35 O JOVEM [Novembro2010]
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[3] [4] [8]
Em Novembro, a Juventude Popular da Maia retomou a “Volta ao Concelho”, que passou desta vez por Milheirós. O despesismo da Câmara Municipal da Maia também não passou despercebido à concelhia maiata.
Depois de entrevistar os presidentes de todas as Distritais eleitas, fomos falar com o presidente da única Comissão Política Regional da JP. Lídio Aguiar conta-nos tudo sobre o que se passa na R. A. da Madeira.
Este foi um mês agitado panorama internacional: eleições intercalares nos EUA, Cimeira da Nato em Lisboa, eleições na Moldávia, Haiti e Catalunha e o “caso Wikileaks”. Tudo ao pormenor no “Relatório Internacional”.
[10]
Este mês comemoram-se os 35 anos do 25 de Novembro de 1975, contra-
golpe que concluiu o processo revolucionário aberto em Abril do ano
anterior, colocando Portugal, definitivamente, na rota da democracia e da
liberdade. O Jovem vai levar-te numa viagem ao longo do que de mais
importante aconteceu entre essas duas datas.
Manuel Alegre foi protagonista de uma chata e (demasiado) longa estadia à sombra do jogo democrático, ao longo da qual foi alimentando a sua bonomia de senador da esquerda e guardião das virtudes inquestionáveis da ética republicana, refastelado em inércia e inconsequência. Quando, há cinco anos, decidiu sair do obscurantismo da sua cadeira de deputado para se lançar numa cruzada contra o seu próprio partido, motivada por uma sobranceria bacoca e uma postura revanchista, própria de menino mimado a quem o pai não oferece o rebuçado prometido, Manuel Alegre lançava as bases para a sua morte política definitiva. Deixando que os resultados dessa campanha, misturados com a sua inefável arrogância, o colocassem como centro do mundo e o convencessem de que era a última réstia de esperança presidencial para a esquerda, o poeta voltou à carga cinco anos depois, acompanhado por cínicos e ingénuos, alimentando-se num prato em que outrora cuspiu e onde agora procura alimentar-se com os poucos restos que por lá escasseiam. À medida que o tempo vai passando, as intenções de voto em Alegre caminham inexoravelmente de encontro a uma escassez de dar pena. O poeta definha alegremente ao encontro da desilusão e do falhanço, destinos naturais daquilo que sempre representou: uma ilusão cheia de coisa nenhuma. A partir de Janeiro, acabou-se o poeta. Alegremo-nos.
encontro da desilusão e do falhanço, destinos naturais daquilo que sempre representou: uma ilusão cheia de coisa nenhuma. A partir de Janeiro, acabou-se o poeta. Alegremo-nos.
É com agrado que tenho notado um aumento significativo do número de leitores d’O Jovem. À falta de exemplares vendidos, as inúmeras reacções que cada vez mais nos chegam permitem-nos saber que somos lidos por muita gente, em muitos sítios. É, por isso, hora de agradecer a todos os leitores, principal fonte de divulgação desta publicação. E o agradecimento estende-se a todos os que o lêem e o divulgam, mesmo os que o fazem movidos pela inveja, em constantes tentativas de incendiar os ânimos. Com a certeza de que quem brinca com o fogo acaba por se queimar e de que não existe tal coisa como má publicidade, espero que O Jovem vos continue a aumentar a raiva que nos aumenta a audiência. A todos, um grande bem haja.
“
Nos últimos meses, a Juventude Popular da Maia tem-se debruçado sobre a problemática das finanças públicas no que diz respeito ao seu panorama autárquico e quando já não era dúvida para nós, nem para ninguém, que a Câmara Municipal da Maia ocupa um lugar de destaque no ranking das mais devedoras do país, eis que somos confrontados com despesas e valores escandalosos que à primeira vista só podem gerar estupefacção e desconfiança. Num Estado obeso e sôfrego que pede esforços mas continua a desbaratar milhares ao minuto, é totalmente inconcebível que uma autarquia com cerca de 80 milhões de euros de dívida registe alguns encargos que insultam de uma forma clara e aberta toda uma geração confrontada com baixos salários e pouca, ou quase nenhuma, perspectiva de futuro sustentável. Enquanto eu me lembrar que os 45 mil euros gastos numa WebTv Municipal representam hoje em dia o rendimento médio bruto anual de cinco jovens recém-licenciados, ou que os 20 mil
Enquanto eu me lembrar que os 45 mil euros gastos numa WebTv Municipal representam hoje em dia o rendimento médio bruto anual de cinco jovens recém-licenciados, ou que os 20 mil euros gastos na aquisição de obras de arte representam quase o dobro da dívida pública com que um bebé português hoje nasce responsável, ou ainda que os 55 mil euros gastos na produção de um livro sobre Ambiente representam hoje em média cerca de nove anos de pensões de um reformado, só posso sentir incompreensão. E sim, todos conhecemos os milhões dispendidos pelo executivo para a rede escolar do concelho, o que não percebemos é a coerência deste investimento com os que mencionei em cima. Simplesmente não há e, já que gastaram pouco menos de 1,5 milhões de euros em futilidades, bem que podia ter sido em Blindados…
Lidador Por terras de
O poeta definha alegremente ao encontro da desilusão e do falhanço, destinos naturais daquilo que sempre representou: uma ilusão cheia de coisa nenhuma.
A Juventude Popular da Maia esteve na Junta de Freguesia de Milheirós no âmbito da actividade denominada “Volta ao Concelho” que permite à nossa estrutura partidária conhecer a realidade do concelho da Maia. A freguesia de Milheirós é uma freguesia, predominantemente, rural com cerca de 5 mil habitantes. A sua população é, maioritariamente, envelhecida, representando a população jovem uma minoria que faz desta região um dormitório. Comecemos pelo edifício da Junta de Freguesia: é um edifício moderno, constituído por um auditório e por várias salas. Estas divisões têm sido aproveitadas com um conjunto de actividades que dinamizam e rentabilizam o espaço, tais como ginástica sénior, exposições, reuniões, formações, vendas de natal e festas. Este aproveitamento tem sido feito não só pelas colectividades e empresas sediadas na freguesia, mas também pelas de fora. É também neste edifício que funcionam vários gabinetes: GAIL, Gabinete de Inserção Profissional, Gabinete de Psicologia, Gabinete de Apoio ao Utente e de Segurança Social. O Gabinete de Psicologia, somente com um mês de existência, tem-se revelado fulcral no apoio a crianças, embora também apoie adultos. Note-se que as consultas para os residentes da freguesia são gratuitas. O Gabinete de Apoio ao Utente e de Segurança Social consiste num apoio mais próximo ao utente no preenchimento de documentação como declarações de IRS, elaboração de cartas, informações no âmbito da educação, trabalho e outros assuntos civis. Este gabinete desempenha ainda uma função de mediação entre os serviços sociais e o utente, não tendo este de se deslocar às instalações da Segurança Social. Quanto a infra-estruturas públicas, o Presidente Laurindo Vítor Cardoso destacou a escola pré-primária e primária, creche, a capela mortuária A e o lar de 3ª idade que, de momento, se encontra em obras, tendo sido os seus residentes transferidos para outros lares. Ao lado destas infra-estruturas públicas, outras instituições de relevo social se distinguem: “Criança diferente”, IPSS que apoia crianças com deficiências físicas e mentais, apoiando também a respectiva família. Proporciona actividades educativas e culturais, terapias, passeios e tudo o que é essencial a estas crianças; “Raríssimas”, associação que congrega pessoas com doenças raras; Confraria de são Vicente Paulo, cujas instalações são no antigo edifício da Junta. Há uma noção de que o edifício não está nas melhores condições, mas não constitui um perigo e há um conjunto de actividades que decorrem no novo espaço da JFM. Havendo dinheiro, esse edifício será restaurado, garante o executivo de Milheirós. Destaca-se ainda a Escola dramática com 82 anos de existência; a Escola de música, comparada muitas vezes ao Conservatório de Música da Maia; a Escola de teatro e o Orfeão,
entre os serviços sociais e o utente, não tendo este de se deslocar às instalações da Segurança Social. Quanto a infra-estruturas públicas, o Presidente Laurindo Vítor Cardoso destacou a escola pré-primária e primária, creche, a capela mortuária A e o lar de 3ª idade que, de momento, se encontra em obras, tendo sido os seus residentes transferidos para outros lares. Ao lado destas infra-estruturas públicas, outras instituições de relevo social se distinguem: “Criança diferente”, IPSS que apoia crianças com deficiências físicas e mentais, apoiando também a respectiva família. Proporciona actividades educativas e culturais, terapias, passeios e tudo o que é essencial a estas crianças; “Raríssimas”, associação que congrega pessoas com doenças raras; Confraria de são Vicente Paulo, cujas instalações são no antigo edifício da Junta. Destaca-se ainda a Escola dramática com 82 anos de existência; a Escola de música, comparada muitas vezes ao Conservatório de Música da Maia; a Escola de teatro e o Orfeão, ambos numa fase de crescimento e o clube Inter de Milheirós FC. Quanto a necessidades e carências imediatas da freguesia, foi-nos indicado pelo Presidente que não são precisas grandes obras, estão bastante satisfeitos com o que têm, uma vez que respondem às exigências da população. A única obra que, eventualmente, tivesse mais urgência seria o alargamento da rua junto à junta de freguesia. Há bastante afluência de carros e camiões, o que prejudica a circulação. Assim como também seria preciso uma zona pequena de estacionamento junto a este edifício, uma vez que congrega também os CTT. Note-se que a junta de freguesia, actualmente, tem um conjunto de dívidas deixadas pelo executivo anterior e, como tal, fizeram alguns cortes, nomeadamente acabaram com a festa da francesinha, uma vez que havia um grande investimento da junta de freguesia e a grande percentagem de usufrutuários da festa eram vizinhos da freguesia (residentes de Gueifães e Nogueira). Optaram por fazer uma festa mais pequena (uma espécie de churrasco) com actividades somente para os moradores, não tendo estes qualquer custo. A relação com a Câmara Municipal da Maia é boa, tendo sido até hoje, todos os seus pedidos atendidos. Nas palavras do Presidente, “temos uma freguesia auto-suficiente, segura e familiar em que toda a gente se conhece”.
Note-se que a junta de freguesia, actualmente, tem um conjunto de dívidas deixadas pelo executivo anterior e, como tal, fizeram alguns cortes, nomeadamente acabaram com a festa da francesinha, uma vez que havia um grande investimento da junta de freguesia e a grande percentagem de usufrutuários da festa eram vizinhos da freguesia (residentes de Gueifães e Nogueira). Optaram por fazer uma festa mais pequena com actividades somente para os moradores, não tendo estes qualquer custo. Nas palavras do Presidente, “temos uma freguesia auto-suficiente, segura e familiar em que toda a gente se conhece”. Rita M. Silva
A Comissão Política Concelhia da Juventude Popular da Maia emitiu um comunicado em que considera aberrante muitas das despesas públicas contraídas pelo executivo da Câmara Municipal da Maia entre o ano de 2009 e o presente. No comunicado pode ler-se que é "completamente incompreendido e injustificável que a Câmara Municipal da Maia tenha gasto quase um milhão e meio de euros em serviços e bens que desafiam o bom senso, e muitas vezes entram em contraditório, provocando assim em nós, em alguns casos, a clara sensação de repetições nos propósitos e fins dessas despesas". A título de exemplo, foram referidos alguns valores, tais como os quarenta e cinco mil euros numa WebTV Municipal, vinte e cinco mil euros no ajardinamento de uma rotunda na zona industrial, cinquenta e quatro mil euros na colocação de iluminação de natal, cinquenta e quatro mil euros em dois concertos nas festas populares e religiosas, trinta mil euros na edição e impressão de um livro sobre os trinta,
industrial, cinquenta e quatro mil euros na colocação de iluminação de natal, cinquenta e quatro mil euros em dois concertos nas festas populares e religiosas, trinta mil euros na edição e impressão de um livro sobre os trinta, vinte e cinco mil euros ara a iluminação de uma fonte, quarenta e dois mil euros para a produção e colocação de lonas no complexo das inexistentes piscinas olímpicas, Estes são apenas alguns exemplos de uma lista de despesas supérfluas que ascendem a pouco menos de um milhão e meio de euros. A JP Maia, em nome da juventude maiata, suplica ao executivo municipal uma revisão de consciência nesta conduta despesista que roça a incredulidade e a forte desconfiança numa transparência mais do que elementar.
Quais têm sido os grandes feitos da
Juventude Popular da Madeira e que
metas pretendem alcançar nos tempos
mais próximos?
O grande objectivo da Juventude Popular
começa por estar atenta à sociedade, à sua
realidade e como parte de um partido da
oposição com razão, denunciar o que está
menos bem, sendo sensível aos assuntos
ligados à juventude. Para isso, e dentro do
possível, temos uma relação com o CDS de
partilha em que os temas da juventude seja
a própria a tratar. Abordamos assuntos
como: bolsas de estudo; tarifas aéreas;
bolsas de manuais escolares usados;
campanha com cartazes “Liberdade”;
I Festival JP; Tertúlia sobre Educação.
Estamos agora com duas actividades:
Voluntariado no Parque Ecológico do
Funchal e Peditório em rede de Farmácias
da Região para o Centro da Mãe que acolhe
jovens mães solteiras.
As metas principais são olhar a actualidade
e criar solidamente mais concelhias (difícil
mas não impossível).
A insularidade a que a Madeira está
sujeita acaba por dificultar o vosso
trabalho? Em que medida é que essa
característica da vossa região molda a
vossa forma de trabalhar?
A insularidade dificulta por ser um meio
pequeno e, com o PSD a governar há mais
de 30 anos, temos um sistema com muitos
vícios e uma falsa democracia. É com muita
persistência e razão que temos alguns
êxitos.
Como avalias, até ao momento, a
prestação da Juventude Popular na
Região Autónoma da Madeira e no
contacto com os jovens?
Considero uma boa prestação, mas sou
suspeito! Na realidade tenho a minha vida
profissional e sou presidente da JP Madeira.
Tem de haver uma boa coordenação para
não falhar nem prejudicar nenhuma dessas
opções e isso leva o seu timing, num
caminho que tem altos e baixos. Estendo
esta realidade a toda a Comissão Política e
é indo ao encontro da disponibilidade de
cada um que realizamos as actividades que
são de conhecimento de todos. Temos site
e estamos presentes no facebook, sendo
esta via a escolhida para chegar a um maior
número de jovens. Segredo? Não há, temos
e estamos presentes no facebook, sendo
esta via a escolhida para chegar a um maior
número de jovens. Segredo? Não há, temos
de acompanhar a actualidade e afirmar que
estamos presentes.
Que diagnóstico social e económico fazes
da Região Autónoma da Madeira? Que
problemas e quais as soluções?
A realidade da Região Autónoma da
Madeira é também o eco do Continente,
apesar da sua autonomia com má
governação, instabilidade, insegurança,
pobreza, falta de coragem e falta de
confiança. Há uma crise geral. Tenho
dificuldades em perceber e comentar esta
crise: Onde e como surgiu? Qual o
verdadeiro rosto desta crise? Estado ou
Público? Há soluções? Mais perguntas e
dúvidas se poderia colocar. E bem, a meu
ver, a solução passaria por uma grande
convergência entre todos os agentes da
sociedade num processo “Open Space”
olhar a realidade desta globalização e como
tal buscar exemplos de boa gestão de a
ordem e aplicar de forma exequível no nosso
país que é Portugal.
Actualmente, para além de uma estrutura
regional, a Juventude Popular tem
cinco distritais activas. Como avalias a
importância de haver estruturas distritais e
regionais eleitas para o desenvolvimento
da JP?
O sucesso de uma estrutura, Regional ou
Distrital, será maior quanto maior for a sua
implantação. Daí a minha atenção na criação
dessas mesmas estruturas. Ttrata-se de um
processo moroso (são necessárias
disponibilidade, formação, trabalho de
equipa, identificação com a política) para que
estando activa seja uma mais valia para a
Juventude Popular mas também para o CDS.
E porquê? Com esta rede de estruturas
espalhadas pelo país é mais fácil de chegar até
ao centro de decisão à verdadeira realidade
local, os anseios, as dificuldades mas também
todo o trabalho criativo e inovador feito no
terreno. Tenho verificado esta dinâmica em
algumas concelhias já eleitas.
“ A insularidade dificulta por ser um meio pequeno
e, com o PSD a governar há mais de 30 anos,
temos um sistema com muitos vícios e uma falsa
democracia. É com muita persistência e razão que
temos alguns êxitos.
Competir para vencer!
Porque não devemos de desistir da nossa soberania fiscal em nome de um sistema internacional ou harmonizado.
Não é raro ouvirmos altas autoridades
comunitárias bradarem aos estados-
membros que não sigam tendências
restritivas e proteccionistas. Se este
conselho dado às “árvores” é de louvar, o
mesmo não se pode dizer quando chega a
vez de a praticar na “floresta”. Se a cada
país é pedida abertura, é a própria UE a
primeira a cair na tentação de não o fazer.
A aberração da PAC é o expoente máximo
dessa hipocrisia reinante.
Essa tendência conduz a uma
uniformização fraternal que permite à
União agir como um bloco perante o resto
do mundo, funcionando sob a lógica de
uma concha dentro da qual se guarda a
moralidade das boas práticas. E quem está
de fora que se lixe. Se não incomodar,
também não se chateia; se causar
problemas, ataca-se.
É o que acontece com a recente vaga de
ataques às jurisdições com práticas fiscais
mais brandas, sob a capa da necessidade de
transparência, que encobre a crescente
tentativa de harmonização fiscal no seio da
UE, destruindo a capacidade de cada país
jogar a sua competitividade também ao
nível dos impostos, prejudicando
essencialmente os países mais frágeis,
como Portugal, onde, apesar de não se ver
grande vontade de o fazer, poderia ser
jogada essa carta para a atracção de
investimento externo.
Várias práticas fiscais de cada um dos
estados-membros, mas ainda assim
soberanos, estão já seriamente limitadas
por imposições harmonizadoras vindas de
Bruxelas. Por exemplo, nenhum país pode
definir livremente que taxa máxima de IVA
quer praticar, uma vez que a UE obriga a
um mínimo de 15%. Há tempos atrás, o
ministro das finanças teve de conseguir
uma autorização excepcional para manter
taxas de IVA mais reduzidas nas portagens
das pontes sobre o Tejo.
Para além disso, a iniciativa de cortar nos
uma autorização excepcional para manter
taxas de IVA mais reduzidas nas portagens
das pontes sobre o Tejo.
Para além disso, a iniciativa de cortar nos
impostos sobre o rendimento que algum
país ouse fazer, sofre logo de olhares de
soslaio dos restantes, que se sentem
pressionados. A Irlanda – caso
paradigmático de rápido desenvolvimento
aliado a cortes fiscais na década de 1990 –
que o diga.
Estas tendências – que a OCDE e a ONU
também têm patrocinado – acabam por
evitar os fluxos de capital e trabalho de
jurisdições fiscalmente pesadas para outras
mais leves. Tal facto, não só não permite
uma séria descida dos impostos – num
determinado território e, por força da
pressão competitiva, em vários outros –
que beneficiaria em primeiro lugar os
contribuintes, como não ajuda a disciplinar
as práticas despesistas tão recorrentes na
generalidade dos Estados, particularmente
nos europeus.
Como a generalidade das suas formas, a
concorrência em matéria fiscal tem
tendência a provocar resultados positivos.
As pessoas ficam com mais dinheiro (que, é
bom não esquecer, é seu) no bolso e o
desempenho das economias é estimulado
por impostos mais baixos no trabalho, nas
poupanças e no investimento. Para além
disso, a tendência dos governos para
torrarem a riqueza do país em dívidas
externas brutais seria, ainda que à força,
posta seriamente em causa.
A título de exemplo, quando numa
determinada localidade existe apenas um
café, o seu dono vê-se na liberdade de
praticar preços mais elevados e prestar
piores serviços, do que faria num mercado
onde estivessem outros agentes
concorrentes. Portanto, tudo seria
diferente quando ele começasse a sentir os
constrangimentos típicos da abertura de
dois ou três cafés nas redondezas que
apostassem em ser mais produtivos,
baixando preços e prestando serviços de
poupanças e no investimento. Para além
disso, a tendência dos governos para
torrarem a riqueza do país em dívidas
externas brutais seria, ainda que à força,
posta seriamente em causa.
A título de exemplo, quando numa
determinada localidade existe apenas um
café, o seu dono vê-se na liberdade de
praticar preços mais elevados e prestar
piores serviços, do que faria num
mercado onde estivessem outros agentes
concorrentes. Portanto, tudo seria
diferente quando ele começasse a sentir
os constrangimentos típicos da abertura
de dois ou três cafés nas redondezas que
apostassem em ser mais produtivos,
baixando preços e prestando serviços de
qualidade. A pressão competitiva
provocaria uma melhor alocação de
recursos e uma maior eficiência. Os
principais beneficiados seriam os
consumidores.
O mesmo é válido em termos fiscais. Se
as taxas praticadas forem iguais em todo
o lado, a tendência é para um prejuízo do
contribuinte. Mas, se um país ousar
cortar drasticamente nos impostos,
facilmente se percebe que cria mais
condições para atrair mais investimento e
multiplicar o emprego, tal como o café
que pratique melhores preços e preste
melhor serviço terá mais facilidade em
atrair clientes.
É, de resto, difícil de conceber que, no
mundo globalizado de hoje, não se
garanta a mobilidade laboral e de capital
com base num mundo competitivo em
termos fiscais, em que todos ficam a
ganhar. Até os governantes cleptómanos
e com grave tendência para gastar já
podem ver a receita fiscal aumentar. Uma
explicação “lafferiana” mostra-o.
A tendência para a defesa de um sistema fiscal uniformizado a nível internacional tem vindo a intensificar-se. Sob o pretexto de uma maior justiça para os contribuintes, a capacidade de os estados encetarem políticas mais brandas em termos fiscais fica em risco.
Muito pouco para escrever neste capítulo que dará mais frutos no futuro, quando o novo Congresso entrar em funções em Janeiro, mas não se pode deixar de tirar já conclusões óbvias. Os Democratas levaram (como é normal em Midterms para o partido da Casa Branca) uma “tareia” e perderam a Casa dos Representantes deixando o Senado sob o seu controlo muito por causa do facto de só um terço do Senado ter ido a eleições. Os americanos colocaram muitas esperanças nos candidatos aprovados pelo Tea Party nas listas Republicanas e vamos ver o que este “movimento” fará” com o Congresso, se será só uma forma de bloqueio como foi o Congresso contra Bill Clinton, ou se trabalhará com o Presidente para atingir algumas políticas importantes. Mais interessante disto tudo foi ver Obama partir para uma viagem de 10 dias pela Ásia (que seria importante, caso Obama tivesse conseguido algum acordo importante em países como a Índia ou a Coreia do Sul) com um custo total de 2000 milhões de dólares. Fica a informação para tirarem a conclusão que achem mais pertinente.
No mês de Novembro, Lisboa foi um palco de política externa de excelência. Aquela que foi das mais importantes cimeiras da história da NATO teve lugar por cá, e foi importante o suficiente para ficar para a história. Preciosidades à parte, como a segurança do evento entre outros (estive lá, foi giro, mas o importante ninguém pode ver cá fora). O novo Conceito Estratégico da Aliança é uma realidade e quer tornar a NATO numa organização digna do século vinte e um. Em poucas páginas se pode ler o conceito, flexível e conciso, pretende ser o guião político da década que entramos. E claro, dessa década, o prato quente é o Afeganistão. A prioridade é o nation building, tarefa incrivelmente mais difícil do que bombardear campos terroristas e limpar cidades com operações especiais é fazer renascer um pais. A
incrivelmente mais difícil do que bombardear campos terroristas e limpar cidades com operações especiais é fazer renascer um país. A Aliança quer entregar o Afeganistão aos próprios em 2014, mas a data parece-me ilusória. Estamos, pois, a falar de um país que tem níveis de iliteracia na ordem dos 70% e tem que construir de raiz as instituições democráticas para ser auto-suficiente. Isto é trabalho para mais do que uma geração, mas o papel da NATO é de iniciar o processo, não de o finalizar e estão a ser postos no terrenos os meios para tal. Toda a gente já percebeu que o inimigo militar está no outro lado da fronteira, no Paquistão, e é ai que a inteligência militar se está a concentrar. Mas os restos desse inimigo perduram no Afeganistão onde é preciso cortar o meio de subsistência deles, os campos de papoilas para fim de produção de ópio. Além disso, um acordo histórico entre a NATO e a Rússia foi alcançado em Lisboa – ou como Sócrates gosta de dizer para se vangloriar, o “Acordo de Lisboa” – para um novo modelo de defesa da Europa, e consequentemente primeira linha de defesa do ocidente perante ataques provenientes do Este. O que este acordo tem de histórico, transborda de vazio. Primeiro de tudo, salientar que este acordo sublinha a necessidade da NATO em ter a Rússia muito perto, e a necessidade temporária da Rússia se virar para a Europa. A criação do novo sistema de defesa antimíssil em território europeu é um objectivo dos EUA desde o tempo de George W. Bush que esbarrou na teimosia de Putin em não querer “jogar à bola” com ninguém em ambos os lados. Medvedev não é Putin! É mais aberto, não é “filho” do KGB, move-se bem com outros chefes de estado e tem que ter mais atenção a outros problemas internos, do que a picardias com a NATO. Tenho que ser justo também para Putin: Medvedev não tinha o problema da Ucrânia para resolver como Putin teve. Hoje a Ucrânia está serena com Moscovo e não quer ser grande amiga da NATO. Putin teve os filhos da revolução laranja para lidar. Acima de tudo, em Moscovo ainda está bem viva a ideia retrógrada de que a NATO é a velha
revolução laranja para lidar. Acima de tudo, em Moscovo ainda está bem viva a ideia retrógrada de que a NATO é a velha e eterna inimiga da Rússia, herdeira da URSS. Ora, a NATO desenvolveu depois da Guerra Fria. A Rússia não. Pergunte-se a qualquer especialista na matéria e ele dirá que a NATO hoje tem como principal objectivo o combate ao terrorismo. É o avanço estratégico da Aliança pós 2001. A Rússia começa a ter o mesmo problema. o Afeganistão já dura à quase uma década ali ao lado, o Irão está pouco cooperante e a NATO parece ser uma boa base de apoio para o não desgaste russo. Para a NATO a questão é outra. Claramente em expansão em termos de parceria, e claramente regional em termos de militância, a NATO quer ver as mais-valias russas posta em acção para a sua própria defesa. Em termos estratégicos, o corredor russo de acesso ao oriente é muito bom para a Aliança e a despolitização do espaço militar europeu alegra a Aliança na medida em que haverá um consenso alargado nas manobras de defesa europeia. Os EUA vêm isto com bons olhos. Qualquer ataque directo aos EUA terá sempre o seu ensaio na primeira linha de defesa norte americana, a Europa. Ora, é aí que deve estar a primeira linha de protecção do espaço euro-atlântico. O escudo de mísseis é obrigatório para essa defesa, e ambos os “blocos” sabem disso. Assim sendo, e resumindo q.b. o acordo NATO – Rússia, este acordo histórico tem a subtileza de não o ser. É meramente uma sobreposição temporária de interesses. E ainda bem que o é! É de notar que para este acordo ser feito, a Geórgia ficou de fora das reuniões de Lisboa. A Rússia não vai ceder, e a NATO não quer mexer para já. Mas quando tiver de mexer, vamos ver em que estado está o “acordo NATO-Rússia”. A Geórgia, politicamente não é a Ucrânia, nem Saakashvili é um Viktor Yushchenko. Outras eleições em Novembro Algumas ideias mais soltas sobre eleições em
Algumas ideias mais soltas sobre eleições em Novembro: destaco desde logo as eleições da Moldávia que tiveram um resultado muito importante. Num país onde ainda há muito a percorrer em termos de Democracia, nas mãos do partido comunistas da Moldávia, a um grupo de partidos pró-europeus juntos tem no Parlamento 59 lugares, dois abaixo da maioria absoluta de 61. Não faz com que possam eleger um Presidente (actual é do PC da Moldávia) mas estão perto e tiraram maioria no Parlamento aos comunistas que não deixam ser o povo directamente a eleger o seu Presidente, mas sim o Parlamento. De qualquer das maneiras, é um passo importante que a Moldávia dá para a integração europeia e para o seu futuro. No Haiti, os candidatos presidenciais que iriam a votos no dia 28 de Fevereiro deste ano só no dia 28 de Novembro foram, e o resultado ficou adiado para uma segunda volta. Depois da catástrofe do terramoto o país quer recuperar e elegeu 99 deputados e 10 de um total de 30 senadores, sendo que as eleições tiveram alguns problemas que a ONU teve de resolver, mas os monitores internacionais reconhecem o resultado como válido. A segunda volta da eleição presidencial é a 16 de Janeiro. Aqui mais próximo de casa foram as eleições na Catalunha. Como seria de esperar, o Partido Socialista Catalão, filiado no PSE de Zapatero, perdeu a eleição e deu uma maioria relativa aos nacionalistas catalães da União e Convergência que, para formarem governo terão de recorrer a uma coligação com o Partido Popular catalão, filiado ao nacional de Mariano Rajoy, que ficou em terceiro e portanto, aquilo que tanto Rajoy como Zapatero pediram foi, de certa medida conseguido, e nenhum caminho para a maior autonomia ou mesmo a independência será possível. Wikileaks Embora seja o tema quente do mês, com
Embora seja o tema quente do mês, com ramificações que vão perdurar por meses, não vou usar este meu espaço para comentar a substância, mas a forma. Acredito firmemente nos valores institucionais da política internacional e por isso mesmo recuso-me a comentar uma palavra das notas roubadas por um traidor da pátria a que ele diz pertencer. Falo do jovem soldado que roubou e entregou à Wikileaks esta informação. Este jovem está preso e tem pela frente uma possível pena de 52 anos pela brincadeira que criou. Já por Julian Assange, o jornalista editor da Wikileaks que está fugido à Interpol em local desconhecido, tenho a mais profunda convicção que deveria ser colocado na lista de terroristas das autoridades americanas e europeias pelos actos que pratica e que, com a sua agenda pessoal de ver ruir tudo à sua volta, coloca em perigo de vida as forças de segurança ocidentais destacadas por esse mundo fora, incluindo membros das Forças Armadas portuguesas no Afeganistão. Mais que isso, parece que este tipo de informação é trazido a luz do dia de forma ilegal, portanto qualquer instituição democrática que pegue nele como prova para qualquer coisa está a dar força a uma ilegalidade completa, e aqui falo directamente do Parlamento Europeu via Comissão para os Voos da CIA, e para o Parlamento português na Comissão dos Negócios Estrangeiros pela proposta do PCP em chamar o Ministro Luís Amado para responder a perguntas formuladas pela informação da Wikileaks. Excelente papel teve o Deputado do CDS e Presidente da Comissão, Ribeiro e Castro, que quer garantias que a audição não viola a lei e tem duvidas disso mesmo segundo relatou aos media.
Os militares saem à rua para derrubar o
regime, não encontram resistência e são
saudados pelo povo numa revolução que
ficaria para a História como aquela em que
os cravos vermelhos substituíram as balas
Madrugada de 25 de Abril de 1974. Ao
som de E Depois do Adeus e Grândola Vila
Morena, saem à rua os operacionais do
Movimento das Forças Armadas, chefiados
pelo General António de Spínola, com o
objectivo claro de derrubar o regime
fascista que imperava em Portugal desde a
década de 30 do século passado. Com a
fragilizada posição do Prof. Marcello
Caetano na condução dos destinos do país
e por uma cada vez mais audível
manifestação a favor da implantação de um
regime totalmente democrático em
Portugal, os militares não encontram
resistência e são saudados pelo povo numa
revolução que ficaria para a História como
aquela em que cravos vermelhos
substituíram balas.
1 de Maio de 1974. O Partido Comunista
Português, desafiando as linhas políticas de
orientação democrática que começavam a
ser postas em prática, promove uma
grande manifestação em Lisboa a favor das
nacionalizações e da descolonização
imediata e sem contra-partidas dos
territórios ultramarinos portugueses. Com
o claro apoio no terreno da extrema-
esquerda militar, começa a desenhar-se
publicamente a verdadeira intenção do
PCP: tornar Portugal uma ditadura de estilo
soviético.
16 de Maio de 1974. Toma posse o
Primeiro Governo Provisório chefiado por
Palma Carlos.
9 de Julho de 1974. O Conselho de Estado
recusa um aumento de poderes a Palma
Carlos acabando este por se demitir.
9 de Julho de 1974. O Conselho de Estado
recusa um aumento de poderes a Palma
Carlos acabando este por se demitir.
18 de Julho de 1974. Toma posse o
Segundo Governo Provisório chefiado pelo
militar de esquerda Vasco Gonçalves.
19 de Julho de 1974. Nasce o Centro
Democrático Social (CDS), pelas mãos de
Diogo Freitas do Amaral e Adelino Amaro
da Costa. De inspiração democrata-cristã,
surge um novo partido de Direita
comprometido com a Democracia e a
Liberdade. Estava assim fundado o único
partido português que até aos dias de hoje
continua a representar a única solução
democrática ao socialismo.
10 de Setembro de 1974. O Presidente da
República Portuguesa, General António de
Spínola, reconhece oficialmente a
independência da Guiné-Bissau, o primeiro
território a consegui-la, caindo assim por
terra todo um modelo de um Portugal
federalista, proposto por si anos antes, em
que se propunha uma integração das
colónias num modelo de desenvolvimento
multi-racial e democrático.
28 de Setembro de 1974. Depois de vários
meses a caracterizar a situação do país
como calamitosa e com receio do
crescimento do Partido Comunista
Português, o Presidente da República
Portuguesa, General António de Spínola,
4 de Novembro de 1974. Reúne a
Juventude Centrista no seu primeiro
comício no Teatro S. Luís, em Lisboa.
Respeitando integralmente todas as regras
da liberdade de reunião e associação, a sala
encheu para aquela que foi a primeira
demonstração do grande contributo que a
juventude da direita democrática deu e
dará a Portugal. A reunião foi interrompida
por um grupo de manifestantes da
extrema-esquerda que, desrespeitando
todas as regras de civismo e da Liberdade
de Associação, movidos a gritos de
comando não só agrediu as forças de
segurança públicas que estavam presentes
como ainda danificou estabelecimentos
comerciais e veículos. Não satisfeitos, este
grupo de insurrectos dirigiu-se depois à
sede nacional do CDS onde, depois de
pilharem e destruírem muitos objectos e
propriedade pertencente ao partido,
apela à Maioria Silenciosa que se revolte
contra este estado da nação.
Corresponderam, em apoio ao Chefe de
Estado, os partidos radicais à direita
organizando, para o dia 28 de Setembro,
uma grande manifestação, aprovada pelas
instâncias superiores e por isso mesmo
dentro da legalidade, em Lisboa. Receando
um tremor na sua posição, uma contra-
manifestação é ilegalmente organizada
pelo PCP com enorme êxito. Com a falta de
apoio do Partido Socialista, do Partido
Popular Democrático e das Forças Armadas
à ideia de Spínola, este demite-se no dia a
seguir e o PCP tem aqui a sua primeira
grande percepção de que pode controlar
Portugal pela via da força. O novo
Presidente da República será o General
Costa Gomes.
4 de Novembro de 1974. Reúne a
Juventude Centrista no seu primeiro
comício no Teatro S. Luís, em Lisboa.
Respeitando integralmente todas as regras
da liberdade de reunião e associação, a sala
encheu para aquela que foi a primeira
demonstração do grande contributo que a
juventude da direita democrática deu e
dará a Portugal. A reunião foi interrompida
por um grupo de manifestantes da
extrema-esquerda que, desrespeitando
todas as regras de civismo e da Liberdade
de Associação, movidos a gritos de
comando não só agrediu as forças de
segurança públicas que estavam presentes
como ainda danificou estabelecimentos
comerciais e veículos. Não satisfeitos, este
grupo de insurrectos dirigiu-se depois à
sede nacional do CDS onde, depois de
pilharem e destruírem muitos objectos e
propriedade pertencente ao partido,
tentaram pôr fogo ao edifício.
14 de Dezembro de 1974. Após
reclamação do PCP, são presos inúmeros
empresários e os chamados capitalistas que
representam grandes grupos económicos
no país. Por deliberação do Primeiro-
Ministro, Vasco Gonçalves, a COPCON,
liderada por Otelo Saraiva de Carvalho,
executa com prazer esta missão.
25 e 26 de Janeiro de 1975. Primeiro
Congresso Nacional do CDS, no Palácio de
Cristal, no Porto. Num cenário nunca antes
visto em Portugal, um partido legalizado é
brutalmente interrompido na sua liberdade
de associação por umas centenas de
O Presidente da
República, António
de Spínola, apela à
Maioria Silenciosa
que se revolte
contra este estado
da nação
comerciais e veículos. Não satisfeitos, este
grupo de insurrectos dirigiu-se depois à
sede nacional do CDS onde, depois de
pilharem e destruírem muitos objectos e
propriedade pertencente ao partido,
tentaram pôr fogo ao edifício.
14 de Dezembro de 1974. Após
reclamação do PCP, são presos inúmeros
empresários e os chamados capitalistas
que representam grandes grupos
económicos no país. Por deliberação do
Primeiro-Ministro, Vasco Gonçalves, a
COPCON, liderada por Otelo Saraiva de
Carvalho, executa com prazer esta missão.
25 e 26 de Janeiro de 1975. Primeiro
Congresso Nacional do CDS, no Palácio de
Cristal, no Porto. Num cenário nunca
antes visto em Portugal, um partido
legalizado é brutalmente interrompido na
sua liberdade de associação por umas
centenas de manifestantes da extrema-
esquerda que, recorrendo à violência,
colocaram em perigo os mais de 700
congressistas presentes. Foram mais de 12
horas que os militantes e simpatizantes do
CDS, presentes no Palácio de Cristal,
estiverem encurralados até à tardia
intervenção da COPCON que restaurou a
normalidade.
11 de Março de 1975. Reacção do General
António de Spínola, e de alguns militares
seus apoiantes, a uma presumível
operação da extrema-esquerda, conhecida
como A Matança da Páscoa, que visava
retirar a vida ao ex-Presidente da
República e a mais de um milhar de civis e
militares. O dia, que ficou conhecido
como uma tentativa de
golpe de Estado da direita radical, ainda
apresenta algumas contradições e dúvidas
sobre se não terá sido a própria extrema-
golpe de Estado da direita radical, ainda
apresenta algumas contradições e dúvidas
sobre se não terá sido a própria extrema-
esquerda a orquestrá-lo como armadilha
política à Direita portuguesa. Começa o PREC.
12 de Março de 1975. Após os
acontecimentos do dia anterior a esquerda
revolucionária reforça-se com a criação do
Conselho da Revolução.
11 de Abril de 1975. Assinatura do Pacto
MFA-Partidos. Fortemente virada à
esquerda, a estrutura do MFA encontrou
neste pacto com os partidos, prometido a 25
de Abril de 1974, uma forma de suavizar e
permitir, em certa forma, mais um passo na
revolução de esquerda protagonizada pelo
PCP sob a desculpa de tranquilizar o debate
político em Portugal e permitir as primeiras
eleições para a Constituinte. Sob pena de
ficar desprotegido contra mais actos de
violência da extrema-esquerda, o CDS
assinou contrariado este documento.
30 de Abril de 1975. O Conselho da
Revolução reconhece a Intersindical nacional
como a representante dos sindicatos
portugueses. Estava assim conseguido mais
um objectivo do PCP: a unicidade sindical.
15 de Maio de 1975. No Avante, órgão de
comunicação oficial do Partido Comunista
Português, Álvaro Cunhal enfatiza de que já
não faltará muito para que o Socialismo se
faça sentir em Portugal. Esse Socialismo, de
matriz marxista-leninista, felizmente nuca se
viria a efectivar em Portugal.
19 de Maio de 1975. O Jornal República
passa a ser controlado por trabalhadores
ligados ao PCP sob o pretexto de que este
órgão de comunicação estaria a ficar
alinhado com o Partido Socialista.
para a Constituinte. Sob pena de ficar
desprotegido contra mais actos de violência
da extrema-esquerda, o CDS assinou
contrariado este documento.
30 de Abril de 1975. O Conselho da
Revolução reconhece a Intersindical nacional
como a representante dos sindicatos
portugueses. Estava assim conseguido mais
um objectivo do PCP: a unicidade sindical.
15 de Maio de 1975. No Avante, órgão de
comunicação oficial do Partido Comunista
Português, Álvaro Cunhal enfatiza de que já
não faltará muito para que o Socialismo se
faça sentir em Portugal. Esse Socialismo, de
matriz marxista-leninista, felizmente nuca se
viria a efectivar em Portugal.
19 de Maio de 1975. O Jornal República
passa a ser controlado por trabalhadores
ligados ao PCP sob o pretexto de que este
órgão de comunicação estaria a ficar
alinhado com o Partido Socialista.
27 de Maio de 1975. Um grupo de jornalistas
pró-comunistas toma conta da emissão da
Rádio Renascença aproveitando para
divulgar propaganda revolucionária.
8 de Junho de 1975. A Assembleia do MFA
aprova o Documento-Guia que ignora por
completo o Pacto MFA-Partidos e a
Assembleia Constituinte. A finalidade do
documento consistia em criar um sem
número de associações que permitissem o
funcionamento de um Estado soviético
paralelo ao Estado democrático regido pelo
activismo das massas trabalhadoras.
9 de Agosto de 1975. É publicado o
“Documento dos 9”, redigido por Melo
Antunes, que colocava de alguma forma um
ponto final e chamada de atenção ao
domínio do PCP no MFA.
25 de Agosto de 1975. Criação da Frente de
Unidade Revolucionária pelo PCP e alguns
partidos de extrema-esquerda. O seu
objectivo era contestar as eleições
“burguesas” da Constituinte e preparar-se
para a luta armada.
30 de Agosto de 1975. Demissão de Vasco
Gonçalves do cargo de Primeiro-Ministro,
político de inspiração comunista. Um revés
para o PCP que entretanto começou a
procurar novas alternativas de influência.
19 de Setembro de 1975. Toma posse o
Tentativa de golpe de Estado da direita radical. Ainda hoje há dúvidas se não terá sido orquestrada pela extrema-esquerda como armadilha para a direita. Começa o PREC.
É publicado o "Documento
dos 9”, redigido por
Melo Antunes
25 de Agosto de 1975. Criação da Frente
de Unidade Revolucionária pelo PCP e
alguns partidos de extrema-esquerda. O
seu objectivo era contestar as eleições
“burguesas” da Constituinte e preparar-se
para a luta armada.
30 de Agosto de 1975. Demissão de Vasco
Gonçalves do cargo de Primeiro-Ministro,
político de inspiração comunista. Um
revés para o PCP que entretanto começou
a procurar novas alternativas de
influência.
19 de Setembro de 1975. Toma posse o
Primeiro-Ministro Almirante Pinheiro de
Azevedo. Otelo Saraiva de Carvalho não
hesita em comunicar que se sentir
ameaçado por esta viragem à direita não
hesitará em trair o Governo.
28 de Setembro de 1975. Primeira
tentativa falhada de tomada do poder pela
FUR. É pedida a demissão do Governo e
tomada de assalto as instalações da Rádio
Televisão Portuguesa. A situação viria a
ser controlada sob as ordens do Almirante
Pinheiro de Azevedo.
2 de Novembro de 1975. Otelo Saraiva de
Carvalho acentua que o Poder Popular
substituirá a Democracia representativa.
12 de Novembro de 1975. Um grupo de
trabalhadores da construção civil cerca o
Palácio se São Bento e sequestra os
deputados.
25 de Novembro de 1975. Última
tentativa de tomada de poder por parte da
FUR em que consistia na ocupação da
Base Aérea de Monsanto e da Rádio
Televisão Portuguesa. Numa operação
chefiada por Ramalho Eanes e na prática
pelo Coronel Jaime Neves, as forças
militares leais ao Presidente da República
Costa Gomes rapidamente controlaram os
distúrbios e restabeleceram a
normalidade. Sobre este último ensaio o
PCP não se responsabilizou e deu por fim
as suas tentativas de tomada de poder
pela força. Respirava-se Liberdade e
Democracia em Portugal.
desculpa de tranquilizar o debate
político em Portugal e permitir as
Demissão de Vasco
Gonçalves do cargo de
Primeiro-Ministro. Um
revés para o PCP que
começou a procurar
novas alternativas de
influência
Após a tomada de posse de Pinheiro de Azevedo, Otelo Saraiva de Carvalho afirma que não hesitará em trair o governo por se sentir ameaçado por esta viragem à direita
Numa operação chefiada por Ramalho Eanes e por Jaime Neves, as forças militares leais ao Presidente da República
controlaram os distúrbios da tentativa de usurpação de poder por parte da esquerda. Finalmente, respirava-se Liberdade e
Democracia em Portugal
Esta não é apenas mais uma opinião e eu não quero fazer mais um texto sobre este assunto, mesmo que não os haja em demasia, porque não há. É um desabafo do mais profundo, coerente e sincero que eu consigo exprimir. Um exercício que faço constantemente é avaliar se tudo isto vale mesmo a pena, se tudo é em vão, se eu estou errado, se os outros é que aparentemente têm alguma sensibilidade e bom senso a menos. Estarei certo, estarei errado. Sinto por vezes que tudo está infectado, sinto que eu próprio sofro dessa doença, sinto que muitos existem e têm vontade de a combater mesmo apercebendo-se que não vale a mínima gota de suor. Mas andamos aqui a fazer exactamente o quê? A 24 de Novembro de 1975, Portugal vivia uma situação política, social, económica e ética desoladora iniciada pela revolução de Abril de 1974. O país estava mergulhado na sua primeira grande confusão de Estado desde os tempos da primeira República. Os direitos, liberdades e garantias dos portugueses foram colocados à prova diariamente por uma extrema-esquerda terrorista e sedenta de poder. A 25 de Novembro 1975, o assalto final estava delineado e o Partido Comunista Português, esse paladino da liberdade do povo e da moral, estava pronto para ocupar um lugar de destaque assim que os seus militares disfarçados de patriotas assegurassem o controlo da Base Aérea de Monsanto e da Rádio Televisão Portuguesa. Estes seriam os objectivos principais visto que alguma imprensa escrita, à altura um meio de comunicação por excelência, estava já claramente conotada com o belíssimo Processo Revolucionário em Curso - um excelente exemplo disso mesmo foi o Diário de Notícias que, devido à grande coragem, patriotismo e inquestionável combate pela Liberdade de todos nós por parte de um dos seus directores, José Saramago, já não foi publicado no dia 26 de Novembro de 1975. Perante uma rápida intervenção chefiada ao mais alto nível pelo General Ramalho Eanes, o grupo de insurrectos foi domado e a normalidade minimamente restabelecida. Acabava assim o Verão Quente de 1975, mesmo com sedes destruídas, perseguições políticas, nacionalizações, pilhagens, listagens de assassinatos e tudo o resto digno de uma trágica guerra quase civil. Tudo falhou a Otelo Saraiva de Carvalho e ao seu grupo de camaradas, respirava-se de uma forma muito leve em Portugal. À distância, um bonito conto de fadas que interessa cada vez menos às cada vez mais jovens gerações. Gerações que não compreendem o poder do voto, da liberdade de expressão, associação e da propriedade privada. Não compreendem nem fazem um esforço para construir e pensar por elas próprias sem a muleta de alguém. Não compreendem que são donas e responsáveis de si próprias. Não é isto que lhes ensinam nas escolas e seguramente não é disto que conversam ao jantar em casa, o que, comprovadamente, é um fatalismo. Mais do que a sua importância histórica e política, o 25 de Novembro de 1975 deve ser encarado como um símbolo superior de que só a nós o futuro e aquilo que queremos fazer
com ele pertence. É um símbolo claro e inequívoco do bem contra o mal, da Liberdade contra a repressão, da diferença contra a igualdade, do mérito contra o facilitismo, da independência face à dependência. Sinceramente, combate político à parte, vivo assim apaixonadamente cada comemoração desta data, desta forma descomprometida em que só me interessa o simbolismo de justiça e de que, ao contrário do que muitas vezes penso e incriminatoriamente escrevo, ainda há esperança se ela começar em cada um de nós, em cada uma das nossas aspirações. À data, pouco me importa que não lhe dêem mais destaque, é-me indiferente se espremida à consciência não passa de uma fantasia, bocejo um sim politicamente correcto e meramente compensatório àqueles que tentam loucamente puxar pela razoabilidade de que afinal isto não foi assim tão bom para a
Direita democrática e que esta simplesmente se aproveitou para ter algo a que contrabalançar o 25 de Abril de 1974. Nisto, ainda por cima, estão mais do que enganados porque a Direita é avessa a festejos e comemorações daquilo que realmente lhe deveria interessar - talvez aqui esteja o que resta de um patético conservadorismo e tendência de baixa estima. Comemoro então com um silêncio muito meu, muito próprio e, no dia, basta-me um minuto de admiração e agradecimento por este sentimento de vitória que eu devo saber aproveitar e não deixar morrer. Simbolismos de lado, no final do dia lembro-me do aspecto meramente político da data e não evito uma enorme gargalhada. Cavaco Silva, por muito que não simpatize com tal personagem, disse há alguns anos uma coisa acertadíssima e talvez das poucas
dignas de registo – “os políticos competentes devem afastar de cena os políticos incompetentes”. Linearmente, a 25 de Novembro de 1975 foi isto que foi feito. Hoje, passados trinta e cinco anos, é isto que andamos a fazer.
“
Após a Grécia e Irlanda especula-se em torno de Portugal.
Perceberão do que se trata. Aliás, vivemos debaixo de uma
intensa pressão mediática acerca deste assunto. Efectivamente
o caso não é para menos! Na realidade, os receios de contágio
da crise irlandesa provocam um devaste no compartimento
bancário pela simples razão de que a Espanha é o primeiro
credor de Portugal e, caso o nosso país caia financeiramente, o
seu vizinho terá grandes dificuldades a resistir ao golpe. Além
dos bancos espanhóis deterem cerca de
10% da dívida obrigacionista do Estado
português, estes estão fortemente ligados
pelos empréstimos consentidos às grandes
sociedades e instituições portuguesas. De
facto, estima-se que os bancos espanhóis
estejam comprometidos em financiamentos
próximos dos 110 biliões de euros na
economia portuguesa.
Nestas condições, caso a dívida pública
viesse a ser renegociada e caso certas
instituições portuguesas se vissem na
incapacidade de honrar os seus
compromissos, os bancos espanhóis teriam
muitas dificuldades em ‘sobreviver’. Assim,
não é o caso de Portugal que preocupa os
mercados, mas a sua capacidade em
contagiar directamente a Espanha.
Por sua vez, os bancos franceses também
estão comprometidos com cerca de 106 biliões de euros para a
Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha. Nesta possibilidade, num
efeito dominó, também o caso francês teria muitas dificuldades
em aguentar a insolvabilidade destes quatro países. Daí urge a
necessidade em tranquilizar os mercados. O que estes
pretendem é claro: esperam a implementação de um
mecanismo permanente de estabilidade dos riscos a nível
europeu. Supõe estabelecer claramente o montante mobilizável
para sustentar o sistema bancário e sobretudo em adoptar uma
governância europeia com poderes impeditivos para qualquer
derrapagem orçamental, mediante um sistema sancionatório
dos Estados incumpridores.
Simplificando, é o que a Alemanha
exige desde o caso grego.
Quanto mais rápidas tais directivas
forem tomadas, mais fácil será
apaziguar os mercados e assim
permitir aos bancos reencontrarem
cotações em bolsa mais
condizentes com o seu potencial
em matéria de benefícios. De
facto, este potencial é enorme
tendo em conta apenas as suas
actividades de exploração
correntes. Por outras palavras, os
mercados apontaram uma ‘arma’
aos governos da zona euro: ou
estes endurecem e clarificam as
regras de funcionamento em
matéria de défices públicos ou os
mercados estão dotados de mecanismos capazes de fazer saltar
o Euro, exigindo cada vez mais nas remunerações dos
empréstimos contraídos pelos países mais vulneráveis. Veja-se
o caso irlandês que, com as taxas de juro a atingir os 10% nos
financiamentos ao Estado irlandês, este resignou-se em
solicitar ajuda externa.
Como ninguém tem interesse em tomar o risco de acabar com o
Euro, razoavelmente se pode esperar que se deverá assistir nos
próximos tempos a uma mudança de paradigma no domínio das
regras de funcionamento do Euro, com um par de medidas
muito específicas no enquadramento dos défices e uma maior
convergência das políticas económicas e sociais.
Esta resulta no único meio para salvar o Euro. Qualquer avanço
neste domínio conduzirá previsivelmente a uma franca retoma
das praças de valores na Europa, encabeçadas por uma
valorização do conjunto do sector bancário. Neste contexto, o
futuro dos valores do sector bancário está intimamente ligado
ao do Euro. E é neste momento que está a ser decidido…
“
Em 2007, Marinho e Pinto ganhava as eleições da Ordem dos Advogados com 7265 votos, deixando para trás Magalhães e Silva com uma diferença de 3000 votos. Este ano, o bastonário assume uma recandidatura e, por incrível que pareça, volta a ganhar as eleições com uma maioria esmagadora. Os estudantes de Direito e recém-licenciados ficaram bastante surpreendidos, não só pela vitória, mas também pelo descontentamento duma classe que, na realidade, votou em Marinho e Pinto. Por muito que este assunto mexa comigo e com as minhas aspirações profissionais, há que ter um raciocínio lógico: se não queriam que o excelentíssimo bastonário ganhasse, não votassem nele. Passou-se exactamente o mesmo com as eleições legislativas, com a diferença de que o descontentamento foi um pouco mais tardio. Se não queriam que Sócrates fosse eleito 1º ministro, não tivessem votado nele. Não vale a pena chorar sobre o leite derramado. Marinho e Pinto é conhecido pelo seu espírito revolucionário, pelos seus actos polémicos e pelas suas medidas extremas. A pergunta é: será ele a personificação da mudança que a Ordem dos Advogados precisava? Será que o seu mandato foi glorioso ou apenas controverso? Procedeu-se à reforma do apoio judiciário, em que só os advogados podem participar no sistema de apoio judiciário e não já funcionários de justiça ou advogados estagiários, só a OA é que pode fazer as nomeações de advogados e não já os polícias ou funcionários judiciais, garantindo imparcialidade na sua escolha e evitando favoritismos e compadrios. Acabaram-se as buscas aos escritórios de advogados sem que nenhum advogado fosse suspeito de algum crime, assim como acabou a fiscalização pela ASAE. Através de inúmeras intervenções públicas, denunciou-se a corrupção, característica do actual Estado de Direito e da democracia. Todas estas medidas são inspiradoras e poderão representar uma efectiva mutação nesta actividade profissional, contudo surgem dúvidas na política direccionada aos jovens advogados ou aspirantes a advogados. Por muito gratificante que seja o aumento do período de tempo em que os jovens advogados beneficiam de um desconto de 50% no pagamento de quotas ou a redução da taxa de inscrição de 600 euros para 150 euros, foi este mesmo bastonário que retirou das mãos dos advogados as “oficiosas”, fonte de algum rendimento para os estagiários não remunerados, entregando-a aos solicitadores e instituiu o exame nacional de acesso. Este exame tem como objectivo evitar a degradação e a massificarão da profissão por recém-licenciados com uma formação insuficiente e incapaz, assim como possibilita
uma formação profissional digna por parte da OA durante o estágio. Pessoalmente, eu percebo o sentido e a preocupação imbuída nesta medida, porém ela revela-se injusta em dois casos. Por um lado, temos o facto de a advocacia ser uma profissão liberal não só no seu exercício, como no seu aceso. Com o exame este acesso está comprometido. Por outro lado, verificou-se que os resultados da primeira fase de exames nacionais de acesso forma péssimos (só 10% de aprovação), o que impossibilitou, virtualmente, por 90% de candidatos o início de uma nova fase da
sua vida: o estágio. Digo “virtualmente”, pois muitos destes candidatos enquanto esperam novas datas, começaram um estágio clandestino e outros pediram recurso do exame, havendo uma subida extraordinária de notas, o que compromete a idoneidade desta instituição. Independentemente de todas as circunstâncias, um novo triénio começou com promessas de novas reformas: combate à desjudicialização da justiça, melhoria do sistema de acesso ao Direito, saneamento financeiro da AO, revisão da Constituição da República Portuguesa, isenção de
custas para advogados, combate aos recibos verdes nas grandes sociedades de advogados, constitucionalidade das leis e ainda alteração do Estatuto da OA e criação da Escola Superior de Advocacia.
“