343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa...

21
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA Efeito do uso de protetor de sementes na germinação do arroz TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Pedro Luis Dockhorn Santa Maria, RS, Brasil 2013

Transcript of 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa...

Page 1: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Efeito do uso de protetor de sementes na

germinação do arroz

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Pedro Luis Dockhorn

Santa Maria, RS, Brasil

2013

Page 2: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

Efeito do uso de protetor de semente na germinação do

arroz

por

Pedro Luis Dockhorn

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Graduação em Agronomia, Área de Concentração em agrobiologia, da

Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito

parcial para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. Luiz Augusto Salles das Neves

Santa Maria, RS, Brasil

2013

Page 3: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Ciências Rurais

Curso de Graduação em Agronomia

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de

Conclusão de Curso

Efeito do uso de protetor de semente na germinação do arroz

elaborada por

Pedro Luis Dockhorn

como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Agrônomo

COMISSÃO EXAMINADORA:

__________________________________

Professor Luiz Augusto Salles das Neves

(Presidente/Orientador)

__________________________________

Professor Sylvio Henrique Bidel Dornelles

__________________________________

Engª. Agrª. Sabrina Dahmer

Santa Maria, 14 de julho de 2015.

Page 4: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Curso de Graduação em Agronomia

Universidade Federal de Santa Maria

Efeito na germinação com o uso de protetor na semente de arroz

Autor: Pedro Luis Dockhorn

Orientador: Luiz Augusto Salles das Neves

Data: Santa Maria, 14 de julho de 2015.

Este trabalho teve como finalidade, avaliar a germinação da cultivar IRGA 424

e do híbrido QM 1010 com sementes tratadas e não tratadas com o protetor dietil

fenil fosforotioato. Foram utilizados quatro tratamentos para cada tipo de material

genético, em um total de 200 sementes cada. Tanto para o IRGA 424 quanto para o

QM 1010, foram utilizadas 50 sementes não tratadas a fim de comparar o atraso que

possa causar o tratamento com o protetor de semente. Para o restante dos

tratamentos, se utilizou 50 sementes com a metade da dose recomendada, 50

sementes com a dose recomendada e 50 sementes com uma vez e meia a dose

recomendada pelo fabricante (0.600; 1.200 e 1.800 gramas de produto comercial por

100 kg de sementes).

Os tratamentos foram semeados em papel Germitest® em caixas gerbox e após

mantidas em câmara BOD com 25ºC de temperatura por 10 dias, onde foram

avaliados os índices de velocidade de germinação (IVG), o percentual de sementes

germinadas ou não, e o comprimento da parte aérea.

Para a cultivar IRGA 424, houve diferenças estatísticas no índice de

velocidade de germinação e comprimento médio da parte aérea, havendo

interferência negativa na germinação com o aumento da dose. Nos resultados do

híbrido QM 1010, houve diferenças estatísticas somente no comprimento médio da

parte aérea, também sendo negativa a interferência do protetor com o aumento da

dose.

Palavras-chave: Oryza sativa, germinação, dietil fenil fosforotioato

Page 5: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

ABSTRACT

Course Conclusion Work

Graduation Course of Agronomy

Federal University of Santa Maria

Effect on germination using safener in rice seed

Author: Pedro Luis Dockhorn

Advisor: Luis Augusto Salles das Neves

Date: Santa Maria, 01/25/2013

The use of rice seed treatment with antidotes (safeners), which is intended to

reduce injuries caused by herbicides, can be harmful to plant growth during

germination and seedling.

This study aimed to evaluate the germination of IRGA 424 and QM 1010 hybrid

with treated and untreated seeds with diethyl phenyl phosphorothioate protector.

Four treatments were used for each type of material, totaling 200 seeds each. For

both, IRGA 424 and QM 1010, 50 seeds were used untreated to compare the delay

that may cause treatment with seed saver. For the remainder of the treatments, was

used 50 seeds with half the recommended dose, 50 seeds at the recommended dose

and 50 seeds with one and half times the dose recommended by the manufacturer

(0600, 1200 and 1800 grams of commercial product per 100 kg seeds).

The treatments were sown in paper germitest ® in gerboxes and after kept in

growth chamber with 25 ° C temperature for 10 days, to evaluate the rates

germination speed index (GSI), and the percentage of germinated seeds or not, and

the shoot lenght.

For IRGA 424, statistical differences in germination speed index (GSI) and

average length of shoot, with negative interference in germination with increasing

dose. The results of the hybrid QM 1010, only statistical differences in average length

of shoot, also being negative interference of protector with increasing dose.

Key words: Oryza sativa, germination, dietil fenil fosforotioato

Page 6: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

LISTA DE FIGURA

FIGURA 1............................................................................................................. 17

FIGURA 2............................................................................................................. 18

FIGURA 3............................................................................................................. 19

FIGURA 4............................................................................................................. 19

FIGURA 5............................................................................................................. 20

FIGURA 6............................................................................................................. 20

Page 7: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................................................... 12

2.1 Cultura do arroz............................................................................................................................... 12

2.2 Controle de plantas daninhas ......................................................................................................... 13

2.2.1 Método cultural ........................................................................................................................... 13

2.2.2 Método químico........................................................................................................................... 14

2.3 Cultivares de arroz .......................................................................................................................... 15

2.3.1 IRGA 424....................................................................................................................................... 15

2.3.2 QM 1010....................................................................................................................................... 15

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................................................ 17

5 CONCLUSÕES...................................................................................................................................... 21

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 22

Page 8: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

1 INTRODUÇÃO

Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do

Rio Grande do Sul, está a competição interespecífica pela presença de plantas

invasora nas lavouras (LILGE et al., 2003). Para diminuir a influência desse tipo de

planta na lavoura, muito são os manejos empregados no controle, principalmente do

tipo químico com o uso de herbicidas.

Dentro desse tipo de manejo, o uso do herbicida clomazone é muito utilizado

no sul do país por apresentar boa eficiência no controle de algumas espécies de

plantas daninhas na cultura do arroz irrigado (WEBSTER et al., 1999). Para que se

possam utilizar doses acima da recomendação técnica para a cultura, está

registrado o protetor dietil fenil fosforiotioato, com o nome comum de Permit®. Assim,

permitindo ao arroz tolerar doses maiores do que a recomendada para sementes

não tratadas.

O efeito desse tipo de produto sobre a semente, como relatado, pode alterar a

germinação e o estabelecimento da cultura. Efeitos esses que tem grandes

consequências no planejamento de uma lavoura de arroz.

Deve-se analisar o tipo de propriedade e modo de cultivo do arroz no Estado

do Rio Grande do Sul. Os produtores geralmente possuem áreas pequenas a

médias, trabalhando com sistematização das mesmas, dividindo-as em quadros

menores. Nesse tipo de cultivo, há um planejamento na semeadura dos quadros, no

qual o produtor projeta o tempo em que a cultura irá se desenvolver e assim,

organiza maquinário, material humano e os manejos necessários para a lavoura.

Alterações na germinação e após o efeito na emergência das plantas, podem

interferir em todo esse planejamento, dificultando o trabalho dos produtores durante

a safra.

Outro processo que os protetores de sementes podem interferir é na

competição das plantas de arroz com as invasoras. O estabelecimento da cultura é

muito importante para que se tenha uma diminuição desse tipo de interferência.

Plantas mais vigorosas e de rápido crescimento estabelecendo um fechamento de

dossel mais rapidamente e, conseguindo um efeito de supressão no crescimento de

plantas invasoras. Se há alguma interferência negativa dos protetores sobre a

Page 9: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

11

geminação das sementes, haverá atraso na cobertura do dossel, deixando

disponível a luz para o crescimento de plantas invasoras, aumentando a competição.

Para mensurar essa possível interferência do uso de protetor nas sementes,

pode-se utilizar de testes de germinação, podendo ser avaliado o percentual de

sementes germinadas ou ainda o índice de velocidade de germinação (IVG), o qual

é usado como um teste para vigor de sementes.

Outra forma de observar o efeito que possa ocorrer com o tratamento é a

medição do comprimento da parte aérea, cujo resultado pode ser usado para avaliar

o futuro estabelecimento do dossel na lavoura e a sua interferência na competição

interespecífica.

Page 10: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

12

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Cultura do arroz

O arroz (Oryza sativa L.) tem destaque mundial por ser um alimento de

importância na dieta devido ao seu alto teor de carboidrato, nutritivo e que faz parte

do hábito alimentar da metade da população mundial (ABADIE et al., 2005). A

cultura do arroz ocupa uma posição de destaque no Brasil, pois o arroz constitui-se

num dos componentes da dieta da população brasileira. Assume importância

relevante nas ações sociais e governamentais de incentivo ao seu cultivo para

assegurar os níveis de oferta e consumo, especialmente das classes mais carentes

da população, que normalmente têm no arroz um alimento essencial em sua dieta.

(EMBRAPA, 2007)

Apesar de o arroz ser uma cultura comum em quase todo o país, a maior parte

da produção ocorre em 5 estados – Rio Grande do Sul, onde predomina o arroz

irrigado, concentra 64,3% da produção de 2011; Santa Catarina, 9,2% da produção;

Mato Grosso, 3,7%; Maranhão, 5,6% e Tocantins com 3,8% da produção nacional

(FIGURA 1) (MAPA, 2011)

.

A planta do arroz apresenta uma ampla adaptação às diferentes condições

climáticas, apesar disso, é necessário, quando se objetiva rentabilidade econômica,

cultivá-las em regiões climaticamente aptas. (FORNASIERI FILHO & FORNASIERI,

Page 11: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

13

2003). Temperatura, radiação solar, fotoperíodo e a precipitação pluvial, estão entre

os principais fatores climáticos que influenciam no crescimento, no desenvolvimento

e na produtividade do arroz.

Em geral, a cultura exige temperaturas relativamente elevada desde a

germinação até a maturação, preferencialmente crescentes até a floração (antese) e

decrescentes, sem quedas bruscas, após a mesma. Segundo STEINMETZ (2004)

citando YOSHIDA (1981) a temperatura ótima para o desenvolvimento do arroz

situa-se entre 20 a 35ºC.

Altas temperaturas diurnas (superiores a 35ºC) podem levar à esterilidade das

espiguetas, sendo a floração a fase mais sensível do arroz às altas temperaturas.

No Rio Grande do Sul, os principais problemas de ordem climática da cultura do

arroz, estão nas baixas temperaturas durante a fase reprodutiva do arroz irrigado.

2.2 Controle de plantas daninhas

Entre os fatores que limitam a produtividade da cultura no Estado, está a

competição interespecífica pela presença de plantas invasoras (LILGE et al., 2003).

O controle de plantas daninhas é uma prática de elevada importância para a

obtenção de altos rendimentos em qualquer exploração agrícola e tão antiga quanto

a própria agricultura.

As plantas daninhas constituem grande problema para a cultura do arroz,

sendo muito importante o controle. Conforme a espécie, a densidade e a distribuição

da invasora na lavoura, as perdas são significativas. A invasora prejudica a cultura,

competindo por luz solar, pela água e pelos nutrientes, podendo, a depender do

nível de infestação e da espécie, dificultar a operação de colheita e comprometer a

qualidade do grão.

Os métodos normalmente utilizados para controlar as invasoras são o

mecânico, o químico e o cultural. Quando possível, é aconselhável utilizar a

combinação de dois ou mais métodos.

2.2.1 Método cultural

O controle cultural consiste na utilização de técnicas de manejo da cultura

(época de semeadura, espaçamento, densidade, adubação, cultivar, etc.) que

Page 12: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

14

propiciem o desenvolvimento da cultura de interesse, em detrimento ao da planta

daninha.

A utilização desse método combinado com outros, aumentam a eficiência do

controle das plantas invasoras, por isso deve-se observar as recomendações

técnicas de cada cultura. Este tipo de controle visa o estabelecimento do dossel na

lavoura, tendo como objetivo a supressão das plantas invasoras. Por isso é

importante verificar a época de semeadura na qual a planta se desenvolve melhor, o

espaçamento e densidade para não haver possíveis espaços para o

desenvolvimento das plantas daninhas e a consequente competição interespecífica

e também a escolha do material genético (cultivares, híbridos) que possam

apresentar maior vigor e rápido crescimento inicial.

2.2.2 Método químico

O método mais utilizado para controlar as invasoras é o químico, isto é, o uso

de herbicidas. Suas vantagens são a economia de mão de obra e a rapidez na

aplicação. Para que a aplicação dos herbicidas seja segura, eficiente e econômica,

exigem-se técnicas refinadas. O reconhecimento prévio das invasoras

predominantes é condição básica para a escolha adequada do produto, que

resultará no controle mais eficiente das invasoras.

A eficiência dos herbicidas aumenta quando aplicados em condições

favoráveis. É fundamental que se conheça as especificações do produto antes de

sua utilização e que o equipamento de pulverização seja corretamente regulado,

quando for o caso, para evitar riscos de toxicidade ao homem e à cultura.

Para que se tenha um controle mais desejável desse tipo de planta, é

importante ter uma alta eficiência na aplicação dos herbicidas, sem que os mesmos

causem interferência na cultura do arroz.

Para melhorar o controle, a dose dos produtos aplicados geralmente é alta

podendo causar injúrias na cultura. Um dos produtos de maior uso no arroz é o

clomazone, pertencente ao grupo químico das isoxazolidinonas, que atua no

processo fotossintético, sendo um inibidor de uma enzima da rota na síntese dos

carotenoides. O sintoma característico do herbicida aplicado em plantas sensíveis é

a falta de pigmentação das folhas, tornando-as brancas (SENSEMAN, 2007).

Page 13: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

15

Uma das alternativas para melhorar a seletividade do herbicida na cultura é a

utilização de protetores de sementes, que atuam como um antídoto ao produto.

Os protetores, também chamados de safeners ou antídotos, são compostos

químicos aplicados na semente que protegem e reduzem as injúrias causadas pelos

herbicidas (DEAN et al., 1990). O dietil fenil fosforotioato, registrado para a cultura

do arroz, é um desses protetores que permitem a cultura tolerar doses de clomazone

acima da recomendação do fabricante. O uso desse tipo de produto químico no

tratamento de sementes confere às plantas uma maior tolerância a maiores doses

de clomazone (KARAM et al., 2003), porém estudos recentes mostraram uma

influência no atraso da germinação causado pelo tratamento (MISTURA et al.,

2008).

2.3 Cultivares de arroz

2.3.1 IRGA 424

Cultivar do Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA) é caracterizada pelo alto

potencial produtivo, sendo muito utilizado nas lavouras do Rio Grande do Sul. O

material ainda destaca-se por ter especial indicação às regiões onde é comum a

ocorrência de temperaturas mais baixas, como a Zona Sul e a região de fronteira

com o Uruguai. Apresenta tolerância ao frio, melhor potencial produtivo e qualidade

de grão que outras cultivares indicadas para estas zonas produtoras como El Paso e

BR IRGA 410. A alta produtividade é um destaque da IRGA 424 podendo atingir

14,49 mil quilos/ha. Cultivar de ciclo médio derivada de um cruzamento triplo e,

selecionada na Estação Regional do IRGA em Santa Vitória do Palmar/RS.

Apresenta porte baixo, folhas pilosas, é tolerante à toxidez por ferro e resistente à

brusone.

2.3.2 QM 1010

Trata-se da cultivar de arroz híbrido da Bayer CropScience de ciclo médio,

destacando-se pelo uso de baixa densidade de semeadura, 40 kg ha-1, com alto

potencial produtivo, grão tipo longo-fino, excelente qualidade culinária e industrial,

resistente ao acamamento e degrana natural.

Page 14: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

16

3 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi implantando em laboratório, no Centro de Ciências

Naturais e Exatas (CCNE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) em

Janeiro de 2013. Para tal experimento, utilizaram-se dois tipos de materiais

genéticos de arroz, sendo a cultivar IRGA 424 e o híbrido QM 1010.

Cada material recebeu quatro tratamentos, sendo as sementes testadas com e

sem a aplicação do protetor. Foram utilizadas um total de 200 sementes de cada

material, sendo 50 para cada tratamento.

Os tratamentos consistiram em: 50 sementes sem aplicação do protetor,

utilizada como testemunha com a finalidade de comparar a germinação. 50

sementes com a metade da dose recomendada pelo fabricante, 50 sementes com a

dose recomendada e 50 sementes com uma vez e meia a dose recomendada. (0;

0.600; 1.200 e 1.800 gramas de produto comercial para 100 kg de sementes

respectivamente.)

Após a aplicação dos tratamentos, procedeu-se a semeadura em papel

germitest® acondicionada em caixas gerbox. As caixas foram acondicionadas em

câmara de desenvolvimento biológico (BOD) com temperatura de 25ºC durante 10

dias.

Foram avaliadas as percentagens de sementes germinadas e não germinadas.

Foi avaliado também o índice de velocidade de germinação (IVG) em que a semente

é considerada germinada quando observada visualmente a protusão da radícula e

do coleóptilo (LIMA et al., 2005).

Ao final de 10 dias, mediu-se comprimentos da parte aérea, a fim de comparar

o crescimento das plântulas nos diferentes tratamentos, para mensurar o atraso que

pode ser observado com a aplicação de protetores na semente. Esse atraso é

importante ser comparado devido ao modo como o arroz é cultivado, sendo

fundamental a programação do manejo nas áreas.

Como os dados obtidos, foi efetuada a análise de variância dos dados e a

comparação de médias pelo teste de Duncan, ao nível de 5% de probabilidade de

erro através do programa SASM-agri (CANTERI et al., 2001).

Page 15: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

17

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O índice de velocidade de germinação (IVG) é uma das técnicas usadas para

estimar o vigor das sementes, sendo que quanto mais rápido a semente germina,

maior o seu vigor (LIMA et al., 2005).

Foi observado que o tratamento das sementes de arroz do híbrido QM 1010

com o protetor, nos tratamentos com diferentes concentrações, inclusive a

recomendada pelo fabricante, interferiu na germinação, porém não foi verificada

diferença estatística entre os tratamentos em nível de 5% no teste de Duncan

(Figura 1).

FIGURA 1 - Índice de velocidade de germinação (IVG) obtido a partir de sementes de arroz

híbrido QM 1010 nos diferentes tratamentos, após 10 dias de cultivo.

Page 16: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

18

Porém ao ser observado o índice de velocidade de germinação da cultivar

IRGA-424, foi verificado estatisticamente que a dose 1,8 interferiu de forma negativa

na germinação (FIGURA 2).

FIGURA 2 - - Índice de velocidade de germinação (IVG) obtido a partir de sementes de arroz

cultivar IRGA-424 nos diferentes tratamentos, após 10 dias de cultivo.

Os resultados obtidos com a aplicação do protetor dietil fenil fosforotioato nas

sementes dessa cultivar, permitem inferir que há uma interferência negativa no

estabelecimento da lavoura de arroz, quando usada uma dose além da

recomendada. Isso ocorre, possivelmente, porque as sementes possuem um grau

de sensibilidade que influencia na perda de vigor. Por outro lado, o uso de protetor

pode também atuar como uma cobertura da semente, influenciando na absorção de

água pela mesma, a qual é indispensável para desencadear os processos

metabólicos e bioquímicos da germinação, ocasionando desse modo uma redução

do IVG (MISTURA er al., 2008).

No percentual de germinação da cultivar IRGA-424 houve diferenças

significativas nas primeiras avaliações, tendendo à estabilização e à igualdade ao

final dos 10 dias (FIGURA 3).

Page 17: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

19

FIGURA 3 – Percentagem de sementes germinadas durante 10 dias após a semeadura de

arroz cultivar IRGA-424, nas diferentes doses dos tratamentos.

Já para o híbrido QM 1010, houve uma diferença no final dos 10 dias de

avaliação (FIGURA 4). Os tratamentos tiveram comportamentos semelhantes entre

si no decorrer das avaliações, diferenciando-se a aproximação dos 10 dias. Esse

resultado complementa o obtido no índice de velocidade de germinação, onde não

houve diferença estatística, porém foi observado comportamento heterogêneo entre

os tratamentos

FIGURA 4 - Percentagem de sementes germinadas durante 10 dias após a semeadura de

arroz híbrido QM 1010, nas diferentes doses dos tratamentos.

Page 18: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

20

Avaliou-se ainda, ao final dos 10 dias após a semeadura, o comprimento médio

da parte aérea das plantas em cada tratamento, para poder analisar como a

aplicação de protetor na semente pode interferir no estabelecimento da cultura.

Analisando o comprimento médio das plantas de arroz cultivar IRGA-424,

verificou-se diferença estatística entre os tratamentos no teste de comparação de

média de Duncan (5% de grau de significância) (FIGURA 5). Pode-se inferir que à

quantidade elevada de protetor aplicada sobre a semente, o estabelecimento da

cultura tende a ser influenciado negativamente.

FIGURA 5 – Comprimento médio da parte aérea de plântulas de arroz cultivar IRGA-424, nas

diferentes doses dos tratamentos.

Ao analisar os resultados na avaliação do comprimento médio da parte aérea

para as sementes de arroz do híbrido QM 1010, houve diferença estatística somente

na dose mais elevada do produto (FIGURA 6). O que se pode levar ao mesmo

raciocínio aplicado para os resultados da cultivar IRGA-424.

FIGURA 6 – Comprimento médio da parte aérea de plântulas de arroz do híbrido QM 1010,

nas diferentes doses dos tratamentos.

Page 19: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

21

5 CONCLUSÕES

Com os resultados obtidos na condução do experimento, conclui-se que o

protetor de sementes influencia negativamente a velocidade e percentagem de

germinação, bem como no crescimento das plântulas. Fatores esses que devem ser

levados em conta pelo produtor na hora do planejamento de semeadura da lavoura.

A possível consequência da influência negativa no estabelecimento da cultura

esta ligada ao prejuízo do cronograma do produtor para a realização dos manejos

necessários para a cultura do arroz. Além de permitir uma condição mais favorável à

competição interespecífica com as plantas invasoras na lavoura, o que torna maior a

dependência do produtor ao controle químico, aumentando o seu custo do cultivo.

Page 20: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

22

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABADIE, T.; CORDEIRO, C.M.T.; FONSECA, J.R. et al. Construção de uma coleção

nuclear de arroz para o Brasil. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 129-136, 2005.

CANTERI, M. G., ALTHAUS, R. A., VIRGENS FILHO, J. S., GIGLIOTI, E. A.,

GODOY, C. V. SASM - Agri : Sistema para análise e separação de médias em

experimentos agrícolas pelos métodos Scoft - Knott, Tukey e Duncan. Revista

Brasileira de Agrocomputação, V.1, N.2, p.18-24. 2001.

DEAN, J.V.; GRONWALD, J.W.; EBERLEIN, C.V. Induction of glutathione S-

transferase isozymes in sorgum by herbicide antidotes. Plant Physiology,

Minnesota, v.92, n.2, p.467- 473, 1990

DERIDDER, B.P.; DIXON, D.P.; BEUSSMAN, D.J. et al. Induction of glutathione S-

transferases in arabidopsis by herbicide safeners. Plant Physiology, Durham, v.130,

n.1, p.1497-1505, 2002.

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - EMBRAPA. Agência de

Informação. Disponível em:

http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fe7457q102wx5

eo07qw4xezy8czjj.html Acesso em: 10 de jan. 2013.

FORNASIERI FILHO, D.; FORNASIERI, J. L. Manual da cultura do arroz.

Jaboticabal: FUNEP, 1993. 221p.

KARAM, D. et al. Seletividade da cultura do milho ao herbicida clomazone por meio

do uso de dietholate. R. Bras. Milho Sorgo, v. 2, n. 1, p. 72-79, 2003.

LILGE, C.G.; TILLMANN, M.A.A.; VILLELA, F.A. et al. Desempenho de sementes de

arroz de diferentes cultivares na presença do herbicida glufosinato de amônio.

Revista Brasileira de Sementes. Pelotas, v.25, n.2, p.82-88, 2003.

Page 21: 343o do arroz.doc) - Universidade Federal de Santa Mariaw3.ufsm.br/geneticavegetal/images/anexos... · Entre os fatores que limitam uma maior produtividade de arroz no Estado do Rio

23

LIMA, M.G.S.; LOPES, N.F.; MORAES, D.M. et al. Qualidade fisiológica de

sementes de arroz submetidas a estresse salino. Revista Brasileira de Sementes,

Pelotas, v.27, n.1, p.54-61, 2005.

MAGUIRRE, J.B. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling

emergence vigor, Crop Science, Madison, v.2, n.2, p.176-177, 1962.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO – MAPA.

Assessoria de gestão estratégica. Disponível em:

http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Ministerio/gestao/projecao/Projecoes%20

do%20Agronegocio%20Brasil%202011-20012%20a%202021-

2022%20%282%29%281%29.pdf Acesso em: 10 de jan. 2013.

MISTURA, C.C.; BRANCO, J.C.; FREITAS, D.A.C. et al. Influência do protetor de

sementes dietil fenil fosforotioato sobre plântulas de arroz (Oryza sativa L.). R. Bras.

Agrociência, Pelotas, v. 14, n.2, p. 231-238, abr-jun, 2008.

ROSENTHAL, M.D.A.; MISTURA, C.C.; FREITAS, D.A.C. et al. Análise da

germinação e crescimento de plântulas de arroz sob o efeito do protetor de

sementes (Permit). In: CONGRESSO BRASILEIRO DA CIÊNCIA DAS PLANTAS

DANINHAS, 25, 2006, Brasília, Anais... Brasília: SBCPD, 2005. 1 CD-ROM.

STEINMETZ, S. Influência do clima na cultura do arroz irrigado no Rio Grande do

Sul. In: GOMES, A. S.; MAGALHÃES JÚNIOR, A. M. (Ed.). Arroz irrigado no sul

do Brasil, Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2004. 899 p.

SENSEMAN, S. A. Herbicide handbook. 9.ed. Champaign: Weed Science Society

of America, 2007. 458 p.

.

WEBSTER, E. P. et al. The potential for clomazone use in rice (Oryza sativa). Weed

Technology., v.13, n.2, p.390-393, 1999.