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    ORIENTAÇÕES GERAIS

    • Este manual foi elaborado baseando-se nas Diretrizes da American Heart Association

    2010. Elas são denidas após um processo internacional de avaliação de evidências, en-

    volvendo cientistas e especialistas de todo o mundo em ressuscitação.

    • Neste manual, será dada ênfase ao suporte básico de vida que pode ser realizado por

    socorristas da área da saúde ou leigos.

    • Nas situações de emergência, procure sempre manter a calma, agindo imediatamente e

    com conhecimento sobre seus atos.

    • Um conceito básico para todos os socorristas é não colocar a própria vida em risco. Não

    realize manobras onde haja contato com sangue e secreções corpóreas, sem o uso de

    luvas, como também não entre em locais com risco de desabamento ou incêndio.

    • Chame o quanto antes uma ambulância ou um serviço de atendimento médico (bombei-ros, resgate, SAMU).

    • Não deixe a vítima sozinha, permaneça nas proximidades, fazendo um cordão de isola-

    mento permitindo assim a atuação dos socorristas.

    • Verique se a vítima apresenta:

    1.  Respiração espontânea;

    2.  Obstrução de vias aéreas;

    3.  Presença de pulso, vericar artérias de grande calibre, como carótida e femoral;

    4.  Procure conter sangramentos com uso de compressão local.

    • Mantenha a vítima aquecida.

    • O que não se deve fazer:

    1.  Não mova a vítima do local, isso somente deverá ser feito por prossional capacitado, após avaliação

    da pessoa e do local;

    2.  Não tente posicionar a vítima. A movimentação pode causar lesão irreparável na medula espinhal,

    sangramentos etc.;3.  Não dê bebidas ou alimentos à vítima. Mesmo nas situações em que a vítima solicite água, aguarde

    avaliação do prossional capacitado que determinará sua permissão ou não;

    4.  Em caso de vítimas inconscientes, não tente acordá-la utilizando líquidos com odor forte, movimentos

    bruscos, tapas leves no rosto, beliscões em diversas áreas do corpo etc.

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    REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR DE ALTA QUALIDADE

    O suporte básico de vida é uma sequência de ações que podem ser realizadas por um so-

    corrista leigo ou por uma equipe de saúde. É óbvio que, no atendimento por uma equipe desaúde, as ações são desenvolvidas simultaneamente pelos membros, diferente de um socorris-

    ta leigo, que, apesar de seguir a mesma sequência, irá realizar uma ação de cada vez.

    Na Diretriz de 2010 da AHA (American Heart Association), foram denidos os elos na nova

    Cadeia de Sobrevivência (g. 1) para representar a cadeia de sobrevivência de adultos, base-

    ando-se em cinco etapas:

    1.  Reconhecimento imediato da PCR (parada cardiorrespiratória) e acionamento do serviço de emergência/ 

    urgência2.  A RCP (reanimação cardiopulmonar) precoce, com ênfase nas compressões torácicas

    3.  Rápida desbrilação com uso do DEA (desbrilador externo automático)

    4.  Suporte avançado de vida ecaz

    5.  Cuidados pós–PCR integrados

    Fig.1

    Colocar a vítima deitada de costas tendo a cabeça, o pescoço e o tórax alinhados (g. 2). Para se obter

    a liberação da passagem do ar basta fazer uma hiperextensão do pescoço da vítima. Assim, a mandíbula se

    eleva trazendo consigo a língua que provoca a obstrução. A técnica correta para a manobra consiste em uma

    de suas mãos sobre a testa da vítima e a outra mão com as pontas dos dedos na mandíbula, efetuar um mo-

    vimento de extensão do pescoço (g. 3). A mão que se encontra espalmada na testa será responsável pela

    maior parte da força, apenas para apoio e direção.

    Fig.2

    Fig.3

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    5

     

    Fig.4

    MASSAGEM CARDÍACA

    Com a massagem cardíaca, é possível manter a cir-

    culação do sangue, garantindo uma irrigação cerebral su-

    ciente nos indivíduos que apresentam parada cardíaca,

    condição que pode ser vericada por meio da tomada do

    pulso no pescoço. Para isso, levar os dedos indicador e

    médio sobre a proeminência laríngea da vítima, que de-

    verá ter sua cabeça estendida. Faça então deslizar, late-

    ralmente, a ponta dos dois dedos exe cutando uma leve

    pressão sobre o pescoço até que se perceba a pulsação

    na artéria carótida. Se, durante 10 segundos de busca, o

    pulso não for encontrado, é possivel que se trate de umaparada cardíaca (g. 4).

    MÉTODOS DE REANIMAÇÃO

    As novas diretrizes da American Heart Association publicadas em outubro de 2010 preconiza a altera-

    ção no atendimento de parada cardiorrespiratória. Anteriormente preconizava-se a sequência no atendimen-

    to A (desobstrução de vias aéreas) B (boa ventilação) e C (massagem cardíaca). Atualmente o preconizado é

    a sequência C (massagem cardíaca) A (desobstrução de vias aéreas) e B (boa ventilação).

    A nova sequência está ilustrada na gura:

    Fonte: 2010 American Heart Association Guidelines for CardiopulmonaryResuscitation and Emergency Cardiovascular Care.

    Fig.5

    Como Fazer a Massagem Cardíaca 

    1.  Deve-se deitar a vítima de costas sobre uma superfície dura (uma tábua sobre a cama, ou mesmo o chão)e iniciar a massagem que terá de ser feita apoiando a mão esquerda sobre a região do esterno (g. 6)

    (osso situado na região mediana do tórax) da vítima e a mão direita sobre a esquerda (palma da mão di-

    reita sobre o dorso da esquerda) (g. 7).

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    Fig.6   Fig.7

    2.  Com os braços estendidos, sem dobrar os co-

    tovelos e com os dedos levantados, pressionar

    ritmicamente o esterno levando para a frenteo peso do seu corpo. Repetir o movimento na

    seguinte sequência:

    ADULTOS: 30 compressões torácicas para

    2 ventilações. Deverá ser mantida uma frequ-

    ência mínima de 100 compressões torácicas/ 

    min.

      CRIANÇAS E BEBÊS: 30 compressões toráci-

    cas para 2 ventilações, no caso de 1 socorrista.

    Havendo atendimento por 2 socorristas, manter 15 compressões torácicas para 2 ventilações.

    Nas duas situações, deverá ser mantida a frequência mínima de 100 compressões/ min.

      Em adultos, a profundidade das compressões deverá ser de no mínimo 5 cm. (g.8).

      Em crianças entre 1 e 8 anos (com pequena compleição física), a pressão deve ser exercida

    apenas com o dedo indicador e o anelar, acima do processo xifoide.

      Em crianças, a profundidade das compressões deverá ser de cerca de 5 cm.

      Em bebês, a profundidade das compressões terá de ser de cerca de 4 cm.3.  Mantenha esta assistência à vítima até a sua melhora ou enquanto se providencia a remoção ao

    hospital.

    Abertura das Vias Aéreas 

    No caso da vítima estar inconsciente e sem respiração, após iniciar a massagem cardíaca, providencie,

    rapidamente, a manutenção das funções vitais com o controle da abertura das vias aéreas, eliminando quais-

    quer obstruções e realizando a massagem cardíaca para fornecer sangue ao cérebro.

    Num indivíduo em estado de coma, as vias respiratórias podem estar obstruídas por sangue ou

    material vomitado. As próteses dentárias removíveis também representam um obstáculo e devem ser

    retiradas. As próteses xas, porém, não representam perigo.

    Fig.8

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    RCP DE ADULTO POR SOCORRISTA LEIGO

    Nos casos de atendimento de RCP por socorrista lei-

    go, estão definidas as seguintes recomendações, segun-

    do as Diretrizes da AHA 2010:

    1.  Foi definido um algoritmo universal simplificado de

    Suporte Básico de Vida para adultos:

    2. Houve um refinamento nas recomendações para o re-

    conhecimento e/ou acionamento imediato do serviço

    de urgência/ emergência: iniciar a RCP se a vítima não

    responder, não apresentar respiração ou ter respira-

    ção anormal. O procedimento “ver, ouvir e sentir se há

    respiração” foi removido do algoritmo.

    3.  Ênfase na RCP de alta qualidade: frequência e pro-

    fundidade de compressões torácicas adequadas, per-

    mitindo retorno total do tórax após cada compressão,

    minimizando interrupções nas compressões e ventila-

    ções excessivas.

    4. O socorrista quando atuando sozinho, deverá iniciar a RCP com 30 compressões, ao invés de 2 ventila-

    ções, reduzindo assim a demora na aplicação da primeira compressão.

    5. A frequência de compressão deve ser de no mínimo 100/minuto, em vez de aproximadamente 100/minu-

    to, conforme preconizado em 2005.

    6. A profundidade da compressão em adulto foi alterada para no mínimo 5 cm.

    USO DE DEA (DESFIBRILADOR MANUAL EXTERNO)

    Ao presenciar uma PCR e havendo um DEA dis-

    ponível, este deverá ser utilizado o mais precocemen-

    te possível.

    Os DEA’s disponíveis para uso são autoexplicati-

    vos, ou seja, o próprio equipamento informa passo a

    passo a sequência que deverá ser adotada pelo so-

    corrista. Com isso mesmo, o leigo tem condições de

    utilizar o equipamento precocemente.

    POSIÇÃO DE SEGURANÇA

    É a posição na qual a vítima está deitada de lado, com a ca beça abaixada, pescoço bem estendido e um

    dos joelhos dobrado para proporcionar estabilidade. Para alcançar esta posição, faça o seguinte:

    1.  Desabotoe as roupas, esvazie os bolsos da vítima, retire-lhe os óculos, se for o caso.

    2.  Flexione o joelho da vítima, o oposto ao lado em que você se encontra (fig. 10).

    Não responsivo, sem

    respriração ou comrespiração anormal

    (apenas com

    gasping)

    Acione o serviço

    de emergência

    Pegue o

    desfibrilador

    Inicie a RCP

    Verifique o ritmo/ 

    choque caso

    indicado

    Repita a cada

    2 minutos

    Desfibrilador externo automático

    Fig.9

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    3.  Coloque o braço da vítima, aquele que está mais próximo a você, estendido ao longo do corpo, enan-

    do-lhe a mão embaixo do glúteo (g. 11).

    Fig.10 Fig.11

    4.  Dobre o outro braço, sobre o tórax (g. 12).

    5.  Segurando-lhe a cabeça, faça que a vítima efetue uma rotação completa de forma a apoiar no chão aque-

    le joelho que está dobrado (g. 13).

    Fig.12 Fig.13

    6.  Coloque a mão do braço que estava sobre o tórax embaixo do rosto. A cabeça deverá car bem estendida(g. 14).

    7.  Cubra-a sem exageros, apenas para não se resfriar (g. 15).

    Fig.14 Fig.15

    8.  Chame uma ambulância, a não ser que se trate de um simples desmaio (nesse caso, a retomada dos sen-

    tidos acontecerá após alguns segundos), ou de uma crise de epilepsia (o indivíduo está em tratamento e

    conhece a origem da perda dos sentidos) ou ainda no caso de uma crise de histeria (tentando levantar a

    pálpebra da vítima percebe-se que esta opõe resistência).

    DESMAIOSConsistem na perda temporária da consciência e da força muscular, fazendo que o indiví-

    duo caia no chão. Podem ser causados por vários fatores como a fraqueza (pessoas que saem

    de casa em je jum e cam várias horas sem se alimentar), cansaço, excesso de sol, ou mesmo

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    todos esses fatores associados. Podem também ser causados por nervosismo, angústia e emo-

    ções fortes, além de serem sintomas de muitas outras doenças orgânicas.

    Diante de um indivíduo desmaiado, deve-se proceder da seguinte maneira: em primeiro lu-

    gar, are jar o ambiente e a vítima. Desapertar suas roupas, recostando ou deitando a vítima sobre

    algo macio. É muito importante evitar aglomeração de pessoas em torno, que só pre judicarão a

    respiração do indivíduo. O cheiro do hálito da pessoa poderá indicar uma possível doença que

    tenha provocado o desmaio. Um odor ácido, levemente adocicado, sugere diabete; cheiro de

    amônia pode indicar doença do fígado; cheiro de álcool sugere, obviamente, embriaguez.

    Quando se percebe que uma pessoa está prestes a desmaiar, deve-se colocá-la sentada,

    com a cabeça baixa entre os joelhos, forçando-a de cima para baixo. Qualquer procedimento,

    além dos citados, não é recomendado, e o socorro médico deve ser solicitado.

    CHOQUE

    O choque é uma condição que põe a vida em perigo.

    Há vários tipos de choque como o analático (decorrente de

    processos alérgicos), o séptico (decorrente de infecção ge-

    neralizada), o cardiogênico (quando há patologia cardíaca

    associada) e o hipovolêmico (relacionada com a diminuição

    do volume de sangue circulante). Somente nos casos de

    choque hipovolêmico, é possível iniciar o atendimento à víti-

    ma, antes da chegada dos prossionais da saúde, portanto,

    a seguir, descreveremos as ações relacionadas somente a esse tipo de atendimento.

    Os sinais e sintomas do choque hipovolêmico são: pulso rápido e fraco, respiração irregular e rápida,

    suor frio. Pele fria e úmida, palidez, confusão mental, fraqueza, podendo ocorrer perda da consciência.

    As causas podem estiver em um ferimento grave, hemorragia, queimaduras extensas, vômitos e diarreia

    frequente.

    Os procedimentos de primeiros socorros devem ser:

    1.  Vericar se a vítima está consciente. Se não estiver, colocá-la em posição de segurança (v. p. 7-8).

    2.  Se a vítima estiver consciente, deite-a de costas

    com as pernas elevadas a 30 cm, aproximada-

    mente, do chão e a cabeça virada para o lado. Esta

    posição é conhecida como posição antichoque e que

    poderá ser útil em muitas ocasiões (g. 16). Colocar

    um cobertor, ou um casaco, embaixo da vítima.

    3.  NÃO a remova nem mexa nela, se houver suspeita de

    fratura na coluna vertebral, nas pernas ou nos ossos

    do quadril.

    Fig.17

    Fig.16

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    4.  Se as partes atingidas forem a cabeça, o tórax ou o estômago levantar a cabeça e as costas da vítima em

    posição meio sentada. Afrouxar as roupas (g. 17).

    5.  Cobrir as feridas e imobilizar as fraturas. Lembrar que a dor, as manobras intempestivas, o transporte em

    condições inadequadas, o calor e o frio excessivos são fatores agravantes.

    6.  Cobrir a vítima com um cobertor e reconfortá-la enquanto espera a ambulância. Se a vítima estiver com

    muita sede, umedeça seus lábios, SEM, no entanto, deixá-la beber.

    ATAQUE CARDÍACO

    Frequentemente, é causado pelo estreitamento ou obstrução das

    artérias coronárias que levam sangue ao próprio músculo cardíaco. A

    interrupção da irrigação sanguínea do coração pode causar a morte

    de partes do músculo cardíaco, o que é conhecido como enfarte (ou

    infarto).

    Os sintomas de um ataque cardíaco são: uma dor repentina, tipo

    pontada, no centro do tórax, que pode estender-se pelo braço esquer-

    do, pelas costas ou pelo pescoço e maxilar; excesso de transpiração; palidez; lábios, mãos e pés arroxeados;

    vertigens e náuseas; respiração curta; ansiedade; agitação física e psíquica e, por vezes, perda da consciên-

    cia e ausência de batimento cardíaco.

    O que fazer:1.  Chame uma ambulância e explique que se trata de um possível ataque cardíaco.

    2.  Com cuidado, coloque a vítima sentada, cobrindo-a se estiver com frio. Afrouxe-lhe as roupas e

    tranquilize-a convidando-a a fazer lentos e profundos movimentos respiratórios. NÃO lhe dê nada

    para beber (g. 18).

    3.  Se a vítima perdeu os sentidos, coloque-a em posição de segurança (v. p. 7-8).

    4.  Se não se perceber a pulsação no pescoço, dê início à massagem cardíaca.

    NÃO pratique a massagem cardíaca se ainda houver pulsação, ainda que muito fraca.

    ACIDENTE DE TRÂNSITO

    É importante agir imediatamente e sem pânico, para não piorar a condição dos acidenta-

    dos e não colocar em perigo mais vidas humanas.

    As primeiras ações visam a prevenção de maiores acidentes.

    O socorrista deve apagar o cigarro, se for o caso, e proibir os demais presentes de fumar; desligar o mo-

    tor do veículo, tirar as chaves e puxar o freio de mão; sinalizar adequadamente a rua ou pedir para alguém

    que avise aos veículos que chegam do ocorrido.Avisar um pronto-socorro público, indicando o local do acidente, o número de veículos atingidos

    e o de pessoas necessitadas de socorro urgente. Quanto às vítimas, é necessário uma rápida ava-

    liação das lesões sofridas para estabelecer prioridades de atendimento. Nunca remova uma vítima

    Fig.18

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    do veículo acidentado, a não ser que isso seja indispensável para reanimá-la ou para impedir outro

    acidente, ou que suas condições se agravem.

    O que fazer:

    1.  Afastar os curiosos. Examinar, rapidamente, as condições da ví-

    tima: vias respiratórias, consciência, respiração, batimento car-

    díaco, existência de ferimentos graves, hemorragias e fraturas.

    2.  Se necessário retirar o acidentado do veículo evite qualquer mo-

    vimento de cabeça. Para retirar a vítima, coloque-a às suas cos-

    tas; passe os braços por debaixo dos braços dela; segure um

    dos antebraços contra o tórax; e a enlace. Recue cuidadosa-

    mente, arrastando o acidentado para fora do veículo. Durante a

    manobra, procure manter o tórax, a cabeça e o pescoço alinha-

    dos e evite movimentos nas áreas atingidas. Se, eventualmente,

    houver outra pessoa habilitada a socorrer, peça-lhe ajuda. Se

    houver a suspeita de uma fratura na coluna vertebral, imobilize

    o acidentado e retire-o com o assento (g. 19).

    3.  Coloque-o em posição adequada em relação às lesões apresentadas; enquanto esperam a chegada

    da ambulância, reconforte-o, evitando os movimentos que provoquem dores. E o proteja do frio.

    Lembre-se de que pessoas com ferimentos e traumatismos graves estão su jeitas a um possívelestado de choque.

    Não dê nada para o acidentado beber ou ingerir.

    CRISE DIABÉTICA

    A falta de insulina no sangue é a causadora da diabete. O indivíduo que sofre dessa doença

    deve controlar a quantidade de açúcar que consome ou, em alguns casos, tomar medicamentos

    (insulina ou outros) que controlem a concentração da glicose no sangue.

    Duas situações graves podem decorrer dessa doença: o coma hiperglicêmico e o coma hipoglicêmico. Aprimeira situação é causada pela falta de insulina (ou outro medicamento prescrito pelo médico) ou o consu-

    mo exagerado de açúcares. A segunda situação ocorre em consequência da diminuição das taxas de

    açúcar no sangue, seja por alimentação inadequada ou por falta de medicamentos.

    Os principais sintomas do coma hipoglicêmico são: confusão mental, choque, perda de consci-

    ência, tonturas, fraqueza, diculdade de movimentos, fala pastosa, agitação, pele pálida, fria e suada.

    O coma hiperglicêmico manifesta-se gradualmente, por meio da pele seca e congestionada,

    hálito com odor ácido (cheiro de acetona ou maçã) e perda progressiva da consciência.

    O que fazer:

    1.  Se o diabético estiver sem sentidos, coloque-o em posição de segurança (v. p. 7-8). Não lhe

    dê, de maneira alguma, açúcar, pois corre o risco de sufocar.

    Fig.19

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    2.  Chame com urgência um médico e uma ambulância.

    3.  Se o indivíduo que passa mal está consciente e declara ser diabético verique se a crise pode

    ser atribuída a um estado de hipoglicemia ou de hiperglicemia. Procure o cartão do paciente

    diabético.

    No caso da hipoglicemia é necessário compensar a carência de glicose dando à vítima açúcar, mel ou

    outros doces de rápida absorção, como balas, por exemplo.

    Em se tratando de hiperglicemia, é importante intervir com rapidez, dando-lhe uma substância hi-

    poglicemizante oral ou insulina, de acordo com instruções do paciente.

    CRISE EPILÉTICA

    Não é considerada uma emergência médica a não ser que se apresente pela primeira vez. De

    qualquer modo, durante a crise, basta evitar que a vítima se machuque, ao cair, ou que alguém

    tente impedir a crise.

    Vários estágios podem ser distinguidos: a pessoa cai sem sentidos; durante alguns segundos o corpo ca

    rígido, a respiração ausente e o rosto azulado (cianose); aparecem as convulsões, provocando contorções

    e, às vezes, mordidas na língua; na boca aparece uma espuma rosada e pode haver perda de urina e fezes.

    Esta fase tem duração de um ou dois minutos.

    Segue-se o relaxamento e a respiração retorna ainda que a pessoa que em estado de inconsciência

    por alguns minutos. Ao despertar, apresenta prostração, torpor e aturdimento, não se recordando de

    nada a respeito da crise.

    O que fazer:

    1.  Não tentar impedir a crise. Remover os ob jetos con-

    tra os quais a vítima possa se chocar. Atenuar a que-

    da, jogando ao chão roupas, almofadas etc., prote-

    gendo sobretudo a cabeça (g. 20).

    2.  Assim que a vítima relaxar, afrouxe as roupas,

    limpe a boca, retire eventuais próteses remo-víveis e coloque-a em posição de segurança 

    (v. p. 7-8). Não tente despertá-la.

    3.  Assim que a vítima retomar os sentidos, verique

    se machucou-se ao cair, reconforte-a e que per-

    to até a recuperação completa.

    Lembre-se de que, afora as crises, a epilepsia não impede uma vida normal, desde que a pessoa man-

    tenha-se sob tratamento médico.

    PARTO IMPREVISTO

    O parto é um acontecimento natural. Quando a mãe é sadia e tudo vai bem, o bebê pode nascer

    sem a ajuda de ninguém. Em caso de um parto imprevisto, não entre em pânico, não tenha pressa. O

    Fig.20

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    socorro, neste caso, consiste principalmente em manter a mãe calma e providenciar o que for neces-

    sário para os primeiros momentos de vida do bebê. Não tente acelerar ou retardar os acontecimentos.

    Alguns sintomas indicam o início do trabalho de parto: manifestação de contrações uterinas rítmicas;

    perda de sangue e líquido mucoso pela vagina; ruptura da bolsa d’água (líquido amniótico), que prote-ge o bebê no útero.

    O trabalho de parto pode ser dividido em três fases: a primeira fase tem início com as contrações que for-

    çam a dilatação do colo e do óstio externo do útero. São dores semelhantes a cãibras que irradiam-se desde

    a parte mais baixa das costas até o abdome. A frequência inicial das contrações é de uma a cada 15-20 mi-

    nutos, aumentando em número e intensidade. O auge desta fase é marcado pela “ruptura da bolsa”, quan-

    do um líquido rosado e viscoso começa a gote jar pela vagina, fenômeno absolutamente normal, que marca

    a passagem para a segunda fase.

    A segunda fase é o estágio em que a criança começa a passar através do canal do parto.

    Neste momento é fundamental o auxílio ativo da própria mãe que, empurrando, ajuda na expul-

    são da criança. Se as contrações estiverem muito rápidas, a mãe poderá regulá-las adotando

    uma respiração frequente e supercial, ou contraindo os músculos do abdome e relaxando os

    músculos pélvicos.

    A terceira fase se caracteriza pelo nascimento da criança e pela expulsão da placenta.

    O que fazer:

    • Primeira fase:1.  Aos primeiros sinais de início do parto, telefone para

    um médico ou chame uma ambulância. Não deixe a

    parturiente sozinha.

      Equanto o socorro não chega, é possível re-

    tardar o parto, deitando a parturiente. Jamais,

    porém, tente empurrar a cabeça da criança

    para trás. Caso o socorro demore a chegar,

    prepare-se para ajudar a futura mãe a mantera calma e para assistir o recém-nascido.

    2.  Deixe que a parturiente ande pela casa. Ajude-a a

    encontrar posições que lhe aliviem as dores, auxili-

    ando-a nos movimentos e tranquilizando-a. Se ela

    estiver com sede molhe seus lábios ou dê-lhe um cubinho de gelo para chupar; faça massagens em suas

    costas e no lado interno das coxas.

    3.  Ajude-a a atenuar as dores fazendo que que em posições que favoreçam a dilatação (g. 21). O peso da

    criança auxiliará a dilatação se a mãe colocar-se de joelhos. Deitada, este peso apenas lhe proporcionará

    dores nas costas.

    • Segunda e terceira fases:

    1.  Certique-se de que a mulher este ja numa posição confortável.

    Fig.21

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    Sugira-lhe que apoie as costas em uma pilha de travessei-ros, exionando as pernas e colocando as mãos embai-xo dos joelhos. No começo de cada contração, a mulherdeverá inspirar, expirar, inspirar novamente e prender arespiração dobrando a cabeça para frente a m de ajudarna progressão do movimento da criança (g. 22).

    2.  Convide-a a relaxar e a recostar a cabeça e as costas sobre os

    travesseiros no intervalo entre as contrações (g. 23).

      Pode haver perda de urina ou fezes. Nesse caso, lim-

    pe e enxugue toda a área em volta do canal do parto.

    3.  Assim que a cabeça da criança aparecer, oriente a mãe parar

    de empurrar, enquanto com uma das mãos recoberta por um

    lenço limpo, você pinça entre os dedos a pele que está entre avagina e o ânus, apertando com força. A interrupção dos mo-

    vimentos para empurrar a criança e o pincelamento da pele

    servem para reduzir a velocidade de expulsão, permitindo que

    os tecidos maternos aguentem o esforço e evitando possíveis

    rompimentos.

    4.  Segure a cabeça durante a expulsão, sem tentar acelerar a saída

    da criança puxando-a. Apenas a ampare (g. 24).

    5.  Certique-se de que o cordão umbilical NÃO está enrolado emvolta do pescoço da criança. Caso contrário, se o cordão umbili-

    cal estiver enrolado, faça-o deslizar delicadamente sobre a cabe-

    cinha, desenrolando-o. Não puxe, nem aperte o cordão (g. 25).

    6.  Se o rosto da criança estiver recoberto por uma membrana ras-

    gue-a com as mãos, retirando-a para permitir sua respiração

    (g. 26). Pouco a pouco, o corpo todo da crian ça será expe-

    lido. Segure-a com rmeza por baixo das axilas para evitar que

    escorregue devido à matéria viscosa que a reveste.

    7.  Limpe logo o nariz e a boca da criança dos resíduos de muco e

    sangue e coloque-a com o rosto virado para baixo sobre o ventre

    da mãe (g. 27). Nesta posição, a secreção ainda presente na

    faringe da criança será expelida e ela emitirá seu primeiro choro.

    8.  Se a criança não começar a respirar, verique se as vias respira-

    tórias superiores não estão entupidas pela secreção.

    Nesse caso, apoie uma gaze sobre o nariz e a boca da crian-

    ça e aspire o muco.

    Fig.26

    Fig.24

    Fig.25

    Fig.23

    Fig.22

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    15

     

    NÃO bata na criança para fazê-la respirar, apenas as-

    sopre-lhe no nariz e na boca com leves sopros a cada 3

    segundos e massageie-lhe as costas e a planta dos pés.

    9.  Amarre o cordão umbilical com um barbante esterilizado

    a uma distância de 15 cm da barriga da criança, dê outro

    nó a 5 cm de distância, ou seja a 20 cm da barriga, sem

    pressa de cortá-lo.

    Faça isso somente quan do o cordão parar de pulsar e perder

    sua cor. Com uma tesoura esterilizada corte o cordão entre os dois

    nós já feitos (g. 28).

    10. Após o nascimento da criança, o útero começa a se contrair e aplacenta descola-se de sua parede e os vasos que a mantinham

    ligada ao útero contraem-se até se fecharem. Em, no máximo,

    meia hora a placenta será expelida. Deixe que ela se descole

    completamente do útero e sugira à mãe que empurre favore-

    cendo a expulsão. Não puxe o cordão, pois isso pode causar

    graves hemorragias.

    11. Conserve a placenta expelida num recipiente. O médico a examinará para vericar se não cou nenhum

    resíduo no interior do útero.

    12. Após a saída da placenta lave a região dos genitais da mulher com água morna. Lave sempre par-

    tindo da vagina em direção ao ânus, evitando infecções na vagina. Após a lavagem, cubra a região

    com fraldas ou panos.

    Cuidados Higiênicos com o Recém-Nascido 

    Assim que o cordão umbilical estiver amarrado, certique-se de que a criança respira sem di-

    culdades e avalie seu estado de saúde. Se o ambiente for sucientemente quente, o bebê poderá

    tomar seu primeiro banho.

    1.  Em uma banheira com água morna, mergulhe o

    bebê lentamente, lavando-o com o intuito de tirar

    a sujeira mais grosseira; não é necessário esponja

    ou produto para banho.

    2.  Enxugue-o com uma toalha macia (fralda) e hidra-

    te o corpo do bebê com óleo de amêndoa, partindo

    da cabeça, descendo, sem nunca voltar sobre uma

    mesma região e evitando a parte do coto umbilical.

    3.  Faça um curativo com álcool a 70% no umbigo, o

    que o manterá mais seco e ajudará na sua queda

    Fig.27

    Fig.28

    Fig.29

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    16

     

    tornando-a mais rápida; mantenha-o protegido (coberto) apenas com a fralda, não sendo necessário faixa

    ou gaze. Vista o bebê, acalentando-o e, se a mamãe já estiver bem, coloque-o no seio para amamentar.

    4.  Se ainda não o fez, contate um obstetra e providencie, o mais breve possível, uma visita médica.

     AFOGAMENTO

    Para socorrer uma vítima de afogamento é necessário não apenas saber nadar muito bem, como tam-

    bém avaliar se você terá resistência para nadar todo o percurso de ida e volta e arrastar a vítima a salvo. Caso

    contrário é melhor tentar alcançá-la com uma vara em que possa se agarrar, ou atirar-lhe um salva-vidas,

    um pedaço de madeira, ou ainda, uma bola que lhe permita boiar e dominar o medo até que seja alcança-

    da com um barco.

    Assim que for retirada da água, não perca tempo, inicie o processo de reanimação imediatamen-

    te. A água que está nas vias respiratórias será expelida por um acesso de tosse no momento em que

    o indivíduo se recuperar.

    O que fazer:

    1.  Se o acidentado estiver respirando ou tossindo, coloque-o na posição de segurança (v. p. 7-8). Esta

    postura facilita a eliminação da água existente nas vias respiratórias.

    2.  Se não respira, pressione com as duas mãos o meio das costas para tirar a água dos pulmões.

    3.  Assim que a vítima começar a respirar espontaneamente coloque-a em posição de segurança (v. p.

    9). Verique frequentemente a respiração e o pulso, recomeçando, se necessário, a reanimação.4.  Logo que possível, enxugue o acidentado, troque-lhe as roupas e cubra-o com um cobertor (g. 30).

    Fig.30

    ENVENENAMENTOS

    São causados pela ingestão ou aspiração, acidental ou não, de substância tóxica de naturezas diversas,

    tais como:

    a)  entorpecentes e drogas em geral (sedativos, ópio, álcool, cocaína);

    b)  produtos químicos usados em laboratório e limpeza doméstica. Podem produzir também graves queima-

    duras:

    * ácidos – muriático, sulfúrico e clorídrico;

    * álcalis – amoníaco, soda cáustica;

    * fenóis – creolina, ácido fênico;

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    c)  alimentos estragados – ocorre pela contaminação de alimentos, sobretudo enlatados de origem animal,

    por bactérias;

    d)  venenos utilizados no lar, como raticidas e outros, utilizados na agricultura, como o DDT;

    e)  aspiração de gases tóxicos (monóxido de carbono).

    Nos envenenamentos os sintomas mais comuns são: vômitos, náuseas, dor abdominal, diarreia, convul-

    sões e queimaduras na boca.

    Os primeiros socorros a uma vítima de envenenamento têm, por ob jetivo, primeiramente, afastar o indi-

    víduo da fonte de intoxicação e, na medida do possível, neutralizar a ação do veneno.

    Os efeitos da intoxicação por alimentos estragados (vômito, diarreia e, às vezes, febre) desaparecem, ge-

    ralmente, dentro de 24 horas.

    A intoxicação por substâncias tóxicas pode ser de dois tipos: corrosiva ou não. No caso de ser uma subs-tância corrosiva, haverá sinais de queimadura ao redor dos lábios da vítima e o socorro prestado variará de

    acordo com a natureza da substância. Se houver a certeza de que a intoxicação ocorreu por ingestão de

    substância corrosiva, NÃO provoque o vômito de modo algum, pois isto aumentaria as lesões que o material

    produziu ao passar pelo sistema digestório. Tendo a certeza de que não se trata de material corrosivo, se a

    vítima não apresentar convulsões e estiver consciente, será útil provocar o vômito.

    O que fazer:

    1.  Chame uma ambulância. Enquanto aguarda socorro, é conveniente procurar nos bolsos da vítima vidros

    de medicamento, envelopes ou quaisquer outros indícios da origem da droga. Em sua boca podem serencontrados vestígios do veneno (comprimidos, folhas etc.). Estas informações serão muito úteis para o

    médico no tratamento da vítima.

    2.  Verique se a pessoa está consciente e se respira. Se perdeu os sentidos coloque-a na posição de segu-

    rança (v. pág. 7).

    3.  Se a vítima está consciente e você tem certeza da natureza da substância intoxicante, pode-se, enquanto

    aguarda a chegada do médico, administrar substâncias quimicamente neutralizantes:

    a) envenenamento por ácidos: costuma-se dar substâncias alcalinas, como leite de magnésia;

    b) envenenamento por álcalis: dá-se ácidos (limão ou água com vinagre);c) se não for substância corrosiva como as citadas nos itens anteriores, pode-se tentar provocar

    o vômito, introduzindo dois dedos na faringe

    da vítima, ou induzi-la a isso, com o uso de

    substâncias eméticas (bicarbonato de sódio

    e água morna com sal e sabão) (g. 31).

    ENVENENAMENTO POR GÁS

    O monóxido de carbono é o gás mais venenoso que

    se conhece. É incolor, inodoro e é liberado pelos esca-pamentos dos automóveis, pelos queimadores defeitu-

    osos que funcionam a óleo diesel, metano ou combus-

    tível sólido. Os sintomas de envenenamento são: dores

    Fig.31

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    de cabeça, tonturas, diculdades respiratórias, desmaios (g. 32). A morte será inevitável se a pessoa não

    for retirada do local.

    O que fazer:

    1.  Leve a vítima ao ar livre. Para não se intoxicar tam-

    bém, abra e feche a porta repetidas vezes antes

    de entrar no local, para are jar o ambiente. Quando

    entrar, faça-o arrastando-se pelo chão e retire a ví-

    tima o mais rápido possível.

    2.  Verique se a vítima está consciente, respirando e

    se há batimento cardíaco.

    3.  Chame uma ambulância para levar a vítima ao

    hospital mais próximo.

    HEMORRAGIAS

    Hemorragia signica perda de sangue. A intensidade dessa perda vai depender do calibre do vaso

    afetado.

    Hemorragias Externas 

    Decorrem de lesões aparentes nas veias ou artérias. Se a perda de sangue se dá através de

    uma veia, o sangue ui continuamente, sem interrupções. Em caso de artérias, o sangue é expeli-do a intervalos e em grande quantidade.

    Para controlar a perda de sangue de uma ferida existem três possibilidades: fazer pressão di-retamente sobre a ferida; erguer a parte de onde está saindo sangue ou comprimir a artéria que

    fornece sangue à parte ferida.

    O que fazer:

    1.  Deite a vítima e levante a parte que está sangrando, a não ser

    que haja suspeita de alguma fratura (g. 33).

    2.  Se a ferida está com as bordas afastadas, aproxime-as eas mantenha unidas apertando rmemente com os de-

    dos, por aproximadamente 10 minutos (g. 34).

    3.  Pressione sobre a ferida uma compressa (tampão), gaze, ou

    um lenço dobrado várias vezes, enfaixando-o bem rente com

    uma tira.

    Essa atadura deverá apertar sem, no entanto, bloquear o

    uxo da artéria. Para certicar-se disso, pergunte à vítima se

    está sentindo formigamento ou pressione a região abaixo do cu-rativo até que a pele se torne pálida. Se a pele voltar à sua cor

    normal, após cessar a pressão, signica que a circulação está

    normal. Caso contrário, afrouxe um pouco a atadura (g. 35).

    Fig.33

    Fig.34

    Fig.32

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    19

     

    Fig.35

    4.  Se a ferida continua a sangrar mesmo após a compressão direta, então deve ser efetuada a compressão

    arterial. A artéria deve ser pressionada de encontro a um osso com a ponta dos dedos ou com a mão fe-

    chada, em pontos exatos situados entre a ferida e o coração, variáveis de acordo com a região atingida

    pela hemorragia. Esta pressão não deve ser feita por mais de 15 minutos seguidos.

    PONTOS DE COMPRESSÃO ARTERIAL (QUADRO 1)

    No Caso de: Pontos de Pressão: Como Fazer:

    Ferida no ombro, corte no braço por trás da clavícula   1. com o polegar

    Corte ou ferida na parte alta do braço na cavidade da axila   2. com os dois polegares

    Ferida no braço  sobre o braço a meio caminho entre o

    ombro e cotovelo, na parte de dentro  3. com o polegar

    Ferida logo abaixo da dobra do cotovelo na dobra do cotovelo   4. com o polegarFerida próxima à dobra da região

    inguinal  na dobra inguinal   5. com a mão fechada e o braço esticado

    Ferida na coxa face interna da coxa   6. com a mão fechada e o braço esticado

    Ferida na perna, abaixo do joelho na dobra do joelho   7. com o polegar

    Ferida no pescoço na carótida   8. com o polegar

    Quadro 1

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    Hemorragia Nasal 

    Podem ocorrer devido a traumatismos, à hipertensão ou ao frio. Sua ação pode ser contida exionando

    a cabeça da vítima para frente e comprimindo-se com os dedos as narinas da pessoa contra o septo nasal,

    mantendo essa compressão por 5 minutos. Se o sangramento persistir procure um pronto-socorro.

    Hemorragia Interna 

    Ocorre quando a perda de sangue é no interior do organismo, sem ser visível. Os sintomas são: pali-

    dez, lábios roxos, mãos e pés frios e azulados, zumbidos no ouvido, vista turva, sede, pulso rápido, confusão

    mental e agitação.

    O que fazer:

    1.  Chame imediatamente uma ambulância.2.  Coloque a vítima na posição antichoque cobrindo-a com um cobertor enquanto espera ser levado ao

    hospital.

    FERIDAS

    Uma ferida é um corte na pele com possível comprometimento dos tecidos internos e podem levar a

    duas possíveis complicações: infecção e hemorragia.

    As feridas podem ser: simples, quando superciais; e graves, quando profundas, com bordas irregulares,

    maceradas ou esmagadas. Ambas estão su jeitas à infecção. As feridas graves estão su jeitas a hemorragias.

    Feridas Simples e Escoriações 

    O que fazer:

    1. Lave muito bem as mãos com água e sabão. Afaste corpos estranhos da superfície da ferida (pedaços de

    vidro, terra etc.)

    2. Se não houver perigo de contaminação, deixe a ferida descoberta; caso contrário, enfaixe-a. A

    exposição da ferida ao ar, facilitará a cicatrização.

    3. Procure um pronto-socorro ou assistência médica. Não coloque produtos sem a orientação de um

    prossional da saúde.

    Feridas Graves 

    Para determinar as condições de uma ferida observe a sua extensão; a profundidade (se atinge tecidos

    além da pele); se há contaminação por terra, ferrugem etc.; se há esmagamento ou outras condições que

    favoreçam a contaminação. Verique, também, se há fraturas ou hemorragias, situações que podem agravar

    o estado da vítima, e se atingiu locais críticos como o rosto, olhos, tórax, abdome.

    O que fazer:

    1.  Se o ferimento for grave, limite-se a cobri-lo com um pano limpo ou gaze e leve a vítima imediatamente a

    um hospital.

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    2.  Os ferimentos no tórax são considerados graves, principalmente quando afetam o sistema respiratório,

    pois trazem o perigo de asxia. Se os pulmões foram lesados, podem ser vistas pequenas bolhas de ar

    saindo pela ferida. Nestes casos:

    a) prote ja a ferida com compressas de gaze xadas com esparadrapo, ou com um pano limpo;

    b) transporte o ferido até o hospital mais próximo. Segure-lhe a cabeça e os ombros mantendo-o numa

    posição sentada ou deite-o sobre o lado lesado.

    3.  Os ferimentos no abdome são graves pelo risco de ocorrerem hemorragias internas que são per-

    cebidas quando o indivíduo começa a apresentar sintomas de choque. Em alguns casos, essas

    hemorragias podem se manifestar por meio de perda de sangue pela boca, nariz e ouvidos, permi-

    tindo prevenir o estado de choque.

      Sempre que ocorrer algum tipo de traumatismo no abdome (coice de animal ou acidente de carro) mante-nha a vítima sob observação médica durante algumas horas, pois os sinais de hemorragia interna podem

    demorar a aparecer. Os procedimentos de socorro nesses casos são:

    a)  cubra a ferida utilizando um pano limpo de tamanho suciente.

      Não use compressas de gaze, pois podem penetrar no abdome. Não tente re-colocar as

    vísceras para dentro se, eventualmente, tenham saído (g. 36).

    b)  xe o curativo amarrando-o com uma tira (g. 37). Transporte a vítima ao hospital mais próximo,

    mantendo-a na posição horizontal, com os joelhos exio-nados e a cabeça virada para um lado

    (g. 38).

    Fig.36Fig.37

    Fig.38

    c)  não dê nada para beber à vítima. Se existir algum ob jeto cravado na ferida (uma faca, por exemplo),

    não o retire para evitar hemorragia.

    4.  Os ferimentos no rosto são graves porque a vítima pode se sufocar com o próprio sangue, que se acumula

    na faringe. Flexione a cabeça da vítima para frente e, se não estiver consciente, coloque-a na posição de

    segurança (v. p. 7-8).

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    Ataduras e Bandagens 

    As bandagens são utilizadas para proteger da contaminação por microrganismos, as áreas feridas ou

    queimadas, ou ainda para reduzir a perda de sangue. São usadas, também, como tipoias para apoiar uma

    articulação com traumatismo.

    As bandagens ou tiras, podem ser de tecido (linho ou cambraia), de gaze ou de tecido elástico.

    Em casos de emergência podem ser usados lenços, guardanapos e até tiras de roupas. Uma ata-

    dura, mesmo sendo bem apertada, NUNCA deverá impedir a circulação arterial.

    Como Fazer uma Atadura 

    1.  Dê uma volta levemente enviesada e dobre a ponta por baixo da segunda volta (g. 39).

    2.  Enrole a bandagem em espiral de forma que cada volta que por pelo menos dois terços de sua

    largura sobre a anterior (g. 40).

    3.  Termine cortando o último trecho da tira em dois para poder dar um duplo nó, xando-o com esparadrapo

    (g. 41).

    Fig.39

    Fig.40 Fig.41

    Feridas com Corpos Estranhos 

    Se dentro da ferida houver algum corpo estranho (lasca de vidro, madeira ou metal) ncado profunda-

    mente, é aconselhável não tentar arrancá-lo para não agravar a ferida.

    O que fazer:

    1.  Utilize um lenço ou um pedaço de tecido dobrando-o até tomar a forma de uma tira estreita (g. 42).

    2.  Envolva a tira nos dedos de uma das mãos mantendo livre o polegar, obtendo-se um círculo (g. 43).

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    3.  Enrole em volta desse círculo, uma gaze bem apertada, prendendo bem as pontas (g. 44). Disso resulta um

    tampão em forma de anel, que será colocado por cima da ferida sem, no entanto, tocar no corpo estranho.

    4.  Fixe o tampão com uma tira dando duas voltas, continuando a enfaixar, e certicando-se que a atadura

    não pressiona o corpo estranho. Por m cubra tudo com gaze xada por esparadrapo (g. 45).

    Fig.42

    Fig.44

    Fig.43

    Fig.45

    FRATURAS E LUXAÇÕES

    São consequências de traumatismos diretos ou indiretos sobre os ossos ou articulações.

    A fratura é o rompimento ou quebra de um osso. A luxação é o deslocamento das pontas dos ossos que

    estão em contato nas articulações. As duas manifestações têm sintomas semelhantes, sendo a fratura um

    caso mais sério. Na dúvida trate do ferimento como se fosse uma fratura.

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    A fratura é simples quando o osso quebrado não fere a pele e, exposta, quando o osso aparece externa-

    mente. Nesse caso a fratura terá a complicação de uma ferida.

    Os sintomas da fratura são dores intensas; impossibilidade de usar o membro atingido para as funções

    normais; inchaço; deformidade; choque e, em alguns casos, perda de consciência.

    O que fazer:

    1.  Não mova o acidentado, a não ser que este ja correndo perigo de vida. Se houver suspeita de fratura nas

    costas ou no pescoço evite qualquer deslocamento e impeça-o de usar a parte atingida.

    2.  Verique se a vítima está consciente e respirando; caso contrário faça a reanimação necessária.

    3.  Caso a fratura seja exposta, prote ja a ferida para evitar qualquer contaminação, contendo possíveis he-

    morragias.

    4.  Imobilize a parte atingida. Tratando-se de um membro fraturado, erga-o delicadamente após a imobiliza-

    ção, o que reduzirá as dores e o inchaço.

    5.  Coloque em uso as medidas de prevenção de choque (v. pág. 9) e chame a ambulância. O atendimento

    hospitalar é necessário em qualquer tipo de fratura. O transporte deve ser adequado ou o acidentado po-

    derá entrar em estado de choque.

    Fraturas nos Membros Superiores 

    Imobilize a parte afetada antes de remover o acidentado, o que evita o deslocamento de fragmentos,

    que poderia causar danos maiores. A imobilização deve ser feita com talas. A tala é qualquer ob jeto rígido

    acolchoado com gaze, panos ou jornais. Ela deve ser colocada acima das articulações entre as quais se en-

    contra a fratura.

    O que fazer:

    1.  As fraturas de mão, pulso ou antebraço devem ser enroladas num pano macio (toalha de banho, por

    exemplo) dobrado várias vezes (g. 46).

    2.  Improvise uma tipoia com um tecido em forma de triângulo, adaptando-o para segurar o braço fraturado.Se a mão e o pulso foram atingidos, a tipoia deverá ser colocada de forma que eles quem levemente le-

    vantados em relação ao cotovelo (g. 47).

    3.  As fraturas no cotovelo devem ser imobilizadas no mesmo sentido da fratura, evitando, assim, lesões de

    veias e artérias. Se o braço estava dobrado, imobilize-o com a ajuda de uma tipoia de acordo com a ins-

    trução anterior. Se o braço estiver estendido, coloque enchimento entre o braço lesado e o lado correspon-

    dente; imobilize-o, em seguida, com bandagens largas amarrando-as do lado (g. 48).

    4.  Quando a fratura atinge a clavícula, coloque bastante enchimento entre o braço e o tórax, do lado afetado(g. 49). Suspenda o braço correspondente à clavícula fraturada com uma tipoia amarrada por detrás do

    pescoço da vítima do lado são (g. 50).

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    25

     

    Fig.46Fig.47

    Fig.48   Fig.49

    Fig.50

    Fraturas na Coluna 

    Essas fraturas são gravíssimas se os nervos da medula espinal forem atingidos, pois eles controlam osmovimentos e a sensibilidade dos membros. Tentativas inadequadas de remoção da vítima podem provocar

    um deslocamento de fragmentos da fratura provocando uma lesão na medula.

    Os sintomas são dores fortes nas costas e no pescoço,

    insensibilidade nos membros e impossibilidade de execu-

    tar movimentos.

    O que fazer:

    1.  Não mova a vítima, nem a faça sentar, dobrar o pesco-ço ou as costas (g. 51). Chame a ambulância dizendo

    que se trata de uma pessoa com probabilidade de lesão

    na coluna vertebral.

    Fig.51

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    2. Enquanto aguarda socorro, mantenha a cabeça e os pés da vítima parados, de forma que o corpo todo

    este ja numa linha reta. Cubra-a com uma coberta. Se o atendimento demorar, coloque um enchimento de

    tecido macio entre as pernas do acidentado.

    3. Imobilize os tornozelos com uma atadura cruzando-a em forma de 8, enfaixe as coxas, aspernas e os joelhos, com bandagem larga.

    Lesões na Cabeça 

    Qualquer ferida na cabeça, mesmo a menor delas, tende a sangrar muito. Se for uma pequena ferida

    no couro cabeludo, acompanhada de leve inchaço e dor de cabeça, lave-a com água e sabão e faça um

    curativo.

    Se não houver certeza de que se trata de um ferimento supercial, não tente estancar o sangue pressio-

    -nando a ferida, pois se se tratar de uma fratura, você poderá causar danos cerebrais empurrandoalguns fragmentos ósseos. O maior risco em um traumatismo craniano é justamente o de danos cerebrais. Se

    o traumatismo é seguido de perda de consciência, ainda que momentânea, e vômito ao despertar, é ne-

    cessário que a vítima seja submetida a exames antes que retome qualquer atividade.

    O que fazer:

    1.  Verique o estado de consciência da vítima. Se reto-

    mou os sentidos, coloque-a em posição de segurança

    (v. pág. 7) e cuide das eventuais feridas.

    2.  A perda de um líquido claro por um dos ouvidos ou

    pelo nariz é sinal de fratura na base do crânio. Deite a

    vítima sobre o lado de cujo ouvido há perda de líquido,

    procurando deixá-lo uir, e protegendo a parte atingi-

    da com panos limpos (g. 52).

    3. Leve o acidentado para o hospital. É importante lem-

    brar que as consequências de uma pancada muito forte na cabeça podem não ser imediatas e aparece-

    rem até 48 horas após o traumatismo. No caso de complicações tardias e sintomas tais como: confusão

    mental que se agrava; paralisia de um membro ou de um lado do corpo; alterações da temperatura, do

    pulso e da respiração, chame a ambulância ou leve imediatamente o acidentado ao hospital.

    EFEITOS DO EXCESSO DE CALOR

    A exposição demorada ao calor, sobretudo em ambientes úmidos, pode provocar o aumento da

    temperatura do corpo, colocando o indivíduo em perigo de vida.

    Os sintomas da insolação são: pele congestionada, seca e quente; dores de cabeça, vertigens; náuseas,

    vômito; febre alta e, por vezes, coma, confusão mental e delírios.

    O que fazer:

    1.  Leve o indivíduo a um lugar fresco e à sombra.

    Fig.52

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    2.  Após retirar-lhe as roupas, resfrie-o cobrindo-o com toalha de banho molhada, ou ainda, passando-lhe

    pelo corpo todo uma espon ja encharcada de água. Não use, de forma alguma, pedras de gelo.

    3.  Aplique-lhe compressas úmidas sobre a cabeça. Faça com que o indivíduo tome água fresca, mas não

    gelada.

    4.  Verique a temperatura até abaixar. No caso de continuar alta, repita as instruções e chame um

    médico.

    QUEIMADURAS

    São lesões provocadas pelo calor, seja sob forma de raios solares, chamas de fogo, líquidos ou va-

    pores ferventes, metais aquecidos ou substâncias cáusticas.

    As queimaduras podem ser de 1o grau (pele muito avermelhada); 2o grau (formação de bolhas); ou 3o 

    grau (destruição dos tecidos atingidos).

    A gravidade de uma queimadura é proporcional à sua extensão, exceto quando as regiões atingidas são

    muito delicadas, como o rosto e a região genital, quando, então, as condições são mais graves.

    A perda de líquidos é o maior perigo numa queimadura, podendo levar a vítima a um estado de choque.

    Também há a facilidade de infecções e diculdades de cicatrização. Toda queimadura, excluídas as leves,

    devem ter o acompanhamento médico.

    O que fazer:

    1.  No caso de queimaduras graves, evite a contaminação, tomando a precaução de não levantar pó e nãotocar diretamente na área queimada.

    2.  Procure não tirar roupas eventualmente grudadas nas partes queimadas. Cubra a região afetada com

    um pano limpo. Não desinfete, nem faça curativo de nenhum tipo,

    nem medique.

    3.  Coloque o indivíduo em posição antichoque (v. pág. 9) e cubra-o

    para que não tome friagem. Em seguida, providencie para

    que o mesmo seja levado a um hospital o mais confortavel-

    mente possível.  Se o acidentado estiver consciente, dê-lhe meio copo de

    água para beber a cada quinze minutos.

    4.  Nos casos de queimaduras leves, coloque a parte escaldada imer-

    sa em água fria por aproximadamente 10 minutos (não colocá-la

    no gelo) (g. 53). Retire anéis, relógio e outros ob jetos da parte es-

    caldada, pois os tecidos incharão. Cubra com gaze a queimadura.

    5.  Não faça nenhum tipo de curativo sobre a parte queimada e

    procure NÃO  furar as bolhas que eventualmente se formem,pois elas a protegem de infecções. Fixe a gaze com espara-

    drapo, tomando cuidado para que o esparadrapo não toque a

    queimadura (g. 54).

    Fig.53

    Fig.54

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    O que NÃO se deve fazer:

    1.  NÃO aplique produtos gordurosos sobre a queimadura, somente água.

    2.  NÃO use algodão diretamente sobre a queimadura.

    Queimaduras com Substâncias Cáusticas 

    Nestes casos prote ja as mãos com luvas de borracha e retire as roupas impregnadas pela substância

    cáustica (soda cáustica, por exemplo). Lave fartamente e com cuidado as partes atingidas por pelo menos

    15 minutos em água corrente. Cubra a parte atingida com gaze, depois enfaixe-a com uma tira. Transporte

    o acidentado para um hospital.

    LESÕES PROVOCADAS PELO FRIO (HIPOTERMIA)

    A hipotermia é uma perigosa redução da temperatura do corpo. Pode ser percebida por enfraquecimen-to, calafrios, incerteza ao executar movimentos, redução nos reexos e na fala, cãibras, visão turva e irritabi-

    lidade. Diante desses sintomas é necessário evitar qualquer perda de calor.

    O tratamento consiste em reaquecimento progressivo do corpo. Tome alguma bebida quente e espere re-

    cuperar as forças antes de qualquer movimento. Prote ja especialmente os pés, as mãos, o pescoço e a cabeça.

    Os idosos e as crianças são mais su jeitos à hipotermia. Não promova o aquecimento com co-

    bertas termoelétricas nem bolsa de água quente, pois isso acarretaria uma dilatação dos vasos

    sanguíneos e o aumento da dispersão de calor.

    CHOQUE ELÉTRICO

    É um dano causado por corrente elétrica sobre tecidos orgânicos. Os efeitos do choque variam

    de acordo com a intensidade da corrente elétrica, causando desde formigamento, contração mus-

    cular intensa e queimaduras até parada cardíaca e respiratória.

    O que fazer:

    1.  Corte a corrente desligando a tomada ou a chave central.

      Antes disso não toque na vítima, tampouco nos ob jetos com os

    quais ela está em contato (g. 55).

    2.  Afaste a vítima da corrente elétrica usando algum ob jeto de ma-

    deira ou uma corda, tomando o cuidado de permanecer sobre

    uma superfície seca e isolante (tapete, pilha de jornais, borra-

    cha) (g. 56).

    3.  Verique se há pulso e se a vítima respira normalmente;

    caso contrário inicie a reanimação. Se a vítima respira, mas

    não está consciente, coloque-a em posição se segurança (v. pág. 7).

    4.  Se a intensidade da corrente era alta, não deixe de levar a víti-

    ma a um médico, pois podem ter ocorrido lesões não aparentes.

    Fig.55

    Fig.56

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    29

     

    5.  Caso a corrente seja de alta tensão, avise a empresa de eletricidade. O socorro, neste caso, é praticamen-

    te nulo.

    ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOSEntende-se por animais peçonhentos certas espécies de vertebrados e invertebrados portadores de um

    aparelho de inoculação especial, capazes de in jetar, no homem e em outros animais, substâncias venenosas.

    Entre os animais peçonhentos, os mais frequentes, no Brasil, são as cobras, escorpiões e aranhas.

    Picadas de Cobras 

    No Brasil existe uma grande variedade de cobras peçonhentas. As mais comuns e que provocam um

    grande número de acidentes pertencem aos gêneros Bothrops  (jararacas), Crotalus  (cascavéis) e Lachesis  

    (surucucus).

    As cobras peçonhentas distinguem-se das cobras inofensivas pelo formato da cabeça triangular e larga,

    pupilas verticais, corpo cilíndrico e cauda curta. Apresenta duas presas com bolsas de veneno, que produ-

    zem sobre a pele dois pontos de ferida, paralelos, distantes entre si cerca de 1 cm.

    A gura 57 mostra os diferentes tipos de mordeduras de cobras pe-

    çonhentas e inofensivas.

    Os sintomas do envenenamento por picada de cobra são diversos,

    dependendo do tempo transcorrido da picada e do tipo de cobra. Asensação da picada e a presença de dois pequenos furos contornados

    por um aro avermelhado são seguidas, após 10 minutos, por sinais lo-

    cais como entorpecimento e vermelhidão, que progressivamente esten-

    dem-se a todo o membro atingido. A pele se torna marmorizada e per-

    siste uma dor intensa.

    Após meia hora aparecem sintomas generalizados como mal-estar,

    agitação, cãibras, pressão baixa e problemas gástricos que, se não fo-

    rem atendidos, podem levar à morte.O que fazer:

    1.  Tranquilize o acidentado impedindo-o de fazer qualquer movimento.

    2.  A aplicação de uma atadura de imobilização por pressão, com pressão entre 40 e 70 mmHg na extre-

    midade superior e 55 a 70 mmHg a extremidade inferior, em torno de toda a extensão da picada. Esse

    procedimento retarda a o uxo linfático e por consequência a disseminação do veneno.

    3.  Dê à vítima chá bem forte ou café para beber. Evite bebidas alcoólicas. Coloque-a na posição antichoque

    (v. pág. 9), e transporte-a a um hospital.

    Se não houver soro antiofídico à disposição, procure atrasar os efeitos do veneno aplicando sobre a

    ferida pedras de gelo até poder administrar o soro. A sucção do veneno por parte de quem está prestando

    Fig.57

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    socorro pode ser perigosa na presença de lesões na boca. Engolir o veneno não representa perigo pois ele

    será destruído pelos sucos digestórios.

    Mordidas de Outros Animais 

    No Brasil a raiva (hidrofobia) não foi extirpada de todo. Por isso, as mordidas de cães, gatos ou pequenos

    mamíferos podem ser perigosas e requerem a atenção de médicos. É necessário vericar se o animal está

    com a raiva e, no caso de dúvida, dar início ao tratamento antirrábico.

    O que fazer:

    1.  Tratando-se de uma mordida supercial, lave com água corrente e sabão.

    2.  Prote ja o local com gaze apropriada e consulte um médico sobre a necessidade de vacina antitetânica.

    3.  Tome cuidado para que a ferida não infeccione. Se isso acontecer, consulte rapidamente um médico.

    PRIMEIROS SOCORROS DE CRIANÇAS

    Neste capítulo, resumimos as técnicas de reanimação no recém-nascido até crianças de oito anos, pois,

    ainda que as principais noções se jam as mesmas, as crianças variam nas dimensões e nas reações. Após

    esta idade as técnicas utilizadas são as mesmas que para os adultos.

    Reanimação 

    De zero a oito anos a interrupção da atividade cardíaca é principalmente devido à asxia seja pela obs-

    trução das vias respiratórias por um corpo estranho, por afogamento, queimaduras e envenenamento, seja

    por infecções nas vias respiratórias superiores. A prevenção de acidentes desta

    natureza é o mais importante dos socorros para esta faixa etária.

    O que fazer:

    1.  Procure o pulso. Se estiver ausente comece a massagem cardíaca

    (v. pág. 5). Nos lactentes a procura da pulsação é preferível na artéria femo-

    ral, na região inguinal (g. 58).2.  A massagem cardíaca em crianças pequenas deve ser feita com dois dedos

    apoiados sobre o ponto situado na metade do esterno, pois o coração ocu-

    pa uma posição pouco mais elevada que no adulto. O ponto sobre o qual

    pressionar pode ser encontrado, no recém-nascido, traçando uma linha

    imaginária de um a outro mamilo, apoiando então os dedos justamente

    no meio desta linha. Um outro método indica que a massagem cardíaca

    no recém-nascido seja feita com os dedos polegares sobrepostos sobre a

    região mediana do esterno e as mãos envolvendo o tórax e os dedos segu-rando as costas (g. 59).

      Numa criança maior, a pressão será feita com a palma de uma só mão

    apoiada sobre uma região pouco abaixo do meio do esterno (g. 60).

    Fig.59

    Fig.58

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    3.  Se a criança perdeu os sentidos, siga as mesmas orientações indicadas

    para os adultos (v. p. 7-8).

    4.  Abra as vias respiratórias. Depois de deitar a criança sobre uma superfí-

    cie rígida, estenda-lhe a cabeça cuidadosamente, evitando a constrição

    das vias respiratórias superiores. É suciente elevar-lhe um pouco

    o pescoço e segurar-lhe o queixo com muita delicadeza para não com-

    primir involuntariamente a região do pescoço da criança. Se isto não for

    o suciente levante-lhe delicadamente a mandíbula, mantendo a boca

    aberta (g. 61).

    5.  Verique se está respirando. Se estiver,

    coloque-a em posição de segurança (v.

    pág. 7). Se não estiver respirando, pro-

    cure eventuais resíduos, na boca e nariz,

    de alimentos ou corpos estranhos. Vire a

    cabeça da criança de lado.

    6.  Tratando-se de um recém-nascido, vire-o

    com o rosto para baixo, segurando com

    uma das mãos o corpo e o pescoço, e bata delicadamente, algumas vezes,

    com a outra mão, por entre as escápulas (g. 62).

    7.  A frequência de movimentos deverá ser de no mínimo 100 compres-

    sões torácicas/min.

    8.  Continue com as compressões torácicas e a respiração até a chegada

    de prossionais da saúde, que deverão assumir o atendimento.

    Convulsões 

    No período que vai de 0 a 6 anos de idade as crianças podem ter con-

    vulsões relacionadas a febres altas que, aparentemente, surgem de repente. São chamadas “convulsõesfebris” e indicam o início de uma infecção. Neste caso, consulte um médico para que a causa

    seja descoberta. É ele, também, quem receitará o antitérmico. Os sintomas das convulsões são os mesmos

    vericados nos adultos.

    O que fazer:

    1.  Não impeça a crise. Cuide apenas para que a criança, ao cair, não bata em cantos ou ob jetos pontudos.

    Tratando-se de recém-nascido coloque-o sobre um tapete ou uma cama de casal, deitado de barriga para

    baixo, de forma a impedir que a língua recaia para trás e bloqueie as vias respiratórias.

    2.  NUNCA deixe a criança sozinha durante essas crises. Não bloqueie os movimentos nem abra sua bocase encontrar resistência. Logo que terminar a crise, coloque-a em posição de segurança. A criança estará

    cansada e adormecerá. Chame um médico.

    Fig.60

    Fig.62

    Fig.61

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    Sufocamento 

    As crianças estão su jeitas a esse risco, pois levam à boca toda e

    qualquer espécie de ob jetos e costumam engolir sem mastigar.

    O que fazer:

    1.  Se a criança apresenta uma obstrução parcial das vias respi-

    ratórias e consegue tossir, diga-lhe para continuar com mais

    força. A tosse é o meio mais apropriado para eliminar corpos

    estranhos das vias respiratórias.

    2.  Se a criança não consegue tossir, aja imediatamente, dando-lhe

    leves pancadinhas entre as escápulas em sequência rápida. Faça

    que a cabecinha da criança que em posição mais baixa do

    que o tórax (por exemplo: colocando-a de bruços sobre

    os seus joelhos) (g. 63).

    3.  Tratando-se de um recém-nascido, segure-o com o antebraço en-

    quanto, com a outra mão, dê-lhe leves pancadinhas por entre as

    escápulas (g. 64).

    4. Se for possível ver o ob jeto que a criança tem na boca, pro-

    cure eliminar essa obstrução com os dedos, tomando cuida-do para não agravar a situação empurrando o ob jeto ainda

    mais.

    Se isso aconteceu a um recém-nascido evite enar as mãos na boca

    (g. 65).

    Fig.63

    Fig.64

    Fig.65

    Em caso deEmergência, ligue:

    192