3x3 3 artistas 3 dimensões Marcelo Lago, Maurício Bentes, Luiz Pizarro

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Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Solange Utuari

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

3x3: 3 artistas, 3 dimensões: Marcelo Lago, Maurício Bentes, Luiz Pizarro /

Instituto Arte na Escola ; autoria de Solange Utuari ; coordenação de Mirian

Celeste Martins e Gisa Picosque. – São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 98)

Foco: MC-5/2006 Mediação Cultural

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-7762-029-8

1. Artes - Estudo e ensino 2. Escultura 3. Relação público e obra 4. Lago,

Marcelo 5. Bentes, Maurício 6. Pizarro, Luiz I. Utuari, Solange II. Martins,

Mirian Celeste III. Picosque, Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

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DVD3x3: 3 artistas, 3 dimensões: Marcelo Lago,Maurício Bentes, Luiz Pizarro

Ficha técnica

Gênero: Documentário com depoimentos de artistas e do crí-tico de arte Alair Gomes.

Palavras-chave: Artista-curador; contato com o público; pro-vocar o espectador; poética do efêmero; ativar sentidos; diálo-go com a matéria; escultura; espaço; Geração 80.

Foco: Mediação Cultural.

Tema: A exposição: 3x3: 3 artistas, 3 dimensões desde o seuconceito curatorial, a organização, a montagem e as obras dosartistas em processo de criação.

Artistas abordados: Maurício Bentes, Marcelo Lago, LuizPizarro e Franz Weissmann.

Indicação: A partir da 7ª série do Ensino Fundamental.

Direção: Malu de Martino.

Realização/Produção: Doc-Vídeo Produções.

Ano de produção: 1998.

Duração: 23’.

SinopseA exposição 3x3: 3 artistas, 3 dimensões realizada na Casa deCultura Laura Alvim em 1988, na cidade do Rio de Janeiro,aponta os caminhos da arte nos anos 80. A partir das produ-ções de Marcelo Lago, Luiz Pizarro e Maurício Bentes, odocumentário revela as relações entre obra, espaço e público.Apresenta também os artistas trabalhando em seus ateliês,cenas da montagem da exposição, depoimento do crítico de arteAlair Gomes e entrevistas com transeuntes sobre escultores e

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esculturas. Os artistas falam dos seus processos de criação, amaterialidade de suas obras, conceitos de arte contemporânea,intervenções no espaço expositivo e suas intenções de provo-car experiências estéticas.

Trama inventivaMuseus, galerias e instituições culturais abrigam exposições,acolhem visitantes. Curador, museólogo, formas de expor,montagem, ação educativa e professor mostram as obras aoscaminhantes, oferecendo acesso, afetando-os. Olhos-corpossensíveis se movem dentro das obras e ao redor delas. O visi-tante vive a vida lenta. Experiência estética: múltiplas sensa-ções, percepções, reflexões. Às vezes, a experiência é solitá-ria, em seu próprio ritmo. Algumas vezes, é compartilhada comoutros numa visita mediada. Seja como for, a mediação propõeum acasalamento entre a carne do nosso corpo e a carne dasobras de arte, também na escola. Neste documentário, tudoparece mirar para o território Mediação Cultural da cartogra-fia. Na geografia dos passos, celebremos a vida cultural!

O passeio da câmera

No espaço das ruas, pessoas são convidadas a lembrar denomes de escultores e a pensar sobre uma questão: o que vocêsente ao ver uma escultura? Desde o início, é possível perce-ber como o documentário, assim como os artistas, preocupa-se com as relações entre a obra de arte, o público e o contextoonde está situada.

Efeitos de imagens e música também preparam o nosso olharpara entrar no espaço e acompanhar os preparativos da mon-tagem da exposição 3x3: 3 artistas, 3 dimensões, na Casa deCultura Laura Alvim/Rio de Janeiro, em 1988.

Nos ateliês e na galeria, vemos os artistas produzindo seus tra-balhos. Maurício Bentes fala do seu trabalho com a luz. O fogoé sua fonte de interesse e aquece os argumentos do artista. Oferro é aquecido para dar forma às idéias de Bentes, fragmentos

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de luzes que atravessam sua escultura. Luiz Pizarro fala de seutrabalho de intervenção no espaço, onde transforma objetos, ga-lhos e troncos, até mesmo a escultura de Franz Weissmann quese encontra no espaço do centro cultural, envolvendo-os por fil-me plástico. Cores, linhas de ferro, madeira são criadas porMarcelo Lago, que relata também seu processo de criação.

O crítico de arte Alair Gomes nos aproxima da proposta daexposição e da articulação desses três artistas na relação es-paço e obra.

Alocamos esse documentário no território de Mediação Cul-

tural, uma vez que focaliza a intenção dos artistas-curadoresem provocar o espectador, buscando o contato com o públicona montagem de uma exposição. Além disso, o documentáriose conecta com outros territórios. Podemos perceber a poéticada Materialidade, o Processo de Criação de cada artista, asrelações entre Forma-Conteúdo nos elementos da visualidade,especialmente o espaço. No território de Saberes Estéticos e

Culturais, podemos refletir sobre a arte nos anos 80 e as polí-ticas culturais; escultura e intervenções em Linguagens Artís-

ticas e outras possibilidades que podem ser criadas por você.

Sobre os artistas

Luiz Pizarro (Rio de Janeiro/RJ, 1958)

Luiz Pizarro estuda na Escola de Artes Visuais do Parque Lage1 ,local em que atua como artista participando da exposição Como

vai você, Geração 80? 2, com Marcelo Lago, Maurício Bentes,Leonilson, Leda Catunda, Beatriz Milhazes, Tunga, Nuno Ra-mos, entre outros. Nessa escola, também trilha o caminho deprofessor do Núcleo de Pintura. Sua primeira exposição indivi-dual acontece em 1984. No mesmo ano, integra o Ateliê da Lapacom Angelo Venosa, Daniel Senise e João Magalhães.

Participa da exposição 3x3: 3 artistas, 3 dimensões envolven-do com filme plástico elementos como troncos e galhos de ár-vores. Para ele: “as formas já estão aí. Eu simplesmente asreconheço. Eu não as penso antes, eu as reconheço e quase

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que roubo esta forma da natureza”. No jardim em frente aocentro cultural, a escultura do artista Franz Weissmann, um dosmais representativos artistas brasileiros na linguagem da es-cultura abstrata, também recebe a intervenção de Pizarro quea envolve com material transparente.

O artista expõe na 18ª e 21ª Bienal Internacional de São Paulo eparticipa das exposições A imagem do som de Gilberto Gil, no PaçoImperial/RJ em 2000, Onde está você, Geração 80? no CentroCultural Banco do Brasil – CCBB/RJ em 2004, além de diversascoletivas no Brasil e no exterior. Em trabalhos mais recentes, LuizPizarro discute a apropriação cultural a partir de gravuras de ar-tistas viajantes europeus do século 16 e 17, cobrindo-as por umagrossa camada de cera. As estranhas imagens “constituem me-táforas para o conflito inerente aos choques entre culturas”3.

Marcelo Lago (Rio de Janeiro/RJ, 1958)

Com sua formação iniciada na Escola de Artes Visuais do Par-que Lage, na Oficina de Escultura do Ingá e no grupo de estu-dos do artista plástico Paulo Garcez, Marcelo Lago tem se pre-ocupado com a experiência frente ao objeto. Para ele4 : “o sig-nificado não está no objeto em si, é o conhecimento adquiridopelo espectador-participante-criador, através do processo dopensamento, que se origina na experiência (objeto). Os obje-tos só têm a finalidade de servir de referência”.

Na exposição apresentada no documentário, Marcelo Lago ocupao espaço com esculturas que redesenham a fachada do prédio.Cores, linhas e formas fazem convites, instigam a curiosidade, pro-vocam o público a entrar e contemplar arte e ambiente integrados.

Atuante desde a década de 80, Marcelo Lago realiza sua pri-meira exposição individual em 1993, com Grafismos visuais econtinua participando de exposições importantes com interven-ções no espaço e provocações feitas ao público. Suas obrastambém ocupam espaços públicos como o Metrô Barra Fun-da/São Paulo e Paço Imperial/RJ, onde em 2005 realiza im-portante individual: Memórias, sonhos e reflexões, três insta-lações com uma referência direta a C. G. Jung.

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Maurício Bentes (Rio de Janeiro/RJ, 1958 - Rio de Janeiro/RJ, 2003)

Formado em economia, é na Escola de Artes Visuais do ParqueLage que Maurício Bentes inicia no universo artístico, realizandosua primeira exposição individual em 1982. Nas participações nasexposições nacionais e internacionais, dentre elas Como vai você,

Geração 80? e a Bienal de São Paulo (em duas edições), em suasobras públicas e intervenções, o seu trabalho envolve a luz comomaterialidade vital. Diz ele: “Esta fixação em cima da luz, em cimada energia, faz parte também dessa pesquisa de descobrir alter-nativas e novos caminhos de trabalho dentro das artes plásticas.”

Lâmpadas, placas de ferro, cerâmica, alimento, calor, luz e ofogo que aquece a vontade de criar. Maurício Bentes fala nestedocumentário sobre a importância do fogo no seu trabalho, fontede calor que transforma materiais e revela a luz, elemento queatrai, motiva experiências e relações simbólicas que provocamdiferentes leituras. Em 3x3: 3 artistas, 3 dimensões, apresentaesculturas que exibem a poética da materialidade da luz naintenção de despertar o olhar do fruidor que transita na praiade Ipanema em frente à Casa de Cultura Laura Alvim.

Em suas obras, explora efeitos de luz e sombra, texturas, arteefêmera, materiais perecíveis e cria imagens enigmáticas.Bentes teve uma curta trajetória com sua morte prematura em2003, mas marcou o cenário das artes visuais com sua produ-ção inovadora em que explora materiais e idéias, sempre aten-to ao espectador como co-partícipe. Nas obras5O banquete,no Parque Lage, em 1988, na Semana Antropofágica no Galpãodas Artes, em 1990, ou no evento de inauguração da exposiçãoPaixão do olhar, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro -MAM/RJ, em 1993, o público é convocado a comer para criara própria escultura, deixando que a luz vaze e tome o espaço.

Os olhos da arteSe mudanças no conceito de obras de arte andam juntas commudanças nos esquemas espaciais genéricos, também a re-lação do espectador com as obras se modifica.

Alberto Tassinari6

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Envolvidos no desejo de atrair o espectador quase como umaaranha que alicia sua presa para neste envolvimento consumi-la, o artista cria a sua obra. Para a estudiosa de processos decriação, Cecília Almeida Salles7 : “a relação comunicativa é in-trínseca ao ato criativo. Está inserido em todo processo cria-tivo o desejo de ser lido, escutado, visto ou assistido”. A rup-tura do suporte, a pesquisa por novos materiais, as propostasde interação entre arte e público são criações de artistas comoLygia Clark e Hélio Oiticica que levam essa relação comunica-tiva ao extremo, considerando-se propositores, como diz ela8 :

Nós somos os propositores: nós somos o molde, cabe avocê soprar dentro dele o sentido da nossa existência. Nóssomos os propositores: nossa proposição é o diálogo. Sós,não existimos. Estamos à sua mercê. Nós somos ospropositores: enterramos a obra de arte como tal e cha-mamos você para que o pensamento viva através de suaação. Nós somos os propositores: não lhe propomos nemo passado nem o futuro, mas o agora.

Na Casa de Cultura Laura Alvim/RJ9 , Luiz Pizarro, MaurícioBentes e Marcelo Lago convidam os transeuntes a entrar no es-paço expositivo, provocando estranhamentos na invasão da facha-da e da praia em frente à galeria e na intervenção na obra de FranzWeissmann que ocupa a calçada. Nada é feito de modo aleatório,envolve não só a retina do espectador, mas também a sua cognição.“Eu estava vindo, atravessando e vi. Achei forte. Não sei o queé…”, diz o entrevistado no documentário, que também envolvetranseuntes, questionando-os sobre esculturas e escultores.

Para o crítico de arte Alair Gomes, houve uma “planificação

Luiz Pizarro - Para que lado fica o Paraíso?, 1995

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cuidadosa da exposição que vai facilitar enormemente o conta-to da obra exposta com o grande público. Vai ser complementadapelo caráter de intervenção que todos os três artistas resolve-ram imprimir à exposição”. A escultura contemporânea explo-de na espacialidade e Lago, Pizarro e Bentes, como produtoresde arte e curadores, seguem suas propostas, desafiam mate-riais, tempo e espaço, dimensões e escalas, e inventam umaespacialidade outra. Não é o lugar que se torna adequado àsobras e sim as obras que interagem com o ambiente e dese-jam interagir com o público.

Estranhamento, aceitação, participação ou repulsa movem

o espectador e o convidam a participar de uma experiên-

cia estética. Nesse sentido, o espaço do museu, casas decultura e galerias são mais que locais para expor peças de arte.Podem se tornar ambientes para o pensamento estético, soci-

Marcelo Lago

Memórias, sonhos e

reflexões

Detalhe da Instalação

Coleção Gilberto

Chateaubriand - MAM/RJ

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al, político, ampliando visões de mundo e fazendo com que ar-tistas e público reflitam sobre a complexidade humana. Espa-ços públicos que apresentam e nutrem contextos culturais.

Pensar o espaço de exposição como um lugar para ativar

culturalmente obras de arte merece um meticuloso plane-

jamento, no qual o ato de expor supera a simples idéia de

mostrar ao outro. A estrutura física do espaço expositivo, odesenho museográfico da exposição, a montagem e as própri-as obras provocam a leitura do público e demonstram o desejode envolvê-los numa relação vívida, participativa e interacional.Afinal, “a arte já não se propõe a fornecer uma imagem da Belezanatural nem quer proporcionar o pacificado prazer da contem-plação de formas harmônicas”, como diz Umberto Eco10.

A emoção, a sensação e o pensar que ela [a obra de arte]provoca em nós são ressonâncias internas provocadaspelas sutilezas da própria linguagem. Quando estamosdiante de uma obra, a recriamos em nós. A contemplaçãode uma produção artística nunca é passiva, algo de nóspenetra na obra ao mesmo tempo que somos por ela inva-didos e despertados para novas sensibilidades.11

Viver a interação com obras de arte, permitir que a obra nos

habite, exige espaços de disponibilidade interna e, muitas ve-

zes, momentos privilegiados de acesso. Momentos presentesna ação mediadora de artistas, curadores, críticos de arte, profis-sionais que trabalham em instituições culturais e, além de outros,como professores atentos e sensíveis que, em meio a todos elese aos seus alunos, possam gerar contatos. Para Ana Claudia deOliveira12, para quem “entra-se na obra não só pelos olhos”,

na acepção desse vocábulo, do latim contactu, está o atode exercer o sentido do tato. Para que esse entre em ação,diz-nos previamente a palavra, é necessário estar com,ou seja, em certas condições de conjugação exigidas pelaobra para o receptor fruí-la. Ainda, esse contato previstosó pode ser de uma espécie, o do tipo contágio que impli-ca estar na e com a obra.

Somos capturados nas teias dos artistas e suas obras, em “comTATO”,vivendo a obra entre o definível e o indefinível, entre o que conhece-mos e o que não compreendemos, entre medos e ousadias, entre asegurança e o mergulho na experiência estética e estésica.

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O passeio dos olhos do professorConvidamos você a iniciar um diário de bordo a partir de suas ano-tações sobre o documentário. Uma pauta do olhar poderá ajudá-lo:

O que o documentário desperta em você?

Como você vê as obras dos três artistas? Quais as seme-lhanças e as diferenças entre as proposições de cada um?

O que é possível perceber das intervenções no espaçoexpositivo? E do interesse pela relação com o público?

O que as entrevistas evidenciam para você? Seus alunosdariam as mesmas respostas que os transeuntes?

Há questões específicas quando uma exposição é em ummuseu ou em uma casa de cultura? Quais?

Vários aspectos são apontados no documentário. Qual de-les mais toca você? Como ampliam seu olhar? Provocamestranhamento?

Quais momentos do documentário podem despertar maiorcuriosidade nos alunos?

O documentário o leva a pensar sobre a exposição de traba-lhos na escola?

Desenhos, frases e palavras anotadas criam um mapa depotencialidades para você pensar em proposições pedagógicas. Porquais caminhos você poderia iniciar um projeto com seus alunos?

Percursos com desafios estéticos

São muitas as possíveis idéias. O planejamento de uma expo-sição; as relações entre artista, obra, espaço e público; e aespacialidade problematizam questões sobre mediação,curadoria e as linguagens contemporâneas da arte. Levandoem conta a sensibilidade, o interesse e a motivação que odocumentário pode gerar, apresentamos possíveis percursos

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpandoprocedimentos

suporte

poética da materialidade

ruptura do suporte, pesquisade outros meios e suportes

procedimentos técnicos inventivos,subversão de usos, experimentação,transgredir a matéria

poética do efêmero, dimensão simbólica da matéria,poética da transformação

Materialidade

MediaçãoCultural

espaços sociais do saber

agentes

artista-curador, crítico de arte,fundador de casa de cultura

Casa de Cultura Laura Alvim/RJ, Escola de ArtesVisuais do Parque Lage – EAV Parque Lage/RJ

relação público e obra, educação do olhar ,experiência estética e estésica, provocar o espectador,impacto frente à obra, relação transeunte/obra

contato com o público, montagem,desenho museográfico, a leitura do público,estrutura física do espaço expositivo

o ato de expor

formação de público

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade linha, forma, cor, luz, espaço

relações entre elementosda visualidade

tridimensionalidade, ambiência

SaberesEstéticos eCulturais

sociologia da arte artista e sociedade

política cultural criação de instituições, políticas públicas

história da arte arte contemporânea, Geração 80

Linguagens Artísticas

intervenções, apropriação,objetos escultóricos, instalação

poética do vídeopintura, escultura,desenho, gravura

meiosnovos

meiostradicionais

artesvisuais

cinema

Processo deCriação

potências criadoras percepção, provocação mental, atitude lúdica,coleta sensorial, ativar sentidos

poética pessoal, intenção criativa, inquietude, diálogo com a matéria

ambiência de trabalho ateliê, amigos, filiação a grupos de artistas

ação criadora

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de trabalho impulsionadores de projetos, convidando você arecriar e inventar as sugestões aqui expostas, que não seguemuma ordem linear.

O passeio dos olhos dos alunosAlgumas possíveis proposições:

Percursos de criação, escolhas de materiais, ocupação doespaço expositivo e curadoria são alguns bons conteúdos paragerar boas conversas sobre a arte contemporânea e como opúblico pode reagir a essas produções e espaços. Em 3x3: 3

artistas, 3 dimensões, os artistas criam a partir do espaço e,dessa forma, interferem no ambiente da Casa de CulturaLaura Alvim. Para começar a experimentar este processo decriação, uma idéia interessante é preparar o espaço onde seráexibido este documentário, mudando o posicionamento ha-bitual das cadeiras ou propondo que os alunos tragam pe-quenos objetos para fazer interferências. A proposta é mu-dar as aparências desses objetos, produzindo outras textu-ras, cores ou formas. Tecidos, plásticos, papéis e outrosmateriais disponíveis podem ser explorados. Esse movimen-to, além de provocar expectativas entre os alunos, pode tra-zer elementos para a conversa após a exibição.

No início do documentário, as pessoas são abordadas equestionadas sobre como sentem a linguagem da esculturae quais os artistas mais conhecidos. Propor esse tipo dequestionamento pode animar uma conversa sobre o reper-tório dos alunos. O que você sente ao ver uma escultura?Você conhece algum escultor? Uma enquete pode ser feitana escola: dirigentes, funcionários, professores, familiarese alunos de outras classes podem participar. Como desdo-bramento, os alunos podem pesquisar imagens de escultu-ras e, em sala de aula, trocá-las entre eles, e assim ampliaro conhecimento a respeito de escultores e suas obras. Aexposição dessas imagens nutrirá o olhar dos alunos e pro-vocará mais conversas após a exibição do documentário.

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No documentário, há imagens que se apresentam comdistorções de cores e formas. Esse aspecto pode gerar dis-cussões sobre a linguagem do vídeo e os recursos tecnológicosusados na produção de imagens na década de 80. O que osalunos sabem desse período? Músicas, videoclipes e fotospodem ampliar o olhar sobre produções artísticas neste tem-po histórico e social. Após a apresentação do documentário,é interessante propor diálogos nos quais os alunos possamexpressar suas percepções sobre as imagens mostradas.Como cada artista escolhe os seus materiais e também comopreparam os espaços para receber as esculturas e o público?Quais perguntas o documentário levanta para os alunos? Oque instiga a curiosidade deles?

A partir do documentário, muitas outras idéias podem surgir, afim de trazer questões para dentro da escola, iniciando o diáriode bordo dos alunos e dando continuidade ao seu. Para onde oprojeto pode seguir?

Desvelando a poética pessoal

O convite é para que seus alunos sejam produtores, pesquisandoe construindo suas poéticas ao longo do percurso, focalizando,especialmente, a mediação, potencializando os espaços deexposições. A liberdade em escolher a linguagem artística, osmateriais, os temas, faz parte desse processo.

A luz é fundamental na obra de Bentes, já que, por meiodesse material, ele relata a relação entre o homem e a luz.Para os alunos, qual o significado da luz? Como eles repre-sentariam este valor? Uma série de trabalhos pode ser fei-ta pelos alunos que optarem por esta sugestão, focalizandocontrastes entre luz e sombra em desenhos ou em escultu-ras com efeitos de luz, utilizando pequenas lâmpadas à pi-lha, encontradas em objetos como lanternas, brinquedos eoutros. Esses materiais não custam muito e podem seradquiridos em bazares, lojas de objetos usados ou, atémesmo, em meio aos guardados dos próprios alunos.

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A transformação de objetos proposta por Marcelo Lago podetambém gerar uma série de trabalhos. A escolha de objetosé um primeiro passo que envolve também possíveis atribui-ções de significados à ação de recobri-los com filme plásti-co ou outras matérias.

Com as obras produzidas, os alunos podem intervir no espaçoda escola. O planejamento pode começar por pequenos esbo-ços, partindo para grandes esculturas ou para sutis interven-ções na fachada ou na calçada da escola. A ação de mediaçãopode ser iniciada com a observação cuidadosa de como essasintervenções são percebidas pelos transeuntes.

Ampliando o olharO espaço de arte apresentado neste documentário é a Casade Cultura Laura Alvim, que foi fundada por ela. Moradorada casa, desde os 4 anos, Laura tornou o sonho de transformá-la de espaço cultural em uma realidade. Em sua cidade oubairro, há casas de cultura? O que oferecem? Preocupam-seem estabelecer relações entre arte e público? Uma boa idéiaé promover uma visita com seus alunos para conhecer a pro-dução cultural realizada nesses espaços públicos.

Os alunos já foram a alguma exposição? O que podem lem-brar sobre ela? Obras expostas, montagem, iluminação,textos de parede, plaquetas com informações sobre asobras, a interação pessoal com esse espaço podem reto-mar experiências vividas e ampliar possibilidades decompreendê-las pelos aspectos da mediação, da curadoria,do ato de expor, dos agentes culturais envolvidos, etc.

A criação de uma exposição virtual pelos alunos, através deuma maquete, ou mesmo por meio de uma apresentação emPower point, pode desafiá-los a compreender a idéia do fiocondutor que potencializa conexões entre as obras escolhidas.

Quais materiais poderiam ser utilizados para criar interven-ções no espaço da escola? Esticar barbantes ou fios de lãno corredor ou sala de aula, fazendo com que as pessoas

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alterem a forma de percorrer esses espaços e, ao mesmotempo, criar uma escultura coletiva, por exemplo. Como des-dobramento, os alunos podem fazer entrevistas com aspessoas que participaram da intervenção para saber comosentiram esta experiência.

Como o artista produz e pensa a forma de expor suas obras?Um debate sobre este assunto pode amadurecer o olhar dosalunos sobre as relações obra/espaço/público. Catálogosde exposições e/ou entrevistas com artistas ou profissio-nais envolvidos em instituições culturais podem aprofundara compreensão de conceitos como curadoria, crítica de arte,museologia e mediação.

A problematização sobre a espacialidade pode ampliar oolhar sobre a escultura, enquanto linguagem que lida commaterialidades muito diversas, com relações que envolvemdentro/fora, vazio/cheio, aberto/fechado, luz/sombra,escala e superfície, convexidade/concavidade.

Conhecendo pela pesquisa

Qual o papel de um curador? E de um crítico de arte? E deum historiador? Uma pesquisa sobre esses profissionaispode revelar suas funções e importância na mediação como público, seja numa exposição, seja em artigos sobre arteem jornais e revistas.

A pesquisa na internet ou em livros de arte contemporâneapode ser apresentada pelos alunos, usando como recursoscriações inventadas para que os demais alunos tenham“comTATO” com as obras dos artistas: Maurício Bentes, fa-lecido em 2003, e seus trabalhos com a luz, o fogo e o calor;Marcelo Lago e seu Grafismo no plano e outras obras maisrecentes, com teor autobiográfico; Luiz Pizarro que continuatrabalhando com a transformação de matérias e de idéias.

Escultores como Calder, Bruno Giorgi, Giacometti, Rodin sãolembrados pelos entrevistados no documentário. Assimcomo Franz Weissmann (há na DVDteca Arte na Escola um

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documentário sobre seu trabalho), esses escultores e outroslembrados pelos seus alunos podem gerar pesquisas, bus-cando conceituar a linguagem da escultura e sua história.

Em junho de 1984, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage/RJ, aconteceu a exposição Como vai você, Geração 80?. Foramcento e vinte e três artistas, muitos dos quais se destacam, atu-almente, no cenário brasileiro das artes plásticas. Depois de 20anos, uma outra exposição Onde está você, Geração 80?, em2004, no Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB/RJ e noMuseu de Arte Moderna - MAM/SP, procurou mostrar que osartistas surgidos naquele momento continuam produzindo, en-tre eles está Luiz Pizarro que participou das duas exposições.Que relações podem ser feitas entre essas duas mostras, o quemudou na arte brasileira e na produção de Pizarro?

Na DVDteca Arte na Escola, há outro material sobre Maurí-cio Bentes. Em 1988, o artista convida o público a com-partilhar da criação artística, comendo a escultura, isto é,alimentando-se das formas circulares do queijo e deixan-do ver, aos poucos, a luz, as lâmpadas fluorescentes quese encontravam quase ocultas no núcleo da escultura.Podemos perceber uma arte efêmera, com materiais pe-recíveis como o queijo, mas que traz consigo, em sua for-ma e materialidade, a idéia de eternidade causada pelosignificado espiritual da luz e pela presença da tecnologia;a lâmpada ilumina o espaço de exposição que se transfor-ma. Não é mais um lugar para apenas olhar uma escultura,a contemplação envolve também outros sentidos. Olfato,visão e paladar são convocados para essa experiência.

A música também é uma linguagem artística que reflete asidéias de jovens artistas, expressando suas visões de mun-do na década de 80. Entre esses artistas, está Cazuza13 quemarcou uma geração com sua poesia e idéias críticas. O queos alunos podem ler no trecho da letra de Ideologia?

Pois aquele garoto que ia mudar o mundo(Mudar o mundo)Agora assiste a tudo em cima do muro

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(em cima do muro)Meus heróis morreram de overdoseMeus inimigos estão no poderIdeologiaEu quero uma pra viverIdeologiaEu quero uma pra viver

Assim como o artista Luiz Pizarro envolve objetos e árvo-res com materiais plásticos, outros artistas também fazemintervenções. As tendências artísticas nascidas da Earth

art propõem assumir o próprio meio ambiente como suporteou material. Artistas como Christo e Jeanne-Claude, porexemplo, criam suas interferências pelo mundo, empaco-tando ou envolvendo coisas como árvores, prédios, ilhas,pontes e, dessa maneira, transformam temporariamentepaisagens. Que outros artistas interferem temporariamen-te na paisagem?

Amarrações de sentidos: portfólioOs alunos podem se tornar curadores de uma exposição sobreo projeto, montando um portfólio coletivo com todas as expe-riências vividas, como se fosse um catálogo. Também pode sercriado um portfólio individual sobre todo o projeto, contendoum texto reflexivo de abertura que possibilite que cada alunoveja melhor sua produção.

Todos os cuidados de um curador devem ser observados na monta-gem da exposição. O fio condutor, a criação do título, os diálogosentre as obras com leituras comparativas, o desenho museográfico,a comunicação visual, as etiquetas e sinalizações, os convites, o foldere até um pequeno catálogo podem ser produzidos, sem esqueceros mediadores/monitores para acolher os visitantes. Lembre-se defazer fotografias dos estudantes ao lado de suas obras.

Valorizando a processualidade

As experiências, as informações e os saberes construídos pe-los alunos e por você precisam ser avaliados como modo devalorizar e repensar toda processualidade vivida, percebendo

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os “encontros” com realidades antes “distantes, externas eestranhas”. O que foi mais significativo em relação aos espa-ços de exposições e às obras dos três artistas? O que se mo-difica ao organizarem e apreciarem exposições? Essas e outrasquestões, além da leitura dos portfólios dos alunos, podemajudá-lo a perceber também o que ficou mais forte para você eo que transformaria em projetos, a partir deste documentário,com outra turma de alunos.

Uma visita à DVDteca Arte na Escola potencializará novosprojetos e novas viagens pelo universo da arte.

GlossárioCuradoria educativa – o termo tem sido utilizado por Luiz Guilherme Ver-gara em seu trabalho frente ao Museu de Arte Contemporânea de Niteróie no Centro de Arte Hélio Oiticica/RJ. Não implica apenas na escolha dasimagens que são apresentadas aos alunos, mas, também, no trabalho deseleção que lida com ênfases e exclusões, de combinação e de recorte.Ampliar o olhar, mais profundo e inquieto, para além do simples reconhe-cimento de autorias, a curadoria educativa pode despertar a fruição, nãosomente centrada na imagem, mas em uma experiência, um caminho queleve a pensar a vida, a linguagem da arte, provocando leitores de signos.O professor-propositor prepara esse percurso ativando culturalmente obrase artistas de todos os tempos, lugares e etnias. Fonte: GRUPO de Pesqui-sa: Mediação Arte/Cultura/Público. Revista Mediação: Provocações Es-téticas. São Paulo, v.1, d.1, out. 2005, p. 125.

Earth art – também conhecida como land art ou earthworks, surgiu nos EstadosUnidos no final dos anos 60 como forma de ampliar as fronteiras da arte. Propõeexplorar espaços alternativos e faz interferências em objetos, elementos naturaisou paisagens. Fonte: DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos: guia enci-clopédico da arte moderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2003, p. 260-262.

Experiência estética e estesia – ao contrário da anestesia - a impossibi-lidade ou a incapacidade de sentir, a estesia é, assim como a palavra esté-tica, originada do grego aisthesis, que significa basicamente a capacidadesensível do ser humano para perceber e organizar os estímulos que lhe al-cançam o corpo. Fonte: DUARTE JR., João Francisco. O sentido dos senti-dos: a educação (do) sensível. Curitiba: Criar Edições, 2001, p. 136-137.Mediação – “Mediar é estar entre. (...) Ultrapassando a idéia de media-ção como ponte, compreendê-la como um estar entre implica em uma açãofundamentada e que se aperfeiçoa na consciente percepção da atuaçãodo mediador que está entre muitos: as obras e as conexões com as outrasobras apresentadas, o museu ou a instituição cultural, o artista, o curador,o museógrafo, o desenho museográfico da exposição e os textos de pare-de que acolhem ou afastam, a mídia e o mercado de arte que valorizam

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material educativo para o professor-propositor

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certas obras e descartam outras, o historiador e o crítico que a interpre-tam e a contextualizam, os materiais educativos e os mediadores (monitoresou professores) que privilegiam obras em suas curadorias educativas, aqualidade das reproduções fotográficas que mostramos (xerox, transpa-rências, slides ou apresentações em Power point) com qualidade, dimen-sões e informações diversas, o patrimônio cultural de nossa comunidade,a expectativa da escola e dos demais professores, além de todos os queestão conosco como fruidores, assim como nós mediadores, também re-pletos de outros dentro de nós, como vozes internas que fazem parte denosso repertório pessoal e cultural.” Fonte: GRUPO de Pesquisa: Media-ção Arte/Cultura/Público. Revista Mediação: Provocações Estéticas. SãoPaulo, v.1, d.1, out. 2005, p. 55.

BibliografiaCOSTA, Cristina. Questões de arte: a natureza do belo, da percepção e

do prazer estético. São Paulo: Moderna,1999.

DEMPSEY, Amy. Estilos, escolas e movimentos: guia enciclopédico da artemoderna. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

ECO, Umberto (org.). História da beleza. Rio de Janeiro: Record, 2004.FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. São Paulo: Publifolha, 2002. (Folha explica).

GRUPO de Pesquisa: Mediação Arte/Cultura/Público. Revista Mediação:Provocações Estéticas. São Paulo, v.1, d.1, out. 2005.

MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa; GUERRA, M. Terezinha Telles.A língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.

MEIRA, Marly. Filosofia da criação: reflexões sobre o sentido do sensível.Porto Alegre: Mediação, 2003.

PILLAR, Analice Dutra (org.). A educação do olhar no ensino das artes.Porto Alegre: Mediação, 1999.

SALLES, Cecília Almeida: Gesto inacabado: processo de criação artísti-ca. São Paulo: Fapesp: Annablume, 1998.

TASSINARI, Alberto. O espaço moderno. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.

Seleção de endereços sobre arte na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 15 maio 2006.

ARTE CONTEMPORÂNEA. Disponível em: <www.canalcontemporaneo.art.br>

ARTE E MUSEU. Disponível em: <www.artenaescola.org.br>.BENTES, Maurício. Disponível em: <www.niteroi-artes.gov.br/

mauriciobentes.html>.

CASA DE CULTURA LAURA ALVIM. Disponível em: <www.citybrazil.com.br/rj/riodejaneiro/cultura.htm>.

LAGO, Marcelo. Disponível em: <www.marcelolago.com.br>.

PIZARRO, Luiz. Disponível em: <http://galeria.anitaschwartz.com.br/bio.asp?id=14>.

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Notas1 A escola, que completa 30 anos em 2005, se mantém como o principal núcleobrasileiro de formação em artes visuais, um fórum de reflexão e debate sobreos principais problemas da arte atual. Freqüentaram seus cursos muitos dosmais importantes nomes da produção artística contemporânea do país, confe-rindo à escola projeção internacional. Fonte: <www.annamarianiemeyer.com.br/eventos.htm>. Acesso em 30 ago. 2005.2 Esta exposição teve a participação de cento e vinte jovens artistas quebuscavam a contraposição da arte conceitual dos anos 70, revitalizando alinguagem da pintura no cenário da arte brasileira. Na DVDteca Arte naEscola, você encontra o documentário Tela s/ tinta (Geração 80) que abordao grupo chamado Geração 80 e documentários sobre os artistas MaurícioBentes, Leonilson, Leda Catunda, Tunga, Nuno Ramos, entre outros3 Fonte: <www.mac.usp.br/exposicoes/98/migratorio/pizarro.html>.Acesso em 15 maio 2006.4 Fonte: <www.marcelolago.com.br>. Acesso em 15 maio 2006.5 No documentário Maurício Bentes: esculturas, na DVDteca Arte na Es-cola, você pode ver o registro destas exposições.6 Alberto TASSINARI, O espaço moderno, p. 143.7 Cecília Almeida SALLES, Gesto inacabado: processo de criação artísti-ca, p. 48.8 Lygia CLARK. Lygia Clark. Barcelona: Fundació Antoni Tàpies, 1998, p. 233.9 Nascida do sonho de Laura Agostini Alvim, o centro cultural ocupa a casaem que viveu desde os 4 anos de idade, na Av. Vieira Souto, 176, emIpanema/Rio de Janeiro. Construída entre 1906 e 1913, sem um estilo es-pecífico, a casa de cultura começa a funcionar em 1986. Hoje lá se encon-tram: galeria de arte, cinema, música, teatro, museu dividido em três espa-ços: “o primeiro, ocupado por roupas e objetos pessoais de Laura Alvim; osegundo dedicado ao pai de Laura, o médico Álvaro Freire Villalba Alvim,que trouxe para o Brasil o primeiro aparelho de raio-x; e o terceiro espaço,ocupado por Angelo Agostini, avô materno de Laura, que tornou-se conhe-cido como caricaturista e pintor, retratando de forma jocosa, políticos dosegundo reinado e início da República. Fonte: <www.citybrazil.com.br/rj/riodejaneiro/cultura.htm>. Acesso em 15 maio 2006.10 Umberto ECO (org.). História da beleza, p. 415.11 Mirian Celeste MARTINS, et al, A língua do mundo: poetizar, fruir econhecer arte, p. 75.12 Ana Claudia de OLIVEIRA, Convocações multissensoriais da arte do sé-culo XX. In: Analice Dutra PILLAR (org.). A educação do olhar no ensinodas artes, p. 95.13 Ideologia tem a parceria de Cazuza com Roberto Frejat. Está disponívelem: <www.cazuza.com.br>. Acesso em 15 maio 2006.

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