351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

41
7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 1/41 12  Fadiga dos Metais Desde 1850, é conhecido o fato de que um metal submetido a uma tensão repetida ou flutuante romperá a uma tensão muito inferior àquela necessária para ocasionar fratur a devido à aplicação de uma carga estáti ca. As falhas mecânicas decorrentes destas con- dições de carregamento dinâmico são chamad as falhas por fadi ga, em virtude de serem observadas geralmente após um período de serviço considevel. Não existe uma variação marcante na estrutura de um metal que tenha rompido por fadiga, que  possa servir como indício para nossa compreensão das razões que levam à ocorrência da fadiga. A fadiga tornou-se progressivamente importante à medida que a tecnologia desenvolveu um número maior de equi  pamentos, tais como automóveis, aviões, com-  pressores, bombas. turbinas, etc., sujeit os a carregamento repetido e a vibração. Nos dias atuais, pode-se dizer que a fadiga é responsável por pelo menos 90 pocento das falhas de serviço relativas a causas mecânicas 1. Uma falha por fadiga é particular mente insidiosa porqu e acontece sem que haja qualquer aviso óbvio. A fadiga dá origem a uma fratura de aparência frágil, sem exis- ncia de deformação macros pica na fratura. A superfície de fratura. em escala ma- croscópica, é quase sempre normal à direção da tensão principal de tração. Uma falha  pofadiga pode ser reconhecida, geralmente, a partir do aspecto da s uperfície de fra- tura, a qual apresenta uma região lisa decorrente da fricção que se verifica entre as superfícies dura nte a propagação da trinca através da seção do material (porção supe- rior da Fig. 12.1), uma região áspera na qual a peça rompeu-se de maneira dúctil, quando a seção transversal já não era capaz de suportar a carga aplicada. O progresso da fratura é freqüentemente indicado por uma série de ais que se desenvolvem do  ponto de início da trinca para o interioda seção. A Fig. 12.1 ilustra também uma outra caracierística da fadiga. ou seja. que a falha ocorre geralmente num ponto de concentração de tensão. tal como um canto vivo ou um entalhe, ou ainda num concen- trador de tensão metalúrgico como, por exemplo, uma inclusão. São três os fatores básicos necessários para causafalha por fadiga: (I) uma ten- são de trão máxima suficientemente alta, (2) uma variação ou flutuação na tensão aplicada suficientemente grande, (3) um número de ciclos de aplicação da tensão sufi - 'Vários exemplos de falhas mecânicas por fadiga são apresentados em Failure Analysis and Prevention, Me/ais  Halldbook  , vaI. 10, 8 a ed., American Society foMetais, Metais Park, ühio. 1975.

Transcript of 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 1/41

12 Fadig a dos Metais

Desde 1850, é conhecido o fato de que um metal submetido a uma tensão repetid a ouflutuante rom perá a uma tensão muito infer ior àquela necessár ia para ocasionar fratur ad evido à aplicação de uma car ga estática. As f alhas mecânicas decor rentes destas con-

dições de carregamento dinâmico são chamad as falhas por fadiga , em vir tud e d eser em obser vadas ger almente após um per íodo de serviço considerável. Não existe

uma var iação marcante na estr utura de um metal que tenha rompido por  f adiga, que possa servir como indício para nossa compr eensão das razões que levam à ocor r ênciada f adiga. A fadiga tor nou-se pr  ogressivamente impor tante à medida que a tecnologiad esenvolveu um númer o maior de equi pamentos, tais como automóveis, aviões, com-

 pressor es, bombas. turbinas, etc., sujeitos a carregamento repetido e a vibração. Nosd ias atuais, pode-se d izer que a fad iga é res ponsável por pelo menos 90 por  cento dasf alhas de ser viço relativas a causas mecânicas 1.

Uma falha por fadiga é particular mente insid iosa porque acontece sem que haja

qualquer aviso ó bvio. A fad iga dá origem a uma fratura de a par ência f r ágil, sem exis-tência d e d ef or mação macroscó pica na f  r atura. A su per f ície de fratura. em escala ma-

croscópica, é q uase sem pre nor mal à direção da tensão princi pal d e tração. Uma f alha por  fadiga pode ser  r econhecida, geralmente, a partir do aspecto da superfície de fra-

tura, a qual apresenta uma r egião lisa decor rente da fricção que se verifica entre assuper fícies durante a pr opagação da trinca através da seção do material (por ção su pe-r ior  d a Fig. 12.1), uma região áspera na qual a peça r ompeu-se d e maneir a dúctil,q uand o a seção tr ansversal já não er a capaz d e supor tar a carga a plicada. O progresso

da f r atur a é fr eqüentemente ind icado por uma sér ie d e anéis que se desenvolvem do ponto d e início d a t r  inca par a o inter ior  da seção. A Fig. 12.1 ilustr a também umaoutr a caracierística da fadiga. ou se ja. q ue a f alha ocorr e geralmente num ponto deconcentr ação de tensão. tal como um canto vivo ou um entalhe, ou aind a num concen-

tr ad or d e tensão metalúr gico como, por exemplo, uma inclusão.São três os fator es básicos necessár ios par a causar  falha por fadiga: (I) uma ten-

são de tr ação máxima suficientemente alta, (2) uma variação ou f lutuação na tensãoa plicada suf icientemente grande, (3) um númer o de ciclos d e aplicação da tensão sufi-

'Vários exemplos de falhas mecânicas por  fadiga são a presentad os em Failur e Analysis and Pr  evention, M e/ais

 H alldbook  , vaI. 10, 8a ed., Amer ican Society for  Metais, Metais Park , ühio. 1975.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 2/41

::- I~l:= .": . .. C 'f "

Fig. 12.1 Superfície de f  r atura de uma f alha por f ad iga que teve início num canto vivo d e um

r asgo d e chaveta de um eixo (I X).

cientemente grande. Além destas. existem outras diver sas variáveis, tais como con-

centração d e tensão, corr osão, temper atura. sobr ecar ga, estr utur a metalúr gica. ten-sões r esiduais e tensões combinad as, que tend em a alter ar  as cond ições d e ocorr ênciad a fadiga. Uma vez que ainda não possuímos um entendimento básico d o que leva ummetal a se rom per por  fadiga, ser á necessár io que d iscutamos cad a um destes f atores a

 par tir d  e um ponto de vista essencialmente em pírico. Devid o ao gr and e númer o d ed ados ex per imentais existentes, ser á possível a penas descrever  os pontos f und amen-

tais d a r elação entr e estes f ator es e a f adiga. Par a d etalhes mais com pletos, o leitor  poder á consultar  as várias publicações excelentes alistadas no f im d este ca pítulo.

Em pr incípio, seria interessante definir  br evemente os ti pos ger ais de tensões flutuan-tes que pod em ocasionar fad iga. A Fig. 12.2 ilustra ciclos d e tensões típicas em fadiga.A Fig. l2.2a ilustr a um cicio d e t enS (les alt ernad as de f orma senoid al. Esta é uma

situação id ealizada a qual é pr oduzid a por  um máquina d e f ad iga! d e viga rotativa d oti po R . R . Moor e e que, em ser viço, pod e ser  com parad a a um eixo r otativo o perand oa velocid ad e constante e sem so br ecargas. Para este tipo d e ciclo d e tensões, as ten-sões máxima e mínima são iguais. Conser vando as convenções esta belecid as no Capo

'Os tipos mais comuns d e máquinas d e f ad iga são d escritos nas r ef er ências alistad as no f im deste ca pítulo e no

Manual on Fatigue Testing. ASTM Spec. TecI!. Pllbl. 91, 1949.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 3/41

2. a tensão mlnIma é a tensão algebricamente menor no ciclo, as componentes de

tração são posItIvas e as de compressão negativas. A Fig. 12.2h ilustra um ciclo de

tensllo flutuante no qual a tensão máxima (T mflx. e a tensão mínima (Tmino são diferentes.

 Nesta ilustração, ambas as tensões são de tração. embora um ciclo de tensão flutuante

 possa perfeitamente apresentar tensões máxima e mínima de sinais opostos ou ambas

em compressão. A Fig. 12.2(' ilustra um ciclo de tensões complic"ldo que pode ser 

encontrado num componente como uma asa de avião, que está sujeita a sobrecargas periódicas imprevisíveis devido a correntes de vento.

Um ciclo de tensão flutuante pode ser dividido em duas componentes, uma tensão

média. ou estática, (TII/' e uma componente de tensão alternada. ou variável, UU' De-

vemos considerar também o intervalo de tensões (T,,, Como pode ser visto na Fig.

l2.2h, o intervalo de tensões é a diferença algébrica entre as tensões máxima e mínima

em um ciclo.

(Jr(J =-

a 2

O"máx.+ O"mín.(J =-----

m 2

o·r o

"'c:QI

> - o·r o

:!lQI

C iEoÜI

~t= \JCic los ~

Fig. 12.2 Ciclos de tensão típicos em fadiga. (a) Tensão alternada; (b) tensão flutuante; (c) ciclode tensão irregular ou aleatória.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 4/41

São utilizad as duas quantidad es par a a pr esentação dos d ados d  e fadiga em termos da

relação de tensões:

 R_ O"máx.

---

O"m ín.

o métod o básico de a presentação de d ad os ex perimentais d e fadiga é atr avés d a cur va

S-N, onde é lançad a em gr áfico a tensão S contr a o númer o d e ciclos necessários par a

a fr atur a N. Normalmente empr ega-se uma escala logarítmica par a N. O valor da ten-

são lançad a no gr áfico pode ser  C T a , CTmáx. ou CTmin, e são ger almente tensões nominais,

isto é, não há um a juste par a concentração d e tensões. A relação S - N  é d eter minada

 para um valor es pecífico de C T m• R ou A. A maioria das d eterminações de pr o priedades

da fadiga dos materiais f or am feitas em f1exão alternada, ond e a tensão média é zero.

A Fig. 12.3 mostra curvas S - N  tí picas d e ensaio de viga r otativa. Poster iormente,

neste ca pítulo, serão considerados os casos em que a tensão média é difer ente de zero,

 já q ue são de importância consid er ável na engenharia.

Poderemos notar q  ue esta cur va S - N  está relacionada principalmente com f alhas

de fadiga par a números gr andes d e ciclos (N >10" ciclos). Nestas condições, a tensão,

a gr osso mod o, é elástica, mas como ver emos brevemente o metal se def orma plasti-

camente de maneir a altamente localizad a. Par a tensões maior es, a vida em fadiga d e-

cresce pr ogressivamente, mas a d ef ormação plástica gener alizad a torna dif ícil a inter-

 pretação em termos d e tensão. Par a a r egião de f adiga de baixo-ciclo (N <10~ciclos),

os ensaios são conduzidos com ciclos controlados de def ormação elástica mais plás-

tica, em vez d e ciclos de tensão ou car gas contr olad as. A fad iga d e bai xo-ciclo ser á

consid erad a na Seç. 12.5.

Como pod e ser  visto na Fig. 12.3. o númer o de ciclos de tensão q ue um metal

 pode supor tar antes d e se r omper  aumenta com o decr éscimo da tensão. A não ser que

ha ja indicação em contr ário, N é tomad o como send o o número de ciclos d e tensão

necessários par a causar  a f r atura com pleta d o corpo de pr ova. Os ensaios de fadiga a

 baixas tensões são geralmente levad os até 10' ciclos. e algumas vezes. no caso de

não-fer rosos. até 5 x 108 ciclos. Par a alguns poucos materiais. muito importantes na

'iijc. 508~~40

:;

"~ 30o

..,"~ 20"uo

' } ) lc 10

f ! '.

Fig. 12.3 Cur vas d e fadiga típi-

cas par a metais ferr osos e não-ferr osos.

106 107

108

Númer o de c i clo s p ar a f ratura, N I

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 5/41

engenharia, como o aço e o titânio, a cur va S - N  se torna horizontal em uma determi-nad a tensão limite. A baixo d esta tensão limite, chamad a limit e d e r esist ência à fadiga ,

o material pod e presumivelmente supor tar  um númer o inf inito de ciclos sem se rom-

 per . A maior ia dos metais não-f err osos, como alumínio, magnésio e ligas d e cobr e,a presentam uma curva S - N  que decr esce continuamente com o aumento d o número d eciclos. Estes materiais não a pr esentam um limite d e r esistência à fad iga, uma vez que acur va S- N  nunca se torna horizontal. Neste caso costumam-se caracter izar  as pr o prie-

d ad es d e f  adiga d o material fornecendo-se a resistência à fadiga para um número arbi-

tr ár io d e ciclos, como por exemplo, 10H ciclos.O pr ocedimento usual par a deter minação de uma curva S - N  consiste em se testar 

o primeir o corpo de prova a uma tensão alta na qual se es per a que ocor r a fr atilra numnúmer o de ciclos bastante peq ueno, por  exemplo, cer ca d e d ois ter ços d o limite d er esistência estático d o material. A tensão do ensaio é d iminuíd a gr ad ativamente par acad a cor  po d e pr ova que se suced e, até que uma ou duas amostr as não se r ompam no

númer o d e ciclos es pecif icado, geralmente 107 ciclos. A maior tensão par a a qual nãose ver ifica f r atur a é consid er ad a o limite d e fad iga. Par a os materiais que não a presen-

tam limite d e r esistência à f adiga o ensaio é interr ompid o, normalmente, para consi-

d er ações pr áticas, em uma tensão baixa ond e a vid a em f adiga seja cerca d  e 1()8 ou5 x I()8 ciclos. A cur va S - N  é deter minad a geralmente com cerca de 8 a 12 cor  pos d e pr ova. Nor malmente se o bser va uma dis per são razoável nos r esultad os ex perimentais,

em bora se ja possível, sem muita d if iculd ad e, o tr açad o de uma curva suave a bran-gendo os pontos o btidos. No entanto. se vár ios corpos de pr ova for em ensaiados auma mesma tensão, ocorr er á uma gr and e d is per são nos valores o bservad os d e númer o

de ciclos par a a fr atur a. dis per são esta q  ue chega a atingir  uma ordem d e gr andeza na

escala logar ítmica entre os valores máximo e mínimo. Além disso, foi mostr ad ol que olimite d e r esistência à f adiga d o aço está su jeito a uma variação consid er ável e q ue suadeterminação d a maneir a d escrita acima pod e incorrer num erro bastante acentuad o. A

natureza estatística d a f ad iga ser á d iscutid a na seção seguinte.

A análise estatística d os d ad os experimentais d e f adiga e as r azões d a variação d osr esultados d os ensaios d e fad iga têm sid o o bjeto de vários tr a balhos2. Uma vez que a

vida em f ad iga e o limite d e fadiga são quantid ad es estatísticas, deve ser  es perado queocor ra um d  esvio consid er ável d e uma curva média levantad a com apenas alguns pou-

cos corpos d e pr ova. É necessário q ue se r aciocine em termos d a pro ba bilid ad e de umcor  po de pr ova atingir uma certa vid a a uma dad a tensão, ou d a pr o ba bilid ade d e

ocor rer f r atur a a uma d ad a tensão nas vizinhanças d o limite d e fadiga. Par a f azer isto,é necessário o ensaio de um númer o muito maior d e corpos d e pr ova d o que anterior-

mente. pois d esta f orma torna-se possível a deter minação d os par âmetros estatísticos3

necessár ios par a a estimativa d estas pr o ba bilidad es. O métod o básico para a presenta-

ção d os d ad os ex perimentais d e f adiga d ever á ser , então, uma superfície trid imensional

re presentand o a r elação entre tensão, númer o de ciclos par a f r atura e pr  o ba bilid ad e d af r atur a. A Fig. 12.4 mostr a como isto pod e ser  r epresentad o num gr áf ico bid imensio-na!.

 Nesta f igur a está ilustr ad a esquematicamente uma d istr i buição d a vid a em f adiga atensão constante. e. tomand o'-a como base. f or am desenhad as curvas de pr o ba bilid ad e

de ruptur a constante. Assim. para ( T I' ser ia de se es per ar  q ue I por  cento d os cor  pos

'1. T. Ransom e R . F. Mehl. Tr aI/S. A /  M  E  , vol. 185. pp. 364-365. 1949.

'p, H. Armitage. M et al / . Re I '  .. vol. 6, pp. 353-385. 1964: R. E. Little e E, H. Jebl). Slalislicai Desigl/ o/ Faligue Experimel/Is, John Wiley &Sons. lnc., New York , 1975.

30S pr inci pais par âmetr os estatísticos a ser em consid er ad os sâo as estimativas d a méd ia e d esvio padr ão (me-d id a d a d isper são) d a po pulação.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 6/41

 p ~ 0,01

III

 p ~ 0,99 P ~0,99

'<~ _ ~ > P _ ~0,50

I P ~ 0,01

d e pr ova se r ompesse com N  , ciclos. 50 por  cento com N  z ciclos. etc. A figura indica

um d ecr éscimo d e dis per são par a a vid a em f adiga com o aumento da tensão. o que

geralmente se verif ica na pr ática. A f unção de d istribuição estatística q ue d escr eve a

d istribuição d a vid a em f adiga a tensão constante não é conhecid a com pr ecisão e. par a

tal, ser ia preciso que se ensaiassem mais d e 1.000 amostr as id ênticas so b condições

id ênticas par a uma tensão constante. Muller -Stock ' ensaiar am 200 corpos d e prova d e

aço par a uma única tensão e ver if icar am q ue a f r eq üência d e d istribuição d e N  seguia a

distr ibuição gaussiana. ou normal. se a vid a em fad iga er a ex pr essa como log N. Par a

f ins d e engenhar ia, é suficientemente pr eciso assumir  uma d istri buição normal logar ít-

mica da vid a em f ad iga a tensão constante. no inter valo de pr o ba bilidad e d e ruptur a de

p = 0,\0 a P = 0,90. Tod avia, f r eq üentemente, é impor tante que se jamos ca pazes d e

 prever  a vid a em f ad iga corr es pondente a uma pr o ba bilid ad e de r u ptur a menor  ou igual

a I por  cento. A su posição d e uma d istri buição normal logar ítmica neste limite externo

d a cur va d e d istr i buição não mais se justif ica, embor a se ja comumente empr egad a.

Par a este caso. a distr ibuição d o valor -extr em02 ou a d istr i buição d e Wei bulJ3 têm sid o

as alter nativas utilizad as.Par a que façamos a inter  pr etação estatística do limite d e f ad iga devemos lid ar  com

a d istri buição d a tensão par a uma vid a em fad iga constante. Anter iormente

consider ava-se q ue o limite d e f ad iga d o aço f osse um valor  limite bem d ef inid o.

a baixo d o q ual todos os corpos d e pr ova ter iam vid a infinita. No entanto, atualmente é

r econhecid o que o limite d e f ad iga é uma q uantid ade estatística q ue r equer técnicas

especiais par a uma deter minação pr ecisa. No caso d e um aço-liga f Oljad o tr atad o ter-

micamente, por exemplo. o inter valo d e tensões que incluiria os limites d e f ad iga d e 95

 por cento d as amostras poder ia ser pelfeitamente de 2X kg / m  Z  a 36,5 kg / m" . A Fig. 12.5

ilustr a um exemplo d  os erros que pod er iam ser  introduzid os pelo ensaio comum com

 poucas amostr as. Esta figura a pr esenta" 10 cur vas S - N  d etermi nad as d a maneir a con-

'H. Muller -Stock , M ilt. K ohle E isell f or seh. Gmb H . vol. 8. pp. 83-107.1938.

'A.M. Freudenthal e E. J. Gumbel. J .  Am. 5/0/  . Assoe .. vol. 49. pp. 575-597. 1954.'W. Wei bull. J . Appl. Meeh . . vol. 18, nO 3. p p. 293-297. 1951: W. Wei bull. F {  I (ig /le T es/illg OIlC !lhe Alloluis (~ r 

 Res / ll / s, Pergamon Press, New York , 1961.'J. T. R ansom, d iscussão em AST  M Spee. T eeh. P / lbl. 121. pp. 59-63. 1952.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 7/41

105 106

Ciclos para romper

Fig. 12.5 Resumo de curvas S-N, traçadas com 10 corpos de prova cada. retiradas da mesma barra de aço. (De J . T. Ransom, ASTM Spec. Tech. P"bl, 121, p. 61, 1952.)

vencional para a lIIes/I/O barra de aço, sendo cada curva baseada em 10 amostras. Os

corpos de prova eram tão idênticos quanto possível e não havia dispersão excessiva

nos resu~tados que dificultasse o traçado das curvas S-N. Mesmo assim, como se pode

observar na figura. existe uma diferença considerável nos valores medidos para o li-mile de fadiga do aço devido ao fato de que as curvas foram construídas com dados

insuficientes,

Quando se determina o limite de resistência à fadiga de um material, deve-se ter 

em mente que cada amostra possui seu próprio limite de fadiga e que para tensões

acima ela se romperá e para tensões abaixo permanecerá em trabalho, No entanto esta

tensão crítica varia de amostra para amostra por razões ainda muito obscuras. É sa-

 bido que as inclusões no aço exercem um efeito muito importante sobre o limite de

fadiga e sua variação, mas mesmo os aços fundidos a vácuo apresentam dispersão no

limite de fadiga, O problema da determinação precisa do limite de fadiga torna-se

complexo devido ao fato de não podermos medir seu valor individual para um dadocorpo de p rova, pois podemos apenas ensaiá-Ia para uma tensão particular e, caso

ocorra fratura, deduzirmos que esta tensão é superior ao limite de fadiga, U ma vez que

o corpo de prova não pode ser reensaiado, mesmo que não se rompa para a tensão de

ensaio. devemos estimar a estatística do limite de fadiga testando grupos de amostras a

várias tensões para vermos quantas se rompem a cada tensão, i\ssim, próximo ao

limite de fadiga, dependendo da amostra ela poderá romper-se ou não, e tudo que

 podemos fazer é estimar o comportamento deum universo de corpos de prova através

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 8/41

de uma amostragem cuidad osa. Os d ois métodos estatísticos utilizad os para a estima-

tiva d o limite d e fad iga são chamados pr obit al/a / vsis e lIlé tod o da escada. Os proce-

d imentos para a aplicação destes métodos de análise estatística já for am bem esta bele-

cid os'.

Em bor a os estudos de f adiga estejam histor icamente relacionad os com cond  ições de

ser viço nas quais a f alha ocorria par a ciclos de tensão super ior es a 10'. existe um

crescente interesse quanto a f alhas por f adiga que ocor r em par  a tensões relativamente

altas e baixos números d e ciclos~. Este tipo de problema deve ser considerado nos

 pr o jetos de vasos de pressão par a indústria nuclear . turbinas a va por e na maioria dos

outros tipos d e maq uinaria mecânica. As cond ições par a ocorrer  f adiga d e baixo-ciclo

são freqüentemente cr iadas q  uand o as tensões repetid as são d e or igem térmica3. Uma

vez q ue as tensões térmicas devem-se à expansão tér mica d o material. pod emos ver 

facilmente q ue neste caso a f adiga resulta de d efor mação cíclica em vez d e tensão

cíclica.A Fig. 12.6 a pr esenta um ciclo d e tensão-d ef ormação r esultante d e um ensaio d e

f ad iga de baixo-ciclo~ ond e a d eformação cíclica era mantid a constante. A cur va

tensão-defor mação d ur ante o car r egamento inicial é O-A- B. Dur ante o d escarr ega-

mento o escoamento se inicia em compr essão a uma tensão menor  C. d evid o ao ef eito

Bauschinger . Quando se r ecar r ega em tr ação, d esenvolve-se um ciclo d e hister eses

que tem suas d imensões d escr itas por  sua lar gur a lie. o inter valo total de d eformação,

e por  sua altur a IiCT, que é o inter valo d e tensões. O inter valo total d e d ef ormação <le

consiste em um componente d  e d eformação elástica liee = < lC T / E  mais um com ponente

de d efor mação plástica liel"  A lar gur a d o ciclo de hister eses depender á d o nível de

d efor mação cíclica; com este nível peq ueno. o ciclo de hister eses torna-se muito es-tr eito. Par a os ensaios realizad os sob lie constante. o inter valo d e tensão IiCT nor mal-

mente varia com o aumento do númer o d e ciclos. Os mater iais r ecozid os ex perimen-

tam endur ecimento cíclico. o q ue significa q ue IiCT aumenta com o númer o d e ciclos até

Fig. 12.6 Ciclo de tensão-d ef ormação par a ensaio cíelico ad eformação constante.

I"A Guide for  Fatigue Testing and  the Statistical Analysis of Fatigue Data". AS T  M Spec. T ech. Pub J .. 91-A.2a ed ., 1%3. •'L. F. Coff in. Jr .. Mel. ElIg. Q .. vol. 3. pp. 15-24. 1963.3S. S. Manson, Ther mal St r ess , ,"d Low-C  yc / e Fatigue. McGraw-Hill Book Company. New York. 1966.'''Manual on Low-Cycle Fatigue Testing", ASTM Spec. T ech. PubJ.. 465. 1969.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 9/41

atingir  a satur ação ar ós cer ca de 100 ciclos d e d eformação. O aumento no inter valo d e

tensões ser á maior quanto maior for   o valor d e ~s. Os mater iais que pr eviamente

sofrer am tr a balho a f r io ex per imentam amolecimento cíclico. isto é, ~(T decr esce com

o aumento d o númer o d e ciclos d e def ormação.

A maneir a usual de a pr esentação d os r esultad os d os ensaios d e fad iga de baixo-

ciclo consiste no lançamento em gr áfico do inter valo de d  eformação plástica ~S1'  con-

tr a N . A Fig. 12.7 mostr a que em coor d enad as log-Iog o btém-se uma linha reta cujainclinação apr  esenta pequena var iação entre os materiais e possui um valor  méd io d e

cer ca de -0.5. Esta r elação, muitas vezes chamada Lei d e Cojfill-Mallsoll, tem a

f or ma

A constante C pode ser  avaliad a se consid er amos q ue o limite superior d o ensaio d e

fadiga de baixo ciclo corr espond e à ruptur a no ensaio d e tração, ond e ~S1' = Sf  = In

(I/I - q) e N = 1/4 ciclo. Tomando h = \1 2 , encontr amos que C = sf  1/41/2 = sf/2, e

b sf  1 1I1s N = - = - ln --

p 2 2 l-q

O inter valo d e d efor mação elástica está r elacionado com o númer o d e ciclos para ru p-

tu r a atr avés d a r elação

onde c =-0,08 e 5" é o limite de r esistência à tr ação d o mater ial.

U ma vez que o inter valo d e def ormação total é ~s =~se + ~Sl"

Fig. 12.7 Curva de f ad iga de baixo-ciclo ( / le"  l"er SIIS N) para aço inoxid ável do tipo 347. (De L.

F. Coffin. Jr .. M et. Eng. Q .. vaI. 3. p. 22. 1963; CO p'wight  d e American Society for Metais.

1963.)

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 10/41

Multi plicando ambos os membr os por  E, o btemos uma tensão alternad a nominal Sa'  a

qual é muito útil na comparação com tensões calculad as a partir d a análise d e tensão

elástica

Eef s =s NC  +- N-b

a u 2

Um as pecto inter essante d  as Eq s. (12.9) e (12. 10) é o f ato d elas dependerem ue a penas

duas propriedad es do mater ial sensíveis à estrutur a: o limite de resistência à tr ação e a

red ução de ár ea.

Os estudos r elacionados com as variações estrutur ais básicas' exper imentad as por um

metal sujeito a tensões cíclicas levar am à divisão d o pr ocesso de f adiga nos seguintes

estágios:

 I . lniciaçâo da trinca - inclui o d  esenvolvimento inicial dos d anos causados por 

f ad iga, os quais podem ser r emovid os através de tr atamento térmico ad equad o.

2. C r esciment o da trinca em banda d  e d esli:ament o - r elativo ao a pr ofund a-

mento d a tr inca inicial nos planos d e alta tensão cisalhante. Este estágio é fr e-

qüentemente chamad o estáRio 1d e cr escimento d e trinca.

3. C r esciment o d e t r inca nos planos de alta tensâo de tr aç' âo - envolve o cr es-

cimento de uma tr inca bem definid a em dir eção nor mal à tensão de tr  ação má-

xima. Este estágio é ger almente chamad o estáRio II de cr esciment o d e trinca.

4. Rllpt llra f inal eS lâtica - ocorr e quand o a tr inca atinge um tamanho tal q ue a

seção transver sal resistente não pod e mais su por tar  a car ga.

A f r ação r elativa do número total d e ciclos par a a ruptur a. que está associad a a cad a

estágio, de pend e d as condições de ensaio e d o material. Todavia. já se encontr a bem

f irmado o f  ato d e que uma tr inca d e f adiga pod e ser f ormad a antes que tenham d ecor-

rido 10 por  cento d a vid a total d a amostra. Evid entemente. a d ecisão de quand o uma

 band a de deslizamento apr  of und ad a d eva ser  consider aua uma trinca pode ser bastante

am bígua. De uma maneir a ger al, a pro pagação d e tr incas d o estágio II consome uma

fr ação r elativa d o númer o d e ciclos total. q ue é maior  no caso d a fadiga de baixo-ciclo

d o que na fadiga d e longa vid a, enq uanto q ue o estágio I de cr  escimento de trinca

consome a maior  parte da f ad iga d e alto-ciclo ou baixa-tensão. Caso o esfor ço d e

tr ação se ja gr and e, como ocor r e na f ad iga d e cor  pos d e pr ova com entalhes f inos, oestágio I pode não ser  o bser vado.

Uma consid eração estrutural mar cante na fad iga é o f ato d as tr incas d e f adiga

ger almente terem início numa supelfície livr e. Nas r ar as o por tunid ad es em que a trinca

de fadiga pr incipia no interior  d o material. sempr e existe uma inter face envolvid a,

como, por  exem plo, a inter face entr e uma camad a cementada e o metal-base. A f ad iga

a presenta deter minad os as pectos em comum com o escoamento plástico e a fr atur a

sob d efor mação estática ou unidirecional. O tr a balho d e Gough2 mostrou que um

metal so b car regamento cíclico se d  ef orma por d eslizamento nos mesmos planos atô-

micos e nas mesmas d ir eções clistalogr áficas que em d eformação unid ir ecional. En-

quanto nesta última o d eslizamento ocor re ger almente es palhado em tod os os gr ãos. nafadiga alguns gr ãos apresentam linhas de deslizamento ao passo q ue outr os não mos-

tram evid ência d e deslizamento. As linhas d e d eslizamento ger almente são for  mad as

'W. J . PllImbr idge e D. A. R yd er , Melall. Rei'. , vol. 14, nU 136. 1969.

'H. J . GOllgh, Am. Soe. T es / . Maler. Pr oc. , vol. 33. pt. 2. pp. 3-114. 1933.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 11/41

durante os primeiros poucos mil ciclos de tensão; os ciclos que se sucedem produzem

 bandas de deslizamento adicionais. mas o número de bandas de d eslizamento não é

diretamente proporcional ao número de ciclos de tensão. Em muitos metais o aumento

do deslizamento visível atinge rapidamente um valor de saturação, o qual é observado

como regiões distorcidas de deslizamento intenso. As trincas geralmente ocorrem em

regiões de deformação intensa, paralelas ao que originalmente foi uma banda de desli-

zamento. As bandas de deslizamento têm sido observadas para tensões inferiores ao

limite de fadiga dos materiais ferrosos. Desta forma, a ocorrência de deslizamento

durante a fadiga não significa por  si só que irá se formar uma trinca.

O estudo da formação da trinca em fadiga pode ser facilitado interrompendo-se o

ensaio a fim de que a supelt'icie deformada seja r emovida por polimento eletrolítico.

 Normalmente existirão várias bandas de deslizamento que, por serem mais " persisten-

tes" que as outras. permanecerão visíveis após o polimento. Bandas deste tipo têm

sido observadas após terem decorrido somente 5 por cento da vida total da amostra'.

Estas bandas de deslizamento persistentes são trincas de fadiga embrionárias, uma vez

que após a aplicação de pequenas deformações de tração elas se transformam em trin-

cas macroscópicas. As trincas de fauiga uma vez formauas tendem a se propagar ini-

cialmente ao longo uos planos de deslizamento, embora em seguiua tomem a direção

normal à maior tensão de tração aplicada. A propagação da tri nca ue fadiga é normal-

mente transgranular.

Uma característica estrutural importante que parece ser única para a deformação

em fadiga é a formação ue ressaltos e reentrâncias na superfície, uenominadas intrtl-

sr il'S e I'xtrtlsril'S2. Metalografias realizadas cuidadosamente nas seções transversais

dos corpos de prova mostraram que as trincas de fadiga têm início em intrusões e

extrusões3. Várias eviuências experimentais indicam que o deslizamento cruzado de-

sempenha papel importante para o processo de formação das e·xtrusões. Como exem-

 plo pouemos citar a dificuldaue de ocorrer falha por fauiga em certos cristais iônicos

que não apresentam deslizamento cruzado com facilidade e também em cristais de

zi nco que são orientados para se ueformarem apenas por deslizamento fácil. Por outro

lado, o alumínio puro, no qual o deslizamento cruzado ocorre com extrema facilidade,

não apresenta a formação de extrusões (em contraste com a maioria das ligas de alu-

mínio).

Cottrell e Hull4  propuseram um mecanismo para a formação de extrusões e intru-

sôes que, como poue ser visto na Fig. 12.8, depende da existência de deslizamento em

dois sistemas de deslizamento. Durante a atuação das componentes de tração do ciclo

de tensões, os uois sistemas operam em seqüência produzindo dois degraus na supelfí-

cie (Fig. 12.8b e e). Quando entra em atuação a componente de compressão, o desli-

zamento uo primeiro sistema a operar dá origem à formação da intrusão (Fig. 12.8d),enquanto que uma extrusão é formada quando o outro sistema de deslizamento opera

(Fig. 12.81').

W. A. Wood," pesquisador com muitas contribuições básicas para a compreensão

do mecanismo da fadiga, também sugeriu um mecanismo para a formação das extru-

sões e intrusões. Ele interpreta as observações microscópicas do deslizamento produ-

zido por fadiga como indicativas de que as bandas de deslizamento sejam o resultado

de um acúmulo sistemático de pequenos movimentos de deslizamento da ordem de

10-7 cm, ao contrário dos degraus do 10-" a 10-4 cm que são observados para as

 bandas dedeslizamento produzidas por solicitação estática. Este mecanismo pode ser 

IG. C. Smith. Proe. R. Soe. LOlldoll , vol. 242A, pp. 189-196. 1957.2P . J. E. Forsyth e C.A. Stubbington, J. /IISI. Mel., vol. 83. p. 395,1955-1956.

3W. A. Wood , Some Basic Studies of Fatigue in MetaIs, em Fraclure , John Wiley &'Sons, Inc., New York,1959.'A. H. CottrelI e D. HulI, Proc. R. Soe. LOlldoll , vol. 242A, pp. 211-217,1957.5W. A. Wood, Bu/!. /lIsl, Mel., vol. 3, pp. 5-6, setembro de 1955.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 12/41

a bt

c d  et

/

, / 1 Z , / Fontes de

'>/ deslizamento

/,,~/

,

t

Fig. 12.8 Mecanismo para f ormação d e extrusões e intr usões. (De A.H. Cottr ell e D. Hull,

Pr ae. R. S oe. Lal / d ol /. vol. 242A, p p. 211-213, 1957.)

ca paz de explicar  a acomod ação d a gr ande d eformação total (soma d as microd ef orma-ções de cad a ciclo) sem causar um encruamento a pr eciável d o material. A Fig. 12.9

ilustra o conceito d e Wood q ue ex plica como a d eformação sucessiva através d e pe-quenos d eslizamentos pod e levar  à f ormação d e uma tr inca d e fad iga. As f igur as ilus-tr am esquematicamente a estrutur a fina d e uma band a de deslizamento o bser vad a com

aumentos o btid os no micr oscó pio eletr õnico. O deslizamento produzid o por d ef orma-ção estática pr oduziria um tontorno na super f ície do metal similar àquele a presentado

na Fig. 12.9a. Por outro lad o, os pequenos movimentos d e d eslizamento d e vai-e-vemocorrentes na f ad iga poderiam formar entalhes (Fig. 12.9 b) ou r essaltos (Fig. 12.9c) nasuperfície. O entalhe seria um concentr ad or d e tensões d e d imensões atômicas, o qual

 pod eria per feitamente d  ar  origem ao início d a trinca d e fad iga. Este mecanismo par a a

iniciação d e uma trinca d e f ad iga está d e acord o com as constatações d e que as trincas

de f adiga começam nas super f ícies e, f req üentemente, em intrusões e extrusões.

Existe uma gr and e similarid ade entr e as estrutur as d e d iscord âncias pr oduzid as por f adiga e por d ef ormação estática. A for mação de uma estrutur a celular d e d iscor -d âncias é f avor ecid a por uma gr and e amplitud e de d ef or mação e uma alta ener gia d a

falha de em pilhamento, que são fatores f acilitad or es d e d eslizamento cr uzad o. Paraamplitud es d e d ef ormilção peq uenas prevalecem os anéis d e discord ância e os d ipolos.

Existe uma f  orte evidência experimental d e que a for mação d e células este ja relacio-nad a ao desenvolvimento d e bandas de d eslizamento per sistentes, por ém não estão

aind a bem esta belecidos os d etalhes exatos d este mecanismo'.

 No estágio I a tr inca se pr o paga inicialmente ao longo d as band as d e d eslizamento per sistentes. Num metal policr istalino a trinca pod e per corr er poucos diâmetr os d e

Fig. 12.9 Conceito de Wood . Microd ef or mação levand o à f or mação d a trinca de f adiga. (a) De-

formação estática; (b) def ormação de f adiga originand o um entalhe su per f icial (intrusão); (C) de-

formação de f adiga originand o extr usão.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 13/41

gr ãos antes q ue a pro pagação d a trinca mud e para o estágio I I. A taxa d e propagação

de tr inca no estágio I é ger almente muito pequena, d a ord em d e angstr õns por  ciclo,

com par ad a com as taxas d e pr o pagação do estágio 1 1, d a or d em de mícrons por ciclo.

A supelf ície de f  r atur a d o estágio I se a presenta pr aticamente sem pr o pr ied ád es car ac-

ter ísticas.

Por  outr o lad o. a su pelfície de f  r atur a do estágio I I a pr esenta fr eqüentemente a

formação d e r ugas ou estr ias d e f r atur a por  f adiga (Fig. 12.10). Cad a estr ia repr esentaa posição sucessiva d e uma f r ente de tr inca que avança num plano normal ao da má-

xima tensão de tração. Cad a estria foi produzid a por um único ciclo d e tensões. A

 pr esença destas estrias define, sem d ar mar gem a dúvidas, q ue a falha foi prod uzid a

 por  f ad iga, mas sua ausência não exclui a possi bilidade d  a f r atur a por  fad iga. A não

o bser vação d as estrias na supetik ie de f  r atur a por f ad iga pod  e ser d evid o a um espa-

çalllel/to muito pequeno q ue não pode ser resolvido pelos métodos d e o bser vação uti-

lizados, por  d uctilid ad e na ponta d a tr inca insuf iciente par a pr od uzir  por d efor mação

 plástica uma r uga gr ande o bastante par a ser  o bser vad a, ou extinção d as estrias por 

algum tipo d e dano d a superf ície. U ma vez que a pr opagação d o estágio II não ocorre

 par a a vid a total em f ad iga, isto não signif ica q ue a contagem do número de estrias

for necer á a histór ia com pleta d os ciclos par a a r u ptur a.

O estágio II d e pr opagação d e tr inca ocor r e por um pr ocesso plástico que torna a

 ponta d a trinca r ombud a'. o q ual é ilustrad o na Fig. 12.11. No início d o carregamento

cíclico a ponta d a trinca é agud a (Fig. 12. I 1a). À medid a q ue o esforço d e tração é

a plicad o o pequeno entalhe duplo na ponta da trinca concentr a o geslizamento ao

longo dos planos que f  azem 45° com o plano da tr inca (Fig. 12.ll b). A pr opor ção que

a tr inca se alar ga par a sua extensão máxima (Fig. 12. I le), ela caminha aind a mais por  

cisalhamento plástico ao mesmo tem po que sua ponta se tor na r om buda. Quando a

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 14/41

:;;;t(b)

~(e)

Fig. 12.11 Pr ocesso plástico d ealargamento d a ponta d a tr inca

 para o estágio I I de cr escimentode trinca por  f adiga. (De C.Laird . A5T  M 5pec. T ech. Pub / .

415. 1967. p. 136.)

~(a)

carga muda par a compr essão as direções de d eslizamento na extremid ade são inverti-

d as (Fig. 12.1Id), as faces da tr  inca são compactadas e a nova superfície d a trinca,

cr iada na tração, é forçad a par a o plano da tri nca (Fig. 12 .l le ) onde é par cialmente

dobrada por flambagem f ormando uma ponta de trinca novamente agud a. Desta f orma.

a tr inca está pronta par a avançar  e se tornar  rombuda no pr óximo ciclo de tensões.

Existem várias ind icações d e que a def ormação cíclica dá origem a uma maior 

concentr ação de lacunas do q ue a deformação unidirecional d  e um material a frio. A

d if er ença na liberação de energia ar mazenad a entre o cobre deformado a f  r io e o

mesmo cobre su bmetid o à fadiga vem cor r oborar esta af irmativa. O amolecimento que

o co bre inicialmente d eformad o a fr io experimenta quando submetido à f adiga' podeser explicado pela geração d e d ef eitos pontuais q ue per  mite q ue o m etal se recu pere

 parcialmente atr  avés da escalagem das discord âncias par a for a do plano de d  esliza-

mento. As ligas de alumínio suscetíveis a envelhecimento, q ue estejam nas condições

de endurecidas por pr eci pitação, ao ser em def  or mad as por fad iga à temper atur a am-

 biente pod em ser  superenvelhecidas. Isto sugere q  ue as lacunas produzidas pela fadiga

este jam disponíveis par a par tici par da d  ifusão necessária ao processo d e superenvelhe-

ciment02. Além d isso, a r esistência à f ad iga aumenta consider avelmente à medida q ue

a temper atura varia de 20 até -190°C. onde a movimentação d as lacunas é pratica-

mente des prezível. No entanto, a ocorr ência de fr atur a por fadiga a 4°K ind ica q ue um

 pr ocesso ter micamente ativado. tal como difusão de lacunas. não é essencial par a afalha por f ad iga3.

A deter minação d  as leis q ue regem a pr opagação d a tri nca por  fadiga no estágio I L te~

sido o bjeto de intensa pesquisa·. A o btenção d e relações realísticas para a propagação

d e trinca per  mitir á a im plementação d e uma f ilosof ia de projeto q ue r econhece a inevi-

tabilidade de tr incas nas estrutur as de engenhar ia. mas que intenciona determinar  a

carga e o comprimento de tr  inca admissíveis par a q ue não ha ja f alha por fadiga num

lN . H. Polakowsk i e A. Palchoudhur i, Am. Soe. T  e51. Mat ei'. Pr oe .. vol. 54, p. 701,1954.'T. Broom, J. H. Molineux e V. N. Whittak er .J. lI/sI. Mel., vol. 84. p p. 357-363, 1955-1~56.3R . D. McCammon e H. M. R osenber g, Pr O L R. S oe. LOl / d O I/, vol. 242A. p. 203. 1957.'Fatigue C r aek  Pr o pagat iol /, ASTM S  pee. T eeh. PI  /b/ . 415. 1967: D. Walton e E. G. Ellison./Il/. M etall. Rev. ,

vol. 17, pp. 100-116, 1972.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 15/41

tempo d e ser viço pr eser vativamente estimad o. A taxa d e pr o pagação d e tr inca da / d  N 

 parece seguir uma eq uação do ti po

da- =Cu ma" d  N  a

ond e C =constante

(T a =tensão alternad a

a = compr imento d a tr inca

 Nas diver sas investigações, 1/1 está no inter valo de 2 a 4 e 11 varia de 1 a 2 . A pr o paga-

ção d a tr inca pod e ser  ex pr essa também em ter mos d a defor mação total!, atr avés d e

uma sim ples lei potencial que se a plica d a r egião de d ef ormação elástica até a plástica.

da- =C eml

dN 1

A pr o pagação d a tr inca por  fad iga pode ser  ex pr essa em ter mos d o f ator  d e inten-

sid ade d e tensão K  , da fr ato-mecânica (Seç. 7.5), d e acordo com

d a- = At iKPdN 

ond e p pode var iar  d e I a 6 d e pendend o d o material e d o nível d e tensão, A é uma

constante, K  = (TyÇ;i e M é o inter valo de intensid ad e de tensões calculad o a partir 

d e (T1I/f1.r  d o ciclo d e f ad iga (Kmáx), menos Kmín. calculad o a partir de (TII/III.' A Fig.

12.12 mostr a uma r e pr esentação esquemática2 d a relação entr e o cr escimento d a tr inca

d e f adiga e M par a uma liga estrutur al ensaiada num meio não-agr essivo como. por 

exemplo, o ar . Par a níveis de tensões baixos, t1K <35 k gf/mm2ymm, existe uma

r egião ond e as trincas pr eexistentes não se pr o pagam so b car r egamento cíclico. A

r elação d ad a pela Eq. (12.13) se a plica na região 1 1 . A região I I I é r elativa ao cresci-

mento instável d a trinca pouco antes d o corpo d e pr ova se romper . Par a uma d etermi-

nada classe de ligas (aços, ligas de alumínio, etc.), a r elação entr e d a/ d  N  e M na

região I I é essencialmente a mesma, ind e pendente do nível de resistência e d a mi-

cr oestrutur a. Par a o aço, a avaliação d os dad os ex per imentais fornece a r elação da / d  N 

= 6,6 x 10-9 (t1K)2.5. Todavia, ensaios de f  ad iga realizad os em meios agressivos (águasalgad a, hid rogênio, etc.) resultam em gr and es variações na r elação d e propagação de

tr inca.3

Existe uma vasta liter atur a so br e métod os e pr ocedimentos par a pr o jetos que se pr e-

cavenham contr a a f alha por  f ad iga. Os vários elementos levados em conta nu m pr o-

 jeto deste ti po são o bjeto d as seções r estantes deste ca pítulo. No entanto, d evid o a

limitações d e es paço, não podemos incluir  aq ui um número suf iciente d e exemplos d e

 pr ojetos. Assim send o, passamos a r elacionar  ad iante algumas ref  er ências a pr o pr iad asq ue contêm um gr ande númer o d e exemplos.

'T. W. Cr ook er e E. A. Lange, op. cit .. p. 94.

2W. G. C1ark jr ., Mel. EI/g. Q .. vol. 14. p p. 16-22, 1974.3C. J . McMahon, Jr .. T r a I/ S . ASME   , S er . H . J . EI/ g. Mala. T  echl /ol. , vol. 95, pp. 133-149,1973.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 16/41

'"uoCQ)

E.~

e"Q)

u

'"xr : . Região I

 Trincas defadiga não-

propagantes

Fig. 12.12 R e pr esentação es-q uemática do compor tamentod o crescimento da tr inca d e f a-d iga em meio não-agr essivo.

(De W. G. Clark  Jr .,M et. E ng.

Q.o vol. 14, 17, agosto de 1974;

cop yr ight  d e American Societyf or Metais. 1974.)

Região 1IRelação linear

entre log da

tJ.K

e logdN

Região I1ICr escimento

de trincainstável

R uiz, c., and  F. Koenigs berger : "Design f or Strength and Production," Gor don and 

Br each Science Pu blishers, Inc., New York, 1970. Pages 106-120 give a concisediscussion 01' the general f atigue design pr ocedure.

Juvinall, R. c.: "Engineering Consid erations of Stress, Strain, and Strength," McGr aw-

Hill Book  Company, New Yor k, 1967. Chapter s 11 to 16 cover in consider a ble

d etail the machine d esign aspects of  f atigue designo

Graham, J. A. (ed .): "Fatigue Design Handbook ," Society of Automotive Engineer s,

 New Yor k, 1968.

Heywood , R . B.:' 'Designing- Against Fatigue of Metais," Reinhold  Publishing Corpor a-

tion, New York, 1962. Heavily oriented  toward  stress-concentration calculations.

Osgood , C. c.: "Fatigue Design," John Wiley &Sons, Inc., New York , 1970. An en-cycloped ic collection of data and design exam ples.

 Nas referências acima são apresentados dad os ex perimentais d e f adiga par a vár ios

mater iais. Além d estas. as referências q ue se seguem são fontes de consulta de gr andeutilid ad e quando se dese jam obter  dad os so br e f ad iga.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 17/41

MIL-HDBK -5A, "Metallic Mater iaIs and  Elements for  Flight Vehicle Structur es,"

De partment of Defense, Decem ber 1968.

Grover, H. J., S. A. Gordon, and L. R . Jack son: "The Fatigue of MetaIs and Str uctures,"

U.S. Government Pr inting Of f ice, 1960 (revised).

Properties and Selection of MetaIs, "Metais Hand  book," vol. I, 8th ed ., American.

Society for  MetaIs, MetaIs Park, Ohio, 1961.Horger , O. J. (ed .): "ASME Handbook : MetaIs Engineer ing-Design, 2d  ed . McGraw-

Hill Book Company, New York , 1965.

A presença d e um concentr ad or  de tensões no mater ial, como um entalhe ou um bu-

raco, d iminui ser iamente a r esistência à fadiga. Uma vez que o s elementos de máquina

contêm invar iavelmente concentr adores de tensões como adoçamentos, r asgos de cha-

veta, filetes de rosca e f uros, não causa sur  presa o fato de as trincas de f  ad iga em

 partes estru tu r ais pri nci piar em nestas ir regularidades geométricas. U ma das melhor es

maneiras de minimizar  a falha por fad iga é pela redução deste tipo de concentr ad ores

de tensões, evitáveis atr avés de um pr  o jeto cuid adoso e pela pr evenção dos concen-

trad ores de tensões acidentais, através da fa br icação e usinagem ad eq uada. Embor a

esta seção esteja r elacionada com a concentração d e tensões r esultante de d  esconti-

nuid ades geométricas, ela também pode advir de rugosidade d  a super fície ou de con-

centr adores metalúrgicos com.o porosid ad e, inclusões, su peraquecimento local d ur ante

esmer ilhamento e descar  bonetação.O efeito de concentr ad or es de tensão é estud ado ger almente atr avés de ensaios de

corpos de pr  ova entalhad os, sendo este entalhe, normalmente, em for ma de V ou

cir cular . No Ca po 7, foi mostrad o q ue a pr esença de um entalhe num corpo de prova

sujeito a car r egamento uniaxial. intr oduz tr ês efeitos: (I) ocor r e um aumento ou con-

centr ação d a tensão na raiz d o entalhe; (2) ocorre a f ormação d e um gradiente de

tensão d a r aiz do entalhe par a o centr o do cor  po d e prova; (3) é pr od uzido um estado

tr iaxial de tensões.

A r azão entr e a tensão máxima e a tensão nominal é denominad aját or d e cOl1cel1-

t r aí 'r lO d e lenS r lO leórico K(. Como foi d iscutido na Seção 2.16, os valor es d e K ( pod em

ser determinados a par tir  da teoria da elasticidade para geometr ias simples ou a partir de medid as f otoelásticas par a situações mais complexas. A maior ia dos d  ados experi-

mentais sobre fator es de concentr ação de tensão for am coletad os por Peter son I.

O efeito do entalhe sobr e a resistência à f ad iga é deter minado pela compar ação

das cur vas S - N  de cor  pos d e pr ova entalhados e não-entalhados. Os resultados par a

cor  pos d e pr ova entalhados são geralmente a presentados em termos d a tensão nominal

calculad a nas suas seções resistentes reais (descontando o entalhe), O gr au de efetivi-

dade com q ue o entalhe contr i bui para o decr éscimo do limite d e fadiga é expresso

 pelo f at or d e r ed  /lçâo da r esist ência ti f adiga. ou játor d  e entalhe na fadiga. K f . Este

fator  é simplesmente a r elação entre o limite de fadiga d e um corpo de pr ova entalhad o

e o de um não-entalhad o. Par a os materiais q ue não a presentam um limite de resistên-

cia à fad iga, o fator de entalhe na f ad iga é baseado na r esistência à f adiga par a um

númer o de ciclos previamente esta belecid o. Os valor es d e K f  var iam com: (I) severi-

dade d o entalhe. (2) tipo d o entalhe. (3) mater ial. (4) tipo do carregamento e (5) nível

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 18/41

de tensão. Os valores de K f  publicad os na liter atura estão sujeitos a uma consider ável

disper são e devem ser cuid adosamente examinados q uanto as suas limitações e restri-

ções. No entanto, podem ser obser vadas duas tendências ger ais para cond ições de

ensaio em "carr egamento alternado". Pr imeiro, K r  é geralmente menor do que K"  e,

em segundo, a r azão Kf /K / decr esce à medid a q ue K/ aumenta. Desta forma, entalhes

muito agudos (alto K  / ) exercem menos efeito sobre a resistência à f adiga do q  ue se

es per ar ia a partir d o seu alto valor de K / .

A sensi bilid ade ao entalhe de um mater ial em fadiga é ex pressa por  um fator  q

A Eq . (12.14) foi escolhida de maneira que um material q ue não exper imente red  ução

no limite de f ad iga devido a um entalhe (Kf  = I) possua um fator  q = O , enquanto q ue

um mater ial no qual o entalhe exer  ça seu efeito teór ico total (Kf  =K/) possua um fator 

q= 1. No entanto,

qnão é uma constante verdadeira do mater ial, uma vez que variacom a sever idade e tipo d o entalhe (Fig. 12.13), com o tamanho do corpo d  e pr ova e

com o tipo do carregamento. Como pode ser   visto na Fig. 12.13, a sensi bilidade ao

entalhe aumenta com a r esistência à tração. Assim, em d eter  minadas cir cunstâncias é

 possível d  iminuir o d esempenho em fadiga d e um mater ial aumentando-se sua dureza

ou resistência à tr ação.

Uma outr a a bordagem da sensibilidade ao entalhe em fad  iga foi pr oposta por  

 Neu ber'. Ele pr  o põs q ue o "fator técnico de concentração de tensão", normalmente

chamadojátor d e Neuber  , f osse d ado por  

K,-lK f  =K N =1 +-------1 +(n / n - w) J  a/r 

onde r  =raio d a r aiz do entalhe

w ângulo inter no dos f lancos do entalhe. r ad ianos

a =metade d a largur a do bloco elelllent ar 

Aço temperado e revenido

 Aço r ecozido e no r mali zado

Lig a d e alumínio

,;

~ 0,81 : 'Q)

o

: 0,6"C

'": ' <

~ 0,4cQ)

'"~ 0,2

Q)

"'õ.-" °

°

0,02 0,04 0,06 0,08 0,10 0.12 0,14 0,16 0,18 0,20

r, in.

Fig. 12.13 Variação do índ ice de sensi bilidade ao entalhe com o r aio do entalhe par a mater iais ded if er ente r esistência à tr ação. (De R . E. Peter son. em G. Sines e J . L. Waisman (ed s.). Metal

Fatigue , p. 301, McGr aw-Hill Book  Company, New York , 1959. Com permissão d os ed itor es.)

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 19/41

Aço baixa-liga

f   I.=56 kg/mm"

fI.=112 kg/mm"

f  I. =140 k g/mm2

Cha pa d e liga d e alumínio, 2024- T"

0,40

0,15

0,050,11

 Neuber  introd uziu o conceito d e bloco de tamanho elementar  para contor nar  o fato de

q ue a análise comum d a elasticid ade é interr om pid a na ponta d e um entalhe pontiagud o

muito longo. Ele admitiu que o mater ial er a com posto d  e peq uenos blocos elementar es

d e lar gur a 2(1 e q ue as tensões pod eriam ser  consider ad as como unif ormes nos lad os d e

cada bloco. Atualmente, não há signif icad o f ísico para o bloco elementar  d e Neuber 

q ue pod e ser  consid er ad o um conceito empírico, por ém, d e gr ande utilidad e. Peterson1

simplif icou a Eq . (12.15); ad mitind o um ãngulo d o tlanco d o entalhe pequeno e substi-tuind o na Eq. (12.14), o bteve

1

q =1 +a / r 

A Ta bela 12. I fornece algu ns valor es típicos d e a.

Já vimos vários exemplos que d emonstr ar am que, quando um corpo d e pr ova

entalhad o for  su bmetid o a car gas axiais ou de tlexão, existir á um estad o biaxial d e

tensões atuand o na superfície d o entalhe. Peter son aplicou o critério de escoamento

de von Mises par a d esenvolver  uma expr essão para o f ator d e concentr ação d e tensão

teór ico K "  par a condições biaxiais d e tensões

ond e C = cr 3/cr  j e cr 2 = O. Uma vez que num entalhe, normalmente, cr 3 é tr ativa, K / . é

ger almente menor d o que K "  e esta cor r eção pode ser  des pr ezad a num projeto pr eser -

vativo.

As equações a pr esentad as acima a plicam-se às condições d e fad iga de baixa-

tensão onde a fr  atur a ocorr e para mais d e 10(; ciclos so b condições essencialmente

elásticas. Na f ad iga de alta-tensão ou baixo-ciclo, ond e as tensões exced em o limite de

escoamento, K f  é bastante inf erior a K  /. A apr oximação de Neuber 2 é que

ond e K. = f ator d e concentr ação de d ef ormação plástica = el1l~X./f;1I011l.

K "  = f ator d e concentr ação d e tensão plástica = cr l1láx./cr llom.= I + (K  /  - 1)(Es/E)

E s =módulo secante

Quand o se inicia o escoamento plástico na r aiz d e um entalhe, a d ef ormação máxima

local aumenta r a pid amente e K < cr esce. Por  outr o lad o, se f or  ad mitid o que o materialse ja elasto plástico id eal, a tensão máxima no entalhe não pod er á exceder  cr o. À med id a

'R . E. Peler son, F at igue of M et ais in Engineer ing Design , (Edgar Mar  bur g Leclur e ;1 Amer ican Society f or Testing and  Materiais, Philad el phia, 1962. reed itad o em M at er . Res. St and . , vol. 3, janeir o e f evereir o de1963.)'H. Neu ber , Trans. ASM  E  , S er . E.: J. Ap pl. M ecll.. vol. 28, pp. 544-550, 1961.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 20/41

q ue aumentar  a tensão, K "  ir á diminuir  e atingir á o limite K "  = I q uand o o escoamento

 plástico iniciado na r aiz do entalhe se es palhar  por tod o o corpo de pr ova d e mod o queO"méd. 7' O"máx. = 0"0' Neste limite, d a Eq . (12.18), K" = K/. A Eq . (12.18) pode ser r eescrita!

Isto mostr a que uma função da tensão e def ormação nominais (0"1/0111. SI/OIII. E )112 neces-sita a penas ser multiplicad a por   um f ator  de concentr ação constante par a que sejamo btidos valor es da tensão e d eformação ver d ad eiras na raiz do entalhe. A Fig. 12.14

mostr a o gr au d e correlação com a Eq . (12.19). A cur va cheia é o resultad o d os ensaiosd e f adiga em amostr as não-entalhad as, enq uanto q ue os pontos ex perimentais são r ela-

tivos a corpos de pr ova entalhad os. Uma outr a forma de interpr etar  esta correlação éque um corpo de prova entalhad o e u m não-entalhad o for  mar ão tr incas detectáveis par a a mesma vid a em f adiga, d esde que K!.O"I/om. SI/om. E)" 2 para o cor  po de pr ova sem

entalhe seja' igual a (O"máx. Smáx. E)" 2 par a um corpo de pr ova entalhad o. Assim send o,os resultad os d e fadiga para amostras sem entalhe, em ciclos d e tensões alternadas,

 podem ser usad os para estimar  a vida em fad iga de componentes entalhad os. Quando a

tensão e a d ef ormação nominais são ambas elásticas, o r esultado é uma simplificação

adicional. Uma vez que O"lIIédio =Smédio E  , a Eq . (12.19) se reduz a

A previsão d o d esempenho em fad  iga de gr and es com ponentes d e máquinas, a partir 

dos ensaios d e la boratório d e amostr as pequenas, constitui um problema pr ático d e

" "

< í 200< ro

<l

~ 100

7075-T6

-o K 1 =2,00, Kf  = 1,92

• o Kt  =4,00, Kf  =3,00Os sí mbolos abertos indicam 6. 5 =6.e E

Então, Kf  (6.5 6.e E )112=Kf 6.S

v ; 500" "N,

Fig. 12.14 Cor r elação entr e r esultados de f ad iga em amostr as lisas e polid as de acor do com a Eq .(12.19). (De T, H. To pper , R . M. W etzel e J. Morr ow, 1.  Maler  , , vol. 4. p. 204. 1969.)

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 21/41

grand e impor tância. A ex periência tem mostr ad o que na maior ia dos casos existe um

ef eit o d e tamanho. isto é, a r esistência à f ad iga de com ponentes gr andes & inf erior  àd as amostr as pequenas. Um estudo pr  eciso d este efeito torna-se d ificultoso por diver -

sas razões. E extremamente dif ícil, senão d e todo im possível, pr e parar  cor  pos de

 pr ova com d iâmetros crescentes q ue se jam geometlicamente similar es e que a presen-

tem a mesma estr utur a metallir gica e distr i buição de tensões r esid uais atr avés d a seção

tr ansver sal. São consid er áveis os pr o blemas r esultantes do ensaio d e fad iga de cor  posde pr ova de tamanhos grand es e existem poucas máquinas de fad iga ca pazes d e aco-

mod ar cor  pos d e pr ova com um inter  valo gr ande d e seções tr ansver sais.

A mudança d o tamanho d e um cor  po d e prova de fadiga r esulta, geralmente, na

var iação de d ois fator es. Em primeir o lugar , aumentand o o d iâmetr o, aumenta o vo-

lume d e ár ea su pelf icial do corpo de pr ova. o que é d e gr and e im portância visto q ue as

f alhas por fadiga ger almente começam na su pelf ície. Em segundo, par a amostr as enta-

lhadas ou não, car r egadas em f lexão ou tor ção, um aumento no diâmetr o geralmente

r ed uz o gr ad iente de tensões atr avés d o d iâmetro e aumenta o volume d e mater ial q ue

está altamente tensionad o.

Os d ados ex perimentais r elativos ao efeito d o tamanho na f ad iga são contr ad itó-

r ios e algo incom pletos. Par a os ensaios d e flexão alter nad a e tor ção, alguns investiga-

d or es não verificar am alter ação do limite d e f ad iga com o diâmetr o d o cor  po d e pr ova,

enq uanto o que normalmente se o bser va é o d ecr éscimo d o limite d e fad iga com o

aumento d o d iâmetro. Para o aço doce, o d ecr éscimo do limite de f ad iga em f lexão,

 par a diâmetros var iand o d e 2 a 50 mm, não su per a cer ca de 10 por  cento. Os dados de

Horger ', para eixos d e aço ensaiados em f lexão alternad a (Ta bela 12.2), mostr am q ue

o limite de f  ad iga pod e ser  bastante reduzid o em seções d e gr andes tamanhos.

7,6238,10

152,40

 Li mite de fadiga kgf/  , M  , 2

25,3020,4014,80

 Não se encontrou efeito d e tamanh02  para cor  pos de pr ova d e aço-carbono sem

entalhe, com diâmetr os variand o d e 4 a 35 mm, quando ensaiados em carr egamento

axial de tr ação-compr essão. Tod avia, quand o é intr od uzid o um entalhe no corpo d e

 pr ova, pr oduzind o um gr adiente d e tensão, o bserva-se um ef eito d e tamanho definid o.

Estas experiências impor tantes suportam a id éia d e que um ef eito d e tamanho na fa-diga se d eve à existência de um gradiente de tensões. O fato de que amostr as gr and es,

com gr adientes d e tensão pouco profundos no sentid o d a es pessur a, possuam limites

de fadiga infer iores, é consistente com a id éia d e que um valor crítico de tensão d eve

ser  excedid o so br e uma d eterminad a pr of undid ade f inita do mater ial. par a que ocor r a a

f alha. Este critér io de ef eito de tamanho par ece ser mais realista d o q ue sim plesmente

a r azão entre a variação da ár ea superficial e a var iação do diâmetr o d a amostra. A

importância dos grad ientes d e tensão no efeito de tamanho a juda a ex plicar por que a

corr elação entr e os resultad os de laboratór io e as f alhas em ser viço é, muitas vezes,

 bastante po br e. As f alhas de gr and es componentes ocorrid as na pr ática. são dir eta-

mente atr i buíd as. normalmente, a concentr ações de tensões, sejam estas intensionaisou acid entais, e é geralmente im possível d u plicar  a mesma concentr ação e gr ad iente de

tensões num corpo de pr ova peq  ueno d  e la boratório.

'o. 1. Hor ger . Fatigue Char acleristics of  Large Sections. em F aligue. Amer ican Sociely f or  Metais, Metais

Park . Ohio. 1953.

'c. E. Philli ps e R . B. Heywood . Pr oc. /l/sl. Mech. EI/g. (Lol/dol/), vol. 165. p p. 113:124. 1951.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 22/41

A análise de diver sos d ad os experimentais para aços mostrou' a existência de uma

r elação de efeito d e tamanho entre o limite d e f adiga e o volume d o material sujeito aotensionamento cr ítico.

(

V)-O ,0340"f1 =O"ro V 

o

onde Ur, é o limite de fad iga par a o volume cr ítico V  e Uru é o limite d e f adiga conhe-cido par a um corpo d e pr ova com volume Vo . O volume com tensionamento crítico é

d efinido como o volume próximo d a superf ície d o corpo d e prova o qual é tensionad o

até pelo menos 95 por  cento d e U má.r 

Praticamente tod as as falhas por fadiga principiam na superfície d o componente. Par a

muitos tipos comuns de carr egamento, como flexão e torção, a tensão máxima ocor rena super f ície, o q ue torna lógico q ue o início d a trinca lá se verif ique. Contudo, no

carr egamento axial, a f alha por f adiga q uase sempr e começa na superf ície. Existe

ampla evid ência d e que as pr o pried ades d  e f adiga são muito sensíveis às condiçõessuper f iciais. A gr osso modo, os fator es que af etam a superfície d e um cor  po d e provad e f adiga podem ser divid idos em tr ês categorias: (I) rugosid ad e da superfície ou con-

centrad or es d e tensão na su perfície, (2) variações na r esistência à f adiga do metal nasuperfície e (3) var iações nas condições d e tensão residual d a supelfície. Além d isso, a

super f ície está su jeita à o xid ação e corr osão.

Desde que se iniciar am as investigações sobr e a f adiga, foi constatado q ue os d iferen-tes aca bamentos super ficiais produzid os pelos vários pr ocessos d e usinagem em prega-dos, pod em afetar  a pr eciavelmente o d esempenho em f adiga. Os cor  pos d e pr ova poli-

dos cuidad osamente, nos quais as finas mar cas de polimento (concentr ador es de ten-são) são or ientad as par alelamente à direção d a tensão trativa pr incipal, f or necem osvalores mais altos de r esistência nos ensaios de f  ad iga. Tais amostr as cuidadosamente

 polid as são ger almente utilizad as nos ensaios de f adiga de labor atór io e são conhecid as

como par bars. A Ta bela 12.3 ind ica como a vid a em fadiga d e cor  pos d e pr ova "canti-lever " varia com o tipo d e pr eparação da su per f ície. Siebel e Gaier 2  pu blicaram vários

dad os ex per imentais so br e este assunto.A Fig. 12.15 mostr a a influência, par a o aço, de vár ios aca bamentos superf iciais,

na redução do limite de fadiga de amostr as d e laboratório. O bserve que o aca bamento

da superfície é car acterizad o pelo processo utilizad o par a formá-Ia. Pod e tam bém ser o bser vada a gr ande sensibilid ade às cond ições super ficiais a presentadas pelos aços d e~lta r esistência. .

Uma vez que a f alha por  f adiga é tão dependente das condições superficiais, q ualquer 

coisa que mud e a resistência à fadiga da super f ície do mater ial ir á alter ar  muito as suas pro pr iedades de f  adiga. A descar  bonetação da su per fície d e um aço tr atado ter  mica-

mente é par ticularmente deletér ia ao desempenho em f ad iga. Da mesma maneira. a

IR . K uguel, Am. Soe. T es / . Maler. Pr oe. , vol. 61, p p. 732-748, 1961.

'E. Siebel e M. Gaier , V  D I  Z . , vol. 98, pp. 1715-1723, 1956; sumariad o em E lI gilleer 's Diges / ., vol. 18, pp.

109-112, 1957.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 23/41

Tabela 12.3 Vida em fadiga de amostras d e aço SAE 3130 ensaiado

em tensão alternad a (UII! =O) a 6 7 k  gf /mm2t

 Rl I gosidade da

slIpel fí cie, !J -

Vida méd ia em

 fadiga, ciclos

Tornead o

Par cialmente polidomanualmente

Polido manualmente

R etificado

R etif icad o e polid o

Super aca bad o

0,15

0,13

0,18

0,05

0,18

91.000

137.000217 .000

234.000

212.000

r esistência à f ad iga d e uma cha pa de uma liga d e alumínio envelhecid a é r eduzid a

q uando so bre ela é a plicad a uma co bertur a de alumínio mole. As pr o pr ied ad es de

fad iga de com ponentes d e aço podem ser bastante melhor ad as a partir d  a formação d e

super fícies mais dur as e r esistentes, oriund as d e cementação e nitr etação.! No en-

tanto, uma vez q  ue estes pr ocessos intr oduzem na supelfície tensões residuais com-

 pr essivas f avor áveis, não se pod e consid er ar que as pr  o pr iedad es d e fadiga se jam me"

Ihor ad as exclusivamente pela for mação. na su perfície, d e um mater ial d e maior  r esis-

tência. A ef iciência d a cementação ou nitr etação na melhor ia do d esempenho em f a-

d iga d e um material, é maior nos casos em q ue existe um gr ande gr adiente d e tensão,

como na tor ção e na flexão, do q ue num ensaio d e fad iga axia1. O maior percentual no

desempenho em fadiga, é ver if icado para o processo de nitr ef ação d e corpos d e prova

entalhados. A quantidade de aumento d a r esistência depen"de d o d iâmetro d o corpo de

0,7ü'

'""u 06~ ,

g-05~ ,

u

~ 0,4u.

Fig. 12.15 Fator  d e r edução par a

o limite d e f ad iga d o aço devid o avár ios tr atamentos superficiais.

(De R . C. Juvinall, Str ess ,

St r ain , and St  r engt h , p. 234,

McGr aw-Hill Book  Company,

 New Yor k , 1967. Com permissão

d os ed itor es.)

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 24/41

 prova e d a pr ofundidad e do endur ecimento superf icial. O endur ecimento por  chama

d ireta e o endur ecimento com aquecimento por ind ução causam melhor as nas pr o prie-d ad e:,!de f  adiga, similar es às o btid as por  cementação e nitr etação. O f ato d a tr inca def adiga em componentes d e superfície end ur ecid a ter início na interf ace d as camad as

mole e dur a, em vez de na superfície, constitui uma car acterística geral do seu compor -tamento em f adiga.

A eletr od e posição na superfície d o aço ger almente d iminui seu limite de f adiga. Adeposição de cromo é particularmente dif ícil d e ser  realizad a sem causar pior a d as propriedades de fadiga, enquanto que uma de posição d e cádmio, mais suave, pouco

efeito exer ce na resistência à fadiga. As condições do pr ocesso d e deposição utilizad o

 para o btenção d a camad a eletr odepositad a pod em ter  gr and e inf luência nas propried a-

des de f adiga, porque pod em produzir gr  and es var iações nas tensões r esiduais, ad esão, poros idade e dureza da co bertura. 1

O método mais efetivo d e aumentar o desempenho em fadiga de um componente con-siste na f  ormação d e um es pectro f  avor ável de tensão r esidual compr essiva. As ten-

sões residuais podem ser  consid er ad as como tensões a prisionad as, que estão pr esentes

numa parte não submetid a a uma f or ça externa. Aqui ser ão consid er adas a penas asmacr otensões, as quais atuam sobr e regiões que são gr andes quando compar ad as como tamanho de gr ão. Elas podem ser medidas por métod os d e raios X ou pelo r egistr ode variações dimensionais que ocorr em quand o uma camad a fina de mater ial é r emo-

vida da superfície. As tensões residuais a parecem quando a d eformação plástica atr a-

vés d a seção tr ansversal total d a parte deformada não é uniforme. Considere um corpode prova metálico submetido a tlexão no qual a superfície foi def or mad a em tr ação, d emaneir a que parte d ela tenha sido d eformad a plasticamente. Quando a for ça externa é

r etir ada, as regiões que f or am deformad as plasticamente impedem as r egiões elásticasadjacentes de experimentarem uma recuperação elástica completa par a a condição d e

não-deformadas. Desta f orma, as regiões def ormadas elasticamente são d eixad as em

tr ação residual e as regiões que for am d ef ormad as plasticamente d evem estar numestad o de compr essão residual, a fim de promover um balanço d e tensões ao longo d a

seção transversal do corpo de prova. De uma maneir a ger al, para um caso em q ue

 parte da seção tr ansversal é deformada plasticamente, enquanto que o resto sofr e d e-

f ormação elástica, a região que f oi def ormad a plasticamente em tração a presentar á,

a pós o descarregamento, um estad o de tensão residual compressivo, enquanto que a

região que foi d eformada plas.ticamente em compressão a presentar á um estado d e ten-

são residual de tração quando a for ça externa for r etirad a. O valor máximo de tensãoresidual que pod e ser produzid o é igual ao limite elástico d o metal.

As tensões residuais podem, par a vários objetivos, ser  consider ad as id ênticas às

tensões produzidas por uma força externa. Então, a adição de uma tensão residual

compressiva, que existe num ponto da super fície, a uma tensão tr ativa externamente.a plicad a sobre esta superfície, diminui a pr o ba bilid ad e d e ocorr er f alha por  fadiga

neste ponto. A Fig. 12.16 ilustra este ef eito. A Fig. 12.16a mostr a a distribuição d e

tensão elástica numa viga na presença de tensões residuais. A Fig. l2.16b a presentauma distribuição típica de tensão residual, tal como seria pr oduzid a por jacto- percussão. Obser ve que altas tensões r esiduais compr essivas na superfície devem ser 

equilibrad as por tensões residuais tr  ativas no interior d a seção tr ansver sal. Na Fig.12.16c é mostr ada a distribuição de tensões devido à soma algé brica d as tensões d e

flexão externas e d as tensões residuais. Note que a tensão tr ativa máxima na superfí-cie é r eduzida d  e uma quantid ade igual à tensão r esidual compressiva que atua nesta

IUma revisão detalhad a d o ef eito d a eletrod eposição na r esistência à fad iga é d ada por R . A. R . Hammond  eC. Williams, M et al/ . ReI ' . , vol. 5, p p. 165·223, 1%0.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 25/41

Fig. 12.16 Su perposição d as tensões

aplicada e r esidual.

supeliície. O pico de tensão tr ativa f oi deslocado par a um ponto no inter ior do corpod e pr ova, send o sua magnitude uma função d o gr adiente d e tensão a plicado e da distr i-

 buição d e tensões residuais. Desta f orma é possível, sob estas condições, que o iníciod a f alha ocorr a a baixo d a superfície. Em vista d o que vimos acima, d ever ia ser clar o

q ue as melhorias no desempenho em fadiga, decor rentes d a introd ução d e tensões

r esid uais compr essivas na superf ície, seriam maior es no caso d e um carregamento emq ue existisse um gr adiente de tensão d o q ue par a um ti po de car r egamento que não

r esultasse na for mação de um tal gradiente. Tod avia, a intr odução de tensões residuaiscom pressivas na su peli"ície de corpos de prova ensaiad os em f adiga sob carregamento

axial promove uma melhor ia acentuada nos seus desem penhos, pr ovavelmente porq uea supeliície é, em potencial. uma fonte de baixa r esistência.

Os principais métod os comerciais d e introdução na super f ície d e tensões r esid uaiscompressivas f  avor áveis são a laminação supeliicial com cilind r os es peciais e a jacto-

 percussão.1 Embor a durante estes pr ocessos ocorram algu mas var iações na resistência

d o metal devid o ao encruamento, a melhoria no desempenho em fad iga d eve-se f un-

d amentalmente à formação de tensões resid uais compr essivas na su perfície. O pro-

cesso d e laminação su perficial é particularmente adeq uado par a o caso de peças gran-d es. sendo utilizado freqüentemente em r egiões críticas, tais como os adoçamentos doseixos de manivelas e as superfícies d e a poio de eixos de estr ada d e ferr o. O processod e jacto-percussão consiste no jateamento, ou bombard eamento, d e partículas finíssi-

mas d e aço ou f erro f undido contr a a superf ície da peça. A jacto- percussão é par ticu-lar mente adequada par a peças d e peq ueno por te prod uzid as em massa. A severid ad e

d a tensão produzida neste processo é normalmente cDntrolad a pela med ição da defor-

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 26/41

mação r esidual por ele introduzida em bar rotes chamados tir as d e Almen. As princi-

 pais var iáveis deste processo são a velocid ade d o jato e o tamanho. f or mato e dur ezad as partículas, mas deve-se tomar  cuid ad o para que tod a a dr  ea tr atad a r ece ba um

 jateamento uniforme. O polimento d as superf ícies submetid as a jacto- percussão. como intuito de d iminuir  a sua rugosid ade, r esulta fr eqüentemente em melhoria adicionald as pr opr ied ades d e fadiga. Outr os métodos ca pazes d e intr oduzir  tensões residuais

com pr essivas na su peIik ie são atr avés d e tensões térmicas prod uzidas pela 'têm per ado aço a partir  da temperatura d e r evenimento e d as tensões d ecor rentes das variações

volumétricas que acompanham as mudanças metalúr gicas r  esultantes d a cementação.

nitr etação e endur ecimento com aquecimento por  indução.É 'im por tante q ue se compr eend a q ue a aplicação d e jacto- per cussão ou laminação

supelficial não resulta automaticamente numa melhor ia d as pr o pr iedad es d e f ad iga. É possível que a superfície se ja danif icada por  jateamento ou laminação excessivos,

send o por isto necessário pesquisas e ensaios para esta belecer  as cond ições pró prias

q ue produzem a distr ibuição ótima d e tensões r esid uais. Além d o mais, certos pr oces-sos metalúr gicos pr od uzem tensões resid uais tr  ativas su peli'iciais, como é o caso d a

têmper a de aços altamente endurecíveis, e este tipo d e estado de tensões pod e per sistir  para temper aturas d e r evenimento baixas. A retificação d e aços endur ecid os exige que

se tenha muito cuid ad o em sua execução. pois caso contr ário pod e pr omover  grand es

decr éscimos d as pr o priedades de f ad iga. Foi mostrad o por  pesq uisador es' que, d e pen-d end o das cond ições de r etificação. pod em ad vir  tensões r esid uais su peIi'iciais com-

 pressivas ou tr ativas. Também os métod os de polimento usualmente empr egados na pre par ação dos corpos d e pr ova d e fadiga pod em causar o a par ecimento de tensões

r esiduais na super fície.

As d istribuições de tensões r esiduais pod em ser mod if icadas por  d ef ormação plás-

tica ou ativação tér mica. Quando ocor re d ef ormação plástica consider ável, estas ten-sões podem atingir  o limite d e escoamento. Desta forma, os per íodos de sobr ecar ganos ensaios de fad  iga alto-ciclo ou os ensaios a altas tensões na região baixo-ciclo

 podem alterar  a distr ibuição de tensões resid uais atr avés d e d ef ormação plástica. A

este efeito se d enomina d egradação das tellsôes r esidllais. As tensões r esiduais exer-cem sua maior influência pr óximo d o limite d e f ad iga, onde ocorr e pequena d egrada-

ção. Por outro lado, a vid a em fadiga é pouco afetada pelas tensões r esiduais em

condições d e a plicação de tensões altas.

A ação simultânea de tensões cíclicas e ataque q uímico é conhecida como fadiga por corrosão.2 O ataque corr osivo sem tensão super imposta pr oduz, muitas vezes, O a pa-r ecimento de pites nas superf ícies d os metais. Os pites atuam como entalhes e causam

a r edução da r esistência à f adiga. No entanto, quando o ataq ue cor rosivo ocor re simul-taneamente com o car r egamento em fadiga, há uma redução muito su per ior d  as pr o-

 pried ad es em f ad iga, r edução esta que é maior  d o que a pr od uzid a pela cor r osão pr évia

d a superfície, Quando a cor r osão e fad iga atuam simultaneamente, o ataque químicoaceler a muito a taxa de pr opagação d as trincas em f ad iga. Os materiais q ue a presen-tam um limite d e fad iga d ef inid o q uando ensaiados ao ar  na tem per atura ambiente não

a presentam indicação d o limite d e f ad iga quando o ensaio é r ealizad o em meio cor ro-sivo. Uma vez que o ataque corr osivo é um fenômeno que d  e pend e do tempo, quanto

mais r á pido f or  o ensaio menor  ser á o d ano devido à cor r osão. Os ensaios d e fad iga por corr osão pod em ser realizados de d  uas maneir as. O métod o usual consiste em

su bmeter  o corpo de pr ova, continuamente, às inf luências combinadas de corr osão e

'L.P. Tar asov, W. S. Hyler  e H. R. Letner , Am. Soe. T est . M at er . Pr oc. , vol. 57, p p. 601-622, 1957.'A. J. McEvily e R. W. Staehle, ed s., Corr osioll Fat igue , Na!. Assoe. Corr osion Eng., I-Íouston, 1972.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 27/41

tensão cíclica, até que ocorr a a ruptur a. No ensaio d e d u plo-estágio, o ensaio d e fad iga

 por  cor r osão é interr ompid o a pós um d eterminado período e o dano intr oduzid o éavaliad o atr avés d a d eterminação d a vid a r estante ao ar. Este último tipo d e ensaio

a jud ou a d etermi nar  o mecanismo de f  adiga por  corr osão. J A ação d a car ga cíclicacausa uma d estruição localizad a d o f ilme de óxid o superficial, per mitind o que possamser pr oduzidos pites. É muito maior  ó número d e pites produzidos na f adiga por corr o-

são d o que num ataque corr osivo sem a ação d e tensões. Outr o ef eito d a tensão cíclicaé r emover  ou desalo jar  q uaisquer pr odutos de corr osão que possam d e alguma maneir a

im ped ir  o avanço d a corr osão. Os f und os dos pites são mais anód icos d o que o r estodo metal e, d esta forma, a cor rosão prossegue par a o inter ior , a jud ad a pela d estruição

d o filme d e óxid o decorr ente d  a d eformação cíclica. Quand o o pite se torna pontiagudoo bastante par a pr od uzir  uma grand e concentr ação d e tensões, a trinca é nucleada.

Existem evid ências ind icand o que mesmo os ensaios d e f adiga realizad os ao ar natemper atur a am biente são inf luenciados pela f adiga por  cor rosão. Ensaios de f adiga em

co bre mostr aram que a r esistência à fadiga em vácuo parcial er a superior à r esistência

na atmosf er a.2 Ensaios realizados separ adamente em oxigênio e va por d 'água mostr a-

ram pouca r edução d a r esistência em f adiga quand o compar ad a àquela obtid a no vá-cuo. Concluiu-se que o va por d 'água age como catalisador par a r eduzir  a resistência à

f adiga ao ar , indicand o q ue a umid ad e r elativa pod e ser uma variável a consider ar no

ensaio de f adiga. Um tr a balho subseqüente realizado em cobr e3 mostr ou que a vida emfadiga er a muito mais longa em atmosfer a de oxigênio puro (sem nitrogênio) do que noar. A o bser vação metalogr áf ica mostrou que o d esenvolvimento d  e band as d e desliza-mento per sistentes er a desaceler ad o quando os ensaios eram r ealizad os em nitrogênio.

Estudos adicionais sobr e o efeito d o meio nas tli ncas d e f adiga f or am realizad os por Acter.4

Existem vários métodos disponíveis par a minimizar  o dano causado pela fadiga

 por  corr osão. De uma maneir a ger al, a escolha'de um material para este tipo de ser -

viço d eve ser basead a nas suas pr o pried ad es d e r esistência à corr osão, em vez d as pr o pried ades de fadiga convencionais. Desta maneir a, o aço inoxid ável, bronze ou

cobr e-berílio pr estariam, pr ovavelmente, melhor ser viço d o que o aço tratad o termi-camente. A proteção d o metal contr a o contato c om o meio agr essivo pod e ser feitacom sucesso atr avés d e co bertur a metálica ou não-metálica, d esde que esta não se

r om pa como conseqüência d a d eformação cíclica. As co bertur as d e zinco e cád mio noaço e cober tur as d e alumínio em ligas d e alumínio Alclad pod em obter  sucesso em

muitas aplicações de f adiga por  corrosão, apesar destas coberturas poder em causar r edução na resistência à fadiga quando os ensaios são conduzid os ao ar . A f  ormação

de tensões r esid uais compr essivas na superfície tend e a impedir que os entalhes super-

f iciais se a bram d and o acesso ao meio corr osivo. A nitretação é particularmente ef e-tiva no combate à fadiga por  corr osão, e a jacto- per cussão tem sido usad a com êxito

sob d eterminad as condições. Em sistemas fechados, é possível r eduzir o ataque cor r o-

sivo com a adição de um inibid or d e corr osão. Finalmente, a eliminação de concentr a-dor es d e tensão, através de pr o jetos cuid ad osos, é muito im por tante quand o a f ad iga

 por  corr osão deve ser  consid er ad a. .

Quando duas su per fícies em contato ex perimentam periodicamente um pequeno mo-

vimento r elativo, tem or igem um d ef eito su perf icial d enominado d ano por  f ricção. Estef enômeno está mais r elacionado ao d esgaste d o que à f adiga por  corrosão. No entanto,

'U. R . Evans e M. T. Simnad , Pr oc. R. S oe. LOlld Oll , vaI. 18 8 / .. p:J72, 1947.

21.1. Gaugh e D. G. S a pwith , J . /IlSr . M e/. , vaI. 72, p p. 415-421,1946.' N. Thompson, N. Wadswar th e N. Lauat. Phil. Mag. , vaI. I, p p. 113-126, 1956.'M. R. Achter , Fa /igue C r aek  Propaga / iall , AS T  M S  pee. T eeh. Publ. , 415, pp. 181-204, 1967.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 28/41

ele difere do d esgaste pelo f ato de que a velocid ade relativa d as duas super f ícies émuito inferior  à que normalmente se encontr a no desgaste e também porque, como as

duas super fícies nunca perd em o contato, não há possibilid ade d os pr odutos d e corro-são serem removidos. O d ano por  f ricção é bastante encontrad o na superf ície de um

eixo com um mancal ou com um cubo d e r od a montad o so b pressão. Ger almenteocorre a formação de pites na superfície e também uma certa d eterior ação super f icial,

q ue normalmente é acompanhad a por detr itos de óxido (avermelhados par a o a ço e pr etos para o alumínio). As trincas de fad iga quase sempr e se iniciam na superfície

d anif icad a, embor a- possam ser ocultadas pelos detr itos de óxid o. Os d anos d e fricção

são causados por uma combinação de efeitos mecânicos e químicos. O metal é remo-vid o da su per fície por uma ação de esmer ilhamento ou atr avés de um pr ocesso alter -nado de descolamento e "sold agem" dos r essaltossuper f iciais. As partículas r emovi-d as se tornam oxid adas e f ormam um pó a br asivo que continua o pr ocesso d e destrui-

ção. Ocorre, então, a oxid ação d a superf ície d o metal e o filme de óxid o é destruído pelo movimento r elativo d as super fícies. Embor a a ocorr ência de oxidação não sejaessencial par a o pr ocesso, como f oi inclusive demonstr ad o pelo movimento r elativo

entr e duas super f ícies de our o não-oxidáveis, este se d esenvolve com intensid ademuito maior quando as condições são tais que permitem sua presença.

 Não existem métodos d e pr evenção contr a o dano por  f ricção que se jam comple-

tamente satisfatórios. No entanto, ele não ocorrer á se o movimento r elativo puder ser eliminado. O acr éscimo d a f or ça normal às superfícies pod e atingir este objetivo,

 por ém o d ano aumenta com a for ça normal até o ponto em que cessa o movimento

relativo. Caso este movimento não possa ser  eliminado, então a r ed ução d o coeficienteId e atr ito entre as partes aco plad as poder á ser benéfica. U ma vez que o pro blema

 pr incipal consiste em manter um filme lubr if icante por um longo períod o d e tempo, oslubr ificantes sólid os como o MoS são os que obtêm maior  sucesso. Outr a maneir a d e

.a bordar o pr o blema é aumentar  a resistência ao d esgaste das super fícies a f  im de redu-

zir  o caldeamento superficial. O d ano por  f ricção ser á d iminuíd o caso a atmosfer a se jaexcluída das duas super fícies, no entanto, isto é muito d if ícil d e ser conseguido comum grau de efetivid ade alto. For am pu blicad as d iver sas r evisões excelentes so br e esteassuntol,2.

A maior ia dos d ados de fadiga existentes na liter atura for am o btidos em condições d e

ciclos de tensões alternados ond e (TIII =O . Tod avia, na pr ática d a engenharia, fr eqüen-temente depar amos com condições em que o c arregamento consiste em uma tensãoalternada superimposta a uma tensão média ou estática. A possi bilid ade d esta situação

de tensões já foi considerad a na Seç. 12.2, ond e for am d adas vár ias relações entre (TIII e

Existem vários métodos d e d eterminações d e um diagr ama S - N  par a a situação em

que a tensão média é diferente de zero. A Fig. 12.17 mostr a os dois métodos maiscomuns utilizad os par a apr  esentação dos d ad os exper imentais. Na Fig. 12.170 sãolançados em gr áf icos a tensão máxima contr a log N, par a valores constantes d a r azão

de tensões R = (Tlllín.!(Tlllá.r .. Este ti po de curva é o btido a plicand o-se u ma sér ie deciclos d e tensão, com a tensão máxima decr escente, e a justando-se a tensão mínimaem cada caso d e maneira que ela seja uma fr ação constante d a tensão máxima. O caso

d a tensão completamente invertida é dado por  R =- 1,0. Observe q ue à med id a q ue R

se torna mais positivo, o que equivale a aumentar a tensão méd ia, o limite d e f ad igamed ido aumenta. A Fig. 12.17b mostra os mesmos dados a presentados em termos de

IR . B. Water house, Pr oc. /nst . Mech. Eng. LOlld on , vol. 169, pp. 1157-1172, 1955.'P. L. Teed , M et al/ . Rev. , vol. 5, pp. 267-295, 1960.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 29/41

~~ R=-O,3

R=-IO

106

Cic lo s par a r omp er 

(al

Fig. 12.17 Dois métod os d e a pr esentar  os d ad osde f ad iga quand o a tens'ão média não é zer o.

106

Cicl os para r omper 

tensão alternad a \'er slIs nú mer o d e ciclos par a a f r at-ura, par a valor es d e tensão média

constante. Obser ve que à med id a q ue a tensão méd ia se torna mais positiva, a tensão

alternad a per mitid a d iminui. Outr as maneir as de a pr esentar  estes resultad os são os

gr áf icos d a tensão máxima l'er SII.I' númer o de ciclos para a ruptur a, par a tensão média

constante, e tensão máxima \'er SlIs ciclos par a a r u ptur a, à tensão mínima constante.

Para cad a valor  d e tensão méd ia existe um válor dif  er ente d o inter valo limite de

tensões, O" máx. - O"míll., q ue pod e ser  suportad o sem que ocorr a a f r atur a. As

 pr imeiras contribuições a este pro blema for am f eitas por  Goodman', razão pela qual as

cur vas que a pr esentam a d e pend ência d o inter valo limite de tensões na tensão média

são chamad as f req üentemente d e d iagr amas d e Good mall. A Fig. 12.18 mostr a um

tipo comum de d  iagr ama d e Goodman q ue pod e ser  o btido a partir de d  ados de f ad iga

iguais aos que f  oram ilustr ad os na Fig. 12.17. Basicamente, este d iagr ama apr esenta a

variação d o inter valo limite d e tensão. O"lIui,r . - O"míll.' com a tensão média. Observe que

à med id a que a tensão média se tor na mais tr ativa, o inter valo d e tensões permitido é

d iminuído, até se tor nar  zer o quand o o limite d e resistência 0"11 é atingid o. Tod avia,

 para f ins pr áticos, o ensaio é geralmente interr om pid o q uand o é ultra passad o o limite

de escoamento 0"0' Os pontos ex per imentais encontram-se um pouco acima ou a baixo

d as linhas O"mf i.r. e O"míll.' r azão pela q ual estas linhas mostr ad as na Fig. 12.18 pod em

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 30/41

Compressão -+-- ~ Tração

 /T u

 /T O

o<li

'"ef-

i! /c -

Tensão alternada - os

o dados são plotados aqui

~ea.

E

otl

/

/

Fig. 12.18 Diagr ama d eGoodman.

ser, na r ealid ade, curvas. Desta f orma, tend o em vista esta natur eza dos pontos expe-

rimentais r eais, uma aproximação segur a do diagr ama de Goodman pod e ser  o btida,

tr açand o-se linhas retas a partir d  o limite d e f adiga para tensão alternad a (que normal-

mente são d  is poníveis na liter  atur a) até o limite de resistência à tr ação. Um diagr ama

similar  ao d a Fig. 12.18 pode ser construíd o para a resistência à fadiga em qualquer 

númer o de ciclos determinado. Existem muito poucos resultad os ex per imentais par acondições ond e a tensão média é compr essiva. Os d ad os' par a o aço SAE 4340 en-

saiad o em fadiga axial ind  icam que o inter valo d e tensões per  mitid o aumenta com o

acréscimo da tensão méd ia com pressiva até o limite de escoamento em compressão.

Esta ind icação está d e acordo com o f ato d e tensões r esid uais compressivas aumenta-

rem o limite de f adiga. .

Um métod o alternativo para a presentação d os d ad os de tensão méd  ia está mos-

tr ad o na Fig. 12.19. Este métod o é às vezes conhecido como diagrama d e Haig-

Sod er  berg2. A com ponente d e tensão alternad a é dis posta em gr áf ico contr a a tensão

méd ia. A relação re presentad a por  uma linha r eta segue a sugestão d e Goodman, en-

quanto a cur va para bólica foi proposta por Ger   ber . Os d ad os exper imentais par a me-tais dúcteis caem, ger almente, mais pr óximos da cur va par a bólica. No entanto, devid o

à d is per são nos resultad os e também por q ue os ensaios realizad os em corpos d e pr ova

entalhad os a pr oximam-se mais da r eta d e Goodman, a r elação linear  é mais utilizad a

nos pro jetos de engenharia. Estas r elações pod em ser expr essas pela seguinte equação:

onde x = 1 par a a linha d e Good man, x = 2 para a par á bola de Ger  ber  e Up é o limitede fad iga para carregamento alter nado (um = O). Se o pro jeto for basead o no limite d e

escoamento, como indicad o pela linha pontilhada de Soder  berg na Fig. 12.19. então u"

dever á ser  substituída por  Uo na Eq. (12.22).

'J. T. R ansom, d iscussão em Am. Soe. T es / . Maler . Pr oc. , vol. 54, pp. 847-848, 1954.

'c. R . Sod erberg, T r alls.ASM  E  , vol. 52. APM-52-2, 1930. pp. 13-28.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 31/41

'-':

". .• . . •. .

. . •. . •. .

. . •. . •. .

. . •. . •. .

Soderberg -"" ..•..•... . •. . •. .

. . •. . •. .

Fig. 12.19 Métod o alternativo d ea pr esentar o diagr  ama de Goodman .

A Fig. 12.19 pod e ser  o btid a através de ensaios com tensões alternad as axial ou

de tlexão com tensão ou compr essão estática, ou por tor ção alternad a com tr  açãoestática. Tod avia, par a tor ção alternad a com tor ção estática ou par a flexão alternad acom tor ção estática, não existe efeito d a tensão estática so bre o intervalo permitido d ecomponente' d e tensão alternada, desd e que o limite d e escoamento estático não sejaultrapassad o!.

 Não existe um consenso geral quanto ao métod o ad equad o par a a plicação de f  ato-

res de concentr ação de tensões em casos de tensões média e alternad a combinad as.Enquanto todas as autorid ad es no assunto a plicam par a a componente d e tensão alter-nad a um fator  Kf , existem contr ovér sias so br e quand o d eva ser  a plicad o um f ator par a

a tensão méd ia. Outr o pr oblema que pode ger ar d úvid as está no tratamento a ser  

utilizad o quanto às tensões r esiduais r esultantes d as tensões máximas, ou picos d etensões, que excedem o I.imite d e escoamento. Estes pontos são a bord ad os por luvi-nalF em d iver sos exemplos d e pr o jetos.

Fuchs3  pr opôs uma teoria analítica d a f alha por fadiga em metais dúcteis. Embor a esta

teoria não se ja peli'eita em tod os os seus d etalhes, ela consider a as inf luências d astensões méd ia e alternad a, tensões resid uais e do carr egamento combinado, por  exem-

 plo, f lexão mais tor ção. A teoria a plica-se par a a r egião de longa-vid a em fadiga ond eas d eformações macr oscópicas são elásticas. Ela admite valor es de tensão média cons-tantes e tam bém que as car gas estejam em f ase, isto é, tod as as componentes de car ga

alternad a atingem ao mesmo tempo seus valor es máximos. Par a d eterminar  quand o um

determinad o estado nominal de tensões cíclicas d ar á origem à fr atur a num dad o nú-mero d e ciclos, o estad o de tensões é compar ado a tr ês cr itérios d e falha por f adiga:início de trinca, propagação d e trinca e escoamento macr oscó pico.

Embor a os dados experimentais d e f alha por fadiga em tensão com binada sejammais escassos e menos conf iáveis do que par a escoamento estático, podem ser feitas

algum,asgeneralizações. Os ensaios d e fad iga com combinações difer entes d e tlexão e

'G. Sines, Failure of  Materiais under Com bined R e peated Stresses with Super imposed Static Stresses, NACAT ecil. Not e 3495, 1955.'R . C. Juvinall, Engineer ing COl1sid erations of  Str ess, St r ain , and Str engtil. pp. 279'297, McGraw-Hill Book Com pany, New Yor k , 1967.3H. O. Fuchs, Tram··. AS  ME  , S er . D: J. Basic Eng. , vol. 87, pp. 333-343, 1965; também 'd iscutid o em F atigue

 Design H andbook  , pp. 30-36, Society of Automotive Engineer s, New York , 1968.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 32/41

tor ção' mostr am que par a os metais d úcteis o cr itério d e von Mises é o q ue melhor  se

ajusta ao pr o blema. Para materiais f r ágeis o melhor cr itério d e f alha por f adiga é o

 baseado.na teor ia d a tensão princi pal máxima. Sines2  pr opôs um critér io par a a f alha

 por f adiga so b tensão combinad a, basead o na teoria d a ener gia d e d istor ção (von Mi-

ses).

[(aal - aa2)2 +(aa 2 - aa3)2 +(aa3 - aal)2 ]Y  z +C2(aml +am2 +am3) ~ J " 1ae

(12-23)

ond e C T al = componente alter nad a d a tensão pr inci pal na dir eção" I"

CTml =componente estática d a tensão principal na dir eção" I"

C T e = r esistência à f ad iga (ou limite d e f ad iga) par a tensão alternad a (C T m = O).

C2 = constante do material que d á a influência de CT m so br e CT a , isto é, a inclina-

ção negativa d a linha d e Good man na Fig. 12.19. Como primeir a a proxi-

mação, C2 = 0,5.

o efeito das tensões residuais pod e ser incluído adicionand o-se seu valor  ao termo C T m

apr o pr iad o. Uma vez que as tensões residuais compressivas ser ão su btr aíd as d o termo

C T m , elas permitir ão maior es tensões alternad as para a mesma vid a em f adiga. Para

cond ições d e tensão plana, a Eq. (12.23) a par ecer á em gr áf ico como uma elipse simé-

trica, similar  àquela mostr ad a na Fig. 3.5. No entanto, a in'tr od ução dos termos de

tensão estática (média) af asta esta eli pse d o centro do sistema d e coor d enad as.

Fuchs ad mitiu que o critér io ger al par a início de trinca é d ad o pela Eq . (12.23).

Par a a situação simplif icad a d e um estad o uniaxial d e tensão ela se r ed uz a

Par a o cr  itério de pr o pagação de tr inca utiliza-se um cr itério d e tensão máxima, isto é,

as tr incas d e f ad iga se pr opagar ão se a tensão alter nada de tr ação for igualou maior do

que um valor cr ítico C T e. Matematicamente, este cr itério é simplesmente

Caso C T mín. d o ciclo de tensão seja com pr essiva, então a tensão d e tr ação mínima ser á

zer o. Neste critério de f  alha não é utilizad o qualq uer f  ator par a Kr  e, por  este motivo,

são tomados valores de C T e baixos como medid a de segur ança:

C T e =2 k g/mm2

C T e =3 k g/mm2

C T e = 7 k g/mm2

 para liga d e alumínio de alta r esistência

 par a aço-d oce

 par a aço tem per ad o e r evenid o

'H. j. Gough, Pr oc. / nsl. Mech. ElIg. LOlldoll. vol. 160. pp. 417-440.1949; W. N. Find ley and P. N. Mathur .Pr oc. S oe. Exp. S lr ess Allal .. vol. 14. nO I. pp. 35-46. 1956.2Sines, o p. cit.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 33/41

o critério d e escoamento par a carr egamento uniaxial consiste simplesmente em que o

escoamento macroscá pico ocorr a quand o a soma d a tensão alternad a com a tensão

média iguale ou exced a o limite de escoamento d o material

Estes tr ês critérios de f  alha podem ser r e pr esentados, par a carr egamento uniaxial,num gr áf ico d e Ua \'er SI/S UII/, como o d a Fig, 12,20, O critério d e escoamento, Eq ,

(12.27), é r e pr esentado pelo triângulo exter no pontilhad o. O critério d e início d e trinca,

Eq . (12.24), é re presentad o pela linha AB par a um valor de Kf  = Ie pela linha CD par a

K f  =3. A linha de traços e pontos r e pr esenta o critério d e pr o pagação d e trinca, d ad o

 pela Eq . (12.25). Uma vez que neste critério os valor es d e UII/ill. de compr essão são

tomad os como zer o, ele é r e pr esentad o por uma linha inclinad a d e 45° (UII/f lr . co'hs-

tante, UII/ill. negativo variável) na r egião d e tensão média compr essiva. A linha indica-

tiva d e f alha é a linha larga e cheia d a Fig. 12.20. As combinações d e tensão média

. a plicad a, tensão r esidual e tensão alternad a que caiam d entr o d a linha não produzir ão

falha·· por  fadiga no númer o d e ciclos par a o qual o gr  áfico f oi construído. As combina-ções de tensões que caiam f or a d a linha devem ser consid er ad as insegur as. No limite

máxi mo d e tr ação para a tensão média o material f  alha atr avés d e escoamento. Nas

r egiões hachuradas, as trincas d e f adiga ser ão iniciad as mas não se propagarão até a

ruptur a do ITlateria1. Na r egião intermediária, as trincas têm início e se propagam até

ocorr er  a ruptura.

O ensaio d e f adiga convencional su bmete um corpo d e prova a uma amplitud e fixa até

que ele se r ompa. Os ensaios pod em ser  feitos par a vários valor es dif er entes de tensão

 par a d etermi nar  a cur va S~ N  , mas em cad a ensaio a' tensão é mantid a constante até

este ser  completad o. No entanto, existem muitas a plicações pr áticas nas quais a ten-

são cíclica não permanece constante, var iand o em certos períod os par a valores acima

ou a baixo de um d eterminad o nível esta belecido por  pr o jeto. Além disso, há a plica-

ções q ue envolvem condições complexas d e car regamento, nas quais torna-se dif ícil

d eterminar um nível médio de tensões e não se pode admitir  uma var iação senoid al d e

car ga. Par a estas a plicações f or am d esenvolvid os ensaios de f  ad iga es peciais' q ue a pli-

cam car gas r and ômicas.

Fig. 12.20 Diagr ama d e falha por f  a-diga. (Segund o Fuchs.)

""""

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 34/41

o sobr e/ellsiolWl/lell/O, ou so br etensão, é o pr ocesso q ue consiste em ensaiar um

corpo de pr ova virgem por um certo númer o de ciclos, inf erior  ao d a f r atur a, a uma

tensão acima d o limite de f  adiga e posteriormente ensaiar  este cor  po d e pr ova até a

ruptur a a uma outra tensão. A r azão entr e o númer o d e ciclos ensaiad os na primeir a

tensão d o pr ocesso de so br etensionamento e o número d  e ciclos suportad os por um

corpo d e prova vir gem a esta mesma tensão é chamad a r a::.âo de ciclos. O d ano intr o-

d uzid o por  uma r azão de ciclos d e so br etensão pod e ser  avaliad o pela r edução da vid aem f adiga à tensão de ensaio. Por  outr o lad o. o d ano pr oduzid o pod e também ser 

med ido su bmetend o-se vários cor  pos de pr ova a uma deter minad a r azão d e ciclos na

 pré-tensão (do pr ocesso d e so br etensionamento) e então d eterminand o-se o limite d e

f adiga d os cor  pos d e pr ova d anificad os. Bennett' mostrou q ue o aumento d a r azão d e

ciclos na pr é-tensão produz uma maior  diminuição no limite d e fadiga d as amostr as

d anif icadas, enquanto ex periências similar es2 que em pr egar am uma d eter minação está-

tica d o limite de f  adiga mostr ar am uma r ed ução muito maior d o limite d e f ad iga d evid o

ao so br etensionamento. A esta altur a é im por tante notar que. d evid o à natur eza esta-

tística d a f adiga, é muito difícil o bter  conclusões conf iáveis atr avés d e ensaios de so-

 br etensionamento, a menos que se jam utilizad os métod os estatísticos.Se um corpo de prova f or  ensaiad o a baixo do limite d e f adiga, d e maneira que

 permaneça sem se romper  a pós um gr ande número de ciclos e f or  então ensaiado a

uma tensão maior , diz-se que o corpo d e pr ova foi sllh/ellsiollado. O subtensiona-

mento r esulta fr eqüentemente no aumento d o limite de f  adiga, ou no aumento do nú-

mer o d e ciclos de tensão necessários par a se romper . acima d aq uele es per ado para

corpos d e pr ova virgens. As melhorias nas propriedades d e fadiga devid o ao subten-

sionamento têm sido freqüentemente consid er ad as como r  esultantes d o encruamento

localizad o nos lugar es pref erenciais d e início d e tr inca. Uma inter  pr etação difer ente d  o

ef eito do su btensionamento resultou d e ex periências sobr e a d eterminação estatística

d o limite de f  adiga3. Corpos d e prova que não se r omper am dur ante a d eterminação d o

limite de f  ad iga a presentar am vid as em f ad iga superior es às normais, q uand o r eensaia-

d os a uma tensão maior . Atr avés d e análise estatística foi possível mostr ar  q ue estas

vidas o bser vad as par a a tensão maior  er am d e se es per ar d evid o à eliminação dos

corpos de pr ova menos resistentes dur ante o ensaio anterior  a baixo d o limite d e fadiga.

Desta forma, concluiu-se que o subtensionamento er a, pelo menos par cialmente, d e-

vid o a um ef eito estatístico de seletivid ad e.

Se um cor  po d e pr ova for  ensaiad o sem se r om per  por um grande númer o de

ciclos a baixo d o limite d e fad iga e a tensão f or  sendo aumentad a em pequenos incr e-

mentos a pós permitir-se que ocorr a um gr ande númer o d e ciclos em cad a nível de

tensão, ver if icar emos que o limite d e f ad iga r esultante pod e ser  até 50 por  cento su pe-

rior  ao limite d e f adiga inicial. Este pr oced imento é conhecid o por  co{/xillg. Uma in-

vestigação extensiva sobr e este f enômen04 mostr ou uma cor  r elação d ir eta entre um

for te ef eito de co{/xing e a ca pacid ad e d o material de ex per imentar  envelhecimento.

Assim, o aço d oce e o ferro lingotad o a pr esentam um f  orte ef eito d e co{/xillg, enquanto

o latão, as ligas d e alumínio e os aços d e baixa liga tr atad os termicamente a pr esentam

melhorias pequenas de suas propried ad es r esultantes d  este ef eito.

Vários são os dados ex perimentais que indicam que a per centagem d e vid a con-

sumid a por  o per ação a um dad o nível de so bretensão depend e d a magnitude dos níveis

d e tensão subseqüentes. Entr etanto, a r egr a d o dano acumulativo linear ", também

chamad a r egr a de Miner, consid er a que a vid a total de uma peça pod e ser estimad a

atr avés da soma d a percentagem d e vid a consumid a por cad a ciclo d e so br etensão. Se

'1. A. Bennett, Am. S oe. T esl. Mat er . Pr oc. , vol. 46, pp. 693-714,1946.

'G. E. Dieler , G. T. Hor ne e R  . F. Mehl, N  ACA T ech. Not e 3211, 1954.

'E. EiJr emian e R . F. Mehl, ASTM S  pec. T ech. Pl I b / ., 137, 1952. .

'G. M. Sinclair ,Am. S oe. T est . M at er . Pr oc. , vol. 52, p p. 743-758,1952.

'M. A. Miner ,J. A pp / . Mecll. , vol. 12, pp. AI59-AI64, 1945.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 35/41

1/" 1/2•.... , 1/" representam o númer o d e ciclos d e o per ação em cad a nível es pecífico

d e sobr etensão e Ni• N 2 •.... , N"  re pr esentam a vid a (em ciclos) nestes mesmos

níveis d e so br etensão, então,

 j=k n.I---!.-= 1

 j=l N j

Embor a tenham sid o obser vados muitos desvios d a r egr a d e Miner e pro postas várias

mod if icações par a esta r elação, nenhu ma outr a f oi melhor  demonstr ad a ou ganhou

maior  aceitação.

As pr opried ad es de f adiga d os metais de pend em muito d  e suas estr utur as. No entanto,

existem atualmente poucas maneir as d e melhor ar  as pr o pried ad es d e fadiga atr avés de

meios metalúr gicos. Os maiores melhoramentos no d esem penho em fadiga são, d e

longe, aqueles r esultantes d e modif icações de projeto que reduzem a concentração de

tensões e atr avés da utilização inteligente d as tensões r esiduais compr essivas benéfi-

cas, em vez de resultarem d  e uma variação no material. Apesar disso, existem certos

fator es metalúrgicos que devem ser  consider ados par  a assegur ar  o melhor desempenho

em f adiga d e um metal ou liga. Os ensaios de fadiga que se pr o põem a medir o efeito

d e algumas variáveis metalúr gicas, tais como tratamentos térmicos es peciais, no de-

sem penho em f adiga são f eitos geralmente com corpos d e pr ova lisos e polidos, sob

condições d e tensão alternad a (c r m = O ). Ger almente consid er a-se q ue as mudanças nas

 propr iedad es de f adiga causadas por  fator es metalúr gicos atingirão id êntico gr au d e

importância, mesmo so b condições mais complexas d e fadiga; como par a corpos de

 pr ova entalhados submetid os a tensões combinad as. No entanto, os r esultad os d e sen-

sibilidade ao entalhe discutid os anter iormente mostr am que nem sem pre isto é ver-

d ade.

As pr opr ied ad es d e f ad iga são freqüentemente cor relacionad as com as pr o pr ied a-

des de tr ação. Ger almente, o limite de f  ad iga d e aços f und idos e tr  a balhados é cer ca de

50 por  cento do limite d e r esistência à tr ação. A r azão do limite d e fad  iga (ou d a

resistência à f ad iga par a 1 0 " ciclos) par a o limite d e r esistência à tr ação é denominad a

r a;:à( } d e f ad iga. Vários metais não-fer rosos com níq  uel, cobr e e magnésio possuem

uma r azão de fad iga d  e cer ca de 0.35. Em bor a o uso d e correlações deste tipo se ja

conveniente, deve-se entender  clar amente que estes f atores constantes entr e o limite

d e f adiga e o limite d e r esistência à tr ação são a penas a pr oximações que têm suaa plicação restrita a corpos d e prova cuid ad osamente polid os e ensaiad os so b tensão

média zer o à temperatur a ambiente. Par a corpos de pr ova d e f adiga entalhad os a r azão

de f adiga do aço ser á de 0,20 a 0,30. Tod avia, à medid a que a r esistência ao escoa-

mento é aumentad a pelos vários mecanismos endurecedor es, o limite d e f adiga, ger al-

mente, não aumenta de maneir a pro por cional. A maioria d os materiais de alta resis-

tência são limitados por f  adiga.

É possível se traçar vários par alelos entr e o efeito d e d eterminadas variáveis meta-

lúrgicas so bre as propried ad es ue fadiga e o efeito destas mesmas variáveis sobre as

 pr o priedad es de tr  ação. O efeito da adição de elementos-liga formador es de solução

sólid a, so br e as pr o pried ad es d e fad iga do f erroi e d o alumíni02, se assemelha quase perf eitamente aos seus efeitos sobr e as pro pr ied ades de tração. Gensamer 3 mostr ou

'E. E pr emian e E. F. Nip pes. Tr alls. AII/. S oe. Mel.. vol. 40, pp. 870-896. 1948.'J. W. Riches. O. D. Sherby e J. E. Dom. Tralls. AII/. S oe. Mel.. vol. 44. pp. 852-895, 1952.3M. Gensamer . E. B. Pear sall, W. S. Pellini e J. R . Low, Jr .. Tr aI/s. AII/. S oe. Mel .. vol. 30. pp. 983-1020.1942.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 36/41

que o limite de f adiga d e um aço eutetóid e aumentava com a diminuição d a tem per a-

tur a, d a mesma f orma que o limite d e escoamento e o limite de r esistência. No en-

tanto, os testes que com par ar am os limites de f adiga de um aço-carbono eutetóid e que

a pós tratamentos tér micos d  ifer entes a pr esentava estr utur a perlítica grosseir a ou esfe-

r oidita, ·ambas d e mesmo limite d e resistência, mostr ar am q ue as propr ied ad es de f a-

diga são mais sensíveis à estrutur al. Apesar d o aço a pr esentar  o mesmo limite d e

r esistência com as duas condições estruturais, a estrutura per lítica a presentou limite def adiga bastante inferior , devid o aos grandes ef eitos de entalhe exercidos pelas lamelas

de carboneto na perlita.

Existe boa evidência2 d e que a homogeneização da d  ef ormação d e d eslizamento,

evitando concentr ações localizad as de d ef or mação plástica, pod e promover  alta resis-

tência à fadiga. Isto está d e acord o com a o bser vação segund o a qual a resistência àfadiga é dir etamente pr  o por cional à dificuldad e d a discor d ância realizar d eslizamento

cruzado. Os materiais d e alta energia de falha de empilhamento permitem que as dis-

cord âncias vençam f acilmente os o bstáculos atr avés d e deslizamento cr  uzado. Desta

forma, ocorr e a formação de band as d e deslizamento e gr andes zonas plásticas nas

 pontas d as trincas, send o que ambos os fenômenos promovem o início e a pro pagação

d as trincas d e fadiga. Nos mater iais d e baixa ener gia de f  alha de empilhamento o

d eslizamento cruzado é dif icultad o e as discord âncias são o brigad as a se mover de

maneira mais planar, o que limita concentr ações locais d e d eformação plástica e su-

 prime o d ano por  fadiga. Feltner  e Laird 3 d enominaram estes d ois casos extr emos d  e

d eformação d e "d eslizamento ondulado" e "d eslizamento planar ".

Embor a este conceito tenha sido de gr and e utilid ade na compr eensão d os meca-

nismos de f adiga, a possibilid ade de contr olar  a r esistência à fadiga atr avés d a altera-

ção d a ener gia da falha de empilhamento tem limitações pr áticas. U ma a bor d agem d o

 pr o blema mais promissor a parece ser  o controle d a micr oestrutur a atr avés de pr oces-

samento ter momecânico par a pr omover  d eslizamento homogêneo em diver sas r egiões

 pequenas de d eformação plástica em vez de um número menor de r egiões de desliza-

mento extenso.

A d e pend ência da vid a em fadiga com o tamanho d e grão varia confor me o mod o

d e def ormação4, sendo mais pronunciad a no regime d e tensão baixa e alto-ciclo, no

qual predomina o estágio I d e cr escimento d a trinca. Nos materiais de alta ener gia da

falha de em pilhamento (como alumínio e co br e) d esenvolve-se prontamente uma estru-

tur a celular d e discordâncias que controla o estágio I d  e propagação d  e tri nca. Desta

f or ma, a estrutur a celular  mascar a a inf luência do tamanho de gr ão e a vida em f adiga a

tensão constante tor na-se insensível ao seu efeito. Entr etanto, num material d e baixa

ener gia d a falha d e em pilhamento (como o latão). a ausência de estrutur a celular , con-

seq üência d o deslizamento planar , f az com que os contor nos de grão controlem a taxade fissur ação. Neste caso a vid a em fadiga é pro por cional ao (tamanho de gr  ão)-1/2.

Em geral, as micr oestruturas temper ad as e r evenid as de aços de baixa-liga trata-

dos termicamente resultam em ótimas pr opr ied ades d  e fad iga. Por ém, para um nível de

d ureza acima de cerca d e 40 R e, uma estrutur a bainita pr od uzida por  austêm per a

a pr esenta pr opr i~d ades d  e fad iga melhor es d o q ue uma estrutur a tem per ad a e r evenida

de mesma dureza5. As micr ogr af ias eletr ônicas indicam que o baixo desem penho em

fadiga desta última estrutur a, para este nível de dur eza, é resultad o dos efeitos de

concentr ação d e tensões d os filmes finos de c arbonetos que se formam dur ante o reve-

nimento d a mar tensita. Par a aços temper ados e r evenidos o limite de fad iga aumenta

COIU a diminuição da temper atura até uma d ur eza d e 4 5 R  c a 55 R e, d epend end o do

'G. E. Dieler , R. F. Mehl e G. T. Horne, Tr ans. Am. S oco M et . , vol. 47, pp. 423-439, 1955.'J. C. Grosskreulz, M et al/ . Trans. , vol. 3, pp. 1255-1262, 1972.'c. E. Feltner e C. Lair d , Acta M et al/. , vol. 15, p. 1621, 1967.'  A. W. Thompson e W. A. Back ofen, Act a Met al/ . , vol. 19, p p. 597-606, 1971.'F. Borik e R . D. Cha pman, T rans. Am. S  oco M et., vol. 53, 1961.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 37/41

• - SAE 4063r : . - SAE 5150

.•. - SAE 4052

o - SAE 4140

() - S AE 4340

" - SAE 2340

Fig. 12.21 Limite de fadiga d e aços li-gados em função da dureza Rockwell.(De M. F. Gar wood , H. H. Zurburg eM. A. Erick son, em Int erpr et ation of  

T ests and  Corr elation with Ser vice , p.

12, American Socíety f or  MetaIs,Metal Park , Ohio, 1951.)

. < ; ;o-

g 120o

g ; 110

~~ 100

<. >

c:

." 901 ; ;. < ; ;

l'

" 801:J

~E:J

aço'. A Fig. 12.21 mostr a os resultad os o btidos com ensaios de cor  pos d e prova poli-

d os em condições de tensão alter nada. As pro pried ades de fad iga par a altos níveis de

dureza são extr emamente sensíveis à pr e par ação da su per f ície, tensões r esiduais e

inclusões. As propried ad es d e f adiga pod em ser r eduzid as d r asticamente a penas por 

tr aços d e d escarbonetação na su per fície. O limite de fadiga pode ser  bastante dimi-

nuído por somente uma pequena quantidad e de pr od utos da tr ansf ormação de d  ecom-

 posição da martensita2• A influência de pequenas quantid ades d e austenita r etid a so bre

as propried ad es d e f adiga d os aços temperad os e ,'evenidos aind a não foi bem estabe-

lecid a.

Os resultados ind icad os na Fig. 12.21 mostr am q ue, a baixo de um limite de r esis-

tência à tr ação d e cerca d e 140 k gf /mm", os limites de f  ad iga dos aços de baixa-liga

temperad os e r evenid os, de composição q uímica d if erentes, são a pr oximadamente

eq uivalentes quand o os aços são tem perados de maneir a a apresentar o mesmo limitede resistência à tração. Esta gener alização a plica-se par a aços f a bricad os tanto em

conver sores quanto em forno elétrico e par a pr opr iedad es d e fad iga deter minadas na

d ir eção longitud inal dos pr od utos tr a balhados. No entanto, a experiência mostr a3 que

o limite de fadiga na d ir eção transver sal de pr odutos f orjados de aço pode ser  apenas

60 a 70 por cento daquele encontr ado na dir eção longitud inal. Foi inclusive consta-

tad 04 que pr aticamente tod as as f alhas por   f ad iga em cor  pos de prova tr ansversais

 princi piam em inclusões não-metálicas. A eliminação q  uase com pleta das inclusões

através de f usão a vácuo pr od uz um aumento considerável no limite de fadiga trans-

ver sal (Ta bela 12.4). O baixo limite de fad iga em aços contendo inclusões é ger almente

atri buído à concentração de tensões nas inclusões, as quais pod em ser  bastante altas

'M. F. Gar  wood , H. H. Zurburg e M. A. Er ick son, Int er  pr elation o f  T ests an" Correlalion wilh sen' ice ,American Society for  Metais, Metais Park , ühio. 1951.

2F. Borik , R. D. Chapman e W. E. Jominy, T r ans. Am. S oco Met .. vol. 50, pp. 242-257, 1958.

3J. T. Ransom e R. F. Mehl, Am. S oe. T esl. M ater . Pr oc .. vaI. 52, pp. 779-790, 1952.

"J. T. Ransom, T rans. Am. S oco M el .. vol. 46, pp. 1254-1269,1954.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 38/41

F undid o em f or no

elé rrico

F und ido Q

l,ácuo

Limite d e f ad iga longitud inal, kgf /mm'

Limite de fadiga tr ansver sal, k gf /mm'

R azão tr ansver sal/longitudinalDureza, R c

82

55

0,6827

98

85

0,8629

tDeterminad o em f lexão pulsante (R =O). Dad os r etir ad os d e J . T. R ansom, T ra I/ s. Am. S oe. M el. , vol. 46, p p. 1254-1269, 1954.

quando uma estria d e inclusão alongad a está or ientad a tr ansver salmente em r elação à

tensão pr inci pal de tr ação. Tod avia, o f ato d e que mesmo a eliminação q uase com pleta

d as inclusões pela f usão a vácuo aind a r esulta numa anisotr o pia a pr eciável d o limite d e

f adiga ind ica que outr os fator es pod em ser  im por tantes. Maior es investigações' d este

assunto mostr ar am q ue atr avés d e pr áticas de desoxid ação d if er entes são pr od uzid as

alter ações a preciáveis no limite de fadiga tr ansver sal que não podem ser  cOlTelaciona-

d as com variações no ti po, número ou tamanho das inclusões. As pr o pr ied ad es de

fad iga tr ansver sal par ecem ser  as propriedad es de engenharia mais sensíveis à estru-

tur a.

A existência d e um limite de f adiga em cer tos mater iais, es pecialmente nas ligas

d e f err o e titânio, depend e d a pr esença d e elementos inter sticiais, confor me mostr ar am

certos estud os'. Na Fig. 12.22 está mostr ad o esq uematicamente este efeito d os ele-

mentos inter sticiais. A curva S-N par a um metal pur o ( A) é uma f unção monotõnica

com N aumentando enquanto a tensão diminui. A intr od ução ele um elemento soluto

aumenta o limite d e escoamento e, uma vez que se torna mais difícil iniciar uma band a

de d eslizamento, a cur va S - N  é d eslocad a par a cima e para a d ireita, send o r e pr esen-

tad a por  B. Caso a liga possua um teor d e inter sticiais q ue a torne suscetível a enve-

lhecimento, existe um mecanismo adicional d e aumento de r esistência. Uma vez q ue o

envelhecimento não ser á uma f unção for temente d e pendente d a tensão a plicad a, exis-

tir á uma tensão limite na qual ocorre um balanço entr e o dano por f adiga e o aumento

d a r esistência localizad o d evid o ao envelhecimento. Isto r esulta no limite de f adiga d a

Fig. 12.22 Eta pas no d esenvolvimento d e um ma·

terial com limite d e f ad iga (esquemático): A (metal

 pur o), B (ef eito de elementos f or mad or es d e solu-

ção sólid a em A), C (limite d e f ad iga devid o an

envelhecimento por d ef ormação. causad o por in-

ter sticiais), D (limite d e f ad iga aumentad o d evid n

ao aumento de envelhecimento por  d ef ormação.)

'o. E. Dieter, D. L. Maclear y e J . T. Ransom, Factor s Af t'ecting Ductility and  Fatigue in For gings, M et al/ur gi-

cal S ociet  y C Ol /  fer el / ces , vol. 3. p p. 101-142, Inter science Publisher s, Inc., New Yor k , 1959.

'J. C. Levy e O. M. Sinclair . Am. S oe. T esl. M at er . Pr oe ... vol. 55, p. 866.1955: H. A. Li psitt e O. T. Horne. Am. Soe. T esl. Mat er . Pr oc. , vol. 57. pp. 587-600. 1957: J . C. Levy e S. L. K anitk ar . J. lr al / S t eel l I  / SI .

 LOl/d on, vol. 197, pp. 296-300,1961; H. A. Li psitt e D. Y. Wang, T r aI/S. Met a 1/ . S oe. A I  M  E . vaI. 221. p. 918.1961.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 39/41

cur va C. Com o envelhecimento pela d eformação send o f acilitad o, seja por  maior  teor 

de inter sticiais, se ja por tem per atur a elevad a. o limite d e fad iga é aumentado e a infle-

xão d a cur va ocor r e par a um númer o d e ciclos inf erior , cur va D. Nos aços temperad os

e r evenid os, os q uais não exi bem nor malmente envelhecimento por  def ormação no

ensaio d e tr ação, a existência d e um limite d e f ad iga acentuado é provavelmente resul-

tad o d e envelhecimento pela d eformação localizado na ponta da trinca.

Ensaios d e f adiga nos metais a tem per atur as inferiores à ambiente mostr am que a

r esistência à f ad iga aumenta com o decr éscimo d a temper atur a. Embor a os aços se

tornem mais sensíveis ao entalhe na fadiga a baixas tem per atur as, não existe evid ência

que indiq ue q ualquer  var iação r e pentina nas pr o pried ad es de fadiga a temper atur as

inferiores à d e tr ansição d úctil-fr ágil. O f ato d a resistência à f adiga a pr esentar um

aumento com a d iminuição d a temperatur a pr o por cionalmente maior d o que o limite d e

r esistência à tr ação tem sid o interpretad o como sendo uma indicação d e que a falha

 por f adiga à tem per atura ambiente esteja associad a com a f ormação e condensação de

lacunas.

Em ger al, a r esistência à f ad iga d os metais diminui com o aumento d a temper atura

acima d a ambiente. O aço d oce é uma exceção, pois a pr esenta um máximo na resis-

tência à f adiga de 200 a 300°C. A existência de um máximo 'na resistência à tr ação

nesta faixa de t em per atur a, d evid o ao envelheci mento pela def ormação, já foi d iscutid a

anteriormente. À medid a que a temper atur a é aumentad a bem acima d a temper atur a

ambiente, torna-se importante o fenômeno de f  luência e, a altas temper atur as (a gr osso

modo, a temper atur as superior es à metad e do ponto d  e f usão), ele ser á a causa princi-

 pal da fr  atur a. A tr ansição d e f alha por f  adiga para f alha por  f luência com o aumento

d a temper atur a r esultará numa mudança d o ti po de fratur a que passar á d o tipo trans-

gr anular car acter ístico d  a f adiga para a f alha intercristalina por fluência. A oxidação

local dos contornos de gr ão pod e contribuir  signif icativamente par a o início d a trinca.

A quantid ad e de f  luência au menta com a tensão média par a q ualquer tem per atura.

Os mater iais ferr osos, q ue normalmente a presentam um limite d  e f adiga pr onun-

ciad o nos ensaios à tem per atur a ambiente, não mais os a pr esentar ão quand o ensaiad osa temper atur as acima d e a pr oximad amente 420°C. Os ensaios d e f adiga a altas tempe-

r atur as depender ão também d a f r eqüência d e a plicação d a tensão. É comum nos r efe-

rirmos ao tem po total necessário à fratur a, d a mesma for ma que ao númer o de ciclos.

Em ger al. q uanto maior  a resistência à fluência d e um mater ial maior  sua r esistên-

cia à fadiga em altas temper atur as. No entanto, o tr atamento metalúr gico que pr oduz

as melhores pr o pried ades d e fadiga em altas temper atur as não r esulta necessariamente

nas melhor es pr o priedad es de f  luência. Isto foi mostrad o por Toolin e Mochel' em

ensaios a altas temperatur as d e várias su perligas. A tem per atur as baixas, tamanhos d  e

gr ão pequeno r esultam em melhor es pr o pried ad es de f adiga. À medid a q ue a temper a-

tur a d e ensaio é aumentad a a difer ença no d esempenho em f ad iga entre um mater ial d  egr anulação fina e grosseir a d iminui até q ue, par a temper atur as bastante elevad as, ond e

 pr ed omi na a fluência, o mater ial de tamanho de gr ão gr and e a presenta maior  r esistên-

'P. R. Toolin e N. L. Mochel, Am. S oe. T est . M at er . Pr oe. , vol. 47. pp. 677-694, 1947; "Fatigue at Elevated Temper atur es." AS TM S  pee. T eeh. Publ. 520. 1973.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 40/41

cia. Ger almente, as ligas previamente tr a balhad as mecanicamente a pr esentam resis-

tência à f ad iga um pouco su per ior , enquanto q ue os materiais f und idos são fr eq üente-

mente mais resistentes à fluência. As soluções q ue o btêm sucesso na r edução d asf alhas por f ad iga à temper atur a am biente podem não ser  efetivas a temperatur as eleva-

d as. As tensões residuais com pr essivas, por exem plo, podem ser aliviad as antes que atemper atur a de oper ação se ja atingid a.

Coff in1

estendeu a análise da f ad iga d e baixo-ciclo, consid er ando a de pend ênciad a f adiga a altas temper aturas com a freqüência d e carr egamento. Assim, a Eq . (12.6)fica

ond e v é a f req üência d e aplicação d a tensão em ciclos/min e k  é um ex poente quemede o efeito da f r eqüência so bre a vi"d aem fadiga. A amplitude d e tensão e a vida emfad iga pod em ser  cor r elacionad as par a d if er entes f r eqüências cíclicas por 

As tensões que produzem f alha por f adiga a tem per aturas elevad as não são necessa-

riamente provenientes d e fontes mecânicas. A f alha por f adiga pod e ser provocad a por 

tensões térmicas f lutuantes so b condições em que não são produzid as tensões por 

causas mecânicas. As tensões térmicas a parecem quand o as variações de dimensões

de um componente, r esultantes do aumento d a tem per atur a, são im pedid as d e ocorr er devid o a algum tipo d e r estr ição. Para o caso simples de uma barr a com as extr emid a-des f ixas, a tensão térmica d esenvolvida por  uma variação de temper atur a t :: .T é

onde a=coeficiente d  e ex pansão térmica linear 

 E  = módulo elástico

Caso a falha aconteça d evid o a uma a plicação d a tensão térmica, diz-se q ue ocor r eu

choque t é r mico. Tod avia, se a falha ocor r e a pós aplicações r epetidas de tensão tér-mica, d e menor magnitud e, d iz-se que houve f adiga t é rmica2• Os equipamentos que

tr abalham a temper atur as elevad as a presentam f r eqüentemente condições para a fadiga

térmica. O aço inoxid ável austenítico é par ticular mente sensível a este fenõmeno, umavez que possui baixa condutivid ad e térmica e alta ex pansão térmica. Foram publica-d os estud os bastante completos d e f adiga neste materiaP. A tend ência par a a f alha por 

fadiga térmica par ece estar r elacionad a ao par âmetr o (T):/ Ea , ond e (T  I  é a resistência àfadiga na temper atura de inter esse e k  é a condutivid ad e térmica. Um valor  alto deste

 par âmetro indica boa r esistência à f adiga térmica. Allen, For rest4 e EIIison5  pr e par a-r am uma excelente revisão so bre o assunto d a f adiga a altas temper atur as.

'L. F. Coffin, Jr., Pr ae. Air F ar ee C al /I  Fatigue and F ractur e Air er a f t  S truct ures and  Mat er ia /s. AFF DL TR 70-144, pp. 301-312, setem br o d e 1970; também Met all. T r ans., vol. 2, p p. 3105-3113. 1971.

'A f alha que ocorre em metais, como o ur ânio, que a pr esentam coeficientes de expansão tér mica altamenteanisotr ó picos q uand o submetid os a aquecimento e resfr iamento re petid os, é também chamad a de fadiga tér -mica.

3L. F. Cof f in, Jr . T r ans. AS  ME  , vol. 76, pp. 931-950,1954.'N. P. Allen e P. G. Forrest, Pr ae. f nl. Can f . Fatigue o f  M et a / s, Londr es, 1956, pp. 327-340.sE. G. Ellison,J. M eeh. E ng. S ei. , vol. 11, p p. 318-339,1969.

7/30/2019 351_pdfsam_Metalurgia Mecânica - George Dieter

http://slidepdf.com/reader/full/351pdfsammetalurgia-mecanica-george-dieter 41/41

American Society for Testing and MateriaIs: "Metal Fatigue Damage-Mechanism,

Detection, Avoidance and Repair," ASTM Spec. Tech. Publ. 495, 1971.

BatteIle Memorial Institute: "Prevention of Fatigue of MetaIs," John Wiley&Sons, Inc.,

 New York, 1941. (Contains ver y complete bibliogr a phy up to 1941.)

Burke, J. J., N. Reed , and V. Weiss (eds.): "Fatigue-An Interdisciplinary Approach,"

Syracuse University Press, 1964.

Forrest, P. G.: "Fatigue of MetaIs," Pergamon Press, New York , 1962.

Frost, N. E., Mar sh, K. J., and L. P. Pook: "Metal Fatigue," Oxford Univer sity Press,

London, 1974.

Harris, W. J.: "MetaIlic Fatigue," Pergamon Press, New York, 1961.

Kennedy, A. J.: "Processes of Creep and  Fatigue in MetaIs," John Wiley &Sons, Inc.,

 New York , 1963.

Kravchenko, P. E.: "Fatigue Resistance," Pergamon Press, New York , 1964.Madayez, A. F. (ed .): "Metal Fatigue: Theor y and Design," John Wiley &Sons, Inc.,

 New York, 1969.

Sandor , B. 1.: "FundamentaIs of Cyclic Stress and Strain," The University of Wisconsin

Press, Madison, 1972.

Sin es, G., and J. L. Waisman (eds.): "Metal Fatigue," McGraw-Hill Book  Company,

 New York , 1959.