão consideradas fontes
lineares as avenidas e fontes pontuais as máquinas em operação na fase de implantação do
empreendimento.
Para fontes lineares considera-se o Nível de Pressão Sonora (NPS), equivalente ao Nível de Potência
Sonora, no ponto onde se vai calcular o decaimento, dado pela relação:
8)*log(10log10 lrQNWSNPS
sendo:
SINWS T onde IT é o Nível de Pressão Sonora Total produzida por todas as fontes de
ruído na área S
lrS *2 onde S é a superfície semi-cilíndrica pela qual o ruído se propaga em m2 e NWS
é o Nível de Potência Sonora em watts.
Para fontes pontuais também se considera o Nível de Pressão Sonora (NPS), equivalente ao Nível de
Potência Sonora, no ponto onde se vai calcular o decaimento, dado pela relação:
11)log(20log10 rQNWSNPS
Sendo:
SINWS T Onde IT é o Nível de Pressão Sonora Total produzida por todas as fontes de
ruído na área S
22 rS Onde S é a superfície semi-esférica pela qual o ruído se propaga em m2 e NWS
é o Nível de Potência Sonora em watts
Para o cálculo da atenuação do nível ruído produzido pela mesma fonte numa distância r2, utiliza-se a
formulação abaixo:
44
221 log
rrNPSNPS
b) Atenuação pela absorção do ar
Como o ar não é um meio perfeitamente elástico, durante suas sucessivas compressões e rarefações
ocorrem vários processos irreversíveis e complexos de absorção sonora, que dependem da freqüência.
A absorção sonora no ar estático e isotrópico é causada por dois processos:
Resultado das combinações dos efeitos de viscosidade e de condução do calor durante o ciclo de
pressão da onda acústica.
Por relaxação molecular – ocorre pela dissipação de energia durante o processo de relaxação
vibratória das moléculas de oxigênio, que é dependente da umidade, temperatura e pressão. Para
ter o resultado final faz-se a soma dos dois efeitos por meio da seguinte formulação matemática:
ftuxf 628
2 101,41/104,7
Sendo: f = Freqüência em Hz
t = Diferença de temperatura relativa a 20 C
u = Umidade relativa do ar em %
O resultado é dado em dB/m e pode chegar a 25dB/km para uma freqüência de 2000Hz com a
temperatura de 10 C e a umidade relativa de 50%.
c) Atenuação devido à vegetação
Zonas de densa folhagem produzem uma atenuação na pressão sonora, geralmente mais perceptível
nas altas freqüências. Folhagens densas podem ter atenuação de até 8dB/100m, para árvores duras
15dB/100m e, para plantações de pinhos, 20dB/100m nas faixas de 1000Hz.
Como na região analisada não existe vegetação com essas características, esse aspecto não será
considerado.
Salienta-se apenas que, nas Praças visitadas na área da Operação Urbana Vila Sonia, não foram
encontradas barreiras acústicas de vegetação. Pode-se citar a existência de alguns pontos com
vegetação diversificada que apresenta capacidade de absorção e atenuação de ondas sonoras como: os
Parques da Previdência e o Parque Luiz Carlos Prestes (fragmento floresta); a Chácara do Jóquei, onde
já há vários adensamentos arbóreos, e em alguns pontos de formação mais densa ao Norte da avenida
Eliseu de Almeida, no viveiro da Subprefeitura do Butantã. Nas áreas privadas salienta-se a vegetação
existente no Colégio João XXIII, e outros, próximos ao limite da área da Operação Urbana no Conjunto
Labitare e em áreas ainda desocupadas, próximas à linha da Eletropaulo e do Parque Raposo Tavares.
Na área de influência indireta, a vegetação existente marca a paisagem, pelo seu volume nos Parques
do Butantã, no Parque do Instituto Biológico, que são áreas de referência Regional.
d) Atenuação por barreiras
Barreiras são usadas para atenuar o ruído de tráfego causado pelo fluxo de veículos, pelas máquinas de
construção, pelos geradores ou transformadores ou por qualquer outra forma de fonte de ruído. A
presença de uma barreira ou divisor bloqueia visualmente o caminho de transmissão entre a fonte e o
45
receptor, causando atenuação por difração das ondas sonoras. A área que sofre atenuação é
denominada de zona de sombra acústica. A zona de sombra acústica é maior para barreiras altas e
largas, em relação à distância entre a fonte transmissora e a barreira. Essas variáveis são incorporadas
em um parâmetro adimensional dado pela relação:
2
CBAN
Para uma fonte pontual usa-se a seguinte formulação matemática:
52
2log20
xNxtgh
xNxAT Onde AT é a atenuação em dB.
Nos casos práticos, deve-se considerar os vários caminhos de transmissão que o ruído pode percorrer.
A atenuação total é a somatória da intensidade acústica de cada um desses caminhos, dada pela
seguinte formulação matemática:
n
i
AT
TotaliAT
1
10/10log10
4.2.5. Escala de Compensação “A”
Os fatores que determinam a audibilidade subjetiva do som são tão complexos que, até hoje, muitas
pesquisas continuam sendo desenvolvidas. Um desses fatores está relacionado ao fato de o ouvido
humano não ser igualmente sensível a todas as freqüências de som. As freqüências de maior
audibilidade estão na faixa de 2000 e 5000Hz e as menos audíveis são as freqüências extremamente
baixas e altas. Por exemplo, para o ouvido humano ter a mesma sensação de audição nas freqüências
de 100 Hz e de 1000 Hz, a pressão sonora da primeira freqüência tem que ser 5dB mais alta que a
segunda. O circuito A faz uma correção da escala logarítmica, aproximando-a da sensibilidade do ouvido
humano. Nas medições e cálculos utiliza-se a escala A, para obter a resposta do ser humano e não as
grandezas físicas.
4.3. Avaliação do Impacto do Ruído pela implantação da Operação Urbana Vila Sonia
Para avaliação da propagação do ruído ocasionado pelos empreendimentos da Operação Urbana Vila
Sonia será usada a formulação apresentada no item anterior e todas suas considerações.
Serão consideradas duas etapas de trabalho, a fase de implantação do empreendimento e a fase de
operação do mesmo.
4.3.1. Fase de Implantação
Decaimento do ruído
Para a implantação do empreendimento serão necessários serviços de terraplanagem, asfaltamento,
para adequação viária e a construção de um túneis. Para isso, são necessários equipamentos de uso
comum na construção civil, como pás carregadeiras, tratores de esteiras, rolos compactadores,
caminhões de transportes de terra, bate-estacas, caminhões betoneiras, etc. Em geral, esses
equipamentos emitem uma pressão sonora equivalente a 95 dB(A) medidos a 10 metros de distância.
Onde: A é a distância entre a fonte e borda da barreira B é a distância entre o ponto receptor e a borda da barreira C é a distância entre a fonte e o ponto receptor
Onde n é o número de caminhos de transmissão possíveis.
46
Considerando as diversas formas de decaimento do nível de pressão sonora já apresentadas, pode-se
prever o nível de ruído a uma certa distância dos equipamentos conforme especificado na Tabela 4.1.
TABELA 4.1 DECAIMENTO DA PRESSÃO SONORA NA FASE DE IMPLANTAÇÃO
Distância (m)
Ruído gerado [dB(A)]
Decaimento com aumento da distância[dB(A)]
Decaimento com absorção do ar[dB(A)]
Nível de Pressão Sonora estimado[dB(A)]
10 95 0 0 95
20 95 6 0 89
40 95 12 0 83
80 95 18 0 77
160 95 24 0 71
320 95 30 0 65
640 95 36 4 55
1280 95 42 8 45
Avaliação do impacto do ruído na Área Influência Indireta e área de entorno
Como se pode observar na tabela 1, o nível de pressão sonora a cerca de 320 metros de distância do
equipamento em operação é menor que o NCA recomendado, bem como o diagnosticado na região.
Portanto a AII não será impactada pelo ruído gerado na fase de implantação do empreendimento.
Avaliação do impacto do ruído na Área de Influência Direta
A AID é bastante abrangente e recortada. Em alguns setores a profundidade em relação à fonte
geradora, como um eixo viário, é pequena, ou seja, com cerca de 100 a 200m relativas a 1 ou 2 quadras
(ex: setor 1- Caxingui, e setor 3 Francisco Morato). Lembrando que o nível de pressão sonora não é
somado de maneira algébrica e sim logarítmica, pode-se considerar que o ruído gerado na fase de
implantação será encoberto pelo ruído de fundo já diagnosticado na região, não havendo impactado
maior.
Já nos casos de imóveis a cerca de 300 metros dos equipamentos, haverá uma contribuição sonora
acrescida. Esses estarão sujeitos a um nível de pressão sonora maior, aproximadamente 77 dB(A),
devido à proximidade dos equipamentos. É preciso considerar que eles já estão sujeitos a um nível de
pressão sonora mais elevada, devido à presença de grandes avenidas. Tais valores chegam a atingir um
Leq de 79,8 dB(A), diurno, por exemplo na avenida Francisco Morato e Leq de 70,9, noturno, na
Rodovia Raposo Tavares.
Portanto, o impacto ambiental causado pelo ruído será de pequena magnitude, abrangendo uma região
limitada a um raio de 200 metros da operação dos equipamentos. Deve-se levar em conta que o ruído
que será emitido ao meio ambiente está abaixo do já existente atualmente. O impacto terá pequena
duração, limitada a implantação do empreendimento, e será totalmente reversível, pois o desligamento
dos equipamentos cessa o impacto imediatamente.
Avaliação do impacto do ruído na Área Diretamente Afetada
Os equipamentos na fase de implantação estarão operando dentro da Área Diretamente Afetada, que,
neste estudo, foi considerada, apenas no caso de execução de obras como o Túnel proposto sob o
Parque da Previdência ou nas áreas de desapropriação ou de remoção de famílias de implantação do
Parque Linear do Córrego da Água Podre. Nesse caso, portanto, haverá acréscimo no nível de pressão
sonora existente na região, principalmente nas residências lindeiras às obras.
E preciso lembrar que o atual nível de pressão sonora próximo aos corredores de tráfego da Rodovia
Raposo Tavares e da av Eliseu de Almeida já são bastantes elevados, principalmente na primeira, mais
47
afeta ao tráfego de cargas, atingindo índices de na faixa de até 80,0 dB(A) no período diurno e na faixa
de até 70,0 dB(A) no período noturno. Salienta-se que no desemboque do túnel ao Norte, depois da
Rodovia, no entanto, as residências estão implantadas um pouco afastadas das margens e abaixo do
nível da Rodovia Raposo Tavares. Hoje essa área está coberta por vegetação com algumas árvores que
não representam propriamente uma barreira sonora, mas, esse fator somado ao desnível existente, e ao
afastamento da fonte, permite uma relativa proteção às residências instaladas, em relação aos níveis de
ruído.
Desse modo, o ruído a ser provocado pela implantação do túnel no desemboque lado Norte, deverá se
sobrepor ao ruído de fundo, gerado pela Rodovia, pois essa fonte estará situada em níveis mais baixos e
mais próximos às residências, causando certo desconforto. Salienta-se também que o ruído externo ao
túnel, produzido pelo ruído da circulação de veículos deverá ser maior que atual, devido ao aumento dos
fluxos de veículos. No emboque do lado Sul esse impacto deverá ser menor, porque já impactados pelos
altos níveis de ruídos verificados nas avenidas existentes.
Medidas Mitigadoras e de Monitoramento
Para amenizar o impacto ambiental devem-se manter os equipamentos em operação em bom estado de
conservação e manutenção. As correias, engrenagens e outras partes móveis devem ser reparadas no
tempo certo. Além disso, devem estar engraxadas e limpas. Os escapes de gases dos motores devem
possuir silenciadores resistivos que atendam às normas de fabricação dos equipamentos e devem ser
substituídos quando perderem sua eficiência de isolamento de ruído.
No caso de haver residências a menos de 200 metros de distância dos equipamentos, a operação dos
mesmos deve ser encerrada às 22:00hs. É preciso manter os acessos e vias de trânsito desses
equipamentos em bom estado, evitando que vias esburacadas e desniveladas gerem ruído de impacto
nas caçambas desnecessariamente.
Durante essa fase, sugere-se a realização de um monitoramento mensal do nível de pressão sonora em
um raio de 350 metros da operação dos equipamentos, para verificar possíveis excessos de ruídos em
alguns pontos localizados. Com tal diagnóstico, pode-se reverter o impacto ambiental. O monitoramento
deve ser apresentado em forma de laudo; precisa atender os requisitos da norma ABNT NBR 10151 e
ser realizado por um profissional que não tenha vínculo com as empresas responsáveis pela implantação
do empreendimento.
4.3.2. Fase de Operação
Decaimento do ruído
A predição dos níveis de pressão sonora futuros após a implantação deste empreendimento será
baseada na formulação já apresentada, que leva em conta o fluxo de veículos, a velocidade e a
porcentagem de veículos pesados em circulação. O fluxo de veículos foi estimado neste Estudo, para
uma projeção de 10 e 20 anos. A velocidade média nas vias consideradas foi de ___km/h e a
porcentagem de veículos pesados em circulação foi de ___%. A variação do fluxo de veículos serviu
como parâmetro de análise para o aumento ou a diminuição do nível de pressão sonora das vias de
trafego.
Quando necessário, o decaimento do ruído gerado pelas vias em questão foi analisado considerando a
via como uma fonte linear de ruído e contando a absorção do ruído pelo ar. Os possíveis desníveis da
topografia local não foram considerados na atenuação, assim como as edificações existentes, que
podem ser consideradas barreiras acústicas.
Avaliação do Impacto do ruído na Área de Influência Indireta e Área de Entorno
48
O comportamento do ruído ambiental nas vias que compõem a AII está resumido abaixo:
TABELA 4.2 NÍVEL DE PRESSÃO SONORA PREVISTO COM AUMENTO DO FLUXO DE VEÍCULOS
Logradouro Fluxo atual NPS dB(A) Fluxo 2017 NPS dB(A) Fluxo 2027 NPS dB(A)
Rodovia Raposo Tavares Km 11 alt da rua Hugo Carotini
Av. Prof. Francisco Morato (alt. nº 6.000 Av Guilherme Villares )
Av. Corifeu de Azevedo Marques (alt. nº 2.400, Av Heitor Eiras Garcia )
Pte Euzébio Matoso sobre Marginal Pinheiros – lado oeste
Ponte Bernardo Goldfarb sobre Marginal Pinheiros – lado oeste
Pte da Cidade Universitária sobre Marginal Pinheiros – lado oeste
Pte Cidade Jardim (Roberto R. Zuccolo) sobre Marginal Pinheiros – lado oeste
Av. Lineu de Moraes Leme (em frente ao Jóquei)
Av. Pirajussara (depois Eliseu)
O nível de pressão sonora diagnosticado atualmente na Rodovia Raposo Tavares é em torno de 72,1
dB(A). O nível de pressão sonora com o atual fluxo de veículos, calculado pela formulação proposta, é
de ___ dB(A). Portanto, a método utilizado é bastante confiável.
Em todas as vias analisadas, o fluxo de veículos _______ (diminuirá? Verificar após execução das
simulações) com a implantação do empreendimento, com relação ao ano de ____ e, por conseguinte, o
nível de pressão sonora também. Deve-se atentar que, apesar de o nível de pressão sonora, mesmo
com a diminuição do fluxo de veículos, estar acima do NCA recomendado pela ABNT 10151, ele estará
abaixo do ruído de fundo da região já diagnosticado.
Portanto, neste caso, temos um impacto ambiental _________(verificar), pois a diluição do fluxo de
veículos por outras vias de circulação diminuirá o nível de pressão sonora das vias analisadas. Sua
abrangência se estende por todo o sistema viário que tenha ligação com o empreendimento, que durará
por tempo indeterminado ou enquanto as boas condições de tráfego pelo novo sistema viário forem
mantidas.
Avaliação do Impacto do ruído na Área de Influência Direta
Na AID, o procedimento de cálculo foi o mesmo utilizado na AII, conforme segue:
49
TABELA 4.3 NÍVEL DE PRESSÃO SONORA PREVISTO COM O AUMENTO DO FLUXO DE VEÍCULOS Logradouro Fluxo atual NPS dB(A) Fluxo 2017 NPS dB(A) Fluxo 2027 NPS dB(A)
Av. Prof. Francisco Morato
Av. Vital Brasil
Av Lineu de Moraes Leme x Av. Fco Morato
R. Alvarenga
Rua Sapetuba
Rua Camargo
Rod Raposo Tavares- início
Av. Caxingui
Av. Eliseu de Almeida
Av.dos Três Poderes x Fco Moratp
Av João Jorge Saad
Av. Waldemar Ferreira de Araújo
Av. Imigrante Japonês
Av. Jacob Salvador Zveibil
Av.Corifeu Azevedo Marques/ P.Elis Regina
Rua Heitor dos Prazeres
Rua Levon Apovian
Rua José Jannarelli
No ano de 2017, o fluxo em quase todas as vias da AID deverá _____________em relação ao fluxo
atual. Nessas vias, novamente, teremos um impacto positivo e de caráter permanente. Deve-se atentar
que, apesar de o nível de pressão sonora, mesmo com a diminuição do fluxo de veículos, estar acima do
NCA recomendado pela ABNT 10151, estará abaixo do ruído de fundo da região já diagnosticado.
Apenas em _______via haverá um acréscimo do fluxo de veículos, acarretando um nível de pressão
sonora acima do existente atualmente: _____________Neste local, é previsto um incremento de
______dB(A), desprezível.
Esse impacto pode ser considerado limitado a essa via e de pequena monta. Comumente, encontramos
um valor de nível de pressão sonora de 70 dB(A) no meio urbano, até mesmo dentro de nossas
residências, pois esse valor equipara-se ao de um rádio com volume levado. Nesta avaliação aumento
no fluxo de veículos previsto para os próximos vinte anos não está relacionado apenas à implantação do
empreendimento, mas também ao crescimento natural da cidade e, principalmente, da região.
Na AID, junto às Estações do Metrô, haverá um incremento do fluxo de veículos relativamente pequeno,
dado a influência do transporte coletivo, e, conseqüentemente, do nível de pressão sonora gerado. Este
aumento no fluxo de veículos deverá ser controlado por formas operacionais de gestão de tráfego, por
exemplo, ser contido em estacionamentos de transferência. Mesmo assim, pode-se considerar o impacto
de pequena magnitude, bastante localizado (já que se limita à nova via que será aberta) e de caráter
permanente. O incremento máximo será de ___ dB(A) – a verificar.
A propagação do ruído gerado pela Av Francisco Morato, e pela Avenida Eliseu de Almeida, pela região
dependerá das características imobiliárias que se desenvolverão durante os próximos anos. Fazendo o
estudo do decaimento do ruído gerado pela via, considerando a implantação total do sistema integrado,
com a troncalização das linhas, pode-se constatar que, a cerca de 40 metros de distância da faixa
central, o nível de pressão sonora cairá para cerca de ___ dB(A), conforme os resultados da Tabela 4.5.
Esse valor já é consideravelmente menor do que os diagnosticados na região. Com facilidade, encontra-
se índices que variam _____--que podem ser considerados como o NCA da região, apesar de ser
50
superior aos valores recomendados pela ABNT 10151. Nesse caso, o impacto será________(verificar) ,
abrangerá o restante da ADA e também terá caráter permanente.
Novamente, deve ficar claro que o aumento no fluxo de veículos previsto para os próximos vinte anos
não está relacionado apenas à implantação do empreendimento, mas também ao crescimento da cidade
e da região.
TABELA 4.5 DECAIMENTO DA PRESSÃO SONORA DURANTE A OPERAÇÃO DA VILA SONIA
Distância (m)
Ruído gerado [dB(A)]
Decaimento com aumento da distância [dB(A)]
Decaimento com absorção do ar
[dB(A)]
Nível de Pressão Sonora estimado [dB(A)]
10 78,4 0 0 78,4
20 78,4 3 0 75,4
40 78,4 6 0 72,4
80 78,4 9 0 69,3
160 78,4 12 0 66,4
320 78,4 15 0 63,4
Medidas Mitigadoras e de Monitoramento
Apesar de os impactos ambientais gerados serem de pequena magnitude e localizados em pontos
específicos (a verificar) , algumas medidas devem ser implementadas para amenizar a situação. A
diminuição do número de veículos pesados e médios que circularão pelas vias estruturais locais, com a
implantação do Rodoanel trecho sul, deverá provocar uma atenuação dos níveis de ruído existente, pois
esses são os maiores emissores de ruído ao meio ambiente.
A velocidade dos veículos deve ser muito bem controlada, pois, a partir de 60 km/h, os pneus dos
automóveis são os principais geradores de ruído do veiculo, suplantado o ruído gerado pelo motor. O
asfalto utilizado nas vias principais do sistema considerado deverá ser de boa qualidade e baixa
rugosidade diminuindo o atrito dos pneus no solo e, assim, controlando o nível de pressão sonora
emitido ao meio ambiente.
O controle do estado e da eficiência dos abafadores de ruído dos veículos que circulam na região deve
ser sistemático. Com isso, evita-se a emissão de ruído desnecessário ao meio ambiente.
Os empreendimentos imobiliários devem ter um recuo apropriado da via de tráfego, a fim de propiciar
condições para uma boa dispersão da energia sonora, não a centralizando em pontos específicos. Esses
recuos devem ser arborizados.
O maior recuo dos pavimentos superiores das construções, conforme proposto na minuta de lei, art 8º,
parágrafo 2º, junto aos corredores de transporte , é um fator positivo, atenuador do ruído, pela maior
distância da fonte.
Medidas do nível de pressão sonora devem ser efetuadas no empreendimento, de forma sistemática, a
cada 90 dias, durante os dois primeiros anos. Estas medidas visam a localização de algum foco de nível
de pressão sonora elevado e, com isso, identificar a eventual necessidade de dimensionar barreiras
acústicas para o controle.
É recomendável que esse trabalho, que deve ser apresentado em forma de laudo, atenda os requisitos
da norma ABNT NBR 10151 e seja realizado por um profissional que não tenha vínculo com as
empresas responsáveis pela implantação do empreendimento.
52
II. IMPACTOS DO MEIO BIÓTICO
5. FLORA
5.1. Considerações sobre as áreas de absorção
Como demonstrado no diagnóstico foram consideradas como as áreas de absorção aquelas de solo não
impermeabilizado com cobertura vegetal ou não. Essas áreas são responsáveis pela absorção de águas
pluviais, pela manutenção da alimentação dos lençóis freáticos e pela redução dos pontos críticos de
alagamento.
As águas de chuva que correm em solo asfaltado e impermeabilizado adquirem maior velocidade em
áreas declivosas e acumulam-se em locais mais baixos, provocando enchentes nos casos em que a
rede de drenagem não suporta o volume de escoamento demandado. Isso ocorre em períodos críticos
(picos) de precipitação, conforme descrito no item 1 do Diagnóstico. Áreas de várzea, que foram
impermeabilizadas são fortes candidatas às enchentes, ou, pontos críticos, em geral, devido à existência
de galerias antigas, que em geral não acompanharam aos volumes crescentes de escoamento, pela
expansão urbana.
Geralmente em regiões urbanas as áreas de absorção são constituídas pelas áreas verdes como praças,
jardins, quintais, arborização de ruas e avenidas, canteiros e também por terrenos sem construção. O
impacto de intervenções propostas pelo Projeto da operaçõ urbana será analisado nos itens a seguir
quanto a maior ou menor perda dessas áreas, e de seus elementos constituintes.
A maioria da área contemplada pelo projeto da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia, se encontra
em terreno ondulado. São vários os corpos d`água que cortam a região e, a maioria das avenidas e ruas
de maior movimento estão em locais mais baixos, na várzea do Pirajussara, como a avenida Eliseu de
Almeida, ou de seus afluentes, como a av. Jorge João Saad, e alguns trechos da Avenida Francisco
Morato.
A avenida Eliseu de Almeida e av. Jorge João Saad foram construídas sobre obra de canalização de
corpos d`água. São locais de captação de águas de drenagem da região. A manutenção das áreas de
absorção em torno da sua área de influencia é importante para manter os níveis do lençol freático, as
condições geológicas das camadas do subsolo, a manutenção das áreas verdes e da vegetação de
cobertura e as condições de umidade do ar, contribuindo também para evitar problemas de enchentes.
A preocupação de manutenção das áreas de absorção está presente no projeto da Operação Urbana
Vila Sonia, que é cuidadoso ao determinar índices de ocupação máxima por lote, em cada setor. Com
base num minucioso estudo da ocupação existente (PRIOU), traduzida em 17 regiões distintas, foram
estabelecidos diferentes índices de ocupação de acordo com as tendências existentes em cada local.
Como pode ser verificado no Quadro 1 do Anexo II da minuta de lei, na página a seguir. Os índices
recomendados da taxa de ocupação máxima de embasamento variando de 0,25 a 0,7 por setor, exigem
menor área construída no térreo, principalmente onde as áreas verdes são mais significativas e há maior
interesse de preservação da cobertura e/ou manutenção das condições de permeabilidade.
53
ANEXO II QUADRO 1 – PARÂMETROS URBANÍSTICOS PARA SETORES E PÓLOS
(a) Os coeficientes de aproveitamento mínimo e básico são aqueles definidos no Quadro 04 do Livro X, Anexo à Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004.
(b) H corresponde a altura máxima do edifício e E corresponde ao espaçamento lateral que é a distância que deve ser mantida em relação às edificações vizinhas adjacentes na mesma quadra
em que está inserido o imóvel, medida a partir da altura de 9m dessa edificação.
(c) Exigido somente a partir de 9m de altura da edificação. Observar o espaçamento lateral (E).
SETOR
COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO
CARACTERÍSTICAS DE APROVEITAMENTO E DIMENSIONAMENTO DOS LOTES RECUOS (m)
MINIMO BÁSICO MÁXIMO
TAXA DE OCUPAÇÃO
MÁXIMA EMBASAMENTO
TAXA DE OCUPAÇÃO
MÁXIMA DEMAIS
PAVIMENTOS
TAXA DE PERMEABILI
DADE MÍNIMA
LOTE MÍNIMO
(m²)
FRENTE MÍNIMA
(m)
GABARITO DE ALTURA MÁXIMO
FRONTAL LATERAL FUNDO
Caxingui (a) (a) 3 0,60 0,40 0,15 250 5 27m ou H=E / 2 (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Eiras Garcia (a) (a) 4 0,50 0,50 0,25 250 10 39m 5m 3m (c) 3m (c)
Francisco Morato (a) (a) 4 0,70 0,35 0,25 500 10 42m ou H=E / 3 (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Jd. Jussara (a) (a) 3 0,50 0,50 0,30 500 10 27m 5m 3m (c) 3m (c)
Morumbi 1 (a) (a) 3 0,50 0,50 0,25 400 10 27m ou H=E (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Morumbi 2 (a) (a) 4 0,50 0,50 0,20 500 10 51m 5m 3m (c) 3m (c)
Pq Raposo Tavares (a) (a) 4 0,25 0,25 0,40 500 20 51m 5m 3m (c) 3m (c)
Polo Vila Sônia (a) (a) 4 0,70 0,35 0,15 250 10 51m ou H=E/ 3 (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Pólo Vital Brasil (a) (a) 4 0,70 0,35 0,15 400 10 51m ou H=E/ 3 (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Vale Pirajussara (a) (a) 2,5 0,40 0,40 0,30 400 10 24m ou H =E (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Vila Sônia 1 (a) (a) 3 0,50 0,50 0,20 250 10 27m 5m 3m (c) 3m (c)
Vila Sônia 2 (a) (a) 3 0,40 0,40 0,25 400 10 27m 5m 3m (c) 3m (c)
Vila Sônia 3 (a) (a) 3 0,50 0,50 0,15 250 10 27m 5m 3m (c) 3m (c)
Vila Sônia 4 (a) (a) 4 0,70 0,35 0,15 400 10 42m ou H=E / 3 (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Vital Brasil 1 (a) (a) 3 0,60 0,30 0,20 500 10 27m ou H =E / 2 (b)
5m 3m (c) 3m (c)
Vital Brasil 2 (a) (a) 3 0,50 0,50 0,15 500 10 27m ou H=E/ 2 (b) 5m 3m (c) 3m (c)
Vital Brasil 3 (a) (a) 3 0,50 0,50 0,15 400 10 27m 5m 3m (c) 3m (c)
54
A associação desses índices às taxas de permeabilidade permite garantir índices de absorção nas áreas
do recuo das construções.
Esses índices deverão sofrer ajustes para que as alterações feitas no texto da minuta de lei estejam aí
refletidas. Por exemplo, as alturas especificadas: Art 8 - § 2 – alt max de 54 m para os setores –
Morumbi 2/ Vila Sonia 4/ Francisco Morato 4 (?). Salienta-se a proibição do uso de garagem no recuo
frontal, que, associada a pavimentos permeáveis ou a áreas ajardinadas, deverá garantir
permeabilidade do solo. No setor Raposo Tavares área de projeção deverá ser compatível com a área
de permeabilidade.
5.2. Identificação e avaliação dos impactos dos Impactos
A identificação dos Impactos foi realizada a partir das diretrizes previstas na Lei nº 13.260, (no §2º do art.
225 da Lei nº 13.430, de 13 de setembro de 2002), cujo dimensionamento das obras viárias, bem como
da implantação de sistemas de áreas verdes foi mais qualitativo do que quantitativo. O detalhamento
quantitativo será feito em outras etapas da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia, à medida que os
projetos de execução forem sendo elaborados, exigindo-se licenciamentos individualizados.
Entretanto, alguns valores quantitativos serão mencionados para se ter uma noção sobre a ordem de
grandeza dos indivíduos arbóreos a serem suprimidos/removidos. Assim, serão utilizados dados
coletados em vistorias de campo (setembro e outubro de 2006).
A identificação dos impactos provocados pela Operação Urbana Vila Sonia levou em consideração 2
fatores relevantes, por setor: a) Obras viárias e b) adensamento proposto pela alienação de áreas
adicionais de construção.
O empreendimento será desenvolvido em uma região de vale de drenagem, onde a Avenida Eliseu de
Almeida encontra-se no seu limite mais baixo sobre o Córrego do Pirajussara.
De um modo geral, a verticalização para a promoção do adensamento nos setores deverá ser controlada
pelo projeto proposto, porque: a) não estão previstas obras de alargamento, prolongamento ou de
abertura de novas avenidas, mas apenas intervenções pontuais, com apenas uma obra de arte de porte
(túnel); b) a ocupação da área privada deverá ser controlada pelos condicionantes estabelecidos no
Quadro 1 anexo à minuta de lei, incluído a seguir, que estabelece o padrão de construção a ser admitido
nos diferentes setores.
Isso permitirá acomodar o adensamento proposto mitigando o processo de perda das áreas de
absorção, dada pela maior ocupação das áreas privadas. Nesta análise será considerado como
impactante, a eventual diminuição de áreas de cobertura nos lotes privados. Nas áreas públicas, com
poucas exceções, a cobertura vegetal deverá ser mantida e até mesmo ampliada pela proposta dos
Parques Lineares.
Apesar da cobertura vegetal existente na área envoltória da operação urbana deste estudo atingir
índices superiores aos praticados na maior parte da cidade, salienta-se a importância de manter
pequenas praças e jardins residenciais, que representam um micro-sistema de áreas de cobertura e de
absorção diluído pela área de intervenção direta. São áreas verdes importantes nessa região
principalmente por manter a dinâmica do fluxo de águas pluviais próximo ao Córrego Pirajussara e
outros corpos de água da região.
A implantação do sistema de áreas verdes e espaços públicos ocorrerá na fase de operação e tem
natureza positiva, incidência direta, irreversível, com área de abrangência local, com tempo de duração
permanente, probabilidade certa e média magnitude.
55
5.3. Análise do impacto das áreas adicionais de construção no conjunto dos setores
O processo de adensamento das construções provocado pela urbanização intensa, rápida e
descontrolada como aconteceu no processo de formação dessa metrópole, tem como conseqüência a
extensão das áreas pavimentadas e a diminuição da proporção de áreas verdes por habitante e desse
modo é considerado um impacto negativo desde a sua implantação, de incidência direta, irreversível,
com abrangência local, com tempo de duração permanente, probabilidade certa e média a alta
magnitude.
Dessa forma a implantação do projeto urbano ora proposto para a Vila Sonia, permite buscar uma forma
de controle do processo de adensamento que deverá ocorrer na área de estudo pela melhoria das
condições de acessibilidade local às diversas regiões da cidade.
O empreendimento como um todo, abrange setores com distintos graus de cobertura vegetal, assim
como distintos padrões de edificação. Desse modo, com a finalidade de manter ou melhorar a qualidade
ambiental, recomenda-se a não diminuição do caráter da cobertura vegetal existente nos setores
Morumbi I e II, Vale Pirajussara, Vila Sonia 1,2, Vital Brasil 1,2, 3.
Os Pólos Vital Brasil e Vila Sonia e o Setor Vila Sonia 4 são regiões onde está previsto as maiores
densidades construtivas, devido principalmente ao fato de estarem localizadas junto às novas estações
do metrô. São atualmente áreas já impactadas, com tendência de uso comercial, não devem sofrer com
perdas significativas de áreas verdes, continuando com a taxa de área verde/habitante acima dos índices
exigidos pela Organização Mundial da Saúde, comum a toda área de influencia direta e indireta deste
estudo.
Regra geral há verticalização nas áreas já impactadas junto ao corredor Francisco Morato. As áreas
mais ricas em temos de vegetação se situam no distrito de Morumbi e Butantã e as mais pobres nos
distritos de Raposo Tavares, onde, existem mais áreas verdes privadas, em grandes glebas que deverão
ser verticalizadas. A seguir são feitas considerações por setor, e posteriormente análise da supressão
pontual causada por obras recomendadas pela operação urbana Vila Sonia.
5.4. Especificação e avaliação dos impactos por setor
Setor Caxingui
Esse setor é formado por uma estreita faixa que acompanha a avenida Francisco Morato, no trecho
próximo à transposição do rio Pinheiros, no bairro do Caxingui. Apesar da ocupação predominantemente
residencial desse bairro, horizontal, da área selecionada pelo projeto identifica uma tendência de
substituição de usos, junto à avenida Francisco Morato, onde o perfil de uso se alterou significativamente
nos últimos décadas do século XX, com a crescente demanda de tráfego dessa avenida, importante eixo
de acesso à periferia, com altos fluxos de tráfego individual e coletivo.
Nesse setor está previsto o adensamento e arborização urbana em área mista com predomínio de
comércio. Isso representa a alteração do padrão de ocupação existente, que é residencial apenas nos
lotes lindeiros à avenida, junto ao alinhamento das construções. No entanto os lotes existentes são
médios e grandes com ocupação de alto padrão, o que reduz o número de unidades que serão atingidas.
O nível de cobertura é alto assim como o nível de conforto (taxa de 118m2 /pessoa).
Salienta-se também que a faixa de adensamento é inferior aos 300m recomendados pelo Plano Diretor
Estratégico, nas áreas de intervenção urbana ao longo de corredores de transporte, atingindo na média
até 100m, neste caso, segue o perímetro proposto pelo Plano Diretor Regional.
56
Portanto o uso residencial existente deverá ser adequado à tendência de mudança de uso que já se
verifica ao longo de todo corredor de transporte e deverá provocar a diminuição das áreas verdes uma
vez que as áreas residenciais são todas arborizadas. Área extremamente valorizada pelo privilégio da
localização, cuja ocupação atual poderá ser substituída por ocupação verticalizada de alto padrão.
O impacto será negativo, com conseqüências em curto prazo e permanentes, irreversível, porém de
pouca abrangência e relevância, pois atinge uma pequena parcelados lotes da zona residencial
considerada.
Setor Eiras Garcia
Adensamento e arborização urbana. Área mista de comércio local e residencial. A maioria são casas de
padrão médio com pouco quintal ou nenhum. Portanto as áreas de absorção já apresentam baixos
índices. A arborização urbana é dispersa devido à pequena largura das calçadas. Esse setor poderá ser
favorecido por projeto específico de arborização urbana local, recomendando-se também a recuperação
das praças e o adensamento tenha uma preocupação de manter o padrão de construção já existente.
No Setor Eiras Garcia também não está proposto um grande volume de área construída, dada a
extensão da área considerada. O impacto dos novos empreendimentos imobiliários não deverá ser
relevante em relação a supressão de áreas verdes, pois é uma área já impactada junto ao corredor das
Av. Corifeu de Azevedo Marques e Heitor Eiras Garcia, onde o adensamento para construções de
padrão médio não deverá provocar impacto negativo.
O impacto uso do solo existente nas áreas privadas é positivo, pois a tendência existente deverá ser
mantida e potencializada, com melhor uso da infraestrutura. Poderá ter um caráter positivo, se
executadas as melhorias da cobertura vegetal das praças e da arborização de rua. Será negativo se o
processo de adensamento não for acompanhado pela medida citada. Serão impactos permanentes e de
médio prazo, que ocorrerão no processo de implementação dos empreendimentos.
Salienta-se também que a faixa de adensamento proposta pela Operação Urbana no Setor Eiras Garcia
adotou aquela já estabelecida pelas Áreas de Intervenção Urbana ao longo do corredor da av. Corifeu de
Azevedo Marques pelo Plano Diretor Regional do Butantã, que nesse caso foi classificada como zona de
centralidade polar ou linear – a e b, seguindo o perímetro já adotado pela lei aprovada. Tais zonas
podem chegar a coeficientes iguais a 4,0 como o proposto seja pelo Plano Regional, seja pela Operação
Urbana. Salienta-se que as taxas de ocupação máximas e de absorção são mais exigentes, na
Operação Urbana (0,50 e 0,25) do que no Plano regional (0,70 e 0,15). A Operação Urbana também é
mais restritiva quanto á altura máxima das construções, onde há limite de 51m, ao contrário da lei geral
onde não há exigência.
Setor Francisco Morato
Nesse setor, está proposta a implantação do Parque Linear do Córrego do Itararé. O empreendimento
promoverá a recuperação das margens desse corpo d‟água e sua proteção por cobertura vegetal
arbórea. Deverá também tratar da ocupação irregular de baixo padrão existente o que deverá
representar um impacto positivo para as construções do entorno.
No Setor Francisco Morato está proposto um volume significativo de área adicional que também não
deverá causar grande impacto em relação à supressão de áreas verdes, porque a ocupação das áreas
privadas de pequenos lotes em ruas estreitas já não possui arborização. É um setor ao longo da Av.
Francisco Morato, na sua porção Oeste, onde o adensamento é recomendado pois há disponibilidade de
áreas passíveis de remembramento/substituição.
57
Quanto ao uso existente, não deverá ser alterado: as tendências existentes deverão ser potencializadas,
com usos mistos em empreendimentos verticalizados. As exigências de recuos laterais e frontais, de
ampliação de calçadas, de arborização e colocação de equipamentos e de uso coletivo do térreo
deverão melhorar a qualidade da ocupação existente. Nesse caso a cobertura existente as áreas de
absorção já está impactadas. Portanto não deverão sofrer alterações significativas. Implantação Supressão de vegetação.
O impacto será de natureza positiva, de média abrangência, relevante para o uso supra local, de médio
prazo e permanente.
Setor Jardim Jussara
Nesse setor, está proposto o adensamento através de verticalização e arborização urbana. Área mista
de comércio local concentrada nas proximidades da Av. Francisco Morato. Residências de nível médio,
com pouco jardim e, arborização das calçadas dispersa, devido à largura das mesmas. O adensamento
deverá ocorrer por remembramento de pequenos lotes e substituição das construções existentes. Nesse
caso respeitadas as exigências do projeto, recuos e taxas de ocupação deverá ocorrer melhoria do
padrão de ocupação existente, com a melhoria correspondente da arborização urbana.
O impacto será negativo pela exigência de remembramento de lotes e de substituição das construções.
Será de nível médio pela diminuição da proporção de áreas verdes por habitante de conseqüências no
curto e no médio prazo e será também permanente.
59
Setor Morumbi I
Setor misto com residências de padrão médio, com jardins e arborização urbana. Salienta-se que a área
estritamente residencial foi excluída da Operação Urbana. Portanto as áreas de absorção e de
arborização existentes em maior escala não serão atingidas. A área considerada ao adensamento pela
Operação Urbana, atinge apenas a porção entre os corredores viários que já apresenta tendência de
ocupação de uso misto, de alta e média densidade conforme reconhecido também pelo Plano Diretor
Regional. Nessa área deverá ocorrer diminuição da cobertura existente.
O comércio forma as margens desse setor na Av. Francisco Morato e Eliseu de Almeida, que já inclui a
presença do Shopping Butantã. O uso comercial deverá incentivado nas margens, potencializando
tendência existente, de pólo comercial regional, pela verticalização proposta às construções. Valem os
mesmos comentários quanto à melhoria do padrão da ocupação junto ao corredor, feita no Setor
Francisco Morato, respeitadas as exigências do Quadro anexo à lei.
O impacto do adensamento no “miolo” do setor será negativo de pouca intensidade, em médio prazo,
porque acompanhará os empreendimentos propostos, e permanente.
O impacto da verticalização das construções nas margens, junto aos corredores de transporte será
positivo de média intensidade, relevante para a cidade com a possibilidade de ampliação de empregos.
As áreas verdes, juntos aos corredores já estão impactadas. Não representa impacto relevante quanto à
diminuição da cobertura vegetal.
Setor Morumbi II
O Setor Morumbi 2 já possui uma tendência de verticalização, devido interesses do mercado imobiliário,
que deverá ser acentuada com a implantação da OUCVS. Os edifícios existentes estão implantados em
lotes médios e grandes, com recuos frontais ajardinados e recuos laterais, mantendo a arborização das
ruas. Isso garante um bom padrão de ocupação verticalizada na região. Portanto o volume de área
adicional a ser construída nesse setor, seguindo esse padrão poderá ser absorvido sem grandes
impactos negativos.
Setor misto com residências horizontais de padrão médio-alto que deverão ser substituídas. Existe
comércio serviços junto ao corredor Francisco Morato e tendência de uso misto junto aos principais vias
coletoras e arteriais (R. José Janarelli). O adensamento será pouco relevante pois já existe verticalização
das construções, de padrão adequado, o que permite verificar que é possível verticalização sem perda
de qualidade. As exigências para aprovação dos novos empreendimentos feitas pela operação urbana,
garantem a continuidade do padrão de ocupação existente, que é de interesse também do mercado
imobiliário.
Nesse setor as ruas são mais largas comportando maior fluxo de veículos. A arborização de rua , já
significativa, deverá ser mantida e incentivada a sua ampliação. A perda de cobertura de vegetação dos
quintais das áreas privadas representa diminuição de cobertura porém de pequenas proporções dado
que o setor já está impactado pela existência de muitos empreendimentos verticais, e pelo fato haver
exigências de recuos das construções que, recomenda-se que no projeto de lei em questão, sejam
mantidas parcialmente como áreas de absorção.
O adensamento das construções quanto à perda de cobertura de cobertura vegetal nas áreas privadas
um impacto negativo, de média relevância, de médio prazo e permanente. Poderá ser compensado com
áreas de absorção nos recuos das construções.
O adensamento das construções quanto à manutenção de arborização nas áreas públicas (calçadas)
um impacto positivo , de alta relevância, de médio prazo e permanente.
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Setor Parque Raposo Tavares
O Parque vem sofrendo o florestamento através do plantio de mudas, que deverá ter continuidade pelo
projeto do Parque Linear do Córrego da Água Podre até a Av. Eliseu de Almeida. Ambientalmente, a
recuperação e manutenção de áreas verdes nas margens do córrego Pirajussara garantirá a
manutenção do corpo de água do lençol subterrâneo, e indiretamente desse córrego, pela alimentação
dos seus afluentes, pois o Pirajussara se encontra totalmente canalizado nesse trecho.
A revegetação proposta do fundo de vale, margem esquerda, em continuidade no Setor Vale pirajussara,
permitirá a continuidade do cordão verde que se desenha na região proporcionado um impacto positivo,
de incidência direta, permanente, irreversível porque em área de proteção, de alcance de longo prazo,
de alta intensidade, certo, com ônus socializados, relevante ao conforto ambiental pela melhoria da
umidade do ar, pela concentração de áreas verdes.
O impacto do projeto da Operação Urbana quanto à ampliação, melhoria e manutenção de áreas verdes
será positivo, de relevância social, abrangente, pois atinge área de alta densidade populacional, em
médio prazo e permanente. Socialmente esse impacto é relevante pela eliminação das áreas de risco,
como será analisado no item 7.
Por ser construído sobre um aterro sanitário, o reflorestamento do Parque deve observar a utilização de
espécies que não produzam frutos comestíveis à população. Por tornar-se um local de uso contínuo da
população para lazer, o monitoramento da produção de chorume e de gases deverá ser mantido através
de pontos de coleta e amostragem de lençol freático e da canalização de gases, assim como no próprio
córrego, com recomendado no item 3.
Portanto a potencialização de uso do Parque Raposo Tavares é um impacto fortemente positivo,
relevante, permanente e irreversível.
Raposo Tavares é um dos maiores setores da Operação Urbana em estudo, situa-se em torno do
Parque Raposo Tavares, ocupado por favelas em todo seu perímetro. No entanto os coeficientes
propostos nesse setor são de média magnitude, pois se trata de área com grandes disponibilidades de
terrenos livres, com cobertura vegetal, portanto com altos níveis de permeabilidade. Esse setor deverá
absorver também os empreendimentos incentivados de HIS- Habitação de Interesse Social, com
coeficientes gratuitos de área construída adicional. Portanto o volume final de novas edificações devera
ser significativo e de alta abrangência e de natureza positiva. É uma área em estruturação urbana,
carente de infra-estrutura, que deverá se beneficiar com um processo de adensamento orientado.
No Setor Raposo Tavares os índices das taxas de ocupação máxima e de absorção, recomendados para
as construções pelo Quadro 1 , Anexo a minuta de lei, deverão ser revistos . A área de projeção (taxa de
ocupação embasamento) deverá ser compatível com a taxa de permeabilidade. A adoção de baixos
índices de ocupação neste setor, que possui a maior proporção de áreas livres em grandes lotes, reduz
fortemente a perspectiva de novos empreendimentos, mas deverá garantir proteção às áreas de
cobertura de vegetação existentes, garantindo também maiores níveis de absorção. É um impacto
positivo ao meio ambiente e negativo ao mercado imobiliário.
Setor Pólo Vila Sonia
Compreende a área do pátio do metrô e seus arredores. Devido à alteração do caráter de atividade
nesse setor o adensamento com empreendimentos de uso não habitacional, através de torres
construídas com alta tecnologia, o que inclui, vedação acústica, é recomendado como forma de atenuar
o impacto negativo, dessa alteração de uso nas áreas residenciais.
61
Portanto o impacto de implantação do pátio do pátio do metrô, já está dado, provocado por obra co-
localizada, em andamento. Cabe a esta Operação Urbana recomendar o melhor uso das construções no
entorno. O projeto em análise observou essa tendência, recomendando maiores índices de áreas de
comércio e serviços.
O impacto do pátio do metrô no uso residencial é negativo. O projeto da Operação Urbana representa
uma forma de compensação desse efeito, sendo, portanto, positivo pois permite adequar usos no
entorno desse fato gerador. Nesse sentido a proposta de reforço de uso não residencial, neste caso,
mesmo envolvendo substituição de usos, é positiva porque recomendada como medida mitigadora dos
efeitos adversos a serem provocados no local, a curto prazo (operação do pátio). O impacto de
alteração de uso residencial, principalmente na av. Imigrante Japonês, com o fechamento da mesma
junto á av Francisco Morato, bem como o impacto de ruído a ser provocado com a operação do pátio, e
o de diminuição da cobertura vegetal são negativos. Mas são dados pela necessidade da obra
colocalizada, de relevância social e econômica para a cidade. Também nesse caso recomenda-se à
Operação Urbana reforçar a substituição de usos com maiores índices para área não residenciais, como
forma de atenuar os impactos negativos de caráter irreversível a serem provocados pelos novos
equipamentos instalados.
Os Terminais de ônibus projetados associados à Estação Terminal Vila Sonia os e ao pátio do metrô
serão fortemente impactantes e potencializarão os efeitos adversos como redução de áreas de verdes e
de absorção, aumento de ruído, intensidade e volume de tráfego entre outros. No entanto, tais efeitos
poderão ser parcialmente revertidos com usos do solo adequados (comércio e serviços) que explorem a
oportunidade de concentração de volume de pedestres e de maior acessibilidade, já recomendados pelo
projeto da Operação Urbana.
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Quanto às áreas verdes e de absorção sugere-se estudar formas de compensação em outra área, para
que os usos comerciais e de serviços possam ser favorecidos e de mais fácil implantação, através de
substituição de usos e remembramento de lotes, de forma a viabilizar a formação da polaridade de
empregos e de serviços recomendada pelo Plano de Intervenções.
Setor Vila Sonia 2
O Setor Vila Sonia 2 é basicamente residencial com muitas casas antigas térreas e sobrados novos, ruas
menos arborizadas com comércio local. A proposta de adensamento e arborização urbana caso preveja
a recuperação da Praça Dr. José Ória e organize maior e melhor arborização no entorno será positivo,
de curto prazo e permanente.
O impacto de implementação da polaridade recomendada, a longo prazo será positivo para a cidade. É
relevante, com sinergia presente, de alta magnitude, de grande abrangência, de ocorrência certa,
irreversível, permanente, com distribuição socializada dos ônus, incidente regionalmente com efeitos na
área metropolitana pelos efeitos da melhoria de acessibilidade e pela reorganização das polaridades na
cidade , com criação de empregos mais próximos ás áreas de alta densidade na periferia oeste da
cidade.
Será negativo, a curto prazo, a nível local pelo impacto das alterações necessárias. O impacto nas áreas
verdes locais, numa área já impactada por lotes pequenos e médios, com recuos pavimentados, será de
média magnitude, de abrangência local e irreversível.
Poderá ser revertido com medidas mitigadoras de compensação em outra área. Sugere-se aos novos
empreendimentos, contrapartidas como cuidar de Praças públicas, aumentar a arborização de rua e
outras a serem sugeridas pelo planejamento ordenenado à instalação, manutenção e proteção de áreas
verdes no perímetro considerado.
Pólo Vital Brasil
Setor misto com residências antigas, muitas casas são térreas, com jardins e ruas arborizadas. Não há
presença de praças. O comércio se concentra nas avenidas e não possui arborização de ruas. Os lotes
são grandes com arborização nas áreas residenciais. Junto á avenida Vital Brasil os usos comerciais já
impactaram as áreas verdes, pela substituição de usos. Valem os mesmos comentários feitos no Pólo
Vila Sonia, quanto ao impacto que a substituição representará, no entorno da Estação Butantã do metrô,
situada nessa área, junto a um terminal de transferência de transporte por ônibus.
O impacto de implementação da polaridade recomendada, a longo prazo será positivo. Relevante, de
alta magnitude, de grande abrangência de ocorrência certa e irreversível, com distribuição socializada
dos ônus, incidente regionalmente, para a cidade, pela melhoria de acessibilidade e criação de
empregos e permanente. Para o uso residencial existente, a nível local, será negativo, a curto prazo,
pelo impacto das alterações de uso e pelo adensamento das construções, de curto prazo e permanente.
O impacto nas áreas verdes locais, com recuos ajardinados, será de alta magnitude, de abrangência
local e irreversível. Recomendam-se também as medidas mitigatórias citadas no item anterior.
Setor Vital Brasil 2
O Setor Vital Brasil 2 tem caráter misto de comércio voltado às avenidas e condomínio residencial de
padrão médio. A região comercial será beneficiada com a proposta de arborização. Será um impacto
positivo de médio prazo e permanente.
Vale Pirajussara
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Setor que compreende os Parques Previdência e Luis Carlos Prestes. Esses fragmentos florestais
pertencentes à mesma formação vegetal serão interligados promovendo um aumento de área contínua
importante para a manutenção da fauna. Importante também para reconfigurar a paisagem local
marcado mais fortemente a presença da vegetação a ser reconstituída de forma contínua ao longo do
vale.
Nesse mesmo setor, o empreendimento propõem a construção de um túnel interligando a Av. Eliseu de
Almeida com a Av. Corifeu de Azevedo Marques. Para esse empreendimento recomenda-se pelo menos
a alteração da construção da abertura do mesmo, fora dos domínios do Parque, evitando desse modo, a
perda da área de transição e diminuindo o impacto causado à estrutura e dinâmica desse fragmento,
devido ao ruído, movimentação do tráfego e a iluminação direta e indireta.
A construção do túnel ocupará a área da Praça Elis Regina e o impacto será negativo, imediato e
permanente. Além do aumento da poluição sonora devido ao tráfego vizinho ao condomínio residencial.
Execução de túnel de ligação entre a Av. Corifeu de Azevedo Marques e Eliseu de Almeida. O impacto
na vegetação do Parque Previdência será negativo devido a movimentação no período de implantação e
operação. A movimentação do solo, a alteração do nível piezométrico e, portanto do lençol freático, e a
poluição sonora (e de vibração) poderão alterar drasticamente as condições das raízes e estabilidade
das plantas. Fragmentos florestais urbanos representam por natureza, ilhas de ecossistemas naturais
que são beneficiados num zoneamento onde se consideram áreas para tamponamento de impactos e
continuidade através de corredores ecológicos. A intervenção interna no Parque aumentará a pressão
sobre a fauna e na dinâmica florestal, devido à vibração e ruído permanente.
O impacto poderá ser imediato, regional, permanente, e irreversível.
A formação de áreas ajardinadas junto à via arterial ao longo do córrego Pirajussara ocorrerá na fase de
implantação e tem natureza positiva, incidência direta, irreversível, com área de abrangência local, com
tempo de duração permanente, probabilidade certa e média magnitude. Devido à situação da qualidade
das águas e do atual uso da cobertura ajardinada do Córrego a abertura do mesmo não facilitará o
aumento da vegetação e essa área não poderá ser usufruída pela comunidade.
No Setor do Vale do Pirajussara está proposto a manutenção e a integração das áreas verdes
existentes. Não será permitido um grande volume de área construída adicional, reforçando-se-se a
presença de área verde com a integração dos Parques Previdência e Luis Carlos Prestes. O impacto da
reconstituição das áreas verdes locais é positivo, relevante, de média intensidade e permanentee
sinérgico, pois atrai outros usos comunitários.
A ligação do Parque Previdência ao Parque Luis Carlos Prestes será, para a vegetação, de caráter
positivo, pois permitirá um trânsito maior da fauna e consequentemente dos propágulos da flora. Será
em médio prazo e permanente.
5.5. Avaliação dos Impactos por supressão de vegetação gerada por obras pontuais
a) Implantação do Túnel sob o Parque da Previdência
O impacto da supressão da cobertura vegetal (elementos da arborização urbana, canteiros, praças,
terrenos particulares) ocorrerá na fase de implantação e tem natureza negativa, incidência direta,
irreversível, com área de abrangência local, com tempo de duração permanente, probabilidade certa e
baixa magnitude.No caso da supressão de toda a praça Elis Regina e da área verde da Sociedade
Beneficente Alemã, o impacto será de natureza negativa, incidência direta, irreversível, com área de
abrangência local, com tempo de duração permanente, probabilidade certa e média magnitude. Segue a
listagem da vegetação que deverá ser suprimida da praça Elis Regina:
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LISTAGEM DAS ESPÉCIES DA PRAÇA ELIS REGINA
Araliaceae Schefflera actinophylla
Araucariaceae Araucaria angustifolia
Bignoniaceae Tabebuia chrysotricha
Tabebuia heptaphylla
Tabebuia sp
Bombacaceae Bombax malabaricum
Indeterminada
Caesalpinoideae Bauhinia variegata cf
Caesalpinea ferrea var. leyostachya
Caesalpinea peltophoroides
Schizolobium parayba cf
Combretacae Terminalia catappa
Euphorbiaceae Euphorbia cotinifolia
Meliaceae Melia azedarach
Mimosoideae Anadenanthera peregrina cf.
Moraceae Ficus benjamina
Myrtaceae Eucaliptus sp
Eugenia uniflora
Nyctaginaceae Bougainvillea glabra cf
Papilionoideae Tipuana tipu
Rosaceae Eriobotrya japonica
Indenterminada 1
Indenterminada 2
Indenterminada 3
b) Melhorias recomendadas no Parque Raposo Tavares
Quanto a supressão da vegetação de borda do Parque Previdência: o impacto será de natureza
negativa, incidência direta, irreversível, com área de abrangência local, com tempo de duração
permanente, probabilidade certa e média magnitude. Fragmentos florestais urbanos representam por
natureza, ilhas de ecossistemas naturais que são beneficiados num zoneamento onde se consideram
áreas para tamponamento de impactos e continuidade através de corredores ecológicos. A intervenção
interna no Parque aumentará a pressão sobre a fauna e na dinâmica florestal, devido à vibração e ruído
permanente.
Da supressão de algumas áreas de eucaliptos do setor do Parque Raposo Tavares para a implantação
do Parque Linear. Nesse caso, se forem usadas espécimes nativas, o impacto será positivo, de
incidência direta, irreversível, com abrangência regional, com tempo de duração permanente,
probabilidade certa e média magnitude.
66
5.6. Medidas mitigadoras:
Propõem-se a manutenção das áreas de absorção evitando-se maior fragmentação das mesmas
Manutenção do fechamento do córrego canalizado.
Evitar o fluxo intenso de veículos em vias de inclinação maior de 30 º para evitar desgaste do
substrato de pavimentação.
Adensar a cobertura vegetal nas áreas de várzea dos corpos de água superficiais e desse modo
respeitando o limite das mesmas
Plano de ação:
Áreas verdes como praças devem ser mantidas e recuperadas e/ou aumentadas em virtude da
verticalização proposta.
Estabelecimento de projeto paisagístico para praças abandonadas e depredadas.
Estabelecimento de projeto de viabilização das rotas dos veículos de transporte coletivo urbano
respeitando as vias principais, evitando as ruas residenciais e de maior inclinação.
Programa de recomposição de áreas de mata ciliar.
Monitoramento de áreas revegetadas quinzenalmente, por no mínimo três anos para garantir o
estabelecimento das mudas.
Em especial menção, os setores:
1. Setor Parque Raposo Tavares
Medidas mitigadoras: A) Por ser construído sobre um aterro sanitário deve-se observar a
utilização de espécies que não produzam frutos comestíveis à população. B) Por tornar-se um
local de uso contínuo da população para lazer, o monitoramento da produção de chorume e de
gases deverá ser mantido.
Plano de ação: A) Por ser um parque público deve-se observar a preferência de espécies nativas
às exóticas. De acordo com recomendações legais. B) Solicitação de Plano de revegetação(C)
através de pontos de coleta e amostragem de lençol freático e da canalização de gases, assim
como no próprio córrego.
2. Setor Pólo Vila Sonia
Medidas mitigadoras: A) Estabelecimento de ruas e calçadas de largura mínima que permitam o
trânsito do pedestre e manutenção ou estabelecimento de arborização urbana. B) Programa de
manutenção de pequenas praças pelo comércio.
Planos de ação: estabelecimento de critérios específicos no plano de zoneamento da área.
3. Setor Pólo Vital Brasil
Medida mitigadora: Estabelecimento de pequenas praças com espécies nativas de médio e
grande porte.
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Plano de ação: desapropriação de uma ou mais áreas.
4. Vale Pirajussara
Medida mitigadora: Não execução da obra do túnel ou transferi-la.
Plano de ação: Não execução do projeto do túnel ou transferi-lo para outro local, aproveitando
alguma via de acesso já existente, por exemplo.
5. Setor Vital Brasil 1
Medida mitigadora: Manutenção de áreas verdes no entorno do Instituto Butantã.
Plano de ação: estabelecimento de praças e canteiros no entorno.
O empreendimento como um todo, abrange setores com distintos graus de cobertura vegetal, assim
como distintos padrões de edificação. Desse modo, pretendendo-se manter ou melhorar a qualidade
ambiental, recomenda-se a não diminuição do caráter de acessibilidade e cobertura vegetal existente
nos setores Morumbi I e II, Pólo Vila Sonia, Pólo Vital Brasil, Vale Pirajussara, Vila Sonia 1,2, Vital Brasil
1,2 e 3.
6. AVIFAUNA
6.1. Avaliação e classificação dos impactos
Durante o processo de implantação dos empreendimentos recomendados pela Operação Urbana Vila
Sonia, deverá ocorrer o afugentamento de indivíduos da avifauna. A medida em que se iniciam as obras
e a supressão de árvores esse impacto tem alcance imediato. Como os indivíduos não são atingidos
diretamente, mas pelo ruído e retirada de seu hábitat, o impacto é indireto.
O impacto será tão mais intenso quanto maior for o grau de supressão de vegetação, pois a maioria das
espécies tende a permanecer afastada de lugares sem vegetação. Deverá ser permanente nas áreas
onde a redução de cobertura vegetal for definitiva. Como as aves são afugentadas pelo ruído das obras,
conforme estas vão acontecendo, esse impacto deverá ser cíclico pois as obras não acontecem todas
juntas.
O afugentamento poderá ser provocado tanto pela supressão da arborização de rua como pela
vegetação das áreas privadas. Esta última é a forma que deverá ser mais comum na área de estudo,
pela implantação de empreendimentos privados.
Em ambos os casos, o impacto é considerado irreversível, pois o ambiente se torna inóspito (sem
vegetação) para esses indivíduos. A área de incidência é regional, pois os indivíduos se espalham nas
AID e AII. A intensidade é média, pois o impacto tem conseqüências importantes para o meio, na medida
em que altera as comunidades, podendo causar até mesmo morte de alguns indivíduos adultos e
ninhegos. O impacto ocorrerá com certeza, mas se torna reversível se as medidas mitigadoras forem
corretamente empregadas.
O impacto da alteração na avifauna ocorre concomitantemente à alteração da flora, às mudanças
microclimáticas e às mudanças estéticas na paisagem, portanto existe sinergia. Nesse caso, o impacto
é o próprio causador da alteração na comunidade, pela redução de número de indivíduos, alterada pelo
afugentamento, ou pela mudança de locais de abrigo, dada pela remoção de vegetação.
68
Os ônus desse impacto são socializados, pois toda a sociedade perderá atributos estéticos e funcionais
(por exemplo, o controle de insetos) proporcionado pela presença das aves. Portanto, o impacto
ambiental na avifauna é considerado relevante e merece atenção no sentido de ser mitigado,
compensado e monitorado.
A Tabela 6.1 resume a classificação do impacto causado às aves pela implantação dos
empreendimentos da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia. Na primeira coluna estão relacionados
os efeitos sem levar em consideração as medidas mitigadoras ou de compensação. Na segunda
considerando a implementação de Medidas Mitigadoras, que podem reverter os impactos adversos em
alguns casos, ou parcialmente.
TABELA 6.1 CLASSIFICAÇÃO DO IMPACTO CAUSADO À AVIFAUNA PELA IMPLANTAÇÃO DOS
EMPREENDIMENTOS E EFFEITOS COMPENSATÓRIOS PELA ADOÇÃO DE MEDIDAS
MITIGADORAS ADEQUADAS
Critério Classificação
Implantação dos empreendimentos
Medidas Compensatórias
Natureza Negativo Positivo
Incidência Indireto Indireto
Alcance Imediato Longo prazo
Duração Permanente e cíclico Permanente
Reversibilidade Irreversível Reversível
Área de Incidência Regional Regional
Intensidade Média Média
Forma de Interferência Causador Intensificador
Ocorrência Certo Certo
Sinergia Presente Presente
Distribuição dos Ônus Socializados Socializados
Relevância Relevante Altamente relevante
6.2. Medidas Mitigadoras
As medidas mitigadoras são propostas para minimizar os impactos que ocorrem na estrutura da
comunidade de aves. Portanto, aqui se considera a comunidade como um todo, ou seja, o conjunto de
todas as espécies.
Apesar de o ambiente urbano ser em geral agressivo à avifauna, existe a possibilidade de mitigar os
efeitos de sua existência ao menos para algumas espécies da avifauna nativa. Desse modo o
adensamento das construções poderá ser compensado com o adensamento da vegetação em alguns
pontos, ou pelo reforço da arborização de rua.
Alguns impactos negativos que ocorrem em cada indivíduo não podem ser mitigados ou atenuados, mas
podem ser compensados por outras ações positivas.
A implantação de uma maior extensão de áreas-verdes, como compensação às áreas a serem
suprimidas, é necessária. No projeto da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia já estão propostos os
Parques Lineares do Córrego Itararé e Córrego Água Podre, que funcionarão também como
compensação às áreas de supressão. Isso demonstra que o projeto levou em conta a compensação de
alguns efeitos ambientais previstos pelo adensamento das construções.
A área de estudo possui muitas ruas bem arborizadas. No entanto algumas ruas deverão ser melhor
arborizadas, recomendando-se também a manutenção, conservação e enriquecimento das praças já
existentes com espécies nativas; plantio de árvores frutíferas em ruas e quintais transplantar o maior
69
número possível das árvores a serem removidas nas obras do empreendimento. Políticas de educação
ambiental poderão conscientizar os moradores e empresários da importância de se manter áreas-verdes
e a avifauna.
De qualquer modo recomenda-se o aumento das áreas de cobertura vegetal, como uma medida
mitigadora das possibilidades de impacto negativo na avifauna, causado pelas obras a serem
executadas. Esse replantio de árvores poderá tornar-se também um impacto positivo na avifauna, na
medida em que, se consolidado, poderá proporcionar, gradualmente, um aumento no número de
indivíduos e até mesmo de espécies que freqüentarão os setores beneficiados.
Desse modo o impacto positivo passa a ser então de longo prazo e permanente, na medida em que as
árvores e demais formas de vegetação vão se tornando úteis às aves, fornecendo cada vez mais
benefícios, como alimentação, abrigo e pouso; além de serem mantidas permanentemente,
considerando que receberão manutenção e proteção adequadas. O impacto pode, entretanto, se reverter
caso seja decidido remover-se essas áreas-verdes ou se elas forem depredadas. Para tanto se
recomenda a implantação do Plano de Monitoramento, capaz de promover políticas de incentivo à
conservação de áreas-verdes e seu monitoramento.
A área de incidência é regional, devido à grande mobilidade da maioria das espécies. Assim, a área a
sofrer interferência do empreendimento será a AID e a AII. A intensidade é média, já que tem
importância regional para o meio e é de ocorrência certa. O impacto é intensificador na medida em que
aumenta o número de indivíduos e possivelmente a riqueza de aves no perímetro.
A sinergia está presente, pois ocorre juntamente com os seguintes impactos positivos: aumento da
densidade de vegetação, melhoria microclimática, melhoria paisagística e intensificação das funções
estéticas e funcionais das aves. Todos esses benefícios são socializados.
Um benefício em particular que ocorre com o aumento da relação m2 de área-verde por habitante, e com
o conseqüente aumento no número de indivíduos da avifauna, é a valorização imobiliária da área
afetada. Isto ocorre devido ao valor de existência atribuído à vegetação e às aves, pelos potenciais
compradores ou locadores, tanto de áreas residenciais quanto comerciais.
Conclui-se, portanto, que este impacto é altamente relevante pelos benefícios proporcionados ao
ambiente e à sociedade.
6.3. Medidas de Compensação Propostas
As medidas de compensação são propostas para compensar os impactos inevitáveis e não totalmente
mitigáveis que ocorrerão. São impactos não mitigáveis: indivíduos sendo deslocados de seus territórios;
conflito entre aves residentes (territorialistas) e as “refugiadas”; aumento da mortalidade; e, diminuição
da natalidade.
Segundo Figueiredo, L. F (www.ib.usp.br/ceo/parqu/avesnacid.htm), a cidade simula uma savana, ou
seja, espaços abertos campestres ponteados com vegetação arbórea dispersa. Assim, as espécies mais
prováveis de serem encontradas são as próprias deste tipo de ambiente, a savana. O aumento da
quantidade de áreas-verdes ou de arborização de canteiros e passeios públicos, com espécies vegetais
variadas e atrativas para a fauna, tenderá a aumentar o número de espécies de aves, contribuindo assim
para um aumento da riqueza. De outro modo, a impermeabilização do solo e redução dos espaços
verdes leva também à redução da produção de insetos e, conseqüentemente, das aves insetívoras.
Os setores Francisco Morato, Vila Sonia 1 e Vila Sonia 3 são os mais carentes em termos de vegetação,
deverão receber prioridade no processo de revegetação, para proporcionar atração e abrigo à avifauna.
Os pólos Vila Sonia e Vital Brasil também apresentam pouca arborização, mas possuem vocação de
70
usos para comércio/serviços e deverão ser mais adensados com edificações. São áreas já impactadas.
Com exceção de casos pontuais, regra geral, as áreas mais a leste do perímetro da Operação Urbana
Vila Sonia, são mais arborizadas e aquelas mais a oeste, ou a sudoeste, em direção a Taboão da Serra,
são menos arborizadas.
6.4. Monitoramento Proposto
Faz-se necessário o monitoramento da comunidade de aves em todos os setores, de acordo com a
evolução das obras no perímetro da Operação Urbana. Logo após o início de obras resultantes da
alienação do potencial adicional de construção, quando for dado o início da implantação do
empreendimento, deve-se proceder a um levantamento quantitativo da avifauna a ser impactada, por
setor a ser alterado.
Este levantamento deve ter a duração inicial de dois anos, abrangendo-se observações de, no mínimo, 5
dias de campo em cada estação do ano (primavera, verão, outono e inverno). Levantamentos
quantitativos visando monitorar as alterações na comunidade deverão então ser realizados a cada 5
anos, durante um ano contínuo e abrangendo também as 4 estações do ano, sendo 5 dias mínimos de
observações em cada estação. Cada dia de observação deverá ter duração mínima de 6 horas. Caso as
horas de observação por dia sejam inferiores a 6, deve-se aumentar o número de dias, até alcançar um
mínimo de 30 horas/estação.
De acordo com os resultados a serem obtidos no monitoramento, poderão ser necessárias mudanças
nos procedimentos para minimizar os impactos, ou até mesmo mudanças nas medidas de
compensação. Essas mudanças visarão sempre a conservação, da melhor forma possível, da avifauna.
As ferramentas utilizadas para analisar as mudanças na comunidade serão o índice de diversidade
(Shannon-Wienner) e de Densidade.
O monitoramento deverá durar até o final da Operação Urbana (prevista para 20 anos).
72
III. IMPACTOS DO MEIO ANTRÓPICO
7. ESTUDOS SÓCIO-ECONÔMICOS
7.1. Avaliação dos Impactos Sócio-Econômicos na População
A análise dos impactos a serem considerados foi feita a partir das tendências de desenvolvimento da
situação atual, da caracterização do desenvolvimento demográfico, social e econômico do conjunto de
áreas de influência da operação urbana.
A partir da identificação dos impactos a serem provocados pela implementação da faz Fases 1 e 2, ou
seja, na Fase de Planejamento, definição de prioridades, desenvolvimento dos projetos, e consolidação
das formas de Gestão da Operação Urbana Vila Sonia, e na Fase de execução das obras públicas e
privadas propriamente ditas, foi feita uma classificação dos impactos pelos critérios de valoração
adotados, descritos no início deste relatório, com previsão dos prováveis impactos que ocorrerão nas
condições sócio-econômicas e urbanas das populações residentes em toda a área de influência da
operação urbana em questão, obedecendo aos recortes espaciais e horizontes de tempo estipulados
pelo projeto.
O objetivo é o verificar a real possibilidade de consecução dos objetivos gerais e específicos da
Operação Urbana, a partir da implementação dos investimentos urbanos imobiliários previstos, com o
adensamento da área construída, que deverão permitir a realização dos objetivos do programa social,
através dos recursos a serem arrecadados pela alienação de potencial construtivo correspondente.
A análise dos impactos visa compreender as alterações sócio-ambientais decorrentes do
empreendimento, composto pelos investimentos públicos e privados elencados no PL, para que sejam
propostas as medidas de mitigação dos impactos negativos e de potencialização dos positivos.
As modificações de uso e de ocupação serão dadas principalmente pela alteração das condições de
mobilidade local, dadas pela melhoria do sistema de transporte coletivo, com a implantação da linha 4 do
Metrô, a complementação do corredor do Sistema Interligado e as demais obras do sistema viário
propostas pelo Plano de Obras, bem como pelas demais obras viárias recomendadas pela Prefeitura, no
entorno da Operação Urbana. Trabalhou-se com a hipótese de que todas as intervenções relativas à
melhoria do sistema viário e do sistema de transportes coletivos serão efetivamente realizadas.
Também com a hipótese de realização de todas as demais obras de melhorias urbanas, que afetam as
condições de vida da população como os Parques Lineares, as melhorias das calçadas de
caminhamento de pedestres, e a manutenção das áreas verdes. Também com a efetiva realização das
áreas construídas propostas.
Interessa analisar a oferta de espaços livres de uso público, o provimento de Habitações de Interesse
Social para a população moradora em favelas atingidas pelas obras, ou para as famílias com habitações
em áreas de risco ou não consolidáveis, e em segundo plano a urbanização das demais favelas do
perímetro da operação.
O diferencial deste Projeto de Lei é a proposição, inédita, de destinação de uma parte dos recursos
arrecadados pela alienação de CEPACs, conforme o estoque for sendo consumido, para investimentos
sociais.
Sabe-se que o grau de implementação das intervenções propostas será proporcional à capacidade de
arrecadação dos recursos financeiros para as obras, obedecendo as prioridades para o desenvolvimento
dos projetos a serem estabelecidos pelo Grupo Gestor, em função dos recursos auferidos com a venda
dos CEPACs. No entanto, o fato novo, é a proposição de destinação social de recursos proporcional ao
73
volume alienado em cada etapa. Se bem conduzido esse processo, ainda que através de pequenos
investimentos poderá proporcionar intervenções locais relevantes à população de baixa renda,
principalmente no atendimento às situações pontuais de risco.
7.2. Metodologia de Avaliação dos impactos sociais
Como na análise dos demais fatores ambientais deste EIARIMA a análise dos impactos ambientais
consiste no exame valorado dos resultados do confronto entre dois conjuntos de variáveis - de um lado
as ações do empreendimento consideradas causadoras de impactos denominadas “fatos geradores”, e
de outro lado, os fatores ambientais que se constituem em cortes analíticos do meio ambiente urbano,
denominados “aspectos ambientais“. O conjunto resultante constitui a identificação do elenco de
impactos provocados pelo empreendimento sobre os aspectos ambientais considerados.
A matriz de interação dos impactos, que relaciona o conjunto de impactos de cada aspecto e suas inter-
relações, permite visualizar as diversas interferências com relação à positividade (benéficos ou
adversos), ao modo de incidência (diretos ou indiretos), aos prazos de efetivação (curto, médio e longo
prazo), à abrangência espacial (local, regional ou estratégico) e temporal (temporários, permanentes ou
cíclicos) e à persistência de efeitos (reversíveis ou irreversíveis) desses impactos.
Com essas análises, obtêm-se subsídios para a formulação de recomendações e programas que irão
mitigar ou compensar aqueles impactos de natureza adversa e potencializar os que se antecipam como
positivos, de modo a otimizar a inserção urbano-ambiental do empreendimento.
A avaliação dos impactos obedece a três etapas de análise:
- Identificação das ações geradoras dos impactos ambientais;
- Elaboração da matriz de identificação dos impactos decorrentes das ações;
- Análise e avaliação dos impactos.
7.3. Identificação das ações geradoras de impacto na população da área
Fase de Planejamento:
- Divulgação do projeto;
- Desapropriação;
- Planejamento e classificação das intervenções nas tipologias a serem propostas: Reurbanização
com Remoção e Reassentamento total das unidades/ Reurbanização com Remoção e
Reassentamento parcial das unidades( das situações de risco)/ Reurbanização sem remoção/
Regularização fundiária/ Alternativas de relocação para outros programas ou de contrapartida em
dinheiro;
- Definição de um Plano de Ação Social para acompanhamento da operação urbana: participação do
público alvo nos diversos programas habitacionais.
Fase de Implantação
- Instalação, operação e posterior remoção do canteiro de obras;
- Desvios de tráfego;
- Obstrução de alguns equipamentos sociais;
- Construção das HIS e ocupação das mesmas pela população alvo;
74
- Implantação progressiva dos diversos Programas Sociais junto à população carente;
- Reassentamento definitivo das famílias;
- Projetos de equipamentos sociais complementares;
- Urbanização e regularização das favelas remanescentes;
- Encaminhamento dos processos de regularização fundiária.
- Implantação do Plano de Ação Social
Fase de Operação
- Reordenamento do sistema viário;
- Renovação dos espaços públicos/ implantação do paisagismo;
- Instalação ampliação e adequação dos equipamentos urbanos da área;
- Acompanhamento dos processos de regularização urbanística;
- Acompanhamento dos processos de regularização fundiária;
- Plano de ação social
7.4. Identificação e Avaliação dos Impactos Sociais
7.4.1. Impactos por Aspectos Sócio-Econômicos
A maior parte do perímetro da operação urbana em questão é ocupada por classes de renda mais
abastadas, das faixas média e média alta. A população que será atingida pelas obras propostas, como a
implantação do túnel sob o Parque da Previdência, uma das únicas áreas de desapropriação com
remoção de famílias e supressão de áreas verdes, é da classe média.
Portanto, o maior impacto será para essa população diretamente afetada, que vem se manifestando
contra a execução do túnel, o projeto objeto deste EIA, e se organizando em ONGs e Associações de
bairro. Para a população que habita os demais núcleos de áreas residenciais, apesar do projeto da
Operação Urbana em questão ser bastante cuidadoso com as propostas de adensamento, e evitar
impactar áreas urbanas bem consolidadas, a proposta da Operação Urbana não está sendo desejada. O
adensamento das construções não é aceito pela comunidade, que teme o risco de aumento do número
de veículos, de desvalorização e de popularização das áreas residenciais, bem como a perda da
tranqüilidade da condição atual. O desafio está em reverter essa posição, demonstrando que é possível
adensar, sem aumentar os conflitos de tráfego promovendo também a segurança dos pedestres.
A população mais carente ocupa poucos núcleos e não será afetada diretamente pelas obras propostas.
Com exceção do Parque Linear da Água Podre, que afeta diretamente a Favela Jaqueline, não há
propostas de obras que interferem diretamente nos núcleos de população carente.
A população de baixa renda será afetada indiretamente, principalmente pela valorização imobiliária,
originada pelo vultoso investimento público em diversos equipamentos na área de estudo (transporte,
saneamento e macro-drenagem). Nesse sentido, o Projeto de Lei em análise propõe formas de apoiar a
população moradora das favelas de forma a implementar ações que promovam a inclusão social e a
integração na malha urbana desses núcleos, de forma a garantir a participação de todos os moradores
na melhoria da qualidade de vida a ser proporcionada pela Operação Urbana.
O desafio da implantação da Operação Urbana está em realizar seus objetivos urbanos de
adensamento, diversidade social e implementação de atividades na ocupação do espaço urbano
75
delimitado pela lei, concretizando concomitantemente seus objetivos sociais de reassentamento,
inclusão social e de melhoria da qualidade de vida da população de baixa renda da área favelada.
Portanto trata-se de contrabalançar o alto nível de atração que essa área exerce para o setor imobiliário
privado, com medidas mitigadoras que evitem a expulsão da população de mais baixa renda pela
pressão dos novos investimentos imobiliários. A avaliação dos impactos sócio-econômicos que se
segue, considera a implantação dos programas de intervenção social recomendados no Diagnóstico, que
deverão complementar o Projeto de Lei desta Operação Urbana, contando com os novos instrumentos
urbanísticos do Estatuto da Cidade que deverão orientar o desenvolvimento urbano e social dessa área.
Dessa forma esta Operação Urbana, deverá aprimorar os modelos de intervenção social já propostos
pela Operação Urbana Consorciada Água Espraiada (2003), e pelo modelo desenvolvido pela
intervenção em curso na favela Paraisólpolis (2004/2006), evitando a lógica depredadora e segregativa
tradicional, que constrói ainda hoje espaço metropolitano desta cidade.
7.4.2. Dinâmica Demográfica
As alterações esperadas para este aspecto se darão na fase de planejamento, implantação e operação.
O perfil demográfico desta região da cidade mostra um nível alto de desigualdade social, densidades
baixas e em queda nos distritos do perímetro da Operação Urbana e densidades altas e altas taxas de
crescimento populacional nas áreas mais pobres, particularmente nos núcleos de ocupação irregular,
entorno do Parque Raposo Tavares: Favela Jaqueline, Morro da Fumaça, Mandioquinha ou Raposo
Tavares, Nella Murari Rosa e Jardim Dracena.
A análise do padrão construtivo dominante em cada setor do perímetro desta Operação, mostra que há
predominância de padrões de ocupação de classes de renda média e média alta, onde os núcleos de
baixa renda se constituem como “ilhas de pobreza”. Além do complexo Raposo Tavares, outros núcleos
estão ilhados, em algumas áreas remanescentes, ocupando em geral nos fundos de vales dos córregos
afluentes do Pirajussara.
Aumento da População Residente e da Densidade Populacional
O projeto desta Operação Urbana tem entre suas prioridades sociais o aumento da densidade
populacional, buscando a utilização plena da infra-estrutura existente, e das novas opções de transporte
coletivo, em implantação, para alcance de maior equidade na ocupação do espaço urbano dentro do
perímetro e a garantia de melhoria na qualidade de vida para todos os seus habitantes e usuários.
Com a presença do empreendimento, e sob a ação dos mecanismos da Operação Urbana, espera-se
que sejam efetivamente expandidas as oportunidades imobiliárias para a construção e lançamentos de
edifícios habitacionais, impulsionados pelo aumento do potencial construtivo. Além disso, a diminuição
do tráfego de cargas proporcionada pelo Rodoanel – trecho sul, nos eixos da Rodovia Raposo Tavares
e da Av.Francisco Morato, e a acessibilidade que a implantação do metrô trará serão atrativos para
novos residentes.
Assim, aumentando a acessibilidade da área e renovando-se o padrão urbano, as funções residenciais
de alguns trechos deverão ser fortalecidas.
De acordo com o Plano Diretor é recomendado o adensamento populacional nas áreas da cidade que
contam com ampla oferta de infra-estrutura urbana, portanto o adensamento populacional nessa área
que continua recebendo uma série de investimentos públicos nas redes de infra-estrutura é
urbanisticamente desejável. O programa de intervenções do projeto coloca como objetivo demográfico o
adensamento utilizando como instrumento o aumento do potencial construtivo através do solo criado.
Este será um impacto demográfico altamente positivo, a ser alcançado de modo indireto, a médio e
76
longo prazo, com efeito permanente, com uma abrangência local (AID) mas que terá conseqüências a
nível regional, seja para a classe média, seja para a baixa renda da AII, dada a multiplicação das
oportunidades urbanas com atração de atividades de comercio e serviços em algumas polaridades na
AID. A irreversibilidade, desejada a esse processo, dependerá da persistência de aplicação de
instrumentos urbanísticos que garantam a efetiva formação das polaridades em torno dos pontos de
maior acessibilidade de pedestres, constituídos pelas Estações do Metrô, linha 4, agregadas aos
Terminais de transporte sobre rodas.
Entretanto salienta-se o fato de que nem sempre o adensamento construtivo vem junto com o
adensamento populacional. Pelo contrário, tendências recentes no mercado imobiliário paulista
mostram que a verticalização para a classe média alta por exemplo, muitas vezes, é sinônimo de
diminuição da densidade populacional (habitante por hectare, ou mesmo habitante/ m² construído). Isso
poderá ocorrer em alguns pontos da área de estudo, como nos setores Morumbi 1 e 2 e também no
setor Vila Sonia 2, e em áreas da AII, em torno da Rodovia Raposo Tavares, que não estão inseridas no
perímetro da Operação Urbana.
Essa tendência, entretanto, não é relevante na AID, pois nos demais setores, deverá ocorrer a
instalação de uma diversidade social maior, incluindo a implantação de HIS no setor Raposo Tavares,
com residências de padrão construtivo acessíveis às populações de baixa renda. Esse padrão que
certamente garantirá uma maior densidade populacional (habitante por m² construído) além de
assegurar uma maior equidade na distribuição e uso dos espaços urbanos dentro do perímetro da
operação.
Aumento da População Flutuante
A atração das atividades produtivas e a geração de empregos no terciário irão se traduzir no aumento da
população flutuante que circula diariamente pela área. Isso já vem ocorrendo ainda que timidamente
tanto no Pólo Vital Brasil quanto no Pólo Vila Sonia, e, portanto, esse impacto consiste na intensificação
de uma realidade presente na área, de modo permanente e irreversível. Este impacto será de média
relevância e magnitude, sendo positivo pois otimizará toda a potencialidade da infra-estrutura instalada
no médio e no longo prazo, de abrangência regional e de caráter permanente dado o impacto do novo
eixo de transporte coletivo em implantação na área de estudo, de acessibilidade metropolitana, que,
associado às intervenções viárias, deverão melhorar as condições do tráfego de toda região oeste da
cidade.
7.4.3. Diversidade Socioeconômica na Ocupação da Área e Inclusão Social
Conforme descrito no diagnóstico desse estudo, a área desta operação urbana, na AIDA e na AII
caracteriza-se como um espaço da classe média e média alta permeada de enclaves de pobreza que
marcam a área com uma segregação sócio-espacial muito acentuada. A exceção fica para os distritos de
Raposo Tavares e do Ripo Pequeno, mais populares, mas aonde as populações faveladas também
vivem em espécies de “guetos” encravados nos fundos de vale, às margens de córregos. Essa
segregação, que afasta populações vizinhas, impõe relações conflitantes entre os diferentes segmentos
sociais envolvidos e muitas vezes uma complementaridade funcional negativa entre eles, exemplificada
na relação fornecedores (os mais pobres) / compradores (classes média e alta) de drogas.
Este Projeto de Lei enfrenta essas questões, operacionalizando objetivos de inclusão social que são os
objetivos sociais do novo Plano Diretor Estratégico do Município, através do Programa de Intervenções,
permitindo concluir que, se implantado conforme projeto, incorporando as sugestões deste Estudo de
Impacto Ambiental, esses objetivos poderão ser efetivamente alcançados.
Um desses objetivos, por exemplo se refere á garantia de manutenção de uma diversidade social na
ocupação da área, e a
77
Com a proposta de implantação das HIS dentro do próprio perímetro da operação, acolhendo a
população favelada em situação de risco, a diversidade social existente poderá ser mantida e ampliada.
Entretanto a simples implantação desses núcleos de HIS poderá não evitar que os mesmos se
transformem em guetos de baixa renda, ainda que com melhores condições de habitabilidade em
relação às existentes. Para evitar essa possibilidade recomenda-se a implantação paralela dos
programas sociais propostos, como o Plano de Ação Social, que, possibilitará a inclusão social desses
grupos na área.
Desse modo os impactos no perfil da população serão positivos, de grande magnitude e alto grau de
relevância. De outro modo, a não implantação dos programas sociais se refletirá no aumento da
segregação sócio-espacial, dos conflitos potenciais e da insatisfação da população menos atendida,
provocando impactos adversos, do ponto de vista da inclusão social. Excluídos socialmente, essas
populações carentes estarão mais suscetíveis a deixar a área assim que as pressões imobiliárias,
reforçadas pela valorização da região, oferecerem uma compensação financeira, o que favorecerá aos
processos de evasão da população carente e de substituição de uso do solo na área de estudo.
7.4.4. Expectativa e formas de implantação do empreendimento
Desinformação e Insegurança
O setor público brasileiro não tem a tradição de uma cultura de comunicação com a população. Seja pelo
baixo nível de cidadania de nossa população, que não exige seu direito à informação sobre os destinos
da cidade que lhes afetam diretamente, seja pela tradição autoritária de nossa burocracia estatal, os
técnicos em geral permanecem distantes do contato com a população.
Desse modo, quando as primeiras informações sobre o novo projeto começam a aparecer – notícias na
imprensa, informações de conhecidos ou parentes - na fase de pré-implantação do projeto, e não há
uma estratégia de comunicação formal para os diferentes públicos envolvidos, o resultado é uma série
de boatos e notícias desencontradas que são fatores geradores de grande insegurança, principalmente
para as populações mais frágeis do ponto de vista de exigência de direitos. Essa insegurança também
afeta a classe média que se sente ameaçada pelas perspectivas de alteração da sua condição de vida
na área. Este segmento social, mais esclarecido, tem mais facilidade para se manifestar, agregando
inclusive, as classes mais carentes, que têm mais dificuldade de entender e de se manifestar em relação
a esse processo de mudança das condições de habitabilidade, gerado pela alteração d grau de
mobilidade local.
Diante de todo esse quadro negativo, considera-se tímida a proposta de comunicação contida no projeto
de lei. Limita-se a decretar a obrigatoriedade da publicação semestral, em Diário Oficial e em periódico
de grande circulação, de relatório com informações referentes à implantação das obras, recursos e
receita fiscal auferida. Também, a proposta de participação popular no grupo de gestão, a fim de
compartilhar a formulação e o acompanhamento dos planos e projetos urbanísticos previstos, embora
possa servir como canal de informação, não possui a especificidade e a objetividade requerida para
enfrentar as lacunas de informação que os diferentes grupos afetados requerem.
Portanto o impacto da desinformação popular sobre o projeto e das formas de implementação desse
programa é altamente negativo, e poderá comprometer as negociações entre o Poder Público e os
atores envolvidos a curto e médio prazo na aprovação do projeto da Operação Urbana em questão. É
um impacto negativo provisório, que poderá ser revertido se for implantado um adequado sistema de
informação, como o proposto a seguir.
Deslocamento compulsório da população residente
78
A fase de pré-implantação inclui o processo de desapropriação que irá abranger parte da população da
Área de Influência Direta. 3 pontos foram considerados: a remoção das famílias que residem na faixa de
implantação do Parque Linear da Água Podre, a remoção total das famílias da favela Peri-Peri, conforme
proposto pelo PL, e as habitações que serão atingidas no desemboque do túnel proposto, junto à Praça
Elis Regina, .
Por se tratar de decisão exógena aos projetos de vida dessas famílias e de caráter compulsório, mesmo
que ocorra o ressarcimento do patrimônio imobiliário (os imóveis deverão ser pagos pelo valor de
mercado) a desapropriação e o conseqüente deslocamento já se constitui, por si, em um grande
problema para essas famílias, uma vez que se configura como uma ingerência no cotidiano, que pode
trazer um grau de desestabilização considerável e muita insegurança.
O conhecimento sobre experiências de outros processos de desapropriação ocorridos na cidade mostra
que podem ser criadas expectativas que não se concretizam ou a desapropriação pode muitas vezes ser
decretada, mas efetivamente não acontecer. Esta situação traz outros efeitos associados, tais como
dificuldades de transações imobiliárias para os proprietários, deterioração do imóvel e provável redução
do valor real do patrimônio.
Trata-se de um evento certo, negativo, permanente, irreversível, causado pelo empreendimento e de alta
magnitude. Com esses atributos considera-se as interferências nas condições de vida da população
desapropriada como de alta relevância.
Para minimizar esse impacto negativo, o projeto propõe programas de reassentamento definitivo dentro
do próprio perímetro do projeto e programas de atendimento econômico e social desses grupos. Tais
medidas poderão amenizar esse desconforto e promover uma melhoria efetiva das condições de
habitabilidade à população favelada. A tabela a seguir demonstra os Programas recomendados e indica
o impacto relativo previsto quanto ao reassentamento, bem como as medidas mitigadoras propostas.
79
Favelas UH % UH risco
UH risco Impacto da Relocação
INTERVENÇÃO RECOMENDADA
MEDIDA MITIGADORA
1. REURBANIZAÇÃO COM REMOÇÃO DE RISCO EM ÁREA PÚBLICA
Jd. Jaqueline 625 20% 120 NEGATIVO Remoção de risco para local dentro da área ocupada + reurbanização
APOIO A REMOÇÃO:
1. oferta UH dentro área 2. oferta UH fora da área 3. vaga em outro programa 4. oferta de financiamento 5. oferta em dinheiro
Jd. Dracena 15 20% 3 NEGATIVO Remoção de risco para local fora da área ocupada + reurbanização
Valdo Paolielo Jr 86 20% 17 NEGATIVO Remoção de risco para local dentro e fora da área ocupada + reurbanização
subtotal 1 726 140
2. REURBANIZAÇÃO COM REMOÇÃO DE RISCO EM ÁREA PRIVADA E PÚBLICA (negociação c/ o proprietário da gleba)
Morro da Fumaça 295 20% 60 NEGATIVO Remoção risco dentro da área APOIO A REMOÇÃO:
idem à anterior Do Gelo ( *** ) 350 20% 30 NEGATIVO Remoção risco dentro da área + reurbanização
subtotal 2 645 90
3. RELOCAÇÃO TOTAL DAS UNIDADES PARA OUTRO (S) LOCAL (IS)
Peri Peri/Balbino Miranda 40 100% 40 NEGATIVO Remoção total / SEMPLA SOLUÇÕES ALTERNATIVAS negociar junto à comunidade subtotal 3 40 40
4. REGULARIZAÇÃO URBANÍSTICA - intervenções a consolidadar, sem casos de risco
Nella Murari Rosa 21 POSITIVO
NÃO É NECESSÁRIO Jd. Vertentes 104 POSITIVO
Ocupação apoiada por governo/ sem risco /urbanização e equipamentos
Favela Intercontinental 44 POSITIVO Existe proposta reurbanização em area pública contígua
Estrada do Jaguaré 50 POSITIVO Pedacinho sem risco
sub total 4 219
5. REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA - ocupações consolidadas em área pública com condições à aprovação da regularização urbanistica
Edmundo Lins 50 POSITIVO Ocupação em boas condições, sem risco e consolidada.
NÃO É NECESSÁRIO Raposo Tavares/ Mandioquinha 425 POSITIVO
Ocupação de fácil regularização urbanistica , sem risco e consolidada.
Desidério Ferreira ( ** ) 40 POSITIVO Ocupação em boas condições, sem risco e consolidada. Jd. Ferreira ( ** ) 1 POSITIVO Ocupação em boas condições, sem risco e consolidada.
subtotal 5 516
TOTAL 2146
O número de unidades é estimativo: na ausência de dados optou-se pelo levantamento HABI/2000 - ver fichas cadastrais em Volume 2 / Rel 2
Nos casos em que não há estimativa de HABI, adotou-se estimativa a Cobrape, por vistoria local. Adotou-se 20% de risco, prevendo erro de 5%
80
No que se refere à população favelada, deverá ser desenvolvido Modelo de Atendimento Habitacional
para todas as famílias residentes no perímetro da Operação Urbana a serem atingidas diretamente pelas
obras e indiretamente pelo programa de melhorias urbanísticas proposto.
O Plano de Intervenções da Operação Urbana deverá incluir um Modelo Habitacional de Atendimento,
pautado na oferta de HIS dentro do perímetro da área de estudo, além de outras opções como a
inclusão das famílias atingidas nas demandas de outros programas de governo existentes, em linhas de
financiamento específicas para compra de outra habitação, ou da indenização em dinheiro, a preços de
mercado.
O tratamento dos núcleos deverá abranger, alem disso, as famílias que residem em núcleos de favela
localizados em áreas vizinhas não inseridas no perímetro do projeto, mas em áreas contíguas. Deverá
ser verificado a possibilidade de regularização fundiária dos núcleos cuja ocupação se encontre em
condições favoráveis à regularização urbanística.
A opção pela oferta de pagamento em dinheiro pelo valor de mercado da unidade habitacional afetada, é
opcional e não compulsória, e deverá atender às necessidades de famílias que desejam deixar a área.
Portanto, essa medida deverá ter um efeito positivo para uma parcela dos proprietários atingidos. Essa
medida será negativa se o valor ofertado não for capaz de atender à necessidade de relocação, ou se
induzir a processos onde o aceite do valor em dinheiro é provisório, pois permite o retorno dessas
famílias à área em questão, o que poderá aumentar as necessidades de atendimento com o acréscimo
de demanda, inviabilizando ou dificultando a implantação dos programas sociais.
Um impacto positivo desse processo se refere à permanência da população atingida na área onde
residem, com programas de reurbanização. É um fato importante para a sua sobrevivência, pois a
grande maioria dessa população trabalha nos arredores dessa região, e tem laços vitais com seus
lugares e sua vizinhança. Também mantém as relações da comunidade, com sua liderança. É uma
medida já adotada pela comunidade local, quando uma família quer deixar o núcleo. Sem esse laço, o
controle social local é mais difícil e, no caso de relocação fora da área as dificuldades de reinserção
social ativa das famílias, em geral, são maiores.
Portanto, o impacto dos programas que incentivam a permanência das famílias na área é de natureza
positiva, relevante, de grande magnitude, de maior abrangência e de menor risco. A preservação das
relações de vizinhança e de hábitos estabelecidos de utilização e consumo desses espaços, se
quebrados, podem se constituir em perturbações sérias na vida dessas famílias, pois os laços de
solidariedade nessa população de baixa renda são fortes e importantes para a viabilização da vida
cotidiana de grande parte dessa população.
Portanto a relocação quanto há quebra dos laços de vizinhança e de formas de sobrevivência em grupo
representa um impacto negativo, irreversível e de média magnitude.
Reassentamento Provisório
O equacionamento do deslocamento das famílias atingidas por programas de intervenção, da moradia
atual para as HIS, passando por um assentamento provisório, não é recomendado. O histórico dessa
solução é trágico como demonstram os resultados de diversos programas de governo implantados a
partir da década de 80, não só pela precariedade desses assentamentos em termos de infra-estrutura,
como pelo perigo do provisório se transformar em permanente.
A experiência recente demonstra que, esse caráter provisório tornou-se definitivo na maioria dos casos,
gerando degradação social, insegurança, problemas de violência, quebra de laços de sobrevivência na
comunidade original, e insatisfação das famílias não atendidas pela remoção definitiva entre outros
aspectos. Isso gerou deseconomias representadas pela maior dificuldade e aumento dos custos relativos
81
ao atendimento dessas famílias. É um impacto fortemente negativo, que, apesar de reversível, deve ser
evitado.
Construção e apropriação das HIS pela população alvo
A apropriação das HIS pela população, através de financiamento e compra das unidades é desejável e
representa um aspecto socialmente positivo de inclusão social. No entanto existem aspectos nesse
processo que podem se configurar como impacto negativo. Primeiramente porque para a população
favelada que é proprietária de seus barracos, que lhes custaram dinheiro e trabalho ainda que
construídos em geral em área pública, e com um padrão de ocupação inadequada e muitas vezes
estruturalmente crítica. Apesar da precariedade, estas são efetivamente suas casas, seus lares. Sob
esse ponto de vista, não interessa a troca por outra unidade, quando isso representa o pagamento do
valor da construção, do terreno e da manutenção do consumo de água, luz e energia correspondentes.
Na verdade eles estão perdendo aquilo que efetivamente eles consideram “suas casas, suas
propriedades”. Assim, a simples melhoria do padrão construtivo não justificaria uma troca onerosa uma
vez que ela está se dando de forma compulsória.
É uma questão complexa, que envolve a absorção dessa população pelo mercado de trabalho, para que
ela tenha condições de responder às necessidades de pagamento pela moradia e pelo consumo de
infra-estrutura e de serviços.
Salienta-se também o problema do valor do financiamento do programa habitacional a ser proposto, que
não deverá ultrapassar a capacidade de pagamento dada pelo rendimento médio da população favelada
atingida, o que inviabilizaria a compra das unidades habitacionais propostas. Daí a necessidade de
subsídio aos Programas Habitacionais de Atendimento a serem adotados, seja com recursos próprios
(dos CEPACs), seja com recursos complementares da administração direta. É uma equação que deverá
ser resolvida no âmbito dos incentivos aos empreendimentos privados propostos.
O Projeto de Lei em questão, contribui para solucionar esse problema através da inserção de incentivos
para inclusão de unidades de interesse social nos empreendimentos habitacionais a serem propostos,
principalmente no setor Eiras Garcia, tendo como contrapartida uma oferta maior de cotas de área
construída adicional gratuita, proporcional ao volume de área de interesse social proposta em cada
empreendimento.
Incômodos Causados pelas Obras
Durante a fase de implantação do empreendimento passam a atuar na área da Operação Urbana alguns
aspectos que interferem temporariamente, mas de maneira adversa, nas condições de vida da
população.
Nessa fase, a implantação do canteiro já é em si um problema a ser enfrentado pela população. Além
disso, a execução das obras será acompanhada pelo aumento de tráfego pesado, congestionamentos
diários, ruído e poeira, dificuldade de circulação de pedestres, entre outros inconvenientes que afetam o
cotidiano das famílias residentes e da população que trabalha na área próxima às construções.
Trata-se, portanto, de um impacto negativo de média relevância, de caráter temporário, de curta a média
duração dependendo do porte do empreendimento, de interferência pontual na AID, e reversível, visto
que a empreiteira poderá tomar cuidados no sentido de amenizar os incômodos causados pela obra à
população.
7.4.5. Participação da Sociedade Civil
Mobilização da sociedade local
82
No período de pré-implantação, o processo de divulgação, formal ou informal, do empreendimento vem
normalmente acompanhado de intensa polêmica, o que pode acabar mobilizando boa parte da
sociedade local que tem seus interesses atingidos, gerando posicionamentos contra e a favor do
empreendimento ou de uma parte dele.
Essa mobilização, que na em questão se dá de forma organizada, através de inúmeras entidades locais,
pode ser considerada, por si só, um impacto positivo no sentido da organização da população em favor
de objetivos coletivos, que pode se tornar permanente e irreversível se adequadamente conduzido.
Por outro lado, o programa de intervenções prevê a formação de um Comitê de Gestão que garanta a
participação no projeto e em sua implantação, de todos os atores envolvidos.
Desse modo o desafio que se coloca á administração é incorporar ao processo de projeto e de gestão do
empreendimento as organizações locais existentes e em formação. A experiência de implantação dessa
Operação Urbana pode se tornar uma experiência ímpar no sentido de implementar uma gestão
participativa da qual a cidade de São Paulo ainda carece de exemplos efetivos, com chances de se
constituir em um impacto positivo, e de alta relevância para o futuro urbano das populações envolvidas.
Do contrário a não participação da população poderá se transformar num impacto negativo, que poderá
inviabilizar a aprovação do Projeto de Lei em questão.
7.4.6. Equipamentos Sociais
Deslocamento Compulsório dos Equipamentos
Este impacto, de natureza negativa, é localizado na AID. Trata-se de um impacto permanente e
irreversível se o equipamento for definitivamente deslocado para um outro local, sem possibilidade de
retorno ao local antigo.
Dificuldade de acesso
Este impacto, de natureza negativa é localizado na AID. Trata-se de um impacto provisório mas que
pode se arrastar por um longo período, causando grandes transtornos à população demandatária desses
serviços.
Tais impactos sobre os equipamentos lindeiros ao empreendimento ocorrem na fase de implantação,
devido à dificuldade de acesso aos mesmos, decorrente da execução das obras. Pode se caracterizar,
por exemplo, pela dificuldade dos pedestres, especialmente as crianças, de transporem uma via de fluxo
intenso de tráfego para acessar determinado equipamento, tais como escola ou centros de convivência.
Esse impacto é reversível e transitório que deverá ser atenuado com a operação do novo sistema de
transportes coletivos que exige adaptações ao sistema viário. No Plano de Intervenções da Operação
Urbana está previsto a melhoria das condições do caminhamento de pedestres, pelo alargamento de
calçadas e instalação de equipamentos de segurança (sinalização).
Aumento da demanda pelos serviços
O adensamento decorrente da operação urbana irá gerar no médio prazo o aumento da demanda por
equipamentos, causando congestionamentos no seu uso. Trata-se de um impacto de natureza negativa,
disperso pela AID, e de média relevância e reversível. Pode ser considerado temporário, pois no
Programa de Investimentos do projeto está prevista a implantação de equipamentos institucionais
complementares, ou a adequação dos mesmos, a fim de acomodar o incremento populacional
decorrente da implantação desta Operação Urbana, medida que virá atenuar o impacto negativo descrito
acima.
83
A construção de novos equipamentos pode significar índices de cobertura da demanda mais satisfatórios
do que os atuais, com uma aproximação maior aos índices de referência aceitos mundialmente.
7.5. Proposição de Medidas Mitigadoras
As medidas que visam minimizar os impactos adversos identificados e quantificados serão classificadas
segundo sua natureza preventiva ou corretiva; a fase do empreendimento em que serão adotados; os
prazos de permanência de suas aplicações ( curto /médio e longo prazo); e a responsabilidade pela sua
implementação (empreendedor/ poder público/ outros).
Serão ressaltadas as ações do projeto que visam o atendimento da população favelada diretamente
atingida, com condições de implantação que garantam não só a moradia, mas os equipamentos
comunitários complementares ao uso habitacional.
Considerando a avaliação de impactos realizada no item anterior, busca-se aqui definir as medidas
mitigadoras dos impactos negativos e aquelas potencializadoras dos impactos positivos que deverão
ocorrer na área de influência dos empreendimentos.
As proposições são apresentadas em suas diretrizes básicas, explicitando-se além dos objetivos, outros
aspectos programáticos. Assim considera-se que ao implementar as medidas recomendadas, o órgão
responsável pela gestão do empreendimento deverá desenvolver o detalhamento físico e operacional
das diretrizes aqui explicitadas, traduzindo-as em projetos acordados com entidades participantes e
devidos encaminhamentos em termos institucionais e de equacionamento financeiro.
As recomendações e programas adiante apresentados estão conjugados aos impactos considerados
relevantes e recaem sobre o perímetro da Operação Urbana, ou seja, na AID.
7.5.1. Programa de Comunicação Social
O projeto ora em análise não apresenta um Programa de Comunicação Social para subsidiar o processo
de conhecimento da operação urbana pela população envolvida. Assim, a sociedade formou seu
conhecimento do projeto através da imprensa, e eventos promovidos por associações de bairro e
lideranças políticas. Entende-se que o debate entre os atores, para ser frutífero, deve se precedido por
sistema de informações que garanta aos envolvidos o conhecimento real dos vários aspectos do projeto.
Longe de se constituir em uma estratégia de marketing institucional, restrita à promoção do
empreendimento e do empreendedor, a comunicação social deve ser entendida como um processo de
informação destinado à formação, na comunidade, do conhecimento sobre o projeto, seus impactos, e
formas de tratamento dos mesmos.
Obtendo este conhecimento, os grupos sociais se posicionam com relação à Operação Urbana e se
organizam para interagir no processo de negociação sócio-político exigido para equacionamento de
conflitos decorrentes, sobre o conteúdo do projeto e sobre os mecanismos concebidos para mitigação
dos seus impactos.
Portanto é a comunicação que possibilita que a negociação aconteça. Ela permite também que a
comunidade obtenha dados necessários à sua máxima segurança e conforto possível na convivência
com as obras.
Tal programa de comunicação social será ininterrupto, desde a pré-implantação, prosseguindo até a
finalização das obras, definido em termos de seu conteúdo à luz das demandas específicas da
comunidade. Para tanto constitui mecanismo indispensável ao êxito do programa pesquisas sistemáticas
das demandas citadas.
84
As ações que estruturam o programa de Comunicação Social poderão ser as seguintes, entre outras:
- Instalação de Postos de Informação;
- Definição pelo órgão gesto da Operação Urbana de uma comissão permanente de informação;
- Elaboração de um periódico informativo a ser distribuído em toda a área de influência.
7.5.2. Programa de Adequação do Cronograma de Realizações aos Objetivos Sociais do Projeto
Visando reduzir ao mínimo o desconforto da população que será deslocada e reassentada, bem como
minimizar os efeitos que a expectativa de realização das intervenções indiretas possam provocar,
recomenda-se a montagem de um cronograma de realizações que priorize a construção de HIS – antes
do início das obras e da remoção da população a ser desapropriada e ou deslocada.
Deverão ser priorizadas as intervenções de remoção da situação de risco necessárias à melhoria das
condições de segurança e de saúde da população.
7.6. Medidas Compensatórias: Programas de Inclusão Social
Visando dar condições para que a diversidade social da região, um dos objetivos sociais dessa operação
urbana, funcione efetivamente como elemento integrador, democrático e de justiça social, e também
para que se evite a formação de guetos, sugere-se que toda a população favelada da área seja objeto de
Programas de Integração Social que garantam sua inclusão social nas atividades de serviços a serem
incrementadas no bairro e na cidade. Para tanto, sugere-se algumas linhas de ação:
Cadastramento da mão de obra favelada local que se encontra desempregada nos programas de
recrutamento de empregos e de primeiro emprego da Prefeitura, privilegiando as ofertas de emprego
localizadas no mesmo quadrante da metrópole.
Criação de laboratórios de formatação de micro-empresas nos moldes dos projetos já em andamento
na Secretaria Municipal do Trabalho, com assessoria da USP, Sebrae, ou órgãos similares, visando
aproveitar as potencialidades produtivas dos moradores da favela, e transformando suas relações
de prestação de serviços informais com o bairro em negócios formais de feitio capitalista. Por
exemplo, cooperativas de lavanderias, serviços de limpeza, lavagem de carros ou outros serviços
pessoais (costura, cabelereiros etc.) atendendo a série de serviços domésticos que hoje tendem a
ser cada vez mais terceirizados, que forneceriam serviços ou pessoal cadastrado para as famílias
de classe média residentes na área.
Programa de cidadania para adolescentes, nos moldes do programa desenvolvido por ONGs ou
instituições acadêmicas ou de pesquisa, visando envolver a juventude favelada do bairro, hoje
bastante atraída pelos negócios do tráfico, com atividades que despertem sua consciência de
sujeitos coletivos, com função positiva e importante na comunidade onde vivem.
Tais programas visam transformar em positivas as relações que essa comunidade já estabeleceu com os
demais segmentos de moradores, criando condições efetivas para que a sua fixação e participação do
processo de requalificação urbana da área. Esse processo de participação e de integração da
comunidade nas atividades e emprego a serem implementados pela Operação Urbana, poderá ser motor
da melhoria da qualidade de vida de toda a população envolvida.
7.6.1. Plano de Obras, de Circulação e de Realocação das Redes de Infra-estrutura e
Equipamentos Coletivos
Após a licitação de cada obra proposta no Plano de Intervenções, a empreiteira encarregada deverá
elaborar o Plano de Obra, contendo informações sobre a localização dos canteiros de obras, fluxo de
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veículos de serviço, localização e plano de manejo das áreas de empréstimo e bota-fora, além dos
cuidados no sentido de minimizar os incômodos aos imóveis lindeiros no que diz respeito a danos nas
edificações, geração de ruídos e poeira.
Deverá também ser apresentado um plano de circulação de veículos e pedestres a ser elaborado pela
CET que deverá ser implantado durante a execução das obras, tanto para os fluxos de passagem pelos
bairros afetados quanto para as áreas lindeiras às obras, no sentido de garantir acesso aos moradores e
usuários dos estabelecimentos de comércio, serviços e equipamentos e evitar congestionamentos.
Recomenda-se a elaboração de um plano, em conjunto com as concessionárias de serviços públicos, de
relocação das redes de infra-estrutura e dos equipamentos coletivos que serão afetados, de forma que a
população não venha a ser penalizada com a interrupção do atendimento, bem como para que seja a
compatibilização das intervenções projetadas.
7.7. Cenários Prospectivos com e sem o Empreendimento
Para efeito da avaliação dos aspectos prospectivos adotou-se ao horizonte de 20 anos, que é o prazo
previsto para a consolidação da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia, procedendo-se a uma análise
das situações com e sem o empreendimento, para os aspectos considerados mais relevantes, que são,
na esfera sócio-econômica, o combate à segregação sócio-espacial e à exclusão da ocupação da área
beneficiada pela lei da Operação Urbana, através da utilização de instrumentos urbanísticos e a
implantação de programas que garantam a equidade na ocupação habitacional do solo urbano da área e
a diversidade de usos.
7.7.1. Cenário sem o Empreendimento
Considerando-se a hipótese de não implantação do projeto, ou se houver a implantação sem que sejam
atingidos os objetivos estratégicos, no que tange a seus aspectos sociais haverá na área um
recrudescimento do processo de elitização e segregação que marca hoje as várias áreas da cidade,
notadamente na área do Butantã e entorno, que são áreas escolhidas pela dinâmica imobiliária como
pólos de valorização e investimentos, como é o caso de alguns pontos junto à avenida Francisco
Morato, à avenida Eliseu de Almeida e à Rodovia Raposo Tavares, na área de estudo.
Desse modo haverá num primeiro momento em que essa valorização se intensificar, um aumento da
tensão nas relações de vizinhança entre os moradores de classe média / média alta da região e a
população favelada, com a solidificação cada vez mais forte dos guetos residenciais, seja de um lado
como de outro e conseqüente aumento do conflito latente entre os grupos sociais residentes na área.
Num segundo momento, com a pressão do setor imobiliário para conseguir mais espaços urbanos para
investimentos residenciais voltados os segmentos de classe média, que estão sendo expulsos das áreas
mais centrais da cidade (bairros Consolação, Vila Madalena e Pinheiros, junto a linha 4 do metrô), num
movimento de expansão do chamado centro expandido, que tende a transpor o Rio Pinheiros, haverá
uma tendência de uma lenta mas contínua expulsão dos núcleos de população de baixa renda,
faveladas ou não, principalmente da área do setor Raposo Tavares, empurrando esses segmentos para
seu destino já tradicional na metrópole – os distritos mais pobres da Área de Influência Indireta (Rio
Pequeno e Raposo Tavares) e para o municípios de Taboão, do Embu e de Itapecerica da Serra –- na
periferia oeste do município de São Paulo, no perímetro de macro-proteção ambiental.
Também as habitações da classe média, sujeitas a remembramento de lotes poderão ser afetadas por
esse processo.
Com a elitização da AID, as densidades populacionais das áreas mais consolidadas do perímetro do
projeto (justamente aquelas com maior disponibilidade de infra-estrutura atual) seguirão seu trajeto,
86
enquanto as áreas mais periféricas dentro da área de influência e nas suas vizinhanças manterão seus
índices explosivos de aumento populacional.
Com relação à qualidade de vida na região, os problemas apontados acima contribuirão para um cenário
de manutenção e recrudescimento da deterioração urbana já presente em algumas porções do território
da operação, e para o aumento da tensão urbana na área. O adensamento poderá ser mais
inconveniente, sem respeitar os recuos exigidos na Operação Urbana. Principalmente a população
favelada terá reduzido a sua expectativa de atendimento, pois ficará sujeita a inclusão nos programas
em andamento. Esta também ficará mais vulnerável às pressões do mercado imobiliário, que na verdade
deverão ocorrer independentemente da Operação Urbana, pois são provocadas pela implantação da
linha 4 do metrô, que deverá ocorrer de qualquer modo.
Tal quadro caso não aconteçam os melhoramentos viários propostos no projeto, servirá para deteriorar
ainda mais esse cotidiano da região e acirrar a implantação de áreas construídas sem o correspondente
adensamento onerando os cofres públicos na manutenção dos equipamentos em implantação.
7.7.2. Cenário com o Empreendimento
De acordo com as análises anteriores é possível afirmar que a implantação da Operação Urbana
Consorciada Vila Sonia trará mudanças positivas no uso e ocupação do solo. É uma operação que se
apóia no aumento da oferta de transporte coletivo, o que por si só, já permite uma previsão de redução
das viagens individuais, ou seja, do menor uso do transporte por automóvel. Esse fator aliado á políticas
de gestão de transporte, como redução do acesso de veículos nas polaridades, a integração dos
sistemas de transporte coletivo a estacionamentos para facilitar o acesso ao centro, e o controle de
estacionamentos nas vias existentes, deverão facilitar o adensamento construtivo e populacional na área
de estudo.
A realização do projeto salvaguarda condições de conforto e de preservação das áreas verdes e de
lazer. A ampliação das ciclovias em conexão ao transporte coletivo deverá promover a qualidade de vida
na área de estudo. As condições da verticalização das construções cuidadosamente estudadas pela
equipe de projetos da SEMPLA, deverão salvaguardar as condições de conforto e ambiental, pois são
exigidos maiores recuos entre os prédios que aqueles recomendados pelo Código de Obras em vigor.
Prevê-se, em conseqüência do potencial adicional de construção que será colocado à disposição do
mercado imobiliário, que haverá um maior adensamento construtivo (seja pela ocupação dos espaços
vagos, seja pela verticalização de extensas áreas do perímetro da operação) e também um aumento da
densidade populacional (aumento garantido pela implantação das habitações mais populares que
normalmente garantem maior densidade populacional nos espaços construídos para seu uso).
Assim sendo, o cenário prospectivo deve considerar um significativo incremento populacional dentro da
área de influência da operação urbana, não apenas pelos fatores apontados acima, mas também pelo
poder de atração que o projeto trará para a região, já que se espera, com sua implantação o efeito de
indução de uma significativa migração das populações dos arredores atraídos pelas oportunidades
urbanas que serão geradas no perímetro da operação. Espera-se que essa atração se dê tanto entre a
população de classe média/média alta, atraída pela qualidade ambiental da região, como pelas camadas
mais populares (das regiões mais distantes a sul e sudoeste), atraídas pelas novas oportunidades de
emprego e moradia.
Considera-se também que haverá tendências de incremento de um perfil social da área mais
diversificado (com a implantação das HIS no âmbito do perímetro do projeto), maior inclusão social da
população de baixa renda no local com a implantação dos programas sociais previstos no projeto e
sugeridos por esse estudo, os quais trarão também a possibilidade de um aumento da
complementaridade funcional positiva entre os vários segmentos sociais residentes no perímetro. Isso
87
deverá funcionar como uma forma mitigação do conflito latente entre os diferentes segmentos sociais
residentes na área e conseqüente como uma melhoria nas relações de vizinhança.
A ênfase que o projeto reserva aos espaços públicos de convivência e a preocupação com o paisagismo
serão adicionais importantes que, juntamente com o aumento da solidariedade social, apontada acima,
contribuirão para uma efetiva melhoria da qualidade ambiental da vida na região.
Finalmente, as melhorias a serem alcançadas no tráfego e transporte da região aumentando e facilitando
a circulação e a acessibilidade da região serão fatores positivos na melhoria geral do quadro de vida
cotidiano das populações que residem, trabalham na área ou que poderão acessar a área para ir ao
centro da cidade.
Efetivamente, pode-se dizer que, se a Operação Urbana Consorciada Vila Sonia conseguir ser
implantada de modo a concretizar seus objetivos sociais propostos, ela se transformará num símbolo
positivo da real possibilidade do controle efetivo do Poder Público sobre a dinâmica de estruturação e
ocupação do solo urbano diminuindo a perversidade atual dessa ocupação, garantindo uma maior
equidade sócio-espacial e, desse modo, preservando uma qualidade ambiental positiva que alcancem
todos e cada um dos segmentos que povoam o espaço da cidade.
7.8. A mobilidade como fator de inclusão social
Considerando-se que a grande preocupação da população envolvida é o adensamento das construções
e da população na área de estudo bem como a valorização imobiliária dada pela alteração de mobilidade
dessa área na cidade, pela implantação de uma linha de transporte de alta capacidade, de abrangência
metropolitana, recomenda-se como medida mitigadora uma abordagem que promova uma visão positiva
desse processo: a mobilidade como fator de inclusão social.
Além dos objetivos de requalificação, de implementação de melhorias urbanas e de regulação do
processo de adensamento das construções, provocado pela implantação da linha 4 do metrô, o projeto
da OUC Vila Sonia em análise, traduz também a preocupação com a equidade no uso dos espaços
urbanos. Mais especificamente, com a inclusão social das populações pobres que residem nesse
perímetro, notadamente no setor Raposo Tavares e em menor escala no setor Vila Sonia.
As medidas propostas pelo projeto de lei em questão visam evitar, ou pelo menos minimizar, que essa
população seja expulsa da área pela valorização provocada pela introdução de melhorias urbanas e
equipamentos coletivos. A meta é que a população favelada possa ter requalificado seu habitat, através
de programas locais, incentivados pela Operação Urbana em cooperação aos demais programas de
governo.
Às a propostas voltadas para a reurbanização de favelas do perímetro, acrescentou-se a necessidade de
eliminação daquelas em situação de risco, e de regularização fundiária, para os casos consolidados, em
boas condições de ocupação, em áreas públicas, seguindo diretrizes dos programas municipais
correntes adotados por Habi/SEHAB.
Programas para a implantação de HIS, nas áreas de ZEIS, conforme recomenda o Plano Diretor
Regional, também são recomendados, com incentivos especiais, conforme definido no item 7. Salienta-
se que a preocupação com a inclusão social é também uma das diretrizes atuais do Banco Mundial ,
financiador da linha 4 do Metrô, obra colocalizada, que é o fato gerador das possibilidades de
adensamento construtivo com captação de recursos que configurou o conjunto das intervenções
propostas nesta Operação Urbana.
Os programas de interesse social contemplados pela Operação Urbana devem potencializar o impacto
positivo previsto pelo aumento de acessibilidade, bem como o impacto previsto junto às camadas mais
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pobres afetadas pelo projeto de modo a permitir a sua inclusão nos benefícios urbanísticos que serão
introduzidos nessa área.
O impacto dos programas sociais deverá ser positivo porque representa a viabilidade de implementar
intervenções de fato, agilizando as ações programadas por Habi, com recursos específicos,
considerando a dificuldade desse órgão, responsável pelos programas de intervenção em toda a cidade,
em atender às inúmeras demandas existentes.
Os programas sociais recomendados deverão também minimizar efeitos negativos que possam ocorrer
pela valorização imobiliária excedente.
O adensamento construtivo proposto pela Operação Urbana não representa impacto adverso, pois as
áreas mais carentes já possuem altos índices de coeficiente de aproveitamento. No distrito de Raposo
Tavares as cotas residenciais variam de 11,5 a 22,5, chegando em 2000 a 13,5 m2/hab. No Rio
Pequeno essa situação é menos crítica estando a variação entre 21 a 36 m2/hab, chegando a 2,6m2/hab
em 2000 (SEMPLA /tabulação TPCL/ IBGE). Para comparação, observa-se q a taxa média por habitante
na Vila Sonia, no Butantã está acima de 36m2/hab, e no Morumbi, igual a 118,22 em 2000. Em São
Paulo em 2000 a média foi de 23,32m2, como demonstrado no item 11, com tendência de aumento
progressivo.
As propostas dos programas sociais da Operação Urbana Vila Sonia, ao contrário do adensamento
proposto nas áreas ocupadas por classes de renda mais alta, deverão aliviar o adensamento existente,
seja pela eliminação da ocupação de risco , junto aos córregos, com as propostas de implantação dos
Parques Lineares do córrego do Itararé, junto às favelas Valdo Polielo e Desidério Ferreira, e do Parque
Linear do córrego da Água Podre, na favela do Jardim Jaqueline. Portanto representam um impacto
positivo porque proporcionam desadensamento, ainda que isso represente uma pequena variação.
Sugere-se que o Grupo Gestor da Operação Urbana implemente ações que contribuam para a inclusão
social das populações pobres residentes nas áreas de influencia da Operação Urbana,
A primeira contribuição para a inclusão social se refere à ampliação das possibilidades de acesso da
população mais carente aos pólos de emprego e serviços mais dinâmicos da metrópole, localizados no
entorno da rede metropolitana de transportes coletivos; e a segunda se refere à melhoria das condições
de mobilidade dessa população em termos de ganhos de tempo de viagem, com viagens mais rápidas
aos pontos de desejo e com maior conforto. Isso será possível pelo mais fácil acesso a toda rede de
transporte coletivo sob trilhos e sob pneus, pela linha 4 do metrô, a ser implantada na área de estudo.
Para que essa contribuição realmente aconteça e alcance a massa de população pobre que habita a
área de influência direta e indireta da Operação Urbana Vila Sonia, é necessário que a integração entre
o Metrô e o sistema de ônibus municipal e intermunicipal se efetive em condições tais que viabilize sua
utilização pela população pobre metropolitana. Para tanto é imprescindível o apoio de políticas públicas
complementares, municipais e estaduais, que fogem à competência desta Operação, através de formas
diversificadas de subsídio tarifário à essa população, considerando-se inclusive a possível criação de um
programa de “auxílio transporte” a ser incorporado a programas públicos (federal, estadual ou municipal)
de complementação de renda.
Adensamento populacional junto aos Pólos Vital Brasil e Vila Sonia
Os programas sociais recomendados pela Operação Urbana Vila Sonia visam a fixação da população
pobre e a atração de segmentos médios através dos incentivos de lei, definidos na minuta de lei que
deverá ser complementada com as sugestões deste EIARIMA. É uma forma de colaboração para a
reversão de uma tendência que marca o desenvolvimento da cidade nos últimos 30 anos: a perda de
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população área urbana consolidada, que provoca um esvaziamento justamente nas áreas onde há
maior oferta de infra-estrutura, emprego e serviços.
Portanto os programas sociais relevantes à consecução dos objetivos da Operação Urbana em questão.
Salienta-se também a diversidade de usos que deverá ocorrer na área, com uma mescla de usos
residenciais e comerciais que deverão aproximar o emprego da moradia para uma parcela da
população local e da Zona Oeste.
Estratégias de ação inter-setoriais
Essa diversidade de usos citada, agregada ao atendimento dos programas de baixa renda promoverá a
maior diversidade social na área de estudo, através incentivo a implantação de empreendimentos de
Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP), e de outros programas
específicos a serem definidos junto a Habi/SEHAB, deverá atrair segmentos de população de média
renda nos empreendimentos imobiliários a serem incentivados nas ZEIS e nas áreas privadas dos
setores Raposo Tavares e Eiras Garcia.
Assim sendo, em vista dos ganhos que a Operação Urbana poderá contabilizar, propõe-se, aqui, uma
estratégia pró-ativa do Grupo Gestor da Operação Urbana, em parceria com o Metrô, com o DAEE, com
SIURB, com a SABESP no sentido da promoção de facilitar a implementação dos projetos co-localizados
na área de estudo, compatibilizando cronogramas como forma de otimizar resultados.
As estratégias de cunho inter-setorial, a serem adotadas envolvem as demais propostas desta
Operação, como a promoção de empreendimentos imobiliários de uso misto, que conjugam comércio
e serviços com residências também para as rendas médias e baixas,. Tais soluções deverão ser
apoiadas por financiamentos específicos, adequados à capacidade de pagamento dos segmentos de
média, média-baixa e baixa renda, ou seja ao consumidor final das unidades habitacionais. São ações
complementares que cabem ao Grupo Gestor para viabilizar as obras propostas pela Operação Urbana
Vila Sonia.
8. SISTEMA DE SANEAMENTO
Para o caso do Saneamento e Redes de Abastecimento, as áreas de estudo seguem a delimitação do
Meio Antrópico. Assim, a Área de Influência Direta foi considerada como a área da Operação Urbana
Vila Sônia, e a Área de Influência Indireta compreende a área dos distritos de Butantã, Morumbi, Vila
Sonia, Raposo Tavares e Rio Pequeno.
8.1. Análise dos Impactos
A população atual (em 2007) da AID e a estimativa populacional futura (em 2027) com e sem a
implantação da Operação Urbana são mostradas nas Tabela 8.1.1. (para população residente) e Tabela
8.1.2. (para população usuária).
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Quadro 8.1.1: População Residente na Área de Influência Direta (AID)
Setor
População residente
Atual (2007) Futura sem
OUVS (2027) Futura com
OUVS (2027) Adensamento pela
OUVS (em 2027)
Caxingui 1.730 2.218 2.662 444
Eiras Garcia 12.581 15.352 18.422 3.070
Fco Morato 6.067 8.169 9.803 1.634
Jd Jussara 2.990 3.833 4.600 767
Morumbi 1 2.466 2.863 3.436 573
Morumbi 2 9.015 10.468 12.562 2.094
Pq.Tavares 17.763 25.129 30.155 5.026
P.Vila Sônia 1.947 2.494 2.993 499
P. Vital Brasil 2.702 3.822 4.586 764
V. Pirajussara 1.907 2.397 2.876 479
V.Sônia 1 248 333 400 67
V.Sônia 2 2.748 3.700 4.440 740
V.Sônia 3 1.433 1.930 2.316 386
V.Sônia 4 477 642 770 128
Vital Brasil 1 402 569 683 114
Vital Brasil 2 827 1.170 1.404 234
Vital Brasil 3 172 244 293 49
Total 65.475 85.334 102.401 17.068
91
QUADRO 8.1.2.: POPULAÇÃO USUÁRIA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (AID)
Estes dados de população foram utilizados para se prever os impactos da implantação da Operação
Urbana Vila Sônia as redes de infra-estrutura urbana. Considerou-se que os principais impactos estão
sobre os serviços de distribuição de água, coleta de esgoto, coleta de lixo e distribuição de energia
elétrica.
8.1.1 Sistemas de Saneamento
O impacto sobre os sistemas de abastecimento de água e coleta de esgotos é negativo (por provocar
uma maior demanda de água potável em função do adensamento populacional), pode ser considerado
de média importância (pelo acréscimo da demanda não sr tão significativo se for levado em
consideração a damanda municipal pelo consumo de água), permanente (pela demanda pelo consumo
de água se manter ao longo do tempo), mas reversível( uma vez que uma possível readequação dos
sistemas poderem solucionar os acréscimos de demanda). Já para a coleta de lixo, pelos mesmos
motivos já citados, ele também pode ser considerado de média importância, permanente, reversível,
porém possui uma maior facilidade de ser equacioando, bastando a substituição da capacidade dos
veículos coletores.
Os sistemas de saneamento, água, esgoto e lixo, sofrerão impactos principalmente pelo incremento
das demandas ao longo do período previsto para a implementação da Operação Urbana em função
Setor
População usuária
Atual (2007) Futura sem
OUVS (2027) Futura com
OUVS (2027) Adensamento pela
OUVS (em 2027)
Caxingui 2.145 3.320 7.324 4.004
Eiras Garcia 8.335 8.685 12.885 4.200
Fco Morato 5.575 8.153 14.332 6.179
Jd Jussara 3.340 3.991 6.996 3.005
Morumbi 1 7.758 8.018 11.567 3.549
Morumbi 2 5.728 6.700 12.770 6.070
Pq.Tavares 3.410 4.171 7.686 3.515
P.Vila Sônia 2.316 4.371 12.898 8.527
P. Vital Brasil 5.258 7.169 17.294 10.125
V. Pirajussara 1.390 2.829 4.291 1.462
V.Sônia 1 601 715 1.258 543
V.Sônia 2 1.418 1.662 2.850 1.188
V.Sônia 3 1.615 1.819 2.991 1.172
V.Sônia 4 690 914 2.081 1.167
Vital Brasil 1 34.718 34.780 47.639 12.859
Vital Brasil 2 2.201 2.308 3.405 1.097
Vital Brasil 3 1.366 1.421 2.071 650
Total 87.864 101.028 170.338 69.312
92
do aumento populacional provocado pelo certificado adicional de construção a ser vendido dentro da
área de operação. Os efeitos desses incrementos, no entanto, poderão ser absorvidos pelo sistema
através de ações que, apesar da complexidade técnica, tem sido implementadas em outras áreas da
Região Metropolitana, por vezes em condições menos favoráveis em decorrência do crescimento
urbano desordenado.
8.1.1.1. Abastecimento de Água
A infra-estrutura de abastecimento de água, a qual foi dimensionada para atender à população de
saturação da região, apresentará uma deficiência de atendimento em função da evolução de demanda,
que será provocada pelo adensamento populacional após a implementação da Operação Urbana Vila
Sônia (OUVS), isso ao longo dos próximos de 20 anos. Sendo assim um adicional de demanda de água
na mesma proporção deste aumento populacional, portanto, acima do consumo de água previsto pela
SABESP como população de saturação, ocorrerá neste horizonte de cerca de 20 anos.
Ainda quanto às redes dos setores de abastecimento de água diretamente envolvidos, cabe salientar
que, provavelmente, algumas tubulações de reforço devam ser instaladas, frente aos incrementos de
demanda. Sob o enfoque local, nas áreas diretamente afetadas, pode-se prever os mesmos efeitos,
porém com aplicação de tubulações de menor diâmetro reforçando o abastecimento nas ruas onde a
verticalização ou a urbanização das favelas remanescentes ocorrer este futuro problema poderá ser
equacionado.
Para um horizonte de 20 anos (em 2027), considerando-se a população residente e usuária já
apresentadas e uma cota per capta para o consumo de água de 200 l/hab x dia (0,0023148 l/hab x s)
para a população residente e de 50 l/hab x dia (0,0005787 l/hab x s) para a população usuária, pôde-se
estimar o consumo de água previsto para a AID. Esta estimativa é apresentada a seguir para a vazão de
consumo atual, futura sem a OUVS, futura com a OUVD e também para o acréscimo de consumo
provocado somente pela OUVS, conforme valores apresentados no quadro abaixo.
QUADRO 8.1.1.1.1: ESTIMATIVA DO CONSUMO DE ÁGUA PELA POPULAÇÃO RESIDENTE E
USUÁRIA NA AID EM 20 ANOS
Atual (L/s) Sem a OUVS (L/s) Com a OUVS (L/s) Somente da OUVS (L/s)
Vazão estimada 202,41 255,99 335,61 79,62
Este acréscimo de vazão de 79,62 l/s, ou 0,07962 m³/s, provocado pela Operação Urbana representa um
acréscimo de 31,10% do consumo de água estimado para 2027 sem a implantação da Operação Urbana
Vila Sônia.
É importante lembrar que o aumento populacional provocado pela Operação Urbana pode ser encarado
como uma migração da população dentro da região metropolitana, de uma área qualquer, para a Área de
Influência Direta sob estudo, isto é, o aumento de consumo de água provocado pela OUVS na AID
representará um alívio de demanda por água na região de origem da população migrante.
Sendo assim, o acréscimo de consumo de água provocado pela OUVS na AID, não representa um
acréscimo significativo do aumento de consumo de água no Sistema Guarapiranga e, no caso de uma ou
outra canalização da rede de distribuição de água se tornar insuficiente para abastecer os novos
empreendimentos durante os próximos vinte anos da OUVS, este problema pode ser facilmente
resolvido com a colocação de uma canalização paralela a esta, caracterizando apenas um reforço
pontual deste sistema de distribuição. Lembra-se que, normalmente, quando algum grande
empreendimento solicita a ligação junto à rede da concessionária, caso esta não tenha capacidade
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suficiente para o atendimento, o próprio empreendedor arca com os custos de remanejamento rede de
distribuição de água para atender à sua demanda.
Dessa forma, é de se esperar que sob um enfoque regional, ou seja, do Sistema Produtor Guarapiranga,
não ocorram efeitos mais significativos a curto prazo. Entretanto, a longo prazo, poderá haver
necessidade de ampliação na produção de água como consequência do aumento das demandas, mas
não só em função da área da Operação Urbana, vale lembrar que um aumento da demanda de água já
foi previsto pela SABESP em função de estimativas de projeção de população. Alternativamente ao
aumento da produção, existe a possibilidade de redução da área de atendimento desse sistema
(Guarapiranga), o que pode ser plenamento compensado pelo aumento da produção no sistema que
venha a receber a área remanejada. A solução de remanejamento pode se tornar vantajosa se
considerada a hipótese de que a Operação Urbana causará, essencialmente, um deslocamento espacial
de população de de uma área para outra, não influenciando, em um contexto mais abrangente, as
demandas por água estimadas para a área da Região Metropolitana de São Paulo, a qual é atendida
pelo Sistema Interligado.
8.1.1.2. Esgoto Sanitário
Os Projetos das redes coletoras de esgoto já existentes, foram elaborados com base nas mesmas
demandas adotadas para o sistema de abastecimento de água, sendo assim poderá ocorrer, a longo
prazo e de acordo com o aumento da população, a insuficiência de capacidade de coleta. Desta forma
poderá haver a necessidade de remanejamentos das redes coletoras que atendam as áreas onde
venham a ocorrer novos incentivos de verticalização, em consequência de insuficiência de capacidade
para transporte das vazões adicionais.
Quanto aos coletores-tronco de esgotos, uma revisão dos projetos, decorrentes principalmente dos
incrementos das demandas esperadas, deve ser viabilizada rápidamente, de forma a atender às
novas necessidades em função do esperado adicional de população.
Como beneficio marginal, as obras de implantação das canalizações de esgoto e dos córregos
permitem a detecção de todos os lançamentos de esgotos, oficiais e clandestinos, que deverão ser
conectados ao sistema oficial de coleta de esgoto, possibilitando um incremento da eficiência geral
de coleta, e consequentemente na melhoria da qualidade das águas dos córregos.
Para um horizonte de 20 anos (em 2027), considerando-se a população residente e usuária já
apresentadas e uma cota per capta para a geração de esgoto de 160 l/hab x dia (0,0018519 l/hab x s)
para a população residente e de 50 l/hab x dia (0,0004630 l/hab x s) para a população usuária, pôde-se
estimar a geração de esgoto prevista para a AID. Esta estimativa é apresentada a seguir para a vazão
de geração atual, futura sem a OUVS, futura com a OUVD e também para o acréscimo de consumo
provocado somente pela OUVS, conforme valores apresentados no quadro abaixo.
QUADRO 8.1.1.2.1.:ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE ESGOTO PELA POPULAÇÃO RESIDENTE NA
AID EM 20 ANOS
Atual (L/s) Sem a OUVS (L/s) Com a OUVS (L/s) Somente da OUVS (L/s)
Vazão estimada 161,93 204,80 268,50 63,70
Este acréscimo de vazão de 63,70 l/s, ou 0,06370 m³/s, provocado pela Operação Urbana representa um
acréscimo de 31,10% na geração de esgoto estimada para 2027 sem a implantação da Operação
Urbana Vila Sônia.
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É novamente pertinente lembrar que o aumento populacional provocado pela OUVS pode ser encarado
como uma migração da população dentro da região metropolitana, de uma área qualquer, para a Área de
Influência Direta sob estudo, isto é, o aumento da geração de esgoto provocado pela OUVS na AID
representará um alívio de geração de esgoto na região de origem da população migrante.
Sendo assim, o acréscimo de geração de esgoto provocado pela OUVS na AID, não representa um
acréscimo significativo do aumento de consumo de água no Sistema Barueri e, no caso de uma ou outra
canalização da rede de coleta de esgoto se tornar insuficiente para atender aos novos empreendimentos
durante os próximos vinte anos da OUVS, este problema pode ser facilmente resolvido com a colocação
de uma canalização paralela à já existente, caracterizando apenas um reforço pontual deste sistema de
esgoto. Lembra-se que, normalmente, quando algum grande empreendimento solicita a ligação junto à
rede da concessionária, caso esta não tenha capacidade suficiente para o atendimento, o próprio
empreendedor arca com os custos de remanejamento rede de coleta de esgoto para atender à sua
demanda.
8.1.1.3. Coleta de lixo
A coleta do lixo produzido na bacia deverá ser incrementada em função do aumento das demandas
decorrentes do adensamento populacional provocado pela venda dos adicioanis de construção e da
necessidade de melhoria nos serviços de varrição. Esse incremento assume importância em toda a
área pertencente à bacia hidrográfica, principalmente do Córrego Pirajussara (onde se encontra a
maior parte da área da Operação Urbana). No entanto, o impacto sobre estes serviços (coleta de
lixo e de varrição) consistem basicamente em uma maior exigência de qualidade, o que, além do
aspecto sanitário, também apresenta um importante efeito que resultará em uma menor necessidade
de trabalhos de manutenção de limpeza dos córregos. Tanto o aumento da geração de lixo, ao longo
do horizonte de projeto, quanto o incremento de qualidade desejada na coleta deste, podem ser
absorvidos facilmente pelo sistema de coleta de lixo já existente.
De uma maneira geral, em um horizonte de 20 anos, considerando-se a população residente e usuária já
apresentadas e uma cota per capta de a geração de lixo de 1,5 kg/(habxdia) para a população usuária e
de 0,5 kg/(habxdia), pode-se estimar a geração de lixo prevista para a AID. Esta estimativa é
apresentada a seguir para a geração de lixo atual, futura sem a OUVS, futura com a OUVS e também o
acréscimo de consumo provocado somente pela OUVS, conforme valores apresentados no quadro
abaixo.
QUADRO 8.1.1.3.1.: ESTIMATIVA DA GERAÇÃO DE LIXO PELA POPULAÇÃO RESIDENTE NA AID
EM 20 ANOS
Atual (t/d) Sem a OUVS (t/d) Com a OUVS (t/d) Somente da OUVS (t/d)
Vazão estimada 142,14 178,51 238,77 60,26
Este acréscimo de geração de lixo de 60,26 t/d, provocado pela Operação Urbana representa um
acréscimo de 33,76% na geração de lixo estimada para 2027 sem a implantação da Operação Urbana
Vila Sônia.
É mais uma vez pertinente lembrar que o aumento populacional provocado pela OUVS pode ser
encarado como uma migração da população dentro da região metropolitana, de uma área qualquer, para
a Área Diretamente Afetada sob estudo, isto é, o aumento da geração de lixo provocado pela OUVS na
AID representará um alívio de geração de lixo na região de origem da população migrante.
Sendo assim, o acréscimo de geração de lixo provocado pela OUVS na AID, não representa um
acréscimo significativo do aumento de geração de lixo no município de São Paulo e, no caso os
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caminhões dimensionados para a coleta se tornarem insuficientes para atender aos novos
empreendimentos durante os próximos vinte anos da OUVS, este problema pode ser facilmente
resolvido com a colocação de mais caminhões de coleta ou mesmo o redimensionamento de suas
capacidades de carga.
8.1.2. Redes de energia elétrica
As redes de distribuição de energia elétrica são alimentadas pelas Estações Transformadoras de
Distribuição (ETD), que são passíveis de interligação, sendo assim, um acréscimo de demanda por
energia elétrica na AID pode ser dividido entre os sistemas de distribuição já existentes e que atendem à
área de estudo.
A seguir é mostrado um quadro indicativo do aumento percentual da população em relação à população
atual.
Para o horizonte de 20 anos, considerando-se a estimativa de população residente já apresentada e a
cota per capta nacional para o consumo de energia elétrica, aqui considerada como sendo de 140
kW/hab x mês (0,14 MW/hab x mês) tanto para a população residente como para a usuária, pôde-se
estimar a demanda de energia elétrica prevista para a AID. Esta estimativa é apresentada para a
demanda de consumo atual, futura sem a OUVS, futura com a OUVS e também o acréscimo de
demanda provocado somente pela OUVS, sendo que os valores encontrados são apresentados no
quadro abaixo.
QUADRO 8.1.2.1.: ESTIMATIVA: DEMANDA DE ENERGIA ELÉTRICA POPULAÇÃO
RESIDENTE AID EM 20 ANOS
Atual
(MW/h x mês)
Sem a OUVS
(MW/h x mês)
Com a OUVS
(MW/h x mês)
Somente da OUVS
(MW/h x mês)
Vazão estimada 21.467,47 26.090,26 38.183,46 12.093,20
Dessa forma a estimativa de acréscimo de demanda provocado pela Operação Urbana é de 12.093,20
MW/h x mês, o que representa um aumento da demanda de 46,35%.
Por ser considerado um dado estratégico para a empresa, a Eletropaulo não divulga a potência nominal
de transformação das subestações (ETD) próximas à AID, sendo assim, não se pôde fazer um estudo
comparativo sobre o quanto este acréscimo de demanda representa na capacidade de fornecimento da
região da AID.
Mais uma vez, é importante lembrar que o aumento populacional provocado pela OUVS pode ser
encarado como uma migração da população dentro da região metropolitana, de uma área qualquer, para
a Área de Influência Direta sob estudo, isto é, o aumento da demanda provocado pela OUVS na AID
representará um alívio da demanda por energia elétrica na região de origem da população migrante.
Sendo assim, mais uma vez, o acréscimo de consumo de energia elétrica provocado pela OUVS na AID,
não representa um acréscimo significativo do aumento do consumo de energia elétrica no município de
São Paulo e, no caso das redes dimensionadas para distribuição de energia elétrica se tornarem
insuficientes para atender aos novos empreendimentos durante os próximos vinte anos da OUVS, este
problema pode ser facilmente resolvido com a colocação de mais caminhões de coleta ou mesmo o
redimensionamento de suas capacidades de carga. Lembra-se que, normalmente, quando algum grande
empreendimento solicita a ligação junto à rede da concessionária, caso esta não tenha capacidade
suficiente para o atendimento, o próprio empreendedor arca com os custos de de ampliação da rede de
distribuição de energia elétrica para atender à sua demanda.
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8.1.3. Qualidade das Águas
Coforme apresentado no Diagnóstico deste Estudo de Impacto Ambiental, a qualidade das águas do
Córrego Pirajussara se apresenta amplamente contaminada com esgotos domésticos, comerciais e
industriais, sejam eles de origem oficial ou clandestina. Segundo este estudo, existem ainda
algumas áreas descobertas na malha urbanizada, porém devido à sua extensão e o tipo de solo que
ocorre na região, essa área não acarreta grande geração de sólidos por processos erosivos
piorando ainda mais as características do curso d‟água.
O cenário atual de má qualidade da água do Córrego Pirajussara tende a uma melhora a partir da
conclusão do sistema de coletores tronco que estão sendo construídos pela Segunda Fase do Projeto
Tietê e também dos interceptores de esgotos às margens do Rio Pinheiros, os quais serão responsáveis
pelo direcionamento dos esgotos da região sob estudo até a Estação de Tratamento de Esgotos de
Barueri, que fará o seu devido tratamento. As obras citadas também eliminarão todos os pontos oficiais e
clandestinos de despejos de esgotos nos córregos, além de proporcionar o tratamento dos mesmos.
Durante a fase de implantação das obras, os impactos impactos negativos sobre a qualidade das
águas decorrerá do aumento de material susceptível de carreamento para o Córrego Pirajussara,
em decorrência das obras de movimentação de terra e da estocagem de materiais de construção em
seu entorno. Estes tipos de materiais carreados para o córrego poderão causar um aumento
significativo na turbidez da água e provocar assoreamentos nos trechos já canalizados dos córregos
e também no canal do Rio Pinheiros. Quanto ao trecho já canalizado, o assoreamento poderá
diminuir a capacidade das galerias existentes.
Produtos como óleos lubrificantes, combustíveis e de limpeza também poderão ser lançados no
corpo d'água pelos canteiros de obras a se instalarem, caso venham a ser realizados trabalhos de
lavagem, lubrificação e manutenção de equipamentos ao longo do seu entorno.
Os impactos ambientais na qualidade das águas dos córregos, durante a fese de implantação e
nessas condições são negativos, localizados e temporários, sendo considerado de média
importância.
Os impactos sobre a qualidade das águas na fase de operação da canalização é benéfico, pois
serão eliminados todos os pontos de erosão existentes no trecho das obras dentro da área da
Operação Urbana, ocorrerá uma melhoria para a coleta e controle do destino final de lixo.
De uma maneira geral, após analisados os impactos da Operação Urbana Vila Sônia sobre a infra-
estrutura de água, esgoto, lixo e qualidade das águas do Córrego Pirajussara (principal afetado pelas
obras), conclui-se que a operação urbana é ambientalmente viável, pois trará benefícios no conjunto das
intervenções propostas, seja em função da urbanização de áreas que sofreram ocupação desordenada
(favela), afetando, negativamente, a qualidade de vida da população residente, seja em função da
possibilidade de se facilitar um melhor planejamento do sistema de distribuição de água e coleta de
esgoto e de lixo na região afetada, que também trará uma melhor qualidade da água do Córrego
Pirajussara.
8.2. Medidas Mitigadoras
As medidas mitigadoras apresentadas abaixo são conseqüência e referência aos resultados da
avaliação dos impactos anteriormente descritos.
Nos casos de impactos ambientais negativos propôs-se medidas de caráter preventivo, corretivo ou
compensatório de forma a minimizar seus efeitos.
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No caso dos impactos ambientais positivos são apresentadas medidas que potencializam estes
impactos.
A implantação das medidas aqui propostas cabe à Prefeitura do Município de São Paulo, a qual é
responsável pela implantação desta Operação Urbana Vila Sônia.
8.2.1. Sistemas de Saneamento e Energia Elétrica
Medidas preventivas referentes à Fase de Obras:
Planejar a abertura das frentes de obra de saneamento do Projeto Tietê, Segunda Fase, de forma
a otimizar essas frentes e minimizar as áreas suscetíveis de erosão, além de minimizar as
interferêcias na rotina da população residente e usuária;
Planejar a abertura das frentes de obra aumento da calha e construção de piscinões ao longo do
Córrego Pirajussara, de forma a otimizar essas frentes e minimizar as áreas suscetíveis de erosão,
além de minimizar as interferêcias na rotina da população residente e usuária;
Promover o controle, tratametno e destinação correta aos efluentes provenientes de todos os
canteiros de obras, notadamente aqueles gerados pelos serviços de manutenção de máquinas e
equipamentos, de forma a evitar que, esses sejam lançados diretamente no córrego e sem
tratamento;
Planejar a abertura das frentes de obra de remanejamento das redes de água e esgoto extra
Projeto Tietê, de forma a otimizar essas frentes e minimizar as áreas suscetíveis de erosão, além
de minimizar as interferêcias na rotina da população residente e usuária;
Dotar as áreas onde estejam sendo realizadas obras de terraplenagem de qualquer natureza, de
sistemas provisórios de drenagem e controle de erosão;
Planejar a abertura das frentes de obra de remanejamento das redes de distribuição de energia
elétrica, de forma a otimizar essas frentes e minimizar as interferêcias na rotina da população
residente e usuária;
Promover a reurbanização das favelas existente na áres da OUVS, dotando-as de infra-estrutura
de saneamento e removendo as famílias que se encontram em condições de risco.
Medidas Preventivas referentes à Fase de Operação
Envio de informes periódicos à SABESP, contendo dados referentes ao adensamento efetivado
resultante dos mecanismos da Operação Urbana, assim como reavaliação das tendências
observadas, visando subsidiar e,adequar os sistemas de água e esgoto à nova realidade de
demanda de água e da geração esgoto;
Desenvolvimento, pela SABESP, de um estudo de remanejamento dos sistemas de
abastecimento, no qual seja priorizada a otimização deste sistema em função da nova configuação
regional a ser estabelecida pela Operação Urbana Vila Sônia;
Promover o aumento da eficiência da coleta de resíduos sólidos urbanos na área da bacia
hidrográfica dos Córregos Pirajussara (principalmente) e Jaguaré, visando a minimização, tanto
das quantidades de lixo lançados diretamente no córrego pela população, quanto do lixo que
chega ao córrego através do carrreamento pelas águas pluviais;
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Manter um programa de monitoramento contra novas áreas de invasão e ocupação dentro do
perímetro da OUVS.
8.2.2. Qualidade das Águas
Medidas preventivas referentes à Fase de Obras:
Promover a limpeza e a remoção de lixo e detritos nas margens de todos os córregos constituintes
da bacia hidrográfica do Córrego Pirajussara e seus afluentes, além das áreas a serem utilizadas
pelos canteiros de obras, de forma a evitar seu carreamento para o córrego;
Planejar a abertura das frentes de obra do Projeto Tietê, Segunda Fase, de forma a otimizar essas
frentes e minimizar as áreas suscetíveis de erosão;
Planejar a abertura das frentes de obra dos empreendimentos, de forma a otimizar essas frentes e
minimizar as áreas suscetíveis de erosão;
Planejar a abertura das frentes de obra de implantação do metrô Linha 4, de forma a otimizar
essas frentes e minimizar as áreas suscetíveis de erosão;
Dotar as áreas onde estejam sendo realizadas obras de terraplenagem de sistemas provisórios de
drenagem e controle de erosão;
Promover o controle, tratamento e destinação correta aos efluentes provenientes do canteiro de
obras, notadamente aqueles gerados pelos serviços de manutenção de máquinas e equipamentos, de
forma a evitar que, esses sejam lançados diretamente no córrego e sem tratamento.
Medidas Preventivas referentes à Fase de Operação:
Visando a melhoria da qualidade da água do Córrego Pirajussara, várias questões ligadas à
drenagem de água pluvial e fluvial podem ser consideradas, dentre elas o não lançamento de esgotos
e lixo nos córregos e nas galerias de águas pluviais, a limpeza regular dos bueiros, piscinões e a
manutenção das estruturas das galerias de água pluviais.
8.3. Acompanhamento e Monitoramento
A baixo são descritas algumas ações que podem ser adotadas visando a garantia da eficiência do
acompanhamento das medidas mitigadoras já apresentadas anteriormente e que são referentes aos
resultados da avaliação dos impactos ambientais da Operação Urbana Vila Sônia.
A implantação das ações de acompanhamento aqui propostas cabe à Prefeitura do Município de São
Paulo, a qual é responsável pela implantação desta Operação Urbana.
8.3.1. Sistemas de Saneamento
Alternativas de acompanhamento referentes à Fase de Implantação:
Promover uma compatibilização entre as obras da Segunda Fase do Projeto Tietê, da implantação
do metrô – Linha 4, da implantação da canalização e dos piscinões ao longo do Córrego
Pirajussara e das outras obras referentes à OUVS;
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Manter um programa de acompanhamento das obras da Segunda Fase do Projeto Tietê, da
implantação do metrô – Linha 4, da implantação da canalização e dos piscinões ao longo do
Córrego Pirajussara e das outras obras referentes à OUVS.
Alternativas de acompanhamento referentes à Fase de Operação:
Manter um programa de monitoramento contra novas áreas de invasão e ocupação dentro do
perímetro da OUVS.
Solicitar confirmação do recebimento (protocolo de recebimento) dos informes periódicos pelas
concessionárias de serviço público, que contém informações referentes ao adensamento efetivado
e que é resultante dos mecanismos da Operação Urbana, assim como reavaliação das tendências
observadas;
Confirmar com as concessionárias de serviços públicos se os dados enviados são suficientes para
subsidiá-la na adequação dos sistemas de água e esgoto, energia elétrica, gás e cominucações à
nova realidade de demanda por estes serviços, caso estes dados não sejam suficientes, verificar
com ela quais dados completariam este subsidiamento;
Verificação com as concessionárias de serviço público, se está sendo executado o remanejamento
de suas redes e em caso negativo pressionar a mesma para as execuções dos remanejamento
sejam feitas;
Confirmar através de vistorias em campo e dados relativos à coleta de lixo, o aumento da
eficiência da coleta de resíduos sólidos urbanos na área da bacia hidrográfica do Córrego Pirajussara
(principal afetado), visando a minimização tanto das quantidades de lixo lançados diretamente no
córrego pela população, quanto do lixo que chega ao córrego através do carrreamento pelas águas
pluviais.
8.3.2. Qualidade das Águas
Alternativas de acompanhamento referentes à Fase de Implantação:
Exigir e administrar a promoção da limpeza e remoção de lixo e detritos nas margens dos córregos
constituintes da bacia hidrográfica e nas áreas a serem utilizadas pelas obras, de forma a garantir
o não carreamento destes materiais para o córrego;
Exigir perfeita sequência da abertura de frentes de obra e também ideal contingente para executá-
lo no tempo previsto no cromograma, de forma a otimizar essas frentes e minimizar as áreas
suscetíveis de erosão;
Exigir, das empresas executoras das obras, a proteção das áreas onde estejam sendo realizadas
obras de terraplenagem, através de sistemas provisórios de drenagem e de controle de erosão;
Executar inspeções periódicas na foz do córrego Pirajussara, visando detectar assoreamentos que
possam causar a diminuição da capacidade hidráulica da calha do mesmo. Em caso afirmativo
deve ser providenciada a sua limpeza com urgência;
Exigir das empresas executoras das obras previstas, o controle dos efluentes provenientes de
seus canteiros de obras, notadamente aqueles gerados pelos serviços de manutenção de
máquinas e equipamentos, de forma a evitar que, esses sejam lançados diretamente no córrego e
sem tratamento.
100
Alternativas de acompanhamento referentes à Fase de Operação:
Acompanhar o processo de execução dos emissários de esgoto, e se possível promover medidas
aceleradoras da sua execução, para garantir o atendimento de todas as áreas da Operação
Urbana pela ETE Barueri;
Exigir a limpeza periódica das galerias de águas pluviais, bueiros e piscinões;
Confirmar através de vistorias em campo e dados relativos ao lixo, o aumento da eficiência da
coleta de resíduos sólidos urbanos na área da bacia hidrográfica do Córrego Pirajussara, visando
a minimização tanto das quantidades de lixo lançados diretamente no córrego pela população,
quanto do lixo que chega ao córrego através do carrreamento pelas águas pluviais.
102
9. ASPECTOS URBANÍSTICOS
9.1. Medidas mitigadoras
Os aspectos urbanísticos estão contidos direta ou indiretamente nas análises de todos os fatores
ambientais analisados neste Relatório de Impacto Ambiental. São aspectos intrínsecos às análises da
cobertura vegetal, da geomorfologia, da condição do ar e do ruído que deverão ser afetados, ainda que
em pequena escala como demonstrado neste EIA, principalmente pela mudança do papel dessa área
em termos de mobilidade. Esse fator deverá ser o principal vetor de alteração das condições da
ocupação existente, e ainda que provoque impactos locais adversos, representa uma oportunidade de
melhoria de mobilidade de toda a cidade.
Representa o esforço da administração pública metropolitana e municipal em melhorar as condições de
conforto da população, facilitando o seu deslocamento casa-trabalho. É um benefício para mais de 700
milhões de pessoas (711 milhões da bacia do Pirajussara) e para a toda a cidade em termos de
qualidade ambiental, pois representa melhoria de mobilidade associada à redução de emissões
veiculares poluentes. Representa o esforço da administração em prover esta metrópole de uma rede de
transporte coletivo de qualidade, minimizando efeitos de poluição da qualidade do ar, pela utilização de
transporte limpo, de alta capacidade de transporte de passageiros.
Representa a perspectiva de melhorar os fluxos congestionados de transposição do rio Pinheiros, pelo
corredor Francisco Morato-Rebouças, com uma oferta de transporte de qualidade, capaz de atrair
usuários de automóveis. Representa a criação de trabalho, atividades e empregos depois do Rio, o que
é relevante a este estudo: incentivar a formação de pólos de desenvolvimento no Butantã,
descentralizando os pontos de atração existentes. Trata-se de orientar a expansão da malha urbana
depois do Rio Pinheiros, da expansão do centro, movimento que hoje apresenta características nefastas
ao desenvolvimento da cidade porque associado à evasão de população das áreas urbanizadas e á
concentração da população carente em áreas distantes, em geral junto aos mananciais.
É essa a responsabilidade urbanística do projeto da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia. É nessa
ótica que as análises ambientais realizadas neste EIA-RIMA, baseadas em extensas pesquisas de dados
de diversos estudos existentes nas áreas afetas aos componentes dos 3 meios, permitem concluir que o
projeto dessa Operação Urbana é em si uma medida mitigadora dos impactos adversos a serem
provocados pelo processo desenvolvimento acelerado instado pela presença de uma linha de Metrô que
interligará essa porção da Zona Oeste a toda a cidade.
Esse processo de alteração do uso do solo no Butantã, já iniciado, é conseqüência da atração provocada
pelos diversos investimentos realizados em infra-estrutura na região, tornando-a de excepcional
interesse.
Salientam-se as diversas recomendações que este EIA recomenda ao projeto urbanístico desenvolvido
pela equipe técnica da Secretaria do Planejamento do Município de São Paulo de modo a adequar as
soluções às exigências ambientais e aos demais planos e projetos existentes para a área considerando
a sua influência.
Considera-se que os impactos a serem gerados pela implantação do projeto da Operação Urbana
Consorciada Vila Sonia são predominantemente indiretos, porque:
1. Não serão gerados por obras públicas que geram incomodidades, reversíveis ou não,
aos moradores do entorno imediato. Á exceção do túnel, não há obras de arte de porte,
apenas adequações locais, e canalização de córregos em alguns trechos com
recuperação da área de proteção ambiental correspondente, através dos 2 Parques
Lineares propostos.
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2. Os impactos mais relevantes, conforme demonstrado neste estudo, são gerados por
obras co-localizadas, planos e projetos metropolitanos em implantação, em geral de
longo prazo, envolvendo vultosos recursos: terminais de transporte coletivo, obras de
drenagem, redes de coleta, e regularização de áreas de ocupação precária (favelas).
3. Os impactos adversos mais relevantes serão provocados pela verticalização das
construções e pelo incremento do volume de tráfego de veículos, com o adensamento
populacional e das construções projetado.
4. O adensamento das construções, em área urbana, ambientalmente já impactada, se
realizado com o devido controle de projeto e planejamento urbanístico-ambiental, não
representa risco, porque há estrutura de suporte de redes de fornecimento de água,
energia, coleta de esgoto e de resíduos sólidos, existentes e projetadas para atender a
região metropolitana, passíveis de atender às novas demandas.
5. Há oferta de ensino público e privado, atendimento à saúde e uma farta opção de áreas
verdes e de lazer na área da Operação Urbana Vila Sônia, capaz de atender pelos
processos existentes de ampliação das redes existentes, a novas solicitações de uso,
com o acréscimo de população na área de estudo. Portanto o impacto da demanda por
serviços não será significativo.
Nesse quadro, o limite da infra-estrutura é representado pelo sistema viário frente ao aumento de
tráfego. A análise desse impacto, baseado em projeções de aumento de área construída, de população
residente e flutuante (que usa ou trabalha na área), em tendências de desenvolvimento econômico, e do
mercado imobiliário é a contribuição que este Estudo de Impacto Ambiental oferece como contribuição à
avaliação da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do
Desenvolvimento Sustentável.
O túnel sob o Parque da Previdência, antes pelo conflito com área de preservação ambiental e
predominantemente residencial, que, pela sua extensão. Em termos de topografia, este se encaixa na
paisagem e permite integração do tráfego local seccionado pela Rodovia Raposo Tavares, além de ter
um papel relevante, principalmente com a implantação do eixo da Rua Itapaiúna. Este que se constitui
como uma alternativa às poucas opções de ligação paralelas à marginal, depois do Rio Pinheiros.
Certamente, sugere uma continuidade ao norte, acrescentando uma funcionalidade relevante à
acessibilidade local e regional.
Na verdade a questão que se coloca é a crescente exigência de espaços para o automóvel que consome
cada vez mais os espaços urbanos. E quanto mais houver essa disponibilidade, mais espaço será
necessário. A questão que se coloca, não é simplesmente técnica, pois, não há dúvida que existe
tecnologia para resolver o impacto à vegetação local, de valor inquestionável, seja pela qualidade das
espécies presentes, ou pelo número de indivíduos, pelo conforto ambiental e visual que esse fragmento
florestal oferece, ou até mesmo pela simbologia, devido à exigüidade desse tipo de cobertura vegetal na
cidade.
Em segundo lugar está o paradigma clássico de acordo com os hábitos culturais e de consumo: a
questão da prioridade do transporte individual sobre o transporte coletivo.
A análise das condições de mobilidade, também faz referencia aos vetores de desenvolvimento urbano a
serem provocados pela alteração da matriz de viagens na área de estudo, que fato inédito, promoverá o
adensamento sem a necessidade de incremento de veículos.
Esse fato é relevante, pois, a idéia clássica de adensamento com o aumento do número de viagens
individuais, ou seja, de circulação de automóveis neste caso não se aplica. Trata-se de uma área que
será fortemente impactada pela maior oferta de transporte coletivo de qualidade, o que permitirá a
atração de muitas viagens com destino ao centro. Desse modo o incremento de automóveis deverá
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funcionar em compensação ao alívio a ser provocado no sistema viário pela diminuição do número de
veículos circulante, que deverão optar pelo transporte individual.
O fato da linha 4 do metrô formar a rede metropolitana é inédito na experiência de urbanização desta
cidade. É uma oferta fortemente atraente porque amplia as possibilidades de percurso por toda cidade a
partir da Vila Sonia. Esse sistema em conexão com o Sistema Interligado certamente beneficiará
sobremaneira o sistema de tráfego da cidade, principalmente na Vila Sonia.
Considerando que a análise urbanística é resultante da composição de todas as demais análises
especificas, é inserido a seguir um quadro modelo síntese de todos os impactos e medidas mitigadoras
AID e AII, conforme segue: (que deverá ser completado posteriormente)
115
10. MOBILIDADE
10.1. Objetivo do estudo para análise dos impactos futuros
O impacto do adensamento populacional e das construções no sistema viário e de transportes local é
relevante neste estudo porque através da análise da capacidade do sistema viário, é possível traçar
parâmetros de avaliação das intervenções urbanas propostas pelo projeto em questão. Envolve previsão
de crescimento da população na área de estudo correspondente ao aumento de área construída na área
de estudo proposto pelo projeto de intervenções urbanas em análise, bem como, pelo aumento da
população flutuante dada por passageiros nos locais de acesso à rede de transportes coletivos
metropolitana, e também pelo aumento de empregos nos pólos de desenvolvimento local.
O objetivo é avaliar as soluções projetadas pela SEMPLA quanto ao atendimento dos espaços para
circulação de pedestres e de veículos, de modo a favorecer o aumento dos índices de mobilidade por
transporte coletivo, revertendo a situação de queda verificada nos últimos anos, como uma forma de
reordenação do espaço da cidade a partir de investimentos públicos, de modo a atrair investimentos
privados de apoio.
Verifica-se que de 1987-1997- frota automobilística aumenta com taxa de motorização 3 vezes maior do
que o crescimento da população na mesma época o número de viagens diárias da população decresceu
cerca de 7%. Conformes dados de pesquisas da Cia. do Metrô, os índices verificados: 1,53 (1977), 1,32
(1987) e 1,23 (1977) demonstram essa perda de mobilidade, principalmente para a população com renda
familiar inferior a dez salários mínimos. Esta, tinha mobilidade duas vezes e meia menor, tempo de
viagem um terço maior, e acessibilidade oito vezes menos que a população de renda mais alta. Essa
situação vem se tornando mais crítica com as facilidades oferecidas para compra de automóvel (crédito,
prazos e financiamento a baixos juros, além de isenção fiscal) o que proporciona o acesso a esse bem a
todas as faixas de renda da população.
Portanto a análise do limite de capacidade da rede viária é complexa, pois envolve probabilidade e
variáveis de diversas origens, muitas vezes de difícil dimensionamento. Muitos fatores dependem do
nível de desenvolvimento de outras políticas públicas, como aquelas que influem nos resultados obtidos
pela indústria automobilística, com maior ou menor volume de venda de automóveis em cada período,
envolvendo perfil de consumo dos diversos segmentos sociais desta metrópole. Outras, referem-se às
políticas públicas que interferem nos investimentos em transporte coletivo, que podem agilizar e ampliar
a oferta em determinados pontos da cidade. Outras, ao perfil de desenvolvimento social, emprego e
renda, que definem os padrões de dinâmica urbana.
Esta análise, de acordo com os tempos e recursos envolvidos neste contrato, será feita tomando como
premissa os efeitos e a modelagem estabelecida pelos estudos de transporte coletivo dados pela
implantação da linha 4 do Metrô, a qual já integra as propostas de alteração das linhas da EMTU e a
integração ao transporte sobre trilhos, de responsabilidade da CPTM, na área metropolitana. Inclui
também as soluções propostas pelo Sistema Interligado, relativo aos corredores de transporte municipal
em implantação por SPTrans, como ação integrada ao sistema metropolitano de transportes e pelos
dados, projetos e expectativas de intervenções disponibilizados pela CET.
Segue-se a definição das diretrizes adotadas para as simulações de tráfego a serem apresentadas, e a
complementação de dados necessários á construção desses análises.
10.2. Diretrizes para construção dos modelos de simulação de tráfego e de população
10.2.1. Modelos de Transporte
116
A teoria clássica dos modelos de transporte tem como base uma representação discreta do espaço
contínuo, em que a área a ser modelada é divida em zonas de tráfego e o sistema de transporte é
representado através de uma rede de nós e ligações (trechos de vias que conectam pontos do sistema
viário, representados pelos nós).
Neste procedimento clássico, as zonas de tráfego são definidas a priori e passam a ser representadas
por um único ponto chamado centróide.
O conjunto de segmentos da rede viária do sistema de transporte existente é representado pelos seus
respectivos custos generalizados (combinação ponderada de atributos como tempo e distância) nos
deslocamentos e pela representação das regras de circulação, que permitem definir ligações
unidirecionais ou bidirecionais, proibições ou penalidades de conversão. Estes atributos dependem dos
modos de transporte utilizados: individual (auto, táxi perua escolar, etc.) ou coletivo (ônibus, metrô, etc.),
para percorrer as ligações.
Os centróides das zonas de tráfego são ligados à rede através de conectores, que representam os
pontos de acesso ou egresso ao sistema de transporte para as viagens com origem ou destino naquela
zona e a média do custo generalizado de acesso/egresso correspondente.
No processo de utilização dos modelos de transportes, os centróides funcionam como pólos de produção
e atração de viagens das respectivas zonas, que se utilizam da rede para realizarem seus
deslocamentos. Unicamente as viagens interzonais são simuladas na metodologia tradicional.
O processo de modelagem, na metodologia clássica, divide-se em quatro etapas distintas, porem
interligadas, que são:
1. geração, na qual as quantidades de viagens produzidas e atraídas em cada zona de tráfego são
estimadas;
2. distribuição, determinação dos intercâmbios de viagens e dos deslocamentos correspondentes;
3. escolha modal, determinação do modo de transporte pelo qual as viagens são realizadas;
4. alocação, que representa a etapa de escolha do caminho, por um dado modo, entre os pares de
zonas de tráfego.
A Geração de Viagens é estimada de modo agregado (função das características das zonas), ou
desagregado (função das características dos domicílios), através de relações funcionais (usualmente
obtidas por regressão linear) ou uso de taxas médias de viagens por indivíduo ou domicílio de cada
grupo (no procedimento chamado de análise de categorias). São determinadas relações distintas para
produção e atração de viagens, eventualmente desagregadas por motivo de viagem (trabalho, estudo,
negócios, lazer, etc.).
A Distribuição de Viagens é tipicamente realizada após a geração das viagens e consiste em distribuir
entre os vários destinos, totais de viagens obtidos para cada zona na fase de geração. Um dos modelos
mais usados é o modelo gravitacional, que é uma analogia com a lei da gravidade de Newton. Este
modelo baseia-se na suposição, de que as viagens entre zonas são diretamente proporcionais à geração
de viagem (respectivamente produção e atração) das zonas e inversamente proporcional a uma função
de separação espacial entre elas (impedância, relacionada com o custo generalizado da viagem). Outros
modelos convencionais são os de fator de crescimento que utilizam um procedimento de ajuste baseado
em uma matriz de viagens histórica anterior, como os métodos de Furness ou Fratar.
117
A terceira etapa da modelagem, a Divisão Modal, é realizada tipicamente após a distribuição de viagens
e consiste em distribuir o total de viagens, para cada par origem/destino (OD), entre os diferentes modos
de transporte existentes. Em alguns casos, a ordem das etapas de distribuição de viagens e divisão
modal é invertida. O modelo usado nesta etapa é uma função que representa a porcentagem de viagens
realizadas em transporte coletivo, em relação ao transporte individual, ou entre diversos modos.
Relaciona-se impedância dos modos em função do custo generalizado da viagem (isto é, atributos como
custo e nível de serviço oferecido pelo modo de transporte) a dados dos viajantes (como renda e
propriedade de auto), normalmente utilizando modelos de escolha discreta tipo logit (com estrutura
simples ou hierárquica).
A Alocação de Viagem, a última etapa na modelagem clássica, busca definir para cada modo as rotas
utilizadas entre cada par OD. Esta alocação realiza-se em rede representativa do sistema de transporte
existente. O método mais simples de alocação é o tudo ou nada, que encontra a rota de mínimo custo
para cada par OD e nele aloca todo o tráfego. Existem também métodos de alocação com rotas
múltiplas (como o de Dial). Uma grande desvantagem destas técnicas é não levar em conta a existência
de congestionamento resultando em valores de volumes irreais. A etapa de alocação de tráfego pode ser
feita em uma rede multimodal, o que eventualmente permite suprimir a etapa de divisão modal
(admitindo que os princípios de escolha entre modos são similares aos de escolha entre rotas).
Na modelagem em quatro etapas, a existência de congestionamento torna as etapas anteriores à
alocação de viagens dependentes dos volumes no sistema viário. Para levar esta questão em conta,
várias alternativas têm sido implementadas com o objetivo de permitir alocação de tráfego com
representação do efeito de congestionamento, com demanda fixa ou variável de viagem (por modo de
transporte, intercâmbio de viagem, etc.).
Para redes congestionadas, é mais conveniente o uso da alocação por equilíbrio (restrição da
capacidade), no qual cada usuário escolhe a rota que percebe como melhor. Os resultados são fluxos
que satisfazem o princípio de Wardrop do “ótimo usuário”, ou seja, que nenhum usuário pode melhorar
seu tempo de viagem mudando de rota. Neste caso, todos os fluxos em todos caminhos utilizados entre
um par OD têm tempos iguais. Existem procedimentos exatos para alocação de equilíbrio como o
método de Frank & Wolfe ou de aproximação linear e procedimentos heurísticos como os métodos de
alocação incremental, onde porções da matriz OD são alocadas a cada iteração, permitindo o recalculo
da rota de mínimo custo para cada par OD, até que, 100% dos volumes sejam alocados.
10.3. A metodologia de análise
A metodologia de análise consiste na comparação volumétrica do cenário atual com cenários futuros de
interesse, assim com entre cenários futuros buscando identificar, através da ocupação do viário e da
origem e destino das viagens, a necessidade ou não de obras previstas, assim como novas obras que
permitam facilitar os deslocamentos existentes.
Para cenário atual deste estudo (modo individual) foi adotada a matriz e a rede viária utilizada pela
Companhia de Engenharia de Tráfego – CET/SP. A Matriz CET foi obtida da matriz Origem Destino do
Metrô – 1997 e ajustada por dados volumétricos das principais vias da cidade. A matriz e a rede utilizada
pela CET/SP em seus trabalhos de modelagem são calibradas e ajustadas periodicamente e
representam a situação atual do transito de São Paulo. 3
3 As simulações da CET são atualizadas com alguns dados de contagens, simples, considerando o pico da manhã. O modelo
produz uma distribuição de viagens, de maneira uniforme por toda a região Metropolitana de São Paulo em função da abertura de novas vias. O carregamento não leva em conta dados de ocupação e uso do solo, porque seria necessário estabelecer um cenário local e um cenário regional de adensamento para que fosse simulado todo o potencial de adensamento da região. A matriz utiliza a OD. 87 do metrô, conforme modelo existente CET, com atualizações baseadas na O.D. 97.
118
Foram construídos e fornecidos à equipe CET dados específicos para caracterização do projeto
desenvolvido pela equipe de SEMPLA e projeção das viagens das matrizes futura como:
População existente na área de estudo, calculada pelos setores censitários do IBGE para cada
setor da Operação Urbana.
População existente IBGE, calculada por Zona OD_97, para inserção na matriz CET.
População projetada para 2017 e 2027, com base nos índices de crescimento Seade/IBGE (Taxa
Geométrica de Crescimento Populacional – TGA), ajustadas em função da implantação da Linha 4
do Metrô, para cada um dos 17 sub-setores da OUVS, para avaliação do crescimento tendencial,
sem Operação Urbana e sem novas intervenções, de acordo com os índices de desenvolvimento
da cidade.
Nesse caso ponderou-se que haverá impacto de adensamento a ser provocado pela implantação da
linha 4 do metrô, uma obra co-localizada mesmo sem a Operação Urbana. Porém, não há dados
objetivos para dimensionamento desse impacto, conforme consulta a essa Cia.
O crescimento tendencial foi considerado como o crescimento avaliado pelas taxas adotadas para o
crescimento da cidade, dado pelo Plano Diretor e pelos Planos Regionais, porque se referem à
tendência de desenvolvimento existente com a implantação da linha 4 do metrô. O tendencial é o modelo
sem Operação Urbana, que inclui a implantação da linha 4 do metrô, pois considera-se que a diferença
entre o adensamento provocado pelo metrô, ou pelos incentivos da Operação Urbana, não é relevante. A
questão central é a comparação da situação existente, sem adensamento à situação futura, com
adensamento, na situação limite, que é com Operação Urbana. O diferencial representado pela
Operação Urbana é a viabilidade de se introduzir uma certa disciplina e um suporte ao adensamento,
que, de fato, deverá ocorrer nessa área.
População futura estimada a partir da área construída adicional proposta pelo projeto SEMPLA, por setor
da Operação Urbana Vila Sonia. Essa foi considerada a população adicional, que deverá ocupar a área
nos próximos 20 anos. É a população a ser acrescida á existente.
Essa população futura foi estimada a partir de simulações contemplando diferentes índices de uma cota
residencial por habitante e uma cota de área comercial na área de estudo, conforme estudo de
referência (AMP2006) fornecido por SEMPLA. Este estudo considerou a necessidade de uma
adequação do índice de 15 m2 de cota residencial adotado pela SEMPLA, pois ao ser testado, mostrou-
se inadequado, por gerar um crescimento da população considerado improvável. Como referência para
ajustar os valores de cota residencial para realizar as simulações de adicional de população e de área
total construída, utilizou-se índices observados na década de 1990, para cada distrito municipal – cuja
fonte é um estudo da SEMPLA, denominado Uso do Solo, segundo o Cadastro Territorial e Predial –
1991-2000. Com relação à cota comercial, manteve-se o padrão de 15 m2 por ser um índice adequado,
pois é um valor comumente adotado em casos de simulações de impacto de empreendimentos
comerciais.
Os cenários futuros são baseados em previsões de matrizes e redes futuras (principalmente obras
viárias) com base em cenários urbanísticos e socioeconômicos previstos para as datas desejadas.
Os cenários futuros desenvolvidos neste Estudo Impacto Ambiental são aqueles baseados nas matrizes
futuras do Metrô elaboradas com objetivo de estudo da linha 4 e prevêem:
Para 2009: 50% da área construída remanescente e normal só com Plano Regional.
Para 2014: 100% da área construída do Plano Regional – coeficientes 1,0 e 2,0.
119
As matrizes fornecidas pelo Metrô para este estudo levaram em conta as diretrizes adotadas pelo PITU
2020, em relação a perspectivas de desenvolvimento. Esses cenários consideram hipóteses de
desenvolvimento positivo, e estagnado e uma situação intermediária. O metrô considera um cenário
positivo ajustado. Existem dados que estão sendo agora tabulados e incorporados pelo metrô em novos
modelos de demanda, como por exemplo, o impacto do Bilhete único, que deu um choque na demanda –
excedeu às previsões triplicando os volumes em alguns casos. O que se sabe é que há uma demanda
reprimida, de aumento potencial de demanda de viagens por coletivos. Por outro lado o mercado está
aquecido atingindo picos de venda em 2007. Portanto, pode-se trabalhar com um cenário positivo,
apesar de não haver números mais atualizados, publicados. A revisão PITU 2025 está em andamento,
porém não concluída.
Teremos a partir destes cenários futuros base (metrô – linha 4) quatro cenários futuros (Operação Vila
Sonia) conforme descritos abaixo:
1) 2017A: Matriz Metro futura 2009 projeta com 50% estoque m2 a construir SEMPLA - OUV e rede
viária com obras (tabela 01) e sem túnel sob o Parque do Previdência.
2) 2017B: Matriz Metro futura 2009 projeta com 50% estoque m2 a construir SEMPLA - OUV e rede
viária com obras (tabela 01) e com túnel sob o Parque do Previdência.
3) 2027A: Matriz Metro futura 2009 projeta com 100% estoque m2 a construir SEMPLA - OUV e rede
viária com obras (tabela 01) e sem túnel sob o Parque do Previdência.
4) 2017B: Matriz Metro futura 2009 projeta com 100% estoque m2 a construir SEMPLA - OUV e rede
viária com obras (tabela 01) e com túnel sob o Parque do Previdência.
Com os resultados obtidos das simulações fornecidas pela CET-SP será possível compor um rool de
obras necessárias aos crescimentos populacionais previstos pela operação urbana Vila Sônia.
Os modelos a serem testados levarão em conta as obras viárias projetadas pela CET e pela Operação
Urbana Vila Sonia, cotejadas de acordo com o tempo da simulação considerada. Os projetos de obras
de arte viárias,túneis, pontes e viadutos, independentemente dos recursos competentes à sua execução
(4*) devem ser relevantes á melhoria dos fluxos de tráfego de veículos, e ao incentivo a investimentos
imobiliários. Assim impactos imobiliários estão previstos com a operação da Estação Metrô Butantã
(2008/2010).
Com relação aos cálculos de aumento de população e de área construída residencial e comercial no
cenário induzido pela Operação Urbana, considera-se um horizonte de 20 anos. A análise se desenvolve
para verificar se o Potencial Adicional Construtivo será absorvido nesse prazo.
Para ajustar os parâmetros usados nas simulações, tomou-se por referência a quantidade de
empreendimentos e número de unidades habitacionais ofertadas entre os anos 2000 e 2005, na área
considerada de influência da Linha 4 do Metrô, que embora muito maior do a área da OUVS, serve como
um termômetro do mercado imobiliário regional, um parâmetro regulador de referência, que permite
avaliar a magnitude dos investimentos propostos. É uma maneira de verificar o quanto representa na
situação atual do mercado imobiliário regional a produção de imóveis residenciais proposta na área da
OUVS, bem como, se essa quantidade poderá ser absorvida no horizonte mencionado. E
Esses dados são úteis e imprescindíveis para estimar os impactos no viário e no transporte público,
porque permitem avaliar a população, que se considerada por classe de renda, e o numero de veículos
projetada para os cenários futuros, que, no limite, prevêem de consumo de 100% do estoque projetado
de área adicional de construção.
4 As obras viárias projetadas pela Operação Urbana deverão ser executadas com recursos da Operação Urbana. As obras viárias
projetadas pela CET, com recursos da Prefeitura.
120
10.3.1 Quadro de simulações elaboradas pela CET
Simulação ano Adensamento/
geração de viagens Obras co
localizadas Obras propostas pela O.U.
Vila Sônia
1 cenário base 2007 Existente Viário existente
I. NÃO
2 cenário base 2017
Previsto nas matrizes do Metrô,
sem O.U. Vila Sonia, só com Plano Regional
Obras co localizadas já previstas pela CET e Metrô para cada horizonte, conforme quadro abaixo
relacionadas
3 cenário base 2027
Previsto nas matrizes do Metrô
sem O.U. Vila Sonia, só com o Plano Regional
4 Cenário OUVS
2017
Previsto com a O.U.Vila Sonia e 50% estoque de m2 a construir, projeto SEMPLA
Cenário 10 anos s/ túnel
5 Cenário OUVS
Cenário 10 anos c/ túnel
6 Cenário OUVS
2027
Previsto na OUVS
100% estoque de m2 a construir, conforme projeto SEMPLA
Cenário 20 anos s/ túnel
7 Cenário OUVS
Cenário 20 anos c/ túnel
As obras projetadas pela Operação Urbana Consorciadas Vila Sonia deverão ser analisadas no conjunto
das obras viárias já projetadas para a cidade, na zona oeste, em diversos governos. Conforme pesquisa
realizada, agrupamos as intervenções nos períodos definidos para as simulações conforme segue:
Cenário 10 anos Cenário 20 anos
50% estoque m2 a construir SEMPLA 100% estoque m2 a construir SEMPLA
Ponte sobre Marginal até Av. Frederico Hermann Jr.
- Semi Anel Ligação Raposo / Giovanni Gronchi - através da R. Sebastião Gonçalves e Caminho do Engenho
-Viaduto final da Raposo Tavares (melhora acessos da Eliseu, r. Camargo e Alvarenga) - ao lado da Estação Butantã do Metrô;
- Semi Anel Ligação Raposo / Giovanni Gronchi através R. Albert Bartolomé / R. Vinte e Três de Outubro / Av. Getsêmani / R. Clementine Brenne.(Previsão de 1947) que passa junto a um parque linear
- Alargamento de mais uma faixa de tráfego por sentido da Av. Prof. Francisco Morato
- Passagem Subterrânea sob Rod. Raposo Tavares (av. Benjamim Mansur) e sua interligação com av. Domingos Barbieri / Edmundo Scannapieco até av. Fco Morato.
- Ligação de nova pista na Marginal esquerda do Rio Pinheiros, entre Av. Guido Caloi e nova Ponte Jurubatuba( av.Miguel Yunes)
- Ponte Água Espraiada e interligação por vias
do bairro do Real Parque (Av. Duquesa de Goiás / Av. Br. de Montemor / R. Gal . Almério de Moura).
- Melhorias de acessibilidade ao longo da av. Marginal Pinheiros (agulhas / melhorias junto às pontes / alargamentos de pistas).
- Ciclovia – Eliseu/Corifeu/Lino de Moraes - Ciclovia – Eliseu/Corifeu/Lino de Moraes Leme
121
Leme
Análise dos resultados obtidos
A avaliação do impacto no Tráfego Local provocado pela criação das polaridades propostas, com cotas
de acréscimo de área construída e assim de viagens, residenciais e não residenciais, a serem
executadas por adesão a Operação Urbana Consorciada Vila Sônia foram observadas diversas
premissas:
1) O tráfego de comércio / serviços – para acessar edifícios de escritórios – é pendular tendo picos
pela manhã e à tarde. Este tipo de edificação será predominante nas polaridades junto ás
estações de metrô e ao longo da avenida Francisco Morato.
2) As escolas têm pico de manhã e à tarde, próximo do horário dos escritórios, mas também,
apresentam outros picos no horário de almoço. O número de vagas de estacionamento das
escolas não influencia, mas sim a afluência às áreas de embarque e desembarque.
3) O comércio tipo Shopping e Super Mercados tem atração constante durante o dia apresentando
predominância de entrada no final da tarde e aos sábados. Este uso não onera o pico da manhã
da cidade. Utiliza-se uma vaga para cada 25 m² (vinte e cinco metros quadrados) de área
construída compatível.
4) Os usos residenciais têm padrões variados de comportamento; em edifícios pode-se estabelecer o
critério de que se movimentam, no pico da manhã, em média 40% da demanda, ou seja , 40% das
veículos de cada unidade geradora, considerando 1 ou mais vagas por unidade residencial,
conforme o padrão de renda.
5) Hospitais e hotéis têm afluxo de veículos distribuídos durante o dia e não oneram
significativamente os picos da cidade. Hotéis com centros de convenções causaram impacto nas
realizações de eventos.
10.4. Medidas mitigadoras
10.4.1. Execução de obras viárias projetadas
Poderá haver maior facilidade de distribuição dos fluxos de veículos dos três eixos viários estruturais da
área em estudo (avenidas Prof. Francisco Morato, Eliseu de Almeida e Rodovia Raposo Tavares) com a
implantação de obras viárias recomendadas pela Operação Urbana, e pelas obras previstas pelos planos
de melhorias do sistema viário da Prefeitura, que deverão ser incorporadas à Operação Urbana, de
acordo com prioridades estabelecidas pela Secretaria de Transportes e pela Companhia de Engenharia
de Tráfego, quais sejam:
10.4.1.1. Execução do túnel sob o Parque da Previdência
A execução desse viário subterrâneo de ligação entre a avenida Eliseu de Almeida e a avenida Raposo
Tavares permite distribuição de tráfego dos eixos das avenidas Prof. Francisco Morato e da Eliseu de
Almeida através da avenida Corifeu de Azevedo Marques, atualmente menos carregada que as demais .
Salienta-se, no entanto, que essa obra não resolve o saturamento do ponto de congestionamento
existente no cruzamento entre a avenida Prof. Francisco Morato e a avenida Jorge João Saad. Este
problema tende a se acentuar com a execução do eixo da nova rua Itapaiúna, como opção à Av.
Giovanni Gronchi. O que se depreende é que com a diminuição do número de transposições do corredor
do sistema Interligado, na avenida Prof. Francisco Morato, pela diminuição do número de transposições
dessa avenida houve um aumento dos carregamentos nesses pontos.
Medida Mitigadora aos pontos de congestionamento de transposição à av. Francisco Morato:
122
A melhoria dos fluxos de transposição da avenida Prof. Francisco Morato poderá ser obtida com a
implantação total de operação prevista pelo sistema Interligado. Isso significa melhorar o desempenho
de todo sistema com a troncalização do sistema de pista exclusiva, e com a sincronização dos tempos
dos semáforos de transposição, acompanhado de outras medidas operacionais que otimizem a eficiência
do sistema parcialmente implantado. Tais ações estão em estudo por SPTrans e deverão ser
implantadas a médio prazo.
Medida mitigadora do impacto dos fluxos na área residencial consolidada.
A implantação desse túnel representa também um acréscimo de fluxos no viário local de saída do
Parque da Previdência, junto à Praça Elis Regina, em direção à avenida Corifeu de Azevedo Marques. O
fluxo de saída do túnel deverá impactar negativamente a área residencial existente e provocar remoção
de algumas espécies vegetais na Praça Elis Regina. É um impacto de aumento dos níveis de ruído de
poluição atmosférica devido ao incremento do tráfego. A mitigação desse impacto poderá ser feita com
barreiras de vegetação densa, que separe essa faixa das residências existentes. Outra medida
mitigadora poderá ser representada pelo estudo de prováveis trajetos alternativos à transposição dos
eixos viários longitudinais, estruturais da Operação Urbana Vila Sonia, em outros pontos, de modo a
evitar áreas consolidadas.
Medida mitigadora do impacto do túnel na área de preservação ambiental
O impacto do túnel que, conforme projeto, deverá ser implantado sob área de preservação ambiental e
junto a áreas predominantemente residenciais em ocupação consolidada. Desse modo, pelo aspecto do
impacto na ocupação existente pode ser considerado negativo, devido ao aumento dos fluxos de
veículos, nível de ruído e do nível de poluição da atmosfera dada pelo aumento das emissões veiculares.
Do ponto de vista da distribuição do tráfego local e regional no sentido Norte-Sul, o impacto da
implantação do túnel poderá ser positivo.
Uma forma de mitigação dos impactos causados pela implantação do túnel é diminuir os fluxos de
veículos dessa ligação. Sugere-se estudar alternativas de ligação Norte-Sul pela adequação do viário
existente em nível cruzando os eixos da Av.Francisco Morato, Av.Eliseu de Almeida e Rod.Raposo
Tavares. Isso poderá ser obtido através de desvios dos fluxos provenientes da Av. Giovanni Gronchi e
do eixo da R. Itapaiuna, a oeste a partir do cemitério Gethsêmani pela R.Clementine Brenne
aproveitando o sistema viário ao longo do Vale do córrego Itararé, criando novos eixos entre a Av, Eliseu
de Almeida e Rod.Raposo Tavares que servirão também para a distribuição do trafego local.
10.4.1.2. Execução da nova ponte de transposição do Rio Pinheiros
A proposta de transposição existente na altura da avenida Frederico Hermann Júnior, ao sul, ligando-a à
avenida Valentim Gentil , a oeste, será relevante para aliviar os altos fluxos de tráfego das transposições
existentes, na ponte da Eusébio Matoso, Bernardo Goldfarb e na ponte da avenida da Cidade
Universitária. Representa importante alternativa para melhorar os fluxos de tráfego dos 3 eixos viários
que cortam longitudinalmente no sentido leste-oeste a Operação Urbana Vila Sonia, evitando a situação
atual, onde o afunilamento dos mesmos no viário de acesso à transposição do rio Pinheiros, pelas
pontes Eusébio Matoso e Bernardo Goldfarb, provoca uma situação caótica e extensos trechos de
congestionamento em todo sistema viário da região. Essa obra associada à melhoria do acesso à
Rodovia Raposo Tavares, citada a seguir, deverá aliviar a pressão de tráfego existente em todo o
sistema viário do Butantã. Como aspecto negativo, cita-se a acomodação das alças de acesso dessa
ponte a oeste, em área predominante residencial de alto padrão.
Medidas Mitigadoras propostas
Conceder benefícios em área adicional de construção aos proprietários de lotes que serão atingidos
pelas obras, em outros locais da cidade. Demonstrar a importância de tal empreendimento para toda a
cidade, e a melhoria ambiental, da qualidade do ar a ser provocada pela maior eficiência do sistema de
transporte e tráfego.
124
10.4.1.3. Execução do complexo viário Raposo Tavares.
A situação da chegada dos fluxos crescentes de tráfego da Rodovia Raposo Tavares na malha urbana
da cidade, encontra um complexo entroncamento formado pelas Av.Caxingui, Av. Eliseu de Almeida,
R.Sapetuba, com alimentação e escoamento pelas ruas Alvarenga e Camargo, respectivamente, há
muito tempo vem merecendo um tratamento adequado. O acesso à rua Camargo, para transposição do
rio Pinheiros, se dá indiretamente, seja para quem vem da rodovia, seja para quem vem da avenida de
fundo de vale. Essa solução provoca a baixa utilização de parte das faixas da R. Sapetuba, de ligação à
avenida Francisco Morato, operada com mão única. Os congestionamentos são constantes,
principalmente com a execução do trecho oeste do Rodoanel, que transferiu os fluxos de carga da Eliseu
para a Raposo. A execução do Terminal Butantã do Metrô, integrado a uma estação de ônibus, e o
adensamento proposto pelos incentivos da Operação Urbana, no Pólo Butantã, deverão agravar ainda
mais esses conflitos de tráfego..
Portanto, a proposição de execução de um viaduto nesse local é plenamente justificada. Deverá mitigar
as pressões a serem provocadas pelo crescimento da demanda de tráfego a ser gerada pelos
empreendimentos a serem implantados no Pólo Butantã. Salienta-se que a ocupação existente nessa
área já está impactada pelos altos fluxos existentes. Uma reacomodação dos acessos permitirá o
desenvolvimento urbano recomendado pelo PL em questão, bem como a formação da nova polaridade
de comércio e serviços projetada. Essa polaridade é importante para criar empregos e atratividade
depois do rio, de forma a tornar desnecessário, para uma parcela da demanda de viagens, a
transposição do rio em direção ao centro da cidade.
10.4.1.4 Execução do eixo opcional à Avenida Giovanni Gronchi pela Rua Itapaiúna
Essa proposição de ligação, da década de 90, deverá agora ser viabilizada pela Prefeitura. Representa
um vetor de indução da ocupação urbana das áreas dos distritos de Campo Limpo e da Vila Andrade,
que vêm apresentando incremento de área construída vertical acima da média da cidade, com
perspectivas de expansão, pela existência de interesse do capital imobiliário em investir nessa direção,
seja pela implantação de edifícios de usos habitacionais, seja pela implantação de edifícios de comércio
e de serviços, de alto padrão, em continuidade ao eixo Berrini-Faria Lima.
Esse eixo, proveniente do sul, da av. João Dias e Estrada de Itapecerica, que se liga à avenida Jorge
João Saad, vai incrementar o congestionamento de tráfego junto ao cruzamento com a avenida
Francisco Morato, já saturado atualmente, também, pelo acessibilidade ao Shopping Butantã. Esse
cruzamento deverá ser ainda mais exigido devido aos fluxos dos ônibus que deverão se conectar ao
Terminal Morumbi do Metrô, para acessar os pontos de transferência de transporte situados nas
proximidades desse entroncamento, com retorno pelas ruas Ângelo Colucci e Lício Marcondes do
Amaral, onde deverá haver um cruzamento semaforizado na Av.Jorge João Saad.
Medidas Mitigadoras propostas
A execução do túnel de ligação com a Rodovia Raposo Tavares representa uma opção de continuidade
desse fluxo, ainda que, o ponto crítico junto à avenida Prof. Francisco Morato, não seja resolvido por
essa solução. A medida mitigadora proposta é minimizar os fluxos de chegada à avenida Jorge João
Saad, desviando-os para oeste em direção às avenidas de fundo de vale do córrego do Itararé. É uma
diretriz viária antiga, do Plano Rodoviário Municipal - PRM de 1947, que representa uma opção
interessante ao aumento de fluxo a ser provocado pela implantação do eixo da nova rua Itapaiúna
(opção à Av.Giovanni Gronchi) que deverá desembocar na av. Jorge João Saad.
Permite também o cruzamento dos 3 eixos principais da área da OUCVS, mais a oeste, em nível,
contribuindo também para viabilizar a melhoria da acessibilidade das glebas entre a rodovia Raposo
Tavares e a Av. Pirajussara / av. Eliseu de Almeida, entre o Macro Atacado e o Shopping Raposo
125
Tavares, onde é preciso introduzir melhoramentos viários locais para viabilizar novos empreendimentos,
incentivados pela Operação Urbana.
10.4.1.5. Fechamento da av Imigrante Japonês para implantação da linha 4
Essa área teve sua acessibilidade reduzida. Será também impactada pela operação do pátio do metrô.
As propostas de mudança de uso com incentivo ao uso não residencial, onde está previsto um estoque
de potencial construtivo equivalente a 28.466 m2, deverão mitigar os efeitos do impacto substituição do
uso residencial. Sugere-se rever as proporções do estoque residencial e do estoque não residencial
proposto para esse setor, Vila Sonia 3, de modo a incentivar mais o uso não habitacional.
Essa é uma medida a ser discutida com a comunidade local, para que haja avaliação das perdas e
possibilidades de compensação.
10.4.1.6. Demais ligações e complementações viárias locais
Outras sugestões propostas pela comunidade deverão ser incorporadas pelo Grupo gestor, ouvidas as
partes envolvidas e o órgão competente, que deverá ao longo de todo período de implantação da
Operação Urbana Vila Sonia atender às demandas locais, e adequar as propostas existentes.
10.5. Medidas Mitigadoras de Gestão de Tráfego
10.5.1. Estacionamentos controlados
Paralelamente às obras viárias, medidas de melhoria da gestão do sistema viário e de transporte coletivo
também são importantes. Regra geral é preciso evitar que os novos empreendimentos propostos pela
Operação Urbana se utilizem do leito viário como estacionamento. Isso diminuiria as faixas viárias livres
ao tráfego, gerando dificuldades de fluidez.
Assim é relevante a adoção de medidas operacionais, nas vias transversais, que funcionam como
alimentadoras dos eixos principais. Cita-se o exemplo um percurso transversal formado pelas av.
Roberto Lorenz, Rua Oscar Pinheiro Coelho, Rua Domingos Barbieri, Hugo Carotini e Av. Benjamim
Mansur, de acesso à rodovia Raposo Tavares. Esse eixo é importante e precisa permanecer livre aos
fluxos de veículos. O DERSA vem estudando a melhoria das transposições em nível e subterrâneas à
Rodovia Raposo Tavares, nesse ponto, o que poderá melhorar o desempenho dos fluxos de
transposição.
Recomendam-se também outras medidas operacionais como: controles de reserva de áreas para os
estacionamentos rotativos (zona azul ou parquímetros), criação de binários ou alteração nas mãos de
circulação existentes, desde que garantida a acessibilidade aos lotes, inclusive por políticas de pólos
geradores (disponibilidade de vagas nos empreendimentos), que também poderão favorecer a maior
eficiência dos fluxos de tráfego na região.
Portanto há uma verticalização em curso, parcialmente executada no trecho da Av. Prof. Francisco
Morato que deverá ser adequada com os incentivos da Operação Urbana, que prevê suporte viário para
o processo de adensamento que já vem ocorrendo, alargamento de calçadas com área verde permeável,
bem como um estoque regulador de área construída.
A transformação da área da Operação Urbana Água Espraiada em área de alta acessibilidade, com a
implantação de uma linha de transporte de massa cortando a área, deverá apoiar o desempenho dos
viários proposto e existente.
10.5.2. Estacionamentos integrados às estações/ terminais de transporte coletivo
126
O impacto negativo provocado no sistema viário local pelo processo de adensamento das construções
com incremento de atividades e serviços ao longo das linhas de transporte coletivo, que envolve
aumento de fluxos de veículos no sistema viário local, deverá ser mitigado com restrição ao uso de
veículos, com estacionamentos de acesso controlado, integrados às estações de transporte coletivo,
para otimizar o uso do transporte coletivo.
Essa medida é relevante pois possibilita alívio do sistema local, sobrecarreegado pelo alto volume do
tráfego de passagem, pelo seccionamento do percurso das viagens motorizadas em direção ao centro
da cidade.
10.5.3. Controle do acesso de cargas
Recomenda-se adotar políticas de carga e descarga (zona marrom) com acesso permitido em horários
controlados para o abastecimento das áraes comerciais e de serviços locais. Deverá ser estudada uma
solução complementar àquela que já vem sendo adotado pela CET (supermercados) . Alguns pontos de
descarga deverão ser definidos, bem como horários permitidos principalmente nos Pólos Vital Brasil e
Vila Sônia, e junto ao corredor Francisco Morato.
10.5.4. Sistema de rodízio
O sistema de rodízio já adotado na área do centro expandido, entre as marginais aos rios Pinheiros e
Tietê, e as avenidas Sara Maluf e dos bandeirantes, deverá ser expandido abrangendo a área da
Operação Urbana. Isso de deve à situação de esgotamento do carregamento da ponte do Francisco
Morato, gerado principalmente pelo tráfego de passagem.
10.6 Incentivo ao uso de modos de transporte individual não motorizados
O percurso de ciclovia recomendado no fundo de vale do Pirajussara, em calha exclusiva na avenida
Eliseu de Almeida, conforme projeto da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia, deverá ser ampliado
e integrado ás demais propostas em andamento para a região, coordenadas pela CET, que prevêem
percursos de acesso à Cidade Universitária, através das av. Corifeu de Azevedo marques e Waldemar
Ferreira.
Recomenda-se que, dadas as condições de implantação das ciclovias com segurança, realizar uma
campanha de divulgação da mesma, incentivando os usuários potenciais, principalmente estudantes.
10.6.1. Bicicletários integrados às estações de transporte coletivo
Em complementação outra proposta relevante à mitigação dos efeitos adversos do tráfego de veículos é
a integração de estacionamentos de bicicletas às estações de metrô. Isso permitirá maior uso do
transporte coletivo associado ao não motorizado permitindo que na região sejam incrementadas as
viagens não motorizadas.
10.6.2. Incentivo ao caminhamento a pé
Dada a proximidade do transporte coletivo de massa à Cidade Universitária, recomenda-se incentivar
também caminhamento a pé. Para isso percursos em calçadas adequadas, amplas, com iluminação,
pavimentação regular e arborização deverão ser instaladas junto aos principais percursos de interesse, a
serem identificados e mapeados pelo Grupo Gestor, junto à CET.
127
11. ESTRUTURA ECONÔMICA E DINÂMICA POPULACIONAL E IMOBILIÁRIA
Para avaliação dos impactos provocados pelo incremento de área construída na polaridade em estudo,
que deverá gerar o aumento do nível de atividades comerciais e de serviços, oferecendo maior número
de empregos na Zona Oeste da cidade, conforme projeto desenvolvido por SEMPLA para a Operação
Urbana em questão, tornou-se necessário avaliar as tendências de desenvolvimento local, que permitam
uma visão da dimensão das transformações que deverão ocorrer na área de estudo. Procurou-se
construir parâmetros de avaliação que permitam verificar a eficácia das propostas existentes (quantidade
e padrão) e a sua viabilidade de implantação efetiva nos próximos 20 anos.
O objetivo de avaliar o crescimento tendencial da população, incluindo a impacto do metrô na área de
estudo, no período de implantação da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia, mostrou-se útil para
avaliação das projeções de área construída feitas por SEMPLA, a partir da viabilidade de incremento real
das construções, definida pelo estoque projetado.
Conforme já descrito na metodologia adotada para as simulações de tráfego, foi necessário estabelecer
parâmetros para definição da população existe na área de estudo, das tendências de crescimento
normal da cidade, das alterações provocadas pela implantação do metrô, e do incremento representado
pelos incentivos de uso e ocupação do solo a serem introduzidos pela Operação Urbana Consorciada
Vila Sonia.
Segue-se o estudo correspondente para definição das projeções de população e de área construída,
onde procurou-se responder a questões como:
- O que representa o acréscimo de área construída projetada na área em questão? Há interesse de
mercado, e ou capacidade de venda desse estoque para que seja possível executar as obras
necessárias? Como é o crescimento da cidade nessa área? Qual é a população que deverá incrementar
o uso dessa área?
11.1. Análise da viabilidade de absorção do potencial de adicional de área construída projetado
pela Operação Urbana Vila Sonia
11.1.1. Definição do universo e dos horizontes deste estudo
A área total de OUCVS é de aproximadamente 636 ha é composta por 17 sub-setores e corresponde à
cerca de 17% da área de 5 distritos municipais (Morumbi, Vila Sônia, Rio Pequeno, Raposo Tavares e
Butantã). O de Potencial de Adicional Construtivo – doravante denominado PAC- , dado pela Minuta de
Lei, prevê um total de 1.356.000 m2, sendo 65,0% de uso habitacional e 35% não habitacional. Para
avaliação das possibilidades de consumo do estoque projetado e do perfil x volume de população que
deverá habitar x utilizar a área de estudo, as tarefas a serem realizadas nesta análise, são:
a) verificar se os valores de PAC propostos na Minuta de Lei da OUVS e a sua distribuição entre os
17 sub-setores, são coerentes com a dinâmica imobiliária observada na região e com a
mudanças esperadas com a implantação do metrô;
b) avaliar se o mercado imobiliário tem possibilidade de absorver o total de PAC proposto na área
da OUVS, segundo os usos: habitacional e não habitacional;
c) estimar o número de população adicional com a absorção do PAC e também da população
flutuante associada a área construída não habitacional;
d) fazer uma avaliação crítica dos valores de PAC resultados e recomendações para que a OUVS
otimize a absorção do PAC; e,
128
e) gerar referências quantitativas para se estimar o potencial de geração de tráfego, demanda por
saneamento e outros temas, partir das projeções de incremento populacional total.
Desse modo, para o desenvolvimento do proposto acima, são adotados os seguintes procedimentos
metodológicos:
Para atender aos objetivos a) e b), foi realizada uma análise da evolução do mercado imobiliário da
região de influência do metrô, para se ter um parâmetro de demanda total regional, que serve de
comparativo para verificar se o potencial de adicional previsto na minuta de lei da OUVS tem condições
de ser absorvido pelo mercado imobiliário;
Para cumprir os objetivos c), d) e e), foram desenvolvidas simulações a partir das seguintes bases de
dados: (i) dados do Censo do IBGE 2000; (ii) cotas médias de área construída residencial per capita
residenciais, dadas em estudo da SEMPLA/SP (Uso do Solo Segundo o Cadastro Territorial – 1991-
2000) e (iii) um novo estudo produzido pelos arquitetos Domingos T. Azevedo Netto e Mauricio Feijó
Cruz, da SEMPLA/SP. Foram consultadas também outras fontes para se estimar quantidade de
empregos formais e informais, calculado com base em área construída comercial.
Os valores de área total dos terrenos e área construída, aqui apresentados, têm origem na Minuta de Lei
da OUV; as áreas, são, respectivamente, 10,4 milhões m2 e 4,4 milhões de m
2 – conforme a tabela
seguinte.
A nomenclatura utilizada neste relatório, conforme interpretação da Cobrape,5 com base em estudo
desenvolvido pela SEMPLA para definição dos estoques de área construída, através da identificação das
Áreas Mais Prováveis de adensamento, AMP, por setor da Operação Urbana em questão é:
RHBP = Residencial horizontal de baixo padrão;
RHMP = Residencial horizontal de médio padrão;
RHAP =; Residencial horizontal de alto padrão
RVMP = Residencial vertical de médio padrão;
RVAP Residencial vertical de alto padrão;
RVBP = Residencial vertical de baixo padrão;
SCH = Serviço e comércio horizontal;
SCV = Serviço e comércio vertical;
Indústria = Uso industrial;
Depósito = Uso como depósito;
Hotel / Hospital = Uso hoteleiro e hospitalar;
Escola = Uso educacional;
Coletivo = Uso coletivo;
Terreno = Somente o terreno nu;
Garagem = Uso para estacionamento de veículos;
Outros = Demais usos não classificados anteriormente
5 Os dados da tabela AMP são de responsabilidade de SEMPLA. Não foram fornecidas à Cobrape
informações de legenda, nomenclatura, nem a base de cálculo utilizadas nesses estudos.
129
OUVS – Área Total dos Terrenos e Área Total Construída,por Categoria de Uso (em m2)
Descrição Área Terreno Área Constr.
RHBP 543.337 239.617
RHMP 1.017.658 714.732
RHAP 297.042 166.775
RVMP 248.948 905.028
RVAP 70.558 320.104
SCH 1.069.391 605.106
SCV 221.133 335.174
Indústria 171.713 124.435
Depósito 73.215 39.001
Hotel / Hospital 949.257 69.288
Escola 4.404.241 693.205
Coletivo 105.752 51.481
Terreno 1.109.118 0
RVBP 15.136 30.929
Garagem 17.691 3.145
Outros 70.857 62.493
Total 10.385.047 4.360.513
Fonte: Minuta de Lei da OUVS
11.2. Capacidade de Absorção do Adicional de Potencial Construtivo Residencial
No quadro a seguir estão discriminadas os 17 sub-setores e os valores correspondes às áreas de
potencial adicional construtivo, por uso habitacional e não habitacional, assim como a participação
relativa dessas duas categorias de uso por sub-região. É importante notar que dos 17 sub-setores,
somente no Pólo Vila Sônia e Pólo Vital Brasil o PAC não habitacional proposto é maior do que o
habitacional –, e isso se deve às características de sua ocupação e seu potencial de receber novos
empreendimentos comerciais e de serviços de alto e médio padrão, bem como à oportunidade
propiciada pela instalação da estação Butantã, da Linha 4 do Metrô. O objetivo é otimizar esse potencial.
Os sub-setores onde se espera que haja maior absorção de PAC, são: Parque Raposo Tavares (204.100
m2), Francisco Morato (187.485 m
2), Morumbi 2 (159.097 m
2), Pólo Vital Brasil (158.784 m
2), Eiras
Garcia (105.097 m2) e Caxingui (102.180 m
2). Na tabela seguinte, pode-se ver a distribuição das áreas
constantes e respectivas áreas.
130
OUVS - POTENCIAL DE ADICIONAL DE ÁREA CONSTRUÍDA, SEGUNDO A MINUTA DE LEI (em
m2
e %)
SETOR Nº HAB. NÃO HAB. TOTAL
Participação por uso (%)
HAB. NÃO HAB. TOTAL
Caxingui 1 61.310 40.870 102.180 60,00 40,00 100,00
Eiras Garcia 2 90.084 15.014 105.097 85,72 14,29 100,00
Fco. Morato 3 140.614 46.871 187.485 75,00 25,00 100,00
Jd. Jussara 4 33.984 22.656 56.640 60,00 40,00 100,00
Morumbi 1 5 40.751 9.056 49.806 81,82 18,18 100,00
Morumbi 2 6 106.064 53.032 159.097 66,67 33,33 100,00
Pq. Raposo Tavares 7 174.943 29.157 204.100 85,71 14,29 100,00
Pólo Vila Sônia 8 45.118 101.516 146.634 30,77 69,23 100,00
Pólo Vital Brasil 9 48.857 109.928 158.784 30,77 69,23 100,00
Vale Pirajussara 10 25.034 6.258 31.292 80,00 20,00 100,00
Vila Sônia 1 11 18.608 4.135 22.743 81,82 18,18 100,00
Vila Sônia 2 12 38.258 8.502 46.760 81,82 18,18 100,00
Vila Sônia 3 13 21.040 7.426 28.466 73,91 26,09 100,00
Vila Sônia 4 14 8.130 12.194 20.324 40,00 60,00 100,00
Vital Brasil 1 15 9.768 2.171 11.939 81,82 18,18 100,00
Vital Brasil 2 16 16.767 3.726 20.493 81,82 18,18 100,00
Vital Brasil 3 17 2.239 1.919 4.158 53,85 46,15 100,00
Total 881.568 474.432 1.356.000 65,01 34,99 100,00
Fonte: Minuta de Lei da OUVS
Os sub-setores que formam a OUVS têm padrões de ocupação bastante diferenciada. Morumbi 1,
Morumbi 2, Vila Sônia 1 e Caxingui são áreas onde predomina um padrão de moradias mais elevado.
Jardim Jussara, Vila Sonia 2, Vila Sonia 3, Vila Sonia 4, Vital Brasil 1, Vital Brasil 2, Vital Brasil 3 e Jd.
Jussara, são áreas com predominância de um padrão médio. Os demais, como Pq. Raposo Tavares e
Eiras Garcia, padrão médio-baixo.
A hipótese que se trabalha é que as perspectivas de adensamento construtivo e populacional dos sub-
setores em estudo estão associadas, primeiramente, a alavancagem propiciada pela implantação da
Linha 4 do Metrô e, em segundo, motivada pelos estímulos dados pela OUVS - um coeficiente de
aproveitamento maior do que o dado pelo Plano Diretor do Butantã. Mas, como as estações de Metrô da
linha 4 serão implantas em épocas diferentes, a atração do metrô como fator indutor e sinérgico para
dinamizar o mercado imobiliário, certamente será diferenciado em algumas áreas, principalmente
naquelas mais próximas de estações de metrô e nas com maior facilidade de acesso e que tenham um
serviço de transporte coletivo compatível com a demanda.
Portanto, como a estação de metrô do Pólo Vital Brasil será inaugurada primeiro, a reação do mercado
imobiliário deverá ser a de dirigir seus investimentos em áreas de seu entorno imediato e naquelas mais
próximas, situadas junto a vias como Av. Vital Brasil, Av. Corifeu de Azevedo Marques, Rua Eiras
Garcia, Av. Eliseu de Almeida e Rodovia Raposo Tavares. As áreas mais próximas da estação Morumbi,
da Linha 4, como a operação da estação Morumbi, que embora prevista para 2014, certamente sofrerá
atrasos, segundo as últimas informações do Metrô. Assim, o impacto desse modal sobre a dinâmica
imobiliária deverá ser sentido mais tarde em áreas mais distantes da estação Butantã, um fenômeno que
deverá de aplicar às áreas nas imediações da futura estação Morumbi e do pátio do Metrô.
131
Atualmente, os empreendimentos imobiliários residenciais lançados nos últimos 5 anos nas áreas
compreendidas pela OUVS, ou vizinhas, têm-se concentrado em locais como Eiras Garcia, Pq. Raposo
Tavares, Morumbi 2 e Pólo Vila Sônia, Vila Sônia (1, 2 e 3) . Nos cinco últimos, o padrão dos imóveis
lançados é maior, enquanto nas outras, predomina um padrão médio e médio-baixo.
Essas referências são importantes para se avaliar melhor os resultados das simulações e também a
análise da capacidade de absorção do PAC pelo mercado imobiliário. Assim, vale examinar os dados de
evolução da área construída habitacional e não habitacional dos Distritos Municipais onde estão as 17
sub-áreas. Atente-se para o fato que as áreas dos Distritos Municipais são unidades maiores do que as
sub-áreas e não coincidem com a da OUVS. Assim, embora a base de dados se refira a uma área maior,
o uso desses dados para a análise tem sua validade por refletir uma tendência da ocupação local.
No quadro seguinte, nos 5 distritos, a área construída residencial aumentou de 9.570 mil m2, para
13.897 mil m2, portanto, um incremento total de 45,52%. Os distritos de Raposo Tavares e Butantã
foram os que tiveram menor acréscimo de área construída, enquanto Rio Pequeno lidera o ranking. Esse
comportamento significou um aumento médio de 132 mil m2/ano de área edificada residencial no Distrito
de Morumbi; 127,2 mil m2 no Distrito da Vila Sônia; 84,0 mil m
2 no Distrito de Raposo Tavares; 42,2 mil
m2 no Distrito de Rio Pequeno; e, 473 mil m
2 no Butantã.
Distritos Selecionados - Evolução da Área Construída Residencial – 1991-2000 (em m2, unidades e %)
Distrito Municipal
1991 2000 Variação (%) Quantidade média de incremento anual de
área construída residencial (1.000 m
2)
(1.000 m2) (1.000 m
2) (1.000 m
2) (em %)
Butantã 1.967 2.440 473 24,05 47,3
Vila Sônia 2.345 3.617 1.272 47,67 127,2
Morumbi 2.769 4.089 1.320 48,82 132,0
Rio Pequeno 1.686 2.526 840 52,55 84,0
Raposo Tavares 803 1.225 422 15,30 42,2
Total 9.570 13.897 4.327 45,52 432,7
Fonte: Uso do Solo Segundo o Cadastro Territorial – 1991-2000 – SEMPLA/SP
Os dados apresentados demonstram que houve incremento da área edificada residencial de 4.327 mil
m2. Assim, como o APC total previsto pela OUVS, é de 881.568 m
2, ao se supor sua absorção em 20
anos, isso equivaleria a 44,1 mil m2
de APC por ano, que representa apenas 10,2% do total do
incremento de área construída residencial observado em 10 anos nos 5 distritos (4,3 milhões de m2), ou
432,7 mil m2ao ano.
11.3. Capacidade de Absorção do Adicional de Potencial Construtivo Residencial
Com relação ao tempo que levaria para os 1,3 milhão de metros quadrados de Potencial de Adicional
Construtivo da OUVS, as simulações feitas apontam:
- se o ritmo de absorção do PAC for de 5% do total ao ano, levariam 20 anos;
- se o índice for de 7,5%, 13 anos e 4 meses; e, se índice de 10%, seriam 10 anos. Para efeito deste
estudo, considera-se que o tempo para absorver todo o PAC é de 20 anos, portanto, uma média de 5%
ao ano, ou 47,4 mil m2 ao ano de PAC não habitacional e Os dados dessas simulações estão no anexo.
Os dados acima são apenas parâmetros para se dimensionar o tempo que levaria para ser absorvido o
potencial de adicional construtivo. Assim, cabe explorar mais profundamente esta questão, e o caminho
inicial é fazer alguma digressão sobre evolução de área construída residencial no passado recente. Ao
132
se ter em conta que a área da OUVS equivale a 17% da área dos cinco distritos municipais, e que nessa
área deverá ser construído anualmente pelo menos 44,4 mil m2
vinculados à aquisição de PAC
(conforme minuta de lei), fica a interrogação de quanto então deveria ser, a quantidade de área
construída que corresponderia `essa participação relativa. Procedendo-se os cálculos, tem-se: 17% X
432,7 mil m2 = 73,6 mil m
2.
Portanto, ao se tomar a tendência de evolução média da área construída residencial, da década de
1990, como referência para esta análise e a confrontar com a necessidade de escoamento de 44,4 mil
m2 de uso habitacional anuais pela operação urbana, percebe-se que os esse valor equivale a 61% dos
73,6 mil m2. Esse dado nos diz que o nível de adesão à operação urbana deve atingir índice igual ou
semelhante para atender seu objetivo de escoamento anual de PAC. Mas, esse cenário de números de
área construída é produto de um momento passado e sem a indução de uma nova linha de metrô. Enfim,
é um cenário que pode ser considerado extremamente conservador, como se verá neste estudo,
servindo apenas de base para abalizar projeções de cenários alternativos.
Um fenômeno importante a ser destacado é que a população dos cinco distritos municipais
mencionados, cresceu em 2,7%, enquanto a área construída habitacional, 45,5%. Esse quadro é
resultado de um comportamento diverso entre distritos: os distritos que tiveram decréscimo absoluto de
população, foram Butantã e Morumbi; Raposo Tavares aparece como o distrito com maior incremento
populacional, com aumento de pouco mais de 10% na década de 1990; Rio Pequeno vem em segundo,
com 8,72%; Vila Sônia, com 5,27%, conforme tabela seguinte.
Note-se que os distritos do Butantã e Morumbi, em conjunto, perderam cerca de 10.886 pessoas na
década de 1990, enquanto os outros três distritos aumentaram em 21.652 mil pessoas (Vila Sônia, Rio
Pequeno e Raposo Tavares), resultando num saldo positivo de cerca de 10 mil pessoas.
Evolução da População em Distritos Municipais Selecionados – 1991-2000 (em unidades e %)
Distrito Municipal 1991 2000 Variação (%) 2000/1991
(em unidades) (em %)
Butantã 58.019 52.649 -5.370 -9,25
Vila Sônia 83.830 87.379 4.373 5,27
Morumbi 40.031 34.588 -5.443 -3,60
Rio Pequeno 102.791 111.756 8.965 8,81
Raposo Tavares 82.890 91.204 8.314 10,03
Total 367.561 377.576 10.015 2,72
Fonte: Uso do Solo Segundo o Cadastro Territorial – 1991-2000 – SEMPLA/SP
Para se estimar quantas famílias equivaleriam ao saldo de 10 mil pessoas, basta dividir esse número por
3,5 pessoas, que é a média de pessoas por família. Fazendo o cálculo, obtém-se 2.857 famílias, que
pode ser interpretado também como a demanda líquida de novas unidades habitacionais na década
considerada, ou, se quisermos saber a quantidade por ano, divide-se esse total por 10, que resulta em
285,7 unidades/ano.
Uma forma de verificar como estão relacionadas a evolução da população e da área construída
residencial, basta comparar as duas taxas. No Distrito de Raposo Tavares a taxa de incremento da área
construída residencial foi 1,5 maior do que a taxa de crescimento da população; no Distrito do Morumbi,
13,6 vezes; no Distrito do Butantã, 5,4 vezes; no Distrito do Rio Pequeno, 6,0 vezes; e, Distrito da Vila
Sônia, 9,0 vezes. Fica evidenciado, assim, que não há uma relação padrão entre aumento de área
construída e crescimento da população, mas pode-se dizer que a área construída cresce a taxas muito
superiores que a taxa de incremento de populacional. Veja essas relações na tabela seguinte.
133
Comparativo entre Taxas de Crescimento da Área Construída Residencial e Taxas de Crescimento Populacional – 1991-2000 (em %)
Distrito Municipal
Variação 2000/1991 (%) (B/A) Proporção entre taxa de
incremento populacional e incremento de Área
Construída Residencial (em unidades)
(A) Taxa de
Incremento de População
(B) Taxa de
Incremento de Área Construída
Residencial
Butantã -4,47 24,05 5,4
Vila Sônia 5,27 47,67 9,0
Morumbi -3,60 48,82 13,6
Rio Pequeno 8,72 52,55 6,0
Raposo Tavares 10,03 15,30 1,5
Total -12,1 45,52 3,8
Fonte: Uso do Solo Segundo o Cadastro Territorial – 1991-2000 – SEMPLA/SP
Essas diferenças de crescimento entre áreas construída e residencial e crescimento populacional
levaram ao aumento gradativo das cotas residenciais desses distritos (área construída per capita).
Na tabela a seguir, na primeira coluna estão os 17 sub-setores que compõem a OUVS; na segunda, os
distritos municipais aos quais pertencem as sub-áreas; em seguida, as cotas residenciais per capita
(cota residencial) em 1991 e 2000; e, na última, a variação percentual da cota. Morumbi é o distrito que
apresenta a maior cota residencial média, tendo passado de 69,17 m2 em 1991, para 118,22 m
2 em 2000
(aumento de 70,91%), enquanto o Distrito Raposo Tavares, a menor, que passando de 9,75 m2 em
1991, para 13,40 m2 em 2000 (aumento de 36,70%).
Nos demais distritos, a cota residencial é superior a 40 m2 e a cota média é de 48,54 m
2, como se vê na
tabela seguinte. Esses parâmetros são úteis também para se calcular o incremento de população
havendo absorção do APC, bem como para avaliar os resultados das simulações com a venda do APC,
conforme metodologia adotada.
OUVS - Evolução da Cota Residencial, por Sub-setor da OUVS (em m2 e %)
Setor da OUVS Distrito Municipal Cota resid/hab.
cota resid/hab.
Variação 2000/1991
1991 2000 %
Caxingui Morumbi 69,17 118,22 70,91
Eiras Garcia Rio Pequeno 16,40 22,60 37,80
Fco. Morato V. Sonia 28,25 41,39 46,51
Jd. Jussara V. Sonia 28,25 41,39 46,51
Morumbi 1 Butantã 33,90 46,34 36,70
Morumbi 2 Morumbi 69,17 118,22 70,91
Pq. Raposo Tavares Raposo Tavares 9,75 13,40 37,44
Pólo Vila Sônia V. Sonia 28,25 41,39 46,51
Pólo Vital Brasil Butantã 33,9 46,34 36,70
Vale Pirajussara Butantã 33,9 46,34 36,70
Vila Sônia 1 V. Sonia 28,25 41,39 46,51
Vila Sônia 2 V. Sonia 28,25 41,39 46,51
Vila Sônia 3 V. Sonia 28,25 41,39 46,51
Vila Sônia 4 V. Sonia 28,25 41,39 46,51
Vital Brasil 1 Butantã 33,9 46,34 36,70
Vital Brasil 2 Butantã 33,9 46,34 36,70
Vital Brasil 3 Butantã 33,9 46,34 36,70
Total - 565,64 840,21 48,54
Média - 33,27 49,42 48,54
Fonte: Uso do Solo Segundo o Cadastro Territorial – 1991-2000 – SEMPLA/SP
134
Vale fazer uma observação quanto às perspectivas de alteração de cotas residenciais e população. A
população total residente na área da OUVS está estimada em cerca de 65 mil pessoas no ano 2007,
conforme cálculos da COBRAPE. Isso leva a se deduzir que a população residente na área da OUVS
representa cerca de 16% do total da população dos cinco distritos municipais. Vale lembrar que a área
da OUVS corresponde, aproximadamente, a 17% da área total dos cinco distritos municipais. Todavia,
esse quadro deve mudar com a implantação da Linha 4 do Metrô, pois a tendência é a verticalização
junto às áreas mais próximas desse modal, o que contribuirá para reverter a tendência de perda de
população – como observado nos distritos do Butantã e Morumbi.
A análise desenvolvida até agora para a área residencial, permite concluir que as áreas compreendidas
na OUVS :
- estão passando por um processo de expulsão de população nas áreas mais estruturadas e de baixo
ritmo de crescimento populacional, com aumento dos valores médios de cota residencial;
- a chegada do metrô, criará efeitos sinérgicos sobre a região e deverá promover um maior
adensamento, mas em etapas diferentes, de acordo com a inauguração das estações de metrô da
linha 4; e,
- haverá uma tendência de redução das cotas residenciais nos sub-setores mais próximos da linha do
Metrô, devido ao aumento da verticalização a ocorrer baseada em imóveis com área construída menor.
11.4. Capacidade de Absorção do Adicional de Potencial Construtivo Não Habitacional
Antes de desenvolver esta análise, vale examinar como foi a variação da área construída nos cinco
distritos municipais da Subprefeitura do Butantã. Entre 1991 e 2000, houve um incremento de 885 mil m2
de área construída entre construções do comércio e serviços. Desse valor, 582 mil m2
se (65,76%) se
referem a construção horizontal e 303 mil m2
a construção vertical. As médias anuais de incremento,
portanto, de área horizontal e vertical, são, respectivamente, 58,2 mil m2 e 30,3 mil m
2.
Ao se comparar este último valor com a quantidade necessária de área quadrada que deverá ser
absorvida pelo mercado, de 434,4 mil m2
, ou 43,4 mil m2
ao ano, tem-se uma situação que a área
vertical aumentada anualmente é muito inferior ao valor previsto pela OUVS, mas não a horizontal, que é
33,6% maior. Nesta análise, tem-se por hipótese que a maior aquisição de PAC será absorvido por
construções verticais, em sua grande maioria. Assim, ao se fixar essa hipótese como principal elemento
da equação de incremento da área construída na OUVS, e a se manter a tendência observada de
evolução da área construída, como mencionado, esse cenário poderia ser considerado uma hipótese
pessimista, enquanto que a hipótese adotada nas projeções da SEMPLA, otimista.
Esses parâmetros têm importância como uma base para se refletir sobre o futuro do mercado e seu
potencial de absorção do oferecido pela operação urbana. E, do mesmo modo que na análise sobre
potencial de expansão da área construída residencial, tomar sem crítica esses valores seria adotar uma
postura conservadora e inadequada para vislumbrar um futuro que conta com uma grande intervenção, o
Metrô e obras previstas pela operação urbana, como o túnel e outros. Portanto, é tema que merece um
aprofundamento. Veja no quadro abaixo a base de dados utilizada e os comentários feitos.
135
Subprefeitura do Butantã - Incremento de Área Construída Comércio e Serviços entre 1991 e 2000- (em mil m
2 )
Distritos Increm.
Total
Horizontal Vertical
Total
(m2)
Particip. (%)
Total Particip.
(%)
Butantã 198 141 71,14 57 28,86
Morumbi 184 84 45,83 100 54,17
Rap. Tavares 148 107 72,16 41 27,84
Rio Pequeno 115 108 93,97 7 6,03
Vila Sônia 240 142 59,13 98 40,87
Total 885 582 65,76 303 34,24
Media anual 88,5 58,2 - 30,3 -
Fonte: SEMPLA/SP
A análise, portanto, encaminha-se para examinar a factibilidade da hipótese otimista, mas parte do
sentimento de que a proposta da SEMPLA é correta quanto à absorção do PAC.
Dentre os argumentos a favor da proposta da SEMPLA, pode-se citar o apelo que terá para o capital imobiliário o Pólo Vital Brasil e o Pólo Vila Sônia. No primeiro caso, é uma região que receberá vários benefícios: será atendida pelo Metrô, seu trânsito será aliviado com a construção de uma nova ponte á altura da Av. Hermann Júnior, além disso distancia da poluição sonora e aérea da Marginal Pinheiros. Ou seja, é uma área alternativa aos pretendentes a incorporar edificações comerciais mistas de alto padrão na marginal, que tem pouca oferta de terrenos de porte.
O mesmo se pode dizer da área junto ao segundo pólo mencionado. Isso após a inauguração da estação
Morumbi. Mas, é claro, seu apelo será menor do que o exercido pelo Pólo Vital Brasil.
Examinando-se a área proposta da OUVS para o Pólo Vital Brasil, nota-se que a área total de terrenos
deste local é de cerca de 250 mil metros quadrados, e, o PAC é de aproximadamente 150 mil m2, sendo
110 mil m2
de uso comercial e 49 mil m2
residencial. Para chegar a esse valor, a SEMPLA calculou um
índice de adesão à operação urbana de 70% das áreas que têm potencial de transformação
(estacionamentos, lotes vagos, outras construções antigas)., índice que parece pouco provável. O
complicador que dificultará o escoamento de PAC previsto é o projeto urbanístico da SEMPLA para este
sub-setor, que estabelece espaços entre edificações – espaçamento esses baseados em projeções da
sombra da edificação. Com isso, a área com potencial de transformação e adesão à operação urbana
ficará reduzida. Portanto, sugere-se uma revisão do perímetro desse pólo objetivando ampliá-lo e
também a proposta de ocupação em termos urbanísticos. O mesmo deverá ser feito para o caso do Pólo
Vila Sônia, modo de otimizar a potencialidade desses locais.
A título de exercício, para dimensionar de quanto seria a necessidade de terreno para se edificar a
quantidade de área prevista, de 150 mil m2
, considerando um índice de aproveitamento 4, conclui-se
que seria algo entre 40 mil m2, valor que representa 26,7% do total previsto pela OUVS. Isso demonstra
a importância da revisão da proposta para esse sub-setor.
No quadro abaixo, conforme projeções da SEMPLA, haveria um acréscimo total de área construída de
740,7 mil m2, em 2027. A população flutuante adicional (ou empregada), nesse caso seria de 37,0 mil ,
que somaria aos cerca de 87,9 mil estimados pela COBRAPE.
136
Estimativa de Área Construída Não habitacional por Índice de Área em 2017 e 2027 - m2
Setor AC Reman. AC Normal AC Adicional AC Total
2017 2027 2017 2027 2017 2027 2017 2027
Caxingui 42.896 42.896 11.751 23.502 20.436 40.873 75.084 107.271
Eiras Garcia 166.704 166.704 3.503 7.006 7.507 15.014 177.714 188.724
Fco. Morato 111.495 111.495 25.779 51.558 23.436 46.871 160.709 209.924
Jd Jussara 66.791 66.791 6.514 13.027 11.328 22.656 84.632 102.474
Morumbi 1 155.168 155.168 2.604 5.207 4.528 9.056 162.299 169.430
Morumbi 2 114.567 114.567 9.723 19.445 26.516 53.032 150.805 187.044
Pq.Tavares 68.190 68.190 7.613 15.227 14.579 29.157 90.382 112.574
P.Vila Sônia 46.316 46.316 20.545 41.090 50.758 101.516 117.619 188.922
P. Vital Brasil 105.165 105.165 19.106 38.213 54.964 109.928 179.236 253.306
V. Pirajussara 27.803 27.803 14.394 28.789 3.129 6.258 45.327 62.850
V.Sônia 1 12.021 12.021 1.137 2.274 2.068 4.135 15.226 18.431
V.Sônia 2 28.358 28.358 2.444 4.889 4.251 8.502 35.054 41.749
V.Sônia 3 32.304 32.304 2.042 4.084 3.713 7.426 38.059 43.814
V.Sônia 4 13.809 13.809 2.236 4.471 6.097 12.194 22.142 30.475
Vital Brasil 1 694.359 694.359 624 1.248 1.085 2.171 696.069 697.778
Vital Brasil 2 44.013 44.013 1.071 2.142 1.863 3.726 46.947 49.881
Vital Brasil 3 27.312 27.312 552 1.104 960 1.919 28.823 30.335
Total 1.757.271 1.757.271 131.638 263.277 237.217 474.434 2.126.126 2.494.982
11.5. Comparação de Cenários de Incremento de Área Construída
A diferença entre os cenários traçados pela COBRAPE e pela SEMPLA, têm discrepâncias, mas, se
considerada a escala dos objetos tratados e o horizonte que se fala, fica difícil julgar qual das estimativas
seria mais adequada. Por ora, a solução é aceitar que talvez o real esteja entre os valores de ambas
estimativas.
OUCVS – Incremento de Área Construída Não Habitacional - Projeções COBRAPE
Área Construída Projeções COBRAPE Projeções SEMPLA
2017 2027 2017 2027
Área Reman. 1.757.271 1.757.271 1.757.271 1.757.271
Induzido pelo Metrô 189.774 379.547 (AC Normal) 131.638 263.277
AC induzida pela Op. Urbana 237.217 474.434 237.217 474.434
AC Total - Metrô + Op. Urb. 2.184.262 2.611.252 (AC Total) 2.126.126 2.494.982
11.6. População Flutuante (ou empregada)
A população estimada, refere-se àquela que trabalha na área da OUCVS, denominada também
população flutuante. A distribuição dessa população, projetada para cada sub-setor, é apresentada na
tabela abaixo, segundo cenários induzidos pelo Metrô – que é considerado como cenário tendencial -, e
o com a operação urbana. No primeiro caso, supõe-se que 80% do incremento é promovido pelo Metrô
e 20% pela operação urbana. Na tabela que segue, são apresentados os acréscimos líquidos de
população, segundo os cenários.
137
OUCVS –Projeção de População Flutuante Calculada pela
Cota de Área Construída Não Habitacional de 20 m2 (em unidades)
Setor População existente
Incremento de popul. induzida pelo
Metrô
Incremento de Popul. induzida pela
Oper. Urbana
População Total em 2027
Caxingui 2.145 2.575 644 5.364
Eiras Garcia 8.335 881 220 9.436
Fco Morato 5.575 3.937 984 10.496
Jd Jussara 3.340 1.427 357 5.124
Morumbi 1 7.758 571 143 8.472
Morumbi 2 5.728 2.899 725 9.352
Pq.Tavares 3.410 1.775 444 5.629
P.Vila Sônia 2.316 5.704 1.426 9.446
P. Vital Brasil 5.258 5.926 1.481 12.665
V. Pirajussara 1.390 1.402 351 3.143
V.Sônia 1 601 257 64 922
V.Sônia 2 1.418 535 134 2.087
V.Sônia 3 1.615 461 115 2.191
V.Sônia 4 690 667 167 1.524
Vital Brasil 1 34.718 137 34 34.889
Vital Brasil 2 2.201 234 59 2.494
Vital Brasil 3 1.366 121 30 1.517
Total 87.864 29.508 7.377 124.749
Fonte: COBRAPE
Na tabela abaixo, apresenta-se a distribuição da população em 2017 e 2027, adotando-se como
pressuposto que metade da área nova construída ocorre no primeiro decênio e a outra, no segundo.
Uma terceira tabela, na seqüência, demonstra os ganhos absolutos de população, que totaliza 29.508
empregos novos ou população flutuante.
138
OUVS – Distribuição da População flutuante Projetada, Calculada com Base em Cota de Área Construída Não Habitacional de 20 m
2 (em unidades)
Setor População existente
População em 2017
População Total em 2027
Caxingui 2.145 3.755 5.364
Eiras Garcia 8.335 8.886 9.436
Fco Morato 5.575 8.036 10.496
Jd Jussara 3.340 4.232 5.124
Morumbi 1 7.758 8.115 8.472
Morumbi 2 5.728 7.540 9.352
Pq.Tavares 3.410 4.520 5.629
P.Vila Sônia 2.316 5.881 9.446
P. Vital Brasil 5.258 8.962 12.665
V. Pirajussara 1.390 2.267 3.143
V.Sônia 1 601 762 922
V.Sônia 2 1.418 1.753 2.087
V.Sônia 3 1.615 1.903 2.191
V.Sônia 4 690 1.107 1.524
Vital Brasil 1 34.718 34.804 34.889
Vital Brasil 2 2.201 2.348 2.494
Vital Brasil 3 1.366 1.442 1.517
Total 87.864 106.307 124.749 Fonte: COBRAPE
OUVS - Projeção de Incremento Absoluto de População Flutuante (Não Habitacional) pelo Metrô
Setor Total de Acrésc. Pop.
2017 2027
Caxingui 1.287 2.575
Eiras Garcia 440 881
Fco Morato 1.969 3.937
Jd Jussara 714 1.427
Morumbi 1 285 571
Morumbi 2 1.450 2.899
Pq.Tavares 888 1.775
P.Vila Sônia 2.852 5.704
P. Vital Brasil 2.963 5.926
V. Pirajussara 701 1.402
V.Sônia 1 128 256
V.Sônia 2 268 536
V.Sônia 3 230 460
V.Sônia 4 333 667
Vital Brasil 1 68 137
Vital Brasil 2 117 235
Vital Brasil 3 60 121
Total 14.754 29.508
Fonte: COBRAPE
139
11.7. Projeções de Incremento de População com a Absorção do Adicional de Potencial
Construtivo Habitacional
A partir dos dados de Potencial Adicional Construtivo residencial, pode-se estimar o aumento de
população associada à nova área edificada. No quadro que se segue, na primeira coluna estão indicados
os 17 sub-setores; na segunda, a área quadrada de APC; e, na última, as cotas residenciais utilizadas
para simulações e a quantidade de pessoas que corresponderiam a cada cota. Vale recordar que os
valores de cota residencial observados nos distritos municipais, em sua maioria, era de mais de 40 m2,
com exceção do distrito de Raposo Tavares e Eiras Garcia.
Para o presente estudo, é importante esclarecer as referências usadas nas simulações de incremento de
população. Para efeito do estudo, o potencial construtivo gratuito é 1, enquanto o do PAC é 3, o que quer
dizer, por exemplo, que em uma construção de 1.000 m2, 250 m
2 seriam gratuitos e 750 m
2, não – que
teriam de adquiridos com a compra de CEPC (Certificado de Potencial de Adicional Construtivo). Assim,
para estimar população adicional, a base de cálculo é a área construída nova, que é a soma da área
referente ao PAC e da área construída da parte gratuita, conforme o Plano Diretor.
As estimativas de incremento de população e de área construída são calculadas de dois modos:
- toma-se os valores de metro quadrado propostos para cada sub-setor e se divide por uma cota
residencial, método adotado pela SEMPLA/SP para OUVS; e,
- a partir de estimativa de população existente na área compreendida pela operação urbana , estimado
com base nos dados do Censo 2000, do IBGE, em distritos censitários, e se faz uma série de
simulações, sendo uma tendencial, sem o Metrô, outra induzida pela instalação do Metrô, e, outras três
supondo indução de crescimento populacional provocada pela operação urbana.
O motivo de se fazer simulações empregando dois métodos diferentes se deve ao fato de inexistir
referências anteriores que indiquem de quanto foi o adensamento populacional e construtivo em áreas
lindeiras a linhas de metrô, utilizando-se de instrumentos previstos em operações urbanas. Além disso,
como um dos objetivos é avaliar se os índices de cota residencial e comercial empregados nas
simulações de incremento populacional, estão apropriadas para estimar a população futura da área da
OUVS, tanto a existente e a adicionada pela indução promovida pela operação urbana.
Assim, examina-se primeiro as simulações de incremento de área construída e de população
apresentadas pela SEMPLA. Os valores de área construída estão dados na Minuta de Lei, assim como
as estimativas de acréscimo de população resultante da absorção do PAC proposto – veja a tabela
seguinte. Na simulação, a SEMPLA adota uma cota média residencial de 15 m2 por pessoa. Assim, a
simulação é feita dividindo-se a área quadrada prevista por 15, obtendo-se a população residente e a
flutuante vinculada às atividades econômicas que devem aumentar.
Antes, porém, cabe esclarecer a nomenclatura usada na tabela que se segue:
- AC Remanescente = área construída que permanecerá, com a operação;
- AC Normal = a área nova que será edificada com base no potencial construtivo dado pelo Plano
Diretor da Sub-prefeitura do Butantã; e,
- AC Adicional = área construída nova, com a absorção do Potencial de Adicional Construtivo.
Nas simulações da SEMPLA, para estimar a população futura da área da OUVS, foi adotado uma cota
residencial de 15 m2 para todas as categorias de área construída. A estimativa de população total,
adotando-se uma cota de 15 m2 resultam em uma população total de 260.920 pessoas, uma quantidade
140
improvável de ocorrer, mesmo em 20 anos, como se verá a seguir, pois significaria uma população de
cerca de 4,3 vezes maior que a atual, ou um crescimento médio líquido anual de 10 mil novos residente,
um horizonte de 20 anos. Para se ter uma idéia da magnitude e a relevância desse valor, basta lembrar
que se passaram 10 anos para essa quantia de pessoas fosse acrescentada na área compreendida pela
Subprefeitura do Butantã.
Estimativa de Incremento de População com evolução da Área Construída Não Habitacional, segundo a Minuta de Lei da OUVS (em m2 e unidades)
Sub-setor
AC Reman. A.C.Normal A.C.Adicional A.Constr.Total
AC (em m
2)
Popul. (em
unid.) AC
(em m2)
Popul. (em
unid.) AC
(em m2)
Popul. (em
unid.) AC
(em m2)
Popul. (em
unid.)
Caxingui 52.315 3.488 35.253 2.350 61.309 4.087 148.876 9.925
Eiras Garcia 360.616 24.041 126.117 8.408 90.084 6.006 576.816 38.454
Fco Morato 142.885 9.526 154.675 10.312 140.614 9.374 438.174 29.212
Jd Jussara 60.898 4.060 78.163 5.211 33.984 2.266 173.044 11.536
Morumbi 1 84.957 5.664 93.727 6.248 40.751 2.717 219.434 14.629
Morumbi 2 465.156 31.010 116.671 7.778 106.064 7.071 687.891 45.859
Pq.Tavares 90.529 6.035 274.078 18.272 174.943 11.663 539.550 35.970
P.Vila Sônia 31.661 2.111 54.786 3.652 45.118 3.008 131.565 8.771
P. Vital Brasil 87.035 5.802 50.951 3.397 48.857 3.257 186.842 12.456
V. Pirajussara 68.523 4.568 115.154 7.677 25.034 1.669 208.711 13.914
V.Sônia 1 35.536 2.369 40.937 2.729 18.608 1.241 95.082 6.339
V.Sônia 2 124.948 8.330 87.994 5.866 38.258 2.551 251.201 16.747
V.Sônia 3 40.390 2.693 46.288 3.086 21.040 1.403 107.719 7.181
V.Sônia 4 14.708 981 8.943 596 8.130 542 31.780 2.119
Vital Brasil 1 69 5 22.467 1.498 9.768 651 32.304 2.154
Vital Brasil 2 12.634 842 38.564 2.571 16.767 1.118 67.965 4.531
Vital Brasil 3 9.459 631 5.150 343 2.239 149 16.848 1.123
Total 1.682.318 112.155 1.349.917 89.994 881.567 58.771 3.913.803 260.920 Fonte – SEMPLA - Minuta de Lei da OUVS - dados trabalhados pela COBRAPE
Uma forma alternativa de se estimar a população futura é, a partir de uma estimativa de população para
a área da OUVS, baseada no Censo 2000 do IBGE, estipular taxas de crescimento populacional, para
cada uma das sub-zonas, cálculos feitos para cinco situações: cenário tendencial sem o metrô e outro
com o metrô; cenário base com metrô, e, três situações de indução provocada pela operação urbana,
supondo três taxas (10%, 20% e 30%)
Nessas simulações, a população do base line foi estimada pela COBRAPE, com base no Censo 2000
(cerca de 60 mil residentes em 2000 e 65 mil em 2007). Nas simulações de incremento de população
residente, diferentemente do parâmetro de 15 m2 empregado pela SEMPLA, foram adotados outros
valores de cota média residencial, aqueles observados no estudo da SEMPLA (O Uso do solo Segundo
o Cadastro Territorial e Predial, 1991-200), valores esses já apresentados anteriormente. Essas cotas
médias foram aplicadas nos caso da área construída remanescente a cota residencial cheia (a vigente,
segundo estudo da SEMPLA) e área construída normal (cota residencial equivalente à metade da cota
aplicada para o caso de área construída normal), e, no caso da área construída adicional (a da operação
urbana) considerou-se dois valores de cota para teste em simulações, de 20 m2.
Esses dados, se considerada a população atual da área da OUVS, de cerca de 65 mil pessoas, sugerem
que os valores mais aceitáveis de aumento total de sejam bem inferiores ao projetados pela SEMPLA. O
que justifica a assertiva feita, é que a estimativa de acréscimo de 261 mil pessoas na área da operação
urbana, ao se lembrar que toda a área da Subprefeitura do Butantã, houve aumento líquido de 1 mil
pessoas por ano. Desse modo, a implicação da projeção da SEMPLA ´que seria necessário um saldo
141
líquido de 10 mil pessoas anuais, o que parece ser altamente improvável. O valor de 261 mil pessoas,
por outro lado, significaria ter, em 20 anos, uma população de cerca de 4,3 vezes a atual, um ritmo de
crescimento populacional só visto em áreas periféricas do Município, mas hoje uma ocorrência que se
pode aceitar como uma exceção.
11.8. Crescimento tendencial sem o metrô
Os novos cálculos de população realizados pela COBRAPE são apresentados a seguir, sendo a base de
dados os distritos censitários do Censo 2000, do IBGE. Para o cálculo de população, foi feito um recorte
e uma composição dos setores da Operação Urbana sobre a base de dados dos setores censitários do
IBGE. Além da utilização de proporções equivalentes, por área, utilizou-se fotos aéreas para identificar a
tipologia das construções existentes em cada setor – para adequar definidos por proporções de área.
Esse procedimento permitiu traçar parâmetros de densidade populacional da situação atual (IBGE2000).
Esses dados, trazidos para 2007, foram utilizados para calcular a evolução da área construída dentro do
perímetro da OUCVS, um método de estimar o incremento de área construída a partir do aumento
populacional.
A partiu-se de uma simulação tendencial verificada nos 5 distritos municipais da AII, que compõem a
Subprefeitura do Butantã, para o período 2000-2004, que permitiu verificar como seria o crescimento
populacional normal, se não houvesse metrô. Com base nas taxas de crescimento da ultima década,
realizou-se uma projeção tendencial linear, supondo que essas taxas não seriam alteradas nos próximos
20 anos. Observa-se que o resultado de incremento populacional seria negativo.
Salienta-se que as taxas negativas de crescimento para Caxingui, Morumbi 1 e Morumbi 2, Pólo Vital
Brasil, V. Pirajussara e Vital Brasil 1, 2, e 3. Na tabela seguinte observa-se que as taxas negativas não
superam as positivas no período, resultando em perda de população, processo que vem ocorrendo na
maior parte das áreas de urbanização consolidada da cidade.
Como o cenário trabalhado supõe indução ao crescimento populacional faz-se nova simulação, logo a
seguir, considerando a indução dada pelo Metrô que já está ocorrendo, e depois pela Operação Urbana.
OUVS - EVOLUÇÃO DA PO BUTANTÃ PULAÇÃO, SEGUNDO TAXAS GEOMÉTRICAS DE
CRESCIMENTO POR DISTRITO MUNICIPAL - 2007, 2017 E 2027
Setor da OUCVS 2000*
TGCA (SEADE)
2007
2017 2027
Caxingui 1.614 -1,30 1.473 1.292 1.134
Eiras Garcia 11.735 0,37 12.042 12.495 12.965
Fco Morato 5.658 0,13 5.710 5.785 5.860
Jd Jussara 2.789 0,13 2.814 2.851 2.889
Morumbi 1 2.381 -0,95 2.227 2.024 1.840
Morumbi 2 8.706 -1,30 7.944 6.970 6.115
Pq.Tavares 16.005 0,45 16.516 17.274 18.067
P.Vila Sônia 1.880 0,13 1.897 1.922 1.947
P. Vital Brasil 2.352 -0,95 2.200 2.000 1.818
V. Pirajussara 1.803 -0,95 1.687 1.533 1.394
V.Sônia 1 231 0,13 233 236 239
V.Sônia 2 2.563 0,13 2.586 2.620 2.654
V.Sônia 3 1.337 0,13 1.349 1.367 1.385
V.Sônia 4 445 0,13 449 455 461
Vital Brasil 1 350 -0,95 327 298 270
Vital Brasil 2 720 -0,95 673 612 556
Vital Brasil 3 150 -0,95 140 128 116
Total 60.720 - 60.269 59.862 59.711
Fonte: SEADE; projeções feitas pela COBRAPE.
142
Antes de proceder as simulações, vale observar a dinâmica do mercado imobiliário recente para
contextualizar melhor a análise de incremento de população relacionado com incremento da área
construída. A fonte dos dados utilizada é a EMBRAESP.
Considerando a zonas de valor da EMBRAESP que cobrem os cinco distritos municipais e mais os
municípios de Osasco, Taboão da Serra – que corresponde a área de influência da Linha 4 do metrô -,
entre 2000 e 2005, foram lançados 467 empreendimento verticais e horizontais, correspondendo a uma
oferta de 21.802 unidades habitacionais. Esses números, se transformados em quantidades por ano,
significariam uma média de 46,7 lançamentos/ano e oferta de 3.634 unidades/ano. Ao se dividir o total
de unidades habitacionais pelo número de lançamentos, obtém-se a quantidade média de unidades
habitacionais por incorporação: 77,8 unidades. Os anos de pico de lançamentos de incorporações
foram o ano 2000 (4.858 unidades) e 2003 (4.583 unidades), e, 2001 o ano mais crítico (apenas 1.382
unidades). Veja a tabela seguinte.
Lançamento de Incorporações Residenciais em Zonas de Valor* Selecionadas (Distritos Municipais do Morumbi, Campo Limpo, Butantã, Real Parque e Municípios de Osasco, Taboão da Serra) – 2000-2005 (em unidades e %)
Ano e total
Nº de Empreendimentos, por número de dormitórios
Total
1 2 3 4 5 Empreendimentos Unidades
habitacionais Unidades Var. anual (%)
2000 7 28 21 29 1 86 - 4.858
2001 0 11 17 11 - 39 -54,6 1.382
2002 2 19 23 29 1 74 89,7 3.965
2003 6 39 29 19 - 93 25,7 4.583
2004 2 30 31 39 1 103 10,7 3.584
2005 0 22 27 25 - 74 -28,2 3.394
Total 17 149 148 150 3 467 - 21.806 Fonte: EMBRAESP
Nota: (*) as zonas de valor da EMBRAESP não correspondem exatamente às áreas de distritos
municipais, mas serve de referência para indicar o comportamento do mercado imobiliário de uma
região, no caso, que está sob influência do Metrô, linha 4.
Para o cálculo de número de pessoas que corresponderiam aos lançamentos anuais, pode-se multiplicar
o total de unidades habitacionais por 3,5 (média de pessoas por família), o que resulta em um total de
12.719 novos residentes em toda a área mencionada (zonas de valor).
Assim, como para uma hipótese de dobrar a população residente da área da OUVS seria necessário
haver um acréscimo líquido médio de 3 mil pessoas anualmente (60.000 pessoas/20 anos = 3 mil
pessoas), esse quadro diz que seria necessário que os empreendimentos imobiliários lançados dentro
do perímetro da OUVS fosse equivalente a 23% dos lançamentos anuais em toda a área considerada
como área de influência do metrô – área que se assemelha às da EMBRAESP – um valor que só haveria
chance de ocorrer com o metrô operando e considerado um horizonte de mais de 20 anos. Por outro
lado, 3 mil pessoas equivaleriam a uma demanda de 857 unidades habitacionais/ano (3.000/3,5
pessoas).
11.9. Crescimento tendencial com o metrô
Nesta segunda simulação, que supõe indução do Metrô para atrair população e fomentar o incremento
de área construída, as projeções indicam uma população final de 85,3 mil pessoas na área da OUVS.
Para se chegar a esse resultado, foram aplicadas taxas de crescimento com valores entre 0,5% e 2%,
conforme o sub-setor e o cronograma de instalação das estações de Metrô na área da OUVS.
143
CENÁRIO TENDENCIAL - EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO COM INDUÇÃO DO METRÔ
Setor TGCA – Metrô (%) População projetada
Até 2017 Até 2027 2007 2017 2027
1 Caxingui 1,00 1,50 1.730 1.911 2.218
2 Eiras Garcia 1,00 1,00 12.581 13.898 15.352
3 Fco Morato 1,00 2,00 6.067 6.701 8.169
4 Jd Jussara 1,00 1,50 2.990 3.303 3.833
5 Morumbi 1 0,50 1,00 2.466 2.592 2.863
6 Morumbi 2 0,50 1,00 9.015 9.476 10.468
7 Pq.Tavares 1,50 2,00 17.763 20.614 25.129
8 P.Vila Sônia 0,50 2,00 1.947 2.046 2.494
9 P. Vital Brasil 2,00 1,50 2.702 3.293 3.822
10 V. Pirajussara 0,80 1,50 1.907 2.065 2.397
11 V.Sônia 1 1,00 2,00 248 274 333
12 V.Sônia 2 1,00 2,00 2.748 3.035 3.700
13 V.Sônia 3 1,00 2,00 1.433 1.583 1.930
14 V.Sônia 4 1,00 2,00 477 527 642
15 Vital Brasil 1 2,00 1,50 402 490 569
16 Vital Brasil 2 2,00 1,50 827 1.008 1.170
17 Vital Brasil 3 2,00 1,50 172 210 244
Total - 65.475 73.028 85.334
Com base nos valores resultantes de aumento de população, faz-se agora uma nova simulação supondo
que a operação urbana produza um efeito positivo extra, induzindo a um aumento adicional. Nessa
simulação testam-se efeitos de indução de 10% sobre o cenário dado pelo metrô. Pelos resultados
obtidos, a simulação, com o efeito incremental da operação urbana, resultaria em uma população
adicional de 13.537 pessoas. Veja a simulação a seguir para obter maiores detalhes.
OUVS – Incremento da População Residente com Efeito Induzido do Metrô e Operação Urbana Segundo Taxas Hipotéticas de Crescimento – 2007, 2017 e 2027 (em unidades)
Incremento da Pop. Induzida pelo Metrô e Op. Urbana com indução de 10%
Setor Metrô Op Urbana - 10%
2007 2017 2027 2007 2017 2027
Caxingui 1.730 1.911 2.218 1.730 2.102 2.440
Eiras Garcia 12.581 13.898 15.352 12.581 15.288 16.887
Fco Morato 6.067 6.701 8.169 6.067 7.371 8.986
Jd Jussara 2.990 3.303 3.833 2.990 3.633 4.216
Morumbi 1 2.466 2.592 2.863 2.466 2.851 3.149
Morumbi 2 9.015 9.476 10.468 9.015 10.424 11.515
Pq.Tavares 17.763 20.614 25.129 17.763 22.675 27.642
P.Vila Sônia 1.947 2.046 2.494 1.947 2.251 2.743
P. Vital Brasil 2.702 3.293 3.822 2.702 3.622 4.204
V. Pirajussara 1.907 2.065 2.397 1.907 2.272 2.637
V.Sônia 1 248 274 333 248 301 366
V.Sônia 2 2.748 3.035 3.700 2.748 3.339 4.070
V.Sônia 3 1.433 1.583 1.930 1.433 1.741 2.123
V.Sônia 4 477 527 642 477 580 706
Vital Brasil 1 402 490 569 402 539 626
Vital Brasil 2 827 1.008 1.170 827 1.109 1.287
Vital Brasil 3 172 210 244 172 231 268
Total 65.475 73.028 85.334 65.475 80.329 93.866
144
11.10. Resumo e quadro comparativo das projeções realizadas:
- Crescimento tendencial (com metrô): população em 2007: 65.474 pessoas; em 2017, 73.028 pessoas;
em 2027, 85.334 pessoas;
- Indução de 10% da operação urbana: 80.329 pessoas em 2017 e 93.866 em 2027.
Veja agora um quadro resumo que faz o comparativo entre os cenários.
O metrô, nas simulações, contribuiu com 30,3% de acréscimo de população, enquanto que a operação
urbana, 13,1% a mais, totalizando um incremento total no cenário induzido pela OUVS, de 43,4%.
OUVS- Quadro Comparativo de Cenários de Crescimento Populacional – 2007-2017 e 2027 (em unidades)
Cenário 2007 2017 2027
Variação 2017/2007
Variação 2027/2017
Variação 2027/2007
Absol. % Absol. % Absol. %
Tendencial (sem metrô) 65.269 59.862 59.711 -5.407 -8,3 -151 -0,3 -5.558 -8,5
Induzido pelo Metrô 65.475 73.028 85.334 7.553 11,5 12.306 16,9 19.859 30,3
Induzido pela Op. Urbana (Metrô + 10%) 65.475 80.331 93.866 14.856 22,7 13.536 16,9 28.392 43,4
Fonte: elaborado pela COBRAPE
Tomando-se os dados de incremento populacional, pode-se estimar o número de unidades residenciais
demandadas. Para tanto, basta dividir por 3,5 a população adicional. Isso resulta:
- Demanda entre 2007 e 2017: 4.244 unidades habitacionais em 10 anos, ou 424 anuais;
- Demanda entre os anos 2007 e 2027: 3.867 unidades em 10 anos, ou 387 anuais.
Esses números de demanda residencial, ao se supor que cada incorporação tem em média 80 unidades
habitacionais, no período 2007-2017, as unidades habitacionais desse período corresponderiam a 5,3
incorporações anuais, e, no segundo período, 4,8 empreendimentos – situação que parece altamente
factível.
Concluindo, nota-se que os resultados de população projetada da COBRAPE são menores do que
prevista pela operação urbana, assim como a área construída gerada pela OUVS. Mas cabe fazer
algumas observações a respeito. A população da SEMPLA resulta da decisão da área construída
projetada, dividida por 15 m2. A metodologia da COBRAPE testa outro caminho – parte da população
para se chegar a evolução da área construída.
Mas, além disso, cabem outros comentários. Uma interpretação possível é que o Metrô é o grande
indutor, mas a contribuição da operação urbana aparece como pequena. Mas certamente essa
circunstância deve ser relativizada para se dar o justo peso à indução da operação urbana. E, a melhor
forma de abordar essa questão é compreender que à área construída com a aquisição de CEPAC ,
soma-se a área gratuita dada pelo Plano Diretor, de modo que a Área Construída final é maior do que a
presumida. Dessa forma é bastante razoável creditar um papel indutor maior à OUVS do que o adotado
no modelo. Esta mesma lógica se aplica ao caso de incremento de área construída não habitacional.
Em resumo, nota-se haver uma diferença de cerca de 700 mil metros quadrados entre as projeções de
área construída associadas à operação urbana (da Sempla) e a deste estudo. A origem dessa diferença
vem de um vício do próprio modelo de simulação, que adota a hipótese que o Metrô induziria 90% dos
145
incrementos de área construída e apenas 10% pela operação urbana. Esse procedimento cria uma
distorção a favor do cenário tendencial.
Em termos práticos, o que irá acontecer é que a maior parte do que foi aqui computado como incremento
de área construída promovido pelo Metrô, deverá ser considerado como área que só poderá ser
concretizada como área edificada com a aquisição de PAC. Desse modo, o valor de apenas 178,4 mil m2
de área construída não reflete o real – de maneira que dos cerca de 1,5 milhão de área construída
creditada ao evento implantação do Metrô deve ser considerado como potencial de adicional construtivo.
Desfeito entendimento contrário, fica claro que um valor final de potencial de absorção do mercado do
PAC pelo mercado imobiliário deve computar, pelo menos, metade desse número como mercado
potencial para CEPACs.
Outra faceta que reforça a assertiva é o fato de que devido à valorização dos terrenos no entorno da
linha do Metrô, será mal negócio não otimizar o potencial construtivo do lote se houver tal possibilidade,
principalmente daqueles com perfil para uso comercial. Desse modo, a parte de área construída que no
modelo de simulação da COBRAPE, no cenário tendencial de crescimento populacional motivado pelo
Metrô, deve ser interpretado como área construída equivalente à que no modelo da SEMPLA foi
denominada AC Normal (índice dado pelo Plano Diretor), mas que foi utilizado por incorporações
verticais.
Nesse sentido, pode-se dizer com alto grau de certeza que o mercado tem plena capacidade de
absorção de todo o PAC habitacional no horizonte de 20 anos ou pouco mais, dependendo do
cronograma de implantação do Metrô e também de que as políticas públicas voltadas para área,
inclusive de empresas de habitação privadas e governamentais, realizem um planejamento integrado
para desenvolver um novo tipo de ocupação da área da OUVS, com centralidades polares bem
organizadas e estruturadas e onde se possa caminhar com segurança e conforto visual, portanto um
ambiente construído com intervenções urbanas que facilitem a circulação e que tudo isso seja um
convite para investidores imobiliários e de ramos diversos, do comércio e serviços, empreendam.
Veja nas tabelas seguintes o comparativo de evolução da área construída, segundo diferentes cenários.
OUVS - COMPARATIVO DE CENÁRIOS DE INCREMENTO DE AC HABITACIONAL
Área Construída Projeção COBRAPE
Projeção SEMPLA
Diferença entre projeções
COBRAPE e SEMPLA
2017 2027 2027 2007
Área Remanescente 1.682.318 1.682.318 1.682.318 0
AC induzida pelo Metrô 1.421.991 1.553.623 (normal) 1.349.917 203.706
AC induzida pela Op. Urbana 155.354 178.477 881.567 703.090
AC Total (Metrô + Op. Urb.) 3.259.664 3.414.419 (Total ) 3.913.803 499.384
Fonte: COBRAPE
11.11 Classificação dos impactos
A análise dos impactos ambientais feita a seguir partiu da confrontação de dois conjuntos de fatores,
cuja resultante é um terceiro conjunto, diferenciado dos anteriores. São objeto de análise as ações do
empreendimento identificadas como causadoras dos impactos e que são chamadas de fatos geradores.
A essas ações se contrapõem os fatores ambientais denominados de aspectos ambientais. O conjunto
resultante apresenta a relação dos impactos provocados pelos fatos geradores sobre os aspectos
ambientais.
146
A avaliação das diversas interferências foi embasada na identificação dos impactos e dos aspectos
ambientais considerados representativos.
Os impactos serão analisados nos seguintes aspectos:
a) Natureza: benéficos ou adversos.
b) Possibilidade de ocorrência: certa, provável ou improvável.
c) Temporalidade: temporários, permanentes ou cíclicos.
d) Persistência dos efeitos: reversíveis ou irreversíveis.
e) Grau de relevância: baixa, média ou alta.
f) Magnitude: pequena, média ou alta.
A partir das análises realizadas, são indicadas as recomendações e medidas que a serem tomadas para
mitigar ou compensar os impactos de natureza adversa e potencializar os considerados benéficos,
procurando dessa forma facilitar a integração do empreendimento com o meio ambiente.
Os impactos relacionados a seguir interferem na dinâmica dos negócios imobiliários, de forma direta ou
indireta, por isso são mencionados.
11.11.1. Atividades Produtivas
a) inibição de atividades produtivas junto à áreas a desapropriar ( ou negociar via CEPACs):
Atividades de comércio e serviços, incluindo aí os negócios imobiliários, devido às incertezas que
surgirão em relação ao empreendimento nas áreas onde estão previstas desapropriações, ou negociar
via CEPACs, mas que serão diretamente afetadas: para execução das obras programadas. Há previsão
de poucas áreas a desapropriar, pelo Programa de Intervenções proposto.
Âmbito da influência: direta ou no perímetro da Operação Urbana;
Características do impacto: de natureza adversa, ocorrência provável, temporária, reversível, de
pequena magnitude e baixo grau de relevância;
b) deslocamento compulsório de atividades produtivas em função de obras
As desapropriações que ocorrerão irão afetar lotes com uso e ocupação diversificados que terão que
transferir suas atividades, através de busca de novas opções locacionais no mercado imobiliário.
Âmbito da Influência: Direta
Características do impacto: de natureza adversa, ocorrência certa, permanente, irreversível, de
média magnitude e médio grau de relevância;
c) prejuízo às atividades produtivas lindeiras em função das obras
As obras irão gerar tráfego pesado, congestionamentos de veículos, tapumes, que irão afetar a
acessibilidade de usuários e clientes aos estabelecimentos comerciais e de serviços e também aos
imóveis residenciais lindeiros aos locais das obras.
Âmbito da Influência: Direta ou no perímetro da Operação Urbana;
Características do impacto: de natureza adversa, ocorrência provável, temporária, reversível, de
pequena magnitude e baixo grau de relevância;
d) atração de atividades produtivas e aumento de empregos terciários
147
Com a melhoria da acessibilidade nas áreas de influência, vários segmentos de comércio e serviços
serão atraídos para a região, bem como a população em busca de novas oportunidades de trabalho e
moradia, impulsionando os negócios imobiliários.
Âmbito da Influência: Direta e Indireta ou no perímetro da Operação Urbana e entorno do mesmo,
com reflexo em centralidades de bairros vizinhos.
Características do impacto: de natureza benéfica, ocorrência bastante provável, permanente,
irreversível, de média magnitude e médio grau de relevância;
11.11.2. Estrutura Urbana
Os impactos a seguir referidos deverão ocorrer na fase de operação do empreendimento.
a) Aumento da acessibilidade e de vantagens locacionais
O programa de melhorias do sistema viário irá conferir melhor acessibilidade a diversos pontos da
cidade, além de melhor fluidez ao trânsito local o que deverá impulsionar os negócios imobiliários na
Área de Influência Direta e em menor intensidade na Área de Influência Indireta.
Âmbito da Influência: Direta e Indireta ou no perímetro da Operação Urbana e entorno do mesmo,
com reflexo em toda zona Oeste.
Características do impacto: de natureza benéfica, ocorrência certa, permanente, irreversível, de
grande magnitude e alto grau de relevância;
b) Reforço do papel funcional dos setores
As tendências de uso e ocupação do solo verificadas nos diversos bairros ou setores locais, deverão
consolidar as vocações funcionais de cada um, reforçadas pelo adensamento que irá ocorrer com a
venda de CEPAC‟s, em decorrência da melhoria do padrão urbano que deverá ocorrer na Área de
Influência Direta, com reflexos positivos e em menor intensidade nas Áreas de Influência Indireta, ou
seja, no entorno do perímetro da PL em questão
Âmbito da Influência: Área Diretamente Atingida, de Influência Direta e Indireta;
Características do impacto: de natureza benéfica, ocorrência provável, permanente, irreversível, de
média magnitude e médio grau de relevância;
c) Alteração do papel funcional de algumas localidades
Com a implementação da Terminal Integrado de transporte público junto ao pátio do metrô, por exemplo,
haverá forte tendência de substituição do uso residencial por das atividades de comércio e serviços, seja
devido ao aumento de acessibilidade de pedestres e de veículos, seja devido ao aumento da circulação
de automóveis, de pessoas que poderão deixar o carro e usar o metrô para ir ao centro de ou as demais
regiões da cidade São Paulo.
Nesse caso o uso comercial é recomendado, pois haverá aumento do impacto de ruído, principalmente
dentro das quadras e junto a áreas predominantemente residenciais situadas entre os eixos da avenida
Francisco Morato e Eliseu de Almeida, como por exemplo, junto a av. Imigrante Japonês. Esta além das
mudanças de uso dever sofrer os efeitos da mudança de acessibilidade. Em menor grau, esse fenômeno
deverá ocorrer também no Pólo Butantã e no entorno dos pontos de transferência junto à Estação
Morumbi, por exemplo. Portanto esse tipo de impacto poderá ser entendido de duas maneiras.
Âmbito da Influência: Área Diretamente Afetada e de Influência Direta.
148
Características do impacto: para o uso residencial, existente, de natureza negativa, ocorrência
certa, permanente, irreversível, de alta magnitude e grande relevância.
Características do impacto: para o uso não residencial proposto, de natureza positiva, ocorrência
provável, permanente, irreversível, de alta magnitude e grande relevância.
d) Aspectos Demográficos
Os impactos demográficos deverão ocorrer na fase de operação do empreendimento.
A tendência de verticalização dos empreendimentos vem acarretando um maior adensamento
populacional, em todos os níveis sócio-econômicos, desde conjuntos habitacionais de interesse social
até edifícios residenciais e escritórios de alto padrão.
d.1 Aumento da população residente
Os mecanismos da operação urbana que inclui a venda de adicional de área construída e determina que
uma porcentagem desse potencial adicional seja aplicado no uso residencial deverá provocar o aumento
da população residente na Área de Influência Direta, com maior intensidade, mas deverá atrair novos
contingentes populacionais também para as demais áreas de influência.
Âmbito da Influência: Direta e Indireta
Características do impacto: de natureza benéfica, ocorrência provável, permanente, irreversível, de
média magnitude e médio grau de relevância;
d.2 Mudança no perfil da população flutuante
A mudança no perfil da população flutuante vem ocorrendo de forma mais intensa ao longo das Avenidas
Francisco Morato, Eliseu de Almeida e adjacências, desde que foi iniciado o processo de construção de
estabelecimentos comerciais alguns grande porte, mas em geral de porte médio e pequeno, que abrigam
empresas diversas, conglomerados bancários, diversos Shoppings Centers, hotéis de luxo, etc. O projeto
da Operação Urbana Vila Sonia deverá acentuar essa tendência junto á avenida Francisco Morato, e nos
Pólos Butantã e Vila Sônia junto os terminais e transferência e transporte coletivo (ônibus –metrô)
Âmbito da Influência: Direta e Indireta
Características do impacto: de natureza benéfica, ocorrência provável, permanente, irreversível,
de baixa magnitude e baixo grau de relevância;
d.3 Aumento da população flutuante
A melhoria na qualidade de vida da região que será proporcionada pelos novos investimentos públicos
irá atrair novas atividades econômicas e gerar novos empregos que trarão consequentemente um
aumento no contingente populacional flutuante.
d.4 Deslocamento compulsório da população residente
Na fase anterior a implantação do empreendimento, várias famílias moradoras nas áreas a serem
desapropriadas bem como estabelecimentos comerciais e de serviços igualmente afetados deverão
deslocar seus domicílios e seus negócios para outros locais.
Âmbito da Influência: Área Direta
149
Características do impacto: de natureza adversa, ocorrência certa, permanente, irreversível, de
média magnitude e alto grau de relevância;
e) Incômodos causados pelas obras
Esse impacto deverá ocorrer na fase de implantação do empreendimento e irá trazer transtornos até a
conclusão das obras. Considerando que as áreas junto aos corredores já são impactadas por ruídos e
poluição atmosférica, esse incomodo não deverá ser relevante. O entanto no aspecto de desvio de
tráfego o incomodo gerará mais incomodidade.
Âmbito da Influência: Área Diretamente Afetada
Características do impacto: de natureza adversa, ocorrência certa, temporário, reversível, de
média magnitude e médio grau de relevância;
f) Paralisação das transações de imóveis nas áreas a serem afetadas pelas obras
Na fase anterior a implantação do empreendimento a simples divulgação que haverá desapropriação,
provocará uma paralisação nos negócios imobiliários e uma retração dos investidores privados na área.
Com a definição dos imóveis que serão atingidos o impacto deverá se restringir aos efetivamente
afetados pela desapropriação.
Âmbito da Influência: Área Diretamente Atingida
Características do impacto: de natureza adversa, ocorrência certa, temporário, reversível, de
pequena magnitude e baixo grau de relevância;
g) Valorização de imóveis da área de diretamente atingida e de influência direta
Deverá ocorrer em três momentos diferentes:
Na fase de divulgação do empreendimento;
Na fase de implantação;
Na fase de operação.
O mercado imobiliário movimenta-se em função de expectativas e à medida que essas começam a se
concretizar a situação dos impactos tende a se estabilizar.
Fase de divulgação:
Âmbito da Influência: Direta
Características do impacto: de natureza benéfica, ocorrência certa, permanente, irreversível, de média
magnitude e médio grau de relevância;
Fase de implantação:
Âmbito da Influência: Direta e de influência Indireta, em menor grau
Características do impacto: de natureza benéfica, ocorrência certa, permanente, irreversível, de média
magnitude e médio grau de relevância;
Fase de operação:
150
Âmbito da Influência: Área Diretamente Atingida e de influência direta
Características do impacto: de natureza benéfica, porque permite auferir maior volume de recursos,
ocorrência certa, permanente, irreversível, de média magnitude e médio grau de relevância;
11.12. Medidas Mitigadoras
A definição as medidas mitigadoras deverá amenizar os impactos negativos considerados relevantes e
potencializar os impactos positivos que deverão ocorrer na Área de Influência Direta.
Este item, dinâmica imobiliária, é um dos pontos focais da proposta da Operação Urbana pois envolve o
adensamento das construções. No entanto, se considerado que o fator principal indutor desse processo
de transformação e de adensamento é a implantação da linha 4 do metrô, o diferencial representado
pela Operação Urbana é antes regulatório, de desenho urbano, e competente à arrecadação de recursos
para investimentos locais específicos, que relevante como opção ao adensamento local.
A Operação Urbana representa uma forma de controle do adensamento a ser provocado pelo
crescimento tendencial, que inclui o impacto do metrô, uma obra co-localizada.
Portanto a Operação Urbana pode ser considerada em si, uma Medida Mitigadora dos efeitos adversos a
serem provocados pelo adensamento gerado linha 4 do metrô.
Por outro lado se for considerado que a Operação Urbana é um processo de planejamento, que precisa
ser eficiente, para que seja realizável, a primeira medida mitigadora é a reduzir as possibilidades de não
execução da mesma.
As Medidas Mitigadoras que deverão potencializar o sucesso de implantação do projeto:
Recomenda-se a elaboração de : um Programa de Comunicação Social e outro de Recomposição da
Paisagem.
O programa de comunicação social deverá fornecer informações sobre:
a) O plano de obras, que deverá incluir a localização dos canteiros de obras, o fluxo de veículos de
serviços, a localização e plano de manejo das áreas de empréstimo e bota-fora, cuidados para
minimizar os incômodos aos imóveis lindeiros, referentes a eventuais danos nas edificações,
geração de ruído e poeira;
b) Apresentação de plano de circulação de veículos e pedestres que deverá funcionar durante a
execução das obras;
c) Elaboração de plano de relocação das redes de infra-estrutura que serão afetadas;
d) Os imóveis que serão desapropriados;
Como forma de apresentação desse programa recomenda-se a execução de 2 cartilhas da Operação
urbana Consociada Vila Sonia:
Uma para um público de investidores, financiadores, projetistas, técnicos de governo, das
concessionárias, entre outros, numa linguagem técnica onde conste a lei com desenhos e gráficos
ilustrativos capazes de esclarecer os interessados. Outra para a população em geral, inclusive a
população mais carente numa linguagem coloquial, também ilustrada , porém com uma história em
quadrinhos, para que ela fique ciente de seus direitos e participação no empreendimento e possa
divulgar tais informações.
151
12. MONITORAMENTO AMBIENTAL
Este capítulo tem por objetivo subsidiar os programas de monitoramento necessários para a viabilização
das medidas mitigadoras contempladas neste estudo, de forma a preservar as condições ambientais
atuais e futuras.
A proposta de monitoramento ambiental visa estabelecer e manter procedimentos documentados para
monitorar e medir, periodicamente as características principais das operações e atividades do
empreendimento, que possam ter um impacto significativo sobre o meio ambiente.
Os monitoramentos referentes à Qualidade do ar e demais conseqüências ligadas ao aumento da
Mobilidade estarão diretamente associados a implantação da Operação Urbana Vila Sonia. Neste
capítulo será apresentado um ponto de fundamental importância para o estudo, referente ao Plano de
Comunicação Social, o qual será desenvolvido junto à comunidade local.
12.1. Sistema de Gestão Ambiental
Deverá ser constituído um Sistema de Gestão Ambiental, com corpo técnico competente a ser definido,
qualitativa e quantitativamente, pelo empreendedor público responsável pela implantação da Operação
Urbana Vila Sonia, com uma coordenação responsável pelas questões relativas ao meio ambiente. Esse
sistema deverá observar as seguintes questões:
12.1.1. Implantação e Sistematização de um Banco de Dados de Questões Ambientais
Um banco de dados ambientais deverá ser mantido ao longo de todas as fases do empreendimento e
estendendo-se pela fase de operação, visando possibilitar ou auxiliar eventuais estudos, projetos ou
resolução de problemas envolvendo questões ambientais. Entre esses dados, podem ser citados, por
exemplo: níveis de poluição atmosférica, emissão de determinados gases poluentes, emissão de
efluentes, níveis de ruído, volume de água captada, produção e caracterização de resíduos sólidos, etc.
A manutenção de um banco de dados ambientais da região tem papel de suma importância para futuras
análises dos resultados das medidas mitigadoras que estejam por ora sendo adotadas, devendo servir
de base para outras intervenções urbanas.
A participação ativa das organizações que farão parte do Conselho Gestor da Operação Urbana Vila
Sonia, na gestão do banco de dados, garantirá a continuidade necessária para a fase pós-Operação
Urbana.
12.1.2. Campanha de Comunicação Social
A fim de diferenciar o empreendimento em questão das demais Operações Urbanas, já implantadas em
São Paulo, ou em implantação, o empreendedor poderá divulgar informações sobre as melhorias
esperadas com a consecução dos objetivos propostos pelo programa definido pelo PL em análise.
Nas relações estabelecidas com a comunidade, o empreendedor público terá também a oportunidade de
receber informações sobre possíveis problemas que possam ser resolvidos ou reorientar sistemática e
procedimentos necessários ao encaminhamento das questões relativas à definição de prioridades,
administração de recursos, execução de projetos e detalhamento de custos, ou de contração de obras,
para que seja estabelecida uma relação de troca de informações, através da qual, tanto o empreendedor
quanto os vários segmentos da sociedade de alguma forma envolvidos, obtenham ganhos (adesão) na
condução do projeto.
152
O programa a ser elaborado deverá considerar os aspectos positivos da implantação de um
empreendimento que reordena e qualifica o sistema urbano, e que terá como principal conseqüência a
melhoria da qualidade de vida da população, com a ordenação e o controle do sistema viário e de
transportes, além do aumento de áreas verdes na região, a inserção urbana social da população mais
carente, a implantação de equipamentos, e o controle da verticalização: gabaritos e recuos com
qualidade.
Além disso, é interessante que sejam levantados pontos de reflexão acerca da imagem do município
junto à população, visando reverter alguns dos efeitos negativos provocados por outras Operações
Urbanas já implantadas.
Para isso, recomenda-se a utilização de canais já legitimados pela população para esse contato
(programas de educação ambiental nas escolas, meios de comunicação, através de mídia escrita,
falada, informatizada, etc.) e o apoio às atividades voltadas para as questões ambientais já reconhecidas
pela sociedade local e regional como: o controle de enchentes, a melhoria e manutenção dos Parques,
melhoria das calçadas para o caminhamento seguro de pedestres, o incremento da arborização de rua, a
implantação de ciclovia, a ampliação dos percursos de caminhada, entre outras.
É importante ressaltar que as Campanhas de Comunicação Social deverão estar sendo incluídas pelo
empreendedor no plano de comunicação, tratado em detalhe no próximo item.
12.2. Plano de Comunicação da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia
A implantação da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia, em São Paulo, pelo seu porte e a novidade
em termos de Gestão, a ser coordenada por um Conselho Gestor, deve ser precedida de um amplo
trabalho de comunicação e discussão. Informar o público é o objetivo maior deste plano de comunicação.
A maior parte da população, de forma geral, pouco conhece sobre a Operação Urbana e os seus
benefícios à região, principalmente do ponto de vista das qualificações ambientais. Informações básicas,
como índices de ruído, índices de áreas verdes, volume de trânsito, entre outras, consideradas pela
população, em geral, como de pouca importância do ponto de vista ambiental, não fazem parte do
cotidiano da mídia, por se tratar um tema recente no Brasil.
É de se esperar que a ousadia do empreendimento gere expectativas, dúvidas e reações diversas na
comunidade regional. A transparência nas informações, a clareza na exposição de todo o processo
social, físico e ambiental que será desencadeado com a implantação da Operação Urbana, o
entendimento das principais dúvidas e o seu pronto esclarecimento, são elementos fundamentais para a
integração da população local com o empreendimento.
12.2.1. Objetivos do Plano
- Divulgar e discutir o empreendimento com a comunidade moradora das áreas de influência definidas
neste EIA, as metas, as etapas de instalação, os principais impactos e os benefícios provenientes da
implantação da Operação Urbana em São Paulo;
- Criar uma política de integração com as lideranças dessas áreas, garantindo a transparência nas
informações e a parceria entre empreendedores e comunidade para implantação e
operacionalização da Operação;
- Divulgar e articular ações para discussão dos diversos temas ligados ao empreendimento com
entidades de classe, órgãos públicos, mídia, instituições não governamentais, organismos
formadores de opinião, etc.
153
Para definição das abordagens e temáticas que deverão fazer parte do material de comunicação a ser
utilizado no processo de divulgação do empreendimento, deverá ser realizada pesquisa preliminar,
visando detectar as principais dúvidas, preocupações e o grau de conhecimento do assunto dos diversos
segmentos sociais e setores de atividades econômicas sobre a implantação de uma Operação Urbana.
12.2.2. Principais Temáticas
Apesar da diversidade do público a ser atingido implicar na elaboração de materiais e execução de
ações de comunicação variadas, com linguagens adequadas a cada grupo, basicamente as questões a
serem levantadas nas entrevistas deverão tratar de alguns temas fundamentais apontando ou não a para
a necessidade de re-orientar a abordagem da comunicação.
Os temas sugeridos para essa abordagem inicial são os seguintes:
- O que é e como funciona uma Operação Urbana.
- Detalhamento do significado do empreendimento na região;
- Esclarecimentos sobre possíveis impactos e as suas medidas mitigadoras;
- Demonstração do impacto do empreendimento nos índices globais de qualidade ambiental da cidade;
- Características gerais do empreendimento;
- Benefícios gerados pelo empreendimento
- Empregos gerados pelo empreendimento;
- Apresentação do plano de monitoramento ambiental;
- Impactos econômicos e sustentabilidade de um projeto que utiliza receitas oriundas de CEPAC
Outros pontos que não foram citados, mas que merecem uma abordagem mais profunda são:
- Ruído;
- Sistema Viário e Transportes
- Impacto nos recursos hídricos locais;
- Efluentes líquidos e resíduos sólidos;
- Outros.
12.3. Monitoramento das Emissões Sonoras
O programa de monitoramento para ruídos visa manter os níveis sonoros dentro dos padrões
estabelecidos pela legislação ambiental vigente. A Resolução CONAMA 01 de 08/03/90 “Estabelece
Normas a serem obedecidas, no interesse da saúde, no tocante à emissão de ruídos”.
A Norma ABNT NBR 10151 apresenta os critérios básicos de ruído externo em função do tipo de uso do
solo associados com o período, conforme o Quadro XI.1-1 adiante.
154
Quadro XI.1–1 - Critério Básico de Ruído Externo
Uso e Ocupação do Solo Nível de Ruído (dBA)
Diurno Noturno
Hospitais 45 40
Residencial Urbana 55 50
Atividades Comerciais 65 60
Predominantemente Industrial 70 65 Nota: - Diurno, 06:00 às 20:00 horas - Noturno, 20:00 às 06:00 horas
A futura área do empreendimento a ser implantado tem características de uso misto, intermediada por
áreas de uso exclusivamente residenciais.
Apesar dos níveis de ruídos urbano serem hoje elevados em termos de emissões provenientes do
tráfego no sistema viário, os níveis recomendados para área oscilam entre 50 a 65 dB(A). Torna-
se,portanto, necessário acompanhar periodicamente os níveis sonoros para a adequada manutenção da
qualidade ambiental local.
Esta atividade será concernente a todas as fases do empreendimento, devendo-se efetuar as medições
a partir das fontes pontuais e móveis no transcorrer da implantação da Operação.
A periodicidade das medições deverá ser definida em projeto básico referente à fase de planejamento do
empreendimento público, havendo a necessidade de definir os intervalos entre uma amostragem e outra.
Os dados coletados deverão sempre ser sistematizados no Banco de dados de Questões Ambientais.
12.4. Monitoramento da Qualidade do Ar
Os principais objetivos do monitoramento da qualidade do ar são:
Fornecer dados para ativar ações de controle durante períodos de estagnação atmosférica,
quando os níveis de poluentes possam representar risco à saúde pública;
Avaliar a qualidade do ar à luz de limites estabelecidos para proteger a saúde e o bem estar das
pessoas;
Obter informações que possam indicar os impactos sobre a fauna, flora e o meio ambiente;
Acompanhar as tendências e mudanças na qualidade do ar devidas à alterações nas emissões
dos poluentes, e assim auxiliar no planejamento de ações de controle;
Informar à população, órgãos públicos e sociedade em geral os níveis presentes da
contaminação do ar.
O órgão responsável pela implementação da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia deverá viabilizar
o acompanhamento da qualidade do ar na área da de intervenção, qual seja, da Área de Influência
Direta deste estudo que é o perímetro definido pela minuta de lei. A freqüência das medições deverá ser
definida junto à Secretaria Municipal do Meio Ambiente considerando o maior impacto das intervenções,
pois, essas poderão ocorrer em pequena escala, em longos períodos, o que exigiria menor freqüência
das medições, ou, de modo diverso, poderão ocorrer excepcionalmente em maior escala, em períodos
155
de tempo mais reduzidos, o que exigiria um cuidado maior quanto ao acompanhamento da qualidade do
ar.
O Grupo Gestor deverá providenciar o acompanhamento devido, a ser definido pela Licença Ambiental
Prévia a ser concedida pelo CADES/ SVMA. Salientamos que a Cia do Metrô tem medidor instalado na
área de estudo e procede semanalmente às medições de acompanhamento exigidas pela CETESB.
Dessa forma cabe ao Grupo Gestor verificar a viabilidade implantação de um trabalho em parceria com o
citado órgão, de modo a informar a Secretaria Municipal dos controles ambientais executados pela
empresa responsável pelas obras de implantação da linha 4 do metrô, que deverá também ser concluída
no longo prazo.
Descreve-se a seguir alguns parâmetros que deverão ser verificados. Os mapas anexos identificam a
distribuição espacial da qualidade do ar na área da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia e
complementam informações da situação existente já fornecidas no Diagnóstico. Foram tabuladas e
classificadas as medições diárias, mês a mês, do ano de 2005, pelos dados da Cetesb, inseridos por
georreferenciamento. Isso permitiu calcular a média mensal assim como a amplitude da qualidade do ar,
referente à diferença entre o menor e maior valor medido em cada mês, com o objetivo de mostrar a
variação dos poluentes considerados. Através da interpolação de dados foi possível traçar as linhas que
geraram o mapeamento ou espacialização das áreas, identificadas por cor, relativas aos níveis de
qualidade verificados.
12.4.1. Parâmetros de Qualidade do Ar
O nível de poluição do ar é medido pela quantificação das substâncias poluentes presentes neste ar.
Conforme a Resolução CONAMA n° 3, de 28/06/1990, considera-se “poluente atmosférico qualquer
forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características
em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou
ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou
prejudicial à segurança, ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade”. A
variedade de substâncias que podem estar presentes na atmosfera é muito grande. No entanto, com
relação a sua origem, os poluentes podem ser classificados em:
Poluentes Primários: aqueles emitidos diretamente pelas fontes de emissão;
Poluentes Secundários: aqueles formados na atmosfera através da reação química entre
poluentes primários e/ou constituintes naturais na atmosfera.
Quando se determina a concentração de um poluente na atmosfera, mede-se o grau de exposição dos
receptores (seres humanos, outros animais, plantas, materiais) como resultado final do processo de
lançamento deste poluente na atmosfera a partir de suas fontes de emissão e suas interações na
atmosfera, do ponto de vista físico (diluição) e químico (reações químicas).
O sistema pode ser visualizado da seguinte forma:
FONTES DE EMISSÃO ---------> ATMOSFERA ----------> RECEPTORES
(POLUENTES) (DILUIÇÃO E/OU REAÇÕES QUÍMICAS)
A interação entre as fontes de poluição e a atmosfera vai definir o nível de qualidade do ar, que
determina por sua vez o surgimento de efeitos adversos da poluição do ar sobre os receptores. A
determinação sistemática da qualidade do ar deve ser, por questões de ordem prática, limitada a um
restrito número de poluentes, definidos em função de sua importância e dos recursos materiais e
156
humanos disponíveis. De uma forma geral, a escolha recai sempre sobre um grupo de poluentes que
servem como indicadores de qualidade do ar:
dióxido de enxofre (SO2);
material particulado (MP);
monóxido de carbono (CO);
ozônio (O3);
dióxido de nitrogênio (NO2).
A razão da escolha desses parâmetros como indicadores de qualidade do ar está ligada a sua maior
freqüência de ocorrência e aos efeitos adversos que causam ao meio ambiente.
12.4.2. Padrões de Qualidade do Ar
Um padrão de qualidade do ar (PQAR), define legalmente o limite máximo para a concentração de um
componente atmosférico que garanta a proteção da saúde e do bem estar das pessoas. Os padrões de
qualidade do ar são baseados em estudos científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e
são fixados em níveis que possam propiciar uma margem de segurança adequada.
Através da Portaria Normativa n.º 348 de 14/03/90 o IBAMA estabeleceu os padrões nacionais de
qualidade do ar e os respectivos métodos de referência, ampliando o número de parâmetros
anteriormente regulamentados através da Portaria GM 0231 de 27/04/76. Os padrões estabelecidos
através dessa portaria foram submetidos ao CONAMA em 28/06/90 e transformados na Resolução
CONAMA n.º 03/90. São estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os primários e os
secundários.
São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão
afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de
poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo.
São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das
quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à
fauna e à flora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis
desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.
O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base para uma política de prevenção
da degradação da qualidade do ar. Devem ser aplicados às áreas de preservação (por exemplo: parques
nacionais, áreas de proteção ambiental, estâncias turísticas, etc.). Não se aplicam, pelo menos no curto
prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os padrões primários.
Como prevê a própria Resolução CONAMA n.º 03/90, a aplicação diferenciada de padrões primários e
secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido.
A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas os padrões
aplicáveis serão os primários. Os parâmetros regulamentados são os seguintes : partículas totais em
suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de
nitrogênio. Os padrões nacionais de qualidade do ar fixados na Resolução CONAMA n.º 03 de 28/06/90
são apresentados na tabela XX.
157
Tabela 4.2.1 - Índice de qualidade do ar adotado pela CETESB conforme Padrões nacionais de qualidade do ar (Resolução CONAMA nº 03 de 28/06/90)
IQA - Índice de Qualidade do Ar Faixa de concentração dos poluentes para cálculo do IQA
Classificação e Faixas do IQA
PTS média (24h) ug/m3
PM10 média (24h) ug/m3
SO2 média (24h) ug/m3
NO2 média (1h) ug/m3
O3 média (1h) ug/m3
CO média (8h) ug/m3
Classificação efeitos
Bom (0 -50) 0-80 0-50 0-80 0-100 0-80 0-4500 Seguro a saúde
Regular (51–100) 81-240 51-150
81-365 101-320 81-160 4501-9000 Tolerável
Inadequada (101-199)
241-375
151-250
366-800
321-1130
161-200
9001-15000 Impróprio ao bem estar
Má (200 – 299) 376-625
251-420
801-1600
1131-2260
201-800
15001-30000
Ofensivo a saúde
Péssima (300 – 399)
626-875
421-500
1601-2100
2261-3000
801-1000
30001-40000
Crítica (acima de 400)
876-1000
501-600
2101-2620
3001-3750
1001-1200
40001-50000
12.4.3. Índice de Qualidade do Ar
Os dados de qualidade do ar obtidos pela CETESB em suas estações automáticas de monitoramento,
juntamente com uma previsão meteorológica das condições de dispersão dos poluentes para as 24
horas seguintes, são divulgados diariamente através de um boletim de qualidade do ar. Para simplificar o
processo de divulgação dos dados é utilizado um índice de qualidade do ar. A estrutura do índice de
qualidade do ar contempla, conforme Resolução CONAMA n.º 03 de 28/06/90, os seguintes parâmetros:
dióxido de enxofre, partículas totais em suspensão, partículas inaláveis, fumaça, monóxido de carbono,
ozônio e dióxido de nitrogênio. O índice é obtido através de uma função linear segmentada, onde os
pontos de inflexão são os padrões de qualidade do ar. Para efeito de divulgação é utilizado o índice mais
elevado, isto é, a qualidade do ar de uma estação é determinada pelo pior caso.
Depois de calculado o valor do índice, o ar recebe uma qualificação, feita conforme os critérios de
definição das faixas, os números que definem as mudanças do padrão de qualidade do ar:
A qualidade boa (índice até 50);
A qualidade regular (índice de 51 até 100);
A qualidade inadequada (índice de 101 a 200);
A qualidade má (índice de 201 a 300 indica a ultrapassagem do nível de atenção);
A qualidade péssima (índice de 301 a 400 indica a ultrapassagem do nível de alerta);
A qualidade crítica (índice maior que 400 indica a ultrapassagem do nível de emergência).
Cabe esclarecer que a ultrapassagem do nível de atenção não implica necessariamente na declaração
do estado de Atenção, medida esta adotada pela CETESB e que considera também a previsão das
condições de dispersão dos poluentes na atmosfera para as 24 horas seguintes.
158
REDES DE AMOSTRAGEM
A CETESB possui uma rede automática de monitoramento da qualidade do ar que funciona na RMSP.
REDE AUTOMÁTICA
A rede automática é composta por 21 estações fixas de amostragem e 3 estações móveis, que são
deslocadas em função da necessidade de monitoramento para locais onde não existem estações de
amostragem ou para estudos complementares à própria rede, são distribuídas na RMSP. A atual rede
mede os seguintes parâmetros: partículas inaláveis, dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio, ozônio,
monóxido de carbono, hidrocarbonetos totais não metano, metano, direção do vento, velocidade do
vento, umidade relativa, temperatura, pressão atmosférica e radiação solar (global e ultravioleta).
O mapa a seguir mostra a localização das estações fixas de monitoramento na RMSP, utilizadas na
espacialização dos dados de qualidade do ar.
Nas páginas seguintes os mapas da espacialização da qualidade do ar (Figuras 2 a 13), mostram que na
Vila Sônia a qualidade do ar em média é boa ao longo de todo ano.
É uma forma que a Cobrape, aproveitando a oportunidade de execução deste EIA-RIMA, sugere para
avaliação ambiental, que poderá se introduzida em análises futuras. Testou-se a viabilidade de
mapeamento local da qualidade do ar, através da locação georreferenciada das medições mensais da
CETESB.
172
A Tabela 4.3.1 abaixo evidência tais dados.
Tabela 4.3.1- Qualidade do ar NA Vila Sônia – SP em 2005
Meses Média Qualidade do Ar Amplitude de Variação
JAN 30 – 40 BOA 20 – 80
FEV 25 – 45 BOA 50 – 130
MAR 30 – 50 BOA 20 – 120
ABR 35 – 55 BOA 20 - 40
MAI 44 – 54 BOA 70 – 80
JUN 46 BOA 48 – 68
JUL 46 BOA 48 – 68
AGO 55 IRREGULAR 60 – 80
SET 34 – 44 BOA 40 – 60
OUT 30 – 50 BOA 50 – 70
NOV 24 – 54 BOA/IRREGULAR 30 – 170
DEZ 20 - 30 BOA 20 - 60
Observando a Tabela 4.3.1, mostra que os índices de qualidade do ar mostram que a qualidade do ar é
boa em todo ano exceto nos meses de agosto e novembro, que são classificadas como irregular.
Entretanto quando observamos a variação dos índices médio de qualidade do ar verificamos que a maior
variação destes valores estão nos meses de verão (Janeiro, Fevereiro, Março, Novembro e Dezembro).
Essas variações são em função das condições meteorológicas que determinam uma maior ou menor
diluição dos poluentes. É por isso que durante os meses de inverno, quando as condições
meteorológicas são mais desfavoráveis a dispersão dos poluentes é menor.
Entre os fatores geográficos que influenciam na qualidade do ar nas escalas local e regional pode-se
destacar a proximidade do mar, a presença de montanhas e depressões, entre outros, que criam
fenômenos como brisas marítima e terrestre, circulação de vale-montanha, etc.
Os fatores climáticos podem influenciar a dispersão dos poluentes atmosféricos. O clima do Estado de
São Paulo pode ser dividido em duas estações predominantes: uma estação chuvosa que compreende,
o período de outubro a abril, e outra estação seca que vai de maio a setembro.
A estação chuvosa é influenciada pelo aquecimento continental que, associado à convecção tropical,
sistemas extratropicais (frentes frias) e áreas de instabilidade continental, favorece a ocorrência de
chuvas abundantes, favorecendo a dispersão dos poluentes. Na estação seca, o clima é
predominantemente influenciado pela passagem rápida de frentes frias provenientes do sul do
continente, sendo essa estação caracterizada não só pela diminuição da precipitação, mas também pela
diminuição das temperaturas e ocorrência de períodos de grande estabilidade atmosférica,
proporcionando com isso condições mais desfavoráveis à dispersão de poluentes na atmosfera.
173
Desta forma conclui-se que a área onde se situa a Operação Urbana não apresenta índices de qualidade
do ar nocivos à saúde humana, pois apresenta, conforme demonstrado neste estudo, boas condições ar
boa durante o ano.
É uma área privilegiada na cidade de São Paulo, onde há condições favoráveis de dispersão do ar dadas
pela topografia e de conforto dadas pela presença de cobertura vegetal, em escala. Essa área é
excepcional em São Paulo, se comparada à situação das demais localidades, como a área central, e as
zonas norte e leste da cidade onde as condições são mais desfavoráveis, seja pela topografia seja pela
baixa presença de vegetação, o que desfavorece a manutenção do equilíbrio climático e a qualidade do
ar.
Considerando que a verticalização proposta exige recuos entre as edificações maiores que aqueles
recomendados pelo código de obras, considera-se que não serão formadas barreiras que desfavoreçam
a dispersão poluentes.
As medidas propostas de introdução de obras viárias que favoreceram a melhoria dos fluxos de veículos
também será favorável à maior dispersão de poluentes veiculares. Desse modo o incremento de veículos
não é preocupante do ponto de vista ambiental, se executadas as obras complementares recomendadas
pela Operação Urbana Consorciada Vila Sonia.
12.4.4. Ação comunitária complementar de acompanhamento da qualidade do ar: Programa de
Trabalho Vigilantes do Ar
O Programa Vigilantes do Ar visa obter maior participação da população no encaminhamento de
soluções para os problemas gerados pela poluição do ar na região. É uma forma de dispertar maior
interesse de participação da população e poderá ser agregada às sugestões temáticas feitas no item
(10.4)de Educação Ambiental.
Através da unidade móvel ou a instalação de estações fixas a serem possivelmente fornecidas pela
CETESB, poderão ser monitorados os parâmetros meteorológicos e os principais elementos poluentes
da região.
O uso de unidade móvel de monitoramento é uma tecnologia mundialmente consagrada na gestão de
qualidade do ar, podendo ser utilizada como substitutivo, com vantagens econômicas evidentes para
pontos fixos de rede de monitoramento de qualidade do ar ou como complemento no fechamento da
malha já instalada.
Os dados obtidos pelos analisadores do Laboratório móvel serão cruzados com os dados
meteorológicos, sendo possível desta forma avaliar os impactos das emissões atmosféricas produzidas
na Bacia aérea da região. Para tanto, serão estabelecidas quatro estações fixas para monitoração da
qualidade do ar e coleta de informações meteorológicas.
A cada estação do ano, o laboratório irá coletar dados por um período de quinze dias,como forma de
obtenção de uma avaliação da qualidade do ar em região. A validação dos pontos escolhidos será
efetuada através de medições de concentração de poluentes com o uso do laboratório móvel. Estas
medições serão realizadas quinzenalmente em cada estação, de forma que ao final de cada estação do
ano, todos os pontos serão avaliados. O levantamento de dados de qualidade do ar ocorrerá por um
período de dois anos. Serão produzidos relatórios mensais com os dados trabalhados estatisticamente
conforme a legislação em vigor.
Os dados coletados deverão ser sistematizados no Banco de Dados de Questões Ambientais, equipado
adequadamente, para que seja capaz de responder e apoiar as diversas iniciativas de investidores,
174
moradores e demais interessados em investimentos locais, através da adesão à aplicação aos
instrumentos da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia.
12.5. MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS
12.5.1. Plano de Monitoração de Efluentes Líquidos
Deverá ser implantado, sistema de monitoramento da qualidade dos cursos d‟água, visando avaliar
continuamente a situação de qualidade das águas desses cursos d‟água. Isso se deve principalmente á
contribuição relativa aos esgotos jogados in natura nos cursos, a ser evitada e também aos efeitos do
chorume que não deverá ser detectado nas água fluvio-pluvias, pois representa sério risco de
contaminação da bacia. Deverá ser verificado principalmente o controle da destinação do chorume e
verificado se não há contribuição nos corpos d‟água desse tipo de poluente.
Os dados coletados deverão sempre ser sistematizados pelo Banco de Dados de Questões Ambientais,
a ser implantado no processo de gestão da Operação Urbana Vila Sonia.
Tendo em vista a estrutura de controle ambiental instalada para acompanhamento e monitoramento das
obras da linha 4, sugere-se uma acordo de cooperação que proporcione às partes envolvidas troca de
dados para a realização do monitoramento necessário.
13. EDUCAÇÃO AMBIENTAL
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Para otimizar os resultados esperados pela Operação Urbana Vila Sonia é preciso construir um processo
de transformação urbana saudável, isto é, positivo, participativo e dinâmico. Esse processo deverá ser
controlado e apoiado por informações competentes e atendimento da população, com apoio do Grupo
Gestor.
Recomenda-se um trabalho de ação social durante o todo o processo de vigência da lei, desde a fase de
planejamento até a operação ou implantação dos empreendimentos, que deverá ocorrer paulatinamente,
através de empreendimentos pontuais. O trabalho de social deverá ser apoiado por um Programa de
Educação Ambiental eficiente e eficaz, para acompanhamento e controle das ações, que serão
efetivadas nos próximos 20 anos, tanto nas áreas públicas quanto nas áreas privadas.
Isso será necessário para que seja possível atrair o interesse da população envolvida, que muitas vezes
desconhece o que é a própria Operação Urbana, tomando posições precipitadas. Portanto o
esclarecimento, informação da população é fundamental para despertar seu interesse em participar e
acompanhar o processo de desenvolvimento urbano almejado. A estruturação de um trabalho de
Educação Ambiental competente permitirá consolidar um processo, que deverá permitir a qualificação
social e melhoria da qualidade de vida na área. Recomenda-se a criação de um Grupo de Trabalho
Ambiental, apoiado por estatuto pelo Grupo Gestor da Operação Urbana Vila Sonia.
As recomendações a seguir tomaram como referência um programa básico de Educação Ambiental6,
adaptado para desenvolver as propostas da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia.
13.1. Base Legal
A Constituição Federal em seu artigo 224, VI, define como responsabilidade do Poder Público “promover
a educação ambiental em todos os níveis de ensino e conscientização pública para a preservação do
meio ambiente”.
Essa diretriz foi regulamentada pela Lei 6938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente,
cujos princípios expressos no artigo 2°, X, expressaram o conceito de direito difuso, onde o meio
ambiente é bem de todos, devendo a educação ambiental ser promovida “a todos os níveis de ensino,
inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente”.
Em 1999, foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique a Lei No
9795, que "Dispõe sobre a
educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências".
O Projeto de Lei, proposto pelo deputado federal Fábio Feldmann, reconhece, enfim, a educação
ambiental como um componente urgente, essencial e permanente em todo processo educativo, formal
e/ou não-formal, como orientam os Artigos 205 e 225 da Constituição Federal.
A Política Nacional de Educação Ambiental é uma proposta programática de promoção da educação
ambiental em todos os setores da sociedade. Diferente de outras Leis, não estabelece regras ou
sanções, mas estabelece responsabilidades e obrigações.
6 Sena, Lucia – Instrumentos para gestão púbica e privada do Meio Ambiente –Faculdade SENAC de educação
Ambiental - Centro SENAC de Educação Ambiental, Instituto Pró-sustentabilidade – IPSUS, SP 2001
176
Ao definir responsabilidades e inserir na pauta dos diversos setores da sociedade, a Política Nacional de
Educação Ambiental institucionaliza a educação ambiental, legaliza seus princípios, transforma em
objeto de políticas públicas, além de fornecer à sociedade um instrumento de cobrança para a promoção
da educação ambiental.
Finalmente, a Política de Educação Ambiental legaliza a obrigatoriedade de trabalhar o tema ambiental
de forma transversal, conforme foi proposto pelos Parâmetros e Diretrizes Curriculares Nacionais.
Durante um ano a Câmara Técnica de Educação Ambiental do CONAMA. , na época, presidida pela
COEA/MEC discutiu propostas para regulamentação da Lei. Em 25 de junho de 2002 foi assinado pelo
Presidente da República a regulamentação da LEI no 9.795 pelo Decreto 4.281.
No entanto, o grande avanço dessa política específica voltada à Educação Ambiental é seu enfoque
humanista, democrático, holístico e participativo onde cabe a todos os membros da sociedade (o
indivíduo e a coletividade) a construção de valores sociais, o conhecimento, as atividades e as
competências gerais e específicas para a conservação do meio ambiente.
13.2. Conceitos de Definições
A Lei Federal 9795/99 define educação ambiental como os processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade.
A Educação Ambiental pode ser definida também como:
"O processo em que se busca despertar a preocupação individual e coletiva para a questão ambiental,
garantindo o acesso à informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de
uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Desenvolve-
se num contexto de complexidade, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a
transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política." 7
“A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa têm a tomada
de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a
natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve,
mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um
comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais
como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita
transformação." 8
"A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos,
objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para
entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A
educação ambiental também está relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que
conduzem para a melhora da qualidade de vida." 9
Assim, a Educação Ambiental representa antes de tudo, a possibilidade de incorporação de novos
hábitos e costumes por toda a sociedade. O sucesso da Educação Ambiental estará condicionado e
direcionará, não só, para mudanças estruturais em nosso modelo econômico, mas também ao
7 Patrícia Mousinho. Glossário. In: Trigueiro, A. (Coord.). Meio ambiente no século 21. Rio de Janeiro: Sextante. 2003.
8Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária, Chosica/Peru (1976)
9 Conferência Intergovernamental de Tbilisi (1977)
177
entendimento que a coletividade possa ter da necessidade de se garantir um meio ambiente equilibrado
não só para as gerações presentes como para as gerações futuras.
A sua implementação necessita ir além do processo educacional formal e das iniciativas pontuais, mas
estar presente em todas as atividades do homem. Isso só se dará quanto estivermos todos convictos da
importância do equilíbrio e da sustentabilidade ambiental para a nossa sobrevivência de forma digna
sobre a Terra.
13.3. Diagnóstico
O atual cenário da Educação Ambiental no Estado de São Paulo foi traçado no Projeto “Fortalecendo a
REPEA (Rede Paulista de Educação Ambiental) – Diagnóstico da Educação Ambiental no Estado de
São Paulo, Fase I”. É aqui citado como relevante fonte de referência ao trabalho proposto para a
comunidade em questão, a ser atingida pelo processo de transformações urbanas propostas para
qualificação da área da Operação Urbana Vila Sonia.
A REPEA integra a Rede Brasileira de Educação Ambiental. É composta por pessoas e instituições que
desenvolvem atividades de educação ambiental no estado de São Paulo.
O diagnóstico traçado pela REPEA junto ao FNMA (Fundo Nacional de Meio Ambiente) “não é apenas
um conjunto de informações, mas um instrumento de planejamento, avaliação e acompanhamento não
só das atividades de Educação Ambiental, mas também para a ação da Rede”, podendo ser utilizado
junto aos gestores públicos e ao terceiro setor, que são potenciais parceiros na efetivação de programas,
projetos ou atividades de Educação Ambiental.
O estudo realizado partiu do cadastramento de pessoas e instituições, que trabalham a Educação
Ambiental no estado, buscando mapear:
O perfil dos profissionais envolvidos;
A pertinência entre os programas traçados e a realidade local;
Avaliar se os educadores possuem formação suficiente para efetivar os programas e projetos de
educação ambiental;
As fragilidades da Educação Ambiental;
Ações de fortalecimento da Educação Ambiental.
Os dados apresentados, conforme demonstra o relatório, apontam a necessidade de realizar esforços
simultâneos tanto sobre as instâncias formal quanto informal de educação. Confirma o potencial
multiplicador da escola e a necessidade de apoiar e pressionar o governo no fortalecimento geral da
qualidade das políticas públicas educacionais e especialmente na realização de uma educação
ambiental multidisciplinar, participativa e transformadora.
O relatório evidência também a importância e o crescimento das associações comunitárias e a
necessidade de valorizar a solidariedade social e a vida comunitária como espaço privilegiado de
educação, mudança e promoção social.
Destaca ainda a participação das ONG como expressiva área de atuação dos educadores ambientais e
como elemento dinâmico de ligação entre o poder público e a sociedade, fortalecendo parcerias e novos
projetos.
13.3.1. Levantamento da Demanda
178
Foram apontadas como demandas imediatas:
Financiamento de atividades em educação ambiental
Capacitação de educadores
Capacitação de gestores e formadores de opinião
Acesso a informação
Transparência do poder público quanto à problemática local
Geração de indicadores sobre a educação ambiental
Essas carências levantadas refletem a inexistência de uma Política Estadual de Educação Ambiental.
Muitas capacitações para educadores são realizadas, mas não há acompanhamento e desdobramento
desta ação, nem transparência das decisões.
Esses fatores são de fundamental importância no desenvolvimento do Plano de Educação Ambiental e
nortearam os objetivos a serem delineados.
13.4. Objetivos
O Programa de Educação Ambiental na Operação Urbana Consorciada Vila Sonia, deverá criar as
condições para a participação ativa da comunidade nas questões ambientais da região, permitindo a sua
interação com o meio e a sua conscientização para a salvaguarda de seu meio ambiente.
Os objetivos gerais são:
O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e
complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais,
econômicos, científicos, culturais e éticos;
A garantia de democratização das informações ambientais;
O estímulo e o fortalecimento de uma consciência critica sobre a problemática ambiental e
social;
O incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do
equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor
inseparável do exercício da cidadania;
O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macroregionais,
com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios
da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e
sustentabilidade;
O fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia;
O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos
para o futuro da humanidade.
O fortalecimento da cultura e do saber popular;
O estímulo a formação de educadores e formadores de opinião;
179
Os objetivos específicos são:
Implantar e desenvolver um sistema aprofundado de estágio técnico científico e treinamento,
para setores da população e para educadores, através da aplicação do conceito de Operação
Urbana.
Acoplar ao projeto de capacitação (estágio e treinamento), um sistema de Educação Ambiental
que explore as interfaces entre a área das Ciências e as Ciências Ambientais, utilizando-se
atividades regionais.
facilitar a cooperação mútua e eqüitativa nos processos de decisão, em todos os níveis e etapas
Viabilizar a troca de informações via Internet, permitindo um monitoramento e intercâmbio
constante dos projetos em andamento nos diferentes centros envolvidos no projeto.
13.4.1. Diretrizes
O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
A concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o
meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
O pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e
transdisciplinaridade;
A vinculação entre a ética, o trabalho e as práticas sociais;
A garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
A permanente avaliação crítica do processo educativo;
A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais com
ênfase ao fortalecimento das ações na escala local;
O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.
13.4.2. Esfera de Ação
Órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente Sisnama;
Instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino;
Órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
Organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental;
Organizações governamentais e não governamentais que atuam em questões relativas ao meio
ambiente;
Entidades comunitárias, grupo de moradores, etc.
180
13.5. Atividades Propostas
Capacitação de recursos humanos;
Desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações com divulgação à comunidade;
Realização de eventos educacionais;
Sensibilização para as problemáticas ambientais locais;
Produção e divulgação de material educativo – material pedagógico, boletim informativo, etc.;
Acompanhamento e avaliação;
Estimulo à formação de organizações sociais voltadas para as questões ambientais –
mobilização local capaz de multiplicar as ações propostas;
13.5.1. Público-Alvo
Educadores de todos os níveis e modalidades de ensino;
Profissionais de todas as áreas;
Profissionais orientados para as atividades de gestão ambiental;
Profissionais na área de meio ambiente;
Diversos segmentos da sociedade (formadores de opinião e multiplicadores das ações) no que
diz respeito à problemática ambiental;
13.5.2. Principais metas
Contribuir para a preservação dos patrimônios histórico, cultural e ambiental, promovendo a
dinamização e a democratização de seu uso pela sociedade;
Estimular a integração do cidadão com o seu ecossistema, proporcionando o acesso às
informações e fomentando sua participação em atividades de caráter educativo-culturais;
Desenvolver projetos e ações que possibilitem a integração Escola-Parque, transformando-os
em laboratórios vivos e espaços de difusão de conhecimentos;
Concorrer para o estabelecimento de uma política de turismo ecológico centrada no trinômio
lazer x consciência ecológica x exercício da cidadania;
Participar da oferta de atividades artísticas de recreação, de lazer, de educação e de
interpretação ambiental, fornecendo suportes técnico-científico e pedagógico, que promovam o
uso sustentável dos parques, necessários à recuperação e preservação do meio ambiente e
fundamental à melhoria da qualidade de vida da população.
Propor o desenvolvimento de instrumentos e metodologias, visando à incorporação da dimensão
ambiental, de forma interdisciplinar, nos diferentes níveis e modalidades de ensino;
Estimular a difusão de conhecimentos, tecnologias e informações sobre a questão ambiental;
181
Desenvolver instrumentos e metodologias, visando à participação dos interessados na
formulação e execução de pesquisas relacionadas à problemática ambiental;
Buscar alternativas curriculares e metodológicas de capacitação na área ambienta!;
Apoiar iniciativas e experiências locais e regionais, incluindo a produção de material. educativo;
Montar uma rede de banco de dados e imagens, para apoio às ações.
13.6. Programas recomendados
Indica-se a seguir alguns programas, em áreas de atuação distintas, que deverão ser estimulados e
estruturados pelo Grupo Gestor:
13.6.1. Educação Ambiental - Escola:
Objetivo: atuar, através de ações integradas, com as áreas da comunidade, desenvolvendo processos
educativos que consolidem a prática ambientalista e a formação técnico-científica do escolar, integrando
as escolas do entorno da valorização do patrimônio público e o pertencimento da comunidade ao seu
bairro, zelando pela manutenção dos investimentos públicos realizados inclusive através da Operação
Urbana, permitindo a consolidação destes como pólos irradiadores de experiências inovadoras e
disponibilizando o intercâmbio entre eles.
13.6.1.1. Projeto Capacitação Profissional:
Visa desenvolver atividades de treinamento e reciclagem de professores das escolas, oportunizando a
implementação de ações educativas e ambientais integradas com o currículo escolar e a utilização do
meio ambiente natural e seus recursos naturais ou construídos como extensão da própria escola. É
relevante como formação de agentes multiplicadores de programas ambientais de importância para
consolidação e continuidade do trabalho de Educação Ambiental na área da Operação Urbana Vila
Sonia, a longo prazo.
13.6.2. Educação Ambiental - Comunidade:
Objetivo: estabelecer ações efetivas de suporte às atividades ambientais sintonizadas com a vocação
natural de cada local, ou nos Parques municipais da área da Operação Urbana Vila Sonia, valorizando-
os como bens de responsabilidade da comunidade local, na sua identificação com o bem público, como
por exemplo, o Parque Raposo Tavares, onde houve participação da comunidade na sua formação,
oportunizando aos grupos organizados de visitantes o acesso monitorado às informações disponíveis,
além de proporcionar atividades permanentes de integração de manifestações educativas, culturais e
esportivas, que consolidem as áreas como opção de lazer educativo à comunidade e aos visitantes.
13.6.3. Educação Ambiental – São Paulo:
Objetivo: disponibilizar o instrumental de educação ambiental como agente fomentador do intercâmbio
entre os diferentes ecossistemas estaduais, que contribua como elemento estimulador e integrador do
meio ambiente local/ estadual / nacional. Criar canais via internet de divulgação e integração dos
programas locais nas diversas esferas.
13.6.4. Projetos Interação agregados à geração de renda:
Objetivo: atuar de forma integrada com os projetos prioritários da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, bem como os projetos e/ou programas
182
desenvolvidos pela SEMA: de Controle de Poluição, de Parques da Cidade, de Paisagismo, Arborização
Urbana, Monitoramento e Fiscalização e Capacitação, propondo, planejando e executando ações de
Educação Ambiental. Citam-se exemplos como:
13.6.4.1. Adote uma árvore
Conscientização e apoio ao Plano de arborização de rua que deverá ser desenvolvido pelo Grupo
Gestor, da Operação Urbana Vila Sonia, de forma a manter, renovar e ampliar a arborização existente.
Plantando árvores se aprende muito sobre meio ambiente, pois se pode acompanhar seu crescimento,
seu florescimento e frutificação. As árvores amenizam a temperatura, melhoram a qualidade do ar,
evitam erosões, abafam ruídos e fornecem abrigo e alimento para os pássaros, tornando o ambiente
muito mais saudável. São elementos de referencia da melhoria da qualidade de vida local.
Deverá ser desenvolvido um Programa de Arborizaçãona da Operação Urbana Vila Sonia, com
participação da comunidade. Desde a escolha do local, quer seja uma praça, um quintal ou mesmo em
frente de a casa de um munícipe, e ainda o plantio, a abertura da cova, a colocação e a orientação da
árvore, e a sua manutenção, deverá sempre o programa ser orientado para permitir a participação
interativa da sociedade da região em todas as fases do programa.Deverá ser apoiado pelas empresas
que deverão fortalecer atividades e emprego nas polaridades propostas.
13.6.4.2. Resíduos sólidos
Associados à geração de renda, tais programas deverão ser implantados nos núcleos de ocupação da
população carente a serem regularizados, por projeto urbanístico e de regularização fundiária conforme
recomendado no item 7. Recomenda-se entre outros, programas de:
– Coleta seletiva
– Reciclagem
– Compostagem
Tais programas estão ligados à implantação de Postos Centrais de Triagem da comunidade em locais a
serem definidos /distribuídos por toda comunidade carente da área de estudo. Os programas de
reurbanização deverão prever e apoiar a viabilização de tais ações, prevendo a locação das mesmas.
13.7. Avaliação sistêmica
A avaliação dos programas e desenvolvimento de projetos específicos deverá ser feita de forma
sistêmica e continuada ao longo de implantação e desenvolvimento das ações.
Destacamos a importância da troca de experiências, na construção do conhecimento dos mecanismos
que regem nosso ambiente, da forma mais democrática, participativa e localizada possível.
A divulgação e multiplicação das ações criam um importante caminho que com certeza nos auxiliará na
compreensão da importância de investirmos na busca de um ambiente mais saudável, através de
pequenos gestos e atitudes, que somados aos esforços de cada um, nos conduzirão a uma melhor
qualidade de vida na região.
185
IV. DOCUMENTOS ANEXOS
ANEXO 1 - POPULAÇÃO PROJETADA NA ÁREA CONSTRUÍDA OUCVS POR CLASSE DE RENDA
E POR USOS
OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA VILA SONIA
ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO POR SETOR E POR CLASSE DE RENDA Com base no estoque de Área Potencial a Construir por Setor
RESUMO: SETOR PÓLO BRASIL
CLASSIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO Nº de pessoas
Estimativa População por Classe de Renda 29.332
A B C D
2.216 24.221 2.510 385
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 29.332
RH RV Não RH Não RV
5.307 7.145 11.018 5.862
RESUMO: SETOR CAXINGUI
Estimativa População por Classe de Renda 17.066
A B C D
4945 10832 1126 163
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 17.066
RH RV Não RH Não RV
5991 3930 3515 3630
RESUMO: SETOR EIRAS GARCIA
Estimativa População por Classe de Renda 51.027
A B C D
3985 38755 7415 872
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 51.027
RH RV Não RH Não RV
25660 12791 11017 1559
RESUMO: SETOR FRANCISCO MORATO
Estimativa População por Classe de Renda 43.195
A B C D
1058 26710 14875 552
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 43.195
RH RV Não RH Não RV
20053 9153 12093 1896
RESUMO: SETOR JD. JUSSARA
Estimativa População por Classe de Renda 18.358
A B C D
154 11011 6461 732
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 18.358
RH RV Não RH Não RV
10501 1032 5470 1355
RESUMO: SETOR MORUMBI 1
Estimativa População por Classe de Renda
25.916
A B C D
1434 19176 3870 1436
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 25.916
RH RV Não RH Não RV
11659 2967 5259 6031
Fonte: SEMPLA/ atualizado 2006- AMP - Área Mais Provável de Adensamento por Setor / cálculo
Cobrape
base de cálculo: 15m2 de área potencial construída/pessoa para uso residencial e não residencial
186
OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA VILA SONIA
ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO POR SETOR E POR CLASSE DE RENDA
Com base no estoque de Área Potencial a Construir por Setor
RESUMO: SETOR MORUMBI 2
CLASSIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO Nº de pessoas
Estimativa População por Classe de Renda 58.317
A B C D
11414 39986 5059 1858
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 58.317
RH RV Não RH Não RV
18732 27123 8431 4031
RESUMO: SETOR RAPOSO TAVARES
Estimativa População por Classe de Renda 43.463
II. A B C D
460 36341 5267 1395
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 43.463
RH RV Não RH Não RV
9278 26687 2071 5427
RESUMO: PÓLO VILA SONIA 1
Estimativa População por Classe de Renda 21.356
A B C D
109 16255 4721 271
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 21.356
RH RV Não RH Não RV
7843 925 10961 1627
RESUMO: SETOR VALE PIRAJUSSARA
Estimativa População por Classe de Renda 18.093
A B C D
1658 14189 2022 224
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 18.093
RH RV Não RH Não RV
8735 5175 2979 1204
RESUMO: SETOR VILA SONIA 1
Estimativa População por Classe de Renda 7.559
III. A B C D
247 4831 2360 121
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 7.559
RH RV Não RH Não RV
6037 298 1159 65
RESUMO: SETOR VILA SONIA 2
Estimativa População por Classe de Renda 19.521
A B C D
994 15840 2521 166
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 19.521
RH RV Não RH Não RV
9384 7360 2318 459
Fonte: SEMPLA/ atualizado 2006- AMP - Área Mais Provável de Adensamento por Setor / cálculo
Cobrape
base de cálculo: 15m2 de área potencial construída/pessoa para uso residencial e não residencial
187
OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA VILA SONIA
ESTIMATIVA DA POPULAÇÃO POR SETOR E POR CLASSE DE RENDA
Com base no estoque de Área Potencial a Construir por Setor
RESUMO: SETOR VILA SONIA 3
CLASSIFICAÇÃO DA POPULAÇÃO Nº de pessoas
Estimativa População por Classe de Renda 10.093
A B C D
106 8046 1734 207
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 10.093
RH RV Não RH Não RV
5408 1770 2268 647
RESUMO: SETOR VILA SONIA 4
Estimativa População por Classe de Renda 4.141
A B C D
82 3340 638 81
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 4.141
RH RV Não RH Não RV
1416 699 1793 233
RESUMO: SETOR VITAL BRASIL 1
Estimativa População por Classe de Renda 48.666
A B C D
0 2592 45778 296
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 48.666
RH RV Não RH Não RV
569 1582 43992 2523
RESUMO: SETOR VITAL BRASIL 2
Estimativa População por Classe de Renda 7.847
A B C D
733 6203 556 355
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 7.847
RH RV Não RH Não RV
3011 1516 1532 1788
RESUMO: SETOR VITAL BRASIL 3
Estimativa População por Classe de Renda 3.134
A B C D
205 2505 310 114
Estimativa população por Usos e Ocupação solo 3.134
RH RV Não RH Não RV
304 813 842 1175
Fonte: SEMPLA/ atualizado 2006- AMP - Área Mais Provável de Adensamento por Setor / / calculo
Cobrape
base de cálculo: 15m2 de área potencial construída/pessoa para uso residencial e não residencial
189
ANEXO II - SISTEMA VIÁRIO, TRANSPORTE E TRÁFEGO NA ÁREA DA OUC VILA SONIA
Em complementação às informações fornecidas no Diagnóstico, Relatório 2 do EIA-RIMA da Operação
Urbana Consorciada Vila Sonia, a partir critérios de análise adotados pela CET, acrescidos de dados
obtidos por levantamentos existentes da área de estudo, também fornecidos pela CET, mapeados e
analisados pela equipe da Cobrape, apresenta-se o relatório a seguir.
Para avaliação do impacto das alterações de uso e ocupação do solo, pela verticalização/adensamento
das construções, no sistema viário local é necessário conhecer o papel das vias na cidade a nível local e
regional.
1. Classificação Funcional das Vias (classificação viária) – do ponto de vista do tráfego
A classificação das vias CET hierarquiza as vias segundo dos fluxos viários, desempenho, porte físico e
função da mesma. A classificação da SEMPLA, adotada no Plano Diretor Estratégico e nos Planos
Regionais, adota critérios baseados na função de articulação das vias no nível local , regional e nacional.
Para avaliação da capacidade de suporte do viário aos fluxos futuros da operação Urbana foi adotado o
critério CET:
Vias Locais - São as vias com o tráfego estritamente localizado, onde a acessibilidade é
prioritária em relação à circulação, de acesso ao lote. Atende aos deslocamentos de trânsito
estritamente locais.
Vias Coletoras 1 e 2 (diferem-se só no porte físico) – São aquelas com a função de coletar e
distribuir os fluxos veiculares entre vias arteriais, entre arteriais e coletoras e ou entre coletoras e
locais. Apóia a circulação de trânsito da rede principal. Permitem, ao mesmo tempo, o trânsito de
passagem e a acessibilidade aos lotes lindeiros. Podem servir como apoio direto às Vias
Arteriais ou às Vias de Trânsito Rápido. Caracterizam-se por possuírem cruzamentos
semaforizados ou não, sem controles de acesso (agulhas/transposições) e permitem o acesso
direto às vias locais.
Vias Arteriais - São aquelas responsáveis pelos grandes deslocamentos viários entre regiões
extremas da cidade e pelos grandes deslocamentos internos, interligando-se, inclusive, com
outras vias de caráter Metropolitano. Formam a principal estrutura viária da cidade. Recebem
fluxos veiculares da rede coletora e local. Caracterizam-se por possuírem cruzamentos
semaforizados ou acessibilidade direta às vias locais ou coletoras, sem controle de acessos
(agulhas/transposições).
Vias de Trânsito Rápido - Ligam regiões extremas do município, com outras vias da Região
Metropolitana e extra regionais com a interligação com Rodovias. Formam também a principal
estrutura viária da cidade. Recebem fluxos veiculares da rede arterial, coletora e local.
Predominância o trânsito de passagem sobre o local. Exemplo: Marginais (Pinheiros e Tietê) e a
Av. 23 de Maio / Rubem Berta. Caracterizam-se por não possuírem cruzamentos semaforizados,
com controle de acessos (agulhas e transposições) e se interligam diretamente com as vias
arteriais.
190
QUADRO COMPARATIVO DA CLASSIFICAÇÃO VIÁRIA : CET X SEMPLA
CET (Conforme C.T.B.) Rede Estrutural de Transportes - SEMPLA
Via de Trânsito Rápido-VTR,
Via Arterial I
Via Arterial II
Via Arterial III
1º Nível – Nacional
2º Nível – Macro – Metropolitano
3º Nível – Municipal Urbano
Via Coletora I
Via Coletora II
4º Nível - Coletoras
Via Local 5º Nível - Locais
C.T.B. – Código de Trânsito Brasileiro/ SEMPLA – Secretaria Municipal de Planejamento
As principais ligações viárias na área de estudo estão organizadas no sentido Leste-Oeste.
Quatro são as vias de ligação mais importantes (eixos radiais estruturais) :
Av. Prof. Francisco Morato
Av. Corifeu de Azevedo Marques
Rodovia Raposo Tavares
Av. Eliseu de Almeida
Observa-se a seguir uma figura com a classificação CET das vias principais na zona oeste, e um mapa
mais detalhado da classificação viária da área de estudo. Observa-se apenas a via Marginal ao Rio
Pinheiros e a Rodovia Raposo Tavares, depois da área de estudo, estão classificadas como VTR - Via
de Trânsito Rápido. Portanto os 4 principais eixos estão classificados na área de estudo como Via
Arterial I. No sentido transversal salienta-se como Via Arterial I a Avenida João Jorge Saad e a Avenida
Lineu de Paula Machado. Não há via de porte de transposição aos 3 eixos, o que conduz os fluxos ao
uso de coletoras.
No sentido transversal a esses eixos salientam-se as Vias Arteriais I e II, interligadas por coletoras.
Salienta-se que o sistema viário do Morumbi, por exemplo, na Área de Influencia Indireta deste estudo,
vem sofrendo alteração. Apesar do caráter estritamente residencial dessa zona, muitas vias já
assumiram outro papel, seja devido à necessidade de interligação, seja pela presença de equipamentos
de porte como Hospitais, Escolas e Universidades, o Palácio do Governo, Rede de Televisão e o Estádio
de Futebol do Morumbi, além de outros equipamentos de lazer e de Shoppings. Isso pode ver verificado,
também na Área de Influencia Direta.
Portanto, essas áreas já exercem atração de viagens com origem em toda cidade, pelo porte dos
equipamentos citados, de implantação já consolidada. Acrescentando-se o tráfego de passagem, que
utiliza algumas arteriais para transposição ao rio Pinheiros, em direção ao centro da cidade, resultando
em maiores carregamentos que já provocam congestionamento, como é demonstrado a seguir.
Nesse quadro as vias coletoras locais estão sendo usadas como rotas de fuga. Isso denota que:
As vias locais estão passando por um processo de mudança de classificação, na dinâmica do
tráfego da cidade, dada pelas alterações de uso do solo em área estritamente residencial, na
Área de Influencia Indireta da Operação Urbana Vila Sonia.
191
Essa área, tradicionalmente geradora de viagens, como será demonstrado no item ___, está
passando por um processo de transformação tornando-se também atratora.
Cabe avaliar na simulação a ser feita, se o mesmo pode ser dito em relação aos distritos de
Butantã e Vila Sonia, que são zonas de equilíbrio de viagens, mas que, com a implementação
dos pólos de serviços propostos pela Operação Urbana, poderão se tornar mais atratores.
É uma alternativa que deverá impactar a polaridade de serviços do Largo da Batata, pois oferece uma
opção de comércio e serviços sem necessidade de atravessar o rio Pinheiros. Com a implantação da
linha 4, deverá haver uma reconfiguração dos pólos de serviços. A Operação Urbana ora proposta
potencializa essas transformações. Pelo padrão de ocupação existente, e pelos valores envolvidos dos
terrenos, a centralidade do Largo da Batata tende a receber investimentos de padrão mais alto, com
substituição de alguns serviços existentes. Os dados das simulações de tráfego realizadas neste estudo,
deverão sinalizar essas tendências.
As referências que permitem analisar o viário quanto à capacidade de circulação de veículos, por faixa,
estão descritas a seguir. No entanto, de maneira geral, é difícil mensurar a capacidade do viário local
sem um estudo global de toda área da Operação Urbana (carregamento geral), pois muitas dessas vias
podem estar sendo utilizadas como rotas de fugas do viário principal ou do secundário e outras estarem
sendo subutilizadas.
193
2. Características Físicas e capacidade dessas vias.
Vias Locais:
150 veic. / h / faixa – com folga
250 veic. / h / faixa – adequado
400 veic. / h / faixa – limite da capacidade
Vias Coletoras:
500 veic / h / faixa - com folga
700 veic / h / faixa - adequado (utilizado nesse estudo)
900 veic / h / faixa - limite da capacidade.
Vias Arteriais:
1200 veic / h / faixa - com folga
1400 veic / h / faixa - adequado (utilizado neste estudo)
1700 veic / h / faixa – limite da capacidade
Vias de Trânsito Rápido:
Até 3,00m de largura / faixa: máximo 1.800 veic / hora / faixa
Entre 3,00 e 4,00m de largura / faixa: 2.000 veic / hora / faixa
3. Contagens Veiculares
Outra referência de análise da capacidade viária é dada pelo índice de contagem de veículos. Para isso
utilizam-se os volumes equivalentes: são volumes reais, feitos por contagem no local, na hora pico, no
período da manhã, ou outros especificados, onde os volumes de caminhões e ônibus são transformados
em veículos comuns, para permitir trabalhar numa mesma base de dados, capaz de chegar aos índices
de veículos equivalentes / faixa / hora.
De maneira geral as contagens veiculares são utilizadas para verificação de índices de saturação da via
nos pontos de maior carregamento. São elaboradas para os cruzamentos das vias identificando pontos
de conflito. No entanto, não expressam a real distribuição de viagens ao longo das vias, pois as viagens
são objeto de estudos de origem – destino (O.D.).
4. O Desempenho e o Nível de Serviço das Vias
Para avaliação do impacto do uso do solo com verticalização/adensamento no sistema viário é
necessário conhecer as características de funcionamento e operacionalização da estrutura viária de
suporte. Foi adotada para isso a metodologia do Highway Manual Capacity do ITE dos EUA, também
utilizada pela SMT/CET.
194
Os indicadores de desempenho utilizados são: (i) velocidade em km/h, (ii) o fluxo em veículos por hora
por faixa e (iii) a densidade em veículos por km por faixa ( V/C – volume veicular / capacidade da via).
Estas funções estão inter-relacionadas. Os indicadores mais utilizados são o fluxo, também chamado de
volume de veículos, e a velocidade, que pode ser medida em velocidade de fluxo livre ou velocidade
média de tráfego, em determinado trecho viário.
O desempenho do sistema viário urbano depende das características de assentamento do local (uso do
solo, topografia, acessos aos lotes, etc.), do traçado geométrico e da sinalização de regulamentação
(largura da via e das faixas, canteiro central, inclinação, estacionamento no meio fio ou carga e descarga
permitidos, travessias de pedestres, conversão à esquerda, geometria dos acessos com guias
rebaixadas, etc.), da capacidade física da via (seu porte físico, tipo de deslocamento a que se destina),
composição do tráfego (densidade de autos, ônibus, caminhões, motos, bicicletas, faixa etária da frota,
etc.) e dos semáforos (quantidade, distanciamento, tecnologia da máquina, sincronização entre eles,
efeito de retardamento, etc.) além de fatores climáticos. Estas características determinam a capacidade
viária e seu nível de serviço.
4.1. Níveis de serviço das vias
O nível de serviço é um termo que define as diferentes condições de operação, que ocorrem numa
determinada via, quando acomoda diversos fluxos veiculares. Seis (6) são os níveis de serviço
caracterizados por letras, de A a F, do melhor para o pior.
Os vários tipos de influência que o nível recebe podem ser medidos através da velocidade que
representa a relação fluxo da via em relação à capacidade. Para medição do nível de serviço utiliza-se a
velocidade operacional em condições de fluxo ininterrupto. Onde há fluxo interrompido utiliza-se como
medida da velocidade de percurso.
Qualquer via, na prática, pode operar com um espectro muito grande de níveis de serviço que variam de
acordo com o período do dia. São caracterizadas três classes de vias estruturais (ou arteriais) no
sistema viário, dependendo da sua geometria e de sua função no meio urbano:
A via estrutural (principal) de classe I serve para deslocamentos diretos. Ela também conecta
vias expressas principais com áreas geradoras de tráfego ou centros de bairro.
As vias estruturais (secundárias) de classe II e de classe III conectam e ampliam o sistema de
vias estruturais. Embora sua principal função seja a mobilidade do tráfego, elas permitem o
acesso aos lotes, servindo aos estabelecimentos comerciais e de serviços.
As características destas vias estão classificadas no quadro abaixo:
NÍVEL DE SERVIÇO DO SISTEMA VIÁRIO ESTRUTURAL
Tipo Classe I Classe II Classe III
Velocidade de fluxo livre 64,4 km/h 53,1 km/h 43,4 km/h
Nível de serviço Velocidade média de tráfego
A >56,3 km/h >48,3 km/h >40,2 km/h
B >45,1 km/h >38,6 km/h >30,6 km/h
C >35,4 km/h >29,0 km/h >20,9 km/h
D >27,4 km/h >22,5 km/h >14,5 km/h
E >20,9 km/h >16,1 km/h >11,3 km/h
F <20,9 km/h <16,1 km/h <11,3 km/h
195
Estas características de velocidade permitem enquadrar o desempenho das vias em determinados níveis
de serviço. Observa-se que até o nível D o desempenho é satisfatório e no nível F,a velocidade cai,
indicando situações mais críticas.
Aplicando esse critério na área da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia, baseado na hora pico-
manhã, conforme carregamentos percebidos em mapa específico anexo, conclui-se que: os níveis de
serviço que caracterizam o desempenho das vias da OUCVS se concentram no nível E e F e algumas
poucas vias no nível D10
.
Os níveis de desempenho do viário para os eixos da área de estudo podem ser entendidos como:
Vias de Nível D - Condições de fluxo instável com velocidades operacionais toleráveis. Ocorrência de
variação de volumes e restrições temporárias de fluxos, que causam reduções substanciais da
velocidade. Velocidades de fluxo livre entre 40 e 58 km/h.
Vias de Nível E - Apresenta condições operacionais abaixo das velocidades operacionais típicas. As
velocidades de fluxo livre encontram-se na casa dos 40 km/h.
Vias de Nível F - Descreve o fluxo forçado com velocidades baixíssimas onde os volumes estão acima
da capacidade da via onde a velocidade pode tender a zero. Filas de veículos são formadas devido às
restrições nos fluxos. Velocidades de fluxo livre encontram-se abaixo dos 40 km/h.
O volume veicular diário do viário da área da Operação Urbana Vila Sonia está sempre no limite da
saturação ou saturado, o identifica que, todos os dias, existem congestionamentos e a velocidade tende
a zero ou variar entre 20 e 40 km/h.
Existe sempre alguma fluidez, mas a vazão é baixa, principalmente nos funis (gargalos) - que são as
pontes de transposição do Rio Pinheiros - onde a capacidade viária fica comprometida. Observa-se que
a situação mais crítica acontece na ponte Euzébio matoso seguida pela ponte cidade Jardim. Já a ponte
da cidade
As vias com fluxos no sentido Noroeste-Sudoeste (Norte-Sul) acabam sempre cumprindo um papel
alternativo como forma de alívio. Em geral os fluxos viários, nessas últimas, ainda estão menos
comprometidos servindo como escape nos horários mais carregados do pico da manhã.
À tarde, os fluxos viários são menos concentrados (mais dispersos) e assim, os levantamentos de dados
não seriam reais ou seriam menos precisos.
Na planta em anexo foram analisados os volumes veiculares por trecho das vias principais no perímetro
da Operação Urbana Vila Sonia, pela classificação a seguir:
V/C= volume/ capacidade (escala de valores):
< 0,6 – Trânsito Bom,
= 0,6 e < 0,85 – Carregado (lento),
= 0,85 e < 1,0 - Quase Saturado (instabilidade),
= 1,0 – Saturado (limite da capacidade da via) – início de filas,
> 1,0 e < 1,2 (acima da saturação) – formação de filas e congestionamentos,
> 1,2 (congestionamentos) – parado (velocidade quase nula)
10 Os dados gerais apresentado pela fonte de pesquisa (CET) não permitiram calcular os níveis de serviço individuais, por via, mas apenas informações globais.
198
Caracterização de trechos de vias (carregamentos) V/C - pico manhã / sentido bairro-centro na área de influência direta da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia
Av. Francisco Morato Entre Av. Morumbi e Ponte Eusébio
Matoso
V/C < 1 e > 1,2
Av. Francisco Morato Entre R. Três Irmãos e Av. Morumbi V/C < 0,6 e > 0,85
Av. Francisco Morato Entre Av. Jorge João Saad e Edmundo
Scannapieco
V/C < 0,85 e > 1
Av. Francisco Morato Entre R. Edmundo Scannapieco e R. Três
Irmãos
V/C >1,2
Rodovia Raposo Tavares Divisa do município até R. Edmundo
Scannapieco
V/C < 0,6 e > 0,85
Rodovia Raposo Tavares R. Edmundo Scannapieco até Av. Três
Poderes
V/C < 1,0 e > 1,2
Rodovia Raposo Tavares Av. dos Três Poderes até R. Sapetuba V/C < 0,85 e > 1,0
Rua Sapetuba Entre Rodovia Raposo Tavares e Av. Prof.
Francisco Morato
V/C < 0,6
Av. Eliseu de Almeida Entre Av., Três Poderes e R. Alvarenga V/C 0,85 a 1,0
Av. Eliseu de Almeida Entre R. Edmundo Scannapieco e Av. dos
Três Poderes
V/C = 1,0
Av. Eliseu de Almeida Entre Av. Jacob Salvador Zveibil e R.
Edmundo Scannapieco
V/C < 0,85 e > 1,0
Av. Eliseu de Almeida Entre Av. Laudo Ferreira de Camargo e Av.
Jacob Salvador Zveibil
V/C < 0,6 e > 0,85
Av. Eliseu de Almeida Entre Av. Caminho de Engenho e Av.
Laudo Ferreira de Camargo
V/C < 1,0 e > 1,2
Av. Jacob Salvador Zveibil Toda extensão V/C <0,6
R. Reação V/C >1,2
V/C= volume/ capacidade (escala de valores): < 0,6 – Trânsito Bom, = 0,6 e < 0,85 – Carregado (lento), = 0,85 e < 1,0 - Quase Saturado (instabilidade), = 1,0 – Saturado (limite da capacidade da via) – início de filas, > 1,0 e < 1,2 (acima da saturação) – formação de filas e congestionamentos, > 1,2 (congestionamentos) – parado (velocidade quase nula)
199
R. Camargo Entre Av. Corifeu de Azevedo Marques e Av.
Valdemar Ferreira
V/C >1,2
Av. Magalhães de Castro (local
da Marginal Pinheiros
Entre ponte Cidade Universitária e Av.
Valentim Gentil
V/C < 0,85 e > 1,0
Av. Valentim Gentil Entre Av. Magalhães de Castro e Av.
Valdemar Ferreira
V/C < 0,95 e > 1,0
Av. Corifeu de Azevedo Marques Entre Av. Escola Politécnica e Av. Heitor
Antonio Elias Garcia)
V/C < 0,6 e > 0,85
Av. Corifeu de Azevedo Marques Entre Av. Heitor Antonio Alias Garcia e R.
Edmundo Scannapieco
V/C < 0,6
Av. Corifeu de Azevedo Marques Entre R. Edmundo < e R. Alvarenga V/C < O,6 e\> 0,85
Av. Vital Brasil Entre R. Alvarenga e R. Camargo V/C > 1,2
Av. Vital Brasil Entre R. Camargo e Av. Prof. Francisco
Morato
V/C < 1,0 e > 1,2
Av. Laudo Ferreira de Camargo Toda extensão V/C < 1,0 e > 1,2
Av. Alvarenga Entre a ponte Cidade Universitária e v.
Afrânio Peixoto
V/C < 1,0 e > 1,2
Av. Alvarenga Av. Afrânio Peixoto e Av. Vital Brasil V/C < 0,85 e > 1,0
Av. Alvarenga Av. Vital Brasil e Rod. Raposo Tavares V/C < 0,6 e > 0,85
V/C= volume/ capacidade (escala de valores):
< 0,6 – Trânsito Bom, = 0,6 e < 0,85 – Carregado (lento), = 0,85 e < 1,0 - Quase Saturado (instabilidade), = 1,0 – Saturado (limite da capacidade da via) – início de filas, > 1,0 e < 1,2 (acima da saturação) – formação de filas e congestionamentos, > 1,2 (congestionamentos) – parado (velocidade quase nula)
200
5. Trechos Críticos de carregamento das principais vias arteriais (estruturadoras) – em números -
na área de influência direta da Operação Urbana Consorciada Vila Sonia
Av. Prof. Francisco Morato:
Largura média da via – 10 a 11m. (por sentido)
Total de faixas – 3(por sentido)
Largura de cada faixa – 3,0 a 3,2 (faixa corredor de ônibus) e 2,75 a 2,95 (duas demais)
Capacidade permitida por pista – 4200 veículos p/h
Capacidade utilizada (em média) – pico manhã (sentido b/c) – 4000 a 4200
V/C (médio) = 0,9 a 0,93
Rod. Raposo Tavares (Zona Urbana) - Na chegada a São Paulo:
Largura média da via - 13 a 15 m (por sentido)
Total de faixas – 4 a 5 (por sentido)
Largura de cada faixa – 3,0
Capacidade permitida por pista – 4600 a 6000
Capacidade utilizada (em média) – pico manhã (sentido interior – capital) – 5000 a 5800
V/C (médio) = 0,92 a 0,96
Av. Eliseu de Almeida:
Largura média da via - 7,0 a 10m (por sentido)
Total de faixas – 2 a 3 (por sentido)
Largura de cada faixa – 2,65 a 3,5 (já inclui faixa preferencial de ônibus que pode ser compartilhada)
Capacidade permitida por pista – 2800 a 3200
Capacidade utilizada (em média) – pico manhã (sentido bairro – centro) – 2350 a 3000
V/C (médio) = 0,84 a 0,86
Av. Corifeu de Azevedo Marques/ Av. Vital Brasil:
Largura média da via – 9,8 a 10m (por sentido)
Total de faixas – 3 (por sentido)
Largura de cada faixa – 3,25 a 3,35
Capacidade permitida por pista – 4200
Capacidade utilizada (em média) – pico manhã (sentido bairro – centro) – 4200 a 4300
V/C (médio) = 1,0.
5.1. Extensão das Vias Principais na área da Operação
Conforme pode ser verificado abaixo, a extensão dos principais eixos, com bastante profundidade
denota que o sistema viário da área de estudo é congestionado principalmente pelo tráfego de
passagem. Nesse sentido as obras que representam alívio ao tráfego de passagem, no sentido leste-
oeste são realmente relevantes. Novas transposições ao rio Pinheiros e o viaduto proposto sobre a rua
201
Sapetuba, por exemplo, são de importância supra-local, com reflexos no alívio do sistema local,
permitindo atender melhor à implantação das polaridades propostas.
Esse raciocínio permite supor que o adensamento local das construções poderá não representar um
acréscimo significativo ao volume de tráfego, mas , o eventual aumento o tráfego de passagem poderá
significar impedimento à maior utilização da área de estudo. È uma hipótese que deverá ser avaliada
com o resultado das simulações.
Av. Prof. Francisco Morato - 6,4 km
Av. Eliseu de Almeida / Av. Pirajussara - 4,8 km
Av. Corifeu de Azevedo Marques - 6,3 km
Av. Vital Brasil-1,2 km (sentido transversal aos eixos principais L-O)
R. Alvarenga- 2,5 km
Av. Jorge João Saad- 1,35 km Av. Dep. Jacob Salvador Zveibil - 0,48 km (sentido N-S)
R. Edmundo Scannapieco- 0,5 km (sentido N-S)
R. Domingos Barbieri- 0,375 km (paralela a Rodovia Raposo Tavares)
R. dos Três Irmãos- 1,09 km (sentido N-S)
Av. dos Três Poderes- 0,46 km (sentido N-S)
Av. Benjamim Mansur- 0,71 km (sentido N-S)
Av. Afrânio Peixoto- 0,44 km (sentido transversal aos eixos L-O)
Av. Valdemar Ferreira- 0,63 km (sentido transversal aos eixos L-O)
Av. Valentim Gentil- 0,5 km (sentido L-O)
Av. Magalhães de Castro (entre Ponte Cidade Universitária e Av.Valentim Gentil) - 0,5 km
R. Camargo- 0,94 km; R. Reação- 0,34 km; R. Sapetuba- 0,56 km
5.2. Situação crítica do Sistema Viário na Área da Operação Urbana
Verificando as quatro vias, citadas anteriormente, bem como os mapas de carregamento de trechos e de
pontos críticos, pode-se perceber que, em média, para o pico da manhã o V/C das vias varia de 0,85 a
1,2.
Isso demonstra que, as vias principais da área da Operação Urbana Consorciada Vila Sônia,
trabalham de carregadas até saturadas totalmente.
Considerando-se que o movimento dos deslocamentos é pendular e as contagens veiculares foram
elaboradas no pico da manhã, quanto maior o fluxo do sentido bairro-centro, piores são as condições de
deslocamentos e transposição do Rio Pinheiros em direção ao Centro.
Isto se deve principalmente ao afunilamento do fluxo representado pelas Pontes Eusébio Matoso e
Bernardo Goldfarb. Outras causas que podem ser atribuídas para esses congestionamentos é a
carência de viário no sentido norte-sul, e de outras transposições ao rio Pinheiros, capazes de responder
aos volumes que incluem os fluxos provenientes da Rodovia Raposo Tavares.
A Av. Prof. Francisco Morato, embora com três faixas existentes não possui integralmente todas elas
devido à existência do Corredor Exclusivo de Ônibus (Passa Rápido) o que compromete a fluidez do
tráfego individual motorizado, em boa extensão da mesma, devido ao fato dos veículos ficarem
202
concentrados nas duas faixas restantes. No entanto para o transporte coletivo a faixa exclusiva é
eficiente, como é objetivo desse sistema: atender a maior demanda de passageiros com mais rapidez e
conforto.
6. Áreas de equilíbrio de viagens - Butantã11
São aquelas que apresentam uma equivalência relativa entre a atração e a geração de viagens no pico
da manhã. Essas áreas possuem um padrão de urbanização já consolidado, configurando como
centralidades regionalizadas, ou seja, pólos que atraem atividades devido às condições de acessos
viários e de outras formas estruturadas de transporte.
São áreas de uso misto onde, junto a áreas residenciais, encontra-se instalada uma proporção mais
significativa (em relação ao restante da cidade) de atividades industriais, comerciais e de serviços. Hoje,
o sistema de vias estruturais principais - Avenidas Marginais, Anéis perimetrais e saídas rodoviárias
delimitam esses setores e o Metrô que já atende ou atenderá essas áreas.
11 Cartilha: “Circular em São Paulo”- Áreas de equilíbrio de viagens - Vol. 3 - VMR – CET SP 2003.
206
O perfil da população moradora da área do Butantã concentra-se nos extratos de rendas média e média-
alta. Apresenta uma taxa de motorização acima da média da região metropolitana e do município em
torno de 0,8 veículos por família. O padrão de acessibilidade dessa região explica a concentração de
instituições de ensino, como da USP, que representa um fator excepcional de atração e geração de
viagens.
A diversidade de atividades que caracteriza as áreas de equilíbrio de viagens reflete-se como padrão de
uso do solo. As tendências já verificadas, conforme descrito a seguir, deverão ser potencializadas com a
implantação do projeto da Operação Urbana Vila Sonia.
A região da Subprefeitura do Butantã ocupa uma área de 56 km². A forte aglomeração urbana dessa
região teve, no sistema viário, seu elemento estruturador e as Avenidas Professor Francisco Morato,
Eliseu de Almeida, Corifeu de Azevedo Marques / Vital Brasil e as Rodovias Regis Bittencourt e Raposo
Tavares são os principais eixos de acesso à área.
O dinamismo dessa área é revelado através das 710 mil viagens geradas e 711 mil viagens atraídas
diariamente. As viagens atraídas dividem-se em cerca de 234 mil por transporte coletivo, 331 mil por
transporte individual e 146 mil a pé.
Os motivos educação e trabalho, tomados em conjunto são responsáveis por 90% das viagens atraídas
para essa área, a mais alta entre todas as Subprefeituras do Município.
Distribuição das viagens por motivo Pico da manhã (5h00 às 9h00)
Motivos Geradas Viagens (%) Atraídas %
Residência 11.555 7 9.495 5
Trabalho 98.224 58 108.889 58
Educação 48.273 29 60.125 32
Outros 8.776 5 8.609 5
Lazer 1.157 1 1.181 1
Total 167.985 100 188.299 100
Fonte: Pesquisa O/D 97- Metrô
Distribuição das viagens por modo-dia todo
Modos de transporte Geradas Viagens (%) Atraídas %
Coletivo
Ônibus 207.231 29 206.850 29
Metrô 54 0 15 0
Trem 4.758 1 5.838 1
Outros 21.721 3 21.400 3
Individual
Dirigindo automóveis 205.136 29 208.584 29
Passageiro 110.027 15 109.497 15
outros 14.119 2 12.987 2
A pé 147.021 21 146.375 21
total 710.067 100 711.546 100
Fonte: Pesquisa O/D 97- Metrô
207
Classificação do Sistema Viário
Tipo de Via Extensão (km) %
VTR-Vias de Trânsito Rápido 16 21
Arterial 67 8
Coletora 51 6
Local 715 84
Pedestres 0 0
Total 849 100
Fonte: CET- 2002
7. Transporte Coletivo
7.1. Reorganização do transporte em função da linha 4 do metrô
A Linha 4 – Amarela do Metrô constitui-se em um empreendimento de transportes de alta capacidade,
destinado a atender à ligação do vetor Sudoeste com o Centro Metropolitano, previsto há cerca de trinta
e cinco anos.
Ela se coloca como o mais importante elo de ligação da rede de transporte coletivo do Programa
Integrado de Transportes Urbanos –PITU 2020 da STM e o novo Sistema de Transporte Coletivo Público
de Passageiros da Cidade de São Paulo, ao propiciar a integração com todas as linhas de Metrô e trem
Metropolitano e com vários eixos de corredores de ônibus, para os quais está proposta a operação de
Linhas Estruturais.
Foi aprovado em dezembro de 2006 o processo de contratação da empresa que vai operar a linha 4 (Vila
Sônia – Luz) com a 1ª fase prevista para conclusão em dezembro / 08
Primeira fase operacional Trecho Butantã - Luz
Na primeira fase operacional a integração de passagem só ocorrerá em duas estações: Butantã e Faria
Lima. A implantação da linha causa impacto direto na valorização / especulação imobiliária nas áreas de
influência da linha.
Podemos aceitar, quase que por definição, que o grande mote de desenvolvimento da área da Operação
Urbana Vila Sônia é a implantação da Linha 4 do Metrô.
Não existe a possibilidade, por exemplo, de alteração do Plano Regional Estratégico em função da
ocupação por indústrias que normalmente se localizam junto as Rodovias dos municípios da RMSP.
Não é mensurável, talvez dependa do aumento da demanda de viagens, o quanto a implantação da linha
4 poderia influenciar a legislação urbanística dos outros municípios que tem influência direta como
Taboão da Serra e Osasco e os demais 8 municípios cujas linhas de transportes coletivos passam pela
área.
Um atrativo de demanda, previsto, foi implantação do bilhete único, que no modal Metrô iniciou-se em
30/12/05 cujo processo foi concluído em 17/05/06, que identificou o aumento da demanda diária de
público e que gerou crescimento econômico no último trimestre de 2006.
No geral, a entrada de passageiros aumentou em 10,5% no último trimestre de 2006 (jun./06) e variou
em + 12,5% em relação à jun./ 05.
208
Acredita-se que o atrativo de viagens de outros modais (ônibus e veículos somados) principalmente a
partir do entorno imediato do metrô, será da ordem de 20%. Não existem estudos sobre o quanto do
modal auto é contribuinte nesse atrativo de demanda.
Trecho Butantã – Luz com o Pátio Vila Sônia mais 6 estações (Butantã / Pinheiros / Faria Lima / Paulista
/ República / Luz)
Integração com rede Metroviária nas Estações Paulista, República e Luz e com o trem Metropolitano nas
estações Pinheiros e Luz.
O terminal Butantã para ônibus integrados já está dimensionado (capacidade) para a segunda fase do
Metrô (integração de 10 linhas municipais e 10 linhas intermunicipais)
Demais ônibus e suas linhas serão mantidas, nessa 1ª fase (integração de passagem) nas estações
Butantã e Faria Lima.
A proposta de integração dos meios de transportes é conjunta e unânime (METRÔ / EMTU / CPTM /
SPTRANS).
Com os terminais de integração prevê-se uma racionalização do atendimento dos ônibus (Municipais e
Intermunicipais)
A extensão da linha gira em torno de 12,8km (alguns números dizem 14 km) a ser executado em duas
fases (etapas) incluindo a nova estação e Terminal Vila Sônia sobre o Pátio de Manobras.
Na 1ª Fase de Operação uma parte da demanda por ônibus será absorvida.
Na 2ª Fase o restante da demanda à absorver é assimilada (operacional)
Várias linhas de ônibus, não concorrentes com o Metrô, continuarão seus trajetos originais até o destino
final.
Na 1ª fase operam as estações Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz.
Na 2ª fase operam as estações Morumbi, Vila Sônia, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis.
7.2. Sistema Integrado de Transporte Público – SITP
Sistema de reorganização do transporte público a partir da intervenção no transporte sobre rodas, em
implantação pela São Paulo Transportes, empresa da Prefeitura do Município de São Paulo, com
operacionalização prevista para 2004/2005, portanto com reflexos iminentes na área desta Operação
Urbana.
Esse novo modelo físico, operacional, funcional, tarifário e de gestão está em implantação pela PMSP/
SMT/ SPTRANS e deverá abranger as linhas de ônibus estruturais / troncais, as linhas
alimentadoras/locais, regionais e inter-regionais. As adaptações ao sistema existente são decorrentes da
política tarifária a ser adotada para o sistema, e suas interfaces com o sistema estrutural sobre trilhos –
Metrô e Trem Metropolitano - e com os serviços das linhas de ônibus metropolitanas e municipais.
Deverá promover a melhoria do serviço com menores tempos de viagens, maior oferta por sentido,
melhor qualidade dos equipamentos rodantes e menor custo de transporte pela implantação do bilhete
único. Os percursos poderão ser compostos por inúmeras alternativas, cobrindo maior quilometragem
209
com um só bilhete (bilhete único já implantado), pela conexão modal e intermodal nas diversas Estações
de Transferência e Terminais de Integração que deverão ser implantados.
As linhas alimentadoras farão novos percursos pelas conexões às estações de transferência e terminais
existentes e projetados.
O desempenho do tráfego regional deverá ser otimizado, tornando o sistema mais eficiente, pela
melhoria do tráfego nos corredores Passa - rápido de via livre à esquerda, eliminando pontos de
obstrução existentes, e melhorando a utilização da capacidade viária existente, reservando os
corredores para veículos de maior porte ou articulados, e as vias locais aos micro-ônibus.
Esse sistema visa cooperar com a inibição do uso do transporte individual, que hoje já vem sendo
desestimulado pelo congestionamento do viário nas horas de pico.
7.2.1. Transportes Coletivos: Situação Futura
A importância da análise do transporte público neste estudo está relacionada ao fato deste fator ser
considerado de fundamental importância para a viabilização do adensamento populacional e para a
criação do pólo de atividades proposto.
Na análise feita no Diagnóstico foi demonstrado que a área de estudo apresenta alta acessibilidade,
apesar de bem servida por linhas de ônibus.
Em seguida serão acrescentados alguns comentários sobre o cenário futuro com a implantação em curto
prazo do SITP – Sistema Integrado de Transportes Públicos pela SMT / SPTRANS e em médio prazo
pela implantação da linha 4 do Metrô.
Será demonstrado que, se a área de estudo for transformada em área de alta acessibilidade, será viável
a perspectiva de adensamento populacional proposta pela Operação Urbana.
Evidentemente a integração dos modos de transporte de alta média e baixa capacidade são condições
intrínsecas para a transformação do local de estudo em “área de alta acessibilidade” e assim em área
passível de transformação de uso.
Considerando que o prazo previsto para implantação da Operação Urbana em questão de 20 anos, é
possível supor uma compatibilização de cronogramas para viabilizar as transformações propostas.
7.2.2. Readequação do Transporte Coletivo por ônibus (vinculados ao Metrô)
A revisão do Plano Municipal para os ônibus (dividido em 8 regiões) e a implantação do Passa - Rápido
Rebouças (Morato) forçou a implantação do terminal Vila Sônia bem como a antecipação da Estação
Vila Sônia para a fase II.
A ação conjunta do Metrô / EMTU / SPTRANS / CET definiram a proposta de integração para contemplar
a nova configuração. Premissas básicas adotadas:
Integração tarifária nos moldes da utilizada pelos sistemas Metrô x Ônibus e Metrô x Ferrovia,
através do bilhete único (tarifa diferenciada);
Implementação do Sistema Interligado da SPTrans (funciona com o bilhete único) – inclui o Passa
Rápido Rebouças;
210
Troncalização do Sistema intermunicipal (gestão da EMTU) no corredor Francisco Morato / Raposo
Tavares / Corifeu de Azevedo Marques, pela implantação de terminais de integração do Plano da
EMTU (Taboão / Embu / Itapecerica / Cotia e Osasco).
Promover a integração com o sistema de ônibus municipal e intermunicipal e promover a
racionalização dos sistemas mantendo o atendimento aos usuários
Integração dos sistemas de alta capacidade nas estações Pinheiros (Linha C da CPTM), Paulista
(linha 2- verde do Metrô), República (linha 3-vermelha do Metrô), Luz (linha 1 azul do Metrô e linha
A, D e expresso leste da CPTM);
Manter as linhas troncais municipais e intermunicipais de passagem pelo Metrô com destinos não
concorrentes com a Linha 4.
Com a antecipação da Estação Vila Sônia o terminal de ônibus ficou menor já que a maioria das linhas
serão seccionadas no terminal Vila Sônia.
* essa operação já considera a troncalização (operação) dos sistemas de ônibus EMTU e SPTRANS.
Menor nº. de linhas representa menor área de ocupação para o terminal.
O terminal Butantã irá receber demandas geradas por parte das linhas da SPTRANS e da EMTU vindas
dos corredores Corifeu de Azevedo Marques, Rod. Raposo Tavares e linhas circulares da USP.
O terminal Morumbi foi dimensionado para receber linhas locais e as “Bairro a bairro” da SPTRANS e
outras oriundas da Cotia e Carapicuíba provenientes dos corredores Raposo Tavares / Eliseu de
Almeida.
O terminal Vila Sônia foi dimensionada para atender as linhas municipais, locais e estruturais do sistema
Interligado (provenientes dos bairros à oeste e sudoeste do município de São Paulo) e as intermunicipais
(com origem nos municípios de EMBU, Taboão e Itapecerica da Serra (que se utilizavam a Av. Eliseu de
Almeida).
7.3. Caracterização do Transporte Público Existente (Atual)
Oeste – Subtrecho Vila Sônia – Pinheiros com grande concentração de linhas municipais e
intermunicipais que acessam a subcentro de Pinheiros (ou seja, seguem em frente pela Ponte Bernardo
Goldfarb).
As propostas de reorganização e integração estão concentradas nesse subtrecho por causa da
concorrência com a Linha 4 do Metrô, ou seja, as troncalizações (previstas no estudo conjunto) definem,
obrigatoriamente, que não pode haver mais concorrência com o Metrô.
SITUAÇÃO ATUAL
Linhas municipais estão divididas em 8 áreas geográficas.
N região da linha 4 Localiza-se na área 8 (municipais) e as Intermunicipais atendem 10 municípios da
RMSP – que conformam a área de abrangência que interfere diretamente no Subtrecho Vila Sônia –
Pinheiros da linha 4.
211
CORREDOR FRANCISCO MORATO: Linhas originárias dos municípios de Taboão da Serra, Embu e
Itapecerica da Serra e doa bairros de Campo Limpo, Vila Sônia, Caxingui e bairros adjacentes ao
corredor.
CORREDOR RAPOSO TAVARES - (SAPETUBA): Linhas originárias dos municípios de Cotia e Vargem
Grande Paulista e dos bairros de Jd. Educandário e Jd. Bonfiglioli.
CORREDOR CORIFEU DE AZEVEDO MARQUES / VITAL BRASIL: Linhas originárias dos municípios
de Osasco, Jandira e Carapicuíba (Barueri e Itapevi) e dos bairros do Rio Pequeno, Parque Continental,
Jaguaré, USP e outros.
CORREDOR ELISEU DE ALMEIDA: (Apoio) É uma alternativa para as linhas que utilizam os corredores
Francisco Morato e Raposo Tavares.
213
SUBTRECHO VILA SÔNIA – PINHEIROS: 151 linhas com freqüência de 794 ON/H
TOTAL DE
LINHAS
MUNICIPAIS
INTERMUNICIPAIS
PONTE
BERNARDO GOLDFARB
PONTE
EUSÉBIO MATOSO
15
1 L
INH
AS
79
4 O
N/H
78 LINHAS
FREQ: 487 ON/H
73 LINHAS
FREQ: 307 ON/H
17 L – MUNICIP. 61 L – INTERM.
57 L - MUNICIP 12 L – INTERM.
* quatro linhas municipais ficam na própria área.
Do total de linhas (Municipais + Intermunicipais):
61 linhas - destino no Subcentro Pinheiros,
16 linhas - destino Hospital das Clínicas,
34 linhas - área Central
19 linhas - Terminais de ônibus do Metrô
21 linhas para outras regiões ou destinos.
Das 78 linhas municipais:
4 linhas – Destino USP / Butantã,
10 linhas - Subcentro Pinheiros,
7 linhas – Hospital das Clínicas,
9 linhas – Estações do Metrô (terminais)
6 linhas- Estação Luz
18 linhas – Área Central
24 linhas – Outras regiões do município
Das 73 linhas intermunicipais:
2l linhas – Vêm do EMBU,
19 linhas - Vêm de Taboão da Serra,
8 linhas – Vêm de Cotia
7 linhas – Vêm de Osasco,
7 linhas – Vêm de Carapicuíba,
214
11 linhas – Vêm de Itapevi + Vargem Grande Paulista + Jandira + Itapecerica da Serra.
As 73 linhas intermunicipais estão assim distribuídas:
52 linhas – Subcentro Pinheiros
9 linhas – Hospital das Clínicas
3 linhas – Itaim Bibi
3 linhas – Barra Funda
4 linhas – Terminal Rodoviário Tietê
2 linhas – Estação Conceição Metrô e Anhangabaú
As linhas que utilizam esse eixo atendem, basicamente, ao Subcentro Pinheiros e Região Central.
Elas utilizam Obrigatoriamente as Pontes:
Bernardo Goldfarb: A partir dela as viagens seguem pela r. Teodoro Sampaio / R. Cardeal
Arcoverde (Pendular).
Eusébio Matoso: A partir dela as viagens seguem pela Av. Eusébio Matoso / Rebouças /
Consolação(Pendular).
Subcentro Pinheiros absorve parte das linhas da área de estudo + aquelas originárias dos corredores
Pedroso de Morais (rua dos Pinheiros), Faria Lima e Cardeal Arcoverde.
Nova Concepção para o Sistema De Transportes:
Metrô + SPTrans + EMTU
Linhas Estruturais (Corredores Troncos)
Linhas locais (alimentadoras) → Articulam-se nos terminais intermunicipais e estações de transferência.
Na região 8 estão previstos 4 terminais: Vila Sônia , Largo do Campo Limpo, Raposo Tavares e Rio
Pequeno.
O Terminal Vila Sônia será alocado sobre o Pátio de Manobras do Metrô (Pátio Vila Sônia)
(Será um terminal de interligação das linhas municipais estruturais e locais e as intermunicipais
estruturais) com a linha Amarela.
TERMINAIS MUNICIPAIS – Localização:
Largo do Campo Limpo (Es. Do Campo Limpo x R. Campina Grande),
Raposo Tavares (R. Dos Piemonteses x Rod. Raposo Tavares),
Rio Pequeno (Av. Escola Politécnica x Av. Do Rio Pequeno x Av. Valdemar Roberto)
215
Existirá, também, um outro terminal já na área do Subcentro Pinheiros (AII) junto à estação de Trem
Pinheiros e futura Estação Pinheiros do Metrô chamado Terminal Pinheiros – (R.Capri x R. Sumidouro)
Esses terminais foram planejados para absorver linhas estruturais que serão integradas às locais que
atendem aos bairros (alimentadoras).
EXPECTATIVAS:
Minimização dos congestionamentos resultantes dos congestionamentos resultantes dos
estrangulamentos nas cabeceiras das pontes
Alívio dos deslocamentos de transporte por ônibus, nos eixos principais (Morato, Corifeu, Vital,
Eliseu de Almeida e Raposo Tavares), após integração (transferência) das linhas nos terminais.
Fazer a racionalização do sistema sem comprometer os desejos de viagem
Distribuir as linhas nos terminais de integração, propostos, de acordo com suas origens e
respeitando o percurso básico das linhas atuais.
A transferência das linhas, através dos terminais localizados junto às tre estações do metrô
(dentro da área da OUVS) deverá aliviar os deslocamentos de transporte por ônibus nos eixos
principais: Morato, Corifeu/Vital, Eliseu e Raposo Tavares.
As linhas intermunicipais serão do tipo troncais, de passagem, não concorrentes com o Metrô mais
linhas convencionais de ponto final, integradas aos terminais Vila Sônia, Morumbi e Butantã.
O corredor Av. Prof. Francisco Morato, principal corredor de transportes públicos da área, é parte
integrante do sistema estrutural, readequado ao novo modelo da SPTrans e continuidade do Corredor
Eusébio Matoso / Rebouças / Consolação com faixa exclusiva de ônibus à esquerda, junto ao canteiro
central com plataformas de embarque / desembarque e ônibus com portas à esquerda.
As linhas municipais (Plano Interligado) – uma vez implantado em sua totalidade (com terminais
previstos) manteriam, mais ou menos a originalidade das linhas com poucas diferenças atreladas cuja
troncalidade principal aconteceria no Terminal Vila Sônia.
Detalhamento dos Terminais:
Terminal Butantã:
Linhas Municipais: 10 linhas de ponto final com 95 On/h. Linhas de passagem(estruturais), essenciais,
mantidas → Não concorrentes com o Metrô.
Linhas Intermunicipais: 10 linhas de ponto final com 29 On/h e linhas de passagem não concorrentes
com o Metrô.
Principal acessibilidade viária: R. Camargo e Av. Vital Brasil
É um terminal já dimensionado para a 2ª Fase
Terminal Morumbi:
Linhas Municipais: 7 linhas de ponto final – 61 On/h.
Linhas Intermunicipais: 6 linhas de ponto final com 21 On/h.
216
Principal acessibilidade viária: Av. Jacob Salvador Sveibil
Objetivo: Reduzir o nº de linhas integradas do Terminal Butantã e no Sub Centro de Pinheiros e facilitar o
acesso à rede Metrôferroviária
As linhas oriundas da região Sul farão parada rápida em ponto de via transversal junto a Av. Jorge João
Saad.
Terminal Vila Sônia:
Linhas Municipais: 13 linhas de ponto final – 128 On/h.
Linhas Intermunicipais: 35 linhas de ponto final – 122 On/h. e 5 linhas troncais e linhas convencionais
não concorrentes com o Metrô.
É o terminal com o maior número de integrações com o transporte de baixa, média e alta capacidade
(adequado à demanda de passageiros.).
217
14. EQUIPE TÉCNICA
O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental – EIA-RIMA - da OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA VILA SONIA foi desenvolvido pela equipe abaixo relacionada:
Responsável Técnico Engenheiro Alceu Guerios Bittencourt
Coordenador Geral Engenheiro Carlos Alberto Pereira
Coordenador adjunto Ecólogo Luis Eduardo Grisotto
Coordenador executivo Arquiteto Senior Marilda Stenghel Fróes
Meio Antrópico
Urbanismo Arquiteto Senior Marilda Stenghel Fróes
Transportes Engenheiro Sênior Luis Fernando Di Pierro
Saneamento Engenheiro Alex F. Ribeiro de Magalhães
Aspectos sociais Levantamento social Jose Paulo Santos Filho
Aspectos econômicos, demografia Projeções e simulações Economista Healthy Ken Kobashi
Educação Ambiental Arquiteto Clarissa de Souza
Meio Biótico
Flora Biólogo Solange Miyazaki
Avifauna Ecólogo Vânia Marcelino Rosseto
Meio Físico
Clima e qualidade do ar Ecólogo Thiago Salomão de Azevedo
Geologia, geomorfologia, geotecnia Geógrafo Bianca Carvalho Vieira
Resíduos sólidos (aterro, chorume, etc.) Arquiteto Cássia Pimentel
Hidrografia e Macrodrenagem Engenheiro Sênior Mitsuyoshi Takiishi
Apoio Administrativo Secretaria executiva Rosaria Dourado
Apoio Técnico Pesquisa / Digitação Samira Rodrigues
Edição / Digitação Gabriela Motta Mendes
Arte final Linda Kami