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    ENSINO BSICO

    Cincias Fsicas e Naturais

    Orientaes Curriculares para o 3 ciclo do Ensino Bsico

    D e p a r t a m e n t o d a E d u c a o B s i c a

    M i n i s t r i o d a E d u c a o

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    Ministrio da EducaoDepartamento da Educao Bsica

    CINCIAS FSICAS E NATURAIS

    Orientaes Curriculares

    3 Ciclo

    Ceclia Galvo (Coord.)

    Adelaide NevesAna Maria FreireAna Maria Sousa LopesMaria da Conceio SantosMaria da Conceio VilelaMaria Teresa OliveiraMariana Pereira

    2001

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    NDI CE

    Introduo 3Justificao 3Organizao 3Apresentao 4

    Competncias Essenciais para a Literacia Cientfica a Desenvolver Durante o 3 Ciclo 5Avaliao 6Temas Organizadores 8

    Terra no Espao 10Terra em Transformao 14Sustentabilidade na Terra 20

    Viver Melhor na Terra 28

    Bibliografia 36

    ndice de Figuras

    Figura 1 Esquema organizador dos quatro temas 9

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    Introduo

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    IINNTTRROODDUUOO

    A rea disciplinar Cincias Fsicas e Naturais, atravs dos contedos cientficos que explora,incide em campos diversificados do saber. Apela para o desenvolvimento de competncias vrias,

    sugerindo ambientes de aprendizagem diversos. Pretende-se contribuir para o desenvolvimento daliteracia cientfica dos alunos, permitindo que a aprendizagem destes decorra de acordo com osseus ritmos diferenciados. Cabe a cada escola e grupos de professores a gesto curricularatribuda a esta rea disciplinar.

    As Orientaes Curriculares que se apresentam esto na sequncia do documento em que sedefinem as Competncias Essenciais para as Cincias Fsicas e Naturais no Ensino Bsico, tomando-o, por isso, como referncia. A opo pelo termo orientaes curriculares em vez de programasinscreve-se na ideia da flexibilizao curricular, tentando que o currculo formal possa dar lugar adecises curriculares que impliquem prticas de ensino e aprendizagem diferentes.

    Justificao usual pensar-se em programas disciplinares como um conjunto de contedos e sugestesmetodolgicas, apresentados como um documento a que os professores tm de dar seguimento e,fundamentalmente, tm de cumprir. A designao Orientaes Curriculares aparece para darnfase s possibilidades de gesto de contedos e de implementao de experincias educativas,por parte dos professores, de acordo com alunos e contextos diferenciados.

    Entende-se aqui currculo como a indicao de um processo cognitivo e social contextualizado, emque as oportunidades de aprendizagem so resultantes da interaco do professor com os seusalunos. Os currculos existem no s como documentos mas, fundamentalmente, como exemplificaode um conjunto de acontecimentos e situaes em que alunos e professores partilham contedo e

    significado. O currculo o que professores e alunos vivem, pensando e resolvendo problemas sobreobjectos e acontecimentos tornados familiares. As experincias vividas no contexto da escola e dasala de aula devem levar organizao progressiva do conhecimento e capacidade de viverdemocraticamente. D-se, assim, legitimidade ao conhecimento prtico pessoal do professor, gesto do contedo e ao seu papel como construtor de currculo.

    A nfase na gesto curricular, integrada no projecto educativo de cada escola, pretende tambmdar seguimento a recomendaes do Conselho Nacional de Educao (Parecer n 2/2000), a saber:A autonomia pedaggica, nomeadamente atravs da elaborao de projectos educativos, tambmcondio de flexibilizao curricular, para que os professores ajam mais como produtores do quecomo consumidores de currculo (ponto 19, p. 7) e ainda ... to importante como a definio de umamatriz de aprendizagens, o modo como essas aprendizagens so desenvolvidas. A tnica no deveser posta apenas na extenso e nos contedos dos programas, mas no modo como se gere umcurrculo (ponto 27, p. 9).

    Organizao

    As Orientaes Curriculares surgem como um documento nico para a rea das Cincias Fsicas eNaturais, ficando desdobradas em Cincias Naturais e Cincias Fsico-Qumicas, que soapresentadas em paralelo. No se prope com esta organizao uma nica disciplina leccionada porum nico professor. Respeita-se a individualidade disciplinar e considera-se mais proveitosoexistirem dois professores, com os respectivos saberes, como responsveis por cada uma das

    componentes da rea.Pretende-se evidenciar contedos tradicionalmente considerados independentes e sem qualquerrelao. Deste modo, facilita-se aos professores o conhecimento do que se preconiza como

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    fundamental os alunos saberem nas duas disciplinas, bem como lhes permite, se assim o entenderem,organizarem colaborativamente as suas aulas, ou alguns contedos ou ainda orientarem os alunos nodesenvolvimento de projectos comuns.

    A leitura do documento Orientaes Curriculares pode ser feita sequencialmente, respeitando ostemas e respectivo desenvolvimento programtico, de acordo com o esquema conceptual que lhe est

    subjacente, explicado no documento de competncias essenciais j publicado. No entanto, essasequncia pode ser alterada em funo da colaborao e coordenao entre os professores, tendoem conta interesses locais, de actualidade de assuntos, e de caractersticas dos alunos. Essaorganizao procura facilitar as opes de gesto curricular pelos professores, tanto a nvel da suadisciplina como a nvel da transversalidade com outras reas. Chama-se a ateno que qualqueralterao de contedos tem de ser pensada com a respectiva adequao ao nvel etrio dos alunos.

    Apresentao

    As Cincias Fsicas e Naturais so apresentadas em dois nveis diferentes. Estes interligam-se paradar sentido ao currculo de uma forma global e interligada.

    Num primeiro nvel desenvolve-se cada um dos temas organizadores, atravs de dois conjuntos dequestes de partida: um de abordagem mais geral, que implica, por vezes, a natureza da Cincia e ado conhecimento cientfico; o outro, de abordagem mais especfica. Os dois conjuntos de questesrelacionam-se com contedos abordados nas duas disciplinas.

    Cada tema e respectivas questes de partida do lugar a dois conjuntos de contedos, por um ladode Cincias Naturais e por outro de Cincias Fsico-Qumicas, que podem ser lidos de uma formainterdisciplinar, em casos concretos, ou entendidos numa perspectiva distinta e, portanto, semligao. Pretende-se, no entanto, pr em evidncia determinados aspectos comuns, evitando arepetio de contedos. O objectivo mostrar o carcter unificador de questes possveis,chamando a ateno para os fenmenos que exigem explicaes cientficas provenientes de reas

    do conhecimento diferentes. Em alguns casos, o recurso a reas disciplinares no constantes destasorientaes curriculares imprescindvel para a compreenso mais profunda do que se pretendeestudar. o caso, por exemplo, da Geografia, sugerindo-se explicitamente situaes de exploraoem comum, mas ligaes a outras disciplinas so tambm possveis e aconselhadas.

    A abordagem geral dos contedos das duas disciplinas apresenta uma forma tal que torna possvelos alunos compreenderem o mundo em que vivem, com as suas mltiplas interaces. Citando Laszlo(1996):

    Na viso emergente da cincia de vanguarda, o mundo uma totalidade sem costurascomposta pela suas partes. Mais do que isso, uma totalidade em que todas as partes estoconstantemente em contacto umas com as outras. H um contacto ntimo e constante entre as

    coisas que coexistem e co-evoluem no universo; uma partilha dos laos e das mensagens quetransforma a realidade numa prodigiosa rede de interaco e comunicao: uma lagoamurmurante, subtil, mas omnipresente (p. 24).

    Num segundo nvel de abordagem, aparecem algumas indicaes de desenvolvimento dos contedosreferidos anteriormente, num conjunto de sugestes de experincias educativas que procuramintegrar vrios aspectos inerentes quer ao ensino, quer aprendizagem dos alunos em cincias.Assim, referem-se exemplos de experincias educativas conducentes ao desenvolvimento decompetncias de natureza diversa, isto , gerais, transversais e coordenadas com as inerentes sCincias Fsicas e Naturais. Trata-se de propostas que podem ser seguidas, adaptadas ousubstitudas por outras que os professores entendam, de acordo com as caractersticas dos alunos econtextos educativos. Em certos casos apresentam-se vrias sugestes para o mesmo contedo; talno significa que todas tenham de ser realizadas. de referir ainda o facto de que a exploraode cada tema pode no ter a mesma durao nas duas disciplinas. Pretende-se, assim, dar sentido ao

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    que foi considerado currculo e gesto curricular na justificao deste documento. Sempre que seconsidere oportuno h referncia ligao com outras disciplinas.

    CCOOMMPPEETTNNCCIIAASSEESSSSEENNCCIIAAIISS PPAARRAA AALLIITTEERRAACCIIAACCIIEENNTTFFIICCAA

    AADDEESSEENNVVOOLLVVEERRDDUURRAANNTTEE OO33 CCIICCLLOO

    Cincia e Sociedade desenvolvem-se, constituindo uma teia de relaes mltiplas e complexas.A sociedade de informao e do conhecimento em que vivemos apela compreenso da Cincia, noapenas enquanto corpo de saberes, mas tambm enquanto instituio social. Questes de naturezacientfica com implicaes sociais vm praa pblica para discusso e os cidados so chamados adar a sua opinio. A literacia cientfica assim fundamental para o exerccio pleno da cidadania. Odesenvolvimento de um conjunto de competncias que se revelam em diferentes domnios, tais comoo conhecimento (substantivo, processual ou metodolgico, epistemolgico), o raciocnio, a

    comunicao e as atitudes, essencial para a literacia cientfica.O desenvolvimento de competncias nestes diferentes domnios exige o envolvimento do aluno noprocesso ensino aprendizagem, o que lhe proporcionado pela vivncia de experincias educativasdiferenciadas. Estas vo de encontro, por um lado, aos seus interesses pessoais e, por outro, estoem conformidade com o que se passa sua volta.

    No sentido de dar expresso s ideias mencionadas nos pargrafos anteriores e para as concretizarsugere-se, a ttulo de exemplo, um conjunto de experincias educativas que visam o desenvolvimentode competncias nos diferentes domnios referidos. De salientar que nem os domnios mencionadosso compartimentos estanques ou isolados, nem as sugestes apresentadas esgotam um determinadodomnio e nem existe sequencialidade e hierarquizao entre eles. As competncias no devem ser

    entendidas cada uma por si, mas no seu conjunto, desenvolvendo-se transversalmente, e emsimultneo, na explorao das experincias educativas.

    Conhecimento

    Conhecimento substantivo - sugere-se a anlise e discusso de evidncias, situaesproblemticas, que permitam ao aluno adquirir conhecimento cientfico apropriado, de modo ainterpretar e compreender leis e modelos cientficos, reconhecendo as limitaes da Cincia e daTecnologia na resoluo de problemas, pessoais, sociais e ambientais.

    Conhecimento processual - pode ser vivenciado atravs da realizao de pesquisabibliogrfica, observao, execuo de experincias, individualmente ou em equipa, avaliao dos

    resultados obtidos, planeamento e realizao de investigaes, elaborao e interpretao derepresentaes grficas onde utilizem dados estatsticos e matemticos.

    Conhecimento epistemolgico - prope-se a anlise e debate de relatos de descobertascientficas, nos quais se evidenciem xitos e fracassos, persistncia e modos de trabalho dediferentes cientistas, influncias da sociedade sobre a Cincia, possibilitando ao aluno confrontar,por um lado, as explicaes cientficas com as do senso comum, por outro, a cincia , a arte e areligio.

    Raciocnio

    Sugerem-se, sempre que possvel, situaes de aprendizagem centradas na resoluo de problemas,com interpretao de dados, formulao de problemas e de hipteses, planeamento deinvestigaes, previso e avaliao de resultados, estabelecimento de comparaes, realizao de

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    inferncias, generalizao e deduo. Tais situaes devem promover o pensamento de uma formacriativa e crtica, relacionando evidncias e explicaes, confrontando diferentes perspectivas deinterpretao cientfica, construindo e /ou analisando situaes alternativas que exijam a propostae a utilizao de estratgias cognitivas diversificadas.

    Comunicao

    Propem-se experincias educativas que incluem uso da linguagem cientfica, mediante ainterpretao de fontes de informao diversas com distino entre o essencial e o acessrio, autilizao de modos diferentes de representar essa informao, a vivncia de situaes de debateque permitam o desenvolvimento das capacidades de exposio de ideias, defesa e argumentao, opoder de anlise e de sntese e a produo de textos escritos e/ou orais onde se evidencie aestrutura lgica do texto em funo da abordagem do assunto. Sugere-se que estas experinciaseducativas contemplem tambm a cooperao na partilha de informao, a apresentao dosresultados de pesquisa, utilizando, para o efeito, meios diversos, incluindo as novas tecnologias deinformao e comunicao.

    Atitudes

    Apela-se para a implementao de experincias educativas onde o aluno desenvolva atitudesinerentes ao trabalho em Cincia, como sejam a curiosidade, a perseverana e a seriedade notrabalho, respeitando e questionando os resultados obtidos, a reflexo crtica sobre o trabalhoefectuado, a flexibilidade para aceitar o erro e a incerteza, a reformulao do seu trabalho, odesenvolvimento do sentido esttico, de modo a apreciar a beleza dos objectos e dos fenmenosfsico-naturais, respeitando a tica e a sensibilidade para trabalhar em Cincia, avaliando o seuimpacte na sociedade e no ambiente.

    AAVVAALLIIAAOO

    A avaliao, indispensvel em situao escolar, um processo complexo, porque tem implcitosdiferentes pressupostos e finalidades e implica juzos de valor, dificilmente isentos desubjectividade. Apesar disto, tem de ser entendida como uma componente fundamental com umefeito positivo na aquisio de conhecimentos e no estmulo ao envolvimento dos alunos no seuprocesso de aprendizagem. Nas suas diferentes modalidades deve estar directamente relacionadacom as actividades que os alunos desenvolvem e tem de ser pensada de acordo com as diferentesexperincias educativas, uma vez que no se avalia do mesmo modo o conhecimento de factos, umaactividade experimental ou o desenvolvimento de um projecto. Seja qual for o objecto de avaliao,esta deve influenciar positivamente o ensino e a aprendizagem da Cincia, isto , deve ter um fimformativo, encorajando os professores e os alunos a incidirem, de um modo claro, nos aspectos mais

    importantes da aprendizagem e em actividades relacionadas com o desenvolvimento de competnciasde diferentes domnios do currculo das Cincias.

    A avaliao de conhecimento holstico das ideias cientficas e a compreenso crtica da Cincia edo pensamento cientfico constitui a nfase do processo avaliativo das aprendizagens. Deve serdada ateno avaliao de competncias como preparao para a vida adulta, quer para odesempenho de uma actividade profissional, quer para aprendizagem ao longo da vida. A educaoem Cincia permite, assim, desenvolver e avaliar a competncia para compreender a linguagem e aargumentao cientficas, de um modo crtico, bem como a apresentao das ideias cientficas porexemplo, atravs de cartazes ou oralmente, aos colegas, professores ou agentes da comunidade.Interessa no s verificar se os alunos compreendem o que uma ideia mas tambm porque que ela importante.

    Em sntese, devem ser criados novos instrumentos para avaliao do conhecimento cientfico dosalunos de modo a:

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    ? ? Reduzir a nfase tradicional da avaliao de componentes especficas e compartimentadas doconhecimento dos alunos;

    ? ? Aumentar a nfase da avaliao das competncias dos alunos, desenvolvidas em experinciaseducativas diferenciadas.

    A vivncia de situaes diferenciadas em sala de aula, a discusso de assuntos controversos, aconduo de investigao pelos alunos, o envolvimento em projectos interdisciplinares (realizaesque implicam a seleco de informao e comunicao de resultados) conduzem, de uma forma maiscompleta, compreenso do que a Cincia. Neste sentido, importante reconhecer o papel que aavaliao pode desempenhar, ajudando os professores, como gestores/construtores de currculo, atornarem claras as suas opes curriculares.

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    TTEEMMAASSOORRGGAANNIIZZAADDOORREESS

    No documento sobre competncias essenciais para as Cincias Fsicas e Naturais, props-se a

    organizao dos programas de Cincias nos trs ciclos do ensino bsico em quatro temas gerais:??Terra no espao

    ??Terra em transformao

    ??Sustentabilidade na Terra

    ??Viver melhor na Terra.

    A coerncia conceptual e metodolgica dos quatro temas gerais tem como ideia mais abrangente oesquema organizador apresentado em diagrama na Figura 1. Este salienta a importncia de exploraros quatro temas numa perspectiva interdisciplinar, em que a interaco Cincia Tecnologia Sociedade - Ambiente dever constituir uma vertente integradora e globalizante da organizao e

    da aquisio dos saberes cientficos. A importncia desta vertente assume um sentido duplo nocontexto da aprendizagem cientfica ao nvel da escolaridade bsica e obrigatria. Por um lado,possibilita o alargar os horizontes da aprendizagem, proporcionando aos alunos no s o acesso aosprodutos da Cincia mas tambm aos seus processos, atravs da compreenso das potencialidades elimites da Cincia e das sua aplicaes tecnolgicas na Sociedade. Por outro lado, permite umatomada de conscincia quanto ao significado cientfico, tecnolgico e social da interveno humanana Terra, o que poder constituir uma dimenso importante em termos de uma desejvel educaopara a cidadania.

    O primeiro tema Terra no espao foca a localizao do planeta Terra no Universo e sua inter-relao com este sistema mais amplo, bem como a compreenso de fenmenos relacionados com osmovimentos da Terra e sua influncia na vida do planeta.

    Com o segundo tema Terra em transformao pretende-se que os alunos adquiram conhecimentosrelacionados com os elementos constituintes da Terra e com os fenmenos que nela ocorrem.

    No terceiro tema Sustentabilidade na Terra pretende-se que os alunos tomem conscincia daimportncia de actuar ao nvel do sistema Terra, de forma a no provocar desequilbrios,contribuindo para uma gesto regrada dos recursos existentes. Para um desenvolvimentosustentvel, a educao dever ter em conta a diversidade de ambientes fsicos, biolgicos, sociais,econmicos e ticos. A aprendizagem das cincias numa perspectiva global e interdisciplinar, em quese valorize as competncias e os conhecimentos pela aprendizagem activa e contextualizada, apesquisa, a comunicao, a tomada de decises, contribuir para um futuro sustentado.

    O quarto tema - Viver melhor na Terra - visa a compreenso que a qualidade de vida implica sade esegurana numa perspectiva individual e colectiva. A biotecnologia, rea relevante na sociedadecientfica e tecnolgica em que vivemos, ser um conhecimento essencial para a qualidade de vida.

    Atente-se a que qualquer dos quatro temas envolve as componentes cientfica, tecnolgica, social eambiental, embora seja diferente a nfase a dar na explorao destas componentes em cada um dostemas. Outro aspecto a salientar tem a ver com a articulao dos quatro temas. Com a sequnciasugerida pretende-se que, aps terem compreendido um conjunto de conceitos relacionados com aestrutura e funcionamento do sistema Terra, os alunos sejam capazes de aplicar esses conceitos emsituaes que contemplam a interveno humana na Terra e a resoluo de problemas daresultantes.

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    Figura 1 Esquema organizador dos quatro temas

    TERRA NO ESPAO

    Ser HumanoTerra

    TERRA EMTRANSFORMAO

    Agenteecolgico

    Sujeitobiolgico

    Mundomaterial

    Mundovivo

    SUSTENTABI LI DADENA TERRA

    Qualidade de vidaVI VERMELHORN A TERRA

    Sade e segurana

    C I N C I A

    SOC

    I

    E

    D

    A

    D

    E

    A M B I E N T E

    TECNOLOGIA

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    Terra no Espao

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    TTEERRRRAA NNOO EESSPPAAOO

    CINCIAS NATURAIS CINCIAS FSICO- QUMICAS

    Terra Um planeta com vida

    ??Condies da Terra que permitem a existncia da

    vida??A Terra como um sistema

    Cincia, Tecnologia, Sociedade e Ambiente

    ??Cincia produto da actividade humana??Cincia e conhecimento do Universo

    Universo

    ??O que existe no Universo

    ??Distncias noUniversoSistema Solar

    ??Astros do sistema solar??Caractersticas dos planetas

    Planeta Terra

    ??Terra e Sistema solar??Movimentos e foras

    Cinciaporqu?

    Cinciapara qu?

    Cinciacomo?

    O que conhecemos hoje

    acerca do Universo?

    Como se tornou possvel oconhecimento do Universo?

    O que faz da Terra umplaneta com vida?

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    Terra no Espao

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    EXPERINCIAS EDUCATIVAS

    CINCIAS NATURAIS CINCIAS FSICO- QUMICAS

    Terra Um planeta com vida

    A explorao deste contedo poder ajudar aresponder questo especfica O que faz da Terraum planeta com vida?, e cuja resposta ficarcompleta com o estudo comparativo dos planetas arealizar nas Cincias Fsico-Qumicas.

    Condies da Terra que permitem a existncia da vida

    ??Considerando o Sistema Solar, os alunos devemreflectir sobre as condies prprias da Terra quea tornam no nico planeta com vida (pelo menos, talcomo a conhecemos). Fotografias de animais e

    plantas que habitem ambientes diversificados,recolhidas pelos alunos, por exemplo, em revistas,em enciclopdias em papel e electrnicas podemgerar uma discusso sobre algumas das condiesque os seres vivos necessitam para viver e queesto asseguradas na Terra (gua, oxignio, luzsolar). Tal permitir a consciencializao de que,apesar de no ser mais do que um pequeno planeta escala do Universo, a Terra tem caractersticasmuito prprias.

    ??A visualizao de documentrios com seres vivosnos seus ambientes naturais (numa perspectivamacro e micro), permitir discutir caractersticasespecficas destes, evitando-se a comparao entreser vivo e ser inanimado. O fundamental reforara ideia de biodiversidade e de unidade. Sugere-se arealizao de actividades experimentais, comutilizao do microscpio, para que os alunosobservem microrganismos (a preparao de infusesserve este propsito e envolve os alunos naconcepo e desenvolvimento das actividades).

    ??Relembrar os conhecimentos adquiridosanteriormente (no 2 ciclo) acerca da clula e sua

    constituio bsica. Uma vez que nas CinciasFsico-Qumicas se discutem ordens de grandeza noUniverso, faz sentido a discusso dessas ordens degrandeza relacionadas com os seres vivos.A observao de clulas animais e vegetaispermitir compreender melhor tambm as noes dediversidade e de unidade.

    A Terra como um sistema

    ??A visualizao de documentrios sobre a vida dedeterminados grupos de animais e a observao dadependncia que existe entre eles e em relao ao

    meio, constituem uma oportunidade de abordar oconceito de sistema.

    Universo

    Para o estudo do Universo, nas Cincias Fsico-Qumicas, sugerem-se, no esquema organizador, duasquestes especficas: O que conhecemos hoje acercado Universo? Como se tornou possvel o conhecimentodo Universo? Essas questes podem ser orientadorasda explorao do tema.

    O que existe no Universo

    ??Atendendo a que os alunos, de uma forma geral,possuem algum conhecimento e demonstram curiosidadesobre o assunto, o professor pode introduzir a questo

    O que conhecemos hoje acerca do Universo? erecorrer s ideias expressas para abordar conceitoscomo galxia, estrela, planeta, sistema planetrio,buraco negro, constelao, espao vazio e quasar.

    Distncias no Universo

    ??A visualizao de filmes, a realizao de uma visita aoPlanetrio e/ou a consulta da internet so exemplos desituaes onde os alunos se confrontam com asdimenses do Universo e as diferentes ordens degrandeza de distncias no Universo.

    ??Considerando trabalhos desenvolvidos pelos cientistas

    ao longo dos tempos, o professor pode promover umdebate sobre Como se tornou possvel o conhecimentodo Universo?, ilustrando episdios da Histria daCincia.

    ??De modo a sensibilizar os alunos para o carcterinteractivo dos desenvolvimentos cientfico etecnolgico, em diferentes domnios da vidascio-cultural em cada poca, sugere-se que estesrealizem dramatizaes sobre a vida e obra decientistas como Leonardo da Vinci, Galileu e Newton.

    Sistema Solar

    Astros do sistema solar

    ??Uma actividade inicial para ter em ateno as ideiasdos alunos consiste em solicitar-lhes a realizao demapas de conceitos partindo de termos como Sol,satlites naturais, planetas, estrelas, Lua, atmosfera,meteoros, cometas, rbita, Vnus, etc. A seguir, estespodem comparar o seu mapa com o dos colegas.Solicitar aos alunos desenhos sobre o sistema solar,e distribu-los pela turma para cada um interpretar odesenho de um colega, outra actividade possvel.

    ??A construo de modelos, nomeadamente, do sistemaSol-Terra-Lua, usando escalas adequadas uma paradistncias e outra para dimetros seguida da

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    Terra no Espao

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    ??Numa discusso alargada turma, os alunos tmocasio de identificar que as trocas entre os serese o meio, bem como as influncias recprocas, socaractersticas fundamentais do sistemaconsiderado. Neste caso, tem sentido fazer

    referncia ao conceito de ecossistema, que serretomado posteriormente.

    ??O conceito de sistema, complexo para este nvel,deve ser discutido de uma forma muito elementar.Trata-se de um conceito transversal ao longo dosquatro temas e retomado em situaes diferentesquer nas Cincias Naturais quer nas CinciasFsico-Qumicas.

    Cincia, Tecnologia, Sociedade e Ambiente

    Este assunto comum s duas disciplinas e estarsubjacente explorao dos contedos ao longo dostrs anos. Nesta temtica, a abordagem deve sermuito geral, consciencializando os alunos para aimportncia das interaces entre Cincia,Tecnologia, Sociedade e Ambiente.

    Cincia produto da actividade humana

    ??Para despoletar a curiosidade dos alunos fundamental recorrer a questes globais sobre aCincia (a importncia da Cincia para oconhecimento e para si prpria, como se foidesenvolvendo ao longo dos tempos e qual a suaimportncia nas sociedades modernas), orientadorasdo trabalho a desenvolver quer na sala de aula quernoutros espaos.

    ??Os alunos devem ser sensibilizados para o carcterdinmico da Cincia, to evidente em episdios quefazem parte da prpria histria da Cincia (casodas teorias geo e heliocntrica, resultantes dotrabalho de cientistas como Ptolomeu, Coprnico eGalileu, j que nas Cincias Fsico-Qumicas sediscutem estes assuntos). Tais episdios, quepodem ser discutidos com base em textos quereflictam o apoio ou a contestao social que

    geraram, permitiro aos alunos identificar aCincia como uma actividade humana, fortementedependente de factores sociais. Uma actividadepossvel consiste na organizao dos alunos emgrupos onde, num debate, alguns defendam a teoriageocntrica e outros a heliocntrica, recorrendo aargumentos da poca.

    Cincia e conhecimento do Universo

    ??As viagens espaciais (de que so exemplo assucessivas misses Apolo para estudo da Lua e asviagens de turismo espacial que se iniciaram em2001) so exemplos de temas de pequenasinvestigaes baseadas na informao recolhida emdocumentos de fcil acesso (jornais, revistas,

    discusso sobre as vantagens e limitaes dautilizao destes modelos, constituem actividades queos alunos podem realizar.

    Caractersticas dos planetas

    ??Sugere-se a realizao de pesquisas que resultem das

    questes e curiosidades dos alunos. A recolha eorganizao de dados sobre as dimenses, o tipo deatmosfera, a distncia ao Sol, a durao de uma voltacompleta (quer em torno do eixo, quer em relao aoSol), os satlites naturais, a massa, ou a temperaturamdia dos planetas, so exemplos a considerar. Para acomunicao dos resultados fundamental incentivar ouso de diferentes suportes (apresentao emcomputador, cartaz, jornal).A utilizao de folhas de clculo para compilar ainformao recolhida pelos diferentes grupos

    possibilita, posteriormente, a construo de grficospara identificar as semelhanas e diferenas entre osdiferentes planetas.A comparao das caractersticas da Terra com as dosoutros planetas do sistema solar permite responder questo especfica O que faz da Terra um planeta comvida, cuja resposta constituir um quadro deexplorao juntamente com o estudo efectuado emCincias Naturais.

    Planeta Terra

    Terra e Sistema solar

    ??Para estudar a Terra e o sistema solar, o recurso simulao com material experimental e com programasde computador uma sugesto que se apresenta paraexplorar os movimentos da Terra de modo a explicar asucesso dos dias e das noites, as estaes do ano, asfases da Lua e os eclipses da Lua e do Sol. Outrassimulaes possibilitam visualizar o movimentosimultneo dos planetas e satlites, o que fundamental para os alunos o descreverem.

    Movimentos e foras

    ??

    O estudo do movimento pode ser introduzido comexemplos de situaes familiares aos alunos. Partindode um exemplo simples (percurso para a escola),conhecendo a distncia percorrida e o tempo que leva apercorrer essa distncia, os alunos determinam avelocidade mdia; exploram ainda o conceito detrajectria.A seguir podem, por exemplo, comparar a trajectriada Terra com a de outros planetas.

    ?? Para explicar o movimento dos planetas o professordeve efectuar uma primeira abordagem ao conceito defora e seus efeitos, comeando por analisar situaesdo mundo nossa volta. As seguintes questes Como que as foras explicam fenmenos como o movimentodos planetas em volta do Sol? Porque que a Lua no

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    Terra no Espao

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    stios da internet). Em alternativa, h o recurso discusso das viagens espaciais a propsito defilmes de fico cientfica do agrado dos alunos.Em qualquer caso, a abordagem deste assuntopermitir reconhecer a Cincia como indissocivelda Tecnologia e influenciada por interesses sociaise econmicos.

    ?? fundamental que os alunos compreendam que hbenefcios para a humanidade resultantes dodesenvolvimento cientfico e tecnolgico que,simultaneamente, colocam em risco pessoas eambiente. Os alunos devem ter oportunidade parareflectir sobre as implicaes ambientais, sociaise/ou emocionais de certos acontecimentos, como osdesastres que tiraram a vida a astronautas(Challenger), a queda na Terra de satlites ouestaes espaciais quando acabam as suas funes

    (Skylab e Mir) ou o envio de reactores nuclearespara o espao, entre outros.

    ?? de realar que a explorao do tema Terra noespao nas Cincias Naturais, necessita de umnmero muito inferior de aulas, do que nas CinciasFsico-Qumicas. Trata-se de uma sensibilizaopara a necessidade de entender o conhecimentocomo global, recorrendo aos contributos dediferentes reas do saber.

    cai para a Terra? Como se explicam os movimentos daLua e dos Satlites artificiais em torno da Terra? podem ser investigadas pelos alunos paracompreenderem a noo de fora gravitacional e a suaimportncia.A este nvel no se pretende que seja abordada a lei dagravitao universal sendo, no entanto, importante queos alunos adquiram a noo de que h uma fora deatraco entre os corpos celestes que mantm osplanetas nas suas rbitas.

    ??Sugere-se que os alunos relacionem a existncia dofenmeno das mars com a fora gravitacional.Recomenda-se, por exemplo, realizar actividades em quea partir de dados recolhidos de jornais dirios (ou deoutras fontes) elaborem grficos relacionando os diasdo ms com a altura das mars; ao longo do ano, cadagrupo pode construir, por exemplo, o grfico relativo a

    determinado ms.??A distino entre peso e massa poder ser facilitada

    pela explorao de situaes divulgadas nos mediasobre os movimentos dos astronautas superfcie daLua, no interior das naves espaciais e nas estaesorbitais ou apresentadas em filmes de fico.

    ??No final desta temtica, os alunos devem estar aptos aresponder s questes propostas.

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    Terra em Transformao

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    TTEERRRRAA EEMM TTRRAANNSSFFOORRMMAAOO

    CINCIAS NATURAIS CINCIAS FSICO- QUMICAS

    A Terra conta a sua histria ??Os fsseis e a sua importncia para a reconstituio

    da histria da Terra??Grandes etapas na histria da Terra

    Dinmica interna da Terra??Deriva dos continentes e tectnica de placas??Ocorrncia de falhas e dobras

    Consequncias da dinmica interna da Terra??Actividade vulcnica; riscos e benefcios da

    actividade vulcnica??Actividade ssmica; riscos e proteco das populaes

    Estrutura interna da Terra??Contributo da cincia e da tecnologia para o estudo da

    estrutura interna da Terra??Modelos propostos

    Dinmica externa da Terra??Rochas, testemunhos da actividade da Terra??Rochas magmticas, sedimentares e metamrficas:

    gnese e constituio; ciclo das rochas.?? Paisagens geolgicas.

    Materiais

    ??Constituio do mundo material??Substncias e misturas de substncias??Propriedades fsicas e qumicas dos materiais??Separao das substncias de uma mistura??Transformaes fsicas e transformaes

    qumicas

    Energia

    ??Fontes e formas de energia??Transferncias de energia

    A Terra,um sistema

    em equilbriodinmico?

    Quetestemunhosevidenciam adinmica da

    Terra?

    Como constitudoo mundomaterial?

    Onde est escrita a histriada Terra?

    Como se observa o dinamismo domundo material?

    Como estudar a dinmicaenergtica da Terra?

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    Terra em Transformao

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    Dinmica interna da Terra

    Deriva dos continentes e tectnica de placas

    ?? Atravs de estratgias de discusso, sugere-se oestudo da hiptese de Wegener de modo a ser possvel

    o confronto entre os argumentos propostos(paleontolgicos, paleoclimticos, litolgicos emorfolgicos) na defesa da sua teoria a favor damobilidade dos continentes e os principaisargumentos, na poca, contra. Este contedo constituioportunidade para relacionar a Cincia, a Tecnologia ea Sociedade, ao mesmo tempo que um bom exemplo docarcter dinmico da Cincia.

    ?? A observao de filmes, esquemas, bem como arealizao de simulaes pode constituir um recursopara a introduo Teoria da Tectnica de Placas. Aeste nvel pretende-se que os alunos compreendam, deforma global, o dinamismo da Terra, evidente naformao de crosta ocenica, cadeias de montanhas,ocorrncia de vulces e sismos, relacionando-o com adinmica interna da Terra.

    Ocorrncia de falhas e dobras

    ?? A observao de dobras e falhas visveis nas cadeiasde montanhas pode servir de exemplo para aintroduo da deformao da litosfera. Esta poderser estudada utilizando modelos feitos de madeira,esferovite ou outros materiais igualmenteapropriados, existentes na escola ou construdospelos alunos.

    ??Sugere-se o estudo da distribuio geogrfica actualdas espcies, entendida como consequncia directa datectnica e na lgica da evoluo da Terra e dasespcies (de forma muito concreta e nunca entrandonas questes da especiao).

    Consequncias da dinmica interna da Terra

    ??Este contedo remete para a explorao da questoglobal Que testemunhos evidenciam a dinmica daTerra? Para o estudo dos sismos e vulces enquanto

    consequncias da mobilidade da litosfera,recomenda-se a explorao de mapas onde se encontrea distribuio a nvel mundial das reas de maior riscossmico e simultaneamente a localizao dos principaisvulces activos.

    Actividade vulcnica; riscos e benefcios da actividadevulcnica

    ??Para o estudo do vulcanismo e manifestaessecundrias sugere-se o uso de videogramas,fotografias, diapositivos, relatos histricos degrandes erupes vulcnicas (Vesvio, por exemplo),

    notcias de jornais (chama-se a ateno para osfenmenos de vulcanismo que ocorreram nos Aores),excertos de obras literrias onde constem relatos de

    Separao das substncias de uma mistura

    ??Sugere-se que, com misturas desconhecidas paraos alunos, estes realizem investigaes que lhespermitam separar as substncias presentes,recorrendo para isso a processos fsicos

    previamente seleccionados. Estes podem ainda serenvolvidos na construo de enunciados deproblemas, centrados na separao de substnciasde uma mistura, a serem respondidos peloscolegas da turma ou da escola.

    Transformaes fsicas e transformaes qumicas

    ??No mundo nossa volta ocorrem transformaes fsicas e qumicas que importante que osalunos distingam. Recorrendo a situaes dodia-a-dia tais como enferrujamento do ferro,queima de materiais num incndio, fuso de metaisna indstria metalrgica, quebra de vidro oprofessor pode solicitar a identificao desemelhanas e diferenas entre os dois tipos detransformaes.Uma outra possibilidade consiste em estudartransformaes que ocorrem na Natureza: odepsito de ferro em guas ferrosas, oenferrujar de barcos em gua salgada, a formaode grutas calcrias, a degradao de monumentosde pedra calcria pela eroso e pela chuva cida,a precipitao de sal nas salinas.

    ??Para o estudo das transformaes fsicassugere-se a realizao de experincias centradasnas mudanas de fase da gua. Estas actividadespodero incluir registos de variaes detemperatura (usando, por exemplo, um sensor detemperatura) em intervalos de tempos iguaisquando a energia fornecida sempre a mesma,visando a preparao dos alunos paraaprendizagens posteriores, como a distinoentre calor e temperatura.

    ??Os alunos devem ainda ser alertados, atravs de

    exemplos, para o comportamento excepcional dagua e para a sua importncia na vida.

    ??Com actividades envolvendo processos ondeocorrem transformaes qumicas (aco dacorrente elctrica, aco da luz, aco do calor,aco mecnica) os alunos podem estudar algumaspropriedades das substncias iniciais ecompar-las com as das substncias obtidas.

    Energia

    Fontes e formas de energia

    ??Para eliciar as ideias dos alunos sobre energiaestes podem realizar um teste de associao deideias. O professor apresenta depois os

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    Terra em Transformao

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    episdios vulcnicos. Os alunos podero tambmconstruir modelos de vulces, utilizando materiaisapropriados, bem como observar e discutir o queacontece durante a simulao da erupo de um vulco.Sublinha-se o carcter eminentemente prtico aatribuir a estas actividades. No se pretende a estenvel de escolaridade utilizar a classificao propostapor Lacroix, mas a relao entre o tipo de erupesvulcnicas, o tipo de aparelho vulcnico que originam ealgumas propriedades do magma como sejam aviscosidade/fluidez e o teor em gua.

    Actividade ssmica; riscos e proteco das populaes

    ??Para o estudo dos sismos ser tambm possvelrecorrer a notcias de jornal e/ou a relatoshistricos de sismos causadores de grandesdestruies, como por exemplo o terramoto que em

    1755 destruiu grande parte da cidade Lisboa.Recomenda-se tambm a explorao e discusso decartas de isossistas e o contacto dos alunos com asescalas de Mercalli modificada e de Richter.Dever-se- apenas chamar a ateno para que amagnitude de um sismo est relacionada com aquantidade de energia libertada no foco ssmico.

    ??A visita ao Instituto de Meteorologia e Geofsica, aanlise de documentos onde seja feita referncia aopapel dos sismgrafos, e/ou a construo destesaparelhos, a observao de sismogramas, por parte dos

    alunos, constituiro situaes de contacto cominventos tecnolgicos indispensveis ao estudo dossismos.

    ??A realizao de um exerccio de simulao daocorrncia de um sismo constituir uma experinciaeducativa significativa das normas a seguir antes,durante e aps um sismo.

    Estrutura interna da Terra

    Contributo da cincia e da tecnologia para o estudo daestrutura interna da Terra

    ??

    Sugere-se o estudo da estrutura interna da Terrasublinhando-se genericamente o contributo do estudodos vulces e sismos para o estabelecimento destaestrutura. Recomenda-se a consulta de stios naInternet em que os alunos possam colocar as suasquestes a cientistas. Em alternativa, sugere-se avisita a centros de investigao ou a organizao depalestras onde cientistas respondam s questes dosalunos. O levantamento das questes e o tratamentodas respostas constituem tarefas a desenvolver pelosalunos.

    Modelos propostos

    ??Para o estudo dos modelos da estrutura interna daTerra (crosta, manto e ncleo / litosfera,

    resultados aos alunos de modo a clarificaralgumas das suas ideias e a evidenciar algunstemas que sero aprofundados a seguir.Uma outra sugesto envolve os alunos narealizao de um trabalho de grupo sobre aidentificao da utilizao da energia nodia-a-dia. Para isso os alunos exploram situaesilustradas por cartes ou por objectos/mquinas(calculadora a energia solar, relgio de quartzo,discman, carro com motor elctrico, combio avapor, esquentador (a gs ou elctrico), batedeiraelctrica, carrinho de corda, monho de vento (oude areia), relgio de pndulo, etc.).

    ??Os alunos podem recolher informaorelativamente a fontes de energia que se usamactualmente na sua regio, s razes que levam sua utilizao e forma de utilizao. Questes

    associadas a esta temtica e passveis de seremabordadas na rea de Projecto so, por exemplo:fontes de energia dessa regio utilizadas nopassado e a sua utilizao ligada aodesenvolvimento da regio, comparao dasfontes de energia utilizadas em diferentesregies.

    ??Atendendo polmica actual sobre a dependnciados combustveis fsseis, na nossa sociedade, osalunos podem analisar extractos de programastelevisivos ou de jornais, participar em grupos de

    discusso na internet, considerando aspectoscomo o consumo de combustveis fsseis, apreviso de gastos na sua extraco e oesgotamento das reservas existentes e aindadiscutir alternativas.

    ??De forma complementar sugere-se que os alunosrealizem actividades de resoluo de problemas etomada de deciso. Por exemplo decidir que fontede energia seleccionar para construir uma centralde produo de energia, numa determinada regio,decidir que regio ser mais apropriada para

    implementar uma central de produo de energia.Podem ainda realizar jogos de papis centrados nautilizao de energias renovveis e norenovveis, onde abordam questes controversase discutem aspectos diversos relacionados com atemtica (cientficos, tecnolgicos, ambientais,econmicos, sociais, ticos, artsticos). Os alunosassumem as ideias de diferentes personagens,formulam questes que geram confronto de ideiase fundamentam os seus argumentos.

    Transferncias de energia

    ??Para compreenderem que a energia umapropriedade dos sistemas e as transferncias deenergia de um sistema para outro, os alunos

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    Terra em Transformao

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    astenosfera, mesosfera), os alunos podero construirmodelos simples usando materiais diferentes. Podemainda construir e explorar modelos em computador,testando as suas prprias ideias acerca da estruturainterna da Terra. importante que os alunoscompreendam as limitaes dos modelos e discutam asua importncia na explicao dos fenmenos, aomesmo tempo que contribuem para a evoluo doconhecimento cientfico.

    Dinmica externa da Terra

    Como introduo ao estudo das rochas prope-se arealizao de uma sada de campo para a recolha deamostras de mo e observao das paisagensassociadas.

    Rochas, testemunhos da actividade da Terra

    ??Todas as rochas contam a sua histria (condies detemperatura e presso a que estiveram sujeitas,entre outras) ao mesmo tempo que so testemunhos daactividade da Terra. A observao, na sala de aula, deamostras de mo recolhidas durante a visita deestudo, bem como de outras, recolhidas no meio local,atendendo a aspectos como granularidade,cristalinidade, cor, entre outros, contribuir paracompreenso da sua gnese. A granularidade dasrochas poder ser introdutria ao estudo dos mineraisenquanto constituintes das mesmas. O recurso aamostras de minerais (quartzo, feldspatos, olivinas,

    moscovite, biotite, calcite, entre outros) e o estudode algumas propriedades fsicas (dureza, brilho,clivagem, trao, fractura), possibilitar aos alunos acompreenso da utilidade destas para identificar edistinguir, em certos casos, de forma acessvel,alguns minerais de outros semelhantes. A visualizaoem fotografia ou em diapositivo de mineraiscaractersticos de determinados ambientes deformao e/ou de rochas serve como um exemplo,entre outros possveis, da importncia do estudo dosminerais para o conhecimento das rochas e da suahistria.

    Rochas magmticas, sedimentares e metamrficas:gnese e constituio; ciclo das rochas

    ??A proposta a de um estudo das rochas no exaustivo,mas uma abordagem simples no final da qual os alunoscompreendam as diferenas quanto gnese e texturaentre um granito e um basalto e entre estas e rochassedimentares (calcrio, areias, arenitos, salgema) emetamrficas (xisto e gnaisse). A utilizao deesquemas, puzzles, ou de outras formas derepresentao, constituir um modo de explorar ociclo das rochas.

    ??Para a compreenso da formao de rochassedimentares possvel a realizao de algumas

    podem analisar montagens experimentais(circuitos elctricos e modelos de centraisprodutoras de energia) ou situaes do dia-a-dia(como empurrar um objecto, tirar gua de umpoo, elevar os livros do cho para umaprateleira, comer um gelado, aquecer as mos numdia de Inverno friccionando-as uma contra aoutra).

    ??Os alunos devem reflectir sobre as situaesanalisadas e identificar para onde pode ter sidotransferida a energia. Para orientar a reflexo eintroduzir a ideia de que h conservao deenergia podem ser formuladas questes comoO objecto ficou mais quente?, Foi emitidaalguma luz?, Foi produzido algum som?.Sugere-se a representao, em diagramas, dosfluxos de energia para mostrar que a energia

    inicial foi transferida para diferentes objectosou locais.

    ??Se os alunos realizarem uma visita de estudo auma central produtora de energia, uma actividadeque se prope consiste na identificao dastransferncias de energia que ocorrem.Posteriormente devem apresentar turma ou escola evidenciando os dados recolhidos etratados. Uma outra sugesto reside naelaborao de jogos pelos alunos para desafiaremcolegas de outras turmas.

    ??Para o estudo dos processos de transferncia decalor (conduo, conveco e radiao) importante que os alunos realizem actividadesexperimentais ou analisem situaes onde seidentifiquem e caracterizem estes processos.

    ??Durante o desenvolvimento desta unidade hocasio para envolver os alunos em projectos(a desenvolver na rea respectiva) subordinados atemas como: A construo de uma casa ecolgica,A construo de uma casa energeticamenteeficiente, Como minimizar as perdas de energia

    numa casa, A quinta auto-suficiente.??Como actividade de smula do estudo da energia

    prope-se um debate centrado no aparenteparadoxo entre duas mensagens transmitidas aosalunos nesta unidade: h necessidade de pouparenergia/ a energia conservada.

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    Terra em Transformao

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    actividades prticas que simulem, por exemplo, aformao de estratos, a deposio de sal nas salinas,a deposio do carbonato de clcio, a formao deestalagmites e estalactites.

    Paisagens geolgicas

    ??O estudo das paisagens geolgicas pode ser feito apartir da sada de campo anteriormente realizada e/oucom recurso a visualizao de fotografias,diapositivos, filmes que permitam a compreenso docontributo dos vrios agentes de alterao e erosona formao dessas paisagens.

    ??No final da temtica A terra em transformao fundamental que os alunos compreendam a Terra comoum sistema, dotada de dinamismo interno e externo,possuidora de uma histria inscrita nos seus prpriosarquivos.

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    Sustentabilidade na Terra

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    SSUUSSTTEENNTTAABBIILLIIDDAADDEE NNAA TTEERRRRAA

    CINCIAS NATURAIS CINCIAS FSICO- QUMICAS

    Ecossistemas

    ?? Interaces seres vivos - ambiente

    ?? Fluxo de energia e ciclo de matria?? Perturbaes no equilbrio dos ecossistemas

    Som e luz??Produo e transmisso do som??Caractersticas, comportamento e aplicaes da

    luzReaces qumicas??Tipos de reaces qumicas??Velocidade das reaces qumicas??Explicao e representao das reaces qumicasMudana global??Previso e descrio do tempo atmosfrico??Influncia da actividade humana na atmosfera

    terrestre e no clima

    Gesto sustentvel dos recursos??Recursos naturais - Utilizao e consequncias??

    Proteco e conservao da natureza??Custos, benefcios e riscos das inovaes cientficas e tecnolgicas

    EXPERINCIAS EDUCATIVAS

    Quais so asconsequncias das

    aplicaescientficas e

    tecnolgicas para aTerra?

    Como podemoscontribuir para asustentabilidade

    da Terra?

    Quais so asconsequncias para

    a Terra dautilizao

    desregrada dosrecursos naturais?

    Por que esto os ecossistemas emequilbrio dinmico?

    De que modo a Cincia e atecnologia rentabilizam a

    utilizao dos recursos naturais?

    De que modo a humanidade temcontribudo para a mudana global?

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    Sustentabilidade na Terra

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    CINCIAS NATURAIS CINCIAS FSICO- QUMICAS

    A compreenso dos mecanismos fundamentaissubjacentes ao funcionamento e ao equilbrio dosecossistemas essencial para o desenvolvimento de

    aces, mesmo a nvel local, de conservao egesto do patrimnio natural, as quais podemcontribuir de forma decisiva para asustentabilidade da Terra.

    Os ecossistemas

    Esta temtica deve ser explorada numa perspectivade educao ambiental. A questo Por que esto osecossistemas em equilbrio dinmico? pode estarsubjacente ao desenvolvimento das diferentescomponentes, constituindo tambm um ponto de

    chegada, de interligao dos vrios conceitosenvolvidos nas trs dimenses apresentadas.Pretende-se que os factores abiticos, biticos,cadeias e teias alimentares, ciclos de matria e deenergia no tenham um tratamento separado parano se perder de vista a ligao sistmicaexistente, de facto, na natureza.

    Interaces seres vivos - ambiente

    A questo Como interagem os seres vivos com oambiente? pressupe que os alunos compreendam

    que do ambiente fazem parte no s as condiesfsico-qumicas, mas tambm todos os factores queinteractuam com os seres vivos em causa factores abiticos e biticos.

    ??Para se iniciar o estudo dos ecossistemas,sugere-se o visionamento de um filme sobre a vidaanimal e vegetal com a correspondente discusso naaula. Os alunos devem compreender os conceitos deecossistema, espcie, comunidade, populao ehabitat. De modo a rentabilizar a informaoretirada do documentrio, a respectiva discusso

    deve tambm ser orientada para uma reflexo sobrea influncia de factores fsicos e qumicos do meiosobre cada indivduo (efeitos de ordem fisiolgicaou comportamental) e/ou sobre as populaes(efeitos de ordem demogrfica sobre as taxas denatalidade ou mortalidade, emigrao ou imigraodos grupos). Para complementar este assunto, cadagrupo de alunos pode desenvolver pesquisasrelativas a um factor abitico (luz, temperatura,pluviosidade) e apresentar os resultados aoscolegas. No mbito do estudo desta temtica podem

    tambm ser realizadas actividades experimentaispara a observao, por exemplo, da influncia da luzno desenvolvimento das plantas. Sugere-se ainda a

    A sustentabilidade na Terra implica oconhecimentodos recursos existentes e da sua gesto. A Cincia ea Tecnologia tm tido, ao longo da histria dahumanidade, uma enorme importncia na obteno,transformao e utilizao desses recursos. nestaperspectiva que se integram neste tema contedosseleccionados e a serem desenvolvidos na disciplinade Cincias Fsico-Qumicas. As duas questes Deque modo a Cincia e a Tecnologia rentabilizam autilizao dos recursos naturais? e De que modo ahumanidade tem contribudo para a mudana global?podem orientar a abordagem a realizar.

    Som e luz

    Produo e transmisso do som

    Pretende-se que os alunos conheam como se produz edetecta o som, as suas caractersticas e natureza, eas suas aplicaes.

    ??Esta temtica pode iniciar-se com a identificao dediferentes tipos de sons e de fontes sonoras. Osalunos nestas idades interessam-se por msica.Sugere-se que levem para a escola instrumentosmusicais (tambor, xilofone, flauta, guitarra, viola)para classific-los (percusso, sopro ou cordas),atendendo ao modo como os sons so produzidos.Estudar as propriedades dos sons (altura,intensidade e timbre). Tambm podem pesquisar sobre

    os instrumentos musicais usados em diferentesregies do pas e ao longo dos sculos, reconhecendoa influncia da tecnologia.

    ??Estudar a propagao do som em diferentes meios.Para isso, sugere-se a realizao de experinciasenvolvendo a propagao do som nos slidos, lquidose no ar. A realizao de experincias no vcuopermite mostrar que o som precisa de um meiomaterial para se propagar.

    ??Planear diferentes experincias com os alunos paradeterminao da velocidade do som no ar e lev-los,

    posteriormente, a realiz-las, a elaborar o relatrioe a discutir os resultados obtidos. Os alunos deveminvestigar o que acontece ao som quando incide emdiferentes superfcies e quando passa atravs demeios distintos.

    ??Os alunos podem comparar diferentes materiais,realizando experincias simples (por exemplo, usandosensores), identificando aqueles que so melhoresisoladores sonoros. O comportamento dos materiaisna transmisso do som pode ser associado necessidade de isolamento sonoro de casas.

    ??Os alunos podem medir os nveis sonoros nasdiversas zonas da escola, usando um sonmetro. importante discutir os problemas de audio que

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    Sustentabilidade na Terra

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    construo de um aqurio ou de um aquaterrrio naescola, ficando em cada semanaum grupo de alunosresponsvel pela sua manuteno; desta forma, osalunos tm que compreender a importncia decontrolarem certos factores abiticos para

    garantir a sobrevivncia dos seres.??Certas interaces, como predao, parasitismo,

    competio, comensalismo ou mutualismo podem serabordadas com recurso a diversas actividades.Sugere-se a discusso de exemplos concretosobservados durante visitas de estudo a parquesnaturais, por exemplo e/ou apresentados em filme,fotografias ou diapositivos. Devem ser referidassituaes de interaces inter e intraespecficas,destacando-se os casos de canibalismo comoexpresso extrema da competio intraespecfica e

    de cooperao em grupos com comportamento social.Os alunos podem pesquisar em fontes diversasexemplos de interaces, para alm dos que soanalisados na aula, e organizar trabalhos quefiquem expostos na sala (por exemplo, organizaruma seleco de imagens). Relativamente a esteassunto, deve ser valorizada a interpretao dosalunos face aos vrios exemplos de interaces,identificando benefcios e prejuzos para os seresenvolvidos, em vez da simples aplicao determinologia.

    Fluxos de energia e ciclo de matria

    Os alunos devem compreender a intensa actividadedos ecossistemas, onde os seres nascem e morremcontinuamente, fluxos de energia e ciclos dematria ocorrem ininterruptamente, comofenmenos e processos que contribuem para o seuequilbrio dinmico, do qual transparece umaimutabilidade apenas aparente.

    ?? A propsito dos fluxos de energia, relembra-se

    nesta altura, o papel do Sol como fonte de energia,provavelmente j clarificado em Cincias Fsico-Qumicas. Certos conceitos, como produtor,consumidor e nvel trfico, podem ser referidosmediante a explorao de cadeias alimentaressimples. Pode ser pedido aos alunos que construamcadeias alimentares, em texto ou desenho, de formaa serem interpretadas pelos colegas.

    ??No que diz respeito aos ciclos de matria,no se pretende analisar os vrios ciclosbiogeoqumicos, mas realar a existncia nas

    comunidades de grupos de seres vivos comactividades, de certa forma, complementares(produtores, consumidores e decompositores), que

    surgem quando h exposio a fontes sonoras comintensidade elevada, recorrendo-se, se tal forpossvel, colaborao de um mdico (de acordo com aevidncia mdica, se se conseguir ouvir msicaproveniente de um walkman a uma distncia de doismetros, pode haver distrbios auditivos para quem otiver junto do ouvido).

    ??Sugere-se que os alunos identifiquem aplicaes dosom no dia-a-dia (rdio, radar, ecografia, sonar) e asexpliquem.

    Propriedades e aplicaes da luz

    Pretende-se que os alunos compreendam aspropriedades e o comportamento da luz, bem como assuas aplicaes.

    ??A luz fundamental quer para nos permitir ver tudoaquilo que nos cerca quer para nos comunicar

    informao. Pedir aos alunos que identifiquem sinaisluminosos e que pesquisem como so produzidos, otipo de informao que transmitem, quem os controlae a quem se dirigem (por ex. semforos, farol,anncios luminosos).

    ??Realizar experincias de modo a estudar a reflexo(usando diferentes tipos de espelhos) e a refracoda luz (usando diferentes tipos de lentes e lmina defaces paralelas). A pesquisa sobre a constituio doolho humano, as doenas de viso e o modo de asprevenir, assim como a evoluo da tecnologia

    associada a este campo da sade constitui umassunto importante a ser explorado pelos alunos.

    ??Incentivar os alunos a pesquisar a utilizao dasfibras pticas (por ex., em medicina e nastelecomunicaes) e proporcionar-lhes a oportunidadede realizar experincias.

    ??Realizar a experincia da disperso da luz,identificar as cores do espectro e relacionar com oarco-ris. Encorajar os alunos a efectuarinvestigaes usando filtros de diversas cores parainterpretar a cor dos objectos com base na absoroe reflexo da radiao incidente.

    ?? importante que os alunos observem ondas edistingam entre transferncia de energia por ondasmecnicas (do mar, sonoras, ssmicas) detransferncia de energia por ondaselectromagnticas (rdio, luz visvel, radiaoultravioleta). As ondas que fazem a televisofuncionar transportam energia e informao desde acentral de transmisso at nossas casas.

    ??Para estudar as caractersticas das ondas(comprimento de onda, amplitude, frequncia, perodoe velocidade das ondas) utilizar uma corda ou a tinade ondas. Usar uma mola para distinguir ondaslongitudinais de ondas transversais.

    Reaces Qumicas

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    possibilitam uma reciclagem permanente da matria.No caso dos alunos j conhecerem as mudanas defase da gua (constitui um contedo programticode Cincias Fsico-Qumicas, relacionado com astransformaes fsicas), tero facilidade em

    interpretar um esquema simplificado do ciclo dagua, a ttulo exemplificativo dos ciclosbiogeoqumicos.

    ??Tendo sido abordado o aparecimento de ilhas comoconsequncia de actividades vulcnicas, sugere-seque os alunos conheam o fenmeno da sucessoecolgica com base na colonizao (fase em que podeocorrer um crescimento exponencial daspopulaes) e posteriores alteraes nascomunidades que povoam esses espaos.Em alternativa, o professor pode optar por

    exemplificar a sucesso que ocorre aps uma reaser devastada por um incndio (o que serparticularmente significativo se tiver ocorrido umincndio numa regio prxima). As simulaes emcomputador podem facilitar a compreenso desteassunto.

    ?? Atravs da interpretao de grficos, os alunosdevem reflectir sobre a flutuao do nmero deindivduos de uma populao ao longo do tempo,respectivas causas e consequncias (por exemplo, o

    aumento do nmero de indivduos num espaolimitado pode originar maior competio e atrairpredadores, aumentando a taxa de mortalidade).

    Perturbaes do equilbrio dos ecossistemas

    ?? Atendendo a que inmeras catstrofes podemcomprometer o equilbrio dos ecossistemas e asobrevivncia das populaes humanas, os alunosdevem reflectir sobre causas e efeitos decatstrofes (alm das actividades vulcnica essmica, j abordadas, ocorrem outras catstrofes,

    tais como tempestades, inundaes, secas,exploses, poluio ou contaminaes). Deve dar-separticular relevo s que tiverem ocorridorecentemente e s que suscitarem maior interessenos alunos. Essas catstrofes podem ser discutidascom base em notcias veiculadas nos meios decomunicao social e devem ser realadas asrespectivas medidas de proteco das populaes.

    ??A poluio, nas mltiplas formas que pode tomar,constitui uma das principais causas do desequilbriodos ecossistemas. Fontes de poluio, agentes

    poluentes e consequncias da poluio sovertentes a serem exploradas neste tema.Sugere-se o contacto dos alunos com problemas

    Pretende-se que os alunos compreendam que aQumica se refere ao modo como os materiais setransformam para originar outras substncias.A matria pode sofrer uma variedade de mudanas,rpidas ou lentas, espectaculares ou imperceptveis,

    com ou sem libertao de calor. Incentivar os alunosa identificar, no mundo sua volta, reacesqumicas e a apresentar evidncias (mudanas de corou da temperatura, produo de gases ou de slidos)que apoiam os seus resultados.

    ??Sugere-se a realizao de experincias de combusto(por ex., carbono, magnsio, enxofre, sdio),permitindo aos alunos a identificao de reagentes eprodutos da combusto. fundamental comear aescrever equaes de palavras para traduzir asreaces qumicas. Pedir aos alunos a identificaode reaces de oxidao (por ex. respirao,enferrujamento do ferro). Pretende-se sensibilizaros alunos para o desgaste dos materiais, para acorroso dos metais e a para a necessidade de umaconstante vigilncia e manuteno (referncia stintas e vernizes e ao seu papel de proteco dosmateriais). Os alunos podem visitar fbricas detintas e vernizes para se aperceberem dos processosde fabrico e das substncias que as constituem.

    ??Partindo de solues do dia-a-dia (por ex., sumo delimo, vinagre, lixvia) realizar experincias usandovrios indicadores para caracterizar solues cidas

    e bsicas. Realizar uma experincia simples de cido-base. Relacionar com situaes comuns (por ex., aazia e o que se faz para a combater).

    ??Questionar os alunos acerca da solubilidade dediferentes substncias em gua. Incentiv-los apesquisar as propriedades da gua existente emdiferentes regies do pas, a dureza da gua emdiversas amostras e mtodos usados para diminuir adureza da gua de consumo.

    ??Realizar reaces de precipitao e interpretar aformao de sais pouco solveis (precipitados) a

    partir de sais solveis. Este contedo pode serrelacionado com aprendizagens j realizadas emCincias Naturais; por ex. relacionar com a formaode estalactites e estalagmites nas grutas calcriase com a formao de conchas e de corais.

    ??Incentivar os alunos a escrever as equaes depalavras correspondentes s reaces qumicasrealizadas e a investigar o que acontece massa dassubstncias que tomam parte numa reaco qumica.

    Velocidade das reaces qumicas

    ??Sugere-se que os alunos dem exemplos de reaces

    qumicas correntes e as classifiquem de acordo com arapidez a que se processam. importante arealizao de experincias de modo a identificar

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    reais, quer atravs de situaes locais e/ouregionais que os afectem em particular quermediante problemas mais gerais que afectam aTerra de um modo global e em particular os seresvivos. Deste modo, podero constituir temas de

    discusso: o efeito de estufa, o buraco do ozono, aschuvas cidas, a desflorestao, entre outros.Estes assuntos so passveis de serem estudadossob a forma de pequenos projectos,interdisciplinarmente com Cincias Fsico-Qumicase Geografia.

    factores que influenciam a velocidade das reacesqumicas. Relacionar com o que se faz no dia-a-diapara diminuir a velocidade das reaces qumicas (porex. o uso do frigorfico ou a utilizao deconservantes para a conservao dos alimentos).

    Explicao e representao das reaces qumicas??Numa primeira abordagem, pretende-se que os alunos

    compreendam que a matria tem estrutura, da qualdependem as suas propriedades. Sugere-se a pesquisade como a estrutura da matria tem sido entendidaao longo do tempo e a procura de evidncias quesuportam a teoria corpuscular da matria. Inferir opequenssimo tamanho dos corpsculos constituintesda matria e alertar para a impossibilidade dosnossos sentidos permitirem a sua observao. oportuno referir a diferena entre tomo e molcula.

    ??

    Explicar os estados fsicos da matria em termos daagregao corpuscular. A explorao de modelos,discutindo semelhanas e diferenas umaestratgia a seguir. Programas de simulao emcomputador ilustrando a teoria cintico-moleculardevem ser usados nesta fase. Realizar experinciasque permitam relacionar volume, presso etemperatura de amostras de gases.

    ??Confrontar os alunos com a existncia desubstncias constitudas por tomos iguais(substncias elementares) e substncias constitudaspor tomos diferentes (substncias compostas).Sensibiliz-los para a linguagem qumica derepresentao de substncias (smbolos e formulasqumicas) e para a necessidade de uma convenouniversal para os smbolos qumicos.

    ??Partindo de exemplos anteriores, reconhecer que hsubstncias cujas unidades estruturais tm cargaelctrica: ies. Explicar as reaces qumicas emtermos de rearranjo de tomos. Representar, comexemplos simples, as reaces qumicas por equaesqumicas. Juntar uma soluo cida a uma soluobsica, indicando os produtos, e traduzir a reaco

    por uma equao qumica.Mudana global

    Descrio e previso do tempo atmosfrico

    Pretende-se que os alunos tomem conscincia daimportncia que o conhecimento do tempoatmosfrico tem para a nossa sociedade e para apreveno de desastres.

    ??Incentivar os alunos a consultar um jornal na secocorrespondente ao estado do tempo para identificartermos relacionados com meteorologia. Sugere-se aconstruo de um glossrio de turma a que podemrecorrer sempre que precisem, ao longo do estudodesta temtica.

    ??Sugere-se o planeamento e a construo de

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    instrumentos simples que permitam estudar avariao da presso atmosfrica. Os alunos podemtambm construir anemmetros, pluvimetros ouhigrmetros e utiliz-los na escola. Comparar osvalores obtidos com os valores publicados e calculara percentagem de erro, discutindo fontes de erro.

    ??Sugere-se a pesquisa sobre as formas de recolha dedados em meteorologia e sobre o papel dos satlitesmeteorolgicos.

    Influncia da actividade humana na atmosfera terrestree no clima

    ??O estudo deste tpico, tendo em conta o seucarcter interdisciplinar, deve ser realizado emcoordenao com as Cincias Naturais e a Geografia.Sugere-se a realizao de projectos centrados naidentificao de poluentes atmosfricos, as suas

    possveis causas, consequncias e formas deminimizao. Nesses projectos os alunos podem, porex., analisar boletins com os valores dos poluentesatmosfricos em vrios pontos do nosso pas,explicar a reduo do ozono na estratosfera ediscutir o impacte dessa reduo na vida. Os alunosdevem tomar conscincia da importncia de se acabarcom a emisso de xidos azotados e declorofluorcarbonetos (CFCs), para proteger a vida naTerra.

    Gesto sustentvel dos recursos

    A abordagem desta temtica pode ter como linhas norteadoras as trs grandes questes propostas:Quais so as consequncias para a Terra da utilizao desregrada dos recursos naturais?, Quaisso as consequncias das aplicaes cientficas e tecnolgicas para a Terra? e Como poderemoscontribuir para a sustentabilidade da Terra?.

    O trabalho pode desenvolver-se na disciplina de Cincias Naturais e na de Cincias Fsico-Qumicasem articulao ou ser abordado de forma transdisciplinar com a interveno das disciplinas deHistria, Geografia, Portugus, entre outras. Pode tambm ser desenvolvido na rea de Projecto,constituindo ocasio para os alunos realizarem actividades de pesquisa.

    Recursos naturais Utilizao e consequncias

    ??Os alunos podero comear por efectuar um levantamento e identificao dos recursos naturaisexistentes na sua regio a partir do qual procedero ao estudo mais pormenorizado de um deles.A ttulo exemplificativo sugere-se o estudo da extraco dos recursos minerais recorrendo, setal for possvel, a pequenos estudos locais e/ou anlise de notcias de imprensa, relacionadascom a explorao de minas, pedreiras, areeiros e respectivas consequncias para osecossistemas. A extraco dos metais a partir dos minrios deve ser abordada, dando nfase sua importncia para a evoluo das civilizaes e s razes que tornam estes materiais toimportantes na nossa sociedade. Os alunos podem pesquisar acerca dos minerais existentes nonosso pas (em especial o cobre e o ferro) e sobre o tratamento e utilizao que deles se faz.Este contedo poder ser favorvel implementao de estratgias de resoluo de problemas ede tomadas de deciso.

    ??A transformao dos recursos em produtos de utilidade ocorre atravs da manufacturao.Sugere-se que os alunos pesquisem sobre os materiais que existem nossa volta e identifiquem a

    matria prima que os originou (por exemplo: papel, vidro, vesturio, sacos de plstico, panelas,jias, sal das cozinhas). recomendada a realizao de visitas de estudo a unidades industriaisexistentes na regio e a correspondente anlise dos custos, benefcios e riscos sociais e

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    ambientais associados actividade industrial.

    ??O estudo da utilizao dos recursos naturais, energticos, hdricos, biolgicos e respectivasconsequncias, poder ser feito mediante a realizao de trabalhos projecto, em grupo, no seioda disciplina. Dever ser realada a utilizao de recursos como a gua e o petrleo. Desde ostempos mais recuados a gua assume um papel fundamental no desenvolvimento das populaes; a

    abordagem a este tema poder ser feita com recurso a actividades experimentais, anlise dedocumentos previamente seleccionados pelo professor, pesquisa de informao e discusso. importante realar a importncia da gua na alimentao, na higiene, na produo de energia, naagricultura, na indstria.... Recomenda-se que nesta temtica os alunos compreendam a existnciade diferentes tipos de guas e a relao com a sua utilizao para fins diversos. Os alunospodero, mediante a anlise de informao que conste, por exemplo, em tabelas e grficos,identificar semelhanas e diferenas, nomeadamente relativas presena de ies, entre a guada torneira e outras. A comparao da composio qumica de diferentes guas minerais poderlevar distino entre guas de nascente, gua mineral, gua termal e gua medicinal.

    ??Pode ainda ser efectuado um levantamento sobre: consumo mdio dirio de gua por pessoa, fontede abastecimento do meio local, necessidades locais, tratamento da gua antes de chegar

    torneira. A leitura de grficos e/ou tabelas relativos aos valores mdios dos gastos de guapara uso industrial, agrcola e domstico, percentagem de gua consumida em relao aosrecursos existentes, e evoluo do consumo mundial de gua por ano, poder tambm incentivaros alunos a no desperdiar este bem propondo e implementando na sua casa e na escola acesconducentes a evitar o seu desperdcio. Em conformidade, sugere-se a anlise da Carta Europeiada gua, bem como de outros documentos de legislao internacional e nacional, discutindo o seuincumprimento e a divulgao dos resultados na comunidade educativa.

    ??Recomenda-se o estudo do consumo de combustveis fsseis, dando especial nfase velocidade emodo de consumo comparativamente com o modo e tempo de formao. Oestudo de soluesalternativas para minimizar a dependncia face aos combustveis fsseis poder ser efectuado apartir da anlise de situaes reais, como a construo de barragens (Alqueva, por exemplo), decentrais nucleares, de centrais elicas e de painis solares, a biotecnologia... envolvendo osalunos na anlise da razo benefcio / custos e culminando em tomadas de deciso na seleco dasoluo ou solues mais adequadas considerando toda a informao que possuem. Tambm opetrleo, pela importncia que assume no nosso quotidiano, deve ser alvo de especial ateno porparte dos alunos, para que compreendam como a indstria do petrleo tem vindo a afectar associedades contemporneas. Para isso, podem ser incentivados a pesquisar sobre a utilizao dosderivados do petrleo no dia-a-dia, vantagens e inconvenientes associados ao seu uso. A pesquisaa realizar pode contemplar a constituio qumica do petrleo, extraco e processo derefinao, transporte antes e aps tratamento nas refinarias, evidenciando procedimentos desegurana a ter em conta e custos envolvidos. A discusso da variao do preo do barril depetrleo, por exemplo, durante um ms, identificando as razes que contribuem para essasalteraes pode ser uma actividade a explorar. importante que o professor incentive os alunos

    a responder a questes como Quando o preo do petrleo sobe para preos que no socomportveis para ser usado, o que poderemos ns fazer?. Sugere-se uma visita a uma refinariapara observarem e registarem dados sobre o processo de refinao do petrleo e sobre osprodutos resultantes.

    ??Os alunos podem pesquisar materiais de que so feitas a maior parte das nossas roupas queactualmente substituem cada vez mais os materiais naturais como algodo, l, seda, ou borracha.A verificao de etiquetas de vesturio ser uma estratgia que permitir constatar a origemsinttica dos materiais, muitos deles derivados do petrleo. Outro aspecto tem a ver com osmateriais de que so feitos objectos de uso corrente e como substituram tambm materiaistradicionais.

    Proteco e conservao da natureza??A extraco, transformao e utilizao dos recursos naturais produz, em diferentes momentos,

    resduos e lixos que necessrio considerar. A realizao de visitas de estudo a aterros

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    sanitrios e/ou a incineradoras podem constituir actividades pertinentes para promover adiscusso de diferentes questes, frequentemente mobilizadoras da interveno pblica e demanifestaes populares. Uma dessas questes poder ser Qual a localizao mais adequadapara o armazenamento dos resduos? Os alunos podem analisar documentos previamenteseleccionados pelo professor que evidenciem conflitos de interesses inerentes a estas questes.Esta temtica favorece a promoo de ambientes de aprendizagem baseados na resoluo deproblemas e em exerccios de tomada de deciso.

    ??As visitas de estudo a estaes de tratamento de guas residuais (ETARs) poder proporcionaraos alunos o contacto directo com diferentes processos (fsicos, qumicos e biolgicos) pelosquais possvel o tratamento de guas provenientes, por exemplo dos esgotos, de actividadesindustriais, domsticas e agrcolas, entre outras, por forma a ser obtida gua de novo potvel.

    ??Com estas, ou outras actividades, pretende-se mobilizar os alunos para a importncia dareciclagem dos resduos (lixo, gua, papel, lata, entre outros) e, ao mesmo tempo, sensibiliz-lospara a necessidade de preservar, e economizar os recursos naturais. De forma complementar osalunos podero partir da anlise do que se passa no meio local, atravs do diagnstico dasituao relativa ao depsito dos lixos domstico, industrial e hospitalar, por exemplo,(periodicidade de recolha, recipientes de depsito, existncia e localizao de ecopontos e deecocentros), seguida de um levantamento, junto da Cmara Municipal da sua rea, sobre aquantidade de lixo produzido por habitante, modo de recolha e tratamento do mesmo. Ainda nestembito, os alunos podero elaborar panfletos de divulgao sobre a separao do lixo domstico,local de depsito e modo de tratamento do mesmo por forma a intervirem junto da comunidadeeducativa.

    ??Tendo presente a necessidade de extrair, transformar e utilizar os recursos naturais e asvantagens e inconvenientes associados a estas aces, os alunos podero pensar e sugerirpropostas relativas a uma gesto racional dos recursos, comparando-as posteriormente comdocumentos actuais sobre este assunto (por exemplo o protocolo de Quioto, assinado no Quiotoa 11 de Dezembro de 1997). Debater a polmica centrada em torno deste Protocolo (discutido emHaia nos meses de Maro-Abril de 2001).

    ??Outras actividades a realizar podem incluir a realizao de visitas de estudo a uma ou vriasdas seguintes reas: Parque Nacional, Parque Natural, Reserva Natural, Paisagem Protegida e/ouStio Classificado, recolhendo elementos documentais (fotografias, diapositivos, vdeos) queevidenciem caractersticas das reas visitadas (fauna, flora, geologia da regio, formas derelevo...) e o impacte ambiental produzido por aco humana por forma a que, de seguida, discutame reflictam sobre os dados recolhidos e os analisem permitindo a introduo de questesdirectamente relacionadas com a sustentabilidade. Os alunos podem comunicar os seusresultados e concluses em pequenas brochuras para consulta na biblioteca escolar, na internet(pgina da escola) ou no jornal da regio.

    ??Outras questes passveis de interesse e alvo de discusso pblica recente, como por exemplo, aconstruo do tnel da CREL (Periferia de Lisboa), a preservao de uma parte da Pedreira do

    Galinha na regio de Ourm, a proteco do Monte Santa Luzia em Viseu, do campo de Lapis emNegrais (Pro Pinheiro), a tentativa de proteco da Pedra Furada (Setbal), entre outros,podero constituir outros exemplos a ser investigados pelos alunos, no sentido decompreenderem a complexidade de relaes que se estabelecem entre a Cincia e a Sociedade,sensibilizando-os para a importncia da conservao e preservao dos geomonumentos.

    Riscos das inovaes cientficas e tecnolgicas para o indivduo, a sociedade e o ambiente??A este nvel sugere-se a discusso de problemticas reais, como por ex. o lanamento da bomba

    atmica em Hiroshima, as experincias nucleares feitas nos atis do Pacfico, acidentes emcentrais nucleares, entre muitos outros. Estas problemticas podero constituir oportunidadepara discusso sobre questes de natureza social e tica que permitam aos alunos momentos dereflexo a propsito dos prs e contras de algumas inovaes cientficas para o indivduo, para a

    sociedade e para o ambiente.

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    VVIIVVEERR MMEELLHHOORRNNAA TTEERRRRAA

    CINCIAS NATURAIS CINCIAS FSICO- QUMICAS

    Sade Individual e Comunitria??Indicadores do estado de sade de uma populao??Medidas de aco para a promoo da sade

    Transmisso da vida??Bases fisiolgicas da reproduo??Noes bsicas de hereditariedade

    O organismo humano em equilbrio??Sistemas neurohormonal, crdio-respiratrio,

    digestivo e excretor em interaco??Opes que interferem no equilbrio do organismo

    (tabaco, lcool, higiene, droga, actividade fsica,alimentao)

    Em Trnsito?? Segurana e preveno??Movimento e foras

    Sistemas elctricos e electrnicos?? Circuitos elctricos?? Electromagnetismo?? Circuitos electrnicos e aplicaes da electrnica

    Classificao dos Materiais?? Propriedades dos materiais e Tabela Peridica?? Estrutura atmica?? Ligao qumica

    Cincia e Tecnologia e qualidade de vida

    (Cincia e Tecnologia na resoluo de problemas da sade individual e comunitria,

    Avaliao e gesto de riscos)

    O que significaqualidade de vida? Como se processa a

    continuidade e avariabilidade dos

    sistemas?

    De que modoa Cincia e a

    Tecnologia podemcontribuir para a

    melhoria daualidade de vida?

    Que hbitos individuais contribuempara uma vida saudvel ?

    Como se controlam e regulam ossistemas?

    De que modo qualidade de vida

    implica segurana e preveno?

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    EXPERINCIAS EDUCATIVAS

    CINCIAS NATURAIS CINCIAS FSICO- QUMICAS

    Sade Individual e Comunitria

    No sentido de responder s questes O quesignifica qualidade de vida? e Que hbitosindividuais contribuem para uma vida saudvel?deve ser abordado o conceito de sade, o qualimplica uma relao comigo, com os outros e com oambiente. A nfase deve ser dada promoo dasade individual e comunitria, abordada de modotransversal ao longo do tema integrador ViverMelhor na Terra.

    Indicadores do estado de sade de uma populao

    ??O incio dos diferentes contedos programticos

    pode ser feito tendo em conta os diferentesindicadores, por exemplo nmero de gravidezes naadolescncia, principais doenas cardiovascularesque afectam a populao local, entre outros.

    ??Os alunos podem realizar trabalhos de pesquisa(se possvel, em colaborao com as disciplinas deGeografia e Histria) em que aprofundem temaspertinentes no mbito da sade comunitria eindividual, tais como a assistncia mdica, avacinao, os rastreios, o stresse ou oordenamento do territrio, entre outros.

    Medidas de aco para a promoo da sade??Uma possibilidade a realizao de trabalhos de

    grupo (escrito, desenho, audio e vdeo, fotografia)em que seja aprofundado um tema do interesse dosalunos; podem seguir-se vrias iniciativas deinterveno no meio escolar ou familiar. Assim,assumindo atitudes promotoras de sade, o alunopode tomar medidas de preveno e intervir nacorreco dos desequilbrios.

    Transmisso da vida

    A temtica Transmisso da vida pretende abordaraspectos fundamentais relativos continuidade e variabilidade dos sistemas, seguindo um processodinmico. Neste contexto, os alunos devemconhecer as bases morfolgicas e fisiolgicas dareproduo humana e adquirir algumas noesbsicas de hereditariedade, sendo importanteabordar assuntos que so debatidos nas sociedadesactuais e sobre os quais os cidados devem teruma opinio fundamentada.

    Bases morfolgicas e fisiolgicas da reproduohumana

    ??Retomando a noo de sistema, pretende-se que os

    Em Trnsito

    As questes De que modo a Cincia podecontribuir para a melhoria da qualidade de vida? eDe que modo qualidade de vida implica segurana epreveno? podem orientar o desenrolar de toda atemtica nas Cincias Fsico-Qumicas.

    Segurana e Preveno

    A segurana e a preveno constituem condioessencial em diversos aspectos relacionados com aqualidade de vida. Assim, sero abordadas emdiferentes momentos do tema Viver Melhor naTerra.

    ??Para iniciar, sugere-se o recurso a notcias sobreacidentes rodovirios, queda de pontes e edifcios,entre outros, para sensibilizar os alunos para anecessidade do cumprimento de regras de prevenoe segurana.

    ??Os alunos podem construir um modelo de uma ponte,usando o material que entenderem, e prever a cargamxima que a ponte pode suportar, discutindo ascondies de segurana previstas na construo eutilizao.

    ??Discutir as normas de segurana rodoviria e a

    necessidade de as respeitar, atravs davisualizao de vdeos sobre conduo em condiesde segurana, considerando o tempo de reaco docondutor, as condies das estradas, dos pneus e ascondies atmosfricas.

    ??Discutir o papel dos cintos de segurana ecapacetes. Sugere-se a anlise de tabelas ougrficos que relacionem os efeitos de travagem doveculo no indivduo, para diferentes valores develocidade.

    ??Sugere-se a discusso sobre a importncia da

    manuteno de pontes, edifcios, estradas com aanlise dos interesses econmicos, sociais eambientais envolvidos.

    Movimento e foras

    A noo de movimento associada s CinciasNaturais, numa perspectiva de continuidade devida, tem aqui uma expresso bem clara e maisconcreta.

    Movimento uma constante no nosso dia-a-dia.Esta temtica, j abordada no tema Terra noespao, pode agora ser iniciada com questessobre o movimento dos objectos, permitindo aos

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    alunos reconheam o organismo humano como umsistema organizado segundo uma hierarquia devrios nveis (sistema, rgo, tecido, clula).Podem ser exploradas representaes do interiordo organismo humano (CD-Rom, ou em modelotridimensional) de forma a que os alunosidentifiquem a posio relativa de diversos rgose tecidos. A partir da abordagem sugerida pode serintroduzido o sistema reprodutor dando nfase particularidade de este atingir o seu plenofuncionamento num perodo mais tardio dodesenvolvimento do organismo humano.

    ??Atendendo fase de desenvolvimento em que osalunos se encontram, sugere-se um levantamentodos conhecimentos e dvidas dos alunos sobre areproduo humana, bem como sobre mudanasfsicas e emocionais experimentadas durante a

    puberdade, de modo a promover uma motivao parao tema.

    ??A morfologia e a fisiologia do sistema reprodutorhumano (ciclos ovrico e uterino e condiesnecessrias ocorrncia de gravidez) bem como osefeitos das hormonas sexuais (estrogneos,progesterona e testosterona, local de produo erespectiva influncia no desenvolvimento doscaracteres sexuais) podem ser conhecidosmediante a explorao de diagramas simples e/ouatravs da anlise de casos concretos.

    No se pretende a este nvel que os alunos fiquema conhecer a regulao hormonal dos ciclos ovricoe uterino.

    ??A abordagem aos mtodos de contracepo e preveno das infeces de transmisso sexual(SIDA, herpes, hepatite B), pode ser feita, porexemplo, a partir de textos relativos histria damedicina. Possibilidades e limites da medicinamoderna no tratamento e cura destas doenaspodem ser alvo de discusso e de reflexo.

    ??Esta problemtica muito delicada, toca em

    aspectos emocionais e ntimos que preciso sabergerir, ao mesmo tempo que implica a necessidade derespeitar o nvel de desenvolvimento dos alunos,diferentes valores, culturas e modos deperspectivar a vida, pelo que ser essencial aabordagem destes assuntos em conjunto comespecialistas. Recorrer a tcnicos de sade(enfermeiros, mdicos, psiclogos...) e a tcnicosde Promoo e Educao para a Sade dos Centrosde rea Educativa, de modo a desenvolver estatemtica numa perspectiva de educao dasexualidade que contemple aspectos ticos,afectivos e sociais, para alm dos aspectosbiolgicos.

    alunos expressarem as suas ideias efundament-las. Tendo em conta essas ideias,sugere-se a explorao deste contedo utilizandoactividades como as que se seguem.

    ??Proporcionar uma aula ao ar livre para os alunos

    correrem entre vrias posies, previamentemarcadas, registar os tempos que levam apercorrer as distncias, sentir os efeitos daacelerao e desacelerao e construir grficos deposio e de velocidade em funo do tempo.Analisar os dados recolhidos e o que significaacelerar e retardar.

    ??Os horrios de comboios ou de outros transportespodem ser usados para calcular e compararvelocidades mdias para as mesmas distnciaspercorridas. Sugere-se que os alunos estimem a

    velocidade mdia de objectos em movimento e quedepois planeiem e realizem experincias de modo adetermin-la. Posteriormente, podem calcular apercentagem de erro relativamente ao valorestimado.

    ??O estudo dos movimentos rectilneos pode serefectuado com carrinhos (modelos laboratoriais oude brinquedo), utilizando, por ex., registos commarcador electromagntico ou sensores de luz. Aanlise dos dados obtidos deve permitir classificaro tipo de movimento em diversos intervalos detempo, determinar velocidades instantneas ecalcular a acelerao mdia num dado intervalo detempo. Os alunos podem tambm construiracelermetros e test-los no ptio da escola,durante uma corrida.

    ??Identificar os processos correntes de medio develocidades, comparando-os com os usados pelapolcia na deteco da velocidade dos automveis.Planear, construir e testar um velocmetro para umcarro ou bicicleta. Apresentar turma o produtofinal bem como os fundamentos tericos quepossibilitaram a construo do velocmetro.

    ??No estudo das foras que afectam os movimentos,devem realizar-se actividades experimentais,relacionando a existncia de repouso ou movimentorectilneo e uniforme com o valor da resultante dasforas que actuam num corpo.

    ??Para abordar o atrito, os seus efeitos e factoresde que depende, sugerem-se vrias actividades. Apartir da observao (ou visualizao em vdeo) deciclistas numa corrida, os alunos podem descrevercomo aqueles se posicionam para adquirir uma maiorvelocidade, explicitando as suas interpretaes.

    Tambm podem planear e realizar investigaes quepermitam estudar factores que influenciam as

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    Noes bsicas de hereditariedade

    ??No mbito de uma abordagem geral sobre algunsaspectos da hereditariedade, os alunos devem serconfrontados com situaes concretas detransmisso de caractersticas ao longo dasgeraes (cor dos olhos e do cabelo), mediante aanlise de rvores genealgicas simples e adiscusso de questes do tipo como p