3 NOV - PÚBLICO

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rui dias Cadernos do Vinho 7.º vol. Tejo HOJE Por + 4,90€ Na Fugas, aproveite os vales de descontos para a região Tejo ho EDIÇÃO LISBOA Número de divórcios diminui pela primeira vez em cinco anos Crise pode ser uma das razões para esta diminuição, apesar de aumentar a conflitualidade dentro dos casais. Total de primeiros casamentos está a descer e sobe o número de divorciados que voltam a casar-se Portugal, 4/5 Jardim foi reeleito líder do PSD-Madeira por uma margem mínima p6 Falta talento aos políticos portugueses para usarem o humor como nos EUA p20/21 MNE investiu na diplomacia económica, mas descurou questões europeias p10/11 Plano para recuperar a pista de Portimão foi apresentado ontem em tribunal p12 Eurico Dias explica as razões do PS. Seguro diz que a resposta é “dura” p3 e Opinião Alberto João Jardim reeleito à tangente no PSD/Madeira Humor e eleições: os americanos levam este assunto a sério Balanço do Governo: onde está a política europeia de Portas? Crise irlandesa afundou autódromo do Algarve Por que o PS recusa a proposta de Passos Coelho DESPESA DO ESTADO FMI TEM POUCA MARGEM PARA MEXER NOS APOIOS SOCIAIS Destaque, 2/3 PEDRO CUNHA SÁB 3 NOV 2012 EDIÇÃO LISBOA Ano XXIII | n.º8244 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos BARRETO XAVIER UM GESTOR NA SECRETARIA DE ESTADO QUE PARECE REUNIR O CONSENSO NA CULTURA Perfil, 24/25 Martínez e James bisam na vitória do FC Porto sobre o Marítimo (5-0) p40 PERU EM LIMA, À PROCURA DO MELHOR CEVICHE DO MUNDO TURA

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rui dias

Cadernos do Vinho7.º vol. TejoHOJE Por + 4,90€Na Fugas, aproveiteos vales de descontospara a região Tejo

ho

EDIÇÃO LISBOA

Número de divórcios diminui pela primeira vez em cinco anosCrise pode ser uma das razões para esta diminuição, apesar de aumentar a confl itualidade dentro dos casais. Total de primeiros casamentos está a descer e sobe o número de divorciados que voltam a casar-se Portugal, 4/5

Jardim foi reeleito líder do PSD-Madeira por uma margem mínima p6

Falta talento aos políticos portugueses para usarem o humor como nos EUA p20/21

MNE investiu na diplomacia económica, mas descurou questões europeias p10/11

Plano para recuperar a pista de Portimão foi apresentado ontem em tribunal p12

Eurico Dias explica as razõesdo PS. Seguro diz que a resposta é “dura” p3 e Opinião

Alberto João Jardim reeleito à tangente no PSD/Madeira

Humor e eleições: os americanos levam este assunto a sério

Balanço do Governo: onde está a política europeia de Portas?

Crise irlandesa afundou autódromo do Algarve

Por que o PS recusa a proposta de Passos Coelho

DESPESA DO ESTADOFMI TEM POUCA MARGEM PARA MEXER NOS APOIOS SOCIAISDestaque, 2/3

PEDRO CUNHA

SÁB 3 NOV 2012EDIÇÃO LISBOA

Ano XXIII | n.º8244 | 1,60€ | Directora: Bárbara Reis | Directores adjuntos: Nuno Pacheco, Manuel Carvalho, Miguel Gaspar | Directora executiva Online: Simone Duarte | Directora de Arte: Sónia Matos

BARRETO XAVIERUM GESTOR NA SECRETARIA DE ESTADO QUE PARECE REUNIR O CONSENSO NA CULTURAPerfil, 24/25

Martínez e James bisam na vitória do FC Porto sobre o Marítimo (5-0) p40

PERU

EM LIMA, À PROCURADO MELHOR CEVICHEDO MUNDO

TURA

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2 | DESTAQUE | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

DESPESA DO ESTADO

FMI terá pouca margem para mexer nos gastos com apoios sociais

Amissão técnica do Fundo

Monetário Internacional

(FMI) e do Banco Mundial

(BM) que está em Portugal

para avaliar onde se pode

cortar na despesa pública

tem um calendário apertado e

escolhas difíceis para fazer. Uma

das dores de cabeça são os apoios

sociais. Em termos funcionais, são

o maior agregado de despesa do

Estado, logo, um forte candidato

ao plano de reduzir a despesa em

quatro mil milhões de euros em 2014.

Contudo, apesar de terem crescido

vertiginosamente nos últimos anos,

os gastos de protecção social estão

abaixo da média da zona euro. E não

só foram uma das principais áreas de

corte este ano como voltarão a sê-lo

em 2013, deixando pouca margem

de manobra à equipa de especialistas

do FMI e do Banco Mundial para ir

ainda mais além neste domínio.

Esta missão tem por objectivo dar

apoio técnico no trabalho de cortar

quatro mil milhões de euros à des-

pesa pública em 2014, que o Gover-

no se comprometeu a fazer quan-

do anunciou o “enorme aumento

de impostos” do próximo ano. A

primeira parte exploratória desse

trabalho terá de ser apresentada já

este mês, no âmbito do sexto exame

regular da troika. E, em Fevereiro,

na sétima avaliação, o Governo te-

rá de apresentar um relatório mais

pormenorizado, já com propostas

de redução dos gastos por área, que

servirá de base ao início dos traba-

lhos de preparação do Orçamento

do Estado de 2014.

Contudo, este processo fi cou nos

últimos dias marcado por uma forte

polémica. Na quarta-feira à noite, o

ex-presidente do PSD Luís Marques

Mendes disse à TVI24 que a missão

do FMI e do Banco Mundial já estava

em Portugal e que já tinha havido

reuniões com alguns ministérios,

como a Administração Interna e a

Defesa. Marques Mendes deu ainda

mais pormenores. Disse que a refor-

ma passará por várias concessões a

privados, nas fl orestas, centros de

saúde e transportes públicos e que

implicará rescisões com funcioná-

rios, o aprofundamento da mobi-

lidade especial na função pública

e um aumento dos co-pagamentos

dos cidadãos na Saúde e na Edu-

cação.

O social-democrata referiu, inclu-

sive, como seria feita a distribuição

dos cortes: cerca de 3500 milhões

nas áreas sociais (Educação, Saúde e

Segurança Social) e 500 milhões na

Defesa, Segurança e Justiça.

Do Ministério das Finanças, ape-

nas veio o esclarecimento de que o

apoio do FMI e do BM já tinha sido

anunciado e é um “exercício autó-

nomo” ao programa de assistência

fi nanceira. Mas o mal-estar com o PS

já se tinha instalado. O facto de os

trabalhos sobre o corte da despesa

já estarem a avançar quando ainda

esta semana o primeiro-ministro

apelou aos socialistas que colabo-

rassem na reforma do Estado levou

o deputado do PS Pedro Marques a

acusar o Governo de “farsa”.

Educação e Defesa em riscoO executivo já deixou claro que este

novo plano tem em vista um corte

estrutural na despesa pública, im-

plicando uma revisão profunda das

funções do Estado e dos serviços pú-

Despesas com protecção social subiram quase quatro vezes mais do que na zona euro, mas continuam abaixo da média, sobretudo depois dos cortes recentes

Ana Rita Faria

Defesa é uma das áreas onde Portugal gasta mais do que a média dos países da zona euro

18,7É a despesa que Portugal tem com apoios sociais em percentagem do PIB. Está abaixo da média da zona euro (20,5%).

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PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | DESTAQUE | 3

blicos. “O Estado só deve fazer o que

faz bem e deve fazer muito melhor

aquilo que não pode deixar de fazer

porque só a ele cabe a responsabi-

lidade de providenciar” foram as

palavras que Passos Coelho deixou

no Parlamento.

Se este princípio vai ditar cortes

na saúde ou na educação, não se sa-

be. Mas a comparação com a Europa

revela onde parece haver margem

para mexer e onde não há, como é

o caso da protecção social.

Os dados mais recentes do Euros-

tat mostram que, em 2010, o Esta-

do português gastava 18,7% do seu

Produto Interno Bruto (PIB) com

apoios sociais – de longe o maior

agregado de despesa (ver gráfi co).

Na última década, o peso destes gas-

tos no PIB aumentou em quase sete

pontos, praticamente quatro vezes

mais do que o crescimento regista-

do, em média, na zona euro na mes-

ma altura. Ainda assim, a protecção

social é uma das poucas áreas – a

par, por exemplo, da saúde – onde

o Estado gasta abaixo da média dos

países da moeda única e da União

Europeia (UE). Uma tendência que

se terá mantido, ou mesmo agra-

vado, no ano passado e este ano,

na sequência de medidas como os

cortes dos subsídios de férias e de

Natal dos pensionistas, os cortes na

duração e no valor do subsídio de

desemprego, bem como as altera-

ções das condições de recurso deste

benefício e do Rendimento Social de

Inserção (RSI).

No próximo ano, haverá, aliás, no-

vos cortes, com uma redução entre

3,5% e 10% nas pensões acima de

1350 euros (e uma sobretaxa maior

nas pensões acima de 5000 euros)

ou com a nova contribuição extraor-

NUNO FERREIRA SANTOS

dinária de 6% sobre o subsídio de de-

semprego e de 5% sobre o subsídio

de doença. Além disso, o Governo

está a preparar novas mexidas no

RSI e no Complemento Solidário de

Idosos.

Sem grande margem para cortar

mais na protecção social, a compa-

ração europeia revela, contudo, que

há várias áreas onde Portugal con-

tinua a gastar mais do que a zona

euro. É o caso da Defesa e da Se-

gurança, da Cultura e da Educação,

onde o Estado gasta mais 1,4% do

PIB do que os outros países.

Já na Saúde, onde o ministro Paulo

Macedo disse esta semana que vol-

taria a ser analisada a divisão entre

público e privado, Portugal gasta

7% do PIB, menos do que a média

da zona euro. O mesmo acontece

com a habitação e com a protecção

ambiental.

O Governo cometeu um erro político enorme, ao não explicar a verdadeira situação do país Eduardo Catroga, presidente do Conselho Gerale de Supervisão da EDP

Olíder do PS, António José

Seguro, enviou, ontem

à tarde, a Pedro Passos

Coelho, uma carta em

“tom duro”, cujo conteú-

do os socialistas ainda não

quiseram revelar. Em resposta à mis-

siva enviada pelo primeiro-ministro

durante o debate do Orçamento do

Estado para 2013, e, numa interven-

ção no Porto, onde se encontrou

com militantes do PS ontem à noite,

Seguro seguiu essa mesma linha,

acusando o Governo de ter falhado

“em toda a linha” na execução orça-

mental para 2012. E voltou a defen-

der que a única “atitude inteligente”

era “mudar de política”.

“Vêm-nos pedir ajuda para quê?”,

perguntou o líder socialista, numa

intervenção onde insistiu que o PS

continuará “na linha da frente” do

combate pelo Estado social. Mas na-

da mais adiantou sobre o conteúdo

da resposta socialista à carta enviada

por Passos Coelho. No documento,

o primeiro-ministro terá concretiza-

do um pedido de consenso com os

socialistas em torno da “refundação

do memorando” que o chefe do Go-

verno propôs há uma semana, nas

jornadas parlamentares conjuntas

do PSD e do CDS.

Mas logo na quarta-feira à noite,

o conselheiro de Estado e ex-presi-

dente do PSD Luís Marques Mendes

anunciou, no seu comentário na

TVI24, que o Governo já está a es-

tudar essa reforma do Estado, tendo

pedido ajuda a técnicos do Fundo

Monetário Internacional para esse

fi m. Informação que foi entretanto

confi rmada pelo Ministério das Fi-

nanças e pelo próprio FMI.

O objectivo, precisou Marques

Mendes, é cortar 4000 milhões de

euros em despesa já em 2014, dos

quais 3500 milhões nas áreas sociais

e 500 milhões em Defesa, Segurança

e Justiça.

No discurso de ontem, António

José Seguro lamentou que, depois

de Passos Coelho ter enviado a carta

apelando ao diálogo, Marques Men-

des tivesse revelado onde iriam ser

feitos os cortes e que tinham ocor-

PS responde em “tom duro”, mas sem dizer em que termos

rido reuniões com alguns ministé-

rios.

Estas revelações já tinham desen-

cadeado uma onda de grande per-

plexidade junto do PS, que conside-

rou o convite do primeiro-ministro

“uma farsa”. Os socialistas questio-

nam-se o que fez o Governo tomar

uma iniciativa que recusou durante

16 meses. E consideram, em surdi-

na, que se trata de tentativa de sal-

var a própria pele no momento em

que o executivo se sente afl ito.

Vários dirigentes socialistas, como

Pedro Duarte, João Ribeiro e Eurico

Dias (em artigo publicado na pág. 47

desta edição do PÚBLICO) já deixa-

ram claro que a direcção do PS está

cada vez mais contra o princípio da

austeridade a todo o custo. E que

recusam pôr em causa as funções

sociais do Estado. Nesse artigo, Eu-

rico Dias acusa o presidente do PSD

de, com “a reforma gizada com os

técnicos do FMI”, parecer querer

“atacar os pilares da solidariedade e

da igualdade de oportunidades”

Mas a conversa entre os dois maio-

res partidos sobre esta matéria ain-

da não acabou. Ontem, o PS apenas

confi rmou ofi cialmente o envio de

uma resposta a Passos Coelho. O de-

putado socialista Miguel Laranjeiro

explicou que o conteúdo se manti-

nha reservado até esta ser lida pelo

presidente do PSD. Só depois o PS

aceitaria revelar a carta.

Ontem, o sociólogo Bruto da Cos-

ta também criticou a “refundação

do Estado” proposta pelo primeiro-

ministro. “A fi nalidade última do Go-

verno não é reformar o Estado, mas

arranjar quatro mil milhões de euros

até 2014. Portanto, o objectivo não é

reformar o Estado, não é fazer com

que o Estado desempenhe melhor

as funções que a sociedade quer

que lhe pertençam, mas é obter um

certo dinheiro”, disse o presidente

da Comissão Nacional Justiça e Paz

(CNJP) e antigo presidente do Con-

selho Económico e Social (CES), em

entrevista à rádio TSF.

Bruto da Costa criticou também

o envolvimento da troika. Lembrou

que uma reforma era, “antes de

mais, uma escolha da própria so-

ciedade, em que não deve haver a

intromissão de pessoas que não são

membros da sociedade”.

Leonete Botelho Nuno Sá Lourenço

As despesas do Estado

Fonte: Eurostat

2010, em % do PIB

Onde gastamos acima da média… …e onde gastamos abaixo da média

Despesa total

Educação

Cultura, recreação e religião

Assuntos económicos

Segurança e ordem pública

Defesa

Serviços públicos gerais

Protecção social

Saúde

Habitação

Protecção ambiental

* No caso da EU e da zona euro, os valores são provisórios. ** Face a 2000

PortugalZona Euro

Variação Variação

6,7

7

1,4

1,7

1,8

4,9

5,6

1,2

1,3

2,4

5,1

1,2

-0,7

0,2

0

0,7

0,2

1,7

1,1

0,2

0,1

0,1

0,3

6,5

0

0,1

-0,4

-0,1

0,8

1,2

6,7

2

0,9

0,7

1

0,6

7,5

7

20,5

18,7

PortugalZona Euro

10,4

50,9

4,7

51,4

(face a 2000) (face a 2000)

Variação** Variação**

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4 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Número de divórcios caiu pela primeira vez em cinco anos

Pela primeira vez em cinco anos o

número de divórcios regista uma di-

minuição. Em 2011, verifi caram-se

27.098 casamentos dissolvidos por

divórcio, o que representa uma di-

minuição de quase 3% face a 2010,

ano em que se registaram 27.903

divórcios, segundo os dados mais

recentes do INE, disponibilizados

no início deste mês. Em cada 100

casamentos, pelo menos 74 acaba-

ram em divórcio. Do total de divór-

cios em 2011, o INE contabiliza seis

referentes a casamentos antes ce-

lebrados entre pessoas do mesmo

sexo. Desde 1996, ano em que se

registaram 13.429 separações, que

o número de divórcios não parou

de aumentar até 2000. Entre 2001

e 2006 houve oscilações pontuais,

ainda que se registasse uma tendên-

cia de crescimento. Em 2007 foram

contabilizados 25.411 divórcios, indi-

cador que foi aumentando até 2010.

Anália Cardoso Torres, investiga-

dora e socióloga que esteve envolvida

na elaboração na nova lei do divórcio

em 2008, acredita que o número de

divórcios está a diminuir, ao mesmo

tempo que estará a aumentar o nú-

mero de casais que vivem na mesma

casa e que, na prática, estão separa-

dos. “Há cada vez mais pessoas que,

não tendo meios económicos para

se divorciarem e depois subsistirem

em altura de crise, decidem continu-

ar a viver na mesma casa. Não estão

formalmente divorciados, mas estão

efectivamente separados”, diz a soci-

óloga. A crise pode ser, por isso, uma

das razões que estão a fazer diminuir

o número de divórcios formalizados.

“Momentos de crise como o que vive-

mos aumentam muito a confl ituali-

dade nos casais, nomeadamente por

difi culdades económicas e por um

fi car desempregado”, explica.

Anália Torres admite, por outro

lado, o efeito contrário. “É possível

que, em alguns casos, a crise poten-

cie um efeito de coesão. Os casais, em

alguns casos, podem dar mais algu-

mas oportunidades à relação face à

pressão da crise”, refere a socióloga,

que sublinha que “os divórcios e as

separações são uma causa importan-

te do empobrecimento dos agregados

e, por isso, nestas alturas, é natural

que se pense mais nisso”, refere.

Ao mesmo tempo que os divórcios

estão a diminuir, o número de pri-

meiros casamentos estará também

a apresentar uma “redução”, refere

a socióloga. “Está a aumentar o nú-

mero de divorciados que se voltam a

casar e a diminuir o número de pri-

meiros casamentos. Em 2011, 1359

homens e 1123 mulheres divorciados

voltaram a casar. Por outro lado, as

gerações mais novas têm outra con-

cepção de casamento. Continuam-

se a juntar e a ter fi lhos, mas muitos

não casam. Têm uma concepção

mais centrada nos sentimentos e

nos papéis igualitários do homem e

da mulher”, explica.

Também a advogada Rita Sasset-

ti, jurista com vasta experiência no

Direito da Família, não tem dúvidas

de que a crise está a fazer diminuir

o número de divórcios verifi cados.

“As pessoas querem o divórcio, mas

depois não têm dinheiro. Não há

dinheiro para pagar os emolumen-

tos dos processos”, diz a advogada,

que recorda que se o processo passar

apenas por uma conservatória, sen-

do por mútuo consentimento, terá

um custo de 250 euros, enquanto

a passagem pelos tribunais já sobe

para 610 euros. “O que digo a muitos

é que não se divorciem se não têm

dinheiro. Fiquem a morar na mesma

casa. Isso representa uma poupança.

Não têm outra hipótese. Sou eu pró-

pria que lhes digo isso”, reconhece a

advogada. Avisa, contudo, que essa

solução pode representar o aprofun-

damento de outros problemas, como

a continuidade da violência domés-

tica no campo psicológico.

Segundo o INE e da base de da-

dos Pordata, a Região Norte (9257)

concentrou, em 2011, um terço dos

divórcios do país. A maioria dos ca-

samentos dissolvidos referiu-se a

uniões pela forma católica (15.990),

enquanto 11.102 divórcios foram rela-

tivos a casamentos civis. Foi entre os

30 e os 39 anos que a maior parte das

mulheres (10.242) se divorciou, tal

como a maioria dos homens (9451).

Especialistas dizem que pessoas não têm dinheiro para se divorciarem formalmente devido à crise. Ficam a morar na mesma casa, mas têm vidas separadas

Justiça Pedro Sales Dias

Região Norte concentra um terço dos divórcios no país

Fontes: Instituto Nacional de Estatística e Pordata

Divórcios por ano Divórcios por 100 casamentos

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011 27.09827.903

26.46426.394

25.41123.935

22.85323.348

22.81827.960

19.04419.302

17.88115.278

14.07813.429

74,268,9

64,860,4

54,247,8

46,447,1

42,149,1

32,330

25,722,7

21,220,8

Por n.º de casamentos anteriores Em 2011

Por grupo etário dos cônjuges Em 2011

Por forma de celebração do casamento dissolvido

Por regiãoEm 2011

346

698768

1089

1850

7465

5619

9257

Estrangeiro

MadeiraAçores

Algarve

Alentejo

Lisboa

Centro

Norte

1341

19273280

945110.242

88578508

47803627

20601393

41

25.824

1123

125

18

2

25.532

1359

175

22

4

HomensMulheres

HomensMulheres

15.990Católica

11.102Civil

Por duração do casamento dissolvidoEm 2011

Ignorado30e mais

25-2920-2415-1910-14987654321Menosde 1 ano

71

28602135

32564044

5017

108010789901044114211691013967786440

Idade ignorada

60 e mais anos

50-59 anos

40-49 anos

30-39 anos

20-29 anos

Menos de 20 anos

Quatro ou mais

Três

Dois

Um

Zero

Page 5: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | PORTUGAL | 5

“Os casais podem dar mais algumas oportunidades à relação face à pressão da crise”Anália TorresInvestigadora

O número de casais que recorre aos

tribunais para obter o divórcio tam-

bém está a diminuir. De acordo com

os dados mais recentes da Direcção-

Geral da Política de Justiça, em 2011

verifi caram-se 10.594 processos de

divórcio e separação judicial de pes-

soas e bens fi ndos nos tribunais ju-

diciais de 1.ª instância.

A socióloga Anália Torres reco-

nhece que a nova lei do divórcio

poderá ter infl uenciado esta dimi-

nuição do movimento de processos

relativos a divórcios que passam pe-

los tribunais. “O que a lei pretendia

era precisamente diminuir os pro-

cessos litigiosos”, recorda.

A lei passou por um processo

conturbado de aprovação até entrar

em vigor em Dezembro de 2008. O

Presidente da República, Aníbal Ca-

vaco Silva, decidiu, numa primeira

fase, vetar a lei. Acabou depois por

a promulgar, mas deixou um aler-

ta para as situações de “profunda

injustiça” a que o regime jurídico

iria conduzir. “O novo regime do

divórcio irá conduzir a situações

de profunda injustiça, sobretudo

para aqueles que se encontram em

posição de maior vulnerabilidade,

como é mais frequente, as mulhe-

res de mais fracos recursos e os

fi lhos menores”, avisou. Cavaco

Silva alertava mesmo que o novo

diploma iria fazer “aumentar a li-

tigiosidade”.

Os dados mais recentes revelam,

porém, precisamente o contrário.

“Era isto que se pretendia”, grace-

ja Anália Torres, satisfeita com a

redução desses casos. A socióloga

faz questão de sublinhar que “as

críticas, vindas de um quadrante

conservador da sociedade, que se

fi zeram ao novo diploma, foram um

disparate”. “Dizer que as mulheres

são a parte mais fraca que precisa

de ser protegida é um disparate,

quando, na maior parte das vezes,

em 60 a 70% dos casos, é precisa-

mente a mulher que desencadeia

o divórcio”, ilustra. A especialista

recorda que Portugal mantinha, na

altura, o conceito de culpa no di-

vórcio que já tinha sido retirado há

quase 30 anos noutros países. “Na

altura, assistiu-se a uma discussão

ideológica que em nada ajudou”,

salienta.

Já a advogada Rita Sassetti diz

que a actual lei necessita de altera-

ções. A jurista critica que o diploma

preveja o pagamento de prestação

de alimentos apenas à criança e

não à mulher se o ex-cônjuge não

tiver meios sufi cientes e discorda

de que o tribunal possa impor, ca-

so não haja acordo, a regra de que

“as responsabilidades parentais

relativas às questões de particular

importância para a vida do fi lho são

exercidas em comum por ambos os

progenitores”.

Rita Sasseti lembra ainda que,

Pedro Sales Diasapesar do novo diploma ter retira-

do a culpa no divórcio, “algumas

pessoas continuam a recorrer à Jus-

tiça Cível para exigir indemnizações

por danos morais. Nesses processos

estabelecem-se responsáveis”, diz.

A advogada defende também que

“as mulheres continuam a ser a par-

te mais desprotegida, situação que

se agudiza em alturas de crise”.

Em altura de difi culdades eco-

nómicas, o Governo aumentou

recentemente os preços dos pro-

cessos de divórcio no Regulamen-

to Emolumentar dos Registos e do

Notariado. O registo de processos

de divórcio e separação de pessoas

e bens por mútuo consentimento

subiu para 280 euros. Valores que

ascendem a 625 euros se se tratar

de um processo de divórcio e de

separação de pessoas integrando a

partilha e o registo de património

conjugal.

Presidente da República alertou que a nova lei do divórcio iria fazer aumentar a “litigiosidade”

6 Dos casamentos dissolvidos em 2011 foram de pessoas do mesmo sexo. Nesse ano casou-se em Portugal um total de 324 casais homossexuais

Total de casais que recorrem aos tribunais também diminuiu

Page 6: 3 NOV - PÚBLICO

6 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

O governo regional dos Açores, anun-

ciado ontem pelo seu indigitado presi-

dente, Vasco Cordeiro, tem uma nova

estrutura orgânica, menor do que a

do executivo cessante. Na sua consti-

tuição revela também uma grande re-

novação, pois apenas transitam dois

membros, o vice-presidente Sérgio

Ávila e, como subsecretário para as

Relações Externas, Rodrigo Oliveira.

Relativamente ao governo de Car-

los César, verifi ca-se uma redução

de mais de 35% do número global

de secretarias e subsecretarias, que

passam a ser sete. É, ainda, o mais

novo executivo açoriano, com uma

média de idades de 44 anos, acima

dos 39 do seu presidente.

Reiterando o que prometera na

campanha eleitoral, Vasco Cordeiro

considerou “essencial, nas presentes

circunstâncias, ter um governo mais

pequeno, mais ágil e no qual se refor-

ça a articulação entre políticas e entre

departamentos”. O próximo governo

“tem a consciência nítida dos desafi os

que se colocam à região”, declarou,

depois de apresentar o elenco ao re-

presentante da República. De entre

os seus desafi os, revelou, “assumem

prioridade os relativos à criação de

emprego e à competitividade das

empresas, bem como o de apoio às

famílias para fazer face às consequên-

cias sociais da conjuntura fi nancei-

ra e económica que atravessamos”.

Com tomada de posse marcada

para terça-feira, o XI Governo dos

Açores, presidido pelo economista

Vasco Cordeiro, tem a seguinte com-

posição: vice-presidente, Sérgio de

Ávila, 43 anos, economista; secretá-

ria da Solidariedade Social, Piedade

Lalanda, 51 anos, doutorada em Ciên-

cias Sociais, professora universitária

e deputada regional nas duas últimas

legislaturas; secretário da Saúde, Luís

Cabral, 33 anos, médico e actual res-

ponsável clínico do Serviço de Pro-

tecção Civil e Bombeiros; secretário

da Educação, Ciência e Cultura, Luiz

Fagundes Duarte, 38 anos, professor

universitário e ex-deputado na As-

sembleia da República; secretário do

Turismo e Transportes, Vítor Fraga,

42 anos, engenheiro electrotécnico

e actual vogal do conselho de admi-

nistração da SATA; secretário dos Re-

cursos Naturais, Luís Neto Viveiros,

54 anos, engenheiro zootécnico; sub-

secretário regional da Presidência

para as Relações Externas, Rodrigo

Vasconcelos de Oliveira, advogado,

36 anos.

Vasco Cordeiro muda e reduz Governo

AçoresTolentino de Nóbrega

DANIEL ROCHA

Apesar do confronto com Miguel Albuquerque, Jardim promete “passar uma esponja sobre tudo e todos”

Alberto João Jardim foi ontem reelei-

to presidente do PSD-Madeira pela

diferença mínima de dois pontos

percentuais. Obteve 51% da votação,

derrotando Miguel Albuquerque com

49%. Nas mais disputadas eleições

internas, em que pela primeira vez

teve um concorrente, Jardim obte-

ve apenas mais 88 votos que Miguel

Albuquerque, cuja votação é consi-

derada bastante expressiva atenden-

do às adversidades encontradas na

campanha.

Reconduzido desde 1976 com

percentagens superiores a 90%, o

presidente do PSD madeirense dis-

se ontem que depois do novo escru-

tínio é tempo “de curar as mazelas”

provocadas pelo aparecimento, pela

primeira vez, de duas listas candida-

tas à liderança. E ameaça desenca-

dear o processo de revisão constitu-

cional, no Parlamento, através dos

deputados sociais-democratas eleitos

pela região, caso sejam rejeitadas as

suas propostas de alteração ao OE.

“O partido foi, de certo modo, pe-

nalizado por toda esta palhaçada e

vão fi car algumas mazelas, mas, ago-

Jardim consegue vitória à tangente e mantém-se na liderança do PSD-Madeira

ra, a nossa função é curar as maze-

las”, declarou Jardim, que promete

passar “uma esponja sobre tudo e to-

dos”. No decurso da campanha, em

que utilizou meios ofi ciais e partidá-

rios para atacar o adversário interno

e seus apoiantes, com os caracterís-

ticos excessos de linguagem usados

nas campanhas eleitorais regionais

contra políticos da oposição, o líder

insular tinha ameaçado expulsar Mi-

guel Albuquerque do partido, sob a

acusação de desferir “facadas nas

costas” e de “tentar destruir o parti-

do por dentro”. Jardim tinha também

ameaçado demitir-se da liderança do

executivo madeirense se não fosse

reeleito presidente do partido nestas

eleições, a que teve de se recandida-

tar, contrariando o que considerava

irreversível, para travar a crescente

vantagem do presidente da Câmara

do Funchal, Miguel Albuquerque,

em relação ao seu candidato, Ma-

nuel António Correia, que teve de

substituir.

Referendo na Madeira?Na moção Realizar a Esperança com

que se apresentará ao XIV Congres-

so regional, a realizar a 24 e 25 de

Novembro, Jardim sustenta que o

PSD-M só é “derrotado através da di-

visão interna”. E, referindo-se direc-

tamente a Albuquerque, que acusa

de “deslealdade”, questiona: “Cabe

perguntar à consciência dos fi liados

no PSD, vamo-nos suicidar politica-

mente só para seguir as leviandades

e oportunismos? Vamos entregar o

PSD-M a um testa-de-ferro dos nossos

inimigos políticos?”

Jardim diz na moção esperar que,

“quando derrotados, os que provo-

caram tudo isto ao partido que os

propôs, ajudou e trabalhou para os

eleger, se demitam dos cargos para

que foram eleitos em nome do PSD”,

porque, em 2013, o “PSD-M tem de

enfrentar as difi culdades da con-

juntura, trabalhar tranquilamente

para preparar e ganhar as eleições

autárquicas e preparar o congresso

regional de fi nais de 2014, princípios

de 2015”. E deixa “muito claro que

se os derrotados agora continuarem

a tentar rebentar o PSD por dentro,

devem ser afastados nos termos es-

tatutários”.

Em termos de revisão constitu-

cional, com que ameaça recorren-

temente quando trava, como agora,

complexas negociações para ultra-

passar as crónicas difi culdades fi nan-

ceiras da sua governação, Jardim de-

fende a “separação” da Madeira de

Portugal se não forem ampliadas as

competências legislativas regionais.

“Esclarecemos que ante a recusa de

uma maior autonomia no seio da

pátria portuguesa, que desejamos

fortemente, optamos pela separa-

ção”, realça. E desafi a o Estado pa-

ra, em caso de dúvidas, “ter a cora-

gem para permitir um referendo na

Madeira que, de uma vez por todas,

demonstre a vontade do povo ma-

deirense, reforce a coesão nacional

e fi nalmente encerre o contencioso

das autonomias”.

Partidos Tolentino de Nóbrega

Pela primeira vez com dois candidatos, Jardim obteve 51% dos votos e Miguel Albuquerque 49%, ou seja, apenas mais 88 votos

O presidente da Associação Sindi-

cal dos Juízes Portugueses, Mouraz

Lopes, foi ontem ao Parlamento di-

zer que a independência, nomeada-

mente a fi nanceira, dos magistrados

“começa a ser posta em causa”. O

juiz foi ouvido na comissão de Orça-

mento e Finanças sobre a proposta

de Orçamento do Estado de 2013. Na

audição, Mouraz Lopes classifi cou

a redução de rendimentos aplica-

da aos juízes como “preocupante,

para não dizer perigosamente pre-

ocupante”. O representante sindical

lembrou as limitações impostas aos

magistrados e o regime de exclusivi-

dade que os impede de obter outras

remunerações para alertar sobre a

importância da independência fi nan-

ceira. E deu a entender que via como

necessário aplicar aos juízes um re-

gime de excepção nos cortes sala-

riais tal como tinha sido feito para os

responsáveis do Banco de Portugal.

Do lado da maioria, o deputado

Hugo Velosa (PSD) respondeu ao

alerta lembrando a crise e argumen-

tando que os cortes nos salários são

um problema que “toca a todos”.

“Não é a única actividade no Estado

português que deve gozar de auto-

nomia fi nanceira que, infelizmente,

desde 2010 tem vindo a ser posta em

causa”, reconheceu Velosa. E deu

como exemplo as reduções nos ren-

dimentos dos deputados.

O deputado comunista João Olivei-

ra aproveitou o alerta para questio-

nar se “um juiz alvo de um proces-

so de execução por uma instituição

fi nanceira decidirá com isenção e

imparcialidade se estiver perante um

processo sobre essa instituição”. Pe-

dro Filipe Soares, do BE, lembrou

que as preocupações de Mouraz

Lopes são uma realidade em países

como a Grécia.

Juízes querem ser excepção nos cortes do Orçamento

JustiçaNuno Sá Lourenço

Mouraz Lopes, líder da ASJP

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PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | PORTUGAL | 7

Queques e bolos de arroz deixam de estar à vista nas escolas

Se as escolas seguirem as recomen-

dações da Direcção-Geral de Saúde

(DGS), os alunos vão deixar de ter

à vista guloseimas aparentemente

inofensivas, como pastéis de nata,

queques, bolos de arroz, croissants

ou bolachas maria. Apesar de não

saírem dos bares, saem dos expo-

sitores, que fi cam reservados para

os alimentos “a promover”, os mais

saudáveis.

Esta é a principal novidade do

documento que ontem foi colocado

na página electrónica da Direcção-

Geral de Saúde, em substituição do

anterior, que fora elaborado em

2007. “Parece insignifi cante, mas

não é: cada vez mais estudos vêm

comprovar que, mesmo a nível das

escolhas conscientes (e não só das

impulsivas, que fazemos quando

estamos cansados, por exemplo)

somos infl uenciados por este factor.

Por exemplo: aproximamo-nos de

um bar com intenção de comprar

uma sandes, mas temos tendência

para a trocar por um bolo, se este

estiver à vista e aquela não”, aponta

Pedro Graça, especialista em nutri-

ção da DGS e responsável científi co

pelo manual.

Entre os alimentos saudáveis

por que os estudantes vão poder

passear os olhos estão sandes en-

riquecidas com hortícolas, leite

branco, iogurtes sólidos ou líqui-

dos sem edulcorantes, água e fruta,

por exemplo. Os que são expulsos

dos expositores fazem parte da lista

dos alimentos “a limitar”, ou seja,

“não são os mais saudáveis, mas são

admitidos, sob o risco de os alunos

rejeitarem o bar e recorrerem ao

café mais próximo para comprar

guloseimas”, explica Pedro Graça.

São estes que, a partir de agora, os

consumidores vão ter de pedir.

As listas são iguais às de há cinco

anos e isso aplica-se àquilo que os

estudantes não devem ver nem co-

mer. A DGS não usa a palavra proi-

bição, mas carrega no vermelho do

título dos alimentos “a não disponi-

bilizar”. Desta lista fazem parte cro-

quetes e pastéis de bacalhau, bolas-

de-berlim e mil folhas e chouriço

e mortadela, entre muitos outros.

Listas de verifi caçãoOs directores das escolas vão rece-

ber listas de verifi cação para po-

derem “auto-avaliar” os procedi-

mentos, explicou Pedro Graça, que

apelou às famílias para que ajudem,

também, nas visitas às escolas, a

garantir que as recomendações

são cumpridas. “Dado que o bufete

escolar constitui um serviço com-

plementar ao refeitório, de forneci-

mento de refeições intercalares aos

alunos e restante comunidade edu-

cativa, deve observar os princípios

de uma alimentação equilibrada e

promotora de saúde”, pode ler-se

na introdução do documento.

Passou também a constar hoje da

página DGS um outro documento

sobre alergias alimentares. O princí-

pio é o mesmo: defi nir linhas orien-

tadoras úteis a quem confecciona e

serve refeições aos estudantes.

EducaçãoGraça Barbosa Ribeiro

No manual da alimentação saudável, a lista dos alimentos não mudou, mas as regras para a sua exposição são outras

Guloseimas vão deixar de estar à vista nas escolas

Breves

Saúde

Utentes têm 90 dias para manterem médico de famíliaOs centros de saúde começaram a contactar os utentes que não vão a consultas com o seu médico de família há três anos para dizerem se pretendem manter o seu lugar na lista do médico. Estes utentes vão receber cartas dos respectivos centros ou USF, tendo então um prazo de 90 dias para responder se quiserem manter o seu lugar na lista. Os que não o fizerem são colocados numa lista paralela e só voltarão ao médico original desde que este tenha vaga.

O actual embaixador português em

França, Seixas da Costa, abandona em

breve as suas funções por atingir, em

Fevereiro próximo, o limite de idade.

Esta questão, bem como outras

relacionadas com alterações nas re-

presentações diplomáticas portu-

guesas no estrangeiro, foi o tema de

um encontro ontem, no Palácio de

Belém, entre o chefe da diplomacia

e o Presidente da República.

Francisco Manuel Seixas da Cos-

ta é um dos mais experimentados

diplomatas portugueses. Em 1995,

foi nomeado secretário de Estado

dos Assuntos Europeus, tendo sido

Embaixador Francisco Seixas da Costa abandona funções em Paris

o principal negociador português

dos tratados de Amesterdão e Nice e

presidido ao comité de ministros do

Acordo de Schenghen. Foi, depois,

embaixador junto das Nações Uni-

das, da Organização para a Seguran-

ça e Cooperação da Europa, Brasil e

está, desde 2009, em Paris.

Na reunião de ontem, Paulo Por-

tas abordou também com Cavaco

Silva a próxima estada de seis horas,

no dia 12, da chancelar alemã Angela

Merkel a Portugal.

A visita de Estado do Presidente

da Colômbia ao nosso país, entre 14

e 15 deste mês, foi outro dos temas

tratados. Juan Manuel Santos estará

dois dias no nosso país a caminho da

cimeira ibero-americana de Cádis,

em Espanha, que se realiza a 16 e

17. O encontro de chefes de Estado

e primeiros-ministros ibero-ameri-

canos foi, aliás, outra das questões

que também foi ontem abordada

por Cavaco Silva e Paulo Portas.

DiplomaciaNuno Ribeiro

MIGUEL MANSO

Ministro dos Negócios Estrangeiros reuniu-se ontem com Cavaco Silva

Número Nacional/Chamada Local

Page 8: 3 NOV - PÚBLICO

8 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

NOS BASTIDORES DA POLÍTICA

O desafi o de Passos Coelho a

António José Seguro, em plena

discussão do Orçamento do

Estado, para a reforma do Estado

soou a tiro de partida para um

debate político profundo sobre

o aparelho da administração

e os seus desperdícios sem a

pressão de uma campanha

eleitoral evidente. Parecia ser o

regresso da política. Exauridas

as soluções fi scais e congelada a

despesa do Estado, restava passar

à difícil tarefa de defi nir — “com

sensibilidade e bom senso”,

aconselhou Marques Mendes —

aquilo que o Estado tem de deixar

de fazer para poder manter o

essencial.

Deveríamos estar a discutir

modelos, co-pagamentos,

concessões, partilha de

responsabilidades e de esforço.

Os principais partidos conhecem

bem os aparelhos e os seus

monstrinhos para saber onde

cortar, quando realmente se

decidirem a isso.

Mas afi nal foi uma falsa partida.

Foi um tiro de pólvora seca.

Afi nal não é bem para haver

debate, nem para nos pormos

agora a discutir “corta aqui corta

acolá”. Há formas mais simples,

rápidas e indolores. Há técnicos

especializados com modelos

prefabricados, que ajustam o fato

ao corpo com a mestria de um

alfaiate de Veneza.

Que papel resta ao PS neste

casamento a que foi convidado

para padrinho, quando os

noivos já estavam no altar? Tem

duas alternativas. Ou vira as

costas, fazendo o que Passos

fez a Sócrates quando soube

tardiamente das negociações do

PEC IV com a senhora Merkel. Ou

vem a jogo, trazendo o seu know-how, os seus quadros, os seus

estudos, as propostas. E as suas

condições.

Falsa partida

ComentárioLeonete Botelho

Público e notório

Não é de agora o debate sobre o divórcio entre eleitos e eleitores. Há muito que os estudiosos e os políticos reconhecem o problema, na maior parte das vezes, quando se vai a votos e a abstenção atinge percentagens assustadoras. Mas o debate do Orçamento na generalidade na Assembleia da República revelou caricaturalmente, ao vivo e a cores, a degradação de outra relação marital: a do Governo com a maioria que o suporta. Em dois dias sucederam dois episódios que deixam tristes todos os que são obrigados a ver um processo de separação em curso. O primeiro passou-se na terça-feira durante a interrupção dos trabalhos para almoço. O ministro das Finanças, sozinho e abandonado, no Plenário durante 40 minutos, à espera que o debate recomeçasse. Vítor Gaspar ficou sentado na bancada do Governo tendo por companhia o seu computador, enquanto os deputados da maioria almoçavam antes de regressarem à lide parlamentar. Não foi, contudo, a única situação deprimente. No dia seguinte, já aprovado na generalidade o Orçamento, a presidente da AR quis despedir-se do executivo, ao atirar da mesa o habitual “aproveito também para cumprimentar o Governo” antes de encerrar os trabalhos.Seria mais um momento parlamentar banal não tivesse já o Governo saído de fininho do hemiciclo sem que a segunda figura do Estado se tivesse apercebido. N.S.L.

Desencontros improváveis

Caso da semanaO valor das palavras

Foi uma semana dura para o ministro da Defesa. Em discurso, no domingo, nas Caldas da Rainha, no Dia do Exército, José Pedro Aguiar-Branco lamentou, com razão, a errada citação de números de despesa do seu ministério por comentadores. Conseguiu a indispensável rectificação. Aguiar-Branco criticou, também, militares que a propósito da austeridade e da sua condição socioprofissional se reúnem em hotéis. Encontros legítimos, no âmbito das associações que os representam. Tudo isto aconteceu antes de ser divulgado que as despesas militares estão na agenda dos técnicos do FMI, o que o ministro conhecia. E num ambiente compreensível de discussão sobre a dimensão das Forças Armadas. Afinal, o

preâmbulo do debate que o Governo e a assessoria técnica internacional convidada estão a desenvolver. Assim sendo, é de difícil compreensão o enfado ministerial. O gabinete do ministro desdobrou-se em iniciativas. Queixou-se da Lusa à ERC. Em causa, o título de uma notícia segundo a qual o ministro acusava comentadores de serem tão perigosos como qualquer ameaça externa. O comunicado do ministério relembra que o titular da Defesa considerou que o discurso da inutilidade das Forças Armadas (de alguns comentadores) “é tão corrosivo, tão arriscado e tão perigoso para a segurança nacional como qualquer outra ameaça externa”. É este o valor das palavras para José Pedro Aguiar-Branco. Nuno Ribeiro

RUI GAUDENCIO

VERSO E REVERSO

“Vale pouco a Constituição proteger direitos sociais se o Estado não tem dinheiro para os pagar”

“Isso dos brandos costumes é uma treta. De vez em quando este país passa-se”

Pedro Passos CoelhoPrimeiro-ministro

Manuel AlegreMilitante do PS

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DIAS 3 E 4 DE NOVEMBRO

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10 | PORTUGAL | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

GOVERNO EM BALANÇO

O ministro anunciou ao que vinha.

Se Portugal, por via do resgate da

troika, se tornou num quase “pro-

tectorado”, a missão principal da di-

plomacia era criar as condições para

que essa situação termine. A diplo-

macia económica foi transformada

em prioridade das prioridades. A re-

cuperação da credibilidade externa

foi defi nida como objectivo central.

O controlo da AICEP (Agência para

o Investimento e Comércio Externo

de Portugal) um dos instrumentos

principais. Um ano e alguns meses

depois, a primeira constatação é

que Paulo Portas, o novo ministro

de Estado e dos Negócios Estrangei-

ros, não saiu deste guião. A segunda

é que, apesar dos resultados positi-

vos, o ministro exagerou na dose.

É esta a opinião generalizada. Agiu

como uma espécie de “ministro da

Economia”, descorando a dimensão

de chefe da diplomacia portuguesa,

numa altura em que os desafi os eu-

ropeus não a dispensam.

A chamada “diplomacia económi-

ca” já existia com uma prioridade

desde o tempo de António Martins

da Cruz (2002-2003). A grande pre-

ocupação deste ministro foi transfor-

má-la na prioridade das prioridades

e dar-lhe muito maior visibilidade. As

embaixadas passaram a ter como ob-

jectivo criar as melhores condições

para a atracção de investimento e

Falta uma diplomacia europeia a Paulo Portas

Não chega ao MNE remeter-se ao papel de “ministro da Economia”. A diplomacia europeia é fundamental. Tanto no plano interno como no externo

macia”, incluindo as pontes com

os outros governos europeus. E há

ainda uma frente interna que esteve

sempre descurada. “Só agora o mi-

nistro veio tratar dela publicamente

com o seu discurso aos deputados,

quando disse, pela primeira vez, que

Portugal tem de ter uma posição mais

pró-activa na frente europeia”, acres-

centa Maria João Rodrigues.

A generalidade das fontes contac-

tadas pelo PÚBLICO — na diploma-

cia e nas relações internacionais —

concorda. “Mais valia a Paulo Portas

bater o pé ao ministro das Finanças

na frente europeia do que fazê-lo na

frente interna”, diz uma fonte diplo-

mática altamente colocada. “Devia

ter aproveitado alguma credibilidade

externa de Vítor Gaspar para acres-

centar a sua parte. Preferiu sobrepor-

se ao ministro da Economia, quando

devia ter feito o contraponto do titu-

lar das Finanças.”

Carlos Gaspar, investigador do

IPRI, também considera que o mi-

nistro podia e devia ter tido outro

papel na política europeia e que o ar-

Negócios EstrangeirosTeresa de Sousa

para a melhoria das exportações.

Os mercados emergentes, em expan-

são, passaram a prevalecer sobre os

mercados europeus, em recessão. A

coreografi a das suas vistas ao exte-

rior confi rma este objectivo: Ango-

la, Brasil, China, Emiratos, Estados

Unidos. Quando prestou contas aos

deputados da maioria nas jornadas

parlamentares do PSD e do CDS, enu-

merou algumas das suas “vitórias”.

Conseguiu garantir que o vinho por-

tuguês não será abrangido pelo au-

mento das taxas impostas pelo Brasil

às importações da UE. Começou a

resolver o problema da dupla tribu-

tação em mercados importantes.

Preocupou-se em garantir facilida-

des mútuas de vistos de residência

para investidores.

Tudo isto é louvável. Mas a política

externa não se esgota aqui. O Tra-

tado de Lisboa não é desculpa que

chegue para justifi car o apagamento

do ministro em matéria de política

europeia. Foi esta uma das justifi ca-

ções que Paulo Portas apresentou

nas jornadas da maioria.

“É inegável que o essencial da

política europeia se deslocou do

Conselho de Ministros dos Negó-

cios Estrangeiros para o Conselho

Europeu — quer se trate das políticas

europeias, quer da própria política

internacional”, diz Maria João Rodri-

gues, uma observadora privilegiada

do que se passa em Bruxelas. “Mas há

um trabalho preparatório que é feito

pelas outras formações do Conselho

e, sobretudo, pelos chefes da diplo-

gumento do Tratado de Lisboa é uma

pobre justifi cação. “Há um desequilí-

brio manifesto na política europeia,

reduzindo-a à contabilidade, e isso

é da sua responsabilidade”.

Berlim e os outros A segunda grande crítica à política

europeia do país é o seu excessivo ali-

nhamento com Berlim, que o minis-

tro não praticou mas também quase

nunca contrariou. Aqui, as opiniões

dividem-se. Carlos Gaspar considera

que “uma estratégia de aliança pre-

ferencial com a Alemanha no con-

texto da crise é justifi cada”. Não só

porque é a nossa principal credora,

mas porque “é a principal responsá-

vel pela construção europeia, nesta

fase.” O que não quer dizer que “as

pontes com Paris não sejam igual-

mente importantes”. O investigador

critica sobretudo a tese que defende

“a frente das periferias”. Primeiro,

porque é uma aliança entre fracos;

segundo, “porque a experiência já

mostrou que estão preparados para

se traírem uns os outros”.

Paulo Portas pode exibir a sua

participação nos encontros organi-

zados pelo seu homólogo alemão

para debater o futuro da zona euro,

que envolveu 11 chefes da diplomacia

europeus. É mesmo um dos subscri-

tores do documento fi nal desse gru-

po de refl exão, redigido por Guido

Westerwelle. O problema é que essa

participação quase passou desaper-

cebida no debate interno. Porquê?

“Porventura, há uma inibição ideo-

lógica do ministro, que nunca foi um

europeísta entusiasmado, ao ver-se

agora confrontado com uma acelera-

ção da integração num sentido qua-

se federal com o qual está pouco à

vontade”, diz uma fonte diplomática

em Lisboa. Portas tem insistido sem-

pre numa abordagem “pragmática”.

O Governo, incluindo ele próprio,

ainda não se manifestou claramente

sobre as decisões cruciais que vão

ter de ser tomadas na governação da

UEM já na cimeira de Dezembro. A

Alemanha quer uma união política.

E Portugal?

Finalmente, o palco internacional.

Page 11: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | PORTUGAL | 11

POSITIVO E NEGATIVO

▲ Alguns resultados conseguidos na diplomacia económica.

▼ A ausência de um discurso europeu.

YVES HERMAN/REUTERS

Portugal preside ao Conselho de Se-

gurança e nota-se pouco. Procurou

ter um protagonismo na crise da

Guiné-Bissau. Sem consequências.

As missões militares no estrangeiro

no quadro da NATO e da EU são hoje

quase residuais e ninguém fala nelas.

Recuperar a autonomia fi nanceira

é importante. Abdicar da diploma-

cia europeia e mundial é contrapro-

ducente. Se Paulo Portas diz que “a

Europa é a nossa casa e o mundo o

nosso destino”, tem de dizer de que

casa queremos partir e a que mundo

queremos chegar.

POSITIVO E NEGATIVO

▲ A redução dos descontos para aceder ao subsídio de desemprego e o diálogo estabelecido com as IPSS.

▼ O corte transversal nas prestações sociais.

Até domingo, o PÚBLICO faz um balanço do Governo, ministério a ministério. Amanhã: Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território

O ministro é criticado por tirar com uma mão e depois dar menos com a outra, mas argumenta que não tem opção ao cumprimento do memorando

O ministro que tem no Ministériodas Finanças o principal entrave

O ministro da Solidariedade e da Se-

gurança Social, Pedro Mota Soares,

tem cumprido à risca o caderno de

encargos do memorando da troika

– cortando nas despesas e reduzin-

do apoios sociais –, que depois tem

tentado colmatar com medidas ci-

rúrgicas para responder aos casos

mais problemáticos.

Mas estes apoios pontuais são

considerados insufi cientes face à

redução do número de benefi ciá-

rios de algumas prestações sociais

– o rendimento social de inserção

(RSI), por exemplo, caiu perto de

9% face a Agosto do ano passado

–, ao aumento do desemprego e ao

elevado número de situações de ca-

rência detectadas pelas instituições

que trabalham no terreno.

Quem olha de fora critica esta

política de tirar com uma mão pa-

ra depois dar menos com a outra.

O ministro, por seu turno, não se

cansa de sublinhar que o Governo

não tem outra opção senão cumprir

o memorando da troika e destaca

as medidas que têm sido aprovadas

para apoiar as situações mais críti-

cas – como a majoração do subsídio

para casais desempregados.

Para o investigador Alfredo Bruto

da Costa, a actuação de Mota Soares

está muito condicionada pelo Minis-

tério das Finanças, cujo principal

objectivo “é reduzir despesas”. “As

grandes medidas de redução das

despesas sociais e de aumento de

impostos são tomadas por via do

Ministério das Finanças. As medi-

das sociais são um remendo assis-

tencialista, muito longe do que seria

necessário”, realça.

Desde que este Governo tomou

posse, a resposta ao aumento do de-

semprego para níveis históricos tem

passado pelo corte signifi cativo na

duração e no valor do subsídio.

sempregados com fi lhos, um sub-

sídio de desemprego para alguns

trabalhadores independentes e au-

mentou as pensões mínimas. Mui-

tas destas medidas para colmatar

os cortes efectuados inserem-se no

Programa de Emergência Social.

Mas se em alguns casos as medi-

das têm expressão no terreno, nou-

tras o ministério tarda em fazer um

balanço. Ninguém sabe ao certo

como está a correr a “bolsa de ar-

rendamento”. Em Junho de 2012,

a “bolsa” foi lançada com cerca de

mil fogos em 108 municípios. O PÚ-

BLICO já pediu elementos para fazer

um balanço sobre quantas famílias

benefi ciaram do mercado social,

mas não obteve resposta.

Já a rede de cantinas sociais não

tem deixado de estar na agenda da

equipa de Mota Soares: 500 proto-

colos assinados em seis meses. Ou-

tra das medidas anunciadas (e fran-

camente aplaudidas pelas institui-

ções sociais) foi a fl exibilização das

regras de funcionamento de alguns

serviços, como creches e lares de

idosos. Uma fl exibilização destina-

da a permitir um maior número de

crianças por sala e mais idosos por

quarto – 30 mil novas vagas.

José Augusto Oliveira, da comis-

são executiva da CGTP, lamenta que

o principal objectivo deste Governo,

“independentemente do ministro

que tutela a pasta”, seja lançar “uma

forte ofensiva ao Estado social” e

critica as políticas assistencialistas

que surgem como alternativa. O

dirigente não tem dúvida de que o

objectivo do executivo é pôr em cau-

sa o sistema público de Segurança

Social para “depois justifi car a sua

passagem para o sistema privado”.

O plafonamento foi uma ideia lan-

çada para cima da mesa em fi nal de

Abril pelo Governo, mas acabou por

não ir além de uma declaração de

intenções, face ao coro de críticas

que gerou.

A aposta num modelo assistencia-

lista é uma crítica recorrente a que

Mota Soares está sujeito. O ministro

responde que o objectivo é focar a

resposta do Estado “nas necessida-

des concretas das pessoas” e traba-

lhar em conjunto com as instituições

que estão no terreno.

Jorge Bravo, professor da Uni-

versidade de Évora, considera que

é forçada a ideia de que este Gover-

no está a caminhar no sentido do

assistencialismo. “Não há uma mu-

dança profunda do elenco de pres-

tações sociais”, justifi ca, e lembra

que o país atravessa uma situação de

emergência que justifi ca alguns ajus-

tamentos nas prestações sociais.

Também Bruto da Costa diz que

ainda “não é sufi cientemente claro”

que o objectivo das medidas vá no

sentido de mudar radicalmente o

Estado social. Mas, alerta, “temos

de estar atentos para saber o que sig-

nifi ca a refundação do Estado agora

anunciada pelo primeiro-ministro”.

com Andreia Sanches

Enquanto corta nos apoios sociais, o Governo tenta colmatar as necessidades com medidas consideradas “insuficientes”

O RSI também teve mudanças sig-

nifi cativas, tanto ao nível do acesso

como do montante. A baixa por do-

ença até 30 dias baixou para 55% do

salário. As pensões acima de 600

euros tiveram cortes nos subsídios

de férias e de Natal e as reformas

antecipadas foram suspensas até ao

fi nal do programa de ajustamento.

Na calha estão novas reduções no

RSI e no complemento solidário

para idosos, além da suspensão do

complemento por dependência a

quem recebe pensões acima de 600

euros. O Orçamento do Estado para

o próximo ano prevê ainda que os

desempregados e trabalhadores de

baixa passem a descontar 6% e 5%,

respectivamente.

Ao mesmo tempo, o Governo re-

duziu o tempo de descontos neces-

sário para aceder ao subsídio, criou

uma majoração para os casais de-

Solidariedade SocialRaquel Martins

RITA BALEIA

Mota Soares é acusado de recorrer a “remendos assistencialistas”

Page 12: 3 NOV - PÚBLICO

12 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Autódromo do Algarve afundou-se com a crise no imobiliário irlandês

Plano de viabilidade da empresa apresentado ontem pede aos credores que perdoem 40 milhões e estejam dispostos a só receberem os 160 milhões de dívida, num prazo que pode chegar aos 15 anos

NUNO FERREIRA SANTOS

Autódromo Internacional do Algarve está ameaçado pelas dívidas

A Parkalgar, empresa que gere o

Autódromo Internacional do Al-

garve, apresentou ontem em tri-

bunal um plano para recuperar o

projecto, que só será viabilizado se

os credores estiverem dispostos a

perdoar 40 milhões e, nalguns ca-

sos, disponíveis a esperar 15 anos

até que a dívida seja liquidada. A

aceitação, ou recusa, do Plano Es-

pecial de Revitalização (PER), está

dependente da homologação pelo

juiz do processo, que tem 20 dias

para se pronunciar. Ao fi m de qua-

tro anos de funcionamento, o pro-

jecto acumula dívidas de mais de

160 milhões de euros.

O que afundou este projecto de

Potencial Interesse Nacional (PIN),

reconhecem, foi a crise no sector

imobiliário. Por concluir fi cou um

hotel de cinco estrelas, com 194

quartos e 160 apartamentos, mais

um parque tecnológico que não se

construiu. A falência do grupo irlan-

dês Harte Holding, com que a em-

presa tinha assinado um contrato de

compra e venda dos apartamentos

e hotel, deixou a Parkalgar numa si-

tuação periclitante. Ainda recebeu

de sinal dois milhões de euros, em

2009, mas o negócio de 34 milhões

e 350 mil euros pela venda dos apar-

tamentos, mais sete milhões pela

venda do terreno do hotel, não se

concretizou.

O circuito automobilístico, apesar

de o aluguer ser dos “mais elevados

da Europa”, diz o plano, tem conse-

guido obter taxas de ocupação “ele-

vadíssimas”, sempre superiores a

85%. Para o futuro, a empresa reto-

ma a ideia de desenvolver o projecto

como “um todo”, compaginando a

área do desporto automóvel com os

negócios do imobiliário, tendo no

sector imobiliário/turístico “uma

das peças fundamentais desta estra-

tégia e deste plano de viabilidade”.

O hotel, construído com recurso a

uma linha de crédito do BCP, parou

as obras em Março. A dívida acumu-

lada a credores (bancos e fornece-

dores) “impede a gestão da empresa

em moldes que permitam sustentar

a sua viabilidade económica”.

A estratégica para recuperar a em-

presa passa pela “ocupação perma-

nente” da pista, captando eventos e

marcas internacionais. Mas há um

“pressuposto fundamental”, lê-se

no documento, que é a “conclusão

imediata” do complexo turístico

(hotel e apartamentos). O sector

imobiliário representa “um poten-

cial de receitas brutas de cerca de

38 milhões de euros”.

Além do autódromo e de um kar-

tódromo, o projecto prevê ainda a

construção de um parque tecnoló-

gico, com dez lotes de terrenos que

no total possuem uma capacidade

de construção de 60 mil metros

quadrados, mais um lote para um

complexo desportivo com dez mil

metros quadrados.

15 anos de esperaO Plano Especial de Revitalização-

prevê para 2013 e anos seguintes al-

cançar um volume de negócios de

10,1 milhões de euros pelo aluguer

do autódromo e do kartódromo,

mais 13,5 milhões com a venda de

apartamentos. Num cenário de crise

no imobiliário, uma das peças fun-

damentais da estratégia passa pela

“fi nalização da construção dos apar-

tamentos”, sendo também “neces-

sário que o hotel previsto para o

complexo esteja terminado e apto

a ser explorado”.

O empreiteiro que arrisque avan-

çar com a obra não terá um “prazo

fi xo” para o retorno do investimen-

to, mas estima-se que o reembolso

poderá ocorrer num período de

dois anos. No que diz respeito aos

credores comuns, é-lhes proposto

um prazo máximo de 15 anos para

serem ressarcidos da dívida. Em al-

ternativa, poderão optar pelo pa-

gamento através do recebimento

de apartamentos e lotes do futuro

Parque Tecnológico. O Estado pode-

rá vir a liquidar a dívida num prazo

até 12,5 anos. O fi sco terá a receber

mais de 318 mil euros euros, a Segu-

rança Social 295 mil euros e o maior

credor – o Millennium BCP – 117,35

milhões de euros.

InvestimentoIdálio Revez

160Valor em milhões de euros da dívida acumulada pela Parkalgar. O principal credor é, de longe, o BCP, com quase 120 milhões

PIN falhado

Projecto longe das expectativas

Apresentado pelo presidente da Câmara Municipal de Portimão como “um dos maiores

projectos jamais realizados” no Algarve, “determinante” para o futuro “económico e turístico” da região, o Autódromo Internacional do Algarve (AIA) teima em não corresponder às expectativas quatro ano depois da sua abertura ao público.

Propriedade da Parkalgar – constituída em finais dos anos de 1990 pelo grupo Bemposta, de Portimão –, o complexo do AIA só seria inaugurado em Novembro de 2008. Pelo caminho, o Governo de José Sócrates atribuiu-lhe o estatuto de projecto de Potencial Interesse Nacional (PIN), não faltando à sua inauguração o então ministro da Economia Manuel Pinho.

Com um custo estimado de 200 milhões de euros, ocupando 310 hectares, o AIA apresentou-se como o mais moderno equipamento europeu do género. Paulo Pinheiro, administrador executivo da Parkalgar, garantia que o empreendimento não seria um “elefante branco”, ao contrário do que dizia acontecer com o autódromo do Estoril.

Inaugurada a componente desportiva, foi-se adiando a vertente imobiliária do projecto.

Entretanto, os problemas financeiros foram-se avolumando. Bernie Ecclestone, patrão da Fórmula 1, apresentou uma acção de arresto dos bens por dívidas superiores a 3,2 milhões de euros e, mais recentemente, um consórcio liderado pela Siemens pediu a insolvência do AIA, acabando por chegar a acordo com a Parkalgar. Paulo Curado

Page 13: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | ECONOMIA | 13

Breves

Combustíveis

Gasóleo pode descer um cêntimo, gasolina fica inalterada O preço do gasóleo deve descer cerca de um cêntimo e o da gasolina ficar inalterado na próxima semana, como reflexo da evolução das cotações nos mercados internacionais. Segundo adiantou à Lusa fonte do sector, a evolução das cotações dos dois combustíveis permite antecipar a manutenção do preço da gasolina, que nas duas últimas semanas baixou cerca de dez cêntimos, e uma quebra ligeira no gasóleo.

Quando viajam no país, os turistas

residentes em Portugal procuram

sobretudo dormida onde não têm

de pagar para pernoitar, fi cando em

casa de familiares ou amigos. Com o

aperto de cinto imposto pela dimi-

nuição do rendimento disponível,

essa tendência foi mais clara na pri-

meira metade do ano.

Comparando com o mesmo pe-

ríodo de 2011, o peso das dormidas

em hotéis e pensões perdeu terreno

para as dormidas no chamado alo-

Mais turistas trocam o hotel pela casa de amigos ou de família

jamento particular gratuito, revelou

esta sexta-feira o Instituto Nacional

de Estatística (INE). Quase três quar-

tos das dormidas aconteceram neste

meio de alojamento.

De Janeiro a Junho, registaram-se

21,9 milhões de dormidas turísticas

por parte de residentes em Portugal,

mais 11,9% do que no mesmo perío-

do do ano passado.

O aumento não signifi cou, porém,

mais dormidas na hotelaria. Os da-

dos do INE indicam que os turistas

passaram a fi car mais vezes em casa

de amigos e familiares, evitando as-

sim pagar para pernoitar, uma vez

que há um crescimento do peso do

alojamento particular gratuito.

As dormidas em hotéis e pensões

representaram 18,6% das dormidas

turísticas nos primeiros seis meses

de 2012, quando no mesmo período

do ano passado a sua expressão che-

gava a 24,9% do total, ou seja, qua-

se um quarto do total. Esta quebra

contribuiu para que o alojamento

particular gratuito passasse agora

a representar 74,5% do total das

dormidas.

Seja em lazer, recreio ou férias,

seja quando o motivo é a visita de

familiares ou amigos, a opção pelo

alojamento particular gratuito é, de

longe, a que soma o maior número

de dormidas.

De acordo com o INE, 97,4% das

dormidas associadas a deslocações

para visita a familiares e amigos fo-

ram em alojamento particular gra-

TurismoPedro Crisóstomo

O efeito da perda de rendimento disponível das famílias portuguesas nota-se na escolha de alojamento em tempo de férias

tuito (quase nove mil até Junho). No

caso das deslocações em férias e por

motivos de lazer, o peso não foi tão

grande, mas representou mais de

metade do total (59,8%).

Os hotéis e pensões só foram

maioritários nas dormidas associa-

das a viagens de trabalho ou de ne-

gócios (48,5%). Na primeira metade

do ano, foram feitos 7,1 milhões de

deslocações turísticas por pessoas

a residir em Portugal.

O sector do turismo é um dos que

carregam neste momento a “respon-

sabilidade” de conseguir limitar a

dimensão da contracção económica

em Portugal. No entanto, para que

isso aconteça, as empresas do sector

contam essencialmente com os tu-

ristas provenientes do estrangeiro.

A capacidade de conquistar clientes

nacionais está fortemente limitada

pela quebra do rendimento disponí-

vel que se tem vindo a registar.

Sector do turismo também é afectado pelos efeitos das medidas de austeridade nas famílias

Page 14: 3 NOV - PÚBLICO

14 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Bolsas

PSI-20 Última Sessão Performance (%)Nome da Empresa Var% Fecho Volume Abertura Máximo Mínimo 5 dias 2012

PSI-20 INDEX 0,12 5383,840 78897340 5384,530 5416,280 5366,380 -0,25 -2,01ALTRI SGPS SA 1,02 1,388 102412 1,369 1,388 1,364 1,33 15,67BANCO BPI SA -0,46 0,863 889987 0,867 0,879 0,863 -1,59 83,35BCP 0 0,071 50923478 0,071 0,072 0,070 -4,05 -19,39BES -1,03 0,771 14977378 0,783 0,789 0,766 1,43 -5,29BANIF-SGPS 0,69 0,145 732560 0,146 0,149 0,143 -10 -57,35COFINA SGPS -2,09 0,469 63483 0,467 0,470 0,456 -3,43 -38,29EDP 0,05 2,075 4666069 2,083 2,093 2,071 -0,05 -13,22EDP RENOVÁVEIS 0,3 3,710 286523 3,690 3,754 3,671 -0,13 -21,53ES FINANCIAL 0,59 5,434 10535 5,435 5,440 5,420 -0,86 5,51GALP ENERGIA -0,89 12,240 1279557 12,380 12,450 12,150 -1,67 7,56J MARTINS SGPS 0,33 13,745 421716 13,740 13,770 13,650 0,07 7,47MOTA-ENGIL -0,98 1,310 127731 1,319 1,341 1,309 -6,44 26,57PT 1,01 3,905 2101929 3,878 3,920 3,851 -0,49 -12,25PORTUCEL -0,46 2,154 165243 2,160 2,165 2,142 1,5 17,13REN -0,05 1,999 62844 1,995 2,000 1,991 0,2 -5,26SEMAPA -1,72 5,357 31724 5,450 5,477 5,351 4,43 -0,24SONAECOM SGPS 0,14 1,400 190280 1,403 1,420 1,395 3,56 15,23SONAE IND. -0,19 0,521 94679 0,531 0,531 0,520 -4,22 -17,95SONAE -0,52 0,578 807542 0,582 0,585 0,578 0,17 25,93ZON MULTIMÉDIA 3,4 2,554 961670 2,470 2,565 2,462 4,44 9,99

O DIA NOS MERCADOS

Acções PSI20Euro Stoxx 50Dow Jones

Variação dos índices face à sessão anterior

Divisas Valor por euro

Diário de bolsa

Dinheiro, activos e dívida

Preço do barril de petróleo e da onça, em dólares

MercadoriasPetróleoOuro

ObrigaçõesOT 2 anosOT 10 anos

Taxas de juro Euribor 3 mesesEuribor 6 meses

Euribor 6 meses

Portugal PSI20

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Obrigações 10 anos

Mais Transaccionadas Volume

Variação

Variação

Melhores

Piores

Últimos 3 meses

Últimos 3 meses

Europa Euro Stoxx 50

BCP 50.923.478BES 14.977.378EDP 4.666.069PT 2.101.929GALP Energia 1.279.557

ZON Multimedia 3,4%ALTRI SGPS SA 1,02%PT 1,01%

Cofina SGPS -2,09%Semapa -1,72%BES -1,03%

Euro/DólarEuro/LibraEuro/IeneEuro/RealEuro/Franco Suíço

7

8

9

10

11

1,28360,8004

103,222,60531,2065

0,197%0,385%

107,841677,46

5,868%8,613%

0,12%0,52%

-1,05%

2200

2300

2400

2500

2600

4300

4600

4900

5200

5500

0,350

0,475

0,600

0,725

0,850

NUNO FERREIRA SANTOS

Fitch ainda duvida que Vítor Gaspar consiga evitar novo resgate

A agência de rating Fitch deu ontem

duas notas aparentemente distan-

tes sobre Portugal – uma de alento

sobre o sector bancário, outra mais

negativa em relação ao programa

da troika. Mas o tom da análise que

as une é o mesmo – o reequilíbrio

da banca e o plano de ajustamento

estão ligados por um cordão umbi-

lical, e do sucesso de um e outro de-

penderá mutuamente o regresso de

Portugal e dos bancos aos mercados

fi nanceiros.

Posto de outra forma: a agência de

notação norte-americana acredita

que os mercados podem voltar a

abrir-se aos principais bancos por-

tugueses, o que permitiria diminuir a

dependência das instituições face ao

Banco Central Europeu (BCE); mas

avisa que o programa de ajustamento

enfrenta riscos e duvida que Portugal

consiga sobreviver sem um segundo

resgate antes de voltar a fi nanciar-se

em pleno nos mercados, o que con-

taminaria o sector bancário.

O Banco Espírito Santos (BES) fez,

esta semana, um primeiro ensaio de

regresso ao mercado de dívida. Pela

primeira vez desde o pedido de assis-

tência, um banco português emitiu

750 milhões de euros em dívida sé-

nior sem garantia. Para a Fitch, esta

operação é um sinal de que outros

bancos portugueses poderão seguir-

lhe os passos.

A emissão do banco liderado por

Ricardo Salgado, diz numa nota a

agência internacional, pode ser um

impulso para as instituições começa-

rem a “reduzir a grande dependên-

cia” junto do BCE. Isso signifi caria

que, ao diversifi carem os seus ca-

nais de fi nanciamento, diminuíam

a utilização de linhas de liquidez

da autoridade monetária europeia,

deixando de estar dela totalmente

dependentes.

O fi nanciamento da banca junto

do BCE voltou a aumentar em Setem-

bro, ascendendo a 55,6 mil milhões

de euros no fi nal desse mês, de acor-

do o Banco de Portugal.

A Fitch, uma das três maiores agên-

cias de rating mundiais, deixa uma

mensagem de optimismo quanto ao

reequilíbrio da banca, nomeadamen-

Fitch já acredita no regresso dos bancos ao mercado mas prevê novo resgate para o Estado

te ao processo de recapitalização,

que diz contribuir para a estabilida-

de do sector. Mas é clara num ponto:

se o Estado “não regressar ao fi nan-

ciamento de mercado em 2013, os

bancos continuarão a enfrentar res-

trições e desequilíbrios, dependentes

do fi nanciamento do BCE”.

A questão é que, enquanto vê si-

nais positivos na banca, a agência

admite que o Estado precise de “re-

ceber apoio ofi cial adicional antes de

regressar ao mercado”, ou seja, um

segundo resgate fi nanceiro.

O Governo e a troika mantêm a

previsão de que Portugal regressa

aos mercados em Setembro de 2013.

A agência duvida desse horizonte e

vê riscos “signifi cativos” no progra-

ma de ajustamento fi nanceiro.

O Tesouro tem realizado emissões

de títulos de dívida de curto prazo

e, no início de Outubro, trocou 3757

milhões de euros de obrigações que

venceriam em Setembro de 2013 por

outras com o mesmo valor que só

vencem em 2015, numa operação

que o ministro das Finanças, Vítor

Gaspar, considerou “o verdadeiro

regresso aos mercados”.

Com esta operação, bem-sucedida,

pois convenceu os credores a adiar

por dois anos o reembolso do dinhei-

ro emprestado, o Governo pôde fazer

um teste à confi ança dos investido-

res. Efectivamente, Portugal “está

fora do mercado” – nos termos em

que esta expressão é comummente

entendida – desde o início da inter-

venção externa, garantindo as neces-

sidades de fi nanciamento através do

empréstimo de 78 mil milhões de eu-

ros da União Europeia e do FMI.

BancaPedro Crisóstomo

Emissão de dívida do BES pode beneficiar outros bancos, diz a agência. A dúvida está no regresso do Tesouro aos mercados

Não se pode falar de um regresso das tensões aos mercados, mas os últimos dias confirmaram

a volatilidade a que a dívida pública portuguesa continua sujeita no mercado secundário (de revenda de títulos). Depois de três dias seguidos em alta, as taxas de juro das obrigações com prazo de dez anos tocaram ontem nos 8,6%. A tendência ascendente registou-se também nos títulos italianos e espanhóis com o mesmo prazo e foi ainda repetida nos títulos portugueses com maturidades de cinco e três anos. Os juros da dívida nacional a dez anos (o prazo de referência no mercado) seguiam em queda até 19 de Outubro, altura em que a taxa recuou para o valor mais baixo desde Março de 2011: 7,6%. Essa trajectória de correcção foi invertida ao longo das últimas três semanas, apenas com descidas pontuais. Nas últimas três sessões, os juros mantiveram-se sempre em alta, subindo ontem para níveis idênticos aos observados dias antes do pedido de resgate financeiro a Bruxelas, a 6 de Abril de 2011. P.C.

Juros da dívida a dez anos nos 8,6%

Page 15: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | ECONOMIA | 15

Breves

Crise

Não há “luz ao fundo do túnel” na zona euro, diz Stiglitz Não é verdade que a Europa esteja próxima de superar a crise e sem mudanças na resposta não haverá “luz ao fundo do túnel”, adverte o economista norte-americano Joseph Stiglitz. Numa entrevista à revista Capital, o prémio Nobel afirma que “se as actuais políticas continuarem a ser as mesmas, e não apenas em Espanha, mas na Europa em geral, não há luz ao fundo do túnel”. “E todos os túneis têm um fim”, avisa.

O número de desempregados que

anulou a inscrição nos centros de

emprego para emigrar entre Janeiro

e Setembro disparou 45,4% face a

igual período do ano passado, de

acordo com os registos do Instituto

de Emprego e Formação Profi ssio-

nal (IEFP).

Segundo os dados enviados

ontem à agência Lusa pelo IEFP,

até Setembro, o número de de-

sempregados anulados por emi-

gração subiu para os 24.689, dos

16.977 observados em 2011 e dos

Número de desempregados a optar pela emigração sobe 45% este ano

10.962 em 2008 (início da crise).

Só em Setembro, o número de

desempregados que se apresenta-

ram nesta situação disparou 48,9%

em termos homólogos, num total

de 2766 pessoas.

Os registos do IEFP sugerem as-

sim que a opção pelo estrangeiro

Trabalho

Dados dos centros de emprego revelam que a saída para o estrangeiro é uma opção mais frequente entre desempregados

está cada vez mais em cima da

mesa dos trabalhadores que se

encontram numa situação de de-

semprego.

No entanto, o instituto público

lembra que as anulações com base

em emigração “são um apuramento

realizado pelo IEFP com base nu-

ma indicação dos próprios inscri-

tos”, pelo que devem ser tidas em

consideração as limitações destes

dados.

De acordo com os dados mais re-

centes do Eurostat, o desemprego

em Portugal situou-se nos 15,7% em

Setembro, um recuo de 0,1 pontos

percentuais em relação a Agosto,

enquanto entre os jovens diminuiu

0,6 pontos para os 35,1%.

A CGTP e a UGT consideram que

a única justifi cação para esta dimi-

nuição da taxa de desemprego é a

“grande emigração”, especialmente

entre os jovens. Lusa

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Desemprego está a crescer, opção pela emigração também

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111 ANOS

Page 16: 3 NOV - PÚBLICO

16 | ECONOMIA | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

A empresa norte-americana Anadar-

ko prevê vir a produzir 50 milhões

de toneladas de gás natural lique-

feito, no seu projecto do Niassa, no

Norte de Moçambique, cujas recei-

tas poderão duplicar o Produto In-

terno Bruto (PIB) do país.

Com esse valor, Moçambique

poderá tornar-se no terceiro maior

produtor mundial de gás natural,

atrás do Qatar e da Austrália.

“Fizemos uma maciça descoberta

em Moçambique”, disse, em Lon-

dres, o porta-voz da Anadarko, Jo-

hn Christiansen, em declarações à

Agência de Informação de Moçam-

bique (AIM).

“Olhando para todos os recursos

que encontrámos na Área 1 da Bacia

do Rovuma, estamos próximos dos

100 triliões de pés cúbicos de gás

natural, com um volume recuperá-

vel entre 35 a 65 triliões de pés cúbi-

cos”, concretizou Christiansen.

A Anadarko, com sede no Texas,

EUA, considera que existem reser-

vas sufi cientes que justifi cam a insta-

lação de 10 unidades de liquefacção,

correspondente a uma produção

anual de 50 milhões de toneladas

de GNL nos próximos anos.

Segundo Christiansen, a Ana-

darko e seus parceiros tencionam

investir cerca de 15 mil milhões de

dólares em Moçambique, incluindo

o desenvolvimento do projecto e a

instalação de unidades de liquefação

de gás natural. A produção deverá

arrancar em 2018.

O consórcio liderado pela Anada-

rko (36,5%) integra a japonesa Mit-

sui & Co. (20%), as indianas Bharat

Petroleum Corp. e Videocon Indus-

tries (com 10% cada), a tailandesa

PTT (8,5%) e a moçambicana Em-

presa Nacional de Hidrocarbonetos

(15%).

Actualmente, a Anadarko empre-

ga cerca de mil trabalhadores mo-

çambicanos e este número poderá

aumentar para atingir 10.000 du-

rante a fase de construção.

Num relatório ontem publicado,

o Fundo Monetário Internacional

(FMI) antecipou ontem que a eco-

nomia moçambicana vai terminar

o ano com uma variação de 7,5% no

PIB. Lusa

Gás pode fazer disparar PIB de Moçambique

Energia

Empresa norte-americana prevê que Moçambique se pode vir a tornar no terceiro maior produtor de gás natural do MundoEconomia norte-americana tem vindo a dar sinais positivos

A taxa de desemprego nos Esta-

dos Unidos manteve-se estável em

termos globais em Outubro, com

mais 170 mil novos desemprega-

dos, o equivalente a uma subida de

0,1 pontos percentuais, fi xando-se

agora nos 7,9%. Actualmente, o nú-

mero de desempregados norte-ame-

ricanos é aproximadamente de 12,26

milhões, de acordo com os dados

tornados públicos ontem pelo De-

partamento do Trabalho americano.

No mesmo sentido, a população ac-

tiva também aumentou, neste caso

em 578 mil pessoas.

O mês de Outubro registou mais

158 mil desempregados de longo

termo (há 27 semanas ou mais),

totalizando cerca de 5 milhões, o

que representa cerca de 40,6% do

total da população desempregada

nos Estados Unidos. A saúde (32,5

mil), os serviços profi ssionais e de

negócios (51 mil) e o comércio de

retalho (36,4 mil) foram os sectores

que mais novos trabalhadores ab-

sorveram em 2012.

“Este é um bom relatório”, dis-

se James Glassman, economista do

banco JP Morgan, numa entrevista

que deu à Bloomberg Radio. “Irá

fi car melhor à medida que a eco-

nomia começar a disparar. O mais

importante este ano é o facto de

termos deixado para trás os exces-

sos do sector imobiliário, que têm

Desemprego estável nos EUA reforça hipóteses de retoma

sido um grande obstáculo à econo-

mia”. Estes dados ultrapassaram

as previsões mais optimistas feitas

antes da divulgação dos dados por

analistas à Bloomberg, apresentan-

do-se como um sinal positivo para

a economia.

A quatro dias das eleições ameri-

canas, estes dados podem ainda ter

um pendor positivo para o lado de

Obama, no que toca aos eleitores

indecisos.

Reeleição apoiadaNos últimos meses, vários dados

económicos têm vindo a revelar o

seu “apoio” à reeleição de Barack

Obama. Os indicadores de confi ança

dos consumidores (que aumenta-

ram em Outubro, aproximando-se

de um máximo histórico de cinco

anos), a taxa de desemprego e o

nível de produtividade do país têm

vindo a dar uma ajuda à campanha

do actual Presidente. Com estes da-

dos, Obama ganha argumentos para

refutar as acusações republicanas de

que as suas políticas têm sido dano-

sas para o povo americano.

Ainda ontem, numa visita a um

“recém-falido” negócio no Estado

de Virgínia, Mitt Romney afi rmou

que o slogan da campanha de Oba-

ma deveria ser Forewarned (Despre-

venidos), em vez do Forward (Em

Frente) escolhido pelo actual Pre-

sidente. Estas declarações surgem

como uma crítica à prosposta de

Obama em criar um Departamento

de Negócios, para lidar com os pro-

blemas económicos do país.

No próximo dia 6 de Novembro,

os americanos vão decidir se pre-

ferem a continuação de Obama na

Casa Branca ou se as propostas re-

publicanas são mais vantajosas para

o país.

KEITH BEDFORD/REUTERS

Estados UnidosAndré Jesus

A taxa de desemprego dos Estados Unidos manteve-se estável no mês de Outubro, confirmando dados positivos na economia

DOMINGO

ESPECIAL CHINANuma década a economia

quadriplicou e muitos milhões saíram da pobreza. Mas não foi uma “sociedade

harmoniosa” que o jornalista Paulo Moura encontrou nos

mais de oito mil quilómetros que percorreu, ao longo de

um mês, em vésperas de transição da liderança. Do

campo chegam sinais de revolução

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Page 18: 3 NOV - PÚBLICO

18 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Só Sheldon Adelson, dono de casinos, prometeu 100 milhões de dólares para Romney “esmagar” Obama

JUSTIN SULLIVAN/AFP

Milionários conservadores fi nanciam último fôlego de Romney

Pagar 40 milhões de dólares por dia

em anúncios televisivos a favor de

Mitt Romney e contra Barack Oba-

ma? Por que não? Chegou a altura

de dar tudo por tudo. De atirar di-

nheiro para o fogo, para alimentar

as chamas dos últimos dias da cam-

panha eleitoral mais cara da história,

na esperança de desempatar umas

eleições em que os candidatos se têm

mantido teimosamente taco a taco.

Tudo isto alimentado pelo dinheiro

de alguns dos homens mais ricos dos

Estados Unidos.

Quem paga os 40 milhões diários

é a Restore Our Future, um dos su-

per-PAC (Comité de Acção Política)

— organizações que podem fazer

campanha contra ou a favor de um

candidato, sem limite nos gastos —

que apoia Mitt Romney e se opõe a

Barack Obama. Outros grandes su-

per-PAC conservadores são a Ame-

rican Crossroads, a Crossroads GPS,

criadas sob a orientação de Karl Ro-

ve, ex-conselheiro de George W. Bush

e estratego do Partido Republicano,

que criou uma rede de grandes fi nan-

ciadores do Partido Republicano.

Do lado de Obama, há apenas um

grande super-PAC — a Priorities USA

Action —, que desde o fi m da conven-

ção democrata, no início de Setem-

bro, passou a ser dirigida por Rahm

Emanuel, actual mayor de Chicago e

ex-chefe de gabinete de Obama.

Um gráfi co do site Open Secrets

mostra como os super-PAC ligados ao

candidato Mitt Romney dispararam a

partir da última semana de Outubro

— um último tudo por tudo.

Mas quem mantém cheia a maré

de dinheiro que tem inundado esta

campanha? A lista dos maiores con-

tribuintes tem sempre no topo mi-

lionários ligados a causas conserva-

doras e ao Partido Republicano (ver

infografi a).

O maior contribuinte até agora é

Bob J. Perry. O proprietário da em-

presa de construção Perry Homes foi

o maior fi nanciador do grupo que,

em 2004, fez uma campanha de di-

famação contra o candidato demo-

Os grandes fi nanciadores vêm da área da construção, do petróleo e do carvão e votam republicano. Maioria das doações para a campanha de Obama vem de pequenos contribuintes

crata John Kerry, acusando-o de ter

mentido sobre o serviço militar no

Vietname. Foi um dos principais fi -

nanciadores da candidatura (falhada)

do governador do Texas Rick Perry à

nomeação republicana.

Petróleo, carvão, casinosSheldon Adelson é o fi nanciador re-

publicano que se tornou mais visível,

porque o seu negócio é sem dúvida o

mais mediático: é o milionário dos ca-

sinos de Las Vegas e Macau e, talvez

num futuro próximo, do Eurovegas

de Madrid. Começou por ser a força

por trás da candidatura à nomeação

republicana de Newt Gingrich e, fa-

lhada a tentativa do ex-speaker da Câ-

mara dos Representantes, passou-se

para o campo de Romney.

Este indefectível de Israel prome-

teu 100 milhões à campanha de Rom-

ney para ajudar “a esmagar a abor-

dagem económica de estilo socialista

do Presidente Obama”, segundo o

Washington Post relata serem as su-

as palavras. Mas a sobrevivência de

Israel é a sua maior preocupação —

acompanhou Romney na viagem ao

Médio Oriente e será uma infl uência

na política polémica do candidato.

Outras fi guras importantes são os

irmãos Koch — David e Charles, das

Koch Industries, têm refi narias no

Alasca, no Texas e no Minnesota, on-

de tratam mais de 800 mil barris de

crude diariamente. Filantropos das

artes e das ciências em Nova Iorque,

têm mais de 6000 quilómetros de

pipelines e interesses na construção

do polémico oleoduto Keystone XL,

que traria crude do estado canadia-

no de Alberta para o Texas — e que

Romney prometeu que terminaria,

nem que tivesse que construí-lo com

as próprias mãos.

Entre os grandes fi nanciadores de

Romney há ainda um outro irmão

Koch — William, desavindo nos negó-

cios da família, mas um nome impor-

tante na extracção do carvão.

Media, ciência e HollywoodJá entre os grandes fi nanciadores de

Obama — com valores muito diferen-

tes dos dos principais doadores de

Romney (ver infografi a) — nota-se

uma predominância das indústrias

Presidenciais nos EUAClara Barata

liberais ou criativas. Um dos maiores

contribuintes é Fred Eychaner, um

milionário de Chicago que fez fortu-

na nos media — primeiro nos jornais

e depois na rádio e televisão — mas

não gosta sequer de ser fotografado.

Vive numa mansão, mas desloca-se

de transportes públicos, como um

vulgar cidadão.

Outro dos campeões de Obama

é James Simons, o matemático fun-

dador do fundo de investimento de

alto risco Renaissance Technologies,

e um dos grandes fi nanciadores pri-

vados da investigação sobre autis-

mo. Hollywood, como não podia

deixar de ser, está também do lado

do Presidente: Jeff rey Katzenberg,

director executivo do estúdio de

animação DreamWorks, é o maior

contribuinte.

O furacão passou e Obama ganha apoios de repu

O furacão passou e os dois principais candidatos à Presidência dos Estados Unidos voltaram à

campanha porque a eleição é já na terça-feira. Nas últimas horas que têm para convencer os eleitores (sobretudo os indecisos), Barack Obama (democrata e actual chefe de Estado) regressa ao discurso da defesa da classe média, Mitt Romney (republicano) à promessa de que salvará a economia.

Do ponto de vista mediático,

Obama ganhou pontos nos dias da tempestade. Conseguiu o apoio de republicanos famosos, como Colin Powell (foi secretário de Estado de George W. Bush, entrou agora na campanha) e de um independente, o presidente da Câmara de Nova Iorque, o milionário Michael Bloomberg, que já foi republicano e democrata. Teve ainda elogios do republicano que ganhou mediatismo na catástrofe, o governador de New Jersey, Chris Christie. Os apoios valem votos, nos Estados Unidos. E para

Page 19: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | MUNDO | 19

“Mitt Romney e Paul Ryan nem sequer sabem fi ngir compaixão”Ted StricklandGovernador do Ohio

ublicanos de peso

Obama o mais importante terá sido o de Bloomberg, por apelar aos independentes.

Mas Obama não conseguiu, ontem, descolar de Romney nas sondagens — nem perante o anúncio de que em Outubro a taxa do desemprego voltou a descer devido a 170 mil novos postos de trabalho – passou de 8,7% para 7,8%. A equipa de Romney fez logo um comunicado a dizer que este número prova o fracasso da política Obama, culpando-a por a taxa de desemprego ser tão elevada.

Obama escolheu o Winsconsin e o Ohio para retomar a campanha. Fez um discurso a apelar ao fim da polarização ideológica: “Sabemos o que é a mudança e o que o governador [Romney] nos oferece não é uma mudança”. Romney, que aproveitou para ir a estes estados enquanto Obama esteve nas zonas da tempestade, vai amanhã à Pensilvânia, um estado democrata por tradição. Falará de escolhas: “Terça-feira escolheremos entre a estagnação e a prosperidade”.

Agentes da polícia começam

a procurar corpos na frente

marítima conhecida como Jersey

Shore, mas primeiro têm de

recolher os animais de estimação

que foram deixados para trás.

“Quando morrem, conseguimos

perceber pelo cheiro que há

ali um corpo”, diz o chefe da

polícia Thomas Boyd, enquanto

os funcionários dos serviços de

protecção dos animais percorrem

ruas e casas de Verão desertas, à

procura de animais de estimação

abandonados pelos seus donos

durante a fuga ao furacão Sandy.

Ao longo da frente marítima —

onde o divertimento é uma fonte

de receitas —, muitos habitantes

afi rmam que nada voltará a

ser o mesmo. Três dias depois

de o furacão ter destruído as

localidades construídas na ilha-

barreira ao largo do continente, as

águas começam a recuar, deixando

à mostra a destruição.

Em Seaside Heights — cuja

população varia entre 3000

pessoas na época baixa e 100.000

nos fi ns-de-semana de Verão —, o

passeio marítimo fi cou reduzido

a escombros. Uma montanha-

russa que funcionava no parque

de diversões Casino Pier parece

agora um conjunto de peças de

metal dobrado sobre o oceano

Atlântico. Camiões desapareceram

em enormes buracos. As ruas estão

atulhadas com barcos e com o que

resta de muitas habitações.

Para prevenir pilhagens, a

polícia selou as pontes em direcção

às povoações localizadas na ilha

e apenas permite a passagem de

visitantes acompanhados por

agentes. Na quinta-feira à tarde,

o único som que se ouvia era o

“bip-bip” de uma retroescavadora

bairro em que as águas subiram

tanto que chegaram a inundar as

banheiras das casas. “Eles dizem

que só vêm ver. Mas o que há para

ver, a não ser a nossa desgraça?”

Bob Stewart, um bombeiro

voluntário que salvou várias

pessoas que se refugiaram nos

sótãos das suas casas, perdeu o

salão de jogos que geria há cinco

anos no parque de diversões

Casino Pier. “Estava sempre a ir

lá ver como estavam as coisas, até

que desapareceu por completo”,

diz, enquanto caminha pela praia

onde as instalações, construídas há

120 anos, ruíram. “Aqui era o meu

escritório”, descreve, enquanto

apanha com a mão pouco mais do

que destroços.

Stewart decidiu contratar

um seguro mais barato após a

passagem do furacão Irene, no

ano passado. Como o parque de

diversões aguentou os ventos e as

ondas do Irene, o empresário não

viu necessidade de continuar a

pagar 15.000 dólares por ano em

prémios. “Tudo o que tinha foi

investido aqui”, diz.

Muitas das pessoas que

perderam tudo estão agora na

Escola Secundária de Toms River,

transformada num abrigo para 300

desalojados, muitos habitantes

de Seaside Heights. Os residentes

que têm dinheiro estão em hotéis;

os que estão no abrigo são pobres

ou da classe trabalhadora. Viviam

em modestas cabanas na ilha-

barreira porque pagavam rendas

mais baixas do que as pedidas por

apartamentos no continente.

“Tenho 53 anos e tenho de

começar tudo de novo”, diz Mark

Young, um colador de cartazes

reformado. Young fi cou no seu

apartamento, na praia de Forked

River, durante a passagem do

Sandy, na segunda-feira. Só saiu

na quinta-feira de manhã. “Tenho

a minha pensão do sindicato. E

tenho a minha família. Mas vou

viver para outro sítio. Estou farto.

Depois do que passei desta vez,

não tenho nenhum desejo de voltar

a viver perto da água”, afi rma.

Exclusivo PÚBLICO/Washington Post

Os habitantes da frente marítima do estado de New Jersey perderam as casas e os negócios. Muitos vão ter de começar tudo de novo

que removia toneladas de areia da

praia que o furacão depositou nas

estradas.

À medida que prosseguem os

trabalhos nos estados afectados

pelo Sandy, o balanço de vítimas

mortais subiu para, pelo menos,

90. As autoridades da cidade de

Nova Iorque têm registo de 38

mortes, incluindo duas crianças

de Staten Island, de dois e quatro

anos de idade, cujos corpos foram

encontrados na quinta-feira.

Mais de 4,6 milhões de casas

e empresas continuam sem

electricidade, mas o sistema de

transportes públicos voltou a

funcionar, pelo menos em parte.

Muitas pessoas já conseguiram

regressar a casa, mas muitas outras

continuam retidas ou têm de

enfrentar longas fi las para comprar

combustível e outros bens.

A polícia de Seaside Heights

estima que mais de 50% dos

residentes permaneceram na

região para protegerem as suas

propriedades. Na quinta-feira,

as autoridades vasculharam as

ruínas em busca de habitantes,

para convencer os mais resistentes

a partirem para o continente.

Nenhum residente será forçado a

abandonar as suas casas desde que

se mantenha em terrenos elevados

e que tenha acesso a geradores.

Equipas de vigilantesNo continente, habitantes de

bairros que estão sem electricidade

desde segunda-feira formaram

equipas de vigilantes, depois de

terem visto pessoas a levarem

consigo bens que foram arrastados

pelo furacão.

“Estão a vir para cá pessoas que

não moram neste estado”, diz Pat

Shields, de 53 anos, um camionista

reformado por invalidez que vive a

dois quarteirões das margens, num

ReportagemCarol Morello

90é o último balanço, ainda provisório, dos mortos provocados pelo Sandy nos EUA

Costa de New Jersey começa a acordar para os efeitos do Sandy

A campanha eleitoral mais cara de sempre

Fonte: www.washingtonpost.com

Fundos obtidos e gastos pelas duas campanhas

Obama apoiado pelos menos abonados, Romney pelos mais ricosO valor máximo de uma doação individual é de 2500 dólares

Maiores contribuintes para os comités de apoio eleitoral(super PAC, que podem ser contra ou a favor de um candidato), em dólares

200

150

100

50

0

Milhões de dólares

Milhões de dólares

1.ºT.2011

J2012

F M A M J J A S O2.ºT. 3.ºT. 4.ºT.

Barack Obama e Partido Democrata

Angariaram

Mitt Romney e o Partido Republicano

Gastaram

400

300

200

100

0

Fred Eychaner 3.500.000James Simons 3.500.000Jeffrey Katzenberg 3.000.000Irwin Jacobs 2.100.000Jon Stryker 2.000.000

Bob Perry 17.250.000Sheldon & Miriam Adelson 10.000.000Robert Rowling 5.100.000William Koch 4.000.000Joe Craft 3.950.000

200 a 1000 1000 a 2000 Acima de 2000

Obama angariou mais dinheiro com doações até 200 dólares

Romney obteve mais dinheiro com doações acima de 2000 dólares

Ao dinheiro da campanha dos candidatos soma-se o dos super PAC(organizações que fazem propaganda contra ou a favor de um dos concorrentes, sem limite de gastos)

1 dólar = 0,7785 euros

1080milhões dólares

887milhões dólares

Angariaram

Gastaram

1130milhões dólares

777milhões dólares

Obtidos

Gastos

Obama Romney

ObamaRomney

Obtidos

Gastos

Doações até 200

Page 20: 3 NOV - PÚBLICO

20 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Humor

As piadas também têm graça quando são contadas pelos políticos?

Fazer uma campanha eleitoral nos EUA sem passar pelas cadeiras de Jon Stewart ou Jay Leno teria a sua piada, mas o humor é hoje em dia um assunto muito sério. Um jogo que interessa a ambas as partes e que está longe de ser improvisado

Os candidatos às

presidenciais nos

EUA não dispen-

sam passagens

pelos talk shows

de apresentado-

res com carreira

feita no humor,

como Jon Stewart

ou Jay Leno. O fe-

nómeno não é de agora, mas vem

ganhando relevância à medida que

os líderes políticos se sentem quase

obrigados a mostrar aos eleitores

que também eles são cool e conse-

guem rir-se de quase tudo.

É um jogo que agrada a todos —

apresentadores/humoristas e polí-

ticos. Por exemplo, a ida de Barack

Obama ao The Tonight Show de Jay

Leno, na semana passada, deu ao

programa a melhor audiência des-

de o regresso do apresentador, em

Março de 2010, após um interreg-

no preenchido com pouco sucesso

comercial por Conan O’Brien. Uns

dias antes, o Presidente Obama sen-

tou-se na cadeira reservada aos con-

vidados de Jon Stewart e o resultado

foi a melhor audiência do The Daily

Show desde Janeiro.

Dos talk shows de Stewart, Leno ou

O’Brien, aos vídeos mais provocató-

rios de Sarah Silverman, passando

pelas declarações de voto de Doug

Stanhope, os humoristas norte-ame-

ricanos são hoje importantes para a

escolha de um candidato, especial-

mente entre o eleitorado mais jovem.

Mais uma vez, o fenómeno não é no-

vo: já em 2006, um estudo da Univer-

sidade de East Carolina, na Carolina

do Norte, intitulado The Daily Show

Eff ect, mostrou que os efeitos das pia-

das de Stewart sobre George W. Bush

e John Kerry fi zeram com que os par-

ticipantes “tendessem a classifi car

ambos os candidatos negativamente,

mesmo depois de controladas vari-

áveis como a inclinação partidária e

características demográfi cas”.

SIC, porque a Clara de Sousa tinha

estacionado no lugar do Ricardo.

Se, por causa desta pergunta, um

espectador pensar que, de facto, Jo-

sé Sócrates quis acabar com o Jornal

de Sexta da TVI, não é simpático pa-

ra a imagem dele. E se isso tivesse

acontecido tinha sido por causa do

Esmiúça, porque não me lembro de

outro entrevistador, mesmo num

programa não-humorístico, lhe ter

perguntado sobre esse tema”.

O que Quintela admite é que “a

ida ao programa pode transmitir

uma imagem mais descontraída,

uma vez que são vistos fora do am-

biente formal em que costumam

aparecer às pessoas. O primeiro-

ministro até foi de jeans.”

Para Luís Pedro Nunes, direc-

tor do suplemento satírico Inimigo

Público, “a experiência americana

acaba por ser o paradigma, mas a

experiência portuguesa não conse-

gue replicar de maneira nenhuma a

experiência americana”, porque “os

políticos portugueses vivem numa

Em Portugal, não é hábito chegar-

se tão longe. A experiência mais pró-

xima foi protagonizada pelos Gato

Fedorento, nas legislativas e nas

autárquicas de 2009. O programa

Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios,

apresentado por Ricardo Araújo Pe-

reira e inspirado no The Daily Show,

teve como convidados os candidatos

dos principais partidos de então, co-

mo José Sócrates e Manuela Ferreira

Leite. Um dos autores do programa,

José Diogo Quintela, reconhece os

benefícios para as audiências: “No

Esmiúça não estávamos a participar

numa lavagem de imagem. Mas sa-

bíamos que o programa teria mais

audiência se tivesse lá os protagonis-

tas. Daí termos convidado todos.”

O humorista lembra apenas uma

excepção: “Só não convidámos Mi-

guel Relvas porque nos avisaram

logo que ele não iria, por ser épo-

ca de exames.” Mais a sério, José

Diogo Quintela recorda que José

Sócrates foi questionado sobre se

poderia “acabar com o telejornal da

pequena armadilha na maneira co-

mo reagem ao humor, que começou,

por exemplo, com o Contra-Infor-

mação”.

“Falta talento”Apesar da recente participação de

alguns políticos em programas como

o 5 para a Meia-Noite, na RTP1, Luís

Pedro Nunes considera que o humor

durante as campanhas Presidenciais

nos EUA “é uma coisa diferente”,

porque está “no campo do debate

com entrevistadores que usam o hu-

mor para poderem ter um debate ao

mesmo nível”. E salienta que muito

do que passa nos talk shows norte-

americanos está previamente prepa-

rado. “Quando o Obama vai ao Jon

Stewart, leva um tipo de mensagem

para perguntas que, convenhamos,

estão previamente preparadas. Não

há ali um improviso total. Aliás, em

todos aqueles programas, seja o Jon

Stewart, seja o Jay Leno, as pessoas

sabem do que vão falar”, frisa.

O que falta então aos políticos

Alexandre Martins

Page 21: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | MUNDO | 21

portugueses para seguirem o exem-

plo dos políticos norte-americanos

e aproveitarem o humor como ar-

ma eleitoral? A resposta é taxativa:

“Falta talento.” Ao contrário de

Portugal, “os Estados Unidos têm

um tipo que é imbatível. Não me

parece que exista um tipo com a

capacidade do Obama no resto do

mundo. Para além de tudo, é um

performer, um entertainer. Quanto

mais ele for encostado e desafi ado,

mais conseguirá reconquistar esse

tipo de pessoas que perdeu. Há ali

profi ssionalização, mas também há

talento”, afi rma Luís Pedro Nunes.

Já o humorista Rui Sinel de Cordes,

conhecido pelo seu humor negro,

considera que nos talk shows norte-

americanos não há uma relação de

igualdade entre candidatos e apre-

sentadores. “Todos os candidatos po-

líticos que vão a programas como os

do Jay Leno, Conan O’Brien ou Jon

Stewart sabem que é importante pa-

ra eles. E quando eles lá vão, a sensa-

ção de superioridade está do lado do

apresentador. ‘Tu vieste aqui porque

tens de vir aqui e o público está comi-

go; e ou tu fazes aquilo que eu quiser,

ou tu é que te lixas’. Cá, quando um

político vai a um programa — e é raro

ir —, ele é muito maior. O apresenta-

dor está contente por ele lá ter ido.

A gestão de poder é completamente

alterada e é por isso que cá isso não

funciona tão bem.” Falamos de uma

questão cultural, mas também das di-

ferenças de dimensão dos mercados.

“Cá, se metes a pata na poça, fi cas

sem trabalhar na televisão e estás li-

xado. Como é que pagas as coisas?

Lá, não. Lá vendes um DVD e podes

viver só disso. É mais fácil ser-se cam-

peão lá do que cá”, afi rma.

Mas o humor nas campanhas nos

EUA não vive só de talk shows para

grandes audiências, onde é preci-

so respeitar limites. O que acontece

quando a actualidade política é vis-

ta por humoristas que não têm talk

shows para apresentar, nem limites

para respeitar?

Uma das mais conhecidas frases

do humorista norte-americano Ge-

orge Carlin (1937-2008) — “O dever

de um comediante é descobrir on-

de estão os limites e ultrapassá-los

deliberadamente” — é posta à prova

todos os dias nas televisões, nas re-

des sociais ou nos espectáculos de

stand-up, mas ganha especial impor-

tância durante as campanhas para as

presidenciais. Uma das comediantes

que põem à prova a frase de George

Carlin é Sarah Silverman. Em Julho,

Silverman fez uma “proposta inde-

cente” a Sheldon Adelson, o magna-

ta dos casinos que se comprometeu

a doar 100 milhões de dólares para

ajudar a derrotar Barack Obama.

Num vídeo patrocinado pelo Con-

selho Judaico para a Educação e In-

vestigação dos EUA, a comediante

lançou o desafi o, que difi cilmente se-

ria possível replicar em Portugal: “Se

deres esses 100 milhões ao Obama e

não ao Romney... Bem, não vou ‘fa-

zer sexo’ porque não somos casados

e eu sou uma rapariga decente, mas

prometo fazer uma tesoura contigo,

vestida apenas com um biquíni.” Sa-

rah Silverman ilustra depois o que é

uma tesoura, deitada num sofá, ves-

tida apenas com um biquíni e com a

ajuda do seu cão.

Declarações de apoioÀ semelhança de Sarah Silverman,

o comediante Doug Stanhope anun-

ciou publicamente o nome do seu

candidato preferido nas eleições

deste ano — o antigo governador

no Novo México Gary Johnson, do

Partido Libertário. Na lista dos pon-

tos negativos, Stanhope salienta um:

“Ele é honesto de mais.” E explica:

“Por que não há-de ele mentir sobre

uma merda qualquer que queira fa-

zer? É um modelo que tem resulta-

do para os políticos desde que me

lembro, mas só é usado pelos mais

perversos. Por que é que um tipo

não há-de ser contra os pretos du-

rante a campanha e depois liber-

tar os escravos quando for eleito?

As tretas têm uma taxa de suces-

so tão elevada que não deveriam

ser postas de lado, especialmente

se forem uma oportunidade para

implementar mudanças drásticas

a favor da liberdade.”

O apoio declarado de humoris-

tas a candidatos em eleições é mal

visto por Rui Sinel de Cordes, ele

que foi processado pela Entidade

Reguladora para a Comunicação

Social, por causa do programa

Especial de Natal, na SIC Radical,

emitido em 2011. O humorista pas-

sou a poder incluir no seu currí-

culo “referências com incidência

na dignidade humana e direitos,

liberdades e garantias” e “lingua-

gem grosseira”, mas diz que “ja-

mais participaria numa campanha

política”. A razão é simples: “Eu

nunca votei e não tenho proble-

mas em dizer isso. Não me estou

a ver um dia levantar-me e ir a um

sítio desses votar, por isso também

não me envolvo.” Mas admite que

pode haver outras razões para que

outros humoristas também evitem

envolver-se em campanhas eleito-

rais. “Cá os humoristas cortam-se

um bocado, não sei porquê. Não

querem perder público, não sei

bem qual é o motivo”, diz.

Seja num talk show ou num qual-

quer obscuro clube de stand-up,

a frase de George Carlin sobre os

limites do humor é relativizada

por Luís Pedro Nunes e José Diogo

Quintela. Para o director do Inimi-

go Público, “é claro que há limites”,

mas “é natural e saudável que os

humoristas queiram ultrapassar

esses limites”. Apesar de não se

considerar um humorista — “Eu

sou o mete-nojo que não deixa as

coisas passar” —, Luís Pedro Nunes

sabe bem o que se passa na cabeça

dos humoristas: “A ideia muitas ve-

zes é abrir os jornais e fazer piadas,

mas os jornais estão cheios de tra-

gédias. Só que na cabeça de um hu-

morista isso não existe. Não existe

a tragédia, não existe a desgraça;

existe apenas um objectivo, que é

uma boa piada. Não existe o lado

humano, vale tudo.” José Diogo

Quintela é um humorista, mas tem

bem defi nido o seu limite: “A linha

é a traçada pela lei que protege a

liberdade de expressão e ao mes-

mo tempo protege o bom-nome

das pessoas, impedindo a injúria e

a calúnia. Pode-se escrever e dizer

o que se quiser, desde que não se

esteja a difamar alguém.”

Do outro lado do Atlântico, ouve-

se a voz de Bill Hicks (1961-1994),

numa resposta a uma jornalista da

BBC2, que se confessou chocada

com as suas piadas: “Não, não há

limites. Defendo a eliminação dos

limites. Quer que lhe recomende

uns malabaristas de que é capaz

de gostar?”

JASON REED / REUTERS

A passagem de Barack Obama pelo The Daily Show, em Outubro, deu a Jon Stewart a maior audiência desde Janeiro

Page 22: 3 NOV - PÚBLICO

22 | MUNDO | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Quando aprovaram um “código de

conduta”, os rebeldes do Exército

Livre, que agrega vários grupos

armados da oposição a Bashar al-

Assad, queriam evitar que os seus

combatentes cometessem as mes-

mas atrocidades de que acusavam as

forças leais ao regime. Mas um vídeo

que mostra vários soldados a serem

sumariamente executados veio re-

lançar a questão. As Nações Unidas,

a Amnistia Internacional e a oposi-

ção política condenaram ontem os

rebeldes pelo que aparenta ter sido

um crime de guerra. Mais um.

“É muito provável que isto seja um

crime de guerra”, disse o porta-voz

da alta-comissária das Nações Uni-

das para os Direitos Humanos, Navi

Pillay, que acrescentou que aquele

vídeo poderá ser usado como pro-

va para uma futura acusação. Num

dos seus relatórios, a ONU já tinha

há meses concluído que também os

rebeldes cometiam crimes contra

a humanidade, embora em muito

menor escala do que as forças leais

ao regime de Damasco.

O vídeo dura poucos minutos.

Uma dezena de soldados alinhados

no chão são agredidos por rebeldes.

Depois, a câmara desvia-se e ouve-se

uma metralhadora. Segundo activis-

tas da oposição, foram 28 os solda-

dos sírios mortos às mãos dos rebel-

des anteontem, quando o Exército

“Se ficarmos em silêncio, as violações vão aumentar”

Livre tomava, ao fi m de semanas de

combates, vários postos de controlo

de Saraqeb, uma cidade no Noro-

este da Síria de enorme importân-

cia estratégica. Uns morreram em

combate, outros executados, como

fazem crer as imagens divulgadas

no YouTube.

É em Saraqeb que se cruzam as

principais estradas que ligam Da-

masco a Alepo, a segunda cidade

do país, onde as forças do regime

travam uma importante batalha

com os rebeldes, e ainda às cida-

des costeiras. Ontem, os rebeldes

já controlavam todos esses check-

points, segundo o Observatório Sírio

dos Direitos Humanos, uma ONG da

oposição.

Radif Moustapha, do Conselho

Nacional Sírio (CNS), principal co-

ligação da oposição ao regime, no

exílio, apelou tanto ao Exército Livre

como à comunidade internacional

que tomassem medidas para resol-

ver o problema e responsabilizar os

culpados. “Se fi carmos no silêncio,

estas violações graves vão aumen-

tar”, disse à AFP o responsável pe-

los assuntos de direitos humanos no

CNS. Lembrou ainda que o respeito

pelos direitos humanos, como a li-

berdade e a dignidade, foi um dos

princípios da revolução.

Também a Amnistia Internacio-

nal condenou a actuação daquele

grupo rebelde (que se acredita ser

a Frente al-Nusra, um grupo islamis-

ta), pelo “total desrespeito pelo di-

reito humanitário internacional”. À

Al-Jazira, o presidente do Observa-

tório Sírio dos Direitos Humanos,

Rami Abdul Rahman, disse que se

o que mostra o vídeo for verdade,

“é inaceitável”. Os combatentes da

oposição, afi rma, não podem “usar

as mesmas tácticas que o regime”.

SíriaCláudia Sobral

Depois das notícias da execução de soldados de Assad, a oposição política apelou à responsabilidade dos rebeldes

A partir de quinta-feira, a liderança

do Partido Comunista Chinês será

feita por uma equipa mais peque-

na composta por membros da ala

mais conservadora. A revelação foi

feita ontem pelos jornais de Hong

Kong, com o South China Morning

Post (SCMP) a considerar que se de-

ve esperar que o rumo económico

se mantenha como até aqui, mas

que não haverá reformas no siste-

ma político.

De acordo com os jornais e tele-

visões desta região administrativa

especial, o Comité Permanente do

Politburo, que é o centro do poder

na China, passará a ter sete membros

em vez dos tradicionais nove. A sua li-

derança pertencerá a Xi Jinping, que

a partir do 18.º Congresso do Partido

Comunista da China (a reunião que

tem lugar a cada cinco anos começa

quinta-feira) será o novo secretário-

geral e, em Março de 2013, passará a

ser Presidente, quando o Congresso

do Povo confi rmar a escolha.

Os outros membros do Comité

Permanente serão Zhang Dejiang

(65 anos), Yu Zhengsheng (67 anos),

Zhang Gaoli (65 anos), Wang Qishan,

Li Keqiang (57 anos) e Liu Yunshan

(65 anos) — este último deverá as-

cender de vice-primeiro-ministro a

primeiro-ministro.

O SCMP dizia que a decisão foi

tomada no Verão, numa reunião

de alto nível na estância balnear de

Beidaihe. As facções em luta pelo po-

der defrontaram-se e, como acontece

nestas ocasiões, uma facção saiu ven-

cedora, outra foi derrotada. “Pode-

mos confi rmar que [o Presidente ces-

sante] Hu Jintao foi um líder fraco e

não conseguiu fazer frente [à facção]

do antigo Presidente Jiang [Zemin]”,

disse ao SCMP o especialista em polí-

tica chinesa Kerry Brown, da Univer-

sidade de Sydney, na Austrália.

Liderança chinesa será mais conservadora

Transição Ana Gomes Ferreira

As facções em luta pelo poder reuniram-se no Verão numa estância balnear. Dos vencedores não se devem esperar reformas políticas

Xi Jinping vai assegurar a liderança do Comité Permanente do Politburo, o centro do poder

A violência na Síria já fez mais de 36 mil mortos desde Março de 2011

JAVIER MANZANO/AFP

Lisboa

Mulembeira II

Centro Comercial Portela, Lj. 33

2685-223

Tel. 219 431 359

Lisboa

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Assembleia da República,

2.º Andar

1249-068

Tel. 966 044 599

Page 23: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | MUNDO | 23

Breves

Rússia

Medvedev defende fim da prisão das Pussy RiotO primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, disse ontem que, se “fosse o juiz, não teria posto [as Pussy Riot] na prisão” e que “elas não devem ser privadas de liberdade”. As jovens da banda “já passaram tempo suficiente na prisão, já chega”, defendeu. Uma das três Pussy Riot foi libertada depois de apreciado o recurso; as outras duas viram confirmada a pena de dois anos de prisão a que foram condenadas por terem feito uma “oração” anti-Vlamidir Putin numa catedral de Moscovo.

O Presidente iraniano, Mahmoud Ah-

madinejad, foi obrigado a um novo (e

humilhante) recuo na luta de poder

que mantém há meses com os fi éis

do Supremo Líder iraniano. Repre-

endido em público pelo ayatollah Ali

Khamenei, o Presidente comprome-

teu-se a abandonar as quezílias com

os opositores.

A luta entre as duas facções da ala

dura do regime, desencadeada logo

após a reeleição de Ahmadinejad, em

2009, faz-se cada vez mais em públi-

co, pondo a nu fracturas nunca vistas

Presidente Ahmadinejad humilhado publicamente e obrigado por Khamenei a um novo recuo político

na cúpula do regime. Amparado pe-

lo Supremo Líder após as polémicas

eleições, o Presidente viria a desafi ar

a sua autoridade, reclamando pode-

res que Khamenei considera seus,

como o de nomear o ministro dos

Serviço Secretos. Uma ousadia que

lhe valeu o repúdio dos fi éis do guia

espiritual, que o acusam de querer

pôr em causa os pilares do regime.

O último episódio da saga aconte-

ceu no mês passado quando o pro-

curador-geral negou o pedido do

Presidente para visitar a prisão de

Evin, reputada por albergar a maio-

ria dos opositores políticos, e onde

se encontra detido o seu ex-assessor

de imprensa. Ali Akbar Javanfekr foi

condenado por publicar informações

consideradas insultuosas para Kha-

manei, tornando-se o último mem-

bro do círculo do Presidente a ser

preso por acusações idênticas.

Ahmadinejad reagiu numa car-

ta, citada por vários sites iranianos,

IrãoAna Fonseca Pereira

Ahmadinejad foi impedido de visitar prisão de Evin por facção leal ao Supremo Líder. Luta pelo poder mais visível do que nunca

alegando que ninguém tem poderes

constitucionais para barrar a sua en-

trada na prisão. E foi mais longe, ao

acusar o chefe do sistema judicial

iraniano, o ayatollah Sadegh Larija-

ni, de proteger “certos indivíduos”

acusados de corrupção.

O chefe do sistema judicial, cargo

de nomeação pessoal do Supremo

Líder, e o irmão Ali Larijani, presi-

dente do Parlamento e potencial

candidato às presidenciais de 2013,

são os rostos mais visíveis da facção

leal a Khamenei, tendo repetidas ve-

zes acusado Ahmadinejad de não se

dedicar como devia ao Governo do

Irão, afectado por um desemprego

e uma infl ação recordes, agravados

pelas sanções internacionais contra

o programa nuclear do país.

A humilhação pública do Presi-

dente — depois de a sua facção ter

sido esmagada nas legislativas de

Março — é mais um indício da per-

da de infl uência de Ahmadinejad.

Ainda assim, Khamenei teme que

a visibilidade da disputa reanime a

oposição reformista, silenciada após

os protestos de 2009.

Terá sido por isso que quarta-feira

fez o mais claro aviso para o interior

do regime, dizendo que “quem de

agora em diante explorar as emoções

do povo cometerá traição contra o

país”. Um discurso dirigido “aos che-

fes dos três poderes” do país, mas

visando sobretudo Ahmadinejad, um

político populista que, apesar de im-

pedido de se recandidatar, tenta ain-

da que um dos seus apoiantes entre

na corrida às presidenciais.

Numa carta conhecida quinta-fei-

ra, o Presidente acata a ordem, pro-

metendo “não se envolver em quere-

las internas e tolerar pacientemente

os comportamentos desagradáveis”

de que tem sido alvo. Promete ainda

“dedicar as suas energias” a recupe-

rar a economia e “confrontar as cons-

pirações” dos inimigos do país.

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Page 24: 3 NOV - PÚBLICO

24 | CULTURA | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Foi a 16 de Julho de 2010: à

vontade por entre a oposição PSD

ao Governo Sócrates de então,

Jorge Barreto Xavier foi ouvido

numa comissão parlamentar

enquanto director-geral das

Artes demissionário. Nesse dia,

responsabilizou frontalmente

a então ministra da Cultura,

a deputada do PS Gabriela

Canavilhas, pelo polémico

esgotamento das verbas de

todo um ano para apoio às artes

num único dos dois concursos

semestrais previstos por lei. “Não

sou nem fui ministro”, disse,

ironicamente, Barreto Xavier,

chutando certeiramente para o

topo da hierarquia a bomba que

tinha aos pés.

Apesar da tensão no ar, Barreto

Xavier entrou no Parlamento a

sorrir e saiu a sorrir. Era óbvio

que o seu percurso não acabava

entre os estilhaços daquele

episódio. Dois anos volvidos,

é o novo secretário de Estado

da Cultura, parecendo reunir

consenso numa área pouco dada

a unanimidades. Porquê? O que

é que Barreto Xavier tem que o

escritor e editor Francisco José

Viegas ou outros antecessores

não tinham num cenário de

tão drástica descapitalização e

desestruturação sectorial que

leva muitos agentes a afi rmar ser

irrelevante quem ocupa o cargo?

“É ambicioso, vai querer

mostrar que faz, que consegue”,

diz uma antiga colaboradora que

prefere manter o anonimato.

“Provavelmente, as estruturas

que agora estão paradas vão ver

as suas vidas resolvidas. Nessa

lógica, o que pode servir o país

é a sua vontade de acontecer.

Vai querer mostrar já que é o

salvador.”

Segundo esta fonte, há

um reverso da medalha para

o que se poderão afi gurar

como qualidades operativas:

Jorge Barreto Xavier“Dentro do caos, algum alívio”

Ambicioso, determinado, sensível, com boas capacidades de diálogo e gestão. O novo secretário de Estado da Cultura parece reunir consenso numa área pouco dada a unanimidades e tendencialmente alérgica à direita. Mas a oposição deixa-lhe uma pergunta: será este o PSD de Barreto Xavier?

“Fará também tudo o que for

necessário para subir até ao cargo

seguinte.”

É um dos problemas da pasta

da Cultura: tende a passar

sucessivamente da mão de agentes

sem músculo político, como

Viegas, para tutelares sem grande

conhecimento do tecido cultural

e que encaram o cargo como mais

uma missão partidária ou como

trampolim para outras posições.

Uns e outros tenderão a fazer

concessões incompreensíveis para

os agentes da área. Acontece que

Barreto Xavier, que já tem algum

traquejo político, construiu todo o

seu percurso como gestor cultural,

tendo do sector um conhecimento

raro. Com ainda outra vantagem:

formação em Direito. “Uma mais-

valia inestimável”, como refere

outro ex-colaborador, que há

alguns dias antevia: “A maior parte

dos artistas vai fi car contente com

a nomeação.”

Mal o anúncio foi feito, o

realizador Fernando Vendrell

e o coreógrafo Rui Horta

confi rmaram esta previsão.

“Tem”, disse Vendrell,

“uma capacidade de gestão,

organização e efi cácia totalmente

distinta da demonstrada até

agora.”

“No terreno, o que temos

exigido é uma interlocução

com conhecimento de causa,

e isso não tem nada a ver

com um artista no poder”,

diz o coreógrafo e bailarino

João Fiadeiro, que começou a

contactar com o novo secretário

de Estado da Cultura em 1986,

primeiro ano do Clube Português

de Artes e Ideias (CPAI), de que

Barreto Xavier foi fundador e

primeiro presidente. Cruzaram-

se também no Lugar Comum

— Centro de Experimentação

Artística, que Barreto Xavier

dirigiu e programou (1999-2002)

em Barcarena, concelho de

Oeiras. “Fui construindo dele a

imagem de uma pessoa curiosa,

sensível, próxima do pensamento

dos agentes no terreno e que, ao

mesmo tempo, tem competências

de gestor”, diz Fiadeiro.

Como refere, o sector vive

hoje “a ressaca de um biénio

de cortes de quase 50%”: “É

preciso sangue-frio, clareza

e não deixar o edifício ruir

completamente.” Será um

momento “contracorrente para

alguém com ambição de deixar

obra”. Fiadeiro, porém, diz fi car

“mais aliviado com uma pessoa

como Barreto Xavier”: “Dentro

do caos, algum alívio.”

Um secretário de Estado

da Cultura “de carácter mais

executivo”, com “assertividade

e pragmatismo”, “que saiba do

que o terreno precisa”: “Houve

momentos em que se tratava

de concordar ou não com as

políticas. Nos últimos tempos não

havia política. Já não há a perder

muito mais do que serviços

mínimos, mas é fundamental

criar estratégias que levem as

pessoas a não desistir.”

Oeiras na agendaBarreto Xavier tinha 21 anos

na altura da fundação do CPAI.

Nascido em Goa em 1965 e

licenciado pela Universidade de

Lisboa, assumia aí o primeiro

cargo público num percurso

que, nos anos seguintes, passaria

pela coordenação do programa

Paideia — Arte nas Escolas (1991-

1997) e consultorias na cultura e

pedagogia, nomeadamente para

o XV Governo Constitucional

(2002-2004), de Durão Barroso.

Pedro Roseta era então

ministro da Cultura e recorda

uma “relação profícua” ainda

que “muito ocasional”. Aponta-

lhe as “boas ideias”, “exequíveis

face às condições que existiam”:

“Assumia trabalho, cumpria

prazos, sabia o que estava a

fazer.”

Na altura do último desses

projectos, Barreto Xavier era já

vereador da Câmara Municipal

de Oeiras com os pelouros da

Cultura, Juventude e Defesa do

Consumidor (2003-2005). O seu

PerfilVanessa Rato

Page 25: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | CULTURA | 25

ENRIC VIVES-RUBIOdesfavor, mas a nosso favor.”

Nas artes plásticas, a crispação

à volta de Veneza acabou por se

dissipar. Caminhava-se, porém,

a passos largos para o mais

complexo momento que Barreto

Xavier enfrentaria na DGA.

Em Julho de 2010, Gabriela

Canavilhas, que entretanto

sucedera a Pinto Ribeiro, anuncia

o esgotamento de todas as

verbas para apoio às artes, 800

mil euros que deveriam ter sido

divididos por dois concursos. “O

senhor director-geral abriu [o

concurso] do primeiro semestre

com os 800 mil euros”, disse a

então ministra. A versão depois

defendida por Barreto Xavier,

já demissionário, foi distinta:

“A senhora ministra sabia que a

verba seria esgotada.”

No terreno, a responsabilidade

última de Canavilhas não foi

escamoteada. Mas, hoje, a

deputada diz que esta questão foi

“uma desculpa” e que a demissão

se deveu, na verdade, ao então

anunciado corte de 10% em

valores já contratualizados pelo

Estado com agentes e estruturas.

Barreto Xavier classifi cou

a medida como “perigosa” e

passível de suscitar uma “crise

de confi ança no Estado”. “Tinha

toda a razão”, diz Canavilhas,

mas sublinhando que, antes do

primeiro-ministro e Finanças

terem encontrado alternativas,

“não havia outra solução”. “Ele

preferiu afastar-se da medida,

tudo o resto é construção

narrativa. Quem é que quer

fi car ligado a cortes à sua gente?

Ninguém, e ele também não quis;

optou por pôr-se a salvo para

desafi os futuros”, diz a deputada.

Canavilhas cruzou-se pela

primeira vez com Barreto

Xavier “há mais de 20 anos”, via

CPAI. “Ele está num Governo

que defende o contrário de

tudo o que conhecemos como

organização social desde o pós-

guerra.” Enfrenta, assim, diz

Canavilhas, um “grande desafi o”:

“Como é que alguém que

reconhece o papel do Estado na

Cultura lidará com a ideologia de

um primeiro-ministro que acha

que o Estado deve sair da Cultura,

que deve sair de tudo? Este não é

o PSD de Jorge Barreto Xavier.”

Respostas, só mais tarde: no dia

da sua tomada de posse, Barreto

Xavier disse ao PÚBLICO que

dará entrevistas apenas depois de

estudar os dossiers.

da nomeação e a da substituição”.

“Hoje não se faz Cultura com

muito dinheiro, faz-se com

criatividade e parcerias. Barreto

Xavier é dos poucos vereadores de

que tenho saudades.”

Em 2005, Teresa Zambujo

não conseguiu ser reeleita.

Barreto Xavier voltou a assumir

consultorias, nomeadamente

para a Casa Pia, Serralves, a

Gulbenkian e o XVII Governo

Constitucional, de José Sócrates,

com o jurista José António Pinto

Ribeiro na Cultura. O mesmo

que, em 2008, o apontaria para a

Direcção-Geral das Artes (DGA).

Como sempre, a DGA foi uma

prova de fogo. Em Dezembro de

2008, a apenas seis meses da

inauguração da mais importante

bienal de artes plásticas do

mundo, a de Veneza, Barreto

Xavier não tinha equipa para

a representação portuguesa. E

multiplicavam-se as pressões

interministeriais para que a

escolha do artista português fosse

directa, do Ministério da Cultura,

via DGA, em vez de caber a um

comissário convidado — a escolha

seria Joana Vasconcelos.

“O Jorge foi o único que fez

fi nca-pé para que as coisas

fossem mais honestas, ética e

intelectualmente”, diz a curadora

italiana Antonia Gaeta, que

trabalhou na DGA entre 2008 e

2011. “A ingerência do processo

de escolha era palpável”, recorda.

“Não sei se fi quei ou não com boa

impressão [de Barreto Xavier],

sei que, sem ele, não teríamos

tido uma real representação em

Veneza.”

Natxo Checa recorda que,

quando foi convidado para a

curadoria da participação, sentiu

o mesmo tipo de pressões sobre

Barreto Xavier. Diz ter imposto

como condição autonomia de

escolha. Diz também que só

passado um mês a condição

foi aceite, bem como os nomes

que apresentou: a dupla João

Maria Gusmão/Pedro Paiva, os

mais jovens artistas de sempre a

representar Portugal na bienal.

Checa já conhecia Barreto

Xavier “há muito tempo” e a sua

opinião sobre ele não mudou

aí: “Há muito tempo que o Jorge

assume postos ligados a uma

responsabilidade colectiva. É

fruto do seu trabalho. Tem ideias,

sabe como fi nanciar a Cultura, é

inteligente, não é um fantoche,

pensa por si, o que jogará a seu

primeiro contacto fora Isaltino

Morais, mas acabara por entrar

na lista de Teresa Zambujo,

sucessora deste na presidência.

“O trabalho dele até então

falava por si”, diz Teresa

Zambujo. O objectivo era “pôr

Oeiras na agenda cultural”: “Dei-

lhe uma liberdade grande porque

acreditava nele. Em boa hora o

fi z.”

“No terreno há sempre

obstáculos”, refere a ex-autarca,

“a postura dele foi sempre

ultrapassá-los da melhor forma.

Contribuiu sempre com um

olhar diferente para a Cultura.

Normalmente, deixamo-la como

um parente pobre, em Oeiras

fi cou bem vincada a aposta.”

Entre outros exemplos, Teresa

Zambujo aponta a criação de

uma rede de bibliotecas, bem

como programações regulares

de cinema em vários espaços,

parcerias com institutos de

línguas e a primeira edição do

Oeiras: Encontro de Culturas,

“ponto alto” de cruzamentos

interdisciplinares.

“Acho que está sem dúvida

preparado [para a SEC]. A

experiência local e a sua visão

de proximidade são muito

importantes para estar na

administração central. É um

salto, e sabemos que são tempos

difíceis, mas ele tentará dar o

seu melhor com os recursos

que tem”, diz a ex-autarca sobre

um profi ssional que vê como

“uma pessoa determinada, um

corredor de fundo”.

A perspectiva da oposição

autárquica poderia ser distinta,

mas não é. “Confi rmo com

naturalidade”, diz Marcos Sá,

durante anos líder da assembleia

municipal e presidente da

comissão política do PS Oeiras.

“Se houve Cultura na Câmara

Municipal de Oeiras, foi com

Barreto Xavier”.

Marcos Sá guarda do novo

SEC a imagem de “uma pessoa

afável, com grande capacidade de

diálogo, empreendedor”, capaz de

“traçar prioridades, estabelecer

parcerias estratégicas e procurar

consensos numa perspectiva

integrante”: “Sabe ouvir e retirar

o melhor das diferentes opções

e visões. Tem o perfi l adequado

para evitar que a Cultura se

desgaste ao ponto de afundar.”

Marcos Sá sublinha que “não há

comparação possível” com Viegas,

de quem “houve duas notícias: a

“Fui construindo dele a imagem de uma pessoa curiosa, sensível, próxima do pensamento dos agentes no terreno e que, ao mesmo tempo, tem competências de gestor”João FiadeiroCoreógrafo

“Sabe ouvir e retirar o melhor das diferentes opções e visões. Tem o perfi l adequado para evitar que a Cultura se desgaste ao ponto de afundar”Marcos SáDirigente socialista

Barreto Xavier na tomada de posse como secretário de Estado no Palácio de Belém

Page 26: 3 NOV - PÚBLICO

26 | CULTURA | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Os Alt-J ganharam o prestigiado Mercury. E se fosse em Portugal?

Quatro letras apenas, e um símbolo

que desde Maio começou a ser visto

na capa do álbum e nos concertos. Os

Alt-J, quatro estudantes da cidade in-

glesa de Leeds, saíram da obscurida-

de com An Awesome Wave, primeiro

álbum de beleza siderante suportada

por um rock desconstruído, tortuoso,

sem regras nem limites, e anteontem

receberam o prémio Mercury, galar-

dão da indústria musical britânica

que ao longo dos anos tem catapulta-

do várias carreiras. Tem um modelo

credível e prestígio a condizer — em

Portugal não há nada assim.

Eram favoritos, apesar da concor-

rência de Michael Kiwanuka, Plan

B, Django Django, Jessie Ware ou

Richard Hawley, que constavam da

lista fi nal de candidatos. Os quatro

músicos, que actuam no Vodafone

MexeFest a 7 e 8 Dezembro, estive-

ram em Julho no Milhões de Festa,

onde disseram ao PÚBLICO que a sua

reputação, nessa altura, era relativa.

“Pergunte-nos daqui a seis meses”,

argumentavam. “Por agora lemos os

elogios dos críticos ao nosso álbum,

tocamos em concertos e aparece

muita gente. Mas não fazemos par-

te do estrelato de grande estatura,

não somos os The xx. Daqui a um

ano, talvez, quem sabe.”

Não foi preciso um ano. Nem seis

meses. Bastaram quatro. No universo

dos mais atentos às movimentações

da música popular, os Alt-J não são

desconhecidos. Mas para o grande

público são-no. É esse o objectivo do

Mercury: premiar o melhor álbum do

ano do Reino Unido, independente-

mente de serem fenómenos de suces-

so ou não. Por norma, quem o recebe

vê a sua carreira ser impulsionada.

Foi isso que aconteceu com Antony,

The xx, Portishead, Arctic Monkeys,

Dizzee Rascal ou Franz Ferdinand,

hoje conhecidos do grande público,

mas apenas em vias de o ser quando

foram premiados com o Mercury. E

quando a lógica não é essa, trata-se

de galardoar quem ainda está na fase

ascendente do seu percurso criativo,

apesar de já ser conhecido. Foi isso

que aconteceu, o ano passado, com

PJ Harvey.

Os Alt-J levaram para casa um

cheque de mais de 25 mil euros, ao

mesmo tempo que agradeceram

aos Césares franceses no cinema,

passando pelos Brit Awards ou pelo

Polaris canadiano (de modelo muito

semelhante ao Mercury) na música.

E esses prémios têm uma dimensão

global.

Portugal é uma das excepções.

Com impacto fora de portas, natu-

ralmente, não há prémios do género.

Mas mesmo com impacto interno,

apesar de uma profusão de galardões

— entregues por canais de TV, festi-

vais ou pelas mais diversas entidades

ou associações — é difícil vislumbrar

um que consiga associar infl uência,

prestígio e legitimação por uma co-

munidade de entendidos e uma per-

cepção geral de credibilidade junto

do grande público.

Falando com profi ssionais da mú-

sica, todos alegam que fazem falta

prémios com essas características.

“Claro que faz falta”, diz o radialista

Henrique Amaro, “desde que se sai-

ba o que queremos premiar exacta-

mente”. Para ele, os Prémios Blitz e,

antes deles, os Se7e de Ouro, foram

os mais credíveis, impulsionados pe-

la imprensa. O modelo do Mercury

faria sentido para Amaro, premian-

do apenas um artista em vez de inú-

meras categorias que rapidamente

tendem a ser esquecidas.

O músico Paulo Furtado (Legenda-

ry Tigerman e Wray Gunn) diz que ga-

nhar prémios não é fundamental em

nenhuma carreira, “principalmente

em Portugal, onde o que existe não é

muito credível”. Mas argumenta que

para uma indústria em crise “seriam

certamente um incentivo”. Mais do

que um modelo tipo Mercury, agra-

dar-lhe-ia um protótipo com muitas

categorias. “E um cuidado extremo

na escolha do júri”, diz.

Tiago Palma, principal responsável

pelos artistas e reportório da editora

mais activa em Portugal, a Universal,

recorda que os prémios “são um re-

conhecimento público” e ao mesmo

tempo ajudam “ao desenvolvimento

de carreiras”. Concorda que em Por-

tugal não há prémios com expressão

europeia, mas os álbuns nomeados

para os Prémios Blitz “tinham um

destaque importante”, diz, recor-

dando que a fadista Ana Moura teve

proveitos depois de ter recebido um

Prémio Amália.

Do que todos estão de acordo é

que o essencial existe: produção

discográfi ca, em quantidade e qua-

lidade, em Portugal. Falta o resto.

A credibilidade do galardão da indústria britânica constrói-se há 20 anos com a escolha de um só nome por um júri que aposta na novidade. Portugal tem muitos prémios, mas nenhum é consensual

Música Vítor Belanciano

PAULO PIMENTA

Os Alt-J (foto de cima) são os vencedores de 2012 e candidatam-se ao mesmo que aconteceu a anteriores vencedores, como os The xx (foto abaixo): obter maior visibilidade

OLIVIA HARRIS/REUTERS

aos pais, especialmente por estes

não os terem obrigado a procurar

emprego logo depois de terem ter-

minado o curso universitário onde

se conheceram.

O presidente do prémio, o sociólo-

go e especialista em cultura popular

Simon Frith, justifi cou que An Aweso-

me Wave “é um álbum com uma so-

noridade fresca e o Mercury sempre

tentou premiar coisas com potencial

de novidade”. O álbum dos Alt-J é o

13.º álbum de estreia a ser premiado

ao longo dos 20 anos dos prémios, o

que mostra que estes não são regidos

por uma lógica conservadora.

Os últimos estreantes a receber o

galardão foram os The xx, em 2010,

com consequências imediatas ao ní-

vel do número de discos vendidos

nas semanas seguintes à cerimónia

e dos concertos efectuados.

Um nome, um júri credívelDa responsabilidade da indústria fo-

nográfi ca e da associação de comer-

ciantes discográfi cos, o Mercury é o

prémio mais credível do sector no

Reino Unido. Não é entregue numa

longa cerimónia, como os Óscares

para o cinema, ou os Grammys ame-

ricanos na música, nem tem inúme-

ras categorias, apostando apenas

num nome. A credibilidade é-lhe ga-

rantida por um painel de 60 pessoas,

entre músicos, executivos, jornalistas

e personalidades ligadas à música. Os

objectivos do prémio são claros e os

procedimentos simples.

Na maior parte dos países com

uma indústria cultural amadurecida

há galardões de cinema e de música

para os artistas locais — dos Óscares

americanos aos Goyas espanhóis ou

Page 27: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | CULTURA | 27

Breves

Globos de Ouro

Cosmic Underground

Prémio Cecil B. DeMille 2013 para Jodie Foster

Um comboio de artistas estacionado em Santa Apolónia

A actriz e realizadora americana Jodie Foster, de 49 anos, vai receber o Prémio Cecil B. DeMille pela sua carreira na cerimónia dos Globos de Ouro, a 13 de Janeiro. A presidente da Associação da Imprensa Estrangeira em Hollywood, Aida Takla O’Reilly, classifica a actriz de O Silêncio dos Inocentes como “uma personalidade multifacetada”, “verdadeiramente única” com uma carreira de êxitos. Foster, cujo trabalho em O Deus da Carnificina (2011) lhe valeu a 6.ª nomeação de melhor actriz nos Globos, sucede a Morgan Freeman, o premiado em 2012.

Cosmic Underground é um comboio artístico que arrancou a 20 de Setembro da Estónia e que chegou agora a Lisboa. Hoje e amanhã, há exposições e espectáculos de mais de 40 artistas e cientistas de vários países europeus que viajaram de comboio até à Estação de Santa Apolónia, na linha 1, às 20h, 21h30, 23h. Os bilhetes são grátis e devem ser levantados no átrio da estação entre as 19h e as 23h. O Cosmic Underground segue viagem, com espectáculos diferentes, para as Caldas da Rainha e para Guimarães em data a anunciar.

JOANA PATITA

A Viagem já esteve em Guimarães e agora chegou ao Rio de Janeiro

À hora de fecho desta edição, a co-

reógrafa portuguesa Filipa Francis-

co preparava-se para ensaiar, pela

segunda e última vez, as 47 pessoas

que iam fazer o espectáculo de aber-

tura do Festival Panorama, o mais

importante do Brasil para a dança

contemporânea.

A Viagem, com dois bailarinos e 45

membros de um rancho folclórico

português dos subúrbios do Rio de

Janeiro, estreou ontem e repete ho-

je, no Teatro João Caetano, em plena

Praça Tiradentes, centro da cidade.

É a versão carioca do projecto mos-

trado em Março, em Guimarães.

“A Catarina Saraiva [co-directora

portuguesa do Panorama, com os

brasileiros Nayse Lopez e Eduardo

Bonito] foi ver o espectáculo em Gui-

marães e achou que tinha força por

fazer a ponte entre dança tradicio-

nal e contemporânea e por ter não-

profi ssionais”, conta a coreógrafa ao

PÚBLICO.

A ideia apareceu a Filipa em Ra-

mallah, Palestina, durante uma re-

sidência com um grupo de dança

tradicional. “Às vezes temos de ir

para fora para ver coisas sobre o

nosso país. Quando vim da Palesti-

na, fi zemos uma residência com um

rancho de Alcanena.” Seguiram-se

meses de investigação, mergulhando

nas recolhas de Michel Giacometti,

o pesquisador que, nos anos 1960

e 70, se dedicou à tradição popular

portuguesa.

“As danças de trabalho já não exis-

tem. Mas hoje é uma coisa de comu-

nidade. Na ditadura, era para elevar

a nação, o que subsiste agora é as pes-

soas quererem estar juntas. Eu queria

ter imagens disso no espectáculo.”

Acabou por estrear com outro grupo.

“A nossa investigação é contínua. De

cada vez que vamos a um local, a um

país, trabalhamos com um grupo. A

estrutura é tão aberta que em cada

momento é criado um objecto.”

Como foi o processo do Rio? “En-

saiámos três semanas com o grupo

da Casa de Viseu, na Vila da Penha.”

Zona Norte carioca. “Dormíamos na

Glória [centro], próximos do escritó-

rio do Panorama, onde tínhamos um

Maior festival de dança do Brasil abre com Filipa Francisco e um rancho folclórico carioca

gueses durante o festival. Já hoje,

Ana Borralho e João Galante estreiam

no Rio World of Interiors, instalação

performativa ao ar livre com 50 pes-

soas, no belo Parque Lage. Repete

espaço para ensaiar com o compo-

sitor António Pedro e os bailarinos,

Antonia Buresi e David Marques.” Es-

colhidos por audição, em Portugal.

Quotidiano carioca: “Íamos cin-

co vezes por semana para a Penha,

ensaiar das nove à meia noite com o

Rancho. Filhos de emigrantes e mais

velhos que ainda nasceram em Por-

tugal e vieram de barco para o Brasil.

Começámos por ver as danças deles,

porque no espectáculo primeiro é

apresentada uma dança tradicional

pura. Escolhemos uma ‘Chula de

Paus’, típica da zona de Viseu, pelo

seu virtuosismo e pela ligação emo-

cional que eles têm com ela. Incor-

pora passos rápidos e os pares quase

não se tocam, é muito alegre. E é par-

tir dela que o espectáculo se cons-

trói.” Incluindo “imagens que vieram

dos outros espectáculos do projecto,

numa acumulação de memórias.” E

Filipa descobriu vocações no rancho.

“Há pessoas com um talento nato pa-

ra a dança contemporânea.”

“A Viagem resume bem os dois

eixos do festival”, diz a co-directo-

ra Catarina Saraiva. “Por um lado,

a memória, por outro a comunida-

de. O que a Filipa propõe é que a

comunidade pense nas regras que

a regem, que o passado faz parte de

um presente que evolui. Depois, pen-

sámos neste espectáculo para abrir

também pelo foco do Ano de Portu-

gal no Brasil. Estamos a falar de uma

comunidade que continua a seguir

as tradições mas é brasileira.” Não é

um trabalho evidente num festival

com um cunho experimental como o

Panorama. “Põe em cena a tradição.

Mas também por isso é um desafi o e

uma metáfora de como se trabalha a

contemporaneidade.”

Além dos 45 voluntários do ran-

cho, mais 150 voluntários vão actuar

em espectáculos criados por portu-

Artes do palcoAlexandra Lucas Coelho, no Rio de JaneiroAna Borralho/João Galante, Victor Hugo Pontes e Lula Pena são os outros portugueses no Panorama, que ontem começou no Rio

amanhã. E daqui a uma semana, a

mesma dupla apresenta Atlas, peça

com 100 pessoas de 100 profi ssões

em palco. “Um questionamento so-

bre a sociedade em que se inserem”,

diz Catarina. “Uma representação

da cidade.”

Victor Hugo Pontes traz Ballet

Story, coreografi a para sete jovens

bailarinos portugueses, um exemplo

“da criação actual” na dança portu-

guesa, segundo Catarina Saraiva. E

porquê um concerto de Lula Pena

amanhã no Parque Lage (depois de

um primeiro para convidados, na re-

sidência do cônsul português)? “Por-

que o Panorama tem de ser enten-

dido como um festival que põe em

palco várias vertentes fora da dança,

um festival em que o centro é o cor-

po enquanto meio de comunicação.

Nessa perspectiva, a Lula entra muito

bem: o violão como extensão do cor-

po.” O Panorama acontece no Rio de

Janeiro até dia 18.

Ver fotogaleria emwww.publico.pt/cultura

Page 28: 3 NOV - PÚBLICO

28 | LOCAL | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Parques de Sintra afasta director e fundador da Escola de Arte Equestre

Depois de três décadas a dirigir a Escola Portuguesa de Arte Equestre, Filipe Figueiredo foi dispensado. Integrada há dois meses na Parques de Sintra, a EPAE está a ser alvo de uma reestruturação profunda

MIGUEL MANSO

“Debilitados e mal aproveitados” é como António Lamas descreve os cavalos da EPAE, escola que integra a Monte da Lua desde Setembro

O cavaleiro e veterinário do Ministé-

rio da Agricultura que dirigiu a Es-

cola Portuguesa de Arte Equestre

(EPAE) desde a sua formação, em

1979, Filipe Figueiredo (Graciosa),

foi afastado do seu cargo. A decisão

coube à sociedade Parques de Sintra-

Monte da Lua, que detém desde o

início de Setembro a gestão da EPAE,

que antes pertencia à Fundação Al-

ter Real.

António Lamas, presidente da so-

ciedade Parques de Sintra-Monte da

Lua, explica que a decisão do afas-

tamento de Filipe Figueiredo era

inevitável face à reestruturação da

escola. “O Filipe Figueiredo dirigia a

escola há mais de 25 anos e na minha

opinião ninguém deve estar à fren-

te de uma instituição tanto tempo”,

justifi ca António Lamas. Além disso,

defende a utilidade de “ser alguém

novo que integre esta renovação de

que a EPAE está a ser alvo”.

A derradeira razão que terá le-

vado à decisão reside no estado de

“desorganização e degradação das

instalações da escola”. Esta situação,

explica, “não poderia deixar de ser

associada e atribuída às responsabi-

lidades de quem estava na direcção

da escola”.

Depois de mais de três décadas a

dirigir a EPAE, Filipe Figueiredo foi

surpreendido pela decisão. “Não

estava à espera de ser totalmente

afastado. Esperava que contassem

ao menos com algum tipo de apoio,

como director artístico, por exem-

plo”, declara, acrescentando que a

auditoria realizada em Setembro foi

favorável à continuidade do seu tra-

balho. António Lamas desvaloriza o

afastamento do director. “Há toda

uma equipa a trabalhar, a escola não

era só o Filipe Figueiredo.”

Por seu turno, o cavaleiro acredita

que o seu contributo poderia ainda

ser útil para a instituição. “Conheço

as pessoas todas do meio, tenho re-

lações pessoais e conhecimentos no

mundo inteiro.” “Algumas vezes, os

cavalos só tiveram que comer porque

era eu a fazer os pedidos”, sustenta

o ex-director da EPAE. Segundo An-

tónio Lamas, esta era uma situação

que acontecia com uma regularidade

assustadora. “A escola já não tinha

sequer condições para garantir a

alimentação dos cavalos, os animais

estavam absolutamente debilitados

quando a administração nos foi en-

tregue.”

Actualmente, a escola tem a seu

cargo 44 cavalos lusitanos, mas este

número poderá diminuir, uma vez

que, explica António Lamas, “alguns

animais estão tão diminuídos que te-

rão de ser devolvidos” à Coudelaria

de Alter do Chão. Outros, acrescenta,

poderão, eventualmente, ser “rea-

bilitados”. Este responsável garante

que, seja a fundação ou outra enti-

dade a fi car com a gestão da coude-

laria (onde são criados os cavalos da

escola, fundada em 1748 por D. João

V), o acordo que existe entre esta e

a EPAE é independente dessas deci-

sões. “Pior do que o que estava não

pode fi car”, garante, uma vez que “a

relação no que se refere a efectivos

equestres era péssima e a escola já

não recebia cavalos desde 2007”.

Para António Lamas, a EPAE cons-

tituía um peso para a Fundação Alter

Real. Por sua vez, Filipe Figueiredo

acusa a fundação de se ter “demitido

das suas funções” e acredita que a

decisão será a sua extinção. Para o

cavaleiro, os problemas remontam à

sua criação, em 2007, quando passou

a desempenhar as funções de vários

serviços do Ministério da Agricultura.

O fi m, sustenta, era inevitável.

O Governo deu até fi nal de Outu-

bro para que os parceiros privados

da Fundação Alter Real apresentas-

sem propostas de viabilização eco-

nómica para a instituição. No entan-

to, na quarta-feira, o Ministério da

Agricultura ainda não tinha recebido

nenhuma proposta, mas não confi r-

ma o fi m da fundação. Na próxima

segunda-feira haverá uma reunião

entre os membros da fundação em

que se prevê que seja tomada uma

decisão fi nal.

Monte da LuaLiliana Pascoal Borges

EPAE negoceia novo espaço

Novas instalações permitirão mais espectáculos

Adirecção da Parques de Sintra está convencida de que conseguirá rentabilizar a EPAE aumentando e

regularizando a frequência dos espectáculos de equitação por ela organizados. “É preciso renovar as instalações, para isso estamos em negociações com o Ministério da Agricultura para termos um picadeiro em Belém.” A escola pretende mudar-se para o Picadeiro Henrique Calado, na Calçada da Ajuda, em Lisboa, onde existem espaços cobertos, o que permite a realização de espectáculos ao

longo de todo o ano, evitando assim o actual carácter sazonal dos espectáculos. A EPAE, sob a direcção de Filipe Figueiredo, retomou há 33 anos as tradições equestres do tempo de D. João V e adquiriu reputação internacional.

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PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | LOCAL | 29

Breves

Avenidas Novas

Distrito judicial de Lisboa

Açores

Mais estacionamento e alteração nos autocarros

Há consultas jurídicas gratuitas na próxima quinta-feira

Derrocada de grandes dimensões no Corvo criou ilhéus

A Associação de Moradores das Avenidas Novas considerou “positivos” os resultados obtidos na discussão com a câmara para alterações naquela zona, como o aumento de estacionamento e circulação de autocarros. Haverá um aumento do estacionamento à superfície na Av. Defensores de Chaves para 130 lugares e os autocarros passam a circular nas avenidas Duque d’ Ávila e Miguel Bombarda.

O Dia da Consulta Jurídica Gratuita, promovido pela sexta vez pelo Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados, cumpre-se na próxima quinta-feira, com advogados e estagiários presentes em 19 gabinetes do distrito judicial de Lisboa.Advogados e estagiários vão prestar gratuitamente consulta jurídica e informação jurídica aos cidadãos, no período compreendido entre as 10h e as 17h.

Uma derrocada de grandes dimensões na costa noroeste do Corvo, provocada pelo mau tempo, fez deslocar uma enorme massa de sedimentos, originando a formação de pequenos ilhéus com 200 metros de comprimento junto à mais pequena ilha dos Açores. Durante o temporal, registou-se a deslocação de 150 mil toneladas de material geológico, afirmou o director regional dos Assuntos do Mar.

RUI SOARES

O terminal fluvial continua encerrado e cheio de andaimes

Desenhada por Cottinelli Telmo em

1932, a estação fl uvial Sul e Sueste,

junto ao Terreiro do Paço, em Lis-

boa, tornou-se ontem monumento

de interesse público.

O edifício modernista enfrenta,

num entanto, um dos períodos mais

difíceis da sua longa existência. De-

pois de ter benefi ciado de fundos co-

munitários para levar a cabo a cons-

trução de uma nova estação fl uvial

e para reabilitar a antiga, o Metropo-

litano de Lisboa diz que não tem os

11 milhões de euros necessários para

fazer reviver a obra de Cottinelli Tel-

mo. Por isso, mantém o terminal fl u-

vial encerrado e cheio de andaimes,

num cenário de degradação pouco

consentâneo com o estatuto de mo-

numento ontem conferido por porta-

ria publicada em Diário da República.

“Isto não pode continuar mui-

to tempo assim”, declarou o vice-

presidente da Câmara de Lisboa,

Manuel Salgado, à RTP há menos de

um mês. Só que, na mesma altura,

Ricardo Machado, director de infra-

Deixada ao abandono, estação fluvial Sul e Sueste tornou-se monumento

estruturas do Metro de Lisboa, disse

que a intenção era “abandonar defi -

nitivamente a obra”. Contactada on-

tem pelo PÚBLICO, a transportadora

remeteu-se ao silêncio.

A arquitecta encarregada do pro-

jecto de reabilitação, Ana Costa, por

sinal neta de Cottinelli Telmo, diz que

surgiu, no entanto, “uma luzinha ao

fundo do túnel”: a possibilidade de

a Associação de Turismo de Lisboa,

organização liderada pela câmara

da qual fazem parte várias entida-

des públicas e privadas, assumir a

exploração do terminal fl uvial para

fi ns turísticos. Nesse sentido, foi pe-

dido a Ana Costa que reformulasse

o seu projecto, no sentido de reduzir

signifi cativamente os custos previs-

tos de 11 milhões.

Arrancados para que pudessem

ter lugar as obras que nunca come-

çaram, os enormes painéis de azule-

jo com os brasões de várias cidades

alentejanas e algarvias que decora-

vam o átrio da estação encontram-

se algures em parte incerta. “Parece

que estão na [empresa do Metropo-

litano] Ferconsult, guardados em

caixas. Onde, exactamente, isso não

sei”, refere a arquitecta.

Juntamente com o edifício fl uvial,

foram ontem também classifi cados

como monumentos de interesse

público as muralhas, torres, portas

e baluartes do centro histórico de

Setúbal. Idêntico grau de protecção

patrimonial foi conferido à Casa Ro-

que Gameiro, na Amadora, cujo pro-

jecto de ampliação é atribuído ao

arquitecto Raul Lino.

A igreja de Nossa Senhora da Pie-

dade, no concelho de Vila Viçosa, foi

outro dos imóveis classifi cados no

Diário da República de ontem.

PatrimónioAna Henriques

“Há uma luzinha ao fundo do túnel”, diz neta de Cottinelli Telmo perante projecto de reabilitação do edifício para fins turísticos

O diploma que reduz de 53 para 24

o número de freguesias da capital e

cria a freguesia do Parque das Na-

ções foi ontem aprovado pelo Pre-

sidente da República. O diploma da

reforma administrativa havia sido

vetado em Julho por erros de defi -

nição de limites de freguesias e do

município.

O PS e o PSD acusaram o Bloco de

Esquerda e o PCP de tentarem blo-

quear a correcção do mapa antes de

este ser enviado para o Presidente

da República. Por sua vez, os dois

partidos negaram estas acusações e

acusaram os sociais-democratas e os

socialistas de fazerem uma reforma

sem ouvirem as populações. Depois

do veto e da devolução do diploma

à Assembleia da República, Cavaco

Silva alertou para a necessidade de

qualidade e rigor na produção das

leis.

Depois de toda a polémica, o ma-

pa acabou por ser promulgado com

uma parte do território de Loures a

fazer agora parte da nova freguesia

do Parque das Nações.

“Tínhamos consciência de que es-

te era um processo mais bem traba-

lhado do ponto de vista das pessoas,

da autarquia, do debate”, afi rmou

o líder da bancada parlamentar do

PS, Miguel Coelho, em declarações

à Lusa. O deputado socialista subli-

nhou ainda que a reforma estava a

ser construída há 25 anos e desvalo-

rizou as incorrecções: “Nem um erro

como o que aconteceu — de o mapa

estar mal delimitado — iria retirar o

brilho da nossa satisfação e a sua pro-

funda importância para Lisboa”.

Por sua vez, o PSD afi rma que a

reforma modernizará a cidade e o

país. António Prôa, deputado social-

democrata, destaca que os partidos

“conseguiram convergir numa ma-

téria que era estrutural para Lisboa

e que esse exemplo pode e deve ser

seguido na reforma do poder local

que está em curso no país”.

António Prôa sublinhou ainda que

o acordo entre PSD e PS na defi nição

do novo mapa de freguesias em Lis-

boa, “é, sobretudo, modelo de ins-

piração para as questões nacionais

que estão em cima da mesa neste

momento”.

Cavaco aprova reforma das freguesias

Lisboa

Lisboa tem agora 24 freguesias, o que contribui, segundo o PSD, para a “modernização da cidade e do país”

Coliseu classificado

O Coliseu é nosso!” A frase, muitas vezes repetida, marcou, em 1995, a contestação à entrega

do edifício histórico do centro do Porto à Igreja Universal do Reino de Deus. Desde ontem, com a publicação do despacho que classifica o edifício como monumento de interesse público, o Coliseu deixa de ser apenas dos portuenses para se tornar um pouco mais de todos os portugueses. O edifício inaugurado em 1941, e a que Cassiano Branco imprimiu a sua singularidade, recebe a distinção de cara lavada depois da intervenção de que foi alvo em Agosto do ano passado. A classificação foi assinada a 22 de Outubro pelo ex-secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas. Patrícia Carvalho

Page 30: 3 NOV - PÚBLICO

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N.º do Processo: 796/08.1TCSNTComarca da Grande Lisboa-Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Exequente(s): BANCO ESPÍRITO SAN-TO, S.A., e outrosExecutado(s): JOSÉ MARIA TAVARES MASCARENHAS e outrosValor: 110.976.14 €Referência interna: PE/37/2008Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe-cução, com escritório na Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 29 de Janeiro de 2013, pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste-Sintra-Juiz 1, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “N”, correspon-dente ao R/C direito, destinada a habi-tação do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Praceta Leonor Afonso N.º 20 e 20 A, lugar e freguesia de Monte Abraão, descrito na Conservatória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 349 e inscrito na res-pectiva matriz sob o artigo 464.

Valor-base: 95.122,41 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 66.585,68 euros, que corresponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º, n.º 1, do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancária no mesmo valor.O bem pertence ao executado José Maria Tavares Mascarenhas, com resi-dência na Praceta Leonor Afonso, n.º 20, r/c Dt.º, em Queluz, fi el depositário do imóvel, que o deve mostrar a pedi-do de qualquer interessado.

A Agente de ExecuçãoAdelaide Maria Baúto

Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C2710-420 Sintrae.mail: [email protected]. 219233364 - Fax 219105158Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula 1563

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante

propostas em Carta Fechada(Art.º 890.º do C.P.C.)

N.º do Processo: 542/08.0TCSNTComarca da Grande Lisboa-Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Exequente: Banco Espírito Santo, S.A Executado(s): MÁRIO SEBASTIÃO SERROTE AUGUSTO e outrosValor: 71.305,04 €Referência interna: PE/144/2008Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe-cução, com escritório na Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 22 de Janeiro de 2013, pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução, da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste-Sintra-Juiz 1, para abertura de propostas.BEM A VENDER: 1/2 da Fracção au-tónoma designada pela letra “AJ”, correspondente ao nono andar direito, destinada a habitação do prédio urba-no em regime de Propriedade Horizon-tai, sito na Rua Melquíades Marques, 37 a 37 C, Quinta da Barroca, freguesia do Cacém, descrito na Conservatória do Registo Predial de Agualva-Cacém sob o n.º 283 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 1473.

Valor-Base 50.000,00 euros.Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 35.000,00 euros, que correspondente a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas pro-postas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque vi-sado à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garantia bancá-ria no mesmo valor.O bem pertence aos executados Mário Sebastião Serrote Augusto e Maria Te-reza Semedo, com residência na Rua Melquíades Marques, lote 7-B, 9.º an-dar Dt.º, Agualva-Cacém, fi éis deposi-tários do imóvel, que o devem mostrar a pedido de qualquer interessado.

A Agente de ExecuçãoAdelaide Maria Baúto

Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C2710-420 Sintrae.mail: [email protected]. 219233364 - Fax 219105158Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula 1563

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante

propostas em Carta Fechada(Art.º 890.º do C.P.C.)

N.º do Processo: 1952/11.0TBCTBCastelo Branco - Tribunal Judicial - 1.º JuízoExequente: BANCO ESPÍRITO SAN-TO, SAExecutado(s): MARIA TAVARES CAS-TANHEIRA CARDOSO e outrosValor: 47.817,37 €Referência interna: PE/662/2011Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe-cução, com escritório na Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 10 de Janeiro de 2013, pelas 13.45 horas, no Tribunal Judicial de Castelo Branco - 1.º Juízo, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “N”, correspon-dente ao quinto andar esquerdo, destinada a habitação e arrecadação n.º 11 no sótão do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Tapada João de Almeida, Lote 17, e (Rua Engenheiro Pires Marques N.º 17) lugar e freguesia de Castelo Branco, descrito na Conservatória do Registo Predial de Castelo Branco sob o n.º

2634 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 11751.Valor-base: 127.329,63 eurosSerá aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 89.130,74 euros, que corresponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º, n.º 1, do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque vi-sado à ordem do Agente de Execução, no montante correspondente a 5% do valor-base do bem, ou garantia bancá-ria no mesmo valor.O bem pertence aos executados Júlio Neves Cardoso e Maria Tavares Casta-nheira Cardoso, com residência na Rua Direita, n.º 12, Oledo, fi éis depositários do imóvel, que o devem mostrar a pe-dido de qualquer interessado.

A Agente de ExecuçãoAdelaide Maria Baúto

Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C2710-420 Sintra • e.mail: [email protected]. 219233364 - Fax. 219105158Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula 1563

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N.º do Processo: 7149/08.0TMSNTComarca da Grande Lisboa-Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Exequente: Caixa de Crédito Agríco-la Mútuo de Loures, Sintra e Litoral, C.R.L.Executado(s): Bemposta e Pires - Co-mércio de Marisco, Lda. e outrosValor: 31.920,36 €Referência interna: PE/452/2008Adelaide Maria Baúto, Agente de Exe-cução, com escritório na Av.ª Dr. Álva-ro de Vasconcelos, 8. 3.º C. em Sintra, faz saber que nos autos acima indica-dos, encontra-se designado o dia 29 de Janeiro de 2013 pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste-Sintra-Juiz 1, para abertura de propostasBEM A VENDER: Usufruto da Fracção autónoma designada pela letra “T”, correspondente ao segundo andar direito, destinada a habitação do pré-dio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Av.ª Via Láctea N.º 31, Serra das Minas, descrito na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 391 e inscrito na res-

pectiva matriz sob o artigo 5998.Valor-base: 25.000,00 eurosSerá aceite a proposta de melhor pre-ço acima do valor de 17.500,00 euros, que corresponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º, n.º 1, do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garan-tia bancária no mesmo valor.O bem pertence à executada Ana Maria Rosa das Graças Pinto, com residência na Av.ª Via Láctea, n.º 31, 2.º Dt.º, Ser-ra das Minas, Rio de Mouro, fi el depo-sitária do imóvel, que o deve mostrar a pedido de qualquer interessado.

A Agente de ExecuçãoAdelaide Maria Baúto

Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C2710-420 Sintrae.mail: [email protected]. 219233364 - Fax 219105158Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

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N.º do Processo: 645/06.5TCSNTComarca da Grande Lisboa-Noroeste Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Credor(s): Ministério Público e outrosExecutado(s): JOSÉ MANUEL MAR-QUES DA SILVA MENDES e outrosValor: 116.272,84 €Referência interna: PE/340/2007Adelaide Maria Baúto, Agente de Execução, com escritório na Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 12 de Dezembro de 2012, pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste-Sintra-Juiz 1, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “I”, correspon-dente ao segundo andar direito, des-tinada a habitação do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Av.ª Creche Pedro Folque N.º 7, lugar e freguesia de Belas, descrito na Conservatória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 1581 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 7657.Valor-base: 100.000,00 euros

Será aceite a proposta de melhor pre-ço acima do valor de 70.000,00 euros, que corresponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º, n.º 1, do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garan-tia bancária no mesmo valor.O bem pertence aos executados José Manuel Marques da Silva Mendes, com residência na Rua Conselheiro Tarouca, 207, 2.º Dt.º, em Alcoentre, e Cláudia Maria Moreno Seita com residência na Rua Escritor Aquilino Ribeiro, n.º 9, 2.º Esq.º, em Beja, fi éis depositários do imóvel, que o devem mostrar a pedido de qualquer interessado.

A Agente de ExecuçãoAdelaide Maria Baúto

Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C2710-420 Sintra • e.mail: [email protected]. 219233364 - Fax. 219105158Horário de atendimento: Dias úteis das 15:00 às 17:00 horas

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula 1563

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propostas em Carta Fechada(Art.º 890.º do C.P.C.)

Tribunal Comarca da Grande Lisboa - Noroes-te Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2 - Execu-ção Comum; Processo n.º 1965/04.9TCSNT; Valor: 83.770,45 €; Ref. Interna - PE 639/2004; Nos autos acima identifi cados, em que é exe-quente CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, S.A., e executados Miguel Manuel Inácio António e Francisco António Matias, encontra-se desig-nado o dia 06 de Dezembro de 2012, pelas 9h30m, no Tribunal da Comarca da Grande Lisboa - Noroeste Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2, para a abertura de propostas, que se-jam entregues até às 14.00 horas de véspera, na secretaria do referido Tribunal, pelos inte-ressados na compra do seguinte bem: verba única - prédio urbano, designado pela fracção “C”, sito na Rinchoa na Rua Madressilva, n.º 14, correspondente ao r/c direito, Freguesia de Rio de Mouro, concelho de Sintra, inscrito na matriz sob o artigo 6334 descrito na 2.ª Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 215.VALOR-BASE DA VENDA: 70.000,00 €. Serão aceites propostas de melhor preço igual ou acima de 70% do valor-base anunciado.É fi el depositário do imóvel o executado Mi-guel Manuel Inácio António, o mesmo deve mostrar o bem caso lhe seja solicitado.Não se encontra pendente qualquer oposição à execução. Existem créditos reclamados, e já graduados, pelo Ministério Público em repre-sentação da Fazenda Nacional pelo montante de 422,49 euros.Entrega de propostas: As propostas devem ser entregues na Secretaria do Tribunal da Comarca da Grande Lisboa - Noroeste Sintra - Juízo de Execução - Juiz 2, até às

14h00m do dia 05 de Dezembro de 2012, em envelope fechado, com a indicação do número do processo executivo, nome do exequente e executado, devendo juntar-lhe a identifi cação (fotocópias do B.I. e Cartão de Contribuinte) e assinatura do proponente, excepto se o proponente estiver presente na abertura de propostas, deve constar ainda o preço oferecido,Caução e depósito do preço: No acto da ven-da deve ser depositado à ordem da Agente de Execução 20% do valor anunciado para venda, ou garantia bancária no mesmo valor, e a totalidade ou parte dos preços em falta no prazo de quinze dias após a venda, nos termos do artigo 897.º do C.P.C.Os pagamentos poderão ser efectuados por entrega de cheque visado à ordem da Agente de Execução, ou por depósito na conta cliente da mesma, aberta no Millennium BCP, com o NIB 003300004524819906445, indicando como referência o número do processo em epígrafe.Ao valor da venda acrescerão os impostos devidos, nomeadamente IMT e imposto de Selo.Este Edital encontra-se afi xado na porta do imóvel, na respectiva Junta de Freguesia e no Tribunal. São também publicados dois anún-cios consecutivos no jornal Público.

A Agente de ExecuçãoMaria Leonor Cosme

Rua José Bento Costa n.º 9, R/C Dt.ºPortela de Sintra - 2710-428 SintraTelef. 219106820 - Fax 219106829e.mail: [email protected]úblico, 03/11/2012 - 1.ª Pub.

MARIA LEONOR COSMESolicitadora de Execução

CPN 1389

EDITAL DE VENDA DO IMÓVEL ABERTURA DE PROPOSTAS

RAPAZ (MALE)MASSAGISTA - Relax,tântrica, shiatsu, MetroPicoas. English/Esp.Telm: 96 522 48 18

Processo n.º 3006/06.2TBSXLTribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal - 2.º Juízo CívelExecução Comum (Sol. Execução)Ref. Interna: PE/62/2006Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): Adérito Martins Alves e outrosAlexandra Gomes, Agente de Execução, CP 4009, com ende-reço profi ssional em Praça M.F.A. n.º 7, 3.º esq.º, Sala - A, 2800-171 Almada.A CITAR: Adérito Martins Alves, com última residência co-nhecida na Rua Casal do Marco, n.º 38 - 2.º Direito, Torre da Marinha, Seixal.QUANTIA EXEQUENDA: € 66.686,31OBJECTO E FUNDAMENTO DA CITAÇÃO:Nos termos e para os efeitos do disposto no art.º 248.º e ss, do C. P. Civil, correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data e última publicação do anúncio, citando o ausente Adé-rito Marins Alves, casado, nascido em 25/06/1961, natural de Massarelhos, Porto, contribuinte fi scal n.º 175246262, com última residência conhecida na Rua Casal do Marco, n.º 38 - 2.º Direito, Torre da Marinha, Seixal, para no prazo de 20 (vinte) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ou deduzir oposição à execução, nos termos n.º 6 do art.º 812.º e art.º 813.º, n.º 1 do C. P. Civil.O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos docu-mentos encontram-se à disposição do citando na Secretaria do Tribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal - 2.º Juízo Cível.MEIOS DE OPOSIÇÃONos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. é obrigatória a constituição de Advogado quando o valor da execução seja su-perior à alçada do tribunal de primeira instância (3.740,98 €).COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIACaso não se oponha à execução no prazo supra-indicado e não pague ou caucione a quantia exequenda, segue-se a PENHORA dos bens necessários para garantir o pagamento da quantia exequenda, juros e acréscimo das despesas previsíveis a que se refere o n.º 3 do art. 821.º do C.P.C.INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESSendo requerido benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o citando juntar aos presentes

autos, no prazo da contestação, documento comprovativo da apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompa até notifi cação do apoio judiciário. O prazo processual, estabelecido por lei ou fi xado por despacho do juiz, é contínuo, suspendendo-se, no entanto, durante as férias judiciais (que decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro, do domingo de Ramos à segunda -feira de Páscoa e de 16 de Julho a 31 de Agosto) salvo se a sua duração for igual ou supe-rior a seis meses ou se tratar de actos a praticar em processos que a lei considere urgentes. Quando o prazo para a prática do acto processual terminar em dia em que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte. Os tribunais consideram-se encerrados quando for concedida tolerância de ponto (Conferir artigos 143.º e 144.º do Código Processo Civil e o artigo 12.º da Lei n.º 3/99, de 13 de Janeiro, com a redacção dada pela Lei n.º 43/2010 de 3 de Setembro). Artigo 252.º-A do CPC (Dilação) 1. Ao prazo de defesa do citando acresce uma dilação de cinco dias quando: a) A citação tenha sido realizada em pessoa diversa do réu, nos termos do n.º 2 do artigo 236.º e dos n.ºs 2 e 4 do artigo 240.º; b) O réu tenha sido citado fora da área da comarca sede do tribunal onde pende a acção, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2. Quando o réu haja sido citado para a causa no território das regiões autónomas, correndo a acção no con-tinente ou em outra ilha, ou vice-versa, a dilação é de 15 dias. 3 - Quando o réu haja sido citado para a causa no estrangeiro, a citação haja sido edital ou se verifi que o caso do n.º 5 do artigo 237.º-A, a dilação é de 30 dias. 4 - A dilação resultante do disposto na alínea a) do n.º 1 acresce à que eventualmente resulte do estabelecido na alínea b) e nos n.ºs 2 e 3.PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOSPoderá efectuar o pagamento da quantia exequenda, juros e despesas prováveis no escritório da Agente de Execução, ou por transferência bancária através do NIB 0033.0000.45299621286.05 - Millennium BCP. Os honorários e despesas da Agente de Execução ascendem, no momento, a 450,00 euros, sem prejuízo de posterior revisão.

A Agente de Execução - Alexandra GomesPraça M.F.A., n.º 7 - 3.º Esq.º, Sala A - 2800-171 AlmadaE-mail: [email protected].: 210 833 058 - Fax: 212 743 259 Público, 03/11/2012 - 1.ª Pub .

Alexandra GomesAgente de Execução

CPN 4009

ANÚNCIO DE EDITALCitação de ausente em parte incerta(artigos 244.º e 248.º do C. P. Civil)

Processo n.º 3006/06.2TBSXLTribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal - 2.º Juízo CívelExecução Comum (Sol. Execução)Ref. Interna: PE/62/2006Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): Beatriz da Conceição Andrade Miranda Costa e outrosAlexandra Gomes, Agente de Execução, CP 4009, com ende-reço profi ssional em Praça M.F.A. n.º 7, 3.º esq.º, Sala - A, 2800-171 Almada.A CITAR: Beatriz da Conceição Andrade Miranda Costa, com última residência conhecida na Rua Casal do Marco, n.º 42 - r/c Direito, Torre da Marinha, Seixal.QUANTIA EXEQUENDA: € 66.686,31.OBJECTO E FUNDAMENTO DA CITAÇÃO:Nos termos e para os efeitos do disposto no art.º 248.º e ss, do C. P. Civil, correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data e última publicação do anúncio, citando a ausente Beatriz da Conceição Andrade Miranda Costa, casada, nascida em 15/03/1977, natural de São Sebastião da Pedreira, Lisboa, contribuinte fi scal n.º 213982846, com última residência co-nhecida na Rua Casal do Marco, n.º 42 - r/c Direito, Torre da Marinha, Seixal, para no prazo de 20 (vinte) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ou deduzir oposição à execução, nos termos n.º 6 do art.º 812.º e art.º 813.º, n.º 1 do C. P. Civil.O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos docu-mentos encontram-se à disposição do citando na Secretaria do Tribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal - 2.º Juízo Cível.MEIOS DE OPOSIÇÃONos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. é obrigatória a constituição de Advogado quando o valor da execução seja su-perior à alçada do tribunal de primeira instância (3.740,98 €).COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIACaso não se oponha à execução no prazo supra-indicado e não pague ou caucione a quantia exequenda, segue-se a PENHORA dos bens necessários para garantir o pagamento da quantia exequenda, juros e acréscimo das despesas previsíveis a que se refere o n.º 3 do art.º 821º do C.P.C.INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESSendo requerido benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o citando juntar aos presentes

autos, no prazo da contestação, documento comprovativo da apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompa até notifi cação do apoio judiciário. O prazo processual, estabelecido por lei ou fi xado por despacho do juiz, é contínuo, suspendendo-se, no entanto, durante as férias ju-diciais (que decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro, do domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa e de 16 de Julho a 31 de Agosto) salvo se a sua duração for igual ou superior a seis meses ou se tratar de actos a praticar em processos que a lei considere urgentes. Quando o prazo para a prática do acto processual terminar em dia em que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte. Os tribunais consideram-se encerrados quando for concedida tolerância de ponto (Conferir artigos 143.º e 144.º do Código Processo Civil e o artigo 12.º da Lei n.º 3/99, de 13 de Janeiro, com a redacção dada pela Lei n.º 43/2010 de 3 de Setembro). Artigo 252.º-A do CPC (Dilação) 1. Ao prazo de defesa do citando acresce uma dilação de cinco dias quando: a) A citação tenha sido realizada em pessoa diversa do réu, nos termos do n.º 2 do artigo 236.º e dos n.ºs 2 e 4 do artigo 240.º; b) O réu tenha sido citado fora da área da comarca sede do tribunal onde pende a acção, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2. Quando o réu haja sido citado para a causa no território das regiões autónomas, correndo a acção no con-tinente ou em outra ilha, ou vice-versa, a dilação é de 15 dias. 3 - Quando o réu haja sido citado para a causa no estrangeiro, a citação haja sido edital ou se verifi que o caso do n.º 5 do artigo 237.º-A, a dilação é de 30 dias. 4 - A dilação resultante do disposto na alínea a) do n.º 1 acresce à que eventualmente resulte do estabelecido na alínea b) e nos n.ºs 2 e 3.PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOSPoderá efectuar o pagamento da quantia exequenda, juros e despesas prováveis no escritório da Agente de Execução, ou por transferência bancária através do NIB 0033.0000.45299621286.05 - Millennium BCP. Os honorários e despesas da Agente de Execução ascendem, no momento, a 450,00 euros, sem prejuízo de posterior revisão.

A Agente de Execução - Alexandra GomesPraça M.F.A., n.º 7 - 3.º Esq.º, Sala A - 2800-171 AlmadaE-mail: [email protected].: 210 833 058 - Fax: 212 743 259Público, 03/11/2012 - 1.ª Pub.

Alexandra GomesAgente de Execução

CPN 4009

ANÚNCIO DE EDITALCitação de ausente em parte incerta(artigos 244.º e 248.º do C. P. Civil)

Processo n.º 3006/06.2TBSXLTribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal - 2.º Juízo CívelExecução Comum (Sol. Execução)Ref. Interna: PE/62/2006Exequente: Banco Espírito Santo, S.A.Executado(s): José Alexandre Neto Costa Miranda e outrosAlexandra Gomes, Agente de Execução, CP 4009, com ende-reço profi ssional em Praça M.F.A. n.º 7, 3.º esq.º, Sala - A, 2800-171 Almada.A CITAR: José Alexandre Neto Costa Miranda, com última resi-dência conhecida na Rua Casal do Marco, n.º 42 - r/c Direito, Torre da Marinha, Seixal.QUANTIA EXEQUENDA: € 66.686,31. OBJECTO E FUNDAMENTO DA CITAÇÃO:Nos termos e para os efeitos do disposto no art.º 248.º e ss, do C. P. Civil, correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da data e última publicação do anúncio, citando o ausente José Ale-xandre Neto Costa Miranda, casado, nascido em 22/01/1974, natural da freguesia e concelho de Almada, contribuinte fi scal n.º 201861577, com última residência conhecida na Rua Casal do Marco, n.º 42 - r/c Direito, Torre da Marinha, Seixal, para no prazo de 20 (vinte) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ou deduzir oposição à execução, nos termos n.º 6 do art.º 812.º e art.º 813.º, n.º 1 do C. P. Civil.O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos docu-mentos encontram-se à disposição do citando na Secretaria do Tribunal de Família e Menores e de Comarca do Seixal - 2.º Juízo Cível.MEIOS DE OPOSIÇÃONos termos do disposto no artigo 60.º do C.P.C. é obrigatória a constituição de Advogado quando o valor da execução seja su-perior à alçada do tribunal de primeira instância (3.740,98 €).COMINAÇÃO EM CASO DE REVELIACaso não se oponha à execução no prazo supra-indicado e não pague ou caucione a quantia exequenda, segue-se a PENHORA dos bens necessários para garantir o pagamento da quantia exequenda, juros e acréscimo das despesas previsíveis a que se refere o n.º 3 do art.º 821º do C.P.C.INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESSendo requerido benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o citando juntar aos presentes autos, no prazo da contestação, documento comprovativo da

apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompa até notifi cação do apoio judiciário. O prazo processual, estabelecido por lei ou fi xado por despacho do juiz, é contínuo, suspendendo-se, no entanto, durante as férias ju-diciais (que decorrem de 22 de Dezembro a 3 de Janeiro, do domingo de Ramos à segunda-feira de Páscoa e de 16 de Julho a 31 de Agosto) salvo se a sua duração for igual ou superior a seis meses ou se tratar de actos a praticar em processos que a lei considere urgentes. Quando o prazo para a prática do acto processual terminar em dia em que os tribunais estiverem encerrados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte. Os tribunais consideram-se encerrados quando for concedida tolerância de ponto (Conferir artigos 143.º e 144.º do Código Processo Civil e o artigo 12.º da Lei n.º 3/99, de 13 de Janeiro, com a redacção dada pela Lei n.º 43/2010 de 3 de Setembro). Artigo 252.º-A do CPC (Dilação) 1. Ao prazo de defesa do citando acresce uma dilação de cinco dias quando: a) A citação tenha sido realizada em pessoa diversa do réu, nos termos do n.º 2 do artigo 236.º e dos n.ºs 2 e 4 do artigo 240.º; b) O réu tenha sido citado fora da área da comarca sede do tribunal onde pende a acção, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2. Quando o réu haja sido citado para a causa no território das regiões autónomas, correndo a acção no con-tinente ou em outra ilha, ou vice-versa, a dilação é de 15 dias. 3 - Quando o réu haja sido citado para a causa no estrangeiro, a citação haja sido edital ou se verifi que o caso do n.º 5 do artigo 237.º-A, a dilação é de 30 dias. 4 - A dilação resultante do disposto na alínea a) do n.º 1 acresce à que eventualmente resulte do estabelecido na alínea b) e nos n.os 2 e 3.PAGAMENTO, DESPESAS E HONORÁRIOSPoderá efectuar o pagamento da quantia exequenda, juros e despesas prováveis no escritório da Agente de Execução, ou por transferência bancária através do NIB 0033.0000.45299621286.05 - Millennium bcp. Os honorários e despesas da Agente de Execução ascendem, no momento, a 450,00 euros, sem prejuízo de posterior revisão.

A Agente de Execução - Alexandra GomesPraça M.F.A., n.º 7 - 3.º Esq.º, Sala A - 2800-171 AlmadaE-mail: [email protected].: 210 833 058 - Fax: 212 743 259Público, 03/11/2012 - 1.ª Pub.

Alexandra GomesAgente de Execução

CPN 4009

ANÚNCIO DE EDITALCitação de ausente em parte incerta(artigos 244.º e 248.º do C. P. Civil)

Tribunal Judicial de Braga2.º Juízo Cível

Anúncio de VendaInsolvência de “ADRIANO J. SILVA, LDA”FAZ-SE SABER, que pelo Administrador da Insolvência, nos autos de Liquidação do Activo, Apenso ao Processo de Insolvência n.º 4141/11, 0TBBRG - E - 2.º Juízo Cível de “ADRIANO J. SILVA, LDA”, a correr ter-mos pelo Tribunal Judicial da Comarca de Braga. foi ordenada a VENDA, por negociacão particular dos bens móveis arrolados a favor da massa insolvente.Ficam por este meio convidados todos os interessados a entregarem as suas propostas, por correio, POR CARTA FECHADA, o envelope deverá mencionar “Proposta de Compra para o Processo n.º 4141/11.0TBBRG” e para a morada do Administrador da Insolvência na Rua S.Tiago n.º 879 - 2.º Esq.º 4835-247 Guimarães, mais informa só serão aceites propostas emitidas até ao dia 16 de Novembro de 2012.Estas propostas serão abertas no dia 20 de Novembro de 2012 pelas 14.00 horas, na Rua São Cristóvão de Boaventura n.º 309, em Guimarães podendo estar presente qualquer interessado.O Administrador da Insolvência reserva-se a faculdade de não aceitar, ou rejeitar, qualquer proposta que considere não se adequar aos interesses da massa insolvente.Sendo o valor a anunciar de 99.785,00 € (noventa e nove mil, setecentos oitenta cinco euros), valor-base para o lote de bens móveis no estado físico em que se encontram:- Máquina de corte tipo ponte automática - Ref.ª Giro 75 “Radufi l, Lda.”; Máquina de corte tipo ponte automática - Ref.ª “Construal, Lda.” 1998, tipo CAOI; Máquina Multifunções Ecostone - Modelo RF30 Mas-ter X de 2010; Polidora de topos automática de tapete - Ref.ª “Radufi l, Lda.” - PT 64; Máquina de corte manual - “Bóia & Irmão, Lda.” - n.º fa-brico 61-1230-21; Máquina de corte manual - “Bóia & Irmão, Lda.” - n.º fabrico 628600-13; Máquina de polir manual - Ref.ª “Fernando Graça, Lda.”; Máquina de corte eléctrica para cortar madeira tipo: SA 2500 n.º 217-220; Máquina fi xa de furar; Máquina eléctrica de gravar letras com abecedários e afi ador de brocas; Duas bandeiras de transporte de material Radufi l: U Mega - 1 Tonelada; Braço grua exterior de ele-vação com coluna (8 Mts) Radufi l: U: Mega - 1 Tonelada; Empilhadora Nissan; Carrinha de caixa aberta Toyota Dyna - Matrícula QO-80-44; Veículo ligeiro Renault Clio Diesel (2 lugares) - Matrícula 81-89-FX; Material de escritório; Dezanove máquinas rebarbadoras/lixadoras portáteis; Três berbequins portáteis; Aspirador de pó “Radufi l, Lda.”; Conjunto de vários compactos de várias qualidades e espessuras. Cerca de 100; Doze jazigos completos 2.00 x 7.00 x 20, mais um jazi-go completo duplo 2.00 x 2.00 x 20; Conjunto de chapas em mármore de várias qualidades e espessuras. Cerca de 268.00 m2; Conjunto de chapas em granito de várias qualidades e espessuras. Cerca de 279 m2. Conjunto de fi guras de carácter religioso; Silo 20 mr da Radufi l; Seis grampos de fi xar (fi xadores de pedra).Os proponentes têm preferência se juntar à sua proposta, como caução, um cheque, à ordem da massa insolvente, no montante correspondente a 20% do valor-base dos bens ou garantia bancária no mesmo valor (n.º 1 do art.º 897.º do CPC).No acto de abertura das propostas, uma vez aceite, o seu proponente, num prazo de 15 dias, deverá depositar na conta da massa insolvente a parte restante do preço. Mostrando-se integralmente pago o preço e satisfeitas as obrigações fi scais inerentes à transmissão, os bens serão adjudicados e entregues ao proponente.Os interessados poderão ver os bens imóveis no dia 13 de Novembro pe-las 11.00 e 12.00 horas na sede da empresa em Pinheiro da Gregória, S. Lázaro, na cidade de Braga. Nesta visita serão fornecidos aos interessa-dos os elementos necessários à apreciação dos bens objecto de venda.Qualquer esclarecimento deve ser solicitado ao Administrador da Insol-vência. via telefone 253536200, ou consultar o processo de Insolvência.

O Administrador da InsolvênciaANTÓNIO FILIPE MENDES E MURTA

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Sede: Av. de Ceuta Norte, Lote 15, Piso 3 Quinta do Loureiro, 1300-125 Lisboa - Tel.: 21 361 04 60/8 - Fax: 21 361 04 69 - E-mail: [email protected] Delegação do Norte: Centro de Dia “Memória de Mim” - Rua do Farol Nas-cente, N.º 47A - R/C, 4455-301 Lavra - Tel.: 229 260 912 / 226 066 863 - E-mail:

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Intermarché) - Pombal, 3100-389 Pombal - Tel.: 236 219 469E-mail: [email protected]

Delegação da Região Autónoma da Madeira: Avenida do Colégio Militar, Complexo Habitacional da Nazaré, Cave do Bloco 21 - Sala E, 9000-135 FUN-

CHAL - Tel. e Fax: 291 772 021 - E-mail: [email protected] Núcleo do Ribatejo: R. Dom Gonçalo da Silveira N.º 31 -A, 2080-114 Almei-

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Page 31: 3 NOV - PÚBLICO

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N.º do Processo: 651/07.2TCSNTComarca da Grande Lisboa-Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Exequente(s): Banco Espírito Santo, S.A. e outrosExecutado: RUTE ALEXANDRA PIN-TO DE CAMPOS BORGESVaor: 36.399,00 €Referência interna: PE/157/2007Adelaide Maria Baúto, Agente de Execução, com escritório na Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C, em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 12 de Dezembro de 2012, pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste-Sintra-Juiz 1, para abertura de propostas.BEM A VENDER: 1/2 da fracção autó-noma designada pela letra “M”, cor-respondente ao terceiro andar frente, destinada a habitação do prédio ur-bano em regime de Propriedade Ho-rizontal, sito na Av.ª Almirante Gago Coutinho, N.ºs 5, 5A e 5C, lugar e freguesia de Mem Martins, descrito na 1.º Conservatória do Registo Predial de Sintra sob o n.º 554 e inscrito na

respectiva matriz sob o artigo 3920.Valor-base: 31.199,14 eurosSerá aceite a proposta de melhor pre-ço acima do valor de 21.839,40 euros, que corresponde a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º, n.º 1, do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garan-tia bancária no mesmo valor.O bem pertence à executada Rute Alexandra Pinto Campos Borges, com residência na Avenida Almirante Gago Coutinho, 5, 3.º Frente, Mem Martins, fi el depositária do imóvel, que o deve mos-trar a pedido de qualquer interessado.

A Agente de ExecuçãoAdelaide Maria Baúto

Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C2710-420 Sintrae.mail: [email protected]. 219233364 - Fax 219105158Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula 1563

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante

propostas em Carta Fechada(Art.º 890.º do C.P.C.)

N.º do Processo 430/05.1TCSNTComarca da Grande Lisboa-Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1Credor(s): Ministério Público e outrosExecutado(s): CÉLIA MARIA DOS SANTOS MENDES e outrosValor: 110.213,43 €Referência interna: PE/73/2005Adelaide Maria Baúto, Agente de Execução, com escritório na Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, 8, 3.º C. em Sintra, faz saber que nos autos acima indicados, encontra-se designado o dia 15 de Janeiro de 2013, pelas 09.30 horas, no Juízo de Execução, da Comarca da Grande Lisboa-Noroeste-Sintra-Juiz 1, para abertura de propostas.BEM A VENDER: Fracção autónoma designada pela letra “G”, correspon-dente ao terceiro andar esquerdo, destinada a habitação do prédio urbano em regime de Propriedade Horizontal, sito na Av. Miguel Bom-barda N.º 120, 122, 124, 126 e 128, lugar e freguesia de Queluz, descrito na Conservatória do Registo Predial de Queluz sob o n.º 1890 e inscrito na respectiva matriz sob o artigo 889.

Valor-Base: 93.715,00 eurosSerá aceite a proposta de melhor pre-ço acima do valor de 65.600,50 euros, que correspondente a 70% do valor-base, não podendo ser consideradas propostas de valor inferior.Nos termos do artigo 897.º n.º 1 do C.P.C., os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do Agente de Execu-ção, no montante correspondente a 20% do valor-base do bem, ou garan-tia bancária no mesmo valor.O bem pertence ao executado Fran-cisco Fernando Costa Santos, com residência na Avenida Miguel Bom-barda, 124, 3.º Esq.º, Queluz, fi el depositário do imóvel, que o deve mostrar a pedido de qualquer inte-ressado.

A Agente de ExecuçãoAdelaide Maria Baúto

Av.ª Dr. Álvaro de Vasconcelos, n.º 8 - 3.º C2710-420 Sintrae.mail: [email protected]. 219233364 - Fax 219105158Horário de atendimento: Dias úteis das 15.00 às 17.00 horas

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

Adelaide Maria BaútoAgente de Execução

Cédula 1563

ANÚNCIOVenda judicial de Bem Imóvel mediante

propostas em Carta Fechada(Art.º 890.º do C.P.C.)

ANÚNCIOCITAÇÃO EDITAL

Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Ju-ízo de Execução - Juiz 1Processo: 766/07.7TCSNT - Execução para Paga-mento de Quantia CertaExequente: Databox Informática, SAExecutados: Luís Manuel Deira de Sousa e outro(s)Valor: 56.726,00 €

CITAÇÃO DE AUSENTE EM PARTE INCERTA (ARTIGOS 248.º E 249.º DO C.P.C.)

A CITAR: Susana Margarida Domingues FerreiraObjecto e fundamento da citação: Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 248.º e ss., do Código de Processo Cível, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando Susana Margarida Domingues Ferreira, com última residência na Urbanização das Trigueiras, lote vinte e cinco, freguesia das Caldas da Rainha, concelho de Leiria, para no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ou para se opor à execução supra-referenciada, nos termos dos artigos 812.º, n.º 6 e 813.º, n.º 1, ambos do CPC. O duplicado do requerimento executivo e a có-pia dos documentos encontram-se à disposição do citando na secretaria da Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1.Meios de Oposição: Nos termos do art.º 60.º do C.P.C. e tendo em consideração o valor do pro-cesso, para se opor à execução é obrigatória a constituição de advogado.Cominação em caso de revelia: Caso não se oponha à execução no prazo supra-indicado e não pagar ou caucionar a quantia exequenda, seguem-se os termos do art.º 832.º do CPC, sendo promovida a penhora dos bens necessários para garantir o pa-gamento da quantia exequenda, acrescidos de 10%, nos termos do disposto no art.º 821.º do CPC.Pagamento de Despesas e Honorários: Pode efec-tuar o pagamento da quantia exequenda mediante o levantamento de guia de depósito junto do escritório do signatário. Pode igualmente solicitar, a qualquer momento, na secretaria do tribunal, ainda que ver-balmente, guias para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente que não estejam solvidos pelo produto da venda ou adjudicação de bens. À quantia exequenda acrescem, além dos juros calculados nos termos do pedido, a taxa de justiça e os honorários e despesas do Agente de Execução. Após a realização da penhora o valor dos honorários e despesas sofrerá agravamentos, de acordo com a tabela publicada em anexo com a Portaria 708/2003 de 04/08.sEste edital encontra-se afi xado na porta do último domicílio conhecido do citando, na Junta de Fregue-sia respectiva e na Comarca da Grande Lisboa - No-roeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1.São também publicados dois anúncios consecutivos no jornal “Público”. Os referidos prazos começam a contar da data de publicação do último anúncio.

O Agente de ExecuçãoVilhena Gavinho

Rua Casa do Povo, n.º 57-A, 1.º Dt.º, 2855-110 Cor-roios. Tel.: 21 253 78 04/05 - Fax: 21 253 44 10

Público, 03/11/2012 - 2.ª Pub.

VILHENA GAVINHOAgente de Execução

Cédula 3580

ANÚNCIOCITAÇÃO EDITAL

Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Ju-ízo de Execução - Juiz 1Processo: 766/07.7TCSNT - Execução para Paga-mento de Quantia CertaExequente: Databox Informática, SAExecutados: Luís Manuel Deira de Sousa e outro(s)Valor: 56.726,00 €

CITAÇÃO DE AUSENTE EM PARTE INCERTA (ARTIGOS 248.º E 249.º DO C.P.C.)

A CITAR: Compbit - Distribuição Informática, Lda.Objecto e fundamento da citação: Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 248.º e ss., do Código de Processo Cível, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publi-cação do anúncio, citando Compbit - Distribuição Informática, Lda., com última residência na Rua dos Romeiros, lote 1 A/B, freguesia de Leiria, concelho de Leiria, para no prazo de 20 dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar ou para se opor à execução supra-referenciada, nos termos dos artigos 812.º, n.º 6, e 813.º, n.º 1, ambos do CPC. O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos documentos encontram-se à disposição do citando na secretaria da Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1.Meios de Oposição: Nos termos do art.º 60.º do C.P.C. e tendo em consideração o valor do pro-cesso, para se opor à execução é obrigatória a constituição de advogado.Cominação em caso de revelia: Caso não se oponha à execução no prazo supra-indicado e não pagar ou caucionar a quantia exequenda, seguem-se os termos do art.º 832.º do CPC, sendo promovida a penhora dos bens necessários para garantir o pa-gamento da quantia exequenda, acrescidos de 10%, nos termos do disposto no art.º 821.º do CPC.Pagamento de Despesas e Honorários: Pode efec-tuar o pagamento da quantia exequenda mediante o levantamento de guia de depósito junto do escritório do signatário. Pode igualmente solicitar, a qualquer momento, na secretaria do tribunal, ainda que ver-balmente, guias para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente que não estejam solvidos pelo produto da venda ou adjudicação de bens. À quantia exequenda acrescem, além dos juros calculados nos termos do pedido, a taxa de justiça e os honorários e despesas do Agente de Execução. Após a realização da penhora o valor dos honorários e despesas sofrerá agravamentos, de acordo com a tabela publicada em anexo com a Portaria 708/2003 de 04/08.Este edital encontra-se afi xado na porta do último domicílio conhecido do citando, na Junta de Fregue-sia respectiva e na Comarca da Grande Lisboa - No-roeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1.São também publicados dois anúncios consecutivos no jornal “Público”. Os referidos prazos começam a contar da data de publicação do último anúncio.

O Agente de ExecuçãoVilhena Gavinho

Rua Casa do Povo, n.º 57-A, 1.º Dt.º, 2855-110 Cor-roios. Tel.: 21 253 78 04/05 - Fax: 21 253 44 10

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VILHENA GAVINHOAgente de Execução

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Comarca da Grande Lisboa - Noroeste - Sintra - Ju-ízo de Execução - Juiz 1Processo: 766/07.7TCSNT - Execução para Paga-mento de Quanta CertaExequente: Databox Informática, SAExecutados: Luís Manuel Deira de Sousa e outro(s)Valor: 56.726,00 €

CITAÇÃO DE AUSENTE EM PARTE INCERTA (ARTIGOS 248.º E 249.º DO C.P.C.)

A CITAR: Luís Manuel Deira de Sousa.Objecto e fundamento da citação: Nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 248.º e ss., do Código de Processo Cível, correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando Luís Manuel Deira de Sousa, com última residência na Urbanização das Trigueiras, lote vinte e cinco, freguesia das Caldas da Rainha, concelho de Leiria, para no prazo de 20 dias, decor-rido que seja o dos éditos, pagar ou para se opor à execução supra-referenciada, nos termos dos arti-gos 812.º, n.º 6, e 813.º, n.º 1, ambos do CPC. O duplicado do requerimento executivo e a cópia dos documentos encontram-se à disposição do citando na secretaria da Comarca da Grande Lisboa - Noro-este - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1.Meios de Oposição: Nos termos do art.º 60.º do C.P.C. e tendo em consideração o valor do pro-cesso, para se opor à execução é obrigatória a constituição de advogado.Cominação em caso de revelia: Caso não se oponha à execução no prazo supra-indicado e não pagar ou caucionar a quantia exequenda, seguem-se os termos do art.º 832.º do CPC, sendo promovida a penhora dos bens necessários para garantir o pa-gamento da quantia exequenda, acrescidos de 10%, nos termos do disposto no art.º 821.º do CPC.Pagamento de Despesas e Honorários: Pode efec-tuar o pagamento da quantia exequenda mediante o levantamento de guia de depósito junto do escritório do signatário. Pode igualmente solicitar, a qualquer momento, na secretaria do tribunal, ainda que ver-balmente, guias para depósito da parte líquida ou já liquidada do crédito do exequente que não estejam solvidos pelo produto da venda ou adjudicação de bens. À quantia exequenda acrescem, além dos juros calculados nos termos do pedido, a taxa de justiça e os honorários e despesas do Agente de Execução. Após a realização da penhora o valor dos honorários e despesas sofrerá agravamentos, de acordo com a tabela publicada em anexo com a Portaria 708/2003 de 04/08.Este edital encontra-se afi xado na porta do último domicílio conhecido do citando, na Junta de Fregue-sia respectiva e na Comarca da Grande Lisboa - No-roeste - Sintra - Juízo de Execução - Juiz 1.São também publicados dois anúncios consecutivos no jornal “Público”. Os referidos prazos começam a contar da data de publicação do último anúncio.

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Câmara Municipal de Castelo de Vide

AVISOPROCEDIMENTO CONCURSAL COMUM

António Manuel Grincho Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Castelo de Vide:Faz saber, em cumprimento do disposto na alínea d) do n.° 1 do art.° 19.° da Portaria n.° 83-A/2009, de 22 de Janeiro, que na sequência de deliberação favorável da Câmara Municipal de 05 de Setembro de 2012, e de meu des-pacho de 09 de Outubro de 2012, se encontra aberto pelo prazo de 10 (dez) dias úteis a contar da publicação no Diário da República, Procedimento con-cursal comum para constituição de relação jurídica de emprego público em contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado, para preenchimento de:- 1 Posto de trabalho da carreira/categoria de Técnico Superior - área de Engenharia Civil.Habilitação académica:- Licenciatura na área de engenharia civil.

Para efeitos de candidatura deverão os interessados consultar o Aviso de abertura do Procedimento Concursal publicado na 2.ª Série do Diário da República, n.º 211 , de 31 de Outubro de 2012.

Paços do Concelho de Castelo de Vide, 31 de Outubro de 2012

O Presidente da Câmara Municipal - Dr. António Manuel Grincho Ribeiro

CARLOS PAZAgente de Execução

Cédula 2186

ANÚNCIOTribunal Judicial de Penafi el4.º JuízoProcesso: 975/07.9TBPNFExecução Comum (Sol. Execução)N/Referência PE/251/2007Exequente: Caixa Económica Mon-tepio GeralExecutada: Fernanda Maria Loureiro da Silva e outrosNos autos acima identifi cados, cor-rem éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, citando o(a) ausente Joaquim Martins Loureiro, com a última residência conhecida em Rua da Portela, n.º 38 - Bitarães - Parede, para no prazo de 20 dias, decorri-do que seja o dos éditos, pagar ao exequente ou deduzir oposição à execução.O duplicado do requerimento execu-tivo e a cópia dos documentos estão à sua disposição na secretaria do Tribunal Judicial de Amadora.Findo esse prazo, seguir-se-ão os termos do art.º 832.º do CPC, sendo promovida a penhora dos bens ne-cessários para garantir o pagamento da quantia exequenda, acrescida das despesas da execução, nos ter-mos do disposto no art.º 821.º, n.º 3 do mesmo Código.É ainda advertido:- Que o prazo acima indicado sus-pende-se, no entanto, durante as férias judiciais e que terminando em dia que os tribunais estiverem encer-rados, transfere-se o seu termo para o primeiro dia útil seguinte.- Que é obrigatória a constituição de mandatário judicial, nos termos do art.º 60.º do CPC.- Sendo requerido nos Serviços de Segurança Social o benefício de apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono, deverá o citando, juntar aos presentes autos, no prazo da oposição, documento comprovativo da apresentação do referido requerimento, para que o prazo em curso se interrompa até notifi cação da decisão do apoio judi-ciário (n.º 4 e 5 do art.º 25.º da Lei n.º 30-E/2000, de 20/12).Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afi xados.

O Agente de ExecuçãoCarlos Paz

Rua Actor Isidoro, n.º 28 CV - 1900-019 LisboaTel. 218452640 - Fax [email protected]

Público, 03/11/2012 - 1.ª Pub.

Faz-se saber que nos autos identifi ca-dos, encontra-se designado o dia 16 de Novembro de 2012, pelas 14:00h no Tribunal Comarca Família e Menores de Cascais – 4.º Juízo Cível, para a abertura de propostas, que sejam entregues até esse momento, na Secretaria do Tribu-nal, pelos interessados na compra dos seguintes bens:LOTE 1: Prédio urbano destinado a habi-tação, correspondente ao 2.º piso, 1.º an-dar esquerdo, composto por hall, casa de banho, sala comum, kitcnete e uma vaga para estacionamento na cave, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração Q, fre-guesia de Cascais, concelho de Cascais, artigo matricial 11329, localizado na Av.ª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Valor-base do bem: 750.000,00 €Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 525.000,00 €, corres-pondente a 70% do valor-base, os pro-ponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado no valor de 150.000,00 € (correspondente a 20% do valor-base do bem), à ordem do Agen-te de Execução. LOTE 2: Prédio urbano destinado a ha-bitação, correspondente ao 2.º piso R/C Dto, composto por hall, casa de banho, sala comum com varanda, kitcnete de utili-zação comum com as frações H-I-J-L e M, terraço virado a poente e sul com área de 470.65 M² e uma vaga para estacionamen-to, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração G, freguesia de Cascais, concelho de Cas-cais, artigo matricial 11329, localizado na Avª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Prédio urbano destinado a habitação, cor-respondente ao 2.º piso R/C Esq.º, com-posto por hall, casa-de-banho, sala comum com varanda, kitcnete de utilização comum com as frações G-I-J-L-M, terraço virado a poente e sul com área de 470.65 M² e uma vaga para estacionamento na cave, descri-to na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração H, fre-guesia de Cascais, concelho de Cascais, artigo matricial 11329, localizado na Av.ª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Prédio urbano destinado a habitação, correspondente ao 2.º piso R/C Esq.º, composto por hall, casa de banho, sala comum com varanda, kitcnete de utiliza-ção comum com as frações G-H-I-L-M, terraço virado a poente e sul com área de 470.65 M² e uma vaga para estacionamen-to na cave, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração I, freguesia de Cascais, concelho de Cascais, artigo matricial 11329, localizado na Av.ª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Prédio urbano destinado a habitação, correspondente ao 2.º piso R/C Esq.º, composto por hall, casa de banho, sala comum com varanda, kitcnetede utilização comum com as frações G-H-I-J, terraço vi-rado a poente e sul com área de 470.65 M² e uma vaga para estacionamento na cave, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração J, freguesia de Cascais, concelho de Cas-cais, artigo matricial 11329, localizado na Avª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Prédio urbano destinado a habitação, correspondente ao 2.º piso R/C Esq.º, composto por hall, casa de banho, sala comum com varanda, kitcnetede utilização comum com as frações G-H-I-J, terraço vi-rado a poente e sul com área de 470.65 M² e uma vaga para estacionamento na cave, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração L, freguesia de Cascais, concelho de Cas-cais, artigo matricial 11329, localizado na

Av.ª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Prédio urbano destinado a habitação, cor-respondente ao 2.º piso R/C Esq, compos-to por hall, casa de banho, sala comum, kitcnete e uma vaga para estacionamento na cave, descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração N, freguesia de Cascais, concelho de Cascais, artigo matricial 11329, locali-zado na Av.ª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Prédio urbano destinado a habitação, correspondente ao 2.º piso R/C Esq, composto por hall, casa de banho, sala comum e Kitcnete, descrito na 1ª Con-servatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração O, freguesia de Cas-cais, concelho de Cascais, artigo matricial 11329, localizado na Avª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;Valor-base do bem: 750.000,00 €Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 525.000,00 €, corres-pondente a 70% do valor-base, os pro-ponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado no valor de 150.000,00 € (correspondente a 20% do valor-base do bem), à ordem do Agen-te de Execução. LOTE 3: Prédio urbano destinado a ha-bitação, correspondente ao 2.º piso R/C Dto, composto por hall, casa de banho, sala comum, varanda, kitcnete de e terra-ço virado a poente com área de 73.68 M², descrito na 1.ª Conservatória do Registo Predial de Cascais, fi cha n.º 5477, fração A, freguesia de Cascais, concelho de Cas-cais, artigo matricial 11329, localizado na Av.ª Manuel Júlio de Carvalho e Costa n.º 15 Bairro do Rosário, 2750-423 Cascais;O bem pertence a Joseph Francis Giattini casado com Jacquelin Goeller Giattini no regime de separação de bens, e com residência em 5270, Indian Court, Sanibel Island Florida 33957 Estados Unidos da América. Valor-base do bem: 200.000,00 €Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 140.000,00 €, corres-pondente a 70% do valor-base, os pro-ponentes devem juntar à sua proposta, como caução, um cheque visado no valor de 40.000,00 € (correspondente a 20% do valor-base do bem), à ordem do Agente de Execução. É fi el depositário, que os deve mostrar, a pedido, a Agente de Execução Maria Emília Catrau, com cédula profi ssional 2865 e do-micílio profi ssional em Av.ª Defensores de Chaves n.º 23 .º Esq.º 1000-110 Lisboa.Mais se informa que foram reclamados créditos e os mesmos estão graduados da seguinte forma:- Em relação ao produto da venda das fracções autónomas G, H, I, j, L, M, N, O e Q, no prédio sito na Costa da Guia serão pagos em primeiro lugar:1 - Crédito Reclamado pelo Estado e Título de IMI;2 – Crédito Exequendo.- Em relação ao produto da venda da fra-ção autónoma A no prédio sito na Costa da Guia serão pagos em primeiro lugar:1 – Crédito Reclamado pelo Estado a Títu-lo de IMI relativo a essa fracção;2 – Direito de retenção de que benefi cia Maria Felisbela Tirapicos pelo Crédito resultante do não cumprimento imputável ao executado nos termos do art.º 442.º do CC no montante reclamado;3 – Crédito Exequendo.

A Agente de ExecuçãoMaria Emília Catrau

Rua Adelaide Cabete, 7, 3.º D - 1500-023 LISBOA - PortugalTel. 21 715 52 56 - Fax. 21 715 52 [email protected] úteis das 14:00 às 16:00Público, 03/11/2012 - 1.ª Pub.

Maria Emília CatrauAgente de Execução

Cédula 2865

EDITALTribunal Comarca Família e Menores de Cascais– 4.º Juízo Cível Acção Executiva sob a forma de processo comumProcesso n.º 5604/04.0TBCSCExequente: Little Turbilhão Unipessoal LdaExecutado: Joseph Francis GiattiniValor da Acção: 1.398.476,18 €PE/18/2004

Santarém

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Page 32: 3 NOV - PÚBLICO

32 | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

FICAR

CINEMAChe - O ArgentinoTítulo original: The Argentine - Che: Part OneDe: Steven SoderberghCom: Benicio Del Toro, Julia Ormond, Pablo GuevaraFRA/ESP/EUA, 2009, 133 min.TVC2HD, 22h00A primeira parte (de duas) da

biografi a recriada por Steven

Soderbergh da mítica fi gura

de Che Guevara (encarnado

por Benicio del Toro, prémio

para melhor actor no Festival

de Cannes). Na Cuba de 1952,

o general Batista toma o poder

e anula as eleições. Fidel

Castro, jovem advogado, decide

confrontar o poder e depois de

uma tentativa de levantamento

popular, em 53, que o leva

dois anos à prisão, exila-se no

México. Durante estes anos,

um jovem médico argentino,

Ernesto Guevara, luta também

pelos seus ideais e acaba por

ter de se refugiar no México,

onde vai conhecer o grupo

revolucionário cubano. De um

encontro em 55, entre Fidel e

Che, nasce o momento chave na

história de Cuba. Em 56, Fidel

chega à ilha com 80 homens e o

objectivo de derrotar a ditadura

de Batista. Apenas 12 guerrilheiros

sobrevivem, entre os quais Che.

Justiça [Seeking Justice]TVC1HD, 21h30Após a mulher ter sido assaltada

e violada, Will Gerard (Nicolas

Cage) é contactado por Simon

(Guy Pearce), o representante de

uma misteriosa organização que

se propõe a ajudá-lo na sua ânsia

de vingança. Este grupo secreto

é formado por um grupo de

cidadãos de todas as classes que,

perante as autoridades policiais

pouco efi cazes no combate aos

crimes violentos, se reúne com

o intuito de fazer justiça pelas

suas próprias mãos. Porém, tudo

tem o seu preço e o que Will

não poderia prever era que em

troca daquele favor ele teria de

matar outra pessoa... Um thriller

de acção realizado por Roger

Donaldson (O Cume de Dante).

Saw 4 - A Revelação [Saw IV] FOX MOVIES, 22h00Jigsaw e a sua aprendiz Amanda

já estão mortos, mas a polícia

continua a juntar peças dos

crimes e jogos macabros

anteriores, que ceifaram a vida a

várias pessoas. Agora, o detective

Riggs, o único elemento da polícia

que ainda não tinha sentido a

maldade de Jigsaw, é raptado.

E terá de tentar sobreviver às

diabólicas armadilhas do vilão.

Terror por Darren Lynn Bousman.

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban [Harry Potter and the Prisoner of Azkaban]AXN, 22h20É o 3.º ano de Harry Potter em

Hogwarts e o pequeno feiticeiro

e cia. vivem novas aventuras e

enfrentam novos desafi os. Um

perigoso assassino chamado Sirius

Black fugiu da prisão de Azkaban

e pretende destruir Harry que vai

descobrir quais os segredos sobre

o assassino e também um pouco

mais da sua história e da vida dos

seus pais. De Alfonso Cuarón.

Noite Stanley KubrickRTP2, 22h40Sessão dupla assinada pelo

mestre Kubrick. Arranca com

Shining (1980), uma primorosa

incursão do cineasta no cinema

de terror, a partir de um livro de

Stephen King. Um escritor ( Jack

Nicholson) vai tomar conta, com

a família (a mulher protectora e o

fi lho com poderes mediúnicos),

de um hotel gigante que fecha

durante o Inverno. O isolamento

associado a algo que vive naquele

espaço irá dominá-los a todos...

Um dos mais gelados e cerebrais

fi lmes do cineasta, que elabora

um estudo implacável sobre

a paranóia e o desprezo. Às

00h42, 2001: Odisseia no Espaço

(1968), obra-prima a partir de um

argumento de Arthur C. Clarke.

Uma experiência de tempo e

espaço, orquestrada num bailado

de silêncios, começando na

pré-história da Humanidade e,

num salto quântico, passando

para uma nave espacial que

navega rumo a Júpiter. Beleza

kubrickiana, expressa no

fl utuar de uma estação orbital

ao som do Danúbio azul ou

na personagem de Hal, o

computador tirano.

DESPORTOFutsal: Rússia x Ilhas SalomãoRTP2, 11h52Directo. Jogo da fase de grupos do

Campeonato do Mundo de futsal,

que se realiza na Tailândia até 18.

Rússia e Ilhas Salomão integram

o grupo F que junta ainda

Guatemala e Colômbia.

Futebol: Benfica x Vit. GuimarãesSPTV1, 20h30Directo. Jogo da 8.ª jornada da

I Liga. Os encarnados recebem

na luz um Vitória de Guimarães

aguerrido, na luta pelo 4.º posto.

Já a equipa de Jorge Jesus luta,

taco a taco, com o FC Porto pela

primeira posição na tabela.

DOCUMENTÁRIOS

António Soares Franco (José Maria da Fonseca)RTP1, 11h37

Em mais um Construtores de

Impérios aponta-se a câmara a

António Soares Franco, presidente

da José Maria da Fonseca, a mais

antiga empresa de produção de

vinhos de mesa do país que, com

negócios na Europa, Brasil e EUA,

é um dos maiores exportadores

nacionais de vinho.

The Choice 2012Os CandidatosRTP2, 21h06Uma viagem aos lugares, pessoas

e momentos decisivos que

determinaram as diferentes

visões do mundo dos dois

candidatos à Casa

Branca: o democrata

Barack Obama

e o republicano

Mitt Romney.

Curiosamente, o

ponto de partida de

ambos é o

mesmo:

uma

Che - O Argentino

ecebem

uimarães

4.º posto.

us luta,

Porto pela

bela.

visões do mundo dos dois

candidatos à C

Branca: o dem

Barack Obam

e o republica

Mitt Romney

Curiosament

ponto de part

ammbobo

m

u

Barack Obama

Os mais vistos da TVQuinta-feira, 1

FONTE: CAEM

SICSICTVITVISIC

16,515,914,714,013,5

Aud.% Share

32,336,528,927,726,8

RTP1

2:

SICTVI

Cabo

13,6%%

3,1

25,5

22,1

24,1

Dancin' DaysGabrielaSecret Story 3 - DiárioJornal das 8Jornal da Noite

Page 33: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | 33

derrota precoce que os obrigou,

cada um à sua maneira, a retirar

aprendizagens das experiências

de gosto amargo.

Eureka!RTP2, 19h01Jovens empreendedores,

capazes de fazerem valer as

suas ideias no mercado. Neste

episódio, conhece-se Marco Neiva

que, através de óculos a três

dimensões, desenvolveu o sistema

de cirurgias oftalmológicas mais

inovador do país; Catarina, que

abriu a única mercearia que

fornece bens na sua terra; e Joana

Correia, que revela o seu dia-a-

dia num ateliê de conservação e

restauro.

Ondas de DevastaçãoHistória, 21h00O que aconteceria se todos os

seres humanos desaparecessem

do planeta? Que mundo

deixaríamos para trás? Uma

série documental catastrófi ca

que, numa semana marcada pela

passagem do furacão Sandy nos

grandes centros urbanos dos EUA,

deixando atrás de si um rasto de

devastação, nos mostra como

uma onda enorme de água pode

ameaçar tudo o que foi sendo

construído pelo Homem ao longo

dos tempos.

Os Profetas da Ficção Científica: Philip K Dick Discovery, 21h00Philip K. Dick (1928-1982) levou a

sua vida como se esta se inserisse

num contexto semelhante ao que

descrevia nas suas histórias de

fi cção científi ca. Histórias que

inspiraram Blade Runner e que até

infl uenciaram o desenvolvimento

da robótica.

ENTRETENIMENTO

Top ChefRTP1, 21h36Depois de na semana passada os

concorrentes terem enfrentado

uma prova de estafetas, esta

semana os chefs vão levar a

alta cozinha aos locais mais

improváveis num Prova de Fogo

que os levará de Sesimbra à

Ericeira.

Herman 2012RTP1, 00h01Mais uma leva de conversas

com o humorista. No sofá dos

convidados sentam-se Pedro

Tochas e Marta Gautier, dois

nomes incontornáveis da stand-up

comedy que se faz em Portugal. A

música está a cargo dos Nu Soul

Family de Virgul (Da Weasel) e

Dino (Expensive Soul).

SÉRIES

Família Mata SIC, 23h55Paulo (André Nunes) sonhava

com uma vida a dois com a sua

amada Susana (Maya Booth). Mas

o que acaba por lhe calhar é um

quotidiano delirante junto da sua

nova família que inclui os pais de

Susana, Artur Mata ( José Pedro

Gomes) e Glória (Rita Blanco), o

avô Alfredo (Vítor Espadinha), a

tia Mónica (Maria João Abreu) e o

cunhado Marco (Marco Horácio).

E como numa casa com tanta

gente cabe sempre mais alguém,

entram em cena ex-namorados e

amigos.

INFANTIL

Baby Looney TunesPanda, 11h00 / 18h00Estreia de novos episódios. Bugs

Bunny, Piu-Piu, Silvestre, Taz… Os

loucos heróis da banda desenhada

com o selo Warner (e dedo de , de

Steven Spielberg) em versão bebé

sempre em mil aventuras. Aos

sábados e domingos, ao longo de

13 semanas.

Descarreguei Um FantasmaDisney, 20h30Filme. Em plena época de

Halloween, a jovem Stella

descarrega um programa no seu

computador que traz agarrado

o fantasma de um comediante

recém-falecido. Mas ao invés de a

assombrar, o espectro vai acabar

por a ajudar a ver-se livre de dois

bandidos. Um fi lme para toda a

família, com

Ellen Page,

nomeada

para um

Óscar

pelo seu

papel

em

Juno

(2007).

RTP106.30 Brinca Comigo 08.00 Bom Dia Portugal Fim-de-Semana 11.00 Código de Bairro - Tróino 11.37 Construtores de Impérios - António Soares Franco – José Maria da Fonseca 12.07 BBC Terra: Bebés Milagrosos 13.00 Jornal da Tarde - Inclui O Tempo 14.18 TOP + 15.26 Portugal no Coração - Especial Sábado - Directo 19.08 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.15 Voz do Cidadão 21.36 Top Chef 22.57 Decisão Final 00.01 Herman 2012 01.09 Sem Rasto - 6.ª série 01.53 Planeta Música 03.00 Janela Indiscreta com Mário Augusto

RTP207.00 Fórum África 07.31 África 7 Dias 08.03 Zig Zag 11.52 Futsal: Rússia x Ilhas Salomão 13.31 Quem Fala Assim 14.02 Parlamento 15.00 Desporto 2 19.01 Eureka! 19.29 Santos de Portugal - São João de Deus 20.00 Family Guy 20.46 Nativos Digitais 21.06 The Choice 2012 - Os Candidatos - As experiências formativas e visões divergentes de Barack Obama e Mitt Romney 22.00 Hoje 22.40 Filme: Shining 00.42 Filme: 2001: Odisseia no Espaço 02.58 Desporto 2

SIC06.30 LOL@SIC 08.40 Disney Kids 10.00 Tween Box: As Surfistas do Outro Mundo 10.35 Floribella 2 12.15 O Nosso Mundo: Wild Pyrinees 13.00 Primeiro Jornal 14.10 Alta Definição 15.00 E-Especial 15.50 Filme: Falsas Aparências 2 - Com Bruce Willis no papel de um assassino 17.55 Filme: A Troca - de Clint Eastwood 20.00 Jornal da Noite 21.40 Nas Ruas (Sorteio do Totoloto ao intervalo) 22.30 Gosto Disto! 23.55 Família Mata 00.40 Dr.White 01.45 Filme: Torturado - Um agente do FBI infiltra-se num gang

TVI 06.30 Animações 08.25 Campeões e Detectives 09.14 Glee - 2.ª série 09.55 Inspector Max 13.00 Jornal da Uma 14.00 Filme: O Menino de Ouro 15.56 Filme: A Conspiração da Aranha - O psicólogo forense Dr. Alex Cross (Morgan Freeman) investiga o rapto da filha de um senador 18.15 Não Há Bela Sem João 20.00 Jornal das 8 22.00 Casa dos Segredos 3 - Diário de Sábado 22.48 Doce Tentação 23.55 Casa dos Segredos: Fim de Semana 01.20 Filme: Espírito do Mal - Terror por David S. Goyer, 02.58 Mistura Fina

TVC1 9.30 Green Lantern - Lanterna Verde 11.25 Griff - O Invisível 13.00 Diário de um Banana: As Regras de Rodrick 14.40 O Rio Revelador 16.25 A Lista dos Ex 18.10 Green Lantern - Lanterna Verde 20.00 Griff - O Invisível 21.30 Justiça 23.20 The Mechanic - O Profissional 0.50 O Rio Revelador 2.35 A Lista dos Ex 4.20 The Mechanic - O Profissional 5.55 Justiça

FOXMOVIES10.58 Uma Noite com o Presidente 12.48 Amigas 14.28 A Verdade Escondida 16.34 Palmetto - Tiro Pela Culatra 18.25 Táxi de Nova Iorque 20.00 A Mexicana 22.00 Saw IV - A Revelação 23.34 A Ilha do Dr. Moreau 1.08 A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça

HOLLYWOOD10.40 Annie 12.45 Legalmente Loira 14.20 Gladiator 16.55 O Mentiroso Compulsivo 18.25 Quebra de Confiança 20.20 Elizabeth 22.25 Hannibal 0.40 Missão Impossível: M: I-3 2.50 Super Troopers

AXN14.33 Mentes Criminosas 15.23 Mentes Criminosas 16.13 Mentes Criminosas 17.03 Mentes Criminosas 17.53 O Mentalista 18.43 O Mentalista 19.33 O Mentalista 20.23 Mentes Criminosas 21.20 C.S.I. 22.20 Filme: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban 0.52 Filme: Decisão Crítica

AXN BLACK14.52 Whitechapel 15.43 Boardwalk Empire 16.44 Filme: Está Tudo Iluminado 18.29 Filme: O Grande Peixe 20.33 Whitechapel 21.24 Boardwalk Empire 22.19 Filme: Comportamento Perturbado 23.46 Boardwalk Empire 0.41 Whitechapel 1.32 Filme: O Grande Peixe

AXN WHITE14.47 Becker 15.11 Becker 15.35 Becker 15.59 Becker 19.40 Os Incríveis Powell 20.30 Regras do Jogo 21.00 Pequenas Mentirosas 23.32 Pequenas Mentirosas

FOX 14.51 Os Simpson 15.38 Ossos 19.41 American Dad 20.28 Family Guy 20.52 Os Simpson 21.41 Foi Assim Que Aconteceu 22.05 Foi Assim Que

Aconteceu 22.30 The Killing 23.20 The Killing 0.13 The Killing 1.05 The Killing 1.56 Lei & Ordem: Unidade Especial 2.45 Lei & Ordem: Unidade Especial

FOX LIFE 14.30 Anatomia de Grey 15.15 Nurse Jackie 15.44 Nurse Jackie 16.12 As Leis de Kate 16.57 As Leis de Kate 17.42 As Leis de Kate 18.26 Revenge 19.11 Medium 19.53 Medium 20.38 Rizzoli & Isles 21.25 Downton Abbey 22.40 Downton Abbey 23.33 Downton Abbey 0.24 Masterchef USA 1.10 Masterchef USA 1.55 Masterchef USA

DISNEY15.30 Skylar Contra Monstros 17.25 Mickey e Os Seus Amigos: Donald e Margarida 17.50 Zack e Cody: Todos A Bordo 18.15 Par de Reis 18.45 Jessie 19.10 Austin & Ally 19.35 Boa Sorte, Charlie! 20.00 Boa Sorte, Charlie! 20.30 Descarreguei Um Fantasma 22.10 Minnie & You 22.14 Art Attack

DISCOVERY18.20 Lenhadores: Dores de crescimento 19.10 Como fazem isso? 19.35 Como fazem isso? 20.05 Trabalho Sujo: Tapa-Minas 21.00 Os Profetas da Ficção Científica: Philip K Dick 22.00 Truques de Cinema: A Magia de Henson 22.55 Fanáticos por Armas: Peça Chave 23.20 Fanáticos por Armas: Arma da Guerra Civil / Silenciador Espingarda 23.45 A Colónia: Chegada e Sobrevivência

HISTÓRIA 16.00 América, a História dos EUA.: II Guerra Mundial 17.00 Assim se Fez a Terra: O Grand Canyon 18.00 A Lei Seca. Ébrios, Contrabandistas e Sufragistas 20.00 Estranhos Rituais: Canibais 21.00 Ondas de Devastação 22.00 Os Maus da História: Calígula 23.00 Caçando Múmias: Os Túmulos Selados 0.00 América, a História dos EUA: II Guerra Mundial

ODISSEIA16.30 Crescer num Zoo Ep. 2 17.00 Caminho para a Glória Desportos Aquáticos 18.00 Paraísos Verdes III Bahamas: O Coração dos Oceanos 19.00 Materiais de Última Geração O Mais Forte 20.00 O Reino da Suricata IV Episódio 1 20.30 O Reino da Suricata IV Episódio 2 21.00 Criaturas do Mar 22.00 Alimentos em Movimento 23.00 Tudo sobre o Trânsito

Televisã[email protected]@publico.pt

com

ge,

a

Baby Looney

Tunes

SIC, 17h55

A Troca

Page 34: 3 NOV - PÚBLICO

34 | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

SAIR

CINEMALisboa Castello Lopes - LondresAv. Roma, 7A. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h15, 16h, 18h45, 21h30; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 14h, 16h30, 19h, 21h45 CinemaCity Campo PequenoCentro Lazer Campo Pequeno. T. 217981420Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 13h25, 15h50, 17h40, 19h30, 21h40, 24h; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 13h30, 16h15, 19h, 21h30, 21h45, 00h30; Madagáscar 3 M6. Sala 3 - 11h20 (V.Port.); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 3 - 21h50, 00h20; Manteiga M12. Sala 3 - 13h20, 15h35, 17h25, 19h15, 21h35, 23h50; As Palavras M12. Sala 4 - 13h25, 15h30, 17h35, 19h40, 22h, 00h05; Brave - Indomável M4. Sala 5 - 11h30, 13h40, 17h50 (V.Port.); Impy na Terra da Magia M4. Sala 5 - 11h40, 15h45 (V.Port.); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 19h55, 22h10, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 11h25, 13h50, 16h10, 18h30 (V.Port./3D); Terapia a Dois M12. Sala 7 - 19h50; ParaNorman M6. Sala 7 - 11h35, 15h30 (V.Port./3D); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 17h30 (3D); Frankenweenie M12. Sala 7 - 13h35, (3D); A Advogada M12. Sala 8 - 13h35, 15h40, 17h45, 19h50, 21h55, 24h CinemaCity Classic AlvaladeAvª de Roma, nº 100, Lisboa . T. 218413045007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; A Advogada M12. Sala 2 - 13h25, 15h30, 17h35, 19h45, 21h50, 23h55; Para Roma com Amor M12. Sala 3 - 23h50; Orquestra Geração M12. Sala 3 - 13h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 11h20, 13h40, 16h, 18h20 (V.Port.), 21h30, 23h40 Cinemateca PortuguesaR. Barata Salgueiro, 39 . T. 213596200Amarcord M12. Sala Félix Ribeiro - 21h30; Homem Até ao Fim Sala Félix Ribeiro - 15h30; Passarinhos e Passarões Sala Félix Ribeiro - 19h; Nascimento de Uma Nação Sala Luís de Pina - 19h30 Espaço NimasAv. 5 Outubro, 42B. T. 213574362Bellamy M12. Sala 1 - 18h30; Shut Up And Play The Hits - O Fim dos LCD Soundsystem M12. Sala 1 - 21h30 Medeia Fonte NovaEst. Benfica, 503. T. 217145088007 Skyfall M12. Sala 1 - 14h30, 18h30, 21h45; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 14h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 2 - 16h45, 19h15, 22h; Linhas de Wellington M12. Sala 3 - 14h45, 18h15, 21h30 Medeia KingAv. Frei Miguel Contreiras, 52A. T. 218480808Linhas de Wellington M12. Sala 1 - 13h, 16h, 19h, 21h45; O Gebo e a Sombra M12. Sala 2 - 14h, 16h, 18h, 20h; A Loucura de Almayer Sala 2 - 22h, 00h30 Medeia MonumentalAv. Praia da Vitória, 72 - Edifício Monumental. T. 213142223007 Skyfall M12. Sala 4 - Cine Teatro - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 1 - 14h30, 17h, 19h30, 22h, 00h15; As Palavras M12. Sala 2 - 13h15, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30, 24h; Linhas de Wellington M12. Sala 3 - 13h, 15h45, 18h30, 21h30, 00h15 UCI Cinemas - El Corte InglésEl Corte Inglés, Av. Ant. Aug. Aguiar, 31. Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 -

14h, 16h, 18h, 20h, 22h, 00h25; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 14h15, 16h45, 19h15, 21h50, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 14h10, 16h40 (V.Port./3D), 19h05, 23h55 (V.Orig./3D), 21h30 (Versão Orig./2D); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 4 - 21h55; Frankenweenie M12. Sala 4 - 14h10, 18h55, 00h25; Manteiga M12. Sala 5 - 14h20, 16h25, 18h45, 21h25, 23h45; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 6 - 14h05, 16h40, 19h15, 21h50, 00h25; Galinha Com Ameixas M12. Sala 7 - 19h; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 21h40, 24h; Elas M16. Sala 7 - 14h05, 16h30; Linhas de Wellington M12. Sala 8 - 15h, 18h10, 21h15, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 9 - 15h, 18h30, 21h30, 00h30; César Deve Morrer M12. Sala 10 - 14h, 16h, 18h, 20h, 22h, 24h; Para Roma com Amor M12. Sala 11 - 14h10, 16h40, 19h10, 21h45, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 12 - 14h, 17h, 21h15, 00h15; As Palavras M12. Sala 13 - 14h15, 16h50, 19h15, 21h45, 00h05; A Advogada M12. Sala 14 - 14h15, 16h40, 19h05, 21h40, 00h10 ZON Lusomundo AlvaláxiaEstádio José Alvalade, Cpo Grande. T. 16996Arbitrage - A Fraude M12. 13h45, 16h40, 19h10, 21h35, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 10h45, 13h15 (V.Port.),15h50, 18h20, 21h, 23h35 (V.Orig.); Dos Homens Sem Lei M12. 13h35, 16h15, 18h55, 21h30, 00h10; 007 Skyfall M12. 13h20, 16h30, 20h50, 24h; 007 Skyfall M12. 13h50, 17h, 21h20, 00h25; A Moral Conjugal M12. 13h55, 16h50, 19h10, 21h40, 23h55; Balas e Bolinhos - O Último Capítulo M16. 21h15, 00h05; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 11h, 13h40, 16h20, 18h50 (V.Port.); Actividade Paranormal 4 M16. 13h25, 15h30, 17h40, 19h45, 21h50, 23h55; Manteiga M12. 13h30, 15h40, 18h, 21h10, 23h30; Taken - A Vingança M16. 14h, 16h25, 18h40, 21h25, 23h40; A Casa do Fim da Rua M16. 13h35, 16h, 18h30, 21h25, 23h45; Looper - Reflexo Assassino M16. 13h30, 16h10, 18h45, 21h45, 00h20 ZON Lusomundo AmoreirasAv. Eng. Duarte Pacheco. T. 16996007 Skyfall M12. 14h, 17h20, 21h, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h30 (V.P./3D), 16h10, 18h50, 21h40, 00h25 (V.O./3D); Dos Homens Sem Lei M12. 13h, 15h40, 18h20, 21h20, 24h; Linhas de Wellington M12. 12h50, 16h; Um Feliz Evento M12. 19h10, 21h30, 00h20; As Palavras M12. 13h20, 16h20, 18h40, 21h10, 23h50; Para Roma com Amor M12. 13h, 15h20, 18h, 20h50, 23h30; A Moral Conjugal M12. 13h50, 16h40, 19h30, 21h50, 00h10 ZON Lusomundo ColomboAv. Lusíada. T. 16996As Palavras M12. 13h25, 16h05, 18h40, 21h40, 00h15; Looper - Reflexo Assassino M16. 13h, 15h40; A Advogada M12. 18h35, 21h10, 23h45; A Casa do Fim da Rua M16. 13h15, 15h50, 18h15, 21h35, 24h; 007 Skyfall M12. 13h20, 16h30, 21h, 00h10; 007 Skyfall M12. 12h50, 15h45, 18h50, 22h; Actividade Paranormal 4 M16. 13h30, 15h55, 18h10, 21h30, 23h50; A Moral Conjugal M12. 13h10, 16h, 18h20, 21h05, 23h35; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 12h55 (V.Port.), 15h30, 18h05, 20h55, 23h55 (V.Orig.); Taken - A Vingança M16. 13h05, 15h25, 18h, 21h15, 23h40; Dos Homens Sem Lei M12. 12h45, 15h35, 18h30, 21h20, 00h05 ZON Lusomundo Vasco da GamaParque das Nações. T. 16996Dos Homens Sem Lei M12. 12h50, 15h30, 18h10, 21h20, 24h; Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h20, 17h30, 19h40, 22h, 00h30; Manteiga M12. 13h10, 15h50, 18h20, 21h10, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h40,

A Moral ConjugalDe Artur Serra Araújo. Com Maria João Bastos, José Wallenstein, São José Correia, Catarina Wallenstein. POR. 2012. 99m. Drama. M12.

Manuela é uma sensual delegada

de propaganda médica,

constantemente envolvida em

fugazes casos com os médicos

com quem trabalha. Até que

as suas acções escapam ao seu

controlo e, entre mentiras,

vê-se numa luta desesperada

por evitar as consequências

conjugais.

Actividade Paranormal 4De Henry Joost, Ariel Schulman. Com Katie Featherston, Kathryn Newton, Matt Shively. EUA. 2012. 95m. Terror. M16. Há cinco anos, Katie matou a

irmã Kristi e o cunhado Daniel,

levando consigo o sobrinho.

Agora, ela vive com o pequeno

Robbie. Do outro lado da rua,

mora a adolescente Alice,

que não consegue deixar de

observar a estranheza de Robbie.

E quando o rapaz começa a

arrastar o irmão mais novo de

Alice para outro universo, o

terror regressa.

As PalavrasDe Brian Klugman, Lee Sternthal. Com Bradley Cooper, Jeremy Irons, Dennis Quaid. EUA. 2012. 97m. Drama, Romance. M12. A fama chega quando o jovem

Rory Jansen publica um romance

que depressa atinge o estatuto

de best-seller. O problema é que

não é ele o autor das palavras

que compõem o bem-sucedido

livro. E a verdade persegui-

lo-á à medida que acumula um

prestígio que não lhe é devido.

César Deve MorrerDe Paolo Taviani, Vittorio

Taviani. Com Cosimo Rega, Salvatore Striano. ITA. 2012. 76m. Drama. M12. Na prisão de segurança máxima

de Rebibbia, Roma, um grupo de

prisioneiros encena a peça “Júlio

César“, de William Shakespeare.

Pelos corredores, fala-se de

morte, liberdade, vingança.

Realidades presentes no texto

shakespeariano, mas também

nas suas próprias histórias.

UCI - El Corte Inglés

Dos Homens Sem LeiDe John Hillcoat. Com Tom Hardy, Shia LaBeouf, Guy Pearce, Mia Wasikowska. EUA. 2012. 116m. Drama, Western. M12. A história dos infames irmãos

Broadabent, contrabandistas

de bebidas alcoólicas no estado

da Virgínia durante os tempos

da Lei Seca nos Estados Unidos.

As origens familiares, a relação

fraternal e uma lealdade

constantemente posta à prova.

ManteigaDe Jim Field Smith. Com Olivia Wilde, Jennifer Garner, Ashley Greene, Hugh Jackman, Alicia Silverstone. EUA. 2011. 90m. Comédia. M12. Laura Pickler vive à sombra do

sucesso do marido Bob, campeão

de esculturas de manteiga

do Iowa. Até que ele é levado

a abandonar a competição.

Decidida a manter na sua casa o

troféu das melhores esculturas

de manteiga, Laura ingressa

na prova. Mas pela frente tem

adversários à altura: uma menina

de 10 anos, uma stripper e

pretendente a amante de Bob e

ainda a sua fã número 1.

Shut Up And Play The Hits - O Fim dos LCD SoundsystemDe Will Lovelace, Dylan Southern. GB. 2012. 108m. Documentário, Musical. M12. O último concerto dos LCD

Soundsystem, a 2 de Abril de

2011 em Madison Square, que

durou quatro horas e que incluiu

participações de Arcade Fire ou

Reggie Watts, num documento

que pretende traçar também

o retrato íntimo de James

Murphy e sublinhar todas as

consequências da sua decisão em

terminar com a banda.

Nimas

Em [email protected] [email protected]

15h40, 18h40, 21h50; 007 Skyfall M12. 13h20, 17h, 21h, 00h10; Looper - Reflexo Assassino M16. 21h30, 00h20; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 11h, 13h30, 16h, 18h30 (V.Port./3D)

Almada ZON Lusomundo Almada FórumEstr. Caminho Municipal, 1011 T. 16996Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h15, 17h30, 21h30, 00h20; 007 Skyfall M12. 12h50, 16h, 21h, 00h10; Dos Homens Sem Lei M12. 12h40, 15h25, 18h10, 21h10, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h30, 15h40, 18h50, 22h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h10, 15h50 (V.Port.), 18h30, 21h20, 24h (V.Orig.); ParaNorman M6. 13h20, 15h40 (V.Port./3D); Arbitrage - A Fraude M12. 18h40, 21h15, 23h50; Looper - Reflexo Assassino M16. 13h, 15h45, 21h30, 00h15; Frankenweenie M12. 19h (3D); Para Roma com Amor M12. 12h55, 15h35, 21h30, 00h10; Linhas de Wellington M12. 18h15; As Palavras M12. 12h50, 15h10, 17h35, 21h05, 23h30; Taken - A Vingança M16. 12h50, 15h20, 17h45, 21h40, 24h; A Casa do Fim da Rua M16. 13h05, 15h40, 18h25, 21h20, 00h10; A Moral Conjugal M12. 13h30, 16h, 18h45, 21h55, 00h20; Manteiga M12. 13h40, 16h20, 18h55, 22h, 00h25; A Advogada M12. 13h05, 15h55, 18h35, 21h20, 00h15

Amadora CinemaCity Alegro AlfragideC.C. Alegro Alfragide. T. 214221030007 Skyfall M12. Cinemax - 13h30, 16h15, 19h, 21h45, 00h30; As Palavras M12. Sala 2 - 13h40, 15h40, 17h45, 19h55, 22h, 24h; A Advogada M12. Sala 3 - 13h25, 15h30, 17h40, 19h45, 21h50, 23h55; Para Roma com Amor M12. Sala 4 - 18h30; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 11h30, 13h50, 16h10 (V.Port./3D), 21h40 (V.Orig./3D); Frankenweenie M12. Sala 4 - 23h50; Resident Evil: Retaliação M16. Sala 5 - 19h50; A Casa do Fim da Rua M16. Sala 5 - 13h35, 15h35, 21h50, 00h20; Impy na Terra da Magia M4. Sala 6 - 11h25, 17h55 (V.Port.); Taken - A Vingança M16. Sala 6 - 19h55, 21h55, 23h45; A Possuída M16. Sala 7 - 00h25; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 7 - 17h35, 21h30; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 7 - 11h20, 13h20, 15h40, 18h (V.Port.); Brave - Indomável M4. Sala 8 - 11h35 (V.Port.); Actividade Paranormal 4 M16. Sala 8 - 14h, 16h, 17h50, 19h40, 21h40, 00h10; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 9 - 13h35, 16h05, 18h40, 21h35, 00h05; Terapia a Dois M12. Sala 10 - 19h50; ParaNorman M6. Sala 10 - 11h40, 15h45, 17h50 (V.Port.); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 10 - 21h50, 00h15 UCI Dolce Vita TejoC.C. da Amadora, 249/1, T. 707232221ParaNorman M6. Sala 1 - 13h55, 16h15, 18h45 (V.Port./3D); Linhas de Wellington M12. Sala 1 - 21h10, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 15h, 18h30, 21h30, 00h25; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 14h15, 16h40, 19h15 (V.Port.), 21h50, 00h15; Encomenda Armadilhada M12. Sala 4 - 19h, 21h25, 23h50; Impy na Terra da Magia M4. Sala 4 - 14h25, 16h30 (V.Port.); Brave - Indomável M4. Sala 5 - 13h45 (V.Port.); Patrulha de Bairro M12. Sala 5 - 16h40, 19h05, 21h55, 00h15; Morangos com Açúcar - O Filme M6. Sala 6 - 14h05; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 6 - 16h20, 19h05, 21h35, 00h10; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 7 - 14h05, 16h35, 19h10, 21h35, 00h20; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 8 - 13h50, 16h20, 18h50, 21h20, 23h50; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 9 - 14h, 16h40, 19h10,

Page 35: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | 35

Mónica Calle junta-se à Companhia Maior e, a partir de vários autores, coloca o envelhecimento do ser humano em palco. O objectivo é “pôr a nu o que há de mais secreto na vida de um indivíduo, o que contém

o valor supremo, o que aos olhos do mundo pode parecer irrisório, mesquinho, pobre”. Nos próximos quatro dias há sessões às 21h (sábado, segunda e terça) e às 16h (domingo). Bilhetes de 11€ a 14€ (com descontos).

Iluminações no Centro Cultural de Belém

21h40, 00h05; 007 Skyfall M12. Sala 10 - 14h, 17h, 21h10, 24h; Taken - A Vingança M16. Sala 11 - 13h55, 16h30, 19h05, 21h45, 00h10

Barreiro Castello Lopes - Fórum BarreiroFórum Barreiro, Campo das Cordoarias. T. 760789789Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 13h, 15h40 (V.P./3D), 18h40, 21h40, 24h (V.O./3D); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 12h45, 15h20, 18h10, 21h20, 23h50; Patrulha de Bairro M12. Sala 3 - 12h50, 15h50, 18h20; Para Roma com Amor M12. Sala 3 - 21h10, 23h40; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 12h40, 15h30, 18h30, 21h30, 00h20

Cascais Castello Lopes - Cascais VillaAvenida Marginal. T. 760789789Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 13h20, 15h40, 18h40 (V.P./3D), 21h; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 13h10, 15h50, 18h10, 21h10; Até que o Fim do Mundo nos Separe M12. Sala 3 - 12h50, 15h20, 18h, 21h40; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 12h40, 15h30, 18h30, 21h30; Linhas de Wellington M12. Sala 5 - 12h30, 15h25, 18h25, 21h20 ZON Lusomundo CascaiShoppingCascaiShopping-EN 9, Alcabideche. T. 16996Actividade Paranormal 4 M16. 12h50, 15h10, 18h40, 21h30, 23h50; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h20, 15h50, 18h20; A Casa do Fim da Rua M16. 21h50, 00h05; Dos Homens Sem Lei M12. 12h40, 15h30, 18h10, 21h10, 00h10; 007 Skyfall M12. 12h35, 15h40, 18h45, 22h; 007 Skyfall M12. 13h, 16h15, 21h, 00h20; Taken - A Vingança M16. 13h10, 15h20, 18h, 21h40, 24h; A Moral Conjugal M12. 13h05, 16h, 18h30, 21h20, 23h40

Caldas da Rainha Vivacine - Caldas da RainhaC.C. Vivaci. T. 262840197Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 13h40, 15h45, 18h, 21h30, 24h; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 13h30, 15h50, 18h10, 21h25, 23h55; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h20, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h20, 15h45 (V.Port.), 18h20, 21h15, 23h50; Taken - A Vingança M16. Sala 5 - 13h45, 16h, 18h10, 21h30, 23h45

Carcavelos Atlântida-CineR. Dr. Manuel Arriaga, C. Com. Carcavelos (Junto à Estação de CP). T. 214565653007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h30, 18h15, 21h30; Elas M16. Sala 2 - 15h45, 18h30, 21h45

Sintra CinemaCity Beloura ShoppingEst. Nac. nº 9 - Quinta Beloura. T. 219247643007 Skyfall M12. Cinemax - 13h30, 16h15, 19h, 21h30, 21h45, 00h30; Manteiga M12. Sala 1 - 13h50, 15h50, 17h40, 19h30, 21h50, 23h40; As Palavras M12. Sala 2 - 13h35, 15h35, 17h35, 19h35, 21h35, 23h35; A Advogada M12. Sala 3 - 13h35, 15h40 17h45, 19h50, 21h55, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 11h20, 13h40, 16h, 18h20 (V.Port./3D), 21h40, 00h05 (V.Orig./3D); Brave - Indomável M4. Sala 5 - 11h25, 15h30 (V.Port.); Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 13h25, 15h30, 17h35,

19h40, 22h, 00h10; Madagáscar 3 M6. Sala 6 - 11h35, 17h55; ParaNorman M6. Sala 6 - 11h45, 13h45, 15h45 (V.Port./3D); Para Roma com Amor M12. Sala 6 - 21h40; Taken - A Vingança M16. Sala 6 - 23h50; Impy na Terra da Magia M4. Sala 7 - 11h40, 15h55, 17h50 (V.Port.); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 7 - 13h40, 00h15 Castello Lopes - Fórum SintraC. C. Forum Sintra, Loja 2.21 - Alto do Forte. T. 760789789Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 1 - 12h50, 15h40, 18h20 (V.Port./3D); Frankenweenie M12. Sala 1 - 21h, 23h30 (3D); Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 13h40, 16h10, 18h30, 21h40, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 13h30, 16h, 18h50, 21h20, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 4 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Linhas de Wellington M12. Sala 5 - 12h40, 15h35, 18h25, 21h25; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 6 - 13h15, 15h40, 18h20, 21h10, 23h40; Taken - A Vingança M16. Sala 7 - 13h20, 15h30, 18h10, 21h50, 00h25

Leiria Castello Lopes - Leiria ShoppingCC Leiria Shopping, IC2. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h10, 16h, 18h50, 21h40; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 2 - 13h15, 15h40, 18h10, 21h50, 00h20; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 3 - 21h10, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 13h, 15h20, 18h30 (V.Port./3D); Terapia a Dois M12. Sala 4 - 12h50, 15h10, 18h, 21h, 23h30; Taken - A Vingança M16. Sala 5 - 13h20, 15h30, 18h40, 21h15, 23h50; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 13h30, 15h50, 19h, 21h30, 23h40; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 12h40, 15h, 18h20, 21h20, 00h10

Loures Castello Lopes - Loures ShoppingQuinta do Infantado, Loja A003 - Centro Comercial Loures Shopping. T. 760789789Actividade Paranormal 4 M16. Sala 1 - 13h30, 16h20, 18h30, 21h30, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 2 - 13h20, 16h, 18h10 (V.P./3D); Frankenweenie M12. Sala 2 - 21h40, 23h35 (3D); Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 13h40, 16h10, 18h55, 21h25, 23h50; Taken - A Vingança M16. Sala 4 - 13h25, 16h30, 18h40, 21h15, 23h25; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 12h40, 15h30, 18h20, 21h20, 00h10; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 13h, 15h50, 18h50, 21h45; Patrulha de Bairro M12. Sala 7 - 13h10, 15h40, 18h; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 7 - 21h10, 23h45

Montijo ZON Lusomundo Fórum MontijoC. C. Fórum Montijo. T. 16996007 Skyfall M12. 13h30, 17h30, 20h50, 00h10; 007 Skyfall M12. 13h, 16h30, 20h40, 24h; Dos Homens Sem Lei M12. 13h05, 15h40, 18h15, 21h, 23h50; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h25, 15h50 (V.P./3D), 18h30, 21h10, 23h40 (V.O.); Actividade Paranormal 4 M16. 13h15, 16h, 18h10, 21h30, 00h05; Taken - A Vingança M16. 13h20, 16h10, 18h20, 21h20, 23h45

Odivelas ZON Lusomundo Odivelas ParqueC. C. Odivelasparque. T. 16996Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h20, 18h40, 21h10, 23h30; 007 Skyfall M12. 15h, 18h, 21h, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço

de Sua Majestade M6. 13h40, 16h, 18h30 (V.Port./3D), 21h20, 23h50 (V.Orig.); Taken - A Vingança M16. 13h20, 15h30, 18h20, 21h30, 23h50; ParaNorman M6. 13h30, 15h40, 18h10 (V.Port.); Looper - Reflexo Assassino M16. 21h15, 24h

Oeiras ZON Lusomundo Oeiras ParqueC. C. Oeirashopping. T. 16996Arbitrage - A Fraude M12. 12h50, 15h20, 18h10, 21h15, 23h55; 007 Skyfall M12. 14h, 17h15, 21h, 00h10; Dos Homens Sem Lei M12. 12h55, 15h40, 18h30, 21h30, 00h15; As Palavras M12. 13h, 15h25, 18h20, 21h20, 23h50; 007 Skyfall M12. 12h30, 15h30, 18h40, 21h50; Taken - A Vingança M16. 18h45, 21h40, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h10, 15h45 (V.Port./3D); Manteiga M12. 13h15, 15h50, 18h15, 21h10, 23h45

Miraflores ZON Lusomundo Dolce Vita MirafloresC. C. Dolce Vita - Av. Túlipas. T. 707 CINEMAAstérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 15h10, 18h10 (V.P.), 21h10, 00h10 (V.O.); ParaNorman M6. 15h, 18h (V.P.); Para Roma com Amor M12. 21h, 24h; 007 Skyfall M12. 15h20, 18h20, 21h20, 00h20; Dos Homens Sem Lei M12. 15h30, 18h30, 21h30, 00h30

Torres Novas Castello Lopes - TorreShoppingBairro Nicho - Ponte Nova. T. 707220220007 Skyfall M12. Sala 1 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Encomenda Armadilhada M12. Sala 2 - 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 12h40, 15h30 (V.P./3D), 18h20, 21h10, 24h (V.O./3D)

Torres Vedras ZON Lusomundo Torres VedrasC.C. Arena Shopping. T. 16996Actividade Paranormal 4 M16. 13h45, 16h15, 18h30, 21h20, 23h30; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h30, 16h, 18h45 (V.Port./3D), 21h45, 00h25 (V.Orig./3D); Taken - A Vingança M16. 13h15, 15h45, 18h15, 21h35, 23h45; Linhas de Wellington M12. 14h50, 18h, 21h10, 00h15; 007 Skyfall M12. 14h40 , 17h45, 21h, 00h20

Torre da Marinha

Castello Lopes - Rio Sul ShoppingQta. Nova do Rio Judeu. T. 760789789007 Skyfall M12. Sala 1 - 12h35, 15h30, 18h25, 21h20, 00h15; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 12h55, 15h50, 18h45, 21h40; Taken - A Vingança M16. Sala 3 - 12h50, 15h10, 18h10, 21h25, 23h50; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 4 - 13h10, 15h40, 18h40, 21h30, 24h; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 5 - 21h10, 23h40; Astérix e Obélix M6. Sala 5 - 13h, 15h30, 18h30 (V.Port./3D); Astérix e ObélixM6. Sala 6 - 13h15, 16h, 18h50, 21h50, 00h10; Patrulha de Bairro M12. Sala 7 - 12h45, 15h20, 18h20, 21h, 23h30

Santarém Castello Lopes - SantarémLargo Cândido dos Reis. T. 760789789Patrulha de Bairro M12. Sala 1 - 13h40, 16h10, 19h, 21h40, 24h; Taken - A Vingança M16. Sala 2 - 13h20, 16h20, 19h10, 21h50, 00h20; Terapia a Dois M12. Sala 3 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 23h50; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 4 - 21h, 23h30; Astérix e ObélixM6. Sala 4 - 16h, 18h20 (V.Port./3D); Astérix e ObélixM6. Sala 5 - 13h10, 15h30, 18h50, 21h10, 23h40; 007 Skyfall M12. Sala 6 - 12h50, 15h40, 18h30, 21h20, 00h10

Setúbal Auditório CharlotAv. Dr. Ant. Manuel Gamito, 11. T. 265522446007 Skyfall M12. Sala 1 - 16h, 21h30 Castello Lopes - SetúbalC. Comercial Jumbo, Loja 50. T. 707220220Encomenda Armadilhada M12. Sala 1 - 13h10, 15h30, 18h20, 21h10; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 13h, 15h50, 18h50, 21h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 3 - 13h20, 16h (V.Port./3D), 18h40, 21h30; Para Roma com Amor M12. Sala 4 - 13h30, 15h40, 18h30, 21h20

Tomar Cine-Teatro Paraíso - TomarRua Infantaria, 15. T. 249329190Para Roma com Amor M12. Sala 1 - 21h30

Faro SBC-International CinemasC. C. Fórum Algarve. T. 289887212

Impy na Terra da Magia M4. Sala 1 - 10h50 (V.P.); Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 1 - 13h55, 16h30, 19h05, 21h40, 00h20; Para Roma com Amor M12. Sala 2 - 13h45, 16h10, 18h35, 21h05, 23h30; 007 Skyfall M12. Sala 3 - 12h, 15h, 18h, 21h, 24h; Frankenweenie M12. Sala 4 - 11h10, 13h10, 15h10, 19h10 (V.P./3D); 007 Skyfall M12. Sala 4 - 16h25; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 4 - 13h55, 19h25, 21h55, 00h20; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 5 - 21h40, 00h15; Astérix e Obélix M6. Sala 5 - 10h30 (V.P./2D), 12h15 (V.P./3D); 007 Skyfall M12. Sala 5 - 17h20; Dos Homens Sem Lei M12. Sala 5 - 14h45; Madagáscar 3 M6. Sala 6 - 11h (V.Port.); Taken - A Vingança M16. Sala 6 - 13h10, 15h15, 17h20, 19h25, 21h30 , 23h45; 007 Skyfall M12. Sala 7 - 12h40, 15h40, 18h40, 21h40; Ted M12. Sala 8 - 14h45, 19h10; Madagáscar 3 M6. Sala 8 - 10h15, 12h35 (V.P.); Encomenda Armadilhada M12. Sala 8 - 17h05, 21h30, 24h; Brave - Indomável M4. Sala 9 - 11h20 (V.P.); Selvagens M16. Sala 9 - 21h, 23h50; Patrulha de Bairro M12. Sala 9 - 14h, 16h20 18h40

Albufeira Castello Lopes - Algarve ShoppingEstrada Nac. 125 - Vale Verde. T. 760789789Astérix e Obélix Contra César M6. Sala 1 - 12h45, 15h20, 18h (V.P./3D); Frankenweenie M12. Sala 1 - 21h05, 23h30; 007 Skyfall M12. Sala 2 - 12h40, 15h30, 18h20, 21h20, 00h10; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 3 - 12h55, 15h40, 18h10, 21h, 23h35; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h05, 15h45, 18h25, 21h15, 23h40; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 5 - 12h50, 15h25, 18h05, 21h, 23h35; Actividade Paranormal 4 M16. Sala 6 - 13h15, 15h55, 18h30, 21h30, 24h; As Palavras M12. Sala 7 - 13h10, 16h, 18h35, 21h25, 23h55; 007 Skyfall M12. Sala 8 - 13h, 15h50, 18h50, 21h45; Taken - A Vingança M16. Sala 9 - 13h20, 15h40, 18h10, 21h35, 23h50

Olhão Algarcine - Cinemas de OlhãoC.C. Ria Shopping. T. 289703332007 Skyfall M12. Sala 1 - 18h30, 21h30, 23h55; Desafio Total M12. Sala 2 - 15h20, 18h20, 21h20, 23h50; Magic Mike M12. Sala 3 - 15h15, 18h15, 21h15, 23h50

Portimão Algarcine - Cinemas de PortimãoAv. Miguel Bombarda. T. 282411888007 Skyfall M12. Sala 1 - 15h30, 18h15, 21h30, 24h; Arbitrage - A Fraude M12. Sala 2 - 15h45, 18h15, 21h45, 00h15 Castello Lopes - PortimãoQuinta da Malata, Lote 1 - Centro Comercial Continente. T. 760789789Arbitrage - A Fraude M12. Sala 1 - 13h15, 16h, 18h50, 21h40, 00h05; Taken - A Vingança M16. Sala 2 - 13h30, 16h15, 19h, 21h50, 23h55; Terapia a Dois M12. Sala 3 - 13h40, 16h20, 19h10, 22h, 00h15; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 4 - 13h05, 15h40, 18h30, 21h10, 23h40; 007 Skyfall M12. Sala 5 - 13h, 15h50, 18h40, 21h30, 00h20; Looper - Reflexo Assassino M16. Sala 6 - 21h20, 24h; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. Sala 6 - 13h20, 16h10, 184h5 (V.Port./3D)

Tavira Zon Lusomundo TaviraR. Almirante Cândido dos Reis. T. 16996007 Skyfall M12. 12h10, 15h10, 18h15,

AS ESTRELAS DO PÚBLICO

JorgeMourinha

Luís M. Oliveira

Vasco Câmara

a Mau mmmmm Medíocre mmmmm Razoável mmmmm Bom mmmmm Muito Bom mmmmm Excelente

Adeus, Minha Rainha mmmmm – mmmmm

Bellamy mmmmm mmmmm mmmmm

Cirkus Columbia – mmmmm mmmmm

Elas mmmmm a –Frankenweenie mmmmm mmmmm –Galinha com Ameixas mmmmm – mmmmm

O Gebo e a Sombra mmmmm mmmmm mmmmm

Looper, Reflexo Assassino mmmmm – mmmmm

Para Roma, com Amor mmmmm mmmmm mmmmm

007 Skyfall mmmmm mmmmm mmmmm

Page 36: 3 NOV - PÚBLICO

36 | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

SAIRCarminho apresenta Alma no Coliseu dos Recreios

21h20, 00h20; Actividade Paranormal 4 M16. 13h, 15h05, 17h10, 19h15, 21h30, 23h50; Arbitrage - A Fraude M12. 13h10, 15h35, 18h20, 21h10, 23h40; Astérix e Obélix: Ao Serviço de Sua Majestade M6. 13h20, 15h50 (V.Port./3D), 18h30, 21h, 23h30 (V.Orig.); Linhas de Wellington M12. 14h50, 18h, 21h05, 00h15

TEATROLisboaTeatro da ComunaPraça de Espanha. T. 217221770 Agonia Irreversível De Juan Benet. Com João Tempera, Carlos Paulo, Hugo Franco. De 1/11 a 16/12. 4ª a Sáb às 21h30. Dom às 16h. Anne Frank, um diário De Anne Frank. Enc. Ricardo G. Santos. Com Marta Pessoa. De 27/10 a 4/11. Sáb às 21h30. Dom às 16h30.Teatro da Cornucópia - Bairro AltoRua Tenente Raúl Cascais, 1A. T. 213961515 Os Desastres do Amor Enc. Luis Miguel Cintra. De 1/11 a 25/11. 3ª a Sáb às 21h. Dom às 16h. M/12. Teatro da PolitécnicaRua da Escola Politécnica, 56. T. 961960281 O Festim - Do fim das coisas nada sabemos De Cláudia Lucas Chéu. Enc. Catarina Vieira, Solange Freitas, Tiago Cadete. De 2/11 a 3/11. 6ª e Sáb às 21h (Festival Temps dImages 2012). M/16. Raso Como o Chão Com Ana Deus, João Sousa Cardoso. De 31/10 a 3/11. 4ª às 21h. 5ª a Sáb às 19h (Festival Temps dImages 2012). Teatro Municipal de S. LuizR. António Maria Cardoso, 38. T. 213257650 Dança da Morte Enc. Marco Martins. Com Miguel Guilherme, Isabel Abreu, Sérgio Praia. De 25/10 a 17/11. 4ª a Sáb às 21h. Dom às 17h30 (na Sala Principal). Teatro Municipal Maria MatosAv. Frei Miguel Contreiras, 52. T. 218438801 Mundo Maravilha De 2/11 a 17/11. 4ª às 19h. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 18h. Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 Gil Vicente na Horta Enc. João Mota. De 20/10 a 2/12. 4ª, 5ª e 6ª às 11h. Sáb às 21h15.

Dom às 16h15 (na Sala Estúdio). M/12. Teatro TurimEstrada de Benfica, 723A. T. 217606666 Martírios Grupo: Arena de Feras. Enc. Afonso Guerreiro. De 25/10 a 4/11. 5ª a Sáb às 21h30. Dom às 17h. M/12. Os Cozinheiros d’Oz Grupo: Teatro Cubo. De 6/10 a 24/11. Sáb às 16h. M/4. Duração: 50m. Teatro VillaretAv. Fontes Pereira Melo, 30A T. 213538586 Commedia à la Carte De Carlos M. Cunha, César Mourão, Ricardo Peres. Com Carlos M. Cunha, César Mourão, Ricardo Peres. De 6/9 a 4/11. 5ª a Dom às 21h30. M/12. Villaret Comedy Club De 8/9 a 3/11. Sáb às 23h59 (no Átrio). Stand up. M/16.

EXPOSIÇÕESLisboaCulturgestRua Arco do Cego - CGD. T. 217905155 Flagrante Deleite - Rosemarie Trockel De 13/10 a 6/1. 2ª, 4ª, 5ª e 6ª das 11h às 19h (útlima admissão às 18h30). Sáb, Dom e feriados das 14h às 20h (útlima admissão às 19h30). Colagem, Cerâmica, Instalação. Espaço Fundação PLMJR. Rodrigues Sampaio, 29. T. 210964103 Na Boca do Povo De Lino Damião. De 10/10 a 8/12. 4ª a Sáb das 15h às 19h. Pintura. Outras Coisas De Jorge Días. De 10/10 a 8/12. 4ª a Sáb das 15h às 19h. Escultura. Fundação Arpad Szenes - Vieira da SilvaPraça das Amoreiras, 56. T. 213880044 100 Obras, 10 Anos: Uma Selecção da Colecção da Fundação PLMJ De Ângela Ferreira, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, João Louro, José Pedro Croft, Julião Sarmento, Miguel Palma, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Rui Chafes. De 27/9 a 27/1. 2ª, 4ª, 5ª, 6ª, Sáb e Dom das 10h às 18h. Pintura, Escultura, Outros. Galeria Torreão NascenteAvenida da Índia - Edifício da Cordoaria Nacional. T. 213646128 Cultura Magra (Bolsa 2011 Estação Imagem Mora) De Paulo Alegria (Paulgi).

De 19/10 a 20/12. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. Prémio Fotojornalismo Estação Imagem/Mora 2012 De António Pedrosa, João Carvalho Pina, Nelson d’Aires, Mário Cruz, Miguel Proença, José Ferreira, Rui Gaudêncio, Rui M. Oliveira, Paulo Pimenta, Tommaso Rada, Filipe Branquinho, entre outros. De 19/10 a 20/12. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Sáb e Dom das 14h às 18h. Fotografia. MUDE - Museu do Design e da ModaRua Augusta, 24. T. 218886117 Design Brasileiro: Mobiliário Moderno e Contemporâneo De Joaquim Tenreiro, Jerzy (Jorge) Zalszupin, José Zanine Caldas, Sérgio Rodrigues, Lina Bo Bardi, Paulo Mendes da Rocha, Oscar Niemyer, entre outros. De 22/9 a 4/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Design. Mostra Nacional Brasileira: Personagens e Fronteiras: Território Cenográfico Brasileiro De 22/9 a 4/11. 3ª a Dom das 10h às 18h. Design. Único e Múltiplo. 2 Séculos de Design A partir de 27/5. 3ª a Dom das 10h às 18h. Design. Exposição permanente. Museu Rafael Bordalo PinheiroCampo Grande, 382. T. 218170667 A Viagem. Caricaturas de António para a estação Aeroporto do Metropolitano De 26/7 a 29/12. 3ª a Sáb das 10h às 18h. Desenho, Ilustração, Outros. Palácio Nacional da AjudaLargo da Ajuda. T. 213637095 Diogo Navarro De 16/10 a 16/11. 3ª a Dom das 10h às 17h30. Pintura, Escultura, Vídeo.

MÚSICALisboaA Barraca - Teatro Cine ArteLargo de Santos, 2. T. 213965360 Noite Fetra n’A Barraca Hoje às 22h. Centro Cultural de BelémPraça do Império. T .707303000 Venus 3 Adonis Com André Godinho, Paula Garcia. De 1/11 a 4/11. Sáb e Dom às 19h (na Sala de Ensaios. Festival Temps d´Images). Cinema São JorgeAvenida da Liberdade, 175. T. 213103400 Ovelha Negra Hoje às 19h (Misty Fest). Supernada Hoje às 22h (Misty Fest). Coliseu dos RecreiosR.Portas de Santo Antão, 96. T. 213240580 Carminho Hoje às 21h30.Galeria Zé dos BoisR, 59 - Bairro Alto. T. 213430205 Guitarras Variáveis + Pinkdraft Hoje às 22h. MusicBoxRua Nova do Carvalho, 24. T. 213430107 Black Bombaim + Cuzo Hoje às 23h30. Ramboiage + Mr Beat Hoje às 02h. Teatro do BairroRua Luz Soriano, 63 (Bairro Alto). T. 213473358 Atma Hoje às 23h30 (Musidanças 2012). Teatro Nacional D. Maria IIPraça D. Pedro IV. T. 800213250 Bibi Ferreira Com Bibi Ferreira (voz), Flávio

Mendes (guitarra e violão), Itamar Assiere (piano). De 1/11 a 3/11. 5ª a Sáb às 21h (Ano do Brasil em Portugal - Mostra de Teatro do Brasil). Teatro Nacional de São CarlosLargo de São Carlos, 17. T. 213253045 Don Pasquale Com Coro do Teatro Nacional de São Carlos. Orq. Sinf. Portuguesa. Enc. Italo Nunziata. Até 10/11. 3ª, 5ª e 6ª às 20h (dias 6 e 8). Sáb e Dom às 16h (dias 4 e 10).

AlmadaIncrível ClubRua Capitão Leitão, 1. T. 212742900 Capitão Fantasma + Dead Combo Hoje às 23h.

SintraCentro Cultural Olga CadavalPraça Dr. Francisco Sá Carneiro. T. 219107110 A Naifa Hoje às 22h (Misty Fest 2012).

DANÇALisboaCulturgestRua Arco do Cego - Edifício Sede da CGD. T. 217905155 A Peça Vermelha Coreog. Lígia Soares. Hoje às 21h30 (Ciclo Celebração). Nada do que dissemos até agora teve a ver comigo Coreog. Rita Natálio. Hoje às 20h30 (Ciclo Celebração). M/12. Um Espanto não se Espera Coreog. Elizabete Francisca, Teresa Silva. Hoje às 22h30 (Ciclo Celebração). Teatro CamõesParque das Nações. T. 218923470 Anne Teresa De Keersmaeker Orq. Metropolitana de Lisboa. Comp. Nacional de Bailado, Companhia Rosas. Coreog. Anne Teresa De Keersmaeker. De 26/10 a 10/11. 6ª e Sáb às 21h (dias 2, 3, 9 e 10 Novembro). Dom às 16h (dia 4 Novembro - tarde família). M/12.

FARMÁCIAS

LisboaServiço PermanenteAlves Carvalho (Caminhos de Ferro) - Rua do Vale de Santo António, 7-9 - Tel. 218140125 Colonial (Anjos) - Rua do Forno do Tijolo, 40 - Tel. 218141122 Gomes (Parque Eduardo VII) - Rua Rodrigo da Fonseca, 101 - A - Tel. 213882333 Lys (D. Carlos I) - Rua da Esperança, 17-19 - Tel. 213960913 Probidade (Alcântara) - Rua de Alcântara, 15 - A -B - Tel. 213638589 S. João de Deus (Hotel Lutécia - 2ª Transv. à Av. Frei) - Rua Pedro Ivo, 1 A - B Miguel Contreiras - Tel. 218485140 Soc. Higilux (Pedrouços) - Rua de Pedrouços, 50-52 - Tel. 213110280 Vitex (S. Domingo de Benfica) - Estrada de Benfica, 373 - B - Tel. 217782113

Outras LocalidadesServiço PermanenteAbrantes - Santos (Rossio ao Sul do Tejo) Alandroal - Santiago Maior Albufeira - Alves de Sousa Alcácer do Sal - Alcacerense Alcanena - Correia Pinto Alcobaça - Campeão, Alves (Benedita) Alcochete - Cavaquinha Alcoutim - Caimoto Alenquer - Varela Aljezur - Furtado, Odeceixense

(Odeceixe) Aljustrel - Dias Almada - Vaz Carmona, Central, Pepo (Vila Nova da Caparica) Almeirim - Correia de Oliveira Almodôvar - Ramos Alpiarça - Aguiar Alter do Chão - Portugal (Chança) Alvaiázere - Pacheco Pereira (Cabaços) Alvito - Nobre Sobrinho Amadora - Carlos, Gaspar Pote, Heleno Amareleja - Duarte Arraiolos - Vieira Arronches - Batista Arruda dos Vinhos - Da Misericórdia Avis - Nova de Aviz Azambuja - Nova Barrancos - Barraquense Barreiro - Roldão, Piçarra, Marques Cavaco (Stº Antº da Charneca) Batalha - Ferraz Beja - Silveira Belmonte - Costa Benavente - Central (Samora Correia), Martins (Samora Correia) Bombarral - Hipodermia Borba - Central Cadaval - Misericórdia Caldas da Rainha - Caldense Câmara de Lobos - Moderna Campo Maior - campo Maior Cartaxo - Central do Cartaxo Cascais - Central (Carcavelos), Marginal, Aisir (Parede) Castanheira de Pera - Dinis Carvalho (Castanheira) Castelo Branco - Higiene (Amatus Lusitanus) Castelo de Vide - Roque Castro Marim - Moderna Castro Verde - Alentejana Chamusca - Joaquim Maria Cabeça Constância

- Carrasqueira (Montalvo) Coruche - Almeida Covilhã - Crespo, Moderna Crato - Saramago Pais Cuba - Da Misericórdia Elvas - lux Entroncamento - Carlos Pereira Lucas Estremoz - Costa Évora - Infante Sagres Faro - Alexandre Ferreira do Alentejo - Singa Ferreira do Zêzere - Soeiro Figueiró dos Vinhos - Serra Fronteira - Costa Coelho Fundão - Avenida Gavião - Pimentel Golegã - Moderna (Azinhaga), Oliveira Freire Grândola - Costa Idanha-a-Nova - Monsantina (Monsanto/Beira Baixa) Lagoa - Lagoa Lagos - Telo Leiria - Caixa Prev. da E.C.L. (Maceira), Oliveira (Marrazes) Loulé - Pinheiro, Maria Paula (Quarteira), Paula (Salir) Loures - Das Colinas, Das Olaias, Nova Charneca (Charneca), Soares (Sacavém), Pedro Santos (Vale Figueira), Até às 23h - Do Prior Velho, Até às 22h - Valente (Fanhões), Santa Iria (Santa Iria da Azoia), Faria (Santo António dos Cavaleiros) Lourinhã - Quintans (Foz do Sousa) Mação - Saldanha Mafra - Ericeirense, Costa Maximiano (Sobreiro) Marinha Grande - Central Marvão - Roque Pinto Mértola - Maktub, Nova de Mértola Moita - Teixeira (Baixa da Banheira), Parque Monchique -

Higya Monforte - Jardim Montijo - Moderna Mora - Canelas Pais (Cabeção) Moura - Rodrigues Mourão - Mourão Nazaré - Ascenso Nisa - Ferreira Pinto Óbidos - Vital (Amoreira/Óbidos) Odemira - Confiança Odivelas - Do Casal Novo, Aniceto Ferronha (Urb. Bons Dias - Odivelas), Até às 22h - Santa Rita, Silva Monteiro (Ponte da Bica/Odivelas) Oeiras - Maria, Santarita, Seixas Martins, Trindade Brás, Alegro (Dafundo), Silva Branco (Dafundo), Central, Até às 22h - De Lavadeiras, Nova de Queijas Oleiros - Martins Gonçalves (Estreito - Oleiros) Olhão - Brito Ourém - Beato Nuno, Fátima, Moderna Ourique - Nova (Garvão) Palmela - Tavares de Matos (Pinhal Novo) Pedrógão Grande - Baeta Rebelo Penamacor - Melo Peniche - Proença Pombal - Albergariense (Albergaria dos Doze), Barros Ponte de Sor - Cruz Bucho Portalegre - Elvas Portel - Misericordia Portimão - Pedra Mourinha Porto de Mós - Mirense (MIRA DE AIRE), Lopes Unipessoal Proença-a-Nova - Roda Redondo - Xavier de Cunha Reguengos de Monsaraz - Martins Rio Maior - Almeida Salvaterra de Magos - Carvalho Santarém - Francisco Viegas, Sucrs., Santos Real

Santiago do Cacém - Jerónimo, Mendes (Santo André) Sardoal - Passarinho Seixal - Do Vale, Romana, São Bento Serpa - Central Sertã - Lima da Silva Sesimbra - Cotovia, Nurei, Quinta do Conde, Leão Setúbal - Santiago, Cunha Pinheiro Silves - Algarve, Cruz de Portugal, Dias Neves, Sousa Coelho Sines - Atlântico, Monteiro Telhada (Porto Covo) Sintra - Cristina, Pinto Leal, São Francisco Xavier, André (Queluz), Dumas Brousse (Rinchoa), Valentim, Até às 22h - Idanha (Idanha) Sobral Monte Agraço - Costa Sousel - Andrade Tavira - Maria Aboim Tomar - Ribeiro dos Santos Torres Novas - Pereira Martins (Pedrogão) Torres Vedras - Quintela Vendas Novas - Nova Viana do Alentejo - Nova Vidigueira - Pulido Suc. Vila de Rei - Silva Domingos Vila do Bispo - Sagres (Sagres), Vila do Bispo Vila Franca de Xira - Central de Alhandra, Mercado (Alverca), Higiénica (Póvoa de Santa Iria), Roldão, Até às 21h - Sequeira (Sobralinho) Vila Nova da Barquinha - Tente (Atalaia) Vila Real de Santo António - Pombalina Vila Velha de Rodão - Pinto Vila Viçosa - Monte Montemor-o-Novo - Sepúlveda

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PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | 37

CRIANÇASA Coisa PerdidaTexto e ilustração Shaun Tan

Tradução Gabriela Rocha Alves

Edição Kalandraka

36 págs., 15€

O narrador começa por perguntar se os leitores querem escutar uma história. E diz que não se lembra das mais “divertidas” nem das mais “terríveis” que sabia dantes. Mas dispõe-se a contar uma: “A daquela vez em que encontrei uma coisa perdida.” Era Verão e o narrador estava a cuidar da sua colecção de caricas, junto ao mar. “(…) a certa altura parei para olhar em redor, sem nenhum motivo em particular. Quando vi a coisa pela primeira vez.” A forma que Shaun Tan dá “à coisa” faz lembrar uma cafeteira gigante com pernas viscosas, portas e gavetas a toda a volta, uma espécie de chaminé lateral e, às costas, uns suportes, tipo mochila, com uns sininhos nas pontas. Em linguagem coloquial: “Não se parece com nada.” É esse “não encaixar” que faz pensar que está perdida e não pertence a lugar nenhum. Por isso está triste, mas ninguém quer saber. Os livros de Shaun Tan revelam sempre preocupações sociais e políticas, traduzidas numa linguagem subtil e numa expressão plástica envolvente. Aqui mistura atmosfera futurista com grafi smo algo retro. As guardas de A Coisa Perdida, com a montagem da colecção de caricas, hipnotizam o leitor. O fi lme baseado nesta obra, The Lost Thing, venceu o Óscar de Melhor Curta de Animação em 2011. No mesmo ano, Shaun Tan recebeu o Astrid Lindgren Memorial Award. Ambos merecidos. Rita Pimenta

Livros

TEATROLisboaO Reino Dó Ré MiTeatro Rápido (R. Serpa Pinto, 14). Tel.: 213479138Sáb. e dom. às 11h35, 12h e 12h25. Sala 2. Até 25/11. 3€Uma micropeça para crianças com Bandolina, a princesa que vive no Reino Dó Ré Mi e que, tal como os restantes habitantes, gosta de música e quer aprender a tocar um instrumento. Mas qual deles há-de escolher? M/4

Viagem pelo Corpo HumanoTeatro Tivoli BBVA (Av. da Liberdade, 182 – 188). Tel.: 707234234Sáb. e feriados às 16h. 2ª a 6ª às 11h e 14h30 (escolas). Até 2/02. 10€ (8€ para escolas)O musical infantil da Plano 6 que, com texto de Ana Rangel e encenação de Claudio Hochman, conta a história de Maria. No dia em que se faz a árvore de Natal lá em casa, Maria adoece. Está com febre e sem energia. Esse é o ponto de partida para uma viagem pelo seu corpo, com paragens em diversos órgãos, com o objectivo de dar cabo do vírus que fez Maria adoecer. M/2

Peter PanTeatro Politeama (R. Portas de Santo Antão, 109). Tel.: 213405700Sáb. e dom. às 15h. 3ª a 6ª às 11h e 14h (escolas). Bilhetes de 7,50€ a 12,50€Quem nunca desejou viver na Terra do Nunca? Quem nunca quis ser criança para sempre? Filipe La Féria traz a sua versão da história escrita por James Matthew Barrie num musical sobre o menino que não queria crescer. M/3

A Flauta MágicaTeatro Armando Cortez – Casa do Artista (Estrada da Pontinha, 7). Tel.: 217154057Sáb., dom. e feriados às 15h. 3ª às 11h. 4ª a 6ª às 11h e 15h (escolas). Até final de Junho. Bilhetes a 10€ e 12€ (7€ para escolas)Com adaptação e encenação de Fernando Gomes, reposição da versão da ópera de Mozart pelo Teatro Infantil de Lisboa. A história de Tamino e Papageno, dois amigos muito diferentes que têm em comum o sonho de encontrar amor e felicidade. M/4

A Bela e o MonstroAcademia de Stº Amaro (R. da Academia Recreativa de Stº Amaro, 9). Tel.: 213636637

Sáb. às 15h. Dom. às 11h. Até 29/12. Bilhetes de 5€ a 12€A versão de Miguel Dias do conto clássico de Madame LePrince de Beaumont. Um príncipe é transformado em monstro por uma feiticeira, permanecendo nessa horrenda forma até ao dia em que encontre quem se apaixone por ele. Será Bela a sua salvação? M/6

PinóquioSoc. de Instrução Guilherme Cossoul (Av. Dom Carlos I, 61 - 1º). Tel.: 213973471Dia 10 às 18h. Bilhetes de 5€ a 7,50€O boneco de madeira, esculpido a partir de um tronco de árvore, que sonha ser um menino de verdade. Uma produção adaptada e encenada por Pedro Wilson. M/6

OdivelasA Bela AdormecidaCentro Cultural Malaposta (R. Angola – Olival Basto). Tel.: 219383100Sáb. às 16h. Dom. às 11h. 3ª a 6ª às 10h30 e 14h30 (escolas). Bilhetes a 6€Magia, humor e música nesta versão de Fernando Gomes do clássico de Charles Perrault sobre a história da bela princesa Aurora que, depois de adormecida durante cem anos, desperta para a felicidade. M/3

SeixalAs Bruxas de OzCinema São Vicente (Av. General Humberto Delgado, 20 – Paio Pires). Tel.: 214099896Amanhã às 16h. Bilhetes a 4€. O Teatro Reflexo inspira-se num dos famosos musicais da Broadway para contar a história anterior à chegada de Dorothy à Terra de Oz. A partir de Wicked, esta produção adapta a história protagonizada pela Bruxa Boa do Norte e pela Bruxa Má do Oeste à actualidade, abordando temas como o bullying ou os maus-tratos aos animais.

PortoHistória de um SegredoTeatro da Vilarinha (R. da Vilarinha, 1386). Tel.: 226108924Sáb. às 16h e 21h30. Dom. às 16h. 3ª a 6ª às 11h e 15h (escolas). Até 18/11. Bilhetes a 10€Uma história contada pelo Teatro Pé de Vento, com texto de Álvaro Magalhães e encenação de João Luiz, sobre um rei poderoso não consegue guardar um segredo de infância e conta-o ao seu criado, pedindo-lhe sigilo. Mas

como este segredo quer deixar de sê-lo, vai ser complicado guardá-lo. M/4

A Pequena SereiaTeatro Sá da Bandeira (R. de Sá da Bandeira, 108). Tel.: 222002550 Dom. às 11h30. Bilhetes de 6 a 10€ (grátis até aos 3; descontos para famílias)Musical da Vivonstage, baseado no conto de Hans Christian Andersen e co-organizado em parceria com o SeaLife. Ariel é uma pequena sereia descontente com a sua vida no mar. Anseia por ser como os humanos que vê à superfície. Por isso, discute muito com o pai por causa desses “bárbaros comedores de peixe”.

A Menina Verde e o Dr. Tutti-FruttiRivoli Teatro Municipal (Pç. D. João I). Tel.: 223392219Dom. às 11h, 16h e 17h. Bilhetes grátis para crianças; 17€ para adultosTeatro para bebés que conta a história da Quica, uma menina que fica doente e que perde o apetite. E a mãe pede ajuda ao Dr. Tutti-Frutti que, na companhia da Menina Verde, conduz a Quica numa viagem pelo saudável mundo das cores e dos frutos. Para meninos e meninas até aos 4 anos.

TondelaÁrvore que SomosCine Tejá - Novo Ciclo ACERT (Assoc. Cult. e Recreativa de Tondela). Tel.: 232814400Amanhã às 21h45; dom. às 16h . GratuitoProdução da Trigo Limpo Teatro Acert que, com encenação de José Rui Martins, celebra o “apego à terra” e reflecte sobre a sua “gente”. M/4

EXPOSIÇÕESAmadoraAmadora BD - Festival Internacional de Banda DesenhadaFórum Luís de Camões (R. Luís Vaz de Camões - Brandoa). Tel.: 2149486422ª a 5ª, dom. e feriados das 10h. às 20h. 6ª e sáb., das 10h. às 23h . Até 11/11. GratuitoCentrado na autobiografia, o 23.º Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora inaugura várias exposições com alguns dos mais importantes nomes da banda desenhada contemporânea. Como habitualmente, o AmadoraBD

Júnior proporciona actividades para os mais miúdos, com oficinas, modelagem de balões e pinturas faciais que decorrem durante o fim-de-semana.

T. Rex: Quando as Galinhas Tinham DentesPavilhão do Conhecimento – Ciência Viva (Parque das Nações). Tel.: 218917100Sáb., dom. e feriados das 11h às 19h. 3ª a 6ª das 10h às 18h. Até final de Agosto. Bilhetes de 3€ a 7€ (15€, bilhete família)Será que o T. Rex viveu em Portugal? Era um caçador ou alimentava-se de animais mortos? E teria escamas ou o corpo coberto de penas? T. Rex: Quando as Galinhas Tinham Dentes, a nova exposição do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva, é uma viagem ao tempo dos dinossauros onde os visitantes podem tocar num fóssil de pegada de um saurópode, sentir como era a sua pele ou descobrir um dos maiores e mais antigos ninhos de dinossauro do mundo.

PortoInsectos em OrdemJardim Botânico do Porto (R. Campo Alegre, 1191). Tel.: 2260021533ª a dom. das 10h. às 17h30 . Até 22/12. Na Casa Andresen. Bilhetes a 1,50€ Parte integrante da iniciativa O Mundo na Escola, apresentam-se 50 espécies de insectos e um desafio ao visitante: embarcar numa caça ao tesouro do reino animal. O objectivo é encontrar a ordem do insecto que é atribuído a cada visitante à entrada.

MÚSICASanta Maria da FeiraAs Canções da MariaEuroparque – Centro Cultural e de Congressos (Espargo de Baixo). Tel.: 256370200 Hoje às 11h00 e 16h. Bilhetes de 10 a 12€. Grátis até aos 2 anos.A Maria e os seus amigos - a Mathilde, a Manon e o Mathias - convidam todas as crianças a cantar e aprender com os temas didácticos saídos da imaginação de Maria de Vasconcelos. O livro/CD respectivo tem sido um sucesso de vendas.

PortoFantasia sobre a Fantasia - O FilmeCasa da Música (Av. da Boavista, 604/610). Tel.: 220120220A 10/11 às 11h. Sala 2. Bilhetes a 2.50€Fantasia, o filme de animação que, em 1940, pôs Mickey a conviver com as grandes obras da música clássica, inspirou um cine-concerto em 2010, que é agora reposto.

ACTIVIDADESLisboaMercadinho dos TalentosCentro Cultural de Belém – Jardim das Oliveiras (Pç. do Império). Tel.: 213612899Dom. das 11h às 17h. GratuitoO Jardim das Oliveiras recebe mais um mercadinho de talentos (música, dança, teatro, magia, poesia ou artes plásticas) e de traquitanas que já não se querem lá por casa. Para vender tudo até 1 euro. Esperam-se pequenos compradores.

[email protected] / [email protected]

Amadora BD

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38 | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

JOGOSCRUZADAS 8244

BRIDGE SUDOKU

TEMPO PARA HOJE

A M A N H Ã

Açores

Madeira

Lua

NascentePoente

Marés

Preia-mar

Leixões Cascais Faro

Baixa-mar

Fonte: www.AccuWeather.com

PontaDelgada

Funchal

Sol

17º

Viana do Castelo

Braga13º 18º

Porto14º 18º

Vila Real11º 16º

13º 18º

Bragança9º 15º

Guarda9º 15º

Penhas Douradas7º 12º

Viseu11º 16º

Aveiro15º 19º

Coimbra15º 19º

Leiria14º 20º

Santarém14º 21º

Portalegre12º 18º

Lisboa17º 21º

Setúbal14º 21º Évora

15º 21º

Beja16º 20º

Castelo Branco12º 19º

Sines17º 21º

Sagres17º 21º

Faro18º 20º

Corvo

Graciosa

FaialPico

S. Jorge

S. Miguel

Porto Santo

Sta Maria

15º 17º

15º 17º

Flores

Terceira14º 17º

20º 25º

22º 25º

15º 18º

17º

19º

07h06

QuartoMinguante

17h34

00h367 Nov.

1,5-2,5m

3m

18º

3m

22º2-3m

22º2-3m

04h56 3,117h18 2,9

11h09 1,023h16 1,1

04h31 3,116h53 2,9

10h43 1,122h47 1,2

04h37 3.016h54 2.8

10h31 1.0 22h37 1.1

2,5-3,5m

2,5-3,5m

3m

17º

19º

Horizontais 1. Em tempo algum. Lavrar. 2. Preposição designativa de substitui-ção. Peça transversal do arado em que o lavrador assenta as mãos. 3. Operário. Pessoa amada. 4. Deus do Amor entre os Gregos. Género de macaco nocturno da América Tropical. 5. A ti. Nome vul-gar extensivo a uns mamíferos noctur-nos, pertencentes a algumas espécies da família dos Tapirídeos. 6. Realizares. 7. Foguete que, ao rebentar a grande al-tura, larga fogos de cor. Avançavam. 8. Segmento de tronco de árvore. Doutora (abrev.). Contracção da prep. “de” com o pron. dem. “o”. 9. Nome da letra M. Sociedade Anónima (abrev.). Neste lu-gar. 10. Ardósia. Interjeição que designa cansaço. 11. Com muitos anos. Imaginar.

Verticais 1. Vate. Assunto. 2. De descen-dência ilustre. Benéfico. 3. Bramido de certas feras. Resíduos que ficam depois de peneirada a farinha. 4. Maneira es-pecial ou característica de dizer, escre-ver, compor, pintar, esculpir, etc. Eles. 5. Tomba. Oportunidade. Transpiro. 6. Retractes. 7. Contracção de “a” com “o”. Irritar. Suspiro. 8. Avenida (abrev.). Centésima parte do hectare. Autores (abrev.). 9. Pedra tosca. Sétima nota mu-sical. O qual. 10. Asa do nariz. Anteparo de madeira colocado por fora da janela. 11. Divisão ou subdivisão de um caule. Avaliar em moios.

Depois do problema resolvido encon-tre o provérbio nele inscrito (7 pala-vras).

Solução do problema anterior:Horizontais 1. Caspa. Mimar. 2. Raiar. Rima. 3. Cair. Ensoar. 4. Arranca. Pra. 5. Ma. Tio. Fio. 6. Lacraia. 7. DESERTO. CI. 8. Mas. Neutral. 9. Unido. Leiva. 10. Lavo. Oh. Par. 11. Aro. Isolar.Verticais 1. Cama. Mula. 2. Arara. Danar. 3. Sair. Lesivo. 4. PIRATAS. DO. 5. Aa. Niceno. 6. Recorre. OS. 7. Na. Atulho. 8. IRS. Fiote. 9. Miopia. Ripa. 10. Amaro. Cavar. 11. Rara. Vilar.Nome da obra: Os Piratas do Deserto.

Oeste Norte Este Sul 1 ♥passo 3 ♥ (1) passo 4 ♥Todos passam

Leilão: Qualquer forma de Bridge. (1) Apoio Bergen – 10-11 pontos de figura e fit de quatro cartas a copas.

Carteio: Saída: K ♣. Qual a melhor for-ma de cartear este jogo?

Solução: Sul conta com cinco perden-tes possíveis: o Rei de espadas, o Rei de copas, um ouro e dois paus. Depois da saída a paus, a defesa terá em aberto pelo menos duas vazas nesse naipe por encaixar, logo que tiver a mão. A única hipótese de nos livrarmos de uma das perdentes a paus é através das espadas, após tentarmos a passagem ao Rei. Essa passagem terá de resultar, porque se assim não for teremos sempre de ceder dois paus, uma espada e um ouro pelo

Dador: SulVul: Ninguém

Problema 4478 Dificuldade: Fácil

Problema 4479 Dificuldade: Difícil

Solução do problema 4476

Solução do problema 4477

NORTE♠ Q3♥ A872♦ A754♣ 853

SUL♠ AJ10♥ QJ1093♦ J2♣ A72

OESTE♠ 9654♥ 54♦ Q983♣ KQJ

ESTE♠ K872♥ K6♦ K106♣ 10964

João Fanha/Luís A.Teixeira ([email protected]) © Alastair Chisholm 2008 and www.indigopuzzles.com

menos. Portanto, há que ter em conta que fazer a passagem a copas não fará sentido nesta altura, se estiver mal a defesa te-rá a oportunidade de encaixar desde lo-go dois paus e um ouro para um cabide. Mesmo que resulte, o declarante conti-nuará a ter o seu contrato dependente da passagem a espadas. No entanto, se a passagem a espadas resultar, Sul pode até vir a ceder uma vaza a copas, uma vez que nessa altura já só terá uma perdente a paus , e, só poderá perder um pau, um ouro e uma copa. Optando por começar pela passagem a espadas, o declarante assegurará o contrato mes-mo que o Rei de copas esteja mal colo-cado. Em suma: Sul toma a vaza de saída com o Ás de paus da mão, vai ao morto no Ás de ouros e põe a Dama de espadas a correr. De pouco importa se Este cobre esta vaza com o Rei, Sul poderá sempre alinhar três vazas rápidas a espadas para baldar um pau perdente do morto, para assegurar o contrato. A passagem a co-pas virá depois, se resultar passará a ha-ver uma vaza a mais.

Considere o seguinte leilão:Oeste Norte Este Sul 1ST passo?

O que marca com a seguinte mão?♠ 542 ♥ 96 ♦ K5 ♣ KJ10982

Resposta: Desta vez temos apenas se-te pontos de figura mas, esta mão vale mais do isso. O excelente naipe de paus oferece fortes possibilidades de se vir a realizar cinco ou seis vazas só nesse nai-pe, o Rei de ouros também é forte can-didato para uma vaza. Para um bom en-tendedor uma voz basta: 3ST!

MeteorologiaVer mais emwww.publico.pt

Page 39: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | 39

PESSOAS

Fotografia de Kate Moss na Face foi abusoA fotografia de Kate Moss nua na revista Face em 1990 lançou a sua carreira. Agora, à Vanity Fair, o supermodelo contou como a sessão fotográfica, realizada quando tinha 16 anos, foi um abuso. “Hoje em dia, pedir a uma rapariga de 16 anos que tire as roupas é algo que soaria muito esquisito”, disse Moss. “Mas eles foram muito claros: se não o fizeres, nunca mais te daremos trabalho. Por isso, fechei-me na casa de banho a chorar. Depois saí e fiz o que era preciso fazer. Mas nunca me senti muito confortável com isso”.Dois anos mais tarde, contou ainda Moss, teve de pedir ajuda médica, para curar a ansiedade. “Ninguém toma conta de nós sob o ponto de vista mental. E há uma enorme pressão para que façamos o que querem”.A sessão da Face, a revista que na época ditava as tendências na Europa, foi da autoria da fotógrafa Corinne Day, que, por sua vez, ficaria também famosa por ter descoberto Kate Moss. Day, no entanto, lutaria até à sua morte, aos 48 anos, de um tumor cerebral, contra esse rótulo.

HOJE FAZEM ANOS

Eduardo Ferro Rodrigues, deputado do PS, 63; Pablo Aimar, futebolista do Benfica, 33; Dolph Lundgren, actor, 55; Roseanne Barr, actriz, 60; Adam Ant, Músico, 58; Anne Wintour, editora da Vogue, 63

PAUL HACKETT/REUTERS

Lady Gaga ganzadano Halloween

Charlie Sheen ganzado sempre

Muitos famosos se disfarçaram

para aparecerem nas festas de

Halloween. Lady Gaga levou

o momento mais a sério do

que a maioria: disfarçou-se se

marijuana, mas fê-lo por dentro

e por fora. “Fui ganzada para o

Halloween”, disse ela no Tweeter,

depois de se ter exibido com

folhas de cannabis a cobrir-lhe os

seios. “Sou a Princesa Ganzada,

a Rainha da Cannabis”. Num

espectáculo em Amesterdão no

mês passado, já tinha mostrado a

sua posição quanto às drogas leves

fumando um grande “charro” em

palco, entre duas canções.

Segundo revelações de vários

amigos à prestigiada revista Radar,

o actor Charlie Sheen voltou às

drogas. A actriz Denise Richards,

uma grande amiga, declarou:

“Ele fuma, bebe e assiste a fi lmes

pornográfi cos. Quando não está

a ver esse tipo de fi lmes, contrata

prostitutas”. Segundo outro

amigo, que se disse muito íntimo,

Sheen anda a gastar 2 mil dólares

por dia em drogas e mulheres.

Numa entrevista à Rolling Stone,

há meses, o actor tinha garantido

que mudara de vida e estava

recuperado. Mas fez uma ressalva:

“Só não abdico da bebida”.

Life&StyleVer mais emlifestyle.publico.pt/pessoas

Page 40: 3 NOV - PÚBLICO

40 | DESPORTO | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

REACÇÕES

Foi um jogo excepcional. As individualidades surgem naturalmente quando o jogo colectivo é forte

Tudo falhou, não estivemos ao nosso nível. O FC Porto foi superior em todos os aspectos

Vítor PereiraFC Porto

Pedro MartinsMarítimo

FC Porto 5Jackson Martínez 4’; Varela, 34’; Jackson Martínez, 60’; James Rodríguez, 73’; James Rodríguez, 77’

Marítimo 0

Jogo no Estádio do Dragão, no Porto.

Assistência 27.609 espectadores

FC Porto Helton (Fabiano, 74’); Danilo a79’, Maicon, Abdoulaye (32’), Otamendi a64’ e Mangala; Lucho González, Fernando (Defour, 28’) e João Moutinho; James, Jackson e Varela. Treinador Vítor Pereira.

Marítimo Ricardo; Briguel, Roberge a64’, João Guilherme, Ruben Ferreira; João Luiz a66’, Rafael Miranda, Semedo (Olberdam, 46’); Heldon, Sami (Fidélis, 46’) e Danilo Dias. Treinador Pedro Martins.

Árbitro João Capela, Braga.

Marítimo foi presa muito fácil paraum FC Porto esfomeado e dinâmico

Pela terceira vez em quatro jogos no

campeonato no Estádio do Dragão, o

FC Porto ganhou com uma goleada.

Contra o Marítimo, ao qual marcou

cinco golos sem resposta, conseguiu

a sua vitória mais dilatada e a melhor

exibição da temporada.

Jackson Martínez juntou mais dois

golos à sua colecção (falhou outros

dois) e facturou pela sétima jornada

consecutiva. Varela marcou pelo ter-

ceiro jogo seguido. E James Rodríguez

fez os últimos dois. Muito pouco Ma-

rítimo para demasiado FC Porto, que

continua a brincar ao jogo do gato

e do rato com o Benfi ca. Desta vez,

são os portistas que estão isolados à

condição, à espera do que fazem os

“encarnados”.

A única má notícia para Vítor Pe-

reira foi que a sua equipa teve quase

tantas lesões como golos. Fernando,

FÁBIO POÇO/NFACTOS

Jackson Martínez continua em grande forma e ontem marcou dois golos pelo FC Porto. Há sete jogos consecutivos que o colombiano marca

ro toque. O Marítimo passou grande

parte do jogo atrás da bola, prova-

velmente porque desta vez o FC Por-

to, ao contrário de outras ocasiões,

não baixou o ritmo. Não se limitou a

marcar uma vez e tentar controlar o

jogo, desacelerando. Desejou marcar

mais. Varela fez o 2-0 ainda antes do

intervalo, com um remate fantástico

em arco.

Em todas as deslocações anteriores

que fez ao recinto portista no campe-

onato, o melhor que o Marítimo tinha

conseguido foram dois empates. On-

tem, rapidamente se percebeu que

difi cilmente conseguiria arrecadar

pelo menos um ponto. Pedro Martins

tentou alterar o rumo do jogo e co-

locou Fidélis e Olberdam em campo

no início da segunda parte. A equipa

esboçou uma pequena reacção, mas

o terceiro golo dos locais, o segundo

de Jackson (59’), fez regressar a par-

tida ao local de partida. Até ao fi m,

ainda houve tempo para James mar-

car duas vezes.

Os “dragões” marcaram cedo e acabaram por golear. Jackson Martínez e James Rodríguez bisarame Varela fez o outro golo dos “azuis e brancos”, que fi zeram três substituições por lesão

Crónica de jogo Manuel Assunção

Maicon e Helton foram todos substi-

tuídos devido a lesão – o guarda-redes

provavelmente por o jogo já estar re-

solvido —, enquanto Lucho terminou

a partida com problemas. Os dois pri-

meiros saíram com o jogo ainda por

resolver, mas ontem para os “azuis

e brancos” nada foi um problema.

Entrou Defour e depois os estreantes

na Liga Abdoulaye e Fabiano, que di-

fi cilmente poderiam ter desejado um

jogo mais calmo para se apresenta-

rem aos adeptos.

Uma entrada forte no encontro

facilitou a vitória portista. Aos 3’, já

Jackson festejava novo golo, o décimo

em 12 jogos ofi ciais. O colombiano,

que ainda chegou depois ao golo n.º

11, foi assistido pelo compatriota Ja-

mes Rodríguez, que também voltou a

fazer uma grande exibição. De resto,

todos os jogadores do campeão esti-

veram em bom nível. Esse primeiro

golo revelou as qualidades da equipa

neste jogo: dinamismo, vontade, sim-

plicidade e prioridade pelo primei-Positivo/Negativo

Jackson e JamesO ponta-de-lança soma 11 golos nos primeiros 12 jogos oficiais com a camisola portista. O esquerdino também marcou duas vezes depois de assistir o compatriota no primeiro golo.

Meio-campo portistaFernando fez quase tudo bem até sair lesionado, Lucho foi eficaz e João Moutinho fez duas assistências para golo.

OtamendiBrilhou no início e controlou no resto do jogo.

MarítimoO 5.º classificado da época passada não conseguiu fazer nada de jeito no Dragão.

SamiO guineense simbolizou o truque de desaparecimento que o Marítimo fez especialmente na primeira parte. Foi substituído ao intervalo. Passou ao lado do encontro, mas não foi o único da sua equipa.

spectos

ns

Page 41: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | DESPORTO | 41

II LIGAJornada 12Belenenses-Penafiel 2-0FC Porto B-Marítimo B hoje, 16h, Porto CanalTrofense-Oliveirense amanhã, 11h15, SP-TV1Feirense-Sp. Covilhã amanhã, 15hTondela-Portimonense amanhã, 15hFreamunde-Arouca amanhã, 15hBenfica B-Sporting B amanhã, 16h, Benfica TVNaval-V. Guimarães B amanhã, 16hU. Madeira-Leixões amanhã, 16hSanta Clara-Atlético amanhã, 16hSp. Braga B-Desp. Aves amanhã, 16h

J V E D M-S PSporting B 11 9 1 1 21-9 28Belenenses 12 9 1 2 20-11 28Oliveirense 11 6 4 1 17-9 22Marítimo B 11 7 0 4 15-7 21Arouca 11 6 3 2 20-10 21Penafiel 12 6 2 4 14-13 20Benfica B 11 5 4 2 25-14 19Tondela 11 5 3 3 17-16 18Desp. Aves 11 4 5 2 10-9 17Leixões 11 4 4 3 12-13 16V. Guimarães B 11 3 4 4 8-8 13Portimonense 11 3 4 4 13-14 13U. Madeira 11 3 4 4 10-13 13Sp. Covilhã 11 2 6 3 7-9 12Atlético 11 4 0 7 10-17 12Santa Clara 11 2 4 5 10-14 10Trofense 11 2 4 5 8-15 10Naval 11 2 3 6 11-17 9FC Porto B 11 1 5 5 8-15 8Feirense 11 2 2 7 10-18 8Sp. Braga B 11 0 6 5 10-16 6Freamunde 11 1 3 7 7-16 6

Próxima jornadaOliveirense-Benfica B, Sporting B-Naval, Atlético-Feirense, Sp. Covilhã-Sp. Braga B, Marítimo B-Santa Clara, Trofense-Freamunde, Arouca-FC Porto B, Portimonense-Desp. Aves, Leixões-Tondela, Penafiel-U. Madeira e V. Guimarães

MELHORES MARCADORES

I Liga8 golos Jackson (FC Porto)6 golos Éder (Sp. Braga)5 golos Ghilas (Moreirense), James Rodríguez (FC Porto)4 golos Cardozo, Lima e Rodrigo (Benfica), Luís Leal e Steven Vitória (Estoril), Meyong (V. Setúbal), Tarantini (Rio Ave)II Liga10 golos Esgaio (Sporting B), Joeano (Arouca)7 golos Ivan Cavaleiro (Benfica B), Barry (Oliveirense)

CLASSIFICAÇÃOI LIGA

Jornada 8FC Porto-Marítimo 5-0Sp. Braga-Gil Vicente hoje, 18h30, SP-TV2Benfica-V. Guimarães hoje, 20h30, SP-TV1Nacional-Beira-Mar amanhã, 16hP. Ferreira-Olhanense amanhã, 16hMoreirense-Rio Ave amanhã, 16hAcadémica-Estoril amanhã, 18h, SP-TV1V. Setúbal-Sporting amanhã, 20h15, SP-TV1

J V E D M-S PFC Porto 8 6 2 0 22-5 20Benfica 7 5 2 0 19-6 17Sp. Braga 7 4 2 1 17-10 14Rio Ave 7 3 2 2 9-9 11V. Guimarães 7 3 2 2 7-10 11P. Ferreira 7 2 4 1 10-7 10Gil Vicente 7 2 3 2 6-8 9Académica 7 1 5 1 9-8 8Marítimo 8 2 2 4 4-13 8Sporting 7 1 4 2 5-7 7V. Setúbal 7 1 4 2 5-10 7Olhanense 7 1 3 3 12-14 6Moreirense 7 1 3 3 10-11 6Estoril 7 1 3 3 11-13 6Nacional 7 1 2 4 9-15 5Beira-Mar 7 0 3 4 7-16 3

Próxima jornadaRio Ave-Benfica, Marítimo-V. Setúbal, Sporting-Sp. Braga, Estoril-Moreirense, FC Porto-Académica, Olhanense-Beira-Mar, V. Guimarães-Nacional e Gil Vicente-P. Ferreira.

PEDRO CUNHA

Luís Filipe Vieira viu a SAD benfiquista aumentar o prejuízo

Os proveitos totais do Benfi ca em

2011-12 rondaram os 128 milhões de

euros, com a venda de passes de jo-

gadores a representar a maior fatia

do bolo: 30,6 milhões de euros (24%).

Uma rúbrica que ainda não inclui as

receitas geradas pelas transferências

de Witsel e Javi Garcia, de 56 milhões

de euros, que só irão surgir no exer-

cício da presente temporada, segun-

do revela o relatório e contas da SAD

(Sociedade Anónima Desportiva),

apresentado esta semana.

Logo atrás das transferências,

surgem os proveitos referentes à

participação da equipa de Jorge

Jesus na Liga dos Campeões, que

proporcionou uma receita recorde

para o clube nas competições euro-

peias, ao atingir os quartos-de-fi nal

da prova: 22,4 milhões de euros. No

terceiro lugar do pódio, surgem os

20,3 milhões referentes a patrocí-

nios e merchandising. Seguem-se as

receitas de bilheteira, que atingiram

os 9,4 milhões; as transmissões te-

levisivas, 8,5 milhões; a quotização,

8,4 milhões, e a venda de camarotes

e lugares executivos, 7,5 milhões,

para além de outros itens de menor

expressão.

Custo com pessoal sobe 13,7%O problema é que as despesas totais

do Benfi ca também impressionam,

aproximando-se perigosamente dos

140 milhões de euros. Os custos com

pessoal são os grandes contribuin-

tes para este número, com 48,1 mi-

lhões de euros, representando sozi-

nho 57,6% dos custos operacionais.

Um valor que aumentou cerca de

13,7% em relação ao exercício ante-

rior, devido ao aumento da massa

salarial do plantel, resultante dos

investimentos feitos para o seu re-

forço, mas também pelos prémios

por objectivos que foram distribuí-

dos aos jogadores ao longo da épo-

ca, particularmente pela boa pres-

tação na Liga dos Campeões. Já os

encargos fi nanceiros do Benfi ca (on-

de se incluem os juros respeitantes

da dívida à banca) rondaram os 23

milhões de euros.

O saldo negativo do exercício

de 2011-12, contribuiu para que os

Receitas totais do Benfica atingiram128 milhões de euros em 2011-12mas despesas subiram aos 140 milhões

capitais próprios consolidados da

Benfi ca SAD (que revelam o valor lí-

quido patrimonial que uma empresa

detém em determinado momento)

registassem um valor negativo de

aproximadamente 14,2 milhões de

euros a 30 de Junho de 2012. Um

decréscimo de 16,6 milhões de euros

em relação a igual período de 2011.

Uma situação desdramatizada pe-

los responsáveis da sociedade que

gere o futebol, considerando que a

mesma seria facilmente invertida

se a estratégia tivesse passado pela

alienação dos direitos económicos

de alguns dos principais activos do

plantel.

Fora do presente relatório em con-

tas, fi caram 3,6 milhões de euros re-

sultantes das transferências de Yar-

tey (Sochaux), Capdevilla (Espanyol)

e Emerson (Trabzonspor) que, tal

como as de Witsel e Javi Garcia, se-

rão apenas registadas no primeiro

trimestre de 2012-13. Também fora

da contabilidade do último exercí-

cio fi caram 16,7 milhões de euros de

investimento em reforços para esta

temporada, de onde se destacam as

contratações de Sálvio (Atlético de

Madrid) e Lima (Sp. Braga).

FinançasPaulo Curado

Custos com pessoal lideram a lista das despesas, representando 57,6% do total dos custos operacionais da SAD

140Milhões de euros, são aproximadamente os custos totais da Benfica SAD no exercício de 2011-12, com as depesas com pessoal a somarem 48,1 milhões de euros.

14,2Milhões de euros negativos é o valor dos capitais próprios da sociedade que gere o futebol “encarnado” a 30 de Junho de 2012.

56Milhões de euros resultantes das transferências de Witsel e Javi Garcia serão registados apenas nas contas de 2012-13.

Benfica 4-1-3-2

V. Guimarães 4-3-3

MelgarejoJardelGarayMaxi

Pereira

Artur

Douglas

El Adoua

Toscano

AlexN’DiayeDefendiAddy

MarcoMatias

JoãoRibeiro

Matic

Lima

Salvio

Estádio da LuzLisboa

Árbitro: João Ferreira Setúbal

20h30Sport TV1

André Gomes

Cardozo

Gaitán

Ricardo LeonelOlímpio

Termina em 2013

Jesus não pensaem novo contrato

O contrato de Jorge Jesus com o Benfica termina no final da presente temporada, mas o técnico

“encarnado”, a cumprir o seu quarto ano no clube, garante que não está a pensar na renovação e que esta não depende do que conseguir conquistar até ao fim da época. “A minha avaliação tem que ser feita tendo em conta o que era antes de eu chegar ao Benfica. A valorização do meu trabalho não se coloca só este ano, mas nestes três anos. O que era o Benfica antes de eu chegar, a nível dos títulos e o que era na Liga e na Champions, que não existia”, afirmou ontem o técnico. O Vitória de Guimarães é hoje o próximo adversário do Benfica na liga portuguesa, um jogo que será disputado no Estádio da Luz. “É um adversário difícil, uma equipa que tem prestígio e valor no campeonato português”, considera Jorge Jesus, que não vai poder contar com os castigados Enzo Perez e Luisão, nem com o lesionado Aimar, enquanto o defesa Melgarejo está em dúvida. M.V.

Page 42: 3 NOV - PÚBLICO

42 | DESPORTO | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

É relativamente curta a história dos

duelos entre Sporting de Braga e Gil

Vicente, que coabitam no escalão

principal do futebol português pe-

la 16.ª vez. Se em Barcelos o saldo

é equilibrado (cinco triunfos para

cada lado e cinco empates no cam-

peonato), em Braga tem dominado

o anfi trião, vencedor em oito oca-

siões e derrotado em duas. Hoje, a

equipa de José Peseiro, 3.ª na I Liga

com mais cinco pontos do que o ad-

versário, é novamente favorita, co-

mo de resto admitiu António Fiúsa,

presidente do clube visitante.

No primeiro jogo em Braga, na I

Liga, entre os dois emblemas foi,

contudo, o Gil Vicente o mais feliz.

Na época de 1990-91, depois de um

nulo em Barcelos, os “galos” ganha-

ram 1-2 no Estádio 1.º de Maio, com

Nogueira a bater Regis no início e

no fi m da primeira metade antes

de Forbs reduzir perto do fi m. Em

Janeiro de 1993, o Gil Vicente voltou

a surpreender, através de um golo

solitário de Ljubinko Drulovic, num

jogo em que, segundo as crónicas

de então, o guarda-redes Fernando

Brassard foi um dos melhores em

campo e ajudou os visitantes a se-

gurarem a vantagem.

Na temporada seguinte, o Spor-

ting de Braga, no entanto, con-

seguiu uma goleada por 4-0 — o

resultado mais desnivelado de

sempre neste clássico minhoto,

independentemente do palco em

que foi disputado —, com golos

de Toni (2) e Fernando Pires (2),

e depois disso somou seis triun-

A última vez queo Gil surpreendeu o Braga tinha Drulovic

fos e cinco empates em 11 jogos.

Para o jogo desta noite, José Pe-

seiro terá de estrear uma nova du-

pla de centrais nesta temporada,

pois Paulo Vinicius, presente em

todos os jogos do Braga desde o

início da época, não está ainda em

condições. Douglão, que regres-

sa de lesão, deverá ser o escolhi-

do para acompanhar Nuno André

Coelho, embora a proximidade da

recepção ao Manchester United

possa valer uma oportunidade ao

alemão Maximilian Haas, um dos

três centrais da equipa com pelo

menos 1,90m.

Do lado do Gil Vicente, depois da

exibição pouco conseguida frente ao

Benfi ca, é natural que César Peixoto,

que regressa após castigo, recupere

a titularidade no meio-campo.

Ismaily, Paulo César, Djamal, Pau-

lo Vinicius e Carlão (Braga) e Daniel,

Luan e Tiero (Gil Vicente) estão le-

sionados.

FutebolManuel Assunção

Um golo do sérvio valeu uma das duas vitórias do Gil Vicente no estádio do Sporting de Braga, que tem dominado este duelo

Sporting de Braga 4-2-3-1

Gil Vicente 4-3-3

EldersonDouglãoN.A. CoelhoSalino

Beto

Adriano

C. Peixoto

Rafa

P. ArantesHalissonCláudioL. Amaral

Luís CarlosBrito

Custódio

Alan

Estádio AxaBraga

Árbitro: Rui Silva Vila Real

18h30SP-TV2

H. Viana

R. Micael

ÉderH. Barbosa

Luís Manuel

André Cunha

Breves

Atletismo

Futebol

Maratona de Nova Iorque adiada por causa do Sandy

Mourinho imaginao Real Madrid sem elee sem Ronaldo

Apesar dos desejos do mayor Michael Bloomberg, a maratona de Nova Iorque, agendada para amanhã, já não se vai realizar. O cancelamento de uma das mais importantes maratonas mundiais, que recebe anualmente cerca de 50 mil participantes, é mais uma das consequências da passagem na segunda-feira do furacão Sandy pela cidade, que ainda sofre com inundações e falta de luz em várias zonas. No entanto, ainda não é certo que a edição deste ano seja cancelada em definitivo ou apenas adiada.

José Mourinho imagina o Real Madrid sem ele como treinador e sem Cristiano Ronaldo no plantel. A visão do treinador português surgiu depois de ter sido questionado sobre um hipotético interesse do Paris-SG na sua contratação e na do avançado português, por quem o emblema francês estaria disposto a gastar cem milhões de euros. “Sim, imagino o Real Madrid sem qualquer um de nós. Se dependesse de algum jogador ou treinador, mal estaria e não seria o clube que é”, vincou. O polaco Janowicz está perto da

final do torneio de Paris

Jerzy Janowicz continua a surpreen-

der no BNP Paribas Masters. O po-

laco que abriu a época num torneio

future (a categoria mais baixa do cir-

cuito profi ssional) discute hoje um

lugar na fi nal do derradeiro Masters

1000 do ano.

Com a eliminação dos cabeças de

cartaz da prova, resta ao público do

Palais Omnisports Paris-Bercy a hi-

pótese de celebrar o triunfo de um

jogador da casa. Gilles Simon ainda

está na corrida.

Mas o dia de ontem foi de Janowi-

cz, que ganhou ontem o sexto en-

contro em Bercy ao eliminar Janko

Tipsarevic (9.º ATP), que abando-

nou a 4-6, 6-1, 4-1. Com dois breaks

de desvantagem, Tipsarevic pediu

assistência médica, mas pouco de-

pois comunicou a desistência. Des-

portista, apontou para o adversário,

Bercy estáa confirmara qualidadede Jerzy Janowicz

pedindo ao público um aplauso me-

recido para o vencedor.

Após o nervoso inicial, Janowicz

começou a largar winners, tanto de

direita como de esquerda, com al-

guns amorties pelo meio e serviços

bem acima dos 200km/h, aprovei-

tando bem a sua altura (2,03m). O

seu estilo agressivo, mas igualmente

criativo, apoiado numa grande ligei-

reza de movimentos e uma enorme

entrega e determinação, cativou os

adeptos parisienses, conhecidos por

preferirem um ténis mais técnico.

“Nos segundo e terceiro sets, jo-

guei o melhor ténis da minha vida.

Não sabia que podia jogar assim tão

bem. Não tem sido fácil para mim

lidar com o que me tem acontecido.

A minha família chorava. Mas não

quero parar aqui”, afi rmou Janowi-

cz, que abordou 2012 como 221.º do

ranking, mas com uma nova raqueta

e um novo preparador físico.

Mais tarde, conquistou três títulos

em challengers e, no primeiro tor-

neio do Grand Slam em que acedeu

ao quadro principal, em Wimble-

don, foi até à terceira ronda. No mês

passado, estreou-se nos quartos-de-

fi nal de um torneio do ATP World

Tour, em Moscovo e na próxima se-

mana surgirá no top 50. Mas o po-

laco de 21 anos já tinha criado ex-

pectativas quando júnior, ao atingir

as fi nais do escalão em Wimbledon

(2007) e Roland Garros (2008).

Gilles Simon (20.º) estreia-se nas

meias-fi nais do BNP Paribas Masters,

após afastar Tomas Berdych (6.º),

com um duplo 6-4. Tanto Berdych

como Tipsarevic tem garantido um

lugar na próxima semana, no Bar-

clays ATP World Tour.

Eliminado fi cou Jo-Wilfred Tsonga

(7.º), diante do espanhol David Fer-

rer (5.º), que venceu, por 6-2, 7-5. A

hipótese de uma fi nal cem por cento

francesa continuava de pé, antes da

realização do duelo entre Michael

Llodra (121.º) e o norte-americano

Sam Querrey (23.º).

TénisPedro Keul

David Ferrer continua discreto como sempre, mas é agora o mais cotado ainda em prova no BNP Paribas Masters

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Page 43: 3 NOV - PÚBLICO

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Page 44: 3 NOV - PÚBLICO

44 | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

ESPAÇOPÚBLICO

EDITORIAL

O dono da autonomia

Ademocracia é o melhor de todos

os regimes, excepto quando existe

um adversário. Esta parece ser a

visão que Alberto João Jardim tem

da democracia. Há décadas que

desrespeita os oponentes do PSD-Madeira

e que desafi a a República com incontáveis

tomadas de posição em que mostra o maior

desprezo pelas regras democráticas – algo

que a República, para mal dos seus pecados,

foi sempre mais ou menos tolerando.

Ontem, o líder dos sociais-democratas

madeirenses teve pela primeira vez que

enfrentar um adversário interno na corrida

à liderança do partido, o presidente da

Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque.

A diversidade não foi bem-vinda. Alberto

João Jardim não teve escrúpulos em usar

actos e meios públicos como instrumentos

A Madeira não pode continuar a ser refém de um homem que julga ser o dono da autonomia regional

de campanha. Ao mesmo tempo que o site

do PSD-Madeira não publicava, sequer,

a moção do homem que desafi ou o líder.

Usado entre membros do mesmo partido,

o tom habitual de Alberto João Jardim é

ainda mais revelador de uma incapacidade

absoluta em abrir mão do poder. O líder dos

sociais-democratas madeirenses argumenta

que deu 45 vitórias ao partido, algo que

lhe deveria dar direito a uma espécie de

estatuto de líder vitalício. Sugerindo que

só por ingratidão os militantes poderiam

votar contra ele. Mas como a gratidão não

é um critério em democracia, Alberto João

Jardim terá de se render à evidência de

que o seu adversário, mesmo sem ganhar,

terá condições para reunir à sua volta um

núcleo que poderá ser o ponto de partida de

uma alternativa futura. Alberto João Jardim

devia pôr os olhos nos Açores, onde tanto

o social-democrata Mota Amaral como o

socialista Carlos César deixaram o poder

aos seus sucessores. A Madeira é a principal

prejudicada pela eternização de Alberto

João Jardim no poder. E a região só atingirá

verdadeiramente a autonomia quando

deixar de ser refém de um homem que

acredita que é o dono da autonomia.

As faces ocultas da crise

Acrise económica não é apenas um

desafi o à capacidade das famílias em

fazer esticar os seus rendimentos

perante um quotidiano cada vez

mais difícil. É também um factor de

desgaste psicológico. O agravamento das

condições económicas e o desemprego são

factores que aumentam a confl itualidade

dentro dos casais, como explica a socióloga

Anália Torres nesta edição do PÚBLICO. No

entanto, em 2011, o número de divórcios

diminuiu pela primeira vez, invertendo

uma tendência que se verifi cava há cinco

anos. E que tem sido uma constante desde

1996, ainda que com algumas excepções.

A razão é simples: a crise inibe os casais

de se divorciarem, devido aos custos.

Muitos vivem sob o mesmo tecto, ainda

que estejam de facto separados. Essas

famílias pagam, na verdade, um custo

lateral da situação do país. A crise em que

nos encontramos não se reduz a dados

económicos, afecta pessoas. Ela tem lados

ocultos cujo preço é muito difícil avaliar.

Os artigos publicados nesta secção respeitam a norma ortográfica escolhida pelos autores

CARTAS À DIRECTORA

PÚBLICO ERROU

Estado social

Na primeira década do século

(Governos PS e Durão Barroso) a

economia cresceu, em Portugal,

0,68% e as despesas com a

Segurança Social cresceram 147%

e 80%com o Sistema Nacional

de Saúde. Portugal foi o país

que mais verbas recebeu, em

termos relativos, da UE, apesar

de só ter utilizado 39% dessas

verbas. As importações foram

de 565.475 milhões de euros e as

exportações de 356.918 milhões

de euros. A dívida pública

aumentou 269%, tendo atingido

os 107,4% do PIB. Para um PIB

médio (nos 17 Estados do euro,

incluindo os ex-comunistas)

de 4700 euros per capita, nós

fi camo-nos pelos 2800 euros.

Há quem diga, com muita

convicção, que o crescimento

próximo futuro da nossa

economia, uma vez decretado o

As cartas destinadas a esta secção

devem indicar o nome e a morada

do autor, bem como um número

telefónico de contacto. O PÚBLICO

reserva-se o direito de seleccionar

e eventualmente reduzir os textos

não solicitados e não prestará

informação postal sobre eles.

Email: [email protected]

Contactos do provedor do Leitor

Email: [email protected]

Telefone: 210 111 000

fi m da austeridade e expulsa a

troika, aguentaria o nosso Estado

social. Em vez de nos fi armos

em milagres, melhor seria

sentarmo-nos civilizadamente a

estudar, em conjunto, o assunto,

sem parti-pris ideológicos ou

políticos, pelo menos aqueles

que querem continuar com este

tipo de sociedade e que são

poder hoje ou amanhã.

Artur Carvalho, Lisboa

Refundar a maratona

A coisa aqui está preta: eleitores

distraídos não viram, quando

foram votar, que a luz estava

apagada. Assim colocaram a

cruzinha num “partido” que

sempre tinha apostado directa

e indirectamente no apoio

a políticas que não estavam

a resultar em países aqui da

nossa Europa. Euforicamente

celebraram a “vitória” e

num instante fi zeram uma

coligação para fortalecer uma

frente “agora é que vão ver

como Portugal dobra a União

Europeia”

Para encurtar razões,

aglutinaram muitas áreas em

poucos ministérios e entregaram

a jovens tenrinhos que, da

vida, apenas sabiam parte de

teorias que vêm nos livros. E

de disparate em disparate lá

foram deitando cá para fora leis

a mando de outros. Agora, e

apesar do número de assessores

ter aumentado para ajudar,

andam todos às aranhas a ver se

encontram caminhos que tirem

o nosso país do atoleiro em que

está.

Parece que a salvação está

na refundação da maratona:

se se encurtarem os 42.195 m

para 27 km, talvez se consiga

chegar à meta a tempo de

não sermos cilindrados pelo

aumento dos impostos e cortes

nas remunerações, tanto mais

que uma grande maioria dos

portugueses está já a sobreviver

com as sopas das Misericórdias.

E haverá outras soluções? Claro

que há e é do conhecimento

deles, pois já foram gritadas nas

ruas e estão escritas, mas como

eles estão a correr e a refundar…

Maria Clotilde Moreira, Algés

Devido a um erro de paginação,

o nome do autor da recensão

do ensaio Caminhada, de Henry

David Thoreau, ontem publicada

no Ípsilon, não apareceu na

edição impressa do suplemento.

Aos leitores e ao visado, o crítico

Gustavo Rubim, as nossas

desculpas.

Page 45: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | 45

Afinal, houve feminismos

Jerónimo de Sousa subestimou a

importância das manifestações

nacionais de 15 de Setembro, que

em Lisboa juntaram mais de 400

mil pessoas. Subestimou estas

manifestações, que se dirigiram

contra a governação do PSD de

Passos Coelho, mas também a

manifestação que a 12 de Março

de 2011 expôs o descontentamen-

to da população com a governação do PS

de José Sócrates. E fê-lo ao declarar numa

entrevista que “o capital tem medo é da luta

organizada e não de protestos”. (Diário de

Notícias, 28/10/2012).

A posição de Jerónimo de Sousa é

expectável vinda de alguém que é líder de

um partido, para mais de um partido que se

afi rma como vanguarda da classe operária.

Daí que defenda que as acções de protesto

e luta só têm efi cácia política quando

organizadas em partidos e orientadas pelas

direcções iluminadas sobre como conquistar

os amanhãs que cantam.

Mas esta ideia de suposta superioridade

moral que está subjacente nas palavras de

Jerónimo de Sousa desfaz-se ao embater na

realidade dos factos. E Jerónimo de Sousa

sabe disso, por mais que queira engrandecer

a imagem do PCP. Sabe que as manifestações

de 15 de Setembro contribuíram de forma

determinante para o fi m do aumento da

TSU. Como sabe que a manifestação de 12 de

Março de 2011 foi determinante para o fi m do

consulado de José Sócrates.

Assim com sabe que houve muito de

espontâneo nas manifestações de rua

em 1974/75, quer contra quer a favor do

Processo Revolucionário em Curso. E sabe

ainda como essa espontaneidade contribuiu

para que o PCP nunca conseguisse ter de

facto o controlo do processo. Tal como

sabe que historicamente a importância de

manifestações espontâneas é grande, sejam

motins ou revoltas populares.

E sem querer subestimar o papel dos

partidos enquanto enquadradores políticos

das populações – pelo contrário, o papel

deste é, aliás, vital para a democracia –,

é sabido que muito do que pode ser o

imprevisto de uma revolta ou de acções

descontroladas surge precisamente dos

protestos espontâneos, exactamente porque

não são controlados por ninguém.

O que torna as manifestações de 15 de

Setembro importantes, enquanto sinal

social e político, é precisamente o salto

qualitativo que elas representam – tal como

já acontecera a 12 de Março, mas numa

manifestação com metade do tamanho.

Ou seja, uma sociedade que estava amorfa

ou pelo menos adormecida, despertou

e decidiu participar, protestar, ter uma

palavra a dizer na vida democrática, para

além de votar e depositar nos partidos a sua

representação de quatro em quatro anos.

Um dos aspectos mais importantes do

perfi l destas manifestações não enquadradas

apenas por partidos e sindicatos é o que elas

revelam. Não só a diversidade profi ssional e

de estatuto social das pessoas como outros

sinais importantes que mostram como a

sociedade portuguesa mudou nos últimos

30 anos. Um desses sinais de mudança

é a participação das mulheres. É imensa

a diferença na sociedade portuguesa

do que é o estatuto, a autonomia e a

autodeterminação das mulheres de hoje

para o que era há 30 ou mesmo há 20 anos.

E isso vê-se na participação política.

Não falo de alguns episódios mais

mediatizados protagonizados por mulheres.

Isso sempre houve na história. E agora

repetem-se como quando a 15 de Outubro a

artista plástica, actriz e argumentista Maria

Archer se despiu da cintura para cima frente

à Assembleia da República. Ou quando,

a 5 de Outubro, Luísa Trindade irrompeu

nas cerimónias ofi ciais da implantação da

República, em protesto por não ter trabalho,

nem futuro e uma pensão de cerca de 200

euros. Ou quando a cantora lírica Ana Maria

Pinto cantou a Firmeza de Fernando Lopes

Graça, por cima do fi m da intervenção do

Presidente, nas mesmas cerimónias.

O que se vê de novo é a forma inteira,

absoluta, igualitária, paritária até, como

as mulheres participam nos movimentos

sociais que estão na origem destas

manifestações que não obedecem ao

enquandramento

político clássico

feito por partidos

e sindicatos. Elas

desfi lam nas

manifestações com a

mesma visibilidade

e presença dos

homens. E estão ao

lado deles na sua

convocação, nas

sua organização e

na intervenção em

reuniões e debates.

Esse é uma das

grandes conquistas

da democracia

portuguesa.

Apesar do muito

que está por fazer

na sociedade

portuguesa para

combater a discriminação das mulheres,

há uma mudança imensa e que mostra que

afi nal houve feminismos em Portugal, que

afi nal as mulheres lutaram, ganharam e

ocuparam o espaço público. Mesmo quando

os partidos e os sindicatos – de esquerda e de

direita – os ignoram e tentam que não sejam

reconhecidos, afi nal, os feminismos e a sua

luta silenciosa foi sendo feita. E desagua

também nas ruas de forma espontânea e

livre, ocupando a cidade.

Jornalista. Escreve ao sá[email protected]

É imensa a diferença do estatuto, a autonomia e a autodetermina-ção das mulheres

A superioridade moral que está subjacente nas palavras de Jerónimo de Sousa desfaz--se ao embater na realidade

São José AlmeidaA semana política

Rádiode veludo

Talvez o melhor programa de rá-

dio de todos os tempos tenha si-

do o Theme Time Radio Hour with

Bob Dylan. Já os ouvi todos mais

de duas vezes. Ninguém está à

altura de Bob Dylan, mas Jarvis

Cocker continua a divertir-nos

e a surpreender-nos com o seu

Sunday Service, todos os domin-

gos na Radio 6 da BBC. A semana

passada, a convidada dele era Edna O’Brien.

Os bons cantores-compositores fazem

bons programas de rádio. No caso de

Bob Dylan, as escolhas dele são mais

reveladoras do que a autobiografi a dele. A

Radio 6, tal como todos os outros canais

da BBC, ouve-se grátis em Portugal,

através da Internet, em casa ou no

telemóvel, às horas que se quiser, através

do iPlayer Radio. A última sensação é o

programa de Lou Reed e do produtor

Hal Wilner, chamado New York Shuffl e.

Ambos conhecem muita música e, de

vez em quando, conversam, nas calmas,

sobre fi lmes e canções. São duas horas

encantadoras, em que dois amigos se

põem a mostrar músicas um ao outro.

No último episódio disponível, o terceiro,

tocou-se, por exemplo, Etta James, Henry

Mancini, Van Dyke Parks, José González e

Leonard Cohen, com o qual Lou Reed diz

ter estado numa numa festa dada pela neta

dele. Dele, Cohen.

Se está farto de ouvir aplicar mal a

palavra “ecléctico”, rume à BBC Radio 6

para ouvir o New York Shuffl e e redescubra

o verdadeiro sentido dela. Reed é soberbo,

claro, mas Wilner é um mestre. A abertura e

a memória musical de ambos é espantosa e,

curiosamente, agradável.

Miguel Esteves CardosoAinda ontem

BARTOON LUÍS AFONSO

Page 46: 3 NOV - PÚBLICO

46 | PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012

Ofício de caça e recolecção

Antes da caça, e mesmo nos

primeiros tempos da caça, os

homens dedicavam-se à reco-

lecção. Como os outros prima-

tas, seus parentes próximos, o

homem andava pela terra reco-

lhendo frutos, bagas, pequenos

animais, talvez insectos, o que

havia. Andava de bosque em

bosque, de rio em rio, e tinha

sempre que andar sem parar para obter

novo alimento. Os teóricos dizem que a

maioria destas comunidades primitivas não

era hierarquizada, porque não havia exce-

dentes cuja distribuição implicaria retenção

e poder para reter e distribuir, mas nem

sempre é assim.

Ainda hoje há caçadores recolectores e

essa é a minha tribo. Como eles, também

faço parte de uma espécie em extinção:

os caçadores e recolectores da memória

numa sociedade em que a memória está

por muito baixa conta. Memória física de

papéis, livros, revistas, jornais, gravuras,

objectos, manuscritos, efémera. No meio da

selvajaria dos tempos de hoje, direi, como

ontem se dizia e hoje está em desuso, que

esta actividade tem sido um lenitivo para

a exibição de presunção ignorante e pura

patetice em que estamos mergulhados.

Mas tinha prometido a mim próprio que

esta semana deixava a miséria quotidiana

em paz e o mal à solta. Tenho que parar,

para não voltar sempre à mesma coisa,

fundida, ou refundida que esteja, nestes

dias indignos.

Voltemos à caça e recolecção. Todos os

dias, é sempre bom repeti-lo, milhares de

documentos únicos desaparecem, sejam

papéis pessoais, um livro de actas, um

relatório colonial com fotografi as únicas,

um objecto icónico de um tempo, uma

organização ou uma ideia. Hoje, em cada

manifestação de rua, vai-se embora no lixo,

um cartaz, um papel, uma imagem única

que não fi cou gravada em nada. Nos últimos

meses, salvei, com muita alegria e gosto,

várias peças dessa memória em acelerada

destruição, um longo manuscrito, escrito

a lápis, sobre o quotidiano da logística

da guerra na Guiné, uma relatório com

fotografi as originais sobre as inundações

de 1967, notícias sobre os portugueses no

Havai no início do século XX, umas actas

socialistas do fi nal do século XIX e início do

século XX, notas de reuniões estudantis do

tempo da crise de 1962, alguns jornais de

muito pequena tiragem do tempo do PREC,

e por aí adiante. Já não é a primeira vez

que falo disto, mas esta é uma publicidade

que faço intencionalmente, para impedir

mais destruições na morte de um pai,

numa mudança de casa, num divórcio

complicado, ou pura e simplesmente, na

gigantesca incúria administrativa de muitas

instituições, na insensibilidade de outras e

na falta de recursos generalizada.

Salvo raras excepções, esta é uma

actividade mal vista por muitas das

instituições ofi ciais, e por alguns

profi ssionais que deveriam ter um papel

deste tipo e não têm. Por um lado, é sempre

uma competição que não desejam, por

outro é muitas vezes a demonstração

de que é possível fazer muito mais

com pouco dinheiro, mas mais gosto e

diligência. Desconfi am dos que consideram

“amadores”, com muita arrogância

corporativa, e já uma vez tive que lembrar

que sem os amadores não tinha havido

a recolha musical de Giacometti, nem a

obra do abade de Baçal, nem o Dicionário

Bibliográfi co de Inocêncio, e que, com

muitos defeitos, cada uma destas obras

salvou muito mais da nossa memória do

que a burocracia académica e corporativa.

Giacometti veio para Portugal não para

fazer qualquer tese de doutoramento, mas

porque estava tuberculoso. Vinha de uma

vida errática de muitos empregos e de

uma expulsão do ensino por causa do seu

envolvimento na causa da independência

argelina. Em

Portugal, registou

o som do nosso

povo, em riscos de

se perder pelo fi m

do mundo rural, e

pela competição da

televisão. Francisco

Manuel Alves, abade

de Baçal, era um

pároco de aldeia,

nas profundezas

de Bragança, típico

caçador-recolector,

desorganizado

e nem sempre

rigoroso, mas

sem ele muito

se teria perdido

das Memórias

arqueológico-

históricas do distrito

de Bragança:

repositório

amplo de notícias

corográfi cas,

hidro-orográfi cas,

geológicas,

mineralógicas,

hidrológicas,

biobibliográfi cas,

heráldicas.

Inocêncio da

Silva tinha apenas

uma educação comercial. Na sua Carta

apologética (…) prevenindo as increpações

que possam ser-lhe dirigidas de futuro,

escreve que “os esclarecidos estadistas,

por felicidade do país incumbidos do

governo supremo da república”, o mais

que lhe permitiam era deixá-lo consumir-

se “no expediente maquinal e subalterno

das minúcias administrativas”, ou seja,

mandar a juízo “um ratoneiro, que sacara

algum lenço das algibeiras alheias”, ou um

vendedor clandestino da lotaria espanhola,

ou a passar o dia a escrever editais para

impedir que se deitem no S. António bichas

de rabiar.

Inocêncio a seguir explica que, depois

disto tudo, voltava a casa para continuar a

trabalhar muitas horas no seu dicionário,

cujas despesas suporta, visto que o

máximo que a Imprensa Nacional lhe dá é

a possibilidade de vendar alguns volumes.

Inocêncio queixa-se de como a sua obra

merece elogios estrangeiros e “vitupérios

da casa” e mesmo um “lorpa” chamou-lhe

“trapeiro de folhetos”. A sua conclusão

é de enorme actualidade: “cada dia mais

me convenço de que para a nossa geração

actual livros da índole do Dicionário

Bibliográfi co são trastes não só dispensáveis,

mas também completamente inúteis.”

Depois de construir o meu “Ga-

binete de Curiosidades”, que

fazer dos frutos da caça e re-

colecção? Deixar de herança

não é solução, porque uma

vez atingida uma certa dimen-

são, só uma dedicação quase

absoluta pode continuar este

trabalho. Nenhuma destas co-

lecções aguentou mais do que

duas gerações e raras chegaram às três, e

compreende-se que assim seja. Havia de-

pois três alternativas: vender, doar ao Esta-

do, criar uma fundação.

Vender está para mim fora de causa, mas

às vezes apetece e compreendo que alguns

o façam: perante a incúria do Estado e a

hostilidade corrente. Apetece pegar nas

coisas e melhorar a vida com a recompensa

não só dos gastos como do trabalho de

organização, que, como se sabe, é um dos

principais valores incorporados. E claro

que há mercado, a começar por muitas

instituições estrangeiras que estão aí bem

presentes no país, a comprar espólios

únicos, cujos donos, por necessidade ou

raiva com a sua terra e as suas instituições,

os preferem vender. Não é o meu caminho.

Doar ao Estado é contrário ao espírito

deste tipo de caça-recolecção, que é

suposto ser uma actividade da sociedade e

na sociedade, complementar mas diferente

daquela que realizam instituições que têm

meios e recursos muito maiores, mas que

também paralisam mais facilmente. De

igual modo, a sensibilidade arquivista do

Estado é demasiado conservadora e não é

Eu, que fui estúpido em não querer nunca criar uma fundação enquanto tive funções políticas, e que sou igualmente estúpido em vir falar disto em público, vejo-me agora a braços com uma lei absurda

Historiador. Escreve ao sábado

por acaso que instituições como a BDIC, a

Hoover e o Instituto de História Social de

Amsterdão começaram de forma diferente

e evoluíram de forma diferente. Para além

disso, o Estado não cuida dos seus bens, e

muito menos vai fazê-lo nos tempos mais

próximos. Espólios doados ao Estado,

quando este os aceita, visto que muitos

são recusados, estão por tratar, fechados e

inacessíveis.

Sobra a criação de uma funda-

ção, que até há uns meses era

uma actividade benemerente,

vista positivamente pela comu-

nidade, hoje passa por ser uma

actividade criminosa. Há cada

vez mais difi culdades e não é

pelas razões moralizadoras que

por aí circulam. Dois grandes

responsáveis por esse processo

de ignomínia das fundações são os que abu-

saram do seu estatuto, incluindo grandes

empresas que usaram e usam as fundações

para operações fi scais, e o Estado, que per-

mitiu esses abusos e cometeu ele próprio o

maior, ao usar o estatuto das fundações pa-

ra desorçamentação e para alargar o campo

dos jobs for the boys.

É interessante verifi car que, depois de

um relatório feito com os pés, a maioria das

aberrações continua a funcionar e a única

coisa que vai fi car é uma lei mal feita, cheia

de erros, estatista e prepotente, assente na

desconfi ança do Estado em relação a tudo o

que seja privado, e obrigando as fundações

a gastar os seus recursos mais para manter

uma burocracia interna do que para

prosseguir os fi ns que os seus doadores

pretendiam.

Sim, porque o acto inicial de uma

fundação privada é uma oferta a todos de

bens até então privados, e muitas fundações

podem viver sem dinheiros do Estado.

Podiam, mais do que o que podem, porque

o Estado, em vez de usar a concessão da

utilidade pública como mecanismo de

distinguir quem a tem, de quem apenas a

quer para obter benefícios fi scais, prefere

destruir esse mecanismo de doação aos

portugueses, que é a criar uma instituição

de serviço público, que actua em áreas

onde ou não há dinheiro do Estado, ou

onde a centralização desertifi cou recursos e

oportunidades.

Eu, que fui estúpido em não querer

nunca criar uma fundação enquanto tive

funções políticas, e que sou igualmente

estúpido em vir falar disto em público, vejo-

me agora a braços com uma lei absurda

que só atinge quem quer, como antes se

dizia e agora não se usa, “fazer o bem”, sem

impedir qualquer abuso quer do Estado,

quer daqueles que por aí passam com um

olho, em terras de cegos. Vamos ver como

as coisas evoluem.

Que fazer ao “Gabinete de Curiosidades”? Vender? Doar ao Estado? Criar uma fundação?

José Pacheco Pereira

Page 47: 3 NOV - PÚBLICO

PÚBLICO, SÁB 3 NOV 2012 | 47

OE, refundação e carta: uma peça em três actos

A política da austeridade, custe o

que custar, falhou. Desde o fi m

do primeiro trimestre de 2012

que se sabia que a execução

orçamental corria mal; as

margens orçamentais iam

caindo a cada nova informação

sobre a queda de receita fi scal.

A receita de IVA, orçamentada

a crescer mais de 12%, caía; o

IRC, o ISP, o IABA, o ISV, entre outros, todos

caíam. Foi sobrevivendo durante algum

tempo a cobrança de IRS. A despesa com

o subsídio de desemprego fi cou quase 23%

acima do executado em 2011. O falhanço

colossal adivinhava-se. Os subsídios de férias

e de Natal dos funcionários públicos e dos

pensionistas emergiram como o instrumento

excepcional para estancar a despesa; o

défi ce sem medidas extraordinárias atinge

praticamente o mesmo valor que em 2011

(também sem medidas one-off ).

A fábula seguinte — o ajustamento do

saldo estrutural primário — cai pela base ao

primeiro solavanco: para além das medidas

do memorando, mais 4 mil milhões de euros

de ajustamento (1,75% do PIB). Depois do

Governo ter aumentado os impostos aos

portugueses em 4 mil milhões de euros. Ou

seja, a expectativa de que o empobrecimento

seja permanente; que a queda de receita

seja estrutural e não conjuntural. Que o

desemprego continue bem acima dos 15%

— que a geração de emprego no futuro não

volte a fazer recuar de forma substantiva a

taxa de desemprego.

A espiral recessiva acentua-se; a estratégia

de empobrecimento procura atingir um

ponto de não-retorno: os pobres, os mais

pobres dos pobres, são os que se seguem

depois da classe média ter sido esmagada

por impostos.

O OE13 é o refl exo do falhanço. E a falta de

credibilidade do cenário macroeconómico

leva-nos a pensar que o Plano B – 0,5% do

PIB – está em marcha. Mais 850 milhões de

euros de ajustamento (do lado da despesa

diz o Governo; veremos). Os impostos

aumentam para tapar o buraco orçamental

e a espiral recessiva. A despesa que cai no

OE13, para além da inscrita no memorando

e constante no Documento de Estratégia

Orçamental apresentado ainda em Maio no

Parlamento, é um conjunto de prestações

sociais (1000 milhões de euros). Que sinal

tão prometedor para o futuro!

Depois do falhanço orçamental, o regresso

aos mercados depende mais do BCE do que

de nós; o falhanço colossal ata-nos, mais que

nunca, a uma solução europeia. O Governo

sabe-o, e confessa-o: fala, pela boca do sr.

primeiro-ministro, do 2.º resgate. Esbraceja,

atolado no falhanço, (já) grita: recomecemos

e refundemos o

memorando. Mas o

quer mesmo dizer é:

o 2.º resgate está em

marcha. Até porque

ninguém acredita

que um primeiro-

ministro responsável

faça uma evocação

do 2.º resgate sem

mais nem menos.

A fuga para frente

tem esta fase de

encenação: dorido

das lutas fratricidas

em torno do OE13,

o Governo lançou

a refundação e

mandou uma carta

ao PS. Será porque

quer adoptar o

outro caminho que

o PS tem proposto?

Ou será que quer

companhia para

insistir na receita

que o trouxe até

aqui? Se for para

insistir no mesmo

caminho, vai

sozinho; como aliás tem estado sozinho

em todas as escolhas fundamentais de

implementação do MoU. Agora, nesta fuga

em frente, chegou a vez do Estado social:

a reforma gizada com os técnicos do FMI

parece ir atacar os pilares da solidariedade e

da igualdade de oportunidades. A educação,

a saúde e as prestações sociais. E aí o

Governo volta a aproximar-se perigosamente

da linha que separa a austeridade da

imoralidade.

A fuga para frente tem esta fase de encenação: dorido das lutas fratricidas em torno do OE13, o Governo lançou a refundação e mandou uma carta ao PS

Secretário Nacional do Partido Socialista

Debate Política de austeridadeEurico Brilhante Dias

O regresso do Povo, com P grande

Para além da origem bíblica

da ideia de povo (o Povo de

Deus), os processos históricos

de secularização progressiva

das sociedades europeias

deram origem a diferentes

conceções acerca do “povo” e

da cultura “folk” (que lhe serviu

de suporte). Pensar o “povo”

enquanto categoria sociológica

implica refl etir sobre a sua relação —

ambígua ou confl itual — com as “elites”.

É claro que essa relação evoluiu ao longo

das épocas, mas, nos dias que correm, e

perante a crise que hoje enfrentamos, a

ideia de povo enquanto sujeito coletivo

ganha uma nova aura e força sociopolítica.

Pode dizer-se que, durante muitos séculos,

fora da “sociedade de corte”, praticamente

só existia o povo — apesar da sua diversidade

e das revoltas pontuais —, que era, em geral,

conotado com “ralé”, miséria, trabalho,

gente “sem eira nem beira”, mas visto

como passivo e submisso (dependendo do

“pão e circo”). Só em ocasiões especiais

(como o carnaval, por exemplo) eram

tolerados às classes populares alguns atos

transgressivos, onde se podiam inverter

pontualmente os papéis. A irreverência

corrosiva do “riso carnavalesco” (bem

retratados por Rabelais e analisados por

Mikhail Bakhtin) podia ainda estender-se

a outros meios populares da Idade Média.

A resistência à ordem vigente e às elites

exprimia-se na blasfémia e no obsceno, na

exibição apoteótica e desregrada do corpo

grotesco, o “corpo baixo” da impureza e

da desproporção, na bebida intoxicante

e na promiscuidade sexual, presentes em

ambientes como a taberna e o bordel, que

nas principais capitais europeias do século

XIX se tornaram atrativos para artistas e

intelectuais, alguns oriundos da aristocracia

decadente, em rutura com as convenções

da boa sociedade burguesa.

Porém, à medida que se consolidou a

modernidade e o Estado burguês, a visão

“exótica” ou bucólica da cultura popular

alternou-se substancialmente. Além da

imagem suja e desbragada, segundo o olhar

da burguesia triunfante, o povo passa a

confundir-se com a “classe trabalhadora” e

cresce-lhe a fama de violento e desordeiro,

pelo que a preocupação principal passou

a ser “localizar, conter e incorporar

as multidões perigosas” (P. Burke). A

Revolução Industrial e as lutas sociais do

século XIX deram um novo protagonismo

à classe operária, erigida em vanguarda

do povo. Do ambiente rural aos centros

urbanos, da pequena tradição às grandes

convulsões de massas e concentrações

fabris, do povo passivo e humilde

ao operariado reivindicativo, com a

institucionalização das nações modernas o

“Povo” afi rma-se como sujeito da história.

Mas foi sobretudo ao longo do século

XX, depois de duas guerras mundiais

que tiveram a Europa como palco, que se

assistiu a uma rápida e nova segmentação

social, com o crescimento do Estado social

e das classes médias assalariadas, o que

signifi cou um esforço de demarcação destas

em relação ao povo, tentando imitar as

elites, em busca de modos de vida urbanos

marcados pela cultura de massas. Embora

nas democracias avançadas as elites políticas

modernas também tenham promovido

novas formas de legitimidade fundadas

na defesa dos mais desfavorecidos e em

melhores padrões de bem-estar e justiça

social para o povo, é sabido que os velhos

desígnios do Iluminismo e da ideologia

social-democrata (que deram corpo a

tais promessas) há muito entraram em

degenerescência, dando lugar a novas

cliques dirigentes que, em pleno século

XXI, recriaram o

desprezo ancestral

para com o povo.

A diferença é que

a displicência

aristocrática foi

substituída pela

arrogância do “novo-

riquismo”, ou seja,

ressurge um novo

ethos elitista, mas

paradoxalmente,

sem verdadeira elite.

A hostilidade

desta nova “casta”,

que alcançou o

poder político

ao colo do poder

económico e

das redes de

interesses, tornou-

se insuportável para quem trabalha. Os

seus tiques, os gestos e desabafos de

ocasião expostos nas imagens televisivas,

são bem ilustrativos do seu absoluto

desprezo pelos “de baixo”. Perante o

acelerado desmantelamento da classe

média e o seu regresso ao rol dos pobres

e precarizados, é bem provável que esteja

iminente o reerguer de um novo sujeito da

mudança, já não o proletariado do século

passado, mas a revolta de uma grande

variedade de camadas sociais — mulheres

e homens de todas as idades, funcionários,

professores, militares, jovens precários,

estudantes, artistas, pensionistas, polícias,

empresários, desempregados, sindicalistas,

domésticas, agricultores, agentes culturais,

sindicalistas, etc. —, ou seja, 38 anos depois

do 25 de Abril, é de novo o Povo (com P

grande) que se ergue, a marcar a distância

abissal que o separa da elite privilegiada.

É bem provável que esteja iminente o reerguer de um novo sujeito da mudança

Sociólogo, Centro de Estudos Sociais – Universidade de Coimbra

Debate Crise e sociedadeElísio Estanque

MIGUEL MANSO

Page 48: 3 NOV - PÚBLICO

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ESCRITO NA PEDRA

“Toda a instituição passa por três estágios – utilidade, privilégio e abuso”François René de Chateaubriand (1768-1848), escritor francês

I S S N : 0 8 7 2 - 1 5 4 8

SÁB 3 NOV 2012

Contribuinte n.º 502265094 | Depósito legal n.º 45458/91 | Registo ERC n.º 114410 | Conselho de Administração - Presidente: Ângelo Paupério Vogais: António Lobo Xavier, Cláudia Azevedo, Cristina Soares, Miguel Almeida, Pedro Nunes Pedro E-mail [email protected] Lisboa Rua de Viriato, 13 – 1069-315 Lisboa; Telef.:210111000 (PPCA); Fax: Dir. Empresa 210111015; Dir. Editorial 210111006; Agenda 210111007; Redacção 210111008; Publicidade 210111013/210111014 Porto Praça do Coronel Pacheco, nº 2, 4050-453 Porto; Telef: 226151000 (PPCA) / 226103214; Fax: Redacção 226151099 / 226102213; Publicidade, Distribuição 226151011 Madeira Telef.: 934250100; Fax: 707100049 Proprietário PÚBLICO, Comunicação Social, SA. Sede: Lugar do Espido, Via Norte, Maia. Capital Social €50.000,00. Detentor de mais de 10% do capital: Sonae Telecom, BV Impressão Unipress, Travessa de Anselmo Braancamp, 220, 4410-350 Arcozelo, Valadares; Telef.: 227537030; Lisgráfica - Impressão e Artes Gráficas, SA, Estrada Consiglieri Pedroso, 90, Queluz de Baixo, 2730-053 Barcarena. Telf.: 214345400 Distribuição Logista Portugal – Distribuição de Publicações, SA; Lisboa: Telef.: 219267800, Fax: 219267866; Porto: Telef.: 227169600/1; Fax: 227162123; Algarve: Telef.: 289363380; Fax: 289363388; Coimbra: Telef.: 239980350; Fax: 239983605. Assinaturas 808200095 Tiragem média total de Outubro 43.576 exemplares Membro da APCT – Associação Portuguesa do Controlo de Tiragem

Agência está optimista em relação à banca, mas diz que haverá novo resgate p14

Obra de Cottinelli Telmo, em Lisboa, já é monumento, mas não foi reabilitada Local

Coreógrafa portuguesa leva ao Rio peça que começou a ser criada na Palestina p27

Fitch acredita no regresso dos bancos aos mercados

Estação Sul e Sueste foi classificada e está ao abandono

Filipa Francisco abre maior festival de dança do Brasil

Euromilhões

3 6 10 11 44 3 4

119.000.000€1.º Prémio

SOBE E DESCEJackson Martínez

O avançado colombiano está a fazer esquecer rapidamente Hulk e a

eclipsar recordes no FC Porto. Ontem, frente ao Marítimo, Jackson Martínez bisou, mantendo uma inspiração goleadora que o faz festejar golos há sete partidas consecutivas. Ficou assim por terra o registo de Hulk, que tinha alcançado seis jogos seguidos a marcar. Agora, pela frente, o avançado vai tentar bater o recorde de Jardel e Pena, de nove jogos consecutivos a facturar pelos “dragões”. (Pág 40)

Alberto João Jardim

Habituado às vitórias sem contestação, o líder madeirense não estava à

espera de ser reeleito presidente do PSD/Madeira pela margem mínima. Sobretudo por ser esta a primeira vez que enfrentava um

adversário na corrida interna. Miguel Albuquerque resistiu a uma campanha negativa ao melhor estilo de Jardim. Eleito com apenas 51% dos votos, Jardim conheceu a vitória mais amarga de toda a sua carreira política. (Pág. 6)

Xi Jinping

Xi Jinping ainda não foi nomeado como novo líder da China, o que

acontecerá no 18.º Congresso do Partido Comunista, na próxima semana, mas já há notícias de que o seu consulado será dominado pelos conservadores. Segundo o jornal South China Morning Post, de Hong Kong, na luta entre as duas principais facções do partido, a que é mais avessa à mudança já se declarou vencedora. Num desfecho decidido desde o Verão, o actual líder, Hu Jintao, não conseguiu convencer os partidários do seu antecessor, Jiang Zemin. (Pág. 22)

Ahmadinejad

O Presidente iraniano quis visitar na prisão o seu ex-assessor de

imprensa, mas foi proibido pelo procurador-geral. Acabou por acatar a ordem, dizendo que vai “tolerar pacientemente comportamentos desagradáveis”. Foi mais uma humilhação pública e uma derrota na luta que o opõe ao líder espiritual do país, Ali Khamenei. (Pág. 23)

OPINIÃO

Falta um salvador

O dr. Cavaco Silva, que,

segundo corre por aí, é o

Presidente da República,

desapareceu. Não se vê na

televisão. Os jornais não

falam nele. Anda calado

como um rato e escondido atrás

de uma cortina. A populaça supõe

que o bom do homem continua

em Belém a olhar para o Tejo e

a contar navios. Mas não tem a

certeza. Há gente, armada de

binóculos, que o tenta descobrir

sem o mais vago resultado. E há

Vasco Pulido Valente

gente que perde o seu tempo e a

sua paciência a especular sobre

o que lhe sucedeu, se de facto

lhe sucedeu alguma coisa. Já se

demitiu sem ninguém saber?

Emigrou? Caiu num poço? É um

grande mistério. Por assim dizer,

um mistério histórico. Um facto é

certo: Portugal elegeu um senhor

magrinho para resolver os sarilhos

da pátria e, agora que precisa

dele, ele não está cá.

Isto inquieta sobretudo o

número crescente de políticos

que lhe pedem com fervor a

demissão do governo e nomeação

de outro igualzinho ao da Itália.

De um governo que fosse e não

fosse de “iniciativa presidencial”.

De um governo que fosse e não

fosse uma espécie indígena de

ditadura. De um governo que

tirasse os partidos de cena, sem,

no fundo, os tirar. De um governo

que fascinasse a esquerda e a

direita. E, fi nalmente, um governo

que por muito tempo impedisse

eleições, sem tocar ao de leve na

democracia. Consta que em Itália

o sr. Monti fabricou um governo

desses e que pela Itália inteira só

se ouvem gritos de alegria. Nós

também gostávamos de andar

alegres. Mas, por azar, o sr. Monti,

sendo italiano, não pode vir salvar

Portugal, nem nós, com o nosso

orgulho, nos deixávamos salvar

por um estrangeiro, excepto se

ele pertencesse à troika a que o sr.

Monti não pertence.

Quem irá então ajudar os

portugueses nesta afl ição? O dr.

Soares, que semanalmente suspira

pela chegada desse redentor,

ou guarda muito bem o segredo

ou imagina que o Altíssimo, sob

o pseudónimo de prof. Cavaco,

o escolherá a ele. O general

Ramalho Eanes, agora com um

doutoramento e, portanto, duas

vezes general, anda na cabeça

de alguns profetas. E presumo

que não existem multidões

reclamando o auspicioso

regresso do dr. Jorge Sampaio.

Infelizmente, fora estes, não

se consegue arranjar um chefe

providencial que nos leve sem dor

à felicidade. O que não desanima

os sábios que diariamente oram

por ele na televisão e nos jornais.

Se alguém encontrar D. Sebastião

numa manhã de nevoeiro, por

favor escreva para este jornal.

PEDRO CUNHA

E é amar-te assim, perdidamente … E é amar-te assim, perdidamente …E é amar-te assim, perdidamente … Quarta-feira, dia 14 de Novembro, por mais 12,50€, com o Público.

Uma história de muitos amores.

Qupo

Ud

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